Interação entre Ortodontia e Dentística em um caso clínico com discrepância de Bolton

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    Artigo Indito

    26 R Dental Press Estt, Maring v. 3, n. 4, p. 000-000, out./nov./dez. 2006

    Interao entre Ortodontia e

    Dentstica em um caso clnico com

    discrepncia de Bolton

    * Especialista em Ortodontia pela FOP/UNICAMP e aluno do Curso de Ps-Graduao em Ortodontia,nvel Mestrado FOP/UNICAMP.

    ** Proessor Titular da rea de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba(FOP/UNICAMP).

    *** Proessores Assistentes Doutores da rea de Ortodontia da Faculdade de Odontologiade Piracicaba (FOP/UNICAMP).**** Aluna do curso de Especializao em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba

    (FOP/UNICAMP).

    RESUMOA discrepncia de tamanho den-

    trio, que ocorre em um nmeroconsidervel de pacientes que pro-curam por tratamento ortodnti-co, pode inluenciar negativamen-te os objetivos do tratamento e osseus resultados inais. Em um caso

    com m ocluso do tipo Classe I deAngle, aparentemente simples, oi

    PALAVRAS-CHAVE: Anlise de Bolton. Discrepncia de tamanho dentrio. Ortodontia. Dentstica operatria.

    necessrio um planejamento mul-tidisciplinar, devido discrepn-cia de tamanho dentrio. Aps aanlise de Bolton, que conirmou adiscrepncia de tamanho dentriopor reduzida largura mesiodistal,proporo total igual a 100 (m-dia de 91,3), e proporo anterior

    igual a 82 (mdia de 77,2), iniciou-se o tratamento ortodntico ixo.

    Aps a ase inicial de alinhamentoe nivelamento, realizou-se a com-pensao de tamanho, por meio derestauraes nos 4 incisivos supe-riores, com resina composta. Esteplanejamento conjunto, permitiuuma inalizao ideal do caso, eocorreu aps 12 meses de trata-

    mento, com resultado bastantesatisatrio.

    Ricardo Alves de Souza*, Darcy Flvio Nouer** ,

    Maria Beatriz Borges de Arajo Magnani***, Vnia Clia Vieira de Siqueira***,

    Joo Sarmento Pereira Neto ***, Maria Carolina Blanco Acevedo***

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    Ricardo Alves de Souza, Darcy Flvio Nouer, Maria Beatriz Borges de Arajo Magnani, Vnia Clia Vieira de Siqueira, Joo Sarmento Pereira Neto, Maria Carolina Blanco Acevedo

    27R Dental Press Estt, Maring, v. 3, n. 4, p. 000-000, out./nov./dez. 2006

    INTRODUODiversos atores podem contribuir para pre-

    judicar a harmonia e o equilbrio da ocluso den-

    tria normal. Entre os problemas mais comuns,guram as ausncias dentrias, as giroverses;os apinhamentos; as alteraes de morologiadentria; a sobremordida e a sobressalinciaacentuadas e os diastemas entre os incisivos su-periores16.

    Os problemas relacionados anatomia dent-ria, determinando uma discrepncia de tamanho

    dentrio de Bolton2, no excesso ou na reduo delargura, ocorrem em um nmero considervel decasos de pacientes que procuram por tratamen-to ortodntico. Esta situao, pode infuenciaros objetivos do tratamento, ocorrendo muitasvezes nas ltimas ases do tratamento ortodn-tico, e impedindo a nalizao do caso adequa-damente, pois o tamanho dos dentes superiores

    no se mostra compatvel com os ineriores9,19

    .Quando a discrepncia de tamanho dentrio

    acontece por reduo da largura mesiodistal, ve-rica-se a presena de diastemas generalizados e,de uma orma mais comum, entre os incisivos su-periores. Nestes casos, considera-se este espaoentre os dentes, ou a ausncia de contato entredois ou mais dentes consecutivos, uma condio

    patolgica12

    . Fica evidente, durante a anamnese,a queixa explcita do paciente por este motivo,alm disso, pode representar um grande ator derisco de recidiva, caso no seja considerado du-rante o planejamento ortodntico.

    Em relao etiologia, quando ocorrem dis-trbios na morologia dentria, o resultado de-termina um desvio do normal, ou seja, alteraesde crescimento e desenvolvimento da cavidadebucal10. Estas anomalias de orma nem sempreintererem com a uno e podem ser causadaspor condies locais, tendncias hereditrias ou,ainda, por maniestaes de distrbios sistmi-cos13.

    Durante o exame clnico, a relao dos com-primentos mesiodistais dos incisivos superio-res, maiores que os correspondentes ineriores,

    pode evidenciar uma tendncia para maior so-bremordida e sobressalincia. Se os ineriores

    orem maiores que os superiores, existir umatendncia para mordida topo-a-topo. Uma outrahiptese para compensar esta desproporo a

    presena de diastemas superiores para mantera relao vertical e horizontal entre os arcos, ouainda um pouco de apinhamento no arco ineriorpara acomodao do excesso de massa dent-ria12. Na prtica diria, estas situaes so resol-vidas, muitas vezes, desgastando-se o excessode massa dentria em questo, ou reazendo ocontorno dos dentes proporcionalmente meno-

    res com material resinoso.O objetivo desse trabalho oi apresentar um

    caso clnico, aparentemente simples de m oclu-so do tipo Classe I de Angle, mas no qual devidoa discrepncia de tamanho dentrio, oi necess-rio um planejamento multidisciplinar entre re-as de Ortodontia e Dentstica Restauradora, parapermitir uma correta nalizao do caso.

    RELATO DE CASO CLNICOO paciente C. A. S. P., do gnero masculino,

    de 17 anos de idade, apresentava diastemas ge-neralizados em toda poro anterior das arcadassuperior e inerior, os quais representavam amaior queixa esttica do paciente em relao aoseu sorriso, e o motivo da procura de tratamen-

    to ortodntico. Durante o exame clnico, cons-tatou-se que os diastemas na arcada superior,ultrapassavam 4mm entre os incisivos centraissuperiores, 3mm entre os incisivos laterais supe-riores e incisivos centrais e tambm 3mm entreos caninos superiores e incisivos laterais. Na ar-cada inerior, tambm apresentava diastemas de1,5mm entre os incisivos centrais, 1mm entre os

    incisivos laterais e caninos e 2mm entre os cani-nos e os primeiros pr-molares ineriores.A relao molar e canino, lado direito e es-

    querdo, encontrava-se em Classe I de Angle. Pe-los exames acial e cealomtrico conrmou-seuma boa relao entre maxila e mandbula, parapadres brasileiros (SNA = 840, SNB = 810, ANB =30, IMPA = 950), e um padro dolicoacial (FMA =290, SN.GoMe = 290).

    Dessa orma, conrmado o problema dent-rio do paciente, pela presena de diastemas e

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    Figura 1F - Vista intrabucal do lado esquerdo.Figura 1D - Vista intrabucal do lado direito. Figura 1E - Vista intrabucal rontal.

    Figura 1G - Rdogrf panormica.

    Figura 1A - Vista rontal do paciente. Figura 1B - Vista do perl. Figura 1C - Telerradiograa do caso.

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    Figura 2B - Vista rontal do modelo ortodn-tico.

    Figura 2A - Vista do lado direito do modeloortodntico.

    Figura 2C - Vista do lado esquerdo do mode-lo ortodntico.

    Figura 2D - Vista oclusal do modelo ortodn-tico superior.

    Figura 2D - Vista oclusal do modelo ortodn-tico inerior.

    Figura 3 - Vista intrabucal rontal das restauraes estticas realizadas.

    pelo aspecto alterado dos incisivos laterais su-periores, quase conides, a suspeita recaiu sobreuma discrepncia de tamanho dentrio, sugerin-do uma avaliao mais precisa atravs da Anlisede Bolton2.

    Aps a anlise de modelos conrmou-se umadiscrepncia de Bolton2, obtendo-se os seguin-

    tes valores: discrepncia total igual a 100, sendoque a mdia preconizada pelo autor oi de 91,3,e considerou-se signicativo os valores abai-xo de 87,5, ou acima de 95,1. A discrepncia nosegmento anterior apresentou um valor igual a82, sendo pr-estabelecida uma mdia de 77,2, econsiderou-se signicativo os valores abaixo de

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    SUPERIORES INFERIORES

    direito esquerdo direito esquerdo

    11 = 8,5mm12 = 5,5mm13 = 7,5mm

    14 = 6,5mm15 = 6mm

    16 = 10mm17 = 9mm

    21 = 8,5mm22 = 6,0mm23 = 7,5mm

    24 = 7mm25 = 6mm

    26 = 10mm27 = 9mm

    31 = 5,0mm32 = 6,0mm33 = 6,5mm34 = 7,5mm35 = 7,5mm36 = 11mm

    37 = 10,5mm

    41 = 5,5mm42 = 6mm43 = 7mm

    44 = 6,5mm45 = 7,5mm

    46 = 10,5mm47 = 10mm

    Proporo Total (P.T.) RESULTADO

    P. T. = soma dos 12 dentes ineriores x100

    soma dos 12 dentes superiores107 x 100

    107100

    Proporo Anterior (P.A.)

    P. A. = soma dos 6 dentes ineriores x100

    soma dos 6 dentes superiores

    36 x 10043,5

    82

    73,9, ou acima de 80,5. A Anlise Total da Den-tio15 tambm conrmou o problema, pelo re-sultado positivo de + 4 mm, salientando a exis-tncia de uma suave discrepncia cealomtrica

    negativa e ainda a presena dos terceiros mola-res, que poderiam ser extrados. Como previsto,a regio anterior conrmou-se como o setor demaior problema, apontando uma discrepnciade + 3mm, levando em considerao os atoresdentrios anteriores e os cealomtricos, inseri-dos neste segmento.

    O tratamento ortodntico xo consistiu nacolagem de braquetes padres sem qualquertipo de pr-torqueamento ou angulao (Uni-teck 3M). Foi realizada uma etapa inicial paraalinhamento e nivelamento na arcada superior,pois o paciente apresentava suave sobremordi-da, e aps 3 meses ocorreu a colagem ineriore subseqente echamento dos espaos nestearco. O objetivo oi vericar o espao dispon-vel para a retrao ntero-superior. A segunda

    ase ocorreu no sexto ms de tratamento, emque oram removidos os braquetes dos 4 incisi-

    Tabela 1

    vos superiores, para realizao das restauraescom Resina Composta (3M ESPE Filtek Z250) nassupercies mesiodistal destas unidades, corri-gindo a anomalia de orma.

    Os espaos remanescentes oram ento to-talmente corrigidos, atravs de amarrilhos con-jugados nos anteriores e, logo aps, com retraoanterior destes dentes, no arco de nalizao deao retangular 0,019 x 0,025. A concluso docaso ocorreu aps 12 meses de tratamento, comresultado bastante satisatrio para o paciente,e instalao de contenes xas, tanto no arcoinerior quanto no superior

    DISCUSSOCom o propsito de analisar a anomalia dent-

    ria pela reduo da largura mesiodistal, e a opode tratamento conjunto com a rea de Dents-tica Restauradora, apresentou-se 1 caso clnico,ressaltando-se a importncia em diagnosticar asdiscrepncias dentrias, que possam dicultaros objetivos do tratamento ortodntico.

    Uma discrepncia entre os incisivos centrais

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    Figura 4A - Vista intrabucal do lado direito aonal do tratamento.

    Figura 4B - Vista intrabucal rontal ao nal dotratamento.

    Figura 4C - Vista intrabucal do lado esquerdoao nal do tratamento.

    Figura 4D - Vista intrabucal oclusal do arco supe-rior ao nal do tratamento.

    Figura 4E - Vista intrabucal oclusal do arco ine-rior ao nal do tratamento.

    superiores pode ser considerada como uma dasm ocluses que mais preocupam os pacientes,devido ao envolvimento esttico12,16.

    No estudo realizado por Arajo e Souki1 evi-

    denciou-se uma elevada ocorrncia de discre-pncia dentria anterior, explicada pela grandemiscigenao da populao brasileira. Em umaamostra de 300 pacientes, 162 deles (56%) apre-sentaram discrepncia de tamanho, com desviopadro de +1. Em outros estudos esta discrepn-cia mostrou-se menor, como nos achados de Ri-chardson e Malhotra21 (33,7%) de Bolton3 (29%).

    Pelos elevados percentuais de ocorrncia decasos com discrepncia de tamanho dentrio eproblemas na anatomia dentria, estas situaesrepresentam mais um ator de diculdade para aase de nalizao e deveriam ser consideradasdurante a ase inicial de diagnstico e plano detratamento. Um excelente tratamento ortodn-tico depende de uma ocluso estvel e intercus-pidao ideal, e uma discrepncia de tamanho

    dentrio de Bolton pode infuenciar os objetivosde tratamento e os seus resultados1,9,12.

    Os agentes etiolgicos envolvidos com adiscrepncia da orma dentria, relacionada reduo de tamanho, esto associados, prin-cipalmente, a atores de origem gentica, e

    podem estar relacionados a alteraes como:retardo no desenvolvimento, seqncia e ir-rupo dentria, hipodontia, microdontia eagenesias11,18.

    Diversos estudos de prevalncia compro-voram a hipodontia como a anomalia maiscomum4,6,17,20. Em relao ao gnero, no o-ram observadas dierenas estatsticas entrehomens e mulheres7,6, dierindo nesse aspec-to dos estudos de Ribeiro et al.20 e Neville etal.17, que encontraram dierenas. Carreiro etal.5 relataram no ocorrer dimorismo sexualentre as discrepncias de tamanho dentrio eos dierentes tipos de ocluso dentria.

    A incluso rotineira de uma anlise de ta-manho dentrio nos procedimentos iniciaisde um tratamento ortodntico determinaria

    a obteno de um diagnstico mais completo.A identiicao de uma discrepncia antes do

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    alinhamento dentrio inal seria benica noplanejamento do tratamento e nas expectati-vas inais do clnico e do paciente, aumentan-do o ndice de sucesso1,12,21.

    Atualmente, as tcnicas restauradoras o-

    calizam a conservao mxima do tecido den-trio; com esta inalidade, as indstrias apre-sentam cada vez mais materiais de melhorqualidade, que possibilitam alcanar os objeti-vos estticos desejados. Dessa orma, surgemalternativas de tratamento aos pacientes queapresentam algum tipo de anormalidade den-tria, atravs de um procedimento simples, ecom um tempo menor de trabalho8,14.

    Na ase de conteno, o periodonto e regi-es adjacentes apresentam-se em estado dereorganizao. Por isso a conteno ou esta-bilizao deve ser mantida at que os tecidosvoltem ao seu estado normal. O tratamentodos diastemas, alm de ser individualizado,requer domnio da mecnica ortodntica pois,devido ao ator etiolgico gentico, ocorre

    uma orte tendncia para reabertura do espa-o, mesmo aps o echamento ortodntico e

    conteno prolongada12.

    CONCLUSESA realizao do planejamento ortodntico,

    considerando uma abordagem multidisciplinar,

    possibilita um resultado muito mais satisat-rio, em diversas situaes clnicas. Colocar naprtica diria ortodntica os mtodos de diag-nsticos disponveis, como a Anlise de Bolton2e a Anlise do Espao Total da Dentio15, con-tribui signicativamente para um diagnsticomais preciso e correto.

    A interao entre as duas reas, neste casoOrtodontia e Dentstica Restauradora, justi-cou-se, pela impossibilidade de nalizao sema atuao conjunta de ambas especialidades. Nautilizao de mecanismos exclusivamente orto-dnticos, poderia ocorrer um no echamentode todos os diastemas superiores, ou uma ins-tabilidade do caso aps a remoo do aparelhoxo. Por outro lado, a tentativa de echamentode espao exclusivamente com resina compos-

    ta implicaria em um resultado esttico nal in-satisatrio.

    Figura 5A - Vista rontal do paciente ao naldo tratamento.

    Figura 5B - Vista do peril ao inal do trata-mento.

    Figura 5C - Vista rontal do paciente sor-rindo.

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    Ricardo Alves de Souza, Darcy Flvio Nouer, Maria Beatriz Borges de Arajo Magnani, Vnia Clia Vieira de Siqueira, Joo Sarmento Pereira Neto, Maria Carolina Blanco Acevedo

    R Dental Press Estt, Maring, v. 3, n. 4, p. 000-000, out./nov./dez. 2006

    Key Words: Bolto ly. Tooth z drpy. Orthodot. Oprtv Dttry.

    Orthodontic and operative Dentistry interaction on a

    clinical case with Bolton tooth size discrepancy

    A signicant number o patients seek the orthodontic

    treatment presenting tooth size discrepancy. This

    problem could directly aect the objective and

    nal results o the treatment. This study was based

    on a clinical case (Angle Class I), apparently simple,

    but due to an anterior tooth-size discrepancy, amultidisciplinary planning (orthodontic and aesthetic

    treatment) was needed to conclude the case. The

    orthodontic treatment was initiated ater the Bolton

    tooth-size analysis (total proportion equal 100 and

    anterior proportion equal 82) was used to conrm such

    discrepancy. Ater alignment and leveling, anterior

    tooth size compensation was made on the 4 upper

    incisors using composite resin. This multidisciplinarytreatment allowed the conclusion o the case in a 12-

    month period with very satisactory results.

    Abstract

    Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

    End.: Av. Limeira, 901, Bairro: Areo, Piracicaba-SP.CEP: 13414-903 Fone: (19) 3412-5200e-mail: [email protected]

    Endereo para correspondncia

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