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o Outubro 2010 | N 10 | Ano 93 ISSN 1679-0243 Exemplar avulso R$ 4,90 9 771679 024000 Confessionalidade O mosquito e o camelo Educação Autismo, uma realidade também dentro das igrejas Testemunho Vou ligar para o Papai do Céu pág. 14 pág. 16 pág. 40 a força da Reforma A Reforma da Igreja se faz com a pregação da Lei e do Evangelho A Palavra

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oOutubro 2010 | N 10 | Ano 93

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Exemplar avulso

R$ 4,90

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Confessionalidade

O mosquito e o camelo

Educação

Autismo, uma realidade também dentro das igrejas

Testemunho

Vou ligar para o Papai do Céu

pág. 14 pág. 16 pág. 40

a força da ReformaA Reforma da Igreja se faz com a pregação da Lei e do Evangelho

A Palavra

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EducaçãoDesenvolvimento

infantil e saúde mental

Frente de missãoEx-futuro padre entra

para a Igreja Luterana

IdososÉ tempo...da melhor idade

ComportamentoQuem ama educa

Nesta edição

08

18

38

Mensagem do presidente 05

Vida com Deus 06

Em foco 07

Adoração e louvor 09

Capa 10

Confessionalidade 14

Educação 16

Educação Teológica 33

Comportamento 34

O que as congregações fazem 36

ANEL 37

Reação do leitor 39

Do leitor 41

Notícias 42

Virando a página 50

Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 3

Nilo Wachholz

[email protected]

Ao leitor

Reforma, educação e testemunho

O Mensageiro Luterano do mês de outubro contempla temas que dão ênfase à educação – seja na família, na es-cola, na igreja ou em nosso Seminário. Isto acontece por outubro ser o mês das crianças, do professor, do Seminário e da Reforma.

Começamos com a matéria de capa relembrando a Reforma liderada por Martinho Lutero, não apenas recontan-do parte da história, mas apontando para a verdadeira força que fez esse movimento de reforma ter êxito – a Palavra de Deus. Sem ela, Lutero e seus colaboradores teriam sucumbi-do em suas lutas teológicas. O texto mostra que só a correta pregação e aplicação da Lei e do Evangelho vão sustentar a caminhada da Igreja, com fidelidade e sob as

bênçãos do Senhor da Igreja.Através das páginas relacionadas à educação, sob

diferentes enfoques e situações, queremos ajudar os pais, professores e educadores nesta grande e nobre missão-desafio que é educar e formar para a vida. Começamos na família, continuamos na escola e na igreja. O Seminário também é lembrado na Mensagem do presidente, na Educação teológica e no Virando a página. Já antes, no espaço Vida com Deus, mulheres da bíblia são lembradas como mães dos nossos pastores e de decisiva participação no despertamento e na formação ministerial de muitos.

As crianças também têm especial participação nesta edição. Não só pela lição do Mensageiro das Crianças e os trabalhos que elas nos enviaram, mas acima de tudo pelo testemunho do pequeno Rogério Dezzotti da Silva (pág. 40), que hoje já mora na Casa do Pai do Céu. Fui tocado profundamente por esse depoimento, transmitido pela vó Izilda, a quem tive a alegria de conhecer pessoalmente no Culto de Aniversário da Hora Luterana. Vale a pena ler, refletir, reler e seguir o seu exemplo de compartilhar a sua experiência de vida com Deus!

No abraço especial que ofereço a avó e mãe do Rogério, pequeno em estatura, mas grande na fé, abraço a todos os leitores do Mensageiro Luterano!

Até a próxima edição, se Deus assim o permitir!

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Fotos: Leandro R. Camaratta

4 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Prêmio Areté

ConcórdiaE d i t o r a

ISSN 1679-0243Órgão Oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) de periodicidade mensal (exceto janeiro e fevereiro - edição

única). Registrado sob nº 249, livro M, nº 1, em dezembro de 1935, no Registro de Títulos e Documentos do Rio de Janeiro, conforme o Decreto-Lei de Imprensa nº 24776 de 14/07/1934.

Projeto e Produção GráficaEditora Concórdia Ltda.

Redação: [email protected]

EditorNilo Wachholz - Reg. Prof. MTb: 42140/SP

Assistente Editorial Daiene Bauer Kühl - Reg. Prof. MTb: 14623/RS

RevisãoAline Lorentz Sabka

DiagramaçãoLeandro da Rosa Camaratta

Estagiário de DesignChristian Schünke

Colaboradores fixosBruno Ries, Luisivan Vellar Strelow

Marcos Schmidt, Mona Liza Fuhrmann, Rosemarie K. Lange, Vitor Radünz, Waldyr Hoffmann

AssinaturasLianete Schneider de Souza

LogísticaMarcelo Azambuja

Tiragem desta edição: 9 mil exemplares

A Redação reserva-se o direito de publicar ou não o material a enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias

assinadas não expressam necessariamente a opinião da Redação ou da Administração Nacional da IELB. O conteúdo do Mensa-

geiro pode ser reproduzido, mencionados o autor e a fonte.

Av. São Pedro, 633 – Bairro São GeraldoCEP 90230-120 – Porto Alegre – RS

Fone/Fax: (51) 3272 3456www.editoraconcordia.com.br

twitter.com/edconcordiaEditora: [email protected]

Livraria: [email protected]

Diretoria ExecutivaHenry J. Rheinheimer (presidente), Clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Nilson Krick e Rubens José Ogg

GerenteNilson Krick

[email protected] Financeiro

Joel Weber Editor

Nilo [email protected]

Comissão EditorialRubens José Ogg, Célia M. Bündchen,

Clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Adilson Schünke e Nilson Krick

Rua Cel. Lucas de Oliveira, 894Bairro Mont’Serrat - CEP 90440-010

Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3332 2111 / Fax: (51) 3332 8145

e-mail: [email protected]

Diretoria Nacional 2010/2014 Presidente

Egon Kopereck 1º Vice-presidente

Arnildo Schneider 2º Vice-presidente

Geraldo Walmir Schüler Secretário

Rubens José Ogg Tesoureiro

Renato Bauermann

A IELB crê, confessa e ensina que os livros canônicos das Escrituras Sagradas, do Antigo e do Novo Testamento, são a Palavra infalível revelada por Deus e aceita, como exposição

correta dessa Palavra, os livros simbólicos da Igreja Evangélica Luterana, reunidos no Livro de Concórdia do ano 1580.

IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL

Assinatura no Brasil Semestral R$ 29,00; Anual R$ 46,00; Bianual R$ 86,00

Assinatura para outros países Anual US$ 52,00; Bianual US$ 100,00

A Editora Concórdia recebeu, no dia 19 de agosto, o Prêmio Areté de Literatura – prêmio da excelência no meio editorial cris-tão. Em cerimônia realizada em São Paulo, durante o Congresso da Associação de Editores Cristãos (ASEC), o editor, pastor Nilo Wa-chholz, recebeu o troféu pelo livro premiado, Teologia e prática de métodos evangelísticos, de Anselmo Graff (organizador) na catego-ria Evangelização/Nacional. De acordo com o editor, o prêmio foi festejado por todos os presentes. “Eles torceram muito por nós, que participávamos pela primeira vez. Havia muita gente, inclusive a presi-dente da CBL (Câmara Brasileira do Livro), o que foi inédito também”. A Editora Concórdia participou com seis obras, sendo que foram finalis-tas os livros: O homem sem medo, de Decio Dalke, na categoria Bio-grafia/Nacional; e A Epístola aos Gálatas, de Paulo Flor, na categoria Comentário/Nacional.

Ao todo, concorreram mais de 400 obras, em 30 diferentes catego-rias. Os trabalhos foram avaliados por 170 julgadores, sem vínculos com as editoras concorrentes.

O Congresso anual da ASEC aconteceu durante a 21ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que foi memorável para as editoras cristãs, pelo nú-mero expressivo de participantes. As editoras cristãs filiadas a ASEC ocuparam o maior espaço da feira. Durante o Congresso, convidados que são referência no meio do livro compareceram para falar de perfil e tendências do leitor cristão, dos desafios do livro digital para as editoras cristãs, além de gestão, vendas e empreendedorismo.

Editora Concórdia conquista prêmio

PRÊM

IO A

RETÉ

2010

Daiene Bauer KühlEquipe Editorial Concórdia

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Foto: Arquivo Editora Concórdia

Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 5

Mensagem do presidente

Egon KopereckPastor, presidente da IELB

[email protected]

Outubro é o mês da educação teológica. Você já agradeceu ao Senhor por ter um Seminário que

prepara pastores para cuidar, pastorear e zelar pelo povo de Deus? Você já agra-deceu a Deus porque neste Seminário há professores, que foram abençoados por ele com um dom especial? Que se prepararam, estudaram, se tornaram mestres, alguns doutores, para poderem assim servir na preparação de outros? Você já pensou na possibilidade de estimular alguém a estu-dar no Seminário e se tornar um pastor da Igreja? Você já pensou em patrocinar os estudos de alguém nesta caminhada rumo ao ministério? Você tem orado pelo seu pastor, pela pregação do Evangelho em sua Comunidade, no Distrito, na IELB e especialmente nas frentes de missão?

Eis algumas perguntas que merecem reflexão e atenção.

O pastorVejo, praticamente em cada exemplar

do nosso Mensageiro Luterano, o pastor

A educação teológica é o destaque do mês

Benjamin Jandt na função de provedor para o nosso Seminário. O pastor Jandt sempre fala, estimula e busca apoio ao nosso Seminário, à formação dos nossos teologandos, destacando a importância do ministério. E de fato, um pastor é uma benção para a Igreja.

Vejo congregações sofrendo por não terem um pastor. Vejo comunidades cla-mando por bons pastores. Jesus, em Mar-cos 6.34, se compadeceu de uma multidão, porque pareciam como ovelhas sem pastor. Um pastor é um guia, alguém que orienta, que equipa, que prepara, que consola, que corrige, exorta, repreende com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.2). E ele o faz como alguém que deve prestar contas desse seu ministério (Hb 13.17). Isso é uma benção que muitas vezes é pouco valorizada e reconhecida.

A comunidadeQuerido povo de Deus! Em primeiro

lugar, lembrem sempre de orar pelo vosso pastor, para que ele, como disse o apósto-

lo Paulo em Efésios 6.19, tenha sem-pre coragem e ousadia de abrir a boca e anunciar a me nsage m do amor de Deus em toda a sua pureza e verdade. Em segundo lugar, deem apoio a ele. Incentivem o seu trabalho. Não esque-

çam que o pastor não é nenhum super-homem. Ele é um ser normal, com fra-quezas e defeitos. Saibam compreende-lo. Digam-lhe uma palavra de ânimo. Estejam prontos para ampará-lo, assim como fize-ram Arão e Hur com Moisés (Êx 17.12).

Deem-lhe o reconhecimento também no salário, pois “digno é o trabalhador do seu salário” (1 Tm 5.18).

ResultadosValorizando o seu pastor, ele, certa-

mente, fará o seu trabalho com mais ale-gria. Além disso, você estará estimulando seu filho, os jovens da sua Congregação, a pensar no ministério como algo bom, prazeroso, digno. Uma grande honra!

Seminário ConcórdiaParabéns ao nosso Seminário pelos

seus 107 anos desde a sua fundação. Que Deus abençoe esta nossa casa de profe-tas. Que Deus abençoe nossa IELB, para que sempre tenhamos bons professores, bons alunos e, desta maneira, pastores fiéis e dedicados.

Conselho DiretorTeremos agora, entre os dias 9 e 12 de

outubro, a reunião do Conselho Diretor. O planejamento, a organização, os trabalhos da nossa querida Igreja estarão lá, sendo avaliados, debatidos e decididos.

Orem pelas reuniões e decisões do Conselho Diretor.

Um grande abraço a nossa que-rida Igreja! m

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6 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Vida com DeusVida com Deus

Luisivan Vellar Strelow

Ana, Maria, Eunice e as mães dos pastores na igreja

Sua mãe lhe fazia uma túnica pequena e, de ano em ano, lha tra-zia... o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do SENHOR e dos homens. 1 Samuel 2.19,26

Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração. E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. Lucas 2.51,52

Tua avó Lóide... tua mãe Eunice.... Desde a infância sabes as sa-gradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. 2 Timóteo 1.5; 3.15

O menino Samuel tornou-se mi-nistro do Senhor (1 Sm 3.21); o menino Jesus ensinou no templo

(Lc 2.46,47); desde a infância, Timóteo conhecia as Escrituras (At 16.1-3; 1 Tm 4.12); Jeremias, quando chamado, se disse uma criança (Jr 1.6). Mas o que eles tinham em comum? A graça de Deus esta-va sobre todos eles (1 Sm 2.26; Jr 1.8,9; Lc 1.52; At 16.1; 1 Tm 4.14).

Ana, a cada ano, tecia uma nova túnica para Samuel, o qual crescia em estatura e favor diante de Deus e dos homens (1 Sm 2.26); Maria guardava no coração as palavras: “Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc 2.49); Eunice enviou Timóteo como evangelista (At 16. 1-5; 2 Tm 2.1).

As Anas, Marias e Eunices de hoje são as mães dos pastores na igreja. Muitas delas, já idosas, cedo deixaram ir seus filhos, para que se formassem ministros da Palavra de Deus. São mães que oram fervorosamente, como Ana; que servem humildemente, como Maria; e que educam seus filhos na Palavra de Deus, como Eunice. São mães que zelam para que seus filhos não cres-

çam apenas em estatura, mas também em sabedoria e graça diante do Senhor e dos homens. Dentre esses, muitos são arregi-mentados para o bom combate da pregação do Evangelho (2 Tm 2.3,4).

As famílias piedosas são o melhor seminá-rio. Pois um “seminário” nada mais é do que uma “sementeira” ou canteiro, onde se depo-sitam sementes ou se preparam mudas.

Os primeiros professores de teologia, temos em nossa própria casa: “desde a infância, sabes as sagradas letras” (2 Tm 3.15). Firme alicerce teológico dos pasto-res é a instrução de suas mães (Pv 1.8). Pois com verdadeira fé no Senhor Jesus, elas cultivam sementes para o Reino de Deus (2 Tm 1.5). As mães de pastores oram para que seus filhos sejam bons soldados de Cristo (1 Sm 2.4; Lc 1.51; 2 Tm 2.3,4), que manejem bem a Palavra da Verdade, que é a espada do Espírito (2 Tm 2.15; Ef 6.17).

Para formar soldados que, na vida e no ministério, usam apenas “as armas da luz” (Rm 13.12), não basta um bom curso de teologia... É preciso de mães que confiam, oram e servem a Deus. Pois, o Senhor dos Exércitos escolhe seus soldados muito cedo: antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses

da madre, te consagrei, e te constituí por profeta às nações (Jr 1.5).

Quando os filhos partem para a missão, as mães cristãs celebram o poder e a vitória do Senhor (1 Sm 2.4; Lc 1.51). Sua esperança está em Deus, e não em poder, nem em rique-zas terrenas (Hb 11.35; 1 Sm 2.5; Lc 1.53). É delas também a oração de Ana: Por este menino orava eu... Pelo que também o trago ao SENHOR, por todos os dias que viver; pois do SENHOR o pedi (1 Sm 1.27,28). E Deus, que amparou a Ana, também não deixa essas mães desamparadas (1 Sm 2.21). São para nós e para elas as palavras de Jesus: eis aí teu filho... eis aí tua mãe (Jo 19.27).

Paulo nos deixa um exemplo de como honrar as mães de pastores na igreja: saudai a Rufo, esse eleito do Senhor e sua mãe, que é também a minha (Rm 16.13).

Se, em nossas congregações, temos mães, especialmente as mais idosas, de pastores servindo ao Senhor em lugares distantes, sejamos nós, para elas, o seu filho e a sua filha. Lembremos que elas são, para nós, Ana, Eunice e Maria.

“Os primeiros professores de teologia, temos em nossa própria casa _ ‘desde a infância, sabes as sagradas letras’ (2 Tm 3.15). Firme alicerce teológico dos pastores é a instrução de suas mães (Pv 1.8). Com verdadeira fé no Senhor Jesus, elas cultivam sementes para o Reino de Deus (2 Tm 1.5).”

Luisivan Vellar Strelow. Pastor, filho de Lili (família Vellar).

Colaborador do ML

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 7

Em foco

Pastor da IELB em Novo Hamburgo, RSColaborador do ML

[email protected]

Marcos Schmidt

Quando os Estados Unidos invadi-ram o Iraque em 2003, busquei na parábola do joio a sabedoria

de Jesus, para dizer que George W. Bush cometia um grande erro. Foi no artigo O joio e a guerra – aqui mesmo, nesta colu-na. Na famosa história, os empregados perguntam ao patrão: “O senhor quer que arranquemos o joio?” A resposta veio logo: “Não, porque quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo” (Mateus 13.29). Sete anos depois, os sol-dados americanos deixam o Iraque e, nas areias do deserto, o trigo queimado junto ao joio – a vida ceifada de 100 mil civis, 13 mil soldados iraquianos, 4.446 soldados americanos e 40 mil feridos. Um rastro de destruição e de incertezas, além da própria expansão terrorista dos extremistas muçul-manos no mundo inteiro, em represália à invasão desse território islâmico.

Vejo algo semelhante acontecendo no âmbito religioso cristão, numa guer-ra entre a moralidade e a imoralidade, a santificação e o pecado. Em meio aos violentos ataques contra as torres das leis morais, o grande perigo é invadir o território do outro com armas humanas

e truculentas. Igual à espada de Pedro que arranca a orelha do soldado, mas que recebe a reprimenda de Jesus: “Você não sabe que, se eu pedisse ajuda ao meu Pai, ele me mandaria agora mesmo doze exércitos de anjos?” (Mateus 26.53). Tais palavras deveriam tranquilizar os seguido-res do Mestre, que, no desejo de defender a vontade divina, podem menosprezar o poder do Evangelho.

A grande missão da Igreja sempre será semear e não ceifar, evangelizar e não mora-lizar. Por isso, a explicação da parábola por aquele que a proferiu: “Quem semeia a boa semente é o Filho do Homem. O terreno é o mundo. A boa semente são as pessoas que pertencem ao Reino; e o joio, as que per-tencem ao Maligno. O inimigo que semeia o joio é o próprio Diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os que fazem a colheita são os anjos” (Mateus 13.37-39). Basta ao discípulo ser a boa semente que germine, cresça e frutifique; e deixar que os anjos separem o joio do trigo e façam a colheita.

Dias atrás, um pastor norte-americano tentou, ele mesmo, separar o joio do trigo. Felizmente, desistiu de queimar exem-plares do Alcorão, o que aumentaria a

intolerância religiosa. No site desta Igreja, afirma-se: “Devemos nos levantar contra o pecado e chamar as pessoas ao arre-pendimento. O aborto é um homicídio. A homossexualidade é um pecado. Devemos chamar essas coisas do que são e anunciar ao mundo a verdadeira mensagem: Jesus é o caminho, a verdade e a vida”. Isto que pregam está na Bíblia e é a mais pura verdade. No entanto, tem um problema: a forma como anunciam transforma o Evangelho em mentira.

“Não, porque quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo” é uma ordem, igual ao “vão por todo o mundo e preguem o Evangelho”. Desobedecer este imperativo é arrancar o trigo em vez de colhê-lo. É semear o ódio no lugar do amor, a injustiça no lugar da justiça, a Lei no lugar do Evangelho. É voltar para casa igual aos soldados que estão saindo do Iraque.

“A grande missão da Igreja sempre será semear

e não ceifar, evangelizar e não moralizar. Por isso, a explicação da parábola por aquele que a proferiu:

“Quem semeia a boa semente é o Filho do

Homem. O terreno é o mundo. A boa semente

são as pessoas que pertencem ao Reino, e o

joio, as que pertencem ao Maligno. O inimigo que

semeia o joio é o próprio Diabo. A colheita é o fim

dos tempos, e os que fazem a colheita são

os anjos.”

Joio, trigo e o Iraque

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Foto: Arquivo Editora Concórdia

8 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Idosos

Fabrício Sobrosa Iung, pastor da IELB em Simões Filho, BA

É tempo... da melhor idade!

Há muito tempo, o cantor sertanejo Sérgio Reis escreveu esta música: “Conheço um velho ditado, que

é de muito tempo dos atrás. Diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não trata um pai. Sentindo o peso dos anos sem poder mais trabalhar, o velho, peão estradeiro, com seu filho foi morar. O rapaz era casado e a mulher deu de implicar. ‘Você manda o velho embora, se não quiser que eu vá.’ E o rapaz, de coração duro, com o velhinho foi falar: ‘Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedir. Hoje aqui da minha casa o senhor tem que sair, leve este couro de boi que eu acabei de curtir pra lhe servir de coberta aonde o senhor dormir’. O pobre velho, calado, pegou o couro e saiu, seu neto de oito anos que aquela cena assistiu correu atrás do avô, seu paletó sacudiu metade daquele couro, chorando ele pe-diu. O velhinho, comovido, pra não ver o neto chorando partiu o couro no meio, e pro netinho foi dando. O menino chegou em casa, seu pai foi lhe perguntando. ‘Pra quê você quer este couro que seu avô ia levando?’ Disse o menino ao pai: ‘um dia vou me casar. O senhor vai ficar velho e comigo vem morar. Pode ser que aconteça de nós não se combinar, essa metade do couro vou dar pro senhor levar”.

No dia 1° de outubro, comemoramos o dia dos idosos. Celebrar este dia significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, ou nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza. Significa valorizar mãos calejadas e rostos enrugados pela experiência de uma vida inteira.

Infelizmente, não é isso o que temos vivido neste mundo. Em nossa sociedade atarefada e sempre atrasada, parece não sobrar mais tempo para ouvirmos e valo-rizarmos aqueles que já vivem na “melhor idade”. Nossos velhos são desprezados, e nós perdemos a chance de aprender com a história viva que eles podem nos ensinar.

Como seria bom se aprendêssemos com os orientais, que cuidam e valorizam muito os idosos e as crianças. Eles sabem que, sem a história que os idosos viveram e sem o futuro que as crianças irão viver, o mundo acabará.

A Bíblia Sagrada nos diz que só há uma forma de alcançarmos um coração sábio: “aprendendo a contar os nossos dias”. Que verdade esplêndida! Quando aprendermos a valorizar cada uma das nossas experiên-

cias, quando aprendermos a viver intensa-mente cada um dos nossos minutos, é que alcançaremos um coração sábio.

Queremos viver intensamente e aca-bamos, muitas vezes, fazendo besteiras; enquanto pouco seria necessário, muito

queremos fazer. Como seria bom se pudés-semos viver intensamente enquanto somos jovens, mas na nossa juventude ainda não aprendemos a contar os nossos dias. E quando por fim alcançamos um coração sábio, já não temos muito vigor.

Que nós, enquanto jovens, possamos valorizar e amar aqueles que já alcançaram um coração sábio. Que nós, antes de lhes dar um pedaço de couro de boi, possamos lhes dar nosso carinho nosso amor e nossa atenção. Que nós possamos valorizar o seu coração sábio e que aprendamos a viver com os nossos avós.

E que, quando alcançarmos nossa ve-lhice, possamos viver intensamente, com leveza de coração, com sabedoria, e com-partilhando com todos nossa vida, nossas histórias. Mostrando a todos, especialmente aos jovens, como é bom alcançar um coração sábio, pois os dias passam, a beleza e a vai-dade ficam para trás, mas as mãos calejadas mostram a verdadeira sabedoria.

Por isso, é tempo de amar, de valorizar e viver de forma completa a melhor idade.

Fabrício Sobrosa Iung

Senhor, que eu aprenda a contar os meus dias e possa alcançar um coração sábio.

Que eu valorize os idosos e que possa mostrar a todos os que nos rodeiam como é bom e

maravilhoso estar dia após dia na tua presença. Amém!

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 9

Adoração e louvor

David Karnopp

As cruzes do temploO que é importante saber sobre o uso da cruz na igreja?

A cruz é o símbolo que mais iden-tifica a presença do cristianismo em todo mundo. Desde o início da

Igreja Cristã, ela foi usada para identificar templos, instituições e cemitérios. É tam-bém costume antigo usá-la como adorno pessoal, pendurada ao pescoço. Hoje, ela continua sendo uma das melhores formas de identificar a presença da fé cristã.

Ao longo da história, foram desenvol-vidos diversos estilos de cruzes. No meu livro A dinâmica do culto cristão (Editora Concórdia), mais precisamente no último capítulo, tem uma parte que fala sobre estilos de cruzes. Neste espaço, vou falar apenas sobre as formas de cruzes mais usadas na IELB.

Alguns evangélicos e pentecostais não admitem qualquer forma de cruz. Alegam que o uso dela é uma adoração a um objeto, o que seria idolatria. Há pessoas que usam a cruz como espécie de amuleto, que serve para proteger contra perigos e até “mau olhado”. A falta de conhecimento sobre o significado e importância da cruz pode levar a distorções.

O Crucifixo É a cruz com o corpo de Cristo

esculpido. Ele enfatiza a natureza humana de Cristo e o seu sacrifício por nós. Um crucifixo sempre nos lembra que Cristo morreu por nós, para que tivéssemos perdão e sal-vação. Porém, ele também lembra que a nossa vida aqui na terra ainda está sob a cruz. Muitos entendem que, após a ressurreição de Jesus, o cristão não tem sofrimentos e que sua vida é sempre alegre, mas a Palavra de Deus condena esta interpretação. Jesus diz que, para ser discípulo dele, é preciso tomar a cruz e carregá-la.

Algumas igrejas até admitem

o uso da cruz, mas apenas a cruz vazia e não o crucifixo. Dizem que o importante é anunciar o Cristo ressurreto. “Nós prega-mos o Cristo crucificado”, diz o apóstolo Paulo (1 Co 1.23). Ao dizer isso, Paulo lembra que a obra salvadora de Cristo culminou com o seu sacrifício na cruz e que, sem ele, não haveria vitória.

No templo, o melhor lugar para o crucifixo é em cima do altar, um pouco à frente da cruz vazia, pois o altar sempre lembra o sacrifício dos animais no Antigo Testamento. Como Cristo é o perfeito Cor-deiro sacrificado por nós, estes sacrifícios não são mais necessários. Lembrando o sacrifício de Jesus por nós, o crucifixo é o ornamento mais importante do altar.

A Cruz Vazia Lembra a ressurreição e a vitória de

Jesus sobre o pecado e a morte. Seu maior propósito é dizer que Cristo vive e que nós, pela fé, viveremos com ele. Ela sempre serve de consolo para o povo de Deus, pois tem nela um símbolo da esperança pela ressurreição.

Dentro da igreja, a cruz vazia deve ficar por trás do altar e sobressaindo acima dele, dando a ideia de que, após a ressurreição, Jesus subiu ao céu. Na frente dela está o crucifixo, geralmente menor. Assim, quem olha de frente para o altar, visualiza o cru-cifixo e lembra que sua caminhada ainda está sob a cruz, mas já pode levantar os olhos e, ao visualizar a cruz vazia, pode estar certo da sua ressurreição e vida eter-na com Jesus no céu.

A Cruz da ProcissãoEm festividades especiais, por ocasião

da entrada dos ministros e dos oficiantes, pode-se usar uma cruz “processional”. Ela é composta de uma cruz pequena, inserida numa haste de metal. Na procissão de en-trada, ela deve ir à frente e sobressair a tudo e a todos, para mostrar que é por causa de Cristo que podemos prestar culto a Deus. É conveniente que o portador da cruz cubra-se com uma sobrepeliz.

A Cruz da IELBA cruz que identifica a IELB é bastante

conhecida em todo Brasil. Ela é um logotipo de uma instituição e não de toda a Igreja Cristã. Sua função é identificar a IELB e não a Igreja Cristã num todo. Assim, é bom que ela esteja em lugares visíveis, como nas fachadas de templos, nas torres, portas e placas das igrejas e em adesivos. Em alguns templos da IELB, ela está afixada atrás do altar, que não é o melhor lugar para ela. Lá, deveria estar a cruz vazia e o crucifixo, que são símbolos litúrgicos universais, os quais pertencem à Igreja Cristã de todos os tempos. O altar e seus ornamentos devem lembrar a obra de Cristo em favor do pecador, enquanto que a cruz da IELB quer apenas identificar uma instituição.

David Karnopp, pastor em Vacaria, RSMembro da Comissão de Culto da IELB

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Foto: Marcelo Kortz

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Fotos: Arquivo Editora Concórdia

10 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Capa

A

A Reforma da Igreja se faz com a pregação da Lei e do Evangelho, porque somente a Lei e o Evangelho produzem o verdadeiro

arrependimento e a verdadeira mudança de vida.

Mensageiro Luterano - Qual o contexto histórico-teológico da Reforma liderada por Martinho Lutero?

Luisivan Velar Strelow - A Reforma da Igreja era um sonho antigo. Bernardo de Claraval (1090-1153) já havia anunciado que, tendo passado a era dos mártires e a dos doutores, viria a era dos reformadores. A falsa segurança dos cristãos, o esfriamento da fé e a acomodação ao mundo ameaçariam a Igreja no fim dos tempos. Os reformadores seriam pregadores do arrependimento, como João Batista.

O clamor pela reforma, na época de Lutero, havia crescido muito. No ano em que Lutero publicou as 95 Teses, terminava um concílio sobre a Reforma da Igreja.

As ordens religiosas também promoviam reformas internas, inclusive a de Lutero. Sua viagem a Roma, em 1510, havia sido para resolver assuntos ligados à reforma da ordem. João Staupitz, superior e responsável pela formação teológica de Lutero, era um reconhecido pregador da Reforma da Igreja e da renovação da piedade monástica. Erasmo de Roterdã e outros humanistas promoviam a Reforma da Igreja pela renovação dos estudos bíblicos e teológicos.

Lutero não se tornou reformador aos denunciar os abusos da Igreja. Ao contrário, a formação de Lutero fez dele um reformador, ou seja, a “descoberta” do Evangelho fez dele o “Reformador”.

Reforma da Igreja

força da Palavraacontece pela

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 11

ML – Qual a mensagem central (e es-tratégica) de Lutero na condução deste movimento reformista?

Strelow - Como reformador, Lutero con-frontou os vendedores de indulgências. Para ele, a humildade e a cruz eram o caminho do cristão. As indulgências, contudo, promoviam o desprezo à verdadeira penitência ou arrepen-dimento cristão.

A Reforma, para Lutero, não era assunto ex-clusivo da alta hierarquia da Igreja, mas de cada pastor no cuidado do rebanho que lhe havia sido confiado. Lutero, desde a chegada a Wittenberg, em 1511, conduziu a Reforma em sua esfera de ação, no mosteiro, na igreja e na universidade.

Em Romanos 12.1, 2, Paulo chama os cris-tãos a não se conformarem ao mundo, mas a deixarem-se transformar pela pregação da Palavra de Deus. Na antiga tradução latina, o texto diz: “reformai-vos pela renovação do vosso pensamento”. O apóstolo repete o “arrependei-vos” da pregação de Jesus e dos apóstolos (Mt 4.17; At 2.38; cf. Mt 3.2). Lutero sempre foi, sob este aspecto, um reformador.

Aos ouvintes na igreja, Lutero pregava contra a piedade, baseado em obras exteriores sem renovação interior;

Aos alunos, na universidade, ensinava que Paulo, na Carta aos Romanos, queria destruir toda confiança em obras e conduzir os homens unicamente à fé em Cristo;

Aos frades agostinianos, ensinava que a teolo-gia da glória busca a justificação por obras, mas que a teologia da cruz busca justificação interior, pela fé em Cristo;

Nas 95 Teses, ensinou a todos que o papa poderia dispensar os cristãos apenas dos castigos impostos pela Igreja, jamais do arrependimento ou da cruz. A teologia das 95 Teses era, deste modo, essencialmente reformatória, pois cha-mava os cristãos da confiança em obras e coisas exteriores, como a compra de indulgências, para a confiança na graça de Deus em Cristo.

ML – Lutero pode ser caracterizado mais como teólogo (pesquisador) ou como pastor (pregador)?

Strelow - No estudo da teologia de Lutero, as 95 Teses foram relegadas a um segundo pla-no. A redescoberta de manuscritos de Lutero, no início do século XX, deu força à tendência de estudar Lutero como um pesquisador bíblico moderno e não como um pregador do arrepen-dimento do final da idade média.

Muitos estudos enfatizaram a nova metodo-logia de interpretação bíblica de Lutero, ou a sua peregrinação intelectual de ruptura com a teologia medieval. Em vista disso, o confronto com os vendedores de indulgências e com as autoridades eclesiásticas teriam servido apenas para afastar Lutero do seu trabalho de pesquisa bíblica e das aulas na universidade.

O centro do debate acadêmico, no século passado, foi ocupado pela questão da gênese ou origem da teologia de Lutero, especialmente em relação à descoberta da doutrina justificação pela fé em Romanos 1.17. A pesquisa sobre-valorizou os textos acadêmicos de Lutero, as anotações que fez sobre os textos bíblicos em preparação para suas aulas, em detrimento das teses e de outros escritos da época. Nestes textos, estariam os vestígios do progresso teológico de Lutero em direção à descoberta que teria feito dele o Reformador.

ML – Como Lutero chegou a compre-ensão da chamada justiça de Deus?

Strelow - Segundo o relato de Lutero, ele começou expondo os Salmos (1513-1514), mas sentiu-se pouco preparado para a tarefa. Em vista disso, concentrou seus esforços no estudo e ensino de Romanos, Gálatas e Hebreus

“A Reforma, para Lutero, não era

assunto exclusivo da alta hierarquia

da Igreja, mas de cada pastor no cuidado do

rebanho que lhe havia sido confiado.

Lutero pregava para reformar a

Igreja na sua esfera de atuação: no

mosteiro, na igreja e na universidade em Wittenberg.”

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Foto: Leandro R. Camaratta

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Capa

(1514-1518), antes de voltar a lecionar sobre os Salmos (1519-1521).

A dificuldade estava no termo justiça de Deus, que Lutero compreendia como a punição de Deus aos pecadores. As palavras: “a justiça de Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito, o justo viverá por fé” (Rm 1.17) estavam lacradas para Lutero, porque ainda interpreta-va o termo justiça de Deus em sentido jurídico (latino) de punição, e não em sentido teológico (hebraico) de misericórdia.

Em sentido jurídico-latino, o termo justiça de Deus significa a justiça com a qual Deus pune os pecadores. Já, em sentido teológico-hebraico, a expressão deve significar a justiça com a qual Deus salva os pecadores, a justiça de Cristo, o Cordeiro de Deus.

A justiça de Deus revelada no Evangelho é a que recebemos de Deus pela fé (justiça pas-siva), não a que Deus exige de nós por meio de obras (justiça ativa). Em outras palavras, o Evangelho não revela a dívida do cristão diante de Deus, mas o presente gratuito de Deus para o cristão.

A justiça de Deus é Cristo, o Cordeiro de Deus, e sua obra redentora. O Evangelho que revela a justiça de Deus é a mesma palavra de absolvição dita ao pecador arrependido na confissão ou penitência. O Evangelho é a promessa de per-dão dos pecados por causa de Cristo, não uma exigência de novas obras de satisfação.

A doutrina medieval colocava as obras huma-nas dentro da justificação, induzindo os cristãos, segundo Lutero, à insegurança quanto à graça de Deus. Os cristãos não eram levados a colocar sua confiança no fundamento firme da graça de Deus e da obra redentora de Cristo, mas nas areias inconstantes das obras humanas.

Na prática penitencial (confessionário), central na vida da Igreja da época, o conforto do Evangelho estava soterrado debaixo do medo de não estar sufi-cientemente arrependido, ou de ter deixado algum pecado de fora da confissão, ou de não ter feito obras suficientes para merecer a vida eterna.

Da prática pastoral, no confessionário e no púlpito, e da prática acadêmica, em suas leituras e aulas, Lutero descobriu a importância de dis-tinguir corretamente entre Lei e Evangelho.

ML – Qual a importância da correta distinção entre Lei e Evangelho?

Strelow - Lutero aprendeu a separar a jus-tiça do Evangelho, recebida pela fé, da justiça da Lei, feita de obras.

... a verdadeira Reforma da Igreja é diária. A Reforma da Igreja está em curso em toda casa, igreja e escola onde a Palavra de Cristo é pregada.

Pais e mães, professores, pastores são os verdadeiros reformadores da igreja:

uma família reunida em oração e estudo bíblico, segundo Lutero, é um verdadeiro

concílio reformador da Igreja; um professor contando histórias bíblicas para

seus alunos, ou um pastor ensinando o catecismo, é um verdadeiro papa

reformador da Igreja. Se as autoridades da igreja apenas permitissem a livre pregação do

Evangelho na Igreja [...] também eles se converteriam em verdadeiros pastores

do rebanho de Deus e verdadeiros reformadores [...] Onde o Evangelho é

livremente pregado, a reforma da Igreja está em curso. E novos reformadores são formados continuamente nesses mesmos

lares, escolas e igrejas.

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 13

Em Romanos 1.17, Lutero compreen-deu que toda exigência de obras pertence à Lei e que o Evangelho é o anúncio da graça de Deus aos pecadores. A desco-berta permitiu a Lutero ler Rm 1.17, e toda a Escritura, à luz da distinção entre a palavra da Lei, que ordena e exige obras, e a do Evangelho, que oferece a graça de Deus. Lutero descobriu que a verdadeira contrição não é exercício hu-mano, mas obra de Deus pela pregação da Lei, e que a palavra de perdão dos pecados, ou absolvição, dá ao pecador arrependido o que Cristo obteve por nós na cruz: perdão, vida e salvação.

O morrer diário do velho homem é obra da Lei (obra estranha de Deus, de mortificação) e o nascer diário do novo homem é obra do Evangelho (obra própria de Deus, de vivificação). A jus-tificação pela fé somente significa que o Evangelho somente revela a justiça ou a graça de Deus, em Cristo.

ML – Como aconteceu e acontece ainda hoje a Reforma da Igreja?

Strelow - A Reforma da Igreja se faz com a pregação da Lei e do Evangelho, porque somente a Lei e o Evangelho pro-duzem o verdadeiro arrependimento e a verdadeira mudança de vida.

Em 1539, em um estudo sobre os con-cílios, Lutero escreveu que a verdadeira Reforma da Igreja é diária. A Reforma

da Igreja está em curso em toda casa, igreja e escola onde a palavra de Cristo é pregada. Pais e mães, professores, pas-tores são os verdadeiros reformadores da Igreja: uma família reunida em oração e estudo bíblico, segundo Lutero, é um verdadeiro concílio reformador da Igreja; um professor contando histórias bíblicas para seus alunos, ou um pastor ensinando o catecismo, é um verdadeiro papa refor-mador da igreja.

Se as autoridades da Igreja apenas permitissem a livre pregação do Evangelho na Igreja, disse Lutero em escritos dessa época, também eles se converteriam em verdadeiros pastores do rebanho de Deus e verdadeiros reformadores. Mas a Igreja não tem necessidade, segundo Lutero, de papas, bispos, concílios e outras estruturas que não estejam comprometidas com a pregação diária e livre do Evangelho de Cristo na Igreja.

Onde o Evangelho é livremente pre-gado, a Reforma da Igreja está em curso. E novos reformadores são formados con-tinuamente nesses mesmos lares, escolas e igrejas.

ML – Para Lutero, qual o alcance da Reforma na vida da Igreja?

Strelow - Lutero não queria uma reforma restrita à teologia ou doutrina, como um tema acadêmico, mas uma reforma que fosse verdadeira renovação

Lutero não queria uma reforma restrita à teologia ou doutrina, como

um tema acadêmico, mas uma reforma que fosse verdadeira renovação da vida

cristã. Lutero ensinou os cristãos a colocarem em prática, diariamente, o significado do Batismo, o morrer

diário do velho homem e o renascer diário do novo homem.”

da vida cristã. Lutero ensinou os cristãos a colocarem em prática, diariamente, o significado do Batismo, o morrer diário do velho homem e o renascer diário do novo homem.

Nos Dez Mandamentos, segundo Lu-tero, os cristãos aprendem quais são as obras que devem ser afogadas e mortas com o velho homem e quais são os fru-tos da nova vida que devem florescer na vida diária. Na Santa Ceia, os cristãos aprendem a receber o pão da vida que os transforma em pão para o mundo em suas vocações e afazeres diários. Essa nova vida é fruto da justificação, pois boas obras seguem à fé.

Essa era a reforma da vida cristã que os contemporâneos de Lutero também esperavam. Lutero não convenceu os seus ouvintes a abandonarem o ideal de Reforma da Igreja que tinham, mas ofereceu a eles um firme fundamento para essa reforma, a graça de Deus, em lugar das obras humanas. A doutrina da obra foi substituída pela doutrina da fé no Cordeiro de Deus. Lutero não dei-xou de pregar o arrependimento, mas resgatou para todos nós o Evangelho de Cristo, no qual temos perdão, vida e salvação.

“””

Nilo WachholzEditor

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Arte sobre fotos Arquivo Editora Concórdia

14 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Confessionalidade

Carlos Walter Winterle

Participei, há alguns anos, de uma reunião internacional entre luteranos de diversas linhas teológicas. O tema da reunião era: “O que nos une... e o que nos separa”. As diversas igrejas luteranas, espalhadas pelo mundo, têm em comum a acei-tação da Bíblia Sagrada, os três Credos Ecumênicos (Apostólico, Niceno e Atanasiano), os Catecismos Menor e Maior, de

Martinho Lutero, e a Confissão de Augsburgo, entre outros.Quais são as diferenças? São muitas, mas, em minha opinião, todas podem ser resumidas em um só ponto: a maneira como

interpretamos a Bíblia. Cito na página seguinte dois exemplos.

O mosquito e o camelo

Quando vejo camelos em algumas ruas aqui de Nairóbi,

me lembro desta advertência de Jesus. Quanta

picuinha é discutida nas igrejas, quantos “mosquitos” estão

sendo coados, enquanto os

“camelos”, doutrinas e práticas falsas,

estão invadindo as igrejas, inclusive

as luteranas. Estão “engolindo

camelos”, como é o caso da recente

aceitação do casamento entre

pessoas do mesmo sexo e da ordenação

de pastores (as) homossexuais por parte de algumas

igrejas.

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 15

Carlos Walter Winterle é pastor da IELB em Nairóbi, Quenia.

Aceitou chamado para a Cidade do Cabo, África do Sul.

1Apesar de todos confessarem: “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra”, muitos não aceitam

o relato bíblico da Criação como regis-trado por Deus em Gênesis 1 e 2, e em muitas outras passagens da Escritura, tanto do Antigo como do Novo Testa-mento; apoiam a Teoria da Evolução (que continua sendo uma “teoria” que jamais foi comprovada).

Conversando com um pastor de outra Igreja Luterana, ele me ridicularizou quando eu disse que acreditava no rela-to de Gênesis 1 e 2, assim como estava escrito na Bíblia. Diante das risadas debo-chadas dele, eu disse: “Se eu devo arran-car as primeiras páginas da Bíblia, devo arrancar também os últimos capítulos dos quatro Evangelhos e o capítulo 15 da Primeira Carta aos Coríntios, que tratam da ressurreição de Cristo. Eu também não consigo entender a ressurreição, mas creio nela, assim como creio na criação do mundo, conforme registrado por Deus na Bíblia.”

2Na reunião, eu estava usando uma gravata que havia ganha-do de presente, e nela estava escrita a oração do Pai Nosso

(em inglês). Foi então que uma senhora, doutora em teologia, presente à reunião, e que visivelmente defendia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a orde-nação de pastores (as) homossexuais, a certo momento, no intervalo da reunião, chegou perto de mim e disse: “Eu não gosto desta gravata; eu não gosto desta comercialização da Palavra de Deus, escrita em vestuários, em copos de uso diário, e em outros objetos...” Contra-argumentei dizendo: “Deuteronômio 6. 6-9 diz: ‘Estas palavras que hoje, te orde-no estarão em teu coração... Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.’ Por que não usar a Palavra de Deus numa gravata ou no vestuário como testemunho de minha fé?”

Estas situações me lembram a crítica de Jesus aos fariseus do seu tempo, que defendiam as tradições inventadas pela

Igreja, mesmo que contrárias à Escri-tura. Jesus diz: “Ai de vós, hipócritas... Tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a miseri-córdia e a fé... Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo” (Mateus 23.23-24).

Quando vejo camelos em algumas ruas aqui de Nairóbi, me lembro desta advertência de Jesus. Quanta picuinha é discutida nas igrejas, quantos “mos-quitos” estão sendo coados, enquanto os “camelos”, doutrinas e práticas falsas, estão invadindo as igrejas, inclusive as luteranas. Estão “engolindo camelos”, como é o caso da recente aceitação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da ordenação de pastores (as) homosse-xuais por parte de algumas igrejas.

Por bem, o Conselho Luterano In-ternacional (do qual a IELB faz parte) e algumas igrejas luteranas da África se manifestaram radicalmente contra esta decisão contrária à Palavra de Deus. Te-nho o documento de uma grande Igreja Luterana aqui da África (com mais de quatro milhões de membros), fruto de missão de igrejas européias e norte-americanas, que cortou os laços com as respectivas igrejas-mãe, porque estas tomaram uma decisão favorável ao casa-mento entre pessoas do mesmo sexo e à ordenação de pastores homossexuais. No documento diz que “rejeitamos o vosso apoio, seja ele qual for, e a vossa ajuda financeira... rejeitamos interpretações inapropriadas e falsas da Escritura que procuram justificar a união entre pessoas do mesmo sexo...”.

Queira Deus nos manter firmes e fiéis à Escritura Sagrada e aos seus ensinos, conforme expostos no Livro de Concórdia (As Confissões Luteranas). Saibamos tanto “coar o mosquito” como rejeitar “o camelo”, confiando na graça de nosso Se-nhor Jesus Cristo e mantendo a verdadei-ra unidade entre as igrejas genuinamente fiéis à Palavra de Deus.

Casamento entre primos

O que a Bíblia diz sobre isto? O que a Igreja aconselha? O que a medicina diz sobre isto?Anônima

Primeiramente, agradeço pela sua pergunta.

O casamento entre primos de pri-meiro grau (filhos de irmão ou irmã do pai ou da mãe) é desaconselhado por causa da consanguinidade, pois pode resultar em problemas na formação do feto.

No capítulo 18 do livro de Levíticos, a Bíblia enumera os casamentos proi-bidos. Neste capítulo, porém, não há menção de casamento entre primos.

A medicina apenas adverte para a possibilidade de má formação do feto, mencionada acima.

Sendo assim, em vista do problema que pode acontecer com os filhos de pais primos entre si, a Igreja desacon-selha esta união.

Espero ter ajudado.

Paulo Kerte Jung, pastor emérito da IELB.

Envie a sua pergunta para: [email protected]

Perguntas

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16 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Educação

Autismo, uma realidade também dentro das igrejas

Waldyr Hoffmann

Seguidamente, somos surpreendidos quando, ao estarmos diante de pessoas que aparentemente são normais como qualquer ser humano, percebemos,

que estamos diante de alguém que procede diferente dos “nossos conceitos comportamentais”. Algo que só notamos à medida em que convivemos mais com estas pessoas. Isso pode nos levar a um misto de medo, ou insegurança, por não sabermos como lidar com a situação existente.

Entre estas pessoas diferentes, encontramos os autistas, que configuram também uma realidade dentro das igrejas. Como lidar com eles? Posso tocar neles? Dar-lhes um abra-ço? Ou até mesmo cumprimentá-los?

O que proponho neste artigo é convidar todos a refle-tirem sobre este tema.

O que é autismo? Segundo pesquisas, ainda em estudo, o autismo é uma

deficiência no desenvolvimento mental, que começa a ser observado durante os três primeiros anos de vida da criança. É o resultado de uma desordem neurológica que afeta o funcionamento do cérebro. Muito comum em meninos, sua proporção é de um a cada 110 indivíduos (de acordo com pesquisa realizada nos Estados Unidos). Não tem nada a ver com condição social ou racial. O desenvolvimento nor-mal das áreas do cérebro relacionadas à interação social e habilidades de comunicação é afetado. Podemos observar características nos movimentos corporais repetitivos (balan-ço do corpo, por exemplo), resistência à mudança de rotina, etc. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos para que os autistas não se machuquem.

Há também vários mitos sobre o assunto. Um deles é de que o autista vive (constrói) o seu próprio mundo, não interagindo com as pessoas – como se não se importasse com elas. Isto não é verdade, pois esta atitude é uma decorrência de sua dificuldade em comunicar-se com as outras crianças. Ou seja, não há falta de interesse.

Outro mito é o de que todas as pessoas autistas tenham retardos mentais. Isso também é uma inverdade, pois a desordem neurológica não significa necessariamente um retardo mental. Quando as pessoas rotulam desta maneira, Foto: Arquivo Editora Concórdia

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 17

refletem um total desconhecimento sobre este assunto e, com esta postura, acabam fe-rindo especialmente os pais, ou familiares, que têm um filho ou um familiar autista.

Apesar de todos os avanços científicos e educacionais, ainda são pequenos os avanços sobre como lidar com o autismo. Tudo o que é feito tem o intuito de tornar

a vida deles menos difícil. Lidar com um autista na família é um desafio enorme, mas, ao mesmo tempo, um aprendizado sem igual. Percebe-se o quanto a socieda-de está alheia a este tipo de situação com atitudes das mais diversas possíveis, desde preconceito ou até atitudes de ajuda, mes-mo não sabendo como agir.

Ainda é pequena a solidariedade para com as famílias onde há um autista. A pró-pria família nem sempre está preparada para aquela situação. E isso também se reflete dentro da Igreja, onde se busca por apoiado-res, pessoas sensíveis e solidárias. Entretanto, neste espaço também não é fácil assim.

O apoio necessárioA comunidade é um lugar de refúgio,

onde as pessoas se apoiam mutuamente, pelo menos sob o ângulo teórico. A comuni-dade de fé cristã exercita-se quando somos companheiros uns dos outros, especialmen-te em momentos de dor ou em situações onde há carências afetivas e materiais pre-sente. Esse era o comportamento da Igreja Primitiva que não media esforços para que todos pudessem estar satisfeitos em suas necessidades (Livro de Atos).

O que temos observado é um total des-conhecimento destas necessidades especiais por parte das pessoas (membros), o que se reflete na postura que tomam em relação ao assunto. Uma boa orientação seria as igrejas, em suas prédigas e reflexões, tra-

tarem destes assuntos a fim de informar a comunidade sobre o que é isto. Além disso, deveriam ser aptas a aconselharem sobre como lidar com o autista, diminuindo a distância entre as pessoas envolvidas, for-necendo uma teologia mais humana e pal-pável, inclusive buscando esclarecimentos com a ajuda de profissionais da área. Porém, como isto só acontece, imagino, quando há uma situação real, não sabemos agir com essa situação no momento em que nos de-paramos com ela de forma repentina.

DesafiosUma pergunta que fazemos é: como

integrar o autista à comunidade? Aliás, esta tem sido a tônica das igrejas: integrar o indivíduo ao seu meio. O ponto de parti-da, apesar de ser válido, não corresponde com a real necessidade do autista. Em vez disso, apesar de serem semelhantes as propostas, com o mesmo fim último, a pergunta deveria ser: como integrar a comunidade ao autista? Na prática não é a mesma coisa. A responsabilidade e desafio de integrar são da comunidade como um todo, daí a necessidade de ser instruída (capacitada) em como trabalhar com essa situação, o que é um grande desafio a ser vencido. Caminhando nesta direção, podemos seguir alguns passos:

- Acolher bem, sendo afetuoso ao cumprimentá-los. Aliás, esta é uma caracte-rística do autista: eles gostam de afetos, por mais que imaginemos que eles não compre-endam. Não tenha medo do autista.

- Tratá-los como pessoas comuns. Eles não são ignorantes! E, se for necessário, chamar a atenção, assim como fazemos com qualquer indivíduo que tenha feito algo errado, isto não é problema para eles. Pois precisam dos limi-tes para se integrarem melhor e não serem alvos das críticas ou afastamentos.

- Apoiar-se junto aos pais. Eles têm as orientações feitas por profissionais, e o fazem com o objetivo de ajudar os seus filhos a crescerem. Isto significa que se, em algum momento, tomaram uma atitude mais séria, não significa que não gostem da criança. Só quem vive diariamente com o autista sabe exatamente o que é melhor para ele. Por isso, os pais precisam ser respeitados neste quesito em particular.

- Jamais deixar de convidar, seja para um almoço ou festa de aniversário, temen-do que a criança vá atrapalhar. Esta atitude

Waldir Hoffmann é pastor da IELB em Joinvile, SC, e colaborador do ML

pode configurar falta de solidariedade e amor para com o próximo, o que não é recomendado pelo Senhor Jesus.

- Procurar reconhecer que para que o autista tenha uma qualidade de vida melhor, ele precisa de rotinas. Por isso, tudo o que foge à sua rotina é novidade para ele e, em razão disso, ele pode ter um comportamen-to estranho ao normal. Neste sentido, os limites que foram colocados não podem ser quebrados pelas pessoas que estão na sua volta. Entretanto, o bom-senso nos ajudará a tomar o melhor procedimento com o autista, quando este estiver fora do seu contexto.

- Orar com ele e por ele. O autista, a seu modo, também compreende as ver-dades cristãs.

- Respeitar as diferentes etapas – fí-sica e psicológica do autista – que são as mesmas de outras crianças. Não podemos lidar com um adolescente autista como se ele fosse uma criança.

- Conversar com ele – manter o diá-logo. Ele, do seu modo, irá compreender e corresponder.

- Buscar capacitação junto à profissionais na área psicológica, que darão todas as orien-tações com o objetivo de ajudar o autista a crescer em seu meio e ser amado por todos.

Quem convive com um autista se sur-preende com os pequenos avanços dele. Aceitar a situação é o primeiro grande passo para pais e também para a Igreja, pois esta terá no seu meio alguém muito

especial, que também é amado e perdoado por Deus. Desta forma, com sabedoria, estaremos buscando caminhos para me-lhor levar o Evangelho de Jesus a todos, também aos autistas.

Apesar de todos os avanços científicos e

educacionais, ainda são pequenos os avanços sobre como lidar com o autismo. Tudo o que é feito tem o intuito de tornar a vida deles

menos difícil.

Esta é uma característica do

autista: eles gostam de afetos, por mais

que imaginemos que eles não compreendam. Não tenha medo do autista.

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Educação

18 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Bruno Edgar Ries

Uma das grandes responsabilida-des dos pais, perante Deus e a sociedade, diz respeito à educa-

ção dos filhos. A maioria tem consciência deste papel, e questiona-se, frequente-mente, se está conseguindo realizá-lo de forma plena.

No passado, quando prevalecia a família ampliada (em contraposição à família nuclear atual), essa função era compartilhada por todo o clã: pais, avós, bisavós, tios, irmãos mais velhos, etc. Toda a comunidade familiar cuidava da criança e a ajudava na aprendizagem da vida. A Igreja também participava muito desse processo.

Agora, cabe aos pais, quase exclusi-vamente, a educação dos filhos. Por essa razão, tornou-se difícil a tarefa educativa, particularmente num momento em que o desenvolvimento do conhecimento e a mudança da cultura levam os pais a ques-tionarem seu papel. Hoje, não temos mais a segurança proporcionada por uma tradição para realizar a intervenção educativa.

Neste contexto, surgem muitos ques-tionamentos a respeito: Como posso saber se estou sendo uma boa mãe ou

um bom pai? Como devo agir nesta ou naquela situação? A preocupação maior envolve a saúde física, a saúde mental ou o aprimoramento moral da criança e do adolescente? Que tipo de adulto espero que meu filho venha a ser?

Formação do vínculoUm fato que marca o início do desen-

volvimento infantil é o estabelecimento de vínculo entre pais e filhos. Acreditava-se, no passado, que o vínculo estava formado naturalmente com a gestação. Porém, pesquisas demonstraram que ele se desenvolve com os primeiros contatos entre a mãe e o filho. Os obstetras têm tido o cuidado de favorecer um relaciona-mento afetivo inicial da mãe com o bebê, colocando-o em contato com o corpo dela assim que nasce.

O período após o nascimento constitui o momento mais adequado para a forma-ção do vínculo. Tanto a criança quanto a mãe estão particularmente sensíveis neste momento. Para que o processo se estabeleça, ressaltam-se como aspectos fundamentais o contato físico imediato, e também aquele propiciado pela ama-mentação e outras situações, a interação mãe-filho nos dias subsequentes, bem como a sensibilidade dos pais aos sinais e preferências manifestas pelo bebê.

O estabelecimento do vínculo garante proteção e atenção à criança, e evita maus tratos, abandono e negligência.

Depressão pós-partoA depressão constitui um fato bastante

comum (15 a 20%), que ocorre já na pri-

Desenvolvimento infantil e saúde mental

Para o cristão, é na infância que se educa para a vida

Foto: Arquivo Editora Concórdia

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 19

meira semana após o parto, e tem duração e intensidade variável. Manifesta-se com sintomas de tristeza, choro, desânimo, im-paciência, irritabilidade, comprometendo o relacionamento da mãe com a criança e dificultando a formação do vínculo.

As consequências mais comuns envol-vem: negligência na alimentação e nos cuidados do bebê, maus tratos e sérios prejuízos ao desenvolvimento cognitivo e afetivo. Ao aparecerem esses sintomas, o médico deve ser consultado e a mãe tratada, para não prejudicar o desen-volvimento da criança.

Desenvolvimento sadioEnquanto uma pessoa se desen-

volve, ela aumenta suas capacidades, e torna-se cada vez mais eficiente nas suas relações com o meio físico e social.

Cabe à educação oferecer as condi-ções de um aprimoramento saudável e, ao mesmo tempo, de ampliação progressiva das habilidades e com-petências próprias de um indivíduo crítico, reflexivo, e que manifeste a verdadeira fraternidade, honestidade e responsabilidade oferecidas por uma formação cristã.

Como pais, não podemos ter a expecta-tiva de realizar sonhos frustrados através dos nossos filhos. É fundamental que eles façam suas escolhas com responsabilidade e sigam um caminho próprio.

Questões para reflexãoA educação constitui uma tarefa

complexa e que exige segurança para o seu exercício. A dúvida em relação a como devemos agir numa determinada situação nos aflige a todo o momento. Não se admite nem omissão e nem fuga da responsabilidade.

O renomado psiquiatra brasileiro, Içami Tiba, tem apresentado ideias muito controversas sobre educação, mas que nos levam a questionar sobre a melhor inter-venção para um desenvolvimento sadio de nossos filhos.

Ele afirma que: • Pai e mãe devem seguir o mesmo

“catecismo”. O que um estabeleceu não pode ser alterado unilateralmente pelo

outro. Também o exercício da autoridade exige compartilhamento, e não pode ser desempenhado de forma exclusiva pelo pai ou pela mãe. Posturas contraditórias levam à delinquência.• A responsabilidade maior pela edu-

cação das crianças é dos pais. A família não deve delegar esta função à escola.• O papel da mãe, na educação, é

similar ao do pai. A orientação e firmeza precisam ser efetivadas por ambos. Não

nem a razão de viver dos pais.• A droga representa, talvez, a maior

preocupação dos pais na atualidade. Ela resulta da falta de disciplina, de limites e da super proteção.• Os estudos em sala de aula e a

realização de temas escolares em casa exigem a compreensão da matéria, e não meramente uma decoreba. Também é importante exigir que os filhos deem o máximo de si, e não se limitem à média

exigida para aprovação. A criança que fica na média acaba acumulan-do defasagens anuais que, ao final do ensino fundamental, podem representar quatro ou cinco anos de escolarização perdidos... • Levar o filho à igreja certa-

mente o afastará da cadeia.• Os filhos precisam aprender

a gerenciar seu dinheiro. Mesmo que o orçamento familiar seja folgado, persiste a necessidade desse aprendizado.• Podemos recompensar, oca-

sionalmente, a conduta correta ou um bom desempenho escolar, mas nunca prometer antes algum

presente se ele fizer algo desejado.• As decisões e as regras na família

são de competência dos pais. Submeter-se aos desejos das crianças pode significar a perda de autoridade dos adultos e a do-minação dos filhos.

O que diz a BíbliaO cristão sempre orienta seus atos

pelos preceitos bíblicos. E a Bíblia afirma que é na infância que se educa para a vida; devemos disciplinar as crianças, estabelecer limites e ensinar as normas, não sujeitar-se às vontades delas, bem como devemos corrigir seus comporta-mentos equivocados (Pv 13.24; 22.6 e 15; 29.15; Dt 6.7). O Novo Testamento diz que aos pais é vedado irritar os filhos, e estes lhes devem obediência, (Cl 3.20 e 21); reforça também o papel da discipli-na (Ef 6.4; Hb 12.7-11).

Bruno Edgar Ries é psicólogo e colaborador do ML

A educação constitui uma tarefa complexa e que exige segurança para o

seu exercício. A dúvida em relação ao como devemos

agir numa determinada situação nos aflige a todo o momento. Não se admite nem omissão e nem fuga da

responsabilidade.

cabe à mãe “engolir sapos” do filho, nem tentar argumentar, em momentos em que deve prevalecer a disciplina.• Aos avós compete apoiar a educação

dada pelos pais, e nunca dar palpites ou interferir na educação dos netos.• Educação pode exigir punição, mas

esta exige correspondência com o com-portamento inconveniente da criança. Precisamos ter o cuidado de não premiar a conduta imprópria.• A disciplina e a liberdade com limites

implicam em combinar regras e horários. Devem existir horários para as refeições, para o estudo, para as brincadeiras, TV, computador, etc.• Se um filho apronta alguma das

grandes, o melhor a fazer não é reagir com fúria, mas dizer à criança, ou ado-lescente, que ficou nervoso com o fato, que vai dar um tempo para se acalmar e depois decidir qual o castigo. Neste tem-po, estão suspensas as festas, saídas com amigos, o computador... Depois se volta a conversar. • Filho não é o centro do universo,

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20 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Educação

O cristianismo e a educação

Quando pensamos em educação, fre-quentemente, lembramos a voca-ção da Igreja Cristã para o ensino.

Não é de hoje que cristãos criam e mantêm escolas e Universidades. Lembro isso, por-que ouço algumas pessoas afirmarem que “fé é coisa de gente sem instrução”. Alguns afirmam que quanto menos conhecimento uma pessoa tem, mais ela estará disposta a crer em um deus.

Richard Dawkings, famoso pregador do ateísmo, disse que a falta de informação é que leva as pessoas a recorrerem à fé religiosa. E é interessante como esta afirmativa de Dawk-ings é aceita por muitas pessoas. Lembro da minha juventude, na escola, quando entre os colegas existia a ideia de que os alunos mais espertos eram aqueles que se diziam ateus. E esta mentalidade ainda existe.

Muitas pessoas medíocres pensam ga-nhar um certificado de sabedoria apenas por afirmar que Deus não existe. Afinal, dizem, pessoas inteligentes não podem crer que o mundo foi criado em seis dias; nem que a Bíblia é a Palavra inspirada por Deus e isenta de erros.

A expressão de Marx de que “a Religião é o ópio do povo” continua a ser repetida de peito aberto. Com isso, se insinua que o objetivo da fé é alienar as pessoas e torná-las ignorantes.

Podemos até concordar que o fanatismo religioso e as superstições escravizam e do-

ensino do Evangelho. Os pais eclesiásticos, cedo, introduziram na Igreja o sistema de catequese. Martinho Lutero, ao se defrontar com uma Alemanha de analfabetos, que por isso não podia ler a Bíblia, escreveu um tratado com o título: “Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha, para que criem e mantenham escolas”. E aos pais desmotivados em enviar seus filhos à escola escreve: “Uma prédica para que se mandem os filhos à escola”. Estes escritos estão no volume 5 das Obras Selecionadas de Lutero, em língua portuguesa.

Além disso, gostaria de dividir com os leitores um pouco da história da criação de uma pequena escola. Apenas seis anos após a chegada dos cristãos puritanos a Massachu-

sets, nos Estados Unidos, a Corte Geral daquela colônia aprovou investir algum dinheiro para a criação de uma escola, mas não era suficiente. Foi então que o pastor John Harvard fez uma doação de cerca de 800 libras. Isto era a metade de tudo o que ele tinha. Doou também livros que somavam cerca de 260 títulos – uma verdadeira biblioteca. E o Colégio foi criado em 1636, na vila de New Town. Após a morte do pastor, a escola passou a ser chamada pelo seu nome, e até hoje ela

existe sendo conhecida como Universidade de Harvard (a melhor universidade do mun-do). Sim, a melhor universidade do mundo foi fundada por cristãos, com o objetivo de dar ensino cristão aos jovens.

A própria pedagogia moderna tam-bém mistura a sua história com a história da Igreja. O pai da pedagogia moderna, “Comenius”, era um dedicado pastor que acreditava na educação. No século 17, Comenius escreve Didática Magna, onde defendia que educar era ensinar “tudo a todos”. Lançou assim os pilares do ensino obrigatório, tanto para meninos quanto para meninas, sistematizou a educação e defendeu a criação de escolas atraentes, que incluíssem recreação e o lazer aos alunos.

Olhando para a história da Igreja Cristã, somos convencidos que a afirmação do ateu Richard Dawkings é enganosa. O cristianis-mo não se apoia na ignorância, mas promove e incentiva o ensino e o crescimento.

Conforme o grande amigo de Lutero, Felipe Melanchton: “A ignorância é a maior adversária da fé, e, por isso, ela deve ser combatida”. Esta é a razão pela qual, como Igreja, insistimos em manter escolas cristãs. Está em nosso coração esta vocação pelo ensino, este amor pela educação. Especial-mente a educação que leva aos jovens o conhecimento do Salvador Jesus Cristo.

Igreja e escola – tudo a ver.

Fernando E. Garske, pastor capelão do Colégio Concórdia, São Leopoldo, RS

Fernando E. Garske

“A ignorância é a maior adversária da fé, e, por isso,

ela deve ser combatida”. Esta é a razão pela qual, como Igreja, insistimos em manter escolas cristãs.”

minam. Religiões fanáticas e supersticiosas realmente não combinam e nem querem saber de ensino e conhecimento. Porém, isto não tem nada a ver com a fé cristã. Pois esta, historicamente, tem demonstrado zelo e amor pela educação.

O próprio Jesus deu aos santos apósto-los a ordem de fazer discípulos batizando e ensinando. É claro que aqui se fala do

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Educação Teológica

Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 33

Seminário, escola de profetas

A ssim é conhecido entre nós, cristãos luteranos, o Seminário Concór-dia… É nossa escola de profetas

que, no próximo dia 27 de outubro, com-pletará 107 anos. Já dá para dizer que ele sobrevive há gerações. E sempre cumprin-do sua finalidade – a de formar profetas. Mas, seria esta uma nova profissão, a de ser profeta? E as outras escolas também formam profetas? O que são profetas? E profetas de quem?

Profetas O que são profetas? Dá para dizer que

existe dois significados. No Antigo Testa-mento, o primeiro significado era dizer coi-sas futuras, o que ainda havia de acontecer, ou seja, revelar o futuro – especialmente todos os detalhes a respeito da vinda de Jesus ao mundo. Quando o profeta era chamado por Deus, significava que Deus se revelava a ele, e ele anunciava a profecia recebida. Em Hebreus 1.1, lemos que, no princípio, Deus falou pelos profetas.

Porém, a palavra profeta adquiriu tam-bém um segundo sentido. No Novo Testa-mento, a palavra profeta passou a significar também a pessoa chamada por Deus e que prega o Evangelho, ou seja, que anuncia as boas notícias, a mensagem da salvação em Jesus. A importância não estava na pes-soa, mas na sua função de anunciar Jesus Cristo como Salvador de todos os homens. E sempre que alguém prega Jesus Cristo,

e todas as verdades acerca dele, também estará anunciando profecias e coisas vin-douras. Porque algumas verdades de nossa salvação ainda estão por se cumprir, como a ressurreição dos mortos e a nossa subida para o céu, por exemplo.

Profetas de DeusSeminário, escola de profetas de Deus!

O Seminário é uma escola de profetas de Deus pelo que ele faz. Aos que Deus cha-ma e dá a vocação, o Seminário ensina a pregar o Evangelho com todas as profecias escritas na Bíblia.

Como é importante compreendermos isso! Como é importante as famílias in-centivarem e darem seus filhos a Deus, para serem profetas! Como é importante ouvirmos os profetas! É como ouvir o pró-prio Jesus. Nesta pregação, está a nossa salvação, porque a fé vem pelo ouvir, e o ouvir do Evangelho de Cristo.

Certa vez, um professor de alunos do Se-minário de nossa Igreja, nos Estados Unidos, disse a eles: “se lhes oferecerem a presidência dos Estados Unidos em troca de seu ministé-rio, não aceitem. Ser pastor e profeta de Deus é sumamente mais importante”.

Que grande função tem o Seminário: ser ESCOLA DE PROFETAS!

Benjamin [email protected]

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34 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Quem ama educa!

Nos últimos meses, um assunto ocupou a mídia: o ato de dar uma palmadinha é certo ou errado? Educa ou traumatiza?

O presidente Lula assinou um projeto de lei que modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 18. Pelo novo texto, fica vedado aos pais usar castigos corporais, de qualquer natureza, na educação dos filhos. De acordo com a nova lei, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado Federal, o pai ou mãe que, por exemplo, der uma palmada na mão do filho que insiste em enfiar o dedo na tomada elétrica poderá se sujeitar a penas que variam da advertência à obrigatoriedade de se submeter a acompanhamento psicológico, ou programas de orientação à família.

“A lei confronta o poder familiar, que é direito do pai e da mãe de exercer sua autoridade”, diz a advogada Renata di Pierro, especialista em direito de família.

Revista Veja de 21/07/2010“O novo texto do ECA também não deixa claro como o poder

público vai dimensionar o castigo corporal. Ficará ao critério discricionário de um juiz estabelecer punição para uma palmada leve e para uma palmada que deixe a pele vermelha? Além disso, fica em aberto como será fiscalizado o cumprimento da nova lei. A polícia terá o direito de invadir o lar de um cidadão, como faz na casa de um bandido perigoso, caso receba uma denúncia de que o pai aplicou uma palmada corretiva nos filhos?”

Em resumo, a revista coloca: não é de uma nova lei que de-pendem a felicidade e o futuro das crianças, e sim do bom-senso e equilíbrio dos pais.

Bom-sensoEste é o problema! Falta bom-senso e equilíbrio a muitos pais.

Se assim não fosse, não careceríamos de mais uma lei ensinando-nos a educar nossos filhos. Mas o que mais falta é o bom-senso cristão de educar os seus filhos.

Bom-senso! É exatamente o que Deus espera de um pai que deseja o melhor para os seus filhos. Em Lucas 11.11,12, lemos: “Por acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede um peixe? Ou, se o filho pedir um ovo, vai lhe dar um escorpião?”

O maior mandamento na Escritura é este: “Portanto, amem o Senhor, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças” (Deuteronômio 6.5). Retrocedendo ao versículo 2,

Comportamento

André Luiz Müller

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

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lemos: “Temam o Senhor, nosso Deus, vocês, os seus filhos e os seus netos, e cumpram sempre todos os Mandamentos e Leis que eu lhes estou dando e assim vocês viverão muitos anos.” Seguindo os versículos mais adiante, vemos: “Guardem sempre no co-ração as Leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas Leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levanta-rem” (versos 6 e 7).

A história dos hebreus revela que o pai deveria ser zeloso, maduro, preocupado em instruir seus filhos nos caminhos e na Palavra do Senhor, para seu desenvolvi-mento e bem-estar espiritual. O pai que era obediente aos mandamentos das Escrituras, fazia justamente isso. Este texto nos ensina que é responsabilidade dos pais criar os seus filhos na “disciplina e no temor do Senhor”. Isso nos leva a uma passagem no livro de Provérbios 22.6-11, principalmente no verso 6, que diz: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até o fim da vida não se desviará dele.”

A educação tem como objetivo revelar perante a criança como a vida é, preparan-do-a para o futuro. Iniciar a educação da criança desta forma é de grande importân-cia, para que cresça na direção certa e não se desvie, assim como uma árvore segue a inclinação de seus primeiros anos.

Qual o limite bíblico para a educação?

No Novo Testamento, temos uma clara instrução do Senhor para um pai em rela-ção à educação de seus filhos. Efésios 6.4 diz: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos”.

- O aspecto negativo deste verso indica que um pai não deve fomentar maus senti-mentos em seus filhos, sendo severo, injusto, parcial ou exercitando sua autoridade de for-ma brutal e violenta. Isso só servirá para que o filho alimente rancor em seu coração.

- O aspecto positivo é expresso em uma instrução compreensiva, ou seja, eduque-o, crie-o, desenvolva sua conduta em todos os aspectos da vida pela disciplina e os ensinamentos cristãos. Na tradução Revista

e Atualizada (ARA), este versículo traz a palavra “admoestação”. A palavra “admoes-tação” carrega consigo a ideia de “colocar na mente da criança”, o que é o ato de lembrar a criança de suas faltas de forma construtiva ou de suas responsabilidades, de acordo com seu nível de idade e compreensão.

Somente o pai cristão consegue entender o seu filho na plenitude do “ser”, pois vê nele um militante desde criança. Alguém que foi declarado justo no Batismo pela obra de Cristo na cruz e que agora vive seu processo de santificação, com acertos e fracassos, mas sempre amado por Deus. Por isso, a educação cristã, que auxilia no processo de santificação, é tão necessária ao desenvolvimento da men-te quanto do conhecimento.

O pai cristão é um instrumento na mão de Deus na questão da educação. Ele não deve jamais se apresentar como autoridade final, que determine verdade e dever. Isto simplesmente desenvolve o aspecto humano do “eu”. Somente fazendo com que Deus, em Cristo Jesus, seja o mestre e governante, é possível alcançar os objetivos da educação.

O pai cristão não deve irritar, estressar, exagerar em sua autoridade. Isso é resulta-do de um espírito e métodos equivocados, ou seja, severidade, autoritarismo, dureza, exigências cruéis, restrições desnecessárias e insistência egoísta em relação à auto-ridade. Essas provocações resultarão em reações contrárias, murchando o afeto, criando obstáculos ao desejo por santida-de e fazendo o filho sentir que não pode, de modo algum, agradar a seus pais. Pais cristãos buscam fazer com que a obediên-cia seja algo desejável e alcançável através do amor e gentileza, eles não devem ser agressores tiranos.

Martinho Lutero dizia: “deixe a maçã ao lado da vara e dê a seu filho quando fizer o certo”. A disciplina na educação deve ser exercitada com cuidadosa vigi-lância e constante ensino, com muita ora-ção. Admoestação é castigar, disciplinar e aconselhar pela Palavra de Deus, propor-cionando, à criança, tanto a repreensão pelo erro cometido como o encorajamen-to no perdão e na orientação para fazer certo da próxima vez. A instrução vem do Senhor, e ela é aprendida na escola da experiência cristã, que passa de geração a

geração e é administrada pelos pais. A disciplina cristã é necessária para im-

pedir que a criança cresça sem a reverência a Deus, respeito pela autoridade dos pais, conhecimento da vida cristã e, finalmente, para formar bons cidadãos.

“Pois toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, conde-nar o erro, corrigir as faltas e ensinar a ma-neira certa de viver. E isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações” (2 Timóteo 3.16, 17). Isto é o que diz a Bíblia sobre ser um bom pai. Os meios e métodos que os pais podem usar, a fim de ensinar a verdade de Deus, irão necessariamente variar. Alguns nunca precisarão dar uma palmadinha, outros talvez até mais de duas! Contudo, estas verdades bíblicas sempre devem nortear os pais, para serem aplicadas como principal método pedagógico.

O pai que é fiel em seu papel de modelo para os filhos permite que a criança apren-da, através dele, sobre Deus. Ensinamento este que permanecerá com ele por toda a sua vida, não importando o que faça ou onde vá. Os filhos aprenderão a “amar a Deus de todo o coração, alma e força”, e te-rão o desejo de servir a Deus em tudo o que fizerem. Pois como diz no texto de Lucas 11.13: “Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!”

Quem ama educa! Quem ama a Deus educa com bom-senso e equilíbrio, pre-parando os filhos para esta vida e para vida eterna.

“Não é de uma nova lei que depende a felicidade e o futuro das crianças, e sim do bom-senso e equilíbrio dos pais.” André Luiz Müller, pastor da CELSP, Canoas, RS

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36 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

O que as congregações fazem

Inglês tem foco missionário em Ribeirão Preto

Pela Inclusão digital, Ulbra faz parceria com congregação

Visando ampliar o trabalho com projetos sociais que já estão em andamento, a ULBRA Guaíba firmou parceria com a CEL Cristo para Todos, de Guaíba, RS, oportunizando cursos de inclusão digital para as comu-nidades carentes de Santa Rita, Cohab e Ipê.

Foram instalados 10 computadores nas dependên-cias da igreja, que estarão à disposição da comunidade para a realização de cursos de informática. Nesta par-ceria, a Congregação cedeu as dependências, com a segurança necessária, e passa a coordenar os horários de cursos, fazendo divulgação no bairro – nas escolas públicas onde funciona o EJA (Educação para Jovens e Adultos) e nos trabalhos com grupos de terceira idade. A universidade se compromete com a manutenção técnica, atestados, monitores e formação dos alunos.

A ideia é valorizar o público de baixa renda, pessoas desempregadas ou com dificuldade de locomoção e inclusão social, oferecendo-lhes a oportunidade de serem incluídos na vida social. O projeto é também um ótimo espaço missionário e a proposta é mostrar que a igreja está de portas abertas, em conformidade com o lema da IELB que é levar Cristo Para Todos.

A sala foi inaugurada em 8 de julho, contando com a presença do pastor local, Arsildo Wendler, do pastor capelão, Irmo Wagner (coordenador do Programa ULBRASol/Pastoral ULBRA Guaíba), do presidente da Congregação, Jairo Haas, bem como de líderes de en-tidades sociais dos bairros, organizações da sociedade e membros da Congregação.

Foram abertas três turmas de alunos, sendo uma delas de terceira idade. Na parceria com o curso de Sistemas de Informação do campus, o professor Cesar Loureiro atua como coordenador.

A CEL Cristo Para Todos, de Ri-beirão Preto, SP, iniciou um projeto missionário focado em aulas de língua inglesa. O curso, voltado para adoles-centes, prevê dois encontros semanais e participações regulares dos alunos em eventos da Congregação.

A primeira participação dos alu-nos em um culto aconteceu durante a celebração do Dia dos Pais, em 8 de agosto, quando os alunos apre-sentaram música e textos, em inglês, alusivos a data.

As aulas, dirigidas pela professo-ra Stael Witt Jagnow, são gratuitas e abertas para os adolescentes da Con-gregação e demais interessados. Os dois encontros semanais acontecem na sede da igreja.

O envolvimento dos alunos nas aulas e nas dependências da Congre-gação favorecem um contato melhor com os familiares daqueles que não são membros, favorecendo o foco missionário. Existe também interesse de oferecer um curso para adultos.

Apresentação dos alunos do curso de inglês

Foto: Dieter Joel Jagnow

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 37

ANEL

ANEL debate confessionalidade e competitividade

O 11º Encontro Nacional de Direto-res, Mantenedores e Capelães da Associação Nacional das Escolas

Luteranas (ANEL), aconteceu na Pousada Betânia, em Curitiba, PR, de 24 a 26 de agosto. O tema escolhido para o encontro, Escola Luterana – a organização adminis-trativa a serviço da confessionalidade e competitividade, teve o objetivo de qua-lificar o aspecto confessional das escolas da rede luterana, segundo Nelci Senger, tesoureiro da ANEL. “Queremos que a reflexão em governança corporativa possa valorizar ainda mais o enfoque cristão em nossas escolas”, afirmou. Participaram do evento, representantes de 38 escolas asso-ciadas e o Conselheiro do Distrito Vale do Rio dos Sinos, pastor Arnildo Figur.

PalestrasO destaque do primeiro dia foi a palestra

do consultor Roberto Rinaldi, sobre Gover-nança e Gestão: Boas Práticas para maximizar valor na escola cristã. Rinaldi é fundador e sócio-diretor da ProBusiness, consultoria de desenvolvimento organizacional, centrada na abordagem de processos de negócio.

Segundo o palestrante, o princípio da liderança é servir – quem serve lide-

ra. “Uma escola, na perspectiva cristã, é prioritariamente um serviço à família, em obediência a Deus”, afirmou. Também destacou que é preciso entender o objetivo de uma escola como um ministério e tratar a sua realização como um negócio.

O professor Max Haetinger foi o pa-lestrante do último dia de atividades do encontro, sob o tema Equipes comprometidas com mudanças e resultados. Max abordou a relação do gestor com a equipe, que precisa encontrar formas de comprometer todos em um tempo de grandes desafios. “É importan-te ter gestão participativa, integradora, isso motiva”, afirmou. Ao falar sobre as equipes comprometidas, lembrou que é preciso ter objetividade e metas. “Comprometimento é igual a resultados duradouros”, destacou.

Visitantes

Os pastores Paulo Teixeira e Denis Timm e o sr. Walter Eidam, da Sociedade Bíblica do Brasil, entregaram material de divulgação e falaram dos projetos. Também destacaram o apoio do grupo de pastores, que trabalham na revisão e adequação dos materiais de Educação Cristã, com a coordenação do 1º vice-presidente da IELB, Arnildo Schneider.

O editor da IELB, pastor Nilo Wachholz, Tatiana Sodré – Jornalista, Assessora

de Comunicação da IELB

mostrou aos participantes o troféu Areté 2010, conquistado pela Editora Concórdia, na Bienal do Livro de São Paulo, no dia 19 de agosto. A obra vencedora na categoria Evangelização, Teologia e Prática de Métodos Evangelísticos, foi organizada pelo professor Anselmo Graff.

O Diretor Executivo da Hora Luterana, Paulo Roberto Warth, e o pastor Nilo Figur, Diretor para América Latina e Caribe da Lutheran Hour Ministries, passaram rapida-mente pelo encontro da ANEL. Figur falou da bênção que é ver diretores de escolas e capelães reunidos pelo mesmo objetivo: a educação com enfoque cristão.

O consultor jurídico da ANEL, Dr. Leonel Szubert, esteve no evento para esclarecer dúvidas e dar orientações. Representantes de empresas parceiras da ANEL, vieram divulgar seus produtos e lançamentos. m

Fotos: Tatiana Sodré

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Foto: Leandro R. Camaratta

38 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Frente de missão

O ano de 2009 não sairá tão cedo da memória de Renato José Sucupira da Costa. Muita coisa

aconteceu neste ano… De um futuro in-gressante num seminário católico, hoje ele pensa em ser pastor luterano.

Católico Apostólico Romano, Renato foi catequista de primeira eucaristia e também coordenou um grupo da Pas-toral da Juventude. Desde os 17 anos, sentia forte inclinação a servir a Deus como padre.

Em 2007, foi para um seminário ca-tólico, onde ficou um ano estudando no curso de Filosofia, num instituto para a formação de novos padres. Porém, Renato desistiu deste intuito temporariamente, sentindo-se incapaz de cumprir a missão e prometendo repensar o assunto.

Ele voltou a apostar no desafio de estudar para padre no ano seguinte. Foi chamado para fazer um período de ex-periência para entrar no Mosteiro de São Bento, em Milão, na Itália. Porém, algo

Ex-futuro padre entra para a Igreja Luterana

lhe dizia que aquela vida de reclusão de monge não era para si e, mais uma vez, às portas de ingressar no curso de Teologia para padres, Renato desistiu.

Ele fez ainda mais uma viagem a Belém na derradeira tentativa de ser se-minarista. E ao falar com o padre deixou tudo acertado, de fato entraria para a o Seminário em 2010. Mas aí aconteceu algo que ele não esperava: apaixounou-se por Josélia Bezerra, hoje sua namorada. Então, resolveu que ser padre não era para ele e desistiu definitivamente. Além disso, não concordava com as diretrizes normativas que regem o Código de Direi-to Canônico da Igreja Católica Romana. Outro motivo que teve forte impacto na sua vontade de mudar de Igreja foi a questão da adoração de imagens.

A mudançaRenato já sabia um pouco da história

da Igreja Luterana. Já escutara sobre a coragem que Martinho Lutero teve em

bater de frente com a Igreja Romana e suas doutrinas papistas. E foi em Macapá, AP, onde mora, que conheceu a Igreja Lutera-na, mais precisamente quando foi deixar o carro numa oficina que fica em frente ao templo luterano. Ao ver o templo, avistou também a placa da igreja. Ficou surpreso, pois somente naquele momento soube que a Igreja Luterana está presente no Estado do Amapá. Renato ficou muito interessado em ser membro luterano.

E assim aconteceu. Após conhecer a Igreja Luterana numa ida à oficina, deci-diu que viria assistir a um culto luterano, e sua namorada o acompanhou. Os dois gostaram da IELB porque tem história para contar, preocupa-se com formação de seus pastores e é uma instituição dedicada na promoção da vida, através dos projetos sociais que realiza.

E quem pensa que Renato desistiu da ideia de ingressar no ministério pastoral engana-se. Mesmo durante o período de instrução de adultos, concluído no culto

de Natal de 2009, quando ele e Josélia foram aceitos como lute-ranos, ele manifestou interesse em ir ao seminário luterano para estudar. Essa vontade perma-nece ainda hoje, e ele não vê a hora dos três anos necessários para neófitos ingressarem no Seminário passarem voando, para ele arrumar as malas e ir do Oiapoque ao Chuí, atravessando o país, a fim de começar a estu-dar Teologia. Então, realizará seu sonho de ser um ministro da Palavra de Deus.

Aline Gehm Koller Albrecht, com auxílio do pastor Tiago Albrecht

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 39

Militares

Reação do leitor

Santos & SantosNo Mensageiro Luterano de agos-

to/2010, a Sra. Ieda Clarisse Lang, sugere algo jamais pensado por Lutero e, que, certamente, não teria sua aprovação.

Há duas espécies de santos: os sepa-rados/perdoados por Deus e os criados pelo homem. Na Igreja Católica, o signi-ficado está fundamentado na mitologia greco-romana. Isto é, a partir dos chama-dos heróis da fé, nos primórdios da Igreja Cristã. Eles serviam de exemplo, modelo de fé, pois morriam em defesa dela. O povo buscou na mitologia semelhanças nos deuses e deusas greco-romanos como protetores, patronos e outros, pas-sando de veneração à adoração. Séculos

depois, a Igreja aceitou o fato.Pedro, Paulo e os outros citados no início

do texto não surgiram da mente do povo. Fo-ram santificados pelo Espírito Santo, jamais produzidos por ação humana. O mesmo vale para Martinho Lutero, cujo centro de sua confissão estava única e exclusivamente na fé. Com exceção de Maria, que confessou que a criança em seu ventre é o seu Salva-dor, desconheço a fé que os outros tiveram, alguns sendo lendas. É muito provável que seja fundamentada nas obras, que é doutrina Católica. Ainda que possamos admitir que, talvez, alguns tenham sido santificados pela fé. Porém, acima de tudo, santificação é atributo exclusivo do Espírito Santo.

Daí a querer colocar nomes estranhos em uma comunidade luterana vai mi-lhões de anos-luz. Acho que precisamos cuidar para não cairmos no sincretismo religioso de outras denominações. Diria que divulgar a razão de nossa Igreja ser chamada de Evangélica é uma, e base-ada em 2 Co 5.19: “...a saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. Não vamos “macular” nossa herança luterana por questões que não edificam...

Decio Dalke, Canoas, RS

Militares celebram cultoNo dia 24 de junho, foi celebrado

em Brasília, DF, sob a coordena-ção da Aeronáutica, a Páscoa dos Militares Evangélicos de Brasília. Estiveram presentes militares de todas as forças (Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar). Somente a Marinha não teve a presença de seu capelão, visto que não há capelão evangélico nesta força em Brasília. Um pastor da Marinha, militar da reserva, participou entre os capelães na condução do culto.

Os cantores e músicos foram cha-mados dentre todas as forças. A Banda da Base Aérea de Brasília conduziu o Hino Nacional e o hino final: Um pendão real vos entregou o Rei!

A Igreja Presbiteriana Nacional de Brasília sediou o culto. Seu pastor presidente, Obedes Ferreira da Cunha Júnior, participou na direção da liturgia. Estiveram presentes cerca de 1000 militares.

A coordenação geral do Culto e a

Pregação estiveram por conta do 1º Ten QCOA-PAS, Valdemar Alcindo Arend, também pastor da Congregação Cristo Para Todos, do Guará II, DF. A pregação

apontou para Jesus como o fundamento da verdadeira Paz, e aquele que faz de seus seguidores pacificadores (promotores da Paz).

Foto: Arquivo Editora Concórdia

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40 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

HORA LUTERANA

Povo de Deus com aMensagem de Esperança

Desde 1947 no Brasil, a Hora Luterana, uma tem realizadoinúmeras atividades evangelísticas através de treinamentosevangelísticos, apoio ao evangelismo pessoal, programas de rádio, produção e distribuição de

livretes, devocionários e diversos outros materiais.Todos estão a louvar e agradecer a Deus pelas inúmeras bênçãos recebidas nestes

63 anos, celebrando o em suas congregações.

organização auxliar da IELB,parcerias com as congregações,

convocadosDomingo da Hora Luterana

6363anos

- as atividades da Hora Luterana;- Faça parte do ;

- para esta missão através de depósito em conta corrente em nome deCristo Para Todas as Nações em uma das contas abaixo:

Ag 0450-2C/C 14.271-9

Ore, participe e apoieGrupo dos Evangelistas

Oferte

Bradesco

- Adquira e a literatura e todo o material evangelístico da Hora Luterana.divulgue

Hora Luterana na Internet:horaluterana.org.brblog.horaluterana.org.br5minutoscomjesus.blogspot.comtwitter.com/horaluteranaTambém no Orkut e no Facebook

CD com mensagens fazendo adiferença na vida das pessoas

Na foto, Daisy Fortes ao computador

Daisy Fortes, que é deficiente visual, recebeu de sua amigaJéssica um CD com mensagens de Cinco Minutos comJesus. Daisy é estudante de Tecnologia em Logística.Segundo Daisy, as mensagens de cinco minutos em áudiosão ótimas, pois permitem que as pessoas que têmdificuldades para leitura fortaleçam sua fé mesmo nosmomentos mais difíceis e nas situações mais complicadas.

Literatura salvando vidas!

Na foto Delci Juçara (esq) e Márcia Kracke (dir).

Dona Delci Juçara, mãe de um representante da HoraLuterana, doou para um programa de rádio de tradiçõesgaúchas alguns livretes para serem sorteados entre os

ouvintes. Recebeu uma ligação de uma jovem chorando eagradecendo por ter ganho o livrete “Mães Sozinhas”. Esta

jovem estava grávida e havia tomado a decisão deinterromper a gravidez. Ao ler o livrete, ela mudou de idéia.

Mensagem de Esperança Via Torpedo

Na foto Chayenne A. Lehenbauer - Vila Velha-ES

A jovem Chayenne A. Lehenbauer passavapor momentos de grande angústia e muita

tristeza. Orou a Deus pedindo conforto,consolo e sabedoria. E enquanto orava, Deus

em sua imensa misericórdia, atendeu a oraçãoatravés de uma mensagem da Hora Luterana

que ela recebeu em seu celular. Que dizia: "Tumudaste o meu choro em dança alegre,

afastaste de mim a tristeza e me cercaste dealegria (Sl 30.11)." Além de trazer grande

alento ao meu coração naquele momento, foitambém a mensagem que utilizei

na minha primeira composição musicalem sinal de gratidão a Deus.

LevandooamordeCristo aosencarceradosO livro “Estou Preso e me Visitaste” vem sendo utilizadono trabalho de evangelismo entre os encarcerados e seusfamiliares no Estado de Santa Catarina. Este livrete tem

sido de grande valia para levar o amor e operdão de Jesus Cristo àqueles quecumprem pena e também a seus familiarese visitantes.Na foto, Dr. Éber Marcelo Bündchen entregandolivretes aos presos

Abril é o mês de aniversário da

Hora Luterana

Abril é o mês de aniversário da

Hora Luterana

Banco do BrasilAg 0813-3C/C 14.271-9

Caixa EconômicaAg 0612 - Op. 003C/C 1669-3

Não deixe de colaborar com a Hora Luterana!

Maiores Informações ligue:

(11) 5097-7600

Testemunho

Vou ligar para a casa do Papai do Céu

Testemunho apresentado pelo pastor Carlos Kracke no culto alusivo aos 63 anos da Hora Luterana 2010, na CEL Concórdia, de São Paulo, SP, em agosto último.

Rogério Dezzotti da Silva, criança amada, querida e mimada. Aos oito meses de idade, foi diagnosticado ser portador de um tumor maligno no fígado. Foi internado por oito meses, passou por 18 cirurgias, entre cateter e cirurgias grandes, na tentativa de retirar o tumor. Porém, sem sucesso! Em 2002, foi desen-ganado pelos médicos, com apenas 1 ano e 4 meses de vida.

Passou-se o tempo e, pela misericórdia de Deus, até esquecemos o tumor. E o Rogério cada dia mais forte e lindo. Grata ao Senhor pelo milagre, queria falar do amor de Deus para o pequeno Rogério, e não sabia como fazêr para ele entender, pois uma criança tão pequena, com ape-nas dois aninhos. Então, lembrei-me da Hora Luterana, e daquele telefone que passa mensagens para adultos e crian-ças. Liguei para 5097-7620 e coloquei o Rogério para ouvir.

Ele ficava quietinho e atento até o final da historinha, e assim eu ligava todos os dias até ele aprender a discar sozinho. Com apenas 4 anos, ele dizia que ia ligar para a “casa do Papai do Céu”. Já grandi-nho ouvia as histórias, gostava, tinha fé em Jesus e dizia ao primo e aos amigos da escola para ligarem para a “casa do

Papai do céu” que, todo dia tinha uma historinha linda.

Hoje, a Hora Luterana não recebe mais esta ligação. Pois no dia 5 de fevereiro de 2007, perto de completar 6 anos, Papai de Céu, levou o Rogério. Levou nosso anjo que alegrava nossas vidas e divulgava esta ligação para os amiguinhos. Mas deixou muitas lembranças lindas e hoje cai muitas lágrimas de saudades dos olhos da mamãe Michele e da vovó “Bolinha” (era assim que ele me chamava, pois dizia que eu era baixinha e gordinha). Eu amava esse jeito carinhoso e alegre que ele me chamava.

Em nossos corações, ficou uma pergun-ta: Para que Senhor?

O Senhor poupou a vida dele por quase 5 anos a mais, com uma qualidade de vida maravilhosa, sem nunca mais ter tomado nenhum medicamento. E, de repente o Senhor o chama, dilacerando nosso coração.

O que é que o Senhor quer nos mostrar? É um mistério que só o Senhor sabe.

Ainda em meio a tanta dor, digo de coração: “Deus deu, Deus levou. Louvado seja o nome do Senhor”

Vovó Izilda (vovó Bolinha)

(11) 5097-7600www.cptn.org.br

[email protected]

m

Fotos: Álbum de fam

ília

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 41

Do leitor

Escola DominicalGostaria de cumpri-

mentar o presidente, pastor Egon Kopereck, pelo destaque que dá à atividade da Escola Dominical em sua Men-sagem do Presidente, na edição de setem-bro de 2010. Caso não

dispensarmos cuidados Espirituais (assim mesmo, com “E” maiúsculo) às nossas crianças, estamos, humanamente falando, a apenas uma geração do desapareci-mento da nossa congregação. Graças a Deus, a maioria de nós, (pastores, congregações, pais, mães, avós) está atenta à importância da educação religiosa de nossos filhos e netos. Por isso, a necessidade de se valorizar, e por vezes priorizar, o trabalho da Escola Dominical, colocando-o no orçamento da congregação, forman-do professores fiéis e competentes, e produzindo material religioso que tenha foco Cristocêntrico. Vindo para a Escola Dominical na igreja, os filhos trarão consigo seus pais, avós, amigos, vizinhos...

Acir RaymannSão Leopoldo, RS

São Miguel do Iguaçu

Os artigos publicados no Mensagei-ro de agosto são maravilhosos! Todos edificantes e contextualizados. Porém, o que realmente mexeu com o meu coração foi uma nota com foto, ao pé da página 43: Missão em São Miguel do Iguaçu. Pois, quando vim do Rio Grande do Sul para o Paraná, junto com meus pais, fixamos residência, por pouco tempo, nesta cidade. Isso aconteceu em 1960.

Na época, celebrávamos os cultos em nossa casa, atendidos pelo pastor Armindo Grams, de Capanema. E o Natal daquele ano contou com um modesto,

porém, lindo programa natalino, ensaia-do por mim e minha irmã, Erminda.

Questões familiares nos levaram de lá para Marechal Cândido Rondon, e o ponto de pregação não prosperou.

Me emociono ao saber que, após 50 anos, a nossa Igreja volta a anunciar as Boas Novas da Salvação nesta cidade.

Desejo aos irmãos de São Miguel do Iguaçu ricas bênçãos de Deus, e espero que o sonho de passar para o status de congregação se realize através do vosso trabalho, para o Senhor da Igreja.

Noemi Strelow Reis, Guarapuava, PR

OrnamentosEm primeiro lugar, que-

ro parabenizar o pastor David pelas excelentes e práticas matérias com as quais ele tem colaborado em favor da nossa amável Igreja, através do ML.

Num segundo mo-mento, quero aproveitar a matéria Os ornamentos do culto (ML, Julho/2010, pág. 8), e pe-dir ao pastor David que, se possível, es-creva alguma coisa a respeito de vestes talares. Não como regras irredutíveis, mas como conselho. Pois, em alguns cul-tos festivos, sobretudo de instalações, é comum um ou outro pastor usar estola multicolorida (destoante no meu ponto de vista) e cruzes muito diferentes. O que chama muito a atenção dos parti-cipantes do culto. Em Cristo,

Claudia C. Oliveira – Samambaia, DF

GratidãoQuero agradecer à equipe do

Mensageiro pela publicação do nosso testemunho.

Muitas pessoas já nos parabeniza-ram e estão felizes comigo e o Renato. Deus tem derramado bênçãos em gran-de medida em nossas vidas. Que Deus abençoe o vosso trabalho. Abraços!

Elisa Teske

Parabéns pelo Mensageiro!

Considerando que o Mensagei-ro Luterano, além de ser um meio de comunicação e transmissão do Evangelho, está desenvolvendo um trabalho muito importante valori-zando nossos idosos, gostaria de dar destaque às matérias: Gente da IELB, maio/2010, pág. 36; A terceira idade e o computador, agosto/2010, pág. 21; e Memória cultural, agosto/2010, pág. 40. Refiro-me a essas três porque envolvem a história da senhora Ella

Wadewitz, que aos 96 anos de idade ainda consegue dar um show de exemplo de vida a todos nós.

Há dois anos, o e-mail dela foi divulgado nesta revista pelo seu neto, o pastor Flávio Luis Hörle.

Escrevi um e-mail para a se-nhora Ella e, para minha surpresa, ela respondeu e em inglês. Para mim, tudo bem, ela entende o meu

português e eu me esforço um pouco e entendo o inglês dela. Estamos sempre em contato, inclusive, ela me falou da matéria Memória Cultural que seria publicada no Mensageiro.

Com certeza, temos mais pessoas como a D. Ella, ocultas em algum lugar, que possuem esta memória incrível e tão grande disposição a ponto de acompanhar a tecnologia dos dias atuais.

Gostaria de parabenizar a redação desta revista que, com a colaboração do pastor Carlos Walter Winterle, se propôs a registrar histórias como da D. Ella. Que Deus permita que exem-plos como este envolvam corações e mentes, a fim de que cada vez menos pessoas caiam nos perigos da autopie-dade. Bênçãos de Deus a esta jovem senhora, D. Ella, e a todos os colabo-radores desta revista.

Marli Eleonora Braun CEL São Paulo, de Palotina, PR

Mensageiro Luterano | Setembro 2010 | Nº 9 | ANo 93 5

m

Egon Kopereck

Pastor, presidente da IELB

[email protected]

A vida da Igreja

Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

Setembro é o mês da ESCOLA

DOMINICAL. Em Pv 22.6, o sábio

Salomão diz: “Ensina a criança no caminho

em que deve andar, e, ainda quando for

velho, não se desviará dele”. É na infân-

cia que aprendemos a maior parte das

coisas. Se perdermos essa fase, deixando

de inculcar nelas os valores essenciais, é

difícil mudar mais tarde. Por isso, a Esco-

la Dominical deve receber uma atenção

e um cuidado bem especial em nossas

congregações. Felizes as Comunidades

que têm zelado por este trabalho com

as crianças em seu meio, incentivando

professores e professoras, providenciando

material, oferecendo um lugar adequado

para o trabalho, enfim, colocando entre

as prioridades do seu planejamento o

atendimento aos pequeninos, pois, assim,

podem sonhar com um futuro promissor

em suas Comunidades.

Queridos membros da Igreja, cuidem

bem das crianças; invistam na preparação

dos professores! A Comissão da Escola

Dominical da IELB tem se preocupado

em oferecer sempre, a cada ano, material

de qualidade, bem como em ajudar na

formação e preparação dos professores.

Mensagem do presidente

Os ERPEDs têm acontecido por todas as

regiões do nosso Brasil, e fico feliz, quan-

do ouço o nosso Coordenador do PEM,

pastor Adilson Schünke, falar com alegria

e entusiasmo da participação crescente

dos professores nestes eventos. Quando

a Congregação/Paróquia/Distrito paga

as despesas dos nossos professores, para

eles participarem dos cursos de aperfeiço-

amento, e lhes oferece apoio e as melho-

res condições para desenvolverem o seu

trabalho, não estamos gastando dinheiro,

mas investindo no nosso próprio futuro

como Igreja.

Deus abençoe nossos professores e

professoras. Deus conceda sempre ânimo,

coragem, alegria e força para esta sublime

missão.Deus abençoe as crianças. Participem,

venham e tragam com vocês os vossos pais

para os cultos.

Deus abençoe a todos os pais, que de

forma responsável, consciente e amorosa

trazem seus filhos para a igreja, para a Es-

cola Dominical, depois para a Juventude,

enfim, para dentro da vida da Igreja.

Vida devocional

Também no mês de setembro, acontece

o lançamento dos novos devocionários

Castelo Forte e Cinco Minutos Com Jesus.

Que bênção termos a nossa disposição um

material tão rico, tão acessível e de tão

grande valor para alimentar a nossa fé! O

grande pregador Spurgeon disse: “O altar

da família é uma das melhores e mais anti-

gas instituições no mundo, e abençoada é a

família onde ele existe”. Não deixemos de

adquirir o nosso devocionário, e, por que

não pensar em dar de presente aos nossos

vizinhos, amigos, colegas de trabalho e

amigo secreto (oculto) de final de ano?!

Um devocionário é um excelente meio de

testemunhar nossa fé. Pensemos nisto!

EleiçõesE, por fim, não poderia deixar de trazer

uma palavra também sobre o importante

pleito que está diante de nós. Não deixe-

mos de fazer a nossa parte. Devemos ter

muito cuidado e critério ao escolher os

nossos candidatos – eles estarão a nossa

frente nos próximos quatro anos. Coloque-

mos nas mãos de Deus a decisão do nosso

povo. Depois de eleitos, aceitemos a deci-

são tomada e incluamos, constantemente,

os nossos governantes em nossas orações.

Por vezes, somos muito rápidos em criticar,

mas esquecemos de pedir e buscar a ajuda

e benção de Deus sobre eles.

Aos candidatos, ligados a nossa Igreja,

desejamos as mais ricas bênçãos de Deus,

e rogamos para que do alto obtenham sa-

bedoria, coragem, discernimento e muita

fé, para desempenharem com responsabi-

lidade o seu dever. Também aqui é grande

e profunda a verdade: “Feliz a nação cujo

Deus é o Senhor” (Sl 33.12).

Foto: Rodrigo Abreu/ Arquivo

ERRATA: Diferente do que foi publicado neste espaço, na

edição de agosto, Maripá pertence ao Distrito Sete Quedas.

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Adoração e louvor

Os ornamentos do cultoDavid Karnopp

A casa de Deus é o lugar do culto di-vino. E o culto é o momento onde o Senhor e a sua igreja se encon-tram. É natural que este encontro seja re-alçado pela beleza, dignidade e reverência. Vários fatores podem contribuir para isso. Um deles é a limpeza e a ornamentação da casa de Deus. É desconfortante participar de um culto onde o altar está mal arruma-do, as flores estão murchas, os bancos e o piso estão sujos de poeira. Por outro lado, casa bem arrumada gera alegria e gosto de entrar. Não há regras absolutas, nem grandes limitações para a ornamentação do culto. Da mesma forma, a Bíblia não estabelece regras para essa finalidade. Isso depende muito dos dons e recursos

disponíveis na congregação. Sendo feito de forma discreta e sem extravagâncias, poderá enriquecer o nosso local de culto e será também um convite para permanecer e retornar àquele lugar.

As floresFlores e folhagens são objetos de deco-ração. Elas são uma expressão da beleza criadora e bondade divina. Servem para embelezar e tornar a casa de Deus agra-dável e gloriosa. Assim como levar flores a uma sepultura simboliza respeito, levar flores à casa de Deus demonstra a nossa alegria e reverência a Deus e a sua obra. É importante que sejam naturais e não artificiais; discretas e não chamativas. É também saudável que suas cores não destoem da cor litúrgica da época. É bom cuidar para não transformar o altar em uma “tenda de flores” ao ponto de desviar a atenção ou a visão dele. Em casamentos e cultos de confir-mação, costumam acontecer exageros. Quando colocamos um arranjo de flores sobre uma mesa, a intenção é que o ar-ranjo enfeite a mesa e não o contrário. O lugar adequado para as flores não é exata-mente no altar, mas em um suporte ao seu lado. O altar é a mesa do Senhor, onde é servida a Santa Ceia – estando bem pre-parado, ele também é convidativo para a comunhão.

Após o culto, é aconselhável não dei-xar as flores no altar. Uma boa sugestão é enviá-las a uma pes-soa aniversariante.

As velasNo culto, são usadas velas acesas. Elas nos lembram que a luz é um símbolo de Deus. “Deus é luz e nele não há trevas” (Jo 1.5). Cristo é a Luz do mundo, como ele mesmo disse (Jo 8.12). Ele é “a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1.9). A primeira palavra que veio da boca de Deus durante a criação foi: “haja luz”. Além disso, as velas se consomem pelo fogo. Isso nos lembra de que o Senhor se desfez de tudo e sacrificou-se por amor a nós, a fim de nos redimir do pecado.Velas não custam caro. Portanto, use velas de boa qualidade, pois velas de má qualidade derretem facilmente, e tocos de velas não causam boa impressão. Devem ser verdadeiras, nunca lâmpadas elétricas que imitam velas. No meu livro Dinâmica do Culto Cristão, Editora Concórdia, p. 56 e 57, há várias orientações sobre o uso de velas e castiçais.

Os paramentosParamentos são todos os tecidos que usamos no altar, entre eles, a toalha que cobre toda a mesa, os guardanapos e os antepêndios. A palavra paramento vem do latim, paramentu, que significa adorno, enfeite, preparo. O altar da casa de Deus é adornado e preparado para mostrar que a mesa está pronta para a ceia. Os “antepêndios” são os panos coloridos que usamos no altar, no púlpito da pregação e no púlpito de leitura, que, na verdade, são conhecidos pelo nome geral, “para-mentos”. Eles simbolizam a nossa alegria pelo perdão que recebemos na Ceia e na Palavra. Eles são um alegre convite para a mesa que está pronta.Os desenhos, cores, símbolos e de-corações usados nos altar e nos panos e também em banners e quadros, de alguma forma, querem enfatizar a boa nova da salvação. Vale a pena dispor dos nossos dons e recursos para, da melhor forma, ornamentar a casa de Deus e o seu culto.David Karnopp é pastor em Vacaria, RS.Membro da Comissão de Culto da IELB

“Quando colocamos um arranjo de flores sobre uma mesa, a intenção é que o arranjo enfeite a mesa e não o contrário. O lugar adequado para as flores não é exatamente no altar, mas em um suporte ao seu lado.”

8 Mensageiro Luterano | Julho 2010 | Nº 7 | Ano 93

Foto: Leandro R. Camaratta

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Compartilhando experiências da vida com Deus, para esperarmos com firmeza a vinda de Cristo. Esse foi o lema do Congresso Interdis-trital de Jovens, que aconteceu na cidade de Imperatriz, MA, onde cerca de 240 jovens, dos Distritos Pará Norte e Vale do Tocantins, se reuniram entre os dias 22 e 25 de julho. “Um momento muito especial foi quando colocamos em prática o compartilhar destas experiências ‘fora dos muros da nossa igreja’”, comenta o pastor Clóvis Blank. Isso aconteceu nas principais ruas de Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, quando jovens, com muita alegria e embalados por músicas cristãs, falaram do amor de Jesus, entregando folhetos e testemunhando às pessoas que ali estavam. “Foram momentos

inesquecíveis onde semeamos a Palavra. Com certeza, Deus trará os frutos ao seu devido tempo”, completa o pastor.

Dentre as oficinas, uma foi ministrada pelo Estagiário Jonas Roberto Schultz, de Floriano, PI, sobre o tema: Sinais dos tempos, o que representam para nós?

Muitas caravanas viajaram quase 1.000 km para chegar até o local do Congresso, no entanto, todas as programações superaram as dificuldades das distâncias. Algumas caravanas passaram por problemas – foram situações diferentes. “O pessoal de Teresina, PI, pegou carona até a cidade mais próxima na caçamba de uma cami-nhoneta”, lembra o pastor Elton Rost.

Bênçãos de Deus em mais um aniversário

No dia 6 de junho de 2010, a família Helker se reuniu para comemorar os 84 anos de Olga Littig Helker. A vovó Olga, como é mais conhecida, não pode mais ir à Igreja, devido a problemas de saúde, mas é atendida em casa pelo pastor Erildo Mayer, da CEL Concórdia, de Ribeirão do Costa, Afonso Cláudio, ES. Lembrando que esta vovó também é membro fundador desta Congregação.

O momento devocional foi dirigido pelo seu genro, o pastor Paulo Roberto Hackbart, da PEL Redentor de Vitória, ES. Todos os familiares louvam a Deus porque, apesar dos problemas de saúde, a vovó Olga sempre foi um exemplo de fé, e isso ela soube transmitir muito bem para seus oito filhos. O tema da devoção foi: O temor do Senhor é fonte de sabedoria (Pv 9.10).

Notícias

42 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Congresso interdistrital de jovens no Maranhão

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 43

O Valor da Vida em DVD

A Congregação Paz, de Cosmópolis, SP, está inovando! O pastor Elton Junges, juntamente com alguns membros, está apresentando o programa O Valor da vida, transmitido pela WEB TV Jaguari – www.tvjaguari.com.br – todas as segundas-feiras, a partir das 19 horas.

A cada episódio, mais internautas de várias partes do Brasil e também do exterior assistem ao programa. Aproveitando a audiência e vi-sando atender um público ainda maior, a partir de março do corrente ano, a Congregação deu mais um passo de ousadia – está gravando e disponibilizando cada programa em DVD com qualidade digital. “Em cada DVD, você encontrará uma mensagem de fé e de vida, orientação de saúde física e emocional por pro-fissionais da saúde, Quiz Bíblico, vídeo musical e oração”, garante o pastor Junges.

As encomendas são feitas pelo e-mail [email protected]. Par-ticipe ao vivo, enviando mensagens, recados e perguntas, e concorra a prêmios, participando do Quiz Bíblico. Assista e divulgue!

Na foto os apresentadores: Alexandre Tetzner, Felipe Junges, pastor Elton Junges e Dra. Marines Chagas Junges.

Falecimento

Faleceu, no dia 7 de junho, aos 81 anos, Elli Edith Guse. Elli era membro da Congregação Sião, da Linha 26 Norte, Ajuricaba, RS, onde, trabalhou como serva dedicada da Igreja. Deixa enlutados os filhos, noras, netos, irmãos e demais parentes e amigos, que foram consolados com as palavras do Sl 4.8: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro”. A cerimônia de sepultamento foi dirigida pelo pastor Marcos Scheunemann.

25 anos em Alvorada

No dia 30 de maio, a CEL Ebenézer, de Alvorada, RS, celebrou culto de louvor e ação de graças pela passagem dos seus 25 anos. “Foi um momento muito abençoado por Deus, onde todos os membros puderam agradecer por tantas bênçãos recebidas no decorrer destes anos”, comenta o pastor local, Valdomiro Meyer Jacobsen.

O momento do culto foi abrilhantado com os talentos das crianças, que fizeram o processional de entrada, do grupo de dança litúrgica Ritmo Gospel, que dançou duas mú-sicas, e do Sr. João Guerreiro, que apresentou uma canção, do Vocal Carpe Diem, de Canoas, da banda Ebenézer, de Gravataí, e do Coral da CEL São Marcos, de Alvorada. Estiveram presentes praticamente todos os pastores que atenderam a Congregação no decorrer da sua história, e a mensagem foi proferida pelo pastor Abílio Dias de Souza. Após o culto, foi servido um almoço e todos puderam ainda assistir a apresentação do cantor gospel, Gilmar Collares, de Porto Alegre.

Culto festivo em Baixo Guandu

No dia 11 de julho, os membros da CEL Cristo Para Todos, de Baixo Guandu, ES, es-tiveram reunidos para festejar os 85 anos da JELB. O culto de aniversário foi conduzido pelos jovens, sendo que oito destes auxiliaram diretamente na liturgia. Foi um momento muito especial, onde jovens e Congregação festejaram as bênçãos de Deus sobre o traba-lho da JELB em todo o Brasil. Cerca de 100 pessoas estiveram presentes no culto.

Profissão de Fé em Campina Grande

No dia 22 de agosto, a Congregação da Fé, de Campina Grande, PB, recebeu mais um membro por Profissão de Fé. “Para a Igreja, é momento de grande alegria ser participante na vida do irmão que confessa Jesus como seu salvador pessoal e crê nas doutrinas bíbli-cas, conforme o ensino Luterano”, comenta o pastor Holdair José Drefs.

No dia 5 de junho, o casal Vando e Eleônia Schmitz comemorou Bodas de Ouro. Neste mesmo dia, foi realizado um culto especial na Congregação São Paulo, de Fraiburgo, SC, em homenagem e lembrança desta data marcante e especial para o casal, na companhia das filhas, genros e netos. O texto base para a mensagem foi 1 Sm 7.12b: “Até aqui nos ajudou o Senhor”.

Bodas de Ouro

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Notícias

44 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Escola Bíblica de férias

Entre os dias 12 e 16 de julho, aconteceu a I Escola Bíblica de Férias, no bairro Piracuama, onde a congregação Ebenézer, de Campo Limpo, SP, realiza um trabalho missionário. O evento contou, diariamente, com a participação de 35 crianças, mesmo sendo uma semana de muita chuva e frio. As crianças ouviram a história dividida em capítulos, aprenderam a contar a maravilhosa história de Jesus, através do livro Sem Palavras e participaram de mini-palestras. Além disso, houve muito louvor. O evento foi apoiado pelas professoras Cida, Débora, Izabel, pelo estudante de teologia Daniel Alves e pelo pastor Héber Fach.

Crescimento anima congregação

Em culto na CEL Martinho Lutero, de Novo Hamburgo, RS, foram recebidos por Profissão de Fé sete pessoas. Destaque especial para Elton E. Grunevald, que após oito anos, retornou à paróquia. Eles se integram ainda mais ao trabalho de levar Cristo para todos, desenvolvido pela Paróquia Cristo, de Estância Velha, RS.

Em 2009, a paróquia recebeu Hilbert Wendler Jr. como pastor. Desde 2002 é atendida pelo pastor Breno C. Thomé, que contou com a ajuda do pastor Vili Redel de 2007 a 2009. Nestes oito anos o trabalho, expe-rimentou crescimento contínuo – o número de membros passou de 338 para 448. O que representa uma média de 4% ao ano. Por isso, no Plane-jamento 2014 está prevista a vinda de mais um pastor para 2012, pois o pastor Breno irá para o rol dos eméritos, após 46 anos de ministério.

Houve dois acontecimentos importantes, no primeiro semestre deste ano, na CEL Trindade de Maripá, PR.

No dia 28 de fevereiro, aconteceu a instalação do novo pastor da Congregação, Gerson Luiz Uhlmann. Este evento contou com a par-ticipação de 300 pessoas. No dia 13 de junho, após culto festivo, foi realizada a cerimônia de inauguração da nova casa pastoral. Depois da cerimônia, que contou com a participação de 200 pessoas, os membros puderam visitar a nova casa e participar de um delicioso churrasco de confraternização. A Congregação está muito feliz e agradecida a Deus por todas as bênçãos derramadas sobre ela.

Novidades em Maripá Mais uma Igreja em Rondônia

Com o auxílio do Grupo Builders For Christ In Brazil, no mês de junho, foi construída mais uma igreja luterana em Rondônia, na Linha 625, no município de Governador Jorge Teixeira. Os cultos eram realizados na casa dos membros pelo pastor Marcio Vorpagel, de Jarú, RO. Durante uma semana, um grupo de americanos, juntamente com voluntários brasileiros, conviveram e ajudaram na construção do novo templo, consagrado no dia 8 de junho, com a participação de mais de 150 pessoas.

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

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Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 45

Falecimentos

Aprouve Deus chamar desta vida para a eternidade Francisco Mo-des, 88 anos. Ele era membro da CEL São Mateus, em Nova Santa Rosa,

PR. O culto fúnebre foi dirigido pelo pastor Marcos Glass.

No dia 28 de novembro de 2007, fa-leceu Lindaura Hell Boni, em Espigão do Oeste, RO. Nascida em 30 de maio de 1952, em Itaguaçu, ES, casou-se com An-tônio G. Boni em 1969. Lindaura foi uma das pioneiras em RO, chegando em Cacoal em 1975, e participava com alegria dos encontros das Servas e dos cultos. Ficam enlutados o seu esposo, filhos, netos e demais parentes e amigos.

Helmuth Ul-mer faleceu no dia 1º de fevereiro, aos 83 anos. Ele nasceu no dia 5 de julho de 1926 em Erechim, RS. Deixa enlutados a esposa,

Madalena Maria, filhos, filhas, noras, netos, bisnetos e a Congregação Bom Pastor, de Campo Erechim, Erebango, RS, da qual era membro. Os familiares e amigos foram consolados pelo pastor Fredolino Mauer, que baseou sua mensagem em Lc 2.29,30: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo,… porque os meus olhos já viram a tua salvação”.

No dia 10 de julho, aos 91 anos, faleceu Edmun-do Rudke. Nasci-do em 11 de maio de 1919, ele deixa enlutados os nove filhos, genros, ne-

tos, bisnetos e irmãos.O sepultamento aconteceu, no dia 10 de julho, no cemi-tério da CEL São Mateus – Linha 15 de Novembro, Santa Rosa, RS. A cerimônia foi realizada pelo pastor Albano Ücker.

Batizado e Confirmação em Panorama

Aconteceu, no dia 22 de agosto, na CEL São João Batista, de Panorama, Rio Bananal, ES, o batizado de Lucas Elias Schaffel. Já no dia 28 de agosto, foi realizada a Confirmação de cinco jovens. O momento contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas. O lema foi: “Vocês sabem que numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto, corram de tal maneira que ganhem o prêmio” (1 Co 9.24). As cerimônias foram oficiadas pelo pastor Silvair Litzkow.

Batismo em Baixo Guandu

No dia 10 de julho, na Congrega-ção Paz, de Barra de Santa Rosa, Baixo Guandu, ES, foi realizado o Batismo de Thamirys Santos Buger e Débora Pinheiro Friedrick. Foi um momento muito especial para os pais, parentes e membros da Con-gregação. O culto foi realizado pelo pastor Gilmar Klippel.

Confirmação em Vitória das Missões

No dia 18 de julho, seis jovens con-fessaram publicamente sua fé. O culto de Confirmação foi realizado na CEL São Paulo, de Vitória das Missões, RS, e contou com a presença de 80 pessoas. A cerimônia foi realizada pelo pastor Éverton Harms.

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Notícias

46 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Nova paróquia em Blumenau

No dia 17 de agosto, foi fundada a Paróquia Cristo, da Vila Itoupava, em conjunto com as congregações Emanuel e São Paulo, todas de Blumenau, SC. Esteve presente o presidente da IELB, pastor Egon Kopereck, que dirigiu o sermão.

Neste mesmo dia, foi realizado também, pelo pastor Osvino Vorpagel, o batizado de Emily Pellens, filha de Edemar e Katiuscia. Cerca de 100 pessoas estiveram presentes no evento.

A APAE não é sopa

A CEL São João Batista, de Guaíba, RS, realizou, no dia 28 de agosto, um belo traba-

lho de dedicação ao próximo. Sob o título A APAE não é sopa, a Congregação organizou um jantar, onde foi servido um buffet de sopas, reunindo cerca de 200 pessoas que compreen-deram as necessidades pelas quais a APAE passa nesta cidade. Foi uma noite descontraída e abrilhantada por shows de músicos e cantores luteranos, e amigos guaibenses.

A bênção dos 90 anos

No dia 18 de maio, na CEL São Marcos, de Curitiba, PR, a Sra. Romilda Jandrey Huf festejou 90 anos, ao lado de dezenas de fami-liares e amigos. Viúva do professor da IELB, Waldemiro Belmiro Huf, e mãe de nove filhos (dois já falecidos), ela tem 25 netos (dois pastores), 24 bisnetos, e uma trineta.

Gerações em Pelotas

Ducila Schmidt Muller – 75 anosNeiva Muller Rusch – 46 anosJislaini Rusch Fouchi – 25 anosJiseli Eduarda Fouchi – 7 anosTodas pertencem à Congregação Cristo,

de Santa Coleta, Pelotas, RS.

72 anos de casamentoNo dia 26 de fevereiro, o casal Alexandre e Erna Grunvald,

93 e 92 anos respectivamente, completou 72 anos de feliz vida matrimonial. Muito agradecidos pelas bênçãos que o Altíssimo derramou sobre eles, os filhos Reinaldo, Wilimar, Vali, Edite, Neldi e Nair dizem: “Graças dou por esta vida, pelo bem que revelou...” Atualmente, residem em São Valentim, RS, e são membros da Congregação São João, de Erechim, RS.

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

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Encontrão de jovens em Barreiras Nos dias 28 e 29 de agosto,

jovens de Luís Eduardo Maga-lhães, Barreiras e Baianópolis, BA, estiveram reunidos na chácara da família Rohloff, promovendo momentos de devoção, reflexão, culto e lazer. “Compartilhando experiências da vida com Deus” (Sl 78.4), também os jovens. “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133.1).

Noite cultural no Distrito Paulista

No dia 4 de setembro, o Distrito Paulista de Jovens teve sua noite cultural. Uma noite onde os jovens do distrito puderam louvar a Deus com seus talentos, através de peças teatrais, músicas inéditas e dança litúrgica. Foi um ótimo momento de comunhão, descontração e muitas risadas. Cerca de 80 pessoas estiveram presentes, entre atores, cantores, dançarinos e espectadores.

No mês de julho, o pas-tor e professor Paulo Pietzs-ch, do Seminário Concórdia, São Leopoldo, RS, esteve em Teresina, PI, visitando a Paróquia Cristo. Para o pastor Elton Rost, que tem seu colega mais próximo a 450 km, em São Luis, MA, foi uma grande satisfação receber esta visita, e notícias da IELB e do Seminário. “Para a Paróquia, também é motivo de alegria quando somos visitados”, comenta o pastor. Juntos os dois visitaram o estagiário Jonas Roberto Schultz, na cidade de Floriano. “Ele está fazendo um belo trabalho de atendimento a luteranos, também em Bom Jesus, Uruçuí e Nova Santa Rosa, e visitas missionárias no hospital de Floriano”, afirma.

A IELB em Teresina

Com diferença de 10 dias, faleceram Olinda e Walter Luby Mauhs. Olinda faleceu no dia 7 de maio, aos 86 anos, e Walter no dia 17, aos 82. No dia 2 de maio, o casal havia completado 51 anos de matrimônio. Deixam com saudades fi-lho, filha, nora, netas, irmãos, cunhados e sobrinhos. O pastor Marcos Schmidt con-duziu as cerimônias de sepultamento em Novo Hamburgo, RS. A família agradece ao bondoso Deus pela bênção do convívio com o casal e pela forma tranquila que os levou ao descanso eterno.

Faleceu aos 78 anos, no dia 2 de agosto, em Pé-rola d’Oeste, PR, Leopoldo Fer-nando Lassig. Leopoldo nasceu no dia 22 de março

de 1932, em Passo Fundo, RS, e desde 1966 residia em Pérola d’Oeste. Deixa en-lutados a esposa, Araci, seis filhos, netos e bisnetos. A cerimônia foi realizada pelo pastor Claudio Renato Bündchen.

Faleceu, no dia 7 de agosto, Lydia Ottile Ditchum, aos 72 anos. Por mais de 25 anos, Lydia se dedicou a servir a Jesus Cris-to e à IELB, como

Agente de Literatura da Congregação Cas-telo Forte, em São Bernardo do Campo, SP. O culto de Ação de Graças ocorreu no dia 29 de agosto na mesma congregação, em que também era fundadora.

Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 47

Falecimentos

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“Eu sei em quem tenho crido”No dia 13 de junho, a CEL da Penha, Rio

de Janeiro, RJ, realizou um culto especial. Primeiro foi batizada a pequena Melissa, filha de Jorge do Nascimento Júnior e de Marcelle Ramos da Rosa do Nascimento. Depois, três adolescentes - Ademar Miguel de Melo Júnior, Bruna Schmidt e Camila Cristina Lima de Melo – confirmaram (pelo rito da Confirmação) a fé cristã recebida quando batizados na infância.

A mensagem proferida pelo pastor Le-onerio Faller, foi sobre o tema “Eu sei em quem tenho crido” (2 Tm 1.12). Enfatizou que, quando bebê, a criança é levada pelos

pais e padrinhos ao Batismo e ela recebe uma fé inconsciente (ela passa a crer no Deus Triúno pela ação do Espírito Santo, porém, ela não sabe em quem crê); com o passar do tempo e, especialmente, na instrução de confirmandos, ela vai aprendendo quem é o Deus Triúno e as doutrinas da fé cristã, podendo então na adolescência consciente-mente confirmar que deseja permanecer na fé recebida no Batismo e servir a este Deus por toda vida.

Ademar, Camila e sua mãe Lucinea co-nheceram a Igreja Luterana através do Proje-to Social Vida da Comunidade da Penha.

Bodas de DiamanteOswaldo e Ivoni Gerda Layher celebraram Bodas de Diamante

no dia 23 de setembro. O casamento, em 1950, teve como lema o Salmo 23. A renovação da bênção matrimonial aconteceu durante culto matutino na Congregação Cruz, de Cruz Alta, RS, no dia 19 de setembro, onde são membros fundadores. Na ocasião, os filhos, Clatyon, Milton e Carmen, os irmãos, cunhados, genros, netos e de-mais familiares e amigos expressaram gratidão junto com o casal. A celebração foi oficiada pelo pastor Fermino Bündchen.

Notícias

48 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Lançado o CD Queremos sempre ouvir _ 105 anos de louvor

Aconteceu no dia 28 de agosto, na CEL São Paulo, de Arroio do Meio, RS, o culto de lançamento do CD “Queremos sempre ouvir - 105 Anos de Louvor”, gravado por grupos da Congregação. Mais de 200 pessoas estiveram presentes prestigiando os seis grupos que se apresentaram, entre Coral, Grupo Vocal, Coral de Crianças, pastores e suas famílias, as duplas Heinz e Nice e pastor Jair e Celene – envolvendo um total de 40 pessoas.

Com o apoio da Congregação, os patrocínios do Departamento Feminino, de duas empresas da cidade e ainda com a parceria da Editora Concórdia, este projeto pôde ser realizado. Logo

após o culto, que teve a presença de autorida-des e convidados, como o prefeito municipal, foi servido um jantar de confraternização no salão da Congregação. “Louvamos a Deus pelos dons que ele nos deu, por esta oportunidade, pelos agora já 106 anos de nossa Comunidade”, agradece o pastor Jair Erstling.

Fotos: Mônica Santos

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Realizado 2009 156.008,62 115.122,69 180.805,86 160.122,67 178.151,84 164.391,96 171.101,24 172.863,80 246.346,83 186.097,41 168.335,23 263.048,34Meta/10 179.765,32 128.692,16 189.639,31 168.286,91 189.936,65 181.386,62 195.542,49 179.720,07 205.766,60 199.802,51 184.583,82 260.898,54Realiz.2010 145.659,30 132.607,53 224.557,49 170.273,78 157.706,27 204.893,26 212.464,13 190.341,07

100.000,00

120.000,00

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280.000,00

Mensageiro Luterano | OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93 49

Indicadores da IELB

Contribuições das Congregações

Silvério Neuenfeldt Vorpagel – instalado, no dia 7 de março de 2010, como pastor na CEL Cristo, de Santa Maria de Jetibá, ES, pelo pastor Heder Frederico Pieper Gumz. Era pastor em Cerejeiras, RO.

Alisson Schröpfer da Silva – ins-talado, no dia 5 de setembro de 2010, como pastor na CEL Santíssima Trindade, de Joaçaba, SC, pelo pastor Dilosani Ou-riques Penning. Era pastor cedido à Igreja Evangélica Reformada em Itararé, SP.

Paulo Luiz Vaz – instalado, no dia 6 de junho de 2010, como pastor na CEL Salvador, de Santa Vitória do Palmar, RS, pelo pastor Ismar Lambrecht Pinz. Era pastor emérito.

Márcio Vanderlei Schneider – instalado, no dia 1º de agosto de 2010, como pastor na CEL Concórdia, de Porto dos Gaúchos, MT, pelo pastor Ilto Celvino Mathias. Era pastor cedido em Canin-deyú, Paraguai.

Marcos Everton Müller – instala-do, no dia 1º de agosto de 2010, como pas-tor na CEL da Paz, de São João d’Aliança, GO, pelo pastor Jaime Paulo Link. Era pastor em Casilla Dos, Paraguai.

Clomerio Carlos Junior Loose – instalado, no dia 15 de agosto de 2010, como pastor na CEL Cristo Redentor, de Buritis, RO, pelo pastor Adalberto José Gross. Era pastor em Nova Brasilândia D’Oeste, RO.

Informações do Assessor da IELB - Pastor Rony Ricardo Marquardt

Valores Válidos para OUTUBRO/2010IEG= 1,5772 POUP= 2,4079 IFAPAI= 3,0594 IFPP= 3,1669

Rentab. [Líquida] (mensal atual) FPP/FAPAI = 0,7540% Poupança = 0,5706

Política de Subsistência Pastoral: Básico:R$ 1.867,00 (retroativo a abril/2010)

Anuênios (cada ano pós formatura)=> (1º ao 15º)=R$ 67,21 e (16º ao 20º)=R$ 33,61

Obs1: Lembramos a ênfase da livre negociação entre congregações e pastores. (Não deveria ser menor que os valores acima indicados)

Renato BauermannTesoureiro da IELB

Atividades deleigos e servas em Joinville

No dia 25 de junho 2005, aconte-ceu o primeiro culto da Congregação Mensageiros de Cristo, em Joinville, SC, na residência de Geraldo Siedschlag! Em 2006, inicia o Departamento de Servas Mensageiros de Cristo, tendo sua primeira reunião no dia 27 de maio, na casa pastoral. Os encontros acontecem nas casas das servas para facilitar a participação. Neste ano, o departamento comemorou quatro anos com culto de Ação de Graças e entrega das sacolinhas, ministrado pelo pastor Daniel César Peplinski.

Nos dias 26 e 27 de junho, realizou-se o 2º Retiro dos Leigos da CEL Men-sageiros de Cristo, de Joinville, SC, no Sítio Gooden Fiche. Os 14 leigos estive-ram reunidos em comunhão e tiveram momentos de devoção, canto e oração para o louvor a Deus. Além disso, pude-ram aprender mais sobre a Palavra de Deus através de palestras e estudos (O Leigo e a Oferta; Trabalho e Compro-metimento com a Igreja; Pornografia e Intimidade) ministrados pelo pastor Daniel César Peplinski. “Os momentos de diversão foram ótimos, e também fomos todos abençoados com um final de semana maravilhoso”, comenta o leigo Patrick Maass Legonde.

Aguarde!

Em dezembro

do Mensageiro Luterano

EDIÇÃO ESPECIAL

Ordenações e Instalações

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50 Mensageiro Luterano |OutubrO 2010 | Nº 10 | ANO 93

Virand

o

a pági

na

50

Do Seminário para fora

Permita que te apresente o Seminário Concórdia que conheço.Que eu fale sobre uma escola centenária, a Escola de

Profetas que existe há 107 anos.São 100 homens que amam seu Salvador, que se preparam para

o ministério.São 100 homens que vêm de todos os recantos do Brasil e, por vezes,

do exterior, que passam a conviver.

São 100 homens: alguns de cabelo curto, outros comprido; cara limpa, barba ou bigode; retraídos, desinibidos, calmos, nervosos.

São homens que enchem de alegria e de vida os prédios deste lindo lugar.

São homens que pregam, cantam, estudam, vivem, choram e riem.Homens que se envolvem nos jogos “Azul x Branco” e para sempre

se mantêm fiéis ao time.Homens que estudam pela manhã na ULBRA e à noite no Seminário:

vivência de mundo; reclusão de mosteiro. Homens que participam de trabalhos voluntários, do grupo de teatro,

dos corais, dos grupos instrumentais, que ajudam.Homens que nos fins de semana estão nas congregações.São instrumentos de Deus.

O Seminário não é um lugar santo onde cabeças estão sempre abai-xadas e mãos dobradas em constante oração.

Nos corredores e janelas dos edifícios não há um silêncio artificial.Aqui há vida, louvor, música sacra, pop e gospel, gritos, conversas,

brincadeiras, mas também meditação, muitas horas de estudo e devoção.Há coisas que são iguais, como em qualquer lugar: o sol brilha nas

paredes do Seminário como faz nas folhas de laranjeira.A chuva molha o campus assim como molha os trigais.

Diversidade aqui? Sim.Quando um toca violino e o outro violão.Quando um escuta música pop e outro estuda o sermão.Quando um trabalha no hospital, outro é garçom ou limpa o jardim.Quando um é responsável por uma missão e outro treme na

primeira devoção.Quando um já tem esposa e filhos e o outro procura coragem

para namorar.

Mas, aqui também se encontra desânimo, tristeza e derrota.Aqui o perdão é buscado e oferecido.Aqui também se deixa o irmão ignorado.Aqui também a saudade e a solidão tomam conta do coração.

União aqui? Sim.Quando 100 alunos cantam vibrantemente: “Digno és, ó Cordeiro,

de todo louvor....”.Quando estes estudantes de teologia dos mais diferentes lugares

oram em conjunto: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome”.

Quando tantos, a cada ano, espalham por todo o país a Boa Nova durante os períodos de estágio, durante suas férias e mais tarde nos primeiros chamados.

Quando Deus perdoa os seus pecados, diariamente.Quando confraternizam entre si e com seus professores e famílias

em encontros formais e informais.Quando esposas dedicadas buscam nas mais diversas funções auxiliar

no sustento para que o seu marido possa tornar-se pastor.Quando esposas, noivas e namoradas dos teologandos estudam e

se preparam.No trabalho abnegado de ASAS (Associação de Amigas do Semi-

nário Concórdia).

Cristo aqui? Sim.No estudo da teologia e no riso franco lá fora.Na palavra que encoraja e consola.Na mensagem dos mestres, que transmite esperança.Nas reuniões fraternas entre professores.No sorriso que compreende.Na luta do professor e aluno pela verdade.No ministério pessoal de irmão para irmão.Nas devoções.Na forma de agir.Nos corações de todos.

O Seminário Concórdia é um lugar bom para se estar, porque Cristo também está aqui. O Seminário Concórdia é um lugar bom para visitar. Você é sempre bem-vindo!

Beatriz C. Warth Raymann, São Leopoldo, RS

m

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Por Everson GassPASTOR EM BLUMENAU/SC

Encarte da Liga deLeigos Luteranos do Brasil

Número 13Outubro de 2010

Amizade: Um ‘laço fraternal’entre o pastor e o leigo!

amigos que encontramos braços fortes que abraçam, que amparam e sustentam, para que se alguém cair, estejamos amparados e possamos continuar no caminho. Pois são incansáveis em recuperar o fraco quan-do vacila. É entre amigos que dispomos de tempo para compartilhar experiências de vida. Experiências da sua vida e da vida dos homens e mulheres de Deus na Escri-tura. É entre amigos que encontramos cora-ções sensíveis que nos ‘amem até mesmo quando nós mesmos não nos amamos; que nos busquem dos nossos falsos refúgios, e sejam capazes de sentir dentro de si as nossas dores’. É entre amigos cristãos que encontramos homens de fé inabalável; que dobram os seus joelhos e levantam mãos santas sem ira e sem brigas (1 Tm 2.8), intercedendo pelo amigo ‘pois muito pode a suplica do justo’ (Tg 5.16). Sábio é o con-selho de Deus pela boca de Salomão: “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão” (Pv 17.17).

Tudo isso pude vivenciar convivendo com meus amigos da Diretoria da LLLB. Pude também sentir e ver, em muitos luga-res que passei, como a Liga de Leigos é chão fértil para o cultivo da amizade entre o pastor e o leigo.

É claro que está amizade está ancora-da na maior de todas as amizades. O ami-go de todos os leigos e pastores: o amigo Jesus. O poeta sacro expressa: “Em Jesus amigo temos... Busca o teu melhor amigo... Cristo é verdadeiro amigo...” E o próprio Jesus dá testemunho disso: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o

“Aprendi o que é a Liga de Leigos Luteranos do Brasil, fazendo par-te desta diretoria”. Foi o que dis-

se em minha manifestação diante do Con-gresso Nacional. O que eu não disse é que aprendi a amar a Liga de Leigos, a valorizar a Liga, a vivenciar o incansável trabalho de braços fortes que são os Leigos quando se reúnem em ligas e nas congregações, a ad-mirar sua dedicação pela igreja, na congre-gação e no lar. Isso aprendi junto a LLLB. Mas o que tem isso de tão especial que mereça destaque e faça com que me ma-nifeste assim? Vou dizer: na liga de leigos se constrói e se cultiva laços de amizade. Amizade entre o leigo e o seu pastor.

E agora me detenho a pensar: que tra-balho bonito pode surgir quando o contexto da igreja e da liga é estabelecido sobre laços de amizade! Que benção se pode desfrutar quando podemos contar com ami-gos de fé e na fé! Pois “há amigo mais che-gado do que um irmão” (Pv 18.24).

É entre amigos que nossos anseios e necessidades encontram eco. É entre ami-gos que encontramos ouvidos atenciosos em momentos de lágrimas; ouvidos toleran-tes e pacientes em nossas fraquezas; ouvi-dos receptivos em nossos risos e sorrisos. É entre amigos com olhos de discernimen-to, que nos vendo em situações de crises, nos fazem lembrar do SENHOR Deus que é a nossa força. É entre amigos que en-contramos aquele que é ‘a boca do mudo’ (Pv 31.8), aquela voz forte que fala por nós quando por nós mesmos não podemos falar; que nos chamem de volta quando perdemos o caminho, e se atrevam a pro-nunciar palavras de perdão mesmo quando não estamos dispostos a ouvi-los. É entre

servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer”(Jo 15.13-15).

Leigos, busquem no seu pastor o con-dutor espiritual, o confessor dos momentos de angústia e felicidade, o cuidador de vos-sas almas e encontrarão um amigo. Pasto-res, deixem os leigos cuidarem de vocês, compartilhem com eles vossas cargas e alegrias, e encontrarão amigos.

Que trabalho bonito pode surgir quan-do o contexto da igreja e da liga é estabe-lecido sobre laços de amizade. Obrigado, leigos da (ex) Diretoria e pastor Wanderley M. Lange, amigos para todas as horas. Obrigado, leigos e pastores de todo Brasil, pela amizade cultivada. Do SENHOR temos força, para sermos amigos.

“Sacerdotes do Rei Jesus”

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RELATÓRIO FINANCEIRO - OUT/2007 A 10/SET/2010

“Passou-se três anos desta direto-ria a frente da LLLB. Foram três anos de alegria, onde tivemos a oportunidade de compartilhar experiências e estudos para a edificação do Reino de Deus. Estivemos presentes, sempre que pos-sível, nos congressos distritais para le-var ânimo aos congressistas, a fim de que estejam engajados sempre mais no trabalho da nossa querida IELB.

O nosso trabalho não termina com o término do mandato, pois precisamos sempre incentivar a participação dos nossos leigos. Em alguns momentos, sentimo-nos decepcionados quando

ouvimos que há pouca vontade dos leigos de se engajarem. Mas não desa-nimamos, pois sabemos que, ao seme-armos a semente, Deus se encarrega de produzir os bons frutos. Desejamos que a nova diretoria, que assume após o Congresso Nacional, tenha pleno su-cesso na condução da LLLB”

Que Deus abençoe a todos. Da-mos graças ao SENHOR, nosso Deus por todos os benefícios para conosco. Rogamos ao SENHOR da Igreja que continue fortalecendo nossas fracas mãos para sermos o Braço Forte da IELB. “Somente a ti, ó SENHOR Deus,

a ti somente, e não a nós, seja dada a glória por causa do teu amor e da tua fidelidade”. (Salmo 115.1)

PALAVRA DA (EX) DIRETORIA

Movimento Entradas Saídas Saldo De transporte R$ 1.407,31 Ofertas R$ 43.206,10 R$ 44.613,41

Resgate de aplicação R$ 23.196,07 R$ 67.809,48 Depósito cheques em caixa R$ 620,00 R$ 68.429,48

Venda livro O que ensinam os luteranos R$ 50,00 R$ 68.479,48 Inscrições encontro PDs R$ 300,00 R$ 68.779,48

Ofertas Culto encontro PDs R$ 707,50 R$ 69.486,98

Encontro PDs - participação diretoria 3LB R$ 1.712,00 R$ 71.198,98 Estorno tarifa bancária R$ 23,20 R$ 71.222,18

Deposito ref. Congresso R$ 3.042,00 R$ 74.264,18 Comissão vendas camisetas / Concordia R$ 1.596,00 R$ 75.860,18

Saque da poupança R$ 6,15 R$ 75.866,33

Depósito /congresso R$ 96,00 R$ 75.962,33 Transferência da conta congresso p/ c/c R$ 6.637,31 R$ 82.599,64

R$ 82.599,64 Emissão cheque 26.09.07 R$ 352,57 R$ 82.247,07

DARF R$ 500,00 R$ 81.747,07

Rev. Saymon Gonçalves R$ 3.800,00 R$ 77.947,07 CPMF R$ 25,63 R$ 77.921,44

Viagens R$ 10.767,51 R$ 67.153,93 Despesas bancárias R$ 1.314,40 R$ 65.839,53

Reemb. de despesas R$ 84,00 R$ 65.755,53

Transferência para aplicação R$ 11.534,63 R$ 54.220,90 Declaração - IR / RAIS R$ 490,00 R$ 53.730,90

Nic Br. Manut. R$ 60,00 R$ 53.670,90 Host Hosp. e Serv. para internet R$ 134,00 R$ 53.536,90

Informare Serv. em informatica Ltda. R$ 1.453,30 R$ 52.083,60

Convenção Nacional R$ 682,00 R$ 51.401,60 Encarte ML R$ 18.785,00 R$ 32.616,60

Thalisgraf Artes Graficas - agendas R$ 815,00 R$ 31.801,60 Projeto Timoteo R$ 10.000,00 R$ 21.801,60

Graf & Art R$ 510,00 R$ 21.291,60

Redix Serv. em informatica R$ 210,00 R$ 21.081,60 Hotel - encontro PDs R$ 1.800,00 R$ 19.281,60

Transferência p/ conta congresso R$ 3.396,00 R$ 15.885,60 Papelaria - transparência, tinta, cópias... R$ 294,50 R$ 15.591,10

Despesas c/ telefone R$ 327,32 R$ 15.263,78

Presentes - assinatura ML - camisetas 3LB R$ 109,00 R$ 15.154,78 Deposito em poupança R$ 10,00 R$ 15.144,78

Correios R$ 98,10 R$ 15.046,68 Confecções carteirinhas / Leigos R$ 300,00 R$ 14.746,68

Manutenção nobreak R$ 50,00 R$ 14.696,68

Despesas Reunião – Chapa/Diretoria R$ 150,00 R$ 14.546,68

R$ 81.192,33 R$ 68.052,96 Obs: Dif. R$-75,00 entrou nas ofertas

Composição do saldo: Em caixa R$ 200,00 Banco do Brasil R$ 14.346,68 Soma R$ 14.546,68

Auxílio Subsistência

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“Sacerdotes do Rei Jesus”

Encarte Especial

19° Congresso da LLLBBalneário Camboriú - SC

Estas palavras ditas por um leigo resumem o que foi o 19º Congresso Nacional da Liga de Leigos Luteranos do Brasil; en-tre os dias 26 e 29 de agosto de 2010, em Balneário Camboriú, SC. Foram 725 inscritos que ‘fize-ram’ esse congresso. Sob o tema bíblico: “A alegria do SENHOR é a vossa força”, e com o lema: “Do SENHOR temos força!”, lei-gos de todas as regiões do Brasil esternaram o que se tornou des-taque destes últimos três anos de LLLB: Os leigos são o braço forte da Igreja. Acompanhe a matéria sobre o Congresso.

”Esperava um bom congresso, mas minha expectativa foi superada pelo bom conteúdo das palestras e demais ativida-des e voltei fortalecido na fé e entusiasmado para traba-lhar pela causa da LLLB”.

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Culto e Abertura

Palestras e Preleções

Momentos Devocionais

Everson Gass (pregador), oficiaram o culto. Tendo do pastor local, Ezequiel Blum, a palavra de saudação. “Fracos, porém, fortes” foi o tema do culto e do sermão. Logo após louvarmos a Deus pela bênção deste Congresso Nacio-

Foram duas palestras (conversa-ções). Foram duas preleções (discurso didático). Se bem que na prática, foram quatro momentos de aprendizado prá-tico, bíblico e confessional. Dois leigos e dois pastores: Sr. Augusto Frederico Kirchhein e Sr. Frederico da Silva Reis. Pastor Flavio Luis Hoerlle e pastor Tho-mas Heimann. Partindo do lema “Do SENHOR temos força”, nos conduziram em reflexão profunda e edificante.

As palestras tinham como objetivo animarnos como ‘sacerdotes’ a servir a Deus em todos os âmbitos da vida. Fa-lando sobre a vida livre dos cristãos, em família e sociedade, o Sr. Augusto des-tacou os benefícios que esta liberdade nos concede e seus efeitos, lembrou que esta mesma liberdade nos leva a desenvolver um espírito mais crítico e a refletirmos estando abertos a aceitar e respeitar diferentes pontos de vistas, e finalizou destacando que só a Graça salva e nós somos livres para servir.

Já o pastor Flávio abordando ‘uma vida de Fé, esperança e amor’, enfocou a vida do leigo Neemias. Destacou o equilíbrio de Neemias no relacionamen-to com Deus, no relacionamento consi-go mesmo e no relacionamento com as pessoas e a importância de se aprovei-

Um momento devocional marcou o início de cada ma-nhã e tarde. Representantes de quatro distritos, trouxeram um orientação e reflexão para os leigos. Iniciar os trabalhos sob o ouvir atento da Palavra de Deus, sempre traz bên-çãos. O tema dos devocionais partiam do lema do congres-so em relação a vida do Leigo. Do SENHOR temos força... para sermos bons e fiéis maridos... para sermos pais exem-plares... para sermos cidadãos honestos... para sermos cristãos consagrados. Foram momentos sublimes, conforme revelaram os congressistas.

nal e sermos instruídos na Palavra, realizou-se a Cerimônia de Cívica com palavra de diversas autoridades civis e religiosas, e que na palavra do seu presidente, Sr. Eugen Waiduschadt, declarou aberto o 19º Congresso Na-cional da LLLB.

tar as oportunidades que diariamente se apresentam, assim como Neemias o fez reconstruindo não só um muro mas reerguendo um povo. Destacou a necessidade de sairmos da posição de vítimas para sermos o sujeito da própria vida amparando-se sempre na Oração a Deus, tendo Deus como o amigo de todos os momentos. Enfatizou também a necessidade de nos concentrarmos no presente, pois o passado já foi e o futuro ainda não chegou. Finalizou desejando que o exemplo de Neemias inspire a to-dos nossos leigos.

Já as preleções tinham como ob-jetivo promover uma reflexão sobre o ministério pastoral e o sacerdócio uni-versal dos cristãos. O Sr. Frederico, sob o tema “Do SENHOR temos For-ça... para conduzir os leigos” destacou a importância da sintonia entre pastor e leigo nos trabalhos na congregação; da necessidade de despertar lideran-ças e de compartilhar seus conheci-mentos sem permitir que despertem sentimentos de concorrência entre lei-gos e pastores.

O contraponto veio com o pastor Thomas, que falou sobre o tema “Do SENHOR temos Força! ... para cuidar dos cuidadores”. Destacou que cuidar,

é um processo que transforma quem cuida e quem é cuidado, e os pastores que são nossos cuidadores precisam ser cuidados, afinal são homens com tudo o que isso implica. Mencionou ainda a necessidade de se proporcio-nar oportunidades para que o pastor também possa dar atenção a sua fa-mília, para que possa conduzi-la de forma que agrade a Deus. Falou com o coração de um pastor, como filho e neto de pastores.

Através de palmas, sentimos o acolhimento daquilo que foi ministra-do. Muitos registraram, em suas ava-liações, esses momentos de palestras como o ponto alto do Congresso.

Os congressistas ainda esta-vam se acomodando no auditório, quando as 19h, ao cantar do hino do Congresso, deu-se início ao culto de abertura. Os pastores conselheiros, Wanderley Maycon Lange (liturgista) e

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Noites Artísticas e Culturais

Nova Diretoria

Culto e Encerramento

Em duas noites, tive-mos três momentos artístico- culturais. A boa música marcou esses momentos. Dispostos e alegres, o Vocal Masculino da Congregação Cruz, Petrópolis, de Porto Alegre, nos brindou com um repertório de músicas sacras clássicas e contempo-

o cantor Carlos Magrão (luterano por pro-fissão de fé), acompanhado de seu amigo e tecladista ‘Chiquinho’, dedilhando uma gaita, trouxe alegria e emoção ao apre-sentar canções do seu CD Gospel, de do-mínio do povo luterano e de sua autoria. As músicas da tradição gaúcha fecharam o ‘show’.

do auditório, iniciando assim o Culto de Encerramento. Mais de mil pessoas ce-lebraram este culto de adoração e ação de graças, sendo instruído pela Palavra de Deus e orientado pela pregação, na palavra do pastor presidente da IELB, pastor Egon Kopereck, que nos trouxe mensagem de ânimo e força no tema

Para a noite seguinte, es-tavam reservados momentos de louvor e testemunho da fé, com a participação do Coral Paz e do Quarteto Masculino Paz, de Vila Velha, ES. Regi-do com maestria pelo pastor Silvio Ferreira da Silva, com vozes harmoniosas e arranjos

râneas. E quando já nos daríamos por satisfeitos, finalizando a noite do dia 27,

Assim como começamos esse Congresso sob a bênçãos de Deus em culto festivo, não poderia ser diferente seu encerramento. O clima de despe-dida e desejos de reencontrar-se no próximo congresso marcavam a manhã de domingo. Pastores e leigos da (ex)diretoria entraram pelo corredor central

impactantes, mesmo sob o cansaço da viagem, o Coral serviu aos congressistas um ‘cardápio variado’ de músicas cristãs, que enlevou nossos corações e mentes a Deus. Sem dúvida, podemos dizer: A alegria do SENHOR é a nossa força!

do Congresso. Receberam a Santa Ceia 951 pessoas. E sob o olhar atento dos participantes, a nova diretoria foi ins-talada. Sob a bênção araônica o povo de Deus foi despedido. E nos versos do Hino Nacional dos Leigos, cantado com emoção, finalizou-se mais um Congres-so Nacional da LLLB.

Tivemos momentos administrativos: moções, relatórios e a eleição da nova diretoria. E é de Marechal Cândido Rondon, PR a diretoria eleita neste Congresso, que terá o privilégio de cumprir um mandato de 3 anos. Está assim composta, eleita e instalada:

Presidente: Oldemar Rohloff - Vice: Ildo Vorpagel HoffmannSecretário: Rudi Bär – 2º Sec.: Guido HübnerTesoureiro: Winfried Arno Hübner – 2º Tes.: Valdir WeirichPastores Conselheiros: Cleydes Kloss e Emerson Oditer ZielkeConselho Fiscal: Otto Pinz, Sandro Luiz Zastrow e Dulcídio Ademar Kissler Figur.

Almejamos bênçãos, alegria e força que vem do SENHOR.

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Qual sua expectativa...D E P O I M E N T O SCom que certeza...

“Depois de uma viagem cansa-tiva, cheguei ao local do Congresso, Balneário Camboriú. Após um bom banho e uma refeição, refeito o cor-po, na esperança de encontrar velhos amigos e fazer outros. Foi um Con-gresso ótimo, nas devoções, pales-tras e momentos culturais onde me aproximou ainda mais de Deus. Os cultos foram maravilhosos. Que Deus continue abençoando a diretoria que se despede, e a nova, Deus dê força e coragem para enfrentar este novo desafio. Que o bondoso Deus nos permita nos encontremos no próximo Congresso - se for da vontade Dele”.

Harry Valter Von DentzschSanto Ângelo, RS

Com as bençãos divinas, as quais eu agradeço ao nosso Bondoso e Misericordioso Deus, tive a oportuni-dade de participar do 19º Congresso Nacional de Leigos. Que benção é, a participação em um congresso, as emoções manifestadas ao encontrar com os irmãos na fé e pastores de congressos anteriores, são momentos agradáveis e gratificantes, e mais ainda ao conhecer outros irmãos na fé acompanhados de suas esposas, se envolvendo e compartilhando da alegria e satisfação inerentes de um coração cristão. Devo confessar que a expectativa foi deveras emocionante e salutar, tanto para o corpo como para a alma. Aprendemos e adquirimos maior conhecimento teológico através das ótimas e bem estruturadas palestras. Realizei com alegria e satisfa-ção o meu desejo ao me encontrar com o pastor Krieser que me batizou há 62 anos, em o nome do Deus Triúno e naquele momento me tornei cristão e ungido pelo Espírito Santo. Com o meu mais sincero, forte e fraternal abraço, pude reencontrar o pastor Edgard e os sentimentos ali compartilhados foram recíprocos e abençoados por Deus. E como cristãos convictos e ativos devemos viver no dia a dia o nosso Batismo.

Silvio ReinRio de Janeiro, RJ

Como em todos os congressos que fui, entrei neste congresso com a expectativa dum congresso aben-çoado e enriquecedor. Como sempre, não fiquei decepcionado, e acredi-to que todos que participaram deste congresso devem pensar o mesmo. A diretoria está de parabéns pelo belo congresso que organizaram. Volto para casa alegre, contente, fortaleci-do na minha fé Cristã. Foram quatro palestras edificantes, marcantes e extraordinárias. A comunhão com os irmãos foi maravilhosa, e me alegrou muito. Que Deus abençoe sempre a nossa querida LLLB e a nova diretoria eleita. Até 2013 em Rondon!

José JacuniakErechim, RS

Cheguei com mui-to entusiasmo para o meu primeiro congres-so. Saio satisfeito, pois superei todas as minhas expectativas sobre o congresso e pretendo participar dos demais congressos.

Delair Marques do SantosIjuí, RS

Quero parabenizar a todos os organizadores do 19º Congresso Nacional de Leigos, pelo ótimo trabalho desenvolvido, com escolhas de ótimas palestras, ambiente harmonioso entre irmãos e ir-mãs no Salvador Jesus Cristo, belas músicas a se-rem cantadas, com hospedagem e alimentação de primeira. Como é bom participar de eventos des-tes na IELB. Ouvir testemunhos e incentivos para cada vez mais trabalharmos em prol da pregação do Evangelho. Esperamos que em 2013, muitos outros irmãos possam desfrutar destas bênçãos”.

Pastor Jaime Marconi Grieleitow

Guarapuava, PR

Gratidão

Informação

A Diretoria que se despede agradece o apoio e as orações, pelo que foi possível com nossas fracas mãos realizar o trabalho frente a LLLB. Um agradecimento especial as esposas de cada membro da diretoria. Agradecemos aos Presidentes Distritais - seu trabalho é importante e tem valor – Vocês foram nossos parceiros e representantes junto aos Distritos que sempre nos receberam com carinho e solicitude. Quanto a realização do Congresso lembramos com gratidão a Congregação Esperança de Balneário Camboriú, SC que colocou-se a disposição e serviu com alegria para a realização deste Congresso. Ao coral Esperança e aos Levitas – Grupo musical da referida Congregação. Agradecemos também as decoradoras do auditório que com simplicidade e criatividade prepararam o ambiente para o Congresso. E finalmente, nosso agradecimento a Deus, que nos despertou e nos animou, dando forças para dirigir a LLLB. Soli Deo Gloria!

Foi criado um e-mail: [email protected] para os contatos de todas as ligas e pessoas que queiram entrar em contato conosco. Convites, cadastros e demais informações. Estamos a disposição.

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Por Emerson Zielke e Cleydes KlossPASTORES CONSELHEIROS DA LLLB

ardentemente compartilhar a verdade do Evangelho com todos aqueles que ainda não o conheciam. Sua missão era levá-los à compreensão da imensa Graça de Deus que, em seu Filho Jesus Cristo, nos ama, nos perdoa e nos salva, não porque nós o merecemos, mas por sua infinita graça e misericórdia para conos-co (Ef 2.8,9; Tt 3.5). Porém, o apóstolo estava ciente de que tal compreensão só poderia ser alcançada com a inter-venção do Espírito Santo no coração dos seus ouvintes. Por isso, sua oração era para que Deus, o Pai, por meio do seu Espírito Santo, desse a eles poder para que fossem espiritualmente fortes e que, por meio da fé, Cristo vivesse em seus corações. Só assim eles compre-enderiam a real dimensão do seu amor e seriam capazes de responder a este amor (Ef 2.14-18).

Quando pelo poder do Espírito Santo compreendemos em nossos co-rações o que significa o amor de Deus, não há como ficar indiferentes, como disse o apóstolo Paulo “o amor de Cristo nos constrange” (2 Co 5.14), nos domi-na (conforme a NTLH). É dominados por este amor que queremos servir ao nosso

com Cristo e a IgrejaLEIGOS - Um só coração

Foram finalizadas as competições es-portivas entre as diversas ligas de leigos. Foi aprovado continuar a apoiar o projeto de missão em Ciudad del Este, que desen-volve um trabalho junto às crianças de rua e na recuperação de drogados, utilizando para isto cursos de informática, em que a digitação é ensinada com a utilização de textos da Bíblia.

A LLLB foi representada por Ricardo Go-erl e pelo pastor Wanderley Lange, que apre-sentaram trabalho sobre a maneira pela qual a mesma incentiva os leigos brasileiros a traba-

Realizou-se nos dias 7 e 8 de agosto, em Santa Rita, o XX Congresso Nacional da Liga de Leigos Luteranos do Paraguai (Union de Caballeros Luteranos del Pa-raguai). Sob o lema “O chefe da família como sacerdote do lar”, estiveram presen-tes 143 leigos. A palestra/estudo bíblico foi feita pelo pastor Gerardo Wagner, pastor local que mostrou as responsabilidades e deveres do pai em educar e incentivar

a sua família a permanecer firme na fé e na participação nas

atividades da igreja.

lhar por sua igreja. Esteve presente também o presidente da Liga de Leigos da Argentina, Sr. Enrique Helbig.

CONGRESSO NACIONAL NO PARAGUAI

Caros irmãos leigos. Fomos abenço-ados com mais um Congresso da LLLB. Acredito que todos que dele participaram se sentiram motivados e fortalecidos a chegarem em suas Congregações e Li-gas com o propósito de, com suas vidas, tempo e dons, servirem ao Senhor Jesus com alegria.

Este é também o anseio da nova di-retoria da LLLB. Até o Congresso eram sonhos, planos, propostas. Agora, é hora de trabalhar, de construir tudo aquilo que foi planejado sobre o fundamento que é Cristo Jesus (Ef 2.20). A exemplo de Pedro e seus companheiros, é hora de lançar as redes, pois é o Senhor quem está mandando (Lc 5.5). Ele é a nossa motivação, a nossa força, pois, pela fé Ele habita em nossos corações (Ef 3.17), para que nos tornemos “um só coração com ele e a sua Igreja”.

É, fundamentados nesta certeza, que a nova diretoria adotou como seu lema: LEIGOS – um só coração com Cristo e a Igreja. Escolhemos este lema por compreendermos que toda ação vol-tada para o Reino de Deus só se torna verdadeira e eficaz se, em nossos cora-ções, nos sentirmos tocados pela Pala-vra de Deus. Como se sentiram Pedro e seus companheiros quando, depois de uma pescaria em que o mar não estava para peixe, receberam a ordem de Jesus para lançarem suas redes novamente. Se as palavras de Jesus tivessem tocado apenas sua razão, não teriam acatado aquela ordem, mas como elas tocaram seus corações, sentiram-se motivados a obedecê-las e o mesmo aconteceu quan-do Jesus os chamou para serem pesca-dores de homens.

Foi dominado por esta Palavra e por compreender em seu coração o signifi-cado do amor de Deus, que o apóstolo Paulo assumiu seu chamado, desejando

Senhor, aceitando ao seu chamado uni-versal. Pois cada crente foi libertado e chamado para ser um sacerdote no Rei-no do Senhor (Ap 1.5,6).

Por isso, é ao vosso coração, leigo luterano, que dirigimos estas palavras, convocando-o a uma união conosco, a LLLB, no propósito de sermos “um só co-ração com Cristo e a Igreja”. É hora de deixarmos a praia e seguirmos o nosso Mestre na tarefa de pescar mais homens (pessoas) para o Reino de Deus.

E para a concretização deste dese-jo, fazemos nossa a oração do apóstolo Paulo, em Efésios 3.14-18, pedindo a Deus, o Pai, que por meio do seu Espírito Santo, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes, pedindo também para que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês, para que vocês com-preendam a real dimensão do seu amor, dando graças a Deus pelo privilégio de pertencer a sua Igreja, de ser perdoado e salvo em Cristo e de poder oferecer ao serviço do Reino de Deus sua vida, seu tempo, seu dons, seus bens para que o amor de Deus alcance mais corações.

Que Deus nos abençoe!

V O C Ê V I U ?

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CONGRESSO DIGRAcultural e no domingo antes do culto foi debati-do o trabalho dos leigos no distrito. A LLLB foi representada pelo vice-presidente, Sr. Ricardo Goerl, que falou sobre os objetivos da LLLB e incentivou os leigos a serem mais atuantes em suas comunidades, distritos e na IELB.

Estiveram presentes 72 participantes. Foi elei-ta a nova diretoria - Presidente: Joerci Weber; Secretário: Artur Sharczk; Tesoureiro: Vilmar da Silva; Pastor Conselheiro: Alcione Eidam.

Almejamos bênçãos aos leigos e ligas do DIGRA.

Na Comunidade São João de Gravataí, RS, em 31 de julho e 1º de agosto, reuniram-se os leigos do DIGRA para o seu Congresso Distri-tal. O lema foi Leigos Luteranos, ontem, hoje e sempre. E o tema da palestra Leigo Lide-rança Cristã, com base em Êxodo 18. O pa-lestrante, pastor Aurélio Leandro Dall’Onder, instou os leigos a trabalharem em suas co-munidades, pois constituem a liderança da igreja e seu trabalho é de suma importância para o Reino de Deus.

Sábado a noite foi apresentada uma noite

V O C Ê V I U ?

Encarte 3LBPublicação bimestral encartadona Revista Mensageiro Luterano

EDITORPROJETO GRÁFICODIAGRAMAÇÃOE-MAIL

Everson GassLuciano VidalMarcelo A. [email protected]

EXPED IENTE

Congresso de Leigos, com o lema: Com-partilhando experiências da vida com Deus. De manhã, em reunião conjunta de leigos e senhoras, a psicóloga Mona Liza Fuhrmann palestrou sobre Época de Mudanças, abordando o relacionamento dos pais com crianças, adolescentes e jo-vens na área religiosa, e de frequência às atividades da igreja. À tarde, em reunião separada, os leigos debateram a situa-

ção do distrito e resolveram trabalhar para a formação de grupos de leigos em todas as paróquias do Distrito.

Na Comunidade Ebenézer, de Jaraguá

do Sul, SC, em 22 de agosto, com a presen-

ça de 65 participantes, foi realizado mais um

O representante da LLLB falou sobre como os leigos podem ser mais ativos em suas co-munidades e nos distritos. Foi eleita a seguinte diretoria distrital de leigos: Presidente - Ricardo Schmitt Hannes; Vice - Zelindo Silvio Petri; Se-cretário - Nelson Bast; Vice - Valdir Kich; Tesou-reiro - Ivo Schmitz; Vice - Adair Hoffmaister; Pas-tor Conselheiro - Waldyr Hoffmann. Foi prestada uma homenagem ao leigo Alfredo Oestereich, recentemente falecido. A diretoria foi instalada na devoção de encerramento pelo conselheiro distrital, pastor Waldir Sabka.

Deus abençoe as Ligas deste distrito.

reuniões regulares e uma excelente participa-ção. Este trabalho vem sendo estimulado pelos pastores da região, especialmente pelo pastor de Capanema e Pérola do Oeste, PR. Alimen-tados com a Palavra de Deus, fortalecidos com os sacramentos (Batismo e Santa Ceia) e moti-vados pela saudável comunhão com os irmãos, estes leigos são também o braço forte da IELB. A LLLB foi representada no congresso por seu segundo secretário Luiz João Schewinski. Com bênçãos do Altíssimo nos alegramos com esse Distrito.

Realizou-se, em Pérola do Oeste, PR, o congresso Distrital das ligas de Servas e Leigos Luteranos do Distrito Vale do Iguaçu, com a presença de 220 pessoas, sendo 80 homens. Nesta oportunidade, foram eleitas as diretorias das respectivas ligas.

A Liga de Leigos do Distrito esteve inati-va por um período, sendo que em 2009 elegeu uma diretoria provisória e neste ano uma direto-ria para o próximo biênio. Há uma grande mo-bilização de parte dos leigos, notadamente nas paróquias da fronteira com a Argentina, com

Nos dias 26 e 27 de junho em Blumenau, realizou-se o Congresso de Leigos e Servas do Distrito Vale do Itajaí. Com a presença de 120 pessoas, fomos agraciados com duas pales-tras: Fé em Jesus - Amor a Igreja pelo pastor Everson Gass; e Compartilhando Experiências de Vida com Deus pelo pastor Daltro Tomm. No domingo à tarde, em reunião exclusiva dos lei-gos foi eleita a nova diretoria distrital, da Liga de Balneário Camboriú, tendo como presiden-te Gerson Lotti. Foi celebrado os 106 anos da IELB em culto festivo, tendo como pregador o pastor Hilmar Stern, Conselheiro Distrital. A Di-retoria Nacional da LLLB se fez presente em quase sua totalidade. Desejamos bênçãos as ligas deste Distrito.

No dia 18 de Julho de 2010, aconteceu o 33º Congresso da Liga de Leigos do Divari, na Comuni-dade Cristo, de Coronel Barros. O lema do Congresso foi 1 Pe 2.9. O palestrante foi o pastor Cezar Squiavo Schuquel, da CEL Martinho Lutero, de São Leopoldo e conselheiro do Distrito Concórdia. A palestra foi sobre o tema: Leigo consagrado, esposo dedicado. Após a palestra, o representante da Diretoria Nacional, pastor Everson Gass, falou-nos sobre o trabalho da LLLB. Ti-vemos a eleição da nova diretoria, composta por mem-bros, da CEL Sião e da Paróquia dos Bairros ambas de Santo Ângelo, é como segue. Presidente: Mario Völz; Vice: Harry Von Dentzsch; Secretario: Carlos Timm; Vice: Marcio Zimpel; Tesoureiro: Miguel Colaço; Vice: Wilson Amaral do Nascimento; Conselheiros: pastores Cláudio S.S. Santos e Jair de Souza. Foram 98 assina-turas no livro de presença sendo 58 inscritos. Deseja-mos bênçãos sobre todas as ligas do Divari.

24° CONGRESSO DINOCA

CONGRESSO DIVALI CONGRESSO DIVARI

CONGRESSO NO DISTRITO VALE DO IGUAÇU

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Mensageiro Luterano | Setembro 2010 | Nº 9 | Ano 93 17

Gálatas 2.20

1 Coríntios 6.15 e 19

João 9.4

1 Corintios 1.7

1 Corintios 29.14

2 Corintios 5.21

Corpo e mente

Bens

Vida

Evangelho

Talentos ou habilidades

Tempo

MC Atividades

Mensageiro das CriançasEncarte do Mensageiro Luterano de setembro de 2010

Compartilhando Experiências da Vida com Deus

Deus é o dono de tudo o que existe. E ele nos convida a administrarmos tudo de acordo com a sua vontade, para a sua glória e para o bem-estar nosso e das outras pessoas. Deus nos encarregou como mordomos ou administradores a usarmos tudo o que é dele. Porém, ele também chama a nossa atenção, pois um dia teremos que prestar contas dessa administração. É por isso que nos convida a sermos fiéis em nosso trabalho, usando os tesouros de Deus para a edificação do seu Reino.

“Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes.” Lucas 16.10

1 Deus nos dá diversas coisas para cuidar. Relacione os versículos bíblicos indicados com a riqueza que Deus nos dá para administrar.

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18 Mensageiro Luterano | Setembro 2010 | Nº 9 | Ano 93

Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.

Ele conhece o nosso _________________

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2 Martinho Lutero escreve na explicação do 1º artigo que Deus nos criou e nos deu uma série de coisas para administrarmos neste mundo, e pelos quais devemos cuidar e acima

de tudo agradecer, pois, tudo recebemos de Deus que nos ama e se preocupa conosco.

Escreva uma oração a Deus, agradecendo a ele por tudo o que você tem neste mundo.

3 Jesus aconselha em Lucas 16.13:

Aloysia Klemann

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Mensageiro Luterano | Setembro 2010 | Nº 9 | Ano 93 19

Olá, amiguinhos do MC!

Nos dias 12 a 16 de julho, as crianças da Missão Piracuama,

SP, estiveram reunidas na Escola Bíblica de Férias. Cerca de

35 crianças se reuniram diariamente para ouvir a história

de um menino chamado Samuel e também para aprender

a contar a história da Salvação através do livro Sem Pala-

vras. No último dia, fizeram desenhos da história que mais

gostaram para mostrar a vocês! Beijos da tia Izabel, tio

Daniel, tia Cida, tia Débora e do pastor Héber Fach.

Ana Flavia

Andreza - 10 anos

Felipe - 3 anos

Guilherme - 12 anos Ingrid - 13 anos

Izabela

Paloma - 8 anosRafael - 7 anos

Leonardo - 12 anos

Lírys - 7 anos

Larissa - 11 anos

Maria Eduarda - 5 anos

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20 Mensageiro Luterano | Setembro 2010 | Nº 9 | Ano 93

Desafio do mêsComo você imagina o que Deus criou no segundo dia, de acordo com Gn 1.6-8? Faça um

desenho bem bonito e colorido, e mande-o até o dia 20 de outubro para:

Mensageiro das criançasAv. São Pedro, 633 - Bairro São Geraldo - CEP: 90230-120 - Porto Alegre, RS

Olá, amiguinhos do MC!Meu nome é Milene Tainara Weiss, tenho 9 anos. Meu pai, Irio, e minha mãe, Eliete, são agricultores. As profes-soras da escolinha se chamam Malise e Marli, meus coleguinhas são: Roberto, Ronaldo, Ri-cardo, Valdir, Leonardo,

Vanderleia, Mateus, Lu-cas, Jaqueline, Eloisa, Fernanda, Wesley, Welinton, Maria-na, Sabrine, Jaqueline. O pastor Gerson Esteffen é bem le-gal para a nossa Congregação Emanuel, de Esquina Budel. Sua esposa também é legal, e eles juntos tem um filhinho fofinho chamado Davi.Um Beijo a todos.E lembrem-se: Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Olá, amiguinhos! Tudo bem?Meu nome é Sau-lo Maier Saick e eu tenho um ir-mão. Meus pais são Darli e Su-zane. Moramos em Serra Pelada, Afonso Claudio, ES. Sou da co-

munidade Cristo, de Lagoa, meu pastor é o Edgar e as minhas professoras são a Valda e a Idalina. Gosto muito de ir a escolinha, ouvir as histórias e cantar. Um abraço a todos!

Rafaela - 10 anos

Thaisa - 7 anos

Rejane - 10 anosLuana - 10 anos Kauê - 9 anos

Natalia - 11 anos

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Perícopes de Mateus, Gálatas e Coríntios na pregação de Martim Lutero

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E d i t o r a

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