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INTERPRETAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEDIMENTAÇÃO NO ESTUÁRIO DO RIO
JACUÍPE, LITORAL NORTE DA BAHIA, COM BASE NA DISTRIBUIÇÃO E TAFONOMIA DE
BIOCLASTOS RECENTES
Marcus Vinicius Peralva Santos Altair de Jesus Machado Simone Souza de Moraes
Maili Correia Campos
SEDIMENTO: Produto da interação dos fatores mesológicos e dos processos dominantes na área de sedimentação, o qual pode permanecer in loco (autóctone) ou alóctone (TINOCO, 1989). TIPOS DE SEDIMENTO: (TINOCO, 1989; LEES e BULLER, 1972):
(SA
NTO
S,2
008)
Figura 1 – Tipos de sedimentos quanto a origem física. Escala = 2 mm.
ORIGEM DOS COMPONENTES BIOGÊNICOS
(TE
IXE
IRA
et a
l., 2
003;
SA
NTO
S, 2
008)
AÇÃO BACTERIANA INTEMPERISMO ou PREDAÇÃO ou AÇÃO HUMANA ECDISE INTEMPERISMO
MORTE VIDA
(Extraído de MARAMATSU e SILVEIRA, 2008)
urbisnoticas.blogspot.com Bioerosão por verme5deos Nodipecten nodosus
SANTOS, 2010
SANTOS, 2010
Ação da Maré
Ação das Ondas
MORTE
NECRÓLISE
DESARTICULAÇÃO
TRANSPORTE
SOTERRAMENTO
MORAES, 2006
Figura 2 – Mecanismos físico-quimicos e biológicos atuantes na geração de bioclastos.
ESTRUTURAS PASSÍVEIS A SE TORNAR BIOCLASTOS:
Figura 3 – Componentes biogênicos do sedimento (SANTOS, 2008; SANTOS, 2010)
OBJETIVO GERAL: O presente trabalho teve o objetivo analisar as condições de sedimentação do estuário do rio Jacuípe, Litoral Norte da Bahia, utilizando a distribuição e tafonomia de bioclastos recentes. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Identificar, quantificar e analisar os componentes bióticos; - Analisar as suas características tafonômicas; - Reconhecer padrões de energia hidrodinâmica, de transporte e da sedimentação local; - Relacionar a distribuição e tafonomia dos componentes com os parâmetros ambientais analisados por estação e entre as estações seca e chuvosa.
ESTUÁRIO DO RIO JACUÍPE:
Situa-se no Litoral Norte da Bahia, à 32 km de Salvador. Apresenta 140 Km, tendo seu fluxo controlado pela Barragem Santa Helena (BSH) à 35 km da foz.
Principais afluentes = Rios Capivara Pequeno e Capivara Grande.
(LIMA e LESSA, 2003; LIMA 2007).
Figura 6 – Localização da área de estudo e flecha arenosa da desembocadura do estuário (Extraído e modificado do Google Earth, 2011).
PROCEDIMENTOS EM CAMPO: Duas campanhas amostrais: janeiro (Est. seca) e maio (Est. chuvosa).
Amostras equidistantes 500 m (16Km)
Figura 8 – Procedimentos de campo executados no estuário do rio Jacuípe
Bioclastos
Granulometria
Geoquímica
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Preparação das Amostras (Análise de Bioclastos):
Foraminíferos
Bioclastos
Figura 9 – Preparação das amostras de sedimento do rio Jacuípe
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Triagem e Identificação dos Bioclastos:
300 grãos em 1 grama ,,, ,,, ,,, 5 gramas
Tinoco (1989) Ruppert e Barnes (1996)
Brusca e Brusca (2007)
Santos (2010) Pilkey et al. (1967)
Chave de IdenOficação de Millimam (1974)
Figura 10 – Procedimentos de triagem e bibliografias para a identificação de bioclastos
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Triagem e Identificação dos Bioclastos: 20 categorias biogênicas
Moraes (2001)
GNI
Figura 11 – Categorias biogênicas registradas no rio Jacuípe
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Assinaturas Tafonômicas dos Bioclastos: (1) Tipo de Desgaste
Abrasão Dissolução Quebramento Misto Normal LIMA, 2008
LIMA, 2008
Figura 12 – Tipos de desgastes passíveis de serem registrados em bioclastos
COTTEY e HALLOCK (1988) e MORAES (2006)
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Assinaturas Tafonômicas dos Bioclastos: (2) Grau de Arredondamento
Nível 1
Nível 0 Nível 2
Nível 3 Nível 4 Figura 13 – Graus de arredondamento passíveis de serem registrados em bioclastos
Muito pouco arredondado
Pouco arredondado
Arredondado
Bem arredondado
PILKEY et al. (1967)
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Assinaturas Tafonômicas dos Bioclastos: (3) Coloração
Branco Mosqueado Marrom Preto Amarelo
LIMA, 2008 LIMA, 2008 LIMA, 2008 LIMA, 2008
Grãos Atuais: Coloração Clara
Grãos Relíquias: Coloração escura e mal preservados
LEÃO e MACHADO (1989)
LIMA, 2008
Figura 14 – Colorações passíveis de serem registrados em bioclastos
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Teor de Carbonato (Calcimetria):
20g de sedimento
Capela – Laboratório de Petróleo e Gás (UNIJORGE)
Figura 16 – Análise do teor de carbonato das amostras do rio Jacuípe.
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Granulometria:
4,0 mm
2,0 mm
1,0 mm
0,125 mm
0,062 mm
Figura 17 – Aparelho de Análise Granulométrica, peneiras e as frações granulométricas adotadas
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO: Análise Estatística: (1) Abundância absoluta (2) Abundância relativa (3) Teste de Spearman (Teste ρ) (4) Teste de Mann-Whitney (Teste U) (5) Regressão Simples (6) Regressão Múltipla
PARÂMETROS AMBIENTAIS
Figura 18 – Valores dos parâmetros físico-químicos da água de fundo do rio Jacuípe durante as estações seca e chuvosa.
Teste de Mann-Whitney (p=0,0001)
PARÂMETROS SEDIMENTOLÓGICOS:
Teste de Mann-Whitney CaCO3 (p = 0,000006)
Figura 19 – Valores do teor de carbonato do sedimento superficial de fundo do rio Jacuípe durante as estações seca e chuvosa.
Maior fluxo de grãos marinhos na estação seca e diminuição destes na estação chuvosa.
Granulometria Carbonato
REPRESENTATIVIDADE DAS CATEGORIAS BIOGÊNICAS: 8.354 grãos bioclásticos
(4.892 grãos - estação seca - e 3.462 grãos estação chuvosa)
Figura 20 – Abundância relativa das categorias biogênicas no estuário do rio Jacuípe durante as estações seca (janeiro de 2010) e chuvosa (maio de 2010).
Foram. = Foraminífero GNI = grão não identificável.
Figura 21 – Distribuição das categorias biogênicas, por ponto amostral, no estuário do rio Jacuípe durante as estações seca (janeiro de 2010) e chuvosa (maio de 2010).
ASSINATURAS TAFONÔMICAS DOS BIOCLASTOS: Grau de Arredondamento
ARREDONDAMENTO – SEDIMENTO SUPERFICIAL DE FUNDO (RIO JACUÍPE – 2010)
Estação 0 1 2 3 4
Estação Seca
Estação Chuvosa
Regressão simples à Arredondamento X Parâmetros = Relação não significativa Regressão múltipla à Arredondamento X Parâmetros = Relação não significativa Est. Seca e Relação significativa Est. Chuvosa (Nível 2 e Salinidade à R2=0,70)
Figura 22 – Frequência relativa dos bioclastos no estuário do rio Jacuípe durante as estações seca (janeiro de 2010) e chuvosa (maio de 2010), segundo o nível de arredondamento
ASSINATURAS TAFONÔMICAS DOS BIOCLASTOS: Tipo de Desgaste
DESGASTE – SEDIMENTO SUPERFICIAL DE FUNDO (RIO JACUÍPE – 2010)
Estação Nat. Abr. Dis. Queb. Mis.
Estação Seca
Estação Chuvosa
Figura 23 – Frequência relativa dos bioclastos no estuário do rio Jacuípe durante as estações seca (janeiro de 2010) e chuvosa (maio de 2010), segundo tipo de desgaste.
Regressão simples à Desgaste X Parâmetros = Relação não significativa Regressão múltipla à Desgaste X Parâmetros = Relação não significativa Est. Seca e Relação significativa Est. Chuvosa (Quebramento e Salinidade à R2=0,73)
ASSINATURAS TAFONÔMICAS DOS BIOCLASTOS: Coloração
COLORAÇÃO – SEDIMENTO SUPERFICIAL DE FUNDO (RIO JACUÍPE – 2010)
Estação Bra. Ama. Mos. Mar. Pre
Estação Seca
Estação Chuvosa
Figura 24 – Frequência relativa dos bioclastos no estuário do rio Jacuípe durante as estações seca (janeiro de 2010) e chuvosa (maio de 2010), segundo o tipo de coloração.
Regressão simples à Desgaste X Parâmetros = Relação não significativa
Regressão múltipla à Desgaste X Parâmetros = Relação não significativa
ASSINATURAS TAFONÔMICAS DOS BIOCLASTOS: Sedimentação
Teste de Mann-Whitney mostra existir uma diferença significativa na distribuição, tanto para os grãos atuais (p=0,01622), quanto dos relíquias (p=0,1621).
Figura 25 – Frequência relativa dos bioclastos no estuário do rio Jacuípe durante as estações seca (janeiro de 2010) e chuvosa (maio de 2010), segundo a sedimentação.
Prevalência de uma baixa energia hidrodinâmica (dominância da fração areia fina) em ambas as estações;
Predominância de deposição de bioclastos recentes (grãos brancos e nível 0), que são preferencialmente transportados por arrasto (grãos abrasados);
O processo de sedimentação é fortemente influenciado pela ação das correntes marinhas durante a estação seca e das correntes fluviais no período chuvoso.
Para maiores informações:
https://sites.google.com/site/gefufba/ [email protected]
INTERPRETAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEDIMENTAÇÃO NO ESTUÁRIO DO RIO
JACUÍPE, LITORAL NORTE DA BAHIA, COM BASE NA DISTRIBUIÇÃO E TAFONOMIA DE
BIOCLASTOS RECENTES
Marcus Vinicius Peralva Santos Altair de Jesus Machado Simone Souza de Moraes
Maili Correia Campos