INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença....

26
INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. o l Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista em Estimulação Precoce – Formação em Psicanálise

Transcript of INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença....

Page 1: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

INTERVENÇÃO PRECOCE:

Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença.

Suzana Marosin de Oliveira• Terapeuta Ocupacional• Especialista em Estimulação Precoce – Formação em

Psicanálise

Page 2: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

DE QUE SE TRATA?

• O atendimento de crianças recém – nascidas, até dois anos e onze meses;

• Diferentes linhas teórica de intervenção - interdisciplina, conceitos transdisciplinares;

• Como principal objetivo, um trabalho com um caráter profilático preventivo, pois empresta seu olhar e escuta, assim como sua intervenção, com a criança e seus pais, ou quem ocupa este lugar de cuidador, desde os primeiros tempos do desenvolvimento estrutural e global de seu desenvolvimento;

• Intervenção, que podemos denominar - secundária, favorecendo a constituição subjetiva do bebê, nas relações que este estabelece com algumas pessoas centrais para sua existência;

• dar sentido simbólico para sua existência, possibilitando deflagrar seu interesse pela exploração do que está a seu redor.

O ENFOQUE COMPREENDE:

Page 3: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

O Estimulador Precoce

Conforme Alfredo Jerusalinsky:

“...O papel do estimulador precoce define-se mais

claramente como a intervenção na relação mãe e filho, para ajudar a criança e sua família a

resolverem a problemática do desenvolvimento nos processos instrumentais, quando se fazem

presentes perturbações que impedem a resolução espontânea desta problemática”.

Page 4: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

“Se pensarmos num eixo, central e periférico, as ferramentas que um sujeito vale-se para fazer os

intercâmbios e facilitar a construção do mundo e de si mesmo, encontram-se perifericamente. Sua

ausência ou déficit, não o impedirão de estruturar-se como pessoa, poderão acarretar transtornos e/ou atrasos, às vezes importantes. Psicomotricidade,

linguagem, aprendizagem, hábito, jogo e processos práticos de socialização são instrumentos para

expressar, dizer, experimentar, intercambiar, regular, averiguar, entender, etc., ou seja para realizar tudo

aquilo que o sujeito, desde a sua estruturação demanda”;

Page 5: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.
Page 6: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

“ ... antes dos três anos, a indiferenciação dos sistemas requer uma especialidade que se

ocupe unificadamente de todos os aspectos instrumentais, de modo que neste período este

lugar é ocupado pela estimulação precoce. Sendo ainda extremamente estreita a relação entre as estruturas básicas e os instrumentos

que a criança se vale, o trabalho interdisciplinar que abarque os âmbitos neurológicos,

psicanalítico, psicológico-cognitivo, psicomotor, fonoaudiológico, psicopedagógico, recreativo,

tornam-se indispensáveis;”

Page 7: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

“... desde seu papel, o Estimulador Precoce, vem cobrir desde o explícito, o que

não é coberto pela função materna, seja porque a mãe não o exerce, seja porque a

criança deficitária não o registra. Precisamente o Estimulador Precoce conta

com o recurso técnico para chegar até a criança apesar de seu débil ou fraturado

sistema de registro, compensando as possibilidades de seu déficit”.

Page 8: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Sensório Motor0 a 24 meses

Primeiro Trimestre - de 0 a 3 meses

• reflexos inatos - precisam de estímulos para funcionarem;

• de 20 a 30 dias – começam a funcionar os primeiros hábitos de ação, relações circulares primárias ou primeiro esquema sensório-motor.

• nasceu o bebê, um “montinho de carne”, respondendo por reflexos arcaicos. A mamãe, tomada por uma hipersensibilidade afetiva com força de impacto cativante, toma este bebê na fusão imaginária ao corpo materno. Sendo este, seu lugar originário.

Page 9: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

• o bebê, estará desenvolvendo um por si, os esquemas sensório - motores: sucção, audição, preensão, onde, aos poucos os esquemas vão se intra – integrando surgindo a assimilação recíproca;

• exemplo: amamentação, o primeiro esquema que se organiza é o olfato, o bebê sente o cheiro da mãe e dirige – se ao seio materno. Surgindo a assimilação recíproca.

• primeiras marcas simbólicas, tempo das primeiras inscrições. A mãe irá montando uma trama significativa, que enlaçará as vias oral, escópica, auditiva, e olfativa, o tônus muscular e as vias labirínticas; • processo decisivo comrelação ao desejo do Outro, pais e escola, aos prováveis processos lesivos ou favoráveis na estruturação deste bebê. Ele está sendo “tomado como bebê ou coisa”.

Page 10: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

• segundo mês: olho, ouvido e movimentação de rotação de pescoço, resposta social, (sorrisos) e as fonações.

• terceiro mês: acrescenta - se a coordenação mão – boca a estes esquemas, já poderá brincar com o seu próprio corpo, mas não ainda com o mundo, caracterizando a relação circular primária;

• o quanto a palavra é decisiva na relação com o outro, “falando” do desejo inconsciente em relação a este bebê;

• se as marcas da relação com o Outro, forem tortuosas, aparecerão sintomas como por exemplo:

Page 11: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

FRANÇOISE DOLTO

“os bebês que choram, vomitam e tem cólicas, estão sentindo angústia”

Cantar, abraçá-los e dançar com eles

“as crianças anoréxicas, são geralmente, excessivamente adestradas de forma rígida. Ou crianças que são proibidas pelos pais da aquisição da autonomia corporal. Por tanto,

são pais rígidos que anulam o sujeito desejante”.

Page 12: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

• Cólicas idiopáticas – iniciam a partir do oitavo e décimo dia e seus sintomas geralmente iniciam ao entardecer ou a noite. O bebê chora e grita após ter

mamado ( flexão de tronco e grande agitação motora). Pode dar a impressão de fome violenta. Se der mais alimento piora o quadro, pois o exercício

de motor de sucção trás um alívio momentâneo, mas a dor piora em algumas horas.

• Super permissividade ansiosa primária da mãe em alimentar o bebê.

• Pode ser provocada pela hostilidade inconsciente da mãe em relação ao bebê.

“Frente a um filho não pode ter recuo”, então alimentar a pedido é uma forma de se aliviar da

hostilidade inconsciente. Posicionar em DV, balançar e oferecer chupeta.

Page 13: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

• Mericismo – disfunção anciogênica – se trata de mães que limitam sua relação com o bebê ao

alimento. O bebê compreende que esta é a única relação que pode estabelecer com a mãe, por tanto, regurgita tudo o que come. Assim convoca a mãe a repor este alimento, ficando com ela por um tempo

mais prolongado. Intervir nesta relação.

• “ Época de organização do oralismo primário. Os contatos do RN passam da transfusão (cordão) para

a incorporação (boca)”. Aproximadamente, com um mês de vida, o bebê, tem

uma necessidade de succionar - Chupetas

Page 14: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

• Outra forma de Mericismo O quadro aparece no final do segundo semestre –

facilidade intensa de devolver o alimento a boca. É um tipo de regurgitação provocado por esforços

intensos (volitivo). O alimento é mastigado e engolido novamente – ruminação do alimento. Isto se produz, quando a criança está a sós, mantendo-se isolada, imóvel e relaxada. Pode estar associado a outros tipos de manifestações auto-erotismos tais

como: balanceio de cabeça, sucção do dedo, ...

Síndrome de Privação Materna - a criança organiza um feed back indefinido, tipo um fort dá faz

reaparecer e desaparecer o objeto quando o engole.

Page 15: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Segundo TrimestreDe 4 a 6 meses

• começa a se organizar as relações circulares

secundárias, ele começa a diferenciar o objeto.

Este é interessante enquanto pode realizar os movimentos de seu

desejo;

• começa a discriminar meios e fins, mas só nos

seus esquemas circulares. Ex: móbile.

• Quanto mais enfática tenha sido a relação com a mãe, mais o bebê vai tolerar substituí-la por

objetos;

• Organiza sequências de tempo meio e espaço,

diferencia um antes e um depois, organizando o

espaço imediato. Organiza a memória, local

onde suas ações acontecem

Page 16: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Silvia Molina refere em relação:

“a teoria piagetiana diz que a criança, ao se

confrontar com conflitos, para resolvê-los, cria estratégias a partir de esquemas que já

dispõe. Se assim o é, ao se defrontar com os obstáculos da aprendizagem formal, a

criança terá que recorrer ás experiências anteriores que são esmagadoramente

psicomotoras. Se no lugar destas experiências houver um buraco, não haverá

aprendizagem”.

Page 17: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

• A criança necessita brincar de aparecer e desaparecer;

Fort-dáFunção Paterna

O objeto é um substituto materno

Avaliação a estruturação deste

bebê:• Neurose• Psicose - Autismo

Page 18: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Momento da relação

especular, onde o narcisismo secundário

torna-se evidente, marcado pela interdição paterna. A

criança começa a se nomear como “eu”, sendo o

momento do Fort-dá, o seu ponto de partida. A criança

encontra na castração a constatação dolorosa, feita por ela, da diferença que a

separa da imagem, deixando de ser o duplo do outro

organizando a imagem do corpo próprio.

Page 19: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Terceiro Trimestre de 7 a 9 meses

• a criança tenta liberar obstáculos para pegar o objeto, diferenciando relações de meios e fins entre os objetos;

•Cada vez mais estabelece constâncias. Pela primeira vez organiza grupos práticos de deslocamentos;

• já organizou a necessidade, na ação age com intencionalidade.

• logo a seguir, ela deixa de lado todos os passos e vai direto ao lugar visível do objeto

Page 20: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Aparece a:

DEPRESSÃO FISIOLÓGICA

do oitavo mês.

“ESTRANHAMENTO”

Page 21: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

Quarto Trimestre de 10 a 12 meses

• O surgimento da palavra e da bipedestação, darão provas do sucesso deste momento de estranhamento – perda – separação. O que permite que aos poucos deixe de ser o duplo do outro, organizando a imagem de seu corpo.

Page 22: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

De 12 a 24 meses...

Page 23: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

A criança com posse da bipedestação e da palavra,

constroe de maneira cada vez mais ativa um lugar para si, desde

o qual poderá começar a se nomear como “eu”

Page 24: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

SUGESTÃO

MAPA DE DEMANDA

• Casos prioritários “graves" de cada escola municipal;

OBJETIVO

• Solicitação – aos gestores da Secretaria de Educação,

intervenha nesta demanda.

Page 25: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• CORIAT, Lídia. Maturação psicomotora no primeiro ano de vida da criança. Editora Moraes;

• _________. Escritos da criança. Centro Lídia Coriat. Nº 04. ed.02. Porto Alegre;

• _________. Psicanálise e desenvolvimento infantil: um enfoque transdisciplinar. Artes Médicas: 1989.

• CORIAT, Elsa. Psicanálise e clínica com os bebês. Artes e Ofícios: 1997;

• JERUSALINSKY, J. Enquanto o futuro não vem – A psicanálise na clínica interdisciplinar com bebês. Ágalma: 2002;

• RODULFO, Ricardo. O brincar e o significante: um estudo psicanalítico sobre a constituição precoce. Artes Médicas: 1990;

• LEVIN, Esteban. A Clínica Psicomotora: O corpo na linguagem. Rio de Janeiro: Vozes, 1995;

• DOLTO, Françoise. Quando surge a criança. Tomos I, II e III. Editora Papirus.

Page 26: INTERVENÇÃO PRECOCE: Um Olhar que Recorta a Clínica da Primeira Infância. Fazendo a Diferença. olol Suzana Marosin de Oliveira Terapeuta Ocupacional Especialista.

OBRIGADA!

[email protected] – (51) 9972 9523