Introdução

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Construção de um banco de dados para armazenamento e análise dos resultados de um estudo comparativo do efeito protetor e dos efeitos adversos da vacina contra influenza em idosos vacinados no município de Tubarão - SC (Artigo 170), Saúde Coletiva . Introdução As vacinas são uma forma de imunização ativa, a qual resulta na produção de anticorpos dirigidos contra um agente infeccioso ou contra os seus produtos tóxicos, de modo a simular a infecção natural, com pouco ou nenhum risco para seu receptor e evitando a ocorrência da doença. As ações de vacinação continuam a se constituir nos procedimentos de melhor relação custo/efetividade no setor saúde. Muitos estudos têm demonstrado o impacto da vacinação contra a influenza na prevenção de internações e mortes por pneumonias e outras doenças, tanto em idosos saudáveis como em populações de risco, particularmente em períodos de maior circulação do vírus. Contudo, outros estudos demonstraram resultados inesperados, em que a incidência de infecção respiratória aumentou após as campanhas de vacinação. Assim, a montagem de um banco de dados sobre o estudo do efeito protetor da vacina contra o influenza na população idosa em Tubarão, traz resultados que ajudam a mostrar qual o real impacto/eficácia dessa vacina nessa população. Objetivos Construir um banco de dados digitalizado para a armazenagem das informações coletadas num estudo comparativo sobre os efeitos protetor e adversos da vacina contra influenza em idosos no município de Tubarão SC. Acompanhar prospectivamente os indivíduos vacinados participantes do Estudo Base (em andamento) em relação à ocorrência de infecção respiratória durante os meses de inverno no ano de 2008, e por fim, realizar a análise estatística dos dados obtidos no Estudo Base. Metodologia Esse projeto utilizou os dados recolhidos para o Estudo Base (a saber, “Estudo comparativo do efeito protetor e dos eventos adversos da vacina contra influenza em idosos vacinados pela rede pública e privada no município de Tubarão – SC”). Foi realizado um estudo de coorte durante os meses de abril a setembro em idosos com idade igual ou superior a 60 anos, residentes de Tubarão, que receberam a dose da vacina contra influenza nos postos de saúde do SUS e em hospital privado nos meses de abril e maio de 2008. Os indivíduos do grupo de vacinados (300) foram contatados por telefone após um período de sete a quinze dias da vacinação, para serem questionados a respeito da ocorrência de reações adversas. O grupo controle foi formado por 52 idosos que freqüentavam os postos de saúde, e não receberam a vacina. Todos os participantes foram entrevistados e acompanhados Resultados A incidência de eventos adversos pós-vacinais foi de 22,33%, sendo mal estar o sintoma mais relatado (12%). Os resultados deste trabalho mostraram que não houve uma diferença significativa entre a incidência de eventos adversos entre idosos vacinados SUS vs vacinados rede privada (Figura 1). Em relação ao efeito protetor da vacina, dentre os sinais e sintomas respiratórios relatados nos indivíduos vacinados, no inverno de 2008, a tosse foi o sinal mais frequente (33%), sendo significativo (p=0.0158) perante o grupo de não vacinados. Portanto, houve diferença significativa entre idosos vacinados pelo SUS e não vacinados quando comparados em relação a apresentação de pelo menos um sintoma respiratório durante os meses de inverno (Figura 2). Conclusões A vacina contra o influenza pode ser considerada pouco reatogênica, considerando que apesar de 22,33% dos indivíduos vacinados em Tubarão, no ano de 2008, terem apresentado pelo menos um evento adverso pós-vacinal, estes foram sintomas brandos. → Não houve diferença significativa em relação aos eventos adversos entre os idosos vacinados pela rede pública e rede privada no município de Tubarão. → Os idosos vacinados tiveram mais chances de apresentar pelo menos um dos sintomas respiratórios investigados durante os meses de inverno do que os não vacinados, RR=1,125 (1.030-1.229), p=0,0104. Bibliografia CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Prevention and control of influenza: recommendations Figura 1: Incidência de eventos adversos em idosos vacinados contra o influenza pela rede pública e privada. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 SU S Privado Frequência Com reação Sem reação 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Vacinados N ão vacinados Frequência Presença de sintom as Sem sintom as * Figura 2: Incidência de sinais e sintomas respiratórios apresentados durante os meses de inverno por idosos vacinados e não vacinados contra o influenza. Apoio Financeiro: Unisul e Governo do Estado de Santa Catarina. Aracélli Tavares Freire*; Talita Siemann Santos Pereira**; Blatt, Carine Raquel; Borges, Alessandra Abel (*Bolsista Art. 170, **Bolsista PUIC, Curso de Medicina, Tubarão)

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Construção de um banco de dados para armazenamento e análise dos resultados de um estudo comparativo do efeito protetor e dos efeitos adversos da vacina contra influenza em

idosos vacinados no município de Tubarão - SC (Artigo 170), Saúde Coletiva.

Introdução

As vacinas são uma forma de imunização ativa, a qual resulta na produção de anticorpos dirigidos contra um agente infeccioso ou contra os seus produtos tóxicos, de modo a simular a infecção natural, com pouco ou nenhum risco para seu receptor e evitando a ocorrência da doença. As ações de vacinação continuam a se constituir nos procedimentos de melhor relação custo/efetividade no setor saúde. Muitos estudos têm demonstrado o impacto da vacinação contra a influenza na prevenção de internações e mortes por pneumonias e outras doenças, tanto em idosos saudáveis como em populações de risco, particularmente em períodos de maior circulação do vírus. Contudo, outros estudos demonstraram resultados inesperados, em que a incidência de infecção respiratória aumentou após as campanhas de vacinação. Assim, a montagem de um banco de dados sobre o estudo do efeito protetor da vacina contra o influenza na população idosa em Tubarão, traz resultados que ajudam a mostrar qual o real impacto/eficácia dessa vacina nessa população.

Objetivos

Construir um banco de dados digitalizado para a armazenagem das informações coletadas num estudo comparativo sobre os efeitos protetor e adversos da vacina contra influenza em idosos no município de Tubarão – SC. Acompanhar prospectivamente os indivíduos vacinados participantes do Estudo Base (em andamento) em relação à ocorrência de infecção respiratória durante os meses de inverno no ano de 2008, e por fim, realizar a análise estatística dos dados obtidos no Estudo Base.

Metodologia

Esse projeto utilizou os dados recolhidos para o Estudo Base (a saber, “Estudo comparativo do efeito protetor e dos eventos adversos da vacina contra influenza em idosos vacinados pela rede pública e privada no município de Tubarão – SC”). Foi realizado um estudo de coorte durante os meses de abril a setembro em idosos com idade igual ou superior a 60 anos, residentes de Tubarão, que receberam a dose da vacina contra influenza nos postos de saúde do SUS e em hospital privado nos meses de abril e maio de 2008. Os indivíduos do grupo de vacinados (300) foram contatados por telefone após um período de sete a quinze dias da vacinação, para serem questionados a respeito da ocorrência de reações adversas. O grupo controle foi formado por 52 idosos que freqüentavam os postos de saúde, e não receberam a vacina. Todos os participantes foram entrevistados e acompanhados prospectivamente em relação à ocorrência de sintomas gripais (febre, mal estar, mialgia, calafrios, cefaléia, secreção nasal, dor de garganta, tosse, dor no peito e dor ao mover os olhos).

Resultados

A incidência de eventos adversos pós-vacinais foi de 22,33%, sendo mal estar o sintoma mais relatado (12%). Os resultados deste trabalho mostraram que não houve uma diferença significativa entre a incidência de eventos adversos entre idosos vacinados SUS vs vacinados rede privada (Figura 1). Em relação ao efeito protetor da vacina, dentre os sinais e sintomas respiratórios relatados nos indivíduos vacinados, no inverno de 2008, a tosse foi o sinal mais frequente (33%), sendo significativo (p=0.0158) perante o grupo de não vacinados. Portanto, houve diferença significativa entre idosos vacinados pelo SUS e não vacinados quando comparados em relação a apresentação de pelo menos um sintoma respiratório durante os meses de inverno (Figura 2).

Conclusões

→ A vacina contra o influenza pode ser considerada pouco reatogênica, considerando que apesar de 22,33% dos indivíduos vacinados em Tubarão, no ano de 2008, terem apresentado pelo menos um evento adverso pós-vacinal, estes foram sintomas brandos.

→ Não houve diferença significativa em relação aos eventos adversos entre os idosos vacinados pela rede pública e rede privada no município de Tubarão.

→ Os idosos vacinados tiveram mais chances de apresentar pelo menos um dos sintomas respiratórios investigados durante os meses de inverno do que os não vacinados, RR=1,125 (1.030-1.229), p=0,0104.

Bibliografia

● CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Prevention and control of influenza: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2000; 49( RR-3): 1-38.

● DONALISIO, M. R.; FRANCISCO, P. M. S. B.; LATORRE, M. R. D. O. Tendência da mortalidade por doenças respiratórias em idosos antes e depois das campanhas de vacinação contra influenza no Estado de São Paulo – 1980 a 2004. Rev Brasileira de Epidemiologia 2006; 9(1): 32-41.

Figura 1: Incidência de eventos adversos em idosos vacinados contra o influenza pela rede pública e privada.

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SUS Privado

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Com reaçãoSem reação

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Vacinados Não vacinados

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uênc

ia Presença desintomasSem sintomas

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Figura 2: Incidência de sinais e sintomas respiratórios apresentados durante os meses de inverno por idosos vacinados e não vacinados contra o influenza.

Apoio Financeiro: Unisul e Governo do Estado de Santa Catarina.

Aracélli Tavares Freire*; Talita Siemann Santos Pereira**; Blatt, Carine Raquel; Borges, Alessandra Abel (*Bolsista Art. 170, **Bolsista PUIC, Curso de Medicina, Tubarão)