Introdução à Gestão de Conflitos

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A Gestão de Conflitos 1. Introdução Toda a história da humanidade foi e é marcada por uma série de conflitos políticos, económicos, sociais, religiosos, no trabalho, na família e muitos outros. O conflito atravessa todos os níveis da vida humana, desde a esfera internacional até ao âmbito mais próximo dos indivíduos, na sua vida familiar ou quotidiana. “Desde sempre, os seres humanos, enquanto actores sociais, membros de uma comunidade de maior ou de menor dimensão, sujeitos integrantes de organizações dos mais variados carizes, se viram obrigados a lidar com conflitos” (Cunha, 2001:23). O conflito é uma realidade sempre presente nas relações humanas e nas relações de trabalho. Os conflitos originam-se na diversidade de pontos de vista entre pessoas, na pluralidade de interesses, valores, experiências, necessidades e expectativas. Na diferença entre as formas de agir e de pensar de cada um dos envolvidos. Os espaços onde ocorrem o maior número de conflitos entre pessoas, são os ambientes de convivência diária, entre eles os locais de trabalho. O mundo do trabalho mudou com o avanço das tecnologias. Hoje, o profissional vive sob contínua tensão, pois além das suas habituais responsabilidades, a alta competitividade exige do funcionário um constante desafio, com vista a superar os seus próprios limites levando a desgastes permanentes e afectando assim os ambientes e as relações com o trabalho. O conflito faz parte da nossa vivência enquanto seres sociais em constante interação com os outros. Ele é parte integrante da vida dos seres humanos. Mas, a sua existência pode não ser prejudicial, antes pelo contrário, pode promover o crescimento e o desenvolvimento. Assim, a sua anulação ou inexistência não seriam de modo algum benéfica, quer para os indivíduos, quer para as organizações. 2. O Conflito O conflito é o resultado de divergências, de interesses , objetivos e/ou opiniões entre pessoas ou grupos. O conflito faz parte da natureza humana. Só existe quando é percebido pelas partes e se ninguém der por ele, é porque não existe.

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Introdução aos conflitos laborais.

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  • A Gesto de Conflitos

    1. Introduo

    Toda a histria da humanidade foi e marcada por uma srie de conflitos

    polticos, econmicos, sociais, religiosos, no trabalho, na famlia e muitos outros.

    O conflito atravessa todos os nveis da vida humana, desde a esfera

    internacional at ao mbito mais prximo dos indivduos, na sua vida familiar

    ou quotidiana. Desde sempre, os seres humanos, enquanto actores sociais,

    membros de uma comunidade de maior ou de menor dimenso, sujeitos integrantes

    de organizaes dos mais variados carizes, se viram obrigados a lidar com conflitos

    (Cunha, 2001:23).

    O conflito uma realidade sempre presente nas relaes humanas e nas

    relaes de trabalho. Os conflitos originam-se na diversidade de pontos de vista entre

    pessoas, na pluralidade de interesses, valores, experincias, necessidades e

    expectativas. Na diferena entre as formas de agir e de pensar de cada um dos

    envolvidos. Os espaos onde ocorrem o maior nmero de conflitos entre pessoas,

    so os ambientes de convivncia diria, entre eles os locais de trabalho.

    O mundo do trabalho mudou com o avano das tecnologias. Hoje, o profissional

    vive sob contnua tenso, pois alm das suas habituais responsabilidades, a alta

    competitividade exige do funcionrio um constante desafio, com vista a superar os

    seus prprios limites levando a desgastes permanentes e afectando assim os

    ambientes e as relaes com o trabalho.

    O conflito faz parte da nossa vivncia enquanto seres sociais em constante

    interao com os outros. Ele parte integrante da vida dos seres humanos. Mas, a sua

    existncia pode no ser prejudicial, antes pelo contrrio, pode promover o

    crescimento e o desenvolvimento. Assim, a sua anulao ou inexistncia no seriam de

    modo algum benfica, quer para os indivduos, quer para as organizaes.

    2. O Conflito

    O conflito o resultado de divergncias, de interesses , objetivos e/ou opinies

    entre pessoas ou grupos. O conflito faz parte da natureza humana. S existe quando

    percebido pelas partes e se ningum der por ele, porque no existe.

  • O conflito pode ser entendido como uma reao do indivduo perante a perceo

    de que as partes tm aspiraes distintas que no podem ser conseguidas de forma

    simultnea (Putnam & Poole, 1987). Esta definio baseia-se na premissa de que o

    conflito possui caractersticas inerentes, como a interao, a interdependncia entre

    as partes em conflito e a perceo da existncia de uma oposio ou incompatibilidade

    no que diz respeito aos interesses ou objetivos.

    Muitos autores afirmam, que para que surja conflito tem que necessariamente

    existir uma divergncia de interesses. Deste modo, ao analisarmos de forma cuidada

    um grande nmero de definies encontramos vrios elementos que fazem referncia

    aos seguintes aspetos: um processo que surge da convivncia humana. As pessoas

    que intervm envolvem-se com os seus pensamentos, aces e afetos. D-se entre

    duas ou mais partes e predominam as diferenas de interesses e opinies (Jehn, 1995;

    Stephen Robbins, 2010; Gestoso, 2011).

    Assim sendo, quando o conflito definido, deve ser tido em conta, pelo menos, a

    existncia de dois ou mais participantes individuais ou coletivos que ao interagirem

    revelam atitudes internas ou externas incompatveis com o fim de prevenir, obstruir,

    interferir ou prejudicar a aco de outrem (Gestoso, 2011).

    Ferreira et al (2001), define conflito como o processo de tomar conscincia da

    divergncia existente entre as partes, traduzida em algum grau de oposio ou

    incompatibilidade entre os objectivos das partes, ou da ameaa dos interesses de

    ambas as partes.

    Chiavenato (1993), refere que o conflito mais do que um desacordo, ou

    choque de interesses. uma interferncia deliberada sobre a tentativa da outra parte

    de atingir os seus objectivos .

    Torrego (2003), olha os conflitos como situaes em que duas ou mais pessoas

    entram em oposio ou desacordo por as suas posies, interesses, necessidades,

    desejos ou valores serem incompatveis.

    Para Deutsch (2003), citado por Barros (2006), sempre que existe interaco na

    vida organizacional, relacionada com aco, estamos perante uma virtual fonte de

    conflito. Este conflito refere-se tenso que um indivduo ou um grupo podem

    experimentar como consequncia da percepo de diferenas em relao aos outros.

    Defende que o conflito existe sempre que surgem actividades incompatveis (e)

  • ...uma aco incompatvel com outra vem obstruir, interferir e danificar ou, de alguma

    forma, fazer com que esta tenha menos possibilidades de se efectuar (1973). Estas

    aces podem ter origens diversificadas. Quando envolvem uma s pessoa trata-se de

    um conflito intrapessoal, entre duas ou mais pessoas um conflito interpessoal, entre

    grupos um conflito intergrupal e quando o conflito entre naes chama-se conflito

    internaes.

    3. Tipos de Conflito

    O conflito sempre entre as pessoas, quer singularmente, quer em grupos, de

    um tipo ou de outro. Todo o tipo de coisas causa conflito: hbitos, ideologias,

    personalidades, concorrncia quanto a recursos e muito mais (Fraga, 1993).

    Podemos denominar os conflitos consoante o tipo de entidade em causa. H

    conflitos morais (entre valores morais e correntes ticas antagnicas), conflitos

    transcendentais (com o destino ou entidade do plano divino), conflitos sociais (com a

    sociedade), combates ideolgicos (entre filosofias de vida, vises do mundo), entre

    outros.

    O conflito pode ainda ser denominado, conforme a sua origem, como

    intrapessoal, interpessoal e conflitos organizacionais.

    a) Os conflitos intrapessoais ocorrem no prprio indivduo, dentro do indivduo e

    dizem respeito a uma nica pessoa. Ocorrem no caso de um conflito de ideias,

    pensamentos, emoes/frustraes. Este tipo de conflitos pode ser caracterizado

    por:

    Conflito Atrao/Atrao - Perante uma situao de escolha entre duas ou

    mais situaes atraentes, para escolher uma delas, ter que rejeitar a outra, j

    que ambas no podem ser realizadas simultaneamente. o conflito mais

    simples, em que teoricamente o indivduo se aproximar daquela que julgar

    estar mais perto, ou mais fcil de atingir.

    Conflito Repulso/Repulso - Este conflito corresponde s situaes em que

    a pessoa est perante duas alternativas desagradveis e tem vontade de as

    rejeitar, mas tem dificuldade em o fazer simultaneamente. No optar implica

    automaticamente que qualquer das situaes se imponha. Est relacionado com

    os valores pessoais e com os comportamentos que o indivduo exige e tem de si

  • mesmo. Teoricamente este tipo de conflito menos fcil de resolver do que o

    anterior.

    Conflito Atrao/Repulso - Tipo de conflito em que a pessoa est perante

    situaes que apresentam vantagens e desvantagens, mas tem de tomar uma

    deciso que ao mesmo tempo lhe causa atraco e receio.

    Marquis e Huston (1999:347) referem que esse tipo de conflito envolve uma

    batalha interna para esclarecer valores ou desejos contraditrios.

    Este tipo de conflito pode ser considerado como o mais usual, pois refere-se a

    situaes constitudas por caractersticas positivas e por outras negativas.

    b) O conflito interpessoal ocorre entre indivduos, entre vrias pessoas e uma

    organizao e podem ser originados por diferenas individuais, limitaes de

    recursos, diferenciao de papis e pelo clima organizacional.

    Por diferenas individuais entende-se as diferenas de atitudes, etrias, de

    gnero, culturais, de crenas ou mesmo de experincias que concorrem para

    diferentes percepes das situaes, contribuindo para que o conflito se revele

    inevitvel.

    Por limitaes dos recursos entende-se que qualquer organizao, indivduo

    ou grupo tem recursos limitados, sejam eles financeiros, tcnicos ou humanos,

    pelo que necessrio a partilha justa dos recursos, o que se torna difcil porque

    existem sempre pessoas que se consideram mais prejudicadas.

    Na diferenciao dos papis, por vezes, surge a dificuldade de se determinar

    a cadeia de autoridade, ou seja, quem d ordens a quem. Caso a autoridade

    no seja aceite pelo outro, surge o conflito.

    c) Os conflitos organizacionais ocorrem no seio das organizaes porque as

    diferentes partes que constituem a organizao tm interesses, necessidades e

    pontos de vista diferentes. Portanto, numa organizao, a estrutura da mesma

    que uma fonte potencial de conflitos devido ao facto de nas organizaes

    trabalharem vrias pessoas, com desempenhos diferentes e, portanto, organizadas

    em nveis diferentes o que concorre para dificuldades acrescidas na partilha de

    informao, e por conseguinte, na comunicao. Como os interesses e objectivos

    destas pessoas so necessariamente diferentes a potencialidade do conflito est

    sempre presente. Os trabalhadores encaram a empresa no apenas como um local

  • de trabalho. A organizao tenta impor, implicitamente, regras aos seus

    subordinados. Ressalve-se a questo do poder assumir um papel relevante nos

    conflitos organizacionais, uma vez que este distribudo de forma desigual e as

    pessoas so sensveis forma como so tratadas.

    Alm dos tipos de conflitos enumerados, podemos acrescentar, ainda, os falsos

    conflitos ou mal entendidos na comunicao, os expressos, quando existe a

    conscincia da sua existncia por parte do grupo e os latentes, verificveis atravs

    de sintomas noutras reas de comportamento.

    4. Causas dos Conflitos

    Robbins (2002, citado por Cavalcanti, 2006) define alguns aspetos que causam os

    conflitos, nomeadamente, a comunicao, a estrutura e os aspetos pessoais (valores

    de cada indivduo e as caractersticas de personalidade).

    Para Cavalcanti (2006), as principais causas dos conflitos esto relacionadas com

    a perceo da desvantagem que uma parte tem em relao aos aspetos do seu

    trabalho que dependem de outro, por exemplo, determinadas tarefas, recompensas,

    comunicao, entre outros, aliados s caractersticas pessoais de um indivduo, devido

    ausncia de coordenao.

    De acordo com Almeida (1995), existem situaes suscetveis de originar conflito

    no seio de uma organizao, nomeadamente a interdependncia de funes

    (atividades de um grupo que possam ser afetadas por outros e possam afetar outros,

    regras mal definidas e diferentes percees relativas cultura da empresa), a

    indefinio das regra do jogo (situaes ambguas, indefinio e falta de

    estruturao que causam diversas interpretaes e para as quais as partes envolvidas

    podem estar em desacordo), a interdependncia de recursos (se existir escassez de

    recursos em relao ao que desejado muito provvel que ocorra conflito), os

    sistemas de recompensas competitivos (na medida em que as partes ou grupos da

    organizao percecionem que para uma delas ganhar a outra tem que perder) e a

    mudana (pode trazer ansiedade e os indivduos podem pensar que a sua segurana

    est abalada e que devem fazer um esforo suplementar para se adaptarem nova

    realidade).

  • Nas organizaes existem, portanto, determinadas condies que tendem a

    gerar conflito, nomeadamente diferenas individuais, como idade, sexo, atitudes,

    crenas, valores, experincias e diferenas de personalidade. Todos estes aspetos

    influenciam o estilo utilizado para gerir o conflito. Chiavenato (1999), Chmiel (1999),

    Rahim (1986) e Thomas (1992), citados por McIntyre (2007), referem que as pessoas

    autoritrias e dogmticas tm certa tendncia para dominar, o que gera mais conflito,

    enquanto pessoas com baixa autoestima tm tendncia para evitar o conflito.

    Importa ainda salientar que as causas dos conflitos laborais, geralmente se

    devem a um antagonismo, voluntario ou involuntrio, contra o qual ou possivelmente

    do qual advm o conflito e de uma questo que se prende com as duas foras

    opostas, em conflito (Fraga, 1993).

    5. Consequncias dos Conflitos

    H autores que consideram a existncia de dois tipos de conflito. O conflito

    construtivo que ocorre quando a informao flui facilmente entre todos os elementos

    da equipa. aquele que desejado e o conflito destrutivo que ocorre quando a

    informao no flui entre todos os elementos da equipa. necessrio ser gerido.

    As vantagens ou desvantagens dos conflitos variam consoante o conflito bem

    ou mal gerido. Deste modo, um conflito bem gerido acarreta consequncias positivas e

    um conflito mal gerido acarreta consequncias negativas.

    Segundo Beck (2009, citando Robbins, 1999), o conflito nem sempre funcional,

    ou seja, nem sempre apoia os objetivos do grupo e melhora o seu desempenho. Desta

    forma, o conflito disfuncional ou desnecessrio, alm do desgaste que gera algumas

    vezes, pode ser evitado se a organizao oferecer as condies adequadas para as

    pessoas que nela trabalham (Beck, 2009 citando Likert, 1979).

    Outras perspetivas tm demonstrado que os conflitos dentro das equipas

    promovem decises de qualidade, o planeamento de estratgias e o crescimento

    financeiro e organizacional (Eisenhardt & Schoonhoven, 1990).

    De Dreu e Van Vliert, (1997) e Tjosvold, (1991) afirmaram que os conflitos

    induzem a criatividade individual, promovem a comunicao e a mtua compreenso,

    o que consequentemente, melhora a qualidade de tomada de deciso do grupo, e

    desenvolve a sua performance.

  • Segundo Chiavenato (2002, citado por Beck, 2009), o conflito construtivo ou

    funcional desperta os sentimentos, estimula energias, fortalece sentimentos de

    identidades com os objectivos e interesses, chama ateno para os problemas e testa a

    forma como so ajustadas as diferenas entre as partes envolvidas. Por seu lado, o

    conflito destrutivo ou disfuncional desperta aos envolvidos um sentimento de

    frustrao, hostilidade e ansiedade, estimulando o bloqueio das atividades e acaba por

    desviar as energias para o conflito. Neste caso ganhar a disputa torna-se mais

    importante que resolver a divergncia com eficcia.

    Portanto, o conflito construtivo ou positivo quando contribui para melhorar a

    qualidade das decises, quando estimula a criatividade e a inovao, encoraja o

    interesse e a curiosidade entre os membros o grupo, fornece um meio para as tenses

    serem libertadas e cria um ambiente de auto-avaliao e mudana. O que se tem

    verificado que os trabalhadores tendem a dar o seu melhor quando existe

    companheirismo, amizade e cooperao no local de trabalho.

    Das vantagens e desvantagens dos conflitos pode-se concluir que toda a situao

    de conflito termina com resultados que atingem quer a organizao como um todo,

    quer as pessoas envolvidas no conflito. Para a organizao, o conflito pode ser

    positivo, contudo pode tambm ter consequncias negativas, pela utilizao de tticas

    desleais.

    Desta forma, os conflitos quando existem na organizao trazem efeitos

    negativos se forem negados, no percecionados ou ignorados, pois voltaro a

    aparecer, mas trazem efeitos positivos e produtivos se forem percecionados e

    solucionados pelas partes envolvidas nesse conflito, fomentando a comunicao

    intergrupal, a compreenso mtua, a cooperao intragrupal, a mudana, a criao de

    maior aceitao das decises, o incrementar dos nveis de criatividade, etc.,

    contribuindo para um melhor desempenho dos colaboradores, dos grupos e da

    organizao. Conclui-se que os conflitos, na verdade, no so maus. O que

    fundamental orientar os conflitos para conflitos construtivos em vez de negativos.

    6. Resoluo de Conflitos

    Os conflitos esto presentes em toda a parte da nossa vida, quer seja pessoal,

    quer seja profissional. Deste facto, ressalta a importncia da gesto de conflitos, a qual

  • deve ser efetuada de forma correta, de modo a proporcionar resultados construtivos

    nas organizaes.

    Ser capaz de constatar a existncia do conflito apenas parte do problema.

    Tem de saber tambm a que ponto o conflito grave e ser capaz de o gerir

    devidamente (Fraga, 1993).

    Thomas (1976, citado por Dimas et al., 2005) defende a assertividade e a

    cooperao como as estratgias bsicas, as quais do origem a cinco estilos de gesto

    de conflitos, nomeadamente: Competitividade (assertividade e no cooperao);

    Colaborao (assertividade e cooperao); Evitamento (no assertividade e no

    cooperao); Acomodao (no assertividade e cooperao) e Compromisso (misto de

    assertividade e de cooperao).

    Assim sendo, e especificando, temos os seguintes estilos de abordagem:

    a) Competitividade - Consiste em tentar atingir os objectivos pessoais custa da

    outra parte do conflito. As estratgias utilizadas pelos indivduos so: persuaso,

    firmeza, insistncia, repetio, controlo, etc.

    b) Evitamento - Atitude bsica que se caracteriza por ignorar os problemas, isto

    , no os enfrentar. Quando uma parte evita o conflito a todo o custo e no

    enfrenta directamente o problema porque no importa o que ela deseja nem o

    que a outra parte quer. As estratgias mais utilizadas neste estilo de abordagem

    so: retirar-se, demorar ou evitar a resposta, desviar a ateno, suprimir as

    emoes pessoais, ser inacessvel.

    c) Compromisso - Atitude que se baseia na negociao, busca de solues que

    proporcionem um acordo entre as partes. Neste caso, para se chegar a um

    consenso necessrio que ambas as partes estejam satisfeitas, por isso ambos tm

    de fazer cedncias. As Estratgias apontadas para este estilo so: moderao,

    regatear, repartir a diferena.

    d) Acomodao - Atitude em que a pessoa renuncia aos seus pontos de vista,

    cede s pretenses da outra parte. Pressupe que uma das partes ignore o que

    sente ou quer, preocupando-se apenas em satisfazer os desejos da outra parte.

    Assim sendo, no se ope, cedendo ao que os outros pretendem. Estratgias

    utilizadas: estar de acordo, reconhecer os prprios erros, dar-se por vencido,

    convencer-se que pouco importante.

  • e) Colaborao - Este estilo impe cooperao de ambas as partes em busca de

    um objectivo comum. Pretende-se que se analise a situao, criando solues

    alternativas do problema que satisfaam ambas as partes. Como refere Torrego

    (2003), ambas as partes tm de ter noo, partida, de que possvel combater a

    dicotomia meu e teu, para que consigam chegar a um consenso.

    O estilo mais utilizado a colaborao e o menos utilizado o evitamento. O

    estilo colaborao visto como a melhor forma de gerir o conflito construtivamente.

    Estimula a criatividade e beneficia as partes envolvidas. No entanto, existem autores

    que contrariam esta verso e afirmam que o melhor estilo a adotar numas situaes

    pode no ser nas outras. Desta forma deve-se analisar as condies para as quais cada

    estilo apropriado.

    Alguns tericos comportamentais referem o estilo colaborao (cooperao ou

    resoluo de problemas) como o mais adequado na gesto de conflitos, outros

    contestam esta ideia e sugerem que, para os conflitos interpessoais serem geridos

    funcionalmente, um estilo apropriado depende da situao.

    De um modo geral, o estilo de gesto de conflitos colaborao o modo mais

    construtivo de gerir o conflito, uma vez que facilita a exposio das expectativas

    individuais, estimula a criatividade e beneficia os intervenientes na interao, em

    oposio ao uso de um estilo de competio ou dominao que acaba por resultar em

    nveis de eficcia reduzidos, Fischer (1981).

    Os estilos compromisso e colaborao so mais apropriados para assuntos

    estratgicos enquanto os restantes estilos sero mais adequados para lidar com

    problemas do quotidiano Rahim, (1985).

    Nome: Ildio Torres Gonalves