Introdução à Pedagogia I

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(Org.) Prof. Pr. VICENTE LEITE 

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Declaração de fé

A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia ecujo significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -,provavelmente, o mais conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Paitodo-poderoso...”. Esta expressão veio a significar uma referência àdeclaração de fé, que sintetiza os principais pontos da fé cristã, os quais sãocompartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo “credo” jamaisé empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas adenominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões”(como a Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformada

de Westminster). A “confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmase ênfases especificamente relacionados a ela; o “credo” pertence a toda aigreja cristã e inclui nada mais, nada menos do que uma declaração decrenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de aceitar e observar. O“credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa, formal,universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã.

O Credo tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismopara facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresias

e manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumasdeclarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1-2).

A Faculdade Teológica IBETEL professa o seguinte Credo alicerçadofundamentalmente no que se segue:

(a) Crê em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai,o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).

(b) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fénormativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17).

(c) No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória,em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensãovitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9).

(d) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, eque somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentorade Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19).

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(e) Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelopoder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar ohomem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8).

(f) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente na fé no sacrifícioefetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9).

(g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vezem águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conformedeterminou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12).

(h) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santamediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, atravésdo poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, quenos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo(Hb 9.14; 1Pe 1.15).

(i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deusmediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar emoutras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

(j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo àIgreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co12.1-12).

(k) Na segunda vinda premilenar de Cristo em duas fases distintas.Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra,antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com suaIgreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts

4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14).(l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para

receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo,na terra (2Co 5.10).

(m) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis,(Ap 20.11-15).

(n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e

tormento eterno para os infiéis (Mt 25.46).

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Sumário

Declaração de fé 5CAPÍTULO 1Introdução à Pedagogia 91.1 Conceito de Pedagogia 91.2 Igreja, Escola e Família 131.3 Educação por Princípios – Sistema Educacional 261.4 Razões para a Educação Cristã 291.5 A importância da escola dominical no contexto da educação cristã 33

CAPÍTULO 2A Relevância do Ensino Bíblico à Criança 372.1 Propósito 382.2 Exemplos de pessoas que sofreram a educação divina 382.3 Educação através dos tempos 392.4 A continuidade do ensino 392.5 Na Reforma 392.6 Um exemplo a ser seguido na atualidade 402.7 Dificuldades atuais 41

2.8 O educando em face à Pedagogia 41CAPÍTULO 3O Ensino Relevante para Classes 453.1 Ensino para Juniores 453.2 Ensino para Adolescentes 48

CAPÍTULO 4O Ensino para Adultos 634.1 Andragogia 63

4.2 Quem é o adulto? Quais são suas necessidades, interesses e expectativas?  68

CAPÍTULO 5Ensino Bíblico para Novos Convertidos 775.1 Descobrindo a Bíblia 775.2 O Processo de Discipulação 785.3 O Perfil do Novo Convertido 795.4 O perfil do discipulador 805.5 Pré-requisitos específicos 825.6 O Método de Ensino 83

Referências 85

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Capítulo 1

Introdução à Pedagogia1.1 Conceito de Pedagogia

O primeiro passo para entendermos o que é pedagogia inclui umarevisão terminológica. Precisamos localizar o termo “pedagogia”, e ver

o que cai sobre sua delimitação e o que escapa de sua alçada. Paratal, a melhor maneira de agir é comparar o termo “pedagogia” comoutros três termos que, em geral, são tomados – erradamente – comoseus sinônimos: “filosofia da educação”, “didática” e “educação”.

O termo “educação”, ou seja, a palavra que usamos para fazerreferência ao “ato educativo”, nada mais designa do que a práticasocial que identificamos como uma situação temporal e espacialdeterminada na qual ocorre a relação ensino-aprendizagem, formal ouinformal.

A relação ensino-aprendizagem é guiada, sempre, por alguma teoria,mas nem sempre tal teoria pode ser explicitada em todo o seu conjuntoe detalhes pelos que participam de tal relação – o professor e oestudante, o educador e o educando – da mesma forma que poderiafazer um terceiro elemento, o observador, então munido de uma oumais teorias a respeito das teorias educacionais. A educação, uma vez

que é a prática social da relação ensino-aprendizagem no tempo e noespaço, acaba em um ato e nunca mais se repete. Nem mesmo osmesmos participantes podem repeti-la. Nem podem gravá-la. Nem namemória nem por meio de máquinas. É um fenômeno intersubjetivo decomunicação que se encerra em seu desdobrar. No caso, se falamosde um encontro entre o professor e o estudante, falamos de umfenômeno educacional – que é único. Quando ocorrer outro encontrodo mesmo tipo, ele nunca será o mesmo e, enfim, só superficialmente

será similar ao anterior.

O termo “didática” designa um saber especial. Muitos dizem que é umsaber técnico, porque vem de uma área onde se acumulam os saberes

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que nos dizem como devemos usar da chamada “razão instrumental”para melhor contribuirmos com a relação ensino-aprendizagem. Arazão técnica ou instrumental é aquela que faz a melhor adequação

entre os meios e os fins escolhidos. A didática é uma expressãopedagógica da razão instrumental. Sua utilidade é imensa, pois semela nossos meios escolhidos poderiam, simplesmente, não serem osmelhores disponíveis para o que se ensina e se aprende e, então,estaríamos fazendo da educação não a melhor educação possível.

Mas a didática depende da pedagogia. Ou seja, depende da área ondeos saberes são, em última instância, normas, regras, disposições,

caminhos e/ou métodos. O termo “pedagogia”, tomado em um sentidoestrito, designa a norma em relação à educação. “Que é que devemosfazer, e que instrumentos didáticos devemos usar, para a nossaeducação?” – esta é a pergunta que norteia toda e qualquer correntepedagógica, o que deve estar na mente do pedagogo.

Às vezes tomamos a palavra “pedagogia” em um sentido lato; trata-seda pedagogia como o campo de conhecimentos que abriga o que

chamamos de “saberes da área da educação” – como a filosofia daeducação, a didática, a educação e a própria pedagogia, tomada entãoem sentido estrito. Mas, de fato, é em um sentido estrito que apedagogia nos deve interessar. Pois, quando ampliamos a extensão dotermo o que resta pouco nos ajuda a entender o quadro no qual se dáa diferenciação dos saberes relativos ao ensino. A pedagogia, em umsentido estrito, está ligada às suas origens na Grécia antiga. Aquelesque os gregos antigos chamavam de “pedagogo” era o escravo quelevava a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não eraexclusivamente um instrutor, ao contrário, era um condutor, alguémresponsável pela melhoria da conduta geral do estudante, moral eintelectual. Ou seja, o escravo pedagogo tinha a norma para a boaeducação; se, por acaso, precisasse de especialistas para a instrução – e é certo que precisava –, conduzia a criança até lugares específicos,os lugares próprios para o “ensino de idiomas, de gramática e cálculo”,de um lado, e para a “educação corporal”, de outro.

A concepção que diz que a pedagogia é a parte normativa do conjuntode saberes que precisamos adquirir e manter se quisermosdesenvolver uma boa educação, é mais ou menos consensual entre osautores que discutem a temática da educação. Ela, a pedagogia, é

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aquela parte do saber que está ligada à razão que não se resume àrazão instrumental apenas, mas que inclui a razão enquantorazoabilidade; a racionalidade que nos possibilita o convívio, ou seja, a

vigência da tolerância e, mesmo, do amor.

Ao falarmos, por exemplo, “não seja violento, use da razão”, queremosser compreendidos como dizendo, “use de métodos de comunicaçãoque são próprios do diálogo” – os métodos e normas da sociedadeliberal (ideal). É esse tipo de razão ou racionalidade que conduz, ouproduz, a pedagogia. A didática busca meios para que a educaçãoaconteça e, assim, é guiada pela razão técnica ou instrumental,

enquanto que a pedagogia busca nortear a educação, e é guiada pelarazoabilidade, pela fixação de regras que só se colocam por conta daexistência de um ou vários objetivos; no caso, objetivos educacionais,o que é posto como meta e valor em educação. Quem estabelece taisvalores?

Pedagogia, didática e educação estão ligadas. Mas a filosofia daeducação é um saber mais independente, que pode ou não ter umvínculo com os saberes da pedagogia e da didática, ou do saber-prático (e imediato) que faz a educação acontecer. O termo “filosofiada educação” aponta para um tipo de saber que, de um modo amplo, éaquele acumulado na discussão sobre o campo educacional. Fazassim ou para colocar valores e fins e legitimá-los através defundamentos, ou para colocar valores e fins e legitimá-los através de justificações. Há, portanto, dois grandes tipos de filosofia da educação:A filosofia da educação que serve como fundamentação para apedagogia e filosofia da educação que serve como justificação.

A filosofia da educação não está vinculada somente à razãoinstrumental ou à razão comunicativa liberal, mas tem como suaprodutora a razão enquanto elemento que escolhe fins e, portanto, quevalora. Ela pode falar em "valor de verdade" e "valor moral", podesepará-los em campos que se excluem ou não, mas, sempre, vai falarem valor e fins. A razão, aqui, é a razão que diz quais são os objetivosda educação e, então, que explicita se as normas da pedagogia podem

ser mantidas ou não, e que normas são essas. Tais normais devemparecer legitimas, caso contrário, pelo menos em princípio, elas nãoterão seguidores. O que as torna legítimas? Um discurso – o discursofilosófico, a filosofia da educação ou fundacionista ou justificadora. Se

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a legitimação da pedagogia se dá através de uma metafísica queencontra um fundamento último para que a educação se processe deuma maneira e não de outra, dizemos que a filosofia da educação

fundamenta a pedagogia e, conseqüentemente, a educação. Se alegitimação da pedagogia se dá através de um conjunto de argumentosque tentam justificá-la, sem requisitar um ponto arquimedianometafísico, então dizemos que a filosofia da educação justifica apedagogia e, conseqüentemente, a educação.

Se nós acreditamos, por exemplo, no âmbito da filosofia da educação,que “somos iguais porque todos nós somos filhos de Deus” ou que

“somos iguais porque somos todos seres humanos” ou que “somosiguais porque todos possuímos, diferentemente dos animais, razão”,podemos então, no âmbito da fixação de normas pedagógicas, dizerque nossa educação “tem como objetivo não destruir nossa igualdadeoriginal”. A igualdade baseada na origem divina, ou baseada na noçãode ser humano ou na posse de algo que poderia chamar “razão”,funcionam, neste caso, como fundamentos metafísicos para umapedagogia igualitária. Mas se alguém diz que tal crença metafísica não

é algo que podemos crer à luz de crenças mais convincentes, e se nósnão queremos abandonar a nossa pedagogia igualitária, então noscabe ou convencer nosso interlocutor da validade do ponto metafísico(o que implica em refazer o sistema filosófico adotado) ou, então,argumentar de modo a justificar que a igualdade como fim daeducação vale a pena, por exemplo, porque ela possibilitará um mundocom menos injustiça, um mundo melhor – usamos aí um argumentopragmático, que não implica qualquer metafísica. Assim, uma mesmapedagogia (uma pedagogia igualitária, por exemplo), pode terdiscursos legitimadores diferentes, isto é, filosofias da educaçãodiferentes. Quem legitima a pedagogia pode apelar para afundamentação ou para a justificação.

Uma tal reflexão  – a de como a pedagogia se legitima - é própria da“área da filosofia da educação”. É o trabalho próprio aos filósofos daeducação. Não raro, é uma discussão que envolve argumentostécnicos em filosofia e, portanto, não produz um saber que possa ser

de domínio imediato dos que estão executando a relação ensino-aprendizagem, embora os professores conheçam, ao menos, asmáximas filosófico-pedagógicas que escapam do domínio técnico elhes caem nos ouvidos, e, assim, eles ficam satisfeitos com suas

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pedagogias. Não raro, uma única máxima filosófico-pedagógica guiauma vida inteira de trabalho de um professor.

Que não se tire daí a conclusão que os professores devem apenassaber didática, ou, ao contrário, que vão ser “críticos” e bem maiscapazes se souberem filosofia da educação, seja esta fundacionista ou justificadora. O saber de cada professor varia. Uns podem ter umaaptidão melhor para a reflexão filosófica, e serem desajeitados para otrabalho que implica forte aptidão didática, outros podem dominar ostrâmites das normas da pedagogia, e não terem gosto pela reflexão dafilosofia da educação. Outros, ainda, podem ser práticos, meramente

práticos, e se saírem bem em resultados de aproveitamento com osalunos. O importante é que, na formação dos professores, se saibaque empregamos todos os tipos de racionalidades que temos emnossa linguagem (a instrumental, a da tolerância e a que fixa objetivose valores), e que a formação deve ser harmoniosa, pois tem tudo, emsuas vestes originais, para ser harmoniosa – pois fazer educação nosleva, sempre, para os quatro saberes acima apontados, e para oemprego das três formas de racionalidade.

A harmonia não vem de separarmos, eqüitativamente, o que cadaprofessor precisa saber em filosofia da educação, pedagogia, didáticae ensino (educação). A harmonia vem, sim, da nossa capacidade determos políticas educacionais que cultivem as instituições de formaçãode professores que protegem uma cultura onde os quatro saberesacima descritos não fiquem a descoberto, nas mãos de leigos. Talcultura, sem que seja preciso qualquer reunião formal, será o fatordeterminante de convergência das conversações, no interior das

instituições onde se dá a formação do professor, e ela poderá criarlegiões de bons professores, em graus diferentes de aptidões. Issovale para qualquer instituição de ensino que forma professores.

1.2 Igreja, Escola e Família

1.2.1 Situação da Educação na Sociedade

Vemos a questão da educação ganhando destaque crescente nocenário político e econômico do Brasil. Não bastassem os problemaslocais, temos ainda sido bombardeados com pressões de diversasautoridades internacionais em relação às prioridades em nosso país,

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comparado a outros países emergentes. Os dados apontam para umasituação calamitosa:

(a) Temos 37 milhões de analfabetos, o pior índice da AméricaLatina, e uma das mais baixas escolaridades do mundo emrelação ao potencial econômico. Perdemos para o Haiti e oGabão (Exame, 12/1994).

(b) Somente 22% dos alunos ingressos no 1º Grau completam a8a. série, e apenas 6% chegam à universidade. O custo darepetência do 1º Grau chega a R$ 5 bilhões na rede pública

(Folha SP, 7/1994; OESP, 7/1995).

(c) Ao ritmo atual de escolarização, apenas no ano 2100 o Brasilterá 95% de uma geração com o 1º. Grau completo e somenteno ano 3080 90% terá concluído o 2º. (Nova Escola, 12/1993).

(d) É mais provável que uma criança negra da Baixada Fluminenseno Rio de Janeiro ou da Zona Leste de São Paulo morra num

tiroteio do que chegue à universidade (Veja, 11/1991).Nesse contexto, educação não é questão de oportunidade ouconveniência política. É algo estratégico, visceral para o bem de umasociedade e fundamental para que o indivíduo realize todo potencial desua vocação. Há muito que países desenvolvidos entenderam ocaráter estratégico da educação para competir no cada vez maiscomplexo e globalizado mercado mundial.

1.2.2 Conceito de Educação

Contudo, educação não é apenas o processo de transferir conteúdosacadêmicos, mas todo conjunto de instruções, disciplinas e práticasque visam preparar a próxima geração para cumprir um ideal maiselevado. Agregar conhecimento sem dar sentido a ele, sem aimplicação moral de utilidade e cumprimento de um propósitotranscendente ao indivíduo, é negar a história e a própria natureza da

humanidade.

Falamos de caráter, o valor interior capaz de forjar o valor exterior esuperar a natureza decaída do homem. O caráter se molda a partir dos

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valores familiares, do relacionamento e exercício de princípios éticosque consolidem uma identidade interior.

No mundo dos negócios a ética e o sentido do bem comum tem lugarem toda empresa de sucesso que permanece. O custo Brasil seriacertamente minimizado se trabalhássemos por uma nova geração debrasileiros que buscasse vencer não pela esperteza ou pelo jeitinho.

Muitos pais, educadores e psicólogos tem refletido sobre a situação daagressividade na adolescência, que cresceu assustadoramente noBrasil e no mundo. O adolescente de hoje enfrenta um mundo de

drogas, violência, imoralidade como nunca antes. Os estragos em suavida comprometem o casamento e a família, ou seja, as próximasgerações.

Nos EUA mais de 1 milhão de adolescentes engravidam por ano, com40% terminando em aborto. No Brasil uma adolescente brasileiraaborta ou tem um filho a cada 30 segundos, sendo quase metaderesultante de namoro irresponsável.

O problema não é novo, porém tem piorado muito em nossos tempospela visão moderna da criança e da educação. Os pais não têm tempopara os filhos, assim criaram artifícios para substituí-los: a televisão, ovideogame, a creche, a escola, a empregada, os avós, a rua.

Nesse contexto, é natural que a tarefa de educar seja ingrata, além doque a maioria dos pais hoje sente-se despreparada para fazê-lo. Empesquisa realizada pelo Dr. Dobson há alguns anos atrás com pais

cristãos nos EUA, mais de 70% reconheceram que tem dificuldadesem educar seus filhos.

1.2.3 Visão Bíblica de Educação

Como ficam os pais evangélicos, que tem compromisso com oselevados padrões de Deus e prezam seus valores familiares? E qual éo papel da igreja nesse cenário, em sua missão de expandir o Reino

de Deus através de suas famílias constituintes?

Vemos biblicamente que os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3"Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão").

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A família é uma instituição divina, estabelecida para gerar filhos paraDeus. A Igreja foi comissionada para gerar discípulos do Senhor, quesejam filhos de Deus (Is 54.13 "Todos os teus filhos serão ensinados

do SENHOR; e será grande a paz de teus filhos"). Como pais eeducadores cristãos, nossa missão é fazer dos filhos discípulos doSenhor, que amem o Mestre e estejam prontos para seguí-Lo. Sedescuidarmos da herança do Senhor, nossa luta será em vão.

Segundo, os filhos são a próxima geração, para continuar o chamadode Deus sobre a casa, sobre a igreja e sobre a nação. Deus esperaque dediquemos tempo instruindo nossos filhos para entenderem o

Seu mover em sua geração (Sl 784-8" não o encobriremos a seusfilhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e oseu poder, e as maravilhas que fez. Ele estabeleceu um testemunhoem Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que ostransmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração osconhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por suavez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem emDeus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas

lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seuspais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, ecujo espírito não foi fiel a Deus"). A Palavra de Deus é o fundamentoda educação de nossos filhos, ligando gerações de fiéis através dahistória (Hb 12.1-2 "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todopeso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, comperseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmementepara o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegriaque lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso daignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus").

Como pais e educadores cristãos, devemos preparar a próximageração para cumprir o propósito de Deus na história, comentendimento e com determinação (Et 8.6 "Pois como poderei ver omal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição daminha parentela?"; At 13.36 "Porque, na verdade, tendo Davi servido à

sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foipara junto de seus pais e viu corrupção").

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Educar uma criança é trabalhar num projeto de vida, e que os pais sãoos responsáveis diante de Deus. Vemos que biblicamente isso épossível tendo a Palavra de Deus como fundamento e Cristo como

modelo (2Tm 3.16-17 "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil parao ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamentehabilitado para toda boa obra"; 1Co 3.11 "Porque ninguém pode lançaroutro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo").

1.2.4 Visão Bíblica de Escola

Há na Bíblia três instituições reconhecidas com autoridade outorgadaspor Deus a família, a igreja e o governo civil. Porém, só aos doisprimeiros cabe prover educação (Ef 6.4 "E vós, pais, não provoqueisvossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação doSenhor"; Mt 28.19 "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo"), umavez que o governo civil jamais poderia atuar em nome da família,representando seus valores e objetivos próprios. O Estado traduz opensamento da coletividade, partindo do princípio que a maioria estácerta.

O que vemos nas escolas de hoje em geral é: desrespeito àsautoridades, falta de disciplina, desinteresse pelo aprendizado,irresponsabilidade, influência da Nova Era nos temas e nos livros,baixa qualidade do ensino, imoralidade, corrupção etc.

A educação até os tempos de Jesus era realizada prioritariamente no

lar e depois com o apoio da sinagoga para o aprendizado da lei, dotabernáculo e outras disciplinas. Depois apareceram os tutores, quepodem ter dado lugar às academias particulares (Gl 4.1-2 "Digo, pois,que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere deescravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores ecuradores até ao tempo predeterminado pelo pai").

Portanto, biblicamente escola só tem sentido como uma extensão da

família, para com ela cooperar em aliança de princípios e propósito, esob a cobertura espiritual da igreja. A visão é de famílias unidas com abenção da igreja, trabalhando na formação de uma geração conscientede seus valores e responsabilidades, capacitada para exercer seu

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ministério na sociedade e cumprir o propósito de Deus. Trata-se deuma aliança estratégica, para garantir a expansão do Reino mesmo nomeio de uma geração perversa e corrupta.

Em todos os tempos o valor e a educação que davam à criança foramdeterminantes no sucesso da estratégia de um país ou comunidade.Vimos isso entre os judeus, astecas, gregos, nazistas, comunistas eoutros tantos movimentos que impactaram a história.

Fomos chamados para sermos sal e luz no mundo. A Bíblia trazexemplos de jovens que fizeram diferença porque não se dobraram

perante a filosofia do mundo, mas estavam preparados para cumprir opropósito de Deus em sua geração: Samuel, Davi, Josias, Jeremias,Daniel, Maria, Timóteo.

Posicionamento . Como pais, como igreja e como cidadãosresponsáveis, temos o dever de preparar a próxima geração, dando-lhe uma visão e treinando-a para alcançá-la.

Temos que resgatar o valor da criança e a união de gerações: avós,pais e jovens, todos trabalhando juntos no projeto de vida de umacriança. A criança e o adolescente que encontra um sentido nobre parasua vida não vai desperdiçá-la de maneira desordenada. A separaçãodas gerações tem sido poderosa arma de destruição dos valoresfamiliares, expondo a criança aos predadores sociais.

Depois é preciso valorizar o caráter na formação da criança, para oque são fundamentais o exemplo e trabalho árduo. Caráter pressupõeuma marca, uma gravação feita a partir de um molde, daí anecessidade de exemplo consistente.

Quanto ao trabalho árduo, a própria história nos ensina que aindolência, a comodidade, a ociosidade levam o homem ao declíniomoral e a improdutividade. Quando fugimos da dificuldade, ouprivamos nossos filhos da dureza, estamos impactando odesenvolvimento do caráter.

Empresários poderiam estabelecer parcerias com núcleos de famíliasatravés das igrejas, para patrocinarem uma educação pertinente,alinhada com o seu contexto e com as necessidades modernas do

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negócio, para produzir profissionais e cidadãos capazes de criar valorà sociedade.

A igreja teria nisso um fator decisivo para apoiar o cumprimento dagrande comissão: formar discípulos e obreiros e fortalecer as famílias.Quanto à União, caberia principalmente definir uma estratégia nacionale um conteúdo mínimo, prover infra-estrutura básica e direcionarrecursos para programas específicos e supervisionar resultados.

Trata-se de uma aliança estratégica, onde cada parceiro contribui comaquilo que faz melhor, para realizar o propósito de Deus sob a mesma

visão do Seu Reino.1.2.5 A Visão Bíblica de Ensino e Aprendizagem

O livro de Deuteronômio foi escrito por Moisés após a peregrinação nodeserto. A primeira geração tinha morrido, e agora uma geração nova,cuja maior parte não tinha lembrança da primeira páscoa, da travessiado Mar Vermelho, nem da lei do monte Sinai iria tomar posse da terraprometida. Moisés então repete o relato da história recente de Israel, eescreve novamente a aliança de Deus, os dez mandamentos, aspromessas de benção e maldição, para que o livro fosse lido para opovo. Era um documento da aliança de Deus com o homem. Logoapós narrar a história de Israel, ele coloca os dez mandamentos, e logoa seguir o trecho das Escrituras que transcrevemos abaixo. Este trechodas escrituras era um daqueles que eram escritos em pergaminhos, ecolocados em caixinhas que eram amarrados nos braços e colocadona testa pelos escribas e fariseus, num cumprimento literal do

mandamento. Mas na verdade o mandamento era para ser praticado, enão apenas usado como amuleto ou "vestido". Deuteronômio 6.4-9: [4]Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. [5] Amarás,pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua almae de toda atua força. [6] Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão noteu coração; [7] tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentadoem tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.[8] Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal

entre os olhos. [9] E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuasportas.

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Podemos observar que em primeiro lugar a Bíblia nos diz parareconhecermos Deus como o único Senhor, e adorá-lo com todas asforças do espírito, alma (mente) e corpo. Como uma atitude seguinte

segue-se a obediência a este Senhor, guardando a Sua Palavra emnosso coração (v.6). Estas "palavras que hoje te ordeno" que nosversículos anteriores incluíam os dez mandamentos, e a aliança deDeus com o homem, deveram primeiramente estar dentro doscorações dos pais, para que então pudessem ser ministradas aosfilhos. Não se pode dar algo que não se tenha recebido primeiro, etudo que é bom vem do Pai da luzes. Estas palavras deveriam serinculcadas aos filhos, assentado em casa, andando, deitando,

levantando. Inculcar nos dicionários da língua portuguesa significarepetir muitas vezes para imprimir no espírito (Aurélio, Michaelis). Apalavra hebraica traduzida aqui por inculcar (ou ensinar, intimar) éLAMAD, e é uma palavra de grande abrangência, e representa muitobem o processo de ensino e aprendizagem que Deus estabeleceu paraos pais e filhos.

Lamad, traduzida por inculcar, pode ser definida como:

(a) "Cortar" a mente; é a idéia de uma navalha afiada formando umcanal (sulco) na mente e produzindo por meio desta incisão umpadrão de pensamento.

(b) Formar um estilo de vida, ou uma maneira de viver.

Temos aqui, portanto dois aspectos: o aspecto interno, relacionadocom o ensinar, que é o "cortar", marcar, criar um caminho que produzpadrões e estruturas de pensamento, e o aspecto externo, aconseqüência disto, que nos fala da aprendizagem, que é um estilo devida, ou uma maneira de viver.

Temos que considerar que a mente da criança, em sua formaçãonatural, desde o seu nascimento, deixada por si só, irá produzirpadrões de pensamento pecaminosos. Basta observar que não énecessário ensinar uma criança a mentir ou desobedecer.

Para que ensinemos uma criança biblicamente temos que cortar estespadrões de pensamento errados, e redirecioná-los. E isto tem qual opropósito? Produzir uma mudança no estilo de vida, uma mudança no

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caráter. A ferramenta adequada para cortar, e produzir este estilo devida é a palavra de Deus. A palavra de Deus é como uma espada (Hb4.12 "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do

que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a ponto de dividiralma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir ospensamentos e propósitos do coração"), que corta os padrões erradose estabelece novos, Ela é o poder de Deus para renovar as mentes,para produzir um novo caminho, e padrões de pensamentos corretos,que irão produzir vida abundante, saúde, alegria, satisfação, frutos etc.

Desta forma vemos que a palavra de Deus define ensinar e aprender

com um propósito: FORMAR UMA VIDA. Trata-se de ensinar a viver, édiscipulado. Estamos preocupados em formar discípulos, nãoacadêmicos que apenas tiram boas notas, passam de ano e ser beminformados. Trata-se de formar um estilo de vida, estabelecer umamaneira de viver, edificar um caráter, que vai produzir algo útil, que vaiser próspero, abençoar a outros e glorificar a Deus.

Vamos examinar também a definição da palavra EDUCAR, segundo odicionário cristão Webster 1828. Segundo Webster educar é toda asérie de instruções e disciplinas com o objetivo de:

(a) Iluminar o entendimento.

(b) Corrigir o temperamento.

(c) Formar as maneiras e hábitos da juventude.

(d) E prepará-los para serem úteis no futuro, cumprindo o seuchamado na vida.

Vemos aqui novamente o processo ensinar-aprender. Ilumina oentendimento e corrige o temperamento (interno) para formar um estilode vida que seja útil, próspero, e cumpra com o propósito de Deus(externo).

1.2.6 A Metodologia Bíblica para Ensino-Aprendizagem

As palavras: assentar, caminhar, levantar, deitar falam de coisassimples e corriqueiras do dia a dia, enfatiza a convivência, o

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relacionamento. Ensinar e aprender são, portanto algo RELACIONAL ePESSOAL, e não técnico e informativo. Ensinar e aprender envolveobrigatoriamente um relacionamento pessoal. Nós não ensinamos

matérias, nem ensinamos aulas. Ensinamos crianças, estamostreinando corações e mentes eternas. Ensinar e aprender é umprocesso de coração, mente para mente, espírito para espírito. É uminvestimento de nossas vidas. É também uma obra de fé, um trabalhode amor e uma firme esperança (1Ts 1.2-3 "Damos, sempre, graças aDeus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, semcessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidadeda vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa

esperança em nosso Senhor Jesus Cristo"). Nenhuma criança podeaprender sem antes estabelecer um relacionamento de confiança comaquele que a ensina. O Salmo 142.4 nos declara isto: "Olha para aminha direita e vê, ninguém há que se interesse por mim, refúgio mefalta, e ninguém cuida de minha alma". O que fica claro aqui é queprimeiramente uma criança precisa de amor, alguém que se interessegenuinamente por ela, que lhe ofereça refúgio, consolo,companheirismo, compreensão, amizade. Então, após este

relacionamento de amor e amizade, vem o desejo de que sua alma(mente) seja ensinada, cuidada, instruída naquilo que é bom.

Assim, os pais que não estabelecem um relacionamento com seu filhonão conseguem ensinar nada a eles. Eles simplesmente não podemouvi-los. O pai ou mãe que não demonstra por seus filhos amor einteresse, compreensão com suas dificuldades e limitações, não abre aporta dos seus corações. O solo não é preparado, e portanto não sepodem plantar boas sementes. Com quem uma criança estáassentada em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e aolevantar-se? Não são os pais? A chave está aqui, primeiro as palavrasprecisam estar no coração dos pais, para que possam ser inculcadasnos filhos. Através de um relacionamento de amor os pais abrem ocaminho para marcar de tal forma a vida dos filhos pela Palavra deDeus, que produzirá neles um estilo de vida cristão, formará neles ocaráter de Cristo. A vida no lar está cheia de momentos preciosospara ensinar. É ao deitar, ao levantar, ao andar no caminho para a

escola, assentado no almoço e no jantar. Eles estão aprendendo pelademonstração de seus pais, de como eles falam, reagem, resolvemseus problemas.

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1.2.7 A Escola Como a Segunda Testemunha que Fundamenta em Fé

Muitos pais consideram que o trabalho de ensinar deve ser feito pela

escola. Delegam o mandamento de Deus e o privilégio de ensinar suapróxima geração a terceiros, e se esquivam com desculpas ecompromissos inadiáveis. O mandamento para ensinar em toda abíblia sempre foi dirigido aos pais. A palavra de Deus estabelecesomente três instituições, ou três esferas de governo: a família, a igrejae o governo civil. Desta forma, a escola como instituição não existe,senão como extensão da família que lhe concede autoridade paraensinar seus filhos. Na verdade, a escola não coloca outro

fundamento, mas somente pode CONFIRMAR e ESTABELECER osfundamentos que a família já tem.

A palavra de Deus nos diz que sem duas ou três testemunhas nadapode ser estabelecido (Mt 18.16 "Se, porém, não te ouvir, toma aindacontigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas outrês testemunhas, toda palavra se estabeleça"; 2Co 13.1 "Esta é aterceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou trêstestemunhas, toda questão será decidida"; Hb 10.28 "Sem misericórdiamorre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiverrejeitado a lei de Moisés"). Dessa forma, para que uma famíliaestabeleça seus filhos em fé, e lhes dê um propósito na vida, énecessário mais de uma testemunha. Isto também está claro em 1Co3.5-10 "Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quemcrestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei,Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem oque planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o

crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada umreceberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque deDeus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento comoprudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um vejacomo edifica" (um planta, outro rega, aqui vemos novamente a questãode mais de uma testemunha).

Os pais precisam de ajuda. Não somente porque muitas vezes nãodominam os conteúdos das matérias, não têm tempo suficiente, ou nãopossuem habilidade para ensinar. Mas principalmente porque aPalavra de Deus diz que com duas ou três testemunhas toda palavra

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será confirmada (estabelecida). Assim a escola atua como a segundatestemunha, e confirma o que os pais estão ensinando em casa. Aescola faz isto através de uma abordagem de cada disciplina por um

ponto de vista bíblico, identificando os fundamentos e os princípiosbíblicos que as governam. Não significa que os pais vão ensinargeografia em casa e a escola vai confirmar, mas, por exemplo, os paisensinam que cada coisa tem o seu lugar, e que o quarto deve ficar emordem, e o professor na escola ao mostrar os mapas, continentes,aplica o mesmo princípio mostrando a ordem com que Deus criou ouniverso e a terra, e como tudo tem o seu lugar (princípio da mordomiaou administração).

Como professores numa escola cristã, fundamentamos os nossosalunos em fé com propósitos divinos. O papel do professor éfundamentar as crianças na fé que seus pais desejaram abraçar, demodo que eles cresçam firmando-se internamente nos propósitos deDeus para suas vidas.

1.2.8 Uma Mesma Lei, uma Aliança

Podemos observar, portanto que para que este processo de ensino eaprendizagem ocorra, a família e a escola devem estar sob umamesma lei, e dentro de uma mesma aliança. O que a criança aprendeem casa é confirmado na escola, e o que ela aprende na escola deveser reforçado em casa. Ambos, lar e escola devem estarfundamentados sobre os mesmos princípios, para que hajaconsistência no que for produzido. Está consistência produzirá na vidada criança equilíbrio, segurança, e frutificará positivamente em boasobras, em mudança de atitudes, em desenvolvimento espiritual, mentale físico.

Todavia, uma série de pequenas coisas pode atrapalhar este processo.Se a criança em casa recebe um tipo de treinamento, e na escolaoutro, estamos plantando dois tipos de sementes, e uma iráenfraquecer a outra. A criança pode ficar confusa, e não saberdiscernir o que é certo e errado qual é o padrão a ser seguido. Se ela

em casa pode ter atitudes que na escola não pode, isto certamenteacarretará conflitos, e o processo e ensino-aprendizagem ficatotalmente comprometido.

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Os pais podem facilmente treinar negativamente seus filhos, demaneira não intencional:

Exemplo 1: Se ao darmos uma ordem a nosso filho, ele não respondena primeira, nem na segunda, mas somente quando elevamos o tomde voz ele nos ouve, estamos treinando eles para obedecerem edarem atenção somente quando o tom de voz é elevado. Então naclasse o professor não consegue a atenção e a obediência do aluno amenos que ele eleve a voz. E um professor não deveria elevar a voz,muito menos os pais.Exemplo 2: Se em casa a criança não faz a lição de casa, ou se

delonga nisso, ou sempre acha uma desculpa, e os pais não corrigem,ela também não fará as atividades em sala, não dará importância aconcluir as suas tarefas, e a conseqüência é um baixo rendimento.

Exemplo 3: Se uma criança não tem limites em casa em suasbrincadeiras, na escola também causará problemas durante ointervalo, ou mesmo em sala não consegue discernir o limite para pararde falar, leva tudo na brincadeira.

Exemplo 4: Se os pais estão sempre muito ocupados para ver ocaderno de seu filho, e não os incentiva e elogia positivamente,apreciando o esforço e reconhecendo a melhoria, os filhos não sepreocuparão em mantê-lo bem organizado e limpo e valorizá-lo.

Exemplo 5: Uma criança que não tem horário regular para fazer liçãode casa, dormir, acordar, etc. ou que os pais não prezam os horáriosde seus compromissos, não valoriza o fazer as coisas dentro do prazo

estipulado, não atenta para os horários de início e fim de uma aula,sempre acha que se pode deixar para depois.

Conclusão

É necessário que em casa e na escola vivamos sob um mesmogoverno, o de Deus, e debaixo dos mesmos princípios, que vãoorientar nossas atitudes e ações, que se constituem na base do nosso

relacionamento e senso de justiça. Então nossas crianças terão duastestemunhas fiéis a lhes falar as mesmas coisas, e solidamentemostrar-lhes o caminho a seguir, e estabelecer suas vidas em fé,preparando-os para a vida futura.

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Baseando-se num relacionamento de amor, tanto o lar como a escolairão ensinar usando a palavra de Deus como fundamento, que penetrano entendimento e vai produzir padrões de pensamento que irão gerar

um estilo de vida produtivo, irrepreensível, justo. Como resultadoteremos adolescentes e jovens que sempre saberão como aprendermais serão capazes de autogovernar e não precisarão de contínuocontrole externo de outros, ocuparão posição de destaque por suaerudição e conhecimento, e sempre usarão o raciocínio reflexivo (nãoserão dirigidos por impulsos) e se fundamentarão na Palavra de Deuspara tomar as decisões e rumos de suas vidas.

1.3 Educação por Princípios – Sistema Educacional1.3.1 Histórico

Verna M. Hall e Rosalie Slater pesquisaram a história cristã americanadesde 1940, buscando na fonte através de sermões, documentospúblicos da época dos fundadores e as cartas das mulherescolonizadoras. Descobriram a providência de Deus na história

americana e os 150 anos de educação em princípios bíblicos degoverno.

A partir desse trabalho, trouxeram à luz o método bíblico histórico deraciocínio e anotações, que foi fundamental na educação colonial naépoca da Constituição. Foi fundado então o ministério da F.A.C.E. -Fundação para a Educação Cristã Americana.

Vários outros ministérios surgiram a partir deste, explorando osconceitos e aperfeiçoando a prática do que foi chamado de Educaçãopor Princípios (Principle Approach Education).

A definição de Educação por Princípios, como encontrada no livroTeaching and Learning, de Rosalie J. Slater é: "Método cristão históricoamericano de raciocínio bíblico, que faz das verdades da Palavra deDeus a base de cada assunto no currículo escolar".

A partir daí, foi estruturado o sistema educacional de Educação porPrincípios, implicando em:

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Filosofia : aponta para quem ou o quê está governando ou direcionandoa situação, ensinando a pensar do interno para o externo. Opõe-se avisão humanista, relativista, que distorce o sentido do conhecimento ao

fundamentá-lo no homem, sem compromisso moral.

Currículo : comunicado como uma experiência viva do professor para oaluno, através de seu exemplo e domínio da matéria. Opõe-se aapresentação fragmentada e informativa das matérias, semcompromisso com o desenvolvimento integral do aluno para cumprirplenamente sua vocação.

Metodologia : Desenvolve o raciocínio criativo, constrói o conhecimentoatravés da pesquisa e fundamenta o aprendizado na aplicação deprincípios bíblicos. Opõe-se a métodos pré-fabricados e consumistas,que acarretam dependência do meio psico-social.

1.3.2 Conceitos e Objetivos da Educação por Princípios

Princípio é definido semanticamente como "origem, causa primeira,aquilo do que algo procede". No contexto de educação, refere-se a umpadrão de pensamento, um referencial básico. Está intimamente ligadoao conceito de semente. A semente contém "o todo da planta de formaembrionária", que irá se manifestar posteriormente. Todo princípio temuma natureza interna e outra externa, sendo esta (efeito) amanifestação daquela (causa) (Pv 4.23 "Sobre tudo o que se deveguardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida";Pv 23.7 "Porque, como imagina em sua alma, assim ele é; ele te diz:Come e bebe; mas o seu coração não está contigo"; Lc 6.45 "O

homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mautesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração").

Dessa forma, o educador deve enfocar o "coração", o núcleo doassunto, os rudimentos a que os fatos estão subordinados, e cultivar ocoração do estudante, caráter e vontade, a partir do que o ambiente,as circunstâncias e a sociedade são apenas efeitos.

A Educação por Princípios aborda todas as áreas da vida sob umaperspectiva cristã, fundamentada na aplicação de princípios bíblicos.Visa treinar a mente para pensar de acordo com os padrões de Deus eampliar o alcance do entendimento (2Co 10.3-5 "Porque, embora

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andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armasda nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, paradestruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante

contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento àobediência de Cristo"; Hb 5.14 "Mas o alimento sólido é para osadultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdadesexercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal").

Pode se dizer de maneira abrangente que Educação por Princípiosimplica: Princípios bíblicos, que refletem o caráter de Deus em SuaPalavra (padrões consistentes); Princípios de governo, que traduzem a

forma como os princípios bíblicos operam o desenvolvimento de umainstituição ou nação, como no caso dos EUA (pensargovernamentalmente); Princípios de conhecimento, que são osrudimentos do conhecimento, as razões primárias que levaram aodesenvolvimento do tema. (contar como rudimento da aritmética).

1.3.3 Os Princípios Bíblicos Básicos

A Bíblia não enumera uma lista de todos seus princípios, pois Deusdeseja que esquadrinhemos suas verdades eternas Pv 25.2 "A glóriade Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las".

Um princípio bíblico básico é uma semente de verdade eterna daPalavra de Deus, que expressa Sua natureza e nos ajuda a discernir eaplicar o conhecimento corretamente Cl 1.16-18 "pois, nele, foramcriadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e asinvisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, querpotestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes detodas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, daigreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para emtodas as coisas ter a primazia".

É preciso, contudo, cuidado para não converter os princípios bíblicosbásicos em nossa única fonte de verdade, restringindo a atuação erevelação de Deus. Devemos ensinar a partir da natureza de Deus e

não acerca dela. "Porque Ele é santo". 1Pe 1.16 "porque escrito está:Sede santos, porque eu sou santo".

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Não se deve forçar um princípio bíblico dentro das matériasacadêmicas, mas sim enfatizar aqueles que possamos distinguir eentender, expressando naturalmente a realidade de Cristo (Rm 11.36

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele,pois, a glória eternamente. Amém!"; 2Co 3.6 "o qual nos habilitou parasermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito;porque a letra mata, mas o espírito vivifica").

1.4 Razões para a Educação Cristã

Para os pais e educadores cristãos e lideres da igreja prover uma

educação cristã consistente não se trata de preferência e sim deobediência à vontade de Deus. Algumas razões para a educação cristãcomo obediência a Deus são:

(a) Princípio da semeadura e colheita - é tolice reivindicarmos apromessa de Pv 22.6 "Ensina a criança no caminho em quedeve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”.Senão estivermos consistentemente plantando temor a Deusatravés de exemplos e instruções. Se ensinarmos a criança algono domingo na igreja que conflita com o restante da semana,estaremos semeando dois padrões na mente dela.

(b) Uma filosofia de vida anticristã pode capturar a mente dacriança - não há educação neutra, pois quem ensina sempre ofaz à luz de pressuposições morais e religiosas. Educação cristãvisa trazer todo pensamento cativo em obediência a Cristo (2Co10.3-5 "Porque, embora andando na carne, não militamos

segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não sãocarnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas,anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra oconhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento àobediência de Cristo"; Tg 3.13-17 "Quem entre vós é sábio einteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediantecondigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes emvosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem

vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é asabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal edemoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí háconfusão e toda espécie de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá

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do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente,tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, semfingimento").

(c) Ensinar as crianças a verdade, a realidade da vida - a verdadeestá somente em Jesus e na Sua Palavra. A verdadeirasabedoria é temer ao Senhor e a inteligência é discernir o bemdo mal e apartar-se dele. O mundo vende ilusões e omissões arespeito da realidade da vida. (Jó 28.28 "E disse ao homem: Eisque o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é oentendimento"; Jo 8.32 "e conhecereis a verdade, e a verdade

vos libertará"; Rm 11.36 "Porque dele, e por meio dele, e paraele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.Amém!").

(d) Deus tem um propósito para os jovens - os jovens sãochamados por Deus para serem armas de guerra, paradesmascararem e vencerem o maligno e para trazeremsoluções divinas para todas áreas da vida. Para tanto precisamraciocinar com base em princípios bíblicos (1Jo 2.13-14 "Pais,

eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde oprincípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido oMaligno. Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai.Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desdeo princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e apalavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido oMaligno").

1.4.1 Porque uma Escola Cristã

Agora fica mais fácil entender por que uma escola cristã. Se as razõesforem apenas: ambiente mais saudável isento de palavrões, drogas ouprostituição; compatibilidade doutrinária (ex.: criacionismo vsevolucionismo); maior compromisso com resultados acadêmicos;ordem e disciplina superiores; etc., serão apenas conveniência oupreferência, que diante das dificuldades, não prevalecerão.

As razões corretas para se pensar numa escola cristã estão, emprimeiro lugar, diretamente ligadas ao que entendemos anteriormentepor educação cristã.

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Somente uma escola constituída com base nessa mesma perspectivabíblica pode apoiar as famílias no processo educacional,acrescentando o recurso profissional específico e caminhando sob a

supervisão dos pais (Gl 4.1-2: "Digo, pois, que, durante o tempo emque o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é elesenhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempopredeterminado pelo pai").

1.4.2 Efeitos da Escola Não-Cristã

Em contrapartida, percebemos que a educação anti-cristã, ou aquela

provida por escolas que não tem qualquer compromisso com osvalores morais e espirituais dos pais, apresenta os seguintes perigos:

(a) Pressão do meio anti-cristã   - o ambiente e o governo de umaescola secular, principalmente a pública, são massacrantes paraa mente imatura da criança. Não se pode esperar que umacriança saiba discernir sempre o que é bíblico e se posicionar,num ambiente hostil onde ela foi colocada pelos pais. (Sl 1.1-3"Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dosímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem seassenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer estána lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele écomo árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devidotempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudoquanto ele faz será bem sucedido"; Sl 144.11-12 "Livra-me esalva-me do poder de estranhos, cuja boca profere mentiras, ecuja direita é direita de falsidade. Que nossos filhos sejam, na

sua mocidade, como plantas viçosas, e nossas filhas, comopedras angulares, lavradas como colunas de palácio").

(b) Aprendizado pela pressuposição   - muitas coisas são ensinadaspor influência, sem que a criança possa perceber. O sistemaeducacional humanista acaba sutilmente moldando a forma depensar. Algumas das pressuposições para vencer na vida são:enganar, zombar, agredir, vangloriar-se, paquerar, ficar rico, ser

famoso, fazer política, depender do governo civil, serindependente, etc. (Jr 9.23-24 "Assim diz o SENHOR: Não seglorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nemo rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar glorie-se nisto:

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em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e façomisericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas meagrado, diz o SENHOR"; Pv 28.26 " O que confia no seu próprio

coração é insensato, mas o que anda em sabedoria serásalvo").

(c) Decadência moral   - nesses ambientes é ensinado o relativismomoral, ou seja, tudo depende de escolha e circunstâncias,independente das conseqüências. Por exemplo, a forma como étratada a questão da AIDS. Toda posição radical tende a servista com desprezo. (Is 5.20-21 "Ai dos que ao mal chamam

bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz,escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! Aidos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seupróprio conceito!").

(d) Agressão física . Muitas vezes as crianças são ameaçadas,agredidas, humilhadas e até violentadas, dentro de uma certanaturalidade.

(e) Ataque espiritual . Proliferam o esoterismo, o ocultismo e oateísmo, muitas vezes até patrocinados pela escola.

(f) Desenvolvimento intelectual . É notória a deterioração do padrãode ensino, particularmente nas escolas públicas. Isso deve-senão apenas à falta de visão de educação mas também ànatureza decaída dos educadores envolvidos.

(g) Devemos honrar a Deus educando nossos filhos segundo Suavontade . O cristianismo oferece algo muito superior, tendo aCristo como modelo e a Palavra de Deus como fundamento.Como pais, educadores e líderes da igreja, devemos dar amelhor educação para as crianças, a qualquer preço (Os 4.6 "Omeu povo está sendo destruído, porque lhe falta oconhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento,também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante demim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me

esquecerei de teus filhos").

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1.5 A importância da escola dominical no contexto da educaçãocristã

A Escola Dominical está inserida em um amplo contexto educacionaldenominado Educação cristã. A educação cristã, como instrumento deformação e aperfeiçoamento do caráter cristão, não ocorre apenas noambiente da Escola Dominical, mas em todos os setores eseguimentos da igreja local. Neste texto, apresentaremos razões que justifiquem a relevância da ED como principal ferramenta de EducaçãoCristã na igreja.

1.5.1 É importante em razão de sua essencialidade

A Escola Dominical não é uma atividade educativa opcional, éessencial . Em razão de a igreja estar intrinsecamente associada àeducação cristã, a Escola Dominical como departamento principal deensino, não é opcional, é vital, pois, incrementa e dinamiza todas asatividades e iniciativas educacionais e evangelísticas dos demaissetores.

A Escola Dominical não pode ser considerada apenas um apêndice,

anexo ou assessório na estrutura geral da igreja ou merodepartamento secundário. Ela se confunde com a própria essência daIgreja. Não é apenas parte da igreja; é a própria igreja ministrandoensino bíblico metódico, sistemático.

Desde os primórdios a Igreja Cristã perseverava na doutrina einstrução dos apóstolos. No primeiro século não havia templos. Asfamílias se reuniam em suas casas para orar, comungar e estudar a

Palavra de Deus. Os crentes mais experientes ensinavam os neófitosbasicamente de forma expositiva e em tom familiar (homilétike);explicando e interpretando os pontos mais difíceis das Escrituras deacordo com a orientação dos apóstolos e diretamente do EspíritoSanto. E hoje? A Igreja está realmente interessada em estudar aBíblia?

Onde fica a ED no programa geral de nossas igrejas? Qual a suaimportância?  Há algumas décadas, na maioria das igrejas tradicionais,

era comum o número de matriculados na Escola Dominical ultrapassarao de membros da igreja. O que podemos dizer das nossas EscolasDominicais atualmente?

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Enquanto as igrejas tradicionais estão repensando a ED, grande partedas igrejas pentecostais somente começaram a pensar na relevânciado ensino bíblico sistemático de algumas décadas para cá.

A importância da Escola Dominical está explicita no seu principalconceito . A Escola Dominical conjuga os dois lados da GrandeComissão dada à Igreja (Mt 28.20; Mc 16.15). Ela evangeliza enquantoensina.

O cumprimento da Grande Comissão através da ED pode ser visto emquatro etapas:

(a) Alcançar . A ED é o instrumento que cada igreja possui paraalcançar todas as faixas etárias. (A audiência do culto à noite,além de ser heterogênea, não tem oportunidade de refletir,questionar e interiorizar o conteúdo recebido).

(b) Conquistar . Através do testemunho e da exposição da Palavra.Disse Jesus: “... serão todos ensinados por Deus... todo aqueleque do pai ouviu e aprendeu vem a mim" (Jo 6.45). Aconversão é perene quando acontece através do ensino.

(c) Ensinar . Até que ponto estamos realmente ensinando aquelesque temos conquistado? Há quem diga que o ensino metódicoe sistemático é contrário à espiritualidade? Isto é verdade? "Oensino das doutrinas e verdades eternas da Bíblia, na EscolaDominical deve ser pedagógico e metódico como numa escola,sem contudo, deixar de ser profundamente espiritual." Istosignifica que devemos ensinar a Palavra de Deus comseriedade e esmero, apropriando-nos dos mais eficazesrecursos educacionais que estejam à nossa disposição: “... se éensinar haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b).

(d) Treinar . Devemos treiná-los para que instruam a outros.

Estas 4 etapas estão conjugadas aos 3 principais objetivos da EscolaDominical que são: ganhar almas para Jesus; desenvolver aespiritualidade dos alunos e treinar o cristão para o serviço do Mestre.

1.5.2 É importante porque é a principal agência de ensino na igreja

A ED é a maior agência de ensino da Igreja. Nenhuma outra reuniãotem um programa de estudo sistemático da Bíblia com a mesma

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abrangência e profundidade. Ajustado a cada faixa etária, o currículoda ED possibilita um estudo completo das Escrituras em linguagemacessível a cada segmento, criando raízes profundas na vida de cada

crente.1.5.3 É importante porque é uma escola que transforma

Foi a criação da Escola Dominical, da forma como é conhecidaatualmente, que mudou a face da Inglaterra, que mudou a face daInglaterra. Crianças que antes tinham comportamento marginalizado,abandonadas à sua própria sorte, começaram a ser atraídas porRobert Raikes para reuniões sistemáticas com tríplice ênfase: social,

bíblica e evangelística.1.5.4 É importante porque fortalece a comunhão com Deus e entre os

irmãos.

Não pode haver crescimento espiritual fora do contexto da comunhãocristã. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimentodo Filho de Deus...” (Ef 4.13). “E perseveravam na doutrina dosapóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações [...] Todos

os que criam estavam juntos...” (At 2.42,44).A Escola Dominical propicia um ambiente favorável ao inter-relacionamento dos crentes. Ela representa o lar espiritual onde, alémdo conhecimento da Palavra de Deus, compartilham-se idéias,princípios, verdades e aspirações.

1.5.5 É importante porque é ferramenta de evangelização e discipulado

1.5.6 É importante na edificação total da família cristãEla não cuida apenas da formação espiritual, mas preocupa-se com aedificação geral, que inclui: Bons costumes, exercício da cidadania e aformação do caráter.

A ED complementa e, às vezes corrige a educação ministrada nasescolas seculares. A ED complementa a educação cristã ministradanos lares.

No Antigo Testamento, entre o povo de Deus, eram os próprios pais osresponsáveis pelo ensino das Escrituras:

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“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e asintimará (inculcarás) a teus filhos e delas falarás assentado em tuacasa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt

6.6,7).“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossaalma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeirasentre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delasassentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te elevantando-te” (Dt 11.18,19).

“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros

que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, etemam ao Senhor, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas aspalavras desta lei” (Dt 31.12).

“E o terá consigo (o livro da Lei), e nele lerá todos os dias da sua vida,para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas aspalavras desta lei, e estes estatutos para cumpri-los” (Dt 17.19).

O objetivo final é sempre cumprir: “Sede cumpridores da palavra e não

somente ouvintes enganando-vos com falsos discursos” (Tg 1.22).

A grande maioria das famílias recebe pouca ou nenhuma instrução naPalavra de Deus, no lar, sob a liderança do seu chefe. Em função de aBíblia perder seu lugar no seio da família, a igreja ficou com a granderesponsabilidade de providenciar educação religiosa.

Todo o impacto desta responsabilidade caiu sobre a ED e seus oficiais.Além de aproximar pais e filhos na comunhão do corpo de Cristo, A EDintroduz crianças, adolescentes, jovens e adultos no conhecimentobíblico, afastando-os da ociosidade e das más companhias.

1.5.7 É importante porque é fonte de genuíno avivamento

Hilquias, o sacerdote: “Achei o livro da Lei na Casa do Senhor” (2Cr34.15).

É um chamamento à redescoberta do ensino da Palavra de Deus como

base de todo avivamento. Não há outro caminho para manter a Igrejaviva, a não ser o retorno às Escrituras, como ocorreu no tempo do reiJosias.

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Capítulo 2

A Relevância do Ensino Bíblico àCriançaDesde os mais antigos, Deus se preocupou com o ensino bíblico paraa criança. A primeira prova disso é que Ele teve o cuidado de organizaruma instituição educacional que se responsabilizasse pelo ensino,desde a mais tenra idade do indivíduo “o lar ou a família”.

Compreende-se que o plano fundamental de Deus concernente àeducação do seu povo deveria iniciar no lar. O temor do Senhor, aguarda dos estatutos e mandamentos, deveria ser passados de paispara filhos, de geração em geração, a fim de que o conhecimento deDeus fosse uma constante entre o povo.

A criança ocupava lugar importante no seio da família israelense (Sl127.3 e 128.1-3). Sua educação nos preceitos bíblicos era prioridade.Cabia aos pais o zelo pela instrução dos filhos que, por ordem divina,deveria ser constante e diligente (Dt 4.9-10; 6.1-7 e 11.18-19).

Está claro nas Escrituras que, de acordo com a vontade divina, osmandamentos do Senhor seriam ensinados em todos os momentos(andando, falando assentados em casa, à mesa, pelos caminhos, de

dia e à noite, quando a família se reunia). À criança era concedida aoportunidade de fazer perguntas (Ex 12.26-27; Gn 22.7-8), o quetornava o ensino eficaz e mais interessante.

Mais tarde, além do lar, as crianças também aprendiam com ossacerdotes e profetas. Algumas delas eram dedicadas a Deus eentregues aos sacerdotes para educá-las. Um desses casos é o deSamuel, que foi entregue ao sacerdote Eli ainda bem novinho (1Sm

1.20-28). O profeta também era uma figura importante na educaçãonacional. Muitos jovens eram enviados às escolas de profetas a fim deestudarem as Escrituras e se prepararem para substituir seusantecessores (1Sm 10.10; 19.19; 2Rs 2.5 e 4.38).

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2.1 Propósito

Deus preparou um plano de reconciliação para a humanidade perdida

e distanciada do seu Criador. Havia, portanto, necessidade detransmitir à humanidade a mensagem de perdão, de fé e esperança,bem como os preceitos e normas para uma vida de comunhão com oSenhor.

Para isso, Deus separou Israel, um povo especial, para que o mesmotransmitisse aos outros povos o propósito divino. Era fundamental queas gerações tomassem conhecimento dos fatos acontecidos no

passado, para serem enriquecidos no presente e não seremesquecidos no futuro.

A transmissão da herança histórica era assunto que deveria serensinado à criança até que ela alcançasse maturidade e,conseqüentemente, condições de transmitir à geração seguinte. Alémda história do povo, a idéia do conhecimento de Deus, a adoração eobediência ao Criador, o reconhecimento pelos seus feitos, todos

esses aspectos eram pontos fundamentais na educação da criançaisraelita. Graças a tais cuidados por parte de Deus é que oconhecimento do Todo-Poderoso chegou até os nossos dias.

2.2 Exemplos de pessoas que sofreram a educação divina:

2.2.1 Isaque

É certo que Abraão transmitiu os ensinamentos bíblicos a seu filhoIsaque ainda pequeno. A prova disso é que o jovem conhecia todo oritual do sacrifício, e quando seguia para o monte Moriá com seu pai,sentiu falta do cordeiro para o holocausto (Gn 22.7).

2.2.2 A educação de Moisés

Ele era o legislador de Israel, foi educado em toda a ciência do Egitocomo filho de Faraó (Ex 2.10 e At 7.22). No entanto, sua meninice tevea influência dos ensinamentos de sua própria mãe hebréia (Êx 2.8-9),que não descuidou de ensinar-lhe os princípios divinos. Isso lhe serviude base para não se contaminar com a idolatria e guardar, no coração,

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o temor do Senhor e a fé em um único Deus, criador de todas ascoisas.

2.2.3 O cuidado de Loide e EuniceMesmo tendo um pai grego que certamente lhe ensinava acerca damitologia e da filosofia da época, Timóteo recebeu também de sua avóe de sua mãe ensinamentos das Escrituras (2Tm 1.5 e 3.14-15), desdea sua meninice. Tais fundamentos foram à base de sua fé e conduta, oque o tornou grande evangelista ainda bem jovem.

2.3 Educação através dos temposOs ensinos do Antigo Testamento tiveram ressonância através dostempos e a preocupação em transmitir as verdades bíblicas àscrianças foi um dos pontos observados nas sinagogas até mesmo notempo do cativeiro.

Jesus nunca excluiu as crianças das multidões que vinham a ele ouviros seus ensinamentos (Mt 14.21). Ele repreendeu seus discípulos

quando pretendiam excluir as crianças do seu convívio (Mc 10.13-14).2.4 A continuidade do ensino

Lendo as cartas do apóstolo Paulo, entendemos que o ensino semprefoi assunto de relevância na Igreja (Rm 12.7; Cl 1.28; 2Tm 2.2 e 3.14-15) e no lar. Através dos tempos, a Igreja passou por muitasprovações, perseguições e até mesmo profundas mudanças. Todavia,Deus sempre continuou preocupado com a questão da transmissão

dos seus preceitos e mandamentos.

2.5 Na Reforma

Através da História, constatamos que Deus sempre levantou homenspreocupados e interessados na educação. Martinho Lutero, o ilustrereformador protestante, por exemplo, empenhou-se em promover aeducação concentrada no lar, como registra o Antigo Testamento.

Reconhecia, no entanto, que as autoridades do Estado tambémdeveriam desenvolver programas educacionais para as criançastomando para si a responsabilidade de ajudar os pais na educação dosfilhos. Ele sugeria um currículo que desse ênfase aos estudos bíblicose à música (para isso, a Bíblia deveria ser traduzida para o vernáculo,

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proporcionando a facilidade da leitura da mesma), ao lado de outrasdisciplinas.

Outro nome é João Calvino, fundador da Academia de Genebra, ondese ensinava a crianças e adultos. Ele teve a grande preocupação deconvocar a igreja para retornar à tarefa de ensinar às crianças nosmoldes do Antigo Testamento.

2.6 Um exemplo a ser seguido na atualidade

É fato incontestável que os judeus sempre premiavam pela educaçãode seus filhos. Eles consideravam a educação tão importante quanto à

oração. Esse zelo pelo saber originou-se do preceito bíblico registradoem Deuteronômio 11.19. Ainda hoje se pode observar o cuidado epreocupação em transmitirem aos seus filhos a Lei do Senhor e ospreceitos de Jeová. Consideram a educação da criança prioritária.

Somos também o povo escolhido de Deus (Hb 8.10 e Tt 2.14). Assim,a educação cristã está também embasada nos mesmos princípios editames expostos nas Escrituras.

A Igreja de Cristo tem como objetivo primordial à salvação do homem eo seu preparo para viver Jesus eternamente. A educação é o agentede mudança.

Para isso, a Igreja se propõe a ensinar a Palavra de Deus de modosistemático, prático e progressivo, alcançando pessoas de todas asidades, principalmente as crianças. A instituição educacional da igrejaé a Escola Dominical. O ensino bíblico, ou melhor, a educação cristã

deve ser compreendida como uma tarefa que não se limita apenas háalgumas horas de estudo aos domingos na ED. Mas, como umprocesso, um contínuo aprendizado de crenças e valores, de hábitos,atitudes, maneiras de sentir e de agir de acordo com o querer de Deus.

Cada cristão deve tornar-se uma pessoa zelosa, praticando boas obrascom o objetivo de melhor servir a Jesus e ser capaz de influenciar navida da comunidade, da sociedade em que está inserido. Nessa tarefacabe aos pais a responsabilidade maior.

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2.7 Dificuldades atuais

A sociedade atravessa um período de profundas mudanças. Em

conseqüência, os lares são abalados de forma preocupante, o que trazsérios problemas no que se refere à educação do indivíduo.

De um lado está a necessidade da busca de meios de sobrevivênciacolaborando para que as mães também deixem o lar e se dediquem aalgum trabalho para ajudar a sustentar a economia da família. Deoutro, as mulheres que “vestindo a roupagem” do desejo da realizaçãopessoal e da procura de um “espaço” na sociedade, fogem das suas

responsabilidades de esposa e mãe. E ainda levando-se emconsideração os desmandos dos pais, as brigas, as ocupações extras,a separação dos cônjuges, que no final chegam ao divórcio na maioriadas vezes.

Todos esses acontecimentos na vida familiar levam a criança aoabandono, à falta de orientação, a necessidade de alguém paraidentificar-se, de ajuda para resolver seus problemas.

Falta a presença dos pais para incentivá-la a crescer, a desenvolver-se, quer elogiando-a ou repreendendo-a, conforme a situação.Determinando e cobrando tarefas. Ensinando-a respeitar limites, a serútil, a participar do grupo familiar. Dando-lhe oportunidade de partilhardas alegrias e das dificuldades do dia-a-dia. Ensinando-a fazerescolhas e a tomar decisões. Caminhando junto a ela, apontando-lhe ocaminho (Pv 22.6). Orientando-a lidar com seus próprios sentimentos.

São os pais e, principalmente a mãe, as pessoas responsáveis para“descortinar” conhecimentos. É a qualidade do mesmo quedeterminará seus resultados. Sem dúvida, os ensinamentos bíblicosoferecidos ao indivíduo desde a sua infância é que nortearão sua vidade modo eficaz tornando-o um cidadão honrado. Capacitando-o acolaborar para o bem estar da sociedade e da nação. E, acima detudo, fazendo-o um futuro cidadão dos céus.

2.8 O educando em face à Pedagogia

O educador só pode começar a exercer, com relativa consciência, asua atividade, depois de conhecer e de estudar a natureza da criança,na sua progressiva e evolução, até atingir o estado de adulta.

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2.8.1 O estudo da criança fornece, ao educador, as seguintes liçõesprofundas:

(a) A criança é um ser complexo, quer dizer: há, dentro dela, forçasdispares e opostas, que se chocam sem cessar. Vozesdiferentes falam na criança; dentro dela, não há paz, mas simluta; nela há o mal e o bem, a delicadeza superior, avulgaridade e a baixeza.

(b) De tudo isto, deve concluir-se que a Pedagogia do deixar corrertem de ser substituída por uma Pedagogia firme, capaz de

selecionar e de marcar diretrizes ao educando de maneira avalorizar qualidades, abafar defeitos, canalizar ou sublimarinstintos, desenvolver inclinações favoráveis, etc.

(c) A Criança é um ser em plena evolução. As crianças devem sereducadas para o dia de amanhã, que nunca poderá ser igual aodia de ontem, nem mesmo o dia de hoje. Por isso, não é deadmitir o velho conceito de que aquilo que foi bom para os pais,

também deve ser bom para os filhos.(d) A criança não tem experiência, e daí o necessitar ser dirigida

com mão destra e firme. A este respeito, escreve Ponsard:“Nas famílias, a criança domina; é rei. Nas escolas, parlamenta-se com ela; deixa-se que ela se organize em grupos. Erro,desacerto. Erro, porque a criança é a última a ver aquilo que émelhor para si. Desacerto, porque os deveres da vida sãoacima de tudo, deveres de submissão. É por isso que a criançanão pode ser preparada para a vida, tal como a irá encontrar,senão por meio da antiga virtude obediência. Não deveis falarmuito cedo em respeitar a sua liberdade, que ainda não estáformada: em respeitar a sua autonomia, que ainda não sabeestabelecer acordo com o direito dos outros; não deveis falar nasua personalidade, que ainda não se revelou. Desconfiai doindividualismo, que chocará com as exigências da vida social. Acriança espera a autoridade e tem dela necessidade. E ainda

que esta autoridade deva ser confiante, afetuosa e delicada,nem por isso deve deixar de ser real e firme”.

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(e) A criança vive, em grande parte, pela imaginação. Temqualidades míticas e fabulosas excepcionais, e por isso mesmoprecisa ser orientada por motivos superiores. A educação, que

lhe abafa as aspirações e os entusiasmos, cria, para ela, umaatmosfera asfixiante: “A Pedagogia deverá, pois, utilizar taishormonas larga e criteriosamente, criando uma atmosferadeterminante de sentimentos audazes e magnânimos, algoambiciosos e entusiásticos, onde a alegria, a tristeza, aesperança, a melancolia, a compaixão, a vergonha e a simpatiafluam em todo o seu caudal.

(f) A criança não deve ser adulada ou amimada. Um dos erros daPedagogia contemporânea tem consistido, precisamente, emagradar demais à criança e em poupar-lhe esforços. Ora háinteresses infantis e adolescentes, de natureza psicológica, queurge orientar, canalizar ou contrariar. Se o educador securvasse perante semelhantes interesses (mitificação, injustiça,abuso de força, comodismo, etc.), seguiria a natureza doeducando (é certo), mas atraiçoaria a sua missão formativa.Nenhum educador digno de tal nome deve subordinar-se aosgostos, simpatias ou interesses dos educandos, porque algunsdeles são maus ou podem conduzir ao mal. A escola devehabituar o aluno a lutar contra os interesses inferiores ou maus,ensinando-o a vencê-los. A vida é uma luta contínua entre asforças do bem e as forças do mal. É preciso preparar a criançapara dominar e vencer estas últimas. Pergunta-se, muitasvezes, por que motivo alguns homens falham rotundamente navida? Isto acontece quando o homem só pensa em evitar o

sofrimento e o insucesso, em vez de persistir em triunfar, custeo que custar, sobre as forças do mal.

(g) A criança deve ser dirigida. Por isso, se preconiza, atualmente,a educação dirigida, a qual recorre, para atingir os seusobjetivos, à família, à escola, à ginástica, ao desporto, aocampismo, à imprensa, ao livro, ao cinema, à radiotelefonia,aos clubes escolares, aos trabalhos manuais, etc. Só quando

se conseguir coordenar todos estes elementos é que aPedagogia terá possibilidade de realizar uma obra maisconsciente e mais profunda.

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(h) A criança deve ser estudada por todas as maneiras ao dispordo pedagogo. Para isso, terá ele de recorrer, a observaçõessistemáticas, ao registro metódico dessas observações, à

interpretação psicológica dos exercícios ou desenhos, a testes,a conversas e interrogatórios, a inquéritos, a questionários etc.

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Capítulo 3

O Ensino Relevante para Classes3.1 Ensino para Juniores

O objetivo da Escola Dominical é alcançar as crianças com o alvotríplice do ensino: salvação, crescimento e serviço, isto é, ganhar a

criança para Cristo, fazendo-a entender que é pecadora, doutriná-lanas verdades da Bíblia para que cresça espiritualmente, e venha aservir a Cristo. Nossa intenção é levar os professores e pais a valorizara experiência singular de observar e conhecer melhor os juniores noseu processo de desenvolvimento. Há, às vezes, mudanças bruscas,inevitáveis, radicais. Na verdade, é um mundo novo, muito mais vasto,que é preciso conhecer e explorar. Compete aos líderes saber quandocriticar, encorajar ou ajudar. Nestas palestras queremos provocar a

reflexão de todos que atuam direta ou indiretamente com os juniores,para que possam ajudar a compreendê-los que estão se ajustando aum novo padrão de vida que pode afetar seu comportamento naescola, no lar e talvez seu relacionamento com a família.

Neste espaço queremos provocar a reflexão de todos que atuam diretaou indiretamente com os juniores, para que possam ajudar acompreendê-los que estão se ajustando a um novo padrão de vida quepode afetar seu comportamento na escola, no lar e talvez seurelacionamento com a família.

3.1.1 Quem são os juniores

De modo geral, por volta dos onze anos, a infância começa a chegarao fim. Essa idade marca o início da pubescência e às vezes dapuberdade.

Nesta idade, os juniores começam a examinar nossos valores ecomportamento, questionar nossos padrões - de autenticidade e deconsideração pelos outros. Os pais deixam de ser elementosformadores por excelência e passam eles a ser apenas orientadores.

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3.1.2 Características

(a) Física . Ganhando força, apesar de haver um estacionamento no

desenvolvimento físico; gostam de lutar e fazerem “bagunça”gostam de competição. Crescimento relativamente lento, masgosta de comer e de se mexer muito. Está juntando energiaspara a próxima fase, quando acabará o processo docrescimento. Saúde excelente: normalmente não adoece.Controle muscular: pode fazer nesta idade coisas que jamaisfará na vida de adulto. Gosta de fazer tudo quanto lheproporciona maior controle e conhecimento.

(b) Mental . Investigador; vivo e cheio de perguntas; gosta de fazertudo quanto lhes proporciona maior controle e conhecimento;tem sede de saber e desejo de aprender; gosta muito de leitura -têm boa memória; o que lhe ensinamos agora permanecerá oresto DA vida. A memorização das Escrituras é importante nesteperíodo. É colecionador (selos, fotografias de animais, etc);diferencia entre a realidade e a imaginação; têm muita confiança

na sua capacidade de vencer; gosta de geografia e de históriase de saber o que aconteceu, onde, quando e porquê, pois jásabe relacionar tempo, espaço e acontecimentos.

(c) Emocional . É intrépido: tem muita confiança na sua capacidadede vencer. Não gosta de demonstrações de afeição, masprecisa saber-se querida. A afeição deve ser demonstrada pelotom de voz e através de nossos atos, em vez de beijos ouabraços. Seu senso de humor vem aparecendo.

(d) Vontade . Rebela-se contra OS "ditadores"; gosta de quemdemonstra simpatia e carinho. Deseja direção na vida, queparece-lhe um caminho desconhecido e, às vezes espinhoso.

(e) Social . É competidor, barulhento e briguento; fica mais àvontade ao AR livre, onde tem bastante espaço; não aprecia osexo oposto; quer fazer parte DA "roda" - um grupinho de seus

semelhantes em sexo e idade que faz coisas em conjunto.Gosta de jogar num "time" - futebol, no caso de meninos. Asmeninas se reúnem para falar, passear, brigar (e logo voltam aser amigas novamente); começa a ter senso de

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responsabilidade, que deve ser encorajado e desenvolvido.Adora heróis . Uma atitude dada a Deus aos juniores eadolescentes para fazer com que busquem aquilo que é bom e

merecedor DA sua admiração, incentivando-os em direção auma vida nobre.

(f) Espiritual . Reconhece o pecado como pecado e sente anecessidade de se livrar das conseqüências. Se ainda nãorecebeu o Salvador, está na hora de fazer isto. Se já é salvo, é aidade quando deve experimentar pessoalmente a consagração;e a vida vitoriosa; estabelece altos padrões para is e, também,

para OS adultos que o rodeiam. Fica decepcionado comqualquer um que não anda de acordo com estes padrões. Eletambém não as alcança e sente-se frustrado. Precisa conhecero caminho DA vitória para evitar tais frustrações e paradesenvolver-se espiritualmente. Esta é a idade quando devemosapontar-lhe a necessidade de preparar-se para o serviço queDeus quer que faça no futuro e de orar a respeito do futurocompanheiro.

Esta é uma idade quando o ensino ministrado deve ser experimentadoe comprovado na vida do aluno Por isso, é muito importante que você,como professor empenhe-se no estudo, preparo e apresentação DAlição. Lembrando DA importância em estar orando por todos OSalunos, visitando, acompanhando...

3.1.3 Desenvolvimento do comportamento

Motor . Atividade física é bem maior do que nas idades anteriores e temmuito maior expansividade.

De adaptação . É caracterizado por uma programação prévia de tudo oque a criança fará. Este detalhe é importantíssimo e não deve nuncaser menosprezado pelo adulto. Percepção do mundo exterior é muitomais real e mais vivida.

Lingüístico . Muito “faladeira”. Nesta época, sofre uma certa dificuldadeem termos de expressão literal pura e simples, pois neste período ela éusada muito mais para exprimir sentimentos.

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Social . Comportamento mais estável e melhor integrado. Desejo deindependência, por isso a autoridade familiar volta a bloquear estaimpulsividade da criança.

Como  ajudá -los. A atitude dos líderes pode ajudar muito aos juniores.É uma questão de encontrar o equilíbrio adequado. É um momento emque a criança começa a “sentir-se gente”. Respeito à individualidade.

3.2 Ensino para Adolescentes

A vida é uma dádiva do Senhor, que deve ser explorada e vivenciada

com toda força e vigor. O desenvolvimento desta vida pode ser divididoem três partes principais: infância, adolescência e vida adulta. Cadauma destas etapas possui características e necessidades distintas.Para que uma pessoa se desenvolva até a plena maturidade, ela teráque fazer os ajustes necessários à medida que avança através decada etapa da vida.

A adolescência é uma fase muito importante na vida de uma pessoa. É

um período que não pode ser considerado uma mera transição entre ainfância e a fase adulta. É uma etapa onde ocorrem as mais diversastransformações em nível físico, intelectual, emocional e social. Aadolescência é um processo dinâmico de metamorfose que transformao ser criança em um ser adulto.

Preferimos abordar o assunto da forma tradicional, mostrando asmudanças físicas, mentais, sociais, emocionais e espirituais queocorrem e ressaltar qual é a oportunidade que se abre para cadaprofessor, para que consiga explorar a totalidade do potencial inerentea cada adolescente, a fim de que ele desempenhe com satisfação oseu papel na família, igreja e comunidade.

3.2.1 Definição de adolescência

A palavra adolescência deriva do latim ad (a, para) e olescer (crescer),caracterizando, portanto, o processo dinâmico que o indivíduo

apresenta na sua aptidão de crescer. A adolescência também temraízes na palavra adolescer, de onde origina a palavra adoecer.Temos, pois, uma dupla etimológica: crescer no sentido físico e

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psíquico e adoecer com as transformações biológicas e mentais que sesucedem nesta fase da vida.

A adolescência é um período da vida que se estende entre a fase dainfância e a fase adulta. Ela é um processo dinâmico e não um estado.É um estágio onde acontece um período radical de transição que deveser vivido com naturalidade e intensidade pelo adolescente é umtempo especial onde os adultos precisam compreendê-lo em suasinquietações. É o período onde as brincadeiras infantis sãosubstituídas pelos esportes, que se manifestam como se fossemcompetições da própria vida. A credulidade da infância acaba, e em

seu lugar aparece a dúvida, que deverá ser substituída por fortesconvicções da vida adulta.

A transição não é fácil, pois há três diferenças significativas entre umacriança e um adulto:

a) A criança confia e aceita as idéias de pessoas mais velhas;um adulto já “tem a cabeça feita”, quer seguir sua própriamente;

b) A criança depende emocionalmente de seus pais, enquantoum adulto é mais independente.

c) A criança sempre participa da realidade da fé através deoutros, enquanto o adulto participa da caminhada da fécristã marchando sobre seus próprios pés.

Em cada uma destas três áreas, o adolescente fica oscilando entre o

mundo da infância e o do adulto. Ele se esforça para agir e secomportar como adulto, contudo ele sente falta e anela pela segurançaque tinha e sentia quando criança.

O estilo e intensidade da vida moderna aceleram o processo dematuração. Geralmente resulta em uma adolescência anormal. Apobreza, os problemas sociais e a dor também afetam odesenvolvimento neste período, ocasionando uma maturidade precoce.

3.2.2 Etapas da adolescênciaAo abordar o tema da adolescência, o autor José O. Outeiral fala detrês etapas que não tem início e fim definidos com precisão e ondealgumas características se confundem e outras não.

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A adolescência inicial. Esta fase da adolescência tem o seu início emtorno dos 10 anos estendendo-se até os 14 anos, aproximadamente. Aprincipal caracterização deste período é a transformação corporal com

as devidas alterações psíquicas.

Normalmente, nas meninas o amadurecimento ocorre mais cedo doque nos meninos. Esta fase é também denominada de adolescênciapuberal, por apresentar o início das mudanças da puberdade comtodas as modificações físicas e psíquicas da adolescência.

Nesta etapa da adolescência, uma característica é o isolamento e háuma mudança no jeito afetivo do adolescente ser: ele se tornaexplosivo, suscetível, mal humorado e dorme muito. Ele se fecha emseu quarto ou até no banheiro por um vasto período. O adolescentetorna-se monossilábico e a desobediência passa a ser a tônicaprincipal. Além disso, iniciam a desordem, a falta de asseio e adespreocupação de si mesmo.

A adolescência média . A presente etapa vai dos 14 aos 16 ou 17 anos,aproximadamente. Tem como característica principal tudo que está

relacionado com a sexualidade. Relevante também, nesta etapa, é osurgimento da importância do aspecto grupal. O adolescente centraseu modelo no relacionamento que ele tem com o seu grupo decolegas e amigos.

Adolescência final. Esta fase da adolescência vai dos 16 ou 17 aos 20anos. Nesta etapa se estabelecem os novos vínculos com os pais eacontecem as adaptações ao novo corpo aos processos psíquicos domundo adulto. Acontece também o rompimento da psicologia grupal eo adolescente busca uma maior independência onde ele procurainserir-se na sociedade em que vive.

Para fins de melhor aproveitamento dos professores, estaremosabordando o tema conforme divisão etária seguida pela CPAD: umgrupo de 12 a 14 anos, outro de 15 a 17 anos.

3.2.3 Mudanças no desenvolvimento do adolescente - primeira

adolescência (12 a 14 anos).Na primeira adolescência, se deve alcançar o desenvolvimento plenoem quatro áreas essenciais para que haja um progresso sadio em todaesta faixa etária. Vejamos quais são:

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(a) Ajustar-se para a brusca mudança do corpo.

(b) Normalidade ao desenvolver sua independência.

(c) Aquisição da sua auto-identidade.

(d) Aceitação de si mesmo, apreciando e desenvolvendo asáreas positivas; aceitando e melhorando aquilo que énegativo.

Mudanças complicadas . A faixa etária de 12-14 anos é a que estamosdenominando de primeira adolescência, onde um crescimento edesenvolvimento vertiginoso acontecem; assim, é um período deajustamento e consolidação. Destacam-se as complicadas mudançasnas funções sexuais. O adolescente começa a perceber o despertar denovos poderes dentro de si mesmo e o brotar das aspirações adultas.Isto cria uma mistura turbulenta de tendências e antitendências,gerando um período de complexidade e contradição.

Apesar de estar em um mundo de mudanças e transição, não

entendendo a si mesmo, o adolescente possui um potencial tremendoque quer ser estimulado e explorado pelos pais e educadores; ele nãodeve ser mal compreendido ou ignorado.

Ele precisa de um modelo especial de adulto com o qual possa serelacionar e identificar-se. Este adulto deve ser amável, paciente ecompreensivo, pois aqueles que trabalham com os adolescentesdevem aproveitar esta oportunidade ímpar para os discipular para

Cristo.

Os professores terão sucesso em sua missão se:

(a) Mantiverem abertos os canais da comunicação.

(b) Usarem os interesses do adolescente como pontes natransmissão da vida cristã.

(c) Souberem como aconselhar.

(d) Forem “o ou um dos companheiros” e providenciaremcompanhias sadias.

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(e) O professor de Escola Dominical será a chave para oevangelismo e o discipulado dos adolescentes, se realmentese envolver e souber utilizar corretamente as portas que se

abrirão nesse período que é também o do despertamentopara as coisas espirituais.

Mudanças físicas . As muitas mudanças físicas que ocorrem duranteesta época afetam diretamente todas as outras áreas dodesenvolvimento do adolescente.

O adolescente cresce rápido, mais desproporcionalmente. As moças

crescem mais aceleradamente nesta época, e geralmente são maisaltas e com mais peso do que os rapazes. Este crescimento aceleradoproduz um enorme apetite.

Os músculos procuram atividade constantemente. A aparição econscientização das funções sexuais fazem com que o adolescente sepreocupe com sua aparência física. A maioria deles quer ganhar ouperder peso, e gostariam de ser “mais bonitos”. Por isso, buscam

melhorar o “design” do corpo. As espinhas e cravos se tornamverdadeiros monstros a serem vencidos.

As mudanças físicas não são só externas, mas também internas. Odesenvolvimento das glândulas é o mais importante. Os órgãos vitaistambém crescem rapidamente, o coração quase que dobra detamanho; os pulmões crescem, as glândulas se tornam mais ativas, ascordas vocais quase dobram em comprimento, trazendo dificuldadespara o adolescente controlar sua voz. O crescimento desproporcionaldos ossos traz um desenvolvimento “esquisito”, frustrando eembaraçando o adolescente. Ele precisa compreender que estasmudanças são necessárias, pois ninguém deixa a infância e se tornaum adulto da noite para o dia.

Mudanças mentais . A adolescência é o tempo em que a pessoa atingeo ápice do criticismo em sua vida. Ele quer e exige que tudo passepelo teste e crivo da sua razão e julgamento. São aspectos que estão

se desenvolvendo, mas ainda são limitados pela experiência.

Neste período, já é possível ao professor trabalhar com maisprofundidade o pensamento. Eles desenvolvem a habilidade de

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entender relacionamentos e solucionar problemas. Crescem emsabedoria prática, empírica para julgar de acordo com o senso comum.O seu conhecimento teórico está também à frente da sua experiência.

Assim, o professor de adolescente deve apresentar questões eproblemas para que ele trabalhe diretamente nas Escrituras e ache asrespostas. Esta nova habilidade de lidar com o abstrato deve serexplorada, pois ele compreenderá melhor as idéias simbólicas do queas concretas. Ele pode memorizar bem, mas deve ter uma razão paraisso. As atividades devem fazer sentido.

Os temas de estudo devem abordar uma variedade de assuntos, pois o

horizonte mental é amplo e há um grande potencial na capacidadeintelectual, possibilitando ao professor caminhar em várias direções.

Mudanças sociais . Novas atividades aparecem também no que dizrespeito à vida social. Especialmente seu desejo por companhia e depertencer ao grupo. Ele quer ser “grande”, crescido, superior aosirmãos mais novos. Aqui ensaiam seus primeiros “vôos” para fora doninho, a caminho da independência; contudo, isto pode fazer dele um“rebelde” e distanciá-lo dos pais, gerando um relacionamento difícil emcasa.

Os pais devem reconhecer como natural o sentimento deindependência; se eles o reprimirem, estarão abrindo a porta paraconstante fricção e desavenças e perda definitiva do controle. Aqui oadolescente deve começar a ser treinado para o uso total da liberdadeque terá como adulto. A repreensão retira dele a oportunidade sadia deum treinamento cristão para a vida.

O professor da Escola Dominical tem aqui uma oportunidade de ouropara influenciar positivamente na vida dos adolescentes, pois elescomeçam a buscar modelos significativos fora de casa.

A vida social na escola também é importante, pois é lá que ele buscarápopularidade, atenção, prestígio, segurança e aceitação diante daturma.

Nesta época, se destaca a procura pelo divertimento, do fazer ascoisas com os outros (companheirismo, principalmente porque há umaumento das atividades escolares) e da lealdade ao grupo (turma). Os

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professores da igreja devem atentar para estes itens e encontraratividades cristãs, mas que ao mesmo tempo caminhem junto com estatrajetória normal da vida de um adolescente.

Mudanças emocionais . As emoções de um adolescente são maisquantitativas do que qualitativas. Ele muda da alegria e docontentamento para a tristeza e a irritação por pouca coisa. Muitosadolescentes são irritáveis e respondões: “você não me entende” é amais freqüente exclamação, antes de uma batida de portas. Estainstabilidade emocional, esta flutuação, às vezes, é algo difícil para ospais entenderem e lidarem com ela. Contudo, com o professor da

Escola Dominical é diferente, ele coloca uma “máscara” e se abremais, o que facilita a ministração.

Mudanças espirituais . Os professores desta faixa etária, às vezes,subestimam a capacidade espiritual e o potencial do adolescente.Conversão é acima de tudo transformação, e como este período écaracterizado por mudanças, por que não esperar, como houvemudanças em todas as áreas, também mudança espiritual, isto é,

conversão? O adolescente desta classe está pronto para se decidir porCristo. Uma conversão clara e definida pavimentará o caminho para ocrescimento espiritual, o qual será nos anos posteriores. Se não foralcançado por Cristo agora, talvez nunca mais seja. A experiênciaespiritual do adolescente é distinta e pessoal. Ele ora ou vai aos cultosnão porque é obrigado (o que acontecia na infância) ou é costume. Eleé livre para decidir se continua ou pára de freqüentar a igreja; suadecisão depende das suas convicções pessoais.

A dependência moral também diminui. Ele expressa suas própriasopiniões e precisa de mais liberdade pessoal de escolha. Aqui apareceo conceito e convicção de pecado/pecador, que é fundamental paraque uma pessoa seja salva.

Nesta idade, não há preocupação com a filosofia da religião ou com aformulação de doutrinas. O adolescente quer uma religião quefuncione, que mude sua vida, satisfaça seus anseios e transforme seus

ideais. O professor desta classe deve então desafiar seus alunos aterem experiências com Deus através da oração; eles devem ver Deusoperando em curas, milagres, soluções de problemas e situaçõesdifíceis.

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O adolescente deve ser incentivado a ter uma vida de fécomprometida, centrada em Jesus e a buscar a perfeição da vida e docaráter cristão. Deve ser guiado pelo exemplo de adultos que amam e

seguem a Cristo.

Ele terá dúvidas religiosas, mas o que deseja é uma estabilidade bemfirmada e fundamentada na Palavra de Deus. Ele buscará uma certezabaseada em fatos, não em sentimentos. O professor deve discutir asquestões amigavelmente, pacientemente, guiando-o nas verdades daPalavra.

3.2.4 Mudanças no desenvolvimento do adolescente - segundaadolescência (15 a 17 anos)

Nesta época, o adolescente está se preparando para asresponsabilidades da vida. A indiferença é substituída pelapreocupação; a expansividade dá lugar à concentração e à seleção.

Ao término deste período, o adolescente deve ter tido umdesenvolvimento sadio nas seguintes áreas:

(a) Ao obter relacionamentos novos e maduros comcompanheiros da mesma idade e de ambos os sexos.

(b) Ao conscientizar-se de quais são suas funções sociais comohomem e como mulher.

(c) Ao aceitar o seu corpo físico como é e usá-lo de forma

efetivamente cristã.

(d) Ao alcançar sua independência emocional dos pais e deoutros adultos.

(e) Ao conscientizar-se da necessidade de se obterindependência financeira.

(f) Ao selecionar e começar a se preparar para uma profissão.

(g) Ao preparar-se para o casamento e vida familiar.

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(h) Ao obter conceitos de juízo que são necessários à prática dacidadania.

(i) Ao comportar-se socialmente de forma responsável e cristã.

(j) Ao adquirir um conjunto de valores cristãos e éticos quesirvam como guias para o seu comportamento.

Vamos especificar a nossa abordagem por áreas, para fins de melhorentendimento, mostrando as mudanças e características doadolescente neste período.

Mudanças físicas . O corpo físico do adolescente alcança ascaracterísticas e potencial da maturidade, fazendo com que a suapreocupação seja com a beleza visual. Precisa, portanto ser lembradode que a aparência física é somente um dos aspectos da vida, e que abeleza interna e a espiritualidade também são importantes.

Como este é o período também da formação dos bons e dos maus

hábitos (é possível que experimente o cigarro, o álcool, o tabaco, etc.),o adolescente precisa conscientizar-se de que é o mordomo do seucorpo, o qual deve ser valorizado, respeitado e honrado.

Mudanças mentais . O criticismo da primeira adolescência é substituídopor um julgamento mais maduro. Ele começa a ocultar o seu papel nasociedade à medida que seu raciocínio, autocontrole e independênciase afirmam e se expandem.

Adquire a capacidade de pensar os problemas complexos e questionatudo. Quer saber as razões e rejeita as respostas fundamentadas noautoritarismo. O seu professor de Escola Dominical deve levá-lo diretoàs Escrituras e ensiná-lo como achar as respostas para as grandesperguntas da vida.

A imaginação atinge o ápice e se torna a alavanca para os sonhosidealísticos e para as grandes realizações.

O sucesso na vida depende de autocontrole e disciplina, e isto oadolescente deve aprender em casa, na escola e na igreja. Sua

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educação nunca será completa se não conseguir domínio sobre ocorpo e sobre a mente (vontade).

A independência de pensamento: ao chegar a esta idade, oadolescente deve ser encorajado a escolher sua vocação, alinhada nosseus interesses e habilidades. Um homem de sucesso é aquele queseu coração, mente e tudo mais estão juntos na profissão escolhida.

É comum o adolescente demonstrar neste período a atitude do “sabe-tudo”, que pode levá-lo a se isolar da influência e conselhos dos pais.

Contudo é altamente sujeito a sugestões, que vem, principalmente,através da TV, rádio e daquilo que ele lê. Abre-se aqui uma porta parao professor da Escola Dominical, que tem tudo para ser uma dasprincipais influências sobre a vida dele, tanto como um modelo, quantocomo um indicador bibliográfico ou de programação de rádio e TV.

Mudanças sociais. Neste período, a turma é substituída por um grupomenor, mais seleto. Preferem mais a companhia dos amigos à dafamília. Os pais e professores devem respeitar este período dematuração; tratá-los como adultos e procurar ouvi-los mais do quesimplesmente ficar dando conselhos e avisos.

Aparecerá o interesse pelo sexo oposto e, apesar de a maioria doscasos ser superficial, o professor do adolescente deve incluir em seusensinos e orientações sobre como o rapaz e a moça devem serelacionar e namorar. Pais e igreja devem trabalhar juntos e auxiliar osadolescentes a adotarem os valores e padrões cristãos no namoro e

na amizade.

Mudanças emocionais . O adolescente deste período quer ação para omomento. Ele quer experimentar muitas emoções, e esta atitude podeser perigosa tanto física como moralmente. Os resultados podem seracidentes de carro, bebida, drogas, sexo impróprio, etc. O que oprofessor pode fazer é desafiá-lo para a ação positiva, como ser ummissionário, ganhar todo o seu bairro, escola e cidade para Jesus,

construir uma igreja, etc. O adolescente possui um potencial tremendopara a evangelização e o serviço cristão.

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A auto-estima e a vontade de ser considerado adulto são tambémquestão de alta prioridade e não devem ser atropelados.

Mudanças espirituais . O professor de adolescente deve mostrar sua féna prática ao relacionar-se com Jesus, ao invés de apresentar umalista religiosa de “faça” e “não faça”. Eles precisam ver que a fé temsegurança e propósito.

O adolescente precisa de um cristianismo ativo, que dê oportunidadepara ser e também para fazer. Ele precisa relacionar sua experiênciaespiritual com as decisões da vida.

Muitos fatores podem ser um empecilho para o desenvolvimento deuma vida cristã normal. Por exemplo, o testemunho inconsistente decristãos adultos, principalmente dos pais, professores da EscolaDominical ou outro líder da igreja. Dúvidas e confusões podem surgirtambém de ensinos materialistas e ateístas que têm a pretensão decontradizer a Bíblia e que são apresentados pela escola secular oupela mídia.

O que devemos ter em mente é que um adolescente com uma vidaespiritual autêntica, real, fundamentada na Palavra de Deus, não abriráespaço em seu coração para o criticismo e a apostasia, mas ficaráfirme como Daniel (Dn 1.8), sem comprometer a fé e nem os valorescristãos.

Um dos aspectos mais positivos da vida espiritual do adolescente é opotencial que ele possui para a adoração a Deus. Eles gostam e seinteressam em participar da ministração do louvor, e isto é umaabertura tremenda para que cheguem a presença do Senhor eexperienciem a majestade e o poder do Deus Todo-poderoso. Oprofessor do adolescente deve agendar reuniões periódicas emambientes diferentes (em um terraço, sítio, em sua casa ou na de umaluno), com a finalidade de conversar, rir, estudar a Palavra, orar elouvar.

3.2.5 Dificuldades no convívio com adolescentes

Vimos até aqui a complexidade pela qual passa o adolescente em seuestado de metamorfose. A seguir, listaremos alguns aspectos que, se

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não observados, irão dificultar nossas relações para com eles nesteperíodo de total transformação pelo qual passam.

Não compreendê-los . Ser compreensivo significa entender e captar ossentimentos do adolescente; é confiar em sua capacidade para iradiante, é respeitar sua liberdade, respeitar sua intimidade, não julgá-lo, aceitá-lo como ele é, aceitá-lo tal como ele quer chegar a ser; é vero outro como sujeito.

O adolescente precisa ser compreendido e aceito em sua maneira deser e agir. Ele necessita de um ambiente acolhedor que o proteja e lhe

mostre o caminho a ser seguido. O adulto é para o adolescente umrefúgio necessário, mas ao mesmo tempo, alvo de agressão edestruição. É uma tarefa árdua, mas bela e gratificante, ser este adultoracional e maduro para um adolescente que está à procura deparâmetros que sirvam de modelo para sua afirmação como pessoa.

Falta de empatia . No relacionamento humano é fundamental que sebusque a compreensão do que a pessoa está dizendo e sentindo. É oque se chama de empatia. É sentir o que o outro sente; é ouvir a suahistória como se fosse a minha. É a capacidade de dar-se conta dasemoções e das mudanças internas da pessoa com a qual nosrelacionamos. É colocar-se no lugar da pessoa.

Ao nos comunicarmos com o adolescente ou mesmo com outra pessoaqualquer, é certo que receberemos aquilo que estamos a lhe oferecer.Se nosso sentimento for de indiferença e apatia, é natural recebermosalgo semelhante em troca.

A empatia requer a aceitação incondicional do outro: isso quer dizerque o aceito como ele é procurando aceitar todos os aspectos de suapessoa: seus gestos, sua forma de falar, sua maneira de enfocar avida, sua inteligência, seu corpo e seus atos. Isso faz com que eu nãoprocure manipulá-lo, mudá-lo e favorece o outro a se expressarlivremente e com confiança.

Não sendo uma presença real . O adolescente percebe quando somosuma presença irreal, apenas de corpo ou se estamos totalmente comele, sendo uma presença de corpo, “alma” e mente. O doar-se farábem ao adolescente, mas talvez o grande beneficiado seja o adulto

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que irá desfrutar do convívio o que de melhor pode existir: asinceridade e o amor à vida.

Não entendendo seus sentimentos . Assim como o adulto, oadolescente tem o direito de vivenciar e expressar o seu sentimentoem relação ao mundo e às pessoas. É importante que o respeitemos,assim como ele é e assim como se expressa. O adolescente tem odireito de pensar, sentir e agir conforme seu coração, desde que istonão violente as formas de convivência.

Querer convencer o adolescente a partir de nossos pressupostos . Em

nosso relacionamento com o adolescente, é fundamental que eleperceba que nos encontramos abertos para ouvi-lo e não para lheimpor nossas verdades. Estamos juntos para que haja uma troca deexperiências e conhecimentos que enriquecerão nossas relações. Emuma relação nada pode ser imposto. Pode haver um compartilhar deidéias que permitirão uma troca mútua. O adolescente perceberá queos seus pressupostos têm valor, e não apenas os do adulto.

Não sendo coerente. A coerência é imprescindível em toda e qualquerrelação. Ser coerente é ter a coragem de ser o que se é, semdisfarces. O adolescente é especialista em perceber se somoscoerentes com aquilo que falamos e fazemos. O não ser coerente nostira a credibilidade para termos uma relação próxima com oadolescente.

Não escutando o adolescente . Escutar é diferente de ouvir. Nósouvimos sons, ruídos ou palavras. Nós os ouvimos ainda sem quererquando alguém ou algo os emite. O escutar supõe uma disposição: épreciso querer escutar. Nós ouvimos sem querer; no entanto, paraescutar é preciso querer fazê-lo.

O adolescente, no contato conosco, deve perceber que nós o estamosouvindo de corpo inteiro e isto implica, conforme Luiz AntônioRyzewski, em 3 habilidades, chamadas de A.C.A., que descreveremosa seguir.

(a) “A” de atender. Atender é estar ligado, atento, conectado. Éreceber a informação e nos certificar que estamos recebendo

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exatamente aquilo que o adolescente nos quer transmitir. Éperceber também o sentido oculto das palavras, gestos e ações.

(b) “C” de compreender. É o momento da interpretação dosignificado da mensagem expressa pelo adolescente. Nemsempre uma determinada palavra tem o mesmo significado paratodas as pessoas. Deve ficar claro o que isto significa nalinguagem usada pelo adolescente. A compreensão correta sedá se nos colocarmos no seu lugar.

(c) “A” de avaliar. É quando refletimos sobre o que nos foi

informado e a partir da avaliação vamos definir nossa reaçãofrente a uma determinada situação. Devemos avaliar, não apartir dos nossos preconceitos, mas a partir do adolescente. Istonão significa concordar sempre com ele, mas respeitar suaopinião, dando a nossa, colocando argumentos prós e contra.

3.2.6 Conclusão: implicações para o educador cristão

O professor de adolescentes deve ter um programa de educaçãocompleto, que englobe ação, equilíbrio e propósitos definidos; queconscientize o aluno sobre o significado e razão da sua vida. Asperguntas devem ser manejadas com honestidade (quando não sesabe as respostas, os professores têm o dever de admitir, ao invés dese expor ao ridículo com uma resposta errada). Aliás, isto deve seruma oportunidade para trabalharem juntos até chegar aoconhecimento da verdade.

O adolescente precisa ser treinado no serviço cristão, e ao mesmotempo receber a responsabilidade de tarefas específicas na igreja. Eleprecisa ter oportunidade de trabalhar na causa do Mestre. Penso que olema apropriado para esta faixa etária é “ou você me usa, ou você meperde”. O adolescente tem condições de se envolver e ser uma bênçãonos projetos mais importantes da igreja. Lembre-se esta é a geraçãoda ação.

O adolescente não deve ser um anônimo, deve ser aceito comopessoa. Identidade e aceitação são questões de vida e morte, e elessaberão que são importantes para a igreja e, conseqüentemente, paraDeus, através dos programas feitos especialmente para eles.

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Devido ao fato de o adolescente querer os privilégios de um adulto,mas sem as responsabilidades, o seu professor deve estar diante delecomo um exemplo ao lado, oferecendo companhia e amizade e, por

detrás, dando o suporte e encorajamento.

Eles devem ser levados a estudar a Bíblia. Sua prontidão mental paraaprender, capacidade de concentração, habilidade para discussão e oaumento de independência intelectual fazem dos adolescentes alunosresponsivos e participantes no estudo da Palavra de Deus.

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Capítulo 4

O Ensino para Adultos4.1 Andragogia

Como tratamos nossos filhos pequenos? Como eles reagem eaprendem? A dependência das crianças nos leva a uma postura

protetora e ao exercício da autoridade. Inicialmente com os pais e, logoapós, com os professores, a dependência é um componente natural nodia-a-dia e na educação.

Com o passar dos anos esta postura começa a ser questionada, osadolescentes iniciam o rompimento do “cordão umbilical” questionandoe rebelando-se. Os pais e professores passam a não obter a “verdadeabsoluta”. Tudo é questionável.

A maturidade da fase adulta nos traz a independência. As experiênciasnos proporcionam aprendizados, os erros nos trazem vivências quemarcam para toda a vida. Somos, então, capazes de criticar e analisarsituações, fazer paralelos com as experiências já vividas, aceitar ounão as informações que nos chegam.

Mesmo diante de tantas transformações na vida do ser humano, ossistemas tradicionais de ensino continuam estruturados como se a

mesma pedagogia utilizada para as crianças devesse ser aplicada aosadultos. O chamado “efeito esponja”, na qual a criança absorve todasas informações não é possível de ser observado na fase adulta. Oadulto desenvolve uma habilidade mais intelectual, quer experimentar,vivenciar.

4.1.1 Andragogia – Um Conceito de Educação

A Andragogia significa, portanto, “ensino para adultos”. Um caminhoeducacional que busca compreender o adulto desde todos oscomponentes humanos, e decidir como um ente psicológico, biológicoe social.

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Busca promover o aprendizado através da experiência, fazendo comque a vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando aassimilação.

O adulto, após absorver e digerir aplica. É o aprender através do fazer,o “aprender fazendo”.

Jorge Larrosa e Walter Kohan, na apresentação da coleção“Educação: Experiência e Sentido” acentuam a importância daexperiência do aprendizado: “A experiência, e não a verdade, é o quedá sentido à educação. Educamos para transformar o que sabemos,

não para transmitir o que é sabido”.

Adriana Marquez em palestra no Primeiro Encontro Nacional deEducação e Pensamento, na República Dominicana, cita: “AAndragogia na essência é um estilo de vida, sustentado a partir deconcepções de comunicação, respeito e ética, através de um alto nívelde consciência e compromisso social”, complementa ainda: “As regrassão diferentes, o mestre (Facilitador) e os alunos (Participantes) sabem

que tem diferentes funções, mas não há superioridade e inferioridade,normalmente não é o mesmo que acontece na educação comcrianças”.

Paulo Freire, em “Pedagogia do Oprimido”, afirma: “Ninguém educaninguém, nem ninguém aprende sozinho, nós homens (mulheres)aprendemos através do mundo”.

Em “Pedagogia da Autonomia”, Freire diz: “Ensinar não é transferirconhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou asua construção”.

Eduard Lindeman, em “The Meaning of Adult Education" (1926),identificou, pelo menos, cinco pressupostos-chave para a educação deadultos e que mais tarde transformaram-se em suporte de pesquisas.Hoje eles fazem parte dos fundamentos da moderna teoria deaprendizagem de adulto:

(a) Adultos são motivados a aprender à medida que experimentam quesuas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são

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os pontos mais apropriados para se iniciar a organização dasatividades de aprendizagem do adulto.

(b) A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; poristo as unidades apropriadas para se organizar seu programa deaprendizagem são as situações de vida e não disciplinas.

(c) A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, ocentro da metodologia da educação do adulto é a análise dasexperiências.

(d) Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por

isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútuainvestigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seuconhecimento e depois avaliá-los.

(e) As diferenças individuais entre pessoas cresce com a idade; poristo, a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo,tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.

4.1.2 Pedagogia x Andragogia – ComparaçõesMalcom Knowles, aborda comparativamente: Modelo PedagógicoModelo Andragógico.

Papel da Experiência . A experiência daquele que aprende éconsiderada de pouca utilidade. O que é importante, pelo contrário, é aexperiência do professor. Os adultos são portadores de umaexperiência que os distingue das crianças e dos jovens. Em numerosassituações de formação, são os próprios adultos com a sua experiênciaque constituem o recurso mais rico para as suas própriasaprendizagens.

Vontade de aprender . A disposição para aprender aquilo que oprofessor ensina tem como fundamento critérios e objetivos internos àlógica escolar, ou seja, a finalidade de obter êxito e progredir emtermos escolares. Os adultos estão dispostos a iniciar um processo deaprendizagem desde que compreendam a sua utilidade para melhorafrontar problemas reais da sua vida pessoal e profissional.

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Orientação da aprendizagem . A aprendizagem é encarada como umprocesso de conhecimento sobre um determinado tema. Isto significaque é dominante a lógica centrada nos conteúdos, e não nos

problemas Nos adultos a aprendizagem é orientada para a resoluçãode problemas e tarefas com que se confrontam na sua vida cotidiana(o que desaconselha uma lógica centrada nos conteúdos).

Motivação . A motivação para a aprendizagem é fundamentalmenteresultado de estímulos externos ao sujeito, como é o caso dasclassificações escolares e das apreciações do professor. Os adultossão sensíveis a estímulos da natureza externa (notas, etc), mas são os

fatores de ordem interna que motivam o adulto para a aprendizagem(satisfação, auto-estima, qualidade de vida etc).

4.1.3 Princípios e Caminhos de Aprendizagem na Andragogia

Pesquisas de Kelvin Miller, afirmam que estudantes adultos aprendemapenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto são capazes delembrar 85% do que ouvem, vêm e fazem, após as mesmas 72 horas.

Não basta apenas, portanto, o envolvimento do ser humano na esferado “pensar”, através de estímulos lógicos e racionais. É necessário oenvolvimento na esfera do “sentir”, proporcionando estímulos interiorese emocionais. Desta forma, o sentir estimula o “querer”, transformandoem vontade e ação.

O Eixo Andragógico constitui-se dos Participantes e do Facilitador,sendo direcionados pelos princípios da Horizontalidade e Participação.Alcalá Adolfo, em “A Prática Andragógica em Adultos de IdadeAvançada”, define: “A Andragogia é a ciência e a arte que, sendo partea Antropologia e estando imersa na Educação Permanente, sedesenvolve através de uma prática fundamentada nos princípios daParticipação e da Horizontalidade, cujo processo, orientado comcaracterísticas sinérgicas pelo Facilitado do aprendizado, permiteincrementar o pensamento, a autogestão, a qualidade de vida e acriatividade do participante adulto, com o propósito de proporcionaruma oportunidade para que se atinja a auto-realização”.

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4.1.4 A Prática da Andragogia nas Universidades

Na média, os universitários não são exatamente adultos. Estão em um

processo de amadurecimento que o método andragógico pode ajudarnesta evolução. A utilização na Andragogia nos cursos universitários éuma prática realizada atualmente. Apesar da rigidez dos programas épossível implementar algumas práticas andragógicas capazes defacilitar o aprendizado e estimular o desenvolvimento destes jovens.Nas mesmas pesquisas citadas anteriormente, Kelvin Miller observouque as informações lembradas são as recebidas nos primeiros 15minutos de aula.

É importante, portanto, evitar uma longa explanação. Segue abaixouma sugestão de metodologia:

(a) O conceito deve ser oferecido, lembrando que o conteúdo maiorvirá das experiências. Uma explanação de até 50 minutos torna-se aceitável.

(b) Os participantes são convidados a se dividirem em grupos (nomáximo de 5 alunos) para discutir o conteúdo e associá-lo coma realidade. Uma forma de fazê-lo é utilizar um texto(reportagem, caso, etc) e solicitar que o grupo elaboreperguntas para serem discutidas em plenário. As perguntas nãopodem ser fechadas, elas precisam estimular o debate e a trocade experiências e percepções. Desta forma o grupo digere oconteúdo e o pratica.

(c) Cada pergunta que é colocada no plenário é discutida. Osconceitos são expandidos e as respostas compartilhadas.

(d) Após as perguntas respondidas, o Facilitador faz umaretrospectiva extraindo do grupo as ações e conclusõescompartilhadas.

Uma forma de manter a seqüência e resgatar algo que não foi

totalmente digerido é, ao longo do processo, anotar os tópicos eperguntas abordados no quadro. A postura do Facilitador é deestimular o grupo a seguir o caminho do aprendizado.

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4.1.5 Andragogia nas Empresas

Métodos Andragógicos têm sido utilizados em empresas de todo o

mundo. Os conceitos estão sendo expandidos para a gestão depessoas, planejamento estratégico, marketing, comunicação,processos de qualidade, etc. Desde simples reuniões até complexosprojetos de planejamento estratégico estão seguindo métodosbaseados em conceitos andragógicos. As empresas já perceberam asvantagens e rapidamente implantaram programas de formação paratransformarem seus funcionários em Facilitadores permanentes dentroda organização.

4.1.6 Conclusão

O Facilitador preparado está consciente dos complexos processossociais envolvidos na interação grupal e no processo criativo.Compreende-o primeiro em si mesmo para depois capacitar-se aajudar outras pessoas a se perceberem e a se fortalecerem no trabalhoem grupo. Humildade para manter-se em segundo plano, isto é

lembrar-se que “o juiz de um jogo é tido como bom, quando os jogadores e a torcida não percebem a sua presença”. “É preciso queeu lhes ensine que nada tenho a ensinar-lhes”, disse o polêmicoJoseph Jacotot. A missão do Facilitador está em estimular osParticipantes a um posicionamento ativo no aprendizado, provocarexperiências, estimular a capacidade de autoavaliação e de trabalhoem equipe, evitando a passividade e o esmorecimento. Concluindo,lembremos da citação de Rudolf Steiner: “Não importa que eu tenhauma opinião diferente do outro. Mas que o outro encontre o certo, apartir de si próprio, se eu contribuir um pouco para tal”.

4.2 Quem é o adulto? Quais são suas necessidades, interesses eexpectativas?

Estas e tantas outras interrogações sobre as peculiaridades dosadultos devem ser respondidas e refletidas por todos quantos seengajam no magistério específico para a denominada “idade vigorosa”.

Segundo o dicionarista Aurélio, o termo “adulto” diz respeito ao“indivíduo que atingiu o completo desenvolvimento e chegou à idadevigorosa; que atingiu a maioridade”.

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No âmbito psicológico diz-se do “indivíduo que atingiu plenamaturidade, expressa em termos de adequada integração social eadequado controle das funções intelectuais e emocionais”.

Além dos aspectos físicos e psicológicos, podemos também observá-lopelo prisma social e espiritual. A maioria dos adultos está estabilizadana área financeira, familiar e social. Buscam coisas concretas e reais.Suas expectativas estão calcadas e fundamentadas em aspectos reaisda vida. Época da mais completa manifestação da vida; tempo degrande produtividade, período em que se manifesta a maiorcapacidade de discernimento; sérias responsabilidades, amizades

estáveis, grande ambição e força de vontade. Também de comodismoespiritual, no sentido de imaginar que já sabem tudo que diz respeitoàs coisas espirituais. Como atingi-los com o ensino bíblico? Comomotivá-los ao estudo da Palavra? Como reverter o quadro deestagnação e rotina?

Para melhorarmos a qualidade do ensino ajustado aos adultos,precisamos conhecer suas necessidades, preferências, expectativas e,principalmente, de que modo se disponibilizam à aprendizagem.Vejamos:

4.2.1 O adulto precisa envolver-se totalmente no processo ensino- aprendizagem

Qualquer tempo gasto sem que o aluno esteja profundamenteenvolvido na lição é tempo perdido. O que se pensa, geralmente, é quesomente as classes infantis e de adolescentes necessitam de

elementos incentivadores para captar e cativar a atenção dos alunospara o estudo. Esse pensamento não traduz a verdade no âmbito daprática docente. Muitos recursos educativos normalmente aplicados àinfância e à adolescência podem ser potencializados eredimensionados para o ensino de adultos. Temos que fazer o alunoenvolver-se na lição. Torná-los cooperadores engajados naaprendizagem.

A participação ativa dos alunos constitui fator essencial à aquisição eprincipalmente a retenção do conteúdo da lição. O professor deve“abrir espaço” para seus alunos contarem suas próprias experiênciasrelacionadas aos aspectos essenciais da lição.

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Todo ensino tem de ser ativo, e toda aprendizagem não pode deixar deser ativa, pois ela somente se efetiva pelo esforço pessoal do aprendiz,visto que ninguém pode aprender por alguém. O professor deve

solicitar, quer no início, quer no decurso de qualquer aula, a opinião, acolaboração, a iniciativa, o trabalho do próprio aluno.

4.2.2 O adulto também requer métodos flexíveis e variados

Não devemos tornar nossos métodos tão rígidos a ponto de nãoadmitirmos meios de comunicação mais práticos e flexíveis. Porexemplo, o método de preleção ou exposição oral, embora muito

criticado, é o preferido, principalmente pelos professores de adultos.Neste método, o professor fala o tempo todo e às vezes respondealgumas poucas perguntas. Dentre as desvantagens do uso exclusivodeste método, destacam-se duas: primeira, a preleção “centraliza oensino na figura do professor, exigindo pouco ou nenhum preparo dalição por parte dos alunos”. Segunda, este método, “não permite que oprofessor dê atenção especial a todos os alunos, obrigando-o, emalguns casos, a nivelar a aula, por mera suposição”. (Como tornar o

ensino eficaz, CPAD).Precisamos diversificar nossos métodos e adequá-los eficientementeàs novas circunstâncias. Ou seja, mudar a maneira de comunicar umaverdade sem alterá-la.

Um dos maiores problemas do ensino nas Escolas Dominicais,atualmente, independente de faixa-etária, é a inadequação dosmétodos de ensino. Os métodos (quando são usados) são escolhidossem objetivar o aluno e a transformação de sua vida.

O professor deve ser criterioso ao escolher o método que irá usar emsua classe. Cada situação especifica requer um método apropriado.Devem ser avaliadas todas as vantagens e desvantagens antes deaplicá-lo.

O professor deve adotar outros métodos e técnicas de ensino atuais

tais como: debates, discussão em grupo, perguntas e respostas,dramatizações e tantas outras dinamizadoras do ensino.

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4.2.3 O adulto também precisa de novidades

O professor deve cultivar sempre o senso de “novidade”. Deve criar um

ambiente de constante expectativa do “novo”, do atraente, dacuriosidade. O adulto quer livrar-se do tédio e da monotonia. Eledeseja entrar em atividade e demonstrar que é habilidoso e criativo.

O conteúdo da revista (informações e aplicações) por maisenriquecedor e profundo que seja, não é suficiente, até mesmo emfunção do pouco espaço para desenvolvê-lo. Os alunos sempreesperam que o professor transmita à classe informações

complementares.O professor que simplesmente reproduz, enfadonha e rotineiramente oconteúdo da revista, sem empreender o esforço da pesquisa, estáirremediavelmente fadado ao fracasso.

Muitos professores por não dominarem o conteúdo, chegam até serintransigentes, acolhendo com olhar de desagrado a mínimaparticipação da classe, ou interrupção de sua preleção. Temem, naverdade, que o aluno faça perguntas que não estejam atreladas diretaou indiretamente às suas idéias pré-concebidas ou estruturas mentaisarrumadas. Isto evidencia, indubitavelmente, total despreparo edescuidado com o ministério de ensino. “O professor deve conhecermuito bem o assunto que está ensinando. Um fraco domínio doconteúdo resulta num ensino deficiente” (John Milton Gregory).

A Palavra de Deus diz que aqueles que possuem o dom de ensinar

devem esmerar-se em fazê-lo: “... se for ensinar, haja dedicação aoensino” (Rm 12.7b).

4.2.4 O adulto rejeita a improvisação

Outra questão relevante no ensino para adultos é a famigeradacomodidade, que gera a improvisação. É de se admirar o que ouvimospor aí nos “bastidores” da Educação Cristã:

“Planejar aula para adultos? Que nada! É só ler a revista e reproduzir ocomentário com outras “palavras”.

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O planejamento é imprescindível em qualquer atividade humana. Quedirá num empreendimento educacional! Pelo planejamento, o homemevita ser vencido pelas circunstâncias, e aprende a aproveitar as novas

oportunidades. Um bom plano de aula promove a eficiência do ensino,economiza tempo e energia, contribui para a realização dos objetivosvisados e, acima de tudo, evita a corroedora rotina e a improvisação.Todo o planejamento se concretiza em um programa de ação, queconstitui um roteiro seguro que conduz progressivamente os alunosaos resultados desejados.

Antes de planejar sua aula, todo professor deveria fazer a si mesmo as

seguintes perguntas: Qual a melhor maneira de introduzir esta aula?Como posso transmitir o conteúdo desta lição de maneira atraente einteressante? Que tipo de aplicação seria mais eficaz para esta aula?Como concluir essa lição eficazmente a ponto de suscitar no meualuno o desejo de retornar a aula no próximo Domingo?

4.2.5 O adulto precisa ser incentivado

Antes de iniciar a lição, o professor deve propiciar a seus alunos boasrazões para continuarem assistindo suas aulas. Contar antes umahistória interessante, uma ilustração curiosa, uma notícia de últimahora ou uma experiência vivenciada por ele mesmo, constituemexcelentes formas de incentivar o aluno.

Ao escolher o elemento incentivador, o professor deve sempre levarem conta os interesses reais de seus alunos. Quais são as coisas quemais lhes interessam? Sobre que gostam de falar?

Às vezes é bom usar algum acontecimento do momento comoilustração, e assim relacionar a lição com eventos e atividades queestejam interessando os alunos na ocasião.

Qualquer que seja essa incentivação, ela deve conduzir o pensamento,de maneira lógica e fácil, para a lição propriamente dita, relacionando oassunto a aspectos reais da vida.

O relato de um acontecimento; a leitura de um texto paralelo da Bíblia;citações de outros comentaristas; apresentação de uma gravura,objeto etc. Estes são alguns dos variados recursos de que o professor

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de adultos pode dispor para vivificar o ensino e a aprendizagem,mediante sua aproximação com a realidade e com a atualidade.

Na verdade, o professor não motiva, ele pode apenas incentivar,embora a incentivação só seja eficiente se repercutir no aluno a pontode criar ou dinamizar motivos; ele apenas pode incentivar aaprendizagem, isto é, fornecer estímulos que despertam, no aluno, umou vários motivos. Em outras palavras, o aluno pode ficar motivadopara o estudo a partir de incentivos do professor. Exemplo: O professorleva para a sala de aula recortes de revistas e jornais com notíciasatuais com o objetivo de ilustrar ou elucidar um fato histórico da Bíblia.

4.2.6 O adulto precisa ser compreendido, respeitado e valorizado

O professor deve ouvir e dialogar com seus alunos, levantando as suasnecessidades, procurando atendê-las dentro do possível, dedicando-lhes tempo fora da classe da Escola Dominical.

Há professores que se colocam num pedestal julgando-se “donos dosaber”. Tais professores esquecem que seus alunos, independente da“escolarização”, possuem experiências de vida dignas de seremcompartilhadas. O conhecimento que possuem, embora, às vezesassistemático, constitui matéria indispensável para o enriquecimentodo conteúdo da aula.

O professor jamais pode subestimar seus alunos. Deve tratá-los comrespeito, valorizando sempre suas participações e compartilhamentode idéias. Todo o professor deve conhecer e praticar o princípio do

respeito e igualdade. Quando o aluno percebe que seu professor orespeita, sente-se aceito e desenvolve um relacionamento de respeitoe admiração com aquele professor. Vendo-se no mesmo nível deigualdade que ele, o aluno expressa-se com mais facilidade, fica àvontade para expor suas dúvidas, fazer perguntas e conversar sobresuas idéias. Sente-se valorizado. Ele acredita que o professor não irácensurá-lo ou constrangê-lo com julgamentos sobre sua capacidadeintelectual, mas irá ajudá-lo a se expressar melhor.

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4.2.7 O adulto precisa sentir que faz parte de um grupo

Dentre as muitas funções do professor, destaca-se a de “socializador”.

Inclusive, a própria educação e o ensino são fenômenos de interaçãopsicológica e comunicação social. O professor de temperamentoegocêntrico, fechado, incapaz de manter contatos sociais com certoentusiasmo, não está talhado para as funções do magistério cristão;estas, além do “amor paedagogicus” e genuína espiritualidade, exigemcomunicabilidade, interesse e dedicação à pessoa dos educandos eaos seus problemas.

A possibilidade de uma pessoa relacionar-se bem com a sua família oucom um grupo de amigos lhe dá segurança, ajuda a combater asolidão e favorece o crescimento espiritual.

Às vezes, imaginamos tendenciosamente, que os alunos da classe deadultos só precisam do conhecimento bíblico para o pronto ingresso naobra do Mestre. Olvidamos de suas carências sociais e afetivas,dificuldades de relacionamento e a necessidade de cultivar amizades

sinceras.Isto é um erro crasso! O professor deve propiciar um clima de amizadeentre os alunos. Não é suficiente o contato que o professor tem com oaluno durante a aula na Escola Dominical. Ele deve proporcionar ummeio-ambiente propício para um inter-relacionamento com outroscrentes onde compartilham idéias, verdades aprendidas na Palavra,aspirações, e onde haja compreensão.

Observando as palavras de Paulo em Efésios 4.3 “Até que todoscheguemos...” verificamos que o meio-ambiente propício aocrescimento espiritual é encontrado no contexto da comunhão cristã.

Lecionar para adultos pode ser um interessante desafio! Depende doprofessor.

Ao contrário do que se pensa, lecionar para adultos pode ser um

grande desafio. Basta ser criativo, dinâmico e empreendedor. Um bomprofessor nunca fica satisfeito com seu trabalho. Procura sempremelhorar seu desempenho. Vive na busca constante do novo, de comocriar novas expectativas em seus alunos. O ensino dinâmico é aquele

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que provoca nos alunos uma sensação de intensa vontade deaprender.

Os adultos precisam saber que são produtivos e podem compartilharsuas idéias e experiências. Essas experiências, consideradasconteúdo dinâmico, podem até influenciar positivamente noamadurecimento de outras pessoas. Isto porque, geralmente, o adultoaprende, quando suas necessidades são satisfeitas ou quando oobjeto de estudo tem significado pessoal para ele. Caso contrário, sevier a freqüentar as aulas, será, simplesmente para cumprir umprotocolo eclesiástico. Ou, quem sabe, arranjar uma boa ocupação

para as manhãs de domingo.Você sente a chamada de Deus para essa obra? Reconhece aimportância de sua tarefa? Esforça-se para seguir o exemplo de Jesus,o Mestre dos mestres?

Os professores da EBD são freqüentemente escolhidos pelos líderes.Será que são vocacionados? Os vocacionados têm esmero. “... se forensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b). O que significaesmero? Esmero significa integralidade de tempo no ministério - estarcom a mente, o coração e a vida nesse ministério. Ser professor édiferente de simplesmente ocupar o cargo de professor.

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Capítulo 5

Ensino Bíblico para NovosConvertidosO Novo convertido deve ser recebido entre nós com a seguinteafirmativa: Você está tomando a maior decisão de toda a sua vida:

entregar-se a Jesus Cristo. Essa decisão vai mudar toda a sua vida, evai garantir seu destino após a morte. Essa é, sem dúvida, a maisimportante decisão!

O que conduz alguém a tomar essa decisão? Uma música, umaoração, uma pregação, um testemunho, uma cura, uma libertaçãoespiritual, a solução de um problema, etc. Essas e outras podem ser ascausas evidentes que levam alguém se entregar a Jesus. Como Deusestá agindo em você?

Sejam quais forem as causas que conduzam alguém se entregar aJesus, sempre a Bíblia está envolvida nessas causas. Deus usa, SuaPalavra para nos falar. Por isso vamos enfatizar a necessidade deconhecer a Bíblia.

5.1 Descobrindo a Bíblia

A Bíblia é a Palavra de Deus à humanidade. Na Bíblia encontramos o

plano divino para a salvação de todo aquele que crê em Jesus (Jo20.30,31). A Bíblia é o alimento espiritual de cada dia: “Desejaiafetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional,não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1Pe 2.2). Portanto,como você se alimenta diariamente, também diariamente medite naPalavra de Deus (Salmos 1.2). A meditação diária traz benefícios sobrenossa vida, nosso espírito, nossa alma e nosso corpo, porque nos fazdescansar nas promessas de Deus.

Deus mesmo afirma: “Assim será a palavra que sair da minha boca;não voltará para, mim vazia” (Is 55.11). O apóstolo Paulo fala doevangelho como o “poder de Deus” para transformação da vida do que

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o aceita: “É nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que sefizerem novas” (2Co 5.1 7).

A Bíblia apresenta a si mesmo como: alimento (Am 5.11), fogo (Jr23.2.9), luz (Sl 119.105), leite (1Pe 2.2), mel (SI 19.10), ouro (Sl 19.10),espelho (Tg 1.23-25), martelo que esmiúça a penha (Jr 23.29), espada(Ef 6.17) e semente (1Pe 1.23).

5.1.1 A importância da Bíblia

À medida que se descobre a Palavra de Deus, ela se torna maismaravilhosa para nós. Leia Mateus 22.29 e verifique as duas causas

porque as pessoas pensam e agem erradamente: desconhecem asEscrituras e o poder de Deus. Verifique em Hebreus 4.12 o importantetrabalho realizado pela Bíblia em nossas vidas. O apóstolo Paulodescreve a Timóteo as utilidades da Bíblia: “Toda a Escrituradivinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, paracorrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16). Além dessas citaçõesbíblicas, que esclarecem a importância da Palavra de Deus, toda estalição vai conduzi-lo a verificar que a Bíblia é importantíssima. Nenhum

outro “livro” pode substituir a Bíblia, a Palavra de Deus. Só ela tem aorientação para a vida espiritual e a sabedoria necessária para acaminhada neste mundo tão cheio de pecados. Portanto, abrace aBíblia como sua amiga até o fim da vida. “Exalta-a, e ela te exaltará; e,abrançando-a tu, ela te honrará” (Pv 4.8).

O vocábulo Bíblia não se acha no nas Sagradas Escrituras. Vem dogrego, a língua original do Novo Testamento. É derivado do nome queos gregos davam à folha de papiro preparada para escrita – “biblos”.Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “biblion” e váriosdestes eram uma “bíblia”. Portanto, literalmente, a palavra bíblia querdizer “coleção de livros pequenos”. Com a invenção do papeldesapareceram os rolos, e a palavra bíblia “deu origem à” livro “comose vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. É consenso geral entreos doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado àsSagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla,no Século IV”.

5.2 O Processo de Discipulação

A classe de novos convertidos na Escola Dominical é uma expressãoou extensão do amplo Ministério do Discipulado. O Discipulado é um

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ministério pessoal, ilimitado e flexível. É uma das formas mais rápidasde aumentar o número de batismos e aprofundar a qualidade de vidados que são alcançados para Cristo.

Antes de conhecer as peculiaridades de sua classe e os métodos maisadequados a serem adotados, o ensinador de Novos Crentes precisasaber de antemão o que significa ser discípulo. Quem não é discípulonão pode fazer discípulos! A palavra “discípulo”, mathetés, é usada269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa pessoa “ensinada” ou“treinada”, aluno, aprendiz. (Texto-base: Mt 28.19,20.).

5.2.1 Nos Evangelhos, Jesus define a palavra discípulo de cinco

maneiras

(a) Discípulo é um crente que está envolvido com a Palavra deDeus de maneira contínua (Jo 8.31).

(b) Discípulo é aquele que ama sacrificialmente, sem mediresforços (Jo 13.35; 1Jo 3.16).

(c) Discípulo é alguém que permanece diariamente em união

frutífera com Cristo (Jo 15.8).

(d) Discípulo é aquele que assume a sua cruz e segue a Cristo (Lc14.27).

(e) Discípulo é aquele que renuncia tudo que tem (Lc 14.33).

5.3 O Perfil do Novo Convertido

Quem são seus alunos? A ênfase está justamente nisto: não sãoalunos comuns. São como crianças recém-nascidas em Cristo queprecisam ser identificadas logo após o nascimento que devem serrecepcionados imediatamente após a conversão e identificados,através da “Ficha de identificação e triagem”.

São pessoas especiais que requerem atenção especial . Sãototalmente dependentes espiritualmente. Só conseguem digerir osaspectos mais simples das verdades espirituais. “Com leite vos criei e

não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tão pouco ainda agorapodeis” (1Co 3.1-3). Precisam ser alimentadas por outrem. Têmdificuldade em falar (de explicarem a razão da fé).

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Falta-lhes um senso adequado de valores . Agarram-se a detalhes semimportância, em vez de aprenderem o que tem realmente valor. Eles seescandalizam facilmente; se apegam a rudimentos de doutrinas;

podem criar dogmas; o professor deve apresentar a Cristo comoSenhor e não apenas como Salvador (senhorio de Cristo Mt 16.24);muitos querem as bênçãos do Salvador, mas não o aceitam comoSenhor. Precisamos aceitar o senhorio de Cristo (diferente daConfissão Positiva); o professor deve apresentar a real proposta doevangelho. Livrar o homem da perdição eterna (diferente do Evangelhoda Prosperidade).

São pessoas carentes que requerem cuidados especiais . Quando ohomem aceita a Cristo torna-se nova criatura, ou seja, nasce de novo.Não se pode administrar à criança recém-nascida alimentos sólidos,antes, o leite materno.

O novo convertido precisa conhecer as doutrinas básicas da salvação .Portanto, inicialmente, deve afastar-se de assuntos complexos eespeculativos. A princípio, a criança é alimentada pelos outros; maistarde, começa a alimentar-se por conta própria e finalmente, quando

adulta, passa a alimentar outros. Um dos alvos do fazedor dediscípulos é ensinar o discípulo a alimentar-se, de forma que elepossa, mais tarde alimentar também outros.

Meio-ambiente propício  (lar espiritual). Não é suficiente o contato que oprofessor tem com o aluno durante a aula na Escola Dominical. Oprofessor deve proporcionar um meio-ambiente propício para um inter-relacionamento com outros crentes onde se compartilham idéias,

verdades aprendidas na Palavra, aspirações, e onde hajacompreensão.

Precisam de um referencial no novo grupo de convivência . Geralmentea primeira referência do novo convertido na igreja é o professor(discipulador) de sua classe na Escola Dominical.

5.4 O perfil do discipulador

Em linhas gerais, o professor da classe de novos convertidos precisaser um crente fiel, espiritual e seguro conhecedor das doutrinasbíblicas, além de ter comprovada capacidade para ensinar.

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Conhecimentos teológicos mínimos: Deus, Jesus Cristo, EspíritoSanto, Trindade, homem, pecado, soteriologia: (regeneração,redenção, expiação, propiciação, justificação, santificação). Formação

pedagógica, se possível.5.4.1 Pré-requisitos gerais

Vocação autêntica . A vocação floresce no próprio cerne dapersonalidade. Significa a propensão fundamental do espírito, suainclinação geral predominante para um determinado tipo de vida e deatividade, no qual encontrará plena satisfação e melhorespossibilidades de auto-realização.

Sociabilidade . A educação e o ensino são fenômenos de interaçãopsicológica e social; temperamentos egocêntricos, fechados, incapazesde abrir e manter contatos sociais comum certo calor e entusiasmo,não estão talhados para a função do magistério; este exigecomunicabilidade e dedicação à pessoa dos educandos e aos seusproblemas. Geralmente a escolha de um professor favorito se baseianum relacionamento pessoal e não na capacidade para ensinar. Osalunos se lembram dos professores que mostraram interesse especiale cuidam deles antes de se lembrarem daqueles que tinham bonsdotes de oratória.

Apreço e interesse pelos valores da inteligência e da cultura . Oprofessor que realmente tem vocação para o magistério é naturalmenteum estudioso, um leitor assíduo, com sede de novos conhecimentoscapaz de se entusiasmar pelo progresso da ciência e da cultura.

Aptidões específicas. São atributos ou qualidades pessoais queexprimem certa disposição natural ou potencial para um determinadotipo de atividades ou de trabalho. (Saúde, equilíbrio mental eemocional, órgãos de fonação, visão e audição em boas condições;boa voz: firme, agradável, convincente; linguagem fluente, clara esimples; autoconfiança e presença de espírito; naturalidade edesembaraço; firmeza e desembaraço; imaginação, iniciativa eliderança; habilidade de criação; boas relações humanas).

Preparo especializado . O conhecimento amplo e sistemático damatéria ou da respectiva área de estudo é condição essencial eindispensável para a eficiência do magistério cristão.

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5.5 Pré-requisitos específicos

Ser chamado por Deus para o ministério do ensino (Ef 4.11,12):

(a) Os professores da EBD são freqüentemente escolhidos peloslíderes e não vocacionados por Deus. Os vocacionados têmesmero (dedicação): “... se for ensinar, haja dedicação aoensino” (Rm 12.7b). Esmero significa integralidade de tempo noministério - estar com a mente, o coração e a vida nesseministério. Ser professor é diferente de ocupar o cargo deprofessor.

(b) Ter um relacionamento vital e real com Jesus Cristo. O querepresenta este relacionamento? Cristo é seu salvador pessoal;salvo-o de todo o pecado e é também Senhor e dono da suavida.

(c) Esforçar-se em seguir o exemplo de Jesus. Jesus é o maiorpedagogo de todos os tempos; usou todos os métodos didáticosdisponíveis para ensinar.

(d) Reconhecer a importância da sua tarefa e encará-la comseriedade. Qual importância? Quando um investimentoespiritual é feito em outra vida, você participa de toda a glóriadas recompensas espirituais que serão colhidas através da vida,para sempre. O apóstolo Paulo disse aos tessalonicenses: “Vóssois a nossa glória e nosso gozo” (1Ts 2.20).

(e) Lealdade. No apoio ao pastor; na assistência aos cultos; naparticipação no sustento financeiro.

(f) Disposição de aprender. O homem é um ser educável e nuncaacaba de aprender. Aprendemos com os livros; com nossosalunos; aprendemos enquanto ensinamos. “Não há melhormaneira de aprender do que tentar ensinar outrapessoa”.Quando não sabe uma resposta, é melhor ser honestoe dizer que não sabe.

(g) Saber planejar suas aulas. Ter objetivos claros e definidos emcada etapa do ensino.

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(h) Ser crente integrado à sua igreja: presença nos cultos eatividades da igreja; dizimista; manter-se distante dos ventos dedoutrinas; eticamente correto.

5.6 O Método de Ensino

O ensino deve, em primeiro lugar, objetivar um plano de cultivo deresultados, ou seja, a integração dos novos crentes, levando o novoconvertido a alcançar a certeza de salvação. Três passos para levar onovo convertido a ter certeza de salvação:

(a) Levar o convertido a confiar no caráter de Deus. Deus não pode

mentir (Tt 1.2). O caráter de Deus é o fundamento para que apessoa alcance a certeza de vida eterna.

(b) Levar o convertido a compreender com clareza as promessasde salvação feitas por Deus (Jo 5.24; Ap 3.20).

(c) Levar o convertido a entender claramente as condiçõesestabelecidas por Deus para alguém ser salvo: O pecadorprecisa se arrepender (Is 55.7); o pecador precisa confessar

seus pecados (1Jo 1.9); o pecador precisa crer em Jesus (Jo5.24); o pecador precisa invocar o nome do Senhor (Rm 10.13).

Doutrinar o novo crente para que seja batizado conscientemente:

(a) Necessidade do batismo.

(b) Valor e significado.

(c) Forma bíblica do batismo (imersão).

(d) Ceia, finalidade. 

(e) Para quem foi instituída a ceia.

(f) Igreja (origem, natureza, missão e destino).

Doutrinar o novo batizado para que adquira firmeza doutrinária e seintegre na comunhão da igreja:

(a) Crente e sua nova natureza.

(b) Comportamento do cristão.

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(c) Vida devocional.

(d) Mordomia cristã.

(e) Testemunho.

O ensino deve atender às dificuldades de compreensão peculiar aonovo convertido.

(a) Linguagem. A linguagem deve ser comum entre o professor e oaluno. O novo convertido não está familiarizado com a linguagemevangélica.

(b) Cultura Bíblica. O conhecimento que possuem a respeito de Deusgeralmente é alheio às Escrituras. Não compreendem a história, ageografia, os costumes dos personagens bíblicos e sua aplicaçãopara os nossos dias.

(c) Temas teológicos e doutrinários da Bíblia. O novo convertido nãoestá habituado a expressões como: Regeneração, Justificação,Redenção, Expiação, Arrebatamento da Igreja, Milênio, Escatologia

etc.(d) Noções de tempo, espaço e circunstância no plano bíblico. Neste

aspecto quais providências o professor deve tomar em relação aministração do conteúdo da matéria?

(e) O ensino deve ser planejado e não improvisado. O professor devepreparar-se profundamente para a aula (2Tm 2.15).

(f) Através da oração. A oração é o segredo do poder no ensino (Mc1.35; Lc 5.16).

(g) Com propósito preestabelecido. O professor deve estabelecer osobjetivos da lição.

(h) Através de estudo diário. O professor deve preparar suas liçõescom antecedência. Ou seja, diariamente, do início ao término dasemana.

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GANGEL, Kenneth O. & HENDRICKS, Howard G. Manual de ensino .Rio de Janeiro: CPAD, Tradução de Luís Aron de Macedo, 1999.

GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical . Rio de Janeiro:CPAD, 16ª Edição, 1996.

GREGORY, Jonh Milton. As sete leis do ensino . Rio de Janeiro:JUERP, Tradução Rev. Waldemar W. Wey, 1977.

HOWSE, W. L. Orientando Jovens no estudo bíblico . Rio de Janeiro:

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LAMBDIN, Ina S. A arte de ensinar adolescente.  Rio de Janeiro:JUERP, 4ª Edição, Tradução Carrie L. Gonçalves, 1986.

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LOPES, Jamiel de Oliveira, Aprendendo a lidar com o adolescente: ummanual prático para líderes e professores da Escola Bíblica Dominical ,São Paulo: Candela, 1997.

MARTIN, William. Primeiros passos para professores . São Paulo: Vida.

OSBORNE, Elsie L. e outros. Orientação psicológica para os pais, seufilho de onze anos . Rio de Janeiro: Imago Ltda, 1975.

OUTEIRAL, José O. Estudos sobre adolescência . Porto Alegre: ArtesMédicas, 1993.

SILVA, Antonio Gilberto. Manual da Escola Dominical . Rio de Janeiro:CPAD, 21ª Edição, 1997.

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AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDEE IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO ÀÀ PPEEDDAAGGOOGGIIAA 

Nome: ___________________________________________________

Professor:__________________ Unidade:_______________Data: ___/___/____Nota:_____ Entregar até:___/___/____

Questionário.

1) O que são agentes gerais da educação ?

2) Por que o estado é agente geral da educação ?

3) Como o estado deve preparar a formação do cidadão ?

4) O que é educador e professor ?

5) Segundo Stead, o professor deve ser preparado quanto a que ?

6) O que designa a palavra pedagogia ?

7) Como originou-se a palavra pedagogia e quando foi usado?

8) O que se lê no dicionário de Portugal, acerca da pedagogia a partir de 1858 ?

9) O que diz Guillaume acerca da psicologia.

10) Cite três tipos de psicologia.

11) Otto Lippmann defende a criação da psicologia pedagógica, que resolvealguns problemas.

Quais são ?

12) Quais os campos da pedagogia experimental?

13) Pelo que se interessa a psicologia experimental segundo Munstemberg?

14) O que recorre a psicotenia ?15) Por que a biologia se interessa na pedagogia ?

16) O que é biotipologia ?

17) O que estuda a fisiologia ?

18) O que estuda a higiene ?

19) Quais os ramos da antropologia que interessam à pedagogia ?

20) Como a pedagogia considera o problema educativo do ponto de vista social ?

21) O que o estudo da criança fornece ao educador ?

22) Como deve ser dirigidas as atividades pedagógicas ?

23) Como Petters resume a desagregação ?

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24) Como Petters indica o ponto de cooperação da família ?

25) O que é o grupo profissional ?26) Discorra acerca do grupo religioso.

27) Comente a pedagogia na visão igreja. 

•  Obs.: Responder este questionário à tinta azul ou preta em folha à parte. 

Boa Prova!