Introdução e conclusao alimentos transgenicos

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Introdução O mundo está cada vez mais rápido e o homem, por necessidade, acompanha a rapidez das máquinas em sua vida. Nesse processo, o homem é desvirtuado do processo produtivo particular de produção de comida, tornando-se ou um consumidor ou um produtor capitalista de gêneros alimentares. Nessa nova ordem econômica, não há mais espaço, ou justificativa econômica de mercado para o pequeno produtor ou o produtor da própria comida. A produção dos alimentos transgênicos em larga escala beneficia o consumo humano, pois é menos onerosa e isso a tornaria acessível a toda a população. Mas além de questões ambientais, os alimentos transgênicos também geram dúvidas quanto aos riscos à saúde humana. Os efeitos que os transgênicos poderão causar no organismo humano e no meio- ambiente a médio e a longo prazo ainda são desconhecidos, não havendo nenhuma conclusão definitiva sobre o assunto. A produção orgânica, por sua própria natureza, se adequa à pequena propriedade rural, e com freqüência esses produtores se organizam em cooperativas para comercializar seus produtos. Essa organização permite o contato direto com o mercado consumidor, crescente nos grandes centros. A demanda por produtos orgânicos tem sido maior que a oferta, levando a um aumento dos preços dos alimentos orgânicos (e consequentemente, um aumento na renda dos seus produtores). Além disso, cresce o número de feiras de produtos orgânicos, onde o produtor vende direto ao consumidor. Também a pecuária orgânica, que utiliza sistemas como o pastoreio Voisin, escoa laticínios por este sistema sem intermediários. A conceituação do termo natural, do ponto de vista do fabricante, ou do ponto de vista do consumidor, em alimentos, tende a ser muito diferente. Para o fabricante,

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Introdução

O mundo está cada vez mais rápido e o homem, por necessidade, acompanha a rapidez das máquinas em sua vida. Nesse processo, o homem é desvirtuado do processo produtivo particular de produção de comida, tornando-se ou um consumidor ou um produtor capitalista de gêneros alimentares. Nessa nova ordem econômica, não há mais espaço, ou justificativa econômica de mercado para o pequeno produtor ou o produtor da própria comida.

A produção dos alimentos transgênicos em larga escala beneficia o consumo humano, pois é menos onerosa e isso a tornaria acessível a toda a população. Mas além de questões ambientais, os alimentos transgênicos também geram dúvidas quanto aos riscos à saúde humana. Os efeitos que os transgênicos poderão causar no organismo humano e no meio-ambiente a médio e a longo prazo ainda são desconhecidos, não havendo nenhuma conclusão definitiva sobre o assunto.

A produção orgânica, por sua própria natureza, se adequa à pequena propriedade rural, e com freqüência esses produtores se organizam em cooperativas para comercializar seus produtos. Essa organização permite o contato direto com o mercado consumidor, crescente nos grandes centros. A demanda por produtos orgânicos tem sido maior que a oferta, levando a um aumento dos preços dos alimentos orgânicos (e consequentemente, um aumento na renda dos seus produtores). Além disso, cresce o número de feiras de produtos orgânicos, onde o produtor vende direto ao consumidor. Também a pecuária orgânica, que utiliza sistemas como o pastoreio Voisin, escoa laticínios por este sistema sem intermediários.

A conceituação do termo natural, do ponto de vista do fabricante, ou do ponto de vista do consumidor, em alimentos, tende a ser muito diferente. Para o fabricante, natural é tudo aquilo que possa valorizar seu produto, ainda que este contenha em sua fórmula vários elementos químicos e artificiais. Para o consumidor fica difícil saber ao certo o que seria realmente natural. Frases do tipo: Contém aroma natural de laranja, em embalagens de refrescos totalmente artificiais induzem ao erro e aumentam a confusão. A coisa se complica ainda mais a partir do momento em que, além da dificuldade de se estabelecer uma definição clara para fins legislativos, alguns aditivos químicos, apenas por terem sido desenvolvidos pela biotecnologia, já são legalmente considerados naturais.

O trabalho a seguir falará sobre estes três tipos de produtos, com o objetivo de apresentar os principais conceitos, benefícios, malefícios, e também para saber mais sobre esse assunto.

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Transgênicos

Transgênicos ou transgénicos são organismos que, mediante técnicas de engenharia genética, contêm materiais genéticos de outros organismos. A geração de transgênicos visa organismos com características novas ou melhoradas relativamente ao organismo original. Resultados na área de transgenia já são alcançados desde a década de 1970, na qual foi desenvolvida a técnica do DNA recombinante.

A manipulação genética recombina características de um ou mais organismos de uma forma que provavelmente não aconteceria na natureza. Por exemplo, podem ser combinados os DNAs de organismos que não se cruzariam por métodos naturais.

Aplicações

A aplicação mais imediata dos organismos transgênicos (e dos organismos geneticamente modificados em geral) é a sua utilização em investigação científica. A expressão de um determinado gene de um organismo num outro pode facilitar a compreensão da função desse mesmo gene.

No caso das plantas, por exemplo, espécies com um reduzido ciclo de vida podem ser utilizadas como "hospedeiras" para a inserção de um gene de uma planta com um ciclo de vida mais longo. Estas plantas transgênicas poderão depois ser utilizadas para estudar a função do gene de interesse mas num espaço de tempo muito mais curto. Este tipo de abordagem é também usado no caso de animais, sendo a mosca da fruta um dos principais organismos modelos.

Em outros casos, a utilização de transgênicos é uma abordagem para a produção de determinados compostos de interesse comercial, medicinal ou agronómico, por exemplo. O primeiro caso público foi a utilização da bactéria E. coli, que foi modificada de modo a produzir insulina humana em finais da década de 1970. Um exemplo recente, já em 2007, foi o fato de uma equipe de cientistas conseguir desenvolver mosquitos bobucha resistentes ao parasita da malária, através da inserção de um gene que previne a infecção destes insetos pelo parasita portador da doença.

Prevalência de culturas geneticamente modificadas

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É estimado que a área de cultivo deste tipo de variedades esteja com uma taxa de crescimento de 13% ao ano. A área total plantada é já superior a 100 milhões de hectares, sendo os principais produtores os Estados Unidos, o Canadá, o Brasil, a Argentina, a China e a Índia. Vários países europeus, entre os quais Portugal, a maioria dos países Sul Americanos, vários países africanos e asiáticos e a Austrália têm cultivado também milhões de hectares de culturas transgênicas. As culturas prevalentes são as de milho, soja e algodão, baseadas principalmente na tecnologia Bt.

Polêmica

Atualmente existe um debate bastante intenso relacionado à inserção de alimentos geneticamente modificados (AGM) no mercado. Alguns mercados mundiais, como o Japão, rejeitam fortemente a entrada de alimentos com estas características, enquanto que outros, como o Norte e Sul-Americanos e o Asiático têm aceito estas variedades agronómicas.

Desde 2004, após seis anos de proibição, a União Européia autorizou a importação de produtos transgênicos. No dia 2 de março de 2010, a União Européia aprovou o plantio de batata e milho transgênicos no continente, após solicitações dos Estados Unidos. A batata transgênica será destinada para a fabricação de papel, adesivos e têxteis. O milho atenderá a indústria alimentícia. Cada país da União Europeia poderá ser responsável pelo cultivo transgênico em suas fronteiras em votação marcada para o meio do ano.

Polinização cruzada

Uma das preocupações manifestadas em relação à utilização de plantas transgênicas prende-se com a possível polinização cruzada entre estas espécies com as existentes na natureza ou com culturas não modificadas. Vários estudos têm demonstrado que a existência de polinização cruzada é real, mas que diminui drasticamente com a distância à cultura transgénica. Abud et al. (2007), num estudo realizado no Brasil, demonstraram que após 10 metros de distanciamento entre plantas de soja transgénica e soja convencional, a polinização cruzada é negligenciável. No caso do milho, Ma et al. (2004) referem que essa distância é de aproximadamente 30 metros. Tais dados levam a que, para a plantação de uma cultura transgênica, tenha que ser respeitada uma determinada distância de segurança em relação às culturas vizinhas. Os investigadores defendem que esta distância deve ser avaliada

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caso a caso devido às diferenças no tamanho, peso e meio de transporte dos diferentes grãos de pólen.

Uma outra controvérsia relacionada com a polinização cruzada foi a utilização da chamada tecnologia Terminator (em português Exterminador). Esta tecnologia baseia-se na adição, à planta em causa, de um gene que não permite a produção de pólen viável. A utilização desta ferramenta permitiria então a não propagação do pólen transgênico, evitando quaisquer cruzamentos com outras plantas. Esta ação das empresas de produção de transgênicos foi largamente condenada por ser vista como uma tentativa de evitar que os agricultores pudessem propagar as plantas por mais que um ano, obrigando-os a comprar novas sementes todas as temporadas.

Impacto na saúde humana/animal

Várias informações contraditórias têm sido lançadas de diversos setores quanto aos potenciais danos que os organismos transgênicos possam provocar nos seus consumidores.

* Em 1998, o investigador Árpád Pusztai e a sua equipe lançaram o pânico na Europa, ao afirmar que tinham obtido resultados que demonstravam o efeito nefasto de batata transgênica, quando presente na alimentação de ratos. Quando estes resultados foram publicados verificou-se que o referido efeito tinha sido devido ao transgene inserido nessas batatas ser de uma lectina, que por si só tem um efeito tóxico no desenvolvimento dos mamíferos. Estes investigadores sofreram pesadas críticas da classe política e da comunidade científica em geral. No entanto, ainda há alguma controvérsia quanto à interpretação dos resultados destes autores, opondo organizações não governamentais a alguns cientistas.

* Outro caso de um estudo acerca do potencial efeito de transgênicos na saúde pública foi o de Séralini et al. (2007). Estes investigadores reavaliaram estatisticamente dados publicados anteriormente pela multinacional Monsanto, e declararam que a alimentação de ratos com milho transgénico MON863 provocou toxicidade hepática e renal, bem como alterações no crescimento. A European Food Safety Authority (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) aprovou o MON863 para consumo humano na União Europeia, baseando-se nas conclusões dos estudos entregues pela Monsanto. A Autoridade concluiu que as diferenças encontradas no estudo de Séralini não eram biologicamente relevantes e que os métodos estatísticos utilizados neste estudo eram incorrectos, pelo que não procedeu à reavaliação da aprovação.

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No entanto, até à data nenhum estudo científico foi publicado que tenha colocado em causa o estudo da equipa de Seraliny.

Esta discussão acentuou a polêmica sobre quem deve ser responsável pela avaliação do impacto deste tipo de produtos. O fato de algumas avaliações serem feitas pelas próprias empresas que os produzem tem levantado grande indignação por parte de organizações ambientalistas. O Painel OGM responsável pela avaliação dos transgénicos da European Food Safety Authority foi também criticado por vários Estados-Membros, casos da Itália e a Áustria, que acusam este painel de cientistas de parcialidade.

Alergenicidade

Algumas das críticas que os transgênicos têm recebido têm a ver com a potencial reação alérgica dos animais/humanos a estes alimentos. O caso mais conhecido foi a utilização de um gene de uma noz brasileira com vista ao melhoramento nutricional da soja para alimentação animal. A noz em causa era já conhecida como causadora de alergia em determinados indivíduos. O gene utilizado para modificação da soja tinha como função aumentar os níveis de metionina, um aminoácido essencial. Estudos realizados verificaram que a capacidade alergênica da noz tinha sido transmitida à soja, o que levou a que a empresa responsável terminasse o desenvolvimento desta variedade.

Mais recentemente, investigadores portugueses do Instituto de Tecnologia Química e Biológica, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, e do Instituto Superior de Agronomia, entre outros, testaram a resposta alérgica de diversos pacientes à alimentação com milho e soja transgênica. Este estudo não detectou qualquer diferença na reação às plantas transgênicas, quando comparada com as plantas originais.

Fatores Socioeconômicos

Grande parte das polêmicas originadas com a questão dos transgênicos está diretamente relacionada a seu efeito na economia mundial. Países atualmente bem estabelecidos economicamente e que tiveram sua economia baseada nos avanços da chamada genética clássica são contra as inovações tecnológicas dos transgênicos. A Europa, por exemplo, possui uma agricultura familiar baseada em cultivares desenvolvidos durante séculos e que não tem condições de competir com países que além de possuir grandes extensões de

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terra, poderiam agora cultivar os transgênicos. Para além disso, localizam-se em espaço europeu muitas das empresas produtoras de herbicidas/pesticidas, que são naturalmente peças importantes na aceitação ou não de variedades agrícolas que possam comprometer os seus negócios.

É também utilizado o argumento de que o cultivo de transgênicos poderia reduzir o problema da fome, visto que aumentaria a produtividade de variadas culturas, nomeadamente cereais. Porém, muitos estudos, inclusive o do ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, revelam que o problema da fome no mundo hoje não é ligado à escassez de alimentos ou à baixa produção, mas à injusta distribuição de alimentos em função da baixa renda das populações pobres. Dessa forma questiona-se a alegação de que a biotecnologia poderia provocar uma redução no problema da fome no mundo.

Utilização de compostos químicos

Argumentos a favor dos transgênicos incluem a redução do uso de compostos como herbicidas, pesticidas, fungicidas e certos adubos, cuja acumulação pode causar sérios danos aos ecossistemas a eles expostos. As organizações ambientalistas questionam se os benefícios da utilização destas plantas poderia compensar os possíveis potenciais malefícios por elas causados, como foi atrás referido.

Um exemplo interessante são as culturas baseadas na tecnologia Bt, resultante de um melhoramento por transgenia (incorporando genes da bactéria Bacillus thuringiensis) que confere à planta uma proteção natural a larvas de certos insetos, tornando praticamente desnecessário o controle destes por meio de pesticidas normalmente neurotóxicos, de alta agressividade ambiental, que em culturas não transgênicas são utilizados em larga escala. Tem sido posta em causa recentemente se esta tecnologia afetaria também insetos não-alvo, como abelhas e borboletas. No entanto, têm sido publicados alguns artigos científicos demonstrando que os insetos não-alvo são mais abundantes nos campos de plantas transgênicas do que nos campos convencionais sujeitos a pesticidas. Mas recentemente, um estudo de uma equipe de investigadores da Universidade de Indiana descobriu que o pólen e outras partes da planta de milho transgênico Bt são lixiviadas para os cursos de água perto de campos de milho até distâncias de 2 km, apresentando efeitos de toxicidade na mosca-da-água, que é um alimento importante para organismos superiores dos ecossistemas aquáticos, tais como os peixes e anfíbios.

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Pontos positivos dos alimentos transgênicos

* Aumento da produção de alimentos

* Melhoria do conteúdo nutricional, desenvolvimento de nutricênicos (alimentos que teriam fins terapêuticos);

* Maior resistência e durabilidade na estocagem e armazenamento

Pontos negativos dos alimentos transgênicos

* Aumento das reações alérgicas;

* As plantas que não sofreram modificação genética podem ser eliminadas pelo processo de seleção natural, pois, as transgênicas possuem maior resistência às pragas e pesticidas;

* Aumento da resistência aos pesticidas e gerando maior consumo deste tipo de produto;

* Apesar de eliminar pragas prejudiciais à plantação, o cultivo de plantas transgênicas pode, também, matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.

Alguns países que cultivam alimentos transgênicos

* Estados Unidos: melão, soja, tomate, algodão, batata, canola, milho.

* União Européia: tomate, canola, soja, algodão.

* Argentina: soja, milho, algodão.

No mundo todo, pesquisadores e cientistas estão desenvolvendo pesquisas sobre quais são as reais consequências da utilização de alimentos genéticos no organismo humano e no meio-ambiente. Consumidores de países onde já ocorre a comercialização de alimentos transgênicos exigem a sua rotulagem, assim como estão sendo feito com os orgânicos, para que possam ser distinguidos na hora da escolha do alimento.

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Vantagens dos alimentos transgênicos

1. O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. Um feijão geneticamente modificado por inserção de gene da castanha do Pará passa produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Um arroz geneticamente modificado produz vitamina A.

2. O alimento pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas, ou iogurtes fermentados com microrganismos geneticamente modificados que estimulem o sistema imunológico.

3. A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada. Isso garante estabilidade dos preços e custos de produção. Um microrganismo geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães o que reduz o preço deste ingrediente. Sem falar ainda que aumenta o grau de pureza e a especificidade do ingrediente e permite maior flexibilidade para as indústrias.

4. Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos o meio ambiente.

Desvantagens dos alimentos transgênicos

1. O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.

2. Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. A engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza – fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade genética das futuras gerações.

3. A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.

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4. Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.

5. Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem. Há evidencias de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial aumento de alergias em relação a cultivos convencionais.

Os mitos da Biotecnologia

As corporações agroquímicas que controlam a orientação e os objetivos das inovações na agricultura através da biotecnologia argumentam que a engenharia genética estimulará a sustentabilidade na agricultura e solucionará os problemas que afetam a agricultura convencional e tirará os agricultores do Terceiro Mundo da baixa produtividade, pobreza e fome (Molnar e Kinnucan 1989, Gresshoft 1996). Comparando os mitos com a realidade é possível observar que os desenvolvimentos atuais na biotecnologia agrícola não satisfazem as promessas feitas e as expectativas criadas em torno deles.

A Biotecnologia beneficiará os pequenos agricultores e favorecerá os famintos e os pobres do Terceiro Mundo. Ainda que exista fome no mundo e se sofra devido à poluição por pesticidas, o objetivo das corporações multinacionais é obter lucros e não praticar a filantropia. É por isto que os biotecnologistas criam as culturas transgênicas para uma nova qualidade de mercado ou para substituir as importações e não para produzir mais alimentos (Mander e Goldsmith 1996). No geral, as companhias que trabalham com biotecnologia estão dando ênfase a uma faixa limitada de culturas para as quais existe um mercado seguro e suficiente, visando os sistemas de produção exigentes em capital. Se os biotecnologistas estiverem realmente interessados em alimentar o mundo, porque o gênio científico da biotecnologia não procura desenvolver variedades de culturas que sejam mais tolerantes a ervas daninhas em vez de ser tolerantes a herbicidas? Ou porque não estão sendo desenvolvidos outros produtos mais promissores da biotecnologia tais como plantas fixadoras de nitrogênio e plantas resistentes à seca?

No Brasil

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Segundo o Artigo 225 da Constituição Federal Brasileira: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Em 1995, foi aprovada a Lei de Biossegurança no Brasil, que gerou a constituição da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), pertencente ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia). Este fato permitiu que se iniciassem os testes de campo com cultivos geneticamente modificados, que são hoje mais de 800

transgênicos à venda.

Testes feitos em laboratórios europeus detectaram a presença de transgênicos em 11 lotes de produtos vendidos no Brasil, a maioria deles contendo a soja geneticamente modificada Roudup Ready, da Monsanto ou com o milho transgênico Bt, da Novartis.

Alternativas ao uso de transgênicos

* Agricultura natural

* Agricultura orgânica

* Agricultura convencional

* Agroecologia

Alimentos orgânicos

Os alimentos orgânicos são aqueles que utilizam, em todos seus processos de produção, técnicas que respeitam o meio ambiente e visam a qualidade do alimento. Desta forma, não são usados produtos químicos sintéticos, tais como fertilizantes e pesticidas, nem organismos geneticamente modificados, e geralmente adere aos princípios de agricultura sustentável. O conceito de alimentos orgânicos não se limita à produção agrícola, estendendo-se também à pecuária (em que o gado deve ser criado sem remédios ou hormônios).

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Os seus proponentes acreditam que num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes e pesticidas feitos pelo homem, os alimentos tenham qualidade superior a de alimentos convencionais. Em diversos países, incluindo os Estados Unidos (NOP - National Organic Program), o Japão (JAS - Japan Agricultural Standard), a Suíça (BioSuisse) a União Europeia (CEE 2092/91), a Austrália (AOS - Australian Organic Standard / ACO - Australia Certified Organic) e o Brasil (ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura), já adotaram programas e padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade.

Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos e produtos reguladores de crescimento, tem como base o uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Pressupõe ainda a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos e sintéticos. A agricultura orgânica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável.

Há uma tendência de crescimento no mercado de produtos orgânicos não-alimentares, como fibras orgânicas de algodão (para serem usadas na produção de vestimentas). Os proponentes das fibras orgânicas dizem que a utilização de pesticidas em níveis excepcionalmente altos, além de outras substâncias químicas, na produção convencional de fibras, representa abuso ambiental por parte da agricultura convencional.

Agricultura orgânica: frutas, legumes e verduras

Na agricultura, por exemplo, utiliza-se apenas sistemas naturais para combater pragas e fertilizar o solo. Embora apresentem praticamente as mesmas propriedades nutricionais dos alimentos inorgânicos, os orgânicos apresentam a vantagem de seres mais saudáveis, pois não possuem agrotóxicos. Também são mais saborosos.

Carne Orgânica e ovos orgânicos

No tocante à produção carnes e ovos, os animais são criados sem a aplicação de antibióticos, hormônios e anabolizantes. Pesquisas demonstram que estes produtos podem provocar doenças nos seres humanos, quando

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consumidos por muito tempo. Logo, as carnes e ovos orgânicos são muito mais saudáveis.

Benefícios e Vantagens:

* Os alimentos são mais saudáveis, pois são livres de agrotóxicos, hormônios e outros produtos químicos;

* São mais saborosos;

* Sua produção respeita o meio ambiente, evitando a contaminação de solo, água e vegetação;

* A produção usa sistemas de responsabilidade social, principalmente na valorização da mão-de-obra.

Desvantagem:

A única desvantagem é que são mais caros do que os convencionais, pois são produzidos em menor escala e os custos de produção também são maiores.

Controvérsia

Muitas pessoas consideram o alimento orgânico como muito superior a outros alimentos comerciais porque em sua opinião estes são alimentos mais puros - isto é, alimentos orgânicos teriam menos resíduos de substâncias químicas que os demais alimentos comerciais. Hipocondríacos e pessoas que respondem fortemente a baixíssimas doses de substâncias químicas (através de enxaquecas alérgicas e outras reacções) estão entre os principais consumidores de produtos orgânicos.

Há estudos que mostram que na média, os produtos orgânicos apresentam menor quantidade de produtos químicos sintéticos. Mas também são inúmeros os casos de produtos no mercado orgânico com níveis altos de substâncias químicas agrícolas, o que (aos olhos de muitos) põe em dúvida alimentos comerciais vendidos sob essa "grife". Esses casos ocorrem devido à contaminação involuntária ou devido a fraudes.

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Para evitar estes casos, existe um número grande de certificadores orgânicos, atuando a nível nacional e internacional, alguns deles respaldados por instituições e movimentos antigos e teoricamente idôneos.

Há quem diga que os produtos genuinamente orgânicos, não contém mais riscos à saúde humana do que os produtos da agricultura convencional. No entanto, pesquisadores dizem que o alimento orgânico é menos seguro que alimento não-orgânico, especialmente por causa de problemas relacionados à sua conservação. De acordo com esses críticos, os males provocados por um alimento estragado (isto é, sem conservação adequada) é comprovadamente maior do que o consumo de produtos químicos artificiais em níveis convencionais. Além disso, há o risco aumentado de que alimentos cultivados organicamente apresentem doenças naturais, como vírus e fungos potencialmente prejudiciais aos seres humanos.

Ao contrário de técnicas agrícolas modernas (como o uso de organismos geneticamente modificados), que (embora potencialmente perigosos) não tiveram até o momento malefícios documentados, os danos provocados por fungos no corpo humano estão extensamente documentados. Este é o caso, entre outros, de cânceres provocados pelo amendoim, contaminado pelo fungo Aspergillus flavus, produtor da aflatoxina. No entanto, as culturas de amendoim, que se conhece terem sido contaminadas por este fungo, são culturas manejadas convencionalmente e não sob as normas que regem a agricultura orgânica.

Há quem enxergue nos entusiastas da agricultura orgânica um viés do "bom selvagem" (de Rousseau), segundo o qual "tudo o que vem da natureza é bom, e o que é artificialmente construído pelo homem é ruim". Nessa mesma linha de crítica, essas pessoas expõem uma tendência dos críticos da agricultura tradicional a ignorar o fato de que nunca, na história mundial, os seres humanos tiveram índices de intoxicação tão baixos quanto nos dias atuais.

Os benefícios ambientais da agricultura orgânica também são objeto de debate, tanto por parte da academia, quanto por produtores agrícolas, autoridades ambientais e por parte da três grandes empresas mundiais que praticamente monopolizam a produção de pesticidas (com mais de 90% do mercado) - a Monsanto, a Syngenta e a Bayer.

Os que defendem a agricultura tradicional dizem que as práticas de agricultura orgânica causam mais danos ambientais que as práticas convencionais. Por exemplo, dizem que preparar a terra para plantar usando o herbicida glifosato (produto cujo nome comercial é Roundup, da empresa americana Monsanto) reduz a erosão da terra em comparação com o uso de um arado. Os proponentes da agricultura convencional também argumentam que fazendas orgânicas são menos produtivas, requerem que mais terra seja

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usada para produzir a mesma quantidade de alimento e provocam mais perda de solo.

Por sua vez, os proponentes da agricultura orgânica limitam-se a dizer que fazendas orgânicas não liberam pesticidas químicos e herbicidas, nem causam a drenagem de fertilizantes sintéticos para o ambiente. A drenagem de fertilizantes nitrogenados para o lençol freático é uma importante causa de poluição da água doce nos países desenvolvidos.

De acordo com eles, a agricultura orgânica não se limita a uma volta a um passado arcaico. A retomada de técnicas tradicionais tem sido a salvação de culturas consideradas perdidas para pragas, devido à prática da monocultura. Na Bahia, por exemplo, a retomada do sistema cabruca no plantio de cacau é recomendada pelos técnicos da Embrapa, pois salvou algumas culturas da extinção pela praga vassoura de bruxa. De acordo com documentários veiculados na televisão estatal TV Cultura de São Paulo, Brasil, há fazendas com os cacaueiros assolados pela doença devido à destruição da mata, ao lado de fazendas que mantiveram a técnica agroflorestal tradicional e que continuaram operacionais.

Outro argumento contrário à agricultura orgânica é o que diz que ela só funciona de forma aceitável atualmente porque as doenças e as pragas dos vegetais e dos animais são barradas pelo controle realizado pelas fazendas convencionais, não se disseminando assim às fazendas orgânicas. Se a agricultura orgânica se tornasse universal, e não apenas isolada em "ilhas", este controle desapareceria e as pestes se tornariam um problema bem mais severo.

Os produtores orgânicos por sua vez contra-argumentam atacando os efeitos ambientais da agricultura tradicional. Dizem que a agricultura convencional empobrece a terra ao eliminarem o ciclo vital criado pelos microorganismos naturais do solo. Esse empobrecimento exige, com o passar do tempo, quantidas maiores de fertilizantes. A utilização de herbicidas e pesticidas sobre as pragas presentes no ambiente acaba selecionando, através da lei da seleção natural de Darwin (a lei da sobrevivência do mais apto) as pestes mais agressivas e perigosas (que são as que sobrevivem à aplicação dos produtos químicos).

Além disso, há o problema social e econômico da relação entre os produtores rurais e as grandes empresas agroquímicas. Os produtores que utilizam insumos agrícolas produzidos por processos químicos sofisticados em suas técnicas de produção da agricultura convencional estão ficando cada vez mais dependentes das grandes empresas químicas que os fabricam. Estas grandes empresas industriais, por serem em número muito restrito têm poder oligopolístico sobre esse mercado. Isto implica que elas conseguem determinar os preços de seus produtos e elas fazem isso de maneira a maximizá-los (para

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também maximizar seus lucros). As cinco maiores empresas mundiais controlam cerca de 90% do mercado de insumos agrícolas industriais usados como pesticidas, herbicidas, fungicidas, acaricidas e inseticidas.

Por outro lado, os produtores rurais - que por serem em grande número e por produzirem produtos homogêneos, trabalham no que os economistas chamam de regime de "concorrência ou competição perfeita" - são obrigados a aceitar, ou tomar, os preços determinados pelo poder oligopolístico dessas grandes empresas. Como resultado dessa situação, em média, o lucro dos produtores rurais que utilizam insumos técnicos industriais tenda a zero. Isto é, apenas os produtores mais eficientes (os que conseguem produzir a custos menores que os custos médios de produção) conseguem ter lucro. Assim, estes produtores tendem a aumentar suas áreas de produção e os menos eficientes tendem a sair da atividade e desta maneira, exacerbam o problema social conhecido como êxodo rural).

Os críticos da agricultura orgânica também atacam a sua produtividade, que é muito mais baixa que a demanda mundial. De acordo com eles, se fosse possível forçar a implementação da agricultura orgânica no mundo inteiro, faltariam alimentos para a atual população mundial - fazendo com que uma parcela significativa da população mundial (justamente a parcela mais pobre dela) morresse de fome. Já os proponentes da agricultura orgânica dizem que esta alta produtividade é resultado de décadas de pesquisa científica e de extensão rural (pagas em sua maior parte pelos contribuintes. Dizem também que a agricultura orgânica deverá aumentar sua produtividade para níveis semelhantes ao da agricultura convencional se valores semelhantes de tempo e dinheiro forem investidos com a abordagem da agricultura sustentável.

Por fim, os críticos da chamada "ideologia" por trás da agricultura orgânica, classificada por eles como "quase religiosa" tentam desmistificá-la relembrando insistentemente que Adolf Hitler era um entusiasta da agricultura orgânica. Heinrich Himmler, também ele um vegetariano e fervoroso defensor da agricultura orgânica, empreendeu fazendas orgânicas em toda a Alemanha. Nessas fazendas, foram feitos diversos estudos (questionáveis) alertando sobre os efeitos "degenerativos" de alimentos cultivados com fertilizantes sobre a saúde humana. Uma das fazendas orgânicas de Himmler (que aliás era agrônomo) ficava no campo de concentração de Dachau, e produzia alimentos e ervas para medicamentos utilizados pela cúpula da SS. Técnicas orgânicas de agricultura eram parte do treinamento obrigatório de todos soldados da SS.

Defensores da agricultura orgânica dizem que estes fatos históricos são irrelevantes. Os críticos concordam que eles não têm relevância nas técnicas agrícolas ou nas discussões ambientais sobre a agricultura orgânica. NO entanto, afirmam que tais informações só têm importância quando a agricultura

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orgânica é encarada como parte de um sistema moral (e de marketing). De acordo com eles, informações como estas ajudam a desmistificá-la, fazendo com que os alimentos orgânicos voltem a patamares de preço que reflitam o seu real valor de mercado.

Alimentos Naturais

O conceito de natural, apesar de parecer estar na moda hoje em dia, tende a ter vários significados diferentes de acordo com o grupo em questão.

Para o fabricante, natural é tudo aquilo que possa valorizar seu produto, ainda que este contenha em sua fórmula vários elementos químicos e artificiais. É o caso, por exemplo, dos sucos de fruta concentrados que por serem feitos com a própria fruta, em vez dos pós artificiais, se anunciam como naturais, apesar de utilizarem conservantes.

Para o consumidor fica difícil saber ao certo o que seria realmente natural. Frases do tipo: Contém aroma natural de laranja, em embalagens de refrescos totalmente artificiais induzem ao erro e aumentam a confusão. A coisa se complica ainda mais a partir do momento em que, além da dificuldade de se estabelecer uma definição clara para fins legislativos, alguns aditivos químicos, apenas por terem sido desenvolvidos pela biotecnologia, já são legalmente considerados naturais

Para explicar o que é Agricultura Natural, primeiro é necessário entender as verdadeiras funções do solo. Ele tem a função de proporcionar a cultura de cereais, leguminosas, hortaliças, frutas, etc., alimentos importantíssimos para a manutenção da vida humana. A agricultura atual menosprezou a força do solo com objetivo de obter melhores resultados e maiores lucros. Por isso, é cada vez mais comum a inclusão de agrotóxicos na lavoura.

Então, alimentos naturais são aqueles alimentos que foram cultivados em um processo de agricultura natural, ou seja, isentos de agrotóxicos. Muitas pessoas usam a palavra natural para todos os alimentos. Porém, são somente naturais aqueles alimentos que forem realmente cultivados pela natureza e não necessitem de qualquer componente químico.

Hoje em dia pode-se notar que algumas frutas permanecem o ano inteiro nas prateleiras dos supermercados. Diferente de antigamente, quando cada fruta tinha sua época, como, por exemplo, a melancia (setembro a dezembro) ou o morango (agosto a outubro).

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Existem determinados alimentos como o tomate, o morango, a uva, a batata e a melancia que contém uma maior quantidade de fertilizantes devido à necessidade de uma grande produção anual. Consumir alimentos naturais promove ao organismo um equilíbrio, refletindo no corpo, na mente e conseqüentemente na saúde.

O uso abusivo de resíduos químicos presentes nestes alimentos convencionais pode acarretar em doenças para as pessoas que os consome, como também aos trabalhadores que atuam diretamente com esses produtos. Além disso, existe a possibilidade da contaminação dos mananciais, rios, lençóis freáticos, o que contribui com a degradação ambiental.

Mesmo com esses riscos à saúde e à natureza, muitas pessoas ainda preferem os alimentos com agrotóxicos e deixam de lado os alimentos naturais devido ao seu alto custo. Isso ocorre justamente pela baixa procura e também porque os agricultores necessitam de mais recursos para o cultivo natural.

Poucas são as pessoas que já experimentaram o verdadeiro sabor das verduras naturais. São mais suculentas leves e crocantes, mesmo com seu formato menor. Às vezes, também é comum encontrá-las com uma aparência de suja com a raiz e terra. Mas isso é um bom sinal, pois representa que a verdura ou o legume passou por menos processos químicos. Quando estão limpinhos, escovados e brilhantes, provavelmente foram lavados com algum tipo de produto químico para que ficassem assim.

Conclusão

Após o término do trabalho, conclui-se que embora, muitas vezes, o uso da engenharia genética na agricultura seja justificada pelo aumento da população, de acordo com as Nações Unidas, o mundo produz atualmente uma vez e meia a quantidade de alimento necessária para alimentar toda a população do planeta, e ainda uma em sete pessoas passam fome. O problema da fome está intimamente ligado com a desigualdade social. E não será a engenharia genética capaz de solucionar esse problema, pelo menos com o que mostrou até o momento.

Uma das grandes causas dos transgênicos é em benefício da saúde. Um alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. As plantas geneticamente modificadas também podem ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através produção de proteínas e até mesmo vacinas.

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Outro benefício está na diminuição do uso de agrotóxicos. Pode-se introduzir numa planta um gene capaz de fazê-la ficar resistente a pragas e doenças, baixando, com isso, o custo de produção e o preço do alimento para os consumidores, mas, com isso, pode também, matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.

Também pode-se fazer com que a planta adquira genes que façam com que o seu período de desenvolvimento seja mais curto, o que determina uma colheita rápida e um aumento na produtividade, sem que haja um aumento no preço do produto final.

Mas além de questões ambientais, os alimentos transgênicos também geram dúvidas quanto aos riscos à saúde humana. Os efeitos que os transgênicos poderão causar no organismo humano e no meio-ambiente a médio e a longo prazo ainda são desconhecidos, não havendo nenhuma conclusão definitiva sobre o assunto.

O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.

A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.

Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação, estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.

Muitos cientistas também alertam para o perigo da manipulação genética. Uma empresa dos Estados Unidos patenteou um gene apelidado de "exterminador". Ele é incorporado às sementes, que após colhidas passar a ter sementes estéreis. Isto obriga o agricultor a comprar a semente sempre que for plantar. O gene exterminador poderá ser levado pelo vento junto com os grãos de pólen e fecundar as flores de plantas silvestres ou domésticas, tornando-as também estéreis, e provocando uma irreparável destruição no patrimônio biológico da humanidade.

Novas proteínas que causam reações alérgicas podem entrar nos alimentos. As pessoas normalmente identificam os produtos que as afetam. Entretanto, com a transferência das proteínas alérgicas de um produto para o

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outro sem o provável conhecimento, perde-se a identificação e a pessoa só vai descobrir o que lhe fez mal após a ingestão do alimento perigoso.

Enfim, são muitos os malefícios que os transgênicos podem causar. Mas se o objetivo é um alimento sem agrotóxicos, uma das soluções poderia ser os alimentos orgânicos, produzidos da forma mais natural possível, com adubo orgânico, como esterco e restos de vegetais. O gosto amargo desses alimentos está no preço. Segundo a Associação de Agricultura Orgânica, eles podem custar de duas a dez vezes mais que os similares produzidos à base de tecnologia.

Mas, se possível, opte pelos alimentos naturais. Eles são mais nutritivos e não possuem produtos químicos, que em excesso podem ser responsáveis por inúmeras doenças. Uma alimentação equilibrada com alimentos naturais é tudo que você precisa para se manter saudável. Tudo na natureza tem o seu tempo. O ser humano precisa ter consciência e paciência.

Embora a biotecnologia ofereça a possibilidade de uma agricultura melhor, ela poderá representar uma ameaça ambiental e uma industrialização ainda maior da agricultura, fazendo com que poucos detenham a maior parte dos benefícios e aqueles que realmente necessitam, sejam os maiores prejudicados.

Um mundo cada vez mais automatizado e dependente da tecnologia não exclui a viabilidade de uma produção sustentável, que respeite o solo, o ar e principalmente o ser humano.

Bibliografia

Portal São Francisco

Wikipédia

suapesquisa.com

www.terra.com.br

www.portaldovestibular.com