IntroducaoAoLivroZohar20-21

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20) Depois de tudo o que dissemos, chegamos à resolução da primeira pergunta: Qual é a nossa essência? Nossa essência é como a essência de todos os detalhes na realidade, que é nada mais, nada menos, do que o desejo de receber (como está escrito no ponto 7). Mas não é como é agora, no segundo estado, que é o desejo de receber para si mesmo, mas como é no primeiro estado, em Ein Sof, na sua forma eterna, que é a recepção para dar satisfação ao seu Criador (como está escrito no ponto 13). Embora ainda não tenhamos alcançado o terceiro estado de verdade, e ainda não tenhamos tempo, isso não mancha a nossa essência, já que o nosso terceiro estado é necessário a partir do primeiro. Assim, "tudo o que é obrigado a ser reunido é considerado reunido". E a falta de tempo é considerada uma deficiência apenas em caso de dúvida se a pessoa irá concluir o que precisa ser concluído a tempo. E já que não temos nenhuma dúvida sobre isso, é como se nós já tivéssemos chegado ao terceiro estado. E o nosso corpo, também, que nos foi dado em sua forma atual corrompida, não mancha a nossa essência, uma vez que ele e todas as suas posses devem ser completamente erradicadas, junto com todo o sistema de impurezas, que é a sua fonte, e tudo o que é obrigado a ser queimado é considerado queimado, considerado como se nunca tivesse existido. Mas a alma que está vestida nesse corpo, cuja essência também é puramente o desejo - mas o desejo de doar, que se estende até nós a partir do sistema dos quatro mundos do Sagrado ABYA (Item 11) - existe sempre. Isto porque essa forma do desejo de doar está em equivalência de forma com a Vida das Vidas e não é de forma alguma permutável. (Este assunto será concluído a seguir, no ponto 32) 21) E não sejam desviados pelos filósofos que dizem que a própria essência da alma é uma substância intelectual, e que ela só existe através dos conceitos que aprende, que cresce com eles, e que eles são a sua própria essência. E a questão da continuidade da alma após a saída do corpo depende inteiramente da extensão dos conceitos que ela adquiriu, até que, na ausência de tais conceitos, nada mais resta para continuar. Esta não é a visão da Torá.

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20) Depois de tudo o que dissemos, chegamos à resolução da primeira pergunta: Qual é a nossa essência? Nossa essência é como a essência de todos os detalhes na realidade, que é nada mais, nada menos, do que o desejo de receber (como está escrito no ponto 7). Mas não é como é agora, no segundo estado, que é o desejo de receber para si mesmo, mas como é no primeiro estado, em Ein Sof, na sua forma eterna, que é a recepção para dar satisfação ao seu Criador (como está escrito no ponto 13).

Embora ainda não tenhamos alcançado o terceiro estado de verdade, e ainda não tenhamos tempo, isso não mancha a nossa essência, já que o nosso terceiro estado é necessário a partir do primeiro. Assim, "tudo o que é obrigado a ser reunido é considerado reunido". E a falta de tempo é considerada uma deficiência apenas em caso de dúvida se a pessoa irá concluir o que precisa ser concluído a tempo.

E já que não temos nenhuma dúvida sobre isso, é como se nós já tivéssemos chegado ao terceiro estado. E o nosso corpo, também, que nos foi dado em sua forma atual corrompida, não mancha a nossa essência, uma vez que ele e todas as suas posses devem ser completamente erradicadas, junto com todo o sistema de impurezas, que é a sua fonte, e tudo o que é obrigado a ser queimado é considerado queimado, considerado como se nunca tivesse existido.

Mas a alma que está vestida nesse corpo, cuja essência também é puramente o desejo - mas o desejo de doar, que se estende até nós a partir do sistema dos quatro mundos do Sagrado ABYA (Item 11) - existe sempre. Isto porque essa forma do desejo de doar está em equivalência de forma com a Vida das Vidas e não é de forma alguma permutável. (Este assunto será concluído a seguir, no ponto 32)

21) E não sejam desviados pelos filósofos que dizem que a própria essência da alma é uma substância intelectual, e que ela só existe através dos conceitos que aprende, que cresce com eles, e que eles são a sua própria essência. E a questão da continuidade da alma após a saída do corpo depende inteiramente da extensão dos conceitos que ela adquiriu, até que, na ausência de tais conceitos, nada mais resta para continuar. Esta não é a visão da Torá. Também é inaceitável pelo coração, e qualquer um que já tentou adquirir conhecimento sabe e sente que a mente é uma posse, e não o verdadeiro possuidor.

Mas, como já dissemos, toda a substância da criação, tanto a substância dos objetos espirituais e a substância dos objetos corpóreos, é nada mais, nada menos do que o desejo de receber. E embora tenhamos dito que a alma é inteiramente o desejo de doar, é só através de correções da Luz Refletida que ela recebe dos Mundos Superiores, a partir dos quais ela chega até nós.