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Edição 13 Junho de 2017 A RELEVÂNCIA DA LEITURA NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ARAUJO, Selma Aurenice de 1 SILVA, Claúdia Alexandre da 2 MARTINS, Viviane Lima (orientadora) 3 RESUMO O presente trabalho de pesquisa que tem como seu principal objetivo investigar a importância da leitura para o aprimoramento da mesma por deleite. Para tal, se desenvolveu a partir das seguintes estratégias: a) uma pesquisa teórica bibliográfica sobre a importância da leitura e suas implicações para sua construção, baseada na visão de diversos autores como: Paulo Freire, Isabel Solé, Alberto Manguel, Emília Ferreiro e Ezequiel Teodoro da Silva. O Objetivo foi trazer informações sobre o importante papel da leitura para o seu desenvolvimento da criança no 3º ano e, como a prática docente pode influenciar nesse processo. Palavras-chave: Leitura, Práticas de leitura, Escola. INTRODUÇÃO A leitura, de modo geral, amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo e da vida como um todo. Precisamos estar atentos a esta questão, pois a ausência da leitura em nossa vida bloqueia possibilidades de crescimento pessoal e profissional, e acaba de certa forma, nos excluindo dos acontecimentos, da interpretação, da imaginação. Seja num romance ou artigo; uma crônica, conto, poesia, jornal, um gibi, numa história infantil ou infanto-juvenil, são inúmeras as possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e da realidade encontradas no mundo das palavras. A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo em diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa forma, lendo, embora, muitas vezes, não nos damos conta, ou seja, quanto mais um indivíduo lê mais integrado com o seu meio estará. 1 Graduada em Pedagogia. 2 Graduada em Pedagogia. 3 Professora Universitária, Doutora em Comunicação.

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Edição 13 – Junho de 2017

A RELEVÂNCIA DA LEITURA NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

ARAUJO, Selma Aurenice de1

SILVA, Claúdia Alexandre da2

MARTINS, Viviane Lima (orientadora)3

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa que tem como seu principal objetivo investigar a importância da

leitura para o aprimoramento da mesma por deleite. Para tal, se desenvolveu a partir das seguintes

estratégias: a) uma pesquisa teórica bibliográfica sobre a importância da leitura e suas implicações

para sua construção, baseada na visão de diversos autores como: Paulo Freire, Isabel Solé, Alberto

Manguel, Emília Ferreiro e Ezequiel Teodoro da Silva. O Objetivo foi trazer informações sobre o

importante papel da leitura para o seu desenvolvimento da criança no 3º ano e, como a prática

docente pode influenciar nesse processo.

Palavras-chave: Leitura, Práticas de leitura, Escola.

INTRODUÇÃO

A leitura, de modo geral, amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo e

da vida como um todo.

Precisamos estar atentos a esta questão, pois a ausência da leitura em nossa vida bloqueia

possibilidades de crescimento pessoal e profissional, e acaba de certa forma, nos excluindo dos

acontecimentos, da interpretação, da imaginação.

Seja num romance ou artigo; uma crônica, conto, poesia, jornal, um gibi, numa história

infantil ou infanto-juvenil, são inúmeras as possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e da

realidade encontradas no mundo das palavras.

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a

"compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das

coisas que nos cercam, de perceber o mundo em diversas perspectivas, de relacionar a realidade

ficcional com a que vivemos no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa

forma, lendo, embora, muitas vezes, não nos damos conta, ou seja, quanto mais um indivíduo lê

mais integrado com o seu meio estará.

1 Graduada em Pedagogia.

2 Graduada em Pedagogia.

3 Professora Universitária, Doutora em Comunicação.

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O mundo moderno, as novas tecnologias, fez com que as pessoas deixassem a leitura de livros

de lado, o que resultou em indivíduos sem interesse pelos livros, possuindo vocabulários cada vez

mais pobres. A escola tem que utilizar dessas tecnologias para promover o deleite na leitura, pois é

algo crucial para a aprendizagem do educando.

Apreciar uma boa obra literária algo para ser cultivada no educando, papel que a escola tem

grande importância no decorrer da vida escolar do sujeito. Despertar o prazer de ler do aluno deve

ser o objetivo principal de toda a escola e professores.

A leitura só será satisfatória para o educando se antes acontecer uma interação, buscando

construir um sentido para o texto, estabelecendo uma relação entre o que é lido e o universo do

individuo. O professor tem que criar subsídios para transformar os momentos de leitura em algo

prazeroso para os alunos, onde a estratégia utilizada contribuirá para o êxito, estabelecendo assim a

relação entre o que é lido e o universo da criança. O processo de leitura deve garantir que o leitor

compreenda os diversos textos que se propõe a ler, ou seja, o processo é interno e deve ser

ensinado.

A leitura atualmente não é considerada apenas como um meio de receber uma mensagem é

também uma forma de aprendizagem e contribui no desenvolvimento das capacidades intelectuais

dos indivíduos, da linguagem e da personalidade.

Esse trabalho tem como intuito a conscientização dos professores em relação à prática da

leitura no 3º ano do Ensino Fundamental, contribuindo para a formação de leitores que

compreendam a sociedade que o cercam, tendo por base que o hábito da leitura muda o educando

no seu modo de expressar-se, e por isso é relevante a influência da mesma em sala de aula e em

outros ambientes, para assim formar cidadãos transformadores.

Incluímos como objetivos demonstrar que a leitura beneficia o sujeito, enriquecendo

culturalmente sua percepção de mundo, no qual as modificações serão feitas a partir de suas

reflexões críticas sobre a sociedade. Pretende-se mostrar, também, as práticas da leitura, bem como

as estratégias reais e concretas usadas por professores em sala de aula.

1 A LEITURA E SEUS ESPAÇOS DIFERENCIADOS

1.1 O que é leitura?

Em 1.300 a.C. os escribas egípcios, entendia que ler significava declamar. Durante maior

parte na história antiga ler denotava falar. A leitura prioriza o significado.

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A leitura é a capacidade de colher sentido de símbolos escritos ou impressos. Ao longo da

pré- história a representação da palavra era por meio de desenhos sendo usada por diferentes povos

em vários períodos, pertencendo ao grupo seleto.

Segundo Fischer (2005), o homem de Neandertal e os primeiros homo sapiens liam entalhes

em ossos sinalizando algo que lhes fosse significado; pontuação de um jogo, marcações de dias ou

de ciclos lunares. A arte rupestre também era “lida” como histórias visuais dotadas de informações

com significado. Tribos primitivas liam extensas mensagens imagéticas em cascas de árvores ou em

couro, ricas em detalhes. Em diversas sociedades antigas, varetas eram lidas para contagem de

quantidades.

A sinalização permitia que mensagens simbólicas fossem lidas a distancias: bandeiras,

fumaça, fogo, reflexos em metais polidos e outros dispositivos.

Os Incas liam nós “quipo” (é um nome dado a um conjunto de cordões, de cores e tamanhos

variados, com nós em varias posições, usado pelos indígenas peruanos para fazer cálculos,

transmitir mensagens e para monitorar transações comerciais complexas). Os polinésios antigos

liam registros em cordas e entalhes para embalar suas gerações. Todas essas “leituras” envolviam

códigos predeterminados.

Ler era “ita” (it, id, ed) em sumério, que também significa “contar, calcular, ponderar,

memorizar, declamar, ler em voz alta”. (FISCHER, 2005, p.13).

O homem no decorrer da sua evolução atribui significados as manifestações que ocorriam no

mundo externo, usando materiais que estavam disponíveis ao seu redor.

Desde os primórdios o homem encontrou maneiras de representação de símbolos que

contasse sua trajetória.

A leitura é um elemento de referência fundamental para o ingresso e a participação na

sociedade letrada. Sendo assim, se torna uma ferramenta básica da comunicação do homem na

sociedade contemporânea e a chave para o ato de um saber já adquirido, fazendo com que esse

homem se torne um cidadão inserido na civilização moderna com perfeito domínio dos símbolos da

comunicação.

Definir a leitura no sentido lato da palavra, tida como atividade intelectual eminentemente

humana é tarefa simples, diante do repertório de dados comprovados por respeitáveis intelectuais.

Porém, é limitador e bastante complicado tentar conceituar e desenvolver as interfaces que

compõem o todo dessa atividade e os atores envolvidos no processo, como também não é fácil,

analisar os elementos que integram o seu campo de ação, circunstancializar as situações em que se

realiza e determinar o papel que desempenha durante sua produção.

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Na sociedade letrada a leitura é uma aquisição necessária a todos os indivíduos, para que

possam tornar-se verdadeiros cidadãos sociais. Portanto, é um instrumento de acesso à cultura e à

realidade social de grande importância no desenvolvimento do ser humano. Como fonte de

informação, possibilita a percepção da realidade do indivíduo, de seus problemas e conflitos,

facilitando a aquisição de diferentes pontos de vista sobre esta realidade, pois a pessoa bem

informada tem noção dos seus direitos e deveres, podendo exercer sua cidadania com maior

facilidade.

Segundo Silva (2002, p. 31):

A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades

letradas. Tal presença sem dúvida marcante e abrangente começa no período de

alfabetização, quando a criança passa a compreender o significado potencial de mensagens

registradas através das escritas.

Leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto. É um momento único em que o

leitor deve examinar detalhadamente o texto, identificando as ideias principais, a mensagem que o

autor quer passar. Nesse processo, não quer dizer que o significado que o escrito tem para o leitor

não é uma réplica do significado que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto,

os conhecimentos prévios do leitor que o aborda e seus objetivos, (SOLÉ, 1998, p.22).

Um dos significados registrados por Ferreiro (2000, p. 423.), a palavra “ler” é de “captar

signos ou sinais registrados em (um suporte) para recuperar as informações por eles codificadas”.

Assim, a leitura pode ser compreendida em primeira instância, como um ato de decifração e

decodificação.

Vista como atividade estritamente linguística, a leitura se desenvolve na constante interação

de significados, significantes, elementos culturais e ideológicos do leitor. Assim sendo, a relação

que a constitui não se reduz à mera transmissão do conhecimento padrão da língua e demais

conteúdos do currículo escolar, ou seja, a simples decodificação de textos. Aprende-se a ler a partir

de uma leitura significativa que vai além de um ato visual, pois envolve técnica, estabelecimento de

relação entre leitor e texto, perspicácia intelectual, sensibilidade, experiência, postura crítica e

sistemática e associações que só podem ser adquiridas através da prática.

Quanto mais se ler, mas aprende, e com isso novas palavras e significados passam a fazer

parte de um novo vocabulário o que de fato é de suma importância.

Conforme Martins, (1989, p. 44):

O treinamento para a leitura efetiva implica aprendermos e desenvolvermos determinadas

técnicas. Dos manuais didáticos aos estudos aprofundados sobre o ato de ler, todos oferecem

orientações ora menos ora mais objetivas e eficientes. Todavia, cada leitor tem que descobrir

criar uma técnica própria para aprimorar seu desempenho.

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O ato de ler faz parte de um processo que visa interagir o leitor através de informações

significativas que poderão servir como sustentação para toda a sua vida escolar e social. À medida

que ultrapassa o limite da leitura visual, levando em conta suas representações, cresce o desejo de

participar da construção do conhecimento de forma ativa. Desse modo, a leitura torna-se um

processo de interlocução entre o autor e o texto, que se dá através da escrita e nesse processo

interativo entram em jogo, não apenas o intelecto, mas também os sentidos e as emoções, deixando

evidenciar como afirma Martins (1994, p. 36.) que “se a leitura tem mais mistérios e sutilezas do

que a mera decodificação de palavras escritas tem também um lado de simplicidade que os

letrados não se preocupam muito em revelar”.

Tomando por base esse conceito amplificado do ato de ler, o leitor passa a ser um sujeito

ativo e consequentemente se transforma num manancial de significações e implicações que vão

sendo descobertas a cada leitura. Assim, é fundamental perceber que cada nova leitura oportuniza o

desfilamento de novas significações, não detectadas em leituras anteriores e que nesse contexto, a

leitura é antes de tudo, um processo contínuo de compreensão e aprofundamento.

Sobre isso, Silva (2002, p. 70) afirma:

Se a compreensão, na perspectiva ontológica, significa habitar o mundo através de projetos

existenciais, então, a leitura por necessariamente envolver compreensão, também vai

significar uma saída de si ou um projeto de busca de novos significados. Por outro lado, se

compreender é enriquecer-se com novas proposições de mundo, então ler é detectar ou

aprender as possibilidades de ser ao mundo apontado pelos documentos que fazem parte do

mundo da escrita.

A leitura hoje não se constitui em um ato solitário, nem em atividade monológica do

indivíduo como se pensava há algum tempo, pois no processo da leitura se dá a interação do leitor

não apenas com o autor, como também com os leitores virtuais criados pelo mesmo no momento da

escritura, estabelecendo dessa forma, relações plurais. Nessa medida, a leitura compreendida,

sobretudo em seu caráter dialógico, constitui-se em precioso instrumento no processo de produção

do conhecimento por oportunizar ao leitor o contato com diversificadas formas de visão e

compreensão de mundo. Leitor e leitura se constituem, portanto, como elementos vitais nesse

processo de interlocução contínua, capaz de alargar indefinidamente as possibilidades de atribuição

de sentido.

A leitura tem por finalidade levar outros mundos possíveis, seja a literatura ou as revistas e

livros. Pode nos entreter ao mesmo tempo em que favorece a reflexão sobre a realidade ou a fuga de

dificuldades que enfrentamos em nosso cotidiano. Além disso, desperta sonhos, curiosidades e ativa

a criatividade e o vocabulário.

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Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.

O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno

que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e

perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois

comer, beber e dormir até eles sabem, é a leitura que proporciona a capacidade de interpretação.

Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a

leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica.

Quando vista como um instrumento de poder, a leitura vem através dos tempos assumindo

seu papel na sociedade, que é o de contribuir como decodificadora de signos, o que embora vá

muito além. Freire (1983) comenta que “os signos são os próprios fatos, acontecimentos, situações

reais ou imaginárias em que os sons, paisagens, imagens tendem a melhorar a relação homem -

meio – mundo”.

Quando o ser leitor tem uma visão do mundo que o cerca torna-se mais fácil a sua leitura,

pois carrega consigo uma bagagem de significados.

A leitura amplia os conhecimentos do ser humano. É através dela ou mesmo pelo hábito de

ler que o indivíduo habilita-se a exercer os conhecimentos culturalmente construídos e dessa forma

escala com maior facilidade os novos degraus do ensino, e em consequência atinge também sua

realização profissional.

O ato de ler é função primordial da escola, e é esta que possibilita o educando a ler o mundo,

de construir a sua própria história.

Segundo Manguel, é o leitor que lê o sentido; é o leitor que confere a um objeto, lugar ou

acontecimento, certa legibilidade possível, ou que a reconhece neles; é o leitor que deve atribuir

significando-a um sistema de signos e depois decifrá-lo (MANGUEL, 2000, p.19).

Ler o mundo que está em volta vislumbrando a infinidade de códigos para decifrar e traduzir

o conhecimento que vai sendo adquirido.

Cada sujeito tem uma interpretação diferente do conjunto de informações que estejam em

um livro, jornal, quadro, pois sendo um leitor ávido a compreensão dos fatos apresentados será

transparente.

Conforme Solé, para devemos simultaneamente, manejar com destreza as habilidades de

decodificar e apontar ao texto nossos objetivos, ideias e experiências prévias, (SOLÉ, 1998, p.23).

Para ocorrer um elo entre o objeto texto e o sujeito, o conhecimento que o indivíduo já

possui pode auxiliar na compreensão da leitura e usando-a como instrumento de aprendizagem.

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1.2. Leitura de mundo e formação do indivíduo

A reflexão sobre a importância da leitura para formação do indivíduo é de suma importância

nos dias de hoje. Nesta reflexão é primordial analisar os fatores que impedem e apresentar caminhos

de renovação e qualificação. A leitura sempre teve um papel social de grande interferência na

sociedade, como pesquisa educacional e a evolução da leitura na sociedade diante dos problemas

sociais, políticos e econômicos.

Conforme Kleimam, a compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela

utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe o conhecimento

adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o

conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o

sentido do texto. É porque o leitor utiliza justamente diversos níveis de conhecimentos que

interagem entre si, à leitura é considerado um processo interativo. Pode-se dizer com segurança que

sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão, (KLEIMAM, 2010,

p.13).

A criança quando apresentada ao mundo da leitura necessita receber apoio e incentivos para

que tal prática se concretize, uma vez que, a participação dos adultos durante esta fase de

compreensão e conhecimento da leitura é extremamente relevante, pois é a partir das expressões e

hábitos cotidianos que a criança realiza o entendimento desse universo desconhecido. “A leitura,

possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser

o único meio de desenvolver a originalidade e autenticidade dos seres que aprendem. (SILVA,

1992, p.43)”.

O “compreender” deve ser visto como uma forma de ser, emergindo através das atitudes do

leitor diante do texto, assim como através do seu conteúdo, ou seja, o texto como uma percepção ou

panorama dentro do qual os significados são atribuídos (SILVA, 1992, p. 44).

A leitura proporciona ao leitor momentos de reflexão, se a mesma for por deleite, agregando

assim a outros conhecimentos.

A leitura verdadeira acontece quando o sujeito leitor, perante o objeto consegue interpretar

as várias informações usando seus atributos linguísticos, culturais e sociais.

A prática da leitura caracteriza um ato político, para o sujeito que ao interpretar o que esta

lendo constrói reflexões sendo um agente transformador na sociedade, pois se tornará um cidadão

questionador fundamentado.

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Segundo Silva, quando nos envolvemos num ato de interpretação concreto, precisamos em

primeiro lugar nos dirigir para aquilo que existe ali, que deve ser interpretado. O que esta ali,

porém, nada mais é do que asserções não discutidas da pessoa que faz a interpretação. No ato de

interpretar está uma asserção, aquela que foi aceita pela própria interpretação, isto é, que foi

apresentado no que está diante de nós, naquilo que vimos antecipadamente, e na possibilidade de

concepção. (SILVA, 1992, p.29).

O conhecimento prévio do leitor auxiliará a construir um sentido para o texto, sendo em

diferentes linguagens: plástica, simbólica, musical, oral e escrita.

1.3 Tipos de leitura (imagens, sons e texto).

Segundo o autor, os textos tem formato próprio suporte específicos, possível propósito de

leitura em outras palavras, tem o que os especialistas chamam de “Características

Sociocomunicativas”, definidas pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser

lido. E é essa soma de características que define os diferentes gêneros, ou seja, se é um texto com

função comunicativa, tem um gênero, os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma

“condição didática para trabalhar com comportamentos leitores e escritores”. A sutileza –

importantíssima – é que eles devem estar a serviço dos conteúdos os chamados “comportamentos

leitores e escritores” (ler para estudar, encontrar, uma informação específica, tomar notas, organizar

entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes, comparar dados entre

textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los). “Cabe ao professor possibilitar que os alunos

pratiquem esses comportamentos, utilizando textos de diferentes gêneros.” Afirma Beatriz Gouveia,

coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. (MOÇO, 2013).

O bebê nasce, cresce , torna-se adulto e os sons continuam a provocar essas e outras reações

mais sofisticadas: eles evocam memórias e pensamentos, comunicam, provocam sensações,

emoções e movimentações, desde os tempos mais remotos, o homem percebeu todo esse potencial,

usando os materiais que tinha à disposição (pedras, ossos, madeira, o próprio corpo e a voz), ele foi

combinando sons e silêncio das mais diversas maneiras.

O som é uma vibração que se propaga no ar, formando ondas sonoras que são captadas por

nosso sistema auditivo. Depois de transformadas em impulsos elétricos, elas viajam pelos neurônios

até o cérebro, onde são interpretadas.

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Segundo Gentile (2013), a cultura visual – nome desse novo campo de estudo- propõe que

as atividades ligadas à arte passem a ir além de pinturas e esculturas, incorporando publicidade,

objetos de uso cotidiano, moda, arquitetura, videoclipes e tantas representações visuais quantas o

homem é capaz de produzir. Trata-se de levar o cotidiano para a sala de aula, explorando a

experiência dos estudantes e sua realidade.

Essa “alfabetização visual” dará ao aluno condições de conhecer melhor a sociedade em que

vive interpretar a cultura de sua época e tomar contato com a de outros povos. (GENTILE, 2013).

O leitor no processo de construção do seu conhecimento tem de utilizar de varias formas

para enriquecer o seu conhecimento linguístico, a leitura proporciona a reflexão do sujeito em seus

vários tipos.

A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades

letradas. Tal presença sem dúvida marcante e abrangente começa no período de alfabetização,

quando a criança passa a compreender o significado potencial de mensagens registradas através da

escrita. Após esta fase de iniciação, o aluno continua a se encontrar com livros textos

(materializados, na prática escolar, sob a forma de livro- adotado, texto base, bibliografia

obrigatória, leitura suplementar, apostila, etc.) ao longo de toda sua trajetória acadêmica. (SILVA,

1992, p. 31).

Contribuirá para uma leitura crítica, no qual o educando analise, pesquise, interprete e

questione as informações contidas no que esta sendo lido, ou seja, um leitor letrado.

Segundo Manguel, tentar ler um livro numa língua que não se conhece, grego, russo

evidentemente não revela nada. Mas, se o livro é ilustrado, mesmo não conseguindo ler, as imagens

podem atribuir um sentido. (MANGUEL, 1997, p.116).

As imagens equivalem à leitura do sujeito, que conforme o seu conhecimento vai interpretar

as informações que estão contidas no texto e sua imaginação também fluirá.

Sendo essa obra uma pintura, escultura, fotografia, música revelam hábitos, valores e

transformações de um período da história. Reunir-se para ouvir alguém ler torna-se também uma

prática necessária e comum no mundo laico da Idade Média. (MANGUEL, 1997, p. 138).

Ser alfabetizado nesse período da História era raro, sendo os livros artigos preciosos e um

privilégio apenas para os ricos.

Na Europa do século XI, os itinerantes recitavam ou cantavam versos deles próprios ou de

autoria de outros trovadores, sendo assim os feitos deste período eternizados para as futuras

gerações.

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1.4 Os Espaços de Leitura

Os espaços de leitura são caracterizados como: espaços escolares e espaços não escolares.

Espaços escolares são: bibliotecas, sala de aula, cantinhos de leitura, escola entre outros.

Espaços não escolares são: feiras de livros, ônibus-biblioteca, bibliotecas ao ar livre entre outros.

São espaços de incentivo à leitura, instrumentos de educação a serviço da população, onde

se fortalece a ação protagonista das lideranças comunitárias como agentes multiplicadores de saber

e sonhos onde se estimula a leitura entre famílias, contribuindo na mobilização da sociedade pela

erradicação do analfabetismo funcional, ou seja, nos Espaços de Leitura se valoriza o saber popular,

tendo a educação para a cidadania como propósito.

O espaço de leitura é um lugar onde, além de livros e estantes, as crianças encontram

diversas formas de encantamento com a leitura, pois imaginam estar dentro própria da história o que

possibilita a construção da própria realidade por meio do teatro, contação de histórias, produção de

textos e atividades onde envolvem a imaginação.

Para que uma criança possa constituir-se enquanto leitora, de forma a fazer da leitura uma

parte querida e importante de sua vida, é preciso que ela tenha a oportunidade de conviver com

livros e leitores, compartilhando práticas de leitura. Algumas das crianças têm essa convivência

assegurada na sua vida familiar, mas muitas dependem da escola para ter acesso a ela.

1.4.1 Espaços formais de leitura (escola, biblioteca, sala de leitura).

A educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos

previamente demarcados.

A biblioteca escolar é um espaço cultural que possibilita ao seu usuário o acesso à

informação, direito à expressão de criação e à formação da consciência crítica. Constitui-se como

fator essencial para que possa atingir as metas educacionais, funcionando como centro de recursos

para a aprendizagem e desenvolvendo o hábito da leitura sólida e permanente. O ambiente de uma

biblioteca escolar deve ser um lugar alegre e convidativo, para que as pessoas gostem de ficar por

ali, ou seja, um ambiente acolhedor que favoreça e estimule o estudo, pesquisa, leitura, reflexão,

cultura e silêncio.

Também é na biblioteca escolar que se constitui o ambiente de acesso e uso da informação

através da leitura de livros, de textos da Internet ou outros. O que interessa considerar neste ponto é

o texto que vai ser lido, seja em suporte de papel, seja em suporte informático. Claro que há outras

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fontes de informação nas bibliotecas escolares, tais como vídeos, DVDs. Mas tais fontes de

informação não são objeto de estudo na abordagem aqui presente. A biblioteca pode colaborar para

o ensino da leitura e agregar outros valores a essa atividade, como instigar o prazer pela mesma,

permitir a exploração desse espaço e possibilitar a formação de um leitor autônomo.

Investir mais na leitura durante o processo da alfabetização é imprescindível, pois é a base

que está sendo construída.

Nas salas de leitura, sob a coordenação de um professor orientador especialmente designado

para esta função, são desenvolvidas atividades de leitura articuladas com a proposta pedagógica das

salas de aulas regulares junto com o projeto pedagógico da escola, com o propósito de inserir os

alunos na cultura oral e escrita, por meio do contato com os diferentes gêneros de textos presentes

em seu cotidiano.

1.4.2 Espaços não formais de leitura (brinquedoteca, bicicloteca, hospitais, ONG)

A educação não formal é aquela que se aprende no cotidiano, na relação com

diferentes pessoas, pela experiência e em espaços fora da escola, em locais informais onde há

processos de interação e intencionalidade na ação, na participação, na aprendizagem e na

transmissão e troca de saberes.

A educação não formal é uma modalidade de ensino que vem ganhando destaque na

sociedade atualmente, um dos motivos desse crescimento é a crise das escolas públicas, que acabam

excluindo alguns educando ao não valorizar a sua cultura popular e privilegiando a cultura da

sociedade dominante. Essa modalidade de ensino caracteriza-se pela não fixação de tempos e

espaços de aprendizagem e pela flexibilidade dos currículos, conteúdos e, embora não seja o

seu principal objetivo, acaba preenchendo as falhas da educação formal e fornece certificação de

conclusão. Possui semelhança com a educação formal no que diz respeito à estrutura e organização

que ambas devem possuir.

A educação não formal abre possibilidades de conhecimento sobre o mundo que rodeia os

indivíduos e suas relações sociais, ou seja, podemos dizer que a educação não formal pode ocorrer

em diferentes espaços também denominados de espaços não formais.

A Bicicloteca - Instituto Mobilidade verde “ONG”, em parceria com gestores locais é

composta por 10 bicicletas na cidade de São Paulo, que em pouco mais de dois anos já distribuíram

mais de 200mil livros gratuitamente.

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Figura 1: Apresentação da bicicloteca aos moradores do bairro.

Fonte: http://bicicloteca.wordpress.com/

Biblioteca viva é um espaço lúdico de leitura dentro do hospital onde a mesma é para bebês,

crianças, jovens e acompanhantes. O momento de leitura busca aliviar a tensão causada pelas

circunstâncias do ambiente hospitalar, onde os voluntários tentam criar uma atmosfera mais leve, de

preservação e desenvolvimento da saúde psíquica de todos através da leitura.

A partir do hábito da leitura, estimulará as diferentes percepções e a criatividade, organiza o

pensamento e ajuda a criança a administrar a situação. O acervo é feito através de doações de

editoras e instituições particulares.

1.5 A leitura e o processo de alfabetização (o primeiro contato com o livro)

Ao se falar em alfabetizar não se deve imputar a responsabilidade unicamente à escola e a

seus professores, pois todos têm participação neste processo. Quando digo todos me refiro à

família-escola-comunidade. Este tripé tem que caminhar em sintonia para que o resultado seja

harmônico.

Segundo Solé, a alfabetização é um processo através do qual as pessoas aprendem a ler e a

escrever.

A criança deve ser estimulada à alfabetização e consequentemente o gosto pela leitura desde

seu nascimento, através da contação de histórias, ou seja, as crianças que ouvem histórias e veem as

ilustrações de seus livros infantis desde bebê desenvolve um vocabulário melhor. O

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desenvolvimento da linguagem vem acompanhado do estímulo cognitivo e consequentemente

melhor desempenho no processo de alfabetização.

Quando a criança inicia seu processo de alfabetização é importante que seja estimulada a ter

autonomia para a leitura, para que possa perceber o prazer no ler. Muitas vezes a escola ou mesmo

os pais, na euforia de incentivar a leitura, acaba obrigando a criança a ler determinando livro sem

que este lhe tenha despertado interesse. Sabemos que muitos professores apontam como tarefas para

nota a leitura de determinado livro com respostas a questionários e outros artifícios que, ao invés de

motivar, acabam por criar aversão.

Segundo a autora, a alfabetização da criança é realizada sistematicamente levando-se em

consideração os métodos de ensino aos quais ela se submete na pré-escola ou no contexto social em

que vive. O saber que a criança adquire se revelam no sistema de escrita, e nessa perspectiva sua

compreensão se efetiva de acordo com as informações recebidas, ou seja, a aprendizagem ocorre de

fora para dentro, pois as crianças veem muitas letras fora da escola e assim acaba ajudando na sua

aprendizagem dentro da escola.

De acordo com Ferreiro (1995), a alfabetização vista numa perspectiva de adoção de

conhecimentos ao individuo é uma atividade intencional que se revela a partir da prática pedagógica

isenta de neutralidade. São os métodos e técnicas empregadas no ato de alfabetizar que contribuem

significativamente para auxiliar o sujeito a compreender as representações que lhe são apresentadas

no cotidiano.

Supõe-se que os significados apresentados nas leituras contribuem para a reflexão de adulto

nas condições materiais que vivem, proporcionando a oportunidade de realizações concretas de suas

ideias anteriormente formuladas no cognitivo.

Na concepção de Paulo Freire, a alfabetização é um meio para a conscientização do homem

como criador de cultura, para a abertura de horizontes e para o abandono de uma posição passiva

diante da sociedade, a partir do momento em que se apodera da escrita e a utiliza como um meio de

expressão e libertação.

O ser diante de todo conhecimento adquirido através da leitura utiliza-o para a sua liberdade

de expressão.

Conforme Solé (1998), o ensino da leitura deve garantir a interação significativa e funcional

da criança com a língua escrita, como meio de construir os conhecimentos necessários para poder

abordar as diferentes etapas da sua aprendizagem.

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2. O PROCESSO DE LEITURA NO 3° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

2.1 Leitura e PCN de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental

A concepção de leitura que consta nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental diz

que:

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e

interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto,

sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação,

decodificando letra por letra, palavra por palavra.

Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e

verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que

possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades

de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.

(PCN, 1998, p.69).

A leitura fluente e por deleite envolve uma série de outras estratégias e recursos para a

construção do significado.

Desde o início da década de 80, o ensino da língua portuguesa vem sido muito discutido

acerca da necessidade de melhorar a educação do país. Uma das maiores dificuldades das escolas é

ensinar seus alunos a ler e a escrever, tal barreira reflete num índice de pessoas alfabetizadas não

muito favorável, ou seja, analfabeto funcional. Este obstáculo é encontrado no fim da primeira série

do ensino fundamental (alfabetização) e na quinta série do mesmo.

Por meio do PCN (Parâmetros Nacionais Curriculares), o professor encontra uma espécie de

síntese mostrando um possível avanço hoje, em relação há anos anterior. Nos anos 60, por exemplo,

buscava-se no aluno o fracasso escolar; havendo lógica, visto que em parte dos discentes o ensino

parecia funcionar. Nos anos oitenta, começava a circular entre os educadores livros e artigos que

davam conta de uma mudança no processo de alfabetização: “Como se ensina” e “Como se

aprende”. Esse seguimento ajudou os professores a compreenderem aspectos importantes de

aprendizagem da leitura e da escrita.

A leitura deve acontecer continuamente com as diferentes formas e objetivos no contexto do

cotidiano, e para que tenha sentido para o educando, tenta-se descrevê-la de forma sucinta.

Para aprender a ler, é preciso interagir com uma variedade de textos escritos e participar de

fato dos atos da leitura. É relevante que a criança receba o incentivo e ajuda de leitores experientes

para ampliar os seus conhecimentos, objetivos e interesses.

O PCN tem como objetivo auxiliar o educador no cumprimento de seu trabalho juntamente

aos educando, visando assim um bom aproveitamento de ambos; mestre e aluno.

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais servem, também, como instrumento de discussão

entre professores e orientadores na elaboração das aulas, criação de projetos, feiras estudantis e,

finalizando, como atualização e crescimento profissional a todos educadores que usarem do PCN

para fins dentro de cada instituição.

No que diz respeito à leitura, os PCN de Língua Portuguesa preconizam a formação de

leitores competentes, que consigam construir significados a partir de diferentes gêneros textuais.

Para isso, os PCN preconizam uma abordagem que articula a leitura e a escrita, dando a estas o

papel de atividades articuladas e complementares. Com base nos PCN, é atribuído à leitura o papel

de atividade de construção e elaboração de sentido. Essa posição surge com a pretensão de se opor à

prática da leitura como decodificação. Nessa nova perspectiva, o documento oficial orienta vários

tipos de leitura (silenciosa, em voz alta, individual, em conjunto etc.) e o desenvolvimento de

diversas atividades relacionadas a essa competência linguística, tais como: projetos de leitura,

atividades sequenciadas etc.

Quanto mais variados, interessantes e divertidos forem os textos que você apresentar às

crianças, maior será a chance de elas se tornarem leitoras hábeis, se na sala de aula só entrarem

aqueles textos escritos explicitamente para ensinar a ler, que despertam pouca atenção nos alunos,

eles se desinteressarão da leitura e terão dificuldade em aprender, pois, quem lê mais dispõe de um

vocabulário mais rico e compreende melhor a estrutura gramatical e as normas ortográficas da

Língua Portuguesa.

De acordo com os PCN, para que essa inserção no mundo das letras venha a ocorrer, o

ensino da Língua Portuguesa deve se organizar de maneira que os estudantes sejam capazes de

compreender textos em diferentes níveis, sabendo inferir as intenções do autor, valorizando a leitura

como fonte de informação que lhes permita recorrer para diferentes objetivos, além de utilizar a

linguagem como instrumento de aprendizagem.

O contato com outros leitores experientes promoverá o contato, de fato, com momentos

válidos de leitura, propiciando a interação com a diversidade textual e cabe ao professor mediar essa

interação entre os leitores, podendo também constituir-se como um modelo, ou seja, um professor

apaixonado pela leitura é capaz de tornar seu aluno um leitor que sabe construir ativamente o

significado de um texto, de acordo com o objetivo da sua leitura. Para isso, o material selecionado

deve ser adequado ao leitor, tornando a aula de leitura um momento prazeroso.

De acordo com os PCN (1998), atividades permanentes de leitura são situações didáticas

propostas com regularidade e voltadas para a formação de uma atitude favorável à leitura. Nesse

momento de leitura, é considerado essencial o trabalho com outras formas de leitura. Uma leitura

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dramatizada, por exemplo, favorece a concentração e o interesse de uma sala que tem altos índices

de indisciplina.

2.2- A leitura no currículo do 3°ano do Ensino Fundamental.

Neste tópico discutiremos alguns acontecimentos em que gostaríamos de enfatizar

as relações presentes na sala de aula nos momentos de leitura e os sentimentos dos alunos durante a

leitura.

Dentre a análise, nos livros didáticos de Língua Portuguesa do 3° ano os textos contidos

apresentam músicas de compositores brasileiros modernos, fábulas, contos, lendas, mitos e histórias

em quadrinhos. Os três livros observados de Língua Portuguesa tem os mesmo formato de gêneros

textuais. Análise e reflexão de diversos textos culminam no processo de aprendizagem da língua na

construção de sua própria interpretação. A diversidade de gêneros presentes no livro poderá ser o

eixo norteador do ensino da leitura que deve ser algo significativo para o educando.

Figura 2: Projeto de incentivo à leitura reduz índice de reprovação.

Fonte: Diário Oficial Guarujá 19 de outubro 2013.

A leitura autônoma e proficiente se apoiará na formação de alunos-leitores ativos. As

atividades de leitura espontânea e de contar aos colegas o livro lido são sugeridas pelos PCN: O

professor deve permitir que seus alunos escolhessem suas leituras. Fora da escola, os leitores

escolhem o que leem o que é preciso trabalhar o componente livre da leitura, caso contrário, ao sair

da escola, os livros ficarão para trás (PCN, 1998; p. 17). Outro aspecto destacado pelos PCN é que a

escola deve organizar-se em torno de uma política de formação de leitores. Todo professor, não

apenas o de Língua Portuguesa, é também professor de leitura. É importante destacar que as duas

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atividades mais comuns relacionadas à leitura em sala de aula, ler em voz alta e fazer perguntas de

compreensão do texto, não ensinam de fato a ler. Para tanto, algumas tarefas específicas podem

ajudar e cabe ao professor planejar suas aulas, de acordo com a realidade e a necessidade dos seus

alunos para maior aproveitamento no processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, para formar

um leitor competente faz-se necessário compreender o que lê e que saiba posicionar-se na busca de

informações implícitas, que se ancoram nos dados não fornecidos pelo autor. Para isso, esse leitor

precisa de práticas constantes de leitura de textos diversos que circulam socialmente.

O tratamento didático que a leitura precisa dentro da sala de aula, segundo os PCN, refere-se

à maneira como a leitura foi e está sendo exercitada, isto é, se for usada como objeto de

aprendizagem, é necessário que ela faça sentido para o aluno, afastando-se, assim, daquele ensino

em que o aluno/leitor não vê referência e nem sentido naquilo que lê.

Quem lê mais dispõe de um vocabulário mais rico e compreende melhor a estrutura

gramatical.

Quanto mais variados, interessantes e divertidos forem os textos que o professor apresentar

às crianças, maior será a chance de elas se tornarem leitores hábeis.

Segundo Silva, em termos de educação institucionalizada, além de ligar-se à aquisição de

experiências, a mensagem escrita e uma das fontes primeiras que disparam a ação educativa

exercida pelo professor. Em verdade, nas escolas brasileiras os diferentes tipos de documentos

escritos colocam-se no centro da vivência professor-aluno, despontando como mediadores dessa

relação e| ou veículos para instigar discussões, reflexões ou novas práticas. (SILVA, 1992, p.32).

A leitura, possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de

experiências, parece ser o único meio de desenvolver a originalidade e autenticidade dos

seres que aprendem. O livro, dadas as suas condições de produção e manuseio, levanta-se

como o recurso mais prático para a difusão do conhecimento no meio escolar. (SILVA,

1992, p.43).

Conforme o mesmo todo o professor, por adotar um livro ou mesmo por produzir ou

selecionar seus textos, transforma-se, necessariamente, num corresponsável pelo ensino e

encaminhamento da leitura. Em outras palavras, a leitura é uma “exigência” que está presente nas

disciplinas acadêmicas oferecidas pela escola e, por isso mesmo, os respectivos professores são,

implícita ou explicitamente, orientadores de leitura.

(...) O leitor curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto,

conflito representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, de discordar

– conflito, enfim, onde quem lê não somente capta o objeto da leitura, como transmite ao

texto lido as cargas de suas experiências humana e intelectual. (SAFADY, 1990, p.13).

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Sendo um tipo específico de comunicação, a leitura é uma forma de encontro entre o

homem e a realidade sociocultural; o livro (ou qualquer outro tipo de material escrito) é sempre uma

emersão do homem do processo histórico, é sempre a encarnação de uma intencionalidade e, por

isso mesmo, “sempre reflete o humano”. Daí a necessidade de um enfoque mais específico sobre os

aspectos da comunicação humana, inerentes à leitura. (SILVA, 1992, p. 41).

A facilitação da aprendizagem eficiente da leitura é um dos principais recursos de que o

professor dispõe para combater a massificação galopante, executada principalmente pela televisão.

Mesmo com a presença de outros meios de comunicação, o livro permanece como o veículo mais

importante para a criação, transmissão e transformação da cultura. (SILVA, 1992, p.43).

A leitura é algo fundamental na formação humana, pois através dela a criança resolve

conflitos, faz descobertas, compreende o mundo, adquire novos conhecimentos e se diverte, além de

muitos outros fatores que contribuem para o seu desenvolvimento emocional, intelectual e social.

Perante isso, podemos dizer o quanto é importante formar leitores, pois na sociedade em que

vivemos hoje, ler torna-se, cada vez mais, imprescindível para vida social.

O que acontece na escola é que esse tipo de leitura escolarizada - que não insere o aluno no

contexto, que não o leva à descoberta do mundo e suas implicações, acaba levando-o a pensar como

se não nada existisse fora dos muros dela. Ou seja, uma prática cotidiana que dificilmente vai

mobilizar o aluno a interessar-se em ler, uma vez que quase sempre os textos são

descontextualizados.

Desta forma, podemos dizer que para formar leitores nas primeiras séries do ensino

fundamental, faz-se necessário um trabalho contínuo de incentivo à leitura para que os alunos

tenham acessos diariamente aos livros e possam conhecer o mundo do ato de ler, levando-os a

encontrarem o verdadeiro sentido da leitura e, principalmente, de sua existência.

2.3 Principais problemas relacionados à leitura

Segundo Saraiva, a análise da situação em que se encontra a leitura comprova a ineficácia da

escola, pois o aluno manifesta seu desinteresse por essa atividade, evidenciado a distância que se

estabelece entre a ação pedagógica e o alcance do comportamento desejo. O pretenso leitor assume

o papel de decodificador e de eventual intérprete, sem almejar o desenvolvimento de atitudes

crítico-reflexivo, e limita suas experiências com textos literários às exigidas pela escola, enquanto

se restringe, na vida cotidiana, à leitura de jornais e revistas (SARAIVA, 2001, p 23).

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Apropriação da leitura e de extrema responsabilidade tanto da família quanto da escola, ou

seja, durante a trajetória do estudante fica a cargo da escola aprofundar o prazer da leitura, sendo

uma prática presente na rotina em sala.

Conforme a autora, a leitura está relacionando com o sucesso, não apenas acadêmico, mas

também social e econômico, pois se lhe atribui à capacidade de promover os indivíduos. É

reconhecida, igualmente, a importância da arte literária por ser capaz de situar o indivíduo diante de

si mesmo e de seu contexto; por possibilitar-lhe a percepção de variados pontos de vista e por

estimular sua criatividade (SARAIVA, 2001, p. 24).

O docente estimular a leitura despertando a fluência leitora do indivíduo, para que ocorra a

compreensão do que se lê, ocorrendo uma interação entre o sujeito leitor é o texto que esta sendo

apresentado.

Segundo Silva, a leitura, portanto, desde a alfabetização até as formas mais complexas de

encontro com textos na universidade, é uma forma de atribuição contínua de significados. Dessa

forma, o leitor seja ele a criança que inicia na alfabetização ou o adulto já na universidade está num

contínuo de atribuição de significados, de expectativas de visão e de chegar à idealidade daquilo

que está sendo mostrado pela cartilha ou pelos diferentes tipos de texto. (SILVA, 1992, p.30).

Durante o procedimento de leitura o educando irá construir o seus significados com as

informações explícitas nos textos, identificando gêneros, enriquecendo o seu conhecimento

linguístico.

Conforme Silva, (1992, p. 64).

É essencial que saibamos mais sobre os fatores envolvidos na leitura eficiente, os interesses

e preferências dos alunos- leitores numa sociedade em constante mudança, os efeitos da

leitura em diferentes segmentos da população, os procedimentos apropriados para o ensino

da leitura as necessidades da leitura da população urbana (...) a lista poderia se estender

interminavelmente (...) os estudos não precisam se originar do próprio investigador. As

escolas estão frequentemente identificando os seus próprios problemas; poucas pesquisam a

solução para esses problemas.

Segundo o autor, a leitura (ou a resultante do ato de se atribuir um significado ao discurso

escrito) passa a ser, então, uma via de acesso à participação do homem, mas sociedades letradas na

medida em que permite a entrada e a participação no mundo da escrita; a experiência dos produtos

culturais que fazem parte desse mundo só é possível pela existência de leitores. Daí ser a escola

uma instituição formal que objetiva facilitar a aprendizagem não só do falar e ouvir, mas

principalmente dos escrever e ler. (SILVA, 1992, p. 64).

Segundo os PCN (BRASIL, 1998, p.48), para que as dificuldades da leitura sejam

superadas, a escola deve:

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Dispor de uma boa biblioteca, de um acervo de classe com livros e outros materiais

de leitura; organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia. Para

os alunos não acostumados com a participação em atos de leitura (...) participem e

conheçam o valor que a possuem, despertando o desejo de ler.

É preciso que a escola ofereça condições para que os alunos construam

aprendizagens na leitura, além de conquistar o educando de forma prazerosa, para

que ele desenvolva o hábito de ler utilizando seus recursos e baseando-se num

planejamento que atenda não só os alunos bem sucedidos, mas que dê maior ênfase

aos que apresentam dificuldades como leitoras, possibilitando-os a um despertar para

que as dificuldades transformem em facilidade, sensibilizando-os e assegurando-os

na apropriação de textos orais e escritos.

Os principais problemas em uma das escolas observadas são a qualidade do ensino,

repetência e a falta de biblioteca, pois o corpo docente não tem o suporte do qual

precisam.

Conforme Silva, a leitura é uma atividade essencial qualquer área do conhecimento e mais

essencial ainda à própria vida do ser humano. O patrimônio simbólico do homem contém uma

herança cultural registrada pela escrita.

Estar com e no mundo pressupõe, então, atos de criação e recriação direcionados a essa

herança. A leitura, por ser uma via de acesso a essa herança, é uma das formas do homem se situar

com o mundo de forma a dinamizá-lo. (SILVA, 1992, p.42).

A escola tem o papel de estimular o gosto pela leitura e fazer dela um local de várias

descobertas que o mundo literário pode proporcionar e por sua vez tem a função cultural e

educativa.

A leitura pode ser concebida em partes, sendo elas: o reconhecimento, a decodificação e

compreensão daquilo que se ler e é de fundamental importância, tanto no reconhecimento das letras

quanto na decodificação.

Outro aspecto a ser observado é se ao ler, o aluno respeita as pontuações, se utiliza

entonação em voz alta, também lembrando a importância da leitura silenciosa e ir tendo o contato

com o texto para pode fazer inferências.

Segundo a autora, a leitura crítica sempre leva à produção ou construção de outro texto: o

texto do próprio leitor. Em outras palavras, a leitura crítica sempre gera expressão: o desvela mento

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do ser leitor. Assim, este tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação de

significado; a leitura crítica deve ser caracterizada como um projeto. (SILVA, 1992, p.81).

Cabe ao professor, especialmente, o educador oportunizar condições necessárias para que a

criança consiga fazer a leitura interpretativa de forma coerente, usando termos adequados à faixa

etária, questionando-o quando preciso a respeito do seu entendimento em relação ao problema

trabalhado e instigando-a com material adequado com o seu dia-a-dia, ou seja, buscando recursos

mais próximos da sua realidade.

Se na sala de aula só entrarem textos escritos explicitamente para ensinar a ler, que despertam

pouca atenção nos alunos, eles se desinteressarão da leitura e terão dificuldades em aprender a ler.

O livro e a prática da leitura devem ser apresentados aos estudantes numa dimensão de prazer

e alegria e não como uma obrigatoriedade, ou seja, deixar que os próprios alunos escolham os livros

dos quais querem ler, pois assim a leitura será por deleite, ou seja, no processo de leitura deve-se

levar em consideração o conhecimento prévio do aluno, uma vez que o mesmo precisa estabelecer

uma ponte entre o saber adquirido em seu dia-a-dia com os conhecimentos que obtém durante o

processo ensino aprendizagem.

O ato da leitura é considerado dentro do processo ensino aprendizagem uma ação

indispensável para o desenvolvimento crítico, reflexivo e intelectual do aluno.

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3 AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA

A leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto para satisfazer um propósito ou

finalidade. Lemos para algo: fantasiar, preencher um momento de lazer, seguir uma pauta para

realizar uma atividade, entre outras coisas.

Solé (1998) ressalta que ao discutir as estratégias de leitura, em sua obra, não se referia

especialmente aos livros de literatura, entretanto, buscávamos inovar as práticas referentes ao ato de

ler, até então utilizadas por meio da conciliação entre a teoria de estratégias de leitura do seu livro

com a literatura. Em virtude da compreensão de leitura e de criança que possuímos, pois

proporcionamos uma formação leitora que valorize as várias expectativas e significados únicos que

o leitor cria, permitindo que este passe a ser o protagonista e responsável do seu processo de leitura.

Segundo Solé (1998, p. 22), “a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto;

e neste processo tenta-se satisfazer e obter uma informação pertinente para os objetivos que guiam

sua leitura”.

O leitor quando lê por deleite se envolve totalmente no mundo da leitura, e assim

utilizando seus conhecimentos para construir novas interpretações de mundo.

De acordo com Solé (1998, p. 22), é o:

“Leitor” que constrói o significado do texto, e este sentido irá variar de leitor para leitor,

pois o significado que um escrito tem para um leitor não é a tradução ou réplica do significa

que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto e os conhecimentos

prévios do leitor.

Para Solé (1998, p. 133), “não é possível estabelecer limites claros entre o que acontece

antes, durante e depois da leitura” e que, apesar de a autora ter optado por sua classificação em três

momentos, ela defende a indistinção destes. Assim sendo, podemos usar uma única estratégia antes,

durante e depois da leitura, uma vez que as mesmas são flexíveis e se fundem, no decorrer do

processo de ler.

O trabalho com estratégias que englobam o antes, o durante e o depois da leitura possibilita

ao estudante construir, gradativamente, suas próprias práticas de trabalho, por meio do contato com

os métodos praticados por outros alunos e pelo educador, usando a diversidade de textos com os

quais mantém contato e grande parte do esforço para compreender o texto pelo leitor é exercida

durante a leitura, pois ele tem que entender a mensagem, eleger as informações de maior relevância,

relacioná-las com as previsões feitas anteriormente e confirmá-las ou não.

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Conforme Solé (1998), as estratégias utilizadas depois da leitura têm por objetivo refletir

sobre as relações estabelecidas entre o leitor e o texto, visando auxiliar o estudante a desenvolver

vários tipos de atividades cognitivas, como: criticar, elaborar opiniões, fazer comparações, fazer

conexões pessoais com outras obras, estabelecer a causa e o efeito no enredo, considerar as

intenções e pontos de vista do autor da obra e aplicar as informações novas adquiridas com a leitura.

Segundo Souza:

(...) o professor deve proporcionar varias atividades inovadoras, procurando conhecer os

gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro

das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para

o gosto de ler, deixando-o se expressar. (SOUZA, 2004, p.233).

Os PCN apresentam algumas sugestões didáticas orientadas especificamente para a

formação de leitores que são elas: leituras autônoma, colaborativa, em voz alta, programada, a

leitura de escolha pessoal e outras, todas muito importantes na prática pedagógica. Todas essas

sugestões dos PCN, bem trabalhadas em sala de aula, desenvolvem a capacidade critica e criativa e,

ainda, permitem a ampliação do vocabulário do aluno.

Segundo o PCN, a leitura colaborativa é aquela em que o professor questiona durante a

leitura sobre algumas pistas linguísticas do texto para que eles possam ir discutindo com os colegas

e informando o porquê de tais conclusões a respeito da compreensão pessoal de cada um.

3.1 Estratégias de leitura no 3° ano do ensino fundamental

A responsabilidade do ensino formal que é praticado nas instituições de ensino torna se

maior devido ao grau de letramento das comunidades em que vivem os alunos e por isso cabe à

escola promover a ampliação de conhecimentos dos mesmos, de forma que progressivamente ao

longo do processo de escolarização cada um se torne capaz de interpretar os diferentes textos que

circulam socialmente, de assumir o papel de leitor, para produzir textos eficazes nas mais variadas

situações da vida.

Tendo como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) compreendemos

que:

O trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escritores competentes

capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes. Um escritor competente é

alguém que planeja o discurso e consequentemente o texto em função do seu objetivo e

do leitor a que se destina, sem desconsiderar as características específicas do gênero. É

alguém que sabe elaborar um resumo ou tomar notas durante uma exposição oral; que

sabe esquematizar suas anotações para estudar um assunto; que sabe expressar por

escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões. (BRASIL, 1997 p.42-43).

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Ou seja, não basta que os alunos leiam e escrevam é preciso que eles sintam prazer em

realizar as atividades, como também precisam adquirir as habilidades necessárias para se tornarem

bons leitores e escritores, conhecendo os gêneros textuais, fazendo bom uso dos conhecimentos

prévios adquiridos e conseguindo transmitir suas ideias através da escrita de forma que seja

compreensível para os leitores.

Círculos de leitura, saraus literários, dinâmicas estruturadas são algumas estratégias

utilizadas pelo docente para facilitar a compreensão do aluno, o mediador tem que expor objetivos

bem definidos para desenvolver com os mesmos essas atividades.

A proposta dos círculos de leitura é criar momentos no cotidiano escolar em que todos

param para ler e depois comenta a leitura com os colegas que leram o mesmo livro e posteriormente

com toda a sala, essa proposta apresentada por Harvey Daniels um especialista norte-americano,

(2012).

O vínculo intenso com a leitura engloba plenamente a formação de leitores argumentativos

é com mais autonomia, ler amplia o repertório cultural do sujeito. O aluno interagir com o livro de

maneira prazerosa, reconhecendo-o como uma fonte de múltiplas informações. “Desenvolver, em

cada ano escolar, atividades permanentes ou periódicas concebidas de tal modo que cada um dos

alunos tenha a possibilidade de ler uma história para os demais ou escolher para os colegas.

(LEMER, 2002, p.128).”

O professor pode incentivar os educando acompanhando-os à biblioteca para que eles

escolham os títulos que desejam ler, mediando situações propícias para esse momento ser relevante.

Na sua estratégia, o conhecimento do acervo que tenha na escola auxiliará no seu trabalho de

mediação para o gosto pela leitura aflore nos indivíduos.

O docente tem que escolher textos nos quais o repertório esteja à altura dos educando para

que o diálogo com a leitura seja produtiva, mas também inserir leituras complexas, que mediados

por ele tornar-se possível o diálogo. Portanto, cabe ao professor, através de práticas pedagógicas,

proporcionar aos alunos e alunas o acesso à leitura para a formação de leitores que entram no

universo literário e do autor, transformando essa atividade de leitura muito mais prazerosa.

Segundo Silva, uma mensagem escrita deixa de ser o mero conteúdo informativo para se

transformar no pretexto (condição) para a formação da consciência crítica. Mais especificamente: o

documento escrito deixa de ser o simples instrumento de produção que o professor fornece ao

aluno, para transformar-se num a partir de veiculador da tradição histórica e cultural, passada e

presente. (SILVA, 1992, p.78).

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Ao dominar a leitura desenvolvemos raciocínios, participamos ativamente da vida social,

tendo uma visão de mundo. A escola em meio às transformações tecnológicas e sociais tem que

usar artifícios para estimular a leitura, principalmente de compreensão.

As estratégias do professor nos processos de alfabetização, no qual devem ser desenvolvidas

as habilidades iniciais de codificação e decodificação, a leitura fluente e a conscientização da

criança no processo de aprendizagem também são muito importantes. Elas devem ser aplicadas de

uma forma que a criança sinta o apoio e o entusiasmo do professor. Essas são metas inquestionáveis

e importantíssimas para o sucesso da aprendizagem, pois é triste que uma pessoa aprenda a escrever

ou ler algumas palavras e que se diga que ela está alfabetizada, e infelizmente isso ainda ocorre

muito nas escolas.

Enfim, é importante ressaltar que os professores devem saber selecionar entre os que

circulam socialmente, aqueles textos que podem atender às necessidades do educando, conseguindo

também selecionar as estratégias adequadas para a sua abordagem em sala de aula.

Os tipos de textos mais adequados ao 3º ano do Ensino Fundamental, de acordo com a faixa

etária, são fábulas, contos populares, poemas, canções populares, trava-línguas, lendas, receitas

entre outras, pois são de fácil entendimento e interesse dos alunos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aprender a ler é não só uma dos objetivos mais importantes da vida escolar, ou seja, é uma

vivência única para cada pessoa. Ao dominar a leitura abrimos a possibilidade de adquirir

conhecimentos, desenvolver raciocínios, abrir a visão de mundo, do outro e de si mesmo,

participar ativamente da vida social. No entanto, até hoje, ler é um problema para muitas pessoas.

Cabe à escola, em meio a tantas mudanças tecnológicas e sociais, estimular a leitura, melhorar as

estratégias, principalmente de compreensão e oferecer muitos e variados textos.

O problema do ensino da leitura ocorre, na escola, em vários aspectos como a ausência de

um trabalho interdisciplinar sobre a mesma, a dificuldade de conceitualização do que é leitura e a

falta de suportes.

No desenvolvimento desse trabalho, a leitura é vista como um processo de produção de

sentido que se dá a partir de interações sociais ou do diálogo que ocorre entre leitor/texto/autor.

Assim, não existe texto sem a presença do leitor. É o leitor que dá voz e vida ao texto.

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É importante também perceber que todo texto dialoga com a cultura de sua época e com a

leitura de mundo. Compreender isto é ler percebendo o contexto sócio-histórico-cultural do mesmo.

Paulo Freire afirma que “a leitura do mundo precede sempre à leitura da palavra e a leitura desta

implica a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 2003, p. 40).

De acordo com os objetivos propostos nesta pesquisa, entendemos que o professor é aquele

que leva o aluno a se apropriar do conhecimento, através dos conteúdos. Ele transmite os

conhecimentos científicos, clássicos e curriculares, onde aluno apropria-se dos mesmos numa

relação de interação com o professor, com os conteúdos, colegas e com os conhecimentos prévios.

As estratégias de compreensão e de interpretação representaram a possibilidade de

proporcionar meios de amadurecimento e autonomia para o leitor em formação, prioridade da

prática pedagógica, embora consciente das dificuldades inerentes ao processo, mas certos da

capacidade de transformação nele contida. Daí a preocupação com a construção do sentido do texto,

com os procedimentos envolvidos nessa construção, com as estratégias acionadas no processo de

leitura e, principalmente, com a necessidade do professor assumir uma nova postura nas aulas de

Língua Portuguesa.

Ressalta-se aqui, também, a necessidade percebida de uma atuação conjunta entre a escola e

a família, uma vez que a competência em leitura é influenciada por fatores motivacionais,

cognitivos e contextuais como os familiares e escolares.

O presente trabalho mostrou quando os alunos, são motivados, podem desenvolver, de forma

autônoma, atividades de oralidade e leitura por deleite. Segundo Fanny Abramivich, escritora de

literatura infantil e juvenil ler não pode ser hábito, tem de ser vício. E contar história, ler para as

crianças, ajuda a viciá-las.

O docente tem um papel relevante nesse momento tornando especial para o sujeito leitor,

sua postura proporcionara o deleite para o educando, tarefa que exige do professor todo um

planejamento para sua aula seja culminante e sua proposta de leitura alcance os seus objetivos.

O enriquecimento do conhecimento linguístico se faz pelas as informações que estão

contidas nos livros em toda forma de leitura, o aluno tem que perceber esse processo, o professor é

um facilitador para o sujeito compreender esse fator. Tornando-se um leitor crítico formador de

opinião e ideias próprias.

A importância do papel do professor como leitor o qual serve de modelo para os alunos e

a função de mediador que tem nesse processo. O aluno precisa de apoio, informação, incentivo e

dos desafios proporcionados pelo professor. Assim, o mesmo vai dominando, progressivamente

aspectos da tarefa de leitura que, no início, são distantes dele. É necessário refletir, ainda, que o

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ensino da leitura não é questão de um curso ou professor, mas questão de toda a escola e de todos

os professores.

Trabalhando desta forma, podemos acreditar na pedagogia da compreensão dos mecanismos

constitutivos do sentido da leitura por deleite.

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