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226 Módulo de História INTRODUÇÃO À HISTÓRIA História, que em grego significa investigação, surgiu com esse fim, na Grécia do século V a.C. com Heródoto, considerado o pai da História. Conceito: a História estuda o passado comparando-o com o presente e observando as transformações que ocorreram com a humanidade visando analisa-las criticamente. Função da História: auxiliar o homem na busca da sua identidade. Objetivos: o homem deve ser capaz de: compreender o processo histórico; perceber as raízes dos fatos contemporâneos; interpretar e criticar os fatos; entender as transformações na sociedade. O objeto da História é o fato histórico. Fato histórico é toda e qualquer ação humana que ultrapassa ao campo do indivíduo e do grupo; é um acontecimento que tem importância para a coletividade. É possível construir uma análise crítica em relação a um determinado fato histórico síntese histórica (teoria construída para o fato a escrita final). A síntese histórica se dá a partir da reunião das fontes históricas (primárias e secundárias). Fontes: todo material confiável e sujeito a cientificidade. Não escritas e escritas Ex: fósseis, documentos, pinturas, vestígios. Ciências auxiliares da História: nas suas investigações, o historiador recorre ao auxílio de outras ciências para interpretar os acontecimentos históricos. Vejamos algumas delas: a) Geografia: estuda a superfície da terra no seu aspecto físico e humano; b) Economia: estuda a produção, distribuição, consumo e circulação da riqueza; c) Arqueologia: estuda os vestígios deixados pelas civilizações passadas; d) Paleontologia: estuda os fósseis de animais e vegetais; e) Epigrafia: estuda os escritos antigos em materiais pesados, como pedra, argila, madeira e bronze, entre outras. PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA: periodizar significa indicar períodos, demarcar com elementos que caracterizam o tempo demarcado. Entre os povos cristãos ocidentais, a periodização dominante divide o estudo da humanidade em Pré-História e História. A Periodização Clássica adotada pela Historiografia divide os períodos históricos humanos da seguinte forma: Pré-história Das origens do homem até 4000 a.C. Antiguidade De 4000 a.C. a 476 Idade Média De 476 a 1453 Idade Moderna De 1453 a 1789 Idade Contemporânea De 1789 aos dias atuais 1) PRÉ-HISTÓRIA: : antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C. Divide-se em: - Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada; - Neolítico ou Idade da Pedra Polida e - Idade dos Metais. Fontes: ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis, arte rupestre, esculturas, adornos. 2) HISTÓRIA: Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em períodos: - Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C. até 476 (invasão do Império Romano); - Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos); - Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa); - Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje. Fontes: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc. DIVERSAS FORMAS DE CONTAR O TEMPO: (Fonte: http://historiapublica.blogspot.com/2009/06/linha-do-tempo.html) CULTURA é uma espécie de tecido social que abarca as diversas formas e expressões de uma determinada sociedade. Como tal, os costumes, as práticas, as maneiras de ser, os rituais, a indumentária (forma de se vestir) e as normas de comportamento são aspectos incluídos na cultura. Outra definição estabelece que a cultura é o conjunto de informações e habilidades que um individuo tem. Para a UNESCO, a cultura confere ao ser humano a capacidade de reflectir sobre si mesmo: através da reflexão, o homem discerne valores e procura novas significações. (Cf. http://conceito.de/cultura) PATRIMÔNIO CULTURAL: É como uma herança que todos recebemos ao nascer e que faz o conjunto dos bens que pertencem a um povo ou um país. Pode ser considerado: a) Patrimônio material: composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e bens móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.” (Cf. http://portal.iphan.gov.br) b) Patrimônio Cultural Imaterial: “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” (Cf. http://portal.iphan.gov.br) A PRÉ-HISTÓRIA I Considerações sobre o Termo: Influência do evolucionismo do séc. XIX ideia de progresso, superioridade X inferioridade. O que é PréHistória? é o estudo da sociedade humana antes do aparecimento da escrita. - A Hominização 1)Teoria do criacionismo religiosa (Bíblia) 2)Teoria do evolucionismo científica (C. Darwin) Pongídeos ou Hominídeos

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Módulo de História

INTRODUÇÃO À HISTÓRIA

História, que em grego significa investigação, surgiu com esse fim,

na Grécia do século V a.C. com Heródoto, considerado o pai da

História.

Conceito: a História estuda o passado comparando-o com o

presente e observando as transformações que ocorreram com a

humanidade visando analisa-las criticamente.

Função da História: auxiliar o homem na busca da sua identidade.

Objetivos: o homem deve ser capaz de: compreender o processo

histórico; perceber as raízes dos fatos contemporâneos; interpretar e

criticar os fatos; entender as transformações na sociedade.

O objeto da História é o fato histórico.

Fato histórico é toda e qualquer ação humana que ultrapassa ao

campo do indivíduo e do grupo; é um acontecimento que tem

importância para a coletividade.

É possível construir uma análise crítica em relação a um

determinado fato histórico – síntese histórica (teoria construída

para o fato a escrita final). A síntese histórica se dá a partir da

reunião das fontes históricas (primárias e secundárias).

Fontes: todo material confiável e sujeito a cientificidade. Não

escritas e escritas Ex: fósseis, documentos, pinturas, vestígios.

Ciências auxiliares da História: nas suas investigações, o

historiador recorre ao auxílio de outras ciências para interpretar os

acontecimentos históricos. Vejamos algumas delas:

a) Geografia: estuda a superfície da terra no seu aspecto físico e

humano;

b) Economia: estuda a produção, distribuição, consumo e circulação

da riqueza;

c) Arqueologia: estuda os vestígios deixados pelas civilizações

passadas;

d) Paleontologia: estuda os fósseis de animais e vegetais;

e) Epigrafia: estuda os escritos antigos em materiais pesados, como

pedra, argila, madeira e bronze, entre outras.

PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA: periodizar significa indicar

períodos, demarcar com elementos que caracterizam o tempo

demarcado. Entre os povos cristãos ocidentais, a periodização

dominante divide o estudo da humanidade em Pré-História e

História.

A Periodização Clássica adotada pela Historiografia divide os

períodos históricos humanos da seguinte forma:

Pré-história

Das origens do homem

até 4000 a.C.

Antiguidade

De 4000 a.C. a 476

Idade Média

De 476 a 1453

Idade Moderna

De 1453 a

1789

Idade Contemporânea

De 1789 aos dias

atuais

1) PRÉ-HISTÓRIA: : antes do surgimento da escrita, ou seja, até

4.000 a.C. Divide-se em: - Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada;

- Neolítico ou Idade da Pedra Polida e - Idade dos Metais.

Fontes: ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e

fósseis, arte rupestre, esculturas, adornos.

2) HISTÓRIA: Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em

períodos: - Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C. até 476

(invasão do Império Romano); - Idade Média (História Medieval): de

476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos); -

Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa); - Idade

Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.

Fontes: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais,

documentos, moedas, jornais, gravações, etc.

DIVERSAS FORMAS DE CONTAR O TEMPO:

(Fonte: http://historiapublica.blogspot.com/2009/06/linha-do-tempo.html)

CULTURA é uma espécie de tecido social que abarca as diversas

formas e expressões de uma determinada sociedade. Como tal, os

costumes, as práticas, as maneiras de ser, os rituais, a

indumentária (forma de se vestir) e as normas de comportamento

são aspectos incluídos na cultura. Outra definição estabelece que a

cultura é o conjunto de informações e habilidades que um individuo

tem. Para a UNESCO, a cultura confere ao ser humano a

capacidade de reflectir sobre si mesmo: através da reflexão, o

homem discerne valores e procura novas significações. (Cf.

http://conceito.de/cultura)

PATRIMÔNIO CULTURAL: É como uma herança que todos

recebemos ao nascer e que faz o conjunto dos bens que

pertencem a um povo ou um país. Pode ser considerado:

a) Patrimônio material: “composto por um conjunto de bens

culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do

Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas

artes; e das artes aplicadas. Estão divididos em bens imóveis como

os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens

individuais; e bens móveis como coleções arqueológicas, acervos

museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,

videográficos, fotográficos e cinematográficos.” (Cf.

http://portal.iphan.gov.br)

b) Patrimônio Cultural Imaterial: “as práticas, representações,

expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos,

objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que

as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos

reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” (Cf.

http://portal.iphan.gov.br)

A PRÉ-HISTÓRIA

I – Considerações sobre o Termo:

Influência do evolucionismo do séc. XIX ideia de progresso,

superioridade X inferioridade.

O que é Pré–História? – é o estudo da sociedade humana antes

do aparecimento da escrita.

- A Hominização

1)Teoria do criacionismo – religiosa (Bíblia)

2)Teoria do evolucionismo – científica (C. Darwin) Pongídeos ou

Hominídeos

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Evolução Humana

Hominídeos – compreende os gêneros: australopithecus e o

humano. Viveu cerca de mais de 5 milhões de anos.

Australopithecus – surgiu na África, a cerca de 4 milhões de

anos; Homo Habilis – 2,4 milhões; Homo E rectus – 1,8 milhões,

alcançou a Europa, a Ásia e a Oceania; Homo Sapiens – 230 mil.

Homo sapiens sapiens – homem moderno.

DIVISÃO DA PRÉ-HISTÓRIA

Paleolítico – Não produtor

Grupos de caçadores e coletores; / Vida nômade;

Cooperação e divisão de tarefas; / Pintura rupestre; / Controle do

fogo.

Neolítico – Revolução Neolítica – Produtor

O homem interfere no meio ambiente; / Vida sedentária; / Técnicas

agrícolas; / Domesticação de animais; / Surgimento: cerâmica,

divisão do trabalho, divisão social, Estado, crescimento

populacional, propriedade privada.

Idade dos Metais - o homem desenvolveu a metalurgia (Fundição

de metais: cobre bronze e ferro);

Revolução urbana; / Formação do Estado; / Surgimento da escrita

(Início da História).

PRÉ-HISTÓRIA AMERICANA (OCUPAÇÃO DA AMÉRICA)

Hipótese mais provável – Teoria Clóvis – Os primeiros povoadores

teriam chegado à América através do estreito de Bering, numa

época do rebaixamento e congelamento dos oceanos facilitando a

passagem do ser humano da Sibéria pelo Extremo Norte da Ásia

chegando ao Alasca entre 10 a 11 mil anos atrás.

- Pesquisas recentes x Teoria Clóvis.

- Pesquisas arqueológicas atuais: Alguns estudiosos acreditam

que os primeiros povoadores da América tenham chegado através

de ondas migratórias a mais de 20 mil anos atrás.

- Luzia, a primeira brasileira.

- Alguns sítios arqueológicos da América:

Meadowcroft (Pensilvânia – Estados Unidos);

Monte Verde (Chile);

PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA

Sítios Arqueológicos: São Raimundo Nonato – (Piauí) 50 mil

anos; Lagoa Santa (MG) – 12 mil anos;

Pedra Pintada (Pará).

- A Pré-história brasileira divide-se em dois grandes períodos:

* Culturas do Pleistoceno – Trata da origem dos primeiros

povoadores da América;

* Culturas do Holoceno – Culturas pré-cerâmicas do litoral (os

sambaquis); Culturas Meridionais (Tradições Taquara e Itareré);

Culturas do Brasil Central e Nordeste (Tradições Uma e Aratu).

Vestígios arqueológicos encontrados no Brasil:

Objetos líticos e cerâmicos; Sambaquis; Pinturas rupestres, entre

outros.

PRÉ-HISTÓRIA SERGIPANA

A Arqueologia e seu objeto de Estudo

Os estudos arqueológicos em Sergipe datam a presença humana a

mais de 9000 a.C.

Principais municípios sergipanos onde foram encontrados

materiais arqueológicos: Canindé do São Francisco, Divina

Pastora, Cristinápolis, Pacatuba, Lagarto e Frei Paulo.

A cultura Canindé: Localizava-se em territórios da bacia do São

Francisco, no Canyon material cerâmico, artefatos líticos, registros

rupestres, rituais de enterramento (sepultamento primário).

Tradição Aratu: localizava-se na faixa litorânea principalmente em

Pacatuba e Cristinápolis. No entanto o principal sítio arqueológico

dessa tradição é o sítio Fortuna na cidade de Divina Pastora. Os

povos dessa tradição realizavam sepultamentos secundários.

Tradição Tupi-guarani: localizava-se próximo às bacias

hidrográficas, possuíam sepultamentos secundários e alimentam-se

principalmente de mandioca além da caça e pesca.

Características gerais da vida do homem pré-histórico

sergipano: viviam em pequenos grupos; eram nômades; moravam

em casas feitas de troncos de madeira e cobertas com palhas ou

em grutas como as do Canyon do Rio São Francisco; caçavam,

pescavam e plantavam milho e feijão; usavam arco e flecha;

fabricavam objetos cerâmicos; existia uma divisão sexual e etária do

trabalho; acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos

mortos.

Troncos Lingüísticos – Tupi e Macro-Jê

Tribos – xocó, tupinambá, kiriri, boimé, karapotó – aramuru

ANTIGUIDADE

AS CIVILIZAÇÕES ORIENTAIS

A localização das primeiras civilizações - crescente fértil.

Povoamento: hamitas, semitas e indo-europeus.

I - EGITO ANTIGO

1. LOCALIZAÇÃO: nordeste da África, região seca e árida

(desértica) Crescente Fértil.

Segurança: cercada por desertos e mares, a região estava

naturalmente protegida de invasões.

Rio Nilo: irrigação (obras hidráulicas) e fertilização (húmus)

facilidade da atividade agropecuária como meio de sobrevivência.

Heródoto: ― O Egito é uma dádiva do Nilo somente os fatores

naturais não explicam o desenvolvimento da civilização egípcia. Às

condições da natureza, devemos acrescentar o valor do trabalho

humano.

2. O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO (5000-3200 A.C.): Período de

povoamento e formação do Egito.

Nomos: pequenas comunidades agrícolas (cidades-estados)

independentes, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade

coletiva, com o surgimento no interior de cada um, de uma espécie

de aristocracia, proprietária das melhores terras.

A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens,

diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a

formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do

Baixo Egito (norte) 3500 a.C.

Em 3200 a.C., Menés, governante do Alto Egito, promove a

unificação política dos dois reinos, tornando-se rei de todo o Egito

centralização política e criação do Estado (zelar pelo bem comum:

justificativa) egípcio. Teocracia.

3. PERÍODO DINÁSTICO:

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3.1. O ANTIGO IMPÉRIO (3200-2300 a.C.):

Capitais: Tinis, depois Mênfis. / Agricultura de regadio.

Construção de obras hidráulicas. /Monarquia Absoluta Teocrática.

Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e

Miquerinos demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da

fé dos egípcios.

Período ―feudal egípcio: instabilidade política e social lutas

entre os monarcas, revoltas sociais e desorganização da produção.

3.2. O MÉDIO IMPÉRIO (2000-1580 a.C.):

Restabelecimento do poder do faraó e da unidade do império.

Capital: Tebas.

Invasão dos hicsos (1750 a.C.): povos de origem asiática usavam

cavalos, carros de guerra e a metalurgia do ferro.

Ocupação dos hebreus: chegaram ao Egito fugindo das secas, da

fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da

administração hicsa (José chegou a ser vice-rei).

3.3. O NOVO IMPÉRIO (1580-525 a.C.):

A dominação hicsa desenvolveu sentimentos de união, nacionalismo

e militarismo entre os hebreus.

Os hicsos são expulsos do Egito em 1580 a.C. Amósis I.

Os hebreus são dominados e escravizados pelos egípcios.

Os hebreus conseguem sair do Egito, sob o comando de Moisés, no

chamado Êxodo.

Capitais: Tebas, depois Akhetaton.

Tutmés III expandiu o império: subjugou os sírios e fenícios.

Amenófis IV (Amen-hotep) promoveu uma revolução teológica,

substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton)

com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra.

Amenófis mudou seu nome para Akhenaton e transferiu a capital

para Akhetaton.

Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por

Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta. O túmulo de

Tutankhamon foi descoberto intacto em 1922 d.C.

Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar:

hititas.

Declínio da civilização egípcia e domínio assírio (Assurbanipal), em

662 a.C.

3.4. O RENASCIMENTO SAÍTA (655 - 525 A.C.):

Período de restabelecimento do poder do faraó através de

Psamético I, que expulsou os assírios e promoveu um florescimento

econômico e cultural.

Capital: Sais.

O faraó Necao financiou o navegador fenício Hamon numa viagem

que contornou toda a costa africana (mar Vermelho, Oceano Índico,

sul da África, Oceano Atlântico, mar Mediterrâneo e Egito). Em 525

a.C., o Egito é conquistado pelos persas (Cambises) na Batalha de

Pelusa e transformado em província do império persa. Outras

dominações: gregos, macedônios, romanos, árabes, turcos, e

ingleses.

4. POLÍTICA:

Monarquia Absoluta Teocrática.

Constantes conflitos entre o poder central e os poderes locais.

Estreita relação entre poder político e religião.

5. ECONOMIA:

Agricultura de regadio; Modo de Produção Asiático: Servidão

Coletiva; Economia sob controle do Estado.

6. SOCIEDADE:

Desigual, estratificada e hierarquizada: cristalização das camadas

sociais, tendo-se formado uma poderosa burocracia estatal

(administrativa e religiosa) que tornou seus cargos hereditários:

rígida divisão social.

7. Religião:

Politeísta: Amon-Ra, Osíris, Ísis, Set, Hórus, Anúbis, Ápis. Deuses

antropomórficos, zoomórficos e antropozoomórficos. Crença na

imortalidade da alma e no retorno desta ao corpo; (Mumificação).

Túmulos: mastabas, pirâmides e hipogeus.

8. Cultura:

Escritas: Hieroglífica (decifrada por Champollion – Pedra de

Roseta – encontrada pelas tropas napoleônicas), demótica e

hierática facilitar a contabilidade dos templos. Artes: Arquitetura

(templos – Karnac e Luxor, palácios e pirâmides), Escultura (Escriba

Sentado) e Pintura (perfil). Ciências: Astronomia (calendário),

Medicina (doenças do estômago, coração, fraturas, intervenções

cirúrgicas no crânio), Matemática (álgebra e geometria). Literatura:

Livro dos Mortos, Hino ao Sol.

II- A MESOPOTÂMIA

1 AS INFLUÊNCIAS DO MEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO: Crescente

Fértil. Rios Tigre e Eufrates: obras hidráulicas e fertilidade enchentes

e invasões.

2. POVOAMENTO DA MESOPOTÂMIA (terra entre rios): Sumérios

– Acádios – Amoritas – Assírios - Caldeus.

3. - SUMÉRIOS:

Cidades-estados: Ur, Uruk, Lagash, Nippur Patesi: sumo - sacerdote

e chefe militar. Mitos: a criação do mundo por Marduk, a confecção

do homem com barro e a versão de um dilúvio universal.

4. OS ACÁDIOS:

Cidades: Agadê, Sippar, Babilônia. Sargão I: dominou o centro e o

sul da Mesopotâmia: império. Assimilaram a cultura sumeriana.

5. OS AMORITAS:

1º Império Babilônico. Hamurábi: Código de Hamurábi 1º código de

leis escritas da História, baseado na Lei de Talião (―olho por

olho, dente por dente)

6. OS ASSÍRIOS:

Violência e crueldade; Terror como instrumento de dominação.

Sargão II: conquista o reino de Israel.

Militarismo organizado e cruel: o primeiro exército organizado que

se tem conhecimento, com recrutamento obrigatório e que se

tornou uma força permanente após o reinado de Tiglatfalasar III

(tomou a cidade de Babilônia).

7. OS CALDEUS:

2º Império Babilônico.

Nabucodonosor: conquistas militares (o reino de Judá ―Cativeiro da

Babilônia) e obras arquitetônicas (os Jardins Suspensos da

Babilônia e a Torre de Babel).

9.RELIGIÃO:

Politeísta: Marduk, Ishtar, Shamash.

Não ofereciam compensações na vida após a morte

10. CULTURA:

Escrita: Cuneiforme (uma representação figurada evocando a

coisa ou o ser)

Literatura: ―Epopéia de Gilgamesh e o Mito da Criação.

Ciências: Astronomia (movimento dos planetas, estrelas e previsão

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de eclipses; calendário com o ano de doze meses, dividido em

semanas de sete dias e estes, em períodos de doze horas);

Matemática: divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica,

divisão do circulo em 360 graus.

Arquitetura: arcos, zigurates (templos).

Pintura e escultura: estatuária e baixos-relevos.

Metalurgia; roda

III - OS HEBREUS

1. ORIGEM:

Povo semita. / Ur, na Caldéia (Mesopotâmia).

Abraão ― Terra Prometida

Migração - Palestina (Canaã ―Terra Prometida): ocupada por

cananeus e filisteus rio Jordão.

2. POLÍTICA

2.1.Período dos Patriarcas:

Divididos em tribos seminômades: descentralização política.

Patriarcas: condutores das tribos hebraicas.

Período de busca de uma base territorial.

Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés e Josué.

Nova migração para o Egito (motivos: guerras, fome e secas).

No Egito, chegaram a participar da administração hicsa: José

ocupou o cargo de vice-rei.

Após a expulsão dos hicsos, os hebreus são escravizados no

Egito.

Êxodo: saída dos hebreus do Egito sob o comando de Moisés.

Permanência no deserto: Moisés elabora os fundamentos do

Judaísmo: O Decálogo (Dez Mandamentos).

Avanço na unidade e coesão do povo hebreu: chefia religiosa,

política, militar e jurídica.

Josué alcança a Palestina, reativando as lutas pela posse do

território (conquista a cidade de Jericó).

2.2.Período dos Juízes:

Período de transição entre a descentralização do período dos

patriarcas e a centralização do período dos reis. Juízes: chefes

militares (Gideão, Sansão, Gefté e Samuel).

2.3.Período dos Reis:

Saul: instituição da monarquia. Davi: Consolidação do Estado

israelita (exército, burocracia, expansão militar e Jerusalém como a

capital). Salomão: Apogeu da monarquia hebraica, beneficiada pela

debilidade da Mesopotâmia e do Egito. Descontentamento popular:

pesados impostos e o trabalho dos camponeses nas grandes obras

públicas. Cisma (926 a.C.): Divisão da monarquia hebraica após a

morte de Salomão: descontentamento popular; grandes

desigualdades sociais e rivalidades entre as tribos do Norte e do

Sul.

Roboão: duas tribos ao Sul Reino de Judá capital em Jerusalém

conquistado por Nabucodonosor – cativeiro babilônico. destruição

do Templo de Jerusalém escravizou os sobreviventes no Cativeiro

da Babilônia.

Jeroboão: dez tribos do Norte Reino de Israel capital em Samaria

conquistado por Sargão II.

3. DIÁSPORA:

A Palestina é conquistada pelos macedônios e, mais tarde, pelos

romanos.

Domínio romano: pesados impostos e opressão. Revoltas judaicas e

migrações.

Em 70 d.C., durante o governo do Imperador Tito, a cidade de

Jerusalém foi destruída e os hebreus completaram sua dispersão,

abandonando a Palestina: essa dispersão do povo hebreu pelas

terras do Império Romano é denominada de Diáspora.

3.1. Sionismo:

Movimento feito pelos hebreus espalhados pelo mundo inteiro,

para a volta à Terra Prometida.

Em 1948, a ONU criou o Estado de Israel.

4. RELIGIÃO:

Judaísmo: monoteísmo e messianismo. Influenciou o Cristianismo e

o Islamismo.

Bíblia (Antigo Testamento), Tora (Pentateuco) e Talmud. Festas:

Páscoa (relembrando a saída dos hebreus do Egito),

Tabernáculos (rememorando a permanência no deserto) e

Pentecostes (recordando o recebimento do Decálogo por Moisés).

IV- OS FENÍCIOS

1. ORIGEM

Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios

pelo poeta Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos

cananeus da antiga Palestina. Fundaram as primeiras povoações na

costa mediterrânea por volta de 2500 a.C. No começo de sua

história desenvolveram-se sob a influência das culturas suméria e

acádia da vizinha Babilônia.

2. LOCALIZAÇÃO

Saindo do litoral norte do Mar Vermelho, fixaram-se na porção norte

da Palestina, onde hoje se encontra o Líbano. Por volta de 1800

a.C., o Egito, que começava a formar um império no Oriente Médio,

invadiu e controlou a Fenícia, controlando-a até cerca de 1400 a.C.

3. FORMAÇÃO DO IMPÉRIO

Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se independentes do

Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros

do mundo clássico.

4. ECONOMIA

Destacaram-se no comércio marítimo devido à proximidade com o

mar e o início das trocas agrícolas com os egípcios tornando-se um

dos mais fortes setores da economia fenícia, além da pesca e o

cultivo de cereais, videiras e oliveiras e o artesanato.

5. ADMINISTRAÇÃO

No litoral surgiram suas principais cidades-estados: Arad, Biblos,

Tiro, Sídon e Ugarit. Cada uma delas tinha um governo autônomo

responsável pelas questões políticas e administrativas.

6. POLÍTICA

Definido como uma Talassocracia, ou seja, um governo comandado

por homens ligados ao mar, pela elite marítimo-comercial

enriquecida pelo comércio marítimo. No ano de 1400 a.C. os

fenícios dominaram as rotas comerciais, anteriormente controladas

pelos cretenses.

7.RELIGIÃO

Foram politeístas e panteístas, tendo como principais deuses: Baal

deus associado ao sol e às chuvas e Astarté deusa da riqueza e da

fertilidade; os rituais eram feitos ao ar livre oferecendo como

sacrifícios animais e homens. Os templos eram o centro da vida

cívica.

8. CULTURA

A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o

alfabeto fonético, que deu origem às línguas clássicas que

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230

assentaram as bases do alfabeto ocidental contemporâneo. Atribui-

se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro.

A Astronomia foi um campo desenvolvido em função das técnicas

de navegação necessárias à prática comercial.

V- OS PERSAS

1. FORMAÇÃO DO IMPÉRIO: PLANALTO DO IRÃ

Chegada dos Medos e dos persas: 1500 a.C.

Unificação dos dois povos:

a) Domínio dos persas pelos Medos : século VII a.C.

b) Os persas venceram a dominação dos Medos e promoveram a

unificação dos dois povos, formando um império (Ciro 550 a.C.)

2. CONQUISTAS MILITARES: Oriente, a Mesopotâmia, a Ásia

Menor, e o Egito

Ciro

a) Cambises

b) Dario I: extensão máxima

Batalha de Maratona (490 a.C.)

c) Xerxes: derrotado pelos gregos

3. ADMINISTRAÇÃO

As mais importantes cidades persas eram Susa, Persepolis,

Babilônia e Ecbatana.

Satrapias: províncias administradas pelo sátapra (20 ao todo)

“Olhos e ouvidos do rei”: fiscais

Medidas para manter a unidade:

a- Aperfeiçoamento dos transportes;

b- Eficiente serviço de correios;

c- Adoção da língua aramaica;

4. ECONOMIA: agricultura, artesanato e comércio

Moedas de ouro (daricos)

5. RELIGIÃO:

No inicio da Civilização, os persas adoravam diversos deuses

Zoroastrismo

a - Fundador: Zoroastro

b-Livro sagrado: Zend-Avesta

c-Deuses: Ormuz (bem) Arimã (mal)

d-Doutrina: juízo final, ressurreição, salvação no céu e condenação

ao inferno.

Princípios morais e religiosos encontrados também no

Cristianismo, no Judaísmo e no Islamismo.

6. CULTURA

Arte e Arquitetura: No Campo da Arte os persas assimilaram a

produção artística dos povos dominados por eles. Boa parte dos

palácios persas foram construídos por artistas Assírios, Babilônicos,

egípcios.

7. DECLÍNIO DO IMPÉRIO PERSA

Na tentativa de conquistar os Povos da Grécia, o Império Persa

encontraria o seu fim. No governo de Dario I, eles se envolveram

nas Guerras Médicas contra os Gregos. Desde a Batalha de

Maratona os Persas amargariam sucessivas derrotas. Assim como

Dario I, os reis persas Xerxes e Ataxerxes fracassaram no objetivo

de subjugar os Gregos

No choque entre as duas Civilizações os gregos levaram a melhor.

O Império Macedônico que havia conquistado toda a Grécia tomou

as dores dos gregos e passaram a lutar contra os Persas.

Em 332 a.C o Império Persa chegaria ao seu fim. Alexandre o

Grande, Rei da Macedônia, depois de uma serie de Batalhas

conquistaria todo Oriente, antes pertencente a Dario III, ultimo Rei

da Pérsia Antiga.

AS CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS

I- A CIVILIZAÇÃO GREGA

1. LOCALIZAÇÃO: A Grécia Antiga estava localizada ao sul da

península balcânica, entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo.

2. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO

Os primeiros habitantes do território grego eram denominados de

Pelágios de origens desconhecida. Por volta do ano 2000 a.C.

iniciaram as invasões dos povos indo-europeus.

Os Aqueus chegaram por volta do ano 2000 a.C. ocuparam as terras

mais férteis e criaram núcleos populacionais a exemplo de Micenas.

Os Jônios e os Eólios ocuparam de forma pacífica o território grego

por volta de 1700 a.C. e coincide com o período da civilização creto-

micênica. Por volta de 1200 a.C., chegaram os Dórios, povo

guerreiro e conhecedores de armas de ferro. Dominaram as cidades,

a escrita foi colocada em desuso e provocaram a dispersão do povo

grego para as cidades da Ásia Menor, fenômeno conhecido como a

1ª diáspora.

3. PERÍODO HOMÉRICO (séc. XII ao séc. VIII a.C.)

Esse período possui essa nomenclatura em virtude das obras de

Homero: a Ilíada e a Odisséia que fornecem as fontes para o

estudo da sociedade grega neste período. As principais

características do período foram:

3.1.Comunidade Gentílica (genos) com o processo de diminuição

da vida urbana, em decorrência das invasões dos dórios, a

Grécia teve como base social o Genos que reunia num mesmo local

os indivíduos que estavam ligados a um parentesco comum. O

poder político era destinado ao mais velho e era transmitido de pai

para filho. A propriedade da terra estava ligada ao chefe, mas, o

trabalho era coletivo e a produção era repartida igualitariamente.

3.2. Crise dos Genos – por volta do século VIII a.C., iniciou–se um

processo de transformações nas comunidades gentílicas motivado

pelo (a): aumento populacional; aumento do consumo; descompasso

entre produção e consumo; fragmentação da propriedade entre os

chefes e seus parentes mais próximos. Em decorrência desta

desintegração dos genos surgiram as camadas sociais na Grécia; o

processo de formação da polis grega e a 2ª diáspora que contribuiu

para a formação de colônias gregas nas regiões do Mar

Mediterrâneo.

4. PERÍODO ARCAICO (séc. VIII a.C. – ao séc. VI a.C.)

4.1. ESPARTA

A cidade de Esparta estava localizada na península do Peloponeso.

Foi fundada no séc. IX a.C. pelos Dórios.

SOCIEDADE

a) Espartanos ou Esparciatas – descendentes di retosdos

fundadores da cidade de Esparta, detinham o poder político,

econômico, militar e religioso.

b) Periecos – descendentes dos habitantes de Esparta que

aceitaram a dominação dória, eram homens livres e dedicavam-se

ao comércio e artesanato.

c) Hilotas – originou-se dos habitantes que não aceitaram a

dominação dória e foram convertidos em servos do Estado. Os

mesmos eram cedidos aos espartanos juntamente com as terras.

POLÍTICA

O sistema político de Esparta teve a sua origem no código de leis

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231

criado por Licurgo, preservando o caráter militarista e oligarca do

poder. Esparta estava organizada por uma Diarquia (dois reis); um

Eforato, composto por cinco membros eleitos anualmente; A

Gerúsia, uma espécie de senado composto por 28 membros acima

de sessenta anos. A base de sustentação política estava a Ápela

ou Assembléia Popular, formada por todos os cidadãos maiores de

30 anos.

EDUCAÇÃO

Era dirigida para a obediência à autoridade e para aptidão física,

atrelada aos exercícios militares. O objetivo desta educação

disciplinar era a formação de bons soldados e cidadãos leais.

4.2. ATENAS

A cidade de Atenas estava localizada na península da Ática, região

banhada pelo mar Egeu e com um litoral bastante recortado,

favorecendo o desenvolvimento de atividades marítimas. Atenas foi

povoada pelos Aqueus e Jônios, sendo poupada das invasões

dórias.

SOCIEDADE

a) Eupátridas – formavam a elite da sociedade ateniense, diziam-se

descendentes dos fundadores da cidade. Possuíam as maiores e

melhores terras e monopolizavam o poder político.

b) Metecos – eram os estrangeiros que, atraídos pelo dinamismo

econômico se fixaram em Atenas. Não possuíam direitos políticos.

c) Escravos – existiam dois tipos: escravos prisioneiros de guerra e

escravos por dívidas. Constitui-se a base da economia ateniense e

não possuíam direitos políticos.

POLÍTICA

Monarquia – o poder era exercido pelo Basileu e assessorado

pelo Areópago (formado pelos Eupátridas).

Oligarquia – o poder do Basileu foi substituído pelo Arcontado

(composto por 09 Arcontes eleitos anualmente) e o Areópago com

funções de controlar as ações dos Arcontes. Somente os Eupátridas

participavam destas instituições políticas

- Legislador Drácon – com o intuito de amenizar os conflitos sociais

em Atenas, Drácon em 621 a.C. organizou e registrou as leis que,

até então, baseavam-se na tradição oral e eram conhecidas apenas

pelos eupátridas. Essas leis foram extremamente severas e manteve

os privilégios da aristocracia.

- Legislador Sólon – em 594 a.C., Sólon realizou uma série de

reformas, a saber: eliminou a escravidão por dívidas; dividiu a

sociedade de acordo com a renda do individuo; criou a Bulé

(conselho dos quatrocentos); a Eclésia, assembléia popular que

aprovava as medidas da Bulé; e o Helieu, tribunal de justiça aberto a

todos os cidadãos.

Tirania – os eupátridas descontentes com as reformas de Sólon

apoiaram governos tiranos. Os governos tiranos procuravam agradar

o povo através de obras públicas. O primeiro tirano foi Psístrato, que

governou Atenas de 561 a.C. a 527 a.C.. Foi sucedido pelos filhos

Hiparco e Hípias que não tiveram o apoio popular necessário.

Democracia – instituída por Clístenes e consistia na divisão de

Atenas em dez tribos; a Bule se transformou no Conselho dos

Quinhentos (cinquenta por tribo); o Arcondato passou a ter dez

membros; a escolha de dez Estrategos para organizar o exército; e a

Assembléia Popular passou a ter poderes decisórios. Foi criado o

Ostracismo que bania da cidade por um período de dez anos

aqueles indivíduos que ameaçasse a democracia. A democracia

ateniense era escravista e não permitia as participações dos

estrangeiros, escravos e mulheres.

EDUCAÇÃO – às mulheres estavam reservadas funções

domésticas. Já a educação masculina era flexível e aberta,

desenvolvendo um conjunto de qualidades da mente e do corpo.

5. PERÍODO CLÁSSICO (do Séc. V a.C. ao séc. IV a.C.)

a) Guerras Médicas (490-479 a.C.) – foi motivada pelo choque de

interesses econômicos entre o Império Persa e as cidades gregas

em relação às colônias na Ásia Menor. A guerra ocorreu em dois

momentos, no primeiro os persas, comandados por Dario I, foram

derrotados na batalha de Maratona. No segundo, sob a liderança

de Xerxes, os persas foram derrotados nas batalhas de Salamina

e de Platéia.

b) Confederação de Delos – com o propósito de evitar futuras

invasões, as cidades – estados sob o controle de Atenas eram

obrigadas a contribuir com navios e dinheiro. No entanto estes

recursos serviram para o embelezamento e aumento do poderio

ateniense no período denominado de idade de ouro ou século de

Péricles.

c) Confederação do Peloponeso – as cidades aristocratas que se

opunham ao poderio de Atenas, organizaram sua própria liga sob

a liderança de Esparta.

d) Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 421 a.C.) – conflito que

envolveu as duas ligas: de Delos e do Peloponeso, em virtude da

disputa comercial entre Atenas e Corinto. Após dez anos de

conflitos, Esparta venceu a guerra na batalha de Egos Potamos.

Após a guerra as cidades-estados entraram em decadência sendo

invadidas pelos macedônios a partir de 338 a.C.

6. PERODO HELENÍSTICO (séc. III a.C. ao séc. II a.C.)

a) O Helenismo – representou a fusão da cultura grega com a

cultura oriental em decorrência da expansão do Império

Macedônico, liderado por Alexandre Magno.

7. CULTURA

a) Religião – era politeísta e antropomórfica, sendo composta de

vários deuses que se assemelhavam aos homens. Haviam também

os heróis divinizados, ou semideuses. O conjunto de divindades e

mitos deu origem à mitologia, que tentava explicar a origem do

universo, dos deuses e dos homens.

b) Teatro – suas origens estão ligadas às festas dionisíacas, festas

em homenagem a Dionísio, deus do vinho. Dois gêneros se

destacaram: a tragédia e a comédia. Os principais teatrólogos foram:

Ésquilo, considerado o criador do gênero tragédia, cujas peças mais

importantes foram: Os persas, Os sete contra Tebas e prometeu

acorrentado; Sófocles, escreveu: Édipo rei, Antígona e Electra;

Eurípedes, produziu: Medeia, As Troianas, As Bacantes, etc. Por

último Aristófanes, escreveu várias comédias: As vespas, As

nuvens, As rãs.

c) Filosofia – surgiu da necessidade dos homens em buscar

respostas sobre as questões diversas, deixando um grande legado

para o ocidente. Os primeiros filósofos surgiram no séc. VI a.C.,

com a Escola de Mileto e, em seguida a Escola de Pitágoras. No

séc. V a.C. se destaca a Escola Sofista. Durante o séc. V a.C. a

filosofia voltou-se para o estudo do homem em relação à ética,

destacando os três mais importantes filósofos: Sócrates, Platão e

Aristóteles.

d) Arquitetura – as artes gregas se destacaram por ressaltar o

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232

humanismo, glorificando o ser humano através das obras de artes.

Os principais estilos arquitetônicos foram o dórico, jônico e o

coríntio.

II - A CIVILIZAÇÃO ROMANA

1. LOCALIZAÇÃO E POVOAMENTO

Localizada na península Itálica, na região do Lácio, às margens do

rio Tibre. A península Itálica era povoada pelos gauleses, etruscos,

latinos e os gregos. Roma foi fundada por volta do ano 1000

a.C. Apesar da existência de uma origem lendária em torno dos

gêmeos Rômulo e Remo, possivelmente o surgimento de Roma

ocorreu por motivo de defesa dos latinos em relação aos etruscos.

2. MONARQUIA (753 a.C. 509 a.C)

a) Situação Política - Durante esse período, o rei acumulava as

funções executiva, judicial e religiosa. Além do poder real existiam

órgãos legislativos, a saber: o Senado, ou Conselho dos Anciãos,

tinha o direito de veto e sanção das leis apresentadas pelo rei. A

ratificação dessas leis era feita pela Assembléia ou Cúria, composta

por todos os cidadãos em idade militar. Na fase final da realeza, a

partir do fim do século VII a.C., Roma conheceu um período de

domínio etrusco, que coincidiu com o início de sua expansão

comercial.

b) Situação Social – durante a monarquia a sociedade romana era

dividida nas seguintes classes:

- Patrícios – cidadãos de Roma, possuidores de terra e gado, que

constituíam a aristocracia.

- Plebeus – parcela da população que passara para o domínio

romano durante as primeiras conquistas; eram livres, mas não

participavam do Senado, nem podiam formar famílias legalmente

reconhecidas.

- Clientes – indivíduos subordinados a alguma família patrícia,

cumpridores de diversas obrigações, morais, econômicas e

religiosas.

- Escravos – população recrutada entre os derrotados de guerra,

considerados instrumentos de trabalho, sem nenhum direito político.

A queda da monarquia em Roma está associada ao movimento de

derrubada do último Rei Etrusco, Tarquínio, o Soberbo, através de

um golpe realizado pelos patrícios com o apoio dos plebeus.

3. REPÚBLICA (509 a.C. A 27 a.C)

a) As Instituições Políticas:

O Senado – instituído no período monárquico, passou a ser o

órgão mais importante da administração republicana, ao qual

tinha acesso somente os patrícios. Os senadores possuíam cargo

vitalício e em momentos de crises tinha a função de escolher um

ditador.

b) Magistraturas:

- Cônsules – eram dois magistrados principais com poderes

equivalentes ao dos antigos reis. Eram eleitos pela Assembléia

Centurial e tinham as funções de comandar o exercito e o culto

religioso.

- Pretores – tinham a função de administrar a justiça;

- Censores – escolhidos a cada cinco anos, tinham como

atribuições: fazer o censo dos cidadãos com base na sua riqueza.

- Questores – administravam o tesouro e davam orientações

financeiras aos cônsules.

- Edis – eram encarregados da conservação pública, através do

controle do abastecimento, policiamento e distribuição dos

mercados.

- Tribuno da Plebe – eram em numero de dez e tinham poderes de

vetar as leis contrárias aos interesses plebeus.

c) Assembléia Centurial – era a mais importante das assembléias,

estava dividida em centúrias, tinha a função de votar os projetos e

eleger os cônsules.

d) As Lutas Sociais no início da República - As lutas entre Patrícios e

Plebeus foram resultantes da marginalização ocorrida em relação

aos plebeus, pois não tinham direitos políticos e, quando não

podiam pagar as suas dívidas se transformavam em escravos por

dívidas. Este descontentamento contribuiu para a rebelião dos

Plebeus, a partir de 494 a.C., num momento de expansão romana.

Mediante as pressões os Patrícios fizeram uma serie de

concessões, a saber: a) criação do Tribuno da Plebe; b) a Lei das

Doze Tábuas; c) As leis Licínias (os Plebeus passaram a ter

direitos sobre as partilhas das guerras); d) a Lei Canuléia, permissão

de casamento entre Patrícios e Plebeus; e) abolição da escravidão

por dívidas.

e) Expansão Romana - Do século V a C ao III a C., Roma

desencadeou um processo de expansão interna e externa,

conquistando a península Itálica devido à necessidade de obter

gêneros para o abastecimento essencial, bem como de pôr fim às

ameaças de invasão dos povos da região. Em 272 a.C., Roma

alcançou o extremo sul, conquistando Tarento, na região da Magna

Grécia.

Após as conquistas internas, o controle do Mediterrâneo pelos

cartagineses impedia a expansão romana no Mediterrâneo. A

origem das guerras entre Roma e Cartago está associada à disputa

pelo controle da Sicília. Foram três guerras (púnicas) e todas

vencidas pelos romanos, destruindo completamente a cidade de

Cartago e expandido os seus domínios em todo Mar Mediterrâneo.

Os efeitos das Guerras Púnicas foram duramente sentidos pelos

romanos, uma vez que houve uma total reestruturação social e

econômica da república. O aumento do número de escravos, o

afluxo de riquezas das regiões conquistadas, o surgimento de

novas camadas sociais a exemplo dos Eqüestres, o

desaparecimento do pequeno lavrador e o crescimento de uma

população pobre, foram apenas algumas das modificações sociais

que Roma teve que enfrentar.

f) Os Conflitos Sociais no fim da República - Frente à crise geral

por que passavam os pequenos agricultores, alguns grupos

mobilizaram-se na busca de reformas. Destacaram-se, nesse

período, dois tribunos da plebe, Tibério e Caio Graco. Tibério,

eleito Tribuno da Plebe propôs a distribuição de terras. Sua proposta

não foi aceita e o mesmo foi morto pelo Senado.

Dez anos após o seu irmão, Caio Graco foi eleito Tribuno da

Plebe e elaborou leis em beneficio dos Plebeus, a exemplo da lei

Frumentária que determinava a distribuição de trigo a baixos preços

aos plebeus. Os aristocratas não concordaram e Caio ordenou que

seu escravo o matasse. Em seguida foi a vez dos grandes generais

assumirem o comando da República romana. Mário, defensor das

camadas populares e Silas dos grupos conservadores. A partir do

ano de 78 a.C. iniciou os triunviratos: o primeiro representado por

Pompeu, Crasso e Júlio César; o segundo organizado por Marco

Antônio, Lépido e Otávio Augusto.

4. IMPÉRIO (27 a.C. – 476 d.C.)

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233

a) Alto Império Romano:

Otavio Augusto estabeleceu um novo sistema de governo, o qual

chamou principado, que deveria ter como soberano o "primeiro

cidadão de Roma". Na verdade, seu sistema nada mais era do

que uma monarquia muita bem disfarçada, na qual o soberano

possuía infinitos poderes sobre seus súditos, neste caso, o povo.

Mesmo assim, o principado de Otavio Augusto marcou um novo

período na vida dos romanos, tendo sido este o tempo mais glorioso

e próspero de toda a história de Roma, denominado de Pax

Romana. Os anos de seu governo foram totalmente pacíficos e

construtivos de todos, durante os quais Roma ganhou um sofisticado

sistema de estrada e um eficiente serviço postal. Após a morte de

Otavio Augusto, em 14 d. C., o império foi governado pelas

seguintes dinastias: Julio-Claudiana, Flavianos, Antoninos e dos

Severos.

b) Baixo Império Romano

Corresponde ao período marcado por crises, decadência e anarquia

militar, em virtude da interrupção das conquistas romanas o que

levou a crise da economia que estava baseada no trabalho escravo.

Alguns imperadores se destacaram nas tentativas de solucionar a

crise, a exemplo de:

- Diocleciano (284 – 303) – realizou o Edito do Máximo, fixando os

preços máximos para os produtos e a criação da tetrarquia.

- Constantino (313 – 337) – concedeu liberdade de culto aos

cristãos (Edito de Milão, em 313) e a fundação de Constantinopla.

- Teodósio (378 – 395) – em 395, dividiu o império romano em

dois: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente.

Dentre os fatores que ocasionaram a ruína do império romano,

podemos destacar: a) a lutas internas pelo poder, deixando as

fronteiras desprotegidas, permitindo as invasões dos povos

bárbaros; b) a crise no sistema escravista proporcionada pela falta

de conquistas, contribuindo para que os proprietários arrendassem

as suas terras; c) crescimento do cristianismo que se opunha ao

poder de caráter divino do imperador, a escravidão e a estrutura

militar do império romano.

5. RELIGIÃO A religião era bastante semelhante à religião grega.

6. CULTURA

Os romanos se destacaram na produção de Códigos de leis, dentre

eles temos: o Jus Naturale, Jus Gentium e Jus Civile. Na literatura

se destacou o poeta Virgilio (escreveu Eneida) e na arquitetura se

destacou pelas grandes obras a exemplo dos aquedutos

A IDADE MÉDIA

A ALTA IDADE MÉDIA (séc. V ao séc. X)

I - OS BÁRBAROS

1. Caracterizações - todos os povos que viviam além-f rontei ras

do império romano e não possuíam cultura romana eram

denominados de bárbaros. Vivam em grupos, possuíam uma

economia amonetária, a terra era considerada propriedade coletiva,

eram politeísta e o direito era consuetudinário. Os principais grupos

foram:

Tártaros – mongóis - hunos, turcos, búlgaros, etc.

Eslavos – russos, sérvios, poloneses, etc. Germanos – anglos,

saxões, francos, etc.

2. Os Francos

a) Dinastia Merovíngia – localizados na região onde hoje é a França,

sua unificação ocorreu em 481, através de Clóvis, iniciando a

dinastia Merovíngia, em homenagem a Meroveu, avô de Clóvis.

Clóvis – fundador da dinastia: conversão ao cristianismo. Após a

sua morte instaurou um período dominado pelos reis indolentes,

sendo o poder exercido de fato pelos Major Domus, ou, Prefeitos de

Palácio, entre eles se destacaram: a) Carlos Martel – venceu os

árabes na batalha de Poitiers, em 732. E Pepino, o Breve –

repassou para a igreja os Estados pontifícios.

b) Dinastia Carolíngia – iniciada por Pepino, o Breve e teve como

maior representante o seu filho Carlos Magno. Com o apoio da Igreja

os Francos objetivaram a reconstituição do Império Romano do

Ocidente, dentre as suas principais realizações temos:

- Divisão administrativa – condados, as marcas e supervisionados

pelos "missi dominici".

- Renascimento Carolíngio – valorização das artes e a volta da

cultura letrada com a criação escolas palatinas e monásticas; as leis

escritas denominadas de capitulares.

c) Decadência do Império – o império franco entrou em decadência

após a morte de Carlos Magno, através do Tratado de Verdun (843),

o poder foi dividido entre os seus netos: Luís ficou com a França

oriental; Carlos ficou com a França ocidental e Lotário ficou com as

terras situadas entre os dois reinos (atual Itália).

II – OS ÁRABES

a) A Arábia Pré–Islâmica – Representa o período da história dos

árabes antes da unificação das suas tribos. Eles estavam

localizados na península arábica, viviam do comércio realizado

pelas caravanas e professavam o politeísmo, com a obrigação de

visitar a cidade de Meca, onde existiam os seus ídolos e a Caaba.

b) Maomé e a Unificação da Arábia - Maomé pertencia a tribo dos

coraixitas que cuidavam da Caaba, nasceu em Meca, em 570.

Participou de várias caravanas no deserto onde manteve contatos

com outras religiões na região do oriente médio. A partir de 610,

inicia a sua pregação religiosa, condenado o politeísmo e

considerando Alá como o único Deus. Em virtude da sua posição

contrária a idolatria, Maomé foi expulso de Meca. Este episódio

ficou conhecido como HÉGIRA (622), o marco inicial do calendário

muçulmano.

Em Iatreb (Medina) Maomé conseguiu organizar um exército e

invadiu Meca em 630, unificando as tribos árabes e preservando a

Caaba. Os principais preceitos do Islamismo são: o Djirad ou

guerra santa; jejum no mês de ramadã; visita a Meca, pelo menos

uma vez na vida; orar cinco vezes ao dia em direção a Meca: dar

esmolas e guardar as sextas-feiras. Maomé morreu em 632.

c) As Dinastias e a Expansão

Omíadas (632 – 750) – expansão pelo mediterrâneo até a Europa.

Abássidas – divisão do império – os califados de: Bagdá, Cairo e

Cordova; invasão dos Turcos.

4 – A Cultura Sarracena

Arquitetura – se destacam as construções de mesquitas e marinetes

Matemática – introduziu na Europa o sistema numérica indo-

arábico

Química – através dos estudos de alquimia na busca da pedra

filosofal, os árabes descobriram várias substâncias químicas.

Filosofia – através das obras de Averrois e Avicenas preservaram os

conhecimentos de Aristóteles e Platão

III – IMPÉRIO BIZANTINO

1. LOCALIZAÇÃO

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234

A cidade de Constantinopla estava localizada, entre os mares Egeu

e Negro, região importante para o cruzamento das rotas comerciais

entre a Europa e o Oriente.

2. POLÍTICA:

Caracterizado pela existência de um poder despótico, centralizado

na figura do imperador, através do cesaropapismo

Destaque para o Governo de Justiniano (527-565): Ampliou as

fronteiras do Império, empreendendo expedições que chegaram á

península Itálica, á península Ibérica e ao norte da África.

3. ECONOMIA – caracterizou-se por um intenso desenvolvimento

do comércio, por meio do qual foi possível obter recursos para

resistir as invasões bárbaras. A produção agrícola, por sua vez,

desenvolvia-se em grandes extensões de terra, utilizando o trabalho

de colonos livres e de escravos.

4. CULTURA – preservação da cultura grega

Entre 533 e 565, por sua iniciativa de Justiniano, realizou-se a

compilação do Direito romano, organizado em partes: Código

(conjunto de leis romanas desde o século II), Digesto (comentários

dos grandes juristas a essas leis), Institutas (princípios fundamentais

do Direito romano) e Novelas (novas leis do período de Justiniano).

O conjunto desses trabalhos resultou num dos maiores legados do

mundo romano: o Corpo do Direito Civil (Corpus juris Civilis.).

Arquitetura – o maior destaque foi à construção da Igreja de Santa

Sofia e os mosaicos bizantinos.

5. RELIGIÃO – as heresias (monofisismo e iconoclastas) e o cisma

do Oriente 1054, dividindo a Igreja em: Igreja Católica Apostólica

Romana e Igreja Ortodoxa.

IV – O SISTEMA FEUDAL

―Alguns rezam, outros combatem e outros trabalham‖.

1. INTRODUÇÃO: ― A Idade Média, na Europa, foi caracterizada

pelo aparecimento, apogeu e decadência de um sistema

econômico, político e social denominado feudalismo. Este sistema

começou a se estruturar na Europa ao final do Império Romano do

Ocidente (século V), atingiu seu apogeu no século X e praticamente

desapareceu ao final do século XV.

2. ORIGENS: instituições romanas (Colonato, Clientela, Vila,

Precarium, Cristianismo); e Germânicas (Comitatus, Beneficium,

Direito Consuetudinário e Economia Agro-pastoril).

3. CARACTERÍSTICAS: Poder político descentralizado/Economia de

subsistência, auto-suficiente, baixa produtividade e

amonetária/relação servil de produção.

4. ORGANIZAÇÃO DO FEUDO: manso senhorial, manso servil,

manso comunal; Obrigações servis: corvéia, talha, banalidades,

Tostão de Pedro, homenagem, etc.

5. SOCIEDADE: * Senhores feudais/* Servos

V- A IGREJA MEDIEVAL

A grande senhora feudal; / Lutas internas; / Detentora da riqueza, do

poder e da cultura; / Os mosteiros; / O Tribunal da Santa

Inquisição.

BAIXA IDADE MÉDIA- DO SÉC. X AO XV

DECADÊNCIA DO FEUDALISMO: As cruzadas / O Renascimento

urbano e comercial; / Fortalecimento do poder real; / Guerra dos

cem anos; / A peste negra.

A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL EUROPÉIA

1. INTRODUÇÃO:

A expansão ultramarina européia deu início ao processo de

Revolução Comercial que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII.

Por intermédio das Grandes Navegações, pela primeira vez na

história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é

possível falar em uma história em escala mundial. A Revolução

comercial, graças à acumulação primitiva de capital que propiciou,

preparou o advento da Revolução Industrial a partir da segunda

metade do século XVIII.

2. FATORES DA EXPANSÃO:

¤ crise econômica: fome e doenças; ¤ necessidade de conquistar

novas terras e novos mercados; ¤ necessidade de uma nova rota

parta o Oriente; ¤ interesses dos Estados nacionais e da burguesia;

¤ propagação da fé cristã; ¤ ambição material; ¤ evolução

tecnológica (bússola, astrolábio, quadrante, caravela, pólvora); ¤

formação dos Estados nacionais.

3. EXPANSÃO MARÍTIMA COMERCIAL PORTUGUESA:

3.1 - Razões: a) A formação precoce de Portugal (1139) – Guerra da

Reconquista e centralização – Dinastias de Borgonha e Avis (1835);

b) Posição geográfica; c) Interesses da burguesia portuguesa em

ampliar o comércio com o Oriente; d) Os avanços tecnológicos –

escola de sagres.

3.2 – Navegações – ciclo oriental – Périplo Africano

Marco inicial – Ceuta (1415) – Cabo da Boa Esperança (1488) –

Calicute (Vasco da Gama – 1498) e o Brasil (Cabral – 1500).

4. EXPANSÃO MARÍTIMA COMERCIAL ESPANHOLA:

4.1 – Razões do atraso – guerra da reconquista (1492) e a

unificação tardia da Espanha (1469).

4.2 – Navegações Espanhola – Ciclo Ocidental – Sair do Ocidente

para chegar ao Oriente

– Principal conquista – chegada à América (Colombo – 1492).

5. OS TRATADOS:

5.1 – Bula Inter Coetera (1493) – dividia o novo mundo entre

Portugal e Espanha, através de um meridiano situado a 100 léguas

a oeste de Cabo Verde.

5.2 – Tratado de Tordesilhas (1494) – dividia o novo mundo entre

Portugal e Espanha, tendo como linha de demarcação o meridiano

370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde.

6. AS CONSEQUÊNCIAS DA EXPANSÃO MARÍTIMA:

O Atlântico como centro econômico; / Formação de grandes

Impérios coloniais; / Ampliação de mercados; / Riqueza e poder

para a Europa.

RENASCIMENTO CULTURAL

1. CONCEITO: Movimento de caráter artístico, literário e científico,

iniciado na Itália e que expressava a primeira manifestação de

uma cultura burguesa laica, racional e científica.

2. CARACTERÍSTICAS:

Humanismo: valorização do homem, dando origem a uma

concepção antropocêntrica, em contraposição ao teocentrismo; /

Repúdio aos ideais medievais; / Individualismo; / Racionalismo.

3. FATORES: - Invenção a imprensa no séc. XV – responsável

pela maior difusão da cultura e barateamento dos livros. / O avanço

técnico e científico. / A prática do Mecenato.

4. RENASCIMENTO ITALIANO:

A riqueza das cidades italianas. / A presença de sábios bizantinos.

/O incentivo da burguesia italiana para defender seus valores. / Os

resquícios da cultura greco-romana.

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235

5. PRINCIPAIS REPRESENTANTES NA ITÁLIA:

- Literatura: Dante Alighieri: Divina Comédia. / Francisco Petrarca:

Odes a Laura. / Boccaccio: Decameron. / Maquiavel: O Príncipe.

- Pintura Giotto: Lamento ante o Cristo Morto, O Juízo Final, S.

Francisco Pregando aos Pássaros; Masaccio: A Expulsão de Adão e

Eva do Paraíso. Botticelli: Alegoria da Primavera, O Nascimento de

Vênus. Leonardo da Vinci: Mona Lisa, Virgem dos Rochedos,

Última Ceia. Rafael Sanzio: Escola de Atenas e Madona Sistina.

Michelangelo: afrescos na capela Sistina, A criação de Adão e

Juízo Final. Escultor: Moisés, Davi e Pietá.

6. RENASCIMENTO EM OUTROS PAÍSES:

- Literatura: François Rabelais (França) – Gargântua e Pantagruel;

Thomas Morus (Inglaterra) – Utopia; William Shakespeare

(Inglaterra) – Romeu e Julieta, Hamlet; Miguel de Servantes

(Espanha) – Dom Quixote de La Mancha. Luís de Camões

(Portugal) – Os Lusíadas; Gil Vicente (Portugal) – Teatro: Auto da

Barca do Inferno. Erasmo de Roterdã (Países Baixos) – Elogio da

Loucura.

7. RENASCIMENTO CIENTÍFICO:

O racionalismo e a experiência substituíram a fé e o misticismo.

Nicolau Copérnico – Teoria heliocêntrica. / John Kepler –

demonstrou a órbita elíptica dos planetas. / Galileu Galilei –

aperfeiçoou o telescópio./André Velásio – pesquisou o corpo

humano através da dissecação de cadáveres. /Miguel Servet –

descobriu a circulação pulmonar pelas artérias.

8- DECADÊNCIA

– Na Itália devido à decadência econômica das cidades italianas, a

atuação da Contra-Reforma condenando as obras renascentistas e

a não-participação das camadas populares, uma vez que o

Renascimento só atingiu as elites.

A REFORMA

1. CONCEITO: Movimento religioso que resultou na quebra da

unidade da Igreja Católica e no nascimento do protestantismo.

2. FATORES PARA A ECLOSÃO DA REFORMA:

* A crescente onda de corrupção com a venda de indulgências,

relíquias sagradas e cargos religiosos. /A condenação das atividades

mercantis por parte da Igreja. / O fortalecimento da burguesia. /

A formação das Monarquias Nacionais. / Renascimento Cultural.

3. REFORMA NA ALEMANHA

3.1 – Causas: Ausência de unidade política e um poder forte capaz

de se opor a Igreja. / A insatisfação das classes sociais. /Venda de

indulgências.

3.2- A Reforma: 1517 – 95 teses

1520 – Bula Exurge domine. /1520 – Dieta de Worms./ Dieta de

Spira; Confissão de Augusburgo /Liga Smalkade/Paz de Augusburgo

(1555).

3.3 – Doutrina: Luterana

¤ Só a fé salva; / Admite dois sacramentos. / Rejeita o celibato, o

culto às imagens e a hierarquia eclesiástica.

4. REFORMA CALVINISTA – SUÍÇA

– Precursor: Zwinglio. /Paz de Rappel: fixava autonomia religiosa

para cada cantão. / Calvino – Predestinação. /Valorização do lucro.

5. ANGLICANISMO – INGLATERRA

– Henrique VIII a recusa do papa em anular seu casamento; Ato de

Supremacia (1534): fortalecimento do poder real.

CONTRA-REFORMA ou REFORMA CATÓLICA

1. CONCEITO: Foi o movimento autoritário e repressivo da Igreja

católica para combater o protestantismo e levar o catolicismo para

os novos continentes e promoveu a reorganização econômica,

política, moral e administrativa da Igreja.

2. CONCÍLIO DE TRENTO – PRINCIPAIS INSTRUMENTOS:

Fundação da Companhia de Jesus. / Tribunal da Santa Inquisição. /

INDEX. / Reafirmação dos dogmas.

O ESTADO MODERNO

1. INTRODUÇÃO:

No plano político, a passagem da Idade Média para a Idade

Moderna, foi marcada por uma crescente centralização do poder

nas mãos dos reis, e pelo surgimento do Estado Moderno, que se

formou em oposição a duas forças características da Idade Média: o

regionalismo político e o universalismo religioso.

A noção de soberania real, caracterizada por um só poder e uma só

administração, vem substituir a suserania feudal, marcada pela

fragmentação política.

2. CARACTERÍSTICAS:

¤ caráter ambíguo, de um lado foi um Estado feudal transformado,

mantendo valores e privilégios dos senhores feudais. De outro, um

dinâmico agente mercantil unificando mercados, pesos, moedas,

leis e eliminando barreiras internas. ¤ Nascido da aliança rei +

burguesia, acabou se tornando parasitário e aristocrático com uma

crescente tributação;

3. MEIOS DE CONTROLE POLÍTICO DA MONARQUIA:

Burocracia administrativa; / força militar; / leis e justiças unificadas; /

sistema tributário.

4. O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO:

Com a consolidação do Estado Moderno, os reis foram

concentrando poderes em suas mãos. Passaram a comandar

exércitos, decretar leis e arrecadar tributos.

5. TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO

As mudanças culturais do Renascimento reestruturaram a ideologia

política européia livre das amarras da igreja e que passam a

legitimar o absolutismo, como:

¤ NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527) – Para Maquiavel o soberano

deve ficar acima das considerações morais, mantendo a autonomia

política. Os "fins justificam os meios" e a razão do Estado deve

sobrepor-se a tudo. O soberano tudo pode fazer quando busca o

bem-estar do país. "A força é justa quando necessária". Obras:

Mandrágara, Discurso sobre a década de Tito Lívio, O príncipe.

¤ THOMAS HOBBLES (1588-1619) - Foi quem melhor definiu a

ideologia absolutista. Para Hobbles, o Estado seria uma grande

entidade toda poderosa que dominaria todos os cidadãos, a fim de

proteger contra a violência e o caos da sociedade primitiva. Segundo

Hobbles "é lícito ao rei governar despoticamente, já que o próprio

povo lhe deu o poder absoluto".

¤ JACQUES BOSSUET (1627 - 1704) Escreveu Memórias para a

educação de Delfim e política segundo a sagrada escritura, e

estabeleceu o princípio do direito divino dos reis.

¤ JEAN BODIN (1530-1596) – autor de A República. A soberania

real não pode sofrer restrições nem submeter-se a ameaças, pois o

poder emana de Deus. (Legislar sem precisar do consentimento de

quem quer que seja).

¤ HUGO GROTIUS (1583 -1645) – Obra: Direito da paz e da guerra

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– Trata do direito internacional e também defende o governo

despótico.

O MERCANTILISMO.

1. INTRODUÇÃO: O mercantilismo pode ser entendido como a

política e a prática econômica dos Estados Nacionais, no período da

transição do Feudalismo para o Capitalismo. Suas origens estão

ligadas à centralização do poder, atingindo sua plenitude com o

Estado absolutista. O traço principal que caracterizou essa política

econômica foi à intervenção estatal nos assuntos econômicos, a

efeito e dinamizar a economia nacional em proveito do

fortalecimento do Estado. Dentre as principais características do

mercantilismo podemos citar:

O INTERVENCIONISMO ESTATAL – Tendo em vista o

fortalecimento do poder nacional, o Estado intervinha na economia

através de regulamentações, tais como o incentivo e a proteção de

manufaturas, tarifas alfandegárias, garantia dos monopólios, da

fixação de uma política de aumento da população para

barateamento da mão-de-obra, do controle sobre os salários, preços

e qualidades das mercadorias.

O METALISMO – Expressa a preocupação do mercantilismo com

relação à acumulação de ouro e prata. Alguns historiadores afirmam

que a preocupação fundamental do mercantilismo é a abundância

de ouro e prata, os quais seriam as medidas de toda a riqueza.

A balança de comércio favorável – É o centro da política econômica

mercantilista. A expansão das exportações e a diminuição das

importações foram o objetivo comum do mercantilismo, já que eram

a forma pela qual os países obtinham mais metais preciosos.

O PROTECIONISMO – O Estado Nacional, para manter uma

balança comercial favorável, procura proteger o seu mercado

interno, do aumento das tarifas alfandegárias que elevam o preço

da mercadoria importada, e da proibição de exportação de

matérias-primas que poderia desenvolver a indústria de outros

países.

2. TIPOS DE MERCANTILISMO:

2.1. BULIONISMO OU METALISMO: Característico do século XVI

estava fundamentado na concepção metalista, fruto da descoberta e

exploração das minas americanas. Apresentando um forte

intervencionismo estatal, tanto nos monopólios quanto nos

investimentos, desenvolveu-se, principalmente, na Espanha. Esse

rígido intervencionismo e a dependência da acumulação de metais

trarão péssimas conseqüências para os países ibéricos no momento

da crise do sistema colonial.

2.2. INDUSTRIALISMO OU COLBERTISMO: Desenvolvido por Jean

Baptiste Colbert, então ministro das finanças na França, no

governo de Luis XIV propôs uma nova forma de acumular capital,

que diferenciava enormemente do Bulionismo. A política econômica

francesa se fundamentou nesse momento em um incentivo à

produção manufatureira, incluindo artigos de luxo para atender

melhor a demanda do mercado internacional.

2.3. COMERCIALISMO: O mercantilismo inglês apoiava-se na teoria

de que desde que fosse possível manter a balança comercial

favorável, não havendo restrições com relação às importações. A

meta básica era que o quantitativo das exportações fosse sempre

superior e que transportasse um número crescente de mercadorias.

2.4.-CAMERALISMO: Durante a Idade Moderna, o que hoje

conhecemos como Alemanha não passava de alguns pequenos

estados. Aproveitando-se das experiências mercantilistas dos outros

países, por iniciativa da Prússia, um dos Estados germânicos, foi

criado uma associação entre os Estados para fortalecer a economia

e o tesouro real. O nome cameralismo vem de "Kammer", o nome do

tesouro real.

O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA

Introdução: O sistema colonial implantado a partir do século XVI

pelas potências marítimas européias tem por base a instalação de

feitorias ou enclaves em territórios estrangeiros, a implantação de

colônias de povoamento e exploração e a estruturação de sistemas

de governos coloniais.

I- A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA

―A espada, a cruz e a forme iam dizimando a família selvagem‖

(Pablo Neruda).

Conquista de Cristóvão Colombo. / Colonização baseada no

bulionismo. / Processo de colonização:

¤ Fernão Cortez – conquista dos Astecas (México).

Francisco Pizarro – conquista dos Incas (Peru).

A América tinha povos em estados culturais bem diferentes.

O império organizado dos Astecas, Maias, Incas e a dominação

espanhola.

Divisão política: Vice-Reinados e Capitanias Gerais.

Sociedade colonial: elite (Chapetones e os criollos); Massa: mestiços

(brancos e índios), índios (maioria) e negros (escravos).

II – COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA INGLESA

As treze colônias e os dois tipos de colonização:

Colônias do Norte – povoamento. / Colônias do Sul – exploração.

III – COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA HISTÓRIA DO

BRASIL COLÔNIA

1. A COMUNIDADE INDÍGENA DO BRASIL PRÉ-CABRALINO

1.1. O TERMO ÍNDIO:

O termo índio nasceu de um engano histórico: ao desembarcar na

América, o navegador Cristóvão Colombo chamou seus habitantes

de índios, pois pensava ter chegado às Índias.

Outras designações para o habitante da América pré-colombiana:

aborígine, ameríndio, autóctone, brasilíndio, gentio, íncola, negro

da terra, nativo, bugre, silvícola, etc.

O termo índio designa quem habitava e ainda habita as terras que

receberiam o nome de América.

1.2. DIVERSIDADE CULTURAL:

Os diferentes povos indígenas do Brasil (Pindorama ou Piratininga),

a exemplo dos demais índios da América, tinham maneiras

próprias de organizar-se: diferentes modos de vida, línguas e

culturas.

1.3. NAÇÕES INDÍGENAS:

Classificação: baseada em critérios lingüísticos:

Tupi: litoral. Jê ou Tapuia (Macro-Jê): Planalto Central. Nuaruaque:

bacia Amazônica.

Caraíba: norte da bacia Amazônica.

1.4. ORGANIZAÇÃO SOCIAL: Regime de Comunidade Primitiva:

Igualdade social/ Relação coletiva com a terra/ Divisão do trabalho

por sexo e idade/ Socialização das técnicas de produção/

Distribuição igualitária/ Pequeno desenvolvimento tecnológico/

Produção voltada para o autoconsumo/ Era muito pequena a

produção de excedente/ Habitação: malocas (ocas) aldeia (taba)

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tribo nação/ Nomandismo e semi-nomandismo/ Atividades

econômicas: caça, pesca, coleta e agricultura/ Instrumentos

rudimentares/ Religião: politeísta Pajé (líder espiritual)/ Política:

chefe de maloca – Conselho Chefe da aldeia (principal, cacique

ou morubixaba)/ A guerra tinha muita importância e era fonte de

prestigio e elevação de status. Costumes: coivara: queimada/

couvade: resguardo do pai da criança/ antropofagia: ritual/ dar

presentes: generosidade na distribuição de bens/ casamento:

poligênico (o homem ter mais de uma mulher) e poliândrico

(mulher casada com vários homens).

2 – O “DESCOBRIMENTO DO BRASIL”

Controvérsias sobre o descobrimento:

- casualidade ou intencionalidade?

- descobrimento ou conquista ou encontro de culturas?

22 de abril de 1500: Cabral oficializa a posse de Portugal sobre o

Brasil.

O Descobrimento do Brasil fez parte de um processo mais amplo

de Expansão marítima, comercial e territorial realizada pelos

europeus no início da Idade Moderna, ou seja, o descobrimento do

Brasil e sua colonização devem ser analisados como uma etapa do

desenvolvimento comercial europeu.

Nomes da Nova Terra: Monte Pascoal - Ilha de Vera Cruz -

Terra de Santa Cruz - Brasil.

3. PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530)

3.1. INTRODUÇÃO: Nesse período (1500-1530) Portugal não se

interessou pela efetiva colonização do Brasil em função deste não

preencher os seus interesses mercantilistas (metais e comércio).

3.2. DESINTERESSE DE PORTUGAL PELA COLONIZAÇÃO:

Os portugueses não encontraram, no Brasil, sociedades organizadas

com base na produção para mercados.

O Brasil não oferecia metais preciosos nem produtos para o

comércio.

A crise demográfica portuguesa.

Portugal estava concentrado em torno do comércio Oriental.

3.3. CARACTERISTICAS:

Durante esse período Portugal limitou-se a enviar para o Brasil

expedições de reconhecimento e de defesa e iniciou a extração do

pau-brasil.

3.4. EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS:

Gaspar de Lemos (1501). / Gonçalo Coelho (1503).

- Objetivos: fazer o reconhecimento geográfico e verificar as

possibilidades de exploração econômica da nova terra descoberta.

- Resultados: denominação dos acidentes geográficos e constatação

da existência de pau-brasil.

3.5. EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTEIRAS:

- Cristóvão Jacques (1516-1526).

- Objetivos: policiar o litoral e expulsar os contrabandistas.

3.6. EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL:

Primeira atividade econômica portuguesa no Brasil: exploração e

comércio da madeira de tinturaria.

Atividade extrativa, assistemática e predatória.

Estanco: monopólio régio uma limitação ao exercício de uma

atividade econômica, salvo o seu desempenho pela Coroa ou a

quem esta delegasse.

Escambo: tipo de relação de trabalho onde há troca de

serviço/mercadoria por outra mercadoria o corte e o transporte da

madeira eram feitos pelos indígenas, que, em troca, recebiam

bugigangas. Feitorias: eram os depósitos que armazenavam as toras

de pau- brasil. Não geraram povoamento.

4 – PERÍODO COLONIAL (1530)

4.1. MOTIVOS:

A constante e crescente presença francesa no litoral do Brasil:

ameaça a posse portuguesa.

A decadência do comércio das Índias: problemas financeiros.

A descoberta de metais preciosos na América Espanhola (Peru e

México):

4.2. - A EXPEDICÃO COLONIZADORA DE MARTIM AFONSO

DE SOUSA (1530):

Objetivo: lançar os fundamentos da ocupação efetiva da terra,

estabelecendo núcleos de povoamento (povoar a terra, defendê-la,

organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica:

colonizar).

Colonizar: ocupar uma região para explorá-la economicamente.

Ação colonizadora: Instalação do primeiro núcleo de povoamento

português no Brasil: a vila de São Vicente (1532).

Implantação da primeira unidade produtora de açúcar no Brasil: O

Engenho do Senhor Governador ou São Jorge dos Erasmos. (1533).

Introdução das primeiras cabeças de gado.

João Ramalho fundou Santo André da Borda do Campo. Brás Cubas

fundou Santos.

5 - ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

5.1.SIGNIFICADO:

A organização político-administrativa do Brasil Colônia estava

calcada na divisão territorial em Capitanias, no estabelecimento

dos Governos Gerais e na criação das Câmaras Municipais e

atendia as necessidades inerentes à relação Metrópole-Colônia:

Promover a ocupação territorial do Brasil através do povoamento.

Evitar gastos supérfluos com o envio de funcionários da Metrópole

para a Colônia.

Possibilitar a efetivação dos interesses mercantilistas metropolitanos.

Defender a colônia dos ataques e invasões das potências rivais.

5.2. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534):

Objetivo: acelerar a efetiva colonização do Brasil transferindo para

particulares os encargos da colonização.

Funcionamento: Portugal buscava atrair os interesses de alguns

nobres portugueses pelo Brasil, dando a eles direitos e poderes

sobre a terra e transformando-os em donatários das capitanias.

5.3. DOCUMENTOS:

Carta de Doação: estipulava a concessão da capitania ao donatário.

Foral: determinava os direitos e deveres dos donatários e

funcionava como um código tributário.

Os donatários recebiam poderes políticos, judiciários e

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administrativos de que lhes advinham vantagens econômicas.

Fundação de vilas, concessão de sesmarias, redízima (1/10) das

rendas da Coroa, vintena (5%) sobre o valor do pau-brasil e da

pesca, cobrança de tributos sobre todas as salinas, moendas de

água e engenhos (só podiam ser construídos com a sua licença).

5.4.CARACTERÍSTICAS:

Processo de colonização descentralizado: sistema político-

administrativo descentralizado.

Os donatários recebiam as capitanias não como proprietários, mas

como administradores (posse).

As capitanias eram hereditárias, indivisíveis, intransferíveis e

inalienáveis.

Os donatários deveriam arcar com as despesas da colonização. O

Brasil foi dividido em capitanias hereditárias (grandes lotes de

terras) entre os donatários.

Para fins administrativos, a capitania no Brasil se dividia em

comarcas, as comarcas em termos, e os termos em freguesias.

Sistema já utilizado por Portugal nas suas ilhas atlânticas: Açores,

Madeira e Cabo Verde.

5.5. CAPITANIAS QUE PROSPERARAM:

São Vicente (Martim Afonso de Sousa): auxílio da Coroa Portuguesa

- devido ao fracasso da lavoura de exportação (distância da

metrópole e concorrência nordestina) foi lentamente regredindo para

uma lavoura de subsistência.

Pernambuco (Duarte Coelho): excelente administração, aliança com

os índios, financiamento do capital flamengo (holandês) e

desenvolvimento da agromanufatura açucareira.

5.6.FRACASSO DO SISTEMA:

- FATORES:

As dificuldades encontradas na empresa de colonização. / A falta

de recursos dos donatários (inviabilidade da colonização baseada

exclusivamente no capital particular). / A descentralização (se

chocava com os interesses do Estado absolutista português). / Os

ataques dos índios. / A distância da metrópole. / A falta de

comunicação entre as capitanias. / A má administração e a falta

de interesse dos donatários.

6. GOVERNO GERAL (1548):

6.1. MOTIVO: o fracasso do sistema de Capitanias falta de

recursos e descentralização.

6.2. OBJETIVOS: centralizar a administração e dar apoio e ajuda às

capitanias.

6.3. CARACTERÍSTICAS:

As capitanias não foram extintas: com o tempo as capitanias foram

passando para o domínio real, porque Portugal ou as confiscava por

abandono, ou as comprava dos herdeiros. Contudo, a última

capitania só desapareceu em 1759, por determinação do marquês

de Pombal.

Os donatários passaram a prestar obediência ao governador-geral.

O governador era o representante do rei na colônia.

- Documento: Regimento de 1548: conjunto de leis que determinava

as funções administrativa, judicial, militar e tributária do governador-

geral.

– Assessores:

Ouvidor-mor: Justiça. / Provedor-mor: Finanças (negócios da

Fazenda). / Capitão-mor: defesa da costa. / Alcaide-mor: chefe da

milícia.

6.4. GOVERNADORES-GERAIS:

Tomé de Sousa (1549-53):

A Bahia foi transformada em Capitania Real do Brasil e passou a

ser sede do Governo Geral.

Fundação da primeira cidade (Salvador). / Fundação do primeiro

bispado do Brasil. / Fundação do primeiro colégio. / Incentivo à

agricultura e à pecuária.

Alguns jesuítas vieram chefiados por Manuel da Nóbrega.

Duarte da Costa (1553-58):

Conflito com o bispo Pero Fernandes Sardinha.

Invasão francesa no Rio de Janeiro: fundaram a França Antártica

(1555).

Fundação do Colégio de São Paulo (25.01.1554): José de Anchieta

e Manuel da Nóbrega. Mém de Sá (1558-72):

Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro

(01.03.1565): Estácio de Sá. Expulsão dos franceses em 1567.

Reunião dos índios em missões (reduções).

6.5. CÂMARAS MUNICIPAIS:

Responsáveis pela administração dos municípios (cidades e vilas):

pelourinho.

Conservação das ruas, limpezas da cidade e arborização.

Construção de obras públicas: estradas, pontes, calçadas e edifícios.

Regulamentação dos ofícios, do comércio, das feiras e mercados.

Abastecimento de gêneros e cultura da terra. Representavam o

poder local (o verdadeiro poder político colonial): o poder dos

proprietários de terras, de engenhos e de escravos os homens bons.

Composição: almocatéis (fiscalizavam o cumprimento da lei),

procurador (representante judicial), vereadores (homens bons) e um

juiz (ordinário ou de fora).

Atuaram principalmente no Nordeste açucareiro.

Tiveram seus poderes reduzidos a partir de 1642 com a criação do

Conselho Ultramarino: centralização administrativa.

6.6. DIVISÕES ADMINISTRATIVAS DO BRASIL:

Governo do Norte: sede em Salvador Luís de Brito – 1572

Governo do Sul: sede no Rio de Janeiro Antonio Salema.

- 1578: unificação com Lourenço da Veiga.

- 1580-1640: a estrutura político-administrativa do Brasil colonial

sofreu mudanças com a ascensão dos Felipes ao trono português:

Estado do Maranhão: sede em São Luis, mais tarde transformado

em Estado do Grão-Pará e Maranhão.

- 1621 – Maranhão, com sede em Belém.

Estado do Brasil: sede em Salvador e, a partir de 1763, com

sede no Rio de Janeiro. 1774: nova unificação.

7. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA:

A administração eclesiástica acompanhou no Brasil Colonial a

própria evolução administrativa da Colônia; a criação de capitanias,

comarcas e freguesias eram acompanhadas pela criação de

prelazias, dioceses e paróquias.

A Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização. A

catequização do índio pelos jesuítas e a utilização dos silvícolas

como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus.

O ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os

colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à

forma de atuar dos bandeirantes, e, no norte da Colônia,

também devido à exploração das ―drogas do sertão.

Os jesuítas, intimamente relacionados com a expansão européia e a

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239

realidade colonial, foram expulsos de Portugal e do Brasil no reinado

de D. José I (na época do ministro Marquês de Pombal).

7.1. O PROJETO MISSIONÁRIO E CATEQUIZADOR DOS

JESUÍTAS:

Os jesuítas atuaram em duas frentes: o trabalho missionário

com os índios e a educação com a fundação dos colégios.

A legitimação da espoliação e da fraternidade cristã.

O ardor da diplomacia cristã, mistura de veemência e ambigüidade.

Os caminhos violentos e sedutores da pedagogia missionária.

- Educação: Na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja

monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII.

A Companhia de Jesus foi instrumento fundamental para a

evangelização das colônias americanas: a evangelização e a

catequese.

O ensino desenvolveu-se influenciado pela cultura religiosa do

colonizador. Não conseguiram dissociar a evangelização do

processo colonizador luso-brasileiro. Os jesuítas exerceram um

papel de grande importância em relação à educação dos filhos

dos grandes proprietários de escravos e terras até sua expulsão.

Sua presença foi tão significativa que seus colégios constituíram- se

enquanto marcos da ação colonizadora portuguesa na América.

7.2. OS JESUÍTAS

Os jesuítas procuraram aprender as línguas indígenas.

Os jesuítas pretenderam divulgar a fé, formando novos súditos

tementes a Deus e obedientes ao rei.

Os jesuítas fundaram vários colégios.

Contribuíram para amenizar as tensões entre indígenas e colonos.

Os jesuítas tinham por objetivo promover a Igreja Católica e,

para isso, acabaram por alterar a cultura indígena: a aculturação dos

indígenas, à medida que a colonização portuguesa se consolidava.

Quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a Igreja Católica, no

período colonial, se limitavam ao repúdio às torturas e aos

maus tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão

enquanto instituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas

pelos jesuítas, que elegem como espaço de julgamento o fórum

divino.

O negro foi excluído da catequese e do processo de educação

porque existia a crença de que o negro não tinha alma.

8. A ECONOMIA AÇUCAREIRA (SÉC. XVI E XVII)

8.1. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL:

Sistema de dominação da metrópole sobre a colônia: conjunto de

relações políticas, econômicas, sociais, ideológicas e culturais. Um

conjunto de normas e leis que regulam as relações metrópole-

colônia principalmente no campo econômico.

Pacto Colonial:

Relação de domínio exclusivo do comércio colonial pela metrópole:

monopólio. Também chamado ― regime do exclusivo colonial,

denomina o sistema de monopólio comercial e controle econômico

imposto pelas metrópoles às suas colônias nos Tempos Modernos

(capitalismo comercial/mercantilismo).

O Sentido da Colonização:

O monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o

sistema colonial, porque é através dele que as colônias preenchem

sua função histórica de produzir riquezas para o maior

desenvolvimento econômico da metrópole: a colonização toma o

aspecto de uma vasta empresa comercial destinada a explorar os

recursos das colônias em proveito do comércio europeu.

Monopólio:

As colônias são áreas complementares da economia metropolitana.

As colônias só podem comerciar com a metrópole: só podiam

vender seus produtos para o grupo mercantil metropolitano.

As colônias não podem ter fábricas e são obrigadas a consumirem

os produtos manufaturados da metrópole.

As colônias só podem produzir o que a metrópole não tem condições

de fazer, nunca concorrer com ela.

As colônias devem produzir em larga escala, a baixos custos e

com o máximo de lucratividade.

8.2. A COLONIZAÇÃO DE BASE AGRÍCOLA:

- Colonização como desdobramento da expansão marítima e

comercial européia.

- A agricultura foi o recurso encontrado para a exploração do

litoral brasileiro.

- A colonização foi organizada em torno do cultivo da cana-de-

açúcar.

- Valorização econômica das terras.

- Passou-se do âmbito da circulação de mercadorias para o da

produção.

- Com a empresa açucareira Portugal solucionava o seu problema

de utilização econômica das suas terras americanas e o Brasil se

integrava, como fonte produtora, aos mercados consumidores

europeus.

- A colonização como instrumento de acumulação de capital na

Europa.

8.3. MOTIVOS DA ESCOLHA DO AÇÚCAR: Existência de mercados

consumidores na Europa; A participação holandesa no

financiamento, refino e distribuição do produto; A experiência

portuguesa; A qualidade do solo (massapê) e as condições

climáticas.

8.4. EMPRESA AÇUCAREIRA:

Estrutura de empresa comercial exportadora. Empresa de base

agrícola destinada à exploração econômica e a colonização do

litoral brasileiro, principalmente o nordestino (principal centro

produtor).

O engenho: unidade de produção (moenda, casa-grande, senzala,

capela, canaviais) exigia grandes investimentos.

Tipos de engenho: os reais movidos à água, e os trapiches, que

utilizavam tração animal.

Nordeste: principal centro produtor (PE e BA).

Trabalhadores livres: mestre do açúcar, feitor, lavradores

contratados.

Grupo flutuante formado de mestiços, mamelucos, rendeiros e

agregados.

A montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de

plantation.

·Plantation: sistema de produção:

Monocultura: especialização na produção de um artigo de real

interesse no mercado europeu.

Escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória

(escrava): índia, depois negra. Latifúndio: grande propriedade de

terra.

Exportação: havia uma total ausência de autonomia dos produtores

e a economia ficava atrelada ao mercado europeu e inteiramente

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240

voltada para o mercado externo.

8.5. SOCIEDADE COLONIAL AÇUCAREIRA:

Uma sociedade caracterizada pelo caráter predominante do

trabalhador escravo, base da economia colonial e do prestígio do

grande proprietário. Uma sociedade conservadora, patriarcal,

escravista, rural (agrária). O engenho era o centro dinâmico de

toda a vida colonial e onde a pouca vida urbana era mero

prolongamento da vida rural.

Uma organização social intimamente articulada à propriedade e à

riqueza.

- Início do processo de miscigenação entre os três grandes grupos

étnicos responsáveis pela formação da sociedade colonial brasileira:

o índio americano, o branco europeu e o negro africano.

Mulato: mestiço de branco com negro.

Mameluco (caboclo): mestiço de índio com branco.

Cafuzo: mestiço de negro com índio.

9. A ESCRAVIDÃO:

– Motivos da utilização da mão-de-obra escrava:

A plantation exigia uma grande quantidade de trabalhadores. Crise

demográfica portuguesa.

A inviabilidade da utilização da mão-de-obra branca, devido à sua

escassez e ao seu custo.

Os trabalhadores europeus não se sentiam atraídos em trabalhar na

colônia: difíceis condições de trabalho. Os lucros proporcionados

pelo tráfico de escravos.

9.1. ESCRAVIDÃO INDÍGENA:

Os índios foram utilizados como escravos no início da economia

canavieira, contudo, demonstrou-se incompatível com a produção

açucareira e foram substituídos pelos negros africanos.

Motivos da substituição do índio pelo negro na grande lavoura

açucareira:

A imposição de um trabalho disciplinado, vigiado, forçado, ordenado,

dinâmico, organizado e metódico chocou-se com a cultura indígena.

A alta lucratividade operada pelo tráfico negreiro, que para ser

mantida, necessitava manter a escravidão negra.

Conseqüências da Escravidão e da Colonização sobre os Índios:

Massacre de milhares de índios. Ocupação de suas terras. O

contato do branco europeu com a comunidade indígena destruía a

cultura do índio.

Desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas.

Mortalidade em função de doenças contraídas dos brancos

europeus.

Áreas Periféricas:

O escravismo indígena ocorria principalmente em áreas muito

pobres, onde os colonos não tinham recursos para comprar

escravos negros: São Vicente e Maranhão.

9.2. ESCRAVIDÃO NEGRA:

Os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às

necessidades do colono branco, dos grupos mercantis e da Coroa

Portuguesa.

Formas de Aquisição do Negro na África:

Caça, captura e aprisionamento.

Compra de africanos aos chefes locais (sobas): muitas tribos

africanas passaram a escravizar outras para vendê-las aos

traficantes em troca de bugigangas (vidro, facões, panos, fumo,

rapadura, cachaça).

Tráfico Negreiro:

Navios negreiros (tumbeiros). Os negros (peças do gentio da Guiné)

eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e Guiné e

desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

Grupos:

- Sudaneses: oriundos da Nigéria, Dome, Costa do Ouro (Ioruba,

Geais, Fanti-ashantis)

- Bantos: divididos em dois grupos (angola-congoleses e

moçambiques).

- Malês: sudaneses islamizados.

9.3. RESISTÊNCIA DO NEGRO A ESCRAVIDÃO:

Evitando a reprodução. / Suicidando-se. / Matando feitores e

capitães-do-mato. / Fugindo. / Formando quilombos.

Quilombos:

Comunidades negras formadas por escravos que fugiam dos seus

senhores e passavam a viver em liberdade.

Quilombo dos Palmares: localizava-se no atual estado de Alagoas.

O número de habitantes do quilombo cresceu durante a invasão

holandesa em Pernambuco.

Produziam e faziam um pequeno comércio com as aldeias próximas.

Simbolizava a liberdade e, por isso, era uma atração constante para

novas fugas de escravos. Representava uma ameaça à ordem

escravocrata.

Líder: Zumbi.

Em 1694, foi destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho,

contratado pelos senhores nordestinos.

10. ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES:

Paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira,

desenvolveu-se na colônia um setor de subsistência responsável

pela produção de gêneros que vinham atender às necessidades

básicas dos colonos e escravos: pecuária e cultivo do tabaco,

algodão, mandioca, milho, feijão.

A mandioca era o principal produto agrícola de subsistência para o

consumo interno: elemento básico da alimentação do brasileiro.

O fumo era o produto de exportação que servia para aquisição de

escravos no mercado africano: cultivado em zonas restritas da Bahia

e Alagoas.

O algodão era usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade

destinados à confecção de roupas para os mais pobres e escravos:

cultivados no Maranhão e Pernambuco.

11. AS INVASÕES INVASÃOES FRANCESAS:

11.1. MOTIVOS:

O Tratado de Tordesilhas que dividia o novo mundo descoberto

entre Portugal e Espanha e marginalizava (excluía) as outras

nações européias.

Interesses econômicos: o tráfico do pau-brasil, da pimenta nativa,

do algodão nativo e produção de gêneros tropicais.

11.2. AS INVASÕES:

Rio de Janeiro (1555-1567): França Antártica. Maranhão (1612-

1615): França Equinocial.

11.3. A FRANÇA ANTÁRTICA:

Objetivos: Fundar uma colônia de exploração econômica. / Abrigar

os protestantes (huguenotes) que eram perseguidos pelas guerras

de religião.

Comandante: Nicolau Durant de Villegaignon.

Ocupação: Os franceses se instalaram nas ilhas de Serigipe,

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241

Paranapuã, Uruçumirim e Laje.

Aliaram-se aos índios tamoios: formação da Confederação dos

Tamoios.

Expulsão: A Confederação dos Tamoios foi dissolvida (1563) por

Nóbrega e Anchieta que fizeram um acordo com os índios através

do armistício de Iperoig (Ubatuba). Na expulsão dos franceses, o

governador Mém de Sá, contou com o auxilio de Estácio de Sá,

dos índios Temininós (Araribóia) e pelos tamoios do sul.

Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro

(01.03.1565): Estácio de Sá.

Os franceses são expulsos em 1567.

11.4. A FRANÇA EQUINOCIAL:

Objetivo: Fundar uma colônia de exploração econômica.

Comandante: Daniel de La Touche.

Ocupação: Fundação da povoação de São Luis (homenagem ao

rei francês Luis XIII).

Expulsão: Os franceses são expulsos em 1615 pelas tropas

portuguesas comandadas por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre

de Moura.

12. A OCUPAÇÃO PORTUGUESA DO LITORAL ACIMA DE

PERNAMBUCO:

Quando os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro, procuraram

alojar-se no litoral acima de Pernambuco e foi da luta contra eles

que se iniciou o povoamento:

Paraíba: Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584) João

Pessoa.

Rio Grande do Norte: Forte dos Reis Magos (1599) Natal. Ceará:

Forte de Nossa Senhora do Amparo (1613) Fortaleza. Pará: Forte do

Presépio (1616) Belém.

13. INVASÕES HOLANDESAS

13.1. MOTIVOS:

As invasões tiveram um caráter exclusivamente mercantil: foram

comandadas pela Companhia das Índias Ocidentais (WIC).

A União das Monarquias Ibéricas (1580-1640): Portugal e suas

colônias submetidas ao domínio espanhol Juramento de Tomar.

Os conflitos político-militares entre a Espanha e a Holanda: devido à

separação da Holanda do domínio espanhol.

O Embargo Espanhol: proibição de quaisquer relações comerciais

entre os holandeses e todas as áreas sob dominação espanhola.

13.2. REPERCUSSÕES DA UNIÃO DAS MONARQUIAS IBÉRICAS:

Brasil Filipino:

Reforma da política fiscal: rigidez para evitar a corrupção e os

desvios.

Criação do Tribunal de Relação de Salvador: os colonos podiam

apelar das sentenças dinamizou a prática de justiça.

A colonização se expandiu no litoral ao norte de Pernambuco,

chegando até o Amazonas: expansão oficial. A nova divisão política

do Brasil (1621): criação do Estado do Maranhão (capitanias do

Grão-Pará, Maranhão e Ceará).

Invasões francesas: França Equinocial no Maranhão. Invasões

holandesas.

OBJETIVOS:

Romper o monopólio ibérico. / Recuperar o comércio do açúcar.

Controlar os centros produtores de açúcar. / Estabelecer uma

colônia de exploração econômica.

13.3.OS HOLANDESES NA BAHIA (1624-1625):

Tentativa fracassada de conquista da Bahia (sede do Governo

Geral do Estado do Brasil).

Reação luso-brasileira comandada pelo bispo D. Marcos Teixeira e

por Matias de Albuquerque: guerrilhas.

As guerrilhas impediram o avanço holandês para o interior e, por

isso, os holandeses só conquistaram a cidade de Salvador.

Os holandeses são expulsos pelos colonos luso-brasileiros e

pela esquadra luso-espanhola Jornada dos Vassalos.

13.4. OS HOLANDESES EM PERNAMBUCO (1630-1654):

Os holandeses se refizeram dos prejuízos da invasão da Bahia

saqueando navios que saiam do Brasil carregados de açúcar e

aprisionando galeões espanhóis que saiam da América carregados

de prata.

Invasão e conquista de Pernambuco (maior centro açucareiro do

Brasil, mas pouco guarnecido militarmente).

A resistência dos colonos, através de guerrilhas, no interior foi

comandada por Matias de Albuquerque: impediram a imediata

conquista holandesa de todo o Nordeste açucareiro.

Principal centro de resistência: Arraial de Bom Jesus.

A traição de Calabar: este integrante das tropas de resistência

passou para o lado holandês e indicou os focos (centros) de

resistência dos colonos: os holandeses passam a ocupar áreas do

litoral nordestino.

Com a queda do Arraial do Bom Jesus (1635), os holandeses

começam a efetivar a conquista do Nordeste.

13.5. CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO HOLANDÊS:

Aliança com os senhores de engenho. / Respeito às propriedades e

a classe dominante colonial. / Tolerância política e religiosa. /

Concessão de empréstimos aos senhores de engenho.

A ADMINISTRAÇÃO NASSOVIANA (1637-1644): Conde João

Mauricio de Nassau: funcionário da WIC.

Consolidou a dominação holandesa e o sistema produtor de açúcar.

Criou facilidades de produção e comercialização do açúcar. Domínio

do Nordeste brasileiro: do Maranhão até Sergipe. Criação da

Câmara dos Escabinos: assembléia de representantes das várias

câmaras municipais da região.

Monopólio do mercado escravista: domínio de áreas portuguesas na

África para garantir o fornecimento de escravos. Embelezamento e

urbanização de Recife: pontes, palácios, jardins, pavimentação. A

vinda de intelectuais europeus: Franz Post, Piso, Marcgrave.

13.6. A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654):

A luta para expulsar os holandeses do Nordeste do Brasil. Motivos:

- Mudança da política colonial holandesa (WIC): Arrocho financeiro:

aumento dos impostos, altos preços dos fretes e cobrança de

pagamento dos empréstimos.

Confisco de terras.

Nassau não concorda com esta política imposta pela WIC aos

produtores brasileiros e pede demissão.

Líderes: André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira (senhores

brancos), Henrique Dias (negro) e pelo índio Poti (Filipe Camarão).

Batalhas: Monte das Tabocas (1645), Guararapes (1648 e 1649) e

Campina do Taborda (1654).

13.7. CONSEQUÊNCIAS DA EXPULSÃO:

Tratado de Haia (1661): a Holanda recebia uma indenização

(dinheiro, açúcar, tabaco e sal), a restituição de sua artilharia e

favores no comércio do açúcar.

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242

O auxilio inglês a Portugal nas lutas contra os espanhóis

(Restauração = D. João IV) e contra os holandeses e a conseqüente

aliança entre as Coroas inglesa e portuguesa resultaram na

dependência da nação lusitana e do Brasil ao capital inglês.

Crise na empresa açucareira brasileira devido à concorrência do

açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas: crise econômica no

Brasil e crise política e econômica (financeira) em Portugal (saiu

economicamente arruinado do domínio espanhol).

CONSELHO ULTRAMARINO (1642): reorganização da

administração do Brasil para obter maiores recursos e para garantir

o real controle sobre a colônia.

Limitar os poderes da aristocracia latifundiária. Centralização

político-administrativa.

Limitava o poder das Câmaras Municipais e dos ―homens bons:

submissão às autoridades metropolitanas.

Os juízes passaram a ser nomeados diretamente pelo rei: juízes de

fora.

Em 1720, o governo português elevou a colônia a vice-reinado e os

governadores passaram a ser titulados vice-reis: visava aumentar a

centralização e o controle do Brasil.

Criação de companhias privilegiadas de comércio para manter um

controle mais rígido sobre a economia: Companhia Geral de

Comércio do Brasil e Companhia de Comércio do Estado do

Maranhão.

14. A EXPANSÃO TERRITORIAL

14.1. DEFINIÇÃO:

Processo de expansão da colonização para o interior do Brasil,

ultrapassando os limites de Tordesilhas e ampliando o território

brasileiro realizado nos séculos XVII e XVIII.

14.2. CONTEXTO HISTÓRICO:

O período do domínio espanhol (1580-1640) foi marcado pela

expansão da colonização para o interior, pela conquista do litoral

setentrional norte, pela expansão bandeirante e pela ocupação

das terras além da linha fixada pelo Tratado de Tordesilhas.

Processou-se fundamentalmente de acordo com as necessidades

econômicas da Colônia e de Portugal.

14.3. FATORES DA EXPANSÃO:

A expansão oficial: conquista militar do litoral setentrional e

colonização do Amazonas. / A pecuária. / O bandeirismo. / A

mineração. / Os jesuítas: missões. / A Colônia do Sacramento.

14.4. A EXPANSÃO OFICIAL:

Conquista do litoral setentrional (acima de Pernambuco):

Através de tropas militares para expulsar os franceses e seus

aliados indígenas que faziam entre si o escambo (pau-brasil,

pimenta-nativa, algodão nativo).

Colonização do Amazonas:

Através de tropas militares para expulsar os ingleses e holandeses

que exploravam as drogas do sertão (cacau, baunilha, guaraná,

cravo, pimenta, castanhas e madeiras aromáticas e medicinais) e de

expedições exploradoras.

14.5. A PECUÁRIA:

Responsável pela ocupação do sertão do Nordeste e do Sul.

Pecuária bovina no Nordeste: avanço do gado rumo ao sertão.

Atividade econômica complementar das lavouras canavieira e

mineradora.

Funções para o engenho: alimento, força de tração animal e

meio de transporte.

Inicialmente criado nos engenhos do litoral baiano e pernambucano,

o gado penetrou para os sertões a partir do século XVII.

* Motivos do deslocamento do gado do litoral para o interior:

Crescente expansão da grande lavoura açucareira: o gado

estragava as plantações de cana-de-açúcar. Necessidade de maior

espaço para o plantio da cana: as terras deveriam ser usadas para o

plantio de cana e não para pastagens. Importância econômica

inferior da pecuária.

* Ocupação do sertão nordestino: processo pecuarista de

colonização e expansão do interior do Brasil. Rio São Francisco: Rio

dos Currais nas suas margens surgiram várias fazendas de gado. A

fazenda de gado exigia pouco capital e pouca mão-de-obra. O

trabalhador era geralmente livre: vaqueiro recebia um pequeno

salário e um quarto das crias (após cinco anos de trabalho). O

fazendeiro e vaqueiro mantinham um relacionamento amistoso e o

vaqueiro, com o tempo, podia se tornar um fazendeiro (cabeças

de gado que recebia e a abundancia de terras). Muitas feiras e

fazendas de gado deram origem a vários núcleos de povoamento:

centros urbanos.

O gado realizou a integração de diferentes regiões econômicas.

Atividade econômica voltada para o mercado interno. Abastecimento

da região mineradora: séc. XVIII.

Diversificação econômica: couro, leite, carne. Pecuária no Sul:

Atividade complementar a da mineração: séc. XVIII

Gado muar e bovino: vivendo em estado selvagem desde a

destruição de missões jesuíticas pelas bandeiras no século XVII.

Tropas de mula: abastecimento das regiões mineiras. Estâncias

(fazendas): fundadas por paulistas. Produção de charque (carne-

seca).

Os peões boiadeiros viviam submetidos à rigidez da fiscalização dos

capatazes e jamais teriam condições de montar sua própria fazenda

14.6. BANDEIRISMO:

CONCEITO: Expedições que penetravam no interior com o objetivo

de procurar riquezas (índios para serem escravizados, metais e

pedras preciosas).

Centro irradiador das Bandeiras: A Capitania de São Vicente.

MOTIVO: A pobreza econômica da capitania devido ao fracasso da

lavoura de exportação canavieira e o seu isolamento político. Ciclos:

Ouro de Lavagem; Caça ao Índio; Ouro de Mina; Sertanismo de

Contrato.

* Ciclo do Ouro de Lavagem: Zona litorânea.

Curitiba: Heliodoro Eobanos ouro de aluvião. São Roque: Afonso

Sardinha ouro de aluvião.

* Ciclo da Caça ao Índio ou de apresamento:

Motivos:

Necessidade de mão-de-obra. / Aumento da produtividade agrícola.

/ As invasões holandesas no Nordeste provocaram a dispersão

dos escravos. / Os holandeses dominaram áreas de fornecimento de

escravos na África.

Características:

Os paulistas passaram a apresar o índio para vendê-lo como

escravo.

Missões jesuíticas: Tape, Itatim e Guairá os índios já estavam

aculturados, catequizados.

Bandeirantes: Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto. Decadência:

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243

a partir da segunda metade do século XVII devido à extinção da

maioria das missões e a reconquista do monopólio do tráfico

negreiro pelos portugueses após a expulsão dos holandeses do

Brasil e da África.

* Ciclo do ouro e do diamante:

Motivos:

A decadência da economia açucareira; / O estímulo dado pela

metrópole: financiamento, títulos e privilégios; / A decadência do

apresamento do índio;

Características:

Áreas de exploração (prospecção): Minas Gerais, Goiás e Mato

Grosso.

Bandeirantes: Fernão Dias Pais, Antonio Rodrigues Arzão

(descobriu ouro em Cataguases em 1693: primeira notícia oficial

de descoberta de jazida de ouro), Antonio Dias de Oliveira (Ouro

Preto), Borba Gato (Sabará), Bernardo da Fonseca Lobo (diamantes

no Arraial do Tijuco: Diamantina), Pascoal Moreira (Cuiabá) e

Bartolomeu Bueno da Silva Filho (Goiás).

Os bandeirantes utilizavam-se dos rios como caminhos naturais:

pousadas e roça nas margens povoamento Tietê.

Monções:

Expedições fluviais de abastecimento das longínquas e de difícil

acesso regiões do Mato Grosso e Goiás

* Ciclo do Sertanismo de Contrato:

Bandeiras contratadas por autoridades e senhores de fazendas,

principalmente do Nordeste (BA e PE) para combaterem índios

rebelados e negros dos quilombos.

Bandeirante: Domingos Jorge Velho destruição do Quilombo dos

Palmares.

COLÔNIA DO SACRAMENTO (1680):

Fundação de uma colônia portuguesa no estuário do rio da

Prata, quase em frente a Buenos Aires. Motivos:

A pecuária. / O comércio do couro. / O contrabando. / O interesse

nas regiões mineradoras do Peru e Bolívia. / Os interesses ingleses.

Reação Espanhola: Reação dos colonos de Buenos Aires e da

Coroa Espanhola: invasões da Colônia do Sacramento e assinatura

de tratados de limites.

TRATADOS DE LIMITES E FORMAÇÃO DE FRONTEIRAS:

* Tratado de Lisboa (1681): A Espanha reconhecia a posse

portuguesa da Colônia do Sacramento.

* Tratado de Utrecht (1715): A Espanha é obrigada, mais uma vez, a

ceder a Colônia do Sacramento para Portugal.

* Tratado de Madri (1750):

Definia a posse, de direito e de fato, das terras efetivamente

ocupadas por Portugal além dos limites de Tordesilhas. Não houve

participação da Igreja. Foi utilizado o princípio: uti possidetis, ita

possideatis (quem possui de fato deve possuir de direito) a terra

pertence por direito a quem a ocupa Alexandre de Gusmão.

Assim, a Espanha reconhecia a posse portuguesa de todas as

terras efetivamente ocupadas por portugueses além da linha de

Tordesilhas e cedia a Portugal a região de Sete Povos das

Missões (RS). Portugal devolveria à Espanha a Colônia do

Sacramento.

Por este tratado, o Brasil assumiu, praticamente, sua atual

configuração geográfica.

GUERRAS GUARANÍTICAS:

Revolta dos índios de Sete Povos das Missões liderados pelos

jesuítas.

Motivos: os jesuítas não concordavam com a entrega de Sete

Povos das Missões para os portugueses e os índios suspeitavam

de uma possível ocupação de suas terras e da escravização.

Repressão portuguesa: a população de Sete Povos das Missões foi

chacinada pelas tropas portuguesas.

* Tratado de El Pardo (1761): Anulava o Tratado de Madri e a

Colônia do Sacramento voltava para Portugal.

* Tratado de Santo Ildefonso (1777): A Colônia do Sacramento e

Sete Povos das Missões foram devolvidas para a Espanha.

* Tratado de Badajós (1801): Confirmava os limites estabelecidos

pelo Tratado de Madri.

15. A ECONOMIA MINERADORA (SÉC. XVIII)

15.1. CONTROLE ADMINISTRATIVO: Regimento de 1702:

A mineração era rigidamente controlada pela metrópole: política

fiscal e controle absoluto sobre a mineração.

A exploração era livre, mas os mineradores deveriam submeter-se

as autoridades da Coroa e pagar os impostos. Intendência das

Minas:

Órgão responsável pelo policiamento, fiscalização e direção da

exploração das jazidas, além de funcionar como um tribunal e de ser

responsável pela cobrança dos impostos.

Todas as minas pertenciam ao rei e o descobridor de uma jazida

deveria comunicar a Intendência, caso contrário seria preso e

julgado. A mina, depois de descoberta, era dividida pela Intendência

em lotes (datas): as duas primeiras datas eram escolhidas pelo

descobridor da mina, a terceira data era reservada para a Coroa e

depois leiloada e as demais datas eram distribuídas com os

interessados que tivesse maior número de escravos.

15.2. TIPOS DE EXTRAÇÃO:

Faiscação (Faisqueira): Pequena extração: no leito dos rios e

riachos.

* Garimpeiro: geralmente um trabalhador livre que trabalhava

isoladamente.

Lavra (Jazidas): Mina: grande unidade de extração.

- Volume razoável de capital.

- Numerosa mão-de-obra escrava.

15.3. A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES:

Descobridor: o bandeirante Bernardo da Fonseca Lobo (1729).

Local: Vale do rio Jequitinhonha - Arraial do Tijuco - Diamantina

(MG).

Regimento dos Diamantes (1730).

* Distrito Diamantino: rígida fiscalização

+ Tipos de Extração:

A Coroa concedia a particulares o direito de extração e estes

pagariam taxas e impostos. Posteriormente a Coroa passou a

conceder o direito de extração a um único individuo: o contratador. O

monopólio régio sobre a extração: a região foi fechada e a

circulação das pessoas era controlada.

15.4. OS IMPOSTOS: (carga tributária onerosa e opressiva).

Quinto: 20% do ouro extraído. Casas de Fundição (1719):

Criadas com o objetivo de evitar o contrabando e a sonegação fiscal:

facilitar a cobrança do quinto. O ouro em pepita e em pó era fundido

em barras timbradas com o selo real e quintadas.

Capitação: 17g de ouro por escravo. Fintas: quotas anuais (100

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244

arrobas).

Derrama: cobrança complementar e violenta do imposto (quinto)

atrasado.

15.5. DESTINO DO OURO BRASILEIRO:

Tratado de Methuen (1703): também denominado de Tratado de

Panos e Vinhos, assinado entre Portugal e Inglaterra.

Estipulava que Portugal teria vantagens alfandegárias na venda de

vinhos para a Inglaterra e esta teria vantagens alfandegárias na

venda de manufaturados para a Inglaterra: desvantagens comerciais

(benefícios para a Inglaterra). Grande parte do ouro brasileiro serviu

para a Coroa pagar suas dívidas e cobrir os prejuízos da balança

comercial deficitária.

Consequências:

Portugal tornou-se um país exclusivamente agrário. O

desenvolvimento manufatureiro foi prejudicado. Submissão de

Portugal ao capital inglês.

15.6. A DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO:

Fatores: O esgotamento das jazidas: ouro de aluvião. / O baixo nível

técnico. / A economia colonial entrou novamente em crise.

15.7. CONSEQUÊNCIAS:

Crescimento demográfico. Desenvolvimento da vida urbana.

Crescimento do comércio e do artesanato: mercado interno.

Integração entre diferentes regiões do Brasil com a zona

mineradora.

Aparecimento de uma camada social média. Certa mobilidade social.

Piores condições de vida e de trabalho para os negros escravos.

Crescimento das atividades intelectuais e culturais: arquitetura,

escultura, música religiosa, poesia, contato com as ideias iluministas

barroco Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva

Alvarenga, Alvarenga Peixoto.

Crescimento da mão-de-obra livre.

Conflitos: Guerra dos Emboabas, Revolta de Filipe dos Santos,

Inconfidência Mineira, Quilombos (Rio das Mortes em Minas Gerais

e o de Carlota no Mato Grosso).

16. A ÉPOCA POMBALINA (1750-1777):

16.1. DESPOTISMO ESCLARECIDO

Marquês de Pombal: ministro do rei D. José I Buscou salvar Portugal

da dependência inglesa. Desejava anular os efeitos desastrosos do

Tratado de Methuen para a economia portuguesa.

Estimulou as manufaturas portuguesas. / Proibiu a exportação de

ouro. / Combateu vigorosamente o contrabando.

Criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e

da Companhia de Comércio de Pernambuco: visava racionalizar a

exploração da colônia para recompor a economia da metrópole

monopólio do comércio e da navegação.

Centralismo e fortalecimento do Estado metropolitano: choque

com parcela da nobreza e com a Companhia de Jesus.

Expulsou os jesuítas (1759): acusava-os de constituírem um

império teocrático em terras brasileiras.

Escolas régias: professores leigos.

Reforma na Universidade de Coimbra: ciências exatas, naturais e

jurídicas.

Transferência da capital do Estado do Brasil de Salvador para o Rio

de Janeiro.

Política colonial marcada pelos excessos e abusos: política fiscal

rígida e opressiva. Instituiu a derrama.

HISTÓRIA DE SERGIPE COLONIAL

Período Pré-colonial

TRIBOS

Troncos-Linguísticos: Tupi e Macro-Jê Tribos: xocó, aramaru,

carapotó, kaxangó, natu (nas margens do rio São Francisco),

tupinambá, caeté, e boiomé (região litorânea), aramari, abacatiara e

ramari (no interior próximo da região da serra de Itabaiana), kiriri ou

cariri (região centro-sul entre os rios, Real e Itamirim).

Resistência: lutaram para defender suas terras diante dos invasores

portugueses.

Líderes: Baepeba (apelidado de Serigy), Aperipê, Surubi, Siriri,

Japaratuba, Pacatuba. Atuais Remanescentes: Xocó (localizados na

ilha de São Pedro no município de Porto da Folha, ás margens do

rio São Francisco). Parte de suas terras foi tomada pelos

latifundiários da região. Continuaram lutando para sobreviver e

conservar a terra que sobrou para eles. Sua identificação com

indígenas é uma questão de cultura. A partir do século XIX que os

achados arqueológicos ganharam importância. Contudo a partir do

programa arqueológico de Xingó passou-se a recolher materiais que

vão desde cerâmicas, decalques de pinturas rupestres, esqueletos

humanos dos primitivos habitantes da terra. Destacam-se os

municípios de Canindé, Cristinápolis, Santos Amaro, Divina Pastora,

Pacatuba. Os vestígios mais antigos datam de 9.000 a C.

PRIMEIROS CONTATOS COM OS BRANCOS EUROPEUS:

- O litoral do atual território de Sergipe, localizado entre os rios

São Francisco e Real, foi visitado inicialmente pelos portugueses

que integravam a expedição guarda-costas de Gaspar de Lemos em

1501. Américo Vespúcio também integrava a expedição. Em 1531

Martim Afonso de Souza, também desembarcou em terras

sergipanas. Os portugueses estabeleceram contato com os índios

em terra firme.

- Em 1534, o território sergipano passou a fazer parte da Capitania

da Bahia, doada pelo rei D. João III a Francisco Pereira Coutinho. A

partir de 1549, com a instalação do Governo Geral em Salvador, a

Capitania da Bahia foi comprada do herdeiro de Coutinho (Manuel

Pereira Coutinho) e passou a ser Capitania Real.

ORIGEM DO NOME ―SERGIPE:

No início, o Estado era denominado pelos portugueses de ― Os

Sertões do Rio Real. Depois passou a ser conhecido pelo nome de

um dos seus principais rios, que os índios chamavam de Siriípe, que

na nossa língua significa ― Rio dos Siris. Com o passar do tempo

recebeu outras denominações como: Sirigí, Sirigipe, Seregipe e

finalmente Sergipe.

RELAÇÕES COMERCIAIS:

Os franceses também entraram em contato com os índios da

região. Desde o início da colonização que os franceses

interessaram-se pelas riquezas sergipanas. Eles entravam

escondidos em nosso território com seus navios à vela pelos rios

São Francisco, Sergipe, Vasa-Barris e Piauí. Levavam o pau- brasil,

a pimenta e algodão. Existia um bom relacionamento dos índios com

os franceses pelos seguintes motivos:

¤ Os franceses respeitavam a maneira de viver dos indígenas e

não tinham interesse de tomar suas terras;

¤ Os índios acreditavam que um deus branco com cabelos e olhos

claros viria (Mair).

CATEQUESE DOS ÍNDIOS:

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245

A catequese iniciou-se em 1575 com os padres jesuítas Gaspar

Lourenço e João Salônio. Fundaram as aldeias (igrejas) de São

Tomé (rio Piauí), Santo Inácio (Vasa-Barris) e São Paulo (rio Real).

Os jesuítas no início conseguiram atrair os índios para catequese.

Entretanto, os soldados que vieram proteger os padres começaram

a praticar violência nas aldeias indígenas roubando produtos das

roças e molestando mulheres. Os índios revoltados expulsaram os

padres e soldados de suas aldeias.

CONQUISTA DE SERGIPE: MOTIVOS:

*O interesse em tomar posse das terras dos índios e escravizá-

los; / *Ligar por terra a capitania da Bahia à de Pernambuco

(importantes centros coloniais produtores de açúcar); / *Criar gado e

plantar cana-de-açúcar; / *Expulsar os franceses que praticavam o

escambo com os índios; / *Explorar minérios no Sertão: prata, ferro,

salitre, nitrato de potássio.

A conquista de Sergipe atendia aos interesses do Governo

Português e dos fazendeiros de gado e senhores de engenho da

Bahia.

Primeira Tentativa de Conquista (1575): Comandada pelo

governador do norte: Luís de Brito

Pretexto: punir os índios por terem abandonado a catequese e

expulsado os padres jesuítas;

Características: invasão militar violenta, morte do cacique Surubi,

aprisionamento dos índios que foram levados à Bahia (a maioria

morreu devido aos maus tratos e doenças)

Fracasso: não conseguiu implantar a colonização, o número de

índios escravizados foi pequeno.

A Conquista de Sergipe (1590):

Comandada por Cristóvão de Barros a mando de Felipe II da

Espanha e de Portugal. Ele levou consigo inúmeros moradores da

Bahia.

Foi estabelecida a guerra de extermínio contra os índios (guerra

justa);

As aldeias foram massacradas e, finalmente, o território

conquistado;

Fundação da Cidade de São Cristóvão (01.01.1590) na Barra do

rio Sergipe, no atual território de Aracaju: marco da integração de

Sergipe à colonização portuguesa;

Foram edificados: uma igreja, um presídio e um arsenal de armas;

Iniciava-se a colonização de Sergipe: Tomé da Rocha foi escolhido

para ser o capitão-mor.

A partir de 1651 integrava a Comarca de Sergipe, sete vilas: Santa

Luzia de Piagui; Nossa Senhora do Socorro de Thomar, Nossa

Senhora da Piedade do Lagarto, Santo Antônio e Almas de

Itabaiana, Santo Amaro das Brotas, Vila Nova do Rio São Francisco,

Vila de Santo Antônio do Urubu (Própria).

AS TRANSFERÊNCIAS DE LUGAR DA CIDADE DE SÃO

CRISTÓVÃO:

MOTIVOS: Ficar longe dos ataques franceses; / Proximidade das

primeiras fazendas e engenhos. / Em 1596: para uma colina próxima

ao rio Poxim; / Em 1607 para o local atual (às margens do rio

Paramopama, distante 24 Km do litoral).

A COLONIZAÇÃO DE SERGIPE

Dificuldades:

Ataque dos franceses, que só foram definitivamente expulsos em

1601;

Ataques de índios, que resistiram à ocupação de suas terras.

Doação de Sesmarias: terras doadas ás pessoas que ajudaram na

guerra contra os índios e outros que possuíam condições para

colonizar a região.

A ocupação do litoral do território ocorreu do Sul para o Norte;

Outras vilas foram fundadas na região do rio Real e do rio Piauí,

no sul da capitania, e nas terras banhadas pelos rios Vaza-Barris,

Cotinguiba e Seregipe, no norte da capitania.

Atividades Econômicas:

Criação de gado: principal atividade econômica da capitania

tinha como finalidade abastecer a Bahia e Pernambuco, foi uma

atividade que ocupou o interior. É marcante a presença dos Garcia

D’ Ávila (Conde da Torre)

Cana-de-açúcar: introduzida em 1602, no sistema de plantation,

surgimento de alguns engenhos.

Metais Preciosos: nunca foi realmente constatada a presença de

minas, apesar de algumas lendas (Serra de Itabaiana).

Principais Exploradores:

Belchior Dias Moreya, (encontrou salitre e pedras preciosas no

Canyon do São Francisco). Em 1619 ele afirmou ter encontrado

prata no sertão. Contudo, exigia do rei uma Carta que lhe doasse

terras e poder. O rei não aceitou. O bandeirante foi preso e morreu

sem revelar a suposta riqueza.

Outros bandeirantes em Sergipe: Rubélio Dias, Gabriel Soares e

Marcos Ferreira (Rio das Pedras – Itabaiana).

A INVASÃO HOLANDESA EM SERGIPE

A disputa pela posse de colônias gerou inúmeros conflitos que,

da Europa, muitas vezes transferiram-se para as áreas coloniais. A

Holanda, que participava junto com Portugal da empresa açucareira

instalada no Brasil, foi proibida pela Espanha de continuar com

este negócio – União Ibérica (1580-1640). Em represália os

holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais – WIC e

resolveram conquistar o Brasil. Em 1624 tentaram tomar a Bahia,

sem sucesso. Retornaram em 1630 e invadiram Pernambuco,

passando a dominar o Nordeste Açucareiro – do Maranhão (ao

norte) até o Rio Real (ao sul).

Foi no ano de 1636 que os holandeses chegaram à Capitania de

Sergipe, cuja ocupação se justificava pela proximidade com a Bahia

sede do Governo Geral do Brasil. A invasão dos holandeses foi

preparada no Forte Maurício (Penedo – Al), em 1637. Em

novembro desse ano as tropas da Companhia das Índias Ocidentais

cruzaram o rio São Francisco e iniciaram a invasão sob o comando

de Van Schoppke, que tinha como objetivos: recolher os rebanhos

sergipanos; construir fortes no território; controlar a cidade de São

Cristóvão. Ao chegar à Capitania os invasores forçaram a retirada

das tropas portuguesas e espanholas, chefiadas pelo conde

Bagnuolo em direção à Bahia e provocaram grande destruição às

propriedades e aos bens dos habitantes da cidade de São Cristóvão,

que teve suas casas incendiadas e sua economia destruída.

Em 1642 o governo holandês fez um contrato com o empresário

Numo Olferdi para explorar economicamente a capitania de Sergipe

e recuperá-la dos estragos da guerra, mas isso nunca foi colocado

em prática. A retomada portuguesa iniciou-se em 1645 quando os

portugueses conquistaram o forte holandês do rio Real e São

Cristóvão foi sitiada, os holandeses se renderam. A batalha final em

terras sergipanas ocorreu em 1646 na batalha do Urubu (atual

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Propriá). Sergipe ficou abandonada pelas autoridades até o ano de

1654 sem sofrer controle administrativo dos portugueses ou

holandeses. Nesse ano se deu a expulsão dos invasores e a

retomada da colonização pelos portugueses.

POVOAMENTO DE SERGIPE:

Em 1891, o historiador natural de Itaporanga (Pedra Bonita),

Felisbelo Freire, concluiu que ―o sergipano antes de ser agricultor

foi pastor. Assim pode-se concluir que diferentemente de outros

estados nordestinos, nossa economia esteve sempre muito mais

ligada à pecuária.

O gado sergipano era procurado para abastecer engenhos na Bahia

e Pernambuco, ocasionando a expansão do povoamento em

direção ao agreste e ao sertão sergipano. Surgiram então Santo

Antônio e Almas de Itabaiana, Nossa Senhora da Piedade do

Lagarto, Santa Luzia do Itanhy e Santo Amaro das Brotas, Campos

do Rio Real (Tobias Barreto), Malhador, Curral das Pedras (Gararu),

São Pedro (Porto da Folha), São Félix de Pacatuba.

A maioria da população de 55.600 habitantes que vivia em Sergipe

no final do século XVIII encontrava-se dispersa pelas fazendas,

sítios e engenhos e formava uma sociedade de caráter

essencialmente rural. Nessa sociedade os proprietários rurais

gozavam de todo privilégio e poder. Além do poder decorrente da

riqueza, contavam ainda com patentes de Coronel, Capitão e

Sargento-mor.

Junto com os proprietários rurais compunham a sociedade

sergipana escravos, homens livres e índios. Esses a partir do

século XVII passaram a viver em Missões como as de Geru, São

Pedro de Porto da Folha, Japaratuba de onde aos poucos foram

sendo incorporados ao conjunto da população. Os homens livres,

fosse trabalhando em engenhos ou por conta própria como

lavradores de cana-de-açúcar ou criando gado, viviam submetidos

aos senhores rurais.

Educação:

Na sociedade sergipana ao final do século XVIII, a educação estava

limitada aos ensinamentos que eram oferecidos a poucas pessoas

pelos padres de diversas ordens religiosas: beneditinos,

capuchinhos, franciscanos. Isto se dava através das aulas de

primeiras letras e gramática latina que funcionavam na capital e

em algumas sedes de algumas vilas. Na zona rural os proprietários

iniciavam a prática de contratar professores (preceptores) para

darem aulas particulares aos filhos, procedimento reproduzido em

maior escala nos engenhos do século XIX.

QUESTÕES DA UFS

01 – (UFS – 2004) A história que se escreve está intensamente

ligada à história que se vive. Partindo dessa concepção e dos

conceitos históricos, analise as proposições coerentes para a

compreensão do estudo da História.

0 0 – A historiografia não deve ter a pretensão de fixar verdades

absolutas, pois a História, como forma de conhecimento, é uma

atividade contínua de pesquisa.

1 1 – O trabalho do historiador é o de reconstruir os fatos históricos

das sociedade antigas, mas para isso, é preciso que essas

sociedades tenham deixado sua história escrita, pois a história

baseia-se exclusivamente nos relatos escritos.

2 2 – Uma pintura de Jean-Baptiste Debret, um francês que retratou

cenas da sociedade brasileira no século XIX, pode construir uma

fonte histórica na reconstituição da história do Brasil.

3 3 – Os conceitos e objetos de compreensão da História-ciência

devem restringir-se ao campo histórico, pois as ciências não devem

interferir no estudo de temáticas de outras áreas do conhecimento.

4 4 – As igrejas e os castelos não podem ser considerados

patrimônios culturais, uma vez que foram construídos pela classe

dominante, por meio da exploração do trabalho das camadas

populares.

02 – (UFS – 2001) Sobre a Pré-história é correto afirmar que:

0 0 – A Pré-história corresponde a primeira etapa da evolução

humana e antecede à Idade Antiga.

1 1 – A Pré-história teve início com o surgimento dos primeiros

hominídeos, perto de quatro milhões de anos atrás, e estende-se

até o aparecimento dos primeiros registros escritos, por volta de 4

000 a.C.

2 2 – A Pré-história, no Brasil, envolve todos os registros culturais

da antiga cultura indígena.

3 3 – Os sítios arqueológicos situados no litoral brasileiro são em

pequeno número e chamados de sambaquis ou concheiros.

4 4 – A arte rupestre abrange pinturas em cores, em branco e preto,

sinais gravados, representações estranhas, comumente

encontradas no Brasil, em paredes rochosas de grutas, em lajes de

pedras ao ar livre, em fragmentos de rochas, em nichos pétreos,

enfim nas superfícies mais diversas e nos locais mais variados.

03 – (UFS – 2009) As primeiras civilizações da antigüidade

oriental das quais têm-se notícia organizaram-se sob aspectos

muitos semelhantes. Sobre o tema é correto afirmar que:

0 0 – Essas civilizações apresentavam um tipo de sociedade

convencionalmente inserido no modo de produção escravista, em

que o Estado garantia aos cidadãos o direito de se dedicarem a

outras atividades por meio do trabalho escravo.

1 1 – Uma parte expressiva dos bens econômicos dessas

civilizações era produzida pelos escravos obtidos, principalmente,

através de conquistas ou por meio de condenação pelo não

pagamento de uma dívida.

2 2 – Os elementos mais marcantes dessas civilizações foram a

agricultura baseada nos grandes sistemas de irrigação e o poder

político sustentado pela religião, por isso ficaram conhecidas como

teocracias de regadio.

3 3 – Embora existisse a exploração do homem pelo homem, uma

característica importante do modo de produção dessas civilizações

era a ausência da propriedade privada da terra e o trabalho escravo

não dominante.

4 4 – A maioria dessas civilizações possuía regime de governo

semelhante que partiram de uma monarquia, evoluíram para o

regime oligárquico e, após várias reformas, passaram para a

democracia.

04 – (UFS – 2001) Analise as proposições sobre os egípcios e

povos mesopotâmicos.

0 0 – A religião monoteísta foi o elemento cultural mais atuante em

todos os períodos da história política do Egito Antigo.

1 1 – A medicina, a arquitetura e a engenharia no Egito foram pouco

utilizadas e insignificantemente estimuladas pelo poder central.

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2 2 – Estimulados pelos faraós e pelos sacerdotes, técnicos e

artistas, atuando como verdadeiros funcionários do Estado,

buscaram, em vão, através dos estudos da astronomia, elaborar um

calendário.

3 3 – Mesopotâmia – nome dado pelos gregos e que significa

―terra entre dois rios‖ – compreendia os vales e planícies irrigadas

pelos rios Tigre e Eufrates, onde hoje é o território do Iraque e terras

próximas.

4 4 – Durante o reinado de Nabucodonosor (604 a.C. – 561 a.C.), o

Segundo Império Babilônico viveu o seu apogeu. Foi a época das

grandes construções públicas como os templos para vários deuses,

especialmente o de Marduk, as grandes muralhas da cidade e os

palácios, a exemplo dos Jardins Suspensos da babilônia‖ ,

considerados pelos gregos como uma das maiores maravilhas do

mundo.

05 – (UFS – 2003) Analise as proposições sobre as civilizações

da Antiguidade Oriental.

0 0 – No período em que se formaram as civilizações do Crescente

Fértil, a humanidade passou a depender menos da natureza e com

o aperfeiçoamento técnico dos instrumentos passou a dominá-la.

Foi quando os grupos sociais tornaram-se sedentários.

1 1 – Os sacerdotes possuíam papel religioso pouco importante no

Egito e na Mesopotâmia, pois a eles competiam apenas preservar a

pureza da religião, frente à influência dos deuses estrangeiros.

2 2 – As civilizações egípcias e mesopotâmica eram marcadas por

profunda religiosidade, eram politeístas, adoravam os astros e suas

religiões promoveram o desenvolvimento cultural-científico, como a

medicina no Egito e a astronomia na Mesopotâmia.

3 3 – No Egito e na Mesopotâmia houve escravos, mas, por um

lado, nunca constituíram a base das relações de produção e, por

outro, diferenciavam-se bastante daqueles do período greco-romano

clássico: podiam casar-se com pessoas livres, ter bens, pagar

impostos etc.

4 4 – A civilização mesopotâmica caracterizou-se, do ponto de vista

histórico-universal, pela contribuição do Direito, que teve seu

principal codificador na figura de Hamurábi.

06 – (UFS – 2001) Analise as proposições abaixo.

0 0 – A principal fonte da história hebraica é a Bíblia.

1 1 – Para se compreender a evolução política da Grécia Antiga, é

preciso retroceder aos Tempos Homéricos, quando os povos indo-

europeus foram expulsos.

2 2 – A herança cultural deixada pelos gregos foi muito rica e

influenciou toda a civilização ocidental.

3 3 – Os plebeus eram cidadãos de Roma, possuidores de terra e

gado, que constituíam a aristocracia e os patrícios – parcela da

população que passara para o domínio romano durante as primeiras

conquistas; eram livres.

4 4 – Bizâncio, capital do Império Romano do Oriente, apesar de

possuir uma localização privilegiada não conseguiu desenvolver um

comércio ativo com as regiões vizinhas.

07 – (UFS – 2008) Considere o texto que segue: (...) A

Antigüidade greco-romana sempre constituiu um universo

centralizado em cidades. O esplendor e a solidez da antiga polis

helênica e da posterior República romana, que ofuscaram

tantos períodos subseqüentes, traduziam um nível de

organização e cultura urbanas que jamais seria igualado em

outro milênio (…) (Pierry Anderson. Passagens da antiguidade

ao feudalismo. Trad.Beatriz Sidou. São Paulo:Brasiliense,1989,

p.19) Analise as afirmações sobre a Antigüidade Clássica.

0 0 – A riqueza material, que sustentava a atividade intelectual e

cívica provinha da agricultura; os proprietários de terra dominavam

os agrupamentos urbanos.

1 1 – O cenário geográfico onde se desenvolveram as civilizações

grega e romana foi fundamental para a expansão do comércio, que

se baseou na abertura de vias terrestres de comunicação.

2 2 – O pleno exercício da cidadania repousava no trabalho escravo.

A liberdade do cidadão estava intrinsecamente ligada à

permanência da escravidão, tanto na Grécia como em Roma.

3 3 – As cidades-estado gregas evoluíram em sua forma de governo

mas permaneceram estados autônomos e não realizaram a

unificação do território. Diferentemente das 265 cidades-estados

gregas Roma estendeu seus domínios sobre o mundo da época e

concedeu cidadania à parte das elites das regiões conquistadas e

fundou um Império.

4 4 – A cultura helenística, que resultou do domínio dos Antoninos

sobre o território grego, foi imposta pelos romanos aos povos

conquistados quando transformaram o Mar Mediterrâneo em um

lago romano, impulsionados pelo avanço dos macedônios.

08 – (UFS-2010) Há mais de dois mil anos, na bacia do

Mediterrâneo, floresceram duas sociedades fundamentais para

a compreensão do mundo contemporâneo ocidental: Grécia e

Roma. Sobre elas é correto afirmar que:

0 0 – A brilhante civilização grega resultou de uma lenta evolução

histórica, na qual os gregos assimilaram as conquistas culturais de

diversos povos e, finalmente, deram um grande salto cultural, que

foi a passagem do mito à filosofia.

1 1 – O surgimento e o desenvolvimento do poder estatal

dependeram, tanto na Grécia como em Roma da escrita que, ao

servir para registrar as leis, os tratados e os mitos, não só significou

uma grande conquista cultural, mas também um instrumento

eficiente de controle e poder.

2 2 – Do ponto de vista político os gregos ―inventaram‖ um regime

político representativo que, naquele momento, atendia aos

interesses dos cidadãos, minoria da população, e puderam dedicar-

se aos assuntos políticos porque a generalização da escravidão

fornecia braços para o trabalho.

3 3 – As civilizações grega e romana, pelas suas características

foram chamadas como impérios Teocráticos de Regadio e, pela

impossibilidade de viverem apensas da agricultura, dedicaram-se ao

comércio, à pecuária e à guerra.

4 4 – Ao incorporarem política e culturalmente as civilizações que

floresceram nas regiões próximas ao mar Mediterrâneo, os romanos

representaram uma síntese que está nas raízes da civilização

européia ocidental.

09 – (UFS – 2002) No século IV, o Império Romano foi dividido

em duas partes: a do Oriente e a do Ocidente. Analise as

proposições abaixo.

0 0 – Enquanto no Oriente a ideia de Nação estava vinculada à

necessidade de apoiar a soberania do príncipe, vital para a

construção de um Estado, no Ocidente essa construção dependia

do enfraquecimento do poder da Igreja Católica.

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1 1 – Enquanto no Ocidente as invasões germânicas criaram novos

reinos, no Oriente do Mediterrâneo consolidou-se a civilização

bizantina com eficiente desenvolvimento comercial e urbano.

2 2 – Ocupando militar e violentamente a Europa ocidental os povos

invasores do império causaram destruições na região, acarretando a

ruína de todas as instituições criadas pelos romanos, na

antiguidade.

3 3 – A partir do século VII a expansão dos muçulmanos atingiu

tanto regiões do Oriente como do Ocidente.

4 4 – O auge do Império Romano do Oriente esteve relacionado ao

governo de Justiniano (527-565). Esse imperador, empreendeu uma

monumental obra jurídica a partir da revisão do Direito Romano: o

Corpus Júris Civilis (Corpo do Direito Civil).

10 – (UFS – 2003) A Igreja teve um papel importante na

sociedade medieval, não somente no plano da espiritualidade,

mas também no domínio material. Analise as proposições

abaixo sobre o tema.

0 0 – O pensamento religioso da Igreja medieval baseava-se na

doutrina da predestinação, segundo a qual é Deus quem escolhe as

pessoas que serão salvas. Por isso, o culto era extremamente

simples e a moral católica bastante austera.

1 1 – Com a ruralização da economia européia, durante a Alta Idade

Média, a Igreja, antes concentrada nas cidades, foi obrigada a se

deslocar para o campo, e os bispos e abades se tornaram

verdadeiros senhores feudais.

2 2 – Devido à forte influência da Igreja Católica no modo de pensar

e agir do homem, a arte e o saber de toda Idade Média voltaram-se

para o mundo concreto, para a humanidade e sua capacidade de

transformar o mundo.

3 3 – O domínio da leitura e da escrita era privilégio quase exclusivo

de bispos, padres, abades e monges, durante praticamente toda a

Alta Idade Média, o que fazia com que os membros do clero fossem

as pessoas mais aptas a ocupar cargos junto à realeza.

4 4 – Dentro dos mosteiros medievais, o rígido e minucioso trabalho

dos monges copistas acabou por preservar o saber greco-romano.

Além disso, esse trabalho deu forma e conteúdo ao pensamento

religioso que dominou todo o período medieval.

11 – (UFS – 2007) O Feudalismo, sistema que se difundiu pela

Europa medieval, foi marcado por características sociais,

econômicas e políticas. É correto afirmar que o Feudalismo era

caracterizado.

0 0 – pela compra e venda de seres humanos, aprisionados e

escravizados nas constantes guerras que dividiam os senhores

feudais, e que consistiam na principal força de trabalho das cidades

mercantis, dependentes do mundo rural.

1 1 – pela espoliação dos trabalhadores do campo por meio da

servidão executada por donos de fábricas que começavam a surgir

na Europa e a suplantar o sistema mercantil-escravista.

2 2 – pela exploração por meio da servidão, que prendia os

camponeses à terra, cujos senhores compunham a nobreza feudal

e, em muitos casos, dividiam o poder com o Rei. 267

3 3 – pela apropriação da mais-valia do proletariado rural, pago na

forma de produtos como o sal, a farinha, parte das colheitas;

expropriado dos seus meios de produção e submetido a uma super-

exploração pelos sacerdotes.

4 4 – por tributações aos camponeses, através da fixação de direitos

senhoriais, ou das obrigações servis, entre as quais se incluíam a

corvéia, as banalidades e o dízimo, este último pago à Igreja.

12 – (UFS – 2008) A partir do século XI na Europa Ocidental,

processou-se o renascimento das cidades, vinculado ao

renascimento do comércio. A sociedade européia, até então

concentrada na zona rural, assistiu à revitalização de seus

centros urbanos e ao surgimento de outros. Analise as

transformações resultantes deste processo.

0 0 – Houve aumento do índice de mortalidade devido ao

crescimento da produção agrícola e à Trégua de Deus, que reduziu

as atividades bélicas.

1 1 – A cidade de Veneza tornou-se um grande centro rural do

Mediterrâneo desde sua fundação, à época das invasões

germânicas, porque estabeleceu contatos comerciais regulares com

Bizâncio.

2 2 – A Carta de Franquia ou Foral garantia liberdade à cidade

emancipando-a dos tributos que devia ao senhor feudal, o que lhe

permitia uma administração própria.

3 3 – Com o desenvolvimento das atividades artesanais e

comerciais os habitantes das cidades se organizaram em

associações denominadas corporações de ofício e guildas, que

regulamentavam essas atividades e os defendiam frente aos

senhores feudais.

4 4 – A liberdade é considerada pelos burgueses um direito útil para

garantir o casamento com pessoa da mesma condição e para retirar

os direitos dos senhores feudais sobre as terras em que se

assentavam os feudos.

13 – (UFS – 2009) Para esses, nenhuma mudança contava que não

fossem as mudanças no interior da alma: a escolha feita por cada

um entre o caminho do bem, indicado pelo clero, e o do mal,

aconselhado pelas forças satânicas. (…) Os humanistas, por sua

vez, voltaram-se para o aqui e agora, para o mundo concreto dos

seres humanos em luta entre si e com a natureza, a fim de terem

um controle maior sobre o próprio destino. (Nicolau Sevcenko. O

Renascimento. São Paulo: Atual, 1994. p. 16-17)

Com base no texto e no conhecimento histórico, analise as

afirmações abaixo.

0 0 – O crescimento do sentimento nacional fez diminuir os conflitos

existentes entre alguns intelectuais humanistas europeus e a

autoridade da Igreja Católica.

1 1 – O Humanismo foi um movimento intelectual que contrapôs a

ideia de valorização do indivíduo à mentalidade medieval, que

concebia as pessoas coletivamente, incluídas no mundo cristão.

2 2 – Enquanto os membros do clero insistiam em considerar a

Igreja como uma instituição universal, os humanistas, representando

a unidade intelectual européia, passaram a encarar a Igreja como

uma entidade estrangeira.

3 3 – A condenação radical e irônica do clero católico, tratado como

responsável pela perdição da alma, foi uma das características

principais do movimento humanista.

4 4 – Os valores humanistas expressaram-se no Renascimento

estimulando a curiosidade intelectual, o espírito de iniciativa, o

desejo de aventuras e a exploração do mundo.

14 – (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) Considere o texto do

século XVI. Deus chama cada um para uma vocação particular cujo

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249

objetivo é a glorificação de Deus. O comerciante que busca o lucro,

pelas qualidades que o sucesso econômico exige: o trabalho, a

sobriedade, a frugalidade, a ordem, responde também ao chamado

de Deus, santifica de seu lado o mundo pelo esforço e sua ação é

santa. O pobre é suspeito de preguiça, que é uma injúria a Deus.

(João Calvino. In: Flávio Berutti. Tempo e Espaço: História. São

Paulo: Saraiva, 2004. p. 207) As ideias de Calvino estavam

relacionadas ao contexto histórico das reformas religiosas do século

XVI, na Europa.

Analise as afirmações procurando identificar as que têm

coerência entre as ideias de Calvino e o contexto referido.

0 0 – Calvino criou uma doutrina que resultou numa contribuição ao

desenvolvimento do capitalismo, estimulando o lucro e o trabalho, o

que favorecia a burguesia.

1 1 – O calvinismo expandiu-se por vários países, especialmente

por aqueles em franco progresso comercial.

2 2 – As ideias de Calvino estavam em consonância com as da

igreja católica, que o elegeu como um de seus apóstolos.

3 3 – A igreja calvinista considerava que os pobres, por seu

sofrimento e penúria, eram naturalmente eleitos pelo Deus.

4 4 – A doutrina calvinista admitia o mundo dependente da vontade

absoluta de Deus, estando os homens sujeitos à predestinação.

15 – (UFS – 2009) A ascensão da classe média é um dos fatos

importantes desse período que vai do século X ao século XV.

Modificações nas formas de vida provocaram o crescimento dessa

nova classe e seu advento trouxe novas modificações no modo de

vida da sociedade. As antigas instituições, que haviam servido a

uma finalidade na velha ordem, entraram em decadência; novas

instituições surgiram, tomando seu lugar (…). (Leo Huberman.

História da riqueza do homem. Trad. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.

p. 79-80)

No processo das transformações associadas à ascensão da

camada social a que o texto faz referência, é correto afirmar

que, no período indicado, o

0 0 - rei, apoiado pelo poder econômico da burguesia e pelo

exército, enfraqueceu o poder particular dos senhores e o poder

universal da Igreja.

1 1 – processo de formação do Estado, na Inglaterra, começou com

o poder político centralizado que se enfraqueceu descentralizando-

se e voltando a se fortalecer com a dinastia Tudor.

2 2 – processo de formação da monarquia francesa evoluiu de um

poder descentralizado para uma centralização absoluta.

3 3 – crescimento do comércio e das cidades, e as revoltas

camponesas foram determinantes para enfraquecer o poder da

nobreza feudal e abrir caminho para a centralização das monarquias

francesa e inglesa.

4 4 – processo de formação do Estado na França e na Inglaterra,

teve origem no enfraquecimento da burguesia e no equilíbrio entre o

poder do Estado e o da Igreja.

16 – (UFS – 2007) Analise as proposições a respeito das

características do mercantilismo, que marcou uma fase da

história econômica do Ocidente entre os séculos XVI e XVIII.

0 0 – Havia, naquele período, protecionismo ao comércio por parte

dos regimes absolutistas, inúmeros monopólios e a crença de que a

riqueza de um reino se media pela quantidade de ouro e prata

acumulados graças à balança comercial favorável.

1 1 – Predominou o livre-comércio entre os reinos europeus e a

concorrência entre os mercados coloniais, que também podiam

praticar a liberdade de comércio desde que pagassem os impostos

às respectivas metrópoles.

2 2 – Foi influenciado pela doutrina fisiocrática, que considerava a

riqueza originária tanto do trabalho como do capital (dinheiro), e que

o mercado não deveria ser alvo de monopólios e restrições.

3 3 – Inaugurou a ênfase dada pela política econômica dos Reinos

europeus à indústria e à defesa do trabalhador, considerados

motores de enriquecimento de uma sociedade e impulsionadores da

expansão mercantil.

4 4 – Vigorou, nessa fase, intensa competição entre os Reinos

europeus por mais Colônias a fim de garantir novos mercados, a

possível aquisição de minérios e outras fontes de lucro, como o

comércio de especiarias.

17 – (UFS – 2005) Intimamente ligadas à expansão comercial, à

reforma religiosa e ao absolutismo político, as transformações

culturais dos séculos XV e XVI – movimento denominado de

Renascimento cultural – estiveram articuladas com o

capitalismo comercial. Analise as afirmações sobre essas

transformações.

0 0 – Constituíram-se elementos característicos do Renascimento

do século XV a substituição da importância da autoridade e da

tradição pelo valor da observação como elemento essencial do

desenvolvimento científico.

1 1 – O Renascimento, embora questionasse alguns valores da

igreja católica, apresentou-se como um entrelaçamento dos novos e

antigos valores, refletindo o caráter de transição do período.

2 2 – Reaberto o mar Mediterrâneo, com as Cruzadas, algumas

cidades italianas transformaram-se em grandes centros de formação

do capitalismo, motivo pelo qual apresentavam as condições

necessárias para a germinação e proliferação do Renascimento.

3 3 – O Renascimento questionou o monopólio da igreja sobre a

explicação do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a

ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade.

4 4 – A defesa de ideias como a de que é direito natural do homem

a liberdade de pensamento e de religião, bem como a igualdade

perante a lei, revolucionou o pensamento científico e político do

século XV e contribuiu para o surgimento do Renascimento.

18 – (UFS – 2002) Um conjunto de fenômenos marcaram a

transição do feudalismo para uma sociedade nos moldes

burgueses na Europa ocidental. Fazem parte desse conjunto.

0 0 – A centralização monárquica com o conseqüente fortalecimento

do poder real, entre os séculos XV e XVI, contribuiu para o

enfraquecimento do particularismo feudal e do universalismo da

Igreja.

1 1 – A crise do século IV, agravada pelas invasões bárbaras,

promoveu a integração entre as estruturas do mundo romano e do

mundo germânico, preparando os fundamentos dos tempos

modernos.

2 2 – A expansão ultramarina européia deu início ao processo da

Revolução Comercial que, ao propiciar a acumulação primitiva de

capital, preparou o advento da revolução Industrial a partir da

segunda metade do século XVIII.

3 3 – A Reforma Protestante contribuiu para modificar as instituições

políticas, sociais e econômicas européias.

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250

4 4 – O mercantilismo, política de controle e incentivo, por meio do

qual o estado buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e

financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder.

19 – (UFS-2010) A passagem do feudalismo para o capitalismo

representou um longo processo de transição. Esse processo,

durante as primeiras fases da Idade Moderna, foi acompanhado

e influenciado por mudanças políticas e culturais de

importância decisiva. Sobre essas mudanças, analise as

seguintes afirmações:

0 0 – A formação de novos reinos europeus, o surgimento das

universidades e a desagregação progressiva das relações servis de

produção promoveram a desintegração final do feudalismo.

1 1 – Muitos artistas e pensadores passaram a exprimir, em suas

obras, valores e uma visão de mundo livre dos dogmas da igreja, e

o ser humano tornou-se o centro das indagações dos novos

intelectuais.

2 2 – Houve a centralização do poder político na pessoa do rei que

atingiu o apogeu com o absolutismo monárquico: regime em que o

soberano detinha, em última instância, todo o poder do Estado.

3 3 – Diversas regiões do mundo começaram a ser integradas pela

ação dos reis, comerciantes e navegadores europeus e, algumas

nações européias se constituíram em metrópoles de um amplo

sistema colonial que dominava a América, parte da Ásia e da África.

4 4 – Movimentos religiosos, como o iniciado por Martinho Lutero no

Sacro Império Romano-Germânico, determinaram a ruptura da

unidade da igreja católica e deram origem ao protestantismo.

20 – (UFS – 2003) Analise as proposições abaixo sobre a era

dos descobrimentos marítimos europeus e a colonização da

América.

0 0 – A diferença fundamental entre as navegações espanhola e

portuguesa está no fato de que, enquanto a primeira procurou

contornar o continente africano e chegou à América, a segunda, foi

a pioneira em navegar pela orla mediterrânea e chegou às Índias.

1 1 – Tanto a colonização portuguesa como a colonização

espanhola na América tiveram como objetivo a ocupação territorial.

Em ambas, os colonos buscavam terras, liberdade religiosa e

política, além do fortalecimento do Estado nacional.

2 2 – No campo do conhecimento, as Grandes Navegações foram

possíveis devido ao desenvolvimento da cartografia, principalmente

com os portulanos que registravam as rotas, ao uso da bússola e do

astrolábio e pelo aperfeiçoamento das técnicas de construção de

embarcações.

3 3 – Portugal e Espanha, pioneiros na expansão marítima, ao

ajustarem-se para fornecer manufaturas de luxo para os países

europeus desenvolveram, respectivamente, o mercantilismo

comercial e o mercantilismo industrial.

4 4 – Uma das peças-chave do mercantilismo foi o sistema colonial.

A colonização era estabelecida em função das necessidades

metropolitanas e cumpria seu papel na medida em que contribuía

para a manutenção da balança comercial favorável, transferindo

lucros para a burguesia e para o Estado.

21 – (UFS – 2005) As grandes navegações foram importantes no

processo de conquista do mundo pela Europa. A partir dessa

época, a África, a América e a Ásia integraram-se a um mercado

mundial, dominado pelos europeus. Analise as afirmações

sobre fenômenos que levaram a essa integração.

0 0 – Dada a escassez de metais preciosos a Europa no século XV,

era fundamental para mercadores e armadores europeus

estabelecer uma relação comercial sem intermediários com a África

ocidental, na época a principal fonte produtora de ouro, além do sal,

pimenta e, mais tarde, de escravos negros.

1 1 – O colonialismo luso do fim do século XVI encontrou na Índia e

na China dois amplos mercados para a exploração. A Índia passou

a importar grande quantidade de tecidos de algodão e a China,

produtos manufaturados europeus.

2 2 – No século XVI, a conquista e ocupação da América pelos

espanhóis contribuiu para o crescimento demográfico da população

indígena, concentrada nas áreas de mineração e impôs o domínio

político e econômico dos criollos na região.

3 3 – A edificação do Império oriental português no século XVI

converteu o Oceano Atlântico em eixo econômico mundial, ligando

Lisboa aos principais centros do Oriente, atingindo, inclusive, a

China e o Japão.

4 4 – Embora não houvesse interesse específico nessa região do

Oceano Atlântico, a procura de novas terras no Ocidente, durante o

século XV, foi uma reação de Portugal ao tratado de Tordesilhas,

que o afastava da América.

22 – (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) No contexto da

América Portuguesa, existiram especificidades em relação à

conquista e à colonização de Sergipe. Identifique as afirmações

cujo conteúdo está relacionado a fatos do processo de

exploração portuguesa em Sergipe.

0 0 – O tipo de colonização do território de Sergipe, ao contrário do

que ocorreu em Pernambuco e na Bahia, baseou-se na pequena

propriedade de cultivo de alimentos e criação de animais para

garantir a subsistência dos habitantes do Nordeste.

1 1 – Uma das formas de os colonizadores garantirem a posse da

terra foi desenvolver a pecuária. Essa atividade produtiva era, no

início, a base da economia da capitania, com a finalidade de

abastecer o Recôncavo Baiano.

2 2 – Os proprietários da lavoura canavieira preferiram explorar o

trabalho dos africanos, como fizeram os latifundiários da Bahia,

devido aos acordos que realizaram com os jesuítas poupando os

índios do trabalho compulsório.

3 3 – Nos séculos XVII e XVIII, a atividade canavieira destacou-se

na economia de Sergipe, contribuindo para isso vários fatores,

dentre os quais o comércio com a Europa, que comprava o açúcar

produzido, e o solo e o clima propícios.

4 4 – Diferentemente de outras regiões da colônia, a conquista e a

colonização de Sergipe ocorreu sem conflitos sociais, pois a

estrutura colonial adotada permitia ganhos econômicos para as

diferentes classes sociais.

23 – (UFS – 2001) Analise as proposições sobre o Período

Colonial.

0 0 – A formação do povo brasileiro resultou da fusão de

portugueses, índios e africanos, realizada de forma desigual,

envolvendo dominação e escravidão.

1 1 – O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da coroa

portuguesa no século XV. Embora não houvesse interesse

especifico de expansão para o Ocidente a posse de terras no

Atlântico Oriental consolidava a hegemonia portuguesa no Oceano

Pacifico.

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251

2 2 – Com relação às populações indígenas brasileiras é correto

afirmar que quando os europeus chegaram aqui, encontraram uma

população ameríndia homogênea em termos culturais e lingüísticos,

distribuída ao longo da costa e da bacia dos rios Paraná-Paraguai.

3 3 – O escambo de pau-brasil intensamente praticado no litoral, foi

a primeira atividade importante que articulou estrangeiros e nativos

no século XVI.

4 4 – Quanto à utilização da mão-de-obra durante o primeiro século

da colonização, na região Nordeste do Brasil pode-se afirmar que os

negros africanos não tiveram nenhuma participação.

24 – (UFS – 2003) A implantação, pelos portugueses, de um

modelo administrativo no Brasil teve, entre outros, o objetivo

de impulsionar à colonização efetiva na nova terra. Analise as

afirmações abaixo sobre esse modelo.

0 0 – Embora o grande número de capitanias não tivesse sucesso, o

sistema de capitanias foi responsável pela efetiva colonização de

todo o litoral brasileiro, contribuindo para afastar a ameaça de

invasão e ocupação estrangeira na colônia portuguesa.

1 1 – Apesar de hereditárias, as capitanias não era, propriedades

privadas dos donatários, já que a legitima propriedade das terras era

atributo do Estado. Hereditário era tão-somente o poder do

donatário de administrar a capitania como província da Coroa.

2 2 – O Governo-Geral, criado para promover a centralização

administrativa da colônia, extinguiu o sistema de Capitanias

Hereditárias com o objetivo de enfraquecer o poder político local dos

donatários.

3 3 – Apesar de o Governo-Geral ter sido criado para impor a

centralização política em toda a colônia, na prática, o poder político

continuou descentralizado em todo o período colonial, pois

permaneceu concentrado nas mãos da elite latifundiária, classe

dominante da qual faziam parte os próprios donatários.

4 4 – Durante todo o período colonial as câmaras municipais

contribuíram com a criação de um pólo de poder local que

possibilitou, via Governo-Geral, a concentrar o poder político da

colônia nas mãos do Estado metropolitano.

25 – (UFS – 2009) Inserida nos quadros da política mercantilista, a

empresa agrícola instalada no Brasil só seria economicamente

viável se fosse suficientemente grande para produzir em larga

escala para os crescentes mercados internacionais. A produção em

larga escala, por sua vez, exigia o emprego de uma grande

quantidade de mão-de-obra. Em síntese, para que houvesse o

rápido retorno de capital aplicado na instalação, a empresa tinha de

ser de grande porte. (Francisco de Assis Silva. História do Brasil.

São Paulo: Moderna,1992. p.50) O texto contém informações que

explicam o fato de, no Brasil,

0 0 – a grande propriedade monocultora escravista ter sido a célula

fundamental da exploração agrária colonial.

1 1 – o interesse da burguesia mercantil em criar empresas

agrícolas nas regiões tradicionalmente mais pobres da colônia.

2 2 – a exploração agrária ter criado condições para a formação de

um mercado interno que promoveu a riqueza da colônia.

3 3 – a perspectiva de enriquecimento rápido, gerado pela

agroindústria, ter contribuído para a interiorização da colonização.

4 4 – o abastecimento das áreas da agroindústria ter impedido

outras atividades econômicas em várias regiões da colônia.

26 – (UFS – 2006) Considere o texto. A religião dos negros não era

o catolicismo. Por isso os padres queriam uma só religião: ser

católico de verdade, não faltar à devoção, ouvir missa nem que

fosse levado no empurrão. Assim ensinavam os negros a sofrer com

humildade. Pra não serem castigados, os negros obedeciam

embora contra a vontade a religião seguiam, mas dos seus cultos da

África eles nunca se esqueciam. Uns queriam ser católicos por

causa do cativeiro. Pois, o bem obediente podia ser jardineiro ou

ficar na casa grande servindo de cozinheiro. Só que aqui eles

adoram sem pensar nada de cá. Senhora da Conceição para eles é

Iemanjá, Santa Bárbara é Iansã, deuses que adoram lá. O que a

eles atrapalhava eram as muitas diferenças, porque mesmo lá na

África havia diversas crenças. (Jorge Pereira Lima. Raízes da

escravidão. São Paulo: Paulinas, 1982, p. 33-8)

Na sociedade atual ampliou-se o debate sobre a história dos

afro-brasileiros. O texto expressa aspectos importantes acerca

dessa história durante a vigência da relação de produção

escravista na América portuguesa. A partir do conhecimento

histórico e da análise do texto é possível afirmar que:

0 0 – Os padres contribuíram na manutenção da dominação

metropolitana na América portuguesa inclusive quando usavam os

princípios religiosos para confortar espiritualmente os escravos.

1 1 – O texto revela a construção do que se tornou conhecido por

sincretismo religioso principalmente em razão da resistência dos

escravos em assimilar os valores da religião cristã.

2 2 – Os jesuítas, por representarem a Igreja católica, tinham

poderes para intervir na organização social da colônia, podendo

educar os africanos de forma autônoma e priorizando seus valores

culturais.

3 3 – Os senhores preferiam comprar escravos da mesma cultura e

idioma, para que os mesmos pudessem se comunicar, melhorando

dessa forma a organização do plantio de cana e a produção de

açúcar nas fazendas.

4 4 – Os escravos africanos resistiram como puderam à destruição

de sua cultura, mantendo inclusive valores e costumes mesmo que

essas manifestações fossem representadas de acordo com as

exigências dos colonizadores.

27 – (UFS – 2006) Considere as palavras de Maurício de Nassau,

no trecho da peça de teatro. Nós, flamengos, dobramos a espinha

do poderio marítimo luso-castelhano e rompemos o monopólio de

especiarias das índias que lhes tinha sido entregue por encíclica

papal. Isso só nos foi possível através dos nossos Estados Gerais,

da Companhia das Índias e da nova mentalidade que nos trouxe a

Reforma Protestante. Mas mesmo assim não vim trazer uma política

de repressão. Reduzirei os impostos. Abrirei crédito para os

lavradores. Garantirei a portugueses e brasileiros igualdade de

direitos com os súditos das Províncias Unidas. E os moradores que,

por desgraça de guerra, tiveram perdido suas casas e plantações

têm a minha autorização para reocupá-las. (Chico Buarque e Rui

Guerra. Calabar, o elogio da traição. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1975. p. 52-3)

Os holandeses estabeleceram sua dominação sobre uma região

que abrangeria desde o litoral do Maranhão até Sergipe. Analise

o texto e relacione-o aos aspectos históricos do chamado

Brasil holandês.

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252

0 0 – A administração holandesa procurou normalizar a produção

açucareira por meio da política de concessão de empréstimos aos

senhores de engenho com o objetivo de promover o aumento da

produtividade.

1 1 – Em razão da posição geográfica, Sergipe tornou-se um campo

de batalha entre portugueses e holandeses provocando destruição

na cidade de São Cristóvão, que não foi reconstruída pelos

holandeses.

2 2 – Os engenhos de açúcar de Sergipe foram beneficiados pela

política de reconstrução econômica estabelecida pelos holandeses

gerando riquezas que foram investidas na urbanização da capital

dessa província.

3 3 – A companhia do comércio foi o modo pelo qual a Holanda

penetrou no comércio colonial e provocou o rompimento do

monopólio ibérico na distribuição de produtos com grande aceitação

comercial na Europa.

4 4 – Por serem calvinistas, os holandeses perseguiram e

condenaram os que professaram os dogmas estabelecidos pela

doutrina católica e obrigaram os portugueses e índios a seguirem

suas concepções religiosas.

28 – (UFS-2004) O processo de conquista e colonização de

Sergipe estava inserido dentro do contexto geral da

colonização do Brasil colonial, guardadas as devidas

especificidades. Analise as afirmações sobre aspectos sociais,

políticos e econômicos desse processo.

0 0 – Os portugueses realizaram a efetiva colonização do território

de Sergipe no final do século XVI, em razão, dentre outros fatores,

da exploração que os franceses faziam do pau-brasil e do trabalho

indígena no litoral sergipano.

1 1 – Diferentemente de outras regiões do Brasil, Sergipe sempre

teve administradores indicados diretamente pela Coroa portuguesa,

que adotava essa medida como forma de garantir a autonomia

política desta capitania.

2 2 – O primeiro século da colonização sergipana teve na pecuária

sua principal riqueza, sendo esta objeto de disputas entre os

senhores de terra locais e o governo da Bahia, que procurava tirar

proveito econômico dos rebanhos.

3 3 – As missões dos jesuítas realizaram o trabalho de catequese

junto aos índios da região, que, em razão disso, foram poupados do

trabalho escravo, tendo boas relações com os colonizadores.

4 4 – No final do século XVI e no século XVII, para atender aos

interesses da política econômica da metrópole, Sergipe desenvolveu

predominantemente a cultura de exportação do algodão, do açúcar

e do fumo.

29- (UFS-2010) Considere o texto abaixo.

No início do século XVII os holandeses controlavam praticamente

todo o comércio dos países europeus realizado por mar. Distribuir o

açúcar pela Europa sem a cooperação dos comerciantes

holandeses evidentemente era impraticável. Por outro lado, estes de

nenhuma maneira pretendiam renunciar à parte substancial que

tinham nesse importante negócio, cujo êxito fora em boa parte obra

sua. A luta pelo controle do açúcar torna-se destarte, uma das

razões de ser da guerra sem quartel que promovem os holandeses

contra a Espanha. E um dos episódios dessa guerra foi a ocupação

pelos batavos, durante um quarto de século, de grande parte da

região produtora de açúcar no Brasil. (Celso Furtado. Formação

econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 1969, p. 19-20)

Analise as afirmações que trazem informações sobre Sergipe,

relacionadas ao acontecimento da história colonial brasileira a

que o texto faz referência. Em

0 0 – 1624, a esquadra holandesa chegou até a cidade de São

Cristóvão, motivo pelo qual o governador Diogo de Mendonça,

distribuiu a população pelos pontos estratégicos da cidade, a fim de

resistir ao ataque.

1 1 – 1637, para desalojar as tropas do governo luso-espanhol,

chefiados pelo conde de Bagnuoli e arrebanhar gado, os holandeses

invadiram São Cristóvão, incendiando o que tinha restado da

cidade.

2 2 – 1641, apesar de suspensas as hostilidades no Brasil, devido à

Restauração Portuguesa, o conde João Maurício de Nassau-Siegen

fez com que os holandeses ocupassem a região de Sergipe até o

Rio Real.

3 3 – 1645, o governador holandês, conde de Nassau-Siegen,

decidido a realizar uma administração com êxito militar, determinou

o apresamento de navios carregados de açúcar ancorados no porto

de São Cristóvão.

4 4 – 1654, os holandeses solicitaram a suspensão das hostilidades,

tendo assinado a rendição final com o comprometimento dos

vencedores herdarem as propriedades dos vencidos.

30 – (UFS-2000) Analisa as proposições abaixo.

0 0 – Aracaju, fundada em 1855, primeira cidade planejada do país,

tem papel importante na resistência contra os franceses no Período

Colonial.

1 1 – A existência de algumas áreas inadequadas à plantação de

cana-de-açúcar no litoral sergipano favoreceu o surgimento das

primeiras criações de gado.

2 2 – Sergipe, no Período Colonial, tornou-se então um fornecedor

de animais de tração para a Bahia e Pernambuco.

3 3 . Sergipe ficou quase indiferente a movimentos libertários como,

por exemplo, a Revolução de 1817.

4 4 – Economicamente, Sergipe só ganharia alguma expressão com

o advento da República, e assim mesmo depois da virada do século,

com o aumento de sua participação no conjunto das exportações,

através da criação de fábricas de tecidos, para atender à demanda

de um mundo convulsionado pela Segunda Guerra Mundial.

31. (UFS-2009) O "sergipano antes de ser agricultor foi pastor‖; pois

antes mesmo de Sergipe ser colonizado, fazendeiros baianos já

aproveitavam as águas do Rio Real para matar a sede do gado e

criar rebanhos nas imediações do mesmo. (Felisbelo Freire,

historiador de Sergipe (pt.wikipedia.org/wikil História_de_Sergipe -

22k)

Analise as afirmações sobre a colonização a que o texto faz

referência.

0 0 – A invasão de piratas franceses para contrabandear pau-brasil,

tornou urgente a colonização portuguesa da região de Sergipe, pois,

além de bloquear a ação dos invasores, a conquista das terras

facilitaria a comunicação com a importante região de Pernambuco.

1 1 – O trabalho de catequese das missões jesuíticas foi

responsável pelo sucesso das primeiras tentativas de colonização

das terras sergipanas pois, além de enfraquecer a resistência dos

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253

nativos à ocupação, evitou a destruição de muitos dos aldeamentos

indígenas existentes na região.

2 2 – As expedições de piratas franceses estabeleceram contato

com as tribos do litoral sergipano por meio do escambo, ou seja,

troca de objetos por pau-brasil. Esta relação entre franceses e

índios, ao contrário da relação hostil empreendida pelos

colonizadores portugueses, ocorria de forma amistosa.

3 3 – Com a crescente colonização de Sergipe tem inicio a criação

de gado que, com os holandeses, torna-se a base da economia da

capitania, pois, diferentemente dos portugueses, reiniciaram o

processo de povoamento e incentivaram a recuperação econômica

da região ocupada.

4 4 – Com a ocupação do território sergipano, a capitania passou a

se dedicar à criação de gado, facilitada pelos rios na região e

fornecendo carne bovina e animais de carga para as capitanias

vizinhas. Isso permitiu que as capitanias da Bahia e Pernambuco se

dedicassem prioritariamente à produção canavieira.

QUESTÕES DE MULTIPLA ESCOLHA

01- (Uece-Adaptada) Por muito tempo, os historiadores

acreditavam que deveriam e poderiam reproduzir os fatos “tal

como haviam ocorrido”. Dentre as características do

conhecimento histórico que assim produziam, podemos

apontar corretamente:

a) ao privilegiarem a realidade dos fatos, os historiadores

esperavam produzir um conhecimento científico, que analisasse os

processos e seus significados.

b) era uma história linear, cronológica, de nomes, fatos e datas, que

pretendia uma verdade absoluta, expressão da neutralidade o

historiador.

c) como se percebeu ser impossível chegar a verdadeira face do

que “realmente aconteceu”, todo o conhecimento histórico ficou

marcado pelo relativismo total.

d) os fatos privilegiados seriam aqueles poucos que eram

amplamente documentados, como as festas populares e a cultura

das pessoas comuns.

e) os historiadores produziam conhecimento sem preocupação com

a cronologia ou neutralidade.

02 – (UFPE -2001) Alguns historiadores afirmam que a História

iniciou quando a humanidade inventou a escrita. Nessa

perspectiva, o período anterior à criação da escrita é

denominado Pré-História. Sobre esse assunto assinale a

alternativa correta.

a) A História e a Pré-História só podem se diferenciar pelo critério da

escrita. Logo, aqueles historiadores que não concordam com esse

critério estão presos a uma visão teológica da História.

b) Esta afirmação não encontra qualquer contestação dos

verdadeiros historiadores, pois ela é uma prova irrefutável de que

todas as culturas evoluem para a escrita.

c) Os historiadores que defendem a escrita como único critério que

diferencia a História da Pré-História reafirmam a tradição positivista

da História.

d) A escrita não pode ser vista como critério para distinguir a

História da Pré-História, pois o aspecto econômico é considerado

um critério muito mais importante.

e) Os únicos historiadores que defendem a escrita como critério são

os franceses, em razão da influência da filosofia iluminista.

03– (UFRS-2006) A denominação "Revolução Neolítica",

cunhada nos anos 60 pelo arqueólogo Gordon Childe, refere -se

a uma série de intensas transformações. Entre essas

mudanças, é correto citar:

a) a criação do poder político centralizado associado ao domínio do

poder religioso.

b) o desenvolvimento de conglomerados urbanos baseados no

trabalho escravo.

c) a instituição privada das terras, com o cultivo de cereais e a

criação de animais.

d) o surgimento da divisão natural do trabalho, com a atribuição de

papel produtivo relevante à mulher.

e) a transição da economia de subsistência para uma economia

industrial.

04- (FATEC - 2004) - Sobre os povos dos sambaquis, é incorreto

afirmar que:

a) sendo nômades, ocuparam a faixa amazônica, deslocando-se,

durante milhares de anos, do Marajóa Piratininga;

b) sedentários, viviam da coleta de recursos marítimos e de

pequenas caças;

c) as pesquisas arqueológicas demonstram que tais povos

desenvolveram instrumentos de pedra polida e de ossos;

d) na chegada dos primeiros invasores europeus, esses povos já se

encontravam subjugados por outros grupos sedentários;

e) esses povos viveram na faixa litorânea, entre o Espírito Santo e o

Rio Grande do Sul, basicamente dos recursos que o mar oferecia.

05- (Unesp – 2004) - A chamada "Civilização" ou "Império

Asteca" floresceu na região do atual planalto mexicano, até ser

vitimada pelo processo de colonização espanhol. Sobre os

astecas, é correto afirmar que

a) comercializavam mercadorias nas cidades, mas desconheciam o

uso generalizado do dinheiro.

b) praticavam a ciência astronômica, mas desconheciam a escrita

hieroglífica.

c) conheciam a agricultura produtiva, mas desconheciam a

tecelagem e a ourivesaria.

d) conheciam a escrita, mas desconheciam a arquitetura de forma

piramidal.

e) Cuzco foi a capital de seu Império.

06 – (UFPE) Do Oriente Antigo, duas civilizações se

destacaram, aparecendo sempre como as mais importantes no

estudo das sociedades antigas. Egito e Mesopotâmia

assemelham-se em muitos aspectos históricos, mas não

podemos negar as suas peculiaridades. Considerando a

informação sobre essas duas civilizações, assinale a alternativa

correta.

a) Havia constantemente cultos aos deuses da fertilidade, com o

objetivo de aumentarem a sua produção agrícola e o comércio local.

b) O faraó e o rei eram considerados deuses, devendo suas

populações prestar-lhes obediência e culto divino.

c) As duas civilizações destacaram-se ao mesmo tempo na

Matemática, Física, Medicina, Astrologia e Astronomia.

d) Por haver um grande desenvolvimento literário e cultural nas

duas civilizações, a maioria da população sabia ler e escrever.

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254

e) Viviam em regiões predominantemente desérticas e

montanhosas, por isso estavam muito ligadas aos seus rios,

considerados como uma riqueza nacional.

07 – (UFS-SE) As sociedades orientais da Antigüidade,

especialmente a egípcia e a mesopotâmica, desenvolveram-se

em regiões semi-áridas, que necessitam de grandes obras

hidráulicas para cultivo agrícola. Nessas sociedades:

a) desenvolveu-se o modo de produção escravista intimamente

relacionado ao caráter bélico e expansionista desses povos. b) o

estado constituía o principal instrumento de poder das camadas

populares, assegurando e ampliando seu domínio sobre os outros

grupos.

c) a superação das comunidades levou ao surgimento da

propriedade privada e, conseqüentemente, à utilização da mão-de-

obra escrava.

d) predominava a servidão coletiva, em que o indivíduo explorava a

terra como membro da comunidade e servia ao estado, proprietário

absoluto dessa terra.

e) a produção de excedentes, necessária à intensificação das trocas

comerciais e para o progresso econômico, era garantida pela ampla

utilização do trabalho livre.

8 – (PUC-SP) Na História, os sumérios são necessariamente

associados quando se estuda(m):

a) a evolução econômica da civilização fenícia.

b) a base cultural das civilizações mesopotâmicas.

c) o caráter medicinal das religiões africanas.

d) a tendência beligerante dos povos árabes.

e) as raízes culturais das civilizações do Extremo Oriente.

09 – (FCC-BA) Assinale, de acordo com o código:

I – O Cisma foi a divisão da monarquia israelita em dois reinos:

Israel e Judá.

II – O apogeu da monarquia israelita ocorreu durante o reinado

de Salomão.

III – O período dos Juízes representa uma transição da

descentralização para a centralização política.

a) Somente a proposição I está correta.

b) As proposições I e II estão corretas.

c) Todas as proposições estão corretas.

d) As proposições I e III estão corretas.

e) n.d.a.

10 – (UCB-DF) "Sabemos que os poderosos têm medo do

pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo

mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem

e nos fazem acreditar que elas são. Para os poderosos de Atenas,

Sócrates tornara -se um perigo, pois fazia a juventude pensar."

(CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. p. 38.)

Segundo essa afirmação, podemos concluir que:

a) a sociedade ateniense da época de Sócrates era marcada pela

educação militarista e exigia a total subordinação dos jovens aos

mais velhos.

b) o caráter autoritário que predominou na Grécia Antiga impunha

que os indivíduos com ideias contrárias ao governo fossem

severamente punidos.

c) os representantes da elite grega eram geralmente pessoas com

poucos conhecimentos e nutriam intenso medo dos que sabiam

mais que eles.

d) os filósofos como Sócrates questionam a realidade e instigam o

livre pensamento a ponto de colocar em dúvida verdades

preestabelecidas.

e) o exercício do governo democrático, como no caso de Atenas, é

dificultado pela existência de pessoas que discordam do que é

assumido pelos governantes como sendo verdadeiro.

11. (PUCPR – 2010/2) Duas civilizações precederam a Grécia

helênica: a minoica e a micênica. Os cretenses, ou minoicos,

não eram gregos, nem falavam o idioma grego, mas tiveram

uma influência significativa e duradoura sobre esse continente.

Sobre a civilização minoica marque a alternativa CORRETA:

a) A civilização minoica renasceu a partir da chamada Idade das

Trevas, uma era entre a extinta civilização micênica e o apogeu dos

cretenses.

b) O centro das civilizações minoicas eram palácios maravilhosos,

ricamente construídos, o que era um forte indício da riqueza e poder

de seus reis.

c) A civilização minoica investiu no desenvolvimento do pensamento

ético-religioso a partir de uma religião monoteísta.

d) Felipe II da Macedônia contribuiu para a conquista da civilização

minoica pelos gregos.

e) A conquista da civilização micênica pelos minoicos ou cretenses

é contemporânea à implantação da democracia por Clístenes.

12- (UNESP) A ocupação da Grécia pelos indoeuropeus ocorreu

no contexto das grandes migrações. E a expansão colonizadora

subsequente decorreu da conjugação de vários fatores:

1- Mudança no regime de propriedade, crescimento demográfico e

lutas políticas.

2- Solo árido e pouco irrigado.

3- Espírito de empreendimentos desenvolvido pelo influxo da cultura

romana.

4- Crescimento do comércio e procura de alimentos fora do

continente.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estão incorretas.

b) se todas as afirmativas estão corretas.

c) se as afirmativas 1, 2 e 4 estão corretas.

d) se apenas a afirmativa 3 está correta.

e) se apenas a afirmativa 2 está correta.

13 – (Amazonas-AM) A civilização grega nos legou a noção de

cidadania e a romana a de Direito, razão pela qual estão nos

fundamentos da cultura ocidental. No entanto, ambas

sucumbiram às suas próprias contradições. A civilização grega,

nos séculos V e IV a.C., envolveu-se em intermináveis guerras,

enquanto o Império Romano mergulhou em uma grave crise no

século III d.C. Sobre as guerras gregas e a crise romana, é

correto afirmar que:

a) as Guerras Médicas enfraqueceram a aliança entre as ligas de

Delos e do Peloponeso, permitindo o domínio persa; a crise romana

enfraqueceu as fronteiras do Império, permitindo as invasões

bárbaras.

b) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo

o domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu o campesinato,

levando ao êxodo rural.

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c) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo

o domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu as fronteiras do

Império, permitindo as invasões bárbaras.

d) as guerras gregas foram motivadas pela rivalidade entre as

cidades-Estado; a crise romana foi motivada pelo excesso de

escravos nos latifúndios.

e) as guerras gregas foram motivadas pela desagregação das

comunidades gentílicas; a crise romana foi motivada pela falta de

escravos nos latifúndios.

14 – (UAB/SE – 2008) A civilização romana teve grande espaço

político nos tempos da Antigüidade. Venceu, dominou,

governou povos de diferentes culturas. Entre suas

contribuições para o mundo ocidental, destacam-se:

a) os seus feitos militares, marcados pelo respeito à cultura dos

povos conquistados.

b) as formulações dos seus códigos de leis, até hoje expressivos

para a sociedade.

c) as importantes reflexões filosóficas, nas quais prevaleceram os

princípios platônicos.

d) as grandes obras literárias, embora sem influências de mitos do

mundo grego.

e) as obras arquitetônicas, que, sem influência de outras

civilizações, homenageavam os governantes.

15- Cesarismo/cesarista são termos utilizados para caracterizar

governantes atuais que, à maneira de Júlio César (de onde o nome),

na antiga Roma, exercem um poder

a) teocrático.

b) democrático.

c) aristocrático.

d) burocrático.

e) autocrático.

16 – (UFMG) É comum usarmos a expressão “discussão

bizantina” quando nos referimos a um debate que focaliza

questões sobre as quais não podemos obter conclusões

baseadas em certezas. A origem histórica dessa expressão

encontra-se:

a) na prática das heresias, comum no Império Bizantino, que gerava

divergências que acabavam em guerras sangrentas. Aqueles que

perdiam a guerra tinham de aceitar sem questionar a opinião

defendida pelo lado vencedor.

b) no fato de os sábios bizantinos, que se transferiram para as

cidades italianas, terem sido os responsáveis pelo florescimento do

Renascimento, movimento caracterizado pelo grande debate em

torno de questões filosóficas e artísticas. c) nas freqüentes

discussões travadas pelos sábios bizantinos a respeito de

problemas controversos, como a verdadeira natureza de Jesus ou a

presença do Espírito Santo nas imagens sacras.

d) nas dificuldades de entendimento entre os pensadores bizantinos,

uma vez que aquele Império adotava dois idiomas – o latim e o

grego -, situação que gerava enormes confusões e mal-entendidos.

e) na censura praticada pelo basileu, que proibia em todo o território

bizantino qualquer tipo de discussão, temendo que os

questionamentos pudessem pôr em risco o seu poder.

17- (PUC/SP 2004) - O Islã, criado a partir da pregação religiosa

de Maomé no início do século VII, adquiriu claro significado

político com a hégira, migração de Maomé e seguidores de

Meca para Medina. As relações do Islã com outras religiões e

com o Ocidente foram marcadas:

a) pela capacidade de diálogo e integração, da qual a missa

ecumênica é um exemplo, uma vez que os princípios islâmicos

apresentam-se como síntese do judaísmo e do catolicismo.

b) apenas por conflitos, dos quais a jihad, ou guerra santa, é um

exemplo, uma vez que os próprios princípios islâmicos determinam

a guerra contra judeus e cristãos.

c) pela expansão territorial e militar do islamismo da qual a

conquista da península ibérica é um exemplo, uma vez que os

princípios islâmicos pregam a necessária difusão de suas crenças.

d) apenas por negociações entre chefes religiosos e políticos, das

quais os encontros no Vaticano são o melhor exemplo, uma vez que

os princípios islâmicos defendem prioritariamente o entendimento e

a submissão.

e) pela influência de técnicas e de conhecimentos do Ocidente

sobre o Oriente, da qual as interferências lingüísticas são um

exemplo, uma vez que os princípios islâmicos pregam a

ocidentalização do mundo.

18 – (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de

grande importância na unidade árabe, tem como fundamento:

a) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o

principal é Alá.

b) o culto aos santos e profetas através de imagens e ídolos.

c) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a

negação de uma vida pós-morte.

d) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo,

observado por Maomé entre os povos que seguiam essas religiões.

e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes,

não podendo ser professado pelos povos inferiores.

19 – (FASP-SP) “Quando vós encontrardes infiéis, matai-os a

ponto de fazer uma grande carnificina e apertai as correntes

dos cativos. Quando cessar a guerra, vós os colocareis em

liberdade ou os entregareis mediante um resgate. Agi assim. Se

Alá o desejar, ele mesmo triunfará sobre eles. Mas ele vos

manda combater para vos pôr à prova”. O texto acima, extraído

do Corão, ilustra o pensamento que norteava:

a) as cruzadas.

b) a Guerra Santa.

c) a peregrinação a Meca.

d) a perseguição aos muçulmanos.

20 – (FGV-SP) O sistema feudal caracterizava -se:

a) pela inexistência do regime de propriedade da terra, predomínio

da economia de comércio e organização da propriedade pública.

b) pelo cultivo da terra por escravos, com produção intensiva e

grandes benefícios para os vassalos.

c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos

vilões nas pequenas propriedades senhoriais.

d) pela divisão da terra em pequenas propriedades e utilização de

técnicas avançadas de cultivo.

e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e

bases essencialmente agrárias.

21- “A instituição das corveias variava de acordo com os domínios

senhoriais, e, no interior de cada um, de acordo com o estatuto

jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”

(Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952).

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256

Esta frase sobre o feudalismo trata

a) da vassalagem.

b) do colonato.

c) do comitatus.

d) da servidão.

e) da guilda.

22- (PUCPR – 2010) A peste negra matou mais da metade da

população europeia em meados do século XIV. Causada pela

bactéria Yersinia pestis, a doença representou uma ameaça às

áreas mais pobres e infestadas de ratos.

A partir do contexto das adversidades vividas na Europa desse

período, marque a alternativa CORRETA:

a) Esse período também é marcado pelo fortalecimento do poder e

do prestígio do papado. O ideal medieval de uma comunidade cristã

unificada e guiada pelo papa foi reforçado.

b) Marca esse período a assinatura do Tratado de Verdun, que

acabou com o reino construído por Carlos Magno.

c) A peste negra influenciou, positivamente, o fortalecimento do

poder dos senhores feudais e marcou o declínio das atividades

comerciais.

d) O pensamento escolástico de Santo Agostinho (1225-1274)

predomina nesse contexto em

detrimento da perspectiva cristã de São Tomás de Aquino (354-

430).

e) Pertence a esse período a série de conflitos conhecida como

Guerra dos Cem Anos (1337- 1453). Entre franceses e ingleses,

essa guerra se iniciou no século XIV, perdurando até o século XV, e

contribuiu para a formação dos Estados Nacionais inglês e francês.

23 – (UAB/SE – 2008) A Igreja Católica foi a grande instituição

do mundo ocidental medieval. Sua atuação nesses tempos:

a) foi marcadamente religiosa, deixando de lado as questões

políticas do período.

b) conseguiu articular-se com muitos projetos políticos da nobreza.

c) teve pleno êxito no fim às heresias da época, sobretudo, por não

sofrer contestações.

d) trouxe renovação religiosa importante, o que se evidenciou no

combate às injustiças e ao paganismo.

e) contou a indiferença da nobreza, mas obteve a colaboração dos

camponeses mais pobres.

24- (Unesp – 2004) - A partir do século XVI, a Europa assistiu ao

surgimento de novas religiões cristãs, que rompiam com dogmas e

procedimentos da Igreja Católica, como o protestantismo luterano, o

calvinista e o anglicano. Em que pesem as diferenças entre elas,

essas novas formas do cristianismo têm também elementos que as

aproximam uma das outras.

Um desses elementos é

a) o apoio às revoltas camponesas.

b) a ausência de hierarquia eclesiástica.

c) a tolerância em relação às demais religiões cristãs.

d) a afirmação da primazia da Igreja sobre o Estado.

e) a celebração dos cultos nas línguas faladas pelos fiéis.

25 – (UNIRIO-1997) No século XVI, diversos movimentos

reformistas de caráter religioso eclodiram na Europa. Sobre

esses movimentos é correto afirmar que o:

a) Humanismo foi o primeiro movimento reformista que criticou os

abusos contidos nas práticas da Igreja Católica, propondo a

submissão do Papa ao poder secular dos imperadores e reis.

b) Luteranismo difundiu-se rapidamente entre os segmentos servis

da Alemanha e das regiões nórdicas, pois pregava a insubordinação

e a luta armada dos camponeses contra a nobreza senhorial e o

clero, aliados políticos nessas regiões.

c) Calvinismo significou um recrudescimento das concepções e

práticas reformistas, pois criticou os valores burgueses através da

condenação do empréstimo de dinheiro a juros e do trabalho

manual.

d) Anglicanismo reforçou a autoridade do Vaticano na Inglaterra com

a promulgação do Ato de Supremacia, por Henrique VIII, que

devolveu os bens e as propriedades do clero católico confiscados

pela nobreza inglesa.

e) Concílio de Trento marcou a reação da Igreja à difusão do

Protestantismo, reafirmando os dogmas católicos e fortalecendo os

instrumentos de poder do papado, tais como o Tribunal do Santo

Ofício e a criação do índice de Livros Proibidos.

26 – (ESPM-SP) A 27ª tese de Martinho Lutero afirmava: "Pregam

doutrina puramente humana os que dizem que 'logo que o dinheiro

cai na caixa a alma se liberta'." (In: FREITAS, Gustavo de. 900

textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976. v. 2, p.

165.)

Com essa tese, Lutero:

a) reafirmava a salvação da alma pela fé e pelas boas obras,

contrariando o dogma católico que determina a salvação

unicamente pela fé.

b) criticava a centralização das decisões religiosas nas mãos do

papa e propunha a formação de um grande tribunal de discussão

teológica.

c) defendia o fim da Igreja Católica, que se encontrava mergulhada

em inúmeros escândalos de corrupção financeira.

d) criticava a venda de indulgências praticada por muitos padres,

que afirmavam que as doações de riquezas à Igreja salvariam a

alma dos doadores e de seus parentes.

e) propunha o fim das promoções eclesiásticas baseadas no critério

da riqueza pessoal ou familiar dos padres promovidos.

27 – (UFF-RJ) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em

1500, é considerada um dos documentos fundadores da Terra

Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura

renascentista, dentre os quais se destaca:

a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso,

tendo em conta sua antropofagia.

b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo

Renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos

trópicos uma civilização católica e moderna.

c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso

devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir. d) a

observação da natureza e do homem do Novo Mundo como

resultado da experiência da nova visão de homem, característica do

século XV.

e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que

foi projetado por Deus na Gênese.

28 – (UFMG) O mercantilismo foi um conjunto de doutrinas e

práticas econômicas que vigoraram na Europa desde a metade do

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século XV até meados do século XVIII, sendo vital para a

acumulação capitalista.

A respeito desse contexto, podemos afirmar que:

a) Inglaterra e França foram as nações pioneiras nas grandes

navegações impulsionadas pelas novas descobertas científicas e

pela centralização administrativa, proporcionada pelo Estado

absolutista, responsável pelo combate aos contrabandistas e aos

piratas espanhóis e portugueses.

b) por meio da produção de artigos manufaturados, Portugal se

firmou como a maior potência do final do século XVII, enquanto a

Inglaterra, restrita à acumulação de ouro e prata extraídos de suas

colônias, ficou dependente da importação de manufaturados.

c) a colonização, sustentada pela grande utilização de trabalho

escravo de índios e negros nas chamadas colônias de povoamento,

foi vital para o acúmulo de capitais naquele momento, quando

Portugal e Espanha incentivaram a produção manufatureira e o

comércio interno.

d) com o intervencionismo estatal e o protecionismo, o Estado

moderno estimulava o progresso burguês e evitava a concorrência

comercial de países vizinhos, fixando tarifas alfandegárias,

controlando preços e dificultando a importação de produtos

concorrentes.

29 – (PUC -SP) Quem quer passar além do Bojador, / Tem que

passar além da dor. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas

nele é que espalhou o céu. PESSOA, Fernando. Mar português. In:

Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960. p. 19.

O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima

portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:

a) ”Bojador” é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo

significa encontrar o caminho para o Oriente.

b) a “dor” representa as doenças desconhecidas dos europeus, mas

existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.

c) o “abismo” refere-se à crença, então generalizada, de que a Terra

era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem

os navios.

d) a menção a “Deus” indica a suposição, à época, de que o Criador

era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria os

navegadores.

e) o “mar” citado é o Oceano índico, onde estão localizadas as

Índias, objetivo principal dos navegadores.

30 – (PUC -MG) O expansionismo marítimo europeu, nos

séculos XV-XVI, gerou uma autêntica "Revolução Comercial",

caracterizada por, exceto:

a) incorporação de áreas dos continentes americano e africano às

rotas tradicionais do comércio.

b) ascensão das potências mercantis atlânticas, como Portugal e

Espanha.

c) afluxo de metais preciosos da América para o Oriente, resultante

do escambo de mercadorias. d) deslocamento parcial do eixo

econômico do Mediterrâneo para o Atlântico.

e) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos

italianos.

31- (PUC/SP 2004) - "Numa época em que ouvir valia mais do que

ver, os olhos enxergavam primeiro o que se ouvira dizer; tudo

quanto se via era filtrado pelos relatos de viagens fantásticas, de

terras longínqüas, de homens monstruosos que habitavam os

confins do mundo conhecido." (MELLO E SOUZA, Laura de. O

diabo na Terra de Santa Cruz.São Paulo, Companhia das Letras,

1986, p. 21-2)

O fragmento acima refere-se à chegada dos europeus à

América. É possível identificar a tendência a que a autora se

refere:

a) na divisão político-administrativa em capitanias hereditárias e na

proposta posterior de governos gerais.

b) em documentos e cartas que detalhavam as ações e interesses

na produção açucareira do nordeste brasileiro.

c) na negociação que definiu o limite entre as áreas de colonizações

portuguesa e espanhola na América do Sul.

d) em desenhos, pinturas e relatos de viajantes que mostravam

animais e plantas inexistentes no Brasil.

e) em inúmeras tentativas de invasão do Brasil colonial por outros

países europeus, especialmente a França.

32 – (FUVEST-2003) Os portugueses chegaram ao território,

depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da

terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até então,

a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se

aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação

de núcleos de povoamento.

b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a

presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com

expedições bélicas.

c) as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente,

onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas.

d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos

indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul

atlântica.

e) a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o

recrutamento de funcionários administrativos.

33- (PUC-Campinas-SP) Os Governos Gerais foram instituídos

como a única solução político-administrativa viável para a

colonização efetiva do Brasil, na segunda metade do século

XVI, porque:

a) a instituição do sistema, em 1548, suprimiu definitivamente a

divisão da colônia em capitanias hereditárias.

b) o Governo Geral representava a centralização político-

administrativa da colônia, que se tornava imperativa, pelo sucesso

da maioria das capitanias hereditárias.

c) o risco crescente, criado com a autonomia excessiva das

capitanias hereditárias, levou o Estado metropolitano a organizar o

Governo Geral para substituí-las.

d) o governo centralizado na colônia correspondia melhor à

definição absolutista do próprio governo metropolitano.

e) o Governo Geral constituía-se, em nível político, como um

regime descentralizado e, em nível econômico, como uma grande

empresa particular, estando à sua frente o governador, o único

responsável pelo investimento inicial e pelo incentivo à produção.

34- (Uece) "A armada de Martim Afonso de Sousa, que deveria

deixar Lisboa a 3 de dezembro de 1531, vinha com poderes

extensíssimos, se comparados aos das expedições anteriores, mas

tinha como finalidade principal desenvolver a exploração e limpeza

da costa, infestada, ainda e cada vez mais, pela atividade dos

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258

comerciantes intrusos." (HOLANDA, Sérgio Buarque de. As

Primeiras Expedições.São Paulo, DIFEL, 1960. p. 93.)

Com base nesta citação, assinale a alternativa que indica

corretamente os principais objetivos das primeiras expedições

portuguesas às novas terras descobertas na América:

a) expulsar os contrabandistas de pau-brasil e combater os

holandeses instalados em Pernambuco.

b) garantir as terras brasileiras para Portugal, nos termos do Tratado

de Tordesilhas, e expulsar os invasores estrangeiros.

c) instalar núcleos de colonização estável, baseados na pequena

propriedade familiar, e escravizar os indígenas.

d) estabelecer contatos com as civilizações indígenas locais e

combater os invasores franceses na Bahia.

35 – (UAB/SE – 2008) A colonização portuguesa não aconteceu

sem a resistência de muitos grupos de colonos que lutaram

pela emancipação do Brasil. A Rebelião de 1817 é um exemplo

do desejo de mudanças dos colonos. Na Rebelião de 1817, em

Pernambuco, houve:

a) combates militares contra as tropas portuguesas, que garantiram,

por uma década, a existência de um governo local.

b) a propagação das ideias liberais do século XVIII e uma grande

luta contra os males da escravidão.

c) a participação expressiva do clero pernambucano, que defendia

as ideias vindas do Iluminismo.

d) a ajuda de tropas de São Paulo e do Rio de Janeiro aos rebeldes,

o que colaborou para a derrota de Portugal.

e) a influência dos comerciantes na liderança do movimento, os

quais aderiram por inteiro ao fim da escravidão.

36 – (UFUb -MG) A colonização portuguesa no Brasil é

caracterizada por uma ampla empresa mercantil. É o próprio

Estado metropolitano que, em conjugação com as novas forças

sociais produtoras, ou seja, a burguesia comercial assume a

tarefa da colonização das terras brasileiras. A partir daí dois

elementos – Estado e burguesia – passam a ser os

agenciadores coloniais e, assim, a política definida com relação

à colonização é efetivada, através de alguns elementos básicos

que se seguem; dentre eles apenas um não corresponde ao

exposto no texto. Assinale-o.

a) A preocupação básica será a de regular a área do império

colonial face às demais potências européias.

b) O caráter político da administração se fará a partir da metrópole,

e a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo.

c) O vértice do sistema colonial, seu elemento definidor, reside no

monopólio comercial.

d) A função histórica das colônias será proeminente no sentido de

acelerar a acumulação do capital comercial pela burguesia mercantil

européia.

e) A produção, gerada dentro das colônias, estimula o seu

desenvolvimento e atende às necessidades de seu mercado interno.

37. (UFSCar-SP) Sobre a economia e a sociedade do Brasil no

período colonial, é correto relacionar:

a) economia diversificada de subsistência, grande propriedade

agrícola e mão-de-obra livre.

b) produção para o mercado interno, policultura e exploração da

mão-de-obra indígena no litoral.

c) capitalismo industrial, exportação de matérias-primas e

exploração do trabalho escravo temporário.

d) produção de manufaturados, pequenas unidades agrícolas e

exploração do trabalho servil.

e) capitalismo comercial, latifúndio monocultor exportador e

exploração da mão-de-obra escrava.

38 – (Fuvest-SP) A produção de açúcar, no Brasil colonial,

a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território

nacional, enriquecendo grande parte da população.

b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a

formação de uma sólida classe média rural.

c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifúndio

monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema

colonial português.

d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e

foi a base econômica de sua hegemonia política na República.

e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de

escravos, liberando capitais para atividades mais lucrativas.

39 – (UFMG) Leia o texto. "Nassau chegou em 1637 e partiu em

1644, deixando a marca do administrador. Seu período é o mais

brilhante da presença estrangeira. Nassau renovou a administração

(…). Foi relativamente tolerante com os católicos, permitindo-lhes o

livre exercício do culto. Como também com os judeus (depois dele

não houve a mesma tolerância, nem com os católicos nem com os

judeus fato estranhável, pois a Companhia das Índias contava muito

com eles, como acionistas ou em postos eminentes). Pensou no

povo, dando-lhe diversões, melhorando as condições do porto e do

núcleo urbano (…), fazendo museus de arte, parques botânicos e

zoológicos, observatórios astronômicos.‖

Esse texto refere-se:

a) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova Inglaterra,

em busca da liberdade religiosa.

b) à invasão holandesa no Brasil, no período da União Ibérica, e à

fundação da Nova Holanda no Nordeste açucareiro.

c) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma

sociedade cosmopolita no Rio de Janeiro.

d) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade

moderna, influenciada pelo Renascimento.

e) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na guerra da

Reconquista ibérica, nos Países Baixos e à fundação da Companhia

das Índias Ocidentais.

40- (UFES) Na administração de Maurício de Nassau,

durante a ocupação holandesa no Brasil, foram tomadas

algumas medidas que de certa forma contribuíram para que

a paz voltasse a imperar na zona conquistada. Entre elas

podemos citar, exceto:

a) os engenhos abandonados por seus donos foram vendidos a

crédito.

b) o domínio holandês se ampliou fora do Brasil, com a tomada

na África da ilha de São Tomé e de Angola, visando facilitar o

tráfico de escravos, que passaram a ser canalizados para a

zona açucareira holandesa.

c) os capitalistas holandeses concederam empréstimos para

que os engenhos voltassem a funcionar e a economia

açucareira em Pernambuco fosse restaurada.

d) assegurou-se a liberdade de culto aos católicos, protestantes

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259

e judeus.

e) foram expulsos sábios, cientistas e artistas, incentivando

apenas a vinda para o Brasil de comerciantes para que se

revigorasse a economia e fossem aumentados os lucros

41. (UFSM-RS) A cultura da cana-de-açúcar influenciou na

estrutura fundiária do Brasil, determinando:

a) a divisão da terra em duas categorias: públicas e particulares.

b) o direito de propriedade pela posse e uso da terra.

c) o estabelecimento de capitanias hereditárias.

d) a fixação de valores monetários para a compra da terra.

e) a formação de grandes propriedades rurais.

42- Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-

geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se

espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até

sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as

ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que

a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo

desenvolvimento do barroco mineiro.

b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo

reconhecimento dos direitos civis dos nativos.

c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por

meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e

escrever”.

d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem,

esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.

e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a

incorporação da região amazônica ao domínio português.

43- “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas

passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor

quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil...”

ANTONIL, João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e

minas, 1711.

Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia

a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.

b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do

Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.

c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da

França, da Inglaterra e da Alemanha.

d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do

contrabando na região do rio da Prata.

e) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a

importação de escravos africanos.

44- (PUCPR – 2010) Segundo Stefan Ujvari, “O Novo Mundo saiu

perdendo no intercâmbio de doenças. Os europeus podem ter

levado a sífilis, que só raramente era mortal; em compensação,

trouxeram para as Américas numerosas doenças, inclusive e,

principalmente, a varíola, que dizimou populações indígenas e

facilitou a tarefa de conquistadores como Cortez e Pizarro. Os índios

não tinham defesas contra tais enfermidades e até a gripe podia

matá-los”.(UJVARI, Stefan Cunha. A história e suas epidemias: a

convivência do com os microorganismos. Rio de Janeiro: SENAC,

2003,p.11)

São elementos que caracterizam a conquista espanhola,

EXCETO:

a) Não foram apenas o ouro e a prata que atraíram os espanhóis

para o Novo Mundo. O desejo de conquistar e converter pagãos

também contribuiu para isso.

b) Em 1519, Fernão Cortez desembarcou no litoral mexicano com

um pequeno exército e, durante dois anos de campanha, conseguiu

derrotar os astecas e conquistar o México para a coroa espanhola.

c) No final da década de 1520, Francisco Pizarro saiu vitorioso

sobre o império inca e conquistou o Peru para a Espanha.

d) O interesse pelo Novo Mundo se dava principalmente pela

política empreendida pela Espanha de distribuir poderes e terras de

forma igualitária entre os colonos. Nesse sentido, a Igreja e os

funcionários reais acabaram sendo os que menos receberam

privilégios e riquezas.

e) O ouro e a prata, resultados da conquista sobre o Novo Mundo,

representaram a principal fonte econômica para o financiamento das

guerras empreendidas por Filipe II contra os turcos muçulmanos e

os protestantes holandeses e ingleses em meados do século XVI.

QUESTÕES DO ENEM

1- (ENEM – 2008) Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador

grego Heródoto (484-420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que

lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A

propósito do assunto, escreveu o seguinte:

“Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo

continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente

baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que

permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns

gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles

afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao

impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com

certa freqüência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare

de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste

produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção

contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o

Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente.”

Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia

Britannica Inc. 2ª - ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações).

Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns

gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto,

julgue as afirmativas abaixo.

I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de

que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força

dos ventos do noroeste.

II. O argumento embasado na influência dos ventos do noroeste

nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os

ventos param, o rio Nilo não sobe.

III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo

baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de

menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.

É correto apenas o que se afirma em:

A) I B) II C) I e II. D) I e III. E) II e III.

2- (ENEM- 2008) Existe uma regra religiosa, aceita pelos

praticantes do judaísmo e do islamismo, que proíbe o consumo

de carne de porco. Estabelecida na Antiguidade, quando os

judeus viviam em regiões áridas, foi adotada, séculos depois,

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260

por árabes islamizados, que também eram povos do deserto.

Essa regra pode ser entendida como

a) uma demonstração de que o islamismo é um ramo do judaísmo

tradicional.

b) um indício de que a carne de porco era rejeitada em toda a Ásia.

c) uma certeza de que do judaísmo surgiu o islamismo.

d) uma prova de que a carne do porco era largamente consumida

fora das regiões áridas.

e) uma crença antiga de que o porco é um animal impuro.

3- (ENEM- 2008) A Peste Negra dizimou boa parte da população

européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O

conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a

epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: ―As

pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram

jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas

ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos

com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos

achavam que era o fim do mundo.‖ (Agnolo di Tura. The Plague in

Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death:

a turning point in history? New York: HRW, 1971) (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste

Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV,

sugere que

a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.

b) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber

médico.

c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte,

porque as vítimas eram poucas e identificáveis.

d) houve substancial queda demográfica na Europa no período

anterior à Peste.

e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os

cadáveres não serem enterrados.

4- (ENEM- 2008) Na América inglesa, não houve nenhum

processo sistemático de catequese e de conversão dos índios

ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido.

Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-

se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios

começou com o próprio processo de colonização, e a

mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América

inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram

muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as

doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas

de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No

processo de colonização das Américas, as populações

indígenas da América portuguesa

a) foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que

não ocorreu com os indígenas da América inglesa.

b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da

América inglesa.

c) passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu

amplamente com os indígenas da América inglesa.

d) diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem

suas terras devolvidas.

e) resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças

trazidas pelos brancos.

5- (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de

turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver

com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em

pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale

dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do

Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no

passado, interpretado de forma muito diferente, pois

a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham

para escravizar grandes contingentes populacionais que

trabalhavam nesses monumentos.

b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de

migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.

c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez

que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo

templos.

d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade,

obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que

engrandeceram o próprio Egito.

e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o

luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

6- (ENEM 2009) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os

mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas à

família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade

conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um

historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações

importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida

política das sociedades. No que se refere às práticas sociais

ligadas aos sepultamentos,

a) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas,

porque o mais importante era a democracia experimentada pelos

vivos.

b) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais

fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.

c) no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era

regido pela observância da hierarquia social.

d) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de

gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.

e) no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes

perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.

7- (ENEM 2009) A Idade Média é um extenso período da História

do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo

as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o

Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas

interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em

que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um

exemplo acerca do que está exposto no texto acima é

a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro

Império Romano Germânico.

b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos

documentos do Concílio Vaticano II.

c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por

valores dos primeiros cristãos.

d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se

justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno.

e) a tradição heróica da cavalaria medieval, que foi afetada

negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood

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261

8- (ENEM 2009) Segundo Aristóteles, ―na cidade com o melhor

conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente

justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou

de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis

com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os

aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao

desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades

políticas‖.(VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-

Estado. São Paulo: Atual, 1994.)

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite

compreender que a cidadania

a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é

condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à

ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.

b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais

superiores, fruto de uma concepção política profundamente

hierarquizada da sociedade.

c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política

democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem

da vida cívica.

d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo

livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas

aos tribunais.

e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se

dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os

problemas da cidade.

9- (ENEM 2009) Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se

completaria no momento em que fosse superada a nossa herança

de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos

internos ― trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve,

no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda,

encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado

quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária,

quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto

de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do

presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se

completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do

econômico, não passarem para dentro do país. Como para os

outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que

agora parece remoto.(SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro.

Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras, 1999

(adaptado))

Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a

sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no

texto é:

a) Brasil, um país que vai pra frente.

b) Brasil, a eterna esperança.

c) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.

d) Brasil, terra bela, pátria grande.

e) Brasil, gigante pela própria natureza.

10- (ENEM 2009) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de

Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o

depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós

de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em

vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados,

e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado

que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.

(ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na

sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997.)

Do ponto de vista da Inquisição,

a) o problema dos métodos citados no trecho residia na

dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.

b) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e

somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.

c) os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram

condenados porque afetavam a saúde da população.

d) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois

eram perceptíveis suas tendências feministas.

e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento

recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

11. (ENEM – 2010) No Brasil colonial, os portugueses procuravam

ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios,

que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. Os

missionários aprendiam os idiomas dos nativos para catequizá-los

nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo as línguas se

influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma

língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao

sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na

língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o

português.

De acordo com o texto, a língua geral formou-se e consolidou-

se no contexto histórico do Brasil-Colônia. Portanto, a

formação desse idioma e suas variedades foi condicionada:

a) pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos

portugueses.

b) pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguístico

dos índios.

c) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas precisavam

aperfeiçoar-se.

d) pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova

língua com os portugueses.

e) pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior

à chegada dos portugueses.

12- (ENEM 2010)

Chegança

Sou Pataxó, / Sou Xavante e Cariri, / Ianomâmi, sou Tupi

Guarani, sou Carajá. / Sou Pancaruru, / Carijó, Tupinajé,

Sou Potiguar, sou Caeté, / Ful-ni-ô, Tupinambá

Eu atraquei num porto muito seguro,

Céu azul, paz e ar puro... / Botei as pernas pro ar.

Logo sonhei que estava no paraíso,

Onde nem era preciso dormir para sonhar.

Mas de repente me acordei com a surpresa:

Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

Da grande-nau / Um branco de barba escura,

Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.

E assustado dei um pulo da rede,

Pressenti a fome, a sede, / Eu pensei: ―vão me acabar‖.

Levantei-me de Borduna já na mão. / Aí, senti no coração,

O Brasil vai começar.

(NÓBREGA, A. e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o

mundo, 1998.)

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A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da

colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses

e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no

chamado mito

a) da democracia racial, originado das relações cordiais

estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao

início da colonização brasileira.

b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos

nativos se associaram economicamente aos portugueses,

participando dos negócios coloniais açucareiros.

c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos

brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que

garantiu o sucesso da colonização.

d) da natural miscigenação, resultante da forma como a Metrópole

incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para

acelerar o povoamento da colônia.

e) do encontro, que identifica a colonização como pacífica em

função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos

entre portugueses e nativos.

13- (ENEM 2010) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões

como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor

inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra

dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais

temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas

peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em

prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a

representar peças de caráter religioso.

Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e

situações, o teatro é uma forma

a) de manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro.

b) de diversão e de expressão dos valores e problemas da

sociedade.

c) de entretenimento popular, que se esgota na sua função de

distrair.

d) de manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as

peças.

e) de entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela

televisão.

14- (ENEM 2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia,

obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam

arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de

mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em

mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e

metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus

são corredios. (CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. ET AL. Viagem

pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das

Letras, 1997 (adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha,

documento fundamental para a formação da identidade

brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro

contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse

trecho da carta revela a

a) preocupação em garantir a integridade do colonizador Diante da

resistência dos índios à ocupação da terra.

b) postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas

e práticas culturais do indígena.

c) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização

dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.

d) oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava

o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da

posse da nova terra.

e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua

incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da

exploração econômica dos índios.

15- (ENEM 2010) Alexandria começou a ser construída em 332

a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um

Pólo de estudos sobre matemática, filosofia e ciências gregas. Meio

século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um

museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca

reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou

a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre

os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques

de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou

perda de quase todo o seu acervo.(RIBEIRO, F. Filosofa e mártir

Aventuras na história.São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).

A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um

papel fundamental para a produção do conhecimento e

memória das civilizações antigas, porque

a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas

narrativas dos seus grandes feitos.

b) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e Deu origem

às universidades modernas.

c) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do

conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos.

d) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais

importante da Antiguidade.

e) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e

fez avançar a museologia antiga.

16- (ENEM 2010) Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta,

os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho

mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordenaram a

um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte

de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava

longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando

se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a

tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia,

encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou

que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes

do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai.

Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma

Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e

Casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.

No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino

e do determinismo. Ambos são características do mito grego e

abordam a relação entre liberdade humana e providência divina.

A expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do

determinismo é:

a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim

mesmo.” Jean Paul Sartre

b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela

escreva o que quiser.” Santo Agostinho

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263

c) “Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.”

Arthur Schopenhauer

d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer

o mesmo.” Michel de Foucault

e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e

semelhança.” Friedrich Nietzsche

17- (ENEM 2010) O Império Inca, que corresponde principalmente

aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme

contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro

administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e

composta por imperadores, nobres sacerdotes, funcionários do

governo, artesão, camponeses, escravos e soldados. A religião

contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura,

principalmente o cultivo da batata e do milho.

A principal característica da sociedade inca era:

a) ditadura teocrática, que igualava a todos.

b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.

c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos

os bens

d) existência de mobilidade social, o que levou a composição da

elite pelo mérito.

e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de

uma aristocracia hereditária.

18- (ENEM 2010) Os vestígios dos povos tupi-guarani encontram-se

desde as Missões e o rio da Prata, ao sul até o Nordeste, com

algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A

leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul

até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio do Prata) no Paraguai e

nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do

Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do

Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de

floresta tropical e subtropical. (PROUS. A. o Brasil antes dos

brasileiros. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2005)

Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais

específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas

e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani,

destacava-se

a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas

por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo.

b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semi-

sedentário de sua organização social.

c) a conquista de terras mediante operações militares, o que

permitiu seu domínio sobre vasto território.

d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura

para investir na criação de animais.

e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras

sociedades indígenas.

19- (ENEM 2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão

norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural

dessa região, úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o

modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural

material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional) porque reúnem um conjunto de

a) objetos arqueológicos e paisagísticos.

b) acervos museológicos e bibliográficos.

c) núcleos urbanos e etnográficos.

d) práticas e representações de uma sociedade.

e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

20- (ENEM 2010)

Quem construiu a Tebas de sete portas?

Nos livros estão nomes de reis

Arrastaram eles os blocos de pedra?

E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas

vezes?

Em que casa de Lima dourada moravam os construtores?

Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China

ficou pronta?

A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.

Quem os ergueu? Sobre que triunfaram os césares?

BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em

http//recantodasletras.uol.com.br. Acesso em 28 abr. 2010

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de

História, o autor censura a memória construída sobre

determinados monumentos e acontecimentos históricos. A

crítica refere-se ao fato de que

a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam

ser aqueles que realizaram feitos heróicos ou grandiosos e, por isso,

ficaram na memória.

b) a História deveria se preocupa das em memorizar os nomes de

reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao

longo do tempo.

c) os grandes monumentos históricos foram construídos por

trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes

das sociedades que os construíram.

d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de

difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no

tempo.

e) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes,

permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.

QUESTÕES DISCURSIVAS

1- (FUVEST-SP) No antigo Egito e na Mesopotâmia, assim como

nos demais lugares onde foi inventada, a escrita esteve vinculada

ao poder estatal. Este, por sua vez, dependeu de um certo tipo de

economia para surgir e se desenvolver.

Considerando as afirmações acima, explique as relações entre:

A) escrita e Estado B) Estado e economia

2- (Vunesp-SP) ―A civilização grega alcançou extraordinário

desenvolvimento. Além das indagações e respostas sobre os

sentimentos humanos, os gregos legaram a humanidade, até sob a

forma de humor, inúmeras realizações artísticas.‖

Destaque algumas características que permitem compreender o

papel do teatro como manifestação artístico-cultural reveladora

do humanismo grego.

3- (UFPR) Na Antigüidade, Atenas era uma cidade-estado com

organização social e política específica.

Cite alguns aspectos dessa organização e indique aqueles que

diferenciavam Atenas de outras cidades-estados.

4- (FUVEST) Roma e Cartago se defrontaram por três vezes.

Esclareça a razão fundamental desses conflitos denominados

guerras púnicas.

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264

5- (FUVEST) Durante a Idade Média, os cristãos do Ocidente

organizaram expedições contra os "infiéis" que ocupavam os

Lugares Santos.

Quem eram os "infiéis" e como foram essas expedições?

6- (UNICAMP) Segundo definição de um historiador, "o cavaleiro na

Idade Média é o membro da aristocracia feudal que se distingue

pelo armamento, pelo gênero de vida (castelo, caça, guerra) e pela

sua moral especial (fidelidade, liberalidade). Os cavaleiros formam

uma das três ordens da sociedade"

Caracterize a hierarquia das três ordens da sociedade feudal.

7- (UFPA) O crescimento urbano e comercial intensificado na

Europa Ocidental, a partir do século XII, guarda, em suas origens e

desdobramentos, aspectos relevantes à compreensão das

transformações que ocorreram no sistema feudal, característico da

Idade Média Central entre os séculos XI e XV.

Comente três repercussões da expansão urbana e comercial na

sociedade feudal européia, em sua parte ocidental, entre os

séculos supracitados, sendo duas na esfera política e uma na

ideológica.

8- (MAUÁ) Relacione entre si a Igreja, as Cruzadas e a cavalaria

medieval.

9- (UFBA – 2010) A formação das Monarquias Nacionais na

Europa, entre os séculos XV e XVIII, resultou da superação de

antigas práticas feudais e do estabelecimento de novos princípios.

A partir dessa afirmação, identifique uma dentre as práticas

superadas e um novo princípio estabelecido para a formação

das referidas monarquias.

10-(UNESP-SP)

E se a lição foi aprendida / a vitória não será vã.

Neste Brasil holandês, / Tem lugar para p português

e para o Banco de Amsterdam‖ (Chico Buarque e Rui Guerra,

Calabar, 1973)

Baseando-se nos versos da peça de teatro Calabar, responda

a- O que era o “Brasil holandês”?

b- Por que os autores afirmam que no Brasil havia lugar “para o

português e para o banco de Amsterdam”?

QUESTÕES DO ENEM E MÚLTIPLA ESCOLHA

1 – (Enem-MEC) A figura de Getúlio Vargas, como personagem

histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade e à magnitude

de suas ações como presidente do Brasil durante um longo

período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e

importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se

perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de

esse período ser conhecido no Brasil como a Era Vargas.

Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se

muitos o consideram um fervoroso nacionalista, um progressista

ativo e "Pai dos Pobres", existem outros tantos que o definem como

ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites.

Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas

são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos.

As diferentes interpretações do papel de uma personalidade

histórica podem ser explicadas conforme uma das opções a

seguir. Identifique-a.

a) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a

permanência no poder depende de ideias coerentes e de uma

política contínua.

b) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está errado. Ele

nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes

politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas

circunstâncias.

c) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma

que serve melhor a seus interesses, pois ele foi um governante

apático e fraco – verdadeira marionete nas mãos da elite da época.

d) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista

está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram

tomadas para iludir os brasileiros, devido à política populista do

varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros.

e) Os dois grupos estão errados, por assumirem características

parciais e, às vezes, conjunturais, como sendo posturas definitivas e

absolutas.

2 – (UFPE-2001) Alguns historiadores afirmam que a História iniciou

quando a humanidade inventou a escrita. Nessa perspectiva, o

período anterior à criação da escrita é denominado Pré-História.

Sobre esse assunto assinale a alternativa correta.

a) A História e a Pré-História só podem se diferenciar pelo critério da

escrita. Logo, aqueles historiadores que não concordam com esse

critério estão presos a uma visão teológica da História.

b) Esta afirmação não encontra qualquer contestação dos

verdadeiros historiadores, pois ela é uma prova irrefutável de que

todas as culturas evoluem para a escrita.

c) Os historiadores que defendem a escrita como único critério

que diferencia a História da Pré-História reafirmam a tradição

positivista da História.

d) A escrita não pode ser vista como critério para distinguir a

História da Pré-História, pois o aspecto econômico é considerado um

critério muito mais importante.

e) Os únicos historiadores que defendem a escrita como critério

são os franceses, em razão da influência da filosofia iluminista.

3 – (UFRS-2006) A denominação "Revolução Neolítica", cunhada

nos anos 60 pelo arqueólogo Gordon Childe, refere - se a uma série

de intensas transformações.

Entre essas mudanças, é correto citar:

a) a criação do poder político centralizado associado ao domínio

do poder religioso.

b) o desenvolvimento de conglomerados urbanos baseados no

trabalho escravo.

c) a instituição privada das terras, com o cultivo de cereais e a

criação de animais.

d) o surgimento da divisão natural do trabalho, com a atribuição de

papel produtivo relevante à mulher.

e) a transição da economia de subsistência para uma economia

industrial.

4 – (UFPE) Do Oriente Antigo, duas civilizações se destacaram,

aparecendo sempre como as mais importantes no estudo das

sociedades antigas. Egito e Mesopotâmia assemelham-se em

muitos aspectos históricos, mas não podemos negar as suas

peculiaridades.

Considerando a informação sobre essas duas civilizações,

assinale a alternativa correta.

a) Havia constantemente cultos aos deuses da fertilidade, com o

objetivo de aumentarem a sua produção agrícola e o comércio local.

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265

b) O faraó e o rei eram considerados deuses, devendo suas

populações prestar-lhes obediência e culto divino.

c) As duas civilizações destacaram-se ao mesmo tempo na

Matemática, Física, Medicina, Astrologia e Astronomia.

d) Por haver um grande desenvolvimento literário e cultural nas duas

civilizações, a maioria da população sabia ler e escrever.

e) Viviam em regiões predominantemente desérticas e

montanhosas, por isso estavam muito ligadas aos seus rios,

considerados como uma riqueza nacional.

5 – (UFS-SE) As sociedades orientais da Antigüidade,

especialmente a egípcia e a mesopotâmica, desenvolveram- se

em regiões semi-áridas, que necessitam de grandes obras

hidráulicas para cultivo agrícola.

Nessas sociedades:

a) desenvolveu-se o modo de produção escravista intimamente

relacionado ao caráter bélico e expansionista desses povos.

b) o estado constituía o principal instrumento de poder das camadas

populares, assegurando e ampliando seu domínio sobre os outros

grupos.

c) a superação das comunidades levou ao surgimento da

propriedade privada e, conseqüentemente, à utilização da mão-

de-obra escrava.

d) predominava a servidão coletiva, em que o indivíduo explorava a

terra como membro da comunidade e servia ao estado, proprietário

absoluto dessa terra.

e) a produção de excedentes, necessária à intensificação das

trocas comerciais e para o progresso econômico, era garantida

pela ampla utilização do trabalho livre.

6 – (UCB-DF) "Sabemos que os poderosos têm medo do

pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se

todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos

dizem e nos fazem acreditar que elas são. Para os poderosos de

Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude

pensar." (CHAUI, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.

p.38.)

Segundo essa afirmação, podemos concluir que:

a) a sociedade ateniense da época de Sócrates era marcada pela

educação militarista e exigia a total subordinação dos jovens aos

mais velhos.

b) o caráter autoritário que predominou na Grécia Antiga impunha

que os indivíduos com ideias contrárias ao governo fossem

severamente punidos.

c) os representantes da elite grega eram geralmente pessoas com

poucos conhecimentos e nutriam intenso medo dos que sabiam

mais que eles.

d) os filósofos como Sócrates questionam a realidade e instigam o

livre pensamento a ponto de colocar em dúvida verdades

preestabelecidas.

e) o exercício do governo democrático, como no caso de Atenas, é

dificultado pela existência de pessoas que discordam do que é

assumido pelos governantes como sendo verdadeiro.

7 – (Amazonas-AM) A civilização grega nos legou a noção de

cidadania e a romana a de Direito, razão pela qual estão nos

fundamentos da cultura ocidental. No entanto, ambas sucumbiram

às suas próprias contradições. A civilização grega, nos séculos V e

IV a.C., envolveu-se em intermináveis guerras, enquanto o Império

Romano mergulhou em uma grave crise no século III d.C.

Sobre as guerras gregas e a crise romana, é correto afirmar

que:

a) as Guerras Médicas enfraqueceram a aliança entre as ligas de

Delos e do Peloponeso, permitindo o domínio persa; a crise romana

enfraqueceu as fronteiras do Império, permitindo as invasões

bárbaras.

b) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo

o domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu o campesinato,

levando ao êxodo rural.

c) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo o

domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu as fronteiras do

Império, permitindo as invasões bárbaras.

d) as guerras gregas foram motivadas pela rivalidade entre as

cidades-Estado; a crise romana foi motivada pelo excesso de

escravos nos latifúndios.

e) as guerras gregas foram motivadas pela desagregação das

comunidades gentílicas; a crise romana foi motivada pela falta de

escravos nos latifúndios.

8 – (ENEM - 2000) "Somos servos da lei para podermos ser livres."

(Cícero); "O que apraz ao príncipe tem força de lei." (Ulpiano)

As frases são de dois cidadãos da Roma Clássica, que viveram

praticamente no mesmo século, quando ocorreu a transição

da República (Cícero) para o Império (Ulpiano). Tendo como

base as sentenças acima, considere as afirmações:

I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez

que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.

II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de

discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano.

III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam

quando começavam os direitos de outro cidadão.

IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação

romana.

Estão corretas apenas:

a) I e II b) I e III c) II e III d) II e IV e) III e IV

9 – (UAB/SE – 2008) A civilização romana teve grande espaço

político nos tempos da Antigüidade. Venceu, dominou, governou

povos de diferentes culturas.

Entre suas contribuições para o mundo ocidental, destacam-se:

a) os seus feitos militares, marcados pelo respeito à cultura dos

povos conquistados.

b) as formulações dos seus códigos de leis, até hoje expressivos

para a sociedade.

c) as importantes reflexões filosóficas, nas quais prevaleceram os

princípios platônicos.

d) as grandes obras literárias, embora sem influências de mitos do

mundo grego.

e) as obras arquitetônicas, que, sem influência de outras

civilizações, homenageavam os governantes.

10 – (UFMG) É comum usarmos a expressão “discussão bizantina”

quando nos referimos a um debate que focaliza questões sobre as

quais não podemos obter conclusões baseadas em certezas.

A origem histórica dessa expressão encontra -se:

a) na prática das heresias, comum no Império Bizantino, que gerava

divergências que acabavam em guerras sangrentas. Aqueles que

perdiam a guerra tinham de aceitar sem questionar a opinião

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defendida pelo lado vencedor.

b) no fato de os sábios bizantinos, que se transferiram para as

cidades italianas, terem sido os responsáveis pelo florescimento

do Renascimento, movimento caracterizado pelo grande debate

em torno de questões filosóficas e artísticas.

c) nas freqüentes discussões travadas pelos sábios bizantinos a

respeito de problemas controversos, como a verdadeira natureza

de Jesus ou a presença do Espírito Santo nas imagens sacras.

d) nas dificuldades de entendimento entre os pensadores bizantinos,

uma vez que aquele Império adotava dois idiomas o latim e o

grego, situação que gerava enormes confusões e mal-entendidos.

e) na censura praticada pelo basileu, que proibia em todo o território

bizantino qualquer tipo de discussão, temendo que os

questionamentos pudessem pôr em risco o seu poder.

11 – (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de

grande importância na unidade árabe, tem como fundamento:

a) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o

principal é Alá.

b) o culto aos santos e profetas através de imagens e ídolos.

c) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a

negação de uma vida pós-morte.

d) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo,

observado por Maomé entre os povos que seguiam essas religiões.

e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes,

não podendo ser professado pelos povos inferiores.

12 – (FASP-SP) ―Quando vós encontrardes infiéis, matai-os a

ponto de fazer uma grande carnificina e apertai as correntes dos

cativos. Quando cessar a guerra, vós os colocareis em liberdade ou

os entregareis mediante um resgate. Agi assim. Se Alá o desejar,

ele mesmo triunfará sobre eles. Mas ele vos manda combater para

vos pôr à prova‖.

O texto acima, extraído do Corão, ilustra o pensamento que

norteava:

a) as cruzadas. b) a Guerra Santa.

c) a peregrinação a Meca. d) a perseguição aos muçulmanos.

13 – (FGV-SP) O sistema feudal caracterizava -se:

a) pela inexistência do regime de propriedade da terra, predomínio

da economia de comércio e organização da propriedade pública.

b) pelo cultivo da terra por escravos, com produção intensiva e

grandes benefícios para os vassalos.

c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos

vilões nas pequenas propriedades senhoriais.

d) pela divisão da terra em pequenas propriedades e utilização de

técnicas avançadas de cultivo.

e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e

bases essencialmente agrárias.

14 – (UAB/SE – 2008) A Igreja Católica foi a grande instituição

do mundo ocidental medieval. Sua atuação nesses tempos:

a) foi marcadamente religiosa, deixando de lado as questões

políticas do período.

b) conseguiu articular-se com muitos projetos políticos da nobreza.

c) teve pleno êxito no fim às heresias da época, sobretudo, por

não sofrer contestações.

d) trouxe renovação religiosa importante, o que se evidenciou no

combate às injustiças e ao paganismo.

e) contou a indiferença da nobreza, mas obteve a colaboração dos

camponeses mais pobres.

15 – (ENEM – 2000) O texto abaixo, de John Locke (1632-

1704), revela algumas características de uma determinada

corrente de pensamento.

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos,

se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior

e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que

abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de

qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no

estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito

incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros

porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a

ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça,

o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro

e muito arriscado. Essas circunstâncias obrigam-no a abandonar

uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos

constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-

se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem

unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos

bens a que chamo de propriedade. (Os Pensadores. São Paulo,

Nova Cultural, 1991.)

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como

uma tentativa de justificar:

a) a existência do governo como um poder oriundo da natureza. b) a

origem do governo como uma propriedade do rei.

c) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza

humana.

d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e

aos direitos.

e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima

da propriedade.

16 – (Enem-MEC) Considere os textos a seguir.

I - "[...] De modo particular quero encorajar os crentes

empenhados no campo da Filosofia para que iluminem os diversos

âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que

se torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé."

(Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da

Igreja Católica sobre as relações entre fé e razão. 1998.)

II - "As verdades da razão natural não contradizem as verdades da

fé cristã." (São Tomás de Aquino, pensador medieval).

Refletindo sobre os textos pode-se concluir que:

a) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de

São Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas.

b) a encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino,

pois este colocava a razão natural acima da fé.

c) a Igreja medieval valorizava a razão mais que a encíclica papal. d)

o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas,

em nossos dias, não tem relação com o pensamento filosófico.

e) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino

procuram conciliar os pensamentos sobre a fé e a razão.

17 – (ENEM – 2001) O texto foi extraído da peça Tróilo e

Créssida, de William Shakespeare, escrita, provavelmente, em

1601.

Os próprios céus, os planetas, e este centro reconhecem graus,

prioridade, classe, constância, marcha, distância, estação, forma,

função e regularidade, sempre iguais; eis por que o glorioso astro

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Sol está em nobre eminência entronizado e centralizado no meio

dos outros, e o seu olhar benfazejo corrige os maus aspectos dos

planetas malfazejos, e, qual rei que comanda, ordena sem entra-

ves aos bons e aos maus. (Personagem Ulysses, Ato I, cena IlI,

SHAKESPEARE, W. Tróilo e Créssida. Porto, Lello & Irmão, 1948.)

A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se

aproxima da teoria:

a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.

b) da reflexão da luz do árabe Alhazen,

c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico.

d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei.

e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.

18 – (UNIRIO-1997) No século XVI, diversos movimentos

reformistas de caráter religioso eclodiram na Europa. Sobre

esses movimentos é correto afirmar que o:

a) Humanismo foi o primeiro movimento reformista que criticou os

abusos contidos nas práticas da Igreja Católica, propondo a

submissão do Papa ao poder secular dos imperadores e reis.

b) Luteranismo difundiu-se rapidamente entre os segmentos servis

da Alemanha e das regiões nórdicas, pois pregava a insubordinação

e a luta armada dos camponeses contra a nobreza senhorial e o

clero, aliados políticos nessas regiões.

c) Calvinismo significou um recrudescimento das concepções e

práticas reformistas, pois criticou os valores burgueses através da

condenação do empréstimo de dinheiro a juros e do trabalho

manual.

d) Anglicanismo reforçou a autoridade do Vaticano na Inglaterra com

a promulgação do Ato de Supremacia, por Henrique VIII, que

devolveu os bens e as propriedades do clero católico confiscados

pela nobreza inglesa.

e) Concílio de Trento marcou a reação da Igreja à difusão do

Protestantismo, reafirmando os dogmas católicos e fortalecendo

os instrumentos de poder do papado, tais como o Tribunal do

Santo Ofício e a criação do índice de Livros Proibidos.

19 – (ESPM-SP) A 27ª tese de Martinho Lutero afirmava:

"Pregam doutrina puramente humana os que dizem que 'logo que o

dinheiro cai na caixa a alma se liberta'." (FREITAS, Gustavo de. 900

Textos e Documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976. v.2, p.

165.)

Com essa tese, Lutero:

a) reafirmava a salvação da alma pela fé e pelas boas obras,

contrariando o dogma católico que determina a salvação unicamente

pela fé.

b) criticava a centralização das decisões religiosas nas mãos do

papa e propunha a formação de um grande tribunal de discussão

teológica.

c) defendia o fim da Igreja Católica, que se encontrava mergulhada

em inúmeros escândalos de corrupção financeira.

d) criticava a venda de indulgências praticada por muitos padres,

que afirmavam que as doações de riquezas à Igreja salvariam a

alma dos doadores e de seus parentes.

e) propunha o fim das promoções eclesiásticas baseadas no critério

da riqueza pessoal ou familiar dos padres promovidos.

20 – (UFF-RJ) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em

1500, é considerada um dos documentos fundadores da Terra

Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura

renascentista, dentre os quais se destaca:

a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso,

tendo em conta sua antropofagia.

b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo

Renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos

trópicos uma civilização católica e moderna.

c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso

devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir.

d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como

resultado da experiência da nova visão de homem, característica do

século XV.

e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao

que foi projetado por Deus na Gênese.

21 – (UFMG) O mercantilismo foi um conjunto de doutrinas e

práticas econômicas que vigoraram na Europa desde a metade do

século XV até meados do século XVIII, sendo vital para a

acumulação capitalista.

A respeito desse contexto, podemos afirmar que:

a) Inglaterra e França foram as nações pioneiras nas grandes

navegações impulsionadas pelas novas descobertas científicas e

pela centralização administrativa, proporcionada pelo Estado

absolutista, responsável pelo combate aos contrabandistas e aos

piratas espanhóis e portugueses.

b) por meio da produção de artigos manufaturados, Portugal se

firmou como a maior potência do final do século XVII, enquanto a

Inglaterra, restrita à acumulação de ouro e prata extraídos de suas

colônias, ficou dependente da importação de manufaturados.

c) a colonização, sustentada pela grande utilização de trabalho

escravo de índios e negros nas chamadas colônias de povoamento,

foi vital para o acúmulo de capitais naquele momento, quando

Portugal e Espanha incentivaram a produção manufatureira e o

comércio interno.

d) com o intervencionismo estatal e o protecionismo, o Estado

moderno estimulava o progresso burguês e evitava a concorrência

comercial de países vizinhos, fixando tarifas alfandegárias,

controlando preços e dificultando a importação de produtos

concorrentes.

22 – (PUC -SP) Quem quer passar além do Bojador, / Tem que

passar além da dor. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas

nele é que espalhou o céu. (PESSOA, Fernando. Mar português. In:

Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960. p. 19)

O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima

portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:

a) Bojador é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo

significa encontrar o caminho para o Oriente.

b) a dor representa as doenças desconhecidas dos europeus,mas

existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.

c) o abismo refere-se à crença, então generalizada, de que a

Terra era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo

caírem os navios.

d) a menção a Deus indica a suposição, à época, de que o

Criador era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria

os navegadores.

e) o mar citado é o Oceano índico, onde estão localizadas as

Índias, objetivo principal dos navegadores.

23 – (PUC - MG) O expansionismo marítimo europeu, nos

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268

séculos XV-XVI, gerou uma autêntica "Revolução Comercial",

caracterizada por, exceto:

a) incorporação de áreas dos continentes americano e africano às

rotas tradicionais do comércio.

b) ascensão das potências mercantis atlânticas, como Portugal e

Espanha.

c) afluxo de metais preciosos da América para o Oriente, resultante

do escambo de mercadorias.

d) deslocamento parcial do eixo econômico do Mediterrâneo para o

Atlântico.

e) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos

italianos.

24 – (ENEM-2001) O texto abaixo reproduz parte de um diálogo

entre dois personagens de um romance.

Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou

Sofia: Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa.

Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu

em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e

morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a

fé cristã foi mais ou menos proibida (...) Até as dez horas as

escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre

dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.

(Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance

da História da Filosofia. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.)

O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do

Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade

Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no

texto, que considera como ponto de partida o início da Era

Cristã, pode-se afirmar que:

a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.

b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.

c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da

Idade Média.

d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros

150 anos da Era Cristã.

e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da

Idade Média.

25 – (ENEM- 2001) Os textos referem-se à integração do índio à

chamada civilização brasileira.

I - "Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um

pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e

até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil

pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus. (...) É preciso

congelar essas ideias colonizadoras, porque elas são irreais e

hipócritas e também genocidas. (...) Nós, índios, queremos falar,

mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos

costumes." (Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal

Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações

Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.)

II - "O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que

isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio

brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que

existiram no mundo. A história não é outra coisa senão um processo

civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão

da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um

estágio civilizatório." (Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S.

Paulo, 2 de setembro de 1994.)

Pode-se afirmar, segundo os textos, que:

a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inadequadas, pois

o primeiro deseja a aculturação feita pela "civilização branca", e o

segundo, o confinamento de tribos.

b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois

pretende mudar até mesmo a língua do país, enquanto a ideia de

Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade

cultural dos índios.

c) Terena compreende que a melhor solução é que os brancos

aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios.

Jaguaribe é de opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma

limpeza étnica no Brasil.

d) Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a

cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevitabilidade do

processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à

sociedade brasileira.

e) Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta,

gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que essa integração

resulte de decisão autônoma das comunidades indígenas.

26 – (ENEM-2002) Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592)

compara, nos fragmentos de textos a seguir, as guerras das

sociedades Tupinambá com as chamadas "guerras de

religião" dos franceses que, na segunda metade do século

XVI, opunham católicos e protestantes.

"(…) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles

povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se

pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar

bárbaros tais atos de crueldade (o canibalismo); mas que o fato de

condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos.

Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer

depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e

tormentos e o queimar aos poucos, ou entrega-Ia a cães e porcos, a

pretexto de devoção e fé, como não somente lemos mas vimos

ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos e isso em verdade é

bem mais grave do que assar e comer um homem previamente

executado.(…) Podemos portanto qualificar esses povos como

bárbaros e dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se os

compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de

barbaridades." (Montaigne, Michel Eyquem de. Ensaios. São Paulo,

Nova Cultural, 1984.)

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,

a) ideia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem

única do gênero humano e da sua religião.

b) a diferença de costumes não constitui um critério válido para

julgar as diferentes sociedades.

c) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não

conhecem a virtude cristã da piedade.

d) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência

de uma cultura civilizada e racional.

e) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos

europeus, o que explica que os seus costumes são similares.

27. (ENEM – 2003) Jean de Léry viveu na França na segunda

metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de

religião opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo,

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269

ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas:

(…) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com

maior freqüência, tornou-se necessário que todos dormissem nas

casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um

lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no

ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive

durante dez meses), o que foi imediatamente imitado por todos os

nossos soldados, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia

deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto

esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto

para manter as roupas limpas (…).

Nesse texto, Jean de Léry:

a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas

americanos.

b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de

selvagem.

c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas

com relação aos europeus.

d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos,

adaptando-o às suas necessidades.

e) valoriza os costumes dos indígenas americanos, porque eles

também eram perseguidos pelos católicos.

28 – (FUVEST-2003) Os portugueses chegaram ao território,

depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da

terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até

então,

a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se

aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação

de núcleos de povoamento.

b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a

presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com

expedições bélicas.

c) as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente,

onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas.

d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos

indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul-

atlântica.

e) a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o

recrutamento de funcionários administrativos.

29 – (UAB/SE-2008) A colonização portuguesa não aconteceu

sem a resistência de muitos grupos de colonos que lutaram

pela emancipação do Brasil. A Rebelião de 1817 é um exemplo

do desejo de mudanças dos colonos. Na Rebelião de 1817, em

Pernambuco, houve:

a) combates militares contra as tropas portuguesas, que garantiram,

por uma década, a existência de um governo local.

b) a propagação das ideias liberais do século XVIII e uma grande

luta contra os males da escravidão.

c) a participação expressiva do clero pernambucano, que defendia

as ideias vindas do Iluminismo.

d) a ajuda de tropas de São Paulo e do Rio de Janeiro aos

rebeldes, o que colaborou para a derrota de Portugal.

e) a influência dos comerciantes na liderança do movimento, os

quais aderiram por inteiro ao fim da escravidão.

30 – (UFUb-MG) A colonização portuguesa no Brasil é

caracterizada por uma ampla empresa mercantil. É o próprio

Estado metropolitano que, em conjugação com as novas forças

sociais produtoras, ou seja, a burguesia comercial assume a

tarefa da colonização das terras brasileiras. A partir daí dois

elementos – Estado e burguesia – passam a ser os

agenciadores coloniais e, assim, a política definida com relação

à colonização é efetivada, através de alguns elementos básicos

que se seguem; dentre eles apenas um não corresponde ao

exposto no texto. Assinale-o.

a) A preocupação básica será a de regular a área do império

colonial face às demais potências européias.

b) O caráter político da administração se fará a partir da metrópole, e

a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo.

c) O vértice do sistema colonial, seu elemento definidor, reside no

monopólio comercial.

d) A função histórica das colônias será proeminente no sentido de

acelerar a acumulação do capital comercial pela burguesia mercantil

européia.

e) A produção, gerada dentro das colônias, estimula o seu

desenvolvimento e atende às necessidades de seu mercado interno.

31 – (UAB/SE-2007) Considere as pinturas de Jean Baptiste

Debret.

(www.google.com.br)

As pinturas podem ser utilizadas para a reconstituição histórica

do papel dos bandeirantes no contexto da colonização do

Brasil. Sob a ótica do colonizado, os bandeirantes

a) tentaram impedir, inclusive com métodos violentíssimos, a

escravização das sociedades indígenas.

b) lutaram contra os jesuítas porque estes desestruturavam o poder

matriarcal das famílias dos índios.

c) denunciaram à Coroa portuguesa as arbitrariedades cometidas

pelos colonos em relação aos indígenas.

d) revoltaram-se contra a política colonial escravista praticada pelos

portugueses e pelos holandeses.

e) tiveram conflitos com os jesuítas, pois invadiram áreas das

missões para capturar e escravizar os índios.

32 – (Fuvest-SP) A produção de açúcar, no Brasil colonial,

a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território

nacional, enriquecendo grande parte da população.

b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a

formação de uma sólida classe média rural.

c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifúndio

monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema

colonial português.

d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e

foi a base econômica de sua hegemonia política na República.

e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de

escravos, liberando capitais para atividades mais lucrativas.

33 – (UFMG) Leia o texto.

"Nassau chegou em 1637 e partiu em 1644, deixando a marca do

administrador. Seu período é o mais brilhante da presença

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270

estrangeira. Nassau renovou a administração (…) Foi relativamente

tolerante com os católicos, permitindo-lhes o livre exercício do culto.

Como também com os judeus (depois dele não houve a mesma

tolerância, nem com os católicos nem com os judeus fato

estranhável, pois a Companhia das Índias contava muito com

eles, como acionistas ou em postos eminentes). Pensou no povo,

dando-lhe diversões, melhorando as condições do porto e do

núcleo urbano (…), fazendo museus de arte, parques botânicos e

zoológicos, observatórios astronômicos.‖

Esse texto refere-se:

a) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova

Inglaterra, em busca da liberdade religiosa.

b) à invasão holandesa no Brasil, no período da União Ibérica, e à

fundação da Nova Holanda no Nordeste açucareiro.

c) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma

sociedade cosmopolita no Rio de Janeiro.

d) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade

moderna, influenciada pelo Renascimento.

e) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na guerra da

Reconquista ibérica, nos Países Baixos e à fundação da Companhia

das Índias Ocidentais.

34– (FUVEST-1995) Foram, respectivamente, fatores

importantes na ocupação holandesa no Nordeste do Brasil e na

sua posterior expulsão:

a) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos e os

desentendimentos entre Maurício de Nassau e a Companhia das

Índias Ocidentais.

b) a participação da Holanda na economia do açúcar e o

endividamento dos senhores de engenho com a Companhia das

Índias Ocidentais.

c) o interesse da Holanda na economia do ouro e a resistência e não

aceitação do domínio estrangeiro pela população.

d) a tentativa da Holanda em monopolizar o comércio colonial e o

fim da dominação espanhola em Portugal.

e) a exclusão da Holanda da economia açucareira e a mudança

de interesses da Companhia das Índias Ocidentais.

35. (ENEM-2001) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda

escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em

dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar,

pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão

do Nordeste brasileiro, em 1632. - Calabar traiu o Brasil que

ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia

onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade

escravista e discriminatória, traiu a elite branca?

Os textos referem-se também a esse personagem.

Texto I: Dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível

História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos.

(Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo

aos Guararapes. Rio de Janeiro, Bibliex, 1949.)

Texto II: Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas

de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre ajudara Matias de

Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara

em consequência de vários crimes praticados (os crimes referidos

são o de contrabando e roubo). (CALMON, P. História do Brasil. Rio

de Janeiro, José Olympio, 1959.)

Pode-se afirmar que:

a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e

chegam às mesmas conclusões.

b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à

suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária

à atitude de Calabar.

c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de

Calabar, e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao

seu suposto ato de traição.

d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição

de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de

Calabar.

e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I

atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e

negativas dessa personagem.

36- (ENEM-2010) As secas e o apelo econômico da borracha –

produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos

mercados internacionais – motivaram a movimentação de massas

humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto,

até o início do século XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a

maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à

autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o

governo de La Paz negociou o arrendamento da região a uma

entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciado violentas

disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903,

com a assinatura do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil

comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.

(Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov.

2008(adaptado)).

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos

apresentados, o Acre tornou-se parte do território nacional

brasileiro

a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o

Brasil pela sua anexação.

b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes

brasileiros na região.

c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os

seringais.

d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na

região.

e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à

Bolívia.

37- (ENEM-2010) Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-

se desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com

algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A

leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul

até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e

nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do

Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do

Brasil central. De foto, ocuparam, de preferência, as regiões de

floresta tropical e subtropical. (PROUS, A. O Brasil antes dos

brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005).

Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais

específicos que os distinguiam de outras sociedades indígenas

e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani,

destacam-se

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271

a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas

por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo.

b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter

semissedentário de sua organização social.

c) a conquista de terras mediante operações militares, o que

permitiu seu domínio sobre vasto território.

d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura

para investir na criação de animais.

e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras

sociedades indígenas.

38- (ENEM-2010)

I – Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar

as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar

distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser

visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-

religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo

inteiro. CARVALHO, J.M.C. A formação das almas: O imaginário da

República no Brasil. São Paulo: Campanhia das Letras 1990).

II – Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da Multidão! É Tiradentes

que passa / Deixem passar o Titão. (ALVES, C. Gonzaga ou a

revolução de Minas. In: CARVALHO, J.M.C. A formação das almas:

o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Campanhia das

Letras 1990.)

A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisava

constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e

sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura

de Tiradentes, deixou de lado figuras com Frei Caneca ou Bento

Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional

evidenciou que o esforço de construção de um simbolismo por

parte da República estava relacionado

a) ao caráter nacionalista republicano da inconfidência,

evidenciando nas ideias e na atuação de Tiradentes.

b) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento

precursor do positivismo brasileiro.

c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de

poucas raízes populares, que precisava de legitimação.

d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria,

a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação.

e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado

movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.

39- (ENEM-2010) Negro, filho de escrava e fidalgo português, o

baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela

liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para

cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade

conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado

sem diploma, fez do seu direito o seu oficio e transformou-se, em

pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista.

(AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. (Ano

1, nº 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004(adaptado).

A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda

metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais

condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama

exemplifica a

a) impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma

sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.

b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse

contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.

c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que

inviabilizava os mecanismos de ascensão social.

d) possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites

dominantes, a um mestiço filho de pai português.

e) troca de favores entre um representante negro e a elite agrária

escravista que outorgara o direito advocatício ao mesmo.

40- (ENEM-2010)

I - Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica

de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados

encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar

brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república

que já se viu na América Latina, a do Paraguai.(CHIAVENATTO,

J.J. Genocidio americano: a Guerra do Paraguai. São Paulo:

Brasiliense, 1979 (adaptado))

II - O imperialismo inglês, ―destruindo o Paraguai, mantém o status

quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único

Estado economicamente livre‖. Essa teoria conspiratória cai contra a

realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa

teoria tem alguma repercusão. (DORATIOTO, F. Maldita guerra:

nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras,

2002 (adaptado))

Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que

ambas estão refletindo sobre

a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos

dessa Guerra.

b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra.

c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha.

d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os

motivos dessa Guerra.

e) nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino

durante o conflito.

41- (ENEM-2010) Coube aos Xavante e aos Timbira, povos

indígenas do Cerrado, um recente e marcante gesto simbólico: a

realização de sua tradicional corrida de toras (de buriti) em plena

Avenida Paulista (SP), para denunciar o cerco de suas terras e a

degradação de seus entornos pelo avanço do

agronegócio.(RICARDO, B; RICARDO, F. Povos indígenas do

Brasil:2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006

(adaptado))

A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a

relação dos usos socioculturais da terra com os atuais

problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre

a) a expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões

Centro-Oeste e Norte, e as leis de proteção indígena e ambiental.

b) os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas

pouco organizados no Cerrado.

c) as leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e

as severas leis sobre o uso capitalista do meio ambiente.

d) os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos

representados pelas elites industriais paulistas.

e) o campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras

indígenas dali sejam alvo de invasões urbanas.

42- (ENEM-2010) O Império Inca, que corresponde principalmente

aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme

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contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro

administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e

composta por imperadores nobres, sacerdotes, funcionários do

governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião

contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura,

principalmente o cultivo da batata e do milho.

A principal característica da sociedade inca era a

a) ditadura teocrática, que igualava a todos.

b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.

c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos

os bens.

d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da

elite pelo mérito.

e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de

uma aristocracia hereditária

43- (ENEM-2010) Em 2008 foram comemorados os 200 anos da

mudança da família real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada

a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no

período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a

família real portuguesa permaneceram no Brasil.

Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:

Bahia – 1808: Parada do navio que trazia a família real

portuguesa para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica,

fugindo de um possível ataque de Napoleão.

Rio de Janeiro – 1808: desembarque da família real portuguesa

na cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil.

Salvador – 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos

portos ao comércio de todas as nações amigas, ato

antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta

dada à esquadra portuguesa.

Rio de Janeiro – 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de

Portugal, devido à morte de sua mãe D. Maria I.

Pernambuco – 1817: As tropas de D. João VI sufocam a

revolução republicana

GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e

uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de

Portugal e a do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado).

Uma das conseqüências desses eventos foi

a) a decadência do império britânico, em razão do contrabando de

produtos ingleses através dos portos brasileiros.

b) o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra

decretara, em 1806, a proibição do tráfico de escravos em seus

domínios.

c) a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança

entre a Espanha e a França de Napoleão.

d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento

que vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a

comunicação antes de 1808.

e) o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda

de D. João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de

manutenção do rei e de sua família.

44- (ENEM-2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão

norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural

dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de

Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural

imaterial pelo Iphan (Instituto do Patrimônio e Artístico

Nacional) porque reúnem um conjunto de

a) objetos arqueológicos e paisagísticos

b) acervos museológicos e bibliográficos

c) núcleos urbanos e etnográficos

d) práticas e representações de uma sociedade

e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

45- (ENEM-2010) O artigo do Código Penal brasileiro de 1890 dizia:

Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza

corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em

correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão

corporal, provocando tumulto ou desordens.

Pena: prisão de dois a seis meses.(SOARES, C.E.L. A Negregada

instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de

Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994. (adaptado))

O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza

medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal

regulamento expressava

a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao

controle da criminalidade urbana.

b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros

governos do período republicano.

c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada,

desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização.

d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores

que vinculavam certos grupos ao passado da escravidão.

e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como

categoria social inferior, discriminada e segredada.

46- (ENEM-2010) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com

a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal.

De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente

do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que

levem ao assassínio e ao roubo. (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São

Paulo: Martin Claret, 2009.)

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a

Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem

social, segundo esse autor, baseava-se na

a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.

b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.

c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.

d) neutralidade diante da condenação dos servos.

e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.