Intrucoes RSECE_v06 2013-12-10

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LNEC - Procº 0809/01/18952 1/25 MANUAL DE INSTRUÇÕES DA FERRAMENTA DE CÁLCULO APLICAÇÃO LNEC PARA DETERMINAR O CAUDAL MÍNIMO DE AR NOVO DE ACORDO COM O MÉTODO ANALÍTICO DO RECS V01B, 2013-12-10 LISBOA, DEZEMBRO DE 2013

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MANUAL DE INSTRUÇÕES DA FERRAMENTA DE CÁLCULO

APLICAÇÃO LNEC PARA DETERMINAR O

CAUDAL MÍNIMO DE AR NOVO DE ACORDO COM O MÉTODO ANALÍTICO DO RECS

V01B, 2013-12-10

LISBOA, DEZEMBRO DE 2013

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OBSERVAÇÕES: Este manual contem uma descrição sucinta da aplicação de cálculo dos caudais de ar de acordo com o método analítico do RECS. Esta aplicação é distribuída no sítio do LNEC http://www.lnec.pt/servicos/Eficiencia_Energetica, onde os utilizadores poderão aceder livremente à versão mais atual. Para descarregar a aplicação é solicitado o nome do utilizador e um contato de correio eletrónico para se proceder à informação sobre atualizações. Esta aplicação corre em Microsoft Excel 2010 ou 2013 e LibreOffice Calc 4.1.3.2 e o utilizador tem de ativar as macros para que ocorra o cálculo e atualização automática de valores. Esta aplicação foi desenvolvida e objeto de testes em julho de 2012, de acordo com as propostas de legislação existentes. Em dezembro de 2013, a aplicação foi objeto de atualização para contemplar as alterações da redação final da legislação Esta aplicação foi objeto de utilização e validação diversa, incluindo da ADENE. Função dos comentários e informações recolhidas junto dos utilizadores, esta aplicação poderá ser atualizada. O Utilizador assume a responsabilidade pela utilização da aplicação, nomeadamente pelos dados de entrada, perfis de utilização, assegurar que as macros estão ativas e seguir as instruções deste documento.

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CAUDAL MÍNIMO DE AR NOVO - MÉTODO ANALÍTICO

INSTRUÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DA FOLHA DE CÁLCULO

1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 4

2 - SÍNTESE DO MÉTODO DE CÁLCULO .............................................................................................. 4

3 - FOLHA DE CÁLCULO E ENTRADA DE DADOS .............................................................................. 5

3.1 - Organização da folha de cálculo .................................................................................................. 5

3.2 - Definição do perfil de ocupação ................................................................................................... 6

3.3 - Designação do espaço ou agrupamento de espaços semelhantes .............................................. 7

3.4 - Concentração exterior de CO2 ...................................................................................................... 7

3.5 - Taxa total de geração de CO2 ...................................................................................................... 7

3.5.1 - Aspetos gerais ..................................................................................................................... 7

3.5.1 - Área de DuBois da superfície corporal ................................................................................. 8

3.5.2 - Taxa de metabolismo dos ocupantes ................................................................................... 9

3.6 - Limiar de proteção CO2 .............................................................................................................. 10

3.7 - Caudal de ventilação devido aos materiais e utilização do espaço ............................................ 10

3.8 – Eficácia de remoção de poluentes ............................................................................................. 11

4 - DADOS DE SAÍDA E INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR ............................................................... 14

4.1 - Caudal mínimo de ar novo e concentração interior de CO2 ........................................................ 14

4.2 – Análise dos resultados da evolução horária .............................................................................. 14

5 - EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ........................................................................................................... 17

5.1 - Sala de aula................................................................................................................................ 17

5.2 - Gabinete de escritório individual ................................................................................................. 19

5.3 - Quarto de Hotel .......................................................................................................................... 20

6 - COMO ATIVAR AS MACRO ............................................................................................................. 23

6.1 – Microsoft Excel .......................................................................................................................... 23

6.2 – Libre Office ................................................................................................................................ 24

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CAUDAL MÍNIMO DE AR NOVO - MÉTODO ANALÍTICO

INSTRUÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DA FOLHA DE CÁLCULO

1 – INTRODUÇÃO

Neste texto resumem-se as instruções para utilização da folha de cálculo destinada a

determinar o caudal mínimo de ar novo de cada espaço de acordo com o método analítico definido no

ponto 2 da portaria 353-A/2013. De forma complementar, também é determinado o valor mínimo de

caudal de ar novo pelo método prescritivo.

Os valores do caudal mínimo de ar novo são de satisfação obrigatória nos edifícios novos ou

sujeitos a grandes intervenções de reabilitação.

Esta folha de cálculo destina-se a permitir aos projetistas efetuar a determinação dos caudais

mínimos de ar novo de acordo com a metodologia regulamentar e pode permitir a validação de outras

aplicações. Recomenda-se que nos processos de verificação do Regulamento de Desempenho

Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços (RECS) sejam anexados os resultados da utilização

desta aplicação.

2 - SÍNTESE DO MÉTODO DE CÁLCULO

No âmbito da referida Portaria encontra-se definida a metodologia para determinar o valor

mínimo de caudal de ar novo para cada espaço. Está previsto um método de cálculo analítico e um

método prescritivo.

O método de cálculo analítico baseia-se na resolução da equação de conservação de massa

em regime transiente do dióxido de carbono (CO2), para que o valor médio da concentração interior de

CO2 durante a ocupação não exceda os limiares de proteção definidos na portaria. Efetivamente, o CO2

é um bom indicador da qualidade do ar interior de espaços em que a carga “poluente” e sensorial é de

origem humana. Para um espaço com uma mistura perfeita, a evolução da concentração do dióxido de

carbono pode ser determinada pela expressão (1).

( )

( ( )

) ( )

[mg/m3]

(ou [m3/m3]) (1)

em que:

t - Instante genérico, ou instante final de cada incremento de tempo considerado no cálculo numérico, [h]

( ) - Concentração de CO2 no ar interior no instante ti, [mg/m3] (ou [m3/m3])

- Valor do caudal de ar novo, [m3/h]

- Valor médio típico da concentração do CO2 no ar exterior para a zona onde se insere o edifício, [mg/m3] (ou [m3/m3] )

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- Taxa total de geração de CO2 no espaço, [mg/h] (ou [m3/h])

V - Volume de ar no interior do espaço, [m3]

( ) Valor da concentração de CO2 no ar interior no instante inicial (ti-1) de cada intervalo de tempo considerado no cálculo numérico, [mg/m3] (ou [m3/m3])

Fazendo a integração da equação 1, para um intervalo de tempo de 1 h, é possível obter a

concentração média de CO2 durante períodos de uma hora e assim calcular a concentração média de

CO2 durante a ocupação. O valor do caudal de ar novo (QAN) é obtido de forma iterativa, para que a

concentração média interior de CO2 durante a ocupação não exceda os limiares de proteção aplicáveis

ao espaço.

No capítulo 3 são enumeradas as diversas entradas na folha de cálculo e os valores

admissíveis de acordo com o previsto no regulamento. No capítulo 4 são apresentados os resultados

do cálculo e no capítulo 5 são apresentados três exemplos de aplicação.

3 - FOLHA DE CÁLCULO E ENTRADA DE DADOS

3.1 - Organização da folha de cálculo

A folha de cálculo tem duas tabelas, uma destinada a definir os perfis de ocupação ao longo de

um dia e outra destinada ao cálculo do caudal de ar novo.

A tabela perfis (Figura 1) permite ao projetista colocar em cada linha o perfil de ocupação de

espaços. Estes perfis são referenciados pela designação colocada na coluna “A” e pela taxa de

ocupação em cada hora. Estes perfis são depois utilizados na tabela “cálculo”. A tabela cálculo (Figura

2) tem a zona à esquerda destinada à introdução de dados (colunas identificadas a azul- dados de

entrada), uma zona com os resultados do cálculo (colunas identificadas a verde – dados de saída) e à

direita o valor do perfil de ocupação, de ventilação, da concentração de CO2 média em cada hora e do

valor da concentração em cada hora (instante inicial).

Na tabela “Calculo” ao introduzir a designação de um espaço é alterada a formatação da

respetiva linha e é permitida a entrada de dados.

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Figura 1 – Tabela com os perfis de ocupação

Figura 2 - Tabela para cálculo do caudal de ar novo

3.2 - Definição do perfil de ocupação

Na tabela referente ao perfil de ocupação é detalhado o perfil de ocupação diário do espaço

para efeitos de determinação do caudal mínimo de ar novo. Na coluna A é colocada a designação do

espaço para qual é definido perfil de ocupação. Nas células seguintes é colocado o valor médio da taxa

de ocupação em cada hora. Apresentam-se seguidamente alguns exemplos de valores a colocar numa

célula:

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Um espaço para duas pessoas, quando este se encontra ocupado pelas duas pessoas durante

uma hora, coloca-se o valor 100.

Um espaço para duas pessoas, que esteja ocupado por uma pessoa durante uma hora, coloca-se

o valor 50.

Um espaço para duas pessoas, que esteja ocupado por duas pessoas durante quinze minutos,

coloca-se o valor 25.

Os projetistas devem justificar os perfis de ocupação e as opções tomadas que atendam à

ocupação previsível dos espaços. Na ausência de informação, o projetista deve optar pelo caudal da

condição de equilíbrio.

3.3 - Designação do espaço ou agrupamento de espaços semelhantes

Na tabela referente ao cálculo, na coluna “A” deve ser colocada a designação do espaço ou do

agrupamento de espaços semelhantes para os quais as condições de ocupação e de ventilação são

representativas. Deve ser utilizada uma linha para cada espaço/grupo de espaços que se pretenda

analisar.

Na coluna B deve ser indicada a área de pavimento do espaço e na coluna C o pé-direito

médio do espaço. Estes valores destinam-se a determinar o volume de ar do espaço (V) e as

necessidades de ar novo por unidade de área de pavimento.

Na coluna D deve ser colocado o número máximo de ocupantes do espaço durante um dia.

3.4 - Concentração exterior de CO2

A concentração exterior de CO2 ( ) toma o valor de 702 mg/m3, correspondente a 390 ppm

à pressão atmosférica normal e a 25 ºC.

O valor da concentração exterior de CO2 em (ppm) deve ser colocado na célula D6.

3.5 - Taxa total de geração de CO2

3.5.1 - Aspetos gerais

O valor da taxa total de geração de CO2 (G) num espaço é função do nível de atividade

metabólica, da corpulência e do número de ocupantes do espaço em causa, sendo calculado de

acordo com as seguintes expressões:

( ) [mg/h] (2)

ou

( ) [m3/h] (3)

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em que:

M - Taxa de metabolismo dos ocupantes [met] (1 met= 58,15 W/m2), obtida no Quadro 2, em função da atividade física desenvolvida no mesmo

N - Número de ocupantes do espaço

ADu - Área de DuBois da superfície corporal [m2], dada pela seguinte expressão:

[m2] (4)

em que:

Wb - Massa corporal típica, [kg]

Hb - Altura típica do corpo humano, [m]

O número máximo de ocupantes do espaço (N) deve ser colocado na coluna D.

3.5.1 - Área de DuBois da superfície corporal

Na ausência de informação mais detalhada, na determinação da ADu são adotados os valores

indicados no Quadro 1, em função da idade dos ocupantes. Em caso de dúvida sobre a faixa etária dos

ocupantes, deve ser adotado o valor correspondente a adultos.

Quadro 1 - Área de DuBois em função da idade dos ocupantes e parcela a adicionar à atividade

metabólica função da faixa etária

Idade dos ocupantes ADu [m2] M [met]

3 anos 0,65 0,19

até 6 anos 0,80 0,14

até 9 anos 1,10 0,09

até 11 anos 1,30 0,07

até 14 anos 1,60 0,05

até 18 anos e adultos 1,80 0,00

Na coluna E da folha de cálculo deve ser selecionada faixa etária dos ocupantes sendo

selecionado automaticamente a respetiva área (ADu) (Quadro 1) e que se encontra indicada na coluna

X.

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3.5.2 - Taxa de metabolismo dos ocupantes

Para diversas atividades, a taxa de metabolismo encontra-se indicada no Quadro 2. Em

espaços ocupados por pessoas com mais do que um tipo de atividade, deve ser calculada a média

ponderada do nível de atividade metabólica (Mmed) de acordo com a seguinte expressão:

∑ ( )

∑ [met] (5)

onde (NMi) representa o número de pessoas no espaço com o nível de atividade metabólica (Mi).

Devido ao maior metabolismo basal dos jovens, na determinação da atividade metabólica, ao valor do

Quadro 2 é adicionado o valor M indicado no Quadro 1 em função da faixa etária.

Quadro 2 – Taxa de metabolismo por tipo de atividade

Tipo de

atividade

Taxa de metabolismo dos ocupantes - M

(met) Exemplos de tipo de espaço

Sono 0,8 Quartos, Dormitórios e similares

Descanso 1,0 Salas de repouso, Salas de espera, Salas de conferências, Auditórios e similares, Bibliotecas.

Sedentária 1,2

Escritórios, Gabinetes, Secretarias, Salas de aula, Cinemas, Salas de espetáculo, Salas de Refeições, Lojas e similares, Museus e galerias, Salas de convívio,

Salas de atividade de estabelecimentos de geriatria e similares

Salas de jardim-de-infância e pré-escolar, Salas de creche

Moderada 1,75 (1,4 a 2,0) Laboratórios, Ateliers, Salas de Desenho e Trabalhos Oficinais, Cafés, Bares, Salas de Jogos e similares,

Ligeiramente Alta 2,5 (2,0 a 3,0) Pistas de dança, Salas em ginásios, Salas de ballet e similares

Alta 5,0 (3,0 a 9,0) Salas de musculação, Salas em ginásios e pavilhões desportivos e similares

Na coluna F da folha de cálculo deve ser selecionado o tipo de atividade sendo selecionado

automaticamente a taxa de metabolismo dos ocupantes aplicável indicada no (Quadro 2) e adicionado

o termo M indicado no Quadro 1 em função da faixa etária. O nível de atividade metabólica obtido

encontra-se na coluna W.

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3.6 - Limiar de proteção CO2

No Quadro 3 indica-se o limiar de proteção definido para o CO2 como indicador da qualidade

do ar interior em espaços em que a principal carga “poluente” e sensorial são os ocupantes.

Quadro 3 – Limiares de proteção do CO2

Âmbito mg/m3 ppm

Edifícios novos com ventilação natural e edifícios sujeitos a

grandes intervenções, com ou sem sistemas mecânicos de

ventilação*

2925 1625

Edifícios novos com ventilação híbrida ou mecânica 2250 1250

* Quando for justificado que existem incompatibilidades de ordem técnica funcional ou económica.

Na coluna G da folha de cálculo deve ser selecionado o limiar de proteção para o CO2 aplicável

ao espaço (Quadro 3).

3.7 - Caudal de ventilação devido aos materiais e utilização do espaço

O valor do caudal mínimo de ar novo do espaço para diluição e remoção da carga poluente

devida aos materiais e às atividades desenvolvidas deve satisfazer aos valores indicados no Quadro 4.

Nos espaços em que o tipo de atividade seja “Sono” (ver Quadro 2) não está previsto o cálculo do

caudal mínimo de ar novo em função da área, sendo o requisito verificado unicamente em função da

ocupação.

Quadro 4 - Caudal mínimo de ar novo determinado em função da carga poluente devida ao edifício

[m3/(hora.m2)]

Situação do edifício (Espaço) Caudal de ar novo

[m3/(hora.m2)]

Predominância (superior a 75%) de materiais de baixa emissão poluente e sem atividades que envolvam a emissão de poluentes específicos

2

Sem atividades que envolvam a emissão de poluentes específicos 3

Com atividades que envolvam a emissão de poluentes específicos (1) 5

Piscinas (área de referência será a área do plano de água) 20

Notas:

(1) Nas atividades que envolvam a emissão de poluentes específicos incluem-se: lavandarias, perfumarias, farmácias, salões de beleza, lojas de animais, salas de aula de artes, laboratórios de escolas, estabelecimentos comerciais de mobiliário e de madeiras.

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Consideram-se materiais de baixa emissão poluente os revestimentos e acabamentos que

satisfaçam, pelo menos, uma das seguintes condições:

a) Pela sua natureza não emitam poluentes, designadamente materiais cerâmicos ou pétreos

sem aplicação de produtos de revestimento, como tijoleira, azulejo e similares, com exceção

do granito não selado, materiais metálicos, como aço, alumínio e similares e vidro;

b) Apresentem certificado ou rótulo que demonstre explicitamente as suas características de

baixa emissão poluente, emitido por sistemas reconhecidos no espaço comunitário.

Na verificação da existência predominante (superior a 75%) dos materiais de baixa emissão

poluente deve ser considerada apenas a área exposta de revestimento de paredes, pavimentos e tetos,

incluindo superfície exposta de mobiliário fixo previsto em projeto.

Na coluna I da folha de cálculo deve ser selecionada a situação do edifício (espaço) (Quadro

4), sendo automaticamente determinado o valor de caudal de ar novo por unidade de área de

pavimento aplicável e que se apresenta na coluna Z.

3.8 – Eficácia de remoção de poluentes

A eficácia de remoção de poluentes avalia de que forma um poluente existente no ar interior é

removido do compartimento em análise pelo sistema de ventilação. Os valores de eficácia de remoção

de poluentes do sistema de ventilação, para os diferentes métodos de distribuição de ar nos locais, são

função, essencialmente, do método de ventilação e da diferença de temperatura entre o ar insuflado e

o ar na zona ocupada do espaço, podendo assumir-se para o efeito, no caso da ventilação com recurso

a meios mecânicos, os valores indicados no Quadro 5 ou os publicados na norma Europeia EN13779.

Na primeira coluna do Quadro 5 encontra-se o código numérico utilizado na folha de cálculo para

facilitar a seleção da opção mais adequada a cada caso.

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Quadro 5 - Valores de eficácia de remoção de poluentes ( ) para diferentes métodos de ventilação

Método de ventilação

(Configuração da distribuição de ar na zona) v

1 Insuflação pelo teto, ar frio 1

2 Insuflação pelo teto e extração junto ao pavimento, ar quente 1

3 Insuflação pelo teto, de ar quente pelo menos 8ºC acima da temperatura do local e

extração/retorno pelo teto 0,8

4

Insuflação pelo teto, de ar quente pelo menos 8ºC acima da temperatura do local e

extração/retorno pelo teto, desde que o jato de ar de insuflação, tenha velocidade superior

a 0,8m/s e alcance até 1,4m do pavimento (nota: para velocidades mais baixas, v = 0,8) 1

5

Insuflação de ar frio junto ao pavimento e extração/retorno junto ao teto, desde que o jato

de ar de insuflação com uma velocidade de 0,8m/s, tenha um alcance de 1,4m ou mais,

em relação ao pavimento 1

6

Insuflação de ar frio a baixa velocidade junto ao pavimento e extração junto ao teto, numa

estratégia de ventilação do tipo deslocamento, proporcione um fluxo unidirecional e

estratificação térmica 1,2

7 Insuflação de ar quente junto ao pavimento e extração junto ao pavimento, no lado oposto

do compartimento 1

8 Insuflação de ar quente junto ao pavimento e extração/retorno junto ao teto 0,7

9 Admissão natural de ar no lado oposto do compartimento em relação ao ponto de

extração/retorno mecânica 0,8

10 Admissão natural de ar junto ao ponto de extração/retorno mecânica 0,5

11 Insuflação de ar quente junto ao pavimento e extração/retorno junto ao teto, no mesmo

lado do compartimento ou em localização próxima 0,5

12 Insuflação de ar frio junto ao teto e extração/retorno junto ao pavimento, do mesmo lado

do compartimento ou em localização próxima 0,5

Notas:

"Ar frio": Ar insuflado a uma temperatura inferior ao ar do compartimento

"Ar quente": ar insuflado a uma temperatura superior ao ar do compartimento

"Junto ao", ou, "pelo teto": inclui qualquer ponto acima da zona de respiração

"Junto ao", ou ,"no pavimento": inclui qualquer ponto abaixo da zona de respiração

No caso de ser o mesmo sistema a proporcionar as funções de aquecimento e de

arrefecimento, apenas deverá ser considerado o valor de eficácia de remoção de poluentes

correspondente à função predominante no edifício.

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Na coluna J da folha de cálculo deve ser selecionado o método de ventilação do espaço

(Quadro 5), sendo automaticamente determinado o valor da eficácia de remoção de poluentes e que se

apresenta na coluna Y.

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4 - DADOS DE SAÍDA E INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

4.1 - Caudal mínimo de ar novo e concentração interior de CO2

Com a introdução dos dados referidos no capítulo 3, é efetuado o cálculo automático do caudal

mínimo de ar novo a fornecer a cada espaço. Na coluna L é apresentado o valor do caudal de ar novo

do espaço, necessário para o cumprimento do requisito mínimo, que está afetado da eficácia no caso

de sistemas mecânicos de ventilação e na coluna M o caudal mínimo de ar novo sem estar afetado da

eficácia. Na coluna N é apresentada a concentração média de CO2 durante a ocupação e na coluna O

é indicado o valor máximo da concentração interior de CO2.

A titulo informativo, nas colunas Q e R são apresentados os valores do caudal mínimo de ar

novo do espaço pela aplicação do método analítico para a condição de equilíbrio, em que o valor da

coluna Q está afetado da eficácia no caso de sistemas mecânicos de ventilação. Este valor é

apresentado a título informativo, para permitir uma apreciação do efeito da variação da ocupação no

valor do caudal mínimo de ar novo.

Nas colunas T e U são apresentados os valores do caudal mínimo de ar novo do espaço pela

aplicação do método prescritivo, em que o valor da coluna T está afetado da eficácia no caso de

sistemas mecânicos de ventilação.

Em síntese o sistema de ventilação deve assegurar o caudal mínimo de ar novo (QANf) indicado

na coluna L (ou na coluna T se o técnico optar pelo valor do método prescritivo). Para efeitos de

determinação do IEE de referência deve ser utilizado o caudal de ar novo do método prescritivo

(Coluna I), afetado de uma eficiência de 0,8.

Para o técnico perceber se o caudal mínimo de ar novo é dominado pela ocupação ou pelo

edifício, nas colunas AB e AC apresentam-se os caudais mínimos de ar novo associados a cada um

desses critérios, tendo em conta o método analítico.

4.2 – Análise dos resultados da evolução horária

Nas colunas AE a AO encontra-se um gráfico com a evolução horária da concentração de CO2

(Figura 3) e um gráfico com o valor médio em cada hora da taxa de ocupação e da concentração

interior de CO2. São representados os valores do espaço selecionado na célula AJ10. Nas colunas à

direita do gráfico encontram-se os valores médios horários da taxa de ocupação e da concentração

interior de CO2.

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Figura 3 – Estimativa da evolução da concentração interior de CO2

Figura 4 – Evolução da taxa de ocupação e da concentração interior de CO2 média em cada hora

Para ter a certeza de que os cálculos estão adequadamente realizados, os valores da coluna K

(Figura 5) devem estar todos a zero. Se assim não for, isso será sinónimo de que as macros não estão

ativas.

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Figura 5 – Ilustração de coluna K a zero

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5 - EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

5.1 - Sala de aula

Uma sala de aula com 50 m2 e um pé-direito médio de 3 m, destina-se a alunos do 2.º ciclo (5º

e 6º anos, alunos de 10 a 11 anos). A sala tem capacidade para 25 alunos e um professor.

O horário das salas é variável de ano para ano e de sala para sala. De uma consulta de

horários de salas idênticas à do projeto, contata-se que a situação mais desfavorável são as aulas de

1h30 (Figura 6).

Figura 6 – Horário de uma sala de aula

Para definir o perfil de ocupação considera-se o seguinte horário:

8:30-10:00 - Aula

10:20:11:50 - Aula

12:00-13:30 - Aula

13:30-15:00 - Vazia

15:10:16:40 - Aula

16:55:18:25 - Aula

Com este horário é estabelecido o perfil de ocupação indicado na Figura 7.

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Período

0 a

1

1 a

2

2 a

3

3 a

4

4 a

5

5 a

6

6 a

7

7 a

8

8 a

9

9 a

10

10 a

11

11 a

12

12 a

13

13 a

14

14 a

15

15 a

16

16 a

17

17 a

18

18 a

19

19 a

20

20 a

21

21 a

22

22 a

23

23 a

24

Ocupação (%) 0 0 0 0 0 0 0 0 50 100 67 83 100 50 0 83 75 100 42 0 0 0 0 0

Figura 7 – Perfil de ocupação da sala de aula

Com base na definição dos pressupostos anteriores é possível definir o perfil de ocupação do

espaço e os seguintes dados de entrada na aplicação:

Concentração exterior de CO2: 390 ppm.

Área de pavimento: 50 m2.

Pé-direito médio: 3 m.

Número de ocupantes: 26.

Faixa etária: Até 11 anos.

Tipo de atividade: sedentária.

Limite de CO2: 1625 ppm, dado tratar-se de um espaço com ventilação natural.

Tipo de espaço: Predominância (superior a 75%) de materiais de baixa emissão poluente Método

de ventilação: ventilação natural.

Com estes dados de entrada obtém-se necessidades de caudal de ar novo de 223 m3/h

(1,5 renovações de ar por hora). Com base no método prescritivo obtinha-se um caudal de ar novo de

624 m3/h, evidenciando que o regime de ocupação transitório permite durante os intervalos e almoço

uma “lavagem” do ar das salas e uma redução substancial do caudal de ar novo a fornecer pelo

sistema de ventilação, face a um cenário de ocupação contínua do espaço. Na Figura 8 apresenta-se a

evolução horária da concentração de CO2.

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LNEC - Procº 0809/01/18952 19/25

Figura 8 – Evolução horária da concentração interior de CO2

O exemplo anterior ilustra uma abordagem possível para a definição do caudal mínimo de ar

novo para uma sala de aula. Este exercício deve ser realizado para cada tipo de sala de aula, por

exemplo salas de desenho, salas de informática, etc.

Requisito de caudal mínimo de ar novo regulamentar QAN (a registar no SCE): 624 m3/h.

Caudal mínimo de ar novo do sistema de ventilação natural: 223 m3/h.

5.2 - Gabinete de escritório individual

Um gabinete individual com 15 m2 e um pé-direito médio de 3 m, destina-se a uma pessoa. O

horário previsto para a ocupação do espaço é das 9h00 às 18h00, com pausa de almoço das 13h00 às

14h00 e uma pausa de 15 minutos às 10h30 e às 16h30. Com este horário é determinado o perfil de

ocupação indicado na Figura 9.

Período

0 a

1

1 a

2

2 a

3

3 a

4

4 a

5

5 a

6

6 a

7

7 a

8

8 a

9

9 a

10

10 a

11

11 a

12

12 a

13

13 a

14

14 a

15

15 a

16

16 a

17

17 a

18

18 a

19

19 a

20

20 a

21

21 a

22

22 a

23

23 a

24

Ocupação (%) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 75 100 100 0 100 100 75 100 0 0 0 0 0 0

Figura 9 – Perfil de ocupação de um gabinete de escritório individual

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LNEC - Procº 0809/01/18952 20/25

Com base na definição dos pressupostos anteriores é possível definir o perfil de ocupação do

espaço e os seguintes dados de entrada na aplicação:

Concentração exterior de CO2: 390 ppm.

Área de pavimento: 15 m2.

Pé-direito médio: 3 m.

Número de ocupantes: 1.

Faixa etária: até 18 anos e adultos.

Tipo de atividade: sedentária.

Limite de CO2: 1625 ppm, dado tratar-se de um espaço com ventilação natural.

Tipo de espaço: Predominância (superior a 75%) de materiais de baixa emissão poluente Método

de ventilação: ventilação natural.

Com estes dados de entrada obtém-se necessidades de caudal de ar novo de 30 m3/h. Este

caudal de ar é condicionado pelo critério da diluição e remoção dos poluentes associados ao edifício.

Efetivamente, para controlar a concentração interior de CO2 a um valor médio de 1625 ppm gerado

pelos ocupantes, seria suficiente um caudal de ar novo muito inferior, devido ao facto dos períodos de

não ocupação serem suficientes para a lavagem dos espaço, enquanto que pelo critério da carga

poluente devida aos materiais é necessário um caudal de 30 m3/h. Neste caso a aplicação do método

analítico conduz a resultados iguais ao do método prescritivo, pois prevalece o critério do caudal de

ventilação por unidade de área do edifício.

Requisito de caudal mínimo de ar novo regulamentar QAN (a registar no SCE): 30 m3/h.

Caudal mínimo de ar novo do sistema de ventilação natural: 30 m3/h.

5.3 - Quarto de Hotel

Um quarto de hotel tem 15 m2 de área de pavimento e um pé-direito médio de 2,7 m, destina-

se a alojar dois adultos. O horário de ocupação dos quartos é variável. Da análise de informação

disponível e de informação recolhida junto do dono de obra, considera-se como horário de ocupação do

quarto pelos hóspedes o período das 22h00 às 7h00 e um período de 15 minutos de ocupação pelo

serviço de limpeza dos quartos (2 pessoas). Com este horário é determinado o perfil de ocupação

indicado na Figura 10.

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LNEC - Procº 0809/01/18952 21/25

Período

0 a

1

1 a

2

2 a

3

3 a

4

4 a

5

5 a

6

6 a

7

7 a

8

8 a

9

9 a

10

10 a

11

11 a

12

12 a

13

13 a

14

14 a

15

15 a

16

16 a

17

17 a

18

18 a

19

19 a

20

20 a

21

21 a

22

22 a

23

23 a

24

Ocupação (%) 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100

Figura 10 – Perfil de ocupação do quarto de hotel

Com base na definição dos pressupostos anteriores é possível definir o perfil de ocupação do

espaço e os seguintes dados de entrada na aplicação:

Concentração exterior de CO2: 390 ppm.

Área de pavimento: 15 m2.

Pé-direito médio: 2,7 m.

Número de ocupantes: 2.

Faixa etária: até 18 anos e adultos.

Tipo de atividade: Sono.

Limite de CO2: 1250 ppm, dado tratar-se de um espaço com ventilação mecânica.

Tipo de espaço: Sono.

Método de ventilação: Insuflação pelo teto, de ar quente pelo menos 8ºC acima da temperatura do

local e extração/retorno pelo teto.

Admitindo que o quarto se encontra com concentração igual à exterior no início da ocupação,

na folha de cálculo é necessário adotar um perfil com horas equivalentes, como se indica

seguidamente: Período

0 a

1

1 a

2

2 a

3

3 a

4

4 a

5

5 a

6

6 a

7

7 a

8

8 a

9

9 a

10

10 a

11

11 a

12

12 a

13

13 a

14

14 a

15

15 a

16

16 a

17

17 a

18

18 a

19

19 a

20

20 a

21

21 a

22

22 a

23

23 a

24

Ocupação #real” (%) 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 100

Horário de ocupação equivalente (%)

100 100 100 100 100 100 100 100 100 0 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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LNEC - Procº 0809/01/18952 22/25

Com estes dados de entrada obtém-se necessidades de caudal de ar novo (QAN) de 26 m3/h.

Atendendo à eficácia de remoção de poluentes do sistema de distribuição de ar (v=0,8) é obtido um

valor mínimo de caudal de ar novo (QANf) de 33 m3/h. Com base no método prescritivo obtinha-se um

valor mínimo de caudal de ar novo (QAN) de 32 m3/h e corrigido pela eficácia de remoção de poluentes

(QANf) de 40 m3/h, evidenciando que nestas condições não se atinge o regime estacionário (condição

de equilíbrio). Na Figura 11 apresenta-se a evolução horária da concentração de CO2.

Figura 11 – Evolução horária da concentração interior de CO2 no quarto de hotel.

Requisito de caudal mínimo de ar novo regulamentar QAN (valor a registar no SCE): 24 m3/h.

Caudal mínimo de ar novo de insuflação do sistema de ventilação (QANf): 30 m3/h.

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LNEC - Procº 0809/01/18952 23/25

6 - COMO ATIVAR AS MACRO

6.1 – Microsoft Excel

Para que a aplicação disponibilizada funcione normalmente é necessário que as macros

estejam ativas. Para esse efeito pode seguir os seguintes passos.

1 - Abrir o Excel e Selecionar “File” (Figura 12) e depois selecionar opções (Figura 13).

Figura 12 – Figura File

Figura 13 – Menu Options

2 - Selecionar trust center e trust center settings (Figura 14).

Figura 14 – Opções de segurança

3 - Selecionar Macro Settings e selecionar como nível de segurança disable all macros with notification

(Figura 15).

Figura 15 – Opções de segurança das macros

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LNEC - Procº 0809/01/18952 24/25

4 - Abrir o ficheiro da aplicação e selecionar Enable Content (Figura 16).

Figura 16 – Figura Ativar Macro

6.2– Libre Office

Para que a aplicação disponibilizada funcione normalmente é necessário que as macros

estejam ativas. Para esse efeito pode seguir os seguintes passos.

1 - Abrir o LibreOffice Calc e Selecionar “Tools” (Figura 17) e depois selecionar opções.

Figura 17 – Figura Options

2 - Selecionar “security” (Figura 18) e depois selecionar Macro Security.

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LNEC - Procº 0809/01/18952 25/25

Figura 18 – Segurança

3 - Selecionar o nível de segurança “Medium” (Figura 19).

Figura 19 – Segurança de macros

4 - Abrir o ficheiro da aplicação e selecionar Enable Macros (Figura 20).

Figura 20 – Ativar macros

Armando Pinto

Lisboa, 10-12-2013