Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

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Universidade Estadual de Londrina JOÃO MARCOS MARQUES LIDUÁRIO Inversor de tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com potência de 450W. Londrina 2011

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Universidade

Estadual de Londrina

JOÃO MARCOS MARQUES LIDUÁRIO

Inversor de tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com potência de 450W.

Londrina

2011

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JOÃO MARCOS MARQUES LIDUÁRIO

Inversor de tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com potência de 450W.

Trabalho de Conclusão de Curso submetido a Universidade Estadual de Londrina, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista

Orientador: Prof. André Luiz Batista Ferreira

Londrina

2011

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JOÃO MARCOS MARQUES LIDUÁRIO

Inversor de tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com potência de

450W.

‘Este trabalho foi julgado adequado

para a conclusão do curso de

Engenharia Elétrica, e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso

de Engenharia Elétrica da Universidade

Estadual de Londrina’

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Orientador: André Luiz Batista

Ferreira

Universidade Estadual de Londrina

Prof. Aziz Elias Demian Junior

Universidade Estadual de Londrina

Prof. Leonimer Flavio de Melo

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ___de___________de______

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LIDUÁRIO, João Marcos M. Inversor de tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz

com potência de 450W. 2011. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) –

Universidade Estadual de Londrina – UEL, Londrina, 2011.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo mostrar o funcionamento do inversor de tensão

Full Bridge, assim como o seu desenvolvimento. É mostrado uma forma de se converter

uma tensão de uma bateria de 12Vdc, de chumbo-ácida por exemplo, em uma tensão de

127Vac com frequência de 60Hz e uma potência nominal de 450W. Para que fosse

possível essa conversão foi utilizado uma fonte chaveada do tipo Full-Bridge elevando a

tensão de 12Vdc para 180Vdc e posteriormente, utilizando o inversor Full-Bridge,

convertendo-a em 127Vac. São abordados e explicados, também, os componentes

fundamentais para o correto funcionamento do conversor e do inversor, estes

componentes são os drivers, snubbers e os circuitos de controle de corrente e de tensão.

Palavras-chave: chopper, inversor, ponte completa, VSI.

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LIDUÁRIO, João Marcos M. Voltage source inverter of 12Vdc to 127Vac at 60Hz

with 450W power. 2011. Monography (Conclusion Course Paper) – State University of

Londrina – UEL, Londrina, 2011.

ABSTRACT

This paper has the purpose of showing the behavior of a Full-Bridge voltage

source inverter, as well as its operation. It is showed a way of conversion of 12Vdc of a

battery, acid-lead for example, in 127Vac with a 60Hz of frequency and a nominal

power of 450W. In order that conversion was possible it was used a Full-Bridge switch

mode power supply rising the 12Vdc voltage to 180Vdc and after, using the Full-Bridge

voltage source inverter, converting it in 127Vac. Also are discussed and explained some

components that are essential to the correctly work of the Full-Bridge converter and the

Full-Bridge voltage source inverter, those components are the drivers, the snubbers and

the voltage and current control circuit.

Palavras-chave: chopper, inversor, ponte completa, VSI.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1 – Circuito esquemático, com diagrama de blocos, do conversor Full-bridge. . 15

Figura 2.2 – Comportamento do conversor, em diversos pontos. ...................................... 16

Figura 2.3 – Curvas de histerese do núcleo de ferrite à 25oC e à 100oC. .......................... 19

Figura 2.4 – Modelamento de um capacitor real. ............................................................... 20

Figura 2.5 – MOSFET do tipo enriquecimento ................................................................... 23

Figura 2.6 – MOSFET tipo depleção .................................................................................. 23

Figura 2.7 – (a)Inversor Push-Pull (b)Inversor Half-Bridge (c) Inversor Full-Bridge. .... 26

Figura 2.8 – (a) Modulação por pulso único (b) Modulação por pulso senoidal

(c)Modulação por pulsos múltiplos. .................................................................................... 27

Figura 2.9 – Diagrama esquemático do inversor. .............................................................. 28

Figura 2.10 – Tensão e corrente sobre a carga resistiva, no inversor. .............................. 28

Figura 2.11 – Tensão e corrente sobre uma carga indutiva, no inversor. .......................... 29

Figura 2.12 – Pulsos nas chaves P1, P2, P3 e P4. ............................................................. 29

Figura 2.13 – Esquemático do driver do conversor. ........................................................... 31

Figura 2.14 – Diagrama esquemático do driver do inversor.............................................. 34

Figura 2.15 – Diagrama esquemático do snubber .............................................................. 36

Figura 2.16 – Diagrama de Blocos do circuito de controle do conversor. ........................ 37

Figura 2.17 – Diagrama esquemático do amplificador de corrente. .................................. 38

Figura 2.18 – Diagrama esquemático do compensador. ................................................... 39

Figura 4.1 – Esquemático de simulação do conversor. ...................................................... 50

Figura 4.2 – Simulação da forma de onda da saída do conversor em malha aberta. ........ 51

Figura 4.3 – comportamento da tensão sobre o transformador na simulação. .................. 52

Figura 4.4 – comportamento da corrente no indutor do filtro na simulação. .................... 52

Figura 4.5 – Esquemático do circuito amplificador de corrente da simulação. ................ 53

Figura 4.6 – Esquemático do circuito compensador na simulação. ................................... 53

Figura 4.7 – Diagrama de Bode da resposta do compensador na simulação. ................... 54

Figura 4.8 – Circuito esquemático do inversor na simulação. ........................................... 54

Figura 4.9 – Tensão de saída na simulação do inversor com carga resistiva. ................... 55

Figura 4.10 – Comportamento da tensão no conversor na simulação com o inversor. ..... 55

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Figura 4.11 – Carta de tempos do acionamento das chaves P1, P3, P2 e P4

respectivamente de cima para baixo. .................................................................................. 56

Figura 4.12 – Comportamento da corrente simulado com uma carga puramente

indutiva. ............................................................................................................................... 56

Figura 4.13 – Comportamento da tensão paralelamente à corrente na simulação com

uma carga indutiva pura. .................................................................................................... 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Comparação entre diversos núcleos ferromagnéticos. .................................. 22

Tabela 3.1 – Parâmetros de especificação geral do conversor. ......................................... 40

Tabela 3.2 – Parâmetros de projeto do núcleo do indutor. ................................................ 42

Tabela 3.3 – Parâmetros de projeto do transformador. ..................................................... 44

Tabela 3.4 – Parâmetros de projeto do snubber do conversor. .......................................... 46

Tabela 3.5 – Parâmetros de projeto do snubber do inversor. ............................................. 46

Tabela 3.6 – Parâmetros de projeto do driver do conversor. ............................................. 47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EV , tensão de alimentação do conversor Full-Bridge

'EV , tensão na saída da ponte de diodos do conversor Full-Bridge

DSONV , queda de tensão no MOSFET em condução

DV , queda de tensão no diodo

SV , tensão de saída do conversor Full-Bridge

D , razão cíclica (duty cicle)

N , razão de espiras no transformador (N1/N2)

MIND , razão cíclica mínima

MAXD , razão cíclica máxima

MINEV ' , tensão na saída da ponte de diodos mínima

MAXEV ' , tensão na saída da ponte de diodos máxima

SI , corrente de saída

SP , potência de saída

SMINI , corrente de ondulação no indutor mínima

L , indutância do indutor do filtro de saída

C , capacitância do capacitor do filtro de saída

Sf , frequência de chaveamento do conversor

E , energia máxima armazenada no núcleo do indutor

Ku , fator de enrolamento do núcleo

Kj , fator de densidade nos fios do núcleo

MAXB , densidade de fluxo máxima no núcleo

B , densidade de fluxo média no núcleo

Ap, produto de áreas no transformador ( AjAe× )

Ae, área da efetiva do núcleo

Aj , área da janela do núcleo

Al , fator de indutância do núcleo

Nesp, número de espiras do indutor

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10

GAPL , comprimento total do entreferro do núcleo

Oµ , permeabilidade magnética do vácuo

Ief , corrente efetiva que passa pelo indutor do filtro do conversor Full-Bridge

J , densidade de corrente máxima no fio

SV∆ , amplitude da tensão de oscilação da saída do conversor Full-Bridge

SI∆ , variação máxima da corrente de saída do conversor Full-Bridge

RSE, resistência série equivalente do capacitor real

RSEV∆ , variação da tensão sobre a resistência série do capacitor real

PA, potência aparente do transformador

Sk e Pk , fator de configuração dos enrolamentos no transformador

K , fator de forma de onda no transformador

1N , número de enrolamentos do primário do transformador

2N , número de enrolamentos do secundário do transformador

MIef , corrente eficaz no MOSFET

MmedI ,corrente média no MOSFET

MOSV , tensão máxima no MOSFET

PICOI , corrente de pico no diodo

DIef , corrente eficaz no diodo

DmedI ,corrente média no diodo

DMAXV , tensão máxima no diodo

MI , corrente de magnetização do transformador do driver do conversor

BATV , tensão de alimentação do driver do conversor

CEV , tensão coletor-emissor do TBJ durante a condução

PL , indutância do primário do transformador do driver do conversor

DMI , corrente de desmagnetização do transformador do driver do conversor

ZV , tensão de avalanche do zenner

minZV , tensão mínima do zenner

ω , frequência angular

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13

1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................... 14

1.1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 14

1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .................................................................................. 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 15

2.1 O FULL BRIDGE.......................................................................15

2.1.1 Filtro de Saída....................................................................18

2.1.1.1 Indutor.......................................................................18

2.1.1.2 Capacitor .....................................................................20

2.1.2 Transformador...................................................................21

2.1.3 Semicondutores..................................................................22

2.1.3.1 Mosfets ........................................................................22

2.1.3.2 Diodos. ........................................................................24

2.2 INVERSOR..............................................................................25

2.3 DRIVERS................................................................................30

2.3.1 Driver do Conversor............................................................31

2.3.2 Driver do Inversor..............................................................34

2.4 SNUBBERS.............................................................................35

2.5 CONTROLES...........................................................................36

2.3.2 Controle de Corrente...........................................................37

2.3.2 Controle de Tensão.............................................................38

3 DESENVOLVIMENTO PRÁTICO ........................................................................... 40

3.1 INDUTOR...............................................................................41

3.2 CAPACITOR............................................................................43

3.3 TRANSFORMADOR...................................................................44

3.4 MOSFETs...............................................................................45

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12

3.5 DIODOS...............................................................................45

3.6 SNUBBERs..............................................................................45

3.6.1 Full-Bridge.........................................................................45

3.6.2Inversor.............................................................................46

3.7 DRIVER DO CONVERSOR..........................................................47

3.8 CONTROLE DE TENSÃO............................................................48

3.9 CONTROLE DE CORRENTE........................................................49

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 50

4.1 RESULTADOS DO CONVERSOR..................................................50

4.2 RESULTADOS DO INVERSOR.....................................................54

4.3 DISCUSSÕES..........................................................................57

5 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 60

ANEXOS

ANEXO 1 – Núcleos e respectivos Ap e Ae....................................................61

ANEXO 2 – Tabela de fios AWG.....................................................................62

APÊNDICE

APÊNDICE A – Fator de Utilização da Janela ................................................ 63

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1. INTRODUÇÃO

Os inversores de tensão são circuitos capazes de converter uma potência

contínua DC em alternada AC, onde a frequência de operação fica a critério de

projeto.

São diversas as topologias de inversores, como o de meia-ponte (Half-

Bridge), o de ponte-completa (Full-Bridge), Push-Pull, entre outros. Cada um destes

com características as quais definem a sua utilidade para aplicações diferentes.

Neste trabalho optou-se pelo Full-Bridge, pois nele não há necessidade de um

transformador como no caso do Push-Pull e a tensão dobre a chave é igual a tensão

de alimentação como no Half-Bridge.

Também há classificação quanto ao tipo de modulação dos pulsos de saída,

podendo ser de pulso único, de pulsos múltiplos, de pulso senoidal, entre outros.

Sendo que se optou pelo de pulso único pela facilidade de acionamento das chaves.

Para este trabalho, então, foi convertido os 12Vdc de uma bateria em 127Vac

com uma frequência de 60Hz e uma potência de 450W. Porém para que se

obtivesse uma tensão de 127Vac foi necessário a utilização de um conversor CC-

CC, uma fonte chaveada (ou chopper) com uma tensão de saída de 180V de pico.

O conversor utilizado foi o Full-Bridge. Dentre todos os tipos de conversores

elevadores de tensão, optou-se pelo Full-Bridge, por este permitir obter uma tensão

sobre as chaves máxima igual à alimentação (como é o caso do Half-Bridge) e uma

baixa corrente passando pela chave que é a metade da obtida com o Push-Pull para

os mesmos níveis de tensão de entrada e potência de saída.

Na fundamentação teórica é abordado primeiramente o funcionamento do

conversor Full-Bridge, mostrando todo o equacionamento teórico do filtro de saída,

do transformador e dos semicondutores (os diodos e os MOSFETs). Após isto há

uma abordagem teórica sobre o inversor de tensão, mostrando alguns tipos de

inversores e suas principais características e um detalhamento sobre o inversor

utilizado, mostrando seu funcionamento. Também na fundamentação teórica são

equacionados os componentes fundamentais para o correto funcionamento do

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conversor e do inversor, que são os drivers, os snubbers e os controles (de corrente

e de tensão).

No desenvolvimento prático é mostrado o dimensionamento dos componentes

do conversor e do inversor, a escolha desses componentes baseado nos cálculos

obtidos.

No resultados e discussão é apresentada a simulação do projeto, utilizando o

software OrcadTM, bem como uma breve explicação dos resultados obtidos,

mostrando o funcionamento do conversor Full-Bridge e do inversor Full-Bridge.

1.1. Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Tem-se como objetivo geral mostrar o dimensionamento e características do

inversor Full-Bridge e do conversor Full-Bridge.

1.1.2 Objetivo Específico

Converter a tensão de uma bateria de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com uma

potência de saída de 450W através de simulação com o software Orcad.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. O Full-Bridge

O diagrama esquemático do conversor Full-Bridge é mostrado na figura 2.1.

Figura 2.1 – Circuito esquemático, com diagrama de blocos, do conversor

Full-bridge.

Baseado no circuito da figura 2.1, as formas de onda em diversos pontos do

circuito deverão apresentar o seguinte comportamento mostrado na figura 2.2:

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16

Figura 2.2 – Comportamento do conversor, em diversos pontos.

Baseado no circuito simplificado, mostrado na figura 2.1 e nas formas de onda

da figura 2.2, VE’ pode ser descrito pela equação:

(1)

Sendo:

N, a relação de transformação do transformador (N1/N2);

VE, a tensão de entrada (Tensão da bateria);

VDSON, a tensão entre o dreno-fonte quando em condução;

VD, a tensão do diodo em condução.

A tensão de saída pode, então, ser definida como:

'2 EVDVs ⋅⋅= (2)

Das equações (1) e (2) define-se N como sendo:

DDSONE

E VN

VVV −

⋅−=

2'

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17

( )D

DVV

VVN

DS

DSONE ⋅⋅

⋅⋅+⋅−

= 24

2

(3)

A razão cíclica mínima pode ser obtida, considerando a tensão Vs constante,

para valores de tensão de entrada, máxima e mínima. Baseando na equação (2),

obtém-se:

MAX

MAXE

MINEMIN D

V

VD ⋅=

'

'

(4)

O valor de DMAX deve ser definido de acordo com o projeto em questão.

Porém seu valor deve ser inferior à 0.5, para evitar que as chaves (Mosfets, no caso)

1 e 3, 2 e 4, conduzam ao mesmo tempo, curto-circuitando a fonte, fazendo com que

altas correntes circulem neste pequeno intervalo de tempo.

A corrente mínima, a qual limita o modo de operação do circuito, entre

contínuo e descontínuo, deve ter seu valor definido para que o mesmo opere

somente no modo contínuo, pois, prefere-se operar no modo contínuo devido a

haver, neste caso, uma relação bem determinada entre a largura de pulso e a

tensão média de saída (Pomilio, 2005). Esta corrente mínima (ISMIN) pode ser

definida de uma forma usual, a décima parte da corrente de saída máxima (Ferreira,

2006):

S

SS V

PI =

(5)

Onde:

IS, corrente máxima de saída

PS, é a potência máxima de saída;

VS, é a tensão de saída.

Assim ISMIN é dado por:

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18

SSMIN II ⋅=

10

1

(6)

2.1.1 Filtro de saída

2.1.1.1. Indutor

Para calcular o valor do indutor, pode ser utilizada a equação (7):

fsI

VDDL

SMIN

MAXEMINMIN

⋅⋅⋅⋅−⋅

≥2

')21(

(7)

Tendo em mente que a frequência (fS) está relacionada com o período de

comutação do transistor (Treviso, 2005 citado por Ferreira, 2006).

Nota-se que o valor da indutância deve ser maior que o calculado para que o

conversor opere no modo contínuo.

Para a escolha do núcleo utilizado para a confecção do indutor deve-se levar

em consideração a energia máxima armazenada no mesmo, sendo assim:

( )2

2

1SMINS IILE +⋅⋅=

(8)

Pela equação (9), utilizando do valor de energia obtido na equação (8), pode

ser calculado o melhor núcleo a ser utilizado.

Z

MAXBKjKu

EAp

⋅⋅⋅⋅=

4102

(9)

O valor de Ku (fator de enrolamento) deve ser de 0.4, Kj (fator densidade de

corrente no fio) deve ser de 397 considerando uma elevação de 30OC e Z vale 1.136

para núcleos do tipo EE. Para uma explicação mais completa, consultar o

APÊNDICE A.

O valor de BMAX é relativo ao tipo material utilizado no núcleo. Para indutores

o núcleo deve apresentar uma baixa permeabilidade magnética, pois toda a energia

deve ficar armazenada no mesmo. Usualmente são utilizados núcleos de ferrite com

entreferro, ou de pó de ferro. O comportamento da densidade de campo, no núcleo,

é não-linear e variável com a temperatura, portanto deve ser analisado a sua curva

de histerese de forma a manter o campo dentro de uma faixa mais linear possível.

Page 19: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

19

Figura 2.3 – Curvas de histerese do núcleo de ferrite à 25oC e à 100oC.

Usualmente, para núcleos de ferrite, como os utilizados neste trabalho, BMAX

fica em torno de 300mT.

Encontrado o núcleo, é possível, portanto, calcular o fator de indutância

necessário, utilizando a equação (10):

E

BAeAl MAX

⋅⋅

=2

22

(10)

Onde Ae é a área efetiva, que é fornecida pelo fabricante do núcleo.

De posse deste valor, calcula-se então o número de espiras a serem

enroladas no núcleo com a equação (12):

Al

LNesp=

(11)

É necessário calcular o valor de GAP (LGAP), para que o Al calculado seja

obtido. Isto pode ser feito através da equação (13):

Al

AL eO

GAP

⋅=

µ (12)

Onde Oµ é a permeabilidade magnética no vácuo.

Calculando a densidade de corrente nos fios pela equação (14):

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20

xApKjJ −⋅= (13)

É possível, então, obter a área de cobre do fio, necessária para o indutor.

J

IefAcu=

(14)

Onde a corrente eficaz (Ief), pode ser dada pela equação (16):

22

SMINS IIIef += (15)

2.1.1.2. Capacitor

O modelo de um capacitor real é mostrado na figura 2.4, onde C é a

capacitância, RSE é a resistência série equivalente e Rp é a resistência paralela(ou

seja a resistência do encapsulamento). A indutância Ls é a indutância série das

placas e terminais do capacitor.

Figura 2.4 – Modelamento de um capacitor real.

A composição dos efeitos da capacitância da indutância e da resistência

resulta na impedância equivalente que é função da frequência. Para frequências

muito altas o efeito da indutância e da resistência se torna mais pronunciado

reduzindo o efeito final da capacitância. Isto define o tipo de capacitor a ser usado.

Por este motivo é necessário o correto dimensionamento de seus parâmetros reais.

Para o conversor Full-Bridge, o capacitor pode ser calculado levando em

conta o nível de ondulação da tensão de saída ( SV∆ ). A equação é dada por:

( )216

'21

fsVL

VDDC

S

MAXEMINMIN

⋅∆⋅⋅⋅⋅−⋅

> (16)

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21

O aumento da corrente de saída, ou variações abruptas na carga, podem

gerar subtensão na saída, para suprir essa variação abrupta o capacitor deve ser

maior que o calculado na equação (18).

( )SSMAX

SMAX

VVD

ILDC

⋅∆⋅⋅∆⋅⋅⋅−

>2

21 2

(17)

Por uma análise similar a sobretensão causada pela diminuição da corrente

de saída, o capacitor pode ser calculado pela equação (19).

SS

S

VV

ILC

⋅∆∆⋅⋅

>2

(18)

Todos os dimensionamentos anteriores são feitos baseando-se em um

capacitor sem resistência série. Entretanto, eles possuem resistência não nula que

produz uma variação na saída. Como geralmente são utilizados diversos capacitores

em paralelo que, somando suas capacitâncias, dão valores consideráveis que

minimizam bastante a ondulação da saída. Portanto, a ondulação na saída ocorre,

principalmente, devido à resistência série.

O valor da resistência total dos capacitores deve ser:

OMIN

RSE

I

VRSE

⋅∆

<2 (19)

“A importância do dimensionamento correto do capacitor e indutor, com

relação à sobretensão causada por variações bruscas de corrente, deve-se ao fato

de que o transiente de tensão pode acionar os circuitos de proteção e/ou alarmes, o

que causaria problemas de funcionamento na fonte.” (Treviso, 2005)

Na entrada também se faz necessário a adição de capacitores, como

explicado em (Ahmed, pág 316) que... “Embora a corrente na carga de um chopper

seja basicamente constante, na entrada ela ainda consiste em um trem de pulsos

agudos. Um filtro capacitivo costuma ser usado em paralelo com a fonte de potência

de entrada, para manter a linearidade da corrente na entrada.”

2.1.2 Transformador

Para o projeto de um transformador de potência, o principal fator que deve ser

considerado é a escolha do material magnético do núcleo. Como irá operar em

Page 22: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

22

frequência elevada deve haver cautela na sua escolha, devendo levar em conta o

custo, a eficiência, o tamanho e peso. A tabela 2.1 mostra a relação dos vários tipos

de núcleos e seus parâmetros. Neste trabalho foi utilizado o núcleo de ferrite de

MnZn.

Tabela 2.1 – Comparação entre diversos núcleos ferromagnéticos.

Material Composição Permeabilidade relativa Densidade de Fluxo Frequência de operação

µr BMÁX(Tesla) Hz

Silicio SiFe 1.5k 1.5 - 1.8 50 - 2k

Permalloy NiFe 15k 0.66 - 0.82 1k - 25k

Amorfo Nanocristalino 30k 1.0 - 1.2 250k

Ferrite MnZn 0.75 - 15k 0.3 - 0.5 10k - 2M

Ferrite NiZn 0.2 - 15k 0.3 - 0.4 200k - 100M

Para escolha do núcleo, calcula-se o valor da potência aparente:

+⋅=η

PS

kkPsPA

(20)

Portanto o Ap pode ser dado por:

Z

P fBKjKuK

PAA

⋅⋅⋅⋅⋅=

410

(21)

Com isto o número de espiras, no primário, pode ser calculado pela lei de

Faraday, sendo:

fsBA

DVN

e

MAXEMIN

⋅⋅⋅

≥1 (22)

Utilizando a relação de transformação, no secundário será:

N

NN

12 =

(23)

2.1.3 Semicondutores

2.1.3.1. MOSFETs

Existem basicamente dois tipos de MOSFET. Existe o tipo enriquecimento (ou

intensificação ou crescimento) e o tipo depleção.

Page 23: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

23

No MOSFET tipo enriquecimento é dito em Sedra et al, “...o substrado forma

uma junção pn com as regiões de fonte e dreno. Na operação normal, essas junções

pn são mantidas reversamente polarizadas o tempo todo. Como o dreno terá uma

tensão positiva em relação à fonte, as duas junções pn podem estar efetivamente

em corte simplesmente conectando-se o terminal do substrato ao terminal da fonte.”

A figura 2.5 mostra o modelo de um MOSFET do tipo enriquecimento.

Figura 2.5 – MOSFET do tipo enriquecimento

Quando é aplicada uma tensão entre o gate e o source suficientemente

positiva, elétrons são atraídos e recombinados com as lacunas do substrato,

próxima ao dióxido de silício do gate, formando uma camada condutora por onde flui

uma corrente do dreno para o source, essa camada é chamada de camada de

inversão.

Quando a tensão do gate é zero, não é formada a camada de inversão, pois

os elétrons não são atraídos pelo gate, ficando apenas o substrato p com poucos

elétrons livres. Desta forma o transistor fica em corte.

O MOSFET do tipo depleção é similar ao MOSFET tipo enriquecimento,

diferenciando apenas pelo fato dele ter um canal implantado fisicamente (figura 2.6).

Portanto mesmo com uma tensão igual à zero entre o gate e o source, haverá uma

circulação de corrente pelo transistor passando pelo dreno e o source.

Figura 2.6 – MOSFET tipo depleção

Page 24: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

24

A condutividade do canal no MOSFET do tipo depleção pode ser controlada

de mesma forma que no do tipo enriquecimento. Contudo no MOSFET do tipo

enriquecimento também pode ser aplicado um tensão negativa entre o gate e o

source.

É dito em Malvino, que o uso do MOSFET do tipo intensificação (ou seja, o

MOSFET tipo enriquecimento) se deve à sua tensão de limiar, tornando assim um

excelente dispositivo de chaveamento. Quando a tensão de porta é maior que a

tensão de limiar, o dispositivo conduz. Além deste fato, seria necessário aplicar uma

tensão negativa entre o gate e o source do dispositivo para fazê-lo não conduzir.

Para o projeto, então, utilizando MOSFET do tipo enriquecimento,

considerando que, cada par complementar, ou seja, o par M1 e M3 e o par M2 e M4,

mostrados na figura x, conduz por um ciclo e não conduz por outro, fazendo com

que apenas metade da corrente média que passa no primário do transformador,

passe pelos MOSFETs, portanto:

MAX

SMINSM D

II

NIef ⋅

+⋅⋅=

3

1 22

(24)

A corrente média pode ser dada por:

( ) MAXSMINSMméd DII

NI ⋅+⋅= 1

(25)

A tensão sobre os MOSFETs é fornecida por:

EMAXMOS VV = (26)

2.1.3.2. Diodos

Para a escolha dos diodos deve ser levado em consideração as correntes de

pico, média e eficaz. Deve ser notado, como nos MOSFETs, que os diodos

complementares conduzem apenas metade do ciclo e, portanto, as correntes são

dadas por:

Page 25: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

25

( )SMINSPICO III += (27)

MAX

SMINSD D

IIIef ⋅

+⋅=

3

22

(28)

( ) MAXSMINSDméd DIII ⋅+= (29)

Para um bom projeto, a tensão máxima sobre os diodos deve também ser

calculada, dada por:

DMAXEDMAX VVV ⋅−= 2' (30)

2.2. Inversor

O inversor é um circuito capaz converter uma potência contínua em alternada.

Este conversor opera através de uma específica sequência de disparo de chaves de

potência, como IGBTs, MOSFETs, entre outros.

Foram desenvolvidas diversas topologias de inversores de conversão CC-CA.

Dentre elas se destacam principalmente o Full-Bridge, o Half-Bridge e o Push-Pull;

cada qual com características específicas.

O inversor Push-Pull tem como principais características: a necessidade de

um transformador; as chaves têm a mesma referência e a tensão máxima das

chaves é igual ao dobro da tensão da fonte.

O inversor Half-Bridge operam com duas chaves de modo complementar; são

necessários drivers com diferentes referências, para acionamento das chaves do

Half-Bridge; e a tensão sobre as chaves é igual a tensão da fonte de alimentação.

Por último o inversor Full-Bridge apresenta dois pares de chaves que operam

de modo complementar; exigem 3 referências distintas para os drivers, duas para as

chaves superiores e uma para as duas chaves inferiores; a tensão máxima nas

chaves é igual a tensão máxima da fonte de alimentação. Na figura 2.7 é mostrado

os 3 tipos de inversores Push-Pull, Half-Bridge e Full-Bridge.

Page 26: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

26

Figura 2.7 – (a)Inversor Push-Pull (b)Inversor Half-Bridge (c) Inversor

Full-Bridge.

Tais inversores podem ser classificados conforme a o tipo de fonte alternada

desejada na saída, portanto eles podem ser do tipo inversor de tensão, inversor de

corrente, inversor regulado em corrente e de fase controlada.

O inversor do tipo conversor de tensão CC-CA é o mais comum de todos. O

sinal alternado gerado na saída comporta-se como uma fonte de tensão alternada,

de valor médio nulo, sendo este o utilizado neste trabalho.

Os inversores de tensão podem também ser classificados de acordo com os

tipos de técnicas de modulação. Existem diversos tipos de modulação como a

modulação por largura de pulso único, modulação por largura de pulsos múltiplos,

modulação por largura de pulso senoidal, entre outras. O tipo de modulação implica

diretamente na eficiência do inversor quanto à sua aplicação e deve ser projetado de

forma a corresponder para a função desejada. Na figura 2.8 são mostrados 3 tipos

de modulação.

Page 27: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

27

Figura 2.8 – (a) Modulação por pulso único (b) Modulação por pulso

senoidal (c)Modulação por pulsos múltiplos.

Como dito em Novaes, “em aplicações de alta e média potência, em que a

eficiente capacidade de condução dos interruptores é um dos fatores

preponderantes, a escolha adequada do princípio de modulação a ser empregado

torna-se relevante. A modulação por largura de pulso único é a melhor solução, por

apresentar baixas perdas por comutação. Entretanto, o elevado conteúdo harmônico

presente neste tipo de modulação é indesejável na maioria das aplicações.”

Neste trabalho optou-se pela modulação por largura de pulso único

principalmente pela facilidade de geração da mesma.

O inversor em ponte completa, ou Full-Bridge, é mostrado na figura 2.9:

Page 28: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

28

Figura 2.9 – Diagrama esquemático do inversor.

No inversor, para uma carga puramente resistiva, a tensão deve ter o

seguinte comportamento, mostrado na figura 2.10:

Figura 2.10 – Tensão e corrente sobre a carga resistiva, no inversor.

Caso a carga seja puramente indutiva as formas de onda da tensão e

corrente devem ser, como mostrado na figura 2.11:

Page 29: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

29

Figura 2.11 – Tensão e corrente sobre uma carga indutiva, no inversor.

Para que o inversor funcione corretamente para os dois tipos de carga,

apresentadas nas figuras 2.10 e 2.11, as chaves devem ser acionadas de forma a

respeitar o comportamento da carga indutiva. Assim as formas de onda em P1, P2,

P3 e P4, são apresentados na figura 2.12:

Figura 2.12 – Pulsos nas chaves P1, P2, P3 e P4.

Page 30: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

30

Para que se entenda o funcionamento da roda-livre no inversor Full-Bridge é

necessário compreender que: “Sem a tensão de polarização aplicada à porta, há

dois diodos face a face em série entre o dreno e a fonte. Um diodo é formado pela

junção pn entre a região n+ de dreno e o substrato tipo p e outro diodo é formado

pela junção pn entre o substrato tipo p e a região n+ da fonte. Esses diodos face a

face impedem a circulação da corrente do dreno para a fonte quando for aplicada

uma tensão vDS. Na verdade, o caminho entre o dreno e a fonte tem uma alta

resistência (da ordem de 1012Ohms).(Sedra et al.)

Para que a corrente flua na carga entre os períodos de 0 à t1, de t2 à t3 e t4 à

t5 é necessário manter uma conexão entre os pontos “+” e “-“ (roda-livre) da carga

de acordo com a figura 2.4. Sendo assim, no intervalo de 0 à t1, as chaves M2 e M3

devem ser fechadas, permitindo que a corrente circule no sentido de “+“ para “-”,

passando entre M3 e o diodo reverso, inerente ao mosfet, de M2. A chave M2 não

necessita ser fechada neste momento, já que a corrente não circulará no sentido

drain-source, isto é feito para facilitar o desenvolvimento da lógica dos pulsos de

controle.

De maneira análoga no período entre t4 e t5, as chaves M2 e M3 são

acionadas permitindo a roda-livre entre “-“ e “+” do diodo reverso de M3 e entre o

drain-source de M2.

No intervalo de t2 e t3 é feito a roda livre para garantir que qualquer corrente

remanescente, de sentido positivo (“+” para “-“) ou negativo (“-” para ”+”) circule

sobre a carga, garantindo o correto funcionamento do inversor.

2.3. Drivers

Os drivers são os circuitos utilizados para adequar os níveis de tensão dos

pulsos às chaves do conversor e do inversor.

Existem diversos tipos de circuitos de drivers. Para este trabalho, foram

utilizados 2 em específico. O transformador de pulsos e o driver com opto-acoplador.

O transformador de pulsos foi utilizado para operar no conversor, por poder

operar em frequências mais elevadas. Tem a vantagem de poder operar utilizando a

mesma fonte de alimentação para todos os MOSFETs, porém é um circuito que tem

maior dimensão física por causa do transformador.

Page 31: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

31

O opto-acoplador foi utilizado no inversor. Os opto-acopladores, em sua

maioria, não apresentam uma boa resposta em frequências elevadas, apesar de

existirem alguns que operam em frequências de até 1MHz. Tem também a

desvantagem de necessitar de fontes isoladas para cada um dos drivers dos

MOSFETs no Full-Bridge. Sua principal vantagem é o seu tamanho e peso

reduzidos.

Para que os MOSFETs conduzam é necessário que pulsos com níveis bem

definidos cheguem entre o gate e o source dos mesmos. Se fossem aplicados

pulsos diretamente aos gate, devido à carga acoplada ao source, estes pulsos não

teriam níveis suficientes para faze-los entrar em condução e portanto fazendo o

conversor ou o inversor não funcionarem.

2.3.1 Driver do conversor

O circuito de driver das chaves do conversor full-bridge utilizado, consiste em

um transformador de pulsos isolado, o circuito esquemático é mostrado na figura

2.13:

Figura 2.13 – Esquemático do driver do conversor.

O funcionamento e a função dos componentes são explicados a seguir:

O pulso de nível alto, aplicado em PULSO_uC, ativa o transistor Q1 que por

consequência faz Q2 entrar em condução fazendo circular uma corrente no

transformador TX, do seu lado primário (à esquerda do esquemático). Por

conseguinte, do lado secundário (à direita de TX) passa uma corrente sobre D2, D3,

D4, R3 e DZ2. Aparece então uma tensão entre PULSO+ e PULSO- que será dado

Page 32: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

32

pela tensão induzida no secundário do transformador subtraída da queda de tensão

de D2, D3 e DZ2.

Durante o pulso o transformador TX é magnetizado, portanto é necessário

desmagnetiza-lo para evitar que ele sature.

Quando o pulso de nível baixo é aplicado em PULSO_uC, faz o transistor Q1

entrar em corte fazendo o transistor Q2 parar de conduzir. O transformador TX força

uma corrente à circular por D1 e DZ1 no sentido horário, de forma à desmagnetiza-

lo. O zenner DZ1 polarizado reversamente faz aparecer uma tensão sobre o primário

do transformador de valor igual a tensão de ruptura do zenner. Desta forma, uma

tensão no secundário é induzida fazendo uma corrente, no sentido anti-horário

circular pelo emissor-base de Q3 e por R27. O transistor Q3 entra em saturação

conectando eletricamente o ponto do PULSO+ com o anodo do zenner DZ2, fazendo

assim, aparecer uma tensão negativa entre PULSO+ e PULSO-.

Funções dos componentes:

• Capacitor CF: este capacitor tem a função de permitir uma rápida

condução e bloqueio do transistor Q1;

• Resistor RF: apenas mantêm Q1 conduzindo durante o pulso de nível

alto;

• Transistor Q1: adequa o nível de tensão que chega em PULSO_uC;

• Resistor R1: limita a corrente de condução de Q1;

• Transistor Q2: funciona como chave para TX;

• Transformador TX: isolar e elevar o nível de tensão dos pulsos;

• Zenner DZ1: manter a tensão de desmagnetização de TX;

• Diodo D1: evitar que DZ1 conduza quando a “chave” Q2 está fechada;

• Diodo D2: dar caminho para a corrente no momento que o pulso é

aplicado e evita queda de tensão sobre R27;

• Diodo D3: usado para polarizar o transistor Q3;

• Transistor Q3: conecta eletricamente os pontos PULSO+ com o anodo

de DZ2;

• Diodo D4: evita a condução direta do zenner DZ2 e o descarregamento

de C2;

• Resistor R3: limita a corrente que passa pelo zenner DZ2;

Page 33: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

33

• Zenner DZ2: faz aparecer uma tensão negativa entre os pontos

PULSO+ e PULSO-;

• Capacitor C2: tem a função de manter a tensão sobre o zenner DZ2;

• Capacitor C1: serve de filtro de entrada para evitar ruídos.

Para o dimensionamento dos componentes do driver, deve ser considerado

diversos fatores.

A corrente de magnetização, no momento em que Q2 estiver operando em

saturação, ou seja, quando o pulso em Q1 for “0”, é dado pela equação:

( )P

onCEBATM L

tVVI

⋅−= 2

(31)

A corrente de desmagnetização, levando em consideração que a corrente no

secundário, neste momento, seja pequena, resulta em:

( )P

offDZDM L

tVVI

⋅−= 11

(32)

Para garantir que o núcleo seja totalmente descarregado MDM II = . Igualando

as equações, resulta em um minZV para garantir isto, que é de:

( ) ( )max1

max2min D

DVVV CEBATZ −

⋅−= (33)

A indutância do primário pode ser calculada através da equação 4.2.

Rearranjando a equação, resulta em:

( )max

11

Z

offDZP I

tVVL

⋅−≥

(34)

Para calcular a indutância do secundário primeiramente deve-se obter a

tensão sobre o mesmo.

232 ZGSDDS VVVVV +++= (35)

Assim:

Page 34: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

34

( )

2

2

−⋅=

CEBAT

SPS VV

VLL

(36)

O resistor R4 deve ser dimensionado para que garanta que a tensão sobre

GSV . Sua resistência deve garantir que a corrente no zenner seja suficiente para

manter ZV .

min

43Z

DGS

I

VVR

−≤

(37)

Para garantir que a tensão negativa sobre GSV se mantenha até 90% de ZV , a

capacitância de C2 deve ser suficiente.

( )SZ

Z

fV

DIC

⋅⋅−⋅

≥2

maxmin

1.0

12

(38)

O núcleo deve ser suficiente para que a energia armazenada durante ont não o

sature. A energia pode ser calculada pela equação:

( ) 2

min2max2

2

1

+

⋅⋅−

⋅⋅= ZSP

CEBATP I

fL

DVVLE

(39)

2.3.2 Driver Inversor

Para o driver do inversor foi utilizado o circuito da figura 2.14:

Figura 2.14 – Diagrama esquemático do driver do inversor.

Page 35: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

35

Neste o optoacoplador faz a função de adequar os pulsos do vindos do

controle de PWM para o acionamento dos MOSFETs.

O resistor R1 limita a corrente do zenner e o capacitor mantém sua tensão no

momento da comutação do push-pull.

O pulso do controle de PWM chega ao LED do optoacoplador fazendo com

que o fototransistor conduza, então, um pulso, de nível alto, aciona o transistor NPN

do push-pull fazendo com que um nível de tensão de aproximadamente 11V fique

entre o gate e source do MOSFET. De forma análoga quando em 0V o LED não faz

o fototransistor conduzir e seu emissor fica em alta impedância. O transistor PNP do

push-pull entra em condução devido à carga armazenada entre o gate e o source do

MOSFET, fazendo-o descarregar e parar de conduzir(portanto, abrindo a chave).

Devido à baixa frequência de operação (60Hz) o optoacoplador foi escolhido

por reduzir o tamanho do circuito e peso, consideravelmente, já que não necessita

do uso de um transformador, como no caso do driver do conversor.

2.4. Snubbers

Durante o processo de comutação do conversor, podem surgir oscilações de

alta frequência nos transistores e também nos diodos de potência devido a

indutâncias e capacitâncias parasitas existentes nos semicondutores e nas trilhas do

circuito impresso, com altas derivadas de tensão e corrente. (Ferreira, 2006)

Isto pode acarretar em uma redução no desempenho da chave, aumentando

a potência média dissipada na mesma, causando uma perda de eficiência

considerável no conversor, além de poder acarretar em um mau funcionamento do

mesmo.

Snubbers(figura 2.15) são inseridos nos circuitos com o intuito de aumentar a

confiabilidade, melhorar a eficiência e reduzir a interferência eletromagnética. Irão

amortecer oscilações, controlar as derivadas de tensão e/ou corrente e grampear

sobtensões.

Page 36: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

36

Figura 2.15 – Diagrama esquemático do snubber

De acordo com Treviso:

“Para que um bom projeto de snubber seja feito, devem ser considerados os

seguintes parâmetros:

Potência dissipada no resistor, que pode ser considerado na faixa de 0.1% à

0.5% da potência nominal do conversor.

A frequência de comutação e a tensão máxima no MOSFET.

O capacitor deve ser dimensionado para que a tensão caia, no máximo, 90%

de sua tensão nominal.”

res

MOSMAX

P

VR

2

≤ (40)

⋅⋅

CF

CO

V

VfR

C

ln

1

(41)

2.5. Controles

Como dito em Pomílio(2005), “A implementação de uma, ou mais, malhas de

controle tem por objetivo garantir a precisão no ajuste da variável de saída, bem

como a rápida correção de eventuais desvios provenientes de transitórios na

alimentação ou mudanças na carga”.

Para que os as chaves operem corretamente se faz necessário, então, o uso

dos compensadores, assegurando, desta forma, a estabilidade do sistema e não

causando interferências nos controles devido ao chaveamento.

D

RC

Page 37: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

37

O controle é feito através da tensão e da corrente do conversor determinando

a largura dos pulsos aplicados nas chaves e também, nas situações limitantes, como

elevação da tensão de entrada ou da corrente, a supressão dos pulsos e

desligamento completo do conversor. O diagrama de blocos da figura 2.16 mostra a

forma como será tratado o controle:

Figura 2.16 – Diagrama de Blocos do circuito de controle do conversor.

2.5.1 Controle de corrente

Para o amplificador de corrente foi utilizado um amplificador de

instrumentação com filtro passa-baixas de entrada mostrado na figura 2.17.

Page 38: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

38

Figura 2.17 – Diagrama esquemático do amplificador de corrente.

O ganho na saída:

( ) REF

POT

VR

RVVVo +

+

⋅⋅−= 1

2 121

(42)

A liga de constantan na saída provê uma tensão diferencial, proporcional à

corrente de saída. Essa tensão é muito pequena, não sendo possível monitora-la,

então é amplificada para alguns volts (menor que 3V), sendo assim possível a leitura

da mesma através do controle PWM. O monitoramento da corrente de saída auxilia

no controle dos pulsos, limitando-os ou até cessando caso haja uma sobrecarga no

conversor.

2.5.2 Controle de tensão

No conversor full-bridge o compensador tem o intuito de oferecer uma

melhoria na sua margem de fase da saída. Um tipo de compensador utilizado pode

ser dado pela figura 2.18:

Page 39: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

39

Figura 2.18 – Diagrama esquemático do compensador.

A função transferência da saída é então dada por:

( )( )

( ) ( )

( )

+⋅

⋅⋅+⋅+⋅⋅

⋅⋅+⋅⋅⋅+=

IP

IPIIPF

FFII

SCONV

SCOMP

RR

RRCsRRCs

sCRsCR

sV

sV

1

11

(43)

São, então, 2 pólos e 2 zeros, e suas frequências angular de corte:

01 =Pϖ (44)

IP

IP

IP RR

RR

C ⋅+

⋅= 12ϖ

(45)

IIZ RC ⋅

= 11ϖ

(46)

FFZ RC ⋅

= 12ϖ

(47)

Normalmente, é feito:

OZZ ϖϖϖ == 21 (48)

ZOP ϖϖϖ <⋅= 52 (49)

Onde Oϖ é a frequência de ressonância do filtro LC e Zϖ é a frequência de

corte do capacitor e sua resistência série (RSE).Onde Oϖ é a frequência de

ressonância do filtro LC e Zϖ é a frequência de corte do capacitor e sua resistência

série (RSE).

Page 40: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

40

3. DESENVOLVIMENTO PRÁTICO

Para o projeto do conversor Full-Bridge deve se levar em consideração os

seguintes parâmetros mostrados na tabela 3.1:

Tabela 3.1 – Parâmetros de especificação geral do conversor.

Especificações do projeto Valor

Tensão de Entrada Mínima (VEMIN) 10V

Tensão de Entrada Máxima (VEMAX) 15V

Tensão de Saída (VS) 180V

Potência de Saída (PS) 450W

Razão Cíclica Máxima (DMAX) 0.45

Densidade de Campo Magnético Máximo (BMAX) 0.3T

Tensão Drain-Source na condução (VDSON) 1V

Tensão no Diodo na Condução (VD) 1.5V

Frequência de Comutação dos Transistores (fS) 50kHz

A relação de transformação pode ser encontrada pela equação (3):

( ) ( ) 04.045.02

45.05.14180

12102

4

2≅⋅⋅

⋅⋅+⋅−=⋅⋅

⋅⋅+⋅−

= MAXMAXDS

DSONEMIN DDVV

VVN

(50)

Com isto é possível achar as tensões máximas e mínimas no ponto VE’,

levando em consideração os parâmetros de entrada.

Page 41: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

41

VV

N

VVV D

DSONEMAXMAXE 3225.12

04.0

12152

2' =⋅−⋅−=⋅−

⋅−=

(51)

VV

N

VVV D

DSONEMINMINE 1975.12

04.0

12102

2' =⋅−⋅−=⋅−

⋅−=

(52)

Pelo valor máximo de projeto da razão cíclica (DMAX), o qual evita a condução

simultânea dos transistores, pode ser definido, portanto, o valor mínimo dado por:

275.045.0

322

197

'

'≅⋅=⋅= MAX

MAXE

MINEMIN D

V

VD

(53)

3.1. Indutor As equações (5) e (6) definem os valores de corrente máxima de saída e

corrente mínima, que então podem ser calculadas:

A

V

PI

S

SS 5.2

180

450 === (54)

E ISMIN como sendo a décima parte de Is:

AII SSMIN 25.05.21.0

10

1 =⋅=⋅= (55)

A indutância é calculada pela equação (7)

( ) ( )mH

fsI

VDDL

SMIN

MAXEMINMIN 59.1105025.02

322275.021275.0

2

'213

≅⋅⋅⋅

⋅⋅−⋅=⋅⋅

⋅⋅−⋅≥

(56)

Para o projeto, será adotado um valor de:

mHL 5.2= (57)

Sendo assim, é necessário recalcular ISMIN. Isto pode ser feito adaptando-se a

equação (7), obtendo:

( ) ( )A

fsL

VDDI MAXEMINMIN

SMIN 16.01050105.22

322275.021275.0

2

'2133

≅⋅⋅⋅⋅

⋅⋅−⋅=⋅⋅

⋅⋅−⋅= −

(58)

Para dimensionar o núcleo necessário ao indutor deve ser levado em conta os

seguintes parâmetros, mostrados na tabela 3.2.

Page 42: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

42

Tabela 3.2 – Parâmetros de projeto do núcleo do indutor.

Parâmetros do núcleo Valor

Ku 0.4

Kj 397

BMAX 0.3

A energia máxima armazenada no núcleo é dada pela equação (8):

( ) ( ) mJIILE SMINS 84.816.05.2105.2

2

1

2

1 232 ≅+⋅⋅⋅=+⋅⋅= −

(59)

Para a escolha do núcleo para o indutor, faz-se uso da equação (9):

4

136.1434

436.43.03974.0

101084.82102cm

BKjKu

EA

Z

P ≅

⋅⋅⋅⋅⋅=

⋅⋅⋅⋅=

(60)

Consultando a Tabela A.1, no Anexo 1, obtém-se

EE 42/21/15 Ae=181mm2 Ap=4.634cm4 (61)

Calculando o fator de indutância, pela equação (10), obtém-se:

( )23

22622

1671084.82

3.010181

2 espnH

E

BAAl MAXe ≅

⋅⋅⋅⋅=

⋅⋅

= −

(62)

O GAP necessário para obter este valor de Al pode ser dado pela equação

(13):

mm

Al

AL eO

GAP 434.010167

101811049

67

≅⋅

⋅⋅⋅⋅=⋅

= −

−−πµ (63)

Como o GAP utilizado será colocado nos lados do núcleo, então, para cada

lado:

mm

LL GAP

GAPLADO 217.02

≅= (64)

O número de espiras dado por:

esp

Al

LNESP 35.122

10167

105.29

3

≅⋅⋅== −

(65)

Assim como a área de cobre necessária:

Page 43: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

43

2

12.0 330634.4397cm

AApKjJ X ≅⋅=⋅= −

(66)

AIIIef SMINS 51.216.05.2 2222 ≅+=+=

(67)

2007606.0330

51.2cm

J

IA EF

CU ≅== (68)

Portanto serão utilizados 123 espiras e um número de fios em paralelo dado

por (levando em conta um fio AWG 21, consultar Anexo 2):

fios

A

AN

FIO

CUFIOS 85.1

004105.0

007606.0 ≅== (69)

Portanto serão 2 fios em paralelo à ser utilizados.

3.2. Capacitor Calculando o capacitor pelos três parâmetros mostrados, e sendo assumida

uma variação máxima de 1% da tensão de saída, a capacitância é:

Pela ondulação, equação (17)

( ) ( )( ) F

fsVL

VDDC

S

MAXEMINMIN µ21.2105018.0105.216

322275.021275.0

16

'212332

≅⋅⋅⋅⋅⋅

⋅⋅−⋅=⋅∆⋅⋅

⋅⋅−⋅=

− (70)

Variação pelo aumento de corrente, equação (18)

( ) ( ) ( )F

VVD

ILDC

SSMAX

SMAX µ5018018.045.02

16.05.2105.245.021

2

21 232

≅⋅⋅⋅

−⋅⋅⋅⋅−=⋅∆⋅⋅∆⋅⋅⋅−

=−

(71)

Variação pela diminuição de corrente, equação (19)

( )F

VV

ILC

SS

S µ42318018.0

16.05.2105.2 232

≅⋅

−⋅⋅⋅=⋅∆

∆⋅⋅=

(72)

Portanto, admitindo o maior valor serão utilizados quatro capacitores de

220uF/220V.

A resistência equivalente maxima deve ser:

Page 44: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

44

Ω=

⋅=

⋅∆

< 5625.016.02

18.0

2 OMIN

RSE

I

VRSE

(73)

3.3. Transformador

Para definir o núcleo a ser utilizado devem ser considerados os seguintes

parâmetros:

Tabela 3.3 – Parâmetros de projeto do transformador.

Parâmetro Valor

η 0.8

K 2.22

Kp 1

Ks 1

Ku 0.25

Calculando sua potência aparente:

W

kkPsPA P

S 5.10128.0

11450 ≅

+⋅=

+⋅=η (74)

O AP deve ser, no mínimo:

4

136.1

3

44

62.1101003.039725.022.2

105.101210cm

fBKjKuK

PAA

Z

P ≅

⋅⋅⋅⋅⋅⋅=

⋅⋅⋅⋅⋅=

(75)

Consultando o Anexo 1 o núcleo à ser utilizado será:

EE 42/21/15 AP=4.634cm4 Ae=181mm2 (76)

Com isto o número de espiras, no primário, é dado por:

83.0

101003.010181

45.0101

36≅

⋅⋅⋅⋅⋅=

⋅⋅⋅

≥ −fsBA

DVN

e

MAXEMIN

(77)

O valor à ser adotado será de N1=1 esp.

Utilizando a relação de transformação:

Page 45: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

45

esp

N

NN 25

04.0

112 ===

(78)

3.4. MOSFETs A corrente eficaz nos MOSFETs é dada por:

ADI

IN

Ief MAXSMIN

SM 95.4145.03

16.05.2

04.0

1

3

1 22

22 ≅⋅

+⋅⋅=⋅

+⋅⋅=

(79)

A corrente média calculada é de:

( ) ADII

NI MAXSMINSMméd 93.29

1 ≅⋅+⋅= (80)

A tensão sobre os MOSFETs é fornecida por:

V

VV EMAX

MOS 5.72

15

2===

(81)

3.5. Diodos Para a escolha dos diodos considerando os parâmetros discutidos os valores

de cálculo para a corrente são:

( ) AIII SMINSPICO 66.2≅+= (82)

ADI

IIef MAXSMIN

SD 68.145.03

16.05.2

3

22

22 ≅⋅

+⋅=⋅

+⋅=

(83)

( ) ( ) ADIII MAXSMINSDméd 2.145.016.05.2 ≅⋅+≅⋅+= (84)

A tensão máxima sobre os diodos:

VVVV DMAXEDMAX 3195.123222' ≅⋅−=⋅−= (85)

3.6. Snubber

3.6.1 Full-Bridge

Para as chaves do Full-Bridge os seguintes parâmetros são considerados:

Page 46: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

46

Tabela 3.4 – Parâmetros de projeto do snubber do conversor.

Parâmetros do snubber

VMOSMAX 15V

Pres 0.45

Calculando R:

50045.0

1522

==≤res

MOSMAX

P

VR (86)

O resistor utilizado será de 470Ω/1W.

nF

kV

VfR

C

CF

CO

404

9.0

1ln50470

1

ln

1 =

⋅⋅=

⋅⋅

(87)

O capacitor utilizado foi de 470nF de polipropileno.

3.6.2 Inversor

Para as chaves do inversor os seguintes parâmetros são considerados:

Tabela 3.5 – Parâmetros de projeto do snubber do inversor.

Parâmetros do snubber

VMOSMAX 180V

Pres 0.45

Calculando R:

k

P

VR

res

MOSMAX 7245.0

18022

==≤ (88)

O resistor utilizado será de 18kΩ/1W.

nF

kkV

VfR

C

CF

CO

5.10

9.0

1ln5018

1

ln

1 =

⋅⋅=

⋅⋅

(89)

O capacitor utilizado foi de 15nF de polipropileno.

Page 47: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

47

3.7. Driver do conversor Para o transformador de pulsos os seguintes parâmetros de projeto são

considerados:

Tabela 3.6 – Parâmetros de projeto do driver do conversor.

Parâmetros do Transformador de pulsos

VBAT 12V

VCE 0.3V

Dmax 0.45

VD 0.7V

IZMAX 100mA

VGS 10V

BMAX 0.3T Ku 0.2 KJ 356

O valor do zenner DZ1, para garantir que o núcleo não acumule energia,

descarregando completamente, durante o ciclo de toff deve ser:

( ) ( ) ( ) ( ) V

D

DVVV CEBATZ 57.9

45.01

45.03.012

max1

max2min =

−⋅−=

−⋅−=

(90)

Utilizando um zenner de 22V o valor DMAX admitido é de:

( ) ( ) 653.0223.012

22max

2

≅+−

=+−

=ZCEBAT

Z

VVV

VD

(91)

Com o zenner de 22V é assegurado que o transformador não irá saturar.

Com isto é possível calcular a indutância de primário do transformador:

( ) ( ) ( ) ( )mH

I

tVVL

Z

offDZP 343.2

10100

45.0110507.0223

13

max

11 =⋅

−⋅⋅⋅−=⋅−

≥ −

(92)

O núcleo necessário para transferir a energia para o secundário deve ser:

( )JE µ2510100

105010343.2

45.03.01210343.2

2

12

333

3 ≅

⋅+⋅⋅⋅

⋅−⋅⋅⋅= −−

(93)

O Ap do núcleo deve ser:

Page 48: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

48

4

163.1464

0127.03.03562.0

1010252102cm

BKjKu

EA

Z

P ≅

⋅⋅⋅⋅⋅=

⋅⋅⋅⋅=

(94)

O núcleo utilizado foi o toroide 14/8/10 com Ap = 0.226cm4 Ae=80mm2

AL=6000nH/esp2.

O resistor R3 foi projetado de forma a limitar a tensão no zenner DZ2,

portanto:

Ω=

⋅−=

−≤ − 186

1050

7.0103

3min

4

Z

DGS

I

VVR

(95)

Utilizou-se um resistor de 180Ω/1W.

Para o capacitor C2:

( ) ( )F

fV

DIC

SZ

Z µ53.110506.31.0

45.011050

1.0

12

3

3

2

maxmin =⋅⋅⋅

−⋅⋅=⋅⋅

−⋅≥

(96)

Utilizou-se um capacitor de 2.2uF/10V.

A tensão de secundário para assegurar VGS de 10V deve ser:

VVVVVV ZGSDDS 156.3107.07.0232 =+++=+++= (97)

Sendo o primário:

espesp

A

LpN

LP 2076.19

106000

10343.29

3

→=⋅⋅=≥ −

(98)

Portanto no secundário:

33.1

3.012

15 =−

=−

≥CEBAT

S

VV

VN

(99)

espespNNN SS 276.262033.1 →=⋅=⋅≥ (100)

3.8. Controle de tensão A frequência de ressonância da saída é dada por:

s

radCL

O 2.67410880105.2

1163

=⋅⋅⋅

=⋅

=−−

ω (101)

Escolhendo um capacitor de 100nF o resistor do zero z1 deve ser de:

Page 49: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

49

Ω=

⋅⋅=

⋅= − 14832

2.67410100

119

1ZII C

Rϖ (102)

O resistor utilizado foi de 15kΩ.

Como 21 ZZ ϖϖ = os valores de capacitor e resistor utilizados foram os mesmos

para o segundo zero.

Para o pólo p2, sendo OP ϖϖ ⋅= 52 , o resistor RP pode ser calculado por:

( ) Ω≅−⋅⋅⋅⋅⋅

⋅=−⋅⋅

= − kCR

RR

PII

IP 7.3

12.6745101001015

1015

1 93

3

2ϖ (103)

O resistor utilizado foi de 3.9kΩ.

3.9. Controle de corrente Sendo a queda de tensão sobre a liga de CONSTANTAN da ordem de

poucos milivolts, para o amplificador de instrumentação considerando, então, um

ganho total de 200V/V sendo o resistor R1 com valor de 100kΩ.

Ω⋅≅

−⋅=

−⋅

= 31 1011200

1002

1

2

A

RRPOT

(104)

O resistor utilizado foi de 1kΩ.

Page 50: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

50

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a implementação do conversor e do inversor, foi utilizado o software

ORCADTM, coube nesta parte do trabalho averiguar a funcionalidade de todo o

projeto nas situações de carga nominal. Após a verificação através da simulação é

que se dará procedimento ao protótipo e testes físicos, estando assim, apto a ser

utilizado para as finalidade das quais fora projetado.

4.1. Resultado do Conversor

Nesta parte intenciona-se verificar a funcionalidade do conversor em regime

de malha aberta, verificando o ponto no qual a sua saída fica estabilizada. Foi

simulado o conversor com carga nominal e com carga mínima.

O circuito de simulação é mostrado na figura 4.1:

Figura 4.1 – Esquemático de simulação do conversor.

R23150k

R241k

R8

1

I+

RSE0.55

V6

TD = 10u

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

D1MUR850

D2MUR850

D3MUR850

D4MUR850

V7

TD = 10u

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

D5D1N5404

D6D1N5404

D7D1N5404

D8D1N5404

Cbreak

C2470n

Cbreak

C3470n

Cbreak

C4470n

Cbreak

C5470n

V8TD = 0

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

R10470

Carga72

V9TD = 0

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

TX1

TN33_20_11_2P90

R1

1m

R2

1m

R11470

QbreakN

Q1

QbreakN

Q2

QbreakN

Q3

QbreakN

Q4

V110

FB

V2

TD = 10u

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

R3

1mV3

TD = 0

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

V4TD = 10u

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10V5

TD = 0

TF = 1nPW = 9uPER = 20u

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

R12470

R4

1m

R5

1m

R6

1m

constantan

1m

I-R13470

Lbreak

L1

2.5m

C1880u

0

0

Page 51: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

51

Como a modelagem dos componentes eletrônicos são ideais, houve

problemas durante a simulação, sendo, portanto, necessário a adição de resistores

de valor pequeno em série com o transformador. Estes resistores pouco interferem

nos valores finais, porém são necessários, por causa da operação não linear do

circuito.

Foram adicionados resistores série com o indutor e o capacitor simulando a

resistência dos fios e a RSE dos componentes, respectivamente.

Para as chaves foram utilizados transistores TBJs (Transistor Bipolar de

Junção) ideais com uma fonte em série simulando a queda de tensão, sobre o

mesmo, de 1V, de acordo com o projeto. Como estes TBJs tem comportamento

ideal, a substituição dos MOSFETs não interfere no resultado.

Os pontos I+ e I- são referentes à realimentação de corrente do conversor,

que é obtida através da diferença de potencial na liga de constantan. O ponto FB

(feedback) é a porção de realimentação da tensão de saída para o controle do

PWM.

A forma de onda da saída obtida no conversor é apresentada na figura 4.2:

Figura 4.2 – Simulação da forma de onda da saída do conversor em malha

aberta.

A tensão é considerada estável perto dos 15ms, com um nível de tensão de

173.632VRMS, sendo próximo do valor de projeto.

A tensão diferencial obtida no primário do transformador é mostrada abaixo:

Time

0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50msV(L1:2)

0V

50V

100V

150V

200V

Page 52: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

52

Figura 4.3 – comportamento da tensão sobre o transformador na

simulação.

O comportamento da corrente no indutor é dado por:

Figura 4.4 – comportamento da corrente no indutor do filtro na simulação.

O seu valor de pico-pico da corrente é de, aproximadamente, 70mA, valor

bem abaixo do projeto. A ondulação da tensão na saída(figura) ficou em 38.5V.

Estes resultados mostram que foi feito um bom dimensionamento do filtro de saída

do conversor.

O amplificador de corrente simulado, mostrado na figura, teve um ganho na

simulação de 34.37V/V, bastante diferente do encontrado no projeto que foi de

200V/V.

Time

49.90ms 49.91ms 49.92ms 49.93ms 49.94ms 49.95ms 49.96ms 49.97ms 49.98ms 49.99ms 50.00msV(TX1:1,D8:1)

-10V

0V

10V

-15V

15V

Time

49.960ms 49.964ms 49.968ms 49.972ms 49.976ms 49.980ms 49.984ms 49.988ms 49.992ms 49.996ms 50.000msI(L1)

2.2A

2.3A

2.4A

2.5A

2.6A

Page 53: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

53

Figura 4.5 – Esquemático do circuito amplificador de corrente da

simulação.

Para o compensador, mostrado na figura 6, obteve-se a resposta em

frequência do mesmo, para verificar seu comportamento diante do chaveamento.

Figura 4.6 – Esquemático do circuito compensador na simulação.

A figura mostra o diagrama de Bode deste compensador conectado a

realimentação do conversor. Note que o ganho permanece praticamente constante

diante das altas frequências e que não há grandes desvios na fase o que

melhorando a resposta da saída.

V-

V+

I+

0

R22

100k

0

I-

U1ATL074/301/TI

+3

-2

V+4

V-11

OUT1

U1BTL074/301/TI

+5

-6

V+4

V-11

OUT7

U1C

TL074/301/TI

+10

-9

V+4

V-11

OUT8

R15

100k

R16

100k

R171k

R18

10k R19

10k

R2010k

R21

10k

00

0

U1D

TL074/301/TI

+12

-13

V+4

V-11

OUT14

V1112

V1212

V13

12

0

0

R2522k

R2622k

V1412V

0

0

R32100k

0

U2A

TL074/301/TI

+3

-2

V+4

V-11

OUT1

R27

15k

R28

3.9k

R29

15k

C6

100nC7

100n

V1512

R30

10k

R3110k

V1612

0

00

FB

Page 54: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

54

Figura 4.7 – Diagrama de Bode da resposta do compensador na

simulação.

4.2. Resultados do Inversor

Nesta parte do trabalho é mostrado o comportamento do inversor em relação

à simulação com cargas resistivas puras e indutivas puras.

O esquemático da simulação é apresentado na figura:

Figura 4.8 – Circuito esquemático do inversor na simulação.

Frequency

1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz 10MHzP(V(C6:2)/V(FB))

0d

-200d

180d

SEL>>

DB(V(C6:2)/V(FB))-100

-50

0

D9D1N5404

D10D1N5404

D11D1N5404

D12D1N5404

Cbreak

C815n

Cbreak

C915n

Cbreak

C1015n

Cbreak

C1115n

R3318k

R3418k

QbreakN

Q5

QbreakN

Q6

QbreakN

Q7

QbreakN

Q8

INV-

R7

1mV22

TD = 0

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

R3518k

R36

1m

R37

1m

R38

1m

R3918k

0

DbreakD13

DbreakD14

DbreakD15

DbreakD16

V23

TD = 4.15m

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

V27TD = 4.15m

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

INV+

V24

TD = 8.3m

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

V26TD = 0

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

V28TD = 8.3m

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

V25

TD = 12.45m

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 10

180V

V29TD = 12.45m

TF = 1nPW = 8.3mPER = 16.6m

V1 = 0

TR = 1n

V2 = 1

R4072

V-

V+

Page 55: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

55

De forma análoga ao conversor, foi utilizado o mesmo esquema de montagem

para compensar as idealidades dos componentes na simulação.

O ponto marcado 180V, foi conectado à saída do conversor, sendo assim,

simulado o circuito com carga resistiva, foi obtida a seguinte forma de onda na

saída:

Figura 4.9 – Tensão de saída na simulação do inversor com carga

resistiva.

O sinal de saída teve como tensão positiva máxima 184V e tensão máxima

negativa de -176V. O valor RMS da tensão foi de 123VRMS.

Na saída do conversor, seu comportamento resultante é mostrado na figura:

Figura 4.10 – Comportamento da tensão no conversor na simulação com o

inversor.

Time

0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50msV(INV+,INV-)

-200V

-100V

0V

100V

200V

Time

0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50msV(180V)

0V

50V

100V

150V

200V

Page 56: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

56

O acionamento das chaves foi feito de forma a manter o pulso positivo e

negativo na saída do inversor por T/4 segundos.

Figura 4.11 – Carta de tempos do acionamento das chaves P1, P3, P2 e P4

respectivamente de cima para baixo.

Na simulação com uma carga puramente indutiva de 100mH o

comportamento da corrente é mostrado na figura:

Figura 4.12 – Comportamento da corrente simulado com uma carga

puramente indutiva.

O comportamento da tensão obtido sobreposto à corrente de saída é

mostrado na figura:

Time

0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50msV(V25:+,INV-)

0V

10V

SEL>>

V(V24:+,0)0V

5V

10VV(V23:+,0)

0V

10VV(V22:+,INV+)

0V

10V

Time

0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50msI(L2)

-4.0A

0A

4.0A

8.0A

Page 57: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

57

Figura 4.13 – Comportamento da tensão paralelamente à corrente na

simulação com uma carga indutiva pura.

A corrente, mostrada na figura 4.13 marcada em azul, apresenta um nível DC

inicialmente, pois o indutor se encontra descarregado. Após alguns ciclos seria

possível visualizar a tendência do nível DC da corrente tender à zero. Não foi

simulado até este ponto, pois necessitaria de um maior intervalo e, portanto, maior

número de pontos para processamento e o visado era apenas o comportamento da

corrente e seu valor de pico a pico.

4.3. Discussões

No funcionamento do conversor Full-Bridge pode ser observado pela figura

4.2 que o circuito é estabilizado na tensão de 173.632VRMS que é um valor

aproximado do objetivado neste trabalho. Este valor pode ser melhorado pela

modificação de alguns componentes. Um exemplo é não linearidade do capacitor e

do indutor podendo ser assumido valores diferentes, adotados de modo empírico, a

fim de melhorar a resposta da saída e obter um valor mais próximo dos 180V.

O amplificador de corrente não teve uma resposta desejável na simulação.

Ajustes na simulação foram feitos, porém sem sucesso na correção do problema. O

circuito do amplificador de instrumentação é bastante conhecido e de funcionamento

comprovado.

Time

0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50msV(R40:2,INV-) I(L2)*20

-200

-100

0

100

200

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58

O circuito referente ao inversor Full-Bridge funcionou como o esperado. O

acionamento das chaves permitiu corretamente os ciclos de roda-livre. Houve uma

distorção na saída do conversor Full-Bridge resultante da comutação das chaves do

inversor, porém o circuito manteve-se praticamente estável dentro de uma faixa de

tensão de -176V à 184V e o valor RMS da tensão de saída ficou em 123VRMS, valor

este bem próximos dos 127VRMS esperados.

Page 59: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

59

5. CONCLUSÕES

Os objetivos deste trabalho sendo o de mostrar o dimensionamento do

conversor Full-Bridge e do inversor Full-Bridge foram claramente explicitados passo

a passo, bem como explicados as principais características dos seus circuitos.

Na simulação com cargas resistivas e indutivas, em malha aberta, a saída do

inversor Full-Bridge teve valores de tensão e corrente bastante coerentes com o

projetado mantendo em todas as situações o valor de tensão, aproximado, de

123VRMS.

Em relação ao conversor Full-Bridge, o amplificador de corrente funcionou,

porém com um ganho abaixo do estimado pelos cálculos, mas o ganho no circuito

real poderia ser reajustado pelo simples ajuste do potenciômetro de ajuste de ganho.

O compensador teve uma resposta bem coerente com a de cálculo, na sua resposta

em frequência o ganho se manteve estável até a faixa de frequência do

chaveamento.

Para a simulação no software OrcadTM foi utilizado o sistema em malha aberta

por não haver a possibilidade de realizar uma malha fechada.

Para trabalhos futuros sugere-se a montagem do circuito para testes em

bancada e averiguação do funcionamento do sistema. Também a utilização de um

sistema embarcado, utilizando um microcontrolador, para um melhor controle dos

pulsos de acionamento das chaves e possivelmente operar o sistema em malha

fechada para uma melhor estabilidade.

Page 60: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AHMED, A, Eletrônica de Potência ; tradução Bazán Tecnologia e Lingüística;

revisão técnica João Antonio Martino. São Paulo: Prentice Hall, 2000;

Ferreira, André L. B.; Inversor de Tensão 12VDC para 110VAC com Potência de

600W. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica) – Curso de

Engenharia Elétrica; UEL (Universidade Estadual de Londrina), Londrina – PR, 2006;

Malvino, A. P., Eletrônica: volume 1. Tradução: Romeu Abdo; Revisão técnica:

Antonio Pertence Jr.; São Paulo, editora Makron Books Ltda., 4a ed., 1997;

McLyman, WM, T., Transformer and Inductor Design Handbook ; New York – USA

:Marcel Dekker, 2004;

Novaes, Y. R. de; Estudo de um Snubber para o Inversor de Três Níveis com

Neutro Grampeado. Dissertação de Mestrado – Curso de Engenharia Elétrica;

UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Florianópolis – SC, 2000;

Pomilio, J. A., Fontes Chaveadas ; Campinas: Universidade Estadual de Campinas;

2005;

Rashid, M. H., Eletrônica de Potência: Circuitos, Dispositivos e Apl icações ;

tradução Carlos Alberto Favato; revisão técnica Antônio Pertence Jr. São Paulo:

Makron Books, 1999;

Sedra A. S.; Smith, K. C., Microeletrônica; São Paulo; Editora: Makron Books, 4a

ed., 2000;

TREVISO, C.H., Apostila de Eletrônica de Potência ; Londrina: Universidade

Estadual de Londrina, 2005;

Page 61: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

61

ANEXO 1 – Núcleos e respectivos Ap e Ae

Tabela A.1 - Núcleos e respectivos Ap e Ae

TIPO DIMENSÃO(mm) Ap(cm4) Ae(mm2)

EE

16/7/4 0.0588 14.9

20/10/5 0.1484 31

25/10/6 0.336 39.29

30/15/7 0.716 60

30/15/14 1.456 122

42/21/15 4.634 181

42/21/20 6.145 240

55/28/21 13.3 354

65/33/26 29.14 532

76/50/25 62.43 645.16

80/38/20 42.2 390.83

Page 62: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

62

ANEXO 2 – Tabela de Fios AWG

Tabela A.2 – Tabela de fios AWG.

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APÊNDICE A – FATOR DE

UTILIZAÇÃO DA JANELA

O número de espiras em um indutor pode ser expresso utilizando a Lei de

Faraday:

KfBAe

VN

MAX

L

⋅⋅⋅=

A área de enrolamento do transformador é completamente utilizada quando:

FIOSFIOP ANsANpAjKu ⋅+⋅=⋅

Por definição:

J

IA EF

FIO =

Rearranjando as equações:

J

INs

J

INpAjKu EFSEFE ⋅+⋅=⋅

Substituindo pela equação de Faraday:

J

I

KfBAe

V

J

I

KfBAe

VAjKu EFS

MAX

SEFE

MAX

E ⋅⋅⋅⋅

+⋅⋅⋅⋅

=⋅

Assim:

KfBAe

PsaídaPentradaAjKu

MAX ⋅⋅⋅+=⋅

Rearranjando a equação:

JKfBKu

PAAjAe

MAX ⋅⋅⋅⋅=⋅

Por definição Ap é o produto das áreas AjAe⋅ . E como Ap é dado em cm4 é

necessário multiplicar por 104, para realizar a mudança de escala de mm4 para cm4.

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64

JKfBKu

PAAp

MAX ⋅⋅⋅⋅⋅=

410

Sendo J dado empiricamente por (Treviso, pag 4):

XApKjJ −⋅=

Substituindo:

XMAX ApKjKfBKu

PAAp −⋅⋅⋅⋅⋅

⋅=410

Trabalhando a equação, essa se resume em:

Z

MAX fBKjKuK

PAAp

⋅⋅⋅⋅⋅=

410

Onde:

XZ

−=

1

1

Elucidado em McLyman,2004.

Segundo Treviso (pag 10), a potência aparente pode ser definida por:

PsKsPeKpPA ⋅+⋅=

Onde Pe e Ps são, respectivamente, a potência de entrada e de saída. Os

fatores Kp e Ks são dependentes da configuração dos enrolamentos.

A eficiência é definida por:

Pe

Ps=η

Assim, a potência aparente pode ser dada por:

+⋅=ηKp

KsPsPA

Para o indutor o produto das áreas AjAe⋅ (Ap) se relaciona com a energia

por meio da seguinte equação (Treviso 2005, pag 3):

Page 65: Inversor de Tensão de 12Vdc para 127Vac em 60Hz com Potência ...

65

Z

MAXBKjKu

EAp

⋅⋅⋅⋅=

4102

O fator de utilização da janela (Ku) é a relação entre a área da janela e a área

efetivamente ocupada pelos fios de cobre. Para o cálculo é necessário levar em

consideração 4 fatores:

• Área de cobre do fio em relação à área total (fio + isolante):

Para um fio 20AWG:

( )( ) 829.0

006244.0

005176.02

2

2

2

1 ≅=⋅⋅

==cm

cm

r

r

A

AS

TOTAL

CU

TOTAL

CU

ππ

• Fator de Preenchimento (forma de construção)

Para um alinhamento quadrado:

( )785.0

42 2

2

2 ≅=⋅⋅= ππr

rS

Um alinhamento ideal seria o formato hexagonal:

( ) 907.0)30(6306 2

2

2 ≅⋅

=⋅

⋅=OO tgrtg

rS

ππ

Em comparação o formato hexagonal seria o ideal, porém, levando em conta

a dificuldade de se manter o padrão do enrolamento de ambos, um valor de 0.61

para tal é bastante aceitável.

• Janela efetiva

Leva em consideração o número de enrolamentos, o de diferentes bitolas e o

carretel. É deixado um espaço entre o carretel e as extremidades do núcleo. O valor

dessa razão é variável e depende do fabricante, mas fica em torno de 0.55 e 0.75,

sendo 0.75 o mais usual. Medindo-se a área da janela (área total) e dividindo pela

área do carretel pode-se obter esse valor.

• Fator de isolação

Define o quanto do espaço da janela está realmente sendo usado para

isolação. Se um transformador tiver múltiplos secundários com quantidades

significativas de isolantes deve-se reduzir de 5% à 10% para cada secundário

adicional. Para um indutor com núcleo tipo EE pode ser adotado um valor de 1.

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66

38.0175.061.0829.04321 ≅⋅⋅⋅=⋅⋅⋅= SSSSKu

O fator de utilização da janela pode ser utilizado com valor 0.4, com uma boa

aproximação. (Treviso 2005, pag. 3)

A elevação de temperatura dentro do núcleo (sem ventilação forçada) respeita

a seguinte equação:

( ) AsTamb

PpT

⋅+⋅⋅=∆

82.0

10821.1 5

Quanto maior o acréscimo da temperatura, maiores as perdas. Acréscimo de

temperatura da ordem de 30o é aconselhável em Fontes Chaveadas (Treviso, 2005,

pag 5)

O coeficiente de densidade de corrente Kj está relacionado com a elevação

de temperatura no núcleo e o tipo de núcleo a ser utilizado. Para o caso, tipo de

núcleo EE, e uma variação de 20o à 60o o valor de Kj pode ser aproximado pela

seguinte equação (Treviso, 2005):

54.035.63 TKj ∆⋅=

Adotando o valor de 30o:

3973035.63 54.0 ≅⋅=Kj

Z é um valor que leva em consideração o tipo de núcleo utilizado e é dado

por:

xZ

−=

1

1

Para um núcleo do tipo EE x é igual a 0.12

136.112.01

1 ≅−

=Z