INVESTIGAÇÃO DE SURTO - USO DE GLUTARALDEÍDO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

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  • 8/4/2019 INVESTIGAO DE SURTO - USO DE GLUTARALDEDO EM SERVIOS DE SADE

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    Agncia Nacional deVigilncia Sanitria

    INFORME TCNICO No 04/07

    Glutaraldedo em estabelecimentos deassistncia sade

    Fundamentos para a utilizao

    Gerencia de Investigao e Preveno das Infeces e dosEventos Adversos

    Gerncia Geral de Tecnologia em Servios de Sade

    Maro de 2007

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    AGNCIA NACIONAL DEVIGILNCIA SANITRIA

    Diretor-PresidenteDirceu Raposo de Mello

    DiretoresCludio Maierovitch Pessanha Henriques

    Maria Ceclia Martins Brito

    Gerncia Geral de Tecnologia em Servios de SadeFlvia Freitas de Paula Lopes

    Gerencia de Investigao e Preveno das Infeces e dos Eventos

    AdversosLeandro Queiroz Santi

    Equipe tcnica:Suzie Marie GomesMariana VerottiJos Romerio R. MeloCarolina Palhares LimaCntia Faical ParentiHeiko Thereza Santana

    Fabiana Cristina de SousaMelissa de Carvalho AmaralMateus Menezes de Jesus

    Elaborao:GOMES, Suzie Marie; VEROTTI, Mariana; MELO, Jos Romerio,SANTI, Leandro.

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    SUMRIO

    1. ASPECTOS TCNICOS............................................................................................................................4

    CARACTERSTICAS FSICO-QUMICAS DO PRODUTO.............................................................................................4 APLICAO E PRECAUES DE USO ....................................................................................................................5 EFEITOS ADVERSOS E TOXICIDADE DOS ALDEDOS .............................................................................................6

    Efeitos adversos ........................................................... ........................................................... ...................... 6Toxicidade.....................................................................................................................................................7

    TRATAMENTO DE INTOXICAO .........................................................................................................................8 Exposio por via oral..................................................................................................................................8Exposio por inalao ................................................................................................................................8 Exposio oftalmolgica...............................................................................................................................9 Exposio drmica........................................................................................................................................9

    2. ALGUNS ASPECTOS LEGAIS................................................................................................................9

    DEFINIO .........................................................................................................................................................9 COMERCIALIZAO E USO ..................................................................................................................................9

    Rotulagem e embalagem........................................................... .................................................................. 10

    Infraes sanitrias ....................................................................................................................................10 Responsabilidade compartilhada................................................................................................................11

    3. CONSIDERAES FINAIS ................................................................ ................................................... 11

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    Glutaraldedo em estabelecimentos de assistncia sade

    Fundamentos para a utilizao

    Gerente de Investigao e Preveno das Infeces e dos Eventos AdversosGerncia Geral de Tecnologia em Servios de Sade

    1. Aspectos tcnicosGlutaraldedo um agente desinfetante bactericida que apresenta rpida e efetiva ao

    contra bactrias gram-positivas e gram-negativas. eficaz contra Mycobacterium

    tuberculosis, alguns fungos e vrus, incluindo os da hepatite B e HIV. lentamente

    efetivo contra esporos. Uma soluo apresenta atividade tima em pH entre 7,5 e 8,5,sendo quimicamente estveis por 14 dias. Solues com valores de pH menores so mais

    estveis (Drugdex, 2007).

    Caractersticas fsico-qumicas do produto

    O glutaraldedo um dialdedo, aliftico de baixo peso molecular, lquido, miscvel em

    gua, lcool e solventes orgnicos, cido (pH de 3 a 4). Na temperatura ambiente

    incolor com odor pungente. Normalmente, a soluo a 2%, requerendo bicarbonato

    sdio para ativar soluo por meio de alcalinizao a pH 7,5 a 8,5 (Drugdex, 2007).

    Soluo alcalina (pH 8) a 2% (WHO, 2007).

    Nome Status: USAN, rINN (WHO, 2007).

    Sinnimos: Glutaraldedo; Dialdedo glutrico; Pentanedial (WHO, 2007).

    Nome qumico: Pentane-1,5-dial (WHO, 2007).

    Frmula Molecular: C(5)H(8)O(2) (WHO, 2007).

    Peso Molecular: 100.1(WHO, 2007).

    CAS: 111-30-8 (WHO, 2007).

    Caractersticas fsico-qumicas, conforme descrio farmacopeica:

    A soluo contm 47 a 53% v/v de glutaraldedo. Armazenar em uma temperatura que

    no exceda a 15 graus (Martindale, 2007).

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    USP 27 O concentrado contm de 50 a 52% v/v de glutaraldedo e pH entre 3,7 a 4,5.

    Armazenar em recipiente hermtico e em temperatura que no exceda 40oC; Proteger da

    luz (Martindale, 2007).

    USNF 22 A soluo desinfetante possui pH entre 2,7 e 3,7. Armazenar em recipientehermtico e em temperatura que no exceda 40oC; Proteger da luz (Martindale, 2007).

    Aplicao e precaues de uso

    A soluo a 2%, em pH 8 (glutaraldedo ativado/alcalino) utilizado para a desinfeco e

    esterilizao de instrumentos, como endoscpios, instrumentos odontolgicos,

    equipamentos de borracha ou plstico e outros que no podem ser submetidos ao calor

    (Martindale, 2007; WHO, 2004).

    O Glutaraldedo 2% no corrosivo para a maioria de materiais. Conforme algumas

    referncias da literatura, a soluo requer 20 minutos de exposio para efetivar o alto

    nvel de desinfeco (Martindale, 2007; WHO, 2004). No entanto, para os produtos para

    registrados no Brasil (Portaria n. 15/88), deve ser feita a imerso completa do

    instrumental, submetido limpeza prvia, na soluo diluda por no mnimo 30

    minutos. Perodo superior a 2 horas pode ser necessrio para alguns instrumentais,

    como broncoscpios com possvel contaminao por micobactrias; enxaguar em gua

    estril ou lcool aps a desinfeco (Martindale, 2007; WHO, 2004).

    A esterilizao de instrumentos limpos, imerso em soluo ativada deve ocorrer por

    perodo superior a 8 horas; enxaguar com gua estril ou lcool aps a esterilizao.

    Recomenda-se reduzir a exposio ocupacional pela correta proteo da pele e pela

    instituio de medidas para evitar a inalao de vapores do produto (WHO, 2004).

    O problema deve ser minimizado com ventilao adequada da rea de manipulao (07 a15 trocas de ar por hora), uso de recipientes de plsticos e com tampa para imerso dos

    materiais e equipamentos de proteo individual durante a manipulao, tais como:

    luvas de borracha (butlica/nitrlica/polietileno/viton)que, segundo Rutala, deve-se usar

    dupla luva ou troca a cada 10 minutos quando usada apenas uma luva para manipular o

    glutaraldedo, culos e mscaras prprias para vapores orgnicos (APIC, 2000; CDC,

    2001).

    Os nveis de glutaraldedo no ambiente devem ser avaliados pelo Servio de Segurana

    do Trabalho, visto que, o limite mximo aceitvel da soluo no ar de 0,2 ppm, acima

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    desta concentrao pode ocorrer irritao dos olhos, nariz ou garganta (APIC, 2000;

    CDC, 2001; WHO, 2004).

    Efeitos adversos e Toxicidade dos aldedos

    Efeitos adversos

    Considerando a avaliao do produto em servios de sade, a Organizao Mundial de

    Sade relata que os efeitos adversos mais comuns decorrentes da exposio ocupacional:

    nusea, cefalia, obstruo das vias areas, asma, renite, irritao dos olhos, dermatite e

    descolorao da pele (WHO, 2004).Concluiu-se que, quando se usar glutaraldedo,

    trabalhadores devem adotar precaues apropriadas para proteger a pele e deve evitar ainalao de vapor (Burge, 1989).

    As principais manifestaes clnicas de toxicidade do Glutaraldedo consistem na

    irritao dos olhos, pele e mucosas. A exposio pode induzir asma em alguns indivduos

    e causar dermatite de contato (Poisindex, 2007).

    A exposio humana a vapores tem sido associada ocorrncia de coriza, epistaxe, dor

    de cabea, asma, dor no peito, palpitao, taquicardia, nusea e vmito. Outros sintomas

    podem ocorrer como tosse, renite, dificuldade respiratria e lacrimejamento (Poisindex,2007).

    A Agncia de Sade Ocupacional dos USA e a Agncia Internacional para a Investigao

    do Cncer tm classificado o glutaraldedo, segundo a sua toxidade, como um agente no

    mutagnico, no cancergeno e sem toxidade sistmica (Van Lente F et al, 1975; Rutala

    WA, 1996; Ballantyne B, 2001). Porm pode ser considerado um agente qumico muito

    irritante e sensibilizante de pele e mucosas ocular e respiratria em condies

    ambientais desfavorveis.

    A ingesto de solues contendo aldedos pode causar dor intensa, com inflamao,

    ulcerao e necrose de mucosas. Pode ocorrer vmito, hematmese, diarria

    sanguinolenta, hematria e anria, acidose metablica, vertigem, convulses e perda de

    conscincia e falncia circulatria.

    Em uma reviso de perigos ocupacionais do glutaraldedo, observou-se que diversos

    estudos mostraram efeitos adversos, incluindo nusea, cefalia, a obstruo de vias

    areas, asma, renite, irritao do olho e a dermatite, ocorrendo entre os profissionais desade expostos ao produto, geralmente em concentraes abaixo dos limites

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    recomendados. As reaes da pele eram devidas hipersensibilidade ou a um efeito

    irritante direto

    O risco da exposio ocupacional ao vapor pode ser mais elevado em climas mais

    elevadas (Mwaniki, 1992). Houve relatrio do contato ocular acidental, devido aoescapamento da soluo glutaraldedo retido em uma mscara anestsica; evoluiu para

    conjuntivite qumica moderada (Murray, 1985).

    As solues concentradas aplicadas pele causam branqueamento e endurecimento.

    Dermatites e reaes de sensibilidade de contato ocorreram aps o uso de concentraes

    convencionais e aps o contato residual em resinas (Health, 1981).

    Toxicidade

    Existem poucos relatos na literatura de neurotoxidade em humanos, sendo que alguns

    autores entendem que devido a sua alta reatividade com a matria viva e sua

    biodisponibilidade sistmica nos rgos-alvo relacionados (trato respiratrio, os olhos e a

    pele) tornam a toxidade ao glutaraldedo negligencivel.

    H um intenso debate nos crculos mdicos sobre a relao entre a exposio e o

    desenvolvimento de neurotoxidade, entretanto o assunto permanece controverso.

    Convulses e depresso central foram observadas em animais, aps a administrao

    venosa (Poisindex, 2007).

    Distrbios de toxicidade neurolgica foram observados em voluntrios, sugerindo que h

    um grupo de indivduos mais suscetveis a possveis efeitos neurotxicos do

    glutaraldedo. Exposio a outros alrgicos concomitantemente ou mesmo aps a

    exposio ao saneante pode estar relacionado aos quadros de intoxicao crnica ou

    surgimento de sintomas recorrentes.

    Contudo, a exposio do profissional a elevados nveis de vapor do produto pode ocorrer

    durante o reprocessamento dos artigos em salas mal ventiladas, uso de recipientes

    abertos, respingos ou derramamento da soluo. Onde o servio de segurana do

    trabalho dever avaliar os nveis de glutaraldedo no ambiente.

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    Tratamento de intoxicao

    Os dados sobre a exposio humana ao glutaraldedo so limitados. O tratamento dos

    sintomas consiste na adoo de medidas bsicas para a manuteno da vida e so

    semelhantes aos definidos para o formaldedo e, sobretudo, depende da via e daconcentrao de exposio (Poisindex, 2007).

    Monitorizao laboratorial: Os nveis de bicarbonato e gases sanguneos devem ser

    monitorados para o possvel desenvolvimento de acidose. A funo heptica deve ser

    monitorada. Se a irritao do trato respiratrio ou depresso respiratria forem

    evidentes clinicamente, monitorar oximetria, raios-X de trax e testes de funo

    pulmonar (Poisindex, 2007).

    O tratamento de sinais e sintomas na intoxicao, descrito na literatura, semelhanteao institudo para o formaldedo, baseada na observao e controle de qualquer

    hemorragia gastrintestinal, ulcerao ou perfurao e o suporte indicado para

    depresso do sistema nervoso central - SNC - e hipotenso (Poisindex, 2007).

    Exposio por via oral

    Em decorrncia da potencial irritao gastrintestinal e depresso do SNC e

    subseqente aspirao, no induzir emese. Os benefcios da remoo imediata de

    algum material que tenha sido ingerido por lavagem gstrica deve ser avaliado

    pela potencial complicao, como sangramentos, perfurao ou aspirao

    (Poisindex, 2007).

    Administrar carvo ativado (30g carvo/240ml gua); dose usual 25 a100g em

    adultos e crianas acima de 12 anos (Poisindex, 2007).

    Hipotenso: infundir 10 a 20ml/kg de soluo isotnica. Se persistir, dopamina de 2

    a 20mcg/kg/min ou norepinefrina 0,5 a 1mcg/min (Poisindex, 2007).

    Esofagoscopia: deve ser considerada aps a ingesto para avaliar a gravidade do

    sofrimento custico (Poisindex, 2007).

    Exposio por inalao

    A principal medida remover o exposto ao ar fresco e monitorar a sofrimentorespiratrio. Se a irritao ou depresso do trato respiratrio evidente, monitorar

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    os gases sanguneos, raios-X de trax e testes de funo respiratria (Poisindex,

    2007).

    Exposio oftalmolgica

    Lavar com gua corrente por 15 minutos. Um exame oftalmolgico deve ser

    considerado se a irritao ou dor persistir aps a lavagem. Concentraes

    inferiores, como 2%, podem causar dano ocular com inflamao severa,

    lacrimejamento e edema (Poisindex, 2007).

    Exposio drmica

    Remover a roupa contaminada e lavar a rea exposta com gua e sabo. O mdico

    deve examinar a pele, caso a irritao ou dor persistam (Poisindex, 2007).

    A dose txica no homem no foi claramente estabelecida. Cerca de 10% das

    solues tm causado dermatite, quando administradas terapeuticamente e em 2%

    pode causar irritao ocular (Poisindex, 2007).

    2. Alguns aspectos legaisDefinio

    Os produtos desinfetantes so definidos por formulaes que tm na sua composio

    substncias microbicidas e apresentam efeito letal para microrganismos no

    esporulados, ao contrrio do produto esterilizante que deve apresentar efeito letal para

    microrganismos esporulados (Brasil, 1988).

    Comercializao e uso

    A Lei 6.360/76 estabelece que somente poder extrair, produzir, fabricar, transformar,

    sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou

    expedir os produtos autorizados pelo Ministrio da Sade. Nenhum dos produtos de que

    trata esta Lei, poder ser industrializado, exposto venda ou entregue ao consumo

    antes de registrado no Ministrio da Sade (Brasil, 1996).

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    Para a obteno do registro, o produto deve atender a requisitos especficos como a

    comprovao cientfica e de anlises, quanto a sua segurana e eficcia para o uso a que

    se prope, alm de possuir identidade, atividade, qualidade, pureza e inocuidade

    necessrias (Brasil, 1977a).

    Rotulagem e embalagem

    Sobre a rotulagem imprescindvel constar as seguintes informaes: nome do

    produto, classificao; classe de risco, restries de uso, modo de uso (diluio de

    uso, tempo de contato, limitaes de uso, cuidados para a conservao e avisos)

    princpio ativo, frases de advertncia, lote e data de fabricao e prazo de validade,

    responsabilidade tcnica e dados do fabricante.

    O Glutaraldedo deve seguir o ordenamento da Portaria n. 15/88 que, alm de

    atender as normas sobre embalagem e demais condies de rotulagem para os

    saneantes, determina as substncias permitidas no pas. So obrigatrias

    informaes como o nome e composio do produto, sua classificao, frases

    relacionadas com a classe de risco, restries de uso (uso hospitalar, uso

    profissional), modo de usar, incluindo a diluio de uso, tempo de contato,

    limitaes do uso e cuidados para conservao, lote e data de fabricao, nmero deregistro do produto e dados do responsvel tcnico (nome e inscrio no CRF/CRQ),

    dados do fabricante e as frases obrigatrias e de advertncia (Brasil, 1988).

    Infraes sanitrias

    A inobservncia das disposies definidas pelas legislaes pertinentes ao produto,

    sugere infrao sanitria, ficando os infratores, pessoas fsicas e jurdicas, sujeitos

    s penalidades cabveis definidos na forma da Lei n. 6.437/77. s infraes

    flagrantes, tais como alteraes no autorizadas na rotulagem de produtos (que

    possam propiciar o seu mau uso ou o emprego incorreto s finalidades de uso)

    poder ser aplicada medida de interdio cautelar de fabricao e comercializao.

    Provada e tipificada a infrao no processo competente, ser mantida a interdio

    at que o fabricante comprove a correo das irregularidades. A interdio ser

    determinada quando as anlises laboratoriais apontarem resultados insatisfatrios

    que impliquem na inaptido das formulaes para as finalidades de uso propostas.

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    A liberao da medida de interdio depender da comprovao laboratorial de que

    as irregularidades foram sanadas. As medidas aqui previstas no implicam, de

    modo algum, em prejuzo das penalidades impostas pelo julgamento das infraes

    cometidas (Brasil, 1977b).

    Responsabilidade compartilhada

    O Art. 2 da Portaria 802/98 define a cadeia dos produtos farmacuticos e que esta

    abrange as etapas da produo, distribuio, transporte e dispensao. , ainda,

    estabelecido que as empresas responsveis em cada uma destas etapas so

    solidariamente responsveis pela qualidade e segurana dos produtos

    farmacuticos objetos de suas atividades especficas. Ou seja, a aquisio deprodutos sem registro no exonera a responsabilidade da instituio de sade que

    adquiriu o produto (Brasil, 1998).

    3. Consideraes finaisA soluo de Glutaraldedo a 2% a que tem sido mais utilizada nos ltimos anos para

    desinfeco de artigos termossensveis ou esterilizao que pode ser a frio de artigos

    crticos, termossensveis (enxertos de acrlico, cateteres, transducers, drenos, tubos de

    poliestireno, nylon) e de artigos termorresistentes (instrumentos metlicos, tubos de

    borracha, silicone, nylon, teflon ou PVC, componentes metlicos de endoscpios, de alto

    risco) de equipamentos mdicos como materiais de terapia respiratria e anestesia,

    endoscpios, tubos de espirometria, dialisadores, hemodialisadores, laparoscpios e

    outros (Rutala, 1999). De modo geral, a escolha do glutaraldedo pautada pela sua ao

    biocida (APIC, 1996) e pela relao benefcio, em detrimento da sua desvantagem.

    Como a maioria das solues qumicas, seu manuseio exige equipamentos de

    proteo individual e ambientes bem ventilados. O contato direto deve ser

    evitado, conforme recomenda o CDC (CDC, 2001).

    Entre as principais vantagens do glutaraldedo esto:

    1. Sua atividade esporicida;

    2. Age na presena de matria orgnica;

    3. Apresenta ao no corrosiva ao material e;4. No deteriora as lentes de endoscpios.

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    A atividade antimicrobiana do glutaraldedo no depende exclusivamente do

    tempo de validade da soluo descrito pelo fabricante, mas tambm de suas condies

    de uso, como diluio e teor de material orgnico.

    O produto comercializado (a) em concentraes iguais a 2% em pH cido e tambm em(b) solues de pronto uso.

    (a) A soluo acompanhada pelo agente alcalinizante ou p ativador, que

    elevar o pH da soluo para 7,5-8,5, sendo as solues neutras ou alcalinas

    possuem ao microbicida e anti-corrosiva superiores quando comparadas s

    cidas

    Aps mistura e completa homogeneizao obtm-se as solues ativadas, cujosprazos de validade, conforme orientao de cada fabricante, de 14 ou de 28 dias.

    Essas solues apresentam colorao esverdeada.

    Ateno! Essa validade para o produto em sua embalagem original (ausncia

    de material orgnico, fechado na embalagem original, sem contato direto com o ar

    atmosfrico ou luz).

    (b) Quando a soluo j vem preparada (alcalinizada), ela dever ser descartada

    aps cada uso, conforme instrues do fabricante.

    Devem, tambm, ser observadas as recomendaes de processamento pelo fabricante do

    equipamento/instrumental, devido s caractersticas tecnolgicas de cada um deles,

    evitando incompatibilidade entre processos de desinfeco/esterilizao e os

    instrumentais. Os profissionais devem estar atentos a estas recomendaes a fim de

    obter os resultados desejados.

    Orientaes importantes para o manuseio da soluo ativada, na Central de Material

    Esterilizado, algumas regras deve ser definidas e seguidas com rigor:

    1- O recipiente que receber a soluo ativada deve possuir tampa e ser mantido

    fechado todo o tempo de utilizao do produto. Pode ser aberto pelo tempo

    suficiente para inserir os instrumentais e para a realizao das anlises de

    manuteno da qualidade do processo;

    Quais seriam esses controles? A medida de pH fundamental.

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    2- Aps rigorosa limpeza, enxge e secagem, o instrumental deve ser

    completamente submerso no produto e, com todos os lumes preenchidos pela

    soluo de glutaraldedo, pelo tempo necessrio ao tipo de processamento

    desejado.

    Tempo de exposio:

    Desinfeco de alto nvel em glutaraldedo: mnimo 30 minutos, conforme

    recomendao do fabricante da soluo.

    Esterilizao: entre 8 e 10 horas, conforme recomendao do fabricante da

    soluo.

    Deve-se ter cuidado com a formao de bolhas que impedem o contato da soluo com o

    artigo. As reentrncias e tubulaes devem ser preenchidas com a soluo utilizando uma

    seringa, se for necessrio.

    3- Toda imerso na soluo deve ser registrada em documento especfico. Os

    registros devem conter informaes mnimas para a manuteno da qualidade do

    produto e sua rastreabilidade. Sugere-se o registro de informaes mnimas

    como:

    Durante a ativao:

    - Data de ativao, lote do produto e nome do fabricante, data provvel de validade

    (14 ou 28 dias) e o responsvel pela ativao da soluo;

    Durante o manuseio da soluo

    - Data do recebimento da soluo, nmero do lote/registro e do incio do uso;

    - Tipo de instrumental sob processamento e o ciclo na soluo;

    - Horrio do incio e final do contato do glutaraldedo com o instrumental, o

    responsvel pela operao, em cada um dos ciclos,

    - Resultados das anlises de monitoramento da qualidade da soluo em uso, com a

    respectiva data, horrio de realizao, tipo de teste e responsvel.

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    O processamento do instrumental e a validao de todo o processo devem

    ser registrados.

    Preocupada em promover a utilizao correta das diferentes tecnologias em servios de

    sade e a segurana dos pacientes, a Gerncia Geral de Tecnologia em Servios deSade (GGTES), divulga este informe e solicita aos profissionais de sade que

    notifiquem a ocorrncia de eventos adversos autoridade sanitria local ou Anvisa

    pelo endereo http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm.