INVESTIGAÇÃO PAGINA Em mil vagas para cérebros foram ... · ção e que produzem maior núme-ro...

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INVESTIGAÇÃO PAGINA Em mil vagas para "cérebros" foram ocupadas apenas 402

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INVESTIGAÇÃO PAGINA

Em mil vagas para "cérebros"foram ocupadas apenas 402

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Vagas para investigadoresficaram sem candidatosPrograma para contratar 1000 doutorados com apoio do Estado não encheu metade das vagas

ALEXANDRA INÁCIO

[email protected]

A segunda fase do concurso paiacontratação de 1000 doutorados pa-ra o Sistema Científico e TecnológicoNacional encontra-se a decorrer até30 de Setembro. Na primeira, em2007 para as mil vagas abertas só

foram celebrados 402 contratos.O objectivo consta do Compro-

misso com a Ciência, assumidopelo Governo para o sector: con-tratar 1000 doutorados e integrá-los nas equipas de investigação.No Ciência 2007, não se chegou ametade dessa meta. Pelo menos,de acordo com os dados forneci-dos pelo ministério da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior a

um deputado do PSD. A dificul-dade de preenchimento das vagasé, de certo modo, reconhecidapela tutela na resposta que enviaao requerimento de Emídio Guer-reiro - "alguns concursos ficaramdesertos ou concluíram pela ina-dequação dos perfis apresenta-dos", lê-se no documento.

"São os primeiros concursos. Émelhor fazer-se perfis menos es-treitos. E a divulgação talvez não

seja a mais adequada. Não temoscandidatos a concorrer para al-guns lugares", reagiu ao JN Cris-tina Delerue-Matos, da Universi-dade do Porto.

A docente sublinha que hááreas científicas "de mais fácilcaptação ou com mais doutora-

dos" do que outras. Caso das quetêm maior tradição em investiga-ção e que produzem maior núme-ro de artigos científicos, como a

Química e a Física, comparativa-mente a outras como a engenha-ria civil, por exemplo.

De acordo com os dados ofi-ciais do Ministério da Ciência eEnsino Superior, o LaboratórioNacional de Engenharia Civil(LNEC) foi, precisamente, umadas instituições a que foram atri-buídos sete lugares mas que aca-bou por não celebrar nenhumcontrato. Mas não foi a única ins-

tituição. O Instituto Nacional deSaúde Ricardo Jorge ou o Nacio-nal de Engenharia, Tecnologia e

Inovação, a Universidade do Por-

to e a do Algarve também tiveramlugares atribuídos que acabaram

por terminar em nenhuma con-tratação.

Na primeira fase do Programa,em 2007, foram recebidas 184 can-didaturas institucionais, das quaisforam seleccionadas 60. Estasapresentaram propostas de con-tratação de 624 doutorados, des-de logo abaixo dos objectivos ini-ciais. Mas até Maio, de acordocom a informação da Fundaçãopara a Ciência e Tecnologia, ti-nham sido assinados apenas 402contratos, encontrando-se "emfase de contratualização 126 luga-res". A segunda fase do programaacabou por ser lançada em Junho.O JN tentou, em vão, junto do Mi-

nistério actualizar qual a situaçãodestes contratos em Agosto, semter obtido resposta.

Instituto Ricardo Jorge,

LNEC, INEP e as

universidades do Porto

e Algarve ficaram a zero

Foi às universidades de Lisboae do Minho que foram atribuídosmais lugares, precisamente 62 acada uma das instituições. Lisboaacabou por celebrar 46 contratos;o Minho 24. As instituições quemais doutorados contrataram em2007, por cinco anos, foram o Ins-tituto Superior Técnico (formali-zou a contratação de 44 doutora-dos), a Universidade de Aveiro(33) e o Instituto Tecnologia, Quí-mica e Biologia (30).

Cristina Delerue-Matos elegeeste programa como um dos maisdeterminantes no incentivo à in-vestigação, pois permite aos dou-torados contratados dedicarem-se a "100% à investigação" e pro-move a sua mobilidade entre di-versas instituições.

Passar de 1000 para 1500 douto-rados por ano, atingir 5,5 investi-gadores por mil activos e aumen-tar em 50% a produção científicareferenciada internacionalmentesão objectivos assumidos no Com-

promisso com a Ciência. ¦

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INAC.O ROSA/LLSA

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-TEUMÓMEim

Mariano GagoMINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

A primeira fase

para a contrataçãode doutorados

para o Sistema Científico e

Tecnológico nacional nãocorreu bem. Das mil contrata-

ções previstas, foram concre-tizadas apenas 402. Ou seja:mais de metade das vagasabertas continuam porpreencher.

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Saúde oral Direcção-Geral de Saúde revela números mais recentes

Metade das crianças portuguesas atéaos seis anos livre de cáries dentáriasDGS analisou período entre 2005 e 2006 e reconhece várias melhorias. Organização Mundialde Saúde quer que 80 por cento das crianças tenham todos os dentes sãos em 2020

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Alexandra Campos

• A saúde oral das crianças e dos jo-vens portugueses está a melhorar, masainda persistem muitos problemas,especialmente antes dos seis anosde idade. É nesta faixa etária que énecessário apostar com urgência, in-vestindo de uma forma sustentada omais cedo possível, defende a Direc-ção-Geral da Saúde (DGS), no docu-mento com as conclusões do últimoestudo nacional de prevalência das

doenças orais (2005/2006), que acabade divulgar.

A percentagem de crianças livres decáries dentárias aos seis anos passoude 33 para 51 por cento, entre 2000 e

2006, segundo este estudo (com umaamostra aleatória de 2612 crianças e

jovens a frequentar escolas públicasdo ensino básico). Outra boa notícia éa de que os jovens de 12 anos têm, emmédia, 1,48 dentes cariados, perdidose obturados, um valor inferior ao pre-conizado pela OMS para a Europa noano 2020 (1,50).

Apesar das melhorias, que são sig-nificativas, também nos jovens com12 e 15 anos (subida de 27 para 44 porcento e de 19 para 28 por cento nas

percentagens dos que têm todos osdentes sãos nestes dois grupos etá-rios), a DGS é a primeira a reconhecer

que ainda é preciso trabalhar muito

para atingir a meta da OrganizaçãoMundial de Saúde para 2020 (80 porcento das crianças livres de cárie aosseis anos).

Com a contratualização de serviçosprivados, a partir de 2000, aumentouo número de jovens com dentes tra-tados entre 2000 e 2006: no último

inquérito, 40 por cento das criançascom seis anos tinham ido pelo menosuma vez a uma consulta com médi-co dentista no último ano, enquantoaos 12 e aos 15 anos 85 por cento dos

jovens declarava ter já tido acesso acuidados de saúde oral.

A má notícia é que a situação con-tinua preocupante no que toca a pro-blemas com as gengivas. Com a idade,a prevalência de adolescentes comgengivas saudáveis vai diminuindo(de 29 para 22 por cento, aos 12 e aos15 anos) e aumentando a percentagemdos que têm cálculo (de 36 para 52 porcento). A DGS nota que, em Espanha,35 por cento dos jovens de 15 anos ti-nham gengivas saudáveis em 2005 e

conclui que os indicadores nacionaisrevelam hábitos de higiene oral aindadeficientes.

Basta ver que, aos seis anos, apenasmetade das crianças inquiridas diziamescovar os seus dentes duas ou maisvezes por dia, uma percentagem quesubia para 67 por cento aos 12 anos e

para 69 por cento, aos 15.

Mais uma vez a DGS faz uma compa-ração com Espanha, onde, em 2005, a

percentagem de jovens de 15 anos queescovava os dentes diariamente ascen-dia a 85 por cento. Também o fio den-tário é pouco utilizado em Portugal(cerca de um quarto dos jovens), talcomo o uso de dentífricos com flúor.A DGS lembra, a propósito, que a OMSrecomenda a promoção do acesso aos

fluoretos, sobretudo através de dentí-fricos com flúor disponíveis a custosbaixos.

Face aos dados apresentados, a

Direcção-Geral da Saúde conclui queé necessário reforçar o acesso a este

tipo de cuidados, sobretudo às crian-

ças com seis anos ou menos. Outras

recomendações passam pela criaçãode serviços de saúde oral acessíveisàs crianças e jovens, que integremestratégias universais, mas dirigidassobretudo a grupos de risco, e aindaa criação de um sistema de recolhade informação epidemiológica quepermita avaliar o custo-efectividadedas intervenções realizadas.

O trabalho incluiu ainda uma co-lheita de saliva e placa bacterianados jovens de 12 anos para servir de

suporte à investigação de uma vaci-na contra a cárie dentária no Instituto

Superior de Ciências da Saúde AbelSalazar (Porto).

Sobrou dinheiro

No âmbito do ProgramaNacional de Saúde Oral, da

Direcção-Geral da Saúde (DGS),o Estado gastou em 2007 cercade 3,3 milhões de euros com o

tratamento dentário de um totalde perto de 53 mil crianças ejovens dos três aos 16 anos, umaumento de cinco mil em relaçãoao ano anterior.

Mas ficaram por gastar 1,7

milhões de euros (o programada DGS previa uma despesa decinco milhões de euros) e nãoforam incluídos alguns milharesde crianças e jovens (estavaplaneado chegar-se a um totalde 65 mil, no ano passado). Alémdisso, das crianças e jovensque entraram no programa,mais de três mil acabaram porinterromper os tratamentos.

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O emagrecimentosem dietas ou sofrimentoEm apenas cinco anos, o médico nutricionista Jorge Guimarães tornou-se

uma referência em Viana do Castelo. Com uma abordagem directa e pessoalao paciente, as curas de emagrecimento são feitas à base da psicologia e semsofrimentos. "Só se emagrece comendo e tendo prazer nisso", afirma o clí-

nico, que regista uma média de 170 consultas por mês. "O segredo do suces-

so é a simbiose que se consegue obter com o paciente. Sem sofrimentos."

Quando Jorge Guimarães, 44 anos, iniciou as consultas, a procura erafundamentalmente no feminino. "Quando comecei, 95% dos pacienteseram mulheres. Actualmente, os homens já representam 35%", afirma.Sem desvendar o seu "segredo", garante que a perspicácia, para percebero gosto e necessidades do doente, aliada ao sentido de o convencer para o

tratamento recomendado, é a base para uma elevada taxa de concretiza-

ção. A psicologia com que lida comos pacientes ajuda, daí recusar a pa- pGrflllavra dieta: "O doente tem que ser \^ 1

orientado para saber emagrecer e JORGEdepois saber gerir o peso cos res- pi lIMADÃFC;pectivos parâmetros bioquímicos.

UUM IMKM "A simplicidade é o segredo." «44anos

As suas consultas atraem pa- # Casado, umfi lhocientesdetodasascamadassociais,

# Licenciado pela Univ ersidadesobretudo pela necessidade de j Pnrto"bem-estar consigo próprio". "Des-de pessoas da classe média alta ao

simples operário, é procurado por toda a gente. Até porque não custa mui-to perder peso, depende da vontade." O nome de Jorge Guimarães é asso-

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ciado a receitas quase "milagrosas" de emagrecimento, como um caso querecorda de forma especial. "Um senhor, que parecia um caso complicado,mas que num mês consegui que perdesse 14 quilos. É possível quando se

deixa cair mitos e paradigmas sociais ou alimentares", diz. Cuidados desaúde que, para além dos consultórios de Viana, Porto e Braga, chegam

agora também a uma rádio local. "É uma forma de, com seriedade, deixar

alguns conselhos, que são de saúde e bem-estar", confessa, agora que co-

meça a abraçar este novo desafio radiofónico. A mensagem é clara: "Osmeus pacientes só emagrecem comendo." ¦PAULO JULIÃO, Viana do Castelo

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INVESTIGAÇÃO

Portugueses procuram novos medicamentos* Uma equipa de jovens investi-gadores nacionais, da Faculdadede Ciências de Lisboa (FCL), estáa tentar encontrar os princípiosactivos que controlam a diabetese o Alzheimer, através do estudode plantas autóctones.

Um póster gigante na parededo Laboratório de Química Orgâ-nica de Glúcidos, na FCL, exibe aslinhas de investigação de umaequipa jovem, mas a "dar cartas"

a nível internacional nos contri-butos para o avanço da químicafarmacêutica e da agro-química eda cosmética.

Amélia Pilar Rauter, que chefiao grupo de investigação, não temdúvidas em afirmar que tem a tra-balhar consigo jovens "altamenteespecializados".

Com duas patentes de pestici-das amigos do ambiente regista-das em Portugal, com registo em

curso na Europa e EUA, a equipadesenvolve uma investigação so-bre a aplicação de açúcares como

agentes biodegradáveis em agro-química (insecticidas e fungici-das) para combater pragas naagricultura. Por outro lado, estãoa ser estudadas plantas autócto-nes, procurando os princípios ac-tivos que permitem controlar adiabetes e doenças do foro neuro-lógico, como o Alzheimer. ¦