Iracema - José de Alencar -- Resumo com análises importantes

3
IRACEMA, JOSÉ DE ALENCAR ENREDO: O texto começa pelo fim. Iracema, no 1º capítulo, já está morta, e Martim, Moacir vão embora na jangada. A obra narra, com muitos aspectos nacionalistas e natureza exuberante, a história de Iracema, índia Tabajara, que vive no interior do Ceará. Ao se deparar com um guerreiro branco, Martim, a indígena o ataca com uma flecha, assustada, porém, logo depois se arrepende do ato e leva o guerreiro para a tribo. Martim é muito bem acolhido pelo pajé, Araquém, e desfruta de tudo o que quiser. Martim era português, mas amigo e irmão dos índios Pitiguaras, inimigos dos Tabajaras. Ao descobrir que Iracema, a índia que ele desejava, deveria permanecer virgem, devido a uma tradição, por ser a “guardiã do segredo da Jurema”, Martim deseja regressar para seus amigos, mas é convencido pela moça a ficar um pouco mais. Martim e Iracema conversam bastante durante esse tempo e Martim conta a Iracema que possui uma noiva em sua pátria, mas não é tão bela quanto a índia. As complicações da trama surgem quando Irapuã, chefe da tribo Tabajara, se mostra contra o romance de Iracema e Martim, pois o próprio chefe queria a virgem para si. Quando Martim parte da tribo, junto com Caubi, Irapuã e seus guerreiros os cercam para matarem o guerreiro branco. Porém, quando a luta está prestes a começar, ouve-se o grito de guerra dos inimigos Pitiguaras e todos os índios correm para defenderem a tribo. Iracema e Martim voltam para a cabana de Araquém e Irapuã os alcança e diz que Iracema se entregou para Martim. Araquém responde que, se isso acontecer, Iracema morre. Com a proteção do Pajé, a virgem e o guerreiro se escondem em uma espécie de gruta em baixo da oca. Martim confessa para a índia que o grito que ouviram era do seu irmão Poti, que viera para salvá-lo. Iracema, temendo pela vida do estrangeiro, diz que se encontrará com Poti para que combinem a partida de Martim, ainda ameaçado por Irapuã. Antes de partir, Martim tem um “sonho” de amor com Iracema , alucinado pela bebida Jurema. Porém, não sabia que o “sonho” fora real e que a índia, já não mais virgem, deveria segui-lo com esposa. Partem Martim, Poti e Iracema,

description

IRACEMA, JOSÉ DE ALENCAR  ENREDO: O texto começa pelo fim. Iracema, no 1º capítulo, já está morta, e Martim, Moacir vão embora na jangada. A obra narra, com muitos aspectos nacionalistas e natureza exuberante, a história de Iracema, índia Tabajara, que vive no interior do Ceará. Ao se deparar com um guerreiro branco, Martim, a indígena o ataca com uma flecha, assustada, porém, logo depois se arrepende do ato e leva o guerreiro para a tribo. Martim é muito bem acolhido pelo pajé, Araquém, e desf

Transcript of Iracema - José de Alencar -- Resumo com análises importantes

Page 1: Iracema - José de Alencar -- Resumo com análises importantes

IRACEMA, JOSÉ DE ALENCAR

ENREDO: O texto começa pelo fim. Iracema, no 1º capítulo, já está morta, e Martim,

Moacir vão embora na jangada. A obra narra, com muitos aspectos nacionalistas e natureza exuberante, a

história de Iracema, índia Tabajara, que vive no interior do Ceará. Ao se deparar com um guerreiro branco, Martim, a indígena o ataca com uma flecha, assustada, porém, logo depois se arrepende do ato e leva o guerreiro para a tribo. Martim é muito bem acolhido pelo pajé, Araquém, e desfruta de tudo o que quiser.

Martim era português, mas amigo e irmão dos índios Pitiguaras, inimigos dos Tabajaras. Ao descobrir que Iracema, a índia que ele desejava, deveria permanecer virgem, devido a uma tradição, por ser a “guardiã do segredo da Jurema”, Martim deseja regressar para seus amigos, mas é convencido pela moça a ficar um pouco mais. Martim e Iracema conversam bastante durante esse tempo e Martim conta a Iracema que possui uma noiva em sua pátria, mas não é tão bela quanto a índia.

As complicações da trama surgem quando Irapuã, chefe da tribo Tabajara, se mostra contra o romance de Iracema e Martim, pois o próprio chefe queria a virgem para si. Quando Martim parte da tribo, junto com Caubi, Irapuã e seus guerreiros os cercam para matarem o guerreiro branco. Porém, quando a luta está prestes a começar, ouve-se o grito de guerra dos inimigos Pitiguaras e todos os índios correm para defenderem a tribo. Iracema e Martim voltam para a cabana de Araquém e Irapuã os alcança e diz que Iracema se entregou para Martim. Araquém responde que, se isso acontecer, Iracema morre. Com a proteção do Pajé, a virgem e o guerreiro se escondem em uma espécie de gruta em baixo da oca. Martim confessa para a índia que o grito que ouviram era do seu irmão Poti, que viera para salvá-lo. Iracema, temendo pela vida do estrangeiro, diz que se encontrará com Poti para que combinem a partida de Martim, ainda ameaçado por Irapuã.

Antes de partir, Martim tem um “sonho” de amor com Iracema , alucinado pela bebida Jurema. Porém, não sabia que o “sonho” fora real e que a índia, já não mais virgem, deveria segui-lo com esposa. Partem Martim, Poti e Iracema, que são perseguidos por índios Tabajaras, agora tentando se vingar do guerreiro branco. Após uma intensa luta entre Tabajaras e Potiguaras, a tribo de Iracema perde e foge. E a índia,triste, chora e segue fielmente seu marido e Poti.

Após muito tempo afastada da tribo Iracema se mostra triste e com saudades. Ela e Martim decidem habitar as margens do rio perto do Mocoripe(morro das areias). Poti e Martim saiam para caça freqüentemente e Iracema ficava solitária e começou a não ser mais apreciada pelo marido, como era antes. Descobrem que Iracema está grávida e Martim é transformado em um guerreiro vermelho, com o nome de Coatiabo.

O português se torna cada vez mais distante e com saudades da sua terra natal. Certa manhã ele parte com Poti para uma guerra, dando a triste Iracema um sinal de que voltariam. Quando retornam, Iracema sofre e ela diz que o esposo não a ama mais e que logo quando seu filho nascer ela morrerá para que Martim volte para sua “virgem branca”.

Os amigos Pitiguaras,Poti e Martim, partem para segunda batalha e enquanto isso Iracema dá a luz ao filho,Moacir,sozinha. Iracema sente-se mal, algum tempo depois, mas mesmo assim não se alimenta para recuperar as forças. Quando seu marido se aproxima Iracema se enche de esperanças, e quer se levantar e ir ao seu encontro mas não consegue, pois está num estado de quase morte, tendo forças somente para entregar o filho a Martim.

Page 2: Iracema - José de Alencar -- Resumo com análises importantes

Assim morreu Iracema, que foi enterrada ao pé do seu coqueiro preferido, onde um dia veio a chamar Ceará o rio que crescia do coqueiro e os campos ao longo do rio.

Anos depois, Martim retorna da sua pátria com Moacir e implanta a religião católica aos índios,como o Poti. Relembra de Iracema e dos momentos que passaram juntos. A jandaia sobre o coqueiro, ave antes amiga de Iracema, já não canta mais o nome da virgem, como costumava. “Tudo passa sobre a terra”.

OBS: 1. Início da obra com um flash foward, obra do capítulo II ao XXXII é em flash

back2. Linguagem lírica; lirismo se deve a essa linguagem e aos recursos próprios de

poesia utilizados pelo autor3. Alencar mescla ARGUMENTO HISTÓRICO (lutas entre franceses e

portugueses, tabajaras e pitiguras) e ARGUMENTO LITERÁRIO (amor entre Iracema e Martim).

4. Mescla também personagens HISTÓRICOS (Martim moreno e poti) e PERSONAGENS IMAGINÁRIOS. (o resto dos outros.)

5. Lenda do Ceará (quando estiver narrando o final, ou já no final da narrativa) A Lenda se cria a partir da união entre Iacema(novo mundo) e Martim (velho mundo) e o nascimento de Moacir (o mundo americano, 1º brasileiro, 1º cearense). ALGUNS AINDA DIZEM QUE ESSE ARGUMENTO HISTÓRICO FOI UTILIZADO PARA DAR CERTA CREDIBILIDADE A LENDA. EX: “ (...) uma história que me contaram nas lindas várzeas onde nasci, à calada da noite(..)” E “ Além, muito além daquela serra que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.”

6. “Quem não pode ilustrar a terra natal, canta suas lendas, sem metro, na rude toada de seus antigos filhos.”