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f\7ANNO DOMINGO, io DE JANEIRO DE 1904 N.° i 3o SEM A NARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA .Issiguiitura Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. li para o Brazil, anno. 2$ 5oo réis (moeda fortej. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. W EDITOR — José Augusto Saloio N I D M I M A C í O I TYPOGRAPHIA 19, i.° — RUA DIREITA — 19, ALUEGALLKGA I.L | Publicações d Annuncios— 1.“ publicação, 40 réis a linha, nas seguinte?, , A 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio expediente Acceffain-se coiiigratl- dâo quaesquer noticias qsie scjaíii de iatercsse -)Jll»IÍCO. 0 <5 ■B ^ * SIS Diz a lenda ehristã que, guiados por unia estrella, vieram do Oriente tres reis magos ao huniilde presepe de Bethlem, para offerta- rem á creança prodigiosa que alli nascera, os seus presentes de maior valor — ouro, insenso e myrrha. Esta lenda calou no co ração do povo e dá logar a ultima das festas de fa milia que começam no Na tal. Festeja o povo estes reis para esquecer as suas ma- guas. E effectivamente os reis são festejados em to dos os tempos, porque o povo, em lhe dando folias e divertimentos, é, sempre, no dizer do grande poeta Guerra Junqueiro: ... a cremça eterna; Quem lhe bate melhor é quèm me lhor governa. Os reis, a quem o acaso foi collocar na mais eleva da posição social, sao ás ve zes mais infelizes que o mais Ínfimo. dos seus vas salos. Os ministros teem- n’os sempre em seu poder e, como são irresponsáveis, praticam o que lhes pare ce á sombra da corôa N’a- quella posição os pobres homens não sabem se teem um amigo; apertando a mão direita de qualquer, .ignoram se na outra irá occulto um punhal. E com tudo são invejados por todos. Pois mais vale a tran- quillidade da consciência e .0 socego do espirito do que as gradezas e a brilhan te opulência á custa de contínuas insónias e de constantes desasocegos. Pobres reis! Quando a mão demolidora do pro gresso acabar com todas 'as velharias, haveis de des- apparecer na sombra do Passado, como tudo o que éanachronicoefóra do uso. JOAQUIM DOS ANJOS. CARTA ABERTA Ao ex.™» sr. j, Saloio Por feliz inspiração de meu mano José Cândido tive a satisfação de recebei-, hontem, 0 Domingo, de i.° do vigente, interessante se- manario noticioso, litterá rio e agricola, de que sois digno editor-proprietário, e que vê a luz da publici dade nesse, para mim, já mais inesquecível cantinho do velho e glorioso reino em que tambem vi a luz. Deleitou-me extrema mente a sua leitura e o co nhecimento dos progressos da minha terra, do seu desenvolvimento material e intellectual. Do meu venerado Por tugal tenho sempre e amiu dadas vezes noticias pejos diários que me chegam ás mãos. Conheço o seu adiantamento, o seu avan ço progressivo nas artes, na sciencia, na industria ena litteratura. Acompanho pari passu a sua politica, os seus ho mens notáveis; acompanho, emfim, com o maior inte resse todo o movimento que, de modo geral, se re laciona com a marcha evo lutiva da mãe-patria. Confesso, porém, franca mente (e não me queiram mal por este espirito de bairrismo) : — nada me po derá despertar maiores sen sações aos meus estimulos > patrióticos do que, particu- armente, conhecer e acom panhar os progressos do meu torrãO natal. Já não são somente os botes e faluas, mas tambem uma regular carreira de barcos a vapor que fazem a linha da navegação entre elle e a capital; não é c mesmo o seu commercio e nem a sua industria de ha 3o annos; as praças, as ruas, as edificações hão de ter aspecto mais bello e a cultura intellectual estará com certeza admiravel mente desenvolvida, a jul gar pelo orgão de publici dade a quem dirijo esta missiva. Quão agradavei é tudo isto para o filho d essa pit- toresca villa, tão distante 'delia, mas que ainda con serva bem vívida na retina as imagens de tudo quanto conheceu até ao dia q íe o Destino o atirou para longi- quo continente americano! Eis porque disse, ao co meçar, que meu mano ha via tido a feliz inspiração de me dar a conhecer, por in- termedio d ’0 Domingo, se bem que pallidamente, os progressos de Aldegalle i?a- E que de recordações que a invocação desse no me me traz neste momen to!. .. Os tempos da minha dôce infancia e os do co meço da risonha juventu de. . . Os laços aftéctivos que ainda ahi me prendem e perduram.. . Os bons rapazes, condis cípulos e camaradas dessa época... Nem o Tempo, na sua marcha rapida e vertigino sa; nem os labores, as preoccupações de qualquer natureza; nem as diversas phases da vida que, atra- véz dos annos se tem des enrolado na minha cons tante actividade, consegui ram e conseguirão jámais apagar da memória. E já decorrem tres decen- niost Tres decennios, nos quaes a nostalgia da Patria me tem afervorado, dia por dia, o estimulo patriótico e os sentimentos affecti- vos!... E, no decurso desse'lon go praso, quantos seres amados hão desapparecido no pó do Nada!... A começar pelos meus extremecidos progenicto- res, quantos outros entes queridos se Õccultaram pa ra sempre ás minhas vistas no manto dá Eternida de!...' Quando me lembro das blandícias que me acalen taram no meu berço natal, dos gosos que fruí no san- ctuario do lar e na convi vência dos amigos; quando me lembro da minha casa paterna, das minhas rapa ziadas, das feiras, das tou radas, das festas dc S. Se bastião, do Senhor dos AfTlictos, do Senhor da Mi- zericordia, de N. S. da Pie dade, da aprazível romaria a N. S. da Atalaia; quando me lembro de tudo isto, em épocas precisas, e de tan tos outros folguedos que a emoção me tolhe, neste mo mento, a penna em descre ver; quando me recordo, finalmente, do meu primei ro amor, desse amor santo, immaculado que desabro chou em mim aos 17 annos, — sinto a minhalma enle- var-se no extasii dessa saudade immensa que só pode comprehendel-a um coração verdadeiramente amante da Patria e da Fa milia! Estas expansões que são innatas em peitos sinsera- mente patriotas, já eu as tenho, por mais de uma vez, manifestado aqui, publica mente. Ainda ha bem pouco, pondo em relevo tão nobres sentimentos no orgão da coloniaportugueza, de que fui um dos redactores, as sim me expressava no se guinte trecho, a proposito da minha conducta na actualidade politica brazi- leira: «Pelo tempo que resido no Brazil e pelos elos da fa milia que aqui constituí eu §ou hoje mais braziléiro do que portuguez. E, não obs tante isso, para poder en trar no goso pleno de todos os direitos cívicos que con fere a constituição aosfilhos do paiz, tive, por minha li vre e espontanea vontade, de protestar fidelidade ás instituições juradas. «Comtudo, se aqui me unem os atíectos do lar e a maior sympathia pelas glo rias da patria brazileira, á qual tenho-me habituado a votar a maior consagra ção,— jámais, jámais! me olvido da patria portugue za, do solo da minha patria materna, do querido solo natal, onde tive o meu ber ço, onde ensaiei os primei ros passos na longa e tor tuosa peregrinação da vi da, onde, emfim, recebi os primeiros ensinamentos de bôa educacão. «Lá me prendem os la ços de sangue, a eterna saudade dos entes que me deram o ser, que me acalen taram em seu seio, que me prodigalisaramesse mundo de caricias que tornam uma juventude despreoc- cupada e feliz. . . «Lá me prende a lem brança desses innocentes brincos que amenisam a existencia infantil num tor velinho das mais puras 'e doces illusões... «Lá me prendem, final mente, nobres incentivos patrioticos, porque me cor re nas veias o sangue ge neroso desse povo heroi- co e liberal, d’essa naciona lidade pujante e varonil, que tanto assombro causou em época não mui remo ta e tanta admiração des perta ainda hoje com as suas pujantes manifestações de actividade e grandeza! «Ser-se portuguez equi vale a ser-se um bom cida dão, um digno filho do trabalho, um incansavel obreiro do progresso e da civilisação. «Vá isto sem a menor allusão a qualquer outra na cionalidade. «Desgraçado daquelle que, separado do torrão na tal pela immensidade dos mares, tem pejo de mani festar, francamente, em paiz estranho, os estimulos de patriotismo! «Maldição eterna sobre o filho de uma nação que, offuscado pelo esplendor da riqueza e da opulência que adquiriu em plagas longiquas, esquece a sua patria materna e vota a maior indifferença a tudo quanto vem de engrande- cel-a!» — Eis, ex.1110sr. José Au gusto Saloio, o que affir- mei e o que ainda agora ratifico sob o mesmo pon to de vista. Dora em deante, como prova de que desejo estar intimamente vinculado aos interesses da minha terra e em communicação cons tante com os meus conter râneos, eu, que ha algum tempo estou afastado das afanosas lides da imprensa,

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f\7 AN N O DOMINGO, io DE JANEIRO DE 1904 N.° i 3o

SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L I T T E R A R I O E A G R I C O L A

. I s s i g u i i t u r aAnno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. l i para o B razil, anno. 2$5oo réis (moeda fortej.Avulso, no dia da publicação, 20 réis. W

EDITOR— José Augusto Saloio N

I D M I M A C í O I T Y P O G R A P H I A19, i.° — RUA DIREITA — 19,

ALUEGALLKGAI . L

| Publicaçõesd A n n u n cio s— 1.“ publicação, 40 réis a linha, nas seguinte?, , A 20 réis. A nnuncios na 4 .“ pagina, contracto especial. Os auto-

graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

A cceffain-se co iiig ra tl- dâo q u a e sq u e r n o tic ia s qsie scjaíii de ia te rc s s e -)Jll»IÍCO.

0 <5 ■ B ^ * SIS

Diz a lenda ehristã que, guiados por unia estrella, vieram do Oriente tres reis magos ao huniilde presepe de Bethlem, para offerta- rem á creança prodigiosa que alli nascera, os seus presentes de maior valor — ouro, insenso e myrrha.

Esta lenda calou no co­ração do povo e dá logar a ultima das festas de fa­milia que começam no Na­tal.

Festeja o povo estes reis para esquecer as suas ma- guas. E effectivamente os reis são festejados em to­dos os tempos, porque o povo, em lhe dando folias e divertimentos, é, sempre, no dizer do grande poeta Guerra Junqueiro:

. . . a crem ça eterna;Quem lhe bate m elhor é quèm me­

lho r governa.

Os reis, a quem o acaso foi collocar na mais eleva­da posição social, sao ás ve­zes mais infelizes que o mais Ínfimo. dos seus vas­salos. Os ministros teem- n’os sempre em seu poder e, como são irresponsáveis, praticam o que lhes pare­ce á sombra da corôa N’a- quella posição os pobres homens não sabem se teem um amigo; apertando a mão direita de qualquer, .ignoram se na outra irá occulto um punhal. E com­tudo são invejados por todos. Pois mais vale a tran- quillidade da consciência e

.0 socego do espirito do que as gradezas e a brilhan­te opulência á custa de contínuas insónias e de constantes desasocegos.

Pobres reis! Quando a mão demolidora do pro­gresso acabar com todas 'as velharias, haveis de des- apparecer na sombra do Passado, como tudo o que éanachronicoefóra do uso.

JO A Q U IM DO S ANJO S.

C A R T A A B E R T A

A o ex.™» sr. j , Saloio

Por feliz inspiração de meu mano José Cândido tive a satisfação de recebei-, hontem, 0 Domingo, de i.° do vigente, interessante se- manario noticioso, litterá­rio e agricola, de que sois digno editor-proprietário, e que vê a luz da publici­dade nesse, para mim, já­mais inesquecível cantinho do velho e glorioso reino em que tambem vi a luz.

Deleitou-me extrema­mente a sua leitura e o co­nhecimento dos progressos da minha terra, do seu desenvolvimento material e intellectual.

Do meu venerado Por­tugal tenho sempre e amiu­dadas vezes noticias pejos diários que me chegam ás mãos. Conheço o seu adiantamento, o seu avan­ço progressivo nas artes, na sciencia, na industria e na litteratura.

Acompanho pari passu a sua politica, os seus ho­mens notáveis; acompanho, emfim, com o maior inte­resse todo o movimento que, de modo geral, se re­laciona com a marcha evo­lutiva da mãe-patria.

Confesso, porém, franca­mente (e não me queiram mal por este espirito de bairrismo) : — nada me po­derá despertar maiores sen­sações aos meus estimulos>patrióticos do que, particu- armente, conhecer e acom­

panhar os progressos do meu torrãO natal.

Já não são somente os botes e faluas, mas tambem uma regular carreira de barcos a vapor que fazem a linha da navegação entre elle e a capital; não é c mesmo o seu commercio e nem a sua industria de ha 3o annos; as praças, as ruas, as edificações hão de ter aspecto mais bello e a cultura intellectual estará com certeza admiravel­mente desenvolvida, a jul­gar pelo orgão de publici­dade a quem dirijo esta missiva.

Quão agradavei é tudo isto para o filho d essa pit-

toresca villa, tão distante 'delia, mas que ainda con­serva bem vívida na retina as imagens de tudo quanto conheceu até ao dia q íe o Destino o atirou para longi- quo continente americano!

Eis porque disse, ao co­meçar, que meu mano ha­via tido a feliz inspiração de me dar a conhecer, por in- termedio d’0 Domingo, se bem que pallidamente, os progressos de Aldegallei?a-

E que de recordações que a invocação desse no­me me traz neste momen­to!. ..

Os tempos da minha dôce infancia e os do co­meço da risonha juventu­de. . .

Os laços aftéctivos que ainda ahi me prendem e perduram.. .

Os bons rapazes, condis­cípulos e camaradas dessa época.. .

Nem o Tempo, na sua marcha rapida e vertigino­sa; nem os labores, as preoccupações de qualquer natureza; nem as diversas phases da vida que, atra- véz dos annos se tem des­enrolado na minha cons­tante actividade, consegui­ram e conseguirão jámais apagar da memória.

E já decorrem tres decen- niost

Tres decennios, nos quaes a nostalgia da Patria me tem afervorado, dia por dia, o estimulo patriótico e os sentimentos affecti- vos!. . .

E, no decurso desse'lon­go praso, quantos seres amados hão desapparecido no pó do Nada!...

A começar pelos meus extremecidos progenicto- res, quantos outros entes queridos se Õccultaram pa­ra sempre ás minhas vistas no manto dá Eternida­de!. . . '

Quando me lembro das blandícias que me acalen­taram no meu berço natal, dos gosos que fruí no san- ctuario do lar e na convi­vência dos amigos; quando me lembro da minha casa paterna, das minhas rapa­ziadas, das feiras, das tou­radas, das festas dc S. Se­

bastião, do Senhor dos AfTlictos, do Senhor da Mi- zericordia, de N. S. da Pie­dade, da aprazível romaria a N. S. da Atalaia; quando me lembro de tudo isto, em épocas precisas, e de tan­tos outros folguedos que a emoção me tolhe, neste mo­mento, a penna em descre­ver; quando me recordo, finalmente, do meu primei­ro amor, desse amor santo, immaculado que desabro­chou em mim aos 17 annos, — sinto a minhalma enle- var-se no extasii dessa saudade immensa que só pode comprehendel-a um coração verdadeiramente amante da Patria e da Fa­milia!

Estas expansões que são innatas em peitos sinsera- mente patriotas, já eu as tenho, por mais de uma vez, manifestado aqui, publica­mente.

Ainda ha bem pouco, pondo em relevo tão nobres sentimentos no orgão da coloniaportugueza, de que fui um dos redactores, as­sim me expressava no se­guinte trecho, a proposito da minha conducta na actualidade politica brazi- leira:

«Pelo tempo que resido no Brazil e pelos elos da fa­milia que aqui constituí eu §ou hoje mais braziléiro do que portuguez. E, não obs­tante isso, para poder en­trar no goso pleno de todos os direitos cívicos que con­fere a constituição aosfilhos do paiz, tive, por minha li­vre e espontanea vontade, de protestar fidelidade ás instituições juradas.

«Comtudo, se aqui me unem os atíectos do lar e a maior sympathia pelas glo­rias da patria brazileira, á qual tenho-me habituado a votar a maior consagra­ção,— jámais, jámais! me olvido da patria portugue­za, do solo da minha patria materna, do querido solo natal, onde tive o meu ber­ço, onde ensaiei os primei­ros passos na longa e tor­tuosa peregrinação da vi­da, onde, emfim, recebi os primeiros ensinamentos de bôa educacão.

«Lá me prendem os la­ços de sangue, a eterna saudade dos entes que me deram o ser, que me acalen­taram em seu seio, que me prodigalisaramesse mundo de caricias que tornam uma juventude despreoc- cupada e feliz. . .

«Lá me prende a lem­brança desses innocentes brincos que amenisam a existencia infantil num tor­velinho das mais puras 'e doces illusões...

«Lá me prendem, final­mente, nobres incentivos patrioticos, porque me cor­re nas veias o sangue ge­neroso desse povo heroi- co e liberal, d’essa naciona­lidade pujante e varonil, que tanto assombro causou em época não mui remo­ta e tanta admiração des­perta ainda hoje com as suas pujantes manifestações de actividade e grandeza!

«Ser-se portuguez equi­vale a ser-se um bom cida­dão, um digno filho do trabalho, um incansavel obreiro do progresso e da civilisação.

«Vá isto sem a menor allusão a qualquer outra na­cionalidade.

«Desgraçado daquelle que, separado do torrão na­tal pela immensidade dos mares, tem pejo de mani­festar, francamente, em paiz estranho, os estimulos de patriotismo!

«Maldição eterna sobre o filho de uma nação que, offuscado pelo esplendor da riqueza e da opulência que adquiriu em plagas longiquas, esquece a sua patria materna e vota a maior indifferença a tudo quanto vem de engrande- cel-a!»

— Eis, ex.1110 sr. José Au­gusto Saloio, o que affir- mei e o que ainda agora ratifico sob o mesmo pon­to de vista.

Dora em deante, como prova de que desejo estar intimamente vinculado aos interesses da minha terra e em communicação cons­tante com os meus conter­râneos, eu, que ha algum tempo estou afastado das afanosas lides da imprensa,

O DOMINGO

— prometto-vos remetter mensalmente minha des- pretenciosa collaboração litteraria, que, se outro mé­rito não tiver, terá pelo me­nos, o de avivar saudpsas recordações de tempos que não voltam mais...

Versará ella, especial­mente, sobre descripções de factos e coisas contem- poraneas.

Os que não se esquece­ram do patricio que firma estas linhas notarão que conservo ainda bem niti- da a lembrança de episo- dios e de traquinadas pró­prias da época em que com elles convivi.

F IR M 1N 0 JO S É R O D R IG U E S .

P o rto Alegre <B ra z il!, 3o de no­vem bro de 1903.

Ai!iFÍ»er>iari«

Completou no dia 7 do corrente o seu 9.11 anniver­sario natalicio, o filho do nosso amigo, sr. Aurélio João da Cruz, zeloso em­pregado da Companhia Fabril Singer, em Alcoche­te.

Os nossos parabéns.

“ líaíiiifso «le CJoes..

Entrou no 19 o anno de publicação este nosso illus­trado collega que se publi­ca em Alemquer.

As nossas cordiaes felici­tacões.

fi.11/ electricaCompareceu no edificio

dos Paços do Concelho, em sessão de 4 do corrente, o sr. Ricardo 0 ’Neill, enge­nheiro, afim de obter alguns esclarecimentos sobre as condições da illuminação electrica.

das, arvoredo e incêndios; Marciano Augusto da Silva: limpeza, calçadas e passeios; Antonio Pereira Duarte: illuminação, policia munici­pal, hygiene e instrucção; Antonio dos Anjos Bello: cemiterios, matadouro, ta­lhos e casa do peixe.

A troca de sellos effe- ctuar-se-ha até 3 i do cor­rente, na recebedoria deste concelho.

• Por decreto de 24 de de­zembro ultimo, foi permitti- do que os bilhetes de indus­tria particular, destinados a circular no interior do paiz, poderão ter a frente dividida em duas partes eguaes, por um traço verti­cal, ficando a parte esquer­da para a correspondencia e a direita para o endereço do destinatario.

O reverso dos mesmos bilhetes será exclusivamen­te applicado á impressão de quaesquer illustraçÕes.

Procedeu-se em sessão de 4 do corrente á distri­buição dos pelouros pelos srs. veriadores ficando os mesmos do anno passado:

Presidente: secretaria e beneficencia; vice-pr esiden- te: edifícios, obras, estra­

FI RMI NO J O S E ’ R O D R I G U E S

Iniciando a sua collabo­ração neste jornal, honra-o hoje com o primoroso arti- go Carta aberta 0 nosso con­terrâneo, ex."10 sr. Firmino José Rodrigues, i.° official do estado do Thesouro em Porto Alegre (Brazil).

Dando aos nóssos leito­res a noticia de que s. ex.a não vem aceidentalmente conceder-nos um simples artigo, mas sim dar-nos o importante e valiosissimo auxilio da sua collabora- cão, damos-lhes uma boa »• • ' nova, que sem duvida mui­to hão de apreciar.

G Q F R , E D.E. P E R G L A S

Já vou trilhando ha muito a estrada da velhice; Fugiu-me do olhar a luz primaveril;Mas conservo na alma a ardente meninice;Está forte, vigorosa e sempre juvenil.

F. preciso acabar de ve; com tanto abuso; .E preciso luctar com máscula energia.Que o que hoje se apresenta ao espirito confuso, Possa vêr-se brilhar á viva luz L̂ a-

Haveis de soffrer muito, ó grandes luctadores. Amargas decepções, tristezas e cuidados.Mas não desanimeis. . . que as magnas e as dores Não vos façam parar, intrépidos soldados!

E certo que não tenho o brilho no olhar,Da Natureza vou curvar-me á dura lei;Mas embora cançado e farto de luctar,Ao vosso lado estou.. . Eu nunca desertei!

JO A Q U IM DOS A N JO S.

P E N S A M E N T O S

A caridade e a philanlropia: eis dois factores im- mensos cujo produeto—a beneficencia—tende para o Zero da miséria.— Silva Dias

— Em amor só os tyranos conseguem conservar-se no throno.— Arsérie Houssaye.

— A miséria torna sublime os fortes e infames os fracos.—-Victor Hugo.

— Se a luz gasta, L̂as estrellas á terra, vinte e cinco annos, Adão esteve vinte e cinco annos sem as vêr.— Voltaire.

— 0 amor é uma lampada que 0 coração accende, que a indifferença apaga, e que a paixão torna a ac- cender até que a velhice a extingue para sempre.—-V. H.

A N E C D O T A S

'• O P re g o e iro , ,

Encetou a sua publicação em Setúbal este novo col- leQ'a, folha ann nciadora e litteraria de distribuição gratuita, e que nos honrou com a sua visita.

Agradecemos e em tro­ca enviaremos o nosso mo­desto hebdomadario.

Cerlo doutor indo de jornada, ao chegar a uma can- cella que eslava cerrada, avistou um lapuz e gritou-lhe:

— Olá. . . abre a cancella! . . .— E quem é 0 senhor para mandar-me d'esse mo­

do ! accudiu o lapuz-— Eu sou um doutor!— E que vem a ser um doutor?— E um homem que entende e sabe de tudo!— Pois então deve lambem saber abrir cancellas, dis­

se 0 lapuz voltando-lhe as costas.

— Posso affiançar-te que ha cães mais intelligentes que os donos.

— Essa agora!— Digo-te eu que ha. P or tal signal tenho eu lá um

em casa.— JXJKH3—

Um sujeito que está de hospede numa casa, diz:— Esta noite rabiei com dores de dentes.— Um filho da dona da casa apressa-se a responder:— Porque não faz como a mamã; todas as noites ti­

ra os dentes e guarda-os na mesinha do quarto.

L IT T E R A T U R AOs <lois avarentos

(Continuado do n.° 1-29.1

Foi tal o clamor. queatravéz das paredes espes­sas, das tríplices portas e janellas fechadas, foi ou­vido em todo ofaubourg} e fez levantar todos os vi- sinhos, que sahiram á rua esfregando os olhos.

Homens, creanças, mu­lheres meio vestidas, todos correram a perguntar: 0. que era? o que tinha havi­do? quem tinham assassina­do?

Arrombaram as portas da casa do avarento e vi­ram-no pallido, os olhos en­sanguentados, a baba cor­rendo em fio, berrando deante do esconderijo va­sio!

•— Roubaram-me tudo, dizia elle. E’ verdade, mas parece-me impossivel. Um ladrão não podia introdu­zir-se nesta casa; mas quem? como? Haverá pes­soas que passem atravéz das paredes, que entrem pelos buracos das fechadu­ras? O meu dinheirolO meu querido ouro! as minhas bellas moedas de todos os paizes do mundo! quem as levou? Quem me arran­cou o unico amor, a minha alegria, o meu sangue, 0 meu coração, a minha vi­da?

E o desg açado gemia como um animal a quem torcem o pescoço.

De repente, João calou- se, tornando-se mais palli­do, contrahindo as faces.

Sem duvida, uma idéa horrivel lhe passava pelo espirito.

Depois do espanto da multidão silenciosa, o ava­rento abriu a bòca e bal­buciou:

— Se fôsse ?. . . oh! se ti­vesse sido?.. .

Mas não poude ocab?r;o corpo pendeu e caiu mor­to sobre o solo, com a ca­beça no rebôrdo vasio, on­de estivera o thesouro!

Ha um anno, muito tempo

61 FOLHETIM

T ra d ucção de J. DO S A N JO S

D E P O I S Dj T p E C C A D OLivro Segundo

I

— E ’ a senhora quem me fala as­sim?

— O h!nada de sentim entalismo.meu caro, tornou a r.pariga com d u re za . a situação em que o senhor está não os perm itle. Está endividado até ao pescoço, em perigo de vêr a sua car reira quebrada e o seu nome com pro- met ido. Sua espoja está disposta a as­segurar-lhe a sal.ação to.n sertas c o n d c ó e s .. .

— -Ella náo prom etteu! objectou o m arquez.

— Disse-lhe o bastante para lhe p ro ­var que está prom pta a perdoar-lhe.

— Nunca me com prom etierei a não a tornar a vêr, Magdalena; não pode­ria tomar lealmente um tal com pro misso; se o tomasse, seria com a von­tade de não o cum prir.

O geneial falava n'um tom que re­velava a sua resolução inabalavel.

— Prefere então deixar-se deshonrar publicam ente? perguntou n Magdale­na, m; is irritada que com m ovida com esta resistencia.

— Não, mas depende de si que eu encontre a salvação n ’outra parte, sem nos separarmos. Se eu pedisse a m nha demissão, se me expatriasse para ir occupar fóra de França, do outro lado do Ocea o, um grande posto mil tar que um g íverno estran­

geiro me offerece, a Magdalena con­sentiria em me acompanhar?

Fez esta pergunta n'um tom que provava ter levado a credulidade até ao ponto de esperar que a Magdalena respon iesse afirm ativamente.

— Sahir da minha terra, eu! excla­mou ella, acompanhal-o para um des­tino desconhecido! O que me propõe é um acto de loucura, e eu não estou doida! Não com certeza, não o acom ­panho.

E lle não se poude illu d ir com 6 ca­racter d ’esta resposta.

— E ' a sua ultima palavr; ? p e rg u n ­tou com frieza, levantando se.

— A respeito d’esta proposta insen­sata, é. P o r mais que faça. meu pobre amigo, não consegue m udar as coisas; só póde salvar se separando-se de mim.

— Deixal-a é su p e rio ra s m inha; for­ças.

— Tam bem é superior ás minhas deixar-me accusar de ter con trib uí­do para a sua perda.

— E ’ m elhor dizer, exclam ou Leo­nel furiosamente., que. com o nunca me teve am or. já não quer saber de mim porque estou pobre.

— Pode interpretar as minhas pa­lavras ao sabor da sua furia. respon­deu ella encolhendo os hom bros; sup- ponha até; se q u er, que o ponho fó­

ra, despreze-m e; isso ha de curai o do seu am ir. H oje não me quero jus­tificar; m; is tarde reconhecerá que as minhas resoluções eram m o tvadaspo r uma recta apreciação do seu verdadei ro interesse.

— Não a fiz j u i : d'elle.— Pois sim , mas suu juiz do meu,

e é por isso que não me quero asso­ciar ás suas estravagancias.

— Amo-a,M agdalena, disse elle com desespero, com prehenda bem.

— E o senhor com prehenda que a honra lhe ordena que volte para a su afanilia, que se subtraia á catastro- phe que o ameaça, que não pense sen n o

na sua carreira, onde ainda pode ter brilhantes trium phos. O lhe, Leonel, ajuntou ella, obedecendo a um senti­mento tão espontâneo como sincero, consinta em não vêr em mim sen*0 uma amiga e acceite como de amizade o que lhe vòu dizer: Se para o tirar das difficuldodes em qúe está efacilitar-lhe uma consiliação com os seus crédores precisa immediatame.ite de uma de­terminada q u a n tia .. .

(Continuaj.

O DOMINGOj epois da aventura que lhes contei,—foram exhumado- ps mortos do cemiterio, o0r causa d u m caminho Jje ferro que deveria a t r a - veSSar a planície ao pé dacõlli03.

A lguns co v e iro s c a rre ­gavam so b re b a rra s de fer­ro afim de le v a n ta r um a pedra tu m u la r— sob a qual re p o u sa va Auselmo.

A pedra a custo foi le­vantada e os homens dei­xando cair das mãos as barras, levantaram os bra­ços ao céo, estupefactos pelo que acabavam de vêr.

Aos pés delles, na cova aberta, brilhava uma quan­tidade prodigiosa de moe­das de cobre, prata e ouro, e no meio d’esse explen- dor, as duas mãos de um esqueleto apertavam ainda piastas e florins entre as phajanges esbranquiçadas.

Manuel Carvalho, Miguel Augusto Nunes, Pedro Ce­lestino de Oliveira, Manuel de Oliveira Lucas, Manuel da Costa Charetas Junior, Marciano Augusto da Silva’ Sebastião Leal da Gama, Rodrigo da Costa, Manuel da Costa Pelles e Manuel osé da Costa.

C . M E N D E S .(Concluel

Retiraram daqui no dia 7 os estudantes que vieram

assar as férias do Natal, com suas familias.

No dia i 3 do corrente, laverá uma reunião, nos

aços do Concelho, á qual issistirão a commissão do

recenseamento militar,.pa- rochos e regedores das fre­guezias de Canha e Sarilhos Grandes e administrador do concelho afim de serem apurados os mancebos que ião de ser incluídos no re­censeamento nilitar do cor­rente anno.

T h e a tro U sfeoueiese

Sempre é certo vir bre­vemente para esta villa a companhia do Theatro Lis- bonense,sob a direcção do actor Domingos, que actu­almente se encontra no Bar­reiro.

Reassumiu as funcções de seu cargo, o meritissimo juiz de. direito desta co­marca, sr. dr. Antonio Al­ves de Oliveira Guimarães

Já estão arborizados os largos da Praça Serpa Pin­to e Tribunal.

Pauta do jury da comar­ca de Aldegallega do Riba­tejo que tem de funccionar no primeiro semestre do corrente anno, em crimes ordinários:

Anthero Gomesd’Almei- da, Antonio Christiano Sa­loio, Bernardo Cardeira, Francisco Pereira Nepomu­ceno, João Martins Gomes, Antonio Luiz Nunes, Fran­cisco Tavares da Silva Ri- beiradio, Joaquim José Lu­cas, Emilio de Jesus Bisca Diogo Rodrigues de Men donça, Francisco Antonio d’Almeida, Emilio AugustoT T . ~Huerta d’OHveira, Francis co Paula Antas Barbosa João Baptista d’Almeida Antonio Luiz Gouveia, An tonio de Oliveira Fialho João Camillo dos Santo? José Pereira Fialho, José Gomes da Paula, Joaquim Filippe Carreira, Joaquim Sequeira Fananaia, Antonio Duarte Maneira, José dos Santos Cabau, José Narciso Ferra, José Maria Tavares José Cypriano Salgado

€ 5 reo I p a d o

Vem ámanhã para dar co­meço á construcção da bar- aca, a Companhia eques­

tre sob a direcção do sr. 3iogo Amado, conforme já noticiámos.

l.u(uo§;i

Falleceu em 3 do corren­te, pelas 4 horas e meia da tarde, Antonio Gonçalves Caipira, de 52 annos de edade, trabalhador e natu­ral d’esta villa.

Paz á sua alma.

Em tres do corrente, pe­ias 5 horas e meia da tar­de, vindo de Palmella Ma­nuel Rodrigues, emprega­do da importante Fabrica de gazozas e licores do nosso amigo José Theodo- sio da Silva, d'esta villa, acontece que, ao chegar á Cascalheira, proximo do Pinhal Novo, lhe saltaram ao caminho quatro malan­dros armados de paus, que o obrigaram a parar o car­ro que conduzia, pedindo- lhe tabaco, ao que este se recusou dizendo-lhes que não fumava. «Então deixe- me vêr as algibeiras», lhe disse um destes descarre­gando sobre o hombro es­querdo do Rodrigues duas fortes pauladas, o que deu occasião ao gado què tira­va o vehiculo se espantas­se e fugisse, pondo em sal­vo as algibeiras do Rodri­gues e talvez a vida.

R.G.O lic-tac do relogio que

comprei a semana passada na Relojoaria Garantida, .wa minha prima, faz lem- Drar o bater do teu cora­ção quando dançavamos a valsa em casa de F . .. pe- o seu anniversario natali­

cio. E' um bom regulador.

Saistoria de VajtoliãoAntonio Rodrigues Cal­

eiro Junior, não se lem­brando da pessoa a quem mprestou a Historia de

Napoleão, em francez, vem :>or este meio solicitar. d’essa pessoa o favor de se accusar^ojque muito agra­dece.

A VI S O

Terminando com o pre­sente numero o 2.° semes­tre do anno de igo3 d'èsle jornal, rogamos aos nossos estimáveis assignantes que queiram continuar a hon­rar-nos com o valioso au­xilio das suas assignaturas, o favor de ordenarem em suas casas o pagamento do f.° semestre do corrente anno, o que iremos come­çar no proximo domingo,

que muito agradecemos.

Foram remettidos a juizo os seguintes presos, captu­rados pelo chefe da estação

e PégÕes no dia 5 do cor- •ente: ManuelRibeiro,Igna- cio da Silva, Jacinto Amaro, Manuel Amado, José An­dré, Antonio Coelho, João

uiz e Antonio de Sousa, pelo facto destes se terem envolvido em desordem da qual resultou graves feri­mentos devido ao estarem munidos de navalhas epaus.

A G R I C U L T U R AModo de d a r v ig o r ás a r ­

v o re s fra ic íiíe ra s

laniomco

Tem logar hoje neste pittoresco logar uma réci­ta extraordinaria promovi­da por tres artistas: Julio Cesar Simões, Esmael Ri­beiro e a actriz F. A. O es­pectáculo consta de tres in­teressantes comedias em um acto: ds pragas do ca­pitão, A protectora de ani­maes e Por causa de um baile. Além das comedias o actor Simões faz a en­graçada scena comica 0 frescata da Malveira e a actriz F. A. uma das suas melhores cançonetas.

Deve ser uma noite bem passada.

As arvores fructiferas doentes por falta de seiva podem revigorar-se pelo seguinte processo, que tem dado os melhores re sultados.

Põem-se a descoberto as raizes de uma arvore qual­quer falta de vigor, procu ram-se as mais grossas, nas quaes por meio de um ser­rote, se fazem algumas in­cisões bastante profundas em differentes sitios, cobrin­do depois as raizes com melhor terra de jardim. No anno seguinte a arvore tem desenvolvido por cima das incisões grande quantidade de raizes, que são outros tantos sugadores que for­necem á arvore a quanti­dade de seiva de- que ella carece.

Acontece que as arvores enxertadas em marmeleiro sendo plantadas em terre no que só convém ás en xertadas sobre franco, não vegetam senão mediocre mente.

Pode remediar-se este estado de coisas tornando estas arvores francas, isto é, praticando incisões no rebordo do enxertopara ah' emittir raizes.

Se este rebordo estiveiNa quarta feira não pou­

de haver espectáculo em consequencia dos amado-! acima do solo, junta-se ter res terem ainda pouco co-jra em volta para que fique nhecimento dos seus papeis.1 ente rrado.

ARTE CULINARIAMôSlso de toamsstes

D .

comita-se numa caçarola um pouco de caldo, j

sal, pimenta em grão, man­teiga e um pouco de tomi­lho, uns quinze tomates, que se terão aberto ao meio para fazer sair as sementes e a parte aquosa. Ponha-se a coser e vae-se mexendo até ficarem papas; molhem- se com caldo e passem-se por uma estamenha; deite- se depois o succo passado em uma caçarola com duas colheres de môlho á hespa- nhola, e, na falta d’este, com egual porção de bom caldo.

Este môlho deve ficar um pouco grosso, e antes de servir, veja-se se está bem temperado.

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G U E R R A A N G LO -BO ER Por um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço

do Transvaal.Fasciculos semanaes de, 16 paginas....................3o réisPomo de 5 fasciculos.................................. i 5o »A G U E R R A A N G L O B O E R é a obra de mais palpitante actualidade.

N'ella são d çscrifta s, «por uma testemunha presencial», as differentes phases e acontecim entos emocionantes da terrivel guerra que tem espantadoo m undo inteiro.

A G U E R R A A N G L O - O E R faz passar ante os olhos do leitor todas as «grandes bat lhas, combates» e «esc à-am uças» d'esta prolongada e acérrim a lueta entre inglezes, ti a svaalianos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroism õ e tenacidade. em qué sáo pgqrlm ente adm iravéis a coragem e de­dicação p triotica de vencidos'e vencedores.

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A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASapresen:íindo ao publico está obra em «esmerada edição,» e por um preço di­m inuto, julga prestar um serviço aos num erosos leitores que ao mesmo tempo desejam deleitar-se e ad q u irir perfeito çonhecim ento dos successo- que mais interessam o m undo culto na actualidade.

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Agente em Aldegallega—\A. Mendes Pinheiro Junior

COMMERCIO DO POVOTendo continuado a augmentar o movimento desta

já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de preços porque são vendidos todos os artigos, vem de novo recommendar ao publico enr geral que nesta casa se en­contra um esplendido sortido de fazendas tanto em fan- queiro como em modas, retrozeiro, mercador, chape­laria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e

AO A L C A N C E D E T O D A S A S B O L S A S

Devido á sahida do antigo socio d’esta casa, o ill.™> sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plearmais o actual commercio da casa dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem. Tomam, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis' freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos porque decerto acharão vantagosos.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco para ven­der muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

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