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1 XII SEMINÁRIO SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO E XIV SEMINÁRIO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO: ESCOLA E UNIVERSIDADE: DIÁLOGOS E COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO DO PROFESSOR CRÍTICO ANAIS 2019 Encontro Científico financiado pela FAPESP ISSN - 1984-2015

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XII SEMINÁRIOSOBRE A PRODUÇÃODO CONHECIMENTOEM EDUCAÇÃO

E XIV SEMINÁRIODA FACULDADE DE EDUCAÇÃO:ESCOLA E UNIVERSIDADE:DIÁLOGOS E COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO DO PROFESSOR CRÍTICO

ANAIS

2019

Encontro Científico financiado pela FAPESP

ISSN - 1984-2015

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PALAVRA DA COMISSÃO ORGANIZADORA

Os anais XII SEMINÁRIO SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO e XIV SEMINÁRIO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO da PUC-Campinas se constituem do resultado de ações em parceria de diferentes atores envolvidos neste evento. Organizar um evento deste porte é algo de grande responsabilidade e envolve inúmeros desafios. Exige também muita disciplina e harmonia entre todas as mãos que fazem parte deste importante momento. A cada edição deste evento crescem os desafios para essa organização, que tem como compromisso preparar um evento capaz de divulgar o conhecimento produzido no âmbito acadêmico e escolar, assim como proporcionar contributos aos trabalhos apresentados com apontamentos de relevância acadêmica, ao mesmo tempo em que oferece a experiência do debate aos apresentadores e demais participantes. Nesse momento é que temos consciência que somos seres inacabados à procura do nosso melhor. Para além disso, percebemos com clareza que dependemos sempre uns dos outros para alcançar objetivos comuns de melhorias na área da educação. Agradecemos o apoio do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (CCHSA), à Faculdade de Educação (FAEDUC) e ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação (PPGE) por confiarem a nós uma tarefa tão importante, de grande responsabilidade, mesmo sabendo que somos eternos aprendizes. Realizamos esse evento com a seriedade e a responsabilidade inerentes ao tão importante momento de transformações que se operam no cenário educacional brasileiro. Os três dias intensos de trabalho certamente deixarão em nós marcas proveitosas para nossa reflexão e nossa ação diária como profissionais da educação, na direção da formação de pessoas críticas e conscientes de seu papel na sociedade e, por isso, agentes das transformações necessárias em benefício de todos, igualmente, sem qualquer tipo de discriminação. A infraestrutura física e humana da PUC-Campinas certamente possibilitará aos participantes o ambiente agradável e descontraído para que se realizem ricas trocas de conhecimentos e experiências sobre Educação. A Comissão Organizadora terá imenso prazer e alegria em receber a cada um dos participantes.Sejam todos muito bem-vindos!

Profa. Dra. Heloisa Helena Oliveira de Azevedo Presidente da Comissão Organizadora 2019

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COMISSÃO CIENTÍFICA

COMISSÃO ORGANIZADORA

Adolfo Ignácio Calderón Flores (PUC-Campinas) Adriana Varani (Unicamp) Alessandra Rodrigues de Almeida (PUC-Campinas) Ana Maria Falcão de Aragão (Unicamp)André Pires (PUC-Campinas)Artur José Renda Vitorino (PUC-Campinas)Berenice Victor Carneiro (PUC-Campinas)Carmen Passos (UFSC)Celi Lopes (UNIC-Sul)Eliete Aparecida de Godoy (PUC-Campinas)Elvira Cristina Martins Tassoni (PUC-Campinas)Heloisa Helena Oliveira de Azevedo (PUC-Campinas)Fabiana Marques Barbosa Nasciutti Graziela Giusti Pachane (UFTM)Jussara Cristina Barboza Tortella (PUC-Campinas)Lúcia Isabel da Conceição Silva (UFPA)Luciana Haddad Ferreira (UNIMEP)Lucila Maria Pesce de Oliveira (UNIFESP)Maria Auxiliadora Bueno Andrade Megid (PUC-Campinas)Maria das Graças Santos Abreu (PUC-Campinas)Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha (PUC-Campinas) (Coordenadora)Maria Teresa Ceron Trevisol (UNOESC)Marilda Schneider (UNOESC)Marinalva Lopes Ribeiro (UEFS)Marissol Prezotto (Unicamp)Mônica de Carvalho Magalhães Kassar (UFMT)Mônica Piccione Gomes Rios (PUC-Campinas)Ortenila Sopelsa (UNOESC)Regina Célia Grando (UFSC)Renato Huarte Cuéllar (Universidade Nacional Autônoma do México)Samuel Mendonça (PUC-Campinas)Selma Costa Pena (UFPA)Sérgio Antônio da Silva Leite (Unicamp)

Heloísa Helena Oliveira de Azevedo (PUC-Campinas) (presidente)Maria Auxiliadora Bueno Andrade Megid (PUC-Campinas)Eliete Aparecida de Godoy (PUC-Campinas)Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha (PUC-Campinas)Rafael Fernando da Costa (PUC-Campinas)Artur José Renda Vitorino (PUC-Campinas)Elvira Cristina Martins Tassoni (PUC-Campinas)Jussara Cristina Barboza Tortella (PUC-Campinas)

COORDENAÇÃO E COMISSÃO ORGANIZADORA

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COORDENADORES DE SESSÃO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

COMISSÃO DE APOIO

Adelir Marinho de Barros– PUC-CampinasAdolfo Calderon – PUC-CampinasAlessandra Almeida – PUC-CampinasAnderson Marques – PUC-CampinasAndré Pires – PUC-CampinasArtur Vitorino – PUC-CampinasCamila Massaro – PUC-CampinasCauê Ferreira Teixeira – PUC-CampinasCleidilene Ramos Magalhães - Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto AlegreEliete Godoy - PUC-CampinasElvira Cristina Tassoni - PUC-CampinasFernanda Taxa - PUC-CampinasHeloisa Helena Azevedo - PUC-CampinasIstvan de Abreu - PUC-CampinasKatia Xavier – Colégio Pedro II/RJ Magali Arnais - PUC-CampinasMaria das Graças Abreu - PUC-CampinasMônica Martinez - PUC-CampinasMonica Piccione - PUC-CampinasRosana C.Ruth Garé - PUC-CampinasSamuel Mendonça - PUC-CampinasTiago Duque – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)Vera Machado - PUC-Campinas

Adelir Aparecida Marinho de BarrosAline Massako Murakami TibaAna Julia Silvestre AdadeAndressa OliveiraAriete Alves AndradeCauê Ferreira TeixeiraCélia Regina Fialho BortolozoCharles SantosDaniel AlarconDaniel AlarconDébora da Silva Furlaneti Diego Henrique de Assis da ConceiçãoEmilly SouzaEster Mendonça RamosFábio BrazierFelipe Mattei MartinsGabryelle Rahyara Miranda Castro da CunhaIsabela GomesJade Oliveira Melo da Silva Jady Ariéle Cavalcanti RuasJanaina Carrasco Castilho

José Vicente S. FilhoJosiane Regina de Souza BuzioliJulia LimaJuliana Sampaio MoriLuciana dos Santos Gonçalves Luiz Ademir BassaniLuzia Maria de PaulaManuela Azevedo QueirozMarcela MoreiraMarina de Souza Bortolucci Marina RochaPatrícia Maria Barbosa Jorge Spavioli CostaPaula Graeff BückerRafael Fernando da CostaSabrina Gomide Maion Tainá CaldeiraTamires PastoreTânia Mara dos Santos MelloThalita Regina Garcia da SilvaVictor Marques VarolloVinicius Dias de Melo

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SUPERVISÃO GERAL

REALIZADORES

PARECERISTAS INSTITUIÇÃO

Prof. Dra. Maria Auxiliadora Bueno Andrade Megid

(Coordenadora PPGE)

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em EducaçãoCentro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

SESSÕES DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO

Adolfo Ignácio Calderón Flores Adriana VaraniAlessandra Rodrigues de AlmeidaAna Maria Falcão de AragãoAndré PiresArtur José Renda VitorinoBerenice Victor Carneiro Carmen Passos Celi Lopes Eliete Aparecida de Godoy Elvira Cristina Martins Tassoni Fabiana Marques Barbosa NasciuttiGraziela Giusti PachaneJussara Cristina Barboza Tortella Lúcia Isabel SilvaLuciana Haddad Ferreira Lucila Maria Pesce de OliveiraMaria Auxiliadora Bueno Andrade MegidMaria das Graças Santos Abreu Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da RochaMaria Teresa Ceron TrevisolMarilda SchneiderMarinalva Lopes Ribeiro Marissol PrezottoMônica de Carvalho Magalhães KassarMônica Piccione Gomes RiosOrtenila SopelsaRegina Célia Grando Renato Huarte CuéllarSamuel MendonçaSelma Costa PenaSérgio Antônio da Silva Leite

PPGE - PUC-CampinasUnicampPontifícia Universidade Católica de CampinasUnicampPPGE - PUC-CampinasPPGE - PUC-CampinasPontifícia Universidade Católica de CampinasUFSCARUNIC-Sul Pontifícia Universidade Católica de CampinasPPGE - PUC-CampinasUnicampUniversidade Federal do Triângulo Mineiro PPGE - PUC-CampinasUniversidade Federal do ParáUnicampUniversidade Federal de São PauloPPGE - PUC-CampinasPontifícia Universidade Católica de CampinasPPGE - PUC-CampinasUNOESCUNOESCUEFSUnicampUFMTPPGE - PUC-CampinasUNOESCUFSCUniversidade Nacional Autônoma do México PPGE - PUC-CampinasUniversidade Federal do ParáUnicamp

As apresentações dos trabalhos ocorreram no período da tarde (das 14h às 16h30m) nos três dias de evento, sendo divididas por dia em 13 salas com a média de 5 trabalhos por sala. A divisão contemplou tanto a participação de diferentes modalidades em cada sala como a reunião de trabalhos com alguma afinidade quanto ao tema de estudo. Cada sala contou com um coordenador de sessão (professor da casa ou externo) e de pelo menos um apoio (alunos da graduação e pós-graduação da PUC-Campinas).

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O XII SEMINÁRIO SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO e XIV SEMINÁRIO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE 2019 teve com tema: “Escola e Universidade: diálogos e compromisso com a formação do professor crítico”. As conferências, as reuniões científicas, as oficinas e, sobretudo, as sessões de apresentação de trabalhos possibilitaram tal diálogo e confirmaram o compromisso do evento e da própria PUC-Campinas com a qualidade da educação.

A submissão de trabalhos foi realizada por e-mail ([email protected]) conforme orientações do portal do evento (site PUC-Campinas), entre os dias 01 de julho de 2019 e 30 de agosto de 2019. Tivemos trabalhos em três modalidades e foi solicitado que os autores indicassem um dos eixos temáticos propostos.

COMUNICAÇÃO ORAL

PALAVRA DE PROFESSOR/A

PÔSTER

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

POLÍTICA EDUCACIONAL

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

GESTÃO DA EDUCAÇÃO

“Escola e Universidade: Diálogos e compromisso com a

formação do professor crítico”

SESSÕES DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO

MODALIDADES

EIXOS TEMÁTICOS

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COMUNICAÇÃOORAL

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DESAFIOS E POTENCIALIDADES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE CAMPINAS (SP)

Aline Gasparim ChristianiniMônica Piccione Gomes Rios

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. A legislação federal brasileira garante o direito à educação infantil para crianças a partir de quatro anos de idade e estabelece como facultativa às crianças entre zero e três anos. O município de Campinas (SP) é o terceiro mais populoso do estado de São Paulo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e possui uma ampla rede de ensino. Nessa perspectiva, o problema norteador deste estudo questiona quais são os desafios e as potencialidades da educação infantil oferecida pela rede pública municipal de educação de Campinas (SP) na perspectiva da Secretária da Edu-cação, dos Representantes Regionais (RRs) dos Núcleos de Ação Educativa Descentralizados (NAEDs) e de Supervisores de Ensino, com vistas à construção da qualidade da educação infantil. O objetivo geral dessa pesquisa reside em identificar os desafios e as potencialidades da educação infantil na rede pública municipal de educação de Campinas (SP) na visão da Secretária da Educação, dos RRs e de Supervisores dessa rede de ensino. A abordagem adotada para esta pesquisa é qualitativa. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e grupos focais como técnicas para produção de material empírico, sendo a primeira aplicada à Secretária de Educação e RRs e a segunda, aos Supervisores de Ensino. O lócus desta pesquisa é a rede pública municipal de educação de Campinas (SP). Os principais autores que balizam esse estudo são Anna Bondioli, Luiz Carlos de Freitas, Sandra Zákia Sousa e Luiz Fernando Dourado. A análise dos dados ocorreu no diálogo entre as informações obtidas e os autores referenciados. Ao refletirem sobre os desafios e as potencialidades, os parti-cipantes da pesquisa mencionaram aspectos convergentes e divergentes. Na visão dos participantes, os prin-cipais desafios versam sobre o atendimento à demanda, a formação dos profissionais que atuam na educação infantil, a infraestrutura física, a falta de profissionais, a concepção de educação infantil, a gestão do trabalho pedagógico, o investimento financeiro, a gestão de pessoas e recursos, a avaliação da educação infantil, a terceirização e os órgãos de controle. Como principais potencialidades foram citadas o currículo, a política de formação da rede, a formação dos profissionais, a liberdade pedagógica, a organização das turmas por agrupamentos multietários, o investimento financeiro, o plano de cargos e salários e a avaliação da educação infantil. Salienta-se a potencialidade do presente estudo para constituir contributo e diferencial na construção coletiva de um processo de avaliação institucional, em prol da qualidade da educação infantil da rede pública municipal de educação de Campinas (SP). Palavras-chave: Qualidade da Educação Infantil. Políticas Públicas em Educação. Avaliação Institucional.

Resumo:

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PROPOSTA DIDÁTICA ALTERNATIVA NO TRABALHO COM ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM*

Aline Gasparini Zacharias CarolinoAndreia Osti

São diversas as dificuldades inerentes ao processo de aquisição da língua escrita, isso decorre devido ao pró-prio caráter do conhecimento em questão, dado que a aprendizagem da língua escrita é um processo complexo, e que consequentemente demanda um ensino específico. Diante das particularidades que envolvem o processo de ensino e aprendizagem da língua escrita, aprender a ler e/ou escrever pode tornar-se um grande desafio para alguns alunos, principalmente para aqueles que dependem exclusivamente da escola para ter um contato mais sistemático e direcionado com esse construto social. Há muitos alunos que adentram os anos finais do ensino fundamental com dificuldades advindas do início da alfabetização, que pelos mais diversos motivos não foram sanadas, e que com o passar do tempo somaram-se a outras tantas. Nesse sentido, emergiu a necessidade de se pesquisar práticas didático-pedagógicas alternativas para o trabalho com alunos que apresentam dificuldade frente ao processo de aquisição e consolidação da língua escrita. Ao explorar a produção acadêmica nacional, constatou-se uma lacuna na proposição de estudos voltados a investigação de propostas multissensoriais no contexto do ensino inicial da leitura e escrita, aqui compreendido como alfabetização, especialmente pes-quisas direcionadas a metodologia fonoarticulatória. A partir disso, o presente estudo objetivou explorar as possibilidades da referida proposta didática no trabalho com estudantes que apresentavam dificuldades em seu processo de escolarização. A metodologia fonoarticulatória é fundamentada em pressupostos multissensoriais, isto é, há uma ênfase nas modalidades sensoriais durante o processo de ensino-aprendizagem, havendo uma articulação direta entre fonema, grafema e articulema. Mediante o exposto, durante o ano letivo de 2018 houve o desenvolvimento de intervenções pedagógicas envolvendo um grupo de quatro alunas pertencentes ao 3º ano do Ensino Fundamental da rede pública de ensino de uma cidade no interior de São Paulo. Esse trabalho pautou-se no ensino da consciência fonoarticulatória com estudantes considerados pela equipe escolar, como crianças que possuem dificuldades diversas relacionadas à leitura e escrita. Após o processo interventivo todas as alunas exteriorizaram significativos avanços tanto em relação à compreensão como a produção de textos. As dificuldades finais apresentadas sinalizaram uma nova configuração, centrando-se apenas nos aspectos or-tográficos, especialmente em palavras compostas por sílabas com relações irregulares. Portanto, a partir desse estudo foi possível notar que as habilidades relacionadas à compreensão e produção de textos estavam articu-ladas, e se desenvolveram concomitantemente. Conquanto, considera-se que a leitura e escrita se mostraram como algo complexo e com diversas particularidades, por conseguinte, exige um longo percurso para sua aquisição. Ademais, a utilização da metodologia fonoarticulatória com esse grupo específico de alunas trouxe inúmeros benefícios, estando estes diretamente articulados a apropriação do sistema de escrita alfabética, lei-tura e compreensão de palavras, frases e textos, assim como escrita de textos com coerência. Por conseguinte, a utilização de diferentes recursos e possibilidades didáticas advindas do material utilizado mostrou-se como uma possibilidade bem sucedida de trabalho, estando aliada ao desenvolvimento de atividades direcionadas a um número reduzido de alunos.

Palavras-chave: Alfabetização. Multissensorial. Didática. Leitura. Escrita.

Resumo:

*Bolsista FAPESP.

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RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS E APRENDIZAGEM: RELATOS DE PROFESSORAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Aline Massako Murakami TibaJussara Cristina Barboza Tortella

Esta produção retratou uma pesquisa de Iniciação Científica que investigou as concepções de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre a influência dos amigos da sala de aula para a aprendizagem de conteúdos. Além disso, identificou se houve interferência da amizade no processo de aprendizagem. Buscou--se por literatura especializada que pudesse embasar discussões e diálogo com os objetivos propostos pela temática em questão, no entanto, poucas são as pesquisas brasileiras que abordam o tema apresentado. Pelos estudos analisados, o relacionamento interpessoal, em especial, a amizade, pode ser profunda e íntima, desde que os pares compreendam sua manutenção. Logo, a construção de laços não superficiais pode ser duradoura e importante para o desenvolvimento pessoal, social e humano. As crianças investem em amizades duradouras e necessitam compreender que o outro faz parte de sua formação humana e, interligando ao termo autoconceito, perceber-se como aquele que tem capacidade para se tornar amigo, que pode ajudar seus pares nas atividades, assim como apresentar iniciativas para conversas e brincadeiras. O estudo foi realizado em uma escola esta-dual, de um município do interior do estado de São Paulo. Participaram quatro professoras, duas do 4º ano e duas do 5º ano, que lecionam no período vespertino. Como instrumentos metodológicos foram utilizados a entrevista semiestruturada e o relato das participantes, por meio de narrativas, abordando suas perspectivas em relação à importância dos relacionamentos interpessoais nas aprendizagens dos seus alunos. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo em três fases: pré-análise objetiva, exploração do material e o tra-tamento dos resultados. As entrevistas foram transcritas e seus conteúdos foram analisados, identificando-se oito temas: Atividades apreciadas pelos alunos; Ajuda; Sentimentos; Pensar sobre a aprendizagem; Dedicação aos estudos; Dedicação e interesse pelo estudo; Motivação e Papel do docente. Os resultados indicaram que as professoras valorizam as amizades dos alunos, mas poucos as relacionam com as aprendizagens, ressaltando que o esforço, a dedicação aos estudos, a motivação na aprendizagem, dependem, sobretudo da família, do incentivo da escola e dos professores, ao trazerem para a sala de aula conteúdos motivadores, momentos de reflexão crítica sobre o que estão aprendendo, principalmente, para que possam usufruir, ao longo de suas vidas, os conhecimentos adquiridos no ambiente educacional. Elas destacam que a participação dos pais nas atividades escolares dos filhos possibilitaria maior incentivo e motivação às crianças nos estudos. Ressaltaram também que muitos alunos se dedicam, querem aprender mais e procuram aprofundar nos conteúdos. Quanto ao relacionamento entre pares, indicaram que os alunos se sentem felizes com os amigos quando realizam juntos as atividades e gostam de explicar o que aprenderam, porém a parceria ocorre em poucos momentos, porque, na maioria das vezes, os alunos trabalham individualmente e, quando estão em pares, as professoras escolhem os parceiros.

Palavras-chave: Relacionamentos interpessoais. Amizade. Aprendizagem. Ensino Fundamental.

Resumo:

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DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO FUNDAMENTAL: VIVÊNCIAS DE CRIANÇAS EM TRANSIÇÃO

Ana Flávia de Paula RosadoJuliana Aparecida do Nascimento Luminatti

Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da RochaMarina Faraj Marques da Rocha

O presente trabalho foi realizado por estagiárias do 8º semestre do curso de Psicologia da Pontifícia Universi-dade Católica de Campinas - PUC. O objetivo geral foi trabalhar a transição da Educação Infantil para o En-sino Fundamental a ser vivida por crianças de uma instituição pré-escolar do município de Campinas-SP. Os objetivos específicos foram: (a) contribuir para encerramento e formação de novos vínculos e (b) possibilitar o reconhecimento e a validação de sentimentos e emoções das crianças, em especial dos envolvidos no processo de transição. Foram realizadas, em frequência semanal, atividades previamente preparadas para alcançarem--se os objetivos propostos no segundo semestre de 2018, entre os meses de setembro e novembro, totalizando 15 encontros. A base teórica utilizada para este projeto envolveu trabalhos de Lev S. Vygotsky (1896-1934), autor fundador da Teoria Histórico Crítica. A transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental é um período marcado por expectativas e anseios (os quais podem ser positivos e/ou negativos) vivenciados pelas crianças, pelos pais e pelos professores. No entanto, observou-se que, apesar das recomendações encontradas na literatura científica e em documentos oficiais (tanto na esfera federal, quanto na estadual e municipal) no que tange aos cuidados e ações preventivas que deveriam ser realizados, na realidade concreta das redes e unidades educacionais predomina a escassez de projetos destinados a trabalhar com este processo marcante da infância. Esse é o caso do município de Campinas. Nesse sentido, na experiência vivida no estágio, buscou-se explorar atividades que pudessem contribuir de forma específica para a mediação e construção de sentidos para as crianças em sua passagem à primeira série do Ensino Fundamental, além de auxiliar na expressão das emoções acerca do momento em questão – sem deixar de validar emoções expressas com ligação a outros sen-timentos e vivências das crianças. Como resultados, observou-se a resposta positiva das crianças à criação de um espaço que possibilitasse a reflexão através de (i) sua participação ativa na construção e apropriação desta etapa da vida; (ii) a capacidade e riqueza de expressão de sentimentos positivos e negativos surgidos frente ao que estavam vivenciando, (iii) movimento de elaboração destas vivências, embora não de modo linear e/ou homogêneo; (iv) além disso, foram relatadas, pelos pais e pelas professoras, durante o período do trabalho, mudanças nos comportamentos de seus filhos e alunos, com destaque para diminuição da ansiedade e das manifestações de medo quanto à transição, bem como em intensificação de outros sentimentos e emoções, tais como segurança e motivação em relação ao ingresso no Ensino Fundamental.

Palavras-chave: Educação Infantil. Ensino Fundamental. Transição.

Resumo:

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ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SÓCIOECONÔMICO DOS ESTUDANTES PROUNI NO ENADE (2010-2017)

Andressa J. O. M. PaivaAndré Pires

A presente pesquisa versa sobre os estudantes do Programa Universidade para Todos (ProUni) nas instituições de ensino superior (IES) privadas sem fins lucrativos do Brasil (PSFL). Traz como problema a ser tratado a seguinte questão: qual o perfil socioeconômico dos estudantes ProUni Integral e Parcial no Enade nos anos de 2010-2017? Tem o objetivo de identificar qual o perfil socioeconômico dos estudantes ProUni Integral e ProUni Parcial, nas Instituições de Ensino Superior Privada Sem Fins Lucrativos (PSFL), no que se refere a idade, sexo, estado civil, cor/raça, em cada um dos ciclos de aplicação do Enade. O método adotado consti-tui-se numa pesquisa quantitativa e qualitativa, que toma por base os microdados do Enade, disponibilizados eletronicamente pelo Governo Federal, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), valendo-se de instrumentos de análise como as respostas do questionário socioeconô-mico dos estudantes, disponíveis por meio dos microdados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudan-tes (Enade), do período de 2010 a 2017. Tem a finalidade de diferenciar os estudantes bolsistas do ProUni em relação aos demais estudantes das IES PCFL. Ressalta-se que os ciclos do Enade, constituem-se nos períodos em que um grupo de cursos é avaliado a cada três anos. Para manipulação e análises dos microdados do Enade, aliado aos estudos dos resultados obtidos do questionário do estudante, foi utilizado o programa SPSS 23.0. Os resultados obtidos demonstram que tanto os estudantes ProUni Integral, quanto os ProUni Parcial das Ins-tituições de Ensino superior (IES) Sem Fins Lucrativos (SFL), no ciclo I, ciclo II e ciclo III, tem idade entre 18-25 anos, em sua grande maioria, o que demonstra que a maioria dos estudantes ProUni estão estudando dentro da “idade certa”, conforme classificação governamental. Quanto ao sexo, tanto os estudantes ProUni Integral, quanto os ProUni Parcial das Instituições de Ensino superior (IES) Sem Fins Lucrativos (SFL), no ciclo I, ciclo II e ciclo III, são majoritariamente mulheres. Vale ressaltar que no caso dos estudantes ProUni Integral, o número de homens se aproxima mais ao de mulheres, mas ainda assim, é menor. Quanto ao estado civil, tanto os estudantes ProUni Integral, quanto os ProUni Parcial das Instituições de Ensino superior (IES) Sem Fins Lucrativos (SFL), no ciclo I, ciclo II e ciclo III, são solteiros, o que é compatível/compreensível com a informação da idade (18-25 anos), em seguida, mas em número bem menor, são os estudantes casados, e em número simbólico, os estudantes separados/desquitados/divorciados, e um número ainda menor, os vi-úvos. Quanto a Cor/Raça, tanto os estudantes ProUni Integral, quanto os ProUni Parcial das Instituições de Ensino superior (IES) Sem Fins Lucrativos (SFL), no ciclo I, ciclo II e ciclo III, a predominância é de brancos, seguido por negros/pardos, e depois por negros. A representatividade de amarelo/oriental é bem pequena, e a quantidade de indígenas nas IES ainda é simbólica.

Palavras-chave: Ensino superior. Políticas Públicas. ProUni. Enade.

Resumo:

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PERFIL DE EX-BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA INGRESSANTES EM DUAS UNIVERSIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO

Bruna Mara Wargas Helena Altmann

André Pires

O presente trabalho apresenta informações socioeconômicas de um conjunto reduzido de pessoas, benefici-ários do Programa Bolsa Família (PBF), que conseguiu ingressar, a partir de políticas afirmativas, em duas instituições do ensino superior público e privado do estado de São Paulo. O ingresso destes estudantes deu-se a partir do Programa de ação afirmativa da instituição pública e do Programa Universidade para Todos (Prouni) na instituição privada. O método utilizado consiste em uma pesquisa exploratória descritiva a partir de bases primárias e se utiliza dos dados disponíveis nos questionários socioeconômicos das duas instituições que os estudantes preenchem anualmente, nos processos de seleção social de bolsas para permanência (IES pública) e o recadastramento anual do Prouni (IES privada). São apresentadas informações relativas ao perfil destes estudantes a partir de indicadores como sexo, raça/cor, trajetória escolar antes do ingresso, local de origem, curso escolhido, entre outras variáveis. A comparação entre estas informações permite compreender as dife-renças e semelhanças entre estudantes com estas características que ingressaram no segmento público e no privado, sendo que nos dois grupos analisados, observou-se que com relação a raça, nas duas instituições, há um percentual em torno de 53 e 54% de estudantes pretos, pardos e indígenas (PPI), um percentual superior ao observado no âmbito geral dos programas de inclusão das IESs. No quesito gênero há uma diferença substan-cial entre as instituições, onde a IES privada apresenta um percentual maior do sexo feminino, corroborando a tendência do Ensino Superior no país, e na IES pública há um percentual maior de estudantes do sexo mas-culino. A localidade de origem dos estudantes das duas instituições é semelhante com uma predominância de estudantes do Estado de São Paulo. O estabelecimento de ensino médio que os estudantes cursaram é majori-tariamente público, nos dois grupos, mas com destaque para o tipo de estabelecimento no caso dos estudantes da IES pública, em que se destaca o ensino médio técnico. No geral, nota-se também que, em sua maioria, este grupo de estudantes, opta pelo período noturno para realizar os estudos e o tipo de curso escolhido, na IES privada, há uma predominância dos bacharelados e na IES pública, as escolhas foram mais diversificadas com cursos de licenciatura, tecnológicos, além do bacharelado. Um dos pontos de contraste entre as duas si-tuações, se situa na questão da permanência estudantil. Na IES privada, apenas os cursos com carga horária integral possuem o auxílio permanência. No caso da IES pública existe um amplo programa de permanência com moradia estudantil e auxílios sociais.

Palavras-chave: Ensino Superior. Inclusão Social. Programa Bolsa Família. Prouni.

Resumo:

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RELAÇÕES DE TRABALHO E A GESTÃO ESCOLAR: UM PERCURSO HISTÓRICO

Camila Petrucci dos Santos RosaEliana Marques Zanata

Há diversos entendimentos do que deva ser uma gestão escolar. Historicamente, as teorias administrativas e organizacionais vêm influenciando diferentes tipos de instituições sejam elas empresariais, públicas, educa-cionais ou de outra natureza. As organizações sociais são constituídas por pessoas que as administram, com relações de trabalho que se dão no cotidiano, com múltiplas ideologias, políticas e filosofias. O presente tra-balho tem como objetivo geral descrever um breve percurso histórico sobre as teorias de administração, orga-nizações e gestão, com o objetivo específico de refletir como essas teorias e percursos teóricos influenciaram na maneira de se organizar o trabalho e a gestão escolar. Não é proposta deste trabalho definir as diferenças do uso dos termos feitos pelos teóricos e sim, refletir sobre quais contribuições suas obras tiveram para a construção do discurso educacional de gestão democrática. Com uma metodologia de caráter bibliográfico descritivo, propomos um percurso sobre o estado da arte das teorias de organização de trabalho refletindo como elas chegam ao contexto educacional. Partindo do cerne das teorias iluministas, a formação do Estado de Direito, fazemos um percurso para refletir como as relações de trabalho historicamente construídas foram se modificando e como essas mudanças chegaram ao contexto educacional. A escola não deixa de ser uma instituição com relações de trabalho que precisam ser organizados e administrados. Entretanto, vemos nas teorias de administração instituídas desde a Revolução Industrial, a busca de maximização de resultados, pa-dronização, extrema racionalidade e finalidade econômica, com níveis de trabalho hierárquicos e rígidos. As teorias da administração clássica e científica não se encaixam completamente no modelo escolar, uma vez que tem uma visão restrita da natureza humana e seu desenvolvimento. Essas teorias trouxeram influências nas relações historicamente construídas, sobretudo sobre a ótica da finalidade do trabalho e até mesmo da vida, os quais perpetuam e encontramos em diferentes organizações, inclusive na escola. O papel do Estado sobre as instituições escolares é inegável e intransferível. É preciso considerar que a administração escolar se difere da administração industrial em múltiplos sentidos, mas principalmente na sua finalidade. Estes modelos de orga-nização social e de trabalho trouxeram consequências sociais e históricas para a formação e a introdução da ideia de gestão participativa e democrática de maneira mais sistematizada e instituída na realidade escolar. Por mais que o discurso de administração como meio de produção tenha se distanciado dos debates educacionais, ao analisarmos as ordens instituídas e as práticas atuais, ainda conseguimos encontrar resquícios da influência e a presença destas teorias de produção e concepções extremamente funcionalistas em práticas pedagógicas que priorizam a conquista por resultados, que minimizam a importância do processo educativo e classificam os processos de desenvolvimento humano em rankings e afins. Nas considerações finais, refletimos sobre como o processo de tomada de consciência sobre as teorias administrativas e organizacionais historicamente construídas é necessário para o aporte da gestão educacional, uma vez que a consciência crítica sobre os per-cursos já antes feitos nos dá condições para construir novos contextos educacionais, que consideram a organi-zação escolar com finalidades e objetivos específicos e humanos.

Palavras-chave: Gestão escolar. Relações de Trabalho. Organização Escolar.

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CONHECIMENTOS DE ESTUDANTES DE LIMEIRA-SP SOBRE POLÍTICAS DE INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR

Cauê Ferreira TeixeiraAndré Pires

Ao longo das duas primeiras décadas do século XXI, o ensino superior brasileiro tem se expandido constante-mente, em maior intensidade em seu setor privado, mas de forma considerável também em seu setor público. Esse crescimento decorre principalmente de políticas de expansão do sistema, como o REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), e de ação afirmativa como o ProUni (Programa universidade para todos), o FIES (Fundo de financiamento estudantil) e as cotas raciais. Por conseguinte, setores populacionais historicamente excluídos do sistema superior de ensino, como estudantes de escolas públicas e de minorias étnico-raciais, conquistam, gradativamente, um espaço nas carreiras aca-dêmicas, nos distintos tipos de instituições de ensino superior. Contudo, embora seja possível observar uma massificação do acesso ao nível superior de ensino, ainda há uma distância considerável a ser percorrida para se atingir a democratização do sistema, o qual ainda apresenta desigualdades e hierarquias em seu interior. As possibilidades de avanço em direção à democratização passam essencialmente pelo fortalecimento das políticas de ação afirmativa citadas aqui, desde sua elaboração, passando pela divulgação, até a execução. Nesse sentido, a questão que nos colocamos como problema é justamente identificar se as informações sobre a existência e as formas de funcionamento de tais políticas estão efetivamente chegando àqueles que constituem seu público alvo, ou seja, os jovens que estão concluindo o ensino básico nas escolas públicas e/ou que fazem parte de grupos étnico-raciais minoritários. Assim, partindo desse questionamento, apresentamos no presente trabalho informações a respeito do nível de informações e de conhecimentos de estudantes de terceiro ano de ensino médio de uma escola pública e outra privada do município de Limeira-SP sobre as políticas de ação afirmativa, como resultados parciais de uma pesquisa de mestrado em que investigamos as expectativas desses estudantes em relação ao ensino superior. Os dados, obtidos por meio de questões incluídas em um questio-nário socioeconômico respondido por noventa e três estudantes (quarenta e oito da escola pública, quarenta e cinco da escola privada) e em entrevistas semi-estruturadas realizadas com cinco desses estudantes (três da escola pública, dois da escola privada), revelam que os estudantes da escola privada, embora não estejam no horizonte de contemplação de tais políticas, possuem um nível de informação mais elevado a respeito das mesmas, enquanto entre os estudantes da escola pública, que se incluem no grupo de possíveis beneficiários, o nível de desconhecimento e desinformação mostra-se bastante elevado. Sob essa perspectiva, chama a atenção o fato de que somente um estudante da escola pública assinalou conhecer e saber explicar o funcionamento das políticas de ação afirmativa aqui citadas. Essas constatações denotam a importância e a urgência de que sejam elaboradas estratégias mais eficazes de divulgação e explanação de tais políticas para esses estudantes, que compõem justamente seu público alvo.

Palavras-chave: Ação Afirmativa. Informações. Ensino Superior.

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PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO: A TRANSFERÊNCIA NO ATO PEDAGÓGICO

Claudinei Chelles Osmar Moreira de Souza Junior

Embora a educação não fora tema fundamental na obra de Sigmund Freud, corrobora-se que ele a examinou, dentre outros momentos, em “O interesse científico da Psicanálise”, no capítulo “Interesse educacional da psicanálise”. A partir da reflexão sobre algumas temáticas, dentre elas a transferência, constata-se a possibili-dade da contribuição psicanalítica no âmbito educacional. Sendo assim, Jorge Abrão cita que há investigações interessantes, referentes às tendências de intervenção no aspecto educacional, que consideram a relevância da relação aluno-professor e a “práxis” alicerçada na formação expandida do educador que transite no conheci-mento teórico psicanalítico coligado às vivências pessoais. Pois, aliado a tais elementos, o professor tem con-dições favoráveis para melhor a compreensão do aluno na mediação contemplando o inconsciente. Sigmund Freud destaca que a transferência está vinculada a protótipos, imagos, especialmente do pai, porém também da mãe e irmãos. Ou seja, nas diversas relações na sequência da vida – tanto no setting analítico, quanto na sala de aula - instala-se o reviver com as figuras parentais diante da ambivalência pulsional, retomando sentimen-tos de ternura e/ou de hostilidade do complexo de Édipo. Como menciona Patrícia Nogueira da Silva sobre a transferência no processo educacional: “há a suposição de um saber que não se limita aos conteúdos transmi-tidos, mas que aponta para o que é transmitido e compartilhado para além deles”. O objetivo instala-se em refletir sobre a importância da abordagem transferencial psicanalítica no âmbito pedagógico sob a intervenção do educador, demonstrando sua contribuição para compreensão dos processos formativos dos educandos. Para tal foi realizada revisão de literatura relacionada aos aspecto psicanalítico e educação. Ou seja, foi empreendi-do, especificamente, o tema da Transferência na interface da Psicanálise com a Pedagogia. Foram capturadas publicações na base de dados Scielo, além de fragmentos da obra freudiana referente ao tema nos índices analítico e remissivo da Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Então, encontrou-se que apesar do educador buscar sistematizar o conhecimento, esse não tem controle diante do efeito que o método e o conteúdo produzem sobre o aluno, especificamente, não tem acesso às repercussões do que é ensinado sobre o inconsciente desse aluno. Porém, é oportuno citar que o conhecimento psicanalítico expõe uma nova condição referente ao aluno. Assim, Catherine Millot considera a possibilidade da subjeti-vidade e do desejo aliado à compreensão das dificuldades do educando. Assim, Sigmund Freud afirma que “transferimos para eles (professores) o respeito e as expectativas ligadas ao pai onisciente de nossa infância e depois começamos a tratá-los como tratávamos nossos pais em casa [...] e, lutamos como tínhamos o hábi-to de lutar com nossos pais em carne e osso”. Conclui-se que ao apropriar-se do ‘conceito transferencial’ o educador tem ampliada a compreensão do educando. De tal modo, incorporá-lo em sua prática, amplia suas condições de êxito no ofício. Pois, ao lidar com o aluno, não há apenas efeitos sobre o conteúdo de ensino, já que as ações em nível do inconsciente, estão presentes no ato pedagógico.

Palavras-Chave: Psicanálise. Educação. Inconsciente. Transferência.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM CONTEXTO INSTITUCIONAL: EXPERIÊNCIA NA ÁREA DA SAÚDE

Cleidilene Ramos MagalhãesMarta Quintanilha Gomes

Márcia Rosa da Costa

Este estudo aborda o relato de experiência de uma instituição de ensino superior (IES) que realiza a forma-ção docente com desenho e proposta de atividades diferenciados: alguns em caráter obrigatório e outros por livre adesão dos docentes. Toma-se como pressuposto a formação continuada docente realizada em contexto, assim como, a importância do envolvimento dos educadores na construção de uma prática mais competente e comprometida com o ensino e aprendizagem na universidade. Defende-se que a formação no contexto da prática e, preferencialmente, em lócus interdisciplinar, favorece a aprendizagem docente e o desenvolvimento de parcerias com outras áreas, na atuação profissional. O presente trabalho visa apresentar a experiência e re-flexões acerca do processo de desenvolvimento docente, bem como, da importância, necessidade e incentivo ao processo de formação pedagógica dos docentes no ensino superior. Trata-se de um relato reflexivo sobre um Programa de Formação Pedagógica Docente que contempla docentes universitários na área da saúde. A ex-periência baseia-se em referenciais e no pressuposto da formação pedagógica interdisciplinar e em contexto, no período de 2004 a 2018. São apresentados dados oriundos do Programa: cursos permanentes e obrigatórios para professores ingressantes na IES; temáticas que emergem do que se propõe o PPI, de diagnósticos realiza-dos no cotidiano do trabalho tanto pela equipe gestora quanto pelos docentes e discentes. Quanto ao formato ocorrem oficinas; atividades fixas no calendário anual (como seminários temáticos sobre o ensino na saúde); eventos macro envolvendo a universidade e público externo (Simpósios, Congressos); eventos/atividades mi-cro envolvendo questões de demanda dos docentes (temáticas de ensino teórico-práticas e de inovações) ou atividades de demanda induzida da Pró-reitoria de Graduação (para fundamentação e elaboração de projetos e participação em editais internos e/ou externos); bem como atividades formativas que contemplam deman-das da comunidade acadêmica em geral, e da prática docente em específico (fóruns para revisão, discussão e implementação do Projeto Pedagógico Institucional e do Projeto de Desenvolvimento Institucional). Todas as atividades do Programa ocorrem dentro do calendário anual da universidade e são amplamente divulgadas nas mídias institucionais. No período citado 347 docentes participaram das atividades de formação obrigatórias, o que representa quase 100% dos docentes ativos na IES. Considera-se que todos estes processos desencadeados na instituição têm contribuído para reflexões sobre a formação e a atuação do educador no que diz respeito às suas concepções e práticas; às formas de ensino e de estilos de aprendizagem, e a necessidade de diálogo cons-tante com as práticas educativas realizadas; comprometimento com a construção e implementação do Projeto Pedagógico Institucional. Pondera-se sobre o caráter desafiador em lidar com as especificidades e necessida-des docentes e com o comprometimento com a aprendizagem contínua, seja dos alunos em formação, seja dos docentes, também em processo de aprendizagem, quando a formação acontece na prática cotidiana do ensinar e do constituir-se docente. O processo de formação docente envolve um caminhar a passos lentos, permeado por conflitos, saberes e ignorâncias dos integrantes da comunidade acadêmica, ressignificando as concepções e práticas de avaliação e reformulação do ensino superior.

Palavras-chave: Educação Superior. Formação Continuada de Professores. Docentes.

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VIOLÊNCIA E SEXUALIDADE: CAMINHOS PARA UMA DISCUSSÃO COM ADOLESCENTES

Daniela Delmando de FreitasGabriela Camatta

Monica Gobitta Alayon

A perspectiva histórico-crítica é fundamentada no marxismo e tem como filosofia, teoria e método o materia-lismo histórico dialético. Este entende o homem como um ser social, ativo e histórico, exergando a sociedade como uma produção histórica dos homens, que por meio do trabalho produzem sua vida material. Pretende ser crítica, por exigir um posicionamento, uma vez que exige uma visão política e ética sobre a realidade que o objeto de estudo está inserido. Já a adolescência, nessa mesma abordagem, é vista como um fenômeno construído socialmente, transpondo mudanças físicas e biológicas, para transformações culturais que possibi-litarão o desenvolver de recursos psicológicos com o objetivo de lidar e compreender o mundo ao seu redor. Vigotski entende que este é um momento de transição do indivíduo da infância para a vida adulta, em que características infantis são ultrapassadas ao obterem modos mais complexos de vínculo com a realidade. O interesse do trabalho foi atuar com os temas sexualidade e violência junto a alunos do 6º ano de uma Escola da rede Municipal de Campinas, entendendo como sexualidade as vivências, experiências e reflexões a respeito dos significados e intencionalidades sexuais, focando no diálogo sobre normas sociais e culturais, e valores; e violência como o ato de violar o outro ou a si mesmo, respeitando e assimilindo a vivência para cada pes-soa, visto que cada indivíduo experiencia de forma única. Foram realizadas cinco intervenções a partir de um olhar baseado em concepções de teorias histórico-críticas., com as dinâmicas: “pessoas e coisas”; construção, por meio de vídeos e música, do significado de sexualidade; dinâmica do barbante para criar vínculo com os adolescentes; construção de regras para os encontros; confecção da caixa de perguntas sobre violência e sexu-alidade da turma e dinâmica de casos para identificação das violências física, psicológica e sexual. As rodas de conversas permearam todos os encontros para que os adolescentes tivessem um espaço de fala no espaço escolar. Os resultados indicaram que, apesar de ambos os temas serem vividos e experienciados no ambiente escolar desses alunos, a partir das intervenções feitas, estes conseguiram realizar um pensamento crítico e re-flexivo na medida em que reconheceram tais vivências e experiências em seu cotidiano, assim como consegui-ram compreender e relacionar conceitos como violência, respeito e educação, aparecendo nos questionários de devolutiva. Portanto, compreende-se, a partir do estudo, que um processo de desconstrução e reconstrução de sexualidade e de violência necessita ser realizado e implementado em projetos pedagógicos escolares.

Palavras-chave: Adolescência. Sexualidade. Violência.

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A ALFABETIZAÇÃO COMO OBJETO DE INVESTIGAÇÃO NOS GRUPOS DE PESQUISA: UM LEVANTAMENTO

Débora da Silva FurlanetiElvira Cristina Martins Tassoni

Este trabalho apresenta um levantamento dos Grupos de Pesquisa certificados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – que têm a alfabe-tização como objeto de investigação. Considerando que o campo de alfabetização produz muitas pesquisas, o objetivo foi mapear a publicação de artigos científicos produzidos no âmbito desses Grupos como meio de identificar, analisar e sistematizar os estudos produzidos recentemente sobre alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Trata-se, portanto, de um estudo de revisão de literatura. A composição desse material bibliográfico seguiu quatro etapas: na primeira etapa, utilizamos como critério para seleção dos Grupos de Pesquisa no Diretório de Grupos da Plataforma Lattes, o termo “alfabetização” tanto no nome do Grupo como em uma das linhas de pesquisa. Selecionamos os grupos certificados e atualizados na subárea Educação e os pesquisadores com a titulação de doutorado, em todas as universidades e regiões do Brasil. Obtivemos 108 grupos de 1981 a 2018. Organizamos esses grupos por década de criação e região do país e em seguida exclu-ímos 36 grupos que não atendiam aos critérios mencionados. A segunda etapa consistiu em acessar o currículo Lattes dos pesquisadores doutores dos 72 Grupos de Pesquisa selecionados para apurar os artigos publicados entre 2010 a 2018, totalizando 1.638 artigos. Devido a grande quantidade de artigos encontrada e o tempo destinado para a realização da pesquisa, aplicamos um novo recorte temporal – de 2014 a 2018, mas mesmo assim, obtivemos um total de 960 artigos. Aplicamos uma redução no recorte temporal, definindo-o entre os anos de 2016 a 2018, resultando em 622 artigos. Para a terceira etapa, foi realizada a leitura dos títulos e pa-lavras-chave desses artigos que apresentassem os termos: alfabetização, linguagem escrita, leitura, letramento e Ensino Fundamental, selecionamos 237 artigos para a leitura dos resumos. Durante a leitura dos resumos, descartamos os artigos repetidos e os que tinham a Educação Infantil ou os anos finais do Ensino Fundamental como foco principal. Desta forma, definimos que 57 artigos seriam lidos na íntegra. A quarta etapa, envolveu a leitura e o fichamento dos artigos e o registro de pontos convergentes e divergentes, que possibilitou a criação de quatro categorias temáticas: i) abordagens e formas de compreender a alfabetização; ii) a linguagem escrita: história e prática; iii) leitura: funções e práticas; iv) formação de professores alfabetizadores. Os resultados permitiram a reflexão sobre o processo inicial da formação de professores baseado na criação de métodos e na utilização de materiais didáticos para a constituição das práticas de leitura e escrita no campo de alfabetização. Os trabalhos ainda revelaram que a alfabetização mantem-se como um grande desafio e a formação de profes-sores ainda necessita de investimentos, pois as incompreensões em relação à alfabetização na perspectiva do letramento persistem.

Palavras-chave: Alfabetização. Linguagem Escrita. Leitura. Formação de Professores.

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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPB: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Edja Suênia Targino da CostaGabryelle Rahyara Miranda Castro da Cunha

Fábio Fernandes de AraújoJaqueline Poliane Costa de Sousa

Quando se fala a respeito do estágio, imagina-se um observador limitado a descrever uma sequência de acon-tecimentos ocorridos em um determinado momento, em fichas ou através de relatórios pré-estabelecidos. No entanto, o Estágio Supervisionado surge como um subsídio prático, de suma importância na vida profissio-nal de um estudante, enfatizando a relação teoria e prática como fator central para a mediação de todo um processo de aprendizagem. Mediante as Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de professores, os cursos de pedagogia introduziram em seus projetos políticos-pedagógicos o componente curricular Estágio Supervisionado, com a finalidade de preparar seus alunos para o campo de trabalho e ultrapassando as con-cepções limitadas às teorias. Dessa forma, os discentes podem realizar no ambiente do estágio supervisionado: observações, produções e reflexões. Este ambiente possibilita um aprendizado em tempo real e nele é possí-vel colocar em prática todos os seus conhecimentos e ao mesmo tempo se deparar com possíveis conflitos, que poderão surgir a respeito das diversas dimensões próprias do processo educativo e do cotidiano escolar. Partindo dessas concepções, este trabalho oriundo da pesquisa de graduação intitulada: “A contribuição do estágio supervisionado na formação pedagógica: desafios e superações”. Teve como questão norteadora: como o estágio contribui na formação profissional do aluno de pedagogia? A pesquisa teve como objetivo avaliar a contribuição e a importância do estágio supervisionado para a formação inicial dos alunos de pedagogia. Para alcançar o objetivo proposto, utilizamos como procedimentos metodológicos: uma revisão de literatura, na qual buscamos refletir a respeito das teorias que fundamentam o estágio e uma pesquisa de caráter empírico com a aplicação de uma entrevista com os alunos(as) em formação (concluintes da turma 2015.2 e do turno diurno que estudavam o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, na Universidade Federal da Paraíba, no Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III) e com uma professora que lecionava o compo-nente curricular. Os resultados das análises apontaram que as alunas/estagiárias compreendem a importância da experiência que o estágio proporciona em suas vidas, tanto no âmbito acadêmico como âmbito profissional. Essa parte da formação pedagógica contribui de forma significativa e positiva, fazendo com que os sujeitos envolvidos adquiram um conhecimento para além da teoria, em que enfrentando situações que lhes possibi-litam uma maior qualificação, ampliando a sua autonomia, flexibilidade, criatividade e criticidade diante dos desafios e superações. Já para a professora do componente curricular, o estágio contribui para uma práxis na formação do pedagogo. Muito embora devesse ter um maior acompanhamento, para que fosse possível uma avaliação contínua dos discentes do curso e que apontassem possíveis erros, problemas ou melhorias durante as suas intervenções. Nesse sentido, conclui-se que os futuros professores devem ter acesso, ainda na sua formação inicial, às demandas e desafios do exercício da docência, desenvolver os saberes necessários para enfrentar situações problemas que lhes são postas e construir alternativas de superação dos desafios, do co-nhecimento ou da informação.

Palavras-chave: Prática. Formação. Experiência.

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DO ENSINO RELIGIOSO À CIÊNCIA DA RELIGIÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Elaine Costa Honorato

Esse trabalho traz uma discussão sobre a formação de professores para a aplicabilidade do Ensino em escolas públicas na cidade de Rio Branco e promove reflexões para outros estados do Brasil. Seu objetivo foi analisar a prática pedagógica dos professores de Ensino Religioso em escolas públicas de Rio Branco, visando verifi-car se a forma como é desenvolvida atende ao princípio legal da diversidade cultural religiosa do Brasil. Trata--se de mostrar o resultado de pesquisa de natureza qualitativa, do tipo descritiva. A população da pesquisa foi constituída por professores da disciplina curricular de Ensino Religioso, diretores de escolas, coordenadores pedagógicos e representantes das instituições responsáveis pela regulamentação e implementação das propos-tas curriculares de Ensino Religioso para o estado do Acre. Na análise dos dados, utilizou-se o método “Análi-se de Conteúdo”, na perspectiva de Laurence Bardin, utilizando como referentes analíticos as contribuições de Décio Passos, Sérgio Cortella, Gimeno Sacristán, Pérez Gómez, Tomaz Silva, Lúcia Aranha, Lilian Oliveira, Maria Candau e Lev Vygotsky. Os resultados da pesquisa indicam que o princípio da diversidade cultural reli-giosa brasileira está presente na escola, quando o professor não permite que sua crença religiosa influencie sua prática pedagógica, como foi possível constatar na prática pedagógica de um dos participantes da pesquisa. Do modo contrário, detectou-se que o princípio da diversidade cultural religiosa brasileira é relegado quando o professor fundamenta sua prática pedagógica na religião que professa, conforme ficou evidenciado na prá-tica docente de outro participante da pesquisa. Do conjunto de normas que regulamentam o Ensino Religioso do sistema público de ensino acreano, constatou-se que as orientações normativas têm traços característicos da religião cristã os quais, supõe-se, ter fundamento nas origens históricas e culturais que permeiam a edu-cação brasileira, notadamente atrelada à denominação cristã. Estas características do Ensino Religioso no Acre possibilitam se inserir na escola uma prática pedagógica que ferem o princípio da diversidade cultural religiosa brasileira. Conclui-se que este princípio pode ser relegado na escola devido às raízes culturais que formam a identidade do sujeito. E que essa influência cultural pode não ocorrer quando o professor consegue manter uma neutralidade na prática pedagógica, respeitando as crenças e as culturas presentes na escola. Essa neutralidade é fundamentada numa formação acadêmica específica nomeada “Ciência da Religião”, uma área nova no Brasil que busca estudar os fenômenos religiosos a partir de perspectivas científicas. Essa prática está promovendo uma nova metodologia para aplicabilidade do Ensino Religioso que se estende a um campo científico e não religioso como a trajetória histórica desse componente curricular de ensino.

Palavras-chave: Ciência da Religião. Ensino Religioso. Formação de Professores. Escola Pública.

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ENSINO MÉDIO REDE PÚBLICA: OS MODOS DE VER, INTERPRETAR, O MUNDO.

Elenildo Gomes Rodrigues

Trata-se de examinar e debater as questões que afligem o estudante do ensino médio, na rede pública de Campinas, em relação às condições de tomada de decisão, mediante uma abordagem filosófica e existencial dos relatos e registros de suas narrativas, procurando evidenciar suas experiências sociais e culturais por víeis educativo reflexivo, explorando suas habilidades e potencialidades. Objetivos: contribuir para a reflexão dos estudantes do ensino médio em relação às suas concepções de escola, homem e sociedade que giram em torno das dimensões do EU, proporcionando uma reflexão da realidade e dos problemas educativos, e dos problemas sociais, culturais, econômicos que afetam o cotidiano de muitos jovens na sociedade contemporânea. Uma autonomia relacionada à construção democrática de pensamento livre e forma de aprendizagem espontânea, inspirando o aluno protagonizar sua história, e a participação direta e indireta do indivíduo na sociedade. Para uma participação autônoma, é indispensável que haja alternativas reais que o indivíduo possa escolher e até mesmo criar novas possibilidades, de opinar, colaborar por meios de suas atitudes o rumo da sociedade na qual está inserido por meios das decisões livres, decisões que são tomadas das relações interpessoais circuns-critas no mundo virtual; na forma como leem e interpretam o passado, o presente e como planejam o futuro. O futuro que tem suma importância nas decisões tomadas no presente para que o futuro não seja negado. Em outras palavras, o que nos interessa examinar: o modo de ler e interpretar o mundo como produto da autono-mia do estudante ou um modo enviesado de enxergar a realidade?; as preocupações com a formação do bolsis-ta extensionista expressam-se em termos de competências e habilidades necessárias ao exercício da profissão docente e proporcionar a experiência de um relacionamento com a escola e desta com a universidade? Uma relação de desafios e oportunidades, que propõe colaboração do saber, mediação transformadora e construtiva, Então, diante do contexto histórico, dos problemas estruturais do ensino médio em termos de desigualdade e desempenho escolar; e tendo em vista a tecnologia da informação e da comunicação que se desenvolve con-vulsivamente, como o estudante do ensino médio decodifica e articula tudo isso de modo a fundamentar suas tomadas de decisão? Caracterização do público alvo: alunos do ensino médio da rede pública de Campinas.Trata-se de escola da periferia com alunos em situação de vulnerabilidade. Metodologia: O plano contempla atividades filosoficamente mediadas por expedientes filosóficos. Resultados obtidos: Mudança de postura me-diante autorregulação da razão e diálogo entre pares.

Palavras-Chave: Ensino. Realidade. Autonomia. Decisões.

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A MODERAÇÃO DO PROFESSOR NO USO DO PROBLEM-BASED LEARNING

Eli Borochovicius Elvira Cristina Martins Tassoni

O Problem-Based Learning (PBL) é um método de ensino e aprendizagem que parte de uma situação-proble-ma desenvolvida pelo professor e busca o desenvolvimento conceitual, procedimental e atitudinal dos alunos, com o uso de trabalhos colaborativos. Com o intuito de mudar a forma de ensino no curso de medicina da universidade de McMaster no Canadá, o método iniciado em 1965 ganhou a simpatia de outras universidades no mundo, majoritariamente no Ensino Superior. O trabalho apresenta parte dos resultados de uma pesquisa que teve por objetivo conhecer se o método aplicado em uma disciplina de Ensino Fundamental de uma escola pública do interior do Estado de São Paulo permite uma aproximação do docente com o corpo discente, propi-ciando oportunidades de ensino que potencializem a aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa do tipo colaborativa, com o uso de diversos instrumentos metodológicos, tais como entrevistas com o professor de história, voluntário na participação da investigação, narrativas encaminhadas pelo professor durante todo o ano letivo, observação em diversas oportunidades nas salas de aula do profes-sor, questionário com os alunos após passarem pela experiência com o método por um ano letivo e análise de documentos como currículo e material produzido pelo professor e pelos alunos. Apesar de alguns autores considerarem que o PBL é um método que valorize a autoaprendizagem, os resultados iniciais mostraram que a moderação do professor em todas as etapas do método se faz necessária para que bons resultados sejam al-cançados. Além da moderação, cabe ao professor adequar o material que deve ser utilizado pelos alunos, dado que existe possibilidade de não reagirem da forma esperada, comprometendo o desenvolvimento cognitivo. O docente ainda enfrenta uma série de dificuldades externas à sala de aula, que podem contribuir de forma nega-tiva para o desenvolvimento dos processos, a exemplo de ausência de espaços que favoreçam o diálogo entre os alunos, acervo bibliográfico reduzido para pesquisas, número insuficiente de livros didáticos, ausência de laboratório informatizado que propicie o contato dos alunos com a produção científica sobre os assuntos abor-dados em aula, escassez de recursos tecnológicos para uso do professor, falta de direcionamento pedagógico pela constante troca de direção, inexistência de coordenação pedagógica adequada, constante falta de profes-sores, baixa frequência dos estudantes e pouco apoio das famílias, muitas vezes desestruturadas, com carência nutricional, acometidas por violência doméstica, feminina, urbana, policial, tráfico e outras intolerâncias. São questões muitas vezes desconsideradas, mas pertinentes e que demandam atenção para a apresentação de resultados positivos na aprendizagem. A pesquisa já apontou que o método propiciou ao professor identificar uma série de dificuldades dos alunos oportunizando a construção de estratégias para a superação das barreiras antes não percebidas e que a dificuldade com a leitura é um entrave para o método, iniciado com um texto que demanda a compreensão para discussão, que propicia o desenvolvimento metacognitivo nas intensas relações interpessoais.

Palavras-chave: PBL. Ensino Fundamental. Formação de Professor.

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IMPLICAÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: UMA EXPERIÊNCIA INTERVENTIVA

Fábio Brazier* Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha

Ao longo das últimas décadas, a formação continuada de professores vem ocupando lugar significativo nos debates educacionais contemporâneos, revelando-se como uma preocupação por parte do poder público, entre as universidades e centros de pesquisa e entre os docentes que estão atuando na escola. Nessa direção, este trabalho apresenta resultados preliminares de uma pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Pós--Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em nível de doutorado, na linha de pesquisa “Formação de professores e práticas pedagógicas”, articulado ao projeto de pesquisa “Formação Continuada de professores e desenvolvimento profissional à luz da Teoria Histórico-Cultural: experiências formativas a partir do uso de sistemas externos de representação e a constituição social da memória” no qual se busca compreender a possibilidade de desenvolvimento profissional por meio da análise de uma proposta de caráter colaborativa de formação continuada de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede pública do estado de Minas Gerais. Dessa forma, a presente investigação se configura como uma intervenção de caráter co-participativo, entre pesquisador e professores participantes, tomando como referência teórica os aportes da teoria histórico-cultural, especialmente a abordagem vigotskiana, explorando os conceitos de de-senvolvimento humano e funções psíquicas superiores, bem como os aportes da Clínica da Atividade a partir da perspectiva apresentada por Clot, especialmente, quando defende que essa abordagem tem por objetivo transformar as situações de trabalho, considerando os trabalhadores como protagonistas dessa transformação. Nessa direção, Clot, apoiado na perspectiva de Vigotski afirma que o homem está pleno em cada minuto de possibilidades não realizadas e a Clinica da atividade permite ao trabalhador se compreender nesse contexto. Nessa direção, analisou-se, ainda, o potencial de envolvimento dos professores participantes com sua pró-pria formação, tendo em vista a transformação da prática pedagógica. A opção metodológica ancora-se nos pressupostos teórico-metodológicos da teoria histórico-cultural, que assume como princípio investigativo e metodológico o materialismo histórico e dialético. Desse modo, a pesquisa caracterizou-se como interventiva visando à superação das condições existentes por meio da tomada de consciência dos sujeitos participantes. O material empírico foi produzido a partir da realização de encontros formativos durante o período de Abril a Dezembro do ano de 2018. Para este trabalho tomaremos, especificamente, o último encontro, no qual foi desenvolvido um grupo focal. As análises preliminares do material empírico foram realizadas à luz da abor-dagem microgenética e apontam para a potencialidade dos processos formativos coletivos, desenvolvidos no próprio ambiente escolar, a partir de delineamentos metodológicos que coloquem os professores como prota-gonistas do processo formativo e aproximem a relação teoria e prática.

Palavras-chave: Formação Continuada. Histórico-Cultural. Intervenção. Aprendizagem docente.

*Bolsista CAPES.

Resumo:

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GRUPOS LGBTs NO FACEBOOK: A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL

Felipe Mattei MartinsArtur José Renda Vitorino

O presente trabalho faz parte da pesquisa em desenvolvimento para o programa de doutorado em Educação, o qual estuda a intersubjetividade e o processo de reconhecimento presente na ação comunicativa entre os sujeitos membros de grupos LGBTs no Facebook. Trata-se, portanto, de um espaço público como meio para a produção de conhecimentos. A Internet tem modificado as formas de relações comunicativas entre os sujeitos, configurando-se como um espaço público importante para as comunidades virtuais, especificamente os Grupos LGBTs. Grupos que compartilham conteúdo, dividem experiências e, principalmente, refletem sobre os assun-tos de interesse comum, a partir da intersubjetividade dos seus integrantes. O espaço virtual, por intermédio da comunicação digital, é um meio em que os sujeitos homossexuais têm contato com outros que se reconhecem como iguais. Um espaço público para interações que visa aferir discussões acerca de temáticas de interesse social. Notoriamente a homofobia ainda se mantém fortemente fora da comunicação digital, em todos os espa-ços públicos como escolas, praças, ruas, estabelecimento diversos, família e até mesmo em algumas religiões. Todavia, em observação, é possível perceber que dentro do ciberespaço as pessoas encontram informações que não conseguem, muitas vezes, dentro da relação familiar ou até mesmo nas instituições de ensino. Além disso, os membros participantes desses grupos constróem uma determinada potência, uma vez que tornam-se aptos à ação. A sinalização ou divulgação desses grupos podem levar a uma grande manifestação, apoiados por uma força mútua sob os mesmos interesses. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar a comunicação inter-subjetiva entre os integrantes dos grupos LGBTs através do conteúdo compartilhado entre eles, investigando a educação não-formal e o processo da luta por reconhecimento. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo, seguindo a perspectiva de Laurence Bardin, que nos permite uma reflexão sobre a necessidade desses grupos para os homossexuais no processo da construção da identidade desses sujeitos, que têm encon-trado um espaço para o processo de luta por reconhecimento que acontece na intersubjetividade. As lacunas deixadas na educação formal e informal são evidentes quando observado o limitado espaço para a discussão sobre o tema. Para tal análise, foram necessários recortes do conteúdo compartilhado e levantamento teórico sobre a luta por reconhecimento, educação não-formal e intersubjetividade. O referencial teórico principal uti-lizado foi Axel Honneth e Jürgen Habermas. Além disso, outros importantes teóricos foram necessários para elucidar os conceitos sobre a homossexualidade, cibercultura e educação não-formal. Assim, para responder à pergunta do problema de pesquisa foi considerada a potencial possibilidade da contribuição da intersubjetivi-dade entre os integrantes dos grupos LGBTs como um caminho da educação não-formal contra a homofobia.

Palavras-Chave: Políticas Públicas. Educação. Reconhecimento. Homofobia. Intersubjetividade.

Resumo:

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PROJETO DE VIDA: RESSIGNIFICANDO A EXPERIÊNCIA DA DOCÊNCIA NA ESCOLA PÚBLICA

Fernanda Martins de PauloYasmin de Medeiros Cruz

Letícia Lovato Dellazzana-Zanon

O objetivo deste estudo é apresentar a intervenção realizada por duas alunas matriculadas na disciplina Estágio Básico- III, do 8º período do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em uma escola pública de Campinas. A intervenção teve como público alvo professores de Ensino Fundamental e Mé-dio e seu foco foi promover uma reflexão acerca do projeto de vida dos alunos e ressignificar a experiência dos docentes quanto ao seu próprio projeto de vida. A intervenção foi composta por cinco encontros, realizados semanalmente durante os meses de outubro e novembro de 2018 e ocorreram durante as reuniões de Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC). Participaram em média sete professores. No primeiro encontro, foi realizada uma entrevista semiestruturada com os professores a fim de coletar conhecimento prévio dos professores sobre projetos de vida. No segundo encontro, foi realizada uma dinâmica com frases previamente coletadas escritas pelos alunos sobre o que eles esperavam dos professores com o intuito de levá-los a refletir sobre o seu impacto na vida dos alunos. No terceiro encontro, foi realizada uma oficina sobre projetos de vida com o objetivo de instrumentalizar os professores sobre os aspectos teóricos em relação ao tema. No quarto encontro, foi realizado um questionário seguido de discussão sobre o próprio projeto de vida e trajetória de cada professor, visando a um momento reflexivo sobre as decisões e escolhas tomadas durante a adolescência e juventude deles próprios. No quinto encontro, foi realizada uma devolutiva, na qual foi proposto aos pro-fessores que confeccionassem um cartaz com frases que gostariam de dizer aos seus alunos sobre a temática projetos de vida, para então expô-lo na escola. Observou-se que, inicialmente, os professores demonstraram desmotivação em relação ao tema da intervenção. Entretanto, ao longo dos encontros foi possível notar que o interesse dos professores pela temática projetos de vida foi despertado. As atividades propostas durante a intervenção promoveram espaços de reflexão e conscientização sobre a importância de trabalhar o próprio projeto de vida e o projeto de vida do aluno. Assim, apesar da resistência inicial, pode-se considerar que os objetivos da intervenção foram atingidos. No entanto, é fundamental que haja continuidade deste trabalho, considerando-se que: (a) a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, divulgada em março de 2017, prevê que os currículos do Ensino Médio direcionem a formação do aluno ao desenvolvimento de um projeto de vida e para sua formação física, cognitiva e socioemocional e (b) apesar de exigir a prática do projeto de vida dentro das escolas, a lei não traz nenhuma informação sobre esta nova exigência, nem define o que é um projeto de vida ou instruir sobre qual será o espaço deste no currículo da escola e como exercê-lo.

Palavras-chave: Projeto de vida. Docência. Intervenção.

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IDENTIFICANDO EQUAÇÕES: UM JOGO COM ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Gabriel Geraldino CardosoHélida Alvarenga

Elisangela Pavanelo

O presente trabalho discorre sobre uma atividade realizada com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública no município de Guaratinguetá - São Paulo, como parte do projeto desenvolvido por dois bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) instituído pela CAPES (Coor-denação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior). A atividade foi desenvolvida, a pedido do professor, como complementação ao conteúdo trabalhado, relacionado às equações do segundo grau. Assim, a atividade teve como objetivo a compreensão sobre conceitos iniciais de equações do segundo grau, como por exemplo: reconhecer uma equação do segundo grau; identificar seus coeficientes e termos; classificá-las em completa ou incompleta. Para isso aplicamos um jogo composto por: um tabuleiro com trinta casas, trinta fichas cada uma contendo uma equação do segundo grau e dez dicas. Por exemplo, a equação teria como dicas: “o meu terceiro termo é -8”, “sou uma equação completa”, etc. Os alunos foram separados em grupos e cada grupo recebeu um tabuleiro e seu conjunto de fichas. Inicialmente, o grupo escolheria a ordem que cada jogador faria sua jogada e o membro do grupo que iniciaria a leitura das fichas, sendo um deles o responsável pela leitura de uma ficha em cada rodada. Então, o primeiro jogador escolhe o número de uma das dicas e o aluno respon-sável pela ficha na rodada lê a dica escolhida em voz alta, para que todos possam anotá-la. Após a leitura, o jogador que fez a escolha poderá tentar adivinhar a equação formada por aquela dica ou conjunto de dicas já reveladas ou passar a vez. O próximo jogador escolhe novamente uma dica, que não foi citada anteriormente, e assim sucessivamente, até que algum dos jogadores consiga escrever a equação correta. O jogador que acertar a equação da rodada percorrerá cinco casas e o vencedor é aquele que chegar ao fim do caminho primeiro. De acordo com Cláudia Groenwald e Ursula Timm, através de jogos pode-se fazer da aprendizagem algo interes-sante e divertido. Manoel Oriosvaldo de Moura aponta que o jogo, no ensino de Matemática, pode cumprir um papel de apoio ao conteúdo, proporcionando desenvolvimento de habilidades contribuindo com um processo que leva a criança do conhecimento primeiro ao conhecimento elaborado. Além disso, Manoel Oriosvaldo de Moura também destaca que a troca de experiências entre os alunos nesse tipo de atividade pode melhorar o aprendizado, e favorece a convivência em grupo, estimulando um desenvolvimento real das crianças. Com essa troca de experiências, o professor deixa de ser visto como a única fonte de saber na sala de aula. A partir desse trabalho, percebemos que os alunos se envolveram com o jogo proposto e puderam compartilhar com colegas do grupo, tanto conhecimentos adquiridos nas aulas com o professor, quanto os construídos no desen-volvimento da atividade em grupo. Dessa maneira foi se constituindo, em sala de aula, um ambiente propício para a aprendizagem, onde ocorriam interações entre os colegas de grupos e entre nós, bolsistas, que auxiliá-vamos o grupo na medida em que éramos solicitados.

Palavras-chaves: Jogos. PIBID. Educação Matemática. Aprendizagem.

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GESTÃO ESCOLAR E A DEMOCRACIA: O QUE PENSA A EQUIPE ESCOLAR

Gabryelle Rahyara Miranda Castro da CunhaSamuel Mendonça

A gestão democrática visa à participação da comunidade e de todo corpo físico da instituição para a manuten-ção da mesma. Essa participação acontece em todas as etapas da gestão, desde o ato de planejar os projetos, construí-los, implementá-los e avaliá-los até as questões mais burocráticas da instituição. Esse trabalho é pro-veniente da pesquisa de mestrado intitulada: “Gestão escolar e a democracia: o que pensa e pratica a equipe escolar do ensino fundamental I”. A problematização que embasa a dissertação é: Como a gestão democrática e o conceito de democracia são percebidos e experienciados pela equipe escolar de duas escolas do ensino fundamental 1? A pesquisa teve como objetivo definir conceitualmente o termo democracia e a relação da gestão democrática segundo Dewey; analisar as políticas públicas relacionadas com a gestão democrática no ensino fundamental; analisar a concepção da equipe escolar sobre a gestão democrática e analisar os relatos das experiências de gestão democrática. A escolha das unidades escolares da cidade de Campinas se deu através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do ensino fundamental I, em que foram escolhidas duas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef): a de maior e de menor IDEB no ano de 2015. Os procedimentos metodológicos aplicados foram: uma pesquisa bibliográfica, que partiu de revisão de literatura realizada na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e uma pesquisa de caráter empírico com apli-cação de instrumentos para coleta de dados na pesquisa de campo: (i) análise do Projeto Político-Pedagógico (PPP); (ii) entrevistas com os: gestores, vice-gestores, orientadores pedagógicos, professores e funcionários em que os entrevistados expressavam o seu posicionamento a respeito da gestão educacional e democracia; (iii) observação não participante juntamente com um diário de campo, no qual a pesquisadora escreveu as suas percepções enquanto esteve no período de observação. Através dos instrumentos de coleta de dados, tivemos algumas percepções a respeito da gestão escolar dessas duas escolas. A pesquisadora apresentou dificuldades na aplicabilidade da entrevista, seja por falta de funcionários nas instituições, seja por rejeição por parte do corpo escolar. É válido ressaltar que, levando em consideração o cenário político brasileiro, percebeu-se certo grau de rejeição ou de receio dessas pessoas para com a pesquisa, pois a mesma envolve a temática democra-cia e, devido aos acontecimentos no último ano, é uma temática polêmica e que causa estranhamento. A todo o momento os entrevistados questionaram a finalidade da pesquisa e se ela possuía alguma relação com a prefei-tura de Campinas. Como resultado parcial da investigação, argumenta-se que mesmo com a existência de toda essa discussão a respeito da gestão democrática e da democracia, as escolas participantes possuem princípios democráticos (como previsto em lei), mas não são totalmente democráticas. A pesquisa pretende proporcionar à comunidade escolar outra percepção em relação ao contexto da gestão educacional dessas instituições. Sa-lienta-se a importância desse estudo para as escolas, pois, muitas vezes, a gestão escolar deixa de abrir espaço para que os órgãos colegiados e a comunidade escolar participem dos processos decisórios e consultivos.

Palavras-Chave: John Dewey. Princípios Democráticos. Escolas.

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ENCONTROS E DESENCONTROS NA GESTÃOESCOLAR DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Gabryelle Rahyara Miranda Castro da CunhaFábio Fernandes de Araújo

Edja Suênia Targino da CostaLaize Helena Alves Da Silva Santos

Os aspectos relacionados à gestão democrática escolar têm se tornado foco de discussões e, além de fazer parte de todos os documentos que regem a educação no Brasil, vêm sendo reafirmados em todos os Projetos Políti-cos Pedagógicos (PPP) das escolas deste país, ao menos de maneira formal. No histórico da gestão educacio-nal, presenciou-se a existência de uma gestão centralizadora e pautada no conservadorismo e tradicionalismo, a qual a figura responsável pela tomada de decisões era o gestor (não existia abertura para ouvir o restante do segmento escolar). A gestão democrática abre espaço para a aproximação com toda a comunidade escolar, incluindo-os nas atividades realizadas e nos órgãos colegiados com a finalidade de ouvir as opiniões a respeito da escola. Essa concepção descentraliza o poder e isso consiste em abrir espaço para que ocorra a participação dos órgãos colegiados e da comunidade escolar nos processos decisórios e consultivos da escola. O objeto de investigação deste estudo foi à gestão setorial. Esse modelo de gestão é desenvolvido na educação do cam-po no município de Solânea – Paraíba, em que as regiões campesinas são divididas por setores e têm como principal característica a contratação de apenas um diretor e um vice-diretor para gerir três ou mais escolas. Para dar conta da demanda, eles realizam um esquema de rodízio dos dias em que estão presentes na escola (cada um em um período). Caso ocorra algum problema na instituição e não seja o dia em que um deles estará presente, eles encontraram a seguinte solução: resolver em um dia posterior ou, dependendo da gravidade, se deslocar para a escola que precisa de atenção. A pergunta que norteou o trabalho está assim formulada: em que medida os princípios democráticos estão inseridos na gestão setorial aplicada na educação do campo nas esco-las públicas localizadas no 3º Setor do município de Solânea – Paraíba? Diante disso, objetivou-se averiguar como ocorre a gestão setorial na educação do campo no município, verificar se esse tipo de gestão desenvolve os princípios democráticos e compreender o conceito de gestão democrática em todos os segmentos. As es-tratégias metodológicas utilizadas foram uma pesquisa bibliográfica, para realizar um levantamento de todo o material teórico já produzido e uma pesquisa de caráter empírico, em que houve a aplicação de dois instru-mentos de coleta de dados: (i) entrevista com o gestor e dois: alunos, pais de alunos, professores e auxiliares; (ii) observação não participante com o auxilio de um diário de bordo, no qual a pesquisadora anotou as suas impressões a respeito da gestão escolar. A partir da coleta de dados constatou-se que as escolas não possuem PPP de forma individual (estava em processo de construção), que existia a presença dos conselhos (os mesmos não atuavam efetivamente devido à falta do Estatuto) e que a gestora tentava incluir todo o segmento escolar nos processos decisórios e consultivos das instituições. A gestão apresentou alguns princípios democráticos (como está previsto em lei), mas para um efetivo crescimento institucional de forma democrática essa divisão setorial deveria ser extinta.

Palavras-chave: Gestão democrática. Setorial. Paraíba.

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O JORNAL IMPRESSO COMO MEDIADOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Heloisa Helena Oliveira de AzevedoInês Aparecida Buglini Casarin

Esta comunicação oral apresenta os resultados de uma pesquisa de abordagem qualitativa exploratória, in-titulada “O jornal impresso como mediador do desenvolvimento da linguagem e do pensamento na educa-ção infantil”. Tomamos como objeto de estudo o jornal impresso como mediador do desenvolvimento da linguagem e do pensamento na educação infantil. No levantamento bibliográfico inicial, observamos que os estudos sobre a produção textual infantil utilizando o jornal impresso como material escrito são exíguos, necessitando de mais pesquisas sobre a temática, originando nosso interesse em aprofundar conhecimentos quanto às contribuições que esse material pode oportunizar nas situações de letramento nesta etapa educativa. O problema da nossa pesquisa centrou-se na seguinte questão: Como o jornal impresso pode se constituir em mediador do desenvolvimento da linguagem e do pensamento na educação infantil? Nosso objetivo central foi investigar as práticas pedagógicas na educação infantil explorando a produção textual, visando identificar como o jornal impresso pode se constituir em mediador do desenvolvimento da linguagem e do pensamento nesta etapa educativa. A pesquisa foi realizada numa escola de educação infantil do município de Campinas, em duas salas de aula, com crianças de 3 a 5 anos de idade. Utilizamos como procedimentos metodológicos observações sistemáticas das duas salas de aula, que foram registradas em um diário de campo, e entrevistas semiestruturadas com as professoras dessas salas. Para as análises do material empírico produzido, tomamos como referências teóricas as contribuições de autores que estudaram sobre o desenvolvimento humano, le-vando-se em conta pressupostos da teoria histórico-cultural, bem como de autores que fundamentaram seus estudos sob a perspectiva bakhitiniana no tocante ao desenvolvimento da linguagem por meio dos gêneros dis-cursivos. A análise do material empírico ancorou-se na análise de conteúdo dos registros do diário de campo e nas transcrições das entrevistas. Como contribuição, este estudo possibilitou a compreensão de como o jornal impresso pode se constituir em mediador do desenvolvimento da linguagem e do pensamento, assim sendo: O contato e a familiarização com os jornais impressos contribuíram para estabelecer mediação entre a criança e o mundo letrado, bem como com a realidade circundante. Por meio de escutas e interlocuções, constitui-se em um elemento deflagrador de aprendizagem no desenvolvimento da linguagem e do pensamento, pois desde a etapa da educação infantil as crianças são produtoras de textos se envolvidas em atividades sistematicamente planejadas e mediadas que as conduzam a elaborações e apropriações dos conceitos cotidianos para os concei-tos sistematizados, gradativamente ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Contudo são necessários maiores aprofundamentos nos estudos sobre a temática envolvendo os jornais impressos como mediadores na aprendizagem e no desenvolvimento na educação infantil.

Palavras-chave: Formação de Professores. Educação Infantil. Produção textual infantil. Jornal escolar infantil. Letramento discursivo.

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EDUCAÇÃO MUSEAL NO REINO UNIDO: ESTUDO PRELIMINAR SOBRE ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS EM MUSEUS BRITÂNICOS

Isla Andrade Pereira de Matos*Artur José Renda Vitorino

O texto que se segue apresenta um estudo preliminar sobre as estratégias educativas observadas em museus ingleses durante a realização de pesquisa de campo financiada pela Capes, por meio do Programa Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE). A pesquisa em curso se configura como um estudo comparado entre a educa-ção museal britânica e a brasileira, tendo em vista a alta escolarização das sessões educativas realizadas em museus do Reino Unido versus a tentativa brasileira de afirmação do museu como uma instituição que não deve subordinar-se ao currículo ou modelo escolares para demonstrar o seu caráter educativo. Dessa forma, este texto apresenta um panorama da educação museal britânica a partir de pesquisa de campo realizada em Londres, marcada pela observação de sessões educativas com escolares em museus, entrevistas com profissio-nais dos setores educativos desses museus e leitura de bibliografia sobre o tema. No que se refere às sessões educativas planejadas para escolares e executadas por equipe especializada do museu, constatou-se a existên-cia de uma grande diversidade de estratégias, planejadas de acordo com o ano e o currículo escolares, respei-tando-se o conteúdo e a linguagem de acordo com a faixa etária dos estudantes. Observou-se, ainda, a prática da contratação de freelancers especialistas para ministrarem as sessões educativas, bem como o alto número de freelancers com experiência docente, demonstrando uma aproximação entre o museu e a escola. No que se refere à metodologia, destacaram-se, ao longo da pesquisa, os métodos empírico-teórico e etnográfico para a observação da ação educativa das instituições selecionadas, e o qualitativo, utilizando-se da educação com-parada para a análise do material pesquisado. Dentre os resultados preliminares, foi possível compreender os seguintes aspectos: reconhecer que existe uma abordagem construtivista por trás do planejamento e execução das sessões educativas em museus; perceber uma “premissa velada” que afirma que, para que haja aprendiza-gem, é preciso manter os alunos engajados e entretidos; compreender a necessidade de diferentes formatos das sessões educativas, lidando com a ideia de inteligências múltiplas; e compreender que as distintas maneiras de disciplinar os alunos relaciona-se diretamente com o seu bom comportamento ao longo da visita, impactando decisivamente em seu aprendizado no museu. Assim, com base em uma perspectiva comparada, foi possível observar o processo inverso entre os dois países: se, no Brasil, existe um movimento entre os profissionais de museus pela desescolarização dos museus, no Reino Unido as sessões educativas estão estritamente relacio-nadas ao currículo escolar.

Palavras-chave: Educação Museal. Estratégias Educativas. Educação Não Formal.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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APRENDIZAGEM E INTERAÇÕES INTERPESSOAIS: UM ESTUDO COM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Izabela Dellangelica Carvalho de OliveiraJussara Cristina Barboza Tortella

O presente trabalho apresenta um projeto de pesquisa de Iniciação Científica que se fundamentou na teoria piagetiana e nos estudos sobre amizade e aprendizagem escolar. Esta envolve vários aspectos, dentre eles as interações entre as pessoas que dela participam: professores e alunos e as relações estabelecidas: professor/professor; professor/aluno; aluno/aluno. Parte-se da ideia de que a aprendizagem se expressa na relação da-quele que ensina com aquele que aprende, sendo que em um ambiente que entende o poder dos relacionamen-tos interpessoais, o professor é visto como um dos principais mediadores da aprendizagem, mas não o único. Os pares estão em constante troca de informações e ensinando uns aos outros. Ao se considerar a importância das relações interpessoais no espaço escolar, muitas questões vêm à tona ao refletir sobre as pesquisas já re-alizadas: Como as interações de amizade são vistas no contexto escolar? Qual a influência das relações para a aprendizagem? Seria a amizade entre os alunos importante para a aprendizagem? Essa pesquisa teve por objetivos: investigar as concepções de alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre a influência das amizades dentro da sala de aula no processo de aprendizagem e verificar como os alunos resolvem uma situa-ção problema que envolve as relações amistosas e a aprendizagem. Utilizou-se três instrumentos: observação do cotidiano escolar; aplicação de escala de qualidade da amizade e entrevistas semiestruturadas. Participaram do estudo 55 alunos do 5º ano de uma escola estadual de um município do interior do estado de São Paulo. Os resultados indicaram que os alunos compreendem melhor determinados conteúdo a partir da explicação de seus amigos, e apontaram que poucas vezes realizam atividades com seus pares. O laço de amizade é um elo forte e que aproxima os pares dentro e fora do ambiente escolar. Já a confiança é pontuada em momentos específicos, como confiar em um problema que acontece na escola se difere dos problemas familiares e os alunos buscam separar estes assuntos. Os alunos compreendem a importância do trabalho em duplas ou trios, principalmente, quando o seu parceiro de trabalho é seu melhor amigo, aumentando o nível de compreensão dos conteúdos escolares. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para discussões acerca da importância dos relacionamentos interpessoais nas aprendizagens dos alunos, pois é por meio das relações sociais cons-truídas que as crianças se constituem e, no ambiente escolar, esse relacionamento, a amizade, se frutifica, se constrói e se constitui, de forma que afeta seu desenvolvimento em todos os aspectos.

Palavras-chave: Aprendizagem. Amizade. Interações Interpessoais. Ensino Fundamental.

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EXPLORANDO O USO DE LIVROS PARADIDÁTICOS COMO RECURSO PARA PROMOÇÃO DA AUTORREGULAÇÃO

Jady Ariéle Cavalcanti RuasJussara Cristina Barboza Tortella

Autorregular as aprendizagens é um processo contínuo e aprendido que envolve tomada de consciência, res-ponsabilidade e comprometimento com os estudos. Um dos recursos que auxilia nesse processo é o uso de histórias que podem promover a aquisição de estratégias de aprendizagem. Esse trabalho, oriundo da pesquisa intitulada “Representação de si e autorregulação: caminhos para promoção de aprendizagens significativas”, detalha a utilização de livros paradidáticos como ferramenta para o processo de autorregulação. A teoria que embasa esse estudo é a sociocognitiva, evidenciando os estudos de Pedro Rosário com o modelo cíclico PLEA (PLanejar, Executar e Avaliar). A pesquisa mencionada teve como objetivo geral “investigar a ocorrência de mudanças da representação de si com alunos do 5°ano do Ensino Fundamental após o desenvolvimento de um projeto de autorregulação”. O meio para alcançar os objetivos estabelecidos foi o desenvolvimento do projeto “(Des)Venturas do Testas”, com a utilização do livro “Testas para sempre”. O projeto foi realizado em um período de seis meses, numa escola da rede municipal de Campinas-SP, com duas turmas de 5º ano, no total participam 61 alunos. Configurou-se metodologicamente como uma pesquisa de intervenção quase-experi-mental. O projeto mencionado foi formulado para ensinar intencionalmente estratégias de autorregulação da aprendizagem para alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. O livro utilizado é organizado por capítulos que trazem as narrativas do Testas, um aluno do 5º ano que tem muitos dilemas sobre a vida escolar e a pré--adolescência. A partir da leitura foi possível discutir sobre diversos temas que fazem parte do cotidiano dos alunos, como por exemplo, a resolução de conflitos e o comprometimento com os estudos. As principais es-tratégias de aprendizagem discutidas foram o planejamento (organização do ambiente, identificação de distra-tores e pensar antes de agir), execução (sublinhar, reler, fazer anotações) e a avaliação (a avaliação do próprio comportamento e sobre as relações cultivadas ganhou um grande destaque nas discussões com os alunos). O engajamento dos alunos no período de intervenção foi um aspecto notável, mas para que esse acontecesse hou-ve um processo que envolveu tanto o ambiente de leitura como o compromisso com ela. Como resultados, o desenvolvimento do projeto promoveu a utilização estratégias de estudos pelos alunos, proporcionou também importantes reflexões sobre comportamento, papel do aluno, da família e dos professores e a discussão sobre as relações interpessoais em sala de aula. Ressaltam-se, assim, as potencialidades e propostas de trabalho com o uso de paradidáticos para promoção da autorregulação e a necessidade da divulgação do tema nos espaços escolares.

Palavras-chave: Autorregulação. Ensino Fundamental. Projeto de Intervenção. Ensino e Aprendizagem.

Resumo:

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ESTUDO SOBRE METODOLOGIAS DE ENSINO E METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO SUPERIOR: DIFICULDADES E POTÊNCIAS

Jessica Aparecida Paulino FreitasMaria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha

Esta pesquisa tem como objetivo analisar as metodologias de ensino (seminário e aula expositiva) e metodolo-gias ativas (sala de aula invertida, PBL e estudo de caso) na perspectiva do docente e discentes ao laborá-las, possuindo como fundamentação teórica a teoria histórico-cultural. Segundo Marcos Tarciso Masetto o pro-fessor não deve ser única fonte de conhecimento nas autlas; por isso, a importância também das metodologias ativas; nestas, o docente deixa de ser o “transmissor” e passa a ser o mediador. Em função das características do trabalho de campo, houve pertinência na escolha de cinco metodologias a serem analisadas e aplicadas (aula expositiva,estudo de caso, sala de aula invertida, PBL e seminário), porém, houve também o interesse de averiguar quan-do se buscava metodologias de ensino e metodologias ativas, as quais mais frequentemente traziam resultados, por isso, apresentamos também os trabalhos que incluem informações sobre: dramatização, portfólio, webcon-ferência, instrução por pares, chat educacional e fórum (estes, inclusive que também fizeram parte dos nossos descritores). Todos os dados levantados foram consolidados em planilha Excel (em arquivo externo) a fim de organizar as informações para o desenvolvimento desta pesquisa. A análise das metodologias finais escolhi-das se apresentou da seguinte forma: em ordem de maior frequência, temos o Estudo de Caso como primeiro colocado, porém, dos resumos lidos, em sua maioria, muitos trabalhos são categorizados como sendo estudo de caso, mas não estão dentro da metodologia ativa denominada Estudo de Caso. Em segundo lugar, temos a metodologia denominada Seminário, embora tenham sido aplicados filtros de ensino superior e graduação, al-gumas buscas retornaram como seminário enquanto local de formação presbiteral religiosa. Em terceiro lugar, temos o PBL, metodologia com muita ascensão em termos de estudos, cujo resumos traziam experiências nes-ta metodologia com o objeto de estudo. Mesmo tendo sido eliminado das buscas as áreas da saúde (esta, quese apoia muito na metodologia PBL), é importante ressaltar que o PBL pode ser direcionado a qualquer curso e possui grande foco nas áreas de engenharia e tecnologia. Em quarto lugar, temos a Sala de Aula invertida, outra metodologia ativa. Os trabalhos que se dedicaram a esta metodologia apresentam sua fundamentação te-órica e o processo de sua aplicação com o objetivo de analisar a proposta na construção do conhecimento. Não encontramos trabalhos apresentando pesquisas empíricas. Por fim, temos a aula expositiva, esta que, chama muito a atenção, por carecer de estudos que a coloquem no centro de pesquisas, enquanto metodologia a ser estudada. Diante dos resultados encontrados a partir desta pesquisa bibliográfica, foi possível identificar que a metodologia ativa tem manifestado interesse nos pesquisadores, conforme analisamos em Sala de Aula In-vertida e PBL, por se aterem a muitos relatos de experiências. Nota-se também, que ainda falta um olhar mais direcionado ao campo universitário no que se compete a aplicação de metodologias, de modo que o docente ediscente consiga asseverar a relação de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Metodologia de ensino. Metodologia ativa. Teoria histórico-cultural. Práticas pedagógicas.

Resumo:

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HISTÓRIAS – CONTAR POR CONTAR

José Antonio da Silva Xavier

Todos sabem que o contato com as histórias através das diversas formas (leitura de livros, narrativas, histórias cantadas, histórias em versos e prosas, cordéis etc.) são ferramentas indispensáveis no processo de aprendiza-gem, tornando se assim, esta prática, uma constante na rotina diárias das salas de aulas. Do ponto de vista do contador de histórias e/ou dos estudiosos da arte da narrativa e mediação de leitura, sabemos da importância deste processo no cotidiano de nossas práticas, levando as crianças ao universo do encantamento onde as regras, posturas, interpretações se apresentam no imaginário de cada um de forma ímpar. Desta forma, cada ouvinte cria ao seu bel prazer, o seu mundo imaginário no qual tudo é possível, onde bruxas, fadas, príncipes, princesas, ogros e lobos convivem e se relacionam em uma representatividade do mal e do bem, de vícios e virtudes onde as regras fogem ao padrão permitindo que a bruxa seja boa e a princesa seja má, quebrando os estereótipos e permitindo que os ouvintes trabalhem seus medos, seus anseios, que interpretem a vida e se ponham no papel dos personagens com quem se identificam e que os ajudarão a resolver as suas angústias, amarguras, sofrimentos, ficando mais fortalecidos, confiantes de suas capacidades e potencialidades ao final. Do ponto de vista do educador, embora saibamos que a grande maioria guarda o entendimento acima descrito, muitos acreditam nas histórias apenas como instrumentos para simplesmente trabalhar ações e posturas que fogem aos padrões das regras instituídas em sala, usando a narrativa das histórias para trabalharem, através de projetos ou não, ações como: mordidas, agressividade, bullying, desperdícios etc. Para cada item, o educador procura uma história que se “encaixe” no tema e que possa relacionar ao assunto especificamente tratado, servindo de base para conversas e ações educativas. Não achamos que esta postura seja errada, acreditamos que um projeto bem elaborado no qual uma ou mais narrativas entrem para servirem de base para as ações re-flexivas é importante e necessário; na prática diária dos educadores, se torna instrumento poderoso e eficiente para alcançar os objetivos traçados; no entanto, muitos educadores acabam utilizando as histórias “somente” nestes processos, esquecendo de oferecer aos seus ouvintes o prazer da interpretação livre, sem o direciona-mento do pensamento, permitindo a cada um se ater ao ponto da história, da narrativa, que mais lhe agrade, aquele ponto que chame mais atenção que fale com o seu “ser interior” e não só naqueles direcionados pelas perguntas em roda, pelos desenhos impostos, pelas atividades propostas que saem da necessidade do educador perante o objetivo do seu projeto. Neste sentido o presente trabalho tem por objetivo demonstrar através da prática e de reflexões, o encantamento causado por uma situação de narrativa “contação de histórias” trazida aos alunos e/ou ouvintes, simplesmente pelo prazer de ouvir, frisando os benefícios e incentivando esta prática no cotidiano escolar.

Palavras-chave: Histórias. Narrativas. Encantamento. Imaginário. Educador.

Resumo:

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É POSSÍVEL SIM...

José Antonio da Silva Xavier

Educação Inclusiva é um processo educacional em construção no mundo todo, que implica no acesso e per-manência de todos os alunos nas escolas, conjugando igualdades e diferenças como valores inseparáveis das práticas pedagógicas e valorizando as potencialidades e possibilidades de cada um, partícipes deste processo. Dentro do meio acadêmico é um dos temas mais discutidos da atualidade, o que nos leva a pensar e discutir o contexto da educação em geral, objetivando uma escola mais justa e que respeite as diferenças físicas, men-tais, culturais de todas as pessoas, oferecendo a elas a inserção e participação social com qualidade necessária para que tenham a autonomia necessária para estarem inseridas no contexto social e assim “viver a vida”. É comum percebermos nos educadores de forma geral, certa angústia e insegurança em relação a trabalhar no processo de desenvolvimento e inserção dessas crianças no contexto sócio educacional quando as recebem em suas salas de trabalho, salas estas, geralmente lotadas de alunos, sem infra-estrutura necessária e, muitas vezes, sem o apoio necessário para o bem desempenhar das funções educativas. Nos dias de hoje, está cada vez mais comum recebermos em nossas salas de aula crianças portadoras das mais diversas deficiências físicas e intelectuais. Colocando muitos educadores, ainda inexperientes nestes processos, sem saber como atuar para que a inclusão se faça de forma produtiva e não sofrível para todas as partes envolvidas. Pensando nisto, tendo por base as experiências vividas e desenvolvidas, neste ano letivo, com uma criança portadora de perda au-ditiva severa e outras duas portadoras de microcefalia e deficiências associadas que recebemos em nossa sala de aula, na educação formal, do CEI Maria Antonina Mendonça de Barros, somando a este cenário, experiên-cias anteriores com crianças portadoras de deficiências diversas que tivemos oportunidade de trabalhar neste processo inclusivo, trazer depoimentos, relatos sobre as práticas desenvolvidas para o acolhimento e integra-ção destas crianças, falar dos resultados, das possibilidades é de supra importância. Desta forma o objetivo principal desta comunicação é compartilhar experiências, esclarecer, acalmar aqueles que desconhecem este processo e que, possivelmente, irão passar por ele. Dizer que existe “a luz no fim do túnel”, que podemos fazer parcerias diversas com ONGS e outras entidades, nas quais podemos buscar informações, entender melhor as deficiências, aprender práticas pedagógicas adequadas para cada uma. E, ao final, entender que, mesmo que o processo tenha sido árduo, sofrido, ao observar os resultados, os progressos, mínimos que possam parecer, adquiridos por cada criança... que tudo valeu a pena... e que é possível sim.

Palavras-chave: Educação especial. Inclusão. Microcefalia. Deficiência múltiplas. Inserção.

Resumo:

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REVISÃO DE LITERATURA SOBRE PERMANÊNCIA E EVASÃO

Josiane Regina de Souza Buzioli*Elvira Cristina Martins Tassoni

O presente trabalho é um recorte da pesquisa intitulada “Afetividade e práticas pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos – anos iniciais”. O objetivo da pesquisa é investigar o que afeta os alunos da Educação de Jovens e Adultos, de forma a potencializar a vontade de se manterem estudando, permanecendo na escola por mais tempo, impedindo, consequentemente, a evasão. Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da revisão de literatura realizada, a fim de sistematizar o que tem sido produzido no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em relação à evasão e à permanência. Na primeira fase da pesquisa, a busca foi reali-zada na base CAPES Periódicos (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), utilizando o site da PUC-Campinas, pelo acesso remoto “CAFe” (Comunidade Acadêmica Federada). Foram selecio-nados como descritores de pesquisa: “Educação de Jovens e Adultos”; “Permanência”; “Evasão”, que foram combinado em pares. A busca foi realizada em 11 de março de 2019. Com os descritores “Educação de Jovens e Adultos” e “Permanência”, obtivemos 141 artigos e com os descritores “Educação de Jovens e Adultos” e “Evasão”, foram encontrados 95 artigos científicos. Usamos com filtro inicial uma delimitação temporal, restringindo o período entre os anos de 2010 a 2018. Assim, dos 141 artigos encontramos foram selecionados 71 e dos 95 mantiveram-se no corpus da revisão 58 artigos. A segunda fase envolveu a leitura dos resumos desse material bibliográfico, aplicando novos critérios de seleção. Os artigos deveriam apresentar no título, no resumo, ou nas palavras-chave, os descritores já mencionados, possibilitando uma aproximação maior com o material. Com os descritores “Educação de Jovens e Adultos” e “Permanência” foram, então, selecionados 14 artigos científicos para a leitura na íntegra e com os descritores “Educação de Jovens e Adultos” e “Eva-são” foram selecionados 8 artigos, pois muitos já haviam sido contemplados na combinação de descritores anterior. A terceira etapa foi a leitura na íntegra de 22 artigos, iniciando a tabulação das informações encon-tradas. Foram identificadas 16 pesquisas empíricas e 6 pesquisas bibliográficas. Entre as pesquisas empíricas, foram encontrados estudos que abordaram o tema permanência e evasão, destacando os motivos que levam as pessoas a desistirem de estudar no ensino fundamental e o que as leva a procurar a EJA mais tarde. Outras exploram como causadores de evasão, o bullying, questões relacionadas ao gênero e às especificidades dos alunos de EJA relacionando-as tanto à metodologia pedagógica, como às estratégias e aos materiais utilizados. Já as pesquisas bibliográficas, discutem a questão da evasão e da permanência destacando também as questões de gênero, as especificidades do aluno adulto da EJA, as experiências de estudantes-trabalhadores e ainda ex-ploraram a gestão de Paulo Freire à frente da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo. A revisão de literatura possibilitou reconhecer indícios para adensar as discussões sobre permanência e evasão escolar na EJA.

Palavras-chave: Relação professor-aluno. Emoção e sentimentos na escola. EJA. Motivação para o estudo. Evasão escolar.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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ESCOLA DE EDUCAÇÃO E TEMPO INTEGRAL: UM ESTUDO SOBRE ABORDAGENS À APRENDIZAGEM

Jussara Cristina Barboza TortellaCarla Regina Gonçalves de Souza

Trata-se de uma pesquisa de doutorado, de caráter descritivo, comparativo e correlacional, que tem por obje-tivo investigar e comparar como os alunos, que frequentam escolas com propostas de educação integral em tempo integral e em tempo parcial, abordam a aprendizagem. A forma como o estudante percebe sua aprendi-zagem e enfrenta as tarefas acadêmicas são definidas como abordagem à aprendizagem. Os estudos de Marton e seus colaboradores e de John Biggs propõem duas formas principais de abordagens, que combinam motiva-ções e o uso de estratégias de aprendizagem: uma abordagem profunda e uma abordagem superficial. Partiu-se da hipótese de que a escola com ampliação do tempo é capaz de melhor se organizar a fim de promover a aprendizagem profunda a partir de práticas pedagógicas que possam potencializar o protagonismo do aluno. Desse modo, a pesquisa tem o intuito de responder às seguintes questões: a escola de educação integral em tempo integral possibilita que os estudantes abordem a aprendizagem de forma profunda? Os estudantes da es-cola de tempo ampliado abordam a aprendizagem diferentemente dos estudantes da escola de tempo parcial? Sabe-se que muitas são as variáveis que podem intervir na aprendizagem; no entanto, esse trabalho se propõe a debruçar sobre o contexto escolar e verificar a relação desse contexto com a percepção de aprendizagem dos estudantes. Tem por objetivos específicos: conhecer as propostas pedagógicas das escolas de educação integral em tempo integral e em tempo parcial; identificar, comparar e relacionar o tipo de abordagens à aprendizagem e o uso de estratégias autorregulatórias de aprendizagem nos dois contextos e conhecer a percepção dos alunos sobre sua aprendizagem nas duas propostas de escolas. Participaram da pesquisa 205 estudantes do 3º ciclo do Ensino Fundamental de duas escolas do município de Campinas SP, sendo uma de tempo ampliado e outra de tempo parcial. Para poder responder aos objetivos da pesquisa foi utilizada a análise documental; a aplicação dos Inventários de Processos de Estudos (IPE) e de Processos de Autorregulação (IPAA); a observação em sala de aula e no contexto escolar; e entrevistas com alunos. A análise dos dados qualitativos foi realizada a partir da análise de conteúdo e dos dados quantitativos foi através do tratamento estatístico SPSS for Windows versão 20.0. Resultados parciais indicaram que foi possível constatar que os dados encontrados na aplicação dos Inventários corroboraram com os dados encontrados nas observações. Assim, após as análises destes dois instrumentos, pôde-se inferir que houve mais aproximações do que distanciamentos de como os alunos abordam as aprendizagens nos dois modelos de escolas. Além do mais, foi possível perceber que os alunos abordam as aprendizagens de forma superficial e profunda, sem que uma forma se sobressaía sobre a outra; e, indiferentemente da proposta de escola, quer seja de período integral ou de tempo parcial.

Palavras-chave: Educação integral. Estratégias autorregulatórias da aprendizagem. Autorregulação da apren-dizagem.

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UM CONVITE AO LABIRINTO: EXPERIÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Karla Lopes Beck

Estar com as crianças diariamente não parecia ser o bastante para ouvir o que elas tinham a dizer, era preciso ir além, viver outras experiências. Esta pesquisa objetiva discutir a forma como crianças no contexto da Edu-cação Infantil constroem suas narrativas através de experiências cinematográficas. Coloco-me como profes-sora-pesquisadora nesse contexto de investigação, uma vez que convido para serem participantes da pesquisa crianças de três a cinco anos de idade, de um Centro de Educação Infantil da rede municipal de educação da cidade de Campinas/SP, das quais fui professora no ano de 2018. No processo de investigação, elegi o tripé “ver-conversar-produzir”, recomendado pelo “Programa Cinema & Educação: a experiência do cinema na escola de educação básica”, vinculado à Secretaria Municipal de Educação (SME) da cidade de Campinas-SP, para pensar as práticas cinematográficas que foram apresentadas à turma. Propus às crianças experiências en-volvendo filmagens, sessões de cineclube, produção coletiva de filmes e possibilidades de edição. O trabalho está em andamento, tanto no que se refere às leituras e reflexões teórico metodológicas, quanto à significação da documentação produzida com as crianças. Para refletir sobre a perspectiva eleita, das culturas infantis mo-bilizadas e de seus diálogos com o cinema, elejo autores como Walter Benjamin, Jan Masschelein e Jorge Bon-día Larrosa para trabalhar os conceitos de narrativa, experiência e infância; Maria Carmen Silveira Barbosa e Olgária Matos contribuem para discussões acerca dos caminhos que percorrem as crianças na produção de conhecimento e culturas infantis; abordo a relação entre as mídias e a educação a partir do diálogo com Adriana Hoffmann Fernandes e Heloisa Andreia de Matos Lins; com Ismail Xavier, Jean-Claude Bernardet e Alain Bergala penso o encontro entre o cinema e as crianças no contexto escolar. Através das experiências propostas nesta pesquisa convido os leitores a acessar o labirinto, local de produção das narrativas produzidas na infância. Estas nos aproximam das culturas infantis em movimento, entremeadas à cultura escolar, deslo-cando as crianças do papel de espectadoras para serem autoras de suas próprias narrativas. Acolher as imagens em movimento produzidas pelas crianças, seja no contexto de apreciação ou produção, de fato exige uma outra postura das educadoras, afastando-se das práticas que hierarquizam saberes e preferem percorrer apenas caminhos conhecidos e controlados para a construção de conhecimentos e cultura. Incluir o cinema, enquanto produção de imagens, de linguagem e cultura, no trabalho com as crianças na Educação Infantil, convoca-nos a um deslocamento de ordem epistemológica, que compreende uma outra forma de percepção por parte da professora e o exercício de uma postura que acolha sem temor os significados plurais que o encontro com as imagens pode provocar.

Palavras-chave: Educação Infantil. Cinema. Narrativas. Culturas infantis. Educação das sensibilidades.

Resumo:

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A PESQUISA EDUCACIONAL DO PONTO DE VISTA EPISTEMOLÓGIO

Kelly Cristina LeandroSamuel Mendonça

A educação como produtora de conhecimento científico, em que assume como objeto de estudo o cotidiano escolar e as relações educacionais de cunho prático e teórico que ali se desenvolvem, ainda encontra-se imersa em problemáticas que têm colocado em questionamento a validade de suas produções. Em vista disso, o pen-samento de José Mário Pires Azanha, a respeito dos limites da pesquisa educacional, insere a reflexão acerca das produções características do campo. Para tanto, o conceito de abstracionismo pedagógico, postulado pelo autor, evidencia fragilidades conceituais e metodológicas observadas na pesquisa educacional. Em semelhan-te modo, Bernadete Gatti, grande estudiosa crítica do campo, demonstra em suas análises as características fundamentais da pesquisa em educação, seus desafios e limitações, tecendo considerações de grande funda-mento para o entendimento do campo brasileiro de pesquisa educacional. Deste modo, este artigo assume como problema a seguinte pergunta: o abstracionismo pedagógico e as fragilidades do campo educacional são barreiras para a consolidação da Educação enquanto ciência? No que se refere à metodologia, realizou-se a sistematização de um capítulo do livro de Azanha intitulado “uma ideia de pesquisa educacional”, que trata do conceito de abstracionismo pedagógico. Assim como a análise de escritos de Gatti que trataram de dimen-sionar o contexto brasileiro de pesquisa educacional. E por fim, os achados da revisão de literatura realizada na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), por meio dos descritores epistemologia e pedagogia de um lado e pesquisa educacional e pedagogia, de outro, tiveram como intuito verificar o uso dos autores Gatti e Azanha como referencial teórico nos estudos sobre o referido tema em análise, assumindo como perspec-tiva de investigação, justamente, a crítica ao campo de pesquisa educacional. Como resultados, o estudo do conceito de abstracionismo pedagógico em Azanha, e a análise do contexto de pesquisa educacional em Gatti, evidenciou as lacunas metodológicas e conceituais características dos estudos científicos em educação, reafir-mando-se como barreiras concretas para que a Educação se concretize como ciência. A aposta deste estudo, por fim, diz respeito à necessidade de se repensar as práticas de pesquisa em educação que demonstram-se carentes de rigor conceitual e empírico, no que diz respeito à estruturação de pesquisas embasadas em técnicas de levantamento de dados consistentes e capazes de dar conta da realidade a qual se debruça. Evidencia-se a necessidade de superação dos limites do campo para o que o mesmo se consolide como produtor de conheci-mentos robustos e relevantes para o avanço e complexificação permanente de seus estudos.

Palavras-chave: Abstracionismo pedagógico. Pesquisa educacional. Epistemologia.

Resumo:

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MODOS DE CONSTITUIÇÃO DE SUJEITOS SURDOS NO SERTÃO CEARENSE

Lauro Araújo MotaAna Luiza Bustamente Smolka

O estudo em andamento tem como objetivo investigar os diferentes modos de constituição da pessoa com surdez/deficiência auditiva (que oralizam, que sinalizam em Libras e que usam a língua de sinais caseiros) que vivem na região do sertão dos Inhamuns, interior do Ceará, considerando os elementos constituintes do meio em que os participantes estão inseridos e como as condições concretas de vida possibilitam modos dis-tintos de constituição subjetiva, de apropriação da cultura e de participação na sociedade. O trabalho articula referenciais da Psicologia e da Educação e tem a Abordagem Histórico Cultural do desenvolvimento humano como a principal referência teórico-metodológica que fundamenta a pesquisa e que dialoga com autores con-temporâneos que investigam o desenvolvimento psicológico e as questões relacionadas à pessoa com surdez/deficiência auditiva e seus distintos modos de constituição cultural. A pesquisa, de natureza qualitativa, utiliza diferentes instrumentos e técnicas, tais como: levantamento das produções acadêmicas na área da surdez inde-xadas na biblioteca de Teses e Dissertações- BDTD; levantamento dos alunos com surdez/deficiência auditiva matriculados na rede de ensino estadual e municipal de Tauá-Ce; entrevistas- vídeo e áudio-gravadas realizada tanto com as pessoas com surdez/deficiência auditiva como com seus pais, professores e profissionais que tra-balham e trabalharam com eles na cidade investigada; análise de relatórios e pareceres dos alunos construídos durante a passagem tanto pela sala especial como pelo serviço de atendimento pedagógico especializado, bem como os registros escritos no diário de campo do pesquisador. Num primeiro momento participaram da inves-tigação cinco sujeitos (dois oralizados, um usuário da Libras, um que estava em processo de oralização através do uso de aparelho auditivo e um adulto usuário de língua de sinais caseiro). Desse todo foram selecionados dois casos prototípicos: o do aluno que estava em processo de oralização via aparelho auditivo, matriculado na escola regular e o de um adulto surdo, usuário da língua de sinais caseiros e matriculado numa instituição especializada para pessoas com deficiência mental. A escolha desses sujeitos específicos se deu em função da necessidade de analisar o impacto de como as condições concretas de vida (do ambiente, da família e do sujeito) afetam o desenvolvimento do potencial humano e no enfrentamento da deficiência. O material empí-rico está em fase de análise e sinaliza para alguns aspectos: a) a importância da pessoa com surdez/deficiência auditiva ter acesso a uma língua o mais precocemente possível; b) a importância das políticas públicas como promotoras de serviços que favorecem o desenvolvimento humano; b) a importância do diagnóstico precoce e de uma rede de apoio à família da pessoa surda, dentre outros aspectos.

Palavras-chave: Modos de constituição. Pessoa surda. Inclusão.

Resumo:

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O USO DA GAMIFICAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE SOCIOLOGIA

Layla Cristina RodriguesMarialba Maretti

Maynara de Oliveira Ribeiro

O presente trabalho relata a experiência de aplicação da metodologia ativa e de gamificação em uma aula de Sociologia com alunos do Ensino Médio da rede privada de ensino na cidade de Campinas-SP. A experiência foi pautada em um jogo no qual os alunos, divididos em dois grupos distintos, através de frases sorteadas bus-cavam “vivenciar” o conceito de habitus de Pierre Bourdieu, a fim de perceberem privilégios e posições que se diferem entre os indivíduos inseridos em uma mesma sociedade, devido a condições que não são passíveis de mudanças ou escolhas, mas que influenciam e balizam, até certo ponto, as experiências dos sujeitos ao longo da vida. No jogo, um dos grupos sempre sorteavam características positivas, que favoreciam sua trajetória pessoal, em contrapartida, o outro grupo recebia apenas frases com ou características que os desfavoreciam ou limitavam o acesso a meios de cultura e/ou lazer, ou até mesmo vivências que, em geral, só ocorre em deter-minados contextos sociais. O objetivo da dinâmica era que, com um estímulo lúdico e o auxílio de uma repre-sentação visual a explicação teórica acerca de Pierre Bourdieu fizesse mais sentido e fosse melhor entendida e internalizada pelos alunos. Uma outra diferença da aula expositiva tradicional é de que, nesse caso, primeiro houve a realização do jogo e apenas posteriormente foi dada a explicação, dessa forma os alunos podiam fazer seus comentários e apontamentos ainda durante o jogo, utilizando de sua própria lógica e se tornando assim construtores e não apenas receptores passivos do conhecimento. O que pôde ser notado é que os alunos se engajaram em debates e criaram teorias para explicar o motivo do distanciamento entre os grupos, já que em princípio todos estavam alinhados em um mesmo ponto, e, no final da dinâmica, um grupo estava ocupando a parte frontal da sala, enquanto o outro, a parte posterior, o que causava um grande impacto visual e para alguns alunos, um impacto sensível, que foi sentido de maneira diferente por aqueles do grupo que recebia apenas características positivas e os do grupo que recebia apenas características negativas. Aprenderam, acidental-mente e de forma não planejada, sobre a dialética hegeliana, já que formulavam uma teoria, eram refutados por outros colegas, e assim buscavam explicações mais plausíveis para o experimento. Segundo relato de alunos a experiência, que fugiu no contexto tradicional escolar, foi bastante produtiva, além de chamar a atenção dos mesmos, principalmente se tratando da última das 6 aulas diárias, em que o foco maior, em geral, é a espera do horário para poder ir embora.

Palavras-chave: Gamificação. Metodologia de ensino. Metodologia ativa. Sociologia. Ensino médio.

Resumo:

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DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM POR MEIO DO FAZ DE CONTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Leila Orssolan AboudHeloisa Helena Oliveira de Azevedo

O trabalho pedagógico com crianças da Educação Infantil está alicerçado em três pilares principais: educar, cuidar e brincar, como preconiza a legislação educacional. A temática foi desenvolvida como pesquisa de Mestrado que teve como objeto a brincadeira na escola, em especial a brincadeira de faz de conta e o papel do professor nelas, como meio de promover o desenvolvimento infantil. O problema da pesquisa foi compreender em que medida os professores utilizam a brincadeira de faz de conta como um recurso didático-metodológico para a aprendizagem das crianças de 3 a 5 anos na Educação Infantil. Nosso principal objetivo foi descrever e analisar as brincadeiras de faz de conta promovidas nas escolas infantis, a partir da percepção dos professores e seu papel nessa atividade, com vistas a interpretar as aprendizagens que podem proporcionar às crianças. Como objetivos específicos estabelecemos: (i) investigar o que os professores de educação infantil sabiam sobre a brincadeira de faz de conta e como organizavam esses momentos na rotina das crianças; (ii) retratar a importância da mediação dos professores nos momentos da brincadeira de faz de conta. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, cujo material empírico foi construído por meio da aplicação de questionários abertos a cinco professoras que atuam com crianças de 3 a 5 anos, em uma escola de educação infantil pública de Campinas e posterior participação dessas em um Grupo Focal, sobre o tema em questão. A análise do material empírico apoiou-se nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, com foco nos conceitos de mediação, zona de desenvolvimento proximal, atividade principal, brincadeira, brinquedo e imaginação, evidenciados nas pesquisas dos psicólogos russos Vigotski, Elkonin, Luria e Leontiev, com maior profundidade. Como resul-tados, a pesquisa evidenciou que as professoras possuíam conhecimento genérico sobre a importância do faz de conta e, embora seja um tema bem presente na Educação Infantil, ele se dilui em todos os momentos de brincadeiras de modo não intencional; ficou subentendido que as professoras vivenciam um dilema entre o pa-pel cultural investido na sua figura (o detentor e centro do saber) e o papel de facilitador da aprendizagem que as pedagogias ativas lhes impõem (observador da brincadeira), fazendo com que haja pouca intencionalidade nas propostas de faz de conta e como intervir, ou não, nelas. Os resultados apontaram para a necessidade de investimentos na formação continuada dos professores, com discussões sobre as situações de brincadeiras que propõem às crianças, de modo a promover o desenvolvimento do saber teórico e técnico sobre o faz de conta.

Palavras-chave: Formação de Professores. Educação Infantil. Brincadeira de faz de conta. Práticas Pedagógi-cas. Desenvolvimento Infantil.

Financiamento: Bolsa Capes/MEC.

Resumo:

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A PASSAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: PESQUISA COM CRIANÇAS

Luciana dos Santos Gonçalves*Maria Silvia Pinto de Moura Librandi Rocha

Neste trabalho, referente à pesquisa de doutorado em andamento, discutimos o processo de transição da Edu-cação Infantil (EI) para o Ensino Fundamental (EF) fundamentado nos princípios teóricos e metodológicos da Teoria Histórico-Cultural. O problema da investigação foi o que as crianças pequenas pensam sobre a pas-sagem da EI para o EF, a partir das suas vivências escolares e de quais sentidos e significados se apropriam nas situações sociais nestes dois segmentos de ensino? O objetivo principal foi investigar o que pensam as crianças sobre as vivências na escola, considerando a transição da primeira etapa da Educação Básica para a segunda, ouvindo as crianças por meio de cartas, construção de maquetes representando contextos escolares e fóruns de discussão entre as crianças com a participação de sua professora; também foram realizadas obser-vações participantes nos contextos de EI e EF. O trabalho de campo foi realizado em 2 fases: no 2º semestre de 2017 com um grupo de crianças de duas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI 1 e EMEI 2) e, após a passagem das crianças da EMEI1 para o 1º ano do Ensino Fundamental, junto com sua nova turma, no 1º semestre de 2018 (na EMEF1). A tese que defendemos refere-se à importância de que, além de proposições de dar voz às crianças pequenas, se faz necessário estudos que promovam condições de escuta do que elas têm a dizer, produzindo elementos que contribuam para o desenvolvimento infantil e para transformações nas/das relações educacionais. A partir do trabalho analítico sobre o material empírico apresentamos seis eixos temáticos utilizados para categorizar as narrativas das crianças: brincar/brincadeira/brinquedo; estudar/ativi-dades; regras; sentimentos; memória; transição. Dentre os resultados parciais, destacamos que os diferentes procedimentos durante o processo investigativo nos favoreceram escutar o que as crianças pensam sobre o processo de transição da EI-EF, especialmente no eixo “sentimentos”. No decorrer da vida as diferentes etapas de desenvolvimento são marcadas por transformações e, ao vivenciá-las, somos tomados por certas expectati-vas. Assim é também o que ocorre com o processo de transição da criança do EI-EF, outro ciclo de desenvol-vimento de vida, com novas experiências escolares, durante as quais as crianças de nossa pesquisa indicam que passam por situações de medo e de insegurança, como também, de alegria, de prazer e de surpresa. Essa transição, então, precisa ser acompanhada, buscando articular a continuidade de aprendizagem e o tempo de adaptação a tais mudanças que atingem as crianças. A pesquisa possibilitou investigar o que as crianças peque-nas avaliam como positivo ou negativo nas vivências escolares e também evidenciou que existem transforma-ções nos modos de pensar a transição da EI para o EF de acordo com as narrativas das crianças que apontam para ampliação dos direitos das crianças pequenas no Brasil.

Palavras-chave: Pesquisa com crianças. Infância. Educação Infantil. Ensino Fundamental. Teoria Histórico--Cultural.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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ALTERIDADE E RECONHECIMENTO ACADÊMICO NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO ENSINO SUPERIOR

Magali Ap. de Oliveira Arnais Artur José Renda Vitorino

O estudo em andamento objetiva compreender o processo de formação acadêmica dos alunos Público Alvo da Educação Especial (PAEE), operacionalizada no Atendimento Educacional Especializado (AEE) do ensino superior. A questão norteadora é: quais formas de pertencimento e implicação com a alteridade são delinea-das no AEE do ensino superior para os alunos PAEE, se este espaço propicia o reconhecimento acadêmico e auxilia na autorrealização dos mesmos? Especificamente, busca-se: a) mapear as principais concepções e tendências apontadas pelas politicas públicas inclusivas no que se refere ao Atendimento Educacional Espe-cializado no ensino superior; b) identificar os limites e desafios à inclusão de práticas excludentes no âmbito cultural, organizacional e pedagógico que apontam para a invisibilidade vivida por esses alunos em contrapo-sição à busca de reconhecimento acadêmico e social; c) conhecer quais ações e concepções são necessárias no contexto do AEE para a construção de formas de pertencimento e implicação com a alteridade e sua vertente na responsabilidade ao Outro-diferente. A pesquisa é empírica, de abordagem qualiquantitativa, apresenta e debate a visão dos segmentos que atuam no AEE no ensino superior sobre o processo de inclusão escolar ten-do a alteridade e reconhecimento acadêmico como constructos a serem investigados; utilizará a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) que permite coletar com riqueza de detalhes a opinião dos sujeitos investigados sobre questões que lhes afetam (parte qualitativa) e, ao mesmo tempo aferir o grau de comparti-lhamento e intensidade de cada uma das opiniões apresentadas (parte quantitativa). Para a coleta de dados o envio de formulário online com questões abertas e fechadas aos 242 sujeitos (funcionários, docentes e alunos PAEE vinculados ao AEE das universidades investigadas). Como campo empírico de investigação, serão os AEEs de duas Instituições de Ensino Superior, comunitária e estadual, do município de Campinas (SP). As respostas serão transcritas para o software QLQT online o qual permite agrupar opiniões ou expressões in-dividuais em categorias semânticas preservando a sua dimensão individual articulada a dimensão coletiva. A ancoragem teórica da investigação situa-se no pensamento filosófico de Emannuel Lévinas no que concerne às categorias alteridade, responsabilidade e intersubjetividade em diálogo com a teoria do reconhecimento de Axel Honneth. Espera-se com essa pesquisa que o AEE no ensino superior além de assegurar acessibilidade ao conteúdo, eliminar barreiras e promover a permanência dos alunos PAEE, para que se efetive a inclusão escolar, este necessita ser concebido, como um espaço de luta por reconhecimento acadêmico e que considere a alteridade como dimensão essencial no processo formativo desses estudantes, os quais buscam na conclusão dos seus estudos, vencer os próximos entraves no que refere ao processo de inserção profissional no mercado de trabalho.

Palavras-chaves: Atendimento Educacional Especializado. Alteridade. Reconhecimento acadêmico. Ensino superior.

Resumo:

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TECNOLOGIAS DIGITAIS: IMPLICAÇÕES NOS CONTEXTOS EDUCACIONAIS

Manuela Azevêdo QueirozMaria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha

Trata-se de pesquisa bibliográfica, que objetivou investigar tendências nos modos de estudo das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) e suas relações com contextos educacionais, sobretudo com escolas. O estudo foi realizado visando uma pesquisa ampla, fundamentada na Teoria Histórico-Cultural, com o propósito de investigar, se e de que maneira as TDIC afetam a memória mediada de criança de quatro e cin-co anos da Educação Infantil. As buscas foram feitas na base de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), com os descritores computador, TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) e tecnologia and educação. Foram capturados 694 artigos. Por meio da leitura de títulos e resumos, excluíram-se os textos da área da saúde, do campo de sistemas de informação e uma publicação referente à educação, por tratar de um software da matemática; deste modo, selecionou-se 38 trabalhos. O corpus final constituiu-se por 16 artigos, composto pelos publicados nos últimos cinco anos (de 2014 a 2018). Estes 16 trabalhos foram lidos na ínte-gra, analisados nas seguintes categorias: a) Temáticas abordadas, b) Tecnologias focalizadas no contexto das pesquisas, c) Metodologia aplicada, d) Segmentos educacionais envolvidos, e) Ênfase em benefícios e/ou prejuízos decorrentes dos modos como as tecnologias estão sendo usadas. Os resultados apontam uma diver-sidade de temáticas abordadas e uma tendência de estudos envolvendo os impactos das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem; porém, também apresentam grande lacuna referente aos efeitos provoca-dos pelas TDIC no desenvolvimento das funções psíquicas de crianças e adolescentes inseridos no contexto escolar. Chama-nos a atenção que nos últimos cinco anos apenas uma pesquisa se dedicou a estudar os efeitos do uso do celular nas escolas, embora seja assunto bastante debatido na atualidade. Com relação aos segmen-tos educacionais, constatou-se predominância de investigação no Ensino Fundamental, justificada pelo fato do Governo centrar as políticas públicas de inclusão digital neste segmento. Quanto aos prejuízos e benefícios decorrentes do uso das tecnologias digitais no âmbito escolar, todos os artigos analisados mencionam as TDIC como benéficas para ações pedagógicas, desde a preparação de aulas interativas à realização de atividades que estimulam a criatividade dos alunos. Contudo, as pesquisas também ressaltam a importância do acompanha-mento não só dos professores e dirigentes da escola, como também das famílias dos estudantes, que precisam estar atentas quanto ao uso exagerado e inadequado dos dispositivos eletrônicos. Dessa maneira, entende-se que a pesquisa contribui para um maior conhecimento sobre os impactos das TDIC no ambiente educacional.

Palavras-Chave: TDIC. Recursos Digitais. Tecnologia. Educação.

Resumo:

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A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO E SEUS OBJETOS, A PARTIR DE UMA PROVOCAÇÃO KELSENIANA

Marcelo Augusto ScudelerArtur José Renda Vitorino

André Pires

A presente comunicação tem por proposta contribuir na identificação do objeto da educação como ciência, a partir de provocações feitas por Albano Estrela, sobre a existência ou não de uma ciência da educação ou mes-mo ciências da educação. Discute-se neste trabalho se há apenas uma divergência semântica ou terminológica dos conceitos de educação e pedagogia, por vezes usados (de maneira arbitrária) como sinônimos, provocada por uma visão praxista da educação, em que se sobrevaloriza o fazer pedagógico em detrimento do seu caráter científico do estudo do fenômeno educativo. Este trabalho também propõe a reflexão sobre a divergência na flexão da palavra “ciência” da educação, no singular ou no plural, que implicará na aceitação – ou não – da multiplicidade de objetos da educação como ciência. Por fim, a partir da proposta kelseniana de uma ciência jurídica “pura”, sem interferência e neutra, este trabalho pretende provocar a inquietação para uma falaciosa tentativa de apresentar a ciência da educação isolada, sem interferência das “flutuações do saber pedagógico”, conforme expressão cunhada por Luiz Orlandi, que implica numa consciência de que o saber pedagógico exige uma análise com sincretismo entre outras ciências, em virtude da complexidade do objeto do estudo pedagógico. Advoga-se, neste contexto, que a educação, como ciência, não se mostra isolada (como o direito, na visão kelseniana) e sofre a influência de outras ciências no enfrentamento epistemológico, na busca da identificação do seu objeto de estudo, devendo ser admitida, com naturalidade, a contribuição da psicologia, sociologia e outras ciências no processo de pesquisa científica. O objeto da ciência da educação será o ponto de partida e chegada dessa reflexão, compreendendo que a intervenção de outras ciências na investigação do seu objeto de estudo corrobora para a compreensão e identificação de maneira positiva, em que tais flutuações exigem, apenas, um rigor metodológico no processo de investigação para evitar uma contaminação do resul-tado do processo investigativo. Conclui-se, nesta comunicação, que a intervenção de outras ciências na inves-tigação do objeto de estudo da ciência da educação, contribui para a compreensão e identificação de maneira positiva, em que as flutuações exigem, apenas, um rigor metodológico no processo de investigação para evitar uma contaminação do resultado do processo investigativo. Sustentar o contrário implica em advogar por uma ciência da educação pura e neutra em que seu objeto, assim como pretende Kelsen para o direito, deve estar livre de outros elementos que ao invés de contribuírem para o resultado, contamina-o.

Palavras-chave: Ciência(s) da(s) Educação. Pedagogia. Teoria pura do direito.

Resumo:

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EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS NA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA: PERSPECTIVAS E CONTRIBUIÇÕES

Maria das Graças dos Santos AbreuMaria Auxiliadora Bueno Andrade Megid

Esta investigação, com foco na formação do professor de matemática, orienta-se pela questão: Como alunos da graduação em matemática relacionam o seu percurso formativo, nas diferentes experiências durante o curso, com a sua formação docente quando são convidados a escrever narrativas sobre o processo vivido? A pesquisa foi gerada a partir de discussões realizadas em sala de aula, pautadas nas experiências que os(as) alu-nos(as) trazem: das aprendizagens decorrentes dos contextos escolares; das experiências no ensino básico; dos estágios supervisionados; da participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência; dos trabalhos de monitoria e da realização de iniciação científica. A inquietação com o conhecimento que é produ-zido durante a graduação, nos diferentes contextos formativos, e de como esses conhecimentos são entendidos pelos alunos como decisivos para a sua futura atuação profissional, foram os grandes impulsionadores deste trabalho de doutorado. Por objetivo a pesquisa buscou compreender como se dá a constituição do professor de matemática que participou de experiências formativas diferenciadas durante a licenciatura, investigando como essas vivências impactam o processo formativo, considerando o revelado na escrita de narrativas. A pesquisa narrativa foi escolhida como método de investigação, mas também como possibilidade epistemoló-gica relacionada com as aprendizagens ocorridas durante a formação. Os dados produzidos, e que serviram de subsídio para as reflexões e análises, foram constituídos de: diário de anotações da pesquisadora, elabora-do numa perspectiva de acompanhamento longitudinal dos alunos durante o curso de graduação; narrativas escritas pelos participantes e pela pesquisadora; gravações em áudio e vídeo, junto a uma escuta sensível de encontros realizados com objetivo de revisão das análises empreendidas. Foram realizados cruzamentos das informações veiculadas nos encontros e nas narrativas elaboradas em diferentes momentos da formação: ao final dos semestres letivos, durante a participação nas experiências formativas e sobre o exercício da profissão docente. Os participantes foram convidados a compor narrativas que privilegiassem os episódios entendidos como formativos, desde a educação básica até o momento em que se encontravam no curso. A discussão apresentada sobre a formação do professor ancorou-se em referenciais teóricos que se fundamentaram em estudos que favorecem uma formação crítica-reflexiva autônoma. Com base nas leituras realizadas, nos narra-dos pelos envolvidos, nas escutas e nos encontros, foi possível identificar a relevância de pensar a formação a partir das experiências pessoais e das do outro. O diálogo permitiu a cada participante apresentar sua história e encontrar-se nas dos demais, constituindo-se nesse percurso professor. Por fim, as narrativas das experiências formativas identificaram o valor das aprendizagens que foram sendo incorporadas à identidade docente.

Palavras-chave: Narrativas. Formação do Professor. Experiências de Formação.

Resumo:

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CONSTRUÇÃO DE SABERES DOCENTES EM DIÁLOGOS SOBRE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA NO FUNDAMENTAL I

Mariana dos Santos Cezar

A atuação docente constitui um forte elemento para a compreensão e divulgação das transformações que ocorrem na sociedade, pois o produto do trabalho docente manifesta-se ao se criar condições para que os indi-víduos se apropriem do saber historicamente construído pela humanidade. Na escola, o professor ocupa uma posição fundamental, porque em seu trabalho com os alunos é ele o principal mediador da cultura e dos sabe-res escolares. Além disso, os professores possuem saberes específicos que são mobilizados, utilizados e pro-duzidos por eles no âmbito da formação e atuação docente. Esses saberes podem ser construídos durante toda a carreira docente e podem se manifestar em espaços onde o professor é convidado a se inserir em discussões e a refletir sobre a própria prática. Nessa perspectiva, a pesquisa de doutorado que se encontra em andamento tem por objetivo analisar em que medida os diálogos sobre Educação Matemática Crítica contribuem para a construção dos saberes docentes. A ideia de se trabalhar com a temática Educação Matemática Crítica provêm das experiências da pesquisadora com formação continuada, nas quais inferiu que os professores do Ensino Fundamental I não tiveram em suas formações a possibilidade de conhecer e discutir sobre os diferentes am-bientes de aprendizagem e de como adaptá-los em sala de aula. Além disso, a temática discute a formação de cidadãos críticos, com leituras de mundo e promove a Matemática como um caminho para a inclusão social. Mas, para promovermos essa inclusão, os professores precisam receber uma formação que dê suporte a esse trabalho. Diante disso, foi proposta uma ação de formação que está sendo desenvolvida com professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma Escola Estadual de Campinas. A proposta discute o que são e como criar diferentes ambientes de aprendizagem em sala de aula, adaptando-os aos recursos disponíveis e ao material didático utilizado pelos professores. Além disso, a ação propõe reflexões sobre a prática pedagógica e sobre a formação crítico reflexiva do professor. Para essa investigação optou-se por adotar uma metodologia com abordagem qualitativa, nos moldes da pesquisa-ação. Assim, pretende-se envolver os participantes de forma a atuarem também como pesquisadores, chamando-os à reflexão, à socialização, à análise cooperativa, à construção de ideias e à reflexão coletiva, que se julga necessárias a quaisquer mudanças. Para a análise e interpretação dos dados optou-se por utilizar a análise de conteúdo. Espera-se como resultados que as discus-sões sobre Educação Matemática Crítica possibilitem a construção de saberes docentes indispensáveis para uma boa prática e a formação de um profissional crítico reflexivo.

Palavras-chave: Saberes Docentes. Educação Matemática Crítica. Formação de professores.

Resumo:

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PROGRAMAS SOCIOEDUCATIVOS: SOBRE QUEM, PARA QUEM E PARA QUÊ?

Marina Rocha Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha

Esta investigação, com foco na formação do professor de matemática, orienta-se pela questão: Como alunos Essa pesquisa bibliográfica tem como objetivo geral, avaliar, como programas vinculados à vulnerabilidade social têm sido investigados em artigos científicos. Como objetivos específicos, propõe-se discutir as abor-dagens sobre políticas públicas e, ainda, fazer uma categorização acerca dos métodos, procedimentos e par-ticipantes encontrados nos trabalhos empíricos selecionados. A matriz teórica dos textos que selecionamos também foi alvo de categorização. A busca foi realizada na base de dados Scielo, no mês de abril do ano de 2019. Definimos 03 descritores para a seleção dos artigos na referida base, quais sejam: vulnerabilidade juve-nil, vulnerabilidade social e projeto social (and) jovens (and) crianças. Consideramos um lapso temporal dos últimos 05 anos (2014 a 2018) da publicação dos artigos e estabelecemos, ainda, como critérios para seleção, que os artigos fossem em língua portuguesa. A partir desses sucessivos critérios de escolha, obtivemos 149 artigos, selecionamos 29 trabalhos através da leitura dos títulos e resumos. Com a leitura na íntegra, identifi-camos que apenas 20 atendiam às nossas exigências, que eram ter como participantes criança, adolescentes e jovens. Com o exame dos estudos, foi possível identificar lacunas na construção metodológica e definição dos procedimentos e participantes. Os autores não traziam essas informações em seus textos ou faziam isso de maneira que dificultava a compreensão leitor. O mesmo aconteceu quando da verificação das matrizes teóri-cas dos trabalhos: nos deparamos com artigos que não traziam uma matriz teórica definida. Observamos que os trabalhos selecionados são predominantemente de natureza qualitativa, realizados a partir de pesquisas de campo, tendo como procedimento mais frequente a entrevista com jovens. Com uma análise mais refinada e criteriosa na seleção dos conceitos de vulnerabilidade e das abordagens sobre políticas públicas trazidos pelos artigos, resta-nos um alerta de que ainda é necessário maior aprofundamento no que diz respeito à conceitua-ção de vulnerabilidade social. Quanto às abordagens sobre políticas públicas, ficam abertas questões relacio-nadas à avaliação de sua contribuição aos que são alvo de suas atuações. Nota-se uma ausência de pesquisas que ressaltem a perspectiva dos egressos na atuação das políticas públicas de programas que integram essas ações. Ainda surgem outras questões que notamos não serem alvo das discussões desse universo analisado, como: o processo de seleção desses integrantes (de programas socioeducativos), e se a seleção atende aos critérios estabelecidos nas diretrizes de seus projetos quanto a quem está sendo oferecido. Esperamos que esse trabalho contribua para reflexões relativas à importância da definição da vulnerabilidade social, uma vez que os programas socioeducativos e as diversas políticas públicas instituídas em nosso país, condicionam sua aplicação a camadas sociais e regiões que considerem vulneráveis.

Palavras-Chave: Pesquisa Bibliográfica. Vulnerabilidade Social. Políticas Públicas.

Resumo:

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O SISTEMA DE CICLOS NA CIDADE DE SÃO PAULO: DUAS DÉCADAS DEPOIS

Mauricio de Sousa

No final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, com o fim da ditadura militar, o Brasil vivia um processo de democratização e reconfiguração da sua ordem política, social e econômica. Nesse novo contexto, no cam-po educacional, discutiam-se os mais diversos temas, porém destacava-se o debate sobre a democratização do ensino e como garantir o acesso e a permanência dos estudantes no sistema de ensino brasileiro. Isto porque um dos grandes problemas para a época era a falta de escolas, vagas e a “pedagogia da repetência” que ge-ravam a exclusão dos estudantes, principalmente das camadas populares. Nesse sentido, o debate político da época resultou, entre outras medidas no campo normativo, na Constituição Federal de 1988, e, posteriormente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), em 1996, com objetivos de dirimir (ou diminuir) as caraterísticas anteriormente citadas desse sistema de ensino. Um dos mecanismos estabelecido por essas normativas foi a possibilidade de organização do sistema de ensino em ciclos. Alguns autores veem no sistema de ciclo a possibilidade de democratização do ensino para as camadas populares, pois há a possibilidade maior de garantir a permanência dos estudantes. Em contrapartida, outros autores veem no sistema de ciclos apenas um mecanismo de aprovação automática, pois a reprovação fica restrita ao final de cada ciclo. Esse debate sobre as consequências do sistema de ciclo perdura até hoje. Dessa forma, esse trabalho procura discutir, a partir de uma pesquisa documental e dos dados quantitativos do censo escolar, se realmente a premissa de que o sistema de ciclo adotado na cidade de São Paulo tem garantido a permanência dos estudantes. Ressaltamos que a rede municipal de ensino da cidade de São Paulo foi pioneira na adoção desse sistema no Brasil, em todo o ensino fundamental, no ano de 1992, antes mesmo da aprovação da LDBEN. Portanto, após vinte e cinco anos desse sistema, e analisando os dados sobre taxas de reprovação e evasão, sistematizadas no censo escolar, organizado e elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) verificou-se que a adoção do sistema de ciclos na rede municipal de ensino de São Paulo promoveu uma redução acentuada nas taxas de retenção e evasão, comparadas aos anos de 1980. Entretanto, quando analisamos esses dados de forma mais pormenorizada compreendemos que essas taxas continuam muito altas, em especial na 8ª série/9º ano, que são muito próximas das taxas dos anos de 1980. Concluímos esse trabalho reconhecendo que a adoção do sistema de ciclos por si só não garante a permanência dos estudantes, se não for acompanhado de um processo de investimento pelo poder público em mudanças na organização das escolas como: redução dos números de alunos, programas de acompanhamento individualizado das aprendizagens e formação dos professores para lidar com essa nova concepção de escola que necessita de mudança nas práticas pedagógicas, na avaliação educacional e na compreensão dos novos ritmos e tempos de ensino/aprendizagem que não são os mesmos da escola seriada.

Palavras-Chave: Política educacional. Ciclos de aprendizagem. Educação básica.

Resumo:

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PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS SOBRE O PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS ENTRE 2005 E 2018

André PiresMaynara de Oliveira Ribeiro

Durante os anos de existência do Programa Universidade para Todos (ProUni), criado em 2005, foram realiza-das inúmeras pesquisas e discussões sobre suas funcionalidades e efetividade na inclusão de pessoas com bai-xa renda familiar per capita no ensino superior, contendo argumentos contrários e favoráveis ao seu desenho. Considerando estes aspectos, este trabalho buscou contribuir para sistematizar informações colhidas durante os anos de vigência do ProUni por diversos pesquisadores brasileiros, selecionando e analisando produções que abarquem este período (2005-2018), a fim de contribuir também para melhor compreensão do ProUni e das dimensões que o cercam. Fundamentada no método do tipo “Estado da arte”, esta pesquisa buscou mapear produções relacionadas ao tema, definindo, com base em pré-leituras e observações, quatro dimensões norte-adoras, a saber: desenho do programa; perfil dos ingressantes; permanência e egressos. Para tanto, o descritor “ProUni” foi utilizado em quatro bases de dados qualificadas: biblioteca eletrônica Scientific Electronic Li-brary Online (Scielo); catálogo de teses e dissertações Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); sistema de bibliotecas da Unicamp (SBU) e sistemas de bibliotecas e informações da Puc-Campinas (SBI). Entre os meses de julho e novembro de 2018, 404 produções foram mapeadas, para que, com auxílio de critérios de descarte, pudéssemos chegar a 52 produções classificadas para compor o corpus da pesquisa. Todas foram lidas, cadastradas em fichas de leitura e analisadas, possibilitando alguns resultados. Em relação ao “desenho do programa”, espera-se ter contribuído para melhor compreensão sobre os aspectos positivos e negativos relacionados à esta política pública, envolvendo as problemáticas em torno da Parceria Público-Privado (PPP) e a avaliação dos resultados do ProUni, caracterizada por uma maioria de beneficiá-rios que se dizem realizados com a “oportunidade”. Quando falamos em “perfil dos ingressantes”, espera-se ter possibilitado melhor compreensão das trajetórias educacionais dos alunos de origem desfavorável socio-economicamente que conseguiram acessar o Ensino Superior e a importância da família nestas trajetórias, exemplificando que os prounistas apresentam, em geral, disposição para os estudos e para se “sacrificar” por um futuro melhor desde pequenos, com apoio e influência de familiares e mediadores externos. No tocante à “permanência”, espera-se ter contribuído para compreensão das dificuldades, motivações e desafios enfrenta-dos pelos alunos para concluir a graduação, visto que a bolsa do ProUni não garante ao aluno os demais gastos originados com o início da graduação, enquanto a assistência estudantil, quando disponibilizada pelas IES privadas, complementa o acesso e aumenta as chances de conclusão do curso. Já em relação aos “egressos”, contribuiu para melhor compreensão acerca das trajetórias dos alunos após a conclusão ou evasão no Ensino Superior, muitos dos quais os primeiros de suas famílias a frequentar este ciclo. De maneira sintética, a leitura destas produções indica que o ProUni tem atingido positivamente estudantes de baixa renda, antes com poucas chances de ingresso no Ensino Superior e que dificilmente seriam atendidos pelas IES públicas. Todavia, ainda são grandes os desafios em termos de propiciar condições adequadas para estes se manterem e concluírem seus cursos de graduação.

Palavras-chave: ProUni. Ensino Superior. Inclusão.

Resumo:

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VAI TER TEXTO DE NOVO? O PROCESSO DE INTERNALIZAÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA

Patricia Maria Barbosa Jorge Sparvoli Costa*Elvira Cristina Martins Tassoni

Este trabalho é um recorte de uma pesquisa participante do tipo de intervenção realizada com uma turma de 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do interior paulista. As crianças mostravam-se pouco interessadas e apáticas ao realizar atividades da língua materna e, apesar de já terem passado pelo ciclo de alfabetização, apresentavam defasagens no que se refere à linguagem oral e escrita. Dessa forma, nossa pes-quisa intencionou promover uma mudança na relação que as crianças haviam estabelecido com as atividades de linguagem, para que (re) significassem o processo de apropriação da linguagem escrita. Assim, as ativida-des de intervenção tiveram como base dois clássicos da literatura infanto-juvenil – Peter Pan e Alice no País das Maravilhas – e o investimento constante na construção de processos imaginativos. Para este trabalho, objetivamos investigar como a exploração de elementos do maravilhoso, a partir de clássicos da literatura, pode contribuir para os avanços no processo de apropriação da linguagem escrita, mais especificamente, na normatividade da língua escrita. A literatura é um caminho para que novas formas de ensinar e aprender se-jam exploradas. Assim, investimos em uma metodologia diferenciada em que a pesquisadora fantasiada de personagens das histórias – a Wendy e a Alice – contava trechos dessas narrativas. Foram utilizados diferentes recursos, como fantasias, filmes e especialmente objetos que permitiram que a imaginação fosse explorada no momento da contação das histórias e, com isso, apostamos no interesse e no envolvimento das crianças. Ademais, apesar de termos como ponto de partida as duas histórias em questão, as atividades eram elaboradas semanalmente a partir das questões que surgiam junto às crianças. À luz da teoria histórico-cultural, o material empírico foi organizado a partir de núcleos de significação, os quais são resultado de um processo de tratamen-to do material empírico, que buscou apreender os significados e sentidos atribuídos pelo sujeito às situações vivenciadas em sala de aula com os dois clássicos da literatura, com as duas personagens, com as propostas de produção de texto e as atividades em geral. Por meio da construção desses núcleos foi possível evidenciar que as produções das crianças, suas falas e o envolvimento com as atividades corroboraram um movimento de mudança com relação à sua própria aprendizagem. Crianças quietas, tímidas e até mesmo indiferentes ao que acontecia dentro da sala de aula começaram a emitir suas percepções, passando a ser partícipe da produção do conhecimento que se construía. As crianças entenderam a importância da letra legível como forma de comu-nicar e ser compreendido, percebendo a função social da escrita. Iniciaram um processo de internalização das questões ortográficas e de pontuação, porém, convém salientar que este processo de internalização é algo que demanda tempo e um constante investimento para que de fato se consolide. A apropriação da língua escrita é algo que precisa ser trabalhado arduamente para que nesse processo, a criança avance em competências de uso da escrita e sinta-se convidada e queira escrever. Evidenciamos assim, a potencialidade da literatura, da imaginação e da contação de histórias para o processo de apropriação da linguagem escrita.

Palavras-chave: Literatura infanto-juvenil. Linguagem escrita. Imaginação.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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AUTOCONFRONTAÇÃO COM PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO: EM BUSCA DA FILOSOFIA DA PRÁXIS

Rafael Fernando da Costa*Heloisa Helena Oliveira de Azevedo

A presente pesquisa enfoca a temática da formação e do trabalho de professores a fim de analisar as concep-ções teórico-filosóficas que fundamentam a formação docente e sua reverberação na construção da consciên-cia crítica do professor e as implicações em sua prática. O objetivo da pesquisa é analisar as concepções que o professor tem acerca de sua profissão e o impacto destas concepções na sua atuação profissional. Nosso objeto de estudo é a prática do professor e a compreensão teórico-filosófica que ele tem sobre a profissão, ou seja, a compreensão do que ele faz, como faz e porque faz. O problema de pesquisa versa sobre o seguinte ques-tionamento: quais as implicações teórico-práticas da compreensão do professor sobre sua profissão? Nosso campo de pesquisa é uma escola da rede estadual (SP) de educação pública, sendo que nossos sujeitos são os professores que atuam no ensino médio nesta referida escola. Nossa opção teórico-metodológica fundamen-ta-se no materialismo histórico-dialético e busca compreender o nexo existente entre a estrutura e a superes-trutura, ou seja, a realidade de forma dinâmica e complexa, no qual as contradições são o motor da história. Os procedimentos desenvolvidos para a produção do material empírico são a entrevista semiestruturada e a autoconfrontação. O método indireto da autoconfrontação baseia-se na clínica da atividade, na qual o exercí-cio profissional é videogravado para ser analisado posteriormente pelo protagonista da ação em diálogo com o pesquisador. Os participantes são os professores de ensino médio de uma escola pública do estado de São Paulo, sendo que entrevistamos oito professores e realizamos a autoconfrontação com seis destes, os quais tiveram duas de suas aulas videogravadas e analisadas, compondo o material empírico desta investigação. O currículo do ensino médio vigente durante a pesquisa possui três áreas do conhecimento (Linguagens, códigos e suas tecnologias; Ciência da natureza, matemática e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias), sendo que, com os entrevistados (oito) e com as aulas vídeogravadas (seis) conseguimos abarcar pelo menos um professor de cada área do conhecimento do currículo (três) e a complexidade existente no cotidiano do en-sino médio de uma escola pública do estado de São Paulo. Os resultados apontam para formações discursivas sobre a profissão docente, assim como, verifica-se a potência da metodologia de autoconfrontação como espa-ço de diálogo e reflexão do fazer pedagógico. No material produzido fica reforçado o que aponta a bibliografia sobre a “desprofissionalização” docente e sobre o afastamento entre universidade e a escola. Defendemos que a relação destes dois pontos é central, pois a ligação da universidade com a escola se dá através da profissão do professor. É preciso transformar a profissão dos professores e a vida nas escolas, precisamos de um campo educacional forte para poder construir uma formação e profissão fortes.

Palavras-Chave: Formação de professores. Profissão Docente. Autoconfrontação. Filosofia da Práxis.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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O INÍCIO DE UM PROJETO INOVADOR: CONSTRUINDO ASSEMBLEIAS ESCOLARES EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE HORTOLÂNDIA-SP

Raul Cabral FrançaCristiane Conceição SantosVictória Valério de Macedo

Esta é uma pesquisa em andamento sobre o desenvolvimento de projetos pedagógicos inovadores em escolas públicas. Entendemos por inovador o projeto que rompe em algum grau com o modelo escolar tradicional, é gestado pelos próprios profissionais da escola de forma coletiva e dialógica e tem por finalidade a aprendiza-gem significativa e o desenvolvimento integral dos estudantes. Consideramos que o propósito de inovar na es-cola deve ser indissociável de uma concepção humanizadora, crítica e emancipatória, e do compromisso social de superar desigualdades. A pesquisa tem, como objetivo geral, compreender como educadores em uma escola pública podem, deliberadamente, por meio da reflexão coletiva e sistemática sobre o projeto pedagógico da instituição, construir outras práticas escolares possíveis que favoreçam experiências de autonomia, correspon-sabilização e formação integral. Para isso, toma como objeto de estudo o processo de reconstrução do Projeto Político-Pedagógico (PPP) de uma escola municipal de Hortolândia-SP, que iniciou um percurso deliberado de inovação pedagógica, tendo como ponto de partida a realização de assembleias escolares. As assembleias escolares são um espaço de diálogo com periodicidade e formato definidos, no qual é possível discutir ques-tões relativas à convivência, às regras e ao ambiente escolar de modo geral. Não são uma prática inédita, pois já são adotadas em várias escolas, mas podem ser consideradas uma prática inovadora em relação à escola tradicional por introduzir no cotidiano dos alunos a vivência de valores democráticos, como o debate entre di-ferentes pontos de vista, a proposição de soluções para problemas coletivos e a resolução pacífica de conflitos. O planejamento e as discussões da equipe escolar referentes a esta e a outras inovações no PPP ocorrem com regularidade, durante o Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), que conta também com propostas de formação trazidas pelos pesquisadores. O HTPC se constitui, assim, em um espaço no qual encontros são cuidadosamente planejados com o objetivo de levar os professores a refletirem sobre a própria prática. Con-siderando que cada professor possui saberes e vivências, o espaço dialógico abre a possibilidade de ensinar, aprender, formar e ser formado, refletir sobre o que faz, por que faz, com que objetivo e visando qual resultado. O registro destas reuniões de HTPC constitui o principal material empírico de análise para a realização de um estudo de caso sobre o processo de transformação da escola. Quando concluída esta pesquisa, espera-se, como contribuição, produzir conhecimento sobre o processo de inovação educacional e suas possibilidades e limitações na rede pública. Além disso, pretende-se evidenciar práticas e referências que possam subsidiar a formação de professores para que se constituam propositores de projetos inovadores em suas escolas.

Palavras-chave: Inovação escolar. Assembleias escolares. Escola democrática. Educação pública.

Resumo:

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DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR: UM NOVO OLHAR

Renata de Souza Pires*André Pires

O Programa Universidade para Todos (ProUni), criado em 2004, possibilita que pessoas de camadas desfavo-recidas ingressem no setor privado de Ensino Superior, sendo ofertadas duas modalidades de bolsa: (i) bolsa parcial, para aqueles com renda familiar bruta de até três salários mínimos por pessoa; e (ii) bolsa integral, àqueles com até um salário mínimo e meio, permitindo, assim, a longevidade da escolarização de um novo perfil de aluno. Além da contribuição social, o ProUni traz benefícios também às instituições, que, a partir de sua adesão ao programa, passam a ter isenção do pagamento de quatro tributos: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Social para o Financia-mento da Seguridade Social (Cofins) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). A produção acadêmica sobre o ProUni é ampla: artigos acadêmicos, dissertações e teses nos mais variados campos de estudo – aprendizagem, acesso e inclusão, rankings, evasão, dentre outros. Contudo, apresentam foco restrito à percepção do alunado. Não se evidenciaram estudos do programa sob a ótica de docentes e das direções de universidades. Com base nessa conjectura, a pesquisa teve como objetivo conhecer a percepção de docentes e da direção do curso de Pedagogia de uma universidade privada, sem fins lucrativos, do interior do Estado de São Paulo sobre o ProUni e a inclusão universitária de camadas menos favorecidas no ensino superior privado. O referencial teórico é norteado por Ristoff, Dias Sobrinho, Freire, Almeida, Heringer e Honorato. A metodo-logia, de ordem qualitativa, utilizou os descritores “ProUni”, “Professor”, “Docente” e “Diretor”, na realiza-ção da pesquisa documental (leis, decretos, normas de 2004 a 2016). A pesquisa bibliográfica envolveu buscas nas plataformas Scielo e no Banco de dados virtual da Biblioteca de Teses e Dissertação (BDTD). Tanto a pesquisa documental quanto a pesquisa bibliográfica não evidenciaram a contribuição de docentes e dirigentes no desenvolvimento e aprimoramento do programa em questão. Por fim, fez-se uso da técnica de entrevistas semiestruturadas com a direção e com os docentes, a fim de atingir o objetivo proposto. Os resultados obtidos permitem desenvolver reflexões a partir de quatro agrupamentos de respostas, denominados “Histórias de alunos”, “Desafios da inclusão”, “Impressões sobre o ProUni” e “Pontos fortes e fracos sobre o programa”, que, entrecruzados com a base teórica, indicam a aprovação dos participantes, apresentando pontos positivos – como a expansão de matrículas no ensino superior, especialmente em favor de classes menos favorecidas/ desfavorecidas – e fragilidades importantes a serem superadas, como questões relacionadas à inclusão e à permanência dos estudantes, ao chamamento tardio para o ingresso no curso, à necessidade da ampliação do acesso a outros cursos além das licenciaturas e outros desafios.

Palavras-chave: Ensino Superior. Políticas Públicas. ProUni. Docentes.

*Bolsista Capes.

Resumo:

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A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

Renata de Souza Pires*Marina Piason Breglio Pontes

O ingresso na pós-graduação stricto sensu ocorre por meio de processo seletivo rigoroso, sendo necessária a apresentação de documentos comprobatórios de conclusão da graduação para os que buscam uma vaga no Mestrado, enquanto a conclusão do Mestrado é requisito obrigatório para ingresso no Doutorado. O candidato deve, também, apresentar projeto de pesquisa e realizar avaliação de conhecimentos e de línguas. Este traba-lho tem como objetivo retratar a experiência de acolhimento realizada com os ingressantes no Mestrado e no Doutorado do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas de uma universidade do interior do Estado de São Paulo, no ano de 2018. A metodologia da pesquisa básica e estratégica abordou o trabalho pedagógico realizado pelos representantes das turmas de Mestrado e de Doutorado veteranos, sob orientação da Coorde-nadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, ao planejar e realizar o acolhimento dos ingressantes do ano de 2018, apresentando seus orientadores, bem como compartilhar experiências vivenciadas por alunos veteranos, ressaltando a protagonização que é de responsabilidade do próprio aluno. Por fim, estabelecer la-ços de confiança, proporcionando a interação e harmonia de todo o grupo. Com o objetivo estabelecido em reunião prévia, o grupo responsável composto pela coordenação do Programa e os representantes das turmas de mestrado e doutorado, elaborou o planejamento contemplando ações estratégicas para a realização do acolhimento: (i) grupo disposto na entrada do campus orientando o local do acolhimento, (ii) elaboração de recurso visual – vídeo gravado com experiências dos mestrandos, (iii) responsáveis pelo coffee break, (iv) responsáveis pela cartilha do aluno, contendo todas as informações pertinentes de A à Z. Os ingressantes foram acolhidos uniformemente, sem distinção entre mestrandos e doutorandos, reforçando o objetivo do Programa em desenvolver pesquisas de alto nível nas duas linhas de pesquisa existentes: Políticas Públicas e Formação de Professores. Os docentes se apresentaram e destacaram quais ingressantes seriam seus orien-tandos, ressaltando suas linhas de pesquisa. Em um espaço reservado realizou-se o coffee break com todo os integrantes do programa, mestrandos 2016 e 2017, doutorandos 2015 a 2017, docentes e os ingressantes, para de forma descontraída, oportunizar troca de experiências. Ao findar a confraternização, os docentes realizaram a primeira reunião junto de seus alunos, estreitando os laços entre seus grupos. Concluímos que a acolhida na pós-graduação é de fato um momento importante, começa com a preocupação da Coordenação do programa em acolher a equipe docente, administrativa, discente e técnico-pedagógico, dando-lhes direcionamento, defi-nindo as etapas e os responsáveis por tais processos. Desta forma faz-se importante traçar um roteiro de como se dará a chegada dos alunos, analisar tempos, espaços, materiais e atribuições de cada integrante envolvido no processo, garantindo assim a qualidade do acolhimento. Contudo, o acolhimento dos ingressantes deve ser constante. Recebê-los bem, esclarecer suas dúvidas, ouvi-los sempre que buscarem auxílio. Muitas institui-ções se preocupam com a evasão, mas não percebem que com o constante acolhimento, a evasão será mínima.

Palavras-chave: Acolhimento. Pós-graduação. Práticas pedagógicas.

*Bolsista Capes

Resumo:

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APRENDIZAGEM COM TECNOLOGIAS: PREFERÊNCIAS INDIVIDUAIS DE UNIVERSITÁRIOS DE ADMINISTRAÇÃO

Rodrigo Hipólito RozaAcácia Aparecida Angeli dos Santos

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) estão cada vez mais presentes na educação de nível su-perior. Nos cursos de administração, em especial, as TICs são empregadas não apenas porque serão fundamen-tais no exercício das atividades laborais do futuro administrador, mas também por poderem apoiar substancial-mente o processo de ensino e aprendizagem. No entanto, os estudantes não são iguais, possuindo preferências individuais na forma como aprendem. Essas preferências são conhecidas como estilos de aprendizagem e se manifestam, inclusive, em situações em que as TICs são adotadas. O objetivo desta pesquisa foi analisar os estilos de aprendizagem de estudantes universitários de administração, de diferentes linhas de formação, em situação de uso das TICs. A pesquisa foi quantitativa e teve como participantes 431 estudantes universitários de administração, pertencentes às linhas de administração “pura”, comércio exterior, bem como logística e ser-viços, de uma universidade privada do estado de São Paulo. Os estudantes tinham entre 18 e 43 anos de idade (M = 22,05; DP = 3,25), sendo 54,76 % do gênero feminino. O instrumento de coleta de dados utilizado foi a Escala de Estilos de Aprendizagem em Situações de Uso de Tecnologias, que é composta pelos estilos teórico, pragmático, de interação com o meio e de interação através do meio. Para análise dos dados, foram realizadas Estatística Descritiva e Análise Multivariada da Variância (Manova), considerando as variáveis gênero e linha de formação. Por gênero, as mulheres tiveram pontuações médias maiores no estilo pragmático e nos estilos de interação; os homens tiveram maior média somente no estilo teórico. Por linha de formação, as maiores pontuações médias em todos os estilos foram dos estudantes de logística e serviços; os estudantes de comércio exterior tiveram menores médias nos estilos teórico, pragmático e de interação com o meio; os estudantes de administração “pura” tiveram menor média no estilo de interação através do meio tecnológico. Com base na Manova, foi possível constatar que não houve diferenças significativas de estilos relativas à variável linha de formação e tampouco em relação à variável gênero. Foi encontrada apenas uma diferença significativa em relação à interação entre linha de formação e gênero, no estilo teórico (F = 3,682; p ≤ 0, 026). Essa única dife-rença estatisticamente significativa foi a favor dos estudantes de logística e serviços, do gênero feminino. Com exceção dela, portanto, as demais diferenças entre as pontuações médias dos estudantes de administração, por gênero e linha de formação, podem ser atribuídas ao acaso.

Palavras-chave: Aprendizagem. Tecnologia da informação e comunicação. Estilos de aprendizagem. Admi-nistração.

Resumo:

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MELHORIA NA PESQUISA DO PROBLEM BASED LEARNING

Rodrigo Hipólito RozaNelson Aparecido Alves

A metodologia Problem Based Learning (PBL) é uma metodologia ativa, em que o aluno é o protagonista do conhecimento e o professor atua como um mediador, em atividades de análise de situações-problema, pesqui-sas, elaboração de relatórios, apresentações e debates. Um dos desafios é melhorar cada etapa deste processo, desde o estudo da situação-problema inicial até a apresentação e debate dentro da sala de aula. No contexto deste trabalho, a metodologia PBL foi aplicada na disciplina de Gerenciamento de Projetos no curso de Ad-ministração de uma Instituição de Ensino Superior na cidade de Campinas, a partir de 2009, para o 5o semes-tre do curso. O problema deste estudo é a falha de conteúdo da pesquisa da biblioteca que é uma das etapas intermediárias do processo, realizada nas instalações da biblioteca, utilizando o acervo de livros e periódicos eletrônicos disponíveis e destacados no plano de ensino da disciplina. O objetivo do presente estudo é relatar a melhoria realizada nesta etapa da pesquisa na biblioteca. Foi aplicada a pesquisa exploratória, documental, qualitativa e pesquisa-ação envolvendo uma abordagem sistemática para o entendimento e melhoria da própria prática da disciplina. Isto exigiu o planejamento e a execução da disciplina com a introdução de um template (formulário) em 2018 para direcionar melhor as referências consultadas, a divisão de tarefas entre os alunos e o conteúdo de cada tema pesquisado. O formulário implementado permitiu uma pesquisa mais organizada de cada grupo, sob orientação do professor, evitando a consulta de livros desatualizados ou sites não científicos, uma distribuição de tarefas mais equilibrada entre os alunos de acordo com a complexidade de cada tópico, e, principalmente, maior profundidade de conteúdo de cada tema. Este modelo solicita que o aluno pesquise pelo menos duas referências para o tema estudado. Desta forma, não fica limitado à opinião de apenas um autor e identifica diferentes visões do mesmo assunto. O professor tem a oportunidade de orientar a utilização das citações (direta, indireta e citação da citação) e evitar a prática do plágio. Como apoio à pesquisa da bi-blioteca, é utilizada a norma ABNT NBR 6023:2018 para as referências e a norma ABNT NBR 10520:2002 para as citações em documentos. Outra melhoria foi a elaboração de um fluxograma no verso do formulário para orientação do grupo e a preparação para a redação do relatório final antes da apresentação e debate. Esta orientação na aula de biblioteca também é útil para o aluno cursar a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso no 6º semestre do curso, pois ele tem um embasamento das normas de citações e referências. Após um ano de introdução deste template, percebe-se que os erros e falhas comuns na pesquisa e na elaboração do relatório final foram reduzidos e o formulário agregou valor no conteúdo dos temas pesquisados, assim como maior segurança nas apresentações dos alunos. Palavras-chave: PBL. Metodologia ativa. Administração.

Resumo:

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A PEDAGOGIA POÉTICA DAS LINHAS ERRANTES: DELIGNY E AS CRIANÇAS “À PARTE”

Sérgio Procópio Carmona

A proposta dessa pesquisa foi analisar o pensamento do educador francês Fernand Deligny que dedicou longos anos às crianças classificadas como autistas. Durante trinta anos, ele trabalhou na França, em Cévennes, uma região afastada onde criou um espaço de “acolhimento informal” para crianças não domesticadas pela socie-dade, como jovens delinquentes e autistas, descritas por ele como “crianças à parte”. A prática pedagógica de Deligny questionava a educação formal e o foco na linguagem, pois como as crianças autistas não utilizam a linguagem falada foi preciso elaborar outras estratégias pedagógicas. Ele desenvolveu um processo poético que criava novas possibilidades de vida para essas crianças. A atuação de Deligny vivendo junto com tais crianças, permitiu que elas tivessem encontros com modos diferentes de viver. Observando os movimentos e comportamentos dessas crianças, ele se concentrou em traçar as linhas dos gestos a fim de expressar a voz de seres que não se comunicavam verbalmente, desse modo ele elaborou uma “perspectiva pedagógica e antro-pológica” peculiar, na qual o ser humano é visto através das teias de relações que são tecidas com o processo vivido e com o seu meio. O objetivo geral desta pesquisa consiste em abordar a perspectiva pedagógica desen-volvida pelo pedagogo Deligny. Nesse contexto, o objetivo específico deste ensaio é dialogar com as linhas práticas e teóricas propostas nos escritos de Deligny através da focalização da noção de “Aracniano”, elabo-rado no livro O Aracniano e outros textos. O método da pesquisa foi bibliográfico e consistiu na elaboração de uma leitura detalhada dos escritos de Deligny, que foram articulados com revisão bibliográfica dos artigos, dissertações e teses produzidas sobre o autor. A análise dos dados foi complementada com a descrição densa proposta por Clifford Geertz, de forma que o método etnográfico também seria um notável recurso metodo-lógico para interpretar e descrever os sinais, detalhes e linha de força dos textos de Deligny. Este recurso da descrição densa aplicada à análise textual produziu resultados notáveis para o entendimento do pensamento pedagógico de Deligny. Dessa forma, os resultados da pesquisa permitem ampliar a compreensão das camadas e planos conceituais elaborados pelo educador. Assim, a pesquisa possibilitou entender como Deligny criou a noção de aracniano, para abordar uma dimensão da dinâmica humana que é tecida com o acaso. Espera-se se que essa pesquisa contribua com estudos futuros sobre uma dimensão humana que é mais tramada do que pensada, ou seja, um foco no agir. Antes das palavras as teias e redes humanas já eram tecidas, sem nenhuma preocupação com as palavras ou conscientizações. Essas tramas são feitas com o fora, um modo de atração pelo que é vago, uma atração que leva o espírito e o corpo a vagar. É nessa perspectiva, que Deligny observou a importância dos rastros dos trajetos que as crianças percorriam em Cévannes. Deste modo, pretendeu-se par-tir de tal noção a fim de sugerir como a crítica antropológica de Deligny permite uma concepção pedagógica totalmente específica e criativa.

Palavras-chave: Educação informal. Pedagogia poética. Antropologia.

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA ALUNOS SURDOS: FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE

Sthefany Santos de LimaIngrid Julliane Freires Sartori

Diante da proposta da Educação Especial na perspectiva inclusiva, os cursos de licenciaturas precisaram al-terar a grade curricular para atenderem à demanda de necessidades de conhecimentos gerais sobre o público a ser incluído nos espaços escolares. No entanto, pode-se questionar se a carga horária de tais disciplinas é suficiente para oferecer ao docente as habilidades e competências necessárias para ensinar o aluno com de-ficiência. Realizando um recorte em relação ao aluno surdo as questões também são pertinentes: a formação inicial do docente é suficiente para corresponder àquilo de que o aluno surdo precisa? Quais os caminhos de comunicação? Como colaborar para a formação desse sujeito? Num primeiro momento da pesquisa, então, foi preciso a busca pelos fatos e marcos do processo histórico dos surdos, tanto mundial como nacional, as-sim identificando as formas de comunicações que foram usadas até o reconhecimento linguístico da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Brasil, em abril de 2002, pela Lei nº10.436; o conhecimento relacionado à cultura e identidade surda auxiliaram na pesquisa dos conceitos de surdo e deficiente auditivo, desenvolvendo maior compreensão sobre as diferenças para o trabalho a partir das diferentes possibilidades de comunicação. O segundo item da pesquisa realizada, diz respeito à Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, para entendimento dos processos que envolvem a inclusão no âmbito educacional de acordo com a legislação nacional vigente. A diferença linguística pode esbarrar em alguns desafios como: o aluno surdo não tem conta-to com um parceiro surdo (par linguístico), a escola não tem profissionais surdos ou até mesmo que dominem a língua de sinais, dificultando o aprendizado e socialização deste aluno, uma vez que o contato da criança surda com a língua de sinais deve ocorrer desde a educação infantil. O último item de pesquisa retratou a formação continuada dos professores em que foi possível notar a importância da continuidade dos estudos na área da surdez e da língua de sinais, tendo em vista que a formação inicial não se demonstra suficiente para o trabalho com os alunos surdos. A pesquisa de caráter bibliográfico contou com revisões literárias de autores como Márcia Honora e Audrei Gesser somadas às leituras pertinentes de legislações e análises documentais como a Lei nº10.436/02 e o Decreto nº5.626/05. Percebeu-se nas leituras que entre a formação do docente inicial e as exigências cotidianas há uma carência de maiores conhecimentos, principalmente relacionados ao teor linguístico e uso da língua de sinais, para os futuros professores. Há de fato muitos desafios para a formação inicial de professores no Brasil, mas, de maneira específica, o trabalho na perspectiva da Educação Inclusiva e o trabalho com o aluno surdo necessitam de continuidade após a conclusão da graduação, para que o professor seja capaz de colaborar com o desenvolvimento do aluno surdo.

Palavras-chave: Formação inicial. Formação continuada. Docente. Educação de Surdos.

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INTERFACES ENTRE A PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DA UNICAMP E A EDUCAÇÃO BÁSICA

Tainá Rodrigues GomesLeonardo Granero Gonçalves

Tiago Moreira Andrade SavianoJoyce Wassem

A Pós-Graduação stricto sensu brasileira foi institucionalizada em 1965 e, dez anos depois, passou a contar com os Planos Nacionais de Pós-Graduação, responsáveis por delimitar propostas para política do Sistema Nacional de Pós-Graduação. Está em vigência o VI PNPG 2011-2020, que traz o apoio à educação básica com foco na melhoria de sua qualidade, especialmente, do Ensino Médio (EM), como um de seus eixos prioritários. Como uma das formas de avaliar as possíveis contribuições de Programas de Pós-Graduação (PPG) com a Educação Básica, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) incluiu em sua ficha de avaliação, o item “Interfaces com a educação básica”. Esta pesquisa procurou analisar as interfaces de 59 PPG da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com a educação básica. O desenvolvimento do estudo se deu pela análise de conteúdo do item “Interfaces com a Educação Básica”, das fichas de avalia-ção de cada programa. Os dados permitiram elencar nove categorias: “Eventos Acadêmicos” (citado por 27 PPG); “Programa Institucional de bolsa de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM)” (21 PPG); “Formação Continuada” (18); “Produção acadêmica” (16); “Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)” (8); “Olímpiadas e Competições” (3); “Participação no Programa de Formação Interdis-ciplinar Superior (ProFIS)” (3); “Projetos do Observatório da Educação” (1); e, “Programas que não possuem interfaces com a educação básica” (3). A categoria “Eventos Acadêmicos” é direcionada para estudantes da educação básica, principalmente, do EM, permitindo maior interação da comunidade interna com a externa, com destaque para: UNICAMP de Portas Abertas (UPA) e Ciência & Artes na Férias (CAF). A categoria “PIBIC-EM” é apresentada como uma possibilidade de alunos do EM, de escolas públicas, vivenciarem ex-periências de pesquisa e conhecerem os espaços da universidade. Na categoria “Formação Continuada” estão abarcados o oferecimento de cursos de extensão, especialização, disciplinas e grupos de estudos. A “Produ-ção acadêmica” diz respeito às pesquisas: dissertações, teses, artigos etc que têm como objeto de estudos a educação básica. O “PIBID” é referenciado como uma interface que permite aos estudantes de licenciaturas o contato com a educação básica e seus sujeitos, buscando intensificar essa relação e a articulação teoria-práti-ca. “Olímpiadas e Competições” diz respeito ao envolvimento de pesquisadores dos PPG com Olímpiadas de Matemática, Olimpíada Nacional em História do Brasil, Olimpíada brasileira de Robótica etc. A “Participação no ProFis” destaca a participação de professores dos PPG no ProFis, que é voltado para estudantes que realiza-ram o ensino médio em escolas públicas da cidade de Campinas. Em “Projetos do Observatório da Educação” foram citados 8 projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento, alguns em parceria com outras universidades. Na categoria “Programas que não possuem interfaces com a educação básica” foram incluídos os PPG que não identificaram nenhuma interface. É possível concluirmos, a partir das categorias elencadas, que não se tratam necessariamente de projetos institucionalizados pelos programas, mas, em geral, de determinados professores e grupos de pesquisas, possibilitando uma aproximação entre os dois níveis de ensino.

Palavras-chave: Programas de Pós-Graduação stricto sensu. Educação Básica. Interfaces. UNICAMP. Análise de conteúdo.

Resumo:

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O JOGO NO ENSINO FUNDAMENTAL COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Tânia Mara dos Santos Mello* Maria Silvia P. M. Librandi da Rocha

Esta pesquisa bibliográfica tem por objetivo verificar como tem se dado o estudo, nas investigações científicas, sobre a viabilidade da utilização de jogos como recursos pedagógicos em âmbito escolar. Sendo assim, ao pesquisar na plataforma Scielo com o descritor “jogos”, sem utilizar recortes de tempo ou boleadores, obtive-mos o total de 288 artigos. Diante do total de publicações, por meio da leitura dos títulos e seus respectivos resumos, 40 publicações foram classificadas devido à menção de palavras atreladas ao âmbito escolar: escola, alunos, professor, jogo, brincadeira, desenvolvimento e aprendizagem. As demais publicações foram elimina-das da análise pelos critérios de exclusão: saúde, empresarial, esporte, mídias, meio ambiente, comunicação, formação profissional, consumo, sociologia e administração escolar. Os 40 trabalhos supracitados foram lidos na íntegra e categorizados por meio de suas respectivas metodologias: empírica de natureza interventiva e não interventiva (30 trabalhos), bibliográfica (02 trabalhos) e ensaio (08 trabalhos). Em função do nosso interesse, fizemos um terceiro recorte no conjunto de artigos e selecionamos os que realizaram pesquisas com jogos no ambiente escolar. Desta forma, nosso corpus ficou composto por 14 trabalhos. A partir do corpus selecionado, realizou-se análise que revela as diferentes modalidades de jogos utilizadas: adaptados, cognitivos, digitais e comerciais, o que, foi devidamente organizado em quadro analítico, no qual, constam: título/autores, partici-pantes, metodologia, procedimentos, modalidade, características e título do jogo. O cruzamento de informa-ções apresentou as relações entre as modalidades de jogos e suas respectivas utilizações. Revelamos, com este procedimento predominância quantitativa das pesquisas que se utilizam de jogos adaptados, os quais, segundo verificamos, foram os únicos explorados para o desenvolvimento de conteúdos curriculares, com especial destaque para questões de conteúdos da matemática. Além disso, verificamos que nas pesquisas com todas as modalidades de jogos, ocorrem investigações acerca de vários aspectos do desenvolvimento dos sujeitos: aná-lise do desenvolvimento das funções executivas, o fomento às relações cooperativas, situações que promovam a compreensão holística na construção de jogos, investigações sobre o funcionamento cognitivo de crianças e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Por fim, ressaltamos que, no corpus analisado, apenas um trabalho revelou, de forma explícita, a efetiva participação do professor enquanto professor-pesquisador, envolvido em contexto que considerou o conjunto total de seus alunos. Sendo assim, consideramos que os in-dícios levantados pela presente análise contribuem como fundamento para a pesquisa de mestrado a ser reali-zada, na continuidade de um trabalho que aprofunde as implicações da utilização dos jogos enquanto recursos pedagógicos em ambientes escolares, desenvolvido pela própria professora-pesquisadora.

Palavras-chave: Atividade lúdica. Histórico-Cultural. Linguagem. Vigotski.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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COMPREENSÃO LEITORA E JOGO QUARTO: RELAÇÕES POSSÍVEIS EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Tânia R. Pascutti ZacariasRosely Palermo Brenelli

A presente pesquisa, fundamentada na Teoria da Epistemologia Genética de Jean Piaget, investigou se há correspondência entre as condutas reveladas nos níveis de compreensão leitora e nos níveis de condutas no jogo de regras, em alunos do Ensino Médio. Participaram da pesquisa trinta estudantes de escola pública do interior de São Paulo. Para a seleção dos participantes foi aplicada coletivamente a avaliação da compreensão leitora, de acordo com a técnica Cloze, com o objetivo de obter sujeitos com três níveis de compreensão de leitura: independente (n=10), instrução (n=10), e frustração (n=10). Após, foram realizados três encontros individuais, entre o participante e o experimentador destinados à aplicação do jogo de regras “Quarto”, e uma entrevista semiestruturada relacionada aos procedimentos utilizados ao jogar. Por último, houve a aplicação de um segundo texto de acordo com a técnica Cloze, acompanhado de uma entrevista semiestruturada relacio-nada às justificativas para a escolha das palavras para completar as lacunas do texto. Com relação ao desem-penho geral foram encontradas diferenças significativas entre os níveis de conduta relacionados à pontuação no jogo e à pontuação no Cloze (ANOVA; p-valores < 0,001). O teste não paramétrico de Kruskall-Wallis demonstrou que a conduta antecipatória e a relacionada aos atributos apresentaram uma pontuação superior do nível Independente com relação à pontuação do nível de Frustração. A pontuação dos níveis Independente e de Instrução foram superiores em relação à pontuação do nível de Frustração no que se refere às estratégias apresentadas no jogo de regras “Quarto”. De acordo com o teste Qui-Quadrado; (p-valor < 0,001) constatou-se que quanto maior o nível de conduta no jogo, maior foram as frequências para o nível Independente e menor para o nível de Frustração. Os resultados do nível III, o mais elaborado, das condutas de jogo para os sujei-tos que se encontraram no nível independente foram significativamente maiores se comparados aos sujeitos que se encontraram no nível de Instrução e Frustração. Foi encontrada uma associação significativa entre a categoria de justificativa das palavras e o nível de compreensão leitora, constando-se que os participantes que se encontraram no nível Independente de compreensão leitora se encontraram entre as categorias B e C, que significam que a justificativa da escolha das palavras foi pautada em inferências lacunares e inferências explícitas, respectivamente, e que as justificativas do nível de Instrução predominaram na categoria A, que se referem à escolha a partir do contexto da frase. Esses resultados e a análise qualitativa realizada possibilitaram mostrar que os participantes que apresentaram níveis mais avançados de compreensão leitora apresentaram níveis mais avançados de conduta no jogo, inferindo-se que a análise das condutas utilizadas no jogo de regras “Quarto” pode servir de recurso para identificar as lacunas existentes na compreensão de leitura, em alunos do ensino médio.

Palavras-chave: Jogo de Regras. Compreensão Leitora. Ensino Médio.

Resumo:

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FORMAÇÃO CONTINUADA EM ALFABETIZAÇÃO: A ABORDAGEM DO LÚDICO NO PNAIC

Tatiana Andrade Fernandes de LuccaAndréia Osti

Este trabalho objetiva apresentar os resultados de uma pesquisa qualitativa que investigou, junto a professoras alfabetizadoras que participaram do curso de formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), a abordagem do lúdico nesse processo de formação. O PNAIC foi um programa do governo fede-ral, em parceria com estados e municípios, criado em 2012, com o objetivo principal de garantir que todas as crianças estivessem alfabetizadas até o final do 3º ano do ensino fundamental. Em 2013 foi oferecido aos professores alfabetizadores um curso de formação de 120 horas na área de linguagens. Participaram dessa pesquisa 10 professoras alfabetizadoras que fizeram o curso do PNAIC no ano de 2013. Utilizou-se a entre-vista semiestruturada como instrumento, com oito questões, sendo que três delas abordavam a concepção de lúdico das professoras, o uso de recursos lúdicos em sala de aula e avaliação que faziam dos materiais lúdicos disponibilizados pelo programa. Convém ressaltar que o material de formação do PNAIC utilizado junto aos professores alfabetizadores, no curso, também apresentava discussões teóricas e práticas acerca da inserção do lúdico no processo de alfabetização. Como resultados, tem-se que um número expressivo de professoras (9/10) associava a ideia de ludicidade e atividades lúdicas ao processo de ensino, indicando as possibilidades de trabalho com a ludicidade e o processo de alfabetização, assim, as participantes ressaltaram a importância da ludicidade nos processos de aprendizagem, conceituações baseadas em suas próprias experiências pro-fissionais. Tal conceituação da ludicidade também estava em consonância com a proposta do PNAIC, pois há várias referências no material de formação ao jogo e a outras atividades lúdicas como instrumentos que podem contribuir no processo de alfabetização. Sobre a avaliação dos materiais do PNAIC, observa-se que as ideias são diversas, porém, é possível afirmar que boa parte das professoras (6/8) tem um parecer positivo acerca desses jogos. Apenas duas participantes elaboram críticas sobre o material. Acerca das visões positivas dos materiais, afirmaram que os jogos enriqueceram as atividades de leitura e escrita; observaram avanços na aprendizagem dos alunos quando utilizaram os jogos como recurso didático e que os materiais contribuíram para o processo de reflexão da escrita. Uma das professoras considerava que os jogos matemáticos do progra-ma é que auxiliaram na aprendizagem dos alunos, e não os direcionados ao processo de alfabetização. Outra professora afirmou que os jogos só contribuem no processo de aprendizagem se o professor souber contextu-alizar seu uso e ficar atento às ações dos alunos durante as partidas. Assim, a pesquisa evidencia que as ideias das professoras acerca da ludicidade enquanto uma estratégia interessante para o processo de aprendizagem e a relação do lúdico com o prazer coadunam com os pressupostos expressos nos cadernos de formação do PNAIC. Sobre o uso dos recursos pedagógicos, verificou-se que uma parcela significativa das professoras tem um olhar positivo sobre o material, destacando que esse contribui para o trabalho com as especificidades da alfabetização, para um processo de aprendizagem significativo e com as necessidades das crianças.

Palavras-chave: Alfabetização. Lúdico. Formação docente.

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AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE AVALIAÇÃO

Thalita Regina Garcia da SilvaMônica Piccione Gomes Rios

As políticas públicas de avaliação tornaram-se tema candente na realidade contemporânea, seja no contexto do cotidiano das instituições de ensino; seja nos espaços midiáticos ou nos debates acadêmicos que permeiam a qualidade da educação. A partir da última década do século XX foram organizados, em âmbito federal, siste-mas de avaliação da educação básica e do ensino superior, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino. Após três décadas de avaliação educacional, o tema tem sido objeto de inúmeras pes-quisas e estudos científicos. Nesse contexto, há necessidade de se avaliar a própria avaliação, o que implica a meta-avaliação. O objetivo do presente estudo foi mapear e analisar estudos meta-avaliativos produzidos após a criação dos sistemas de avaliação da educação pelo poder público federal. Para tanto realizou-se levanta-mento nas bases de dissertações, teses e de periódicos da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CA-PES) e na Scientific Electronic Library Online (Scielo). O descritor utilizado foi “meta-avaliação” e não foi estabelecido um recorte temporal. Na BDTD foram encontradas quarenta e cinco teses ou dissertações, sendo que vinte e duas estão relacionadas a avaliação educacional. No Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES há setenta e duas produções, sendo que quarenta e cinco são relacionadas a sistemas de avaliação educacio-nal. Destas, dezessete produções estão em duplicidade nas duas bases pesquisadas. Na Scielo há onze artigos em periódicos de diversas áreas, sendo que sete são sobre meta-avaliação vinculados a processos avaliativos educacionais. A primeira dissertação catalogada nas bases pesquisadas está datada do ano de mil novecentos e oitenta e nove. O ano com maior produção de dissertações é dois mil e dezessete e de defesa de teses é dois mil e dezoito. Isto indica uma importância crescente que o tema tem adquirido à medida que o processo de avaliação externa tem se consolidado e os resultados estão sendo objeto de análises. Cerca de sessenta e cin-co por cento das produções acadêmicas sobre meta-avaliação de sistemas ou programas de avaliação estão relacionados ao ensino superior. Apenas trinta e cinco por cento estão direta ou indiretamente relacionados à educação básica. Há alguns estudos meta-avaliativos de sistemas de avaliação da educação básica de estados e municípios, contudo, não foi identificado nenhuma pesquisa sobre meta-avaliação de processos avaliativos realizados em sistemas privados de ensino, o que aponta uma lacuna e ao mesmo tempo uma possibilidade de pesquisa, com vistas a contribuir com a ampliação do campo de estudo que versa sobre avaliação educacional

Palavras-chave: Políticas públicas de avaliação. Meta-avaliação. Qualidade da educação.

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O CASO LOURIVAL: “SEXO”, MÍDIA E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA ERA DIGITAL

Tiago Duque

Este estudo tem como tema a reiteração, por meio de práticas pedagógicas, de uma verdade sobre o “sexo” na era digital, isto é, a pedagogia cultural que produz a ideia de um “sexo” dito biológico e binário sobre as expe-riências identitárias e corporais na contemporaneidade, onde as relações sociais são mediadas via a Internet. O objeto analisado é o artefato cultural jornalístico exibido no Programa Fantástico da Rede Globo sobre parte da história de Lourival Bezerra de Sá, 78 anos, ex-morador de Campo Grande (MS), que, após a sua morte em 2018, foi entendido como tendo um “corpo de mulher”, com aparelho reprodutor feminino. A matéria jorna-lística, com a participação de vizinhas/os, familiares e agentes do estado, teve repercussão nacional e causou reações nas mídias sociais devido, entre outras coisas, à forma de se referir a ele como sendo ela, negando a sua identidade masculina auto-atribuída. Por outro lado, setores do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) o identificaram como homem trans, mesmo não tendo registro de que Lou-rival assim se assumia. Ativistas e estudiosas/os de gênero se solidarizaram com a memória de Lourival e os sentimentos de suas/seus familiares, que ficaram surpresas/os com tal segredo em relação ao seu “sexo”. As/Os críticas/os teceram críticas à emissora pela forma, classificada como “transfóbica”, de abordagem do tema e às autoridades que ameaçaram, caso a identidade dita “verdadeira” dele não viesse à tona, enterrá-lo como indigente. A metodologia para este estudo foi a etnografia de tela, neste caso, por meio da tela do computador e de aparelhos móveis, em ambientes digitais: sites de notícias, Youtube, WhatsApp, Facebook, etc. Do ponto de vista teórico, as análises seguiram a perspectiva dos estudos subalternos, isto é, da teoria queer, feminista, pós-colonial e decolonial, classificados no campo da Educação como Teorias Pós-críticas. Conceitos como “regime de visibilidade”, “identidade”, “diferenças”, “corpo”, “era digital”, “passabilidade”, “gênero” e “mí-dia”, entre outros, foram discutidos e problematizados nesse artigo. Pretendeu-se, através da análise desse artefato cultural e da sua repercussão, caracterizar parte da pedagogia cultural, logo, de certo currículo, em torno da busca pela “verdadeira” identidade de Lourival, principalmente, em termos de “sexo”. Conclui-se, entre outras coisas, que a sua experiência divulgada pelo telejornal, que é um dispositivo pedagógico da mídia produtor de artefatos cultuais, foi usada para, pedagogicamente, ensinar aos/às telespectadores/as sobre mo-dos de não agir como homem, tendo sido classificado como do “sexo” feminino no nascimento. Isso reforça o quanto as normas constituem as experiências de inteligibilidade, inclusive de “sexo” e não apenas de gênero. A ideia de “verdadeiro” foi constituída como sendo aquilo que está dado pela natureza, pelo o que não sofre a intervenção humana, quando, pelo contrário, esse artefato denuncia que aquilo tido como biológico não pode ser totalmente controlado, que escapa aos poderes farmacopornográficos da contemporaneidade.

Palavras-chaves: Sexo. Pedagogia Cultural. Identidade. Currículo. Mídia.

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CORRIDA DA MATEMÁTICA

Valdecir Siqueira RamosLeticia Renata de França Moraes

Antonio Carlos de Souza

O presente trabalho objetiva expor uma atividade desenvolvida com alunos do oitavo ano de uma das escolas públicas da cidade de Guaratinguetá-SP. A atividade foi desenvolvida por dois bolsistas do Programa Institu-cional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID. Para a realização da atividade, foi elaborada uma competição considerando o que aponta a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, em sinergia com as ideias difundidas por Raymond Duval. Da BNCC, foi considerada a unidade temática Números, assim como o objeto de conhe-cimento “Potenciação e Radiciação” correlacionando habilidades tais como (EF08MA01) Efetuar cálculos com potências de expoentes inteiros e aplicar esse conhecimento na representação de números em notação científica; (EF08MA02) Resolver e elaborar problemas usando a relação entre potenciação e radiciação, para representar uma raiz como potência de expoente fracionário; bem como objeto de conhecimento “Dízima pe-riódica: fração geratriz”, considerando as habilidades: (EF08MA05) Reconhecer e utilizar procedimentos para a obtenção de uma fração geratriz para uma dízima periódica. Além disso, de acordo com Raymond Duval, um objeto matemático é muitas vezes confundido com suas representações e toda confusão entre um objeto matemático e sua representação provoca, com o decorrer do tempo, uma perda de compreensão. Dessa forma, a atividade foi desenvolvida com um intuito de revisar os objetos de conhecimento já mencionados, que ha-viam sido apresentados até então pela professora da turma. A atividade foi desenvolvida na quadra da escola, na qual os alunos participantes foram divididos em quatro grupos através de um sorteio de fichas, essas com diversas representações dos números um, dois, três e quatro. Sendo sete fichas correspondentes a cada número. Os alunos precisavam identificar a equivalência entre os registros para saber a qual grupo fariam parte. Depois disso, as equipes ficaram dispostas em filas, atrás de uma marcação no chão da quadra; cada integrante deve-ria se deslocar ao outro extremo da quadra onde estavam localizados os cartões com os exercícios; havia sete cartões com tipos de exercícios diferentes para cada grupo em cada partida. O deslocamento era feito de forma individual, na qual apenas um aluno da equipe corria ao longo da quadra e pegava um cartão aleatoriamente, trazendo para o restante da equipe e resolvendo de forma coletiva. Os bolsistas estavam responsáveis pela ve-rificação das respostas apresentadas pelas equipes, determinado se o próximo integrante poderia realizar uma nova corrida. Foram realizadas três partidas, a cada uma delas, dois grupos participavam, sendo que a terceira consistia numa partida entre as equipes vencedoras das duas primeiras. Em uma aula posterior à realização da competição, os alunos responderam um questionário com todas as questões presentes na atividade, para assim obter uma descrição individual do conhecimento dos alunos.

Palavras-chaves: BNCC. Jogo. Cooperação. Matemática.

Resumo:

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AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Valéria Gomes e Silva*Elvira Cristina Martins Tassoni

Este trabalho é um recorte de pesquisa que investigou a afetividade no processo de ensino e aprendizagem à luz das teorias de Wallon e Vigotski. Tem o objetivo de identificar o que afeta alunos, de uma classe do pri-meiro ano do Ensino Fundamental, no processo de ensino-aprendizagem e que efeitos são produzidos em tal processo, que podem contribuir e/ou dificultá-lo. A presente pesquisa se delineou por uma abordagem qualita-tiva, que possibilita registrar o contexto onde os fenômenos ocorrem, bem como o ponto de vista dos sujeitos envolvidos. A sala de aula é lugar de intensa interação entre professores e alunos e é marcada de significados importantes para o processo de ensino e de aprendizagem. A pesquisa foi realizada em uma escola municipal na cidade de Campinas e os participantes foram os alunos e a professora. O material empírico foi produzido por meio de observações em sala de aula, para dar subsídios à realização de entrevistas semiestruturadas com os alunos e com a professora. Antecedendo a etapa das entrevistas com os alunos, foram realizados desenhos em que eles representaram um momento em que eram ensinados por alguém. A etapa dos desenhos forneceu dados que expressaram a significação que as crianças atribuíam ao ambiente escolar. As entrevistas foram au-diogravadas e depois transcritas. O processo de análise dos dados decorreu de leituras sucessivas do material transcrito, com o objetivo de identificação das falas dos alunos que se assemelhavam, possibilitando a criação de cinco categorias, sendo elas: (i)Mediação da professora promovendo mudanças na forma de pensar e exe-cutar, (ii) A escola como lugar de aprendizagem, (iii) O papel da lição de casa, (iv) Aprendizagens em desta-que e o papel do outro e (v) Sentimentos dos alunos em relação às diferentes situações de sala de aula. Foram dezessete desenhos, sendo que em onze deles as crianças retrataram a sala de aula, confirmando a maneira que os alunos vinham sendo afetados. As crianças reconheciam e retratavam a professora como mediadora dos conhecimentos representados nos desenhos. A pesquisa realizada foi importante para promover a reflexão sobre a prática pedagógica em sala de aula. Os resultados evidenciaram que os alunos são afetados de maneira positiva quando a professora usa a lousa para exemplificar conceitos que não estavam claros para as crianças, quando ela explica várias vezes e quando os alunos reconhecem a sua calma e paciência. Quando a professora eleva o tom da voz, em razão da indisciplina, tal situação gera medo e desconforto nas crianças. A professo-ra, por sua vez, é afetada pela necessidade de seus alunos e busca estratégias diversificadas para promover a compreensão no processo de aprendizagem. É afetada também pelas condições de trabalho que muitas vezes contribuem para que ela se sinta mais apoiada e confiante.

Palavras-Chave: Afetividade. Ensino e Aprendizagem. Práticas Pedagógicas.

*Bolsista CNPq.

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LÓGICA DE PONTUAÇÃO DO ESPORTE COMO FERRAMENTA PARA PROMOVER A AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Vanderlei Palandrani JuniorJussara Cristina Barboza Tortella

Os jogos e esportes podem proporcionar vivências lúdicas e desafiadoras que exijam a manifestação de habi-lidades motoras, cognitivas e sociais. Cognitivamente, os sistemas de pontuação determinam formas de inter-pretação, manifestação do raciocínio lógico e dinâmica dos jogos e esportes. Neste sentido, o presente estudo, pautado na perspectiva sociocognitiva, parte da hipótese de que experiências lúdicas, pautadas na prática de jogos e esportes oportunizadas às pessoas com deficiência intelectual, possam favorecer o desenvolvimento de habilidades profissionais e promover a autorregulação da aprendizagem. O objetivo da pesquisa será criar e avaliar um programa de práticas em jogos e esportes (“DEZPORTIVO”) como ferramenta para promoção da autorregulação da aprendizagem e habilidades profissionais para pessoas com deficiência intelectual par-ticipantes de um programa de Extensão Universitária de Preparação para o Mundo do Trabalho. Participarão do estudo 25 pessoas. O programa será composto por um roteiro de atividades, incluindo a prática de jogos e esportes que estimularão o “planejar” (“bocha”), “executar” (“voleibol adaptado”) e “avaliar” (“tchoukball”). Para este trabalho, ressalta-se a especificidade do esporte “tchoukball” como elemento para o exercício das ações de Planejar, Executar e Avaliar intensificadas pela proposta de reconstrução da lógica de pontuação do jogo que passa do tradicional acúmulo máximo de pontos para o alcance de um valor específico de pontos. Para isto, cada jogador que atinge a meta do jogo, passa a acumular para sua equipe a quantidade de pontos respectiva ao número de seu colete ou camisa. Com a presente proposta de adaptação pautada no sistema de pontuação do jogo pretende-se modificar sua dinâmica quanto aos seguintes aspetos: a) Estratégia: para cada ponto(s) marcado(s) as equipes precisarão refletir sobre diferentes estratégias; b) Inclusão: independente-mente do nível de habilidade, o jogador do número em evidência atuará como protagonista; c) Comunicação: reorganização constante das estratégias definidas coletivamente; d) Cálculos: raciocínio lógico para defini-ção das operações e contagem dos pontos como determinantes para o estabelecimento de estratégias. Com a reorganização da lógica de pontuação do esporte, pretende-se intensificar o seu potencial para a promoção da autorregulação da aprendizagem. Os instrumentos serão: o Inventário de Processos de Autorregulação da Aprendizagem (IPAA) adaptado para o contexto das atividades esportivas. O IPAA será aplicado como entre-vista aos participantes no início do programa e no final de cada uma das fases para avaliação dos processos de “planificação”, “execução” e “avaliação”. Os relatos em diário de campo e filmagem das atividades serão utilizados para fins de registro das observações, possibilitando análises qualitativas e quantitativas. Os dados serão analisados conforme o método de análise de conteúdo. Com a presente pesquisa, espera-se elucidar in-formações que corroborem para identificação e reconhecimento das atividades lúdicas pautadas na prática de jogos e esportes como uma ferramenta eficaz para a promoção da autorregulação da aprendizagem, especial-mente das pessoas com deficiência intelectual. Palavras-chave: Esporte. Autorregulação. Deficiência Intelectual.

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EUGENIA E EDUCAÇÃO: MANUAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Vinícius Dias de MeloArtur José Renda Vitorino

A eugenia e higiene foram ciências que se propuseram melhorar a qualidade de vida dos indivíduos em sua hereditariedade e na relação com o meio externo. Ambas constituídas na Europa, chegaram ao Brasil no am-biente das universidades brasileiras do começo do século XX. Os eugenistas brasileiros estavam já inseridos no movimento sanitarista e a par da corrente higienista, para os eugenistas da época a higiene aparecia ora como aliada da eugenia, ora como um ramo da própria ciência eugênica, constituindo-se ciências que quase tornaram-se sinônimos em solo brasileiro. A pesquisa nacional sobre o tema da eugenia e higiene se constituiu, desde o fim da década de 1980, na investigação das atuações dessas ciências em diversas áreas de atuação. De um total de 132 teses e dissertações, apenas 20 centraram sua investigação na relação entre eugenia e edu-cação, dessas 20 pesquisas apenas 2 investigaram a produção de manuais escolares eugênicos. Essa situação constitui um paradoxo, pois a educação foi um dos ramos em que essas ciências conseguiram tomar forma enquanto discursos e efetivar sua proposta de conscientização e divulgação de seus preceitos científicos em conjunto com instituições públicas e privadas. Enquanto política pública, a eugenia brasileira obteve pouco sucesso de se constituir por meio de leis, sendo a recomendação e adoção de manuais escolares, pelas Dire-torias Gerais de Instrução Pública de alguns estados brasileiros, a via de maior efetividade enquanto política pública. Este artigo concentra sua análise em manuais educacionais eugênicos e higiênicos de Renato Kehl e Octávio Domingues, notáveis produtores de bibliografia dessas ciências. Pelo aporte teórico de Michel Foucault, expresso em seu método arqueológico do discurso, pretendeu-se investigar como foram dispostos e produzidos os saberes dessas ciências para a educação escolar, familiar e docente. Essa investigação partiu de uma revisão de literatura sobre as teses e dissertações brasileiras que se debruçaram sobre a educação eu-gênica e higiênica. Na análise dessas pesquisas concluiu-se que muito se falou sobre a proposta de convencer e educar acerca das verdades dessas ciências, porém pouco se demonstrou quais as técnicas engendradas para convencer e quais relações e objetos foram postos em evidência do público infantil até a formação de profes-sores. Concluiu-se que os discursos abordavam distintos objetos e fundamentavam as relações ali expostas por lógicas adequadas à cada público. Nesta adequação, demonstrou-se que os produtores desses manuais tinham capacidade de transpor, didaticamente, os conhecimentos científicos por meio de uma adequação dos métodos de convencimento e criteriosa seleção dos objetos entre o público infantil e adulto; demonstrando a educação eugênica e higiênica, convenciam e educavam por meio de uma complexa e criteriosa produção do discurso.

Palavras-chave: Eugenia. Higiene. Educação. Discurso.

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DIREITOS HUMANOS E RELIGIOSIDADE NA CONSTRUÇÃO DA ALTERIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR

Vitor Barletta MachadoSuzana Vieira

O trabalho se baseia em projeto de extensão apoiado pela ProExt da PUC-Campinas, que foi realizado entre 2016 e 2018 no Colégio Reverendo Eliseu Narciso, no Distrito Industrial de Campinas, mudando em 2019 para a EMEI/EJA Oziel Alves Pereira, no Parque Oziel na mesma cidade, sempre focando em promover a dis-cussão sobre os Direitos Humanos, visando auxiliar no desenvolvimento do sentido de pertencimento ao espa-ço público. Os valores religiosos dos alunos participantes são também trabalhados, servindo como referência e ponto de articulação para as diferentes reflexões demandadas pelos participantes, que passam por questões como o racismo, a violência, a homofobia e o machismo. A atividade de extensão foi realizada com os alunos do nono ano, em dois encontros com cada turma, através de um conjunto de quatro oficinas: a primeira tratan-do sobre o reconhecimento de si mesmo e do outro na história de vida; a segunda trabalhando a identificação dos Direitos Humanos; a terceira discutindo os valores religiosos comuns; a quarta finalmente chegando à construção do conceito de alteridade, destacado como central para o estabelecimento da vida em coletividade. O material resultante das oficinas é composto por um conjunto de relatos escritos sobre a história de vida e expectativas para o futuro, respostas sobre as crenças religiosas e ilustrações feitas para representar os temas trabalhados. As informações sobre a vida religiosa receberam tratamento quantitativo no mapeamento dos va-lores lembrados, enquanto que os demais receberam tratamento qualitativo, de análise dos textos, das imagens. O trabalho foi amparado pela observação participante dos membros do grupo de extensão, registrando as im-pressões do desenvolvimento das atividades. Dois tipos de resultados são apresentados. O primeiro é relativo à própria atividade de extensão, que contou com efetivo acolhimento por parte da escola, mas principalmente de todos os alunos participantes, que demonstraram curiosidade sobre os temas, apropriando-se das informa-ções para produzirem reflexões sobre suas próprias vidas. O segundo se depreende da análise dos materiais e das observações. A questão do desconhecimento foi central. Primeiro, referido ao desconhecimento sobre a vida dos outros colegas, agindo ativamente no estabelecimento de conflitos dentro das turmas com tal perfil, enquanto aqueles que demonstravam maior conhecimento sobre a vida e sonhos dos colegas se mostravam mais tranquilas, sem tantos conflitos. O segundo desconhecimento foi sobre os Direitos Humanos, tanto no que se refere à sua origem como ao seu alcance. O terceiro desconhecimento foi sobre a própria religiosidade que afirmavam possuir. Mesmo aqueles jovens que afirmavam frequentar as celebrações não foram capazes de mencionar os principais elementos das suas doutrinas religiosas, limitando-se aos ritos formais como o dever de rezar e certas interdições de vestuário e aparência física. Como conclusão de uma reflexão que ainda deve ser aprofundada vemos que esses três desconhecimentos trabalham em conjunto na criação de um ambiente de conflitos, tanto na escola como fora dela, ao mesmo tempo em que seu conhecimento pode proporcionar um ambiente de maior alteridade, desde que seja oferecido um espaço para a reflexão crítica.

Palavras-chave: Direitos Humanos. Educação Escolar. Alteridade. Religiosidade. Violência.

Resumo:

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ESCOLAS EFICAZES: SIGNIFICADOS E TENDÊNCIAS

Wanderson Luís TeodoroAdolfo Ignacio Calderón

Edivaldo Cesar Camarotti Martins

Este estudo objetiva identificar o significado de escola eficaz e das tendências apontadas pela literatura cien-tífica. Realizou-se pesquisa bibliográfica de revisão de literatura nos Bancos de dados da Scielo, BDTD, CAPES, livros e artigos indicados pelo professor orientador. A pesquisa revelou que os estudos em eficácia escolar tiveram início nos EUA, Inglaterra e França nos anos 60 a partir das informações contidas no Rela-tório Coleman (1966) nos EUA, que apontou que o desempenho escolar dos estudantes estava diretamente relacionado com a origem familiar e o nível socioeconômico, e que a escola não fazia diferença nos resultados de aprendizagem. George F. Madaus nos anos 70 demarca uma transição nos estudos ao inserir os processos escolares nos critérios de pesquisa, as quais se consolidaram nos anos 80. Segundo Guiomar Namo de Mello os estudos em eficácia escolar têm início no Brasil nos anos 90 com a implantação do sistema de avaliação da educação básica (SAEB). As definições de escolas eficazes encontradas na literatura internacional foram oriundas de Peter Mortimore o qual define uma escola eficaz como sendo aquela que viabiliza em seus alunos desempenho além do esperado, face a origem social dos seus alunos e a composição social do corpo discente; Stewart C. Purkey e Marshall S. Smith, afirmaram que “Escolas eficazes são aquelas nas quais existe uma for-te convicção de que os alunos são capazes de atingir os objetivos de aprendizagem por elas estabelecidos des-de que o trabalho didático-pedagógico e o acompanhamento do aluno sejam adequados.” Pamela Sammons afirma que “Escolas eficazes são aquelas que levando em consideração as características dos alunos admitidos, parecem acrescentar valor aos resultados educacionais desses alunos.” No contexto ibero-americano, Francis-co Javier Murillo Torrecilla define uma escola eficaz como sendo “aquela que promove de forma duradoura o desenvolvimento integral de todos e de cada um dos alunos” além do que seria previsível “tendo em conta seu rendimento inicial, sua situação inicial, cultural e econômica” e nela “ se consegue um desenvolvimento integral de todos os seus alunos, em grupo e individualmente, maior do que seria esperado, levando-se em conta seu rendimento prévio, além da situação, econômica e cultural das famílias”. No cenário nacional José Francisco Soares define escola eficaz como sendo “aquela que consegue agregar valores ao desempenho do aluno”. A pesquisa revelou que escolas eficazes são as que obtêm êxito em propiciar o aprendizado, apesar inclusive de sua localização em áreas de vulnerabilidade social, demonstrando a capacidade do corpo docente em superar dificuldades oriundas da origem social e econômica de seus estudantes. Para tal, as ações intra escolares priorizam o aprendizado, o clima harmonioso e a integração escola, família e comunidade.

Palavras-Chave: Fatores de Eficácia escolar. Desempenho escolar. Escolas eficazes.

Resumo:

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CONSTRUINDO O CAMINHO PARA ANÁLISE: ANÁLISE DE CONTEÚDO NA ENTREVISTA NARRATIVA

Adelir Aparecida Marinho de Barros*

Este trabalho recorte da pesquisa de Doutorado ainda em desenvolvimento tem como objetivo apresentar o processo de construção da análise de conteúdo realizada da entrevista narrativa, procedimento metodológi-co utilizado na produção do material empírico que foi realizada com professores e professoras da Educação Infantil (creche e EMEI) em cidades da RMC. A entrevista narrativa apresenta como um dos princípios opor-tunizar que os participantes da pesquisa possam reconstruir suas vivências de forma reflexiva, possibilitando assim autoanálise e oportunizando novos “olhares” na compreensão do problema de pesquisa. Assim, por meio das entrevistas narrativas buscamos identificar quais as concepções dos professores sobre categoria do-cente e a natureza paradigmática dessas concepções. Nossa intenção era que nos momentos das entrevistas, que as narrativas feitas suscitassem nos professores reflexão sobre sua trajetória pessoal e profissional. Após a utilização de todos os protocolos estabelecidos para a realização e transcrição das entrevistas narrativas, organizamos todo material, denominado de textualização. Essa organização possibilitou o início das análises. Em virtude da escolha do instrumento para a produção do material empírico, optamos por utilizar a análise de conteúdo, primeiramente por meio da leitura flutuante que possibilitou a compreensão de todas as informações apresentadas, norteou assim a identificação das características comuns que só é possível quando o pesquisador faz uso dos mesmos instrumentos de produção do material empírico com todos os participantes. Essas etapas auxiliaram na elaboração de indicadores, estes são o resultado da leitura feita da entrevista narrativa de cada participante, de onde foram retirados os indicadores de contexto, que são os trechos da entrevista narrativa do qual extraímos os temas abordados pelos participantes, após essa organização foi possível verificar por meio dos temas abordados a similaridade dos mesmos, esta análise e classificação dos temas possibilitou a organi-zação dos conteúdos manifestos. A organização desses conteúdos gerou, também observando as semelhanças tratadas no assunto, os eixos temáticos e estes permitiram a definição das nuances, primeiro movimento na elaboração das categorias de análise. Esse processo de organização feita da leitura das entrevistas narrativas está baseado no objetivo da pesquisa que é o de identificar se as concepções dos docentes da Educação Infantil sobre sua função têm impactado a forma que se reconhecem pertencentes à categoria profissional docente, para isso na entrevista narrativa solicitamos que os professores narrassem sua trajetória de vida, desde sua in-fância, processo de formação e percurso docente. Os indicadores, nesse sentido, nos aproximaram do processo de construção da profissão docente, considerando que a construção se dá em um contexto de formação inicial e continuada e na inter-relação dos contextos plural e coletivo que auxiliam na constituição da identidade pes-soal e profissional circunscrita pelas singularidades do sujeito.

Palavras-chave: Análise de conteúdo. Entrevista narrativa. Educação infantil.

*Bolsista CAPES.

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NEUROEDUCAÇÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Adriana Batista de Souza Koide*Jussara Cristina Barboza Tortella

A década do cérebro, iniciada em 1990, motivou investigações que trouxeram valiosas contribuições para o entendimento do organismo humano, confirmando por meio de exames de imagem, muito do que até então se conhecia apenas por observações e inferências. Surge nesse contexto a neuroeducação, uma área de estudo que não está exclusivamente dedicada ao estudo da cognição, porque também investiga os comportamentos sociais e a influência dos fatores afetivos no processo de aprendizagem. A expressão neuroeducação não é comumente encontrada em dicionários regulares e sua origem recente se dá pelo encontro de quatro áreas dis-tintas: neurociências, psicologia, saúde e educação. Esse novo campo de estudo chama a atenção para o papel das funções cerebrais, cognitivas e afetivas que implicam no processo de ensino-aprendizagem, propiciando reflexões sobre as reações que acontecem nos organismos humanos para que se possa perceber, processar, ar-mazenar e resgatar conhecimentos. Nesse contexto, essa pesquisa bibliográfica traz como questão norteadora investigar quais práticas pedagógicas podem contribuir com a neuroeducação, nos anos iniciais do Ensino Fundamental I de uma escola pública municipal de Campinas, interior do estado de São Paulo, em uma área de alta vulnerabilidade social. Sob a perspectiva cognitiva, os objetivos específicos foram traçados para in-vestigar as contribuições da neuroeducação no contexto educacional; analisar as funções cognitivas, conativas e executivas e suas implicabilidades para a educação; compreender como, quais e de que maneira as práticas pedagógicas se entrelaçam com a neuroeducação e podem contribuir com as modificações cerebrais (plastici-dade). Com cunho quali-quantitativo, delineado com um estudo de caso, o presente estudo será fundamentado por instrumentos que englobam questionários iniciais e finais para os 15 professores participantes, registros de rodas de conversa com os 270 alunos e de reunião coletiva com todos os professores, no começo, durante e ao término da coleta dos dados. Uma proposta interventiva buscará favorecer áreas cerebrais que estão liga-das à cognição e para verificar se houve mudanças, as crianças participantes farão avaliações antes e depois da intervenção. O tratamento dos dados ocorrerá por meio da análise de conteúdo, que buscará triangular os dados, provenientes de diferentes fontes, intentando evidenciar a rigorosidade estabelecida para as etapas do estudo. Espera-se possibilitar a união de campos de saberes que embora estejam ligados pela neuroeducação, ainda não se fazem igualmente entrelaçados no contexto educativo. Almeja-se ainda que através das práticas pedagógicas seja possível contribuir com a melhoria das funções cerebrais por meio da cognição, da conação e do afeto. Entende-se que a estimulação dos preceitos neuroeducativos na primeira década de vida pode im-pactar positivamente no contexto socialmente vulnerável, afinal, se for possível melhorar o começo da história da criança, é possível que se mude sua história toda, também para melhor

Palavras-chave: Neuroeducação. Práticas pedagógicas. Aprendizagem.

*Bolsista CAPES.

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICADIANTE NOVOS MODELOS DE FAMÍLIA

Alexsandra Manoel GarciaHeloisa Helena Oliveira de Azevedo

Esta pesquisa trata de representações sociais de professores da Educação Básica diante da diversidade de modelos familiares hoje vigentes em nossa sociedade. Estabelece-se como problema norteador desta inves-tigação a seguinte formulação: as representações sociais de professores de educação básica diante de novos modelos familiares interferem na sua prática pedagógica? A pesquisadora é advogada, especialista em Direito de Família, e tem como foco de estudo, no âmbito do Direito, em especial, as novas configurações familiares; este interesse se configurou a partir de um relato ouvido de um casal homoafetivo do gênero feminino, que a procurou para orientação sobre propor um processo judicial em razão da discriminação de uma professora ao seu filho de 6 (seis) anos, por ser filho de um casal homoafetivo. Todas essas questões vivenciadas na vida prá-tica pela pesquisadora, e correlacionada com as narrativas de suas clientes, fizeram com que a pesquisadora, ti-vesse a curiosidade de estudar e pesquisar no âmbito da Educação, como essas novas configurações familiares afetam diretamente aos professores de turmas iniciais e como eles lidam com isso. Assim, tem-se como obje-tivo geral compreender as elaborações de professores da Educação Básica sobre os novos modelos de famílias e sua repercussão no desenvolvimento de seus trabalhos pedagógicos. Perante o avanço da legislação no que tange aos novos modelos de família nos últimos anos, a instituição familiar passou a ser classificada por tipos, e esses são os mais diversificados possíveis, por exemplo: conjugalidade homoafetiva, multiparentalidade, entre outros. Esta é uma pesquisa de caráter qualitativo, cujos instrumentos de produção de material empírico são entrevistas semiestruturadas com a equipe de gestores e grupo focal com os professores das duas esco-las-campo da pesquisa. O material empírico será analisado com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria das Representações Sociais (TRS) de Serge Moscovici e nos estudos de Vygotsky, no que se refere ao desenvolvimento humano, assim como outros autores que compartilham desse referencial. Esta pesquisa terá uma abordagem qualitativa, de cunho descritivo-interpretativo, pois pretende-se analisar as conversas/reflexões advindas de provocações em um grupo focal que será mediado pela pesquisadora. Espera-se que os resultados deste estudo provoquem reflexões nos contextos escolares e de formação docente e que contribuam para a ampliação do debate sobre o tema. Palavras-chave: Formação de Professores. Modelos de Famílias. Teoria das Representações Sociais. Diversi-dades. Conjugalidade Homoafetiva.

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A PRÁTICA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA CONSTRUÇÃO DE VALORES

Alice Sanches Lobato de OliveiraEliete Aparecida de Godoy

Pretendo nesse texto apresentar uma experiência que desenvolvi nas aulas de matemática que leciono para Ao se relacionar com a literatura a criança desenvolve seu senso crítico, seus pensamentos, seus valores e ideias, criando possibilidades de distintas vivências e experiências. Com isso o intuito dessa pesquisa é de aprofundar a compreensão e a importância da contação de história na Educação Infantil, suas implicações para o desen-volvimento de valores morais da criança, a partir da condução da prática dos professores e da escolha do ma-terial literário utilizado, podendo proporcionar prazer e diversão, facilitando e aumentando a compreensão de mundo pela criança, seu desenvolvimento crítico e a aprendizagem. A pesquisa tem um fim exploratório e des-critivo, portanto não tem o intuito de obter números como resultados, mas que possam nos indicar o caminho para tomada de decisão correta sobre a questão-problema, qual a interação da criança perante a contação de história com a literatura que aborde os valores morais? Desta forma, esta pesquisa apresenta a temática sobre a importância da literatura na educação infantil e como afeta a prática de contação de história que aborde os valores morais. O objetivo da pesquisa é discutir a relação dos conteúdos literários explorados pela contação de histórias e a construção de valores morais pela criança. Os objetivos específicos são: descrever a literatura infantil no contexto escolar, sua relação com a construção de valores; descrever as interações das crianças a partir da contação de história e o desenvolvimento dos valores da criança em relação à literatura; refletir sobre a prática de contação de história e analisar as possibilidades sobre os desenvolvimentos das crianças. A educação em geral contribui para a formação de um indivíduo crítico, responsável e atuante na sociedade, no âmbito psicológico a literatura faz com que a criança compreenda seus conflitos com o outro e também contribui em suas emoções, como suas frustrações, receios, medos, angústias entre outros, já no social e mo-ral propicia que a criança diferencie o bem do mal, desenvolva a empatia, sua criatividade, interprete melhor seus conflitos, assim contribui para a construção dos seus valores morais e sua melhor convivência social. É significativo que as crianças tenham uma educação rica de experiências literárias sendo elas mediadas por um adulto. Quanto mais cedo a criança tem contato com livros, mais se apropria dos códigos escritos e natural-mente faz suas primeiras tentativas de leituras e isso deve ser incentivado. Com esse fundamento, é importante que os educadores auxiliem o aluno a se apropriar do conteúdo do livro, criando o hábito de contar histórias e despertando curiosidade nas crianças e sua interação social. Com isto, espera-se que as atividades proporcio-nem momentos ricos de aprendizado e troca de experiências entre alunos, e entre alunos e professores. Outro resultado esperado com este trabalho é o incentivo à leitura e a construção de valores para o desenvolvimento da criança como indivíduo.

Palavras-chaves: Literatura. Educação Infantil. Contação de História.

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AÇÕES INTERSETORIAIS E A CONSTRUÇÃO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Aline Bernardineli Olini

As políticas intersetoriais propõem uma abordagem das questões sociais que envolvem os cidadãos de uma forma integral, em contraponto às políticas implementadas de forma fragmentada por área de atendimento, como saúde, educação, cultura, assistência social, entre outras. A intersetorialidade das políticas públicas vem, gradativamente, ganhando mais espaço no campo educacional, tendo como alvo a melhoria da qualidade. A nova versão dos “Parâmetros Nacionais de qualidade na Educação Infantil”, lançada pelo Ministério da Edu-cação em 2018, traz, como uma das oito áreas focais nas quais se subdividem o documento, a intersetorialida-de. Na Rede Municipal de Educação de Campinas (SP) constata-se, por meio do projeto político pedagógico das unidades escolares, a perspectiva de efetivação de ações intersetoriais. A problemática que norteia esta pesquisa reside na relação das ações intersetoriais e a qualidade da Educação Infantil, tendo como objetivo investigar a relação entre as políticas intersetoriais e a construção da qualidade da Educação Infantil da Rede Municipal de Educação de Campinas (SP). Para a realização deste estudo, optou-se pela pesquisa qualitativa, sendo que a produção de material empírico se dará por meio de análise documental, entrevista semiestruturada e grupo focal. A análise documental incluirá os documentos legais que englobam a área de educação, os docu-mentos que balizam a construção da proposta pedagógica da Rede Municipal de Educação de Campinas, e os projetos pedagógicos das escolas a serem pesquisadas. As entrevistas semiestruturadas serão realizadas com representantes regionais e supervisores educacionais das cinco regiões em que se subdividem a Secretaria de Educação de Campinas, a saber: Leste, Norte, Sul Sudoeste e Noroeste. Os grupos focais serão realizados com a equipe de gestão das escolas selecionadas para pesquisa. A seleção das escolas de educação infantil a serem estudadas será feita pelas equipes educativas de cada um dos Núcleos de ações descentralizadas (NAED) da Secretaria Municipal de Educação. A análise dos dados coletados dar-se-á em um esforço de diálogo com os autores referenciados. Os principais autores que balizam este estudo são Gabriela Lotta, Ana Bonndioli e San-dra Zákia Sousa. Até o momento, deste estudo em andamento, constatou-se, por meio de revisão bibliográfica, que não há estudos e publicações que se debrucem sobre as políticas intersetoriais e a qualidade da educação infantil no município de Campinas (SP). Pretende-se que esta pesquisa constitua um diferencial qualitativo que venha a somar às produções acadêmicas científicas e que desencadeie reflexão dos gestores públicos e dos gestores educacionais, sobretudo os que atuam na Educação Infantil, a respeito da efetivação das ações intersetoriais em prol da melhoria da qualidade.

Palavras-chave: Políticas Intersetoriais. Qualidade. Educação infantil.

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VIVÊNCIAS DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO E OS REFLEXOS PARA A PRÁTICA DOCENTE

Aline Massako Murakami TibaEliete Aparecida de Godoy

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. A legislação federal brasileira garante o direito à O presente trabalho de conclusão do curso de Pedagogia, em andamento, destaca como tema principal a im-portância do estágio para a formação inicial docente, com foco nas contribuições e reflexões dos estagiários, do curso de Pedagogia, sobre a construção e constituição da identidade e profissionalidade docentes, a partir das vivências e experiências contempladas nesse período inserido em sua formação profissional. O estágio, momento fundamental para os (as) licenciandos (as) de Pedagogia, proporciona momentos marcantes que enriquecem sua compreensão acerca das práticas pedagógicas e do exercício docente que, no decorrer de seu trabalho profissional, abrangerá, ano a ano, turmas heterogêneas e singulares, oportunizando situações diversas e únicas, promovendo, sempre, reverberações sobre a construção e constituição de sua identidade profissional. Como objetivo geral, busca-se investigar se as contribuições das vivências e experiências do estágio oportunizam a construção da identidade profissional docente, por meio da estruturação de concepções, percepções e reflexões de alunos e alunas, do curso de Pedagogia, acerca desse período contemplado em sua formação inicial. Para que seja possível alcançar o objetivo mencionado, foram elencados quatro objetivos específicos: a) pesquisar e analisar por meio de estudos teóricos, os conceitos de identidade e profissionalidade docente; b) pesquisar estudos que apontem o estágio como processo formativo docente e c) analisar se o está-gio é entendido pelos (as) alunos (as) participantes como um processo formativo que contribui para a constru-ção da identidade e da profissionalidade docente em formação inicial. O processo metodológico já realizado contempla o levantamento bibliográfico em dois bancos de dados online – os periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o ResearchGate, sendo que das produções selecio-nadas, a abordagem refere-se à identidade docente e a importância do estágio para a formação inicial. Além desses temas, destacou-se a explanação acerca da profissionalidade docente e a identificação do profissional com sua profissão. Os participantes da pesquisa serão alunos dos 3º e 4º anos do curso de Pedagogia, da Pon-tifícia Universidade Católica de Campinas, que realizam estágios remunerados. O lócus da pesquisa será na própria Universidade e para a coleta dos dados serão utilizados: questionário via internet que visa selecionar a quantidade de participantes que apresentem disponibilidade para a realização das entrevistas semiestruturadas. Estas serão audiogravadas e transcritas para posterior análise do conteúdo e exploração desse material. Além desses instrumentos, será utilizada a narrativa autobiográfica, com o objetivo de que os participantes narrem suas trajetórias acadêmicas, em especial, as experiências e contribuições dos estágios para sua formação ini-cial docente. Espera-se que este trabalho possa contribuir para discussões sobre a profissionalidade e identi-dade docentes no processo de formação que não se finda em seu período inicial, pelo contrário, é uma jornada de muitas buscas, descobertas, experiências e vivências que inovam, renovam, significam e ressignificam a prática do professor e da professora, importantes fatores reflexivos para construir e reconstruir sua identidade profissional no dia a dia.

Palavras-chave: Identidade docente. Profissionalidade docente. Estágio. Formação Inicial.

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A PERCEPÇÃO DO PROFESSOR SOBRE O ENSINO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA

Amanda Borges Franco de SouzaEliete Aparecida de Godoy

A pesquisa leva em consideração a percepção do professor dentro de uma sala regular de ensino em relação ao um aluno com deficiência, a partir das vivências e realizações de estágio. A problemática se constitui na iden-tificação da percepção de professores em relação a aprendizagem de um aluno com deficiência dentro da sala regular de ensino. A mesma, trata de diferenciar a educação especial da educação inclusiva, contextualizando a história da educação no Brasil. Os estudos mais recentes e as orientações oficiais do ensino destacam que o professor tem um papel fundamental no ingresso dos alunos com alguma deficiência nas escolas e a partir do momento em que uma escola regular recebe um aluno com deficiência, o professor deve ser capacitado para atender às suas necessidades, buscar ampliar os seus conhecimentos; é importante saber que os alunos possuem um tempo diferenciado de aprendizado e não comparar com os outros colegas. O professor deverá encontrar a melhor maneira para desenvolver o aluno em um processo de aprendizagem, buscando atender suas necessidades e incluir o mesmo nas atividades da sala de aula. A pesquisa tem como objetivo compre-ender se o professor identifica o papel que tem dentro da sala regular de ensino com o aluno com deficiência, analisar os recursos e as práticas utilizadas pelos professores, identificar se os direitos dos alunos estão sendo garantidos. O estudo teve como base bibliográfica o levantamento das práticas já utilizadas por professores, a história da educação especial, inclusiva no Brasil e também as mudanças na nomenclatura em relação a esses alunos. Assim, a pesquisa deverá ser realizada de maneira interpretativa, buscando relacioná-la com o que já foi estudado e com conceitos teóricos, associando com os objetivos de refletir sobre os resultados que serão encontrados. Esta pesquisa será de cunho qualitativo, já que a análise de dados no contexto do campo da educação não pode ser expressa por números e estatisticamente. Para adquirir os dados, será realizada uma pesquisa de campo em duas escolas, uma pública municipal e outra de cunho privado, no nível de ensino in-fantil e ensino fundamental I. Será analisado o PPP (Projeto Político Pedagógico) de cada escola e realizadas entrevistas semiestruturadas. Os resultados esperados da pesquisa é identificar se os professores percebem o papel das práticas pedagógicas utilizadas em relação a um aluno com deficiência e o que podem fazer para atender suas especificidades, garantindo o seu direito dentro de uma sala regular de ensino.

Palavras-chave: Educação especial. Educação inclusiva. Percepção do professor. Sala regular de ensino.

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PERCURSOS PARA INCLUSÃO

Amanda Couto da SilvaEliete Aparecida de Godoy

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido estudado nos últimos anos em diversos campos, principal-mente na área educacional, assim esta pesquisa surgiu a partir de vivências e realizações de estágios docentes com o interesse de ampliar a compreensão sobre a relação entre o processo de ensino e aprendizagem e o TEA. A pesquisa tem como objeto de análise as práticas pedagógicas no contexto da Educação infantil, com desta-que para as suas consequências para o pleno desenvolvimento do aluno com TEA. Tem como questionamento, compreender as influências das práticas pedagógicas utilizadas pelo professor no desenvolvimento do aluno com TEA na educação infantil, tendo como base a perspectiva da pedagogia histórico-crítica. Para a obtenção de respostas o trabalho foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica sobre as produções científicas em periódicos CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e analisados de acor-do com a relevância para a construção da base teórica. Além da realização de uma pesquisa de campo, em que os participantes são profissionais (Coordenadora Pedagógica e Professora de sala) de uma escola de Educação Infantil pertencente a Rede Municipal de Vinhedo e um aluno matriculado regularmente com diagnóstico de TEA. Para obtenção dos dados da pesquisa planejou-se a realização de observações do dia a dia educativo durante o período de um mês (três vezes na semana) e entrevistas semiestruturadas e áudio gravadas com a coordenadora pedagógica e professora. O tratamento dos dados partirá da transcrição das entrevistas de forma minuciosa e estruturação dos registros realizados durante o período de observação. A reflexão sobre os dados se consistirá a partir da análise de conteúdo, de maneira que o material seja explorado e interpretado, sendo levado sempre em consideração o embasamento teórico, uma vez que a pesquisa se configura por qualitativa. Todos os processos estudados até o momento mostraram a importância de as pesquisas voltadas para a área da educação especial estarem em constante atualização, para que o público alvo seja sempre atendido de acordo com suas deficiências e que a prática pedagógica é fundamental para o desenvolvimento da criança com TEA na Educação Infantil. Os demais resultados ligados à pesquisa (entrevistas, observações) se encontram em andamento, porém a partir das observações e entrevistas semiestruturadas obtidas na instituição- campo é esperado responder à pergunta central da pesquisa: como a prática pedagógica exerce um papel essencial na formação do indivíduo com o transtorno do espectro autista? Desta forma, espera-se contribuir positivamente para o cotidiano dos envolvidos neste estudo e para o público que poderá vir a alcançar a partir dos resultados obtidos, e assim também cooperar para as próximas pesquisas.

Palavras-chave: TEA. Educação Infantil. Inclusão. Práticas Pedagógicas.

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CRÍTICA AOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINOE SUPRESSÃO DE RECURSOS PARA AS UNIVERSIDADES

Amanda Tavares VenturosoSamuel Mendonça

A investigação tem como objeto a crítica nietzschiana aos estabelecimentos de ensino de sua época, na Ale-manha e o atual contexto político brasileiro de supressão de recursos para as universidades com o devido cui-dado para se evitar o anacronismo. Para tanto, objetiva-se compreender a relação que há entre Sobre o Futuro dos Nossos Estabelecimentos de Ensino, conferência proferida por Nietzsche em 1872, na universidade de Basileia e o atual contexto político brasileiro de ataque às universidades, que têm sido atacadas e desconside-radas como ambiente de construção de conhecimento por integrantes do Ministério da Educação, em 2019. O problema que motiva a investigação consiste na pergunta: a crítica de Nietzsche aos estabelecimentos de ensino de sua época pode ser baliza para a compreensão da supressão de recursos e ataques às universidades brasileiras? Como objetivo específico, busca-se demonstrar que embora a crítica do filósofo estivesse desti-nada às universidades alemãs, investigar a crítica direcionada às ideias modernas - e às ideias que se referem à educação - possui relevância em outros contextos, na medida em que as tendências pedagógicas da Prússia, como por exemplo, a mercantilização e a visão utilitária, foram tomadas como critério de políticas educacio-nais inclusive no Brasil. A filosofia e a sociologia são alvos a serem suprimidos pelo Ministério da Educação no Brasil de 2019, tanto que Abraham Weintraub, Ministro da Educação, afirmou que cortaria recursos destes cursos e até mesmo questionou o seu oferecimento em algumas regiões brasileiras sem apresentação de estudo ou de referência que justificasse a assertiva. A era moderna, na perspectiva nietzschiana, trouxe consigo a de-cadência da civilização e com ela a ação que fragmentou a ciência, com a ausência da filosofia em uma cultura completamente influenciada pelo Estado. Assim, observa-se que a crítica de Nietzsche aos estabelecimentos de ensino modernos foi direcionada, principalmente, ao fato de que não se encontravam educadores, apenas eruditos superficiais e irrefletidos que trabalhavam a serviço do Estado. O filósofo critica o profissional da educação ou professor como embusteiro e defende o espírito muito livre, porquanto disposto ao pensamento e não a se contentar com as definições ou diretrizes do Estado. Os embusteiros se importavam apenas com um fim último, com a utilidade, enquanto ignoravam a inutilidade, que na perspectiva nietzschiana consistia em um nível mais elevado de atividade do pensamento. O método desta investigação consiste em pesquisa biblio-gráfica que se inicia por revisão de literatura realizada na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e análise sistemática do livro: Sobre o Futuro dos Nossos Estabelecimentos de Ensino. Além disto, a investigação inclui a pesquisa documental, pois se deseja analisar os pronunciamentos do governo federal que tratam da supressão de recursos para as universidades brasileiras em 2019. Os procedimentos que serão utilizados consistem em identificar, compreender e analisar o objeto aqui tratado e, como resultado esperado, busca-se demonstrar a correlação entre a realidade educacional alemã da época de Nietzsche com a realidade brasileira educacional atual, na perspectiva de afirmar o esvaziamento do conhecimento na universidade.

Palavras-chave: Educação. Estado. Estabelecimentos de Ensino. Nietzsche.

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DOM BOSCO E PAULO FREIRE: UMA EDUCAÇÃO BASEADA NO AMOR E NA EMPATIA

Ana Beatriz Luciano SilvaValéria Maria Fusch Ferreira

Atualmente observa-se que vem crescendo a procura por uma educação de melhor qualidade voltada para a formação de cidadãos críticos, que sejam capazes de analisar a realidade social e criar possibilidades para transformá-la, atuando de maneira positiva em sociedade. Esse modelo educacional almejado pode ser al-cançado por meio da valorização do trabalho do professor que, ao ser motivado, pode se engajar na busca e disponibilização de conteúdos que despertem o interesse dos alunos e contribuam de maneira efetiva para uma formação crítica. Nesse sentido, o papel do professor como mediador do conhecimento é de suma importân-cia, considerando que o docente em muitos casos, é enxergado como adulto de referência para seus alunos. Depreende-se que os jovens, principalmente na fase da adolescência, em que se descobrem cheios de dúvidas, muitas vezes procuram apoio nas pessoas que estão ao seu redor e podem encontrar na figura do professor um aliado para passar por esse período. Por esse motivo, acredita-se que uma educação de qualidade, se faz com a participação ativa de docentes comprometidos com uma formação que privilegie a construção da criticidade e valorize a relação entre alunos e professores. Os objetivos deste trabalho são: analisar as propostas educa-cionais de Dom Bosco e Paulo Freire, contribuir com os professores para que conheçam estas ideias e façam uso das mesmas em seu cotidiano escolar, enriquecendo seu desempenho em sala de aula com mais amor e empatia, buscando compreender a realidade de seu aluno. Este trabalho reuniu, por meio da pesquisa biblio-gráfica e biográfica, conhecimento teórico de dois educadores que vivenciaram os resultados positivos de uma educação baseados na fraternidade e na afinidade com os alunos e por ensinar. Também se buscou a análise em documentos como a Base Nacional Comum Curricular, em livros e sites, que contribuíram para cruzar pensamentos e comprovar as atitudes que devem ser adotadas por um professor que encontra o seu lugar e está ali por amor, tanto à profissão, quanto aos alunos. Espera-se que, a partir desta pesquisa, o educador considere as teorias estudadas por Dom Bosco e Paulo Freire e consiga realizar seu trabalho com mais amor e empatia. Além disso, que possa compreender sua importância no meio educacional, percebendo que está ali não so-mente para compartilhar o saber, mas valorizando a oportunidade de participar do crescimento pessoal de um indivíduo. Portanto, ouvir seu aluno é essencial e, criar laços de amizade é significativo para a construção de seu próprio ser, influenciando diretamente sua constituição enquanto sujeito.

Palavras-chave: Dom Bosco. Paulo Freire. Educação. Amor. Empatia.

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BULLYING NA ESCOLA: UMA VISÃO DA JURISPRUDÊNCIA

Ana Carolina Godoy Tercioti

Este Projeto de Tese tem como tema “Bullying na escola: uma visão da jurisprudência” e pretende estudar o bullying na jurisprudência de 2º grau (conjunto de decisões) nos recursos de dois Tribunais: Tribunal de Jus-tiça de São Paulo e STJ (Superior Tribunal de Justiça), por serem os tribunais com maior número de decisões e importância no Brasil. O estudo visa focar aspectos de Fundamentos da Educação, pois se trata de problema social relevante e contemporâneo, e uma constante realidade nas escolas, de forma que partiremos do seguinte problema de pesquisa: ‘Como os desembargadores e ministros vêm analisando as ocorrências mais atuais de bullying e quais os entrelaçamentos com a Educação?’ Sendo assim, o objetivo é cotejar, com a análise e ex-plicação técnica (de Direito Processual Civil e Direito Civil) das decisões judiciais, como os comportamentos descritos como bullying nos estabelecimentos de ensino têm sido julgados pelo Direito, vale dizer, pelo Poder Judiciário independente para concorrer com a escola autônoma, na rede pública e na rede particular; e como essa violência na escola vem sendo entendida por este Poder. Partiremos do estudo da doutrina de Direito e da literatura de Educação para desvelar como o bullying vem sendo elucidado perante estas ciências. O enfoque jurídico analisará o dever do Estado a facilitar e adotar políticas públicas para se garantir o direito constitucio-nal de todos à escola e à educação (Constituição Federal, artigo 205). Em relação ao método a ser utilizado, será pesquisa documental e bibliográfica, ou seja, pesquisa de jurisprudência de 2º grau, e utilizaremos para a Metodologia os autores Bernard Lonergan e Adalberto Marson, tratando as decisões como documentos. Va-mos nos valer das lições políticas de Educação legadas por Hannah Arendt, em especial, em suas obras “Entre o passado e o futuro” e “Da Violência”, tendo-se em consideração que tais agressões ainda permanecem muito obscuras e dissimuladas. Para compreendermos a violência, temos que proceder ao exame de suas raízes e natureza. Busca-se compreender como os comportamentos agressivos na escola descritos como bullying e cyberbullying estão sendo interpretados e julgados pelos juízes de direito, embora já existam duas leis federais exigindo que as escolas promovam medidas de conscientização e prevenção do bullying. A escola, muito além de ser um local de transferência de saberes, precisa ser inclusiva, consciente dos problemas sociais, embora, muitas vezes acabe sendo o primeiro espaço que gera a exclusão, a discriminação e a disseminação da vio-lência de várias maneiras. Ainda, a presente pesquisa busca que a existência de intimidação sistemática desta violência por meio de atos de intimidação, humilhação ou discriminação, por meio do uso de instrumentos que depreciem, incitem à violência, com a intenção de causar na(s) vítima(s) sofrimento e/ou constrangimento psicológico ou social cedam lugar a uma Educação que privilegie a responsabilidade e a solidariedade.

Palavras-chave: Bullying. Educação. Jurisprudência.

Resumo:

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A QUALIDADE DA ESCRITA EM UM GRUPO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Carolina ManfroniAndréia Osti

A escola pública brasileira ainda apresenta dificuldades no ensino da leitura e escrita, o que vem sendo ob-servado desde o momento de ampliação do acesso à escola entre as décadas de 1970 e 1980. A aquisição da lectoescrita envolve dois processos: a alfabetização, entendida como a compreensão do princípio alfabético da escrita, e o letramento, definido como as práticas sociais em que utilizamos as habilidades de ler e escrever. Contudo, estar alfabetizado não é garantia de uma escrita sem desvios ortográficos. Para isso, é preciso que haja o ensino da ortografia, que é o domínio da escrita das palavras do modo convencional. O ensino sistema-tizado da ortografia inicia-se a partir do momento em que o aluno deixa de se apoiar no aspecto fonológico de uma palavra ao escrevê-la, ou seja, a partir do momento em que compreende a diferença entre a linguagem oral e escrita. Entretanto, apesar de a escrita ser uma habilidade imprescindível em uma sociedade letrada, muitos estudantes estão finalizando a educação básica sem dominá-la completamente. Desse modo, o pre-sente trabalho trata-se de um estudo em desenvolvimento sobre a qualidade da escrita de um grupo de alunos do 3º e 5º ano do ensino fundamental I. Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se com uma abordagem quanti-qualitativa com delineamento do tipo exploratório e possui o objetivo de analisar a qualidade da escrita de estudantes, verificando se há um aumento qualitativo em relação aos anos escolares. Cabe esclarecer que entende-se por qualidade da escrita aspectos relacionados à ortografia, consciência sintática, habilidade que auxilia o leitor na leitura e atribuição de significados de palavras desconhecidas, e produção textual e que essas etapas escolares foram escolhidas por serem os finais dos dois ciclos que compõem os anos iniciais do ensino fundamental. Paralelamente, será feita uma análise da Base Nacional Comum Curricular para estabelecer um parâmetro quanto às habilidades que os alunos deveriam apresentar em ambos os anos. A escolha desse docu-mento deu-se porque a BNCC representa os conteúdos mínimos para uma formação comum preconizada nas legislações brasileiras com o propósito de diminuir a desigualdade educacional. Embora existam pesquisas brasileiras importantes sobre o desempenho ortográfico de estudantes da primeira etapa do ensino fundamen-tal, os índices da última avaliação nacional de Língua Portuguesa apontam que estudos sobre a qualidade da escrita dos estudantes ainda precisam ser feitos. Ademais, observa-se que faltam trabalhos que relacionem as realidades escolares com as propostas governamentais para a educação, mais especificamente, com as pro-posições de aprendizagem inseridas nos referenciais curriculares mais recentes. Participarão da pesquisa 120 estudantes do 3º e 5º ano de escolas públicas de um município no interior de São Paulo. Parte-se do pressupos-to de que os alunos do 3º ano já estarão alfabetizados, os alunos do 5º apresentarão uma escrita ortográfica e que haverá um melhor desempenho na escrita, considerando a escrita convencional das palavras, consciência sintática e a estrutura textual, conforme o aumento da escolaridade.

Palavras-chave: Escrita. Ortografia. Produção Textual. Consciência Sintática.

Resumo:

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PROJETO DE TRANSIÇÃO- NAVE MÃE

Ana Luiza Vani Bispo MarquesLetícia de Freitas Pendlioswski

Thais Juliano Pereira Lene

A Educação Infantil tem passado por significativas reformulações, em questões legais e pedagógicas. Nesse contexto a potencialidade da atividade lúdica para construir um caminho mais contínuo para o desenvolvimen-to psicológico infantil vem sendo apontada por estudiosos da área, por documentos oficiais e por profissionais da educação. Trata-se também de atividade significativa, uma vez que possibilita melhores condições para que a transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental aconteça de modo cauteloso e gradual. Deve-se reconhecer que o desenvolvimento humano é mais amplo do que a aquisição de um conhecimento específico (alfabetização) e por isso deve-se cuidar para não eliminar a atividade lúdica do processo educacional, mas somá-la às atividades mais complexas de estudo. Levando isso em consideração, este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de um projeto de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, in-troduzindo o tema às crianças, assim como, elaborando e auxiliando-as no processo do mesmo. Para que isso fosse possível, foram realizados encontros semanais com uma turma da Instituição de Educação Infantil CEI Nave Mãe Dom Edward Robinson de Barros Cavalcanti em Campinas, composta por 17 crianças com idades de 5 e 6 anos que ingressariam no Ensino Fundamental em 2019. O número de participantes sofreu alterações durante os encontros, no geral, estando presentes aproximadamente 10 crianças nas atividades, devido a faltas e outros fatores. Foram realizadas reuniões de planejamento com gestores da creche, participações em uma reunião de pais e educadores, observação livre participante, brincadeira livre, atividades lúdicas e utilização de mídias audiovisuais. Como técnicas e instrumentos foram utilizados os brinquedos da creche, materiais variados para atividades artísticas, vídeos de desenhos, folhas sulfites de cores diversas, canetinhas hidrográfi-cas, lápis de cor, giz de cera, E.V.A., entre outros. Durante o decorrer das atividades, pode-se averiguar que as crianças demonstravam um desconhecimento considerável sobre sua nova jornada. Algumas crianças, apesar de se sentirem receosas, estavam com expectativas positivas para ir para o 1º ano, pois queriam aprender coi-sas novas. Outras, no entanto, demonstraram estarem assustadas e descontentes com a mudança, precisando de mediações para compreender a fundo o significado e, principalmente, o motivo por estarem em transição. Dessa forma, a experiência empírica confirma que é fundamental ter um olhar atento para as especificidades da infância, isto é, levar em consideração aspectos que vão além da adaptação física/estrutural, mas também, a necessidade de repensar as questões relacionadas ao ensino fundamental e o acolhimento das crianças de seis anos no ensino fundamental, visto que para se ter um ensino de qualidade não é suficiente que as crianças entrem mais cedo nas escolas, pois muitos outros fatores interferem no processo. Palavras-chave: Educação Infantil. Transição. Crianças. Atividades Lúdicas.

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O DESPERTAR

Ana Selma dos Santos Laurindo

MVE - Movimento Vital Expressivo compõe o Sistema Rio Abierto, é uma pratica em grupo com movimen-tos e músicas que convida os participantes a experimentarem e a vivenciarem outras formas de ser e estar no mundo. Trabalhando no AEE - Atendimento Educacional Especializado no município de Hortolândia com crianças diagnosticadas com Deficiência Intelectual, e sendo também formada como instrutora de MVE, im-plementei aos atendimentos o mesmo, objetivando “acessar” a subjetividade dessas crianças as quais já não encontram na escola razão para ali estarem, proporcionando também socialização, aprendizagem, etc. À luz da Pedagogia Histórico Critica que afirma: Trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens, como afirma Demerval Saviani. Assim sendo, nós professores (as) precisamos estar prontos a oferecer o nosso melhor quando estamos com a responsabilidade de transmitir conhecimento. Obstantimente os atendimentos passaram a ser em grupo, usando movimentos e músicas por aproximadamente 45 minutos, o que proporciona às crianças atendidas nova forma de ser, devolvendo às mesmas vitalidades, vontade de aprender, desejo de fazer. Inicio os atendimentos com MVE, trabalhando respiração, movimentando pés e mãos que possuem res-pectivamente 26 e 27 articulações, consciência corporal. Após o período citado sentamos e conversamos uns 10 minutos sobre como estamos. Seguindo com contação de história, interpretação da mesma de várias formas (oral, escrita, desenho), complementando com manuseio do alfabeto, jogos que estimulem a assimilação do conhecimento no processo ensino/aprendizagem. A Pedagogia Histórico Crítica, que compreende a educação com base no desenvolvimento histórico cultural, afirma que somos seres construídos social e historicamente. Newton Duarte diz que a escola precisa ir além do cotidiano dos alunos, pois é por meio da transmissão da forma mais desenvolvida e rica do conhecimento até aqui produzido pela humanidade que podemos ir além das teorias. Em 2 anos de trabalho foi possível observar mudanças expressivas no comportamento das crianças que são atendidas. A Pedagogia Histórico Crítica como o Movimento Vital Expressivo defendem o ser huma-no omnilateral, ou seja, ser humano desenvolvido em sua individualidade mais rica. Crianças que nada verba-lizavam estão falando; crianças hoje alfabetizadas, lendo; crianças que já não olham só para o chão; crianças transformadas. Fazer parte desse processo e ter a possibilidade de apresentar esse trabalho em um seminário desse nível é simplesmente fantástico. A educação especial precisa de visibilidade.

Palavras-chave: MVE. Deficiência Intelectual. Crianças. Educação Especial.

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LEITURA E FRUIÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL I ANOS FINAIS

Andressa Oliveira Soares FerreiraEliete Aparecida de Godoy

Este estudo é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, trata das práticas de leitura fruitiva nos anos finais do Ensino Fundamental I, com o objetivo de estudar como ocorre o desenvolvimento da leitura e fruição nesse contexto. A leitura é uma ferramenta indispensável para compre-ensão do mundo, responsável por imbuir nos alunos autonomia, permitindo o pensar por conta própria, possi-bilitando condições de domínio da linguagem e compreensão daquilo que não está evidente, ou seja, a leitura é responsável por desenvolver nos indivíduos autonomia e criticidade. A leitura e fruição é aquela leitura que provoca no indivíduo satisfação, prazer em ler, sem cobranças e necessidade de um resultado, proporciona ao sujeito leitor uma maior autonomia e deleite pelo simples ato de ler, seja para se manter informado ou até mesmo por divertimento. A partir disso, a questão geradora deste estudo foi: “ como a leitura e fruição se fa-zem presentes na rotina de uma sala de aula do Ensino Fundamental I anos finais? ”. A motivação que levou a pesquisa está diretamente ligada às experiências vivenciadas na prática pedagógica dos estágios curriculares. O objetivo geral desta pesquisa é estudar como ocorre o desenvolvimento da leitura e fruição em sala de aula da 1ª etapa do ensino fundamental I e os objetivos específicos foram assim definidos: descrever os conceitos leitura e fruição; examinar como os documentos oficiais orientam a prática para o desenvolvimento da lei-tura com fruição e compreender qual o sentido da leitura com fruição no contexto escolar. Os fundamentos da pesquisa são baseados nos estudos de autores como Aguiar, Freire, Geraldi e Martins. Tendo em vista o referencial teórico adotado, cabe mencionar à diferença de compreensão acerca da leitura e fruição. Enquanto Geraldi a entende como um elemento colaborativo do processo de ensino e aprendizagem da língua, Aguiar, Martins e Freire assumem uma perspectiva voltada para a leitura de mundo, construção da cidadania. O mé-todo proposto consistiu em um estudo de abordagem qualitativa, desenvolvido a partir de uma pesquisa de campo, compreendida como descritiva e exploratória, realizada em uma escola pública de Ensino Fundamen-tal I, tendo como participantes uma turma de 4º e 5º anos e as respectivas professoras. Para a coleta de dados estabeleceu-se como instrumentos a análise de documentos oficiais, observação sistemática das relações em sala de aula que contribuem para o desenvolvimento da leitura fruitiva e entrevistas semi- estruturada com as professoras, a fim de compreender o entendimento das docentes a respeito da temática. Espera-se que esse tra-balho possa contribuir com futuros estudos a respeito da importância da promoção de oportunidades para que ocorra a leitura fruitiva no cotidiano escolar. Além da contribuição com novos estudos para a disseminação do conceito de leitura fruitiva.

Palavras-chave: Leitura e Fruição. Ensino Fundamental I. Prática Pedagógica.

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM ESTUDO SOBRE PESQUISAS PUBLICADAS EM PERIÓDICOS NACIONAIS

Antonio Caetano dos Santos Junior Antonio Carlos de Souza

Durante a realização das atividades de estágio obrigatório, o primeiro autor deste texto teve contato com um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e pôde observar seu comportamento que, normalmente, se dava por falas e comportamentos repetidos. Ao acompanhar as aulas de Matemática, foi possível observar a desenvoltura do referido aluno para resolver cálculos de operações básicas como adição, subtração, multipli-cação e divisão, bem como, sua capacidade em decorar algoritmos para a resolução de problemas. Com tal experiência, veio a inquietação e o interesse em conhecer mais sobre o que era o TEA, já que pela primeira vez tinha se deparado com um aluno com tal transtorno. Outro ponto que chamou atenção foi como o profes-sor, em sala de aula, desenvolvia atividades para este aluno e sua preparação profissional para trabalhar com alunos com TEA. Estudos referentes ao tema são ainda poucos frequentes no Brasil, principalmente quando referentes ao ensino de Matemática. Nos últimos anos poucas pesquisas foram desenvolvidas voltadas a essa temática. O novo Plano Nacional de Educação (PNE) na meta 4 estabelece: Universalizar o acesso à educação básica para crianças e jovens com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação é responsabilidade do Estado. Ainda tratando de legislação, a Lei nº 12.764/2012: Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, as pesquisas relacionadas ao TEA são garantidas que no segundo parágrafo e item VIII “o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tenden-tes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do espectro autista no país. Diante do exposto, surgiu o interesse por realizar o presente trabalho de pesquisa. Trata-se de pesquisa de cunho qualitativo, em andamento, na qual foi feito um levantamento de trabalhos publicados sobre a temática, nos periódicos nacionais da área de Ensino com classificações de A1 a B2 na lista Qualis da Capes. Na busca inicial, em seus repositórios ou indexadores, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Autismo, TEA, transtorno do espectro autista, Transtorno autistico, Asperger, autista. Para a realização da presente pesquisa foram consideradas as publicações no período de 2014 a 2018. Com a coleta concluída os dados foram filtra-dos e feita a classificação dos artigos obtidos, totalizando foram 63 trabalhos. Estes foram agrupados em 5 diferentes grupos: Políticas públicas; Médico; Levantamento de literatura; Formação e atuação do professor; e Inclusão e desenvolvimento (fora da sala de aula). Cada trabalho foi incluído em um único grupo. Com a presente pesquisa, pretendemos nos interar sobre diferentes experiências sobre a inclusão escolar de crianças com TEA, além de esboçarmos um panorama dos principais temas que estão sendo investigados no cenário nacional.

Palavras-chaves: Transtorno do espectro autista, Inclusão, Levantamento de literatura.

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A LUDICIDADE E O DESENVOLVIMENTO DA HUMANIZAÇÃO, INTERAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA

Áurea Rocha Santos de SouzaEliete Aparecida de Godoy

No cenário educacional a ludicidade vem cada vez mais ganhando espaço como aliada no processo de ensino e aprendizagem. Os ganhos que se tem no desenvolvimento infantil por meio de jogos, brinquedos e brincadei-ras são revelados pela literatura da área ao longo dos anos, trazendo discussões importantes sobre a introdução da ludicidade nas salas de aula, na formação de professores e nos mais diversos âmbitos educacionais. Partin-do disso, o interesse para a problemática da pesquisa manifestou-se após vivências em estágios curriculares e ao observar nas salas de aula a diferença que faz as atividades lúdicas para os alunos da educação infantil e do ensino fundamental I. Mas para além da aprendizagem significativa que a ludicidade proporciona, o estudo en-fatiza a importância desse tipo de atividade como ferramenta para o desenvolvimento da humanização, intera-ção e socialização, preparando o indivíduo não só intelectualmente, mas em seu amadurecimento emocional e para a vida em sociedade. Este estudo, que se encontra em andamento, tem o seguinte problema central “Qual a importância das atividades lúdicas para a humanização, a interação social de crianças do 1º ao 5º ano do ensino fundamental? ”. O objetivo central é compreender a importância da ludicidade para o desenvolvimento da humanização, socialização e interação, enfatizando a relevância de propiciar essas vivências também nas séries mais avançadas e não só na educação infantil. Os objetivos específicos definidos são: realizar um levan-tamento bibliográfico para o aprofundamento sobre o tema para que seja exposto de forma clara e objetiva; observar a maneira como é trabalhada a ludicidade em sala de aula como uma alternativa pedagógica; analisar a valorização dos professores acerca do planejamento dessas atividades com o intuito de ampliar a humaniza-ção, interação e socialização das crianças, enfatizando a importância desses aspectos para o processo de for-mação do indivíduo. A metodologia adotada para alcançar tais objetivos é de caráter qualitativo e exploratório. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a qual possibilitou maior conhecimento sobre o tema, complementando o levantamento bibliográfico. Será realizada a pesquisa de campo em uma escola pública do município de Campinas, utilizando como ferramenta para coleta de dados a observação das aulas com registro no diário de campo, visando identificar elementos significativos que evidenciem a ludicidade como essencial no desenvolvimento da humanização e a entrevista semiestruturada com a coordenadora pedagógica e pro-fessoras para que exponham a importância de prever o lúdico no planejamento das aulas e na execução das atividades. Espera-se com essa pesquisa possibilitar maior visibilidade e alcance do lúdico para além do de-senvolvimento dos aspectos cognitivos e contribuir para a prática pedagógica que valorize o desenvolvimento dos aspectos humanos e sociais que são imprescindíveis para a formação completa do ser e que além disso, a brincadeira, o jogo e o brincar, sejam mais uma vez evidenciados como fundamentais para o desenvolvimento da criança, não só mera atividade, mas um direito que deve ser garantido também nas salas de aula.

Palavras-Chave: Ludicidade. Ensino fundamental I. Humanização. Socialização.

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ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Beatriz Bredariol MarchiEliete Aparecida de Godoy

A organização do tempo e do espaço dentro de um ambiente da Educação Infantil é um fator primordial no cotidiano de professores e alunos. Essa organização não depende apenas da mera arrumação do local, mas sim de uma preparação em relação às atividades que serão propostas e realizadas ao longo do dia e como as crianças terão acesso aos materiais que serão solicitados para a realização dessas tarefas. A partir da pesqui-sa que será produzida, o objetivo principal deste trabalho consiste em investigar a organização do tempo, espaço e ambiente de aprendizagem numa instituição de educação infantil, com o foco na utilização de cada espaço específico, a valorização de cada ambiente, as atividades diversificadas em sala de aula mediadas pela professora e os episódios de interação das crianças nas atividades em determinados cenários de sala de aula. Essa pesquisa será realizada por meio da pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, desenvolvendo assim uma pesquisa qualitativa a qual se caracteriza por ter um caráter descritivo e análise dos dados diretamente da fonte. As atividades diversificadas são um ponto de investigação desta pesquisa, buscando compreender o funcionamento dos cantinhos pedagógicos no cotidiano escolar, por meio de observação em campo em duas salas de Educação Infantil. Além desse aspecto, esta pesquisa contará com a realização de entrevistas com as professoras das turmas, para contarem sobre as experiências vivenciadas com os cantinhos pedagógicos. Proporcionar às crianças o desenvolvimento das atividades diversificadas, promove uma autonomia durante a execução das tarefas, pois os materiais estão ao seu alcance, quando estão em grupos pode haver trocas de conhecimentos entre elas e além disso, as professoras têm maior possibilidades de atender a todas as crianças, sendo possível avaliar os pontos negativos e positivos de cada uma nas respectivas atividades. A pesquisa em questão delimita os aspectos positivos da aplicação desses cantinhos pedagógicos, a contribuição com relação ao desenvolvimento da autonomia, do aspecto social, cognitivo, lúdico e moral das crianças, levando em conta as regras estabelecidas para o prosseguimento das atividades selecionadas, lembrando que estas são diversi-ficadas e englobam várias áreas de conhecimento, entre elas: artes, matemática, língua portuguesa, contação de histórias, faz de conta entre outras. Com essa dinâmica é possível trabalhar diversas temáticas do interesse e da necessidade da criança e também se ter um acompanhamento melhor do desenvolvimento individual de cada aluno. Para analisar também o desenvolvimento da criança será exposto as teorias dos teóricos Jean Piaget e Levi Vigotski. Com esse propósito, a pesquisa tem como objetivo apresentar novos modos de propor-cionar atividades a essas crianças e dinâmicas mais voltadas para seu desenvolvimento autônomo. Espera-se com este estudo buscar um entendimento das contribuições que a organização do tempo, espaço e ambiente de aprendizagem numa instituição de educação infantil oferecem para o desenvolvimento integral da criança.

Palavras-Chave: Educação Infantil. Autonomia. Cantinhos Pedagógicos. Organização do Tempo e Espaço.

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JOGOS, BRINCADEIRAS E AUTISMO: CONSIDERAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Bruna Alessandra Aparecida de Souza Valéria Maria Fusch Ferreira

O Autismo é uma condição neurobiológica que compromete especialmente três áreas do desenvolvimento: a interação social, os danos na comunicação e no comportamento. Diante de algumas destas necessidades no seu desenvolvimento, as crianças com Autismo normalmente possuem dificuldades no seu progresso ao se relacionar com as pessoas que estão ao seu redor. A intervenção precoce em crianças com Transtorno do Es-pectro Autista - TEA mostra um grande avanço no desenvolvimento desses déficits. As crianças com Autismo podem mostrar algumas diferenças entre si, mas apresentam algumas características semelhantes entre elas que podem ser perceptíveis nos primeiros anos de vida. Para elas, é diferente a compreensão do que aconte-ce em sua volta, e com isso as respostas a essas situações podem não ser a esperada pelos outros. Para que o desenvolvimento das habilidades sociais da criança seja eficaz, é importante que desde cedo ela aprenda a entender as expectativas do ambiente que a rodeia, os valores e as regras. Dessa maneira, a dificuldade que elas possuem de controlar as suas emoções pode ser mais simples, evitando choros excessivos, agressões, en-tre outras condutas. As experiências vividas dentro do contexto educacional serão levadas para a vida inteira e, quanto mais cedo forem trabalhadas, melhor será o resultado dessas habilidades. As regras sociais básicas trabalhadas desde a infância, além de estimularem a interação social, facilitará a boa compreensão dessas nor-mas no futuro. O jogo, a brincadeira e todo o seu contexto simbólico, deve ser trabalhado de forma eficaz e paciente, trazendo a simbologia para as crianças que estão interagindo com ele, os estímulos acontecem a todo momento e assim sendo, essas “atividades” precisam ser trabalhadas frequentemente. São necessárias buscas de diferentes métodos para se trabalhar com a criança autista e a partir delas trazer adaptações para expor e realizar todo o processo dos jogos e brincadeiras, e assim continuar ocasionando o desenvolvimento social de cada um. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar jogos e brincadeiras que auxiliem a criança na sua interação social, usando-os como ferramenta para um bom desenvolvimento desde os primeiros anos de vida. Este estudo de abordagem qualitativa foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica no perí-odo de 2009 a 2019, com busca textual no Google Acadêmico e com livros físicos da área. Como resultados foram encontrados os dados a seguir: os jogos e as brincadeiras além de serem um marco muito importante na infância de todas as crianças, são facilitadores para o desenvolvimento social de crianças que têm o TEA. Espera-se que este trabalho possa auxiliar os professores a utilizarem jogos e brincadeiras para o melhor de-senvolvimento social dos alunos autistas.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista – TEA. Jogos. Brincadeiras. Desenvolvimento Social. Con-texto Escolar.

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AS BIBLIOTECAS NA CIDADE DE CAMPINAS E A FORMAÇÃO DO LEITOR

Bruna de Mattei GonçalvesElvira Cristina Martins Tassoni

Este Projeto de Pesquisa tem o objetivo de realizar um levantamento das bibliotecas que a cidade de Campinas tem em funcionamento – bibliotecas públicas e bibliotecas em escolas públicas municipais e estaduais – para atendimento de crianças e adolescentes. No que se refere aos objetivos específicos, apresenta-se: (i) identifi-car e registrar informações sobre as bibliotecas encontradas; (ii) conhecer o funcionamento de cada uma em relação ao atendimento ao público, bem como seu acervo. Considerando especialmente os programas mais recentes elaborados no âmbito das políticas educacionais, como o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), o Plano Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) – ambos na esfera federal – e o Programa Ler e Escrever – na esfera estadual paulista, é possível reconhecer o investimento público tanto em formação de professores alfabetizadores, como na ampliação de acervo literário nas escolas. Nesse sentido, evidenciamos que a educação literária pode ser um caminho bastante promissor para o desenvolvimento de alunos leitores e competentes no uso da língua materna. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, pois trabalhará com dados numéricos, quantificando as bibliotecas, e dados qualitativos referentes às especificidades de cada biblioteca. A busca das bibliotecas em funcionamento será feita por meio da internet nos seguintes sites: da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e no QEdu – portal aberto e gratuito, que divulga dados educacionais com informações sobre a qualidade do aprendizado em cada escola, município e estados do Brasil. Ambos os sites possibilitarão a identificação das bibliotecas existentes nas escolas públicas municipais e estaduais. No Google serão rastreadas as bibliotecas públicas da cidade. Portanto, será objeto da investigação as bibliotecas públicas, as bibliotecas escolares de escolas públicas municipais e estaduais. A localização e quantificação das bibliotecas públicas, bem como a identificação das escolas municipais e estaduais da cidade que têm biblioteca em funcionamento serão organizadas em planilhas contendo o nome da escola/o nome da biblioteca, o endere-ço e o telefone. A confirmação sobre a existência de biblioteca nas instituições identificadas será feita por tele-fone. A partir da identificação e da localização das bibliotecas da cidade, serão realizadas visitas e entrevistas não estruturadas com os (as) bibliotecários (as) responsáveis para conhecer, mais de perto, o funcionamento de cada uma. Pretende-se com esta pesquisa conhecer a oferta de bibliotecas para a população campineira, para poder discutir os rumos da formação do leitor e da educação literária, de maneira imbricada com o desenvol-vimento de competências linguísticas. Como consequência dessa discussão, espera-se contribuir para o campo das políticas educacionais e para a formação de professores.

Palavras-chave: Formação do Leitor. Educação Literária. Literatura.

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PROVA BRASIL E AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Carla Daniela Ramos da CruzMônica Piccione Gomes Rios

A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como Prova Brasil, foi criada em 2005, a partir do desmembramento do Saeb e avalia os alunos dos 5º e 9º anos do ensino fundamental, em língua portuguesa (leitura) e matemática. As médias obtidas nessa avaliação mais o fluxo escolar, compõem o Índice de desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No município de Campinas (SP), as escolas da rede pública municipal desenvolvem a Avaliação Institucional Participativa (AIP), que se constituiu como política pública em 2008. A AIP é composta pela autoavaliação, avaliação externa de desempenho dos alunos e pelo censo educacional. Assim, as escolas de ensino fundamental convivem com estes dois modelos de avaliação, uma externa e de larga escala, que gera um índice e outra institucional, que possui característica participativa e emancipatória. Considerando a importância de ambas para a constatação da qualidade da educação, pois cada uma traz dados específicos sobre as escolas, buscou-se investigar se há ou não articulação entre a Prova Brasil e a avaliação institucional nas escolas da referida rede. Com isso, neste estudo, objetivou-se mapear as produ-ções científicas, provenientes de buscas realizadas na base da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), considerando os estudos relacionados à Prova Brasil e à AIP. O método utilizado foi um levantamento bibliográfico, de cunho qualitativo, no período de 2008 a 2019. Como resultado foram encontrados 17 estudos, sendo 15 dissertações e duas teses que tratam sobre Prova Brasil, Ideb e avaliação institucional, tendo sido categorizados e analisa-dos, com base nos objetivos, métodos e resultados. Constatou-se que os estudos versam sobre o uso dos resul-tados das avaliações externas e da Prova Brasil pelas escolas ou redes de ensino, a apropriação dos usos dos resultados da avaliação externa, o Ideb e a qualidade do ensino, a implementação e contribuição da avaliação institucional, a percepção dos professores à Prova Brasil e ao Ideb, a avaliação externa como estratégia de gestão dos processos educacionais e à gestão, a qualidade de ensino e a avaliação externa como desafios para a escola, os impactos da gestão democrática e sobre a Prova Brasil no contexto das escolas. As pesquisas obtidas correspondem ao período de 2009 a 2017, advindos de diferentes universidades federais e particulares, sendo que no ano de 2016, sobressaíram-se as produções, tendo sido encontrados cinco estudos sobre os temas. No entanto, respeitando as especificidades da busca não foram encontradas pesquisas que tratam da articulação entre Prova Brasil e avaliação institucional, especificamente no município de Campinas (SP), o que demonstra a necessidade de constituir objeto de investigação. Estes resultados evidenciam o quanto as avaliações exter-nas têm adquirido espaço nas escolas e de que modo seus dados têm sido absorvidos, revelando assim o quão importante se torna verificar como isto tem ocorrido em escolas que possuem a avaliação institucional, um espaço privilegiado para as discussões e problematizações sobre as avaliações externas, o Ideb e sua possível articulação com a avaliação institucional, contribuindo para o debate sobre a qualidade do ensino fundamental.

Palavras-chave: Políticas Públicas de avaliação. Qualidade do ensino fundamental. Revisão bibliográfica.

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TRANSIÇÃO: DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA

Caroline de Fátima Francisco Angélica dos Santos Frutuoso Picarelli Gonçalves

Mayara Biribili Nicolau Mônica Gobitta

O psicólogo escolar e educacional visa superar a cristalização do seu espaço de atuação profissional vislum-brando não apenas os processos educativos de ensino e aprendizagem e queixas escolares, pois dessa forma acabaria por endossar a “adaptação” dos alunos. Considerando a escola como um dos principais espaços de vivência da criança e, portanto, um dos principais espaços onde ela pode se desenvolver, o papel do psicólogo seria de atuar nesse contexto como facilitador e mediador de construções de situações sociais que promovam novas vivências, compreensões, significados e principalmente a ressignificação de muitos aspectos da vida do jovem e o espaço ao seu redor. Tem sido recorrente na área da Psicologia Escolar a preocupação com os momentos de transição entre os níveis de ensino, por exemplo, do Ensino Infantil para o Fundamental I, deste para o Fundamental II e finalmente para o Ensino Médio. Assim, trabalhar com a passagem dos alunos de quinta série para sexta série, adquire uma relevância no processo de escolarização. A transição deve ser observada como um processo educativo que faz parte do desenvolvimento do estudante da educação básica. Portanto, esse momento traz o desafio de enfrentar o novo, no qual se faz necessário o apoio do professor, da escola e da família para que esse aluno possa passar por essa transição de forma que seu crescimento educacio-nal não seja comprometido. Os estudantes do 5º ano precisam de um tratamento diferenciado; assim, é muito importante procurar sensibilizar e alertar os educadores quanto às particularidades do desenvolvimento social e afetivo dos estudantes nessa faixa etária, visto que é nas questões que envolvem essa passagem que podem estar os motivos para a queda no rendimento escolar, a indisciplina e o desinteresse. Caminhando junto com a transição escolar, a transição da infância para a adolescência também acontece e traz com ela modificações significativas que contribuem para as crises vividas pelo aluno. Esta fase é de descobertas e muitos sentem dificuldades para lidar com tantos sentimentos, cobranças e mudanças. O presente trabalho tem como objeti-vo: planejar, desenvolver e avaliar um projeto de atenção psicossocial à adolescência com foco na transição dos alunos do ensino fundamental I para o ensino fundamental II; a intervenção está sendo realizada em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental da cidade de Campinas. Espera-se com essa intervenção, promover expressões e reflexões sobre as relações/interações que prevalecem entre os alunos de 5º ano e sobre as pos-sibilidades futuras deles.

Palavras-chaves: Escola. Educação formal. Transição.

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UM AMBIENTE INTERATIVO E PROPÍCIO PARA A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Caroline Vigarani RodriguesAlessandra Rodrigues de Almeida

Esta pesquisa pretende mostrar a importância que o ambiente escolar preparado pode proporcionar ao de-senvolvimento e aprendizagem de crianças de três a cinco anos da Educação Infantil, considerando que o aspecto social, artístico, físico, e afetivo estão interligados na construção cognitiva do indivíduo que evolui e se aperfeiçoa através desta interação com o ambiente e outros espaços. Neste contexto, são essenciais Sala organizada, mobília apropriada para as respectivas idades, organização e rotina que possibilitem a autonomia da criança e permitam a ela expressar seus sentimentos, criando um vínculo com seu mediador e o grupo social que está em sua volta, sendo ele formado por colegas de sala de aula, crianças de outras idades e familiares. Considerando a importância do ambiente escolar nas possibilidades de ensino e aprendizagem na Educação Infantil, esta pesquisa visa responder a seguinte questão investigativa: que elementos e características do ambiente escolar contribuem para a aprendizagem e desenvolvimento de crianças na Educação Infantil? Com vistas à responder a esta questão estabeleceu-se como objetivo geral: identificar e descrever as características de um “ambiente educador” propício ao desenvolvimento e aprendizagem de crianças na Educação Infantil. Os objetivos específicos são: descrever como é realizada a estrutura e organização do espaço e ambiente na sala de aula da Educação Infantil; discutir a organização do espaço a partir da observação de uma sala de aula de uma escola montessoriana; descrever as práticas pedagógicas e materiais referentes ao Método Montes-soriano para o aprendizado de crianças de 0 a 5 anos. A pesquisa é desenvolvida com abordagem qualitativa e envolve a pesquisa de campo em uma escola do município de Campinas. Os dados obtidos nessa coleta serão descritivos, ou seja, retrata o maior número possível de elementos existentes na realidade escolhida, visando descrever as características de determinada população ou fenômeno. Nessa pesquisa serão utilizados os seguintes instrumentos: entrevista e a observação sistemática com o intuito de conhecer a organização do ambiente e dos espaços / cantos temáticos da sala de aula, observar a organização dos espaços e as práticas pe-dagógicas do método no ambiente com as crianças. Espera-se que o resultado desta pesquisa possa contribuir para ampliar as discussões acadêmicas acerca das contribuições do ambiente escolar para o desenvolvimento e aprendizagem infantis e ainda, contribuir para prática pedagógica dos professores destacando a importância da preparação do ambiente tornando-o interativo, lúdico e organizado de forma a favorecer o desenvolvimento e aprendizagem das crianças.

Palavras-chave: Ambiente e espaço. Educação Infantil. Maria Montessori.

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A MOTIVAÇÃO E O LÚDICO: UMA AÇÃO PEDAGÓGICA PARA O 2º ANO

Cassiano Lima da Silveira Santos

Esta investigação parte da premissa de que a criança na idade de 8 anos é um ser em pleno potencial de desen-volvimento, como apontam vários estudos que destacam os benefícios de abordagens com Música nesta faixa--etária. Desta forma, o presente trabalho apresenta um relato de experiência de um arranjo e atividade musical direcionada para alunos do Ensino Fundamental I (2º ano). A atividade musical aqui descrita e analisada foi dirigida pelo pesquisador-professor responsável e a ação pedagógica em Campo foi realizada em uma escola bilíngue de Educação Básica, da rede privada de ensino da cidade de Campinas-SP, durante uma aula de Mú-sica. A dinâmica é fundamentada por meio de uma revisão bibliográfica dos trabalhos com Educação Musical do Orff-Schulwerk, abordagem ativa de ensino de Música desenvolvida na primeira metade do século XX por Carl Orff e Gunild Keetman. Este relato tem como objetivo relacionar a atividade Orff-Schulwerk e suas características inerentes como o brincar com palavras, jogar, dançar, cantar, improvisar, compor e dramatizar, com três categorias primárias da motivação por meio do impulso lúdico, tais como descritas por Camargo: aventura, competição e fantasia. O arcabouço teórico para a análise das atividades sob a perspectiva da mo-tivação e o lúdico para alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I foi construído por meio de uma revisão de autores como: Catherine Garvey, João Cunha, Diva Maranhão e Luiz Octavio de Lima Camargo. A atividade é baseada em uma ação pedagógica do professor norte-americano James Harding, que reforça a conexão entre linguagem e rítmica por meio de jogos de palavras, canções e desafios baseados na pergunta “Which came first, the egg or the chicken?” (Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?). Após a exposição inicial da canção, os alunos exploram movimentos elementares por meio de palavras-chave da letra. Criam-se desafios: do se movimentar sem cantar e da execução de movimentos em diferentes dinâmicas. Observa-se uma ação criativa, ativa e altamente participativa do aluno. O segundo momento é dedicado a um jogo musical altamente desa-fiador, em que os alunos devem “chocar” ovos e chegar ao outro lado da sala o mais rapidamente possível. O terceiro, e último momento, solidifica a conexão entre ritmo e linguagem por meio de uma leitura de imagens de ovos e galinhas e outras substituições possíveis criadas pelos participantes. Espera-se com esta investiga-ção relacionar elementos descritos como sinais de motivação e engajamento, com a ludicidade inerente em atividades musicais, evidenciando aspectos cognitivos necessários no processo ensino-aprendizagem. Assim, pretende-se apresentar propostas para a organização de processos didáticos em Educação Musical que possam inspirar diferentes contextos e culturas.

Palavras-chave: Educação Musical. Motivação. Ludicidade. Ações pedagógicas.

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: MÚLTIPLAS SEMIOSES NA SINGULARIDADE DE

UMA TURMA DE PRÉ-ESCOLA

Célia Regina Fialho Bortolozo Maria Silvia P. M. Librandi da Rocha

No cenário educacional atual a aprendizagem da linguagem escrita é bastante valorizada por potencializar o desenvolvimento psíquico dos indivíduos. Por isso, os processos de alfabetização e de letramento, que de-vem garantir tal aprendizagem, são de extrema importância para os sistemas de ensino e vêm, cada vez mais, ganhando espaço nos estudos realizados e na rotina da educação infantil. Todavia as legislações e diretrizes curriculares nacionais evidenciam a necessidade destes processos estarem vinculados a situações contextua-lizadas, necessárias e carregadas de significações estabelecidas pela cultura. A partir dessas concepções, sub-sidiadas na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, nos estudos de Vigotski e seus colaboradores, o objetivo geral da pesquisa é compreender os modos pelos quais crianças de 4 e 5 anos, moradoras de região de alta vulnerabilidade (Campinas/SP), se apropriam dos processos de alfabetização e de letramento. Os objetivos es-pecíficos estabelecidos são: (i) compreender como se configura a alfabetização e o letramento de uma turma de educação infantil pública; (ii) compreender o fazer docente e as possibilidades de formação vivenciadas pela professora; (iii) compreender as práticas de escrita vivenciadas pelas crianças em contextos fora da escola; (iv) compreender as significações da linguagem escrita para os diferentes grupos de sujeitos envolvidos. Os parti-cipantes são crianças de quatro e cinco anos, matriculadas na educação infantil em 2019 e que permaneçam na turma em 2020, a professora e os pais/responsáveis da turma. A pesquisa fundamenta-se na Teoria Histórico--Cultural, é de natureza empírica e utiliza-se do estudo de caso como método. A produção de material empírico será feita por: (i) observações videofilmadas do cotidiano da turma, durante o segundo semestre de 2019 e o primeiro semestre de 2020, acompanhando atividades de alfabetização e letramento; (ii) análise de materiais pedagógicos produzidos e utilizados pela professora; (iii) entrevistas audiogravadas com a professora, com as crianças e com os pais/responsáveis da turma. As categorias analíticas serão construídas a posteriori, porém, desde já, indica-se grande interesse em identificar fatores que contribuem para a alfabetização e letramento, bem como fatores que dificultam tais processos. Buscar-se-á, também, analisar as múltiplas semioses produ-zidas pelos três distintos grupos de sujeitos sobre a linguagem escrita e os processos de alfabetização e de letramento. Espera-se contribuir com o desenvolvimento integral das crianças na educação infantil, dada a importância do conhecimento da linguagem escrita para a constituição de educação que se compromete com a emancipação humana e com a construção de conhecimento científico que permita ao homem objetivar-se de forma social e consciente.

Palavras-chave: Alfabetização e letramento. Educação Infantil. Teoria Histórico-Cultural.

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PROJETO DUARTE: POSSÍVEIS IMPACTOS, EFEITOS E RESULTADOS

Daniel AlarconMonica Piccione Gomes Rios

Desde a última década do século XX, constata-se a intensificação da busca da melhoria da qualidade da edu-cação brasileira, o que pode ser evidenciado por meio do avanço das políticas públicas de avaliação com des-taque à Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como Prova Brasil. A Prova Brasil, instituída em 2005, é uma avaliação em larga escala censitária bianual, aplicada em nível nacional aos alunos matriculados nos e anos, englobando conhecimentos de Língua Portuguesa e de Matemática. No município de Alumínio, localizado no interior do estado de São Paulo, a comparação dos dados do desempenho dos alu-nos em Matemática, nas edições da Prova Brasil entre os anos de 2011 e 2017, revela que houve um avanço nas médias de proficiência referentes aos alunos matriculados no ano em duas das três escolas públicas mu-nicipais, tendo havido em uma delas uma oscilação, ainda que também tenha expressado um resultado satisfa-tório. No referido município, desde 2014 é desenvolvido um projeto que em 2019 recebeu o nome de Projeto DuArte e tem como objetivo corroborar para a aprendizagem da Matemática. Tal Projeto passou a constituir polo do Programa Polos Olímpicos de Treinamento Intensivo (POTI), que oferece cursos em nível nacional para alunos matriculados nos e anos do Ensino Fundamental ou em qualquer série do Ensino Médio e que estejam interessados em participar da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) ou da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Particulares (OBMEP). Tem-se como hipótese que o projeto em curso no município de Alumínio desde 2014 tenha contribuído para os resultados exitosos na Prova Brasil, ainda que esse não seja o seu propósito. Em face do exposto, o problema reside em investigar impactos, efeitos e resul-tados do Projeto DuArte, tendo como objetivo avaliar os possíveis impactos, efeitos e resultados do referido Projeto, no período de 2019 a 2022. Para a realização da pesquisa será privilegiada a abordagem qualitativa sem desprezar dados quantitativos, tendo como produção de material empírico a análise documental do Proje-to DuArte, análises documentais dos Projetos Políticos Pedagógicos das três escolas municipais mantidas pela Prefeitura Municipal de Alumínio (que atendem alunos dos oitavos e nonos anos do Ensino Fundamental II), aplicação de questionários, grupo focal com professores e alunos e entrevistas semiestruturadas com os(as) diretores(as) das escolas pesquisadas. Os principais autores que balizam este estudo são Sônia Miriam Draibe, Sandra Zákia Sousa e Adriana Bauer. Pretende-se que a presente pesquisa contribua para a ampliação da dis-cussão tecida sobre avaliação de projetos, programas e políticas públicas em educação.

Palavras-chaves: Políticas públicas em educação. Projetos educacionais. Avaliação de projetos.

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DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR – O OLHAR DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Daniel Henrique Sant’ Anna Eliete Aparecida de Godoy

As instituições formais de ensino incumbidas de propagar os conhecimentos científicos, a fim de formar o cidadão ativo na sociedade, tornam-se muitas vezes ineficientes no que diz respeito à inclusão dos alunos que apresentam características específicas, por diferentes motivos. Isso acontece pelo fato de a maioria das escolas não terem estrutura adequada, recursos específicos e profissionais habilitados para receber tais alunos. Este estudo tem como foco a deficiência visual que abrange uma série de especificidades, na medida em que seu significado constitui a universalização da diversidade que o termo carrega. Assim, as necessidades das pesso-as com deficiência visual são distintas de acordo com o nível em que a deficiência se encontra, bem como as dificuldades e os possíveis atrasos que caracterizam os indivíduos na sociedade, podem ser consequência da ineficiência dos recursos de inclusão e não somente pelos aspectos congênito e biológico. No meio social a pessoa com deficiência se depara com padrões culturais impostos pela sociedade, nos quais ela não tem pos-sibilidade de ser inserida. Essas condições podem ser constatadas em algumas instituições de ensino formal que não têm recursos adequados para suprir as necessidades específicas de um aluno com deficiência, além de não haver, majoritariamente, profissionais capacitados que possam viabilizar a inserção desse aluno com o meio social. Assim sendo, o objetivo geral desta pesquisa é o de compreender as dificuldades que o aluno com deficiência visual enfrenta no decorrer da educação básica, considerando suas peculiaridades físicas. Os obje-tivos específicos foram traçados da seguinte forma: conhecer a importância deste tema a partir de referenciais teóricos pertinentes a área de estudo; mapear a trajetória educativa de sujeitos com deficiência visual, no que se refere, aos recursos de acessibilidade disponíveis, as interações com professores e sua relação com processo ensino-aprendizagem na educação básica; e ainda, compreender o ponto de vista do aluno com deficiência visual na sua trajetória escolar. Esta pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo de campo. Como procedimento para coleta de dados serão realizadas entrevistas que serão relevantes para conhecer as diferentes experiências vivenciadas pelos participantes na sua trajetória de escolarização, no que diz respeito ao processo de aprendi-zagem. Os entrevistados atualmente fazem parte de um grupo de apoio no Instituto dos Cegos Trabalhadores de Campinas, São Paulo. As entrevistas serão organizadas a partir de uma análise qualitativa, descrevendo os diferentes pontos de vistas sobre os desafios da inclusão do aluno com deficiência visual, a partir dos funda-mentos estruturados pela revisão bibliográfica. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir com estudos e reflexões futuras na área educacional e que amplie o leque de discussão no cenário acadêmico, tendo em vista a perspectiva da pessoa com deficiência visual sobre a necessária mudança da escola propiciando espaços ade-quados, que qualifiquem o desenvolvimento de canais sensoriais podendo assim contribuir com o aprendizado do estudante com este tipo de deficiência.

Palavras-chave: Inclusão. Formação de Professores. Acessibilidade. Deficiência Visual.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POSSIBILIDADES NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM COM CRIANÇAS PRÉ- ESCOLARES

Daniely Claro da SilvaEliete Aparecida de Godoy

Os objetivos deste estudo são investigar as possibilidades no desenvolvimento de práticas da Educação Am-biental com crianças de quatro e cinco anos de idade, investigar propostas educativas que possam contribuir para o processo de formação da criança na Educação Infantil e discutir a importância de promover uma Educa-ção Ambiental nas escolas públicas de ensino. Há uma grande preocupação quando falamos de Educação Am-biental nas escolas públicas, pois esse tema tem sido pouco discutido no ambiente escolar e às vezes de forma muito superficial. É necessário desenvolver nesse processo, recursos na construção do trabalho pedagógico, projetos que tenham significado e estimulem as crianças a respeitarem e preservarem o ambiente que vivem de forma consciente, levando em consideração a estruturação do ambiente e do espaço, colocando a escola como um lugar de experiências e possibilidades de novas oportunidades de conhecimento para a criança. As práticas lúdicas se fazem necessário no desenvolvimento da criança para construir novos significados às coisas, a partir de sua imaginação é possível criar muitas coisas diferentes da concepção adulta, dessa forma, a prática educa-tiva participativa possibilita à criança novas maneiras de aprender. A pesquisa busca obter respostas diante das perspectivas ambientais que estão sendo inseridas na Educação Infantil e qual entendimento as crianças estão tendo a respeito. Nesse sentido, a abordagem metodológica terá como foco a pesquisa qualitativa com levan-tamento de informações em um trabalho de campo numa escola pública da educação infantil. Inclui a análise do Projeto Político Pedagógico da escola, quanto à inserção da temática a Educação Ambiental. Além disso, serão observados a rotina pedagógica na escola e em sala de aula, levando em consideração os aspectos ofere-cidos pela escola e desenvolvimento de projetos que envolvam as questões ambientais. Também tendo como base os objetivos será realizado uma entrevista com os professores da educação infantil sobre os métodos e conteúdos, práticas e atividades pedagógicas. Espera-se que a partir dessa pesquisa que a comunidade escolar possa refletir sobre suas práticas e promova uma Educação Ambiental transformadora, tornando o processo de aprendizagem mais significativo para as crianças e a interação do educador como agente transformador na elaboração de recursos didáticos que possam contribuir para seu desenvolvimento e para a conscientização em relação a natureza, valorizando materiais como processo de criação formando o sujeito com pensamento ecológico.

Palavras-Chave: Educação Ambiental. Educação Infantil. Processo de formação. Práticas pedagógicas.

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ABORDAGENS DAS QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORAS

David Bruno Ferreira FeitosaAlessandra Rodrigues de Almeida

A presente pesquisa se insere no debate da formação de professoras que atuam na Educação Infantil e no En-sino Fundamental, tendo como foco as discussões sobre as questões de gênero e sexualidade. Tais questões se configuram como grande desafio às professoras, principalmente ao se considerar que os obstáculos não se restringem às inseguranças para abordagem do tema, mas se expandem para a falta de informações das profis-sionais da educação. O mundo contemporâneo é marcado pela diversidade e está em constante transformação. Comportamentos e formas de relacionamento indicam uma diversidade cultural que parecia não existir e an-tigas normas culturais estão se transformando e se multiplicando, intervindo em aspectos da vida tidos como universais e imutáveis. Essas características se refletem na sociedade, seja nos núcleos familiares, como aque-les que se formam a partir de pessoas do mesmo gênero, ou nas escolas, que recebem crianças com identidades de gênero ou sexuais que fogem aos padrões construídos socialmente. Dessa forma, torna-se fundamental que a discussão sobre estes temas ocorra nas salas de aula e, ainda mais importante, que as professoras estejam preparadas para lidar com a diversidade que o mundo contemporâneo exige. No entanto, tal preparação não deve partir apenas do interesse de cada profissional. Pelo contrário, ela deve ser fomentada pelos cursos de formação de pedagogas. É assim que surge o problema da presente pesquisa, que busca responder à questão investigativa: que abordagens a respeito das questões de gênero e sexualidade nos cursos de Pedagogia são ob-servadas na produção acadêmica dos últimos quinze anos (2003-2018)? Para tal, será realizada uma pesquisa bibliográfica, metodologia que parte da análise e investigação de produções acadêmicas em busca da resposta da problemática levantada. Faz-se necessário ressaltar que esta pesquisa considera as concepções de gênero e sexualidade como construções sociais e que assumem as características históricas e culturais do contexto em que se inserem. Dessa forma, presume-se que diferentes significados são atribuídos a essas concepções e que elas sempre vão carregar e serem marcadas pelas relações de poder. O objetivo geral é identificar e descrever as abordagens das questões de gênero e sexualidade nos cursos de Pedagogia a partir de artigos publicados em revistas acadêmicas voltadas para a área da educação nos últimos quinze anos. Foram estabelecidos como objetivos específicos: (i) identificar produções acadêmicas contemporâneas que abordam o tema gênero e se-xualidade em cursos de Pedagogia; (ii) descrever os tipos de estudos realizados sobre o tema e (iii) elaborar sínteses a partir dos dados levantados com vistas a sistematizar as discussões acadêmicas sobre o tema. Os artigos científicos foram pesquisados nas plataformas ScieLo e Educ@ e, após esse processo, foram seleciona-das três produções que se adequaram aos critérios e descritores propostos. A partir desta pesquisa acadêmica, espera-se evidenciar que as discussões de gênero e sexualidade têm ocorrido nos cursos de formação de Pe-dagogas, identificar as teorias que norteiam essas abordagens e elaborar sínteses sobre os conceitos utilizados como embasamento teórico nos artigos analisados.

Palavras-chave: Gênero. Sexualidade. Pedagogia. Formação de professoras.

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A ÉTICA NA PERSPECTIVA DE EDGAR MORIN

Denise Cristina TordinSamuel Mendonça

Pesquisa em andamento que pretende, por meio de investigação empírica, refletir sobre a pergunta: como as assembleias de classe se constituem em EMEFs de Campinas/SP e em que medida podem favorecer a compre-ensão da ética no espaço escolar? Por meio dessa comunicação oral, apresentaremos alguns aspectos do capí-tulo teórico da dissertação, em especial os que concernem à dimensão ética. Assim, podemos refletir: de onde surge a ética? Como desenvolvê-la no âmbito escolar? Seria primordial tratá-la com crianças e jovens? Qual a relação entre as assembleias de classe e a ética? Para essa discussão nos fundamentamos nos pressupostos teóricos de Edgar Morin, no sentido de compreender seu conceito de ética complexa e refletir de que maneira o desenvolvimento dessa temática pode interferir na formação de crianças e de jovens, considerando a realidade de algumas escolas municipais de Campinas-SP. Por meio dessa discussão pretendemos alcançar um de nossos objetivos específicos que consiste em conceituar a ética a partir dos pressupostos teóricos de Edgar Morin. Do ponto de vista metodológico, selecionamos, pelo critério do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos anos iniciais do ensino fundamental, duas EMEFs de cada região de Campinas-SP: a de maior e a de menor Ideb das regiões sudoeste, sul, leste, noroeste e norte formando, portanto, um grupo com dez escolas participantes da pesquisa. Como instrumento avaliativo optamos pela entrevista semiestruturada para que cada participante expresse suas concepções sobre as temáticas: conflito e sua mediação, ética, relações humanas e assembleias de classe. Com isso, entraremos em contato com o ponto de vista de educadores envolvidos com turmas de quinto ano, orientadores pedagógicos e diretores das unidades de ensino. Nas escolas em que há um trabalho sistematizado com assembleias de classe faremos também a observação dessa prática pedagógica, no sentido de perceber o que existe de peculiar em cada espaço escolar e compreender a maneira com que os assuntos e os conflitos discutidos nas assembleias são desenvolvidos entre os estudantes e os educadores. As entrevistas e as observações são fundamentais para a pesquisa pois, em se tratando de um estudo que descreve um fenômeno educacional, os sujeitos são únicos e singulares e, a fala e as atitudes de cada um trazem sua individualidade e apreensão daquela realidade, ou seja, seu ponto de vista sobre aquele fenômeno. Ao final da pesquisa, observaremos se as unidades de ensino participantes oferecem tempo e espaço para atividades que promovam estruturas participativas, em especial, as assembleias de classe. A investigação pretende, neste contexto, promover uma reflexão sobre a situação atual destas escolas. Assim, havendo lacunas referentes ao desenvolvimento deste tipo de atividade, faremos um convite às equipes docente e gestora a estruturar um projeto de extensão que vise à implementação destas atividades no cotidiano escolar como uma forma de um retorno dos resultados desta pesquisa para a população estudada.

Palavras-Chave: Assembleia de classe. Ética. Edgar Morin.

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FORMAÇÃO CONTINUADA COLABORATIVA DE ALFABETIZADORES: NOVAS REPRESENTAÇÕES, OUTRAS CONCEPÇÕES,

REINVENÇÃO DA PRÁTICA

Emerson Nunes da Costa GonçalvesMauricio Compiani

Carlos Alberto de Oliveira Magalhães Júnior

A todo momento somos submetidos aos estímulos que nos cercam de forma que a nossa capacidade de res-posta a eles estão de acordo com as nossas Representações Sociais (RS), orientando o nosso comportamento, ações e a nossa comunicação, mediando as nossas relações com o mundo e com os nossos pares, em cada um dos grupos sociais aos quais estamos inseridos. A partir das RS, os sujeitos de uma comunidade compartilham de códigos para suas interações sociais, nomeando e classificando sem distinção os vários aspectos individuais e coletivos dos seus contextos. Nessa pesquisa, damos destaque às RS de ensino de Ciências, dos professores alfabetizadores dos anos iniciais. Assim, pelas peculiaridades do processo de alfabetização e do perfil poliva-lente que devem possuir os professores alfabetizadores, buscou-se com essa pesquisa, em andamento, identi-ficar, como uma proposta de educação continuada, desenvolvida pela constituição de um grupo colaborativo, é capaz de inferir sobre as RS de ensino de Ciências de professores do Ciclo de Alfabetização, transformando suas concepções de alfabetização científica e sua prática pedagógica, enquanto mediadores do conhecimento científico para crianças nesse segmento da Educação Básica. Foram sujeitos, 26 professores, sendo a pesquisa desenvolvida em três etapas, a priori, durante e a posteriori à realização de uma proposta de educação conti-nuada, um curso de extensão universitária da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, desenvolvida entre os meses de maio e dezembro de 2018, no município de São Mateus, Espírito Santo, perfazendo 18 encontros presencias, no total de 92 horas. Previamente ao curso, por evocação livre, identificaram-se os elementos do núcleo central das representações dos professores sobre ensino de Ciências (conhecimento; Sistema solar; saúde; e corpo humano) - informação primordial para a elaboração das ativida-des que seriam desenvolvidas nos encontros presenciais. Ao longo do curso de extensão, buscou-se construir um espaço dialógico, reflexivo e crítico sobre alfabetização científica nos três primeiros anos do Ensino Fun-damental, pautado no ensino de Ciências na perspectiva do movimento que agrega ciências, tecnologia, socie-dade e ambiente (CTSA), valorizando os saberes docentes instituídos. Os registros se deram por fotografias e filmagens dos encontros, bem como as sequências didáticas produzidas pelos professores e as anotações do pesquisador num diário de campo. No final do curso foi utilizada, novamente, a técnica de evocação livre de palavras, para identificação das RS dos professores, constatando-se alteração no seu núcleo central (conheci-mento; água). Para interpretação dos dados coletados será utilizada a análise de conteúdo, porém, os resulta-dos prévios já apontam transformações significativa nas concepções e práticas dos professores participantes, a partir da consolidação de ações pedagógicas associativas entre a apropriação da leitura e da escrita e da alfabetização científica, presentes nas sequências didáticas desenvolvidas com seus alunos, após a formação. Palavras-chaves: Anos iniciais. Ciclo de alfabetização. Educação científica. Educação ctsa. Representações sociais.

Resumo:

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JOGOS MATEMÁTICOS PNAIC 3º ANO: IMPACTOS NA AÇÃO DE UMA PROFESSORA – PESQUISADORA

Ester Mendonça Ramos*Maria Auxiliadora Bueno Andrade Megid

Trata-se de uma pesquisa de mestrado em andamento que está constituída a partir do seguinte objetivo: anali-sar os saberes desenvolvidos pela professora-pesquisadora quando da aplicação de jogos para a aprendizagem de números e operações com crianças de 3º ano do Ensino Fundamental, ancorada nos volumes do Pacto Na-cional de Alfabetização pela Idade Certa (PNAIC). A pesquisadora buscou compreender quais contribuições para a formação do professor são verificadas num trabalho com jogos com a pretensão de ensino e aprendi-zagem dos números e operações. Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, de natureza interventiva e do tipo pesquisa da própria prática. Os jogos foram realizados com os alunos durante o segundo semestre de 2018 em uma Escola Municipal de Campinas, com uma turma de 3º ano do Ensino Fundamental, composta por 31 alunos. Como recursos de pesquisa e produção de dados foram selecionados 2 jogos relacionados ao eixo “nú-meros e operações” do material proposto pelo PNAIC, programa de formação que a professora-pesquisadora participou como cursista em 2014, e que trouxe contribuições significativas para a sua formação e atuação como professora que ensina matemática nos anos iniciais. Os jogos escolhidos, de acordo com o planejamento escolar, foram: o “Disco Mágico” e a “A bota de muitas léguas”. Os jogos selecionados têm os objetivos de ampliar progressivamente na criança a compreensão do campo numérico através da investigação de regulari-dades do sistema de numeração decimal visando a percepção do valor posicional, além de explorar as ideias do campo multiplicativo (multiplicação e divisão). Para o registro foram utilizados diário de campo, fotogra-fias, áudio e vídeo gravações que foram transcritos e estão sendo analisados. Para compreendermos a práxis pedagógica, o processo de ação-reflexão-ação vivido pela professora-pesquisadora, utilizamos Paulo Freire (1967,1983, 2000) como aporte teórico. Autores como Regina Grando trouxeram contribuições importantes a respeito da utilização de jogos matemáticos em sala de aula. Dora Megid, Adair Nacarato, Brenda Mengali e Carmen Passos e Olle Skovsmose, também nos auxiliaram no processo de compreensão do campo de estudo que envolvem as aulas de matemática nos anos iniciais. Também foi realizada uma análise documental do material proposta pelo PNAIC (2014). Além de identificar os saberes profissionais desenvolvidos pela profes-sora – pesquisadora, através de processos reflexivos provenientes da experiência vivida, pretendemos verificar também os impactos causados nos alunos por meio da utilização dos jogos matemáticos selecionados e através da a atuação e mediação da professora-pesquisadora. Assim, espera-se proporcionar a (re) construção de práticas pedagógicas diferenciadas em Matemática e reflexões sobre o seu processo formativo.

Palavras-chave: PNAIC matemática. Números e operações. Alfabetização matemática.

Resumo:

*Bolsista Capes

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CONTRIBUIÇÕES DA DANÇA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NOS ANOS INICIAIS

Fernanda de Souza OliveiraAlessandra Rodrigues de Almeida

O movimento é uma das principais atividades do homem, faz parte de sua natureza. Toda ação do homem envolve movimento corporal. Essa é a linguagem não verbal do corpo, a expressão corporal é a atividade na qual o homem manifesta seus sentimentos, pensamentos e emoções, uma forma de comunicação através do corpo. No entanto, é relevante compreender que corpo e mente fazem do homem um ser total, e deste modo, ele necessita aprender de forma dinâmica e prazerosa. Nesse sentido, compreende-se como essencial que o contexto escolar ofereça diferentes oportunidades e situações nas quais os alunos possam movimentar-se, sendo a dança uma dessas possibilidades. Atividades que possibilitam o indivíduo exteriorizar suas emoções, sensações ou pensamentos, sejam elas, a escrita, o desenho ou a fala, como também através das artes, o teatro, a música e também a dança, são consideradas meios de expressão do ser humano. Todo este trabalho auxi-lia no desenvolvimento da consciência corporal do indivíduo, em que há uma compreensão na sua relação consigo mesmo e com outras pessoas. Nosso corpo manifesta o que realmente somos e queremos ser, desta forma se faz necessário tomar consciência da sua importância e também conhecê-lo. Assim esta pesquisa tem como foco o ensino da dança como expressão corporal nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, discutindo possíveis contribuições para o desenvolvimento e para o processo de aprendizagem dos alunos, relacionadas ao conhecimento do próprio corpo e suas capacidades, cognitivas, psicomotoras, afetivas e sociais. Para tanto, esta pesquisa visa responder à seguinte questão investigativa: o que dizem as pesquisas publicadas no período de 2009 a 2018 sobre as contribuições da dança para o processo de aprendizagem e desenvolvimento de alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental? Nessa perspectiva, esta pesquisa tem como objetivo geral identificar nas pesquisas publicadas nos últimos dez anos as possíveis contribuições da dança como expressão corporal para o desenvolvimento e aprendizagem de alunos do Ensino Fundamental, no que diz respeito a suas capaci-dades cognitivas, psicomotoras, afetivas e social. Como objetivo específicos busca-se descrever compreensões teóricas sobre a expressão corporal; identificar as contribuições da dança para o desenvolvimento educacional da criança; descrever experiências que destacam a presença da dança em aulas regulares no Ensino Fundamen-tal. Nesta pesquisa que é de cunho bibliográfico e de caráter qualitativo, discute-se as compreensões sobre a dança no Ensino Fundamental a partir de três pesquisas desenvolvidas na Faculdade de Educação da Unicamp. Espera-se com esta investigação ampliar as discussões acadêmicas sobre as possíveis contribuições da dança como expressão corporal nas escolas de Ensino Fundamental, bem como, a partir das experiências estudadas, estimular a inserção da dança na escola com vistas a favorecer o desenvolvimento integral do aluno, auxilian-do em suas capacidades cognitivas, psicomotoras, afetivas e sociais.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. Expressão Corporal. Dança na escola.

Resumo:

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O PEDAGOGO E O ENSINO DA DANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Gabriela do Amaral MatiuzzoPatricia Rita Cortelazzo

A dança está presente em grande parte das relações humanas. Desde o nascimento da criança, faz parte das cul-turas humanas e compõe uma série de atividades ao longo de suas vidas. Deste modo, cabe ao pedagogo estar preparado para trabalhar com o aluno como um ser dançante. Este tema foi escolhido para pesquisa a partir do estágio de observação realizado na educação infantil, em situações e momentos distintos, nos quais pedagogos trabalhavam de maneiras diferentes, notando-se uma discrepância na postura destes profissionais durante a prática de atividades que envolviam a dança no cotidiano escolar. Assim sendo, os objetivos desta pesquisa foram investigar como a dança é trabalhada na educação infantil por pedagogos, sem formação específica na área e, também, demonstrar a importância de estudarem esta linguagem com crianças entre 1 e 5 anos. Para conhecer a formação destes pedagogos em dança realizou-se uma pesquisa de campo em uma escola da rede particular de Campinas, na qual observou-se como as pedagogas trabalhavam a dança com as crianças durante o dia-a-dia escolar e a forma como as crianças respondiam a estas atividades. Em seguida, houve a aplicação de um questionário para analisar as vivências e conhecimentos das professoras quanto ao ensino da dança com esta faixa etária e os seus conhecimentos relacionados ao Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) referentes a este tema. A pesquisa também foi composta por uma análise bibliográfica apoiada em Isabel Marques e Alberto B. Sousa. Desta forma, pode-se constatar que, apesar das pedagogas conhecerem as orientações do RCNEI e da BNCC, muitas destas profis-sionais não trabalham a dança, pois sentem-se inseguras devido à falta de capacitação para desempenharem tal atividade, uma vez que o trabalho com a dança e com o corpo geralmente é destinado a professores de arte e, principalmente, de educação física, profissionais que ficam responsáveis pelo desenvolvimento artístico e psicomotor das crianças nos poucos 50 minutos que as acompanham durante a semana, não sendo suficientes para o desenvolvimento de um trabalho contínuo. Assim, conclui-se que, conforme explicitou Isabel Marques, existe uma falha na formação dos pedagogos e que esta é presente tanto em sua docência, quanto no período em que foram alunos e não vivenciaram tais práticas. Deste modo, os cursos de graduação em pedagogia de-veriam contemplar a dança em sua matriz curricular para que os profissionais por eles formados sejam capazes de ministrar aulas de dança na educação infantil, de maneira segura e eficaz, quando as escolas não contarem com o auxílio de professores especialistas.

Palavras-chaves: Dança. Formação. Pedagogo.

Resumo:

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UMA ANÁLISE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Gabriela Priscila Carpino Alcântara BatistaAlessandra Rodrigues de Almeida

Analisar a Educação de Jovens e Adultos por meio de uma perspectiva histórica e política se faz necessário, considerando que, para entender a atual situação dessa modalidade de ensino no Brasil, é preciso analisar o passado e toda sua trajetória. A problemática educacional brasileira sempre esteve marcada pela divisão de classes e exclusão social, situação na qual o conhecimento formal foi monopolizado pelas classes dominantes e, infelizmente, muitos indivíduos foram privados da oportunidade de ingressar no ensino regular. A Educação de Jovens e Adultos surge como ensejo para as pessoas que se interessam em voltar a estudar. Não obstante, essa modalidade de ensino carrega consigo um preconceito impregnado, fazendo com que as pessoas não alfa-betizadas sejam inferiorizadas e cada vez mais excluídas do âmbito social. Nesse sentido, a abordagem desse fenômeno educativo deve ser ampla, tendo em vista que a EJA faz parte da história da educação do Brasil. Muito além de apenas analisar políticas públicas, destacando se como estas influenciaram de maneira positiva ou negativa para o avanço da Educação de Jovens e Adultos, esta pesquisa busca contrapor a ideia de que a alfabetização deva envolver apenas a apreensão de signos, mas, para além disso, se constitua como ferramenta para a transformação social, ponto de partida para quebra de preconceitos e ampliação das reflexões sobre o ensinar, pensando na prática do professor que se propõe a trabalhar com adultos de forma a refletir critica-mente sobre seu trabalho. O objetivo geral desta pesquisa visa identificar as políticas públicas relativamente à Educação de Jovens e Adultos no Brasil a partir do ano de 1996, destacando os pontos em que esse segmento de ensino foi privilegiado ou negligenciado. Para isso, faz-se necessário reconhecer quais os fatos históricos que contribuíram de maneira positiva e negativa para a Educação de Jovens e Adultos; analisar o desenvol-vimento da Educação de Jovens e Adultos no Brasil por meio de uma perspectiva histórica e política; refletir sobre a importância da Educação de Jovens e Adultos como aparato para uma transformação social efetiva. Para alcançar os objetivos propostos, será realizada uma pesquisa documental exploratória com abordagem qualitativa, ou seja, a busca pela compreensão do problema de pesquisa por meio de uma análise dos inúmeros tipos de documentos produzidos e disponíveis digitalmente. Nesse sentido, foi indispensável realizar o levan-tamento teórico e bibliográfico para a fundamentação teórica sobre o tema, utilizando os principais autores que refletem sobre a importância da Educação de Jovens e Adultos, e, após a fundamentação teórica, ocorrerá a coleta de dados documentais nos arquivos públicos digitais disponibilizados nos sites oficiais do governo brasileiro. Em seguida, a última etapa do trabalho irá sintetizar tudo aquilo que foi analisado, para que sejam feitas as devidas reflexões acerca da problemática levantada e a conclusão da pesquisa.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Políticas Públicas. Alfabetização.

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A INTERDISCIPLINARIDADE E SUAS RELAÇÕES COM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Gessika Luana Milani dos SantosAlessandra Rodrigues de Almeida

A interdisciplinaridade, desde seu surgimento enquanto conceito, movimento e prática pedagógica, é permea-da por constantes questionamentos, inconsistências e incoerências no que diz respeito a slogans, à percepção dos currículos e instituições escolares que usam o termo para descrever práticas que se desviam das compre-ensões teóricas sobre a temática. Considerando que a interdisciplinaridade configura-se como um termo po-lissêmico, e que as práticas interdisciplinares são consideradas fundamentais para que o sujeito interaja com o conhecimento de forma integrada, entende-se que, por meio da interdisciplinaridade, professores e alunos, possuem oportunidades de interagir com uma forma interligada das disciplinas, saberes e acontecimentos que lhes permitirão atribuir maior sentido ao espaço real e social, ao conhecimento propiciado na escola. Desta forma, esta investigação tem como foco compreender e clarificar os conceitos e discutir práticas pedagógicas que são fundamentadas na interdisciplinaridade. Sendo assim, a presente pesquisa busca responder à seguinte questão investigativa: que práticas interdisciplinares desenvolvidas nos anos iniciais do ensino fundamental estão presentes nas pesquisas brasileiras no período de 2009 a 2018? Estabeleceu-se como objetivo geral iden-tificar as práticas interdisciplinares desenvolvidas nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, discutidas nas pesquisas acadêmicas brasileiras no período de 2009 a 2018, por meio da análise de artigos científicos presen-tes na base de dados Scielo na área de educação. Para tanto, definiu-se como objetivos específicos: analisar as práticas interdisciplinares previstas nos documentos nacionais que orientam a educação; discutir os conceitos de interdisciplinaridade com base em estudos teóricos desenvolvidos no Brasil. A pesquisa será construída numa perspectiva qualitativa, de caráter exploratório, com o intuito de proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito. Quanto aos procedimentos, trata-se de um levantamento bibliográfico, o que permite colocar o pesquisador em contato direto com artigos acadêmicos já publicados sobre o tema. Uti-lizando-se dos artigos disponibilizados na biblioteca eletrônica da SCIELO, pretende-se realizar a pesquisa a partir dos seguintes descritores: interdisciplinaridade, práticas pedagógicas interdisciplinares, anos iniciais, escola e o cruzamento desses termos. Após o levantamento dos artigos será elaborada uma tabela com o intuito de organizar, sistematizar e classificar os dados obtidos e, posteriormente, favorecer a análise dos artigos que se vinculam aos objetivos deste estudo. A partir deste trabalho, que trata da importância de se ensinar para além dos métodos tradicionais e fragmentados, propiciando discussões a respeito de práticas globalizadas e integradoras do conhecimento, espera-se como resultados desta investigação, ampliar as discussões sobre a interdisciplinaridade na área da Educação no que diz respeito às propostas de práticas interdisciplinares nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Palavras-Chave: Interdisciplinaridade. Práticas Pedagógicas. Anos Iniciais.

Resumo:

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A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA UMA FORMAÇÃO CIDADÃ

Giovana de Lira Apóstolo Araújo Antonio Carlos de Souza

A Educação Financeira auxilia a compreensão dos indivíduos em relação aos processos e conceitos relativos às finanças e está prevista na Base Nacional Comum Curricular como parte currículo escolar de maneira inter-disciplinar. Diante disso, é necessário discutir com as crianças sobre os gastos do dia-a-dia a fim de conscien-tizá-las sobre a importância do planejamento de tais gastos, bem como pensar na importância de evitar aqueles que são desnecessários. Sendo assim, o presente texto tem como objetivo apresentar um trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em Matemática, em andamento, que visa desenvolver, junto a alunos do 6º ano do En-sino Fundamental, um projeto para estudar o contato individual com o dinheiro e a relação de tais alunos com os gastos familiares, a fim de ressaltar a importância da presença da educação financeira durante a vida escolar e também discutir a importância do planejamento de gastos. A análise será feita seguindo os procedimentos da pesquisa qualitativa com a análise de conteúdo que, segundo Laurence Bardin, refere-se a um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens. Tal projeto foi elaborado durante a realização da disciplina de Prática de Ensino de Matemática e Estágio Supervisionado I, trata-se de um estudo de cunho qualitativo, e conta com a participação de uma turma de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular situada na cidade de Taubaté-SP, onde a primeira autora deste texto (a pesquisadora) realiza seu estágio, sob a supervisão do segundo autor. Durante a participação na pesquisa, os alunos irão construir uma lista de material escolar. A partir de tal lista, realizarão uma consulta na internet, em computadores da escola onde estudam, sobre o preço de cada item da lista construída. Esta consulta, bem como as discussões realizadas pelos alunos, será gravada para análise posterior, onde será avaliado o contato individual com o dinheiro e as relações que os alunos pos-suem com tal, a fim de ressaltar a importância da educação financeira durante a vida escolar e o planejamento de gastos. Também serão consideradas, para a análise dos dados, as anotações no diário de campo da pesqui-sadora. Após as elaborações das listas e das respectivas discussões, os alunos responderão a um questionário que também será considerado para análise. É esperado que as reações dos alunos durante o desenvolvimento do projeto resulte em reflexões a respeito dos seus gastos e sobre suas reais necessidades.

Palavras-chave: Educação Financeira, Ensino Fundamental, planejamento de gastos, gastos desnecessários.

Resumo:

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A PROPOSTA DE ENSINO BILÍNGUE EM ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Giovanna Lara MoreiraAlessandra Rodrigues de Almeida

Nas últimas décadas, vivenciamos grandes mudanças em nossa sociedade devido a todos avanços tecnológi-cos, uso exacerbado da internet e a globalização, que culminaram na mudança do padrão de vida das pessoas ao redor do mundo. Com o advento da globalização, a língua Inglesa passou a ser imprescindível, pois se tornou uma Língua de comunicação mundial que conecta pessoas nos quatro cantos do mundo. Como con-sequência, a busca pelo aprendizado de uma segunda língua vem crescendo de maneira significativa e cada vez mais as pessoas estão percebendo a importância do domínio da Língua Inglesa, não somente pensando no âmbito profissional, mas também, em questões culturais. Diante deste cenário, observou-se um aumento significativo das Escolas Bilíngues no Brasil, o que mostra que os pais estão preocupados com a educação e futuro dos filhos e cada vez mais interessados nas propostas dessas escolas, nas quais a aquisição da Língua Inglesa acontece logo nos primeiros anos de escolarização. A escolha por essa temática deu-se devido à influ-ência que esses fatores tiveram no contexto educacional, sobretudo no século atual. Nessa perspectiva, esta pesquisa busca responder à seguinte questão investigativa: que possíveis contribuições sobre o aprendizado do inglês são identificadas em uma turma de Educação Infantil? Deste modo, o objetivo geral da pesquisa é reconhecer os possíveis benefícios do aprendizado da Segunda Língua - Língua Inglesa - para o desenvolvi-mento das crianças na Educação Infantil. Tem como objetivos específicos: evidenciar a importância da etapa da Educação Infantil; aprofundar o conhecimento acerca das propostas bilíngue em uma escola de Educação Infantil; descrever os possíveis benefícios da aquisição de uma segunda língua na infância; descrever práti-cas pedagógicas do professor dentro da sala de aula bilíngue e destacar aspectos importantes relacionados à aprendizagem e à neurociência. Esta pesquisa é desenvolvida na perspectiva qualitativa e envolve a pesquisa bibliográfica, visando ampliar o contato da autora com artigos, trabalhos e problemáticas sobre o assunto de forma a delimitar os teóricos e principais referenciais para a pesquisa. Na sequência, será realizado o trabalho de campo pelo fato de a autora já estar inserida no ambiente de pesquisa. Serão realizadas entrevistas com profissionais atuantes em uma escola bilíngue para, junto com o referencial teórico, ampliar as discussões so-bre o tema e buscar respostas à pergunta da pesquisa. Espera-se que os resultados deste trabalho ampliem as discussões acadêmicas sobre o bilinguismo e práticas bilíngues na Educação Infantil e favoreçam as possíveis contribuições da aprendizagem de uma segunda língua na infância.

Palavras-chave: Bilinguismo. Educação Infantil. Linguagem. Língua Inglesa.

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O CURRÍCULO NA MODALIDADE DE EJA E SUA ADEQUAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Iorrana Lais FerreiraAlessandra Rodrigues de Almeida

A trajetória da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil é marcada por um currículo que acompanhou os contornos históricos sociais desenvolvidos ao longo do tempo. As concepções históricas difundiram du-rante um longo período a perspectiva de modalidade EJA como um programa pensado para a erradicação do analfabetismo e preparação para mão de obra fabril. Então a partir da LDB do ano de 1996, ampliou-se as perspectivas em relação ao EJA, definindo garantias legais para as pessoas envolvidas nessa modalidade de educação. Assim, o ponto crucial da discussão em torno da realidade do EJA é a dificuldade dos professores em transformar a sala de aula em um espaço de saberes compartilhados entre educando e educadores, onde ambos se encontram numa mesma condição - à medida que todos são adultos, mesmo estando em situações diferentes. Tal como, discutir o modo como se constrói a perspectiva dos professores que lecionam na mo-dalidade EJA em relação a sua prática pedagógica. Desse modo, é necessário discutir as ações políticas que marcaram historicamente a Educação de Jovens e Adultos, bem como refletir sobre as garantias educacionais que são asseguradas para a formação da pessoa adulta e às práticas pedagógicas presentes no espaço designa-do a modalidade. Nesse sentido, esta pesquisa visa responder a seguinte questão: em que medida as práticas pedagógicas de uma docente que atua na Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública está articulada às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos? Nessa perspectiva estabeleceu-se como objetivo geral: Identificar a relação entre a prática pedagógica do professor e as diretrizes curriculares propostas para a Educação de Jovens e Adultos em uma escola municipal do interior de São Paulo. Como obje-tivos específicos busca-se: discutir aspectos teóricos sobre a EJA enquanto modalidade educacional; descrever elementos do currículo da EJA, descrever práticas pedagógicas desenvolvidas em sala da EJA. Para tanto, esta pesquisa qualitativa está fundamentada na perspectiva da pesquisa de campo e prevê o acompanhamento em sala de aula da EJA e entrevistas com professores e alunos desse segmento de ensino. Dessa forma, até o presente momento, foram realizados estudos teóricos em relação a historicidade da EJA, e das diretrizes curriculares para a modalidade, através de pesquisa bibliográfica. Sendo este momento, um período de organi-zação e preparação para a observação em campo e entrevista semiestruturada. Espera-se que esta investigação contribua para ampliar as discussões teóricas e prática sobre as práticas pedagógicas de professores de EJA.

Palavras-chave: EJA. Práticas Pedagógicas. Currículo.

Resumo:

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A GESTÃO ESCOLAR NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Isabela Alves dos S. SimplícioEliete Aparecida de Godoy

A proposta de uma educação inclusiva, que assegure o direito da criança com deficiência na escola, está repre-sentada por meio de documentos, políticas e legislações que almejam ações inclusivas nas instituições escola-res. Para que ocorram ações inclusivas nas escolas, é preciso uma gestão democrática que vise o envolvimento de toda a comunidade escolar. O coordenador pedagógico, por ser o profissional ao qual são designadas as funções de formação, transformação e articulação, pode ser definido como um mediador dos pais de alunos e professores, currículo e práticas docentes. A temática escolhida em andamento de caráter monográfico, trata sobre o papel do coordenador para que ocorra a inclusão nas instituições escolares. A escolha pela presente temática, deu-se pela afeição e curiosidade sobre a temática inclusão e gestão escolar, a partir de contato com a gestão das instituições escolares nos estágios curriculares e a convivência com crianças com deficiência. Neste seguimento, a questão norteadora é: qual o papel do coordenador pedagógico para a construção de uma educação inclusiva? Como objetivos específicos definiu-se investigar a atuação do coordenador pedagógico no processo de construção de uma escola inclusiva; analisar a concepção da gestão escolar no contexto de práticas democráticas; investigar os conceitos de inclusão e acessibilidade para a compreensão da trajetória da pessoa com deficiência no âmbito escolar. A metodologia da pesquisa é de cunho qualitativo, que busca observar o processo e não o produto sobre a pesquisa, tendo o contato direto com o campo de estudo, sem a manipulação do pesquisador e sem o interesse de numerar ou medir unidades, procedendo de um levanta-mento bibliográfico que busca analisar as informações de documentos como: teses, artigos, monografias, leis, periódicos, entre outros documentos e legislações que tratam do assunto. O estudo também se caracteriza como exploratório por analisar esses documentos com intuito de buscar reflexão sobre a questão investigativa. Com o intuito de aprofundar sobre a realidade estudada, a pesquisa de campo será realizada em duas unida-des escolares na cidade de Campinas. Os instrumentos de coleta de dados serão a observação não participada das ações e relações pedagógicas no cotidiano da escolar de alunos com deficiência e entrevista que terá uma organização semiestruturada com questões pré-definidas para os coordenadores pedagógicos das escolas in-vestigadas. Portanto, espera-se como resultado da pesquisa, a reflexão da importância do trabalho da equipe gestora e a compreensão do papel do coordenador pedagógico frente à construção de uma educação inclusiva que, efetivamente, contemple o que está previsto nos documentos e legislações, que tem por princípio uma escola democrática que busca igualdade e equidade para todos.

Palavras-chave: Gestão escolar. Coordenador pedagógico. Educação inclusiva.

Resumo:

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CONTANDO COM AS EMOÇÕES: EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO COM ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL

Isabella Viana RuizMarcela Maria Mucci Barbieri

Mônica Gobitta AlayonNatalia Esteves

O presente trabalho apresenta uma experiência de estágio de 5º ano em Psicologia Escolar. O trabalho tem como base teórico-metodológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky, segundo a qual acredita-se que o desenvolvimento das funções psicológicas superiores ocorre por meio da assimilação e da interação com o que é cultural e socialmente produzido e estruturado. É neste meio que os sentidos são estabelecidos, apreendi-dos e introjetados pelos indivíduos que, posteriormente, os elaboram a partir de suas vivências singulares para configurar novos nexos de sentido, que podem, então, transformar a si mesmos e a realidade em que vivem. O estágio vem sendo realizado com duas turmas, de cerca de 25 alunos cada, com idades entre 9 e 11 anos, regu-larmente matriculados no 4o ano do Ensino Fundamental I da escola da rede municipal de Campinas E.M.E.F. Doutor Lourenço Bellocchio. As atividades tiveram início em maio de 2019 e têm previsão de conclusão em dezembro de 2019, ocorrendo semanalmente, na própria escola, dentro do horário letivo regular. No primei-ro semestre foram realizadas observações e atividades voltadas para a formação de vínculo com os alunos, levantamento de demandas e de informações relevantes para a elaboração de uma intervenção pertinente aos alunos e à escola em questão. A partir desta primeira etapa elaborou-se um plano de trabalho para o período de agosto a dezembro, que tem como ponto central a contação de histórias que tratam de emoções, sentimentos e valores a partir de temáticas que dialogam com os sentidos que permeiam as vivências desses alunos. Assim, o trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de relações mais ricas de significado, a princípio dentro da escola, mas também, em última instância, em todos os contextos dos quais estes alunos fazem parte, por meio da ampliação da consciência acerca das emoções, o que possibilita uma maior compreensão de si e do outro, bem como novas formas de expressão da subjetividade de cada um dos alunos. Os encontros continuarão a ocorrer semanalmente e contemplarão as seguintes atividades: estabelecimento em conjunto com as crianças de um espaço físico e subjetivo para o trabalho, dinâmicas e práticas corporais, contação de histórias, rodas de conversa e reflexões e atividades lúdicas e criativas que expressem a compreensão dos alunos sobre as ideias abordadas e sirvam de evidência física das vivências partilhadas ao longo da jornada que vamos percorrer juntos. Como resultado, espera-se que estas experiências sejam promotoras do desenvolvimento das crianças e possam contribuir para o planejamento de atividades futuras da escola.

Palavras-chave: Psicologia Escolar. Psicologia Histórico-Cultural. Vygotsky. Emoções.

Resumo:

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AS IMPLICAÇÕES DA PROGRESSÃO CONTINUADA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Izabela Dellangelica Carvalho de OliveiraEliete Aparecida de Godoy

Esta pesquisa, desenvolvida como trabalho de conclusão de curso, está fundamentada em estudos sobre a im-plantação dos ciclos básicos no Ensino Fundamental em 1984 e a implementação da Progressão Continuada no estado de São Paulo pelo CEE (Conselho Estadual de Educação), em 1998, e subsidiadas pelos estudos sobre a política educacional de avaliações externas e suas possíveis relações. Nessa pesquisa é problematizado como o regime de Progressão Continuada tem sido visto pela equipe gestora e docentes em escolas de rede pública do estado de São Paulo e seu impacto na avaliação da aprendizagem dos alunos ao final de dois ciclos 1° ao 6° ano do Ensino Fundamental. O objetivo geral é compreender a organização da escola por ciclos e a Progressão Continuada, tendo sua relação imbricada no processo de avaliação da aprendizagem dos alunos em escolas públicas do estado de São Paulo. Para além do objetivo geral, definiu-se como objetivos específicos: historiar a política implementada para organização da Progressão Continuada na educação básica; compreen-der a organização da escola por ciclos e, consequentemente, a Progressão Continuada instaurada nas escolas de rede pública do estado de São Paulo, referente ao processo de avaliação da aprendizagem dos alunos do 1° ao 6° ano do Ensino Fundamental e por fim, identificar quais os impactos da Progressão Continuada na qua-lidade do ensino em uma escola de rede pública do estado de São Paulo, a partir da perspectiva de gestores e professores. Os procedimentos metodológicos que foram utilizados, até o momento, são: levantamento teórico a partir da busca em bases de dados online (Scielo), leituras de artigos e livros sobre a temática e fichamen-tos. A pesquisa contemplará ainda, em seu delineamento metodológico, um estudo de campo, em uma Escola Municipal de Campinas. Os participantes, serão: professores do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental, um professor de Língua Portuguesa do 6° ano e gestores da instituição, com os quais serão realizadas entrevistas semiestruturadas. Serão analisados também, documentos norteadores da instituição, como o Projeto Político Pedagógico e curricular, o processo de avaliação dos alunos e os instrumentos utilizados. Os resultados obti-dos, até o momento, desvelam as críticas sobre a falha no planejamento e na implantação das políticas educa-cionais, com foco no regime de Progressão Continuada, que afeta diretamente a qualidade do ensino expressa pelas avaliações externas. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para discussões acerca da importância do impacto da política educacional da Progressão Continuada na qualidade do ensino de escolas de rede pú-blica do estado de São Paulo, bem como nas avaliações de aprendizagem previstas por gestores e docentes em relação aos resultados esperados para os diferentes níveis de ensino.

Palavras-chave: Progressão Continuada e os Ciclos de Aprendizagem. Avaliação externa. Políticas educacio-nais.

Resumo:

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A CONTRIBUIÇÃO DO GRUPO DO AFETO NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: AFETIVIDADE EM FOCO

Jade Oliveira Melo da Silva*Elvira Cristina Martins Tassoni

A dimensão afetiva é um tema que vem sendo discutido com mais intensidade no universo acadêmico. Os impactos afetivos dentro do contexto escolar podem contribuir com a aproximação ou afastamento do aluno com os conteúdos escolares. Diante disso, no Brasil, no final da década de 90, surge um grupo de estudo que se propõe a pesquisar sobre esses impactos, demonstrando que a prática pedagógica do professor pode fa-vorecer a relação que se estabelece entre aluno e objeto de conhecimento. O Grupo do Afeto é vinculado ao Grupo institucional Alfabetização, Leitura e Escrita (ALLE/Aula), da Faculdade de Educação da UNICAMP. A defesa teórica do grupo aqui investigado, parte da concepção de homem como um ser monista, isto é, que sente e pensa simultaneamente. Este grupo também aborda as visões de Espinosa; Wallon e Vigotski, no que se refere ao conceito de afetividade. Os três teóricos partem da visão monista de ser humano e conceituam, cada um a sua maneira, a dimensão afetiva. Constituiu-se como problema central de pesquisa, a seguinte questão: o que as pesquisas produzidas no âmbito do Grupo do Afeto vêm problematizando sobre os modos de afetar e a constituição do sujeito? Assim sendo, a pesquisa que aqui se apresenta objetivou de maneira geral a analisar as pesquisas científicas do Grupo do Afeto em relação aos modos de afetar e a constituição do sujeito. Os ob-jetivos específicos foram traçados da seguinte forma: identificar as pesquisas realizadas no âmbito do Grupo do Afeto que discutem os modos de afetar e a constituição do sujeito; sistematizar as informações obtidas em cada pesquisa e apresentar algumas tendências do grupo pesquisado. A pesquisa teve início com a busca das investigações científicas desenvolvidas pelos participantes do Grupo. Realizou-se um levantamento de tais investigações em dois sites institucionais, cujo Grupo do Afeto está inserido. A confirmação dos trabalhos encontrados foi feita por meio da consulta ao Currículo Lattes do fundador e coordenador do Grupo do Afeto, que orientou as pesquisas selecionadas. Os procedimentos metodológicos basearam-se na captação, organiza-ção e interpretação dos dados por meio das pesquisas. Os dados foram organizados em gráficos e quadros com as informações mais relevantes para o estudo aqui delimitado. Os resultados apontam um total de 38 pesqui-sas: sendo 20 Trabalhos de Conclusão de Curso; 11 Dissertações e sete Teses, que discutiram sobre o conceito de afeto e seu impacto na relação sujeito-objeto. Para evidenciar algumas tendências do grupo investigado, a pesquisa contou com a construção de alguns indicadores extraídos dos objetivos; dos procedimentos, sujeitos e local de investigação; bem como, à forma de organização e tratamento do material empírico e, ainda, às re-ferências bibliográficas de cada pesquisa. Espera-se que a investigação aqui delimitada possa contribuir com o Grupo do Afeto no que se refere aos seus estudos e ainda, com o Grupo de Pesquisa Formação e Trabalho Docente da PUC-Campinas, no que se refere à compreensão da afetividade nas relações de ensino e aprendi-zagem.

Palavras-chave: Dimensão afetiva. Práticas Pedagógicas. Formação de Professores.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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KOELLREUTTER E A EDUCAÇÃO MUSICAL INFANTIL: OS LIMITES IMPOSTOS PELA INDÚSTRIA CULTURAL

Jéssica Dellalibera dos SantosMário de Souza Costa

Atualmente questiona-se o caráter formador da educação ministrada na grande maioria das escolas. Pensando nisto o educador alemão erradicado no Brasil, Koellreutter, redimensionou o papel da música na educação, de modo mais geral, conferindo-lhe funções que transcendem os limites da formação musical de forma a voltar-se às necessidades do indivíduo e sociedade, portanto, uma educação musical de caráter funcional. Enquanto na escola se recebe uma educação centrada no ensino de conteúdos de maneira enrijecida pelos materiais didá-ticos que devem ser seguidos à risca, não permitindo a formação do sujeito de maneira integral, pela música educa-se os sentidos, posto que é mais uma linguagem e é usada para permitir que se forme os sentidos de forma livre nos seres humanos. Poucas pessoas compreendem o valor da música no processo da educação. Somos formados e articulados, ao longo de nossa vida, pela linguagem e é justamente por ser a música perten-cente a essa classe que por ela podemos internalizar o mundo à nossa volta e dar significação a ele e às coisas que nele estão. O cérebro funciona como um todo e sempre que estivermos estimulando uma área específica afetaremos toda a função cerebral. Por conta disso, faz-se necessária a inclusão da música, nas atividades de formação dos estudantes desde os anos iniciais da educação básica. A proposta deste trabalho foi tornar a mú-sica um recurso pedagógico que possibilitasse a construção de uma formação integral às crianças matriculadas na educação infantil. Para isto, foram utilizadas técnicas de estimulação da psicomotricidade da criança, além de propiciar a apreciação musical a partir da experiência prática durante as atividades. O objetivo da pesquisa foi identificar na contribuição da educação musical como processo na formação de sujeitos de Koellreutter, voltado para crianças das classes populares, elementos que se configurem como processo de resistência à pa-dronização operada pela Indústria Cultural. A partir de aulas semanais de musicalização infantil com duração de uma hora, em crianças de 6 a 8 anos de idade na ONG “Ação Beneficente do Jardim Pq. São Carlos”, as crianças vivenciaram a música por meio de jogos e brincadeiras, que envolveram trabalho vocal, som, movi-mento, dança, improvisação, registro e notação musical, segundo o referencial proposto por Koellreutter. Após 10 encontros houve um avanço significativo na formação musical das crianças, com a substituição das músicas da Indústria Cultural pelas músicas tradicionais, que estão fora do circuito televisivo. A experiência musical tornou-se um espaço em que as crianças puderam expressar seus gostos e seu espírito criativo, contribuindo de maneira significativa na construção do conhecimento.

Palavras-chave: Desenvolvimento infantil. Educação infantil. Educação musical.

Resumo:

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AS AÇÕES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NAS ESCOLAS CONTEMPORÂNEAS E AS IDEIAS DE CELESTIN FREINET

Jessica Sartori Bendel Eliete Aparecida de Godoy

A referida pesquisa, que se encontra em andamento, partiu da percepção e observação de práticas de profes-sores durante os estágios curriculares. Observou-se a reprodução de um ensino respaldado por uma tendência tradicional, ou seja, professores do século XXI reproduziam os métodos e as práticas de sua passagem pela instituição de ensino, não analisando o contexto histórico e social atual do aluno. Com o conhecimento sobre o estudioso Célestin Freinet na instituição de ensino e sua percepção de que as crianças devem encantar-se pelo aprender, ficou evidente que os métodos e as práticas que fortalecem apenas a competição e reprodução em avaliações fracassaram, necessitando de uma reflexão sobre o currículo, as práticas e os métodos, para, com isso, analisar se o centro da aprendizagem está sendo o aluno ou o conteúdo de ensino. Assim, a pesquisa é um estudo de campo de cunho qualitativo que busca investigar as concepções de diretores, coordenadores, professores sobre a aplicabilidade dos preceitos de Célestin Freinet na escola atual, salientando suas maiores dificuldades e desafios enfrentados ao ir na contramão de uma escola que utiliza de práticas arcaicas (Escola Tradicional). Para analisar o contexto do século passado “Escola Tradicional”, esta pesquisa será fundamenta-da na teoria histórico crítica, levantando apontamentos e comparações com as diferentes vertentes de ensino. Adiante, adentraremos com a vida e o processo educativo do autor Célestin Freinet, compreendendo sua vida acadêmica e suas práticas de ensino. E, para finalizar, no primeiro capítulo é abordado a estrutura organizacio-nal e a pedagogia de Freinet na atualidade que fundamenta as possibilidades de utilizar novas práticas nas sa-las de aula do século XXI. Em relação à metodologia, será realizada uma observação e uma entrevista semies-truturada com os professores e gestores de uma escola pública da região de Campinas que estão trabalhando com as práticas e os métodos de Freinet, para analisar os desafios de elaborar a organização escolar nessa vertente. A entrevista a partir da permissão dos participantes serão áudio gravadas para posterior transcrição e organização do estudo. O resultado esperado será conhecer, na prática, como essa pedagogia funciona em escolas públicas que romperam com práticas pedagógicas que propiciam a reprodução. Portanto, a pesquisa traz contribuições para a prática do professor em sala de aula para refletir e analisar como estão trabalhando com seus alunos e se estão contribuindo para formar um cidadão crítico e reflexivo diante da sociedade e do meio em que estão inseridos.

Palavras-chave: Concepção Pedagógica. Célestin Freinet. Práticas Pedagógicas.

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CONHECIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORAS DE INFÂNCIA NA IDENTIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

João Paulo Silva

Este estudo discute observações docentes sobre possíveis dificuldades de aprendizagem (DA) das crianças, durante as atividades desenvolvidas na Educação Infantil (EI). Visa-se investigar quais são as ações das pro-fessoras diante da identificação de possíveis vulnerabilidades em alunos não diagnosticados oficialmente. Estudos que envolveram habilidades cognitivas de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, como de Vera Figueiredo et al, mostraram que os diagnósticos de distúrbios de aprendizagem são, na maioria das vezes, determinados tardiamente, em média com 9 anos de idade. Discute-se que a observação precoce na identificação de dificuldades que interferem na aprendizagem deve ser parte integrante do trabalho das professoras de infância. Um diagnóstico precoce abre a porta para futuros cuidados escolares e tratamento com especialistas em idades menos avançadas. Além disso, quando uma criança tem a ajuda necessária por intermédio de especialistas é evitado que seja prematuramente rotulada por falsos positivos ou falsos nega-tivos em relação à DA. Tenciona-se conhecer os casos percebidos e narrados por professoras de EI sobre o desenvolvimento das crianças indicadas para diagnóstico ou inclusão, bem como investigar suas ações diante da identificação de possíveis vulnerabilidades em alunos não diagnosticados oficialmente. A (auto)biografia docente foi a escolha do caminho para promover a compreensão sobre as práticas pedagógicas em relação à DA na EI, por ser um recurso qualitativo que permite explorar as crenças, o conhecimento pessoal e as mudan-ças das pessoas como resultado de experiência e aprendizado. Nesta proposta, conforme Delory-Momberger, as subjetividades das professoras se constituem em pontos centrais para construir dados que contemplem os objetivos desse estudo. Com base na proposta sobre narrativas de Jean Clandinin e Michael Connelly, esta metodologia permite discutir as experiências narradas de suas histórias sociais e suas histórias individuais para se fazer mediação da pesquisa. O referencial teórico é baseado na teoria do “sistema ecológico” de Urie Bronfenbrenner, também conhecida como “teoria dos sistemas bioecológicos”, atribuindo a deficiência a uma combinação de tendências inatas e fatores ambientais. Sua teoria dos sistemas ecológicos defendeu que a pes-quisa no desenvolvimento infantil ocorre em ambientes em que as crianças vivem, e que a própria biologia da criança é um ambiente primário que alimenta seu desenvolvimento. As professoras da EI são a “primeira linha de defesa” em reconhecer e ajudar seus alunos nas DAs. Se um problema existente no aluno não for identifica-do pela professora e, portanto, nenhuma ação for feita, na medida em que os anos escolares avançam durante sua progressão continuada, a situação da aprendizagem escolar poderá se tornar insustentável.

Palavras-Chave: Pesquisa (auto)biográfica. Dificuldades de Aprendizagem. Ensino Infantil.

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PEDAGOGIA FREINET: UM CAMINHO PARA O ENSINO DE ARTE

José Fernando Whitaker Ceribelli Mônica Piccione Gomes Rios

A qualidade do ensino fundamental tem sido problematizada, sobretudo nesta segunda década do século XXI, tendo sido alvo de pesquisas e estudos desde a década de 1990. Na referida década foi instituído o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com o propósito de avaliar o desempenho dos alunos com ênfase nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Em 2005, o Saeb foi desdobrado em Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), essa conhecida como Prova Brasil. A Prova Brasil é uma avaliação censitária como foco nos componentes curriculares citados acima, aplicada aos alunos matriculados nos 5º e 9º anos do ensino fundamental, e o seu resultado integra o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Ideb tem constituído o indicador de qualidade do ensino fundamental, ainda que não considere os fatores intra e extraescolares que afetam os processos de ensino e aprendizagem. A priorização de duas disciplinas que integram o currículo tem contribuído, conforme apontam as pesquisas, para que professores e gestores escolares desenvolvam ações em prol do alcance de resultados satisfatórios. Nesse contexto, problematiza-se o lugar do ensino de arte como contributo para o desenvolvi-mento integral das crianças e enfatiza-se a importância da interdisciplinaridade, na perspectiva de promover o diálogo entre todas as disciplinas do currículo, a fim de se extinguir hierarquias que se caracterizam pela sobrepujança de algumas disciplinas em detrimento de outras. Dessa forma, a temática posta é decorrente da relevância do ensino de arte, no intuito de formar cidadãos críticos, e do estreitamento cada vez mais notável, decorrente das políticas públicas de avaliação, do currículo escolar, o que relega à disciplina um papel coadju-vante no processo educativo. Emana dessa realidade a problemática que move este estudo que reside no con-tributo da arte para a construção da qualidade do ensino fundamental em uma perspectiva freinetiana. Assim, o objetivo deste estudo, em andamento, implica investigar o contributo da pedagogia Freinet para o ensino de arte nos anos iniciais, em prol da qualidade do ensino fundamental. O aporte teórico tem como principais autores Ana Mae Barbosa, Célestin Freinet, Luiz Carlos de Freitas e Sandra Zákia Souza. Em uma abordagem de pesquisa predominantemente qualitativa, sem desprezar os dados quantificáveis, será realizado estudo de caso. As técnicas de produção de material empírico serão análise documental do projeto político pedagógi-co da escola, entrevista semiestruturada, grupo focal e observação. O lócus da pesquisa será em uma escola pública da rede municipal de educação de Campinas (SP). A escolha do lócus deu-se em função de ser uma escola pública, cuja proposta pedagógica se pauta nos fundamentos e princípios freinetianos. Os participantes da pesquisa serão gestores escolares, professores e alunos. Os dados empíricos serão analisados no diálogo com os autores que balizam o estudo. Pretende-se que a pesquisa contribua para a reflexão de educadores so-bre a importância do ensino de arte para a melhoria da qualidade da educação básica, além de contribuir para o campo acadêmico científico.

Palavras-chave: Políticas públicas em educação. Qualidade da educação. Ensino fundamental.

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AVALIAÇÃO DE INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE EM CRIANÇAS E PERCEPÇÃO DE PROFESSORES

Júlia Reis Negreiros Solange Muglia Wechsler

Sabe-se que a inteligência apresenta um caráter multifatorial, sendo associada a diferentes fatores cognitivos e também a comportamentos socialmente valorizados. Já a criatividade abrange diversas áreas do comporta-mento e desenvolvimento humano, estando muito relacionada à capacidade de obter e explorar novas ideias, assim como a capacidade para resolução de problemas. A Superdotação é representada por sujeitos que apre-sentam um potencial acima ou superior a uma média esperada em determinada área. Ressalta-se que o MEC inclui os superdotados na categoria de estudantes que apresentem necessidades especiais, entretanto, os am-bientes escolares ainda demonstram dificuldades no reconhecimento e na estimulação destes sujeitos. Para tanto, o reconhecimento das habilidades intelectuais e criativas das crianças, assim como suas potencialidades, é essencial para o estímulo de talentos na escola. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi verificar se existe relação positiva entre o desempenho de alunos nas diferentes habilidades intelectuais e criativas, medidas pela Bateria Intelectual e Criativa Infantil (BAICI), com a percepção dos seus professores sobre os seus talentos nas salas de aula. A amostra coletada foi composta por 60 crianças, de ambos os sexos (29 F e 31 M), nas faixas etárias de 7-12 anos de idades, estudantes de uma escola particular e de uma escola pública na cidade de Campinas-SP. Os instrumentos utilizados foram os 6 subtestes da BAICI (Pensamento Viso Espacial, Pen-samento Lógico, Compreensão Verbal, Rapidez de Raciocínio, Memória e Pensamento Criativo) e uma Escala de Avaliação das Habilidades dos alunos, preenchida por seus professores, a qual avalia as mesmas áreas da BAICI. Uma palestra inicial foi oferecida aos professores sobre a identificação e estimulação de potenciali-dades e talentos, e posteriormente os professores responsáveis pelas salas de aula que estavam participando da pesquisa preencherem a escala de avaliação sobre os seus alunos. Também foi oferecida uma palestra para os pais, trazendo a importância do reconhecimento e estimulação das potencialidades e talentos infantis. Os testes da BAICI foram aplicados de forma coletiva em todos os estudantes com autorização na sala de aula. Os resultados foram analisados pela correlação de Pearson e o teste t-Student. Na área intelectual somente o teste de Rapidez de Raciocínio (0,38) e de Compreensão Verbal (0,35) da BAICI obteve correlação significa-tiva com as indicações dos professores. Não houve correlações significativas entre a criatividade na BAICI e avaliação do professor. Também não foram encontradas diferenças significativas de desempenho entre gêneros pelo teste t-Student. Considerando os resultados apresentados, notou-se que os professores estão apresentando dificuldades para identificar as potencialidades dos seus alunos nas diferentes áreas intelectuais, assim como o desenvolvimento criativo dos mesmos.

Palavra-chave: Avaliação psicológica. Inteligência. Criatividade. Testes psicológicos. Professor.

Resumo:

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NARRATIVAS NO/DO COTIDIANO ESCOLAR

Juliana Gomes Santos da Costa

Com uma pesquisa no cotidiano escolar em uma escola pública e de Educação Integral no município de Cam-pinas me encontrei com uma forma de registro, com uma forma de pesquisa e de tática para luta e resistência, a narrativa. Sendo essa, para pesquisa cientifica ou para a cotidianidade, a narrativa como um caminho para contar o vivido, as experiências, as lutas travadas no dia-a-dia de uma escola. Estando na “Escola da esquina”, na Educação Integral e vivendo o cotidiano escolar, fui percebendo que contar e contar por meio das narra-tivas era uma tática de pesquisa, de vida, escolar e de lutas travadas em diferentes frentes. Problematizo o conceito cotidiano e o cotidiano escolar como lugar possível e necessário para se pensar na ação pedagógica e na forma de conhecer e mesmo mudar a forma de viver a escola, a educação e os encontros diários na escola. Nossa pesquisa está dedicada a olhar o cotidiano escolar e identificar as concepções circulantes de Educação Integral que as professoras de tal escola relatam, vivem, negam, revelam e desvelam; também estamos na es-cola-campo para ouvir as crianças e outros atores que ali revelam como pensam e como vivem a escola, trazem seus desejos naquele espaço e “pedaços” de sua vida. Para encontrar as concepções circulantes de Educação Integral mediada pelas professoras participantes da escola e ainda notar no cotidiano escolar como constroem diariamente uma escola integral me utilizo da narrativa como forma de registro e de pesquisa, noto e revelo o quanto a narrativa aparece como tática para se encontrar as realidades existentes e mediante ao registro seja escrito ou narrado oralmente podemos perceber o quanto contar do vivido, da experiência, pode ser transfor-mador, pois consideramos que numa rede de narrativas, nos encontramos com outras realidades, buscamos nos aproximar de relatos e ouvir o contado de outro cotidiano, levar como numa rede com seus fios as expe-riências vividas em nosso cotidiano, bem como notar que o contar e o se contar se tornam formas de resistir às dificuldades educacionais e lutar cotidianamente por uma outra educação possível. Uma rede aqui que vem para pesca e devolve ao mar narrativas, sejam elas todas, as pequeninas e as gigantescas, entendo a narrativa enquanto uma forma de constituir uma comunidade de vida, quando falamos de escola uma comunidade de vida de escolas, aproximando discursos jogados ao mar ou mesmo discursos escondidos no fundo da rede. O contar enquanto tática nos proporciona um movimento de se encantar, perceber que temos um transbordar de histórias que revelam escolhas de armas para luta, maneiras de se libertar para além de correntes, que todos os pescados sejam partilhados e que nos encontremos no mesmo barco com nossas táticas vindas num instante como a fisgada de um peixe ao mar.

Palavras-chave: Narrativas. Cotidiano escolar. Estratégias e táticas. Educação Integral. Rede de narrativas.

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O PAPEL DA AFETIVIDADE NO CONTEXTO DA ESCOLHA PROFISSIONAL NO ENSINO MÉDIO

Kalyne Jeuken Teixeira Elvira Cristina Martins Tassoni

Este estudo apresenta conceitos e elementos teóricos a respeito da afetividade, pautando-se principalmente nas contribuições de Espinosa, Wallon e Vigotski, que são alguns dos autores que dedicaram suas pesquisas a questões relacionadas a esse conceito. Os aspectos teóricos discutidos nesse estudo compõem uma pesquisa de mestrado que busca investigar as relações existentes entre a afetividade e o processo de escolha profissio-nal de alunos do Ensino Médio. Destacamos a necessidade de se compreender a afetividade e a sua relação com os processos educacionais. Desse modo enfatizamos a existência de uma dificuldade de conceituação do termo afetividade, sendo muitas vezes relacionado a carinho e amor. Além disso, o uso dos termos emoção, sentimento e afeto por vezes são equivocadamente utilizados como sinônimos. Questões como estas revelam a importância de se estudar e compreender melhor o conceito de afetividade no âmbito do contexto educacional. Durante muito tempo manteve-se uma cisão entre razão e emoção, havendo uma grande ênfase em estudos sobre os processos cognitivos. Porém, destacamos neste estudo as contribuições de Espinosa que defende a ideia de que corpo e mente são elementos que constituem uma única substância, não havendo preponderân-cia entre eles. Portanto contrapõe-se a uma perspectiva dualista que compreende o homem a partir de uma visão em que corpo e mente são estudados separadamente e então defende a consideração do ser humano sob uma ótica monista ressaltando a inter-relação entre a dimensão afetiva e a cognitiva. Wallon ressalta em seus estudos a importância da discussão a respeito do tema afetividade, destacando em sua teoria a existência de estágios do desenvolvimento do ser humano (impulsivo emocional, sensório motor, personalismo, categorial e puberdade e adolescência) em que, em cada um deles, há a predominância e alternância de um dos con-juntos funcionais – ora a afetividade, ora a cognição. Nos estágios em que o ser humano está voltado para o conhecimento de si mesmo prepondera a dimensão afetiva, já quando está voltado para o conhecimento do mundo exterior prepondera a dimensão cognição. O autor também destaca a diferença existente entre os três diferentes conceitos que compõem a afetividade: emoção, sentimento e paixão. Em Vigotski é possível rela-cionar o conceito de mediação, definido pelo autor, com o tema da afetividade. Desse modo, a qualidade das mediações desenvolvidas pelos professores e as experiências emocionais vivenciadas pelos alunos poderão influenciar o seu desenvolvimento e a sua relação com o ambiente. No contexto educacional, a afetividade está envolvida em todos os processos, como por exemplo, na organização das aulas e nas formas de avaliação. Esperamos que esta pesquisa permita conhecer mais sobre a perspectiva dos alunos do Ensino Médio sobre a escolha profissional, adensando as discussões a respeito do papel da família e da escola nesse momento em articulação com a afetividade.

Palavras-chave: Formação de professores. Afetividade. Escolha profissional.

Resumo:

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PESQUISA EM EDUCAÇÃO:O QUE PENSAM AS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA?

Kelly Cristina LeandroEliete Aparecida de Godoy

Circunscrita no eixo de fundamentos da educação, um dos componentes fundantes do curso de Pedagogia, a problemática assumida por este estudo refere-se aos limites da pesquisa educacional, enquanto campo de pes-quisa que se encontra imerso em fragilidades de cunho teórico e metodológico, de modo a minimizar a acei-tação da pesquisa em educação como ciência. Cabe a menção que a relevância de estudo desta problemática define-se por meio da identificação, a partir da revisão de literatura realizada na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), de poucos estudos dedicados a este tema, tendo como referencial teórico José Mário Pires Azanha, importante pesquisador do campo, e Bernadete Gatti, referência nas discussões relacionadas às práticas de pesquisa no contexto brasileiro. Assim, a pergunta que orienta este trabalho é a que segue: o que pensam estudantes de Pedagogia de um curso do município de Campinas sobre a pesquisa educacional? Para tanto, objetiva-se de modo amplo compreender o sentido da pesquisa educacional assumido por estudantes de um curso de Pedagogia do município de Campinas. Como objetivos específicos, pretende-se: (i) discutir em que consiste a pesquisa educacional e quais suas fragilidades na perspectiva dos autores citados; (ii) analisar o que os sujeitos de pesquisa, portanto, estudantes do curso de Pedagogia em uma universidade localizada no município de Campinas, pensam sobre a pesquisa educacional em seu processo formativo. O método consiste em pesquisa bibliográfica, tendo iniciado com revisão de literatura na BDTD e pesquisa empírica por meio do instrumento entrevista a ser aplicada com estudantes do referido curso de Pedagogia. Com os dados brutos da entrevista buscar-se-á analisar e categorizar as informações com a retomada da construção teórica feita a partir de José Mário Pires Azanha e Bernardete Gatti, referências teóricas do estudo, de modo a sistematizar a compreensão das estudantes acerca de suas experiências e percepções com relação à pesquisa em seu pro-cesso formativo. Como resultados esperados ou hipótese, isto é, a resposta provisória à pergunta formulada, vislumbra-se, à luz do referencial teórico adotado, afirmar que o pensamento dos estudantes de um curso de formação de professores sobre a pesquisa educacional requer adensamento do ponto de vista teórico, de estudo e apropriação de conceitos e categorias filosóficas caras à epistemologia da pesquisa educacional. A contribui-ção do trabalho reside na possibilidade de oferecer reflexões referentes ao papel da pesquisa enquanto prática formativa necessária para a construção de uma postura docente consolidada em princípios científicos compa-tíveis a área de ciência da educação, passível de proporcionar o trato com o conhecimento, objeto fundamental da docência, de maneira coerente e lúcida em relação aos modos de suas construções e interferência na vida social. Ainda, pretende-se demonstrar com os dados coletados, mesmo que de modo inconclusivo, a crítica contundente de Azanha e de Gatti, referente à falta de rigor científico nas produções em educação, indicando a importância da consolidação de práticas de pesquisa, firmadas desde a graduação, para que seja entendida a imprescindibilidade do rigor científico na construção do conhecimento.

Palavras-Chave: Pesquisa Educacional. Educação. Azanha.

Resumo:

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AVANÇOS TECNOLÓGICOS: PERCEPÇÃO DE UNIVERSITÁRIOS SOBRE O USO DO CELULAR PARA APRENDER

Kely C. A. SilveiraBeatriz de Castro

Luana Luca

De acordo com o pressuposto básico da perspectiva sociocultural de Vygotsky, o indivíduo constitui-se pe-rante a sua relação com o meio social. Para ele, o aprendizado está intrinsecamente ligado ao ser humano desde sua infância, sendo que o indivíduo só é capaz de despertar seus processos internos por intermédio da interação social. Em adendo, infere-se que além dessa relação interpessoal com o meio social, o processo de reconhecimento, isto é, de percepção desse indivíduo acerca de novas informações é de suma importância para que a aprendizagem seja facilitada. Tendo em vista que o meio social é um forte influenciador no processo de aprendizagem, deve-se considerar o cenário que se forma a partir dos avanços tecnológicos trazidos pela inter-net e os aparelhos eletrônicos, assim como as suas repercussões. Vivencia-se o surgimento de uma nova forma de interagir em sociedade assim como as consequências desse modo de aquisição de conhecimento e suas respectivas percepções. O objetivo da pesquisa visou analisar, então, a percepção dos alunos acerca do uso do celular no processo de aprendizagem. Participaram do estudo 66 estudantes de uma instituição privada de ensino superior do interior de São Paulo, com média de idade de 24 anos sendo em totalidade matriculados no curso Psicologia. Foi aplicado Questionário de Percepção do Uso do Celular desenvolvido pelas autoras para a presente pesquisa, cujo objetivo foi avaliar a percepção dos estudantes acerca do impacto dos smartphones em seu processo acadêmico. Nos resultados obtidos observou-se que os participantes dispõem de uma com-preensão favorável ao uso do celular em sala de aula e para a aplicação do mesmo para fins de aprendizagem acadêmica, ampliando as possibilidades de aquisição de conhecimento. Dessarte, partindo da conjectura de que a percepção é o modo como os seres humanos selecionam, organizam e interpretam os estímulos de um ambiente, o estudo permitiu afirmar que a utilização de aparelhos celulares em sala de aula abre possibilidades para a elaboração de estratégias pedagógicas dinâmicas e interativas entre alunos e professores, além de ser um facilitador para a agilidade e propagação de informações. Considerando o objetivo primário da pesquisa, o presente estudo revelou que há ainda muito a ser explorado no emprego desses instrumentos com o objetivo pedagógico. Para isso, todavia, deve-se priorizar o planejamento em cima da aplicação do mesmo, assim como um levantamento sobre as possíveis interferências, além de trabalhar estratégias acerca de sua utilização tanto com os professores quanto com os alunos.

Palavras-chave: Internet. Psicologia. Percepção do aluno. Influencia digital. Aprendizado.

Resumo:

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RELATOS DE PROFESSORES – A ESTRATÉGIA DE AJUDA INTERPESSOAL PELOS ALUNOS (ENSINO FUNDAMENTAL)

Laiany Rangelma de Souza AmaralJussara Cristina Barboza Tortella

A presente pesquisa de Iniciação Científica se vincula à pesquisa da docente, aprovada para o biênio 2018-2019 intitulada: “A constituição profissional de professoras que pesquisam a própria prática em um grupo colaborativo: estratégias de aprendizagem e de estudo”, do grupo de pesquisa Trabalho e Formação Docente da Linha de Pesquisa Formação de Professores e Práticas Pedagógicas. A pesquisa tem a aprovação do Co-mitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, (parecer nº 1.332.688). Observando a presente problemática do sistema de ensino-aprendizagem no Brasil, como por exemplo o fato de os alunos estarem cada vez mais desmotivados e os as pesquisas apontarem que a utilização de estratégias de aprendizagem pode mudar esta realidade, tal pesquisa tem por objetivo geral investigar as concepções de professores participantes de um grupo colaborativo sobre a utilização da estratégia de busca de ajuda interpessoal pelos alunos e, como obje-tivos específicos, identificar se existe interferência da interação entre pares no processo de aprendizagem de conteúdos e/ou estratégias de aprendizagem e analisar se a organização e clima da sala de aula favorecem os relacionamentos interpessoais e a utilização da estratégia de pedir ajuda. O grupo colaborativo denominado GECOPEF – Grupo de Estudos Colaborativo de Professores do Ensino Fundamental – terá no ano de 2019 como foco de discussão a Base Nacional Curricular Comum. Considerando a natureza do problema estudado, este trabalho se caracteriza por ser um estudo exploratório, classificado como “Ex post facto”, no qual não há por parte do pesquisador nenhuma manipulação direta de variáveis, pois o objetivo é conhecer uma dada rea-lidade. Participarão 12 professores do Ensino Fundamental de escolas pública e particulares. Serão utilizados os seguintes procedimentos: levantamento e coleta de dados bibliográficos sobre a estratégia de pedir ajuda na base de dados Scielo e Portal de Periódicos da CAPES; observação da sala de aula; relato de experiências; entrevista semi-estruturada sobre a concepção dos professores participantes em relação a estratégia de pedir ajuda. Os dados serão tratados por meio da análise de conteúdo, seguindo a perspectiva de Bardin, em três fases: pré-análise objetiva, exploração do material e o tratamento dos resultados. A análise do conteúdo das respostas dos entrevistados buscará depreender como estes concebem a relação entre a influência dos pares da sala de aula para a aprendizagem ao utilizar a estratégia de pedir ajuda. Considera-se que, a partir das dife-rentes respostas, serão configuradas categorias específicas que anunciem com mais clareza o tema abordado. É esperado que a pesquisa se converta em artigos, trabalhos, que levem à reflexão e à ação sobre a temática, bem como suas implicações, não só para a aprendizagem dos alunos, mas, sobretudo, para a formação docente e práticas pedagógicas.

Palavras-chave: Autorregulação. Estratégias de aprendizagem. Ensino fundamental.

Resumo:

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AFETIVIDADE, ENSINO E APRENDIZAGEM: INFLUÊNCIAS E INTERDEPENDÊNCIAS

Larissa Gabriela AlvesGraduanda de Pedagogia

Elvira Cristina Martins Tassoni

Este trabalho refere-se a um projeto de pesquisa de Iniciação Científica, cujo objetivo é analisar quais sen-timentos podem ser apreendidos em desenhos de alunos do Ensino Fundamental, de uma rede municipal de ensino, envolvidos na relação com o ensinar e o aprender. Os objetivos específicos buscarão identificar: (i) os elementos contidos nos desenhos; (ii) como os estudantes percebem o ambiente de aprendizagem; (iii) quem são representados como mediadores do processo de aprendizagem; (iv) quais as percepções dos estu-dantes sobre a relação com seu professor. Defende-se que as decisões pedagógicas assumidas em relação ao planejamento, à definição de objetivos, à organização dos conteúdos, à escolha de estratégias para ensinar e à forma de avaliar, ao serem concretizadas na prática, produzem nos alunos emoções e sentimentos diversos que vão conferir aos elementos envolvidos (conteúdo, professor, escola, livro, entre outros), um sentido afe-tivo. Portanto, os modos como os alunos são afetados pelas diversas experiências escolares vão compor as suas relações com a aprendizagem e a imagem que vão construindo de si mesmos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada por meio de análise documental. Os documentos analisados são de natureza pessoal – desenhos produzidos por alunos de 4º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, da rede pública municipal de uma cidade no interior do estado de São Paulo. Esse material foi produzido em uma pesquisa anterior, que gerou uma grande quantidade de material empírico – 300 desenhos. O presente projeto de pesquisa realizará a aná-lise de 100 desenhos. O processo de análise do material será realizado buscando um olhar atento, com vistas a entender a linguagem plástica utilizada, bem como decodificar os elementos presentes nos desenhos, um a um. Reconhecer a figura principal e a relação figura-fundo das imagens possibilitará a percepção do contexto em que o ensino e a aprendizagem estão ocorrendo, oferecendo um melhor entendimento da própria figura principal. O processo de análise dos dados gerará a construção de categorias que auxiliarão a discussão das percepções dos alunos, registradas nos desenhos, em relação à aprendizagem, ao ambiente em que ocorre e aos mediadores que participam desse processo. Espera-se aprofundar os estudos sobre a afetividade e os processos de ensino e aprendizagem, investigando a dimensão afetiva em suas diferentes formas de manifestação. Esse pode se constituir em um caminho bastante promissor para as discussões dentro da escola, tanto no campo da formação de professores como em relação às práticas pedagógicas, visando evidenciar o papel do professor e da escola na relação que os alunos estabelecem com os objetos de conhecimento.

Palavras-chave: Formação de Professores. Práticas Pedagógicas. Emoções e Sentimentos na Escola.

Resumo:

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FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Layla Christie I. G. SilvaEliete Aparecida de Godoy

O início da prática docente é uma fase marcada por dilemas e tensões, mas também por descobertas e apren-dizagens, ainda mais no que se refere ao ensino da criança pequena. O profissional da educação infantil, desde sua formação se prepara para realizar uma prática pedagógica de qualidade devendo respeitar as crianças a partir de suas especificidades entendendo-as como um único indivíduo. A partir desta problemática esta pesquisa tem como objetivo compreender o processo de formação da identidade do profissional docente na Educação Infantil. A questão norteadora do estudo é: como se dá a formação da identidade do profissional, na perspectiva do docente, da educação infantil? Para isso, traçou-se como meta investigar sobre o processo de feminização do magistério na Educação Infantil no Brasil, a questão de gênero presente no trabalho docente no contexto da Educação Infantil, a profissionalidade e as possibilidades de construção da identidade docente na Educação Infantil e quais as representações de infância e educação os profissionais têm constituído acerca da profissão. O trabalho está inserido na defesa da Educação Infantil e na constituição da identidade docente que atua neste nível de ensino, bem como a maneira que a escola influencia na sua formação ou causa empecilhos para tal, sendo essa justificativa, que perpassa todo o trabalho. Como metodologia optou-se pela abordagem qualitativa, que, inicialmente, partiu de uma pesquisa bibliográfica que foi se fundamentando e, por fim, cul-minou na definição do estudo de campo, que contará com a produção de materiais empíricos, a partir da coleta de dados com a realização de entrevistas semiestruturadas com três professoras e a diretora de uma escola conveniada do município de Paulínia, SP. Como base teórica, norteou-se principalmente pelos estudos de Al-meida, Amado e Bruschini, Hentges, Lopes e Maria Malta Campos, Rabelo e Martins, Rosemberg, Massucato e Azevedo entre outros. Espera-se como resultado indícios de construção de identidade pelas profissionais e o momento em que perceberam que a constituíram, se durante o curso ou durante a prática pedagógica, e qual a concepção de profissionalidade docente caracterizada ou não pelos conhecimentos pedagógicos e pela inten-cionalidade do professor. Identificar ainda, se o ambiente prático de trabalho, no que diz respeito às exigências direcionadas ao professor de educação infantil, apresentam-se como empecilhos e de que maneira influenciam para valorização ou desvalorização da profissão docente. Espera-se com este estudo indicar outros aspectos quanto à identidade docente na educação infantil, a ser melhor explorada por futuros estudos.

Palavras-chave: Profissionalidade. Educação infantil. Formação. Identidade.

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O GÊNERO CONTO LITERÁRIO COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO NO ENSINO DE DIFERENTES CULTURAS

Lenise Nogueira Reggio QueridoEliete Aparecida de Godoy

Este estudo tem como temática analisar o gênero literário conto, especificamente os Contos de Fadas e os Con-tos Africanos como instrumento didático importante na formação do indivíduo. Tem como principal objetivo retratar a importância da interação entre esses dois tipos de contos e como eles podem promover para a criança uma visão ampliada de mundo, considerando os diferentes contextos culturais. Também é possível analisar a influência dos Contos de Fadas e dos Contos Africanos para o desenvolvimento integral do aluno no âmbito intelectual, afetivo e social. A escolha para realizar um estudo voltado para esta vertente, se dá pela preocupa-ção em despertar desde cedo nas crianças o interesse pela leitura fruitiva e abrir a possibilidade de proporcio-nar a aquisição de novos conhecimentos. Desta forma, visa contribuir para a compreensão da importância do uso de recursos didáticos diversos em sala de aula como complemento no processo de ensino e aprendizagem dos alunos de diferentes culturas. No levantamento de informações para a construção do referencial teórico, foram realizadas pesquisas em algumas bases de dados, sendo as principais a CAPES (Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a BDTD (Base de Dados de Teses e Dissertações). Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa e do tipo exploratória, as análises dos textos encon-trados e selecionados, após o critério de exclusão que se deu de forma eliminatória por meio da leitura dos títulos e resumos dos itens encontrados ao longo da pesquisa, que ocorreram a partir de uma análise sistemá-tica dos mesmos, ou seja, é um tipo de análise de estudos que permite compreender de forma mais organizada as informações trazidas e levantadas sobre o tema e, consequentemente, desenvolver uma pesquisa de maior qualidade. No decorrer desta pesquisa, discorreremos sobre o que é a literatura, sendo posteriormente selecio-nado especificamente o gênero conto e apenas dois tipos do mesmo, que são os Contos de Fadas e os Contos Africanos citados anteriormente, além de analisar e identificar como a interação entre eles pode ser positiva para a criança ao longo do processo escolar. Ao longo deste estudo, espera-se encontrar teses, dissertações e/ou artigos que contribuam para o crescimento e desenvolvimento de ideias para uma maior interação entre os Contos de Fadas e os Contos Africanos e assim permitir aos alunos uma educação que amplie a visão dos indivíduos para diversos contextos culturais, além de promover um contato mais profundo no que diz respeito à literatura. Desta forma, abrir espaço também para que os próprios professores e responsáveis pela educação se integrem com as temáticas para proporcionar um possível avanço pessoal e inclusive social em relação ao outro, já que tanto os Contos de Fadas como os Contos Africanos trazem uma abordagem que possibilita ao indivíduo identificar-se com um personagem, alguma situação e/ou vivência de uma realidade parecida, tor-nando-se uma forma de ensinar a respeitar o diferente.

Palavras-chave: Literatura. Contos de Fadas. Contos Africanos. Práticas de Ensino.

Resumo:

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NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO: AS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Leticia Bardi Eliete Aparecida de Godoy

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica e tem como objetivo analisar produções científicas acerca da temática da neurociência e educação, buscando aprofundar o conhecimento sobre as contribuições da neurociência para o processo de ensino e aprendizagem. Os objetivos específicos são i) investigar e compa-rar a produção bibliográfica a partir das contribuições teóricas de autores referência no campo da neurociência na educação; (ii) analisar aportes fornecidos pela neurociência que possam contribuir para a formação de professores;(iii) identificar as ferramentas da neurociência que aplicadas à educação possam resultar em estra-tégias capazes de estimular e facilitar o processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, visando responder a seguinte questão: qual a importância do conhecimento da neurociência para o processo de ensino e apren-dizagem? A pesquisa visa responder à problemática, atingindo os objetivos, se e como são consideradas nos trabalhos analisados questões dessa temática. Para que os objetivos sejam alcançados propôs-se analisar pu-blicações nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), optou-se como recorte temporal, para o levantamento bibliográfico, produções científicas publicadas nos últimos dez anos, dado o fato deste período englobar satisfatoriamente os avanços no campo estudado. Parte desta pesquisa se motiva nas experiências vivenciadas no estágio não obrigatório realizado numa instituição escolar com estudantes de ensino fundamental II e ensino médio, no município de Jundiaí/SP. A autora atuou especificamente no setor de apoio pedagógico, que subsidia o proces-so de inclusão escolar, desenvolvendo juntamente com os alunos um acompanhamento pedagógico. Desta for-ma, para este trabalho, buscou-se os conhecimentos teóricos adquiridos na graduação no curso de pedagogia e os conhecimentos práticos. As temáticas que perpassam o campo da neurociência e educação, no contexto escolar mencionado, permitiram conceber uma visão mais ampla para compreender e entender esse assunto: Neurociência e Educação, o processo de ensino e aprendizagem. Espera-se com os resultados deste trabalho de conclusão de curso (TCC) contribuir com uma resposta, ainda que incompleta, porém amparada em fun-damentos científicos, sobre qual a importância do conhecimento da neurociência para o desenvolvimento da prática docente, entendendo os caminhos que subsidiam essa perspectiva da neuroeducação como um facili-tador na compreensão do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Portanto, a pesquisa busca contribuir, sem ambições de esgotamento ou completude, com uma reflexão sobre a questão suscitada durante o curso de Pedagogia e reforçada na experiência do estágio e ainda compreender o processo de ensino e apren-dizagem pelo olhar da neurociência.

Palavras -chave: Neurociência. Educação. Neuroeducação. Ensino e Aprendizagem.

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JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Leticia de Souza Silveira FrancoAlessandra Rodrigues de Almeida

O presente estudo visa compreender como os jogos e brincadeiras podem contribuir no processo de ensino e aprendizagem das crianças da Educação infantil em uma escola pública. Cabe salientar que o conceito de infância é construído historicamente e sofre transformações ao longo das épocas, sendo determinado pela cultura e o momento histórico. Neste trabalho discutimos aspectos que envolvem as brincadeiras e os jogos presentes nas ações e movimentos infantis. Nessa perspectiva a pesquisa foca o estudo de práticas pedagógi-cas desenvolvidas por professoras em algumas escolas de Educação Infantil. Compreende-se que por meio do brincar e do jogo as crianças desenvolvem saberes, resolvem conflitos, experimentam sensações, lidam com diferentes sentimentos e aprendem a conviver e a cooperar em grupo. Enquanto brinca, a criança está pensando, criando e se desenvolvendo. A presente pesquisa está pautada na seguinte questão investigativa: em que medida os jogos e brincadeiras estão presentes na prática pedagógica de professoras da Educação Infantil? Como objetivo geral busca-se identificar as compreensões de professores sobre a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Como objetivos específicos pretende-se: descrever práticas que envolvem a inserção de jogos e brincadeiras em uma turma de Educação Infantil; descrever as contribuições que jogos e brincadeiras proporcionam para aprendizagem das crianças; identificar como as professoras con-sideram o brincar, o jogar e os espaços e tempos que a escola dispõe para essas atividades. Esta pesquisa é desenvolvida numa abordagem qualitativa por considerar que esta possibilita uma compreensão detalhada e aprofundada dos sentidos do objeto de pesquisa a ser explicitado. Envolve um trabalho de campo que con-templa a realização de entrevista semiestruturada com quatro professoras da Educação Infantil e também a observação participante em uma sala de aula desse segmento de ensino. A pesquisa será desenvolvida em uma escola pública situada em um município do interior de São Paulo. As entrevistas serão realizadas a partir de um roteiro elaborado com nove questões abertas com o intuito de obter informações sobre a compreensão das profissionais a respeito da brincadeira e do jogo e a relação destes com a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. Com esta pesquisa espera-se problematizar as práticas pedagógicas dos professores da infância, bem como contribuir para ampliar as discussões teóricas sobre a importante participação do professor para a rea-lização das brincadeiras e jogos com os alunos, com o intuito de promover aprendizagens e contribuir com o desenvolvimento da criança em suas diferentes potencialidades, de forma a respeitar os direitos de aprendiza-gem das crianças nessa etapa educacional, além de estabelecer relações cognitivas centradas no afeto, respeito, solidariedade e companheirismo.

Palavras-chave: Educação infantil. Jogos. Lúdico. Brincadeiras.

Resumo:

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OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM NOS DOCUMENTOS CURRICULARES OFICIAIS RELACIONADOS À MATEMÁTICA

Leticia Yumi Shirabiyoshi*Maria Auxiliadora Bueno Andrade Megid

A pesquisa procura elaborar uma análise de conteúdo sobre documentos curriculares nacionais de Educação no 1º ciclo do Ensino Fundamental com realce na área de matemática. Com isso, será realizada uma busca so-bre como os direitos de aprendizagem dos estudantes são abordados nos documentos curriculares, desde 1996, nos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), procedimentos que são divulgados para orientar os educadores no seu ensino. Com a publicação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), ocorre uma regulamentação indicando quais são as aprendizagens primordiais a serem abordadas na Educação dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Investigaremos esses dois documentos, tomando os volumes da 1ª e 2ª séries nos PCN e do 1º ao 3º ano na BNCC. Como 3º documento, manusearemos o PNAIC (Pacto Nacional pela Educação na Idade Certa), cuja premissa é a de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até o final do 3° ano do Ensi-no Fundamental, ou seja, até aos oito anos de idade. Utilizando como base o caderno 1 do documento PNAIC, os direitos de aprendizagem se estabelecem nas necessidades básicas de um ser humano para constituir-se em cidadão que aprende. Inicialmente buscamos em diversas bases de dados, teses e dissertações relacionadas a esses documentos, bem como artigos que tragam resultados de pesquisa sobre eles. Pretendemos produzir, primeiramente, um quadro descritivo dos conteúdos matemáticos tratados no 1° ciclo do Ensino Fundamental nos três documentos, de acordo com as 5 unidades temáticas citadas na BNCC: Número, Álgebra, Geometria, Probabilidade e Estatística e Grandezas e Medidas. Após isso, analisaremos como os direitos de aprendiza-gem são abordados em cada um dos documentos curriculares selecionados como objeto de pesquisa. Com essa investigação, faremos um comparativo dos últimos de 21 anos em documentos nacionais relacionados ao ensino de matemática, buscando verificar as aproximações e distanciamentos entre eles sobre a matemática no 1° ciclo do Ensino Fundamental e compreender os avanços e retrocessos observados para aprimorar o ensino, com vistas à alfabetização matemática e como os direitos de aprendizagem interferem para chegar no aprimo-ramento do ensino de matemática.

Palavras-chave: Documentos nacionais para o ensino de matemática. Ciclo de alfabetização matemática. Di-reitos de Aprendizagem. Anos Iniciais.

*Bolsista CAPES.

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DESAFIOS IDENTIFICADOS NO TRABALHO DOCENTE COM ALUNOS (AS) SURDOS (AS) NO ENSINO REGULAR

Liliane dos Santos FerreiraEliete Aparecida de Godoy

Este trabalho propõe abordar os desafios identificados no trabalho docente com alunos (as) surdos (as) no en-sino regular, a fim de pesquisar sobre as principais políticas educacionais que embasam a Educação Inclusiva, principalmente no que diz respeito aos alunos surdos, realizando um levantamento sobre a formação de pro-fessores para a Educação Inclusiva, e as discussões sobre a prática docente nesse processo de inclusão, prin-cipalmente no que se refere ao desenvolvimento da aprendizagem, considerando o fato de que a surdez afeta o processo de desenvolvimento do sujeito, basicamente com relação a aquisição da linguagem, o que torna ainda mais importante o papel da escola e do professor, pois o ambiente escolar é responsável por proporcionar ambientes com oportunidades de estímulos que possam favorecer a socialização e desenvolvimento da criança surda. O estudo inicia-se com uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de ampliar o conhecimento a partir de leitura, análise e interpretação de artigos científicos selecionados para fundamentar teoricamente o objeto de estudo. Sendo assim, diante da proposta desta pesquisa, foi realizado inicialmente um estudo sobre a con-cepção de surdez, bem como a compreensão e a distinção entre a caracterização da surdez e da Deficiência Au-ditiva, tendo em vista que estas se referem a diferentes graus de comprometimento na audição. A partir desta compreensão, buscou-se compreender as peculiaridades da inserção da pessoa surda nos diferentes contextos sociais e nos diferentes contextos históricos, considerando a trajetória de lutas e conquistas pelos direitos da comunidade surda no contexto social e educacional. Outro aspecto abordado foi o processo histórico da mar-ginalização das pessoas não ouvintes por serem consideradas incapazes diante da sociedade na qual a cultura ouvinte é a predominante, além de ser considerada a ideal. As principais abordagens pedagógicas do docente bilíngue no âmbito educacional do aluno surdo e os principais aspectos que diferenciam o professor bilíngue do intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Por fim, por meio de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratória e descritiva será aplicado um instrumento com questões abertas utilizando o Google Forms dire-cionado à professores com vivências no ensino de surdos com objetivo de coletar e analisar os relatos sobre a prática pedagógica adotada quando se deparam com este contexto na sala de aula, a fim de reconhecer os recursos e adaptações utilizadas e seus principais desafios. A partir deste levantamento, será realizada uma análise dos conteúdos temáticos presentes nos relatos, com o intuito de compreender o preparo dos professores bem como das escolas para o processo de educação inclusiva no que abrange a inclusão do aluno (a) surdo(a) e seu processo de aprendizagem. Espera-se com este estudo a compreensão da realidade do processo de inclusão do (a) aluno (a) surdo (a) no ensino regular, bem como os principais desafios identificados pelos docentes que vivem esta realidade.

Palavras-chave: Educação Inclusiva. Surdez. Libras. Trabalho Pedagógico.

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LER E ESCREVER: QUANDO APRENDER? A BNCC PARA A ALFABETIZAÇÃO

Lívia Ferreira Pazetti Heloisa Helena Oliveira de Azevedo

Este projeto de pesquisa, desenvolvido no âmbito de Mestrado em Educação, busca estudar o processo de aprendizagem da linguagem escrita de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental, especificamente, tendo como ferramenta de pesquisa a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que surgiu com novas compe-tências para o 1º ano do Ensino Fundamental, para ser implementada nas escolas entre o biênio de 2019 até 2020. Dessa forma, teremos como objetivo central buscar compreender o processo de ensino e aprendizagem da alfabetização para as crianças do 1º ano do Ensino Fundamental, perante a transição para a BNCC. Em relação aos nossos objetivos secundários iremos buscar: Conhecer e Identificar as produções científicas so-bre a alfabetização; Sistematizar o estudo histórico e científico sobre os diferentes métodos de alfabetização; Analisar a proposta da BNCC em relação ao processo de aprendizagem da alfabetização, para crianças do 1º ano do Ensino Fundamental. Diante do exposto, o nosso problema de pesquisa situa-se nas seguintes questões norteadoras: a proposta da BNCC para a alfabetização considera o processo de aprendizado das crianças? O que muda e o que se mantém no processo de ensino e aprendizagem da linguagem escrita? Os instrumentos de pesquisa que poderão viabilizar alcançarmos os objetivos desta pesquisa são: buscar informações empíricas que serão produzidas por meio da técnica de entrevistas semiestruturadas, realizadas com a equipe gestora da escola objeto desta pesquisa, e, por fim, análise documental da BNCC e do PPC (Projeto Político Curricular) da escola. Utilizaremos uma abordagem qualitativa de investigação, em que os integrantes da equipe gestora serão entrevistados e analisados considerando o contexto em que os mesmos estão inseridos. O campo da pesquisa será uma escola privada situada no Município de Campinas, São Paulo. Os dados coletados serão analisados de forma minuciosa e fundamentados teoricamente, buscando uma análise crítica. Sendo assim, o material empírico será analisado com base na Pedagogia Histórico-Crítica e na teoria Histórico-cultural sobre o desenvolvimento humano e, especialmente, acerca do processo de aquisição da linguagem escrita, entre outros teóricos, que compartilham dessa base teórica. Acreditamos que a relevância deste estudo situa-se em contribuir com reflexões e discussões acerca das mudanças que irão ocorrer no processo de ensino e aprendi-zagem da alfabetização para crianças do 1º ano do Ensino Fundamental com a transição para a BNCC, bem como novas discussões e estudos sobre a referida temática.

Palavras-chave: BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Alfabetização. Ensino Fundamental.

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CULTURA DIGITAL: TECNOLOGIA COMO INSTRUMENTO CONTRIBUIDOR PARA O APRENDIZADO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Lorena Junqueira Gomes Eliete Aparecida de Godoy

Vivemos em uma cultura digital cada vez mais presente em nossas vidas e nela podemos inserir também o campo educacional onde o ser humano está cada vez mais dependente de estar conectado aos aparelhos tecnológicos, assim este estudo possui como foco apresentar como as escolas públicas, em suas respectivas realidades, atuam dentro desta perspectiva cultural que nos encontramos. A temática desta pesquisa inicial-mente surgiu dos estágios curriculares ao observar como as escolas do ensino básico utilizam na prática a tecnologia e se a enxergam como um instrumento positivo e incentivador para o desenvolvimento do conhe-cimento. A escolha pela escola pública foi devido a perceber que são escolas precárias com pouco recurso na área tecnológica diferentemente de escolas particulares. Tem como questões investigadoras como a escola faz uso do conhecimento em sala de aula e como as crianças especificamente do 1° ao 5° ano acessando a internet podem ser orientadas para a aprendizagem escolar. O objetivo geral é compreender como a escola e os educadores fazem uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Os objetivos específicos compreendem: a) explicar o conceito de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e cultura digital como instrumento de acesso ao conhecimento pelas crianças; b) analisar qual o papel da internet para o aprendizado escolar; c) levantar o uso da TIC em escola pública na primeira etapa do Ensino Fundamental. A metodologia desta pesquisa possui uma abordagem qualitativa de caráter exploratória e descritiva, conta com levantamento bibliográfico de autores que investigaram a respeito do surgimento das tecnologias na vida do homem e como docentes podem conectá-la às suas práticas dos dias atuais. Logo foram utilizados os estudos de Kenski, que reconhece as tecnologias tratando-se de diversas máquinas existentes ao nosso redor e conse-quentemente ajudam o ser humano a viver mais e melhor, e Moran que apresenta de que maneira o professor como mediador pedagógico ensina seus alunos no processo ensino e aprendizagem. A pesquisa empírica será realizada em uma escola pública municipal na cidade de Jundiaí SP, tendo como sujeitos professoras, direto-ras e coordenadoras. Os instrumentos para coleta de dados será a observação nas aulas de cada professora e entrevista semiestruturada com as mesmas, entendendo como observam a utilidade da tecnologia no momento de sua atuação em sala. Espera-se que este trabalho sirva de contribuição para que os docentes ampliem a compreensão da importância da aplicabilidade da Tecnologia da Informação e Comunicação na escola, com o propósito de formar profissionais mais experientes e alunos antenados no mundo digital que nos encontramos.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação e Comunicação. Internet. Práticas docente. Ensino Fundamental I.

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EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR PARA A PERCEPÇÃO MATEMÁTICA

Lucimara Pereira da SilvaAlessandra Rodrigues de Almeida

Esta pesquisa destaca a importância dos jogos para o desenvolvimento da percepção matemática das crianças em idade pré-escolar a partir da mediação pedagógica do professor no cotidiano da Educação Infantil. O pre-sente estudo discute o jogo como estratégia pedagógica para a aprendizagem matemática e o desenvolvimento cognitivo de crianças, e sua relevância para o desenvolvimento de regras de convivência social. Tendo como objetivo discutir a importância do uso dos jogos na rotina da Educação Infantil e a mediação do professor que possibilitem a construção da percepção matemática. Objetivos específicos: analisar situações pedagógicas em que os jogos são utilizados como recurso para a construção da percepção matemática; investigar quais os per-calços dessa construção; observar como são organizados os espaços educativos para que essa percepção ocorra sem se desvincular do lúdico. O problema de pesquisa visa responder à seguinte questão: que oportunidades surgem durante o uso de jogos para a percepção matemática por meio da mediação do professor? A pesquisa é desenvolvida numa abordagem qualitativa fundamentada na teoria histórico-cultural, tendo como base central a importância dos jogos e o desenvolvimento da criança em seus momentos de atividades direcionadas na Educação Infantil. Para obtenção das informações optou-se pela técnica de entrevista semiestruturada a ser re-alizada com professores, alunos e gestores de uma escola particular no município de Campinas, pela observa-ção dos momentos de sala em diferentes situações pedagógicas e atividades das quais as crianças participam. As entrevistas serão audiogravadas e a observação das aulas serão registradas em diário de campo. Durante a pesquisa será observado se há um propósito pedagógico por parte do professor para o desenvolvimento das atividades com o uso de jogos e se existe uma rotina para que as crianças desenvolvam a percepção matemá-tica com atividades voltadas para aprendizagem sem se desvincular da ludicidade, como se dá a interação do professor junto com as crianças e com os demais colegas, observar no momento do jogo como as crianças interagem entre elas e aceitação as regras do jogo e que tipos de jogos são propostos pelo professor. É espe-rado que o resultado da pesquisa possa contribuir para a valorização da interação e mediação educativa dos professores com seus alunos e amplie o uso dos jogos no contexto educacional para o ensino-aprendizagem de matemática de forma lúdica. Acredita-se que na Educação Infantil as atividades intencionais desenvolvidas pelo professor por meio do uso dos jogos se tornam uma prática favorável para a construção da percepção matemática, com leveza sem se perder do lúdico. É esperado que o estudo desta pesquisa possa contribuir para encorajar a prática pedagógica, em especial para o ensino-aprendizagem de matemática com crianças pe-quenas, desmistificando as crenças de que a matemática é algo inato, e que por meio desse estudo o professor leitor possa refletir sobre sua práxis no contexto da Educação Infantil.

Palavras-chave: Matemática. Prática pedagógica. Jogos. Educação Infantil.

Resumo:

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JOGOS TRADICIONAIS E O DESENVOLVIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Manoela Esteves Vicentin Eliete Aparecida de Godoy

Jogos e brincadeiras tradicionais fazem parte da cultura de um povo e são transmitidos de geração a geração, sofrendo ou não mudanças em suas características. Exigem estratégias que são de suma importância para um bom desenvolvimento lógico-matemático. Por exemplo o Jogo Pega-Varetas, exige do jogador paciência, calma e habilidade, fazendo movimentos lentos de sequência, tendo em vista retirar uma vareta sem que as demais se movam. Também são necessárias estratégias para pegar as varetas de maior pontuação. Assim, a temática desta pesquisa trata do desenvolvimento lógico-matemático na Educação Infantil a partir da prática dos jogos tradicionais. O tema surgiu de uma paixão pelo lúdico no contexto da aprendizagem escolar, pelo conhecimento adquirido e gosto pela matemática aprofundado ao longo do Curso de Pedagogia, nas discipli-nas Brinquedos e Jogos na Educação Infantil, Educação, Espaço e Forma e Matemática para Pedagogia A e B. A questão norteadora busca verificar se há a utilização dos jogos e brincadeiras tradicionais no trabalho com a Matemática nas escolas de Educação Infantil selecionadas e de que maneira ocorre. O objetivo geral é discutir a importância de jogos tradicionais voltarem à escola e a importância destes para o desenvolvimento lógico-matemático na Educação Infantil. Os objetivos específicos são: discutir a importância da utilização dos jogos tradicionais nas escolas de educação infantil para o desenvolvimento lógico-matemático; discutir a importância dos campos afetivo, cognitivo e social para o desenvolvimento lógico-matemático; identificar na interação das crianças com brincadeiras e jogos, que conceitos matemáticos estão presentes; observar os espaços e tempos do lúdico na rotina e observar a relação professor-aluno durante os jogos e brincadeiras pro-postos. A metodologia é de abordagem qualitativa e descritiva e conta com levantamento bibliográfico no qual os autores selecionados discutem acerca da definição de jogos e brincadeiras, do que são jogos e brincadeiras tradicionais, dos processos de aprendizagem relativos à faixa etária pré-escolar, do desenvolvimento lógico--matemático, dos conceitos matemáticos que podem ser trabalhados com os jogos e brincadeiras tradicionais e da relação professor-aluno durante os jogos e brincadeiras tradicionais. Para coleta de dados, haverá uma observação participada, acompanhando o trabalho da pré-escola com o lúdico e se, nesse contexto se insere nas brincadeiras tradicionais. Será acompanhada a relação professor-aluno com os jogos e brincadeiras tradi-cionais e o trabalho com a Matemática na Educação Infantil. Também será realizada uma pesquisa de campo participante, na qual os sujeitos são crianças de 4 e 5 anos. Comparando-se as leituras realizadas com a pesqui-sa participante, será possível fortalecer a importância do trabalho com os jogos e brincadeiras tradicionais na pré-escola para o desenvolvimento lógico-matemático. A pesquisa possibilitará pensar e oportunizar o lúdico com um olhar mais atento às respostas das crianças diante dessas experiências. Permitirá compreender diver-sas contribuições dessa prática, seja em relação aos conteúdos trabalhados ou às relações sociais envolvidas.

Palavras-chave: Jogos Tradicionais. Ensino de Matemática. Educação Infantil. Ludicidade. Desenvolvimento Lógico Matemático.

Resumo:

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PRÁTICAS DE LETRAMENTO VISUAL COM ALUNOS SURDOS

Márcia R. N. S. Oliveira Aryane S. Nogueira

Esta pesquisa investiga como os surdos compreendem e traduzem conceitos abstratos presentes em um curta--metragem (animação) com sentido figurado. Trata-se de um estudo de caso cuja abordagem é qualitativa com um olhar etnográfico com base em Frederick Erickson e Aryane Nogueira. Tal estudo se serve de literatura teórica para compreender aspectos específicos do sistema de comunicação (Língua Brasileira de Sinais) e sua relação com a narração e compreensão dos conceitos veiculados no curta-metragem. Além disso, o trabalho investigativo está pautado em uma perspectiva sociocultural do letramento que rompe com a supremacia da escrita, razão segundo qual se sustenta a necessidade de compreender que a leitura da imagem é tão importante quanto a leitura de um texto. O caminho investigativo propõe um olhar crítico para as práticas de letramento atuais que desvalorizam o letramento visual em detrimento do ensino tradicional de alunos surdos. Acres-centa-se a isso o conceito limitante sobre surdez que define ou regula os acessos dos surdos aos conteúdos escolares. Apesar de muitas práticas de ensino visuais estarem presentes na educação escolar, não dão conta de mediar o processo de ensino e aprendizagem, porque a instituição não sabe lidar com tais recursos; assim estes são insuficientemente abordados. Essa última realidade é tão mais evidente cada vez que reconhecemos a maneira convencional da escola empregar as imagens. Comumente são relegadas a um papel secundário no que se refere ao letramento. Empregada dessa forma, não tem o mesmo valor de um recurso escrito, o que reforça a supremacia da escrita tão historicamente difundida nesses meios. Ademais, considera-se como um bem igualmente importante a modalidade oral-auditiva do português. Segundo Aryane Nogueira, há por trás dessa ação um poder simbólico que destina o usuário de diferentes recursos linguístico a ter um menor valor intelectual e moral. A pesquisa, ainda em desenvolvimento, conta com a participação de 20 surdos jovens que frequentam semanalmente um curso de português como segunda língua, expostos a uma atividade de leitura de imagens de um curta-metragem, desenvolvida em duas etapas: uma primeira etapa de leitura e narração individual do conteúdo assistido e outra etapa, coletiva, de discussão a respeito do material. Nessa segunda etapa, a atenção estará dirigida para a percepção de como os sentidos apreendidos de modo individual, confira em Clifford Geertz, podem ser alterados na medida em que são socializados com o grupo. A natureza do mate-rial visual utilizado permitirá avaliar como os surdos compreendem os conceitos abstratos e quais estratégias utilizam no discurso narrativo para explicá-los. Considerando o funcionamento linguístico da língua de sinais, é fundamentalmente relevante para a pesquisa considerar também a dimensão não manual da língua de sinais. Portanto, cabe às estratégias e procedimentos selecionados, na segunda etapa da pesquisa (coletiva), instiga-rem aos alunos a pensar e refletir criticamente sobre os conceitos veiculados pelas imagens.

Palavras-chave: letramento visual, multimodalidades, conceitos abstratos

Resumo:

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O PAPEL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DO PROTAGONISMO DO ALUNO

Maria Carolina Deschamps FerreiraEliete Aparecida de Godoy

Quando se pensa em protagonismo em sala de aula a ideia que se traz a mente é a questão do aluno tornar-se o “ator principal” de suas escolhas no ambiente escolar, seja ele dentro ou fora da sala de aula. Porém, este tema não é muito tratado no ambiente escolar como deveria ser, pois os métodos tradicionais de ensino não dão a abertura suficiente para que isto ocorra. Sendo assim, o protagonismo tem grande força e influência na institui-ção de ensino quando a gestão escolar abre espaço em seu currículo escolar para que seja incluído também, re-flexões e pensamentos, individuais e coletivos, sobre temas trazidos dentro e fora do ambiente escolar, dando a oportunidade ao aluno de se expressar. Ao tratar sobre esta temática, vale ressaltar que é de suma importância o papel do professor na realização deste protagonismo, pois é necessário que o professor dê a liberdade ao aluno, para que ele possa se expressar de alguma maneira no contexto escolar. Desse modo, vale pensar e ana-lisar o papel do professor nessa construção. Por meio do grêmio estudantil há a possibilidade de se trabalhar o protagonismo, pois através desta atividade os alunos têm a oportunidade de serem ativos em projetos e ideias, e atuarão de maneira autônoma, trazendo grandes influências para o ambiente escolar. O grêmio estudantil tem como foco trazer a integração aos alunos na instituição e traz grandes propostas e meios diferentes de traba-lhar o protagonismo através de atividades educativas com os alunos. Sendo assim, a pesquisa que está sendo desenvolvida busca compreender qual o papel do professor para a construção deste protagonismo e maior au-tonomia do aluno, tanto em sala de aula, como em todo o ambiente acadêmico. Já os objetivos específicos são: compreender o que é protagonismo; levantar qual é o papel do professor no desenvolvimento do protagonismo do aluno; e por fim, investigar em escolas de Ensino Fundamental as diferentes formas em que o professor e o aluno podem trabalhar o protagonismo em sala de aula. Assim, o percurso metodológico trará uma pesquisa de campo, sendo qualitativa e de cunho exploratório. Para a coleta de dados serão realizadas observações não participadas e entrevistas com a equipe gestora, coordenação pedagógica e professores de instituições públicas de ensino. O que se espera desta pesquisa é compreender de que diferentes maneiras o ambiente escolar pode trazer o protagonismo ao aluno, e como trabalhar este protagonismo com o aluno.

Palavras-chave: Protagonismo. Papel da Escola. Grêmio Estudantil.

Resumo:

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RELATOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE A ESTRATÉGIA DE AJUDA INTERPESSOAL

Mariana Ferreira Roggerio

A presente pesquisa de IC tem por objetivo geral investigar as concepções de alunos do ensino fundamen-tal sobre a utilização da estratégia de busca de ajuda interpessoal. A estratégia de pedir ajuda é considerada como uma estratégia metacognitiva e envolve o monitoramento da execução de tarefas escolares. O aluno, ao perceber que não compreendeu determinado conteúdo, utiliza do recurso de pedir ajuda para solucionar o problema apresentado. A compreensão dos fatores intervenientes no processo de ensino e aprendizagem é uma questão que norteia a atuação dos professores que lecionam nas séries iniciais do ensino fundamental. De um lado temos os fatores indiretos, tais como políticas educacionais, mudanças de currículo, condições sociais, o clima escolar, que podem interferir na atuação docente e no processo de aprendizagem. De outro, os fatores diretos, como a mediação que o professor faz, a forma como os alunos se envolvem nas atividades escolares, as interações professor aluno e aluno-aluno e as estratégias utilizadas pelos alunos, que também podem in-terferir no processo de aprendizagem. O professor pode propor atividades de memorização, de resolução de problemas, de exercícios e, nesse momento, toma algumas decisões didáticas tais como, dar maior ou menor possibilidade de autonomia para o aluno na resolução das tarefas. Os alunos, por outro lado, ao ter contato com a tarefa podem pensar em algumas questões: por que fazer, o que fazer, como fazer, quando e onde fazer e com quem fazer. Ao tomar algumas decisões, tanto alunos como professores, podem estar mais próximos ou mais distantes de uma aprendizagem autorregulada. Considerando a natureza do problema estudado, este trabalho se caracteriza por ser um estudo exploratório, classificado como “Ex post facto”, no qual não há por parte do pesquisador nenhuma manipulação direta de variáveis, pois o objetivo é o de conhecer uma dada realidade. Participarão 30 alunos do 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública. Serão utilizados os seguintes procedimentos: observação da sala de aula; escala de avaliação da estratégia de pedir ajuda no contexto escolar; entrevista semi-estruturada. Os dados serão tratados por meio da análise de conteúdo, se-guindo a perspectiva de Bardin, em três fases: pré-análise objetiva, exploração do material e o tratamento dos resultados. A análise do conteúdo das respostas dos entrevistados buscará depreender como estes concebem a relação entre a influência dos pares da sala de aula para a aprendizagem. Considera-se que a partir das dife-rentes respostas serão configuradas categorias específicas que anunciem com mais clareza o tema abordado. É esperado que a pesquisa se converta em artigos, trabalhos, que levem à reflexão e ação sobre a temática bem como suas implicações, não só para a aprendizagem dos alunos, mas, sobretudo, para a formação docente e práticas pedagógicas.

Palavras-chave: Autorregulação. Estratégias de aprendizagem. Ensino fundamental.

Resumo:

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CONTRIBUIÇÕES DA ATIVIDADE “DESAFIO DAS BOLINHAS” PARA A APRENDIZAGEM DO SENSO NUMÉRICO

Marina de Souza Bortolucci*Paula Cristina Chiarello

Este trabalho teve por objetivo analisar uma prática de ensino relacionada a aprendizagem do senso numé-rico, aplicada em duas turmas de 1º ano do Ensino Fundamental, em uma escola da rede pública municipal de Campinas. A proposta surgiu em discussões acerca da aquisição do senso numérico no Grupo de Estudos: Professores Matematizando nos Anos Iniciais (GEPROMAI). A partir da leitura de Graça Cebola, entendemos senso numérico como a compreensão genérica que cada um possui sobre números e operações. As crianças chegam à escola com muitas ideias sobre número, estas não podem ser ignoradas, pois o número é um con-ceito multifacetado, que envolve ideias, relações e habilidades. Segundo Van de Walle a criança desenvolve o senso numérico ao elaborar métodos flexíveis para calcular e realizar estimativas, e entendemos, que cabe ao professor oferecer situações que propiciem as reflexões necessárias. Com esses estudos, tomamos contato com diversas propostas, aplicamos algumas com as turmas e, selecionamos para este trabalho, a atividade Senso numérico 18, do livro Educação Infantil e percepção matemática ou, como passamos a chamar com as crian-ças, Desafio das Bolinha. Consiste em dividir a classe em dois grupos, mostramos às crianças três, quatro ou cinco bolinhas, ocultamos ambas as mãos com o corpo e dividimos entre elas as bolinhas como desejarmos. Em seguida, escolhemos uma criança de cada grupo para participar da rodada, mostramos as mãos fechadas, e uma das crianças deve apontar uma das mãos e dizer quantas bolinhas acha que há nela; aberta essa mão, a turma confere e a criança do outro grupo deve dizer quantas bolinhas há na outra mão. Se acertarem, marcam ponto para o grupo. As crianças escolhidas para cada rodada jogam duas vezes, para que tenham oportunida-de de dar o primeiro e o segundo palpite. Essa atividade auxilia na construção da composição numérica, ao perceber, por exemplo, as várias possiblidades para formarmos o número 5 (quando este é o total de bolinhas em jogo): 2 e 3, 4 e 1, 5 e 0. E que os números estão contidos dentro do total: o 5 contém o 4, 3, 2 e 1. Outro aspecto é a oportunidade de trabalharmos a estimativa e a plausibilidade. Nas primeiras vezes que jogaram, as crianças diziam números maiores que a quantidade total de bolinhas apresentadas a elas. Quando mostráva-mos uma das mãos, era comum a segunda criança falar que teria o total de bolinhas da rodada ou um número maior, o que, gerava debate entre a turma quando percebia o erro. Com o passar das rodadas e das discussões, as crianças foram ajustando os palpites com números plausíveis. Essas discussões revelam que a atividade se mostrou mobilizadora, e que as crianças fazem conjecturas, refletem sobre as propostas e principalmente so-bre o número. Houve envolvimento das crianças, e, apesar de parecer uma atividade simples no momento do planejamento, durante o desenvolvimento com as crianças, mostrou-se desafiadora, exigindo a elaboração de raciocínios, estabelecimento de relações numéricas, levantamento de possibilidades e realização de cálculos mentais.

Palavras-chave: Educação Matemática. Ensino Fundamental. Práticas de Ensino. Senso Numérico.

Resumo:

*Bolsista CAPES.

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DESENVOLVIMENTO SOCIOMORAL DA CRIANÇA: AS REGRAS DE CONVIVÊNCIA SOCIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Marília Teles CamposEliete Aparecida de Godoy

Este trabalho tem como objetivo conhecer as concepções dos professores referentes às regras de convivência social na Educação Infantil e o processo do desenvolvimento sociomoral da criança. A relevância da pesquisa se dá na perspectiva de contribuir com a reflexão e o melhoramento do modo em que os alunos da Educação Infantil estão sendo encaminhados para seu desenvolvimento moral, para que os professores tenham cada vez mais base e entendimento acerca do assunto, buscando a melhoria na estruturação de regras de convivência na busca de uma formação do aluno voltado à valores de bem comum. A pesquisa inicialmente apresenta o levantamento bibliográfico de estudos teóricos para maior aprofundamento sobre como as crianças entendem as regras e sua relação com o desenvolvimento sociomoral. Para tanto, esta pesquisa propõe estudar em que medida a construção das regras de convivência social com crianças da Educação Infantil favorece seu desen-volvimento sociomoral e o papel mediador do professor nesta construção. A pesquisa qualitativa é caracte-rizada como exploratória, envolvendo o levantamento bibliográfico, pesquisa de campo com a realização de entrevista com professores com experiência no problema pesquisado e análise de exemplos. Pautar-se-á na descrição de fatos que serão observados, registrados para posterior análise e interpretação. A pesquisa de cam-po será realizada em uma Escola Municipal de Educação Infantil no município de Campinas, em duas salas diferentes do Ensino Infantil. A coleta de dados irá ocorrer a partir da observação sistemática em duas salas do Ensino Infantil, com alunos de 4 a 5 anos, com foco em analisar o comportamento das crianças nas relações com o professor e seus pares; a mediação das professoras em situações de conflito; o papel mediador que o professor estará, ou não, exercendo para a construção e desenvolvimento sociomoral da criança e a forma em que as regras de convivência são trabalhadas com os alunos. Posteriormente a entrevista semiestruturada, realizada com as professoras das respectivas turmas, buscando compreender como se dá a construção das regras de convivência em uma unidade de Educação Infantil, os métodos que o profissional utiliza, a forma em que são aplicadas e também a resposta das crianças em seu desenvolvimento moral. Espera-se constatar as concepções dos professores referentes às regras de convivência social na Educação Infantil, a relação entre a mediação do professor em sala de aula para o desenvolvimento moral da criança visando sua autonomia e o papel mediador do professor na resolução de conflitos.

Palavras-chave: Desenvolvimento sociomoral. Regras de convivência social. Educação Infantil. Papel media-dor do professor.

Resumo:

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APRENDIZAGEM DO SENSO NUMÉRICO NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Marina de Souza BortolucciMaria Auxiliadora Bueno Andrade Megid

Para o desenvolvimento da pesquisa de mestrado “Práticas de ensino e a aprendizagem do senso numérico em crianças do 1º ano do Ensino Fundamental”, realizou-se um levantamento bibliográfico na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e na plataforma Periódicos da CAPES. O objetivo desse levantamento foi elencar teses, dissertações e artigos que contribuam para a pesquisa pretendida, além de au-xiliar na compreensão de como a temática da aprendizagem do senso numérico no contexto escolar tem sido abordada nas pesquisas do campo da educação brasileira. Tendo em vista o objetivo da pesquisa – analisar em uma turma de 1º ano do Ensino Fundamental, a aquisição do senso numérico pelas crianças a partir da proposta de práticas que atendam aos diferentes conhecimentos presentes na sala – e os objetivos específi-cos – pesquisar e elencar práticas que contribuam para o desenvolvimento do senso numérico, com ênfase no cálculo mental; analisar os indícios de aquisição do senso numérico nas diferentes crianças de uma turma de 1º ano, observando suas estratégias e caminhos percorridos nessa aprendizagem; verificar se existem e quais são as etapas de aquisição do senso numérico nas crianças; avaliar, a partir das práticas propostas, o avanço dos estudantes envolvidos na pesquisa – os descritores utilizados na busca nessas plataformas foram “senso numérico”, senso numérico, conceito de número natural, “criança” “número 1º ano”, ensino do conceito de número “anos iniciais”. No caso dos descritores que retornaram um número alto de pesquisas, foram utilizados filtros que restringiram a pesquisas realizadas em programas de Educação. Foi realizada a leitura dos títulos das pesquisas encontradas e caso trouxessem elementos sobre aprendizagem numérica, senso numérico, ensi-no fundamental, principalmente anos iniciais ou final da educação infantil, fez-se também a leitura dos resu-mos e possuindo uma aproximação com os objetivos da pesquisa em questão, foram selecionadas para leitura completa. Destaca-se a pouca quantidade de pesquisas encontradas, principalmente de artigos. A maioria das pesquisas encontradas eram da área da Psicologia e se debruçavam sobre casos de dificuldade de aprendiza-gem na área da matemática em estudos de casos específicos, e, como esse não é o foco de interesse, não foram consideradas para esse levantamento. Uma hipótese para esse resultado é o fato do senso numérico não ser um conteúdo específico do currículo e, portanto, até o momento, pode não ter ocupado lugar de destaque nas pesquisas brasileiras. Dentre as selecionadas, há um predomínio de pesquisas qualitativas e observou-se forte influência dos estudos de Piaget. Porém, houve uma mudança nesse cenário nas teses e dissertações defendi-das recentemente, que optaram pela fundamentação teórica na perspectiva histórico-cultural, destacando-se os estudos de Vigotski, Leontiev e Davidov. A análise das teses, dissertações e artigos levantados para a pesquisa, possibilitou um novo olhar sobre como a temática do senso numérico vem sendo abordada, e principalmente a necessidade de se aprofundar as pesquisas nesse campo, de maneira que favoreça um ensino de qualidade no campo da matemática. Palavras-chave: Educação Matemática. Formação de Professores. Sentido de Número.

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META-AVALIAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Marina Piason Breglio PontesMônica Piccione Gomes Rios

As políticas públicas em educação são determinantes na formação de uma sociedade. Na educação superior, refletem no desenvolvimento econômico do país e na carreira de seus profissionais. No Brasil, à medida em que se ampliou a oferta de cursos e instituições nesta modalidade, a avaliação se constituiu, ao longo das últi-mas décadas, em importante ferramenta de controle e regulação, com vistas a garantir a qualidade dos serviços oferecidos por instituições públicas e privadas. O sistema nacional de avaliação em vigor foi instituído em 2004 e intitulado Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), concebido sob conceitos formativos e emancipatórios. Composto por três instrumentos avaliativos, o SINAES avalia as instituições, os cursos de graduação e o desempenho dos estudantes (ENADE). Para autores consagrados no assunto, a avaliação é uma prática social orientada, sobretudo para produzir questionamentos e compreender efeitos pedagógicos, políticos, éticos, sociais e econômicos do fenômeno educativo não devendo ser uma simples medida para efeitos de comparação e discriminação. A extensão universitária se fortaleceu nas Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras ao longo das décadas como responsabilidade com a transformação social, em que a IES tem o dever de levar à sociedade seu conhecimento em um processo de troca e complementari-dade. O SINAES, até essa segunda década do século XXI, atribui destaque em seus processos avaliativos às experiências de ensino e pesquisa, relegando às atividades de extensão a segundo plano. Assim, considerando as atuais políticas públicas em avaliação da educação superior, o problema norteador desta pesquisa é: como se configura o processo de avaliação da extensão universitária no país? A pesquisa tem como objetivo geral investigar o processo de avaliação da extensão universitária, a partir da implantação do SINAES, no período de 2004 a 2019. A opção metodológica em uma abordagem qualitativa, sem desprezar os dados quantificáveis, inclui revisão da literatura especializada sobre avaliação, o SINAES e a extensão universitária, além de entre-vista semiestruturada com atores importantes no contexto dos Fóruns de Extensão Nacionais, a saber: Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX); Fó-rum Nacional de Extensão e Ação Comunitária das Universidades e IES Comunitárias (FOREXT); e Fórum de Extensão das IES Particulares (FOREXP). A análise dos dados busca identificar quais as concepções de avaliação presentes na opinião dos entrevistados e relacioná-las às ferramentas atualmente utilizadas, com a finalidade de apresentar uma proposta de metodologia avaliativa para a extensão universitária, no âmbito do SINAES, contribuindo assim para a reflexão relacionada ao papel da extensão universitária e a qualificação de suas ações, em uma metodologia que seja ampla e assertiva, considerando a diversidade das instituições de ensino superior do país.

Palavras-Chave: SINAES. Avaliação Institucional. Políticas Públicas em Educação.

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A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E O DESENVOLVIMENTO MORAL NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Mayara Gomes CostaEliete Aparecida de Godoy

Sendo este um trabalho de conclusão de curso dentro da área da educação do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da PUC - Campinas, busca-se aprofundar como as interações sociais na escola podem influenciar na constituição do sujeito e no desenvolvimento moral do aluno no período do Ensino Fundamental I. Após todos os estudos realizados desde o início do curso, o tema foi definido por ser ambientado dentro da área de atuação da pedagoga, profissional que também se caracteriza por ser uma professora polivalente, responsável por ensinar conteúdos de todas as áreas do conhecimento, com o objetivo de promover a aprendizagem aos alunos desde a Educação Infantil até os anos iniciais do Ensino Fundamental. Direta ou indiretamente, tam-bém promovendo a aprendizagem de valores sócio morais que, de uma forma ou de outra, podem impactar nos aspectos atitudinais durante esse período de vida em que as crianças passam a se constituir como sujeito histórico. A motivação para a escolha do tema é poder aprofundar os conhecimentos sobre o desenvolvimento humano definidos por Jean Piaget no que se refere aos valores morais, a partir de estudos científicos atuais. Portanto o problema principal e o objetivo geral desta pesquisa é compreender como as interações sociais na escola podem influenciar na constituição do sujeito e no desenvolvimento moral do aluno do Ensino Fun-damental - anos iniciais. Sendo os objetivos específicos: compreender como as interações sociais na escola podem influenciar na constituição do sujeito e no desenvolvimento sócio-moral do aluno; e caracterizar as práticas pedagógicas que promovem a construção sócio-moral das crianças no contexto escolar. Esta será uma pesquisa de abordagem qualitativa, sendo a primeira fase de análise bibliográfica, com estudo das concepções teóricas de “desenvolvimento moral” e a “constituição do sujeito” na primeira etapa do Ensino Fundamental. As pesquisas foram feitas utilizando o banco de dados de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No total foram encontrados 316 artigos no diretório da CAPES, po-rém, destes, apenas 5 se tornaram pertinentes a pesquisa. Além da leitura dos artigos foram também lidos os livros “O julgamento moral da criança” de Jean Piaget e “A constituição do sujeito segundo Henri Wallon” obra organizada por Mahoney. A segunda fase da pesquisa será de campo, e realizada em uma instituição de ensino público no município de Valinhos, onde serão realizadas entrevistas semiestruturadas com professores de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, seguindo a metodologia de análise de conteúdo segundo Minayo. O resultado esperado é identificar, entre os professores, a conscientização, ou não, quanto a relação entre o desenvolvimento moral do aluno e suas práticas pedagógicas, possibilitando ao aluno uma plena evolução de sua constituição enquanto sujeito.

Palavras-Chave: Constituição do sujeito. Desenvolvimento Moral. Ensino Fundamental. Práticas Pedagógi-cas.

Resumo:

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O LIVRO PARADIDÁTICO DIGITAL ACESSÍVEL NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Mércia de Oliveira PontesCláudia Rosana Kranz

Ana Cláudia Nunes Silva

A pesquisa aqui apresentada tem por objetivo analisar as contribuições de livro paradidático digital acessível (falado e bilíngue) na aprendizagem matemática. Balizou-se em: estudos teóricos referentes à Educação Inclu-siva e à Educação Matemática Inclusiva, legislação e documentos oficiais. Nesse sentido, o projeto dedicou-se à produção de livro paradidático acessível no formato de Leitura Fácil (LF) para favorecer a aprendizagem matemática de alunos/as com deficiências visual, auditiva e/ou intelectual. Foi produzido na perspectiva do Desenho Universal Pedagógico (DUP) que Design de contextos pedagógicos inclusivos, tendo em vista cur-rículo e práticas pedagógicas que sejam para e com todos/as. A relevância pedagógica do paradidático emba-sa-se na possibilidade de que seja um recurso que oportuniza uma convergência entre a Matemática e outras áreas de conhecimento, tomando como meio as práticas de leitura. Destacamos a importância da comunicação de ideias, interações, práticas discursivas, representações matemáticas, argumentações e negociação de sig-nificados que são identificadas em pesquisas como favorecedores do processo de aprendizagem matemática. Pesquisas que contribuam com o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas alicerçadas em livros paradidáticos, com vistas à qualificação dos processos de ensino e aprendizagem da Matemática, são necessá-rias. Na pesquisa em andamento iniciamos com estudos bibliográficos e, posteriormente, passamos à produção do livro acessível, a princípio com a escrita em LF da História em Quadrinhos (HQ) “Uma História de Três Lados”. Para contemplar a perspectiva do DUP, foram identificadas as situações da HQ que necessitavam de material de apoio. Assim, foram impressas figuras em alto relevo e com contraste de cores e escritas em Braille que permitissem a leitura de alunos/as cegos/as ou com baixa visão. Durante essa etapa contamos com o apoio de um funcionário do setor de produção de material acessível para alunos/as da universidade, que é cego. Sua contribuição foi fundamental para identificarmos o formato de impressão mais acessível, tanto no que diz respeito ao Braille quanto ao alto relevo, qualificando o material produzido. A pesquisa está na fase de confecção do livro nos formatos falado e bilíngue, o que está sendo realizado com o apoio do Laboratório de Tecnologias Educacionais (LTE) do Centro de Educação da UFRN. Após a finalização do material será feita a escolha de escola para a prática com o livro tendo como critérios: a existência de classes inclusivas de Ensino Fundamental com alunos cegos e/ou surdos e/ou com DI e a disponibilidade dos professores respon-sáveis pelas mesmas para se agregarem ao planejamento e à execução das atividades. O planejamento será realizado de forma colaborativa com os/as professores/as das turmas selecionadas. Em seguida, será feita a aplicação dos materiais por meio da execução do planejamento levando em consideração sua flexibilidade. As aplicações serão registradas por meio de diário de campo e, ainda, registros fotográficos, de áudio e vídeo, quando necessários. Os dados coletados serão analisados com o intuito de identificar os ajustes necessários aos materiais produzidos e, em especial, a verificação de contribuições do livro digital acessível na aprendizagem matemática dos/as alunos/as.

Palavras-chave: Educação Matemática Inclusiva. Livro Paradidático de Matemática. Desenho Universal Pe-dagógico.

Resumo:

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A INTERFACE DA LINGUAGEM MUSICAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Milena Moreira dos SantosEliete Aparecida de Godoy

O presente estudo busca compreender de que forma a música pode ser utilizada como um recurso didático, mais especificamente no processo de alfabetização. Uma das perspectivas analisadas é a possibilidade da rea-lização de um trabalho com a musicalização por professores que não são especialistas na área de arte ou mú-sica. A alfabetização é um dos principais focos dos anos iniciais do Ensino Fundamental e, cabe ao professor refletir sobre o planejamento de suas aulas para que a criança veja sentido nesse processo e sinta prazer em ler e escrever. A música pode ser compreendida como uma linguagem, e assim, ela tem forte influência sobre o processo cognitivo, afetivo e social da criança. Portanto é necessário que o professor, enquanto mediador entre o conhecimento e o seu aluno, seja cuidadoso sobre as estratégias e o repertório ao inserir a musicalização em sua prática pedagógica. Os elementos musicais, como o ritmo, a melodia e a harmonia, estão diretamente rela-cionados à aspectos humanos, e devem ser levados em conta como facilitadores para a alfabetização, como a memória, a afetividade, a atenção, entre outros. Além da possibilidade de ser utilizada como recurso didático, o uso da musicalização contribui para aprimorar a cultura musical dos alunos. Assim, surge a problemática: quais contribuições a musicalização pode oferecer para o processo de alfabetização? Busca-se responder essa questão a partir da compreensão e o aprofundamento de teóricos que estudam a influência da música no con-texto escolar, a verificação de estratégias e possibilidades de seu uso como recurso didático e a identificação do trabalho por professores não especialistas. Um dos pontos chaves desse trabalho é compreender que a inserção da música na sala de aula não cabe somente nas aulas de artes, muito menos ser desenvolvida por professores especialistas. Professores unidocentes, podem pensar em estratégias pouco utilizadas com a musicalização visando um aprendizado mais significativo e prazeroso para a criança. Foi escolhido para este estudo a abor-dagem qualitativa e a pesquisa bibliográfica de levantamento, utilizando-se como base de dados a Scientific Eletronic Library (Scielo) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com a seleção de artigos científicos produzidos e publicados com um recorte de dez anos. Até o presente momento foram produzidos o referencial teórico e o levantamento dos dados a serem analisados em busca da respos-ta para a problemática. Espera-se que com a conclusão da pesquisa seja possível ressaltar as contribuições existentes com uso da música para a aquisição da linguagem escrita, além de comprovar a possibilidade de um trabalho com a musicalização por professores unidocentes. A música, como uma ferramenta pedagógica é capaz de abrir novas possibilidades de ensino e aprendizagem, tanto para o aluno, quanto para o professor, pois ambos devem atribuir sentido à alfabetização.

Palavras-chave: Musicalização. Processo de alfabetização. Professor não especialista.

Resumo:

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O ENSINO DE LÍNGUA NACIONAL NO IMPERIAL INSTITUTO DOS SURDOS-MUDOS

Nathália Campelo Ferraz Guirao Cássia Geciauskas Sofiato

O Imperial Instituto dos Surdos-Mudos foi à primeira instituição escolar para surdos fundada no Brasil, em 1857, no Rio de Janeiro. Tal instituição foi fundada por meio da intervenção de E. Huet, surdo francês, ex-dire-tor da Instituição dos Surdos-Mudos de Bourges (França) e tinha como finalidade oferecer educação intelectu-al, moral e religiosa aos surdos de ambos os sexos. O governo imperial brasileiro apoiou a criação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, ficando a cargo do Marquês de Abrantes a sua supervisão. D. Pedro II instituiu uma Comissão Diretora para acompanhar todo o processo de fundação do Instituto, localizado inicialmente nas dependências do Colégio de M. Vassimon. Neste colégio, a Madame de Vassimon ficou responsável pela educação das meninas surdas e Huet ficou com os meninos. A criação do Instituto teve grande importância histórica, pois oportunizou notoriedade ao público surdo brasileiro e o início da história da Educação oficial de surdos em território brasileiro. Nesse sentido, esta pesquisa em andamento, tem como objetivo compreender como era o ensino de língua nacional, no caso a língua portuguesa, para os alunos surdos no período entre 1856 e 1889, tendo como base o currículo prescrito e nos métodos utilizados, tais como o ensino mútuo e in-tuitivo. Compreender tais métodos auxiliará no estudo da prática pedagógica desenvolvida pelos professores e dos possíveis materiais utilizados por eles. Nesse sentido, essa pesquisa se caracteriza como documental, com abordagem qualitativa e de natureza analítica. As fontes são compostas por documentos oficiais, tais como os relatórios dos diretores do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos e os relatórios dos Ministros e Secretários dos Negócios do Império e leis com as reformas educacionais da época. Assim, essa investigação priorizará mate-riais que ainda não receberam um tratamento analítico a respeito do tema pesquisado, possibilitando uma in-vestigação, a qual possa ser reelaborada de acordo com os objetivos desse projeto. Contudo, é imprescindível a utilização de referências bibliográficas já existentes que versam sobre a história da educação de surdos no Brasil e dos ouvintes, a fim de oportunizar uma visão panorâmica do processo histórico. Dessa forma, o estudo realizado até o presente momento possibilitou selecionar fontes referentes a trinta e três anos de história. Tais fontes passam por um processo de leitura e análise para a extração de dados relacionados ao objeto de pesqui-sa. Até o presente momento, por meio do estudo das fontes mencionadas, percebemos que havia um currículo prescrito no Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. Tal currículo abarcava a disciplina de Língua Nacional durante o período observado. Além disso, a proposta pedagógica enfatizava o ensino da língua portuguesa escrita para que os alunos surdos avançassem em sua escolaridade, além de trazer os conteúdos desenvolvidos.

Palavras-chaves: Língua Portuguesa. Surdos. Ensino. Império.

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A INVESTIGAÇÃO DO PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR NA FORMAÇÃO CIDADÃ DO ESTUDANTE

Olívia Ferreira Belentani Martins Eliete Aparecida de Godoy

O trabalho desenvolvido tem como temática o estudo e a investigação do cargo dos gestores escolares do Fundamental I em relação à responsabilidade pela formação cidadã do aluno, que consta no Projeto Polí-tico Pedagógico da instituição selecionada. Para possibilitar a realização deste processo de observação de campo, a partir da temática, pode-se problematizar, então, a questão de como a escola garante o exercício da participação cidadã aos alunos. Esta pesquisa tem o intuito de compreender como os gestores auxiliam no planejamento das aulas dos professores para que a formação cidadã do estudante seja efetivamente realizada durante a etapa do Ensino Fundamental I, sendo que a pesquisa tem o intuito de visar somente os anos finais para descobrir como os alunos compreenderam e aprenderam sobre o exercício da cidadania durante a etapa escolar, em conciliação com as disciplinas escolares. A relevância desta pesquisa é justamente compreender a importância da organização escolar com relação às práticas pedagógica dos professores para que a formação e o desenvolvimento do estudante ocorram de forma integral, tendo em vista a construção da moral, dos valores, dos direitos e deveres do indivíduo para que assim, seja possível dispor de ferramentas para que o aluno possa construir sua própria identidade. Este estudo busca refletir sobre as práticas de ensino da escola para entender a importância de englobar a formação cidadã na sala de aula e no cotidiano do indivíduo. Tem como principal objetivo compreender como a gestão promove a construção da cidadania na escola, tendo como base o Projeto Político Pedagógico, no qual se torna possível observar se a instituição tem consciência sobre a importância de possibilitar a abertura e recursos para o desenvolvimento intelectual e moral do aluno. Esta pesquisa está organizada de maneira que no início foi realizado um levantamento bibliográfico para introduzir a investiga-ção, e também foi utilizado artigos em periódicos para dar este auxílio. A metodologia é qualitativa, sendo um estudo de campo na qual será possível observar o cotidiano e o planejamento dos gestores da instituição escolar em relação às práticas cidadãs desenvolvidas no decorrer dos anos escolares do Ensino Fundamental I em parceria com os professores. Pretende-se realizar na instituição escolhida uma entrevista semiestruturada para que seja possível sanar dúvidas e encontrar possíveis resultados para a pesquisa, sendo os participantes desta etapa, os gestores da escola. Por fim, espera-se encontrar respostas para as indagações que baseia este estudo, para que seja possível por meio do recolhimento dos dados iniciais realizado nos periódicos, auxiliar na fundamentação e análise dos itens observados no estudo de campo para obter um resultado concreto para a pesquisa.

Palavras-chave: Formação da cidadania. Gestão Pedagógica. Prática de Ensino.

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A INVISIBILIDADE DO ALUNO COM DISLEXIA EM SALA DE AULA

Paola OlivettiEliete Aparecida de Godoy

A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que atinge entre 5% e 17% da população mundial com maiores in-cidências em sala de aula, conforme indica a Associação Brasileira de Dislexia. Este estudo tem como temática o processo de ensino-aprendizagem do aluno com dislexia e objetiva compreender como a dislexia reflete em sala de aula, sendo os objetivos específicos: compreender como os professores identificam ou não a dislexia no processo de ensino-aprendizagem e analisar a mediação dos professores por meio de práticas pedagógicas que atendem ao aluno com dislexia. Esta pesquisa será descritiva e exploratória de natureza qualitativa e para a coleta de dados será feita uma pesquisa de campo em uma escola na cidade de Vinhedo- SP. Serão realizadas entrevistas com quatro professoras de primeiro ano do Ensino Fundamental I, contribuindo para a obtenção de melhores resultados. A pesquisa será realizada no período da alfabetização, porque é nessa faixa etária que as características podem ser identificadas, como os erros de leitura, escrita e a falta de interesse em aprender. Algumas das características da dislexia são: dificuldade de decodificar as letras do alfabeto, omissão de letras e sílabas, baixo rendimento escolar, falta de organização espacial, dificuldade para decorar, entre outras. Mesmo com tantas características aparentemente negativas, pessoas com dislexia tendem a se destacar em outras áreas que não necessariamente envolvem leitura e escrita, como por exemplo artes, esporte e música. Não dominar a leitura e a escrita por causa de um distúrbio de aprendizagem, não faz de uma pessoa inferior ou menos capaz, pelo contrário, suas potencialidades serão descobertas, desenvolvidas e trabalhadas podendo beneficiar na compreensão das letras. Para que o trabalho de reeducação de uma criança com dislexia aconteça, é necessário que haja um diagnóstico feito por profissionais como psicopedagogos e fonoaudiólogos. É muito importante ter um diagnóstico para que os pais e professores não tirem conclusões precipitadas, rotulando ou desprezando o aluno. Após o diagnóstico, as práticas pedagógicas entrarão em ação, ou seja, cabe ao professor desenvolver atividades que façam sentido para o aluno com dislexia. Além disso, é fundamental que o aluno se sinta mo-tivado, confiante e capaz. Esta pesquisa trará contribuições de Ianhez e Nico para esclarecer as características da dislexia e quais providências devem ser tomadas após o diagnóstico; assim como Vygotsky, que abordará a importância da interação social e como isso pode colaborar para um melhor aprendizado do aluno com disle-xia. Vygotsky destaca a mediação do professor como essencial para o processo de ensino-aprendizagem, con-tando que as atitudes do professor afetarão a autoestima do aluno. Assim, espera-se que a questão problema seja esclarecida e contribua para pais, alunos e professores, e que a maneira de lidar com a dislexia seja muito mais leve e que o aluno seja compreendido e incentivado em sua aprendizagem.

Palavras-chave: Dislexia-aprendizagem. Práticas pedagógicas.

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O ENSINO DE ARTES COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA E FACILITADORA DA APRENDIZAGEM

Paula Graeff BückerEliete Aparecida de Godoy

A pesquisa trata do tema o ensino de Artes como prática pedagógica e facilitadora de aprendizagem de alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental I e tem o propósito de identificar qual a importância que os profes-sores atribuem ao ensino de Artes nesta fase de aprendizagem da criança. Desse modo, o foco da pesquisa tem a Arte como forma de melhorar o processo de ensino e aprendizagem nas escolas, a partir do conhecimento sobre o desenvolvimento expressivo da criança, da importância do trabalho pedagógico da realidade contextu-alizada e de aulas significativas. Assim, o objeto de análise será a concepção do professor visto como o princi-pal mediador dos conhecimentos, o intermediador entre a cultura e a criança, buscando a valorização da Arte como área de conhecimento. O objetivo geral da pesquisa é estudar as contribuições do ensino de Artes como facilitadora de aprendizagem de alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental I. E os objetivos específicos definidos são identificar reflexões sobre o ensino e aprendizagem de Artes e suas diferentes expressões nas es-colas e as contribuições para aprendizagem da criança, identificar como ocorre o ensino de Artes com crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental I - a parceria entre os professores na organização desse conteúdo no processo ensino aprendizagem. Para atingir os objetivos do estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica e posteriormente a pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica possibilitou alcançar mais informações e auxi-liar na construção do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo. A pesquisa de campo será realizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca do problema: qual é a importância que os professores atribuem ao ensino de Artes para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental I? Durante a pesquisa de campo será feita uma coleta de dados a partir de entrevistas áudio gravadas com professores de uma escola da rede privada do Município de Campinas, SP. A coleta de dados também consistirá na observação de fatos e fenômenos envolvendo a rotina dos alunos e sua vivência com a atividades artística. Espera-se com este estudo deixar claro a importância do professor como incentivador, estimulador para o olhar crítico da criança, o desenvolvimento do processo de criação e, ainda, a importância que o professor tenha consciência da sua responsabilidade social e possa pensar suas aulas como forma de fazer diferença na vida dos seus alunos.

Palavras-chave: Ensino. Aprendizagem. Arte. Formação Acadêmica. Práticas Docente.

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A LEITURA COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Rafaela Lira JacobeAlessandra Rodrigues de Almeida

A prática da leitura como recurso imprescindível para o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos faz parte do discurso de muitos educadores, principalmente no que diz respeito ao processo de alfabeti-zação, produção e interpretação de texto. No entanto, além de ser fundamental para a aquisição da linguagem oral e escrita, a leitura de livros infantis configura-se como uma importante aliada ao desenvolvimento de estratégias autorregulatórias por parte dos alunos. Dessa forma, ao explorar diversas temáticas e discutir sobre as histórias que são apresentadas nos livros infantis, os alunos têm a possibilidade de refletir sobre as nuances do universo literário e, consequentemente, compreender a importância do seu posicionamento diante de sua aprendizagem. Ao compreender de maneira efetiva aquilo que aprende, o aluno torna-se protagonista nesse processo e confere sentido aos diversos conhecimentos que lhe são expostos ao longo de sua trajetória escolar. Assim, os conceitos de autonomia, resolução de problemas, estratégias de ação e motivação estão interligados e requerem constante revisão. Por conseguinte, o papel da leitura na construção da autorregulação da aprendi-zagem caracteriza-se como foco desta investigação, tendo em vista que a união entre a leitura e as estratégias autorregulatórias possibilitará a compreensão dos resultados obtidos a partir da questão investigativa: em que medida a leitura contribui para o desenvolvimento da autorregulação da aprendizagem de alunos do Ensino Fundamental? A fim de compreender mais especificamente algumas propostas referentes ao processo de au-torregulação da aprendizagem, nessa pesquisa será discutido o modelo teórico PLEA (Planificação, Execução e Avaliação), relacionando-o com a prática pedagógica e com a importância da leitura em sala de aula. Para que o objetivo geral de identificar as contribuições dos livros infantis no processo de autorregulação da apren-dizagem de alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental seja alcançado, a metodologia utilizada será um estudo de caso e uma Pesquisa de Natureza Interventiva (PNI). Dessa forma, além de observar alguns aspec-tos cotidianos de uma escola da rede pública do município de Campinas/SP, com o escopo de analisar se os professores incluem os livros infantis em sua prática e de que modo os conteúdos desses livros são abordados, será realizada uma proposta de intervenção para posterior análise das estratégias de aprendizagem desenvol-vidas pelos alunos da turma observada. A partir do estudo de caso realizado na escola da rede pública, com a prerrogativa da proposta de intervenção, espera-se que haja a compreensão da importância da leitura para o desenvolvimento da autorregulação da aprendizagem dos alunos. À medida que entende a relevância de po-sicionar-se e discutir os conteúdos que lhes são apresentados, os alunos podem perceber quão enriquecedora se torna a aprendizagem quando eles estão, de fato, envolvidos nesse processo. A leitura enquanto estratégia autorregulatória, apresentada pelos professores e exploradas com afinco pelos alunos, poderá suscitar uma infindável possibilidade de novas descobertas e aprendizagens.

Palavras-chave: Autorregulação da aprendizagem. Leitura. Autonomia. Ensino Fundamental.

Resumo:

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AS DIFICULDADES E DESAFIOS PARA INSERIR A LUDICIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL

Raisa Lima de SouzaEliete Aparecida de Godoy

Este estudo compôs como objetivo geral compreender como ocorre a organização do tempo e espaço para a inserir a ludicidade no primeiro ano do ensino fundamental. O tema fundamenta-se na importância histórica de brincadeiras, brinquedos e jogos como promotores da ludicidade infantil no contexto escolar. Justifica-se pela necessidade da valorização da ludicidade nas redes escolares, bem como a inserção de atividades como: brincadeiras, brinquedos e jogos para que as crianças possam dar continuidade ao seu desenvolvimento, a criatividade, a exploração, a imaginação e o faz de conta; aspectos desenvolvidos inicialmente na educação infantil, sem perder a sua essência. Destacando a inserção de atividades lúdicas na transição da Educação In-fantil para o Ensino Fundamental, buscou-se responder à seguinte questão: Como a ludicidade é inserida no tempo e espaço escolar, no processo de transição da criança da Educação Infantil para o Ensino Fundamental? Assim, a partir da problemática levantada foram delimitados os objetivo específicos: a) compreender o papel das brincadeiras, brinquedos e jogos no ensino fundamental; b) refletir sobre a importância da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem no ensino fundamental, partindo do ponto de vista da organização pedagó-gica do espaço e tempo. A pesquisa tem uma abordagem de natureza qualitativa, portanto o ambiente natural de escola será sua fonte de dados. Do ponto de vista dos objetivos, esta pesquisa será da natureza explorató-ria, visando maior aproximação com o problema. O campo de pesquisa será contemplado na escola pública de rede estadual no município de Campinas-SP, situada no bairro Nova Aparecida, visando a observação de alguns tópicos que norteiam a pesquisa de campo. Como instrumento de coleta de dados serão realizadas entrevistas semiestruturadas audiogravadas com duas professoras no primeiro ano do ensino fundamental e a observação participativa com registro em um diário de campo. Os dados serão alinhados de forma descritiva e explorado pelo método indutivo. Espera-se que os resultados que serão alcançados por meio deste estudo possam reforçar a importância da presença da ludicidade na transição do contexto escolar da educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental, na perspectiva de compreender a dificuldade que predomina na inserção da ludicidade no cotidiano escolar no ensino fundamental e identificar se os professores participantes da pesquisa consideram as atividades lúdicas de caráter secundário no contexto de sala de aula no cotidiano do ensino fundamental nas escolas.

Palavras-chave: Ludicidade. transição Educação Infantil/Ensino Fundamental. Jogos e brincadeiras.

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: UM OLHAR PARA PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Raquel Faria Batista dos SantosAlessandra Rodrigues de Almeida

O presente trabalho refere-se à análise da prática de contação de histórias dentro da sala de aula, no processo de alfabetização dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esse tema é de grande relevância para professores alfabetizadores, pois a prática de contar histórias para as crianças em processo de aprendizagem, contribui para a formação de leitores, consequentemente dotando de significado as práticas de leitura, beneficiando o processo de alfabetização e letramento, ocasionado pelo interesse, vontade e curiosidade das crianças em ler e/ou ouvir histórias. A literatura é essencial para que a criança possa conhecer novos mundos, desenvolver e expandir seus conhecimentos. Nota-se que quando o contato com a literatura se inicia, ainda na infância, a possibilidade de essa criança se desenvolver (em diferentes áreas) é imensa, pois ela esteve submetida a dife-rentes oportunidades de aprendizagem, ampliando os olhares sobre o mundo. A utilização de livros de história em sala de aula é um meio de estimular a leitura e a escrita, produzindo nos alunos noção de um uso real desta prática, e de que o uso social da escrita e da leitura é tão importante quanto as aquisições de habilidades (codi-ficações e decodificações). Diante do exposto, esta pesquisa visa responder à seguinte questão investigativa: em que medida a prática de contação de histórias no 1º ano do Ensino Fundamental contribui para o processo de alfabetização? Nessa perspectiva estabeleceu-se como objetivo geral: compreender em que medida a prá-tica de contação de histórias pode contribuir no processo de alfabetização. Para tanto, estabeleceu-se como objetivos específicos: descrever como, quando e para qual finalidade a contação de histórias entrou na escola; identificar as contribuições da contação de história para os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e descrever como a prática de contação de histórias é trabalhada em uma unidade de Ensino Fundamental. Será desenvolvida uma pesquisa qualitativa apoiada numa pesquisa de campo. Trata-se, ainda, de uma pesquisa ex-ploratória com o objetivo de propiciar maior familiaridade do pesquisador com o problema. Os instrumentos serão realizados em um estudo de campo com um período de observação no 1º ano do Ensino Fundamental e entrevista semiestruturada com a professora da turma. Espera-se que os resultados desta pesquisa contribu-am para ampliar as discussões a respeito da contação de histórias para o processo de alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental, para que assim, as contribuições dessa prática possam ser mais presentes no ambiente escolar, principalmente nos anos iniciais referentes ao processo de alfabetização.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. Alfabetização. Contação de histórias.

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O LIVRO EMAI E SUA RELAÇÃO COM OS JOGOS MATEMÁTICOS

Renata de OliveiraAlessandra Rodrigues de Almeida

A disciplina de Matemática, por muitos anos, recebeu um tratamento de reprodução, no qual o ensino e a aprendizagem se mostravam numa vertente de educação tradicional; o professor neste cenário é colocado como o detentor do conhecimento e o aluno como mero reprodutor, com o uso de listas de operações mate-máticas baseadas em exercícios de fixação, sem contemplar ou atentar ao letramento matemático inserido no momento da aprendizagem. Atualmente, as escolas estaduais do Ensino Fundamental – anos iniciais do Estado de São Paulo utilizam como método pedagógico o EMAI (Educação Matemática nos Anos Iniciais); embora seja um instrumento para auxiliar o docente na sua prática, é essencial que o professor forneça elementos para os alunos se sentirem atraídos para aprender os conteúdos e para que o aluno seja ativo no processo de apren-dizagem. Nesse sentido, diversas pesquisas apontam as contribuições dos jogos matemáticos para os alunos do Ensino Fundamental dos anos iniciais, visto que estes, quando inseridos de forma pedagógica, apresentam uma intencionalidade, com objetivos do que se espera que o aluno aprenda. Deste modo, estabeleceu-se como problema de pesquisa: de que maneira os jogos matemáticos são propostos e valorizados como recurso peda-gógico nos livros do EMAI direcionados ao professor? O objetivo geral é analisar a presença de propostas de trabalho com jogos nos livros do EMAI como possibilidade para construção, ampliação e aprofundamento do conhecimento matemático de alunos do Ensino Fundamental. O trabalho inicia com a contextualização, tra-jetória histórica, conceitos e características de jogos e sua associação com a matemática, assim como as suas contribuições para o ensino aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental dos anos iniciais, a pesquisa se sucederá buscando compreender os aspectos cognitivos envolvidos nos jogos de matemática, os procedimentos do EMAI para os jogos visando a resolução de situações-problema e as estratégias e o uso do lúdico no ensino de Matemática. Para tal, será desenvolvida uma pesquisa qualitativa apoiada em uma pesquisa documental. Envolve uma pesquisa descritiva, por se tratar da apresentação de uma descrição de características do livro. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados da pesquisa e que serão de extrema relevância são os livros do EMAI direcionados aos professores dos anos iniciais, sendo 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental da rede estadual do Estado de São Paulo. Espera-se, com este estudo, analisar a utilização de jogos matemáticos no livro EMAI, verificando a presença de jogos e discutir a importância, a instrução, a execução e as finalidades atribuídas para cada jogo e, por fim, como que estes contribuem para o ensino aprendizagem do aluno, suas estratégias, expressão de ideias, autonomia, criatividade e as relações que o discente estabelece com o mundo.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. EMAI. Jogos matemáticos.

Resumo:

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GRUPO COLABORATIVO DE ESTUDO SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

Rosane Silvério PaulinoEliete Aparecida de Godoy

Este trabalho tem como proposta apresentar o recorte de um trabalho de conclusão de curso de licenciatura em Pedagogia em fase de construção. A investigação busca compreender como as ações de um grupo colaborativo de estudo influenciam a formação inicial e continuada de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamen-tal. O grupo de estudo em questão é o GEProMAI - Grupo de Estudos de Professores Matematizando nos Anos Iniciais. Neste grupo reúnem-se profissionais que atuam em diferentes fases da Educação Básica – professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental anos iniciais e finais - até o Ensino Superior – alunos dos cursos de Pedagogia e Matemática, alunos dos Programas de Pós-Graduação em Educação e Docentes Pesquisado-res. As ações deste grupo envolvem estudos teóricos sobre diferentes temáticas relacionadas à matemática e a elaboração de projetos a serem desenvolvidos em salas de aula com as quais os participantes atuam. O referido grupo, enquanto colaborativo possui os seguintes aspectos: voluntariedade, identidade, espontaneidade, lide-rança compartilhada, apoio e respeito mútuo. A pergunta norteadora desta pesquisa assim se configurou: quais as contribuições e potencialidades que um grupo colaborativo de estudo, relacionado ao ensino e aprendiza-gem da Matemática, pode proporcionar à formação inicial e continuada de professores? Decorrente da questão problema o objetivo geral deste trabalho é analisar a influência e as contribuições do grupo colaborativo de estudo voltado para o ensino e aprendizagem da matemática no processo de formação inicial e continuada de professores. Os objetivos específicos são: estudar e compreender a importância da formação profissional a partir de grupos colaborativos; verificar a potencialidade das ações do grupo colaborativo de estudo para a for-mação inicial e continuada e estudar a dinâmica e o conteúdo das narrativas de professores e sua contribuição para o processo de desenvolvimento profissional dentro do grupo estudado. A pesquisa possui como perspec-tiva metodológica a abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. O material de análise será constituído do diário de campo e de entrevistas semiestruturadas com pelo menos três participantes, duas professoras que já atuam no contexto da sala de aula na rede pública de ensino e uma aluna do curso de Pedagogia. O critério de seleção para escolha das duas professoras envolve dois aspectos principais: as duas professoras possuem presença em pelo menos 75% dos encontros realizados no último semestre e experiências profissionais diver-sificadas. Uma atualmente leciona na Educação Infantil, em um agrupamento misto II e III na rede municipal de Campinas e a outra exerce a função docente numa sala de 5º ano do Ensino Fundamental da mesma rede. A terceira participante é aluna do último período de graduação e possui como experiência docente os estágios curriculares supervisionados. Traremos para a discussão sobre a formação do professor, referenciais teóricos que se fundamentam em estudos sobre a formação docente crítica-reflexiva com autonomia para uma auto formação. O estudo possibilitará conhecer as características do grupo colaborativo, identificar o potencial que a participação de professores e futuros professores da Educação Básica proporciona ao processo formativo, além de identificar o significado deste processo formativo para sua profissionalidade docente.

Palavras-chave: Formação Inicial de Professores. Ensino de Matemática. Profissionalidade Docente. Grupo Colaborativo.

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DOUTORADOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA NAS UNIVERSIDADES DE CLASSE MUNDIAL

Rosemary Theodoro LeeAdolfo Ignacio Calderón

Em Março de 2019, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), publicou a portaria nº 60, e por meio da Co-ordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), substituiu a portaria anterior nº 131 de 2017, e deliberou novas diretrizes para as modalidades de mestrado e doutorado profissional (DP), com isso, as universidades estão sendo desafiadas a implantar os DPs, visto que essa modalidade já era prevista há 54 anos no parecer nº 977/65, conhecido como parecer Sucupira. Esse estudo objetiva investigar as ten-dências, em termos de concepção e funcionamento, dos doutorados profissionais da área de Educação Física (EF) ofertados pelas Universidades de Classe Mundial (UCM), tendo como referência os três principais rankings acadêmicos internacionais: Academic Ranking of World Universities (ARWU), Time Higher Edu-cation World University Ranking (THE) e Quacquarelli Symonds World University Ranking (QS) de 2019. Os doutorados profissionais serão pesquisados nas UCM, por serem consideradas instituições de elite, que tem como características principais: recursos abundantes, grande contingente internacional de corpo docente e discente, e grande produção científica. Entre os objetivos específicos estão: 1- Estudar as principais tendên-cias apresentadas pela literatura acadêmica internacional a respeito dos doutorados profissionais e sua relação com os doutorados acadêmicos, com ênfase na produção científica específica dos doutorados profissionais da área de Educação Física; 2- Pesquisar a trajetória da pós-graduação em Educação Física, no Brasil, a partir da Reforma Universitária de 1968 até a implantação dos primeiros DPs; 3-Pesquisar as tendências dos dou-torados profissionais em Educação Física nas Universidades de Classe Mundial, tomando como referência os seguintes indicadores analíticos: focos temáticos ou áreas de concentração, objetivos dos cursos, ano de cria-ção, número de vagas oferecidas, pré-requisitos de admissão, tempo de integralização, regime de dedicação dos alunos e pré-requisitos para a obtenção da titulação. Os objetivos propostos serão alcançados por meio de pesquisa bibliográfica, serão realizadas buscas em bases de pesquisa nacionais e internacionais, tendo como referência as bases de dados: Redalyc, SciELO, Educ@- FCC, e banco de periódicos da CAPES, também serão pesquisadas as páginas eletrônicas das Universidades de Classe Mundial, legislação acerca do tema, e do mesmo modo serão utilizados como material de análise, buscadores como Google Acadêmico, livros e coletâneas produzidas sobre a temática em questão. Os resultados dessa pesquisa poderão, potencialmente, contribuir em duas dimensões: 1- teórico-acadêmica: com a produção de conhecimento científico sobre a pós-graduação na modalidade de doutorados profissionais e 2- operacional no campo das políticas públicas: podendo contribuir no processo de construção do desenho dos DPs. Assim, por meio dos resultados obtidos, auxiliar gestores, professores e pós-graduandos a entender melhor essa nova proposta, e a preencher algumas lacunas acerca do tema.

Palavras-chave: Doutorado Profissional. Rankings Acadêmicos Internacionais. Educação Física. Universida-des de Classe Mundial.

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“PROCESSO FORMATIVO DO PROFISSIONAL DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR”

Sabrina Gomide MaionHeloísa Helena Oliveira de Azevedo

Este projeto de pesquisa aborda o processo formativo necessário aos docentes nas suas práticas em sala de aula. O foco será investigar nos profissionais docentes, que não possuam formação em licenciatura ou na área de educação, mas são atuantes no ensino superior, quais são as caraterísticas e necessidades para desenvolverem suas práticas pedagógicas. Nosso objetivo central é conhecer necessidades formativas do profissional bacharel para a docência no ensino superior, que vão além do domínio do conteúdo técnico. Como objetivos específicos temos a investigação do processo formativo e vivências dos professores bacharéis na atuação na docência, a verificação das práticas pedagógicas adotadas pelos profissionais e o impacto dessas práticas aos discentes e a análise do material empírico coletado relacionando com o referencial teórico. Esse trabalho se dará nos cursos tecnólogos, de curta duração, na área de negócios. Diante disso, elaboramos a seguinte pergunta de pesquisa: Quais são as características profissionais necessárias para os profissionais bacharéis atuarem como docentes no ensino superior? Para desenvolver a pesquisa, buscaremos informações empíricas que serão produzidas por meio da técnica de entrevistas semiestruturadas com professores bacharéis que atuam em uma instituição privada de ensino superior na cidade de Campinas SP. O material empírico será analisado com base em teorias críticas de educação e na teoria histórico-cultural sobre o desenvolvimento humano. A relevância desse estudo situa-se em dois pilares principais: não há número significativo de publicações (dissertações, teses e artigos acadêmicos) focadas no tema apresentado nos últimos anos e, o tema é importante também por investigar e analisar as características necessárias para a atuação no ensino superior. Em nossa experiência como docente no ensino superior temos encontrado, em muitos profissionais, forte carga de experiências técnicas e domínio completo do assunto da disciplina lecionada. Porém, há queixas contundentes de alunos sobre a ausência de outras qualidades que contribuiriam para a efetiva aprendizagem. Com essa pesquisa, busca-se levantar quais as características mais importantes para a docência e como os docentes devem desenvolver tais características para melhor desenvolvimento do trabalho pedagógico. Após a execução desse trabalho, iremos apresentar os resultados para a instituição que, voluntariamente, está participando e para os profissionais entrevistados. O objetivo é demonstrar os resultados, provocando uma autoavaliação, reflexões sobre o trabalho em sala de aula e desenvolvimento da prática docente, dando maior significado para a profissão.

Palavras-chave: Formação de Professores. Ensino Superior. Formação Profissional. Docência.

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ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DAS TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

Sarita Rojals PiquéEliete Aparecida de Godoy

Este trabalho de conclusão de curso, desenvolvido na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC), traz a temática da Educação Ambiental (EA) como tema urgente nas relações humanas com o meio ambien-te. Sabendo disso, acredita-se que a EA é um tema importante para a sustentabilidade e para a formação da sociedade moderna. Diante dos fatos sobre a degradação do meio ambiente, catástrofes ecológicas, consumo excessivo e a incorreta destinação dos nossos resíduos, fica explícito que a humanidade está por trilhar ca-minhos tortuosos e nos leva a refletir sobre a necessidade de rever a relação dos indivíduos com o meio em que habitam. A (re)educação sobre o meio ambiente, é imprescindível para a formação crítica do cidadão cosmopolita, visto que é necessário uma mudança cultural, social, política e econômica devido a exploração insustentável dos recursos naturais. Desta maneira, a consolidação dos conceitos ecológicos bem como a sustentabilidade se faz necessária como base para a construção de uma sociedade mais saudável. O término do Ensino Fundamental I, encerra um ciclo de aprendizagem voltado não só ao meio ambiente, mas que, em sua totalidade, deverá servir de alicerce para a aquisição de novos conceitos e conhecimentos, desenvolvendo integralmente o ser humano e, assim, propiciando a formação crítico-reflexiva do aluno. A questão que move esta pesquisa é sobre a análise quali-quantitativa das produções acadêmicas sobre a Educação Ambiental no ensino fundamental I durante os últimos cinco anos, para apontar as possíveis tendências já existentes sobre a temática. A fim de complementar o estudo, determinou-se como objetivos específicos, a) pautar o histórico da Educação Ambiental no âmbito internacional e nacional; b) levantar alguns conceitos e princípios sobre Educação e Educação Ambiental; c) identificar as tendências existentes sobre este tema segundo teórica su-pracitada. A presente pesquisa acadêmica contará com um levantamento bibliográfico importante, que será realizado em fonte primária, documentos oficiais como: a Constituição Federal, Leis de Diretrizes e Bases (LDB) e outras resoluções acerca da temática. No que se refere às produções científicas, a fonte de dados será o Portal Periódicos (CAPES). Sobre as etapas metodológicas, a pesquisa trará um quadro com as etapas do procedimento de busca do volume de artigos pertinentes à temática. Para a análise estatística (quantitativa) dos resultados, haverá procedimentos descritivos convencionais de análise das frequências e a elaboração de grá-ficos expositivos. Para a análise qualitativa, a partir da leitura destes dados, poderemos identificar e classificar as tendências encontradas sobre a Educação Ambiental. Sendo assim, tal pesquisa teve como finalidade anali-sar quali-quantitativamente as produções científicas selecionadas, via portal CAPES, da Educação Ambiental no Ensino Fundamental I, e assim encontrar as tendências apontadas através dos resultados.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Sustentabilidade. Tendências. Ensino Fundamental I.

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O ATO DE EDUCAR DO FILÓSOFO EDUCADOR: APRENDENDO A VIVER, DIALOGAR E MORRER

Sérgio Eduardo Fazanaro Vieira

O trabalho é um recorte temático da tese de doutoramento que discute os sentidos do ensino de filosofia presente no Ensino Médio. A tese está ancorada na linha de pesquisa políticas educacionais, em específico o ensino de Filosofia. O objetivo da investigação consistiu em investigar, na perspectiva dos estudantes, qual o sentido de filosofia que pauta o ensino no nível médio, na consideração da Lei 11.864/2008 e, sobretudo, de sua nova formulação por meio da Lei 13.415/2017, que estabeleceu parâmetros para a reformulação do ensino médio. Para isto, o problema da tese diz respeito à pergunta: que sentido(s) provoca(m) a filosofia na percep-ção de discentes de escolas do nível médio? A tese tem como hipótese que o ensino de filosofia no ensino médio assume sentido quando é produzido pelo viver dos estudantes, ou seja, o sentido do sentido em defesa parte do enfrentamento dos problemas da vida, como direcionamento da própria existência, da necessidade de se integrar e da busca solitária pela identidade interior, retoma o próprio ser interior nas contradições da vida. A razão pela qual se assume a filosofia do sentido reside na necessidade de oferecer ocasião para a vida ativa de jovens. O recorte, por ora apresentado, diz respeito aos modos em que a relação pedagógica se estabelece entre alunos e professores nesse processo. O alunado reivindica um filósofo educador que em sua constante atividade, problematiza o viver e pode possibilitar relações outras em seus modos de ensinar e em sua relação com o ensinante. Assim, entende-se a importância da sensibilidade docente para estabelecer conexões, em um aprendizado paradoxal entre o viver, o dialogar e o morrer. Essa concepção de filosofia, “do sentido” eleva o grau mais preciso no eco do vazio social e, por isto, a importância de se pensar a partir desta perspectiva um modo filosófico de viver. O método para compreender como isto ocorre, consistiu em pesquisa bibliográfica, documental e empírica. Tem-se como fundamentação teórica, a concepção de filosofia como maneira(s) de viver desenvolvida por Pierre Hadot, ao investigar a filosofia antiga e suas escolas filosóficas. Ademais, as questões que remetem ao ensino de filosofia serão tratadas a partir da interlocução entre diversos estudiosos do tema, sobretudo aqueles que tratam do ensino de filosofia pensado como problema filosófico e em diálo-go com a perspectiva de uma filosofia do sentido, aqui investigada sob maneiras de vidas, como é o caso de Walter Kohan, Alejandro Cerletti, e Silvio Gallo. O instrumento utilizado na pesquisa empírica, realizada com estudantes de escolas da cidade de Campinas, SP, foi por meio de questionário semiestruturado dividido em três momentos investigativos a partir da vida em que se vive e dos modos com que se vive.

Palavras-chave: Filosofia. Ensino de Filosofia. Docência.

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DARWINISMO E TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM

Thales Kodi NambaElvira Cristina Martins Tassoni

A mediação planejada e próxima a todos os alunos é uma possibilidade para enfrentar as dificuldades que surgem durante o processo de aprendizagem. Um instrumento adequado para subsidiar tal prática deriva de tecnologias digitais. Vídeo-aulas, mediação virtual, quando aplicadas em sala de aula, podem resultar em ins-trumentos capazes de potencializar a ação do professor, mediador real. O presente estudo teve como objetivo o levantamento e análise de artigos que relatam o uso de vídeo-aulas como instrumento didático em sala de aula. Consistiu em um trabalho qualiquantitativo, baseado em um levantamento bibliográfico de uma revisão de literatura, realizado durante o segundo semestre de 2018. Utilizou-se a SciELO como base de artigos e tra-balhos científicos. Foram selecionados seis descritores com a seguinte ordem de importância: 1) vídeo-aula, 2) sala de aula, 3) mediação, 4) tecnologia, 5) afetividade e 6) ensino-aprendizagem. O levantamento fez uso dos filtros da base: I) idioma, para português, inglês e espanhol; II) ano de publicação, no intervalo de 2008 até 2017; III) SciELO áreas temáticas, para as áreas de Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas; IV) citáveis e não-citáveis, optando pelos citáveis; V) tipos de literatura, selecionando apenas os artigos; e VI) áreas temáticas, considerando as áreas psicologia educacional e educação, psicologia educacional. Para os descritores pesquisados separadamente, “vídeo-aula” obteve-se 46 artigos; “sala de aula”, 602; “mediação”, 177; “tecnologia”, 664; “afetividade”, 47; e “ensino-aprendizagem”, 1254 artigos. Na associação de dois descritores, deu-se prioridade para a análise dos artigos encontrados pela associação de “vídeo-aula” com os outros descritores, usando como critério de inclusão o fato de ser o instrumento de conteúdo e mediação virtu-al de aprendizagem. Compondo um total de 52 artigos, distribuídos da seguinte maneira: “vídeo-aula”+“sala de aula” obteve-se 32 artigos; “vídeo-aula+mediação” e “vídeo-aula+tecnologia”, dois artigos cada; “vídeo--aula”+“afetividade” não retornou artigos; e “vídeo-aula+ensino-aprendizagem”, 16. Leituras dos títulos e resumos dos artigos foram realizadas e três deles mostraram o uso de vídeos junto aos alunos como instru-mento didático sendo, então, selecionados para leitura integral e inclusão no estudo. Na associação de três descritores decidiu-se que seriam sempre utilizados “vídeo-aula”, pelo mesmo critério de inclusão anterior, e “sala de aula”, por corresponder ao local de aplicação formal da mediação. Com um total de 15 artigos levan-tados para leitura dos títulos e resumos, sendo “vídeo-aula+sala de aula+mediação”, um artigo foi capturado; “vídeo-aula+sala de aula+tecnologia”, dois; “vídeo-aula+sala de aula+afetividade” não retornou trabalhos; e “vídeo-aula”+“sala de aula”+“ensino-aprendizagem”, 12. Nessa etapa, apenas um artigo foi selecionado para leitura integral, mas ele já havia sido capturado na fase anterior de combinação de dois descritores. Portanto, três artigos foram explorados na íntegra para a discussão da mediação e vídeo-aulas por exaltarem o auxílio na atividade do professor e na aprendizagem dos alunos. Contudo, nenhum artigo revelou o uso de vídeo-aulas tradicionais, com um professor expondo conhecimentos científicos de disciplinas escolares, em sala de aula, buscando mais acessibilidade juntos aos alunos e otimização do tempo de aula, o que revelou escassez de estudos nessa direção.

Palavras-chave: Mediação. Vídeo-aulas. Sala de aula, SciELO.

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O PROFESSOR PEDAGOGO E O MERCADO DE TRABALHO: DIFICULDADES E DESAFIOS NO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE

Thaynan de Oliveira Soares RodriguesValéria Maria Fusch Ferreira

O mercado de trabalho tem ficado cada vez mais exigente no momento da contratação de um funcionário e isso remete principalmente ao ofício de professor, em especial, em redes privadas de ensino. Tratando-se do professor pedagogo, quando formado, almeja seguir imediatamente sua carreira e colocar em prática tudo o que aprendeu enquanto discente na graduação, porém, as expectativas podem não garantir o ingresso imediato no mercado de trabalho devido a diversos fatores, sendo um deles, a falta de experiência comprovada. Sen-do assim, este trabalho tem como finalidade a investigação de tais fatores e a compreensão das dificuldades enfrentadas pelos professores licenciados em Pedagogia, recém-formados, ao procurar vagas para lecionar e serem admitidos efetivamente nas escolas de Educação Básica. Dessa forma, as reflexões apontadas aqui fazem menção sobre a trajetória acadêmica do pedagogo, enquanto aluno do curso superior, e seu ingresso na carreira docente, condicionando os principais pontos que influenciam no procedimento de admissão dos professores, tanto por meio de concursos, quanto por processos seletivos pela apresentação do currículo. Em princípio, o trabalho faz uma revisão bibliográfica a respeito da atuação do professor iniciante no âmbito da docência. Dessa forma, com base nos estudos investigativos de Marguerite Altet, Évelyne Charlier, Léopold Paquay e Philippe Perrenoud sobre as estratégias e competências para a formação docente e artigos que fa-lam a respeito da atuação do professor iniciante, foi possível identificar e refletir sobre as práticas deste no espaço educacional, especificamente em sala de aula, e acerca das competências necessárias ao ofício. Além disso, denota-se sobre uma pesquisa de campo, de abordagem quantitativa e qualitativa, realizada em uma instituição de ensino da rede privada no município de Campinas, São Paulo, cujo objetivo foi compreender as dificuldades e expectativas do professor, recém-formado, ao ingressar em sua carreira docente, na perspectiva de conhecer mais a respeito da formação inicial e trajetória profissional dos professores da Educação Infantil e do primeiro ciclo do Ensino Fundamental. O trabalho também conta com uma pesquisa realizada com dis-centes do último semestre do curso de Pedagogia referente às suas expectativas profissionais no mercado de trabalho, após a conclusão do curso. Com base na fundamentação teórica e nas pesquisas realizadas com os discentes do curso de Pedagogia e profissionais já atuantes no âmbito educacional, foi possível identificar que o ingresso do professor pedagogo recém-formado ao mercado de trabalho é um processo que exige consis-tência e organização da parte deste. Dessa forma, antes mesmo de concluir o curso, é importante que o aluno esteja vinculado a alguma instituição de ensino para que, após a conclusão, haja mais oportunidades de atuar como professor titular.

Palavras-chave: Formação. Carreira Docente. Mercado de Trabalho.

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RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA ENTRE AFETO E COGNIÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Valéria SilvaEliete Aparecida de Godoy

Esta pesquisa pretende explorar sobre a afetividade nas relações de ensino e aprendizagem segundo os estudos de Vigotski e Wallon. Pauta-se principalmente nas perspectivas Walloniana, Almeida e Mahoney que com-preendem a afetividade como a capacidade do ser humano de ser afetado por condições externas e internas em tonalidades agradáveis ou desagradáveis. A afetividade nas relações de ensino aprendizagem é um tema de grande relevância para a área da educação, pois alunos e professores estabelecem relações em que ambos se afetam mutuamente, e ter ciência dessas emoções geradas na sala de aula é importante, pois fornece in-dicadores que possibilitam uma reflexão sobre as práticas pedagógicas que os professores exercem em sala de aula. Vigotski concebe a importância do outro na produção do conhecimento, partindo desse pressuposto teórico elucidado por Vigostski, compreendemos que a sala de aula é um meio de intensas interações sociais, concomitantemente um meio propício para a apropriação do saber sistematizado, e o professor exerce um papel de mediador nesse processo de apropriação do conhecimento historicamente acumulado. O estudo tem por objetivo geral compreender como alunos são afetados em relação à mediação do conhecimento, identifi-car os significados que professor e alunos atribuem ao processo de ensino e aprendizagem, identificado uma relação de afastamento ou aproximação em relação ao conhecimento. A pesquisa segue um viés metodológico de cunho qualitativo, pois as compreensões que os sujeitos envolvidos na pesquisa, atribuem ao tema deste projeto são importantes para a composição do teor empírico do estudo. Os dados empíricos deste trabalho se constituem de um recorte da pesquisa realizada na Iniciação Científica sob orientação da professora Elvira Cristina Tassoni. A reunião dos dados que compõem esta pesquisa foi realizada por meio de observação da sala de aula de uma escola do primeiro ano do ensino fundamental, e realização de entrevistas semi-estruturadas com alunos. Antecedendo a etapa das entrevistas foram realizados desenhos em que as crianças representavam um momento em que eram ensinadas por alguém. A proposta para a análise dos dados consiste na definição de categorias provenientes de leituras sucessivas das transcrições das entrevistas. As categorias procuraram contemplar os significados e modos de afetar gerados no processo de ensino e aprendizagem indicados pela percepção das crianças. Espera-se com este estudo contribuir para a formação de professores, em que os pro-fessores ao terem ciência de como seus alunos são afetados em relação ao processo de ensino, que o mesmo possa refletir sobre o trabalho pedagógico que desenvolve em sala de aula.

Palavras-chave: Afetividade. Ensino e aprendizagem. Práticas Pedagógicas.

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SIGNIFICADOS DO SINAL DE IGUALDADE: COMPREENSÕES DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA

Vanessa de Oliveira

Este texto apresenta aspectos relevantes de um curso de formação continuada oferecida a professores dos anos inicias do Ensino Fundamental de uma cidade do interior paulista. O mesmo faz parte de uma pesquisa de doutorado, em desenvolvimento, em Educação Matemática com o objetivo de conhecer os modos de pensar algebricamente desse professor que ensina matemática. O debate sobre o aprender e ensinar matemática tem permeado o cenário educacional nacional e internacional. Essas discussões podem ter diferentes enfoques: ora a formação docente, ora avaliação, ora currículo, entre outros. Nosso olhar se volta para uma área da ma-temática escolar: o ensino de álgebra nos primeiros anos de escolarização. Para isso buscamos, na literatura, modos de compreender a álgebra e o pensamento algébrico. As leituras realizadas até o momento apontam que o pensamento algébrico, como todo pensar matemático, é uma construção histórica que se dá na temporalidade da experiência vivida. Logo, no contexto do ensino de matemática, envolve os modos pelos quais o professor compreende esse modo de pensar, o que subsidia sua prática ou define os modos pelos quais ele trata o tema em suas aulas. Nesse sentido, entende-se que considerar a presença de temas relativos à álgebra nas aulas de matemática dos anos iniciais é relevante à Educação Matemática, pois permite expor como o modo de o professor compreender a álgebra influencia os modos pelos quais ele ensina seus conteúdos. As leituras ini-ciais indicam que há diferentes correntes filosóficas sobre a temática. Em nossa investigação, qualitativa e na abordagem fenomenológica, nos voltamos para os autores da História e Filosofia da Matemática e Educação Matemática. Desse modo, compreendemos a álgebra como modos de lidar com os objetos matemáticos, consi-derando suas estruturas e possibilidades de relações entre elas. Dessa forma, o solo no qual se dará a produção de dados para a pesquisa considera a vivência com o professor dos anos iniciais viabilizando oportunidades de ele expor seu modo de compreender a álgebra e seu ensino. Considerando essas características, propomos um curso de extensão a professores dos anos iniciais intitulado: “Qual o X da questão? Pensamento Algébrico nos Anos Iniciais”. A intenção é proporcionar um espaço de diálogo entre a pesquisadora e professores, de modo que, a partir de atividade de contexto algébrico, seus modos de pensar possam ser discutidos. Um dos encontros teve como temática o significado do sinal de igualdade. Apresentamos aos professores diferentes situações e pedimos que os mesmos as representassem usando o sinal de igualdade. Após as discussões nos grupos, abrimos o diálogo com todos os participantes. As situações propostas envolviam três significados do sinal de igualdade: operacional (indica uma operação a ser realizada), equivalência (indica a equivalência en-tre números e expressões) e relacional (apresenta uma relação funcional entre os dados). O debate sobre esses significados levantou várias situações da sala de aula, possibilitando que o pensar algébrico desse professor se revelasse no desenvolvimento e discussão das atividades.

Palavras-Chave: Formação de Professores. Práticas Pedagógicas. Anos Iniciais.

Resumo:

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A CONCESSÃO E MANUTENÇÃO DO PROUNI NAS VISÕES DE BOLSISTAS E GESTORES

Víctor Marques VarolloAndré Pires

O Programa Universidade Para Todos – ProUni, é uma política pública federal, criada em 2004 e imple-mentada em 2005, cujo foco é a ampliação do acesso ao ensino superior, através do fornecimento de bolsas parciais (50%) e integrais (100%) para estudantes que atendem certos requisitos econômicos (possuir uma renda percapta de até 1 salário mínimo para obtenção da bolsa integral, e até 3 salários mínimos para obtenção da bolsa parcial) e sociais (ter concluído o ensino médio na rede pública de educação, ou na rede privada na condição de bolsista). Além disso, para pleitear a vaga, exige-se que o aluno possua uma média mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio, e não obtenha nota zero na redação. Tendo cumprido essas exigências, o aluno pode concorrer, através do SiSU, a bolsas parciais ou integrais nas mais diversas institui-ções de ensino superior privado, lucrativo ou não. Caso seja aprovado no processo, no momento da inscrição é necessário que o aluno entregue uma série de documentos que comprovem sua situação socioeconômica. Tal documentação é entregue na própria instituição de ensino, onde é averiguada pelos gestores responsáveis. Durante a sua graduação, para a manutenção da bolsa, exige-se que o aluno possua um desempenho acadê-mico de aprovação em 75% das disciplinas cursadas no semestre, além da não mudança substancial das suas condições econômicas. A verificação do cumprimento ou não dessas exigências também é realizada pelos gestores do programa presentes nas instituições de ensino. Dito isso, esse projeto de pesquisa tem por objetivo compreender a visão dos beneficiários e gestores do programa sobre essas exigências. Para isso, serão reali-zadas entrevistas semiestruturadas com oito ProUnistas e dois gestores de uma universidade privada sem fins lucrativos localizada no interior do Estado de São Paulo. As entrevistas serão gravadas e transcritas. Espera-se que através dessas entrevistas possa-se entender a forma como alunos e gestores lidam com as exigências e como essas exigências interferem em suas relações acadêmicas e interpessoais. A hipótese é a de que a visão dos bolsistas sobre as exigências do programa ao mesmo tempo que possuem um caráter burocrático, também cumpre um papel legitimador do recebimento da bolsa, pelo desenho do programa possuir um caráter merito-crático. Já a hipótese sobre a visão dos gestores do programa, é de que as exigências cumprem um papel mais formal e institucional, tendo um papel de evitar o recebimento do benefício por pessoas que não se enquadram no desenho do programa.

Palavras-chave: Políticas Públicas. Inclusão. Ensino Superior.

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A LITERATURA INFANTIL NA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Viviane Feitoza da SilvaAlessandra Rodrigues de Almeida

A presente pesquisa analisa o papel desempenhado pela literatura infantil por meio do trabalho didático de-senvolvido pelo professor na Educação Infantil, enfatizando sua importância e contribuições na construção da aprendizagem da criança. Compreende-se que o incentivo à leitura é importante desde o início da Educação Básica, considerando o processo de letramento e até mesmo de alfabetização, pois o contato com os livros nesse ambiente possibilita ampliar o contexto e as possibilidades de novas aprendizagens. Aborda também o uso da leitura, incluindo a leitura literária, proporcionando o desenvolvimento não apenas de habilidades cognitivas, mas também da capacidade de explorar a imaginação, a criatividade e o repertório das crianças, mostrando que a leitura é uma atividade enriquecedora. Dessa forma, esse contexto exige o uso contínuo da linguagem e de livros, uma vez que é onde se forma um pré leitor. A leitura faz parte da escola e da vida das crianças por muitos anos; ajuda no desenvolvimento humano, levando a criança a imaginar, explorar e descobrir como diferenciar o mundo real do mundo da fantasia. Considerando essa temática, a presente pes-quisa visa responder à seguinte questão investigativa: que práticas pedagógicas são desenvolvidas por uma professora a partir da utilização de livros de literatura infantil na rotina de uma turma de crianças de 4 anos que podem contribuir para a inserção destes no mundo letrado? Tem por objetivo geral identificar e descrever as práticas pedagógicas desenvolvidas por uma professora, a partir da utilização de livros de literatura infantil que favoreçam a inserção das crianças no mundo letrado, descrevendo a maneira como esses livros estão inse-ridos na rotina de uma turma de crianças de 4 anos. De abordagem qualitativa, a pesquisa possui como instru-mentos de coleta de dados entrevistas semiestruturadas com professoras em uma escola privada de Educação Infantil do interior de São Paulo, com o intuito de identificar suas compreensões a respeito da temática. Por meio da entrevista pretende-se ainda conhecer como trabalham a literatura infantil com as crianças e como a valorizam no contexto em que estão inseridas. A pesquisa de campo contemplará ainda um período de obser-vação de uma sala de aula e as informações sobre as práticas que envolvem literatura infantil serão registradas no diário de campo da pesquisadora. Como resultados espera-se que este estudo possa ampliar as discussões sobre a importância da literatura infantil no início da escolarização, bem como gerar conhecimentos acerca da amplitude de se trabalhar a literatura infantil de maneira lúdica e criativa.

Palavras-chave: Literatura Infantil. Educação Infantil. Leitura. Práticas de Leitura.

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DESEMPENHO DE ALUNOS PROUNISTAS E NÃO PROUNISTAS DO CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Yuri TsukamotoAndré Pires

Tendo em vista a importância do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e sua contribuição significativa para que pessoas de baixa renda pudessem ter acesso à universidade, os indivíduos que pleiteiam o processo seletivo de bolsa e alcançam este objetivo possuem trajetórias individuais árduas e traçam estratégias trabalho-sas para que consigam se manter no período de graduação, diferentemente dos indivíduos oriundos das classes altas que, de forma geral, encaram a passagem do ensino médio para o ensino superior de maneira natural. Deste modo, alunos bolsistas e não bolsistas passam a conviver no mesmo espaço físico, diante das mesmas normas institucionais, perante as mesmas regras de avaliação da universidade e a convivência entre um grupo que possui a bolsa para o grupo de alunos não bolsista pode evidenciar diferenças em relação à localidade de origem, de escolaridade, de classe social, de repertório cultural, entre outros, sobretudo, quando se considera instituições do segmento privado não lucrativo que contam com um contingente mais elevado de alunos pro-venientes das classes médias e altas. O objetivo geral do plano de trabalho é analisar o rendimento acadêmico de estudantes do curso de Ciências Sociais da PUC-Campinas, ingressantes entre 2012 e 2015, e comparar o desempenho desses estudantes considerando o grupo de alunos beneficiários do ProUni e o grupo de não be-neficiários do ProUni. De maneira específica, visa analisar as médias das notas das disciplinas cursadas destes dois grupos ao longo de toda trajetória da graduação para verificar se há diferenças em termos de reprovações de disciplinas e de desistência do curso considerando os grupos mencionados e verificar se há disciplinas nas quais estes grupos têm maior facilidade ou maior dificuldade, considerando as médias das notas das discipli-nas cursadas. Para a realização da pesquisa, serão analisados os informativos acadêmicos disponibilizados pela Direção da Faculdade de Ciências Sociais de 154 estudantes que ingressaram no curso neste período para que seja feito o acompanhamento do rendimento destes alunos. De acordo com os objetivos gerais, o proce-dimento que será utilizado neste Plano consiste em analisar as informações contidas nos informativos acadê-micos considerando as médias aritméticas das notas das disciplinas cursadas e as disciplinas em que constam reprovação. Espera-se contribuir para melhor compreensão sobre aspectos positivos e negativos relacionados a essa política pública, assim como melhor compreensão sobre o rendimento dos alunos prounistas e não prou-nistas do Curso de Ciências Sociais, ao identificar facilidades e obstáculos em relação às disciplinas cursadas durante os quatro anos de graduação.

Palavras-chave: Prouni. Ensino Superior. Ciências Sociais.

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DIFICULDADES OU DEFASAGEM DE APRENDIZADO: AS SINGULARIDADES DOS ALUNOS E DO ENSINO

Zilda Maria Franco da CruzEliete Aparecida de Godoy

O tema da pesquisa é a defasagem de aprendizagem e as singularidades dos alunos no processo de ensino e aprendizagem. Consiste na análise da questão da defasagem de aprendizagem sob o ponto de vista do binômio ensino e aprendizagem, dentro de uma ótica interativa, envolvendo professor e aluno, contexto sócio cultural e objeto do conhecimento. O objetivo principal é compreender o processo de ensino, com alunos que apre-sentam, em diferentes momentos da trajetória escolar, a defasagem de aprendizagem, em salas de aula do En-sino Fundamental, anos iniciais, Alfabetização. Os objetivos específicos são: desenvolver referencial teórico sobre a defasagem de aprendizagem e ensino; entender como são organizadas na escola os grupos de alunos que apresentem defasagem de aprendizagem, quais critérios, qual avaliação é feita dos alunos e, finalmente, acompanhar as turmas, o trabalho de mediação realizado pelos professores, as atividades, recursos pedagó-gicos e estratégias utilizadas. A pesquisa é de natureza exploratória, com abordagem qualitativa. A coleta de dados será efetuada através da técnica da observação participativa e os registros serão efetuados em caderno de campo. Os participantes da pesquisa serão os professores, alunos e Coordenador Pedagógico. O trabalho consiste no acompanhamento de turmas do reforço escolar e observação do trabalho de mediação realizado pelos professores, analisando quais atividades e estratégias são utilizadas no processo de ensino dos alunos que apresentem defasagem de aprendizagem. Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com Coordenador Pedagógico e professores, para buscar entender como são organizados os grupos de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, quais critérios e qual avaliação é feita desses alunos, o que poderá complemen-tar a análise posterior dos registros de observação da realidade. O campo de estudo será uma escola pública municipal, na periferia da cidade de Campinas, que atenda em tempo integral. A escolha do campo se deu pela possibilidade de ampliação das oportunidades de observação haja vista a realização de reforço escolar no contraturno e também pelo público alvo estar em estrato social que tem uma vinculação mais próxima com o problema da pesquisa. A estruturação cronológica da análise dos dados abrangerá as seguintes fases: pré aná-lise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação. O trabalho está em andamento e até o presente momento já foram realizados a revisão bibliográfica e delineamento do percurso metodoló-gico. Busca-se com o trabalho compreender o processo de ensino com alunos que apresentem, em diferentes momentos da trajetória escolar, defasagem de aprendizagem e, desta forma, romper com a culpabilização do aluno pelo fracasso escolar, sem levar em conta o processo escolar e contexto social e as práticas pedagógicas em que está ocorrendo o processo ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem. Defasagem de Aprendizagem. Prática Pedagógica. Fracasso Escolar.

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PALAVRA DEPROFESSOR(A)

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O PROJETO ALIMENTAÇÃO E A ESTOCÁSTICA

Adriana Franco de Camargo Augusto

Pretendo nesse texto apresentar uma experiência que desenvolvi nas aulas de matemática que leciono para um 6º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal. Elaborei esse projeto com o objetivo de discutir com os alunos sobre alimentação saudável e conjuntamente desenvolver atividades voltadas ao desen-volvimento do raciocínio estocástico. De acordo com os estudos realizados, depreendo que uma das formas de contribuir para o desenvolvimento do raciocínio estocástico é a realização de um conjunto de atividades que inter-relacionam os raciocínios combinatórios, probabilísticos e estatísticos. Com foco no raciocínio esta-tístico desenvolvi uma pesquisa com os alunos sobre o que comem no jantar. Após responderem a questão de pesquisa, tabularam os dados, construíram gráficos no Excel e expuseram os resultados por meio de cartazes. Com vista em aprimorar o raciocínio probabilístico elaborei um jogo intitulado “Comprando o jantar”. A trilha do jogo apresentava 18 casas brancas, 12 casas verdes e 6 casas vermelhas, totalizando 36 casas. A partir disso calculamos a probabilidade de se cair nas casas verdes, vermelhas e brancas. O sistema monetário também foi trabalhado nesse jogo, uma vez que os alunos deveriam realizar compras indicadas nas casas coloridas realizando pagamentos e cálculo dos trocos. Com foco no raciocínio combinatório realizamos atividades de composição de pratos para o jantar, com o auxílio de materiais manipuláveis como pratinhos descartáveis e figuras de saladas e carnes. A folha de registro utilizada no jogo, em que os alunos anotaram os alimentos que compraram entre carnes e saladas foi bastante útil para essa última proposta. Peguei o cartão de um aluno que havia comprado duas saladas e três carnes e solicitei que todos organizassem as possíveis combinações para um prato de jantar. Em seguida peguei o cartão de outro aluno que tinha comprado três carnes e três saladas e novamente todos encontraram o total de possibilidades. Fizemos isso com todos os cartões, excluindo os repetidos. Percebi que os alunos se envolveram muito no projeto, adoraram realizar as atividades propostas, principalmente o jogo de trilha e demonstraram entendimento em relação aos conceitos envolvidos. Outras intencionalidades que permearam o trabalho e que ao final acredito ter contemplado foram: proporcionar aos alunos atividades lúdicas e prazerosas; dar espaço para que os alunos pudessem trabalhar em grupo, discutindo suas ideias, sendo protagonistas do seu trabalho e desenvolver um assunto importante para a saúde dos alunos que extrapolasse a sala de aula. Penso que esse trabalho poderia ser desenvolvido articulado com disciplinas.

Palavras-chave: Estocástica. Ensino Fundamental. Aulas de Matemática.

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PROJETO COMER BEM FAZ BEM: NARRATIVAS, JOGOS E APRENDER A SER SAUDÁVEL

Angélica ArrudaCleidilene Ramos Magalhães

A obesidade infanto-juvenil é um problema de saúde pública e constitui-se em uma das mais graves e difíceis epidemias a serem combatidas, colocando crianças e jovens em risco em relação à sua saúde e ao seu desen-volvimento pleno, em função da má alimentação. Com base no questionamento sobre como fazer com que crianças e jovens comam de forma mais saudável e consciente é que este estudo objetiva aproximar educandos do 5º ano da Educação Básica de uma aprendizagem autorregulada e crítica em relação à sua alimentação e aos cuidados com a sua saúde. O presente trabalho trata-se de um relato de experiência docente na aplicação de um Programa de Autorregulação em Saúde no contexto escolar. A base teórica utilizada são os estudos da teoria social cognitiva, com aporte do Guia Alimentar para a População Brasileira, que é documento oficial que relaciona alimentação e saúde, alinhando ações para uma educação alimentar e nutricional desde a infân-cia. Os participantes são uma docente e 49 alunos de duas turmas de 5º ano, na faixa 10 a 12 anos de idade, de uma escola pública do sul do Brasil. A proposta tem como Slogan “Comer bem faz bem” e foi desenvol-vida em três etapas, contando com a construção colaborativa dos educandos nas seguintes atividades: jogos digitais e convencionais (de tabuleiro, quis, entre outros); narrativas (a partir de livros, cordéis, entre outros) que dialogam com a temática alimentação e o novo Guia Alimentar para a população brasileira; descoberta e elaboração de receitas e dicas alimentares para crianças e jovens (construídas a partir de pesquisas de cam-po, com familiares, e bibliográficas em textos e referenciais científicos buscados pelos alunos); e por fim, a produção de mídias (vídeos) sobre alimentação saudável como forma de síntese, avaliação e divulgação do conhecimento construído. Com as ações práticas de estudo, experimentação e pesquisa foi possível observar a construção de novas relações com o alimento e com a saúde: os alunos tomaram consciência sobre o seu papel na construção da cultura alimentar e de melhores hábitos de vida para si, sua família e sua comunidade. As ati-vidades estimularam a autonomia alimentar e as boas escolhas, tornando os alunos protagonistas em seu meio, na escola, na família e na comunidade onde vivem. A vivência da iniciação científica na aplicação do projeto, favoreceu o interesse pela pesquisa e se tornou um instrumento de divulgação das descobertas realizadas de forma contemporânea e de fácil acesso para multiplicação das descobertas, conhecimentos e práticas sobre a alimentação e o autocuidado em saúde na sua comunidade. É imperativo pensarmos estratégias de promoção de saúde que possam prevenir e dirimir agravos de saúde, de modo a reduzir gastos com políticas públicas nesta área. Ainda, potencializarmos a escola como espaço promotor de saúde e lócus primordial para a abor-dagem da educação e da promoção em saúde. Conhecer o que se come, fazer escolhas, ser consciente de que aquilo que comemos nos compõe fará com que crianças e jovens possam ser sujeitos de mudanças importantes em suas vidas e na comunidade.

Palavras-Chave: Promoção de Saúde. Autorregulação em Saúde. Iniciação Científica na Educação Básica.

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UM RELATO SOBRE UM JOGO DE CARTAS COM POTÊNCIAS E RAÍZES

Alex Martimiano Coelho Junior Julia Ambrogi Hardman, Antonio Carlos de Souza

O presente texto descreve uma atividade realizada com uma turma do 9º ano do ensino fundamental, de uma escola estadual situada na cidade de Guaratinguetá-SP. Através da participação nas aulas de Matemática pe-los bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), percebeu-se que grande parte dos alunos dessa turma apresentava dificuldades nos conteúdos de radiciação e potenciação. Nessa situ-ação, os bolsistas do PIBID desenvolveram e aplicaram um jogo de cartas, com o objetivo de complementar o ensino referente aos conteúdos descritos acima. As regras e a dinâmica do jogo baseiam-se no Jogo Uno, porém com algumas alterações. O baralho de cartas é composto por quatro cores (rosa, verde, laranja e lilás); números de 0 a 9 (representados por raízes e potências), por exemplo: o número 9 é representado por uma potência de base 3 e expoente 2; e finalmente cartas com ações especiais, cada qual com funções específicas, sendo possível alternar a cor da rodada ou até mesmo provocar a “compra” de uma ou mais cartas a um jo-gador. Foram concedidas duas aulas pela professora da turma para que a atividade fosse realizada; a princípio a turma foi dividida em grupos de cinco pessoas e cada grupo recebeu um baralho; a distribuição foi feita por um aluno do grupo que entregou sete cartas para cada integrante e, em seguida, virou uma no centro da mesa para iniciar a partida. Como na versão original do jogo, a rodada começou com o aluno que estava à direita de quem distribuiu, obedecendo a sequência no sentido horário. Para realizar o descarte, os alunos deveriam fazer combinações por cores ou valores numéricos, equivalentes ao da carta virada no centro da mesa; por exemplo: raiz quadrada de 16 é 4 e 2 elevado ao quadrado é 4, neste caso como o valor numérico é igual, o descarte poderia ser realizado; caso não fosse possível fazer combinações o aluno poderia fazer uma “com-pra” no baralho para tentar descartar; se ainda não houvesse possibilidade, o mesmo perdia a vez. Durante a execução da atividade percebeu-se que alguns alunos optavam por combinar somente as cores. Com objetivo de indagá-los sobre isso, houve um questionamento dos bolsistas aos alunos, que alegaram ser mais fácil do que as representações numéricas. Todavia, com o decorrer do jogo, as possibilidades de arranjo com as cores iam se esgotando e dessa maneira para prosseguir, era fundamental o uso de expressões numéricas. Os resul-tados foram positivos, uma vez que a professora de Matemática da turma relatou sobre a melhora referente ao desempenho dos alunos nas avaliações, bem como uma melhor compreensão em conteúdos posteriores que necessitam de conhecimentos sobre radiação e potenciação. Além disso, por ser uma atividade prática, um pouco diferente das aulas a que os alunos estão acostumados, houve um interesse maior por parte da turma e, ainda que muitos alunos vissem o que foi realizado apenas como um jogo, todos precisaram se valer de conhe-cimentos matemáticos para jogar.

Palavras-chave: Jogo. Potenciação. Radiciação.

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O BINGO DA TABUADA COMO MÉTODO PARA PRATICAR OPERAÇÕES DE MULTIPLICAÇÃO

Amanda Cristine Fernandes de Oliveira José Ricardo de Rezende Zeni

Neste trabalho apresentamos uma atividade feita com um jogo matemático que foi realizado na Escola Estadu-al Clotilde Ayello Rocha, parceira do PIBID da UNESP Guaratinguetá. Foi trabalhado o jogo Bingo da Tabu-ada onde se buscou investigar o conhecimento dos estudantes do 8° ano da rede pública. O Bingo da Tabuada é um jogo semelhante ao bingo tradicional, entretanto, a diferença principal é que no sorteio das peças não é dito um número, mas sim um produto, como por exemplo, 7x6 (sete vezes seis), 5x11 (cinco vezes onze), 3x15 (três vezes quinzes), entre outros. Os alunos mostravam dificuldades em operações de multiplicações durante as aulas de Matemática, na maioria das vezes era necessário consultar a tabuada para resolver uma operação. Após uma conversa com a professora da turma, julgamos interessante levar um jogo que teria como objetivo fazer com que os alunos praticassem a tabuada de maneira mais leve, sem a pressão de uma avaliação ou mesmo uma chamada oral. O Bingo da Tabuada foi um jogo que envolveu toda a sala. Para jogar os alunos se sentaram em duplas. A atividade foi desenvolvida por dois bolsistas do PIBID e sua realização se deu da seguinte maneira: um bolsista sorteava as peças e marcava as multiplicações no quadro para os alunos não terem dúvidas do produto sorteado, enquanto o outro bolsista circulava pela sala para auxiliar os estudantes nas suas dúvidas. Durante o sorteio das peças os alunos anotavam o produto sorteado, calculavam o valor e marcavam na cartela do bingo a resposta, ganhava a dupla que completasse a cartela primeiro. Foi solicitado que cada operação fosse registrada em uma folha para que no final do jogo pudesse ser recolhida para análise dos erros cometidos, bem como os métodos utilizados pelos alunos para conseguirem calcular o produto sorte-ado. Após a análise, foi proposta uma avaliação diagnóstica para verificar se a prática facilitou, para os alunos, o desenvolvimento de habilidades para a resolução dos cálculos. Essa avaliação, realizada individualmente, era composta de seis operações com níveis de multiplicação diferentes, iniciando por operações simples como a tabuada até com números de quatro dígitos. A partir de cada avaliação foi possível fazer um levantamento sobre as dificuldades dos alunos e verificar os erros mais comuns. As atividades realizadas apresentaram re-torno positivo, uma vez que na turma, os alunos estiveram muito empenhados em participar do jogo. Para os bolsistas foi uma ótima oportunidade de vivenciar diferentes situações que permitem uma melhor aproxima-ção entre professor e aluno.

Palavras-chave: Jogo. Bingo. Operações.

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SEXUALIDADE NA INFÂNCIA: UMA CARTILHA PARA EDUCADORES DE CRECHE

Ana Flávia RosadoGladsknight Sampaio

Juliana LuminattiThais Lene

A sexualidade é parte indissociável dos seres humanos, assim como sua descoberta e desenvolvimento. A mesma se caracteriza como um processo fisiológico e natural, mas também cultural. O corpo da criança é considerado a matriz de sua sexualidade, visto que é por intermédio dele que a mesma sente e compreende o mundo. Desse modo, ela procura entender coisas sobre o seu corpo, sua identidade, seu papel, o que é per-mitido ou desaconselhável na sociedade em que vive. Sendo assim, ela começa a encontrar meios e formas de sanar suas dúvidas, podendo ser por meio de fontes seguras ou não, ou até mesmo por meio de colegas da mesma idade. Compreende-se que as manifestações sexuais são importantes para o desenvolvimento geral da criança, o que reforça a preocupação com relação à forma como o tema é percebido e como é abordado com a criança em seu dia a dia, em especial na educação infantil. Tais manifestações acontecem, em grande parte, nas brincadeiras e momentos de descontração da criança, nos diversos contextos nos quais ela se insere. Logo, torna-se necessário discutir esse assunto dentro da escola, visto que a mesma tem como objetivo formar cida-dãos críticos e coerentes em relação às questões do ser e da sociedade. Sabe-se que uma criança que recebe orientação sexual apresenta maior possibilidade de assimilação de conceitos relacionados à responsabilidade pelo autocuidado, saúde e bem-estar. Por meio do educador, que muitas vezes é o espelho e inspiração para os alunos, analisa-se a real problemática da temática em questão, formando novos olhares e deixando de lado antigos estereótipos, minimizando então o preconceito no que diz respeito ao tema e aumentando sua acei-tação nas creches. Espera-se que a Educação Infantil possa proporcionar um espaço para que as crianças se expressem quanto a dúvidas e curiosidades que tenham sobre diversos assuntos envolvidos na sexualidade, os quais precisam ser abordados como quaisquer outros fatos de sua vida. A experiência de estágio permitiu observar uma dificuldade quanto a forma de abordar tal questão, por parte dos educadores na Educação In-fantil. Sendo assim, propõe-se a elaboração de uma cartilha explicativa, direcionada a educadores, que aborde assuntos como: conscientização do próprio corpo e dos diferentes tipos de toque; elaboração da sexualidade e suas manifestações; assim como possíveis indicações de mídias e obras que tratem da questão. Através deste material, objetiva-se orientar esses educadores, primeiramente quanto a necessidade de abordar a temática, e também quanto às formas de se fazê-lo.

Palavras-chave: Sexualidade Infantil. Educação Infantil. Orientação. Educadores.

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DESENVOLVIMENTO E AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Flávia RosadoGladsknight Sampaio

Juliana LuminattiMônica Gobitta

O presente projeto foi desenvolvido por estagiárias do 9º semestre do curso de Psicologia. Trata-se de um trabalho destinado a um grupo de 28 crianças, do gênero feminino e masculino, com idades entre 5 e 6 anos, matriculadas na instituição de Educação Infantil Menino Jesus de Praga. O objetivo do projeto foi planejar, desenvolver e avaliar intervenções voltadas para os alunos da Educação Infantil com ênfase no desenvolvi-mento e afetividade. Como base teórica, utilizou-se conceitos desenvolvidos por Wallon, autor que sugere a importância do Psicólogo na escola para que este favoreça a criação de espaços de diálogo e reflexão a fim de construir uma escola democrática. A afetividade, enfatizada neste projeto, é descrita por Wallon, como uma manifestação afetiva que varia de acordo com o estágio do desenvolvimento da criança devido às necessidades desta e as possibilidades maturacionais. Desta forma, conhecendo as características do estágio do Persona-lismo, no qual as crianças envolvidas neste projeto encontravam-se, foram desenvolvidas atividades com o intuito de promover o desenvolvimento dos recursos de aprendizagem propostos por Wallon. A partir disso, foram realizadas atividades sobre o processo de alfabetização, contextos e configurações familiares, que pos-sibilitaram um espaço de reflexão tanto das letras, quanto da percepção das configurações familiares, criando assim, oportunidades para dialogar sobre o tema. Também foram realizadas atividades necessárias ao trabalho de expressão no meio social, auxiliando na verbalização de conflitos e verbalização de si frente ao grupo no qual o indivíduo está inserido. Além disso, verificou-se a necessidade de reforçar o trabalho de compreensão e mediação de vivências cotidianas das crianças, facilitando o desenvolvimento de repertório de expressão e manejo de emoções e sentimentos internos. Mahoney e Almeida referem ser importante, no ponto de vista da afetividade, que o adulto seja recipiente de respostas como: “não, não quero, não gosto”, pois dessa forma, são reconhecidas e respeitadas as diferenças que despontam de cada indivíduo. Sendo assim, foram realizadas mediações na interação social com o grupo, no qual o intuito foi de impulsionar o desenvolvimento de auto-nomia quanto às ações externas e internas referente às suas preferências. Dessa forma, por meio das atividades desenvolvidas, reflexões, discussões e mediações acerca dos temas propostos, foi possível promover a criação de um espaço de compreensão, expressão e validação de si no grupo para os indivíduos. Por fim, acredita-se na necessidade da realização frequente de atividades que promovam a autonomia e tragam à tona tanto as par-ticularidades das crianças, quanto às suas possibilidades de expressão afetivas no grupo.

Palavras-chave: Desenvolvimento. Afetividade. Educação Infantil.

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ORIENTAÇÕES PARA PAIS E RESPONSÁVEIS ACERCA DO DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO SEXUAL INFANTIL

Ana Luiza Vani Marques BispoCatharina Gomes Chrispim

Izabele Jaconi

O desenvolvimento sexual da criança é um processo fisiológico e natural, que faz parte da vida de todo ser humano. Como descrito por Karen Yano e Moneda Ribeiro, essa etapa é influenciada pelas suas fases, idade e pelo ambiente em que cada sujeito está inserido, ou seja, do que observa e vivencia a partir de seu nascimento. Desde o início, a criança demonstra curiosidade pelo corpo, de acordo com as autoras Carla Ferreira, Helena Ferreira, Marta Alves, Cláudia Tavares, Liliana Macedo e Angela Dias. Por isso, é essencial que os respon-sáveis estejam conscientizados sobre o tema, para assim conduzir, informar e direcionar as crianças sobre sexualidade em suas várias dimensões, uma vez que cabe à eles assegurar e respeitar o direito da criança de manifestar a sexualidade, conforme sua fase e idade. É visto, como descrito por Débora Dell’aglio e Aida Cás-sia Garcia, que uma criança que recebe orientação sexual dos responsáveis, tem uma maior possibilidade de assimilar os conceitos de responsabilidade pela própria saúde, higiene e bem-estar. Por essa razão, a família é considerada fundamental para garantir um equilíbrio na transmissão de conhecimento e princípios sobre sexu-alidade às crianças, para que esses não se mostrem muito restritivos e nem muito permissivos, como indicado pelas autoras Ana Carla Campos Hidalgo de Almeida e Maria de Lourdes Centa. Contudo, a forma como isso ocorre, os autores Inês Sampaio Nery, Jairo José de Moura Feitosa, Álvaro Francisco Lopes de Sousa e Ana Catharina Nunes Fernandes descrevem que gera muitas dúvidas e depende das particularidades de cada famí-lia, o que acaba gerando um sentimento de despreparo para a abordagem do tema. Desta forma, este projeto surgiu como uma contribuição das estagiárias de psicologia, visando orientar e informar pais e responsáveis quanto a maneiras de conversar sobre educação sexual quando questionados, além de conscientizá-los quanto à importância do tema, para que respondam e conversem com as crianças, passando informações necessárias de forma objetiva e honesta. A partir de experiência prática das estagiárias em projeto de intervenção em ins-tituição não-formal de educação infantil, foi percebida a necessidade de orientações, além de uma demanda acerca da divulgação destas informações, uma vez que se encontra escassa e ainda envolta de muito tabu. As-sim, por meio da elaboração de uma cartilha explicativa, este projeto tem o propósito de orientar, intermediar e facilitar a educação sexual dentro de casa, abordando assuntos, como: conscientização do próprio corpo, consentimento em relação ao toque, desenvolvimento do corpo, diferença entre os tipos de toques (sendo eles uma forma de abuso ou não), além de dicas, para os pais e responsáveis, de leituras que possam auxiliar neste momento. Por fim, espera-se orientar pais e responsáveis sobre educação sexual, a partir das demandas da criança, realçando ser uma conversa possível, sem que haja exposição precoce da mesma ao assunto e precon-ceitos acerca do tema, suscitando, dessa forma, uma estratégia de proteção e orientação para criança.

Palavras-chave: Educação sexual. Orientação. Pais e responsáveis. Conscientização. Educação infantil.

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MINHA HISTÓRIA, SUA HISTÓRIA E NOSSA HISTÓRIA: DESENVOLVIMENTO E AFETIVIDADE

Ana Luiza Vani Marques BispoIzabele Jaconi

Mônica Gobitta Alayon

Laurinda Almeida e Abigail Mahoney citam Henri Wallon, o qual aborda o desenvolvimento da criança de 3 a 6 anos a partir do que nomeia de estágio de personalismo. Na afetividade, conjunto funcional deste estágio, o principal movimento da criança é o de voltar-se para si, no qual vai, progressivamente, tomando consciência de si como sujeito social e lutando para se individualizar e se diferenciar das outras crianças, entrando em um período em que há uma necessidade de se afirmar, de conquistar sua autonomia. Isso, entretanto, vai lhe causar uma série de conflitos. Esse é um período complexo, em que muitos educadores e mesmo responsáveis têm dificuldades; assim, é nesse momento que a psicologia na educação entra em ação. Suas funções são de esta-belecer mediações entre o desenvolvimento histórico-social da humanidade e a vida particular dos indivíduos, buscando, também, auxiliar no processo de emancipação, autonomia, liberdade e consciência das crianças, além da superação da queixa escolar, pontuada por Elenita Tanamachi e Marisa Meira. Este projeto buscou planejar, desenvolver e avaliar uma intervenção com alunos da educação infantil, em Atenção Psicossocial na Infância, com ênfase no auxílio do desenvolvimento social e afetivo. Como metodologia, foram utilizados encontros semanais em uma sala com 33 crianças, de ambos os sexos, entre 3 e 5 anos e a educadora, na Ins-tituição de Educação Infantil CEI Nave Mãe Dom Edward Robinson de Barros Cavalcanti, em Campinas. Fo-ram realizadas reuniões de planejamento com gestores da creche, observação livre participante, brincadeiras livres, atividades lúdicas, e utilização de mídias audiovisuais; como instrumentos e técnicas foram utilizados os brinquedos da creche, materiais variados para atividades artísticas, vídeos como o trailer do filme Divertida Mente, fantoche das emoções, letras do alfabeto e números cardinais. Por outro lado, a partir da compreensão de como as relações são estabelecidas no ambiente escolar e quais tipos prevalecem, espera-se ter sido pos-sível promover um espaço de expressão para as crianças, com mediações em situações de conflitos, possibi-litando a compreensão por parte das estagiárias sobre o manejo em sala de aula, promovendo, dessa forma, novas estratégias de ação e orientação no campo da Psicologia Escolar. Como resultado, espera-se que estas experiências sejam promotoras do desenvolvimento das crianças, no que diz respeito à autorregulação e au-toconhecimento, colaborando com seus processos de aprendizagens e alfabetização, e que possam contribuir também para o planejamento de atividades futuras na Instituição.

Palavras-chave: Educação infantil. Projeto de intervenção. Educação não-formal. Personalismo.

Resumo:

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VIVÊNCIAS DO CORPO QUE LÊ E ENCENA

Andreza Levanteze Toni da SilvaJanaína Maria Alves Moura

A experiência de levar aos palcos a obra literária Lisbela e o prisioneiro (1963), de Osman Lins (1924-1978), parte integrante da lista de grandes vestibulares, consagrada em uma adaptação cinematográfica, cujo gêne-ro textual, em sua essência, é dramático, foi um esforço pioneiro dos alunos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação PIO XII. A ação consistiu na união de duas disciplinas: Arte e Literatura. A referida produção textual consiste numa comédia de caracteres, de caráter regionalista, ambientada na cidade pernambucana de Vitória de Santo Antão. E, não obstante ao fato de ter a intenção de provocar o riso em seus espectadores, há espaço e um explícito convite à plateia para discussões bastante caras à pós-modernidade, como a conivência policial com o crime e questões de ordem existencial. Para que semelhante intento tivesse como resultado a encenação da peça no teatro do CLC – Centro de Linguagem e Comunicação da PUC-Campinas – , foram meses de preparação, tanto em aulas específicas sobre a referida obra literária, bem como toda a adaptação de texto, exercícios vários de expressão corporal, inúmeros ensaios e idealização e construção de cenários. Todas essas fases contaram com a participação e orientação diretas das professoras envolvidas, mas se deve ressaltar que todo o protagonismo partiu do elenco de alunos que, desde o princípio, abraçou a ideia de forma intensa e dedicada. Como a obra escolhida foi cobrada em vestibular, tornou-se ainda mais significativo o processo de aprendizagem, socialização, inquietação e reflexão que o livro trouxe e o teatro encenou. A devolutiva e o re-lato das experiências por parte dos alunos foram os mais variados, mas com muitos pontos em comum, sendo o mais recorrente, por exemplo, as surpresas em descobrir a potência do próprio corpo. Este é um campo de possibilidades em aberto sempre. A prática de instigar os educandos a refletirem e se perceberem atuantes e propositores de ações no espaço se torna fundamental para reflexões acerca dos olhares e das sensibilidades. A percepção corporal perpassa a educação dos sentidos e se nutre nessa fonte. Nas conversas informais e socia-lização dos resultados, os alunos faziam recortes a partir de suas poéticas, emoções e sensações, dialogando com o grande protagonista e guardião de nossas manifestações: o corpo. Esses mencionavam ainda a impor-tância em participar desse tipo de vivência e o quanto o repertório literário, artístico e cultural foi ampliado. Acreditamos que a adaptação teatral de Lisbela e o prisioneiro tenha sido um embrião a novas investidas no segmento.

Palavras-chave: Arte. Literatura. Corpo. Teatro.

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PROJETO NA CRECHE NAVE MÃE: TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Beatriz Vaz DiasIsabel Trombin Soares

Izabele Jaconi

No artigo de Bianca Corrêa, a autora cita Eloisa Rocha, que relata que a criança é um sujeito social e histórico, além de ter como referência a família e todas as interações sociais as quais estabelece, incluindo, principal-mente, as instituições sociais; por estas ocorre seu processo de construção de conhecimento, com um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação, como dito pelo Ministério de Educação e do Desporto. A creche é marcada pelas brincadeiras, pelos jogos e pelo faz-de-conta, e, quando ocorre a transição da Educa-ção Infantil para o Ensino Fundamental, muita coisa muda: nesse novo período de desenvolvimento o foco é nas atividades de estudo. Adriana Martinati e Maria Silvia Rocha pontuam que essa mudança pode provocar rupturas e impactos negativos no processo de escolarização da criança, caso não ocorra naturalmente. São comuns ansiedades e inseguranças nesse momento; por isso, esse assunto deve ser considerado pelo educador da educação infantil desde o início do último ano da criança na pré-escola. É nesta etapa que a psicologia entra em ação. Sua atuação se baseia em auxiliar na compreensão necessária do sentido dado pelos indivíduos ao espaço do qual estão saindo e ao novo espaço que passarão a habitar. É a partir dessa compreensão que se pode pensar em como receber as crianças e preparar os professores, como Luciana Szymanski relatou. O objetivo deste projeto, portanto, foi o de trabalhar o tema Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, contribuindo para a formação de vínculos entre as crianças, buscando o reconhecimento e validação de sen-timentos e emoções, especialmente relacionados à transição; discutindo e informando questões pertinentes à transição e trabalhando o processo de encerramento de vínculos. Para isto, foram realizados encontros se-manais com 20 crianças entre 5 e 6 anos, de duas turmas da Creche CEI Nave Mãe Dom Edward Robinson de Barros Cavalcanti em Campinas, e foram utilizadas as técnicas de atividades lúdicas, emprego de mídias audiovisuais, e instrumentos como os brinquedos da creche, artigos de papelaria e materiais para atividades artísticas. De maneira geral, os objetivos inicialmente propostos foram atingidos de maneira satisfatória, tendo em vista o cumprimento das atividades planejadas e também o engajamento das crianças em cada atividade, o qual gerou resultados considerados positivos tanto pelas estagiárias quanto pela professora, equipe docente e supervisora de campo. Constatou-se que a partir das atividades trabalhadas as crianças participantes de projeto aprenderam muito, tanto aspectos referentes aos temas específicos trabalhados quanto aos temas subjacentes. A realização deste projeto de estágio proporcionou a exploração das potencialidades identificadas em cada criança, utilizando-se destas para desenvolver ainda mais aspectos positivos, estratégias de enfrentamento de situações angustiantes e planejar as atividades de modo que fizessem sentido e fossem atraentes para as crianças, atentando-se tanto com aspectos cognitivos quanto lúdicos. As crianças demonstraram um fortaleci-mento do vínculo estabelecido com as estagiárias e uma evolução quanto ao preparo, disposição e entusiasmo referente à ida para o primeiro ano.

Palavras-chave: Transição. Educação infantil. Ensino fundamental. Criança.

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PROFESSORES E LETRAMENTO DIGITAL: ENCURTANDO DISTÂNCIAS NA ESCOLA PÚBLICA

Cíntia Yuri NishidaKatheryne C. Vicentin

Os professores das escolas integrais do município de Campinas devem cumprir 4h/a relativas ao tempo peda-gógico de formação continuada. Devido às restrições orçamentárias para contratação de formadores externos, o grupo de docentes da Escola Municipal de Ensino Fundamental de Educação Integral (EMEFEI) Raul Pila decidiu criar grupos de trabalho e grupos de estudo organizados pelos próprios professores, sendo a pioneira na rede a utilizar esse formato.Com o objetivo de estimular o letramento digital da equipe, foi criado em fevereiro de 2019 o grupo de estudos “Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) aplicadas à educação” para investigar possibili-dades de usos das TDIC no contexto pedagógico da unidade escolar, procurando explorar as potencialidades dos recursos disponíveis, além de estimular a prática e experimentação para que os docentes possam utili-zar tais ferramentas para criar atividades e projetos significativos para as aulas. Também serão pesquisadas tendências de tecnologias aplicadas à educação para que o grupo se mantenha atualizado, instigando novas descobertas e práticas. O letramento digital permite aproximação com a realidade dos alunos, que já nasceram rodeados de tecnologia. Ao apropriar-se dessa linguagem, o professor pode estimular ações de colaboração, compartilhamento, cooperação, criação e recriação. Outro aspecto que está sendo estudado é como simplificar a tecnologia digital para professores que possuem receio de utilizar o recurso em sala de aula. Segundo dados do TIC Educação 2015, menos da metade dos professores utilizaram o computador ou internet para debates ou apresentações. Também foram poucos os que realizaram atividades envolvendo criação de material (textos, desenhos, gráficos, entre outros). Personalizar o conteúdo a ser apresentado em sala de aula de forma a ade-quar-se à realidade da comunidade atendida é de grande importância para diminuir a distância e aumentar o diálogo entre professores e alunos, tornando a atividade mais atrativa. Possíveis ações para que os professores vivenciem o processo de letramento digital envolvem a exploração de recursos disponíveis na escola, estu-dando suas ferramentas e possibilidades. Também é necessário refletir sobre sua intencionalidade pedagógica, como a tecnologia pode ser utilizada, quais habilidades serão necessárias e o que deverá ser compreendido da atividade. A tecnologia não é a solução para as questões da educação mas também não pode ser um problema. É necessário ainda compreender o letramento digital não apenas como instrumento, mas como linguagem. Assim, cabe ao professor traduzir essas informações junto aos alunos para transformá-las em conhecimento, agindo como mediador e propositor de perguntas, diminuindo a distância com seus estudantes, criando espa-ços de construções coletivas e aumentando as oportunidades para as crianças e jovens da escola pública.

Palavras-chave: Tecnologia. Formação continuada. Educação integral. Escola pública.

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CONSTRUÇÕES COLETIVAS: A RELAÇÃO ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E A FORMAÇÃO CONTINUADA

Claudinei Vieira Epifânio

Este trabalho tem como objetivo compartilhar experiências de práticas na formação continuada dos Profes-sores que atuam na Educação Infantil que acontecem no Centro de Formação de Educadores Municipais de Sumaré – CEFEMS. Na perspectiva da construção coletiva pensou-se em um trabalho voltado para o plane-jamento de atividades que estimulam trocas, cooperação e colaboração entres grupos e como estabelecem a relação que se constitui entre o que é proposto nos encontros de formação alinhados à prática cotidiana da escola. As ações pautadas nas vivências possibilitam aos docentes experimentarem atividades que podem ser trabalhadas com as crianças de acordo com o segmento que atuam. Assim, os professores são estimulados a refletirem sobre a intencionalidade pedagógica das atividades que propõem aos alunos e que objetivos pre-tendem alcançar a partir de sua prática vivenciada. Esses momentos de vivências são extremamente signifi-cativos, pois permitem aos docentes a possibilidade de superarem o que corriqueiramente costumam fazer e experienciem também, como seria estar no lugar da criança no momento de realizar determinada proposta de trabalho. Nos encontros de formação apresentou-se aos professores quatro imagens: aranha, flor, borboleta e joaninha. Inicialmente, o diálogo foi pautado sobre o que seria possível desenvolver com as crianças em sala de aula a partir dessas imagens e quais conhecimentos poderiam ser proporcionados para as crianças ao pla-nejar determinada atividade com essa proposta. Posteriormente, os professores foram organizados em quatro grupos, cada qual escolheu uma das imagens e conversaram sobre o que haviam escolhido. Na sequência receberam suporte de trabalhos diversos - carvão, tinta aquarela, giz de cera e materiais de recorte e colagem para que iniciassem a reprodução da imagem selecionada. Após determinado tempo, os grupos trocaram de trabalho para que continuassem o que tinha sido iniciado pela equipe anterior, de modo que todos pudessem experimentar os suportes disponibilizados para o desenvolvimento do trabalho. Em outra parte deste encontro, os professores foram convidados a apresentarem suas produções para o coletivo, sendo que o próximo passo foi iniciar uma conversa a respeito da vivência da atividade que pressupõe ser simples para o adulto, devido à experiência e conhecimentos que têm constituídos ao longo de sua formação profissional e pessoal, porém re-quer atenção, concentração, respeitar a ideia inicialmente construída pelos pares, intervir no trabalho do outro de maneira assertiva. Os trabalhos compartilhados no grupo foram extremamente ricos de cores, significados e aprendizados. Com a riqueza das produções dos professores, as contribuições da vivência daquele momento e os apontamentos destacados durante as falas dos docentes destacam-se: interferências no trabalho do outro; perceber a necessidade do planejamento de situações didáticas como projetos, sequências didáticas envolven-do o desenho infantil, mantendo a observação e registro com a utilização de materiais e suportes diversos; a construção das ideias dentro do coletivo; a valorização da produção do outro e a troca de experiências. Em suma, este trabalho apresentado é apenas um recorte dos encontros de formação do CEFEMS e mostra as pos-sibilidades de reflexões teóricas sistematizadas com a prática.

Palavras-chave: Prática. Construções coletivas. Formação.

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GUARDIÕES DO PLANETA TERRA

Daniela Cristina de Paula Noronha Crispin Tânia Alves da Silva

Valdineia Aparecida Pereira

Este trabalho baseia-se num relato de experiência a partir do trabalho realizado numa escola de educação infantil da rede pública de Campinas. A escola desenvolve o trabalho pedagógico pautada na perspectiva de projetos. Uma das frentes dessa perspectiva é o envolvimento das diversas áreas do conhecimento, contribuin-do para uma aprendizagem significativa para a criança. A partir das observações da turma e pautando-se no projeto geral do CEI “Herdeiros do Futuro do Brasil”, iniciamos o projeto “Guardiões do Planeta Terra”. O objetivo desse projeto é promover uma reflexão acerca da situação do planeta Terra, a sua degradação devido a exploração desenfreada dos bens naturais, assim como conscientizar sobre as atitudes de cuidado necessárias a cada indivíduo dentro da coletividade. O trabalho teve início com conversas na roda, apresentação de imagens acerca do tema, a observação de um globo terrestre e leitura de histórias. Algumas atividades foram planeja-das a fim de observar a reação das crianças. Um dia, por exemplo, espalhamos lixo pela sala. Muitas crianças demostraram indignação e surpresa ao verem o lixo jogado no chão. Fizemos algumas intervenções, conversas sobre essa atividade e construímos um painel sobre a coleta seletiva. Em um dos momentos de contação de história, surgiu a ideia de plantar uma árvore. Iniciamos com a observação do nascimento de uma planta. Para isso, escolhemos o feijão. Organizamos um passeio na Linha de Joaquim Egídio para observar as árvores. Recebemos a doação de uma Amoreira. A finalização dessa atividade foi feita com a participação das famílias. Também fizemos um “mundinho” com desenhos de crianças ao redor desse mundinho, com a ideia de que todos, juntos, cuidamos do Planeta. Fizemos brinquedos não estruturados, considerando o processo de recicla-gem e de reutilização de materiais. Tivemos uma oficina de petecas com bolinhas de papel e tnt, um foguete gigante para brincadeiras na sala e foguetes individuais também foram construídos e as crianças puderam levar para casa. Confeccionamos uma colcha de retalhos com pedaços de tecidos doados pelas famílias. Usamos para realizar contações de histórias e empréstimos de livros. Algumas culinárias também foram realizadas como salada de frutas, gelatina recheada de morango, balinhas de gelatina do lobo e bolo do Planeta Terra (bolo azul). Em todas essas culinárias, as crianças participam ativamente do processo. Na reunião de pais do primeiro trimestre, as famílias participaram de uma oficina de pintura das capas dos “Guardiões”. Essas capas foram utilizadas na comemoração dos aniversariantes do mês. As crianças têm capas, máscaras e música com a temática. Fizemos também mundinhos “feliz” e “triste” e temos realizado atividades sobre coisas que dei-xam o mundinho feliz e triste. A apresentação da festa junina estava relacionada ao tema do projeto. Dançamos a música “Xote Ecológico” e para isso, realizamos atividades que abordavam o tema, inclusive conhecer um pouco da história de Chico Mendes. Foram feitos coletes para representar os trechos da música. Ressaltamos que o grupo tem demonstrado curiosidade pelo tema e as atividades despertaram a atenção. Continuaremos a organizar e planejar atividades que sejam significativas para as crianças.

Palavras-chave: Educação infantil. Pedagogia de projetos. Guardiões do Planeta Terra.

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ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS: UMA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE AS DEFICIÊNCIAS

Daniela Fernanda Flores

O presente trabalho se fundamenta no relato das ações pedagógicas da professora de educação especial em parceria colaborativa com os professores e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental de uma unidade educacional do município de Campinas SP. O objetivo se consistiu na busca de alternativas para uma maior conscientização dos alunos sobre as diferenças e igualdades, desafiando-os a melhorar suas percepções em relação à inclusão escolar, ou seja, em relação a si e aos outros. Essa metodologia é uma constante na escola municipal da região do Ouro Verde e resulta de um trabalho de cunho exploratório. Para o aluno com defici-ência são realizadas adequações curriculares de escola, de sala de aula e individuais, dependendo das espe-cificidades dos alunos. O desenvolvimento aborda atividades expositivas e práticas com todos os alunos do período da manhã, mesmo que na sala de aula não tenha aluno com deficiência. Geralmente, as atividades são divididas por temas que mudam o foco a cada ano, por exemplo: 6º ano- Surdez, 7º ano- Síndrome de Down, 8º ano- Cegueira, 9º ano- Deficiência Física. Com a colaboração dos professores especialistas há uma reorga-nização dos horários das disciplinas para as seguintes atividades diversificadas com as salas dos alunos: vídeos sobre histórico da pessoa com deficiência; aulas de educação física com os materiais de esportes adaptados; atividades com dobraduras; pintura com a boca; escrita dos alunos “em Braille”; adivinhas com caixa tátil; explicação sobre tema do Enem 2017 (deficiência auditiva) com dissertação realizada pelos alunos do 9º ano; feedback do tema estudado por meio de questões para todas as salas nas avaliações trimestrais; e, já houve comemoração em função de aniversário e de despedida de aluno com deficiência. Neste ano de 2019 também houve Roda de Conversa com garota cega de 11 anos, e jogo de basquete adaptado entre três atletas de basque-te com cadeira de rodas e demais alunos na educação física. Como resultados, os professores concluem que as atividades estimulam os alunos na aceitação de si e do outro devido as diferentes experiências proporcionadas aos alunos e julgam necessário o contínuo trabalho da professora de educação especial na unidade escolar. Anualmente, no final do ano acontece uma Mostra Cultural que reúne diferentes materiais feitos pelos alunos no decorrer do ano letivo, e esta já envolveu exposição de objetos sensoriais das aulas de educação física na exposição para toda a comunidade, apresentação de trabalhos de arte realizado por um aluno com transtorno do espectro do autismo e apresentação de materiais relacionados a esportes paralímpicos. Assim, a professora de educação especial cria com alunos e professores uma criticidade em relação à sociedade com o intuito de “olhar” além do lócus escolar, por entender que a escola é uma escola viva e cada indivíduo tem habilidades e capacidades diferentes.

Palavras-chave: Práticas pedagógicas. Deficiências. Conscientização. Alunos.

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A BIBLIOTECA ESCOLAR EM CONJUNÇÃO COM O PROJETO PEDAGÓGICO, UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA

MUNICIPAL DE CAMPINASErenice Dias

A biblioteca escolar é um ambiente diferenciado para os alunos, pois contém aventuras, comédias, poesias, romances, terror e inúmeras histórias em forma de informação contida em vários formatos como livros, revis-tas, gibis, CDs, DVDs, periódicos, fotografias, jornais entre outros. Entretanto, a disseminação desse material informacional deve atender à sua comunidade de maneira efetiva. Segundo a Unesco “[...] objetivo de todas as bibliotecas escolares é desenvolver alunos letrados em informação que participem responsável e eticamente na sociedade”. Já Campello e Lima colocam que a biblioteca escolar é um elemento estratégico “[...] para a me-lhoria do nível educacional por sua potencialidade de impacto no letramento, na competência informacional dos alunos e no apoio ao ensino/aprendizagem.”. Tendo em vista esses conceitos foi proposto um projeto de leitura na biblioteca escolar da Escola Municipal de Campinas EMEF Corrêa de Mello, no primeiro trimestre de 2019, pela estagiária de Biblioteconomia Erenice Dias, criando uma atividade diferenciada ao corpo peda-gógico da escola. Foi apresentada a união do plano pedagógico com a biblioteca. Sendo aceito pela coordena-ção da escola, foram elaboradas reuniões com os professores para trabalhar a didática com os alunos. Após um cronograma estabelecido para idas dos alunos à biblioteca da escola, foi adicionado um tempo de uma hora por semana para cada ano dentro da biblioteca, sendo a leitura direcionadA ao conteúdo pedagógico trabalha-do em sala de aula e empréstimos de livros semanais de acordo com temática, deixando ao final do trimestre leituras livres. Os alunos do 1ºs anos, com livros de cantigas para a alfabetização, 2ºs anos contos de fada, 3ºs anos verbetes, 4ºs anos textos instrucionais e 5ºs anos biografia e autobiografia. Ocorreram também atividades lúdicas sobre as temáticas, contação de histórias, escutar música, assistir vídeos, leitura conjunta e minipeças teatrais. Após o período de três meses exercendo as atividades finalizou-se com fichas de leituras específicas para cada ano com os alunos, onde foi elaborado em conjunto com orientadora pedagógica e estagiária de Bi-blioteconomia, contendo a verificação do aprendizado e registros das atividades. Ao final do projeto deixou os alunos com muita alegria e empolgação pela parceria da sala de aula com a biblioteca, despertando interesses dos alunos por estarem dentro da biblioteca. E para os professores e coordenação, um fruto de aprendizagem que rendeu melhor aproveitamento posteriormente em sala de aula e uma visão importante do envolvimento da biblioteca no plano pedagógico, deixando novas oportunidades da continuidade do projeto de leitura e maior inclusão da biblioteca escolar na participação pedagógica.

Palavras-chaves: Biblioteca escolar. Plano pedagógico. Leitura.

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RECICLAGEM NO ENSINO DE MATEMÁTICA

Hélida AlvarengaGabriel Geraldino Cardoso

Elisangela Pavanelo

A matemática é considerada uma ciência que auxilia o homem a facilitar e organizar o meio onde estamos inseridos. A BNCC tem como orientação que o conhecimento matemático é necessário, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas responsabilidades sociais. É muito comum ouvir dos alunos frases como: “Professor, para que serve isto ou aquilo? Vai ter utilidade na minha vida? Vou aplicar aonde?”. Diante disto, cabe aos professores desenvolver um trabalho, a partir de metodologias que fomentem um ambiente capaz de trabalhar a matemá-tica maneira significativa, que desafie o aluno a aprender a pensar, uma Matemática que os encante... É nesse momento que entra a modelagem matemática que por meio de um tema presente no dia a dia do aluno, faz uso do conhecimento empírico e apresenta, de maneira contextualizada, um determinado conteúdo, melhorando o entendimento dos alunos sobre determinado assunto. A modelagem, arte de modelar, é um processo que emer-ge da própria razão e participa da nossa vida como forma de constituição e de expressão do conhecimento. Desse modo, unindo a matemática às questões ambientais, além de despertarmos o interesse pelo aprendiza-do, tornamos os alunos mais conscientes. O trabalho apresentado neste texto foi desenvolvido por 2 alunos, do curso de Licenciatura em Matemática da UNESP de Guaratinguetá, participantes do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), programa instituído pela CAPES (Coordenação de Aperfei-çoamento Pessoal de Nível Superior), que visa incentivar melhorias na educação, valorizando o magistério. A atividade foi desenvolvida com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da escola parceira. O objetivo foi conscientizar os alunos sobre reciclagem e tempo de decomposição de alguns materiais, além de mostrar como existem conteúdos matemáticos que podem ser tratados no cotidiano. Utilizando a estratégia do trabalho em grupo, dividimos a turma em grupos de 4 alunos e entregamos 4 cartões coloridos: azul, amarelo, verde e vermelho. Cada cartão continha uma charada, como: “Permaneço na natureza por mais de 1000 anos, posso conter diferentes bebidas”, seguida de uma questão que tratava sobre o material da charada; essas questões poderiam ser respondidas por regra de três simples: “Sou feita de alumínio e peso em média 14,5 g. Quantas de mim darão 1 kg?”. A intenção era que o aluno relacionasse a cor do cartão com o tipo de material reciclável trazido na charada: papel, metal, vidro ou plástico. Durante a atividade foram surgindo algumas dúvidas sobre como resolver as questões, e os grupos eram auxiliados pelos bolsistas. Após algum tempo foi notada a relação da charada com a questão, e assim que todos os cartões foram respondidos foi fácil conectar às cores da lata de lixo reciclável. Os resultados foram bastante favoráveis, tendo em vista que os alunos se interessaram pela resolução das questões e ficaram surpresos com o tempo de decomposição dos materiais.

Palavras-chave: Meio-ambiente. Matemática. Reciclagem. Interdisciplinar. Aprendizado.

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A SURDEZ NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ALGUMAS AÇÕES DOCENTES POSSÍVEIS

Ingrid Julliane Freires SartoriPatrícia Hernandes Chaves

A criança surda, por vezes, ao ingressar no âmbito escolar, carrega um histórico de privação de língua. Um dos motivos que pode ser atribuído é desconhecimento da família em relação à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Assim, a criança surda não estabelece uma comunicação convencional com a família (nem oralizada e nem tampouco sinalizada), ao adentrar o ambiente escolar possui dificuldades em compreender a rotina edu-cacional que é diferente do lar. Como o docente pode atuar com uma criança surda que inicia sua vida escolar sem conhecimento de nenhuma língua? Desta forma, em muitos casos o primeiro contato da criança surda com os sinais acontece no período escolar e é o professor (que, na maioria dos casos, não é surdo) que auxiliará na interação social. Esse contato tardio implica em algumas barreiras para esta criança que não consegue comu-nicar suas necessidades, desejos e frustrações. A educação infantil além de ser a porta da vida educacional, é também de extrema importância para as crianças, pois é neste período que aprimoram sua linguagem e desen-volvem a interação social, visto que segundo Lev Vigotsky, é por meio deste contato com o outro que ocorre o desenvolvimento. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar algumas das ações docentes possíveis para proporcionar um ambiente escolar de comunicação e aprendizado. Demonstrando como é possível pen-sar, compreender e trabalhar (também) com uma criança surda, por meio de relatos de algumas vivências e atividades que estão sendo trabalhadas, por professoras bilíngues (Libras/Português), em uma escola pública de educação infantil em um município do interior de São Paulo. O propósito das docentes envolvidas é de-senvolver o aprendizado de língua e a capacidade de comunicação e interação com a comunidade escolar, os colegas, professores, pais e o mundo que os cerca (que em sua maioria são constituídos de pessoas ouvintes). Desse modo, as atividades são pensadas e elaboradas a partir das necessidades desta criança, diante do que está sendo trabalhado com o grupo e do eixo temático que orienta os projetos desenvolvidos em sala e na es-cola. Assim, o conteúdo trabalhado costura os espaços do brincar ao aprendizado e compreende aquisição de vocabulário por meio das atividades diárias como roda de conversa, contação de histórias e apresentação de vídeos. É possível perceber que a criança surda, as crianças da sala, alguns profissionais da escola e a família estão demonstrando compreensão do valor da Libras e interesse em aprender a se comunicar por meio dela. A privação de língua em tempos anteriores ao ingresso na vida escolar pode ser o motivo na demora em aprender a se comunicar, mas a aquisição de uma língua tem trazido significados e compreensão para a criança surda.

Palavras-chave: Educação Infantil. Surdez. Aquisição de linguagem.

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A IMPORTÂNCIA DO PROJETO TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Isabela NardimJuliana Yume Barbosa Ono

Larissa Ryoko Ido RecioMaria Silvia Pinto de Moura Librandi da Rocha

A transição de crianças da Educação Infantil para o Ensino Fundamental consiste em um momento significati-vo em suas vidas, podendo gerar diversos sentimentos, tanto positivos quanto negativos nos alunos ingressan-tes. No entanto, esse assunto é raramente abordado pelas creches ou pelos pais e essas crianças não são orien-tadas a como lidar com tais sentimentos, tornando a transição um processo repentino de quebra de vínculo, sem estabelecimento gradual de novos. Este trabalho visou auxiliar no processo de transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Para isso, também era necessário, inicialmente, a criação de vínculos entre as estagiárias e as crianças, que foi realizado através de histórias e atividades. Então, foram abordadas questões especificamente pertinentes à transição e as expectativas das crianças perante a mesma, com o objetivo de acolher e validar os sentimentos e inseguranças. Também era necessário discutir e informar as crianças acerca de detalhes sobre o Ensino Fundamental e a transição, já que muitas delas possuíam ideias fantasiosas acerca dessa etapa. O trabalho contou com 16 crianças como participantes e todas estavam no último ano da Educa-ção Infantil. Estas foram divididas em três grupos (um para cada estagiária) com 5 ou 6 participantes em cada, embora fosse recorrente a rotatividade destes. As atividades eram planejadas com um objetivo estabelecido previamente, de acordo com os conteúdos mais latentes nos alunos. Elas ocorriam uma vez por semana, por um período de 3 horas e, frequentemente, contavam com a produção de materiais que pertenceriam aos alunos e, posteriormente, uma discussão sobre os assuntos abordados. Durante o trabalho, surgiam conflitos entre as crianças que eram mediados pelas estagiárias. O referencial teórico adotado foi a Teoria Histórico-cultural, além da utilização de textos referentes à Educação Infantil, à Educação Não-Formal e à transição da Educa-ção Infantil para o Ensino Fundamental. Ao final do trabalho, foi possível perceber que o ingresso na escola possui efeitos diferentes para cada criança, pois enquanto algumas delas demonstravam animação e interesse, outras demonstravam muito medo, até mesmo disfarçado de revolta, chegando até a negar a proximidade desse processo. Sendo assim, a forma de lidarmos e orientarmos também buscou ser particular a cada uma. As orientações e informações trazidas sobre o Ensino Fundamental tornaram-se fundamental para as crianças, que passaram a perceber essa nova etapa como algo concreto e não apenas na dimensão da fantasia, e, ao fim do projeto, foi visível que o espaço fornecido de escuta e acolhimento foi benéfico para as crianças, que de-monstravam entusiasmo perante o ingresso na Educação Formal.

Palavras-chave: Educação infantil. Ensino fundamental. Transição. Psicologia na educação.

Resumo:

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CONCEITO DE ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Jade Oliveira Melo da Silva

A proposta desta investigação está vinculada ao conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de Vigotski. O autor define esse conceito como sendo a distância entre o nível real (o que o sujeito já sabe) e o nível po-tencial (o que ele ainda irá aprender). No entanto, esse processo só é possível com a presença de um mediador que irá atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal (o que o aluno consegue realizar com o auxílio de um sujeito com conhecimentos mais elaborados). O relato de experiência aqui apresentado parte da prática de-senvolvida em sala de aula de uma professora de Educação Infantil da Rede Pública Municipal de Jaguariúna. A turma de Pré Nível II é composta por 17 alunos de 5 a 6 anos de idade, sendo um deles de inclusão. O eixo disparador deste trabalho foi o desenvolvimento da coordenação motora global, bem como o reconhecimento de letras e números do aluno de inclusão. Para tanto, o problema que norteou a prática aqui descrita foi: como é possível trabalhar práticas significativas com um aluno de inclusão, visando seu desenvolvimento potencial? Assim sendo, em uma primeira etapa, no início do ano letivo, foi realizada uma sondagem de letras e números com o aluno inserido na Educação Especial. O aluno nesse momento só reconheceu a primeira letra do seu nome e diante dessa situação, a professora percebeu a necessidade de aproximá-lo com o objeto de conheci-mento (as letras). Também foi realizada uma sondagem de números e o resultado foi parecido. Observou-se a necessidade de potencializar o desenvolvimento global do aluno já que o mesmo tem limitações motoras e assim, usou-se os “cantinhos” defendidos na proposta pedagógica de Frenet como disparador. Ao realizar as sondagens com o aluno, a professora considerou seus conhecimentos prévios: De qual brinquedo gostava? Como se comportava diante do grupo? Como resolvia conflitos? Quais eram suas limitações corporais e como o aluno se comportava diante das situações diárias? O que aluno sabia fazer com o auxílio de um sujeito mais experiente? Após esse mapeamento, foi possível constatar algumas características e construir um trabalho diferenciado. Os resultados foram significativos para o aluno, professora e família. As atividades que o aluno não conseguia realizar sem o auxílio de um sujeito mais experiente (professora e/ou colegas da sala) foram superadas. Diante disso, foi possível constatar que atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal faz-se neces-sário na Educação Infantil. Considerar os conhecimentos prévios dos alunos inseridos nesse nível de ensino é um importante passo para potencializar seu desenvolvimento integral. Espera-se que esse relato de experi-ência possa contribuir com as práticas pedagógicas de professores da educação básica e com estudos futuros na área da Educação Especial.

Palavras-chave: Práticas Pedagógicas. Zona de Desenvolvimento Proximal. Educação Inclusiva.

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FAMÍLIAS EM MOVIMENTO

Janaína Carrasco CastilhoFabiana Solange Tauber Andrade de Sá

Ester Mendonça Ramos

Essa prática pedagógica teve início com a participação das autoras e professoras polivalentes do Ensino Fun-damental I, atuantes em uma escola pública municipal de Campinas, no Programa de Pesquisa e Conheci-mento na Escola – PESCO, curso Multiletramento e as metodologias ativas nas práticas de pesquisa escolar. Este programa visa apoiar o trabalho dos professores da Rede Municipal de Campinas no desenvolvimento da postura investigativa dos alunos para a pesquisa e discussões dos temas que perpassam suas realidades locais. Com o objetivo de propor o estudo sobre o deslocamento de algumas famílias de estudantes dos 5º anos da escola em que atuamos, partimos da questão: O que tem motivado a mudança dessas famílias, do seu lugar de origem até a cidade de Campinas? Esse problema foi formulado a partir de diferentes fatores: a mobilidade dos estudantes matriculados e transferidos dessa escola no decorrer do ano, o número significativo (aproxi-madamente metade) de estudantes e/ou seus responsáveis nascidos em outras cidades e estados do Brasil, e ainda, o interesse observado nas atitudes dos estudantes que, constantemente, consultavam os mapas expostos na sala de aula identificando locais onde parentes e amigos vivem e onde demonstravam vontade de visitar. Este projeto foi desenvolvido em parceria entre duas turmas de 5ºanos e envolveu os conteúdos previstos no planejamento anual de 2019, além de estar em diálogo com os projetos sobre Diversidade, Vida e Natureza e Linguagens, definidos no início deste pelo grupo docente e gestão para serem desenvolvidos no decorrer desse ano letivo. Esse projeto foi estruturado por meio de uma sequência de atividades pensadas pelos professores em conjunto com os estudantes, direcionadas semanalmente por meio dos temas, leituras e tarefas postadas no ambiente virtual do curso do Multiletramento e as metodologias ativas nas práticas de pesquisa escolar. Foram desenvolvidas diversas ações como: discussão em grupos, pesquisa documental com o uso da certi-dão de nascimento, entrevista com os pais e responsáveis, estudo do meio nos atrativos históricos na cidade de Campinas, organização e análises das informações, construção de tabelas e gráficos, consulta do Atlas de Campinas fornecido pelo PESCO, produção de plantas e mapas sobre as moradias e o bairro, entre outras. Por meio da problematização do cotidiano e do incentivo à postura investigativa, buscou-se, entre outros conteú-dos, proporcionar o letramento científico. O desenvolvimento do projeto Famílias em Movimento possibilitou trocas entre a escola e a comunidade, quanto ao conhecimento e à reflexão sobre as diferentes realidades das famílias dos estudantes. Como resultados, observamos o envolvimento dos estudantes nas aulas, manifestan-do atitudes investigativas com observação de fatos, comparação, questionamentos e clareza na conexão entre os conteúdos a partir da sistematização e exposição das diversas etapas do projeto, por meio da produção de um vídeo.

Palavras-chave: PESCO,. Práticas pedagógicas. Famílias.

Resumo:

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O TRABALHO COM A INTERCULTURALIDADE NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Joyce Aparecida Cardoso Missola Maria da Graça Lemoigne Manzanares

Este trabalho consiste na exposição de uma prática educativa, que ocorreu em uma escola particular com uma turma do 2º ano do ensino fundamental, com alunos de seis e sete anos em processo de alfabetização. A prá-tica educativa foi realizada em uma semana, durante as aulas de História e Geografia, com uso da literatura infantil e, de modo geral, buscou trabalhar com o conhecimento e compreensão das crianças dos valores e costumes da cultura paquistanesa, a partir do livro “Malala e seu lápis mágico” de autoria de Malala Yousafzai publicado em 2017, identificando as diferenças culturais entre o Brasil e o Paquistão. Os objetivos específicos da experiência foram: a) promover o conhecimento da cultura educativa dos paquistaneses; b) reconhecimen-to das semelhanças e diferenças de valores culturais na educação entre Brasil e Paquistão; c) identificação, discussão e compreensão dos valores e costumes paquistaneses. Utilizou-se recursos audiovisuais, que mos-traram às crianças a biografia de Malala Yousafzai: papel color set para registro de semelhanças e diferenças encontradas no livro entre a cultura educativa brasileira e paquistanesa. Como procedimentos, inicialmente, a professora titular leu o livro “Malala e seu lápis mágico” com a sala toda em círculo; depois utilizou vídeos que mostravam a história da vida de Malala e conversou sobre o livro, questionando a visão das crianças so-bre a educação oferecida no Paquistão; destacaram-se a questão do gênero, de como as crianças meninas não possuem o mesmo acesso que os meninos, a questão do local em que as crianças brincam definido no livro como “lixões” e sobre crianças terem que trabalhar ao invés de estudar. A partir dos comentários das crianças, a professora dialogou sobre as diferenças de gênero, condições sociais e econômicas. Com as observações, as crianças se reuniram em dupla para escrever sobre as semelhanças e diferenças culturais, que deram origem a um mural. Ademais, cada criança recebeu um color set colorido com a tarja “O que eu faria se tivesse um lápis mágico?”, em resposta a esta questão as crianças escreveram diferentes propostas, entre elas, a criação de escolas para todo mundo, que a fome fosse cessada e que nenhuma criança precisasse trabalhar, que todos pudessem ter dinheiro para não passar fome, que as meninas e meninos fossem iguais em todos os lugares, sem distinção de gênero. Ao lerem o Livro “Malala e seu lápis mágico”, as crianças foram capazes de reconhecer as semelhanças e diferenças entre as culturas, indo além de seus cotidianos e vivências, compreendendo que, em cada país, há costumes e valores diferentes. Além disso, foi uma atividade interdisciplinar, pois a sua me-todologia foi desenvolvida em Língua portuguesa, História, Geografia e Tecnologia. Com isso, percebemos que a importância desse processo está na reflexão crítica das crianças, em relação aos pilares educacionais, econômicos e sociais em diferentes países

Palavras-chave: Cultura Educativa. Interculturalidade. Literatura Infantil.

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VIVENCIANDO O (DES)CONHECIDO: EXPERIÊNCIAS POTENCIALIZADAS NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR

Maiara Ariele PedersenAna Maria Falcão de Aragão

Esta é uma pesquisa que aborda a formação inicial de professores a partir dos olhares de uma turma de 24 estudantes do sexto semestre do curso de pedagogia de uma universidade pública paulista. Em uma disciplina oferecida aos estudantes do primeiro semestre de 2015 do curso de Pedagogia objetivava-se contribuir para que os futuros professores pudessem se apropriar do seu lugar de docente desde a entrada na Universidade e, depois, na escola, reconhecessem expectativas e necessidades de quem inicia uma relação profissional nesse contexto. Fora então sugerido aos estudantes que fizessem, individualmente, registros poéticos de cada uma das aulas: relatos da aula anterior que expressassem, além da síntese, a essência do que foi vivido, usando re-cursos expressivos verbais ou não verbais. Era importante, ainda, que esta produção fosse realizada de modo que tivesse algum registro concreto que pudesse ser levado por cada aluno como marca do encontro. A partir do que os alunos traziam era feito uma discussão teórica acerca dos fundamentos daquilo que foi sugerido, ex-perienciando na prática o que vimos durante a disciplina sobre reflexividade, ou seja, a indissociação e a inter constitutividade entre teoria e prática. Em 2017, esses alunos foram convidados a construir um novo grupo, em uma disciplina eletiva, para que pudessem discutir teoricamente o vivido no primeiro ano de graduação e que pudessem, ao valer-se novamente da proposta do registro poético, expressar o que ficou desde o primeiro encontro, na disciplina anterior, quais experiências foram formativas e o que levam como potencialmente proveitoso para a prática docente. O novo grupo, composto de 24 alunas, vivenciou novas estratégias durante os encontros do segundo semestre de 2017, proporcionada intencionalmente pela docente para que pudessem realizar a apreensão sensível da realidade, que possibilita a mudança, o questionamento ou a reflexão do que ocorreu em 2015 e que, por meio dos registros, expressassem que relações puderam estabelecer com seu momento atual de formação. Ao final da disciplina, as alunas foram convidadas a ceder seus registros para o estudo, e essas produções tornaram-se, então, dados para investigar quais e se as experiências consideradas formativas estavam presentes nos textos das alunas. A pesquisa foi concebida e orientada a partir do referen-cial oferecido pela Psicologia Histórico-Cultural, e a análise dos dados é dirigida pela metodologia dos nú-cleos de significação. Deste modo, e dialogando também com interlocutores situados para além da psicologia educacional, o estudo encontra importantes olhares e fundamentos para conceituar, discutir e compreender os sentidos inscritos nas narrativas das estudantes. Por fim, apresento como lições aprendidas, a síntese daquilo que a investigação permitiu compreender.

Palavras-chaves: Formação Inicial de Professores. Registros Poéticos. Reflexividade.

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PROJETO CIRANDA DO LIVRO – “SE CRIANÇA GOVERNASSE O MUNDO”

Márcia Van MierloVeridiana Silvestrim

A proposta desenvolvida pelas professoras dos primeiros anos foi baseada no livro “Se criança governasse o mundo”. A leitura sempre nos coloca em sintonia com o mundo, mundo este que queremos trazer para nos-sos alunos. À medida que lemos, abrimos horizontes para o crescimento pessoal e intelectual, despertando a criticidade e o conhecimento de nossos direitos e, também, dos nossos deveres. Sabemos da necessidade e importância de incentivar o prazer pela leitura em nossos alunos, contribuindo, assim, para sua capacidade imaginária. O livro “Se criança governasse o mundo” está muito próximo ao universo das crianças, despertan-do-as para o interesse da leitura e motivando-as a refletir sobre sua vontade de tornar-se um bom líder, ainda que seja de uma maneira descontraída. O livro faz a criança refletir e presenciar as imagens por meio de de-senhos, de massinhas e de sugestões de como resolver problemas que afligem as pessoas. O objetivo geral do trabalho teve a intenção de apreciar as propostas que os alunos trouxeram para tornar o nosso mundo um lugar melhor de se viver, com a intencionalidade e o protagonismo da criança. O trabalho foi realizado juntamente com a participação das famílias, unindo parcerias para que houvesse uma reflexão após a leitura, lembrando que estamos realizando atividades com leitores iniciantes. A proposta da atividade foi organizada de forma que cada criança levasse a pasta da Ciranda do Livro, contendo o livro para a leitura e o livro de registro. No livro de registro havia a seguinte pergunta: Se eu governasse o mundo... A resposta teve a intencionalidade do aluno pensar sobre as nossas ações, o que está acontecendo no mundo e o que poderia fazer para o mundo se tornar melhor. No dia selecionado, cada criança retornou com a pasta e comentou sobre o registro escrito que havia realizado e o desenho. A atividade teve também como um segundo registro a materialização da frase do aluno, onde cada família deverá confeccionar uma pequena maquete feita em massinha de modelar, ilustrando a resposta dada pela criança. As maquetes serão fotografadas e registradas no livro coletivo de registro, no qual cada criança tem a sua página. As maquetes serão expostas na Feira do Livro e Mostra Científico-Cultural do Colégio de Aplicação PIO XII. O material coletado na Ciranda do Livro e registrado no livro coletivo, será digitalizado e ao término deste ano, será presenteado a todas as famílias, com o objetivo de compartilharmos o trabalho de todos e por meio dos registros de frases, desenhos e imagens, potencializar pensamentos e ações, com o intuito de acreditarmos que o nosso futuro depende também das ações de nossas crianças e seus res-ponsáveis, como o propósito de refletirmos sobre o futuro que queremos. A obra literária nos permite de forma simples e pelo olhar da criança, pensarmos nas ações dos seres humanos e o que podemos modificar por meio do imaginário infantil.

Palavras-chave: Leitura. Reflexão-ações. Família.

Resumo:

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“NA TENTATIVA DA INCLUSÃO... FIZ DESCOBERTAS...”

Maria Cristina Marques MoreiraVanessa Nista Dantas Inácio

Vânia Lúcia da Silva Marinho

Esta atividade foi desenvolvida numa escola da rede municipal de Campinas com uma turma de 2º ano do En-sino Fundamental, com 24 crianças em idades que variavam entre 6 e 7 anos, sendo uma delas público alvo da Educação Especial. Na minha trajetória profissional deparei-me com uma diversidade na sala de aula que mui-tas vezes me causava estranheza e distanciamento por carecer de práticas pedagógicas potenciais e científicas para atuar e mediar essas demandas, principalmente em relação às crianças da Educação Especial. Na tentativa de incluí-las no grupo percebi que não se restringia somente a área da Inclusão, pois no contexto da sala de aula há aproximações destas aprendizagens no grupo. Parece que o processo da inclusão tem uma relação de como o professor percebe a influência da sua prática pedagógica como norteadora e mediadora da aprendiza-gem. Apresento uma experiência que decorreu de situações de ensino e aprendizagem em sala de aula marcada por muita indisciplina e desinteresse das crianças. Decidi olhar verdadeiramente para elas e entender melhor as pistas que estavam dando. Dei espaço para que manifestassem seus interesses e estudar e pesquisar sobre os dinossauros motivou a todos, inclusive a criança público alvo da Educação Especial. Realizamos uma visita a uma exposição de dinossauros. As crianças ficaram encantadas. Em seguida, veio a inquietação de como dar continuidade a este processo tão enriquecedor que as crianças estavam envolvidas. O desejo era trazer a pesquisa para os pequenos, mas de que forma? A princípio, o modelo de pesquisa que me suscitou foi aquela normatizada sob o olhar de um adulto. Retomei esta ideia comigo mesma, refletindo que não daria certo. Foi então que comecei a pesquisar no You Tube alguns temas infantis sobre os dinossauros. Encontrei alguns vídeos que explicavam sobre a extinção dos dinossauros. Realizamos um texto informativo coletivamente. As crianças compartilharam informações com o grupo e eu fui a escriba, ajustando e organizando com eles o conhecimento que emergiu dos curtas-metragens que eles assistiram. Depois incitei-os a criarmos um poema que falasse dos dinossauros. Elenquei com elas palavras que tivessem relação com o tema e escrevi na lousa, para posteriormente construirmos o poema coletivamente. Para minha surpresa as crianças tiveram a ideia de trazer para o poema a melodia de um rap. Para finalizar, manifestaram o desejo de apresentar para a escola esta atividade. Os resultados nos sinalizam uma prática pedagógica que potencializa os saberes das crianças nas variadas formas, possibilitando o envolvimento de todos. O investimento em práticas de letramento levou as crianças a atribuírem significados e sentidos para a alfabetização, que ganhou contexto no poema, na música, no texto informativo, na expressão corporal e, com um diferencial enriquecedor onde todas as crianças, sem exceção, foram as protagonistas de todo este processo do conhecimento.

Palavras-chave: Prática pedagógica. Inclusão. Letramento.

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OS ALUNOS INVISÍVEIS NA SALA DE AULA: UMA ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA

Michelle de Souza LeiteTatiana Aparecida da Cunha Ferreira

Cristiane Maria Correia

O contexto escolar é um ambiente de aprendizagem e um amplo espaço para o desenvolvimento das interações sociais. Para a criança é o início da sua socialização em grupo, fora do núcleo familiar, um processo que pre-cisa ser aprendido e desenvolvido. A escola tem como um dos seus objetivos proporcionar a interação social, compreendendo que através das interações sociais, o indivíduo transforma o mundo, e é por ele transformado. As interações sociais na sala de aula devem compreender a heterogeneidade do grupo, observando-os no con-texto e na sua individualidade. Mas isso não significa que uma divisão quase que despercebida aconteça entre os alunos, sendo eles classificados em três grupos: os alunos que tiram nota dez, os alunos com problemas de disciplina, e os alunos invisíveis, nos fazendo perguntar quem são esses Alunos Invisíveis? Com isso pode-mos observar que frente a dinâmica da sala de aula, alguns alunos acabam passando despercebidos aos olhos do professor, se tornando invisíveis. Acompanham a sala pedagogicamente, mas não socialmente. Junto aos questionamentos apresentados, realizou-se uma entrevista com profissionais da educação infantil e ensino fun-damental I, visando uma melhor compreensão ao tema. Com a investigação foi possível observar que, de fato, esses alunos invisíveis existem, e que as profissionais de educação reconhecem as principais características de sintomas e comportamentos, propondo práticas pedagógicas, para um melhor desenvolvimento e participação junto ao grupo. Mas, afirmam também que pouco sabem sobre o tema abordado, confirmando que de certa ma-neira eles passam despercebidos junto ao grupo. As investigações também percorrem o momento de transição de ciclos, um momento que deve ser de especial atenção pelos profissionais de educação. Para esses alunos, essas mudanças, aliadas ao processo de socialização, que já apresentam dificuldades e lacunas, podem gerar grande sofrimento. Compreendemos que a invisibilidade do aluno também diz algo, e que possíveis comporta-mentos e sintomas, se não tratados, podem desencadear sérios problemas para o seu desenvolvimento. Frente alguns comportamentos e características desses alunos, percebemos que se assemelham com a Depressão Infantil, um transtorno comum para adultos nos dias atuais, mas pouco discutido sua acentuação na infância. Os sintomas em alguns casos são mascarados, podendo demonstrar certa melancolia e parecer se divertir em momentos de brincadeiras, dificultando sua percepção. A interação social nesse contexto poderá ser um fator positivo ou negativo para esses alunos, dependendo de como o trabalho pedagógico se desenvolve. A constru-ção social dos alunos necessita de um direcionamento maior por parte dos professores, e principalmente com os Alunos Invisíveis, que em determinados momentos de silêncio, podem estar pedindo socorro. Com isso nos perguntamos: os Alunos Invisíveis são de fato “silenciosos” fazendo com que não os percebamos ou são “silenciados” em seu contexto?

Palavras-chave: Socialização. Alunos Invisíveis. Depressão Infantil.

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FORMAÇÃO DE IDENTIDADE E PARTICIPAÇÃO DE ADOLESCENTES EM EDUCAÇÃO NÃO FORMAL

Nathalia Gonçalves e MoreiraVerônica Vidotto Caricati

Silvana Cardoso e Brandão

A educação não formal é considerada um espaço em que há a possibilidade de práticas para potencializar o desenvolvimento, promover socialização entre pares, auxiliar para melhores condições de vida num contexto social através de um processo de interação sujeito-meio e produzir conhecimentos através das práticas edu-cativas. A atuação na educação não formal com adolescentes ganha força quando o adolescente vê sentido naquilo que realiza, sentindo que sua voz importa neste contexto e dando um real significado para esta fase. Sendo o desafio do psicólogo atentar-se à participação do adolescente na educação não formal, visando uma atribuição de sentido e uma contribuição educativa. Visto que na sociedade atual a adolescência tem sido as-sociada a transgressões e comportamentos de risco, a educação não formal deve priorizar aspectos positivos do desenvolvimento. Diante das demandas de contribuir com o envolvimento, participação e compreensão dos adolescentes na educação não formal, auxiliar na socialização e realização das oficinas educativas efetivou-se um projeto de intervenção psicossocial em educação não formal. O objetivo desde trabalho foi contribuir com o desenvolvimento e formação da consciência reflexiva e identidade dos adolescentes na educação não formal. Os objetivos específicos foram: refletir e compreender as percepções dos adolescentes a respeito da partici-pação na educação não formal; acompanhar e contribuir dentro de uma oficina proposta pelo educador para promover o desenvolvimento dos adolescentes; contribuir com o processo de socialização dos adolescentes e promover discussões e reflexões com as adolescentes a respeito da adolescência e as vivências sociais do feminino. Os participantes foram 30 adolescentes de 11 a 14 anos que frequentam uma Oscip em Campinas no período vespertino. Os procedimentos envolvem o acompanhamento de oficinas educativas da instituição para contribuir com seu funcionamento e na socialização dos educandos em dois dias da semana durante 11 semanas. Ademais, foram realizadas atividades de conversa e reflexão com um grupo de 13 meninas sobre aspectos emergentes da adolescência, da vivência do feminino e a produção de um livreto a fim de sociali-zar conhecimentos e vivências a respeito desse período; totalizando 8 encontros com as mesmas: 4 para as conversas e 4 para a montagem do livreto. Durante o projeto foram observadas as relações dos adolescentes com a educação não formal, sua percepção e a participação dentro dela. Os resultados a respeito dos sentidos atribuídos à educação não formal, apresentam que os adolescentes não se sentem acolhidos e envolvidos no planejamento das atividades propostas. Retratam que as atividades são pensadas e focadas nas crianças, ainda que algumas vezes sejam questionados sobre seus desejos, não se sentem confortáveis para realizar o que gostariam e perdem o interesse em realizá-las. Enfatiza-se a importância de incentivá-los a se envolverem nas atividades e colocarem seus interesses para serem realizadas. O grupo com as adolescentes possibilitou um protagonismo juvenil, com a elaboração e o envolvimento das adolescentes, estas revelaram que a atividade foi significada e reconhecida como um espaço de pertencimento e crescimento.

Palavras-Chave: Educação não formal, Adolescência, Intervenção.

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O LIVRO DE ARTISTA NAS RELAÇÕES DO ADOLESCENTE COM A ARTE CONTEMPORÂNEA

Patricia CortelazzoMara Ferraro Nita

No Colégio Técnico de Campinas (COTUCA), em Arte, desenvolvemos projetos bimestrais que buscam inte-grar diferentes linguagens e as preferências artísticas dos alunos. Porém, deparamo-nos frequentemente com uma certa resistência por parte dos estudantes em relação à apreciação da Arte Contemporânea, ainda pouco trabalhada em suas escolas de origem e, por esse motivo, resolvemos tratar do assunto por meio de um projeto que foi desenvolvido no ano de 2018. Sendo assim, propusemos aos alunos um mergulho em questões que tratassem de suas vivências cotidianas, para a criação de um livro de artista com o tema “Vida de adolescente”. A partir de 1960, o livro de artista assume um papel de destaque na História da Arte, sendo constituído, prio-ritariamente, pela imagem, cuja leitura prescinde, acima de tudo, dos códigos e metáforas visuais. É também conhecido como livro-objeto e rompe com as formas tradicionais de um livro comum, podendo ser apresenta-do conforme a livre expressão de cada um. Para a realização desta pesquisa-ação, fundamentada em Anamélia Bueno Buoro, artista e educadora que traz uma análise de imagens que dialoga com a livre criação e expressão e, em Fernando Hernández e Montserrat Ventura, com suas pesquisas a respeito do trabalho realizado por meio de projetos, propusemos aos alunos do ensino médio do COTUCA a confecção de um livro de artista. Tínhamos dois objetivos principais: investigar a relação do adolescente com a Arte Contemporânea e estimu-lar um dizer pessoal, autoral e subjetivo por parte dos educandos. Iniciamos a proposta com uma explanação da produção de livros de artista, por alguns períodos na história da arte, com destaque para as obras de Lygia Pape, Nuno Ramos, Bruno Munari, Constança Lucas, entre outros. Em seguida, pedimos que se organizassem em grupos e discutissem suas ideias. Durante a confecção artesanal dos livros, percebemos experimentações plásticas variadas, como o uso de colagens, fotografias, bordados, interferências em livros de literatura; bem como a exploração de livros-objetos em formatos não convencionais - ligados ao origami e à poesia concreta, outras formas de trabalhos ligados a arte contemporânea. Como resultados, tivemos livros que abarcaram te-mas como: amor, corpo, sexualidade, amizade, drogas e, principalmente, pressões familiares e escolares sofri-das por eles. O tema que escolhemos, “Vida de Adolescente”, foi assertivo na medida em que possibilitou uma reflexão interior sobre emoções e sentimentos decorrentes da passagem da fase da infância para a fase adulta e que, muitas vezes, são difíceis de serem revelados pelo discurso verbal. Enfim, entendemos que o livro de artista pode ser um meio para se introduzir o aluno no complexo campo da Arte Contemporânea, bem como dar voz à sensibilidade e à expressividade do jovem.

Palavras-chave: Livro de artista. Adolescente. Arte contemporânea.

Resumo:

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CURRÍCULO E GESTÃO: UM PROJETO DE TRABALHO INTEGRADO

Patricia Rita CortelazzoAna Cláudia Ribeiro da Motta Cortez

Este projeto integrado foi realizado em 2018, com alunos do 4º semestre do curso de Pedagogia do UNISAL, campus Liceu Campinas, tratando de dois componentes curriculares, Currículo e Gestão e Planejamento Edu-cacional, que estão ligados por conteúdos e possibilidades de trabalho em comum. Pensamos em trazer uma proposta interdisciplinar, com o objetivo de os alunos compreenderem na prática a aplicabilidade dos assuntos estudados e investigarem documentos para a criação de uma escola fictícia, a partir das pesquisas realizadas. A metodologia baseou-se em uma pesquisa-ação, pautada em autores como Fernando Hernández e Heloísa Lück, em vídeos de uma série da TV Futura, intitulada Escolas Inovadoras, em análises de projetos peda-gógicos de escolas de Campinas e na Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Discutimos sobre o papel importante do gestor na avaliação e condução de um projeto pedagógico de qualidade, no estabelecimento de maior integração entre currículo escolar, aprendizagem e realidade e na administração da comunicação e da motivação da equipe para tal funcionamento, bem como realizamos a análise de escolas, no Brasil e no mundo, com currículos diferenciados, para que cada grupo pudesse construir o projeto pedagógico de sua escola com argumentos baseados nas pesquisas e, principalmente, em consonância com a BNCC. A sala foi dividida em grupos, que iniciaram a análise do projeto pedagógico de uma escola, comparando-o com o que determina a BNCC, depois, mais familiarizados com a estrutura dos documentos, criaram uma escola fictícia, cumprindo todas as etapas de um projeto e de um currículo, observando as indicações legais para tal construção. Por fim, apresentaram para os demais alunos da sala suas propostas. Observamos que esta prática demonstrou que o aprendizado se deu de maneira mais efetiva. Ao lerem os documentos das escolas, percebiam inconsistências quanto ao que estava escrito no papel e o que realmente ocorria na prática. Também puderam entender as propostas da BNCC, tomando domínio do documento. O papel das professoras foi diferente: mediamos o co-nhecimento, instigamos a curiosidade, não aplicamos prova e o interesse dos alunos foi imenso, em construir um modelo de escola mais humano e criativo. Como resultado, comprovamos que trabalhar com projetos con-tribui de maneira mais efetiva para a construção do conhecimento. Quando desafiados em construir o Projeto Pedagógico de uma escola, os alunos corresponderam de maneira positiva, envolvendo-se com os estudos aprofundados de documentos, pois tinham um objetivo maior a ser cumprido: a construção de um modelo de escola no qual acreditavam. Concluímos que, ao invés dos componentes curriculares serem trabalhados de maneira fragmentada, o trabalho interdisciplinar entre Currículo e Gestão permitiu que o conhecimento fosse aplicado de maneira mais realista, despertando o interesse em um conhecimento mais sólido, para não corre-rem o risco de criarem uma escola inviável do ponto de vista legal.

Palavras-chave: Currículo. Gestão. Integração. Projeto Pedagógico.

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A UTILIZAÇÃO DE PANFLETOS NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS

Paula Cristina Ortis dos Santos

Este trabalho tem como base o ensino da Matemática conectado ao seu uso no cotidiano e foi desenvolvido com alunos do quinto ano do Ensino Fundamental I de uma escola municipal de Campinas. O professor na organização de suas aulas deve escolher propostas e atividades que promovam o envolvimento dos alunos, que os desafiem, instiguem e garantam a oportunidade de entenderem diferentes conceitos de forma significativa, para que assim ampliem seus conhecimentos e os utilizem em diferentes áreas e situações. Contudo, ao longo da experiência docente nos deparamos com alunos desmotivados e questionando sobre a relevância de alguns estudos e a aplicabilidade dos mesmos em suas vidas. A partir desses questionamentos, visando desenvolver um trabalho contextualizado, surgiu a ideia de usar panfletos promocionais de diferentes estabelecimentos nas aulas de Matemática. A proposta de utilização dos panfletos teve como objetivo principal despertar o interesse e o espírito investigativo, promover a construção de conceitos e desenvolver o pensamento lógico-matemá-tico. Ela foi muito bem recebida pelos estudantes, que se mostraram empolgados, pois acharam a proposta diferente e sentiram-se conectados à realidade. Tendo como aporte teórico os estudos de Gérard Vergnaud, o trabalho iniciou-se com a solução de problemas matemáticos do campo aditivo (transformação, comparação e composição) e do campo multiplicativo (proporcionalidade, comparação, combinatória e configuração retan-gular); ora resolviam individualmente, ora em duplas. Diante da aceitação e envolvimento dos estudantes, foi inserido o trabalho com arredondamento de casas decimais, que até então, mesmo após inúmeras atividades de sistematização, era uma dificuldade para eles. No desenvolvimento das atividades com os panfletos perce-beu-se a busca de informações (manuseio do panfleto), coleta de dados, desenvolvimento do cálculo mental e das operações de pensamento envolvendo os conceitos do campo aditivo e multiplicativo. Existem formas e raciocínios diferentes que conduzem ao mesmo resultado, assim sendo, o processo de solução adotado pelos estudantes e as respostas dos problemas eram compartilhadas e discutidas coletivamente. Como uma nova oportunidade para aplicar e transpor os conceitos aprendidos, em alguns momentos, os alunos foram convida-dos a inverter os papéis e elaborarem situações-problema a partir do panfleto apresentado e condições apre-sentadas pela professora. As situações criadas foram resolvidas por colegas da própria turma ou direcionadas para outra, promovendo assim interação entre eles. Os alunos perguntaram quando esse tipo de atividade aconteceria novamente, uma aluna trouxe outros panfletos e muitos relataram que esse tipo de proposta é mais interessante do que as tradicionalmente trabalhadas. Diante do retorno positivo pretende-se estender para o uso de panfletos de imóveis que constam plantas para trabalhar conceitos da área da Geografia e medidas (área e perímetro).

Palavras-chave: Matemática. Situações-problemas. Cotidiano. Campo aditivo. Campo multiplicativo.

Resumo:

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A CONSTRUÇÃO DO PP NUMA PERSPECTIVA DIALÓGICA: APRENDIZAGENS DA EQUIPE GESTORA

Regina Carvalho Calvo de FaveriFlávia Ferreira Leão Hatore

Patrícia Regina Infanger Campos

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a atuação de uma equipe gestora responsável por duas escolas de Educação Infantil da Rede Municipal de Campinas e sobre a necessidade de um Projeto Pedagógico (PP) comum e significativo. A partir de 2016, optou-se pela perspectiva da pesquisa do cotidiano por permitir um conhecimento mais aprofundado e uma avaliação contínua da realidade. O diálogo, a corresponsabilização e a autoria das ações pedagógicas foram assumidos como princípios norteadores de um trabalho coletivo. As discussões e a reflexão constante sobre as ações cotidianas se revelavam essenciais para uma maior integração, sobretudo, para a construção de um PP integrado, entendido como instrumento de transformação. A partir da implementação de reuniões pedagógicas comuns aos docentes das duas escolas e da criação de curso de for-mação em serviço, para os agentes, o diálogo tornou-se mais efetivo e permitiu a adoção de um único eixo de trabalho para todas as turmas. Assim, em 2017, o desejo de explorar as memórias fez com que emergisse do cotidiano, o tema: “Nossas memórias... nossas histórias nos trouxeram até aqui”. Ainda que de maneira inci-piente, a equipe gestora passou a olhar para as demandas pedagógicas a partir dele. Foram oportunizados mo-mentos formativos para que todos enriquecessem suas próprias experiências em benefício da atuação com as crianças. Os eventos ocorridos revelaram um maior envolvimento dos profissionais nas duas unidades. A festa junina foi o ponto culminante do projeto. Da confecção do convite, à organização das barracas, percebia-se uma vinculação entre o trabalho de cada turma. Em 2018, a realização da Copa do Mundo de Futebol, propi-ciou o tema: “Meu Brasil, brasileiro” que foi o cerne das ações, desde a primeira reunião pedagógica daquele ano, passando pelas formações continuadas, aquisições, reuniões de conselho, estudos do meio, acolhimento das crianças e famílias. À organização da festa junina, foi acrescentado um circuito pedagógico, intitulado: “Viajando pelo Brasil brasileiro”, cujo espaço foi planejado, demarcado e organizado pelos profissionais, a partir de atividades realizadas com as crianças para compor um ambiente lúdico e interativo, representando as cinco regiões brasileiras. O resultado das avaliações, respondidas pela comunidade escolar, demonstrou a compreensão e satisfação com o trabalho integrado, pautado em projetos. No final do ano, houve 27 sugestões de temas para 2019, sendo escolhido por votação: “Herdeiros do futuro do Brasil”. As ações desenvolvidas no primeiro semestre já permitiram conferir resultados positivos nas atividades cotidianas com as crianças, bem como nos relatos dos profissionais, familiares e comunidade. Investimentos e esforços diários tomam por base as dimensões pedagógica, administrativa, estrutural e financeira em favor do tema que representa a essência de um PP revelado em sua dinamicidade e vivacidade. O diálogo e a reflexão sobre as aprendizagens do e no coletivo, tem sido pensados com vistas ao aprofundamento qualitativo das intencionalidades pedagógicas. Considera-se que a definição de um tema comum tem promovido a continuidade do trabalho de um ano para o outro; o aprofundamento das ações; a criação de subprojetos e o ambiente favorável para as experimentações.

Palavras-Chave: Equipe gestora. Projeto pedagógico. Trabalho coletivo.

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VAMOS CRIAR UMA COREOGRAFIA? UMA PROPOSTA DE APRECIAÇÃO MUSICAL

Renata de Oliveira Pavaneli

O relato a seguir apresenta uma proposta de atividade que foi desenvolvida nas aulas de educação musical de uma escola regular da rede particular de Campinas, com alunos do 4º. Ano, no total de 15 alunos e idades variando entre 8 e 9 anos. Foi elaborada com o objetivo de propor uma atividade de apreciação musical em que os alunos participassem ativamente, criando uma coreografia com a utilização de instrumentos e outros materiais, para a música selecionada, que contemplasse o tema e a forma musical, além de alguns elementos rítmicos presentes na música. Para aproximar os alunos da música, apresentei inicialmente uma outra peça do mesmo compositor que foi utilizada para uma cena em um filme de comédia da década de 1960, mostrando o trecho e falando sobre o ator que protagonizou a cena e sobre a música, principalmente. Nesse momento cha-mei a atenção para a relação da cena com a sonoridade e o tema da música, levando os alunos a observarem algo mais do que os instrumentos, mas principalmente, que a música que estavam ouvindo “contava uma his-tória” e, expliquei que trabalharíamos com uma peça descritiva, definindo também o que essa forma de com-posição significa. No momento que começamos a ouvir a música sobre a qual faríamos a atividade, a única informação que passei para os alunos é de que a peça utilizava um objeto que todos nós já conhecíamos. Logo que começaram a ouvir a música alguns alunos identificaram um som semelhante a um relógio, e começaram a dar várias sugestões para o nome da música. Ouvimos até o final e depois que todos falaram e opinaram, apre-sentei o nome da música: “O Relógio Sincopado” de Leroy Anderson. Ressaltei o caráter descritivo da com-posição e partimos para a análise da forma musical, como primeiro passo para a realização da atividade. Na sequência expliquei que cada grupo deveria criar uma coreografia para a música e que eles poderiam utilizar os materiais que estavam no centro da sala: instrumentos de percussão e fitas coloridas. Não fiz nenhuma in-terferência no processo de criação da atividade, apenas reforcei que todos do grupo deveriam opinar e discutir cada etapa do trabalho. Como resultado da atividade, foi possível observar o envolvimento de todos os alunos na criação e na execução de uma coreografia, com elementos visuais e sonoros, como também a apropriação dos conhecimentos musicais trabalhados no estudo da peça, como a forma musical. A atividade foi pensada a partir dos pressupostos de Carl Orff, quando divide a aula de educação musical em momentos dedicados à execução musical, criação e elaboração de arranjos, danças e atividades de apreciação musical.

Palavras-chave: Educação musical. Criação. Escola regular. Apreciação musical

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ENSINO DE FILOSOFIA: EXPERIÊNCIA NAS ESCOLAS CATÓLICAS DE BELO HORIZONTE - MG

Renato Daniel Araújo de Faria

O grupo de pesquisa tem como objetivo principal proporcionar aos alunos do Ensino Médio um espaço de discussão interdisciplinar e produção filosófica, articulado aos diversos debates contemporâneos, através da tematização e problematização das perspectivas ética, antropológica e epistemológica, em parceria com Uni-versidades Federais e Particulares. Dessa forma, o presente projeto prioriza a pesquisa coletiva e a iniciação científica como locus de revisão, discussão e produção de saberes, superando, assim, um modelo de pesquisa centrado na pessoa do pesquisador em direção a um modelo institucional e coletivo de produção de conheci-mento, centrado na unidade do grupo de pesquisa e na partilha da produção, avaliação, revisão e apresentação do conhecimento que tal perspectiva, coletiva, oportuniza. O grupo se organiza por três eixos, as saber: a) ético, identificando as principais teorias éticas da contemporaneidade e sua inserção em determinado contexto sócio histórico, de modo a analisar as relações entre essas teorias e outros discursos que participam do proces-so de formação da cidadania e sua função legitimadora de determinados projetos sócio históricos na sociedade contemporânea; b) antropológico - investigando a significação antropológica, através das discussões con-temporâneas, a partir da perspectiva da alteridade, explicitando o processo de humanização e da perspectiva política como dimensões vitais da vida social; c) epistemológico – explorando a dimensão epistemológica das teorias contemporâneas, sobretudo no que tange à relação entre o mundo da informação e a produção do conhecimento como problemáticas pós-modernas. O projeto é executado em três partes: motivação, nucleação e formação compartilhada. Motivação: reunião dos professores envolvidos para discussão do projeto e prepa-ração de uma AULA TEMÁTICA a partir de uma situação problema (tema a ser escolhido pelos professores envolvidos). Nucleação: escolha de eixos temáticos para serem trabalhados de forma interdisciplinar durante as aulas das disciplinas envolvidas e dos encontros de nucleação do Grupo de Pesquisa. Formação Comparti-lhada: encontro quinzenal, às quintas-feiras, de 17h às 18h30, em sala oferecida pelo Colégio, caracterizados metodologicamente como pesquisas bibliográficas, debates e exposições dialogadas. Atuar-se-á a partir de seis momentos distintos, a saber: 1) A fase de identificação. Momento caracterizado pela procura e identificação das obras e artigos que subsidiarão a pesquisa; 2) Localização. Após a identificação dos textos, faz necessário localizá-los nas bibliotecas e portais que disponibilizam artigos científicos de relevância para a investigação planejada; 3) Compilação. Caracterizada pela reunião sistemática dos textos identificados e localizados; 4) Análise e interpretação. Momento marcado pela atribuição de significado e sentido ao material reunido; 5) Debate e Exposição dialogada. Elaborado a partir de situações-problema e estudo orientado. 6) Elaboração de fichas de leitura e redação de relatórios. Fase caracterizada pela produção de textos e demais produções acadêmicas.

Palavras-chave: Ensino Médio. Filosofia. Aprofundamento.

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NARRATIVAS E MEMÓRIAS DE COLABORADORES DA PUC-CAMPINAS SOBRE EXPERIÊNCIAS ESCOLARES

Rosângela Leme de ProençaAlessandra Rodrigues de Almeida

A educação de jovens e adultos é um desafio a ser enfrentado em nossa realidade brasileira, pois ainda é grande o número de pessoas que não foram alfabetizadas ou possuem baixa escolarização, o que limita suas possibilidades para encontrar trabalho, permanecer no emprego ou ascender a outros postos. A baixa esco-larização também compromete a atuação do indivíduo nas práticas do mundo letrado. Diante deste cenário e considerando o perfil, a missão institucional e do caráter confessional e comunitário da PUC-Campinas, a universidade buscou formas de atuar na educação básica dos colaboradores que não tiveram oportunidade de estudar na infância e juventude. Para tanto implantou-se um programa que envolve ações de formação dire-cionadas a esse público, visando contribuir para o processo de desenvolvimento pessoal e profissional, e de formação humana e cidadã de cada um deles. O referido programa contempla dois grupos (Turma 1A e 1B com total de 14 estudantes) com o foco na a alfabetização e práticas de leitura, de escrita e matemática com vistas à conclusão dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e outros dois grupos (Turma 2 e Turma 3 com total de 36 estudantes) com estudos voltados para a área de Língua Portuguesa que objetivam a conclusão dos anos finais do Ensino Fundamental. Diante do exposto, o objetivo desta experiência é descrever e interpretar as percepções de colaboradores participantes das turmas 1A e 1B sobre suas experiências e aprendizagens no contexto da escola quando criança e/ou jovem, a partir da rememoração de fatos e episódios, com o intuito de possibilitar a ressignificação das próprias aprendizagens e o compromisso com seu processo formativo. A metodologia do trabalho envolveu o uso de narrativas autobiográficas orais para os colaboradores em processo de alfabetização e narrativas escritas para os já alfabetizados. Como resultado desta investigação observou-se que a maioria das narrativas estão vinculadas de forma positiva quando os estudantes retomam os momentos e as experiências vividas no contexto escolar expressando terem gostado de frequentar a escola. Outro aspecto destacado pelos estudantes refere-se aos fatos e situações que motivaram a saída da escola, quais sejam: difi-culdades socioeconômicas, distância entre a casa e a escola e influência/imposição da família. Seis narrativas evidenciam ainda as dificuldades vivenciadas pelos estudantes pelo fato de não serem alfabetizados e como isso implica diretamente na pouca autonomia em realizar ações do cotidiano. Duas narrativas indicam o senti-mento de agradecimento dos alunos ao terem a oportunidade de voltar a estudar pelo projeto da universidade PUC-Campinas. De modo geral, foi possível que as narrativas se constituíssem sobre rememorações positivas acerca de suas experiências escolares e que voltar a estudar os possibilita a viver novas experiências tanto no âmbito do conhecimento, como também no trabalho e na vida pessoal.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Narrativas. Trabalho.

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O DIÁLOGO COMO SUPORTE MEDIADOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Rosângela Maria da Silva CameloLucimara Silva Pinto

O presente trabalho busca enfatizar a importância da prática realizada com crianças de 1 a 6 anos da escola Ja-tobá, um ambiente que tem em sua prática diária o diálogo como principal norteador na resolução de conflito e aprimoramento na formação do sujeito crítico, buscando por meio das linguagens ampliar seu desenvolvimen-to, perpassando a singularidade da infância, abordando as interações sociais entre criança/criança, criança/adulto como suporte para ressignificação de suas relações sociais. Partindo do princípio de que o conhecimen-to é global e que o aprendizado é promovido nas relações entre os sujeitos e objetos de estudos, a escola, em face da sua natureza social, por meio de situações problemas, faz uso desse mecanismo natural para realizar abordagens significativas no contexto real, no intuito de contribuir para que, no diálogo, sejam encontradas soluções para a resolução de conflitos. Em nossa prática pedagógica priorizamos junto ao corpo docente e pais uma política de relações sócio profissional com o intuito de estreitar a convivência com a família, pois há um ponto em comum, a criança, o que implica compromisso a ser assumido pela família e pela escola, em prol das aprendizagens e desenvolvimento. Nesta perspectiva, o nosso projeto educativo considera as dúvidas, os anseios e as dificuldades manifestas pelos pais, em relação a cada faixa etária, de modo a ampliar a percepção dialógica entre escola, professor e a criança. Consideramos que os sujeitos aprendem, à medida que interagem, pois na interação social há a regra e há o outro que necessita ser respeitado e considerado. Por meio da media-ção do professor, as crianças transformam o espaço do brincar em interações respeitosas de convivência, o que demonstra a importância do trabalho na educação infantil que priorize o diálogo. Os registros, as pesquisas, as curiosidades que surgem de nossos diálogos, são parâmetro avaliativos processuais os quais organizamos em arquivo digital para fins de registro acadêmico dos alunos. Tais registros são apresentados aos pais, familiares e amigos, em exposição anual, com o propósito de socializar as aprendizagens das crianças, por meio das pro-duções gráficas e fotográficas, construções e modificação do meio social, obra de arte, entre outros, contando com o envolvimento de todos os docentes e funcionários da escola. É importante mencionar que as crianças participam dessa organização ao escolherem as produções com maior significado, compreendo assim a função dos registros. A nossa experiência permite conservar momentos dialógicos, pois consideramos que essa ação proporciona uma melhor interação entre as crianças e adultos, proporcionando uma melhor aprendizagem e desenvolvimento social o que nos impulsiona a intensificar momentos os quais a conservação do diálogo seja o mediador de conflitos, gerador de novas hipóteses e ideias, ampliando a capacidade do sujeito de promover interações saudáveis e respeitosas de convivência.

Palavras-chave: Criança. Prática dialógica. Desenvolvimento.

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FLISELLO/FESTIVAL LITERÁRIO DA EMEF/EJA PROF ANDRÉ TOSELLO-2018

Silvia Helena Vital do Prado

Este trabalho baseia-se num relato de experiência realizado pelo coletivo de educadores em uma escola do Ensino Fundamental e EJA da rede municipal de Campinas. O Flisello, nosso Festival Literário do Tosello, nasceu no ano de 2013 com o intuito de oferecer aos alunos dos ciclos I e II (do 1º ao 5º ano) uma programação diferenciada para as comemorações da semana da criança que integrasse o lúdico à prática da leitura. A partir de 2014 incluímos os ciclos III e IV (do 6º ao 9º anos) e sucessivamente também a EJA. O cronograma com planejamento, organização, etapas, distribuição de tarefas, organização das oficinas, compra de materiais, pro-gramação das apresentações e diversas atividades se estendem até o mês de outubro. Inicia-se com a escolha de um autor para ser homenageado. Em 2018 o autor escolhido foi Rogério Andrade Barbosa que se juntava à temática “Africanidades” (embasada pela lei 10639/03). O Festival em si, é planejado para dois dias, mas pode se estender. No primeiro dia são organizadas oficinas temáticas, baseadas na literatura do autor escolhi-do, para todas as turmas. São objetivos das oficinas para além de apropriação e exploração da literatura em si, proporcionar a escrita coletiva de textos, proporcionar discussão entre leitores (alunos), oportunizar recontos orais, participar de atividades com jogos lúdicos, simbólicos, entre outros. No segundo dia, o foco é a realiza-ção de atividades voltadas para o enriquecimento cultural dos alunos, premiação dos concursos de produções de textos e confraternização da comunidade escolar. No ano de 2018 tivemos apresentações com um grupo de danças típicas Africanas e outro de Hip Hop. As atividades programadas buscam oferecer, durante os dias do Festival, além do já apresentado, oportunidades de conhecer e interagir com novas obras literárias, de parti-cipar de processos de criação, de imaginação, de interação com colegas e com o escritor (quando é possível). Ainda que o Festival tenha assumido formas um pouco diferenciadas nas propostas das oficinas nos ciclos iniciais e finais do Ensino Fundamental, principalmente pelas necessidades e especificidades de cada um dos segmentos educacionais, o foco ao estímulo à leitura e às atividades culturais como um todo continua sendo o vértice do projeto. A cada ano o Festival vem inovando e oferecendo aos alunos possibilidades de terem maior contato com as diferentes formas de expressões culturais, tais como a literatura, a história, as memórias, as artes plásticas, o teatro, a dança, a música, etc. A participação dos alunos tem sido muito significativa e acima de tudo com muito protagonismo. Inclusive as famílias percebem a repercussão do Flisello no envolvimento dos alunos e tem apoiado e incentivado a escola na organização do Festival. Essa avaliação majoritariamente positiva nos aponta que temos conseguido atingir os objetivos propostos e nos estimula a continuar preparando anualmente o nosso festival.

Palavras-chave: Leitura. Festival literário. Oficinas. Ensino fundamental. Africanidades.

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MULHERES EM REDE TECENDO POTÊNCIA: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EXTENSIONISTAS

Stela Cristina de Godoi Iara Teixeira Rebouças dos Santos

Jaqueline Jordão

Esta comunicação oral baseia-se na observação participante obtida através da prática extensionista, junto ao grupo de mulheres “Guerreiras do Satélite”, assistidas pelo CRAS Satélite Íris. De modo geral, o projeto de extensão que subsidia essa reflexão desenvolve atividades socioeducativas com o objetivo de contribuir para o enfrentamento da desigualdade social e de gênero. As intervenções utilizam Círculos de Cultura, baseados na perspectiva freiriana de educação como prática de comunhão e liberdade, e Círculos de Trabalho Artístico, que concebe a educação como esforços conativos do corpo-mente social em sua busca por preservar-se e atualizar o bem comum. Ou seja, as ações desenvolvidas nessa interface entre o Estado e a Universidade partem de uma prática pedagógica orientada pela concepção freiriana de educação, como processo de humanização e afirma-ção da liberdade. Trata-se de uma práxis que permite que o sujeito pronuncie o (seu) mundo, denuncie o mun-do e o transforme. Essa expressão de si, em diálogo com o outro, por sua vez, tem sido fomentada por meio do trabalho artístico, na medida em que compreendemos que a arte é, ao mesmo tempo, linguagem e forma de afecção. No que diz respeito à desigualdade social entre homens e mulheres, consideramos que o insulamento das mulheres no espaço doméstico resulta de uma divisão sexual do trabalho desfavorável a elas. Quer dizer, parte do desvalor atribuído ao trabalho feminino em todo o tecido social se deve à naturalização da suposta propensão das mesmas ao cuidado, dentro e fora do círculo familiar. Helena Hirata e Danièle Kergoat, durante as décadas de 1970 e 1980, desenvolveram uma discussão sobre as desigualdades de gênero, pautada pelas questões do trabalho. O conceito de divisão sexual do trabalho desenvolvido pelas mesmas denomina não só a distribuição diferencial de homens e mulheres no mercado, mas, sobretudo, aponta para uma divisão desigual do trabalho doméstico entre os sexos. As observações empíricas levantadas na prática extensionista apontam para o fato de que, recrutadas desde muito novas para as atividades reprodutivas em suas próprias famílias (e de outras também), apesar de trabalharem desde cedo, o abandono escolar e a violência doméstica privaram as mulheres de ocuparem outros espaços sociais e enfraqueceu seus vínculos. Assim, a análise das trajetórias de vida das Guerreiras do Satélite vem demonstrando que a Política Pública de Assistência Social e a presença da Universidade no território permitem o fortalecimento de vínculos sociais extrafamiliares. Assim, as práticas pedagógicas aqui discutidas associam à pedagogia do oprimido, a concepção spinozana de educação como aprendizado ético-afetivo, por meio do qual o corpo relacional (corpo/mente) manifesta, de distintos modos, a potência (conatus), substância primordial e indissociável do afeto. Nos Círculos de Cultura e nos Círculos de Trabalho, através da atividade problematizadora e da reconstrução imaginativa que culminam na produção artística, buscamos ressignificar o sofrimento, despertar as paixões alegres e fortalecer um devir ético que encorajem essas mulheres, submetidas a um tipo de “apartheid” social, a perseverar em si próprias, tecer laços de solidariedade e ocupar outros espaços sociais não-prescritos pelas estruturas vigentes.

Palavras-Chave: Divisão sexual do trabalho. Mulheres. Arte. Ética. Afeto.

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VIVÊNCIAS COM AS CRIANÇAS PEQUENINAS: A RODA DA CONVERSA E AS LEITURAS

Kátia Salvador de Souza CoutinhoTânia Alves da Silva

Este trabalho baseia-se em um relato de experiência a partir do trabalho realizado numa creche da Prefeitura Municipal de Campinas, CEI Alexandre Sartori Faria, localizado em Joaquim Egídio, na região Leste, nos agrupamentos I/II e II, de período integral. O trabalho pedagógico na escola está pautado na metodologia de projetos, considerando o interesse das crianças nas interações com os adultos como mediadores do processo educativo. Tal perspectiva possibilita a interdisciplinaridade entre as áreas do conhecimento e favorece a cons-trução e apropriação do conhecimento. O trabalho na educação infantil possibilita uma diversidade de abor-dagens e formas diferenciadas de desenvolvimento de projetos. Muitas vivências e experiências significativas com materiais diversificados. A escola está localizada numa APA – Área de Proteção Ambiental, proporcio-nando a interação com elementos da natureza e passeios ao entorno. Dentre as atividades realizadas em nosso CEI, destacamos: o passeio aos arredores da escola e a apropriação do entorno da mesma, como uma maneira de transcender os muros. Nesses passeios as crianças vão entrando em contato com diversos elementos que servem de disparadores da construção de novas e importantes inquietações. Essas inquietações são trazidas para a roda da conversa como atividade de extrema importância, visto que nela surgem ideias, desafios, hipóte-ses e assuntos variados. São apresentadas as atividades, as sequências e retornamos quando caminhamos para a finalização de algo. A roda é o momento em que a criança tem a oportunidade de se posicionar, se expressar por meio da palavra, ou aqueles que ainda não conseguem, gesticular e encontrar formas para estabelecer a comunicação com o grupo. É um instrumento poderoso de estímulo à verbalização, à expressão, um momento em que a fala da criança protagoniza o processo de construção. Muitas são as atividades realizadas dentro da roda e a partir da roda: a chamada (com as fotos das crianças), o uso da caixa surpresa, a contação de histó-rias, lembretes sobre combinados em sala, programação do dia. É nesse contexto que acontecem as leituras de histórias que são muito atraentes, despertando o interesse e curiosidade do grupo. As crianças têm acesso às contações de histórias e aos livros, desde a mais tenra idade na creche. Manuseiam os livros, recontam as his-tórias. Muitas crianças identificam trechos das histórias e relacionam com alguma atividade desenvolvida na turma. Elas escolhem um livro e levam para a casa por alguns dias, através do empréstimo. Compreendemos a relevância das práticas de leitura para os bebês e as crianças pequenas na escola, bem como o incentivo de tais práticas no ambiente familiar. Do mesmo modo, entendemos que a roda é um espaço de suma importância na educação infantil, pois se constitui como espaço de diálogo, valorização da fala da criança, assim como, proporciona as brincadeiras e interações do grupo.

Palavras-chave: Educação infantil. Pedagogia de projetos. Leitura. Roda de conversa.

Resumo:

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VOLTA AOS ESTUDOS: NARRATIVAS DE COLABORADORES DA PUC CAMPINAS

Vitória Ferreira Belentani MartinsAlessandra Rodrigues de AlmeidaOlívia Ferreira Belentani Martins

A educação de jovens e adultos representa um grande desafio da educação contemporânea, pois envolve uma ação educativa com pessoas que, por algum motivo, foram vítimas de uma exclusão perversa na sociedade e, algumas vezes, na própria escola. Diante do perfil, da missão institucional e do caráter confessional e co-munitário da PUC Campinas, a universidade criou um programa que envolve ações de formação direcionadas a colaboradores que não tiveram acesso à escola na infância e juventude, como contribuição para o processo de desenvolvimento pessoal e profissional, e de formação humana e cidadã de cada um deles. O referido programa contempla dois grupos (Turma 1A e 1B, com total de 14 estudantes) com o foco na alfabetização, práticas de leitura, de escrita, e matemática, com vistas à conclusão dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e outros dois grupos (Turma 2 e Turma 3, com total de 36 estudantes) com estudos voltados para a área de Língua Portuguesa que objetivam a conclusão dos anos finais do Ensino Fundamental. Considerando esse cenário, o objetivo deste trabalho é descrever as percepções de colaboradores participantes das turmas 2 e 3 no que se refere à possibilidade do retorno aos estudos no ambiente de trabalho, com o intuito de favorecer a ressignificação sobre as próprias aprendizagens e o envolvimento com o seu projeto educativo. A metodologia do trabalho envolveu a escrita de narrativas autobiográficas. Como resultado desta experiência foi possível observar que os estudantes foram unânimes em reconhecer a possibilidade do retorno aos estudos como uma grande oportunidade oferecida pela universidade; todos destacaram ainda a importância de estudar com pesso-as já conhecidas, colegas do trabalho em quem confiam para trocar ideias, esclarecer dúvidas e até mesmo são evidenciados como exemplo e inspiração. Em sete narrativas os autores relatam aspectos que focam a própria aprendizagem e os conhecimentos adquiridos como relevantes para si, tanto pessoal como profissionalmen-te, sendo que uma delas destaca a autonomia e independência propiciadas pela aprendizagem da leitura e da escrita ao longo do programa. Cinco narrativas fazem referência positiva à postura e prática da estagiária que faz a gestão do grupo e outras duas discorrem sobre a dedicação pessoal e o esforço como aspectos relevantes no processo de formação. De maneira geral observou-se em todas as produções narrativas focadas na apren-dizagem, como algo importante para todos, a amizade entre os pares e relação com a bolsista como aspectos fundamentais para o comprometimento com o programa; tais aspectos revelam uma forte conexão entre os princípios e objetivos estabelecidos para o programa e a percepção dos estudantes sobre o mesmo.

Palavras-Chave: Educação de Jovens e Adultos. Narrativas. Trabalho.

Resumo:

Page 209: ISSN - 1984-2015 2019 · 2019-12-05 · 1 1 xii seminÁrio sobre a produÇÃo do conhecimento em educaÇÃo e xiv seminÁrio da faculdade de educaÇÃo: escola e universidade: diÁlogos

209209

XII SEMINÁRIOSOBRE A PRODUÇÃODO CONHECIMENTOEM EDUCAÇÃO

E XIV SEMINÁRIODA FACULDADE DE EDUCAÇÃO:ESCOLA E UNIVERSIDADE:DIÁLOGOS E COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO DO PROFESSOR CRÍTICO

ANAIS

2019ISSN - 1984-2015

Encontro Científico financiado pela FAPESP