ISSN 2358-0283 - sispae.caedufjf.net · Educação do Pará, o SisPAE avalia o conhecimento dos...

ISSN 2358-0283

ASPECTOS CONTEXTUAIS DA AVALIAÇÃO EXTERNA NO PARÁ

REVISTA CONTEXTUAL

SISPAE 2013

ISSN 2358-0283

GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ

SIMÃO ROBISON OLIVEIRA JATENE

VICE-GOVERNADOR

HELENILSON CUNHA PONTES

SECRETÁRIO ESPECIAL DE ESTADO DE PROMOÇÃO SOCIAL - SEPROS

ALEX BOLONHA FIÚZA DE MELLO

SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO - SEDUC

JOSÉ SEIXAS LOURENÇO

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ENSINO – SAEN

LICURGO PEIXOTO DE BRITO

SECRETÁRIO ADJUNTO DE GESTÃO - SAGE

WALDECIR OLIVEIRA DA COSTA

SECRETÁRIO ADJUNTO DE LOGÍSTICA ESCOLAR - SALE

MARCUS VINÍCIUS MENEZES NETO

COORDENAÇÃO DO SISTEMA PARAENSE DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL - SISPAE

CONCEIÇÃO DE NAZARÉ DE MORAIS BRAYNER

� Introdução ....................................................................................................................6

� Perfil ...................................................................................................................................8Estudantes ...............................................................................................................................9

Professores ...........................................................................................................................16

Diretores ................................................................................................................................20

� Condições de Atendimento ......................................................................... 24

� Análise Contextual ...............................................................................................32

As Seis Dimensões ..............................................................................................................35

Condição socioeconômica dos estudantes.............................................................................35

Clima escolar ...................................................................................................................................36

Gestão democrática ......................................................................................................................39

Atitudes e práticas pedagógicas ................................................................................................40

Expectativas .....................................................................................................................................41

As condições de atendimento ....................................................................................................43

Resultados .............................................................................................................................46

� Considerações Finais......................................................................................... 53

GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ

SIMÃO ROBISON OLIVEIRA JATENE

VICE-GOVERNADOR

HELENILSON CUNHA PONTES

SECRETÁRIO ESPECIAL DE ESTADO DE PROMOÇÃO SOCIAL - SEPROS

ALEX BOLONHA FIÚZA DE MELLO

SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO - SEDUC

JOSÉ SEIXAS LOURENÇO

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ENSINO – SAEN

LICURGO PEIXOTO DE BRITO

SECRETÁRIO ADJUNTO DE GESTÃO - SAGE

WALDECIR OLIVEIRA DA COSTA

SECRETÁRIO ADJUNTO DE LOGÍSTICA ESCOLAR - SALE

MARCUS VINÍCIUS MENEZES NETO

COORDENAÇÃO DO SISTEMA PARAENSE DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL - SISPAE

CONCEIÇÃO DE NAZARÉ DE MORAIS BRAYNER

Sumário

Lista de GráficosGráfico 1 – Estudantes – Sexo ...................................................................................................... 9

Gráfico 2 – Estudantes – Cor ou raça autodeclarada ............................................................. 9

Gráfico 3 – Estudantes – Idade por etapa de escolaridade ................................................10

Gráfico 4 – Estudantes – Escolaridade dos pais/responsáveis ..........................................10

Gráfico 5 – Estudantes – Bens presentes no domicílio ........................................................11

Gráfico 6 – Estudantes – Serviços presentes no domicílio ..................................................12

Gráfico 7 – Estudantes – Presença de empregadas domicílio ...........................................12

Gráfico 8 – Estudantes – Frequência de acesso a materiais de leitura no domicílio ...13

Gráfico 9 – Estudantes – Presença de livros no domicílio ...................................................13

Gráfico 10 – Estudantes – Presença de dicionário(s) no domicílio....................................14

Gráfico 11 – Estudantes – Os pais/responsáveis incentivam a leitura .............................14

Gráfico 12 – Estudantes – Frequência de leitura ...................................................................15

Gráfico 13 – Estudantes – Distância da escola em relação ao domicílio .........................15

Gráfico 14 – Estudantes – Forma de deslocamento entre o domicílio e a escola ........15

Gráfico 15 – Professores – Sexo ................................................................................................16

Gráfico 16 – Professores – Cor ou raça autodeclarada .......................................................16

Gráfico 17 – Professores – Renda total em salários mínimos ............................................17

Gráfico 18 – Professores – Ensino superior e área de atuação .........................................17

Gráfico 19 – Professores – Escolaridade e qualificação .......................................................18

Gráfico 20 – Professores – Atividade extra .............................................................................18

Gráfico 21 – Professores – Tempo de atividade docente ....................................................19

Gráfico 22 – Professores – Número de turmas atendidas ..................................................19

Gráfico 23 – Professores – Disciplina que leciona na escola ..............................................20

Gráfico 24 – Diretores – Sexo .....................................................................................................20

Gráfico 25 – Diretores – Cor ou raça autodeclarada ............................................................21

Gráfico 26 – Diretores – Escolaridade e qualificação ...........................................................21

Gráfico 27 – Diretores – Tempo como gestor ........................................................................22

Gráfico 28 – Diretores – Atividade extra ..................................................................................22

Gráfico 29 – Diretores – Práticas frente à gestão ..................................................................23

Gráfico 30 – Diretores – Atitudes frente à gestão .................................................................23

Gráfico 31 – Escolas – Adequação do espaço físico à sua finalidade ...............................26

Gráfico 32 – Escolas – Adequação à sua finalidade ..............................................................26

Gráfico 33 – Escolas – Existência de equipamentos na escola ..........................................27

Gráfico 34 – Escolas – Existência e número de computadores na escola ......................28

Gráfico 35 – Escolas – Estado de conservação de equipamentos pedagógicos ...........28

Gráfico 36 – Escolas – Estado de conservação do material de leitura disponível .........29

Gráfico 37 – Escolas – Depredação da escola ........................................................................29

Gráfico 38 – Escolas – Existência de equipamentos específicos na escola ....................29

Gráfico 39 – Escolas – Existência de uma pessoa responsável pela biblioteca .............30

Gráfico 40 – Escolas – Percentual de alunos que utiliza a biblioteca ...............................30

Gráfico 41 – Escolas – Frequência de utilização da biblioteca por professores ............31

Gráfico 42 – Escolas – Empréstimo de livros ..........................................................................31

Gráfico 43 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias dos Índices

Contextuais ............................................................................................................................... 47

Gráfico 44 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Clima

Escolar e ISE ....................................................................................................................................48

Gráfico 45 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índ. de Atit. e Prát.

Ped. e do ISE ...................................................................................................................................49

Gráfico 46 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índ. de Gestão

Democr. e do ISE ............................................................................................................................49

Gráfico 47 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de

Expectativas e do ISE ....................................................................................................................50

Gráfico 48 – Expectativas dos professores .............................................................................50

Gráfico 49 – Expectativas dos alunos .......................................................................................51

Gráfico 50 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índ. de Cond. de

Atend. e do ISE ...............................................................................................................................52

Introdução

Considerando os diferentes fatores associados ao desempenho escolar, esta revista tem como objetivo traçar o perfil socioeconômico de estudantes, professores e gestores envolvidos no Sistema Paraense de Avaliação Educacional (SisPAE) em 2013. Promovido pela Secretaria de Estado de Educação do Pará, o SisPAE avalia o conhecimento dos alunos da educação básica de todo o estado ao final do 4º e 8º anos do Ensino Fundamental, e ao final da 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

Durante a realização dos testes, são aplicados também questionários com o intuito de levantar as principais informações de estudantes, professores e gestores. Esses dados sociodemográficos ajudam a gerar um panorama amplo dos atores escolares avaliados, algo indispensável para conhecer e intervir em aspectos estratégicos do sistema de avaliação, e são essas informações obtidas pelos questionários que compõem essa publicação.

Dos mais de 340 mil estudantes previstos para participarem da avaliação do SisPAE, cerca de 223 mil realizaram as provas. Destes, quase 195 mil responderam aos questionários contextuais – no Ensino Fundamental foram 37.384 alunos do 8º ano (ou 7ª série); e no Ensino Médio foram 64.419 do 1º ano, 49.937 do 2º ano e 43.190 do 3º ano. Professores e diretores das escolas também forneceram informações a partir de questionários específicos aplicados a eles, sendo que, ao todo, obtivemos respostas de 10.064 professores e 1.706 diretores.

Mas para que servem todos esses dados?

Divulgar de maneira acessível e criteriosa as informações obtidas pela avaliação em larga escala é um passo crucial no caminho da melhoria dos sistemas de ensino. Com as informações dessa revista, é possível obter conhecimentos sobre as características do projeto e seus atores; compreender os aspectos associados ao ensino eficaz; e, por fim, obter subsídios para intervenções por meio de ações e políticas, tanto nas escolas, quanto em todas as demais esferas administrativas, para melhorar a qualidade da educação no Pará.

Como interpretar

Este volume está dividido em três partes: uma com o perfil dos alunos, outra com o perfil dos professores, e uma terceira com o perfil dos diretores avaliados.

Em seguida, dedicamos um tópico a uma análise que relaciona os fatores internos das escolas à melhoria de desempenho nos resultados das avaliações. Por meio de uma abordagem simples e objetiva, é possível conferir aspectos comuns ao cotidiano escolar, para que professores e gestores possam refletir e traçar estratégias, mudar os rumos de suas ações e melhorar efetivamente a aprendizagem dos seus alunos.

1Perfil

Estudantes

Os estudantes avaliados no SisPAE 2013 são, em sua maior parte, do sexo feminino (54,8%). Desse percentual, 66,4% se autodeclararam pardos; 16,9% brancos; 10,5% pretos; 3,7% amarelos e 2,6% indígenas. Já as informações de idade foram divididas por etapa de escolaridade, para facilitar a visualização de possíveis distorções na idade considerada ideal para cada ano/série frequentada pelos alunos.

Gráfico 1 – Estudantes – Sexo

Masculino; 45,2%

Feminino; 54,8%

Gráfico 2 – Estudantes – Cor ou raça autodeclarada

Branco(a); 16,9%

Pardo(a); 66,4%

Preto(a); 10,5%

Amarelo(a); 3,7%

Indígena; 2,6%

9Aspectos Contextuais da Avaliação Externa no Pará | Revista Contextual do Sispae 2013

Gráfico 3 – Estudantes – Idade por etapa de escolaridade

8º ANO EF 1ª SÉRIE EM 2ª SÉRIE EM 3ª SÉRIE EM9 anos ou menos 0,8% 0,7% 0,7% 0,7%10 anos 0,8% 0,6% 0,4% 0,5%11 anos 1,6% 1,4% 0,6% 0,6%12 anos 5,0% 0,6% 0,3% 0,4%13 anos 29,6% 0,5% 0,6% 0,8%14 anos 30,6% 3,3% 0,3% 0,1%15 anos 16,9% 22,8% 3,6% 0,2%16 anos 8,6% 27,0% 25,2% 4,0%17 anos 3,7% 19,3% 26,2% 24,0%18 anos 1,3% 11,5% 18,2% 25,1%19 anos 0,4% 4,2% 9,3% 16,0%20 anos ou mais 0,5% 7,9% 14,6% 27,6%

Quando perguntados sobre a escolaridade de sua mãe ou responsável, a resposta mais frequente entre os alunos foi que ela completou 5º ano (4ª série), mas não chegou a concluir o Ensino Fundamental (24,7%). A tendência para a escolaridade do pai ou responsável foi a mesma, embora com uma pequena margem de diferença (24,3%).

Gráfico 4 – Estudantes – Escolaridade dos pais/responsáveis

15,3% 19,4%

24,7%24,3%

15,4%13,3%

21,0% 14,2%

12,0%

8,4%

11,6%20,4%

Escolaridade da mãe ouresponsável

Escolaridade do pai ouresponsável

O aluno não soube responder

Completou o Ensino Superior

Completou o Ensino Médio,mas não completou o EnsinoSuperior

Completou o 9° ano do EnsinoFundamental, mas nãocompletou o Ensino Médio

Completou o 5° ano, mas nãocompletou o 9° ano do EnsinoFundamental

Nunca estudou ou nãocompletou a 4ª série/5° ano(antigo primário).

10 Aspectos Contextuais da Avaliação Externa no Pará | Revista Contextual do Sispae 2013

Quanto às características dos domicílios, automóvel e máquina de lavar roupas são os bens menos presentes nas residências dos alunos que participaram da avaliação - 52% dos estudantes declararam não ter nenhum automóvel, enquanto 25,6% declararam não possuir nenhuma máquina de lavar roupas. No outro extremo, TV em cores, geladeira e banheiro estão presentes na maioria das residências dos estudantes. Em apenas 10,9% das residências não há TV em cores; em 14,2% não há banheiro; e 11,9% dos alunos não possuem geladeira no domicílio.

Gráfico 5 – Estudantes – Bens presentes no domicílio

14,2%

11,9%

10,9%

25,6%

23,0%

52,0%

66,8%

76,8%

55,5%

66,7%

61,6%

35,1%

19,0%

11,3%

33,6%

7,6%

15,4%

12,9%

Sanitário

Geladeira

TV em cores

Máquina de lavar roupas

Aparelho de DVD

Automóvel (carro/moto)

Nenhum Um Dois ou mais

Com relação ao acesso a serviços, aproximadamente metade dos estudantes responderam que a rua onde moram é calçada, 94,6% deles disseram ter energia elétrica em suas residências, 87,6% afirmam ter água encanada e 77,7% responderam que o domicílio possui coleta de lixo. Mais da metade (58,7%) respondeu que alguém que mora com eles recebe Bolsa Família.

Quando perguntados sobre a presença de empregada doméstica ou diarista, a grande maioria dos estudantes (87,3%) disse não haver pessoa contratada para realizar trabalhos domésticos na sua residência.


Gráfico 6 – Estudantes – Serviços presentes no domicílio

50,6%

94,6%87,6%

77,7%

58,7%

49,4%

5,4%12,4%

22,3%

41,3%

A rua do domicílioé asfaltada/calçada

O domicílio possuienergia elétrica

O domicílio possuiágua encanada

O domicílio possuicoleta de lixo

Alguém nodomicílio recebe

Bolsa Família

Sim Não

Gráfico 7 – Estudantes – Presença de empregadas domicílio

Não; 87,3%

Sim, uma diarista, 1 ou 2 vezes por

semana; 5,9%

Sim, uma, todos os dias;

5,5%

Sim, duas ou mais; 1,3%

Sobre o acesso à leitura em casa, é possível notar a maior presença de livros do que a de jornais ou revistas nas residências dos estudantes. Apenas 15,7% responderam não haver livros em sua residência, e 82,1% dos domicílios possuem pelo menos um dicionário. 54,1% e 43,9% dos estudantes, respectivamente, afirmam nunca terem acesso em casa a revistas e jornais em casa, enquanto que 21,7% dizem nunca terem acesso a livros.


Gráfico 8 – Estudantes – Frequência de acesso a materiais de leitura no domicílio

17,6%

11,0%

32,0%

38,6%

34,9%

46,3%

43,8%

54,1%

21,7%

Jornais

Revistas

Livros

Sim, sempre Sim, às vezes Não, nunca

Gráfico 9 – Estudantes – Presença de livros no domicílio

15,7%

58,0%

20,1%

6,2%

Não tenho livros na minharesidência

O bastante para encher umaprateleira (1 a 20 livros)

O bastante para encher umaestante (21 a 100 livros)

O bastante para encher váriasprateleiras (mais de 100 livros)


Gráfico 10 – Estudantes – Presença de dicionário(s) no domicílio

Nenhum: 17,9%

Um: 39,2%

Dois ou mais: 42,9%

Quando perguntados sobre o incentivo que seus pais ou responsáveis dão à leitura, a grande maioria dos alunos respondeu que são estimulados a ler. Os alunos também foram perguntados sobre sua freqüência de leitura e de seus pais. De acordo com as respostas dos estudantes, eles leem mais que seus pais. Somente 3,6% afirmaram que nunca lêem; 14% dizem que raramente lêem; 56,3% leem às vezes e 25,4%, sempre. Quanto aos seus pais, os percentuais para essas mesmas categorias foram, respectivamente, 10,1%, 20%, 44,8% e 25,1%.

Gráfico 11 – Estudantes – Os pais/responsáveis incentivam a leitura

Sim: 83%

Não: 17%


Gráfico 12 – Estudantes – Frequência de leitura

25,1%

44,8%

20,0%

10,1%

25,4%

56,3%

14,7%

3,6%

SempreÀs vezesRaramenteNunca

Frequência de leitura dos pais/responsáveis Frequência de leitura dos alunos

Outra informação fornecida pelos alunos diz respeito à distância que eles percorrem para chegar à escola. 10% dos estudantes disseram que a escola é muito perto; 31,8% afirmaram que é perto; 41% que é longe, e 17,2% que é muito longe. A maioria, portanto, considera sua escola distante ou muito distante de sua residência. Sobre o transporte que utilizam para seu deslocamento, cerca de metade dos alunos vão a pé para a escola (50,8%); 23,1% disseram utilizar transporte escolar; 13,5% veículo próprio e 12,6% informaram que vão de bicicleta.

Gráfico 13 – Estudantes – Distância da escola em relação ao domicílio

10,0%

31,8%

41,0%

17,2%

Muito perto Perto Longe Muito longe

Gráfico 14 – Estudantes – Forma de deslocamento entre o domicílio e a escola

50,8%

12,6%

23,1%

13,5%

A pé De bicicleta Transporte escolar(barco/ônibus)

Transporte próprio


Professores

Os professores das escolas avaliadas pelo SisPAE 2013 que efetivamente responderam ao questionário são, em sua maioria, do sexo feminino (63,3%). A maior parte se autodeclara parda (71,2%), seguida de brancos (17%) e pretos (9,8%), sendo que um percentual muito baixo se declara amarelo (1,2%) ou indígena (0,8%).

Sobre a renda total, 1,9% dos professores dizem receber menos de um salário mínimo; 10,4% entre um e dois; 11,8% entre 2 e 3; 8,6% entre 3 e 4; 13,6% entre 4 e 5; 19,3% entre 5 e 6; 29,1% entre 6 e 10 e 5,4% diz receber mais de 10 salários mínimos. É importante destacar que na época em que os professores responderam ao questionário, o salário mínimo era equivalente a R$ 678,00 (seiscentos e setenta e oito reais).

Gráfico 15 – Professores – Sexo

Masculino; 36,7%

Feminino; 63,3%

Gráfico 16 – Professores – Cor ou raça autodeclarada

Branco(a); 17,0%

Pardo(a); 71,2%

Preto(a); 9,8%

Amarelo(a); 1,2% Indígena; 0,8%


Gráfico 17 – Professores – Renda total em salários mínimos

1,9%

10,4%11,8%

8,6%

13,6%

19,3%

29,1%

5,4%

Até 1 S.M.

De 1 a 2 S.M.

De 2 a 3 S.M.

De 3 a 4 S.M.

De 4 a 5 S.M.

De 5 a 6 S.M.

De 6 a 10 S.M.

Mais de 10 S.M.

Com relação à escolaridade e qualificação dos professores, a maioria declara ter concluído o Ensino Superior na área em que leciona (84,9%). 9,1% dos professores que responderam ao questionário disseram não ter concluído essa etapa de escolaridade e 6% afirmou que leciona em uma área diferente de sua graduação.

Dentre aqueles que responderam ter Ensino Superior, pedagogia e licenciatura superam outras graduações. Um percentual muito pequeno possui pós-graduação stricto sensu (2,6% mestrado e 0,2% doutorado), mas grande parte dos professores fez uma pós-graduação lato sensu (41,2% especialização).

Sobre outras atividades, a maioria (65,1%) diz não ter outra ocupação além de lecionar na escola onde respondeu ao questionário; 25,3% diz ser professor em outra rede; 7,3% afirma ter uma atividade não ligada ao magistério e um pequeno percentual (2,2%) diz ser professor em outra rede e também possuir atividade não ligada ao magistério. Dessa forma, podemos concluir que, no geral, os professores dedicam-se somente à atividade de magistério na escola avaliada, e são especialistas, licenciados ou pedagogos com graduação na mesma área em que lecionam.

Gráfico 18 – Professores – Ensino superior e área de atuação

Não completei o Ensino Superior;

9,1%Fiz meu Ensino

Superior na mesma área em

que leciono; 84,9%Fiz meu Ensino Superior em área diferente daquela em que leciono;

6,0%


Gráfico 19 – Professores – Escolaridade e qualificação

0,2%

1,2%

8,8%

13,6%

29,5%

2,8%

41,2%

2,6%

0,2%

Ensino Fundamental

Ensino Médio – Regular

Ensino Médio – Magistério

Ensino Superior – Pedagogia

Ensino Superior – Licenciatura

Ensino Superior – outros

Especialização (mínimo de 360 horas)

Mestrado

Doutorado ou posterior

Gráfico 20 – Professores – Atividade extra

25,3%

7,3%

2,2%

65,1%

Sim, sou professor em outrarede

Sim, uma atividade fora domagistério

Sim, sou professor em outrarede e também tenho umaatividade fora do magistério

Não

Quando perguntados sobre a sua experiência profissional, somente 1,7% deles possuem menos de um ano de docência. 23,2% dos professores afirmaram ter mais de 21 anos de experiência; 17,4% entre 16 e 20 anos; 22,8% entre 11 e 15 anos; 20,5% entre 6 a 10 anos, e 14,4% entre 1 e 5 anos. Sobre o tempo de atuação como docente na escola em que respondeu o questionário, a maioria (40,5%) diz ter entre 1 e 5 anos. 6,1% disseram ter mais de 21 anos de atividade, e o mesmo percentual disse ter entre 16 e 20 anos; 9,4% dos professores afirmaram ter entre 11 e 15 anos de experiência na escola; 21,7% entre 6 e 10 anos, e 16,3% está na instituição há menos de 1 ano.


Também foi analisado o tempo de atividade docente do profissional de ensino, cujo percentual de resposta foi semelhante. O percentual de professores com pouca experiência é pequeno, mas os professores parecem não ter adquirido boa parte dessa experiência na escola onde lecionam. Acerca do número de turmas, há dois grupos bem distintos: um formado por professores que assumiram cinco turmas ou menos (40,2%), e outro formado por aqueles que assumiram oito turmas ou mais (50,2%).

Com relação à disciplina que lecionam, pouco mais da metade informou que leciona Língua Portuguesa ou Matemática. Um percentual muito pequeno de professores informou ministrar apenas uma outra disciplina além das citadas anteriormente, e cerca de um terço dos profissionais entrevistados dão aulas de mais de uma disciplina.

Gráfico 21 – Professores – Tempo de atividade docente

1,7%

16,3%14,4%

40,5%

20,5%

21,7%

22,8%

9,4%

17,4%

6,1%23,2%

6,1%

Total Na escola

Há mais de 21 anos.

Entre 16 e 20 anos.

Entre 11 e 15 anos.

Entre 6 e 10 anos.

Entre 1 e 5 anos.

Há menos de 1 ano.

Gráfico 22 – Professores – Número de turmas atendidas

40,2%

4,7% 5,0%

50,2%

5 turmas ou menos

6 turmas

7 turmas

8 turmas ou mais


Gráfico 23 – Professores – Disciplina que leciona na escola

28,6%

26,4%

2,8%

1,4%

1,6%

0,8%

2,6%

35,8%

Língua Portuguesa

Matemática

Outra ciência humana

Outra ciência exata

Língua estrangeira

Educação Física

Outra disciplina

Leciono mais de uma disciplina

Diretores

Os gestores que responderam ao questionário do SisPAE 2013 são majoritariamente do sexo feminino (73,3%) e se autodeclararam pardos (74,1%). Quase a totalidade dos que responderam ao questionário possui, no mínimo, Ensino Superior (mais de 96%), sendo que 52,6% possuem ao menos uma pós-graduação lato sensu (especialização). Considerando o tempo de atuação como gestores, a maioria respondeu exercer a função há cerca de 1 a 5 anos, tanto como tempo total de atuação (45,6%), como na atual escola (52,3%). A metade dos gestores respondeu não exercer outra atividade remunerada que não a de diretor. Do restante, que possui outra ocupação remunerada, 26,3% responderam que são professores em outra escola; 18% atuam também como professores na mesma escola, e 5,7% possuem atividade fora do magistério.

Gráfico 24 – Diretores – Sexo

Masculino; 26,7%

Feminino; 73,3%


Gráfico 25 – Diretores – Cor ou raça autodeclarada

Branco(a); 15,3%

Pardo(a); 74,1%

Preto(a); 9,0%

Amarelo(a); 1,0%

Indígena; 0,6%

Gráfico 26 – Diretores – Escolaridade e qualificação

0,1%

3,8%

27,6%

9,9%

4,0%

52,6%

1,9%

0,1%

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior – Pedagogia

Ensino Superior – Licenciatura

Ensino Superior – outros

Especialização (mínimo de 360 horas)

Mestrado

Doutorado ou posterior


Gráfico 27 – Diretores – Tempo como gestor

19,3%27,7%

45,6%

52,3%

18,9%

12,2%6,7%3,7%5,1%2,5%4,3%1,7%

Total Na escola

Há mais de 21 anos.

Entre 16 e 20 anos.

Entre 11 e 15 anos.

Entre 6 e 10 anos.

Entre 1 e 5 anos. .

Há menos de 1 ano.

Gráfico 28 – Diretores – Atividade extra

Sim, também sou professor nesta escola; 18,0%

Sim, sou professor em outra escola;

26,3%

Sim, uma atividade fora do magistério;

5,7%

Não; 50,0%

Os diretores foram também perguntados sobre questões administrativas da escola. No caso deles, a grande maioria afirmou que a prática de gestão mais comum é cobrar maior empenho dos professores, seguida de realizar maior controle da frequência de alunos e professores e procurar melhorar a infraestrutura e os recursos humanos da instituição de ensino.

Quase a metade (48,8%) dos diretores afirma estar fazendo algum curso para aperfeiçoamento da gestão escolar; a maioria (76,5%) diz ter aumentado o número de reuniões com os professores e 90,1% responderam que estão revendo o projeto político-pedagógico da escola.


Gráfico 29 – Diretores – Práticas frente à gestão

96,9%

93,4%

97,2%

97,9%

96,5%

48,8%

76,5%

90,1%

3,1%

6,6%

2,8%

2,1%

3,5%

51,2%

23,5%

9,9%

Estou cobrando maior empenho dosprofessores

Realizo maior controle de frequência dosestudantes

Realizo maior controle de frequência dosprofessores

Procuro melhorar as condições físicas daescola

Procuro melhorar os recursos humanosda escola

Estou fazendo algum curso paraaperfeiçoamento da gestão escolar

Aumentei o número de reuniões com osprofessores para discutir ações

Estou revendo o projeto políticopedagógico da escola

Sim. Não

Os diretores, em sua maioria, dizem trabalhar além do horário normal. Sobre o repasse de informações sobre as políticas educacionais, a maior parte dos diretores disse que ela é feita de forma objetiva e clara. A maioria dos entrevistados também afirmou que sempre discute com os professores estratégias para alcançar as metas de desempenho estabelecidas para a escola onde são gestores, e que incorporar diversos projetos na escola está mais prejudicando do que contribuindo para a gestão.

Gráfico 30 – Diretores – Atitudes frente à gestão

75,7%

60,7%

68,1%

16%

27,9%

24,1%

17,7% 69,1%

Sempre vou além do meu horário normal detrabalho.

As informações sobre políticas educacionais,e metas para minha escola, sempre são

repassadas de forma objetiva e clara.

Sempre discuto com os professoresestratégias para alcançar as metas de

desempenho estabelecidas para a minhaescola.

A metodologia de incorporar diversosprojetos na escola para melhorar odesempenho dos alunos está mais

prejudicando que contribuindo para a gestãodessa escola.

Concordo totalmente Concordo mais que discordo Discordo mais que concordo Discordo totalmente


2Condições de Atendimento

A existência de condições mínimas de atendimento refere-se a um fator intraescolar que remete diretamente à responsabilidade da gestão, seja ela do sistema de ensino e/ou da escola. As condições físicas e recursos disponíveis colocam em evidência fatores escolares muito importantes aos analistas de políticas públicas, à literatura acadêmica e especialmente aos órgãos executivos dos governos dos entes federativos, como as Secretarias de Educação, e trazem para a reflexão os pressupostos não testados sobre a relação entre infraestrutura e desempenho educacional.

Destacar um fator intraescolar revela uma preocupação em olhar para dentro da escola, já que o pressuposto é que a existência e conservação de uma boa infraestrutura e de equipamentos pedagógicos resultam em educação de qualidade. Espaço físico e equipamentos adequados são considerados insumos para o sistema de ensino, assim melhores condições materiais de ensino nas escolas são um bom preditivo para melhores resultados na avaliação externa. Entretanto, por mais óbvia que essa relação possa parecer, trata-se de um pressuposto que a literatura especializada já demonstrou não se estabelecer assim tão facilmente.

Para os diversos atores responsáveis pela educação de qualidade no sistema de ensino onde trabalham é importante saber das condições de atendimento, ainda que a relação dela com as proficiências médias das escolas (ou outros indicadores de desempenho) não esteja clara. Ofertar aos estudantes melhores condições materiais de ensino também é resultado para os gestores do sistema e das escolas. A seguir apresentamos esses resultados a partir das respostas obtidas por um questionário específico aplicado aos diretores das escolas.


Inicialmente, perguntamos sobre a adequação do espaço físico à finalidade pretendida para ele. Pouco mais de dois terços dos diretores disseram que o espaço físico da escola é parcialmente adequado à sua finalidade, 19,7% dizem que é totalmente adequado e, ao contrário, 13,4% afirmaram que é totalmente inadequado.

Os resultados para os componentes físicos específicos das escolas também foram destacados, já que pedimos para os diretores classificarem elementos como telhado, piso etc. em adequado, regular, inadequado e inexistente. O resultado pode ser conferido a seguir:

Gráfico 31 – Escolas – Adequação do espaço físico à sua finalidade

Sim, totalmente adequado; 19,7%

Sim, parcialmente adequado; 66,8%

Não, totalmente inadequado; 13,4%

Gráfico 32 – Escolas – Adequação à sua finalidade

38,9%

42,1%

30,5%

26,9%

32,0%

22,0%

26,2%

18,1%

20,1%

35,1%

36,3%

37,6%

29,7%

10,2%

42,1%

44,5%

44,6%

47,6%

39,5%

43,0%

43,4%

44,8%

41,5%

45,2%

47,9%

41,2%

51,1%

17,7%

18,8%

13,2%

24,0%

23,5%

21,7%

33,0%

28,7%

32,4%

35,9%

17,7%

14,1%

15,1%

18,4%

24,2%

0,1%

0,2%

1,0%

2,1%

6,8%

2,0%

1,8%

4,7%

2,6%

2,0%

1,7%

6,2%

0,8%

47,9%

Telhado

Paredes

Piso

Portas

Janelas

Banheiros

Cozinha

Instalações hidráulicas

Instalações elétricas

Entrada do prédio

Paredes externas

Corredores

Salas de aula

Instalções esportivas

Adequado Regular Inadequado Inexistente


Além da adequação do espaço físico e de alguns de seus componentes, também é importante saber sobre a existência de determinados equipamentos e serviços na sala de aula e na escola. Há uma preocupação contida nessas questões pois elas envolvem tanto as condições mínimas necessárias ao aprendizado quanto a segurança e conforto aos quais os alunos, professores e diretor estão submetidos.

Gráfico 33 – Escolas – Existência de equipamentos na escola

66,8%

53,5%

67,4%

81,6%

31,9%

51,8%

76,6%

73,5%

65,8%

54,9%

82,6%

75,3%

21,7%

13,8%

19,3%

13,3%

70,2%

43,2%

40,2%

39,7%

33,2%

46,5%

32,6%

18,4%

68,1%

48,2%

23,4%

26,5%

34,2%

45,1%

17,4%

24,7%

78,3%

86,2%

80,7%

86,7%

29,8%

56,8%

59,8%

60,3%

A sala de aula é iluminada

A sala de aula é arejada

A sala de aula possui quadro negro e giz em…

A sala de aula possui mesa para o professor

A sala de aula possui armário

A escola possui muros/ cercas em boas condições

A escola possui controle de entrada e saída dos…

A escola possui controle de entrada e saída de…

A escola possui portões de acesso que…

A escola possui vigilância no período diurno

A escola possui vigilância no período noturno

A escola possui vigilância nos finais de semana/…

A escola possui policiamento para inibir furtos,…

A escola possui policiamento para inibir o…

A escola possui policiamento para inibir o…

A escola possui sistema de proteção contra…

As salas onde são guardados os equipamentos…

A escola apresenta sinais de depredação

A escola possui iluminação do lado de fora

A escola está adaptada aos portadores de…

Sim Não

Outra preocupação mais específica acerca de equipamentos pedagógicos é aquela sobre a existência de computadores na escola. Nesse quesito, a proporção de respostas de que não existe computador na escola, ou ainda de que há apenas de 1 a 5 máquinas, ou de 6 a 10 é bem maior do que as demais opções, especialmente quando se trata da utilização privativa desses equipamentos.


Gráfico 34 – Escolas – Existência e número de computadores na escola

9,6%

42,3%

61,2%

48,2%

58,4%

16,9%

32,4%

10,8%

46,1%

36,6%

77,7%

11,5%

11,7%

8,0%

2,5%

2,0%

4,6%

11,7%

11,4%

7,4%

14,8%

15,7%

7,6% 10,3%

12,3%

6,0%

7,6%Total de computadores na escola

Computadores para uso exclusivo dosestudantes

Computadores com acesso à internetpara uso exclusivo dos estudantes

Computadores para uso dos professores

Computadores com acesso à internetpara uso dos professores

Computadores exclusivamente para usoadministrativo

Não existe 1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 30 Mais de 30

Sobre o estado de conservação dos equipamentos e material disponível para leitura pedimos ao diretor para ele classificar em bom, regular ruim ou inexistente.

Gráfico 35 – Escolas – Estado de conservação de equipamentos pedagógicos

52,5%9,7%13,0%

40,7%11,0%

24,5%19,4%

5,8%56,5%

36,7%45,7%

38,0%44,7%

6,9%15,8%

57,8%

24,8%6,9%

9,5%13,4%

8,9%8,1%

7,5%7,4%

23,3%19,2%

28,1%8,1%

20,2%5,2%

12,4%11,6%

11,1%9,5%

7,4%6,2%

11,9%3,5%

6,6%10,4%

8,1%10,9%

12,1%4,0%

11,2%6,3%

10,3%3,9%

11,6%73,9%

70,1%39,7%

68,1%63,9%

66,5%76,5%

12,1%33,2%

14,1%49,9%

24,0%81,6%

61,5%26,7%

TelevisãoAntena parabólica

VideocasseteMáquina fotocopiadora

MimeógrafoProjetor de slides

RetroprojetorMáquina de datilografia

ImpressoraAparelho de som

ComputadorMáquina fotográfica

DVDVideocassete

Linhas telefônicasData show

Bom Regular Ruim Inexistente


Gráfico 36 – Escolas – Estado de conservação do material de leitura disponível

50,0%

50,7%

27,6%

11,3%

16,0%

34,3%

29,3%

20,1%

13,4%

22,2%

4,7%

8,3%

7,1%

8,5%

4,4% 11,2%

15,3%

43,9%

68,3%

53,3%

Livros de estudo

Livros de literatura

Revistas de informação geral

Jornais

Revistas em quadrinhos

Bom Regular Ruim Inexistente

Sobre a existência de depredação do espaço físico, a maior parte dos diretores informou que essa realidade não ocorre em suas escolas. Já com relação à existência de estruturas como área de lazer coberta, quadra poliesportiva, rampa e laboratório de ciências, os resultados variam, conforme a seguir:

Gráfico 37 – Escolas – Depredação da escola

32,5%

28,7%

38,5%

29,7%

24,7%

67,5%

71,3%

61,5%

70,3%

75,3%

Os muros internos da escola são pichados

Os muros externos da escola são pichados

Os banheiros da escola estão depredados

As dependências internas da escola estãodepredadas

As dependências externas da escola estãodepredadas

Sim Não

Gráfico 38 – Escolas – Existência de equipamentos específicos na escola

25,8%

30,1%

47,3%

15,6%

74,2%

69,9%

52,7%

84,4%

A escola possui área de lazer coberta

A escola possui quadra poliesportiva

A escola possui rampa

A escola possui laboratório de ciências

Sim Não


Um importante elemento pedagógico das escolas são as bibliotecas, e, por conta disso, diversas questões sobre elas foram incluídas nesse questionário. Primeiro perguntamos sobre a existência de uma pessoa responsável pela sua estrutura na escola, e depois sobre a utilização da biblioteca por alunos, professores e comunidade.

Gráfico 39 – Escolas – Existência de uma pessoa responsável pela biblioteca

Sim; 41,2%

Não; 58,8%

Gráfico 40 – Escolas – Percentual de alunos que utiliza a biblioteca

Até 25% ; 12,1%

De 26% a 50% ; 17,2%

De 51% a 75% ; 16,0%

Mais de 75%; 9,5%

Não há biblioteca na escola; 38,1%

A biblioteca está fechada; 7,1%


Gráfico 41 – Escolas – Frequência de utilização da biblioteca por professores

Sempre ou quase sempre; 19,9%

De vez em quando; 42,2%

Nunca ou quase nunca; 37,8%

Gráfico 42 – Escolas – Empréstimo de livros

76,4%73,2%

21,9%

11,7%20,8%

50,0%

11,8%6,0%

28,1%

Os estudantes levam livrosemprestados para casa

Os professores levam livrosemprestados para casa

Membros da comunidade levamlivros emprestados para casa

Sim Não, porque não querem Não, porque a escola não permite

Estabelecer uma relação entre cada uma das questões sobre condições de atendimento e o desempenho na avaliação é um exercício muitas vezes improdutivo, já que as questões dizem respeito a uma característica muito isolada da escola. Uma estratégia para estabelecer a relação entre os insumos escolares e o resultado na avaliação é criar indicadores que possam refletir nos fatores ligados às condições de atendimento.

Assim, diversas dessas questões foram sintetizadas em indicadores que posteriormente foram utilizados na construção do Índice de Condições de Atendimento. Iremos explorar mais as questões relativas a esse índice e a relação entre ele e os resultados da avaliação na próxima seção.


3Análise Contextual

A implantação do sistema de avaliação do Pará com resultados por unidade escolar demonstra ser um instrumento efetivo para impulsionar a melhoria da rede de ensino no estado. Esse sistema, por sua vez, fornece subsídios valiosos para a gestão das escolas a partir dos resultados de desempenho de seus alunos, opera como motivador para formulação e implementação de novas estratégias de ensino, além de possibilitar a avaliação dos projetos realizados.

A melhoria da qualidade da educação, em especial no que diz repeito ao fluxo e proficiência de estudantes, escolas e rede de ensino, resulta de processos multifatoriais; e descobrir e apontar esses diversos fatores que exercem influência sobre os resultados da avaliação educacional têm sido alguns dos principais desafios para os avaliadores e os gestores de políticas públicas educacionais. A melhoria dos resultados demanda investimentos e gerenciamento de recursos (econômicos e não-econômicos) que, com frequência, se apresentam escassos ou insuficientes. A avaliação completa e profunda dos resultados pode ajudar os gestores educacionais a compreender melhor o que é decisivo para um bom resultado e, assim, possibilitar a formulação de soluções que envolvam ações mais eficientes.

A avaliação educacional necessita do diagnóstico contextual, pois o desempenho é impactado por características demográficas, sociais e econômicas dos atores envolvidos. A análise das informações contextuais contribui para a compreensão dos resultados na medida em que aponta o que afeta (e quanto afeta) os resultados alcançados pelas redes de ensino.


Fatores extra e intraescolares

No intuito de especificar melhor quais são as dimensões importantes para a análise contextual dos resultados, é importante diferenciar os fatores extraescolares e intraescolares. Os fatores extraescolares mais conhecidos referem-se às características sociodemográficas dos estudantes: sexo, cor ou raça, nível socioeconômico etc. Já entre os fatores intraescolares, é possível destacar o clima escolar, os recursos pedagógicos empregados e a gestão das escolas. Como não há consenso sobre peso e níveis de importância associados a esses fatores, é preciso identificar seus efeitos de forma prática, pois essas são dimensões conceitualmente relevantes.

É importante estarmos atentos aos debates e às produções científicas no campo educacional pois o progresso do entendimento sobre os fenômenos educacionais depende fortemente do que já foi pesquisado e estabelecido até aqui. Isso é particularmente verdadeiro quando se trata da mensuração de dimensões contextuais operacionalizadas em ambientes científicos (clima escolar, gestão eficaz, inovação pedagógica etc.). Chegar a um consenso sobre a forma de analisar determinada dimensão é, por si só, um exercício que traduz algumas questões que nos rodeiam. Mesmo que não haja uma forma perfeita de se operacionalizar a forma de medida, um nível muito mais elevado de comparabilidade é alcançado quando utilizamos os mesmos instrumentos para capturar as mesmas dimensões. Por esse motivo, manteremos as questões e as análises que envolvem as dimensões clima, gestão e pedagógica.

Como funciona

Com o intuito de mensurarmos determinada dimensão, utilizamos blocos de questões para construirmos nossas escalas de concordância, de qualidade, de proporção, entre outros fatores. No questionário contextual, os itens que compõem esses blocos podem ser facilmente reconhecidos: são as afirmações com as quais o respondente pode “concordar muito”, “concordar mais que discordar”, “discordar mais que concordar” ou “discordar muito”, assim como há também opções para a pessoa que responde o questionário dizer se algo é “muito ruim”, “ruim”, “bom” ou “muito bom”. Esses itens são as variáveis observáveis que, analisadas em conjunto, desvendam as variáveis latentes. Esse tipo de metodologia é o mais comum na coleta de dados para a mensuração das informações através de escalas, e é a soma dos percentuais, a média, ou o análise fatorial de itens selecionados, que demonstraram medir apenas uma dimensão, que irão formar a escala utilizada para o diagnóstico. Este ano utilizamos a metodologia de análise fatorial para desvendar a estrutura latente (as dimensões) da série de perguntas que fizemos aos estudantes, aos professores e aos diretores. Essa metodologia é amplamente utilizada em trabalhos acadêmicos e permite reduzir um grande número de variáveis observadas.

Apresentamos, a seguir, uma pequena descrição de cada uma dessas dimensões e as variáveis que utilizamos para desvendá-las em cada um dos bancos com as respostas dos questionários. Logo após, iremos contrastar duas diferentes categorias dessas dimensões (“abaixo da média” e “acima da média”) com a proporção de estudantes que as escolas conseguem colocar acima do padrão “Adequado”. Também podemos ver como a relação dentre os fatores intraescolares e essa proporção se comporta quando identificamos o impacto da condição socioeconômica média dos estudantes.


As Seis Dimensões

Condição socioeconômica dos estudantes

Calculado com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), o ISE tem sido utilizado em todas as análises empreendidas nos programas de avaliação sob a coordenação do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd/UFJF). Este índice apresenta informações que possibilitam estabelecer uma medida comparativa entre os estudantes avaliados, tomando como base suas respectivas condições econômicas e sociais. Para tanto, o ISE leva em consideração tanto aspectos econômicos, vinculados à renda, quanto alguns aspectos sociais e culturais – como, por exemplo, condições infra-estruturais das residências de seus pais, poder de compra e acesso a bens culturais – que permitem estabelecer com maior clareza um diagnóstico da situação dos estudantes e de seus familiares.

A literatura associada à educação tem demonstrado estreita correlação entre o desempenho escolar dos estudantes e as condições socioeconômicas dos mesmos. A análise de um índice como o ISE possibilita o estabelecimento de uma medida de controle muito relevante para a compreensão de fatores externos classicamente associados ao desempenho escolar.

Dessa forma, utilizamos as seguintes questões para construir o índice socioeconômico dos estudantes:

Questionário de estudantes

• Até que série sua mãe ou a responsável por você estudou?

• Até que série seu pai ou o responsável por você estudou?

• Há calçamento/asfaltamento na sua rua?

• Há energia elétrica?

• Há água na torneira?

• Há coleta de lixo na sua rua?

• Há algum familiar que recebe Bolsa Família na sua casa?

• Há empregada doméstica ou faxineira?

• Banheiro

• Geladeira

• TV em cores

• Máquina de lavar roupa

• Aparelho de DVD

• Automóvel

• Sem considerar livros escolares, jornais e revistas, quantos livros há em sua casa?

• Você tem computador em casa?


Clima escolar

Um ambiente adequado ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes é mais do que um simples local onde crianças, jovens e adultos são expostos a ensinamentos. É necessário estabelecer condições para o ensino sistemático; uma estrutura motivacional para que estudantes, docentes e gestores se envolvam de modo criativo e interessado em suas atividades; desenvolver um senso de compromisso e responsabilidade com as finalidades acadêmicas; além de monitorar rotinas e boas práticas e manter níveis de cobrança e exigência acadêmicas em alto patamar, visando sempre ao melhor desempenho. Esses, dentre diversos outros aspectos, são elementos importantes para estabelecer em uma instituição um clima escolar favorável.

Com a finalidade de captar informações sobre esses aspectos, os questionários socioeconômicos de estudantes, professores e gestores contêm perguntas sobre as características do ambiente escolar. Exploramos, em nossos instrumentos, temas como a percepção sobre o conforto e segurança no ambiente escolar, a sensação de pertencimento e inclusão nas atividades, a motivação e a satisfação ao realizar os estudos e as atividades na escola, a percepção das condições de interação entre os atores dentro da escola, incluindo diálogo aberto e respeito mútuo, a percepção de cobrança e exigência acadêmica, o respeito às normas e regras de comportamento, entre outros contextos.

Desse modo, o clima escolar é um indicador construído tendo por base o ambiente da escola. Ao mesmo tempo em que uma instituição de ensino deve ser eficaz no processo de aprendizagem – o que envolve bom desempenho e baixa retenção -, deve ter também características que garantam tal desempenho, e muitas dessas características passam pela cultura das boas práticas e pelo respeito e reconhecimento das normas que regem a vida escolar. É nesse processo que o ambiente escolar se constrói. O índice de clima escolar traduz a variação das escolas a respeito das condições do ambiente, permitindo análises que nos mostram onde encontramos os melhores elementos para o desenvolvimento acadêmico, e o impacto dessas variações sobre o desempenho dos estudantes.

Uma das maiores vantagens de abordar tais elementos do clima escolar é sua proximidade com aspectos cotidianos da dinâmica da escola: as características tratadas são fáceis de compreender e permitem que a administração escolar planeje ações e intervenções. Desse modo, os resultados das análises podem orientar as instituições e regionais na formulação de suas próprias políticas de monitoramento e melhoria de desempenho dos estudantes.

Utilizamos as seguintes questões para construir o índice de clima escolar:


» Com base na sua experiência deste ano na escola, como você se sente em relação às seguintes afirmações (Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo e Discordo muito):

• Tenho participado de coisas interessantes na escola.

• Acho que vale a pena estudar nesta escola.


• Estou sempre aprendendo coisas novas nesta escola.

• Sinto-me bem cuidado(a) nesta escola.

• Sinto que sou valorizado(a) nesta escola.

• A escola em que estudo é acolhedora.

• Gosto de estudar nesta escola.

• Eu me sinto cheio(a) de energia e animado(a) na escola.

• Gosto de ir para a escola.

• A escola é uma bagunça. Ficam muitos alunos do lado de fora da sala fazendo barulho.

• Quando alguém me ameaça ou agride, não adianta reclamar na direção. Tudo continua do mesmo jeito.

• A turma demora a fazer silêncio, depois que o(a) professor(a) entra em sala.

• Durante as aulas há muito barulho e bagunça, o que atrapalha quem quer estudar.

• Por qualquer motivo, os alunos são colocados para fora da sala pelo professor.

• O aprendizado depende mais do professor do que do estudante

• O professor dá mais atenção aos alunos com boas notas

• O(A) professor(a) não se preocupa com o dever de casa.

• Perdemos muitas aulas porque os professores faltam com frequência.

» Sobre as relações na sua escola, responda (Muito ruim, Ruim, Boa, Muito boa):

• Como você vê a relação entre professores e estudantes?

• Como você vê a relação entre estudantes e estudantes?

• Como você vê a relação entre professores e gestores?

• Como você vê a relação entre professores e professores?

• Como você vê a relação entre estudantes e gestores?

• Como você vê a relação entre estudantes e funcionários?

• Como você vê a relação entre professores e funcionários?

Questionário dos professores

» Com base na sua experiência deste ano, como você se posiciona em relação às seguintes afirmações sobre o seu cotidiano na escola (Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo, Discordo muito):

• Gostaria de continuar lecionando nesta escola.

• Sinto que sou valorizado(a) nesta escola.

• Gosto de fazer parte da equipe desta escola.

• Gosto de trabalhar nesta escola.

• Eu me sinto cheio(a) de energia e animado na escola.



• O diretor é zeloso e exigente no cumprimento das regras.

• Brigas e confusões, quando acontecem, são resolvidas na própria escola.

• Todos sabem o que pode e o que não pode ser feito na escola.

Questionário dos diretores

» Com base na sua experiência deste ano, como você se posiciona em relação às seguintes afirmações sobre o seu cotidiano na escola (Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo, Discordo muito):

• Foi uma decisão acertada ter me candidatado a diretor(a) desta escola.

• Considero meu trabalho importante para o desenvolvimento desta escola.

• Ser diretor(a) de escola é gratificante.

• A experiência como diretor(a) desta escola me faz crescer profissionalmente.

• A escola em que trabalho é acolhedora.

• Gosto de trabalhar nesta escola.

• Eu me sinto cheio(a) de energia e animado(a) na escola.


• Os professores me apoiam no cumprimento das regras da escola.

• Os professores desta escola fazem esforço para interagir com a comunidade.

• Cada pessoa tem seu jeito de ser, e isso precisa ser respeitado.

• Os professores trabalham juntos e cooperam uns com os outros.

» Sobre as relações na sua escola, responda (Muito ruim, Ruim, Boa, Muito boa):

• Interação professores/estudantes.

• Interação estudantes/estudantes.

• Interação professores/gestores.

• Interação professores/professores.

• Interação estudantes/gestores.

• Interação estudante/funcionário.

• Interação funcionário/gestor.


Gestão democrática

Embora haja aproximação entre condições de clima e de gestão, é possível fazermos distinções e analisarmos cada uma delas. A dimensão de gestão escolar tem como características marcantes a construção de uma referência de liderança para a administração escolar, localizada na pessoa do gestor, que possui autonomia decisória, capacidade de criação e sustentação de metas e objetivos claros, bem como de normas e regras necessárias ao funcionamento da instituição. Também encontramos na gestão institucional a sustentação de valores diretamente relacionados à excelência acadêmica, compromissos com resultados, a busca e o fornecimento do apoio necessário aos demais atores escolares – para a devida manutenção de suas atividades e realização de objetivos –, o contato com a comunidade escolar e a procura pela obtenção dos aspectos democráticos (em outras palavras, a participação de professores, estudantes e comunidade na gestão escolar).

Os questionários contextuais levantam informações sobre alguns desses aspectos, resultando em bons indicadores das condições de gestão das unidades escolares. Com esses dados, é possível desenvolver associações e testes para verificar o efeito da gestão escolar sobre o aprendizado dos estudantes. Mais uma vez, temos como vantagem lidar com características acessíveis à administração escolar, já que os resultados serão importantes para as ações e as políticas implementadas, ou que ainda vão ser colocadas em prática, tanto nas escolas quanto na rede.

Utilizamos as seguintes questões para construir o índice de gestão democrática:


» Responda o quanto você concorda ou discorda das afirmações abaixo(Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo, Discordo muito):

• O diálogo e a participação de outros atores escolares não são valorizados pela gestão desta escola.

• O gestor desta escola só toma suas decisões depois de ouvir outros atores envolvidos com a escola.

• O planejamento anual das atividades é feito coletivamente.

• O diretor desta escola tem por hábito consultar o Colegiado da Escola e ouvir as pessoas interessadas pelas questões da escola.

• É obrigação da direção da escola prestar contas de todos os resultados, decisões e providências da escola.

• A equipe gestora informa e incentiva a informação aos pais sobre o desempenho dos estudantes.

Questionário do diretor

» Responda o quanto você concorda ou discorda das afirmações abaixo(Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo, Discordo muito):

• Tenho por norma consultar o Conselho da Escola e ouvir as pessoas sobre as questões da escola.

• Não consigo prestar contas das providências, melhorias e resultados alcançados.


• Raramente tenho o hábito de informar aos pais ou responsáveis sobre o desempenho dos alunos.

• O planejamento anual das atividades é feito coletivamente.

• O diálogo e a participação de outros atores escolares atrasam a tomada de decisões.

• Nem todos os resultados, decisões e providências alcançados pela escola precisam ser informados.

Atitudes e práticas pedagógicas

A questão pedagógica é outra dimensão da organização escolar que está diretamente relacionada aos resultados dos estudantes. Essa dimensão também dialoga com as anteriores, mas também permite seu desdobramento em temas específicos. Podemos considerar tanto aspectos formais da gestão, quanto a elaboração do projeto político pedagógico e a amplitude da participação dos atores escolares envolvidos em sua constituição (estudantes, professores, pais de estudantes e comunidade escolar), como aspectos de sua implementação e atitudes dos professores em sala de aula.

Nesse sentido, algumas linhas investigativas podem ser apontadas. De início, a formação dos professores pode direcionar algumas análises, através de simples cruzamentos entre formação e desempenho de suas turmas. No entanto, estudos sobre o tema vêm apontando que a formação só produz resultados efetivos se conjugada com as práticas pedagógicas. A formação acadêmica pode ser apenas a credencial para o ingresso no magistério, mas não garante, por si só, a boa realização da profissão. Naturalmente contamos com experiência, inter-relação entre estudantes, comunidades e direção da escola, e, claro, a forma do exercício da profissão em termos mais evidentes. É nesse sentido que os questionários contextuais direcionam alguns itens a estudantes, professores e gestores. Com isso, é possível obter informações sobre a forma de lecionar dos professores, suas concepções sobre os estudantes e vários aspectos do cotidiano escolar.

Assim, a construção do índice de gestão pedagógica possibilita identificarmos variações associadas ao desempenho dos estudantes, permitindo, com isso, avaliarmos onde encontramos práticas pedagógicas mais positivas, que possam contribuir para que os estudantes atinjam melhores índices de aprendizagem dos conhecimentos mínimos esperados para suas respectivas etapas/séries.

Utilizamos as seguintes questões para construir o índice de atitudes e práticas pedagógicas:


» Com base na sua experiência deste ano na escola, como você se sente em relação às seguintes afirmações (Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo, Discordo muito):

• O(A) professor(a) explica até que todos entendam a matéria.

• Para o(a) professor(a) a turma toda pode aprender.

• O(A) professor(a) é claro ao explicar a matéria.

• Acho as aulas interessantes e animadas.



» Com base na sua experiência deste ano de 2014, como você se posiciona em relação às seguintes afirmações sobre o seu cotidiano na escola (Concordo muito, Concordo mais que discordo, Discordo mais que concordo, Discordo muito):

• Atenho-me ao que está programado independente da turma.

• O aprendizado depende mais do estudante do que do professor.

• Não importa o nível de conhecimento do estudante, o professor deve fazê-lo aprender.

• Dedico muito tempo ensinando aos alunos de baixo desempenho, isso reduz o rendimento da turma.

• Na maioria das vezes a opinião do aluno não contribui com a aula.

• Sempre corrijo e discuto a correção do dever de casa com os alunos.

• Utilizo os resultados da avaliação para melhorar o que faço.

• Eu utilizo os resultados das avaliações para rever minha prática pedagógica.

• Todos os alunos têm capacidade de aprender o que é ensinado.

• Sinto-me responsável pela aprendizagem dos alunos.

• As minhas aulas são sempre bem planejadas.

• Procuro utilizar vários recursos para tornar as aulas mais atraentes.

• Procuro passar trabalhos interessantes e desafiadores para os alunos.

• Sempre arrumo tempo para pesquisar novos assuntos para minhas aulas.

Expectativas

A teoria sobre estratificação social identifica inúmeros elementos que acompanham os indivíduos em suas trajetórias. Muitos deles se relacionam com as trajetórias educacionais: ambiente cultural nos domicílios, herança cultural familiar, condições de acesso a bens e serviços, formas como os meios para aquisição de bens são utilizadas, mobilização de redes sociais, dentre outras.

Um dos elementos de estratificação social e mobilidade que nos interessa particularmente diz respeito a aspirações individuais e expectativas pessoais, duas construções que se relacionam com a educação de inúmeras maneiras. Sabemos, por exemplo, que estudantes com baixas perspectivas sobre seu próprio futuro refletem, mesmo que de forma inconsciente, essa posição em seu desempenho escolar. Aqueles com aspirações mais elevadas acabam por ser mais ambiciosos e mais cientes da necessidade de superar eventuais dificuldades nos estudos para atingir seus objetivos.

O mesmo vale para expectativas. Aqueles estudantes que não têm expectativas positivas sobre seu futuro tendem a apresentar menor ímpeto para a realização de suas aspirações. No entanto, as expectativas apresentam ainda uma característica específica, uma vez que pode ser reforçada a partir de estímulos positivos (ou negativos) de terceiros. No caso do ambiente escolar, professores e


diretores têm a competência de reforçarem positivamente as expectativas dos estudantes, ou de os alertarem para o descompasso entre suas aspirações e seu comportamento ou seu desempenho.

Podemos pensar, por exemplo, que um estudante que pretenda cursar um curso superior de maior concorrência no futuro deve apresentar um comportamento escolar condizente com suas aspirações. Com isso, deve ser alertado sobre a inadequação entre notas baixas, número excessivo de abstenções em relação aos anseios futuros etc. Em contrapartida, estudantes que eventualmente apresentem aspirações e expectativas muito baixas por sua própria trajetória podem ser estimulados por incentivos positivos por parte dos professores, que depositam nele algum tipo de confiança, ou pelos diretores, no mesmo sentido. Esses estímulos podem vir, inclusive, a partir de cobranças por maiores notas ou por melhores desempenhos.

É preciso destacar também que os indicadores não se resumem ao sucesso estudantil, mas ajudam a explicar, muitas vezes, a desmotivação de determinados alunos com algumas disciplinas, ou mesmo com o ensino ou a escola de modo geral. As aspirações deles podem não condizer com a trajetória escolar acadêmica, levando-os a assimilar com mais afinco ensinamentos práticos e/ou técnicos. Por outro lado, estudantes que já se definiram por alguma área de conhecimento podem apresentar piores desempenhos naquelas em que eles acreditam não compor seu conjunto de conhecimento.

As aspirações e as expectativas podem ainda dar pistas sobre a desmobilização estudantil em algumas disciplinas, indicando possíveis reforços necessários para eles, ou mesmo ajudar as redes escolares a compreender os anseios de seus alunos com relação aos seus próprios futuros.

Utilizamos as seguintes questões para construir o índice de expectativas:


» Com base na nas suas expectativas, você acredita que irá (Sim, Provavelmente sim, Provavelmente não, Não):

• Concluir o Ensino Médio

• Ingressar numa universidade pública

• Ingressar no ensino profissional.

• Ter boas oportunidades no mercado de trabalho.

• Ter melhores oportunidades que seus pais.

• Questionário dos professores

» Com base na experiência com suas turmas nesta escola, qual o percentual de alunos que você acredita que (Até 25% da turma, De 26% a 50% da turma, De 51% a 75% da turma, Mais de 75% da turma, Não se aplica):


• Concluirá o Ensino Fundamental.

• Concluirá o Ensino Médio.

• Ingressará em uma universidade púbica.

• Ingressará em uma universidade particular.

• Ingressará no ensino profissional.

• Terá boas oportunidades no mercado de trabalho.

• Será um cidadão consciente

• Terá melhores oportunidades que seus pais.

As condições de atendimento

Calculado a partir da mesma metodologia utilizada para os índices contextuais, o Índice de Condições de Atendimento aos Estudantes (ICA) tem como objetivo analisar as questões referentes a infraestrutura e recursos dos quais as escolas dispõem, apresentando informações sobre adequação, conservação, depredação e utilização do espaço físico e equipamentos escolares. A síntese das perguntas do questionário específico possibilita o estabelecimento de uma medida comparativa entre as escolas avaliadas, tomando como base suas respectivas condições de atendimento. A descrição feita na seção específica já permite aos gestores terem uma ideia das condições de atendimento oferecidas pelas escolas da rede.

A literatura especializada relata e, por vezes, demonstra que a correlação entre o desempenho escolar dos estudantes e as condições de atendimento mínimas não são tão facilmente evidenciadas na prática quanto são na teoria. A análise que propomos para o ICA é a mesma proposta para os demais índices contextuais, ou seja, ela possibilita o estabelecimento de uma medida de controle muito relevante para a compreensão desse fator intraescolar e sua associação ao desempenho escolar.

Para operacionalizar a criação de um índice para essa dimensão utilizamos indicadores para os elementos que estavam contidos nas variáveis derivadas das perguntas realizadas no questionário específico. Assim, temos os seguintes indicadores para as subdimensões: adequação das instalações escolares, conservação dos equipamentos escolares, conservação do material disponível para leitura, presença e número de computadores na escola, presença de infraestrutura básica na escola, presença de equipamentos educacionais.

Utilizamos as seguintes questões para construir o índice de condições de atendimento.

Questionário de escolas

• O Espaço físico destinado à escola está adequado à sua finalidade?

• Como você classifica: Telhado.

• Como você classifica: Paredes.


• Como você classifica: Piso.

• Como você classifica: Portas.

• Como você classifica: Janelas.

• Como você classifica: Banheiros.

• Como você classifica: Cozinha.

• Como você classifica: Instalações hidráulicas.

• Como você classifica: Instalações elétricas.

• Como você classifica: Entrada do prédio.

• Como você classifica: Paredes externas.

• Como você classifica: Corredores.

• Como você classifica: Salas de aula.

• Como você classifica: Instalações esportivas.

• Com relação às salas de aula: São iluminadas? (Observe se a iluminação natural ou artificial garante boa claridade nas salas.)

• Com relação às salas de aula: São arejadas?

• Com relação às salas de aula: Possuem quadro de giz/branco em boas condições?

• Com relação às salas de aula: Possuem Mesa para professor?

• Com relação às salas de aula: Possuem armários?

• Existem muros, grades ou cercas em condições de garantir a segurança dos estudantes? (Caso existam buracos ou aberturas que permitam o acesso de estranhos, responder NÃO.)

• Existe controle de entrada e saída de estudantes?

• Existe controle de entrada de pessoas estranhas na escola?

• Os portões que dão acesso à parte externa permanecem trancados durante o horário de funcionamento da escola?

• Existe algum tipo de vigilância para o período diurno?

• Existe algum tipo de vigilância para o período noturno?

• Existe algum tipo de vigilância para finais de semana e feriados?

• Há algum esquema de policiamento para inibição de furtos, roubos e outras formas de violência?

• Há algum esquema de policiamento para inibição de tráfico de tóxicos/drogas dentro da escola?

• Há algum esquema de policiamento para inibição de tráfico de tóxicos/drogas nas imediações da escola?

• A escola tem algum sistema de proteção contra incêndio (alarme de fumaça e temperatura, extintores contra incêndio, mangueiras, etc.)?

• As salas onde são guardados os equipamentos mais caros (computadores, projetores, televisão, vídeo, etc.) têm dispositivos para serem trancadas (cadeados, grades, travas, trancas, etc.)?

• A escola apresenta sinais de depredação (vidros, portas e janelas quebrados, lâmpadas estouradas, etc)?


• Existe uma boa iluminação do lado de fora da escola?

• Existe adequação do espaço físico aos portadores de necessidades educacionais especiais?

• Total de computadores na escola.

• Computadores para uso exclusivo dos estudantes.

• Computadores com acesso à internet para uso exclusivo dos estudantes.

• Computadores para uso dos professores.

• Computadores com acesso à internet para uso dos professores.

• Computadores exclusivamente para uso administrativo.

• Estado de conservação de: Televisão.

• Estado de conservação de: Antena parabólica.

• Estado de conservação de: Videocassete.

• Estado de conservação de: Máquina Fotocopiadora. (Xerox).

• Estado de conservação de: Mimeógrafo.

• Estado de conservação de: Projetor de slides.

• Estado de conservação de: Retroprojetor.

• Estado de conservação de: Máquina de datilografia.

• Estado de conservação de: Impressora.

• Estado de conservação de: Aparelho de som.

• Estado de conservação de: Computador.

• Estado de conservação de: Máquina fotográfica.

• Estado de conservação de: DVD.

• Estado de conservação de: Videocassete.

• Estado de conservação de: Linhas Telefônicas.

• Estado de conservação de: Data show.

• Nesta escola existe: Pichação de muros ou paredes das dependências internas da escola?

• Nesta escola existe: Pichação de muros ou paredes das dependências externas da escola?

• Nesta escola existe: Depredação de banheiros?

• Nesta escola existe: Depredação de dependências internas da escola?

• Nesta escola existe: Depredação de dependências externas da escola?

• Existe área de lazer coberta nesta escola?

• Existe quadra poliesportiva nesta escola?

• Existe rampa nesta escola?

• Existe Laboratório de Ciências nesta escola?

• Existe uma pessoa responsável pela biblioteca (bibliotecário, professor, outra pessoa)?

• Qual o percentual de estudantes que utiliza a biblioteca durante o mês?


• Estado de conservação de: Livros de estudo.

• Estado de conservação de: Livros de literatura (como romance, ficção etc.).

• Estado de conservação de: Revistas de informação geral (Veja, Isto É, Época etc.).

• Estado de conservação de: Jornais.

• Estado de conservação de: Revistas em quadrinhos.

• Os professores realizam trabalhos na biblioteca?

• Os estudantes levam livros emprestados para casa? (Da biblioteca ou sala de aula.)

• Os professores levam livros para casa? (Da biblioteca ou sala de aula.)

• Membros da comunidade levam livros para casa? (Da biblioteca ou sala de aula.)

Resultados

Para mensurar o impacto dos fatores intraescolares no desempenho das escolas do Pará que participaram da avaliação, reunimos em um banco de dados com escolas os índices criados para cada uma das cinco dimensões, a partir das respostas aos questionários contextuais de estudantes, professores e diretores. Estabelecemos como medida da eficácia das escolas do estado o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em todas as etapas avaliadas.

A fim de traduzir melhor os resultados dos índices criados para cada uma das dimensões, dividimos cada um em duas categorias: “abaixo e igual à média” e “acima da média” – escolas com um valor na média ou abaixo dela em determinado índice foram alocadas na primeira categoria, já aquelas com valores acima da média estão na segunda. Assim, uma mesma escola só pode estar em uma mesma categoria de determinado índice, mas o resultado pode variar de um índice para outro. Por exemplo, é possível que a escola “X” esteja na categoria “abaixo ou igual à média” nos índices de Clima escolar e Expectativas e no ISE, mas também esteja na categoria “acima da média” nos índices de Gestão democrática e Atitudes e práticas pedagógicas, pois interessa-nos saber se melhores resultados contextuais estão relacionados com melhores resultados na avaliação.

O gráfico com os percentuais de alunos acima do padrão Adequado por categoria dos índices contextuais demonstra isso.

Escolas com o ISE acima da média têm, aproximadamente, 4,4% estudantes a mais acima do padrão Adequado. Enquanto escolas no grupo abaixo ou igual à média no ISE colocam, em média, 10,2% dos seus estudantes acima do padrão Adequado, aquelas com ISE acima da média colocam 14,6% - um acréscimo de 4,4 pontos percentuais.

Foi verificado ainda que escolas com Clima Escolar acima da média têm 1,1 pontos percentuais de alunos no padrão Adequado ou Avançado. Num primeiro momento, sem que o fator extraescolar seja controlado, escolas com atitudes e práticas mais positivas em relação ao ensino e à gestão democrática parecem não se diferenciar das demais (em ambos os índices o percentual de


alunos acima do padrão adequado praticamente não se altera). Escolas com Expectativas mais altas conseguem colocar em média 14,1% de seus alunos acima do padrão adequado, um resultado relativamente melhor do que aquelas escolas com expectativas abaixo ou igual à média. Considerando as Condições de atendimento, escolas acima da média têm uma vantagem de 2,5 pontos percentuais. Vistas separadamente, podemos dizer que as dimensões das condições socioeconômicas, do clima, das expectativas e das condições de atendimento são relevantes para o contexto escolar, já que melhores condições implicam em melhores resultados na avaliação.

Gráfico 43 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias dos Índices Contextuais

10,2%

12%

12,6%

12,3%

11%

11,4%

14,6%

13,1%

12,6%

12,9%

14,1%

13,9%

Índice Socioeconômico dosAlunos

Índice de Clima Escolar

Índice de Atitudes e PráticasPedagógicas

Índice de Atitudes e PráticasDemocráticas na Gestão

Índice de Expectativas

Índice de Condições deAtendimento

Abaixo ou igual à média Acima da média

Quando se trata da análise contextual dos resultados escolares, é indispensável considerarmos as características socioeconômicas dos estudantes dentro das escolas. Dessa forma, não desconsideramos que aquelas que recebem estudantes em condições socialmente favoráveis estão em uma situação mais favorável (do ponto de vista dos resultados obtidos na avaliação externa) em relação às escolas que recebem estudantes em condições socialmente desfavoráveis. Isso acontece porque a condição socioeconômica dos alunos está fortemente associada ao seu desempenho no teste cognitivo.

Sabemos que é difícil resolver problemas para os quais não existem instrumentos, já que uma condição socioeconômica desprivilegiada não encontra solução imediata no âmbito das competências das pessoas responsáveis pela melhoria da qualidade do ensino (técnicos, gestores e professores). Por essa razão, em todos os cenários a partir de agora iremos sempre distinguir, dentre as escolas que participaram da avaliação, aquelas com ISE baixo e igual à média e ISE acima da média. Essa é uma forma simples, mas efetiva, de controlar o impacto do nível socioeconômico médio dos estudantes sobre os resultados das escolas – um fator tipicamente extraescolar –, e assim apurar os efeitos dos fatores intraescolares. Esse procedimento pretende destacar a importância dos fatores intraescolares, pois é sobre essas dimensões que os diferentes atores e


interessados na melhoria da qualidade da educação podem atuar. No entanto, é possível que esses atores intervenham na realidade escolar para melhorar as condições referentes ao clima, às atitudes e práticas pedagógicas, às expectativas, à gestão democrática e às condições de atendimento.

O gráfico que apresenta o percentual de estudantes acima do padrão Adequado por categorias Clima Escolar e ISE demonstra que em ambos os contextos do fator extraescolar (escolas com ISE abaixo e igual à média / ISE acima da média) as escolas na categoria acima da média do Clima escolar obtêm melhores resultados. Há uma diferença no efeito que essa dimensão impõe nos diferentes contextos (adiciona 3,8 pontos percentuais no primeiro e 5,1 pontos percentuais no segundo), o que pode ser explicado em razão do efeito associado de escolas com um bom clima escolar e estudantes com uma boa condição socioeconômica.

Gráfico 44 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Clima Escolar e ISE

9,7%10,6%

13,5%

15,7%

ISE igual ou abaixo da média ISE acima da média

Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Clima Escolar e do ISE


Escolas com Atitudes e Práticas Pedagógicas acima da média também impactam mais positivamente os resultados em ambos os contextos do Índice Socioeconômico médio de seu público. O impacto dessa dimensão é maior em um contexto extraescolar mais desfavorável. Esse fator intraescolar faz mais efeito justamente onde as condições socioeconômicas são um pouco piores.

No primeiro cenário, melhores atitudes e práticas pedagógicas melhoram os resultados em 5,2 pontos percentuais, sendo que no segundo cenário essa melhora é de 3,8 pontos percentuais. Dessa forma, podemos dizer que o fator intraescolar influencia o resultado e equaliza a situação, compensando o efeito das condições socioeconômicas dos alunos sobre os resultados. É importante destacar que, vista separadamente, sem o controle via categorias do ISE, essa dimensão aparentava não fazer efeito. Esses valores confirmam a importância de se prestar atenção às dimensões intraescolares controlando o efeito da dimensão extraescolar.


Gráfico 45 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índ. de Atit. e Prát. Ped. e do ISE

9,2%

11,0%

14,4% 14,8%


Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Atitudes e Práticas Pedagógicas e do ISE


O grupo de escolas com o índice de Gestão Democrática acima da média obtém melhores resultados em ambos os contextos de ISE. Analisada de forma isolada, essa influência quase não era percebida, mas aqui acontece algo parecido com o que descrevemos acima para o índice de atitudes e práticas pedagógicas: O impacto de uma gestão mais democrática é ligeiramente maior na situação mais desprivilegiada (4,5 pontos percentuais a mais em escolas com ISE abaixo ou igual à média e 4,2 pontos percentuais a mais nas escolas com ISE acima da média).

Gráfico 46 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índ. de Gestão Democr. e do ISE

9,9%10,5%

14,4% 14,7%


Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Atitudes e Práticas Democráticas na Gestão e do ISE


O índice de Expectativas reflete a influência dessa dimensão nos resultados obtidos pelas escolas na avaliação. No grupo de escolas com o ISE abaixo ou igual à media, é possível ver um resultado melhor para escolas com Expectativas acima da média (2,7 pontos percentuais). Já no outro contexto - escolas com ISE acima da média-, o resultado para escolas com Expectativas acima da média é um pouco mais aparente, com 5,2 pontos percentuais. Essa dimensão parece estar muito associada à das condições socioeconômicas, como esperado, visto que sua influência é um tanto maior no segundo cenário e que, além disso, na literatura especializada encontramos relatos sobre a associação entre melhores condições de vida e altas expectativas.


Gráfico 47 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Expectativas e do ISE

9,8%10,8%

12,5%

16,0%


Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índice de Expectativas e do ISE


Nos gráficos abaixo, é possível observar de forma mais detalhada as expectativas dos professores e dos alunos. Os professores parecem bem otimistas em relação aos resultados mais imediatos que podem ser alcançados por suas turmas, sobretudo com relação à primeira etapa de ensino: A maioria acha que mais de 75% de sua classe irá concluir o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Esse resultado já não é o mesmo quando tratarmos das expectativas dos professores em um cenário dos alunos a longo prazo, visto que eles já não acreditam que a maior parte ou pelo menos a metade de sua turma irá ingressar em uma universidade pública ou numa faculdade particular.

Já as expectativas quanto ao ingresso no Ensino Profissional e sobre boas oportunidades no mercado de trabalho são um pouco melhores. Os profissionais de ensino acreditam de maneira consideravelmente alta que seus alunos terão melhores oportunidades que seus pais e serão cidadãos conscientes.

Gráfico 48 – Expectativas dos professores

3,7%

4,5%

39%

48,6%

32,5%

28,5%

13,6%

10,8%

8,8%

13,6%

33,8%

32,0%

32,0%

35,4%

25,5%

22,1%

26,4%

35,9%

18%

13,6%

23,0%

23,2%

30,9%

30%

61,1%

46,1%

9,2%

5,9%

12,6%

12,9%

30%

37,2%

Concluirá o EnsinoFundamental

Concluirá o Ensino Médio

Ingressará em umauniversidade púbica

Ingressará em umauniversidade particular

Ingressará no ensinoprofissional

Terá boas oportunidades nomercado de trabalho

Será um cidadão consciente

Terá melhoresoportunidades que seus pais

Até 25% de 26% a 50% da turma De 51% a 75% da turma Mais de 75% da turma


Perguntamos também aos estudantes sobre suas expectativas com relação ao futuro deles. Do total dos alunos que responderam, 83,1% têm certeza de que irão concluir as etapas da educação básica; 52% acreditam que ingressarão numa universidade pública; 28,4% numa universidade particular e 65,4% no Ensino Profissional. Sobre ter boas oportunidades no mercado de trabalho e melhores oportunidades que seus pais, bem como, sobre ser um cidadão consciente, a maioria dos estudantes não tem dúvidas, como pode ser conferido a seguir:

Gráfico 49 – Expectativas dos alunos

83,1%

52,0%

28,4%

65,4%

71,8%

81,3%

86,5%

12,7%

33,0%

31,0%

25,2%

22,7%

15,5%

10,9%

9,0%

24,4%

5,3%

16,3%

Concluir o Ensino Médio

Ingressar numa universidade pública

Ingressar numa faculdade particular

Ingressar no ensino profissional

Ter boas oportunidades no mercadode trabalho

Ter melhores oportunidades que ospais

Ser um cidadão consciente

Sim Provavelmente sim Provavelmente não Não

Conforme visto, as expectativas dos estudantes coincidem em boa parte com a dos professores. Embora as categorias de resposta não sejam as mesmas, é possível fazer esse raciocínio considerando que a certeza de conclusão, ingresso ou melhores oportunidades são similares à certeza de que mais de 75% de suas turmas irão concluir, ingressar ou ter melhores oportunidades. Da mesma forma, há concordância entre a certeza sobre não alcançar esses objetivos ou ser submetido a tais situações com a resposta de que menos do que 25% da turma irá alcançar tais resultados. Essas expectativas de professores e alunos só não coincidem tanto no que se refere ao ingresso no Ensino Superior (em universidade pública ou faculdade particular), já que os alunos se mostraram mais otimistas do que seus professores nesse quesito. O resultado que o sujeito espera para si ou para outrem em uma situação concreta inclui a sua capacidade de percepção, e o nível de compreensão e consciência do sujeito sobre suas habilidades e contexto ao qual está submetido afeta a formação de expectativas.


O índice construído para sintetizar e sistematizar as condições de atendimento que as escolas do Pará oferecem aos seus alunos se comporta da mesma maneira que os demais. No grupo de escolas com o ISE abaixo ou igual à média, é possível ver um resultado melhor para escolas com Condições de Atendimento acima da média (2,8 pontos percentuais). Na outra categoria, das escolas com ISE acima da média, o resultado para escolas com Condições de Atendimento acima da média é um pouco melhor (5,1 pontos percentuais).

Gráfico 50 – Alunos acima do padrão Adequado por categorias do Índ. de Cond. de Atend. e do ISE

10,4% 10,2%

13,2%

15,3%




Considerações FinaisA Revista Contextual do SisPAE 2013 procurou reunir as principais informações de estudantes, professores e gestores, por meio de uma linguagem simples e objetiva, apresentando aspectos comuns ao cotidiano escolar. Com isso, os professores e diretores podem voltar sua atenção, refletir, traçar estratégias, mudar os rumos de suas ações e melhorar a aprendizagem proporcionada a seus alunos.

Enfrentar o desafio de melhorar a qualidade da educação ofertada no sistema educacional brasileiro é uma das pautas mais desafiadoras para as escolas e os atores que trabalham com o ensino das crianças e jovens no país. Os fatores intraescolares que destacamos nesse documento podem jogar luz sobre algumas estratégias para enfrentar esse desafio.

Escolas onde o clima escolar é mais favorável ao aprendizado, ou seja, onde os atores se sentem mais satisfeitos e pertencentes, motivados e com um melhor diálogo, os estudantes apresentam, em média, melhores resultados na avaliação.

Atitudes e práticas pedagógicas que garantem maior atenção às necessidade de aprendizado dos alunos e retratam o maior compromisso dos professores também estão associadas ao melhor desempenho médio das escolas.

O comportamento mais descentralizador e transparente da gestão pode ter um efeito melhor quando o público atendido pela escola apresenta melhores condições socioeconômicas. Infelizmente, tais práticas não exercem a influência esperada quando esse público é relativamente mais desprivilegiado.

Expectativas altas em relação ao futuro também caminham juntas com melhores resultados. Assim, é preciso que professores e diretores depositem fé nos alunos de suas escolas, mas procurem alertá-los sobre possíveis incoerências entre aquilo que é almejado e o comportamento frente ao processo de aprendizagem necessário para alcançar os objetivos traçados.

Melhores condições de atendimento também são importantes para os resultados das escolas, sendo necessário disponibilizar e manter condições básicas e pedagógicas para diretores, professores e alunos das escolas do Pará.


REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

PARÁ. Secretaria de Estado de Educação do Pará.

SISPAE – 2013/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 4 (jan./dez. 2013), Juiz de Fora, 2013 – Anual.

Conteúdo: Revista Contextual

ISSN 2358-0283CDU 373.3+373.5:371.26(05)

REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

ISSN 2358-0283

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