ITAIPU: INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA E SUSTENTABILIDADE · 11 Brasil Paraguay Binacional Itaipu (Br)...
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Conferência Internacional: Potencialidades, Oportunidades e Desafios da Integração Elétrica na
América do Sul
Painel: Integração Elétrica como vetor de Desenvolvimento Econômico e Social
As Experiências de Usinas Binacionais
Foz do Iguaçu - PR| 26 e 27 de novembro de 2015
Jorge Miguel SamekDiretor-Geral Brasileiro
ITAIPU BINACIONAL
ITAIPU: INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA E
SUSTENTABILIDADE
Integração Elétrica
Integração Elétrica na
América do SulITAIPU: Um caso de sucesso
Características Gerais
Histórico da Construção
ITAIPU: Desenvolvimento Regional e a Sustentabilidade
Responsabi-lidade Socio-
ambiental
Desenvolvi-mento
Regional
Desenvolvi-mento
Tecnológico
RESUMO
NÍVEIS DE INTEGRAÇÃO
POLÍTICA ENERGÉTICAPolíticas, diretrizes e financiamento do sistema integrado
PLANEJAMENTOPlanejamento transnacional e desenvolvimento industrial
REGULAÇÃOLeilões, tarifas e fiscalização para o mercado integrado
OPERAÇÃOTroca de excedentes a despacho integrado
INFRAESTRUTURAEmpreendimentos de fronteira a Empreendimentos distribuídos
• Aproveitamento e otimização dos
recursos energéticos;
• Transformação dos recursos
energéticos em renda;
• Aproveitamento das diversidades
hidrológicas e de carga;
• Suprimento de carências (locais ou
nacionais);
• Aumento da qualidade e da
confiabilidade do suprimento;
• Ganhos de escala na produção e no
uso de infraestrutura;
• Redução de custos totais a longo
prazo.
Integração energética entre
países possibilita benefícios
econômicos, sociais e
ambientais
POR QUE INTEGRAR ?
Delegação de
parte do poder
soberano de
Estados a uma
autoridade
supranacional
Suficiência
e segurança
energética
dependente de
entidades
estrangeiras
Desconfianças
resultantes de
negociações
internacionais
Ampliação da
influência da política
internacional nos
assuntos setoriais do
país
Contratos e
acordos perenes e
atemporais
ep
n
PREOCUPAÇÕES NA INTEGRAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA INTEGRAÇÃO
INT
EG
RA
ÇÃ
OPossui desenvolvimento gradual
Longo processo de maturação e aceitação
A chance de sucesso é maior entre países com características
semelhantes
Facilitadores: dimensão, economia, cultura
Normalmente a integração regional é uma evolução natural
de processos de interligações transfronteiriças de menor escala
Fatores socioeconômicos e culturais aproximam os países
Origem do Processo: acordos bilaterais limitados (América do
Sul)
Evolução: amplos acordos plurinacionais (Europa e América
Central)
INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA,
em contexto amplo ...... CRIA INTERDEPENDÊNCIA
Situação da América do Sul
Integração gerando energia e desenvolvimento
Integração Elétrica Regional
SITUAÇÃO DA AMÉRICA DO SUL
• Baixo consumo de energia elétrica na América do
Sul: 123.383 MWmédios ou 2.706 kWh per
capita/ano;
• Apenas 5% do total é produzido em países
diferentes do consumidor;
• Brasil representa 55% do total do consumo;
Argentina com 13%, Venezuela com 11%, e os
demais países aproximadamente 20%;
• Contratos bilaterais são a regra;
• Brasil está conectado à Venezuela, Paraguai
(ITAIPU e Acaray), Argentina (Garabi e Uruguaiana)
e Uruguai;
• Na América Central há o Sistema de Interconexão
Elétrica para a América Central (SIEPAC), que
integra seis países, com 1800 km de linhas da
Guatemala ao Panamá;
• A integração energética é uma realidade na Europa
há mais de 60 anos.
AMÉRICA DO SUL – EMPREENDIMENTOS BINACIONAIS
Ref. PAÍSES CONEXÃO TENSÃO CAPACIDADE STATUS FREQ.
1 Colombia Venezuela Cuestecita (Co) (Ve) 230 kV 150 MW Em operação 60 Hz
2 Colombia Venezuela Tibú (Co) La Fría (Ve) 115 kV 36 / 80 MW Em operação 60 Hz
3 Colombia Venezuela San Mateo (Co) El Corozo (Ve) 230 kV 150 MW Em operação 60 Hz
4 Colombia Panamá Cerromatoso (Co) Panamá (Pa) 300 MW Em estudo
5 Colombia Ecuador Pasto (Co) Quito (Ec) 230 kV 250 MW Em operação 60 Hz
6 Colombia Ecuador Jamondino (Co) Santa Rosa (Ec) 230 kV 250 MW Em construção
7 Colombia Ecuador Ipiales (Co) Tulcán (Ec) 138 kV 35/113 MW Em operação 60 Hz
8 Equador Perú Machala (Ec) Zorritos (Pe) 230 kV 100 MW Em operação 60 Hz
9 Brasil Venezuela Boa Vista (Br) El Guri (Ve) 230/400 kV 200 MW Em operação 60 Hz
10 Bolivia Perú La Paz (Bo) Puno (Pe) 230/220 kV 150 MW Em estudo 50/60 Hz
11 Brasil Paraguay Binacional Itaipu (Br) (Py) 500/220 kV 14.000 MW Em operação 60/50 Hz
12 Brasil Paraguay Foz de Iguazú (Br) Acaray (Py) 220/138 kV 50 MW Em operação 60/50 Hz
13 Argentina Paraguay El Dorado (Ar) Mcal. A. López (Py) 220/132 kV 30 MW Em operação 50 Hz
14 Argentina Paraguay Clorinda (Ar) Guarambaré (Py) 132/220 kV 80/90 MW Em operação 50 Hz
15 Argentina Paraguay Binacional Yacyretá (Ar) (Py) 500 kV 3.200 MW Em operação 50 Hz
16 Argentina Brasil Rincón S.M. (Ar) Garabí (Br) 500 kV 2.000/2.200 MW Em operação 60/50 Hz
17 Argentina Brasil P. de los Libres (Ar) Uruguayana (Br) 132/230 kV 50 MW Em operação 50/60 Hz
18 Argentina Uruguay Binacional Salto Grande (Ar) (Uy) 500 kV 1.890 MW Em operação 50 Hz
19 Argentina Uruguay Concepción (Ar) Paysandú (Uy) 132/150 kV 100 MW Op. em emerg. 50 Hz
20 Argentina Uruguay Colonia Elia (Ar) San Javier (Uy) 500 kV 1.386 MW Em operação 50 Hz
21 Brasil Uruguay Livramento (Br) Rivera (Uy) 230/150 kV 70 MW Em operação 60/50 Hz
22 Brasil Uruguay Pte. Médici (Br) San Carlos (Uy) 500 kV 500 MW Em construção 60/50 Hz
23 Argentina Chile CT TermoAndes (Ar) Sub.Andes (Cl) 345 kV 633 MW Em operação 50 Hz
Maiores mercados
Potenciais exportadores
Potenciais exportadores – necessitam investimento
Potenciais importadores
Os recursos existentes são suficientes para suprir o
consumo atual e o crescimento previsto.
DIFICULDADES PARA INTEGRAR:
Diversidade de frequência dos sistemasPredomínio de 50 Hz no Sul e 60 Hz no Norte (facilmente contornável com a tecnologia atual)
Dificuldades geográficasBarreiras naturais, extensão territorial e centros de carga distantes (maiores custos)
Interconexões frágeisDiversas interconexões de pequena capacidade, baseadas em acordos bilaterais
Diferenças regulatórias entre os paísesAlguns ainda com monopólio estatal e outros em diferentes graus de liberalização
Respeito aos contratosEpisódios de quebras de acordos minam a confiança de alguns países em outros
SITUAÇÃO DA AMÉRICA DO SUL
Contratos bilaterais são a regra;
Principais interconexões refletem aproveitamentos hidráulicos compartilhados
(exceto Garabi, por enquanto);
Grande disponibilidade de gás e potencial hidráulico não aproveitado;
Complementariedade hidrológica (Norte-Sul) e de carga;
Alguns países com disponibilidade energética e necessidade de investimento e crescimento
(Paraguai, Bolívia, Peru);
Brasil representa mais do que 50% da necessidade energética;
Regulamentação diferenciada entre países e instabilidade política e regulatória em alguns
casos;
Em países menores a exportação de energia representa ou pode vir a representar grande parte
da pauta de exportações.
RESUMINDO...
ITAIPU BINACIONAL: um caso de sucesso
Integração gerando energia e desenvolvimento
Integração Elétrica Regional
ITAIPU
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO EMPREENDIMENTO
Solução definitiva de um
conflito de fronteira;
Engenharia jurídica e
arquitetura financeira;
Modelo de integração com
equidade e respeito às
assimetrias entre os países;
Segurança jurídica do Tratado
Binacional de Itaipu, ratificado
pelos respectivos Congressos.
ITAIPU E A INTEGRAÇÃO REGIONAL
Crise do petróleo e mudança do
cenário internacional;
Fim do ciclo de crescimento
acelerado da economia
brasileira;
Aumento das taxas de juros
internacionais: a crise da dívida
externa.
CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
99,63% dos investimentos diretos
foram “alavancados” por meio de
empréstimos e financiamentos;
O Governo Brasileiro patrocinou 100%
do financiamento da construção de
ITAIPU;
O Tesouro Nacional Brasileiro
ofereceu todas as garantias para os
empréstimos;
As dívidas passaram por sucessivas
renegociações e reestruturações, a
definitiva em 1997.
Recursos utilizados em Itaipu
Capital social inicial US$ 100 milhões
Total de recursos captados US$ 26,9 bilhões
Total de recursos US$ 27,0 bilhões
Investimentos diretos: US$ 12,2 bilhões
OS RECURSOS PARA CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
Obra financiada pelo FOCEM com aporte do governo brasileiroConcluída em novembro de 2013
CONEXÃO EM 500 kV ITAIPU-ASUNCIÓN
Ampliação da Subestação da
Margem Direita de ITAIPU
Linha de Transmissão
em 500 kV de 350 km
Subestação completa de 500 kV em
Assunção
Indicador1972
Pe
río
do
de
co
ns
tru
çã
o d
e Ita
ipu
1975-1
991
2011Crescimento em 4
décadas
Brasil Paraguai Brasil Paraguai Brasil Paraguai
População (milhões) 99,4 2,4 195 6,5* 2 vezes 2,7 vezes
PIB (US$ bilhões) 45,5 0,6 2.475 24,3** 54 vezes 40 vezes
Renda per capita (US$) 452 277 12.696 3.649** 28 vezes 13 vezes
Consumo eletricid. (GWh) 49.384 231 544.900* 7.227* 11 vezes 31 vezes
Território
(mil km2)
BRASIL PARAGUAI
8.515 407 21 vezes
Fontes: (1) Banco Mundial, (2) MME/BR, (3) BC (4) IBGE; *2010: (5) MME/BR e (6) Dirección
General de Estadística, Encuestas y Censos/PY; (7) ** valor estimado 2011 Banco Central/PY.
IDH 2011
0,718Alto (84º)
0,665Médio (107º)
BRASIL PARAGUAI
IDH: maior 0,953 Noruega (1º); menor 0,286 Congo (187º)
Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU
INDICADORES: BRASIL E PARAGUAI (1972 – 2011)
Fonte: Relatório Anual da Itaipu Binacional
BENEFICIOS PAGOS AS ALTAS PARTES
CONTRATANTES: 1985-2014
Benefícios do Anexo CUS$ milhões
Paraguai Brasil Total
Royalties 4.549,3 4.820,7 9.370,0
Rendimentos de Capital 363,8 385,8 749,6
Encargos de Administração e Supervisão 354,1 367,0 721,1
Cessão de Energia 2.634,6 - 2.634,6
TOTAL 7.901,8 5.573,5 13.475,3
ITAIPU BINACIONAL:
Desenvolvimento Regional e
Sustentabilidade
BRASIL: SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL (SIN)
560.000 BARRIS DE PETRÓLEO/DIA
OU
49 MILHÕES m³ DE GÁS/DIA
= 1,5 GÁSBOL
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO BRASIL
2.345 MIL BBL/DIA (2014)
31 ANOS GERANDO ENERGIAFontes: MME, MMA, ANP, DT ITAIPU
ALGUMAS COMPARAÇÕES DE ELEVADO IMPACTO
PARA PRODUZIR A MESMA QUANTIA
DE ENERGIA ELÉTRICA, SERIAM
NECESSÁRIOS
APROXIMADAMENTE...
USINA DE ITAIPU
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA LIMPA
PRODUÇÃO DE ENERGIA DE ITAIPU
Recorde Mundial - 2008
94.684.781 MWh
Recorde Mundial - 2012
98.287.128 MWh
Recorde Mundial - 2013
98.630.035 MWh
EM 2015PRODUÇÃO ACUMULADA DESDE 1984
2,29 bilhões MWh
PRODUÇÃO DE ENERGIA EM ITAIPU
2015:
70.476.787 MWh(Geração até 21/10/2015 – 08 h)
USINA DE ITAIPU
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA LIMPA
Participação nos Mercados (2014):
Paraguai: 79%Brasil: 14%
ITAIPU BINACIONAL
Reservatório
Superfície: 1.350 𝑘𝑚²
Comprimento: 170 𝑘𝑚
Profundidade média: 22 𝑚
Volume: 29 𝑏𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑚³
Vazão média: 10.000 𝑚³/𝑠
Eta
pas d
o P
rocesso
de
Im
pla
nta
çã
o
Bacia do Paraná 3
Sensibilização das comunidades
Seleção da Microbacia
Criação do Comitê Gestor da
Bacia
Oficinas do Futuro
Ajustes de Parcerias
Pacto das Águas
Assinatura de Acordos
Monitoramento e Validação
Iniciativas Coletivas
206 Micro Bacias Selecionadas
140 Micro Bacias Recuperadas
1 milhão Habitantes
29 Municípios
8,000 km² Área de abrangência
6 Países utilizando da metodologia CAB
CULTIVANDO ÁGUA BOA:
PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL E EDUCACIONAL
90% de Plantio
Direto
1,322 km
Cercas
Matas ciliares
3.062.416
Árvores plantadas
na faixa de
proteção
132
Adubadoras
13,000
Técnicos e agricultores
capacitados
1,890 km
Estradas recuperadas
26,000 ha
Conservação do
Solo
Adubação verde
445,71 t
Destinação correta de
fertilizantes
Recuperação de nascentes
117Centros de
Abastecimento
Comunitários
CULTIVANDO ÁGUA BOA:
PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL E EDUCACIONAL
Plantio DiretoPiracema
Mata Ciliar Canal da Piracema
Mobilidade Elétrica InteligenteOutras ações/benefícios
Parque Tecnológico Itaipu - PTI
Educação – Inovação - Empreendedorismo
Universidades
PTI/ITAIPU – DESENVOLVIMENTO REGIONAL
• Promoção do Turismo – 1 milhão de
visitantes por ano;
• Dois importantes hospitais em cada margem;
• Equidade de Gênero – o número de
mulheres em cargos de gerência aumentou
de 10% para 22% em 10 anos.
CEASBHidrogênio
CIBiogás: Condomínio Ajuricaba LASSE
821,8 𝒎³/𝒅𝒊𝒂
25,5 𝑘𝑚 de extensão
104 𝑘𝑉𝐴
Bovinocultura de
Leite Suinocultura
PTI/ITAIPU – AMBIENTES DE INOVAÇÃO
Integração gerando energia e desenvolvimento
Considerações Finais
MUITO OBRIGADO
Jorge Miguel Samek
Diretor-Geral Brasileiro
www.itaipu.gov.br