Iv congresso internacional de serviço social

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IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL,I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA PÓS GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL E 19ª. SEMANA DE SERVIÇO SOCIAL – UNESP/FRANCA. Eixo Temático C: Política Social: Saúde,Educação, Assistência Social, Previdência Social,Habitação. De 09 á 11 de setembro de 2014. O SERVIÇO SOCIAL E A POSSIBILIDADE DE UMA SALA DE ESPERA HUMANIZADA NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM (CA). *Vilma Pereira da Silva RESUMO Este trabalho tem por objetivo analisar as possibilidades de uma sala de espera humanizada junto aos usuários de saúde pública em oncologia (CA), ao perceber ser notório, que a sala de espera em uma unidade de saúde hospitalar é a porta de entrada dos usuários que buscam atendimento pela primeira vez, ou que já se encontram em tratamento, retornando após avaliação de rotina para prosseguir com procedimentos ambulatoriais o que pode leva-los a internação cirúrgica. Neste sentido é importante avaliar o quanto este espaço torna-se um ambiente íntimo do usuário e seus acompanhantes, principalmente quando se trata de usuários portadores de câncer(CA),que chegam ansiosos criando uma atmosfera de expectativa. Os grupos de sala de espera neste sentido configuram uma estratégia de atuação dentre as práticas grupais em oncologia, constituindo uma forma de encontro entre os profissionais da saúde,usuários e seus familiares em diversos contextos.O trabalho pretende abordar as implicações e as possibilidades de um atendimento mais humanizado, considerando-se os determinantes sociais que originam os 1

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IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL,I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA PÓS GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL E 19ª. SEMANA DE SERVIÇO SOCIAL – UNESP/FRANCA.

Eixo Temático C: Política Social: Saúde,Educação, Assistência Social, Previdência Social,Habitação. De 09 á 11 de setembro de 2014.

O SERVIÇO SOCIAL E A POSSIBILIDADE DE UMA SALA DE ESPERA HUMANIZADA NO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM (CA).

*Vilma Pereira da Silva

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar as possibilidades de uma sala de espera

humanizada junto aos usuários de saúde pública em oncologia (CA), ao perceber ser

notório, que a sala de espera em uma unidade de saúde hospitalar é a porta de entrada dos

usuários que buscam atendimento pela primeira vez, ou que já se encontram em tratamento,

retornando após avaliação de rotina para prosseguir com procedimentos ambulatoriais o que

pode leva-los a internação cirúrgica. Neste sentido é importante avaliar o quanto este

espaço torna-se um ambiente íntimo do usuário e seus acompanhantes, principalmente

quando se trata de usuários portadores de câncer(CA),que chegam ansiosos criando uma

atmosfera de expectativa. Os grupos de sala de espera neste sentido configuram uma

estratégia de atuação dentre as práticas grupais em oncologia, constituindo uma forma de

encontro entre os profissionais da saúde,usuários e seus familiares em diversos contextos.O

trabalho pretende abordar as implicações e as possibilidades de um atendimento mais

humanizado, considerando-se os determinantes sociais que originam os agravamentos na

saúde e que são mais uma das expressões da questão social. A presente análise é parte de

uma investigação realizada no Curso de Residência multiprofissional em Serviço Social no

ambulatório de oncologia e que ainda se encontra em andamento para o TCR- Trabalho de

conclusão do curso de Pós-Graduação em residência multiprofissional de Serviço Social na

HUAP.

Palavras chaves: sala de espera, usuários na saúde, portadores de câncer.

ABSTRACT :

This work aims to analyze the possibilities of a waiting room humanized with users of public

health in oncology (CA), to be notorious realize that the waiting room in a hospital unit in

health is the gateway for users who seeking care for the first time, or who are already in

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treatment, returning after routine evaluation to proceed with outpatient procedures that can

lead them to surgical hospitalization. In this sense it is important to assess how much this

space becomes an intimate setting user and their companions, especially when it comes to

members of cancer patients (CA), arrive eager to creating an atmosphere of expectation.

Groups waiting room in this sense constitute a strategy of action among oncology group

practices, constituting a form of encounter between healthcare professionals, patients and

their relatives in various contextos.O study addresses the implications and possibilities of a

more humanized care, considering the social determinants that cause the worsening health

and are more of the expressions of the social question. This analysis is part of an

investigation in Residence Course in Social Work in multidisciplinary outpatient oncology and

which is still in progress for TCR- Labor course completion Graduate multiprofessional

residence of Social Service in HUAP-Hospital Univervesity Antonio Pedro.3

Key words: waiting room, users on health, cancer patients.

_______________

*Assistente Social,Pós-Graduanda residente em Curso Multiprofissional de Serviço Social no

Hospital Universitário Antonio Pedro-Universidade Federal Fluminense-UFF,Niterói,RJ,Brasil.

Email:[email protected].

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INTRODUÇÃO:

No grupo de usuários em sala de espera, vínculos positivos e transformadores são

criados, construindo-se um espaço de sustentação e continência criando-se possibilidades

para reflexões e mudanças (VERISSIMO, 2005 citado por DOMINGUES, 1992). Na atenção

aos portadores de (CA) frequentemente verificamos a ocorrência de situações críticas e

estressantes, envolvendo relações interpessoais e indivíduos portando algum grau de

sofrimento físico ou psíquico. Por isso, enquanto espera pelo atendimento, é muito

importante que o usuário portador de (CA) esteja acomodado em local confortável, para

evitar o mal estar e ansiedade aspecto preponderante nos pacientes oncológicos. A própria

ambientação de uso social da sala de espera deve ser explorada com recursos de design e

luz natural, para dar mais riqueza e humanizar os espaços. Para melhor elucidar a proposta

de trabalho considera-se apresentar a investigação realizada no setor de atuação como

residente, observando o comportamento dos usuários que adentram a sala de espera para

iniciar ou dar continuidade ao seu tratamento verificando que o tempo de permanência

desses usuários no espaço clínico é muito longo, devido ao aumento da demanda

hospitalar, muitos permanecem na sala de espera por cinco, seis horas ou mais.

METODOLOGIA – Foi empregado na pesquisa, entrevista social e avaliou-se os usuários

verificando que os mesmos, chegam ao Serviço Social completamente ansiosos, com

dúvidas sobre o seu estado clínico e direitos sociais. Realizou-se um estudo para ampliar os

conhecimentos acerca do tema “sala de espera” e constatou-se uma lacuna de trabalhos

elaborado por Assistentes Sociais sobre o assunto, por ser uma demanda que tem

aumentado nos últimos anos a partir da precariedade na saúde pública, redução dos direitos

e consequente aumento de população doente, preenchendo as salas de espera nas

unidades de saúde; sendo mais uma das expressões da questão social .Foram deste modo

realizadas diversas consultas ao sistema on-line de informação e outros trabalhos de

autores a fim de subsidiar o estudo e poder contribuir com ações que possam melhorar os

serviços de atendimento aos usuários e contribuir com a categoria profissional de assistes

sociais que atuam neste setor.Buscou-se informações junto á página do Ministério da

Saúde,Ministério da Previdência Social ,Instituto Nacional do Câncer-INCA e do Caderno de

Saúde-ADUFRJ, priorizando informações atuais. O objetivo do trabalho é a implementação

de “sala de espera” humanizada na Unidade de Saúde do Hospital no qual é ministrado o

Curso de Residentes multiprofissional em Serviço Social em oncologia, visando propiciar um

ambiente de acolhimento aos usuários diferenciado, permitindo aos profissionais de saúde e

assistentes sociais sensibilizar para esta nova alternativa, de promoção á saúde sócio

educativa através da sala de espera.As ações sócio assistenciais têm se constituído como

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uma das principais demandas junto aos profissionais de Serviço Social nesta área. Segundo

Costa (2000), a inserção dos assistentes sociais nos serviços de saúde é mediada pelo

reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades que se definem e

redefinem a partir das condições históricas sob as quais a saúde pública se desenvolveu no

Brasil. A sala de espera de uma unidade hospitalar deve ser projetada de forma a oferecer

“algo mais” para seus usuários e neste caso, o foco é oferecer melhores condições ao

usuário e acompanhantes, já que o hospital é referência no tratamento dos portadores de

(CA) na cidade, sendo estes também oriundos de outras cidades no arco metropolitano II,

abrangendo Niterói,São Gonçalo,Itaboraí,Maricá,Rio Bonito,São Gonçalo,Silva Jardim e

Tanguá.

Em média passam pela sala de espera diariamente de cem a cento e cinquenta pessoas.

Algumas pela primeira vez outros dando prosseguimento ao tratamento encontrando-se em

estágio avançado da doença, desnutridas por pertencerem a camadas mais pobres da

população ou mesmo pela fragilidade da própria enfermidade,exigindo dos usuários a

permanência em condições de melhor acomodação enquanto aguardam o

atendimento.Geralmente os usuários são acompanhados por seus familiares ou amigos,

devido á longas intercorrências de dispneia ou ansiedade, pelo quadro clínico que

apresentam. Neste sentido sugere-se ao invés da TV apresentando uma programação que

nem sempre agrada a todos, uma alternativa de vídeo educativo de curta duração que se

repetiria nos intervalos, com informações de prevenção do (CA) e apresentação dos direitos

sociais dos usuários. Portanto não cabe ao profissional de Serviço Social utilizar no

exercício das suas funções, terapias individuais, de grupo,de família ou comunitárias, mas

sim potencializar a orientação social com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da

coletividade aos direitos sociais (CFESS/CRESS,2010,p.42).

Uma das ações de interesse dos usuários em sala de espera, são as orientações coletivas

quanto aos direitos sociais da previdência social para que os mesmos possam ter acesso a

legislação que garanta a estes o acesso ao auxílio-doença quando internado para cirurgia e

a importância da contribuição previdenciária para fazer jus a estes benefícios; além do BPC

e LOAS e outros benefícios de suma importância.Todos esses benefícios podem ser

informados de forma clara e objetiva, através de informativos áudio visual em sala de espera

,enquanto o usuário aguarda o seu atendimento de forma a garantir o acesso aos seus

direitos permitindo uma reflexão em ambiente acolhedor, tornando o ambiente de

acolhimento mais democrático. É neste espaço que se encontra a possibilidade de ampliar

as informações sob direitos sociais, interagir com os profissionais de saúde com a troca de

ideias,possibilitando uma melhor escuta destes usuários.

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Vale ressaltar que o projeto encontra-se em fase de análise sob as demandas dos

usuários em sala de espera,com objetivo de melhoria no atendimento, assistência e

humanização, dinamizando os assuntos a serem abordados e interagir com os mesmos

enquanto aguardam pelo atendimento. Para o desenvolvimento do projeto contamos com a

participação dos próprios usuários na escolha de alguns temas de maior interesse sobre ,

promoção da saúde e prevenção de doenças, que lhes serão formulados através de

perguntas em questionário, numa segunda fase da elaboração do projeto.

OS DETERMINANTES SOCIAIS E USUÁRIOS DA SAÚDE EM SALA DE ESPERA

Tem-se observado que os impactos do adoecimento por (CA) ou outra enfermidade que

acomete o sujeito, está ligado as precárias condições de vida dos trabalhadores,

principalmente no mundo globalizado em que a precarização do trabalho projeta uma tensão

sobre o sujeito, obrigando-os a longas jornadas, redução da força do trabalho ou mesmo

invalidez.Há também os históricos familiares de mulheres idosas que é provedora da família

e de seus netos. Divulgada a cada dois anos, a “Estimativa” é a principal ferramenta de

planejamento e gestão pública na área da oncologia, orientando a execução de ações de

prevenção, detecção precoce e oferta de tratamento. Excetuando-se pele não melanoma, a

ocorrência será de 394.450 novos casos, sendo 52% em homens e 48,% entre as mulheres.

Em muitos casos observados a maioria da população em sala de espera são mulheres, que

tem uma sobrecarga maior de trabalho por cuidar do lar e ainda ter que manter a família. A

incidência de câncer no Brasil de acordo com o INCA estima cerca de 580 mil casos novos

da doença para 2014, sendo que o tipo mais frequente é (CA) de mama que se encontra

nas regiões Sul (71 casos/100mil) e Sudeste “71 casos/100mil” (INCA, Ministério da

Saúde,2013.).

Neste sentido os usuários em sala de espera chegam com a expectativa de buscar

tratamento e atendimento social possibilitando a utilização pelo serviço social de

ferramentas de intervenção, como a promoção da saúde por meio do desenvolvimento de

práticas educativas em saúde, sendo esta afirmada desde 1986, quando ocorreu a

8º.Conferência Nacional de Saúde, onde se discutiu um novo conceito de saúde, passando

a ser entendido como resultante das condições objetivas de vida, tais como a alimentação,

educação,transporte e lazer acesso aos serviços de saúde, moradia e acesso á

habitação.Diante disso, os serviços de saúde necessitam fornecer novas formas de

acolhimento, humanizando a assistência no atendimento e melhorando a qualidade dos

serviços de saúde prestados a população.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O desenvolvimento do trabalho apresenta experiências construtivas através da atividade

proposta possibilitando à articulação ensino-teoria e contribuindo para o exercício

profissional; através de melhor qualidade do atendimento no serviço de saúde. Como

bolsista durante o desenvolvimento das atividades verifiquei a importância da implantação

de uma sala de espera humanizada, onde os usuários possam ali chegar não apenas para

aguardar durante longas horas ociosas, mas também interagir de forma educativa,

possibilitando um ambiente crítico/reflexivo. Portanto permite que os usuários tome

conhecimento de direitos sociais que vão além da entrevista social, interagindo em ambiente

humanizado, conforme preceitua o Sistema Único de Saúde-SUS. Por tanto o trabalho serve

de referencial para novas ferramentas no trabalho dos assistentes sociais de forma a

contribuir com melhor atendimento do usuário na saúde pública,transformando o espaço de

sala de espera em um ambiente informal e educativo.

REFERÊNCIAS:

COSTA,Maria Dalva Horácio da. O trabalho nos serviços de saúde e a inserção dos(as) assistentes sociais.Serviço Social e Sociedade, São Paulo,no.62,Cortez,2000.

INCA E MINISTÉRIO DA SAÚDE E ESTIMATIVA PARA 2014. Acesso em 28/07/2014: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2013/inca_ministerio_saude_apresentam_estimativas_cancer_2014>

MINAYO,M. C. de S .(1999). Pesquisa Social: Teoria,Método e Criatividade. Petrópolis,Editora Vozes.

MINISTÉRIO DA PREVIDENCIA SOCIAL. < http://www.mpas.gov.br/

PARÂMETROS PARA ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS NA POLÍTICA DA SAÚDE. CFESS/CRESS,Brasília,2010.p.40.

PRECIOSO, Karla. Disponível em: <http://mdemulher.abril.com.br/blogs/karlinha/geral/10-beneficios-da-musicoterapia/>

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SILVA, V.C.E. O impacto da revelação do diagnóstico de câncer na percepção do paciente. Ribeirão Preto 2005, 218,p.

VERISSIMO, D.S. A pessoa com tumor cerebral e seus familiares em grupo de sala de espera: investigação da experiência vivida. Ribeirão Preto 2005,p.135.

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