IV Congresso RIBIE, Brasilia 1998 · necessidades especiais são portadores de deficiência...

24
TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL Márcia de Borba Campos Milene Selbach Silveira [email protected] [email protected] FAX: 55 051 320-3758 O presente trabalho, além de conter informações sobre a Educação Especial e algumas deficiências, apresenta um estado da arte sobre a Informática nesta área onde analisa alguns software. Por fim, apresenta-se algumas alternativas de interface salientando-se o que deve ser favorecido e/ou evitado em um ambiente informatizado para Educação Especial. INTRODUÇÃO A popularização do computador com sua utilização em diversas áreas é, hoje, fato inquestionável, assim como a afirmação do uso da Informática na Educação e o crescente desenvolvimento e utilização de software educacionais. Entretanto, pode-se observar a pouca atenção dispendida a diversidade de usuários que um software possa ter. Aqui, enfatiza-se principalmente software ditos para a Educação Especial. Ninguém é igual a outro. Todos somos diferentes mas com algumas características comuns. Cada indivíduo aprende de uma forma diferente dependendo de seu canal preferencial. Deve-se ter em mente, então, este canal perceptivo afim de que se possa motivar e facilitar a compreensão ou o aprendizado do sujeito. Quando se fala em software educacional para a Educação Especial, o que se pensa em primeiro lugar são os aspectos da interface. Porém, como afirma [ORT93], não é o fato de se usar uma interface gráfica, multicolorida, etc., que melhora a efetiva comunicação com os usuários. O termo interface, conforme [LEV93], remete a duas definições: Dispositivo que garante a comunicação entre dois sistemas informáticos distintos ou um sistema informático e uma rede de comunicação; Interface homem-máquina para designar o conjunto de programas e aparelhos utilizados para permitir uma comunicação entre a máquina e seu usuário. IV Congresso RIBIE, Brasilia 1998

Transcript of IV Congresso RIBIE, Brasilia 1998 · necessidades especiais são portadores de deficiência...

TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Márcia de Borba CamposMilene Selbach Silveira

[email protected]@inf.pucrs.br

FAX: 55 051 320-3758

O presente trabalho, além de conter informações sobre a Educação Especial ealgumas deficiências, apresenta um estado da arte sobre a Informática nesta área ondeanalisa alguns software. Por fim, apresenta-se algumas alternativas de interfacesalientando-se o que deve ser favorecido e/ou evitado em um ambiente informatizado paraEducação Especial.

INTRODUÇÃO

A popularização do computador com sua utilização em diversas áreas é, hoje, fatoinquestionável, assim como a afirmação do uso da Informática na Educação e o crescentedesenvolvimento e utilização de software educacionais.

Entretanto, pode-se observar a pouca atenção dispendida a diversidade de usuáriosque um software possa ter. Aqui, enfatiza-se principalmente software ditos para aEducação Especial.

Ninguém é igual a outro. Todos somos diferentes mas com algumas característicascomuns. Cada indivíduo aprende de uma forma diferente dependendo de seu canalpreferencial. Deve-se ter em mente, então, este canal perceptivo afim de que se possamotivar e facilitar a compreensão ou o aprendizado do sujeito.

Quando se fala em software educacional para a Educação Especial, o que sepensa em primeiro lugar são os aspectos da interface. Porém, como afirma [ORT93], não éo fato de se usar uma interface gráfica, multicolorida, etc., que melhora a efetivacomunicação com os usuários.

O termo interface, conforme [LEV93], remete a duas definições:• Dispositivo que garante a comunicação entre dois sistemas informáticos

distintos ou um sistema informático e uma rede de comunicação;• Interface homem-máquina para designar o conjunto de programas e

aparelhos utilizados para permitir uma comunicação entre a máquina eseu usuário.

IV Congresso RIBIE, Brasilia 1998

Ambas remetendo ao estabelecimento de contato entre meios heterogêneos. ondedeve-se conhecer o usuário alvo e projetar a interface para este utilizando-se, ou não, dedispositivos especiais de entrada e saída com o intuito de que a utilização do referidosoftware não seja objeto de estudo em si,

Este trabalho, primeiramente, apresenta informações sobre a Educação Especial ealgumas deficiências porque pensa-se que estes são o feedback mínimo necessário parapessoas que trabalham com Informática nesta área. Após, apresenta-se um estado da arteem Informática na Educação Especial onde se caracterizam alguns software. Por fim,apresenta-se informações relativas ao que se deve privilegiar e evitar em uma interface noque se relaciona a apresentação das informações na tela e utilização de ajudas técnicas,também chamadas de tecnologias assistentes.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

A Educação Especial tem os mesmos objetivos que a geral sendo dever da famíliae do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.Tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício dacidadania e sua qualificação para o trabalho [LDB96].

Ainda, segundo a nova Lei de Diretrizes e Bases Brasileira [LDB96], entende-sepor educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar,oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores denecessidades especiais.

A diferença básica entre a educação geral e a especial é dada em termos de local deatendimento, tipo de material pedagógico, currículo trabalhado, profissional envolvido eindividualização no atendimento.

Em [MAZ96], Educação Especial é definida como a modalidade de ensino que secaracteriza por um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizadospara apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns,de modo a garantir a educação formal dos educandos que apresentem necessidadeseducacionais muito diferentes das da maioria das crianças e jovens. Tais educandos,também denominados de “excepcionais”, são justamente aqueles que hoje têm sidochamados de “deficientes” ou “alunos com necessidades educacionais especiais”. Entende-se que tais necessidades educacionais especiais decorrem da defrontação das condiçõesindividuais do aluno com as condições gerais da educação formal que lhe é oferecida.

Ainda este autor ressalta que é preciso não se perder de vista a importanteobservação de que nem todo protador de deficiência requer ou requererá serviços deeducação especial, ainda que possa necessitar de tratamento ou intervenção terapêutica(habilitação ou reabilitação) em função de suas condições físicas ou mentais.

Segundo o Ministério de Educação, [INF97], a educação especial visa arecuperação e integração sócio-educativas dos indivíduos com necessidades educativasespecíficas devidas a deficiência físicas e mentais.

Mas quem são pessoas deficientes? Uma pessoa deficiente não pertence a umaclasse ou categoria profissional. Este termo serve para caracterizar pessoas que diferemdas demais devido a suas disfunções físicas, sensoriais, orgânicas ou mentais. São pessoasque nasceram com ou adquiriram um déficit intelectual, físico ou orgânico - o que não asimpede de serem respeitadas enquanto cidadãos com direitos e deveres.

O Centro de Informações Multieducação, [ME25], define que portadores denecessidades especiais são portadores de deficiência física, mental, auditiva e visual,portadores de altas habilidades, e os portadores de condutas típicas de síndrome.

Segundo a International Classification of Impairments, Disabilities and Handicaps[AZE95], uma pessoa com uma necessidade especial é uma pessoa com uma falta ou umarestrição de capacidades para executar atividades, tarefas, habilidades e comportamentosna forma ou âmbito considerado normal para um ser humano.

Outra definição, que dá uma idéia bem clara das dificuldades é que a deficiênciaseria o gap entre as habilidades que o usuário possui e as demandas do ambiente, ou seja,tudo que o ambiente necessita que o usuário saiba/possa fazer e o que ele realmentepode/consegue fazer.

Mas há alguma diferença entre os termos deficientes e portador de necessidadeseducativas especiais? Sim. Novos estudos tem demonstrado que o último, por ser maisamplo, além de trabalhar a própria deficiência em si, também se preocupa com asmetodologias e recursos educacionais para atender as necessidades especiais. Assim, pode-se classificar meninos de rua como portadores de necessidades educacionais especiais.

ReabilitaçãoA reabilitação existe a fim de, com auxílio de uma equipe multiprofissional,

desenvolver as potencialidades e diminuir as limitações de pessoas portadoras denecessidades especiais, dentre as quais podem estar:

• aprender a andar com uma prótese, muletas ou cadeira de rodas: pode serpropiciada através de, por exemplo, dispositivos e mecanismos de realidadevirtual;

• aprender a se comunicar e a falar: através de software de comunicaçãoalternativa e aumentativa;

• educar ou reeducar para usar outros sentidos e recursos: através de diferentessoftware;

• exploração máxima do desenvolviemnto de suas potencialidades físicas,mentais e sensoriais: por meio de ajudas técnicas (ou tecnologias assistentes) esoftware.

Deficiências

A seguir serão apresentadas informações sobre diferentes deficiências e/ouperturbações com o intuito de caracterizá-las.

Deficiência VisualClassifica-se as dificuldades visuais em dois tipos básicos:• Deficiência visual total: há perda total de visão;• Deficiência visual parcial: há resíduos visuais ou de luminosidade.As principais causas deste problema são o glaucoma e a catarata congênitos,

atrofia ótica, diabetes, queimaduras, acidentes e doenças infecciosas.Dentre os problemas ocasionados por esta deficiência pode-se citar os de

orientação no que diz respeito a sua percepção do ambiente e de sua localização neste(espaço global e imediato), e mobilidade que seria a sua interação com estes ambientes.

Deficiência AuditivaO deficiente auditivo é aquele que possui perda total ou parcial da audição.É possível classificar as dificuldades auditivas em:• Surdez Leve: perda auditiva entre 20 dc e 40 dc;• Surdez Média: perda auditiva entre 40 dc e 70 dc;• Surdez Severa: perda auditiva entre 70 dc e 90 dc;• Surdez Profunda: perda auditiva acima de 90 dc.As principais causas são a meningite, rubéola em gestante, acidentes e poluição

sonora.

Dificuldades de Fala d LinguagemO deficiente de fala é aquele com um padrão de fala limitado ou dificultoso.

[DRB97].Existem vários problemas relacionados a este tipo de dificuldade como afasias

(perda total ou parcial da linguagem por lesão neurológica), disartria (comprometimento dafala também por lesão neurológica ou choque térmico), disfonia (alterações das qualidadesvocais), dislalias (má articulação das palavras) e disfemia (gagueira).

Dificuldades Físicas/MotorasO deficiente físico é aquele que possui algum tipo de paralisia, limitações do

aparelho locomotor, amputados, etc.É possível classificar a deficiência física em:• monoplegia: paralisia em um membro do corpo;

• hemiplegia: paralisia na metade do corpo;• paraplegia: paralisia da cintura para baixo;• tetraplegia: paralisia do pescoço para baixo;• amputado: falta de um membro do corpo.A paralisia cerebral é um fator que pode ser citado neste âmbito. Ela é um grupo

de limitações psico-motoras resultantes de lesão no sistema nervoso central. Ela oferecediferentes níveis de comportamento.

Deficiência MentalA deficiência mental, segundo a Associação Americana de Desenvolvimento

Mental, é a condição na qual o cérebro está impedido de atingir um desenvolviemntoadequado dificultando a aprendizagem no indivíduo, privando-o de ajustamento social.

Uma das várias classificações para a deficiência mental, segundo a AmericanAssociation of Mental Deficiency é a seguinte:

Tabela 1: Classificação de deficiência mental

Stanford BinetQI

WechslerQI

Ligeira 68-52 69-55Moderada 51-36 54-40Severa 35-20 39-25profunda < 10 < 24

As principais causas são:• uso de drogas e álcool durante a gestação;• desnutrição e fome;• doenças congênitas;• problemas de parto e fator RH;• doenças venéreas.

Como objetivos da intervenção pedagógica nestes casos tem-se:• facilitar aquisições cooperativas e interativas;• facilitar a habituação;• promover tarefas mais funcionais;• variar as atividades de forma sistemática;• promover aprendizagem extracurricular e extra-escolar;• promover atividades favorecidas;• promover acesso constante ao sucesso;

• promover intervenção precoce;• proporcionar programas educacionais individualizados;• coordenar família e escola;• minimizar dependência e aumentar o poder de iniciativa.

Síndrome De DownA síndrome de Down caracteriza-se pela trissomia cromossômica no par 21

resultando, ao invés de 46 cromossomos por célula, 47 sendo a presença deste cromossomoa mais determinada por um acidente genético.

Como é uma síndrome não há uma causa certa para o aparecimento podendoocorrer com qualquer casal, independente de faixa etária e herdada em poucos casos.

As características principais dos portadores desta são: olhos amendoados, umaprega na palma da mão e, eventualmente, hipotonia muscular.

AutismoO sintoma principal do autismo é o isolamento e as características principais são:• distúrbio de contato afetivo, para aquelas crianças que não estabelecem

relações normais com os outros;• atraso na linguagem e comunicação;• gestos estereotipados;• boa memória.Como a Síndrome de Down, o Autismo é uma Síndrome, não se sabem as causas

mas náo é genético e nem contagioso.Alguns sintomas iniciais de comportamento, em conjunto, podem sugerir o

diagnóstico:• dificuldade de integração com outras crianças;• age como se fosse surda;• resiste a mudanças de rotina;• indica necessidades através de gestos;• não demonstra medo diante de perigos reais;• não se aninha;• tem hiperatividade física;• não tem contato visual direto;• riso inaproriado;• apego inapropriado a objetos;• preferência por objetos giratórios;• tendência ao isolamento;• resistência ao aprendizado.

Distúrbio De AprendizagemSão dificuldades na leitura e/ou na escrita gerando, por exemplo, a troca e inversão

de fonemas e/ou sílabas, junção de palavras, omissão de sílabas ou palavras, etc., sendo ascausas muito variadas desde problemas psicomotores até afetivos ou de visão e audição.

As falhas de percepção visual podem gerar trocas de fonemas com semelhançasvisuais (p x d) ou na memorização da forma visual da palavra (casa x caza). Pararemediar esta situação pode ser feito treinamento na estimulação visual, através dediscriminação visual, posicionamento espacial, figura e fundo, coordenação viso-motora ememória visual e no conhecimento da língua em termos semântico e gramatical.

As falhas de percepção auditiva podem gerar trocas de fonemas com semelhançasauditivas (t x d, f x v, c x g) ou na memorização da seqüência auditiva da palavra (predaem vez de pedra). Para remediar esta situação pode ser feito treinamento de percepçãoauditiva, através de discriminação e memória auditiva.

Estudos têm demonstrado, [FON97], que, muitas vezes, a aprendizagem dependebasicamente da motivação e, sendo assim, muitas vezes o que se chama de dificuldade deaprendizagem é basicamente dificuldade de ensino.

SuperdotadosO superdotado é o aluno cujo desempenho em uma linha potencialmente valiosa de

atividade humana, é consistentemente invulgar. Ele pode ser classificado em superdotado(que tem um desempenho maior em uma área ampla) e talentoso que tem um talento parauma área específica.

O superdotado necessita de mais educação geral, principalmente nos primeirosanos enquanto o talentoso necessita experiências dirigidas ao seu talento específico.

Como características positivas e negativas destas pessoas pode-se citar:

Tabela 2: Características dos superdotados

Características Positivas:• aprender rápida e facilmente;• reter o que aprendem, sem muito

exercício;• curiosidade;• vocabulário rico;• leitura a nível maduro;• interesse por palavras e idéias;• dedução e rapidez de compreensão;• gosto por examinar, tabular e classificar;

Características Negativas:• inquietos;• desatentos;• perturbadores;• inoportunos;• deficiência na ortografia e

escrita;• imprecisão aritmética;• descuido e desinteresse;• críticas.

• apreciação de muitas coisas;• interesse na natureza humana;• amigos mais velhos;• bom senso de humos;• desejo de vencer

Informática na Educação Especial

Agora que já se tem uma visão das características gerais das diferentesdeficiências, pode-se analisar o uso da Informática por pessoas portadoras de necessidadeseducacionais especiais, seja por meio de software educacionais seja por meio de ajudastécnicas, tamém chamadas de tecnologia assistente.

Cabe salientar que, fazendo-se uma retrospectiva dos últimos congressos esimpósios na área de Informática na Educação, pode-se observar uma tímida masconstante presença de relatos de projetos na área de Educação Especial. Destes, algunsdescrevem software fechados desenvolvidos para indivíduos com alguma necessidadeespecial em específica. Outros, por sua vez, utilizam ambientes abertos como o Logo,ToolBook e mais recentemente a própria rede mundial, a Internet, como um auxílio aeducação/reeducação/meio de reabilitação desses indivíduos fazendo, ou não, uso dedispositivos de entrada/saída especiais.

Ajudas TécnicasTambém chamadas de tecnologia assistente é a aplicação de uma tecnologia

conhecida em favor da deficiência. Pode ser usada para:• melhoria de vida de deficientes e idosos;• resolução de problemas funcionais;• redução de dependência;• maior integração com a família e a sociedade.Voltando a definição inicial de deficiência quanto ao gap entre demandas do

ambiente e capacidades do usuário, pode-se tentar reduzi-lo, através de disposivitos comoteclado e impressora em Braille, teclados de conceito, telas ampliadas, telas sensíveis aotoque ou ao sopro, caixas de som, pulsadores, apontadores de cabeça, joysticks, etc,

Deficiência MotoraO maior impedimento de um portador de deficiência motora ao usar o computador

talvez seja a grande necessidade de utilização da motricidade fina (uso das mãos e dosdedos) para manusear, por exemplo, o teclado convencional ou o mouse, e da ampla (uso

dos braços, pernas e tronco) para, por exemplo, controlar os movimentos dos braços,manter a cabeça ereta ou se firmar na cadeira.

A maioria dos ambientes voltados a usuários com problemas motores fazem uso deteclados em tamanho ampliado, tela sensível ao toque quando o usuário apresenta razoávelcontrole sendo que, quando a pessoa apresenta movimentos involuntários ou tremores,utilizam estas telas com um atraso de input ajustável à dificuldade motora. Outros tambémutilizam tela sensível ao sopro e próteses como pulsadores e apontadores em substituiçãoao mouse ou teclado convencional que podem, ou não, ser utilizados em conjunto com umsoftware que simulam, na tela do computador, o funcionamento de um destes dispositivosde entrada.

Santarosa, em [SAN97], apresenta um simulador de teclado para portadores deparalisia cerebral onde este simula, na tela do computador, uma representação do tecladoconvencional agregando um sistema de varredura contínua que ilumina cada um doscaracteres apresentados na tela. Este simulador pode ser utlizado por qualquer pessoaalfabetizada que consiga movimentar alguma parte do corpo sendo, para estes casos,utilizado junto com um dispositivo chamado acionador que pode ser um apontador (muitasvezes utilizado preso a cabeça da pessoa) ou a um pulsador (usado junto ao pescoço ou aospés). Com este programa, a pessoa pode utilizar sistemas operacionais, editores de texto,banco de dados, linguagens de programação, etc.

ENERI, [ENE97], é um outro exemplo de um processador de texto que apresenta oteclado na tela do computador e, através de um sistema de varredura, o usuário podeescrever seu texto. Este programa também apresenta a opção de se adaptar ao ritmo dousuário.

Outros programas simuladores de teclado e/ou mouse podem ser vistos na tabelaabaixo (Tabela 3), apresentada por Silveira, em [SIL95].

Tabela 3: Simuladores de Teclado e/ou mouse

Nome do Software Principais CaracterísticasSASE Faz a varredura de softwares padrões, através

da criação de máscaras e varreduras sobre omesmo, também sob controle de umacionador.

Handikeys, StickeyKeys,Access-DOS, Filch,Help-U-Type

Permitem acesso/controle do tecladoconvencional.

MouseKeys Permitem acesso/controle do mouse.Simulador de Teclado Faz, na tela do computador, emulação do

teclado, permitindo a conexão de umacionador para controlar a varredura dasopções disponíveis.

ERA - Emulador de Ratón Faz, na tela do computador, emulação domouse, permitindo a conexão de umacionador para controlar a varredura dasopções disponíveis.

KENIX Faz a emulação do teclado e mouse,permitindo a conexão com todo tipo deacionador, teclado de conceitos, etc., para ocontrole do sistema de varredura.Permite, também, a criação de novosemuladores, de acordo com o desejo do

Deficiência Motora e de FalaAlgumas pessoas, além de possuírem deficiência motora apresentam, também,

danos na fala. Nestes casos, existem sistemas de comunicação alternativa e aumentativaque fazem uso, por exemplo, de sistemas gráficos de comunicação (PIC, SPC, Bliss), deprocessos de varredura na tela do computador, aliados, ou não, a alguma prótese.

Sistemas comunicadores em forma de tabuleiro são os mais utilizados e consistemem apresentar os símbolos (referentes a palavras, ações, objetos), dispostos em formaquadrangular, na tela do computador. O usuário com a utilização de um sistema devarredura sequëncial, escolhe a opção desejada e, desta forma, constrói as frases.

O sistema FALAS - Ferramenta Alternativa de Aquisição Simbólica -desenvolvido por Silveira, [SIL95], é um destes sistemas comunicadores com a ressalvaque, além de recursos de multimídia, também utiliza técnicas de inteligência artificial sendopossível, neste caso, o sistema se adaptar automaticamente às preferências do usuário noque diz respeito a disposição dos símbolos segundo sua freqüência de utilização,velocidade de varredura das opções na tela, ajuda no aprendizado dos símbolos, etc., quesão feitos com o auxílio do histórico pessoal que é gerado pelo sistema durante suautilização.

Capovilla, em [CAP97], apresenta alguns sistema computadorizados decomunicação para deficientes de fala. São eles:

• Anagrama-Comp: permite a composição, impressão e sonorização de quaisquerpalavras e sentenças da língua portuguesa.

• Bliss-Comp: utiliza o sistema gráfico de comunicação chamado Bliss reunindoos 1600 símbolos originais do sistema. O usuário, através do mouse ou telasensível ao toque, pode se comunicar através de um símbolo ou formar frases.

• ImagoVox: é um sistema que utiliza recursos de multimídia como vozdigitalizada, filmes e fotos permitindo uma comunicação icônica-vocálica depessoas com perda ou retardo no desenvolvimento da linguagem. É acessadoatravés do mouse ou tela sensível ao toque.

• PCS-Comp: este sistema, ao invés de utilizar sistema Bliss, faz uso do sistemaPCS que, segundo Capovilla, é menos abstrato e mais representacional.

• PIC-Comp: este, por sua vez utiliza o sistema PIC e foi desenvolvido paraautistas, deficientes mentais e paralíticos cerebrais não-falantes. É compostopor 400 pictogramas arranjados em 25 categorias sem6anticas.

• NoteVox: permitem deficientes da fala com bom nível intelectual comporemparágrafos com até 720 caracteres a partir da seleção de palavras e/ou sílabasde um banco de dados, via toque de apenas um dedo ou digitação no teclado.Também utiliza voz digitalizada.

Deficiência VisualSoftware para deficientes visuais utilizam basicamente magnificadores de tela ou

ampliação dos caracteres na tela do computador para aqueles que possuem perda parcialda visão, e recursos de áudio, teclado e impressora em Braille para os com perda total davisão.

Dentre os sistemas para deficientes visuais citamos:• BIBLIVOX - Sistema de controle, cadastro e consulta bibliográfica vocal para

deficientes visuais: tem como objetivo servir como ferramenta de apoio eestímulo ao processo de pesquisa e consulta bibliográfica e da administração dosistema por portadores de deficiência visual, com o auxílio de voz sintetizada,permitindo assim que se possa realizar consultas ou manutenção do sistema.[ROD95].

• DOSVOX: é um sistema operacional que permite que pessoas cegas utilizemum computador comum para desempenhar uma série de tarefas adquirindoassim, um nível alto de independência no estudo e no trabalho. Este sistemainterage com o usuário através de voz sintetizada, em português e sen sotaque.[DOS97].

• CantaLetras: é um sistema multimedia para apoio ao processo de leitura eescrita onde, através de uma interface auditiva, impressão Braille ecaracterísticas interativas, tem por objetivo facilitar a aprendizagem da leitura eda escrita para cegos. Este sistema trabalha com letras e números, sílabas efonemas. Também utiliza o recurso de histórias como auxílio a compreensãoauditiva e motivação para a leitura. [ROS96].

• SONIX: é um software para familiarização do usuário cego com o uso docomputador possibilitando que este ganhe independência no manejo doequipamento. [PIN96].

• El toque mágico: sistema multimedia que visa auxiliar o desenvolvimento dalinguagem, da lógica matemática, da orientação espaço-temporal. [ROS96].

Existem, também, sistemas que utilizam tecnologias mais avançadas como o usode som tridimensional facilitando a navegação em sistemas onde é possível distinguir deonde vem o som. Um exemplo de sistema que faz uso deste recurso é a hiperhistória criadapor Lumbreras, [LUM93]. Outros, utilizam realidade virtual com a possibilidade demanipulação de objetos e opções por meio de algum tipo de luva, [LUM96].

Também cabe salientar que podemos encontrar vários sites na Internet com apossibilidade de ampliar o tamanho das letras na tela facilitando, assim, o acesso porpessoa com dificuldade de visão.

Deficiência AuditivaA algum tempo atrás, o que se podia observar no uso do computador por surdos,

eram projetos/software para treinamento de voz ou aquisição de vocábulos sendoutilizando a língua portuguesa como meio para tal.

Hoje, porém, parece surgir uma nova linha de desenvolvimento de software que éregida, em primeiro lugar, pelo respeito à língua natural dos surdos, a língua de sinais, sejaem sua interface ou na sua utilização.

A seguir, alguns exemplos de projetos e/ou software para surdos:• Construção de materiais de apoio pedagógico à comunicação/interação de

portadores de deficiência auditiva com o microcomputador e a linguagemLOGO: este trabalho propos uma compreensão e construção de códigos não-verbais de sinalização que possuíssem o mesmo significado semântico doscomandos LOGO. Quanto à construção dos sinais, percebeu-se que asrepresentações iniciais dos comandos atem-se ao efeito visual dos mesmosprocessados na tela, bem como a tendência do grupo foi a de combinar sinaisexistentes e não a construção de sinais para os comandos. A construção doprotótipo do “Manual LOGO para portadores de deficiência auditiva“ e“Software de apoio“ foram alguns resultados deste projeto. [SAN92].

• Ambiente computacional de aprendizagem como fator de desenvolvimento dacomunicação no portador de deficiência auditiva: desde 1990, a UniversidadeCatólica de Petrópolis aborda, com indivíduos surdos, o desenvolvimento doprocesso de aquisição da linguagem simbólica e a conseqüente expansão doprocesso de comunicação, não se restringindo, no ambiente LOGO deaprendizagem, à comunicação homem-máquina. Mas amplia-se para uma

colocação onde a máquina é apenas uma ferramenta de um processo ambientalmais abrangente. [BUS95].

• SELOS: é um sistema para ensino da língua oral e de sinais para criançassurdas que se encontram no primeiro nível escolar. [PAL96].

• Protótipo hipermídia como ferramenta de auxílio à aquisição de vocabulário emportadores de deficiência auditiva: tem por objetivo servir como ferramenta deapoio/estímulo ao processo de aquisição de vocabulário trabalhando comassociação de figuras e seus respectivos nomes, sendo que as palavras sãorepresentadas através da sua escrita na língua portuguesa, do alfabeto manual eda Língua de Sinais Brasileira. [CAMP93].

• Treinamento computadorizado para elocução de vogais para deficientesauditivos: este trabalho apresenta o algoritmo de extração das freqüênciasformantes e sua utilização em uma representação gráfica para treinamento dasvogais. Este sistema está organizado na forma de jogo e possui 3 módulos: pré-processamento do sinal de voz, processamento da voz digitalizada nocomputador e acionamento de equipamentos externos através da interfaceparalela do computador. [KLA95].

• Mecanismos cognitivos - interação de crianças surdas em rede telemática:investiga o desenvolvimento cognitivo e a reconstrução representativa decrianças surdas em rede telemática a partir de um enfoque piagetiano. Estetrabalho foi feito com 4 crianças surdas que interagiram em duplas no Packetradio sendo a comunicação centrada na língua escrita, permitindo que aapropriação desta se motivasse pela possibilidade desta servir como real veículode comunicação. [VAL94].

• O desenvolvimento de noções de mecânica por surdos num ambienteinformatizado: este trabalho apresenta um projeto desenvolvido no ambienteLego-Logo para construção de conceitos principalmente relacionados àmecânica e a automação. Trabalharam no projeto 12 surdos na faixa etária dos13 aos 21 anos de idade. [LOP95].

• Informática e Educação Especial: uso de processamento de voz para deficientesauditivos: neste trabalho são discutidas diferentes formas do uso do computadorcomo instrumento educativo e descritas algumas experiências realizadas noBrasil e no mundo. Também são analisados princípios e instrumentos queenvolvem a aquisição da fala através do sentido alternativo da visão. [RAP90].

• Sign Talk - um bate-papo entre surdos e ouvintes: é uma ferramenta quepossibilita a comunicação à distância entre surdos e ouvintes, surdos e surdos,ouvintes e ouvintes. Tal comunicação é realizada através da língua portuguesae da escrita da Língua de Sinais Brasileira. O sistema de escrita de língua desinais utilizado é o SignWriting. Paralelo ao objetivo inicial de possibilitar uma

comunicação à distância estão o aprendizado na língua de sinais e na línguaescrita do português e da língua de sinais; troca de conhecimentos e culturasentre surdos e ouvintes; comunicação entre surdos e ouvintes sem que,necessariamente, se tenha domínio de uma ou outra língua; mediar acomunicação entre pares possibilitando que os usuários possam refletir sobreseus conhecimentos, confrontá-los e modificá-los como ocorre em atividades emgrupo. [CAM97].

• Sistema de multimídia para comunicação surdo-surdo e surdo-ouvinte emlínguas brasileira e americana de sinais via rede de computador: descreve umsistema de multimídia para comunicação, via rede de computadores, entresurdos e entre surdos e ouvintes. Tal sistema contém sinais da Língua de SinaisBrasileira e correspondentes em Língua Americana de Sinais, bem como suaspalavras em Português e Inglês nas formas escrita e falada. Os sinais estãodistribuídos em categorias semânticas e podem ser selecionados para comporfrases por meio de aparelhos de input alternativo como telas sensíveis ao toque,detectores de sopro, movimento, direção do olhar, ou gemidos. [CAP96].

• Telemática: um novo canal de comunicação para deficientes auditivos: dentreos objetivos deste projeto pode citar o desenvolvimento de alternativas decomunicação e acesso a informação para surdos através de redes telemáticas;estudar as possibilidades do uso do correio eletrônico no processo decomunicação e interação entre crianças e jovens surdos; produção de materiaiscooperativos construídos através da interação na rede; observar e avaliar osefeitos do ambiente de aprendizagem telemático no processo de comunicação eprodução de informações dos surdos. [SAN ]

• Comunicar para aprender, aprender para comunicar: ambientes deaprendizagem telemáticos como alternativa: através de atividades na redeutilizando correio eletrônico e construindo de jornais e histórias, foramtrabalhadas estratégicas de apoio lingüístico no que tange a aspectos deexpressão e de conteúdo. [SAN ].

Alem destes, pode-se encontrar software para ensino de língua de sinais que fazemuso de animações e filmes.

Deficiência MentalA maioria dos software utilizados em pessoas portadoras de deficiência mental são

software abertos. Poucos são os softwares voltados especificamente para estes usuáriosuma vez que qualquer software que estimule a percepção auditiva e perceptiva, odesenvovimento psicomotor, podem ser utilizados.

Neste sentido, na literatura encontramos diversos projetos com o ambiente LOGOonde estimula-se, também, o desenvolvimento lógico-matemática e a abstração.

Distúrbios de AprendizagemAinda podemos encontrar sofware voltados a crianças com dificuldades de

aprendizagem decorrentes de falhas, por exemplo, no desenvolvimento psicomotor. De umamaneira geral, estes softwares utilizam atividades lúdicas para ou reter a atenção dacriança ou estimular sua orientação espaço-temporal.

Campos, [CAM96], desenvolveu um sistema hipermídia para apoio às relaçõesespaço-temporal e laterialidade baseado em hiperhistória. O referido protótipo tem porobjetivo estimular o desenvolvimento psicomotor através de tarefas que devem serdesenvolvidas no decorrer da história.

Existem muitos outros softwares que tem por objetivo estimular a percepçãoauditiva, visual, figura-fundo, seriação, classificação, memorização, etc. através de jogoscomputadorizados ou de atividades desenvolvidas no LOGO.

INTERFACE

Analisando alguns software ditos para Educação Especial podemos observar quealguns se quer respeitam as especificidades de seu público-alvo e nem fazem uso derecursos que poderiam diminuir o gap da interface homem-máquina.

Para a utilização de software com portadores de alguma deficiência ou dificuldadedeve-se, antes, verificar quais as necessidades do sujeito e avaliar quais as preferênciasdeste quanto a um ou outro sistema de representação para comunicação para, após, seescolher um software.

Já, para a construção de um software para Educação Especial deve-se, antes detudo, ter atenção na formação da equipe multidisciplinar que fornecerá as diretrizes básicaspara este devendo fazer parte desta, além de programadores, especialistas como psicólogos,teraputas ocupacionais, professores, e outros, conforme o caso.

A seguir apresentamos alguns requisitos de interface de software educacional paraa Educação Especial no que diz respeito à representação das informações e utilização deajudas técnicas na comunicação (periféricos especiais). Para fins de organização, estasinformações foram organizadas em tabelas.

Interface X Deficiência motora com ou sem dificuldade de falaAtravés da análise de alguns software para portadores de deficiência motora, pode-

se observar que muitos utilizaram o mecanismo de varredura das opções com predição depalavras e ajudas técnicas como, principalmente, pulsadores e apontadores obtendoresultados positivos. Por outro lado, pode-se, também, encontrar na descrição de outros ouso de pequenos ícones onde a pessoa deveria interagir com estes.

Ora, fazendo um paralelo com as características do público-alvo, e já descritasneste trabalho, pode-se afirmar que este não é o tipo ideal de interface uma vez que estesusuários não possuem uma boa motricidade e, consequentemente, esta interação acarretarámais obstáculos ainda na utilização do referido software.

Tabela 4: Interface X Deficiência Motora

Interface X Deficiência visualAté algum tempo atrás o que se tinha eram somente placas de som estrangeiras

fazendo, deste modo, com que as pronúncias tivessem sotaque. Hoje, já podemos encontrarsoftware que utilizam placas brasileiras.

Outros software mais sofisticados utilizam o recursos de som tridimensionalpossibilitando, assim, que o usuário cego possa efetar uma orientação espacial atravésdeste.

Mas para pessoas com perda parcial da visão pode-se utlizar recursos simplescomo um aumento do tamanho das informações na tela. Na Internet já podemos encontrarsites que utilizam este recurso.

A tabela 5 ilustra a tabela referente a interface com relação a deficiência visual.

Privilegiar EvitarInterface • Tabuleiro

• Varreduras de opção• Predição de palavras com

armazenamento das maisutilizadas

• Adaptação do sistema àspreferências do usuário no que dizrespeito, por exemplo, avelocidade de varredura dasopções

• Boa distribuição das informaçõesna tela

• Ícones pequenos• Letras pequenas• Telas cheias• Se tela sensível ao toque ou ao

sopro, uso excessivo de opçõesna tela

Periféricos • Teclados ampliados• Pulsadores• Apontadores• Tela sensível ao toque• Tela sensível ao sopro

• Mouse• Joystick

Tabela 5: Interface X Deficiência visual

Interface X Deficiência auditivaInfelizmente, ainda se pode encontrar diversos software voltados para surdos que

fazem uso de som com a justificativa de utilização de recursos multimídia. Ora a utilizaçãodeste recurso faz sentido para pessoas com restos auditivos e assim mesmo este deve serem alto volume e de boa qualidade. Som do tipo aplausos ebibs devem ser evitados.

Ainda com relação à transmissão de informações pode-se encontrar software comtexto utilizando gírias, metáfora, expressões pouco utilizadas, até mesmo para ouvintes, etextos longos. Sabendo. que a língua de sinais é a língua materna do surdo e a língua, porexemplo, portuguesa a segunda, deve-se ter cuidado na manipulação desta última. O idealseria a utilização conjunta da língua dos surdos com a dos ouvintes.A tabela 6 ilustra a tabela referente a interface com relação a deficiência auditiva.

Interface X Deficiência MentalAtravés da pesquisa sobre a utilização de informática para/por deficientes mentais

pode-se observar que esta se faz por meio de ambientes abertos do tipo do Logo porpermitirem uma livre interação, interface acessível e grandes possibilidades de análise dasinterações. (tabela 7)

Privilegiar EvitarInterface • Uso de sons. Se possível,

tridimensionais.• Para usuários com perda parcial:

• Tamanho grande das fontes

• Excesso de opções• Uso de muitas cores• Uso de caracteres e ícones de

tamanho pequenoPeriféricos • Teclado Braille

• Impressora Braille• Monitores de maior tamanho• Tela sensível ao toque• caixa de som• placa de som (referencialmente na

mesma língua do usuário).

• Uso excessivo do mouse

Tabela 6: Interface X Deficiência auditiva

Tabela 7: Interface X Deficiência mental

Privilegiar EvitarInterface • Uso de língua de sinais

• Ícones• Textos pequenos e claros• Verbos no infinitivo• Mensagens de forma gráfica• Animações• Filmes

• Textos longos• Linguagem conotativa (aquela

que sugere significadosdiferentes do habitual)

• Mesóclises (pronome no meiodo verbo)

• Onomatopéias (imitação desoons)

• Ambigüidades• Gírias e jargões• Metáforas• Palavras pouco utilizadas• Expressões• Som

Periféricos • Caixa de som e fone de ouvido(para que tem algum restoauditivo)

• Vídeo colorido com boa resolução• Microfone (para softwares de

treinamento da voz)

Privilegiar EvitarInterface • Ambientes amigáveis

• Ambientes abertos• Interação• Ícones• Textos pequenos• Animações• Filmes• Som

• Textos longos• Gírias• Palavras pouco utilizadas• Expressões

Periféricos • Mouse• Teclado• Tela sensível ao toque• Caixa de som• Microfone

Interface X SuperdotadosSuperdotados ou talentosos são crianças que aprendem com facilidade, tem boa

memória e possuem um rico vocabulário. Em contrapartida, são desatentos e inquietos.Devido a estas e outras características, os software para estes usuários devem utilizarrecursos de multimídia para prender a atenção do usuário, hipertexto para estimular acuriosidade, permitir apresentação de informações na forma não-sequencial e propiciaruma maior interação. (tabela 8).

CONCLUSÃO

O que se recomenda para a construção de software educacional é, entre outras, aformação de uma equipe multidisciplinar. Para o desenvolvimento de software para aEducação Especial esta é dispensável e devem fazer parte psicólogos, professores eespecialistas na área a ser trabalhada. Deve-se conhecer o usuário final do software, suascaracterísitcas e especificidades.

Neste trabalho o que se intencionou foi justamente informar o que é a EducaçãoEspecial, quem são pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais, quais as

Privilegiar EvitarInterface • Ícones

• Animações• Filmes• Curiosidade• Vocabulário rico• Palavras diferentes• Recursos de multimídia• Hipertexto

• Textos cansativos• Situações repetitivas• Situações muito detalhadas• Textos muito infantis

Periféricos • Mouse• Teclado• Caixa-falante• Microfone

caracterísitcas básicas de algumas deficiências. Acha-se que estes, aliados com a prática,são os feedback que se deve ter para trabalhar com Informática na Educação Especial.

Após, apresentamos o estado da arte em Informática na Educação Especial com ointuito de informar o que se tem feito nas diferentes áreas. Por fim, se apresentou umaanálise com relação a apresentação das informações e a utilização de ajudas técnicasvoltadas para as diferentes deficiências.

Cabe, por fim, informar que muitos software infelizmente ditos para a EducaçãoEspecial não atingem seus objetivos por falhas na sua modelagem.

REFERÊNCIAS

[COR96] CORDEIRO, Maria E. Ribeiro. titulo. Universidade Técnica de Lisboa. In.:CONGRESSO IBEROAMERICANO DE INFORMÁTICAEDUCATIVA, 3, 1996, Barranquilla. Memorias ... Barranquilla: SBC,1996.

[DOS97] Projeto DOSVOX. http://www.nce.ufrj.br/aau/dosvox/RODRIGUES, Andréa dos santos; MAIA, Pedro Fernandes. BIBLIVOX - Sistema de

controle, cadastro e consulta bibliográfica vocal para deficientes visuaisUFRN. In.:VII Congresso Internacional LOGO. 1995. fl.175.

ROSAS, Ricardo et al. Pontificia Universidad Católica de Chile. In.: III CongressoIberoamericano de Informática na Educação. 1996.

SONIX - Entorno operativo para ciegos.PINTOS, Emilia Beatriz; SAMPIETRO, Juan E.; GARCIA, Gustavo. G.I.A.I.T. -

G.I.A.G.S.E. U.T.N. Regional Santa Fé. República Argentina. In.: IIICongresso Iberoamericano de Informática Educativa

El toque mágico: sistema multimedia de apresto escolar para ninos ciegos.ROSAS, Ricardo; Jaramillo, Andrea; HENDRICK, Bénédicte. KRAUSE, Marcela;

JORDÁN, Juan. Pontificia Universidad católica de Chile. In.: IIICongresso Iberoamericano de Informática na Educação. 1996.

Subsídios para uma análise das dificuldades de aquisição da língua escrita em criançasportadoras de visão subnormal

SOUZA, Janine C. Coutinho. Universidade Católica de Petrópolis. RJ. In.: VII CongressoInternacional LOGO. Porto Alegre. RS. 1995. fl. 182.

[ARA96]ARATO, A.; BARKASZI, M.; BUDAY, L.; VASPORI, T. Hybrid Books forthe Blind - a new form of talking books. In: KLAUS, J.; AUFF, E.;KREMSER, W.; ZAGLER, E. (Eds.). Interdisciplinary Aspects onComputers Helping People with Special Needs - INTERNATIONALCONFERENCE ON COMPUTERS HELPING PEOPLE WITHSPECIAL NEEDS, 5., 1996, Linz. Proceedings... Linz: [s.n.], 1996.

[AZE92] AZEVEDO, L.; PONTE, M.N. Programa FoCA - Formas para ComunicaçãoAlternativa. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DEINFORMÁTICA EDUCATIVA, 1., 1992, Santo Domingo.Memorias... Santo Domingo: [s.n.], 1992. p.76.

[AZE93] AZEVEDO, L.; PONTE, M.N. Sistemas Aumentativos de Comunicação eAjudas Técnicas: a integração da tecnologia nas actividadespedagógicas. Quito: Escuela Politecnica Nacional, 1993. Cursoproferido no ENCUENTRO IBEROAMERICANO DEINFORMÁTICA Y SUS APLICACIONES.

[AZE95] AZEVEDO, L. (Ed.) Assistive Technology Training in Europe. Lisboa:HEART, 1995.

[BRO92] BROWN, C. Assistive Technology Computers and Persons with Disabilities.Communications of the ACM, New York, v.35, n.5, p.36-45, May1992.

[CAM93] CAMPOS, M.B.; SILVEIRA, M.S.; LIMA, J.V. Protótipo de SoftwareHipermidial como Ferramenta de Auxílio a Aquisição de Vocabulárioem Portadores de Deficiência Auditiva. In: SIMPÓSIO BRASILEIRODE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - SBIE, 4., 1993, Recife.Anais.... Recife: SBC, 1993.

[CAP93] CAPOVILLA, F. C. Informática Aplicada à Neuropsicologia. In:RODRIGUES, N.; MANSUR, L. L. (Eds.). Temas emNeuropsicologia. São Paulo: Sociedade Brasileira de Neuropsicologia,1993. v.1, p.130-140.

[COO88]COOPER, M. Interfaces that Adapt to the User. In: SELF, J. (Ed.). ArtificialIntelligence and Human Learning: Intelligent Computer AidedInstruction. New York: Chapman and Hall Computing, 1988. p.300-309.

[DEM92] DEMASCO, P.W.; McCOY, K.F. Generating Text from Compressed Input:An Intelligent Interface for People with Severe Motor Impairments.Communications of the ACM, New York, v.35, n.5, p.68-78, May1992.

[DIE94] DIEGOLI, S.; KOCHHANN Jr., W.; DE LUCCA, J.E. Sistema Multimídiade Apoio ao Portador de Deficiência Auditiva. In: SIMPÓSIOBRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - SBIE, 5.,1994, Porto Alegre. Anais.... Porto Alegre: SBC, 1994.

[GEO96] GEORGSDORF, W. MUDRA: Computer Assisted Sign Language Learning. In:KLAUS, J.; AUFF, E.; KREMSER, W.; ZAGLER, E. (Eds.).Interdisciplinary Aspects on Computers Helping People with SpecialNeeds - INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTERSHELPING PEOPLE WITH SPECIAL NEEDS, 5., 1996, Linz.Proceedings... Linz: [s.n.], 1996.

[GIL93] GILL, J. (European Project on) Access to Graphical User Interfaces byBlind People. [S.l.]: GUIB Consortium, 1993. 13 p.

[GLI92] GLINERT, E.P; BRYANT, W.Y. Computer and People with Disabilities.Communications of the ACM, New York, v.35, n.5, p.32-35, May1992.

[GOM93] GÓMEZ, F.A. Sistemas de Acceso al Ordenador y las Redes Telemáticas.In: CONGRESSO IBEROAMERICANO DE COMUNICAÇÃOALTERNATIVA E AUMENTATIVA, 1., 1993, Lisboa. Anais...Lisboa: [s.n.], 1993.

[HIN96] HINKELMANN, K.; KAISER, M.; KIENINGER, T.;SEIDENSCHWANN, K.; WEISS, W. HYPERBRAILLE - AnInterdisciplinary Approach for an Intelligent Informations System forBlind People. In: KLAUS, J.; AUFF, E.; KREMSER, W.; ZAGLER,E. (Eds.). Interdisciplinary Aspects on Computers Helping People withSpecial Needs - INTERNATIONAL CONFERENCE ONCOMPUTERS HELPING PEOPLE WITH SPECIAL NEEDS, 5.,1996, Linz. Proceedings... Linz: [s.n.], 1996.

[KAN89]KANTOROWITZ, E.; SUDARSKY, O. The Adaptable User Interface.Communications of the ACM, New York, v.32, n.11, p.1352-1357,Nov.1989.

[LEV93] LEVY, P. As Tecnologias de Inteligência. Rio de Janeiro,1993.[LOP96] LOPES, J. VYGOTSKY: o teórico social da Inteligência. Revista Nova Escola.

Ano XI - No. 99 - dez.96. São Paulo: Fundação Victor Civita, 1996.[LUM93] LUMBRERAS, M. A Hypertext for Blind People. In: ACM

CONFERENCE ON HYPERTEXT, 4., (Hypertext), 1993, Seattle.Proceeding... New York: ACM, 1993.

[LUM96] LUMBRERAS, M. Palestra sobre Realidade Virtual e Deficiência Visual.In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE COMUNICACION

ALTERNATIVA Y AUMENTATIVA., 2., 1996, Viña del Mar.Memorias... (no prelo) Viña del Mar: [s.n.], 1996.

[MOR92] MORENO, H.; NAVA, F.; MARTÍNEZ, J.; FUENTES, M.; HARO, H.Ayuda Visual por Computadora en la Educación del Hipoacúsico. In:CONGRESO IBEROAMERICANO DE INFORMÁTICAEDUCATIVA, 2., 1992, Santo Domingo. Memorias... SantoDomingo: SBC, 1992.

[MUS88]MUSSELWHITE, C.R.; StLOUIS, K.W. Communication Programming forPersons with Severe Handicaps - Vocal and Augmentative Strategies.Boston: A.College-Hill Publication, 1988.

[ORT93] ORTH, A.I.; NUNES, J.D. O Poder da Interface do Usuário no Aprendizado euso de um Produto de Software. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DEINFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - SBIE, 4., 1993, Recife. Anais....Recife: SBC, 1993.

[PAU92] PAUSH, R.; WILLIANS, R.D. Giving Candy to Children: User-TailoredGesture Input Driving an Articulator-Based Speech Synthesizer.Communications of the ACM, New York, v.35, n.5, p.58-66, May1992.

[PIN96] PINTOS, E.B.; SAMPIETRO, J.E.; GARCIA, G.G. SONIX - EntornoOperativo para Ciegos. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DEINFORMÁTICA EDUCATIVA, 3., 1996, Barranquilla. Memorias....Barranquilla: SBC, 1996.

[ROD95]RODRIGUES, A.S.; MAIA, P.F. BIBLIVOX - Sistema de Controle, Cadastro eConsulta Bibliográfica Vocal para Deficientes Visuais. In:CONGRESSO INTERNACIONAL LOGO, 7., 1995, PORTOALEGRE; CONGRESSO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA DOMERCOSUL, 1., 1995, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Pallotti,1995

[ROS96] ROSAS, R. et al. Cantaletras: Sistema Multimedial de Apoyo al proceso deEnseñanza de la Lectoescritura para Niños Ciegos. In: CONGRESOIBEROAMERICANO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, 3., 1996,Barranquilla. Memorias.... Barranquilla: SBC, 1996.

[SAN92] SANTAROSA, L.M.C. et al. Ambientes de AprendizagemComputacionais com "Prótese" para o Desenvolvimento de Pessoascom Paralisia Cerebral. Porto Alegre: CIES-EDUCOM -FACED/UFRGS, 1992. (Relatório de Pesquisa).

[SAN95] SANTAROSA, L.M.C. et al. Simulador de Teclado com Predição de Palavraspara Ambiente Gráfico WinLOGO. In: CONGRESSOINTERNACIONAL LOGO, 7., 1995, PORTO ALEGRE;

CONGRESSO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA DOMERCOSUL, 1., 1995, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Pallotti,1995

[SIL96] SILVEIRA, M.S. FALAS - Ferramenta Alternativa de AquisiçãoSimbólica. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DEINFORMÁTICA EDUCATIVA, 3., 1996, Barranquilla. Memorias....Barranquilla: SBC, 1996.

[TOD94] TODMAN, J.; ALM, N.; ELDER, L. Computer-Aided Conversation: aprototype system for nonspeaking people with physical disabilities.Applied Psycholinguistics, Cambridge, v.15, p.45-73, 1994.

[WAD95] WADSWORTH, B. Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria deJean Piaget. São Paulo: Pioneira, 1993.

[ZAT92] ZATO, J.G.; GÓMEZ, F.A.; GARCIA, A. A Computer Access for People withMotor Disabilities: a keyboard emulator. International Journal ofRehabilitation Research, Edimburgh, v.15, n.4, p.311-319, Dec.1992.

[ZWI90] ZWICKER, R.; REINHARD, N. Interfaces Inteligentes: perspectivas paranovas formas de aprendizado e uso de sistemas. Revista Brasileira de

Computação, Rio de Janeiro, v.5, n.3, p.17-26, jan-mar.1994.