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IX ENCONTRO DA ABCP
Estado e políticas públicas
ABORDAGENS COGNITIVAS NA ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA
AMÉRICA LATINA: UM NOVO OLHAR SOBRE VELHAS QUESTÕES?
Melina Rocha Lukic– FGV Direito Rio
Carla Tomazini- Univ. Paris 3, Unicamp
Brasília, DF
04 a 07 de agosto de 2014
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ABORDAGENS COGNITIVAS NA ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA
AMÉRICA LATINA:UM NOVO OLHAR SOBRE VELHAS QUESTÕES?
?
Melina Rocha Lukic – FGV Direito Rio
Carla Tomazini- Univ. Paris 3, Unicamp
Resumo do trabalho: Nas últimas duas décadas, um campo de pesquisa sobre o
papel das idéias na formulação dos interesses e estratégias dos atores (cf.
Hansenteufel e Andy, 2002) tem se consolidado na análise de políticas públicas. As
abordagens cognitivas podem ser relevantes para os estudos de caso latino-
americanos na medida em que consideram a formulação e implementação de
políticas públicas de uma forma diferente: não simplesmente como uma resolução
de problemas, mas como um componente da relação entre política e a construção
da ordem social (Muller, 2000). Partindo de três dos principais conceitos dessas
abordagens: paradigma (Hall, 1993, Surel 1995, 1997), referencial (Muller e Jobert,
1987) e Advocacy Coalition Framework (Sabatier e Jenkins-Smith, 1993, 1999), essa
comunicação pretende verificar, através do levantamento de estudos de casos,
como estes conceitos têm sido testados na região. Nesse sentido, procura-se
verificar se as abordagens cognitivas, ao trazer variáveis tais como conhecimento,
idéias, representações e crenças da ação pública, podem se mostrar, em certos
casos, relevantes como referencial analítico ao estudo de políticas públicas na
América latina.
Palavras-chave: Políticas Públicas, Abordagem Cognitiva, América Latina
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ABORDAGENS COGNITIVAS NA ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA
AMÉRICA LATINA: UM NOVO OLHAR SOBRE VELHAS QUESTÕES?
Melina Rocha Lukic – FGV Direito Rio
Carla Tomazini- Univ. Paris 3, Unicamp
A América Latina se apresenta como um terreno fértil de análises para a
construção e teste de teorias de políticas comparadas, contribuindo especialmente
para os estudos de caso que tratam da modernização, do autoritarismo e das
transições democráticas (Munck 2007, Franceschet e Diez, 2012). No que respeita à
análise de políticas públicas, tem se consolidado um campo de pesquisa sobre o
papel das ideias na formulação dos interesses e estratégias dos atores
(especialmente na França, cf. Hansenteufel e Andy, 2002). As abordagens cognitivas
podem ser relevantes para os estudos de caso latino-americanos na medida em que
consideram a formulação e implementação de políticas públicas de uma forma
diferente: não simplesmente como uma resolução de problemas, mas como um
componente da relação entre política e a construção da ordem social (Muller, 2000).
Partindo de três dos principais conceitos dessas abordagens: paradigma (Hall, 1993,
Surel 1995, 1997), referencial (Muller e Jobert, 1987) e advocacy coalition (Sabatier
e Jenkins-Smith, 1993, 1999), este artigo pretende verificar, através do levantamento
de estudos de casos, como estes conceitos têm sido testados na região1.
Diante deste referencial teórico, o presente artigo propõe uma revisão não
exaustiva da discussão analítica e de testes das abordagens cognitivas de políticas
públicas na América Latina nas áreas de política ambiental, social, fiscal, cultural e
de desenvolvimento. Em um primeiro momento, a revisão da literatura será
estruturada pelas seguintes questões: como estas abordagens têm sido utilizadas
para estudar as políticas públicas latino-americanas? Em quais áreas elas têm sido
mais utilizadas? Qual área acadêmica dos autores? Em quais países da América
latina as teorias da abordagem cognitiva são mais utilizadas? As diferentes correntes
1 Para uma maior compreensão das teorias da abordagem cognitiva, ver Lukic, Tomazini. 2013.
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da abordagem têm sido aplicadas em conjunto ou separadamente nos estudos
analisados? Qual das teorias da abordagem cognitiva são mais utilizadas? Existe
relação entre a teoria aplicada e o objeto de estudo empírico?
No que diz respeito ao conteúdo dos artigos analisados, as perguntas que se
faz são: Quais os referenciais e mudanças de paradigmas de políticas públicas têm
sido apontadas pela literatura? O artigo também pretende mapear os atores e as
coalizões de causa empiricamente observados na América Latina, bem como as
semelhanças e as diferenças entre estes nos estudos analisados. Que tipos de
análises se utilizam do quadro teórico do Advocacy Coalition Framework? Como
estes estudos justificam a necessidade de utilização deste referencial teórico? Como
as coalizões encontradas afetam a definição da agenda das diferentes políticas
públicas na América Latina? Quais são as suas estratégias e seus papéis na
formulação e implementação das políticas públicas? Enfim, quais as contribuições e
aportes que estas teorias trazem a análise das políticas públicas latino-americanas?
Foram selecionados estudos entre artigos, dissertações de mestrado e teses de
doutorado tendo por objeto análises de políticas através destas teorias. Procurou-se
abranger a maior parte dos países latino-americanos e foram privilegiados os artigos
publicados em revistas com comitê e avaliação pelos pares. A revisão procurou
ainda verificar o apontamento das críticas que foram feitas a essas abordagens e as
possíveis contribuições preconizadas. O objetivo principal é responder a duas
questões: de que forma as análises cognitivas podem contribuir para a renovação
das análises de políticas públicas? De forma inversa, essas teorias são adequadas
para explicar os casos latino-americanos? Os estudos geralmente destacam três
importantes fatores que impactam na formulação de políticas públicas na América
Latina: as desigualdades sociais, a “fraqueza do Estado” e certos aspectos
institucionais que ganham forma na região (como presidencialismo,
descentralização, judicialização do processo de formulação das políticas)
(Franceschet e Diez, 2012). Nesse sentido, procura-se verificar se as abordagens
cognitivas, ao trazer variáveis tais como conhecimento, idéias, representações e
crenças da ação pública, podem se mostrar, em certos casos, relevantes como
referencial analítico ao estudo de políticas públicas na América Latina. Para isso,
foram analisadas as pesquisas que utilizaram os conceitos de paradigma (Hall,
1993, Surel 1995, 1997) e referencial (Muller e Jobert, 1987). A segunda parte
aborda das pesquisas que utilizaram o modelo de coalizão de causa (Sabatier e
5
Jenkins-Smith, 1993, 1999).
O levantamento dos artigos, dissertações e teses que foram objetos do presente
estudo foram feitos através de plataformas online tais como Scielo, Google
acadêmico, Redalyc e repositórios de teses e dissertações de diversas
universidades e da Capes2. As palavras-chave de busca foram as seguintes:
“Abordagem Cognitiva, Política Pública”, “Referencial, Muller”, “Coalizão de causa,
Sabatier”, “Paradigma, Hall”.
Foram analisados 52 artigos. Foram descartados os artigos que citavam os
autores da abordagem sem, no entanto, fazer referência ao arcabouço teórico da
análise cognitiva (tal como aqueles que citavam concetiso extraídos do livro
“L'Analyse des politiques publiques” de Pierre Muller e Yves Surel sobre análise de
políticas públicas). Igualmente foram descartados da análise os artigos que não
analisavam empiricamente alguma política pública, ou seja, aqueles que tratavam
das teorias da abordagem cognitiva a partir de um viés exclusivamente teório.
Também foram descartados artigos que não satisfaziam uma das seguintes
condições: não se referiam a algum país da América Latina ou o autor não é latino-
americano. Além do mais, somente foram analisados os artigos publicados em livros
ou revistas indexadas, sendo desconsiderados, portanto, os artigos que foram
publicados em sites ou anais de congressos, os que estavam disponíveis na internet
sem referência sobre se foram e onde foram publicados.
Por fim, para que não houvesse distorção dos resultados, optou-se em analisar
apenas uma referência por autor sobre o mesmo tema. Ou seja, diante da
multiplicidade de artigos sobre um mesmo objeto de autoria de uma mesma pessoa,
analisou-se apenas uma das referências, optando-se primeiro pela tese, se
encontrada, e após pelo artigo mais recente.
1) Abordagens cognitivas na América Latina: os conceitos de paradigma e
referencial
Com relação ao percurso acadêmico dos autores dos artigos analisados,
relativamente às correntes teóricas de Jobert e Muller e de Hall e Surel, foram
2 Cf. http://bancodeteses.capes.gov.br/
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levantados 75 papers, dos quais apenas 28 foram analisados, tendo em vista os
critérios de corte acima descritos. Destes. 19 foram escritos por pessoas com
trajetória acadêmica em Ciências Sociais (Ciência Política, Sociologia, Antropologia,
Serviço Social), 5 papers são de autoria de pessoas vinculadas a pesquisas em
agricultra e/ou meio ambiente, 2 papers com autores com percurso na área de
Direito, 1 artigo cuja autoria é da área de educação e 1 artigo com autores da área
de ciência da informação, conforme tabela abaixo:
Área acadêmica dos autores Número de artigos
Ciências Sociais (Ciência Política,
Sociologia, Antropologia, Serviço
Social)
19
Agricultura e/ou Meio Ambiente 5
Direito 2
Educação 1
Ciência da Informação 1
Neste primeiro critério de análise, interessante notar a forte presença de
acadêmicos da área de agricultura. Todos os artigos levantados tendo por base
pesquisas ligadas à agricultura têm por único ou como um dos referenciais teóricos a
pesquisa de Jobert e Muller. Este fato pode ser explicado porque estes autores
criaram a teoria tendo por base os referencias de políticas públicas e a figura dos
mediadores a partir de estudos empíricos da política agrícola na França. Assim, a
passagem desta teoria da França para a América latina pode ser explicada muito
mais pela equivalência do objeto empírico do que pela teroia em si. Além do mais, no
que diz respeito à esta área, percebe-se uma prevalência de trabalhos (4 dos 5
artigos analisados na área de agricultura e meio-ambiente) cuja autoria são de
pesquisadores relacionados ao Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais,
Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (Maluf, 2010, Grisa, 2012, Nascimento, 2012, Flexor, 2013), o que nos
mostra que há um grupo de pesquisadores nesta instituição que aplicam a
abordagem cognitiva em suas respectivas pesquisas.
Com relação ao objeto pesquisado nos artigos, vemos uma prevalência de
7
estudos sobre política de educação – 8 dos 28 analisados (Azevedo, 2010;
Mainardes, 2009; Quinalia e outros, 2013; Solanas, 2009; Armas e outro, 2004;
Silva, 2002; Larrouqué, 2013; Fronzaglia, 2011). O segundo maior número de
estudos se concentra na área de agricultura e meio ambiente – 5 dos 28 analisados
(Morales e outra, 2010;Oliveira, 2008, Maluf, 2010, Grisa, 2012; Flexor, 2013). Em
seguida temos 3 papers sobre poíticas sociais (Coradini, 1994; Melo, 2004;
Tomazini, 2010), 2 artigos sobre políticas culturais (Reis, 2010, Campo, 2011), 2
artigos sobre política alimentar (Carvalho e outros, 2011; Nascimento, 2012) e 8
artigos sobre outras políticas públicas como política de medicamentos (Azara e
outros, 2012), habitação (Larratea, 2004), ecônomica (Morais, 2005), tributária
(Lukic, 2013), externa (Silva, 1998), de informação (Jardim e outros, 2009),
descentralização (Ruiz, 2010) e um estudo sobre várias políticas públicas (Menazzi,
2014).
Objeto do artigo Número de artigos
Política educacional 8
Agricultura e/ou Meio Ambiente 5
Políticas Sociais/ Previdênciária 3
Política Cultural 2
Política alimentar 2
Outros (políticas econômica, externa,
de informação, tributária,
descentralização, habitação,
medicamentos e outras)
8
No que se refere ao país estudado, a grande maioria – 19 dos 28 artigos
analisados, diziam respeito às políticas públicas no Brasil. O Chile, Argentina e
Uruguai aparecem com 2 artigos cada. Por fim, ainda temos um paper que tem por
objeto políticas públicas na América latina (Silva, 2002), um paper que analisa uma
8
política pública na União Européia (Fronzaglia, 2011) e um paper que trata de uma
análise comparativa entre Brasil e México (Tomazini, 2010).
País/ região analisados Número de artigos
Brasil 19
Argentina 2
Chile 2
Uruguai 2
América latina, União Européia 2
Brasil e México 1
Por fim, importante a constatação sobre o levantamento dos referenciais
utilizados pelos artigos analisados. Dos 28 artigos, 16 utilizaram somente o
referencial teórico de Jobert e Muller, aplicando as noções de referencial de políticas
públicas e/ou a figura de mediador na análise do objeto. Já 8 artigos utilizaram do
referencial teórico de Hall, com a noção de paradigmas de políticas públicas (Ruiz,
2010; Armas e outros, 2004; Melo, 2004; Silva, 2002; Menazzi, 2014; Moraes, 2005;
Silva, 1998; Flexor, 2013). Levantou-se ainda 1 artigo que combinou os referenciais
de Jobert, Muller e Hall/Surel (Campo, 2011, Azara e outros, 2012), 1 artigo que
aplicou conjuntamente a teoria de Sabatier e Muller (Larrouqué, 2013), 1 artigo que
utilizou os referenciais de Sabatier e Hall (Tomazini, 2010) e apenas 2 trabalhos
combinaram os trabalhos dos três referenciais teóricos da abordagem cognitiva
(Grisa, 2012; Lukic, 2013).
Referencial teórico utilizado Número de artigos
Jobert/ Muller 14
Hall 8
9
Jobert/Muller e Hall/Surel 2
Jobert/Muller e Sabatier 1
Sabatier e Hall 1
Três correntes 2
Do quadro acima, podemos chegar a uma importante conclusão: a aplicação da
abordagem cognitiva na América latina tende a ser feita através de uma só teoria e
não pela aplicação do conjunto das três teorias que formariam a abordagem. Ou
seja, pode-se questionar se a abordagem cognitiva tomada no seu conjunto,
formada pelas três teorias (Jobert/Muller, Hall/Surel e Sabatier) teve aplicação
mínima nos estudos referentes a políticas públicas na América latina. Assim, pelos
resultados das análises feitas, não podemos afirmar que a abordagem cognitiva está
sendo testada na região, mas somente as teorias consideradas isoladamente.
Por fim, numa análise superficial da trajetória acadêmcia dos autores dos artigos
analisados, a ser aprofundada posteriormente, podemos constatar que ao menos 8
deles tiveram algum contato acadêmico com a França (Campo, 2011; Solanas, 2009;
Grisa, 2012; Ruiz, 2010; Larrouqué, 2013; Lukic, 2013, Tomazini, 2013; Flexor, 2013)
(principalmente por terem feito estudos em nível de doutorado ou mestrado integral
ou sanduíche na França). Este fato poderia ser levantado como uma explicação para
a utilização das abordagens cognitivas, já que é a principal corrente utilizada para o
estudo de poíticas públicas naquele país. Este é um ponto que poderá ser objeto de
pesquisas futuras a fim de se analisar a circulação internacional de ideias e teorias,
por exemplo.
2) O modelo de Advocacy Coalition Framework na América Latina
O modelo de Advocacy Coalition Framework (ACF) consolidou-se nos últimos
anos como programa de pesquisa emergente e tem sido empregado como uma
ferramenta teórica importante para as análises de políticas públicas (Schlager e
Blomquist, 1996). Proposto por Paul Sabatier e Jenkins-Smith no final dos anos
1980, o modelo tem sido aplicado em diferentes países nos mais diversos domínios
da ação pública.
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Desde suas primeiras versões, os autores buscaram inserir-se no debate
sobre as análises de políticas públicas na literatura anglo-saxã e destacar as
possíveis convergências entre as “teorias mais promissoras”. Em 1999, alguns dos
modelos clássicos foram tratados no livro Theories of the Policy Process como os
modelos múltiplos fluxos (Kingdon, 1984), Equilíbrio Pontuado (Baumgartner e
Jones, 1993), entre outros. Ao longo do tempo, diversos estudos aprimoraram o
modelo ACF, modificando e testando uma série de hipóteses que abrangem
processos de aprendizagem, da estabilidade das coalizões e o papel das
informações científicas e das crenças nas mudanças de políticas públicas. Revisões
posteriores compiladas notadamente por Sabatier e Weible (2007) apresentam
evidências empíricas mais consistentes e novas atualizações sobre o modelo.
Essa seção representa uma primeira tentativa de revisão da literatura sobre
as análises de políticas públicas que empregaram esse modelo tendo como objeto
de estudo a América Latina como área geográfica. A ideia é constituir um banco de
dados a fim de realizar um balanço das aplicações existentes e discutir como essa
ferramenta teórica vem sendo aplicada nos países da região. Nosso propósito é
apresentar uma revisão bibliográfica não abrangente examinando os métodos
utilizados e oferecer algumas conclusões exploratórias. A ideia inicial era restringir a
análise aos documentos oriundos de artigos peer-reviewed, livros e capítulos de
livros em que o modelo ACF foi usado para testar suas hipóteses ou estruturar de
alguma forma seu conteúdo, guiando as pesquisas de forma causal ou descritiva. No
entanto, como os trabalhos que encontramos não eram numerosos, expandimos os
critérios para as dissertações e teses. Os trabalhos que simplesmente fazem
referência ao modelo ACF foram excluídos.
Dentre os trabalhos recenseados por Sabatier e Weible (2007: 217-219)
somente dois dizem respeito à América Latina. O trabalho de Carvalho (2001) é um
dos primeiros estudos que buscou aplicar ACF na região, mais especificamente no
Brasil. Carvalho (2001) analisa a evolução da política ambiental no desenvolvimento
da indústria metalúrgica no Grande Carajás na região da Amazônia Oriental. O artigo
de Arnold (2003) empregou as premissas do modelo para examinar as políticas
florestais no Chile. Esses primeiros trabalhos serviram de inspiração para estudos
posteriores. A fim de mapear as publicações existentes, foram feitas buscas partir do
banco de teses e dissertações da CAPES, artigos indexados em diferentes bases de
dados e documentos citados no Google Scholar usando as seguintes palavras-
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chave: advocacy coalition framework, advocacy coalition, coalizões de causa,
coalizões de defesa, coalizões advocatórias, coalizões de advocacia, coaliciones
para la promoción, coalition de cause.
Inspiramos-nos na metodologia e em alguns dos critérios utilizados por
Weible, Sabatier e McQueen (2009). Para tanto, utilizamos um método de bola de
neve para listar todas as citações de publicação do ACF e buscamos responder a
quatro tipos de questões. Em primeiro lugar, quais estudos empregam esse
referencial teórico? Quais semelhanças e as diferenças entre a amostragem de
estudos analisados? Quais as contribuições e aportes que essas teorias trazem a
análise das políticas públicas? Como estes estudos justificam a necessidade de
utilização deste referencial teórico?
Uma das críticas ao modelo ACF mais intensamente debatidas diz respeito ao
caráter pluralista ao qual o modelo está atrelado. O contexto preferencial de sua
aplicação seriam as sociedades pluralistas que possuem um grau de contato
importante entre os atores, notadamente os Estados Unidos. Weible, Sabatier e
McQueen (2009:126) observam que essas críticas são cada vez menos justificadas.
Em primeiro lugar, salientam a inclusão de novas hipóteses relativas à ação das
coalizões e às estruturas de oportunidade, isto é, o consenso necessário para
mudança e a abertura do sistema político. Essa última é avaliada em função do
número de arenas e fóruns referentes ao subsistema estudado e a acessibilidade
dos atores. Dessa forma, certo grau de consenso necessário para mudança de
política levaria à maior capacidade de negociação e à disposição das coalizões em
compartilhar informações com os opositores. Em segundo lugar, os autores
enfatizam que acumulação de evidências empíricas tem permitido a utilização do
modelo nos diferentes tipos de regimes políticos e padrões culturais (Weible,
Sabatier e McQueen, 2009:126). Para os propósitos desse estudo, foram
selecionados quinze estudos sobre políticas públicas no Brasil e dez sobre os
demais países da América Latina (ver gráfico 1). A despeito do escopo latino-
americano dessa análise, reconhecemos o viés “brasileiro” devido, sobretudo à
quantidade de teses e dissertações encontradas no banco de dados da CAPES.
Dentre os 26 documentos analisados, somente cinco trabalhos justificam a
adequação do modelo aos contextos latino-americanos. Virgen (2009) cita o
processo de liberalização política e descentralização experimentada no México e o
fato do poder executivo influenciar mais facilmente a definição da agenda (esse
12
último seria condizente com o modelo ACF). No Brasil, algumas pesquisas
(Cavalcanti, 2006, Araújo, 2007, Gurgel, 2007) justificam a adequação do modelo
utilizando os argumentos levantados por Faria (2003). Segundo esse autor, as
perspectivas analíticas no Brasil privilegiam o papel do argumento e do
convencimento, sendo o conflito camuflado pela barganha e pela predominância de
relações clientelistas. Dessa forma, o ACF seria um modelo adequado ao combinar
relações de conflito e cooperação (2003: 10). Araújo (2007) e Cerqueira (2010)
argumentam que o universo político brasileiro tem se tornado mais aberto,
principalmente em relação ao período ditatorial. Mesmo durante esse período,
(Vicente, 2012) faz referência aos diferentes grupos políticos e ideológicos que
disputaram poder e influência no âmbito dos distintos subsistemas de políticas
públicas. Viana (2011) nota ainda a grande quantidade de leis brasileiras e dos
entendimentos sobre a importância da participação social.
Gráfico 1. Pesquisas analisadas que utilizam o ACF por país (2006-2013)
Fonte: elaboração das autoras
No que se refere ao número de coalizões encontradas, a grande maioria dos
trabalhos descrevem duas coalizões. Algumas das exceções são as pesquisas que
apontam para uma coalizão (Barcelos, 2010), três coalizões (Cox, 2012, Oliveira,
2011), quatro coalizões (Viana, 2011), cinco coalizões (Vicente, 2012). A metade dos
trabalhos apreendeu uma coalizão dominante. Somente quatro trabalhos (Pereda,
13
2008, Vicente, 2012, Larrouqué, 2013, Bueno, 2008) apontaram os policy brokers
(negociadores ou intermediadores políticos).
Na maior parte dos trabalhos, o modelo ACF é apresentado como uma forma
sofisticada de avaliar o papel das crenças, da informação e da aprendizagem em
matéria de política pública. Nesse modelo, o sistema de crenças é constituído como
um ponto mais ou menos rígido, sobretudo no que diz respeito ao núcleo duro das
matrizes cognitivas. As transformações são possível notadamente como
conseqüência de perturbações no contexto político. No entanto, a forma e a
intensidade e das mudanças dependem também de fatores internos e das
mudanças nos subsistema de crenças analisados.
A figura 1 apresenta os trabalhos que utilizaram o modelo ACF entre 2001 e
2013, com as barras subdivididas em social (educação/saúde), drogas, infraestrutura
e outros. Dado que a maior parte dos estudos permanece ligada à política ambiental
e energética devido o legado deixado por Sabatier e Jenkins-Smith, os trabalhos que
trataram do meio ambiente, energia e política industriais foram agrupados em um
grupo. Os pesquisadores aplicaram o ACF à política do turismo (Cavalcanti, 2006),
ao desenvolvimento da região metropolitana de Porto Alegre (Koch, 2012), à reforma
do sistema de justiça no Equador (Guerrero Salga, 2013), às propostas de política
econômica do Partido dos Trabalhadores (Cerqueira, 2010), às políticas de
agricultura familiar (Santos, 2011), à evolução do conceito de espaço público em
Bogotá (Herrera De la Hoz, 2011), políticas de esporte (Bueno, 2008) e às políticas
fiscais (Rocha Lukic, 2013). Constatou-se que os autores que modelo de coalizão de
causa (ACF) são provenientes de diversas áreas (Administração Pública, Ciências
Políticas, Política Social, Relações Internacionais, Saúde Pública, Saneamento e
Recursos Hídricos).
O gráfico 3 mostra que muitos pesquisadores têm invocado diferentes
métodolgias para examinar os dados, incluindo entrevistas, análise de documentos,
questionários, observação participante ou uma combinação de métodos. A metade
das pesquisas utilizou como métodos entrevistas e análises de documentos. No
entanto, 34% das pesquisas analisadas não especificaram os métodos usados ou
trataram de forma indeterminada.
Gráfico 2. Pesquisas analisadas que utilizam o modelo ACF por tópicos (2001-2013)
14
Fonte: elaboração das autoras
Gráfico 3. Métodos utilizados na pesquisas que utilizam o modelo ACF (2006-2013)
Fonte: elaboração das autoras
A maioria dos trabalhos não buscam verificar ou refutar as treze hipóteses do
modelo de coalizão de causa, que tratam da construção das coalizões, mudanças no
subsistema e da questão da aprendizagem em matéria de políticas públicas.
15
Somente alguns trabalhos analisados fazem referência expressa às hipóteses para a
compreensão da dinâmica dos subsistemas levantados. Em consonância com os
achados de Weible, Sabatier e McQueen (2009), a maioria das pesquisas que
utilizam o modelo ACF ambém noções levantadas pelo modelo sobre a estabilidade
das coalizões, aprendizado e mudança de políticas públicas. Seis trabalhos
combinam outras teorias notadamente as teoria de múltiplos fluxos (Kingdon 1984) e
os conceitos de path dependence (Araujo 2007, Barcelos 2008, Bravin 2010,
Tomazini 2010, Santos 2011, Cox 2012, Koch 2012, Vicente 2012, Larrouqué 2013,
por exmplo).
Considerações finais
O texto sintetiza parte dos resultados de uma pesquisa sobre a utilização das
abordagens cognitivas na América Latina. Foram avaliados 52 trabalhos dentre
teses, disertações artigos, capítulos de livros e livros. Constatou-se que o modelo de
Advocacy Coalition (Sabatier e Jenkins-Smith, 1993, 1999) dinfundiu-se de forma
mais intensa que as abordagens de paradigma (Hall, 1993, Surel 1995, 1997),
referencial (Muller e Jobert, 1987). O levantamento dos estudos de caso também
identificou certos padrões de difusão dessas ferramentas analíticas. Em primeiro
lugar, tanto o modelo ACF quanto a abordagem de referencial foram utilizados
principalmente nos estudos sobre políticas ligadas à meio ambiente/desenvolvimento
e agricultura/meio ambiente respectivamente. Cabe pensar, portanto, a influência do
legado dos trabalhos originais. A questão da adequação desses modelos aos
contextos latino-americanos parece perder importância frente à difusão setorial das
abordagens cognitivas.
Em segundo lugar, observamos que modelo ACF parece ter sido mais
utilizado em relação aos demais, demonstrando a baixa abrangência dos modelos
“franceses” de análise de políticas públicas. No entanto, as abordagens cognitivas
podem ser relevantes para os estudos de caso latino-americanos na medida em que
consideram a formulação e implementação de políticas públicas de uma forma
diferente: não simplesmente como uma resolução de problemas, mas como um
componente da relação entre política e a construção da ordem social (Muller, 2000).
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