J UN 10 11 e - salasaopaulo.art.br
Transcript of J UN 10 11 e - salasaopaulo.art.br
MINISTÉRIO DO TURISMO, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,POR MEIO DA SECRETARIA DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA,E FUNDAÇÃO OSESP APRESENTAM
JUN
10, 11 e 12
osesp.art.brsalasaopaulo.art.brfundacao-osesp.art.br
osesp
osesp
Secretaria deCultura e Economia Criativa
REALIZAÇÃO
10.6 quinta 20H11.6 sexta 20H12.6 sábado 16H30
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO
DIEGO MATHEUZ REGENTE
GIACOMO PUCCINI [1858-1924] Manon Lescaut: Intermezzo (Ato III) [1893] 5 MIN
PYOTR IL'YICH TCHAIKOVSKY [1840-1893] Sinfonia nº 6 em Si Menor, Op. 74 - Patética [1893] 1. ADAGIO. ALLEGRO NON TROPPO. ANDANTE 2. ALLEGRO CON GRAZIA 3. ALLEGRO MOLTO VIVACE 4. FINALE: ADAGIO LAMENTOSO46 MIN
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
DIRETOR MUSICAL E REGENTE TITULARTHIERRY FISCHER VIOLINOSEMMANUELE BALDINI SPALLAYURIY RAKEVICHLEV VEKSLER* ALEXEY CHASHNIKOVAMANDA MARTINSANDERSON FARINELLI ANDREAS UHLEMANNCAMILA YASUDACÉSAR A. MIRANDACRISTIAN SANDUDÉBORAH SANTOSELENA KLEMENTIEVAELINA SURISFLORIAN CRISTEAINNA MELTSERKATIA SPÁSSOVALEANDRO DIASMARCIO AUGUSTO KIMPAULO PASCHOALRODOLFO LOTASORAYA LANDIM
VIOLASMARIA ANGÉLICA CAMERONANDRÉS LEPAGEDAVID MARQUES SILVAÉDERSON FERNANDESGALINA RAKHIMOVASIMEON GRINBERGYOHANNA ALVES**
VIOLONCELOSRODRIGO ANDRADEADRIANA HOLTZDOUGLAS KIERMARIA LUÍSA CAMERONMARIALBI TRISOLIOREGINA VASCONCELLOS
CONTRABAIXOSANA VALÉRIA POLESMARCO DELESTRE ALEXANDRE ROSAALMIR AMARANTEJEFFERSON COLLACICO
HARPALIUBA KLEVTSOVA
FLAUTASFABÍOLA ALVES PICCOLOJOSÉ ANANIAS SOUZA LOPESSÁVIO ARAÚJO
FUNDAÇÃO OSESP
PRESIDENTE DE HONRAFERNANDO HENRIQUE
CARDOSO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTEPEDRO PULLEN PARENTE
STEFANO BRIDELLI
CONSELHEIROSANA CARLA ABRÃOCÉLIA PARNESENEIDA MONACOHELIO MATTARJAYME GARFINKELLUIZ LARA MARCELO KAYATHMARIO ENGLERMÔNICA WALDVOGELPAULO CEZAR ARAGÃOPÉRSIO ARIDASERGIO SUCHODOLSKITATYANA VASCONCELOS
ARAUJO DE FREITAS
DIRETOR EXECUTIVOMARCELO LOPES
DIRETOR ARTÍSTICOARTHUR NESTROVSKI
SUPERINTENDENTEFAUSTO A. MARCUCCI ARRUDA
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
GOVERNADORJOÃO DORIA
RODRIGO GARCIA
SECRETARIA DE CULTURAE ECONOMIA CRIATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETÁRIO SERGIO SÁ LEITÃO SECRETÁRIA EXECUTIVACLÁUDIA PEDROZO
TEMPORADA OSESP 2021CONCERTOS SINFÔNICOS
OBOÉSJOEL GISIGERNATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊSRICARDO BARBOSA
CLARINETESOVANIR BUOSINIVALDO ORSI GIULIANO ROSAS
FAGOTESJOSÉ ARION LIÑAREZ FRANCISCO FORMIGA
TROMPASANDRÉ GONÇALVESNIKOLAY GENOVLUCIANO PEREIRA DO AMARALEDUARDO MINCZUK
TROMPETESANTONIO CARLOS LOPES JR.* MARCOS MOTTAALLAN MARQUES**
TROMBONESWAGNER POLISTCHUKALEX TARTAGLIA
TROMBONE BAIXODARRIN COLEMAN MILLING
TUBAFILIPE QUEIRÓS
TÍMPANOSELIZABETH DEL GRANDE
PERCUSSÃORICARDO RIGHINI 1ª PERCUSSÃOALFREDO LIMA
OS NOMES ESTÃO RELACIONADOS EM ORDEM ALFABÉTICA, POR CATEGORIA. INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES.
PUCCINIManon Lescaut: Intermezzo
Primeiro grande sucesso de Giacomo Puccini, Manon Lescaut conta a história de Manon, beldade que, a caminho do convento, se apaixona por Des Grieux, jovem de origem nobre. Ele corresponde ao seu amor, mas infelizmente não tem grandes recursos, a despeito da origem. A paixão inicial não resiste às privações e Manon acaba desistindo do rapaz para se unir a Geronte, homem mais velho a quem ela não ama, mas que pode lhe proporcionar uma vida de luxo. Tempos depois Des Grieux reaparece no palacete faustoso em que está instalada, quando a futilidade da existência de Manon começa a lhe pesar. A moça decide fugir com o rapaz levando as joias que o amante mais velho lhe dera. Geronte descobre, chama a polícia e Manon é deportada para os Estados Unidos como prostituta. O jovem apaixonado embarca com ela.
A trama é separada em quatro atos que caracterizam os momentos da vida dessa moça encantadora, porém um tanto irresponsável e egoísta: o nascimento da paixão, a fase em que a prioridade é apenas a diversão e o conforto, o embarque no navio que procederá à deportação e, finalmente, o dramático desfecho prenunciado. É na Louisiana devastada pelas forças da natureza que acaba a ópera, com os protagonistas em um deserto inóspito, sem meios de subsistência. Lá, o ambiente árido e desolador testemunha as últimas juras de amor do casal. Manon acaba morrendo nos braços do amado.
Além do aperfeiçoamento do estilo realista, uma das novidades dessa obra é a participação fundamental da orquestra, não como acompanhamento puro e simples, mas como elemento principal de expressividade e mesmo de impulsão da história. O Intermezzo, que precede o terceiro ato, retrata “a prisão e a viagem a Havre” e é um belo exemplo da importante presença da orquestra. Sem as vozes principais, os instrumentos representam as dúvidas, os temores e as esperanças do casal protagonista. Os doze primeiros compassos do intermezzo contam somente com cordas. O lamento do violoncelo, complementado pela viola e com soluços nos violinos é triste e dramático, traduzindo perfeitamente a sensação de desespero que invade Manon na prisão.
O curioso é que a ausência da voz humana, que naturalmente dominou a ópera até aqui, é exatamente o que torna o Intermezzo ainda mais pungente: é como se Manon estivesse tão desalentada que nem mais encontrasse forças para cantar. Depois da introdução, o resto da orquestra em peso se une às cordas para pintar a beleza e a variedade de um amor cheio de nuances, que vão do toque celestial da harpa, ligada ao sublime, até o caráter sombrio e premonitório dos tímpanos conjugados aos metais. Parecemos penetrar nos pensamentos do casal e junto com ele ansiamos por um futuro de plenitude e amor. Mas são as cordas plangentes que assumem a voz da heroína e diretamente da alma expressam, com potência multiplicada, tanto a sua vulnerabilidade quanto a sua força.
[2021]
TCHAIKOVSKYSinfonia nº 6 em Si Menor, Op. 74 – Patética
Com formação cristã, Tchaikovsky também viu na doutrina de São Tomás de Aquino um caminho para unir sua fé aos seus questionamentos filosóficos. A última de suas seis sinfonias, Patética, foi estreada nove dias antes de seu falecimento precoce aos 53 anos— Stravinsky esteve presente no concerto e no velório —, deixando sobre ambas uma aura de mistério.
Tchaikovsky morreu oficialmente de cólera, que contraiu pela ingestão (talvez proposital) de água contaminada. A teoria do possível suicídio baseia-se na perseguição que sofria por sua homossexualidade, então materializada em uma acusação que poderia levá-lo ao exílio na Sibéria. A música é repleta de silêncios que, metaforicamente, ainda ecoam nos dias de hoje.
Considerada pelo compositor como sua melhor e mais sincera obra1, a Sinfonia nº 6 foi concebida rapidamente a partir de uma ideia programática preexistente2, não publicada: a oposição entre vida e morte, talvez aludindo à adequação ou inadequação social de Tchaikovsky às constrições da época. O título Patética, adicionado após a estreia, remete à ideia de apaixonante— se no sentido literal ou figurativo de impulso à vida, não sabemos.
O início lúgubre, protagonizado pelo fagote, silencia para dar lugar a motivos animados das cordas. O primeiro movimento cresce para um clímax colossal, citando um tema da liturgia de réquiem ortodoxa, e se desfaz paulatinamente. O segundo movimento inspira-se nos minueto-trios mozartianos, e o terceiro é um tour de force contínuo. O caráter pungente do quarto movimento vem inspirando alusões à premente morte do compositor, especialmente pelo decrescendo pesaroso que silencia após um pianíssimo quase inaudível no final. Podemos imaginar, contudo, que ali a música se esvanece para continuar a soar em outras paragens, daqui incompreensíveis.
[2018]
1 .
2
.
JÚLIA TYGEL
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
—
Fundada em 1954, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Thierry
Fischer tornou-se Diretor Musical e Regente Titular em 2020, tendo sido precedido
por Marin Alsop, que agora é Regente de Honra, de 2012 a 2019. Em 2016, a
Orquestra esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela
China e Hong Kong. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie
Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em
2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky,
recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira.
DIEGO MATHEUZ
—
Diego Matheuz é um dos músicos emergentes do El Sistema da Venezuela.
Considerado como um dos dez “Ícones do Amanhã” pela revista inglesa
Gramophone, vem se firmando no circuito internacional com uma intensa carreira
como regente. Aos 36 anos, ele já foi Regente Principal do Teatro La Fenice,
em Veneza; principal Regente Convidado - a convite de Claudio Abbado - da
Orquestra Mozart, em Bolonha; e principal Maestro Convidado da Orquestra
Sinfônica de Melbourne, na Austrália. Na Venezuela, Diego promove intensos
períodos de formação musical, ampliando o repertório das orquestras do
El Sistema. Além disso, trabalha diretamente com a Orquestra Sinfônica Simón
Bolívar, da qual é Regente Titular. Já contribuiu como Regente Convidado com
a Orquestra de Câmara Mahler, a Orquestra Filarmônica da Rádio da França,
a BBC, a Orquestra Filarmônica de Israel, a Orquestra Filarmônica de Los
Angeles, entre outros grupos orquestrais.