JÁ Bom Fim, 419, junho-2012

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www.jornalja.com.br BOM FIM Circula nos bairros: Bom Fim, Moinhos de Vento, Farroupilha, Centro, Independência, Floresta, Rio Branco, Santana, Cidade Baixa e Santa Cecília. Porto Alegre, junho de 2012 - Ano 26 - Número 419 N os primeiros cinco me- ses deste ano ocorre- ram 13 atropelamentos na avenida Osvaldo Aranha. Não houve morte. No ano passado, foram 21 atropelamentos, com duas vítimas fatais. Soman- do os números dos últimos três anos, dá 69 atropela- mentos e seis mortes (foram 4 vítimas fatais em 2010). As estatísticas não re- gistram e a EPTC não in- forma o local preciso dos acidentes. Mas basta uma caminhada para ver que o perigo mora nas duas ex- tremidades da avenida, onde todo o cuidado é pouco: 1 - Na chamada “es- quina da URGS”, quando a Osvaldo Aranha entronca com a avenida Paulo Gama em direção ao túnel da Con- ceição. Ali é praticamente impossível atravessar sem correr. Num trecho de mais de 50 metros o pedestre passa por uma faixa estreita entre o corredor ônibus e os carros. 2- Na esquina do Pronto Socorro, onde a Venâncio Aires desemboca na Osval- do Aranha. Para alcançar de um lado ao outro o pedestre tem que andar em zigue- zague nas diversas faixas da avenida, em meio ao movimento intenso de car- ros, ônibus, dentro e fora do corredor, são no mínimo 2 minutos e 30 segundos para ir de um lado ao outro. Depois da Ramiro Bar- celos, quando já é Protásio Alves, a avenida tem outro ponto de alto risco. É a es- tação Hospital de Clínicas, ponto de embarque e de- sembarque de 45 linhas de ônibus urbanos. Ali, para atravessar, o pedestre tem que equilibrar-se num can- teiro estreito, esperando fechar o sinal para os ôni- bus, que cruzam a toda ve- locidade. O diretor de trânsito da EPTC, Carlos Pires, reco- nhece que a vida do pedestre é difícil nesses trechos da Osvaldo Aranha. Pires fala que não há como criar passagem direta da Venâncio pra Osvaldo. É um cruzamento diferenciado de três vias, muito extenso e prejudicial ao pedestre. “Há alguns anos fizemos um ex- tenso estudo e optamos pe- los vários tempos de semá- foros - melhorou muito com o projeto. Colocamos gradis em vários locais, e os semá- foros são programados de acordo com o fluxo de pe- destres e veículos, monito- rados diretamente da central da EPTC”. A causa principal dos acidentes, segundo Pires, é a falta de paciência que leva pedestres a atravessar fora das faixas ou desobedecer à sinalização. E ainda aponta outro fa- tor de perigo. Com a prox- imidade de igrejas, hospi- tais, escolas, parque e até do Centro, há pessoas andando o tempo todo, muitas delas de fora, “são pedestres e mo- toristas que não têm o con- hecimento ideal da região”, coloca. (Leia mais na pág.7) Travessias de alto risco O trânsito na Osvaldo Ano Acidentes Feridos Mortes Atropelamentos 2010 234 67 4 35 2011 220 57 2 21 2012* 96 35 0 13 Total 550 159 6 69 * Dados de janeiro a junho de 2012. Fonte: EPTC Pedestres têm que atravessar em meio aos carros, em quase toda a Osvaldo Aranha.

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JÁ Bom Fim, Porto Alegre

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w w w . j o r n a l j a . c o m . b r

BOM FIMCircula nos bairros: Bom Fim,Moinhos de Vento, Farroupilha,Centro, Independência, Floresta,Rio Branco, Santana, Cidade Baixae Santa Cecília.

Porto Alegre, junho de 2012 - Ano 26 - Número 419

Nos primeiros cinco me-ses deste ano ocorre-

ram 13 atropelamentos na avenida Osvaldo Aranha. Não houve morte.

No ano passado, foram 21 atropelamentos, com duas vítimas fatais. Soman-do os números dos últimos três anos, dá 69 atropela-mentos e seis mortes (foram 4 vítimas fatais em 2010).

As estatísticas não re-gistram e a EPTC não in-forma o local preciso dos acidentes. Mas basta uma caminhada para ver que o perigo mora nas duas ex-tremidades da avenida, onde todo o cuidado é pouco:

1 - Na chamada “es-quina da URGS”, quando a Osvaldo Aranha entronca com a avenida Paulo Gama em direção ao túnel da Con-ceição. Ali é praticamente impossível atravessar sem correr. Num trecho de mais de 50 metros o pedestre passa por uma faixa estreita entre o corredor ônibus e os carros.

2- Na esquina do Pronto Socorro, onde a Venâncio Aires desemboca na Osval-do Aranha. Para alcançar de um lado ao outro o pedestre tem que andar em zigue-zague nas diversas faixas da avenida, em meio ao movimento intenso de car-ros, ônibus, dentro e fora do corredor, são no mínimo 2

minutos e 30 segundos para ir de um lado ao outro.

Depois da Ramiro Bar-celos, quando já é Protásio Alves, a avenida tem outro ponto de alto risco. É a es-tação Hospital de Clínicas, ponto de embarque e de-sembarque de 45 linhas de ônibus urbanos. Ali, para atravessar, o pedestre tem que equilibrar-se num can-teiro estreito, esperando fechar o sinal para os ôni-bus, que cruzam a toda ve-locidade.

O diretor de trânsito da EPTC, Carlos Pires, reco-nhece que a vida do pedestre é difícil nesses trechos da Osvaldo Aranha.

Pires fala que não há como criar passagem direta da Venâncio pra Osvaldo. É um cruzamento diferenciado de três vias, muito extenso e prejudicial ao pedestre. “Há alguns anos fizemos um ex-

tenso estudo e optamos pe-los vários tempos de semá-foros - melhorou muito com o projeto. Colocamos gradis em vários locais, e os semá-foros são programados de acordo com o fluxo de pe-destres e veículos, monito-rados diretamente da central da EPTC”.

A causa principal dos acidentes, segundo Pires, é a falta de paciência que leva pedestres a atravessar fora das faixas ou desobedecer à sinalização.

E ainda aponta outro fa-tor de perigo. Com a prox-imidade de igrejas, hospi-tais, escolas, parque e até do Centro, há pessoas andando o tempo todo, muitas delas de fora, “são pedestres e mo-toristas que não têm o con-hecimento ideal da região”, coloca.

(Leia mais na pág.7)

Travessias de alto risco

O trânsito na Osvaldo

Ano Acidentes Feridos Mortes Atropelamentos 2010 234 67 4 352011 220 57 2 212012* 96 35 0 13Total 550 159 6 69

* Dados de janeiro a junho de 2012. Fonte: EPTC

Pedestres têm que atravessar em meio aos carros, em quase toda a Osvaldo Aranha.

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Reportagem:Elmar Bones, Francisco Ribeiro,

Patricia Marini e Tiago [email protected]

FotografiaTiago Baltz, Patrícia Marini

e arquivo Jornal JÁComercial

Mário Lisboa(51) 3347 7595 / 9877 [email protected]

DiagramaçãoTiago Baltz Tiragem:

10 MIL EXEMPLARESDistribuição gratuita

Impressão:Gráfica CG - (51) 3043-2310

Diretor-Responsável: Elmar Bones

Redação: Av Borges de Medeiros, 915

Conj 203. Centro Histórico

CEP 90020-025 - Porto Alegre/RS

Fone: 3330-7272

Edições anteriores: R$ 3,00

Porto Alegre, junho de 20122

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NOTA DO EDITOR

O casarão da esquina da Venâncio Aires com

a João Pessoa será todo re-formado e passará a abrigar os Conselhos Municipais de Porto Alegre. No início do mês o prefeito José Fortunati assinou o edital de licitação para contratar a obra de res-tauração do prédio histórico.

Antiga reivindicação dos conselheiros da cidade, a futura sede dos Conse-lhos será restaurada em duas etapas. Na primeira, o mu-nicípio investirá R$ 540 mil para recuperação completa do prédio cedido pelo go-verno estadual, tombado pelo patrimônio histórico cultural. A casa de dois an-dares sediará o centro ad-ministrativo dos conselhos e disponibilizará espaços para reuniões.

Após a contratação por meio de licitação, a obra tem prazo de duração estimado em nove meses. De acordo com a prefeitura, as inter-venções manterão a arquite-tura original e devolverão a funcionalidade do prédio

histórico, sob a orientação da Secretaria Municipal da Cultura quanto à preserva-ção do patrimônio.

Na segunda fase do projeto, será construído um novo prédio nos fundos do terreno, com espaços para

cada conselho.O custo final deverá pas-

sar de 4 milhões de reais. O novo prédio acomodará 20 salas de Conselhos, 5 salas de reuniões, biblioteca e um centro de arquivos de docu-mentos. (T.B.)

Famoso reduto boêmio do Bom Fim, o Bar Ociden-

te ganhou da prefeitura o tí-tulo de Patrimônio Cultural. O casarão, na esquina da Av. Osvaldo Aranha com a Rua João Telles, a partir de agora terá sua arquitetura preser-vada e protegida.

Casarão será sede de conselhos municipais

Patrimônio Cultural

O prédio, de mais de 100 anos, foi incluído no Inventário do Patrimônio Cultural de Bens e Imóveis pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC). O pré-dio não pode ser demolido e qualquer modificação exige uma licença especial.

Casarão abrigará 20 conselhos municipais.

Ocim

ar Pereira / P

MPA

Recomeça a dis-cussão sobre o

Conselho Estadual de Comunicação, projeto que o governo Tarso Genro acalenta desde o início.

É uma proposta que tem embutida uma visão crítica dos grandes oligopólios, que controlam a comu-nicação no país e não admitem qualquer pos-sibilidade de interven-ção em seu negócio.

Daí decorre a re-sistência furiosa desses grandes grupos que não aceitam sequer a questão dos conse-lhos de comunicação, questão programática para o partido do go-vernador e que atende a reclamos antigos de amplos setores da opinião pública.

A oposição intran-sigente da imprensa distorce e dificulta o debate em torno dos conselhos de comuni-cação. O que significa que será longo e espi-nhoso o caminho que a proposta ainda terá a percorrer até se tornar um projeto.

O que se tem agora é um texto preparado por um grupo de trabal-ho, com representantes da sociedade civil, para servir de base a esse projeto que o execu-tivo pretende encamin-har à Assembleia. Ela será conhecida nos próximos dias. Pode-se até questioná-la. O que não pode é negar-se a discutir, alegando que a comunicação não carece de regulação. Carece, e muito.

(E.B.)

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3Porto Alegre, junho de 2012

JÁ: A senhora nasceu em Lajeado, morou em Novo Hamburgo e Brasília. O que o Bom Fim representa?Elenara: Se tivesse que esco-lher um bairro de Porto Alegre, seria o Bom Fim. Desde que era estudante da Federal, das lembranças de uma certa bo-emia que existia ao longo da Osvaldo Aranha, e que ia até a rua Sarmento Leite. Enfim, faz 35 anos que estou por aqui.

JÁ: O bairro mudou muito?Elenara: O Bom Fim, como o resto da cidade, está se a-densando. Assim, as perdas, em termos de arquitetura, são enormes. Ainda restam alguns conjuntos de casas, mas não se sabe até quando resistirão. A tendência é que desapareçam para dar lugar a prédios resi-denciais ou conjuntos comerci-ais. Perde-se a memória como, caso mais recente, a derrubada do imóvel onde se localizava o cinema Baltimore para dar lugar a um mega empreendi-mento.

JÁ: O que poderia ser feito para a preservação do bairro?Elenara: É uma coisa que tem de ser feita via associações de moradores, de amigos do bairro, e redes sociais na inter-net. Um dos paliativos, e que já ocorre há algum tempo no bairro, é a transformação das antigas casas, muitas aban-donadas, em espaços comerci-ais e culturais, como livrarias, bares e restaurantes. Trata-se, assim, de estabelecer laços com a contemporaneidade, com a experimentação, preservando, criativamente, o velho através do novo.

Um projeto para o Bom Fim

JÁ: Existe alguma prioridade?Elenara: O Bom Fim nunca foi um espaço rico em arquite-tura, sua riqueza é, fundamen-talmente, cultural, das pessoas, como os judeus, que se estabe-leceram aqui. Não há praças e, por outro lado, fora a Capela da Osvaldo Aranha, não se pode destacar prédios isolados. Mas o que resta, como o conjunto de casas que já mencionei, devem receber incentivos da cidade para que os proprietários façam a sua manutenção. Também acho importante preservar o tra-çado das ruas, as calçadas lar-gas, as árvores, equipamentos que facilitem a acessibilidade, deixando o lugar aprazível.

JÁ: Uma das características do bairro são os edifícios peque-nos, de até três andares.Elenara: Sim, que foram con-struídos nas décadas de 1950 e 1960, e caracterizam o segundo processo de ocupação do bairro. Eram, geralmente, construídos pelas famílias judias e que de-pois vendiam os apartamentos. Esses prédios, alguns já foram demolidos, podem passar por um processo de modernização, transformando-se em imóveis comerciais. Também é uma maneira de preservação, evitan-do que surjam novos espigões que, aos poucos, começam a migrar da Osvaldo Aranha para as artérias interiores do bairro.

JÁ: Que tipo de modernidade, renovação, cabe ao bairro?Elenara: Trata-se de uma pergunta complexa, que pode ser expandida para o resto da cidade. Em termos de arquite-tura moderna, não há muitos prédios relevantes na cidade.

Porto Alegre forjou uma iden-tidade arquitetônica com o seu passado. É fácil reconhecer a Avenida Borges de Medeiros e o Viaduto Otávio Rocha, ou a Rua da Praia ou o Mercado Público. Ou seja, em termos históricos o centro tem uma ar-quitetura rica. Mas, renovação, o que está sendo feito de novo, é muito pouco. Há o prédio da Fundação Iberê Camargo, pro-jeto do Álvaro Siza que gerou muita polêmica. Mas hoje é uma grande referência.

JÁ: Como fazer para discutir mais a arquitetura?Elenara: Colocá-la acessível ao nível do público leigo. Para isso é necessário simplificar a linguagem, sem aquele jargão técnico que afasta os não ini-ciados, tipo o médico que ao in-vés de dizer dor de cabeça fala cefaleia. Abrir, por exemplo, a discussão da criação de um me-morial explicando a história do Bom Fim. E nisso caberia um concurso de arquitetura para es-colher o melhor projeto.

JÁ: Você é arquiteta de interi-ores. Neste aspecto, destacaria alguma coisa neste bairro?Elenara: Poderia fazer-se algo no sentido de sustentabilidade afetiva: móveis antigos, livros, fotos. O Bom Fim, que sem-pre teve população predomi-nante judaica, está mudando, e nós estamos no meio desta transição. Então, antes que se descaracterize, é o momento de juntar estas coisas, con-cretizar a memória legando às gerações futuras um mosaico de manifestações do passado e do presente, fazendo uma ponte cultural.

Há 20 anos com escritório no Bom Fim, Elenara Stein Leitão, arquiteta

formada pela UFRGS, faz um alerta: no ritmo atual, em 20 anos restará muito pouco do que para muitas gerações fez o charme do bairro, as ruas de calçadas largas, seus prédios baixos, e uma certa boemia.

Entrevista a Francisco Ribeiro. Casas típicas dos primeiros moradores do bairro.

Nos anos 60 surgiram prédios de até seis andares.

Uma das saídas é o reaproveitamento do espaço de antigas construções (ao lado). O desenho do novo Baltimore, que mudará a cara da Osvaldo Aranha (acima).

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Porto Alegre, junho de 20126

A família Glanzner é pio-neira na capital na im-

plantação da tecnologia de aquecimento de água, foram Nicolau José Glanzner e seu pai que nos anos 60 insta-laram os primeiros Juncker em Porto Alegre. E já com a experiência adquirida no trab-alho com o pai, aos 24 anos, Nicolau, ao lado da esposa Eunice Lorina Glanzner abriu seu próprio negócio.

O ano era 1972, e a hi-drogás abriu as portas na gale-ria do Bom Fim, loja 7 – Dona Eunice cuidava da administra-ção e seu Nicolau das instala-ções e assistência de aquece-dores de água, junto com mais dois técnicos.

Estabilizada no merca-do, a empresa cresceu e nos anos oitenta mudou-se para a Ramiro Barcelos 1640, endereço que mantém até hoje. A linha de produtos foi

naturalmente ampliada com a inclusão de tubulações, louças, metais sanitários e acessórios.

“Morávamos na zona norte e vínhamos todo dia para o Bom Fim, nos anos 70 aqui era ótimo, havia mui-tos prédios novos na região, hoje lógico atendemos toda a cidade, e até poderíamos mu-dar de endereço, mas já esta-mos enraizados no bairro, são 40 anos”, diz Marco Antônio Glanzner, um dos três filhos de seu Nicolau – que junto dos irmãos toca o negócio.

Seu Nicolau faleceu a pouco mais de dois anos, com dona Eunice aposentada, os três filhos do casal - Marco Antônio, Marines e Herbert Glanzner gerenciam a em-presa.

Com cerca de 20 fun-cionários, a hidrogás possui duas lojas, um Show room de

produtos e acessórios e uma casa de peças e assistência técnica, nos números 1640 e 1679 da Ramiro. Até hoje atuando fortemente na mon-tagem de tubulações de gás predial, a hidrogás oferece linhas de produtos residencial, comerciais e industriais – com instalação e manutenções periódicas dos equipamentos.

Marco Antônio conta que nos últimos anos investe em novidades, com a linha so-lar de aquecedores, que a hi-drogás lançou na cidade, man-tendo o pioneirismo da marca.

“O mercado não é ruim, nosso produto é especializado, temos forte concorrência téc-nica - mas temos um histórico e uma tradição, é uma firma reconhecida neste tipo de ser-viço”, garante Antônio. “E um negócio familiar, herdamos dos nossos pais e quem sabe passamos para nossos filhos”.

Hidrogás celebra 40 anos mantendo pioneirismo

Ao lado dos irmãos Herbert e Marines, Marco Antônio gerencia o negócio da família.

Rua da República mais iluminada, de dia e de noiteÀ noite, 78 novas lu-

minárias clareiam a rua, desde o primeiro dia do mês de junho. E de dia a via tam-bém está mais iluminada – mas devido à poda das árvores realizada pela CEEE na ma-nhã de domingo, dia 24.

Os funcionários da CEEE cortaram galhos e mais ga-lhos que estariam perto dos fios elétricos. Foram retirados inclusive aqueles que faziam sombra nas calçadas e várias arvores só ficaram com os que dão para a rua, a maioria ficou ‘torta’, com metade do peso pendendo para um lado.

“Aparentemente nenhum técnico foi consultado, só foi feito o corte de galhos que prejudicavam a fiação, sem critério com as plantas”, diz o morador Marcelo Bum-bel, que usou a internet para denunciar o que chamou de crime ambiental.

A Smam disse que a CEEE tinha autorização para o corte, pois os galhos repre-

sentavam devido ao perigo à rede elétrica.

A CEEE afirma que o procedimento seguiu rígidos estudos de viabilidade e neces-sidade. Árvores cujas copas estejam em distância de até 1,4 metro dos fios da rede elétrica são passíveis de poda, desde que seja constatada a necessi-dade. A ação contou, segundo a CEEE, com respaldo de en-genheiros ambientais.

Iluminação concluída

Foi finalizada no começo do mês, pela Divisão de Ilumi-nação Pública (DIP) a segunda etapa da nova iluminação na Rua da República. Foram in-staladas 78 luminárias idênticas às já 25 colocadas em março.

A rua conta agora 103 lu-minárias em postes de alumínio e lâmpadas com potência de 150W. Sob responsabilidade da empresa Montebrás e com fiscalização da DIP, foram in-vestidos R$ 290 mil reais.

Pesquisas no Hospital de Clínicas pedem voluntáriosDuas pesquisas em anda-

mento no Hospital de Clínicas de Porto Alegre estão selecionando pacientes para participar de acompanhamento.

Transtorno bipolar e in-ternet: o Serviço de Psiquia-tria quer estudar o padrão de uso da internet por pacientes bipolares. São convidadas a participar da pesquisa pessoas com diagnóstico de transtorno bipolar, entre 18 a 55 anos, que apresentam humor estabilizado

ou depressivo nas duas últimas semanas (com sintomas como tristeza, alteração de apetite, perda de interesse e energia). Agendar com Thaís Martini (51) 3359.8846, de 2ª a 6ª-feira, das 8h às 12h, ou deixar men-sagem com nome e número para contato no telefone (51) 9972.6283.

Pelos no rosto e corpo feminino: seleciona-se dois grupos de voluntárias. Um de mulheres com idade entre 14 e

35 anos, com excesso de pelos no rosto e corpo, com ou sem irregularidade na menstruação; e outro com mulheres entre 14 e 30 anos, com menstruações regulares, sem excesso de pelos no corpo e sem uso de medica-ção anticoncepcional. O estudo inclui avaliação nutricional e exames laboratoriais. Interessa-das em participar devem ligar para (51) 8108-5817 (com Na-tália), das 9h às 12h e das 14h às 17h, de 2ª a 5ª-feira.

Depois da poda árvores ficaram tortas.

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Porto Alegre, junho de 2012 7

Dirigir em Porto Alegre é um tremendo desafio. São

mais de 716 mil carros dispu-tando espaço nas ruas, que recebem em média 70 novos veículos por dia. Já chegamos à proporção de um carro para cada dois habitantes. Sem contar com os que transitam na capital diariamente vindos de outras cidades.

O diretor de Trânsito da EPTC, Carlos Pires, diz que avenidas como Sertório, As-sis Brasil, Ipiranga, Osvaldo Aranha e Protásio Alves são problemas quase insolúveis, pois já não há como alargar ou aumentar seu fluxo. “Já são poucas as mudanças que podem ser feitas na estrutura viária”.

A boa notícia, segundo Pires, é a queda dos números de acidentes: “mesmo com aumento da frota, existe uma mudança de cultura no nosso trânsito, com menos violência e mais harmonia nas relações entre motoristas e pedestres. As ações educativas, de fis-calização, o investimento em engenharia de tráfego e tec-nologia contribuem para esta preservação da vida”.

Trânsito mata menos na Capital

Os números da EPTC mostram uma redução de quase 30% nas mortes no trânsito da Capital nos cinco primeiros meses deste ano. No ano passado, até junho, foram 54 vítimas fatais. Em 2012, foram 38. É a maior queda nos últimos cinco anos (gráfico). Em 2008, o record da série, 70 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito.

Houve queda também no total de acidente, mas bem menor: 10%. Foram 9713 no ano passado (janeiro a junho) e 8.789 em 2012. Para o dire-tor da EPTC essa é a prova de que as campanhas educativas funcionam.

Sem ter como realizar grandes obras, a EPTC está investin-

do pesado na tecnologia. “Já temos uma central de monitora-mento muito bem montada, te-mos online 95 % dos cruzamen-tos da cidade”, diz Pires.

Um exemplo dos novos investimentos é o semáforo in-teligente, que a empresa testa na rótula da Encol. O equipamento tem câmaras que conta o fluxo e emite sinal para um controlador do semáforo que se reprograma automaticamente. “Agora va-mos contratar mais 35 desses”, diz o diretor. Estima-se que a licitação será anunciada em dois meses, cada equipamento deve custar em média R$ 50 mil.

Outra alternativa é uma câmera que faz a contagem de pedestres e veículos - ela verifica se os tempos de semáforos cor-respondem à demanda naquele cruzamento, entre outras fun-ções. A primeira câmara foi co-locada na esquina das avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, que ficará em teste 90 dias. Se forem aprovadas, a EPTC deverá lici-

O número de atropela-mentos se manteve quase i-nalterado, caiu apenas 1,13% (530 no ano passado e 524 este ano). Mas caiu pela metade o número de mortes por atropel-amento (de 20 para 10).

tar o serviço. Além dos semá-foros e câmaras inteligentes, a EPTC conta ainda 56 câmeras de monitoramento e está adquir-indo mais 19.

Na área de transporte pú-blico o grande projeto é o BRT (Bus Rapid Transit), as obras do novo sistema já começaram nos corredores de ônibus da Protásio Alves e Bento Gonçalves.

E já há uma licitação para o BRT da Avenida João Pessoa - entre a Bento Gonçalves e a rua André da Rocha. O valor previs-to da obra é de R$ 5.920.998,20. O prazo de execução de aproxi-madamente 18 meses.

O projeto prevê corredores exclusivos com veículos mo-dernos, de grande capacidade e baixas emissões de poluentes; estações fechadas com a possi-bilidade de passagens pré-pagas; além de informações aos pas-sageiros e controle de tráfego em tempo real.

“Só podemos utilizar a tec-nologia, não há mais o que fazer, quase tudo já está definido pelo plano diretor”, conclui Pires.

EPTC aposta em tecnologia

100908070605040302010 0 2008 2009 2010 2011 2012

Redução das mortes no trânsito

Câmara em teste por 90 dias.

BRT terá mais de 50 lugares para passageiros.

Carlos Pires, diretor de trânsito da EPTC.

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Porto Alegre, junho de 20128

O Clube dos Editores do Rio Grande do Sul, que

congrega 22 editoras gaú-chas, promove a 1ª Festa da Leitura, de 2 a 7 de julho (2a a sábado, das 9h às 18h), na Praça de Eventos do Merca-do Público, no térreo.

De manhã, das 9h às 12h, serão oferecidas ofici-nas de mediação de leitura para bibliotecários, profes-sores e público interessado,

no Auditório Popular do Mercado (sala 10), no se-gundo andar. Destacam-se as oficinas do grupo Tessi-turas, da ONG Cirandar, da escritora Jane Tutikian e o Sesc Mais Leitura / Simões Lopes Neto.

Atividades de estímulo à leitura, como contação de histórias, leitura silenciosa, leitura em público, leitura em braile e libras, leitura

Leitores fazem festa no Mercado Público

com música, leitura com teatro, leitura em grupo e outras formas de mediação vão acontecer no espaço central da praça, à tarde.

Bem diversificada, a programação, direcionada a crianças, adolescentes e adultos, terá entrada franca.

Veja a agenda completa em www.jornalja.com.br ou clubedoseditores.com.br/blog.

Os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do

Colégio Dom Bosco estão es-tudando as obras de Alfredo Volpi, o pintor das bandeir-inhas, em aulas de Artes min-istradas pela professora Sônia Kury Lopes.

Após leituras e pesquisas sobre o artista, os alunos vêm criando os seus próprios trab-alhos inspirados em Volpi.

Alfredo Volpi é um pintor ítalo-brasileiro. As principais obras do artista são dominadas pelas cores e pelo estilo ab-strato geométrico, um exem-plo marcante disso são as suas bandeirinhas multicoloridas de Festa Junina, que se tor-naram a sua marca registrada.

O pintor ficava tão en-cantado com as bandeirinhas

das festas juninas que as de-senhava em muitos dos seus quadros.

Volpi só pintava com a luz do sol e se envolvia totalmente com a criação de sua obras. Depois de dominar a técnica da têmpera com clara de ovo, o artista nunca mais usou tintas industriais. O artista morreu em maio de 1988, aos 92 anos.

Alunos estudam obras de Volpi durante o mês de festas juninas

Trabalho de Volpi inspira os alunos a produzir.