jaguaribe

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MINISTÉRIO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS 1ª DIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO NORDESTE - DIGEO 1/NE.1 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO JAGUARIBE DIRETRIZES GERAIS PARA A ORDENAÇÃO TERRITORIAL LUIZ CARLOS SOARES GATTO (Supervisor) Salvador 1999

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descricao de uma bacia hidrografica

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  • MINISTRIO DE PLANEJAMENTO E ORAMENTO

    FUNDAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA

    IBGE

    DIRETORIA DE GEOCINCIAS

    1 DIVISO DE GEOCINCIAS DO NORDESTE - DIGEO 1/NE.1

    DIAGNSTICO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO JAGUARIBE

    DIRETRIZES GERAIS PARA A ORDENAO TERRITORIAL

    LUIZ CARLOS SOARES GATTO

    (Supervisor )

    Salvador

    1999

  • Presidente do IBGE

    Srgio Besserman Viana

    Diretor da Diretor ia de Geocincias - DCG

    Guido Gelli

    Chefe do Depar tamento de Recursos Naturais - DERNA

    Celso Jos Monteiro Filho

    Chefe da Pr imeira Diviso de Geocincias do Nordeste DIGEO1/NE.1

    Roberval Matos Rocha

    Chefe do Servio de Estudos Ambientais DIGEO1/NE.1 SE.02

    Helge Henriette Sokolonski

    EQUIPE TCNICA

    Supervisor

    Luiz Carlos Soares Gatto - Gegrafo

    AUTORES

    Margarete Prates Rivas - Gegrafa

    Francisco Ferreira Fortunato - Gelogo

    Adauto Lima Santiago Filho - Gelogo

    Flavio Cordeiro Oliveira - Gelogo

    Luiz Carlos Soares Gatto - Gegrafo

    Rita de Cssia Moreira Brito Cunha - Gegrafa

    Jos Henrique Vilas Boas - Gegrafo

    Geraldo Csar Vieira Costa Pinto - Gegrafo

    Helge Henriette Sokolonski - Engenheiro Agrnomo

    APOIO TCNICO

    Equipe de Informtica do Setor de Tratamento Grfico da DIGEO/NE.1-ST.21

    Equipe de Cartografia do Servio de Geodsia e Cartografia da DIGEO/NE.1-SE.1/ST.11

    Normatizao Bibliogrfica

    Maria Ivany Cardoso de Lima - Bibliotecria

  • SUMRIO

    1 Apresentao

    2 - Caractersticas Gerais

    3 - Referencial Metodolgico

    3.1 - Levantamentos e Interpretaes Temticas

    3.2 - Setorizao Geoambiental

    4 - Zoneamento Geoambiental

    4.1 - Estrutura e Dinmica Geoambiental

    5 - Scio-Economia

    5.1 - Demografia e Urbanizao

    5.2 - Populao Economicamente Ativa

    5.3 - Hierarquia dos Centros Urbanos

    5.4 - Saneamento Bsico

    5.5 - Estrutura Fundiria e Utilizao Das Terras

    6 - Uso da Terra

    7 - Recursos Hdricos

    7.1 - Recursos Hdricos Superficiais

    7.2 - Recursos Hdricos Subterrneos

    8 - Recursos Minerais

    9 - Consideraes Finais

    10 - Bibliografia

  • TABELAS:

    Tabela 1 - Populao Residente

    Tabela 2 - Populao Residente por Microrregio em 1980, 1991 e Crescimento

    Populacional

    Tabela 3 Populao Residente por Situao de domiclio para 1980, 1991 e Cres-

    cimento Populacional

    Tabela 4 Distribuio Percentual da PEA segundo setores de atividade

    Tabela 5 Domiclio por Abastecimento de gua segundo as Microrregies e os

    Municpios

    Tabela 6 Domiclio por Destino do Lixo

    Tabela 7 Domiclio por Uso e Escoamento de Instalaes Sanitrias

    Tabela 8 Estrutura Fundiria rea dos Estabelecimentos

    Tabela 9 Estrutura Fundiria Nmero dos Estabelecimentos

    Tabela 10 Utilizao das Terras

    Tabela 11 Descargas Extremas observadas em Postos Fluviomtricos

    FIGURAS

    Fig. 1 Localizao da Bacia do Rio Jaguaribe

    Fig. 2 Tipologia Climtica

    Fig. 3 Roteiro Metodolgico

    Fig. 4 Crescimento Populacional 1980 e 1991

    Fig. 5 - Populao Residente 1980 e 1991

    Fig. 6 Populao Residente por Situao de Domiclio

    Fig. 7 Tipologia dos Centros Urbanos

    Fig. 8 Tipologia dos Centros Urbanos Centro de Zona

    Fig. 9 Uso da Terra

    Fig. 10 Localizao das Principais Sub-bacias

    Fig. 11 Qualidade das guas Superficiais

    Fig. 12 Qualidade das guas Subterrneas

    Fig. 13 Principais Depsitos Minerais

  • 1. APRESENTAO

    O presente estudo trata do Diagnstico Ambiental da Bacia Hidrogrfica

    do Rio Jaguaribe, desenvolvido pela Diviso de Geocincias do IBGE-BA.

    Os estudos tiveram como objetivo a setorizao geoambiental da Bacia

    Hidrogrfica do Rio Jaguaribe, visando: conhecer as potencialidades e limita-

    es dos recursos naturais, e os processos e fatores da organizao do espao;

    identificar problemas geoambientais; indicar reas prioritrias para detalha-

    mento dos estudos visando o uso racional das terras, guas e dos recursos ve-

    getais e minerais.

    Culmina este estudo multidisciplinar com a elaborao do Mapa de Po-

    tencial Geoambiental, acompanhado do relatrio tcnico final.

  • 2. CARACTERSTICAS GERAIS

    A bacia hidrogrfica do rio Jaguaribe est situada em sua quase totalidade

    dentro dos limites do Estado do Cear, com nfima parcela estendendo-se ao sul

    para o Estado de Pernambuco, ocupando parte dos municpios de Exu, Moreilndia

    e Serrita. Ocupa cerca de 51,9% da rea total do estado, balizando-se entre as coor-

    denadas de 430 e 745 de latitude sul e 3730 e 4100 de longitude oeste

    (Fig.1).

    A rea total da bacia de aproximadamente 75.669 km e as cabeceiras de

    suas sub-bacias servem de limite entre o Cear e os Estados do Piau, Pernambuco,

    Paraba e Rio Grande do Norte.

    Com uma extenso de cerca de 610 km, desde as nascentes a sudoeste at o

    litoral a nordeste, o rio Jaguaribe e seus tributrios percorrem uma regio domina-

    da, basicamente, pelas formaes vegetais da Savana Estpica (Caatinga) e as de

    Tenso Ecolgica, do tipo contato Savana-Estepe na regio da Serra do Pereiro e

    Estepe-Floresta Estacional no setor extremo sul.

    A distribuio climtica, de acordo com a metodologia adotada ( IBGE, no

    prelo) indica quatro tipos climticos: mido, submido, semi-rido e rido, alm de

    trs tipos de transio, mido a submido, submido a semi-rido e semi-rido a

    rido, sendo que 60% da bacia abrangida pelo clima semi-rido, que ocorre no

    sentido NE-SO, desde as proximidades do litoral at o extremo sudoeste (Fig.2).

    O perodo crtico e com maior deficincia hdrica ocorre entre os meses de

    julho a novembro, com pequenas variaes, para uma rea onde as pluviosidades

    mximas e mnimas anuais esto entre 1.270 mm e 470 mm.

    A regio de maior destaque e importncia climtica na bacia do Jaguaribe

    o front da Chapada do Araripe, onde ocorre o clima mido, no podendo deixar de

    citar tambm a Serra do Pereiro. O clima mido dominante na regio de Cariria-

    u, onde observa-se um ndice de pluviosidade em torno de 1.200 mm anuais, defi-

    cincia hdrica de 320 mm, com cinco meses de dficit hdrico, excedente hdrico

    de 400 mm anuais, com trs meses de excedente hdrico. A temperatura mdia anu-

    al de 23C.

  • A zona de transio climtica mida para submida, na regio do Araripe

    apresenta uma deficincia hdrica de 450 mm anuais, excedente hdrico de 200 mm

    anuais, temperatura mdia anual de 25C e uma pluviometria mdia anual de 1.000

    a 1.100 mm.

    Na regio climtica submida, verifica-se uma pluviometria mdia anual de

    900 a 1.000 mm, uma temperatura mdia anual entre 25C e 26C, um excedente

    hdrico de 100 a 200 mm anuais, com dois meses de excedente hdrico, uma defici-

    ncia hdrica de 500 a 600 mm anuais, com sete meses de dficit hdrico.

    A zona de transio climtica submido a semi-rido ocorre em trs regies

    distintas: no topo da Chapada do Araripe, em uma faixa estreita no sentido NE-SO,

    onde esto as localidades de Catarina, Piquet Carneiro e Milh, e uma rea locali-

    zada ao sul do aude de Ors, estendendo-se tanto para SE como para SO. As tem-

    peraturas mdias anuais so de 24C a 26C no topo da Chapada do Araripe, uma

    pluviometria mdia anual de 800 a 900 mm, um excedente hdrico de 0 a 50 mm

    anuais, gerando um a dois meses com excedente; a deficincia hdrica de 600 mm

    a 700 mm anuais, com sete a oito meses com dficit.

    O clima semi-rido na bacia do Jaguaribe apresenta uma pluviosidade mdia

    anual de 700 mm a 800 mm, a temperatura mdia anual entre 26C e 27C, uma de-

    ficincia hdrica de 700 a 800 mm anuais, com oito a nove meses com dficit, o ex-

    cedente hdrico sendo de 0 mm anuais.

    A transio climtica semi-rido a rido ocorre numa pequena faixa ao sul

    da bacia, com temperaturas mdias anuais em torno dos 24C, com pluviometria

    mdia anual de 600 mm a 700 mm, uma deficincia hdrica em torno de 800 mm

    anuais e atinge de oito a nove meses com dficit hdrico, no havendo excedente

    nesta zona climtica.

    O clima rido apresenta um ndice pluviomtrico de 500 mm a 600 mm anu-

    ais, uma deficincia hdrica superior a 900 mm anuais, com dez a onze meses de

    dficit hdrico, excedente hdrico de 0 mm e temperatura mdia anual em torno de

    27C.

    As formas de relevo mais comuns na rea so os dissecados com diversos

    nveis de aprofundamento, predominando aqueles com topos convexizados a agu-

  • ados e com encostas retilneas a convexas, alm de cristas de grandes dimenses,

    que normalmente balizam os dissecados. Este conjunto, de uma maneira geral, obe-

    dece a orientao estrutural SO-NE, sendo isto mais notvel no Planalto Sertanejo.

    reas planas ocorrem em toda a bacia, porm isoladas entre si, como a Cha-

    pada do Araripe, a Plancie do Jaguaribe, os Tabuleiros do Baixo Jaguaribe, os Ta-

    buleiros Costeiros, a Depresso de Iguatu e a Chapada do Apodi. No constituem

    grandes extenses, mas so extremamente importantes do ponto de vista econmi-

    co.

    Conjuntos de serras com nveis altimtricos de at 1.000 m em alguns casos

    acham-se concentrados na Serra do Pereiro, nas Serras Residuais, ou em blocos

    mais elevados e destacados, como no Planalto Sertanejo.

    Estes relevos se desenvolvem sobre litologias predominantemente pr-

    cambrianas, destacando-se os migmatitos, gnaisses, xistos, filitos, serpentinitos, an-

    fibolitos, alm de granitos, dioritos, granodioritos e outros, pertencentes aos Com-

    plexos Nordestinos, Trindade, Itatira e ao Grupo Cear. Secundariamente desta-

    cam-se os depsitos sedimentares do Grupo Araripe, Apodi e Rio do Peixe, com

    arenitos, calcrios, folhelhos, argilitos e coberturas trcio-quaternrias do Grupo

    Barreiras, alm de aluvies e depsitos dunares.

    Os solos so geralmente pouco profundos, pedregosos, com fertilidade m-

    dia a alta. As principais ocorrncias so de Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrfi-

    cos, Solos Litlicos eutrficos, Planossolos Soldicos e Bruno No Clcicos.

    A bacia do Jaguaribe possui baixa perspectiva em reserva de guas subterr-

    neas, pois a quase totalidade de sua rea situa-se em rochas cristalinas de baixo

    potencial hdrico. A exceo so os aqferos da Chapada do Araripe, que formam

    sistemas livres, com potencial relativamente alto.

    A rede de drenagem possui um ntido controle estrutural, com cursos retili-

    nizados, mudanas de cursos marcantes, devido influncia de fraturamentos e fa-

    lhamentos.

    A rea em estudo compreende 17 microrregies, com o total de 80 munic-

    pios no Estado do Cear e 3 no Estado de Pernambuco, sendo que vrios destes es-

    to includos apenas parcialmente.

  • A contagem populacional em 1996 registra para a rea um total de 2.064.535

    habitantes, o que proporciona uma densidade demogrfica de 27,28 hab/km2. A

    distribuio percentual da PEA apresenta-se concentrada no setor primrio da eco-

    nomia.

    Os municpios compem a unidade espacial bsica para o levantamento dos

    dados estatsticos, a fim de caracterizar os aspectos econmicos, demogrficos e

    sociais da rea. Os Sistemas Naturais (Geossistemas), conceituados a seguir, gru-

    pam municpios que apresentam semelhanas quanto s caractersticas sociais e

    econmicas e ao fluxo de subordinao dos centros urbanos.

  • 3. REFERENCIAL METODOLGICO

    Os estudos apoiaram-se na concepo holstico-sistmica, como referencial

    para a integrao dos componentes geoambientais e scio-econmicos que formam

    os conjuntos de unidades espaciais, consideradas como Sistemas Naturais ou Geos-

    sistemas. Nestes, os elementos interdependentes funcionam harmonicamente, con-

    duzidos por fluxos de energia, de modo que cada um dos seus componentes reflete

    sobre os outros as mudanas neles impostas por estmulos externos.

    Conduzidos por esta concepo, os estudos descartam a abordagem mera-

    mente setorial que enfatiza individualmente a vegetao, a gua, os minerais, etc.

    para deter-se na anlise integrada e nas correlaes entre todos esses componentes,

    guiados pelos princpios de interdisciplinaridade.

    Esses estudos tiveram como objetivo especfico identificar os Sistemas Na-

    turais (Geossistemas), definidos de acordo com seus atributos e propriedades fsicas

    e biticas, que exprimem seus potenciais de oferta e limitaes ecolgicas, corres-

    pondentes a cada rea diferenciada. Constituem a base para a realizao do dia-

    gnstico ambiental. A execuo dos trabalhos seguiu o roteiro metodolgico apre-

    sentado na Fig.3 , que engloba uma srie de procedimentos, agrupados em fases

    sucessivas, descritas sucintamente a seguir.

    3.1. Levantamentos e Interpretaes Temticas

    Esses procedimentos objetivaram o conhecimento dos dados temticos e in-

    formaes bsicas sobre os atributos e propriedades dos componentes fsicos e bi-

    ticos atravs dos estudos geolgicos, geomorfolgicos, pedolgicos, climticos e

    fitogeogrficos.

    Os dados temticos provm dos levantamentos de recursos naturais realiza-

    dos pelo Projeto RADAMBRASIL, escala 1:1.000.000, com base em imagens de

    radar na escala 1:250.000 e imagens de satlite Landsat TM, tambm na escala

    1:250.000.

    A orientao metodolgica resultou em mapa de potencial geoambiental e

    relatrio.

  • Enfoques Temticos

    Os estudos geolgicos identificaram as unidades geotectnicas e lito-

    estratigrficas, bem como as feies estruturais existentes na rea. Tais estudos,

    envolvendo etapas de caracterizao das rochas quanto sua composio, e de le-

    vantamento e anlise das ocorrncias minerais, revelaram parmetros imprescind-

    veis para se definir a compartimentao morfoestrutural e subsidiarem os elementos

    pedolgicos. Alm disto permitem configurar a rea em termos de suas potenciali-

    dades minerais e hdricas.

    Os estudos geomorfolgicos foram conduzidos para a anlise da morfologia

    e morfometria, visando subsidiar a compartimentao morfoestrutural e a anlise

    dos processos morfogenticos e morfopedolgicos para a avaliao ecodinmica,

    bem como a base das correlaes entre a pedognese e a morfognese.

    Os estudos pedolgicos resultaram do mapeamento das associaes de solos

    e apoiaram as snteses interdisciplinares para a definio das interdependncias en-

    tre os solos, os materiais originrios das rochas e da evoluo morfogentica. As

    classes de solos contidas nas associaes analisadas visaram a delimitao das

    combinaes morfopedolgicas.

    Os estudos climticos ressaltaram as influncias do regime hdrico, encara-

    do como um fator favorvel ou limitante face aos demais componentes dos siste-

    mas. Os parmetros utilizados foram a temperatura mdia anual, a pluviosidade

    mdia anual e a evapotranspirao potencial, que definiram os climas regionais.

    O estudo fitogeogrfico consistiu em sintetizar os inventrios da vegetao

    para a definio das Regies, Formaes e Sub-formaes, incluindo a vegetao

    secundria. O confronto dos tipos de vegetao com seus suportes fsicos possibi-

    litou a percepo do condicionamento exercido pelos elementos climato-hdricos e

    morfopedolgicos.

    Esses estudos forneceram as bases para a interpretao dos temas, o que

    permitiu a integrao destes conhecimentos, a fim de definir favorabilidades e res-

    tries aos usos dos recursos naturais e a setorizao da rea em unidades territori-

    ais dinmicas.

  • 3.2. - Setor izao Geoambiental

    Corresponde caracterizao da estrutura da rea e da dinmica dos espaos

    diferenciados que representam Sistemas Naturais (Geossistemas), compostos pela

    combinao de Unidades Elementares.

    Consiste de correlaes interdisciplinares segundo as relaes de causa e

    efeito dos componentes do sistema. Os dados geolgicos e paleoclimticos correla-

    cionados possibilitaram analisar as influncias tectnicas e litoestruturais sobre a

    configurao morfolgica e a distribuio da drenagem, resultando na delimitao

    de componentes morfoestruturais. Sobre esses compartimentos, a anlise das asso-

    ciaes de solos, relacionados aos tipos genticos de modelado, distinguem unida-

    des morfopedolgicas. Essas associaes, examinadas atravs dos parmetros que

    indicam resistncias e sensibilidades dos ambientes, considerados de acordo com

    suas dinmicas prprias, identificaram as unidades que compem os sistemas.

    As unidades definem uma poro do territrio com elevado grau de coern-

    cia ecolgica. O Mapa do Potencial Geoambiental, na escala de 1:600.000, anexo,

    representa os Sistemas Naturais (Geossistemas) por cores e conjuntos alfa-

    numricos, nos quais os algarismos romanos indicam os Sistemas Naturais identifi-

    cados (I,II,III, etc.), seguidos de letras minsculas (a, b, c, etc.) relativas s Unida-

    des Elementares.

    As unidades, avaliadas de acordo com os parmetros favorveis e limitantes

    s modificaes ecodinmicas, foram classificadas segundo os graus de vulnerabi-

    lidade: muito fraco, fraco, moderado, forte e muito forte.

    Os resultados desses estudos so considerados como passo inicial para o en-

    tendimento da resistncia oferecida pela natureza, estruturada em unidades dinmi-

    cas, aos processos desencadeados pelas aes antrpicas que modificam o equil-

    brio dos sistemas naturais.

  • 4. ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL

    4.1. Estrutura e Dinmica Geoambiental

    A bacia hidrogrfica do rio Jaguaribe foi compartimentada, conforme a di-

    versidade do seu quadro natural, em unidades geoambientais denominadas de geos-

    sistemas, os quais esto divididos em geofcies, que correspondem a unidades ele-

    mentares de maior coerncia. Os geossistemas foram agrupados em regies em

    funo das caractersticas fitoecolgicas e dos seus condicionantes climticos e es-

    to cartografados no Mapa de Potencial Geoambiental.

    Regio da Savana Estpica (Caatinga)

    O domnio da Savana Estpica coloniza a maior extenso da bacia hidrogr-

    fica do rio Jaguaribe, dominada por clima semi-rido e clima submido a semi-

    rido, caracterizado pela irregular e concentrada distribuio pluviomtrica, com

    valores anuais entre 600 e 1.200 mm, dos quais grande parte desta precipitao

    (80%) ocorre no perodo janeiro a maio. As elevadas mdias de temperatura, osci-

    lando entre 24 e 27C, concorrem para uma taxa de evapotranspirao potencial

    muito elevada e uma deficincia hdrica de 500 a 1.200 mm anuais, entre 8 a 12

    meses. Neste regime climtico, sobre solos oriundos de rochas do embasamento

    cristalino, rochas sedimentares e coberturas detrito-laterticas, o domnio fitoeco-

    lgico da Savana Estpica, aparece em formaes caractersticas e bem definidas da

    Savana Estpica Florestada , Savana Estpica Arborizada e Estepe Parque.

    Dentre as espcies arbreas mais representativas da Savana Estpica Flores-

    tada incluem-se: pau darco amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stan-

    dley), angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan), pau branco (Auxemma on-

    cocalyx (Fr. Allemo) Taubert), aroeira (Astronium urundeuva (Fr. Allemo) En-

    gler), catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), pereiro (Aspidosperma pyrifolium

    Mart.), quixabeira (Bumelia sartorum Mart.), mulungu (Erytrina velutina Willd.).

    Nas reas mais midas ao longo das drenagens, a quixabeira (Bumelia sartorum

    Mart.) e o mulungu (Erytrina velutina Willd.) dominam.

  • A Savana Estpica Arborizada caracteriza-se por uma fisionomia constitu-

    da de pequenas rvores, esparsamente distribudas, a exemplo do marmeleiro

    (Croton sp.), da jurema (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir) e do mufumbo (Com-

    bretum leprosum Mart.), entremeadas de plantas suculentas como o facheiro (Pilo-

    socereus piauhiensis (Guerke) Byl. Et Rowl.) e o mandacaru (Cereus jamacaru

    DC.), com um estrato herbceo estacional entre scrubs perenes espinhosos.

    Esta formao em geral conseqncia da interveno humana que degrada

    a vegetao lenhosa. Como resultado do intenso uso da pecuria e extrao de ma-

    deira, desenvolve-se um tipo bem definido de unidade florstica denominada Estepe

    Parque, caracterizada por homogeneidade vegetal, acompanhada por um tapete

    graminide.

    Nesta regio distinguem-se as seguintes unidades geoambientais:

    I - Tabuleiros Costeiros

    Situam-se na poro norte da rea mapeada, conectando o litoral e envol-

    vendo setores da plancie do baixo Jaguaribe. As altitudes mdias esto na faixa de

    70 m e abrangem uma rea de 778 km.

    So caracterizados pela superfcie plana, conservada, pouco inclinada e li-

    mitada no litoral por falsias vivas e mortas. Constituem-se de sedimentos do Gru-

    po Barreiras, com camadas sub-horizontais, de espessuras variveis, geralmente

    mergulhando para E e para N.

    Esto recobertos por uma camada arenosa, tambm aplanada, e com espessu-

    ra varivel nos setores mais interiorizados, enquanto nas proximidades do litoral

    avolumam-se os depsitos de areias, constituindo dunas de dimenses, formas e

    alturas variadas.

    As dunas mveis ocupam a rea costeira com uma faixa varivel de poucas

    centenas de metros de largura. As dunas fixas esto recobertas por vegetao Pio-

    neira Marinha Arbustiva e alcanam cotas superiores a 50 metros, localizando-se

    retaguarda daquelas mveis, com pequenas extenses e ncleos isolados no interior

    dos tabuleiros.

  • Os Tabuleiros Costeiros esto recobertos por Savana Estpica (Caatinga),

    em grande parte substituda por vegetao secundria, e extensas plantaes de

    caju. Em termos pedolgicos, predominam Areias Quartzosas distrficas e Areias

    Quartzosas Marinhas distrficas. Estes solos, derivados de sedimentos trcio-

    quaternrios (Grupo Barreiras) e de sedimentos marinhos, apresentam textura are-

    nosa essencialmente quartzosa. Esta textura arenosa e constituio mineralgica es-

    sencialmente quartzosa condicionam uma baixa capacidade de armazenamento de

    gua, baixa capacidade de reteno de ctions e baixa disponibilidade de nutrientes

    para as plantas, o que provoca fortes restries utilizao agrcola.

    A drenagem superficial incipiente e est limitada a pequenos cursos, de ca-

    rter intermitente, posicionados nas partes mais baixas dos relevos, inexistindo nos

    topos. O clima seco, com 7 a 8 meses secos durante o ano.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos retocados por drenagens incipientes, com declives de 0 a 3%,

    contendo Areias Quartzosas distrficas, submetidas a ao de processos de infil-

    trao e localmente remobilizao do material arenoso pelo vento. Vulnerabili-

    dade natural forte.

    b

    Dunas fixas resultantes da remobilizao de areias marinhas por proces-

    sos elicos, colonizados por vegetao Pioneira Marinha Arbustiva. Vulnerabili-

    dade natural extremamente forte.

    c

    Dunas mveis resultantes da remobilizao elica de areias marinhas.

    Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    O Geossistema Tabuleiros Costeiros define um agrupamento que engloba

    parcialmente os municpios de Aracati, Fortim, Itaiaba e Jaguaruana.

    II - Tabuleiros do Baixo Jaguaribe

    Localiza-se predominantemente ao norte do rio Banabui alm de pequeno

    setor disposto na margem esquerda do baixo rio Jaguaribe. A altitude mdia situa-

    se num nvel de 0 a 100 m, cobrindo cerca de 4.479 km da totalidade da rea.

  • A principal caracterstica a superfcie aplainada, recoberta por espessa capa

    arenosa-argilosa de cor esbranquiada, limitada por escarpas erosivas, bem marca-

    das ou dissimuladas. O relevo plano apresenta-se localmente retocado, podendo

    apresentar declives pouco acentuados e reas com vales de fraca inciso e rampas

    mais ngremes.

    Os solos predominantes so Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, ar-

    gila de atividade baixa, textura arenosa/mdia, derivados de sedimentos trcio-

    quaternrios, Planossolos Soldicos, com argila de atividade alta, textura areno-

    sa/mdia e Solos Litlicos eutrficos textura arenosa e mdia, relacionados ao

    Complexo Nordestino. Os Podzlicos so eutrficos e abrpticos e ocorrem em

    reas de relevo plano e suave ondulado. Apresentam boas reservas de nutrientes

    que favorece seu aproveitamento para a agricultura, mas exigem cuidados no ma-

    nejo porque so altamente susceptveis eroso. Os Planossolos apresentam fortes

    restries utilizao agrcola em funo dos elevados teores de sdio trocvel,

    restrio circulao da gua e penetrao pelas razes em decorrncia do adensa-

    mento do horizonte B. A vegetao predominante Savana Estpica (Caatinga),

    quase toda ela secundria e substituda em grande parte por extensas plantaes de

    caju. Parte da atividade econmica tambm est voltada para a pecuria extensiva e

    para a agricultura tradicional com o cultivo de produtos para a subsistncia.

    A rede de drenagem tem aprofundamento fraco e o padro sub-paralelo,

    ocorrendo ainda a presena de lagoas.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos retocados com declives predominantemente de 0 a 3%, inumados

    por coberturas areno-argilosas onde desenvolvem-se solos Podzlicos Vermelho-

    Amarelos eutrficos, textura arenosa/mdia, sob a ao de processos de escoa-

    mento difuso e eroso laminar ligeira. Vulnerabilidade natural moderada.

    b

    Planos retocados com declives predominantemente de 0 a 3%, onde des-

    envolvem-se Planossolos Soldicos, textura arenosa/mdia, submetidos ao de

    escoamento difuso e eroso laminar moderada. Vulnerabilidade natural forte.

    Vales com fraca inciso, com declives de 2 a 8%, onde desenvolvem-se

  • c Planossolos Soldicos, textura arenosa mdia, associados a Solonetz Solodiza-

    dos, submetidos a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural

    forte.

    d

    Rampas com declives de 3 a 20%, contendo Solos Litlicos eutrficos,

    textura arenosa e mdia, submetidos a processos de escoamento semi-

    concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    e

    Planos retocados com declives predominantemente de 3 a 8%, onde des-

    envolvem-se solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura m-

    dia/argilosa, submetidos a processos de escoamento difuso e eroso laminar ligei-

    ra. Vulnerabilidade natural fraca.

    Os Tabuleiros do Baixo Jaguaribe definem um agrupamento que engloba

    total ou parcialmente os seguintes municpios: Itaiaba, Ibicuitinga, Jaguaruana,

    Limoeiro do Norte, Morada Nova, Palhano e Russas.

    III - Chapada do Apodi

    Est situada no setor nordeste da rea margem direita do rio Jaguaribe,

    sendo constituda por sedimentos cretcicos das Formaes Jandara e Au, no n-

    vel altimtrico mdio de 40 m e ocupando uma extenso areal de 1.973,33 km.

    caracterizada por uma superfcie plana, formando um patamar de acesso

    ao topo da chapada, onde se confundem parte da plancie aluvial e os arenitos Au

    e calcrio Jandara, localmente ondulados, e rampas no contato com nveis mais

    elevados. As encostas so marcadas por uma dissecao mais acentuada, sendo ob-

    servados alguns desmoronamentos, ravinas incipientes e sulcos mais acentuados,

    em funo do escoamento das guas superficiais.

    A drenagem subparalela, com aprofundamento incipiente, no formando

    canais expressivos. A vegetao, quase toda secundria, constitua-se originalmente

    de Savana Estpica (Caatinga) e entremeada por plantios tradicionais como milho

    e feijo, alm de criatrio extensivo. Ocorrem nesta unidade Cambissolos eutrfi-

    cos, argila de atividade alta e textura argilosa, derivados de rochas carbonatadas do

    Grupo Apodi, em rea de relevo plano. Estes solos apresentam elevada fertilidade

    natural e grande potencial para uso agrcola. Secundariamente, ocorrem Podzlicos

  • Vermelho-Amarelos distrficos, argila de atividade baixa, textura arenosa a mdia,

    em relevo plano e suave ondulado, derivados de arenitos da Formao Au e Ver-

    tissolos, em relevo plano, derivados de calcrios da Formao Jandara. Os pro-

    cessos de escoamento que ocorrem neste geossistema so difusos e concentrados.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos regulares com declive de 0 a 5%, contendo Cambissolos eutrfi-

    cos, textura argilosa, sob a ao de processos de escoamento difuso e infiltrao.

    Vulnerabilidade natural fraca.

    b

    Plano retocado por drenagem de primeira ordem com declives de 0 a 5%,

    contendo solos Podzlicos Vermelho-Amarelos distrficos, textura areno-

    sa/mdia, sob ao de processos de escoamento difuso e infiltrao. Vulnerabili-

    dade natural moderada.

    c

    Rampas com incipiente dissecao e declives de 0 a 6%, contendo Vertis-

    solos, sob ao de processos de escoamento difuso e localmente concentrado.

    Vulnerabilidade natural moderada.

    A Chapada do Apodi define um agrupamento formado pelos municpios de

    Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Quixer, Tabuleiro do Norte, Potiretama e Alto

    Santo.

    IV - Plancie do Jaguaribe

    Este geossistema engloba as reas de acumulao fluvial mais expressivas e,

    com certa continuidade, acompanhando os cursos dos principais rios da bacia do rio

    Jaguaribe, neste caso o prprio Jaguaribe, o Banabui e o Salgado.

    Estende-se deste o litoral at aproximadamente o centro da rea, com largura

    varivel, atingindo amplitude mxima em torno de 14 km. As altitudes variam de 0

    a cerca de 200 m e sua distribuio espacial de 1.930,66 km.

    Tratam-se de depsitos holocnicos que ocorrem nos leitos dos rios, reco-

    brindo rochas pr-cambrianas, mesozicas e cenozicas. So areias finas a grossei-

    ras, cascalhos e argilas com matria orgnica em decomposio, formando as plan-

  • cies e os terraos fluviais. De espessura varivel, em alguns locais, onde o material

    existe em pouca quantidade, chega a expor o substrato rochoso.

    Os pontos de maior largura exibem marcas de paleodrenagens, diques mar-

    ginais, alm de marcas de sulcamento e desbarracamento nas margens. A cobertura

    vegetal dominante Savana Estpica (Caatinga), sendo intensa a presena de gran-

    des carnaubais. Os solos predominantes so Aluviais eutrficos, com argila de ati-

    vidade alta e textura indiscriminada, Vertissolos, Planossolos Soldicos e Solonetz

    Solodizados, todos desenvolvidos a partir de sedimentos fluviais. Na foz, relacio-

    nados a depsitos flvio-marinhos, ocorrem solos cuja gnese est relacionada

    alta concentrao de sdio no ambiente, que so os Solonchak Sdicos e Solos In-

    discriminados de Mangues.

    Por sua fertilidade e disponibilidade de gua este geossistema intensa-

    mente utilizado, sendo elevada a densidade demogrfica nas suas proximidades.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Plancies e terraos com diques marginais e marcas de paleodrenagens,

    contendo Solos Aluviais eutrficos, textura indiscriminada, e subordinadamente

    Vertissolos, Planossolos Soldicos e Solonetz Solodizado sob a ao de proces-

    sos de acumulao e eroso por escoamento concentrado com desbarrancamento

    das margens cncavas. Vulnerabilidade natural muito forte.

    b

    Plancies flvio-marinhas contendo Solonchak Sdico, textura indiscri-

    minada, e Solos Indiscriminados de Mangues, colonizadas por vegetao mari-

    nha de restinga arbustiva. Resulta dos processos de acumulao fluvial e mari-

    nha, sujeito a inundaes peridicas. Vulnerabilidade natural extremamente for-

    te.

    A Plancie do Jaguaribe define um agrupamento que inclui total ou parcial-

    mente os municpios de Aracati, Itaiaba, Jaguaruana, Alto Santo, Limoeiro do

    Norte, Morada Nova, Quixer, Russas, So Joo do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte,

    Jaguaretama, Jaguaribara, Jaguaribe, Ic, Iguatu e Quixel.

  • V - Depresso Sertaneja

    Situada na poro centro-norte da bacia ocupa uma extenso de 22.596,65

    km e uma altitude de at 300 m. Circunda os compartimentos mais elevados da

    rea, o que denota o seu carter de depresso perifrica.

    Caracteriza-se por apresentar uma topografia dominantemente plana com

    pequenos setores apresentando uma dissecao incipiente traduzidos por colinas e

    cristas. Elaborada em rochas do embasamento cristalino tais como migmatitos,

    metassedimentos, ncleos granitides, etc., por ao dos processos de intemperis-

    mo, e remoo dos detritos por escoamento difuso e concentrado. Observa-se o

    efeito da eroso seletiva configurado por relevos residuais (inselbergs) distribudos

    isoladamente ou formando grupamentos a exemplo das Serras Residuais. Os solos,

    em geral, so pouco espessos, pedregosos e desenvolvidos a partir da alterao de

    rochas do embasamento cristalino. Predominam Solos Litlicos de textura arenosa

    e mdia, Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, Planossolos Soldicos, argila

    de atividade alta e baixa e textura arenosa/mdia e Podzlicos Vermelho-Amarelos,

    argila de atividade baixa textura mdia/argilosa.

    As condies de semi-aridez tendem a assumir maior expressividade, o que

    se evidencia pela espessura mnima das alteraes e pelo recobrimento generaliza-

    do da superfcie por material pedregoso.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos retocados com declives de 0 a 7%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos textura arenosa/mdia, sob ao de pro-

    cessos de escoamento difuso e infiltrao. Vulnerabilidade natural fraca.

    b

    Rampas suavemente dissecadas em lombas com declives de 3 a 8%,

    contendo solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura m-

    dia/argilosa, sob a ao de processos de escoamento concentrado e difuso.

    Vulnerabilidade natural fraca.

    c

    Planos retocados com declives de 2 a 8% contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob ao de

    processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade natural fraca.

  • d

    Rampas suavemente dissecadas em lombas com declives de 0 a 8%,

    contendo solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura m-

    dio/argilosa, sob a ao de processos de escoamento semiconcentrado e

    difuso. Vulnerabilidade natural fraca.

    e

    Colinas amplas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de

    processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    f

    Cristas com declives de 15 a 45%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de proces-

    sos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural forte.

    g

    Plano retocado com declives de 1 a 6%, contendo Planossolos So-

    ldicos, textura arenosa/mdia, sob a ao de processos de escoamento

    difuso. Vulnerabilidade natural forte.

    h

    Rampas dissecadas em lombas com declives de 2 a 8%, contendo

    Planossolos Soldicos, textura arenosa/mdia, sob a ao de processos de

    escoamento difuso e concentrado. Vulnerabilidade natural forte.

    i

    Depresso com declives de 0 a 4%, contendo Planossolos Soldicos

    vrticos derivados de dioritos, textura arenosa/mdia e argilosa, sob a ao

    de processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade natural forte.

    j

    Cristas com declives de 20 a 75%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, sob ao de processos de escoamento con-

    centrado. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    k

    Superfcies colinosas com declives de 5 a 20%, contendo solos

    Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, sob a ao de processos de

    escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    l

    Superfcies colinosas pedregosas com declives de 4 a 20%, conten-

    do Solos Litlicos eutrficos, textura arenosa e mdia, com freqentes in-

    tercalaes de afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoa-

    mento concentrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    m

    Planos retocados compondo extensas lombas, com freqentes inter-

    calaes de afloramentos rochosos, com declives de 3 a 15%, contendo

    Solos Litlicos eutrficos, pedregosos, textura arenosa e mdia, associados

    a Solonetz Solodizados, submetidos a processos de escoamento difuso e

  • concentrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    n

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo Solos Li-

    tlicos, textura arenosa e mdia, pedregosa, com freqentes intercalaes

    de afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoamento concen-

    trado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    o

    Colinas com declives de 20 a 45%, com Solos Litlicos eutrficos,

    textura mdia e arenosa, pedregosos, com freqentes intercalaes de aflo-

    ramentos rochosos, submetidos a processos de escoamento concentrado.

    Vulnerabilidade natural muito forte.

    p

    Planos retocados com declives de 0 a 8%, contendo Regossolos eu-

    trficos, com freqentes intercalaes de afloramentos rochosos, submeti-

    dos a processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade natural moderada.

    q

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo solos

    Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, associados a Solos Litlicos,

    submetidos a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natu-

    ral forte.

    r

    Plano dissecados em lombas com declives de 1 a 8%, contendo so-

    los Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, pedregosos e localmente

    vrticos, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade

    natural moderada.

    s

    Planos dissecados com declives de 0 a 8%, contendo Solonetz So-

    lodizados, associados a Planossolos Soldicos, submetidos a processos de

    escoamento difuso. Vulnerabilidade natural forte.

    t

    Planos dissecados com declives de 0 a 8%, contendo solos Bruno

    No Clcicos, textura mdia/argilosa, localmente vrticos e com horizonte

    C carbontico, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabili-

    dade natural moderada.

    u

    Planos retocados com declives de 0 a 3%, contendo Vertissolos, as-

    sociados a Solonetz Solodizado e Solos Litlicos, submetidos ao de

    processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade natural fraca.

    v

    Planos retocados com declives de 0 a 3%, contendo Solonetz Solo-

    dizado, textura arenosa/mdia e argilosa, submetidos a processos de esco-

    amento difuso. Vulnerabilidade natural forte.

  • w

    Planos retocados pedregosos, com declives de 0 a 8%, contendo

    Planossolos Soldicos, textura arenosa/mdia e argilosa, associados a Solos

    Litlicos e Bruno No Clcicos, submetidos a processos de escoamento

    difuso. Vulnerabilidade natural forte.

    A Depresso Sertaneja define um agrupamento de municpios dos mais ex-

    tensos da bacia do Jaguaribe, composto total ou parcialmente por: Itatira, Monse-

    nhor Tabosa, Banabui, Boa Viagem, Madalena, Quixad, Quixeramobim, Acopia-

    ra, Deputado Irapuan Pinheiro, Milh, Piquet Carneiro, Senador Pompeu, Solon-

    pole, Alto Santo, Ibicuitinga, Limoeiro do Norte, Morada Nova, So Joo do Jagua-

    ribe, Tabuleiro do Norte, Jaguaretama, Jaguaribara, Jaguaribe, Erer, Iracema, Pe-

    reiro, Potiretama, Cedro, Ic, Ors, Quixel, Baixio, Ipaumirim, Lavras da Manga-

    beira e Umari. Quixad, Quixeramobim, Limoeiro do Norte e Ic.

    VI - Serras Residuais

    Localizadas predominantemente na poro noroeste da bacia, ocupando uma

    rea de 1.190 km, compem-se de relevo montanhoso compartimentado em blo-

    cos isolados com altitude mdia de 500 m, que se destacam na superfcie plana da

    Depresso Sertaneja.

    Constitudas por rochas metassedimentares, migmatitos e ncleos graniti-

    des, submetidos a processos de dissecao diferencial, onde ocorrem Solos Litli-

    cos de textura arenosa. Contm reas favorveis atividade agrcola por apresenta-

    rem melhores condies edficas e climticas em relao s reas circundantes ou

    desenvolvem-se Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, argila de atividade

    baixa, textura mdia/argilosa.

    Citam-se como principais macios que compem este geossistema a serra de

    Ors e as serras do Machado e das Matas.

    A serra de Ors destaca-se como grande alinhamento de cristas dispostas em

    direo norte-sul, com extenso de 150 km. Apresenta altitudes em torno de 650 m,

    tendo topo muito aguado e vertentes ngremes, seccionadas pelo rios Jaguaribe e

  • Banabui e pelo riacho do Sangue, que abrem grandes boqueires, atualmente bar-

    rados pela construo de audes.

    As serras do Machado e das Matas, localizadas na regio de Itatira, salien-

    tam-se como um conjunto montanhoso dissecado em cristas, dispostas segundo a

    direo preferencial N-S, e escarpas ngremes em vales encaixados em V . Nesse

    conjunto as condies de umidade favorecem o estabelecimento de uma morfog-

    nese qumica e um maior desenvolvimento de solos.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos dissecados em lombas com declives de 3 a 8%, contendo

    solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa,

    associados a Solos Litlicos, submetidos a processos de escoamento semi-

    concentrados. Vulnerabilidade natural fraca.

    b

    Cristas com declives de 15 a 45%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de proces-

    sos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural forte.

    c

    Cristas com declives de 20 a 75%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, sob a ao de processos de escoamento con-

    centrado. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    d

    Colinas amplas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de

    processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    As Serras Residuais definem um agrupamento composto pelos municpios

    de Itatira, Monsenhor Tabosa, Banabui, Boa Viagem, Madalena, Quixad, Quixe-

    ramobim, Solonpole, Jaguaribe e Ors, todos eles includos parcialmente dentro

    deste geossistema.

    VII - Depresso de Iguatu

    Localiza-se na poro centro-oriental da bacia, no contato entre o Planalto

    Sertanejo e a Depresso Sertaneja, ocupando uma rea no-contnua de 778 km

    com altitude mdia de 250 m.

  • Apresenta-se como uma depresso em relao ao Planalto Sertanejo, con-

    fundindo-se altimetricamente com a Depresso Sertaneja, estando em alguns locais

    em nvel inferior a esta.

    O relevo plano em quase toda a extenso, apresentando rampas nos conta-

    tos com outras unidades. Alguns setores apresentam-se ligeiramente dissecados,

    com formas alongadas e nveis mais elevados que o entorno, com drenagem incipi-

    ente pouco aprofundada. Litologicamente se distingue, da base para o topo, por se-

    dimentos imaturos, mal-selecionados, com intercalaes pelticas. Segue-se uma

    sedimentao peltica e camadas fossilferas com restos de peixes, fragmentos s-

    seos e vegetais, arenitos calcferos e nveis carbonticos fossilferos. Os solos pre-

    dominantes so Vertissolos, derivados de sedimentos carbonatados e dos depsitos

    fluviais, e Podzlicos Vermelho-Amarelos, com argila de atividade baixa e textura

    mdia/argilosa, desenvolvidos a partir de pedimentos.

    A vegetao original a Savana Estpica (Caatinga), que foi substituda por

    culturas cclicas, em quase toda a sua extenso, restando apenas ncleos de vegeta-

    o secundria. Em funo da grande atividade agrcola, apresenta-se alta a densi-

    dade demogrfica.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos retocados com declives de 0 a 7%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura arenosa/mdia, sob a ao de

    processos de escoamento difuso e infiltrao. Vulnerabilidade natural mo-

    derada.

    b

    Rampas com dissecao incipiente e declives de 0 a 6%, contendo

    Vertissolos, sob a ao de processos de escoamento difuso e localmente

    concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    c

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo Bruno

    No Clcicos, textura mdia/argilosa, associados a Solos Litlicos, subme-

    tidos a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural for-

    te.

  • A Depresso de Iguatu define um agrupamento composto pelos municpios

    de Iguatu, Jaguaribe, Ic, Ors e Quixel com reas total ou parcialmente nela in-

    cludas.

    VIII - Planalto Sertanejo

    Situado na poro centro-sul da bacia, dispe-se de forma semicircular, bor-

    dejando a Chapada do Araripe e a Serra Grande, e circundado pela Depresso

    Sertaneja. Ocupa uma rea de 25.823 km, com predominncia de cotas de 350 m.

    Caracteriza-se por uma intensa dissecao do relevo resultando em cristas e colinas

    dispostas, geralmente, seguindo uma direo preferencial SO-NE e S-N. Trata-se

    de uma rea com um quadro estrutural de lineamentos que representam zonas de

    falha, onde grandes falhamentos atingem ortogonalmente a costa e se refletem no

    relevo atravs de extensos alinhamentos de cristas, geralmente paralelas entre si,

    algumas semi-circulares, outras retilneas intercaladas por reas deprimidas colino-

    sas. Estes relevos esto entalhados em zonas de intensa migmatizao, predomi-

    nando rochas gnaisse-granito-migmatticas, e subordinadamente rochas metassedi-

    mentares e diques cidos e intermedirios. Nesta unidade ocorrem predominante-

    mente Podzlicos Vermelho-Amarelos, com argila de atividade baixa e textura m-

    dia/argilosa, Solos Litlicos textura arenosa e Bruno No Clcicos textura m-

    dia/argilosa, todos desenvolvidos a partir da alterao de rochas do Complexo Nor-

    destino.

    O Planalto Sertanejo se inclui na categoria de Serras Secas submetidas s

    deficincias hdricas tpicas de clima semi-rido que condicionam o revestimento

    da superfcie por vegetao de Savana Estpica (Caatinga).

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Cristas com declives de 15 a 45%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de proces-

    sos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural forte.

    b

    Colinas amplas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de

  • processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    c

    Cristas com declives de 20 a 75%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, sob a ao de processos de escoamento con-

    centrado. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    d

    Superfcies colinosas com declives de 4 a 20%, contendo Solos Li-

    tlicos eutrficos, textura arenosa a mdia, com freqentes intercalaes de

    afloramentos rochosos, submetidas ao de processos de escoamento

    concentrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    e

    Colinas com declives de 20 a 45%, contendo Solos Litlicos eutr-

    ficos, textura mdia e arenosa, pedregosos, com freqentes intercalaes de

    afloramentos rochosos, submetidos a processos de escoamento concentra-

    do. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    f

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo Solos Li-

    tlicos, textura arenosa e mdia, pedregosos, com freqentes intercalaes

    de afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoamento concen-

    trado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    g

    Colinas com declives de 3 a 20%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, pedregosos, com freqentes intercalaes de

    afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoamento concentra-

    do. Vulnerabilidade natural muito forte.

    h

    Superfcies colinosas com declives de 5 a 20%, contendo solos

    Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, localmente vrticos, sob a

    ao de processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural

    forte.

    i

    Planos dissecados em lombas com declives de 1 a 8%, contendo

    solos Bruno No Clcicos, textura mdia/ argilosa, pedregosos e local-

    mente vrticos, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabili-

    dade natural moderada.

    j

    Planos dissecados com declives de 0 a 8%, contendo solos Bruno

    No Clcicos, textura mdia/argilosa, localmente vrticos, com horizonte C

    carbontico, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabilida-

    de natural moderada.

    Cristas com declives de 8 a 45%, contendo solos Bruno No Clci-

  • k cos, localmente pedregosos e vrticos, submetidos a processos de escoa-

    mento concentrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    l

    Plancie e terraos contendo Solos Aluviais eutrficos, textura in-

    discriminada e, subordinadamente, Vertissolos, Planossolos Soldicos,

    Solonetz Solodizado, sob a ao de processos de acumulao e eroso por

    escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    m

    Superfcies colinosas, modelados em calcrios metamrficos, com

    declives de 3 a 20%, contendo Terra Roxa Estruturada Similar eutrfica,

    textura argilosa, submetidas a processos de escoamento semiconcentrado e

    infiltrao. Vulnerabilidade natural forte.

    n

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo solos

    Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, associados a Solos Litlicos,

    submetidos a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natu-

    ral forte.

    o

    Colinas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa cascalhenta, submetidos

    a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    p

    Planos com declives de 0 a 5%, inumados por coberturas areno-

    argilosas, onde desenvolvem-se Latossolos Amarelos licos, textura mdia

    e argilosa, submetidos a processos de infiltrao e escoamento difuso. Vul-

    nerabilidade natural muito fraca.

    q

    Cristas com declives de 20 a 75%, contendo solos Brunizm Aver-

    melhado, textura mdia/argilosa fase erodida, associados a Solos Litlicos,

    submetidas a processos de escoamento concentrado e eroso. Vulnerabili-

    dade natural muito forte.

    r

    Plano retocado com declives de 1 a 6%, contendo Planossolos So-

    ldicos, textura arenosa/mdia, sob a ao de processos de escoamento

    difuso. Vulnerabilidade natural forte.

    s

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo solos

    Bruno No Clcicos, textura arenosa/mdia, associados a Solos Litlicos

    submetidos a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natu-

    ral forte.

    Plano dissecado com declives de 3 a 8%, contendo solos Brunizm

  • t Avermelhado, textura mdia/argilosa, fase erodida, associados a Solos Li-

    tlicos, submetidos a processos de escoamento semiconcentrado. Vulnera-

    bilidade natural moderada.

    u

    Colinas com declives de 5 a 20%, contendo solos Brunizm Aver-

    melhado, textura mdia/argilosa, fase erodida, associados a Solos Litlicos,

    submetidas a processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natu-

    ral forte.

    v

    Cristas com declives de 5 a 20%, modeladas em calcrio contendo

    Terra Roxa Estruturada similar eutrfica, textura argilosa, submetidos a

    processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural forte.

    O Planalto Sertanejo constitui um agrupamento formado pelos municpios de

    Boa Viagem, Quixeremobim, Aiuaba, Arneiroz, Catarina, Saboeiro, Tau, Acopia-

    ra, Mombaa, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Senador Pompeu, Ors, Antonina do

    Norte, Caris, Jucs, Tarrafas, Vrzea Alegre, Ipaumirim, Lavras da Mangabeira,

    Assar, Campos Sales, Potengi, Altaneira, Caririau, Farias Brito, Granjeiro, Auro-

    ra, Barro, Mauriti, Crato, Jardim, Juazeiro do Norte, Misso Velha, Nova Olinda,

    Porteiras, Santana do Cariri, Brejo Santo, Jati, Milagres e Penaforte. Estes munic-

    pios esto includos neste geossistema de maneira total ou parcial.

    IX - Depresso de Tau

    Localizada na poro oeste da bacia, ocupa uma extenso de 5.365 km e

    possui uma altitude mdia de 200 a 250 m.

    Caracterizada por feies planas irregulares, com dissecao incipiente mo-

    delada sobre o embasamento cristalino, ali representado por migmatitos, granitos,

    gnaisses e xistos alm de sedimentos da bacia do rio Juc. Configuram solos fre-

    qentemente pouco espessos e pedregosos, representados por Bruno No Clcicos e

    Podzlicos Vermelho-Amarelos, ambos eutrficos e textura mdia/argilosa.

    Alguns setores exibem cristas e colinas resultantes da dissecao mais efeti-

    va e de um controle estrutural marcante. Os solos so rasos, pedregosos, com textu-

    ra arenosa (Solos Litlicos), intercalados por freqentes afloramentos de rochas.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

  • a

    Planos dissecados em lombas com declives de 1 a 8%, contendo

    solos Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, pedregosos e localmente

    vrticos, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade

    natural moderada.

    b

    Colinas amplas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob ao de

    processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    c

    Colinas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, rasos, localmente abruptos, texturas m-

    dia/argilosa sob ao de processos de escoamento concentrado. Vulnerabi-

    lidade natural moderada.

    d

    Planos dissecados em lombas com declives de 0 a 8%, contendo

    solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa,

    associados a Solos Litlicos, submetidos a processos de escoamento semi-

    concentrado. Vulnerabilidade natural fraca.

    e

    Planos retocados pedregosos com declives de 0 a 8%, contendo

    Planossolos Soldicos, textura arenosa/mdia e argilosa, associados a Solos

    Litlicos e Bruno No Clcicos, submetidos a processos de escoamento

    difuso. Vulnerabilidade natural forte.

    f

    Cristas com declives de 8 a 45%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, pedregosos, com freqentes intercalaes de

    afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoamento concentra-

    do. Vulnerabilidade natural muito forte.

    g

    Superfcies colinosas com declives de 4 a 20%, contendo Solos Li-

    tlicos eutrficos, textura arenosa e mdia, com freqentes intercalaes de

    afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoamento concentra-

    do. Vulnerabilidade natural muito forte.

    h

    Colinas com declives de 3 a 20%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, pedregosos, textura arenosa e mdia, submetidos a processos de esco-

    amento concentrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    i

    Superfcies colinosas com declives de 3 a 20%, contendo Solos Li-

    tlicos, textura arenosa e mdia, pedregosos, com freqentes intercalaes

  • de afloramentos rochosos, sob ao de processos de escoamento semicon-

    centrado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    A Depresso de Tau constitui um agrupamento formado pelos municpios

    de Arneiroz e Parambu centralizados por Tau, que o centro urbano de maior hie-

    rarquia regional.

    X - Serra Grande

    Situa-se na poro ocidental da rea numa disposio norte-sul, ocupando

    uma extenso de 938 km e altitudes de 600 a 900 m.

    A Serra Grande apresenta uma morfologia dissimtrica condicionada por

    estruturas monoclinais evidenciada por escarpamento abrupto disposto longitudi-

    nalmente, enquanto no sentido oposto o caimento topogrfico suave ressaltado

    por extensas rampas. Estas so modeladas em rochas sedimentares, onde desenvol-

    vem-se Latossolos Amarelos licos, textura mdia, muito profundos, bem drenados,

    submetidos a processos de infiltrao e escoamentro difuso. Na escarpa h uma

    predominncia da morfognese com atuao intensa dos processos de escoamento

    concentrado, onde ocorrem solos pouco desenvolvidos, rasos, eutrficos, de textura

    arenosa (Solos Litlicos).

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos com declives de 0 a 5%, inumados por coberturas areno-

    argilosas, onde desenvolvem-se Latossolos Amarelos licos, textura mdia

    a argilosa, submetidos a processos de infiltrao e escoamento difuso. Vul-

    nerabilidade natural muito forte.

    b

    Cristas com declives de 20 a 45%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, pedregosos, com freqentes intercalaes de

    afloramentos rochosos, sob a ao de processos de escoamento concentra-

    do. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    A Serra Grande constitui agrupamento que inclui parcialmente os munic-

    pios de Aiuaba e Parambu, e limita-se com o Estado do Piau.

  • XI - Patamar de Campos Sales

    Situa-se na poro sudeste da alta bacia do rio Jaguaribe e ocupa uma exten-

    so territorial de 1.514 km, em nveis altimtricos mdios de 500 m.

    O Patamar de Campos Sales apresenta-se como um grande aplainamento,

    com incises de drenagens bem fracas entremeado por colinas de encostas bem

    suaves e retilinizadas, muito se assemelhando aos planos, com extensas e profundas

    coberturas de origem coluvial e eluvial, onde desenvolvem-se Latossolos Verme-

    lho-Amarelos distrficos de textura mdia/argilosa. O setor norte da unidade for-

    mado por extensas lombadas, modeladas sobre uma associao de rochas polime-

    tamrficas gnaisse-granito-migmattica com intercalaes de metabasitos, quartzi-

    tos e calcrios metamrficos, dos quais derivam Podzlicos Vermelho-Amarelos

    eutrficos, argila de atividade baixa, e Brunos No Clcicos, ambos com textura

    mdia/argilosa. A vegetao a Savana Estpica (Caatinga), quase toda secund-

    ria.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos retocados com declives de 0 a 8%, inumados por coberturas

    areno-argilosas, onde desenvolvem-se Latossolos Amarelos licos e distr-

    ficos, textura mdia, submetidos a processos de infiltrao e escoamento

    difuso. Vulnerabilidade natural muito fraca.

    b

    Planos com declives de 0 a 5%, inumados por coberturas areno-

    argilosas, onde desenvolvem-se Latossolos Amarelos licos, textura mdia

    e argilosa, submetidos a processos de infiltrao e escoamento difuso. Vul-

    nerabilidade natural muito fraca.

    c

    Planos retocados em declives de 3 a 8%, onde ocorrem solos Po-

    dzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, pedregosos, textura m-

    dia/argilosa, associados a Bruno No Clcicos, submetidos a processos de

    escoamento difuso. Vulnerabilidade natural fraca.

    d

    Planos dissecados com declives de 3 a 8%, onde ocorrem solos Po-

    dzlicos Vermelho-Amarelos abrpticos, textura arenosa/argilosa, associa-

    dos a Solos Litlicos, submetidos a processos de escoamento difuso e se-

  • miconcentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    e

    Planos dissecados em lombas com declives de 0 a 8%, contendo

    solos Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, pedregosos e localmente

    vrticos, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade

    natural moderada.

    f

    Cristas com declives de 20 a 75%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, sob a ao de processos de escoamento con-

    centrado. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    O Patamar de Campos Sales constitui um agrupamento que inclui os munic-

    pios de Aiuaba, Araripe, Assar, Campos Sales, Potengi e Salitre.

    XII - Tabuleiro de So Jos do Belmonte

    Situado no extremo sul da bacia, ocupando uma extenso de 266 km com

    altitude mdia de 500 m, compe um dos menores geossistemas em anlise, pro-

    longando-se em direo ao sul.

    Caracteriza-se por feies planas modeladas em arenitos grosseiros e con-

    glomerados, imaturos, com sedimentos silicificados na base, onde desenvolvem-se

    solos Bruno No Clcicos com textura mdia/argilosa e Areias Quartzosas distrfi-

    cas, sobre os quais atuam processos de infiltrao e de escoamento difuso.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos dissecados com declives de 0 a 8%, contendo solos Bruno

    No Clcicos, textura mdia/argilosa, localmente vrticos, com horizonte C

    carbontico, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabilida-

    de natural moderada.

    b

    Planos rampeados retocados por drenagem incipiente, com declives

    de 0 a 3%, contendo Areias Quartzosas distrficas, submetidos ao de

    processos de infiltrao. Vulnerabilidade natural forte.

  • O Tabuleiro de So Jos do Belmonte define um agrupamento que inclui

    parte dos municpios de Jati e Penaforte, j na divisa com os municpios pernambu-

    canos.

    reas de Tenso Ecolgica

    Estas formaes vegetais caracterizam-se por apresentar floras indiferencia-

    das que se interpenetram sob forma de encrave e ectono, submetidas a condies

    climticas submidas, com isoietas anuais que oscilam de 700 a 1.200 mm, com de-

    ficincia hdrica de 6 a 9 meses.

    As reas de tenso ecolgica so representadas por contatos entre Savana

    Estpica/Floresta Estacional. Localizam-se em reas onde fatores edficos e dispo-

    nibilidade hdrica permitiram o desenvolvimento de floresta no interior de Savana

    Estpica. frequente a ocorrncia das seguintes espcies: aroeira (Astronium urun-

    deuva (Fr. Allemo) Engler), brana (Schinopsis brasiliensis Engler), jatob

    (Hymenaea courbaril L.), pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul.), jacarand

    (Machaerium acutifolium Vog.), mangabeira (Hancornia speciosa Gomez), angico-

    de-bezerro (Piptadenia moniliformis Benth.), sucupira (Bowdichia virgilinoides

    H.B.K.) e corao-de-negro (Dalbergia cearensis Ducke).

    A maior concentrao desta fisionomia vegetal est situada nas unidades ge-

    oambientais da Serra do Pereiro, Depresso do Cariri e Chapada do Araripe. As

    atividades antrpicas nesta regio vm ampliando as reas de Tenso Ecolgica,

    com avano de espcies de maior rusticidade.

    XIII - Serra do Pereiro

    Localizada na margem direita do rio Jaguaribe, a leste do aude de Ors, si-

    tua-se num nvel de 600m e abrange uma extenso territorial de 1.802 km.

    Trata-se de um conjunto de serras, talhadas em rochas parametamrficas

    com quartzitos, xistos, filitos e gnaisses, intercalaes de calcrios metamrficos,

    granitos finos a grosseiros, anatticos e dioritos, cuja variao se traduz de maneira

    clara nas feies morfolgicas. Observa-se que, na parte central, as rochas granti-

    cas oferecem maior resistncia eroso, preservando um relevo menos movimenta-

  • do, onde ocorrem Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura m-

    dia/argilosa, e Bruno No Clcicos de textura mdia/argilosa. Nas zonas gnissicas

    ocorre uma dissecao traduzida por relevos de cristas e colinas. A vegetao de

    Savana Estpica (Caatinga) praticamente coloniza toda a vertente onde os solos so

    pouco espessos de textura arenosa (Solos Litlicos eutrficos). medida que se

    atinge o topo, o clima ameniza, dando ensejo ao aparecimento de mata, hoje prati-

    camente substituda pela agricultura.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Rampas suavemente dissecadas em lombas com declives de 0 a 8%,

    contendo solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura m-

    dia/argilosa, sob a ao de processos de escoamento semiconcentrado e

    difuso. Vulnerabilidade natural fraca.

    b

    Colinas amplas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob a ao de

    processos de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    c

    Cristas com declives de 15 a 45%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, sob ao de processos

    de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural forte.

    d

    Cristas com declives de 20 a 75%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, sob a ao de processos de escoamento con-

    centrado. Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    e

    Planos dissecados em lombas com declives de 1 a 8%, contendo

    solos Bruno No Clcicos, textura mdia/argilosa, pedregosos, e local-

    mente vrticos, submetidos a processos de escoamento difuso. Vulnerabili-

    dade natural moderada.

    f

    Planos retocados com declives de 0 a 8%, contendo solos Bruno

    No Clcicos, localmente pedregosos, textura mdia/argilosa, submetidos a

    processos de escoamento difuso. Vulnerabilidade natural moderada.

  • A Serra do Pereiro define um agrupamento que engloba de forma parcial ou

    total os municpios de Alto Santo, Erer, Iracema, Ic, Jaguaribara, Pereiro, Poti-

    retama e Umari.

    XIV - Depresso do Cariri

    Localiza-se na poro sudeste da rea, bordejando a Chapada do Araripe.

    Situa-se em nvel altimtrico de 450m, ocupando uma extenso territorial de 2.442

    km

    caracterizada por extensos planos modelados em rochas sedimentares

    como conglomerados, arenitos, filitos calcferos e fossilferos, folhelho betuminoso

    e ocorrncias localizadas de granodioritos e sedimentos aluviais, onde se desenvol-

    vem principalmente Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura areno-

    sa/mdia, relacionados a pedimentos, e Vertissolos relacionados a pelitos calcfe-

    ros, cobertos por Floresta Estacional.

    A ocorrncia de inmeras nascentes neste sistema deram origem a um dos

    mais tpicos brejos de p de serra do nordeste brasileiro. A regio do Cariri apre-

    senta condies ambientais muito favorveis sob o ponto de vista hdrico e pedol-

    gico, o que favorece um desenvolvimento agrcola intenso e uma grande concentra-

    o populacional.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos dissecados com declives de 0 a 8%, contendo solos Podzli-

    cos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura arenosa/mdia, submetidos a

    processos de escoamento difuso e infiltrao. Vulnerabilidade natural mo-

    derada.

    b

    Planos rampeados retocados por drenagens incipientes, com decli-

    vidade de 0 a 3%, contendo Areias Quartzosas distrficas, submetidos

    ao de processos de infiltrao. Vulnerabilidade natural forte.

    c

    Rampas com incipiente dissecao e declives de 0 a 6%, contendo

    Vertissolos, sob ao de processos de escoamento difuso e localmente con-

    centrado. Vulnerabilidade natural moderada.

  • d

    Planos dissecados em lombas com declives de 0 a 8%, contendo

    solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa,

    associados a Solos Litlicos, submetidos a processos de escoamento semi-

    concentrados. Vulnerabilidade natural fraca.

    e

    Plancies com Solos Aluviais eutrficos, textura indiscriminada,

    submetidos a processos de acumulao e eroso por escoamento concen-

    trado. Vulnerabilidade natural muito forte.

    f

    Planos retocados com declives de 0 a 8%, inumados por coberturas

    areno-argilosas, onde desenvolvem-se Latossolos Amarelos licos e distr-

    ficos, textura mdia, submetidos a processos de infiltrao e escoamento

    difuso. Vulnerabilidade natural muito fraca.

    A Depresso do Cariri define um agrupamento que engloba dez municpios

    localizados em reas midas e frteis do serto. Abaiara, Barbalha, Crato, Brejo

    Santo, Juazeiro do Norte, Misso Velha, Milagres, Mauriti, Jati e Penaforte.

    XV - Chapada do Araripe

    Localizada na poro sul da rea, prolonga-se consideravelmente em direo

    ao Estado de Pernambuco, fora dos limites da bacia. Situa-se num nvel de 800m e

    abrange uma extenso territorial de 3.786 km.

    A Chapada do Araripe caracterizada por topo plano, conservado, onde des-

    envolvem-se Latossolos Vermelho-Amarelos licos de textura argilosa, limitado em

    toda a sua extenso por escarpas erosivas onde ocorrem solos eutrficos pouco des-

    envolvidos, de textura mdia (Solos Litlicos). Litologicamente constituda por

    rochas sedimentares de idade cretcea, contendo fcies carbonatada, intercalaes

    de margas, siltitos calcferos, argilito carbonoso, folhelhos betuminosos calcticos,

    calcarenitos fossilferos e, prximo ao topo, folhelho com concrees calcrias de

    maior significado fossilfero. Todo esse conjunto mergulha suavemente em direo

    norte e leste, o que possibilita a ocorrncia de inmeras nascentes responsveis pela

    presena dos brejos de p-de-serra , evidenciados na regio do Cariri Cearense. A

    vegetao de Savana (Cerrado) no topo, enquanto nas vertentes voltadas para o

    Cariri a vegetao de mata prevalece.

  • A drenagem superficial inexpressiva, atestando a elevada porosidade e

    permeabilidade das rochas. O armazenamento de gua feito em pequenas depres-

    ses circulares com fundo impermeabilizado, conhecidos regionalmente por barrei-

    ros.

    Os principais atributos das geofcies que integram esta unidade esto des-

    critos no quadro abaixo.

    a

    Planos com declives de 0 a 5%, inumados por coberturas areno-

    argilosas, onde desenvolvem-se Latossolos Amarelos licos, textura mdia

    e argilosa, submetidos a processos de infiltrao e escoamento difuso. Vul-

    nerabilidade natural muito fraca.

    b

    Colinas com declives de 3 a 20%, contendo solos Podzlicos Ver-

    melho-Amarelos eutrficos, textura mdia/argilosa, submetidos a processos

    de escoamento concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    c

    Cristas com declives de 20 a75%, contendo Solos Litlicos eutrfi-

    cos, textura arenosa e mdia, sob a ao de processos de escoamento con-

    centrado.

    Vulnerabilidade natural extremamente forte.

    d

    Rampas com incipiente dissecao e declives de 0 a 6%, contendo

    Vertissolos, sob a ao de processos de escoamento difuso e localmente

    concentrado. Vulnerabilidade natural moderada.

    e

    Planos dissecados com declives de 3 a 15%, contendo Latossolos

    Vermelho-Amarelos distrficos, textura mdia e argilosa, submetidos a

    processos de escoamento semiconcentrado e infiltrao. Vulnerabilidade

    natural muito fraca.

    f

    Rampas suavemente dissecadas em lombas com declives de 0 a 8%,

    contendo solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, textura m-

    dia/argilosa, sob a ao de processos de escoamento semiconcentrado e

    difuso. Vulnerabilidade natural fraca.

    A Chapada do Araripe define um agrupamento que engloba parte dos muni-

    cpios de Araripe, Jardim, Nova Olinda, Porteiras e Santana do Cariri.

  • 5. SCIO - ECONOMIA

    5.1. Demografia e Urbanizao

    A bacia do Rio Jaguaribe apresenta aspectos demogrficos caractersticos de

    regies subdesenvolvidas com elevados ndices de crescimento demogrfico, que

    atinge a base da pirmide econmica.

    A populao da bacia, que em 1980 era de 1.968.800 habitantes, atinge em

    1991 2.029.422 habitantes (Tab. 1), o que representa um aumento de 3,08% na on-

    zena, indicando um crescimento populacional anual de 0,28% (Tab.2 e Figs. 4 e 5).

    No perodo de 1991 para 1996, a populao aumentou para 2.064.535 habitantes, o

    que corresponde a um crescimento de 1,73% no perodo intercensitrio, equivalendo

    a um crescimento anual de 0,35%.

    Segundo dados da contagem populacional, de 1996, os municpios de Juazei-

    ro do Norte e Crato apresentam as populaes mais expressivas da bacia, alcanan-

    do em Juazeiro do Norte 186.490 habitantes e Crato 95.322 habitantes, seguidos de

    Iguatu e Quixad com 78.230 e 64.356 habitantes, respectivamente.

    A densidade populacional, que em 1980 era de 26,01 hab/km2, em 1991 au-

    menta para 26,82 e, em 1996, atinge a 27,8 hab/km2. O municpio de Juazeiro do

    Norte, onde se

    encontra o principal centro urbano da bacia, apresenta uma densidade demogrfica

    de 851,55 hab/km2 em 1996, enquanto o municpio de Crato apresenta 92,91

    hab/km2. J Iguatu e Quixad apresentam, respectivamente, densidade demogrfica

    de 107,45 e 23,0 hab/km2.

    A taxa de urbanizao da bacia do Jaguaribe apresenta-se da ordem de 433

    para o perodo 1980/1991.

    Ao avaliar-se a populao por situao de domiclio observa-se que, em

    1980, a populao da bacia apresentava-se predominantemente rural, com

    1.261.523 habitantes, abrigando 66,33% do total de populao. Em 1991, ainda h o

    predomnio da populao rural em detrimento da populao urbana, apesar de ter

    havido um decrscimo da rural, que neste perodo chega a 1.045.808 habitantes, o

    que representa 51,53% do total populacional da bacia. (Tab.3 e Fig.6).

  • 5.2. Populao Economicamente Ativa

    A PEA na bacia do rio Jaguaribe apresenta-se concentrada em sua grande

    maioria no setor primrio da economia. No ano de 1970, apenas alguns municpios

    apresentavam menos de 50% da PEA no setor primrio da economia, a exemplo de

    Aracati e Crato. O municpio de Juazeiro do Norte o nico que j na dcada de 70

    se caracterizava com PEA concentrada no setor tercirio da economia.

    Em 1980 h um ligeiro decrscimo dessa populao no setor primrio e um

    aumento da PEA nos setores secundrio e tercirio, com um aumento mais signifi-

    cativo no setor tercirio. O municpio de Juazeiro do Norte, que j na dcada de 70

    apresentava concentrao no setor tercirio, em 1980 apresenta 58% da PEA neste

    setor (Tab. 4).

    Na dcada de 90 continua o crescimento da PEA concentrada no setor terci-

    rio de economia. Este fato deve-se ao crescimento dos centros urbanos e dificul-

    dade de fixao do homem no campo.

    5.3. Hierarquia dos Centros Urbanos

    Os municpios que compem a bacia do rio Jaguaribe hierarquicamente apre-

    sentam-se subordinados ao Centro Metropolitano de Fortaleza. Apresentam-se ainda

    em parte sob a regio de influncia de Mossor (Capital Regional de primeiro n-

    vel), Sousa, Cajazeiras e Crates (Centro Sub-Regionais, Fig.7).

    Dentre os municpios que fazem parte da bacia, trs deles apresentam-se hie-

    rarquicamente como Capital Regional: o Complexo Crato/Juazeiro do Norte que

    apresenta-se como Capital Regional de primeiro nvel, e Iguatu com Capital Regio-

    nal de 2 nvel.

    Ao avaliar-se a Estrutura Ocupacional desses centros, encontra-se Iguatu

    apresentando uma estrutura de centro eminentemente tercirio, e o Complexo Cra-

    to/Juazeiro do Norte com estrutura ocupacional de centro tercirio com atividades

    industriais.

    Em posio hierrquica inferior esto os Centros de Zona, que totalizam 16

    em todo o permetro da bacia e encontram-se representados na Fig. 8.

  • 5.4. Saneamento Bsico

    O saneamento bsico compreende o abastecimento de gua, coleta e deposi-

    o de lixo e esgotamento sanitrio. O padro do saneamento de uma regio um

    dos fatores principais na determinao do nvel de sade pblica da populao do

    local.

    A tabela 5 sintetiza a situao do abastecimento de gua na bacia do

    rio Jaguaribe, onde todas as sedes municipais so abastecidas por gua potvel e

    apresentam sistema de abastecimento com ou sem canalizao interna.

    So 430.678 domiclios abastecidos, sendo que, destes, 32,49% apre-

    sentam canalizao interna e 67,50% no apresentam canalizao interna. Estes per-

    centuais indicam uma infra-estrutura ainda deficitria. Dos municpios que com-

    pem a bacia, o de Juazeiro do Norte o que apresenta maior rede de canalizao

    interna.

    A coleta de lixo tambm um servio deficitrio nos centros urbanos.

    Dos 421.648 domiclios pesquisados na bacia do rio Jaguaribe em seus diversos

    municpios, 24,08% tem o seu lixo coletado diretamente, enquanto 49,55% jogam o

    lixo em terrenos baldios, rio, lagos e mar. Outros 4,98% dos domiclios queimam o

    lixo que produzem, e 0,8 enterram o lixo (Tab.6).

    O sistema de esgotamento sanitrio muito deficitrio na bacia do rio

    Jaguaribe, sendo que um grande percentual dos domiclios existentes nos diversos

    municpios da bacia no apresentam qualquer tipo de escoadouro e instalaes sa-

    nitrias (Tab.7). Este item apresenta-se como um dos indicadores da baixa qualidade

    da sade pblica na rea.

    Ao analisar-se os dados do Censo Demogrfico de 1991 constata-se

    que a quase totalidade da bacia no apresenta qualquer tipo de tratamento dos deje-

    tos nem escoadouro de instalao sanitria no domiclio. Dos poucos domiclios que

    apresentam estas instalaes o maior percentual possui fossa rudimentar (Tab.7) e

    fossa sptica sem escoadouro, sendo a maior concentrao no primeiro tipo.

  • 5.5. Estrutura Fundir ia e a Utilizao das ter ras

    A tradio econmica e a poltica de incentivos fiscais consolidaram uma

    estrutura fundiria onde a propriedade e a posse de terra apresentam-se extrema-

    mente concentradas, como pode-se verificar nas tabelas 8 e 9. Aproximadamente

    58,61% das propriedades existentes na bacia eram constitudas por mdulos inferio-

    res a 10ha, o que representa 5% de toda a rea de propriedades da bacia; 37% da

    rea til estava distribuda entre propriedades com mdulos entre 100 e 500 ha, en-

    quanto 29% dessa rea til estavam destinados a propriedades com reas superiores

    a 500 ha. Estas propriedades constituam em torno de 8,16% do nmero de proprie-

    dades existentes, indicando uma grande concentrao de terras e um desequilbrio

    total na estrutura fundiria.

    A anlise dessa estrutura, a nvel dos municpios, revela que a estrutura e

    posse da terra na bacia no foge ao padro usual do Brasil, onde ocorre grande con-

    centrao de terras nas mos de poucos proprietrios e um percentual muito baixo

    distribudo para um grande nmero de produtores.

    Ao analisar-se a utilizao das terras para o ano de 1985 (ltimo censo reali-

    zado pelo IBGE) na bacia, observa-se que toda a rea recenseada, totalizando

    6.264.542 ha (Tab.10), 21,6% era ocupada com lavouras temporrias e permanentes,

    1,2% ocupada com pastagens e 21,7% por matas naturais e plantadas.

  • 6. USO ATUAL DA TERRA

    O estudo de Uso Atual da Terra, dentro do contexto de um diagnstico ambi-

    ental, tem por objetivo fornecer a real situao em que se encontram os ambientes

    naturais, se submetidos ou no ao antrpica. Outrossim, esse estudo d a medida

    do relacionamento homem/meio, principalmente no que tange a seus aspectos eco-

    nmicos e culturais.

    Na bacia do rio Jaguaribe, a principal utilizao do solo est ligada ativida-

    de econmica agrcola (Fig. 9). A pecuria situa-se, de um modo geral, como ativi-

    dade paralela agricultura, excetuando-se algumas reas em que as unidades rurais

    tm no criatrio sua atividade principal. Deve ser ressaltado, contudo, que grandes

    reas de uso imprprio para a agricultura, dentro dos atuais recursos tecnolgicos

    empregados, so utilizadas, de modo extensivo, pela pecuria.

    Agr icultura

    Em vista das duras condies climticas, com estaes secas prolongadas e,

    principalmente, irregularidade do regime de chuvas, a agricultura manteve-se nos

    seus padres de uso tradicionais, como forma de se ajustar ao meio, apreendido ao

    longo da histria de ocupao do territrio, mantendo um razovel equilbrio de

    sobrevivncia na relao homem/meio.

    Na regio da bacia do rio Jaguaribe, a agricultura tradicional amplamente

    praticada (Fig. 9), caracterizando-se pela cultura de sequeiro, culturas de ciclo curto,

    predominando o milho e o feijo entre as demais. Cultivadas na estao das chuvas

    (dezembro, janeiro e fevereiro), podem ser encontradas a solteiro, ou consorciadas,

    aproveitando-se de uma forma geral os terrenos mais baixos, onde se acumula mais

    gua, empurrando-se para diante o incio dos efeitos da estao seca, mantendo-se

    os terrenos midos. Sokolonski (1996) define a Agricultura Tradicional quando

    praticada em geral por pequenos e mdio produtores que utilizam prticas agrcolas

    tradicionais onde o conhecimento das tcnicas repassado atravs de geraes; no

    utilizada uma orientao tcnica especializada para o manejo da rea e da cultura

    com relaes sociais de produo predominantemente familiares .

  • Predomina nas reas de pequenas e mdias propriedades, onde se utiliza a

    mo-de-obra familiar. A renda advm da produo obtida com a safra, que passa a

    ser responsvel pela manuteno da famlia durante todo o ano. O oramento famili-

    ar ao longo do ano pode ser complementado pela venda do excedente de produo

    ou de alguma criao de bovino, caprino ou ovino. A criao faz parte da unidade

    rural dentro da Agricultura Tradicional. O gado criado solta, na caatinga, durante a

    estao das chuvas, alimenta-se do restolho das culturas de sequeiro, forragem e, at

    mesmo, de rao durante a estao seca.

    A Agricultura de Transio ocorre em reas bem definidas, representada por

    culturas comerciais, como arroz irrigado e cana-de-acar. Ocorrem quando as con-

    dies de umidade do solo podem ser mantidas durante o ano todo, atravs de tcni-

    cas simples de irrigao, sejam nas plancies fluviais onde o lenol fretico no se

    encontra a muita profundidade, sejam em reas midas, a exemplo da Depresso do

    Cariri, em funo de grande nmero de nascentes. Sokolonski (op. cit.) define Agri-

    cultura de Transio como atividade praticada pelas pequenas e mdias proprieda-

    des que utilizam de prticas modernizadas, sempre que possvel, geralmente tm

    um acompanhamento tcnico adequado para o manejo da rea. As relaes sociais

    de produo so familiares e assalariadas, em geral nos perodos mais crticos, nos

    piques de trabalho da cultura, estas relaes so encontradas com predominncia

    assalariada .

    Culturas de ciclo curto de sequeiro, milho e feijo, foram classificadas nesse

    tipo de uso, em regies que se apresentam com caractersticas comerciais, em fun-

    o da fertilidade do solo, que propicia o investimento com vistas ao retorno lucrati-

    vo, mesmo que seja somente na curta estao das chuvas.

    Encontra-se includa neste tipo de uso uma cultura de ciclo longo, a do caju,

    muito difundida nos Tabuleiros Costeiros e do Baixo Jaguaribe, onde deixa de ser

    uma atividade complementar de uma agricultura tradicional e passa a ser uma agri-

    cultura comercial.

    A criao em paralelo, nessas unidades produtoras, perde a importncia, as-

    sumindo um aspecto complementar, sendo contudo observadas, principalmente na-

  • quelas unidades produtoras que se dedicam s culturas de sequeiro, a presena do

    gado utilizando o restolho da produo.

    A Agricultura Modernizada, embora presente na regio, no tem expresso,

    restringe-se a certas fazendas, em que se d o plantio de culturas cclicas, ou de

    culturas permanentes, como a do caju e carnaba.

    Pecur ia

    A pecuria tem uma distribuio generalizada em toda a regio da bacia do

    rio Jaguaribe, e mesmo nas reas agrcolas a criao sempre existe (Fig. 9). Os reba-

    nhos, sejam eles bovino, ovino ou caprino, de uma maneira geral so pequenos. As

    condies climticas adversas no garantem nem alimentao suficiente nem gua,

    mantendo-se assim o efetivo do rebanho num certo estado de equilbrio com o meio.

    A Pecuria em Sistema de Criao Intensivo ocorre de forma pontual e cor-

    responde a algumas unidades de produo, por exemplo, que se dedicam criao

    de gado leiteiro, em regime de confinamento. Este sistema de produo, alis, con-

    diz bastante com a regio, onde h escassez de pastagens verdes durante quase todo

    o ano, e cujos custos de produo so compensados pelo rendimento do produto. H

    tambm ocorrncias localizadas de criao de gado de corte, em sistema de produ-

    o intensivo, com emprego de modernas tcnicas e altos investimentos.

    A Pecuria em Sistema de Criao Extensivo corresponde ao sistema em

    que o gado solto na vegetao natural, podendo receber o trato fitossanitrio bsi-

    co no manejo. Em geral, o pastoreio no tem cerca e quando tem apenas para de-

    limitar o permetro da propriedade (Sokolonski, op. cit.).

    Tem distribuio generalizada por toda a rea da bacia em funo de trs ca-

    ractersticas principais: a vegetao da Savana Estpica (Caatinga) por tradio

    histrica um meio natural de criao de gado; o enraizamento cultural na regio do

    sistema de produo tradicional em que a criao convive paralelamente com a agri-

    cultura; a caatinga encontrada, ainda hoje, em maiores ou menores reas em toda a

    extenso da bacia, j que a seca limita a expanso de espao agrcola ou pecurio.

    A mo-de-obra praticamente familiar. Esse sistema exige grandes reas

    para pastoreio, visto que o suporte da caatinga baixo. H um manejo da caatinga,

  • em que se toca fogo numa rea pr-determinada, cultiva-se milho por um ano ou

    dois e, depois, deixa-se o capim nativo crescer. A caatinga regenera-se tambm, mas

    por alguns anos, sem o seu adensamento natural, propicia a circulao do gado e um

    maior percentual de pasto natural.

    As unidades produtoras, em que predominam a pecuria, dedicam uma rea

    ao cultivo do milho e feijo. Destinam-se ao consumo humano e obedecem s razes

    da populao rural de plantar durante as chuvas. Estas roas tendem a aumentar de

    importncia quando a pecuria bovina, visto que necessitam mais de alimentao

    durante a seca. J o gado ovino e caprino consegue sobreviver na caatinga o ano

    todo, fazendo pouco ou nenhum uso de forragem ou rao.

    De uma certa forma, bovinos, caprinos e ovinos so encontrados por toda a

    parte. Mas, conforme a disponibilidade de gua, a distribuio do gado bovino en-

    contra restries, predominando ento nas reas mais secas o gado caprino e ovino

    A Pecuria em Sistema de Criao Semi-intensivo consiste, teoricamente, de

    um sistema intermedirio em que o manejo varia desde utilizao do pasto natural

    at o plantado, com uso do piqueteamento e prticas fitossanitrias (Sokolonski,

    1996).

    Tal qual ocorre com o tipo de uso Agricultura de Transio, a Pecuria em

    Sistema de Criao Semi-Intensivo encontrada em reas bem definidas, seja em

    funo de solo mais frtil, seja em funo de uma melhor oferta de gua para o

    gado.

    A pecuria de leite tem na regio importncia