James Van Praagh - Em Busca Da Espiritualidade

152

description

Espiritismo

Transcript of James Van Praagh - Em Busca Da Espiritualidade

James Van PraaghEm busca da Espiritualidade1999Traduo:

Maria Cludia Coelho

Pedro Luiz Vasques Ribeiro

Para Regina, minha meCujos olhos me mostraram a beleza do cu; Cujas palavras me ensinaram a linguagem dos anjos; Cujas canes compartilharam a msica dos coros celestiais; E cujo amor me aproximou do rosto de Deus.SumrioPrefcio Edio Brasileira PrefcioINo Incio

IIDespertando Sua Mente

IIIConhecendo a Si Mesmo

IVA Morte O Caminho para Casa

VOs Domnios Espirituais

VIO Esprito em Evoluo

VIVoltando Terra

VIIIExpectativas

IXCulpa

XMedo

XIPerdo

XIIAmor

XIIIComo Lembrar-se do verdadeiro Eu

XIVGuiando Nossos Filhos

XVChaves para a Vida Maior

Prefcio Edio BrasileiraGosto de olhar para o cu todos os dias, agradecendo a Deus por ter me concedido o privilgio de servir humanidade atravs do meu trabalho. Vejo-o como um servio, e a mim mesmo como uma espcie de farol. Sinto que minha misso tentar iluminar os coraes e as mentes, transmitindo a convico de que no apenas somos eternos, mas cada um de ns impregnado pela mesma Luz Divina. Essa Luz brilha to intensamente que o meu desejo fazer com que todos experimentem e sintam a paz e a alegria extraordinrias que ela transmite. Tenho certeza de que somos perfeitamente capazes de entrar em contato com essa Luz. Basta usar todos os dias uma parcela do nosso tempo para v-la e captar suas mensagens.H alguns anos, registrei minhas experincias em meu primeiro livro, Conversando com os espritos. Depois de sua publicao, fui abenoado com a oportunidade de viajar por muitos pases, divulgando o que recebo dos espritos. Durante minhas viagens, encontrei vrios lderes espirituais, mdiuns e pessoas que tm o dom de curar, todos eles engajados em comunicar essa Luz Divina. Mas foi depois de doze horas de vo, h cinco anos, que conheci um pas onde pude testemunhar a presena concreta dessa Luz.Os espritos tm aberto muitas portas para mim, mas certamente foi no Brasil que tive acesso a uma das experincias mais profundas e gratificantes. Assim que cheguei, a beleza da natureza causou-me um forte impacto, dando-me a sensao de estar em uma terra abenoada. Esse sentimento foi reforado pela viso dos rostos e do olhar dos brasileiros. Em nenhum outro lugar a expresso "os olhos so a janela da alma" tornou-se to evidente. No Brasil no tive dificuldade com a barreira da lngua, porque as pessoas que encontrei no expressavam a linguagem da boca, mas a voz da alma.Nos meus encontros com os brasileiros, h uma sintonia imediata, pois eles j esto em busca do autoconhecimento e da conscincia do seu eu mais profundo. A forte sensao que tenho, cada vez que visito o Brasil, de extrema familiaridade com o pas e com seu povo. O calor da acolhida me faz sentir absolutamente em casa. Por que acontece isso? Acho que pelo fato de o povo brasileiro possuir um dom que se faz cada vez mais raro neste mundo: a F. A sabedoria dos brasileiros no vem dos livros, mas das lies aprendidas com o corao, pois um povo que capta a realidade, sobretudo, atravs do afeto, e capaz de enfrentar as adversidades com extrema coragem e desejo de crescimento.Vocs, brasileiros, so grandes professores, e sua matria principal a condio humana. Voltei vrias vezes ao Brasil, e falei deste pas e de seu povo por todas as partes onde andei. As pessoas que trouxe comigo, em excurses espirituais, voltaram transformadas. Foram tocadas pela beleza da natureza e pela riqueza dos coraes.Quero agradecer-lhes profundamente por terem aberto seus braos e coraes para mim. As cartas que recebo, confirmando o trabalho dos espritos, so de grande importncia. Vocs sabem muito bem como difcil abrir a mente fechada dos que tm carncia espiritual. Mas eu acredito que se cada um de ns fizer a sua parte, promovendo a descoberta da Luz Divina para o maior nmero de pessoas em nossos pases, o planeta em que vivemos ser iluminado e teremos construdo a verdadeira paz na terra.James Van Praagh Maro 1999PrefcioComecei a minha jornada espiritual no incio dos anos oitenta, e naquela poca eu no tinha idia do que aprenderia ou de como poderia usar na minha vida cotidiana as percepes recm-descobertas. Eu nunca pensara em mudar-me para Los Angeles, nem planejara ter uma misso de mdium. Mas, quando a porta para os reinos espirituais se abriu e eu a cruzei, senti que o universo me convocara para o meu destino. Logo percebi que meu dom medinico devia ser usado para servir aos outros. Com o conhecimento e a compreenso de que na hora da morte temos o retorno dos nossos pensamentos e aes terrenos, sabia que vidas poderiam ser mudadas para sempre. Eu estava determinado a cruzar o abismo entre os mundos fsico e espiritual, compartilhando o conhecimento que havia recebido sobre uma existncia espiritual maior. Achava que se as pessoas pudessem aprender com aqueles que esto do outro lado e despertassem para a bondade, tratando a si mesmas e umas s outras com dignidade e respeito enquanto estivessem na Terra, a humanidade seria aliviada de muitos sofrimentos.Fui abenoado no meu trabalho porque a capacidade de curar as pessoas e de despert-las para verdades superiores compensa qualquer sacrifcio. Eu realmente acredito que, medida que cada um de ns se abre para a sua natureza espiritual, nossas atitudes preconceituosas e impensadas podem se transformar em gestos de amor e respeito mtuo. Em vez de nos opormos uns aos outros, podemos compreender nossas diferenas sabendo que somos seres espirituais compartilhando uma experincia fsica comum.A iluminao espiritual no pode ser alcanada assistindo a aulas, ou mesmo lendo um livro. Cada alma chega sua prpria verdade de uma maneira nica e pessoal, e no momento apropriado. Podemos nos renovar permanentemente. Cada amanhecer uma oportunidade nova para identificar nossos desejos, descobrir, crescer, aprender e servir.Todos os dias somos presenteados com a chance de compreender melhor os outros, ter novas idias e viver situaes diversas. medida que participamos da riqueza dessas experincias, avanamos nos vrios ciclos da vida entendendo mais profundamente o sentido do sofrimento nos dias que passaram e antecipando com mais conscincia nossos amanhs.Escrevi este livro como uma continuao do meu primeiro livro, Conversando com os espritos. Como no fao mais sesses ou aconselhamentos individuais, projetei este livro para que fosse usado como uma ferramenta por todos para aqueles que j esto no caminho espiritual e para os que ainda no tm familiaridade com idias espirituais. Para os que j esto seguindo um caminho espiritual, o livro vai oferecer algumas referncias e mensagens renovadoras teis. Para os que esto comeando a se aventurar neste mundo desconhecido, espero que ele possa ajudar seus coraes e mentes a se abrirem para as oportunidades da vida eterna, como foram anunciadas por aqueles que, estando do outro lado, quiseram compartilhar conosco suas profundas intuies e amor.I

No Incio"De onde eu vim?" Quantas vezes voc pensou sobre a sua existncia? J encontrou uma explicao satisfatria para a sua indagao? Durante eras, filsofos, cientistas, eruditos e mestres religiosos tentaram dar respostas ao mistrio da existncia. Hoje, muitos buscam essas respostas em igrejas, sinagogas e mesquitas, confiando que sacerdotes, ministros e rabinos fornecero essas revelaes.No entanto, acredito que dentro de cada um de ns estejam as respostas, naquela parte invisvel e indefinida que chamada de alma. A alma nosso ncleo espiritual, a fagulha divina interior que sempre existiu, existe e existir. Ela viajou por todos os confins do universo, atravs de todas as eras do tempo, gravando dentro de si as lies de uma existncia infindvel.Infelizmente, poucos sabem como penetrar nessa luz que arde de maneira to brilhante dentro de ns. Como possvel que tenhamos esquecido algo to profundo? Para que possamos nos reconectar com nossa verdadeira personalidade, precisamos escapar do labirinto de expectativas externas; precisamos nos voltar para dentro e escutar a voz de Deus - essa voz que, quando compreendida completamente, d significado vida. Precisamos recuperar nosso "senso da alma".Tendo isso em mente, escrevi este livro como uma espcie de "retrato" da alma em sua viagem pela vida, morte e renascimento. Na primeira parte, explico o que significa ser espiritual, ser uma alma vivendo uma existncia fsica, e como a mente cria as suas experincias. Vamos examinar as vrias camadas da alma e como elas contm um registro de todas as nossas existncias atravs do tempo. A jornada continua atravs do processo da morte. Vou explicar o que acontece quando voc morre, para onde vai a sua alma e os nveis de existncia que voc pode encontrar no mundo espiritual, que variam de acordo com cada indivduo. Quero mostrar que a morte indolor e natural, e que no h nada a temer.Quando fazemos a passagem, somos saudados pelos entes queridos e guias espirituais que estiveram conosco em muitas jornadas. No mundo espiritual, cada alma escolhe o que quer experimentar. Quando alcanam a plenitude dos seus sonhos e desejos, e so motivadas pela alegria e inspirao dos reinos superiores, as almas tomam a deciso de voltar .Terra novamente. No nascimento, no entramos no mundo fsico de mos vazias: trazemos a sabedoria da eternidade dentro da memria da nossa alma. Tambm no voltamos sozinhos: espritos celestiais esto sempre por perto.As mensagens dos espritos na segunda parte do livro tm a inteno de encorajar-nos a identificar os aspectos da nossa personalidade que nos mantm presos a iluses terrenas, inconscientes da nossa conexo com a divindade interior. Como vamos ver, os bloqueios emocionais prejudicam o crescimento espiritual e tornam nossa jornada pela vida mais difcil. Lendo sobre as provaes e aflies dos outros, poderemos descobrir os conflitos internos que nos impedem de abraar plenamente a vida. Talvez os conselhos dos que esto no outro lado ajudem a aliviar nossos medos e nos estimulem a curar as cicatrizes emocionais.Na parte final do livro, proponho maneiras de ajud-los a assumir o controle sobre sua jornada pela vida. Existem meditaes para atingir a clareza da mente e recomendaes para cultivar valores espirituais em crianas, preparando-nos para lidar com os altos e baixos da vida. Finalmente, ofereo as chaves capazes de abrir a porta para nossa identidade espiritual, levando-nos a descobrir quem somos. medida que restabelecemos contato com nossas almas, nossas prioridades em relao vida podem mudar. Vamos aprender, como eu aprendi, que todas as respostas esto dentro de ns, simplesmente esperando para serem reveladas. E, quando abrimos a porta para o infinito, vamos descobrir que estamos interconectados nesta tapearia chamada vida. Atravs do ciclo de vida, morte e renascimento, aprendemos quem somos e por que estamos aqui.Abrindo a Porta

Quando vamos viajar para outro pas, precisamos nos preparar, tomando vrias providencias. Da mesma maneira, voc precisa se preparar para a jornada da sua alma. O primeiro passo separar-se do mundo externo feito de julgamentos e racionalizaes, para entrar em contato com o mundo interior da conscincia.Mas como fazer isso, se estamos sendo constantemente bombardeados por estmulos externos? Diariamente, ouvimos notcias sobre o que se passa no mundo, e nos preocupamos com inmeros problemas. Estamos to ocupados lutando com os desafios que a vida cotidiana nos apresenta que no temos o tempo necessrio para aquietar nossas mentes e reconhecer o fato de que somos todos espritos caminhando em direo luz.Para comear a jornada, voc precisa sintonizar-se com seu mundo interior. A visualizao a seguir vai ajudar a fazer isso. Depois de ler os prximos pargrafos, deixe o livro de lado e visualize o seu contedo. A melhor maneira c fechando os olhos, para evitar as distraes externas e para concentrar-se internamente.MeditaoFeche os olhos e entre em contato com tudo o que est acontecendo ao seu redor. Tente no deixar as distraes externas incomodarem voc. No precisa julg-las; simplesmente deixe que elas sejam o que so. Agora, volte sua conscincia para o seu corpo. Sinta suas costas contra a cadeira e esteja consciente dos seus braos, pernas e tronco. Concentre-se em cada parte do seu corpo. Note a sensao dos seus ps no cho ou em seus sapatos. Esteja consciente da sensao de suas roupas no corpo. Alguma coisa est apertada demais? Simplesmente observe; no tente consertar. Simplesmente deixe estar.Agora respire fundo e lentamente expire. Fique consciente da sua respirao. medida que inspira, perceba que est trazendo para o interior do corpo o oxignio necessrio para que o corpo fsico mantenha a vida neste planeta. Molculas de oxignio nos cercam o tempo todo. Quando inspirar o oxignio para dentro dos pulmes, imagine que essas molculas esto revigorando cada parte do seu corpo. Ao expirar, veja o ar velho e estagnado deixando o seu corpo. A misso desse ar foi cumprida e ele no mais necessrio. Na prxima vez que inspirar oxignio, veja-o como energia. Imagine essa energia como uma poeira luminosa ou qualquer outra imagem que ajude a dar vida energia. Concentre-se na imagem da energia, sinta-a correndo dentro e fora do seu corpo.Enquanto continua a visualizar a energia, imagine que ela est presente cm todas as formas de vida em todas as regies do mundo - em uma me segurando seu beb na frica, em um padre rezando no Vaticano, ou em um milho de formigas construindo uma colnia subterrnea sob a sua casa. A energia abarca todas as coisas. Voc uma parte dessa energia e forma uma unidade com todas as coisas, por mais diferente que pense que . Voc no pode ver o oxignio, que a energia da vida, mas ele est em todas as partes ao mesmo tempo.Continue a ler este livro, procurando ficar consciente de que todos partilhamos a mesma fonte. Ao realizar este simples exerccio, voc comea a concentrar sua mente no conceito de ser um com o todo. A energia que o cerca e que se encontra no interior do seu corpo uma parte vital da sua vida c sua conexo espiritual com tudo e com todos.II

Despertando Sua MenteTudo energia. A cincia descreve a energia e o modo como ela trabalha em termos fsicos, com base em elementos terrenos: o modo como combinaes especficas de tomos se agrupam. em um nvel mais alto - na dimenso espiritual - que encontramos a fora que mantm os tomos juntos. Esta energia aquilo que cu chamo de energia da Fora de Deus.Todo o universo permeado por esta energia da Fora de Deus. disto que somos feitos e da que viemos.A energia da Fora de Deus o centro de tudo o que existe.A mente, o esprito e o corpo fsico so compostos da mesma energia da Fora de Deus; entretanto, cada um deles vibra em uma freqncia diferente. Quando me perguntam se a mente uma parte do crebro, respondo que o crebro o rgo da mente, assim como os olhos so o rgo da viso. A viso depende da sade dos olhos, e o mesmo pode ser dito sobre a mente c o crebro. O crebro est em permanente evoluo; depende de cada um de ns desenvolver e aumentar o seu poder. A mente j perfeita.A mente parece ser a janela para a prpria natureza. Ela pode criar, imaginar e raciocinar. Quando aproveitamos a energia positiva da mente, os resultados so simplesmente inacreditveis. A mente est ligada energia da Fora de Deus que cerca todas as coisas. Mozart ouvia a msica em sua mente e utilizava o crebro para escrever as notas. O crebro era o meio atravs do qual ele podia compor, mas era sua mente que criava aquele esplendor musical.Ao compreender que o crebro no a fonte das idias, mas sim a mente, precisamos entender tambm que cada mente individual est ligada Mente Universal e compartilha de sua substncia.A Mente UniversalPara entender melhor o que chamo de Mente Universal, vamos visualiz-la como um enorme lago translcido. Penso na mente individual como um peixe nadando neste lago. O peixe depende do ambiente em que habita e afetado por ele. Os pensamentos so como ondulaes na gua. Cada ondulao origina-se no lago e parte da gua, mas cada uma delas tambm singular e individual. Cada ondulao afeta cada peixe, e assim afeta tambm o lago inteiro.A Mente Universal no conhece fronteiras ou limites, e qualquer pessoa pode us-la. J lhe aconteceu de estar assistindo a um programa de televiso e pensar "Eu tive esta idia h um ano"? muito freqente as pessoas terem a mesma idia ou projeto, independentemente umas das outras. Por qu? Porque a pessoa criativa ligou-se Mente Universal e puxou para sua mente individual aquela inspirao em particular. As idias so apenas sensaes impressas profundamente em ns. Uma vez percebidas, podemos agir. Em outras palavras, nossos impulsos criativos so vibraes da Mente Universal.Quando vim para Los Angeles, meu objetivo era escrever para cinema e televiso. Um dia acordei com uma idia incrvel para um roteiro. Achei que era uma idia to original que no a contei para ningum. Terminei o roteiro e o mandei para vrios estdios. Recebi a mesma resposta de todos: havia trs outros roteiros cuja idia bsica era igual minha. Fiquei arrasado. Minha idia especial que eu tinha me esforado tanto para esconder havia surgido tambm na mente de trs completos estranhos.Este surgimento unssono de idias to genuno quanto o ar que respiramos ou o calor do sol que sentimos. Em um nvel global, todos compartilhamos as emoes ou sensaes uns dos outros. Assim como o mesmo sol brilha para todas as pessoas, compartilhamos todos, uma condio comum. Compartilhamos os sentidos: sentimos, vemos, ouvimos, tocamos, rimos e choramos. Compartilhamos a energia da Fora de Deus. O mundo seria certamente um lugar melhor se pudssemos pensar em todas as pessoas como seres espirituais, e se compartilhssemos com bondade e solidariedade nossos caminhos terrenos.Os Pensamentos que CriamosOs pensamentos so coisas! Os pensamentos so to reais quanto os rgos do corpo. Que tipos de pensamentos ocupam seu dia? So pensamentos amistosos ou agressivos? Os pensamentos so poderosos, e por isso importante prestar ateno naquilo que pensamos. Nossa vida cotidiana resultado daquilo que pensamos.H basicamente trs fontes de pensamento. O primeiro o pensamento atravs das oraes ou da meditao. A vibrao desses pensamentos energticos muito alta. O primeiro passo para sintonizar sua conscincia nesta freqncia mais alta de energia habituar-se a reservar algum tempo, todo dia, para orar e meditar. Tenha pacincia e persistncia: embora muitas vezes parea que nada est acontecendo, com o tempo voc descobrir que a recompensa pela prtica espiritual grande. Acredito que ganhar conscincia neste nvel cria um sentimento de humildade, tranqilidade, amor-prprio e alegria.Durante os anos em que treinei para me tornar um mdium, era necessrio meditar diariamente. Alinhando-me com a conscincia da tora de Deus, minha conexo com as dimenses espirituais aumentou e intensificou sua vibrao. Tive que sentar-me pacientemente, dia aps dia, silenciosamente, para elevar o nvel de conscincia da energia da Fora de Deus dentro de mim. Ento, nas sesses com meus clientes, passei a trabalhar em uma vibrao amorosa muito alta. A mediunidade , em si mesma, uma capacidade incrvel e milagrosa, mas o trabalho ganha uma dimenso inteiramente nova quando o mdium est se desenvolvendo tambm em um nvel espiritual.O Semelhante Atrai o SemelhanteEste um conceito que uso com freqncia e ao qual vou me referir vrias vezes neste livro. Quando uma pessoa est centrada e tem pensamentos de amor, paz e plenitude, ela receber de volta as experincias desses pensamentos. Pare por um momento e imagine como seria se todas as pessoas no mundo tivessem bons pensamentos. Seria fantstico, no ?Na qualidade de mdium seguindo um caminho espiritual, da maior importncia que eu me dedique meditao e concentre meus pensamentos nos aspectos positivos da vida. Acredito que por esta razo que as mensagens que chegam por meu intermdio so de natureza mais espiritual e mais precisas, e que os ensinamentos que vm desta comunicao so mais benficos para todos os envolvidos.A segunda categoria de pensamento vem do nosso meio ambiente. preciso estar consciente da grande influncia que o meio ambiente exerce na vida cotidiana. Quantas vezes entramos em um local e sentimos que alguma coisa est errada? Ou quantas vezes nos sentimos deprimidos ou mesmo doentes sem qualquer razo aparente? Isto acontece porque estamos captando a energia do pensamento de outra pessoa.Sempre que visito pessoas em hospitais, preciso ter cuidado, porque sou muito sensvel aos sentimentos e sensaes dos outros. Quando passo pelos corredores de um hospital, muitas vezes os gritos dos pacientes penetram em minha mente: "Quero sair daqui", ou "No quero morrer", ou "Estou sofrendo, algum me ajude, por favor". A sensao de doena e sofrimento permeia a atmosfera e me atinge intensamente.Assim como uma estao de rdio, estamos continuamente enviando e recebendo sinais. Embora alguns destes pensamentos sejam bons e positivos, em sua maioria so mensagens de cobia, raiva, egosmo e desonestidade. Estes pensamentos esto ligados e so atrados pelas partes mais baixas de nossa natureza. Com o constante bombardeio dessas influncias, as idias ligadas a uma natureza espiritual mais elevada passam a ter um apelo muito menor.Isto no significa necessariamente que todos os pensamentos recebidos das outras pessoas sejam de natureza negativa. As mensagens solidrias e o amor, que so vibraes do pensamento mais elevado, tambm esto presentes na atmosfera que nos cerca. Quando enviamos amor, algum o recebe. Este amor talvez no possa ser detectado em um nvel consciente, mas ainda assim est vivo e produz um efeito positivo.O grupo final consiste em nossos pensamentos mais comuns e cotidianos. Desde Sigmund Freud, os psiquiatras e psiclogos dividiram a conscincia em trs nveis de pensamento, separados, porm interdependentes: o consciente, o subconsciente e o inconsciente. A mente consciente aquela que usamos para conferir o troco no supermercado e para ler um livro. A mente subconsciente controla todos os processos involuntrios do corpo, isto , regula o sono, a respirao, a digesto, a circulao, etc. O subconsciente nunca dorme e, portanto, nunca pra. A mente inconsciente vasta e invisvel. Ela o depsito de todas as nossas experincias passadas, incluindo tudo o que j pensamos, sentimos, aprendemos ou testemunhamos, do passado at hoje.Entretanto, a mente subconsciente que governa nossas vidas a maior parte do tempo. Esta parte da mente trabalha incansavelmente registrando pensamentos e impresses, de modo indiscriminado. Nas crianas, a mente subconsciente registra as palavras e idias dos adultos que as cercam, e estas memrias permanecem vivas na idade adulta. Os hbitos, entre outras coisas, emergem dos pensamentos subconscientes. Para mantermos controle sobre nossa vida, precisamos dominar o modo como pensamos, tanto consciente quanto subconscientemente. H muita sabedoria na mente subconsciente. Trabalhada, ela pode ser de enorme proveito e servir como um reservatrio infinito de conhecimentos.Utilizada de modo positivo, a mente humana uma fonte de obras de arte, filosofia e cincia que melhoram efetivamente a qualidade de vida no planeta. Mas esta mesma mente que cria maravilhas tem tambm a capacidade de destruir e aniquilar. Ela pode impor formas terrveis de crueldade e dio. Elevar os pensamentos freqncia mais alta uma dvida que temos conosco, para podermos evoluir para uma conscincia capaz de transmitir o esplendor e os milagres da vida para as geraes futuras.III

Conhecendo a Si MesmoPara comear, quero apresentar algumas expresses da linguagem da terra dos espritos, os vrios "corpos do ser humano" que fazem de cada um de ns uma pessoa nica. Esses corpos so camadas invisveis do espectro da alma e esto reunidos na "aura". A aura pode ser entendida como um mapa das nossas energias e experincias espirituais, emocionais, mentais e fsicas. Ela talvez a mais fiel manifestao da festa da alma.A AuraQuando eu tinha seis ou sete anos, contei minha me que eu via luzes em volta das pessoas. Como eu no sabia o que eram aquelas luzes, pensava que todo mundo podia v-las. Elas tinham muitas cores: azul, rosa, verde, amarelo, vermelho, etc. Eu adorava fazer compras com minha me em uma determinada loja, porque o balconista estava sempre cercado por lindas luzes coloridas. Eu ficava parado, olhando aquele arco-ris lindo de azuis misturados com roxos e rosa que o cercava. Ele tinha um sorriso largo e estava sempre contando piadas aos fregueses.Tive experincias semelhantes quando parentes ou amigos da famlia vinham nos visitar. Eu ficava olhando as cores e as luzes em volta de todo mundo, e dizia coisas do tipo "este homem verde", ou "tem um monte de luzes marrons em volta dessa senhora". A senhora das luzes marrons no sorria muito, e mais tarde minha me me contou que ela estava muito doente. medida que fui crescendo, minha capacidade de ver luzes volta das pessoas desapareceu aos poucos e passei a v-las apenas eventualmente. Mas houve uma ocasio que nunca vou esquecer. Eu tinha mais ou menos oito anos e fui com alguns amigos lanchonete. Ao sair, um homem alto esbarrou em mim. Olhei para cima e percebi uma nuvem sombria, cinzenta e negra volta de sua cabea e na frente do seu peito. Trs dias depois, soube que o homem tinha sido preso por assaltar a lanchonete! Esta notcia me deixou muito assustado. Entretanto, levei ainda muito tempo para entender o que significavam aquelas luzes.A aura composta de camadas de energia que tm um propsito: registrar todas as nossas experincias, sentimentos, pensamentos e desejos.Essa idia da aura, ou energia vital que emana do corpo e o cerca, no nova. Um dos primeiros ocidentais a observ-la e escrever sobre ela foi um alquimista e mdico do sculo XVI, chamado Paracelso. Ele se referia ao nosso campo energtico como "um globo flamejante". No correr dos sculos seguintes, outras observaes e estudos foram realizados. Minha prpria capacidade de perceber auras permaneceu adormecida at a idade de vinte e poucos anos. Foi nesta poca que comecei a meditar e a desenvolver uma conscincia interior, bem como uma empatia com os sentimentos e sensaes alheios. Aps anos de disciplina, minha capacidade de perceber auras aumentou tremendamente. Hoje, esta capacidade continua a desempenhar um papel muito importante no trabalho que realizo.Quando fao demonstraes, em geral vejo um vasto conjunto de cores e luzes. A cor e a intensidade das luzes variam de indivduo para indivduo e de acordo com as diferentes partes do corpo. Quando, por exemplo, vejo um acmulo de cor cinza ou marrom-escura e opaca prximo ao estmago, pergunto se h problemas nesta rea, e em geral a pessoa responde que sim. Ao longo dos meus anos de estudo e observao, aprendi que a aura uma projeo - ou espelho - muito precisa de diversos aspectos da sade.Mas a aura reflete muito mais do que o estado fsico. Na verdade, ela uma representao do carter inato e uma indicao do potencial, bem como um registro das experincias. Quando se atinge a idade adulta, a aura j passou por muitos anos de experincias emocionais, mentais, espirituais e fsicas. Capacidades, desejos, gostos, averses, sentimentos de sucesso ou de fracasso, bem como acontecimentos extraordinrios, momentos preocupantes ou tristes, tudo isto forma a aura.O tamanho e a forma da aura dependem tambm de inmeros outros fatores. Normalmente, a aura tem uma forma oval e se estende para alm do corpo fsico em aproximadamente 30 a 45 centmetros. A aura de uma pessoa de natureza extrovertida e expansiva tende a ser maior. Por exemplo, quando uma pessoa fala para um grupo grande, e tenta atingir a todos ou traz-los prpria conscincia, sua aura expande-se para abranger a audincia. E o que ocorre com polticos, pregadores, msicos, atores e oradores, que precisam estabelecer uma conexo com suas platias. O eeito oposto ocorre com uma pessoa introvertida ou tmida. A aura no se expande; ao contrrio, ela permanece prxima ao corpo fsico. A aura tambm se expande c cresce quando estamos em um ambiente que nos agrada. Alm disso, j vi a aura de uma pessoa no momento imediatamente anterior sua morte, e ela tende a ser tnue, como uma linha desenhada em torno do corpo. Isto faz sentido, porque no momento da morte fsica a aura se retira.Vidas Passadas e MemriasQuando observo uma aura, percebo tambm que ela tende a ser composta de pequenos padres e desenhos geomtricos. Esses padres podem ser interpretados como formas de pensamento e refletem os pensamentos da pessoa, atuais ou passados. Em outras palavras, as cicatrizes emocionais da pessoa esto refletidas nos desenhos de sua aura, juntamente com seus desejos ainda no realizados.Alm disso, a aura corporifica a acumulao do carma de encarnaes anteriores e as lies crmicas que tentaremos aprender durante a vida atual. Essas coisas compem a verdadeira essncia de uma pessoa.Em uma de minhas odissias espirituais, vi claramente de que modo as vidas passadas se refletem na aura. Participei de um workshop ministrado pelo conceituado psiquiatra Dr. Brian Weiss, autor de Muitas vidas, muitos mestres. Com seu trabalho de regresso a vidas passadas, atravs da hipnose, ele vem ajudando inmeras pessoas. Em uma determinada regresso, eu era um general que ordenava a meus soldados que matassem milhares de homens. medida que as cenas se desenrolavam em minha mente, soube instintivamente por que eu estava aqui na vida atual: tinha que aliviar o carma daquela vida passada, pagando minha dvida crmica. Ao ajudar as pessoas a recuperarem sua espiritualidade, estou aqui para corrigir um erro, para alcanar meu equilbrio crmico, curar minha alma e avanar em meu caminho espiritual.Influncias AmbientaisA aura tambm pode refletir foras externas, positivas e negativas, que nos afetam. Praticamente todo mundo j teve a experincia de encontrar uma pessoa e sentir uma empatia imediata ou uma profunda averso. Por que isto acontece? Na maioria dos casos, sintonizamos o campo de energia da pessoa e recebemos algum tipo de emanao energtica. O resultado ficarmos em harmonia ou em desarmonia com essas emanaes.Uma igreja ou um local de orao geralmente nos enche de sentimentos de paz e conforto. Isto provavelmente ocorre porque estamos captando os sentimentos amorosos e espirituais das pessoas que oraram ali. Inversamente, podemos entrar em uma sala ou em uma casa e ter instantaneamente uma sensao desagradvel sem qualquer razo aparente, para em seguida descobrir que houve uma briga ou discusso antes da nossa chegada. Novamente algo aconteceu, e a aura "recolheu" a energia que permaneceu no local.

A atmosfera mental que nos rodeia afetada no apenas pelos pensamentos e sentimentos que criamos, mas tambm pelos pensamentos e sentimentos daqueles nossa volta.Esta idia muito importante. Todos os dias passamos por inmeros pensamentos invisveis, mas poderosos, que exercem um efeito definitivo sobre o estado fsico de nossos corpos. Por isso, preste ateno nas pessoas com quem voc costuma estar.Muitas vezes, a personalidade de uma pessoa to poderosa que, dependendo do nosso nvel emocional, mental, fsico ou espiritual (principalmente se um ou mais deles estiver fraco), essa energia invade nosso espao eletromagntico. Felizmente, nascemos com uma espcie de mecanismo de defesa do campo da aura para impedir a entrada dos padres de energia e dos pensamentos alheios. Na ltima seo deste livro, descrevo como proteger-se desses pensamentos e emoes que nos cercam.Tambm muito importante compreender que os vivos no detm o monoplio da atmosfera. Seres desencarnados, ou espritos, tambm nos afetam e deixam seus pensamentos em nossa aura. E por isso que muitas vezes, durante o dia, subitamente e sem qualquer razo aparente, comeamos a pensar em algum querido que j faleceu. mais do que provvel que esta pessoa esteja tentando influenciar ou imprimir sua personalidade e pensamentos em nosso campo eletromagntico.Os Corpos do HomemA aura composta por camadas e compartimentos complexos demais para serem detalhadamente descritos aqui. Os principais correspondem a quatro "corpos" distintos, que se interpenetram e que os metafsicos acreditam ser os componentes dos seres humanos.Essas diversas camadas so conhecidas como: o corpo etreo, que lida diretamente com os processos fsicos; o corpo astral, no qual residem os processos emocionais; o corpo mental, onde ocorre qualquer tipo de pensamento, inclusive o pensamento psquico e intuitivo; e o corpo fsico.O Corpo EtreoO corpo etreo tambm conhecido como corpo duplo, porque ele se duplica, assumindo a forma do nosso corpo fsico. O corpo etreo formado por uma matriz de energia que interpenetra o corpo fsico em diversos pontos. Esses pontos, ou vrtices de energia, so conhecidos como chakras. Atravs desses chakras, a energia da Fora de Deus penetra no corpo fsico para alimentar vrios rgos fsicos e o sistema nervoso. Quando nossos chakras esto saudveis, eles aparecem no corpo etreo como crculos de cores luminosas em rotao. Deste modo, a sade fsica do indivduo pode ser observada no corpo etreo atravs dos chakras.H trs anos, um homem de 38 anos me procurou para uma sesso particular. Seu nome era Bob. Aps minha apresentao costumeira, peguei um bloco e comecei a desenhar seu corpo etreo para determinar sua condio fsica. Desenhei inicialmente uma figura ereta. Em seguida, guiada pela minha intuio, a caneta comeou a mover-se lentamente para cima e para baixo da imagem, mas, quando cheguei metade inferior do tronco, parou de mover-se. A energia de Bob parecia tornar-se nebulosa e escura naquele ponto, como se literalmente parasse de fluir. Disse-lhe imediatamente: "Parece que voc tem algum tipo de problema na rea ao redor do seu intestino grosso." Disse-lhe que sentia que sua energia havia sido cortada. Ele me contou que havia dois anos tivera que tirar uma parte do clon e atualmente usava uma bolsa. Embora sua sade tivesse melhorado, ele ainda se preocupava e se atormentava. Expliquei-lhe que essa preocupao contnua estava causando uma nova obstruo no seu fluxo de energia.Pensamentos obsessivos e emoes no-expressas acabam se manifestando no corpo fsico. Em outras palavras, o que pensamos e como nos sentimos materializam-se de algum modo, como sade ou doena, no corpo fsico. Por isso to importante manter os pensamentos saudveis, para que os corpos tambm permaneam saudveis.O Corpo AstralO corpo astral tambm conhecido como corpo emocional. Este corpo feito de um material etreo tridimensional e, depois do corpo fsico, o de maior densidade. O corpo astral , na verdade, uma rplica perfeita do corpo fsico e estende-se alm dele de 12 a 20 centmetros.O corpo astral composto por todos os pensamentos, emoes e desejos da mente. Todos os anseios terrenos, lembranas importantes e desejos fundamentais residem no corpo astral. Na morte, este corpo deixa o mundo fsico e passa a habitar o mundo astral.Muitas vezes digo s pessoas que vo a meus seminrios: "Por que vocs tm tanto medo da morte? Vocs morrem todas as noites!" A verdade que, quando dormimos, o corpo astral deixa o corpo fsico e viaja para o mundo astral. Assim, quando digo que "vocs morrem todas as noites", quero dizer que deixamos nossos corpos fsicos, de modo muito semelhante ao que ocorrer na hora de nossa morte. Da mesma maneira, o corpo astral deixa espontaneamente o corpo fsico em situaes que envolvem acidentes, sob a influncia de drogas, ou no estado de coma. Quando uma pessoa est inconsciente, muito provvel que esteja flutuando pelo mundo astral.O Corpo MentalAssim como o corpo astral diz respeito s emoes da pessoa, o corpo mental diz respeito a seus pensamentos. O corpo mental composto de uma substncia etrea ainda mais leve do que a do corpo astral e estende-se para fora do corpo, acima da linha do quadril.O corpo mental tido como o responsvel pela transferncia das energias mentais elevadas, excessivamente refinadas para os outros corpos. Estas energias so de uma natureza espiritual sublime e so transferidas por meio do corpo mental sob a forma de informao psquica, como inspiraes, sensaes profundas e pressentimentos.Acredito que um indivduo considerado um gnio, ou algum muito inteligente, uma pessoa cujo corpo mental evoluiu durante vrias vidas, atravs de experincias e conscincia. Cientistas, filsofos e intelectuais esto entre aqueles que aparentemente tm a capacidade de contactar o corpo mental de formas extraordinrias e benficas para a humanidade.Lembre-se de que existimos ao mesmo tempo nos corpos emocional, mental e espiritual, enquanto viajamos atravs da vida em nossas identidades fsicas. Estes corpos se misturam e dependem uns dos outros, fazendo de ns seres completos. Quando comeamos a entender a totalidade daquilo que somos, torna-se mais fcil compreender que, na morte, tudo o que fazemos deixar nossos vrios corpos para atingir planos mais altos, conforme veremos nos prximos captulos.IV

A Morte O Caminho para Casa"O que acontece exatamente na hora da morte?" Esta foi a pergunta que ouvi com maior freqncia ao longo dos meus muitos anos de trabalho como mdium. Infelizmente, no posso dar uma resposta definitiva, porque a experincia da morte to individual quanto a experincia da vida. E, embora os espritos tenham muitas vezes tentado responder a esta indagao de modo satisfatrio, a explicao da morte excede em muito o vocabulrio limitado e a inteligncia finita de que dispomos. Mesmo o melhor dos mdiuns no pode fazer mais do que ter esperana de descrever com preciso todos os sentimentos que um esprito deseja expressar acerca do processo da morte. Podemos apenas imaginar, ler e teorizar sobre aquilo que realmente ocorre, mas nunca saberemos o que a morte de fato, at que a vivenciemos ns mesmos.Enquanto escrevo este captulo, anos de sesses me vm mente, e posso recordar-me de detalhes especficos de centenas de espritos dos que j faleceram. o acmulo dessas percepes, combinado com as informaes que obtive de inmeros livros, artigos e diversos materiais internacionais sobre o assunto, que compartilho aqui. o exame mais honesto e objetivo que posso oferecer sobre a experincia da morte.O Medo de MorrerPor que as pessoas tm tanto medo da morte? A resposta simples. Trata-se de uma experincia desconhecida. Recentemente, contudo, houve muitas pessoas que passaram por aquilo que conhecido como "experincia de quase-morte" e contaram suas impresses. J h vrios bons livros sobre este assunto, em especial A vida aps a vida, do Dr. Raymond Moody, e A Roda da Vida, de Elisabeth Kbler-Ross. Os detalhes das experincias de quase-morte narradas nestes livros, tais como passar por um tnel, ser acolhido por um ente querido, ver uma luz brilhante, ou encontrar um ser espiritual, so todos muito semelhantes ao quadro pintado pelos espritos com quem tive contato em minhas sesses. O sentimento predominante nas experincias de quase-morte a placidez, a sensao de que a morte no "o fim".O que acontece quando morremos? A percepo mais importante j registrada junto aos que faleceram a seguinte:Na morte ganhamos conscincia de que somos mais do que apenas nossos corpos fsicos.Muitos espritos disseram por meu intermdio que a morte, em si, fcil; o difcil morrer. Qualquer pessoa com uma doena terrvel pode sofrer intensamente, medida que a doena corri os vrios rgos do receptculo fsico. Lentamente o sopro da vida esvai-se do corpo. Este processo pode ser muito doloroso. Mas, quando a morte chega, no h mais dor ou desconforto.O ProcessoOs espritos costumam descrever como se sentiram vontade na hora da morte e como, em alguns casos, nem mesmo perceberam que haviam morrido. Realizei uma sesso com uma moa e sua me, que estava morrendo de cncer. A jovem queria tranqilizar a me, que temia o momento da morte. Vrios espritos, inclusive o do segundo marido, vieram confort-la, dizendo: "No se preocupe. Quando chegar a hora, ser tudo muito natural." A me morreu trs semanas depois, durante o sono. Alguns meses mais tarde, a filha voltou para realizar outra sesso. Sua me apareceu e estava extremamente grata por a termos ajudado a perceber que a morte seria daquela forma. Ela disse: "Foi exatamente como todo mundo descreveu - muito fcil e tranqilo."A Morte NaturalAs pessoas que morrem de causas naturais, ou de uma doena na qual tm conscincia de que a morte se aproxima, passam por transies tpicas. Alguns dias antes da morte, sua conscincia comea lentamente a expandir-se. Vivenciam uma espcie de "aguamento" dos sentidos, principalmente a audio e a viso. Muitas relataram terem passado por um flashback, durante o qual puderam compreender plenamente a razo de cada experincia vivida. O esprito torna-se profundamente consciente de suas aes e muito sensvel forma como tratava as outras pessoas. Reconhece imediatamente a forma "certa" pela qual poderia ter agido. Felizmente, v igualmente o bem que fez aos outros. Esta reviso de vida ocorre em questo de segundos.E tambm nesse momento que as pessoas agonizantes muitas vezes percebem parentes ou amigos prximos falecidos h muito tempo ao lado de seu leito. Estes seres espirituais podem estar l para zelar por elas ou para visit-las. J houve muitos casos em que uma pessoa moribunda subitamente chamou um parente falecido ou descreveu uma cena.Imediatamente antes do fim, a pessoa pode entrar lentamente em coma ou permanecer consciente at o momento "final". Se estiver consciente, talvez note uma sensao de "frio" nas extremidades, que ocorre quando a circulao vai se tornando mais lenta e a energia da Fora de Deus comea a retirar-se do corpo. medida que a retirada prossegue, a pessoa pode ter uma leve sensao de "tremor" ou "formigamento". Esta sensao causada pelos fios etreos que esto comeando a se soltar do corpo fsico, preparando-se para a separao do duplo corporal. No instante da morte, a respirao pra e a alma deixa o corpo. Neste momento, o "cordo de prata", a fibra etrea que alimenta o esprito no corpo fsico, cortado. O esprito finalmente est livre!O SuicdioQualquer pessoa que se force a deixar o corpo prematuramente descobrir que, embora possa destruir seu corpo, no pode destruir sua alma.Quando o esprito compreende o que fez, geralmente invadido por um sentimento de remorso e fica deprimido. Acredito que muitas dessas almas torturadas esto mental e/ou emocionalmente doentes. Se uma pessoa mentalmente doente quando est na Terra, precisar de muita compaixo e compreenso no mundo dos espritos. O mesmo acontece com um alcolatra ou algum viciado em drogas. Muitas vezes, preciso ajudar as almas viciadas, porque os vcios so levados para depois da morte. Mestres e seres espirituais com dons de cura esto disponveis para ajudar a alma a obter paz de esprito e bem-estar.Felizmente, as preces e pensamentos amorosos da famlia e dos amigos na Terra ajudam a mudar a atmosfera da aura de depresso e tortura em que vivem essas almas, substituindo-a por um clima de cura e amor. Por isso to importante rezar por aqueles que faleceram. Essas almas iro ganhando conscincia de suas naturezas espirituais mais elevadas e comearo a buscar uma forma de sair da situao em que se encontram. H muitos espritos do outro lado da vida cuja nica responsabilidade ajudar essas vtimas e amorosamente acompanh-las s reas em que podem receber alvio para suas torturas mentais. Acima de tudo, essas almas precisam aprender a perdoar a si mesmas.A Morte sbita ou InesperadaEm caso de morte sbita, por acidente, atos de violncia ou outras causas, o esprito forado a deixar o corpo to rapidamente que mal percebe o que aconteceu. Um esprito no sente qualquer dor fsica neste tipo de morte. Em todas as minhas experincias, nunca vi um esprito relatar que havia sentido dor ao atravessar o pra-brisa de um carro em um acidente, ou tido a sensao de ser esmagado por uma parede durante um terremoto. Quando o esprito finalmente compreende a situao, j est fora do corpo fsico.Dependendo do tipo de morte, a pessoa pode perder a conscincia, ou ter a percepo espontnea de que est fora de seu corpo, olhando para sua forma vazia de vida. Ela ainda se sente viva e pensa que um ser fsico, at se dar conta de que no mais. Muitos espritos me revelaram que tentaram em vo falar com as pessoas sua volta e ficaram desconcertados quando ningum respondeu. Embora no possamos ouvir os mortos, eles so perfeitamente capazes de ouvir o que estamos dizendo e pensando.Logo aps a morte, habitual que um membro falecido da famlia, ou esprito-guia, venha receber a pessoa que morreu e ajud-la a ajustar-se s condies desconhecidas do mundo dos espritos. Entretanto, no caso de uma morte sbita ou violenta, o falecido pode demorar algum tempo para aceitar a situao.Seres Presos TerraQuando o esprito abandona seu veculo fsico, passa a residir em sua contrapartida etrea. Neste estado, o esprito tem uma sensao imediata de paz e liberdade. Do mesmo modo, h uma forte sensao de leveza e flutuao, porque o peso e a gravidade do corpo fsico j no existem. Na maioria dos casos, a transio rpida.Entretanto, quando um esprito muito ligado sua famlia e no est pronto para aceitar o fato de que morreu, os laos terrenos tornam-se uma espcie de armadilha. Nesta situao, o esprito permanecer prximo seu cadver. Com freqncia, far tentativas inteis de comunicar-se com seus familiares. Ocasionalmente um esprito pode ficar "paralisado" e preso Terra. s vezes, o sistema de crena da pessoa durante a vida que a mantm "presa Terra" aps a morte. Vou dar um exemplo.Havia um homem, chamado Bill, que no tinha qualquer crena religiosa ou espiritual. Sua convico era: "Quando morremos, acabou-se. No h nada alm disso. Durante sua vida, Bill s se preocupou com ele mesmo e com aquilo que possua, mesmo que para isso fosse necessrio prejudicar outras pessoas.Um dia, Bill morreu e acordou do outro lado. Apesar de estar em outra forma mais leve, ele ainda possua sua mente terrena e materialista. Impaciente, tentou agarrar-se aos seus bens, mas descobriu que no podia faz-lo. Inconsciente e despreparado, Bill continuou a vagar pela Terra como um fantasma, visitando sua casa e contactando sua famlia, na tentativa de comunicar-se com eles. Este estado "intermedirio" pode durar algumas horas, meses ou mesmo anos, dependendo do desejo de deixar o mundo fsico para trs e passar para os domnios astrais mais elevados. Felizmente, ningum precisa passar pela mesma confuso de Bill; basta manter algum tipo de conscincia espiritual mais elevada.Meu amigo Mike estava convencido de que o mundo espiritual no existia. Quando adoeceu gravemente, procurei tranqiliz-lo dizendo que a vida no termina, mas ele no me escutou. Dois dias depois da sua morte, ele me visitou, vindo do lado espiritual. Era de manh cedo, quando fui subitamente acordado pela apario de um corpo etreo de l,80m, brilhando fracamente ao p da minha cama, e parecendo absolutamente real. Ele olhou para mim e perguntou atravs do pensamento: "Estou morto?" Enviei de volta meu pensamento: "Sim, Mike, voc est morto." Ele agradeceu: "Obrigado." E desapareceu. Logo aps sua sada, notei a presena de uma mulher e soube instintivamente que ela era um dos guias espirituais de Mike. Ouvi-a dizer para mim: "Obrigada. Ele precisava ouvir isto de algum que ele conhecesse." Em seguida, ela tambm desapareceu. triste pensar que o mundo est cheio de seres ainda presos Terra. Alguns, como Mike, percebem rapidamente que esto "paralisados" e passam rapidamente para o mundo espiritual. Outros vagueiam pelo plano fsico e "assombram" os vivos, influenciando os seres humanos mais suscetveis. uma pena que os nossos sistemas de crena rgidos e restritivos nos acompanhem para o outro lado.A transio do mundo fsico para o mundo espiritual natural e indolor. Entretanto, nossa cultura transformou esta passagem em um acontecimento que inspira um enorme medo e para o qual as pessoas no se encontram bem preparadas. Por isso importante ganharmos uma compreenso do fenmeno da morte - para que a transio seja fcil, tranqila e completa. Precisamos apenas entender que a morte uma porta para a vida eterna e que h mais coisas por vir.V

Os Domnios EspirituaisQuando uma pessoa deixa o mundo fsico, ela abandona um corpo denso e pesado que habitou um mundo igualmente denso e pesado. Essa transio pode ser comparada com tirar um sobretudo de inverno, ou com uma cobra trocando de pele. Em essncia, o que fazemos a mesma coisa. Quando morremos, no precisamos mais de nossa forma humana, e por isso a abandonamos. A alma permanece intacta; os corpos astral, mental e espiritual ainda esto vivos e bem. Mesmo nossa personalidade, com todos os seus sentimentos, preferncias, desagrados, emoes e desejos, permanece a mesma.Entrando em um Novo MundoUma pessoa sempre comea uma nova existncia naquilo que conhecido como o mundo astral, seja qual for o grau de sua evoluo espiritual. Sob muitos aspectos, o mundo astral to slido e real quanto a Terra fsica. Este mundo invisvel (para nossos olhos fsicos) interpenetra a Terra e se estende a seu redor, e feito de uma energia etrea que vibra em freqncias situadas alm do espectro fsico. O mundo astral composto de vrios nveis, e cada nvel corresponde a uma freqncia etrea especfica.O nvel do mundo astral mais prximo da Terra fsica pode ser descrito como uma espcie de rea de recepo. Esta regio importante para as almas recm-chegadas por duas razes. Em primeiro lugar, ela fornece um ambiente que reproduz a Terra de todos os modos possveis. Isto suaviza o choque da sada de um mundo slido e fsico e permite ao esprito acostumar-se gradualmente ao mundo alm da vida na Terra.O Ponto de Vista de um EspritoTive muitas oportunidades de trazer mensagens relativas s condies encontradas pelos espritos quando entram no mundo astral. Transcrevo a seguir um exemplo maravilhoso dessas sesses. Mas, por favor, no se esqueam de que h formas diferentes de chegar, assim como h formas diferentes de morrer.Uma moa veio me ver, querendo contactar sua me. Apesar de muito ctica, estava se sentindo culpada por no ter estado presente quando a me morreu, e queria algum tipo de prova de que ela estava bem. O nome da me era Molly, e assim ela descreveu sua entrada no mundo dos espritos:Eu me lembro que tudo parecia muito estranho. Eu me vi em uma espcie de hospital, muito bonito e alegre. Eu no me sentia mais doente, nem precisava mais de oxignio. Olhei em volta e vi outras pessoas que tambm estavam deitadas. Tudo parecia muito natural.Ento uma senhora entrou na sala e veio at mim. Falou comigo de um modo cheio de compaixo, mas sem usar palavras. Era uma espcie de telepatia, mas eu podia ouvir e entender cada palavra do que ela dizia. Havia algo nela que parecia muito familiar. Assim que pensei isto, ouvi-a falando comigo, na minha cabea:- Sou eu, Jennie. Ns brincvamos juntas na fazenda quando crianas.Quando olhei dentro de seus olhos e vi seu sorriso doce, lembrei-me dela. Ns brincvamos juntas na infncia, e ela tinha morrido de febre reumtica aos oito anos.Ela me lembrou como ramos amigas na infncia e como eu ficara perturbada quando ela morreu. Disse que fizramos um pacto. Quem chegasse primeiro ao cu viria dar as boas-vindas outra!De repente fui inundada pela lembrana e invadida por uma sensao de suprema alegria e felicidade. Jennie me convidou a acompanh-la, e, antes que me desse conta, eu havia sado da cama e a seguia. Fomos para um belo ptio, cheio de pessoas bem vestidas.Todas sorriam e eu sentia a alegria geral. Crianas brincavam em jardins cercados por fontes maravilhosas.Vi ento um jovem casal de p junto escada. Eles estavam sorrindo para mim. Quando desci os degraus e cheguei mais perto, eu os reconheci. Eram minha me e meu pai, Gertrude e Jed!- No acredito que so vocs! - gritei, alegre. Minha me acariciou minha cabea:- Est tudo bem, no chore. Voc ver como tudo real, assim que parar de pensar com sua mente terrena e adaptar-se a seu eu espiritual.Quando perguntei por que ela estava to jovem, minha me respondeu:- Quando voc se transforma em esprito, pode escolher a aparncia e a idade em que se sente mais vontade. Escolhemos ter 30 anos porque adoramos esta poca da vida.Eu estava me sentindo muito bem. Ento, comecei a ver outros membros da minha famlia, todos parecendo cheios de vida. Insistiram para que eu descansasse e curtisse uma vida livre das preocupaes que cu tivera na Terra. Eu lhes disse:- Tudo parece to real, to real mesmo.Logo depois, minha me me levou at sua casa, para que eu descansasse. Era a mesma casa em que ns morvamos quando eu era menina, com as mesmas cortinas na cozinha. No meu quarto havia exatamente a mesma cama. Encostei a cabea no travesseiro e ca no sono mais profundo e tranqilo que j tive. Imediatamente antes de adormecer, lembro-me de ter pensado: 'Agora eu sei o que a expresso bem-vinda ao lar quer dizer realmente.'Aps duas horas fantsticas, terminei a sesso e agradeci a meus espritos-guias. A filha de Molly estava tranqila e lgrimas rolavam por seu rosto.- ela, minha me - murmurou. - Tudo o que ela disse verdadeiro. Estou feliz porque ela est bem e em casa. A moa enxugou suas lgrimas e me abraou, agradecendo-me.O Mundo AstralO mundo astral que a me de Molly descreveu , sob muitos aspectos, to slido quanto a Terra fsica, embora sua energia seja leve e etrea. Quando uma alma faz a transio para o nvel astral da existncia, ela entra com seu corpo astral. Assim como o corpo etreo, abandonado na hora da morte, o corpo astral uma cpia exata e completa do corpo fsico, mas no tem qualquer doena ou fragilidade. Defeitos e deficincias so apenas efeitos de um corpo tsico em um mundo fsico. Eles no existem no mundo ou no corpo espiritual.O corpo espiritual completo e perfeito, e no pode ser destrudo ou danificado.Embora os nossos corpos espirituais cheguem em perfeitas condies, nossas personalidades, formadas por lembranas, preconceitos, anseios e sensibilidades acumuladas, no mudam. Tudo o que vivenciamos no mundo fsico fica inscrito na configurao da alma. Na Terra, passamos muito tempo procurando garantir uma boa aparncia fsica e dedicamos pouqussimo tempo s coisas que realmente importam, como melhorar os relacionamentos ou sermos mais verdadeiros. Depois que morremos, todo o cuidado que tivemos com o corpo no ter importncia alguma, porque estaremos timos de qualquer modo. Entretanto, permanecero os mesmos problemas e incertezas que achvamos que desapareceriam com a morte.Uma Ocasio para RefletirH um momento em que o esprito comea a julgar e examinar cada experincia, momento e ocasio de sua vida passada. Examina cada pensamento, sentimento e ao, e v o que contribuiu ou prejudicou o crescimento de sua alma.Neste processo de reavaliao, a alma s vezes percebe que, para extrair toda a sabedoria possvel de uma dada experincia, talvez seja necessrio repetir uma situao semelhante em uma existncia futura na Terra. Isto d incio quilo cjue se conhece como processo crmico, isto , a transmisso da experincia de uma vida para outra, de modo a ganhar conscincia espiritual. O objetivo do processo no punir algum por ter feito algo "errado". apenas uma avaliao espiritual da experincia. Se uma alma acredita que pode refazer melhor uma experincia, ela voltar para repeti-la.O Mundo que CriamosDepois de ter se adaptado a seu novo mundo, muito comum que uma alma recm-chegada seja recebida por um esprito-mestre e levada, por assim dizer, para dar uma volta em que possa conhecer os vrios nveis e expresses da vida espiritual. Esta excurso demonstra tanto o nvel de conscincia atingido por um esprito quanto o nvel de crescimento espiritual que ele pode alcanar. Costumo dizer em minhas palestras: "Vocs so responsveis pela criao de seu cu ou de seu inferno, a partir de seus pensamentos, palavras e aes." As pessoas que tentam levar uma vida decente na Terra, respeitando os outros e demonstrando amor, no precisam se preocupar com a existncia aps a vida. Elas gravitaro em um nvel maravilhoso de paz, alegria e amor ilimitados. Com base nas inmeras sesses que j fiz, posso descrever como deve ser o ambiente de uma pessoa normal de bom corao, quando ela se torna esprito.A primeira coisa que se observa uma beleza incrvel. Tudo luminoso e claro. Em seguida nota-se o aroma, uma espcie de perfume angelical. Os espritos muitas vezes contam que no h palavras para descrever o perfume e a beleza insuperveis deste lugar celestial. Todas as coisas esto cheias de vida e em perfeita harmonia entre si.Alm da beleza, h escolas de conhecimento sediadas em construes extraordinrias. possvel encontrar qualquer tipo de educao e instruo nessas escolas - artes, msica, lnguas, filosofia, cincias ou arte dramtica.Vivendo Seus DesejosQuando entramos no mundo astral, nossas emoes e desejos mais profundos e nossos gostos e desagrados mais acentuados nos acompanham. Assim, em esprito temos finalmente a oportunidade de manifest-las e de viver plenamente todos os nossos sonhos e desejos.Por exemplo, digamos que voc sempre tenha desejado pintar, mas no soubesse como. No mundo astral, voc pode finalmente vivenciar a alegria e a satisfao que a pintura lhe daria. Aqui possvel satisfazer qualquer desejo. Tudo criado com o pensamento, e tudo o que um esprito precisa fazer aprender a instilar vida em seus pensamentos, e assim realizar um sonho.O mundo astral , portanto, feito daquilo que queremos e daquilo que sentimos que precisamos. Esses desejos esto alojados na parte inferior de nossas personalidades; no fazem parte do lado espiritual sublime de nosso ser. Quando o esprito percebe que no precisa mais desses desejos, fcil abandon-los. O mundo astral como um acerto de contas; ele nos ajuda a livrar-nos de nossos anseios emocionais terrenos.O tempo gasto nos muitos nveis do mundo astral varia de esprito para esprito. Cercado pelas criaes de seus prprios desejos e anseios, o esprito permanece nesta regio enquanto tiver afinidade com essas energias. medida que um esprito desfaz-se dos entulhos durante sua readaptao astral, est, essencialmente, preparando-se para novas oportunidades quando retornar Terra em outra ocasio.A Terra EscuraEmbora seja impossvel descrever detalhadamente todos os nveis que existem no mundo astral, basta dizer que h alguns menos sublimes. Para dar uma viso geral, acho que seria bom descrever uma situao extrema do nvel astral, conhecida como inferno. Esta regio astral inferior uma condio criada pelos pensamentos, palavras e aes daqueles que produziram dor e sofrimento na Terra. Todos ns colhemos o que plantamos. No h excees. Assim, um esprito que tenha vivido uma vida terrena de injustia, crueldade e dio pode encontrar-se neste nvel.Esta regio inferior vibra em um ritmo muito mais lento do que as regies superiores. A luz baa e vai diminuindo at chegar a uma escurido quase indistinta. Um odor forte e desagradvel est por toda parte. Figuras fantasmagricas contorcem-se, andando de um lugar para outro em uma dana aparentemente infinita de inquietude. O corpo astral de um esprito nas regies inferiores est s vezes deformado ou mutilado, e parece destrudo e miservel.Os espritos desta regio sombria alimentam atitudes mentais de dio, maldade e de necessidade de controlar os outros; so regidos pelos elementos mais baixos do mundo fsico. Os habitantes podem ser assassinos, estupradores, ladres, caloteiros, trapaceiros, torturadores ou qualquer pessoa que tenha feito mal a outro ser humano. Uma alma permanece neste antro escuro at que todos os seus desejos mais vis estejam esgotados. Somente quando alcana uma conscincia espiritual a alma pode passar aos espaos superiores do plano astral. Quando uma alma depravada tem alguma percepo do mal que fez, um esprito-guia aparece imediatamente para ajud-la. Ningum est realmente perdido, porque a energia da Fora de Deus est dentro de cada alma.VI

O Esprito em EvoluoMuitas vezes me perguntam: "Quanto tempo ficamos do outro lado?" e "Ficamos em um s lugar, ou vamos para outras dimenses?". Durante minhas sesses, sou capaz de dizer se um esprito j evoluiu para os mundos celestiais mais elevados pelo modo como transmite seus pensamentos e sentimentos. Muitas vezes, digo para um cliente: "Sinto que esse homem est do outro lado h pelo menos 10 anos", ou "Esta mulher acaba de chegar". Percebo a diferena pela clareza dos pensamentos que um esprito envia e pelo tipo de emoo presente nas mensagens.Por exemplo, um esprito recm-chegado pode transmitir sentimentos e pensamentos de modo muito ansioso, carregado de emoes. Quando um esprito est no mundo espiritual h mais tempo, a transmisso bastante calma; os pensamentos so lcidos e fceis de entender. As mensagens transmitidas, alm de equilibradas, so logo compreendidas pelas pessoas amadas com quem desejam entrar em contato.O mundo astral como um passo intermedirio na progresso de um esprito, um lugar onde todas as necessidades emocionais bsicas e inferiores so vividas at a exausto. medida que um esprito prossegue na sua viagem, mais cedo ou mais tarde perder o interesse pelos sonhos e anseios terrenos e comear a despertar para um aspecto mais elevado de sua conscincia. Quando uma alma est pronta para evoluir, todas as velhas lembranas e padres de pensamento terrenos so abandonados.A Vida Mais ElevadaO abandono dos padres terrenos e dos elementos inferiores do corpo emocional purifica e ilumina a personalidade. medida que estes resduos so deixados para trs, o esprito avana para uma esfera espiritual mais elevada e torna-se um ser mais iluminado. O esprito entra no verdadeiro mundo do Cu.Este "Cu" no um "lugar" diferente, pois no h fronteiras fsicas no mundo espiritual. Em vez disso, h freqncias de vibrao diferentes, e os espritos mais evoludos gravitam nas freqncias etreas mais altas. Quanto mais alta a freqncia, mais brilhante e pura a luz da regio. Quando digo "regio", estou na verdade me referindo a um estado de conscincia. Quando os espritos alcanam esta freqncia mais elevada, ressoam e refletem a glria da essncia harmnica divina.- Nos domnios mais elevados, todo mundo est no mesmo nvel de compreenso espiritual. Para alguns, isto pode significar uma reunio com membros de sua famlia terrena. Para outros, pode ser um encontro com antigos amigos e amantes de encarnaes anteriores. Tambm estaro presentes espritos que nunca estiveram na Terra, mas que so familiares aos demais. Cada membro do grupo tem sua prpria maneira de contribuir para elevar e aprimorar os outros; por isso, todos se sentem completos e plenos quando esto juntos. Espritos-guias formam um lao com este grupo e desempenham um papel importante na vida de cada esprito.Embora na Terra nossos pensamentos e sentimentos possam ser ocultados, isto no possvel no mundo espiritual. Cada pensamento de um esprito visvel e aparece como sua prpria emisso de luz interior. Neste nvel de conscincia, os espritos so seres que incorporaram todas as suas experincias e personalidades terrenas sua comunho com Deus.Muitas almas evoludas j tentaram transmitir aos seus seres amados a "luz" e a "plenitude" do mundo no qual residem, descrevendo o modo como em seu ambiente tudo se integra e se une ao todo, contendo a imensa plenitude da luz de Deus.A Vida de uma CrianaAs regies mais elevadas tambm tm centros-creche, onde os seres espirituais evoludos alimentam e cuidam dos bebs e das crianas pequenas que deixaram a Terra recentemente. Esses espritos so ligados aos bebs pela capacidade que cada um tem de amar e ser amado.H inmeras razes pelas quais uma vida interrompida to cedo e volta a ser esprito. Cada esprito tem seu prprio destino divino e um plano de alma para desenvolver. Talvez para uma alma pouco experiente a vida tenha sido difcil demais, o que fez com que ela deixasse o corpo rapidamente. Muitos espritos me disseram que isto geralmente conhecido como Sndrome da Morte Sbita Infantil (SMSI). Qualquer que seja a razo, a alma da criana ter urna chance de aprender e de voltar Terra mais uma vez. Muitas almas recm-nascidas podem decidir completar seu ciclo "fsico" de vida em esprito, para que sejam capazes de desenvolver qualidades e princpios mais elevados. Esses bebs vo progredir no mundo espiritual, para voltarem Terra com uma conscincia renovada e mais ampla da vida.O Aprendizado InfinitoAs almas das regies mais elevadas esto l para aprender, expandir, desenvolver suas capacidades mentais e receber instrues atravs de seus guias e mestres espirituais. H um nmero infinito de instituies de aprendizado, dependendo daquilo que os espritos desejam cultivar. Os espritos estudam a verdade, o amor, a humildade e a pacincia.Ao mesmo tempo, h grandes intelectos reunidos para trabalhar nas reas da filosofia, medicina e cincia. Alguns espritos se dedicam a ajudar os habitantes da Terra, propiciando-lhes um aumento da percepo e da criatividade, semeando pensamentos que sero colhidos sob a forma de novas invenes geniais e curas preciosas. Tudo possvel quando as pessoas desejam alimentar sua prpria luz e abrir-se s possibilidades infinitas de Deus.Uma noite, durante uma sesso, entrei em um transe total, e meu corpo astral deixou meu corpo fsico e viajou para um lugar que eu gostaria de compartilhar com voc. A primeira coisa com que me deparei foi um edifcio incrvel, que parecia feito de mrmore. Em seguida, eu me vi sentado no balco de um lugar que parecia ser um enorme teatro ou tribunal. Todos minha volta se concentravam na situao que se desenrolava no andar abaixo. Quando olhei nessa direo, vi homens e mulheres trajados com roupas de vrias pocas. Reconheci um homem sentado a uma mesa de luz, conversando com outras pessoas. Era idntico a Benjamin Franklin. Achei estranho tudo aquilo e me perguntei onde me encontrava. A resposta surgiu imediatamente: eu estava em uma reunio de grandes mentes. Isto tudo de que me lembro. Quando sa do transe, perguntei aos outros membros do crculo de meditao o que havia ocorrido. Eles me olharam, perplexos:- Voc no lembra? um deles perguntou.

- No respondi.- Apareceu um homem chamado Franklin.Os participantes ento descreveram como esse homem lhes havia falado sobre as vrias injustias causadas no mundo pelo extremo egosmo dos seres humanos.- Ele disse que faz parte de um grupo de pessoas em esprito que trabalha junto aos governos de vrios pases da Terra para trazer compreenso e conseguir acordos.Desde ento, li sobre vises semelhantes descritas por outros espiritualistas. Todos esses espritos trabalham com as mentes dos lderes polticos da Terra, difundindo ideais de paz, solidariedade, unio e compreenso. s vezes so bem-sucedidos, e nosso mundo triunfa com a adoo de polticas de paz e de justia. Em outras ocasies, seus esforos falham. Tentar atingir mentes dominadas pela ignorncia, escurido, cobia e traio com as verdades supremas da luz, do amor e da justia de fato um grande desafio.No entanto, os seres espirituais nunca desistem e continuam a trabalhar em prol de toda a raa humana. Apesar de, s vezes, acharmos que nossas preces no so ouvidas, elas sempre so. E so respondidas. Depende de ns manter a porta de nossos coraes aberta para que a luz encontre nela seu caminho.VII

Voltando Terra medida que um esprito se desenvolve nos domnios espirituais, ele se aproxima da grande Luz da compreenso. Possudo por esta conscincia de Deus, um esprito sintoniza-se com os ritmos harmnicos e as leis divinas do universo. Mas dentro da alma de cada esprito h um anseio por alcanar nveis ainda mais elevados de conscincia espiritual. Este crescimento contnuo pode ser desenvolvido atravs de inmeras "lies de alma", e s pode ser praticado pela livre vontade do esprito. Estas lies de alma so dadas pelas oportunidades vivenciadas na sala de aula que chamamos de "Terra".Dois teros da populao mundial acreditam em reencarnao, o renascimento da fora da vida ou da alma em um novo corpo fsico. No hindusmo c no budismo, uma alma volta Terra para saldar seu carma. Uma vez aperfeioada, a alma interrompe seu ciclo de renascimento e retorna alma divina.Tenho certeza de que muitos de ns j tiveram experincias chamada de dj vu, isto , de estar em um lugar desconhecido que nos parece familiar ou com uma pessoa de quem nos sentimos instantaneamente prximos ou com quem sentimos uma afinidade aparentemente inexplicvel.Para que um esprito possa receber a experincia ideal de crescimento da alma e utilizar sua energia criada por Deus, preciso que se prepare para sua viagem de volta Terra. Para isso, ele decide o que quer fazer com a energia da Fora de Deus. Tambm necessrio lembrarmos que no so s as aes fsicas que produzem resultados; as aes mentais nossos pensamentos e palavras tambm produzem efeitos. Tudo energia! Decidimos como queremos us-la! Quando um esprito se sente pronto para tornar a vivenciar uma vida fsica, h uma progresso natural de etapas para sua entrada na Terra. O Conselho EtreoPara ajudar uma alma a preparar-se para sua prxima passagem, h seres altamente evoludos em esprito que compem aquilo que conhecido como Conselho Etreo. Estes seres j completaram as encarnaes terrenas e fazem recomendaes para ajudar outros espritos a desenvolver seu "plano de vida", que so os objetivos espirituais que uma alma quer atingir em sua prxima vida. A encarnao uma espcie de projeto que contm oportunidades necessrias para o progresso da alma. Cabe ao esprito decidir os detalhes exatos do plano. aqui que entra o livre-arbtrio.Cada alma nica. O conhecimento e a sabedoria de cada vida so incorporados sua memria; por isso, a alma pode escolher para a prxima vida a ocupao que mais favorea seu crescimento. Quando regredi a outras vidas, descobri que passei muitas delas aperfeioando a sensibilidade, a aptido e o discernimento para minha comunicao espiritual. Por isso, no estranho que eu seja um mdium na vida atual. O mesmo acontece com a maioria das pessoas. O que estamos fazendo nesta vida provavelmente algo que, de algum modo, j fizemos antes.Qualquer prova ou aflio apenas um teste para ver se conseguimos descobrir a soluo espiritual. A alma recebe muitas oportunidades para desenvolver-se e expandir-se atravs da superao das adversidades. Crescer nunca fcil, e s pode ser feito atravs da vivncia de todos os aspectos de uma situao e de sua compreenso total.Quando um esprito olha para as circunstncias fsicas de sua prxima vida, percebe que algumas so muito difceis, porm necessrias para seu crescimento. Um esprito pode perceber de que modo essas adversidades ajudam seu crescimento geral, ou como essas experincias iro fazer brilhar uma nova faceta de sua luz. por isso que a vida na Terra pode ser comparada a uma sala de aula. Estamos aqui para aprender; ao terminar, voltamos para casa.E a alma que decide a que velocidade deseja avanar. Alguns espritos preferem permanecer do outro lado at que se sintam inteiramente prontos para voltar e enfrentar uma tarefa difcil em sua jornada na Terra. Outros ficam entusiasmados e querem lanar-se logo a esse compromisso espiritual, porque sabem que isto ir acelerar seu crescimento espiritual. O Conselho Etreo ajuda a planejar todos os aspectos da vida futura do esprito e garante que as decises sejam tomadas com base em necessidades espirituais.O CarmaEstamos todos familiarizados com a expresso: "o que vai volta". Esta uma outra maneira de definir a lei universal conhecida como carma. Colocando de maneira simples, passamos pela vida plantando sementes ou atirando pedras, e colheremos os efeitos daquilo que criamos, seja bom ou ruim.Como o tempo no existe no universo multidimensional, o ciclo de causa e efeito pode estender-se ao longo de vrias vidas. A durao do tempo passado na Terra apenas uma iluso, pois, trata-se de uma limitao do corpo fsico e do mundo fsico.Na verdade, uma vida um perodo muito curto de tempo no grande plano do universo.Assim, o resultado das nossas aes de hoje no acontece necessariamente na mesma vida ou na mesma existncia. Mas todas as aes embutidas na membrana da alma permanecero l at serem compensadas e o equilbrio estar restabelecido.O carma , na verdade, uma oportunidade de crescimento para a alma. Quando a alma aprende que suas aes tm conseqncias, no ter mais necessidade de criar um carma difcil no futuro. Assim, quando a alma retornar Terra, ter, entre outras coisas, um plano de vida, lies crmicas armazenadas em sua memria, um corpo escolhido, pais e parentes, relacionamentos, hora e local de nascimento, uma posio na vida, e o momento e a forma de sua morte. Tudo isto reflete o tipo de trabalho espiritual que a alma deseja realizar.As pessoas muitas vezes me perguntam: "Por que nos esquecemos de quem somos e de onde viemos?" Minha resposta que isto acontece pela graa divina. Em primeiro lugar, ao esquecer, ficamos menos saudosos de nossa existencia celestial. Em segundo, se conhecssemos todos os nossos erros e fracassos do passado, poderamos ficar obcecados por eles a ponto de no conseguirmos progredir e realizar o trabalho atual. Esquecer os domnios espirituais nos permite comear do zero, por assim dizer. Entretanto, esta informao crmica permanece alojada no tomo-semente e pode ser liberada medida que a pessoa vai tomando mais conscincia de si mesma. Nada est perdido, apenas esquecido. Cada um de ns tem muitas oportunidades de se lembrar do seu eu verdadeiro.O momento do nascimento muito importante para uma nova alma. Vrias foras combinam-se em perfeita sincronicidade. As energias planetrias, psquicas, fsicas e espirituais interagem de modo totalmente ritmado. por isso que a hora e o local de nascimento so da maior importncia, pois essa combinao astrolgica ajuda a determinar a raa, a famlia e o status na Terra. H uma hora e lugar para todas as coisas. Assim como as ondas que batem em uma praia, o nascimento, tal como a morte, ocorre em uma hora perfeita e natural, mesmo os nascimentos que chamamos de "prematuros". No momento exato, o esprito encaixa-se perfeitamente em seu novo corpo, viaja atravs do canal de nascimento e emerge em um novo mundo. Ele est pronto para uma vida repleta de infinitas oportunidades espirituais.Vivendo no Mundo Fsico medida que as lembranas do mundo celestial de luz e alegria lentamente se desvanecem e so substitudas por uma sensao de peso e frio, a alma recm-chegada sente-se um pouco confusa ao entrar no mundo fsico mais uma vez. Ela acabou de se afastar de um mundo organizado e acolhedor para ingressar em um lugar de insegurana e solido. O esprito no est mais flutuando em um mundo de cor, luz, sentimentos e deslumbramento. Ele j no viaja mais velocidade do pensamento. Ningum l mais sua mente. O esprito est de novo aprisionado em um mundo onde a energia densa, as cores fracas e inspidas, e a nica luz natural emana de um sol.Embora o esprito que reencarna j seja muito "velho", de certo modo tambm novo em folha. verdade que traz consigo um pacote de lies crmicas, mas tambm tem seus corpos mental, emocional e fsico recm-formados para vivenci-las. Em parte, o esprito conta com seus instintos inferiores para satisfazer suas necessidades fsicas. Mas e as partes emocionais e mentais deste ser? Como se desenvolvero e se aperfeioaro? Equipado com seu plano de vida espiritual, o esprito deve entrar no mundo da carne para cumprir seu destino. Deve aprender a amar, a ser magoado e a crescer. O resto de sua vida na Terra ser moldado por suas relaes, sua religio, e pela sociedade em que vive. A vida completou seu ciclo, e a viagem do esprito avana mais uma vez atravs do tempo.VIII

ExpectativasSe voc no for verdadeiro com a voz interior ou com a fonte divina do seu corao, voc no ser feliz. Quantas vezes dizemos ou fazemos alguma coisa que no inteiramente verdadeira, apenas para sermos apreciados ou para nos sentirmos prximos de outra pessoa, e logo em seguida nos arrependemos? Muitos sacrificam seus sonhos individuais e seus desejos para atender s expectativas dos outros.Eu quase fiz isto. O sonho da minha me era que um de seus filhos se tornasse freira ou padre. Decidi atender seu desejo e ser o padre que minha me sempre quis. Por qu? Porque eu pensava que com isto minha me sentiria orgulho de mim e me amaria ainda mais. Entretanto, aps um ano em um seminrio, desisti, percebendo que no tinha a vocao espiritual necessria para o sacerdcio. Era o desejo da minha me, no o meu. Na poca, eu no percebia que o amor da minha me estava sempre presente e sempre estaria, independentemente do rumo que eu tomasse.Quando somos crianas, existe um padro estabelecido: os filhos devem esforar-se para conquistar o amor dos pais, e os pais moldam os filhos para fazer deles o que esperam que sejam. Para quem foi criado em famlias muito exigentes ou muito fechadas, o esforo para agradar pode ser interminvel. medida que as crianas crescem, os desejos dos pais permanecem em seu subconsciente e tornam-se parte de sua programao. Na idade adulta, sua auto-estima pode depender da aceitao dos outros, da mesma maneira como procuravam agradar os pais para conseguir seu amor. O que acontece que estes adultos nunca chegam realmente a viver para si mesmos.Uma das situaes mais trgicas - e mais comuns - que encontro em meu trabalho aquela em que um esprito se diz arrependido por no ter vivido uma vida satisfatria. Felizmente, quando entram em um nvel mais elevado, os espritos que se encontram neste estado reagem rapidamente ao amor incondicional oferecido pelos seres espirituais presentes. Esses espritos comeam ento a ganhar uma nova percepo de seus arrependimentos e aprendem a valorizar a si mesmos, aos objetivos que alcanaram e ao amor que deram s outras pessoas quando estavam na Terra. Como seria melhor se tivessem podido expressar suas verdadeiras naturezas na vida, antes que fosse tarde demais! Todos ns fomos colocados nesta Terra para descobrir nosso prprio caminho e nunca seremos felizes se nos preocuparmos em seguir o caminho que outra pessoa traou para ns. uma pena que tantas pessoas vivam em funo das expectativas alheias. Durante as sesses que ministro, ouvi muitos casos de expectativas irreais ou frustradas. So histrias tristes, porque na maioria das vezes o potencial da pessoa nunca foi desenvolvido, deixando um enorme arrependimento pela vida vivida parcialmente. Escolhi uma delas para ilustrar o que afirmo.O Sonho de um PaiAdrienne e Paula, duas jovens bonitas c atraentes, vieram me procurar. Olhando para elas era difcil imaginar que houvesse algum problema mais srio. No entanto, havia um profundo sofrimento escondido atrs de seus brilhantes olhos azuis.Depois de meia hora de sesso, falei:- Estou sentindo um frio incrvel minha volta, e uma imensa sensao de tristeza, como se algum estivesse chorando. - As moas me olharam perturbadas, e prossegui: - H um homem aqui que parece muito angustiado. Est me mostrando um carro, acho que um Impala, me falando sobre estar em uma garagem. Ele diz que se chama Carl. Vocs conhecem algum com este nome?As duas acenaram com a cabea e comearam a chorar baixinho. Paula falou:- Sim, o nome de nosso pai. Ele colecionava carros antigos e foi encontrado dentro de um Impala. Por favor, diga-nos se ele est bem!- Sim, o seu pai continuei. Ele est muito feliz ao lado de algum chamado Frank, que j se encontrava l havia muito tempo. Seu pai me diz que sentia saudade de Frank. Vocs sabem quem ele ?Foi Adrienne quem respondeu:- Era o irmo dele que morreu quando ainda eram crianas. Ouvi um pouco mais, e prossegui:- Sinto muito, mas preciso dizer que seu pai uma pessoa muito triste. Tenho a sensao de que ele trabalhava demais. Estou vendo caixas e fita adesiva. Isso faz sentido?Paula confirmou:- Ele era dono de uma empresa de transportes, e de fato trabalhava demais, s vezes ficava dias seguidos sem vir em casa.Transmiti a mensagem de Carl: - Ele sabe que no cuidava bem de si mesmo. Seu nvel de exigncia era altssimo, nunca estava satisfeito com o que fazia. Gostaria de ter sido o melhor pai possvel, e se culpa por no ter conseguido. Est muito preocupado com algum chamado Jenny ou Janie.- Ginny, nossa me, ela est sofrendo muito Adrienne informou, e depois, voltando-se na minha direo, exclamou: Pai, ns te amamos muito, no se sinta culpado!Ficamos todos muito emocionados. Eu prossegui:- Seu pai continua no sendo justo com ele mesmo. Diz que devia ter diminudo o ritmo, mas achava que vocs pensavam que, como chefe de famlia, ele precisava trabalhar muito para lhes dar bem-estar. Ele nunca quis que vocs ou sua me trabalhassem.Paula me interrompeu:- No entanto, ns lhe pedimos inmeras vezes que diminusse o ritmo, mas ele era teimoso. - Suspirou fundo e acrescentou: - O grande desastre aconteceu quando a empresa dele faliu, apesar de toda a sua dedicao. Ele ficou arrasado, deprimido, se isolava, no dizia nada.Nesse momento, senti o desespero do pai:- Ele continua achando que desapontou todo mundo. Seu pai no se amava, era crtico demais com ele mesmo, fruto de uma educao severa e exigente. Gostaria de ter sido menos duro, mais compreensivo e tolerante. Mas pede que eu lhes diga que est comeando a aprender a se aceitar e se amar.- Que bom, papai! Ns te amamos muito! as duas exclamaram juntas.- Seu pai est me mostrando um porta-luvas no carro. Vejo sua mo pegando alguma coisa ali dentro. Vocs sabem o que ?As duas disseram que sim, e Paula explicou:- Era l que o revlver estava. O revlver com que ele se matou. De repente, senti o frio do metal do cano do revlver na boca. O gatilho foi puxado provocando uma exploso dentro de minha cabea. Fiquei atordoado e tive que permanecer quieto por alguns minutos at poder continuar a sesso.- Seu pai quer que eu lhes diga que ele est bem agora. Dayse se encontra ao seu lado e fez uma torta de ma para ele.- Dayse a me dele - Paula explicou. - Sempre que estvamos doentes ou que algum ficava triste, ela fazia torta de ma, que era sua especialidade, e isso nos consolava.As duas deixaram a sesso, reconfortadas. Alguns meses depois, Adrienne me ligou para contar um sonho que tivera. Ela, a irm e a me andavam com o pai por um lindo campo florido, e ele levou-as para ver uma bela casa que tinha construdo. Carl lhes disse que a casa representava o amor que ele desenvolvera por si mesmo. Estava se tratando com tolerncia e compaixo, e sentia-se em paz.IX

CulpaFreqentemente, ouo as pessoas dizerem que "um pouco de culpa faz bem alma", mas no concordo. No estou falando sobre o remorso genuno em relao a um erro que podemos remediar; refiro-me ao tipo de culpa autopunitiva que acompanhada por sentimentos de baixa auto-estima e inadequao.Muitas vezes nos sentimos culpados devido a algum tipo de expectativa auto-imposta sobre como deveramos ser. Ento mentimos, porque temos medo de ser punidos se dissermos a verdade. Mais tarde, nos arrependemos e sentimos culpa por termos mentido ou cometido tais erros. No ntimo, achamos que pecamos e que devemos ser punidos.Qualquer forma de auto-condenao prejudicial alma. A culpa no s cria desarmonia nos corpos espiritual e emocional como tambm est relacionada a muitos dos problemas de sade de que sofremos.O TiroCerta noite de sbado, uma semana antes do Natal, um jovem casal que participara de vrias de minhas demonstraes pblicas me convidou sua casa, onde havia um grupo de quatro mulheres e dois homens. Cada um dos convidados mostrou-se disposto a abrir seu corao para expor o sofrimento e a tristeza que sentia. Expliquei como trabalhava e comecei com minha orao. Na primeira parte da sesso, fiz a leitura para trs pessoas. A comunicao inclua uma srie de detalhes absolutamente reais, que foram confirmados pelos participantes. Percebi que a maioria pareceu bastante satisfeita, exceto um nico homem chamado Rob.Durante um intervalo, enquanto saa da sala, escutei Rob dizer: - Ele deve estar inventando tudo isso. Algumas coisas so muito gerais, e podem se aplicar a qualquer pessoa.Quinze minutos depois, quando iniciei a sesso com uma orao, fui quase instantaneamente direcionado para Rob.- Posso me dirigir a voc? - perguntei. Com um sorriso ctico, Rob concordou:- Claro, v em frente.Imediatamente, tive a sensao de que havia um homem ao lado dele. A medida que me concentrava, comecei a ver o homem com clareza. Tinha cabelos castanho-claros, olhos verdes e um sorriso encantador. Suas mos estavam sobre os ombros de Rob. Perguntei:- Voc conhece a escola de St. Lucy, em Akron?Rob ficou plido. Olhou para os outros, sem acreditar no que ouvia, esperando que dissessem alguma coisa para tranqiliz-lo. Depois, olhou para mim:- Conheo, eu estudei l antes que meu pai fosse transferido. Comeou a tremer e a gaguejar: - Quem est a? Quem est falando com voc? - A arrogncia de Rob comeava a desmoronar.Continuei com minhas impresses:- Tenho aqui um homem que afirma conhec-lo. Ele diz que viveu em Akron e est falando de uma arma. Rob indagou:- o meu av? Ele viveu l. - O nervosismo transparecia claramente em sua fala. Meu av tinha uma arma. Era uma espingarda. Ele costumava me ensinar a us-la.Eu sabia, atravs das vibraes, que o esprito atrs de Rob no era o seu av. Enviei uma mensagem mental ao esprito e pedi que se identificasse. Rob se remexia na cadeira e sua aflio parecia se espalhar pela sala. Todos estavam ansiosos para saber quem era aquele convidado misterioso.- algum que voc no via h anos. Ele est me dizendo que voc se lembraria dele atravs de algo ou algum chamado Spike.Os olhos de Rob se arregalaram. Ele no conseguia parar de tremer.- Deus do cu... Deus do cu, no pode ser... No pode ser. Danny? Danny, voc? - Subitamente, lgrimas comearam a correr por seu rosto. - Spike era a bicicleta de Danny. Ele chamava sua bicicleta de Spike.- Ele est dizendo que morava na sua rua.- Sim, eu sei. Danny Timmons. Crescemos juntos. - Ento, em estado de choque, levantou-se e apontou para mim, gritando: - Quem voc? Que piada cruel esta? Algum lhe contou. Algum deve ter contado.Esperei vrios minutos at que se aquietasse. Rob afundou na cadeira e escondeu o rosto com as mos. Lembrei-lhe que ningum na sala sabia daquela informao e garanti-lhe que eu fazia meu trabalho com a maior seriedade. Minhas palavras o confortaram um pouco e o ajudaram a confiar em mim.- Danny est mostrando uma arma. a mesma arma que eu vi antes. Voc compreende isso?- Sim... sim, compreendo - Rob respondeu em voz baixa. Depois, levantando a voz, disse: - Tenho uma mensagem para o Danny. Diga-lhe que sinto muito, realmente sinto muito. Estive tentando toda a minha vida compensar o que fiz com voc, Danny. Por favor, me perdoe. Eu passo no cemitrio sempre que visito a cidade. Ele fica bem na frente da escola de St. Lucy onde estudamos. Gostaria que no tivesse acontecido nada. Eu me puno todos os dias pelo que aconteceu.- Danny sabe que foi sem querer. Ele quer agradecer por todos os seus pensamentos amorosos e pelo trabalho que fez em seu nome. Ele est dizendo para voc deixar a culpa de lado. Ele quer que voc viva plenamente. Quer que voc seja feliz.Depois disso, ficamos sabendo que Rob e Danny haviam sido vizinhos e amigos. Certo dia, Rob sugeriu que brincassem de ndios e caubis, e pegou a arma do av. Enquanto brincavam, a arma disparou acidentalmente e o tiro atingiu o peito de Danny, matando-o. desnecessrio dizer que a vida de Rob nunca mais foi a mesma. Desde os oito anos, ele carregava a culpa da morte de Danny. Ele nunca conseguira se livrar das imagens e sentimentos que ela despertava. Trabalhando como cirurgio, Rob passava 14 horas por dia salvando a vida das pessoas. A culpa podia ter beneficiado os outros, mas chegara o momento de Rob finalmente livrar-se dela.Como essa histria mostra, o terrvel fardo da culpa por acontecimentos que no podemos mudar capaz de destruir vidas e tornar-se um grande peso na nossa jornada espiritual. Quando carregamos o fardo da culpa, ficamos presos ao passado. O passado acabou e no h nada que possamos fazer para traz-lo de volta. Uma das grandes verdades espirituais que aprendi nesses muitos anos que nosso poder pessoal existe apenas no aqui e agora.A melhor maneira de se livrar da culpa perdoar a si mesmo e aos outros, e lembrar-se que, como seres espirituais, estamos numa jornada eterna. Vivemos aqui para aprender e crescer a partir de todas as nossas experincias.X

MedoAssim como o amor a grande fora unificadora, o medo a grande fora divisora. Nossa identidade desenvolvida e formada pelas pessoas que nos cercam e pelo ambiente em que vivemos. O que acontece que, medida que crescemos, deixamos que os julgamentos e crenas dos outros ditem a nossa identidade. Gradualmente, se camos nessa armadilha e nos esquecemos de quem somos verdadeiramente - da nossa dimenso divina -, sentimos medo.O medo uma criao enganosa das nossas mentes. No real. No h dvida de que existem coisas muito reais a serem temidas no mundo, mas no estou falando do medo que acompanha os instintos bsicos de sobrevivncia. Refiro-me aos medos emocionais que surgem de impresses e iluses falsas. Fomos to condicionados por eventos ameaadores e pela violncia, que passamos a acreditar que o mundo um lugar assustador. Crescemos com medo de coisas ou de pessoas que achamos que querem nos agredir. Tentamos viver de acordo com os padres de outras pessoas e nos transformamos em algo que no somos. Essencialmente, no somos fiis a ns mesmos.Quando nossas mentes so envolvidas pelo medo, muitas vezes este medo sentido fisicamente. O corpo fsico fica tenso medida que revivemos mentalmente uma situao assustadora, e o medo cresce cada vez mais. Ento, a nossa energia enfraquece. s vezes, ficamos literalmente paralisados e tememos o futuro.Quando o medo entra na vida de uma pessoa, ele esconde a luz da alma. Qualquer raio de luz que possa estar tentando aliviar o medo no consegue passar. Quando sucumbimos aos nossos medos, eles inevitavelmente tomam conta das nossas vidas e nos impedem de assumir riscos e de fazer as coisas que desejamos.Ento, como vencer e controlar o medo? Em primeiro lugar, pensando positivamente e usando a lei universal da afinidade: "semelhante atrai semelhante". Sempre que um pensamento negativo ou assustador surge na minha mente, repito a afirmao que faz parte da orao com que geralmente inicio um workshop: "Eu sou saudvel, eu sou sagrado, eu sou feliz." Deixo que ela penetre no meu subconsciente. Como j d