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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS JANE CLÉA GOMES MOREIRA PERFIL SOCIOECONOMICO E AMBIENTAL DOS PRODUTORES RURAIS DOS ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE PORTO DE PEDRAS, EM ALAGOAS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Agrárias como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheira Agrônoma. Rio Largo, Alagoas 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

JANE CLÉA GOMES MOREIRA

PERFIL SOCIOECONOMICO E AMBIENTAL DOS

PRODUTORES RURAIS DOS ASSENTAMENTOS DO

MUNICÍPIO DE PORTO DE PEDRAS, EM ALAGOAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Centro de Ciências Agrárias como parte dos

requisitos para obtenção do título de Engenheira

Agrônoma.

Rio Largo, Alagoas 2010

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JANE CLÉA GOMES MOREIRA

PERFIL SOCIOECONOMICO E AMBIENTAL DOS

PRODUTORES RURAIS DOS ASSENTAMENTOS DO

MUNICÍPIO DE PORTO DE PEDRAS, EM ALAGOAS.

Orientador: Prof. Aloísio Gomes Martins

Co-Orientador: Prof. Jakes Halan de Queiroz Costa

Prof. José Roberto Santos

Rio Largo, Alagoas

2010

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Agrárias como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheira Agrônoma.

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ATA DE REUNIÃO DE BANCA EXAMINADORA DE DEFESA DE TRABALHO DE

CONCLUSÃO DE CURSO

Aos 22 (vinte e dois) dias do mês de dezembro do ano de 2010, às 10 (dez) horas, sob a Presidência do Professor Aloisio Gomes Martins, em sessão pública na sala de aula do 8º Período de Agronomia, Campus Delza Gitaí, km 85 da BR-104 norte, Rio Largo, Al, reuniu-se a Banca Examinadora de defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “Perfil socioeconômico e Ambiental dos produtores rurais dos assentamentos do Município de Porto de Pedras, em Alagoas”, da aluna Jane Cléa Gomes Moreira, requisito obrigatório para conclusão do Curso de Agronomia, assim constituída: Prof. Aloisio Gomes Martins, CECA/UFAL (Orientador), Prof. Jakes Halan de Queiroz Costa, CECA/UFAL e, Prof. José Roberto Santos, CECA/UFAL. Iniciados os trabalhos, o aluno apresentou o Trabalho de Conclusão de Curso e a seguir foi dado a cada examinador um período máximo de 30 (trinta) minutos para a argüição ao candidato. Terminada a defesa do trabalho, procedeu-se o julgamento final, cujo resultado foi o seguinte, observada a ordem de argüição: Prof. Jakes Halan de Queiroz Costa, nota ( ), Prof. José Roberto Santos, nota ( ) e, Prof. Aloisio Gomes Martins, nota ( ). Apuradas as notas, a candidata foi considerada aprovada, com média geral nota ( ). Na oportunidade, a candidata foi notificada do prazo máximo de 30 (trinta) dias, a partir desta data, para entrega à Coordenação do Trabalho de Conclusão de Curso, devidamente protocolada, da versão definitiva do trabalho hoje defendido, em 5 (cinco) vias, corrigidas e encadernadas e uma cópia em CD, com as alterações sugeridas pela Banca, sem o que esta avaliação se tornará sem efeito, passando o aluno a ser considerado reprovado. Nada mais havendo a tratar, os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ATA, que depois de lida e achada conforme, vai assinada por todos os membros da Banca Examinadora, pela Coordenadora do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e pela Coordenadora do Curso de Agronomia, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Alagoas. Rio Largo/AL, 22 de dezembro de 2010. 1º Examinador Prof. Jakes Halan de Queiroz Costa

2º Examinador Prof. José Roberto Santos

3º Examinador Prof. Aloisio Gomes Martins

Coordenador do TCC Profa. Roseane Cristina Predes Trindade

Coordenadora do Curso Agronomia Profa. Leila de Paula Rezende

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que me deu a oportunidade de entrar no curso de

agronomia e ter chegado ao final do curso com todos os êxitos e dificuldades,

chegando assim a grande vitória de ter concluído e me tornado uma profissional.

Agradeço aos meus amigos do curso que me apoiaram em todos os

momentos que precisei, estando sempre compartilhando de todos os momentos que

passamos juntos (trabalhos, viagens.).

Agradeço ao núcleo dos professores da UFAL/CECA que me ensinaram e

contribuíram para o meu crescimento, pela paciência e compreensão nos momentos

que precisei.

Em especial agradeço aos professores Aloísio Gomes Martins, Jakes Halan

de Queiroz Costa e José Roberto Santos pela enorme dedicação que tiveram

comigo, em todo o meu percurso durante os anos que tive no curso de Agronomia.

Ao pessoal do projeto Mobilização, Diagnóstico e Planejamento Participativo e

Territorial do Norte de Alagoas, pela concessão da bolsa, e pelo prazer de ter

participado de um projeto tão gratificante, me realizando profissionalmente,

agregando os meus conhecimentos juntamente a pratica, exercida ao longo de todo

o projeto.

Agradeço a minha irmã Angelica Moreira que sempre esteve ao meu lado me

incentivando, dando toda a força e dedicação que eu precisava para poder caminhar

rumo aos meus objetivos.

De um modo geral a toda minha família que com certeza contribui para o meu

crescimento em busca dos meus ideais, sempre me motivando e me apoiando nos

meus estudos. Cito com muito carinho, a minha tia Bena, que sempre acreditou na

minha capacidade.

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DEDICAÇÃO

Dedico especialmente aos meus pais Mauricio Moreira e Benilda Moreira que

sempre se esforçaram para me dá uma boa educação, me mostrando sempre que é

através dos estudos que eu alcançaria os meus ideais. Foram a base para que eu

formasse o meu caráter, me incentivando, apoiando e fazendo com que eu

realizasse todos os meus objetivos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Distribuição dos proprietários dos lotes, dos assentamentos Areia e

Padre Alex Cauchi, em Porto de Pedras, classificados pelo gênero................. 16

Figura 2 - Grau de escolaridade dos proprietários dos assentamentos Areia e

Padre Alex Cauchi, em de Porto Pedras, em Alagoas...................................... 17

Figura 3 – Qualificação profissional dos agricultores familiares, dos

assentamentos Areia e Padre Alex Cauchi, em Porto de Pedras, em

Alagoas..............................................................................................................

18

Figura 4 - Características das casas de agricultores do território CONSAD do

Litoral Norte do Estado de Alagoas...................................................................

20

Figura 5 - Abastecimento de água nos assentamentos rurais no município de

Porto de Pedras, em Alagoas............................................................................ 23

Figura 6 - Destino do lixo nos assentamentos Areias e Padre Alex Cauchi,

em Porto de Pedras, em Alagoas...................................................................... 24

Figura 7 - Transporte utilizado para a comercialização, dos agricultores

familiares nos assentamentos Areia e Padre Alex Cauchi, em Porto de

Pedras................................................................................................................ 25

Figura 8 - Avaliação das condições das estradas, nos assentamentos Areia e

Padre Alex Cauchi, em Porto de Pedras, em Alagoas...................................... 26

Tabela 1. Grau de escolaridade dos proprietários dos lotes dos Assentamentos Rurais do Litoral Norte do Estado de Alagoas...........................................................................................................

17

Tabela 2. Participação dos agricultores familiares dos assentamentos do município de Porto de Pedras e do território CONSAD do litoral Norte do estado de Alagoas no programa bolsa família.............................................................................................................

19

Tabela 3 - Bens de consumo dos agricultores familiares dos assentamentos de Porto de Pedras e do CONSAD.......................................................................................................

21

Tabela 4 - Principais culturas desenvolvidas nos assentamentos Porto de Pedras,em Alagoas......................................................................................

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LISTA DE TABELA

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RESUMO

MOREIRA, Jane Cléa Gomes. Perfil socioeconômico e Ambiental dos produtores rurais dos assentamentos do Município de Porto de Pedras, em Alagoas. Rio Largo: CECA/UFAL, 2010. 35p. (Trabalho de Conclusão de Curso).

Este trabalho faz parte do projeto de extensão rural, ”Mobilização, Diagnóstico e

Planejamento territorial participativo do Litoral Norte de Alagoas”, do Ministerio do

Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS, que estuda as potencialidades

territoriais dos Consórcios de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local –

CONSAD, no Estado de Alagoas. O CONSAD abrange os municípios de Barra de

Santo Antônio, Campestre, Jacuípe,Japaratinga, Jundía, Maragogi, Matriz de

Camaragibe, Porto Calvo, São Luiz do Quitunde, Passos de Camaragibe e São

Miguel dos Milagres. Os assentamentos são caracterizados por serem produtos

de uma luta pelas terra resultantes de movimentos socias,e apresentam um

importante papel na agricultura gerando renda e ocupação no campo e

aumentando possibilidade de ofertas de alimentos mais saudavéis. O objetivo

deste trabalho foi traçar o perfil socioeconômico dos produtores rurais dos

assentamentos do Município de Porto de Pedras, em Alagoas. Para isto foram

realizados levantamentos bibliográficos, obtenção de dados secundários, visita,

observações de campo e a realização de entrevistas junto a assentados utilizando

um questionário roteiro. Para melhorar a sua produção agrícola, os entrevistados

afirmaram que são necessários recursos financeiros, para aquisição de insumos

(sementes, adubos, equipamentos maquinário e irrigação), bem como, mais

condições por parte do governo. Os agricultores devem tirar da terra seu sustento

e fazer gerar sua rentabilidade, pensando sempre em inovar para alcançar o

mercado competitivo oferecendo ao consumidor produtos de melhor qualidade.

Palavras-chaves: Agricultura familiar, produtores rurais, potencialidades

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

2.REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................

2.1 Agricultura familiar.......................................................................................

2.2 Modelos de assentamentos rurais...............................................................

2.3 Aspectos sócio-econômicos dos assentamentos.........................................

3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................

4.1 Escolaridade..................................................................................................

4.1.2Nível organizacional...................................................................................

4.1.3 Habitação...................................................................................................

4.1.4 Bens de consumo.......................................................................................

4.1.5 Meios de produção artesanal.....................................................................

4.1.6 Religião e espaços de lazer.......................................................................

4.2 Perfil ambiental..............................................................................................

4.3 Perfil produtivo e comercialização.................................................................

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22 25

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 29

6.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................. 30

7.APENDICE........................................................................................................ 33

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1. INTRODUÇÃO

A agricultura familiar é caracterizada pelo envolvimento da família em todo

trabalho requerido pela propriedade. Dessa forma, a maneira como a agricultura

familiar atua economicamente e socialmente é decorrente da relação entre a

produção familiar e trabalho (Wanderley, 1999).

A agricultura familiar brasileira vem se destacando gradualmente. De acordo

com o censo agropecuário (IBGE, 2006) a mesma é responsável por gerar uma

grande produção de alimentos saudáveis, produzidos em pequenas áreas, por

pequenos agricultores familiares, donos da própria terra com mão de obra familiar.

Isto mostra que a agricultura familiar teve um grande impacto no setor primário da

economia brasileira, levando alimentos à mesa dos brasileiros de forma bem

significativa.

Apesar do seu importante papel no Brasil, a Agricultura Familiar vem sofrendo

uma serie de problemas, tais como: falta de assistência técnica, dificuldade de

acesso ao credito rural, infra-estrutura deficiente, alta taxa de analfabetismo,

presença do atravessador e outros. Contudo, ela pode obter melhores resultados

através do fortalecimento de políticas públicas, como o PRONAF (Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), PAA (Programa de Aquisição de

Alimentos da Agricultura Familiar ) e outras políticas favoráveis a agricultura familiar.

No Estado de Alagoas os assentamentos rurais vivem em situação de

pobreza e miséria, exigindo políticas assistenciais além de planos de incentivos a

produção agropecuária e industrial, com devida assistência técnica e educativa

(INCRA-PRA/2003).

Este trabalho teve por objetivo traçar o perfil sócio-econômico dos produtores

rurais dos assentamentos do Município de Porto de Pedras em Alagoas,

possibilitando se tornar um instrumento para investimentos futuros, por parte dos

agricultores e do poder publico nesses assentamentos.

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2.REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Agricutura familiar

A agricultura familiar é uma atividade voltada para o trabalho de pequenos e

médios agricultores que buscam sustentabilidade tirada da própria terra e com mão

de obra familiar. Ela aparece como uma atividade multifuncional, pois além de

produzir alimentos e matérias-primas, obtém práticas produtivas ecologicamente

mais equilibradas e o menor uso de insumos industriais.

A agricultura familiar tem grandes destaques nos assentamentos rurais, que

segundo Ferrante (1999) tem como "projetos públicos", "ações aparentemente não-

políticas" efetuadas pelo Estado, responsável pela alocação das populações e pelo

"traçado das rígidas regras de vocação agrícola e de produtividade", mas que

representam interesses e relações de poder das classes envolvidas.

O assentamento aparece como uma dádiva oferecida pelo governo a que os

assentados não têm o que questionar, os assentados são pensados como agentes

em mutação, numa concepção de mudança em que o comportamento dos

assentados ou a construção desse é orientada, sofrendo alterações na sociabilidade

e nas formas de organização políticas propiciadas através do associativismo e do

cooperativismo. Entretanto esse processo não ocorre sem impasses e se faz

presente na relação dos assentados com o poder local, ora recusando, ora

aceitando as políticas a serem implantadas. O espaço social por sua vez é

permanentemente reproduzido, o que permite a adaptação, aceitação ou

assimilação de forma diferente da que foi planejada pelo governo (FERRANTE,

1999).

Segundo (Graziano, 1999) a agricultura familiar não significa pobreza e sim,

uma forma de produção em que o núcleo de decisões, gerencia trabalho e capital,

controlada pela família, sendo um sistema predominante no mundo inteiro.

Assim, o meio rural, sempre visto como fonte de problemas, hoje aparece

também como portador de soluções, vinculadas à melhoria do emprego e da

qualidade de vida (WANDERLEY, 2002).

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2.2 Modelos de assentamentos rurais

Atualmente existem modelos de desenvolvimento agrário, utilizados pelos

latinos americanos, tanto o cartesiano como o rural-agrovila são modelos que ainda

precisam de uma estrutura técnica e cientifica para seu sucesso.

Segundo Ângelo e Bonaccini (2002), o modelo cartesiano muito utilizado pelo

Brasil em meados da década de 70, parte do principio da distribuição da terra em

lotes individuais, não levando em consideração aptidão agrícola do solo, ou seja, o

governo simplesmente partilha a terra sem nenhum critério, gerando um modelo de

ocupação rural injusto nos quais várias famílias recebem fracas e distantes terras do

núcleo social.

Esse modelo não estimula praticas de associativismo, contribuindo para o

individualismo dos agricultores, isolamento social, produção sem escala, baixa

tecnologia; muito esforço e pouco resultado; baixa rentabilidade; elevado custo de

infra-estrutura; dificuldade de mecanização; destruição da natureza e aplicação

dispersa dos recursos financeiros (ÂNGELO; BONACCINI, 2002).

Já o modelo de assentamento rural-agrovila tanto Lucena et al. (2007) quanto

Ângelo e Bonaccini (2002) expuseram que esse modelo é construído com princípios

urbanos no meio rural (conceito centro habitacional), com as casas sendo

localizadas umas próximas às outras no sistema de vilas. As áreas produtivas são

demarcadas logo após o núcleo habitacional, o que em muitos casos leva o

agricultor a caminhar vários quilômetros para chegar ao seu local de trabalho.

Neste caso alguns grupos de famílias também são desprivilegiados com

terras impróprias para a produção, como no primeiro modelo. O que acaba

dificultando benefícios da instituição financiadora em investimentos de redes de

água, luz e urbanização. Para Lucena et al. (2007) este é um processo um pouco o

mais aperfeiçoado em relação aos assentamentos com lotes individuais, pois de

qualquer forma, também limita o sonho do assentado em ter o seu local para morar,

reduz o apego a terra porque a família não tem uma participação mais direta no

trabalho.

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Aliado à falta de privacidade em função da proximidade das casas, e o

elemento Aliado à falta de privacidade em função da proximidade das casas, e o

elemento que mais gera sentimento a terra, neste modelo é desprezado o prazer de

plantar seus alimentos, presenciar o nascimento dos animais e aves e acompanhar

a germinação das plantas no seu quintal. Pela proximidade das casas não existe o

“clima” das áreas rurais, resultando na impressão que se está morando em uma

cidade (e sem os benefícios desta) (LUCENA, 2007).

Segundo Lucena et al. (2007) fala que o modelo em questão foi

amplamente difundido após as desregulamentações de mercado brasileiro e

argentino pós década de 90. As reais conseqüências deste exemplar estão nas

dificuldades de produção em escala; conflitos familiares e de vizinhanças; falta de

apego ao local; pouca participação da família nos negócios; falta de escala na

produção; ociosidade da mão-de-obra familiar; perda de tempo em deslocamento;

dificuldade em controlar a produção agrícola e as criações animais de pequeno

porte; ausência da família no local da produção facilitando a entrada de pessoas

estranhas que podem se apropriar indevidamente dos bens; e dificuldade para

implantar atividades coletivas de precisão e acompanhamento diuturnamente.

2.3 Aspectos sócio-econômicos dos assentamentos

Os assentamentos rurais, em geral buscam um novo modelo de

desenvolvimento rural, onde o pequeno e médio agricultor tenha uma vida social, e

consigam se organizarem e está adequadamente preparado para administrarem de

maneira produtiva, eficiente e eficaz os lotes.

Segundo os estudos de Sparovek (2003), Leite et al. (2004) e Medeiros e

Leite (2004) apontam que os assentamentos rurais geram ocupações, diversificam a

pauta produtiva dos municípios, levam o aumento dos postos de trabalho (agrícola e

não agrícola) elevam a qualidade de vida das famílias beneficiárias e chegam a

provocar a reorganização do espaço rural em algumas situações.

A questão da produção agrícola nos assentamentos de reforma agrária

também foi tratada por Guilherme C. Delgado em diversos artigos. Em um deles,

publicado pela Revista Reforma Agrária da ABRA/4, em 2007, Delgado afirma que

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“O assentamento de reforma agrária é uma construção inacabada, carente de

projetos viável de transformação socioeconômica”. O autor prossegue sua

argumentação dizendo que o assentamento rural é uma figura jurídica nova e que

carece da complementação de outras ações do Estado no sentido da execução da

reforma agrária para consistir no projeto de desenvolvimento (DELGADO, 2007).

Segundo Delgado (2007b) o desenvolvimento do assentamento tem uma

finalidade bem definida, que é “atender aos princípios da justiça social e ao aumento

da produtividade”. A produtividade social do trabalho é um conceito chave na

argumentação de Delgado, ao lado da criação de empregos para toda a força de

trabalho atual dos assentamentos e também as das futuras gerações, consolidando

a transformação da estrutura de propriedade fundiária. A elevação é um imperativo

para que as famílias gerem excedentes monetários suficiente para escapar de uma

economia de subsistência.

Para o autor a produtividade social do trabalho num assentamento rural deve

diferir fundamentalmente daquelas nas propriedades no chamado “agronegócio”,

onde os custos considerados são apenas os privados relegando os custos sociais

como mera externalidades. A produtividade social do trabalho deverá cobrir os

custos privados de produção, permitir a apropriação da renda fundiária locacional e

da fertilidade do solo,evitar danos aos recursos,incorporar inovações técnicas

adequadas,viabilizar a cooperação entre as famílias assentadas (DELGADO,

2007b).

Segundo Delgado (2007b) a elevação da produtividade do trabalho em

assentamentos rurais requer o planejamento a partir do espaço publico. Entretanto

não um planejamento onde o estado assume também a execução, mas um

planejamento no qual ele toma algumas medidas que apóiem e induzam a

viabilidade social no assentamento.

Em outro artigo Delgado (2007b) apresenta a idéia de que é necessário

desenvolver os assentamentos para que possam se reinserir economicamente em

novas bases. O projeto alternativo de desenvolvimento seria realizado pela geração

de um excedente econômico sob novas relações de trabalhos, outras organizações

produtivas e praticas ecológicas de cuidados ambiental. Tal projeto pode (e deve)

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por políticas publicas. O autor destaca dentre eles o PRONAF e o programa de

aquisição de alimentos da agricultura familiar (PAA), encaminhando-se por um

melhor arranjo institucional do órgão envolvidos ( MDA,INCRA,MDS,CONAB/MAPA).

Segundo Navarro (1997) e Delgado (2007) convergem em dizer que os

assentamentos rurais resultam numa melhora nas condições de vida e na

produtividade da força de trabalho das famílias beneficiárias em relação a situação

anterior a entrada nos lotes. E também convergem em anotar que esse

desenvolvimento está aquém do necessário para garantir o sucesso ou a

continuidade das famílias na agricultura. Na questão da produtividade social do

trabalho, aspecto que deriva do progresso técnico, os autores identificam duas

tendências nas experiências existente de assentamentos: a prática de uma

agricultura de ”subsistência “ ou a adoção do padrão tecnológico da agricultura

“moderna” .E convergem, ainda, na idéia de que é necessário elevar a produtividade

do trabalho mas implementando um padrão tecnológico distinto daqueles do

“agronegócio”.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no período de janeiro a maio de 2010 nos

Assentamentos Areias e Padre Alexandre Cauchi no município de Porto de Pedras

onde vivem 84 famílias em uma área média dos lotes de 4,5 ha. Os assentamentos

têm o modelo de agrovila cujas atividades agrícolas são bem diversificadas

compreendendo o cultivo de milho, feijão, mandioca, batata, além de frutas como

banana, abacaxi, melancia, graviola e caju.

Porto de Pedras está localizado ao norte com os municípios de Porto Calvo e

Japaratinga, a sul com Passo de Camaragibe, a leste com Porto Calvo e o Oceano

Atlântico e a oeste com São Miguel dos Milagres. O acesso é pela rodovia AL-101 e

dista 100 km da capital alagoana (FÉRIAS TOUR, 2010). O clima é Tropical

Chuvoso com verão seco, com temperatura Média 26 °C.

O presente estudo foi realizado em três etapas distintas e consecutivas. Na

primeira, foi realizado o levantamento de dados secundários, nas instituições oficiais

sobre áreas de assentamento, agricultura familiar, produção, consumo e

organização da produção. Na segunda etapa foram realizadas visitas para

observação da área de estudo e mantidos contatos com produtores rurais, técnicos

e Secretário Municipal de Agricultura que atuam no litoral norte de Alagoas. Na

última foram coletados dados primários relacionados aos aspectos técnicos,

econômicos, políticos, sociais, ambientais e culturais, coletados a partir da

realização de entrevistas, junto a assentados, e também se fazendo uso de roteiro

de perguntas.

Foram aplicados aleatoriamente 20 questionários semi-estruturados (anexo 1)

entre as famílias dos assentamentos nos dois assentamentos. O número de

questionários foi definido de acordo com metodologia utilizada para o Projeto

“Mobilização, Diagnóstico e Planejamento territórial participativo do Litoral Norte de

Alagoas”, considerando-se um erro amostral de ± 5% e 95% de nível de confiança,

com base em metodologia preconizada por Barbetta (2007). Do total de

questionários aplicados coube ao município, tendo em vista o número de assentados

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no município, a aplicação de 20 questionários. O Município de Porto Pedras com

139 famílias assentadas teria uma amostra mínima de 15 entrevistas. A opção pela

realização de 20 entrevistas teve a intenção de elevar a representatividade da

amostra pela redução do erro amostral.

Vale ressaltar, obviamente, que por ter sido utilizado o procedimento de

amostragem por acessibilidade tanto o erro amostral como o nível de confiança não

podem ser considerados de forma rigorosa, pois só se aplica de fato a amostragem

aleatória.

Foram estudados os seguintes aspectos sócio-econômicos: escolaridade,

qualificação profissional, participações em programas do governo, abastecimento de

água, destino do lixo, características da moradia, bens de consumo, transporte

utilizado na comercialização dos produtos agropecuários, formas de

comercialização, condições das estradas, culturas plantadas, tipo de artesanato

desenvolvido, utilização de agroquímicos e principais problemas enfrentados pelos

assentados. Os dados foram tabulados e organizados em tabelas e figuras.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÂO

4.1 Escolaridade

Os proprietários que responderam à pesquisa, classificados de acordo com o

gênero, estão apresentados na Figura 1. Foi constatado que 66% dos assentados

entrevistados eram do gênero masculino e 34% do gênero feminino. Como apontam

os dados, existe uma porcentagem muito maior de homens, do que de mulheres, o

que indica à presença, nesses assentamentos, do gênero masculino a frente do

trabalho rural, talvez pela exigência de força braçal, visto que atividades agrícolas

são desenvolvidas por eles mesmos. Observa-se que a maioria dos homens,

proprietário dos lotes eram solteiros (53%).

Figura 1 – Distribuição dos proprietários dos lotes, dos assentamentos Areia e Padre Alex Cauchi, em

Porto de Pedras, classificados pelo gênero.

Em relação à escolaridade foi observado que 55% são analfabetos e 45% não

concluíram o ensino fundamental (Figura 2). Esses dados apontam o baixo nível de

escolaridade dos assentamentos. Isso pode comprometer o sucesso de uma política

de reforma agrária, tendo em vista que os proprietários dos lotes sequer

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completaram o antigo primário (1a° a 4a° serie). A baixa escolaridade dos

agricultores rurais revela que a reforma agrária e o investimento público em

educação devem ser políticas complementares e fundamentais para a redução da

desigualdade de renda rural, visto que o mau desempenho educacional dos

agricultores rurais tende a contribuir para que eles tenham um baixo nível de renda.

A elevação do nível de escolaridade pode contribuir para o aumento da

produtividade e renda do trabalho. Isto se verifica porque, normalmente, os

agricultores com baixa escolaridade tendem a resistir às novas informações e

inovações tecnológicas.

Figura 2 - Grau de escolaridade dos proprietários dos assentamentos Areia e Padre Alex Cauchi, em

Porto Pedras, em Alagoas.

Na Tabela 1 são apresentados dados de escolaridade dos proprietários lotes dos Assentamentos Rurais do Litoral Norte do Estado de Alagoas onde se observa um total de 83% de analfabetos somadas as pessoas que não concluíram o ensino fundamental. Verifica-se que o baixo índice de escolaridade não é exclusividade dos assentamentos do município de Porto de Pedra. Isto se verifica nos demais assentamentos do litoral norte configurando-se um problema territorial e não apenas local. Tabela 1. Grau de escolaridade dos proprietários dos lotes dos Assentamentos Rurais do Litoral Norte do Estado de Alagoas.

Analfabeto EFI EFC EMI EMC ESI ESC

-------------------------------------------------------%---------------------------------------------------

31,57 51,32 4,27 7,89 3,95 0,33 0,67 EFI – Ensino Fundamental Incompleto; EFC – Ensino Fundamental Completo; EMI- Ensino Médio Incompleto; EMC- Ensino

Médio Completo; ESI- Ensino Superior Incompleto; ESC- Ensino Superior Completo.

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Observa-se a existência de escolas nos assentamentos, que contribui para a

educação de jovens e adolescentes, podendo mudar a realidade do baixo nível de

escolaridade nos assentamentos rurais.

4.1.2 Nível organizacional

Dados da qualificação profissional estão apresentados na Figura 3. Foi

constatado que 60% eram trabalhadores rurais e trabalhavam no próprio lote. Vinte

e cinco por cento dos trabalhadores exercem algum tipo trabalho fora dos lotes para

complementar suas rendas. Destes, 20% eram trabalhadores autônomos sem

previdência social e 5% assalariados sem carteira de trabalho. Estes dados

mostram, que apesar da maioria dos trabalhadores rurais estarem trabalhando sem

seus lotes, uma porção significativa necessitam trabalhar em outras atividades para

garantir o sustento de suas famílias.

Figura 3 - Qualificação Profissional dos Agricultores Familiares, dos assentamentos Areia e Padre

Alex Cauchi, em Porto de Pedras, em Alagoas.

Dados da participação dos agricultores no Programa Bolsa Família estão

apresentados na Figura 4. A maioria dos entrevistados (80%) participa do Programa

Bolsa Família. 20% não recebiam nenhum beneficio dos programas do governo

federal. Os números encontrados para os assentamentos do município de Porto de

Pedras não diferem dos observados para o território. Esses dados indicam a

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importância do programa Bolsa Família no meio rural, visto que é um programa que

assegura o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança

alimentar. O programa exige que as famílias beneficiadas se comprometam em

manter as crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando a escola.

Segundo WEISSHEIMER (2006) bolsa família é o programa de proteção social do

governo federal que atende mais de 12 milhões de famílias em situação de pobreza

e extrema pobreza. O programa está transformando a vida de milhões de famílias no

Brasil. O programa faz parte de ações amplas, cujo objetivo é garantir segurança

social sólida aos cidadãos brasileiros, bem como atuar na distribuição de renda do

Brasil – apesar de ter o maior índice de crescimento mundial no século XX, o país

ainda conserva a concentração de riqueza semelhante ao de seu período colonial.

Tabela 2. Participação dos agricultores familiares dos assentamentos do município de Porto de

Pedras e do território CONSAD do litoral Norte do estado de Alagoas no Programa Bolsa Família

Bolsa Família Assentamentos de Porto

de Pedra

Assentamentos do

CONSAD

-------------------------%-------------------------

Recebe 80 79

Não Recebe 20 21

CONSAD – Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Rural Sustentável

4.1.3 Habitação

Quanto à habitação, verificou-se que os agricultores e suas famílias moram

em agrovilas. Tanto Lucena et al. (2007) quanto Ângelo e Bonaccini (2002)

expuseram que esse modelo é construído com princípios urbanos no meio rural

(conceito centro habitacional), com as casas sendo localizadas umas próximas às

outras no sistema de vilas. As áreas produtivas são demarcadas logo após o núcleo

habitacional, o que em muitos casos leva o agricultor a caminhar vários quilômetros

para chegar ao seu local de trabalho.

As condições de moradia refletem a aplicação das metas estabelecidas pelo

INCRA para a Reforma Agrária. Constatou-se que as casas são de alvenaria, com

telhas de cerâmica, todas com o piso de cimento ou cerâmica. Contudo, essas

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condições diferem das encontradas no território CONSAD onde se constatou ma

existência de 10 % de casa de taipa; fato este que compromete as metas do INCRA

além de contribuir para o surgimento de doenças endêmicas, sobretudo o ‘mal de

Chagas’ que tem o ‘barbeiro’ como transmissor e que habita nessas condições.

Figura 4. Características das casas de agricultores do território CONSAD do Litoral Norte do Estado

de Alagoas.

4.1.4 Bens de consumo

Os bens de consumo existentes nos assentamentos estão apresentados na

Tabela . Foi verificado que, nos assentamentos de Porto de Pedras, 60% dos

entrevistados têm Televisão e 50% possuem Rádio. Estes percentuais não diferem

dos demais assentamentos do território CONSAD. De acordo com site

http://www.intel.com/portugues/intel/intelbrasil/intelbrasil_4.htm 90% dos domicílios

brasileiros possuem aparelhos de TV, de acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE). Quando esses números são comparados com os de

Porto de Pedras, percebe-se que os assentamentos estão com um numero pequeno

de televisão em relação aos dados do Brasil. A implantação de políticas publica

voltada para o meio da comunicação utilizando a televisão, pode sofrer um problema

visto que nem todos os domicílios têm televisão em casa.

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O percentual dos assentados de Porto de Pedra que utilizam DVD é quase a

metade dos assentados do território CONSAD.

40% dos assentados de Porto de Pedra possuem Fogão a gás. Esse

percentual foi inferior ao encontrado para o território CONSAD. Esta informação é

importante no aspecto ecológico porque o uso do gás de cozinha reduz o consumo

de lenha, diminuindo o desmatamento.

25 e 48% dos assentados de Porto de Pedras e do CONSAD,

respectivamente, possuem geladeira. Estes valores são considerados muito baixo,

considerando a necessidade de conservação e preservação da qualidade dos

alimentos

50% utilizavam celular, equipamento importante para a comunicação à

distância.

Tabela 3 - Bens de Consumo dos agricultores familiares dos assentamentos de Porto de Pedras e do CONSAD

TV DVD RADIO GELADEIRA FOGÃO A GAS CELULAR

--------------------------------------------%---------------------------------------------

Porto de Pedras 60 30 50 25 40 50

CONSAD 61 56 67 48 68 67

CONSAD – Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Territorial Sustentável.

4.1.5 Meios de produção artesanal

Não foi possível estabelecer o percentual dos agricultores que desenvolve

algum tipo de artesanato nos dois assentamentos de Porto de Pedras. Contudo, foi

verificado que algumas famílias vêm desenvolvendo artesanato com o uso da

ouricuri (Syagrus coronata) que é uma das principais palmeiras da região semi-árida

do nordeste do Brasil, onde é nativo. As folhas da palmeira são utilizadas nos

assentamentos como matéria-prima para a produção de vassouras. O produto é

comercializado no comercio regional, o que garante uma renda extra para as

famílias que trabalham com esse tipo de artesanato.

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4.1.6 Religião e espaços de lazer

70% dos assentados de Porto de Pedras são católicos, 5% evangélico e 25%

não informaram. Estes dados não diferem dos dados encontrados para o Brasil. De

acordo com o site www.fgv.br/cps/simulador/site_religioes2/Clippings/jc288.pdf os

católicos são 73,79% da população brasileira. Isto reflete a forte influência católica

do país presente nas camadas mais pobre da população. Do ponto de vista das

políticas públicas, a religião pode ser um forte vetor de divulgação e socialização de

práticas no meio rural. Não foi detectado, entretanto, nenhum templo religioso nos

assentamentos de Porto de Pedras, fato quer pode dificultar a reunião de pessoas

para determinados eventos ou mobilizações.

O espaço de lazer existente nos assentamentos caracteriza-se unicamente

pelo campo de Futebol e pelo banho de rio. Apenas 20% da população utiliza o

espaço de lazer existente.

4.2 Perfil ambiental

Os dados sobre o abastecimento de águas nos assentamentos do município

de Porto de Pedras encontram-se na Figura 5. A maioria dos assentados usa água

em suas residências provenientes de poços e cacimbas. Essa informação aponta a

falta de canalização interna no domicilio. Isto é talvez, o elemento da infra-estrutura

de maior conseqüência para o trabalho no meio rural. No Brasil entre, 1992 e 2002,

a porcentagem de domicílios rurais que tem acesso a água evoluiu de 37 para 56% .

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Figura 5 - Abastecimento de água nos assentamentos rurais no município de Porto de Pedras, em

Alagoas.

Nos assentamentos do município de Porto de Pedras a maioria das casas

(65%) tem fossa séptica. Em 20% as fossas são rudimentares e em 15% os dejetos

são depositados a céu aberto. Esse dado aponta que a infra-estrutura nos

assentamentos está defasada; o que pode comprometer a qualidade da água e a

saúde da população rural.

Cerca de 80% do lixo é queimado, enquanto 15% são enterrados e 5%

deixados a céu aberto (Figura 6). Como apontam os dados à maioria exerce a

prática de queimar o lixo, que além de poluir o ambiente com os gases, liberados

durante a queima, também contamina o solo e água, fazendo com que haja um

desequilíbrio ambiental, prejudicando os próprios assentados e a população em

geral, já que os poluentes se alastram por todos os ambientes. Isso mostra também

o descaso por parte do poder público municipal que não oferece a coleta do lixo nos

assentamentos.

Segundo Ferreira (1999), lixo é “aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua

e se joga fora; entulho.

Jardim e Wells (1995, p. 23) definem o lixo como “[...] o resto das atividades

humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou

descartáveis”.

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Os animais encontram no lixo alimento e abrigo, ou seja, condições favoráveis

para sua proliferação. Muitos são vetores responsáveis pela transmissão de

inúmeras doenças ao homem, dentre os quais, os mais importantes são os roedores

e insetos (SISSINO, 1998). Caso o lixo não tenha um tratamento adequado, ele

acarretará série de danos ao meio ambiente como a poluição do solo, o que

acarretará alteração das características físico-química, além do visual degradante

associados ao monte de lixo (MARTINI, 2008).

Figura 6 - Destino do lixo nos assentamentos Areias e Padre Alex Cauchi, em Porto de Pedras, em

Alagoas.

Sobre o controle de pragas e doenças os assentamentos de Porto de Pedras,

a pesquisa revelou que, 50% dos agricultores assentados não usam agrotóxicos.

Apenas 25% dos entrevistados responderam que utilizavam defensivos. Trata-se de

um índice pequeno, visto que em outros municípios 100% dos assentados utilizam

agrotóxicos. Entre os que utilizam produtos químicos, a maioria não armazena os

produtos em locais seguros nem dá destino correto para as embalagens vazias. Não

se verificou também o uso de equipamentos de proteção individual – EPI’s,

colocando em risco a saúde dos agricultores e de seus familiares. Isto talvez

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aconteça pela falta de informação e orientação, pois os produtos são indicados por

vendedores ou algum conhecido. Isto é facilmente detectado pelo fato de apenas

20% dos agricultores terem participado de um treinamento para a aplicação correta

dos agrotóxicos. Se por um lado percebe-se baixo percentual de agricultores que

utilizam agrotóxicos, percebe-se a necessidade de capacitação para tal, a fim de

permitir o uso seguro e também a substituição destes por práticas alternativas de

controle de pragas e doenças.

4.3 Perfil produtivo e comercialização

A maioria dos agricultores dos assentamentos do município de Porto de

pedras utiliza transporte próprio para comercialização. 45% usa cavalo, 19%

bicicleta, 13% carroça, 6% motocicleta e 19% não informou (Figura 7).

Figura 7 - Transporte utilizado para a comercialização, dos agricultores familiares nos

assentamentos Areia e Padre Alex Cauchi, em Porto de Pedras.

Os dados percentuais sobre as condições das estradas encontram-se na

Figura 8. 55% dos entrevistados classificaram as estradas vicinais como péssimas.

30 % classificaram como regular e 15% boa. Uma estada péssima do ponto de vista

do agricultor tem as seguintes características: estrada de barro, com a presença de

muitos buracos e com pontos de atolamento. Dê acordo com o site:

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http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/12/21/estudo-do-incra-mostra-que-maioria-

dos-assentamentos-rurais-nao-tem-luz-nem-estradas-adequadas-923335930.asp

Pesquisa feita pelo INCRA revela que boa parte dos assentados da reforma

agrária sofre com falta de estradas. 57,89% consideram as estradas para escoar as

produções ruins ou péssimas. Quando esses números são comparados com os

assentamentos do Brasil, percebe - se que as estradas vicinais ruins ou péssimas

não são exclusivamente dos assentamentos de Porto de Pedra. Isto se verifica nas

demais estradas do Brasil. Esse quadro reflete a grande dificuldade do escoamento

e perda da produção, dificultando o acesso às feiras livres nas áreas urbanas dos

municípios, sobretudo na época do inverno. Outro fator desestimulante é o tempo

gasto para chegar ao destino, seja da produção ou simplesmente para

deslocamento de pessoas.

Figura 8: Avaliação das condições das estradas, nos assentamentos Areia e Padre Alex Cauchi, em

Porto de Pedras, em Alagoas.

75% dos assentados afirmam que a fertilidade do solo é regular e 25% que a

fertilidade é boa, 95% não utilizam irrigação e 5% faz irrigação. Esse dado aponta

que os assentamentos têm boa fertilidade do solo o que possibilita um crescimento

potencial na produção, visto que a fertilidade do solo é tão importante quanto a

qualidade da semente, pois um solo provido de todos os nutrientes,obtém boas

propriedade física e química do solo o que resulta em um melhor manejo do solo. A

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maioria não utiliza adubação e os que utilizam, usa esterco de galinha, torta do

bagaço da cana, folha seca. A mecanização agrícola utilizada é a braçal.

A forma de comercialização é feira livre e intermediária. O que mostra uma

falta de assistência e planejamento organizacional. As principais culturas

desenvolvidas pelos assentados entrevistados são: Milho, Feijão, Mandioca, Batata,

Abacaxi, Banana, bem como em alguns lotes a melancia, graviola e caju.

Classificados de acordo com as principais culturas desenvolvidas nos

assentamentos areias e Padre Alex cauchi, estão apresentados na Tabela 2.

As atividades agrícolas são bem diversificadas e desenvolvidas nos

assentamentos em pequenas áreas (LOTE), quando se tem o uso de uma adequada

tecnologia, podem torná-las sustentável, e gerar renda. Utilizando boas tecnologias,

o agricultor pode se melhorar obtendo novos conhecimentos, aumentar sua renda,

inserir-se no mercado competitivo, obtendo uma boa produção.

A maioria dos agricultores decide o que vai plantar considerando a tradição.

Sua agricultura é baseada de técnicas empíricas passadas de geração em geração,

bem como não realiza parcerias com outros assentados. 75% mantêm limpos e

abrigados as maquinas e equipamentos de trabalho. 60% avaliam que a assistência

técnica tem trazido novos métodos de produção.

A maioria dos agricultores com 40% afirma que suas atividades dão lucros.

90% dos assentados querem que o respectivo padrão de vida melhore. A uma

Tabela 4 - Principais culturas desenvolvidas nos assentamentos Areias e Padre Alex Porto de Pedras,

em Alagoas.

Principais Culturas RAIZES GRÃOS FRUTAS

Mandioca Milho Abacaxi/Banana

Batata Feijão Melancia/Graviola/Caju

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controvérsia quando comparando os dados em que a maioria diz que suas

atividades dão lucros e mesmos assim querem que seu padrão de vida melhore.

Talvez porque o lucro obtido com as atividades desenvolvidas gerem lucros só para

fins de consumo próprio e eles queiram melhorar suas condições de vida, expandir

suas produções e aumentar sua renda.

50% dos entrevistados têm controle das financia e a outra metade não faz. A

maioria não busca alternativas financeiras para investir na propriedade. A maioria

vende o produto, logo após a colheita pela necessidade de dinheiro, pela falta de

infra-estrutura de armazenamento da produção.

A maioria dos agricultores adota cuidados em relação à aparência dos

produtos, lavando e retirando os corpos estranhos. A maioria dos assentados diz

gostar da vida do campo, bem como é o que gosta de fazer. Apenas 20% dos

agricultores delegam aos seus filhos obrigações dentro do lote, enquanto que 45%

esperam que os filhos permaneçam no campo, dando continuidade ao trabalho.

Os principais problemas nos assentamentos são: Falta de união dos

assentados, estradas de difícil acesso, transportes, ausência de posto de saúde,

água, recursos financeiros para a aquisição de insumos de produção e para o

desenvolvimento de demais etapas do processo de produção e comercialização.

Para melhorar a sua produção agrícola, os entrevistados afirmaram que

necessária de recursos financeiros, para aquisição de insumos (sementes, adubos,

equipamentos maquinário e irrigação), bem como, mais condições por parte do

governo.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os assentamentos não oferecem as condições necessárias para a

sobrevivência digna dos assentados em face da ausência de infraestrutura básica

bem como de apoio, que permita o concreto para o equacionamento e resolução dos

problemas apresentados ou observados.

Os assentados têm dificuldades para se organizarem e não parecem estar

adequadamente preparados para a autogestão, permitindo administrarem de

maneira eficiente e eficaz os seus respectivos lotes.

O modelo de agricultura familiar seguido corretamente faz com que os

agricultores socializem juntos mantendo laços de companheirismos, utiliza medidas

simples e que garantem ou promovam a melhoria da atividade agrícola, dando

importância aos recursos naturais que dão suporte a essas atividades que precisam

de cuidados adequados para haver a sustentabilidade dos sistemas de produção

agrícola.

Os agricultores devem tirar da terra seu sustento e fazer gerar sua

rentabilidade, pensando sempre em inovar para alcançar o mercado competitivo

oferecendo ao consumidor produtos de melhor qualidade.

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WANDERLEY, N. Raízes históricas do campesinato brasileiro. In: TEDESCO (Org.) Agricultura familiar: realidades e perspectivas. Passo Fundo- RS: UPF, 2001, 405 p. apud: SILVA, N. G. et al. AS DIFICULDADES E POTENCIALIDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR NA MATA NORTE PERNAMBUCANA. Recife: UFRPE. Disponível em< http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0001/R0348-3.PDF> Acesso 15 dez. 2010 ás 14:00.

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APENDICE

Foto 01. Residência padrão nos Assentamentos Areias e Padre Alex, em 2010.

Foto 02.Entrevista com o agricultor familiar,em Abril de 2010.

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Foto 3. Casa de farinha,totalmente artesanal,em 2010.

Foto 4. O agricultor fazendo farinha,em 2010.

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Foto 5. Equipe de trabalho,em 2010.

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