Perfil Socioeconomico de Campo Grande 2007

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Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

PERFIL Socioeconmico

CAMPO GRANDE 2010

PERFIL SOCIOECONMICO DE CAMPO GRANDE Mato Grosso do Sul

17 edio revista

junho/2010

Prefeito Nelson Trad Filho Secretrio Municipal de Governo e Relaes Institucionais Rodrigo de Paula Aquino Secretria Municipal de Administrao Aurenice Rodrigues Pinheiro Pilatti Secretrio Municipal da Receita Jos Csar de Oliveira Estoduto Secretrio Municipal de Planejamento, Finanas e Controle Paulo Srgio Nahas Secretria Municipal de Polticas e Aes Sociais e Cidadania Berenice Maria Jacob Domingues Secretria Municipal de Educao Maria Ceclia Amendola da Motta Secretrio Municipal de Desenvolvimento Econmico, de Cincia e Tecnologia e do Agronegcio Natal Baglioni Meira Barros Secretrio Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Marcos Antnio Moura Cristaldo Secretrio Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitao Joo Antnio De Marco Secretrio Municipal de Sade Pblica Leandro Mazina Martins Procurador-Geral do Municpio Ernesto Borges Neto

Diretor-Presidente da Agncia Municipal de Habitao de Campo Grande Paulo Cesar de Matos Oliveira Diretora-Presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano Marta Lcia da Silva Martinez Diretor-Presidente da Agncia Municipal de Prestao de Servios Sade Leandro Mazina Martins Diretor-Presidente da Agncia Municipal de Transporte e Trnsito Rudel Espindola Trindade Junior Diretor-Presidente da Agncia de Regulao dos Servios Pblicos Delegados de Campo Grande Marcelo Luiz Bomfim do Amaral Diretor-Presidente da Fundao Municipal de Cultura Roberto Figueiredo Diretor-Presidente da Fundao Municipal de Esporte Carlos Alberto de Assis Diretor-Presidente do Instituto Municipal de Previdncia de Campo Grande Cezar Luiz Galhardo Diretora-Presidente da Fundao Social do Trabalho de Campo Grande Luiza Ribeiro Gonalves Diretor-Presidente do Instituto Municipal de Tecnologia da Informao Joo Mitumaa Yamaura Presidente de Honra do Fundo de Apoio Comunidade Denise Mandarano Castro

APRESENTAOEsta a 17 edio do Perfil Socioeconmico de Campo Grande. Temos a satisfao de ter em nossa cidade um documento desse porte que atende os mais diversos pesquisadores como fonte de pesquisa.

Trata-se de um trabalho elaborado pelo PLANURB Instituto de Municipal de Planejamento Urbano, sendo resultado da colaborao de profissionais de muitos rgos municipais, estaduais, federais e de entidades do municpio. Ano a ano, essa parceria contribui para tornar essa publicao mais completa e aprimorada.

O Perfil Socioeconmico de Campo Grande sintetiza informaes importantes da cidade, demonstrando o crescimento do municpio nos mais variados setores, abrangendo aspectos culturais, educacionais, de sade, de seus atrativos tursticos, de sua infraestrutura, entre outros. Esse documento traz importantes informaes que despertam no seu leitor o desejo de conhecer cada vez mais essa Cidade Morena.

Nelson Trad Filho Prefeito Municipal

INSTITUTO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO PLANURBDiretora-Presidente Marta Lcia da Silva Martinez Diretora de Planejamento Fsico-Territorial Janaina Simonelli Esteves Barbosa Diretora de Estudo, Pesquisa e Informao Rita de Cssia Belleza Michelini Diviso de Monitoramento do Uso e da Ocupao do Solo Christina Chicol Manvailer Gonalves Diviso de Planejamento para a Preservao do Patrimnio Ana Cludia Gimenez Mesquita Diviso de Geoprocessamento Juares Rodrigues Echeverria Diviso de Estatstica Fbio Nogueira da Silva Diviso de Documentao Maria Magali Arajo Diviso de Assuntos Estratgicos Ana Maria Pinto Benites Gerncia Administrativa e Financeira Mara Mrcia Fernandes de Moraes Coordenao Rita de Cssia Belleza Michelini

Equipe Elisngela Alves Lijern Economista Elivelton Ferreira de Alcantara Mirim Eunice Pacheco Lino Pedroso Assistente Administrativo Fbio Nogueira da Silva Economista Janaina Simonelli Esteves Barbosa Arquiteta e Urbanista Juares Rodrigues Echeverria Economista Kelly Cacemiro Ferreira Economista Luciana de Figueiredo Analista de Sistemas Luciano Albuquerque Assistente Administrativo Rita de Cssia Belleza Michelini Bibliotecria Colaborao Superintendncia de Comunicao Social/SEGOV (Fotografias)

C198

Instituto Municipal de Planejamento Urbano - PLANURB Perfil Socioeconmico de Campo Grande/Instituto Municipal de Planejamento Urbano - PLANURB. 17 ed. rev. Campo Grande, 2010. 1. Campo Grande (MS) I.Titulo.

Instituto Municipal de Planejamento Urbano PLANURB Rua Hlio de Castro Maia, 279 Jd. Paulista 79.050-020 Campo Grande MS FAX: (67) 3314-5175 e-mail: [email protected]

OS NMEROS DE CAMPO GRANDECampo Grande Mato Grosso do Sul rea do Municpio: 8.096 km rea Urbana: 35.302,82 ha Populao: 755.107 (Estimativa da Populao 2009) Taxa de Urbanizao: 98,66% Taxa Mdia Geomtrica de Crescimento Anual da Populao: 2000/2007: 1,33% Densidade Demogrfica: 93,27hab/Km (Estimativa da Populao 2009)

Av. Afonso Pena

Sumrio1 HISTRIA 2 ASPECTOS FSICOS E BIOLGICOS 2.1 Localizao 2.2 Meio Fsico 2.2.1 Geologia 2.2.2 Geomorfologia 2.2.3 Solos 2.2.4 Carta Geotcnica 2.3 Meio Biolgico 2.3.1 Vegetao 2.3.2 Unidades Municipais de Conservao da Natureza 2.3.3 Parques e outras Unidades de Conservao 2.4 Recursos Hdricos 2.4.1 Hidrografia 2.4.2 Carta de Drenagem 2.5 Climatologia 2.5.1 Pluviometria 2.5.2 Temperaturas 2.5.3 Ventos 3 ASPECTOS FSICOS E TERRITORIAIS 3.1 A malha urbana e sua ocupao 3.2 rea urbana 3.3 O uso do solo urbano 3.3.1 Alvars e Habite-se concedidos 4 ASPECTOS DEMOGRFICOS 4.1 Evoluo da populao 31 31 31 32 32 33 33 33 35 39 41 41 43 45 45 45 45 49 51 52 58 61

Lago do Amor

4.2 Caractersticas gerais da populao 4.3 Migrao 4.4 Famlias 4.5 Fecundidade 4.6 Nupcialidade 4.7 Comparativo entre as capitais brasileiras 5 ASPECTOS ECONMICOS 5.1 Empresas 5.2 Setor Primrio 5.2.1 Estrutura fundiria 5.2.2 Condio do produtor 5.2.3 Rebanhos 5.2.4 Pecuria leiteira

63 69 69 70 70 71 77 78 79 79 81 83

5.2.5 Produtos de origem animal 5.2.6 Produo agrcola municipal 5.2.7 Armazenagem 5.2.8 Hortifruticultura 5.3 Setor secundrio 5.3.1 Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econmico e Social de Campo Grande - PRODES 5.3.2 Plos Empresariais da Prefeitura Municipal de Campo Grande 5.3.3 Ncleo Industrial Indubrasil 5.3.4 Incubadoras Municipais 5.3.5 Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande 5.3.6 Indstrias por atividades 5.4 Setor tercirio 5.4.1 Comrcio 5.4.1.1 Atacado 5.4.1.2 Varejo 5.4.2 Servios 5.5 Abastecimento alimentar 5.5.1 Mercado Municipal 5.5.2 Feiras livres 5.6 Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios 5.7 Renda 5.8 Produto Interno Bruto Total e Per Capita 6 INFRAESTRUTURA URBANA E SERVIOS 6.1 Energia eltrica 6.2 Gs Natural 6.3 Saneamento bsico 6.3.1 Histrico

83 84 84 84 85 86 88 92 93 96 97 98 98 99 99 100 101 101 102 104 105 108 111 114 114 114

6.3.2 Sistema de abastecimento de gua 6.3.3 Esgotamento sanitrio de Campo Grande 6.4 Pavimentao 6.5 Limpeza pblica 6.5.1 Varrio 6.5.2 Manuteno e roada 6.5.3 Coleta de lixo 6.6 Transporte e trnsito 6.6.1 Rodovias 6.6.2 Sistema virio 6.6.3 Frota de veculos 6.6.4 Condutores com Carteira Nacional de Habilitao 6.6.5 Acidentes de trnsito 6.6.6 Frota de txis 6.6.7 Frota de moto-txis 6.6.8 Frota de moto-entregador 6.6.9 Transporte coletivo 6.6.10 Transporte areo 6.6.11 Transporte rodovirio 6.6.12 Transporte ferrovirio 6.7 Comunicaes 6.7.1 Servios de telefonia fixa e mvel 6.7.2 Servios postais 6.7.3 Rdio e televiso 6.7.4 Jornais e revistas 6.7.5 Sites de notcias de Campo Grande

115 124 127 127 127 129 130 133 133 136 137 138 138 138 139 139 139 141 142 143 144 144 144 144 145 145

7 ASPECTOS SOCIAIS 149 7.1 Educao 7.1.1 Educao infantil, ensino fundamental, mdio, especial e de

jovens e adultos 7.1.2 Ensino Superior 7.1.2.1 Fundao Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS 7.1.2.2 Universidade Catlica Dom Bosco UCDB 7.1.2.3 Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal UNIDERP 7.1.2.4 Centro Universitrio Anhanguera de Campo Grande 7.1.2.5 Faculdade Estcio de S de Campo Grande FESCG 7.1.2.6 Instituto de Ensino Superior da FUNLEC IESF 7.1.2.7 Faculdade Campo Grande FCG

149 164 164 166 167 169 170 171 171

7.1.2.8 Faculdade Mato Grosso do Sul FACSUL 7.1.2.9 Faculdade UNIGRAN Capital UNIGRAN 7.1.2.10 Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS 7.1.2.11 Faculdade de Tecnologia SENAI Campo Grande FATEC 7.1.3 Ensino Profissionalizante 7.1.3.1 Servio Nacional de Aprendizagem Comercial Senac 7.1.3.2 Servio Social da Indstria SESI/DR/MS 7.1.3.3 Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Mato Grosso do Sul SENAI/DR/MS 7.1.3.4 Servio Social do Comrcio SESC 7.1.3.5 Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de MS SEBRAE/MS 7.1.3.6 Servio Nacional de Aprendizagem Rural SENAR-AR/MS 7.2 Sade 7.2.1 Assistncia mdico-hospitalar 7.2.2 Indicadores de sade 7.2.3 Cobertura vacinal 7.2.4 Mortalidade 7.2.5 Unidades de sade 7.3 Assistncia Social 7.3.1 Fundo de Apoio Comunidade FAC 7.3.2 Instituto Mirim de Campo Grande IMCG 7.4 Trabalho 7.4.1 Fundao Social do Trabalho FUNSAT 7.5 Habitao 7.6 Eleitores 7.7 ndice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH-M 7.8 Justia 7.9 Segurana Pblica

172 172 173 173 173 173 174 174 175 176 176 177 178 180 181 181 184 188 194 195 196 197 202 209 209 211 212

8 CULTURA, ESPORTE, LAZER E TURISMO 8.1 Cultura 8.1.1 Espaos culturais 8.1.2 Auditrios, anfiteatros e teatros 8.1.3 Roteiro arquitetnico 8.1.4 Roteiro para realizao de grandes eventos 8.1.5 Projetos culturais 8.2 Esporte 8.2.1 Espaos esportivos alternativos 8.2.2 Espaos esportivos fechados 8.2.3 Projetos esportivos e de lazer 8.3 Galerias de arte 8.4 Turismo 8.4.1 Infraestrutura turstica 8.4.2 Atrativos tursticos 8.4.3 Turismo rural 8.4.4 Roteiros culturais 8.4.5 Roteiro de compras de artesanato 8.4.6 Roteiro de lazer e entretenimento 8.4.7 City Tour oficial de Campo Grande 8.5 Principais eventos 8.6 Sales de exposies temporrias 8.7 Bibliotecas e salas de leitura 8.7.1 Bibliotecas 8.7.2 Salas de leitura 9 FINANAS PBLICAS

217 218 219 222 223 223 224 224 226 226 227 227 227 228 231 232 232 233 234 234 234 235 235 236 237

10 GESTO DEMOCRTICA DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL 10.1 Sistema Municipal de Planejamento SMP 10.1.1 Conselho Municipal de Desenvolvimento e Urbanizao CMDU 10.1.2 Conselhos Regionais 10.1.3 Rede Viva e Programa Comunidade Viva 11 PREFEITOS E INTENDENTES

248 249 250 251 253

Lista de TabelasCAPTULO 2 - ASPECTOS FSICOS E BIOLGICOS 1 rea das Zonas Ambientais na APA do Guariroba 2 Precipitao acumulada (mm) em Campo Grande - 1996/2009 3 Temperaturas mximas, mdias e mnimas em Campo Grande - (C) 2005/2009 4 Velocidade dos Ventos (m/s) - 2009 CAPTULO 3 - ASPECTOS FSICOS E TERRITORIAIS 5 Evoluo dos Loteamentos Aprovados - 1989-2009 6 Loteamentos Aprovados - 2002-2009 7 Alvars concedidos por unidade e m - 1999-2009 8 Habite-se concedidos por unidade e m - 1999-2009 9 Total de Inscries no Cadastro Imobilirio, por uso do imvel - 2008-2009 CAPTULO 4 - ASPECTOS DEMOGRFICOS 10 Populao total urbana e rural, e taxa de urbanizao - Municpio de Campo Grande - 1970/2007 11 Evoluo dos grandes grupos de idade do Municpio de Campo Grande - 1960/2007 - (%) 12 Taxa Mdia Geomtrica de Crescimento Anual da populao residente no Municpio de Campo Grande - 1960/2007 13 Participao Relativa da Populao do Municpio de Campo Grande em relao ao Estado de MS - 1940/2007 14 Populao do Municpio de Campo Grande - 1991-2009 15 Populao residente, por grupos de idade e sexo no Municpio de Campo Grande - 1970/2007 16 Populao residente em Campo Grande, por grupos de idade, segundo os distritos e a situao do domiclio - 2007 17 Indicadores e variveis selecionadas, no Municpio, Regies Urbanas e Distritos de Campo Grande - 2007 18 Populao residente, por tipo de deficincia, no Municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 19 Pessoas no naturais da Unidade da Federao - 2000 20 Famlias e pessoas residentes em domiclios particulares, por condio na famlia, no Municpio de Campo Grande - 2000/2007 21 Mulheres de 10 anos ou mais de idade, total e que tiveram filhos, mulheres de 10 anos ou mais de idade que tiveram filhos nascidos vivos, por nmero de filhos tidos nascidos vivos, no Municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 22 Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por estado civil, no Municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 23 Pessoas de 10 anos ou mais de idade que viviam em unio conjugal, por tipo de unio, no Municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 24 Populao residente segundo as capitais brasileiras - 2000-2009 25 Taxa Mdia Geomtrica de Crescimento Anual da populao segundo as capitais brasileiras - 1991-2007 - (%) 26 Razo de sexo , segundo as capitais brasileiras - 2000/2007 - (%) 27 Razo de Dependncia Demogrfica(), segundo as capitais brasileiras - 2000/2007 - (%) 28 Idade Mdia da populao residente nas capitais brasileiras - 2000/2007(1)

37 45 45 45

55 56 58 58 58 62 62 62 62 62 63 66 68 69 69 69 70 70 70 71 72 72 73 73 77 77 77

CAPTULO 5 - ASPECTOS ECONMICOS 29 Empresas constitudas, extintas e falidas em Campo Grande - 1999-2009 30 Estabelecimentos relacionados na RAIS por Setor de Atividade Econmica - 2008 31 Estabelecimentos relacionados na RAIS por Natureza Jurdica - 2008

32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72

Nmero de estabelecimentos e rea, segundo a condio do produtor - 1975/2006 Estrutura Fundiria em Campo Grande - 1975/1996 Estrutura Fundiria em Campo Grande - 2006 Estabelecimentos agropecurios - 2006 Utilizao das terras no Municpio de Campo Grande - 1996/2006 Efetivo de cabeas no Municpio de Campo Grande - 1995-2008 Trnsito egresso de bovinos e bubalinos no municpio de Campo Grande - 2001-2009 Produo de leite no municpio de Campo Grande e em Mato Grosso do Sul - 1990-2008 Produo de leite sob Inspeo Federal em Campo Grande - 1996-2008 Produtos de origem animal por tipo de produto em Campo Grande/MS - 2000-2008 Produo agrcola municipal (lavoura temporria) - 2008 Quantidade produzida da lavoura permanente em Campo Grande/MS - 2001-2008 Capacidade esttica de armazenagem por modalidade em Campo Grande - 2004-2010 Origem e volume comercializado na CEASA por grupo e subgrupo em Campo Grande e MS - 2009 Demonstrativo da quantidade em kg e procedncia dos produtos comercializados na CEASA/MS - 1996-2009 Empresas Aprovadas pelo PRODES - reas Prprias - 2001 a dezembro/2009 Empresas no Anel Rodovirio Situao Atual - Plo Empresarial Miguel Letteriello Plo Empresarial Miguel Letteriello Situao Atual - Plo Empresarial Conselheiro Nelson Benedito Netto Plo Empresarial Conselheiro Nelson Benedito Netto Situao Atual - Plo Empresarial Paulo Coelho Machado Plo Empresarial Paulo Coelho Machado Plo Empresarial de Empresas de Reciclagem (em instalao) Estabelecimentos instalados no Ncleo Industrial de Campo Grande - 2010 Empreendimentos na Incubadora Municipal Francisco Giordano Neto Empreendimentos na Incubadora Municipal Mrio Covas Empreendimentos na Incubadora Municipal Norman Edward Hanson Empreendimentos na Incubadora Municipal Z Pereira Estabelecimentos segundo os segmentos industriais - Campo Grande - 2010 Participao de Campo Grande sobre o total de estabelecimentos industriais em Mato Grosso do Sul - 2009 Nmero de Indstrias em Mato Grosso do Sul e Campo Grande - 2008-2009 Total de estabelecimentos comerciais - 1994-2009 Nmero de estabelecimentos comerciais atacadistas, por ramo de atividade em Campo Grande - 1998-2009 Nmero de estabelecimentos comerciais varejistas por ramo de atividade em Campo Grande - 1998-2009 Estabelecimentos de servios por ramos de atividades - CAE - 1997-2006 Estabelecimentos de servios por ramos de atividades - CNAE - 2007-2009 Estabelecimentos bancrios em Campo Grande - 2004-2010 Feiras livres, por dias da semana com indicaes de seus endereos - 2009 Arrecadao de ICMS por setores de atividades econmicas em Campo Grande e Mato Grosso do Sul - 1999-2009 (R$) Participao percentual por atividade econmica no Municpio, na arrecadao de ICMS (100%) - 1999-2009

79 80 80 80 80 81 82 83 83 83 84 84 84 84 85 87 88 88 89 89 90 91 91 91 92 93 93 94 94 97 97 97 98 99 99 100 100 101 102 104 104

73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86

Participao percentual do Municpio na arrecadao de ICMS (100%) em relao ao Estado - 1999-2009 Trabalhadores relacionados na RAIS por faixa de rendimento mdio - 2008 Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referncia, com rendimento do trabalho principal, em Campo Grande/MS, por setor de atividade econmica (%) - 2000 Rendimento nominal mdio mensal dos responsveis pelos domiclios particulares permanentes, segundo as capitais brasileiras - 2000 Percentual das pessoas responsveis pelos domiclios com rendimento nominal mensal de at 1 salrio mnimo, segundo as capitais brasileiras - 2000 Domiclios particulares permanentes, total e com rendimento domiciliar, valor do rendimento nominal mdio mensal e valor do rendimento nominal mediano mensal dos domiclios particulares permanentes, total e com rendimento domiciliar, no Municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referncia, por classes de rendimento nominal mensal de todos os trabalhos, em Campo Grande - 2000 Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por condio de atividade na semana de referncia e sexo, em Campo Grande e Mato Grosso do Sul - 2000 Percentual de domiclios por faixas de renda da pessoa responsvel, no municpio de Campo Grande - 2000 Renda per capita dos municpios de Mato Grosso do Sul - 1991/2000 Produto Interno Bruto Total e Per Capita, Campo Grande - 2002-2007 Composio setorial do Produto Interno Bruto, Campo Grande - 2002-2007 Produto Interno Bruto a preos correntes e Produto Interno Bruto Per Capita segundo as Grandes Regies, Unidades da Federao e Municpios - 2002-2007 Cinco primeiros municpios de MS classificados em valores do PIB - 2002/2007

104 105 105 105 106 106 106 106 106 107 108 108 108 108

CAPTULO 6 - INFRAESTRUTURA URBANA E SERVIOS 87 Rede de energia eltrica no municpio de Campo Grande - 1997-2009 88 Extenso da rede eltrica no municpio de Campo Grande - 1997-2009 89 Evoluo do consumo de energia eltrica no municpio de Campo Grande - 1997-2009 90 Evoluo do nmero de consumidores no municpio de Campo Grande - 1997-2009 91 Sistema de abastecimento de gua de Campo Grande - 2009 92 Capacidade de reservao - 2003-2009 93 Total de extenso da rede de gua - 2009 - (km) 94 Informaes bsicas operacionais - Campo Grande - 2005-2009 95 Informaes bsicas operacionais - Anhandu - 2005-2009 96 Informaes bsicas operacionais - Rochedinho - 2005-2009 97 Extenso da rede de esgoto - 2009 - (km) 98 Informaes bsicas operacionais de esgoto - 1997-2009 99 Pavimentao executada - 2005-2009 100 Quantidade de lixo domiciliar coletado em Campo Grande (t) - 1998-2009 101 Coleta de lixo hospitalar (t) - 1998-2009 102 Domiclios rurais em que h alguma destinao para o lixo em Campo Grande - 2000 103 Distncias de Campo Grande aos municpios de MS 104 Distncias rodovirias entre Campo Grande e outras capitais 105 Evoluo da frota de veculos no municpio de Campo Grande - 2003-2009 106 Frota de veculos em Campo Grande, cadastrados na base DETRAN/MS, por tipo - 2003-2009 107 Frota de veculos em Campo Grande, cadastrados na base DETRAN/MS por tipo de combustvel - 2003-2009 108 Frota de veculos em Campo Grande cadastrados na base DETRAN/MS, por ano de fabricao - anterior a 2005-2009 109 Total de condutores com Carteira Nacional de Habilitao, por sexo em MS e Campo Grande - 2004-2009 110 Acidentes de trnsito ocorridos em Campo Grande - 2003-2009

112 112 113 113 116 117 119 120 122 123 124 125 127 132 132 133 134 136 137 137 137 137 138 138

111 112 113 114 115 116 117 118 119 120

Frota de txis - Campo Grande - 1980-2009 Linhas de nibus existentes em Campo Grande - 2001-2009 Informaes gerais sobre transporte coletivo por nibus em Campo Grande - 1998-2009 Movimento de aeronaves, passageiros, carga area e correios no Aeroporto Internacional de Campo Grande - 1993-2009 Movimento de passageiros no terminal rodovirio de Campo Grande em linhas interestaduais e intermunicipais - 1994-jan 2010 (1) Movimento de passageiros no Terminal Rodovirio de Campo Grande Senador Antnio Mendes Canale, em linhas interestaduais e intermunicipais - 2010 (2) Transporte ferrovirio em Campo Grande - Origem/Destino - 2006-2008 Transporte ferrovirio em Campo Grande - 2006-2008 Telefonia fixa e mvel - Julho/2009 Rede de Atendimento dos Correios - DR/MS - 2003-2009

138 140 140 141 142 142 143 143 144 144

CAPTULO 7 - ASPECTOS SOCIAIS 121 Nmero de estabelecimentos de ensino em Campo Grande na rea urbana e rural - 1998-2009 122 Matrcula inicial em Campo Grande na rea urbana e rural - 1998-2009 123 Nmero de turmas em Campo Grande na rea urbana e rural - 1998-2009 124 Nmero de pessoal docente por nvel de atuao em Campo Grande na rea urbana e rural - 1998-2009 125 Nmero de salas de aula existentes em Campo Grande na rea urbana e rural - 1998-2009 126 Salas de aula utilizadas em Campo Grande na rea urbana e rural - 1998-2009 127 Centros de Educao Infantil - CEINF's e CEI's - 2009 128 Escolas municipais urbanas - 2009 129 Escolas estaduais urbanas - 2009 130 Escolas municipais e estaduais - rea rural e distritos - 2009 131 Cursos oferecidos pela UFMS - Ensino Superior- 2007-2010 132 Cursos de graduao oferecidos pela UCDB - 2000-2010 133 Cursos oferecidos pela UNIDERP - 2000-2010 134 Cursos oferecidos pelo Centro Universitrio Anhanguera de Campo Grande - 2000-2010 135 Cursos oferecidos pela Faculdade Estcio de S de Campo Grande - FESCG - 2003-2010 136 Cursos oferecidos pelo IESF/FUNLEC - 1999-2010 137 Cursos oferecidos pela FCG - 2008-2010 138 Cursos oferecidos pela FACSUL - 2007-2010 139 Cursos oferecidos pela UNIGRAN - 2009-2010 140 Cursos EAD oferecidos pela UNIGRAN - Ensino Distncia - plos Brasil, Japo e Europa - 2009-2010 141 Cursos de Ps-Graduao oferecidos pela UNIGRAN - 2010 142 Cursos oferecidos pela UEMS - 2010 143 Cursos de Ps-Graduao oferecidos pela UEMS - 2010 144 Curso oferecido pela FATEC - 2010 145 Recursos prprios do Municpio de Campo Grande/MS, aplicados na sade - 2003-2009 146 Atendimento mdico na rede prpria em Campo Grande - 1999-2009 147 Internaes hospitalares de residentes (1) em Campo Grande/MS, e total de internaes no municpio - 1999-2009 148 Leitos por hospitais credenciados no SUS, Campo Grande/MS - 2000-2009 149 Indicadores de sade selecionados para Campo Grande/MS - 1999-2009

149 150 151 152 153 153 154 157 159 162 165 166 167 169 170 171 171 172 172 172 172 173 173 173 178 178 179 180 180

150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186

Cobertura vacinal em menores de 1 ano, Campo Grande/MS, 2005-2009 (%) Mortalidade por grupos de causas (1) mais frequentes em Campo Grande/MS - 1999-2009 Mortalidade proporcional por faixa etria, Campo Grande/MS - 1999-2009 Casos confirmados e incidncia das doenas de notificao compulsria*, Campo Grande/MS - 2005-2009 Unidades de sade, servios de referncia e outros servios da rede de sade na zona urbana e rural - Campo Grande/MS - 2009 Rede Socioassistencial - 2009 Evoluo do atendimento criana e ao adolescente - 1997-2009 Unidades de Proteo Social Bsica Unidades de Proteo Social Especial de Mdia Complexidade Unidades Proteo Social Especial de Alta Complexidade Atendimentos realizados pelo IMCG - 2009 Trabalhadores relacionados na RAIS por Setor de Atividade Econmica - 2008 Trabalhadores relacionados na RAIS por grau de instruo - 2008 Trabalhadores relacionados na RAIS por gnero - 2008 Estabelecimentos por nmero de funcionrios - 2008 Trabalhadores relacionados na RAIS por faixa etria - 2008 Qualificao profissional discriminada por aes - 2009 Linhas do CREDIGENTE - 2009 Aes de assistncia ao crdito - 2007-2009 Empreendedores financiados - 2008-2009 Indicadores - 2008-2009 Resultados da intermediao de mo de obra - 2009 Indicadores de intermediao de mo de obra - 2009 Evoluo do emprego por setor de atividade econmica em Campo Grande/MS - 2001-2009 Populao residente em domiclios particulares permanentes e percentuais segundo o tipo de domiclio em Campo Grande - 2000 Domiclios recenseados, por espcie, em Campo Grande e Mato Grosso do Sul - 2007 Domiclios particulares permanentes, populao recenseada nos domiclios particulares permanentes e mdia de moradores em domiclios particulares permanentes, segundo a situao do domiclio - Campo Grande e Mato Grosso do Sul - 2007 Domiclios particulares permanentes, populao recenseada nos domiclios particulares permanentes e mdia de moradores em domiclios particulares permanentes, segundo o sexo da pessoa responsvel pelo domiclio - Campo Grande e Mato Grosso do Sul - 2007 Domiclios particulares ocupados, por sexo da pessoa responsvel pelo domiclio, segundo a situao do domiclio - Campo Grande e Mato Grosso do Sul - 2007 Moradores, domiclios e mdia de moradores por domiclio, segundo o Municpio e Distritos de Campo Grande - 1980-2007 Condio de ocupao dos domiclios segundo o Municpio e Regies Urbanas de Campo Grande - 2000 Moradores em domiclios particulares permanentes rurais por condio de ocupao em Campo Grande - 2000 Domiclios particulares permanentes rurais com abastecimento de gua por nmero de moradores por dormitrio em Campo Grande - 2000 Domiclios rurais por tipo e nmero de banheiros em Campo Grande - 2000 Moradores em domiclios particulares permanentes, por densidade de moradores por cmodo e por densidade de moradores por dormitrio, no municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 Domiclios particulares permanentes, por alguns servios e bens durveis existentes nos domiclios, no municpio de Campo Grande e no Estado de Mato Grosso do Sul - 2000 Anos de estudo e sexo do responsvel pelo domiclio na rea rural de Campo Grande - 2000

181 182 183 183 184 189 189 191 194 194 195 196 196 196 196 196 198 198 199 199 199 199 199 201 202 202 202 202 202 203 203 204 204 204 205 205 205

187 Moradores em domiclios rurais segundo a densidade por dormitrio e condio de ocupao - 2000 188 Programa de Arrendamento Residencial - PAR - 2005-Abril/2010 189 Programa Casa da Gente - 2005-Abril/2010 190 Programa Mudando para Melhor - 2005-Abril/2010 191 Programa Carta de Crdito Associativo - CCA - 2005-Abril/2010 192 Eleitorado em Campo Grande - 1996/2010 193 ndice de Desenvolvimento Humano, Campo Grande - 1991/2000 194 Classificao das capitais brasileiras segundo o IDH-M - 2000 195 Movimento forense por vara em Campo Grande/MS - 2009 196 Endereos varas dos Juizados Especiais 197 Nmero de Delegacias de Polcia Civil em Campo Grande/MS - 1998-2010 198 Boletins de Ocorrncia em Campo Grande - 2006-2009 199 Endereos das unidades de Polcia Civil em Campo Grande - 2010 200 Endereos das unidades de Polcia Militar em Campo Grande - 2009 CAPTULO 8 - CULTURA, ESPORTE, LAZER E TURISMO 201 Auditrios, Anfiteatros e Teatros em Campo Grande - 2009 202 Espaos esportivos alternativos por Bairro e Regio Urbana 203 Espaos esportivos fechados 204 Eventos esportivos e de lazer - 2009 205 Atrativo - Turismo Rural - 2009 206 Roteiros culturais 207 Bibliotecas em Campo Grande 208 Salas de leitura comunitria em Campo Grande CAPTULO 9 - FINANAS PBLICAS 209 Demonstrativo da receita total arrecadada no municpio de Campo Grande - 19982009 210 Receitas Correntes e de Capital arrecadadas no municpio de Campo Grande - 19982009 211 Despesas Correntes e de Capital realizadas no municpio de Campo Grande - 19982009 212 Demonstrativo de arrecadao de ICMS (100%) por atividade econmica no municpio de Campo Grande - 1998-2009 CAPTULO 10 - GESTO DEMOCRTICA DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL 213 Conselhos, comisses e comits em atividade - 2010 214 Sesses realizadas pelos Conselhos Regionais - 2009

206 206 207 208 208 209 209 210 211 212 212 213 213 214

Lista de Mapas1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Cobertura vegetal no Municpio de Campo Grande Municpio de Campo Grande - Localizao das APAS - 2008 Zoneamento Ambiental da APA do Guariroba Localizao dos parques Municpio de Campo Grande - Hidrografia - 2009 Localizao das nascentes dos crregos no permetro urbano de Campo Grande Rede Hidrogrfica - 2009 Bairros Zoneamento - Lei Complementar n. 141/2009 Evoluo dos loteamentos aprovados - 2009 Populao residente - 2007 Taxa Mdia Geomtrica de Crescimento Anual da Populao 1996-2000 Rendimento nominal mdio mensal dos responsveis pelos domiclios - 2000 Feiras Livres - 2009 Abastecimento de gua - junho/2010 Rede de esgoto - junho/2010 Pavimentao asfltica - 2009 Coleta urbana de lixo - 2009 Municpio de Campo Grande - Rodovias - 2009 Centro de Educao Infantil - 2009 Rede fsica de educao - 2009 Rede fsica de educao - rea rural e distritos - 2009 Rede fsica de sade - 2009 Rede fsica de sade - rea rural e distritos - 2009 Rede Fsica de Assistncia Social - 2009 34 35 38 41 42 43 44 53 54 57 64 65 67 103 121 126 128 131 139 156 161 163 186 187 192

219 224 226 226 232 232 235 236

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14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

246 251

Quadro de Adilson Schieffer

1 Histria

De Vila a Capital, patrimnio conta a histria e testemunha a transformao de Campo Grande*Justificando seu nome, Campo Grande ocupa um espao geogrfico privilegiado, na regio central do Estado, nas imediaes do divisor de guas das bacias dos rios Paran e Paraguai, onde os elementos bsicos da natureza tornam-se fatores imprescindveis para a fixao do homem. Os pioneiros estabeleceram-se na confluncia dos crregos Prosa e Segredo formando o Arraial de Santo Antnio de Campo Grande e, a partir dali, sedimentaram ligaes com as atividades agrcola e pecuria. O povoado apresenta elementos tpicos observados em cidades com indicadores de crescimento incorporando-se, nesta poca, ao comrcio de gado regional. Em 1899 passa a constituir a Vila de Campo Grande sendo enquadrada na categoria de municpio, regida por administrao pblica. Definindo sua vocao de entreposto comercial, insere-se na tendncia de uma nova forma de urbanismo que atinge as cidades por todo o pas. Na concepo desse modelo foi inicialmente assentada em uma nica rua, denominada Rua Velha, atual Rua 26 de Agosto e Rua Baro de Melgao onde, nas suas imediaes, situavam-se as residncias dos primeiros moradores, um pequeno comrcio, as primeiras penses e a Igreja construda pelo fundador da cidade. Conjugados, homem e natureza passaram a escrever a histria da cidade refletindo as aes recebidas, por meio de seus bens materiais e manifestaes culturais, numa trajetria hoje considerada de contemporaneidade, isto , de uma cidade que sempre atuou no presente.Casa Esplanada da Ferrovia - Gabinete Especial do Prefeito

A imagem da chegada dos primeiros moradores, retratada no Monumento aos Pioneiros, remete aos idos de 1872 quando os desbravadores, vindos em carros de boi, iniciam a formao do povoado construindo ranchos de palha e sap na confluncia dos crregos Prosa e Segredo, em rea do atual Parque Florestal Antonio de Albuquerque, conhecido como Horto Florestal. Na poca,Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

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Convivendo com o desenvolvimento sob esse prisma, s nas ltimas dcadas os campo-grandenses passaram a resgatar e valorizar a memria da sua cidade pois, para melhor conhecer e compreender o seu meio, tornou-se imprescindvel buscar informaes no seu passado, resgatado em seu patrimnio.

o alinhamento dos ranchos tomou a feio de rua, diferente do que ocorreu na maioria das antigas cidades onde os agrupamentos situavam-se ao redor da igreja e das prefeituras que se tornavam os embries dos ncleos populacionais. No Arraial de Campo Grande a construo da capela ocorre anos depois. Prevalecendo os sentimentos de religiosidade, ... corria o anno de 1879 e era chegada a vez de Jos Antonio Pereira cumprir o seu voto. Preparados os esteios de rgida aroeira, e sob a invocao de Santo Antonio de Campo Grande, em referencia as vastas campinas visinhas, levantou-se em breve a capella, construda de taipa e coberta de palmas, bem como o tosco e alto cruzeiro que ainda se ostenta no adro. No descanou, porem, emquanto a no vio coberta de telhas de barro, indo elle mesmo buscalas ao abandonado Camapuam, distante trinta e cinco legoas, das ruinas de um templo centenario alli erigido pelos jesutas, em poca remota . Ressalte-se que a ento capelinha dos primrdios da cidade deu lugar, na dcada de vinte, uma igreja inserida no contexto urbano, hoje a atual Catedral de Nossa Senhora da Abadia, tambm Igreja de Santo Antnio, referncia patrimonial recomposta, por fora da modernidade. A exemplo da primeira igreja, o Museu Jos Antnio Pereira outro importante marco histrico dos primrdios da cidade tendo sido sede da Fazenda Blsamo, propriedade de Antnio Luiz Pereira, um dos filhos do fundador. O local, doado municipalidade, passou por obras de recuperao ambiental para restaurao de suas caractersticas originais, evidenciando hbitos e costumes da poca da ocupao do local, por volta de 1880. No final do sculo XIX, Campo Grande contava com cerca de 600 habitantes e, j na condio de vila, teve prescritas as primeiras normas para sua expanso,

Instituto Histrico e Geogrfico de Mato Grosso do Sul

ocasionada pela vinda de novos moradores que se intensifica com o passar dos anos. Entre esses destaca-se a chegada, por volta de 1905, da ex-escrava, Eva Maria de Jesus Vida, a lendria Tia Eva, que se instala em rea prxima ao atual Bairro So Francisco. Em pagamento a uma promessa, ergue a Igrejinha So Benedito, em 13 de maio de 1919. A festa do padroeiro, celebrada por seus descendentes, est incorporada ao calendrio cultural da cidade, congregando grande parte da comunidade negra. O Primeiro Cdigo de Posturas, em 1905, define entre outras medidas, o aforamento, ou contrato de domnio, de terrenos municipais, a edificao de prdios e reparos. Essas normas so reforadas na primeira planta da cidade,

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aprovada em 1909 como Plano de Alinhamento de Ruas e Praas. No traado urbano estava prevista uma rea institucional onde localiza-se a atual Praa Ary Coelho, destinando-se tambm reas para a Praa da Repblica, hoje Praa do Rdio Clube, e Praa da Concrdia, atual Praa Aquidauana. Por ser um plano de expanso, dimensionava as diretrizes de crescimento futuro da cidade entre trs crregos. A leste, o crrego Prosa, ao norte o crrego Maracaju (atualmente canalizado) e, ao sul, o crrego Prosa. A partir do plano a expanso citadina atende s determinaes estipuladas e, em torno de 1913, construdo um dos primeiros sobrados em alvenaria, para residncia da famlia de Bernardo Franco Bas e ocupado posteriormente para

outras finalidades, tornando-se conhecido por longo tempo como Penso Pimentel. Aps o perodo de reformas foi possvel restaurar no local afrescos da artista plstica Ldia Bas, filha do patriarca. A recuperao da tcnica de pintura sobre o revestimento ainda mido das paredes tornou-se um dos pontos principais de atrao da atual Morada dos Bais, tombada pelo patrimnio histrico da cidade. Tambm desta poca, por volta de 1918, o Colgio Oswaldo Cruz, uma das nicas edificaes que ainda mantm em fachada as caractersticas do projeto arquitetnico original, alm de estrutura slida. Nas proximidades desse estabelecimento situa-se outro valioso bem patrimonial da cidade, a Casa do Arteso, construda na dcada de 20, em estilo neoclssico. O local foi sede da agncia do Banco do Brasil e abrigou a Exatoria de Rendas do Estado destinando-se atualmente exposio e venda de produtos tpicos regionais. A tendncia de incorporar novas propostas urbansticas prevalece em Campo Grande com a elaborao da planta da cidade adotando ideias burguesas, como destacam alguns pesquisadores. Tendo sua expanso inicial baseada em atividades estritamente ligadas pecuria, um novo e importante impulso motiva o desenvolvimento local com a chegada dos trilhos e a consequente vinda de migrantes. estruturado o Conjunto dos Ferrovirios, formado pela Estao Ferroviria, vila residencial e rea anexa com suas ruas revestidas em paraleleppedos. Smbolos de uma poca de prosperidade, sua importncia tem respaldo no tombamento do chamado Stio Histrico que, localizado na Vila Noroeste abrange alm da Estao alguns trechos das ruas 14 de Julho, dos Ferrovirios, Travessa Dr. Temstocles e Rua Dr. Ferreira. A chegada da ferrovia e a instalao do Comando Militar em Campo Grande so fatores decisivos no processo de evoluo urbana. Com o advento da

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Morada dos Bas

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construo da estrada de Ferro Noroeste do Brasil, inaugurada em 1914, a Estao Ferroviria instalada a cerca de um quilmetro da Rua Velha (atual 26 de Agosto) em direo norte, no incio da Rua Calgeras. A Rua Joo Pessoa (atual Rua 14 de Julho), passa a ser o caminho mais freqente entre a movimentada Estao e a Rua Velha e logo os comerciantes passam a se estabelecer nesta via, tornando a Rua Joo Pessoa o principal eixo da cidade. No incio dos anos 20 a municipalidade cede ao Ministrio da Guerra reas para a instalao de unidades militares, hospital e vila residencial. A regio militar determina, posteriormente, uma delimitao da rea urbana. No mesmo compromisso assumido pela municipalidade, fica estabelecida a cedncia de um lote de quarenta metros de frente por setenta metros de fundo para a construo do Quartel General, na Avenida Afonso Pena, tal como se conhece hoje. E mais, assume a Intendncia tambm o compromisso de favorecer a construo, nesse bairro, de um hotel para facilitar a habitao dos oficiais. Estruturando-se como uma cidade moderna, gradativamente so incorporados espaos culturais, sociais e de lazer. Em 1924 implantada a Loja Manica, na Avenida Calgeras, onde, com a Revoluo Constitucionalista de 1932, instala-se a sede do governo do Estado de Maracaju, tendo Campo Grande como Capital, por trs meses. Nesta mesma poca ocorre a chegada dos padres salesianos que constroem o Oratrio como primeiro instrumento de sua ao religiosa e educativa, e uma capela anexa, em rea prxima atual Praa do Rdio Clube. Em 1927 construdo o novo oratrio e anexo a ele uma capela que se torna conhecida ao longo do tempo pelo nome de Capelinha. Esta capela origina mais tarde a Igreja de So Jos, compondo-se num belo templo que ostenta uma torre bem imponente. Dois anos depois os salesianos compram o Instituto

Pestalozzi, que se compe no Colgio Dom Bosco, atuando diretamente na formao educacional de crianas e jovens da cidade. Com a articulao e o empenho de lideranas e moradores inaugurado em 1928 o Hospital de Caridade, atual Sociedade Beneficente de Campo Grande, na Avenida Mato Grosso. Aps perodos de reformas o local funciona agora em moderno e amplo complexo de atendimento mdico-hospitalar, em anexo ao prdio antigo. Por volta dos anos 30 a cidade passa a contar com importantes espaos scioculturais destacando-se o Teatro Trianon, os cines Santa Helena e Alhambra e o Rdio Clube. Na confluncia da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho instalado o Relgio que se torna ponto de encontro e referncia da rea central. Cerca de trinta anos depois, em 1970, o aumento do fluxo de trfego e o progresso tornam-se pretextos para sua demolio. O apelo popular e o apoio do Rotary Club motivaram a recuperao do monumento e sua reinstalao, no canteiro da Avenida Afonso Pena, por ocasio das comemoraes do centenrio de emancipao poltica da cidade. Ainda na dcada de 1930 algumas iniciativas de registro da histria foram concretizadas resultando em monumentos que passaram a ser smbolos. o caso do Obelisco, onde est inserido medalho com a figura do fundador da cidade. A obra foi implantada em agosto de 1933, na Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua Jos Antonio. Em 1937 construdo na Avenida Calgeras o prdio da agncia dos Correios e Telgrafos, o primeiro em estilo art-dco e, em 1939, o Hotel Americano, na esquina das ruas 14 de Julho com Cndido Mariano, torna-se o mais alto da poca com seus trs pavimentos.

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No final da dcada de 30 o municpio tem proposta para expandir o servio de gua e implementar a rede de esgotos, alm da efetivao de uma poltica para o uso do solo. Um escritrio de engenharia contratado para elaborar a planta da cidade que se torna o primeiro mapeamento a conter traado e locao das construes. A verticalizao nas edificaes ocorre nos anos de 1940 com os prdios Nakao, Olinda e Korndorfer destacando-se no centro da cidade. deste perodo a implantao de Destacamento da Base Area na rea militar que atualmente sedia importantes esquadres da Fora Area Brasileira. A expresso de Campo Grande, na metade do sculo, era tal que j se convertera na maior cidade de Mato Grosso, superando inclusive a Capital, Cuiab 4. Na rea educacional prevalecia a iniciativa particular na cidade quando, em agosto de 1954, o Colgio Estadual Av. Afonso Pena foi inaugurado na Rua Y Juca Pirama. O local foi sede provisria, em 1962, dos primeiros cursos de Farmcia e Odontologia que deram origem Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Aps perodos de reforma, a atual Escola Estadual Maria Constana Barros Machado mantm as caractersticas modernas e arrojadas do projeto

arquitetnico de Oscar Niemeyer, sendo ponto de referncia no ensino campograndense. Preciosas colees de peas indgenas fazem parte do acervo do Museu Dom Bosco, instalado em 1951 sob a administrao da Misso Salesiana de Mato Grosso, o que motivou sua antiga denominao de Museu do ndio. A gradativa incorporao de novas colees com destaque para espcies de conchas, borboletas e animais em exmio trabalho de taxidermia, fazem do museu pioneiro uma atrao para estudiosos e turistas. Quando se aproxima a dcada de 60 alguns bairros j desenvolvem os primeiros focos de servios e comrcio locais, sobretudo nas principais avenidas e ruas de acesso. Lei aprovada em 1960 amplia a rea estabelecida para o comrcio, de modo que passam atingir outras vias que extrapolam o centro comercial original . O censo da poca revela que cerca de 25% da populao campo-grandense era composta por migrantes vindos principalmente do sul do pas atrados pelas possibilidades de trabalho e em busca de terras agricultveis. desta poca, em 1964, a instalao da Feira Central, ocupando ruas prximas Avenida Mato Grosso. Funcionando inicialmente como ponto de comercializao dePerfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

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produtos hortifrutigranjeiros, atualmente apresenta uma diversidade de mercadorias tendo como atrao barracas com comidas tpicas. Ainda nos anos 60, a busca de alternativas para o lazer motiva a implantao de novos equipamentos urbanos, destacando-se a remodelao de logradouros como a Praa Oshiro Takimori (Praa do Mercado), Praa das Araras (Praa da Unio) e a Praa do Rdio Clube (Praa da Repblica). A dcada de 1970 , sem sombra de dvida, um momento particularmente privilegiado para o desenvolvimento da cidade quando, cogitada pelo governo central, a diviso do Estado de Mato Grosso passa a receber macios investimentos em infra-estrutura, de modo a dot-la dos equipamentos e

servios indispensveis para torn-la Capital. A sua incluso no Programa de Cidades de Porte Mdio, mantido pelo Ministrio do Interior, por meio do qual se obtm financiamentos para a abertura do anel virio e canalizao dos crregos Maracaju e Segredo, permite a rpida expanso urbana . A implantao do campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no incio dos anos 70, torna-se fator decisivo para o desenvolvimento regional, particularmente, de Campo Grande. No moderno complexo de edificaes a instituio passa gradativamente a oferecer cursos superiores nas reas de cincias biolgicas, de tecnologias, humanas e sociais e com isso fixa o jovem ao seu meio e sua realidade. O smbolo da UFMS, construdo na entrada, apresenta um conjunto de 24 colunas em concreto representando os anseios da juventude sul-mato-grossense. Numa poca caracterizada pela grande expanso urbana e crescimento populacional, a criao do Estado de Mato Grosso do Sul em 1977 torna-se marco definitivo na vida da cidade. O antigo Arraial de Santo Antnio de Campo Grande assume a condio de Capital, concretizando antiga aspirao de sua populao. O fluxo migratrio intensificado, impulsiona a modernidade e enfatiza a urbanizao. Um planejamento elaborado em 1978 tendo como proposta a lei do uso do solo, a reestrutura do sistema virio e de transporte coletivo, alm da reformulao de reas pblicas. Na dcada de 1980 surgem loteamentos e conjuntos habitacionais. Com a instalao do Governo do Estado so construdos edifcios para sediar rgos da administrao pblica no Parque dos Poderes, em meio reserva de cerrado nas cercanias da cidade. O Palcio Popular da Cultura e o Palcio das Comunicaes, sede da rdio e TV Educativa so pontos de atrao por suas propostas arquitetnicas contrastando com a preservada vegetao

Captulo 1Casa da Esplanada da Ferrovia - Gabinete Especial do Prefeito

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circundante. A urbanizao da rea torna as avenidas Mato Grosso e Afonso Pena vias de acesso ao Shopping Campo Grande, instalado em 1989. Em reserva ecolgica de 120 hectares, nos altos da Avenida Afonso Pena localiza-se o Parque das Naes Indgenas, o mais aprazvel logradouro da cidade que abriga em seu meio a nascente do crrego Prosa. Quando aqui se instalaram, os pioneiros traziam lembranas, sonhos e esperanas. Algumas, contadas em prosa. Outras, guardadas em segredo. A natureza do lugar ensinou que o Prosa somado ao Segredo resulta num Anhandu. guas da nossa histria, guas da nossa memria; patrimnio que pereniza a flora regional, florescendo nossos ips.Referncias: (1) O Municpio de Campo Grande: Publicao Official, 1919. (2) Ebner, ris de Almeida Rezende. A cidade e seus vazios. UFMS, 1999. (3) Gardin, Cleonice. Campo Grande entre o sagrado e o profano. UFMS, 1999. (4) Campo Grande 100 anos de construo. Matriz Editora, 1999. *Publicado originalmente na Revista ARCA, n. 8, 2002.

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2 Aspectos Fsicos e Biolgicos

2.1 Localizao O Municpio de Campo Grande, com 8.096 km, est localizado geograficamente na poro central de Mato Grosso do Sul, ocupando 2,26% da rea total do Estado. A sede do municpio localiza-se nas imediaes do divisor de guas das Bacias do Paran e Paraguai, definida pelas coordenadas geogrficas 2026'34 latitude Sul e 5438'47 longitude Oeste, e sua altitude varia entre as cotas 500 e 675 metros. Tem como municpios limtrofes: Jaraguari, Rochedo, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Sidrolndia e Terenos.

Dois distritos fazem parte do Municpio: Anhandu e Rochedinho. Conforme a Lei Complementar n. 94, de 6 de outubro de 2006, que institui o Plano Diretor de Campo Grande, estes distritos so considerados como Regies Urbanas para fins de planejamento.

2.2 Meio Fsico 2.2.1 Geologia Em termos geolgicos o territrio do municpio de Campo Grande abrangido pelas Formaes Serra Geral e Botucatu do Grupo So Bento e Caiu do Grupo Bauru. A Formao Botucatu estende-se a partir do Sudoeste do Estado divisa com Paraguai, municpio de Bela Vista - em faixa contnua num sentido aproximado de SW-NE, onde os contrafortes da Serra Preta (norte do estado) adentra o Estado de Mato Grosso. Essa faixa contnua abrange uma pequena parcela de terras do municpio de Campo Grande no extremo norte de seu territrio. A Formao Serra Geral, parte superior do Grupo So Bento, aparece a partir do extremo sul do Estado, at confrontar-se com o Chapado do Taquari, limite com o Estado de Mato Grosso. Esta Formao constitui-se na segunda maior rea de abrangncia do municpio de Campo Grande ocupando uma faixa delgada ao norte do territrio exprimida entre as formaes Caiu e Botucatu, alm de aparecer em outros locais do municpio. Especialmente chama-nos ateno as faixas lineares que se estendem no sentido NW-SE do municpio, acompanhando, paralelamente o curso do Rio Anhanduizinho. A presena de arenitos intertrapeanos, sugerindo uma origem elica e s vezes subaquosas so evidenciados com uma certa frequncia ao longo das faixas de domnio do

Captulo 2

Av. Afonso Pena

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos31

basalto pertencente a Formao Serra Geral. Quanto a Formao Caiu, esta se estende desde o extremo sul do Estado, passando pela regio central at o extremo norte (Costa Rica e Chapado do Sul), estendendo-se paralelamente ao Rio Paran at a altura do municpio de Brasilndia. A Formao Caiu mostra uma expressiva rea de ocorrncia no territrio do municpio de Campo Grande tendo como caracterstica a uniformidade litolgica e constituindo-se na mais representativa em relao as duas anteriores.

2.2.2 Geomorfologia

Aspectos Fsicos e Biolgicos

O municpio de Campo Grande situa-se na regio geomorflogica denominada Regio dos Planaltos Arentico-Baslticos Interiores e por possuir um territrio com formato alongado no sentido NW-SE, estende-se por quatro unidades geomorfolgicas, sendo elas: Patamares da Serra do Apor, Planalto de Dourados, Divisores Tabulares dos rios Verde e Pardo e Rampas Arenosas dos Planaltos Interiores. Mais informaes sobre as caractersticas fsicas de cada unidade geomorfolgica podero ser obtidas no Atlas Multirreferencial, 1990. 2.2.3 Solos No Estado de Mato Grosso do Sul existem 25 classes de solos que esto identificados e caracterizados no Atlas Multirreferencial (1990). Esses solos apresentam variaes na fertilidade natural face as diferentes condies de relevo, eroso, drenagem e vegetao em que se encontram. Entre os solos, os que abrangem o territrio do municpio de Campo Grande

esto: Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Roxo, Areias Quartzosas alm da presena em pequena extenso de Solos Litlicos. A classe de solo dominante no municpio de Campo Grande o Latossolo Vermelho-Escuro, o qual se apresenta normalmente com textura mdia e com o carter lico. Estende-se desde a parte superior do municpio de Campo Grande at o limite de seu territrio com os municpios Ribas do Rio Pardo e Rio Brilhante, na confluncia dos rios Anhanduizinho e Anhandu. Paralelamente acompanhada por uma ampla faixa de Areias Quartzosas que desce no mesmo sentido acompanhando a margem esquerda do rio Anhanduizinho. As Areias Quartzosas so solos minerais, apresentam textura arenosa, profundos, pouco desenvolvidos e excessivamente drenados. Ocorre de maneira expressiva no

Captulo 2

32

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

municpio de Campo Grande ocupando a segunda maior poro do seu territrio. Latossolo Roxo so solos minerais, no hidromrficos, caracaterizados por apresentarem horizonte B latosslico (BL) com teores de xido de ferro superiores a 18%. So bastante intemperizados, profundos e acentuadamente drenados com baixa susceptibilidade eroso. Ocorrem em menor extenso se comparado com os mencionados anteriormente e esto sempre em contato com os cursos d'gua dominando as reas de fundo de vale. Independentemente do material originrio, apresenta boas propriedades fsicas, sem impedimento ao desenvolvimento das razes e manejo. 2.2.4 Carta Geotcnica A Carta Geotcnica de Campo Grande foi elaborada em 1991 pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio do PLANURB, com apoio tcnico do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo IPT. Divide o territrio urbano de Campo Grande em cinco unidades homogneas sintetizando suas caractersticas de solos e rochas. Desta forma possibilita a tomada de decises e a adoo de diretrizes distintas para cada unidade visando prevenir possveis problemas com o uso e a ocupao criteriosa do solo.

Lago do Parque das Naes Indgenas

de formas de vegetao que apresenta-se segundo um gradiente de biomassa, diretamente relacionado fertilidade do solo, sendo suas principais fisionomias: Campo Limpo, Campo Sujo, Cerrado, Cerrado, alm da presena da Floresta Aluvial (mata ciliar) e reas de Tenso Ecolgica representadas pelo contato Cerrado/Floresta Estacional Semidecidual e reas das formaes antrpicas utilizadas para agropecuria. O Cerrado caracterizado por uma flora antiga e rica em endemismos, a qual est entre as mais ricas do mundo em nmero de espcies de plantas vasculares por unidade de rea. O Cerrado encontrado no municpio pode ser abordado como sendo uma vegetao xeromrfica, com fisionomia diversificada. Geralmente caracteriza-se por fanerfitas de porte reduzido, isoladas ou agrupadas sobre um revestimento graminide hemicriptoftico.

2.3 Meio Biolgico 2.3.1 Vegetao O Municpio de Campo Grande localiza-se na zona neotropical pertencente aos domnios da regio fitogeogrfica do Cerrado, constituindo-se em um conjunto

Captulo 2

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos33

Apresenta vegetao lenhosa, de casca grossa e rugosa, composta de brotos foliares bem protegidos, com rgos de reserva subterrneos, comumente profundos (xilopdios) alm de folhas desenvolvidas com os estmatos normalmente abertos. Sua composio florstica bastante heterognea devido presena das vrias fisionomias do Cerrado. Os remanescentes existentes encontram-se invariavelmente degradados e fragmentados, porm, ainda podemos encontrar nas matas ciliares espcies caractersticas das Florestas Aluviais, com influncia do Cerrado. A cobertura vegetal remanescente identificada para o ano de 2007 somou 168.113 hectares dos 810.000 ha do territrio municipal, correspondendo a 20,7% de sua rea. As pastagens introduzidas predominam na paisagem e ocupam grandes extenses das terras do municpio, porm, essa fisionomia vem mudando gradativamente em funo da introduo do cultivo da soja e milho na poro Oeste e eucalipto na poro Leste.Fonte: SEMADUR

Mapa 1 - Cobertura vegetal no Municpio de Campo Grande

Captulo 2Fonte: SEMADUR

Aspectos Fsicos e Biolgicos34

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

2.3.2 Unidades Municipais de Conservao da Natureza As Unidades de Conservao so espaos territoriais especialmente protegidos, destinados proteo da fauna, flora e preservao da diversidade do patrimnio gentico e dos processos ecolgicos essenciais, possibilitando o manejo ecolgico de espcies e ecossistemas importantes. Sua criao, implantao e implementao est regulamentada pela Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC. As reas de Proteo Ambiental APA's, pertencentes ao Grupo de Unidades de Uso Sustentvel, constituem-se em um instrumento vivel de gesto ambiental a ser aplicado em situaes em que h uma presso da expanso urbana sobre espaos importantes, detentores de diversidade e de recursos naturais cuja proteo e preservao se torna fundamental para a manuteno e melhoria da qualidade de vida da populao local e cuja soluo dos problemas ainda se coloca como um desafio para os governos locais. No municpio de Campo Grande existem trs Unidades de Conservao da Natureza institudas legalmente pelo Poder Pblico Municipal. So elas: rea de Proteo Ambiental dos Mananciais do Crrego Lajeado - APA

do Lajeado; rea de Proteo Ambiental dos Mananciais do Crrego Guariroba - APA do Guariroba; e rea de Proteo Ambiental da Bacia do Crrego Ceroula - APA do Ceroula.

Mapa 2

Captulo 2Fonte: SEMADUR Fonte: SEMADUR

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos35

2.3.2.1 rea de Proteo Ambiental dos Mananciais do Crrego Guariroba A APA do Guariroba foi criada pelo Decreto n. 7.183, de 21 de setembro de 1995 e teve seu Conselho Gestor criado por meio do Decreto n. 8.178 de 22 de maro de 2001.Tem por finalidades: - recuperar e conservar os mananciais de abastecimento pblico formados pela bacia do Crrego Guariroba, de modo a assegurar a sustentabilidade em quantidade e qualidade dos recursos hdricos; - proteger o ecossistema, as espcies raras e ameaadas de extino da regio, as vrzeas e os fundos de vale; e - promover o constante monitoramento da qualidade ambiental do manancial e a implementao de projetos especficos que possam contribuir com a sua conservao. Esta rea de proteo ambiental possui uma extenso de aproximadamente 40.000 ha, situada entre os paralelos 20 29` 30`` (N), 20 46` 5`` (S) e entre os meridianos 54 19` 39`` (L) e 54 28` 30`` (O), com a altitude variando de 480 m em sua foz e 620 m na nascente do Crrego Saltinho, afluente do Crrego Guariroba. Corresponde parte das folhas Jaraguari SF. 21-X-B-III e Lagoa Rica SF. 21-X-B-VI, escala 1:100.000, do Ministrio do Exrcito/1971. Est localizada na grande unidade denominada Bacia Sedimentar do Paran e encontra-se inserida na sub-bacia do Rio Pardo, da qual faz parte a sub-bacia do Crrego Guariroba. As guas do caudal principal so utilizadas para o abastecimento pblico da cidade de Campo Grande-MS. A maioria das propriedades rurais existentes na

Aspectos Fsicos e Biolgicos

APA (bacia do Crrego Guariroba) so destinadas criao de bovinos de corte, cria e recria, de forma extensiva. Em funo da relevncia dos cursos d'gua que formam a rea da APA do Guariroba, realizou-se um estudo das potencialidades e o diagnstico ambiental que culminou na criao do Plano de Manejo da APA e o Zoneamento das atividades desenvolvidas na rea. O Plano de manejo da rea de proteo ambiental dos mananciais do crrego Guariroba foi aprovado por meio da Resoluo n.003 de 1 de fevereiro de 2010, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.Fonte: SEMADUR

Captulo 2

36

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

2.3.2.1.1 Fisionomia Vegetal

Tabela 1 rea das Zonas Ambientais na APA do GuarirobaUtilizando o sistema proposto por Ribeiro & Walter (1998) que apresenta uma chave de identificao das fisionomias associadas ao cerrado e a comparao com outros mapas, estabeleceu-se um paralelo para a classificao da vegetao com o sistema fisionmico-ecolgico do IBGE (1992), o qual possibilitou a identificao das fisionomias descritas a seguir: Vereda, Campo mido, Buritizal, Mata de Galeria, Mata de Galeria Inundvel, Mata Ciliar, Cerrado, Cerrado Denso e Cerrado.Fonte: SEMADUR

Zonas Ambientais Zona I: Proteo Integral e Equilbrio Hidrolgico Zona II: Recuperao e Conservao Dirigida Zona III: Conservao Especial Zona IV: Uso Controlado I Zona V: Uso Controlado II Zona VI: Uso Controlado IIIFonte: SEMADUR/Plano de Manejo

rea em (ha) 2.265,29 1.719,06 4.216,51 10.814,99 1.757,33 15.420,75

(%) 6,26 4,75 11,65 29,88 4,86 42,61

2.3.2.1.2 Zoneamento Ambiental da APA do Guariroba Dentre os instrumentos utilizados para o ordenamento territorial e gesto de APAs est o Zoneamento Ambiental. Tendo por base as caractersticas dos componentes fsicos, biticos e sociais, bem como os problemas e eventuais conflitos e presses identificadas, o Zoneamento constitui ainda uma estratgia de recuperao e preservao dos recursos naturais da APA do Guariroba, cujo objetivo assegurar a sustentabilidade em quantidade e qualidade dos recursos hdricos utilizados no abastecimento pblico da cidade de Campo Grande. O zoneamento define as zonas de proteo e conservao, recuperao e de uso controlado, como segue na tabela com as respectivas reas e o percentual de cada zona no contexto da APA.

Foto: guas Guariroba - Captao Superficial

Captulo 2

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos37

Mapa 3 - Zoneamento Ambiental da APA do Guariroba

formados pela bacia do Crrego Lajeado, de modo a que seus recursos hdricos tenham asseguradas, de forma sustentvel, a sua quantidade e qualidade; - proteger seus ecossistemas, as espcies raras e ameaadas de extino, o solo, assim como as vrzeas e demais atributos naturais que possam ser considerados relevantes para a melhoria e conservao da qualidade ambiental da bacia; e, - promover programas, projetos e aes de gesto e manejo da rea que contribuam com a sustentabilidade econmica e social de atividades e empreendimentos compatveis com as finalidades citadas . Esta APA possui uma rea aproximada de 3.555 ha, situada entre os paralelos 54 (N) e 55 (S) e entre os meridianos 20 (L) e 21 (O). Corresponde parte das folhas Campo Grande SF. 21-X-B-II e Sidrolndia SF. 21-X-B-V, escala 1:100.000, do Ministrio do Exrcito/1971. Est localizada na grande unidade denominada Bacia Sedimentar do Paran e encontra-se inserida na sub-bacia do Rio Pardo, da qual faz parte a sub-bacia do crrego Lajeado.

Aspectos Fsicos e Biolgicos

Fonte: SEMADUR

Captulo 2

A rea da APA do Lajeado formada pela poro superior da bacia do Crrego Lajeado a qual encontra-se ocupada por 2.3.2.2 rea de Proteo Ambiental dos Mananciais do Crrego Lajeado reas urbanizadas pertencentes cidade de Campo Grande e A APA do Lajeado foi criada pelo Decreto Municipal n. 8.265, de 27 de julho de reas ocupadas por propriedades rurais, predominando as 2001, e seu Conselho Gestor criado por meio do Decreto n. 8.693, de 5 de junho ltimas. Dentro de seus limites encontramos diversas atividades em desenvolvimento, dentre as quais destacamos de 2003. Tem por finalidade: as urbanas (oficinas mecnicas, postos de combustveis, - recuperar, proteger e conservar os mananciais de abastecimento pblico aeroporto, loteamentos, usina de concreto, estao de

38

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

tratamento de gua, fabricao de artefatos em fibra de vidro, motis etc.) e rurais (pecuria, suinocultura, horticultura, piscicultura, extrao mineral etc.).Fonte: SEMADUR

pecuria, horticultura e piscicultura, alm das atividades de extrao mineral, usina de asfalto e curtume/salgadeira etc.Fonte: SEMADUR

2.3.2.3 rea de Proteo Ambiental da Bacia do Crrego Ceroula A APA do Ceroula foi criada pelo Decreto n. 8.264, de 27 de julho de 2001, e teve seu Conselho Gestor criado pelo Decreto Municipal n. 8.365, de 26 de dezembro de 2001. Tem como finalidade: - recuperar, proteger e conservar os cursos d'gua que compem a bacia do Crrego Ceroula; - proteger os ecossistemas locais, suas paisagens notveis, o solo e demais atributos naturais que possam ser considerados relevantes; - resguardar e valorizar aspectos culturais e histricos associados s comunidades locais e regio; e, - promover programas, projetos e aes de gesto e manejo da rea que contribuam com a sustentabilidade econmica e social de atividades e empreendimentos compatveis com as finalidades citadas. Esta APA possui uma rea aproximada de 66.954 ha, situada na poro norte do municpio de Campo Grande, sendo formada pela rea da bacia de drenagem do Crrego Ceroula existente no territrio do municpio de Campo Grande. Est localizada na Bacia do Alto Paraguai BAP e encontra-se inserida na subbacia do Rio Aquidauana, da qual faz parte a sub-bacia do Crrego Ceroula. A rea da APA do Ceroula formada pela parte superior da bacia do Crrego Ceroula que na sua poro Sul/Sudeste delimita-se com o permetro urbano da cidade de Campo Grande. Apresenta predominantemente reas ocupadas por propriedades rurais. Quanto s atividades desenvolvidas destacam-se a

2.3.3 Parques e outras Unidades de Conservao Em Campo Grande existem outras unidades de conservao que so objeto de interesse do poder pblico e esto distribudas nas regies urbanas do municpio. Na regio Central est o Parque Florestal Antnio Albuquerque. Na regio do Prosa esto o Parque das Naes Indgenas, o Parque Estadual do Prosa, os Parques Municipais do Prosa, Cnsul Assaf Trad e o Parque Ecolgico do Ster. Na regio do Segredo est o Parque Estadual das Matas do Segredo e o Parque

Captulo 2Monumento ndio Guaicuru - Parque das Naes Indgenas

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos39

Municipal gua Limpa. Na regio do Anhanduizinho est o Parque Ecolgico do Anhandu e a Reserva Particular do Patrimnio Natural da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS. Na regio do Bandeira est a Estao Ecolgica do Dhama.

Evoluo em ha e % em relao ao perodo anterior das reas Protegidas e Unidades de Conservao localizadas dentro do permetro urbano entre 1912 e 2008

Captulo 2Fonte: SEMADUR

Aspectos Fsicos e Biolgicos40 Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Mapa 4 - Localizao dos Parques

Projeto Crrego Limpo - Crrego Ster

Fonte: SEMADUR

2.4 Recursos Hdricos 2.4.1 Hidrografia O municpio de Campo Grande encontra-se localizado predominantemente na Bacia Hidrogrfica do Rio Paran, com exceo de uma pequena poro Noroeste de seu territrio que se situa na Bacia Hidrogrfica do Rio Paraguai, na qual encontram-se os crregos Mateira, Ceroula e Angico. O Rio Anhandu o principal curso d'gua do municpio, tendo como seus afluentes a maioria dos corpos d'gua destacando-se o rio Anhanduizinho,

Ribeiro da Lontra e os crregos Cachoeira, Trs Barras, Anhandu, Lajeado, Lajeadinho, Imbirussu, Pouso Alegre, Do Engano, Mangue, Lagoa, Lagoinha, Estiva, Limpo, Da Areia, Arame e Fortaleza, alm dos crregos Guariroba, gua Turva, Estaca e Ribeiro das Botas os quais so tributrios da sub-bacia do rio Pardo, que por sua vez afluente do rio Paran. Os crregos Lajeado e Guariroba esto destinados ao fornecimento de gua potvel populao campo-grandense e contribuem com aproximadamente 80% de toda gua consumida. Com relao s guas subterrneas, o municpio de Campo Grande apresenta basicamente trs unidades fontes, associadas a trs formaes geolgicas diferentes. A primeira, mais superficial, localizada na regio oeste do Municpio est relacionada aos arenitos do Grupo Bauru. A segunda encontra-se associada s rochas da Formao Serra Geral, em zonas de fraturamentos, a qual encontra-se parcialmente sobreposta pela formao anterior. Por fim,Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Captulo 2

Aspectos Fsicos e Biolgicos41

Mapa 5

MUNICPIO DE CAMPO GRANDE - HIDROGRAFIA - 2009ROCHEDOCOR. ANGICO

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Aspectos Fsicos e Biolgicos

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Captulo 2Fonte: SEMADUR

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42

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Atravs de mapeamento da rede hidrogrfica do municpio foram identificadas 28 nascentes no permetro urbano. 2.4.2 Carta de Drenagem A Carta de Drenagem subdivide a rede hidrogrfica de Campo Grande em 10 micro-bacias, sendo elas: Bandeira, Prosa, Anhandu, Lajeado, Gameleira, Blsamo, Imbirussu, Coqueiro, Segredo e Lagoa.

Fonte: SEMADUR

Captulo 2

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos43

num nvel mais profundo, encontram-se as rochas da Formao Botucatu, que d e v i d o s s u a s c a ra c t e r s t i c a s petrogrficas e abrangncia em termos de rea, contm o maior aqufero subterrneo da Amrica do Sul, denominado de Aqufero Guarani. Assim, devido a estas peculiaridades, Campo Grande pode ser considerado um municpio bem servido de guas subterrneas para as mais diversas finalidades, desde o abastecimento domstico at para industriais.

Mapa 6 - Localizao das nascentes dos crregos no permetro urbano de Campo Grande

Mapa 7

REDE HIDROGRFICA - 2009C r C r

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Aspectos Fsicos e Biolgicos

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Captulo 2Fonte: PLANURB

44

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

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2.5 Climatologia O clima de Campo Grande, segundo a classificao de Koppen, situa-se na faixa de transio entre o sub-tipo (Cfa) mesotrmico mido sem estiagem e o subtipo (Aw) tropical mido, com estao chuvosa no vero e seca no inverno. 2.5.1 Pluviometria

2.5.3 Ventos

Tabela 4 Velocidade dos ventos (m/s) - 2009Ano/Meses 2009 Max. Mdia Direo dominante Jan. 17,0 2,2 NW Fev. 17,0 1,8 NNE Mar. 22,8 1,6 NE Abr. 11,6 1,8 E Maio 20,6 1,9 ENE Jun. 12,5 2,1 ENE Jul. 15,6 2,1 ENE Ago. 14,3 2,7 ENE Set. 17,9 2,4 ENE Out. 18,3 2,2 E Nov. 16,1 2,0 NNE Dez. 17,0 1,5 NW

Fonte:Uniderp/Anhanguera

Tabela 2 Precipitao acumulada (mm) em Campo Grande 1996/2009Precipitao anual (mm) Ms 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Janeiro 271,1 241,4 170,8 198,7 168,5 171,2 128,4 354,5 55,0 232,0 Fevereiro 147,9 249,7 154,2 127,4 236,6 252,5 196,0 171,0 101,7 156,8 Maro 149,4 85,7 131,2 188,1 271,2 118,3 96,4 170,9 57,9 89,6 Abril 40,7 113,1 196,1 38,1 41,3 78,0 46,4 152,0 139,9 70,9 Maio 144,3 66,9 140,8 31,0 40,1 100,6 68,9 78,5 159,1 113,8 Junho 2,4 134,6 27,9 15,8 8,2 40,1 0,0 37,9 83,0 160,7 Julho 6,4 0,5 39,0 16,3 33,5 43,2 114,8 33,7 52,8 18,5 Agosto 4,5 35,7 122,0 0,0 96,8 75,3 44,9 103,4 0,0 7,9 Setembro 116,0 48,7 115,0 64,9 132,0 176,4 63,5 125,1 39,6 96,6 Outubro 162,5 102,1 114,4 182,4 93,6 97,7 90,2 163,1 166,5 217,4 Novembro 64,4 181,2 83,8 93,8 179,9 302,7 107,8 149,9 96,0 244,5 Dezembro 168,1 309,1 148,3 131,1 203,6 214,6 115,5 117,6 266,2 237,9 Total 1.277,7 1.568,7 1.443,5 1.087,8 1.505,3 1.670,6 1.072,8 1.657,6 1.217,7 1.646,6 2006 149,3 178,3 134,6 64,3 54,6 16,5 ... ... ... ... ... ... 2008* 2009* 261,4 221,8 75,4 192,3 203,4 220,2 105,4 2,2 92,8 106,8 31,0 91,0 0,0 62,0 49,8 177,4 54,2 77,4 146,6 298,4 128,4 189,4 275,2 334,0 1.423,6 1.972,9

Fonte: Embrapa Gado de Corte * Uniderp/Anhanguera

2.5.2 Temperaturas

Tabela 3 Temperaturas mximas, mdias e mnimas em Campo Grande (C) 2005/2009Ano/Meses Max. 2005(1)Mdia

Jan. 30,0 24,9 21,8 32,1 25,5 20,9 32,6 23,6 19,2 29,0 23,7 19,7

Fev. 32,6 26,0 21,1 31,3 24,9 20,6 32,4 23,9 18,1 30,3 24,4 20,6

Mar. 31,8 25,3 20,8 31,2 25,1 21,0 32,2 23,6 17,1 30,2 24,4 20,6

Abr. 30,8 24,4 20,0 30,0 23,8 19,8 32,4 22,8 12,3 30,7 24,2 19,0

Maio 29,1 22,3 17,7 26,3 18,8 14,0 29,9 19,0 7,6 27,7 21,4 16,5

Jun. 28,1 21,6 17,9 28,3 21,4 17,1 28,5 19,0 5,7 24,7 18,2 13,4

Jul. 25,5 18,7 14,3 29,3 ... ... 31,8 21,4 12,4 26,1 19,5 14,7

Ago. 30,3 22,2 17,1 31,2 ... ... 33,4 22,8 11,5 27,5 20,7 15,5

Set. 27,9 20,8 15,4 29,8 ... ... 37,3 21,3 6,6 28,4 22,2 17,2

Out. 30,8 24,6 20,2 31,2 ... ... 37,5 24,2 14,4 30,0 23,7 18,8

Nov. 30,1 24,7 20,4 31,5 ... ... 34,1 24,3 17,6 30,7 25,3 21,4

Dez. 30,9 25,2 21,1 30,7 ... ... 35,6 24,7 14,0 29,3 24,0 20,5

2006

(1)

2008*(2)

2009*(2)

Min. Max. Mdia Min. Max. Mdia Min. Max. Mdia Min.

Museu Jos Antnio Pereira

Fonte: Embrapa Gado de Corte * Uniderp/Anhanguera Nota: (1) Os valores de temperatura mxima correspondem mdia dos valores mximos dirios ocorridos no ms. Considerao anloga aplica-se temperatura mnima. (2) Os valores de temperatura mxima e mnima correspondem valores absolutos

Captulo 2

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Biolgicos45

3 Aspectos Fsicos e Territoriais

Sem Escala

Sem EscalaFonte: PLANURB

Sem EscalaFonte: PLANURB

Sem EscalaFonte: PLANURB

Fonte: PLANURB

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 1950

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 1960

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 1970

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 1980

Sem EscalaFonte: PLANURB

Sem EscalaFonte: PLANURB

Sem EscalaFonte: PLANURB

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 1990

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 2000

LEGENDAPermetro Urbano - 2005 Ferrovia Rio, Crrego Parcelamentos at 2009

3.1 A malha urbana e sua ocupao (1) O stio natural onde surgiu Campo Grande mostra sua grande influncia na configurao atual da cidade, pois foi o grande facilitador da ocupao espraiada, tendo em vista suas caractersticas praticamente planas, com suaves ondulaes e baixa declividade, permitindo seu crescimento em todas as direes geogrficas. Historicamente, a ocupao da malha urbana se deu entre as margens dos crregos Prosa e Segredo, que no incio se constituram em obstculos para o crescimento da cidade na direo sul e oeste. A partir de 1914, com a construo da ferrovia, as barreiras fsicas foram vencidas no sentido oeste, cuja ocupao se efetivou na dcada de 30, com a instalao dos quartis nessa rea da cidade. A expanso urbana foi condicionada existncia de bloqueios representados por grandes reas institucionais - Ministrio do Exrcito, Base Area de Campo Grande, Aeroporto Internacional, Cidade Universitria - e pelo traado sinuoso dos trilhos da Rede Ferroviria Federal antiga Noroeste do Brasil, que seccionava a trama viria da cidade em vrios pontos, assim como pelo leito dos Crregos Prosa e Segredo (hoje canalizados). A expanso da malha urbana da cidade no se deu em grande parte de forma contnua, pelo contrrio, reas loteadas foram surgindo entremeadas de glebas no loteadas e desligadas da trama urbana. A verdadeira exploso do tecido urbano aconteceu na dcada de 60, momento() EBNER, I. A R. Vazios Urbanos: uma abordagem do ambiente construdo. So Paulo, 1997. 217p. Dissertao (Mestrado em Estruturas Ambientais e Urbanas) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de So Paulo. Instituto Municipal de Planejamento Urbano Planurb

em que surgiram os grandes loteamentos afastados do centro comercial, destinados, na sua maioria, a abrigar a populao de baixa renda que se dirigia em fluxos cadavez maiores para a cidade. O acesso a esses bairros se dava praticamente atravs de uma rua ou avenida. Normalmente, as prprias sadas ou rodovias desempenhavam este papel de eixo entre centro e bairros. Consolidou-se assim uma configurao urbana radial onde praticamente todos os acessos convergem para o centro, reforando a centralidade comercial e de servios que caracterizam a cidade de Campo Grande desde a dcada de 60. Assim, os fluxos urbanos se do no sentido bairro-centro-bairro e com pouca acessibilidade direta entre as regies urbanas. A estrutura viria acompanha os principais corredores de expanso urbana,

Praa Poliesportiva Belmar Fidalgo

Captulo 3

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Territoriais49

com poucas vias estruturais e acessos bsicos se interligando atravs do minianel de circulao. A Lei de Uso do Solo n. 1.747/78, reforou a tendncia de fluxo e comrcio nas avenidas, sacramentou o aproveitamento das sadas da cidade, como acesso aos novos bairros perifricos, intensificando o trnsito e o uso destas avenidas, desencadeando um processo de atividades comerciais e de servios nesses locais. Em 8 de dezembro de 1988 foi aprovada a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupao do Solo, Lei n. 2.567, que trata do parcelamento do solo urbano definindo padres de loteamento: L1, L2, L3 e L4, que se diferenciam pela infraestrutura exigida; compatibiliza a Zona aos usos permitidos - residencial (UR), servio (US), comercial varejista (UV), comercial atacadista (UA), industrial (UI), de recreao, lazer e cultural (UL) e especial (UE); estabelece ndices urbansticos para cada zona e institui reas de Regime Urbanstico Especfico RESP e a Guia de Diretrizes Urbansticas (GDU). A Lei n. 2.567 sofreu alteraes atravs das seguintes leis: Lei n. 2.720, de 21 de maio de 1990; Lei n. 2.746, de 30 de julho de 1990; Lei n. 3.054, de 16 de junho de 1994; Lei n. 3.107, de 20 de dezembro de 1994; Lei Complementar n. 25, de 02 de julho de 1999; Lei Complementar n. 26, de 12 de agosto de 1999; Lei Complementar n. 31, de 13 de dezembro de 1999; Lei Complementar n. 33, de 11 de setembro de 2000; Lei Complementar n. 35, de 22 de dezembro de 2000; Lei Complementar n. 54, de 1 de julho de 2003; Lei Complementar n. 68, de 10 de agosto de 2004. A Lei Complementar n. 54 ampliou os gneros de loteamento criando o Loteamento Fechado - L5 e o Loteamento Fechado em rea Rural L6.

Em 22 de novembro de 1995 foi editada a Lei Complementar n. 05 instituindo o Plano Diretor da Cidade de Campo Grande. Aps quatorze anos como Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande teve seu Plano Diretor institudo, tendo como foco principal o cumprimento da funo social da cidade e da propriedade, a criao de um Sistema de Planejamento e a gesto democrtica da Cidade. Para fins de planejamento, o territrio urbano de Campo Grande foi subdividido em nove regies urbanas, sendo sete na sede e duas nos Distritos de Rochedinho e Anhandu, e prevista a criao dos Conselhos Regionais com a atribuio principal de acompanhar a aplicao das diretrizes do Plano Diretor e a discusso do Oramento Anual. Em 13 de dezembro de 1996, o Decreto n. 7.360 instituiu a Hierarquizao do Sistema Virio da Cidade de Campo Grande como elemento ordenador do trnsito e do transporte a ser considerado no gerenciamento do espao urbano, atravs da criao das vias Perimetrais, Arteriais, Principais, Locais, de Pedestres e Ciclovias.

Captulo 3

Aspectos Fsicos e Territoriais

Obelisco - Av. Afonso Pena

50

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

A Lei Complementar n. 74/2005 revogou a Lei n. 2.567/88 e suas alteraes, bem como o Decreto n. 7.360/1996, e instituiu a nova hierarquizao do sistema virio, enquadrando as vias em: via de trnsito rpido, via arterial, via coletora, via local e ciclovia.Escola de Governo - Prefeitura Municipal de Campo Grande

3.2 rea urbana Atravs do Decreto n. 3.316, de 06 de junho de 1969, a rea urbana da cidade de Campo Grande foi fixada em 26.223 ha. Posteriormente, o permetro urbano sofreu as seguintes ampliaes: Anexao do Ncleo Industrial atravs do Decreto n. 4.003, de 23 de maro de 1976; Introduo de reas para a construo de conjuntos habitacionais de acordo com a Lei n. 1.891, de 27 de maio de 1980; Anexao de rea para a construo do Conjunto Habitacional Moreninha III (Programa PROMORAR) atravs da Lei n. 2.052, de 1 de julho de 1982. Em funo destes acrscimos, a rea urbana passou a ter 28.500 ha, perfazendo um crescimento da ordem de 7% num perodo de 6 anos. Atravs da Lei n. 2.567, de 08 de dezembro de 1988, a rea urbana de Campo Grande foi definida em 33.403 ha + 8.452,5 m, e atravs da Lei n. 3.107, de 20 de dezembro de 1994, foi acrescida em 15 ha + 9.209,0746 m, atingindo um t o ta l d e 3 3 . 4 1 9 h a + 7.661,5746 m. A Lei Complementar n. 31, de 13 de dezembro de 1999, estabeleceu em 34.115,6535 ha a rea urbana da sede do municpio.Av. Afonso Pena

Em 2006, aps dez anos de vigncia e de um amplo processo de discusso democrtica a respeito da reviso do Plano Diretor, foi aprovada a Lei Complementar n. 94, de 06 de outubro de 2006, que instituiu a Poltica de Desenvolvimento e o Plano Diretor de Campo Grande. Essa nova verso atualizou o antigo Plano Diretor em relao legislao urbanstica vigente e, para efeito de ordenamento territorial, manteve as nove regies urbanas existentes e criou na rea urbana de Campo Grande as macrozonas e as zonas especiais, tais como: Macrozona de Adensamento Prioritrio MZ1; Macrozona de Adensamento Secundrio MZ2; Macrozona de Adensamento Restrito MZ3; Zona Especial de Interesse Cultural ZEIC; Zona Especial de Interesse Urbanstico ZEIU; Zona Especial de Interesse Social ZEIS; Zona Especial de Interesse Ambiental SEIA, alm de incorporar em seu texto as zonas e corredores previstos na Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupao do Solo. Os instrumentos urbansticos previstos no Estatuto da Cidade foram tambm recepcionados, tais como: a operao urbana consorciada, a outorga onerosa do direito de construir, a transferncia do direito de construir, o direito de superfcie e o direito de preempo.

Captulo 3

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Territoriais51

A Lei Complementar n. 74, de 6 de setembro de 2005, estabeleceu o permetro total de 90.835 m e rea total intraperimetral de 35.302,82 ha para a sede do municpio de Campo Grande, e criou 74 bairros visando servir de base para composio dos Conselhos Regionais, implantao e manuteno de sistemas de informao voltados ao planejamento e gesto do desenvolvimento municipal e elaborao de projetos urbansticos. Esta Lei tambm estabelece o permetro total de 13.668,42 m, e rea total intraperimetral de 723,29 ha para o distrito de Anhandu; para o distrito de Rochedinho o permetro total de 4.028,28 m e rea total intraperimetral de 55,58 ha.

Lei n. 1.747 de 1978, disciplinando e orientando o crescimento da cidade, atravs da definio das diretrizes da estrutura urbana associadas ao uso do solo, ao sistema virio e ao transporte coletivo. Esta lei, alterada inmeras vezes desde a sua promulgao, zoneou a cidade em: a) Zona de Alta Densidade; b) Zona de Mdia Densidade; c) Zona de Baixa Densidade 1; d) Zona de Baixa Densidade 2; e) Zona de Servios 1; f) Zona de Servios 2; g) Zona Verde; h) Zona Especial. Em 1987, a Unidade de Planejamento Urbano de Campo Grande - PLANURB, juntamente com a Secretaria Municipal do Controle Urbanstico - SEMUR, procedeu levantamento de uso do solo urbano, visando identificar a real ocupao e o zoneamento na cidade a partir, principalmente, da aplicao da Lei n. 1.747, de 29 de maio de 1978, e Av. Cear das suas alteraes atravs da Lei n. 1.896, de 10/07/80, Lei n. 2.095, de 08/10/82 e Lei n. 2.156, de 21/10/83. Elaborou-se, ento, a nova Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupao do Solo, n. 2.567, de 08 de dezembro de 1988, que estabeleceu o seguinte zoneamento: a) ZR.1 - Zona Residencial Exclusiva; b) ZR.2 - Zona Residencial Predominante; c) ZR.3 - Zona Residencial de Uso Diversificado;

Aspectos Fsicos e TerritoriaisCaptulo 3

De acordo com o artigo 22, inciso XVI, da Lei Orgnica de Campo Grande, de 04 de abril de 1990, compete Cmara Municipal, com a sano do prefeito, dispor sobre a delimitao do permetro urbano.

3.3 O uso do solo urbano O uso do solo urbano em Campo Grande at 1978 era regido pela Lei Municipal n. 1.429, de 29 de janeiro de 1973, proposta em 1970 pelo Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI), elaborado pela Hidroservice - Engenharia de Projetos Ltda, que zoneava a cidade em: a) Zona Central (C); b) Zona Comercial (ZC); c) Zona Industrial Atacadista (ZIA); d) Zona Residencial (ZR) e e) Zona Especial de Recreao (ZER). Em meados de 1977, foi elaborado o trabalho "Cidade de Campo Grande Estrutura Urbana", pelo escritrio do arquiteto Jaime Lerner, que deu origem Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

52

Mapa 8

BAIRROSNOVA LIMA

MATA DO SEGREDO

NOVOS ESTADOS NASSER JOS ABRO SEMINRIO MONTE CASTELO MATA DO JACINTO ESTRELA DALVA CORONEL ANTONINO

SANTO AMARO PANAMA SO FRANCISCO SOBRINHO CABREVA SANTO ANTONIO PLANALTO CENTRO TAVEIRPOLIS AMAMBA NOVA CAMPO GRANDE

MARGARIDA CARAND

CHCARA DOS PODERES

AUTONOMISTA CRUZEIRO

POPULAR

VERANEIO SANTA F

JARDIM DOS ESTADOS CHCARA CACHOEIRA

NOROESTE

UNIO

ITANHANG BELA VISTA SO BENTO CARVALHO BANDEIRANTES SO LOURENO MONTE LBANO TAQUARUSS GLRIA CAIARA JACY AMRICA TV MORENA JOCKEY CLUB JARDIM PAULISTA CARLOTA PIRATININGA GUANANDI DR ALBUQUERQUE RITA VIEIRA PARATI PIONEIROS AERO RANCHO TIRADENTES VILASBOAS

MARIA APARECIDA PEDROSSIAN

NCLEO INDUSTRIAL

SO CONRADO

LEBLON

TIJUCA

CAIOBA

UNIVERSITRIO BATISTO ALVES PEREIRA COOPHAVILA II CENTENRIO

LEI COMPLEMENTAR n. 74, DE 6 DE SETEMBRO DE 2005.

LEGENDABairro Linha Frrea Rio, Crrego

ANEXO II PLANTA 02 MUNICPIO DE CAMPO GRANDE

TARUM LAGEADO CENTRO OESTE LOS ANGELES MORENINHA

REA URBANA DA SEDE BAIRROS

Sem Escala

Mapa 9

ZONEAMENTO - LEI COMPLEMENTAR n. 141/2009Z1 Z5

Z1

Z6

Z7

Z1

Z9

Z3

Z13

Z5

Z12 Z11 Z10

Z8

Z10

Z4

Z6 Z4 Z2

Z3 Z5

Z6

LEGENDAZ1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 Z9 Z10 Z11 Z12 Z13 C1 C2 C3 C4 C5 C6 Linha Frrea Rio, Crrego Malha Urbana

Z7LEI COMPLEMENTAR n. 141/2009

Z2

ANEXO II PLANTA 03Z6

MUNICPIO DE CAMPO GRANDE REA URBANA DA SEDE

Z2 Z6

ZONEAMENTO

Escala Grfica900 0 900 1800 2700 m

A Lei Complementar n. 74/2005 estabeleceu as seguintes zonas: Tabela 5 Evoluo dos Loteamentos Aprovados 1989-2009 a) Z1 Zona 1; b) Z2 Zona 2; rea Total rea de Lotes rea de Ruas N de N de Ano c) Z3 Zona 3; Loteada (m) (m) (m) Loteamentos Lotes d) Z4 Zona 4; 371.206,80 216.000,00 88.686,00 1989 552 1 2.686.923,01 1.405.228,13 629.158,88 4.503 1990 9 e) Z5 Zona 5; 2.368.571,94 1.395.481,48 561.977,14 1991 16 4.619 900.587,11 546.936,30 193.504,82 1992 8 1.870 f) Z6 Zona 6; 1.712.315,28 847.232,18 403.802,83 1993 3.967 14 1.149.499,53 612.687,21 285.761,48 1994 8 2.744 g) Z7 Zona 7; 3.200.009,52 1.781.918,32 776.699,64 1995 6.689 14 371.051,38 216.896,75 85.271,87 1996 6 588 h) Z8 Zona 8; 4.307.894,72 2.524.823,54 1.033.741,70 23 8.395 1997 1.802.548,50 996.019,32 446.598,45 3.993 1998 12 i) Z9 Zona 9; 1.745.578,83 992.477,18 438.128,22 3.884 1999 10 2.022.331,14 1.248.162,90 601.743,56 13 2000 4.944 j) Z10 Zona 10; 1.682.579,17 1.076.516,32 335.261,23 2001 6 2.579 k) Z11 Zona 11. 1.631.200,03 907.176,98 479.782,46 3.426 2002 9 E os Corredores Virios: l) C1 Corredor Virio 1; m) C2 Corredor Virio 2; n) C3 Corredor Virio 3;2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL Fonte: SEMADUR. 6 14 8 12 14 7 14 224 2.067 3.464 1.097 3.264 4.187 2.436 3.940 73.208 977.579,50 4.564.885,85 871.128,81 1.637.241,36 2.832.786,44 1.615.473,04 2.101.000,32 40.552.392,28 523.582,64 2.923.429,17 622.693,28 824.549,14 2.033.226,18 931.565,21 1.083.009,36 23.709.611,59 267.336,93 981.038,69 220.141,69 420.181,63 528.432,60 370.655,30 551.393,77 9.699.298,80

rea de Lazer (m) 47.947,20 286.853,48 257.400,02 110.989,23 206.288,05 153.793,01 442.703,33 46.820,45 638.788,01 165.876,62 147.921,43 2.505.380,83

rea Pblica (m) 18.573,60 181.831,03 140.531,54 49.156,76 57.669,44 85.131,17 170.543,76 22.062,31 80.012,52 119.829,57 167.052,00 125.933,68 270.801,62 244.240,59 186.659,92 792.300,43 117.184,87 239.266,56 269.670,07 313.252,54 466.597,19 4.118.301,17

rea Reservada (m) 46.217,30 13.181,76 160.695,24 12.126,66 22.575,95 30.528,95 63.367,36 35.316,58 384.009,80

reas com Outras Destinaes (m) 137.634,19 36.627,54 5.568,52 10.857,18 1.815,77 192.503,20

Captulo 3

Perfil Socioeconmico de Campo Grande 2010

Aspectos Fsicos e Territoriais55

d) ZR.4 - Zona Residencial Mista; e) ZC.1 - Zona Comercial e de Servios Central; f) ZC.2 - Zona Comercial e de Servios Sub-Central; g) ZC.3 - Zona Comercial e de Servios Mista; h )ZI.1 - Zona Industrial Exclusiva; i) ZI.2 - Zona Industrial Predominante; j) ZN.1 - Zona Institucional de reas Organizadas; k) ZN.2 - Zona Institucional do Aeroporto Internacional de Campo Grande; l) ZT.1 - Zona de Transio de Uso Rural Vinculado; m) ZT.2 - Zona de Transio de Uso Misto Vinculado; n) ZT.3 - Zona de Transio de Uso Comercial e Industrial Vinculado; o) CM.1 - Corredor de Uso Mltiplo 1; p) CM.2 - Corredor de Uso Mltiplo 2 . Sendo includos posteriormente: q) CM.3 - Corredor de Uso Mltiplo 3; r) CM.4 - Corredor de Uso Mltiplo 4.

o) C4 Corredor Virio 4; p) C5 Corredor virio 5; q) C6 Corredor virio 6. A Lei Complementar n. 96, de 14 de dezembro de 2006, transformou parte da Z11 em Z12, instituindo mais uma zona na rea urbana. Houve alteraes na legislao atravs da Lei Complementar n. 107, de 21 de dezembro de 2007 e da Lei Complementar n. 141, de 19 de agosto de 2009, que criou a Z13, delimitou seu polgono e criou ndices urbansticos, tambm alterou o uso do corredor C3.

Ano