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Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartes Facebook |www.facebook.com/jornaldeartes Tumblr |www.murucieditor.tumblr.com Porto Alegre | Janeiro | 2016 | R$ 3,00 Artes Pláscas Cinema Música Literatura | | | JORNAL DE Ano | N° | . 2016 17 01 JAN 9 235890 9 1 MUDANÇAS MATRÍZTICA E o Sagrado Feminino UM POMBO QUE POUSOU NUM GALHO CINEMA FOTOGRAFIA & CADERNO DE Uma exposição coleva em Caxias do Sul, com curadoria de Jaque Paule, por onde 10 mulheres arstas estarão conjugando seus processos criavos

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Publicado pela Muruci Editor. Veiculo de midia impressa, com periodicidade mensal. Circula em Porto Alegre nos principais pontos culturais da cidade. Analise critica do que e produzido em nivel artistico e cultural, tanto nacional e gaucha, quanto internacional. ISSN: 2358-9019

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Artes Plás�cas Cinema Música Literatura| | |

JORNAL DE

Ano | N° | . 201617 01 JAN

� 9235890 91

MUDANÇAS MATRÍZTICA E o Sagrado Feminino

UM POMBO QUE POUSOU NUM GALHO

CINEMA FOTOGRAFIA & CADERNO DE

Uma exposição cole�va em Caxias do Sul, com curadoria de Jaque Paule�, por onde 10 mulheres ar�stas estarão conjugando seus processos cria�vos

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JORNAL DE

ARTESArtes Plásticas | Artes Cênicas |

Cinema | Musica | Literatua

Jornal de Artes é uma publicação da MURUCI EditorEditor | João Clauveci B. Muruci Editora de Literatura | Djine Klein ([email protected])Design Gráfico/Capa/Diagramação | Mauricio Muruci Email | [email protected] Edição Virtual | www.issuu.com/jornaldeartesFacebook |www.facebook.com/jornaldeartesTumblr |www.murucieditor.tumblr.comCNPJ | 107.715.59-0001/79 - Fone | 51 3276 - 5278 | 51 9874 - 6249

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

ONDE ENCONTRAR

Capa:

Fotografia de autoria de

André Venzon. Da série «Para Ver que Não

Sabemos Nada». Exposta no ateliê

André Venzon. Ano: 2014.

» Alexandre Fritzen da Rocha» Djine Klein» Rejane Hirtz Trein» Vitor André Rolim de Mesquita

Porto Alegre | Brasil

» Banca Monhos de Vento » Avenida Indepen-

dência, 1211 | B. Moinhos de Vento, Porto Alegre | RS

» Banca da República » Rua da República, 21

B. Cidade Baixa, Porto Alegre | RS

Rua João Caetano, 440 | B. Três » Ins�tuto Ling » Figueiras | Porto Alegre | RS

Mon�videu | Uruguai

» Livraria Puro Verso » Rua Yi 1385 ( entre

18 de julio y Colonia )

Rua Peatonal Sarandí 675 » Más Puro Verso »

Rua Peatonal Sarandí 675» PV Lounge »

Caxias do Sul | Brasil

» Jaque Paule� | Escritório de Arte e

Cria�vidade » Rua Inocente de Carli, 963 |

B. Cinquentenário, Caxias do Sul | RS

» Go Image » Rua Vinte de Setembro, 1546 - B.

Nossa Sra. de Lourdes, Caxias do Sul | RS

em tempos de crise

ARTES PLÁSTICAS

Foto: Morgana Festugato

A ARTE Por Rejane Hirtz Trein de Porto Alegre/RS

A arte em tempos de crise

Ser ar�sta ou estar ar�sta? Qual a diferença? Afinal, os dois

bebem do mesmo vinho.Ouvi em palestra e debate analí�co e fiquei pensando, já meio

nervosa, o sangue me subindo pelo pescoço, me engasgando com

palavras que queriam se manifestar e se arremessar no palco do

discurso.Seria um médico estar médico, quando clinicando, remetendo a

um estado alguma outra coisa, quando saia do trabalho? Um arquiteto estaria arquiteto, quando em trabalho, e deixaria de

ser arquiteto quando em folga.Somos dois �pos de ar�stas, cada qual com grandes méritos, mas

se diferenciando na prá�ca.O ar�sta profissional bebe na fonte que, indefinidamente, faz com

que até nos sonhos o elemento de criação se manifeste. Todos os dias

quase que por vinte e quatro horas este ser que tem asas na sua

imaginação, viaja nas cores e formas, sons e letras, personagens criadas

para seu deleite em primeiro lugar, realizando suas obras, em forma bi e

tridimencionais, arrancando de suas entranhas emoções que se

organizam na esté�ca das formas e gestos.É comum pessoas se confundirem ao analizar os ar�stas, da

mesma forma que analisam outras culturas e religiões, julgando certa ou

errada, mais importante ou menos importante por comparação as suas.Esta análise é confusa, se dá porque dentro de nossa cultura

freudiana, o prazer e o dever se separam por demarcações bastante

definidas. Eu diria que é quase uma crença na existência do purgatório.Quem vive e opta pela arte como caminho de suas vidas, como

tantos que conheço e conheci, sabe: é uma vida de caminhos curvilíneos,

altos e baixos, jamais lineares. Em um vídeo, em curta metragem que

fizeram com o mestre Danúbio Gonçalves, ele relata: “As pessoas não

fazem a menor idéia das dificuldades por qual um ar�sta passa na

existência de sua vida”.Para se manter ar�sta é preciso muita dedicação, seriedade e

trabalho. O processo de cria�vidade se fundamenta em três principais

pontos: movimento, fuga e atenção.O primeiro: dê vazão a sua imaginação. O segundo: saia do

pensamento convencional. O terceiro: concentre-se na situação.Estes três configuram uma estrutura integrada que concre�za a

realização que rompe com a realidade, mas transporta para fronteira

livres de regras.O que um ar�sta ganha dos demais? Uma sobrevida de qualidade,

vinte por cento a mais que os demais, a arte sublimada, com sua energia

e manifestação de dentro para fora, canalizando a energia criadora, se

tornando co-criadora, pois em falar do processo cria�vo. O momento é

sair da zona de conforto, hora de fazer laboratório, estudar a fundo

projetos engavetados ou na prateleira, se reestruturando e

aperfeiçoando, metaforizando com o frescor de uma nova luz. Ficamos

tão presos à labuta, pedidos e entregas, que pouco tempo nos sobra para

criação quando atarefados.Pensamos que ar�stas são bem viventes? Pois repare: a

autonomia tem seu preço, mas acima de tudo, a alegria e a liberdade que

todos anseiam.

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ARTES PLÁSTICAS Exposição | | Mercado de Arte

MUDANÇAS

Por Vitor André Rolim de Mesquita* de Porto Alegre/RS

* [Amigo, artista plástico e designer]

Exposição MUDANÇAS de ANDRÉ VENZON estará aberta para visitação até o dia até 29 de janeiro de 2016 no Ateliê André Venzon

Mudar é se permi�r um convite a erros e acertos sem o

qual a vida perderia a sua surpresa; a sua delicadeza, a sua força. Mudamos porque nos reinventamos todos os dias. Mas há um percurso que se configura como processo e recriação. Nós e os objetos ocupamos lugares �sicos e imaginários. Diante do trabalho do ar�sta, à medida que somos apreendidos, somos redescobertos. Mudamos sen�dos. Orientações. Somos todos ressignificados. Saímos de con�dos para conteúdos e em seguida para con�nentes testados pelo olhar sensível do ar�sta que opera em nós mudanças.

O trabalho de André Venzon é este intervalo entre o estado das coisas. É uma provocação diante de todas as incertezas que a vida propõe, mas que insistem em oferecer escalas, pontos de recuo a fim de se refazer. Nada se desdobra sem acuidade visual.

O Tapume, sua segunda pele, é por excelência um material des�nado às mudanças e por ele é reconduzido a novos ensaios para novas configurações de mundo.

Algo que bate à porta e exige uma ação silenciosa de vai e vem. É preciso deixar entrar por confissão, por delicadeza e pelos múl�plos significados que a obra permite e exige. Cada obra que cria fala conosco porque é uma ideia que expõe e realiza em si uma mudança. Seu próprio formato, se colagem, se pintura, se apropriação, ao mesmo tempo guarda a história de sua produção e insinua o uso a que se presta a arte contemporânea.

Estas Mudanças convidam-nos, desde o início, a perceber passado, futuro e presente que se rivalizam e se somam ao vigor dialógico do trabalho, ao sensível e ao inteligível.

Diria Paul Valéry, (...) “ao lado dos enigmas reais que nos são propostos pelas coisas, encontramos outros enigmas que nos são propostos por nossas próprias obras, por nossas criações acumuladas”.

São estas criações acumuladas que ganham i�nerância de lugar e imaginário. De coisas ausentes para espaços ocupados. Afinal, somos nós mesmos o legado de uma sucessão de transformações para o qual a arte doa e concede apenas aquilo que ela tem; e ela tem aquilo que ela é, a travessia; a MUDANÇA.

Exposição MUDANÇAS de ANDRÉ VENZONAteliê André Venzon, Rua Leopoldo Froes 126,

Floresta/Distrito Cria�vo, Porto Alegre/RS.Abertura sábado, dia 12 de dezembro de 2015, das 14h às 18h.

Visitação de 14 de dezembro de 2015 até 29 de janeiro de 2016,de terça à sexta das 14h às 19h.

Entrada Franca

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NÃO BASTAM SOMENTE ÁRVORES A NOVA ESTÉTICA CHEGOU

Nieto Atelier de Molduras e Galeria de Arte – end.Av.Cel.Lucas de Oliveira,432 – Mont Serrat

- Porto Alegre – RS – (51)3330-8407 – www.nieto.art.br

A obrigatoriedade de obras de arte nos edi�cios com mais de 2.000 m é definida por lei. Esta medida tenta amenizar o impacto visual urbano gerado pela especulação imobiliária. Você está convidado a par�cipar desta mudança.

Escultura em cerâmica com base de madeira de demolição da ar�sta Cynthia Gavião. Exposta na Nieto Atelier de Molduras e Galeria de Arte

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Emanuele M. D. C. de Quadros (Manu)

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CINEMA FOTOGRAFIA & CADERNO DE

A existência do humano inserida dentro das relações causuais incorporadas à existência de um co�diano qualquer é talvez o foco central do diretor sueco Roy Andersson implicou ao seu longa-metragem Um Pombo Pousou Num Galho Refle�ndo Sobre a Existência (2014).

O longa-metragem é o terceiro �tulo da “Trilogia sobre um ser humano” iniciada com Canções do Segundo Andar, seguida de Vocês, os Vivos.

O diretor aborda metaforicamente a visão de um ser alheio o ponto de vista dos seres humanos, um pombo. Sendo assim o diretor consegue representar a imagem completa da existência humana em sua frágil inu�lidade, sem deixar de impor toda a beleza através de uma abordagem poé�ca.

Ele desmes�fica todo o principio da esté�ca do cinema clássico, renunciando o aparato da montagem em favor de uma apresentação. U�liza de um con�nuo jogo de espelhos normalmente usados em outros meios de expressão ar�s�ca como teatro. Câmera fixa e enquadramento frontal, sem se u�lizar do primeiro plano, são elementos simplificadores de sua esté�ca cria�va.

São inúmeras as referências pictóricas como obras de pintores flamengos, renascen�stas, simbolistas e expressionistas. Os três “Encontros com a Morte” são a base do conteúdo para entender a poé�ca da obra da trilogia que usa a metáfora, o paradoxo e o humor, para elaborar uma tese sobre a fenomelogia do ser humano.

A fragilidade da natureza humana é uma constante na obra de Andersson – onde os ins�ntos individualistas se sobrepoem ao próximo.

O co�diano de Andersson é repleto de banalidades e apresentado como uma referência de importância sem precedentes para os personagens que compõem os vários quadros no filme. A morte é tratada com indiferença tal qual é a conformidade com a inu�lidade da vida. Um homem prestes a cometer suicídio fala ao telefone: qual dos atos significa mais? Quase trágico e paradoxo, essa narra�va perturba em sua dose de humor cinzento, como no caso dos dois persongens que perambulam com suas pastas pela cidade, tentando vender ar�gos de diversão, entre dentaduras de vampiros e um saco de risadas. Essa dupla estranha de vendedores tenta levar um pouco de diversão e alegria aos seres alienados e solitários que encontram em sua insana perigrinação.

Andersson ques�ona sobre quais os limites da natureza humana. Nos impõe seus heróis e suas insanidades tragicômicas. Tenta deixar claro que a beleza é a melhor opção para a existência desses seres que transitam no limiar da morte e da vida simples de uma pacata cidade ocidental.

Por Clauveci Muruci de Porto Alegre | RS

Título Original: En duva sa� på en gren och funderade på �llvaron

| | | Noruega [2014] 1h 41min Comédia, Drama Maio 2015 [Brazil]

UM POMBO QUE POUSOU NUM GALHO

Data de lançamento: 24 de outubro de 2014 (Noruega)Direção: Roy AnderssonDuração: 1h 50mRoteiro: Roy AnderssonMúsica composta por: Gorm Sundberg, Hani JazzarElenco: Holger Andersson, Nils Westblom, Lo� Törnros, mais

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APOIO |

Fotografia e arte51 9806.5856

[email protected]

Solução em Impressões LtdaPorto Alegre: (51) 3222 5862Caxias do sul: (54) 3026 6464Pelotas: (53) 3027 5202

FOTOGRAFIA

A fotografia não é um espelho da realidade. O ensaio fotográfico “O Sé�mo Selo” tenta transpor uma linha divisória, transcendendo além do palpável aos olhos, o delineável que a luz impõe, e que nem sempre é o discurso desejado.

“O Sé�mo Selo” apresenta imagens que podem ter uma ou mais leituras, depende de quem olha e da leveza do olhar. São muitas as possibilidades.

Clauveci Muruci – O Sé�mo Selo

AUTORAL I

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APOIO |

www.eduardorocha.fot.brPorto Alegre / RS Fone: 55 51 9167 [email protected]

S SenaDistribuidora de Materiais Fotográficos Ltda.

Rua 24 de Outubro, 945 Moinhos de Vento - Porto Alegre(51) 3222-7866 | (51) 9199-9275Email: [email protected]

FOTOGRAFIA

Clauveci Muruci – O Sé�mo Selo

AUTORAL II

e heurís�cas, a tradicional ênfase na fotografia como índice introduziu nessa Em termos de possibilidades cria�vasárea de produção simbólica uma outra distorção: privilegiou o aperto do botão disparador da câmera como o momento emblemá�co da fotografia, deixando de lado tanto os prepara�vos anteriores do mo�vo a ser fotografado e os ajustes do aparato fotográfico, como também todo o processamento posterior da imagem ob�da. Ainda hoje, apesar da crescente digitalização do processo fotográfico em todos os seus níveis, grande parte dos círculos teóricos e profissionais permanece ainda paralisada pela mís�ca do “clique”, do “momento decisivo” (Car�er-Bresson, 1981: 384-386), daquele instante mágico em que o obturador pisca, deixando a luz entrar na câmera e sensibilizar o filme. Todo o demais, isto é, o antes e o depois do “clique”, é considerado afetação pictórica (icônica) ou “manipulação” intelectual (simbólica), fugindo portanto do âmbito do “específico” fotográfico. A insistência, por parte de muitas teorias e prá�cas ainda em voga, numa suposta natureza indicial da fotografia, produziu, como resultado, uma restrição das possibilidades cria�vas do meio, a sua redução a um des�no meramente documental e, portanto, o seu empobrecimento como sistema significante, uma vez que grande parte do processo fotográfico foi eclipsado pela hipertrofia do “momento decisivo”. O sistema de zonas de Ansel Adams parece ter sido a única “manipulação” posterior ao registro universalmente aceita (ou pelo menos tolerada) nos círculos mais restritos da fotografia. Já a digitalização e o processamento posterior da foto em computador permanecem ainda largamente contestados, no plano teórico, como procedimentos que se possam incluir no âmbito da fotografia, embora, a rigor, não exista diferença alguma entre o processamento da imagem em computador e a ampliação diferenciada das partes de uma foto através do sistema de zonas.

«Fotografia»: Conceito em Expansão

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www.fotophoenix.com.br

Mas o arranjo do objeto no seu espaço natural ou no estúdio, a disposição da iluminação, a modelação da pose, os ajustes do disposi�vo técnico e todo o processo de codificação que acontece antes do “clique” é tão fotografia quanto o que acontece no “momento decisivo”. Da mesma forma, também faz parte do universo da fotografia tudo o que acontece no momento seguinte: a revelação, a ampliação, o retoque, a correção e processamento da imagem, a posterização etc. Depois de mais de um século e meio de restrições técnicas, conceituais e ideológicas, subver�das apenas marginalmente pelos ar�stas de vanguarda, a fotografia começa, finalmente, a conhecer a sua emancipação e a derrubar as fronteiras que a limitavam. Com a câmera digital e o so�ware de processamento tomando rapidamente o lugar das tradicionais técnicas fotográficas, podemos dizer que a fotografia vive um momento de expansão, tanto no que diz respeito ao incremento de suas possibilidades expressivas, como no que diz respeito às mudanças em sua conceitualização teórica” (Machado, 2000).

É muito comum termos essa concepção de que a fotografia se resume ao momento do clique. Vamos isso nas idéias de que o bom fotógrafo é aquele em que a foto sai boa já da câmera, que manipulação de imagem é uma espécie de truque para quem não sabe fotografar e coisas do �po. Vemos também, a fotografia como sinônimo de registro e captura, enquanto na verdade se trata de uma interpretação, já que o aparelho fotográfico não é capaz de reproduzir uma realidade, e sim uma forma totalmente alterada da realidade. A distorção de uma lente é tão manipulação quanto usar clone tool no Photoshop.

Um outro sintoma do viés apresentado no texto é a supervalorização do equipamento fotográfico (câmera e lentes) como elemento mais decisivo da boa fotografia. Afinal de contas, se a fotografia precisa ser resolvida no momento do clique, o equipamento é fundamental. No entanto, como o autor coloca, o clique é quase nada. Toda a preparação de antes e todo o processo que segue são muito mais determinantes. A alteração de uma foto no processador de imagens guarda mil vezes mais possibilidades e variações do que há entre a melhor e a pior lente de uma câmera. Nem cabe falar então da escolha dos temas. Ainda assim, esses aspectos são negligenciados em prol de outros aspectos, exatamente por parecerem estar fora do campo da fotografia. O resultado natural é que os fotógrafos acabam limitando as próprias possibilidades, na medida em que 1) não entendem todas essas decisões e ferramentas como parte de um só processo; e 2) não percebem, ou não se interessam por todas as distorções existentes no processo que ocorre dentro da câmera para a produção de fotografias, acreditando que estão apenas registrando, capturando ou copiando a realidade. Essa concepção não altera a natureza interpreta�va da fotografia, apenas �ra do fotógrafo a capacidade de, de fato, criar, uma vez que lidando com uma imagem técnica, é preciso entender para de fato se colocar no processo cria�vo.

Dá pra se perguntar porque esse caráter rígido da fotografia como índice permanece tão forte não só no senso comum mas também entre fotógrafos profissionais e acadêmicos. Uma possível contribuição para isso talvez esteja no fato de algumas agências dependem muito da idéia da fotografia como baseada no real: o jornalismo, a publicidade (que embora abuse da manipulação, “vende suas fotos como a verdade”) e até mesmo ins�tuições governamentais como a polícia e a jus�ça. No entanto, os fotógrafos que não têm nenhum compromisso com esses usos não têm mo�vo aparente para cercear as suas próprias possibilidades cria�vas. Por que, então, parece tão di�cil aceitar toda a flexibilidade da fotografia?

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I.A arte da escrita é exercício para dar tridimensionalidade as coisas do pensar? O que o desiludido desa�na! E foi

acontecer que Samuel ele escrevia para condensar o que aquela mulher de sonho lhe ditava lá das sombras.

Muito a queria com um desejo ardido, e exigindo a si mesmo que arquitetasse logo o corpo de sua musa. Seria ela

uma ruiva esguia com pintas? Ou uma mulata ondulante com sinuosidades a ponto de �rar o fôlego a um homem

sinistro?

Mas nunca que seu criador se importava em compô-la como um anagrama de todas as mulheres, ou que �vesse

ela os vícios da beleza exposta em palco. Apenas queria que a desejada se configurasse bárbara.

III.Com quanto de imaginação o Juvenal com seus súbitos de delírio, e �nha que a arte da escrita precisava de gênio,

ele entendia. Qual então deu-se ao espelho por refúgio, já que do lado de cá do Mundo uma pessoa anda com

pouca veracidade para os fatos de viver com arte. E um ar�sta que se pese, dizia ele, necessita se construir, e a seu

personagem. Menos de carne mais assombros?

Depois furtou alguns filamentos de seda a aranha. Afirmava que a pequenina sabe tudo sobre a arte da

tecelagem, e ele quer apreender um o�cio de compor com fios resignados a sua diva.

E afinal dizia-se refinando para ser um autor. Mas não a�na que esta mulher que como escritor tanto quer

partejar sou eu, Bárbara! Eu mesma que me quero feita de uma carne sangrenta e me resumo a ser mais de sonho

que um corpo em solidez. E ele há de me bordar olhos a que o encontre como um deus da criação. Também quero

ter dois mares por pupila, vamos que algum desastre me �re o mar... Depois, eu é que talvez o resgate para ser o

meu personagem, haja visto que hoje amanheci bem, disposta a transpor os muros desse imperador.

Todavia como vacila e perdeu-se em me compor ideal, não uma vibrante mulher e sim um fantasma pálido e já me

emoldurava. Então gritei – basta! E foi a custo que joguei o espelho por terra. Lentamente transpus o recinto, os

mil cacos feriram meus pés descalços. Mas nenhum desespero me fere em seguir assim, meu rasto se deixado

pegadas em sangue...

Para o Universo isso de eu ser um delírio de poeta, ou apenas uma criatura com sede entre as estrelas, em seus

ouvidos ele me sabe uma canção.

V.Essa mulher muitas vezes me fugia a trama. E quando �nha angus�a de ser assim, hiperbólica de sen�mentos,

acontecia de ser sempre dia de chuva ou inverno. Então despia-se ao relento, e dançava toda sua nudez até cair

exausta sobre a terra. E quando se dava conta de não ter nem andrajo para lhe ocultar as formas, com as mãos

esgravatava o chão úmido até rente as unhas e sangrar. Depois fazia uma pasta com terra e sangue. Aquilo e se

lambuzava toda, primeiro as feições. Ou, será que ela morria um pouco por cada ciclo de vida, a minha Bárbara?

Hoje ao amanhecer, eu cochilava sobre um maço de páginas amarrotadas, e lá estava ela qual nós dois na

penumbra, eu babava a noite ainda. Então ela se ergue de entre os papéis e explica que estava se enfeitando para

ser uma fênix. E abriu os braços, jogou a cabeça alongando o pescoço como uma ave principiando-se em voo.

Sorria ao chamar meu nome. Vitalício!

Depois escutei sua voz dizendo: eu sou irmã daquele pássaro que arde! E foi então que vi as cinzas junto a um

manto de seda no meio do quarto.

Será que do pó tenho que recomeçar minha personagem?

VII.

Essa nunca se apaga de dizer tudo que sente, com uma voz sem tramela de falar desnudos os sen�mentos. E o que

ainda desconheço nela o coração vai narrando desde um seu rio abrir as comportas. Rejeita que para ter juízo a

pessoa precisa se ocultar ao próprio coração, ou se resguardar num silêncio e sombras.

Depois que lhe abri ouvidos sempre me narrava sobre as próprias ruínas, e quando me espanto, reconta com

maciez seus dramas. E ninguém como a minha Bárbara, ela sabe um falar de um jeito a horas vadias, e que me leva

sorrindo, até recupera minha perdida lucidez. E o se dar em vagarez de sair ao mundo sem presa, e com os olhos

bem meninos, é quando a pessoa se resgata a humanidades, sempre diz.

Às vezes até nos perdemos no tempo, mas o espaço é curvo, ela responde. Assim que, eu e ela sempre nos

resgatamos a quase ser como árvore. Ou que ele o próprio tempo por aí nos encontre já com asas. Mas também

visos de ter duas pernas e braços longos, e adivinhar as intensões da minha amiga. Como a lua ela anda em

len�dão e atravessa numa noite a dimensão toda do meu mundo. E quem sabe se uma pessoa é menos que seu

personagem... Pareceu-me escutar uma voz suave me chamando. Generoso! Que para o seu coração vitralício de

poesia eu fico sendo apenas o deus da criação, e menos que o poema Bárbara.

Por de Djine Klein Porto Alegre/Viamão - RS

POESIA EM PROSA

O CORAÇÃO vitralício de Bárbara

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A música para piano de

fonográficos de 2014, “A música para piano de Camargo Guarnieri” congrega o “dream team” do piano porto-Um dos principais lançamentosalegrense para registrar as sonatas e sona�nas do renomado compositor paulista, falecido na década de 1990. Dirigido pela pianista mineira Cris�na Capparelli (radicada há mais de trinta anos em PoA), reúne seus colegas pianistas André Loss, Catarina Domenici e Ney Fialkow para o importante registro. O disco duplo, produzido por Yanto Laitano, apresenta as 8 Sona�nas e a Sonata para Piano, escritas entre 1928 e 1972, além dos Ponteios 32, 38 e 45 (como faixas bônus). A obra faz parte da série "Música em Performance" do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS. As gravações das obras foram realizadas em diferentes momentos e espaços, monitoradas por Marcos Abreu, Bruno Bertschinger e Fabiano Cordella. As Sona�nas 1, 2, 4, 6 e 7 foram gravadas em 2012, no piano Steinway D do Auditório Tasso Correa, no Ins�tuto de Artes da UFRGS. A Sona�na 3, em 2000, no Salão de Atos da PUCRS. Já as Sona�nas 5 e 8, registradas em 2012, foram gravadas em outro Steinway D, o do Salão de Atos da UFRGS. Por fim, a Sonata para Piano e os Ponteios 32, 38 e 45 foram gravados em 2004, no Salão de Atos da PUCRS. A edição é assinada pelo competente Marcos Abreu, à exceção das Sona�nas 2 e 4, e os Ponteios, editadas por Vagner Cunha. O álbum é divido em trinta faixas ao longo de dois CDs. No primeiro disco, figuram as cinco primeiras Sona�nas, compostas, respec�vamente, em 1928, 1934, 1937, 1958 e 1962. No segundo, aparecem as Sona�nas 6, 7 e 8 (compostas em 1965, 1971 e 1982), a Sonata para Piano (de 1972) e os Ponteios 32, 38 e 45. O quarteto de pianistas intercala a execução das obras ao longo dos dois discos. Cris�na Caparelli, a madrinha do projeto, interpreta as Sona�nas 1 e 3 e a Sonata para piano. Ney Fialkow, as Sona�nas 2 e 4, além dos três Ponteios. Catarina Domenici executa as Sona�nas 5 e 8 e André Loss, as Sona�nas 6 e 7. Domenici e Loss prepararam as peças especialmente para o CD, assim como a Sona�na 4, que foi estudada por Fialkow especialmente para o projeto. Mozart Camargo Guarnieri foi um dos principais compositores brasileiros de música de concerto e um dos maiores nomes da música para piano do século XX. Nascido na cidade de Tietê, em 1907, e falecido em São Paulo, 1993, escreveu vasta obra pianís�ca, conhecida internacionalmente, com destaque para seus poé�cos Ponteios, seus virtuosís�cos concertos para piano e orquestra e as Sona�nas e Sonata executadas neste disco. Para André Loss, "sua produção demonstra um profundo conhecimento da natureza e das possibilidades e qualidades técnicas do instrumento". Embora tenha uma escrita profundamente idiomá�ca e um apuro sofis�cado no tratamento dos ingredientes musicais em suas composições, há poucas gravações da obra do compositor, se compararmos a outros ar�stas de sua época. Guarnieri é um compositor ainda vivo dentro do meio acadêmico, tendo várias publicações cien�ficas sobre sua obra, incluindo teses, dissertações e ar�gos. Todavia, sua presença em programas de concerto e faixas de cds ainda é diminuta. Segundo Capparelli, Guarnieri "soube, como poucos, escrever para o instrumento e para um instrumento que fala, canta e dança no português do Brasil. Isso precisa se tornar muito mais conhecido". Ela acrescenta que acredita na responsabilidade do músico brasileiro de divulgar a obra do compositor, que goza de grande envergadura ar�s�ca, mas restrito reconhecimento no cenário musical. Dessarte, o álbum cumpre esta função, a de difundir, e com profunda seriedade e qualidade, a obra do compositor brasileiro. O quarteto de pianistas, cujos currículos espanta pela qualidade e importância das produções, demonstra com primazia as evoluções esté�cas, o apuro formal, o engenhoso contraponto e os afetos contrastantes da obra do inven�vo Guarnieri. As Sona�nas nos levam às mais variadas emoções, desde sen�mentos jocosos e lúdicos, até momentos intensos, de melancolia e meditação. Guarnieri, especialmente em seus Ponteios, é hábil e astuto na construção da emoção no discurso musical, u�lizando uma assinatura musical sua, onde ora bebe da música folclórica brasileira, ora bebe da literatura da música de concerto europeia. E sua sonata, uma pérola pianís�ca, nos brinda com uma majestosa fuga em seu movimento final. Um compositor com sotaque musical brasileiro, mas que foge das superficialidades de exageros nacionalistas come�dos por alguns compositores do século passado. O projeto gráfico é de Alfredo Nicolaiewsky e Sandro Ka. A arte do disco difere-se das insossas capas de álbuns comuns na maior parte dos lançamentos de CDs de música de concerto. Assinada por Nicolaiewsky, o mesmo criador da arte visual do disco "Cris�na Capparelli toca a música para piano de Alda Oliveira e Jamary Oliveira", une uma variedade grande de retângulos e letras coloridas em contraste com o branco. Segundo Capparelli, a arte do álbum "está em sincronia com as cores vibrantes da música nos dois CDs". "A Música para piano de Camargo Guarnieri" está concorrendo em três categorias no gênero erudito do Prêmio Açorianos de Música 2014/2015. As indicações compreendem o prêmio de "Melhor Intérprete" (Capparelli, Domenici, Fialkow e Loss), "Melhor Instrumen�sta" (os quatro pianistas) e "Melhor Álbum". Uma justa indicação, visto a importância e qualidade do trabalho. É o oitavo disco da série "Música em Performance" do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS, uma série cons�tuída por CDs que obje�vam registrar o trabalho da sub-área Prá�cas Interpreta�vas do Programa, com a interpretação de obras de importantes compositores do cenário da música de concerto brasileira. Ademais, segundo Capparelli, podemos aguardar um novo lançamento da série "Música em Performance" em breve, provavelmente retratando novamente a obra pianís�ca brasileira. O disco pode ser adquirido na Livraria Cultura (na loja ou pelo site) e na Palavraria, em Porto Alegre.

“A música para piano de Camargo Guarnieri” | 2014 (Dir. Cris�na Capparelli, com André Loss, Catarina Domenici e Ney Fialkow)

CAMARGO GUARNIERI

DISCOGRAFIA Por Alexandre Fritzen da Rocha de Porto Alegre/RS

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Apoio Cultural :

Telas, Quadros e Molduraswww.kersson.com.br

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(51) 3211 - 6833(51) 3024 - 0341

Telefones: (51) 3333-3294 | Rua Cabral, 291 Porto Alegre, Bairro Rio Branco, Brazil | Site

h�p://telasgaudi.blogspot.com/

na José do Patrocínio, 541, Cidade Baixa

Almoço Disco BarSegunda a Sábadodas 11:30 às 14:30

Av. Júlio de Cas�lhos, 440, Cj. 84Centro Histórico - Porto Alegre/RS

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Centro de Conservação-Restauração de Livros e Documentos

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em que fervilha arte e um bom exemplo disto é a Caxias do Sul vive um momento

exposição “MATRÍZTICA –O Sagrado Feminino”. Uma cole�va onde 10 mulheres ar�stas estarão

conjugando seus processos cria�vos. Tema que tem ocupado muitos profissionais ligados à saúde e

psicologia, o Sagrado Feminino é quase um es�lo de vida. Vem sendo adotado por mulheres do

mundo todo, oferecendo ensinamentos sobre o corpo, o emocional, os ciclos femininos e ainda

orienta de que forma se pode harmonizá-los com a natureza e com a sociedade. A exposição tem a

curadoria da ar�sta visual JaquePaule�, que desde o início deste ano tem trabalhado em projetos

ar�s�cos diferenciados com o seu Escritório de Arte e Cria�vidade, localizado em Caxias do Sul, na

Serra Gaúcha, junto ao atelier da ar�sta. E é com ela que o Jornal de Arte conversa nesta entrevista.

MATRÍZTICA E o Sagrado Feminino

Jornal de Arte – Como surgiu a ideia de falar deste assunto?Jaque Paule� – “Me encantei com o tema ao conversar com mulheres de culturas, religiões e

crenças diversas, masque juntas, através do Sagrado Feminino, aprendem a se desvincular de

padrões de beleza e regras pré-estabelecidas pela sociedade e descobrem como se amar

exatamente como são e passam viver um mundo mais afe�vo e ar�s�co, além de menos racional e

mais sensível. Entendem que o ato de gerar, parir, nutrir, amar e intuir pode ser considerado uma

dádiva proporcionada às mulheres e que através desta ligação entre elas e o mundo que as rodeia,

podem ser um gerador de amor e paz”.

Jornal de Artes – que o visitante vai encontrar?Jaque Paule� – O conjunto de obras conta com escultura, fotografia, desenho, ilustração digital e

pintura, envolvendo ar�stas jovens e maduras com trajetos profissionais bastante diversos,

conferindoà mostra um rico e sensível apanhado das artes na região. Teremos trabalhos de

Alessandra Paule�, Aline Chaves, Dio Gonçalves, Lisiane Salgado, Marcia Valen�ni, Maria Cris�na

Mascia, Milla Magnabosco, Ritamar DeVenz Francesca�o, Sharyse Pezzi e Sofia Gravina.

Jornal de Artes – Como foi o processo de seleção e escolha das obras?Jaque Paule� – Como curadora fui à busca de ar�stas que já exploravam estas questões femininas,

a essência da mulher e os simbolismos ligados a ela. Encontrei,cada uma a sua maneira e com

técnica própria e propus o desafio de cada uma delas representar o Sagrado Feminino, dentro de

suas crenças pessoais. Comigo fazendo a mediação, trabalhamos a distância, mas interligadas pela

essência primi�va do feminino. Os recursos tecnológicos de comunicação nos permi�ram um

trabalho coeso sobre o tema.

Jaque Paule� | Curadoria

Alessandra Paule� | Pintura

Sharyse Pezzi | Desenho

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Jornal de Artes – E quanto à galeria?Jaque Paule� – A exposição está no calendáriodo espaçode arte da Casa

Maria Lorenza, um local muito especial, voltado para o público feminino,

que propõe uma nova forma de consumir. O lugar é uma casa dos anos 50

que foi totalmente recuperada pelas proprietárias a administradora

Fernanda Juliana.... e a psicóloga Helenara Sironi de Moraes e

transformada num verdadeiro oásis no burburinho da cidade e tem

como posicionamento uma forma afável de levar a vida. Onde está a

galeria, bem no centro da cidade, conjuga moda, gastronomia natural e

chás, saboneteria, uma pet shop e arte, tudo envolto por um belo pá�o e

a filosofia “frends of pets”.

Jornal de Artes – O �tulo MATRÍZTICA chama atenção...JaquePaule� – Não tem a ver com feminismo. Escolhi este �tulo

entendendo, em licença poé�ca, a MATRÍZTICA como a possibilidade de

uma cultura onde o centro é a cooperação, par�cipação, cuidados,

atenção, a alegria, o encanto de viver e fazer no campo do natural, que

vemos em culturas an�gas e onde a essência do feminino é o centro das

relações. Algo que, acredito, falte no mundo contemporâneo. Tem a ver

com a minha crença da arte e a capacidade de compreensão da mulher,

como catalizadora de um mundo melhor para se viver.

Jornal de Artes – Você tem feito a curadoria do local. Se algum ar�sta

�ver interesse em expor na Maria Lorenza como deve proceder?JaquePaule� – A casa está aberta para novos projetos e para receber propostas. Quem �ver interesse pode conversar com a Casa ( 54 3 0 2 7 1 5 6 2 ) o u f a z e r c o n t a t o c o m i g o p e l o e - m a i l jaquepaule�[email protected] deve enviar a proposta um breve curriculun e imagens de por�ólio.

Exposição Cole�va “MATRÍZTICA –O Sagrado Feminino” Espaço de Arte da Casa Maria Lorenza

Rua Moreira César, 2671- Pio X Caxias do Sul Segue aberta até final de janeiro de 2015Horário: De segunda á sexta das 10h- 19h

Informações: (54) 30271562 www.mlorenza.com.br

Entrada Franca

Aline Chaves | Iilustração Digital

Lisiane Salgado | Pintura

Marcia Valen�ni | Arte Digital

Ritamar DeVenz Fracesca�o | Pintura

Maria Cris�na Mascia | Pintura

Milla MagnaboscoPintura em Relevo

Dio Gonçalves | Escultura

Sofia Gravina | Fotografia

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