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Jerusalém ':. fi a oroão da aüg.-. e ben.-. M)j.-. cap.-. FRATERNIDADE PARANAENSE Director: JÚLIO PBRNETTA Respeito mutuo e liberdade de consciência. COD.*. MAÇ.'. ItotluutoiVH: JDITTEIvSCS lUIIUIIIUIMINIUUUIIUIUIIIIIIIIlllllll Xltllllf IttHUMUUIIIIt Cunpre o teu dever aconteça o que acontecer COD.'. MAÇ.*. Publicação quixzenal Assig.: trimestre . . . 2$000 BRAZIIx I Goritiba, ao de NoVeipbro de 1900 I PARANÁ* uuttuuuuuuuuiuuuiKiuuu^au Httunuuutttntuiimtuaniuui '.iiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii PADRE VHHTi OAUDINIBRE Resplende hoje em as columnns áoJe*usalcmt aureolado de muito carinho e de muito amor, o busto do magnânimo Padre Vicente Gaudiniere. Personificação humilde da bondade, o virtuoso sacerdote como vigário, em as cidades de Morretes e depois na c'a Palmeira, impoz-se pela grandeza do seo coração, pallium aberto, a cuja sombra os desgraçados e os infelizes sem- pre encontraram abrigo o mais sincero e o mais franco. Fidalgo no trato, humilde entre os humildes, rebellãdo quando ferido na sua dignidade e na sua consciência, sanetuario da liberdade, o virtuoso Padre Vicente adquirio amigos que o amam e despeitados que o detestam, que babujàin sobre a sua respeitável individualidade as mais torpes villanias, como se elle, meos .senhores, não pairasse muito alto, muito acima da lama, ondesuinam as torpézase as sordicias da alma estrábica e visgosa dos se03 quixo- tescos inimigos. Sacerdote de Christo, p:;ro e irama- culado, um dia, quando osphaiiseos, em tropel desesperado, bateram á ] o ta do Templo, a sua palavra ungida de pie- dade christan, os enchotou, e, elles mi- seraveis e vencidos ante tanta dignidade, fugiram, e de longe, occultns nas trevas, tramaram contra o virtuoso vigário da Palmeira a conspiração surda e indigna da calunmia, da trahiçâo e da perfídia. A Justiça, porem, desfraldou a ban- deira branca da victoria, o Padre Vicen- te triumphara. e o Paraná kvou-lhe a palma verde da solidariedade. A altiva Parochia da Palmeira pro- clamou a sua independência da Diocese, e o Sr. D. José de Camargo Barros ven- \ aM cido, recolheo-se á sachristia da sua vingança, mastigando a cólera do ódio, despejando sobre o magnífico sacerdote rèbellado pragas e excumunhões, ridi- cuia pantomima da piedosa egreja ro- mana, hoje recebidas pelo livre espirito d'este finí de século de liberdade por entre gargalhadas. Apoiado pelo povo da Palmeira, o Padre Gaudiniere, alli manteve-se res- peitado e querido, até o dia em que cir- cumstancias particulares o fizeram reti- rar-se para a Estação de Reboliças, onde hoje vive, divorciadojdo convencional, pe* Ia liberdade de consciência, trabalhando no commercio, amparando a pobreza, distribuindo a caridade, dilatando a verdadeira Religião de Jesus Christo, tão deturpada peles padres Nazaldinnis, vivendo para outrem, humilde entre os humildes, ieliz na sua velhice virtuosa e abençoada, expansivo e meigo, perdoando os seos inimigos, pedindo a Deos nas suas orações tão fervorosas e tão puras que cs guie per melhor caminho, que os conduza a caminho de salvação. Que se reílicta no espelho de crystal puríssimo da sua grande alma o clero romano, transfuga da liberdade, apóstata do amor, inimigo da Religião santificada 110 alto illuminado do Calvário pelo sangue do mais humilde e do maior de todos os homens, o doloroso Rabbi da Galliléa. Mas, o virtuoso Padre Vicente Gaudiniere longe de abandonar o seo sagrado ministério, abraçou-o com mais fervor ainda, attendendo a todos os chamados, que diariamente lhe são feitos dos diversos pontos do Estado, para onde elle corre pressuroso levar a extrema uneção a um agonisante, na sua palavra ungida de piedade e de muito amor, o baptismo as creanças, oenlace matrimonial aos que se amam, sem exigir delles ridícula confissão auricular, erguer a hóstia no sacrifício da missa, orar peles que têm fomee sede de Justiça. Ah ! que alma perfeitíssima, a d'este sacerdote, que não conhece o rancor, que tem sempre, como Christo o teve, a sorrir, a cantar nos seos olhos o lyrio branco d0 perdão : « Perdoa-lhes, Pat, elles não sabem õ que fazem. » í

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oroão da aüg.-. e ben.-. M)j.-. cap.-. FRATERNIDADE PARANAENSEDirector: JÚLIO PBRNETTA

Respeito mutuo e liberdade de consciência.COD.*. MAÇ.'.

ItotluutoiVH:

JDITTEIvSCS

lUIIUIIIUIMINIUUUIIUIUIIIIIIIIlllllll Xltllllf IttHUMUUIIIIt

Cunpre o teu dever aconteça o que acontecerCOD.'. MAÇ.*.

Publicação quixzenal

Assig.: trimestre . . . 2$000

BRAZIIx I Goritiba, ao de NoVeipbro de 1900 I PARANÁ**¦

uuttuuuuuuuuiuuuiKiuuu^au Httunuuutttntuiimtuaniuui '.iiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

PADRE VHHTi OAUDINIBREResplende hoje em as columnns áoJe*usalcmt aureolado de muito carinho e de muito amor, o busto do magnânimo

Padre Vicente Gaudiniere.Personificação humilde da bondade, o virtuoso sacerdote como vigário, em as cidades de Morretes e depois na c'a

Palmeira, impoz-se pela grandeza do seo coração, pallium aberto, a cuja sombra os desgraçados e os infelizes sem-pre encontraram abrigo o mais sincero e o mais franco.

Fidalgo no trato, humilde entre os humildes, rebellãdo quando ferido na sua dignidade e na sua consciência,sanetuario da liberdade, o virtuoso Padre Vicente adquirio amigos que o amam e despeitados que o detestam, quebabujàin sobre a sua respeitável individualidade as mais torpes villanias, como se elle, meos .senhores, não pairassemuito alto, muito acima da lama, ondesuinam as torpézase as sordicias da alma estrábica e visgosa dos se03 quixo-tescos inimigos.

Sacerdote de Christo, p:;ro e irama-culado, um dia, quando osphaiiseos, emtropel desesperado, bateram á ] o tado Templo, a sua palavra ungida de pie-dade christan, os enchotou, e, elles mi-seraveis e vencidos ante tanta dignidade,fugiram, e de longe, occultns nas trevas,tramaram contra o virtuoso vigário daPalmeira a conspiração surda e indignada calunmia, da trahiçâo e da perfídia.

A Justiça, porem, desfraldou a ban-deira branca da victoria, o Padre Vicen-te triumphara. e o Paraná kvou-lhe apalma verde da solidariedade.

A altiva Parochia da Palmeira pro-clamou a sua independência da Diocese,e o Sr. D. José de Camargo Barros ven-

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cido, recolheo-se á sachristia da suavingança, mastigando a cólera do ódio,despejando sobre o magnífico sacerdoterèbellado pragas e excumunhões, ridi-cuia pantomima da piedosa egreja ro-mana, hoje recebidas pelo livre espiritod'este finí de século de liberdade porentre gargalhadas.

Apoiado pelo povo da Palmeira, oPadre Gaudiniere, alli manteve-se res-peitado e querido, até o dia em que cir-cumstancias particulares o fizeram reti-rar-se para a Estação de Reboliças, ondehoje vive, divorciadojdo convencional, pe*Ia liberdade de consciência, trabalhandono commercio, amparando a pobreza,distribuindo a caridade, dilatando a

verdadeira Religião de Jesus Christo, tão deturpada peles padres Nazaldinnis, vivendo para outrem, humilde entreos humildes, ieliz na sua velhice virtuosa e abençoada, expansivo e meigo, perdoando os seos inimigos, pedindo aDeos nas suas orações tão fervorosas e tão puras que cs guie per melhor caminho, que os conduza a caminho desalvação.

Que se reílicta no espelho de crystal puríssimo da sua grande alma o clero romano, transfuga da liberdade,apóstata do amor, inimigo da Religião santificada 110 alto illuminado do Calvário pelo sangue do mais humildee do maior de todos os homens, o doloroso Rabbi da Galliléa.

Mas, o virtuoso Padre Vicente Gaudiniere longe de abandonar o seo sagrado ministério, abraçou-o com maisfervor ainda, attendendo a todos os chamados, que diariamente lhe são feitos dos diversos pontos do Estado, para ondeelle corre pressuroso levar a extrema uneção a um agonisante, na sua palavra ungida de piedade e de muito amor, obaptismo as creanças, oenlace matrimonial aos que se amam, sem exigir delles ridícula confissão auricular, erguer ahóstia no sacrifício da missa, orar peles que têm fomee sede de Justiça.

Ah ! que alma perfeitíssima, a d'este sacerdote, que não conhece o rancor, que tem sempre, como Christo o teve,a sorrir, a cantar nos seos olhos o lyrio branco d0 perdão :

« Perdoa-lhes, Pat, elles não sabem õ que fazem. »

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2 JerusalémtlHHIHtttlll

Jerusalémiiiiiiiiimiiuiii

Padre Vicente Gaudiniere15 de Novembro

Direcção% Ismael Martins

Gr.*. Roza-Cruz Um Cva.-.Ro/.a-CruzA Successora de S. Pedro Euclides BandeiraO papa e os anti-semitas Ivo do BelémAndroide Leite JúniorP. Nazaliünni? DirecçãoEducação clerical TraducçâoO confissionario Júlio PernettaCousas TranscripçãoNoticiário Direcção

iiiiiiiiiiiiHiiiiiiiuiiiiiiiiiniinnninniiiiinnitwimimiiuiiiiiiiHiimiMiwwian

15 de NovembroPaladino da Liberdade o « Jerusalém mão

fsz mais do que seguir a rota que a si mesmotraçou, saudando o anniversario da redempçãcpolítica do nosso grande Brazil.

O advento da republica no único pedaçode chão americano onde ainda vicejava a plan-ta exótica do governo hereditário foi a concre-tisação do ideaes puríssimos, de longa datapregados por uma legião estupenda de prophe-tas, de martyres, de batalhadores sagradosque amavam, acima de tudo, a Liberdade, aEgualdade e a Fraternidade.

E na oceasião em que tornamos publico opreito que prestamos a essa data « 15 de No-vembro », é dever nosso lembrarmos tambémos nomes dos nossos il.\ ir.\ Deodoro da Fon-seca, Saldanha Marinho e Quintino Bocayuva,columnas da nossa Resp.\ Or.\ e dos principaesfactores do grande movimento da reivindica-ção nacional, ainda mesmo que esses nomesestejam na consciência de todos, como symbo-los amados da Honradez e da Bravura, do Sabere do Patriotismo.

data d

Gr/. Roza-CrnzO grão R *. f foi instituído para represen-

tar o Christianisino em toda sua pureza e per-petuar a memória d »s inmimer&veis difficul-dades que experimentara 111 os primeiros iui-ciados para o conservar e propagar.

Sua divisão em trez partes symboliza oTriângulo, 011 unia trindade indivisível, poisque as trez partes que compõem o grão nãopodem ser separadas c formam um todo único.

A primeira câmara representa o Calvário^ou monte Golgotha, onde Christo soffreo amorte, no quadro desta câmara deve estar figu-rada uma águia voando nos ares.

Esta ave é o idiogramma do sábio, porquevoa em grande altura, e porque não é pertur-bada pela luz do Sol; e estas duas semelhan-ças explicam o nome de Epopta^ que se davaacis iniciados de Eleusis, significando o que vêde alio. A câmara das provas é um subterra-neo, e reprezenta os Templos primitivos, emque se praticava a iniciação cliristan.

No quadro desta câmara se reprezenta umpelicano em seo ninho, ferindo o próprio peitopara alimentar os filhos. Esta ave foi sempretida como o emblema da humanidade benefi-cente; e a denominação de Cavalheiro daÁguia e do Pelicano que se dá a cada iniciado,symboliza perfeitamente a sabedoria, junta ácaridade ; e é por isso que o Rito Grego, quemais se approxima ao sacerdócio e christianis-mo primitivo, conserva este duplo emblemaem seos Templos.

A águia é o symbolo do gênio, que pelopensamento se eleva de tal sorte quesecollocaem immediatns relações com o Auctor da Na-tureza:o gênio colhe as mais subtis abstra-cções; pode decompol-as, e arrancar-lhes asverdades escondidas ás vistas vulgares. Suasinspirações são tão subtis e luminosas que, se-melhante ás erupções volcanicas, esclarecemtodo o horisonte que as rodeia, engrandecendoa esphera dos conhecimentos humanos.

O pelicano reprezenta a terra que abresuas entranhas maternaes todos os annos, paranutrir todas os seres: é o symbolo da munifi-cencia inexgottavel, que prodigaliza seos bene-ficios á humanidade inteira ; o symbolo maisexpressivo da caridade philantropica. O sub-terraneo da câmara das provas reprezenta astrevas : habitação da ignorância e do erro, ver-gonhoso apanágio da maior parte dos povos.

A cruz é um symbolo muito antigo: e,posto que a iniciação jamais penetrasse a China,a cruz era pára estes povos um symbolo reli-gioso e cosmegonico; e consagrada alli á ado-ração do Altíssimo, reprezentando por outra

Dos homens o mais infeliz é aquelle que parte o Universo. Nos Mysterios do Egypto,

0«je(-, -» - Arc x0 ut

rusalem » saíida, poisMoveiiibro.

a im mortal

Ismael Martins,

Se ha alguma cousa mais bella que a na-tuireza; mais bella que a arte, mais bella que a.sciencia, é incontestavelmente o homem supe-rior á adversidade.

não sabe supportar a infelicidade.Biàs.

j a chave tautica, ou cruciforme, era destinadaás divindades egypcias. A cruz maçonica se

Jerusalém 3compõe da reunião de quatro esquadros unidosuns a outros; a linha horizontal do meio, talcomo ainda se observa na cruz grega, repre-zenta o equador, e a linha vertical o meridiano;as quatro extremidades da eruz representam.os quatro pontos cardeaes; as quatro partes do!dia; as quatro edades da vida; os quatro ele* jmentos regeneradores; e, emfim, as quatro le-1Uras com que, em todas as lingoas, se escreveo nome do Al tu: si m/j.

Este grão encerra no seo todo a parte re-ligiosa, moral, astronômica e philosophica detodos os antigos Mysterios, de que nào differesenão pela liberdade, egtialdade e doutrinaexoterica.

U;n Cau\ Roza-Cruz.

Quando das almas a união se rompe. Bempouco tem que destruir a morte.

Bayron.

^ guece^ora Je j|. J)eJpo

« Na epocha das preces, quecorresponde á* festa annualque os romanos chamavamAmbanallia e que se celebra-va com uma procissão solem-nc, a Pa pisa• • • •• • • • « « • '• ••dirigiu-se á egreja de S. Pe-dro, revestido de trajos pon-tificaes,

Mas. checada a uma praçapublica entre a basílica de S.Clemente e o Colyseo, as do-res do parto atacaram-n 'a comtal violência que a infeliz ro-lava por terra, soltando gri-tos desesperados; por fim.conseguindo rasgar os trajossagrados que a cobriam, deuá luz uma creança ! .r l»

M. Lachatre.

0 papa e os uti-semitisDe Bruxellas telegrapham â imprensa universal, quealli se constituio um grupo de resistência, que procuraudherentes para que ao Papa se enderece uma petição no

sentido de obter que S. S. condemne a anti-semitismo.Oa, fim de século veneravel pela tua franqueza! onde

deixas tu a infallibilidade e a independência do Vaticanonas cousas que aíTcctain aos seos extraordinários poderessobre a terra ? ! . . .

Ha uma aggravante no pedido irreverente : — sabe-se que o Partido Catholico belga, é um partido político,contaminado do programma papista. Pois bem, onde fica odireito a esses jesuítas de casaca de lembra ao Papa ocuin-pri mento de um dever de humanidade, quando os político—religiosos belgas sabem, melhor do que nós, que o Pa-pa é o enviado de Deos e o seo representante !

O catholicismo perdeu u tradição . . . e o antigo pro-grani m a.

D'antes, quando a evolução natural dos tempos avan-tajava-se dos princípios clericaes, S. S. o Papa em pessoaarvorava uma nova bandeira ( ou um novo principio) nostorreões medievaes do seo castello. E a Igreja triumphava,e o Papa conseguia íazer crer ao Mundo a liberdade dasua missão, e a magnanimidade sem par da sua crençaimmortal e victoriosa.

Hoje o papado esqueceo-se de que atrasou-se no ca-minho da evolução humana ; assistio impassível a perse-guiçãoaos judeos em toda a parte, e até na capital domundocivilisado, — Pariz, —na questão Dreyfus quepreoecupou o inundo, e faz se preciso que um paiz da Eu-ropa civilisada, pela fé dos seos cidadãos, aponte ao Sr.I^eào XIII o dever christào de condemnar o anti-semitis-mo !

E* o mais profundo signàl, Papa, de que os temposmudaram, e com elles o rumo da vossa nao desarvoradaem pleno mar das reformas sociaes.

Ja estamos a ouvir dos teos pallidos lábios ascéticos,a phrase desoladora :

« Salve-se quem puder»!Ivo do Belém.

O poeta, na sua missão sobre o terra, êuma planta maldita que dá fruetos abençoados

Maximh du Camp.

Foi mifagrer por certo O Santo-Padre é infen-soATs revoltas da carne e á sanha dos peccados,Seja embora mulher, ente frágil, propensoA's levianas acçôes ! . . . A verdade é que aos brados,

Veros uivos de dor e desespero immenso,A infállivel papisa, a Joanna—ó tonsurados ?Deu á luz um bambino, entre espiraes de incenso,Em plena procissão, ante os pendões sagrados í !

Escândalo inaudito, essa aventura ! Chame-aDe fábula o beaterio, ha-de guardaí-a a Historia,Ha-de ir, como um aborto, ás plagas do futuro !

Rabbi, ó bom Rabbi ! olhae toda esta infâmia !Vede : uma meretriz a enlamear a memóriaD'aquelle Pescador tão simples e tão puro ! . . .

Eücudes Bandeira,

c&ijdroideA Júlio Pcrncttii.

A propósito do escândalo do P: Pictro Nazaldinni.

Vês ? Na expressão daquelle olhar famintoNada um fluido nervoso de luxuria.Seo pensamento é um grande labyrinthoOnde se agita a idéia mais espúria.

Vestes negras, de cor desse re tintoIdeal que proclama n'uma fúriaHypochrita, dizendo-nos : « não minto,Foi Jesus quem pregou esta lamúria.»

Androide de Leão XIII, negro abutreQue da ignorância estúpida se nutre,Profanando de Christo o bello exemplo !

E' forçoso, Jesus, uma outra vezSeres crucificado ! Assim talvezVolte a Moral ao seio do teo Templo ! •

IvEite Júnior.

4 JerusalémPadre Pietro Nazaldinnl

OU

Pietro Nozadini? -

Esta interrogação envolve um uovo crime,do qual estamos uos infamando com muitocuidado, para em o próximo n.° do /erusalem,relatarmos aos nossos leitores e levarmos ao

Art. 272. Ptesume-se commettido com trio*lencia qualquer dos crimes especificados neste e nocapitulo precedente} srmpie que a pessoa offen-didafôr menor de 16 annos.

Art. 273. As pena* estabelecidaspata qual-quet destes crimes serão appi içadas com augmen-to da sexta parte."

:.° se o criminoso fòr ministro de qualquetconfissão religiosa.

Não somos inimigos da religião, como odisse a humorística Estrella d1esta Capital. No

conhecimento do Exm. Sr. Dr. Chefe de Poli-1 Templo Maç.#. ella resplandece em toda a suacia, tal é a gravidade de que elle se acha revestido.

Combateremos o clero todas as vezes que,afastando-se da *ua missão, desfralde a bau-deira negra do fanatismo, contra a liberdadede consciência;

Combateremos o clero, elemento perniciosoque lança mão de todos os meios para preten-

pureza, ella tem uma apotheose em cada co-ração.

Combateremos o clero immoral combate-mos o mercantilismo revoltante que em nomeda Christo fazem os sacerdotes da piedosa edoce religião do papa. Nos levantaremos sem-pre para protestar, em nome da moral social,contra a depravação de sacerdotes que, como

ciosamente auarchisar as leis immutaveis do o Padre Nazaldiuni, (?) offrontem ura povoProgresso de uma nação, atteutaudo contra a, livre.

Mas, temos certeza, a justiça será impla-cavei 110 dia cm que for levado d barra doTribunal, es^e moustrode batina.

Esperemos.

liberdade de um povo; combateremos esse cleroque vae de joelhos pedir, em nome de Deos,subvenções para os seos Seminários, antros defanatismo e de corrupção, que vae de rastos,com lagrimas de crocodilo, nos olhos, implorardos chefes de estado, nossos Ilr.'., que acom-pauliem procissões, carregando o palliuin, para A reljgião é para nós alguma coisa maisque esse exemplo, vindo de tão alta persoua- Q embalar do thuribulo, o cheiro do incen-gem, cale no espirito do povo, diga-lhe com;so> a v0/ do sacei-dote: é o raio da conscien-a sua presença o grão de religiosidade que vae cia divina, atravessando a consciência huma-por esta vasta republica, que abolio em sua é a penetração do inefável, é o tormentoconstituição a leligião oflicial, unicamente para \ lo i„nnjt0.estar de accordo com o século

^M ToBIAS BarreTo>não sinta necessidade de confissão e de missas !

Combateremos o clero quando elle atten- Os symbolos da Maconaria encerram ver-tar contra o pudor, affrontaudo uma sociedade dades profandas segrcdos maravilhosos, su-civilisada, escarnecendo da moral rf«fws*pernos ensinantentósíque só devem ser conhe-pregada por Jesus uuristo como se ueo uixi- -idos

peia l„iciação systematicamamenteemo município de Campa> Largo,. nnic<1 e verdadeira esn'este estado, onde o Padre Pietro Nazalclin-1 gABED0RIA-ni (?), levando um menor, filho de Jacob Masso,para pernoitar cornsigo, teiuoti violar a pobrecreança, que fugio chorando para casa dosseos pães, onde relatou o facto, e por cujo mo-tivofôra Jacob Masso espancado pelos capan-gas d'esse miserável sacerdote da religião datíodomia.

Este facto que tem revoltado a sociedadeparanaense, esta no dominio publico e nasmãos da Justiça, da qual tudo esperamos. Seo Padre Nazaldiuni (?) for victima de umacalumnia que se justifique, se for criminoso,que espie o seo crime repugnante, previsto emos Arts. do nosso Código Penal:

Art. 266 ( Da violência carnal) Aitentafcontra o pudor de pessoas de um ou de outrosexo. por melo de violências ou ameaças com oJim de saciar paixões lasavas, ou por deprava-ção mofai:

Pena—prisão vellularpor um a seis annos.

e progressi-chola da perfeita

Dario Vellozo.

i educação clericalImportantes declarações feitas na Cairara dos Deputados.

O debate provocado pelo projecto do mi-nistro da Instrucção Publica da Nação a res-peito da suppressão dos Collegios Nacionaes,para serem substituídos por Escolas Praticas,teve a virtude de tirar os Srs. deputados daindifferença e apathia que os haviam dominadoem matéria religiosa.

O membro relator da commissão de Ins-trucção Publica, o senhor Carbó, deputado pelaprovíncia de Ent^e^Rios, ao fundamentar o

JerusalémParecer dessa eommissâo, contrario em absoluto! para o governo da instrucção publica. Pareceao plano ministerial, produzio)verdadeira sen- impossível chegar com ic^inintSSsaçâo com as seguintes declarações que tra- sacção. S 3duzimos da escripta tachigraphica: . . « A estricta disciplina que faz sua forca a« Pretende-se abandonar ás suas próprias impede de entrar em discuiões a orohibfdífc5n

,1Sm° SCClmdan° Cni deZ pr°VÍüCÍaS esc»tar °piuiões adversas, s^rímett coíç traversia, e, preparando assim a própria deca« Vae de envolta com isso um serio pro-blema. Se forem estabelecidos institutos par-ticulares para dar essa educação aos jovens,quem os dirigirá? —Ou mãos mercenárias,ou ordens religiosas; em ambos os casos

dencia, obriga os demais partidos políticos atratal-a como a um inimigo com quem forapossível chegar, uma vez que acceitasse seopapel de partido catholico, em modificaçõesque fossem realmente vantajosas para a com-^ ««,.;,vrx a ~. :a~ é. xt • • —-*-v ^09^111 *cauuciue vantajosas para a com-o perigo é evidente. Noi primeiro, porque, Imunidade, sem impedir que os homens desendo o ensinamento secundam o que modela I cada ura delles obtivessem as melhores Jsto homem do futuro, é necessário pensar se- ções memores posi-

namente na importância dessa educação, e o "«Porem,

como chegar aobter esse resultadoEstado nao deve abandonar as funeções do com uma associação d?qual umde seoschefesmestre a pessoas para quem a educação não disse officialmente, eu? 1864 «anathema aseja «meu to; no segundo, reconhece que o quem diga que o pontífice romã fpode ouassumpto e ma, digno de attenção pelas ve- deve reconcíliar-se e por-sem harmonTa com

L» a. necessidades da Sa„,a Sé,* de t-3W^L^S%£

estabelec.mentos de ens.no secundário „as obra destinada l desfazer essa qtíe nos temprovíncias, surgirão institutos particulares re- custado tantos esforços* 9ligiosos, e desde então será mui descutivel « Está convencido de que o estado nãoco.iven.enoa de entregar „ ensino secundário a deve abandonar a educa^ este problemaessas congregações rel.g.osas, muitas das constitue o dever principal dos Svernos Nâ»quaes tem por único chefe o papa. ; ha tratadistas de |reSSShonSns« Se na capital ha mu. as cousas que at- de sciencia, políticos, sociólogoXesòlanosftrahem, qu, fortalecem a alma, nas províncias tivista que não enumere entre as^oreroiaCtoda a vida está concentrada nos institutos edu-! fundamentaes do estado a de vwSuca!cativos: se abandonarmos o ensino, a perda;Ção, e de impor-lhe um modelo a de fa^e?será enorme, incalculável para aquelles esta- ouando neceSPSario, exclusi^smo iucacSS« A França em 1879, prohibio aos jesuítasque se oecupassem do ensino.Tal medida foi tomada por se haver com-

« Declarou para logo o deputado Carbó^ . „ . ., * , ° . -r- .— r-—~ Adi mcuiua roí tomada oor seque 1 ao acceita o dogma e a doutnna dos sa- provado que a egreja cathoíca maWrara acerdote^oquenaoo.mpede de ter um senti- condeninaVo dos pri, cipi^do i "mento religioso que se amolda oerfe lamento t„„ * • X H. ' . imento religioso que se amolda perfeitamente aocatholico.»

Por sua vez o Deputado Oliveira, membrotambém da commisão, fez sua profissão de fénestes termos :

(( Considera a egreja um partido políticoque tem o mesmo objecto dos demais partidospoliticos : apoderar-se do governo, viver do go-verno com o niinimo custo possível, prolongar-se nelle, servindo-se das astucias da melhor ma-neira dictada pelo egoísmo. E' pois, inimigo daeducação clerical, porque como membro do go-verno tem podido comprovar que é um systemade produzir cidadãos inaptos para a luta pelavida.

((Se em uma collectividade ha diversospartidos políticos, a cultura, a civilização, ins-pira á esses partidos o procedimento de olvi-dar seos antagonismos e se porem deaccordo arespeito do meio de engrandecer o paiz, pro-duzindo os homens mais aptos, mais capazes

r- ,~ jesuítas pelopapa Innocencio XI, acceitando absolutamentetoda sua política, porque seos livros de theolo-gia eram os acceítos pela egreja catholíca;porque uellas se fundavam os cathecismos quese ensinavam nas escholas de ambos os sexos,e porque nesses cathecismos continuavam ar-dilosamente, a envenenar o espirito publicocom as proposições condemnadas pela moral,pelo direito e pela sciencia, e que levaram essaodiosa seita por toda a parte do mundo.

« Os últimos livros sobre theologia moralque são os que inspiram a confissão e educaçãocatholíca, sem verdadeiros compêndios dos co»nhecimentos mais scientificameute appropria-dos para zombar das leis, para levar a termotodos os actos prohibidos, para realisar, emfim,a noção do homem não selvagem, porém ore-meditadamente delinqüente em meio da maiorcivilização.»

Traduzido do "Lautaro"—àt Buenos-Ayres.

6 JerusalémConnssionario

(Conclusão)

A Republica, proclamada a 15 de Novembro de 1889,trouxe-nos no alto da luminosa bandeira que desfraldou,como uma inscripcão astral, todas as reformas compatíveiscom o estupendo ideal de liberdade do século, trouxe-nos! das sotauias, negras como

immmmmmmmmmmmmmmiPara que a confissão? respondam-me os senhores pa*

dres, ou alguém por elles. Qual a sua utilidade para como progresso moral dos povos ?

Sem confissão não ha salvação, diz o clero de Roma :ella é a chave que ««bre as portas da eternidade aos parvose aos tolos. K não será também a porta aberta ã prostitui-ção e ã miséria ?

Pergunto a essa caterva de jesuítas de casaca, quearrasta a existência de joelhos, pelas egrejas, n'umacun-fissão perpetua, como vermes repugnantes, a beijar o pó

a consciência d 'esses corvosa separação da Egreja do Estado, a secularisação dos cerni-terios, o casamento civil, etc.

MasParaná, anuía nao se popaçáo da razão e da consciência dos seos concidadãos,deixando que a Cartilha substitua impunemente nas suascjcliolds publicas, com raras e honrosas excepçòes, á His-

sociaes que as vestem, se a confis>áo náo é uma fábulagrotesca, como a do barro do qual Adáo foi formado, conce-

[as, peza-me dizel-o, — o Estado Republicano do | bidas ambas por qualquer obra e graça, n*uin momento vo-á, ainda náo se poude conformar com essa emanei-1 luptuoso, pela imaginação humorística e lasciva dos pa-

dres ?Quantas vezes o confíssionario não tem sido testemu-

nha de scenas amorosas, onde se ceva o instineto bestialtoria do Brazil, aifrontaudo assim a Constituição federal do confessnr ?da Republica, afrontando o Progresso, a Civüisaçào e a Li- 0 ex d„ chiniqui, na sua obra O Padre, a mulher.

e o Confíssionario, attesta essa grande e dolorosa verdade !A egreja de Roma, inimiga irreconciliavel de todo o

progresso humano, que anathematisa a sciencia moderna,--.-.»-, porque tem destruído o monopólio dos seos rendosos mila-

força ou como freio nas relações humanas, é preciso que,;» tc|1| to r terra pu frisada, a tradição mono-no próprio interesse dos seos princípios, elles tratem de Rellista lla Biblia . a egreja de Roma que ainda hoje noa separar absolutamente da eschola, para a entregarem

j Brazü pfega conlra 0 casauiento civil, a egreja de Roma,absolutamente a família |

para a <jUa| f£ra (jQ tacanho circuito dos seos dogmas mise-

berdade, lemma extraordinário da Humanidade que lutapela perfectibilidade.

« Se os que amam a religião e crêem n'e11a, desejamsustentai-a por mais algum tempo, como estimulo, como

Ahi ficam como uma sentença, como um ferro embraza a causticar a consciência do profes.-orado indígena,as palavras vibrantes de Ramal ho Ortigâo ; ahi ficamellas, eloqüentes de verdade, cheias de raciocínio e sabedo-ria a apontarem ao magistério publico estadoal que o en-sino da Cartilha compete única e exclusivamente á fami-lia.

O estado paga-lhe para que faça da creança um cida"dão útil á Pátria, á familia e á humanidade e nâo paraaugmentar o numero dos retardatarios do Progresso, arre-giinentando-os no confíssionario á legião macabra dos fa-naticos, em nome da desgraça, da miséria e da corrupçãode uma egreja sem fé e sem princípios.

A Egreja de Roma, que sempre tem nas prateleiras dobe»tifíco estabelecimento, completo sortimento de

randos não existe nada de sagrado; para quem o Direitoindividual é uma blasphemia, como a Liberdade é umaheresia, é essa mesma egreja que cynicamente tenta em-polgar o ensino da mocidade, é essa mesma egreja quequer obuu.brar o futuro radiante da nossa Pátria, corroru-pendo e bestialisahdo os cidadãos de amanhã, pondo-lhesnas mãos uma cartilha, em vez da Historia do Brazil!

Arrastam uma creança inerme para a beira do abys-mo do confíssionario, apontam de lá ao fundo: de um lad oo inferno onde a lingua de fogo das labaredas acariciam ocorpo chagado dos heréticos, de outro lado o purgatório,povoado de sombras que gaguejam gemidos de desespero,como prêmio da egreja, aos que não seguiram os manda-mentos das leis de Santo Ignacio de Loyola. ínoculani 110espirito ein formação da pobre creança as mais extrava-seo Deí»tmco escaoeiecimeiuo, compieio sortimento . -

absolvições para os peccadores, que vende indulgências &ante,s e absurdas theonas papistas obcecaui-n a com apor atacado e a varejo, que redime o adultério com agoa i ld?a de U11] Paraizo Para °s bons, e finahsam reduzindo-abenta, que institue uma caixa pia para auxiliar as gran-1 a joguete das suas vontades.des despezas das orgias conventuaes do Vaticano, a 1 A organisação de sociedades, como a que ultimamen-Egreja de Roma, que vende missas e relíquias, que rega-; te foi fundada em uma das mais adiantadas cidades deteia a caridade, é o mascate torpe e despresivel que expio- ,uí— '-— — '¦¦"• «"«i™^™, «*.ia ^n™™* ,1^ „,.„r,*~:~ra cobardemente a crença dos simples.

Christo na sua profunda serenidade de apóstolo dobem, vergasta o phariseo hypocrita que torce a lei moral,entregando-se ás praticas minuciosas de devoção: « Cegos,conduetores de cegos; homens de rapina e de cot rupção que,a pre testo de longas preces, devoram os bens das viuvas edos orp/tãos»

Sobre a penitencia redicula do jejum, elle o disse :« Não è o que entra pela bocea que mancha o homem,

imãs o que d"ella sai ».Aos partidários de longas orações, responde :« Vosso pae sabe aquillo de que tendes necessidade, an~

tes que lh'o peça es. »Para que pois, senhores da Egreja de Roma, vós que

vos dizeiá representantes de Christo, na terra, desvir-tuaes a doutrina pregada'e santificada por Elle no alto il-luminado do Calvário?

?

No confíssionario, ajoelhado ante a figura obesa e lor-pa de um parocho, o confessado espera ouvir dos santissí-mos lábios'd "esse missionário da ignorância, arregaçadosn'uni sorrizo hypocrita e gorduroso, a infinita misericor-dia de uma absolvição.

Minas Geraes, que trabalham pela extineção do confissio-nario, é o que se deve fazer em todos os Estados do Bra-zil, porque o confíssionario é um attentado á liberdade deconsciência e á moral dos povos, «é o formidável instru-mento de Roma, a arma terrível, a armada cruzada ne-gra ; é o açoite dos indivíduos, das famílias, da sociedadee de todo o gênero humano »

Seduzir e corromper, diz o illustrado Snr. GuilhermeDias, é a missão do confessor; manchar o corpo e perder aalma é o papel que lhe cumpre desempenhar no mundo.

Coritiba— 1898.Juuo Pernetta.

O objecto da culto maçonico é a Verdaderepresentada pela Luz ; toleram todas as creii"ças e profesam urna única e mesma philoso-phis,

Elíphas Levi.

Para o eugrandècimento das naçõe;; con-E' irrisório !innocencio III, quando instituio a confissão auricu- correm egualtnente e dosenvolvimento das

lar, não o fez senão para exercer 'domínio absoluto sobre ; sciencias e das artes, de par C0111 as virtudes-os que alli eram arrastados por uma má comprehensão de '\

A 1A^t.tAi^A ; dos neroes.doutrina.O confissioüario é ainda uma arma política do clero

romano.

a

Lakanal.

J 7Wmm^^

FERRO EM BRAZA« Vós outros vendeis o baptismo no dia do

nascimento; vendeis ao peccador a inútil in-diligencia; vendeis aos amantes o direito de secasarem ; vendeis aos moribuudos o direito deagonisar; vendeis aos parentes o officio anni-versario; vendeis orações, missas, com mu-nhões; vendeis rosários, cruzes, bençaras; na.da é sagrado para vós, tudo é mercancia; eninguém poderá dar um passo em vossa igre-ja, sem pagar para entrar, sem pagar parasentar-se, sem pagar para rezar. O altar é bal-cão do mundo; o Papa é um sórdido usurario;minha casa é aqui em baixo casa de orações, 1e vós outros tendes feito delia uma espelunca |<ie lalrões. Os favores da Virgem vendem-senella como num lupanar o amor das mulheresTudo em vós ressuma a fealdade de vossas ai-mas. Os escribas vossas maiores, eram menosperversos que vós. »

Victor Hugo.

Oh Deos de misericórdia! Se ha homem ,que se assemelha a esse ser malfazejo, quenos descrevem sempre a destruir as tuas obrasnão será esse homem operseguidor ?

A propósito destes incidentes a imprensa austríacaataca violentamente o papado pelas suas pretenções, pelassuas intrigas contra a tríplice alliançae pela sua desfar-cada intervenção na legislação e administração do impe-I IO.

.r\ Com plano político propôs o papa á Inglaterra aunidade de fé. Os representantes das diversas confissõesresponderam acceitandoa proposta :o > a única condicçfode basear na Bíblia qualquer plano que adoptassem. Nâose realisou o ideal, aliás, grandioso do papa. Si a cons-ciência do povo inglês cahisse em poder do papa, era umavez aquelle povo . . .Foi mais uma vez derrotada a pr*-tençâo do papa.I«ongo fora mencionar todas as derrotas que tem sof-indo nestes uitimos tempos o chele da egreja romana ca-

ja influencia moral diminue consideravelmente:Mas falta-nos tempo e espaço para desfiar esse rosa-no.Kstes revezes nâo o demove, porem, de seus inten-tos.Trata elle agora de escrever unia nova encyclica des-ca destinada á democracia americana com o fim de conci-liar a religião com as formas políticas, mostrando que aTe prospera sob qualquer n »rraa de governo, ( até aqui es-tava muito bom), mas que são funestos os governos quese divorciam da religião colhohca apostólica romana. Aquiestá o seu erro e a padra de tropego para conseguir seusfins. Proclamar o catholicismo romano, proclamar a escra-vidão de consciência e a geração actual não volve aos cos-tumes, erros e fraquezas da edade media.

O papa será grande só quando proclamar a liberdadede consciência.Veremos como a democracia Americana recebeu essamensagem.

D'<9 Ar água, y.Danton.

O valor dos grandes homens mede-se pe- nIa importância dos serviços que prestam a hu- ¦ ^"e se humilha será elevado, o que semanidade. e*eva será humilhado.

VOLTAIRE.

COUSAS

O poder temporal ou antes a influencia papal declinaconsideravelmente.

Notemos os factos :A tentativa de Leão XI ;I para a restauração do podertemporal, após a morte d rei Humberto, encontrou re.sis-

tencia por parte do novo rei; que em resposta ás preteri-ções do papa tomou parte no prestito commemorativo dadata de XX de Setembro, promovido pelos garibaldinos eveteranos. O prestito, como se sabe, visitou a Porta Pia,por onde entraram os soldados italianos em 1870 batendoos Zuavos do papa.- O nobre governo de Waldek Rosseaux, niipoz aopapa a deniittir e censurar bispos que pretenderam envol-volver-se na política franceza atacando o governo. Essaattitude do governo não permitte ao papa immiscuir-setanto quanto deseja nos negócios do Estado.—O papa magoado com o imperador da Áustria,Francisco José, por ter este censurado ao arcebispo Será-frejo a propósito de sua intervenção nos negócios poli ti-cos do império, exprobou a timidez e a cobardia dos altospersonagens dtfquelle paiz. Esta exprobação, que foi feitapor oceasião em que concedera uma audiência á archidu-queza Eugenia, foi respondida com a retirada do embai-xador que o goveno austriaco mantinha junto ao Vatica-no.

Bemaventurados os que são perseguidospor defenderem a justiça: porque é delles oreino dos céos!

JesusA verdadeira caridade se estabelece entre

os homens pela caridade e não pela fé religiosa.Renan.

Pelo modo que as cousas vão correndo, é! precisoque a egreja acompanhe o século, se[ não quizer que o século caminhe sem ella.

Padre Ventura— n'uma conferência na egreja de No-tre Dame de Pariz.

Ornar, queimando a bibliotheca d'Ale-xandria, Gregorio as obras de Cícero, sabiammui bem o que faziam ; fingiram que estes sa-crificios eram gratos á Divindade, mas seo fimera extinguir as luzes para melhor opprimi-rem a espécie humana.

Padre Benevenuto de Campos.

Quando os conhecimentos positivos se en-contram hoje com as tradiçães religiosas, es-tas caem. Quando a razão embate agora nodogma, já o não escarnece, ja o não insulta,como faziam os livres pensadores antigos. Arazão deixou de ser impia. Não affronta osdogmas. Faz outra cousa : annftjííil-òs.

RamAmo Qrtigao.

8 JerusalémHoticiario

mmmmmiÊmmmmmmiÊmmmRECEBEMOS.—ler usa tem t orgamda Ali?.', e Resp.*.

Loj.*. Cap.*. Fraternidade Paranaense, aue sob a direcçâodo sr. Júlio Pcrnetta publica-se em Coritiba.

D A Cidade de /tu.

CqRRESPONDENCIA.-Toda a correspondência do | ,,jERUSALEM..-é o titnlodum cxcellente jornal ma-Jerusalém deve ser endereçada á rua V isconde de Guará-.

çonjco orgfto ^ ^ Ftaltrnidaâe Paramente, que acabapuava, n. 25. <je honrar-nos com a sua visita. Superiormente redigido e

! impresso em bom papel, este jornal que já está no 3.0AVISO. — As sess.'. ccon.\ de noss.-. Aug.\ Offi.\ an„0f promette longa vida. muito proveitosa decerto, á

teem logar ás terças-feiras. As sess.'. muiag... sáo quin- noore cawsa íme sustenta. E' seu director o popular paiu-senaes. sendo uma na primeira sexta-feira de cada mez, e I phleti&ta Júlio Pemetta.«sesunda na primeira sexta-feira, depois do dia 15. _. , _

As sess.- do Subi.-. Cap.-. tCm logar na primeira D' As Boas Novas de Campos,

quinta-feira de cada mez, pelas 6 jí horas da noite.Sendo feriado qualquer dos dias marcados, fica trans-

ferida a sess.*. para o dia seguinte.

COMOJNOS RECEBERAM.—Depois ele 4 mezes eleausência da meza do nosso escriptorio, appareceu-nos,n-um dos dias da semana passada, o enérgico combatentenas fileiras maçonicas, Jerusalém, qve se publica em Co

ENFERMO.—Tem guardado o leito enfermo o nossobom Ir.-. Gabriel Pereira.

O seo restabelecimento 6 o que de coraçáo desejamos.

VIAGEM. — Em viagem ao Rio de Janeiro, seguiu oritiba, soba direcçâo do iliustrado jornalista, Júlio Per- nosso Ir.-. Antônio Pereira dos Santos.

Dnic nume r\ nnnnii99i*inettaNo Estado do Paraná, como em outros, aquelle valen-

te semanário tem prestado reaes serviços á causa maçoni-

Boas auras o conduzam.

ANNIYFRSARIO.—Ao nosso sympathico collabora-ca, levando ele vencida os seus gratuitos inimigos, que dor Euclidts Bandeira, um elos mais bellos espíritos elaabandonam o campo aos primeiros golpes certeiros do nossa, geração paranaense, saudámos, pelo seo anniversa-seu iliustrado director.

Oxalá que não haja igual interrupção em receber d'o-ra avante, com a máxima regularidade, a visita do nossoillustre confrade.

D' A Reforma.

rio natalicio, passado a 22 do corrente.

RESPOSTA A' PASTORAL.—Do nosso car.-. Ir.-Urbano Carrão recebemos um magnífico pamphleto emResposta á Pastoral do Sr. Bispo Diocesano, sobre o caso

JERUSALÉM. -Sob a direcçâo de Júlio Pernetta, da P^^^j£ Q auctor da Resf>osta á Pflslota \com argumentos irrefutiveis, a celeberrimxeappareceu em Coritiba este importante órgão da Aug.\ Vibran

e Resp.\ Loj.\ Cap.-. Fraternidade Paranaense, cuja pu- pulvensou,blicação fora interrompida pela reforma que se operou na , 'as/oral cio,Çao .ora interrompida pela reforma que se operou na I ' aswral do Snr. D Josc. tristíssimo attestado do seo r ea

sua redaccão. queno alcance intellectual.« C011Í0 de antes - diz o seu Director — elle volve á j

Agradecidos,grandiosa lucta das ideas, impávido e sereno, a pugnar jpelo Bem, pela Justiça e pelo üireito, pregar o evangelho ANDROmE _ E- 0 t;tHlo de um hello soneto, que

Lmens peío grande iniciado Essenio. o magnânimo talentoso ^eta

Leite JW^^ „os

— ^ 0

Jesus. rnrirnrso da sua intelliçencia, é mais um que comnoscoAgradecdos pela v.s.ta. permutaremos. ^traMnarpeü, Bem, pugòar pela Moral, bater-se in-

Dos Campos üeraes. ^ temerato pela Liberdade da Consciência Humana, presa ao_ ^ ,-., ^ 1 1 ! nelonrinho hediondo do Vaticano.

A EGREJA E O ESTADO. - E' o titulo de impor-: Pelo,"IK]o a mòei<íade desposa uma causa, é que a victo-tante folheto contendo os vibrantes e cretenosos artigos | _ «rina.11le no coracuo a alvora,da polemica que o nosso Illustre Ir.-. Dr. Azevedo Mace-do sustentou, com muita vantagem, com o senador da re-publica Monsenhor Alberto Gonçalves, sobre a aútèntici-dade das certidões Farochiaes, a mandado publicar por di-versos amigos seos.

Em o próximo n. do Jerusalém, externaremos commais amplitude nossa opinião sobre tão importante fo-lheto.

DARIO VELLOZO. — Mais um anniversario se pos-sou a 26 do corrente, na existência d'este nosso aflectuosoIr-. e amigo, uma das mais sólidas mentalidades da no-va geração brasileira.

Salve três vezes, salve.

FOLHINHA. — Da importante LJvraria Econômica,dos Srs. Annibal, Rocha & Ca, recebemos uma bella Fo-lhinha ( bloek ) Paranaense, contendo datas Paranaenses.

Alem de importância de conter as mais scintillantesdatas que se prendem a historia da terra Paranaense, aFolhinha que vimos de receber, é um tiabalho original,talvez o primeiro no gênero, em toda a republica.

Agradecidos.PARTEIRO. — Depois do apparecimento do Hiram umvirtuoso sacerdote da nossa santa freguesia passou a exer-cer a profissão de parteiro, n'uma casa onde se guarda amais tigorosa castidade.

Isto para evitar que as parteiras divulgassem osactos de castidade das esposas de Christo.

D'0 Hiram.

ria clarina-lhe no coração a alvorada da Liberdade.

VISITA. — Com muita pontualidade temos recebido,a visita dos nossos distitretissimos collegas :— Le Spiritu-alísme Módérne, Revue Maçonnique, La Lumierc, AsBoas Novas, O Pelicano, 0 Labato, O Oriente, 0 Punia-710 O Christão, Lautaro, Revista Contemporânea, A Refor-ma Expositor Christão, O Sul de S. Paulo, o Malkete, LaRa-on Região Seirana, A Cidade, 0 Commercio, Aragna-rv

~ ÃIdéia, A Cidade de Iíú, A Pérola, O Filho de Mi-

ms Mercantil, O Iram, Brazil Typographico, Colombo, AOrdem A Paz, A Sèdra ; e desta Capital A Doutrina, AEstrella, O Club Cotitibano, A Esphynge, Prazcda e Estu-do.

FERNANDO AMARO. — Realisou ultimamenteem o salão do Instituto Histórico do Paraná uma brilhan-te conferência sobre a individualidade litterana do sauao-so poeta paranaense Fernando Amaro, o nosso illustre Ir. \Silveira Netto, que foi vivamente applaudido pelo selectoauditório.

FXAMES —Com real brilhantismo effectuaram-se os.exames da Escola 7'iradentes notavelmente dirigida pela.illustrada normalista Da Julia Wanderley Petnch. ,

Gratos pelo gentilissimo convite que nos dirigio.