Jean Plaidy - A Saga Dos Platagentas Vol.02 - O Crepúsculo Das Águias

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Título: A Saga dos Plantagenetas, volume 2: O Crepúsculo da Águia. Autor: Jean Plaid. Título original: T!e revolt o" T!e eaglets. #ados da edi$%o: &ditora 'ecord, 'io de Janeiro, ())). *+nero: romance. #igitalia$%o: #ores Cun!a. Correc$%o: &dit! Suli. &stado da o-ra: corrigida. umera$%o de p/gina: rodap+. &sta o-ra "oi digitaliada sem "ins comerciais e destina0se unicamente 1 leitura de pessoas portadoras de de"icincia visual. Por "or$a da lei de direitos de autor, este "ic!eiro n%o pode ser distri-uído para outros "ins, no todo ou em parte, ainda 3ue gratuitamente. otas da digitaliadora: (. Suprimi um es3uema com os di"erentes reis de 4nglaterra, por ser di"icilmente compreensível. 2. Suprimi, igualmente, a -i-liogra"ia 3ue se encontrava no início do livro, por dar imenso tra-al!o colocar todos os livros em ordem. Contracapa: 'eatadas suas rela$5es com a 4gre6a, ap7s o epis7dio 3ue envolveu o assassinato do arce-ispo T!omas 8ec9et, enri3ue Plantageneta vive o período mais pr7spero de seu reinado, mas o ressentimento dos "il!os e a revolta de &leanor de A3uit;nia ap7s a desco-erta de um grave segredo de seu passado o oprimem e produem so-re o cen/rio político um e"eito mal+"ico. O Crepúsculo da Águia + a tra6et7ria "inal do rei enri3ue 44, uma vel!a /guia amea$ada pelos "il!otes e golpeada, en"im, por a3uele em 3uem depositara suas últimas esperan$as <"im da contracapa=. O C'&P>SC?@O #A Á*?4A J&A P@A4# Tradu$%o de @?4B CA'@OS #O ASC4&TO S4@DA &#4TO'A '&CO'#, '4O #& JA&4'O, ())) Título original ingls T& '&DO@T OE T& &A*@&TS Coprig!t <c= ()FF - Jean Plaid S?Á'4O otícia de Assassinato (G A Princesa Alice G( O 'ei e a 'ain!a HI Castelos para Jo%o FG A Penitncia do 'ei ) Os Eil!otes 'e-eldes (K( A Op$%o do 'ei (2( A 'ain!a Dai para a Corte (2 O Jovem 'ei (H A &strat+gia do 'ei (II A #ama de *odstoL (M2 A Corte da Eran$a (MI 8ereng/ria 2(I A &stirpe do #ia-o 22H O Nuadro na Parede 2H(

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Título: A Saga dos Plantagenetas, volume 2: O Crepúsculo da Águia.Autor: Jean Plaid.Título original: T!e revolt o" T!e eaglets.#ados da edi$%o: &ditora 'ecord, 'io de Janeiro, ())).*+nero: romance.#igitalia$%o: #ores Cun!a.Correc$%o: &dit! Suli.&stado da o-ra: corrigida.umera$%o de p/gina: rodap+.

&sta o-ra "oi digitaliada sem "ins comerciais e destina0se unicamente 1leitura de pessoas portadoras de de"icincia visual. Por "or$a da lei dedireitos de autor,este "ic!eiro n%o pode ser distri-uído para outros "ins, no todo ou emparte, ainda 3ue gratuitamente.

otas da digitaliadora:(. Suprimi um es3uema com os di"erentes reis de 4nglaterra, por serdi"icilmente compreensível.2. Suprimi, igualmente, a -i-liogra"ia 3ue se encontrava no início do

livro, por dar imenso tra-al!o colocar todos os livros em ordem.

Contracapa: 'eatadas suas rela$5es com a 4gre6a, ap7s o epis7dio 3ueenvolveu o assassinato do arce-ispo T!omas8ec9et, enri3ue Plantageneta viveo período mais pr7spero de seu reinado, mas o ressentimento dos"il!os e a revolta de &leanor de A3uit;nia ap7s a desco-erta de um gravesegredo de seu passado o oprimem e produem so-re o cen/rio político ume"eito mal+"ico.O Crepúsculo da Águia + a tra6et7ria"inal do rei enri3ue 44, uma vel!a /guia amea$ada pelos "il!otes egolpeada, en"im, por a3uele em 3uemdepositara suas últimas esperan$as <"im da contracapa=.

O C'&P>SC?@O #A Á*?4AJ&A P@A4#Tradu$%o de @?4B CA'@OS #O ASC4&TO S4@DA&#4TO'A '&CO'#, '4O #& JA&4'O, ()))Título original ingls T& '&DO@T OE T& &A*@&TSCoprig!t <c= ()FF - Jean Plaid

S?Á'4Ootícia de Assassinato (GA Princesa Alice G(O 'ei e a 'ain!a HICastelos para Jo%o FGA Penitncia do 'ei )

Os Eil!otes 'e-eldes (K(A Op$%o do 'ei (2(A 'ain!a Dai para a Corte (2O Jovem 'ei (HA &strat+gia do 'ei (IIA #ama de *odstoL (M2A Corte da Eran$a (MI8ereng/ria 2(IA &stirpe do #ia-o 22HO Nuadro na Parede 2H(

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A aldi$%o de er/clio 2F)A Justa Eatal 2)KEilipe e 'icardo GK(A orte da Águia G22

A c;mara do rei no castelo de inc!ester estava pintada com cenasaleg7ricas 3ue representavam sua vida. ?ma delas era um 3uadro de uma

/guia e 3uatro aguietas.Trs das aguietas atacavam o pai, en3uanto a 3uarta "icava ol!ando.#iem 3ue o rei "e o seguinte coment/rio: As 3uatro aguietas s%o osmeus "il!os, 3ue ir%o perseguir0me at+ eu morrer. O mais mo$o deles, meu"avorito, + o 3ue mais ir/ me "erir. &st/ esperando pelo momento dearrancar0me os ol!os com o -ico.((otícia de Assassinato&'A o P'4&4'O #4A do ano de ((F(, e no castelo de Argentan cele-rava0seo t+rmino do ano vel!o e davam0se as -oas0vindas ao ano novo. O reiestava animado, antegoandocom satis"a$%o sua volta 1 4nglaterra e seu reencontro com a amante,'osamund Cli""ord. J/ 3ue sua mul!er, a rain!a &leanor, "icara sa-endo

da eQistncia dela, n%o !avia mais necessidade de manter oculta aliga$%o. %o 3ue ele, rei da 4nglaterra, du3ue da ormandia e do restotivesse medo da mul!er, em-ora ela "osse capa de provocar um esc;ndalotremendo. Sua preocupa$%o era de 3ue &leanor "iesse alguma vingan$acontra 'osamund antes 3ue ele pudesse agir para impedi0la. &leanordeveria sa-er 3ue ele era o sen!or, mas esta era uma conclus%o 3ue elavin!a evitando nos () anos do casamento dos dois.Ainda assim, o rei ac!ava 3ue a uni%o deles n%o tin!a sido de todoinsatis"at7ria. &leanor l!e dera 3uatro "il!os e trs "il!as uma -oamarca 0 e n%o era s7 isso: as ricas terras da A3uit;nia, 3ue ela !avialevado para o casamento, !aviam aumentado seus domínios e tornado o reida 4nglaterra o !omem mais poderoso da &uropa.O rei tin!a muito por 3ue congratular0se consigo mesmo. @evara de voltapara a 4nglaterra a3uela 6usti$a 3ue o país perdera so-(Go reinado do "raco &stv%oR conseguira manter suas possess5esultramarinasR arran6ara com !a-ilidade o casamento dos "il!os 0 detodos, 1 eQce$%o de Joana, 3ue estava com seis anos de idade, e de Jo%o,3ue tin!a cinco 0 de modo a tirar das uni5es o m/Qimo de vantagem, e de"ato era temido e respeitado em todo o seu reino0 e em outros.&m-ora na3uele dia de Ano0ovo estivesse se sentindo -enevolente, todossa-iam 3ue o seu mau g+nio poderia ser despertado a 3ual3uer momento.&nt%o, a pele rosada tornar0se0ia ru-ra e os ol!os "icariam amea$adores,as narinas se alargariam at+ 3ue ele "icasse parecendo o le%o ao 3ualtanto o comparavam. O rei 6amais conseguira controlar a3uele mau g+nio,e tampouco via 3ual3uer motivo para 3ue devesse "a0lo. Nuando se

angava, 3ueria 3ue todos sou-essem. Seus ata3ues de raiva eramterríveis. &le perdia todo o controle de seus atos e descarregava a"úria so-re 3uais3uer o-6etos inanimados 3ue estivessem ao seu alcance,muitas vees causando danos a ele pr7prio. #iem 3ue rolava no c!%o emordia os 6uncos em ocasi5es assim.0 Nual3uer dia, 3uando der um de seus acessos, vai causar danosirrepar/veis a si pr7prio 0 comentara &leanor.&le se lem-rava do -ril!o no ol!ar dela, e na ocasi%o eQclamara:0 4magino, sen!ora, 3ue se eu o "iesse, isso n%o iria desagrad/0la.&la n%o negara. Sempre "ora desa"iadora, nunca mostrando medo dele,

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sempre lem-rando0l!e 3ue, em-ora ele pudesse ser o rei da 4nglaterra,ela era a du3uesa de A3uit;nia.O rei tin!a dúvidas de 3ue ela "osse sentir se ele morresse. a verdade,o "ato deveria at+ deiQ/0la satis"eita. &les tin!am um "il!o para segui0lo no trono. O 6ovem enri3ue, 6/ coroado rei, -onito, com todo oencanto imagin/vel, 6/ vinculando !omens a ele pela simples atra$%o desua personalidade. &ra insensato coroar um "il!o rei en3uanto o pai

ainda estivesse vivo. 8ec9et se mostrara contra.0 A!, sen!or arce-ispo 0 murmurara enri3ue 0, ter/ sido por3ue n%o "oio sen!or 3ue realiou a cerim7niaO 6ovem enri3ue deiQava, agora, a in";ncia para tr/s. &stava com (Ianos. esta idade, os garotos "icavam am-iciosos. O rei admitia paraconsigo mesmo 3ue, de ve em 3uando, se sentia in3uieto e se perguntavase n%o teria agido de "orma impensada no ano anterior, 3uando permitira3ue o "il!o "osse coroado.(Ora, estava "eito. & se ele, o rei, morresse dentro de poucas semanas 0o 3ue n%o era improv/vel, 6/ 3ue vivia c!e"iando seus eQ+rcitos contraalgum re-elde 3ue pensara aproveitar0se de suas muitas o-riga$5es 0, a4nglaterra teria um rei indiscutível 3ue 6/ !avia sido coroado e levava

o título.O rei n%o iria permitir 3ue pensamentos da3uele tipo o pertur-assemna3uele dia. 4ria pensar na sua terra, em 'osamund, nos dois "il!osdeles e na pa dom+stica 3ue n%o encontrava com ningu+m, a n%o ser comela. Sentia0se satis"eito pelo "ato de &leanor ter atravessado ola-irinto de /rvores na3uele dia e desco-erto o Pavil!%o onde eleescondera 'osamund. &stava cansado de &leanor. Para ele, era muito -om3ue ela "osse para a A3uit;niaR esperava 3ue "icasse por l/R 6/ n%o adese6ava. &la era 3uase (2 anos mais vel!a do 3ue ele, e 6/ n%o !avianecessidade de ter mais "il!os com ela, 3uando 6/ tin!am seis e, de3ual3uer maneira, &leanor 6/ passara da idade. &ra um praer "icar livrede sua língua rancorosa, pois ela n%o "aia es"or$o algum para control/0la, agora 3ue, por causa de 'osamund, tin!a motivos para odi/0lo. Comose ela, uma mul!er t%o eQperiente, pudesse ter esperado 3ue ele l!e"osse "iel O caso n%o era -em esse. Como tantas mul!eres de seu tipo,ela aceitaria uma aventura casual. O 3ue a !umil!ava era o "ato de elerealmente amar algu+m como amava 'osamund e deiQar 3ue ela, &leanor,continuasse a ter "il!os dele, 3ue 'osamund "osse algu+m em 3ue ele iaprocurar pa e con"orto, algu+m 3ue pudesse ser para ele a esposa 3ue asua rain!a n%o podia ser. A3uilo provocava o veneno de &leanor e adeiQava pensando de 3ue maneira poderia vingar0se dele, da "orma 3uemais doesse.Nue tentasse'osamund era t%o di"erente enri3ue recordou com carin!o a primeira veem 3ue a vira no castelo do pai em S!rops!ire, onde ele descansaradurante uma das eQpedi$5es em territ7rio do País de *alesR ela era umavirgem inocenteR ele a dese6ara e n%o !ouvera ningu+m 3ue o contrariasse

0 nem Sir alter Cli""ord, o pai, nem a -ela 'osamundR e desde ent%o...ela tin!a sido como uma esposa para ele. ?ma pessoa d7cil, 6amaisreclamando de suas in"idelidades, nunca procurando recompensas para simesma, sempre ali 3uando o rei a procurava para consol/0lo.&le se sentira "eli em rela$%o a 'osamund e, agora 3ue &leanor estava"ora, podia lev/0la para a corte sem pro-lemas. O rei esperava 3ue aesposa nunca mais voltasse para a 4nglaterra.(H?m grito vindo l/ de -aiQo interrompeu a3uelas agrad/veis recorda$5es.0 O 3ue se passa 0 -radou o rei.

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?m de seus assistentes vin!a apressado em sua dire$%o.0 a6estade, !/ cavaleiros vindo em dire$%o ao castelo.&le "oi at+ a 6anela. omens a cavalo, sim. & vin!am da 4nglaterra.Pro-lemas A3uilo s7 podia signi"icar pro-lemas. Nuem teria se levantadocontra ele, agora Ora, a3uilo iria apressar o seu retorno e ele estariacom 'osamund mais cedo.&stava no sagu%o 3uando os !omens entraram. @an$aram0se aos seus p+s e

ele eQclamou, impaciente:0 Nuais s%o as novas Nuais s%o as novas0 O arce-ispo de Canter-ur morreu, ma6estade.0 orreu0 Assassinado, ma6estade, em sua pr7pria catedral.0 eu #eus %o pode ser verdade Nuem "e isso0 Nuatro de seus cavaleiros, ma6estade. 'eginald Eit?rse, *uil!erme deTrac, ug! de orville e 'icardo l 8reton.0 eus cavaleiros.Os mensageiros curvaram a ca-e$a.0 Por 3ue "ieram isso 0 murmurou o rei. 0 O 3ue poder/ ter "eito com3ue eles cometessem um crime dessesOs mensageiros continuaram calados. %o ousavam dier0l!e 3ue os

cavaleiros alegaram ter cometido o ato por ordem do rei.0 T!omas... morto 0 continuou o rei, "alando consigo mesmo. 0 %o podeser. %o deve ser0 a6estade, o ato "oi cometido !/ apenas trs dias, e viemos a todavelocidade, sa-endo 3ue seria de seu dese6o tomar con!ecimento do "ato 0disse um dos mensageiros.0 D%o... repousar... deiQem0me com a min!a dor. 0 #irigiu0se aoscriados. 0 Tragam0me os !/-itos de luto. vou trocar min!a túnica. Paramim, !o6e + dia de luto.T!omas... morto Del!o amigo e agora inimigo, morto Eoram tantas asrecorda$5es 3ue l!e vieram 1 mente ao mesmo tempo As -rincadeiras 3ueos dois partil!aram 3uando T!omas era o seu c!anceler e o mel!or de seusamigos. %o me "a$a seu arce-ispo, dissera ele, pois ser/ o "im denossa amiade. Teria sido uma premoni$%o Por3ue ele estiveracertíssimo, e 3ue inimigos "erren!os os dois se !aviam tornado O 3uedissera ele 13ueles 3uatro(Icavaleiros so-re desem-ain!ar as espadas e invadir a catedral Nue papelteria ele representado na3uilocom ar solene, tirou as túnicas reais e envolveu0se com um manto deaniagem.0 #eiQem0me. #eiQem0me soin!o com a min!a dor. #irigiu0se para o seu3uarto de dormir e en"iou a ca-e$a nas m%os.0 &u n%o 3ueria isso 0 murmurou repetidas vees.8aiQou as m%os e "iQou o ol!ar 1 sua "rente, sem ver as paredes co-ertaspor tapetes, mas o passado... e o "uturo.T!omas era uma "igura demasiado popular para 3ue sua morte passasse

desperce-ida. #esperce-ida %o !avia esperan$as de 3ue issoacontecesse averia uma como$%o. &sta como$%o iria espal!arse por todaa cristandade. T!omas seria t%o ma$ante na morte 3uanto o "ora em vida.4ria tornar0se um m/rtir. enri3ue n%o tin!a medo de general algum, mastin!a terror de m/rtires.O 3ue dissera ele 13ueles cavaleiros @em-rava0se -em da ocasi%o em 3ueeles estiveram presentes. Ouvira dier 3ue T!omas amea$ara eQcomungartodos a3ueles 3ue estivessem ligados 1 coroa$%o do 6ovem enri3ue e,como ningu+m estivera mais ligado do 3ue ele pr7prio, a3uilo signi"icava3ue ele tam-+m estava incluídoR e um dos -ispos 0 devia ter sido 'oger

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de or9 0 dissera 3ue en3uanto T!omas 8ec9et vivesse ele nunca teria umreino tran3uilo. & ent%o, um repentino acesso de raiva se apossara dorei. Amaldi$oara todos eles. Sustentara0os e eles eram "alsosescudeiros. O rei ouviu0se gritando para a3ueles -a6uladores:0 Docs me deiQaram muito tempo eQposto 1 insolncia desse cl+rigo deorigem !umilde e n%o tentaram livrar0me dele.&les, a3ueles 3uatro cavaleiros, !aviam tomado a3uelas palavras ao p+ da

letraR !aviam0nas interpretado como uma ordem para matar. #evia ter sidoisso, pois !aviam0se dirigido a Canter-ur e, l/, matado T!omas em suacatedral.0 Nue isso "osse acontecer 0 eQclamou eleR e pensava: eles v%o pUr aculpa em mim. O mundo inteiro vai pUr a culpa em mim. A3ueles 3uatrocavaleiros des"ec!aram os golpes, mas eu serei citado como tendo sido oassassino.O 3ue poderia "aer Dia o papa e o mundo inteiro erguendose contra ele.4riam "aer de T!omas um m/rtir e um santo, e 3uanto mais revernciadedicassem a ele, mais "orte seria o 7dio contra a3uele so-re o 3ualiriam lan$ar a culpa pelo assassinato.O rei precisava de tempo para pensar. Suas a$5es, agora, eram(F

da m/Qima import;ncia. &le !avia progredido muito nos últimos vinte anos3uando, como "il!o de atilda, "il!a de enri3ue 4 da 4nglaterra, e doconde de An6ou, n%o tivera um controle muito "irme so-re a coroa dosdu3ues da ormandia. Casara0se com a mais rica !erdeira da &uropa erece-era a coroa da 4nglaterra, e n%o !avia !omem algum 3ue pudesse"aer0l!e oposi$%o. O rei da Eran$a o temiaR ele !avia desa"iado o papaRagira 1 sua maneira e isto l!e proporcionara um grande poder.as agora corria perigo, e tudo por causa de T!omas 8ec9et. A 4gre6acantaria os louvores ao arce-ispo, pois T!omas !avia sido morto na-atal!a entre a 4gre6a e o &stado 3ue vin!a sendo travada !/ anos e 3uesem dúvida iria continuar. & T!omas seria um santo e um m/rtir.0 Doc sempre tentou o-ter vantagem so-re mim, T!omas murmurou ele, e umsorriso amargo espal!ou0se em seus l/-ios. & sempre o com-ati... muitasvees de -rincadeira e, mais tarde, para valer, e voc precisa sa-er 3uesempre ven$o.& agora, na morte, voc me d/ esse golpeuita coisa dependia do 3ue enri3ue "iesse agora. Primeiro, + claro,deveria insistir 3ue os cavaleiros !aviam entendido mal suas palavras.#everia mostrar a todo mundo 3ue ningu+m lamentava mais a morte deT!omas 8ec9et do 3ue o rei.4ria trancar0se em seus aposentosR mandaria dier 3ue "icara t%oatordoado com a notícia 3ue deveria ser deiQado em pa para prantear.%o desceria para comerR iria ingerir apenas o necess/rio para manter0sevivo 0 nunca "ora de comer muito, de modo 3ue n%o !averia di"iculdade 0,n%o iria vestir nada al+m de seu manto de aniagem, e todos deveriamcompreender 3ue 3ueria ser deiQado em pa para dedicar0se 1 ora$%o e 1medita$%o.

Eelimente, a posi$%o do papa AleQandre n%o estava muito segura e acorte papal estava em Tusculum. AleQandre precisava ter cuidado parasa-er a 3uem iria o"ender, e n%o 3uereria provocar a inimiade do rei da4nglaterra.Primeiro, enri3ue mandaria mensageiros a Canter-ur, com a notícia de3ue o eQ0c!anceler e arce-ispo de Canter-ur deveria rece-er um enterrodigno de sua posi$%o.A maneira de aproQimar0se do papa precisava de muita pondera$%o. %oadiantava invocar uma inocncia total. ingu+m aceitaria isso. Nue!ouvera atritos entre ele e T!omas, era do

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(Mcon!ecimento geral. o entanto, n%o deveria !aver demora em escrever aAleQandre antes 3ue outros entrassem com suas acusa$5es.Pegou a pena e escreveu:A AleQandre, Sumo Pontí"ice pela *ra$a de #eus, enri3ue, rei dosingleses, du3ue dos normandos e a3uitanenses e conde dos angevinos,envia sauda$5es e a devida

devo$%o.%o "aia mal lem-rar a AleQandre o poder 3ue detin!a so-re tantosterrit7rios.Por motivo de reverncia para com a 4gre6a 'omana e pelo amor a DossaSantidade <...= concedi a pa e a total restitui$%o dos -ens, segundovossa ordem, a T!omas,arce-ispo de Canter-ur, e permiti 3ue ele vontasse para a 4nglaterracom uma renda ade3uada.&le, no entanto, trouQe n%o a pa, mas a espada, e "e acusa$5es contramim e min!a coroa. Sem poderem suportar tal a"ronta por parte dele,a3ueles a 3uem ele !avia eQcomungado e outros lan$aram0se so-re ele e, o3ue n%o posso dier sem lamentar, o mataram.O rei despac!ou mensageiros para Tusculum e "icou 1 espera.

com 3ue rapide a vida podia mudar Aca-ara de se congratular consigomesmo por eQercer o controle de seus súditos, de ter0se livrado de&leanorR estivera plane6ando deliciosamente um pouco de pa dom+sticacom 'osamund, e T!omas 8ec9et tin!a sido assassinado Por 3ue T!omas n%opodia ter morrido de algum "luQo, de alguma desordem "ísica %o, n%opodia "aer uma coisa da3uelas, em-ora desse a impress%o de 3ueestivesse doente. Tin!a de morrer da maneira mais espetacular, aosgolpes de espada dos cavaleiros do rei.com toda a certea, T!omas iria atorment/0lo at+ o "im da vida.O rei pensou em &leanor, 3ue muito em -reve rece-eria a noticia, poisestava certo de 3ue as novas estariam correndo por todos os 3uadrantesda &uropa. enri3ue podia ver o sorriso ir7nico, pois ela sa-eria o3uanto ele estaria ani3uilado. &m seu rancor, n%o !avia dúvidas de 3ueela iria alimentar os -oatos com narrativas das discuss5es dele comT!omas, pois em certa +poca enri3ue l!e "iera muitas con"idnciasso-re o assunto. &la 6amais gostara de T!omas. a +poca da grandeamiade entre o rei e seu c!anceler, 3uando a pr7pria &leanor aindaestava um pouco enamorada do marido, ela sentira ciúme de T!omas por3uesou-era 3ue o rei pre"eria a conversa dele 1 de 3ual3uer outra pessoa.()0 aldita se6a a rain!a 0 -radou o rei.&le agora n%o podia dar va%o 1 raiva. Precisava de todas as suas"aculdades mentais na sua volta. Pensou em seus vassalos, a3ueles 3uen%o o aceitavam de -oa vontade como seu suserano. &stariam prontos asussurrar contra ele, o !omem 3ue com toda a certea deveria seramaldi$oado por3ue era culpado de derramar o sangue do m/rtir.O rei permaneceu em seus aposentos a maior parte da3ueles dias. %o era

visto 1 mesa. Os criados e cavaleiros "alavam em sussurros.0 O rei est/ pro"undamente a"etado pela morte de T!omas 8ec9et 0 diiameles.Nuando c!egavam mensageiros, eram levados imediatamente 1 sua presen$a.Tin!am !ist7rias para contar so-re o 3ue acontecia em Canter-ur. anoite do assassinato, diia0se, !ouvera uma violenta tempestade. Osrel;mpagos eram assustadores, e muita gente "icara !orroriada com otrov%o 3ue estourara so-re a catedral. ?ma mul!er cega !avia0se curvadoe -ei6ado as pedras manc!adas com o sangue de T!omas e 0 ve6am s7 0 suavis%o "ora recuperada.

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?m número enorme de pessoas 0 doentes e alei6ados 0 se dirigia aCanter-ur. #iia0se 3ue Cristo dera a T!omas o poder de cura.&ra pior do 3ue enri3ue temera.Tam-+m !avia notícias de Tusculum.O papa isolara0se do mundo t%o logo rece-era a notícia do assassinato.#urante oito dias, "icara isolado a "im de 3ue, como dissera, pudessec!orar a morte de seu adorado "il!o. Nuando tornara a aparecer, dera

ordens para 3ue nen!um ingls "osse admitido 1 sua presen$a.&n3uanto isso, o arce-ispo de Sens !avia denunciado enri3ue, rei da4nglaterra, como o assassino, e o rei da Eran$a unira0se ao arce-isponas acusa$5es.enri3ue sa-ia 3ue era apenas uma 3uest%o de tempo para 3ue "osseeQcomungado.A3uilo era um desastre. as ele n%o era !omem de ceder diante daadversidade. a verdade, era em ocasi5es como a3uela 3ue mostrava om/Qimo de suas !a-ilidades. avia "eito o 3ue podia. &screvera ao papaem termos sinceros, eQpondo o acontecido. S7 l!e restava declarar suatristea e mostrar 3ue lamentava a morte com a mesma sinceridade de3ual3uer outra pessoa.2K

%o !avia nada mais 3ue pudesse "aer para convencer o mundo de suainocnciaR e se se recusassem a acreditar nele, deveria "aer com 3ue"icassem cientes de seus poderes.enri3ue sempre procurara acrescentar a 4rlanda aos seus domínios, e!avia muito tempo tin!a os ol!os voltados para ela.A3uele parecia um momento ade3uado para mostrar ao mundo 3ue n%o seriaprudente algu+m su-estim/0lo. Seus cavaleiros tin!am assassinado 8ec9et,e ele poderia ser considerado respons/vel, mas 3ue nen!um deleses3uecesse 3ue ele era -isneto do Con3uistador.'esolveu passar os dias plane6ando uma invas%o da 4rlanda.O 6ovem rei enri3ue rece-eu a notícia no vel!o pal/cio saQ%o deinc!ester.&le andara se sentindo um tanto contrariado com o destino. Tin!a sidouma grande eQperincia ser coroado rei da 4nglaterra, e 6amaises3ueceria a3uela cerim7nia 3ue tivera lugar em 6un!o passado, !aviaseis meses. Como era maravil!oso ser rei A3ueles 3ue o cercavamreceavam o"end0loR lem-ravam0se de 3ue o pai dele n%o viveria parasempre e 3ue um dia !averia apenas um rei da 4nglaterra. &le "icaramuito surpreso com o "ato de o pai ter permitido 3ue "osse coroado e t0lo "eito rei, 3uando estava per"eitamente claro 3ue um número muitogrande de pessoas gostava mais do "il!o do 3ue do pai.O 6ovem enri3ue sa-ia 3ue era mais -onito 3ue o pai. #iiam0l!e 3ue separecia com o avU paterno, o conde de An6ou, 3ue "ora con!ecido como*eo"redo, o Justo. Aaparncia era importante, em-ora o pai nunca concordasse com isso. O6ovem enri3ue nunca "icaria com as m%os rac!adas e grossas por3ue serecusasse a usar luvas. *ostava de v0las adornadas de an+is. %o era

nada parecido com o paiR tentava con3uistar as pessoas, coisa com 3ue ovel!o enri3ue nunca se preocupara. as a3uilo era importante, alegava oenri3ue mais mo$oR "aia com 3ue as pessoas gostassem da gente, criavaum vínculo entre elas e n7sR a tendncia delas era serem leais setivessem a"ei$%o pelo governante. ingu+m tin!a grande a"ei$%o pelo seupai. As pessoas podiam respeit/0lo como um grande governante e tem0lo,mas am/0lo uncaO 6ovem sa-ia como as pessoas agiam para com ele. Todos o -a6ulavampor3ue ele os -a6ulavaR tin!am sido muitos os indícios de 3ue a3ueles3ue o cercavam "icariam "elies 3uando !ouvesse apenas um rei para

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governar a 4nglaterra.2(%o 3ue ele !ouvesse tido condi$5es de "aer muita coisa em mat+ria degoverno. Perce-era logo 3ue o pai n%o pretendera darl!e poderes, apenasuma coroa. a realidade, o 6ovem "icava mais descontente a cada dia 3uepassava.*ostaria de poder "alar com a m%e, mas ela sempre gostara mais de

'icardo do 3ue deleR 3uanto ao pai, 1s vees parecia 3uerer o seu a"eto.Pois ent%o, 3ue "iesse alguma coisa para consegui0lo. Nue desse ao"il!o tornado rei uma terra para governarR 3ue o deiQasse ser um rei de"ato, como era no nome. Como se o pai largasse alguma coisa na 3ualtivesse posto as m%os0 Seu pai + o !omem mais am-icioso so-re a Terra 0 disseral!e a m%e. 0&le nunca ir/ tirar as m%os de 3ual3uer coisa depois de t0la agarrado.Nue 7dio !ouvera entre a3ueles dois &le e os irm%os o !aviam sentidoRem segredo, !aviam0se reunido ao lado da m%e, contra o pai. &leanor osamara e, em-ora 'icardo "osse o "avorito, mostrara 3ue se preocupavaapaiQonadamente com todos eles. Parecia 3ue 3uanto mais ela odiava o paideles, mais os amava.O rei a tratara muito mal. %o tin!a direito algum de levar seu "il!o

-astardo, *eo"redo, para a ala das crian$as O "il!o de uma prostitutacomum 3ue acompan!araas tropas e gerara um "il!o para o rei 0 e a3uele "il!o "ora criado naala in"antil da m%e deles &ra demais para 3ual3uer mul!er orgul!osasuportar a3uilo, e 3uandoa mul!er era &leanor de A3uit;nia, era natural 3ue !ouvesse pro-lemass+rios. &la dissera:0 enri3ue, meu "il!o, seu pai "e de voc um rei. Ee isso s7 parairritar T!omas 8ec9et, ten!o certea. &le sa-e 3ue o vel!o "icar/ loucode raiva por n%o terestado a3ui para coro/0lo. Seu pai vai se arrepender, mas isso ser/vanta6oso para voc. Como "e de voc um rei, n%o dever/ surpreender0sese voc agir como tal.& soltara uma sonora gargal!ada ao pensar na3uiloR desde ent%o, enri3uese sentira o"endido com a avarea do paiR por causa das palavras da m%e,passara a ter uma avers%o pelo pai maior do 3ue a 3ue tivera no início.A m%e sempre salientara para os "il!os todas as de"icincias do paiR e oúnico 3ue n%o l!e dava ouvidos era o -astardo *eo"redo. &le venerava orei e, 3uando o pai ia 1 ala das crian$as, tentava c!amar0l!e a aten$%o,o 3ue invariavelmente conseguia, pois o rei sempre ouvia com aten$%o o3ue *eo"redo, o 8astardo, !avia aprendido e "aia com a ca-e$a um sinalde aprova$%o.22Agora, o 6ovem enri3ue acreditava 3ue o rei "aia a3uilo para espica$ara m%e deles. &ram tantas as coisas 3ue uma pessoa compreendia 1 medida3ue "icava mais vel!a0 O pai de vocs ir/ us/0los todos como pe5es em um 6ogo de Qadre.

De6am como ele os casou sem sua permiss%o 0 dissera0l!es a m%e.&ra verdade. O 6ovem enri3ue tin!a uma esposa, arguerite "il!a do reida Eran$a. a3uele momento, arguerite estava na A3uit;nia com &leanor,sendo criada porela at+ a +poca em 3ue deveria ir ter com ele e partil!ar seu leito, seuteto e sua coroa. arguerite ainda n%o "ora coroada, e o rei da Eran$aestava muito angado por causa disso, mas o pai de enri3ue prometera3ue ela deveria ser coroada e, 3uando o "osse, enri3ue ac!ava 3ue iriacome$ar a vida de casado dos dois.&le tin!a t%o poucas oportunidades de demonstrar sua condi$%o de rei 3ue

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3uando surgia uma ocasi%o estava disposto a aproveit/0la. Eoi o 3ue"iera muito recentemente, 3uando T!omas 8ec9et "ora visit/0lo.'ecusara0se a rece-er o vel!o. Sentira0se um pouco constrangido coma3uilo, mas !avia convencido a si mesmo de 3ue n%o !avia outra coisa a"aer. 'oger, arce-ispo de or9, c!egara para v0lo e dier0l!e 3ue oarce-ispo de Canter-ur estava a camin!o.O 6ovem enri3ue "icara contente ao ouvir a3uilo, pois dedicava grande

a"ei$%o ao vel!o mestre. &le e a 6ovem arguerite tin!am sido colocadosso- seus cuidados !avia muitos anos, antes do eQílio de T!omas. Os doistin!am de passar longa sess5es de 6oel!os, pois T!omas era rigoroso.arguerite costumava dier 3ue seus 6oel!os doíam de tanto rear, mas osdois o !aviam adorado, apesar de seu rigor e das duras palavras 3ue l!esdirigia, por3ue na sua naturea !avia um lado alegre 3ue irrompia derepente e todos se divertiam muito 6untos.enri3ue se lem-rava do dia em 3ue os dois "oram in"ormados de 3ueT!omas 8ec9et n%o iria mais ensinar0l!es por3ue discutira com o rei e,em conse3uncia, "ugira para a Eran$a.Passara0se muito tempo. arguerite n%o se controlara e caíra em prantosRe enri3ue 3uase "iera o mesmo. en!um outro pro"essor tin!a sidoigual.

as 'oger de or9 !avia despreado T!omas 8ec9et.0 Sen!or meu rei 0 dissera ele 0, Dossa a6estade n%o pode rece-er este!omem. Por vontade dele, Dossa a6estade nunca teria sido coroado.2G0 & por 3ue n%o 0 perguntara enri3ue com sua nova arrog;ncia.0 Por3ue o arce-ispo de Canter-ur n%o acreditava 3ue devesse sercoroado. &le + um !omem 3ue pensa sa-er o 3ue + certo so-re 3ual3uerassunto.0 V por3ue ele n%o realiou a cerim7nia.0 Talve isso ten!a tido alguma coisa a ver com o caso, mas ele declarousua desaprova$%o e est/ amea$ando eQcomungar todos a3ueles 3ueparticiparam.0 4sso + uma insolncia 0 -radara enri3ue, pois era muito sensível atudo a3uilo 3ue tocasse o seu orgul!o no novo cargo.0 &le + um insolente. Se Dossa a6estade o rece-er, ele ir/ "aer0l!e umserm%o. 4r/ aconsel!/0lo a desistir da coroa.0 andarei 3ue ele se retire.0 V mel!or dier0l!e 3ue n%o ven!a. Sen!or meu rei, se me permitir umaopini%o, em nome da dignidade de sua coroa, n%o poder/ rece-er um !omemcu6o único o-6etivo + rou-/0la de Dossa a6estade.0 & n%o posso, mesmo.0 &nt%o, deve mandar avis/0lo de 3ue n%o ir/ rece-0lo.0 andarei 0 declarara enri3ue, e assim o "iera, mas 3uase de imediatose arrependera. Parecia uma grosseria recusar0se a rece-er seu vel!opro"essor.as 'oger de or9 tin!a ra%o. Agora como rei n%o podia so"rer insultoalgum.

#eiQou 3ue a mente se voltasse para a gl7ria da coroa$%o, 3uando a coroa"ora colocada so-re a sua ca-e$a na solene cerim7nia e mais tarde, no-an3uete, seu pai, o rei, o !avia servido.Os !omens "icaram assom-rados com a3uela cena. A ideia de um rei 0 e 3uerei 0 curvando0se diante do 6ovem "il!o era uma incongruncia.0 Nue cena, a3uela O rei em pessoa a6oel!ando0se diante de Dossaa6estade 0 dissera um deles a enri3ue, depois.0 Por 3ue n%o deveria o "il!o de um conde a6oel!ar0se diante do "il!o deum rei 0 retrucara enri3ueR e a o-serva$%o "ora repetida, por3ue erarealmente verdade 3ue o 6ovem enri3ue era "il!o do rei da 4nglaterra e

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o rei da 4nglaterra era "il!o do conde de An6ou.#esde ent%o, enri3ue "icara pro"undamente cUnscio de seu título, e acada dia 3ue passava seu ressentimento aumentava.2&ra 'ei !avia seis meses, e ainda sendo tratado como uma crian$a %oera possível. 4ria "alar com o pai. &ra o 3ue ele diia, agora. A coisaseria di"erente 3uando estivesse diante do pai. &nt%o, "icaria com medo,

como "icavam todos os !omens, "ossem eles príncipes ou servos, de 3ue aperigosa cor c!ame6asse na3uele rosto, o -ranco dos ol!os "icassevermel!o e o terrível mau !umor irrompesse como um le%o rugindo, prontopara destruir todo a3uele 3ue se opusesse a ele.0 ?m dia desses, 3uando seu pai tiver um de seus acessos de raiva, ser/o "im dele. 0 &ra a vo de sua m%e, tran3uila, om-eteira, pondo0l!e naca-e$a ideias 3ue, caso contr/rio, l/ n%o estariam.ensageiros no castelo. Sempre o deiQavam agitado. Nue notícias estariamtraendo ?ma mensagem de seu pai Ser/ 3ue ele, enri3ue, deveria6untar0se ao pai na ormandia, ou onde 3uer 3ue estivesse Ser/ 3ue eleiria colocar0se 1 "rente de uma tropa Ser/ 3ue, "inalmente, iriarece-er terras e castelos 3ue seriam seus0 a6estade, c!egou um mensageiro vindo de Canter-ur disse um de seus

cavaleiros.0 #e Canter-ur. as meu pai est/ al+m0mar.0 &le n%o vem a mando de seu pai, ma6estade.0 #e Canter-ur #o arce-ispo as n%o irei rece-er o arce-ispo. Ealei3ue n%o rece-erei a3ueles 3ue n%o "orem de meu agrado.0 a6estade, ele tra m/s notícias.0 &nt%o, traga0o 1 min!a presen$a.O mensageiro c!egou. Ee uma mesura acentuada.0 a6estade, !o6e trago m/s notícias. O arce-ispo de Canter-ur "oiassassinado em sua catedral.0 Assassinado 0 -radou enri3ue. 0 Como assim0 Nuatro dos cavaleiros de seu pai o mataram.0 ataram0no... na catedral 0 Os ol!os do rapa estavam em-a$ados. %opodia ser verdade. & no entanto, ele devia ter adivin!ado. T!omas !aviadiscutido com seu pai, e o rei n%o permitia 3ue algu+m "iesse a3uiloimpunemente.0 Conte0me em detal!es 0 ordenou ele, e a !ist7ria "oi contada.enri3ue "oi para o seu 3uarto. %o conseguia a"astar a terrível cena3ue a3ueles !omens !aviam descrito. T!omas 8ec9et caído nas pedras dacatedral numa po$a de sangue.0 'ecusei0me a rece-0lo 0 disse ele para si pr7prio 0, mas n%o 3ueria3ue isso acontecesse. eu #eus, como "ico grato por n%o ter tomado partealguma nisso2HPensou, ent%o, nos vel!os tempos em 3ue T!omas o !avia rece-ido em suacasa e dera uma aten$%o especial ao "il!o do rei. O arce-ispo l!econtara !ist7rias so-re seu pai, diendo 3ue os dois tin!am sido grandes

amigos e !aviam percorrido o interior 6untos antes de ele se tornararce-ispo e 3uando era apenas o c!anceler do rei. Agrad/veis !ist7riasalegres, mostrando o rei so- um ;ngulo di"erente. Eicara claro, pelamaneira de T!omas "alar so-re enri3ue, 3ue ele o adorara. O 6ovemenri3ue "icara t%o ciente do amor de T!omas 3uanto "icara do 7dio desua m%e. o entanto, seu pai assassinara T!omas.A!, sim, assassinara. O 6ovem enri3ue sa-ia 3ue todos estavam pensandoa3uilo, mesmo sem ousarem eQpress/0lo. Nuatro cavaleiros !aviamdes"ec!ado os golpes, mas o mundo inteiro iria sa-er 3uem dera asinstru$5es.

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0 O "ato ser/ lem-rado contra ele 0 re"letiu enri3ue. 0 As pessoas ir%oa"astar0se dele por causa disso. & para 3uem ir%o voltarse Sem dúvida3ue para a3uele a 3uem ele mesmo coroara como seu rei.&leanor, rain!a da 4nglaterra, estava contente por encontrar0se em suaadorada cidade de Poitiers. A3uela era a terra 3ue ela amavaR a terra de-risas suaves, sol 3uente e can$5es. &ra ali o local apropriado para asCortes do AmorR "ora impossível transplant/0las para o clima mais "rio

da 4nglaterra, com um povo pouco paciente com as leis da "idalguia e comos son!os do amor ideal. O rei da3uele país era típico do povo 3ue elegovernava, pensou &leanor, om-eteira 0 vigoroso, sem imagina$%o,considerando uma coisa decadente deitar ao sol e "aer -elos versos em!onra aos amantes.A3uele era o am-iente dela, e nunca mais 3ueria tornar a ver a4nglaterra. Poderia dier para si pr7pria 3ue nunca mais 3ueria verenri3ue, tam-+m, mas isso n%o era verdade. O rei a estimulava comoningu+mR penetrava em suas emo$5es at+ o "undoR nunca poderia "icarverdadeiramente al!eia a ele. ouve tempo em 3ue o amara com grandeintensidade, e agora o odiava com a mesma intensidade.uitas vees, em seus 6ardins, "icava pensando em enri3ue 3uando -elostrovadores dedil!avam seus alaúdes e ol!avam para ela com amor e dese6o

3ue deviam ser "ingidos, por3ue ela estava com 3uase cin3uenta anos e,em-ora tivesse sido uma mul!er eQcepcionalmente -onita e aindacontinuasse, tivera uma vida aventurosa,2Ie o tempo deiQara sua marca. &leanor se recordava da3ueles anos em 3ueos dois se amavam apaiQonadamente e em 3ue se divorciara de @uís, rei daEran$a, para casar0se com enri3ue. &le estivera t%o ansioso pela uni%o3uanto ela, mas talve por3ue &leanor poderia levar para ele aA3uit;nia, e ele era am-icioso por terras. Ws vees, ela pensava 3ue eleson!ava em con3uistar o mundo. Ainda assim, se a A3uit;nia tin!a sido aprincipal atra$%o, o rei escondera o "ato, e a3ueles primeiros anos decasamento devem terl!e proporcionado um pouco da satis"a$%o 3ueproporcionaram a ela. A "orte atra$%o "ísica estivera presente 0 3uantoa isso, n%o !avia dúvidaR mas ele, o rei vigoroso, 3ue em toda a suavida conseguira o 3ue 3ueria e 3uando 3ueria, "ora logo in"iel. &leanoragora ria da "úria 3ue sentira 3uando desco-rira o "ato gra$as aope3ueno *eo"redo -astardo 3ue enri3ue levara para a ala das crian$as.Nue gloriosa -atal!a se travara ent%o, e como ela se deliciaraR gostarade ver a raiva 3ue tomara conta dele, por3ue de certo modo a3uilo oen"ra3uecia. Nuando o genio dele "icava "ora de controle e ele c!utavao-6etos inanimados, 3uando se deitava no c!%o e rolava numa agonia deraiva e cortava os 6uncos imundos com os dentes, ele se traía. A3uelesmagní"icos poder e "or$a 3ue normalmente eram características suas"icavam perdidos no !omem 3ue podia controlar eQ+rcitos mas n%oconseguiacomandar sua pr7pria naturea.&leanor n%o conseguia parar de pensar nele e, por estran!o 3ue

parecesse, seu 7dio por ele a a-sorvia tanto 3uando outrora a a-sorverao amor por ele. ouvera +poca em 3ue ela n%o mediria es"or$os para "a0lo progredirR agora, empregaria a mesma energia para destruí0lo.Como &leanor amava a3uela cidade Sua cidade & ele, enri3ue, era du3uede A3uit;nia, mas n%o deveria continuar a s0lo. A3uele título era parao adorado "il!odela, 'icardoR e 3uando 'icardo se tornasse du3ue de A3uit;nia, deveriaser de verdade. enri3ue "icava muito contente ao conceder títulos aos"il!os, desde 3ue "icasse entendido 3ue nen!um poder acompan!ava ostítulos. A m%o dele seria a m%o 3ue governaria, como o 6ovem enri3ue 0

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orgul!oso de ser c!amado de rei 0 estava perce-endo.as n%o seria sempre assim. O povo de A3uit;nia 6/ estava perce-endoalguns indícios 3uanto ao relacionamento entre o rei e a rain!a, e n%o!avia dúvidas so-re para onde pendia a sua lealdade. &le demonstrava,sempre 3ue &leanor saía, 3ue a considerava a sua du3uesa e 3ue nuncairia su-meter0se ao irrit/vel e arrogante angevino2F

3ue se considerava con3uistador da &uropa. %o, o povo amava a suadu3uesa &leanor, a dama da can$%o e do sa-er, a rain!a aventureira cu6aconduta tantas veesescandaliara o mundo, mas at+ mesmo a3ueles esc;ndalos !aviam aumentadoo carin!o do seu povo do Sul por ela.com "re3uncia, ela su-ia nas mural!as do castelo e contemplava comorgul!o e emo$%o a cidade l/ em-aiQo. Ol!ava para a -ela otre #ame 4a*rande e para o -atist+rio de Saint Jean e sentiase 6ovem outra ve.@em-rava0se tam-+m de 3uando a magní"ica catedral de Saint Pierre tin!asido construída. &ram muitas as recorda$5es, ali, de outras +pocasR eol!ando para o passado, estaria ela lamentando o t+rmino de sua6uventudeComo poderia lamentar, se os anos l!e !aviam traido seus ado0 rados

"il!os & o principal deles era 'icardo.&la sempre adorara a -elea na "orma !umana, e a seu ver o "il!o era oseu ideal. Alguns poderiam dier 3ue "altavam a ele os tra$os regularesde -elea do irm%o mais vel!o, enri3ue, mas a "or$a de car/terestampava0se em seu rosto, e em-ora &leanor amasse todos os "il!os etivesse se decidido a lig/0los a ela, 'icardo erao 3ue rece-ia o mel!or de sua dedica$%o.'icardo era alto, as pernas longas, e destacava0se pelo comprimento dos-ra$os. Os ca-elos n%o eram nem vermel!os nem louros, mas de uma corintermedi/ria, e osol!os eram auis. #esde cedo ele mostrara grande valentia e uma taman!a"or$a de prop7sito, 3ue uma ve tomada uma decis%o de completar umatare"a, nunca vacilava en3uanto ela n%o estivesse terminada. ae3uita$%o, no arco e "lec!a e em todos os outros esportes, so-ressaía0se, e o 3ue encantava a rain!a era o "ato de ele ser tam-+m perito em"aer versosR sa-ia cantar e tocava o alaúde como os mel!ores de seustrovadores. Agora 3ue &leanor sentia a3uele violento 7dio pelo marido,concentrava o amor nos "il!os, e em especial em 'icardo.&le retri-uía a3uele amor. A ela, con"iava suas am-i$5es. *ostava deouvir "alar das aventuras dela na Terra Santa e ela adorava cont/0las,dramatiando0as, narrando0as em versos e glori"icandoas em can$5es. &laseram romantiadas e davam !ist7rias encantadoras, e &leanor e os amantes3ue tivera na3uela louca aventura eram a !eroína e os !er7is de uma!ist7ria t%o interessante e rom;ntica 3uanto a de Art!ur, *uinevere [email protected] A!, como esta cidade + -onita 0 diia ela. 0 in!a cidade 3ue ser/sua, 'icardo. &sta cidade so-re uma montan!a. Sa-ia

2M3ue arco Aur+lio construiu a3ui um an"iteatro para rece-er 22 milespectadores Os sarracenos "oram des-aratados a3ui 3uando avan$aramimpetuosamente pelo territ7rio da Eran$a. #a3ui destas mural!as pode0sesentir tudo isso, n%o& 'icardo compreendia como certa ve ela pensara 3ue o pai dele iriacompreender. Por3ue nos primeiros tempos do casamento dos dois, enri3ueadorara literatura e as o-ras 3ue "ossem produto da imagina$%o. as setornara grosseiroR o amor pelo poder e a devassid%o tin!am sido a causa.0 Nuando entra numa cidade 0 diia &leanor aos "il!os 0, ele n%o v a

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magní"ica "ac!ada de uma catedralR n%o ouve o melodioso som dos sinos.&Qamina as mul!eres e escol!e 3ual a 3ue levar/ para a cama para sedivertir, sem se importar se ela est/ disposta ou n%o.0 &speremos 3ue ele n%o ven!a a Poitiers 0 disse 'icardo.0 Earemos o possível para mante0lo longe da3ui.0 Ora, min!a m%e, a sen!ora n%o poderia "aer isso.0 Ac!a 3ue n%o & se eu "iesse com 3ue o povo da3ui tivesse tal avers%o

por ele a ponto de recusar0se a rece-0lo0 4sso seria eQatamente o maior estímulo para 3ue ele viesse. &ntrariana cidade com seus cavaleiros e soldados em tal 3uantidade 3ue ningu+mousaria opor0se a ele.0 Tem ra%o, meu "il!o. esmo assim, n%o pretendo 3ue meus súditos se6ammantidos na ignor;ncia do tipo de !omem 3ue ele +.0 %o vamos pensar nele. Somos "elies sem ele 0 disse 'icardo.& eram, mesmo.0 Damos plane6ar um -aile de m/scaras para aman!%. Ser/ 3ue voc poderiacompor alguns versos especiais para a ocasi%o O 3ue ac!a, 'icardo&le a considerou uma eQcelente ideia, e disse 3ue iria come$ar logo aeQecutar a tare"a.& assim a vida seguia praerosa em Poitiers. ouve muitos -ailes de

m/scaras, muitos -an3uetesR com &leanor estavam seus "il!os 'icardo e*eo"redo, e at+ este último era um trovador rao/velR !avia arguerite,"il!a de @uís e esposa do 6ovem enri3ue, 3ue ainda estava so- oscuidados de &leanor. A prometida de 'icardo, Alice, outra "il!a de @uís,mas meia0irm% de arguerite, por3ue arguerite era "il!a da segundamul!er de @uís e Alice era "il!a da terceira, estava sendo criada nacorte inglesa. J/ 3ue &leanor n%o podia ser2)uma esposa "eli, pelo menos podia ser uma m%e satis"eita. Os "il!os aamavam, e o mesmo acontecia com as "il!as. esmo a3uelas a 3uem elaa-andonara ainda guardavam uma certa a"ei$%o por ela.&ram arie e AliQ, as duas 3ue ela dera a @uís 3uando era sua mul!er.&la as adorara 3uando eram criancin!as, mas "ora uma mul!er aventureirademais para dedicar0se 1s crian$as. arie e AliQ estavam casadas agora 0arie com o conde de C!ampagne e AliQ com o conde de 8lois 0, mas asduas !aviam !erdado o seu amor pela literatura e, em conse3uncia, amel!or maneira de satis"aer a3uele amor era na corte de Poitiers, esempre 3ue possível as duas a visitavam.Nue alegria ver os criados correndo para avis/0la de 3ue as duas tin!amc!egado e ent%o descer at+ o p/tio para -e-er com elas a ta$a de -oas0vindas &leanor acreditava 3ue as "il!as n%o l!e guardavam rancor pelo"ato de t0las a-andonado. &las, como os outros "il!os, gostavam deouvir !ist7rias so-re a sua vida loucamente aventurosa. arie talve"osse a mais atraente das irm%s. &ra -onita e de uma perspic/ciaespont;nea 3ue encantava a todos, inclusive a m%e. arie tam-+m escreviauma poesia so"isticada, e &leanor sentia grande praer em ver a a"ei$%oentre os dois mais amados de seus "il!os, arie e 'icardo.

Eoi nessa corte "eli 3ue os mensageiros c!egaram da 4nglaterra com anotícia de 3ue T!omas 8ec9et, arce-ispo de Canter-ur, tin!a sidoassassinado em suacatedral.Os ol!os de &leanor -ril!aram de agita$%o.0 Assassinado 0 eQclamou. 0 & pelos cavaleiros do rei %o temosdúvidas de 3uem + o verdadeiro assassino.'icardo e *eo"redo "itaram0na !orroriados. Como eram inteligentes,pensou ela. O su"iciente para recon!ecer a import;ncia da3uela notícia0 A cristandade inteira ir/ erguer0se !orroriada contra o único

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respons/vel por esse crime 0 pro"etiou &leanor. 0 4r%o todos clamarcontra a -aiQea do assassinode um !omem desses. 0 &leanor soltou uma gargal!ada. %o conseguiuconter0se.4a ser engra$ado ver o e"eito da3uele ato, pois sa-ia 3ue seria enorme.4ria rever-erar pelo mundo todo e n%o seria -en+"ico para o !omem 3ueela odiava.

C!egara a !ora dos inimigos erguerem0se contra ele.Ol!ou para os "il!os e disse em vo pausada.0 &m -reve c!egar/ a !ora de vocs reivindicarem o 3ue l!es pertence. Omomento + per"eito para agir.GKA Princesa AliceO P'4&4'O CON?& passara. enri3ue saiu de sua c;mara de luto e riu deseus temores. %o era ele capa de manter o 3ue !avia conseguido 4a"icar com medo do castigo3ue o papa poderia tentar conseguir so- a amea$a de eQcomun!%o&le era citado como o assassino de T!omas 8ec9et, e por3ue as pessoas"icavam cada ve mais convencidas de 3ue T!omas era um santo, elas ool!avam com !orror.

O rei iria insistir no "ato de 3ue nunca pretendera 3ue seus cavaleirosassassinassem T!omas, e en3uanto isso era preciso cuidar das atividadesre"erentes 1 sua condi$%ode rei.Agora, mais do 3ue nunca, precisava mostrar ao mundo 3ue estava prontopara 3ual3uer um 3ue se levantasse contra ele.O du3ue Conan, da 8retan!a, morrera de repente e era claro 3ue poderia!aver pro-lemas na3uela /rea, por3ue Conan estivera guardando a 8retan!apara o "il!o de enri3ue, o 6ovem *eo"redo, 3ue, como ainda nemcompletara (G anos, n%o era capa de governar soin!o.T%o logo "icou sa-endo 3ue certos no-res -ret5es estavam declarando suarecusa em prestar0l!e !omenagem, enri3ue colocouse 1 "rente de umatropa de soldados e marc!ou contra a 8retan!a. @ogo de imediato, sentiu0se mel!or. 4ndependente do resultado daG(morte de 8ec9et, ele ainda era o rei da 4nglaterra e, sem dúvida, nemmesmo o papa ousaria atac/0lo.com a costumeira perícia, em pouco tempo "e com 3ue a3ueles -ret5esperce-essem 3ue ele era o sen!or. Seu "il!o *eo"redo ainda era demasiadocrian$a para assumir o papel de governante, mas o pai guardaria a terrapara ele at+ 3ue o "il!o atingisse a maioridade.#ada a3uela li$%o, enri3ue estava pronto para o 3ue desse e viesse.Pensava seriamente na 4rlanda. &sta era a resposta. %o iria "icar seremoendo em um de seus castelos, 1 espera da eQcomun!%oR entraria ema$%o e aumentaria suas possess5es, tornando0se assim mais poderoso do3ue nunca.&n3uanto resolvia os pro-lemas na 8retan!a, ele rece-eu mensagem do

conde um-ert de aurienne, 3ue perguntava se o rei podia rece-0lo,pois tin!a uma proposta a "aer0l!e.Sa-endo 3ue o conde um-ert era viúvo e tin!a duas "il!as, enri3ueadivin!ou 3ual poderia ser a naturea do assunto e, 3uando pensou nasposses do conde, n%o "icou contrariado.'ece-eu0o com !onras e pediu0l!e 3ue revelasse o motivo de sua visita.0 Como sa-e, sen!or meu rei 0 disse um-ert 0, n%o ten!o "il!os, masduas "il!as, e para mim seria uma grande !onra se Dossa a6estadeaceitasse a mais vel!a como esposa para o seu "il!o mais mo$o.enri3ue "ingiu ter sido apan!ado de surpresa. a realidade, estava

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longe disso. J/ pensara muito seriamente no 3ue um-ert poderia levarpara a sua "amília. A3uilo era muito importante. Suas "il!as atilda e&leanor 6/ estavam ade3uadamente colocadas atilda com o du3ue daSaQUnia, &leanor com o rei de CastelaR 3uanto a Joana, ainda era umacrian$a, tendo apenas seis anos de idadeR e "il!as eram um pro-lema semimport;ncia. &m geral, podiam "aer casamentos vanta6osos. com os"il!os, nem sempre era "/cil, por3ue se esperava 3ue o pai l!es desse

terras. O 6ovem enri3ue seria rei da 4nglaterra 0 6/ estava coroado 0,e como rei da 4nglaterra teria a ormandia e An6ouR 'icardo teria aA3uit;nia, e enri3ue !avia providenciado a 8retan!a para *eo"redo. as,e Jo%o, 3ue era um garotin!o Seu patrim7nio sempre "ora uma ansiedade.Nuando ele nascera, enri3ue ol!ara para o seu rostin!o e pensara: outro"il!o, e 3ue terras darei a ele enri3ue o apelidara ent%o de Jean SansTerreR e o apelido pegara. &le eraG2c!amado, com "re3uncia, de Jo%o Sem Terra <Jo!n @ac9land=. & Ali estavauma oportunidade de dar0l!e um territ7rio para governar. Pelaoportunidade de casar a "il!a com o "il!o do rei da 4nglaterra em-oraesse "il!o tivesse trs irm%os mais vel!os do 3ue ele e, portanto, sepudesse dier 3ue n%o tin!a como c!egar ao trono 0 um simples conde de

aurienne estaria pronto a dar muitas coisas.enri3ue semicerrou os ol!os e estudou o conde.0 8em, sen!or conde, creio 3ue sua "il!a se6a uma menina graciosa, de-oa saúde, e eu teria praer em rece-0la em min!a "amília, mas ten!o deprocurar o -em0estar de meu "il!o. Nue dote ela traria0 Para um casamento desses, eu estaria disposto a conceder a maior partede min!as terras. Ten!o, como Dossa a6estade sa-e, uma "il!a mais mo$a,e para ela preciso reservar um pouco de meus.territ7rios, mas 6/ 3ue elan%o pode esperar "aer um casamento t%o -ril!ante 3uanto o da irm%,naturalmente 3ue deve rece-er uma parte muito menor.0 / o condado de 8elle. & o vale da ovalesia 0 disse enri3ue.0 & 'ossillon0en08uge, ma6estade. AiQ, Aspremont, 'oc!etta, onta6or... 0 O conde continuou contando as propriedades nos dedos.O rei "icou con"irmando com a ca-e$a.0 & o sen!or tem direitos so-re *reno-le, creio eu.0 Ten!o, ma6estade, e isso tam-+m dever/ passar para a min!a "il!a maisvel!a.0 A mim, parece uma proposta -em 6usta 0 disse o rei.0 &u pediria 3ue o noivo trouQesse cinco mil li-ras para a min!a "amília0 acrescentou o conde.Cinco mil li-ras Por tanta coisa &ra um -om neg7cio, e os ol!os deenri3ue -ril!aram diante da perspectiva das terras 3ue passariam para a"amília com o casamento de Jo%o com a "il!a de um-ert de aurienne.0 V claro 3ue seu "il!o ainda + uma crian$a 0 continuou o conde.0 Nuase seis anos 0 concordou o rei 0, mas inteligente para a idade, en%o !/ motivo para 3ue n%o "a$amos o noivado dos dois. %o iremos lev/0los para a mesma cama,

por en3uanto, mas + -om 3ue eles sai-am 3ue pensamos neles.GGeg7cio "ec!ado.Jo%o 6/ n%o seria mais Sem Terra.&ra esse tipo de neg7cio 3ue agradava ao rei e o "aia es3uecer atempestade 3ue se "ormava devido 1 morte de 8ec9et.&n3uanto o rei se congratulava consigo mesmo por a3uele casamento,c!egaram ao castelo notícias pertur-adoras. #ois legados papais 6/!aviam cruado as "ronteiras e entrado na Eran$a, seguindo em sua miss%ode levar uma mensagem do papa ao rei da 4nglaterra.

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enri3ue estava -em ciente do 3ue conteria a3uela mensagem. Seus espi5estin!am ouvido dier 3ue o papa 3ueria 3ue ele o-servasse sua !umildade,o 3ue signi"icava cumprir certa penitncia por sua parte no assassinatode 8ec9et. Eaer a3uilo seria admitir pu-licamente a culpa, e isso erauma coisa 3ue ele n%o estava disposto a "aer.Tin!a de deiQar a Eran$a de imediato, antes 3ue os legados p/paisc!egassem at+ ele. @/, daria ordens para 3ue 3ual3uer mensageiro do

papa, ao pUr os p+s na4nglaterra, "osse preso como espi%o.#epois, iria "aer planos para sua campan!a contra a 4rlanda. Acon3uista da3uele país n%o poderia ser "eita em poucas semanas. Seria,sem dúvida alguma, uma campan!ade certa dura$%o, e en3uanto estivesse empen!ado numa tare"a da3uelasn%o se poderia esperar 3ue se preocupasse com outros assuntos. Nuantomaior o intervaloentre o assassinato e a admiss%o, mel!or.&nt%o... para a 4nglaterra.Sua primeira visita "oi a 'osamund, agora instalada no aposento real emestminster. Como sempre, a -elea dela o surpreendeu e ele "icouimpressionado, como nunca deiQara de "icar, com o "ato de poder am/0la

por tanto tempo. Os anos acrescentaram uma certa serenidade aos encantosdelaR e enri3ue pensou como 'osamund era muito mais atraente do 3ue umamul!er mais inteligente e am-iciosa teria sido. Claro 3ue a estavacomparando com &leanor.'osamund "icou contente em v0lo, e no primeiro dia e na primeira noiten%o !ouve outra coisa sen%o a3uele praer mútuo.&la l!e "alou so-re o medo 3ue sentira en3uanto ele estivera "ora. O reigarantiu 3ue na estrat+gia da guerra ele estava sempre um movimento 1"rente dos inimigosR e 3ue nunca a es3uecera e sua alegria por voltarpara a 4nglaterra era por3ue iria encontr/0la.Os dois "alaram so-re os meninos, 3ue agora estavam crescendo.GO 6ovem *uil!erme atingiria, dentro em pouco, a idade de irpara a corte.%o ten!a receio, os meninos ser%o como meus "il!os legítimos por3ue,'osamund, para mim voc + realmente min!a esposa.0 as n%o, meu sen!or, aos ol!os de #eus e do &stado.0 O 3ue importa isso, se aos meus ol!os voc + min!a mul!er vou dier0l!e uma coisa 3ue ultimamente tem estado em min!a ca-e$a. &u n%o amo arain!a... nem ela me ama. Por 3ue n%o me livrar dela0 #e 3ue maneira 0 perguntou 'osamund, com um tom de medo na vo.0 Por 3ue n%o me divorciar dela0 4sso nunca seria permitido.&le "icou estupe"ato. &ra raro 'osamund sugerir 3ue alguma coisa 3ue ele3uisesse n%o seria possível.0 Se eu o 3uisesse, seria "eito 0 disse ele, com certa impacincia.0 / o 6ovem rei e seus irm%os.

0 4sso n%o + assunto de interesse deles. A situa$%o deles n%o poderiaser alterada.0 com -ase em 3ue iria ter o seu div7rcio Se "osse por consanguinidade,o 6ovem rei e seus irm%os n%o seriam ilegítimosO rei suspirou.0 V verdade 0 admitiu. 0 Se "osse com -ase em adult+rio, isso n%o iriaa"etar meus "il!os. Pelos ol!os de #eus, duvido 3ue eu tivessedi"iculdade em provar alguma coisa contra ela. @uís poderia ter0sedivorciado dela so- a alega$%o de adult+rio. &la teve como amantes opr7prio tio e um sarraceno. Nual3uer mul!er 3ue "iesse

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isso...as um !omem acusar a mul!er de adult+rio 3uando ele pr7prio estava nacama com a amante era, at+ certo ponto, ridículo. Al+m do mais, umdiv7rcio com a3uela 6usti"icativa iria signi"icar 3ue nen!um dosparticipantes poderia tornar a se casar. Por isso, era claro 3ue o rein%o estava "alando s+rio 3uando declarou 3ue iria divorciar0se darain!a.

'osamund "icou in3uieta. Ac!ava 3ue deveria c!egar uma !ora na vida de3ual3uer mul!er em suas condi$5es em 3ue ela deveria perguntar a simesma 3ual seria o seu "uturo. 'osamund n%o estava preocupada com o seu"uturo material. Sa-ia 3ue o rei, mesmo se deiQasse de estar apaiQonadopor ela, iria sempre sustent/0laGHe tam-+m os "il!os dos dois. %o era isso 3ue a preocupava.Como todas as demais pessoas, 'osamund !orroriara0se com a notícia doassassinato de 8ec9et. &la sa-ia o nível a 3ue o rei se envolvera coma3uele !omem. Tin!am sido muitas as vees em 3ue ele "ora at+ elapro"undamente pertur-ado, angado, triste 0 e tudo por causa de T!omas8ec9et. &le conversara com ela, muitas vees, como se estivesse "alandoconsigo mesmo... 1s vees, divagava so-re a grande amiade 3ue eQistira

entre os dois, e 1s vees "alava so-re as inúmeras maneiras 3ue T!omas!avia desco-erto para persegui0lo. Certa ve, dissera:0 Para mim, n%o !aver/ pa en3uanto T!omas 8ec9et "or arce-ispo deCanter-ur. Nuem me dera "icar livre desse !omemNuando ouvira dier 3ue T!omas tin!a sido assassinado, 'osamund n%oconseguira tirar a3uelas palavras da ca-e$a. & estava sempre vendoenri3ue na3uelas ocasi5es em 3ue ele desa-a"ava sua raiva contra oarce-ispo. a +poca, ele a deiQara com medo diante da violncia de sua"úria, e s7 a ador/vel solicitude de 'osamund !avia evitado 3ue elecedesse a ela. 'osamund o acalmava, na3uelas ocasi5es, concordando comele, o"erecendo0l!e solidariedade, "aendo com 3ue ele perce-esse 3ue,independente do 3ue dissesse ou "iesse, ela acreditava 3ue ele estavacerto.& agora... 8ec9et.&la n%o conseguia deiQar de pensar nele. Eicara sa-endo do 3ueacontecera na catedral depois da morte. Nue os peregrinos 6/ estavamvisitando o local, os doentes e os alei6ados. &les acreditavam 3ue se-ei6assem as pedras so-re as 3uais o sangue dele !avia sido derramadoseriam a-en$oados e, talve, curados de seus pecados.Pelo menos agora ela n%o podia dier a si mesma ou ao rei: O 3ue "eestava certo.T!omas 8ec9et estava entre eles.enri3ue sentia a mudan$a 3ue !ouvera nela. A3uilo o deiQava "rustrado,colocava uma -arreira entre os dois. &la sorria e estava t%o graciosa eamorosa 3uanto sempreR ele estava ardenteR mas algo mudara norelacionamento, e am-os sa-iam disso.%o !avia, com 'osamund, o mesmo con"orto de antes.

o pal/cio de estminster, ele visitou a ala in"antil. #essa ve, s7estavam l/ seus dois "il!os mais mo$os 0 Joana, com sete anos, e Jo%ocom seis. O "ato de ter aca-ado de "aer um contrato de casamento para o"il!o ca$ula despertara o seu interesse por ele,GI3ueria contar ao pe3ueno Jo%o a grande sorte 3ue tivera.& Nuando entrou na ala in"antil, um medo respeitoso caiu so-re o local.As amas e as criadas curvaram0se at+ o c!%o e as crian$as "icaramol!ando, espantadas. enri3ue lan$ou um r/pido ol!ar so-re as mul!eres 0um !/-ito 3ue nunca o a-andonara 0 para ver se alguma delas merecia suas

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aten$5es passageirasR e talve por3ue sua mente estivesse ocupada com amudan$a de 'osamund, ou talve por3ue n%o "icasse muito impressionadocom nen!uma delas, dispensou0as.As crian$as estavam vendo um livro de gravuras, e com elas estava umamenina de one ou doe anos. Todas se levantaram. As duas meninas"ieram uma mesura, e o 6ovem Jo%o se curvou.Nue trio agrad/vel O rei sentiu seu estado de espírito mudar en3uanto

os o-servava. Seu "il!o Jo%o era uma criatura encantadora, o mesmoacontecendo com a "il!a. &m gra$a e -elea, por+m, ele tin!a de admitir3ue a compan!eira deles os so-repu6ava.@em-rou0se, de repente, de 3uem era ela. Claro 3ue era Alice, "il!a dorei da Eran$a, e ela estava sendo criada ali por3ue estava prometida aoseu "il!o 'icardo.0 &stou certo de 3ue est%o contentes por me verem 0 disse o rei.Jo%o sorriuR Joana parecia assustada, mas Alice respondeu:0 4sso nos d/ um grande praer, ma6estade.enri3ue pUs a m%o so-re os macios ca-elos encaracolados de Alice.0 & voc sa-e 3uem sou eu, mocin!a0 O sen!or + o rei.0 osso pai 0 acrescentou Jo%o.

0 Tem ra%o 0 disse enri3ue. 0 Dim ver como est%o todos passando na suaala in"antil. Damos, Joana, est/ na !ora de "alar.0 7s vamos -em, ma6estade 0 murmurou a garotin!a, tímida.enri3ue a levantou e a -ei6ou. As crian$as eram encantadoras. #epois,segurou Jo%o e "e o mesmo. Nuando o -aiQou, ol!ou para Alice. &laru-oriou0se ligeiramente.0 & a sen!ora. #evo trat/0la da mesma maneira, n%o &rgueu0a nos -ra$os.O rosto dela "icou perto do seu. A tessitura da pele das crian$as erat%o "ina, t%o macia... em mesmo -eldades como 'osamund podiamcomparar0se a elas. enri3ue sentiu um grande praer em ter a3uela -elamenina nos -ra$os. ContinuouGFa segur/0la. Ol!ou0a nos ol!os muito -onitos. 'icardo, pensou ele, voctem uma preciosidade nesta menina. A ideia de um @uís 3ue mais pareciaum monge ser o pai de uma criaturin!a t%o per"eita o divertia.Jo%o e Joana ol!avam para ele. &le apertou Alice e tornou a -ei6/0la,dessa ve na -oca.0 Dossa a6estade est/ -ei6ando mais a Alice do 3ue a gente0 disse Jo%o.enri3ue colocou a menina no c!%o.0 Ora, ela + nossa !7spede, e por isso temos de "aer com 3ue sai-a 3ue+ -em0vinda.0 &nt%o Alice + nossa !7spede 0 perguntou Jo%o. 0 #iem 3ue ela + nossairm%.0 &la vai ser irm% de vocs, e + nossa !7spede. 0 enri3ue pegou um doscac!os de Alice e enrolou0o no dedo. 0 & 3uero 3ue ela sai-a 3ue nunca!ouve uma pessoa mais -em0vinda no meu reino. O 3ue tem a dier so-re

isso, Alicin!a0 Dossa a6estade + -om 0 retrucou ela.&le se a6oel!ou, "ingindo 3ue era para ouvi0la mel!or, mas na verdadeera para aproQimar mais o rosto do dela.0 &u gosto muito de voc 0 disse eleR e deu0l!e um tapin!a no rosto, esuas m%os tocaram os om-ros da menina e desliaram pelo corpo in"antilainda n%o "ormado.enri3ue se levantou.0 Agora, vou me sentar e vocs v%o me dier como est%o indo nos estudos.0 Ol!ou para Jo%o, cu6a eQpress%o se tornara um tanto aca-run!ada. 0

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Ora, ora, meu "il!o 0 disse ele, pois seu estado de espírito estava maiselevado do 3ue estivera desde 3ue sou-era da morte de 8ec9et 0, n%o nosapro"undaremos muito no assunto, se isso n%o "or agrad/vel, por3ue esta+ uma ocasi%o para se comemorar. 0 Tomou a m%o de Alice em uma das suase a de Joana na outra, e levou0as at+ a 6anela. @/, sentou0se.Jo%o encostou0se em um de seus 6oel!os, e Joana, no outro.0 Den!a, Alice, min!a 3ueridin!a 0 disse ele, e puQando0a por entre os

6oel!os segurou0a 6unto a ele. 0 Agora, somos um grupo de amigos. Jo%o,meu "il!o, vim v0lo por3ue ten!o -oas notícias para voc.0 Para mim, ma6estade 0 -radou Jo%o, come$ando a dar pulos.0 %o deve "aer isso 0 disse Joana.GM0 Ora, vamos deiQar 3ue ele eQpresse um pouco de alegria, min!a "il!a,por3ue o assunto + muitíssimo agrad/vel. Ten!o uma noiva para ele.0 ?ma noiva. O 3ue + isso 0 indagou Jo%o.&le + muito crian$a para compreender 0 disse Alice.0 Claro 0 concordou o rei, acariciando delicadamente o -ra$o dela. 0 asvoc, n%o, min!a 3ueridin!a. Doc est/ noiva de meu "il!o 'icardo,certo0 &stou, ma6estade 0 disse Alice.

0 Ainda + 6ovem demais para ir ter com ele 0 continuou o rei, e "icouassom-rado com o alívio 3ue sentiu. Seria insuport/vel deiQar 3ue a3uela-ela menina se casasse com algum menino trapal!%o. 'icardo era -onito,mas ainda muito crian$a.0 as ser/ em -reve 0 disse Alice.0 %o. Ainda "alta algum tempo 0 retrucou o rei, com "irmea.0 & eu 0 disse Jo%o.0 Ou$am o nosso 6ovem noivo Joana, Alice, min!as 3ueridas, escutem s70 O sen!or disse 3ue se tratava de min!a noiva, meu pai.0 & +, mesmo, meu "il!o. &ncontrei uma noiva 3ue "ar/ muito -em a voc ea n7s, e o pai dela e eu concordamos 3ue 3uando os dois tiverem idadesu"iciente ir%o se casar. O nome dela +... ora, ela tem o nome mais-onito do mundo. Nual pensa 3ue + Alice O mesmo 3ue o de min!a 3uerida"il!a a3ui. Alice, eu 6/ passei a adorar esse nome.&la sorriu, encantada, e uma covin!a apareceu0l!e nas "aces.0 Doc + uma menina 3uerida, e eu amo voc. 0 enri3ue apertou0a contrao corpo e deu0l!e um -ei6o ardente no rosto.Jo%o "aia perguntas, impaciente. Nueria sa-er 3ual a altura da noiva.Se ela sa-ia -rincarR se era -onitaR se era -oa nas li$5es.0 &la + tudo isso e est/ muito "eli por ser min!a "il!a e sua esposa 0a"irmou o rei.Jo%o riu, satis"eito. A3uele seu "il!o ca$ula era um menino encantador.Os outros sempre demonstravam um certo ressentimento para com enri3ue.&ra in"luncia da m%e, disso ele estava certo. Agora, o am-iente na aladas crian$as estava -em di"erente. &le precisava visit/0la com mais"re3uncia.O "il!o ilegítimo, Ceo"redo, 6/ n%o se encontrava mais l/. &stava

G)sendo educado nas artes do cavaleirismo. ?m -elo garoto, o *eo"redo.enri3ue sempre o !avia pre"erido 1 nin!ada de &leanor. as seu "il!oenri3ue era t%o-onito 3ue ele teria gostado 3ue !ouvesse uma liga$%o mais "orte entreos dois. Nuanto a 'icardo, era t%o pre"erido pela m%e 3ue parecia 3ue osdois nunca poderiam sentir outra coisa 3ue n%o inimiade um pelo outro.Jo%o era di"erente 0 o "il!o mais mo$o cu6o amor pelo pai nunca "oramaculado pelo veneno da m%e.#ali por diante, Jo%o seria o seu "avorito. enri3ue iria visitar a ala

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in"antil com "re3uncia, e n%o seria um dever, mas um verdadeiro praer.A ra%o principal era a3uela encantadora criaturin!a, Alice. ?ma-elein!a em "orma$%o, se + 3ue ele con!ecia alguma coisa, e pelaeQperincia 3ue tivera devia sa-er muito -em.Nuerida e doce criatura, 3ue -em ela l!e "iera *ra$as a ela, eledeiQou de pensar na atitude di"erente de 'osamund e, acima de tudo, noassassinato de T!omas 8ec9et.

enri3ue estaria pronto para partir em dire$%o 1 4rlanda em agosto. At+ali, ele !avia mantido os legados papais acuados. Sa-ia 3ue eles n%odeiQariam as coisas continuarem da3uele 6eito. O 3ue iriam 3uerer deleSupun!a 3ue algum tipo de penitncia, e se ele se recusasse a "a0la...eQcomun!%o. %o era -om para um rei so"rer uma eQcomun!%o. Seus súditoseram supersticiosos, e se receassem 3ue a m%o de #eus estava contra ele,iriam a"astar0se dele e at+ mesmo a3ueles 3ue continuassem leaisperderiam o ;nimo. enri3ue acreditava 3ue 3uando os !omens se envolviamem -atal!as precisavam estar -em e3uipados para a luta, n%o apenasmaterialmente, mas espiritualmente. Precisavam acreditar na vit7ria,para 3ue pudessem alcan$/0la. &sta "ora uma das "irmes cren$as de seu-isavU, *uil!erme, o Con3uistador, 3ue insistia em ver o -em emaugúrios, 3uando outros !omens temiam 3ue eles pudessem indicar o mal. O

avU, enri3ue 4, s7 acreditava em press/gios 3uando eram -onsR emostrara ser um dos governantes mais astutos 6/ con!ecidos.Portanto, enri3ue n%o 3ueria eQcomun!%o alguma. as o tempo era um -omaliado. Nuanto maior a demora entre o assassinato e a admiss%o da culpamel!or. As paiQ5es es"riavam, e desde 3ue n%o !ouvesse uma 3uantidadedemasiada de milagres no santu/rio de Canter-ur, ele poderia en"rentara3uela tempestade como en"rentara tantas outras.A 4rlanda estava agora 1 sua "rente.K&le estava a camin!o de Portsmout! 3uando rece-eu a notícia de 3ue ovel!o -ispo de inc!ester se encontrava doente e ac!avam 3ue estivessemorrendo, e pedia para ver o rei.%o !avia outra coisa 3ue enri3ue pudesse "aer, a n%o ser visitar oanci%oR n%o se recusava o pedido de um mori-undo.Po-re !omem &stava, realmente, em seus últimos momentos. %o !aviadúvida de 3ue estava pronto para morrer, pois !/ muito tempo 3ue estavacego.&ra irm%o de &stv%o, 3ue usurpara o trono 3ue, por direito, deveria terpertencido 1 m%e de enri3ue, atildaR e o -ispo de inc!ester "ora umdos principais apoiadores do irm%o, em-ora !ouvesse +poca em 3ue "icarat%o irritado com as loucuras de &stv%o 3ue 3uase se decidira a apoiaratilda. 4sso se passara !avia muito tempo, e os erros tin!am sidocorrigidos, por3ue ele, enri3ue Plantageneta, neto do rei enri3ue 4,era o rei da 4nglaterra.&ncontrou o -ispo 1 -eira da morte, mas ele pareceu reviver um pouco aoperce-er a presen$a do rei.0 O sen!or meu rei "oi -om ao atender ao meu último pedido.

0 eu caro -ispo, por mais 3ue n%o me agradem os pedidos do meu clero,espero 3ue n%o ten!a sido o seu último.0 A!, Dossa a6estade est/ me vendo "raco e com muita idade, e n%o podeter dúvidas... 6/ 3ue n%o ten!o nen!uma... de 3ue min!a !ora c!egou.0 Nue #eus a-en$oe sua alma, sen!or -ispo.0 & a sua, ma6estade. Sa-er/ o motivo pelo 3ual pedi para vlo por3ue eu3ueria "alar com Dossa a6estade antes de deiQar esta terra para sempre.Ten!o medo 3ue algo l!e aconte$a, ma6estade.0 Anime0se. Ten!o cuidado de mim mesmo e de meu reino !/ muitos anos.%o ten!a receio, continuarei a "aer isso, independente do 3ue

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acontecer.0 V o 3ue pode acontecer, ma6estade, 3ue me deiQa apreensivo.0 O sen!or me c!amou at+ a3ui para "aer pro"ecias som-rias, sen!or-ispo0 a6estade, sa-e 3ue me re"iro ao assassinato.0 Poucas pessoas se re"erem a outra coisa, agora. &stou um tantoen"adado do assunto.

0 #eve estar com o cora$%o so"rendo muito, ma6estade.0 O arce-ispo morreu. ada poder/ tra0lo de volta. Nuando um !omem temum reino para governar, n%o pode dedicar0se a um luto prolongado por3ueum súdito morreu.(0 T!omas n%o era um súdito 3ual3uer.0 ada menos do 3ue o arce-ispo de Canter-ur, em-ora durante algunsanos tivesse pre"erido es3uecer0se disso.0 %o pode enganar um mori-undo, ma6estade. Dossa a6estade est/ com ocora$%o a"lito e teme as conse3uncias.0 Por 3ue estaria, diga0me0 Por3ue, ma6estade, o sen!or + culpado de assassinato, e do assassinatode um santo.

0 Sen!or -ispo, o sen!or se es3uece com 3uem est/ "alando.0 &stou morrendo, ma6estade. ada 3ue pudesse me "aer iria mepre6udicar. #iante da morte, eu "alo a verdade.0 %o + uma atitude covarde 0 dier0se, diante da morte, a3uilo 3ue setemia dier en3uanto vivo0 &u o diria ainda 3ue tivesse mais de anos de vida. Tremo por Dossaa6estade, por3ue Dossa a6estade matou um santo.0 Sen!or -ispo 0 disse o rei, "ingindo en"ado 0, meus cavaleiros n%o meentenderam de "orma correta. &u es-rave6ei contra ele. Nuem n%o o "aria&le me perseguia. Erustrava0me em todas as oportunidades. &u o perdoava.Permiti 3ue voltasse para a 4nglaterra depois do eQílio, e o 3ue "oi 3ueele "e Tentou levantar o país contra mim.0 &le n%o "e nada disso. 4sso era o 3ue seus inimigos diiam contraele. &le sempre "oi amigo de Dossa a6estade.O rei "icou calado por uns momentos, e depois -radou:0 %o tive nada a ver com a morte dele %o 3ueria 3ue ele morresse.0 a6estade 0 disse o -ispo, erguendo a m%o 0, seus cavaleiros mataram oarce-ispo por3ue Dossa a6estade os "e acreditar 3ue assim o dese6ava.%o pode negar isso, e Dossa a6estade + respons/vel pela morte dele.'eceio 3ue seu castigo ser/ terrível.?ma intensa raiva tomou conta do rei. &le cerrou o pun!o e 3uis a-at0loso-re a3ueles ol!os sem vis%o. as se tratava de um !omem mori-undo, eum medo e um remorso terríveis dominaram logo a sua "úria. Eicou 3uieto,com o -ra$o erguido.0 Arrependa0se, ma6estade. Pe$a perd%o a #eus por esta terrível a$%o. 0O -ispo "icou repentinamente im7vel.0 Den!am c/. O -ispo est/ morrendo 0 -radou o rei. Eicou contente por

escapar da3uela c;mara da morte. &stavacom medo, e o medo o deiQava angado.20 T!omas 0 murmurou ele 0, ser/ 3ue voc vai me perseguir para sempre 0&le tin!a de "ugir. Tin!a de tirar da menteas recorda$5es de T!omas, recorda$5es do -ispo mori-undo.ormalmente, ele iria a toda velocidade para o lado de 'osamundR agora,ac!ava 3ue a inocncia das crian$as na ala in"antil real podia acalm/0lomais.Nuando os reis da 4rlanda sou-eram 3ue enri3ue Plantageneta !avia

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desem-arcado, apressaram0se a 6urar0l!e "idelidade. Os c!e"es e reis delugares como ater"ord, Cor9 e @imeric9 estavam todos ansiosos porevitar a guerra. Tremiam diante do poder do rei da 4nglaterra. &les eramceltas, !omens altos e elegantes, e tin!am o rosto corado. Suas túnicaseram de l% tecida toscamente, e suas armas de guerra eram primitivas,pois nada possuíam al+m de espadas, lan$as curtas e mac!adin!as. &m-oragostassem de discutir, com "re3uncia pareciam ter pouco ;nimo para uma

lutaR gostavam apaiQonadamente de música, e muitos deles tocavam !arpa.As casas eram de madeira e varas tran$adasR o campo era verde e "+rtil,o clima 3uente e úmido. enri3ue gostou do 3ue viu, e lem-rou aos seusseguidores 3ue o avU e o -isavU tin!am plane6ado con3uistar a regi%o,mas os compromissos na 4nglaterra e na ormandia tornaram0l!esimpossível "a0lo. Agora ele, 3ue tin!a territ7rios cada ve maiorespara controlar, estava prestes a con3uist/0la.&m ater"ord, ele rece-eu a !omenagem dos príncipes menores e com-inou3ue eles deveriam pagar0l!e um pe3ueno tri-uto anual como sinal de 3ue oaceitavam como seu suserano.S7 c!egou a #u-lin em novem-ro. 4nstalou seu 3uartel0general no pal/ciode madeira 3ue !avia l/R e mandou seus dois comiss/rios, 'oger de @ac e*uil!erme Eitalden, conversarem com 'oderic9, o rei de Connaug!t, 3ue

era o c!e"e de todos os príncipes menores. &les se reuniram 1s margensdo S!annon, onde 'oderic9 deiQou -em claro 3ue ele se considerava overdadeiro governante da 4rlanda e n%o tin!a inten$%o de a-dicar em"avor de enri3ue da 4nglaterra.Nuando enri3ue rece-eu a mensagem, "icou "urioso. Tudo tin!a saído t%otran3uilo at+ ali &le teria gostado de entrar em com-ate imediatamente,para mostrar aoreiin!o 3ue era o sen!or, mas o seu ol!o de soldado perce-eu deimediato 3ue as montan!as eram demasiado escarpadas e o tempo demasiadoúmido para permitir0Gl!e em-arcar numa campan!a vitoriosa. Xingou 'oderíc9 0 o único 3ue seopusera a ele 0 e 6urou 3ue t%o logo o tempo mudasse estaria pronto a"a0lo dese6ar 3uetivesse agido de maneira di"erente.Deio o atal. enri3ue n%o lamentou ter de cele-rar o "estival em#u-lin. O anivers/rio da morte de T!omas estava muito pr7Qimo, e elesa-ia 3ue na 4nglaterra e na Eran$a as pessoas iriam recordar0se.Portanto, era -om estar longe numa !ora da3uelas.Os irlandeses 3ue !aviam decidido aceit/0lo como seu governanteprestaram0l!e grandes !omenagens. C!egaram at+ a construir para ele umcastelo "ora dos muros dacidade. O castelo "oi construído em prao muito curto, e "oi "eito devarastran$adas. enri3ue "icou muito orgul!oso dele. #everia !aver uma grandecomemora$%ono dia de atal, disse ele, e ele iria convidar todos os seus novos e

leais súditos para a sua mesa.#epois, mandou seus coin!eiros prepararem uma lauta re"ei$%o 3ueimpressionasse tanto a3uela gente 3ue eles "icariam "alando nela duranteanos, e 'oderíc9 de Connaug!t ouviria "alar da ri3uea do novo sen!or da4rlanda.ouve divers5es e muita risada, e enri3ue ouviu concentrado as can$5ese as eQecu$5es na !arpa de seus novos súditos.Pouco depois das "estividades, providenciou para 3ue os -ispos da4rlanda 6urassem "idelidade a ele, e 3uando isso "oi "eito, escreveu aopapa pedindo a AleQandre

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3ue aceitasse a ele e a seus !erdeiros como governantes da 4rlanda.Tudo ia correndo -em, 1 eQce$%o do irritante 'oderic9, 3ue viviaa"irmando sua determina$%o de "icar contra o rei. enri3ue plane6avatomar 1 "or$a a3uilo 3ue 'oderic9 n%o l!e desse, mas o tempo aindaestava muito trai$oeiro para 3ue ele pudesse lan$ar sua campan!a. Ovento uivava rio acimaR a c!uva era torrencialR estava claro para o maisineQperiente dos soldados 3ue nen!uma campan!a poderia ser vitoriosa se

eQecutada na3uelas condi$5es.Janeiro passou, e "evereiro !avia c!egado, mas o tempo continuava contraeles, e nada !avia 3ue ele pudesse "aer, a n%o ser esperar.Por todo o ms de mar$o enri3ue esperou, e 6ustamente 3uando sepreparava para aca-ar com a resistncia de 'oderic9 para sempre,c!egaram navios da 4nglaterra.Traiam notícias pertur-adoras.o anivers/rio da morte de T!omas, os peregrinos c!egaram em grandeslevas em Canter-ur. uitos deles declararam 3ue "oram curados de suasen"ermidades no santu/rio do m/rtir. Todo mundo diia 3ue T!omas era umsanto.Pior ainda, o papa enviara os cardeais T!eodLine e Al-ert 1 ormandia, 1

procura do rei.0 Por 3ue est%o esperando na ormandia Por 3ue n%o vm 1 4nglaterra 03uis sa-er enri3ue.avia uma resposta simples para a3uela pergunta. %o iam at+ a4nglaterra por3ue sa-iam 3ue seriam presos por constituírem um perigopara a pa se pusessem os p+s l/.&m ve disso, aguardavam na ormandia.0 &nt%o, ter%o de aguardar 0 "oi a resposta de enri3ue.0 &st%o diendo, ma6estade, 3ue se n%o "or 1 ormandia imediatamente,eles tm autoria$%o do papa para promulgarem um edito con"iscando todasas suas terras.0 Pelos ol!os de #eus 0 murmurou o rei.&le sa-ia, + claro, 3ue tin!a de ir. Caso contr/rio, poderia perder aormandia.T!omas continuava a persegui0lo na morte, tanto 3uanto o "iera em vida0 e isso n%o era pouco.enri3ue trancou0se em seu aposento. O 3ue devia "aer J/ "aia mais deum ano desde a morte de T!omas, e o martírio estava t%o vivo como sempreestivera. Al+m do mais, !avia todos a3ueles milagres no santu/rio, e eletin!a um número demasiado grande de inimigos.%o ousava demorar0se. avia gente demais esperando para tirar0l!e asterras. %o podia con3uistar a 4rlanda inteira, como !avia plane6ado.'oderic9 de Connaug!t teria de esperar.#eiQando ug! de @ac com uma guarni$%o para manter o 3ue !avia gan!ado,enri3ue enviou mensageiros aos cardeais para dierl!es 3ue estavaseguindo imediatamentepara a 4nglaterra e c!egaria 1 ormandia no devido tempo.

a3uele atal, o 6ovem rei enri3ue decidiu lem-rar a todos de sua corte3ue ele era realmente o rei. O pai o enviara 1 ormandia ao seguir paraa 4rlanda, e l/ele deveria agir como uma esp+cie de regente.0 ?m regente 0 voci"erou enri3ue para *uil!erme, o arec!al.Y(H0 Por 3ue iria eu ser um regente Sou rei por nascimento.*uil!erme, o arec!al, so-rin!o do conde de Salis-ur, 3ue durantealguns anos ocupara o cargo de cavaleiro0mor do 6ovem enri3ue, era seumais íntimo amigo e compan!eiro.

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0 o devido tempo, Dossa a6estade ser/ rei de todas as maneiras 0lem-rou0l!e ele.0 %o en3uanto meu pai viver, *uil!erme.0 eu sen!or, n%o + conveniente "alar na morte do rei.0 Como posso deiQar de "alar nela S7 3uando ela acontecer + 3ue "icareilivre.*uil!erme, o arec!al, ol!ou por cima do om-ro, com medo, mas enri3ue

caiu na gargal!ada.0 %o ten!a medo. As pessoas da3ui s%o min!as amigas.0 ?m rei nunca sa-e 3uem s%o os seus amigos.0 Sei 3ue n%o eQiste um rei em toda a cristandade 3ue ten!a maisinimigos do 3ue meu pai. &le tem um temperamento 3ueprovoca inimiades.0 &u me arriscaria a contradi0lo, ma6estade.0 Ten!a cuidado, *uil!erme. @em-re0se de 3ue sou seu rei.0 & tam-+m meu amigo. Se eu tivesse de -a6ul/0lo como "aem tantos,deiQaria de ser amigo de Dossa a6estade. O 3ue dese6a, ma6estade, min!a-a6ula$%o, ou min!aamiade0 Doc sa-e, *uil!erme.

Y(O pro-lema mais s+rio 3uanto ao aportuguesamento dos nomes pr7prios3ue aparec+m na saga dos Plantagenetas "oi criado pela "igura de illiamars!al. ?ma dastradu$5es de mars!al <com um ou dois l= + marec!al, mesmo, o 3ueilliam era. O termo surgiu a partir do título dos marescalci, oumestres dos cavalos, dos primeirosreis "rancos. &ra o encarregado dos est/-ulos reais. a 4dade +dia, omarec!alato, gra$as 1 import;ncia da cavalaria nos com-ates, passou aser associado ao comandomilitar. illiam ars!al era con!ecido, na +poca em 3ue entra nestanarrativa, como illiam t!e ars!al <*uil!erme, o arec!al=. ais tarde,de acordo com o crit+rioadotado na 4nglaterra de considerar o título !eredit/rio, inclusive coma permiss%o de incorporar o ars!al ao so-renome, illiam tirou o t!e epassou a ser illiamars!al. A autora "a a distin$%o das duas "ormas, motivo pelo 3ualresolveu0se traduir o nome todo, para manter a "idelidade ao original.& se o leitor estiverpensando por 3ue n%o se manteve tudo no original, deve0se lem-rar 3uepor conven$%o vigente os nomes de reis, imperadores, papas, at+ (HKKdever%o ser gra"ados emportugus. Como a "igura de *uil!erme, o Con3uistador <illiam t!eCon3ueror= + citada ao longo dos volumes 3ue comp5em esta s+rie, porcoerncia todos os illiams"oram vertidos para *uil!erme. Se n%o se "iesse isso, o di/logo entreenri3ue e *uil!erme 3ue se segue n%o "aria sentido no trec!o 3ue a-ordao número de *uil!ermes

3ue !/ na corte. <. do T.=I0 Ac!o 3ue sei, e por isso vou arriscar0me a dier 3ue se ninguem gostade seu pai, s%o poucos os 3ue n%o o respeitam e o tememR e 1s vees +mel!or ser respeitado e temido do 3ue amado.0 &le o deiQou -esti"icado com os acessos de raiva.0 Pe$o0l!e 3ue n%o "ale dele dessa maneira. &le + pai de Dossa a6estadee nosso rei.%o + de se esperar 3ue eu me es3ue$a disso. as sai-a deuma coisa, *uil!erme, ele n%o vai me manter neste estado para sempre.

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0 Dossa a6estade ainda + 6ovem. Tem con3uistado o cora$%o dos !omenspela sua índole, mas n%o teria condi$5es de ir contra seu pai.0 &u n%o disse 3ue "aria isso, *uil!erme. Acontece 3ue 3uero ser rei emalgo mais do 3ue no nome.0 as 6/ eQiste um rei da 4nglaterra. enri3ue suspirou.0 Den!a, vamos pensar em outras coisas. &ste + o meu primeiro atal comorei e pretendo cele-r/0lo como tal. &sta corte n%o ter/ dúvidas 3uanto 1

min!a categoria.0 &sta corte, ma6estade, sa-e per"eitamente 3ual + a sua categoria.Dossa a6estade + o seu rei, e + a primeira ve na !ist7ria da4nglaterra 3ue ela tem dois reis.0 Eoi dese6o de meu pai, e ele n%o pode culpar ningu+m, a n%o ser a sipr7prio, por isso. Den!a, estou decidido a 3ue meu primeiro atal comorei se6a lem-rado para sempre, para 3ue o povo sai-a como a vida ser/alegre 3uando s7 !ouver um rei na 4nglaterra. vou l!e dier uma coisa,meu amigo: 3uando eu "or rei e tiver um "il!o, n%o se colocar/ uma coroana ca-e$a dele en3uanto eu n%o tiver morrido.*uil!erme, o arec!al, "icou calado, mas imaginava, como muita gentecome$ara a "aer, como enri3ue 44 podia ter cometido taman!o engano aomandar 3ue o "il!o "osse coroado rei en3uanto ele ainda vivia.

0 J/ sei 0 -radou o 6ovem enri3ue. 0 vou convidar todos os cavaleiros,condes e no-res, 6untamente com !omens da 4gre6a, para o meu -an3uete.&les rece-er%o presentes 3ue ir%o provar0l!es 3ue serei um rei generoso.eu pai + o mais parcimonioso !omem vivo. &le odeia dar alguma coisa.unca ir/ li-erar o controle 3ue ten!a so-re um s7 castelo en3uantoviver. ostrarei a meus súditos da3ui como serei di"erente. Nuero sert%o di"erente de meu pai 3uanto me "or possível. @amento ter o mesmonome 3ue ele.F0 Dossa a6estade pre"eria ter sido um *uil!erme0 4sso "oi meu irm%o mais vel!o. &Qistem mais *uil!ermes na 4nglaterra ena ormandia do 3ue 3ual3uer outro nome, palavra. S%o todos c!amadosassim em !omenagem ao meu trisavU, *uil!erme, o Con3uistador. Doc + umdeles, meu amigo.0 &u diria 3ue eQistem outros tantos enri3ues.0 %o, *uil!erme, aposto 3ue n%o. Ten!o uma ideia. o meu -an3uete, vouseparar todos os *uil!ermes e eles ir%o 6antar comigo num sal%o. Nuemn%o se c!amar *uil!erme n%o se sentar/ comigo. &nt%o, voc e eu iremoscont/0los e ver 3uantos *uil!ermes eQistem. Aposto 3ue !aver/ mais decem.enri3ue "icou entusiasmado com a perspectiva, e *uil!erme partil!ou deseu entusiasmo, perce-endo 3ue ao plane6ar as cele-ra$5es do atalenri3ue es3uecera a inimiade para com o pai.Ao desco-rir 3ue !avia ((K cavaleiros c!amados *uil!erme e muitos deoutras categorias, enri3ue "icou encantado.&le era o único enri3ue entre os *uil!ermes 3ue lotavam seus aposentos.A reuni%o rece-eu o nome de A Eesta dos *uil!ermes.

Nuando seu pai sou-e o 3ue acontecera, "icou contrariado com o 3ue l!epareceu uma "rivolidade in"antil. Ouviu tam-+m rumores da crescenteinsatis"a$%o do "il!o com a sua posi$%o, e isso era mais pertur-ador do3ue a sua irresponsa-ilidade.O 6ovem enri3ue partiu para a 4nglaterra logo depois do atal. O-an3uete tin!a sido um grande sucesso. Seu amigo *uil!erme, o arec!al,"aia -em 3uando l!e recomendava 3ue tivesse cuidado com os -a6uladores.as ele era realmente popular, -emapessoado, encantador 0 tudo o 3ue opai n%o era, e a3uilo 3ue *uil!erme c!amava de -a6ula$%o era, de "ato, averdade.

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Nuando ele estivera em 8ures, o tio de sua m%e, 'alp! de Eae, "oravisit/0lo e levara com ele um amigo, ug! de St. aure, e os doisdisseram 3ue levariam para sua m%e as notícias so-re seus r+gios!/-itos.&le "icara encantado com a3uele parente e o seu amigo. Os dois se !aviamdeclarado muito c!ocados diante da maneira pela 3ual seu pai procuravatrat/0lo.

0 A 6ulgar pela maneira de o rei se portar para com Dossa a6estade,parece 3ue Dossa a6estade + uma crian$a de de anos disseram eles. 0Ora, Dossa a6estade est/ com (F anos. V um !omem.M&ra verdadeR ele era um !omem, sendo tratado como um menino. Dossaa6estade deve mani"estar sua insatis"a$%o 0 disse0l!e 'alp!0enri3ue sa-ia disso. as, como &ra muito -om "alar em desa"iar o pai3uando este n%o se ac!ava l/, e uma 3uest%o inteiramente diversa 3uandose estava "rente a "rente com ele. O 6ovem enri3ue se lem-rava de comoo rosto "icava corado, os ol!os pareciam come$ar a sair das 7r-itas, e aterrível "úria come$ava a surgir. Nual3uer !omem inteligente "icarialonge da3uilo.Ainda assim, eles tin!am ra%o. Algo devia ser "eito, mas teria de ser

mais sutil do 3ue a con"ronta$%o com seu pai e uma eQigncia de 3ue seusdireitos l!e "ossem concedidos.&n3uanto a3uilo n%o acontecia, ele estava indo at+ a 4nglaterra, e eral/ 3ue mais gostava de "icar, por3ue l/ ele era reiR e 3uando opaiestava ausente, ele podia iludir0se e pensar 3ue governava o pais.%o l!e permitiram iludir0se por muito tempo. %o estava em estminster!avia mais de um ms, mais ou menos, 3uando o pai c!egou.Eace a "ace com o enri3ue mais vel!o, o mais 6ovem perdeu a coragem.Sempre "ora assim. Por mais 3ue voci"erasse contra o pai 6unto aosamigos, -astava o pai aparecer para ele "icar imediatamente su-misso.0 &u sou-e 3ue voc passou um atal agrad/vel em 8ures disse o rei.0 Penso 3ue meus... nossos súditos "icaram contentes com a demonstra$%o3ue "i.O enri3ue mais vel!o -alan$ou a ca-e$a para cima e para -aiQa0 Doc parece ter uma certa predile$%o pelos meus súditos normandos.4sso + -om, por3ue estamos partindo em pouco tempo para a ormandia.0 7s... 0 gague6ou o 6ovem enri3ue.0 &u disse n7s, o 3ue signi"ica voc e eu.0 O sen!or vai precisar de mim na 4nglaterra en3uanto estiver naormandia.0 eu magistrado 'icardo de @uci goa de min!a inteira con"ian$a.0 Pai, eu pre"eriria "icar a3ui. Para mim, 6/ c!ega de ormandia.)O rei ergueu as so-rancel!as, e o "il!o "icou alarmado ao ver ocon!ecido apertar de l/-ios e o -ril!ar de ol!os 3ue avisavam a 3uem3uer 3ue os visse 3ue deveria tomar cuidado, por3ue eram sinais deperigo.

0 Pensei 3ue "osse 3uerer 3ue eu... 0 come$ou o 6ovem enri3ue.0 J/ l!e disse o 3ue 3uero. Doc ir/ preparar0se a "im de partir para aormandia. Nuero a sua compan!ia l/, meu "il!o.0 Sim, ma6estade 0 disse o 6ovem rei em vo -aiQa.A3uilo era !umil!ante. o íntimo, enri3ue voci"erava contra o papa. &leprecisava se controlar. &stava numa posi$%o muito delicada. O "ato deele, enri3ue Plantageneta, ser convocado para um encontro com oslegados papais era um insulto. o entanto, o 3ue podia "aer Tin!a deagir com muito cuidado, ou o mundo inteiro "icaria contra ele.Precisaria lidar com muita sutilea com a3ueles emiss/rios do papa, e

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3ueria estar inteiramente livre de angústias 3uando "iesse a3uilo. A4rlanda estava garantida, acreditava ele, muito em-ora ainda n%oestivesse con3uistada de todo. &le pr7prio estaria na ormandia. &leanorse encontrava na A3uit;niaR e ele n%o iria deiQar, em a-soluto, o 6ovemenri3ue na 4nglaterra. Teria de estar atento 13uele rapa. Come$ava aperce-er o grande erro 3ue cometera ao coro/0lo rei. Por 3ue "ieraa3uilo Para irritar T!omas 8ec9et. Para "aer com 3ue o menino "osse

coroado por 'oger de or9. Sim, a3uilo tin!a sido "eito, em parte, para!umil!ar T!omas 8ec9et. T!omas... a coisa sempre voltava para T!omasAgora, ele precisava de um pouco de consolo antes de partir para aormandia, e iria visitar 'osamund.Ac!ou 3ue parecia "altar algo no praer dela. Apesar de respeitosa comosempre, decidida a agrad/0lo, !avia um certo ar de tristea.&le acordou durante a noite e sentiu o peso de suas atri-ula$5es.Acariciou os ca-elos dela e despertou0a com -ei6os.0 in!a 'osamund, duvido 3ue alguma ve eu ten!a estado na situa$%o em3ue me encontro agora.&la "icou inteiramente desperta de imediato, pronta para ouvir, paraconsolar.0 Antes de conseguir o reino 3ue era meu por direito, eu tin!a muito

pouco, a n%o ser min!as esperan$as. &stava certo, ent%o, do sucesso.&nt%o, consegui esse sucesso e meus pro-lemasHKcome$aram. V o destino dos reis da 4nglaterra, desde a +poca doCon3uistador. ossas terras est%o muito espal!adas para 3ue possamosmante0las em ordem. 4sso, eu aceitei. Sa-ia 3ue a 3ual3uer momento teriade correr para a ormandia a "im de dominar este ou a3uele traidor, edepois voltar para a 4nglaterra por3ue precisavam de mim a3ui. as nunca"ui convocado antes.0 %o pode recusar0se a ir0 &u teria toda a cristandade erguida contra mim. Nuem dera 3ue essesmilagres em Canter-ur aca-assem. %o acredito neles. S%o uma inven$%odos meus inimigos. 0 enri3ue sentiu 'osamund estremecer. At+ ela mudaradepois da morte de T!omas 8ec9et. 0 Doc acredita nisso, 'osamund&la "icou calada.Ol!os de #eus, pensou ele. At+ ela acredita 3ue T!omas + um santo e 3ueeu sou culpado pelo seu assassinato.Sentou0se na cama e ol!ou para ela 1 "raca lu da meia0lua. A -ela'osamund, a 3uem ele amara durante anos, e 1 3ual "ora "iel 1 suamaneira, at+ ela o ac!ava culpado.0 Como + 3ue eu iria sa-er 3ue a3ueles estúpidos cavaleiros iriam metomar ao p+ da letra&la continuou calada.0 Por 3ue n%o "ala, 'osamund0 O 3ue 3uer 3ue eu diga, ma6estade0 #iga o 3ue est/ pensando, n%o o 3ue pensa 3ue estou 3uerendo ouvir.'osamund se levantou e passou os -ra$os em torno do pesco$o dele.

0 &nt%o eu diria, ma6estade, 3ue na ormandia .Dossa a6estade deveriaadmitir 3ue a3ueles !omens pensavam estar agindo segundo seus dese6os.0 O mundo inteiro 6/ sa-e disso.0 & 3ue Dossa a6estade daria muito para des"aer o 3ue "oi "eito e 3ueassume a responsa-ilidade por esse terrível crime.0 &u... assumir a responsa-ilidade0 Se "ier isso, eles ir%o pedir alguma penitncia. & 3uando ela estivercumprida, Dossa a6estade ter/ eQpiado o seu pecado.enri3ue ol!ou para ela, aterrado. &la estava diendo o 3ue o resto domundo diia a seu respeito. O rei 3ueria 3ue ela o agarrasse e l!e

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dissesse o 3uanto ele estava sendo di"amado, 3ue estava inteira eindiscutivelmente inocente.H(Eicou desapontado.'osamund sa-ia disso.&le ol!ou para ela e viu 3ue !avia l/grimas em suas "aces.0 &stou com medo.

0 #e 3u, 'osamund0 #o pecado.0 Pecado O 3ue signi"ica isso0 Dossa a6estade e eu. Dossa a6estade tem uma rain!a, e eu ten!ovivido com Dossa a6estade como se "osse sua esposa. Ten!o "il!os seus3ue nasceram em pecado.0 Pelos dentes e ol!os de #eus, 'osamund, o 3ue "oi 3ue aconteceu comvoc0 / muito 3ue ven!o pensando nisso, e desde o assassinato... O rei sea"astou, impaciente, e "icou "itando o espa$o.&la "ec!ou os ol!os, pois sentia 3ue de seu relacionamento algo se "orapara sempre.O rei partiu. Seus pensamentos estavam com 'osamund, e isso o livrava de

pensar no 3ue o esperava na ormandia.&la mudara. Antes, n%o pensava em outra coisa a n%o ser nele. &leprecisara dela, e ela estivera l/. Agora, ela estava preocupada com asua alma. a vida dela penetrara algo 3ue era mais importante do 3ueele. enri3ue n%o teria acreditado 3ue a3uilo "osse possível, partindode sua delicada e dedicada 'osamund.& a3uilo acontecera no momento em 3ue ele mais precisara dela. &la odecepcionara. &m pouco tempo estaria "alando em entrar para um convento.As mul!eres como 'osamund pensavam nisso 3uando atingiam uma certaidade, assim como !avia !omens 3ue participavam de cruadas ouperegrina$5es 1 Terra Santa. &le nunca poderia "aer isso. Tin!a muitascoisas 3ue o prendiam onde estava.&le compreendia 'osamund. &le a amavaR ela l!e dera grandes alegrias emuito con"ortoR mas era inevit/vel 3ue em determinado momento uma mul!erdireita como era ela "iesse um eQame de sua vida pecaminosa e searrependesse.enri3ue suspirou. A3uele assunto era 3uase t%o deprimente 3uanto o 3ueo aguardava na ormandia. 4a pensar em outras coisas. &m -reve, teria detirar Jo%o da ala in"antil e "aer o noivado, mas isso teria de esperar.enri3ue iria at+ l/, por+m, para ver como iam as crian$as. Seria umpraer ver o 6ovem Jo%o e sua irm% Joana... e, naturalmente, a pe3ueninaAlice.H2&ncontrou Alice soin!a na sala de aulas.0 a6estade 0 &la levou um susto 3uando o viu e "e uma mesura en3uantoum ru-or inundava0l!e as "aces.0 &nt%o est/ soin!a 0 disse ele, e sentiu0se tomado por uma agita$%o.

&la era mais encantadora do 3ue ele imaginara.0 Joana e Jo%o est%o andando a cavalo. &u "i3uei a3ui. Tin!a uma li$%opara terminar.0 & como vai essa li$%o 0 perguntou ele. &rgueu Alice nos -ra$os e-ei6ou0a. 0 Alice, voc + uma "eiticeira.0 A!, n%o, a6estade. 0 &la parecia amedrontada.0 Nuero dier 3ue voc me en"eiti$a com a sua -elea. &la pareciaamedrontada.enri3ue andou com ela at+ o assento no v%o da 6anela e sentouse com elaso-re os 6oel!os.

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0 Nue idade voc tem, Alicin!a0 #entro em -reve terei passado doe primaveras, ma6estade.0 V uma idade encantadora. J/ vi muito mais primaveras do 3ue isso. 0#oe, pensou ele. Certas meninas 6/ eram -em maduras aos doe anos. 0 &voc vai ser min!a "il!a. Come$o a lamentar isso.&la ainda parecia amedrontada.0 Se o o"endi de alguma maneira, ma6estade...

0 A!, sim, voc me o"endeu, Alice, por3ue desde a última ve em 3ue a viten!o pensado sempre em voc.0 Se me disser onde est/ o meu erro...0 &st/ nesses -elos cac!os, nessa pele macia, nesses l/-ios convidativos3ue me "aem 3uerer -ei6/0los assim... Alice.0 O!, ma6estade0 Sim, e, o!, min!a sen!ora Alice, 3uem dera 3ue voc n%o estivessecomprometida com o meu "il!o. Se n%o estivesse, pelos ol!os de #eus 3ueeu iria pedir a seu pai 3ue voc "icasse noiva de mim.Os ol!os dela se arregalaram.0 Como pode ser, ma6estade0 4mpossível, n%o +.0 as...

0 A!, voc ainda n%o completou tree anos e eu 6/ "i muitos mais. asos anos n%o importam. Deria 3ue sou um marido muito amoroso.0 as Dossa a6estade tem uma rain!a. A m%e de 'icardo.HG0 Os reis se livram das rain!as 3uando n%o mais as amam.0 &nt%o n%o ama a rain!a0 &u odeio a rain!a, Alice. Odeio0a tanto 3uanto estou come$ando a amarvoc. 0 &le a o-servava "iQamente.&la agora n%o estava com medo. &stava "icando agitada. enri3ue tentoucontrolar o dese6o 3ue surgia. %o podia "aer a3uilo. &la era umacrian$a. &stava noiva de 'icardo e era "il!a do rei da Eran$a. emenri3ue podia divertir0se com a "il!a de um rei como "aria com umacriada prostituta. Tin!a !avido meninas da idade da3uela 0 em-ora elesempre sentisse mais praer com mul!eres maduras. %o sa-ia 3uando sesentira t%o entusiasmado com algu+m0 pelo menos, desde 3ue vira 'osamund pela primeira ve. & ela n%o era,na ocasi%o, muito mais vel!a do 3ue Alice. 'osamund o desagradaraRdesapontara0o de uma maneira 3ue ele nunca esperara 3ue "iesse.0 Alice, se eu a amasse, voc ac!a 3ue poderia me amar0 Terei de amar, por3ue Dossa a6estade + o pai do 'icardo e ser/ o meu.0 %o, eu n%o 3uis dier como pai.0 Como assim, ma6estadeTeria sido um pouco de co3ueteria 3ue ele viu nos ol!os dela Se "osse,se a3uela inocncia "osse um tanto "ingida, suas resolu$5es iriam por/gua a-aiQoR ele iria agir primeiro e pensar depois. @uís iria pre"erirmuito mais 3ue a "il!a "osse rain!a da 4nglaterra do 3ue du3uesa deA3uit;nia, o 3ue era tudo o 3ue ela seria se se casasse com 'icardo.

&ncostou o rosto no dela e a m%o pousou no seio em -ot%o.0 *osta de ser acariciada dessa maneira0 as claro, ma6estade.0 & 3ue eu se6a a pessoa 3ue acaricia0 V, ma6estade.0 &u, de pre"erncia a nen!um outro &la con"irmou com a ca-e$a.0 Por 3u0 Por3ue o sen!or + o rei e o nosso sen!or e mestre.0 ?ma 7tima resposta 0 disse ele, dando uma risada. 0 & voc estariapronta a me o-edecer em todas as coisas

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0 &staria, ma6estade.0 & "aer tudo o 3ue eu pedir0 as claro.H0 Alice 0 sussurrou ele 0, ac!o 3ue voc + uma garotin!a inteligente.Con!ece um pouco das coisas do mundo, n%o con!ece0 ?m pouco, ma6estade.

0 & gostaria de sa-er mais, isso eu garanto. Alice, vou ser oseu tutor.#epois 3ue enri3ue a seduiu de maneira delicada e !/-il, suaconscincia o incomodou um pouco. as logo a acalmou ao lem-rarse de 3uetomaria conta da menina. Deria, sem dúvida alguma, se poderia divorciar0se de &leanor e, se pudesse, "aria de Alice sua mul!er. A inocncia delaera uma delíciaR n%o seria di"ícil "aer com 3ue ela o adorasse. &le aensinaria como !avia ensinado a 'osamund, e se se casasse com ela 0 o3ue -em poderia "aer 0, ela n%o precisaria ter escrúpulos 3uanto aosseus pecados. & se ele n%o se casasse, ora, na !ora devida ela iria para'icardo.as ele n%o 3ueria pensar nela pertencendo a algu+m, a n%o ser a ele.Amava a3uela pe3uena e con"iante Alice. &la era eQatamente o 3ue ele

precisava no momentoR podia es3uecer a prova$%o 3ue o aguardava. Podiaes3uecer as "rustra$5es, as irrita$5es e a angústia 3ue come$avam anascer nele com rela$%o aos "il!os.0 in!a 3uerida Alice 0 sussurrou ele ao se despedir 0, este + o nossosegredo. %o diga a ningu+m o 3ue se passou entre n7s. Con"io em voc. &um dia, 3ue est/ muito perto, voc ser/ a min!a rain!a e colocarei umacoroa so-re a sua ca-e$a, e iremos a toda parte 6untos.Alice estava eQtasiada. &le era t%o poderoso, t%o inteligente &la n%ogostara muito do 3ue vira em 'icardo. as o rei iria salv/la da3uelecasamento. Claro 3ue iria. 4ria casar0se com ela.HHO 'ei e a 'ain!aO '&4 PA'T4? para a ormandia acompan!ado do "il!o, 3ue pouco sees"or$ava para dis"ar$ar a contrariedade. O rapa mostravasevisivelmente mal0!umorado, mas os pensamentos de seu pai estavamocupados com um eQcesso de outras coisas para 3ue ele se preocupassemuito com o 6ovem enri3ue.&le n%o podia parar de pensar na ador/vel Alice e no praer 3ue seriavoltar para ela. 4ria tir/0la da ala in"antil e instal/0la no pal/cio.Teria de !aver um certo segredo, naturalmente. enri3ue tin!a de pensarem 'osamund, a 3uem ainda estava dedicadoR mas 'osamund deveria sa-er3ue ele n%o poderia ter0se casado com ela mesmo se se divorciasse de&leanor, em-ora 6/ tivesse pensado em casar0se e tivesse mencionado o"ato a ela. Talve agisse errado ao "aer a3uilo, e "osse devido a isso3ue ela se tornara o-cecada pela ideia de 3ue estava vivendo em pecado.enri3ue recordava com ternura muitos aspectos do relacionamento dosdois. Ainda precisava

de 'osamund, mas dese6ava Alice com uma intensidade incontida. Alice,"il!a do vel!o @uís, rei daEran$a A3uele vel!o monge A3uilo o divertia, realmente. Alice0 conce-ida n%o em paiQ%o, mas devido ao dever, perante a Eran$a, de terum "il!o. & a3uela criatura per"eita tin!a sido produida para o seupraer. Se eu a "iesse rain!a da 4nglaterra, @uís n%o "aria o-6e$5es.S7 &leanor estavaHIno seu camin!o. V -em possível 3ue &leanor 3uisesse tornar a se casar.&la sempre "ora uma mul!er muito ativa. O 3ue estaria "aendo na

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A3uit;nia, cercada por seustrovadores Nuantos deles ela levava para a cama ul!eres como &leanornunca "icavam vel!as demais.avia outros assuntos menos agrad/veis para a"astar seus pensamentos deum "uturo compartil!ado com uma Alice ansiosa por agradar, sem ara-ugenta &leanor e sem uma d7cil e compreensiva 'osamund em seupassado.

Assim 3ue desem-arcou na ormandia, c!egaram mensagens dos cardeaisT!eodLine e Al-ert diendo 3ue estavam esperando por ele no mosteiro deSavign.com um mau !umor 3ue "aia com 3ue todos temessem aproQimar0se dele commedo de 3ue tivesse um acesso de raiva por causa da menor "al!a, o reidirigiu0se ao mosteiro.Nue ele, o rei da 4nglaterra, "osse intimado da3uela maneira, erainconce-ível. & no entanto, n%o era -em assim. &le tin!a de en"rentar arealidade de 3ue o papa era mais poderoso, na cristandade, do 3ue o reida 4nglaterra. %o "ora esse o motivo da discuss%o entre ele e T!omas8ec9eto íntimo, enri3ue amaldi$oava o papa, en3uanto cumprimentava com"riea os cardeais. &le via6ara muito, disse0l!es irritado, e com grande

sacri"ício, para v0los. &stivera ocupado com uma importante campan!a na4rlanda. &m respeito e por !onra de Sua Santidade, ele viera, masgostaria 3ue dissessem logo o 3ue o papa 3ueria com ele, pois assuntosimportantes eQigiam a sua aten$%o.0 4sso 0 disse0l!e o cardeal T!eodLine 0 + da m/Qima import;ncia,ma6estade. 'e"ere0se n%o s7 ao seu poder temporal, mas 1 eQistnciamesma de sua alma.enri3ue "icou um tanto a-alado. unca duvidara, por um momento se3uer,3ue podia vencer 3ual3uer tempestade terrena, mas a ideia dodescon!ecido provocava medo 1 maioria dos !omensR e levando a vida 3uelevava, como poderia estar certo de 3ue n%o se veria, um dia, "rente a"rente com a morte &la nunca estava longe do campo de -atal!a, e um reipoderia tornar0se vítima da lan$a ou da "lec!a do assassino a 3ual3uermomento. Todas as noites, ao recol!er0se ao leito, ele teria6usti"icativa em temer 3ue pudesse n%o ver a lu do dia.T!omas !avia sido derru-ado em plena gl7ria espiritual. aldito "osseT!omas %o !avia como "ugir dele.HF0 O 3ue ser/ eQigido de mim 0 murmurou ele.0 Seria necess/rio cumprir uma penitncia.0 Penitncia &u Por 3u Os sen!ores me consideram culpado destecrime0 A3ueles 3ue praticaram o ato eram !omens de Dossa a6estade. Agiramso- ordens suas.0 %o dei tais ordens, tampouco permitirei 3ue digam 3ue as dei.0 a6estade, ser/ necess/rio prestar um 6uramento nesse sentido.0 ecess/rio Nuem "a essas regras O sen!or se es3uece de 3ue est/

"alando com o rei da 4nglaterra.0 &stamos agindo segundo instru$5es de Sua Santidade, o papa.0 &u l!es digo 3ue, a3ui, sou o sen!or.0 Diemos mandados pelo sen!or espiritual de todos n7s 0 responderam oscardeais.0 #evo lem-r/0los de 3ue estas terras s%o min!as e seria aconsel!/vellem-rarem0se disso.enri3ue lutava para controlar o seu g+nio. Sentia o sangue su-ir0l!e 1ca-e$a.0 7s o deiQaremos, ma6estade, para pensar no 3ue deve ser "eito. 7s

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nos encontraremos de novo aman!% 0 disse o cardeal Al-ert.o aposento 3ue eles !aviam preparado para ele, enri3ue cerrou ospun!os e mordeu0os at+ "icarem vermel!o e aul com as marcas dos dentes.0 Pelos -ra$os, ol!os e dentes de #eus 0 -radou ele. 0 T!omas, voc n%ovai me deiQar em pa. Nuem dera 3ue eu nunca o tivesse visto. Por 3uen%o podia ter morrido na camaenri3ue era demasiado inteligente e esperto para acreditar 3ue pudesse

desa"iaro papa. Se o "iesse, assim 3ue deiQasse a ormandia come$ariam asre-eli5es. &leteria de "icar l/ para det0las. & o 3ue estaria acontecendo na4nglaterra en3uanto ele "aia isso &le tin!a inimigos l/. &Qcomun!%o,uma perda de suas terras. %o, ele tin!a de ser inteligente. %o !aviaoutro meio. Tin!a de ceder.Eoi com modera$%o 3ue ele se encontrou com os cardeais no dia seguinte.0 8em, o 3ue + 3ue os sen!ores dese6am de mim0 #ese6amos o seguinte, ma6estade. Dossa a6estade ter/ deHMter a m%o so-re a 8í-lia en3uanto 6urar 3ue n%o ordenou nem dese6ou amorte de T!omas 8ec9et, arce-ispo de Canter-ur. enri3ue "icou

pensativo. Claro 3ue dese6ara. Nuem n%o teria dese6ado a morte de um!omem 3ue causava tantas complica$5es &le perguntara a seus cavaleiroso motivo pelo 3ual eles n%o o livravam do inc7modo cl+rigo. as,garantia ele a si mesmo, eu n%o 3ueria o assassinato de T!omas. &le erameu amigo 3uerido, e 3uisera #eus 3ue n%o tivesse sido morto com tanta-rutalidade na catedral.Tomou a 8í-lia nas m%os. V verdade, T!omas, pensou. &u gostaria 3ueestiv+ssemos 6untos outra ve, como 3uando percorríamos 6untos ointerior. &u sempre 3uis isso. S7 3uando voc se tornou meu arce-ispo"oi 3ue surgiu esse pro-lema entre n7s.&stavam eQigindo dele algum tipo de penitncia. Por 3u, se ele n%oparticipara do assassinato de maneira alguma &ra mais "/cil conceder o3ue eles 3ueriam do 3ue 6urar so-re as sagradas escrituras.0 a6estade, o papa l!e pede 3ue sustente duentos cavaleiros para ade"esa de Jerusal+m durante um ano.0 Earei isso 0 disse enri3ue. &ra sempre "/cil prometer din!eiro, poisinvariavelmente surgiam muitas ra5es pelas 3uais a3uelas promessas n%opodiam ser cumpridas.0 Dossa a6estade permitir/ 3ue !a6a li-erdade no encamin!amento deapelos ao papa.Agora eles estavam meQendo nas Constitui$5es de Clarendon, so-re as3uais ele e T!omas tin!am discutido. Ora, se tin!a de ser "eito, 3ue se"iesse. &le teria de se livrar da3uele desagrad/vel assunto o maisr/pido possível e continuar a importante tare"a de salvaguardar o seureino.0 Dossa a6estade ter/ de devolver as propriedades da s+ de Canter-ur,para 3ue "i3uem como eram antes de o arce-ispo deiQar a 4nglaterra.

0 Sim 0 concordou ele.Por "im, os -ispos ingleses n%o deveriam ser solicitados a "aer o6uramento 3ue ele eQigira deles em ClarendonR e a3ueles 3ue o tivessem"eito deveriam ser li-erados de 3ual3uer o-riga$%o de cumpri0lo.&le precisava aca-ar com a3uela situa$%o !umil!ante. Tin!a de "aer apa com o papa.Poderia ter assassinado a3ueles cardeais. Poderia ter en"rentado o papa.as n%o era c!amado de o rei mais astuto da &uropaH)1 toa. Sa-ia 3uando era preciso "aer concess5es, e a3uela era uma

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da3uelas ocasi5es.Acreditava ter resolvido a 3uest%o de uma ve por todas.T!omas, meu adorado amigo e odiado inimigo, voc, em seu santu/rio deCanter-ur, derrotou o rei da 4nglaterra em seu trono. A -atal!aterminou, T!omas, e posso dier com toda a sinceridade 3ue dese6ava detodo o cora$%o 3ue nunca tivesse sido preciso entregar0me a ela.enri3ue deiQou Savign com um espírito 3ue se revigorava. &stava livre

de T!omas.avia notícias de &leanor. 'icardo estava, agora, na idade de sero"icialmente declarado du3ue da A3uit;nia, e ela acreditava 3ue acerim7nia de nomea$%o n%o deveriaser mais postergada.enri3ue concordava com ela. Nue 'icardo "osse recon!ecido como du3ue daA3uit;nia. Nuando pensava no 3ue tin!a "eito com a noiva de 'icardo,aliviava0l!e a conscincia um pouco concordar logo 3ue a A3uit;niapassasse 1s m%os dele. &leanor, pelo menos dessa ve, "icou satis"eitacom a sua decis%o, e 3uando os dois se encontraram em Poitiers "oi muitodelicada para com ele.'icardo o ol!ava com descon"ian$a. &ra 3uase como se sou-esse 3ue o paio !avia traído com Alice. as n%o, pai e "il!o sempre tiveram antipatia

um pelo outro. Parecia estran!o 3ue um !omem pudesse ter taissentimentos em rela$%o a um "il!o t%o -emapessoado e de "uturo t%opromissor, pois 'icardo era eQcelente na e3uita$%o, no uso da espada eno caval!eirismo, muito mais do 3ue 3ual3uer um dos irm%os. &ra poetatam-+m, de modo 3ue talve "osse pelo "ato de ser o pre"erido de sua m%e3ueo pai n%o pudesse gostar dele.com o pensamento de Alice sempre na mente agora, enri3ue gostava aindamenos dele, como devia ser o caso 3uanto a uma pessoa a 3uem ele tivessepre6udicado tanto,pois se "osse inteiramente !onesto n%o poderia livrar0se da ideia de3ue, a"inal, poderia ser necess/rio 3ue Alice se casasse com 'icardo.&le iria adiar a3uilo tanto 3uanto possível. #e 3ual3uer modo, era umassunto no 3ual n%o 3ueriapensar.Eoi uma pomposa cerim7nia em Poitiers, onde a3uele "eli rapa de 3uineanos assumiu o trono do a-ade na A-adia de Saintilaire, onde aceitou alan$a e o estandartedos du3ues da A3uit;nia, a insígnia de seu novo cargo.IKComo o povo vi-rou &leanor "icou o-servando, enternecida pela a"ei$%o epelo orgul!o 3ue sentia por a3uele "avorito de todosos seus "il!os.0 O povo o adora 0 disse ela, eQultante, a enri3ueR e acrescentou,man!osa: 0 &les n%o o consideram um estrangeiro. V como se a A3uit;nia"osse a terra dele.4sso era um lem-rete de 3ue o povo nunca aceitara enri3ue plantageneta

como seu du3ue, mas o !avia tolerado simplesmente por3ue ele era omarido da sua du3uesa.Pouco importava. Nue ela se vangloriasse. Eicaria sa-endo, no devidotempo, 3uem era o sen!or. Assim 3ue se tivesse divorciado dela... Seriapossível enri3ue 6/ estava pensando nas desculpas 3ue iria apresentara 'osamund. Ten!o de me casar com Alice, ela + de sangue real. Paramim, + politicamente necess/rio 3ue eu me case com a "il!a do rei daEran$a.as primeiro ele tin!a de se livrar de &leanor. Eicou imaginando de 3ue"orma ela reagiria 1 sugest%o.

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a3uele ínterim, !ouve a ocasi%o da coroa$%o de 'icardo como du3ue. &mseguida, deveria acontecer uma cerim7nia em @imoges, onde ele rece-eriao anel de Santa Dal+ria, 3ue era considerado sagrado por3ue se diia terpertencido 1 santa padroeira da cidade.@/, com o anel no dedo, o -elo rapa de ca-elos dourados rece-eu noaltar da catedral a espada e as esporas segundo as antigas ordens da"idalguia.

Ao v0lo ali de p+ na sua túnica de seda, a coroa dourada na ca-e$a e oestandarte da A3uit;nia nas m%os, &leanor sentia0se emocionada, o 3uen%o ocorria !avia muitosanosR e via, na3uele 6ovem, as mais altas esperan$as para o "uturo delee para a coroa dela.Ao lado dela estava o marido 0 grosseiro, "eio se comparado com o -elo"il!o. & ela se regalava com o 7dio 3ue sentia por a3uele !omem 3uecerta ve amara e 3ue ousara, nos primeiros anos de casamento, 3uandoela estivera preparada para o"erecer0l!e seu amor indiviso, traí0la com3ual3uer mul!er leviana 3ue dele se aproQimasse.eu orgul!o e a sua li-idinagem aca-aram com o nosso casamento, pensouela. &les "ieram com 3ue nos torn/ssemos inimigos, e por #eus e seussantos eu 6uro, enri3ue Plantageneta, 3ue n%o descansarei en3uanto n%o

o destruir e tiver colocado meus "il!os em seu lugar.I(#epois da coroa$%o de 'icardo como du3ue da A3uit;nia, enri3ue voltou 1ormandia e, no camin!o, "e uma visita ao rei da Eran$a.@uís era cerca de ( anos mais vel!o do 3ue enri3ue e aparentava a0idade 3ue tin!a, mas com os anos viera uma certa dignidade. Acostumara0se a usar a coroa da Eran$a 3ue, na 6uventude, aceitara com granderelut;ncia. Tivera v/rios "il!os: arie e AliQ com &leanor, antes dodiv7rcio 3ue possi-ilitara o casamento dela com enri3ueR com a segundaesposa, Constance, arguerite, 3ue estava casada com o 6ovem enri3ue, eoutra menina c!amada Alice 3ue morrera crian$aR com a terceira mul!er,Adela, ele tivera seu único "il!o !omem, Eilipe, a deliciosa Alice 3ueagora era amante de enri3ue, e Agnes.S7 um "il!o e todas a3uelas "il!as, pensou enri3ue, mas as "il!as eram-oas moedas para negocia$%o. @uís devia estar satis"eito, pois sua "il!aarguerite era uma rain!a da 4nglaterra em perspectiva e nada agradariamais ao rei do 3ue se a "il!a de @uís, Alice, viesse a tam-+m ser outra.A -rec!a entre @uís e enri3ue, 3ue tin!a sido ampliada pela -riga comT!omas 8ec9et, "ora parcialmente removida pela demonstra$%o depenitncia por parte de enri3ue. @uís rece-eu o rei com !onras.Os dois n%o "alaram so-re o arce-ispo, mas enri3ue sa-ia 3uais eram ossentimentos de @uís em rela$%o 13uele assunto. %o tin!a ele dado a-rigoa T!omas em seu reino e "eito tudo para provocar o rei da 4nglaterrapela aten$%o 3ue dava ao seu sacerdote re-elde@uís n%o "iera a3uilo levado pelo 7dio a enri3ue. Apenas demonstravauma indulgncia natural para com 3ual3uer pessoa ligada 1 4gre6a, e porisso apoiara T!omas contra o rei. @uís 3uisera ser um monge, e pelos

ol!os de #eus, pensava enri3ue, n%o teria sido nada mal se isso tivesseocorrido, mas desse modo nunca teria sido o pai da encantadora Alice.%o, n%o, "ora mel!or @uís ter sido o-rigado a a-andonar a vida piedosapela 3ual tanto ansiava, com a morte do irm%o.Nuanto !averia ainda de inimiade de @uís para com ele, por ter0l!etirado a mul!er Sem dúvida, pensava enri3ue, carrancudo, estavacontente por ver0se livre dela. &le mesmo "icaria contente ao se verlivre dela, agora. as isso acontecera muitos anos atr/s, e ali eleseram dois reis, inimigos naturais, de certa maneira, por3ue @uís deviaestar sempre ressentindo0se do "ato de enri3ue ser o sen!or de uma

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parte da Eran$a maior do 3ue a dele, desde o seu casamento,I2e enri3ue n%o podia se es3uecer de 3ue, apesar das terras 3ue elepossuía na Eran$a, tin!a de prestar !omenagens ao rei da3uele pais.ormandia, An6ou, aine, A3uit;nia, 8retan!a, eram todos estadosvassalos do rei da Eran$a, e muito em-ora enri3ue "osseo governante deles <em-ora seus "il!os o "ossem nominalmente= ainda

devia 6urar "idelidade a @uís.Os dois estavam descon"iados um do outro e "alaram so-re assuntos de&stado. as @uís aca-ou come$ando a reclamar por3ue, em-ora o "il!o deenri3ue tivesse sidocoroado rei da 4nglaterra, a "il!a de @uís, arguerite, 3ue era a esposado 6ovem enri3ue, nunca rece-era a3uela !onra.0 O 3ue signi"ica isso, enri3ue Ser/ por3ue voc n%o considera min!a"il!a a esposa do 6ovem rei0 %o + nada disso. Sua "il!a ser/ coroada no momento indicado, podeestar certo disso.0 &nt%o, por 3ue essa coroa$%o n%o aconteceu0 Por3ue o momento ainda n%o + propício.0 %o entendo isso.

enri3ue estudou @uís 0 pai de sua 3uerida Alicin!a. O 3ue diria @uís seele l!e dissesse 3ue amava a sua "il!a, a noiva de seu "il!o 'icardo,3ue ele 6/ !avia de"lorado a menina e estava decidido a mante0la comoamante e, se possível, casar0se com elaSorriu intimamente ao pensar na3uilo e lem-rar0se da ador/vel "ormain"antil.0 uito -em. vou mandar os 6ovens para a 4nglaterra sem demora. enri3ueser/ coroado outra ve, e dessa ve arguerite ser/ coroada com ele.@uís "e um gesto de assentimento com a ca-e$a. O rei da 4nglaterraestava com espírito condescendente.0 &u gostaria 3ue o arce-ispo 'otrou os acompan!asse at+ a 4nglaterra erealiasse a cerim7nia.0 eu caro irm%o, um arce-ispo estrangeiro para realiar uma cerim7niadessas unca se "e isso antes.0 A alternativa seria 'oger de or9, n%o0 'oger de or9 coroou meu "il!o,0 &le era um traidor do arce-ispo de Canter-ur 0 disse @uís, com"irmea. 0 &u n%o dese6aria 3ue min!a "il!a "osse coroada por algu+m 3ue"oi "also para com a3uele grande !omem -om.enri3ue "icou caladoR seus dedos !aviam come$ado a co$ar. &nt%o esseeQ0monge, esse marido de &leanor, de 3uem ela om-araIGnos primeiros dias do casamento com enri3ue, esse rei rival, ia l!edier como governar o seu reino Pelos ol!os de #eus... pensou ele, eent%o: mas ele + opai da min!a Alicin!a. Ten!o de ser cauteloso. Nuando me divorciar de&leanor e levar a-ertamente Alice para o meu leito, vou precisar do

apoio do pai dela.0 &u n%o gostaria 3ue 'oger de or9 nem mesmo comparecesse 1 cerim7nia 0continuou @uís. 0 em os -ispos de @ondres e Salis-ur. Eoram todosinimigos do santo arce-ispo e contri-uíram muito para provocar o seulament/vel "im. A meu ver, eles iriam contaminar 3ual3uer cerim7nia a3ue comparecessem.0 Ser/ como voc dese6a. Os 6ovens ser%o coroados, e a cerim7nia ser/realiada pelo arce-ispo 'otrou 0 respondeu enri3ue, o pensamentovoltado para a pe3uena Alice.@uís "icou um tanto surpreso. &le esperara protestos. ouvera uma

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mudan$a sutil em enri3ue. V devido 1 morte do m/rtir, pensou @uís. &leest/ realmente arrependido.enri3ue prosseguiu para a ormandia e o 6ovem casal em-arcou rumo 14nglaterra para a coroa$%o.enri3ue !avia decidido 3ue passaria o atal 3ue se aproQimava emC!inon, em An6ou, pois estava "aendo um giro completo pelos seusdomínios, a "im de assegurar0se de 3ue suas "ortaleas estavam com suas

"or$as completas. &nviou uma mensagem a &leanor pedindo0l!e 3ue se6untasse a ele para o atal em C!inon. Ac!ava 3ue poderia sond/0la3uanto 1 possi-ilidade de um divorcio.&la se declarou disposta, e ele decidiu 3ue a3uilo deveria ser umareuni%o da "amília. Nueria dar a impress%o de 3ue tin!a "eito o possívelpara manter a "amíliaunida.enri3ue e arguerite deveriam 6untar0se a eles tam-+m. esse sentido,"oi enviada uma mensagem a eles diendo0l!es 3ue se preparassem parapartir 6/.O 6ovem rei "icou angado. *ostava de "icar na 4nglaterra, onde era orei, e onde a vida era especialmente agrad/vel 3uando o pai n%o seencontrava presente. Parecia uma com-ina$%o admir/vel o pai "icar na

ormandia en3uanto ele governava a 4nglaterra. &le estava cercado porparasitas 3ue l!e asseguravam 3ue a 4nglaterra n%o podia ter um reimel!or, e acreditava neles. &le gostava de argueriteR era uma agrad/velpe3uena rain!a, e gostava de sair a cavalo com ela a seu lado e ouvir aaclama$%o do povo. Os 6ovens monarcas eram sempre muito atraentes.Ias ir para C!inon e "icar so- a som-ra do pai era a últimacoisa 3ue ele 3ueria.0 %o vou 0 disse ele a arguerite, mas + claro3ue teve de mudar de ideia. Os amigos l!e disseram 3ue seria muitoinoportuno deso-edecer ao pai.%o sou um rei 0 reclamou ele 6unto a arguerite. 0 ten!o apenas umacoroa, e isso + tudo. Doc pode imaginar meu pai a-rindo m%o de um poucode poder as elen%o "icar/ a3ui para sempre. Dai partir um dia desses com todos os seuspecados so-re os om-ros, 3uando tiver um da3ueles acessos de raiva.omens tm caído mortos 3uando "icam no estado em 3ue ele costuma "icar.Ac!o 3ue n%o vai demorar muito, agora, arguerite.arguerite estava certa de 3ue n%o iria demorar.C!egou outra mensagem do rei. Seu -om amigo rei da Eran$a, diia ele,eQpressara o dese6o de ver a "il!a, de modo 3ue o 6ovem casal deveriapartir sem demora e, antes de ir para C!inon, deveria "icar um pouco nacorte da Eran$a.0 &u gostaria de ver meu pai 0 disse arguerite.O 6ovem enri3ue "icou intimamente satis"eito, podia "ingir 3ue n%oestava o-edecendo ao pai ao partir 6/, mas satis"aendo a vontade daesposa de ver o pai.

& assim eles deiQaram a 4nglaterra t%o logo os ventos "icaram propícios,e @uís rece-eu0os com imensa satis"a$%o em sua corte, na +poca instaladaem C!artres.@uís gostava muito dos "il!os. Pediu notícias da pe3uena Alice.0 Po-rein!a, ela + muito crian$a para ser educada num país estrangeiro0 disse ele.0 7s todos passamos por isso, meu sen!or 0 respondeu arguerite, poisela mesma tin!a sido criada na mesma corte estrangeira, em-ora grandeparte de seu tempo tivesse sido passada na A3uit;nia, com a rain!a&leanor.

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@uís "e um gesto a"irmativo com a ca-e$a.0 V o destino dos príncipes e das princesas reais. #iga0me, voc viu amenina antes de partir0 Di, meu pai. &la parecia -em "eli.0 *ra$as a #eus. &m -reve c!egar/ o dia do casamento dela. &la est/3uase pronta.0 Sim, e 'icardo + muito -onito, creio eu. %o tanto 3uanto o enri3ue,

mas + muito -em0apessoado.IH0 Doc est/ muito contente com o seu 6ovem enri3ue, min!a "il!a0 &stou, papai.0 & 3uando Alice "or a du3uesa da A3uit;nia, n%o parecer/ estar t%olonge assim de mim. Seu marido n%o parece muito contente com o destino,arguerite.0 O pai o irrita muitíssimo. Trata0o como se "osse um menino.0 V mesmo 0 @uís teve um leve sorriso. %o conseguia deiQar de gostarde ouvir críticas a enri3ue Plantageneta. o "undo do cora$%o, sempreguardara um ressentimento em rela$%o a enri3ue por ter0l!e rou-ado&leanor. A vida tin!a sido mais tran3uila sem ela, mas @uís pensava com"re3uncia na primeira ve em 3ue a vira. Nue -ela 6ovem ela tin!a sido

& 3ue vivacidade &ra t%o inteligente etade da corte "icara apaiQonadapor ela. @uís suspirou. #evia ter sa-ido 3ue nunca conseguiria mante0la.&la n%o l!e "ora "iel. Nuando o traíra pela primeira ve Teria sido otio o primeiro na3uela ines3uecível viagem 1 Terra Santa & o sarracenoTeria ela realmente pensado em casar0se com ele @uís nunca es3ueceria oc!o3ue 3ue &leanor l!e provocara 3uando eQigiu o div7rcio. O papa adissuadira, ent%o, mas 3uando ela vira enri3ue Plantegeneta "icara t%oapaiQonada 3ue se decidira a casar0se com ele.enri3ue era apenas du3ue da ormandia na ocasi%o, e como dona daA3uit;nia &leanor era mais rica do 3ue ele. enri3ue era 3uase (2 anosmais 6ovem 3ue ela. &ra estran!o 3ue ela, t%o eQigente, tendo tantocuidado com a aparncia, ditando a moda, cuidando do corpo com unguentose per"umes, tivesse "icado t%o loucamente apaiQonada pelo muitocorpulento enri3ue, 3ue usava as roupas mais por convenincia do 3uecomo ornamento e nunca usava luvas ao sair 3uando o tempo estavaimplac/vel, de modo 3ue suas m%os eram vermel!as e cortadas. Claro 3ueele possuía um poder, uma "or$a ausente em @uís. &le tin!a c!arme,tam-+m, especialmente para as mul!eres. 4rradiava "or$a e poder @uísac!ava 3ue era disso 3ue elas gostavam.as os dois reis eram inimigos naturais. #i"icilmente poderia !averoutro relacionamento entre eles. Nual3uer du3ue da ormandia tin!a,3uase 3ue com toda a certea, de estar em desaven$a com o rei da Eran$a.Os "rancos 6amais !aviam perdoado os vi3uingues por terem atacado suasterras e tornado a situa$%o t%o desagrad/vel para seus ancestrais 3ue,para aca-ar com os avan$os deles pelo Sena at+ Paris, tiveram de pagarcom a província do norte 3ue agoraII

era c!amada de ormandia. 4sso ocorrera na +poca distante de 'ollo, masainda causava amargura. avia uma coisa 3ue se devia agradecer: osdu3ues da ormandia, como os condes de outras provincias, permaneceramvassalos do rei de Eran$a.& esse descendente dos du3ues normandos 0 esse enri3ue Plantageneta 0!avia rou-ado sua mul!er com a mesma -rutalidade com 3ue 'ollo !aviatirado um peda$o da Eran$aR@uís n%o era !omem vingativo, mas n%o se importaria em ver enri3ue!umil!ado. Al+m do mais, @uís estava pro"undamente c!ocado com otratamento 3ue ele dera a T!omas

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camin!o para 6untarem0se a eles.&leanor e enri3ue eQaminaram um ao outro. &la envel!eceu, pensou o rei.Pelos ol!os de #eus, est/ agora uma vel!a. &le comparava todo mundo coma suave 6uventude de Alice. as devia admitir 3ue ainda !avia uma certa3ualidade em rela$%o a &leanor. ingu+m era t%o elegante e tin!a tantoar de realea 3uanto ela, e nunca seria ou teria. Talve ela pudessecasar0se outra ve se os dois se divorciassem. as a sua "ase de ter

"il!os se aca-ara, de modo 3ue n%o poderia dar !erdeiros a um novomarido. & 'icardo era, agora, o du3ue da A3uit;nia.&le envel!eceu, enri6ado ainda mais do 3ue antes pelos acontecimentos epelo tempo, pensou &leanor. A morte de T!omas o a-alouIMpor3ue em algum ponto da3uele empedernido cora$%o !avia uma centel!a deamor por a3uele !omem.ouvera +poca em 3ue a3uela c!ama "ora t%o "orte 3ue ela o acusara degostar do !omem de uma maneira anormal. enri3ue rira da3uelao-serva$%o, pois se alguma ve!ouve um !omem 3ue 3uisesse mul!eres, esse !omem era eleR no entanto,ela notara 3ue ele "icara um pouco pensativo. em todos nos con!ecemos,pensou ela, nem mesmo voc, enri3ue Plantageneta, 3ue se ac!a todo0

poderoso.&la decidira 3ue o atal deveria ser passado em meio a grandes"estan$as. %o era "re3uente na3uela +poca o rei e a rain!a da4nglaterra "icarem 6untos. &leanor levara com ela o 3ue !avia de mel!orem mat+ria de poetas e músicos, e ordenara0l!es 3ue programassemdivers5es 3ue so-repu6assem todas as outras. enri3ue n%o estavainteiramente imune aos encantos da literatura. ouvera +poca em 3ue osdois tin!am estado em !armonia, e ele gostara da -oa literatura e de -oamúsica 3uase tanto 3uanto &leanor. as com o "im da in"luncia dela, elepassara a pensar menos no lado artístico da vidaR tornara0se a-sorvidopela necessidade de con3uistar e dedicar0se 1 sua li-idinagem.o entanto, na3uele atal &leanor tentaria recordar os -ons tempos 3ueos dois !aviam passado 6untos. os primeiros dias do casamento, ela oidolatrara. Nuisera v0lo no topoR sentira orgul!o em mandar coro/0lodu3ue da A3uit;nia. as como o casamento se deteriorara Come$ara 3uandoele levara o -astardo para a ala in"antil de &leanor e ela "icarasa-endo 3ue na3ueles primeiros tempos de vida 6untos ele l!e "orain"iel.uito -em, a3uilo era coisa do passado, e o amor se trans"ormara em7dio, pois era isso o 3ue sentia por ele agora. Odiava0o por poder gerar"il!os 3ue ela n%o podia conce-er. Claro 3ue &leanor come$ara -em antesdele. &ra 3uase (2 anos mais vel!a do 3ue ele. Ora, n%o estava demasiadovel!a para odiar, e ac!ava engra$ado ver 3ue a3uele grande !omem era,so- tantos aspectos, um tolo.Os "il!os sentiam uma leve antipatia para com ele ou o odiavam muito.'icardo sempre tivera um "orte ressentimento em rela$%o ao pai. &laprovocara a3uilo. &le era o seu "il!o mais 3uerido, e devia pensar como

&leanor. *eo"redo ouvia o 3ue o irm%o diia e come$ava a considerar opai como um tirano. & agora, enri3ue, o mais vel!o, come$ava a semostrar in3uieto. eu caro marido, pensou ela, 3ue tolo voc "oi aocoroar o enri3ue #evia sa-er 3ue s7 !/ lugar para um rei em um reino.I)enri3ue e arguerite 6untaram0se a eles na v+spera do atal, e &leanordetectou de imediato o ardoroso ressentimento no "il!o mais vel!o.&la o levou aos aposentos dela assim 3ue pUde, e 3uando "icaram a s7sperguntou0l!e como ac!ara o rei da Eran$a.0 uito -em, e delicado para comigo 0 respondeu enri3ue.

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0 & disposto a ser mais delicado.0 &ra o-riga$%o dele. Doc n%o + "il!o dele pelo casamento com a "il!a0 Ac!ei0o delicado e simp/tico. &leanor riu.0 Parece, meu "il!o, 3ue voc est/ "aendo compara$5es Ac!ou0o maisdelicado e simp/tico do 3ue seu pai, !ein0 Ac!ei 0 respondeu ele, desa"iador. 0 eu pai me considera uma crian$a.0 A!, n%o + isso. &le + um !omem 3ue nunca consegue tirar as m%os

da3uilo 3ue elas agarraram. Doc nunca ser/ nada mais do 3ue um pe%o no6ogo dele, enri3ue, isso eu posso a"irmar. O rei dese6aria 3ue todosn7s "Ussemos assim.0 unca aceitarei isso.0 em deve. Procure0o e converse com ele.0 &u sei, mas + di"ícil. &le + muito violento. Tem um poder muitogrande.0 enri3ue 3uer 3ue voc ten!a medo dele. Nuer 3ue todos n7s ten!amosmedo dele.0 A sen!ora n%o tem, eu sei.0 unca tive. & gostaria 3ue meus "il!os "ossem iguais a mim.0 &le tem um poder muito grande e seus acessos de raiva s%o terríveis.Nuando tem um deles, pode mandar 3ue "a$am 3ual3uer coisa conosco.

0 V verdade. &u ac!o, 1s vees, 3ue ele usa seus acessos de raiva comouma tentativa de nos acovardar.0 &Qceto a sen!ora.0 &u era du3uesa da A3uit;nia 3uando ele era apenas du3ue da ormandia.Talve ten!a sido por isso 3ue "icou t%o ansioso por se casar comigo. &uo con!e$o -em. &le nunca ir/ l!e dar o 3ue voc 3uer, enri3ue.0 &nt%o terei de continuar nessa situa$%o at+ ele morrer0 A menos 3ue voc tome o 3ue 3uer.0 Como assim0 J/ !ouve "il!os 3ue "ieram isso antesFK0 4sso signi"icaria... guerra... guerra contra meu pai V isso 3ue asen!ora 3uer dier0 %o ac!o 3ue voc devesse sair da3ui e reunir um eQ+rcito. &m-ora n%o!a6a dúvidas de 3ue pudesse "aer isso, por3ue ele tem seus inimigos...muitos. as voc devia pensar nessas coisas. &le n%o vai l!e dar a3uilo3ue l!e pertence por direito. Pois muito -em, voc poderia pensar comcuidado... e sem se apressar muito... na mel!or maneira de pegar o 3ue +seu.0 Tem ra%o. A sen!ora me deu uma grande esperan$a. A sen!ora e o rei daEran$a.0 O rei da Eran$a seria um aliado muito poderoso. @em-rese disso.enri3ue e &leanor tin!am aposentos separados em C!inon e, durante aestada l/, pouco tempo tiveram para uma conversa em particular, mas!avia dois assuntos so-re os 3uais o rei 3ueria "alar com ela. ?m delesera direito: o noivado "ormal do "il!o deles, Jo%o, com Alice, "il!a doconde de aurienne, depois de cu6a cerim7nia a menina seria levada para

a 4nglaterra a "im de ser educada l/. O outro deveria ser a-ordado demaneira sutil. 'e"eria0se 1 possi-ilidade de um div7rcio.@ogo "icou com-inado 3ue eles n%o deveriam perder tempo nos preparativosdo noivado de Jo%o, e deveriam ser "eitos de modo a 3ue a3uilo pudesseacontecer em princípios de "evereiro.'estava o outro assunto.O rei o a-ordou contra"eito.0 Temos nos visto muito pouco, ultimamente, &leanor 0 come$ou ele.0 %o me diga 3ue lamenta isso, por3ue n%o vou acreditar.0 Creio 3ue n%o se6a um assunto 3ue l!e ten!a causado muita tristea.

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0 &u n%o estaria sendo sincera se negasse. a verdade, ten!o meconsiderado -em livre de voc.0 &nt%o ac!o 3ue pensamos da mesma "orma. osso casamento 6/ n%o podeser "+rtil por causa de sua idade.0 & talve da sua0 Ora vamos, &leanor, voc sa-e 3ue sou (2 anos mais 6ovem do 3ue voc.0 & sem dúvida tem "il!os e "il!as preparando0se para nascer por todo o

reino.0 Pode !aver alguns. as n%o percamos tempo com uma vitupera$%o semsentido. J/ n%o precisamos um do outro. ossoF(casamento c!egou ao "im. unca mais deitaremos na mesma cama0 ?ma pe$a de mo-ília a 3ue voc d/ grande valor.0 V uma parte necess/ria do casamento. A procria$%o de crian$as. Para3ue outra coisa serve o casamento0 & 3uando uma das partes passou da idade de gerar "il!os, deve serdescartada. V isso 3ue voc est/ diendo0 #escartada %o usei esse termo. #evemos eQaminar isso de "ormasensata.0 Pois ent%o "a$a o "avor de dier logo o 3ue dese6a

0 Pode !aver alguma pessoa com 3uem voc gostaria de se casar.0 & eQiste, sem dúvida, algu+m com 3uem voc gostaria de se casar. 0&leanor soltou uma gargal!ada. 0 Con!e$o -em a mo$a. Sua -ela 'osamund.V isso, n%o + A 6uventude dela tam-+m ir/ passar... est/ passando. &ent%o voc ter/ de encontrar algu+m ainda mais 6ovem, n%o 'osamund.8o-a e a"etada 'osamund &la nunca ergueu a vo para voc, ergueu Docgostou disso. Toda mul!er... e todo !omem... tm de aplaudi0lo. Paraonde 3uer 3ue voc v/, tem de ser tratado n%o como um rei, mas como umdeus. & agora, iria se casar com 'osamund. V isso 3ue voc 3uer 4rialegitimiar os -astardos dela e talve tentar coloc/0los acima de meus"il!os. 4sso, meu sen!or, + algo com 3ue nunca vou concordar Por isso,tire o casamento da ca-e$a. unca aceitarei o div7rcio.enri3ue "icou ligeiramente aliviado pelo "ato de ela n%o ter ideiaalguma de seu relacionamento com a 6ovem Alice. Sem dúvida n%o tin!a,caso contr/rio, nunca teria conseguido guardar o segredo. Teriaespal!ado logo e, sem dúvida, causado pro-lemas. Nue pro-lemas ela sa-iacriar A noiva de 'icardo A "il!a de @uís O 3ue "oi 3ue ele "ieraT%o logo se livrara do pro-lema com rela$%o ao assassinato de T!omas8ec9et, 6/ !avia seduido a "il!a do rei da Eran$a, 3ue ainda n%ocompletara (2 anos de idade.as &leanor tin!a ra%o. enri3ue pensava realmente 3ue !avia umcon6unto de regras para ele e outro para o resto do mundo.&le era o rei da 4nglaterra e controlava grandes /reas do continente.Earia o 3ue 3uisesse e ningu+m ousaria conden/0lo.as ele tivera de se !umil!ar no caso de T!omas e !avia seduido a "il!ado rei da Eran$a.Precisava ter muito cuidado, pois estava claro 3ue &leanor nunca se

divorciaria dele, e assim ele nunca poderia "aer da pe3uena Alice suamul!er.F2Castelos para Jo%o& OTE&''A#, em Auvergne, o conde um-ert de aurienne c!egara com ape3uena Alice 3ue "icaria noiva do príncipe Jo%o e ali o pe3uenopríncipe de seis anos de idade, 3ue c!egara da 4nglaterra, "icouo"icialmente noivo da "il!a do conde.Eoi uma cerim7nia encantadora. enri3ue sentia grande ternura pelo "il!oca$ula. A mente de Jo%o n%o tin!a sido envenenada pela m%e. Ser/

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di"erente ele, prometeu enri3ue a si mesmo. &stava muito contente com acom-ina$%o, 3uando pensava no -elo dote 3ue a noiva de Jo%o levava paraele, e tudo em troca do pagamento de cinco mil li-ras... e a sere"etuado em presta$5es, e a última s7 venceria 3uando o casamento "ossee"etuado.enri3ue estava ampliando seu imp+rio por todos os lados.ouve uma nota discordante. #epois da cerim7nia !averia cele-ra$5es em

v/rias cidades por3ue enri3ue 3ueria 3ue todos sou-essem dos -onsresultados 3ue a3uele casamento traria ao dar 1 sua "amília um controleso-re um maior número de províncias. &les deveriam passar alguns dias em@imoges, e "oi en3uanto estavam l/ 3ue o conde um-ert come$ou a seperguntar o 3ue Jo%o estava levando para sua "il!a. A 6ovem Alice teriao "il!o do rei como ma rido e a3uele rei era o mais poderoso da &uropa,mas Jo%o tin!a trs irm%os mais vel!os a 3uem 6/ "ora prometido o mel!ordas possesFGdo pai. Os temores do conde tin!am sido provocados 3uando ele ouvira o6ovem noivo ser c!amado de Jo%o Sem Terra.Como era um !omem "ranco, decidiu "alar com o rei so-re isso.0 Dossa a6estade ainda n%o me disse 3uais as possess5es 3ue seu "il!o

Jo%o levar/ para o casamento.enri3ue "icou calado por alguns momentos. &stava pensando: A cerim7nia"oi realiada. &le n%o pode recuar agora. as podia. Como era "re3uente!aver noivados e n%o !aver casamentos&le estava certo de 3ue um-ert ouviria respeitosamente tudo o 3ue eledissesse, e se ele nada tivesse para o"erecer a Jo%o, voltaria aos seusdomínios e apresentaria alguma desculpa para 3ue o casamento n%o serealiasse.'aciocinou r/pido.0 Jo%o ter/ os castelos de ire-eau, @oudon e C!inon.0 Eolgo em sa-er disso 0 respondeu um-ert sorrindo, satis"eito 0 &ssescastelos ser%o uma -oa !eran$a, e com o 3ue min!a "il!a leva para ocasamento, os dois "icar%o realmente muito -em instalados.enri3ue congratulou0se consigo mesmo por ter resolvido uma situa$%odi"ícil com grande "acilidade.a verdade, ele !avia provocado um enQame de a-el!as.A corte comentava so-re a parte 3ue Jo%o levaria para o casamento, e!avia um certo grau de malevolncia nas conversas, pois os trs castelos3ue enri3ue !avia destinado a Jo%o 6/ !aviam sido dados a seu "il!oenri3ue por se ac!arem situados em An6ou, 3ue, com a ormandia e a4nglaterra, era a !eran$a do rei da 4nglaterra. Portanto, o rei !aviarou-ado enri3ue para pagar a Jo%o.Nuando &leanor sou-e disso, estourou numa gargal!ada.0 Agora, meu "il!o, voc compreende a maneira de agir de seu pai. Paraele, as promessas s%o "eitas para n%o serem cumpridas. &m seguida, vocvai "icar sa-endo 3ue ele deu a coroa da 4nglaterra a algu+m de 3uem elegosta.

0 %o vou suportar isso 0 -radou enri3ue, 3uase em l/grimas.0 em deve.0 O 3ue posso "aer0 Seu irm%o 'icardo sa-eria o 3ue "aer. Nuando ouviu a notícia, eledisse: Por #eus, se ele tentar pUr as m%os na A3uit;nia, eu mecolocarei 1 "rente de 3ual3uer eQ+rcito e marc!arei contra ele.0 Com-ater contra meu pr7prio paiF0 J/ se "e isso antes.0 A!, n%o

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Doc n%o tem o espírito de 'icardo 0 disse &leanor,ol!ando0o -em de perto.0 %o ten!o. Sou o rei da 4nglaterra, lem-re0se.0 ingu+m vai se lem-rar disso se voc permitir 3ue suas propriedadesl!e se6am surrupiadas.0 vou "alar com ele. vou dier 3ue n%o admitirei isso.0 &nt%o, v/.

enri3ue "oi 1 presen$a do rei.0 eu pai, preciso "alar com o sen!or.0 Eale, meu "il!o.0 Os castelos 3ue o sen!or deu a Jo%o me pertencem.0 Doc est/ enganado. &les s%o meus. Ainda s%o meus. Ser%o sempre meus.0 as eu sou o conde de An6ou... e... e a3ueles castelos s%o parte demin!as terras.0 Doc tem títulos 3ue eu l!e dei. Posso tir/0los, se 3uiser. #eve0selem-rar disso, enri3ue. S7 eQiste um rei da 4nglaterra, um conde deAn6ou, um du3ue da ormandia, en3uanto eu viver.0 O sen!or me deu esses títulos.0 S%o títulos... e nada mais. Se eu morresse aman!%, ent%o a 4nglaterra,An6ou, ormandia seriam suas. as n%o estou morto. em pretendo morrer

para 3ue voc possa possuir agora a3uilo 3ue, se esperar o su"iciente,aca-ar/ sendo seu.0 J/ n%o sou um garoto.0 &nt%o, por 3ue se comportar como tal0 %o estou me portando como um garoto. %o 3uero 3ue me digam para"aer isso ou a3uilo. Nuero terras para governar. Se o sen!or 3uer aormandia, d0me a 4nglaterra. #eiQe0me ser independente.O rei deu uma gargal!ada de despreo.0 Doc ac!a 3ue poderia manter esses domínios unidos0 Ac!o.0 &u n%o ac!o e sei 3ue n%o poderia. Doc tem de aprender a governar.0 Nue idade o sen!or tin!a 3uando se tornou du3ue da ormandia e rei da4nglaterra0 &u !avia aprendido a governar 3uando essas !onras me "oram dadas.FH0 &u vou aprender. J/ aprendi.Pelos ol!os de #eus, pensou enri3ue, como "oi errado coroar esse meninorei unca cometi um erro maior em todo o meu reinado... eQceto o de"aer T!omas 8ec9et meu arce-ispo de Canter-ur.0 Doc vai "aer o 3ue eu 3uiser.0 / 3uem pense 3ue eu n%o devia ser tratado dessa maneira.0 Nuem pensa assim0 O rei da Eran$a. Alguns de meus cavaleiros tam-+m ac!am isso.0 com 3ue ent%o voc discute nossos assuntos com um rei estrangeiro0 @uís + meu pai, pelo meu casamento.0 & sem dúvida gostaria de ver pro-lemas no meu reino. @uís + nossoinimigo... nosso inimigo natural. Podemos "aer tr+guas e pa com ele

atrav+s de nossos casamentos, mas permanece a realidade de 3ue ele + orei da Eran$a e eu sou o rei da 4nglaterra e, como tais, somos inimigos.Nuanto aos seus cavaleiros, eu gostaria de sa-er 3uem s%o esses su6eitos3ue "alam e agem como traidores. vou l!e dier uma coisa, meu "il!o:eles n%o ser%o mais seus cavaleiros.0 &u l!e digo 3ue n%o serei mais tratado dessa maneira. Se o sen!or +rei, eu tam-+m sou.0 *ra$as a mim.0 %o importa de 3uem + a gra$a. &u sou rei e sou recon!ecido como tal.&ra verdade.

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O rei "icou calado algum tempo.0 Se 3uiser ser rei, !/ li$5es 3ue precisa aprender. Dai come$ar 6/. voumante0lo ao meu lado, e 3uando voc tiver aprendido a sua tare"a, ser/de grande utilidade para mim. Nuem sa-e 3ue ent%o "icar/ encarregado decertos domínios meus 3uando min!a presen$a "or necess/ria em algum outrolugar. At+ ent%o, vai "aer o 3ue eu 3uiser. 'etire0se, agora. J/ aca-eio 3ue tin!a a dier.

O 6ovem enri3ue se retirou com uma raiva surda no cora$%o. A raiva n%o"oi atenuada 3uando ele sou-e 3ue alguns de seus cavaleiros tin!am sidodispensados de seus servi$os e mandados de volta para a 4nglaterra com oaviso de 3ue tin!am sido tratados com -enevolncia da3uela ve, mas setornassem a desagradar ao rei a3uela clemncia n%o se repetiria.FI&nt%o o rei declarou 3ue ia deiQar @imoges e seguir para a ormandia, e3ue seu "il!o enri3ue iria acompan!/0lo.&leanor despediu0se do "il!o, pois estaria via6ando de volta 1 A3uit;niacom 'icardo e *eo"redo.&ste6a certo de uma coisa 0 sussurrou ela ao 6ovem enri3ue. 0 &le ir/mant0lo a seu lado a "im de 3ue possa "icar de ol!o em voc. So"rer/mais restri$5es do 3ue nunca, "il!o.

0 %o vou suportar 0 declarou enri3ue.0 O rei da Eran$a n%o l!e prometeu a-rigo se voc considerasse asitua$%o com seu pai intoler/vel0 eu pai di 3ue ele + nosso inimigo.0 & me diga, por "avor, 3uem + o seu verdadeiro inimigo %o + a3uele3ue l!e rou-ou parte da !eran$a O inimigo dele n%o poderia ser seuamigo Doc 6/ n%o + mais uma crian$a, meu "il!o. &st/ na !ora deacordar e pegar o 3ue + seu.0 &le nunca permitir/ isso.0 / muita gente contra ele. Por 3ue n%o deveria voc tirar o 3ue elen%o 3uer l!e dar Pense nisso.enri3ue pensou e "icou agitado en3uanto pensava. as o rei !aviadecidido 3ue ele deveria acompan!/0lo 1 ormandia.arguerite voltou a visitar o pai antes de retornar 1 4nglaterra, e osdois enri3ues deiQaram @imoges em dire$%o 1 ormandia.Pai e "il!o cavalgavam lado a lado. vou ter de vigi/0lo, pensou oenri3ue mais vel!o. Creio 3ue a m%e dele tem insistido para 3ue ele sere-ele. Come$o a acreditar 3ue nunca tive um inimigo maior do 3ue min!amul!er. as o garoto + 6ovemR em pouco tempo irei control/0lo. Ao mesmotempo, ele se sentia triste com a situa$%o. Como teria sido agrad/velter tido um "il!o dedicado, um "il!o em 3uem pudesse con"iar. &le sempretivera a esperan$a de 3ue com enri3ue "osse assim. 'icardo, ele sa-ia3ue nunca iria gostar dele. A mente dele "ora envenenada muito cedo.as, talve, se ele pudesse "aer com 3ue a3uele rapa se deiQasseconvencer, os dois poderiam tra-al!ar 6untos, lado a lado, e poderiaensin/0lo a ser um grande rei. Se a 4nglaterra 3uisesse ser uma grandepotncia, precisava de um rei "orte. %o !avia dúvidas de 3ue o povo

compreendia o 3ue poderia acontecer com um rei "raco. &le vira o 3ue oreinado de &stv%o "iera ao país. uitos !aviam vivido a3ueles anos deguerra civil 3uando atilda e &stv%o tin!am lutado pela coroa e o"racassado &stv%o assumira. O país precisava de !omens comoFFo Con3uistador, enri3ue 4 e enri3ue 44. & a3uele garoto seria oterceiro enri3ueR precisaria estar 1 altura dos dois primeiros. Seriapossível ensinar a ele Seria possível "aer com 3ue ele compreendesse3ue devia conter sua vaidade pessoal pelo poder, pois era disso 3ue setratava Nue rapa -onito ele era, e devia admitir 3ue suas maneiras

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eram muito encantadoras 3uando n%o "icava em-urrado como estava na3uelemomento. A -oa aparncia era um ponto a "avor de um reiR &stv%o tiveraRmas se podia muito -em passar sem ela se se tivesse "or$a e a3uele g+nioinato 3ue d/ ao !omem um certo magnetismo secreto para provocar orespeito e o medo dos outros. Nuando enri3ue passava em revista osreinados 3ue o antecederam, era muito "/cil separar os 3ue !aviamreinado -em e os 3ue !aviam reinado malR os dois grandes reis eram da

mesma cepa, e ele esperava estar na mesma categoria.Tin!a de "aer com 3ue o 6ovem enri3ue compreendesse isso.Conversou com ele en3uanto cavalgavam, num estilo amig/vel e paternal.Tentou passar para o rapa 3ue 3ueria ensin/0lo a ser um grande rei e3ue era, em parte, por isso 3ue n%o 3ueria colocar uma grande press%oso-re seus poderes inade3uados na3uele momento. as at+ mesmo ele sa-ia3ue n%o podia suportar o "ato de tirar as m%os das r+deas. &ra verdade3ue, uma ve ad3uiridas, n%o conseguia a-rir m%o das possess5es.Controlou o seu g+nio no es"or$o de conseguir a a"ei$%o do rapa. Tentou"aer piadas en3uanto o instruía. Come$ou a acreditar 3ue, "inalmente,estava avan$ando um pouco.O enri3ue mais mo$o ouvia o pai e seu ressentimento aumentava a cadadia 3ue passava. Como ele + "orte, pensava ele. Dai viver muitos anos.

&starei vel!o antes de poder governar, e en3uanto ele viver nunca ceder/nem um pouco. &u sou um rei. / muita gente 3ue pre"eriria seguir0me.ingu+m gosta dele. Todos tm medo dele. V este o único motivo pelo 3ualn%o se revoltam. as se tivessem um líder, de 3uem gostassem, a 3uemrespeitassem, admirassem... o 3ue aconteceria Nuando cavalgava ao ladodo pai, a revolta parecia impossível. as 3uando "icava soin!o, viviapensando nas palavras da m%e. &la era poderosa. Se 3uisesse, a A3uit;niase levantaria com ela contra o marido.O rapa come$ou a "icar agitado. Se pudesse escapar, poderia procurar orei da Eran$a e, l/, convocar !omens para sua -andeira. A m%e o a6udariapor3ue odiava o marido. Por 3ue iria servir ao pai anos e anos, at+ 3ue"icasse um vel!o sem am-i$%oFMO pai parecia sentir a3uela re-eli%o nele. antin!a0o a seu lado e 1noite insistia para 3ue ocupassem o mesmo 3uarto.0 4sso mostrar/ a todos como "icamos -ons amigos 0 alegava ele,"olga%o.O 6ovem enri3ue n%o diia coisa alguma. 'eceava trair seus pensamentos.&le !avia sondado um ou dois de seus amigos. &stariam prontos a segui0lo &les se mostravam cautelosos. Tin!am um medo terrível dos acessos deraiva do rei. &le 6/ dispensara certos cavaleiros da e3uipe do "il!o comavisos "unestos so-re o 3ue l!es aconteceria se os desco-risse "alandode trai$%o. o entanto, o 6ovem rei tin!a um grande c!arme, e sua m%eodiava tanto o pai 3ue 6/ "ora ouvida 6urando 3ue nunca mais voltaria aviver com ele. #iia0se 3ue 3uando partira para a A3uit;nia eladeclarara 3ue nunca mais voltaria. avia algo de verdade na3uilo por3ueo arce-ispo de 'ouen a avisara de 3ue se ela a-andonasse o marido a

4gre6a iria conden/0la, e isso poderia levar 1 eQcomun!%o.&leanor pouco ligava para a 4gre6a, tanto 3uanto o marido ligava, e!avia ignorado a reprova$%o do arce-ispo. as a3uilo mostrava o 3uantoela n%o gostava de seu pai e 3ue estaria pronta a a6udar o "il!o contraele.Al+m do mais, o rei ainda estava so- a som-ra da suspeita 3ue surgira doassassinato do arce-ispo de Canter-ur. ouvera rumores de 3ue #eus n%opermitiria 3ue ele progredisse.a3uelas circunst;ncias, !avia 3uem estivesse pronto a apoiar o 6ovemrei contra o vel!o e ele, desco-rindo 3uem eram a3uelas pessoas, "e

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seus planos de "uga.Os dois !aviam c!egado ao castelo de C!inon. #evido 1 eQaustivacavalgada, o enri3ue mais vel!o sentia0se muito cansado. #isse 3ueiriam recol!er0se cedo e dormir a noite toda antes de partirem aoaman!ecer.T%o logo o pai caiu num sono pro"undo, o 6ovem enri3ue levantou0se dacama, vestiu0se depressa e dirigiu0se aos est/-ulos. @/ se ac!avam

cavalos selados e 1 espera, e ele e alguns de seus cavaleiros decon"ian$a seguiram a grande velocidade para a "ronteira "rancesa.Nuando o rei acordou e desco-riu 3ue o "il!o partira, a raiva "oiintensa. 8errava com os criados, es-o"eteando0os 1 direita e 1 es3uerda.Por 3ue ele n%o "ora avisado Nuem a6udara o "il!o a "ugirF)Nuem o acompan!ara Pelos ol!os de #eus, eles iriam pre"erir n%o teremnascido.as logo perce-eu 3ue estava perdendo tempo ao dar va%o 1 sua "úria. O"il!o devia ter ido para a "ronteira "rancesa. &le dera a entender 3ue"aria isso. 4ria procurar a-rigo com @uís, e isso era a última coisa 3ueenri3ue 3ueria 3ue "iesse.enri3ue -errou instru$5es. Partiriam imediatamente, e mudariam de

dire$%o. Seguiriam para a "ronteira "rancesa. andou !omens a cavalo emv/rias dire$5es e, montando o mais r/pido de seus cavalos, partiu napersegui$%o.O 6ovem enri3ue, por+m, tivera uma -oa dianteira, e em-ora o pai"iesse todos os es"or$os para alcan$/0lo, n%o conseguiu. #ois diasdepois enri3ue c!egou 1 corte da Eran$a.@uís gostou muito de v0lo. o -an3uete o"erecido a enri3ue na3uelanoite, o 6ovem sentou0se 1 direita do rei da Eran$a. @uís mani"estou seuapoio ao 6ovem enri3ue em sua reivindica$%o da ormandia, pois ac!ava6usto a3uele apoio. O 6ovem !avia "eito o 6uramento de "idelidade a@uís, seu suserano, e portanto o rei o considerava um vassalo seu. Se3uisesse con3uistar um territ7rio 3ue por direito l!e pertencia, suacausa era 6usta e o rei 6ulgava seu dever a6ud/0lo.O 6ovem enri3ue "icou encantado. #era o primeiro passo, e tin!a sidorelativamente "/cil.Nuando o rei da 4nglaterra sou-e 3ue o "il!o estava na corte da Eran$a esendo rece-ido com !onras pelo rei da Eran$a, sua raiva eQplodiu.&nviou uma mensagem a @uís, na 3ual diia 3ue o rei da 4nglaterra eQigia3ue o "il!o l!e "osse mandado de volta.A resposta de @uís "oi a seguinte: %o entendo essa mensagem. O rei da4nglaterra est/ comigo. Se o rei da 4nglaterra a 3uem voc se re"ere + opai do rei, n%o o considero rei da 4nglaterra. Sei 3ue ele era o rei da4nglaterra, mas passou a coroa para o "il!o, e n%o + mais rei.Nuando enri3ue rece-eu a3uela mensagem, mordeu os l/-ios e -ateu nascoQas com os pun!os cerrados, at+ sangrar e "icar dolorido.Sentia raiva de si pr7prio, do "il!o e do rei da Eran$a.Agora 6/ n%o tin!a dúvida de 3ue o seu ato mais tresloucado "ora

permitir 3ue o "il!o "osse coroado rei.MKA notícia c!egou a &leanor da A3uit;nia 3uando ela reunia uma de suasCortes do Amor, nas 3uais seus trovadores entoavam can$5es rom;nticas elevavam seus tra-al!os liter/rios para 3ue ela 6ulgasse.Os mensageiros c!egaram da corte da Eran$a, e &leanor mandou 3ue separasse de cantar para 3ue ela pudesse ouvir a notícia logo.0 Alegrem0se 0 -radou ela. 0 A"inal, ele + realmente meu "il!o. #ecidiu3ue 6/ n%o vai mais suportar os gril!5es da tirania. A!, como eu 3ueriater visto meu marido 3uando rece-eu essa notícia #uvido 3ue ten!a tido

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um acesso de raiva mais violento do 3ue esse. Aca-aram0se as can$5es.Nuero "icar a s7s com os meus "il!os.Nuando os trovadores se retiraram um tanto ca-is-aiQos, ela se voltoupara 'icardo e disse:0 Sa-e o 3ue isso signi"ica0 Signi"ica 3ue vamos entrar em guerra contra meu pai.0 enri3ue n%o deve "aer tolices. Ten!o certea de 3ue n%o "ar/. @uís

ir/ orient/0lo. Sei 3ue muitos ir%o aderir 1 -andeira dele. & vocs,meus "il!os... sim, voc tam-+m, *eo"redo, devem unir0se a ele semdemora, para 3ue o irm%o de vocs possa sa-er 3ue os tem para apoi/0lo.0 #evemos partir imediatamente 0 disse 'icardo, os ol!os -ril!ando com aideia de com-ate e, em particular, de um con"lito contra o pai 3ue eletanto odiava.*eo"redo tam-+m estava ansioso. a3uela +poca, ele sempre 3ueria seguir'icardo.&leanor sorriu ao encar/0los.0 O momento + este. #entro de pouco tempo seu irm%o ser/ rei de verdade.0 osso pai + um soldado muito -om, mam%e 0 mani"estouse *eo"redo.0 &ra. %o se es3ue$a de 3ue ele matou o arce-ispo de Canter-ur. 4sso +uma coisa 3ue nunca ser/ es3uecida. / uma maldi$%o contra ele pelo 3ue

"e 13uele santo. Todo mundo sa-e disso. Docs ver%o 3ue ele n%o podeprogredir, agora. V por isso 3ue esta + a !oracerta para atac/0lo. De6am -em, o rei da Eran$a, 3ue ten!o -oasra5es para sa-er 3ue + o mais conciliador dos !omens, est/ pronto aa6udar seu irm%o contra ele.@uís tin!a muita considera$%o por T!omas 8ec9et. &le a-omina oseu assassino. @uís ir/ considerar0se o instrumento de #eus 3ue dever/derru-ar o !omem 3ue o"endeu toda a cristandade e o c+u tam-+m.M(0 ossa m%e tem ra%o 0 -radou 'icardo. 0 &starei pronto para partirpara a corte da Eran$a aman!%.0 &nt%o, eu o acompan!arei 0 replicou *eo"redo. &leanor a-ra$ou os dois,e eles se prepararam para partir.&leanor o-servava0os da mais alta torrin!a do castelo.Como pareciam audaes montados em seus cavalos, as -andeiras tremulandocom a -risa &la "icou ol!ando, at+ 3ue 6/ n%o podia v0los.&m seus aposentos, escreveu versos so-re a tristea da separa$%o dosentes 3ueridos. Nue saudade tin!a de 'icardo Eicava imaginando se elen%o sentia "alta de sua vida com ela. &le sempre "ora um guerreiro em"orma$%o. Ser/ 3ue se es3ueceu das !oras agrad/veis 3ue tin!am passado6untos Ser/ 3ue estava contente por deiQ/la, agora, e marc!ar contra opai&leanor n%o conseguia parar para escrever. Nueria a$%o. #evia estarcavalgando 6unto aos "il!os. 4maginou0se montada em seu cavalo, seuporta0estandarte cavalgando 1 sua "rente, travando com-ate contra o!omem 3ue odiava.&la ria ao pensar no 3ue o marido diria e sentiria 3uando sou-esse 3ue

os "il!os 'icardo e *eo"redo !aviam0se unido ao irm%o enri3ue contraele. & a3uilo n%o seria tudo. A A3uit;nia estava pronta a re-elar0secontra ele. A 8retan!a, sem dúvida alguma, se encontrava na mesmasitua$%o. & An6ou A ormandia, pelo 3ue ela supun!a, seria leal a ele.&ra muito emocionante. &leanor n%o podia "icar no castelo. andou ummensageiro 1 procura do tio, 'aul de Eae,pedindo0l!e 3ue "osse visit/0la, pois precisava de seus consel!os.*ostava muito da3uele tio, em-ora n%o da mesma maneira de 3ue gostarada3uele outro, 'amond, príncipe de Antio3uia, 3ue "ora seu amanteR mascon"iara muito em 'aul

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de Eae, 3ue a agradava por n%o gostar de enri3ue Plantageneta e 3ue"iera muito para provocar o antagonismo do 6ovem enri3ue em rela$%o aopai.'aul c!egou logo, em aten$%o ao seu c!amado. Eicou satis"eito 3uando elal!e contou os acontecimentos.0 4sso ser/ o "im desse seu marido arrogante 0 declarou ele.0 Praticamente n%o !/ um !omem vivo 3ue n%o o considere culpado do

assassinato de 8ec9et. 4sso ser/ lem-rado contra ele, e at+ mesmoa3ueles 3ue tm sido seus mais leais seguidores at+ agora v%o come$ar amudar de atitude.M2Como era agrad/vel andar pelos 6ardins com 'aul, !omem encantador e-onito Nuando estava com ele, se es3uecia 0 pois ele l!e dirigia osmais encantadores elogios 0 3ue 6/ n%o era mais 6ovem e 3ue sua not7ria-elea estava muito esmaecida por se sentir 6ovem na compan!ia de um!omem da3ueles, e por poder vangloriarse do 7dio 3ue sentia pelo marido,sentia0se "eli por alguns momentos.A3uilo daria a ele pouco tempo para -rincar com a sua 'osamund, 0 disseela a 'aul.0 %o duvido de 3ue ele encontre mul!eres a3ui e ali para distraí0lo da

maneira 1 3ual est/ acostumado.0 4sso ele vai "aer, mas n%o "icar/ em pa por muito tempo.0 &u sou-e 3ue o povo da 4nglaterra est/ resmungando contra os pesadosimpostos 3ue ele co-ra.0 O povo sempre reclamou. as se lem-rava do reinado de &stv%o, 3uandoassaltantes percorriam o interior e l!es tiravam o 3ue possuíam. O povopre"ere ser rou-ado pelo rei com seus impostos do 3ue ver o seu din!eiroarrancado por assaltantes itinerantes.0 O povo vai es3uecer os assaltantes e s7 vai se lem-rar do rei ladr%o.0 &le tem amigos "i+is na 4nglaterra.0 %o ligue para a 4nglaterra. 7s o eQpulsaremos da A3uit;nia, de An6oue da ormandia.0 eu 3uerido tio, o sen!or dar/ sua a6uda0 Pode estar certa de 3ue "arei o 3ue me "or possível para provocar umare-eli%o contra ele, vinda de todos os lados. @uís estar/ conosco. %opodemos deiQar de gan!ar.0 &nt%o meu "il!o enri3ue ter/ a 4nglaterra, ormandia e An6ou, 'icardoa A3uit;nia, e *eo"redo a 8retan!a, de verdade.0 C!egou a !ora de enri3ue Plantageneta 0 disse 'aul de Eae.#epois 3ue ele partiu, &leanor n%o conseguiu "icar 3uieta. @em-rava0seda +poca em 3ue ela e @uís !aviam partido em sua cruada at+ a CidadeSanta. Nue emo$5es, ent%o 0 descon"ortes, tam-+m, mas estes s7 serviampara destacar os pontos altos. #ias maravil!osos de 6uventude evitalidadeas n%o estava t%o vel!a, assim. Pelo menos, n%o se sentia vel!a. %opodia pretender entrar em com-ate, mas poderia unir0se aos "il!osRpoderia aconsel!/0los. ingu+m podia dier 3ue n%o era uma mul!er com

eQperincia.MGPor 3ue n%o "a0loNuanto mais pensava nisso, mais gostava da ideia. 4ria para a corte daEran$a. &ra ir7nico estar indo de enri3ue para @uís, 3uando certa Deacontecera o contr/rio. as @uís estava se revelando mais astuto do 3ueela 6amais acreditara ser possível. Tin!a sido pai de v/rios "il!os, demodo 3ue n%o era t%o monge assim, e desde o nascimento do "il!o estiveramuito pronto a entrar em guerra pelo -em de seu reino.Seria divertido tornar a ver @uís.

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Nuando se decidia a "aer alguma coisa, ela se tornava o-cecada pelanecessidade de reali/0la. Agora, decidira 6untar0se aos "il!os.%o seria prudente deiQar 3ue sou-essem 3ue ela deiQara A3uit;nia.Poderia !aver uma revolta no ducado, e por isso ela iria escapulir emsegredo. as mesmo ent%o, poderia ser vista.&nt%o ocorreu0l!e uma ideia. 4ria dis"ar$ar0se de !omem e sair daA3uit;nia com uma comitiva de cavaleiros. &staria vestida como um deles.

Nuando enri3ue sou-e 3ue 'icardo e *eo"redo !aviam se unido a enri3ue,deu de om-ros. *arotos -o-os, todos eles. O 3ue pretendiam "aer O6ovem enri3ue era um impertinente, pensando 3ue por3ue tin!a sidocoroado rei podia su-stituir o pai. Se o rapa tivesse "icado com ele,teria aprendido alguma coisa so-re o 3ue signi"icava ser rei, e ent%otalve n%o "icasse t%o disposto a assumir a responsa-ilidade. Nuanto a'icardo e *eo"redo, tin!am sido estimulados pela lo-a de sua m%e. &ramtodos crian$as, na verdade. &le iria mandar c!am/0los e l!es dariaalgumas li$5es so-re o 3ue esperava deles.#entro de pouco tempo, enri3ue iria perce-er 3ue a 3uest%o era maiss+ria do 3ue ele acreditara. A re-eli%o dos "il!os "ora considerada comoum c!amado 1s armas a todos os descontentes por todos os seus domínios.A som-ra de 8ec9et pairava, carregada, so-re ele. omens supersticiosos

acreditavam 3ue o m/rtir, capa de realiar milagres, com toda a certeairia a6udar a3ueles 3ue pegassem em armas contra o seu assassino.enri3ue estava plenamente ciente disso, e 3uando sou-e 3ue o condeEilipe de Elanders !avia capturado Aum;le e, depois de um cerco, ocastelo de #riencourt, 6/ n%o podia mais continuar complacente.@uís !avia avan$ado com o 6ovem enri3ue, e eles estavam sitiandoMDerneuil. Podia0se con"iar em 3ue a3ueles leais e "i+is seguidores, ug!de @ac e ug! de 8eauc!amp, resistissem -em, mas 3uando depois de umms de sítioos alimentos escassearam na cidade, os !a-itantes amea$aram render0seO rei decidiu, ent%o, 3ue precisava entrar em a$%o.C!e"iou seu numeroso eQ+rcito at+ Derneuil.A reputa$%o do rei da 4nglaterra como o maior general vivo aindaeQistia, e muitos dos !omens do eQ+rcito contr/rio, em especial a3ueles3ue o !aviam desertado em "avor do "il!o, tremeram diante da ideia desua aproQima$%o. Se #eus e 8ec9et n%o estavam ao lado dele, n%o !aviadúvida de 3ue o dia-o estava.@uís perce-eu 3ue numa luta cara a cara com enri3ue, ele n%o poderiavencer. #o alto de um morro, viu a aproQima$%o do eQ+rcito de enri3ue e"icou muitíssimo pertur-ado. Todo o seu desagrado com rela$%o a com-atesvoltou, e ele enviou mensageiros pedindo uma tr+gua at+ o dia seguinte.. ormalmente, enri3ue n%o aceitaria uma coisa dessas, mas seu "il!oestava com o eQ+rcito do rei da Eran$a e ele dese6ava ensinarl!e umali$%o, em ve de "aer com 3ue 3ual3uer mal l!e acontecesse. A"inal, elecompreendia o dese6o de poder do 6ovem. %o tin!a ele dese6ossemel!antes 3uando tin!a a idade do "il!o

Por isso, concordou com uma tr+gua. a3uela noite, soldados de @uís 0"ora de controle como tin!am estado na not7ria ocasi%o em Ditr0a0Nueimada 0 sa3uearam a cidadeR e 3uando aman!eceu, 6/ estavam em "uga.Nuando enri3ue viu a cidade incendiada, "icou muito "urioso. Partiuimediatamente em persegui$%o ao eQ+rcito de @uís, mas em-ora causasse umgrande eQtermínio na retaguarda, n%o conseguiu alcan$ar @uís e o 6ovemenri3ue.Agora se tornava claro 3ue a revolta de"lagrava por todos os seusdomínios. &ra necess/rio 3ue ele enviasse, sem demora, uma "or$a 18retan!a, onde "elimente "oi r/pido o su"iciente para a-a"ar a

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insurrei$%o.Para ele, "oi um grande golpe sa-er 3ue 'o-ert, o conde de @eicester,"il!o do !omem 3ue "ora um de seus mais leais seguidores, e seucamarista, *uil!erme de Tancarville, !aviam deiQado a 4nglaterra e idopara a Eran$a e se unido ao 6ovem enri3ue.A3uilo era grave, e 3uando @uís, 3ue "icara muitíssimo pertur-ado com ocaso de Derneuil, sugeriu 3ue os dois se encontrassem para discutir a

pa, enri3ue estava pronto.MHEicou muito magoado 3uando sou-e 3ue os trs "il!os tin!am acompan!ado@uís a *isors, o local onde a con"erncia iria acontecer, e 3ue elestin!am ido apoiar o rei da Eran$a contra o pr7prio pai. enri3ue 3ueria"icar em termos amig/veis com os "il!os e recome$ar a construir umagrad/vel relacionamento com eles. Sua o"erta "oi generosa,considerando0se o "ato de 3ue eles !aviam pegado em armas contra ele.&ra verdade, recon!eceu ele, 3ue !avia uma certa 6usti$a nas eQignciasdeles, mas mesmo assim era deprimente sentar0se com os pr7prios "il!osde um lado da mesa de con"erncia e ele do outro. O 6ovem enri3ue setornara desa"iador 0 talve sempre o tivesse sido 0, mas agora, com oapoio do rei da Eran$a, n%o receava demonstrar o 3ue sentia. 'icardo l!e

lan$ava ol!ares de 7dioR e os dois "il!os mais vel!os estavam treinandoo irm%o *eo"redo para seguir0l!es o eQemplo. A vida se tornara realmenteamarga 3uando a3ueles 3ue deveriam t0lo amado e tra-al!ado ao seu ladose tornaram contra ele.Prometeu certas concess5es. enri3ue poderia escol!er se 3ueria viver naormandia ou na 4nglaterraR 'icardo rece-eria uma receita maior daA3uit;nia, e *eo"redo, da 8retan!a.Como era torturante eles se retirarem com o rei da Eran$a para discutircom ele as propostas do pr7prio pai&les saíram de *isors sem tornar a v0lo. Suas condi$5es eraminaceit/veis, disseram eles. ada parecia satis"a0los, a n%o ser 3ueele, o rei, no auge de seus poderes, passasse tudo para as m%os dos"il!os.Erustrado e angado, ele teve um grande acesso de raiva e declarou 3uese os rapain!os 3uisessem guerra, iriam t0la.&leanor, dis"ar$ada em cavaleiro, cavalgava em dire$%o 1 "ronteira"rancesa. &la rece-era poucas notícias so-re os com-ates, mas suasesperan$as eram muitas no sentido de 3ue os trs "il!os, com a a6uda de@uís, sairiam vitoriosos contra o marido. %o 3ueria enganar a si mesmaRenri3ue era um grande generalR n%o se enganara so- esse aspecto 3uandoo analisara !avia tantos anos. &le era um desses !omens 3ue nascem paracomandar e con3uistar. as nen!um !omem iria con3uist/0la. Se ele!ouvessesido seu -om e "iel marido, os dois teriam tra-al!ado lado a lado e elateria criado os "il!os para 3ue o amassem e o respeitassem. as adevassid%o iria ser o "racassodele.

O 3ue aconteceria, agora @uís, com o 6ovem enri3ue, 'icardoMIe *eo"redo a seu lado, iria con3uistar An6ou e a ormandiaR estava certade 3ue !averia traidores na 4nglaterra 3ue se levantariam contra omarido. as n%oseriam traidores, por3ue iriam apoiar o novo rei, o 6ovem rei, seu "il!oenri3ue.Como &leanor riria de enri3ue, o vel!o le%o. Doc n%o coroou seu"il!o, enri3ue, provocaria ela. %o "oi por ordem sua 3ue acerim7nia aconteceu

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eram t%o espal!ados e surgiam pro-lemas em v/rios pontos ao mesmo tempo.?m de seus !omens c!egou para dier0l!e 3ue um cavaleiro 3ueria "alar0l!e com urgncia.andou 3ue o cavaleiro "osse levado at+ ele. ovos pro-lemas, pensouele. Onde ocorreria a pr7Qima re-eli%oas as notícias da3uele !omem eram di"erentes.0 a6estade, est/vamos cavalgando nas proQimidades de C!artres 3uando

encontramos um grupo de cavaleiros poitevinos. Ac!/vamos 3ue estavamseguindo para unirem0se ao inimigo, de modo 3ue os capturamos.O rei "e um aceno com a ca-e$a. A$%o correta, mas 3ue n%o merecia sercomunicada a ele.MMavia uma pessoa entre eles, ma6estade, 3ue despertou nossas suspeitas.C!egamos 1 conclus%o de 3ue se tratava de umamul!er.?ma mul!er. O rei sorriu, mas as palavras seguintes do cavaleiro o"ieram ol!/0lo com espanto.0 Eicou provado 3ue era a rain!a, ma6estade.0 A rain!a in!a mul!er 0 -radou enri3ue.0 4sso mesmo, ma6estade. &la admitiu isso, e na verdade n%o !avia

dúvidas.enri3ue come$ou a rir. Parou de repente.0 Onde est/ ela0 7s a trouQemos at+ Dossa a6estade, por n%o sa-ermos 3uais eram osdese6os de Dossa a6estade.enri3ue dirigiu0se ao cavaleiro e deu0l!e uns tapin!as nas costas.0 Ee -em. Pelos ol!os de #eus, prometo0l!e 3ue n%o vou me es3uecer devoc por ter "eito isso. &nt%o ela est/ a3ui. Tragam0na 1 min!apresen$a. Nuero "alar com a min!a prisioneira.&ra mesmo &leanor. &la "icou ali, 1 sua "rente, a raiva no ol!ar,desa"io, 7dio, tudo a3uilo de 3ue ele se lem-rava muito -em.0 #eiQem0nos 0 ordenou ele. #epois, encarou0a e soltou uma gargal!ada.0 &nt%o voc entrou para o eQ+rcito, !ein0 V dever de todos os !omens e todas as mul!eres lutar contra a tirania.0 8ravas palavras de uma prisioneira. Capturada, !ein Para onde estavaindo0 ?nir0me a meus "il!os.0 & ia entrar em com-ate, com eles, contra o pai deles0 ada me causaria maior praer.0 &st/ um pouco vel!a para essas atividades. %o estamos na +poca em 3uevoc saía cavalgando para a Terra Santa e se divertia -astante, nocamin!o, com seu tio e os in"i+is. Diu o 3ue aconteceu Eoi capturadaantes de atingir o seu o-6etivo. Aposto 3ue estava indo para a corte daEran$a. &sperava 3ue, agora 3ue est/ vel!a, seu primeiro marido pudesseser mais do seu agrado do 3ue era na sua "ase mais ardente0 %o me surpreende o "ato de os pensamentos de enri3ue, o #evasso,seguirem sempre numa única dire$%o. eu pro6eto era conseguir para os

meus "il!os a3uilo a 3ue eles tm direito.M)0 &st/ diendo -o-agens. &u sou o rei. Tudo 3ue possuo + por direito econ3uista. Doc + uma -o-a, e vai aprender isso por3ue + min!aprisioneira e 6uro 3ue nunca mais ser/ livre en3uanto eu viver, paracriar disc7rdia entre meus "il!os e eu.0 O 3ue 3uer dier Dai me 6ogar numa masmorra0 O 3ue pretendo "aer, voc vai sa-er dentro em pouco.0 Ac!a 3ue seus "il!os v%o permitir 3ue insulte a m%e deles0 eus "il!os ir%o aprender, assim como a m%e deles, 3uem + o rei e o

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governante de todos eles.&leanor se dirigiu a ele, o -ra$o erguido. &le a agarrou com sua m%o"orte, e ela gritou de dor. Os rostos estavam pr7Qimos um do outro, odela de"ormado pelo 7dio, o dele triun"ante. in!a sorte mudouR isso + amaior das sortes grandes. &la 6/ n%o pode me causar pro-lemas. & 3uandoo mundo sou-er 3ue ela + min!a prisioneira, todos ir%o perce-er 3ueenri3ue Plantageneta continua poderoso, e nem mesmo a ira dos c+us o

intimida, pensou ele.0 @evem essa mul!er 0 gritou para os guardas 3ue estavam 1 sua porta. 0anten!am0na em pris%o rigorosa. Digiem0na. Ai de vocs se ela "ugir&leanor ol!ou por cima do om-ro para ele en3uanto era arrastada para"ora, mas o veneno 3ue !avia em sua "isionomia s7 o "e dar umagargal!ada.Os meses seguintes "oram de in3uieta$%o. 'icardo de @uci, com ump!rede 8o!un, agora condest/vel da 4nglaterra, !avia resistido 1 invas%oescocesa e conseguira esta-elecer uma tr+gua com *uil!erme da &sc7cia.enri3ue mantivera em Qe3ue as re-eli5es 3ue !aviam estourado naormandia e em An6ou com uma "re3uncia alarmante.Divia com medo de 3ue &leanor "ugisse. &stava decidido a lev/la para a4nglaterra e providenciar para 3ue "osse encarcerada numa pris%o de l/,

da 3ual n%o pudesse "ugir.%o conseguia a"astar o sentimento de 3ue algum poder estava contra ele,e ocorreu0l!e 3ue, en3uanto n%o con"essasse a sua culpa no assassinatode T!omas e pedisse perd%o, teria aar.ouve um lampe6o de esplendor 3uando o conde de @eicester, 3uedesem-arcara na 4nglaterra, "oi completamente derrotado por adeptos deenri3ue. O rei "icou eQultante. A3uilo ensinaria ao 6ovem enri3ue 3uen%o podia derrotar o pai com a "acilidade 3ue esperava. & o 3ue estariampensando seus "il!os, agora 3ue mantin!a a m%e deles prisioneira)K&n3uanto se congratulava por3ue iria esmagar todos a3ueles 3ue selevantassem contra ele, mensageiros urgentes c!egaram da4nglaterra.A princípio, o rei ouviu os avisos deles, mas decidiu 3ue sua presen$aera necess/ria na ormandia, por+m 1 medida 3ue eles se tornaram maisinsistentes, perce-eu 3ue seria loucura "icar na ormandia para protegersuas possess5es en3uanto perdia a 4nglaterra.#ecidiu 3ue "aria a travessia para a 4nglaterra sem demora, levando6unto a rain!a prisioneira, pois imaginava a con"us%o 3ue ela poderiacriar se "osse deiQada para tr/s. Poderia convencer algu+m a li-ert/0la,e se "icasse livre, ele poderia esperar pro-lemas provocados por ela. Olugar mais seguro para &leanor era na pra$a "orte de algum castelo, eseu guardi%o deveria ser algu+m em 3uem ele con"iasse.&le tam-+m levaria arguerite, a esposa do 6ovem enri3ue, 3ue por sorteestava so- sua cust7dia, pois o relacionamento dela com o "il!o iriatorn/0la sua inimiga.Outro assunto n%o l!e saia da ca-e$a. Tin!a de deter a3uela s+rie de

desastres. %o iria mais "ingir 3ue n%o era culpado pelo assassinato de8ec9et, por3ue parecia muito prov/vel 3ue os acontecimentos do últimoano se deviam ao 3ue acontecera na catedral de Canter-ur. Parecia0l!e3ue en3uanto n%o conseguisse uma a-solvi$%o n%o poderia esperar por umdestino mais "eli.O seu reino, tal como a sua alma, estava em perigo.Precisava salvar a am-os.&le estava pensativo en3uanto cavalgava para a costa. 4maginava 3ue o3ue estava prestes a "aer mereceria sorrisos do c+u e, uma ve "eito 0por desagrad/vel 3ue "osse , deiQaria de ser perseguido pelo aar.

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Soprava um vento tempestuoso, e ele via o medo na "isionomia doscompan!eiros, mas estava decidido a n%o se demorar mais. 4ria "aer o3ue devia ter sido "eito umano antes, e s7 3uando estivesse realiado, estaria a salvo de seusinimigos0 a6estade, n%o podemos partir com este vento 0 alertaram seusconsel!eiros.

0 Damos partir sem demora 0 retrucou ele.&les "icaram a"litos, mas n%o ousavam deso-edecer, e 3uando estavamprontos para partir o vento pareceu mudar. &stava por tr/s deles eempurrou0os na travessia do canal. O rei "icou satis"eito.)(0 Diram Docs podem con"iar sempre na min!a opini%o 0. declarouenri3ue.&Qultante, ele "oi "alar com a rain!a.0 &nt%o est/ a3ui @onge de seus trovadores %o vai ac!ar seuscarcereiros t%o dispostos a cantar para voc.0 %o pense 3ue meus "il!os v%o permitir 3ue eu continue suaprisioneira.0 &les tm de tomar cuidado para 3ue n%o "i3uem nas mesmas condi$5es.

Pelos ol!os de #eus, vou ensinar a todos o 3ue signi"ica re-elar0secontra mim.0 Tome cuidado para 3ue n%o l!e ensinem o 3ue acontece com os tiranos.0 A sen!ora + ousada demais, madame, para uma mul!er 3ue est/ nas m%osdo inimigo.0 %o por muito tempo.0 &n3uanto eu viver, ma6estade.0 Eoi um dia aarado para mim 3uando o vi pela primeira ve.0 Alegre0se, madame, ao sa-er 3ue a3uele dia + ainda mais lamentado pormim.Como ele + "orte, pensou ela, com uma admira$%o relutante. ?m rei daca-e$a aos p+s. & a mente dela recuou para a +poca em 3ue decidiracasar0se com ele e o 3uantoansiara pelo momento em 3ue os dois pudessem "icar 6untos.0 Posso assegurar0l!e de 3ue seu arrependimento n%o pode ser maior do3ue o meu. as o sen!or + um !omem enganador, pois me levou a acreditar3ue certa ve "ui importante para o sen!or.0 4sso "oi antes de eu con!ec0la.0 V, e eu tam-+m tive li$5es amargas. Se o sen!or n%o tivesse sidotaman!o devasso, poderíamos ter tra-al!ado 6untos.0 A sen!ora, madame, mal tem condi$5es de criticar os outros por essede"eito. Antes do nosso casamento, levou estran!os para sua cama.0 unca um tirano como o meu segundo marido.0 &stamos perdendo tempo, e n%o dispon!o de muito. andei c!am/0la paradier0l!e 3ue ser/ levada para o castelo de Salis-ur e l/ "icar/ at+3ue eu resolva trans"eri0la para outro lugar. as n%o pense 3ue "icar/em li-erdade. A sen!ora me o"endeu demais. Provou 3ue + uma traidora, e

em-ora se6a min!a esposa ser/ tratada como tal. 0 Ocorreu0l!e 3uepoderia negociar com ela em troca de um div7rcio. Seria prudente@i-ert/0la para 3ue ela se comunicasse)2com os "il!os dele %o. A3uela n%o era a !ora de "alar em div7rcio3uando estava procurando agradar aos c+us penitenciando0se por suaparticipa$%o no assassinato de 8ec9et.Por en3uanto, deveria "icar calado so-re o assunto. Al+m do mais, o 3ueaconteceria se ele conseguisse o div7rcio Poderia casarse com Alice &'osamund &vidente 3ue era mel!or, na3uele momento, n%o comentar so-re o

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div7rcio 0 n%o pensar em div7rcio. Sua ca-e$a precisava estar livre parapensar no assassinato de 8ec9et e no "ato de 3ue ele lamentava oacontecido e se arrependia por 3ual3uer participa$%o 3ue pudesse tertido para provoc/0lo.O-servou a mul!er com os ol!os semicerrados. Traidora Nual3uer reitin!a 6usti"icativa para aprisionar um traidor 3ue amea$asse o seureino... mesmo apesar de a pessoa traidora ser a pr7pria esposa.

0 &u me despe$o. A audincia aca-ou.0 %o 3uero ser dispensada dessa maneira. Ten!o muita coisa a l!e dier.0 A sen!ora ser/ dispensada 3uando eu a dispensar, e n%o ten!o interessealgum no 3ue possa 3uerer me dier. Eale para as paredes de sua pris%o.0 enri3ue c!amou os guardas. 0 @evem a rain!a. Nue ela v/ paraSalis-ur e se6a colocada na pris%o.&leanor protestou com veemncia. as n%o adiantou. Seus -ra$os "oramagarrados pelos guardas e ela "oi retirada da presen$a dorei.)GA Penitncia do 'eiO '&4 P'OSS&*?4? para Canter-ur. Ao avistar a catedral, os sinostocaram e ele desmontou do cavalo e ali, na estrada, tirou os tra6es

reais e envolveu0se numa grossatúnica de l%. Tirou os sapatos e entrou na cidade descal$o.As pessoas "oram para as ruas ver o seu rei, uma ve na vida,vestidocomo um !umilde peregrino e portando0se como tal. Parecendo triste,solene e realmente arrependidoao c!egar 1 catedral. @/, "oi rece-ido pelo -ispo de @ondres, *il-ertEoliot, 3ue se sentia muito contra"eito, por3ue sempre tivera inve6a de8ec9et e "ora um de seus maiores inimigos. o entanto, o rei n%o o "aialem-rar0se disso, t%o preocupado estava com o seu ato de penitncia. Osp+s do rei estavam sangrando devido 1s pedras /speras da estrada, e opovo acorria, assustado, por v0lo portar0se com taman!a !umildade.0 @evem0me para o local em 3ue ele "oi a-atido 0 disse enri3ue, e3uando "oi conduido ao ponto, a6oel!ou0se e, encostando a ca-e$a naspedras, c!orou para 3ue suas l/grimas pudessem "icar so-re o mesmo lugarem 3ue o sangue de T!omas "ora derramado.O -ispo de @ondres su-iu, ent%o, ao púlpito e "alou a todos ospresentes, eQplicando0l!es o signi"icado da3uele estran!o espet/culo.)0 Todos a3ui presentes sa-em 3ue enri3ue, rei da 4nglaterra, invocando,para a salva$%o de sua alma, #eus e o Santo /rtir, protesta perantetodos 3ue ele n%o ordenou, n%o pretendeu, nem provocou deli-eradamentenem dese6ou no "undo do cora$%o a morte do m/rtir. as como + possível3ue os assassinos se valeram de algumas palavras imprudentemente por elepronunciadas, ele declara 3ue procura o castigo penitencia dos -isposa3ui reunidos e consente em su-meter suas costas nuas 1 disciplinado c!icote.O rei se levantou, ent%o, e dirigiu0se 1 plateia.

0 O 3ue o -ispo disse + realmente o 3ue eu mandei. Con"io em 3ue min!a!umilde penitncia se6a aceita por #eus e pelo "alecido arce-ispo. estadata devolvi a Canter-ur as !onrarias e os direitos da 4gre6aR eordenei 3ue lues se6am mantidas acesas no túmulo de T!omas 8ec9et. ?m!ospital ser/ construído em Sout!Lar9, e ser/ erguido em !onra a #eus eao 8em0aventurado /rtir S%o T!omas.O -ispo apressou0se a acrescentar 3ue iria associar0se 1 constru$%oda3uele !ospital e concederia indulgncias especiais a todo a3uele 3uecontri-uísse para ela.&stava plenamente ciente de 3ue devia estar compartil!ando a penitncia

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do rei, pois n%o dissera, depois do assassinato de T!omas 8ec9et, 3ue ocorpo deveria ser atirado num ester3ueiro ou pendurado numa "orcaA3uele "oi um dia muito di"ícil para o -ispo de @ondres.O rei assinalou, agora, 3ue estava pronto para o ato de penitncia e, emmeio a -ispos, a-ades, e padres do ca-ido de Canter-ur, entrou nacripta onde "icava o túmulo.Ali, tirou a roupa e a6oel!ou0se eQpondo as costas nuas, en3uanto cada

-ispo apan!ou um c!icote e aplicou trs ou 3uatro golpes no rei.0 Como o seu 'edentor "oi a$oitado pelos pecados dos !omens 0 disse cada-ispo en3uanto usava o c!icote 0, se6a tam-+m a$oitado pelo seu pecado.0 #epois 3ue os -ispos aca-aram de a$oitar o rei, os padres apan!aram osc!icotes e "ieram o mesmo.Nuando a3uilo aca-ou, enri3ue continuou a rear por T!omas. Percorreu acatedral detendo0se nos santu/rios para dier suas ora$5es e pedirperd%o de seus pecados, e l/ passou o resto do dia e a noite toda.o dia seguinte, assistiu 1 missa e -e-eu /gua0-enta 3ue contin!a umagota do sangue de T!omas.)H&m seguida, deiQou Canter-ur.Suas angústias e o es"or$o das últimas !oras o !aviam a"etado

pro"undamente. &stava com um pouco de "e-re, mas 3ueria via6ar paraestminster e insistiu nisso, e 3uando c!egou a @ondres passou um dia nacama.Eoi em @ondres 3ue l!e deram a notícia de 3ue o rei da &sc7cia tin!asido "eito prisioneiro.O rei saltou da cama. Sentia0se muito eQultante. A3uilo era um sinal. ?msinal de T!omas0 T!omas 8ec9et. com 3ue ent%o voc e eu somos amigos uma ve mais.Agora, voc ir/ tra-al!ar comigo. Serei invencível. T!omas, voc ir/proteger meu reino para mim.Parecia 3ue era isso mesmo 3ue acontecia, pois em poucas semanas emseguida 1 penitncia do rei a re-eli%o estava a-a"ada em toda a4nglaterra.enri3ue estava certo de 3ue era como ele acreditara. #eus... eT!omas... estavam contentes com ele.Eoi ver 'osamund, 3ue estava instalada em seu pal/cio agora 3ue n%o se"aia mais segredo do relacionamento dos dois. enri3ue continuavapensando em termos de div7rcio, mas ainda n%o 3ueria insistir muito noassunto. &leanor estava presa em seguran$a no castelo de Salis-ur. Nue"icasse l/ at+ 3ue os domínios dele estivessem a salvo e pudesse dedicarseus pensamentos a alguma maneira de livrarse dela. %o era uma situa$%o3ue eQigisse uma solu$%o imediata. 'osamund estava, como sempre,esperando carin!osamente para cumprir seus deveres de esposaR 3ue maiorpraer poderia ele o-ter do relacionamento dos dois se se casasse comela as era claro 3ue n%o poderia casar0se com 'osamund. %o tin!ainten$5es disso. Se conseguisse o div7rcio, seria em -ene"ício de sua3uerida Alicin!a.

& agora, com 'osamund e Alice para aplacar sua "ome seQual e S%o T!omase #eus tra-al!ando por ele no campo de -atal!a, tin!a muito com 3ue seregoi6ar.Os "il!os de 'osamund estavam indo -em. &le ac!aria lugares para eles3ue iriam deiQar a m%e deles encantada.0 Ac!o 3ue #eus n%o pode estar contrariado comigo 0 disse ele a 'osamund0 por3ue os "il!os 3ue ten!o "ora do casamento s%o -ons meninos. / o*eo"redo, "il!o da prostituta i9enia, 3ue + mais "iel a mim do 3ue meus"il!os dentro do casamento. & !/ os nossos dois meninos.)I

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Ws vees tremo de preocupa$%o por eles 0 disse 'osamund.0 Por 3u &les tm o pai para cuidar do "uturo deles. as -astardos,ma6estade.0 Os -astardos do rei @em-re0se disso. 'osamund suspirou.Tratou dos "erimentos nas costas dele "eitos pelos c!icotes dossacerdotes e c!orou por eles.0 a6estade, eles ousaram "aer0l!e isso

0 &les n%o ousavam "aer outra coisa. &ram min!as ordens, lem-re0se.O to3ue dela era delicadoR seus unguentos, calmantes. Nuerida 'osamund&le pensou, ent%o, 3ue se ela tivesse sido a sua rain!a, ele teria sidoum marido "iel... -em, um marido mais "iel. as mesmo en3uanto elacuidava de seus "erimentos e mais tarde, 3uando "ieram amor, elepensava em Alice.0 Agora, estou em pa com o c+u, 'osamund. T!omas e eu somos como +ramos!avia muito tempo, 3uando ele era meu c!anceler. Somos -ons amigos. &leir/ proteger meu reino para mim 3uando eu estiver ausente. 4r/interceder por mim 6unto aos c+us. Ei a min!a penitncia. in!asl/grimas tocaram o ponto em 3ue o sangue dele "oi derramado. Eoi umasensa$%o maravil!osa, 'osamund, ter admitido um pecado e ter o-tido aremiss%o.

0 &u penso nisso com "re3uncia 0 respondeu ela.&la estava um tanto triste, o 3ue o deiQava impaciente. #ali a pouco,ela estaria "alando em entrar para um convento. enri3ue n%o 3ueria nadada3uilo. Eora at+ ali para distrair0se, e gostaria 3ue ela "icassecontente com a condi$%o para a 3ual ele a al$ara.0 eus pecados me pesam muito. Ac!o 3ue estou precisando de perd%o.0 Doc, 'osamund O 3ue "oi 3ue "e 3ue n%o tivesse sido delicado eamoroso0 Ten!o vivido em pecado e dei 1 lu -astardos.0 Doc suaviou o destino de seu rei e o-edeceu. &ste + o seu dever,min!a 3uerida.&la suspirou e n%o respondeu.ais tarde, ele ac!ou 3ue seu estado de espírito penitente n%o era umacoisa assim t%o m/. Se alguma ve se divorciasse de &leanor, iria 3uerercasar0se com Alice. &nt%o, nada poderia ser0l!e mais -en+"ico do 3ue o"ato de 'osamund ir para um convento eQpiar os pecados e deiQ/0lo com aconscincia livre para casar0se com Alice.)FPor isso, ele n%o a"astaria de todo a3uela 3uest%o do convento. Dalia apena estimular os sentimentos de pecado dela, no caso de poderem serúteis mais tarde.Sorriu com ternura. Podia sempre con"iar em 3ue 'osamund iria agrad/0lo.#e oodstoc9 a estminster para ver a sua Alicin!a. &stava encantado comela.0 Doc cresceu, meu amorin!o. Ora, est/ 3uase uma mul!er.0 4sso o agrada, ma6estade 0 perguntou ela, ansiosa.0 Doc nunca poderia "aer outra coisa 3ue n%o me agradar. Como ela era

encantadora &stava desenvolvendo a paiQ%o.Agora 6/ n%o !avia necessidade de estimul/0la a agir.0 Sentiu saudades min!as, 3ueridin!a&la l!e garantiu 3ue vivia pensando nele e passava muitas !oras na6anela da torre para ver se ele c!egava,.0 unca diga a ningu+m o 3ue !/ entre n7s. &la n%o diria, assegurou0l!e.as ele "icava pensando se alguns mem-ros da criadagem descon"iavam.unca era "/cil um rei manter os segredos de sua vida privada.Como Alice era di"erente de &leanor %o tin!a senso de culpa, s7 odese6o de agrad/0lo. &le era o rei e, portanto, independente do 3ue

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"iesse deveria estar certo.O rei disse0l!e 3ue visitara o pai dela.0 #isse a ele 3ue íamos nos casar &le acariciou o -ra$o dela.0 %o, 3ueridin!a. %o posso "aer isso en3uanto n%o, me livrar damalvada da &leanor.0 &la + muito malvada0 ais malvada do 3ue voc possa compreender. Colocou meus "il!os contra

mim e entraria em com-ate e me mataria se "osse possível. O!, n%o ten!amedo, ela agora + min!a prisioneira. en!um mal pode me atingir por meiodela. vou divorciar0me dela e depois... voc ver/.0 Andam "alando do sen!or e 'osamund Cli""ord. &le soltou uma gostosagargal!ada.0 Doc n%o deve ter ciúme, 3uerida. &la 6/ "oi min!a amante.0 &u sou sua amante0 %o, voc + min!a "utura esposa.)M0 &nt%o serei realmente a rain!a.0 Ser/, sim, 3uando eu tiver me livrado da vel!a lo-a. 0 O sen!or 6/gostou dela0 %o, nunca. &u adorava as terras da A3uit;nia, 3ue eram dela.

0 Nual o motivo pelo 3ual ir/ me amar0 Pela sua -elea, sua inocncia, e por3ue voc me ama. A3uilo asatis"e. As crian$as "icavam satis"eitas com "acilidade. Alice nuncaduvidou 3ue o rei se casaria com ela.&ra o 3ue ele "aria, se "osse possível. %o era ela "il!a do rei daEran$a& ele riu, eQultante, imaginando o 3ue o vel!o @uís diria se pudesse vera "il!a deitada nua em sua cama.& 'icardo &ra muito prov/vel 3ue ela tivesse de ir viver com ele, umdia. &la era a sua prometida, e se n%o !ouvesse meios de enri3uelivrar0se de &leanor... 'icardoestava crescendo. #entro de muito pouco tempo estaria eQigindo apresen$a da noiva e o vel!o @uís estaria sacudindo o pun!o e perguntandoo 3ue o rei da 4nglaterrapretendia ao manter sua "il!a em um de seus castelos.&le parecia transmitir uma parte de seus pensamentos a ela.0 a6estade, e 'icardo &steve com ele0 %o. &le + meu inimigo. @uta com os irm%os contra mim.0 %o contra Dossa a6estade.0 V di"ícil acreditar 3ue um "il!o possa ser t%o in6usto com o pai. 0 ?msorriso man!oso passou0l!e pela -oca, diante da ironia da situa$%o.'icardo o o"endia no campo de -atal!a, e ele o"endia o "il!o no 3uarto.8em "eito para o garoto. enri3ue pensou no 3ue diria o "il!o se um diaenri3ue "osse o-rigado a ceder0l!e Alice e ele sou-esse 3ue ela tin!asido amante de seu pai.as enri3ue n%o a-riria m%o dela. Alice era deliciosa demais. Al+mdisso, era "il!a do rei da Eran$a.

Nue importante "igura em sua vida era a3uele rei da Eran$a %o podia!aver dois !omens mais desiguais. @uís, o monge, enri3ue, o devasso 0 eos dois tin!am sido maridos de &leanor.&le c!egaria a algum acordo. @uís iria pre"erir, sem dúvida, ver a 6ovemAlice como rain!a da 4nglaterra, em ve de du3uesa da A3uit;nia.0 unca poderei gostar de 'icardo por3ue ele n%o "oi -om para Dossaa6estade.&le co-riu com -ei6os a pele macia como "lor.0 in!a pe3uena Alice. %o pense em 'icardo. Docs n%o))

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"oram "eitos um para o outro. Como poderia isso acontecer, 3uando decidi3ue ningu+m, a n%o ser eu, ir/ us/0la dessa maneira 0. &le estavasatis"eito. O "uturo poderia ser -om com T!omas o protegendo l/ de cimaRpoderia livrar0se de &leanorR 'osamund poderia, por meio de insinua$5essutis, ser empurrada para um convento, e sua ador/vel Alice, "il!a dorei da Eran$a, poderia ser a sua rain!a.Con"iante em 3ue !avia cele-rado a pa com o c+u e 3ue S%o T!omas 8ec9et

estava protegendo seu reino para ele, enri3ue dedicouse a salvaguardarseus domínios al+m0mar.%o podia acreditar realmente 3ue os "il!os estivessem lutando contraele, e sentiu um grande dese6o de ser amado por eles. Se tivessem sidomeninos o-edientes, 3ue a6uda l!e teriam prestado O "ato de !averem sereunido ao seu inimigo, o rei da Eran$a, contra ele, era a mais -aiQadas ingratid5es. Claro 3ue era tudo devido 1s insinua$5es da malvada m%edeles. a in";ncia deles, ela "iera o possível para a"ast/0los dele.Nue ví-ora &le se vangloriava com o "ato de ela estar em seu poder,agora. unca, en3uanto ele vivesse, &leanor seria li-ertada.Seria algum senso de "idalguia inade3uado 3ue os o-rigava, na3uelemomento, a entrar em com-ate Teriam eles algum plano para resgatar am%e &le 3ueria encontrar0se com eles, "alar0l!es como pai, "a0los

compreender. &le os adorava, particularmente enri3ue. Como se orgul!arado "il!o mais vel!o en3uanto ele crescia O encanto das maneiras, a -elaaparncia Nuisera ensin/0lo para 3ue se tornasse um grande rei, por3ues7 um grande rei poderia manter unidos a3ueles domínios. Sem dúvida elessa-iam o 3ue acontecera so- o reinado de &stv%o.Precisava pUr um "im na3uele con"lito. Tin!a de recon3uistar os "il!os.%o podia t0los unindo0se aos seus inimigos. ?ma coisa ele estavadecidido a "aer. O 6ovem Jo%o nunca deveria sentir a in"lunciaperniciosa da m%e.Agora, ele seria invencível, por3ue desde 3ue "iera as paes com #eus!avia um sentimento de con"ian$a em todo o seu eQ+rcito. #eus 6/ n%oestava contra ele. &le, o maior e mais poderoso dos reis, !umil!ara0seno santu/rio de S%o T!omas 8ec9et e ordenara a seus sacerdotes 3ue oa$oitassem.Nue maior penitncia poderia ter demonstrado do 3ue a3uela, 3ue maioramor por T!omas0 T!omas, prote6a meu reino en3uanto vou lutar pelos meus "il!os.(KKOs Eil!otes 'e-eldesO JOD& &'4N?& riu em vo alta 3uando sou-e da penitncia do pai nosantu/rio de Canter-ur.0 Como + 3ue ele pUde se !umil!ar tanto 0 -radou ele. Seu amigo,*uil!erme, o arec!al, salientou 3ue consideravauma 6ogada inteligente por parte do rei. 8em poderia ser o caso de eleestar realmente arrependido, e ent%o "icaria com a conscincia livre.Por outro lado, se se tratasse de um gesto s7 para impressionar, era umgesto inteligente, pois agora iria parecer 3ue o rei tin!a escapado da

som-ra de culpa 3ue deveria pairar so-re ele at+ 3ue con"essasse suaparticipa$%o no assassinato.0 Acredito 3ue voc tem simpatia pelo meu pai 0 disse enri3ue,descon"iado.0 Nuem pode deiQar de admir/0lo0 A3ueles 3ue s%o amigos dele n%o podem ser meus amigos0 disse enri3ue de "orma signi"icativa.*uil!erme, o arec!al, "icou triste. #urante muito tempo, os dois tin!amsido compan!eiros íntimos, mas desde a coroa$%o a arrog;ncia tomaraconta do 6ovem reiR ele parecia acreditar 3ue o ato da coroa$%o l!e dera

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Alice. @uís n%o admitiria isso. Os dois 6ovens tin!am "icado noivos.a3uele ínterim, @uís perce-ia 3ue a posi$%o de enri3ue n%o era muito-oa, e com os "il!os do rei da 4nglaterra prontos a entrarem em com-atecontra ele, parecia a !ora da Eran$a eQplorar suas vantagens.O 6ovem enri3ue estava em sua corte, e com ele Eilipe de Elanders.Jovem inteligente, a3uele conde 0 ativo e ansioso por derrotar o vel!oenri3ue. &le estava certo 3uando diia 3ue o o-6etivo deveria ser a

ormandia.0 %o deve !aver demora 0 disse Elanders a @uís. 0 %o ten!a dúvida, sevamos atacar temos de "a0lo rapidamente. Nuando o vel!o guerreirotiver resolvido seus assuntos ingleses, atravessar/ o canal ao primeirovento "avor/vel.@uís concordou 3ue o o-6etivo devia ser 'ouen, a primeira cidade daormandia, por3ue se 'ouen caísse, a3uilo teria um tal e"eito so-re oresto da ormandia 3ue a con3uista "icaria "/cil.&les iriam supreender a cidade e siti/0la. Eoram -em0sucedidos, e o povode 'ouen esperou em sua cidade pela c!egada de enri3ue 3ue, tin!am acertea, n%o poderiademorar muito 3uando sou-esse o 3ue se passava por l/.A vida toda, @uís "ora atormentado pela sua educa$%o religiosa, 3ue mais

de uma ve tin!a se intrometido em seus o-6etivos militares. O sítioprosseguia "avoravelmente, mas parecia prov/vel 3ue a c!egada deenri3ue para salvar a cidade n%o demoraria muito(KGa acontecer. @uís lem-rou0se, ent%o, de 3ue a "esta de S%o @ouren$oestava pr7Qima e n%o via como poderia lutar num dia da3ueles, e por issodeclarou uma tr+gua. %o !averia luta durante um dia e uma noite. 'ouenpoderia considerar0se livre do sítio por um dia.Nuando a3uela notícia c!egou 1 cidade, seus !a-itantes "icaram loucos deemo$%o. A3uilo era um eQemplo, disseram, da ine"ica capacidade decomando de @uís. O rei da 4nglaterra devia estar a camin!o para salv/0los, e cada !ora era importante para eles. A tolice do rei da Eran$adevia t0los salvo, sem dúvida alguma.Eicaram t%o contentes 3ue !ouve cantos e dan$as nas ruas. Acreditavam3ue o cerco de 'ouen praticamente terminara. A-riram as portas da cidadee alguns dos cavaleiros montaram um torneio nos campos "ora dos muros dacidade.Os soldados "ranceses o-servavam os acontecimentos consternados, masningu+m estava mais irritado do 3ue Eilipe de Elanders.&stava t%o irritado 3ue es3ueceu a sua reverncia pela coroa da Eran$a eentrou es-a"orido na tenda do rei. @uís pareceu n%o gostar, mas eramuito con!ecido pela sua -randura e pediu ao conde 3ue dissesse o 3ue3ueria.0 a6estade 0 -radou Eilipe 0, o rei da 4nglaterra est/ a camin!o. &len%o pode demorar muito. Dossa a6estade pode estar certo .de 3ue ele 6/rece-eu notícias so-re o estado de sítio 3ue eQiste em 'ouen. Aopermitir essa tr+gua, Dossa a6estade d/ a ele a oportunidade de c!egar

a tempo de salvar a cidade.0 Se ele vier, n7s o en"rentaremos.0 Damos perder 'ouen.0 S%o @ouren$o, em cu6a !onra ordenamos essa tr+gua, ir/ nos a6udar.0 & S%o T!omas 8ec9et, 3ue ele c!amar/ para a6ud/0lo0 S%o T!omas nunca o a6udaria.0 as ele cumpriu penitncia no santu/rio dele ermitiu 3ue o a$oitassem.0 &le + o assassino dele.0 %o "oi a m%o dele 3ue deu o golpe, e ve6a 3ue sucesso ele tem tido na4nglaterra desde a penitncia.

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@uís "icou um tanto a-alado. #epositava grande "+ em S%o T!omas 8ec9et.as era ele, @uís, 3ue a-rigara o arce-ispo na Eran$a e nunca "oranecess/rio 3ue ele se penitenciasse no santu/rio.0 a6estade 0 implorou Eilipe de Elanders 0, se essa tr+gua continuardurante o dia e a noite, perderemos 'ouen.(K0 #ei a min!a palavra e "i min!as ora$5es a S%o @ouren$o.

0 S%o @ouren$o n%o pode "aer coisa alguma contra o rei da 4nglaterra 0retrucou Eilipe 3uase com impacincia, e acrescentou:0 a6estade, n%o poderia acontecerdessa oportunidade vir atrav+s de S%o @ouren$o As portas da cidadeest%o escancaradasR os cavaleiros est%o distraindo0se no torneio. %opoderia ser este o momento de ir ao ata3ue@uís "icou !orroriado.0 &u dei a min!a palavra.Eilipe de Elanders tentou esconder o despreo. A vida toda, o rei daEran$a tin!a perdido oportunidades no campo de -atal!a. &staria "aendoo mesmo agoraEilipe apertou as m%os. 'etirou0se e deiQou o rei da Eran$a "aendo suasora$5es a S%o @ouren$o. Pouco depois, Eilipe voltou para o acampamento

do rei, e com ele estava o 6ovem enri3ue. O 6ovem rei atirou0se de6oel!os diante do rei da Eran$a.0 a6estade, ou$a0me 0 -radou ele. 0 eu reino est/ em perigo. Podemostomar 'ouen agora se pegarmos a cidade de surpresa. &m -reve meu paiestar/ a3ui com os soldados. Temos de tomar a cidade antes 3ue elec!egue.0 &u declarei a tr+gua 0 insistiu @uís.Os dois 6ovens uniram0se para convenc0lo. ostraram0l!e o 3uesigni"icaria a vit7ria. 4ria ele atir/0la "ora por causa de umapromessa Talve, se ele n%o cedesse, muitos soldados "ranceses iriamperder a vida.0 &nt%o eQploremos a situa$%o. Preparemo0nos para tomar a cidadeen3uanto as portas est%o a-ertas para n7s 0 decidiu @uís.Antes 3ue ele pudesse mudar de ideia, Eilipe e enri3ue saíram depressapara dar ordens no sentido de 3ue "ossem "eitos preparativos imediatospara capturar a cidade.'ouen poderia ter sido ocupada com a maior "acilidade, n%o "osse o "atode um grupo de rapaes ter desa"iado dois deles a escalar a torre daigre6a. &les su-iram e, en3uanto estavam l/ em cima, podiam ver al+m dacidade, at+ os campos em 3ue o eQ+rcito "rancs estava acampado, e "icouevidente para eles 3ue estava !avendo preparativos para um ata3ueimediato.#escendo, eles contaram o 3ue tin!am visto, e minutos depois os sinos daigre6a estavam tocando um sinal de aviso. A3uilo era o sinal de alarme.Os cavaleiros 3ue estavam no torneio ouviram e correram para dentro dacidadeR as portas "oram "ec!adasR pic!e(KH

"ervendo "oi preparado e levado para as ameias. Todos "icaram prontospara entrar em a$%o e decididos a de"ender 'ouen com uma determina$%oainda maior devido1 per"ídia dos "ranceses ao violarem uma tr+gua 3ue !aviam proclamado.Assim, 3uando Eilipe de Elanders e o 6ovem enri3ue comandaram o ata3ue,"oram rac!a$ados. Ealtara a surpresaR os cidad%os estavam prontos 1espera deles, e era como se a sua pe3uena estrat+gia n%o eQistisse.#urante a noite toda, a -atal!a "oi acirrada, e no dia seguinte ossentinelas 3ue estavam nos muros da cidade deram um grande grito dealegria, pois o eQ+rcito do rei da 4nglaterra "ora visto se aproQimando.

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O cerco iria terminar em -reve.&m pouco tempo os ingleses "oram avistados pelos "ranceses e a -atal!aestava prestes a come$ar. @uís, 3ue n%o era avesso ao cerco de umacidade, n%o gostava da ideia de uma -atal!a corpo a corpo. &le nuncaperdera sua revuls%o ao derramamento de sangue, e agora dese6ava nuncater0se envolvido na campan!a para tomar 'ouen. Nuando sou-e 3ue osingleses 6/ !aviam atacado a sua retaguarda e causara graves -aiQas,

"icou t%o certo de 3ue n%o poderia vencer numa luta corpo a corpo 3ueenviou mensageiros a enri3ue, solicitando uma tr+gua e 3ue l!e "ossepermitido retirar0se com suas tropas para um ponto a alguns 3uil7metrosda cidade, onde os dois pudessem conversar.Sem perce-er, 13uela altura, 3ue os "ranceses !aviam rompidotrai$oeiramente a tr+gua 3ue !aviam "eito com os cidad%os de 'ouen, eintimamente n%o 3uerendo com-ater um eQ+rcito no 3ual seu "il!o lutavacontra ele, enri3ue concordou em permitir 3ue os "ranceses seretirassem.%o "icou surpreso nem contrariado, 3uando l!e levaram a notícia de 3uedurante a noite eles tin!am "ugido e n%o pararam en3uanto n%o cruaramas "ronteiras da Eran$a.enri3ue soltou uma sonora gargal!ada. &ra sempre -om "or$ar uma

retirada sem perda de sangue. Eora uma vit7ria "/cil. 8astava eleaparecer para implantar o terror nos seus oponentes. A3uilo serviria deli$%o para o 6ovem enri3ue. &le veria 3ue n%o era "/cil opor0se ao pai.Nue alegria 3uando ele entrou na cidade de 'ouen &logiou os !omens emul!eres valentes 3ue !aviam resistido ao cerco. andou c!amar osrapaes 3ue !aviam su-ido na torre e, ao ouvir a !ist7ria 3ue contaram,a-ra$ou0os.(KIDocs "ieram -em. 4sso n%o ser/ es3uecido 0 disse ele. Se seria ou n%o,era o 3ue se iria ver, por3ue enri3ue era uma pessoa 3ue es3uecia com"re3uncia as promessas 3ue "aiaR mas sempre tornava as pessoas "eliespor3ue tin!am conseguido a sua aprova$%o a tal ponto 3ue ele "iera apromessa.Eoi 1 igre6a e deu gra$as a #eus e a S%o T!omas 8ec9et, pois estavacerto de 3ue o arce-ispo "ora o respons/vel pelo envio da3ueles !omenspara cima da torre e !avia salvado a sua cidade de 'ouen.'icardo, o segundo "il!o do rei, ainda n%o tin!a (M anos. ais -elicosodo 3ue os irm%os, ele eQultou com a necessidade de pegar em armas.&stava decidido a ser eQcelente no campo de -atal!a e de"ender aA3uit;nia contra o pai. &le o odiava. Seus irm%os eram impacientes comrela$%o ao vel!o rei, e acreditavam 3ue ele os !avia tapeado 3uanto 1!eran$a, por isso tin!am pegado em armas contra ele, mas nen!um deles oodiava tanto 3uanto 'icardo.A vida toda, ele considerara o pai como um dem7nio 0 o g+nio mau da vidadeles. &leanor acreditara na3uilo, e era sensata e inteligente, e ele aamava tanto 3uanto odiava o pai.&le ansiava por estar ao lado dela, mas era prisioneira do marido.

Nuando 'icardo pensava na3uilo, enc!ia0se de tanta "úria 3ue sentia;nsias de matar o pai. & iria mat/0lo, prometia a si mesmo. com 3uesatis"a$%o cortaria a ca-e$a dele e a enviaria 1 m%e &la iria gostar.Juntos, os dois comporiam uma -alada contando o caso, os dois iriamcant/0la em con6unto.&le agora tin!a uma miss%o dupla 0 n%o apenas derrotar o pai e tornar0seo verdadeiro governante da A3uit;nia, mas li-ertar a m%e. &le gostariade ser mais vel!o. &ra um guerreiro de nascen$a, mas ningu+m levava um!omem t%o 6ovem a s+rio, e o pai criara uma aura com rela$%o a sipr7prioR estava se tornando con!ecido como o le%o invencível. o

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entanto, estava "icando vel!o e n%o seria assim para sempre. O rei daEran$a estava contra eleR o mesmo acontecia com os outros "il!os,enri3ue e *eo"redo. %o !avia dúvidas de 3ue ele n%o poderia resistirpara sempre a uma oposi$%o da3uelas. & 3uando o arce-ispo "oraassassinado, o mundo inteiro parecera"icar contra ele. averia 3uem o admirasse por ter so"rido a3uela!umil!ante penitncia 'icardo n%o podia acreditar 3ue !ouvesse. %o

!avia dúvida de 3ue ele se!umil!ara, e no entanto desde ent%o o-tivera grande sucesso na4nglaterra. Tentativas para tir/0la dele(KFtin!am "racassado. as seria di"erente na ormandia e na A3uit;nia. @/,ele n%o iria gan!ar.'icardo eQultava ao pensar nos eQ+rcitos do rei da Eran$a e em !omenscomo Eilipe de Elanders. &m -reve, enri3ue estaria no comando de seureino. & 'icardo tam-+m teria de "icar no comando do dele.Como gostava de seguir 1 "rente de tropas, as -andeiras tocadas pelovento0 eu "il!o mais 3uerido 0 dissera sua m%e 0, voc nasceu para liderar!omens. #ou gra$as a #eus por ter sido voc a !erdar a A3uit;nia. a

verdade, eu nunca teria permitido 3ue min!a terra natal passasse paraoutra pessoa.&le e a m%e deveriam govern/0la 6untos, mas 6/ 3ue ela estavaprisioneira do marido, n%o se podia dier 3ue tivesse vo ativa nogoverno da terra. O povo da A3uit;nia a adorava, mas n%o dedicava omesmo carin!o ao "il!o. com os seus ca-elos claros e -ril!antes ol!osauis, ele n%o parecia ser do Sul. avia algo de estrangeiro nele, e opovo sentia isso. &le s7 "ora aceito por3ue era "il!o de &leanor mas aspessoas estavam sempre cientes de 3ue !avia nele um "orte tra$o dedescendncia normanda. &le era um poetaR adorava música. isso, era tal3ual a m%e. as o povo n%o podia es3uecer 3ue o pai dele era enri3uePlantageneta, cu6a m%e "ora a neta do Con3uistador normando.Por isso, 3uando ele percorreu a A3uit;nia tentando levantar !omens paraa sua -andeira a "im de preservar a sua !eran$a de seu pai avarento, oscavaleiros da A3uit;nia n%o estavam ansiosos por 6untarem0se a ele.C!egaram0l!e notícias de 3ue seu pai, depois de certi"icar0se de 3ue a4nglaterra estava a salvo, rumava para a A3uit;nia a "im de resolver ospro-lemas de l/. 'icardo compreendia 3ue era muito parecido com osirm%os no "ato de 3ue, en3uanto o pai estava longe, ele podia voci"erarcontra ele, mas o pensamento de "icar "rente a "rente com ele numa-atal!a incutia0l!e terror no cora$%o. %o se podia es3uecer a reputa$%odo vel!o rei. Todos estavam cientes dela, e os !omens mais "ortesintimidavam0se. enri3ue possuía a3uela rara 3ualidade 3ue tin!am seuavU e seu -isavU, 3ue muitas vees resultara em vencerem uma -atal!aantes de come$ar, simplesmente deiQando o cora$%o dos inimigos c!eios demedo e da certea de 3ue n%o poderiam vencer um !omem da3ueles.'icardo passou em revista sua compan!ia. Diu o medo estampado

(KMno rosto dos soldados. #escon"iava de 3ue se sou-essem 3ueo rei estava marc!ando em dire$%o a eles, muitos iriam desertar loucosde terror.C!amou um mensageiro e ordenou0l!e 3ue "osse a toda velocidade at+ oeQ+rcito do rei da Eran$a, 3ue ele acreditava estar na ormandia.0 @eve estes -il!etes e d um a cada um de meus dois irm%os e um ao reida Eran$a. 0 O-servou o mensageiro a"astar0se. Agora, sentia0se seguro.&les n%o o deiQariam ser derrotado. andariam a6uda.Seu pai ainda n%o c!egara, mas estava se aproQimando. 'icardo "icava

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o-servando, 1 espera do mensageiro. com ele deveria c!egar a6uda. Talveseus pr7prios irm%os. Se eles tivessem tomado 'ouen, estariamestimulados com a vit7ria, e essa seria a mel!or notícia 3ue ele poderiarece-er, por3ue signi"icaria 3ue tin!am derrotado seu pai e com issoporiam "im ao mito de sua invenci-ilidade.as n%o vieram soldados, e o mensageiro voltou.4n"elimente, irm%o, escreveu enri3ue, n%o "omos "elies em 'ouen,

mas "omos "or$ados a "ugir diante das tropas de nosso pai. Agora !/ umatr+gua e estamos esperando para discutir as condi$5es com ele. as umadas condi$5es 3ue ele impUs + a de n%o enviarmos a6uda a voc.'icardo cerrou os pun!os, numa raiva muda. At+ certo ponto, ele possuíao g+nio angevino, mas em ve de ser "ero como o do pai, era "rio.'icardo nunca se 6ogava ao c!%o e mordia os 6uncosR nunca "icavavermel!o para 3ue as pessoas acreditassem 3ue poderia cair ao c!%o numacesso. Eicava p/lidoR os ol!os auis pareciam de a$oR mas a sua raivan%o era menos violenta s7 por3ue era "ria.Sentia a3uela raiva, agora. Ali estava ele, um garoto segundo a idade,com o pe3ueno eQ+rcito, e teria de en"rentar soin!o o maior general da+poca 0 o pr7prio pai.&le poderia "a0lo. Seus seguidores nunca o "ariam.

Sa-ia 3ue n%o tin!a alternativa sen%o -ater em retirada diante do pai.Nuando discutiu a situa$%o com seus cavaleiros mais !/-eis, todosconcordaram com ele.0 Os !omens nunca iriam resistir e com-ater os eQ+rcitos de seu pai 0disseram eles. 0 4riam tremer de medo diante da perspectiva e desertarantes 3ue seu pai c!egasse.&ra verdade. ada !avia a "aer, a n%o ser recuar.(K)Nue amarga !umil!a$%o enri3ue marc!ou pela A3uit;nia eQortandoo-edincia de todos. 'icardo marc!ou para o Sul, mas n%o podia "icarmarc!ando para sempre. Seus !omens estavam desertando. &m -reve s7so-rariam uns poucos.&m dado momento, perce-eu 3ue n%o poderia recuar mais. Tin!a de encararo pai.O encontro aconteceu, e 3uando 'icardo ol!ou para a3uele rosto de lin!as"ortes, os ca-elos encaracolados 0 um pouco grisal!os agora 0 cortadosreto na testa, as narinas alargadas, o aspecto leonino, suas emo$5eseram con"usas. O 7dio ali estavaR o medo tam-+mR e sa-ia por 3ue !omensencol!iam0se diante de seu pai.A6oel!ou0se e encostou o rosto no c!%o, num sú-ito acesso de desventura.&stava derrotado e sa-ia 3ue ainda era muito 6ovem para levantar0se een"rentar a3uele !omem. Eora culpado de uma grande tolice e, em-oraodiasse o pai com um ardor maior do 3ue a3uele com 3ue algum dia poderiaodiar 3ual3uer outra pessoa, devia0l!e respeito.enri3ue o o-servava em silncio. eu "il!o, pensou ele. &ste -elo rapa+ meu "il!o 'icardo, o noivo de Alice.Sentiu uma sú-ita ternura por ele 0 talve por3ue "osse seu "il!o,

talve por3ue l!e tivesse tirado a noiva.0 @evante0se, 'icardo 0 disse ele.Nuando o rapa se levantou e os dois "icaram "rente a "rente0 e 'icardo tin!a de -aiQar os ol!os para encar/0lo, por3ue era v/rioscentímetros mais alto do 3ue o pai 0 enri3ue colocou os -ra$os em tornodele e a-ra$ou0o.0 V uma coisa triste 3uando um "il!o pega em armas contra o pr7prio pai.'icardo n%o disse nada. ?ma eQpress%o ligeiramente mal!umorada tocou0l!eos l/-ios.0 Triste 0 continuou o rei 0 e inútil. Doc + um -om com-atente, segundo

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me disseram, 'icardo. as uma -atal!a + mais do 3ue -randir uma lan$a,meu rapa. / sutilea e estrat+gia. ?m -om general sa-e 3uando deverecuar e 3uando deve avan$ar. Ora, diremos o seguinte: voc sou-e 3uandorecuar, n%o sou-e, e 3uando mostrar !umildade 8asta dier 3ue "oi umgeneral de valor. Agoravamos conversar.Passou o -ra$o pelo de 'icardo e os dois camin!aram 6untos.

0 %o gosto dessas discuss5es. Seus irm%os tomaram 6uío. 4rei v0los em-reve. Damos ter uma reuni%o e seria -om se voc((Kparticipasse. Ten!o muita coisa a dier0l!es por3ue n%o concordo emsuportar essas -rigas de "amília.0 ZS somos !omens. & !omens n%o podem ser tratados comomeninos.Tanto meninos como !omens rece-em o tratamento 3ue merecem0 @em-re0sedisso e iremos nos entender. Agora, meu "il!o, sai-a de uma coisa. omomento, !/ pa na A3uit;nia. Doc + o du3ue de l/, mas os títulos 3uemeus "il!os detm est%o so- o meu comando. @em-re0se disso, e "icaremosem pa.O rei ordenou 3ue se preparasse um -an3uete, e 1 mesa manteve o "il!o a

seu ladoR todos notaram 3ue ele mostrava uma certa a"ei$%o por ele e 3ue'icardo estava su-misso, em-ora parecesse mal0!umorado.o dia seguinte, o rei mandou c!amar o "il!o.0 D/, agora, e 6unte0se a seus irm%os na corte do rei da Eran$a. #iga0l!es 3ue decidiu 3ue n%o !aver/ mais disc7rdia na A3uit;nia, e 3ue voc,como eles, est/ cienteda tolice de suas a$5es. Como eles, voc est/ em pa com seu pai. 4remostodos nos encontrar em -reve e ent%o l!es direi 3uais s%o as min!aspropostas.'icardo despediu0se do pai e cavalgou em dire$%o 1 "ronteira "rancesa.enri3ue "icou pensativo. %o podia ol!ar para 'icardo sem pensar emAlice. O garoto n%o "alara na noiva. Ser/ 3ue alguma ve pensava nelaenri3ue pensava sempre.o castelo de Salis-ur, a rain!a rece-eu notícias dos "il!os. &stavapresa !/ mais de um ano, e a sua primeira sensa$%o de raiva !umil!ada 6/passara. Acostumara0se 1 pris%o, 3ue n%o era, em a-soluto, rigorosa. Aprincípio, !avia pensado 3ue enri3ue tentaria assassin/0la. Talve o"iesse. Nueria ver0se livre dela. Nueria mesmo Ou a3uilo era apenas umengodo para 'osamund &le n%o podia se casar com 'osamund. O povo 6amaisaceitaria. as em se tratando de enri3ue, ele poderia tentar o 3ueoutros receavam "aer.Todas as suas esperan$as estavam nos "il!os. Se eles pudessem vencer a-atal!a contra o pai, o primeiro dever seria li-ert/0la. Podia estarcerta de 3ue eles a soltariam. Nue grande dia seria a3uele em 3ue asitua$%o se inverteria, em 3ue enri3ue "icaria prisioneiro da mul!er edos "il!os Como &leanor iria om-ar dele(((

as ainda n%o seria agora. Ainda !avia "ogo no vel!o le%o. Del!o le%o.Precisava se lem-rar de 3ue ele era (2 anos mais novo 3ue elaSu-iu ao ponto mais alto do castelo e ol!ou por cima do "osso. Podiaandar livremente pelo castelo, mas se tentasse atravessar a pon televadi$a, seria impedidapelos guardas. A princípio, plane6ara "ugir, mas nada resultara disso.&stava muito -em vigiada. O su-orno era inútil. Todos os seus guardassa-iam 3ue se a deiQassem escapar, a "úria de enri3ue seria des"ec!adae a maior das puni$5es seria aplicada a eles.Sempre "ora uma intrigante, e agora o seu maior praer era seguir suas

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inclina$5es. Como era estran!o 3ue ela, a aventureira 3ue via6ara 1Terra Santa, 3ue tivera seus amantes, 3ue se divorciara do rei da Eran$apara 3ue pudesse casar0se com enri3ue Plantageneta, "osse agora umaprisioneira, con"inada num lugar pe3ueno, ol!ando dia ap7s dias para osmesmos !oriontesas com o tempo seria a vencedora. A3uele pensamento a mantin!a animada.Todos os dias, ao acordar, pensava: pode ser !o6e. o6e poder/ c!egar um

mensageiro mandado pelos meus "il!os... por enri3ue ou 'icardo... com a-oa nova. Talve eles l!e mandassem a ca-e$a dele para 3ue a m%e sevangloriasse. %o, isso n%o. &leanor n%o 3ueria 3ue ele morresse. Sa-ia3ue o mundo seria o lugar mais en"adon!o para ela sem o rei. Sempre "oraassim. ada a eQcitara tanto 3uanto suas -rigas com ele. Pensava na+poca da paiQ%o dos dois. a verdade, nunca tivera um amante 3ue secomparasse com ele. enri3ue tin!a uma "or$a, e era essa "or$a 3ue aatraía. &la acreditara, nos primeiros tempos do casamento, 3ue iriasempre am/0lo com uma pro"unda paiQ%o duradoura por toda a vida. ApaiQ%o permanecera, mas se tornara uma paiQ%o de 7dio.&la se lem-rava da raiva 3ue sentira 3uando sou-era, pela primeira ve,das in"idelidades dele. Eora 3uando ele colocara o seu -astardo *eo"redona ala das crian$as dela. O "il!o de um de seus pretensos amores sendo

criado com as crian$as reais & a3uele mesmo *eo"redo estava lutando aolado dele, agora, sempre "iel a ele, e diia0se 3ue o rei gostava muitodo "il!o.0 Os -astardos podem ser "i+is 0 dissera ela. 0 Tm de ser agradecidos.&les n%o tm direitos. V di"erente com a3ueles 3ue tm direitos 6ustos aterras e títulos.Nue ele -a6ulasse o "il!o -astardo &ra aos "il!os legítimos 3ue eleteria de responder.((20 O!, #eus, entregue0o nas m%os deles 0 reava ela. &leanor tin!a seusespi5es. &les iam ao castelo so- v/rios preteQtos e ac!avam um momentopara "alar com a rain!a.Alguns de seus criados tin!am amigos 3ue l!es davam notícias. &leanortin!a ao seu lado algumas das mul!eres de sua A3uit;nia natal, e elas"alavam a língua proven$al. Cantavam as notícias para ela na3uela línguacomo se se tratasse de uma can$%o. Talve a3uilo n%o "osse necess/rio,mas agradava ao seu senso de intriga e animava os dias de cativeiro.Como "icara contente 3uando sou-era 3ue 'icardo estava controlando aA3uit;nia e levantando cavaleiros da3uela -ela terra contra o pai#epois, c!egara a notícia do cerco de 'ouen. Como "ora típico de @uís,pensara elaEalara com suas amas so-re antigamente, 3uando @uís deiQara de lutarpor3ue n%o gostava de violncia.0 &le poderia ter en"rentado o rei da 4nglaterra, lutado com ele. astin!a de "ugir. &le sempre "oi mais monge do 3ue !omem. &m-ora nosprimeiros dias de nosso casamento eu 3uase o ten!a trans"ormado num!omem. & meus "il!os... enri3ue e *eo"redo O 3ue se passara com eles

#eviam ter "icado para lutar. as ceder, pedir uma tr+gua... e depoiscontentarem0se em ouvir as condi$5es dele... & 3uais ser%o essascondi$5es, eu l!es pergunto enri3ue Plantageneta nunca tirar/ as m%osda terra ou de um castelo. #esde 3ue suas presas o agarraram, ele nuncao largar/. eu "il!o 'icardo tin!a mais espírito do 3ue o irm%o. Podemter certea de 3ue ele nunca ceder/.as cedeu &la imaginou a raiva dele 3uando perce-eu 3ue n%o eraadvers/rio para o pai. O povo da A3uit;nia n%o con"iara num rapa t%o6ovem e tin!a medo da ira de enri3ue Plantageneta. Por isso, a guerrana A3uit;nia dera em nada, como acontecera "ora de 'ouen.

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0 Parece 3ue -asta ele aparecer e o povo "ica com medo. Por 3u 0perguntou ela, mas sa-ia a resposta. O rei tin!a uma 3ualidade 3ue ela6amais es3ueceria. #ese6ou 3ue ele aparecesse na pris%o onde a colocara.Como gostaria de uma -atal!a ver-al com eleDituperou contra o destino. enri3ue era demasiado "orte, ainda detin!aos vigores da 6uventudeR e os rapaes eram demasiado 6ovens. com o tempoa coisa n%o seria assim, e 1 medida 3ue os "il!os amadurecessem, o rei

envel!eceria. Precisava esperar at+ 3ue os anos((Gtoldassem os ol!os do le%oR ent%o, os "il!otes o atacariam, "eroesSe ao menos pudesse estar l/ com eles, para aconsel!/0los, talve paracativar @uís com agrados Poderia "aer isso Como ansiava por estarlivreEicou agitada por uma notícia inesperada.Eoi0l!e transmitida numa can$%o. ?m grande rei amava uma garota... umagarota muito 6ovem... 3ue era noiva do "il!o dele.&la prestou aten$%o. %o podia ser.AliceOra, n%o passava de uma crian$a & a noiva do "il!o dele oiva de'icardo

O 3ue estaria ele plane6ando Passar a -elea maculada para 'icardo,3uando tivesse terminado com ela%o podia ser a3uilo.&nt%o, outro pensamento l!e passou pela ca-e$a. enri3ue 3ueria odiv7rcio. C!egara a sugerir isso.eu #eus, pensou, ser/ 3ue ele 3uer se casar com AliceConvencera0se de 3ue ele n%o se casaria com 'osamund. O povo n%o iria3uer0la como sua rain!a, e ele era rei o -astante para sa-er 3ue tin!a,acima de tudo, 3ue o-ter a aprova$%o de seu povo. as Alice, a "il!a dorei da Eran$a A3uilo era outra coisa.#ivertindo0se com Alice Nue devasso Dia o rosto dele com clareaR aespecula$%o nos ol!os castan!os amarelados, as narinas dilatando0se derepente, como "aiam em momentos de intensa emo$%o.At+ 3ue ponto ele 3ueria se casar com Alice, imaginou ela. O su"icientepara assassinar a esposaComo seria simples. Nuem sentiria "alta dela Os "il!os as tam-+m eram"il!os dele, e ele era o sen!or. O 3ue se estaria passando por tr/s dam/scara do le%oAt+ 3ue ponto &leanor estava em seguran$aPrecisava agir com rapide.andaria uma mensagem a 'icardo. Contava com amigos em número su"icientepara poder "aer a3uilo.Eormava a mensagem na ca-e$a.&Qi6a 3ue o rei mande a sua noiva para voc. J/ est/ na !ora de voc eAlice estarem casados. &le tem de "aer isso. #iga ao rei da Eran$a 3uevoc 3uer a sua noiva.&la "icou alerta.

Agora, teria de tomar um cuidado especial.((no último dia de setem-ro 0 moderado e nevoento 0 3ue enri3ue se sentou1 mesa de con"erncia diante dos "il!os enri3ue, 'icardo e *eo"redo.&m seu cora$%o !avia triun"o misturado com uma certa tristea. Eicavamal um pai ter de acertar condi$5es de pa com os "il!osR por outrolado, era um praer o "atode t0los colocado todos so- a sua autoridade 0 todos eles 0 enri3ue,com suas ideias grandiosas so-re o 3ue l!e pertencia, por3ue o paitivera a magnanimidade de permitir 3ue ele "osse coroado reiR 'icardo, o

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7dio "rio -ril!ando0l!e nos ol!os auis, muito crian$a e ineQperientepara perce-er como "ora insensato em demonstr/0loR e *eo"redo, 3ue aindaparecia um menino. 8elos rapaes, os trs 0 e todos ali por3ue !aviamconspirado contra o pai.%o podia deiQar de sentir0se orgul!oso deles. &ram todos -em0apessoados. enri3ue era o mais -onitoR era considerado o príncipe mais-onito da cristandadeR *eo"redo

era 3uase t%o -onito 3uanto ele, saindo ao avU de An6ou 3ue tivera omesmo nome. 'icardo era di"erente. Apesar disso, -onito de uma maneiradi"erente. ais alto do 3ue os irm%os e mais !a-ilidoso nas artese3uestresR um dia, 3uando "osse mais eQperiente, seria um inimigo"ormid/vel para se en"rentar em campo de -atal!a.A ideia de ser o pai deles l!e causava uma certa emo$%o, e a severidadedesapareceu do seu ol!ar. esmo assim, iria mostrarl!es 3uem era osen!or.0 eus "il!os, lamento 3ue ten!amos de nos sentar a3ui dessa maneira.@em-ro0me -em da3uele +poca em 3ue vocs estavam na ala in"antil de meuscastelos e da alegria com 3ue os vi crescer. Docs tm sido malassessorados e in"ringiram as leis de #eus e do !omem ao pegarem emarmas contra seu pai. as n%o me es3ue$o de 3ue s%o meus "il!os, e por

causa disso serei tolerante. Primeiro, vamos "aer um 6uramento solenede 3ue todos perdoaremos nossos inimigos e devolveremos aos donos oscastelos 3ue tomamos durante o con"lito entre n7s. Docs podem ter "eitopromessas a meus inimigos de 6untarem0se a eles contra mim. #evemdeclarar, agora, 3ue est%o livresde todas as promessas e cometimentos.O-servou0os em silncio. enri3ue e *eo"redo estavam ligeiramente mal0!umorados, 'icardo um tanto desa"iador. as todos0 at+ 'icardo 0 sa-iam 3ue n%o tin!am alternativa sen%o concordar com ascondi$5es do rei.0 enri3ue, voc ter/ dois castelos na ormandia e uma pens%o((Hde (H mil li-ras em moeda angevina. 'icardo ter/ dois em Poitou e metadeda receita da3uelas terras. 0 Doltou0se para *eo"redo. 0 & voc, meu"il!o, em -revevai se casar com a "il!a de Conan, Constance. Dai "icar agora com ametade da parte 3ue l!e ca-e pelo casamento e, 3uando a cerim7nia serealiar, "icar/ com o total. o íntimo, os irm%os "icaram consternados,por3ue sa-iam 3ue os castelos 3ue l!es "oram dados n%o tin!amimport;ncia estrat+gica e 3ue ao "aer a3ueles presentes o pai estava,na realidade, tirandol!es todos os vestígios de poder pelo 3ual elesestiveram lutando.0 Docs tm um irm%o mais mo$o 0 continuou o rei, a vo a-randando0se umpouco. O 6ovem Jo%o era o mel!or de todos. &le n%o tin!a se levantadocontra o pai. Aos oito anos de idade, era um garoto encantador. *ra$as a#eus, escapara da in"luncia da m%e. 0 &le tam-+m + meu "il!o. #a partedele, n%o tive sinal algum de deso-edincia. #ei a ele trs castelos,

como sa-em muito -em. 0 #eiQou 3ue os l/-ios se curvassem num sorrisosard7nico. %o "ora por causa da3ueles trs castelos 3ue surgiram todosos pro-lemas 0 ?ma !eran$a po-re para o "il!o de um rei. Agora vou dara ele mil li-ras por ano na 4nglaterra e os castelos de arl-oroug! eotting!am. &le rece-er/ 2HK li-ras por ano de suas terras na ormandia,e a mesma 3uantia de sua propriedade em An6ou, onde l!e darei umcastelo. Ter/ tam-+m um em Touraine e outro em aine. Docs n%o iam3uerer 3ue seu irm%o se tornasse um indigente, eu sei, simplesmentepor3ue teve a in"elicidade 0 ou, de acordo com o 3ue se viu, pode ser a"elicidade 0 de nascer depois de vocs.

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Os rapaes "icaram consternados. O pro-lema com o pai come$ara por3ueele 3uisera tirar deles para dar a Jo%o 0 em-ora a causa "osse maispro"unda do 3ue a3uela 0 e agora eles estavam em situa$%o pior do 3ue3uando come$aram. as sa-iam 3ue n%o podiam protestar. Diam as inten$5esno rosto deleR e n%o importava o 3uanto pudessem voci"erar contra ele nasua ausncia, cara a cara com o pai eles con!eciam a sua "or$a e atemiam. enri3ue n%o !esitara em colocar a m%e deles na pris%o. Sa-iam

per"eitamente 3ue se !ouvesse 3ual3uer resistncia 1 vontade dele,aca-ariam em situa$%o semel!ante O rei, a"inal, segundo seus padr5es,estava agindo com muita toler;ncia em rela$%o a eles, 6/ 3ue !aviampegado em armas contra ele.0 / mais uma coisa 0 disse o rei. 0 Preciso ter uma garantia de vocsde 3ue n%o v%o me pedir mais nada e 3ue n%o ir%o a"astar0se de mim oudeiQar de servir0me.((IA3uela talve "osse a parte mais importante de todas, mas eles sa-iam daimpossi-ilidade de evit/0la. &stavam ali na3uela pe3uena Aldeia de ont@ouis, perto de Tours, e ele podia, se 3uisesse, prendlos. &ramvirtualmente seus prisioneiros, por3ue ele era o seu sen!or.enri3ue sorria para eles.

0 &nt%o "icamos amigos. 'icardo, *eo"redo, vocs ir%o me prestarvassalagem, o 3ue mostrar/ 3ue s%o realmente meus "il!os leais e 3ue souo seu sen!or "eudal.Os dois "il!os se a6oel!aram e 6uraram "idelidade a ele, e 3uando a3uiloaca-ou, o 6ovem enri3ue preparou0se para "aer o mesmo. O pai sorriupara ele com ar om-eteiro,0 %o, enri3ue. Doc n%o + um rei, e rei da 4nglaterra %o pode,ent%o, prestar vassalagem a mim.?m grande terror envolveu o rapa. um p;nico sú-ito, ele disse:0 O sen!or + meu pai. vou 6urar0l!e vassalagem, como "ieram meusirm%os.as o rei -alan$ou a ca-e$a.0 %o, meu "il!o. 0 Colocou a m%o no om-ro do 6ovem enri3ue epressionou0a. 0 vou esperar lealdade de voc, e sei 3ue a dar/, casocontr/rio, poder/ !aver conse3uncias terríveis... para voc. as vocvai "icar com os seus votos. Dai se lem-rar de 3ue sou o seu pai, 3ue +destas m%os 3ue "lui a sua -oa "ortuna. Eicar/ ao meu lado. Aprender/ atornar0se um rei de verdade, e eu serei o seu tutor.O 6ovem enri3ue teve um ligeiro sorriso, mas estava contra"eito.Agora 3ue "iera as paes com os "il!os, o rei decidiu 3ue iria mantelosao seu lado por en3uanto, para 3ue pudesse incutir0l!es a necessidade demanter as promessas 3ue "ieram.Pesaroso, lem-rou0se 3ue eles eram seus "il!os. &le nem sempre mantiverasuas promessas. & se tivessem saído ao pai nesse aspecto 4maginava 3uetin!am. &ram lutadores, todos, ele n%o tin!a certea era de 3ue dariam-ons reis. as n%o restava dúvida de 3ue poderiam ser instruídos. &le3ueria 3ue o 6ovem enri3ue desse se3uncia

1s suas con3uistas, por3ue ele seguira, at+ certo ponto, as normasesta-elecidas pelos seus grandes antecessores. Poderia con"iar em 3ueenri3ue "aria o mesmo%o 13uela altura. enri3ue era in"luenciado com muita "acilidadeR davamuito ouvido aos -a6uladores. A3uilo era uma característica 3ue de nadaadiantava para um rei. ?m de seus mel!ores !omens tin!a sido 'icardo de@uci, seu magistradoR um dos poucos em 3uem con"iava e nunca sedecepcionara((Fnem "ora -a6ulado por ele. Ws vees, sua "ran3uea podia ter irritado o

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rei, mas n%o passava de uma raiva moment;nea. #ava gra$as a #eus por serum governantesu"icientemente -om para n%o se a"astar de seus mel!ores amigos porcausa de um pouco de "ran3uea. O 6ovem enri3ue precisava aprendera3uilo. Divia em compan!ia de -a6uladores. &stava se a"astando de*uil!erme, o arec!al, 3ue era um -om amigo e um grande cavaleiro. *entecomo Eilipe de Elanders o atraía. enri3ue seria

o primeiro a admitir 3ue a3uele tipo de !omem podia ser atraente,divertido, mas n%o se devia dar uma import;ncia eQagerada 1 amiadedeles.O 6ovem enri3ue tin!a muito a aprender, e onde poderia aprender mais do3ue ao lado do paiPor en3uanto o rei iria esperar para ver para onde mandaria os "il!os.Eor$osamente, durante algum tempo, iriam cavalgar com ele. &ra -om "aercom 3ue o considerassemcomo um pai, reparar uma parte do dano 3ue a lo-a causara. Nue mul!erdesnaturada Como teria sido di"erente se 'osamund tivesse sido a suarain!a... ou Alice &la ainda era crian$a para ter "il!os. ais cedo oumais tarde ele iria engravid/0la, disso n%o tin!a dúvidas. & ent%o...A3uilo poderia ser resolvido naturalmente 3uando surgisse o caso.

Tin!am passado por An6ou ao seguir para a ormandia. Nueria 3ue o povovisse seus "il!os cavalgando com ele. enri3ue de um lado, 'icardo dooutro, e o 6ovem *eo"redo um passo ou dois atr/s. &st%o vendo &stamosunidos. &ra o 3ue ele diia para o povo. Nuem estiver com ideias dere-eli%o na ca-e$a, livre0se delas depressa. &u sou invencível... mascom meus "il!os ao meu lado, devo ser mais temido do 3ue nunca.Sim, era um praer cavalgar pelos seus domínios com os "il!os "aendo0l!e compan!ia.&m deem-ro c!egaram a Argentan.0 Damos passar o atal a3ui. V 7timo estarmos todos 6untos0 anunciou o rei.Seria um atal alegre. Como seria maravil!oso se a pe3uena Aliceestivesse ali com ele, como sua rain!a Outras mul!eres n%o o podiamsatis"aer inteiramente. Eora assim nos primeiros tempos com 'osamund.Seus guardas0"lorestais da 4nglaterra mandaram oitenta cervos paraArgentan por3ue, disseram eles, n%o !avia cervos 3ue se comparassem comos da 4nglaterra. O rei tin!a de cele-rar o seu atal com os "il!os ecom os cervos da 4nglaterra.((Menri3ue gostou da3uele gesto, em-ora a comida nunca tivesse sido umagrande preocupa$%o para ele. Eicou contente, por+m, pelo recon!ecimentode 3ue a3uele atal era especial.Saía com "re3uncia com os "il!os, e poucos dias antes do atal,en3uanto voltava para o castelo disse a 'icardo:0 Doc parece aca-run!ado, meu "il!o. %o est/ se sentindo-em0 &u estava pensando em min!a m%e. A "isionomia do rei "icou s+ria.

0 4n"elimente, ela precisa aprender uma li$%o.0 V uma li$%o dura, ma6estade.0 Como devem ser as li$5es dos traidores.0 Dossa a6estade tem sido mais -ondoso para com os seus "il!os do 3uepara com sua esposa 0 retrucou 'icardo.0 Ca-e a mim decidir 3ual ser/ o castigo dos 3ue me traem.0 &la n%o lutou contra Dossa a6estade.0 Como + 3ue poderia lutar... uma mul!er0 as ela veio 6untar0se a n7s, seus "il!os.0 Para 3ue pudesse incutir em vocs o dese6o de se re-elarem contra o

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seu pai.0 Se ela cometeu um erro, n%o poderia Dossa a6estade perdo/0la, agora,como nos perdoou0 %o, n%o poderia.0 as Dossa a6estade n%o deveria ser gentil ipara com sua esposa0 Pelos ol!os de #eus, 'icardo, voc vai ter a ousadia de me dier 3ual+ o meu dever

0 %o, papai, ac!o 3ue o seu cora$%o + 3ue ir/ l!e dier.0 &u sei, meu "il!o. &le me di para mante0la so- controle. &la + umalo-a 3ue ensinaria seus "il!otes a devorarem o pai.0 O pai deles n%o iria permitir.0 Pelas m%os, pelos dentes e ol!os de #eus, n%o iria. as c!ega... 6/c!ega. Cale0se Se n%o, poderia mudar de ideia a seu respeito. Doc n%oiria 3uerer ter o mesmo destino 3ue sua m%e.'icardo "icou calado. Os con!ecidos sinais de raiva estavam surgindo.'icardo era ousado demais, concluiu o rei. O rapa teria de aprender umali$%o. #e todos os seus "il!os, 'icardo era o 3ue mais o deiQavacontra"eito. as talve "osse .por causa de Alice.&les se deleitaram com a carne dos cervos 3ue vieram da 4nglaterra, edepois do -an3uete os músicos tocaram para eles. 'icardo cantou uma

can$%o de sua autoria 3ue se re"eria a um cavaleiro 3ue era(()noivo de uma -ela donela 3ue um ogro malvado aprisionara num castelo. Acan$%o era so-re o amor do cavaleiro pela sua dama e sua determina$%o deen"rentar 3uais3uer perigos para salvar a noiva.O rei sentiu0se ligeiramente constrangido, e mais ainda depois, 3uando'icardo estava sentado a seu lado e l!e disse:0 Papai, 6/ n%o sou mais um garoto. Como o cavaleiro da can$%o, estounoivo.0 A!, sim... da 6ovem Alice. #iem 3ue ela + uma menina graciosa.0 J/ + !ora de nos casarmos. O rei concordou com a ca-e$a.0 uito em -reve 0 disse ele, apaiguador 0, muito em -reve.0 J/ ten!o idade para ter uma esposa.0 Tem muito o 3ue "aer, meu "il!o. Ten!o planos para voc. Possuímosdomínios imensos, e eles precisam de prote$%o. Sou "eli por ter 3uatro"il!os 3ue dominaram a sua tolice e agora aprenderam o 3ue + mel!or paraeles. Posso ver 3ue voc ser/ um grande lutador, 'icardo, um líder de!omens.0 &u tam-+m sinto isso, papai, mas tam-+m vou precisar de um esposa.Creio 3ue o rei da Eran$a + de opini%o de 3ue o nosso casamento deveriarealiar0se 6/.0 O rei da Eran$a nunca "oi um !omem de tomar -oas decis5es. #eiQe 3ueeu decida, 'icardo, o momento em 3ue voc ter/ a sua esposa.0 & isso ser/ em -reve, ma6estade0 Ser/ 3uando eu ac!ar certo, meu "il!o.0 O sen!or viu a min!a noiva, papai0 Di, ela tem estado na sala de aulas com o 6ovem Jo%o e Joana.

0 Ac!a 3ue ela vai ser uma -oa esposa para mim0 Ac!o 3ue ela pode -em vir a ser uma -oa esposa.0 &nt%o, a cerim7nia deve realiar0se em -reve. &stou decidido. O rei"icou calado. #epois, -ateu palmas e pediu outra can$%o. ?m su6eitoimpertinente, o 'icardo. #i"erente dos outros. #ecerto modo, mais "orte.as o "il!o n%o se casaria com Alice. &le, enri3ue, n%o iria separar0sedela. Alguma coisa deveria ser "eita. Nuando voltasse 1 4nglaterra, iriapensar num plano.(2K

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A Op$%o do 'eiO '&4 [O P'&T&#4A perder tempo com as comemora$5es do atal. Nueria irpara a 4nglaterra, mas antes precisava certi"icar0se de 3ue suaspossess5es ali estavam protegidas. Podia con"iar nos "il!os... poren3uanto. Os 6uramentos deles ainda estavam muito recentes para 3ueousassem 3ue-r/0los. andou o 6ovem enri3ue dirigir0se para 'ouen eanunciar 3ue ia com a aprova$%o de seu pai. 'icardo deveria seguir para

Poitou e preservar a ordem por l/R *eo"redo iria para a 8retan!a eagiria da mesma maneira. &le, enri3ue, atravessaria a ormandia eprovidenciaria para 3ue o ducado pudesse ser deiQado em seguran$a nasm%os de pessoas de con"ian$a.Os rapaes, todos aliviados por terem escapado da vigil;ncia do pai,partiram nas suas diversas dire$5es.O 6ovem enri3ue n%o pUde resistir a dirigir0se 1 corte da Eran$a so- opreteQto de 3ue sua mul!er, arguerite, 3ueria visitar o pai. @uís osrece-eu com toda a pompa, por3ue "icou muito satis"eito com o "ato de o6ovem ir visit/0lo, e enri3ue, sentindo a !umil!a$%o 3ue a rendi$%o aosdese6os do pai l!e provocara, sentiu0se tran3uilo ao ser rece-idoda3uela maneira pelo rei da Eran$a.@uís 3uis sa-er so-re a reuni%o e eQpressou o seu !orror ao ouvir as

condi$5es do rei.(2(0 eu 3uerido "il!o, est/ vendo 3ue ele l!e rou-ou os seus direitos.0 &stou vendo 3ue n%o me encontro em mel!or situa$%o do 3ue antes demin!a re-eli%o... na verdade, a min!a situa$%o + ainda pior.@uís assentiu com a ca-e$a.0 %o "icar/ assim para sempre.0 as 6urei n%o me levantar contra ele.0 Os acontecimentos ir%o mostrar0l!e como agir.0 Dossa a6estade n%o gosta de meu pai.0 *ostar dele Nuem gosta dele &le n%o + !omem de 3uem se goste. V umgrande general. V vitorioso nas -atal!as. as !/ algo mais na vida do3ue com-ater.0 Parece 3ue isso representa um grande papel na vida de um rei.0 4n"elimente Como o !omem seria muito mais "eli vivendo em pa comos "il!os 1 sua volta0 eu pai n%o permitiu 3ue eu prestasse vassalagem a ele. Aceitou0a demeus irm%os, mas, 3uanto a mim, alegou 3ue eu era um rei coroado, e isson%o seria ade3uado.@uís "icou pensativo.0 %o deiQou, ent%o 0 remoeu ele e a-anou a ca-e$a lentamente.0 4sso mostra 3ue ele me considera rei, n%o +0 A presta$%o de vassalagem + uma "aca de dois gumes 0 disse o rei daEran$a. 0 O cavaleiro 6ura servir o seu sen!or, o sen!or dele 6uraproteg0lo. Talve seu pai n%o 3uisesse comprometer0se a proteg0lo.0 & por 3ue n%o0 &le deve ter suas ra5es.

0 Nue ra5es seriam essas0 Sua m%e + prisioneira dele, e mostrou 3ue pretendia re-elarse contraele. Doc mostrou isso, meu "il!o.0 & meus irm%os tam-+m.0 as eles n%o "oram coroados rei.0 O 3ue Dossa a6estade ac!a 3ue pode me acontecer0 Como ele n%o tem o compromisso de proteg0lo, poderia prend0lo como"e com sua m%e.0 Dossa a6estade acredita 3ue ele "aria isso0 &u acreditaria em 3ual3uer coisa partindo de enri3ue Plantageneta.

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(22O 6ovem rei "icou alarmado, mas @uís colocou0l!e a m%o no -ra$o.0 Tome cuidado, s7 isso. &ste6a sempre certo de 3ue n%o se encontra numasitua$%o como a de sua m%e.0 Como poderei ter certea disso0 V claro 3ue voc nunca poderia estar a-solutamente certo. as se seupai aceitasse a sua vassalagem e, em troca, 6urasse proteglo, poderia

sentir0se muito mel!or.enri3ue estava com medo. %o con"iava no pai. 4ria mesmo o rei prend0lo &nt%o, por 3ue n%o o "iera Capturara a m%e dele 3uando estavadis"ar$ada de cavaleiro. A3uilo era di"erente.Continuou a sentir0se contra"eito.a corte "rancesa, encontrou0se com Eilipe de Elanders, com 3uem vin!atendo la$os de amiade desde 3ue Eilipe o a6udara a invadir a4nglaterra. A tentativa "racassara, mas Eilipe n%o estava preocupado.Os dois lutaram 6untos em torneio. Eilipe era um mestre na arte da6usta. &la era a sua paiQ%o. Precisava0se de um e3uipamento t%o grande3ue enri3ue n%o tin!a condi$5es de participar muito. Eilipe ria dele.0 & voc + um rei %o importa. vou a6ud/0lo. Posso "ornecerl!e tudo de3ue precisar.

&ra um passatempo maravil!oso. enri3ue gostaria de se demorar eaproveit/0lo. O pai consideraria a3uilo uma perda de tempo. %o pensavaem outra coisa a n%o ser em governar seus domíniosR sempre dissera 3uen%o arriscava tirar as m%os das r+deas um s7 momento. 8em "eito. #eviadeiQar os "il!os assumirem a !eran$a e governarem em lugar dele, agora3ue estava "icando vel!o, deiQar 3ue enri3ue "osse para a 4nglaterra evivesse como um rei. as ele nunca se preocupara com coisas 3uesigni"icavam tanto para enri3ue. Nuando cavalgava levando uma lan$a,tin!a de ser um com-ate de verdadeR 3uando gastava din!eiro, era parae3uipar o seu eQ+rcito e construir algum castelo. Para ele, s7 eQistiatra-al!o e dever o tempo todo. Perdia muita coisa da vida. O 6ovemenri3ue, no entanto, n%o pretendia perder a3ueles praeres sedependesse dele.Promover 6ustas, dar "estas, goar da compan!ia de mul!eres0 isso eram as -oas coisas da vida.&le gostaria de viver como Eilipe de Elanders.Eilipe l!e disse 3ue estava eQaminando a possi-ilidade de uma(2Gviagem a Jerusal+m. Para ele, seria uma grande aventura via6ar 1 TerraSanta e aplicar o golpe em "avor da cristandade.Como enri3ue teria gostado de acompan!/0lo 4maginou0se contando o seudese6o ao pai. Podia ver os sinais de despreo mani"estando0se no rostoleonino.0 @utar pela Terra Santa A3ui, meu "il!o, tem um reino pelo 3ualprecisa lutar.o entanto, a m%e dele tin!a ido. Tivera grandes aventuras. Nue pena elaestar presa & pensar 3ue o pai era o carcereiro dela

&ra ele 3ue estava na rai de todos os pro-lemas deles.@em-rou0se ent%o de 3ue devia estar em 'ouen. com relut;ncia, ele earguerite se despediram de Eilipe de Elanders e ele se apresentou aoamigo e sogro, @uís da Eran$a, para rece-er as -n$%os.0 Tome cuidado. Cuidado com enri3ue Plantageneta. %o deiQe 3ue ele otrate como tem "eito com a mul!er. Se o enviar para a 4nglaterra, n%o v/en3uanto ele n%o tiver aceito sua vassalagem e prometido prote$%o. Sevoc n%o "ier isso, poder/ vir a ser prisioneiro dele, por3ue na4nglaterra ele tem o poder de "aer a3uilo 3ue !esitaria em "aer em3ual3uer outro lugar.

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enri3ue agradeceu ao sogro e partiu para 'ouen.Parecia 3ue estavam l/ !avia muito pouco tempo 3uando c!egou uma ordemdo rei. O "il!o e a nora deveriam 6untar0se a ele em 8ures, paraacompan!/0lo 1 4nglaterra. O 6ovem casal "icou a"lito.0 eu pai preveniu0nos de 3ue isso ia acontecer 0 -radou arguerite. 0&le 3uer 3ue voc este6a na 4nglaterra, onde ir/ "a0lo seuprisioneiro.

O 6ovem enri3ue n%o sa-ia o 3ue "aer. #eso-edecer 1 ordem erainconce-ível e, no entanto, o 3ue signi"icaria ir0 Seu pai disse 3ue se ele aceitasse min!a vassalagem, teria di"iculdadeem me prender.0 &ntendo 0 respondeu arguerite.0 A única coisa 3ue posso "aer + implorar 3ue ele me permita 6urar"idelidade.0 Tente isso, e se ele se recusar voc sa-er/ 3ue precisar/ precaver0se.Poderíamos "ugir. eu pai ac!a 3ue se voc n%o tiver 6urado "idelidade,assim 3ue estiver em solo ingls "icar/ 1 merc dele.(20 J/ estou 1 merc dele 0 disse o 6ovem enri3ue, com um sorriso amargo.0 as pelo menos n%o pode agir contra seus pr7prios 6uramentos assim t%o

depressa.0 &le pode "aer e "ar/ o 3ue 3uiser. as pelo menos ac!o 3ue esperariaalgum tempo. vou implorar para 3ue aceite min!a vassalagem. Deremos,ent%o, 3ual ser/ a resposta.Nuando c!egaram a 8ures, o rei estava impaciente, aguardando a c!egadadeles. A-ra$ou0os com ardor, perguntou como iam de saúde, em especial anora, por3ue estava imaginando se ela 6/ teria engravidado, e depoisl!es disse 3ue plane6ava partir para a 4nglaterra imediatamente.O 6ovem enri3ue perguntou se podia "alar com ele a s7s, e no mesmoinstante a permiss%o "oi concedida.0 eu pai, n%o posso acreditar 3ue o sen!or goste de mim como gosta demeus irm%os, e isso "a de mim um !omem muitíssimo in"eli.0 Por 3ue iria ter uma ideia dessas Doc n%o + o meu "il!o mais vel!o& se se re-elou contra mim, seus irm%os tam-+m o "ieram. &u o perdoei,e se voc "or um -om "il!o para mim, poder/ estar certo de meu amor.Nuantos pais teriam perdoado uma trai$%o como a 3ue voc e seus irm%osmostraram contra mim & ac!a 3ue n%o gosto de voc0 O sen!or se recusou a aceitar min!a vassalagem.0 Ora, n%o + por3ue "i de voc um rei0 %o passa de um título.0 Sim, apenas um título %o pode !aver dois reis num s7 reino. Ei devoc um rei, meu "il!o, para 3ue 3uando eu morrer n%o !a6a dúvida de3uem + o meu sucessor. Doc "ica com o título at+ rece-er a coroa, eisto s7 poder/ "aer 3uando eu n%o estiver a3ui para us/0la.0 Sou rei s7 no nome. O sen!or + o nosso so-erano. o entanto, n%o 3ueraceitar min!a vassalagem. %o consigo encontrar um motivo para isso,eQceto o de 3ue o sen!or

n%o gosta de mim.0 eu 3uerido "il!o, se 3uiser 6urar vassalagem e "aer o seu voto de"idelidade, 3ue assim se6a.0 O!, papai, ent%o o sen!or gosta mesmo de mim Os dois se a-ra$aram, eo rei disse, emocionado:0 Eico contente ao v0lo assim arrependido.@/grimas de alívio estavam nas "aces do 6ovem enri3ue. Se o paiaceitasse a vassalagem dele, estaria a salvo.(2H0 vou providenciar para 3ue essa pe3uena cerim7nia ten!a lugar sem

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demora, por3ue ve6o 3ue en3uanto ela n%o se realiar ir/ pensar 3uecontinuo com raiva de voc. Ser/ tratado como seus irm%os, e ent%oseremos -ons amigos. Por3ue isso, meu "il!o, interessa a n7s dois.enri3ue contou a arguerite o 3ue o rei l!e dissera. &la "icousatis"eita.0 as se certi"i3ue de 3ue ele cumprir/ a promessa. Sa-e como ele +. emsempre ac!a necess/rio cumprir uma promessa.

A3uela, no entanto, o rei cumpriu.Eoram traidas as relí3uias sagradas e, colocando as m%os so-re elas, o6ovem enri3ue "e o seu 6uramento de "idelidade ao pai.0 ostrarei "idelidade a Dossa a6estade contra todos os !omens e,en3uanto eu viver, procurarei n%o pre6udicar 3uer os meus !omens, 3ueros do rei, meu pai, 3ue serviram na guerra 3uando estivemos um contra ooutro. O-edecerei aos seus consel!os em todos os meus atos.O rei ouvia com uma eQpress%o ternamente a"etuosa. Nuando o 6uramentoaca-ou, ele a-ra$ou o "il!o.0 #e agora em diante, voc e eu seremos os mel!ores dos amigos, e isso +uma -oa nova para n7s e nossos domínios.Pouco depois, partiram para a 4nglaterra.A primeira indulgncia do rei "oi visitar Alice. J/ n%o era a crian$a

3ue de 3uando se tornara amante dele, por3ue amadurecera depressa.enri3ue "icava cada ve mais apaiQonado, por3ue desco-ria nela maiorespro"undeas de sensualidade, en3uanto ao mesmo tempo ela continuavad7cil e sem "aer eQigncias. Certa ve, ele pensara3ue 'osamund l!e dava tudo de 3ue precisava, mas "altava0l!e o praersensual 3ue se tornava cada ve mais evidente em Alice. &ssa, sim, era aamante per"eita. %o!avia dúvidas 3uanto a isso. &le perce-ia 3ue durante os momentos maisapaiQonados dos dois, 'osamund ol!ava, por assim dier, por cima doom-ro para ver se o an6o 3ue tomava notas estava presente. ?m amor comoa3uele devia preenc!er por completo os momentosR n%o se devia pensar noacerto de contas. Se esse c!egasse, teria de ser mais tarde.enri3ue gostaria de passar mais tempo com Alice.0 Agora 3ue estou na 4nglaterra, virei v0la mais vees. &star/ sempret%o ansiosa por me ver&la garantiu0l!e 3ue sim.O rei n%o l!e disse 3ue o noivo, 'icardo, estava 3uerendo casar(2Ilogo0 enri3ue n%o 3ueria estragar momentos como a3uele. Al+m do mais,tin!a outros assuntos com 3ue se ocupar. &stava especialmenteinteressado no "il!o enri3ue, 3ue pretendia manter a seu lado. %oapenas por3ue n%o con"iasse nele, mas por3ue 3ueria sinceramenteensinar0l!e a arte do governo mon/r3uico. O 6ovem enri3ue tin!a muitas3ualidades. &ra -onito e muito encantador. Possuía a3ueles dons a seu"avor, o 3ue nunca acontecera com o pai. as era "rívolo e "altava0l!e adedica$%o 3ue o pai possuía. Ainda n%o entendia 3ue para governar umreino 0 e em especial um reino t%o espal!ado assim 0 um rei nunca

deveria permitir 3ue o praer atrapal!asse o seu dever para com a coroa.enri3ue teve um pensamento "ugidio 3uanto a Alice. 8em, admitiu ele,3uase nunca. & se "osse desco-erto o segredo de 3ue ele tomara a noivade 'icardo como amante, ele superaria a3uilo como "iera com outrospro-lemas. 4nsistiria no div7rcio. O"ereceria a @uís um casamento para a"il!a... casamento com o rei da 4nglaterra. & nada l!e causaria maiorpraer.Al+m do mais, ap7s um -om governo no passado, podia0se correr riscos, o3ue n%o ocorria com algu+m ineQperiente.?m de seus primeiros deveres na 4nglaterra seria visitar o santu/rio de

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satis"eito com ele.(2MPediu ao arce-ispo 3ue convocasse todos os -ispos de Canter-ur e elepr7prio os acompan!asse. Ordenaria a todos os cavaleiros e -ar5es 3uecomparecessem, por3ue tin!a uma coisa importante a l!es comunicar.0 Para 3ue essa reuni%o, papai 0 perguntou o 6ovem enri3ue.0 Doc ver/ 3uando c!egar a !ora.

o sal%o do pal/cio, pai e "il!o estavam sentados lado a lado so-re opalan3ue, e o rei se dirigiu aos presentes.0 Os sen!ores me vem a3ui com o meu "il!o, e vem 3ue eQiste amiadeentre n7s. Sa-em muito -em 3ue !/ pouco tempo a situa$%o era muitodi"erente. as ten!o notícias eQcelentes para os sen!ores. eu "il!o, orei enri3ue, "oi me procurar em 8ures, e com l/grimas e muita emo$%opediu !umildemente perd%o. Pediu0me 3ue o perdoasse pelo 3ue me "ieraantes, durante e depois da guerra. com toda a !umildade, pediu 3ue eu,pai dele, aceitasse sua vassalagem e toda "idelidade, declarando 3ue n%opoderia acreditar 3ue eu o tivesse perdoado se n%o aceitasse. Ei3ueiemocionado com isso. in!a pena "oi grande, pois vi o 3uanto ele estavaarrependido, a ponto de se !umil!ar tanto 1 min!a "rente. Colo3uei delado meus ressentimentos contra ele e permiti 3ue me prestasse

vassalagem. So-re relí3uias sagradas, ele 6urou 3ue mostraria "idelidadea mim contra todos os !omens e o-edeceria aos meus consel!os e 3ueordenar/ todo o seu pessoal segundo meus consel!os, e doravante em todasas coisas.O 6ovem rei sentiu surgir uma violenta indigna$%o. #e "ato, !aviaprometido a3uilo, mas a3uela declara$%o pú-lica preparada pelo pai eraeQtremamente !umil!ante.@evara0o at+ ali para 3ue os principais !omens da na$%o sou-essem 3ue,em-ora o 6ovem enri3ue levasse o título de rei, s7 !avia um rei na4nglaterra e 3ue todos 0 inclusive seu "il!o 0 eram seus súditos.O ressentimento do 6ovem enri3ue c!egou ao m/Qimo. Nueria erguer0se e-radar 3ue pedira ao pai 3ue aceitasse sua vassalagem n%o por3ue 3uiseraservi0lo, mas por3ue receava o 3ue poderia l!e acontecer se n%o "iessea3uela declara$%o.%o iria suportar a3uele tratamento. Eiera o 6uramento, mas iriaaguardar a sua oportunidade.O rei sentia praer em estar na 4nglaterra. Seria sempre rei da4nglaterra antes de 3ual3uer outra coisa, e a3uela terra era, para ele,mais(2)importante do 3ue 3ual3uer outra, apesar de ter nascido e sido criado emAn6ou. Perder a 4nglaterra seria o maior desastre 3ue poderia acontecera um descendente do Con3uistador. %o !averia perigo disso, n%o "osse o"ato de 3ue precisaDa proteger suas terras muito longín3uas.antin!a o 6ovem enri3ue a seu lado, tentando con3uistarl!e a a"ei$%o.Tin!a pena do rapa e, em-ora descon"iasse dele, 3ueria ser um pai paraele. &stava aprendendo 3ue mesmo um rei n%o podia ordenar 3ue !ouvesse

a"ei$%o. Tentara eQplicar por 3ue "iera a3uela declara$%o pú-lica davassalagem do "il!o. %o pretendera !umil!/0lo com isso. Eora paramostrar ao povo 3ue os dois tin!am 6urado 3ue seriam amigos.0 %o "oi su"iciente eu ter0l!e prestado meu 6uramento0 &ra mel!or 3ue todos sou-essem 3ue voc me "iera o 6uramento.0 &u me senti !umil!ado.0 unca se sinta !umil!ado por3ue cumpre com seu dever para com seu pai.Sinta0se orgul!oso de ter tido a coragem de con"essar o seu erro ealegre por seu pai ter tido a magnanimidade de perdo/0lo e aceit/0lo devolta em seu cora$%o 0 retrucou o rei.

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&le mandava o "il!o sentar0se a seu lado 1 mesa e cavalgar a seu lado emcom-ate. Teria mandado o rapa dormir no seu 3uarto, n%o "osse o "ato deenri3ue ser casado e ele, o rei, muitas vees pre"erir dormir com outrapessoa.Alice, 3uerida e doce Alice &la estava mudandoR o corpo se "ormava 1medida 3ue passava da in";ncia para a condi$%o de mul!er.?m dia, 3uando a visitou, ela l!e deu a notícia pertur-adora.

0 a6estade, creio 3ue estou gr/vida de um "il!o seu.&le sentiu um misto de !orror e praer. Alguma coisa tin!a de ser "eita,agora. O 3u Como poderia escrever ao rei da Eran$a e dier0l!e 3ueengravidara a "il!a dele Como poderia dier a 'icardo 3ue sua noiva iaser m%eA-ra$ou0a com "or$a para 3ue ela n%o visse a eQpress%o de seu rosto.&le sou-era 3ue !avia a3uela possi-ilidade e recusara0se a en"rent/0lade "rente. Sa-ia 3ue 3uando acontecesse !averia alguma mudan$a em suamaneira de viver, por3ue Alice n%o podia "icar no pal/cio e ter um "il!o3ue todos sa-eriam ser dele. & mesmo 3ue n%o "osse 0 3ue esc;ndalo!averia se a noiva de seu "il!o 'icardo(GK"icasse na3uelas condi$5es, 3uando n%o se !avia casado nem estivera

perto do noivo !avia anos.Como 6/ n%o seriam os sussurros As visitas dele ao pal/cio deveriam tersido o-servadas. uitos talve sou-essem de seu relacionamento comAlice. ingu+m ousaria revelar o segredo, com medo da raiva dele, mas oscoment/rios velados deviam eQistir.0 O 3ue devo "aer, ma6estade0 #eiQe isso comigo, min!a 3uerida.&le "icou "eli com a3uilo. Nue esposa ela daria %o perguntou como,onde ou por 3u. Contentava0se em deiQar 3ue ele resolvesse, t%o certaestava de sua capacidade de solucionar todos os pro-lemas dela.&le ponderou so-re o pro-lema. Se pudesse divorciar0se de &leanoragora... e casar0se com Alice... as n%o !avia tempo. 4maginava asdi"iculdades 3ue estariam no camin!o de seu div7rcio. %o podia, ema-soluto. Se ao menos Alice n%o "osse "il!a do rei da Eran$a, como seria"/cil Apenas mais um -astardo para somar0se aos muitos 3ue ele 6/"iera. as a "il!a do rei da Eran$a Á noiva de seu "il!o Tratava0sede uma situa$%o muito delicada.Alice n%o podia permanecer no pal/cio. Seria inteiramente impossível tera crian$a l/. Para onde, ent%o, poderia ir Tin!a de tir/0la o maisr/pido possível dali, antes 3ue a gravide se tornasse evidente. & paraonde iria mand/0laSe ao menos pudesse se casar com ela. as como S7 !avia um modo... se&leanor morresse.A3uilo era impossível. Se ocorresse uma morte misteriosa, as suspeitascairiam so-re ele. Seria, outra ve, o caso T!omas 8ec9et. & aA3uit;nia Passaria para 'icardo,e ele, o rei, nunca seria aceito l/. A3uilo era coisa 3ue n%o se

discutia. Al+m do mais, ele n%o era a3uele tipo de assassino. Podiamatar um !omem numa -atal!aR podia mandar matar pessoas 3ue oo"endessem, mas n%o podia assassinar a esposa.Teve um sorriso ir7nico. @em-rava0se tanto dela. Certa ve, estiveraenamorado dela. Nue tigresa ela era 0 e uma grande amante aviampassado -ons momentos 6untos no come$o. Algo os unia, ainda 3ue "osseapenas o 7dio. *ostava de pensar 3ue ela ainda estava na Terra 0 e o 3ueera mel!or, numa pris%o escol!ida por ele.Nuerida Alice, pensou, por mais 3ue gostasse de torn/0la min!a(G(

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esposa, esse n%o + o camin!o. Nuem dera 3ue isso n%o tivesse acontecidoRpoderíamos continuar no es3uema antigo at+ eu ela-orar um plano. Agoratemos de plane6ar algo -em r/pido.&studou o pro-lema de todos os ;ngulos e pareceu s7 eQistir uma solu$%o.Seguiu para o seu pal/cio de oodstoc9.'osamund "icou, como sempre, contente em v0lo.A-ra$ou0a com ardor e disse 3ue, como sempre, ela l!e proporcionava um

grande con"orto. &la perce-eu logo 3ue ele n%o "ora passar uns diastran3uilos em sua compan!ia. &le tin!a um pro-lema e ac!ava 3ue elapoderia a6ud/0lo.0 / uma coisa 3ue preciso l!e dier, 'osamund. Damos andar pelos6ardins, por3ue l/ poderemos "icar a s7s.Pelos camin!os, com os ar-ustos cuidadosamente -em tratados, os doiscamin!aram de -ra$os dados.0 Preciso de sua a6uda neste assunto, 'osamund. 'e"ere0se 1 princesaAlice. 0 Perce-eu 3ue ela se retraiu. &nt%o !ouve rumores, e tin!amc!egado at+ ela Nuem mais teria ouvido 0 &la + uma criatura graciosa,e no momento se encontra numa situa$%o di"ícil. &st/ gr/vida.0 a6estade0 Sim 0 disse o rei, pesaroso. 0 4sso aconteceu e, + claro, !averia um

grande esc;ndalo se "osse revelado.0 &la est/ noiva de 'icardo0 'icardo, + claro, n%o deve sa-er.0 as ela vai ser mul!er dele0 A3uele casamento poder/ n%o se realiar nunca. Doc sa-e como acontececom esses noivados. ouve o noivado de Jo%o com a3uela outra Alice.ouve protestos comrela$%o aos castelos 3ue eu dei a ele. A3uilo provocou uma guerra. &agora, ve6a s7, a pe3uena Alice est/ morta e Jo%o n%o tem noiva.0 &les n%o passavam de crian$as, mas 'icardo e Alice...0 Acontece 3ue ela est/ gr/vida e n%o 3uero 3ue isso se6a divulgado.0 #e 3ue modo, ent%o, ma6estade, este assunto pode ser mantido emsegredo0 Ora, vamos, 'osamund &sta n%o + a primeira ve 3ue uma crian$a nasceem segredo.0 &m estminster(G20 Tem ra%o, preciso tir/0la de l/. &ste pavil!%o a3ui 6/ serviu delocal isolado. Pode servir de novo.0 Dossa a6estade vai mandar Alice para o pavil!%o0 Nuero 3ue voc v/ com ela, para proteg0la e "aer0l!e compan!ia. Nuer"aer isso, 'osamund0 Se "or de seu dese6o.0 #eus a a-en$oe, 3uerida. &u sa-ia 3ue podia con"iar min!a vida a voc.0 &la dever/ ser mantida a3ui em segredo0 Doc sa-er/ como "aer isso. Comunicarei a todos 3ue ela deiQou opal/cio por uns tempos para uma viagem ao norte. Doc cuidar/ dela a3ui

e ter/ com voc apenas uns poucos de seus criados da m/Qima con"ian$a.A3ueles 3ue certa ve guardaram -em o nosso segredo. #iga0l!es,discretamente, 3ue agem assim por vontade do rei e 3ue se comentaremalgo, provocar%o a min!a raiva. anten!a0a a3ui. Trate0a com carin!o. &deiQe 3ue ela ten!a o "il!o em pa.0 & 3uando a crian$a nascer0 Pode deiQar isso comigo. Providenciarei para 3ue ela se6a criada numasitua$%o 1 sua altura. Ea isso por mim, 'osamund0 Como Dossa a6estade sa-e, vivo para servi0lo.0 O!, "oi um dia "eli, para mim, 3uando c!eguei ao castelo de seu pai 0

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l!e sido mais "i+is do 3ue os legítimos. &la tomaria(Gconta da princesa Alice, "aria com 3ue passasse pela gravide sempro-lemas, e 3uando a crian$a nascesse e a princesa pudesse voltar paraestminster, ou onde 3uer 3ue pudesse aparecer com dignidade, 'osamundcomunicaria ao rei sua decis%o de retirar0se do mundo.O rei rece-eu o cardeal uguon com muitas !onras. &stava decidido a

mostrar0l!e 3ue tin!a o m/Qimo de respeito por ele e seu mestre.&ra 7timo 3ue o papa e o cardeal concordassem com o seu pedido de 3uea3uele assunto pro-lem/tico "osse resolvido. Como o cardeal sa-ia, tin!a!avido um con"lito entre Canter-ur e or9 desde o eQílio do santoarce-ispo T!omas 8ec9et. Para o rei, estava na !ora de o assunto serresolvido.O cardeal "icou satis"eito por encontrar o rei t%o cordato. &ra umpraer "icar instalado com tanto luQo e rece-er presentes caros.Para ele, estava claro 3ue enri3ue se ac!ava muito ansioso por aplacar'oma, e isso era sempre recon"ortante, por3ue um !omem com a3uele poderpodia causar muitas di"iculdades para o papado, se 3uisesse.&ra inesperado 3ue ele estivesse t%o apreensivo com as reivindica$5es desupremacia de or9 e Canter-ur. A sua grande preocupa$%o sempre "ora

reduir o poder de am-os e torn/0los su-ordinados 1 coroa. Por isso, ocardeal, en3uanto discutia o assunto, perguntava a si mesmo 3ue outropro-lema estaria pertur-ando o rei. &ra 7-vio 3ue se tratava de umpro-lema para o 3ual precisava da a6uda do papa.0 Canter-ur !/ muito 3ue det+m a primaia na 4nglaterra0 diia o rei. 0 #urante a ausncia de T!omas 8ec9et, o arce-ispo deor9 desincum-iu0se de o-riga$5es 3ue teriam ca-ido a Canter-ur. Osen!or v o dilema em 3ue nos encontramos. or9, agora, n%o 3uer ceder olugar a Canter-ur.O cardeal eQpressou sua compreens%o, mas se 'oma determinara 3ue oarce-ispo de Canter-ur devia ser o prima, assim deveria ser. &lelevaria o pro-lema do rei ao papa, e !averia um pronunciamento "ormal.&ra evidente 3ue o dese6o do rei era de 3ue todas as !onras "ossemdevolvidas a Canter-ur.O rei assentiu com a ca-e$a.0 / outro assunto... 6/ 3ue o sen!or est/ a3ui.A!, pensou o cardeal, vamos passar a ele, agora.(GH0 Como Dossa &minncia sa-e, ten!o sido seriamente perseguido por min!amul!er, a rain!a.0 Sei 3ue ela agora + sua prisioneira.O rei ergueu as m%os num gesto de desesperan$a.0 O 3ue pode um rei "aer 3uando a mul!er volta os "il!os contra ele eos incita 1 re-eli%oO cardeal concordou, s+rio.0 Como sa-e, sen!or cardeal, recentemente envolvi0me numa guerra em 3uemeus "il!os estavam do lado contr/rio. A m%e deles criou0os para 3ue me

odiassem. &la "oi apan!ada, dis"ar$ada de !omem, 3uando ia 6untar0se aeles e lutar pessoalmente contra mim. %o "ui eQcessivamente toleranteao limitar0me a det0la em um de meus castelos onde, em-ora se6aprisioneira, + tratada como uma rain!a0 Eoi, ma6estade.0 uitos reis teriam mandado eQecut/0la. O cardeal tossiu ligeiramente.0 &stou certo, ma6estade, de 3ue nunca seria culpado de uma loucuradessas. A rain!a + a du3uesa da A3uit;nia. Acredito 3ue o povo da3uelaterra teria se revoltado se ela tivesse sido molestada de 3ual3uermaneira.

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0 &u a manten!o so- controle, mas ela vive como uma rain!a. %o passanen!uma di"iculdade, eQceto a de n%o poder via6ar para o eQterior, e3uando sai do castelo leva uma escolta armada. Tendo em vista o 3ue ela"e e tentou "aer, ten!o de mante0la so- controle. V tr/gico, sen!orcardeal, 3uando um !omem + privado de seusdireitos naturais.0 V verdade, ma6estade.

0 / muito ven!o pensando 3ue devia a"astar a rain!a de mim.0 Dossa a6estade "ala em se divorciar da rain!a 4sso n%o seriapossível.0 A rain!a e eu somos parentes pr7Qimos. Poderíamos ser divorciados com-ase em consanguinidade.O cardeal suspirou. O pedido eterno. com -ase na consanguinidade Se seprocurasse -em, era possível encontrar alguma liga$%o sanguínea entre ano-rea da 4nglaterra e a &uropa toda. O pro-lema era 3ue ao atender opedido de um lado o"endia0se o outro.O cardeal prometeu, ent%o, 3ue levaria o pedido do rei ao pap/(GIe garantiu0l!e 3ue "aria tudo ao seu alcance para "aer com 3ue o santopadre "icasse cUnscio das di"iculdades do rei da 4nglaterra.

'icardo de @uci, o magistrado do rei, sempre "ora um !omem em 3uem o reipodia con"iar. #esde 3ue enri3ue rece-era a coroa, 'icardo de @ucieQercia um alto cargoe n%o deiQara de servir ao rei uma s7 ve. avia momentos em 3ue eleirritava o rei, mas enri3ue era inteligente -astante para sa-er 3ue'icardo de @uci mantin!a suas opini5es unicamente por3ue acreditava 3ueeram vanta6osas para a 4nglaterra e o rei. ?m governante inteligente n%oac!ava ruim um servidor 3ue se opun!a a ele para o seu pr7prio -em.'icardo de @uci era o !omem de con"ian$a do rei, e ao aproQimar0se deenri3ue consternado, o rei estava pronto para ouvi0lo.'icardo, como era de seu estilo, "oi direto ao assunto.0 A visita do cardeal uguon n%o "oi provocada simplesmente pararesolver a controv+rsia entre Canter-ur e or9, isso eu sei. Dossaa6estade est/ pensando em divorciar0se da rain!a.0 V desagrad/vel estar ligado a uma pessoa 3ue mostrou ser inimiga.'icardo concordou.0 a6estade, o 3ue aconteceria 1 rain!a se Dossa a6estade sedivorciasse dela e tornasse a se casar0 &la continuaria min!a prisioneira. Pelos ol!os de #eus, 'icardo, ac!a3ue eu daria 13uela mul!er a li-erdade para 3ue pudesse voltar para aA3uit;nia e plane6ar contra mim0 %o, ac!o 3ue Dossa a6estade n%o "aria isso. as pe$o 3ue pense commuito cuidado nesse caso.O rei "icou encoleriado, mas 'icardo ignorara mais de uma ve oscrescentes sinais de um acesso de raiva.0 Ac!a 3ue n%o pensei nisso com o m/Qimo de cuidado -radou o rei.0 Sei 3ue tem sido uma grande preocupa$%o de Dossa a6estade !/ algum

tempo. as l!e imploro, ma6estade, 3ue pense de novo no 3ue essediv7rcio iria signi"icar.0 &le iria me livrar de uma lo-a 3ue tem me atormentado e voltou meus"il!os contra mim.0 V mais do 3ue isso, ma6estade. &le iria livr/0lo da A3uit;nia.0 &u continuaria com ela. 'icardo sacudiu a ca-e$a.0 &la + a du3uesa, e seu "il!o 'icardo "oi proclamado du3ue.(GF0 V um título sem valor. A A3uit;nia + min!a0 Dossa a6estade rece-eu o título 3uando se casou com a du3uesa, mas o

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povo nunca o aceitaria. Sempre "oi leal 1 rain!a e a considera averdadeira governante. Se Dossa a6estade se livrar da rain!a, perder/ aA3uit;nia.0 Pelos ol!os de #eus, 'icardo, 3uer 3ue eu "i3ue ligado a uma mul!er3ue odeio.0 &u n%o poderia "aer nada se Dossa a6estade 3uisesse o contr/rio. eudever + lem-r/0lo do 3ue esse div7rcio iria signi"icar. &la + uma grande

!erdeira. A A3uit;nia iria levantar0se contra Dossa a6estade. & aormandia0 eus "il!os 6uraram 3ue n%o pegariam em armas contra mim.0 a6estade, n7s sa-emos o 3ue esses 6uramentos signi"icam em casos deemergncia.0 aldito se6a, 'icardo. Doc me deiQa intran3uilo. &u tin!a medecidido. as, meu -om amigo, sei 3ue di isso por amor e lealdade paracomigo.0 &nt%o consegui o 3ue 3ueria.0 Nuer dier 3ue acredita 3ue n%o !/ 6eito de o-ter um div7rcio sem umaluta 3ue -em poderia continuar pelo resto de min!a vida0 Acredito, ma6estade.0 as 3uero tornar a me casar.

0 a6estade, n%o poderia contentar0se com uma amante / muito 3ue Dossaa6estade "a essa concess%o.0 Agora n%o + t%o "/cil assim. #iga com sinceridade, 'icardo, voc temouvido rumores0 Ten!o, ma6estade.0 &nt%o tem0se "alado nisso.0 com discri$%o e s7 em certos setores. Temos de evitar 3ue se6a docon!ecimento geral.0 as o 3ue posso "aer, 'icardo0 A mo$a "oi retirada da corte. &st/ via6ando pelo norte, como parte desua educa$%o. Nuando ela voltar, seria -om Dossa a6estade n%o tornar av0la.0 4sso + impossível.0 &la deve se casar sem demora.O rei -ateu na m%o es3uerda com a direita "ec!ada.0 %o. unca irei concordar com isso.0 Se ela n%o "osse a "il!a do rei da Eran$a...0 Por isso mesmo 3ue eu poderia me casar com ela.(GM0 A noiva de seu "il!o0 &sses noivados muitas vees d%o em nada.0 V verdade. #evemos nos ater 1 3uest%o do div7rcio. a6estade, devepensar se vai "icar com o casamento e a perda de seus domínios ou mantero seu controle so-re eles e continuar casado com a rain!a.0 O cardeal d/ a entender 3ue um div7rcio seria possível.0 'ealmente, ma6estade. O papa n%o gostaria de ver o seu poderdiminuído

0 Doc est/ decidido a me deiQar "rustrado.0 &stou decidido a servir a Dossa a6estade de todo o meu cora$%o e comtodas as min!as "or$as, e se o o"endo ao "aer isso, 3ue assim se6a.O rei passou o -ra$o pelo de 'icardo de @uci.0 eu -om amigo, ve6o 3ue ten!o de me a"astar e meditar so-re esseassunto 0 "alou enri3ue.%o conseguiu dormirR cavalgou pela "loresta, devolveu o cavalo suadoaos cavalari$osR deitou0se na cama e ol!ou para o "uturo.editouR decidiu0se e mudou de ideia.& o tempo todo um pensamento "icava martelando0l!e a ca-e$a: Alice, a

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mul!er 3ue ele amava, e a perda da A3uit;nia. Alice e con"lito. & "icarcom &leanor, a rain!a 3ue ele odiava, ou perder o controle de seuimp+rio.Pensava com "re3uncia no seu -isavU, o Con3uistador, e parecia 3ue o!omem o visitava em seus son!os. &le via o despreo na3uela "isionomiaaustera. Para *uil!erme, o Con3uistador, n%o teria !avido pro-lema.unca teria podido ac!ar 3ue uma mul!er "osse mais importante 3ue o

poder. os mesmos son!os, via o avU, enri3ue 4. Ali estava um !omemcu6a necessidade de mul!eres tin!a sido t%o grande 0 se n%o maior 03uanto a do neto. &le tam-+m sacudia a ca-e$a, s+rio. &ra inconce-ível3ue odescendente deles "osse pensar num possível desastre para o imp+rio 3ueeles l!e !aviam deiQado para livrar0se de uma mul!er e casar0se comoutra.&ra um con"lito entre amor e poder. & enri3ue Plantageneta era rei edescendente de *uil!erme, o Con3uistador. %o !avia, na verdade,necessidade de estudar o assunto.&le sa-ia o 3ue devia "aer.o pavil!%o de oodstoc9, a !ora de Alice estava c!egando.'osamund cuidava dela com carin!o e passou a gostar muito da menina. #e

certo modo, as duas eram iguais, talve "osse essa a ra%o de am-asterem atraído o rei.(G)'osamund sentava0se ao lado da cama da princesa en3uanto "aia seutra-al!o de agul!a, e Alice l!e perguntava so-re os so"rimentos doparto.&las iriam rear por um parto "/cil, diia 'osamund. &la duvidava 3ue"osse "/cil. A garota era 6ovem e talve ainda n%o estivesse pronta paradar 1 lu. 'osamund tremia, pensando na ira do rei se alguma coisasaísse errada com Alice.#edicava0se a cuidar da menina. &ra o último servi$o 3ue "aria para ele.#ecidira0se "irmemente a entrar para um convento t%o logo a crian$a deAlice nascesse e ela se recuperasse. &scol!era o de *odstoL e 6/ "ieradoa$5es a eleR sa-ia 3ue 3uando c!egasse a !ora, seria -em rece-ida.a3uele ínterim, !avia Alice.Tratava0se de uma -ela menina, e acreditava 3ue o rei era todopoderoso.&ra um tanto inocente, e parecia n%o adivin!ar o relacionamento anteriordo rei com 'osamund. Talve a3uilo tornasse a coisa mais "/cil.Alice "alava no rei, pois at+ ela estava ciente de 3ue 'osamund sa-ia3ue ele era o pai da crian$a.&ra um grande !omem -om, disse ela a 'osamund, 3ue estava casado com umamul!er malvada. A rain!a era advogada do dia-o, e o rei iria separar0sedela e casar0se com Alice.0 in!a 3uerida, voc n%o est/ noiva do príncipe 'icardo0 &stava, mas isso agora n%o signi"ica coisa alguma. V o 3ue o rei di,e o rei sa-e.&nt%o a 6ovem Alice ac!ava 3ue em -reve seria rain!a da 4nglaterra

Certa ve ele l!e prometera a mesma coisa. avia muito tempo 3ue eleodiava a rain!a. Nuantas vees "alara em livrar0se dela O div7rcio n%oseria di"ícil, dissera ele, por3ue era certo !aver la$os sanguíneos. &leprometera, ent%o, "aer de 'osamund a sua rain!a.Agora c!egara a ve de Alice, 3ue ali estava prestes a dar 1 lu um"il!o dele, cuidada por ela, 'osamund, a amante descartada.Os meses se passaram. As duas andavam pelos 6ardinsR conversavamR-ordavam roupas de crian$a, e 'osamund mostrou as 3ue seus "il!os tin!amusado 0 meio0irm%o do pe3uenino 3ue estava para nascer. O "il!o de Alicedevia us/0las. Por 3ue n%o, 6/ 3ue !averia um "orte la$o entre eles

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0 O rei + -om para todos os seus "il!os 0 disse 'osamund.0 %o + uma maldade os "il!os se voltarem contra ele 0 -radou Alice. 0&les "oram estragados pela m%e. as em -reve ser/(Ka"astada dele. &la n%o usar/ o título de rain!a da 4nglaterra por muitotempo.'osamund era mais vel!a e mais eQperienteR ouvira promessas 6/

es3uecidas. %o adiantava dar a entender a Alice 3ue n%o seria t%o "/cilassim para o rei o-ter o div7rcio.o devido tempo, Alice come$ou os tra-al!os de parto e deu 1 lu umamenina 3ue morreu poucas !oras depois de nascer.Alice "icou desolada. Nuando o rei "oi visit/0la, ele "ingiu 3ue tam-+mestava, mas n%o pUde deiQar de pensar consigo mesmo 3ue talve tivessesido mel!or assim.0 Nuando estiver recuperada, meu amor, dever/ voltar para a corte. & seestiver um pouco a-atida, diremos 3ue "oi uma viagem cansativa ao nortee o clima de l/ n%o l!e "e -em.0 &stou pensando em entrar para um convento 0 comentou 'osamund,tran3uila.0 Penso 3ue 6/ "a algum tempo 3ue esse + o seu dese6o retrucou o rei.

0 Sinto necessidade de solid%o e medita$%o. Ac!o 3ue c!egou a !ora deprocurar perd%o pelos meus pecados.0 'osamund, min!a rosa do mundo, voc + uma -oa mul!er. #eus ir/ perdoaras suas transgress5es.0 em todos concordar%o com voc. &u sou-e 3ue em alguns círculos soutratada de 'osa0immundi, a rosa da impurea.0 Sempre !aver/ 3uem atire pedras nos outros.0 o entanto, sinto min!a culpa pesar so-re mim e 3uero passar meusúltimos anos em arrependimento.0 Para onde voc iria0 Para *odstoL. J/ tomei as providncias. &st%o preparados para merece-er.0 Nuando a rece-erem, "arei doa$5es a eles. %o v%o se pre6udicar 3uandoa rece-erem.0 Como sempre, Dossa a6estade + -om para mim. 0 as 'osamund viu oalívio no rosto dele. &ra o 3ue o rei 3ueria 3ue ela "iesse. Eariadoa$5es a *odstoL por3ue o convento o"erecera santu/rio a sua amante. J/n%o precisava dela, mas a amara o su"iciente para 3uerer v0la em -oasitua$%o.Assim, com a tristea no cora$%o, 'osamund retirou0se para o convento, eAlice voltou para o pal/cio.O rei sa-ia 3ue seria muito di"ícil divorciar0se de &leanor, mas aomesmo tempo estava decidido a n%o a-rir m%o de Alice.((A 'ain!a Dai para a CorteO JOD& '&4 &'4N?& estava in3uieto. A3uilo era demais. Praticamenten%o podia se meQer sem 3ue o pai sou-esse. &stava cansado de ouvir 3ue

precisava "aer issoe a3uilo, 3ue s7 !avia uma maneira de governar, ou se6a, a adotada pelorei, seu pai.Ouvia !ist7rias so-re como !omens como Eilipe de Elanders passavam otempo. Eilipe era um cavaleiro esplndido, perito na 6usta, e sua "amase espal!ava por toda a &uropa. &m -reve, "aria uma peregrina$%o 1 TerraSanta. Eilipe era rico, vestia0se com tra6es luQuosíssimosR seus cavaloseram ricamente a6aeados e os !omens o ol!avam com respeito.Nuanto a enri3ue, tin!a muito pouco. A única maneira de viver com algumcon"orto era "aer dívidas. 4sso n%o era di"ícil, 6/ 3ue era "il!o do

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rei e, na verdade, rei tam-+m. 4sso o deiQava irritado. &ra rei, mas sempoder. O título representava uma palavra, nada mais.Os !omens temiam o pai dele, e por isso pouco respeitavam o "il!oR e3uando ele cavalgava ao lado da3uela "igura 3uadrada, com tra6es 3ueeram usados como uma utilidade e n%o como ornamento e ol!ava a3uelasm%os muitas vees tornadas /speras pelo tempo, sentia vontade de -errara sua "rustra$%o.

Seu amigo *uil!erme, o arec!al, 6/ n%o o agradava como antes,(2Apesar de tratar0se de um eQcelente cavaleiro, um amigo "iel, *uil!ermen%o era como Eilipe de Elanders. #e "ato, 1s vees enri3ue ac!ava 3ue*uil!erme se mostrava "avor/vel ao modo como o pai o orientava.Pensando em Eilipe de Elanders, ele "icou imaginando se tam-+m n%opoderia partir em algum tipo de peregrina$%o. Nual3uer coisa para "ugirdo pai.@em-rava0se das !ist7rias contadas pela m%e, de 3ue o pai dela,dese6ando ter um !erdeiro !omem, decidira seguir paracompostella e pedir a6uda no santu/rio de S%o Tiago. A estrada eradi"ícil, as condi$5es terríveis, e o du3ue caíra doente com uma "e-revirulenta. Sou-era 3ue o "im estava pr7Qimo, mas "ora carregado em sua

liteira, e estava enterrado em "rente ao altar principal da igre6a deS%o Tiago de Compostella.ada mais natural 3ue o neto dele sentisse a necessidade de "aer umaperegrina$%o ao santu/rio de S%o Tiago e 1 sepultura de seu avU porparte de m%e.#isse ao pai o 3ue 3ueria "aer.0 Por 3u0 Cometi o grande pecado de pegar em armas contra meu pai.0 Seu pai o perdoou, e por isso #eus ir/ perdo/0lo.0 4sso pesa muito em min!a conscincia.0 &nt%o, alegro0me, por3ue assim + 3ue deve ser, e a mel!or maneira devoc eQpiar esse pecado + tra-al!ando -astante e aprendendo depressatudo o 3ue eu gostaria de ensinar0l!e.Sinto necessidade de ir a Compostella.0 & eu, meu "il!o, preciso de voc a3ui, e posso assegur/0lo de 3uemin!a necessidade + maior do 3ue a sua.0 Sou tratado como uma crian$a 0 disse enri3ue, mal0!umorado.0 Porte0se, ent%o, como um !omem e "a$a 6us ao direito deser tratado como tal.0 / 3uem "a$a essas peregrina$5es.0 Pode ser, mas eles n%o tm reinos 3ue precisam aprender a governar.0 Eilipe de Elanders plane6a ir a Jerusal+m.0 Nue v/. Dai evitar 3ue ele se meta em travessuras.0 com isso, ele vai o-ter a remiss%o dos pecados.0 Sem dúvida isso + necess/rio, por3ue acredito 3ue ele ten!a cometidov/rios. as n%o 3uero ouvir mais "alar nisso. Doc n%o(G

pode ir a Compostella. Eicar/ perto de mim, para 3ue eu possa prepar/0lopara a coroa 3uando ela c!egar 1s suas m%os.0 as, papai...0 J/ "alei 0 voci"erou o reiR e 3uando as iradas lues saltavam0l!e nosol!os, n%o era !ora de continuar a discuss%o.O rei "icou pertur-ado, o 3ue sempre ocorria 3uando rece-ia notícias de'icardo.Seu "il!o estava c!egando 1 4nglaterra, pois estava alarmado peloslevantes na A3uit;nia e 3ueria consultar o pai.&ra 3uase certo 3ue iria pedir 3ue a noiva "osse viver com ele, e a3uilo

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era uma coisa 3ue o rei n%o iria permitir. Dia Alice com "re3uncia,agora, e sua paiQ%o por ela n%o diminuía. Adorava a menina, e 1 medida3ue ela "icava mais vel!a, maior era a sua devo$%o. &stava decidido an%o se separar dela, mas poderia continuar diendo 3ue ela e 'icardoeram demasiado 6ovensSe 'icardo "osse 1 4nglaterra, Alice teria de ir em-ora. enri3uepoderia t0la enviado outra ve para o pavil!%o, mas agora 'osamund n%o

estava l/. %o poderia tir/0la de *odstoL para cuidar de sua amante.Ainda assim, poderia mandar Alice para o pavil!%o, e a3ueles -onscriados 3ue !aviam servido -em 'osamund e 3ue ele, com uma certaantevis%o, mantivera por l/, poderiam cuidar dela. #e uma coisa estavacerto: 'icardo e Alice n%o podiam se encontrar.Sentiria praer em ver o "il!o, por3ue tin!a uma certa admira$%o porele. O rapa estava mostrando ser um comandante valente, um eQcelentecom-atente, e um g+nio 3uando se tratava de -atal!as. &ra di"erente do6ovem enri3ue e de *eo"redo, 3ue s7 pensavam no praer e em conseguir opoder sem "aer "or$a.& agora 'icardo estava para c!egar 1 4nglaterra com o irm%o *eo"redo, eo rei decidiu 3ue iria mostrar aos seus súditos o grau de amiade com3ue vivia com os "il!os. A P/scoa estava se aproQimando, e eles iriam

pass/0la 6untos, e 3ue mel!or lugar do 3ue o seu castelo de inc!estero entanto, o 6ovem enri3ue gostaria de poder ir 1 ormandia, e comosurgiu a necessidade de um mem-ro da "amília aparecer por l/, o reiconsentiu 3ue ele "osse. O 6ovem enri3ue "icou contentíssimo com aperspectiva de escapar do pai, e "e preparativos imediatos para partir.Os ventos, por+m, estavam contra ele, e 3uando c!egou a P/scoa o reimandou 3ue ele participasse das "estividades em inc!ester, para 3ue"icassem todos 6untos.(Assim, o rei teve os 3uatro "il!os com ele, o 3ue muito o agradou. Tin!aconsel!os a dar a 'icardo e a *eo"redo, e esperava ter com ele o 6ovemJo%o 0 o único dos "il!os de &leanor no 3ual pretendia provocar a"ei$%o.C!egara 1 conclus%o de 3ue devia dar ao 6ovem enri3ue uma certali-erdade, caso contr/rio o rapa iria romper as amarras e re-elar0se.Eora por isso 3ue concordara em mand/lo 1 ormandia, mas en3uanto eleestivesse l/ deveria ser mantida uma vigil;ncia rigorosa, para 3ue n%ose envolvesse em atividades nocivas.Nue praer ele teria sentido ao discutir seus neg7cios com eles, semreservas por3ue n%o !avia necessidade de reservas Se eles tivessem sido"il!os leais, + o 3ue teria acontecido. Agora, em-ora eles "ingissemamiade, a descon"ian$a estava l/.'icardo era o mais "ranco de todos. #iia o 3ue pensava, semsu-ter"úgios, e o 3ue 3ueria era a6uda na A3uit;nia. &le n%o era t%opopular entre o povo como gostaria de ser.0 O "ato de o sen!or e eu sermos amigos 0 disse ele, rudemente 0 "a com3ue eles se voltem contra mim. Pensam 3ue sou inimigo de mam%e.0 V claro 3ue sa-em 3ue n%o + assim.

0 Alegam 3ue se sou seu amigo, n%o posso ser amigo dela. Ten!o um pedidoa "aer.enri3ue teve uma terrível apreens%o. O "il!o agora ia pedir para verAlice e perguntar 3uando seria o seu casamento. as estava enganado.0 Nuero ver min!a m%e 0 pediu 'icardo.0 Sua m%e est/ no castelo de Salis-ur.0 &stamos todos reunidos a3ui. &la devia estar conosco.0 Doc se es3uece de 3ue ela me traiu.0 O sen!or n%o poderia dier o mesmo de seus "il!os0 Poderia... para min!a in"elicidade.

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0 o entanto, o sen!or nos perdoou. Por 3ue n%o iria perdo/0la0 Por3ue "oi ela 3ue "e vocs se a"astarem de mim. com o leite materno,ela os alimentou com calúnias contra mim. %o "osse ela, estas n%oeQistiriam. &u teria sido um pai com "il!os -ons e leais.0 &la n%o alterou a nossa naturea.0 O 3ue 3uer dier com isso0 7s nos levantamos contra o sen!or por3ue o sen!or nos deu títulos e

depois se recusou a dar signi"icado a eles. in!a m%e n%o teve nada aver com isso.(H0 Doc pode ir a Salis-ur visitar sua m%e, mas n%o ser/ deiQado a s7scom ela.0 %o. &la tem de vir a3ui. Se o sen!or convid/0la para c/ e ela vier,na A3uit;nia v%o sa-er 3ue "ui eu 3uem pediu para v0la e 3ue sou amigodela. S7 ent%o v%ome aceitar.O rei "icou pensativo.0 #eiQe min!a m%e voltar para a A3uit;nia comigo 0 continuou 'icardo.0 unca.0 #evo voltar com ela e com min!a noiva. Os l/-ios do rei se apertaram.

0 Sua m%e vir/ para inc!ester. Eicar/ alguns dias e depois ser/ levadade volta para Salis-ur. O povo da A3uit;nia ver/, ent%o, 3ue ela "oitraida para c/ por3ue voc intercedeu por ela. %o v%o poder dier,ent%o, 3ue voc n%o + amigo dela.'icardo curvou a ca-e$a.0 / a 3uest%o da min!a noiva.0 #omine a A3uit;nia, e depois !aver/ tempo para voc pensar emcasamento.0 &u 3ueria ver a princesa Alice. J/ deve estar em idade de casar. euirm%o enri3ue me contou 3ue o rei da Eran$a anda perguntando por 3ue ocasamento tem sido adiado !/ tanto tempo.0 A princesa est/ via6ando pelo norte. Se voltar en3uanto voc estivera3ui, n%o !/ dúvida de 3ue vocs se encontrar%o. 'esolva seus assuntosna A3uit;nia e depois veremos se vai !aver casamento. &n3uanto isso,prometo0l!e uma coisa: voc ver/ sua m%e, e vai ser a3ui, em inc!ester.&leanor riu em vo alta 3uando sou-e 3ue iria via6ar at+ inc!ester. Nuepraer ver o seu adorado 'icardo &la deveria "icar contente ao verenri3ue e *eo"redo tam-+m, e talve o 6ovem Jo%o. O mel!or de tudotalve "osse encontrar0se com o marido. Ditup+rios 6/ se "ormavam em suamente. &stava ansiosa por dier0l!e o 3ue pensava dele, participar deuma da3uelas -atal!as ver-ais 3ue sempre a eQcitavam.andou c!amar suas costureiras. Tin!a a sorte de n%o l!e "altar nen!umadas amenidades da vida ali em Salis-urR era uma prisioneira tratadacomo rain!a. avia pouca coisa para "aer na pris%o, e suas amascosturavam túnicas para ela e, como sempre "ora notada pela eleg;ncia,duvidava 3ue !ouvesse 3ual3uer coisa na corte(I

do rei 3ue pudesse se comparar com tra6es desen!ados por ela.Animada, partiu na viagem de Salis-ur para inc!ester, cercada pelosguardas do rei. Eicou eQultante 3uando viu as torres do pal/cio e,en3uanto avan$ava, ria altopor causa de seu triun"o.O rei rece-eu0a, e por alguns momentos os dois se entreol!aram com ar deo-serva$%o. &la inclinou a ca-e$a e soltou uma gargal!ada.0 &nt%o "inalmente nos encontramos, ma6estade.O rei "e um gesto com a m%o para a3ueles 3ue estavam em sua c;mara.0 #eiQem0nos 0 ordenou ele.

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0 8em, estamos soin!os. Por #eus, enri3ue, ve6o ca-elos grisal!os erugas pro"undas em seu rosto.0 Ten!o tido muita coisa com 3ue me preocupar, como voc -em sa-e.0 Sei 3ue seus "il!os n%o gostam de voc.0 Por3ue os pensamentos deles "oram envenenados pela m%e. &la ergueu osom-ros.0 Eoram os pr7prios atos do pai 3ue os a"astaram dele. Por 3ue permitiu

a min!a vinda0 Para 3ue pudesse ver seus "il!os.0 T%o tolerante Damos, enri3ue, !/ outro motivo 3ue n%o o amor 3uevoc sente por eles... ou por mim.0 %o sinto amor nen!um por voc.0 &ra o 3ue eu temia 0 om-ou ela.0 as voc + m%e de meus "il!os, e eles pediram para v0la.0 &nt%o vamos nos encontrar. Eico contente. & voc me trouQe a3ui paraagradar aos meus súditos da A3uit;nia, n%o "oi Se sou-erem da min!apresen$a a3ui nesta +poca pascal, ir%o odi/0lo menos e perce-er 3ue'icardo + meu amigo. 4sso + estadismo, enri3ue, meu marido, e possodier 3ue voc + muito -om nisso.0 O-rigado.

0 & agora 3ue 'icardo est/ a3ui, temos um assunto a discutir... ele, eue talve voc.0 & o assunto0 O casamento dele, + claro. 0 &la o eQaminava atentamente. 0 & ondeest/ a nossa 3uerida princesin!a Con"esso 3ue esperava encontr/0laa3ui.0 &la "oi para o norte... por causa da saúde. A rain!a levantou asso-rancel!as.(F0 &la est/ doente, ent%o %o doente de amor... por 'icardo as ela n%oo tem visto no auge de sua 6uventude, n%o +0 &la 6/ !avia partido 3uando ele c!egou.0 *rosseria da parte dela %o est/ ansiosa por ver o noivo0 Pensei 3ue depois do seu isolamento voc teria outros assuntos paradiscutir 3ue n%o esse noivado de 'icardo.0 &u poderia pedir min!a li-erdade. Doc estaria disposto a d/0la0 Se desse, como iria sa-er 3ue voc n%o iria tramar contra mim, como"e antes0 V uma coisa so-re a 3ual voc nunca teria certea.0 este caso, entende por 3ue tem de contmuar min!a prisioneira.0 Pensei 3ue pud+ssemos "aer um pacto.0 Por 3ue eu iria "aer um pacto com uma prisioneira0 Doc 3uer o div7rcio.0 Nuem l!e disse isso0 / rumores.0 Doc n%o devia con"iar em rumores.0 O!, depende da "onte. & supon!a 3ue eu concorde com o div7rcioR voc

me li-ertaria0 Dai !aver um div7rcio.0 Ouvi dier 3ue voc 6/ se decidiu 3uanto 1 sua pr7Qima rain!a.0 #iga0me 3uem l!e deu essa notícia. vou cortar0l!e a língua, por3ue n%otolerarei 3ue mentiras desse tipo se6am ditas so-re mim.0 &nt%o + verdade, n%o +0 Se "osse verdade 3ue 3uero o div7rcio, por 3ue n%o iria "aer um pactocom voc, como sugere0 %o ten!o dúvidas de 3ue tem suas ra5es.0 %o. %o pedi div7rcio.

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0 Doc deu ricos presentes ao cardeal uguon. Eoi s7 para resolver adisputa entre or9 e Canter-ur0 %o a trouQe a3ui para discutir meus atos com voc.0 %o. Sei per"eitamente por 3ue me c!amou Doc sempre age movido pelaam-i$%o. V necess/rio 3ue 'icardo mostre ao meu povo 3ue + meu amigo, en%o seu. Por isso, voc permite 3ue se divulgue 3ue ele o convenceu adeiQar 3ue nos encontr/ssemos a3ui. Pensa 3ue n%o con!e$o o seu modo de

agir, enri3ue Plantagenetaenri3ue deu de om-ros.(M#evo l!e dier 3ue se "ier alguma coisa para me pre6udicara3ui, ser/ mandada de volta para uma pris%o ainda mais rigorosa. &laassentiu lentamente com a ca-e$a.0 O 3ue pretende "aer comigo, marido e matar 4sso deiQaria o camin!olivre sem complica$5es, n%o + as + claro 3ue tem de esperar at+ 3ue aA3uit;nia se6a dominada e aceite 'icardo como o du3ue. &nt%o, se pudermante0lo como seu vassalo, o 3ue eu duvido, a A3uit;nia ser/ sua, comosempre "oi o seu dese6o. V um tempo muito longo para espera, e o tempo +importante para voc. O 3ue pretende "aer Conseguir um !erdeiro comela Doc tem os seus !erdeiros, enri3ue, e ve6a -em os pro-lemas 3ue

eles trouQeram.0 Doc est/ diendo -o-agens.0 %o, n%o, isso + -om senso, e voc n%o gosta. Sa-e o 3ue o rei daEran$a vai dier 3uando sou-er 3ue sua "il!a "oi seduida0 O 3ue + isso0 Nue ignor;ncia Po-re crian$a. al saída do -er$o. as diem 3ue os!omens 3ue v%o envel!ecendo e cu6os sentidos est%o satis"eitos procuramemo$5es novas. Crian$as, n%o +&le avan$ou para ela, a m%o erguida.0 V isso, enri3ue. e -ata. 4sso ser/ uma 7tima notícia para aA3uit;nia. vou contar 3ue o incitei, o insultei por ter seduido a "il!ado rei da Eran$a.&le se deteve, lutando para manter o controle da raiva 3ue iaaumentando.0 Saia da3ui: Antes 3ue eu a mate com as min!as pr7prias m%os, saiada3ui 0 gritou ele.0 Eico imaginando como se sentiria se voc pusesse as m%os em mim. J/"e isso com a maior ternura. @em-ra0se0 S7 sei 3ue amaldi$oo o dia em 3ue a con!eci.0 4sso "oi antes de a princesa da Eran$a ser conce-ida. as !avia a -ela'osamund, n%o unca me es3uecerei do terror dela 3uando o rolo de sedame levou ao seu esconderi6o. & voc "oi o traidor. O rolo estava preso 1sua espora. as voc n%o + um traidor de todos n7s0 Se n%o se retirar, n%o responderei pelos meus atos.&le tin!a ra%o. &leanor perce-ia 3ue em-ora ele tivesse lutado muitopara se controlar, o seu g+nio estava levando vantagem so-re ele.enri3ue iria es3uecer a diplomacia. Toda a sensate o a-andonaria se

a3uela raiva demoníaca vencesse.()&leanor n%o 3ueria morrer, por en3uantoR "e0l!e uma mesura om-eteira eretirou0se.Nuando a raiva passou, o rei en"rentou a realidade.&nt%o, ela desco-rira. A lo-a sa-ia 3ue Alice era sua amante. O 3ue iriaela "aer Sa-ia 3ue, independente do 3ue "osse, iria traerl!egravíssimos pre6uíos.O rei da Eran$a iria sa-er. 'icardo iria sa-er, e em pouco tempo todosestariam contra ele. &le tivera alguma eQperincia do tipo de condena$%o

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3ue poderia esperar. Eaia muito pouco tempo 3ue escapara dos pro-lemas3ue a sua coneQ%o com o assassinato de T!omas 8ec9et l!e !avia causado.& a 3ue custo para a sua dignidade real %o deveria ser divulgado 3ueele !avia seduido a noiva de 'icardo e 3ue ela tivera um "il!o seu. as&leanor sa-ia, e o grande praer de &leanor na vida era agir contra omarido.O 3ue ele podia "aer

Alice n%o podia "icar ao lado de 'icardo. %o era s7 por3ue o rei 3ueriamante0la para si mesmo. &ra muito crian$a, "altava0l!e a astúcia parapoder guardar segredos. Alice tin!a de "icar, e ele precisava encontrarmeios de manter 'icardo a"astado. Se &leanor come$asse a espal!ar-oatos, diria 3ue ela os inventara s7 por maldade.O rei acreditava ter progredido um pouco com rela$%o ao 6ovem enri3ueRnos últimos meses, o rapa parecia estar 3uase gostando dele. 'icardoseria sempre seu inimigo, disso ele sa-ia. &ra demasiado parecido com am%e para mani"estar 3ual3uer outro sentimento. *eo"redo tin!a tendnciasa seguir o irm%o mais vel!o. &les poderiam ser in"luenciados com uma"acilidade maior do 3ue 'icardo.O rei precisava "aer o possível para evitar 3ue ela transmitisse a3uelain"orma$%o a 'icardo, e se ela tentasse a"astar enri3ue e *eo"redo

dele, diria a eles 3ue ela mesma levara uma vida longe de ser eQemplar.A"inal, 3uando pensava nos esc;ndalos 3ue &leanor provocara na6uventude, como poderia ela 6ulg/0lo por3ue se apaiQonara por uma menina3ue estava noiva de um de seus "il!os&ra uma pena 3ue tivesse parecido necess/rio deiQar 3ue ela saísse dapris%o. &m-ora ele compreendesse 3ue "ora uma -oa política, lamentavapro"undamente a necessidade da3uilo.O período de li-erdade de &leanor aca-aria em -reve, e ele demorariamuito a permitir 3ue ela reaparecesse.(HK&leanor arran6ou logo uma oportunidade de "icar a s7s com 'icardo. Osdois se encontraram no novo 6ardim de ervas, onde podiam goar de umacerta privacidade.0 eu 3uerido "il!o, temos de dier depressa o 3ue se passa na nossaca-e$a, por3ue n%o ac!o 3ue seu pai vai me permitir a li-erdade pormuito mais tempo. Converseicom o rei e ele me transmitiu o seu 7dio. &st/ especialmente descon"iadode voc, meu "il!o. V por causa de Alice.0 A princesa Alice in!a noiva.0 Ten!o novidades para voc, 'icardo. &la se tornou amante de seu pai e+ por isso 3ue ele a mant+m a"astada de voc.0 Papai pode "icar com ela. %o 3uero a amante 3ue ele descartou.0 %o, nem deve. as, meu "il!o, ele precisa pensar 3ue voc a 3uer. Temde perguntar a ele onde est/ a sua noiva. %o deve deiQ/0lo em pa. Orei da Eran$a precisa "aer um movimento em "avor de seu casamento com aprincesa Alice. V a mel!or maneira de atorment/0lo. unca o vi t%opertur-ado como 3uando "alei nela. O rei + matreiro. Sa-e ser mais vivo

do 3ue seus inimigos. Dai mentir, "aer promessas 3ue n%o pretendecumprirR mas n%o conseguia esconder o dese6o 3ue sente por essa menina.& est/ mais alarmado com o 3ue poderia signi"icar a revela$%o de seurelacionamento com ela do 3ue 6amais "icou com rela$%o a entrar emcom-ate.0 / 3uanto tempo isso vem acontecendo0 ?ns dois anos, creio eu. Ouvi um -oato de 3ue ela teve um "il!o dele.0 Por #eus, e todos os santos vou dier isso ao mundo todo0 Ainda n%o, 'icardo. Ainda n%o. Por en3uanto, "in6a ignorar o caso.#eiQe 3ue ele se atormente. Se todos sou-essem, o 3ue poderia acontecer

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averia um esc;ndalo, mas com o tempo ele se livraria. 0 avia na vodela uma admira$%o 3ue ia contra a sua vontade. 0 Pense no 3ue aconteceuem Canter-ur. Nue outra pessoa poderia ter0se !umil!ado e se saído3uase 3ue com louvor Ser a$oitado em pú-lico %o. O 3ue o ir/pertur-ar mais + o "ato de 3ue !aver/ tentativas de tir/0la dele. Porisso, meu "il!o, pe$a a @uís 3ue o seu casamento se6a cele-rado. #iga0l!e 3ue voc est/ impaciente para ter a sua esposa. #eiQe 3ue seu pai

se6a apo3uentado por pedidos contínuos para 3ue a "il!a de @uís se6ali-erada, por3ue pode ter a certea de 3ue ele vai 3uerer manter aliga$%o deles em segredo en3uanto l!e "or possível.(H(0 &u gostaria de ir procur/0lo e 6ogar0l!e na cara a sua -aiQea.0 Sei 3ue gostaria, e sua "ran3uea + um tra$o de seu car/ter 3ue mecausa uma certa preocupa$%o. Ouvi "alar no seu novo apelido, 'icardoSim e %o, segundo eles,por3ue com voc + sempre Dai ser ou %o ser/. Aprender/ 3ue 1s vees+ necess/rio tergiversar, e n%o poderia ter um pro"essor, nessa arte,mel!or do 3ue seu pai.0 A sen!ora 3uer 3ue me comporte como ele0 Ten!o 7dio dele e amo voc. as mesmo odiando0o como odeio, ve6o 3ue

ele tem uma certa grandea. A devassid%o dele ir/ destruí0lo, comodestruiu o nosso casamento. o entanto, n%o o su-estime, por3ue ele + umadvers/rio temível. Com-ata0o com sutilea. Certi"i3ue0se de 3ue avingan$a 3ue "ier ser/ a3uela 3ue mais o atingir/.0 vou "aer o 3ue di, mam%e. %o vou deiQar 3ue ele sai-a 3ue estouciente dessa sedu$%o. %o vou 3uerer Alice, mas n%o direi isso aningu+m, e s7 3uando ela me"or traida + 3ue irei recus/0la.0 Pela -o-oca da menina, eu pouco me importo. Tudo o 3ue 3uero +!umil!/0lo.0 Como a sen!ora o odeia0 Doc tam-+m n%o0 #esde a min!a in";ncia a sen!ora me mostrou o 3ue ele +. A rain!a riu,satis"eita. O rei tin!a pela "rente um período demuita intran3uilidade.&ra di"ícil para 'icardo guardar consigo a3uela revolta. %o 3ue tivesse"icado c!ocado com a sedu$%o de uma menina pelo paiR a moral de 'icardon%o era assim t%o rígidaR mas o "ato de o pai !aver tido a ousadia decon3uistar a sua noiva era um insulto pessoal. &le seria vingado, mas o3ue a m%e dissera era verdade. Por en3uanto, deveria "aer o possívelpara "ingir amiade ao rei, por3ue precisava de a6uda para a-a"ar asre-eli5es na A3uit;nia. Precisava en"rentar a realidade de 3ue n%o erapopular na3uela regi%o. Apesar de ser o "avorito de sua m%e e de serdese6o dela 3ue o "il!o "osse coroado du3ue, n%o o 3ueriam. &le n%o erado sul. ?m simples ol!ar para a3uele 6ovem de -ra$os e pernas longos eca-elos dourados era o su"iciente para classi"ic/0lo como um normando.&ram muitas as suas características vi3uingues: os ol!os auis, os

ca-elos louros, a "igura alta, a maneira de "icar so-re o cavalo, a"or$a imensa. Sem dúvida 3ue ele era um poeta e adorava os trovadores,(H2mas at+ suas can$5es tin!am um tom nortista. &las se pareciam mais comas 3ue 'ollo e seus !omens !aviam cantado 3uando desciam pelo Sena parasa3uear a Eran$ado 3ue com as voluptuosas -aladas do sul.O povo da A3uit;nia n%o podia aceit/0lo de todo. #escon"iava da3uelaimensa energia. &le sa-ia ser "ero numa -atal!a, e as pessoasdescon"iavam dele. Todos 3ueriam &leanor de volta. &les a compreendiam.

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0 &st/ 3uerendo sa-er 3uando a noiva l!e ser/ entregue.0 Tam-+m 3uero sa-er 0 disse @uís, "ranindo o cen!o. %o entendo por3ue essa demora. Alice est/, agora, com deesseis anos. Sem dúvida 3ue +uma idade para o casamento.0 'icardo est/ 3uase com vinte. ada mais certo do 3ue poder "icar com anoiva.0 Por 3ue deve !aver essa demora 0 perguntou @uís.

0 V alguma maldade de meu pai. &ste6a certo disso.0 %o "a sentido. O rei da 4nglaterra 3uer o casamento, e eu tam-+m. oentanto, a princesa + mantida na corte da 4nglaterra e n%o + devolvidaao pai nem entregue ao marido.0 O 3ue pensa Dossa a6estade em "aer so-re isso 0 perguntou enri3ue.0 O rei da 4nglaterra parece ter certas inten$5es 3ue para n7s n%o est%oclaras. vou enviar uma mensagem ao papa e pedir0l!e a6uda.O 6ovem enri3ue deiQou o rei da Eran$a e via6ou para Poitiers, a -elacapital da A3uit;nia situada so-re um monte. Parecia ao 6ovem rei 3ueentrar em com-ate era uma tolice. avia tanta coisa mais divertida. AA3uit;nia, assim c!amada devido 1 a-und;ncia de nascentes, riac!os erios, era uma terra -onita. um territ7rio assim com tanta /gua, !aviamuitos vin!edos, e a vegeta$%o era realmente luQuriante.

&ra uma terra "eita para can$5es e divers5es, e dedicar0se a -atal!as e1 "alta de con"orto n%o era a ideia 3ue o 6ovem enri3ue "aia dedivers%o. #e 3ue adiantava ser rei, se era preciso estar sempre(HHem marc!a e viver em descon"orto como um soldado comumA -ela cidade de Poitiers o agradava, e ele teria gostado de "icar porl/, mas 'icardo salientou 3ue eles n%o tin!am ido 1 A3uit;nia parapassar os dias na indolncia. avia pro-lemas em Angoulme, e era paraAngoulme 3ue tin!am de ir.'icardo partiu e enri3ue o acompan!ou, mas lamentou deiQar a cidade em3ue tanto se divertiraR e en3uanto entrava em Angoulme, rece-eu umamensagem de seu vel!o amigo, Eilipe de Elanders.Eilipe, algum tempo atr/s, 6urara 3ue seguiria numa cruada 1 TerraSanta, e enri3ue "icou surpreso ao ver 3ue ele ainda n%o tin!a partido.Eilipe escreveu diendo3ue tivera um motivo para "icar em Elanders 3ue iria eQplicar 3uando osdois se encontrassem. &ntretanto, 3ueria 3ue enri3ue "osse 6untar0se aele e aproveitasseum ciclo de divers5es, por3ue estava organiando uma s+rie de torneios esa-ia 3ue enri3ue gostava da3uele tipo de distra$%o.enri3ue vacilou. Claro 3ue devia "icar com 'icardo, por3ue a sua a6udaseria necess/ria e "ora a3uilo 3ue seu pai ordenara. as 'icardo tin!acapacidade de lutar suas -atal!as soin!o, pois era um guerreiro "amoso,e por 3ue ele, o rei da 4nglaterra coroado, teria sempre de levar emconsidera$%o as vontades do pai Convenceu0se de 3ue podia ir para onde3uisesse, e, logo depois de rece-er a mensagem de Eilipe, partiu paraElanders.

Eilipe "icou muito contente ao v0lo, e enri3ue gostou de enumerartodos os males 3ue so"rera nas m%os do pai e declarar 3ue nunca maisvoltaria a so"r0los.Eora um "antoc!e, nada mais.Eilipe compadeceu0se. &ra monstruoso 3ue algu+m coroado rei da4nglaterra "osse tratado da3uela maneira.0 eu pai lamenta muito ter permitido 3ue a coroa "osse colocada so-re amin!a ca-e$a.0 &nt%o, se lamenta atos assim t%o importantes 3ue "oram realiados porordem dele, isso n%o mostra 3ue ele + incapa de governar

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Os amigos estavam de acordo.Eoram dias de imenso praer.0 4sso, sim, + vida 0 -radou enri3ue.Os torneios eram "alsas -atal!as. Proporcionavam o m/Qimo de praer semo descon"orto da guerra. A emo$%o e a capacidade(HIde "aer -onito eram salientadas. O 3ue poderia ser mais estimulante

Eilipe de Elanders tin!a grande eQperincia na3ueles assuntos, e por serum participante com taman!a !a-ilidade, todos o ol!avam com respeito eadmira$%o. enri3ue ansiava por conseguir a3uelas gl7rias.A c!egada de enri3ue devia ser comemorada com um grande torneio, disseEilipe, e mandou arautos por toda a regi%o para dier a todos oscavaleiros 3ue estavam convidados a testar sua perícia.#epois, !ouve o praer de selecionar os 6uies, e erigiram0se altastorres e palan3ues de madeira. Condes e suas condessas, du3ues e suasdu3uesas, cavaleiros e suas damas sentavam0se de acordo com a suacategoriaR e era costume todo !omem usar uma lem-ran$a dada pela esposaou amante. uitas vees, os torneios duravam dias, e eram v/rios ostipos de com-ate 0 1s vees v/rios cavaleiros se envolviam numa a$%o,outras vees !avia com-ates isolados.

o "im do dia, os 6uies davam o veredicto e as damas conduiam osvencedores para o sal%o, onde l!es tiravam a armadura e eles eramvestidos com -elas túnicas. Os menestr+is tocavam, versos eram recitadose can$5es eram cantadas elogiando as gl7rias da 6usta.#edicar0se 13uele passatempo era, evidentemente, uma atividade cara, eem-ora o rei da 4nglaterra pudesse "ornecer ao "il!o certas 3uantiasnecess/rias 1 realia$%o de uma guerra contra os seus inimigos, n%o o"aia de modo a 3ue pudessem ser gastas com torneios.as Eilipe de Elanders era um -om amigo, e assegurou a enri3ue 3ue n%oprecisava preocupar0se com as despesas. Algo t%o sem import;ncia assimn%o devia priv/0lo de aproveitar a ocasi%o. Eilipe iria "ornecer os-elos tra6es, os cavalos, as lan$as e os c!u$os.enri3ue aceitou os presentes e 6urou a Eilipe 3ue um dia ele seriarecompensado com propriedades na 4nglaterra. Jamais se es3ueceria do -omamigo.Eilipe come$ou a eQercer grande in"luncia so-re ele. ?m governanteprecisa ser "orte, diia Eilipe. #evia se divertir onde 3uisesse e n%odevia deiQar 3ue ningu+m o criticasse.Eilipe mostrou a enri3ue como tratava os traidores 3uando l!e contou omotivo pelo 3ual aca-ara n%o seguindo na cruada pretendida. 'e"eria0se1 sua mul!er.Eilipe era casado com a -onita 4sa-el de Dermandois, 3ue vin!a a serparente do 6ovem enri3ue, por3ue a m%e dela era irm% da rain!a &leanor.A irm% de &leanor, Petronelle, enamorara0se do(HFconde de Dermandois pouco depois do casamento de &leanor com o rei daEran$a. O conde "ora um mul!erengo, e primeiro tentara con3uistar a

pr7pria rain!a &leanor. &le tornara claros os seus sentimentos sentando0se aos p+s dela e suspirando en3uanto ela entoava can$5es de amor.a3uela +poca, &leanor, rec+m0casada com o rei da Eran$a e esperan$osade ter um !erdeiro, n%o se dedicara a uma in"idelidade ativa, e oimpaciente conde amoroso voltara suas aten$5es para a irm% dela,Petronelle. Sem os mesmos motivos para preservar a castidade, PetronelledeiQou0se ser seduida. &la era, no entanto, irm% da rain!a da Eran$a, eo casamento "oi considerado necess/rio. Portanto, o conde divorciou0seda mul!er com -ase na -atidíssima desculpa de consanguinidade, e ele ePetronelle se casaram. #uas "il!as "oram o resultado da uni%o, e delas

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4sa-el era a mais nova.4sa-el !erdara a naturea dos pais, e em-ora Eilipe "osse um maridoviril, ela n%o podia evitar 3ue sua aten$%o se desviasse.O 6ovem rei ouviu uma narrativa dos pro-lemas entre Eilipe e sua mul!er.Os dois eram parentes de enri3ue, pois en3uanto 4sa-el era sua prima,Eilipe era descendente de Eul9 de An6ouR a av7 de Eilipe, Si-l, "il!ade Eul9, era irm% do avU de enri3ue, *eo"redo de An6ou. #aí o

parentesco.a3uela +poca, enri3ue admirava o seu parente Eilipe mais do 3ue3ual3uer outra pessoa 3ue con!ecesse, e aplaudia tudo o 3ue ele "aiacom tal dedica$%o n%o crítica 3ue Eilipe n%o podia deiQar de sentir umagrande a"ei$%o por ele.0 Doc ouviu "alar em alter de @s Eontaines0 Ouvi dier 3ue ele !avia morrido. %o era um cavaleiro de certa "ama0 #iia0se 3ue era uma esp+cie de Sir @ancelot, e o nome se encaiQa -emnele, se voc me considerar como Art!ur e 4sa-el como *uinevere.0 %o est/ me diendo 3ue alter + amante de 4sa-el0 Eoi, primo Eoi %o pensa 3ue eu permitiria 3ue min!a mul!er me "ossein"iel, pensa0 Acredito 3ue voc nem sempre "oi "iel a ela.

0 4sso + outra coisa.0 Eale0me so-re esse alter. Ouvi dier 3ue !avia uma certa lenda arespeito dele.0 &le era muito -onito, muito !a-ilidoso. Poucos podiam en"rent/0lo notorneio.(HMDoc podia, Eilipe.0 Poucos al+m de mim. 4magine a min!a raiva 3uando desco-ri 3ue 4sa-elsentia atra$%o por ele.0 %o era possível 3ue ela o pre"erisse a voc.0 Parece 3ue ela 3ueria os dois. #escon"iei 3ue 3uando estive "ora elese tornou amante dela.0 O 3ue "oi 3ue voc "e0 4nsultei0o por isso. &le negou. as era o 3ue ele ac!ava 3ue um"idalgo tin!a a "aer.0 Doc o torturou0 %o. Simplesmente perguntei0l!e. #isse 3ue con"iava na palavra dele decavaleiro.0 as se ele estava protegendo uma dama...0 &Qatamente. Proi-i 3ue ele entrasse no meu castelo e "i um plano. O!,um plano simples, 3ue n%o duvido 3ue muito marido descon"iado 6/ usou.Ei um grande estardal!a$o so-re me a"astar por alguns dias. Parti evoltei 1s escondidas.0 & os desco-riu...0 Peguei0o no 3uarto dela. Agora, eu !avia provado a3uilo de 3uedescon"iava, e ningu+m poderia me culpar se agisse contra ele.0 O 3ue "oi 3ue "e

0 Perguntei0l!e por 3ue estava ali, 3uando a min!a ordem eQpressa "orano sentido de 3ue n%o entrasse no castelo. &u sa-ia 3ue min!a mul!er o!avia convidado, mas ele n%o iria traí0la. andei a$oit/0lo at+ setrans"ormar numa massa de carne sangrenta, mas ainda estava decidido aproteg0la0. Eoi um cavaleiro at+ o "im. &le era elegante, sa-e Suaroupa -ranca era per"umada e ele se cuidava muito -em. Creio 3ue eraisso 3ue ela ac!ava t%o atraente. Pareceu uma -oa vingan$a pendur/0loacima de uma "ossa sanit/ria, e "oi o 3ue "i. Eicou ali at+ morrer.Os ol!os de enri3ue -ril!aram.0 V assim 3ue eu agiria com um amante de arguerite, se o desco-risse.

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0 ingu+m poderia conden/0lo. ingu+m me condenou. ?m marido traído temos seus direitos.0 & 4sa-el Nual "oi o seu castigo Poderia t0la a"astado de voc.0 O 3u com as ricas terras de Dermandois em 6ogo &u n%o 3ueriapro-lemas por l/. &la + uma mul!er -onita, e a3uilo serviu de aviso.(H)enri3ue concordou com a ca-e$a e admirou ainda mais o amigo.

0 Tudo isso atrasou min!a partida para a cruada 0 continuou Eilipe. 0Por isso 3ue ainda n%o "ui. Ten!o de "icar algum tempo a3ui, devido aesse caso. as 3ual3uer dia eu parto. Ser/ uma emo$%o ainda maior do 3ueo torneio, e ten!o alguns pecados para os 3uais devo pedir perd%o.0 Nuando voc "or, Eilipe, eu o acompan!arei.W medida 3ue a in"luncia de Eilipe de Elanders so-re o 6ovem enri3ue"icava mais "orte, a de vel!os amigos como *uil!erme, o arec!al, e seuvice0c!anceler, Adam de C!urc!doLn, diminuía. *uil!erme, apesar de serum cavaleiro 3ue adorava participar de tor neios e, de "ato, -ril!avaneles, era s+rio por naturea e "icava pertur-ado ao ver enri3uetornar0se muito devasso e mais arrogante do 3ue nunca.Tentou admoest/0lo, salientando 3ue seu pai o mandara a6udar 'icardo e"icaria muitíssimo contrariado 3uando sou-esse 3ue ele passara o tempo

em divers5es eQtravagantes.0 Por #eus, *uil!erme, parece 3ue voc + mais amigo de meu pai do 3ue demim 0 -radou enri3ue.0 Sirvo a am-os de todo o meu cora$%o 0 respondeu *uil!erme.0 &st/ c!egando a !ora em 3ue n%o ser/ possível servir aos dois. &nt%o,ter/ de "aer a sua escol!a.0 'eo para 3ue essa !ora n%o c!egue nunca.0 &u reo para 3ue ela c!egue muito em -reve. J/ estou preso a cord5esde comando !/ muito tempo. A"inal, n%o sou o rei da 4nglaterra0 Dossa a6estade + rei de verdade, por3ue seu pai mandou colocar acoroa em sua ca-e$a, mas ca-e a n7s todos lem-rar 3ue ele + o sen!or detodos n7s.0 Nue #eus amaldi$oe o rei, *uil!erme. %o vou ser escravo dele.0 %o + em escravo 3ue ele 3uer trans"orm/0lo. &le 3uer 3ue Dossaa6estade aprenda a arte de governar com ele e ent%o, 3uando c!egar a!ora, assuma a posi$%o dele. V uma preocupa$%o paternal.0 O dia-o 3ue carregue a preocupa$%o paternal dele. &le + um sovina, evoc sa-e disso, *uil!erme.(IK0 S!!!!, ma6estade, n%o diga o 3ue pode ser considerado umatrai$%o.*uil!erme covarde 0 om-ou enri3ue.ada disso, ma6estade. Cora6oso, e de pulso "orte, esperoeu, 3uando se tratar de proteg0lo.arguerite estava gr/vida.0 Santo T!omas intercedeu por mim. O!, como estou "eli vou rear paraser menino 0 declarou ela.

0 &sse menino um dia ser/ o rei da 4nglaterra 0 disse enri3ue,orgul!oso.0 &spero 3ue ele nunca tente tirar a coroa do pai como voc tentou tirardo seu.enri3ue "icou angado.0 Doc ac!a 3ue eu mereceria ser tratado assim Al+m disso, ele nuncaser/ coroado rei en3uanto eu viver 0 acrescentou ele, com perspic/cia.&stava encantado. &ra um praer ser pai.Precisava enviar mensagens aos reis da 4nglaterra e da Eran$a, parain"orm/0los de 3ue iriam ser av7s.

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&le pensou em 'icardo, com-atendo na A3uit;nia. Sempre sentira algumciúme de 'icardo por3ue a m%e deles o idolatrara muito. *ostaria desa-er por 3ue, pois 'icardo n%o se parecia nem um pouco com ela. &ra umarevers%o aos seus ancentrais normandos. O vel!o 'ollo devia ter0separecido um pouco com ele.'icardo estava conseguindo dominar a A3uit;nia por3ue era um guerreiromuito -ril!ante, mas se comentava 3ue nunca seria aceito por todos,

por3ue se mostrava estran!o a tudo o 3ue o povo era. &m essncia, eramuito do norteR sa-ia ser duro e cruelR e em-ora tivesse algum talentocomo músico e poeta, era muito di"erente do povo indolente de sua m%e. &se o povo n%o o aceitasse, n%o poderia aceitar algu+m 3ue se parecessemais com ele, algu+m 3ue se contentasse em goar a vida e n%o 3uisesseestar sempre entrando em com-ate, algu+m 3ue "osse mais camarada, 3uegoasse a vida con"ort/vel e tran3uilaPor 3ue n%oA3uela vida era -oa, mas a inatividade estava se tornando ma$ante. Aintriga era emocionante, e nada poderia ser mais emocionante do 3ue aintriga contra a3uele 3ue mais 3ueria derrotar: o pr7prio pai. ?m deseus son!os mais deliciosos era a3uele em 3ue(I(

seu pai, su-misso e penitente, vin!a pedir0l!e perd%o e perguntar sepoderia !aver um "im para a disputa entre eles. unca conseguiraeliminar por completo sua recorda$%o da3uela !umil!ante cena em 3ue "oraprocurar o pai, a6oel!ara0se diante dele e suplicara 3ue l!e permitisseprestar0l!e vassalagem. & a conse3uncia da3uilo, a declara$%o pú-licade sua !umil!a$%o unca perdoaria o pai por ter "eito a3uilo.& se provocasse uma revolta 0 na ormandia, talve Sempre !avia pessoasdispostas a se revoltarem. Por outro lado, e se enviasse 1 A3uit;niaelementos 3ue "iessem uma sondagem 4ria o povo apoi/0lo&ram v/rias as possi-ilidades.*uil!erme, o arec!al, adivin!ou os pensamentos perigosos 3ue passavampela mente do 6ovem rei.4maginou se poderia "alar com arguerite so-re suas preocupa$5es. A6ovem rain!a, desde 3ue "icara gr/vida, tornara0se serena e mais madura.Amava o marido. avia muita coisa em enri3ue para se amar. &le podiaser muito encantador, 3uando 3ueria, e sua aparncia l!e era muito"avor/vel. Nuando ele entrava num sal%o, pessoas 3ue descon!ecessem asua identidade sa-eriam 3ue se tratava de um príncipe. #iia0se 3ue erao príncipe mais -onito da cristandade, e se de ve em 3uando estava comuma eQpress%o de contrariedade, nem sempre isso ocorria.*uil!erme, 3ue o con!ecia desde crian$a, 3uando "ora a6udantede0ordensdas crian$as reais, at+ pouco tempo atr/s estivera mais c!egado aenri3ue do 3ue a seus amigosR era muito mais vel!o e in"initamente maissensato, e deplorava a maneira pela 3ual o car/ter do 6ovem rei sedesenvolviaR acima de tudo, lamentava a atitude dele para com o pai.Eoi procurar arguerite, 3ue estava "aendo alguns eQercícios nos6ardins, como l!e !aviam recomendado, a "im de garantir um parto "/cil.

Nuando se 6untou a ela, as duas damas 3ue a acompan!avam "icaram paratr/s, e *uil!erme camin!ou lado a lado com a 6ovem rain!a.#epois de indagar so-re a sua saúde, tocou no assunto do marido ecomentou 3ue ac!ava enri3ue cada ve mais impaciente.0 as est/ t%o contente com a perspectiva de ter um "il!o !omem 0respondeu ela.0 & est/, mesmo. as receio muito 3ue o con"lito entre ele e o paiaumente, e eu "aria um grande es"or$o para evitar isso.(I20 O rei est/ decidido a evitar 3ue enri3ue ten!a 3ual3uer grau de

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poder, e isso deiQa enri3ue possesso.0 com o tempo, o rei poderia mudar de ideia.0 enri3ue ac!a 3ue ele n%o vai mudar nunca. Eica muito angado pelo"ato de o rei trat/0lo como uma crian$a.0 Dossa a6estade gostaria de tentar acalm/0lo Penso 3ue se "orpaciente por algum tempo, o rei poder/ mudar. #e 3ual3uer modo, n%opoder/ !aver -ene"ício algum em estimular a raiva dele contra o pai.

a6estade, por "avor, tente "a0lo entender isso. Dossa a6estade temmais "acilidade do 3ue ningu+m para "alar com ele. 7s dois gostamosmuito dele, e o -em dele + a nossa maior preocupa$%o. Sei 3ue + inútilele tramar contra o pai. %o + esse o camin!o para conseguir o 3ue ele3uer.0 Tentarei "alar com ele 0 disse arguerite.Os dois estavam t%o animados com a conversa 3ue n%o viram a aproQima$%ode enri3ue.0 Ora, ora O 3ue ve6o eu amigo e min!a mul!er trocando segredos 0-radou ele.0 &u estava perguntando so-re a saúde da rain!a 0 disse *uil!erme.0 Como pode ver, + -oa 0 "alou enri3ue. enri3ue acertou o passo paracamin!ar ao lado deles.

0 &stou ansioso pelo nascimento de meu "il!o. 0 A eQpress%o em-urrada 6/n%o estava mais em seu rosto.#e "ato, ele + o mais -onito dos príncipes, pensou *uil!erme. Nuisera#eus 3ue "osse o mais "eli.as ele estava -em "eli camin!ando com *uil!erme e sua esposa e "alandoso-re os planos para o "uturo do "il!o 3ue ainda n%o nascera.A perspectiva de ser pai n%o a"astara, em a-soluto, os pensamentos deenri3ue de uma re-eli%o. Pelo contr/rio, a3uilo o deiQara ainda maisdecidido.Planos come$aram a se "ormar em sua mente, e vivia em compan!ia de!omens 3ue se sa-ia serem !ostis a seu pai.*uil!erme, o arec!al, n%o era o único 3ue se sentia apreensivo. Adam deC!urc!doLn, !omem de idade avan$ada, tam-+m via o 3ue estava acontecendoe se perguntava 3ue providncias deveria tomar.&le devia "idelidade ao pai do 6ovem enri3ue. Al+m do mais, estavaplenamente ciente de 3ue 3uais3uer insurgentes 3ue enri3ue(IGconseguisse levantar pouco poderiam "aer durante algum tempo contra as"or$as e a competncia superiores do rei.Ocorreu0l!e 3ue se pudesse mandar uma mensagem de aviso ao rei da4nglaterra so-re o 3ue se passava, ele sa-eria como cuidar do caso.Portanto, c!amou um mensageiro,deu0l!e uma carta e disse0l!e 3ue "osse o mais r/pido possível at+ acosta e entregasse a carta nas m%os do rei.&le redigira a carta com cuidado. %o considerava a3uilo uma trai$%o ao6ovem enri3ueR simplesmente devia colocar o rei em alerta, e Adam sa-ia3ue ele agiria de maneira 3ue cerceasse as atividades re-eldes do 6ovem

enri3ue e, assim, o salvasse de um desastre.4n"elimente para Adam, seu mensageiro caiu nas m%os de um da3uelescavaleiros 3ue odiava o rei da 4nglaterra e estava ansioso por apoiar o"il!o numa re-eli%o.O mensageiro e a mensagem "oram levados 1 presen$a do 6ovem rei, e3uando enri3ue a leu, "icou possesso de raiva. Tragam Adam deC!urc!doLn a3ui 0 -radou ele.Adam, de p+ diante dele, perce-eu o 3ue acontecera. A3uilo era umdesastre. So- as instru$5es de Eilipe de Elanders, ele sa-ia 3ue o seusen!or se tornara impiedoso, e podia esperar pouca coisa em mat+ria de

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miseric7rdia.com 3ue ent%o o sen!or + um traidor 0 disse ele, com veemncia.%o + isso, ma6estade. Nuero apenas o seu -em.Eoi a pior coisa 3ue ele poderia ter dito. com 3ue "re3uncia enri3ueouvira a3uelas palavras: V para o seu pr7prio -em &stava sinceramente"arto de ser tratado como uma crian$a. ostraria a eles 3ue era um!omem, e ainda por cima um rei.

Pensou no "idalgo alter de @s Eontaines, e -radou:@evem este !omem para "ora, tirem0l!e a roupa e saiam pelas ruasa$oitando0o. Nue todos sai-am 3ue + assim 3ue trato os traidores.Proclamem a todos 3ue ele tentou agir como espi%o de meu pai. Con"ieinele no passado e o considerava meu amigo, mas + assim 3ue trato ostraidores. #epois 3ue ele tiver sido a$oitado pelas ruas, levem0no parao castelo de Argentan e atirem0no numa masmorra. as em cada cidade por3ue passarem, ele dever/ ser a$oitado na rua e declarado traidor do reienri3ue da 4nglaterra, du3ue da ormandia e conde de An6ou.Ap7s levarem Adam, *uil!erme, o arec!al, "oi "alar com o 6ovem rei.(I0 Suplico0l!e 3ue pense no 3ue est/ "aendo.0 Pelos ol!os de #eus, *uil!erme, lem-re0se de com 3uem est/ "alando,

sen%o o mesmo poder/ acontecer a voc 0 retrucou enri3ue.*uil!erme se a"astou com um dar de om-ros.0 A!, sim, sei muito -em 3ue voc + no-re de nascen$a e + so-rin!o doconde de Salis-ur. Sei 3ue vai dier 3ue + meu amigo desde 3uando euera crian$a. as n%o vou tolerar traidores. Adam +, e vai pagar porisso, por3ue merece e assim servir/ de eQemplo para todos os outros.0 &le "e isso para o seu pr7prio -em.0 Pare com isso 0 -errou o rei. 0 Agora n%o sou seu pupilo, *uil!ermearec!al. Cuidado, digo eu. Nue todos os traidores tomem cuidado.*uil!erme se retirou, triste. A situa$%o se tornava cada ve maisperigosa. &le ac!ava, como muitos antes dele tin!am ac!ado, 3ue o vel!orei cometera o erro mais grave de seu reinado 3uando mandara coroar o"il!o como rei da 4nglaterra.%o era inevit/vel 3ue !ouvesse um con"lito desastroso 3uando dois reispossuíam a mesma coroa(IHA &strat+gia do 'eiA@4C& &STADA #& DO@TA a estminsterR 'icardo permanecia na A3uit;niaR eela con"iava em 3ue o rei a "osse manter a salvo dele.Nuanto a enri3ue, ac!ava muito agrad/vel "icar na 4nglaterra. @/, elepodia visitar Alice com "re3uncia e ver mais seu "il!o Jo%o. O dese6ode ser um -om pai e de ter a a"ei$%o dos "il!os estava se tornando umao-sess%o para ele. Perdera 3uase todas as esperan$as com rela$%o aosmais vel!os, mas !avia, entretanto, os dois mais 6ovens mem-ros da"amília 0 Joana e Jo%o 0 e ele estava tentando conseguir deles o amor ea considera$%o 3ue os outros l!e !aviam negado.Culpava a m%e deles por isso. Nue &leanor se martiriasse o resto da

vida na pris%o por ele escol!idaR ela mostrara 3ue -astava aparecer paracriar pro-lemas. &stava certo de 3ue a insistncia de @uís 3uanto aocasamento de Alice e 'icardo era tra-al!o de &leanor. Eicara a-alado,como raramente acontecia, 3uando desco-rira 3ue ela sa-ia dorelacionamento entre ele e Alice. Teria ela contado a verdade a @uís%o, isso n%o. &le teria "icado !orroriado. A3uilo o"enderia a sua almapiedosa, e ele nunca "icaria calado. as ela o !avia instigado de algumamaneira, disso enri3ue estava certo.A3uele assunto o ocupava mais do 3ue 3ual3uer outro, por3ue seconvencera de 3ue os "il!os se manteriam "i+is 1s promessas.

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(II'icardo estava indo -em na A3uit;nia, e sem dúvida era um grandeguerreiro. enri3ue gostava demais dos praeres da vida e eraeQtravagante, e *eo"redo saíra a ele. as arguerite estava gr/vida, ese ela l!e desse um neto o rei "icaria contente com ela.O grande pro-lema era como "icar com Alice.&ra uma pena ela estar crescendo. Ainda n%o "iera deessete anos, mas +

claro 3ue iriam dier 3ue ela deveria casar0se na3uela idade. 'icardoera um moleng%oR gra$as a #eus, n%o demonstrara um grande dese6o de secasar.Se Alice "osse "il!a de 3ual3uer outra pessoa 3ue n%o de @uís... a!, masenri3ue tin!a de admitir 3ue a3uilo dera um sa-or picante ao caso.*ostava de pensar 3ue estava "aendo amor com a "il!a da3uele vel!omonge. & ela daria uma esposa digna dele, se um dia os dois pudessem secasar.&n3uanto o rei meditava so-re a3uilo, c!egou uma carta do papa. Trancou0se em seu 3uarto, e com certa apreens%o a-riu a carta. Passando os ol!osrapidamente por ela, viu 3ue Alice era o assunto e seu cora$%o a"undou.O papa escrevera 3ue seu muito 3uerido "il!o em Cristo, @uís, ilustrerei dos "ranceses, estava reclamando por3ue sua "il!a, 3ue !avia muito

tempo "ora mandada para a 4nglaterra para 3ue pudesse ser criada no paísdo noivo, n%o tin!a se casado nem sido devolvida ao pai. O rei da Eran$aestava insistindo para 3ue "osse adotada uma da3uelas duas providncias.enri3ue 6ogou a carta para um lado e "icou ol!ando para a "rente.O 3ue poderia "aer Se n%o "osse &leanor, poderia casar0se com Alice.a3uela situa$%o, 3ual era a alternativa@evantou0se e cerrou os pun!os.0 Pelos ol!os, dentes e -oca de #eus, n%o vou a-rir m%o de Alice 0-radou ele.O rei "oi visitar os "il!os. Tin!a novidades para os dois.Sentou0se no v%o da 6anela e en3uanto eles se encostavam nele, a-ra$ou0osR n%o pUde deiQar de pensar no 3uadro encantador 3ue deviam estar"ormando, e "icou indignado com &leanor, 3ue o privara do amor 3ue os"il!os mais vel!os l!e deviam. %o era um mau pai. Seus "il!osilegítimos eram0l!e dedicados. S7 a prole de &leanor se voltava contraele. as n%o os mais novos. Os dois seriam leais e amorosos. 4riamcompens/0lo pelo 3ue n%o tivera com os outros.(IFJo%o era naturalmente o "avorito, por3ue era menino. Os outros iriamcompreender o 3uanto teriam sido mais "elies se tivessem gostado dele.4riam ver o 3ue ele "aria por um "il!o a"etuoso. Jo%o poderia n%o ser orei da 4nglaterra, du3ue da ormandia ou da A3uit;nia, mas "icaria comas terras mais ricas 3ue o pai pudesse l!e dar. unca mais Jo%o seriacon!ecido como Jo%o Sem Terra.0 Joana, min!a "il!a, o 3ue di disso *ostaria de ser uma rain!aJoana, com one anos de idade, arregalou os ol!os.0 ?ma rain!a, ma6estade %o uma rain!a da 4nglaterra

0 %o, meu amor. Como + 3ue voc poderia ser arguerite ser/ a rain!a.Para 3ue voc "osse uma rain!a, precisava ter um marido 3ue l!e desse acoroa. Por isso, escol!i um marido para voc. Dai ser a rain!a daSicília, por3ue o rei da3uele país est/ pedindo sua m%o em casamento.0 Terei de ir em-ora 0 disse Joana.0 a verdade, dever/ ir para o país de seu marido e l/ se casar. Ser/uma grande dama, esse + o meu dese6o.&la "icou um tanto con"usa e ol!ou para Jo%o, para ver 3uais eram asrea$5es dele.0 & eu 0 perguntou ele. &ra um ano mais novo 3ue a irm%, mas sa-ia 3ue

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de um -ril!ante corte6o at+ St. *illes, onde seria rece-ida pelo -ispode orLic!, 3ue enri3ue enviara 1 Sicília alguns meses antes paranegociar o casamento. com ele estariam os dignit/rios da Sicília, 1espera para condui0la ao "uturo marido.O rei se sentia tran3uilo com o "ato de *uil!erme da Sicília ser umvel!o e de 3ue, por isso, seria -om para com a menina, e Joana era umacriatura t%o -onita e cativante 3ue ele devia "icar satis"eito com ela.

%o adiantava "icar triste com a partida de Joana. As irm%s tin!am saídoantes dela, com pouca idade: atilda, para o du3ue da SaQUnia, e&leanor, para o rei de Castela.& assim as "il!as saem dos nossos cuidados, e muitas vees s%o de -oautilidadeR mas ele acreditava 3ue as "il!as mais vel!as tin!am sidocriadas com o mesmo leite amargo 3ue os "il!os, o 3ue n%o era desupreender, pois eles tin!am sido amamentados no seio da mesma lo-a.%o "aia mal. &le tin!a o "il!o Jo%o, e Jo%o devia am/0lo. %o podiaser a-andonado por todos os "il!os. Para compensar Jo%o pela perda dairm%, comprou0l!e dois pala"r+ns 3ue ele mesmo escol!eu e sentiu umgrande praer em levar o garoto para v0los.Tin!am custado H2 li-ras, e valiam a pena. #isse isso a Jo%o, por3ue3ueria 3ue o garoto crescesse dando valor ao din!eiro. O 6ovem enri3ue

era eQtremamente eQtravagante, o mesmo acontecendo com *eo"redo. 'icardotam-+m parecia ter pouca no$%o do valor do din!eiro, muito em-ora o3uisesse para a manuten$%o de seus domínios, n%o para mal-arat/0lo como"aiam enri3ue e *eo"redo.Agora, o tempo de enri3ue era passado entre Jo%o e Alice. &stava"icando vel!o. Talve estivesse solit/rio, muito em-ora se ac!assesempre cercado de !omens e mul!eres. A3uela ;nsia por a"ei$%ocontinuava. Presumia 3ue "osse por3ue a mul!er o odiava, e parecia 3ueos "il!os s7 pensavam na3uilo 3ue podiam tirar dele.com Alice, n%o era assim. Amava0o pelo 3ue ele era. %o guardavaressentimento algum por3ue ele a seduira 3uando era uma meninainocenteR nunca o repreendia por n%o ter conseguido o div7rcioprometido. Alice sempre compreendiaR sempre se dispun!a a agradar, enunca a criticar.(FKPodia con"iar em Alice. &sperava poder con"iar em Jo%o.Eicou contente com o "ato de 3ue o casamento de Jo%o com Alice deaurienne n%o iria realiar0se. &le pensara 3ue tornar0se mar3us da4t/lia teria sido uma -ela solu$%o para os seus pro-lemas, pois era isso3ue Jo%o seria se o dote dela tivesse sido rece-ido por ele. enri3ue 6/encontrara propriedades para Jo%o na 4nglaterra. #era0l!e os condados deCornLall e otting!am, e propun!ase a "aer dele o rei da 4rlanda.Outra ideia l!e ocorreu, e viu uma possi-ilidade de Jo%o tornarse o donode propriedades muito grandes em *loucester.'o-ert, conde de *loucester, "il!o ilegítimo de enri3ue 4 e, portanto,irm%o da m%e de enri3ue, "ora a pessoa 3ue mais o apoiara em suareivindica$%o do trono e ensinara ao pr7prio enri3ue muita coisa 3ue

l!e eram de valia e 3ue o tin!am a6udado a trans"ormar0se no !omem 3ueera. enri3ue lem-rava0se -em de sua dor 3uando o conde morrera. Comoera estran!o 3ue muitas vees os "il!os de !omens -ons e "i+isrevelavam0se traidores&ra o 3ue acontecia com o "il!o do conde, o conde *uil!erme de*loucester.*uil!erme, 3ue !erdara imensas propriedades do pai, envolverase nare-eli%o contra o rei. Nuando enri3ue pensava nisso, "icava com muitaraiva. Como ele era di"erente do pai, e levando0se em considera$%o 3ue!avia um la$o de sangue entre eles, a per"ídia parecia mais imperdo/vel

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do 3ue nunca.*uil!erme estava, agora, em seu poder e o rei mandou 3ue o levassem 1sua presen$a.&sperando um castigo terrível, *uil!erme entrou tremendo, mas o rei,re"letindo so-re o "uturo de Jo%o, tin!a uma ideia 3ue parecia -oa.0 *uil!erme 0 disse ele em tom de reprova$%o 0, voc traiu min!acon"ian$a. 4magino o 3ue seu pai diria se estivesse a3ui e sou-esse 3ue

voc me traiu.*uil!erme sentiu0se envergon!ado 1 men$%o do nome do pai.0 @em-ro0me -em dele. in!a m%e nunca teve amigo mais "iel do 3ue omeio0irm%o -astardoR e 3uando eu era 6ovem, comigo "oi a mesma coisa.unca me es3uecerei do dia em 3ue sou-e de sua morte. Eoi como se umaparte de min!a vida tivesse morrido, e agora voc, "il!o dele, est/ 1min!a "rente como um traidor.0 a6estade, o 3ue posso "aer para conseguir o seu perd%o0 -radou *uil!erme.(F(O rei -alan$ou a ca-e$a.0 Doc me rou-ou a con"ian$a 3ue eu tin!a em voc. V uma coisa triste,3uando gente do mesmo sangue age um contra o outro. Seu avU tam-+m era

meu avU. V por isso 3ue n%o o atiro numa masmorra. Sa-e, respeito la$ossanguíneos. De6a -em, um rei tem o seu dever e precisa proteger o seureino, n%o importa 3uais as condi$5es 3ue l!e se6am eQigidas. %o apenasmeu "il!o conspirou contra mim, mas tam-+m a3ueles em 3uem eu ac!ava 3uepodia con"iar. as eQiste uma maneira pela 3ual poderíamos "ec!ar essa"erida. Doc tem uma 6ovem "il!a solteira e eu ten!o um "il!o, Jo%o.*uil!erme "icou alerta. &staria o rei sugerindo realmente uma uni%oentre o príncipe Jo%o e sua "il!a&le n%o tin!a "il!os !omens, mas trs "il!as, duas das 3uais estavamcasadas. A mais mo$a, 4sa-el, era da idade de Jo%o. Eicou um tantoa"lito, pois esperava ter um "il!o !omem, e se tivesse, como poderianegar a ele a !eran$a0 Nue sua "il!a "i3ue noiva de meu "il!o Jo%o, e o seu condado e suasterras ser%o dele com o casamento com sua "il!a.0 in!as "il!as 3ue est%o casadas... 0 come$ou *uil!erme. as o reiagitou a m%o.0 J/ pensei nisso. A coroa ir/ recompens/0las. Cada uma rece-er/ cemli-ras por ano.0 a6estade 0 come$ou *uil!erme 0, esta + uma grande oportunidade paramin!a "il!a, e eu "icaria contente se ela a agarrasse com am-as as m%os,mas se eu tiver um"il!o !omem...O rei tam-+m pensara nisso.0 esse caso, as terras ser%o divididas entre ele, de um lado, e Jo%o esua "il!a do outro 0 disse o rei, sem em-ara$o.0 &nt%o, "ico "eli. as ten!o medo de uma coisa. O la$o sanguíneo entreessas crian$as + "orte. Pode ser 3ue o casamento n%o se6a possível por

causa da consanguinidade.0 vou convencer o papa a conceder uma dispensa. %o ac!o 3ue ele v/3uerer contrariar os meus dese6os. Nue se "a$a o noivado e, se poralguma in"elicidade a dispensa n%o "or concedida, encontrarei um maridorico e digno para sua "il!a. O 3ue di a isso, *uil!ermeO 3ue *uil!erme poderia dier A"inal, ele podia ser condenado comotraidor.O rei "icou muito satis"eito. Jo%o estava, agora, -em colocado e com osustento garantido. unca mais seria con!ecido como Jo%o(F2

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Sem Terra. O garoto "icaria grato ao pai. Agora, todos os seus "il!osestavam colocados e com compan!eiras 0 eQceto 'icardo. Parecia 3ue paraonde 3uer 3ue se virasse, ele voltava para Alice.@uís estava decidido a n%o permitir 3ue o caso do casamento de sua "il!a"osse ar3uivado por mais tempo. avia alguma ra%o para a3uilo, sa-iaele. &ra uma situa$%o muitíssimo eQtraordin/ria, e con!ecendo enri3ueele descon"iava de alguma per"ídia.

O papa agira de modo um tanto morno, e ele estava disposto a conseguiruma satis"a$%o.AleQandre n%o pretendia o"ender @uís nem enri3ue, e sa-ia 3ue precisavatomar algumas providncias decisivas na3uele caso. Portanto, mandouavisar 3ue, a menos 3ue o casamento de 'icardo e Alice se realiasse semdemora, ele decretaria uma interdi$%o so-re todas as terras de enri3ue,n%o apenas no continente europeu, mas na pr7pria 4nglaterra.enri3ue "icou irado, mas dessa ve n%o teve um de seus incontrol/veisacessos de raiva. avia muita coisa em 6ogo para desperdi$ar suasenergias sem resultado algum. Precisava pensar em um 6eito de "icar comAlice.Nuando se estava errado, era sempre uma -oa ideia virar a mesa e acusara3uele contra 3uem se tin!a cometido o erro.

&nt%o alegou 6unto ao papa 3ue @uís n%o li-erara os territ7rios 3ue!avia prometido a título de dote de Alice, dando a entender 3ue a3uela"alta por parte do rei "rancs era respons/vel pela demora. T%o logoa3uelas 3uest5es "ossem resolvidas, ele concordaria com o casamento deAlice e 'icardo. Propun!a0se a ir em pessoa visitar @uís, e talve osdois pudessem c!egar a alguma conclus%o.Antes de partir, enri3ue "oi passar uma noite com Alice.&la estava amedrontada por3ue !aviam c!egado aos seus ouvidos rumores docon"lito entre seu pai e seu amante. as ele a acalmou logo. %ocon"iava nele O rei n%o deiQaria 3ue nada inter"erisse no romancedeles.Nuerida Alicin!a, ela n%o era a sua adorada, e n%o tin!a sido assim 6/!/ longo tempo Ser/ 3ue n%o aprendera a con"iar nele %o sa-ia 3ue comele tudo era possívelAlice sa-ia disso. &stava con"iante em 3ue tudo aca-aria -em.com 3ue ent%o enri3ue iria visit/0lo. @uís estava intrigado. Precisava"icar alerta.(FG&le era v/rios anos mais vel!o do 3ue enri3ue, mas parecia viver sempreem desvantagem em rela$%o a ele. #evia ser 3uatore anos mais vel!o, eenri3ue estava com anos. @uís sentia sua idade com desgosto. A vida"ora di"ícil para ele, mas tivera alguns momentos maravil!osos. Osprimeiros tempos de seu casamento com &leanor l!e !aviam proporcionado amaioria deles. a ocasi%o ele inocentemente acreditara 3ue seriam"elies pelo resto da vida. O nascimento de seu "il!o Eilipe "ora outromomento de "elicidade. Nue dia "eli, 3uando ele sou-era 3ue "inalmentetin!a um "il!o !omem

Como a vida teria sido di"erente se ele tivesse podido seguir carreirana 4gre6a, seu plano inicialR mas com a morte do irm%o mais vel!o 0 umacidente simples, causado 3uando um porco assustara seu cavalo ao passarcorrendo na "rente dele 0, e da noite para o dia ele se tornara !erdeirodo trono. 'ecordou0se com pena da3uele menino amedrontado, mas 3uase 3uede imediato &leanor aparecera.Po-re &leanor, uma mul!er orgul!osa, agora prisioneira Se tivessecontinuado leal ao primeiro marido, seu destino nunca teria sido a3uele.4ndependente do 3ue &leanor tivesse "eito, @uís nunca a teria colocadona pris%o como enri3ue "iera. enri3ue era um !omem insensível e

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impiedosoR e agora estava indo visit/0lo.@uís adorava os "il!os. Ws vees pensava no 3uanto poderia ter sido"eli se pudesse ter sido um simples no-re, com a "amília 1 sua volta.&le pouco os via. avia, necessariamente, casamentos políticos paratodos elesR e agora, 3ue mist+rio era a3uele em rela$%o a Alice W3uelaaltura, ela 6/ devia ser mais inglesa do 3ue "rancesaR n%o a via desde3uando ela era uma crian$a. & !avia arguerite, 3ue um dia seria rain!a

da 4nglaterraR e com Alice, irm% dela, casada com o irm%o do 6ovemenri3ue, !averia la$os t%o "ortes entre a Eran$a e a 4nglaterra 3ue comcertea !averia pa.Agora @uís estava preocupado com arguerite, pois o "il!o dela estavapara nascer a 3ual3uer momento. Sentia0se satis"eito com o "ato de elair ter a crian$a em Paris. Poderia v0la e tam-+m o neto 3uando elenascesse, e poderia providenciar para 3ue se "iesse tudo para ocon"orto dela.@uís gostava tam-+m do genro, 3ue era muito di"erente do pai.?ltimamente tin!a !avido rumores so-re a preocupa$%o do 6ovem enri3uecom a3ueles eQtravagantes torneios 3ue estavam t%o em moda, mas todos osmo$os gostavam de se divertir. Acreditava 3ue(F

enri3ue "osse um marido "iel, e como arguerite parecia "eli com ele,sentia0se contente.C!egou um mensageiro para dier0l!e 3ue o "il!o de arguerite nascera e3ue era um menino.@uís "icou muito contente. 4ria ver a "il!a. &ra preciso mandar anotícia para o rei da 4nglaterra. A3uilo era mais um elo entre eles.O "il!o de arguerite "oi -atiado com o nome de *uil!erme, em !omenagemao mais ilustre de seus ancestrais 0 o Con3uistador04n"elimente, a crian$a era "raca, e depois de viver trs dias, apesarde todos os es"or$os para salv/0lo, o garotin!o morreu.Ao c!egar 1 ormandia, enri3ue "oi rece-ido pelos dois "il!os, enri3uee *eo"redo.A-ra$ou enri3ue com emo$%o, eQpressou seus sentimentos pela morte dacrian$a, e aguardou o momento ade3uado para aconsel!/0lo a n%o dedicar0se demais aos praeres da vida. #issel!e 3ue estava surpreso com o "atode ele n%o ter "icado com 'icardo para a6ud/0lo em sua campan!a. Aresposta de enri3ue "oi 1s 3ue 'icardo n%o "aia 3uest%o de a6uda.*ostava de ser o comandante supremo, e era di"ícil um rei rece-er ordensde um du3ue, e o du3ue era o seu irm%o mais novo.0 &spero 3ue voc n%o ten!a "eito muitas dívidas 0 replicou enri3ue.A vo de enri3ue indicava mau !umor 3uando ele respondeu:0 V necess/rio 3ue eu viva dentro de um certo padr%o.O rei n%o 3ueria discutir com os "il!os. O dese6o de manter -oa rela$5escom eles era grande, 6/ 3ue ansiava pelo amor e pela leal dade deles,mas era astuto demaispara n%o sa-er 3ue eles se volta riam contra ele se surgisse umaoportunidade.

Pois -em, ele tin!a Alice e iria "icar com ela. ingu+m iria tir/0ladele.#eu instru$5es a *eo"redo so-re o 3ue devia ser "eito na 8retan!a edespac!ou0o para iniciar as opera$5es por l/, e depois 3ue *eo"redopartiu, 'icardo 6untou0sea eles.Ali estava um 6ovem com 3uem ele podia conversar de maneira sensataso-re a estrat+gia da guerra. 'icardo saíra0se -em na A3ui t;nia. ascomo os dois eram di"erentes'icardo era um !omem "rio. enri3ue ouvira !ist7rias de 3ue ele n%o

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despreava umpouco de li-ertinagem de ve em 3uando, mas 3ue nunca perdia de vista oseu o-6etivo.%o era como o 6ovem enri3ue, 3ue podia perder(FHuma vantagem em com-ate por3ue 3ueria praticar esporte num torneio.Os dois conversaram longamente so-re as di"iculdades de dominar e

governar a A3uit;nia.0 Todos me consideram um estrangeiro, e aí + 3ue est/ o pro-lema. Tmmedo de mim. Nuando c!ego numa cidade, os agitadores se dispersam, masme c!amam de "il!o do sen!or, e n%o de min!a m%e. Ten!o tentadoassegur/0los de 3ue sou contra a pris%o dela, mas n%o aceitam.O rei resmungou. Eicou angado com 'icardo por levantar a3uela 3uest%o,mas sa-ia 3ue era verdade.0 Se voc puder domin/0los, isso + -om.0 &les n%o s%o como os ingleses. #evem ser analisados so- um ponto devista di"erente. Adoram se divertirR 3uerem cantar, dan$ar e son!ar aosol.0 &nt%o, n%o deveria ser di"ícil mante0los em ordem.0 &les atuam de maneiras sutis. #espertam a raiva do povo atrav+s de sua

poesia. Cantam can$5es so-re a sua du3uesa padecendo na cela.0 A-surdo &la tem criados e + -em tratada em Salis-ur. A únicarestri$%o + 3ue n%o pode sair para "icar colocando as pessoas contramim.0 ingu+m acredita nisso. as can$5es, ela + representada como uma po-reprisioneira. Colocam0na atr/s de grades da pris%o na3uelas can$5es, e osen!or + representado como o tirano 3ue provoca !umil!a$%o e tormento.0 &nt%o, "a$a can$5es 3ue digam a verdade.0 O prisioneiro + mel!or motivo de pena do 3ue o carcereiro.0 aldita se6a a composi$%o de can$5es deles. Ea$a com 3ue sintam aeQistncia da espada.0 J/ "i isso, papai, e provo3uei uma esp+cie de concess5es mútuas, massempre !aver/ re-eli5es. Sempre os poetas ir%o cantar as in6usti$asso"ridas por sua adorada du3uesa. @i-erte0a. ande0a de volta 1A3uit;nia.0 Para conspirar com o rei da Eran$a contra mim unca 'icardo deu deom-ros.0 unca !aver/ pa na A3uit;nia en3uanto min!a m%e "or sua prisioneira.A3uilo era verdadeR e com a3uele pensamento preocupante, enri3ue seguiuviagem para o seu encontro com @uís.(FIpo-re @uís, pensou enri3ue. Seu aspecto denunciava a sua idade. unca"ora um !omem muito "orte, segundo a avalia$%o de enri3ue, mas agoraestava realmente "raco.&stava nitidamente surpreso por enri3ue ter ido visit/0lo, e muitodescon"iado 3uanto ao 3ue a3uilo poderia signi"icar. Acreditava 3ue avisita tin!a algo a ver

com o noivado de 'icardo com Alice, so-re o 3ual ele come$ava a pensar3ue era evidente a eQistncia de um certo mist+rio.enri3ue mandara 'icardo de volta para a A3uit;nia, por3ue n%o 3ueria3ue ele estivesse presente durante as negocia$5es com @uís so-re ocasamento, e 'icardo, a -ela "igura de !omem 3ue era, iria provar 3uen%o podia !aver 3ual3uer motivo, de seu lado, para 3ue o casamento n%ose realiasse de imediato.Eoi desconcertante veri"icar 3ue @uís reunira um cardeal e alguns deseus principais -ispos. &stava claro 3ue eles iriam tentar "or$/0lo aconcordar com a cele-ra$%o do casamento sem demora.

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enri3ue se encontrava numa situa$%o muito delicada, e precisava de todaa sua astúcia para evitar a decis%o. #e uma coisa estava certo: n%o iadeiQar 3ue Alice se "osse.A-ra$ou @uís de rei para rei, e depois prestou0l!e vassalagem como du3ueda ormandia ao seu sen!or "eudal.Ealaram com tristea so-re o neto 3ue !aviam perdido, e logo ap7s "oia-ordado o caso de Alice e 'icardo e todos aguardaram para ouvir as

o-6e$5es de enri3ue ao enlace.O-6e$5es As so-rancel!as castan!o0amareladas se ergueram, as narinas sealargaram. O le%o "oi tolerante na sua surpresa. as era claro 3ue ocasamento ia se realiar. 'icardo e Alice n%o estavam noivos0 Tem !avido muita demora 0 lem-rou0l!e @uís.0 eu caro irm%o 0 respondeu enri3ue com um sorriso 0, a princesa Aliceainda + 6ovem. Nuanto ao meu "il!o, ele tem o seu ducado da A3uit;niapara proteger. Ea algum tempo 3ue praticamente ele n%o est/ na4nglaterra.0 as ele tem idade para se casar, e a princesa 6/ n%o + mais crian$a.0 4sso + verdade, e o casamento tem de se realiar 0 concordou enri3ue.O grupo "icou desapontado, pois esperava 3ue !ouvesse algum indícioso-re a o-6e$%o do rei. Os argumentos 3ue ele preparara de nada

adiantavam agora, por3ue o grupo tivera a inten$%o de salientar asvantagens do enlace e ouvir as o-6e$5es do rei.(FF0 &nt%o parece 3ue estamos de acordo 3uanto a isso 0 "alou o rei daEran$a.enri3ue curvou a ca-e$a.0 A 3uest%o agora + 3uando o casamento pode se realiar.0 &sta + a única 3uest%o. Sugiro 3ue, como irei ter a !onra de suacompan!ia por alguns dias, discutamos 6untos a +poca mais ade3uada 0disse enri3ue.O cardeal e os -ispos se retiraram. Parecia0l!es 3ue n%o tin!a sidonecess/ria a vinda deles. O casamento teria lugar num momento ade3uado.O rei da 4nglaterra n%o levantara nen!uma das o-6e$5es 3ue esperavamR eera verdade 3ue 'icardo se ac!ava ocupado protegendo o seu ducado.T%o logo "osse possível, o rei mandaria 'icardo voltar da A3uit;nia, ocasamento seria realiado e todos "icariam satis"eitos. Agora s7"alatava o acerto da data pelos dois reis.enri3ue se sentia satis"eito consigo mesmo. Passara pela primeira parteda prova. #iante do cardeal e dos -ispos, prometera 3ue 'icardo e Alicese casariam. Tudo o 3ue tin!a a "aer era protelar a com-ina$%o de umadata.A s7s com @uís, ele eQpressou uma grande preocupa$%o com a aparncia dorei "rancs.0 Tem sido uma "ase de angústia para voc, sem dúvida.0 O destino de um rei + sempre angustiante 0 replicou @uís.0 A!, voc di a verdade, irm%o. & ca-e a cada um de n7s dois lem-rar0sedisso e "aer todo o possível para a6udar o outro. V uma coisa triste

3uando reis se en"rentam em com-ate. A coroa + uma coisa sagrada... n%oimporta a coroa de 3uem... e a desonra de uma representa a desonra detodas.0 Nuanto a isso, concordo com voc.0 A saúde de seu "il!o l!e causa uma certa preocupa$%o, creio eu. @uíscon"irmou com a ca-e$a, pesaroso.0 Como sa-e muito -em, ten!o so"rido muito com os meus "il!os 0 disseenri3ue.0 / o con"lito entre voc e a m%e deles. &le + a rai disso.0 &la + uma mul!er trai$oeira, @uís. 7s dois temos motivos para nos

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lem-rarmos disso.0 o entanto, ela sa-e ser "iel. Creio 3ue aos "il!os, ela +.0 S7 por3ue ao apoi/0los ela trai o marido. &la o traiu uma ve, @uís. Vestran!o 3ue voc, rei da Eran$a, e eu, rei da 4nglaterra, ten!amosso"rido nas m%os dela.(FM0 @i-erte0a, enri3ue. %o + -om a realea estar presa.

0 8em 3ue eu gostaria. as como vou con"iar nela Eoi ela 3ue levantoumeus "il!os contra mim. Temos nossos pro-lemas, voc e eu. Talve #euseste6a nos castigando.0 Pelos nossos pecados... sem dúvida.0 #os 3uais cometi muitos, e voc, poucos, @uís.0 Ser/ Ainda ou$o os gritos de pessoas inocentes nas cidades e aldeias3ue meus soldados sa3uearam.0 / um 6eito de a-a"ar esses gritos. Doc 6/ "e uma ve, e n%o duvido3ue seus pecados ten!am sido perdoados. #esde ent%o, por+m, deve ter!avido outros.0 %o duvido.0 Doc 6/ pensou, @uís, em partir numa outra cruada @uís "icou pasmo,mas enri3ue perce-eu 3ue !avia tocado no

ponto certo. @uís n%o podia ter muitos anos de vida, e sempre "ora um!omem muito religioso. Considerava pecado a3uilo 3ue para enri3ue erauma ocorrncia normal. enri3ue duvidava 3ue @uís tivesse, alguma ve,sido um marido in"iel. Sempre tentara ser 6usto. &stava "raco, mas amel!or maneira de salvar Alice era c!egar ao pai dela atrav+s dareligi%o.Eoi um golpe -ril!ante, por3ue enri3ue tin!a de sair da3uela reuni%osem uma data de"inida para o casamento de 'icardo e Alice.0 &u mesmo ten!o pensado muito em participar de uma cruada.0 Doc, enri3ue Eico surpreso. %o pensei 3ue se preocupasse com essesassuntos.0 V verdade 3ue ten!o tido de proteger e manter min!as terras. Doc temsido menos atormentado 3uanto a isso do 3ue eu. as muitas vees pensoem reunir um eQ+rcito e marc!ar para a Terra Santa a "im de de"enderessa causa 6ustíssima.0 & os seus domínios0 &u ten!o "il!os.0 #aria ao 6ovem enri3ue o poder pelo 3ual ele anseia0 V o direito dele.@uís o encarou. Seus planos estavam dando resultado. &le apoiara o 6ovemenri3ue contra o pai. @uís acreditava 3ue o rei devia dar mais poder ao"il!o. A3uele "orao motivo da guerra entre eles. enri3ue vencera a3uela rodadaR mas separtisse realmente numa cruada e deiQasse o 6ovem enri3ue paragovernar, com a "il!a de @uís, arguerite, a seu lado, a3uilo agradariamuito a @uís.(F)

0 Doc tem ra%o. Damos pensar nessa 3uest%o de uma cruada0 De6o 3ue est/ pronto a se unir a mim nisso. unca "i3uei maiscontente. Doc e eu nos unindo como outros "ieram antes de n7s eparticipando de uma -atal!a 6usta.Podemos arran6ar os !omens e o din!eiro de 3ue precisamos para esseempreendimento.0 Podemos e arran6aremos, enri3ue.0 Damos "aer um 6uramento 6untos, por3ue n%o dever/ !aver atrito entren7s. 4sso + uma inspira$%o de #eus. %o sente isso, @uís@uís estava certo de 3ue sentia. &ra o 3ue ele sempre 3uisera "aer, e

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agora c!egara a !ora. &ra a maneira de lavar a sua alma de todos ospecadosR e se morresse na peregrina$%o, iria direto para o c+u. At+ orei da 4nglaterra ter sugerido a3uilo e "alado no assunto como se n%o!ouvesse di"iculdades 3ue n%o pudessem ser eliminadas, ele n%o tin!apensado 3ue "osse possível.enri3ue passou a "alar com entusiasmo no pro6eto. Nue !omens de sorteeram eles Os dois tin!am "il!os. Eilipe ainda era 6ovem 0 doe anos de

idade 0 mas ele tin!a -ons assessores, e um "uturo rei n%o tin!a idadeem 3ue pudesse arcar com responsa-ilidades. De6am o Con3uistador 0a3uele 3ue era sempre citado como o maior governante de todos os tempos:ele era uma crian$a 3uando rece-eu o ducado. enri3ue tin!a "il!osR @uístin!a um "il!o. Os dois poderiam pensar na3uele emocionante pro6etosa-endo 3ue n%o se tratava de uma impossi-ilidade.0 #evemos 6urar 3ue somos amigos e 3ue nen!um dos dois "ar/ 3ual3uercoisa 3ue possa pre6udicar o outro, @uís. Damos "aer um 6uramento nessesentido. ostremos ao mundo 3ue esse empreendimento + o acontecimentomais importante de 3ue 3ual3uer um de n7s 6/ participou.@uís concordou.0 O mundo vai sa-er disso.0 & agora, @uís, temos de plane6ar nossa tare"a. V preciso pensar muito.

A e3uipagem de eQ+rcitos para realiar um empreendimento desses + uma3uest%o muito s+ria. #ispense os seus sacerdotes depois 3ue eles "icaremsa-endo do 3ue pretendemos "aer, por3ue n%o posso "icar muito tempo comvoc e temos muito o 3ue plane6ar.@uís n%o conseguia pensar em outra coisa, a n%o ser na eQpedi c%o 3ue"ora proposta. &le 6/ "iera, antes, uma viagem da3uelas. Tin!a sido um"racasso, mas isso se devera ao "ato de 3ue &leanor(MKo acompan!ara. #eus n%o "icara satis"eito, ent%o, e ao se lem-rar disso@uís n%o se surpreendia. a +poca, @uís estava t%o enamorado de &leanor,3ue l!e dera li-erdade demais. Como ela o recompensara 0 entregando0se auma rela$%o incestuosa com o tio e, segundo diiam, tomando um sarracenocomo amante Eoi na3uela +poca 3ue ele come$ou a pedir o div7rcio. A!,sim, "ora um "racasso, e ele podia ver 3ue &leanor, com os -elos tra6es3ue levara para a viagem, trans"ormara0a de uma miss%o santa em umaeQi-i$%o mundana de esplendor e imoralidade.A3uela seria di"erente. #ois !omens s+rios e 3ue estavam envel!ecendo,dispostos a servir a #eus e, assim, o-ter a reden$%o de seus pecados.%o pensava em outra coisa, a n%o ser nos meios 3ue iria usar paralevantar o din!eiro, no e3uipamento de 3ue iriam precisar, e 3uemlevaria com ele.enri3ue partil!ou de seu entusiasmo, e o restante do tempo 3ue os doispassaram 6untos "oi dedicado 1 tomada da3uelas providncias.enri3ue despediu0se de seu 3uerido irm%o com 3uem "iera 6uras deamiade. &ra verdade 3ue ele prometera 3ue o casamento entre 'icardo eAlice devia ser realiado, mas o ponto vital tin!a sido evitado. %o se!avia marcado data alguma.

Nuanto a partir numa cruada, enri3ue riu da ideia. @uís era um tolo.&staria ele pensando 3ue enri3ue passaria o seu reino para meninosineQperientes @uís era desinteressado, n%o compreendia o 3ue o podersigni"icava para um !omem como enri3ue. Tampouco compreendia adetermina$%o de "icar com a mul!er 3ue o agradava mais do 3ue 3ual3ueroutra.(M(A #ama de *odstoLO COD&TO #& *O#STO, 'osamund sa-ia 3ue seu "im estava pr7Qimo. Eaiapouco mais de um ano desde 3ue c!egara ao convento, onde "ora -em

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rece-ida pelas "reiras. %o se tratava apenas do "ato de o rei ter "eitodoa$5es ao convento desde 3ue ela c!egara o 3ue a tornara popularR suanaturea delicada tornara0a, em muito pouco tempo, adorada por todos.%o !avia ningu+m mais devota do 3ue 'osamund. &la passava muitas !orasem medita$%o e penitnciaR tal era a sua preocupa$%o com os seus pecados3ue l!e pareciam ter sido de taman!a magnitude 3ue n%o importava se elavivesse vinte anos, 6amais poderia apag/0los, mesmo 3ue passasse a3uele

período em eQtrema devo$%o.Ws vees, ela "alava nisso com as "reiras, 3ue procuravam consol/0la.0 Sei 3ue "oi errado. &u nunca deveria ter concordado em me tornaramante do rei. &u o amava e n%o podia negar0l!e nada. %o posso l!esdescrever o encanto de enri3ue Plantageneta.0 Outras cometeram pecados semel!antes, min!a "il!a lem-rava0l!e aa-adessa. 0 Procuraram e encontraram perd%o, como voc est/ "aendo.as 'osamund se sentia oprimida pela sua concep$%o de pecado(M2Se !ouvesse sido seduida contra a sua vontade teria sido di"erenteR setivesse cedido para salvar sua "amília da contrariedade do rei, teria!avido alguma esperan$a para sua alma.as n%o. &le c!egou ao castelo de meu pai e "oi rece-ido

l/. 8astou trocarmos um s7 ol!ar e a tenta$%o nasceu. @em-ro0me -em de3ue voltei para o meu 3uarto e meu cora$%o -atia como nunca -ateraantes. Soltei os ca-elos,"aendo0os cair so-re os om-ros, e vesti a min!a túnica mais -onita.&sperei o c!amado, e 3uando ele veio, "ui com o m/Qimo de disposi$%o.0 Doc era apenas uma crian$a.0 ?ma crian$a 3ue sa-ia a di"eren$a entre o -em e o mal.&la n%o conseguia se perdoar. C!orava com "re3unciaR costurava roupaspara os po-res at+ 3ue surgiam "ortes som-ras por -aiQo dos ol!os 3ue 6/tin!am sido -onitos. & a cada dia "icava mais p/lida e a-atida.#e ve em 3uando, rece-ia notícias do 3ue se passava no mundo "ora de*odstoL. #iia0se 3ue em -reve !averia um casamento real para o príncipe'icardo e a princesa Alice, da Eran$a.Po-re Alice Nue vida seria a sua Como poderia casar0se com o noivo,3uando 6/ dera um "il!o ao rei Pouca gente sa-ia disso, e 'osamundesperava 3ue nunca se divulgasse a3uilo. Ser/ 3ue algum dia Aliceac!aria o grande peso de seus pecados t%o insuport/veis 3uanto 'osamundagora ac!ava o dela& o rei Como se sentiria em rela$%o a a-rir m%o de Alice o entanto,ele !avia a-erto m%o de 'osamund, e n%o !avia dúvida de 3ue gostara delatal como agora amava Alice.O mundo era miser/vel, e 'osamund estava convencida de 3ue seus pecadoseram grandes demais para rece-erem o perd%o divino.J/ n%o era uma mul!er 6ovem, e talve o rei tivesse se cansado dela poresse motivo. &m -reve iria completar 3uarenta invernos. Tantos anos se!aviam passado desde 3ue o rei mandara c!am/0la pela primeira ve oentanto, lem-rava0se da3uela ocasi%o em todos os detal!es, e com ela

estava a certea de 3ue se "osse 6ovem novamente e se o rei estivessel/, tudo teria acontecido como antes.&ra isso 3ue a "aia sentir0se t%o perdida.A a-adessa a censurava. Ser/ 3ue n%o devia tra-al!ar um pouco no 6ardimA3uilo l!e daria um pouco de ar "resco, e ela adorava as plantas.0 &u adoro o 6ardim. Cuidar das "lores me daria imenso praer. #e agoraem diante, 3uero dar as costas a tudo o 3ue me agrada.(MGJ/ tive praeres su"icientes na vida. &st/ na !ora de suportar a dor 0respondia 'osamund

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Con"inada 1 sua cela, ela passava muitas !oras de 6oel!os, com o peludotra6e 3ue usava torturando sua pele macia. & aca-ou c!egando um dia em3ue a a-adessa perdeu as esperan$as de 3ue ela vivesse, de tanto 3uedescuidara da saúde e de tanto 3ue parecia enamorada da morte.%o tin!a mais condi$5es de se levantar de seu catre, e 3uando as"reiras traiam certas coisas para con"ort/0la, ela as despreava. &lasprocuravam envolv0la em co-ertas 3ue a a3uecessem, mas ela as re6eitava

com desd+mR estava t%o magra 3ue n%o podia ser recon!ecida como a -elapenitente 3ue entrara para o convento apenas um ano antes.0 Ei3ue tran3uila, min!a "il!a. Seus pecados l!e ser%o perdoados, por3uevoc realmente se arrependeu 0 con"ortou0a a a-adessa.'osamund sacudiu a ca-e$a e l/grimas correram pelas "aces encovadas.0 %o. Sa-e a3uela grande /rvore no 6ardim., a min!a /rvore "avoritaA a-adessa con"irmou com a ca-e$a.0 Nuando ela virar pedra, a sen!ora sa-er/ 3ue "ui rece-ida no c+u.0 Doc mostrou um arrependimento sincero, e #eus + -om.as 'osamund n%o podia acreditar 3ue seus pecados estivessem perdoados,por3ue -astava pensar em enri3ue Plantageneta e sa-ia 3ue se ele "osseprocur/0la e insistisse em 3ue ela "osse "icar com ele, seria incapa dedeiQar de ir. Como poderia algu+m ser perdoado de um pecado, 3uando no

"undo do cora$%o sa-ia 3ue se a tenta$%o voltasse a ocorrer n%o !averiaresistncia algumaAs "reiras c!oraram por ela 3uando de sua morte. Eora uma -oa eencantadora damaR e muita prosperidade tivera *odstoL por t0laa-rigado.O rei compareceu ao convento. &stava pro"undamente triste. Sua 3uerida'osamund, morta 8ela 'osamund A 'osa do undo 3ue, atrav+s dele, setornara a 'osa da 4mpurea.0 &la "oi uma -oa mul!er, e eu a amava muito. Se ela pecou, "oi ao meamar. Eoi o meu consolo 3uando eu mais precisava. &la me deu o con"ortode 3ue, como rei, eu necessitava. Por causa dela, "ui um !omem mel!or do3ue teria sido 0 &le 3uis 3ue ela "osse(Menterrada com uma certa pompa. andou 3ue o caiQ%o "osse colocado nos6ardins do convento 3ue ela tanto amava. O túmulo n%o deveria ser"ec!ado. Construiriam um ta-ern/culo acima do caiQ%oR depois, deveriaser criado um altar, com o caiQ%o sendo colocado so-re ele. O caiQ%odeveria ser co-erto com um manto de sedaR candeias deveriam estar sempreacesas nas duas eQtremidades, e -andeiras deveriam tremular por so-reele.Assim seria mostrado 3ue a3uele era um santu/rio dedicado a uma pessoa3ue "ora altamente preada pelo rei, e ele decidira 3ue um dia deveriaser construído um monumento ade3uado, so- o 3ual 'osamund seriaenterrada.At+ 3ue a3uilo acontecesse, 3ue ela "icasse em c;mara ardente e 3ue as"reiras de *odstoL mantivessem as candeias acesas e estivessem semprereando para a salva$%o da alma de algu+m 3ue o rei amara -astante.

(MHA Corte da Eran$aE4@4P&, E4@O #O '&4 da Eran$a, c!e"iava um grupo de ca$adores 3ue seem-ren!ava pela "loresta. %o era um garoto muito "eli nem popular.#esde tenra idade, estiveracUnscio de sua import;ncia como único "il!o !omem do rei, e tin!a !avidouma grande ansiedade com rela$%o 1 sua saúde. Aos ( anos 0 "aria 3uineem -reve 0, eleera mimado, irritadi$o e arrogante. #espreava o pai, mas naturalmentetin!a de aceitar o "ato de 3ue ele era o reiR sua m%e, 3ue tentara

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conter o seu egoísmo, irritava0o com "re3uncia e ele a avisara mais deuma ve para 3ue tivesse cuidado, pois um dia seria rei e ent%o elateria de o-edec0lo.&le era doentio e se res"riava com "acilidade, e 3uando n%o se sentia-em 0 o 3ue acontecia com "re3uncia 0 "icava irascível. Tin!a poucosamigos sinceros, e seus criados consideravam0se "elies 3uando osdeveres n%o "aiam com 3ue "icassem muito perto dele.

a3uela +poca, Eilipe estava mais arrogante do 3ue nunca, por3ue o pail!e dissera 3ue estava providenciando a sua coroa$%o.0 Doc sa-e, meu "il!o, 6/ n%o sou um 6ovem 0 eQplicou @uís.0 &sperei muito tempo por um "il!o !omem e me casei com trs mul!erespara ter voc.0 Sei disso 0 disse Eilipe, com impacincia. 0 Todos sa-em disso.(MI0 Eoi uma grande alegria 3uando voc c!egou. andei tocar os sinos portoda a Eran$a.Eilipe inclinou a ca-e$a. %o era avesso a ouvir a repetidíssima!ist7ria de sua muito divulgada c!egada ao mundo.A ideia da coroa$%o o deiQou muito contente. &nt%o, ele seria rei daEran$a ao lado ao paiR e o vel!o estava envel!ecendo depressa. %o devia

"altar muito para 3ue ele, Eilipe, "osse o único governante do país.Nuanto mais pensava na3uilo, mais impaciente se tornavaR e na3uele dia,3uando saiu com o seu -ando de ca$adores, pensava no grande dia nacatedral de '!eims. J/ estava assumindo ares de rei, vendo0se com astúnicas da coroa$%o, a coroa na ca-e$a. 'ei da Eran$a 0 3ue títuloglorioso&le !avia avistado o veado, e ele 3ueria 3ue "osse sua a "lec!a 3ue omatasse. averia uma "estan$a na3uela noite, e ele estaria 1 ca-eceirada mesa. avia uma maior de"erncia para com ele, agora 3ue a suacoroa$%o estava pr7Qima, e ele n%o era tanto o garoto doentio 3ue deviaser tratado com carin!o 3uando o "uturo monarca 3ue devia ser aplacado.&le gostara da mudan$a.&sporeou o cavalo, e de imediato os cavaleiros 3ue o pai mandaraproteg0lo emparel!aram com ele.&le lan$ou um ol!ar irado 1 direita e 1 es3uerda.0 Parem de me perseguir 0 resmungou, e eles imediatamente "icaram paratr/sR ele esporeou o cavalo e "icou muito satis"eito por deiQ/0los paratr/s.Continuou a galopar. &stava certo de 3ue o veado tin!a ido na3ueladire$%o. Nueria encurralar o animal. Nuando o tivesse matado, gritariapara os outros, e eles c!egariam correndo em aten$%o ao seu c!amado e ocumprimentariam pelo mais -elo veado 3ue 6/ "ora a-atido com uma "lec!a.Teria de ser, por3ue o "uturo rei o a-atera, e ainda 3ue se tratasse deum mero "il!ote de veado, teriam de consider/0lo o mais -elo. A3uele erao praer de ser rei. Seu pai era um vel!o tolo. Ealava em !onestidade eem n%o aceitar -a6ula$5es, e 3ue os mel!ores e mais leais amigos de umrei eram, muitas vees, a3ueles 3ue o criticavam. ingu+m iria criticar

Eilipe44 da Eran$a.Continuou galopando pela "loresta, deiQando os outros muito Para tr/s.A3uela regi%o l!e era descon!ecida, mas sa-ia de 3ue dire$%o tin!avindo. Onde estava o veadoParou e correu os ol!os 1 sua volta. %o !avia sinal dele.(MF*ritou e "icou esperando uma resposta. en!uma. Seus criados tin!amo-edecido suas ordens para 3ue n%o o seguissem, e devia ter deiQado ogrupo muito para tr/s.

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Continuou em "rente. A "loresta se tornara mais densa. Parou e tornou agritar. %o !ouve resposta. Prestou aten$%o para ver se ouvia o -arul!ode patas de cavalo, mas !avia apenas o leve suspiro do vento nasespessas "ol!as de agosto e o estalar da vegeta$%o rasteira 3uando algumanimal pe3ueno saía correndo.avia algo de sinistro na "loresta 3uando se estava soin!o. As /rvoresaltas, ma6estosas, davam a entender 3ue n%o se curvariam para ningu+m e

3ue, para elas, um rei n%o tin!a mais import;ncia do 3ue o len!ador. @/em cima, por entre as "ol!as delas, ele via o c+u de ver%o 3uente.&stava um pouco cansado e com sede. Sua garganta ansiava por um lí3uido"resco e calmante. Talve !ouvesse uma ca-ana de len!ador ali por perto,onde pudesse pedir algo 3ue re"rescasse a sua garganta. *ostou da ideia.A3uelas !ist7rias 0 e !avia muitas0 nas 3uais um grande personagem visitava uma !umilde c!oupana e l!edavam algo para re"rescar a garganta e ele era tratado como um via6antecomum e depois anunciava, de repente: &u sou o seu rei 0 ou alguma"rase parecida, o deiQavam muito empolgado.Seguiu em "rente. &stava penetrando cada ve mais na "loresta e n%oestava certo 3uanto a 3ue dire$%o devia tomar. Tentou gritar de novo,mas 3uando ergueu a vo ela rac!ou e as palavras se tornaram um mero

grasnido.Come$ou a sentir0se um pouco tonto.Como n%o podia "icar montado "irme no cavalo, desmontou, atrelou oanimal numa /rvore com a r+dea "rouQa, e deitou0se na grama.Sentiu0se mel!or deitado. #evia ter coc!ilado um pouco, por3ue acordoude repente e seu cavalo 6/ n%o estava mais l/.Teria algu+m o rou-ado ou ele se soltara Ou a3uilo n%o passava de umson!o&rgueu0se cam-aleante. %o !avia dúvida de 3ue o cavalo desaparecera.%o poderia estar longe. C!amou0o pelo nome. %o !ouve nen!um relinc!ode resposta, e de repente perce-eu 3ue estava perdido na "loresta.&rgueu os ol!os para o c+u. Come$ava a escurecer. #evia ter(MMcoc!ilado mais do 3ue pensava. A noite iria c!egar em -reve. A ideiadeiQou0o com medo. &ra alarmante "icar perdido de dia, mas 1 noite eraapavoranteAs /rvores assumiam "ormas es3uisitas. Pareciam ad3uirir vida, e osgal!os oscilavam em sua dire$%o como -ra$os vingadores. @evantou0se eavan$ou, trUpego. Samam-aias agarravam em suas roupas como se 3uisessemcont0lo. A lu estava diminuindo -em r/pido. A -risa !avia parado, e 1volta dele eQistia uma 3uietudeso-renatural.A noite estava 3uase o envolvendo.Os mem-ros de seu grupo deveriam estar preocupados por3ue ele estavaperdido. 4riam dier a seu pai, e o po-re vel!o "icaria "urioso. *ruposde resgate seriam enviados para vascul!ar a "loresta... todos os trec!osseriam eQaminados. @ogo o ac!ariam. O rei "icaria angado com os seus

guardas. 8em "eito para eles as iriam alegar 3ue o deiQaram soin!opor ordens dele mesmo, e o pai, sempre tolerante, sempre 3uerendo ser6usto, iria acreditar neles.0 Den!am me -uscar 0 gritou ele.%o !ouve resposta, s7 uma agita$%o nos gal!os en3uanto algum -ic!o,assustado pelo -arul!o, saía correndo.Eilipe "icou com medo, pois 6/ escurecera. & se nunca o encontrassemSeu corpo estava "ervendoR a "e-re o atingira. &le a con!ecia -em, poisse tratava de uma vel!a inimiga. com ela veio odelírio.

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Pensou 3ue tivesse morrido e ido para o in"erno. A3uilo era o in"erno.avia dem7nios em toda a sua volta, e tentavam agarr/lo e lev/0lo para acondena$%o eterna.0 #eiQem0me em pa 0 gritava ele. 0 &u sou o rei da Eran$a. in!acoroa$%o vai ser dentro em pouco, e ent%o vocs v%o ver.Parecia ouvir risos om-eteiros 3ue diiam: no lugar em 3ue voc seencontra n%o !/ di"eren$a entre um rei e o mais !umilde

dos servos.%o podia ser. 'eis esta-eleciam rendas de a-adiasR saíam emperegrina$5esR lutavam em cruadas. Servos !umildes n%o podiam procederda3uela maneira. A3uilo deviaatri-uir um certo m+rito aos ricos e po-res.as ele nunca "iera a3uelas coisas. & ali estava, perdido na "lorestacom a morte acenando para ele. Onde estava seu pai Onde estavam os seusguardas Onde estavao seu cavalo, pois ele l!e teria proporcionado um certo con"orto(M)Trope$ou e caiuR o capim parecia úmido 3uando se deitou por um instante.A umidade penetrava pela roupa e ele come$ou a tremer.0 %e de aria, a6udai0me 0 reou ele.

Sentiu as l/grimas nas "aces. Agora n%o era o "uturo rei da Eran$aR massimplesmente um garoto muito amedrontado.Tornou a se levantar sem "irmea e saiu cam-aleando. &staria son!ando,ou as /rvores estavam menos grossas %o tin!a certea, mas a ideia otran3uiliava. Nueria sair da "loresta, por3ue ela era nociva.Suas roupas estavam mol!adas, ou seria suor, agora 3ue a "e-re -aiQaraum pouco Sentia "rio agora, tremendo e com medo.4ria morrer se n%o o ac!assem. Nuando "icava doente, o rei, seu pai,mandava c!amar os mel!ores m+dicos do país para cuidar deleR ora$5eseram "eitas por todo o país. as agora estava soin!o, e ningu+m sa-iade sua terrível priva$%o.0 S7 #eus pode me a6udar agora 0 murmurava ele. 0 O!, #eus, perdoe meuspecados. #0me uma oportunidade de redimii min!a alma.A3uela "oi uma das raras ocasi5es em 3ue ele teve !umildade.Como se em resposta 1 sua ora$%o, viu por entre as /rvores uma pe3uenaclareira na "loresta e uma lu "raca. Seu cora$%o pulou de alegria0 O-rigado, meu #eus. O sen!or ouviu min!as ora$5es 0 sussurrou ele.Seguiu cam-aleante em dire$%o 1 lu. Din!a de um c!al+ 3ue era um poucomais do 3ue uma ca-ana. Conseguiu c!egar at+ a porta e -ater nela com opun!o "ec!ado, e3uando ela se a-riu caiu aos p+s de um !omem vel!o.0 Socorro... 0 murmurou Eilipe.O vel!o se a6oel!ou e ol!ou para ele. #epois, arrastou0o para dentro doc!al+.Eilipe "icou deitado no c!%o e o vel!o colocou0l!e uma sopa 3uente nosl/-ios. O !omem viu, pela maneira de vestir, 3ue se tratava de um no-re.0 O sen!or est/ doente. Suas roupas est%o úmidas. #eve descansar em meu

!umilde c!al+ at+ "icar -om.Eilipe permitiu 3ue l!e "osse tirada a capa. Sentia0se mel!or, em partedevido 1 sopa, mas principalmente por causa da compan!ia !umana.0 Avise... ao rei 0 -al-uciou ele.()K0 Sen!or0 Sou o "il!o do rei.0 Sen!or. &nt%o + isso O vel!o se a6oel!ou.&ra a vel!a !ist7ria da 3ual ele tin!a tido vontade de participar, mascomo a3uilo era di"erente do 3ue imaginara

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0 &u me perdi e estou doente. Por "avor, mande avisar o rei sem demora.0 eu "il!o ir/ 6/, meu sen!or. #eve "icar a3ui e a3uecer0se. S7 possol!e dar roupas vel!as 3ue o sen!or talve ac!e 3ue n%o "icaria -em usar.0 #eiQe0me a-rigar a3ui, e mande avisar ao meu pai.0 Somos apenas !umildes carvoeiros, altea, mas somos -ons e leaisservos do rei. vou mandar meu "il!o agora mesmo.Eilipe assentiu com um gesto da ca-e$a e "ec!ou os ol!os.

S7 na man!% seguinte c!egaram guardas do castelo. Eilipe, 13uela altura,estava delirando.O carvoeiro rece-eu uma -olsa c!eia de moedas de ouro pela suaparticipa$%o na aventura, o 3ue o tornou mais rico do 3ue poderia ter"icado 1 custa do tra-al!o de uma vida inteira, e Eilipe "oi levado devolta para o castelo.Sua constitui$%o n%o era su"icientemente "orte para suportar uma provada3uelas, e ele "icou muito doente, t%o doente, na verdade, 3ue pareciamuito prov/vel 3ue n%o pudesse so-reviver.@uís estava "ora de si. Sa-ia 3ue estava sendo punido por seus pecadosRprecisava seguir na3uela cruada com enri3ue. A3uele era o seu único"il!o !omem, 3ue segundo os seus planos deveria ser coroado com a pompa3ue ele ac!ava necess/ria numa ocasi%o da3uelas, e #eus estava ame$ando

tir/0lo dele.C!orouR suplicouR consultou seu parente, o conde de Elanders, rec+m0c!egado de uma cruada depois da 3ual acreditava ter0se eQimido de todosos seus pecados. O conde era um !omem comparativamente 6ovem, e tin!a-astante tempo para cometer mais pecados e redimir os novos, e por issoestava se sentindo entusiasmado.@uís n%o conseguia dormir, tal era a sua angústia. Convocou seusministros e disse:0 J/ n%o sou 6ovem. #uvido 3ue possa arran6ar mais "il!os !omens, e setivesse um agora, ele seria ainda uma crian$a 3uando eu partisse. #eusest/ me castigando. Sinto isso. Por 3ue &le iria()("aer isso comigo Eilipe nunca "oi t%o "orte 3uanto eu poderia dese6ar,e sempre tive medo de 3ue alguma coisa como esta l!e acontecesse.Os ministros o lem-raram de 3ue o 6ovem Eilipe continuava vivo e osm+dicos estavam tratando dele. avia uma -oa c!ance de 3ue so-revivesse.as 3uando @uis procurou os m+dicos, eles pareciam muito s+rios. A "e-rede Eilipe su-ira muito &stava delirante e "icava sempre -radando 3ue as/rvores eram suas inimigas e estavam tentando agarr/0lo e trans"orm/0lonuma delas.Os consel!eiros do rei preveniram0no de 3ue precisava cuidar de suapr7pria saúde. Caso contr/rio, se morresse en3uanto o único "il!o !omemestivesse na3uelas condi$5es, poderia ser um desastre para a Eran$a.@uís lamentou o "ato de ainda n%o ter partido na cruada 3ue ele eenri3ue estavam plane6ando, e pensando em enri3ue, lem-rou0se deT!omas 8ec9et, o grande !omem -om 3ue tin!a sido t%o cruelmenteassassinado so-re as pedras da catedral de Canter-ur. Seus m+dicos l!e

deram um calmante 3ue, segundo eles, l!e daria um sono tran3uilo, e3uando ele estava deitado em sua cama, entre adormecido e desperto, teveuma estran!a eQperincia 3ue acreditou ser uma vis%o.T!omas, o /rtir, estava no 3uarto.0 V mesmo voc, meu amigo, T!omas 8ec9et, arce-ispo de Canter-ur 0perguntou o rei.0 Sou 0 disse o vulto.0 Dem do c+u, onde tem um lugar de !onra0 Den!o procur/0lo mandado por #eus. D/ a Canter-ur, !umil!e0se diantede meu santu/rio. Con"esse seus pecados e pe$a perd%o. Se eu interceder

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por voc, ter/ seu "il!o de volta.O rei sentou0se na cama. &stava tremendo. &ncontrava0se soin!o no3uarto.&stava convencido de 3ue T!omas 8ec9et o visitara e salvaria a vida deseu "il!o.4r a Canter-ur Seus ministros mostravam0se pertur-ados. 4r ao reino deseu vel!o inimigo, o rei da 4nglaterra

0 Os sen!ores se es3uecem de 3ue agora somos amigos. Eiemos um6uramento nesse sentido, e estamos plane6ando partir 6untos numacruada.()20 %o + prudente con"iar demais no rei da 4nglaterra 0 avisaram osministros.0 Agora con"io nele. Al+m do mais, Santo T!omas pediu0me 3ue "osse. Casocontr/rio, meu "il!o morrer/. esmo 3ue descon"iasse de uma deslealdadepor parte do rei da 4nglaterra, eu iria, para salvar meu "il!o.Os ministros viram 3ue n%o adiantava tentar dissuadi0lo.Eilipe de Elanders "icou entusiasmado com a perspectiva. &stavainclinado a concordar com os ministros do rei, ac!ando 3ue n%o era muitoprudente @uís ir 1 4nglaterra, mas a perspectiva de agita$%o sempre o

animava. A vida andara um tanto en"adon!a desde 3ue voltara da cruada,e agora estava tentando gan!ar as -oas gra$as do 6ovem Eilipe, poissa-ia 3ue @uís n%o ia viver muito mais e a viagem por mar seria, semdúvida, um grande es"or$o para ele.0 a6estade, espero ter permiss%o para acompan!/0lo.0 Seria um praer, Eilipe.Seus ministros continuaram indecisos. O rei ac!ava 3ue podia suportar atravessia do mar &le sa-ia como era imprevisível a3uela "aiQa de /gua.@uís estava -em ciente disso, mas 6/ se decidira. Tudo o 3ue restava a"aer antes de partir era comunicar o seu dese6o ao seu -om amigo, o reida 4nglaterra.Nuando enri3ue sou-e 3ue @uís dese6ava visitar o santu/rio emCanter-ur, "icou preocupado, por3ue l!e ocorreu a ideia de 3ue en3uantoestivesse na 4nglaterra o rei da Eran$a iria, sem dúvida alguma, 3uerervisitar a "il!a. enri3ue teria de convencer Alice, se a3uele encontroacontecesse 0 em-ora ele "osse "aer o m/Qimo ao seu alcance para 3uen%o acontecesse 0, a n%o deiQar transparecer, de "orma alguma, o seusentimento por ele. Sem dúvida 3ue se "alaria em 'icardo, e caso issoacontecesse, Alice deveria "ingir 3ue o aceitaria com praer comomarido. &la podia con"iar em 3ue enri3ue providenciaria para 3ue a3uelecasamento nunca se realiasse. as !avia tempo su"iciente para prepar/0la, se !ouvesse um encontro entre pai e "il!a. @uís era, na +poca, um!omem muito angustiado, preocupado apenas com uma coisa 0 a preserva$%ode seu "il!o, e por isso talve at+ se es3uecesse da situa$%o di"ícil da"il!a.enri3ue mandou um mensageiro a @uís, com uma e"usiva mensagem de -oas0vindas. O rei da 4nglaterra "icaria !onrado em rece-er

()Go rei da Eran$a. Compreendia a sua grande dor e seu dese6o de intercederpor meio de Santo T!omas. Acrescentaria suas ora$5es 1s de @uís, e oamigo podia estarcerto de 3ue se deslocaria a salvo. Todos na Eran$a, 3ue temiam pelaseguran$a de @uís, poderiam "icar despreocupados. O rei da 4nglaterrairia tornar0se pessoalmente respons/vel por ela.'eunindo um -ril!ante corte6o, enri3ue via6ou at+ #over, para aguardara c!egada do rei da Eran$a. As pessoas se reuniram 1 -eira da estradapara v0lo passar, e !ouve muita gente para testemun!ar o encontro dos

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dois reis.O po-re @uís, arrasado pela ansiedade por causa do "il!o e peloso"rimento 3ue suportara durante a travessia, parecia um vel!o. Ser/ 3ueenvel!eci tanto 3uanto ele nos últimos anos, pensou enri3ue. Aindapodia passar um dia montado numa sela, sem se cansarR estava t%o ativo3uanto antes, e as pessoas ainda se admiravam com a3uela tremendaenergia 3ue n%o dava sinais de diminuir. &le nunca se preocupara com a

sua aparncia. &leanor o reprovara -astante por causa disso, c!amando0ode campons em alguns dos seus acessos de raiva, om-ando de suas m%osrac!adas e de sua manei r% de vestir0se, c!amando0o de -/r-aro por3ueele diia 3ue roupas serviampara serem usadas, e n%o para serem um ornamento. 8/r-aro, !ein Alguns-/r-aros adoravam seus en"eites. O amante sarraceno 3ue ela tivera, poreQemplo Por 3ueenri3ue pensava em &leanor depois de todo a3uele tempo A opini%o delan%o l!e importava. Alice o amava.Alice o ac!ava o ser mais maravil!oso 3ue 6amais vivera. &ra isso 3ueimportava. Seus ca-elos estavam "icando ralos, e ele sentira orgul!o deseus cac!os castan!o0escuros. Talve tivessem sido a sua maior vaidadepessoal. esmo agora, penteava0os com cuidado, numa tentativa de

esconder a calvície.&le envel!ecera um pouco, ent%o, mas com gra$a, como era de esperar. aso po-re do @uís estava um vel!o. #evia estar perto dos sessenta 0 umaidade e tantoR e n%o parecia 3ue ia durar muito tempo mais.enri3ue o a-ra$ou.0 eu caro amigo. Se6a -em0vindo. Eico contente por v0lo a3ui.avia l/grimas nos ol!os de @uís.0 #eus o a-en$oe, enri3ue. V muita -ondade sua rece-erme com tantasatis"a$%o em suas terras. eu cora$%o est/ doente,()meu caro amigo, doente de angústia. eu adorado "il!o...Sinto por voc, e mandei avisar 3ue n%o vai !aver demora.Nuando tiver descansado da viagem, iremos 6untos ao santu/rio deCanter-ur e l/ misturaremos nossas l/grimas e nossas ora$5es. %o ten!odúvidas de 3ue elas ser%o ouvidas. Alegre0se. Santo T!omas + um -omamigo de n7s dois, e ir/ interceder a seu "avor. &u sei.@uís agradeceu ao seu -ondoso an"itri%o, e no dia seguinte eles partiram6untos para Canter-ur.Os reis cavalgaram lado a lado pela estrada para Canter-ur.Conversaram, e @uís "alava das desventuras do "il!o na "loresta e diia3ue a noite na3uele lugar úmido e isolado provocara a "e-re alta 3uemuitas vees o atormentava.0 &le + o único "il!o !omem 3ue ten!o 0 lamentava0se @uís.0 Doc, meu -om amigo, + mais "eli, pois + pai de v/rios.ais do 3ue voc sa-e. pensou enri3ue, e por estran!o 3ue pare$a,rece-o mais con"orto da3ueles 3ue nasceram "ora do casamento do 3ue dos3ue nasceram nele. Talve isso ten!a alguma coisa a ver com as m%es

deles.0 Tive min!as prova$5es com a min!a prole 0 disse enri3ue.0 unca teve preocupa$5es 3uanto 1 saúde deles.0 %o, mas eles s%o lutadores, ac!o eu. &spero 3ue o meu 6ovem Jo%o n%ose volte contra o pai como "ieram os outros. Pelo menos, voc n%oso"reu esse tipo de ingratid%o 0 retrucou enri3ue.Ainda !/ tempo para Eilipe l!e dar motivos para isso, pois eu n%ocon"iaria nele, pensou enri3ue. Pelo menos meus "il!os s%o -onitos,dignos de orgul!o, em-ora re-eldes. &u detestaria ter um "raco mal0!umorado como o seu Eilipe.

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0 7s somos íntimos, enri3ue. ?nidos pelos casamentos de nossos "il!os.Nue triste golpe arguerite ter perdido o "il!o. osso neto teriaesta-elecido um elo mais "orte entre n7s. Sou o pai de seu "il!oenri3ue, assim como voc + pai de min!a "il!a arguerite. & o mesmoacontecer/ com 'icardo e Alice...0 Claro, claro, @uís. Doc deve ter ouvido "alar nos inúmeros milagres3ue tm sido realiados no santu/rio de Santo T!omas. Os cegos tm

recuperado a vis%o, os coQos tm andado. Creio, de todo o cora$%o, 3ue aessa !ora, aman!%, 3uando tivermos "eito nossas ora$5es, Eilipe come$ar/a mel!orar.0 Doc me con"orta, meu amigo. Tam-+m estou come$ando a acreditar 3ueser/ assim.()HOs sinos tocavam as -oas0vindas 3uando eles atravessaram os muros dacidade. @uís seguiu imediatamente para a cripta e a6oel!ouse ao lado dotúmulo de Santo T!omas.Ali reou o dia e a noite toda, recusando alimentos, implorando a SantoT!omas 3ue intercedesse 6unto a #eus pela vida do "il!o.& n%o se contentou com rear. Prometeu 3ue o convento iria rece-er o seuvin!o gr/tis todos os anos, diretamente da Eran$a.

enri3ue eQpressou seus agradecimentos e insistiu em levar seu convidadoa inc!ester, para 3ue ele tivesse um -reve descanso antes de "aer a/rdua viagem paraal+m0mar. &stava decidido a mostrar amiade para com @uís. %o adiantavao"erecer0l!e um -an3uete. @uís estava mais interessado em igre6as.enri3ue, no entanto,levou0o aos co"res onde guardava seus tesouros e pediu0l!e 3ue apan!assealguma coisa como um pen!or da amiade 3ue os unia.enri3ue tremia de angústia en3uanto @uís meQia em alguns de seuspreciosíssimos ornamentos de ouro, prata e incrustados de pedraspreciosas, por3ue n%o suportavaseparar0se de 3uais3uer coisas 3ue possuíaR n%o precisava ter0sepreocupado. @uís escol!eu uma coisa de pe3ueno valor, e uma ve mais osdois 6uraram amiade.enri3ue disse 3ue teria implorado ao rei da Eran$a 3ue estendesse suapermanncia, por3ue eram muitas as coisas 3ue 3ueria mostrar0l!e na4nglaterra, mas sa-iamuito -em o 3uanto ele estava ansioso por voltar para o lado do "il!o.Sua grande preocupa$%o durante a visita era de 3ue @uís pudesse pedirpara ver Alice ou &leanor.Nual3uer um dos dois pedidos poderia mostrar0se "atal. Alice "aria opossível para manter o segredo dos dois, mas ser/ 3ue teria "or$as paraisso & o "ato de 3ue&leanor sa-ia "aia com 3ue muitas vees ele suasse de medo. Eicavaimaginando por 3ue ela n%o divulgara a notícia. S7 podia acreditar 3ueela ac!ava 3ue podia atorment/0lomais deiQando0o na dúvida.

com !a-ilidade, evitou am-os os pro-lemas, e "oi com grande praer 3ueacompan!ou o rei da Eran$a at+ #over. @uís em-arcou no navio 3ue oaguardava e seguiu de volta1 Eran$a.@/, uma notícia agrad/vel o aguardava. Eilipe estava recuperando asaúde. Os m+dicos 6uraram 3ue devia ter sido precisamente no momento em3ue @uís 6aia prostrado diante do túmulo do m/rtir 3ue Eilipe come$araa reviver.@uís "oi imediatamente ver o "il!o, e a mudan$a era not/vel.()I

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S7 podia ser um milagre, declarou o reiR e como "icou contente por terdesa"iado seus ministros e depositado sua con"ian$a no m/rtir e emenri3ue da 4nglaterra Considerou 3ue a3uilo era um -om sinal para o"uturo e para a nova amiade dos dois, 3ue iria lev/0los 6untos 1 TerraSanta.0 Sua coroa$%o n%o demorar/ muito. Damos "aer os preparativos semdemora 0 avisou ele a Eilipe.

Eicou encantado 3uando seu genro, o enri3ue mais mo$o, c!egou 1 corteda Eran$a com a esposa, arguerite.@uís a-ra$ou0os com emo$%o. enri3ue estava -em e muito -onito, em-oraarguerite estivesse um pouco a-atida depois do 3ue so"rera.0 Como "ico contente ao v0los, meu "il!o e min!a "il!a disse ele, eacrescentou dirigindo0se a enri3ue: 0 Nuero 3ue voc e o meu Eilipese6am sempre amigos. Seu pai e eu "iemos um 6uramento de amiade, e umdia vocs dois estar%o na mesma posi$%o em 3ue nos ac!amos !o6e 0 reisda Eran$a e da 4nglaterra. Nuero 3ue !a6a amiade entre vocs. @em-re0sedisso, enri3ue, por3ue na guerra n%o !/ nada, a n%o ser mis+ria. Puderaeu nunca ter participado de uma guerra. o6e seria um !omem mais "eli.As guerras eram uma parte necess/ria da vida de um rei, supun!aenri3ue, mas n%o se preocupou em contradier @uís. O po-re !omem

parecia mais vel!o do 3ue nunca, e a pele ad3uirira uma tonalidadedoentia.enri3ue "icou contente por renovar a amiade com Eilipe de Elanders,mas era menos in"luenciado por ele agora, por3ue ad3uirira maiseQperincia do mundo e, em-ora se lem-rasse de como o conde !avia sidogeneroso 3uando o iniciara nos praeres do torneio, ele 6/ n%o parecia amesma pessoa encantadora de antes.Tampouco tin!a enri3ue uma grande considera$%o pelo 6ovem príncipe daEran$a. ingu+m tin!aR ele n%o era uma pessoa muito atraente. S7 o pai oidolatrava, e, naturalmente, os ministros da Eran$a perce-iam a suaimport;ncia, pois ele era o !erdeiro e se tivesse morrido depois da3uelecontratempo na "loresta, n%o !avia dúvida de 3ue teriam aparecido tantospretendentes ao trono 3ue uma guerra civil teria sido inevit/vel.@uís decidiu 3ue !averia uma missa de a$%o de gra$as em St. #enis paracomemorar a milagrosa recupera$%o de EilipeR a missa deveria acontecer omais r/pido possível.()F%o 3ueria demonstrar ingratid%o a T!omas 8ec9et pela sua intercess%o.A data "oi marcada. O 6ovem enri3ue cavalgaria lado a lado com Eilipe,para mostrar a todos 3ue a amiade entre a Eran$a e a 4nglaterra estava"irme.Nuando os criados a6udaram @uís a montar em seu cavalo, "icaramimpressionados com a palide do rei, e um deles perguntou se estava sesentindo mal.0 ?m pouco cansado 0 respondeu @uís.0 a6estade, n%o seria mel!or descansar0 %o. &u n%o perderia essa cerim7nia por nada.

as perdeu, por3ue en3uanto o corte6o seguia para a a-adia, o reiassustou a todos caindo para a "rente. Teria escorregado para o c!%o seum dos cavaleiros, 3ue intimamente vin!a o-servando a sua palide, n%otivesse corrido para salv/0lo.O rei "oi levado de volta para o castelo, e pouco depois seus m+dicosestavam ao lado de sua cama.&le so"rera um ata3ue, e n%o podia "alar nem se meQer.&m poucos dias "icou ligeiramente mel!or. A "ala voltou, mas um -ra$o euma perna "icaram paralisados.?ma coisa @uís !avia decidido. A coroa$%o n%o devia ser adiada

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novamente. Agora mais do 3ue nunca, era necess/rio 3ue Eilipe "ossecoroado rei da Eran$a.andou c!amar Eilipe de Elanders e pediu0l!e 3ue tomasse conta do 6ovemEilipe. O conde era um dos padrin!os de Eilipe, lem-rou ele, e a3uiloera seu dever.0 eu "il!o + inteligente, mas muito 6ovem. Tem muito 3ue aprender, mas+ -astante inteligente. &spero 3ue a3ueles 3ue me 3uerem -em se6am -ons

amigos dele.Eilipe de Elanders 6urou 3ue serviria Eilipe com todas as suas "or$as.& serviria, prometeu a si mesmo, se o garoto "osse in"luenciado por ele.O conde imaginou0se "icando cada ve mais poderoso 1 medida 3ue suain"luncia aumentasse. Sa-ia 3ue @uís n%o viveria por muito mais tempoRo novo rei seria demasiado 6ovem, e se aceitasse a orienta$%o dopadrin!o, Eilipe de Elanders "icaria muito contente. Seria como @uís3ueria, s7 3ue o 6ovem Eilipe iria servir o conde Elanders, e n%o ocontr/rio. Nuando a3uilo acontecesse, !averia amiade entre os dois eiriam tra-al!ar 6untos para o -em da Eran$a e do conde.()MA mul!er de @uís, Adela, "oi v0lo na cama e ele l!e "alou de suaspreocupa$5es.

0 &u gostaria 3ue nosso "il!o "osse um pouco mais vel!o. 0 &m -reve ele"icar/ mais vel!o 0 disse Adela, para consol/0lo.0 %o !aver/ tempo.0 Dai !aver tempo. 0 Os ol!os dela estavam triston!os, pois @uís "ora ummarido -om e delicado. &la tivera medo, 3uando "ora para Paris a "im dese casar com elee ser rain!a da Eran$a. Sua "amília "icara encantada, como era natural,com o casamento, e Adela agora pensava nos irm%os, por3ue se @uísmorresse iria precisar da a6uda deles. Eilipe era muito crian$a paragovernar, e -em poderia ser in"luenciado por a3ueles 3ue n%o "ossem -onspara ele.0 Adela, min!a 3uerida, voc tem sido uma -oa mul!er para num, e nuncapoderei agradecer0l!e o -astante por ter0me dado meu "il!o.&la se a6oel!ou ao lado da cama e -ei6ou0l!e a m%o. @uís murmurou umapalavra de carin!o.0 Doc precisa "icar -om.&le assentiu com a ca-e$a para consol/0la, mas n%o acreditava 3ue algumdia sairia da cama.o dia da coroa$%o, @uís continuava de cama e ansiava por estar em'!eims. @/, a coroa seria colocada na ca-e$a de Eilipe por seu tio 0irm%o de Adela 0 3ue erao arce-ispo de '!eims. &ra um !omem -om e "orte. Os irm%os "icariam aolado de Adela e em -reve o rapa, 3ue todos tin!am de admitir 3ue erainteligente, atingiriauma idade em 3ue poderia agir por conta pr7pria.Se ao menos Eilipe "osse um pouco mais vel!o, ele poderia morrer em pa.%o 3ue tivesse 3ual3uer utilidade, agora, eQceto como um sím-oloR mas

ainda era o rei da Eran$a, e os !omens o respeitavam como tal, masna3uele dia !averia outro rei, um rapa 3ue ele reava com "ervor para3ue crescesse e "osse um grande rei.Para @uís, em-ora permanecesse acamado em Paris e o "il!o se encontrasseem '!eims, ele estava com o "il!o em espírito.Sa-ia 3ue Eilipe de Elanders levaria a espada de ouro e o 6ovem enri3ueda 4nglaterra seguraria a coroa, e a cerim7nia seria realiada pelo tiode Eilipe.Podia ouvir a música. Podia ver tudo, e reava: %e de #eus, cuide demeu "il!o. #0l!e a sa-edoria 3ue n%o tive. Ea$a0o "orte para resistir

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aos inimigos e mostre0l!e como ser tolerante para com())a3ueles 3ue l!e "ierem mal. Se "ier isso, estarei pronto para partirem pa.a catedral de '!eims, o 6ovem Eilipe estava eQultante. 'ei da Eran$a,"inalmente O 6ovem enri3ue, o-servando0o, 3ueria dier: O "ato deestar coroado n%o "a de voc um rei. Ter/ de esperar seu pai morrer,

mas sem dúvida isso n%o vai demorar. #eus sa-e o 3uanto eu terei deesperar.Aonde 3uer 3ue o 6ovem rei da Eran$a "osse, o conde de Elanders oacompan!ava. O astuto conde estava tentando, agora, ser para Eilipea3uilo 3ue certa ve tentara ser para enri3ue. Os dois 6ovens seencontravam em circunst;ncias semel!antes: am-os !aviam sido coroadosen3uanto os pais ainda viviamR e levavam o título de rei, sem o poder.O conde admirava0se da tolice do rei da Eran$a e do rei da 4nglaterra aodemonstrarem t%o pouca vis%o ao al$arem os "il!os 13uela eminnciaen3uanto eles ainda detin!am a coroa. &ra provocar con"us%o. o caso de@uís, 3ue n%o podia viver por muito mais tempo, !avia uma certa ra%oRmas era um mist+rio 3ue enri3ue Plantageneta tivesse demonstrado tantainsensate.

o entanto, o conde estava agora mais interessado no novo rei da Eran$ado 3ue em enri3ue. O pai de enri3ue ainda tin!a muitos anos de vidapela "renteR era um !omem "orte, com o 3ual poucos podiam competir eminteligncia e capacidade de lutar e sair vitoriosos. &ra totalmentedi"erente no caso de Eilipe.Por isso, ele usou de todos os arti"ícios com o rapa.Eilipe de Elanders era eQatamente o tipo de !omem 3ue para o 6ovemEilipe era natural admirar. Sua ostenta$%o, sua -a6ula$%o sutil, suaeQtravag;ncia, sua ri3uea, sua generosidade, tudo a3uilo encantava o6ovem rei.A rain!a Adela via o e"eito 3ue o conde de Elanders estava tendo so-re o"il!o, e lamentava isso. Tentou adverti0lo.0 Eilipe, seu pai ainda vive. @em-re0se de 3ue ele ainda + o rei daEran$a.0 &le nada pode "aer. Eica deitado na cama incapacitado de se meQer. AEran$a precisa ser governada.0 Seu pai sempre disse 3ue um rei precisa de -ons ministros paragovernar -em.0 eu pai sempre teve medo de governar.0 Cuidado com o 3ue di, meu "il!o. Seu pai + um !omem -om e a únicacoisa 3ue temia era cometer um erro.2KK0 ?m rei precisa ser ousado. ?m rei tem de tomar decis5es, 3uer outrosgostem delas, ou n%o. Precisa aceitar apenas o consel!o 3ue 6ulga -om,mas deve dar a última palavra.0 as tam-+m precisa de eQperincia. Pedi a seus tios 3ue ven!am para acorte.

Eilipe teve um acesso de raiva. Seus tios 4rm%os dela. A3ueles !omensda casa de 8lois eQageravam na opini%o 3ue tin!am deles mesmos. &ra o3ue o conde de Elanders diia. Como a irm% casarase com o rei da Eran$a,eles ac!avam 3ue tin!am o direito de governar.0 &nt%o, pode cancelar o convite 0 -radou Eilipe.0 %o vou "aer uma coisa dessas. Seu pai est/ satis"eito por eu ter"eito isso. &le entende 3ue voc vai precisar da orienta$%o deles.0 V claro 3ue n%o preciso. & tampouco irei aceit/0los.0 Eilipe, lem-re0se de uma coisa. Doc "oi coroado rei, mas isso n%o otorna governante deste país. A Eran$a 6/ tem um rei, e en3uanto ele

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viver a coroa, e a autoridade 3ue ela representa, pertence a ele.0 &le est/ morto... ou 3uase. %o pode pensarR n%o pode agir.0 Eilipe, como pode "alar assim &le + seu pai e rei da Eran$a. &st/so"rendo de uma terrível doen$a. Doc vai traer tristea para os seusúltimos meses de vida0 Sou rei da Eran$a e todos devem sa-er disso.0 Doc n%o passa de um menino.

%o !avia nada 3ue en"urecesse mais Eilipe do 3ue ser lem-rado de suapouca idade. Teve um acesso de raiva e -errou:0 A sen!ora vai sa-er... todos sa-er%o... o 3ue signi"ica contrariar orei da Eran$a, muito em-ora ele se6a o 3ue vocs c!amam de menino0 #eve controlar a sua paiQ%o, Eilipe. Eoi coroado como seu pai 3ueria.&le 3uer 3ue a Eran$a nunca "i3ue sem um rei coroado. Por isso, ordenoua sua coroa$%o. @em-re0se de 3ue deve a sua coroa a eleR deve a vida aele. ada de -om aconteceu 13ueles 3ue n%o !onraram os pais. A coroa +dele. O selo do cargo + dele. Os "ranceses leais devem o-edincia a ele,e s7 a ele... por en3uanto.Eilipe saiu irado do aposento.os 6ardins, Eilipe de Elanders camin!ava com enri3ue e arguerite.Ainda !avia amiade entre enri3ue e o conde, 3ue o-servava com praer

3ue enri3ue sentia um pouco de ciúme das aten$5es 3ue ele agoradedicava a Eilipe.2K(Eilipe 6untou0se a eles.0 Nue "isionomia carrancuda 0 disse o conde de Elanders, em tomdespreocupado. 0 Parece 3ue !/ trovoadas no ar.0 V min!a m%e. &la vai traer meus tios para c/, para me a6udar agovernar.O conde "icou alerta. A última coisa 3ue 3ueria era a3ueles irm%os nacorte. A Casa de 8lois tin!a uma opini%o eQagerada a seu pr7priorespeito. &stava intimamenteligada 1 realea, por3ue uma das "il!as do Con3uistador, Adela 0 em!omenagem a 3uem a atual rain!a da Eran$a tin!a sido-atiada 0, entrara para ela pelo casamento.Por essa ra%o, &stv%o, "il!o dela, se tornara rei da 4nglaterraR e oirm%o de &stv%o, T!eo-ald, era pai de Adela, rain!a da Eran$a. Adelatin!a 3uatro irm%os: um era o arce-ispo de '!eims, 3ue !avia coroado o6ovem EilipeR enri3ue, o conde de C!ampagne, e T!eo-ald, conde de8lois, 3ue se casaram com arie e AliQ, respectivamente 0 "il!as de @uíscom &leanorR e o 3uarto era o in"luente &stv%o, conde de Sancerre.%o era de admirar 3ue numa +poca da3uelas eles se considerassem osconsel!eiros de direito do 6ovem rei da Eran$a, e o conde de Elanderstin!a de evitar 3ue eles eQercessem in"luncia so-re o 6ovem Eilipe.0 Certamente voc n%o vai permitir isso 0 disse Eilipe, de imediato.0 Earei o possível.0 O possível 8asta dier 3ue n%o vai aceitar a vinda deles. Doc n%o +o rei

0 8em, sou, mas como min!a m%e salientou, a coroa e o selo do cargoainda pertencem a meu pai.4sso era verdade. Adela podia "alar com @uís e conseguir 3ue ele levasseos irm%os dela para a corte. A3uilo precisava ser evitado. Eilipe deElanders podia ver o seu son!o de poder ser arruinado se eles c!egasseme assumissem o controle da3uele muitíssimo impression/vel rapa.0 Damos conversar 0 disse o conde, animado. 0 enri3ue vai nos a6udar,n%o vai &le sa-e o 3ue + "icar "rustrado.0 Sei, mesmo. eu pai me impUs a o-riga$%o de n%o agir contra ele.0 & voc est/ impaciente so- o 6ugo 0 replicou o conde. Temos de

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providenciar para n%o permitirmos 3ue eles impon!am o 6ugo so-re o seu-elo pesco$o, meu caro Eilipe.2K2arguerite ol!ou para o seu meio0irm%o com o cen!o "ranido. %o gostavamuito dele. %o se con"ormava com as !onrarias dispensadas aos meninos.&la e suas irm%s nunca tin!am sido t%o consideradas 3uanto Eilipe,simplesmente por3ue eram meninas. Al+m do mais, ela gostava muito do

pai. @uís sempre "ora -om e delicado para com os "il!os, e estava muitoa"lita por ele se encontrar, agora, deitado no 3ue todos acreditavam sero seu leito de morte.0 %o 3uero ouvir essa conversa. eu pai... nosso pai, Eilipe... est/ decama, seriamente doente. Pelo amor de #eus, n%o "alemos como se 6/estivesse mortoenri3ue pUs delicadamente a m%o no -ra$o dela.0 %o + dele 3ue "alamos, como pessoa, arguerite. *ostamos muito dele.Tem sido um -om pai para mim. el!or do 3ue o meu. as Eilipe precisacerti"icar0se de 3ue seus direitos n%o l!e se6am rou-ados.0 Eilipe + apenas um garoto 0 respondeu arguerite. Eilipe ru-oriou0see ol!ou irritado para ela.0 Sou um !omem. Sou capa de governar, e por #eus, irei governar

0 Ealou como um rei 0 interveio o conde de Elanders. 0 *osto de ouvi0lo"alar assim. as + a a$%o 3ue conta. #eve estar preparado 3uando o diac!egar.arguerite se a"astou, os ol!os em-a$ados de l/grimas. %o 3ueria "icarali e ouvi0los "alar como se o pai 6/ tivesse morrido. Diu *uil!erme, oarec!al, no 6ardim e "oi 6untar0se a ele. O conde a o-servava. &leacreditava 3ue ela estivesse contando a *uil!erme o motivo de suapertur-a$%o.O conde n%o dava muita import;ncia 1 in"luncia 3ue *uil!erme, oarec!al, eQercia so-re enri3ue e arguerite. Tin!a sido a6udante0de0ordens na ala in"antil 3uando os dois eram crian$as, e por se tratar deum amigo de tanto tempo assim, era importantíssimo para eles. Os dois oadmiravam demais. *uil!erme, o arec!al, era um da3ueles !omensrespeit/veis cu6os atos eram previsíveis. %o procurava !onrarias parasi mesmoR era o tipo de cavaleiro de cu6o valor enri3ue Plantagenetaestava ciente e o tipo 3ue ele gostava de ver ao lado do "il!o.*uil!erme, o arec!al, e o conde Eilipe de Elanders se mostravam t%odi"erentes 3uanto era possível 3ue dois !omens o "ossem.O conde voltou a aten$%o para os dois 6ovens e escol!eu enri02KG3ue para "alar dos males 3ue ele !avia so"rido nas m%os do pai.0 Doc est/ numa situa$%o di"erente, Eilipe. O po-re do enri3ue, a3ui,+ "il!o de um !omem vigoroso 3ue nunca ceder/. Doc + "il!o de um paimori-undo.0 / uma grande di"eren$a 0 concordou enri3ue. &le o-servava argueritee *uil!erme, o arec!al. &ste estava, evidentemente, tran3uiliando0a.A3uilo era "un$%o dele, enri3ue. & tam-+m detestava ouvi0los "alar como

se @uís estivesse morto. &le sempre dissera 3ue @uís "ora um pai paraele. as ao mesmo tempo, estivera preso a cord5es de comando ecompreendia o ressentimento de Eilipe.0 ?ma grande di"eren$a 0 prosseguiu o conde. 0 enri3ue pouco pode "aera esta altura. O pai + "orte demais para ele. %o ser/ assim parasempre. &nt%o, nos dedicaremos a a6ud/0lo, n%o, EilipeEilipe concordou, entusiasmado.0 as para come$ar, n%o podemos permitir 3ue Eilipe se6a su-metido acontroles dos 3uais teremos di"iculdades de tir/0lo.0 %o vou permitir 0 disse Eilipe, em vo esgani$ada. &nt%o, sua

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0 O arec!al + um !omem -onito 0 comentou o conde.0 & 3ue cavaleiro ingu+m tem tanto sucesso nos torneios 3uanto ele,eQceto voc, primo 0 concordou enri3ue.0 ?m su6eito atraente. As sen!oras tam-+m ac!am, creio eu.0 &u diria 3ue sim. as ele nunca "oi um !omem muito interessado pormul!eres. 'espeit/0las "a parte de suas 3ualidades de cavaleiro. V otipo de cavaleiro so-re o 3ual se canta na A3uit;nia... os trovadores,

sa-e0 Sei. &les se apaiQonam e adoram suas damas. S%o "idalgos e morreriampor elas. Parece uma maneira es3uisita de pro"essar a devo$%o dispondo0se a morrer. As meio0irm%s de arguerite, creio eu, s%o poetisas ecompositoras.0 V natural. &las s%o min!as meio0irm%s tam-+m, sa-e Temos a mesma m%e.0 & o nosso *uil!erme, o arec!al, + um cavaleiro desses. &st/ claro 3uearguerite compartil!a da admira$%o 3ue suas meioirm%s tm por essasideias.0 O 3ue 3uer dier0 &la e o arec!al s%o... -ons amigos, n%o s%o enri3ue ru-oriou0se.0 Ora... 0 gague6ou ele, 0 n7s... con!ecemos *uil!erme desde 3ue +ramoscrian$as. &le... "oi nomeado nosso a6udante0deordens.

0 ?ma liga$%o sentimental. 8em, + 7timo voc n%o ser um !omem ciumento,enri3ue. Como eu sou di"erente Contei0l!e a !ist7ria, n%o @em-ra0sede 3ue mandei a$oitar o amante de min!a mul!er 3uase at+ a morte, e paraaca-ar com ele mandei pendur/0lo so-re uma "ossa sanit/ria0 Doc est/ insinuando...0 eu caro enri3ue, claro 3ue n%o. as as mul!eres s%o "r/geis, ealter de @s Eontaines era um cavaleiro 3ue con3uistava admira$%o onde3uer 3ue aparecesse, gra$as aos seus modos de "idalgo e de cavaleiro.&sses modos n%o evitaram 3ue ele "osse para a cama com min!a mul!erdurante a min!a ausncia. Creio, na verdade,3ue ela o atraiu para l/. &le n%o 3uis admitir. ?m cavaleiro at+ amorte, entende as "oi isso o 3ue sempre ac!ei. %o, voc n%o + umsu6eito ciumento como eu. as, "alemos de outras coisas. Sa-ia 3ueEilipe est/ de posse do selo do pai0 %o 0 disse enri3ue, com o pensamento longe do selo de Eilipe. &stavapensando em *uil!erme e arguerite. %o acreditava.2KI%o podia ser verdade. & no entanto, os dois eram amigos. @em-rava0se3ue 3uando estivera pertur-ada ela "ora procur/0lo e conversara com ele.0 Sim, ele visitou o pai e "icou a s7s com ele. Nuando saiu do 3uarto,estava com o selo. Agora, + claro, Eilipe tem autoridade. O selo est/ emseu poder, e por isso deve ser a vontade do pai 3ue "i3ue com o "il!o.Pode estar certo de 3ue a3ueles tios ardilosos nunca vir%o para a corte.&les e a rain!a v%o aprender 3ue Eilipe pode ser um rapa, mas tem -ons!omens para assessor/0lo, e est/ decidido a ser o rei da Eran$a.#e uma torrin!a do castelo, enri3ue viu *uil!erme, o arec!al, entrar acavalo no p/tio. ingu+m tin!a na sela de um cavalo o porte de

*uil!erme. &ra, de "ato, um -elo cavaleiro. enri3ue semicerrou osol!os. Claro 3ue *uil!erme estava tentando tornar0se amante dearguerite, e arguerite estava encantada por ele.O"erecia a ela uma solidariedade muito a"etuosa diante da saúde de seupai, 3ue se deteriorava. Por 3ue iria ela procurar *uil!erme, em ve deo marido Talve por3ue o marido "osse muito amigo de Eilipe de Elanderse ela nunca pudera ver como ele era atraente. arguerite ac!ava 3ue eleeQercia uma m/ in"luncia so-re enri3ue, sem dúvida por3ue *uil!erme, oarec!al, assim l!e dissera.0 andem *uil!erme, o arec!al, 1 min!a presen$a 0 -errou enri3ue para

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isso n%o ocorreu. &m ve disso, "ica imaginando... a-surdos... so-re mime *uil!erme.0 &le "oi em-ora. %o o 3uero por a3ui. %o ten!o a menor inten$%o de-ancar o marido enganado.0 O!, enri3ue, como pode dier essas coisas Sa-e 3ue n%o + verdade.*uil!erme + um amigo muito -om 3ue voc tem. &u sou a sua esposa "iel.&st/ sendo enganado por gente maldosa.

enri3ue n%o gostava de pensar 3ue tin!a sido tapeado de tal maneira, epor isso "ingiu acreditar 3ue !avia um certo grau de verdade no -oatorelativo a *uil!erme e sua mul!er. Seria !umil!ante demais pedir a*uil!erme 3ue voltasse e pedir0l!e desculpas. &stava mal0!umorado econtinuou "ingindo 3ue era um marido descon"iado, o 3ue deiQouarguerite desesperada.Eicou aliviado 3uando a rain!a Adela perguntou se podia "alar com ele emparticular.'evelou0l!e 3ue se sentia muito angustiada e acreditava 3ue ele poderiaa6ud/0la, se 3uisesse.0 #e todo o meu cora$%o 0 disse ele. #irigiu0se aos aposentos privadosda rain!a, e l/ ela l!e disse 3ue era uma mul!er muito in"eli.0 eu marido est/ morrendo, e meu "il!o voltou0se contra mim. eus

irm%os est%o proi-idos de virem para a corte e eles... e eu... estamosamea$ados de con"isco de nossas terras.0 O rei n%o vai permitir 3ue isso aconte$a.0 Como poderia eu ir procurar o rei nas condi$5es atuais dele e dier0l!e o 3ue o "il!o est/ tentando "aer e 3ue est/ seguindo consel!osperniciososenri3ue mordeu os l/-ios, !umil!ado. Eilipe n%o era o único 3ue "ieraisso.0 Se eu pudesse "aer alguma coisa para a6ud/0la...0 Pode, e "oi por isso 3ue pedi 3ue viesse.0 O 3ue Dossa a6estade dese6a de mim0 D/ at+ a 4nglaterra. Procure seu pai. Eale com ele so-re a posi$%o em3ue me encontro. Sei 3ue ele me a6udar/.2K)enri3ue pensou. Eicaria satis"eito em deiQar a corte da Eran$a, poisestava se sentindo cada ve mais envergon!ado de si mesmo.Se "osse 1 4nglaterra "alar com o pai, a3uilo seria uma maneira deescapar de uma situa$%o delicada e em-ara$osa.O rei estava -em0!umorado 3uando "oi a estminster. @/ estava a 3ueridaAlicin!a esperando ansiosa para saud/0lo.0 A notícia + -oa e m/ ao mesmo tempo, 3uerida. Seu pai est/ gravementedoente.Alice tentou demonstrar consterna$%o, mas 6/ "aia tanto tempo desde 3uevira o pai 3ue n%o se lem-rava como era ele.0 T%o doente 3ue, pelo visto, n%o vai durar muito. &ste + o lado mau danotícia. O -om + 3ue en3uanto ele est/ nessas condi$5es, n%o pode !aver!ip7tese de um casamento entre voc e 'icardo.

0 V como se #eus estivesse cuidando de n7s 0 disse Alice, es3uecendo0sede 3ue en3uanto &le os protegia, &le estava sendo muito in6usto para como piedoso @uís.0 Sei 3ue Santo T!omas 8ec9et + meu amigo. Agora, 3uerida, podemosa"astar nossos temores. 0 *ostaria de poder coloc/la no pavil!%o de'osamund, mas isso n%o era possível por se tratar de uma princesa, eultimamente "alara0se muito em seu casamento.Eicou algum tempo com ela, e 3uando partiu para uma viagem porOQ"ords!ire, c!egou um mensageiro para dier0l!e 3ue seu "il!o estava nopaís e se ac!ava a camin!o para visit/0lo.

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Pai e "il!o se encontraram em 'eading, e l/ o 6ovem enri3ue contou aorei por 3ue tin!a ido com tanta pressa.0 A rain!a da Eran$a pede o seu consel!o, pai. O rei est/ 1 morte, e o6ovem Eilipe est/ nas m%os do conde de Elanders, 3ue tenta governar aEran$a atrav+s dele.0 @oucura de 6uventude 0 disse enri3ue de maneira 3ue "e o "il!oenru-escer. 0 Sem dúvida o conde est/ -a6ulando o 6ovem Eilipe como -em

sa-e "aer.@em-rando0se de 3ue "ora o conde o respons/vel por ele demitir*uil!erme, o arec!al, o 3ue agora considerava ter sido uma tolice,enri3ue disse:0 O conde est/, na verdade, governando a Eran$a neste momento, por3ueEilipe o o-edece em tudo, e agora 3ue Eilipe rou-ou o selo, ele est/mandando.0 %o se pode permitir 3ue isso continue. Pelo 3ue sei, eles podem estarplane6ando uma invas%o da ormandia. 4sso l!es2(Kagradaria. Eilipe de Elanders gostaria, sem dúvida, da ormandia. asesse impostor n%o a ter/ nunca.0 A rain!a da Eran$a pede a sua a6uda.

0 &la a ter/.0 Eicar/ muito grata se o sen!or "or a6ud/0la.0 & deve "icar mesmo, por3ue Elanders "ar/ com 3ue o 6ovem Eilipe n%opasse de um "antoc!e para servir aos seus "ins. V triste 3uando um "il!odesrespeita a autoridade do pai.O 6ovem enri3ue pareceu contra"eito, por3ue a situa$%o 3ue surgira naEran$a era semel!ante 1 3ue eQistira na 4nglaterra 3uando os "il!os deenri3ue Plantageneta tentaram tomar o poder 3ue o pai n%o 3ueria l!esdar en3uanto vivesse. Assim Eilipe estava tomando o poder en3uanto o paiainda estava de cama, doente.O rei estava decidido a dar a li$%o.0 Nuando meus "il!os se voltaram contra mim, "oram pedir a6uda ao rei daEran$a e ele os a6udou. o entanto, 3uando o "il!o do rei da Eran$atenta rou-ar0l!e a autoridade, a mul!er dele, a rain!a, pede o meuauQílio. &stou disposto a d/0lo.0 V um gesto no-re de sua parte, ma6estade. O rei soltou uma gargal!ada.0 o-re Os reis n%o podem dar0se ao luQo de serem no-res Os reis tmde pensar no 3ue + -om para seus reinos, e se a no-rea "or, tantomel!or. Caso contr/rio, o rei 3ue servisse mal ao seu país para serno-re seria um tolo. %o, vou a6udar @uís e Adela por3ue estou decididoa reduir o poder do conde de Elanders e de seu es-irro, o rei daEran$a. Providenciarei para 3ue a ormandia "i3ue garantida. Por isso,vou a6udar meu eQ0amigo @uís e es3uecer o mau servi$o 3ue ele me prestou3uando estive em situa$%o semel!ante. A posse da coroa deve ser a suaprimeira preocupa$%o, meu "il!o. Segure0a "irme. &nt%o, ser/ um -om rei,e por mais no-re 3ue voc se6a, n%o pense nisso.0 Damos partir imediatamente, ent%o

0 Damos. 4n"elimente, voc n%o ser/ acompan!ado pelo seu -om amigo*uil!erme, o arec!al. Doc o mandou de volta para a 4nglaterra 3uandon%o estava em condi$5es de perder os servi$os dele.O 6ovem enri3ue "icou calado. Como sempre, o pai conseguira !umil!/0lo.Nuando Eilipe de Elanders sou-e 3ue o rei da 4nglaterra !aviadesem-arcado, "icou com medo. %o era isso 3ue ele 3ueria. Sa-ia2((muito -em 3ue ele e o 6ovem Eilipe n%o podiam en"rentar a3uele valenteguerreiro. Outra coisa 3ue ele sou-era era 3ue os ministros de @uísestavam se tornando um tanto in3uietos e se se c!egasse a uma guerra n%o

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estariam dispostos a apoi/0lo.O conde amaldi$oou o 6ovem enri3ue por ter ido "alar com o paiR supun!a3ue se tratasse de algum tipo de vingan$a, por3ue o aconsel!ara a selivrar de *uil!erme, o arec!al. Aar, outra ve. %o conseguira dominaro 6ovem enri3ue e, se n%o tivesse cuidado, iria "racassar com Eilipe.Assim 3ue enri3ue Plantageneta c!egasse com seus eQ+rcitos em de"esa darain!a Adela e seus irm%os, Eilipe n%o encontraria ningu+m disposto a

en"rent/0los a seu lado. ?ma coisa era certa, o conde n%o podia perder ain"luncia so-re Eilipe.O rapa "icou es-rave6ando -o-amente 3uando sou-e 3ue o rei da4nglaterra !avia partido.0 #eiQe 3ue ven!a. Dai encontrar meus eQ+rcitos esperando por ele 0-radou.O conde concordou com um gesto de ca-e$a, mas estava muito in3uieto. asviu uma maneira de poder manter sua in"luncia so-re o rei.unca !ouve um acontecimento 3ue garantisse mais uma alian$a do 3ue umcasamento. O conde Eilipe a-ominava com "re3uncia a esterilidade damul!er, mas nunca o "iera mais do 3ue na3uela ocasi%o. Se ao menostivesse uma "il!a 3ue pudesse casar com Eilipe.. &nt%o, ele seria o paida rain!a da Eran$a e poderia, de "ato, intitular0se pai do rei.

&le tin!a, no entanto, uma so-rin!a. &la era apenas uma crian$a, mastam-+m Eilipe n%o era muito vel!o.0 Agora 3ue voc + realmente rei da Eran$a, devia ter uma rain!a 0sugeriu ele.Eilipe pensou na ideia. &la o agradava.0 in!a so-rin!a 4sa-el + uma menina muito encantadora. O 3ue vocac!aria de um casamento desses o devido tempo, "icaria com Elanders eDermandois.Eilipe disse 3ue gostaria de con!ecer 4sa-el.0 Dai con!ec0la.Nuando o encontro "oi arran6ado, Eilipe mani"estou0se atraído pelaperspectiva, por3ue 4sa-el tin!a sido -em instruída pelo tio para secomportar de maneira a agradar ao 6ovem rei, 3ue naturalmente eramostrar0se impressionadíssima com ele e portar0se como se estivesse napresen$a de um 6ovem deus.2(2%o "oi di"ícil, ent%o, o conde arran6ar um casamento logo e umacoroa$%o.avia, 3uanto a isso, uma di"iculdade, pois naturalmente a pessoa arealiar a cerim7nia devia ser o arce-ispo de '!eims, irm%o da rain!aAdela, 3ue na Eran$a estava na mesma posi$%o em 3ue o arce-ispo deCanter-ur se encontrava na 4nglaterra.O conde Eilipe viu0se "icando numa situa$%o cada ve mais complicada.com os dois enri3ues da 4nglaterra a camin!o e com o povo da Eran$atornando0se in3uieto, o 6ovem Eilipe poderia come$ar muito em -reve aperce-er 3ue n%o tin!a sido t%o esperto 3uanto pensava ao colocar o seudestino nas m%os do conde de Elanders.

O arce-ispo de Sens deveria ser convencido de 3ue n%o seria -om para elen%o realiar a coroa$%o da rain!a 4sa-el, e t%o logo a coroou, oarce-ispo de '!eims viu a sua oportunidade de romper a in"luncia doconde de Elanders. O direito de coroar a rain!a da Eran$a era dele, eem-ora sua irm%, a rain!a Adela, e seus irm%os estivessem sendo tratadost%o mal, o papa n%o poderia deiQar de apoi/0lo 3uanto 13uele último atode loucura.&m meio 1 agita$%o provocada por a3uele assunto, enri3ue da 4nglaterrac!egou.A reputa$%o de enri3ue Plantageneta era tal 3ue 3uando c!egou 1 "rente

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de um eQ+rcito o terror tomou conta dos cora$5es de todos a3ueles 3ueele considerava seus inimigos.Eoi portanto com grande alívio 3ue Eilipe de Elanders rece-eu umamensagem diendo 3ue o rei da 4nglaterra 3ueria talar com ele e comEilipe da Eran$a antes de entrar em com-ate contra os dois0 #evíamos nos reunir com o rei da 4nglaterra 0 disse o conde.0 Por 3u 0 perguntou o 6ovem Eilipe. 0 Como + 3ue ele ousa vir at+

a3ui me amea$ar Sou o rei, n%o sou0 V, mas dentro em pouco poderia n%o ser, se enri3ue agisse contra n7s.@uís ainda vive, e temos muitos inimigos. Se6amos cautelosos. Claro 3uen%o devemos entrar em guerra contra enri3ue Plantageneta, se pudermosevitar.0 O 6ovem enri3ue est/ com ele. Pensei 3ue "osse meu amigo, mas ele +"also... muito "also.0 %o "a$a um 6uío muito severo. ?m dia, ele ser/ o rei da 4nglaterra,e vale a pena manter um -om relacionamento com ele.0 eu pai nunca con"iou realmente no rei da 4nglaterra.2(G0 & voc tam-+m n%o deve con"iar. 7s nos encontraremos com eles eiremos ludi-ri/0los, isso + uma maneira mais inteligente de lidar com um

oponente do 3ue travar um com-ate.as enri3ue se recusou a permitir 3ue o conde de Elanders se 6untasse aeles. Agora 3ueria "alar s7 com o 6ovem Eilipe, insistiu, e o conde "oio-rigado a concordar com os dese6os do rei da 4nglaterra.Nuando o encontro aconteceu, enri3ue estudou o 6ovem rei da Eran$a.Considerou0o uma po-re criatura, e n%o pUde deiQar de compar/0lo comseus "il!os. %o !avia um s7 deles 3ue n%o "osse -onito. Po-re @uísApostara tudo na3uele rapa, e o 3ue conseguira ?m rapain!o t%oansioso pelo poder 3ue estava rou-ando a coroa da ca-e$a do pai antesdele morrer. Os dele tam-+m eram maus, isso ele sa-iaR mas pelo menostin!am a aparncia de !omens.& Eilipe de Elanders... 3ue !omem am-icioso Ora, podia entender a3uilo.O conde teria gostado de se tornar rei, e como n%o era, "aia de tudopara conseguir seu o-6etivo. Teria de ser vigiado. enri3ue tin!a maisrespeito por ele do 3ue pelo 6ovem rei.0 a6estade 0 disse ele, em tom suave 0, "alo com Dossa a6estade comoum pai.Pe$o0l!e 3ue tome cuidado na maneira de agir. Sua m%e est/ seriamentea"lita. Seustios tam-+m. &ssas pessoas 3uerem o seu -em. Dossa a6estade n%o podetrat/0las com ingratid%o, como vem tratando. 4sso n%o + digno de Dossaa6estade.O 6ovem Eilipe ol!ou para ele irritado. Nuem era a3uele !omem com 3uempensava 3ue estava "alando0 O du3ue da ormandia + um tanto ousado. O rei caiu na gargal!ada.0 Den!o procur/0lo n%o como du3ue da ormandia para prestar vassalagemao meu sen!or "eudal, mas como o rei da 4nglaterra 3ue + irm%o do rei da

Eran$a e 3ue, neste momento, v 3ue a3uele irm%o est/ precisando muitode a6uda.0 %o compreendo o 3ue 3uer dier.0 &nt%o, permita 3ue eu eQpli3ue. eu -om amigo, o rei @uís da Eran$a,est/ doente, de cama. &n3uanto ele viver, s7 poder/ !aver um rei daEran$a de "ato, em-ora um outro... e com 6usti$a... tam-+m ten!a otítulo e 3uando c!egar a !ora deva assumir a coroa. / !omens dignos emseu reino 3ue n%o gostam de ver a rain!a e sua"amília !umil!adas.0 & eles devem gostar do 3ue "a$o

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'icardo "aia uma -ela "igura em seu cavalo, por ser muito alto e dotadode uma -oa aparncia loura 3ue era rara na3uela parte do país. &m-oraso"resse periodicamente de uma angustiante doen$a con!ecida como "e-re3uarta, era "orte e saud/vel. Contraíra a3uela "e-re ainda 3uandoadolescente, e n%o !avia dúvida de 3ue ela era o resultado de dormirmuito no c!%o úmido 3uando acampado. Seus mem-ros tremiam, e o e"eitoera eQtraordin/rio, por3ue a intensidade de seus "rios ol!os auis

pareciacontradier o seu tremor. #iia0se, entre os seus soldados, 3ue 3uandoestava com "e-re2(I"icava violento ao eQtremo, e a3ueles 3ue n%o o con!eciam -em, pensando3ue a3uilo podia ser um sinal eQterior de alguma "ra3uea íntima,aprendiam logo 3ue se tratava do contr/rio. Parecia !aver uma compuls%odentro dele para contradier os tremores. Sua "erocidade aumentava, eele se salientava pela crueldade. Se um prisioneiro era levado 1 suapresen$a e mostrava sinais de 3ue acreditava poder aproveitar0se delepor3ue se perce-ia 3ue estava tremendo, o !omem era condenado a ter osol!os arrancados, para 3ue n%o pudesse nunca mais ver o tremor de'icardo. O povo da A3uit;nia come$ara a ter medo dele, e ele ainda n%o

compreendera 3ue, em-ora a3uele povo n%o "osse guerreiro por naturea eo amor pela vida tran3uila e pela poesia "osse a sua principalcaracterística, n%o era do tipo 3ue aceitava uma tiraniaR e aindigna$%o, estimulada pelos versos de seus poetas, estava latente epronta a eQplodir em c!amas. &stava0se "omentando con"us%o na A3uit;nia.O povo n%o 3ueria a3uele normando no governo 0 por3ue em-ora a m%e dele"osse a sua &leanor e o pai "osse "il!o de *eo"redo de An6ou, pelo ladomaterno o pai era descendente do Con3uistador e da3ueles -/r-aros 3uevin!am das terras do norte para sa3uear e con3uistar.O pr7prio 'icardo sa-ia 3ue a única maneira de esta-elecer a pa naA3uit;nia era levar de volta sua m%e. &la era a du3uesa deles. Aos ol!osdeles, seu casamento com enri3ue Plantageneta tin!a sido um desastre.&la o "iera du3ue deles, o 3ue ningu+m nunca aceitouR e tivera "il!oscomo 'icardo 0 3ue levara para a A3uit;nia um modo de vida consideradoinaceit/vel.%o !averia "im para o con"litoR e por entender isso, ele decidiraaceitar a3uele convite para ir a Pampeluna, a "im de 3ue pudesse "ugirpara pensar mais claramente na situa$%o 3ue tin!a pela "rente.&n3uanto iam lado a lado, os seguidores atr/s, eles cantavam muitasvees can$5es de autoria dos dois. As can$5es de Sanc!o -ril!avam com ocalor do sulR mas a3ueles 3ue escutavam com aten$%o perce-iam, comooutros !aviam perce-ido antes, um to3ue do norte nas can$5es de 'icardo.As do sul eram l;nguidas, as do norte estavam c!eias de vigor.esmo os mais c!egados a 'icardo pensavam 3ue ele n%o era um deles.Nuando c!egaram a Pampeluna, via6antes 6/ estavam vindo para o torneio3ue se realiaria num grande prado "ora dos muros do2(F

castelo. As estalagens estavam superlotadasR pedintes postavam0se 1margem do camin!o, pat+ticos e astutosR ladr5es e vaga-undos misturavam0se aos cidad%os respeit/veis, todos 1 procura de um pe3ueno "urto.8arracas tin!am sido montadas e eQpun!am toda sorte de artigos: cintas e"ivelas, -olsas, rendas, -roc!es, naval!as, dados, grosas para 3uemsentisse coceira se co$ar, peles de lontra para "aer pelicas, peles deanimais trans"ormadas em pe$as de roupa, pil5es, vin!o, l%, cevada 0 naverdade, artigos de todos os tipos estavam em eQi-i$%o.As pessoas ol!avam com reverncia o corte6o passar. Ol!aram para o -elopríncipe Sanc!o e sentiram uma certa apreens%o ao verem 'icardo da

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A3uit;nia. avia nele algo de repelente, em-ora ao mesmo tempo de"ascinante. &ra muito altoR raramente viam um !omem t%o alto na3uelaregi%o, e ele montava seu cavalo como se os dois "ossem uma coisa s7 0algum ser estran!o vindo do c+u ou do in"erno. Sua reputa$%o c!egara na"rente. 'icardo, "il!o de enri3ue Plantageneta e &leanor da A3uit;nia,!omem 3ue "iera com 3ue todo o seu ducado pegasse em armas, um !omem3ue procurava domin/0los pelo terror.

Tin!am sido muitos os rumores. &ra um grande guerreiro, como o pai, eseu pai era -isneto do poderoso Con3uistador, cu6o nome continuava arever-erar pelo país inteiro, em-ora tivesse morrido !avia muitos anos.#e enri3ue Plantageneta diia0se 3ue tin!a muitos "il!os !omens. &ram3uatro nascidos de &leanor e muitos mais 3ue ele tivera com outrasmul!eres. #iia0se 3ue, na realidade, n%o eram "il!os do Plantageneta,mas do #em7nio. Der a3uele !omem alto, com ca-elos 3ue n%o erameQatamente ruivos nem louros, mas de um tom intermedi/rio, e ol!os auise "rios como gelo, era acreditar 3ue poderia !aver algo de verdade na!ist7ria.#iia0se 3ue 3uando sa3ueava uma cidade, ele apan!ava as mul!eres e semetia em orgias, e 3uando 6/ n%o as 3ueria mais as entregava a seussoldados. &ra di"ícil acreditar nisso a respeito do !omem de aparncia

"ria, e era sa-ido 3ue os inimigos de um !omem seriam capaes de "alar3ual3uer coisa para desonr/0lo. Nue ele era cruel, todos podiamacreditar.As mul!eres sorriam para Sanc!o, arre-atadas. Como o seu 6ovem príncipeera di"erente Parecia insigni"icante ao lado do outro, mas elasgostavam ainda mais dele por causa disso. &ra Sanc!o, o Eorte, 3ue "oraperito no campo de -atal!a e l!es dava um grande praer na 6usta.0 Diva Sanc!o, o Eorte 0 gritavam.2(MO rei de avarra saudou 'icardo de "orma acalorada. &ra um praer, disseele, ter o "il!o do rei enri3ue e da rain!a &leanor em sua corte. Seu"il!o Sanc!o !avia0l!e"alado muitas vees dos talentos de 'icardo, e ele 3uisera con!ec0lo.O torneio come$aria no dia seguinte, e ele esperava 3ue 'icardoaumentasse o praer dos espectadores participando dele. 'icardo mostrou0se interessado em participar.0 o6e 1 noite daremos uma "esta no sal%o, e depois espero 3ue voc eseus auQiliares nos encantem com algumas das melodias pelas 3uais s%o"amosos 0 comentou o rei.'icardo replicou diendo 3ue estava ansioso por ouvir as can$5es deavarra 3ue, segundo l!e asseguravam, igualavam0se em encanto e -elea1s da A3uit;nia.0 Doc ser/ o nosso 6ui. eu "il!o e min!as duas "il!as cantar%o paravoc 0 "alou Sanc!o.Sanc!o, rei de avarra, era espan!ol por descendncia, sendo seuancestral o imperador da &span!a. Casara0se com 8eatrice, a "il!a do reiA"onso de Castela. Sentia0se eQtremamente orgul!oso de sua "amília 0 a

-ela mul!er, o "il!o -atiado em !omenagem a ele e 3ue 6/ ad3uirira umareputa$%o de cora6oso e rece-era o apelido de oEorte, e as duas lindas "il!as, 8ereng/ria e 8lanc!e.'icardo, como convidado de !onra, sentou0se 1 direita do rei, e ao ladode 'icardo sentou0se a "il!a do rei, 8ereng/ria. &ra muito 6ovem,graciosa, e mostrava umapromessa de -elea.&les comemoravam e -e-iam en3uanto 'icardo o-servava a encantadora 6ovemao seu lado &ra, na verdade, uma crian$a, mas a sua inteligncia oassom-rou, e mais tarde, 3uando ela cantou, "icou encantado e ac!ava

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di"ícil desviar o ol!ar.O pai dela, o-servando0os, perce-eu a3uilo e pensou 3ue se 'icardo n%oestivesse noivo de Alice da Eran$a, poderia !aver um casamento entre osdois.'icardo entoou can$5es de amor e guerra, e de algum modo parecia 3uecantava mais vees a guerra do 3ue o amor. Sanc!o, o mais 6ovem, eradi"erente. A3uele !er7i 3ue se destacara em com-ate contra os -elicosos

mouros, deiQava todos cientes, pela tr+mula paiQ%o de suas can$5es, de3ue tam-+m era um amante.O rei continuou ao lado de 'icardo, e disse0l!e 3ue sa-ia da situa$%o naA3uit;nia e lamentava.0 O povo 3uer sua m%e de volta. %o !/ dúvida so-re isso.2()0 Sei muito -em disso. Nuem dera 3ue meu pai entendesse a ra%o.0 Parece t%o desumano... um marido "aer da mul!er uma prisioneira.0 eu pai sa-e ser um !omem muitíssimo desumano. avia um veneno na vode 'icardo 3ue assustou Sanc!o. &raverdade, ent%o, supUs ele, 3ue os "il!os do rei da 4nglaterra o odiavam.Ol!ou para o seu -elo Sanc!o e suas ador/veis "il!as, e deu gra$as a#eus.

0 o entanto, se ele compreendesse 3ue o povo da A3uit;nia nunca seacalmar/ en3uanto ela continuar prisioneira, talve entendesse asensate de solt/0la.0 &les odeiam um ao outro. / anos 3ue est%o assim. Ei3uei ciente disso3uando ainda estava na ala in"antil. eu pai levou o seu -astardo paral/, a "im de ser criado conosco. Eoi uma coisa 3ue o orgul!o de min!am%e n%o tolerou.0 4sso + compreensível.0 'ealmente. Nuando eles se casaram, a posi$%o de min!a m%e era maiselevada do 3ue a dele. #epois, ele se tornou rei da 4nglaterra. in!am%e 3ueria "icar ao lado dele, para a6ud/0lo... mas ele estragou tudo...com a sua devassid%o, segundo diia ela. &u os ouvia, ent%o, trocandoinsultos.0 Doc gosta muito de sua m%e, creio eu.0 &u "aria tudo para v0la livre. Ten!o planos de reduir meu pai a umestado tal 3ue ele ter/ de ouvir as min!as condi$5es, e a primeira delasser/ a li-erdade de min!a m%e.Sanc!o "e um gesto a"irmativo com a ca-e$a, mas no "undo sa-ia 3ue ele6amais "aria com 3ue enri3ue Plantageneta se pusesse de 6oel!os.0 A esta altura, poderia ser mel!or convenc0lo do 3ue a li-erta$%o dela"aria pela A3uit;nia.0 J/ "i isso. &le n%o d/ ouvidos. & me considera partid/rio de min!am%e. Acredita 3ue se a li-ertar, ela ser/ capa de traí0lo.0 Talve se outra pessoa eQpusesse o caso a ele.O cora$%o de 'icardo pulou de alegria. &ra por isso 3ue tin!a ido aavarra.0 Nuer dier... 3ue Dossa a6estade "aria isso

0 Nuero dier 3ue poderia tentar.0 Pelos dentes de #eus, ele daria ouvidos a Dossa a6estade.0 &nt%o, deiQe0me tentar. vou mandar uma mensagem a ele.22K#irei 3ue como o-servador de "ora, ve6o como est/ a situa$%o naA3uit;nia e 3ue o povo de l/ nunca estar/ em pa en3uanto a du3uesa "orprisioneira.0 Se Dossa a6estade pudesse "aer isso, seria de grande a6uda Para mime Para a A3uit;nia.0 Earei o possível, ent%o 0 prometeu Sanc!o, o S/-io.

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a3uela noite, 'icardo trocou lem-ran$as com o 6ovem Sanc!o e "e os6uramentos de "idalguia com ele. #ali por diante, os dois seriam "rates6urati <irm%os 6uramentados=.o palan3ue, ao lado do pai, a 6ovem 8ereng/ria se ac!ava sentada vendoa -ril!ante "orma$%o no prado 1 sua "rente. Os trompetes soaram, as-andeirolas em coresalegres tremulavam ao vento, e seu cora$%o -atia com a emo$%o de

o-servar um determinado cavaleiro. &la o recon!eceria logo, muitoem-ora, segundo a pr/tica, a viseira "osse estar -aiQada. %o !avianingu+m, entre os participantes, t%o alto e ereto, 3ue montasse seucavalo com tanta distin$%o, ningu+m a n%o ser a3uele mais per"eito detodos os cavaleiros.&la dissera a 8lanc!e 3ue nunca vira algu+m 3ue se comparasse a 'icardo.8lanc!e concordava 3ue ele era, realmente, um -elo cavaleiro. #estacava0se de todos os !omens 3ue as duas 6/ !aviam visto, a maioria dos 3uaistin!a ca-elos pretos, era moreno e de menor estatura. as 'icardo, du3ueda A3uit;nia, parecia pertencer a uma ra$a di"erente.Os deuses 0 a3ueles 3ue certa ve !a-itaram a Terra 0 tam-+m pareciamser, acreditava 8ereng/ria.&la ol!ou para o paiR estava usando a coroa incrustada de 67ias, pois

a3uela era uma grande ocasi%o. &le n%o entraria na arena a cavalo. Oirm%o dela "aria isso, pela !onra da coroa. 8ereng/ria esperava 3ueSanc!o n%o arremetesse com a lan$a contra 'icardo, por3ue nesse caso n%osa-eria por 3uem rear, para sair0se vencedor.0 Os dois n%o v%o duelar 0 sussurrou para 8lanc!e, pois !avia pensado emvo alta. 0 S%o irm%os 6uramentados. Por isso, n%o v%o enristar a lan$aum contra o outro !o6e.0 4sso n%o + uma -atal!a. S7 um torneio 0 replicou 8lanc!e.0 esmo assim, eles n%o "ar%o isso 0 disse 8ereng/ria.O dia estava maravil!oso, com um c+u aul sem nuvens e um soldeslum-rante -ril!ando so-re a3uela cena de cores vivas. As armadurasdos galantes cavaleiros -ril!avam, assim como os ol!os de cada dama aopousarem no cavaleiro 3ue levava as suas cores, proclamando22(ao mundo 3ue ela era a sua dama e 3ue suas "a$an!as !er7icas da3uele diaeram a ela dedicadasEoi emocionante 3uando se anunciou a primeira das competi$5es e oscavaleiros entraram na arena. Pareciam vestidos de prata, e como eramvivas as cores dos vestidosdas damas graciosamente sentadas em suas plata"ormas, os ol!os nuncadeiQando o colorido campo 3ue se estendia 1 sua "rente.& l/ estava ele 0 destacando0se como ela sa-ia 3ue aconteceria0 di"erente de todos os outros devido a sua altura. &stava certa de 3uea sua armadura -ril!ava mais do 3ue as demais.Sentiu0se estonteada de tanta alegria, por3ue so-re o elmo ele usava umape3uena luva com uma guarni$%o de 67ias 8ereng/ria con!ecia -em a3uelaluva, pois era sua.

A3uela maravil!osa criatura, 3ue parecia um deus, entrara em campona3uele dia em !omenagem a ela. A3uilo era eQtasiante.Claro 3ue ele se saiu vitorioso. Teria sido em-ara$oso se n%o !ouvessevencido, pois era o convidado de !onra. as n%o precisara !aver medo de3ue a3uilo n%o acontecesse. ostrou0se o mais ousado, mais !/-il, maisaudacioso, so- todas as maneiras.Cavalgou em dire$%o ao palan3ue so-re o 3ual o rei estava sentado com amul!er e as duas "il!as. Curvou0se montado, e 8ereng/ria apan!ou uma dasrosas 3ue en"eitavam o -alc%o e 6ogou0a para ele. 'icardo a pegou comdestrea, -ei6ou0a e colocou0a 1 altura do cora$%o.

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Eoi um encantador gesto de "idalguiaR e da3uele momento em diante,8ereng/ria de avarra "icou apaiQonada por 'icardo da A3uit;nia.&le n%o podia se demorar muito em avarra. Sua ausncia daria a seusinimigos as oportunidades 3ue -uscavam. as se sentia atraído por8ereng/ria. &ra apenas uma crian$a, mas iria crescer. &le ainda n%o3ueria se casar. Podia esperar. &la o adorava e o considerava um sersuperior. A3uilo era um praer.

Nuando os dois se sentavam lado a lado 1 mesa, ele l!e "alava das-eleas da A3uit;niaR "alou so-re o seu crescente dese6o de partir numacruada para eQpulsar o 4n"iel da Terra Santa.8ereng/ria prestava aten$%o, as m%os 6untas com os dedos entrela$ados,os ol!os -ril!ando. 'icardo estava certo de 3ue se se casasse com elaen3uanto "osse assim t%o 6ovem e inocente, poderia trans"orm/0la naesposa 3ue dese6ava.222Ealou com o pai dela.0 Dossa a6estade tem duas -elas "il!as, e em especial a mais vel!a.Nuem dera 3ue eu estivesse em condi$5es de pedir0l!e a m%o dela.0 Se pedisse, eu n%o a negaria.0 Dossa a6estade con!ece a min!a situa$%o. / anos 3ue sou noivo da

"il!a do rei da Eran$a.0 Sei disso. as o casamento vem sendo adiado !/ muito tempo...0 Segundo meu pai, ele iria se realiar. as depois, n%o ouvi "alaremmais nada.0 Doc dese6a esse casamento0 #epois 3ue vi sua "il!a, n%o.0 J/ 3ue tem !avido esse adiamento, seu pai deve ter algum motivo paraisso.0 in!a m%e tam-+m pensa assim. Contou0me 3ue ele "ica a"lito 3uando seinsiste no assunto.0 Doc ac!a 3ue ele gostaria de a-rir m%o de uma alian$a com a Eran$adevido a uma outra com avarra0 Temos alian$as com a Eran$a. eu irm%o mais vel!o + casado com a "il!ado rei da Eran$a.0 Doc est/ numa situa$%o muito estran!a, mas me sinto !onrado poradmirar min!a "il!a. 0 Sanc!o "icou pensativo. %o era por nada 3ue eleera c!amado de o S/-io. 0 Por en3uanto, n%o digamos coisa alguma so-re aatra$%o 3ue sente por min!a "il!a. A princesa Alice vem sendo mantidalonge de voc !/ muito tempo. Por 3ue n%o iria voc, se ela l!e "osseo"erecida, recusar0se a "icar com ela Doc tem rece-ido desculpas. Por3ue, ent%o, n%o apresentar desculpas Se n%o 3uiser se casar com aprincesa Alice, poder/ evit/0lo.0 vou "aer isso, e cedo ou tarde...0 8ereng/ria ainda + 6ovem... demasiado 6ovem. Talve da3ui a algumtempo...'icardo agradeceu a Sanc!o com "ervor.0 vou esperar. & nesse ínterim, Dossa a6estade "alar/ com meu pai...

n%o so-re um possível casamento, mas so-re a pris%o de min!a m%e00 Earei isso. #ou0l!e min!a palavra.'icardo dedil!ava o alaúde. 8ereng/ria estava sentada ao seu lado, osol!os -ril!ando.22GA can$%o era de amor, e em-ora tivesse sinais do norte, vi-rava depaiQ%o.0 &u voltarei. vou encontr/0la a3ui... 1 min!a espera. 0 @argou o alaúdee sorriu para ela. 0 Doc ainda + uma crian$a, 8ereng/ria.0 #a3ui a pouco vou crescer.

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0 &nt%o nos reencontraremos.0 Doc n%o vai me es3uecer0 unca a es3uecerei. vou voltar, e voc estar/ 1 min!a espera0 &starei, at+ morrer.0 uito antes de morrermos, estaremos 6untos.0 'icardo, ouvi "alar 3ue voc est/ noivo de uma princesa "rancesa. Vverdade

0 Ei3uei noivo dela 3uando estava no -er$o.0 Ouvi dier 3ue + muito -onita. Doc ac!a0 %o posso ac!/0la -onita por3ue n%o sei 3ue aparncia ela tem. &m-oraeste6amos noivos, ela tem sido mantida a"astada de mim.0 4sso o deiQa triste0 Agora isso s7 me deiQa contente.0 & se seu pai arran6ar um casamento para voc0 %o ser/ a primeira ve 3ue ir/ me considerar um "il!o deso-ediente.0 Dai mesmo se recusar a casar0se com ela &le sorriu e con"irmou com umgesto da ca-e$a.0 S7 !/ uma pessoa com 3uem eu me casaria.0 & 3uem +'icardo segurou0l!e a m%o e a -ei6ou.

0 eu pai sa-e0 J/ conversamos so-re isso.0 & o 3ue di ele0 Nue 3uando voc atingir uma certa idade e eu estiver livre de min!ascomplica$5es, o casamento poderia realiar0se.0 Sinto0me muito "eli.&le apertou0l!e a m%o e tornou a apan!ar o alaúde. Nuando 'icardopartiu, ela estava na torrin!a, acompan!andoo com os ol!os.0 A vinda dele mudou a min!a vida 0 disse a 8lanc!e. vou rear pelo diaem 3ue poderemos estar 6untos.&le se voltou e agitou um peda$o de seda 0 um peda$o de um dos vestidosdela. Sa-ia 3ue ela estaria vendo.0 'icardo dever/ voltar em -reve 0 murmurou ela.22A &stirpe do #ia-o&'4N?& [O PO#4A #&4XA' de se congratular consigo mesmo. @uís !aviamorrido, e portanto a controv+rsia so-re o casamento de Alice tin!a deser posta de lado. &le sa-ia, claro, 3ue seria apenas uma tr+guatempor/ria, e 3ue muito em -reve talve o 6ovem Eilipe "osse 3uerersa-er o 3ue acontecia com a irm%.as Eilipe era apenas um garoto, e enri3ue 6/ dera a entender 3ue3ueria 3ue ele o considerasse como um pai. Nue era um garotovoluntarioso, estava claro, mas enri3ue tin!a uma sensa$%o inc7moda de3ue 3uando ad3uirisse alguma eQperincia ele n%o seria t%o "raco 3uantoo pai. enri3ue teria de "icar de ol!o vivo no 3ue se passava na Eran$a.C!egaram notícias da A3uit;niaR !avia revolta em toda parte. O povo3ueria &leanor livre e mandada de volta para l/. A3uilo 6amais iria

acontecer.Sanc!o de avarra l!e enviara uma mensagem diendo 3ue estava preocupadocom os acontecimentos na A3uit;nia e 3ue acreditava 3ue nunca !averiapa en3uanto &leanor n%o voltasse.enri3ue agradecera a Sanc!o pelo consel!o e dissera0l!e 3ue em-ora n%opudesse li-ertar &leanor na3uela ocasi%o, pois Sanc!o devia compreendercomo a3uilo seria perigoso para ele, iria permitir 3ue ela tivesse umpouco mais de li-erdade. Por eQemplo, se visitantes22H"ossem 1 4nglaterra, ela poderia ir 1 corte para v0los, ou eles

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&le tin!a ra%o em con"iar. Os dois entraram em a$%o lado a lado, eaconteceu como Eilipe previra. Eilipe de Elanders, empurrado de voltapara o seu castelo, "icousitiado nele at+ ser o-rigado a pedir clemncia.A revolta "oi a-a"ada.%o !avia dúvidas 3uanto ao g+nio militar 3ue estivera por tr/s da3uilo.8ertrand de 8orn ac!ou uma oportunidade de "alar com enri3ue.

0 &screvi versos para Dossa a6estade. Posso ter a sua permiss%o paracant/0los para Dossa a6estadeenri3ue, 3ue aceitava 3ual3uer grau de -a6ula$%o sem descon"iar de ummotivo oculto, dispUs0se logo a ouvir.Sa-ia 3ue era -onito, mas era agrad/vel ver0se pelos ol!os do poeta. Opoeta estava apaiQonado por ele. A3uilo era divertido, mas enri3uenunca se interessara por liga$5es apaiQonadas com mem-ros de seu seQo.*ostava s7 de mul!eres.&nt%o 8ertrand "e um coment/rio 3ue logo c!amou0l!e a aten$%o.0 Como Dossa a6estade + di"erente de seu irm%o 'icardo O povo daA3uit;nia nunca ir/ aceitar 'icardo, mas seria capa de aceitar Dossaa6estade.0 Como assim

0 Se Dossa a6estade "osse o du3ue deles...0 Sou o du3ue da ormandia, conde de An6ou e rei da 4nglaterra. 'icardorece-eu a A3uit;nia.22F0 O povo da A3uit;nia pre"ere decidir por si mesmo a 3uem se entregar.0 Ac!a 3ue se entregariam a mim por vontade pr7pria0 Se Dossa a6estade "osse tomar a A3uit;nia, eles a dariam a Dossaa6estade.0 Como poderia eu tomar o 3ue + de meu irm%o0 Como pode a A3uit;nia ser de seu irm%o se o povo o re6eita0 V meu pai 3ue eles re6eitam... e os "il!os dele 6untos.0 as n%o re6eitam a m%e de Dossa a6estade.0 'icardo + "il!o dela. Eoi o escol!ido por ela para rece-er essa!eran$a.0 & onde est/ ela, agora ?ma prisioneira O povo aceitaria Dossaa6estade se "osse levado a isso.0 Nuem o levaria0 / uma coisa mais poderosa do 3ue a espada. Dossa a6estade pode n%oacreditar em mim. eu povo + mais levado pela poesia do 3ue pelos gritosde guerra.0 V possível.0 Ser/ possível, s7 depende de Dossa a6estade. enri3ue "icou agitado.Nueria as emo$5es da aventura semo descon"orto. Seria um praer para ele se o povo da A3uit;nia l!eimplorasse para 3ue "osse ser o seu du3ue. &le diria: O 3ue posso"aer Temos pa na A3uit;nia.O povo me 3uer. &st/ eQigindo 3ue se6a eu. &le n%o 3uer 'icardo. Nue

divertido 'icardo, 3ue era o grande guerreiro 'icardo, 3ue n%oconseguia manter a A3uit;niaem ordem8ertrand de 8orn aproQimou0se mais e tocou a manga da túnica deenri3ue.0 Doc poderia tentar.0 vou conseguir 0 -radou 8ertrand de 8orn. 0 Terei toda a A3uit;nia emarmas, eQigindo 3ue enri3ue se6a o du3ue.enri3ue !esitou por um instante.0 Por 3ue "a isso

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O poeta curvou a ca-e$a.0 Por3ue o amo.enri3ue sorriu... n%o de todo contrariado.0 &nt%o agora voc vai em-ora 0 indagou Eilipe a 'icardo.0 Precisam de mim na A3uit;nia.0 Ainda est%o revoltados contra voc22M

0 V sempre assim. &n3uanto estou l/, posso manter uma certa ordem.Nuando me a"asto, eles se tornam demasiado ousados.0 #iem 3ue voc + impiedoso, 'icardo, um governante cruel. V verdade0 &stou decidido a manter a ordem, se + a isso 3ue voc se re"ere.0 #a3ui para sempre, vou consider/0lo como meu irm%o. Salvou o tronopara mim.0 %o ac!o 3ue ten!a mais pro-lemas com seus súditos re-eldes.0 %o. Eilipe de Elanders recon!ece 3ue + um !omem derrotado.0 Cuidado com ele.0 vou ter. 0 Eilipe ergueu os ol!os para os de 'icardo. Como ele eraalto, imponente, pensou ele. unca vira um !omem 3ue transmitissetaman!a sensa$%o de poder.0 Eico triste pela sua partida. &u organiaria -an3uetes e torneios para

distraí0lo.0 4n"elimente, meu destino n%o + participar dessas divers5es.0 Doc tem de proteger o seu ducado. as sai-a de uma coisa: sou seuamigo e irm%o.0 vou me lem-rar disso.O rei colocou a m%o so-re o -ra$o do du3ue.0 &spere v0lo em -reve 0 disse ele, a vo um pouco tr+mula. 0 & n%o"icarei contente en3uanto isso n%o acontecer.Os ol!os deles se encontraram, e por alguns segundos os dois seentreol!aram. &nt%o, Eilipe segurou a m%o de 'icardo e a -ei6ou.O rei n%o 3ueria deiQar a 4nglaterra, mas 3uando pudera "aer o 3ue3ueria Sua presen$a era necess/ria al+m0mar, e precisava despedir0se deAlice. Como ela crescera no último ano J/ n%o era uma crian$a. &le!avia adorado a doce e 6ovem inocncia dela, mas de certo modo "icavacontente ao v0la amadurecerR estava enamorado dela como nunca, o 3uepoderia ser um sinal de 3ue estava envel!ecendo. esmo os !omens maissaud/veis tin!am o seu ritmo reduido pelos anos, e a "idelidade a umas7 mul!er era uma coisa 3ue c!egava com a idade.&stava mais determinado do 3ue nunca a "icar com ela. &m nome da !onra,n%o poderia permitir 3ue uma mul!er 3ue tivesse tido um "il!o seu setornasse a esposa de seu "il!o, pensava ele. Al+m22)do mais, sa-ia 3ue algu+m desco-riria o segredo e estaria disposto aus/0lo contra ele. A verdade era 3ue 3ueria "icar com Alice. Nueriapassar a viver com Alice. Nueria a "amília 1 sua volta 0 uma ador/vel edelicada mul!er, como Alice seria para ele, e os "il!os ansiosos porapoi/0lo em tudo o 3ue ele "iesse. &ram a3uelas as alegrias "amiliares

1s 3uais todos os !omens 0 reis ou servos 0 tin!am direito. &stariapedindo demaisSempre a política se interpun!a entre ele e seus dese6os. Sempre deviare"letir so-re o 3ue era -om para a 4nglaterra ou para seus domíniosultramarinos antes de pensar em suas necessidades pessoais. Agora,3ueria "icar com Alice e tin!a de atravessar o mar, pois !avia tra-al!oa "aer. &ra imperativo 3ue se mantivesse em -ons termos com o irm%odela, o rei da Eran$a, e a mel!or maneira de "aer a3uilo era cele-raralgum tipo de tratado entre o 6ovem Eilipe e o conde de Elanders.A situa$%o de Elanders n%o l!e permitia ditar condi$5es, e n%o "oi

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0 A re-eli%o na A3uit;nia est/ esmagada 0 disse ele. us pro-lemas,agora, dever%o ser poucos. #eiQarei vocs a3ui e irei 1 ormandia paraver o 3ue pode ser "eitopor atilda e sua "amília. O 6ovem enri3ue congratulou0se consigo mesmoporter escapado de uma situa$%o muito inc7moda. O rei partira para aormandia,2G(

e o 6ovem enri3ue estava, agora, livre para entregar0se a negocia$5essecretas com os cavaleiros da A3uit;nia, cu6as paiQ5es e ressentimentosestavam sendo agitados pelas can$5es de 8ertrand de 8orn.O rei sentia0se, em suma, "eli por reconciliar0se com a "il!a. &laprecisava dele, e ele ansiava por 3ue precisassem dele. &la e o du3ue daSaQUnia tin!am trs "il!os 0 enri3ue, Otto e atilda. O rei "icouemocionado ao o-serv/0los. 8rincou com os netos, e eles trepavam porcima dele, davam puQ5es em seus ca-elos e o c!amavam de vovU. @em-rou0sede sua m%e contar o 3uanto o seu avU, o rei enri3ue, gostara dele e deseus irm%os 0 mas em especial deleR e 3ue os !omens tremiam na presen$ade seu avU en3uanto ele, o netin!o, puQava o nari do grande !omem e n%otin!a medo dele.Nuem dera, pensou ele, 3ue meus "il!os tivessem gostado de mim.

&n3uanto -rincava com as crian$as, pensava na +poca em 3ue seus "il!os e"il!as viviam na ala in"antil. Nue -ela crian$a tin!a sido o 6ovemenri3ue & continuava muito -onito. Apesar de tudo o 3ue acontecera,enri3ue era o seu "il!o "avorito. Como poderia ele deiQar de seorgul!ar de um 6ovem t%o -onito assim Nuando estavam 6untos, enri3ue ocativava de tal maneira 3ue ele es3uecia as indica$5es do -om senso em"avor de sua opini%o e acreditava no a"eto do "il!o. *eo"redo era amesma coisa, de uma maneira ligeiramente menos encantadora, mas aindaassim um rapa de 3uem se devia "icar orgul!oso. 'icardo Ora, sempre!ouvera animosidade entre os dois, mas tam-+m era um "il!o do 3ual3ual3uer !omem devia sentir0se orgul!oso. & !avia Jo%o06/ n%o t%ocrian$a, agora com 3uase (H anos.com o passar dos anos, enri3ue estava "icando sentimental. Nueriaacreditar neles, e como ad3uirira o !/-ito de conseguir o 3ue 3ueria,mantin!a a sua "+. as a sua astúcia muitas vees dominava o seu grandedese6o de a"ei$%o. &nt%o, perguntava0se 3ual deles seria o pr7Qimo atraí0lo, e se Jo%o, 3uando "icasse mais vel!o, n%o iria ser t%o "alsopara com o pai como os irm%os.&le precisava da3uele curto interregno com os netos. &ram muito novospara serem "alsos.Nuando o rei partiu, as am-i$5es do 6ovem enri3ue aumentaram. %o eraum garoto. Eaia 2M anos desde 3ue ele viera 1 lu.2G2O!, #eus, -radava ele, vou ser tratado como crian$a at+ morrer8ertrand de 8orn entoava can$5es descrevendo a -elea e a -ravura deenri3ue. &screvia so-re o 6ugo so- o 3ual o povo da A3uit;nia so"ria.'icardo, o impiedoso

e cruel, a3uele "il!o severo de um pai severo, a3uele vi3uingue, com osca-elos amarelos e ol!os auis de a$o, colocara a3uele 6ugo so-re eles.o entanto, !avia um de 3uem todo mundo gostava, um -elo !omem gentil,3ue odiava guerras e adorava can$5es e poesia. 'icardo tam-+m gostava,mas a3uele !omem cantava o amor, n%oa guerra. enri3ue adorava o praer. Tin!a um cora$%o generosoR eraperito nos torneios 0 'icardo tam-+m, mas mani"estava pre"erncia por-atal!as de verdade. %oconseguia ver gl7ria numa -atal!a de mentira. enri3ue estava esperandopara tomar o lugar de 'icardo. Nue o rece-essem de -ra$os a-ertos.

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Ali estavam eles 1 espera para rece-0lo, pensou o 6ovem enri3ue, e opai tratando0o como crian$aEicou imaginando se as notícias do 3ue se passava na A3uit;nia tin!amc!egado aos ouvidos do pai. Claro 3ue teria de eQplicar o "ato de teraceitado a aclama$%o do povo e depois unir0se com 'icardo e o pai,agindo como se estivesse do lado deles.Antes 3ue o pai pudesse "icar sa-endo de sua conduta, ele adotou uma

atitude o"ensiva e escreveu ao rei em termos imperativos, eQigindo 3uel!e "osse dado o controle so-re a ormandia.A resposta do rei veio de imediato. &le "icaria com seus domíniosen3uanto !ouvesse vida nele. 8astava 3ue um "il!o -om e o-ediente!onrasse o pai e estivesse preparado para servir so- suas ordens.#everia ele lem-rar a enri3ue 3ue "iera o 6uramento de 3ue seguiriaa3uele camin!oO 6ovem enri3ue -ateu o p+ e Qingou de raiva, 3uando rece-eu a respostado pai.0 %o adianta, enri3ue. Seu pai n%o a-rir/ m%o de coisa alguma en3uantoviver 0 consolou0o arguerite.0 este caso, ve6o0me o-rigado a tomar.&la deu um sorriso d7cil. enri3ue sa-ia, tanto 3uando ela, 3ue n%o

podia tirar coisa alguma 3ue o pai n%o 3uisesse l!e dar.0 %o me resta outra coisa a "aer, a n%o ser tomar a A3uit;nia. Se "or-em0sucedido e o povo me aclamar, meu pai ser/ "or$ado a deiQar 3ue eu"i3ue com ela.arguerite estava indecisa, mas sa-ia 3ue n%o adiantava tentar se oporao marido.2GGSurgiu uma oportunidade na3uele momento, para a 3ual sua aten$%o "oic!amada por 8ertrand de 8orn, 3ue !avia compostouma can$%o 3ue os trovadores estavam cantando por toda a A3uit;nia.Tin!a sido construído, perto de ira-eau, um castelo 3ue "icava pr7Qimo1s "ronteiras de Poitiers, mas 3ue, na realidade, "icava em An6ou. An6ouera, naturalmente,a3uele territ7rio 3ue o 6ovem enri3ue teria governado se l!e tivessemconsentido. 'icardo construíra a3uele castelo e, ao "a0lo, saíra doterrit7rio da A3uit;nia e penetrara no de An6ou.Permitiria o 6ovem rei 3ue a3uela insolncia n%o "osse reprimida &ledeveria "icar contrariadíssimo com o "ato de o tirano 'icardo terinvadido suas terras.Nuando o 6ovem enri3ue sou-e da notícia e ouviu a can$%o 3ue estavasendo cantada em todos os sal5es onde os cavaleiros se reuniam, "icouirado. Teria de "aer alguma coisa, ou ent%o o povo iria rir dele.8ertrand de 8orn n%o continuaria amando um !omem e escrevendo -elosversos a seu respeito se ele se mostrasse demasiado su-misso paraen"rentar o insolente irm%o.andou uma mensagem ao pai, eQigindo 3ue 'icardo l!e desse o castelo porestar em suas terras.

Nuando o rei rece-eu a mensagem, soltou um grun!ido. Nuem 3ueria ter"il!os &le cometera um erro a determinada altura. ingu+m poderiac!am/0lo de "raco, e no entanto !avia "racassado com a "amília.#a3uela ve, 'icardo estava errado. unca deveria ter construído umcastelo "ora da A3uit;nia.andou uma mensagem para 'icardo, diendo 3ue c!egara a seu con!ecimento3ue o castelo construído perto de ira-eau "icava, na verdade, em An6ou.A3uilo, como era de compreender, o"endera o irm%o dele, enri3ue, e nadamais 6usto do 3ue, tendo cometido a o"ensa, ele trans"erisse o castelopara o irm%o.

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A resposta de 'icardo "oi de 3ue n%o cederia o castelo. &le eranecess/rio para a de"esa de Poitiers, por3ue a cidade estavadesprotegida em seu "lanco norte.enri3ue sempre podia ter a sua raiva provocada mais "acilmente atrav+sde 'icardo. So-re este "il!o, ele n%o tin!a certea. Sa-ia 3ue ele eramais est/vel do 3ue o irm%o, mais !onesto e mais con"i/vel. 'econ!ecia0ocomo um grande soldado e um !omem dedicado ao dever. as entre eles

!avia uma emo$%o t%o violenta 3ue n%o podia ser su"ocada, e era, em suagrande parte, constituída de2G7dio. 'icardo o odiava pelo 3ue ele !avia "eito com sua m%eR e ele n%ogostava de 'icardo, 3ue se a"astara dele 3uando crian$a. A3uelaantipatia se trans"ormara em 7dio por3ue ele o o"endera por interm+diode Alice.enri3ue mandou imediatamente uma mensagem em resposta. &ntregue ocasteloR se n%o, irei tir/0lo de voc.A última coisa 3ue 'icardo 3ueria era uma guerra contra o pai. Precisavamuito do auQílio dele. %o podia dominar a A3uit;nia e lutar contra opai ao mesmo tempo.'icardo escreveu como resposta. %o vou dar o castelo ao meu irm%o

enri3ue, 3ue est/ tra-al!ando contra mim a3ui na A3uit;nia. #arei ocastelo ao sen!or, se ac!ar 3ue ele deve, ou n%o, "icar em min!as m%os,6/ 3ue + necess/rio para a de"esa de PoitiersNuando o rei rece-eu a3uela mensagem, "icou muito pertur-ado. enri3uetra-al!ando contra 'icardo %o, enri3ue n%o podia ser t%o louco assim.&nviou logo uma mensagem a 'icardo. Seria como ele 3ueria. O rei iriatomar uma decis%o so-re a 3uem o castelo deveria pertencer, e gostaria3ue seu "il!o "osse o mais r/pido possível para Angers, pois 3ueriadier0l!e algo importante.enri3ue encontrou0se com os trs "il!os em Angers, para onde !aviaconvocado todos eles.0 &u os trouQe a3ui por3ue !/ uma coisa de grande import;ncia 3uepreciso l!es dier. Eui in"ormado de 3ue eQiste um certo con"lito entrevocs, e ordeno 3ue aca-em com esse antagonismo. Precisam compreender3ue toda a sua "or$a est/ na uni%o. Temos grandes domínios, e se3uisermos manter o controle deles, temos de "icar 6untos. Nuando !/pro-lemas entre n7s, nossos inimigos se alegram. %o deve !aver essaalegria entre nossos inimigos. a nossa disc7rdia est/ o triun"o deles.O 6ovem enri3ue "icou impassível, em-ora intimamente estivessesorrindo. O 3ue diria 'icardo se sou-esse 3ue a A3uit;nia estava prontapara eQpuls/0lo e aceitar seu irm%o enri3ue0 ?ma ve vocs 6uraram servir0me durante toda a min!a vida. Ws veesac!o 3ue se es3ueceram disso, por3ue o modo de me pre6udicarem +-rigarem uns com os outros. vou ordenar0l!es 3ue 6urem "idelidade um aooutro agora... a3ui, neste momento.O 6ovem enri3ue n%o se mostrava muito pertur-ado. Seu pai estava sempre3ue-rando a palavra, e os !omens o respeitavam. %o !avia motivos para

n%o imit/0lo nesse aspecto.2GH0 enri3ue + meu "il!o mais vel!o, e como tal ser/ o rei da 4nglaterra edeter/ os direitos so-re as min!as terras. 'icardo e *eo"redo, vocs"icar%o com a A3uit;nia e a 8retan!a pela gra$a de seu irm%o. 4r%o,portanto, 6urar "idelidade a ele.O 6ovem enri3ue sorriu, satis"eito com a3uele es3uema. 'icardo, n%o.Seus ol!os estavam "rios como a$o, e se as m%os tremiam ligeiramente erade "e-re, e como a sua "amília sa-ia, n%o devia interpretar mal a ra%odo tremor.

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Ao contr/rio de seu irm%o enri3ue, 'icardo n%o era capa de "alsidades.%o tin!a ele sido apelidado de 'icardo Sim e %o por3ue dava umanítida con"irma$%o ou negativa a 3ual3uer pergunta e era sincero %otin!a medo da verdade.0 %o vou 6urar "idelidade a meu irm%o por causa da A3uit;nia. Eoivontade de min!a m%e 3ue eu !erdasse as terras dela. %o devo isso aosen!or, e nada tem a ver com os seus domínios. enri3ue pode ser seu

"il!o mais vel!o, mas tam-+m sou seu "il!o e de min!a m%e. %o prestareivassalagem a ningu+m por causa da A3uit;nia, eQceto ao rei da Eran$a,3ue o costume e a tradi$%o eQigem.aldito se6a, 'icardo, pensou o pai, mas ao mesmo tempo com certaadmira$%o. Doc est/ certo, claro. A A3uit;nia n%o + a ormandia nemAn6ou. as por 3ue n%o pode ser um "il!o o-ediente0 Doc vai o-edecer 1 min!a vontade 0 -errou ele.0 %o vou "aer nada disso.O rei li-erou sua raiva, mas na realidade se tratava de medo do "il!o3ue era o noivo de Alice. %o podia deiQar, mesmo na3uele momento, de"icar imaginando o 3ue o "il!o diria se sou-esse 3ue ela "ora seduidapor seu pai e 6/ tivera um "il!o dele.'icardo a"astou0se.

0 Dolte 0 -errou o rei 'icardo, contudo n%o ligou.O rei "icou ol!ando para enri3ue e *eo"redo.0 Pelos ol!os de #eus 0 eQclamou o rei. 0 %o vou ser desrespeitadopelos meus pr7prios "il!os0 'icardo di 3ue n%o ir/ su6eitar0se a ningu+m 0 disse enri3ue.0 Doc o viu me desa"iar. O 3ue vai "aer a esse respeito replicou orei.0 O seu "il!o 'icardo deve rece-er uma li$%o 0 mani"estouse enri3ue.0 este caso, estamos totalmente de acordo 0 disse o rei.2GIO 6ovem enri3ue "icou eQultante.'icardo tin!a caído na sua armadil!a. Se ele ia dar uma li$%o a 'icardo,a mel!or maneira seria tomando a A3uit;nia.&n3uanto isso, 'icardo estava seguindo de volta ao seu ducado.O 6ovem enri3ue, com *eo"redo ao lado, dirigiu0se eQultante 1A3uit;nia.0 Agora, vamos mostrar ao nosso pai o 3ue somos na realidade A 'icardo.a A3uit;nia todos 6/ est%o "artos dele. %o gostam desses !omensrigorosos 3ue se intitulam 6ustos. 'icardo, com seus modos -elicosos e oviolento castigo 3ue imp5e aos in"ratores, perdeu a considera$%o deles.Nuerem livrar0se dele. Sei como o povo da A3uit;nia 3uer ser governado,e isso se encaiQa muito -em com o meu dese6o 0 "alou enri3ue.4maginou0se presidindo as grandes mesas em seus castelos. averiacan$5es e risosR ele encantaria os súditos com os torneios 3ue iriainventar. Dia0se entrando na arena, e as damas sorrindo para ele daplata"orma. Todas disputariam entre si os seus "avores. arguerite iriasentir0se orgul!osa dele. &le usaria as cores dela.

&ra assim 3ue se governava. &ra assim 3ue os proven$ais 3ueriam. 'icardon%o os compreendia.Nue grande sorte, a sua, 'icardo ser t%o odiado.Nuando c!egou 1s "ronteiras da A3uit;nia, muitos no-res estavam 1 suaespera 6unto com seus seguidores.&le teria um grande eQ+rcito. %o poderia "al!ar.uito -em, 'icardo, voc n%o 3uis 6urar vassalagem a mim, pensouenri3ue. %o preciso do seu voto. vou simplesmente tomar a3uilo 3ue n%o3uer me dar.Nuando o rei sou-e o 3ue se passava na A3uit;nia, "icou muito

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angustiado.4rm%os lutando uns contra os outros A3uilo s7 podia aca-ar em desastre.Nue tipo de !omens n7s dois, &leanor e eu, geramos, perguntou0se. Por3ue os "il!os 3ue tivera com outras mul!eres tin!am sido súditos -ons eleais Seria por3ue, como dissera &leanor, n%o tin!am direito algum, eseus -ene"ícios eram proporcionados por ele, en3uanto 3ue os nascidos docasamento acreditavam 3ue o 3ue era dele se tornava deles por direito

Seria por3ue a sua uni%o com &leanor sempre "ora condenada2GFavia rumores a respeito de seus ancestrais. #iia0se 3ue um dos condesde An6ou, 3uando cavalgando na "loresta, encontrou uma mul!er t%o -onita3ue "icou cativadopor ela e com ela se casou. A -elea da 6ovem era tal 3ue todos "icavammaravil!adosR no entanto, ela relutava em entrar numa igre6a, e 3uandoentrava sempre saíaantes da consagra$%o da !7stia. A3uilo intrigava o marido, e v/rios anosdepois do casamento, um dia, no eQato momento em 3ue ela se preparavapara deiQar a igre6a, ele segurou0l!e a capa e n%o 3uis solt/0la.#e repente, diem, ela come$ou a su-ir "lutuando no ar, segurando pelam%o dois de seus "il!os. &la desapareceu, deiQando o aturdido marido

segurando a capa. #iia0se 3ue ela era uma "eiticeira e uma serva dodia-o. &m-ora tivesse levado dois "il!os com ela, deiQara dois, e umdeles se tornara o pr7Qimo conde de An6ou.&ssa lenda continuava a eQistir, e por causa dela muita gente diia 3ue!avia um tra$o sat;nico no sangue dos condes angevinos.Seria verdade, imaginou enri3ue. Teria a3uele tra$o c!egado at+ eleTeria sido a3uilo nele 3ue o "iera seduir a noiva do "il!o Seriaa3uilo 3ue "iera seus "il!os lutarem entre si e contra o pai%o, + da m%e 3ue eles !erdam a sua índole, re"letiu ele.O 3ue era o seu pecado de seduir Alice, comparado ao incesto de &leanorcom o tio& o 3ue se podia esperar dos "il!os de duas pessoas como ele e &leanoras precisava parar de remoer a3uilo. avia tra-al!o a "aer. 4ria omais r/pido possível at+ @imoges, onde enri3ue estava acampado, paraaca-ar sem demora coma sua tentativa de "ratricídio.o camin!o, encontrou 'icardo, 3ue "icou contente com a sua c!egada.com o pai a seu lado contra os irm%os, ele n%o podia deiQar de vencer.0 4sso me deiQa muito triste. Ser/ 3ue nada 3ue digo tem 3ual3uer e"eitoso-re vocs0 O sen!or sempre pre"eriu enri3ue 0 repreendeu0o 'icardo. 0 oentanto, ele o tem enganado esse tempo todo, e mostrado muito claramente3ue n%o est/ apto a governar.0 &le + meu "il!o mais vel!o, e vocs todos me desa"iaram. eus "il!oss%o uma amarga decep$%o para mim... eQceto Jo%o.2GMJo%o ainda + muito crian$a para pensar por si mesmo.

0 &u con"io no a"eto dele. 0 O rei decidiu 3ue teria 3ue entrar emnegocia$5es com enri3ue, 3ue estava em @imoges.0 vou acompan!/0lo, e levaremos uma compan!ia conosco.0 %o, 'icardo. vou mandar avis/0los de 3ue vim em miss%o de pa0 &lesir%o me recon!ecer e n%o !aver/ mal nen!um.0 %o con"io neles.0 Doc "icar/ a3ui en3uanto eu avan$o at+ a cidadeR levarei comigoapenas um pe3ueno grupo de cavaleiros.0 %o gosto disso.0 eu "il!o, ter/ de aprender 3ue "a$o o 3ue 3uero. &n3uanto seguia em

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sempre deplorei essa divis%o entre n7s.0 Se ao menos o sen!or me concedesse alguma autoridade...0 vou conceder... 3uando c!egar a !ora. &stou "icando vel!o, e por tervivido muitos anos, posso controlar meus territ7rios. / tanto o 3ueaprender, e 3uando voc tiver aprendido, tudo o 3ue + meu passar/ paravoc0 O!, papai, d0me a sua -n$%o. 0 A6oel!ou0se e o rei colocou a m%o em

sua ca-e$a.2K#epois, os dois conversaram durante algum tempo.0 Pensei 3ue o sen!or tivesse se aliado a 'icardo contra mim e *eo"redo.0 Eoram voc e *eo"redo 3ue causaram esse caso in"eli. 'icardo + odu3ue da A3uit;nia pela vontade da m%e dele.0 as o sen!or mandou 3ue ele 6urasse vassalagem a mim.0 %o 3uero guerra entre vocs. Nuero 3ue se6am unidos. Docs devem"icar 6untos.0 Papai, ten!o in"luncia na A3uit;nia. O povo me 3uer como seu du3ue...e n%o 'icardo. O sen!or sa-e como ele + impiedoso. &le c!ama isso de6usti$a. Tem aplicado castigos terríveis 13ueles 3ue agiram contra ele,a 3uem c!ama de traidores. %o 3uerem aceitar 'icardo. as eu poderia

persuadi0los a aceitar o sen!or.0 Doc "aria isso0 Earia, papai, pois agora ve6o 3ue + o mel!or camin!o. 'icardo, elesn%o 3uerem. as se o sen!or se o"erecesse para servir de mediador edeiQasse 3ue decidissem3uem aceitariam como seu du3ue, poderia !aver pa. #eiQe0me voltar paraeles como seu emiss/rio.0 D/, ent%o.O 6ovem enri3ue partiu e o rei continuou a ol!ar com imensa tristea a"lec!a 3ue !avia "urado a sua capa.*eo"redo aguardava pelo irm%o na cidade de @imoges.0 Ealei com ele 0 disse enri3ue. 0 &le me perdoou. avia l/grimas emseus ol!os. Como + possível um rei ser t%o -o-o assim0 & agora 0 disse *eo"redo.0 Temos o povo do nosso lado. Damos vencer. eu pai vai ver 3ue nadapode "aer a3ui. Ter/ de levar 'icardo de volta com ele. ouve +poca em3ue c!amavam o nosso irm%o Jo%o de Sem Terra. Talve agora digam omesmo de 'icardo, eQ0du3ue da A3uit;nia. Agora, n7s vamos tratar de"orti"icar esta cidade. O rei ir/ compreender, ent%o, 3ue n%o poder/toma0la.O rei "oi o primeiro a entender 3ue uma ve mais se deiQara enganar pelo"il!o. Nual teria sido o motivo de enri3ue ao ir "aer as paes Talvegan!ar tempo para a "orti"ica$%o de @imoges0 *erei um nin!o de serpentes. as pelo menos sou o pai delas.avia decidido o 3ue "aer: num gesto de ousadia, entraria em @imoges emandaria 3ue o deiQassem "alar com os "il!os.2(

#essa ve, seguiu com um grupo ainda menorR !avia apenas o seu porta0-andeira e dois outros cavaleiros.Nuando c!egou perto dos muros da cidade, ouviu0se um grito e ele viuseus "il!os enri3ue e *eo"redo ol!ando das ameias.&nt%o, como acontecera antes, veio a c!uva de "lec!asR dessa ve, seucavalo "oi ao c!%o, levando0o 6unto.&nt%o agora eles conseguiram, pensou o rei.Eicou surpreso ao desco-rir 3ue em-ora seu cavalo estivesse morto, elenada so"rera. Os cavaleiros !aviam saltado de seus cavalos.0 %o estou "erido 0 disse ele. & nunca estive t%o mac!ucado, pensou.

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eus "il!os pretendem me levar 1 morte. #eus me a6ude, e 3ue n%o osa-andone.Algu+m se aproQimava a cavalo. &ra seu "il!o enri3ue. &le soltou umarisada amargurada.0 O 3u &rrou de novo0 O 3ue 3uer dier, papai0 Doc matou meu cavalo. Se ele n%o tivesse empinado no eQato momento, a

"lec!a teria passado pelo meu peito, como se pretendia.0 O!, meu pai 0 @/grimas, outra ve, nos -elos ol!os Por estran!o 3uepare$a, o rei "icou emocionado por causa delas. %o acreditava nelas,mas mesmo assim "icava contente ao v0las.A3uele seu "il!o era um inimigo. o 3ue diia respeito aos "il!os, elepodia ser um vel!o sentimental, mas n%o era tolo a ponto de se recusar aadmitir a verdade 3uando ela estivera 1 sua "rente por tanto tempo.A3uele "il!o a 3uem amara 0 mais do 3ue a nen!um dos outros 0 n%opassava de um traidor. Nueria matar o pai. &m duas ocasi5es, no espa$ode poucos dias, ele 3uase morrera, 3uando !ouvera uma tentativa contra asua vida.Aca-ou o pai sentimental, avisou a si mesmo. ada de o-rigar voc mesmoa acreditar no 3ue 3uiser. ada de dar as costas 1 verdade por3ue ela +

!orrenda.Doc tem 3uatro "il!os !omens nascidos do casamento. #ois deles agemcontra vocR s%o seus inimigosR "icaram ol!ando en3uanto seus !omenstentavam assassin/0lo. #o outro, 'icardo, voc n%o pode gostar. &le +"rio demais, indi"erente, "oi criado para odi/0lo, e nunca "ar/ outracoisaR nunca poder/ gostar deleR + igual 1 m%e, sente 7dio de voc porter mandado prend0la, e voc o odeia por0223ue ele nunca ligou para voc e 0 6/ 3ue estamos en"rentando a verdade 0por3ue voc o ultra6ou ao seduir0l!e a noiva e impedir o casamento.4sso "a com 3ue s7so-re Jo%o.eu "il!o Jo%o, meu adorado "il!o Jo%o #eposito em voc todas as min!asesperan$as. Doc nunca esteve na3uela ala in"antil 3ue o 7dio de uma m%epelo pai de seus"il!os tornou amargurada. A voc ten!o amadoR trans"ormei0o de Jo%o SemTerra em Jo%o de muitas propriedades. Doc me amar/. #evo me voltar paravoc, para 3ue med tudo de 3ue senti "alta nos outros.a3uele ínterim, ele precisava esta-elecer a pa na A3uit;nia, e 3uandoo seu "il!o enri3ue "osse procur/0lo com l/grimas nos ol!os, n%o seriaenganado uma segunda ve. Jogaria com as regras de enri3ueR "ingiriaestar reconciliado, en3uanto o tempo todo sa-eria 3ue enri3ue e*eo"redo eram seus inimigos.#eiQou0se ser a6udado a montar o cavalo 3ue l!e !aviam providenciado.&ntrou com o "il!o em @imoges e l/ se sentou com ele e ouviu seus planospara levar a pa 1 A3uit;nia.

%o se surpreendeu com o 3ue se seguiu.*eo"redo deiQara o irm%o e o pai em @imoges, en3uanto saía para convocarmais "or$as para a -andeira do irm%o. #ias depois, o rei 6untou0se outrave a 'icardo, para desco-rir 3ue o 6ovem enri3ue e *eo"redo !aviamlevantado "or$as por toda a A3uit;nia e 3ue Eilipe da Eran$a estavaenviando a6uda.0 Nue ingratid%o 0 -radou o rei. 0 Nuanto tempo "a 3ue salvei a coroapara ele%o era s7 isso, !avia rumores de 3ue c!egara a !ora de atacar aormandia.

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distante. as gostava muito da m%e. avia "ervor nos ol!os "rios 3uandopousavam nela. asenri3ue n%o gostara de nen!um dos dois. Nuisera, acima de tudo, serrei, e 3uando de sua coroa$%o "icara contente com a vida at+ 3ueperce-era 3ue a3uilo, na realidade, n%o signi"icava poder. %osigni"icava coisa alguma A coroa seria uma ilus%o en3uanto o paivivesse.

as din!eiro Onde iria consegui0loaviam parado numa a-adia e ali "ieram uma pausa para descansar. Osmonges rece-eram0nos -em e convidaram0nos para o re"eit7rio.enri3ue e seus capit%es sentaram0se com os mongesR participaram dacomida simples 3ue eles !aviam preparadoR depois de se saciarem,admiraram os ricos ornamentosde ouro e prata 3ue decoravam a a-adia e os maravil!osos presentescrave6ados de pedras preciosas, o"ertados 1 Dirgem.enri3ue eQaminou a3ueles ornamentos com os ol!os semicerrados. Tantoo-6eto -onito valendo muito, e tudo escondido ali na a-adia.0 Pelos ol!os de #eus 0 eQclamou ele a seus capit%es. 0 Poderíamosalimentar um eQ+rcito 1 custa de alguns desses c/lices de prataOs capit%es evitavam ol!/0lo de "rente, mas ele insistiu em transmitir

suas ideias. #e 3ue adiantavam a3ueles ornamentos escondidos numaa-adia Como seriam maisúteis "ornecendo0l!e o din!eiro de 3ue desesperadamente necessitavaNuando os -elos o-6etos "oram retirados dos sacr/rios dos santos, osmonges reclamaram. O 6ovem enri3ue, por+m, "e um gesto para 3ueparassem com o protesto.Seus soldados estavam com "ome, 3ueriam os seus pagamentos. &le estavadecidido a alimentar seu eQ+rcito e continuar com a guerra.'iu da atitude eQcessivamente escrupulosa de alguns de seus !omens.&les temiam repres/lias por parte dos santos.0 %o, isso + uma causa 6usta 0 eQclamou enri3ue.A providncia parecia estar comprovando isso, pois !aviam c!egadonotícias de 3ue v/rios cavaleiros importantes e os !omens 3ue2Hos acompan!avam estavam prontos para unirem0se a ele na marc!a contra'icardo.enri3ue "icou muito contente. Agora, nada iria det0lo. Sa-ia comoconseguir o din!eiro de 3ue precisava. &ram muitas as a-adias ricas nosarredores. Por 3ue n%oiriam elas "ornecer os meios de alimentar e e3uipar o seu eQ+rcito?ma agita$%o "e-ril o invadiu. Seu sono era pertur-ado por son!osestran!os. uitas vees se revirava em seu catre, e o pai dominavaa3ueles son!os.Agora, 3uando seus eQ+rcitos eram avistados, os monges tentavam "ec!aras portas para impedir a sua entrada. &le n%o iria tolerar isso. Wsvees era necess/rio derru-/0las.&le agora estava rico. 'ou-ar os sacr/rios era uma "onte aparentemente

intermin/vel para atender suas necessidades.O terror espal!ou0se pela regi%o. Contavam0se !ist7rias terríveis desoldados --ados sa3ueando as a-adias. Os monges mantin!am sentinelas 1espera dos eQ+rcitos 3ue se aproQimavam e procuravam de"ender0se, mas semostravam impotentes contra os !omens de enri3ue.&le parecia um !omem possuído por dem7nios. &n3uanto dormia, gritava 3uesua ancestral "eiticeira o estava perseguindo. Seus criados pensavam 3ueestivesse doente, mas de man!% ele estava de p+ e pronto para seguir em"rente.Suas "aces estavam coradas, ele parecia estar com "e-re. Eoi aconsel!ado

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a descansar um pouco, mas se recusou.0 O 3u Nuando estamos vencendo #ar a meu pai e a 'icardo umaoportunidade para me so-repu6arem %o vou prosseguir e con3uistar aA3uit;nia, e um dia os monges ir%o alegrar0se pelo papel 3uerepresentaram na min!a vit7ria.& seguiam em "rente. Perto dali estava a mais "amosa igre6a da Eran$a,muito con!ecida por ser o santu/rio de 'oc Amadour. Os tesouros da3uele

santu/rio valiam uma "ortuna. Peregrinos dirigiam0se a ele, vindos detodos os cantos do país. #iia0se 3ue ali tin!am sido realiadosmilagres, e 3ue a pr7pria Dirgem muitas vees se "aia presente.enri3ue o-servou 3ue seus su-ordinados estavam com medo. Sentia a "e-re3ueimando0l!e o corpo e se viu tomado por uma onda de arro6o.0 Por 3ue pensam 3ue viemos a 'oc Amadour, a n%o ser para nos servirmosdos tesouros do santu/rio 0 perguntou ele.2ITalve ningu+m acreditasse 3ue "osse cometer a3uele ato de sacril+gio.Talve nem mesmo ele acreditasse. Diu a eQpress%o no rosto dos !omens 0eQpress%o de medo 0 e riu em vo alta. Algo o impelia para a "rente. %osa-ia o 3ue era. 4ria provar a todos 3ue n%o temia coisa alguma... nemao pai, nem a #eus. &nt%o, veriam ue

ele era digno de ser o rei. & iriam compreender por 3ue ele sentia tantaraiva por ser privado do poder 3ue era seu por direito.0 Para o santu/rio 0 -radou ele.Ol!ou para os !omens com um ol!ar "ulminante.0 A3ueles 3ue estiverem com medo, voltem para suas lareiras. %o s%odignos de seguir comigo para a A3uit;nia. %o os 3uero ao meu lado, poisn%o gosto de covardes 0 disse o 6ovem enri3ue.&nt%o avan$ou e entrou na igre6a, e praticamente n%o !ouve um !omem 3uen%o o seguisse. Nue ri3uea Nue tesouros0 &sses despo6os ir%o nos levar, atrav+s de nossas campan!as, 1A3uit;nia 0 -radou ele.a3uela noite, a "e-re tomou conta dele. #elirava, e a3ueles 3ue ocercavam tremiam. %o conseguiam es3uecer 3ue ele pro"anara o santu/riode 'oc Amadour.Pela man!%, sentia0se um pouco mel!or. Avisou 3ue seguiriam em "rente.0 W noite passada, pensei 3ue "osse morrer. Son!ei 3ue ossa Sen!oraveio a mim e disse 3ue meus dias estavam contados. Arrependa0se, disseela, por3ue l!e resta pouco tempo Pensei 3ue estivesse morrendo 0disse ao du3ue de 8orgon!a, 3ue se unira ao seu grupo e colocara v/riascentenas de !omens 1 sua disposi$%o.0 %o seria mel!or Dossa a6estade repousar 0 perguntou o du3ue.0 %o. #ese6o continuar. ande um de meus mensageiros at+ a3ui. Nuerover uma pessoa, e ela deve ser traida 1 min!a presen$a sem demora, poistalve de "ato mereste pouco tempo.0 Nuem + essa pessoa 0 perguntou o du3ue.0 V *uil!erme, o arec!al. Nuero v0lo. #eve vir o mais r/pido possível.

os dias seguintes, o 6ovem enri3ue "icou t%o mal 3ue l!e eraimpossível prosseguir. Permaneceu alguns dias de cama na casa de umcomerciante, "alando muito soin!o, e de ve em 3uando parecendo sa-eronde estava e perguntando se *uil!erme, o arec!al, !avia c!egado.2F*uil!erme por "im c!egou, e 3uando entrou no 3uarto em 3ue enri3ue6aia na cama, o 6ovem rei deu um grito de -oas0vindas.0 com 3ue ent%o voc veio, meu amigo.0 T%o logo rece-i sua mensagem.0 -om *uil!erme, sempre "omos amigos, n%o +

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0 Eomos 0 respondeu *uil!erme.0 Doc esteve comigo durante a min!a in";ncia, de modo 3ue + -om estarcomigo no "inal.0 o "inal. O 3ue 3uer dier0 &nt%o n%o sa-e, *uil!erme Sou um !omem doente e muitíssimoarrependido, por3ue irei 1 presen$a do meu Criador levando meuspecados... e 3ue pecados Doc sa-e 3ue pro"anei lugares sagrados.

0 Por 3u, ma6estade Por 3u0 &ra necess/rio arran6ar din!eiro para os meus soldados,0 as dessa maneira0 %o. Eoi 1 min!a maneira. Sa-e 3ue ten!o como ancestral uma "eiticeirado dia-o. Eoi como se ela tivesse me possuído.0 Dossa a6estade devia se arrepender.0 &u vou. &u 3ueria v0lo, *uil!erme.0 &u sa-ia, ma6estade. & agora 3ue estou a3ui, n%o irei mais deiQ/0lo.0 %o precisar/ "icar por muito tempo.0 ada disso, Dossa a6estade vai se recuperar.0 *uil!erme, nunca acreditei 3ue voc "osse amante de arguerite.0 Sei disso.0 Algum dia-o tomou conta de mim. O mesmo 3ue estava dentro de mim

3uando sa3ueei os santu/rios.0 Eilipe de Elanders "oi o seu g+nio do mal.0 %o, "ui o meu pr7prio g+nio do mal, *uil!erme. Agora 3ue estou livredesse dia-o, perce-o 3ue sou realmente mau e 3ue devo me arrepender.0 Nuer 3ue eu mande c!amar um padre0 ais tarde, *uil!erme. Por en3uanto, "i3ue comigo. Ainda me resta umpouco de tempo.0 Dossa a6estade devia "aer as paes com #eus.0 vou "aer, vou "aer. Agora 3ue veio para c/, tudo parece di"erente.Sinto0me de novo como uma crian$a. &u o admirava muito, *uil!erme. Docera o cavaleiro per"eito. Sa-ia "aer tudo mel!or do 3ue 3ual3uer outro.&ra -om demais.2M0 Sou um pecador, tanto 3uanto Dossa a6estade, e ningu+m pode ser -omdemais. as descanse, agora. #eiQe0me c!amar o -ispo.0 Se !ouvesse tempo, *uil!erme, eu l!e pediria 3ue me acompan!asse numacruada.0 ais tarde, ap7s se recuperar, talve.0 ais tarde %o !aver/ mais tarde para mim. Sa-e disso, *uil!erme. Por3ue "inge, agora Sempre um !omem t%o !onesto0 &nt%o, se !/ pouco tempo, arrependa0se, sen!or meu rei.0 Sim, sim, ten!o de me arrepender. A-aiQe0se e ve6a o 3ue est/ no c!%o,*uil!erme. V a cru de um cruado. Tirei0a do santu/rio.0 a6estade0 ada disso, pare de "icar c!ocado. O 3ue "i est/ "eito, e n%o !/ comodes"aer.0 &nt%o se arrependa, ma6estade.

0 ande o padre vir a3ui, ent%o, *uil!erme. & diga 3ue me perdoa. Eoi umdia aiago a3uele em 3ue o mandei em-ora.0 4sso passou. Agora estou de volta.0 *uil!erme, tome conta de arguerite por mim. 'eceio 3ue v/ "icar viúvadentro de pouco tempo.*uil!erme se a"astou. %o suportava ol!ar para o rosto 3ue 6/ "ora-onito e agora eraora p/lido ora a"ogueado, os -elos ol!os com uma eQpress%o alucinada ein6etados.#evia ter "icado com ele. as como, se "ora mandado em-ora as devia

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ter voltado, e n%o esperar 3ue "osse c!amado. #evia ter avisado ao 6ovemrei 3ue o camin!oescol!ido por ele s7 poderia levar ao desastre.O -ispo de Ca!ors c!egou e deu a a-solvi$%o.&stava claro agora 3ue enri3ue n%o viveria muitos dias mais.Pediu 3ue *uil!erme, o arec!al, "icasse com ele.0 O "im est/ muito pr7Qimo, agora. &st/ vendo, eis a3ui a cru do

cruado. Como poderei eQpiar o pecado de tir/0la do santu/rio Se medevolvessem a saúde, eu partiria numa cruada e a levaria a Jerusal+m.@/, eu a colocaria no Santo Sepulcro e rearia pedindo perd%o. O!, #eus,conceda0me o dom da vida, para 3ue eu possa conseguir a tempo o perd%ode meus pecados*uil!erme se a"astou. Sa-ia 3ue enri3ue 6amais iria a Jerusal+m.0 Preciso ver meu pai antes de morrer. enti para ele e "ui in6usto paracom ele. Ten!o de pedir o seu perd%o.0 andarei um mensageiro c!am/0lo, imediatamente. vou dier a ele em 3ueestado Dossa a6estade se encontra e pedir0l!e 3ue ven!a v0lo 0prometeu *uil!erme.2)0 &u l!e imploro. 0 &le pareceu reanimar0se um pouco. &ra como se

precisasse ver o pai e pedir0l!e perd%o antes de morrer.O rei n%o "oi v0lo em seu leito de morte. enri3ue mentira para eleantesR como poderia ter certea de 3ue a3uilo n%o passava de mais umamentira a "im de atraí0lo para uma armadil!a andou um de seus -isposcom um anel 3ue nunca antes saíra de seu dedo, para 3ue o "il!o sou-esse3ue o -ispo tin!a ido com a sua aprova$%o.enri3ue segurou o anel e colocou0o 6unto ao cora$%o.0 O sen!or levar/ uma mensagem para meu pai. &stou morrendo e gostariade t0lo visto, e sei muito -em 3ue ele gostaria de ter vindo.0 &le estava disposto, mas "oi aconsel!ado a n%o vir 0 disse o -ispo.O rosto de enri3ue se contorceu num sorriso doloroso.0 &u sei. &u sei. enti para ele tantas vees &le agora n%o podiacon"iar em mim. Eoi sensato da parte dele... mas acontece 3ue desta ven%o estou mentindo. Por"avor, pe$a0l!e 3ue cuide da rain!a min!a esposa. &u gostaria de mandaruma mensagem amin!a m%e. Penso muito nela, e gostaria de pedir a meu pai 3ue "ossemaisdelicado com ela. Cometi pecados terríveis. Assaltei santu/riossagrados. *ostaria 3ue meu pai ressarcisse o 3ue rou-ei, na medida desuas possi-ilidades. Pe$a0l!e3ue perdoe este "il!o pecador. 0 O es"or$o de "alar estava se mostrandodemais para ele, mas parecia mais satis"eito, agora 3ue enviara umrecado para o pai. &ra 3uase como se tivesse se preparado para a morte.Pediu 3ue c!amasse *uil!erme, o arec!al, outra ve.0 Apan!e a cru, e se surgir uma oportunidade, leve0a para Jerusal+m emmeu nome.

0 Se eu "or at+ l/, levarei, ma6estade.0 ande preparar para mim um leito de cinas no c!%o e tragame umacamisa de plo. Colo3ue uma pedra para servir de travesseiro e outra aosmeus p+s e deiQem 3ue eu morra assim, para 3ue #eus e todos os seusan6os possam sa-er 3ue parto com toda a !umildade. &stou pro"undamentemanc!ado de pecados, mas me sinto muitíssimo arrependido.*uil!erme deu as ordens para 3ue a3uilo "osse "eito, e depois, comdelicadea, o 6ovem rei "oi levantado da cama e colocado so-re ascinas.Eicou ali deitado com um grande descon"orto "ísico, mas parecia ter

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encontrado uma pa espiritual.Poucas !oras depois, estava morto.2HKO Nuadro na ParedeN?A#O o '&4 sou-e da morte do "il!o mais vel!o, durante alguns dias n%osentiu outra coisa sen%o pesarR mas n%o podia ceder por muito tempo 1tristea. A morte de enri3ue criava muitos pro-lemas. O 3ue era mais

importante, precisava agora de um novo !erdeiro de seus domínios.'icardoA eQpress%o do rei endureceu. Se !ouver 3ual3uer coisa 3ue eu possa"aer para impedir isso, assim o "arei, re"letiu ele.o entanto, era perigoso depor o !erdeiro de direito e colocar outro emseu lugar. 'icardo nunca ligara muito para a 4nglaterra. A A3uit;niatin!a sido a sua paiQ%o. Talve por3ue ela pertencia a &leanor, e eleera muito c!egado 1 m%e. Apesar de sua aparncia n7rdica, ele adorava asterras do sul.eus "il!os, pensou o rei. Nue a"eto eles me deram enri3ue 'icardo*eo"redo 0 meus inimigos, todos eles.avia um 3ue at+ ali tin!a sido seu "il!o o-ediente: Jo%o.Por 3ue n%o "aer seu !erdeiro a3uele 3ue l!e "ora leal Assim,

mostraria aos traidores, ainda 3ue "ossem seus pr7prios "il!os, 3ue n%oes3uecia in6usti$as.'icardo #evia admitir 3ue o "il!o nunca "ora nada mais do 3ue sincero.Se 'icardo estivesse plane6ando agir de determinada2H(maneira, n%o "ingia outra coisa. %o era como enri3ue tin!a sido ou*eo"redo se mostrara. a3ueles dois, ele nunca pudera con"iar. as n%opodia gostar de 'icardo.Como a vida era ir7nica... e em especial a vida de um rei Ansiara porter "il!os !omens, e 3uando eles vieram tornaram sua vida um "ardopesado.enri3ue mentira para ele e "icara assistindo 3uando um de seus !omensatirara "lec!as contra ele. Nual teria sido o verdadeiro sentimento do"il!o 3uando a "lec!a "urara apenas a sua capa, e seu cavalo, n%o ele&le era um !omem astuto em tudo, eQceto no tocante 1s a"ei$5es da"amília. #evia ter perce-ido !/ muito tempo 3ue os "il!os n%o tin!amamor algum por ele, s7 pela sua coroa.&le gostaria de poder amar 'icardo. Talve "osse o único em 3ue eledeveria ter con"iado. as se sentia constrangido na presen$a deleRsempre temia 3ue "osse a-ordado um determinado assunto 3ue iria deiQ/0lonervoso, 3ue at+ pudesse "aer com 3ue ele traísse algo 3ue nuncapoderia ser contado.0 O!, Alice, min!a 3uerida, voc tem muito a so"rer. 0 &le ansiava porestar em casa... e com Alice. Pensava nela em estminster, em inc!esterou em oodstoc9. Nuerida, adorada Alice, 3ue nunca reclamava por ele n%ose casar com elaR 3ue se contentava em "icar num retiro relativoR 3ue"icava contente apenas por ele a amar e mante0la longe de 'icardo.

Tin!a Alice, mas 3ueria desesperadamente a a"ei$%o dos "il!os.4maginara, 3uando eles estavam na ala in"antil, 3ue iriam crescer etra-al!ar 6untos, e com 3ue alegria iriam o-edecer 1 vontade dele.4maginara0os como uma "amília temível de !omens "ortes, com ele 1"rente. ingu+m ousaria en"rent/0los. Nuatro "il!os !omens 3ue secasariam com mul!eres de "amílias europeias e levariam cada ve maisterras ricas para a coroa Plantageneta. Como era triste, desenganador,ter os "il!os guerreando uns contra os outros e contra ele e aliando0seao rei da Eran$a& agora, enri3ue morrera 0 e "ora t%o ign7-il o seu ato de sa3uear

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santu/rios sagrados 3ue alguma coisa precisava ser "eita, caso contr/rion%o !averia -oas perspectivas de "elicidade para a "amília. Os santosprecisavam ser aplacados.enri3ue, o mais -onito príncipe da cristandade, com seus modosencantadores 3ue atraíam !omens para o seu lado... morto Nuedesperdício de uma vida2H2

eu "il!o, 3ue eu tanto 3ueria amar e 3ue de mim n%o 3ueria outra coisaa n%o ser a coroa& 'icardo %o, 'icardo, n%o %o poderia t0lo a seu lado, sendo o"uturo rei da 4nglaterra. Como "aria isso & o seu casamento &ra deesperar 3ue agora ele acontecesse.vou mandar c!amar Jo%o, pensou o rei.Jo%o voltava da ca$ada 3uando rece-eu a notícia de 3ue o pai 3ueria 3ue"osse 6untar0se a ele.Jo%o estava, agora, com deessete anosR per"eitamente cUnscio de ser o"il!o ca$ula, decidira es"or$ar0se. Seu irm%o enri3ue "ora alto e-onito, e o mesmo acontecia com 'icardo. Jo%o, no entanto, saíra ao seuirm%o *eo"redo, am-os de pe3uena estatura, em-ora os -ra$os e pernas"ossem -em "ormados. O pai, 3ue "icava um pouco acima da altura m+dia,

parecia destacar0se deles. *eo"redo e Jo%o eram muito parecidos na"isionomia e no car/ter. Am-os ad3uiriam con!ecimentos sem muitadi"iculdade e estavam mais interessados em aprender com os livros do 3ueo 6ovem enri3ue estivera ou do 3ue 'icardo. *eo"redo sempre puderaeQpressar0se com clarea e apresentaruma -oa eQplana$%o 3uando isso parecia di"ícil. Nuanto a isso, Jo%o eraigual a *eo"redo. &ra delicado e c!eio de palavras doces 3uando 3ueriaalguma coisa. &racapcioso e parecia ter praer em enganar. Pela simples alegria de levarvantagem so-re algu+m, es"or$ava0se -astante e no "im talve n%oconseguisse coisa algumaa n%o ser o praer de enganar algu+m.*erald de *ales, o sacerdote 3ue tin!a sido enviado para "icar com Jo%oe a6udar a promover sua educa$%o, perce-eu 3ue n%o adiantava tentarcontrariar0l!e a naturea.avia muito tempo 3ue Jo%o era um devasso. Din!a seduindo mul!eresdesde uma idade muito tenra, e muitas vees saía a cavalo pelo interior,com um -ando de compan!eiros saud/veis, dedicando0se 1 sedu$%o ou aoestupro, dependendo do 3ue aparecesse.&stava so- a tutela do magistrado 'anul" *lanville, !omem muito capa3ue se distinguira no campo de -atal!a e con3uistara as -oas gra$as dorei a tal ponto 3ue o rei concordava em deiQar passar seus peculatos,3ue eram inúmeros, mesmo 3uando !avia provas contra ele.&ra estran!o 3ue seu "il!o Jo%o tivesse siao colocado so- a tutela de um!omem da3ueles, muito em-ora se tratasse de um magistrado da 4nglaterrae um dos !omens mais importantes do país.2HG

Jo%o o admirava e n%o via nada demais nas suas negociatas.Aos (F anos, estava per"eitamente ciente de 3ue era o "il!o ca$ula, enunca se es3uecera do "ato de 3ue 3uando nascera seu pai o c!amara deJo%o Sem Terra.Agora, seu irm%o enri3ue estava morto e 'icardo era o !erdeiro, com*eo"redo vindo em seguida, e depois ele. Parecia n%o !aver esperan$apara ele, com dois irm%os "ortes entre ele e a coroaR mas !avia umacoisa a seu "avor: o pai o considerava muito.Jo%o ac!ava engra$ado. enri3ue talve tivesse sido o "avorito por3ueera alto e -onito e sa-ia encantar as pessoas, at+ mesmo o pai. Parecia

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ser capa de atirar uma "lec!a nele, 3ue poderia t0lo matado, se em vedisso n%o tivesse "urado a sua capa, e ainda assim, com uma -oaconversa, ter0se livrado de uma situa$%o da3uelas.Jo%o admirava a3uilo no irm%o, mas enri3ue era um -o-o, + claro.orrera de "e-re, e com isso encerrara a sua carreira. 'icardo estavasempre indo 1 guerra, e por isso n%o !avia dúvida de 3ue um dia teriauma morte violenta.

com isso, so-rava *eo"redo. Jo%o tin!a muitas coisas em comum com*eo"redo 0 os dois se pareciamR tin!am um car/ter semel!ante. Jo%o era omais dissoluto. Cercara0se de compan!ias de gostos similares. *eo"redoera, comparado a ele, um !omem casado e a6uiadoR tin!a uma esposa,Constance de 8retan!a, e uma "il!a, &leanor, assim c!amada em !omenagem1 m%e deles. Jo%o, tam-+m, tin!a !erdado o mau g+nio angevino. &stavat%o pronto a estourar 3uanto o pai, e seu acesso de raiva podia serterrível. aturalmente 3ue n%o era t%o temido 3uanto o pai, mas seusauQiliares sempre se mantin!am "ora do seu camin!o 3uando o g+nio deJo%o estava a ponto de vir 1 tona. avia tam-+m um tra$o s/dico 3ue n%oera peculiar a *eo"redo. & em-ora aparentemente "osse um 6ovemagrad/vel, de modos encantadores, por tr/s da3uela "ac!ada !avia tra$osde car/ter ainda insuspeitados mesmo por a3ueles c!egados a ele.

Nuando rece-eu a notícia de 3ue o pai 3ueria v0lo na ormandia, mandouc!amar 'anul" de *lanville para contar0l!e a novidade.0 &st/ vendo o 3ue est/ acontecendo, 'anul" Agora sou o "avorito de meupai.0 8oas novas, altea. 8oas novas.0 O po-re vel!o deve ter um "il!o a 3uem idolatrar.0 & + uma sorte, altea, 'icardo e *oe"redo terem desagradado tanto orei, 3ue Dossa Altea ser/ o escol!ido.2H0 O escol!ido O 3ue ac!a 3ue isso signi"ica0 Signi"ica 3ue depende de Dossa Altea.0 O 3ue 3uer dier com depende de mim0 #e como Dossa Altea representar a sua parte. Poderia gan!ar a4nglaterra.0 &u. . rei da 4nglaterra, com dois irm%os na min!a "rente, pela ordem0 'icardo n%o gosta da 4nglaterra. &le pre"ere a A3uit;nia. *eo"redoperdeu as -oas gra$as. Eicou assistindo en3uanto algu+m atingiu o cavalodo rei, "aendo0o cair, e n%o se meQeu. Ac!a 3ue o rei vai es3uecerisso0 'ei da 4nglaterra, 'anul" &stou gostando. &stou gostando muitíssimo.Pense em como iríamos nos divertir... voc e eu... e outros.,percorrendo o país. . rece-idos com aclama$%o em toda parte. &ntrandonas cidades, escol!endo as mul!eres mais promissoras... e todas a min!adisposi$%o.0 Poder/ !aver algumas 3ue ir%o repeli0lo.0 Tanto mel!or. ?m pouco de resistncia + divertido. %o se procura asu-miss%o o tempo todo. Se "osse assim, o 3ue seria da delicada arte do

estupro0 Altea, deve conter a sua linguagem 3uando estiver na presen$a do rei.0 Ol!a s7 3uem "ala & ele Nuando era 6ovem, nen!uma mul!er estava asalvo dele, e parece 3ue mesmo agora ele tem condi$5es de sair0se muito-em.0 Alice o satis"a 3uando ele est/ na 4nglaterra.0 4sso me "a rir, 'anul". A noiva de 'icardo + amante de meu pai &usou-e 3ue ela l!e d/ "il!os. Doc ac!a isso0 %o devíamos acreditar em tudo 3ue ouvimos, mas se Alice "or "+rtil,isso + o m/Qimo 3ue se pode esperar.

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da DeQin, tal a sua import;ncia para a de"esa da ormandia.0 eu irm%o 'icardo +, agora, o !erdeiro da 4nglaterra, da ormandia, deAn6ou...O rei "icou calado.0 &le agora vai ter de se casar com a princesa Alice, papai00 Deremos, meu "il!o.0 Todos diem 3ue !/ algo de estran!o a respeito da princesa. &st/ noiva

!/ tanto tempo, e ainda n%o saiu o casamento.0 As pessoas v%o sempre criar mist+rios onde n%o eQiste.0 ist+rios, sim. %o eQistem mist+rios de verdade, por3ue algu+m sempresa-e a resposta.0 andei c!amar seu irm%o 'icardo. O povo da A3uit;nia n%o o aceita, evou "aer com 3ue desista do ducado.0 Nuem ir/ "icar com ele, ent%o0 Doc, meu "il!o.Jo%o "e um gesto de assentimento com a ca-e$a. A ideia o agradava. 4riaser o rei da 4rlandaR tin!a v/rias propriedades na 4nglaterraR e agora,du3ue da A3uit;niaA morte do irm%o l!e "ora muitíssimo -en+"ica. Tin!a de manter a -oavontade do pai, e muita coisa -oa mais viria em sua dire$%o.

'icardo "icou imaginando o 3ue o pai 3ueria dier0l!e. O pro-lema daA3uit;nia tin!a sido resolvido "avoravelmente, com a a6uda do rei, eagora ele podia dier 3ue decidira sua posi$%o l/.Sa-ia 3ue deveria !aver mudan$a. O !erdeiro do trono estava morto e eleera o seguinte. Acreditava 3ue o pai ainda teria muitos anos de vida, euma coisa era certa: ningu+m iria assumir a coroa da 4nglaterra oueQercer o menor controle da ormandia ou de An6ou2HFen3uanto ele vivesse. A A3uit;nia era di"erente. &le a rece-era da m%e,e podia0se dier 3ue a con3uistara nos últimos anos pelo direito de suaespada.Se se tornasse !erdeiro do trono da 4nglaterra e dos domínios de seu paida ormandia e de An6ou, o 3ue aconteceria com a A3uit;niaO rei rece-eu 'icardo com a costumeira reserva, e gostaria 3ue n%otivesse sido necess/rio a3uele encontro.Os dois irm%os se estudaram com descon"ian$a. Jo%o sentiu uma "orteinve6a, por3ue o gigante louro tin!a um porte de rei 3ue ele 6amaispossuiria. Sempre antipatiaracom 'icardo, em-ora n%o tanto 3uanto com enri3ue, por3ue enri3ue "oraainda mais -onito, da mesma altura, e possuíra um encanto 3ue deliciava3uase todo mundo.8em, ele agora estava morto e 'icardo era o !erdeiro do trono e dev/rios domínios al+m0mar, e era mel!or ser rei da 4nglaterra do 3uedu3ue da A3uit;nia.0 eus "il!os 0 disse o rei, levando0os para seus aposentos privados,onde poderiam "icar a s7s para conversar. 0 7s nos encontramos numa!ora de grande tristea.

0 enri3ue era um -o-o 0 disse 'icardo, no seu costumeiro estilo "ranco.0 Sa-ia 3ue estava com "e-re e recusou0se a se tratar. Provocou apr7pria morte.O rei -aiQou a ca-e$a.0 Cale0se, 'icardo. %o v o so"rimento de nosso pai0 Como eles estavam em guerra e enri3ue estava se portando de maneiramuitíssimo idiota, n%o duvido 3ue nosso pai se lem-ra disso 0 retrucou'icardo.'icardo est/ certo. @amento a morte de meu "il!o, mas n%o posso es3uecer3ue ele era meu inimigo, re"letiu o rei. &le seria capa de me ver morto

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e n%o se lamentar. o entanto, eu o amava e sempre esperava 3ue ele"osse mudar em rela$%o a mim. as Jo%o + a"etuoso. 'icardo + um-ril!ante soldado, mas Jo%o + -ondoso. Dai ser um -om "il!o para mim. &+ disso 3ue preciso para me consolar.0 %o vamos remoer o passado. &stamos reunidos com uma "inalidade. Oirm%o de vocs est/ morto e isso alterou muitas coisas. &u o trouQea3ui, 'icardo, para 3ue se retire da A3uit;nia. Seu irm%o Jo%o ser/ o

du3ue, e voc agora ir/ entregar o ducado a ele.Os ol!os de 'icardo estavam "rios como a$oR a "e-re se mostrava em suasm%os.2HM0 A A3uit;nia est/ dominada, agora. #esde 3ue min!a m%e me mandou sercoroado du3ue, ten!o lutado pelo meu cargo com a espada. & o con3uistei.O sen!or n%o vai me pedir 3ue desista, agora.0 %o se trata de um pedido. 4sto + uma ordem.'icardo n%o disse nada. Seu irm%o enri3ue tin!a sido coroado rei da4nglaterra e nunca tivera poder algum. &le era du3ue da ormandia, condede An6ou, e de grande coisa isso l!e serviraO 6ovem *eo"redo, conde de 8retan!a, governava a3uela terra. &le, comodu3ue da A3uit;nia, iria governar o seu territ7rio. Pre"eria ser

governante de "ato do 3ue ter a promessa de títulos pomposos 3ue de nadavaleriam en3uanto o pai n%o morresse. %o 3ue o rei tivesse "alado emtorn/0lo !erdeiro de seus domínios. &ra de se presumir 3ue ele deveriaser o !erdeiro, por3ue era o "il!o vivo mais vel!o, mas o pai n%ocon"irmara. & pela maneira em 3ue come$ava a tratar Jo%o, 3uem sa-ia o3ue l!e passava pela ca-e$a'icardo n%o con"iava no pai, especialmente agora 3ue ele mandara c!amarJo%o.Portanto, n%o apresentou, como poderia ter "eito antes, 3ual3uer recusade"initiva a entregar a terra pela 3ual lutara. #isse 3ue a proposta erauma surpresa t%o grande 3ue ele precisava de tempo para pensar.O rei concordou, mas acrescentou 3ue precisaria de uma resposta 0 edevia ser uma concord;ncia... at+ a semana seguinte.'icardo cavalgou de volta 1 A3uit;nia. #e l/, mandou a reposta para opai.&n3uanto vivesse, iria governar a A3uit;nia, e ningu+m mais deveriagovern/0la.O rei se demorou na ormandia. antin!a Jo%o a seu lado, e o "il!oca$ula representava o papel a 3ue se destinara. Ouvia s+rio os consel!osdo paiR "ingia maravil!ar0se com a sa-edoria deleR e estava decidido ase tornar o "il!o "avorito.enri3ue n%o era -o-o. Eicava muitas vees pensando em Jo%o, mas estavat%o ansioso por ser amado 3ue continuava a enganar a si mesmo 0 metadedele avisando0o 3ue tomasse cuidado com uma trai$%o, en3uanto a outral!e assegurava 3ue pelo menos tin!a um "il!o 3ue gostava dele.avia muita coisa para mante0lo no eQterior, mas estava louco paravoltar para a 4nglaterra.

2H)ouve um encontro com Eilipe, 3uando os dois discutiram a devolu$%o dodote de arguerite. 'esolveram a 3uest%o com-inando 3ue enri3ue deveriapagar a ela uma renda de mais de duas mil li-ras angevinas. enri3uenunca relutava em "aer um acordo desses, por3ue prometia a si mesmo 3uese o pagamento se tornasse di"ícil ele simplesmente se desinteressavadele.&ra inevit/vel 3ue se "alasse em Alice.0 O casamento dela com 'icardo 6/ devia ter acontecido !avia muito tempo0 disse Eilipe.

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0 Tem !avido muita coisa a preocupar a mim e a 'icardo replicou o rei.0 & agora voc est/ tendo pro-lemas com ele, creio eu.0 &le + um "il!o deso-ediente.0 Doc tem "icado desapontado com os "il!os, irm%o.0 &les tm me criado pro-lemas. Ser/ di"erente com o meu ca$ula. Jo%oser/ um -om "il!o.Eilipe "e uma pausa com ironia, como se estivesse prestando aten$%o.

Para ouvir o 3u, imaginou enri3ue. O riso ir7nico dos deuses Os doisc!egaram a um acordo 3uanto ao dote de Alice.0 Doc poder/ decidir 3ue se ela n%o "or para 'icardo, poderia ser deJo%o 0 disse Eilipe. 0 *eo"redo est/ casado e vivendo na 8retan!a.0 Jo%o est/ noivo da "il!a do conde de *loucester.0 &sses noivados s%o, muitas vees, es3uecidos. %o se es3ue$a, irm%o,de 3ue Alice + uma princesa da Eran$a.0 Earei o possível para 3ue ela se6a -em encamin!ada. Eilipe n%oinsistiu. Ws vees enri3ue "icava imaginando at+3ue ponto se sa-ia a respeito dele e de Alice.enri3ue "e planos para deiQar a ormandia no início do ver%o e levarcom ele o du3ue e a du3uesa da SaQUnia. Sua "il!a atilda estavagr/vida, e ele ac!ava 3ue seria uma -oa ideia a crian$a nascer na

4nglaterra. &stivera pensando muito muito em Sanc!o de avarra, cu6oconsel!o tin!a sido no sentido de 3ue mostrasse uma certa toler;nciapara com &leanor.&la estava com I2 anos de idade 0 o 3ue, 3uase 3ue certamente, n%o erauma idade de provocar re-eli5es. as ela n%o podia ser 6ulgada porpadr5es comuns. %o !avia nada de comum com rela$%o a &leanor. Pareciaincrível 3ue ela 6/ estivesse presa !avia one anos, mas se tratavadisso mesmo.2IKo último encontro entre os dois, ela n%o mostrara o mínimo dearrependimento. &ra impossível imagin/0la com esse sentimento. Eiera opossível para criar pro-lemas entre ele e os "il!osR e !avia muito tempo3ue isso "ora o grande prop7sito de sua vida.o entanto, talve "osse aconsel!/vel dar0l!e um pouco de li-erdade 0n%o muito, mas o su"iciente para mostrar a 3uem estivesse o-servando asitua$%o entre eles 3ue estava disposto a ser tolerante, se ao menos&leanor tornasse possível ele con"iar nela. 'icardo o estava desa"iandona A3uit;nia, e poderia !aver di"iculdades por l/. O povo da3uelaprovíncia "icaria satis"eito se ele l!e mostrasse 3ue sua atitude emrela$%o a &leanor estava mel!orando. A "il!a deles, atilda, estaria na4nglaterra e seria um gesto am/vel deiQar 3ue m%e e "il!a seencontrassem.O rei iria pensar na possi-ilidade de conceder a &leanor permiss%o parair de Salis-ur para inc!ester, onde poderia "icar com a "il!a na +pocado parto.Nuanto mais o rei pensava na ideia, mel!or ela l!e parecia. A rain!a n%opoderia pre6udic/0lo, pois mandaria 3ue "osse vigiada de perto, e iria

mostrar 3ue estava disposto a ser tolerante se ao menos ela tam-+m"iesse concess5es.&leanor ac!ava a pris%o mais tediosa do 3ue descon"ort/vel. Para umamul!er de seu temperamento, tin!a sido torturante "icar isolada dosacontecimentos e, assim, incapa de participar deles, mas conseguiramanter0se a par do 3ue se passava. &la n%o teria sido &leanor se n%otivesse conseguido montar um es3uema atrav+s do 3ual podia "aer com 3uemensageiros l!e trouQessem cartas com notícias e tam-+m levassem as 3ueela escrevesse.Sa-ia o 3ue se passava na A3uit;nia e ansiava por estar l/. Sa-ia das

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aventuras dos "il!os e sentia0se pro"undamente satis"eita pelo 7dio 3ueeles tin!am do pai.&la cuidara de sua aparncia, e para a idade 3ue tin!a parecia muitomo$a.#ecidira0se a manter a eleg;ncia, e levava0se muito tempo "aendo seusvestidosR ela mesma os desen!ava, pois assim poderia ter certea de 3ueningu+m estaria tra6ada eQatamente igual a ela.

Ws vees, ela se lem-rava com tristea de 3ue 3uando estivera casada como rei da Eran$a "iera de sua corte a mais elegante da &uropa. @uís aamara at+ o momento do div7rcioR gostava de acreditar 3ue ele a amaraat+ morrer. enri3ue "ora o único 3ue a enganara.2I(&le nunca poderia dese6/0la, caso contr/rio nunca a teria mantidoisolada por tanto tempo. A in"idelidade dele "ora a respons/vel pora3uele 7dio 3ue a consumiae 3ue a levara a voltar os "il!os contra ele.&la pensava muito na morte de enri3ue. Tivera uma eQperincia"ant/stica antes de ele morrer. Son!ara 3ue se encontrava andando so-reas pedras "rias do 3ue acreditava ser uma cripta. avia uma lu "raca3ue ela seguira. #e repente, a lu parara. &la se aproQimara e vira 3ue

a lu iluminava um !omem 3ue 6aia num so"/. &la prendera a respira$%ode medo, pois o !omem era seu "il!o enri3ue. &stava como se "osse umae"ígie so-re um túmulo, e em sua ca-e$a apareciam duas coroas: uma era ada 4nglaterra, e a outra era uma esp+cie de !alo. enri3ue estavasorrindo, em-ora os ol!os estivessem "ec!ados, e &leanor "icouimpressionada com a eQpress%o de pa 3ue nunca vira igual nele. Acordaraassustada.0 O!, meu #eus, o 3ue signi"icava isso& ent%o c!egara a notícia da morte dele, e o son!o voltara comintensidade.enri3ue estava morto 0 a3uele menino inteligente e -onito 6/ n%oeQistia mais. Eora a3uilo 3ue o son!o l!e dissera. &le morrera emcon"lito com o pai. &ra uma terrível !ist7ria de 7dio, trai$%o edeslealdade. O "il!o sa3ueara santu/rios sagrados, aldeias, e o povo"ugira dele e de seus soldados. & o "im... o terrível "im... 3uando a"e-re tomara conta dele e a morte c!egara. &le se arrependera. Tantagente se arrependia em seus leitos de morte, e o dele tin!a sido umleito de cinas, e o travesseiro, uma pedra.eu "il!o, pensou ela. O!, meu #eus, onde "oi 3ue erramosPor 3ue perguntava &la sa-ia. Seus "il!os tin!am sido criados no 7dio,diante da violenta emo$%o de um pai devasso e de uma m%e vingativa.Pens/vamos em nossas pr7prias emo$5es, recriminou0se ela. %o noscontín!amos. &st/vamos o-cecados por n7s mesmos e n%o par/vamos parapensar no 3ue est/vamos "aendo aos nossos "il!os.7s, sim, devíamos "aer nossa cama de cinas. O pecado "oi nosso.Pensou no "il!o enri3ue, 3ue se tornara o mais vel!o desde a morte dope3ueno *uil!erme. enri3ue, o mais -onito de um -elo grupo. @em-rou0se

da emo$%o 3ue os dois sentiram 3uando da vinda de outro "il!o !omem,por3ue na +poca a saúde do pe3ueno *uil!erme estava em declínio. ?mmenino t%o inteligente Como2I2o pai se orgul!ara dele &le sempre "ora o "avorito de enri3ue, talcomo 'icardo "ora o dela. 'icardo notara a pre"erncia do pai, e porcausa disso se tornara mal0!umorado e despeitado. & ela o recompensarapela negligncia do pai, e entre ela e 'icardo nascera um vínculoapaiQonado 3ue acreditava ser mais "orte do 3ue 3ual3uer emo$%o 3ue osdois sentiam por 3ual3uer outra pessoa.

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A decomposi$%o come$ara na ala in"antil. As crian$as eram criadas paraodiarem o pai, e "ora ela 3uem "iera a3uilo.&nt%o, enri3ue Plantageneta cometera o erro de coroar seu "il!oenri3ue rei da 4nglaterra. &le cometera poucos erros no governo de seusdomínios, em-ora a sua vida "amiliar tivesse sido um longo enganoR masnada poderia ter contri-uído mais para a sua derrota do 3ue a coroa$%odo 6ovem enri3ue 0 "aer um !omem am-icioso virar rei s7 no nome e

depois negar0l!e o poder de ser rei. O!, enri3ue, enri3ue, inteligenteenri3ue Plantageneta, como voc + -o-o&leanor c!orou, pois, em-ora 'icardo "osse o seu "avorito, ela amavatodos os "il!os. Nueria o mel!or para todos. Amava as duas "il!as 3uetivera com @uís. & 3uando pensava nos últimos meses de vida de enri3ue,tremia pelo "il!o. &la mesma !avia pecado, #eus sa-ia, o mesmoacontecendo com enri3ue Plantageneta, mas eles n%o tin!am sidoderru-ados no apogeu da vida com todos os pecados nas costas.enri3ue se arrependera no "inal. #era a *uil!erme, o arec!al, a cru,para 3ue a levasse a Jerusal+mR mas a3uela mesma cru ele tin!a tiradode um santu/rio. & pedira o perd%o do pai, e enri3ue isso elarecon!ecia 0 de imediato o perdoara. &le n%o "ora ver o "il!o na !ora"inal, em-ora pudesse ter ido. Seus cavaleiros aconsel!aramno a n%o ir,

por temerem uma trai$%o. Trai$%o entre pai e "il!oO!, por 3uantas coisas temos de responder&leanor reava pedindo perd%o, e 3ue os pecados dos "il!os pudessem sertrans"eridos para ela.A culpa "oi nossa, o!, #eus, reava ela. %o culpe nossos "il!os.Passou v/rios dias em 6e6um e reando pela alma de enri3ue.as era uma intrigante de nascen$a, e n%o l!e saía da ca-e$a 3ue agora'icardo era o !erdeiro do trono, e o pr7Qimo rei n%o seria enri3ue in,mas 'icardo 4.O arcediago de ells "oi visit/0la em nome do marido. 4n"ormou0l!e 3ue orei 3ueria 3ue ela se preparasse para seguir at+ inc!ester, e o "uturodela iria depender de como se comportasse2IGen3uanto estivesse l/. O rei estava na ormandia, mas esperava c!egar 14nglaterra em -reve.0 &le disse 3ue 3ueria me ver0 %o disse, ma6estade.&la ac!ou gra$a e "icou intrigada. A3uilo era a li-erdade... tempor/ria,salientara o rei. Seria li-ertada por3ue sua "il!a estava indo para a4nglaterra. Seriaa3uela a verdadeira ra%o enri3ue era ladino. Por 3ue ac!aria t%oimportante assim causar uma -oa impress%o ao du3ue e 1 du3uesa daSaQUnia, 3ue eram simples eQiladosavia outro motivo. A A3uit;nia. O povo de &leanor o odiava por3ue elemantin!a a sua du3uesa presa. &la o con!ecia -em. Seus motivos eramsempre suspeitos.?ma grande agita$%o envolveu o castelo 3uando c!egaram para ela

presentes enviados pelo rei. Por 3ue ele mandara presentes Nuanto tempo"aia desde 3ue rece-era alguma coisa deleSuas damas a rodearam. Acreditavam 3ue o rei iria aceit/0la de volta. J/"aia algum tempo 3ue 'osamund morrera, e ela "ora uma das principaiscausas das desaven$as dos dois. Agora, &leanor seria rain!a de verdade.4riam todos deiQar Salis-ur e seguir para inc!ester ou estminster,onde 3uer 3ue a corte estivesse. A vida isolada c!egara ao "im.Surgiu um -elo vestido escarlate, ao ser desem-rul!ado.8elle, a mais mo$a e mais -onita de suas amas, eQclamou, com surpresa:0 De6a, ma6estade. &st/ "orrado de pele -ranca.

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A rain!a pegou o vestido e colocou0o 6unto ao corpo.0 Ea muito tempo 3ue n%o uso um vestido assim t%o -onito0 disse ela. andaria modi"ic/0lo um pouco para ade3u/0lo ao seu gostopessoal, e assim "icaria per"eito. A pele era da mel!or 3ualidade, e otecido vermel!o era eQcelente.o dia seguinte, c!egou outro presente mandado pelo rei. &ra uma selaornamentada em ouro. As amas dan$aram de alegria em volta da rain!a.

&leanor as o-servava, pensativa.O rei iria demorar0se mais na ormandia do 3ue pretendera. avia muitascoisas a resolver. &leanor ouviu dier 3ue ele estava se metendo emassuntos da Eran$a. &le tin!a medo de EilipeR e n%o era de admirar,3uando tratara a irm% de Eilipe da3uela maneira.O 3ue se passava com rela$%o a Alice Permanecia em estminster, e'icardo continuava rece-endo negativas 3uanto a "icar com a noiva.2I&leanor teve um sorriso amargo ao pensar no 3ue teria acontecido se anotícia do 3ue realmente se passara entre enri3ue e Alice tivesse setornado do con!ecimento pú-lico. Tantas vees ela 3uisera revelar osegredo Nue con"us%o a3uilo teria provocado 0 mas apenastemporariamente Podia0se ter a certea de 3ue enri3ue encontraria uma

saída. %o, ela se divertira mais mantendo0o pisando em -rasa. &le teriase livrado da3uela di"iculdade com a mesma perícia com 3ue se livrara doassassinato de T!omas 8ec9et. &stava certa de 3ue a mel!or maneira depertur-/0lo era "icar calada e de ve em 3uando dar0l!e um pe3uenosusto, dando a entender 3ue o caso poderiaser divulgado.'icardo n%o ia aceitar Alice, agora, mas &leanor o aconsel!ara a n%odeiQar o pai "icar sa-endo. Nue enri3ue continuasse a se preocupar,como "iera durante anos.Como enri3ue Plantageneta era enganador A conscincia de &leanor"icava aliviada 3uando o insultava em pensamento Se de algum modo eraculpada pelo con"lito entre os "il!os deles, o rei era ainda maisrespons/vel.Ansiava por v0lo, e 3uando sou-e 3ue ele estava pensando em seu retornopara a 4nglaterra, "icou animada. O rei encontrava0se a camin!o, e comele seguiam a "il!a deles, atilda, 6/ em avan$ado estado de gesta$%o, eo marido. C!egara a !ora de &leanor sair de Salis-ur.com 3ue alegria ela rece-eu a "il!aatilda estava com 2M anos, e o marido, o du3ue, era muitos anos maisvel!oR e agora atilda estava gr/vida, e mani"estou sua satis"a$%o porver &leanor.As duas passavam grande parte dos dias 6untas, e atilda muitas vees"icava impressionada com a aparncia 6ovem da m%e.0 Passei tantos anos presa, 3ue pude me conservar 0 disse a rain!a,rindo.0 A sen!ora vai notar mudan$as no rei 3uando o vir.0 Ser/ 3ue irei v0lo Nuem sa-e &le n%o disse nada so-re um nosso

encontro.0 &st/ muito pertur-ado com a morte de enri3ue.0 4sso provocou alguma mudan$a nele0 A perda de um "il!o n%o o modi"icaria muito. S7 a perda da coroa.0 com 3ue ent%o ele aparenta a idade 3ue tem0 A sen!ora sa-e 3ue ele nunca "oi de cuidar da aparncia.2IH&stou certa de 3ue ele + muitas vees con"undido com o mais !umilde deseus criados, por3ue s7 em raras ocasi5es se preocupa com as roupas 3ueusa.

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0 &le sempre "oi assim. &u costumava dier a ele 3ue mais parecia umservo. 0 Nueria sa-er muito a respeito dele, mas teve de controlar acuriosidade. %o 3ueria 3ue nem mesmo atilda sou-esse o 3uanto pensavanele.As duas se sentavam 6untas, atilda -ordando uma roupa para o -e-+, e&leanor cantando ou tocando alaúde.0 Nuando eu estava em Salis-ur, rece-ia novas can$5es. *rande parte das

novidades c!egava a mim por meio delas. enestr+is cantavam para mimso-re o 3ue se passava com seu pai e seus irm%os. 0 &leanor amava ascrian$asR enri3ue, Otto e a pe3uenina atilda. Digiava a saúde deatilda com cuidado maternal, e ela mesma "aia muitos dos preparativospara o puerp+rio.Perguntou a atilda o 3ue iria acontecer na SaQUnia, mas a "il!a n%osou-e responder. O marido dela, con!ecido como enri3ue, o @e%o, n%o3uisera guerrear contra a 4t/lia, como o imperador 8ar-arossa 3ueria 3ue"iesse, e por isso o imperador se voltara contra ele. 'esultado: oeQílio.0 Eico muito grata por termos podido apelar para meu pai disse atilda.Seu marido era muitos anos mais vel!o do 3ue ela, salientou &leanor.Sentia0se "eli com ele

atilda sentia0se t%o "eli 3uanto se esperava 3ue se sentissem asprincesas reais, "oi a resposta.0 Talve eu esperasse demais 0 comentou &leanor. 0 Sa-e, casei0me comseu pai por amor.0 & ve6a como terminou. &m pouco tempo estavam se odiando, e duranteesses anos todos ele a tem mantido prisioneira.0 Pelo menos ele estava apaiQonado no início. & em-ora eu nunca amasse@uís, ele me amou, creio eu, at+ morrer.0 as a sen!ora + di"erente de n7s, mam%e. *uia o seu destino. O nossonos apan!a.0 & como voc di, "ui alcan$ada pela pris%o, no "inal. Talve se6amel!or termos o casamento arran6ado e sermos -oas esposas d7ceis. O seuenri3ue + um -om marido0 &le + ciumento.0 V sempre assim, com !omens mais vel!os. com mul!eres mais vel!as,tam-+m. &u era doe anos mais vel!a do 3ue seu pai,2IIe ac!o 3ue "oi esta uma das ra5es 3ue come$aram a disc7rdia entre n7s.&le era in"iel, e eu n%o suportava isso.0 o entanto, a sen!ora "oi in"iel no seu primeiro casamento.0 O @uís era di"erente. @uís poderia ter sido in"iel, 3ue eu n%o terialigado. as talve eu este6a mentindo. Posso dier isso por3ue ele nuncateria sido in"iel. %o, n%o ac!o 3ue eu teria tolerado in"idelidade denen!um de meus dois maridos, e 3uando a desco-ri em enri3ue, "oi ocome$o do pro-lema entre n7s.0 O meu enri3ue "icou angado por causa de 8ertrand de 8orn 0 disseatilda. 0 &le escreveu poemas de amor para mim. enri3ue desco-riu e o

-aniu da corte.0 &le + um grande poeta 0 disse &leanor. 0 V comparado a 8ernard deDentadour. %o deiQei 3ue seus versos "ossem cantados em Salis-ur,por+m, por3ue ele "e muito para pre6udicar seu irm%o 'icardo.0 A sen!ora sa-e por 3u. &le se apaiQonou pelo meu irm%o enri3ue.0 Pensei 3ue estivesse apaiQonado por voc.0 &le "e versos para mim, mas era enri3ue 3ue ele amava. Se a sen!orativesse visto os versos 3ue ele escreveu para enri3ue, teria perce-idoo 3uanto ele o amava. &le ac!ava meu irm%o a criatura mais -onita 3ueele 6/ vira, e a sen!ora sa-e como esses poetas veneram a -elea. Nuando

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meu pai aca-ara de tomar o castelo dele e 8ertrand, "eito prisioneiro,se ac!ava 1 sua "rente, meu pai o instigou com a3uela t%o alardeadainteligncia e perguntou o 3ue acontecera com a inteligncia dele. Sa-eo 3ue ele respondeu o dia em 3ue seu valoroso "il!o morreu, eu perdia conscincia, a inteligncia e o sentido de dire$%o.0 Ao ouvir isso, seu pai caiu na gargal!ada, om-ando dele, sem dúvida.0 %o, mam%e, ele "icou t%o emocionado 3ue devolveu o castelo a

8ertrand.0 &le ainda pode ter sentimentos com rela$%o aos "il!os disse &leanor,pensativa.0 Papai gostava muito de enri3ue. &le sempre "ora o "il!o "avorito.'epetidas vees o enganava, e papai sempre o perdoava e 3ueriarecome$ar. Nueria 3ue enri3ue o amasse. A morte do "il!o "oi um grandegolpe para ele.&leanor tocava alaúde e atilda cantava algumas can$5es 3ue !aviamc!egado 1 ormandia vindas da corte da Eran$a e da A3uit;nia.2IFEalavam do con"lito entre os "il!os do rei e do amor dos cavaleirospelas suas damas.o devido tempo, nasceu o "il!o de atilda. O parto "oi "/cil e o

garotin!o rece-eu o nome de *uil!erme.&leanor, 3ue adorava -e-+s, "icou encantada por cuidar dele.O atal se aproQimava.Para surpresa e alegria secreta de &leanor, c!egou uma mensagem do rei.&le estava c!amando os "il!os a estminster e convidava a esposa a6untar0se a eies l/. atilda, o marido e os "il!os iriam acompan!ar arain!a, e seria uma reuni%o da "amília.Os cinentos nevoeiros pairavam so-re estminster na3uele dia denovem-ro, e no pal/cio !avia um ar de eQpectativa. &ra uma ocasi%o 3ueseria lem-rada por todos os participantes en3uanto vivessem. O rei, arain!a e os "il!os estariam 6untos l/.Nuando &leanor entrou a cavalo na capital, o povo a o-servava emsilncio. A3uela rain!a permanecera presa durante de anos. &la ainda oimpressionava como no tempo em 3ue era 6ovem. avia algo nela 3ue atraíatodos os ol!ares, mesmo agora. &ra uma mul!er de idade, mas continuava-onitaR os anos n%o l!e !aviam tirado o encanto voluptuoso. &m suatúnica escarlate "orrada de pele -ranca, adaptada ao seu gosto especiale com a3uele talento sem igual 3ue !avia estiliado todas as suasroupas, estava ma6estosa.As pessoas 3ue a o-servavam "icaram perpleQas.#epois, veio o rei 0 t%o di"erente de sua rain!a mas, no entanto, em-oral!e "altasse a eleg;ncia dela, !avia nele um ar de dignidade 3ue deviaimpressionar a todos 3ue o vissem. Sua capa podia ser curta e usadatorta, os ca-elos estavam "icando grisal!os e eram penteados de modo aesconder a calvície, e em-ora pelos tra6es ele pudesse ser con"undidocom um !omem de pouca import;ncia, seu porte e suas maneiras proclamavama condi$%o de rei.

&leanor estava esperando por ele, e por uns instantes os dois seestudaram em silncio.Por #eus, pensou ele, ela ainda + uma mul!er -onita. Como esconde -em aidadeOs anos o "ustigaram, pensou &leanor, satis"eita. Ora, enri3ue, vocagora est/ um vel!o. Onde est/ a dourada 6uventude 3ue me atraiu Seusca-elos est%o grisal!os, e n%o !/ como dis"ar$ar a calvície atrav+s depenteados. O seu mau g+nio ainda eQplode Continua com os mesmos acessosde raiva Doc se deita no c!%o e d/2IM

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pontap+s nos p+s das mesas orde os 6uncos as de 3ue adiantavaom-ar Sa-ia 3ue ele ainda era o rei e 3ue !omens tremiam diante dele.O rei curvou0se para a rain!a, e ela inclinou a ca-e$a.0 8em0vinda a estminster.0 Agrade$o0l!e as -oas0vindas e os presentes 3ue me mandou.0 J/ "a muito tempo 3ue n%o nos vemos. Pois 3ue se6a com amiade,&leanor.

0 Como 3uiser. Doc, o meu sen!or, agora decide em 3ue estado deespírito n7s nos encontramos.0 #eve !aver uma demonstra$%o de amiade entre n7s 0 disse o rei. &le sea"astou. 0 A dor nos uniu.Os dois "icaram se entreol!ando, e ent%o a lem-ran$a de enri3ue, o"il!o deles 3ue morrera, pareceu "orte demais para am-os. O rei -aiQouos ol!os, e ela viu atristea em seu rosto.0 &leanor, nosso "il!o...0 orreu. eu -elo "il!o est/ morto.0 eu "il!o tam-+m, &leanor. osso "il!o.A rain!a estendeu a m%o e ele a segurou, e de repente era como se osanos "ossem apagados e os dois "ossem amantes outra ve, como ocorrera

na +poca do nascimento de enri3ue.0 &le era um menino muito -onito.0 unca vi um mais -onito, &leanor.0 %o posso acreditar 3ue ten!a morrido.0 eu "il!o, meu "il!o. #urante muito tempo, ele lutou contra mim, massempre o amei.&leanor poderia ter dito: Se voc o tivesse amado, teria dado o 3ue elemais 3ueria. &le pedia terras para governar. Doc poderia ter0l!e dado aormandia... oua 4nglaterra... a 3ue voc pre"erisse. as n%o, voc tin!a 3ue "icar como controle de tudo. %o a-ria m%o de nada. &m-ora o reprovasse, sa-ia3ue devia ser 6usta. &le agira muito certo em n%o ter dado poder ao -elo6ovem irrespons/vel.0 7s o am/vamos, n7s dois. &ra nosso "il!o. Temos 3ue rear por ele,enri3ue. Juntos, temos de rear por ele.0 ingu+m compreende meu so"rimento.0 &u o compreendo por3ue partil!o dele.Os dois se entreol!aram, e enri3ue levou a m%o de &leanor aos l/-ios ea -ei6ou.A dor realmente os unira.2I)as n%o por muito tempo. Os dois eram inimigos, inimigos naturais. Am-ossa-iam 3ue os elos teriam de a"rouQar0se. %o podiam continuar c!orandopara sempre o "il!o morto. %o "ora para lamenta$5es 3ue enri3uepermitira a presen$a de &leanor. &la compreendeu logo isso. %o asoltara da pris%o por3ue 3uisesse mostrar0l!e alguma considera$%o,por3ue se arrependera de sua crueldade para com ela. %o, ele tin!a seus

motivos, como enri3ue sempre tin!a.@evara0a at+ ali por v/rias ra5es 3ue n%o diiam respeito ao seucon"orto ou -em0estar.&m primeiro lugar, &leanor "icara sa-endo, por interm+dio de 'icardo,3ue "ora Sanc!o de avarra 3ue solicitara a3uilo e enri3ue 3ueriamanter -oas rela$5es com avarra. A ra%o principal, por+m, era 3ue amorte de enri3ue tornara necess/ria uma reordena$%o da !eran$a real eele precisava da a3uiescncia dela em determinados pontos,principalmente, claro, na nova distri-ui$%o da A3uit;nia.A rain!a "icou contentíssima 3uando 'icardo c!egou a estminster. Os

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ol!os dela -ril!aram de orgul!o ao ver a3uele !omem alto 3ue parecia um!er7i.Os dois se a-ra$aram, e os ol!os de 'icardo -ril!aram com uma ternura3ue l!e era rara.0 O!, meu "il!o adorado 0 -radou &leanor. 0 / 3uanto tempo0 Ten!o pensado sempre na sen!ora.Por con!ecer t%o -em o "il!o, &leanor podia acreditar nele. O seu

3uerido auda, !onesto 'icardo, 3ue n%o "ingia como o resto da "amília'icardo, em 3uem ela podia con"iarR cu6o amor e con"ian$a 3ue sentiam umpelo outro eram iguais.0 Precisamos "alar a s7s, meu "il!o.0 vou providenciar isso 0 replicou ele.'icardo "oi ao 3uarto da m%e, e ela se sentiu 6ovem outra ve, como nopassado 3uando ele n%o passava de uma crian$a e ela o amara tanto emuito mais do 3ue os outros "il!os, como ainda amava.0 Sa-e por 3ue seu pai me trouQe a3ui &le con"irmou com a ca-e$a.0 &le 3uer me tirar a A3uit;nia e d/0la a Jo%o.0 Doc agora + o !erdeiro do trono da 4nglaterra, 'icardo. 4nglaterra,ormandia e An6ou.2FK

0 &le n%o "alou nada so-re me tornar seu !erdeiro.0 em precisa. Doc agora + o mais vel!o, e o !erdeiro por direito. emele poder/ ir contra a lei.0 O rei + capa de tudo.0 #isso, n%o. unca seria permitido. 4ria mergul!ar o país numa guerra.0 &le n%o + avesso a uma guerra.0 Doc n%o o con!ece. Seu pai sempre deplorou a guerra. Odeiadesperdi$ar o din!eiro 3ue ela eQige. Doc n%o viu 3ue se !ouver umaoportunidade de evitar uma guerra, o rei o "ar/ &le gosta de gan!ar 1custa de tapea$5es e espertea. Tem "eito isso repetidas vees. 4sso,meu "il!o, + o 3ue se con!ece como ser um grande rei.0 &u nunca me passaria por isso. &u venceria pela espada.0 Doc + um guerreiro nato, 'icardo. ?m !omem !onesto. %o poderia !averoutro mais di"erente de seu pai. Talve se6a por isso 3ue o amo.0 O 3ue ac!a dele &nvel!eceu, n%o +0 &nvel!eceu, sim. as me lem-ro dele 3uando 6ovem... 3uase um menino3uando me casei com ele... ainda n%o tin!a vinte anos. unca "oi -onitocomo voc, enri3ue e *eo"redo... e mesmo Jo%o.0 erdamos a nossa -oa aparncia da sen!ora, mam%e.0 V verdade. &m-ora seu avU de An6ou "osse recon!ecido como o !omem mais-onito de sua +poca. Todos o c!amavam de *eo"redo, o 8elo. 0 &la sorriuao se lem-rar. 0 &u o con!eci -em... durante algum tempo, muito -em. ?m!omem de grande c!arme e -em0apessoado, mas sem muita "or$a. %o eracomo o "il!o. as no 3ue seu pai se trans"ormou, agora ?m vel!o... umvel!o corpulento. &le sempre teve tendncia a engordar. &ra por isso 3ue"aia as re"ei$5es em p+, e de maneira a dar a impress%o de 3ue "aiaisso mais por necessidade do 3ue por praer. V claro 3ue a3uela sua

incontida vitalidade mantin!a reduida a sua corpulncia na 6uventude,mas estava "adada a con3uist/0lo. Perce-o 3ue agora ele usa muito uma-engala 3uando anda.0 ?m de seus cavalos o escoiceou e ele est/ com uma un!a do dedo do p+encravada, o 3ue provoca dor de ve em 3uando.0 Po-re vel!o 0 om-ou &leanor. 0 &le poderia ter cuidado mais de simesmo. &le nunca p/ra. %o se pode "icar com ele por muito tempo semperce-er a3uela alucinada determina$%o de estar "aendo alguma coisa.isso, ele n%o mudou. & como est/ desleiQado Suas roupas s%o umavergon!a.

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2F(0 Papai nunca ligou para elas. &u sou o rei, di ele, e todos sa-emdisso. ingu+m vai ter mais medo de mim s7 por3ue uso uma capa de veludoe pele -ranca.0 a +poca de seu amor por T!omas 8ec9et, 3uando ele era o c!anceler eos dois saíam 6untos, pensava0se 3ue T!omas "osse o rei e o rei osu-alterno.

0 o entanto, T!omas morreu e ele continua vivo, e agora declara 3ueT!omas gosta mais ainda dele do 3ue 3uando os dois eram 6ovens e est/ deol!o nele l/ no c+u.0 4sso + típico de enri3ue 0 disse &leanor, n%o sem um to3ue deadmira$%o. 0 &le vira tudo a seu "avor. as perdemos o nosso tempo"alando nele. 7s o con!ecemos muito -em, n7s dois, e isso + -om, por3uesa-emos com 3uem estamos lidando. & a A3uit;nia, 'icardo0 unca a-rirei m%o dela.0 Doc tem passado por uma "ase tur-ulenta, l/.0 as a colo3uei em ordem. Todos me consideram cruel, mas 6usto. uncamatei ou mutilei por esporte. Apli3uei castigos terríveis, mas sempremerecidos.&la concordou com a ca-e$a.

0 a +poca de meus ancestrais e no meu governo, a vida era "eli naA3uit;nia. Divíamos para a poesia e as can$5es.0 Poesia e can$5es tm "eito muito para in"lamar o povo. A sen!ora sa-e3ue 8ertrand de 8orn tornou possível 3ue enri3ue se voltasse contramim.0 &u sei. &les me adoravam. unca teriam me causado mal algum. Por 3uen%o poderiam ter aceito meu "il!o, a3uele 3ue escol!i para me suceder0 unca acreditaram, mesmo, 3ue eu estava do seu lado. Odeiam meu pai eme consideram "il!o dele, n%o da sen!ora. as con3uistei o meu lugar coma espada, e vou mante0lo. Pre"iro ser du3ue da A3uit;nia do 3ue rei da4nglaterra. unca a-rirei m%o da A3uit;nia em "avor de Jo%o.0 &le trans"ormou Jo%o em seu "avorito. 4sso + uma imprudncia da partedele. Ac!a 3ue Jo%o vai gostar mais dele do 3ue voc e os outrosgostaram0 %o sei. Jo%o se parece com ele so- um aspecto. Tem a3uele mau g+nioviolento.0 4sso praticamente n%o o recomenda. enri3ue teria "eito -em se tivessecontrolado o dele. *ostaria de sa-er se Jo%o !erdou a concupiscnciadele.2F20 &u sou-e 3ue sim.0 Damos esperar 3ue tam-+m ten!a !erdado a espertea, caso contr/riopassar/ por grandes di"iculdades. as + de voc 3ue 3uero "alar,'icardo. Doc ser/ o rei da 4nglaterra 3uando enri3ue morrer.0 & du3ue da A3uit;nia, por3ue n%o irei entreg/0la nunca. & 3uando eu"or o rei, mam%e, min!a primeira preocupa$%o ser/ com a sen!ora. Antesde 3ual3uer outra coisa, eu a li-ertarei e "icar/ ao meu lado. Juro.

0 #eus o a-en$oe, 'icardo. %o precisa 6urar. Sei 3ue ser/ assim. /outro assunto. Doc 6/ n%o + um garoto, e continua solteiro. & suanoiva0 Se a sen!ora se re"ere a Alice, ela permanece so- a prote$%o do rei.0 Continua amante dele Como ele l!e + "iel O 3ue ela tem para prend0lo &u seria capa de 6urar 3ue ela + uma outra 'osamund. Doc n%o vaiaceitar a mul!er 3ue seu pai largou, 'icardo0 &u, n%o. &stou decidido a dier a ele 3ue pode "icar com a amante e"aer as paes com Eilipe. %o sei como. Poder/ !aver uma guerra porcausa disso.

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0 %o duvido 3ue o rei encontre uma saída. &le tem a astúcia de umaraposa e se livra das con"us5es com o desem-ara$o de uma co-ra.0 am%e, con!eci uma mul!er com a 3ual me casaria.0 & 3uem + ela0 A "il!a do rei de avarra. 8ereng/ria. O pai deu a entender 3ue se eu"icasse livre de Alice, rece-eria de -om grado o casamento. 8ereng/ria +muito crian$a. Pode esperar algum tempo.

A rain!a concordou com um gesto da ca-e$a.0 %o diga nada so-re isso. Damos continuar a perseguir enri3ue porcausa de Alice. Nuem dera 3ue eu sou-esse se ele se prende a ela porac!/0la muito irresistível ou se + por3ue tem medo do 3ue poderiaacontecer se "osse revelado 3ue ele seduiu a noiva do "il!o e receia3ue ela revele isso. A!, 'icardo, + uma situa$%o divertida. Doc e euestamos 6untos contra o casamento dele com Alice. Se nen!um de n7s doisestivesse a3ui, seu pai se casaria com ela e pegaria o dote, e o assuntoestaria resolvido. &u gostaria de sa-er se ele seria "iel a ela. Vpossível 3ue sim, agora 3ue est/ t%o gordo a anda com uma -engala e tempro-lemas com as pernas e com os p+s. A moralidade se instala 6unto comas de"icincias.2FG

0 A sen!ora ainda o odeia, mam%e.0 Pelo 3ue ele "e com vocs e comigo, odeio. Podia ter sido di"erente,'icardo. Todas as nossas vidas poderiam ter sido di"erentes. Se ele n%otivesse me traído com outras mul!eres, eu teria tra-al!ado para ele ecom ele. Teria "eito com 3ue meus "il!os crescessem respeitando0o eadmirando0o. &le s7 pode culpar a si mesmo. as talve isso se apli3ue atodos n7s. O!, 'icardo, como "oi -om "alarmos um com o outroO rei anunciou 3ue o atal deveria ser comemorado em indsor e 3ue arain!a deveria "aer parte do grupo. &leanor "icou encantada. Seria aprimeiro atal 3ue passava "ora da pris%o em muitos anos. &stavaanimadíssima. Tin!a sido maravil!oso rever 'icardo, e em-ora lamentassea morte de enri3ue, precisava estar cUnscia da mudan$a de sua sorte,por3ue 'icardo era de con"ian$a. O 3ue prometera, ele "aria. &le era o'icardo Sim e %o. #eus o a-en$oasse &le sempre seria amigo da m%e.Para o atal, eles precisavam es3uecer as inimiades. #everiam 6untar0seaos "oli5es. averia "estas e música, e pelo menos da3uela ve o rei severia o-rigado a sentar0se e comportar0se como se a3uilo n%o passasse deum "estival e 3ue eles n%o estivessem 1 -eira de uma -atal!a.&leanor e ele tin!am0se o-servado "urtivamente. en!um dos dois con"iavano outro. &ra essa a naturea do seu relacionamento, e n%o podia ser deoutra maneira. &le estava plane6ando rou-ar a A3uit;nia de 'icardo e d/0la a Jo%o, 3ue "icaria em situa$%o t%o -oa 3uanto 3ual3uer um deles. Por3ue n%o Jo%o nunca pegara em armas contra o pai, como os outros tin!am"eito. ?m !omem devia ter um "il!o a 3uem amar.Nue "amília desassossegada eles "ormavam o "undo do cora$%o, ele n%oacreditava 3ue pudesse con"iar mais em Jo%o do 3ue em 3ual3uer um dosoutros. Ali estavam eles, todos no mesmo -arco, e todos prontos a agir

uns contra os outros.Nue "or$a eles teriam se !ouvessem tra-al!ado 6untos & ali, 1 sua mesa,estava a sua rain!a. Como conseguira continuar com uma aparncia t%o6ovem e elegante Seria com "eiti$aria A3uilo n%o o surpreenderia.Como cantava -em 0 can$5es de sua autoria Cantava so-re o amor. #eviasa-er muito so-re isso. Nuantos amantes teria tido, incluindo o tio e umsarraceno pag%o Todos a3ueles trovadores 3ue2Fa cercavam 3uando ela estava na corte com ele 0 3uantos tin!am sido seusamantes

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& 3uantas vees ele se desviara do leito con6ugal Tantas veesR eraminúmeras as mul!eres de cu6os nomes ele n%o conseguia se lem-rar #uas,iria venerar para sempre0 'osamund e Alice.O!, Alice, -ela Alice ?ma mul!er "eita, agora. Dinte e trs anos.&stava com doe 3uando ele a possuíra pela primeira ve. & tin!a sidosua desde ent%o. Amara 'osamund e amara Alice 0 s7 amara de verdade

a3uelas duas. So-re o 3ue tin!a sido com &leanor, ele n%o sa-ia aocerto. Sempre !ouvera con"lito entre os dois. as 3ue con"litoeQcitante, no come$o, 3uando nen!uma outra mul!er o satis"iera como&leanor. &, + claro, !avia a A3uit;nia, 3ue viera com ela.com Alice, seria a DeQin, a3uela regi%o t%o vital para a de"esa daormandia. #eus do c+u, por 3ue &leanor n%o morria J/ tin!a idade-astante para morrer. J/ vivera -astante. Nueria continuar presaPor3ue, pelos ol!os de #eus, ele 6/ vira o su"iciente a seu respeitopara sa-er 3ue depois da3uele período de li-erdade ela devia voltardireto para a pris%o.unca mais con"iaria em deiQ/0la em li-erdade. Seria uma loucura dar0l!eessa oportunidade.O rei mandou c!amar 'icardo.

0 &st/ decidido a nunca a-rir m%o da A3uit;nia0 &stou, ma6estade.0 &nt%o, volte para l/.'icardo "icou pasmo. A3uilo s7 poderia signi"icar 3ue o rei !aviadecidido n%o inter"erir no seu controle so-re o ducado.Nuando se despediu da m%e, ela o avisou 3ue tomasse cuidado com o pai.Suas promessas n%o mereciam con"ian$a, e se agora o rei concordava emdeiQar 3ue ele "icasse com a A3uit;nia, poderia mudar de ideia na semanaseguinte.'icardo partiu, dando 1 m%e a certea de sua devo$%o, 3ue nunca sealteraria.&m seguida, o rei mandou c!amar seu "il!o *eo"redo.0 Doc vai voltar para a ormandia e manter a pa por l/. & concedeu a*eo"redo poderes maiores do 3ue nunca tivera antes.&leanor estava vigilante. O 3ue signi"icava a3uilo &staria ele diendo3ue se 'icardo estava t%o decidido a "icar com a A3uit;nia, podiadesistir da coroa da 4nglaterra2FHNue mente sinuosa, a3uela &le 6amais gostara de 'icardo. Ocorreu 1rain!a 3ue se o rei pudesse tirar de 'icardo o 3ue era dele de direito edar aos outros "il!os, seria capa disso. O 3ue estaria ele plane6andodar a Jo%oPor "im, ele mandou c!amar seu "il!o Jo%o e l!e disse 3ue se preparassepara assumir o seu domínio da 4rlanda. Jo%o aproveitou a oportunidadecom entusiasmo. &staria pronto para partir na primavera.O rei, ent%o, partiu com a rain!a e sua corte para inc!ester.inc!ester 0 o pal/cio de muitas recorda$5es, ultrapassado apenas pelo

de estminster. Ali, ele mantivera 'osamund durante algum tempo, 3uandodeiQara de "aer segredo da liga$%o entre os dois. Ali, Alice estiveracom ele. & agora, vin!a &leanor.&la "icou encantada com o pal/cioR sempre "icara. Admirou o 6ardim deervas, 3ue tin!a sido "eito pouco tempo antes, e col!eu muitas 3uedeclarou serem as mel!ores de seu tipo.Eicou imaginando por 3uanto tempo l!e permitiriam "icar em li-erdade. oíntimo, sa-ia 3ue a3uilo n%o ia durar. Como poderia durar Os interessesdos dois teriam, com toda certea, 3ue se c!ocar. ada poderia impedir3ue ela tramasse com 'icardo contra ele, 3uando c!egasse a !ora, e ele

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devia sa-er. 8em, ela pre"eria voltar para a pris%o do 3ue deiQar 3ue orei pensasse 3ue conseguira domin/0la, ou 3ue ela iria parar de eQigirseus direitos por causa da li-erdade.enri3ue mandara pintar muitos pain+is decorativos nas paredes da3uelecastelo. *ostava muito de alegorias, e as paredes estavam adornadas comcenas de sua vida. As gera$5es "uturas deveriam sa-er 3ue ele "ora orespons/vel pela restaura$%o do castelo para torn/0lo -onito.

?m dia, ao andar pelo castelo, &leanor c!egou a uma sala e entrou, emsilncio. Para sua surpresa, o rei estava ali, de p+.A lu 3ue entrava pela estreita 6anela mostrava a sua "isionomiacontraída e triste. As roupas descuidadamente vestidas, posturadesleiQada, a maneira dele se apoiar na -engala, "ieram0na sentir penadele, en3uanto ao mesmo tempo pensava: n%o vai demorar muito para'icardo ser o rei da 4nglaterra. eu adorado "il!o, voc e eu vamos"icar 6untos. & no entanto, sentia uma certa tristea. #esde 3uecon!ecera enri3ue, nunca 3uisera pensar em um mundo sem ele. Jamais sees3ueceria da primeira ve 3ue o vira 0 "il!o2FIde seu amante, pois por uma ou duas vees se deitara com o pai dele.*eo"redo, o 8elo, nunca "ora o mais adorado de seus admiradores, em-ora

tam-+m se tratasse de um !omem eQcepcionalmente -em0apessoado e viril.as 3uando ela vira o "il!o, n%o 3uisera mais o pai. enri3ue, amante emarido pelo 3ual ela se divorciara do rei da Eran$a, pai de sua proleagitadora, o le%o e os "il!otes 3ue desde tenra idade tin!am plane6ado aderrota dele.O rei pressentiu a presen$a dela, e sem tirar os ol!os das paredes,disse:0 V voc, ent%o0 &ssa sala mudou desde 3ue a vi !/ muitos anos.0 andei pint/0la de novo.0 & + evidente 3ue a admira.0 Den!a ver esta cena.&la se aproQimou e "icou ao lado dele.0 ?ma /guia e 3uatro aguietas.0 V. Ol!e mais de perto. De6a como as 6ovens atacam o vel!o p/ssaro. Dalgo de "amiliar no rosto delas&leanor voltou0se para ol!ar para ele e viu o -ril!o de l/grimas em seusol!os.enri3ue Plantageneta c!orando &ra impossível0 &u sou a /guia. As 3uatro aguietas s%o meus "il!os.0 Doc mandou pintar isso. &le con"irmou com a ca-e$a.0 &stou sempre ol!ando para essa cena. De6a como eles me atacam. eustrs "il!os, enri3ue, 'icardo e *eo"redo. & ve6a o 3uarto, pousado nomeu pesco$o. V o Jo%o. &u l!e digo uma coisa: ele, o ca$ula, a3uele a3uem amo com tanto carin!o, est/ esperando o momento em 3ue os irm%ostiverem me derru-adoR ent%o, me arrancar/ os ol!os.0 Eico surpresa por voc se atormentar com um 3uadro desses.

0 #eve !aver um lugar em 3ue eu en"rente a verdade. Ein6o acreditarneles. Sou o pai. Ten!o sido tolerante demais com eles. #eiQo 3ue meenganem e engano a mim mesmo diendo 3ue eles devem me amar por3ue s%omeus "il!os.0 Doc nunca devia ter colocado uma coroa na ca-e$a de enri3ue.0 Sei disso muito -em.0 Doc o "e para espica$ar T!omas de Canter-ur. Nueria uma coroa$%o da3ual ele n%o participasse.2FF0 Eoi. as "i isso tam-+m por3ue temia 3ue #eus me levasse numa

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-atal!a, e eu n%o 3ueria derramamento de sangue. Assim, se o reimorresse, 6/ !averia um novo rei1 espera.0 Eoi uma tolice.0 4ndigno de um rei astuto. & a3ui eu ol!o para esse 3uadro e en"rento averdade.0 %o + tarde demais. Con"ie nos seus "il!os. Passe a gostar de 'icardo.

&le + seu !erdeiro. #0l!e o poder de 3ue ele precisa.0 Para 3ue possa me tirar a coroa0 &le n%o ir/ tir/0la en3uanto n%o "or direito e correto "aer isso.0 As aguietas est%o impacientes.0 Por3ue a /guia os manteve no nin!o por um tempo demasiado longo.0 Doc os voltou contra mim. Doc + a "onte de todos os meus pro-lemas.0 Se voc tivesse sido o marido dos meus son!os, eu o teria amado at+ o"im.0 Doc 3ueria mandar.0 V. 7s dois 3ueríamos.0 & voc e eu geramos as aguietas. 0 &le se a"astou na porta, e voltou0se para ol!ar para ela. 0 &sse 3uadro ser/ copiado e vou t0lo na min!ac;mara em indsor. @/, irei ol!ar para ele com "re3uncia e me

lem-rarei. 0 A vo dele tremeu um pouco: 0 O!, meu #eus, &leanor, por3ue n%o "oi di"erente O 3ue eu n%o daria apenas por um "il!o a"etuoso0 & ent%o ele partiu.&la "icou ouvindo o som de sua -engala nas pedras do c!%o.A rain!a riu em silncio. Po-re enri3ue, o grande rei, o sedutor demul!eres, o amante a 3uem ningu+m podia resistir. Eracassara onde elavencera, por3ue tin!a um "il!o 3ue a amava.2FMA aldi$%o de er/clioO '&4 '&C&8&? A OT_C4A, em estminster, de 3ue er/clio, o patriarca deJerusal+m, c!egara a Canter-ur e "iera a viagem at+ a 4nglaterra paral!e dar novas 3ue, tin!a a certea, provocariam uma a$%o por parte deenri3ue.Temendo o 3ue a visita poderia signi"icar, enri3ue n%o podia dar3ual3uer desculpa para evitar "alar com o patriarca, por3ue seus súditosnunca deveriam duvidar 3ue "osse um !omem pro"undamente religioso.@em-rava0se, apreensivo, de 3ue na +poca do assassinato de T!omas 8ec9et"iera o 6uramento de 3ue iria a Jerusal+m numa cruada. Pensaravagamente 3ue partiria 3uando pudesse a"astar0se do seu reino, mas no"undo do cora$%o estava ciente de 3ue isso nunca ocorreria.Agora, ali estava o patriarca, e s7 podia !aver um motivo para apresen$a. &staria 3uerendo levantar !omens ou din!eiro para apreserva$%o da Cidade Santa. Ansioso por ouvir as notícias 3ue eletrouQera, enri3ue concedeu imediamente uma entrevista a er/clio e a'oger du oulin, o gr%o0mestre dos ospital/rios, 3ue o acompan!ava. Oprimeiro ato do patriarca "oi o"erecer ao rei as c!aves de Jerusal+m edo Santo Sepulcro.

0 Trago m/s notícias 0 -radou er/clio. 0 A rain!a Si-ila, de Jerusal+m,dese6a ardentemente a sua a6uda. O "il!o dela, 3ue +2F)apenas uma crian$a, + o !erdeiro da coroa, e o irm%o dela, 8alduíno,est/ prestes a morrer. Contraiu lepra, e a pele come$ou a murc!ar e cairrapidamente. %o pode viver muito tempo mais, e os sarracenos est%oprontos para tornar a Cidade Santa. &la precisa ser salva, e a rain!aSi-ila implora 3ue Dossa a6estade v/ em seu auQilio.0 V claro 3ue l!e daremos a6uda. vou co-rar um imposto imediatamente,pois se trata de uma causa muito digna.

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0 %o + de din!eiro 3ue se precisa. V de um príncipe para comandar umeQ+rcito contra os sarracenos. O sen!or + este !omem, o!, sen!or rei,por3ue na +poca da morte de T!omas 8ec9et Dossa a6estade 6urou 3ue iria1 Cidade Santa.O!, T!omas, pensou enri3ue, ser/ 3ue nunca vou escapar de voc Cumpria min!a penitncia. %o "oi o -astante&le "iera a3uele 6uramento, mas era claro 3ue se re"erira a 3uando a

!ora "osse apropriada, e sempre sou-era 3ue isso nunca ocorreria. Comoele, um rei com domínios t%o espal!ados, poderia deiQ/0los para ir 1Terra Santa0 Dossa a6estade + o mais poderoso dos reis 0 prosseguiu er/clio. 0#eus o a-en$oar/ se "ier isso. Se n%o...0 #eiQar meus domínios seria uma 3uest%o n%o tanto para eu decidir, maspara meus ministros 0 interrompeu0o rapidamente o rei. 0 &u seriao-rigado, primeiro, a pedir a opini%o deles. Se concordarem, eu irei.Caso contr/rio, terei de o-edecer 1 decis%o deles.0 Por 3ue, ma6estade Dossa a6estade + um rei 3ue toma suas pr7priasdecis5es. O mundo inteiro sa-e disso. ingu+m ousaria contrariar a suavontade.0 %o, um rei governa pela gra$a de seu povo. Ei3ue certo de 3ue "arei o

possível a "im de atender aos seus dese6os. A Terra Santa n%o pode cairnas m%os do 4n"iel. Permita 3ue su-meta esse assunto aos meus ministros,e l!e darei a resposta deles.0 a6estade, n%o devia deiQar 3ue sua resposta dependa deles. #eve0selem-rar do 6uramento 3ue "e. #eve0se lem-rar de seu dever para com#eus. Dossa a6estade 6/n%o + um 6ovem. Pode estar mais perto do 3ue pensa do trono do6ulgamento.Nue !omem desagrad/vel, esse er/clio enri3ue n%o gostou dele. Como seele n%o tivesse o su"iciente para preocup/0lo sem provocar a3ueleassunto para atorment/0lo.%o iria a Jerusal+m. Como poderia ir Podia imaginar o caos 3ueresultaria se ele "osse. Seus "il!os atacando uns aos outros e a ele.&leanor, 3ue precisava servigiada Claro 3ue n%o poderia sair.2MK4nsistiu 3ue su-meteria o assunto a um consel!o 3ue convocariaimediatamente.Eoi o 3ue "e, avisando primeiro 3ue os ministros seriam reunidos paradiscutir se ele devia, ou n%o, organiar um eQ+rcito para ir lutar numacruada pela Cidade SantaR e deiQou claro 3ue 3uem votasse a "avor desua ida perderia os seus "avores. Tin!am de decidir 3ue de maneiraalguma ele podia deiQar os seus domínios e 3ue "aer isso na3uelemomento seria um ato contra a vontade de #eus.&leanor ac!ou gra$a 3uando sou-e. Compreendia0o muito -em. 4r aJerusal+m #eiQar Alice Tentar aca-ar com os seus pecados %o, pensoua rain!a, eles s%o muito numerosos para isso. O rei precisaria de umas

vinte miss5es da3uelas.Ser/ 3ue ele iria Claro 3ue n%o. Por estran!o 3ue parecesse, em-orativesse passado a maior parte da vida perto de campos de -atal!a, n%ogostava de lutar. Sempre alegara 3ue as -atal!as n%o passavam de umdesperdício e raramente proporcionavam ao vencedor a3uilo por 3ue ele!avia lutado. &ra muito mel!or discutir e levar o inimigo a "aerconcess5es. &ra adepto de "aer negocia$5es 3ue se mostrassem vanta6osaspara ele.& ela Nuais os planos dele a seu respeito &la n%o sa-ia. ascontinuava na corte. %o l!e permitiam muita li-erdade. Se saía a

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cavalo, estava sempre acompan!ada por criados escol!idos por ele. Ser/3ue ele pensava 3ue ela seguiria para o litoral e pegaria um navio paraa Eran$a#e "ato, muitas vees ela pensara nisso. Se pudesse c!egar at+ 'icardo,os dois 6untos poderiam de"ender a A3uit;nia contra todos, e se enri3ueestivesse realmente plane6ando d/0la a Jo%o, ent%o, por #eus, &leanor"aria de tudo ao seu alcance para c!egar at+ 'icardo.

Pensou no estado de eQcita$%o em 3ue ela e @uís se ac!avam 3uandopartiram na sua cruada. avia algo numa miss%o da3uelas 3ue "aia osangue disparar. A pessoa se imaginava seguindo para a gl7ria carregandoa cru. Claro 3ue, no campo de -atal!a, tudo era muito di"erente. orteera morte 0 e n%o gloriosa, mas sangrenta e !orrível. & !omens eram!omens, "ossem eles crist%os ou sarracenos, como &leanor desco-rira.A!, Saladino Nue amante ele "ora & agora, !avia outro Saladino. Seria"il!o dele, ou seu neto & estava amea$ando tomar Jerusal+m doscrist%osSupon!amos 3ue ela tivesse se casado com Saladino, como certa2M(ve pensara 3ue poderia, supon!amos 3ue como resultado desse casamentotivesse sido conseguida a pa entre sarracenos e crist%os. Se Saladino

tivesse se tornado crist%o, o vel!o er/clio n%o estaria ali, agora,implorando 3ue enri3ue saísse em auQílio do po-re leproso 8alduíno.as a vida n%o seguira a3uele camin!o. &m ve de Saladino, ela se casaracom enri3ue Plantageneta.&n3uanto isso, enri3ue preparava os mem-ros de seu consel!o.Considerando0se a situa$%o na A3uit;nia, na ormandia e em An6ou, elen%o ac!ava 3ue a3uele "osse o momento de ir para muito longe. Pediu0l!es3ue pensassem nos pro-lemas 3ue poderiam surgir se ele estivessea"astado. ?ma cruada era um empreendimento caro. Seria preciso tri-utaro povo, e como ele reagiria a isso J/ n%o era -om 3uando o povo tin!ade pagar para manter a seguran$a de seu pr7prio país. enri3ue,pessoalmente, poderia conseguir uma gl7ria pessoal, mas, e o seu país&le sempre procurara servir aos seus súditos e "aer com 3ue pudessemviver em pa, numa comunidade 6usta. Se estivesse ausente, n%o via comopoderia preservar as leis da 4nglaterra esta-elecidas por seu -isavU erevigoradas por eleR e sa-ia 3ue os mem-ros de seu consel!o, por setratar de !omens sensatos, nunca permitiriam 3ue ele partisse numamiss%o da3uelas.O consel!o reuniu0se em @ondresR a no-rea inglesa esteve presente,6untamente com altos dignit/rios da 4gre6a, e so-re uma plata"ormaenri3ue sentava0se ao lado de seus convidados, er/clio e 'oger duoulin.O rei disse 1 assem-leia 3ual era o motivo da miss%o e "alou so-re agrande !onra 3ue l!e "ora "eita. A Cidade Santa estava em perigoR o rei8alduíno se ac!ava 1 morte por causa de uma terrível doen$aR !aviaapenas uma crian$a para assumir o seu lugarR e as c!aves do SantoSepulcro tin!am sido o"erecidas a ele, enri3ue da 4nglaterra. Ali

estava uma oportunidade para conseguir uma grande gl7ria pessoal eeliminar os pecados de toda a sua vida. as ele era um rei 3ue semprelevara em considera$%o, primeiro, o seu povo. %o tin!a vontade pr7pria,mas apenas a deles, e os convocara at+ ali para 3ue pudessem decidir porele se devia, ou n%o, "aer a3uela peregrina$%o.er/clio se pUs de p+ e disse 1 assem-leia 3ue Jesus Cristo e os devotosdo mundo inteiro estavam pedindo 3ue o rei da 4nglaterra salvasseJerusal+m. &le 3ueria dier aos presentes 3ue Saladino,2M2o líder dos sarracenos, a3ueles pag%os 3ue eram inimigos de Cristo,

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estava se preparando para tomar Jerusal+m. Poderiam os verdadeiroscrist%os "icar indi"erentes e permitir 3ue a3uilo acontecesse %oA3uele 3ue agisse assim n%o era um verdadeiro crist%o.enri3ue respondeu 3ue "aria tudo ao seu alcance para salvar a CidadeSanta.Pediu, ent%o, 3ue a assem-leia l!e dissesse o 3ue 3ueria 3ue ele"iesse.

'icardo, arce-ispo de Canter-ur, ergueu0se.0 Sen!or meu rei, o seu dever + cuidar de seus domínios. er/cliovoltou0se para o arce-ispo.0 Sen!or arce-ispo 0 disse ele, em altos -rados 0, invoco um outroarce-ispo, um santo, um m/rtir. &le "oi morto so-re as pedras de suacatedral, e na +poca o rei 6urou 3ue iria a Jerusal+m.0 Se ele pudesse ir 0 replicou o arce-ispo. 0 as o nosso sen!or, o rei,"e outro 6uramento ao ser coroado. ele, declarou 3ue sempre cuidariado -em0estar de seus súditos. &sse 6uramento, meus sen!ores, por ser otítulo de posse da coroa, suplanta todos os outros. ?ma cruada 1Palestina n%o pode ser comparada com os deveres de um rei. & por isso,sen!or meu rei, e meu sen!or patriarca, o rei deve permanecer em seusdomínios.

enri3ue "e um lento gesto a"irmativo com a ca-e$a.0 De6o 3ue os mem-ros de meu consel!o "alam com -om senso. eu cora$%oir/ at+ a Palestina, mas me ve6o o-rigado a "icar a3ui. eu dever tem deser cumprido.er/clio estava prestes a dar va%o 1 sua indigna$%o.0 vou dar cin3uenta mil para a causa, e se 3uais3uer súditos meus3uiserem participar de uma cruada, "arei tudo para a6ud/0los.0 %o vim atr/s de din!eiro 0 -radou er/clio. Doltou0se contraenri3ue na sua "úria, pois sa-ia muito -em 3ue a3ueles !omens nuncateriam ousado tomar uma decis%o contra a vontade dele, a menos 3ueinstruídos pelo rei. A3uilo era uma decis%o de enri3ue, e s7 dele. 0 &3uanto a Dossa a6estade, at+ a3ui reinou com uma a-und;ncia de gl7ria,mas sai-a 3ue #eus, cu6a causa Dossa a6estade a-andonou, agora est/prestes a a-andon/0lo. Der/ o 3ue vai l!e acontecer em conse3uncia desua ingratid%o. Dossa a6estade apresenta desculpas. #i 3ue precisa"icar para proteger seus súditos. Assassinou o arce-ispo de Canter-ur erecusa uma eQpia$%o de sua culpa na3uele crime ao realiar essa *uerraSanta.2MGW men$%o de T!omas 8ec9et, o ru-or tomou conta das "aces do rei, osol!os ad3uiriram um -ril!o assassino.0 %o pense 3ue ten!o medo de sua "úria 0 -radou er/clio. 0 Corte amin!a ca-e$a, se 3uiser. Trate0me como tratou Santo T!omas 8ec9et.Pre"iro morrer pelas suas m%os na 4nglaterra do 3ue pelo sarraceno naSíria. Ten!o mais estima pelos sarracenos do 3ue por Dossa a6estade.enri3ue tremia de raiva. unca podia ouvir impassível 3uando T!omas eramencionado. Por alguns instantes, esteve a ponto de gritar para os 3ue o

cercavam para 3ue agarrassem o patriarca, atirassem0no numa masmorra el!e arrancassem os ol!os.er/clio n%o deu sinais de medo. as no íntimo estava angustiado. Tin!ade conseguir um príncipe no-re, rico e "orte, 3ue "osse com ele salvarJerusal+m.0 #0me um de seus "il!os. Se n%o 3uiser salvar pessoalmente a sua alma,permita 3ue um deles v/ em seu nome 0 implorou ele.0 Preciso de meus "il!os.0 #eus precisa deles.enri3ue pensou: 'icardo *eo"redo Jo%o %o, nunca. Tin!a de mante0los

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por perto. S7 assim sa-eria o 3ue estavam "aendo. %o podia con"iar emnen!um deles.0 #eus me deu grandes terras para de"ender. Ten!o de de"end0las. Se eupartisse, meus "il!os lutariam entre si. eu dever est/ a3ui.O patriarca sa-ia 3ue estava derrotado.0 O sen!or e seus "il!os... s%o enviados do #ia-o, e para o #ia-ovoltar%o. ada de -om l!e acontecer/, enri3ue Plantageneta, por3ue

virou a cara para #eus.enri3ue retirou0se da c;mara. S7 !avia uma pessoa para tran3uili/0lo e"a0lo es3uecer as "unestas pro"ecias do patriarca: Alice.enri3ue "icou a-alado. Seria verdade, perguntava0se, 3ue #eus oes3ueceraSeus "il!os n%o mereciam con"ian$a 0 nem mesmo Jo%o, o ca$ula, agora seu"il!o adorado. #e 3ue adiantava "ingir Poderia con"iar em Jo%o &m 3uesorte de !omem ele se trans"ormaria ao crescerandou c!am/0lo, e Jo%o atendeu logo. O rapa sa-ia 3ue, agora com amorte do irm%o enri3ue, ele era o "avorito do pai.2MJo%o, sonso, -em versado em -aiQeas, pois os tutores !aviamidenti"icado suas tendncias e o estimularam, estava 1 procura da

vantagem. enospreava o pai com o despreo 3ue os 6ovens sentem pelosvel!os. Jo%o acreditava estar no limiar de uma vida de poder e aventura,e 3ue o pai estava c!egando ao "im da sua.Antigamente, ele o-servara o pai no castelo, vira seus ol!os demorarem0se ao admirarem mul!eres, vira0o acarici/0las e lev/0las para o 3uarto.%o demorara muito e Jo%o 6/ "aia tentativas na3uele 6ogo 3ue os !omensdiiam ter sido uma o-sess%o de seu pai. Jo%o compreendia as inclina$5esdo pai na3uela dire$%o. &ram as dele, tam-+m.& agora, 3uem sa-ia o 3ue o aguardava *eo"reao o"endera tanto o pai 3uen%o !avia como perdo/0lo, por3ue seus !omens tin!am atirado "lec!ascontra o rei en3uanto ele "icara ol!ando. Nuanto a 'icardo, o rei 6amaisgostaria dele. So-rava Jo%o.O vel!o, 1s vees, "icava muito sentimental.Jo%o ouvira o apelo de er/clio, e um de seus compan!eiros l!e "alaraso-re as aventuras de sua m%e na Terra Santa, ainda 3uando mul!er dovel!o @uís. Tal como seu pai, sua m%e sou-era aproveitar a vida Jo%oac!ou 3ue gostaria de ir 1 Terra Santa. ada poderia ser mais divertidodo 3ue levar uma vida desregrada no camin!o e depois arrepender0se nosantu/rio.Por isso, 3uando se apresentou ao pai, come$ou por a6oel!arse e dier3ue 3ueria ir para a Terra Santa.0 #eiQe0me ir, papai. @/, conseguirei a remiss%o de seus pecados etam-+m dos meus.0 %o, meu "il!o. / coisas demais para proteger a3ui. &u n%o poderiadeiQar 3ue voc "osse.0 as, papai, er/clio o amaldi$oou.0 #eus n%o vai ligar para as maldi$5es dele.

0 &le n%o + um !omem -om... o patriarca de Jerusal+m0 4sso + um título. &le vem me procurar por3ue 3uer salvar a suaposi$%o. %o se importa com o 3ue possa acontecer a3ui. & o 3ue ac!avoc 3ue iria acontecer por a3ui & o 3ue ac!a 3ue iria acontecer, se eume a"astasse para longe0 O sen!or tem "il!os, papai.0 A!, Jo%o, isso devia ser um consolo para mim, n%o + as voc ac!a 3ue+ *eo"redo, 'icardo... Nuando "oi 3ue "oram -ons "il!os para mim0 O sen!or tem outro.2MH

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0 Doc, Jo%o, o ca$ula. Todas as min!as esperan$as est%o depositadas emvoc0 Papai, vou "aer o possível para l!e mostrar 3ue sua con"ian$a n%o +in"undada.0 Conto com voc, Jo%o. #eve ir para a 4rlanda. Seus domínios l/precisam de voc. Como sa-e, mandei ug! de @ac segurar a 4rlanda paramim, mas 6/ n%o con"io nele. Casou0se com a "il!a do rei de Connaug!t.

%o pediu min!a permiss%o para esse casamento, mas me disse 3ue "oicontratado segundo a tradi$%o do país. C!amei0o de volta, mas ac!eimel!or tornar a mand/0lo para l/, pois n%o !avia dúvidas de 3ue eletin!a grandes con!ecimentos a respeito do país e parecia o mel!or !omem0 e isso era a6udado pelo seu casamento 0 a "im de segur/0lo para mim.&le + um !omem am-icioso, e creio 3ue pensa em se instalar como rei da4rlanda. 4sso, meu "il!o, + uma !onra 3ue reservei para voc.Jo%o pensou na3uilo. A 4rlanda parecia uma -oa troca pela Terra Santa. A4rlanda seria dele. &ra o rei da 4rlanda. Se "osse para a Terra Santa,seria como "il!o do reiR estaria 1 "rente das tropas, mas sem dúvida!averia outros de patente mais alta. a 4rlanda, seria rei.0 Papai, meu espírito anseia por participar de uma cruada. Sou 6ovem,mas cometi pecados e gostaria de rece-er o perd%o deles. Sei 3ue o

sen!or "icou pro"undamente a"etado pelas maldi$5es de er/clio egostaria de rear pelo sen!or 6unto ao Santo Santu/rio. as o sen!ordecidiu 3ue n%o ser/ desta ve. Cumprirei o dever 3ue o sen!or meatri-ui. 4rei para a 4rlanda, e 3ueira #eus 3ue eu possa agir de maneiraa agradar ao sen!or e "aer com 3ue se alegre por ter um "il!o 3ue oo-ede$a sem discutir.O rei a-ra$ou Jo%o.A3uele era, realmente, seu "il!o adorado.Jo%o, depois disso, dedicou0se aos preparativos para a viagem, e antesdo ms terminar partiu de il"ord aven com sessenta navios, nos 3uaisseguiam treentos cavaleiros e uma compan!ia de ar3ueiros.&m menos de um dia, tin!am desem-arcado em ater"ord.Se ao menos seus outros "il!os "ossem t%o o-edientes 3uanto Jo%o*eo"redo era tido em pouca conta. Adorava os praeres da vida e pre"eriadivertir0se em torneios do 3ue no campo de -atal!a. O rei ac!ava a3uilolament/vel, por3ue tin!a um espírito vivo e era2MIcapa de analisar uma situa$%o em curtíssimo tempo. Seu casamento era umsucessoR tin!a uma "il!a, &leanor, e sua mul!er, muito provavelmente,iria dar0l!e mais "il!os #everia controlar a 8retan!a de maneirasatis"at7ria.O "il!o 3ue mais preocupa$5es l!e traia era, naturalmente, 'icardo. A3uest%o de 3uando ele iria se casar estava sendo sempre levantada.A3uilo estava "icando ridículo. Alice estava, agora, com2H anos. #urante todos a3ueles anos, tin!a sido amante de enri3ue, econtinuava sendo. Parecia0l!e 6ovem devido 1 grande di"eren$a de idadedos dois, e ela se tornara um vício. &m-ora 6/ n%o tivesse um dese6o t%o

apaiQonado 3uanto antes, o rei ainda a adoravaR no seu dese6o por ela!aviauma certa dose de 7dio por 'icardo e pelorei da Eran$a. Tin!a de manter Alice. Se a li-erasse agora, a !ist7riade sua sedu$%o viria 1 tona. Alice estava adultaR dera0l!e um "il!o. %oiria ser con"undidacom uma virgem. &nt%o, o esc;ndalo estouraria. Seus inimigos iriamregoi6ar0se com ele, aument/0lo. enri3ue podia imaginar o 3ue o vel!oer/clio "aria com o esc;ndalo.Conseguira so-reviver a um esc;ndalo, o assassinato de T!omas. Como se

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sairia se a !ist7ria da sedu$%o de Alice aos (2 anos, do romance entreos dois durante (Ganos, 3uando ele a detivera apesar da insistncia de 'icardo e da"amília de Alice, "osse divulgada O 3ue diria o mundo4riam consider/0lo um monstro. &nt%o, se recordariam de 3ue umaancestral sua era uma "eiticeiraR diriam 3ue a "amília de An6ou era"il!a do #ia-o.

&le era 6ovem 3uando T!omas "oi assassinadoR sua vitalidade e seuraciocínio r/pido o !aviam "eito passar por a3uilo. Agora, 1s vees,sentia0se um !omem vel!o e derrotado. & cada ve 3ue os "il!os sere-elavam contra ele, sentia0se um pouco mais vulner/vel.Sua presen$a era necess/ria na ormandia, e ele deiQou a 4nglaterraacossado por muitos pro-lemas. &stava pensando muito em 'icardo, 3ue odesa"iara 3uando se recusara a a-rir m%o da A3uit;nia. o entender deenri3ue, 'icardo tin!a de passar a A3uit;nia para Jo%o.#e repente, ocorreu a enri3ue 3ue !avia uma pessoa 1 3ual 'icardocederia o seu ducado: sua m%e.andou -uscar &leanor para 3ue a levassem 1 ormandia, escol!endo umaescolta ade3uada para ela.2MF

&leanor "icou entusiasmada.O 3ue signi"icava a3uilo Sua sorte parecia mudar. Eaia anos 3ue elan%o atravessava o canal. enri3ue devia estar compreendendo, a"inal, 3ueestava "aendo inimigos demais ao mante0la presa.Nuando a rain!a c!egou, enri3ue a rece-eu com cortesia e &leanor "icoumuito ansiosa por ouvir o 3ue ele tin!a a dier.0 a6estade, a 3ue devo esta !onra 0 perguntou assim 3ue ele l!econcedeu uma audincia particular.0 Nuero "alar com voc.0 &u sa-ia 3ue iria 3uerer alguma coisa 0 om-ou ela. %o esperava 3ueme c!amasse a3ui para outra coisa. Ora, enri3ue, voc est/ perpleQo. Ovel!o er/clio anda importunando voc com suas maldi$5es0 &le n%o me incomoda.0 #iem 3ue ele + um !omem muito santo.0 &le + um !omem 3ue, como a maioria, tem no "undo seus pr7priosinteresses.0 Como voc costuma dier, 3uem n%o tem & 3uais s%o os seus, nomomento0 #evo lem-r/0la de 3ue est/ a3ui por uma clemncia de min!a parte.0 %o es3uecerei isso. Doc e seus servidores est%o sempre me lem-rando.0 andei c!am/0la por3ue 3uero discutir a A3uit;nia com voc.0 V mesmo 0 &la ergueu as so-rancel!as. 0 Pode come$ar.0 'icardo se recusa a a-rir m%o dela.0 uito 6usto. &le lutou pela A3uit;nia.0 %o deveria ter sido preciso lutar por ela.0 & n%o teria, se meu povo tivesse me visto sendo tratada de acordo coma min!a posi$%o.

0 O seu povo, se tiver -om senso, sa-er/ 3ue voc agiu como traidorapara com seu marido, e como ele + um rei, tem meios de lidar comtraidores.0 eu povo n%o gosta de me ver presa.0 este caso, talve "i3ue satis"eito ao ver a terra devolvida a voc.0 O 3ue 3uer dier, enri3ue0 Nue estou mandando 'icardo devolver a A3uit;nia a voc.0 A mim. 0 Os ol!os dela -ril!avam de eQcita$%o.2MM&le a o-servava atentamente. &ra assim 3ue devia agir.

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0 'icardo deve ser o meu !erdeiro, devido 1 idade. &le "icar/ com a4nglaterra, ormandia, An6ou, tudo com 3ue enri3ue teria "icado, seestivesse vivo. Temos outro "il!o, o Jo%o. Nuero meus domínios divididosde "orma e3uitativa.0 &nt%o voc 3uer a A3uit;nia para Jo%o.0 Nuero a A3uit;nia para voc.0 & voltarei para o meu país. 0 Por um momento, as emo$5es "oram demais

para 3ue &leanor as controlasse. 0 O!, meu #eus, como ten!o estadoansiosa por estar l/ Como o "rio do castelo de Salis-ur penetrou emmeus ossos &stou ansiosa pelo sol.&le "icou calado, o-servando0a. Se a A3uit;nia "osse de &leanor, e elaera a única pessoa a 3uem 'icardo a daria, e ela "osse sua prisioneira,ele manteria o controle da3uela terra.&leanor estava ciente do ol!ar dele "iQo nela, e pensou: t%o logo elase6a min!a, tornarei a d/0la a 'icardo, como "i antes. A A3uit;nia + de'icardo. @/ era o lugar dele, como nunca "ora na 4nglaterra. &le + meu"il!o, e a A3uit;nia ser/ dele.0 Ser/ a maneira de restaurar a ordem na A3uit;nia, enri3ue./ anos 3ue &leanor n%o "icava t%o agitada. A"inal, sua pris%oterminara. Eicaria em li-erdade, livre para manter a sua pr7pria corte,

para reunir 1 sua volta os trovadores do Sul, para tramar com o seu3uerido 'icardo contra o pai dele.2M)A Justa EatalO P@AO #& &'4N?& dera resultado. 'icardo, 3ue se recusara a passar aA3uit;nia para o irm%o, concordou imediatamente em entreg/0la 1 sua m%e.4sso "oi "eito.Nuando &leanor estava "aendo os preparativos para seguir para aA3uit;nia, teve um c!o3ue.enri3ue "oi v0la.0 De6o 3ue est/ pronta para partir. 4sso + -om, por3ue n%o 3uero 3ue!a6a demora alguma.0 #entro de poucos dias, partirei. &m -reve estarei em Poitiers.O rei ergueu as so-rancel!as.0 %o, n%o + isso 3ue pretendo. &leanor o encarou, sem acreditar.0 Doc se es3ueceu de uma coisa. V min!a prisioneira. Como poderiacon"iar em voc na A3uit;nia Nual seria a primeira coisa 3ue "ariaTramar contra mim. Pensa 3ue sou -o-o Doc voltar/ para a 4nglaterra.o seu castelo, estar%o esperando para rece-0la.0 %o0 Sim. Eico contente por ver 3ue em -reve estar/ pronta para partir.0 Doc me devolveu a A3uit;nia.2)K0 S7 no nome. 4sso ir/ manter a pa.0 Seu... trapaceiro0 C!ame0me, isso sim, de guardi%o de meus domínios.0 &u devia ter sa-ido 3ue voc nunca cumpriu uma promessa.

0 Ora, voc teve muitos anos para me con!ecer, e por isso seria de seesperar 3ue me con!ecesse -em.0 %o + de admirar 3ue todos os seus "il!os o odeiem.0 Doc os criou para 3ue "osse assim. ?ma perversidade -em"eita. Ac!a3ue algum dia irei es3uecer ou perdo/0la por isso Se ac!a, n%o con!eceenri3ue Plantageneta. Al+m do mais, como + 3ue eu poderia dormirtran3uilo, se pensasse em voc na A3uit;nia tramando contra mim,provocando meus "il!os para 3ue se re-elassem0 &u... odeio voc 0 disse ela, em vo -aiQa. &le deu de om-ros.0 / anos 3ue me odeia, e ten!o conseguido so-reviver.

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0 Nue mentiroso, 3ue trapaceiro, 3ue devasso, 3ue 3ue-rador depromessasR n%o admira 3ue er/clio diga 3ue #eus o a-andonou.#e repente, enri3ue sentiu medo dela. com os ca-elos soltos e os ol!osem -rasa, parecia uma "eiticeira pro"etisa. &le se voltou e retirou0se.com orgul!o, Jo%o pisou em solo irlands. Sua terra Sen!or da 4rlanda'ei da 4rlanda Os títulos soavam em seus ouvidos, e a sensa$%o de poder3ue a3uilo traia era t%o em-riagadora 3uanto 3ual3uer vin!o.

O 3ue "aia um rei em sua pr7pria terra Eaia com 3ue todos "icassemcientes de 3ue eram seus súditos. O 3ue ele 3uisesse deles, teriam dedar. ?ma situa$%o maravil!osa. Terras, mul!eres, tudo o 3ue 3uisesse eraseu. %o se es3uecia disso. &scol!era seus amigos especiais paraacompan!/0lo, 6ovens como ele. &les se pavoneavam, -e-iam demais,6actavam0se de suas con3uistas de mul!eres, e nunca se es3ueciam de darao seu príncipe a3uilo 3ue ele estava sempre eQigindo: -a6ula$%o.Os tra6es dos irlandeses os divertiam e 3uando dignit/rios vin!amrece-0los, Jo%o caía na gargal!ada diante de sua indument/ria, e seusseguidores logo se 6untavam a ele em sua !ilaridade. Os irlandeses eram-ar-ados. &ste era um de seus costumes. Para Jo%o,2)(era c7mico, e ele e seus amigos davam um puQ%o nas -ar-as da3ueles 3ue

iam saud/0los, numa insolncia sem igual.Como era natural, os c!e"es de cl%s sentiram0se insultados e n%o iriamsuportar a3uilo.ug! de @ac tentou conter os 6ovens irrespons/veis, mostrando a Jo%o3ue os irlandeses eram um povo -rig%o e guerreiro, e n%o iriam tolerara3uele tratamento.0 &les v%o tolerar o tratamento 3ue eu 3uiser l!es dar 0 retrucou Jo%o.ug! de @ac gemeu. Por 3ue o rei, era geral t%o esperto, arriscava aperda da 4rlanda enviando a3uele estúpido e arrogante 6ovemO pior estava por vir. Jo%o e seu -ando atravessaram a 4rlandamarc!ando. Sempre 3ue 3ueriam alguma coisa, eles a tiravam. Sa3ueavam ascidades, coagiam as mul!eres,e se elas n%o estivessem dispostas, eram estupradas.Os irlandeses n%o permitiriam tran3uilamente a3uela pro"ana$%o de suap/tria. W medida 3ue Jo%o avan$ava pelo país, era rece-ido poreQ+rcitos, e como ele era mais competente em sa3uear cidades inde"esasdo 3ue em lutar, dentro de muito pouco tempo se viu numa situa$%odesesperadora.#epois de cinco meses, "icara t%o po-re e suas "or$as t%o reduidas 3uen%o teve alternativa se n%o voltar para a 4nglaterra.Eoi procurar o pai, 3ue o rece-eu com a"eto e grande consterna$%o 3uandosou-e do "racasso na 4rlanda.0 Como pUde so"rer um desastre desses0 A resposta, papai, + o traidor ug! de @ac. &le provocou umressentimento contra n7s por toda a 4rlanda. O sen!or sa-e 3ue ele templanos de ser sen!or da 4rlanda. &le 3uer ser o rei.enri3ue estudou atentamente o "il!o. avia sinais de dissipa$%o em seu

rosto, em-ora "osse 6ovem. enri3ue ouvira !ist7rias so-re as mul!eres3ue ele seduira. ?m 6ovem, era verdade, tin!a de seguir seus instintosnaturais, e enri3ue era o último !omem 3ue podia condenar algu+m porgostar de mul!eres. &le mesmo tin!a sido pai de dois "il!os ilegítimosantes de "aer deoito anos.Pe3uenas dúvidas surgiram0l!e na mente, mas ele se recusou a perce-0las. %o poderia suportar ter outro "il!o em 3uem n%o pudesse con"iar.#evia !aver um, na prole, 3ue o amasse e o servisse -em.Pensou no 3uadro das aguietas e na mais nova 1 espera para2)2

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arrancar os ol!os da vel!a /guia com o -ico. Por 3ue ele mandara pintara3uele 3uadro Se acreditava em Jo%o, por 3ue iria ele dier 3ue aaguieta mais nova estava do lado 1 espera para arrancar0l!e os ol!os como -icoO 3ue acontecera, de "ato, na 4rlanda &staria Jo%o em-riagado pelopoder Teria ele se comportado de tal maneira 3ue os irlandeses !aviam0se voltado contra ele

O astuto enri3ue, 3ue c!egara t%o longe por3ue compreendera a maneirade agir dos !omens, disse: descu-ra. Pergunte 13ueles em 3uem podecon"iar. Con!e$a esse seu "il!o.as ele era um vel!o cansado, ansioso por a"eto. &ra inconce-ível 3uetodos os "il!os "ossem traí0lo. #evia !aver pelo menos um 3ue o amasseRe 3uem poderia ser, eQceto Jo%oC!egaram notícias da 4rlanda.ug! de @ac tin!a sido assassinado.0 ?ma recompensa 6usta pela sua trai$%o ao seu rei 0 disse Jo%o.enri3ue ouviu as notícias. Os irlandeses tin!am "eito a3uilo. Tin!am0l!e cortado a ca-e$a "ora. Sem dúvida, tin!am0se cansado de suaspretens5es, pensou enri3ue.andou c!amar Jo%o.

0 ug! de @ac possuía muitas propriedades na 4rlanda. #evem sercon"iscadas sem demora. Prepare0se para partir para a3uele país.Jo%o n%o se "e de rogado. Antegoava mais divers5es.Antes 3ue ele tivesse tempo de partir, por+m, c!egaram mais notícias,dessa ve da Eran$a.*eo"redo se apresentara a Eilipe da Eran$a, ostensivamente para prestarvassalagem ao seu senescal, e Eilipe o rece-era com tantas !onrarias 3uea3uilo pareceu suspeito. Eilipe !avia insistido para 3ue *eo"redo"icasse um pouco na corte da Eran$a, e nascera uma tal amiade entre osdois 3ue a3ueles 3ue 3ueriam -em ao rei da 4nglaterra ac!aram 3ue eledevia sa-er disso.enri3ue n%o 3uis sa-er da3uilo. %o con"iava em Eilipe, 3ue n%o eranen!um @uís "raco e vacilante.Por estran!o 3ue parecesse, Eilipe se trans"ormara de menino mimado emum governante 3ue n%o devia ser ignorado de maneira irre"letida. &stavase tornando um !omem muito am-icioso. Seu son!o era, o-viamente, ampliaros seus domínios. Eilipe teria gostado2)G3ue todos os estados vassalos "ossem inteiramente seus, e, comoenri3ue, era su"icientemente astuto para n%o 3uerer ir 1 guerra sepudesse ad3uirir o 3ue 3ueriaatrav+s da diplomacia e de negocia$5es engen!osas.enri3ue sa-ia, "aia tempo, 3ue precisava "icar de ol!o em Eilipe daEran$a.Se Eilipe estava se aproveitando tanto assim de *eo"redo, com certeatin!a um determinado motivo. &staria de ol!o na 8retan!a... ou, aindapior, na ormandia

enri3ue tin!a de "icar muito alerta para o 3ue acontecia na corte daEran$a. Poderia precisar de todas as "or$as disponíveis, e seriainsensato mandar o "il!o Jo%o para a 4rlanda. Assim, a eQpedi$%oirlandesa deveria ser adiada temporariamente.O rei estava certo. #iia0se 3ue em suas conversas secretas *eo"redo eEilipe de-atiam a invas%o da ormandia. & 'icardo Como se sentia &le!avia passado a A3uit;nia para sua m%e, e desco-rira 3ue ela "oraimediatamente mandada de volta para a pris%o.O!, sim, enri3ue precisava "icar realmente atento. As aguietas -empoderiam estar prontas para cair so-re a vel!a /guia.

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*eo"redo goava de sua temporada na Eran$a, e uma das ra5es para issoera o "ato de sa-er o e"eito 3ue sua presen$a l/ teria so-re seu pai.*eo"redo adorava uma maldade. Sempre "ora assim, desde a sua "ase na alain"antil. Se pudesse provocar con"us%o, "icava "eli. Tin!a uma m/goa dopai e outra de seu irm%o 'icardo, por3ue o primeiro l!e negara o poder,e o segundo mostrara 3ue *eo"redo era in"erior a ele em com-ate.Al+m do mais, era agrad/vel ser tratado com !onras pelo rei da Eran$a. O

"ato de *eo"redo ser inteligente, saga, e capa de eQpressar seuspensamentos com uma lucide "ora do comum deiQava0o mais descontente como seu destino. avia nele uma certa grandea, mas ele era pre6udicadopelas "al!as em seu car/ter, e n%o em sua capacidade. Sa-ia serpersuasivo e elo3uente, mas raramente era sincero no 3ue diiaR aspessoas !aviam come$ado a consider/0lo um !ip7crita com talento para aimpostura. Simplesmente 6/ n%o con"iavam mais nele.&le estava contente com o seu casamento com Constance, a !erdeira 3uel!e dera a 8retan!a e, at+ ali, uma "il!a. &la2)estava gr/vida, e os dois esperavam 3ue "osse um "il!o !omem.#esde 3ue come$ara a participar de torneios, gra$as a Eilipe deElanders. tornara0se o-cecado por a3uele esporte. Consideravao uma

-atal!a simulada. &ra ade3uado ao temperamento dele. Adorava oespet/culo e a cerim7nia, o perigo ocasional, pois era perigoso e muitoscavaleiros tin!am perdido a vida nas 6ustas. Agora era con!ecido por suaperícia, e 3uando se apresentava era um dos desta3ues.O rei da Eran$a, con!ecendo o seu amor pelo esporte, providenciara para3ue !ouvesse um torneio atr/s do outro, para 3ue seu !7spede pudesseperce-er o 3uanto o an"itri%o 3ueria agrad/0lo.Eoram "eitos os convites, e os !omens da classe de *eo"redo reuniam seusseguidores com a inten$%o de montar -atal!as simuladas contra outros!omens e seus cavaleiros. &ram eQecutadas como com-ates de verdade, euma das pr/ticas "avoritas era separar um cavaleiro dos mem-ros de seugrupo e, se possível, derru-/0lo e captur/0lo. &ram muito "re3uentes as-aiQas, e 3uando um cavaleiro se tornava prisioneiro, seus captoreseQigiam resgate por ele. A3uele tipo de a$%o tornava as -atal!as maisemocionantes. avia muitos eQemplos de com-ates individuais, mas as-atal!as em "orma$%o cerrada emocionavam mais, tanto os espectadores3uanto os participantes.*eo"redo ouvira dier 3ue seu pai estava pro"undamente pertur-ado devido1 !ospitalidade 3ue o rei da Eran$a l!e proporcionava e estavaplane6ando ir 1 ormandia. &ra uma pena. Teria sido muito maissatis"at7rio ter lan$ado um ata3ue so-re a ormandia antes 3ue o paipudesse aparecer. Talve Eilipe n%o se mostrasse t%o ansioso por "aera3uilo 3uanto "ingia estar. &staria o pr7prio *eo"redo t%o ansioso %o,era muito mais divertido atacar o pai com -oatos do 3ue de verdade. &lepre"eria os torneios.*eo"redo se preparava para entrar em a$%o 3uando sua mul!er, 3ue aca-arade ter certea 3uanto 1 sua gravide, "oi colocar o seu presente em seu

elmo.&ra um peda$o de cetim de cor viva, cortado de seu vestido.0 &starei assistindo 0 disse ela 0 e + por esse peda$o 3ue podereiidenti"ic/0lo.0 Nuando a -atal!a terminar, espero 3ue voc este6a 1 min!a espera parame conduir ao sal%o.a3uele dia, *eo"redo entrou no campo sem nen!uma premoni$%o de perigo.Cercado pelo seu pe3ueno grupo de cavaleiros, pensava2)Hno triun"o 3ue iria o-ter 3uando o com-ate terminasse. A vida era c!eia

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de promessas. O rei da Eran$a era seu amigo. Seu irm%o enri3ue morrera,e s7 'icardose ac!ava entre ele e as coroas da 4nglaterra, da ormandia e de An6ou.J/ possuía a 8retan!a. Tin!a uma "il!a, e sua mul!er estava gr/vida. Amocidade de seu pai estava passando depressa. Nuantos anos ele iriaviver 'icardo pertencia mais 1 A3uit;nia do 3ue 1 4nglaterra. & oseguinte, na ordem, era ele, *eo"redo.

#e repente, perce-eu 3ue estava cercado por cavaleiros atacantes. O 3ueacontecera aos seus aliados Tin!am sido empurrados para o lado, e aliestava ele, en"rentando0os soin!o. &les o cercaram.*eo"redo estava prestes a atacar 3uando seu cavalo so"reu um golpe deuma lan$a e caiu ao c!%o. *eo"redo caiu em-aiQo do cavalo.0 &ntregue0se &ntregue0se 0 gritaram.&ntregue0se &le, o "il!o do rei da 4nglaterra, entregar0se a umcavaleiro "rancs em pensar.0 unca 0 -radou ele, e en3uanto "alava as patas de um dos cavalos doscavaleiros desceram so-re a sua ca-e$a.&le perdeu a conscincia e "icou ali caído.Nuando se desco-riu 3ue o cavaleiro 3ue tom-ara em com-ate era *eo"redo,conde de 8retan!a, levaram0no com cuidado para o castelo, mas 6/ era

tarde.Sua mul!er, Constance, c!egou e "icou ao lado da carreta "úne-re. Diu3ue o peda$o de cetim de seu vestido permanecia no elmo, a6oel!ou0se eco-riu o rosto com as m%osR o marido estava morto e ela pensava nacrian$a 3ue estava carregando e imaginava o 3ue seria delas.enri3ue rece-eu a notícia com pesar.0 &stamos condenados. Por 3ue #eus me virou a cara #ois de meus "il!osa-atidos no vigor da 6uventude 0 Agora, s7 l!e restava Jo%o... 'icardol/ estava, + claro, mas 'icardo era seu inimigo.Agora, precisava torturar0se com recorda$5es de 3uando *eo"redo erape3ueno. enri3ue n%o podia consider/0lo como o "il!o pre"erido, masapesar de tudo tin!a sido seu descendente. Nue mal tomara conta deles, aponto de "aer com 3ue vivessem sempre em guerra Por 3ue n%o tin!am"icado 6untos, como deviam "icar um pai e seus "il!os *uil!erme,primeiro, ainda -e-+, depois enri3ue, e agora, *eo"redo. Trs "il!osperdidos, e dos outros... ele s7 podia con"iar em Jo%o.2)IDoltou0se para Jo%o, agora.0 Jo%o, meu "il!o 3uerido, perdi seus irm%os. Doc agora tem de ser omeu consolo.0 Serei, papai. 4rei servi0lo com a pr7pria vida. &ra consoladorlem-rar0se de 3ue tin!a Jo%o.&m seu castelo0"ortalea, &leanor c!orava a morte do "il!o.Seu *eo"redo, como o c!amava para di"erenci/0lo da3uele outro, com omesmo nome, 3ue enri3ue levara para a ala in"antil0 o *eo"redo -astardo.Seu "il!o *eo"redo tin!a sido um menino inteligente, muito -onito,

em-ora 1s vees so-repu6ado pelo irm%o enri3ue, por3ue enri3ue "oramais -onito. as *eo"redo era o mais inteligente dos dois. *eo"redotin!a sido o ma3uinador, o plane6ador, a3uele 3ue encantava en3uantotramava uma "alsidade.en!um da3ueles "il!os teria governado um reino como o pai deles, masela os amara como amava todos os "il!os. &m-ora n%o pudesse ser umaesposa "iel, sa-ia ser uma m%e a"etuosa.Agora pensava em *eo"redo como tin!a sido 3uando convivera com ele. a+poca, ele era um menino, e &leanor tornou a odiar enri3ue, 3ue amantivera todos a3ueles anos isolada dos "il!os.

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O seu adorado 'icardo estava mais seguro, por3ue *eo"redo n%o tin!a sidoamigo dele. Talve a posi$%o de 'icardo estivesse mais segura desde amorte do irm%o.Por isso, en3uanto ela c!orava *eo"redo, pensava em 'icardo. Concentravatodas as suas esperan$as nele. enri3ue sa-ia disso. Seria essa a ra%opela 3ual ele estava "aendo o possível 0 tal como &leanor suspeitara 0para deslocar 'icardo e colocar Jo%o em seu lugar

A3uilo n%o deveria acontecer nunca.O!, #eus, -radou ela, ser/ 3ue a luta nesta "amília n%o vai aca-arO rei, agora, idolatrava Jo%o mais do 3ue nunca, e o "il!o agia deacordo com a situa$%o com toda a man!a de 3ue era capa. Ac!avadivertido o "ato de 3ue ele, 3ue nascera Jo%o Sem Terra, estivesse agoraem vistas de possuir grandes domínios. 8astava enganar o seu po-re vel!opai e lev/0lo a pensar 3ue ele era um "il!o -om e o-edienteR podia "aerisso com "acilidade, e sua naturea era tal 3ue ele gostava dadissimula$%o.2)FO rei gostava de camin!ar ou de cavalgar com ele e inici/0lo, comodiia, nos deveres de um rei. enri3ue se portava como se n%o "osse!aver discuss%o so-re ele rece-er a coroa 3uando c!egasse a !ora. Se

"alava em 'icardo, era para preteri0lo como se ele n%o tivesseimport;ncia alguma, como se "osse o "il!o mais novo, e n%o o mais vel!o.0 &u nunca poderia amar de verdade seu irm%o 'icardo disse enri3ue umdia. 0 &le me odiou desde a in";ncia. A m%e dele "oi a culpada. #ougra$as a #eus, Jo%o, por voc ter sido crian$a demais para serin"luenciado por ela.0 &u nunca teria sido 0 replicou Jo%o, suavemente. 0 &u teria visto averdade.0 Teria, meu "il!o Ws vees penso 3ue seus irm%os n%o viram. Todos elesme causaram pro-lemas s+rios.0 &u 6amais causarei.0 *ra$as a #eus, um de meus "il!os me d/ um pouco de a"eto.0 4rei recompens/0lo, papai, pelo 3ue o sen!or tem so"rido. O atal seaproQimava, e o rei decidiu pass/0lo no castelo de*uild"ord. a "ortalea normanda, o rei ordenou 3ue !ouvesese uma"estan$a, por3ue 3ueria 3ue todos sou-essem 3ue tin!a o seu adorado"il!o Jo%o em alta estima. Jo%o permaneceu ao lado do pai nos dois dias3ue eles "icaram l/, e viu0se 3ue o rei gostava muito de sua compan!ia.Os dois eram vistos camin!ando em torno do muro do castelo,pro"undamente concentrados em conversa, o rei "alando com entusiasmo,Jo%o ouvindo ansioso, como se estivesse decidido a n%o perder nen!umada3uelas palavras de sa-edoria.Jo%o "icou muito satis"eito 3uando, no início do ano novo, c!egou uma-ula do papa ?r-ano, na 3ual era dada a aprova$%o ao dese6o de enri3uede "aer de seu "il!oJo%o o rei da 4rlanda. A comitiva real via6ou at+ estminster pararece-er o cardeal Octavian, 3ue levava uma coroa de ouro e de penas de

pav%o, com a 3ual o cardealiria coroar o 6ovem Jo%o.as uma ve mais as pretens5es de Jo%o n%o se concluíram, pois antes 3uea coroa$%o pudesse ser realiada, c!egaram notícias in3uietantes daEran$a. Eilipe era muito di"erente de @uís. %o se conseguia engan/0locom "acilidade. Se enri3ue 3uisesse manter a pa, disse ele, deveria!aver um encontro entre os dois, pois !avia certos assuntos 3ue Eilipeprecisava discutir com enri3ue.enri3ue sa-ia, claro, 3ue um da3ueles assuntos diia respeito a Alice.O "ato de ele ter "icado com ela tanto tempo parecia um

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2)Mmilagre0 Nuem mais, al+m de enri3ue Plantageneta, poderia ter "eitoa3uilo%o podia durar muito.&le teria de adiar a coroa$%o de Jo%o e partir para a Eran$a.Jo%o "icou um tanto desconcertado com o adiamento. Teve vontade demani"estar sua desaprova$%o aos -erros, deitar0se no c!%o e c!utar tudo

3ue estivesse por perto. as sa-ia 3ue n%o devia dar demonstra$5es demau g+nioR e o 6ogo de enganar o pai e "a0lo pensar 3ue ele era o"il!o -om e o-ediente era t%o intrigante no momento 3ue conseguiudominar a raiva.#isse a si mesmo 3ue se pudesse continuar a o-ter os "avores do pai, sepudesse suplantar 'icardo, se pudesse se tornar rei da 4nglaterra,poderia ter 3uanto acessos de raiva 3uisesse. &n3uanto isso, tin!a de selem-rar do 3ue estava em 6ogo.Por isso, com docilidade e uma demonstra$%o de a"eto, partiu com o paipara a Eran$a.Eoi marcada uma reuni%o, 3uando seriam discutidas as di"eren$as entre osdois reis e, esperava Eilipe, resolvidas de modo t%o satis"at7rio 3uen%o !averia necessidade alguma de um con"lito entre eles.

Antes 3ue o con"ronto acontecesse, c!egaram notícias da 8retan!a.Constance, esposa de *eo"redo, 3ue estivera gr/vida na +poca da morte domarido, tin!a dado 1 lu. #a3uela ve era um menino.enri3ue "icou muito contente. ?m neto Seus "il!os 0 1 eQce$%o de Jo%o0 o !aviam desapontado, e agora 3ue ele estava 1 procura do a"eto"amiliar, talve a3uele a"eto c!egasse at+ ele pela gera$%o mais nova.&screveu dando os para-+ns a Constance da 8retan!aR en3uanto escreviapensava: vou ter de arran6ar outro marido para ela, sem demora. Assim3ue se recuperasse do parto, ele arran6aria.&le consideraria, escreveu, um cumprimento a si pr7prio se o netorece-esse o nome de enri3ue.4n"elimente, parecia 3ue todos estavam decididos a "aer0l!e des"eita.At+ o povo da 8retan!a.Constance escreveu diendo 3ue os sinos tocaram por toda a 8retan!aanunciando o nascimento de um menino. O povo n%o 3ueria sa-er dele ser-aliado com outro nome 3ue n%o o de Art!ur. Nueria 3ue tivesse o nomedo grande rei 3ue "ora o li-ertador de seu povo.2))enri3ue considerou a3uilo um agouro, e "icou irritado por sua vontaden%o ter sido levada em considera$%o. Ainda assim, a3uilo era uma 3uest%o3ue, tendo em vista a sua atual posi$%o prec/ria, ele tin!a de deiQarpassar.Assim, o "il!o de *eo"redo "oi -atiado com o nome de Art!ur, de acordocom a vontade de seus "uturos súditos.GKKEilipe e 'icardo&'4N?& S& S&T4A #O&T&. So"ria de uma inc7moda e !umil!ante doen$a

interna. @ongas !oras montado numa sela o deiQavam cansado. &radesagrad/vel. Sempre tiverade vees a energia dos outros !omens, mas 6/ n%o era mais 6ovem. &stavacom H anos. Apesar de &leanor ser doe anos mais vel!a, ela pareciaindestrutível, e durante os anos de cativeiro levara uma vida pací"ica,ocupada apenas com manter0se 6ovem e -onita e com dedicar0se a intrigassempre 3ue possível. &n3uanto ele travara uma luta perp+tua para manterseus domínios intatos, manter Alice com ele, manter o 6ovem e astuto reida Eran$a em Qe3ue. Eora t%o mais "/cil 3uando @uís estava vivo. Odelicado @uís tin!a sido muito di"erente de seu astuto "il!o. Nuem iria

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pensar 3ue o menino mimado iria tornar0se um governante consider/vel &agora, enri3ue teria de en"rent/0lo.Os dois travariam com-ate um contra o outro. A con"erncia "racassara,como enri3ue temera 3ue "racassaria. Eilipe n%o tivera a inten$%o de"aer outra coisa 3uen%o !umil!/0lo. enri3ue 6amais 3uisera a guerra. Sempre pre"eriravencer por meio de uma diplomacia astuta. @uís pensava da mesma maneiraR

mas como tin!a sido "/cililudir @uís com promessas 3ue ele n%o pretendia cumprirEilipe, o astuto 6ovem Eilipe, como era di"erenteGK(#eus me a6ude, reava enri3ue. &s3ue$a0se de meus pecados at+ a -atal!aaca-ar. #epois, seguirei numa cruada at+ a Terra Santa.enri3ue deu um sorriso ir7nico. &ra assim 3ue se saía de situa$5esdi"íceis com @uís. Po-re @uís, 3ue sempre "ora piedoso e podia sertapeado com uma conversa da3uelas. Poderia ele enganar a #eus como"iera com @uís%o, ele nunca seguiria numa cruada. #e 3ue 6eito Tin!a terras paragovernar.Pelo menos nessa ocasi%o, tin!a os "il!os com ele. 'icardo, o guerreiro,

e Jo%o, o adorado. A3uilo era uma gra$a. Pelo menos eles estavam 6untoscontra o rei da Eran$a.'icardo se sentia constrangido. ?ltimamente, andara imaginando 3uaisseriam as inten$5es de seu pai. Ealava0se tanto em Jo%o, e Jo%o dava0sea tais ares de superioridade at+ mesmo em rela$%o ao irm%o mais vel!o,3ue 'icardo "icava pensando se ele n%o sa-ia de algum plano do pai.Sempre 3ue 'icardo se ac!ava na presen$a do pai, o antagonismo l/estava. Os dois sentiam issoR 'icardo vivia imaginando se o pai o estavaenganando.&n3uanto 'icardo re"letia, um de seus criados l!e disse 3ue seencontrava l/ "ora um cavaleiro 3ue pedia para dar uma palavra com ele.Para surpresa de 'icardo, Eilipe de Elanders "oi levado 1 sua presen$a.A3uele !omem am-icioso, amante de aventuras, 3ue a princípio tentaradominar o rei da Eran$a e posteriormente pegara as armas contra ele,agora servia no eQ+rcito do rei, e a3uilo signi"icava 3ue correra umrisco muito grande ao ir ao campo inimigo.0 Ol/, primo 0 disse Eilipe de Elanders.0 O 3ue "a a3ui0 Dim "alar com voc.0 Doc, vir a3uiEilipe soltou uma gargal!ada.0 Sempre "ui de correr riscos.0 O 3ue 3uer me dier0 Nuero avis/0lo. Doc est/ se preparando para lutar contra o rei daEran$a. J/ se es3ueceu de 3ue o ducado da A3uit;nia + controlado porele Assim... voc estarialutando contra o seu suserano.

0 &stou do lado de meu pai.0 #e um pai 3ue est/ plane6ando deserd/0lo.0 4sso n%o + verdade.GK20 O 3ue di de seu irm%o, 3ue ele idolatra &u gostaria 3ue tomassecuidado, 'icardo. Doc + mel!or guerreiro do 3ue seu irm%o ou seu pai.Pense. %o se6a precipitado.0 O 3ue devo "aer, ent%o Doltar0me contra meu pai Juntarme aoinimigo0 %o, eu n%o l!e pediria isso, mas o rei da Eran$a 3uer v0lo e "alar

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com voc.0 &le 3uer "aer uma tr+gua0 &le 3uer apenas "alar com voc.0 Nuando0 Agora.0 Doc veio para me levar a ele0 Den!a assim como est/. #e armadura. &le n%o l!e pede 3ue ven!a com

!umildade. &le dese6aria rece-0lo como amigo... um primo.0 #evo contar a meu pai0 %o, isso seria a última coisa a "aer. &le 3uer 3ue voc ven!a comigoagora.0 Como posso sa-er 3ue posso con"iar nele0 &le d/ a sua palavra. Como eu dou a min!a. 'icardo n%o procurava"alsidade nos outros.0 &u vou.0 &nt%o, vamos logo.Juntos, a cavalo, atravessaram as lin!as, e 3uando c!egaram aoacampamento "rancs, Eilipe de Elanders conduiu 'icardo aos aposentosdo rei da Eran$a.O rei da Eran$a saiu de sua -arraca e ergueu os ol!os para 'icardo,

montado no cavalo. Poucos !omens montavam um cavalo como 'icardo.Parecia magní"ico, 3uase como um deus, em sua -ril!ante armadura emontado em seu cavalo esplendidamente a6aeado.0 'icardo Primo, se6a -em0vindo.0 O 3ue 3uer de mim, Eilipe0 Amiade.0 O"ere$a0a a meu pai.0 %o ten!o amiade alguma para o"erecer a ele. Den!a para min!a-arraca. Damos conversar. 0 O rei da Eran$a "e0l!e a grande !onra desegurar o estri-o.0 Ora, 'icardo, como voc + alto V um vi3uingue de verdade.0 J/ me disseram isso. 4sso vem do meu ancestral, o Con3uistador.GKG0 & voc deve se orgul!ar dele. Juntos, os dois entraram na -arraca.0 Tire a parte de sua armadura 3ue o incomodar. Pode con"iar em mim,'icardo. &st/ vendo, estou desarmado.0 & eu em pleno campo inimigo.0 Por #eus, 'icardo, creio 3ue voc se sairia muito -em se todo o meueQ+rcito viesse contra voc. as isso n%o ocorrer/. Pedi 3ue viesse a3uiem -oa0"+. %o permitirei 3ue 3ual3uer mal l!e aconte$a.0 Palavras agrad/veis 0 disse 'icardo.0 Dindas do cora$%o. Sente0se a3ui, onde eu possa v0lo. Eilipe ol!avapara ele, a-sorto.0 Doc tin!a algum assunto a discutir0 Doc e eu n%o devíamos estar em campos opostos.0 Como poderia ser de outra maneira0 Seria de outra maneira se voc n%o lutasse ao lado de seu pai.

0 &u n%o ia 3uerer lutar contra ele.0 %o seria a primeira ve 3ue seu pai lutaria contra voc. &le o traiu,'icardo, repetidas vees. & min!a irm% Alice Por 3ue ela n%o + suaesposa0 eu pai estava sempre adiando o casamento.0 Por 3ue, 'icardo 0 Eilipe deu uma risada. 0 Tem !avido rumores. &la +min!a irm%, uma "il!a da Eran$a. Dai se casar com voc, 'icardo, e ent%on7s dois seremos irm%os de verdade. Doc + o !erdeiro da 4nglaterra eseremos amigos, voc e eu. As guerras entre n7s destroem a n7s dois. Seupai + meu inimigo, n%o voc, 'icardo, e eu o trouQe a3ui para l!e dier

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3ue se ele n%o + seu inimigo, n%o + seu amigo. Doc est/ lutando ao ladodele. Por 3u Para 3ue ele o deserde e colo3ue outro em seu lugar &leenganou meu pai... repetidas vees, ele o enganou. Denceu a -atal!acontra @uís D44 n%o com a espada e a lan$a, mas com grande astúciaR n%ovai vencer Eilipe 44. Pe$o0l!e 3ue pense nisso. Doc e eu n%o devíamosestar do mesmo lado0 Se isso + tudo 3ue 3uer me dier, 6/ vou indo.

0 ada disso, "i3ue um pouco. %o ten!a receio. Ser/ levado de volta aoacampamento de seu pai em seguran$a.0 %o ten!o medo.0 V verdade, 'icardo. Doc + um grande guerreiro. unca o vi sem 3ue meu;nimo se elevasse. V por isso 3ue 3uero 3ue se6a meu amigo.GK'icardo !avia0se posto de p+, e Eilipe levantou0seR 'icardo era, delonge, o mais alto.0 o-re 'icardo. Sei 3ue + possível con"iar em voc. 'icardo Sim e %o.Se voc dissesse vou ser seu amigo, eu sa-eria 3ue estava sendosincero. %o !/ muitos !omens em 3uem se pode con"iar. Sou oito anosmais mo$o do 3ue voc, 'icardo... sim, s7 con!eci 22 invernos, e voc,trinta... mas ten!o eQperincia no 3ue se re"ere 1s coisas do mundo, e o

respeito, 'icardo. Nuero 3ue se6a meu amigo.0 Doc me !onra, Eilipe.0 Se me desse sua amiade, eu + 3ue teria a !onra.0 vou indo, agora, e pensarei no 3ue me disse.Eilipe ergueu a m%o de 'icardo e -ei6ou0a. & ent%o a6udou0o a vestir aarmadura.0 Nue !onra, o rei da Eran$a, meu camareiro0 A !onra + min!a 0 disse Eilipe, com vo suave.Os dois saíram para a noite. Eilipe de Elanders, 3ue estivera esperando,adiantou0se.0 @eve meu primo s%o e salvo ao seu acampamento.'icardo pensou na estran!a entrevista e "icou imaginando o 3ue elasigni"icava. ingu+m poderia parecer mais amistoso do 3ue Eilipe. &estava prevenindo0o contra o pai. Poderia ser mesmo verdade 3ue seu paiestava plane6ando deserd/0lo & por 3ue Eilipe estava t%o ansioso pora6ud/0lo Seria por3ue a irm% de Eilipe era sua noiva'icardo estava intrigado.Assim 3ue rompeu a madrugada, "oi procurar o pai. enri3ue estava p/lidoe parecia doente 1 impiedosa lu da man!%.0 8em0vindo, 'icardo 0 disse o rei.0 O sen!or n%o est/ -em, ma6estade.0 V a min!a en"ermidade. 'icardo, n%o gosto da situa$%o. Parece0me 3ue orei da Eran$a est/ decidido a ir 1 guerra.0 &le estava disposto a considerar uma tr+gua.0 as em 3ue condi$5es &le 3uer me !umil!ar, o-rigar0me a "aer isto ea3uilo.0 O sen!or est/ "alando em entregar Alice

0 Alice 0 -radou enri3ue. 0 A princesa Alice as voc vai se casarcom ela... 3uando c!egar a !ora.0 A !ora tem sido adiada !/ muito tempo. O sen!or se es3uece, papai, de3ue estou com trinta anos, e Alice 6/ n%o + mais crian$a.GKH0 &la est/ numa -oa idade para o casamento, e voc n%o estava prontoantes.0 Por 3ue o sen!or estaria t%o preocupado ao li-er/0la0 &u n%o estava pensando em Alice. Como eu dese6ava 3ue @uís estivessevivo &u poderia argumentar com ele.

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0 Eilipe + mais "orte do 3ue o pai.0 V um 6ovem decidido.0 Ac!o 3ue + mais sutil do 3ue o paiR vai ser um governante inteligente.0 V o 3ue receio. 4sso n%o + -om, 'icardo. Nuero evitar um con"litodireto. %o ve6o proveito em "aer uma guerra em 3ue muito sangue possaser derramado sem "inalidade alguma.0 Pode ser 3ue n%o !a6a outra alternativa.

0 Pensei numa coisa. &stou "icando vel!o, 'icardo, e meus pecados mepesam muito. uitas vees me ocorreu 3ue, a"inal, eu devia ir 1 TerraSanta. Doc se lem-ra de er/clio, o patriarca, e das m/s notícias 3ueele nos trouQe. Tem me deiQado triste o "ato de 3ue na +poca me recuseia atend0lo, em-ora ten!a sido por consel!o de meus ministros.0 Sei per"eitamente -em, por ordem de 3uem eles se mani"estaram contra asua ida 0 retrucou 'icardo com "riea.0 eu "il!o, eu tin!a de governar os meus domínios. ?m rei n%o podees3uecer seu dever para com o povo por causa de seus pecados.0 V isso 3ue o sen!or 3uer "aer agora.0 %o, n%o. Partirei numa cruada e pedirei a Eilipe 3ue me conceda umatr+gua de dois anos, en3uanto eu estiver "ora. Creio 3ue ele + um 6ovemcinico, mas mesmo ele n%o ousaria atacar meus domínios en3uanto eu

estivesse lutando uma guerra santa.0 Sempre dese6ei com-ater o 4n"iel.0 &u sei, meu "il!o. 4remos 6untos. vou mandar emiss/rios ao acampamentodo rei "rancs para comunicar0l!e min!as inten$5es.Nuando Eilipe ouviu o pedido do rei, teve um sorriso ir7nico. andouc!amar Eilipe de Elanders.0 Sa-e, conde, o 3ue o rei da 4nglaterra sugere Nue eu l!e d umatr+gua de dois anos, en3uanto ele vai 1 Terra Santa.0 &le nunca ir/ 1 Terra Santa.0 Sei muito -em disso.GKI0 &st/ vel!o e doente.0 &m-ora ainda se6a um le%o.0 ?m le%o miser/vel.0 Ainda pode rugir amea$adoramente e tem alguns de seus dentes. %o noses3ue$amos disso, conde.0 O 3ue "ar/ Dossa a6estade0 Aceitarei a tr+gua. Nue ele v/ 1 Terra Santa, e veremos o 3ueacontecer/ aos seus domínios en3uanto ele estiver ausente.0 Dossa a6estade os atacaria &n3uanto ele estiver ausente,participando de uma cruada0 #igamos 3ue eu n%o teria !esita$%o se surgisse uma oportunidade. as"i3ue tran3uilo, conde, 3ue ele nunca partir/ numa cruada. Eoi isso 3ueele disse a meu pai. &le 3uer, apenas, adiar uma -atal!a. %o teminten$%o de ir 1 Terra Santa.0 O 3ue dese6a Dossa a6estade, ent%o0 #ier 3ue sim. aver/ uma tr+gua por dois anos. Agora, 3ue ele v/ para

a Terra Santa &st/ na !ora de enri3ue perce-er 3ue con!e$o asartiman!as dele. #eiQe0os ir. %o posso esperar para ouvir o 3ue o reida 4nglaterra tem a dier.esmo antes de os emiss/rios voltarem, enri3ue estava desesperado.andou c!amar 'icardo, cu6os con!ecimentos -+licos eram muito maiores do3ue os de Jo%o.0 &u n%o con"iaria em Eilipe. Se eu partisse numa cruada, como iriasa-er o 3ue estivesse acontecendo ao meu país &le n%o + como o pai.0 %o, realmente, n%o + como o pai 0 concordou 'icardo.0 Ac!o 3ue ele aceitar/ min!as condi$5es. Se isso ocorrer, como poderei

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partir numa cruada Como, 'icardo0 O sen!or correria o risco de perder tudo se "osse.0 &nt%o, como posso ir & a outra alternativa + a guerra. vou toma0loso- a min!a con"idncia, 'icardo. #urante todos os anos em 3ue o pai deEilipe "oi rei, !ouve con"litos entre o país dele e o meu. Ws veespenso 3ue sempre !aver/. O 3ue devo "aer Preciso de uma tr+gua. Ten!ode evitar uma guerra.

'icardo ol!ou para o pai. %o podia acreditar 3ue a3uele 3ue "alava erao grande enri3ue Plantageneta. Como estava grisal!o, como estavaenrugado &le estava mais doente do 3ue gostaria de admitir.GKF0 'icardo, voc tem de "alar com o rei da Eran$a. Pe$a0l!e novos termospara uma tr+gua. %o estou em condi$5es de ir 1 guerra. O rei da Eran$aest/ ansioso porela, agora, o 3ue s7 pode signi"icar 3ue est/ ciente de sua "or$a.0 &u... "alar com o rei da Eran$a O sen!or me pede 3ue v/... comosuplicante0 &u l!e pediria 3ue "osse com todas as !onras, mas 3ue tentasse "aercom 3ue ele aceitasse as condi$5es.0 O sen!or comunicou a ele suas condi$5es. 4r/ numa cruada durante uma

tr+gua de dois anos.0 %o posso seguir numa cruada %o ten!o coragem. %o, 'icardo, deve!aver outras condi$5es.0 & o sen!or ac!a 3ue ele apresentaria essas condi$5es a mim0 Doc + meu "il!o, meu "il!o mais vel!o...0 Ac!o 3ue isso + uma coisa de 3ue o sen!or est/ sempre se es3uecendo 0retrucou 'icardo, com tran3uilidade.0 Consiga essa tr+gua, 3ue irei me lem-rar sempre.#ito com sinceridade, mas o 3ue signi"icava a3uilo em enri3uePlantageneta0 De6o 3ue ten!o de ir. #evo ser !umilde, e n%o gosto disso.0 Ws vees + necess/rio uma !umil!a$%o tempor/ria, para uma gl7ria"utura.0 este caso, vou "alar com o rei da Eran$a.Eilipe esperou para rece-0lo.Como era -onito, pensou o rei da Eran$a 3uando 'icardo entrou a cavalono acampamento. A3ueles "rios ol!os auis, a3ueles ca-elos 3ue n%o eramnem ruivos nem louros, a "or$a da eQpress%o e a "igura alta, eretaComo o rei da 4nglaterra devia sentir0se orgul!oso de um "il!o da3ueles,e como era -o-o ao con"iar em Jo%o A loucura do rei da 4nglaterra eralucro para o rei da Eran$a.Cerimonioso, 'icardo entregou a espada a Eilipe. &stava com a ca-e$adesco-erta 3uando se a6oel!ou.Eilipe estendeu uma das m%os e tocou os ca-elos encaracolados.0 @evante0se, 'icardo 0 disse em tom delicado. @evou0o para a sua-arraca, como "iera antes.0 Den!o com !umildade. eu pai pede uma tr+gua. Eilipe deu um sorriso.

0 Para 3ue possa partir numa cruadaGKM0 &le n%o pode partir numa cruada. Nuer uma tr+gua para 3ue os doispossam con"a-ular e c!egar a um acordo.0 C!egar a um acordo com seu pai as ele n%o sa-e cumprir uma promessa.eu pai vivia "aendo acordos com o rei da 4nglaterra, e 3ue vantagem aEran$a teve com isso0 Ainda assim, ele pede condi$5es.0 este caso, irei encontrar0me com ele. Ora, 'icardo, se eu oen"rentasse numa -atal!a, agora, eu o derrotaria.

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enri3ue estava intrigado. Nue estran!a amiade era a3uela de seu "il!ocom o rei da Eran$a Os dois eram vistos "re3uentemente 6untos. #iia0se3ue o rei da Eran$a "icava mal0!umorado 3uando 'icardo n%o se encontravaa seu lado.A3uilo era desconcertante. enri3ue n%o gostava de pensar no irm%o deAlice e no noivo de Alice trocando ideias.Ws vees, ele sentia uma dor intensa. essas !oras, s7 3ueria "icar em

pa. Se pudesse "icar com Alice, "icava contente. Alice se tornara umsím-olo para eleR era mais do 3ue uma amante. NuandoG(Ka perdesse, teria perdido a -atal!a. Sentia 3ue, de algum modo, a3uiloseria o "im.A3uilo era uma loucura. &le era um grande rei. Eora con!ecido como omais temido da cristandade. &ra simplesmente por estar vel!o e doente3ue se sentia assim.&le mantin!a Jo%o a seu lado, e dava gra$as a #eus por t0lo. O po-revel!o 3ue ele se tornara precisava de Jo%o, precisava de sua a"ei$%o,precisava sa-er 3ue n%o tin!a "racassado com todos os "il!os. O vel!oenri3ue 3ue ele tin!a sido parecia uma parte isolada dele, um outro ser3ue se postava de lado e "icava o-servando com ar de om-aria. Jo%o,

diia a3uele enri3ue, voc con"ia em Jo%o J/ se es3ueceu da aguieta3ue estava esperando o momento de arrancar0l!e os ol!os com o -ico'icardo e Eilipe... 6untos. Seu "il!o e o rei da Eran$a&ra uma amiade perigosa.&screveu para Eilipe.Sa-ia 3ue uma das di"eren$as entre eles era o noivado de Alice com'icardo. A3uele casamento vin!a sendo adiado !avia muito tempo. 'icardonunca demonstrara 3ual3uer interesse nele. Agora ele, enri3ue, tin!aoutros planos. Supon!amos 3ue ele desse todas as suas terras 0 1 eQce$%oda 4nglaterra e da ormandia 0 a Jo%o, e Jo%o se casasse com Alice.Ealtava a enri3ue a sua costumeira espertea. C!eio de artiman!as, elepensara 3ue Eilipe "osse igual.Eilipe, no entanto, estava apaiQonado. &stava, tam-+m, tentando provar a'icardo 3ue este estava cometendo um erro ao con"iar no pai.ostrou de imediato a carta de enri3ue a 'icardo.'icardo "icou "urioso. A A3uit;nia representava tudo para ele. &le asu-6ugara pela espada, e s7 deiQara 3ue sua m%e "icasse com ela porconsider/0la uma aliada "iel e 3ue no devido tempo a A3uit;nia seriainteiramente sua. %o iria a-rir m%o da A3uit;nia.0 Por #eus, Eilipe, preciso de"ender o 3ue + meu.Eilipe "e um sinal a"irmativo com a ca-e$a, com ar de inteligente.0 Parece 3ue vou ter de deiQar voc partir 0 acrescentou, triston!o.0 Preciso "orti"icar meus castelos e me preparar contra meu pai.Eilipe tin!a de raciocinar: ou perderia o amigo ou "icava comG((ele contra a vontade dele. Amava 'icardo, e n%o 3ueria perder a suaestima. Se o deiQasse partir, provaria realmente a pro"undea de seus

sentimentos.#ecidiu 3ue devia "aer o sacri"ício.0 Eico pro"undamente triste ao v0lo partir, 'icatdo, mas tem ra%o3uando di 3ue precisa de"ender seus castelos contra seu pai. A 3ual3uermomento ele poderia tir/0los de voc, pois + essa a inten$%o dele. Porisso, n%o vou dier adeus, mas aurevoir Tornaremos a nos encontrar em -reve. Talve, 3uando a ocasi%oestiver propícia, voc e eu partamos numa cruada at+ a Terra Santa.0 Pelos ol!os de #eus 0 -radou 'icardo. 0 Pouca coisa me agradariamais

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#epois, a"astou0se em dire$%o 1 A3uit;nia.'icardo !avia "ortalecido seus castelos e pretendia partir para a TerraSanta em compan!ia de Eilipe. %o podia pensar em nada 3ue mel!or seencaiQasse ao seu estado de espírito Sair a cavalo com Eilipe a seulado, dois -ons amigos empen!ados numa miss%o 6usta. Antes de deiQarEilipe, eles tin!am conversado so-re pouca coisa 3ue n%o suas aventurasna Terra Santa.

0 @ado a lado. 4sso me daria um praer maior do 3ue 3ual3uer coisa 3ue6/ con!eci 0 dissera Eilipe.C!egaram0l!e notícias de Jerusal+m. er/clio !avia preparado o mundopara o 3ue estava acontecendo. %o tin!a ele implorado ao rei enri3ue3ue "osse em seu auQílio &le l!es "alara so-re a terrível doen$a 3ueatacara o rei 8alduíno e eQplicara 3ue a carne caíra de seus ossos e 3ueele se encontrava em estado t%o lastim/vel 3ue n%o poderia viver muitomais tempo.Agora, ele estava mortoR o so-rin!o o sucedera 0 um garoto 3ue era poucomais do 3ue um in"ante. Al+m do mais, o garoto n%o era ro-usto e seguirarapidamente o tio 1 sepultura.Saladino, o líder dos in"i+is, !omem de a$%o 3ue n%o con!ecia o medo,estava t%o determinado a eQpulsar os crist%os da Terra Santa 3uanto

estes estavam decididos a conserv/0la. &ra violento e cora6osoR n%o dava3uartel, nem o pedia. A3uele Saladino estava se tornando rapidamente umalenda, e os crist%os tremiam ao ouvir o seu nome.er/clio !avia previsto isso. Eora implorar ao rei da 4nglaterra 3uesalvasse Jerusal+m, por3ue enri3ue da 4nglaterra tin!a a reputa$%o deser um !omem "orte.G(2&les !aviam cometido um engano em rela$%o a seu pai, pensou 'icardo.enri3ue 6/ n%o era mais um !omem "orteR n%o passava de um !omem "r/gile vel!o. %o seria ele o salvador do Santo Sepulcro.as ele tin!a um "il!oR e em 'icardo nasceu, ent%o, um grande dese6o.&le "oi a Tours e, l/, apan!ou a cru e 6urou 3ue iria participar de umacruada e salvar a Terra Santa.Agora 3ue 'icardo tin!a partido, Eilipe estava decidido a impor suascondi$5es a enri3ue. Sa-ia 3ue enri3ue escrevera a 'icardo e 3ue o"il!o n%o estava plenamente convencido da trai$%o do pai. &le era,a"inal, "il!o de enri3ue, e n%o podia acreditar de todo 3ue o pr7priopai l!e dese6asse mal. A Eilipe parecia errado 'icardo estar unido aoutra pessoa contra o pr7prio pai, muito em-ora essa outra pessoa "osseEilipe.Eilipe con!ecia per"eitamente o car/ter de 'icardo, e seu grandeo-6etivo, agora, era provar0l!e o 3uanto seu pai era trai$oeiro. Assim,en3uanto 'icardo colocava seus castelos em estado de de"esa e 6urava"idelidade 1 cru em Tours, ele decidiu agir.enri3ue, 3ue "ora levado a ter sensa$%o de seguran$a, acreditando 3ue'icardo !avia provocado uma pa tempor/ria com Eilipe, plane6ava voltarpara a 4nglaterra. &stava ansioso por escapar para uma certa pa.

Eicaria tran3uilo com Alice por algum tempo. &la poderia tratar dele,pois ele precisava de tratamentoR e l/, na pa de um de seus pal/cios,"icaria mais "orte e pronto para 3ual3uer coisa 3ue Eilipe pudesse estarplane6ando.O atal n%o "oi muito "estivo. Como poderia ser, com a seguran$a do reicorrendo perigo e o seu !umor muito incerto, por3ue ele sentia doresespor/dicas Toda a compan!ia esperava ansiosa estar na 4nglaterra, ondeo rei se sentiria mais tran3uilo. 4n"elimente, Eilipe n%o pretendiaproporcionar a enri3ue uma saída "/cil.Nue enri3ue "osse para a 4nglaterra, se 3uisesse. &nt%o, Eilipe

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invadiria a ormandia e poderia ser -em0sucedido com enri3ue "ora docamin!o. Por outro lado, se enri3ue pre"erisse "icar e lutar 3ue assim"osse.enri3ue suspirou e viu 3ue n%o podia "aer a t%o esperada visita 14nglaterra.C!egou uma mensagem de Eilipe. &le salientava 3ue enri3ue se apossarado dote de Alice, mas 3ue n%o !ouvera casamento algum.

G(GNuando o casamento seria realiado Ou ele devolvia as terras 3uetomara, ou 'icardo devia se casar com Alice sem demora.Come$ava de novo. A vel!a 3uest%o.O!, Alice, pensou ele, o 3ue vou "aer A decis%o est/ se aproQimandocada ve mais. @uís, por 3ue voc tin!a de morrer e me dar esse seu"il!o para 3ue eu negociasse com ele&les deviam se encontrar em *isors, cidade para a 3ual Eilipe eQigia 3ueele voltasse.&staria c!egando o momento em 3ue ele teria de entregar Alice#eus estava do seu lado. Ou seria T!omas 8ec9et #e 3ual3uer modo, "oi0l!e mostrada uma saída.Antes do início da con"erncia de *isors, o arce-ispo de Tre entrou na

cidade a cavalo. Sou-era 3ue os reis da Eran$a e da 4nglaterra estavaml/ e tin!a notícias tristes para eles.Nuase trs meses antes, Jerusal+m caíra nas m%os de Saladino. O reiin!otin!a morrido, como os dois 6/ sa-iam. A m%e dele, 3ue tornara a secasar, nomeara o segundo marido rei de Jerusal+m. Agora, Saladino estavaem Jerusal+m e se apossara da Santa Cru.Os crist%os do mundo inteiro deviam estar mergul!ados na mais pro"undatristea. O rei *u "ora capturado, e a verdadeira Cru estava em m%osde Saladino. Todos os -ons crist%os deviam levantarse e arrancar asrelí3uias sagradas dos in"i+is.&ra impossível, diante de taman!a calamidade, os dois reis discutiremsuas di"eren$as. &las agora pareciam insigni"icantes... para todos,eQceto para enri3ue.Eilipe, 3ue de 3ual3uer maneira !avia plane6ado partir numa cruada com'icardo, sa-endo 3ue 'icardo 6/ apan!ara a cru, declarou imediatamentesua inten$%o. & o arce-ispo de Tre, numa comovente cerim7nia,presenteou0o com a cru. %o !avia nada 3ue enri3ue pudesse "aer, an%o ser aceit/0la tam-+m. as ele duvidava 3uealgum dia cumprisse os 6uramentos. S7 podia considerar a3uilo como umasaída tempor/ria para suas di"iculdades. Os soldados dos doisacompan!aram0nos, e eram tantos3ue crues de diversas cores tiveram de ser entregues 1s di"erentesnacionalidades0 vermel!as para os "ranceses, -rancas para os ingleses, e verdes paraos "lamengos.Eilipe e enri3ue trocavam ideias, agora, n%o como inimigos, mas comoaliados, e os dois 6uraram o 3ue iriam "aer para 3ue pudessem sair em

sua cruada 6untos. Precisariam de tempo paraG(se preparar, e decidiram 3ue levariam um ano para reunir o din!eiro de3ue iriam precisar e para montar o e3uipamento. Plane6avam partir naP/scoa de ((M).#iscutiram 6untos a maneira de arrecadar o din!eiro, e enri3ue sugeriu3ue cada !omem 3ue n%o os acompan!asse contri-uísse com um d+cimo desuas posses para a causa, e a3ueles 3ue seguissem com eles deviam pUr delado um d+cimo das suas, para 3ue se a-astecessem do 3ue "ossenecess/rio.

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A3uilo pareceu 6usto, e com grande alívio enri3ue partiu para a4nglaterra.&ncontrou Alice ansiosa, pois ela rece-era notícias de 3ue o rei daEran$a estava decidido 3uanto ao seu casamento.enri3ue a-ra$ou0a com "ervor. S7 o "ato de v0la reavivou sua6uventude.0 Nuais s%o as novidades, ma6estade 0 perguntou, ansiosa.

0 &st/ tudo -em. #eus est/ comigo. V Santo T!omas, ac!o eu, pois "oicomo um milagre. Seu irm%o + um !omem di"ícil, Ali c. V muito di"erentede seu pai. V esperto, e astuto, e ac!o 3ue est/ "aendo o possível parame destruir.&la estremeceu.0 %o ten!a medo, 3uerida. Serei um advers/rio 1 altura. &le n%o passade um garoto, e sou um !omem de grande eQperincia. &le ia eQigir 3uevoc se casasse com 'icardo, e ent%o o arce-ispo de Tre apareceu com aterrível notícia. Como poderíamos discutir nossos pro-lemas, ent%o S7!avia uma coisa a "aer, e era nos reunirmos e partirmos numa cruada.0 Dai partir numa cruada0 4sso n%o vai dar em nada. uitas vees, na vida, "alou0se em cruadas,e ainda n%o participei de nen!uma. %o. Algo vai acontecer, pode

con"iar, e me impedir/ de ir a Jerusal+m. Ten!o meus deveres a3ui. %oconsigo ver vantagem alguma em deiQar min!as terras eQpostas ao desastree 1 re-eli%o, talve, en3uanto vou lutar para devolver a Cidade Santa 1cristandade. Agora, se eu "osse um !omem sem responsa-ilidades... masn%o sou, Alice. Por isso, n%o ten!a medo. &stamos 6untos e s7 eQiste umapessoa 3ue poderia nos separar.0 Nuem0 A orte. &la estremeceu.0 &u agora a "i "icar a"lita. Sorria, Alice, sorria para mim %oimagina como estive ansioso por v0la "aer issoG(H& assim ela sorriu e os dois se es3ueceram de todas a3uelas "or$ascontr/rias 3ue procuravam separ/0los, das 3uais a principal era a orte.'icardo "icou muito contente ao sa-er 3ue a con"erncia entre Eilipe eenri3ue tin!a sido a-andonada para 3ue eles pudessem unirse e plane6aruma cruada.Sua naturea era tal 3ue, por mais 3ue antipatiasse com o pai e pormais 3ue "osse atraído para Eilipe, n%o podia se es3uecer de 3ue era"il!o de enri3ue e 3ue os reis da Eran$a eram os inimigos naturais dosreis da 4nglaterra. %o 3ueria ser desleal com o pai, e se ao menosenri3ue tivesse c!egado a um meio0termo com ele, 'icardo estariapreparado para lutar por uma !armonia entre os dois.O "ato de 3ue enri3ue agora assumira o compromisso de partir numacruada o agradava. Tornava possíveis as esperan$as de uma reconcilia$%oentre os dois.'icardo escreveu ao pai pedindo 3ue mandasse din!eiro para a suacruada. & tam-+m, como partiria numa empreitada t%o perigosa, pediria

aos cavaleiros e -ispos da 4nglaterra 3ue 6urassem "i delidade a ele,como "il!o mais vel!o e !erdeiro do seu pai.A3uilo era o ponto crítico da 3uest%o. &3uivalia a pedir a enri3ue 3uenegasse os rumores de 3ue estava plane6ando deserdar 'icardo em "avor deJo%o.'icardo 6/ n%o era um garoto. &ra um !omem 3ue precisava da garantia de3ue seu "uturo estava asseguradoR e a3uele assunto das cruadas "ieracom 3ue a 3uest%o c!egasse ao seu ponto crítico. Tudo dependia daresposta de enri3ue. Se concordasse 3ue 'icardo "osse 1 4nglaterra pararece-er os votos de "idelidade, os rumores teriam mentido. Seria vontade

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do rei 3ue ele se tornasse o seu !erdeiro, e uma ve "eitos os6uramentos, ele seria aceito.A resposta de enri3ue "oi típica, mas para 'icardo "oi uma indica$%o daverdadeira situa$%o.%o iriam seguir separados para Jerusal+m. 'icardo n%o precisava sepreocupar em levantar din!eiro, pois o rei e o "il!o compartil!ariam detudo.

& n%o !ouve men$%o do 6uramento 3ue deveria ser "eito para assegurar0l!ea !eran$a.Nuando 'icardo leu a resposta, seus ol!os "icaram "rios como a$o e a"úria eQplodiu dentro dele, 3ue n%o era menos violenta pelo "ato de n%ot0la demonstrado numa eQplos%o "uriosa.G(IA3uilo "oi o "im de todas as esperan$as de !armonia entre os dois.Pela sua resposta, e mais pela sua omiss%o, o rei mostrara a 'icardo 3ueestava contra ele.0 & ele vai desco-rir 3ue a3ueles 3ue tra-al!am contra mim ver%o em mimum inimigo implac/vel 0 disse 'icardo.&ra inevit/vel 3ue irrompesse um con"lito entre Eilipe e enri3ue.Nuando a eQcita$%o so-re a cruada diminuiu, como devia, pois os

preparativos eram demorados e o entusiasmo n%o podia continuar em nívelde uma "e-re, Eilipe lem-rou0se de 3ue o maior o-6etivo de sua vida eraeQpulsar enri3ue da Eran$a e colocar todas as províncias so- uma mesmacoroaR enri3ue, por outro lado, estava decidido a n%o perder a sua!eran$a e a3uela terra 3ue somara a ela atrav+s de sua inteligentediplomacia. Cada 3ual estava "irme em sua determina$%o, e como seac!avam em posi$5es inteiramente opostas, o con"lito era inevit/vel.Eilipe estava, uma ve mais, convocando uma con"erncia. Sa-ia 3ue'icardo ainda n%o se decidira. &stivera envolvido em !ostilidades contrao conde de Toulouse, assunto 3ue n%o pertur-ou muito Eilipe, por3ue l!edava a oportunidade de reprovar enri3ue pela conduta do "il!o. &le"ora, no entanto, o-rigado a sair em auQílio do conde de Toulouse, eisso signi"icara 3ue durante algum tempo 'icardo e Eilipe estiveram emcampos opostos. Eilipe n%o pretendia deiQar 3ue a3uilo a"etasse seurelacionamento com 'icardo, mas o "ato de !aver, segundo enri3ue,pro-lemas entre a A3uit;nia e a Eran$a signi"icava 3ue ele, enri3ue, 6/n%o podia mais "icar na 4nglaterra, e ele se preparou para atravessar ocanal e ir para a ormandia.enri3ue se sentia assediado por grandes preocupa$5es. Sa-ia 3ue a curtatr+gua terminara. Eilipe n%o deiQaria 3ue ela se prolongasse. Al+m domais, o povo da 4nglaterra, 3ue no passado se mostrara satis"eito com oseu governo muito en+rgico, mas 6usto, estava agora reclamando do #íimoSaladino imposto por ele em -ene"ício da cruada. Se perguntassem aopovo, ele iria declarar 3ue era composto de verdadeiros crist%os e 3ue aideia de as 'elí3uias Sagradas estarem em m%os do 4n"iel l!e erarepugnanteR mas 3uando a3uilo signi"icava 3ue um d+cimo de suas possesdevia ser entregue em nome de uma tentativa de recuper/0las, ele "icava

menos entusiasmado. A vida na 4nglaterra n%o era t%o con"ort/vel, assim,G(F3ue n%o pudesse ser mel!oradaR o din!eiro 3ue sairia do país parecia sernecess/rio dentro dele.avia muito 3ue corriam murmúrios de descontentamento em rela$%o 1s leis"lorestais. Como seus ancestrais normandos, enri3ue gostava de ca$adas.&las l!e proporcionavam consolo e alívio, como proporcionara aoCon3uistador, e n%o !avia distra$%o igual para um !omem t%o ativo comoele sempre "ora. Para preservar as "lorestas para o seu uso 0 uma vemais como seus ancestrais ele ac!ava necess/rio manter as leis en+rgicas

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3ue eles !aviam promulgado. &le criara um sistema legal pro6etado por sipr7prioR e os principais o-6etivos desse sistema eram manter a ordem e,ao mesmo tempo, estar sempre rea-astecendo o er/rio real. o governo deum país !avia uma constante necessidade de din!eiro, e para enri3ueparecia um plano eQcelente gan!ar tanto na aplica$%o de multas 3uanto naarrecada$%o de impostos, em-ora essa última tam-+m "osse necess/ria.#ecidido a restaurar a ordem 3ue se perdera com o reinado do "raco

&stv%o, os transgressores so"riam puni$%o com a morte. uitos iam paraa "orca, e muitos eram 3ue-rados na roda, e era comum encontrar um !omemmorto pendurado numa /rvore ou numa "orca.4sso o povo aceitava, por3ue signi"icava a supress%o do crime e tratava0se de um -ene"ício para os mem-ros da popula$%o cumpridores das leis. Opovo nunca concordava era com o castigo aplicado aos 3ue in"ringiam asleis "lorestais. Nual3uer um 3ue invadisse a "loresta do rei ou matasseum veado ou um 6avali 3uando a "amília pudesse estar passando "omeprovocava penalidades terríveis. Por o"ensa 13uelas leis, cortavam0se-ra$os, p+s, ou m%osR arrancavam0se ol!osR !omens eram castradosR e se ocrime "osse considerado grave, "erviam0nos vivos.uitas dessas tristes vítimas eram vistas mendigando 1 -eira dasestradas, e as pessoas estremeciam ao v0las, por3ue sa-iam 3ue muitas

poderiam ter tido o mesmo destino. A3uilo era simplesmente um sinal de3ue a3uelas pessoas tin!am invadido e tomado li-erdades com as "lorestasdo rei.Por causa das -oas leis do rei, todos aceitavam a3uiloR mas 3uando eramco-rados o 3ue consideravam impostos in6ustos, todos se lem-ravam. 4ssoocorria agora.Por isso, !avia mais outra angústia para enri3ue. O povo da 4nglaterra,3ue at+ ent%o l!e dera poucos motivos para preocupa$%o,G(Mmostrava0se in3uieto e reclamando de seu governo. com isso paraatorment/0lo e o inc7modo de sua doen$a somados 1 conscincia de 3ue seucorpo estava perdendo a sua eQcepcional vitalidade, ele partiu para aEran$a.Precisava "alar com EilipeR se os dois reis pudessem c!egar a algumacordo, disseram0l!e os respectivos ministros, poderiam evitar asconse3uncias de uma guerra violenta, 3ue no "undo nen!um dos dois3ueria.Eilipe estava ansioso por conversar. Seu grande o-6etivo era provar a'icardo 3ue seu pai o estava enganando. Nueria o-rigar enri3ue aadmitir a3uilo. as ele era 6ovem, e enri3ue era vel!o e astuto comouma raposaR "aia promessas com uma !onestidade aparentemente autntica,apenas sem 6amais pretender cumpri0las. Cada rei sa-ia dos o-6etivos dooutroR Eilipe, pegar de volta tudo, e enri3ue, aguentar "irme.Os dois se encontraram so- um vel!o olmo em *isors, 3ue era -emcon!ecido como a /rvore so- a 3ual os reis da Eran$a e da 4nglaterratin!am se encontrado muitas vees para tentar eliminar suas di"eren$as.Os ingleses, c!egando primeiro, ocuparam a parte da som-ra, e os

"ranceses "oram o-rigados a esperar ao sol, e por ser agosto e "aer umcalor intenso, os "ranceses -an!ados pelo sol mal podiam aguentar. %o"oi possível c!egar a uma conclus%o satis"at7ria, e Eilipe "icou t%oangado por ele e seus !omens terem sido o-rigados a suportar o calor dosol, en3uanto seus oponentes aproveitavam a som-ra, e pelo "ato de ovel!aco enri3ue ter aparentemente levado vantagem so-re ele, 3ue numacesso de raiva mandou derru-ar o olmo, para 3ue n%o "osse mais possívelrealiar con"erncias so- seus ramos.andou c!amar 'icardo e, como seu suserano, ordenou 3ue ele seapresentasse imediatamente.

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Nuando 'icardo c!egou, Eilipe a-ra$ou0o com vigor.0 &stamos separados !/ muito tempo.0 a6estade, eu adoro a sua compan!ia, mas sou "il!o de meu pai e n%oposso, com a conscincia tran3uila, agir contra ele.0 %o pode, 3uando ele est/ sempre agindo contra voc O rei n%o l!enegou a sua !eran$a0 &le n%o disse isso. Tem simplesmente demonstrado 3ue n%o me dar/ poder

algum e 3ue devo esperar ele morrer.0 %o + isso 3ue ele tem em mente. vou convocar uma con"ernciaG()e voc estar/ l/. Earei min!as eQigncias de tal maneira 3ue ele ser/o-rigado a trair suas verdadeiras inten$5es a seu respeito. &nt%o, n7sdois "icaremos6untos contra ele, seremos os amigos 3ue devíamos ser, como eu sa-ia3uando voc me visitou como meu convidado. #iga0me, 'icardo, se sente emcondi$5es de sa-er a verdade0 Nuero con!ecer a verdade, mais do 3ue 3ual3uer outra coisa.0 &nt%o espere 3ue irei colocar o rei da 4nglaterra diante de min!ascondi$5es, e vamos ver.Os dois reis encontravam0se "rente a "rente. 'icardo estava com eles.

0 &u l!e o"ere$o todas as terras 3ue tomei no último con"lito.0 disse Eilipe. 0 'icardo "icar/ com o 3ue gan!ou. Pe$o 3ue ele rece-amin!a irm% a princesa Alice, como esposa, e 3ue voc ordene a seusno-res, arce-ispos, -ispos e todos os !omens de autoridade 3ue 6urem"idelidade a 'icardo na 3ualidade de !erdeiro de seus domínios.enri3ue "icou encurralado. Pediam0l!e 3ue a-risse m%o das duas coisasde 3ue ele 6urara nunca a-rir m%o. A primeira era Alice. &la l!epertencia e iria mante0la sua. Al+m do mais, n%o 3ueria 3ue 'icardogovernasse depois dele. A 4nglaterra e a ormandia destinavam0se a Jo%o.'icardo podia "icar com a A3uit;nia, mas a 4nglaterra pertencia a Jo%o.O 3ue podia "aer A3uela n%o era !ora de tergiversa$%o. Einalmente, eletin!a sido apan!ado.O rei "rancs tin!a um sorriso maliciosoR 'icardo ol!ava para ele comol!ar "irme, e enri3ue continuava calado.0 Dossa a6estade ouviu o rei da Eran$a. Jure 3ue terei a min!a noiva e3ue serei recon!ecido como seu !erdeiro, posi$%o 1 3ual, devido 1 min!acondi$%o de seu "il!o mais vel!o vivo, ten!o todo o direito.&m v%o, enri3ue procurou uma saída. %o !avia. &le poderia prometer,sim, mas perce-ia pela inten$%o nos ol!os de Eilipe e 'icardo 3ue seriao-rigado a cumprir suas promessas imediatamente.0 %o %o 6uro'icardo ol!ou para ele com um certo espanto #epois, disse com votran3uila:0 Agora "inalmente ve6o 3ue o sen!or est/ sendo sincero. &u n%oacreditava 3ue "osse possível, mas agora sei 3ue +. 0 Doltou0se para orei da Eran$a e, desa"ivelando a espada, entregou0a a ele.G2K

0 eu sen!or supremo e suserano, eu l!e o"ere$o min!a vassalagem 0 disseele.'icardo !avia segurado as m%os de Eilipe, e Eilipe curvou0se num gestor/pido e -ei6ou0l!e as m%os.Os ol!os deles se encontraram, e os presentes admiraram0se com a ternuraentre os dois.enri3ue "icou estupe"ato. #iante de seus ol!os, seu pr7prio "il!o6urava vassalagem ao inimigo. Eilipe era o seu sen!or "eudal, por causada A3uit;nia, mas a3uilo era um 6uramento de "icar com o rei da Eran$acontra o pr7prio pai.

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Eilipe disse logo 3ue concordaria com uma tr+gua at+ 6aneiro, 3uandovoltariam a se encontrar. &n3uanto isso, talve o rei da 4nglaterrapensasse em suas eQigncias, e se n%o pudesse concordar com elas, aguerra seria inevit/vel.Eilipe conseguira o seu intento. Provara a 'icardo 3ue seu pai n%o iriaaceit/0lo, decidira deserd/0lo e colocar Jo%o em seu lugar.Nuando a con"erncia terminou, enri3ue teve o veQame de ver o "il!o

a"astar0se ao lado do rei da Eran$a, em atitude das mais carin!osas.G2(A orte da ÁguiaC&*O? o ATA@. enri3ue ainda estava na Eran$a, e passou0o em Saumur.Sentia0se muito doente e vel!o, e tin!a dores constantes. Sa-ia 3ue'icardo e Eilipe !aviam se unido. D/rias reuni5es tin!am sido sugeridas,mas ele sempre alegara doen$a como 6usta causa. 'ece-ia um grandeconsolo do vel!o amigo e cavaleiro0mor do 6ovem enri3ue, *uil!erme, oarec!al, e de seu "il!o -astardo *eo"redo, 3ue demonstrara mais a"ei$%osincera por ele do 3ue 3ual3uer um de seus "il!os.0 %o posso compreender por 3ue meus "il!os se voltaram contra mim. De6as7, meu -om arec!al, 'icardo se uniu ao meu inimigo.0 4sso + por3ue ele + o seu "il!o mais vel!o, a6estade 0 respondeu

*uil!erme, com sua sinceridade !a-itual 0, e acredita 3ue Dossaa6estade est/ tentando rou-ar0l!e a !eran$a.0 &u coloco a min!a coroa onde 3uiser 0 retrucou enri3ue, com teimosia.0 A A3uit;nia sempre "oi para 'icardo.#epois 3ue o inverno passou, ele "icou um pouco mel!or, e 3uando em6un!o Eilipe sugeriu outra con"erncia, os dois reis se encontraram em@a Eert+ 8ernard. 'icardo acompan!ou Eilipe, pois os dois eraminsepar/veis, e como Eilipe iria insistir no recon!ecimento de 'icardocomo !erdeiro do trono da 4nglaterra e da ormandia, levouG22com ele v/rios mem-ros da 4gre6a para 3ue se enri3ue pudesse sero-rigado a "aer o 6uramento, !ouvesse muitas testemun!as presentes.0 7s 3ueremos a pa 0 disse Eilipe. 0 7s -rigamos por nossas disputasinsigni"icantes, en3uanto a Cidade Santa nos c!ama. Ea$amos a pa,irm%o. Doc con!ece min!ascondi$5es. O casamento de 'icardo com Alice e o seu recon!ecimento de3ue ele + o !erdeiro de seus domínios, direito 3ue l!e ca-e como seu"il!o mais vel!o vivo. 'icardo 6urou 3ue vai, dentro em -reve, at+ 1Terra Santa. Seu "il!o Jo%o deve tomar a cru e acompan!/0lo.enri3ue semicerrou os ol!os. Jo%o, acompan!ar 'icardo &le sa-ia o 3ueisso signi"icava. %o con"iava nele nem em Jo%o, e 3ueriam sa-er ondeJo%o se encontrava e o 3ue estava "aendo. Se ele estivesse participandode uma cruada 1 Terra Santa, n%o poderia tomar a coroa da 4nglaterracom a morte do pai.0 %o %o concordo. #arei meu consentimento ao casamento de Alice comJo%o 0 rugiu enri3ue.Ol!ou para um dos cardeais 3ue !avia su-ornado para 3ue "icasse do seu

lado. &le se insinuara para conseguir a con"ian$a do cardeal eQplicando3ue en3uanto o rei da Eran$a l!e "osse !ostil, ele n%o poderiaparticipar da cruada 1 Terra Santa 3ue !avia sido proposta. %o tin!acoragem. Se pudesse provar 3ue tin!a ra%o na3ueladiscuss%o entre os dois, se o rei da Eran$a aceitasse as suas condi$5es,n%o !averia mais demora.O cardeal tin!a "icado tentado pelos ricos presentes do rei da4nglaterra, e agora declarou 3ue Eilipe deveria aceitar as condi$5es deenri3ue. Nue mal "aia se a princesa Alice se casasse com o príncipeJo%o e n%o com o príncipe 'icardo, especialmente se estava claro 3ue

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enri3ue "aria de Jo%o o seu !erdeiroEilipe "icou "urioso.0 Como ousa vir a3ui, "edendo ao ouro do rei Pensa 3ue n%o sinto oc!eiro %o, n%o vou aceitar as condi$5es do rei da 4nglaterra. &le +3ue, por o-riga$%o moral, deve aceitar as min!as. Se ele n%o concordarcom o casamento de min!a irm% com o príncipe 'icardo, e n%o ordenar 3ueseus cavaleiros e !omens da 4gre6a 6urem vassalagem a 'icardo, n%o

poder/ !aver pa entre n7s. Doltou0se para enri3ue. 0 Doc 6uraenri3ue "icou encoleriado. 8ateu com um pun!o "ec!ado na palma daoutra m%o.0 %o unca uncaA con"erncia aca-ou, e uma ve mais terminou num impasse.G2Genri3ue sempre gostara muito da cidade de @ ans. Talve signi"icassemais para ele do 3ue 3ual3uer de suas possess5es continentais. Seu paiestava enterrado l/R e assim 3ue voltou, enri3ue "oi at+ o seu túmulopara rear.Sentia0se vel!o e cansado, e estava "arto da -atal!a Pensou no pai, 3uetin!a sido muito alegre e -onito e 3ue discutira de "orma muito violentacom sua m%e. @em-rava0se da3uelas discuss5es, do despreo 3ue a m%e

tivera pelo pai, e a antipatia 3ue o pai tin!a para com ela. Claro 3ue"ora uma mul!er dominadora, e seu pai "ora irrespons/vel e amante dospraeresR seus "il!os enri3ue e *eo"redo tin!am saído ao avU.*eo"redo, o 8elo, era como c!amavam o !omem 3ue agora 6aia na3ueletúmulo. enri3ue descendia dos impetuosos condes de An6ou, a3ueles 3ue,segundo se diia, descendiam do #ia-o. Se a !ist7ria so-re a suaantepassada 3ue adotara sua verdadeira "orma na igre6a, ao en"rentar aissa, era verdadeira, eles eram descendentes de uma "eiticeira e podiamuito -em !aver um dia-o em todos eles. %o tin!a seduido a noiva do"il!o, 3uando ela n%o passava de uma crian$a Nuando o seu mau g+nio"icava no auge, 3ue coisas ele n%o tin!a "eito Nuantos !omens !aviaassassinado Sim, o #ia-o estava neleR mas com a sua descendnciasat;nica de um lado, e sua m%e vigorosa, neta do Con3uistador, do outro,o 3ue ele podia esperarSua m%e tra-al!ara pelo seu sucesso. Amara0o 1 sua maneira -ravateadora.O pai tam-+m o amara, de "orma di"erente, mais terna. *eo"redo, o 8elo,amante de muitas mul!eres #iia0se 3ue &leanor partil!ara de seu leitodurante um curto período. enri3ue sorriu com ironia. #e &leanor podia0se esperar tudo. Por isso, durante todos a3ueles anos, a mantiveraprisioneira.enri3ue deu de om-ros. &la merecia o destino 3ue tin!a. %o sentiriapena dela.&le "ora at+ a3uela cidade para "icar tran3uilo, para pensar no pai edier a si mesmo 3ue todos os governantes "icavam assediados porangústias. %o !avia pa numa coroa. Por 3ue, ent%o, os !omens aperseguiam com tanta paiQ%o 3ue estavam prontos a trocar a vida 0 e avida de outros 0 por ela Eaiam0no pela gl7ria. & para onde iam todos,

no "im Para o túmulo.enri3ue se levantou de sua posi$%o a6oel!ada, e en3uanto seguia paraseus aposentos, c!egou um mensageiro para l!e dier 3ue Eilipe estava emmarc!a. 'icardo o acompan!ava, e eles estavam a apenas poucos3uil7metros de @ ans.G2#o alto das ameias, o rei via os eQ+rcitos acampados l/. Eilipe e'icardo estavam 6untos na mesma -arraca.0 O 3ue "oi 3ue "i para 3ue meus "il!os pegassem em armas contra mim 0perguntava a si mesmo.

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Ten!o um único "il!o -om 0 *eo"redo 0 o -astardo *eo"redo, a 3uem eucon"iaria min!a vida.as !avia Jo%o, a 3uem ele devia amar mais do 3ue aos outros, por3ue eraseu "il!o legítimo. eu mais novo e meu mel!or "il!o, garantia a simesmo.Jo%o deveria ser o seu !erdeiro. Se ele derrotasse Eilipe, se impusessesuas condi$5es a ele, iria tirar tudo de 'icardo 0 at+ mesmo a

A3uit;nia.?m pouco de seu antigo ardor voltou. Sentiu0se mel!or. Se ao menostivesse !avido uma con"erncia Antigamente, ele se saía vitorioso nascon"erncias. Conseguia sempre levar a mel!or so-re seus oponentes,gra$as 1 sua inteligncia /gil e, + claro, ao vel!o tru3ue de concordarem "aer a3uilo 3ue n%o tin!a inten$%o alguma de "aer. as as pessoasse tornavam precavidas. %o se pode continuar a aplicar tru3ues vel!os.0 %o v%o tomar @ ans. %o a cidade de 3ue mais gosto, n%o a3uela 3ueguarda o túmulo de meu pai.&le tin!a !orror 1 ideia de uma -atal!a de "rente. Sempre evitaraa3uilo. Tanta coisa dependia da sorte e dos números, e sempre ac!ara 3ueera uma destrui$%o sem sentido. &le, 3ue sempre con"iara na estrat+gia,con"iava nela agora.

enri3ue provocaria um incndio, e como o vento estava na dire$%o certa,as c!amas seriam levadas para o acampamento "rancs. a mel!or das!ip7teses, poderia destruir tanto 3ue os deiQaria "ora de com-ateR3uando nada, provocaria con"us%o. #eu a ordem.&n3uanto "icava na torrin!a o-servando o incndio, deu um sorriso desatis"a$%o. A estrat+gia era sempre mel!or do 3ue o com-ate corpo acorpo.Sua alegria se trans"ormou su-itamente em consterna$%o. #eus estavarealmente contra ele, pois o vento mudara, de repente, de dire$%o. &racomo se se tratasse de uma ordem direta do c+u. &m ve de envolver oacampamento "rancs, estava soprando de volta, em dire$%o 1 cidade.enri3ue deiQou a torrin!a. Seus cavaleiros, vendo o 3ue acontecia,aguardavam suas ordens.0 A cidade ser/ destruída 0 -errou enri3ue. 0 A m%o deG2H#eus est/ contra n7s. ada nos resta "aer a n%o ser "ugir en3uantopodemos.&le e seus !omens saíram da cidade, 3ue agora come$ava a se trans"ormarnum grande incndio, com as c!amas levadas pelo "orte vento envolvendo0a.enri3ue estava deprimido. A3uilo era o desastre "inal. Alguma coisa l!ediia 3ue ele n%o poderia so-reviver 13uilo. O novo vigor 3ue o dominara!avia evaporado.Cavalgou at+ o topo de um morro e voltou0se para ol!ar para a cidade emc!amas.Seu "il!o *eo"redo estava a seu lado, e enri3ue disse a ele:0 #eus me tirou a cidade 3ue eu mais amava.

0 Eoi uma a-erra$%o do tempo. Nuem iria adivin!ar 3ue o vento mudariaassim t%o de repente 0 comentou *eo"redo.0 V o aviso de #eus de 3ue &le me a-andonou. *eo"redo, meu "il!o, namin!a 6uventude passei muitos anos na3uela cidade. O túmulo de meu paiest/ l/. & &le est/ reduindo tudo a cinas. 0 um sú-ito acesso deraiva, enri3ue sacudiu o pun!o para o c+u.*eo"redo "icou com medo de 3ue o pai tivesse alguma coisa, e procurouacalm/0lo.0 &u l!e pe$o, ma6estade, 3ue pense. Dossa a6estade precisa da a6uda de#eus como nunca precisou antes. Dossa a6estade -las"ema. %o devia

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*uil!erme, o arec!al, voltou0se e se a"astou a galope.'icardo estava desarmado, mas como n%o podia continuar, mandou 3ue seus!omens parassem. Doltaram, desconsolados, para o acampamento "rancs.O rei e seu -ando de seguidores "i+is, 3ue incluía seu "il!o *eo"redo e*uil!erme, o arec!al, pararam para descansar num pe3ueno castelo, ecomo o rei estava demasiado eQausto para prosseguir, decidiram 3uedeviam "icar ali algum tempo.

*eo"redo estava ao lado do rei e tirou sua capa para co-ri0lo, por3ueem-ora "osse o ms de 6un!o e "iesse calor, enri3ue estava sempretremendo de "rio.&n3uanto o rei dormia um sono agitado, *eo"redo e *uil!erme, o arec!al,conversavam com alguns dos cavaleiros do rei, de-atendo a situa$%odesesperadora em 3ue se encontravam.0 #evemos seguir para a ormandia. @/, poderíamos convocar muitoscavaleiros "i+is para a causa do rei 0 comentou *uil!erme.0 @/ c!egando, poderíamos mandar -uscar re"or$os na 4nglaterra 0concordou *eo"redo.0 V a nossa única esperan$a.Pela man!%, o rei pareceu um pouco mel!or. 'ecusou0se a ir para aormandia.

0 @ ans est/ destruída. unca me es3uecerei dela. vou "icar em An6ou,3ue + a terra de meus antepassados. eu "il!o Jo%o ir/ 6untar0se a mim.&le + um -om guerreiro, e vai dar ;nimo ao nosso eQ+rcito e provocarmedo no inimigo.*uil!erme, o arec!al, n%o encarou enri3ue. Se o rei estivesse mais"orte, ele teria tido algo a dier, mas enri3ue precisava de um mastropara se apoiar. Nue acreditasse 3ue Jo%o l!e proporcionava esse apoio.0 Onde est/ meu "il!o Jo%o &stou surpreso por ele ainda n%o ter0se6untado a mim.0 Ainda n%o !/ notícias dele, ma6estade 0 disse *eo"redo.0 &le vai nos surpreender. &u o con!e$o. Dai c!egar com !omens para nosli-ertar. Docs v%o ver 0 disse enri3ue.*eo"redo e *uil!erme nada responderam.G2MOs eQ+rcitos de Eilipe estavam tomando todos os castelos em seu camin!o.&le enviou uma mensagem a enri3ue. &stava pronto a reencontrar0se comele, e ac!ava 3ueagora enri3ue poderia 6ulgar conveniente pensar em suas eQigncias.0 &u n%o 3ueria 3ue o 6ovem Eilipe me visse como estou agora 0 disseenri3ue. 0 #entro de poucos dias estarei mel!or. Adie a resposta. #iga0l!e 3ue estou indisposto. Se ao menos Jo%o c!egasse as vai c!egar, em-reve.Os mensageiros voltaram com a resposta de Eilipe.&le n%o acreditava na indisposi$%o do rei. enri3ue dera tantasdesculpas em sua vida, contara tantas mentiras, 3ue agora ningu+macreditava nele.Eilipe prosseguiu na sua marc!a, e castelo ap7s castelo caía em suas

m%os.?ma ve mais, Eilipe sugeriu uma con"erncia, e outra ve enri3uerespondeu 3ue estava doente demais para isso.A resposta veio: O rei da Eran$a est/ cansado das continuadas desculpasdo rei da 4nglaterra. enri3ue tin!a de comparecer 1 con"erncia oucorrrer o risco do resultado.&nt%o ele tin!a de ir. al podia montar seu cavalo.0 Se meu "il!o Jo%o estivesse a3ui, iria no meu lugar. &le discutiriacom meu inimigo e com meu "il!o traidor.&ra di"ícil manter0se em cima do cavalo. *uil!erme, o arec!al, estava

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de um lado, *eo"redo do outro. Os dois estavam prontos a segur/0lo seele caísse.O!, #eus, pensou ele, eu c!egar a este ponto O outrora orgul!osoenri3ue Plantageneta, agora um rei vencido, com um corpo torturado pelador, a-andonado por meu pr7prio "il!o. O!, Jo%o, meu adorado ca$ula,onde est/ voc agoraAs condi$5es de Eilipe "oram lidas para ele.

&le tin!a de aceitar as opini5es do rei da Eran$a e prestar vassalagempor todo o seu territ7rio no continente. Nuando 'icardo voltasse deJerusal+m, deveria rece-er a princesa Alice como esposa e ser proclamado!erdeiro de todos os territ7rios do pai. enri3ue teria de pagar aEilipe o custo da guerra. Se n%o concordasse em cumprir os termosda3uele tratado, seus cavaleiros e -ar5es deveriam 6urar 3ue oa-andonariam e se uniriam a 'icardo.enri3ue curvou a ca-e$a. A !umil!a$%o era maior do 3ue ele podiasuportar. &les o estavam matando.G2)o entanto, tin!a de ceder, pois 3ual era a alternativa &les o "ariamprisioneiro. &le, o orgul!oso enri3ue, prisioneiro do 6ovem rei daEran$a e do pr7prio "il!o

&ra insuport/vel.&le tin!a de aceitar. #epois, 3uando a saúde voltasse, encontraria ummeio de "ugir 13uelas condi$5es. Nuantas vees n%o cumprira os seuscontratos A3uilo "iera parte de sua política. W3uilo ele devia o seusucesso.Aceitou. Sua !umil!a$%o estava completa. as nem tanto.Agora 3ue aceitara as condi$5es para a pa, mais uma coisa l!e "oieQigida. Portara0se de maneira in6usta para com o "il!oR tentara tirar0l!e a !eran$a. %o deveria !aver recrimina$5es. Agora, daria o -ei6o dapa em 'icardo, diante de todos os presentes.'icardo cavalgou at+ ele 0 6ovem, ereto, -elo com o sol -atendo nosca-elos claros, parecendo um deus. O rei da Eran$a "icou ol!ando, comamor e orgul!o.Os ol!os in6etados de enri3ue, com um 7dio violento, "itaram os auisde a$o do "il!o. Os dois se a-ra$aram.enri3ue n%o conseguiu controlar a raiva.0 'ogo a #eus 3ue eu possa viver o -astante para me vingar de voc comovoc merece.'icardo sorriu "riamente. O 7dio entre os dois era enorme.4riam lev/0lo para o castelo de C!inon, por3ue "icava perto e ele n%oestava em condi$5es de suportar uma viagem longa.*eo"redo ordenou 3ue trouQessem uma padiola, e, com algum protesto,enri3ue deiQou0se ser colocado nela.0 &m -reve meu "il!o Jo%o estar/ comigo. &nt%o, poderei come$ar aplane6ar min!a vingan$a. 'icardo nunca dever/ "icar com a coroa 0 avisouele.Nuando c!egou ao castelo, sentiu0se mel!or. Diveria para lutar outra

ve. Nuando "ora o-rigado a dar em 'icardo o -ei6o da pa, a raiva "orataman!a 3ue provocara o vel!o espírito.0 vou ter a min!a vingan$a. Ten!o de ter 0 disse o rei. Eicou na camaco-erto com a capa de *eo"redo, por3ue estavacansado demais para se despir.0 *eo"redo, !avia muitos cavaleiros do lado de Eilipe e de 'icardo 3uedeveriam estar do meu. &les desertaram. A-andonaramme em "avor doinimigo.0 Eoi isso mesmo, ma6estade. & muitos outros se "oram.GGK

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n%o ten!o vontade alguma de viver. Agora, nada mais importa. Perdi tudo.&n3uanto acreditava em voc, !avia uma ra%o para continuar. as vocmentiu para mim, me enganou, riu de mim pelas min!as costas, sem dúvida.Jo%o, voc + um monstro. Todos os meus "il!os "oram contra mim. %o!ouve 3uem n%o erguesse a m%o e n%o tentasse me apun!alar pelas costas.Todos eles... e agora a3uela lo-a 3ue est/ presa, a m%e deles... est%orindo de mim.

De6a a 3ue ponto voc c!egou, enri3ue. Doc, o orgul!oso, o /r-itro denossos destinos, onde est/ agora &stamos om-ando de voc, enri3ue. J/n%o tem poderes para nos pre6udicar.&le n%o tin!a certea de onde estava. Eicara "rio, de repente. &stava nopavil!%o de 'osamund. 8ela 'osamund, a 3uem amara tanto. &la setrans"ormara em Alice. Alice, Alice, o 3ue vai ser de voc, agora 4r/para 'icardo, para ser a esposa. &le nunca a perdoar/ por ter me amado,por ter tido um "il!o meu. &le + duro e cruel. &u sei. J/ ol!ei em seusol!os gelados. Alice, min!a 3uerida Alice, o 3ue ser/ de vocGG2Por 3ue "aia um "rio t%o maravil!oso assim enri3ue a-riu os ol!os. O"il!o *eo"redo a-anava o seu rosto.0 O!, *eo"redo, meu -om *oe"redo. Nuem dera 3ue voc tivesse sido meu

"il!o legítimo O 3ue est/ "aendo0 &stou mantendo as moscas a"astadas. &s3uentou muito. #ese6a algumacoisa ma6estade0 %o me c!ame de ma6estade. e c!ame de papai. Doc tem sido umverdadeiro "il!o para mim. Por 3ue voc "oi t%o -om para mim, e os"il!os de min!a rain!a me a-andonaram &les me destruíram, o ca$ulaacima de tudo. &le estava calmamente esperando para me arrancar os ol!oscom o -ico. #eus ir/ recompens/0lo, *eo"redo... meu "il!o.0 %o 3uero recompensa alguma, papai. Se o servi e tive o seu amor, isso6/ + uma recompensa su"iciente.0 / um anel de sa"ira no meu dedo, *eo"redo. unca liguei para essas-ugigangas, mas eu as tin!a pelo seu valor. Pegue0o. V seu. @em-re0se demim 3uando ol!ar para ele, *eo"redo.*eo"redo pegou o anel e -ei6ou a m%o do pai.0 Nue #eus o a-en$oe, voc 3ue "oi realmente meu "il!o. *eo"redo sentou0se ao lado da cama, en3uanto ele "icava maisdelirante.0 &le devia ver um padre, por3ue seu "im est/ pr7Qimo.%o !avia padres. Os padres tin!am ido em-ora, como acontecera com amaioria dos cavaleiros. %o !avia vantagem alguma em "icar com um reimorto e derrotado.*eo"redo "icou ao lado dele com *uil!erme, o arec!al, e en3uanto osdois "icavam ol!ando, o rei parou de murmurar e os ol!os "icaramvidrados. &nt%o, ele "alou. *uil!erme se curvou para "icar mais perto eouvir suas palavras.0 Dergon!a. O!, a vergon!a de um rei derrotado 0 murmurou o rei.& ent%o viram 3ue ele estava morto.

&les o levaram para a a-adia de Eontevrault e colocaram0no na igre6a. S7uns poucos !omens "i+is tin!am "icado com ele. O resto !avia tirado suas67ias e suas roupas.'icardo, o novo rei da 4nglaterra, "oi ver o corpo do pai. Ol!ou paraele impassível, e ningu+m sou-e 3ue emo$5es se passavam em seu cora$%o.GGG*uil!erme, o arec!al, encarou0o do outro lado do cad/ver do pai, e aeQpress%o de 'icardo n%o mudou.4sso + o meu "im, pensou *uil!erme. &le nunca me perdoar/ pelo 3ue "i.0 Doc era meu inimigo !/ poucos dias, *uil!erme, o arec!al. atou meu

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cavalo para 3ue ele caísse e me 6ogasse ao c!%o.0 4sso mesmo, ma6estade, e em circunst;ncias semel!antes, "aria issooutra ve.'icardo "e um gesto a"irmativo com a ca-e$a.0 Agora, 3ue sou o seu rei, vai tentar me matar0 %o, por3ue Dossa a6estade + o verdadeiro rei. Servi ao rei antes, eera por isso 3ue os inimigos dele eram meus inimigos.

'icardo n%o disse nada, mas se a"astou, e *uil!erme, o arec!al, "icouimaginando 3ual seria o seu destino. orte ou masmorraNuando 'icardo deiQava Eontevrault, c!amou *uil!erme, o arec!al, paraandar ao seu lado.0 Dolte para a 4nglaterra. Prote6a meu reino at+ eu c!egar. *uil!erme"oi col!ido de surpresa.0 &u... ma6estade0 Sim, voc. *osto de !omens 3ue s%o "i+is a seus reis. *uil!erme, oarec!al, voltou0se para 'icardo.0 O rei est/ morto. Diva o rei. Eoi o su"iciente.A notícia c!egou 1 4nglaterra. O rei morreu. / um novo rei, 'icardo 4.