Jéssica Dayane Santos de França

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1 EDIÇÃO 1 | ABRIL / MAIO | 2016 Previdência Fique atento aos novos cálculos PILATES aliado do bem-estar JEANS Nunca sai de moda e é tendência dessa estação Gramado te convida para conhecê-la Descubra delícias são-cristovenses 10 benefícios do abacate Estudantes provam que nunca é tarde para aprender

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EDIÇÃO 1 | ABRIL / MAIO | 2016

PrevidênciaFique atento aos

novos cálculos

PILATESaliado do bem-estar

JEANSNunca sai de modae é tendência dessa estação

Gramadote convidapara conhecê-la

Descubra delíciassão-cristovenses

10 benefíciosdo abacate

Estudantes provamque nunca é tarde

para aprender

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Jornalista ResponsávelJéssica França - DRT 2125-SE

ColaboradoresElton Vespasiano de AssisDemétrius OliveiraIsadora PinhoMarcelinho HoraNoemy SuzanaSílvia RodriguesVírginia Ferreira

Foto da CapaAndré Teixeira

Projeto GráficoJéssica França

DiagramaçãoJéssica França

RevisãoDemétrius Oliveira

No Brasil, 8,7% da população com mais de 15 anos ainda é analfabeta, o que equivale a 13 milhões de cidadãos. Em Sergipe, esse número é de 300 mil.

Estamos acostumados a ouvir que a educação é capaz de mudar o mundo e temos visto exemplos que comprovam a afirmação. Nessa edição, vamos conhecer pessoas que não estão mais em idade escolar, mas que estão engajadas em fazer do conhecimento uma porta sempre aberta. Para quem se ausentou das salas de aula há décadas, é preciso que haja uma cultura de inclusão, aproximação e oportunidades rumo à educação. Não parece razoável que, dos 13 milhões de analfabetos, seis – quase a metade – seja de pessoas com mais de 60 anos. E, se é para falar em números, essa é a parcela da população que mais tem crescido: o Brasil já soma 20,6 milhões de cidadãos idosos. Uma perspectiva é que ela chegue aos 64 milhões em 2025 e supere a quantidade de pessoas com idade inferior a 15 anos. Como diria Arnaldo Antunes, “a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”. A Revista LONGEViDADE acredita que a educação é o maior responsável pela formação de um cidadão pleno - e não seria diferente, já que ela surgiu através de uma experimentação acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade Federal de Sergipe. Aprecie a leitura. Essa publicação foi feita com muito carinho para você.

Jéssica Françaeditora-chefe

Fale com a Editorial

36COMPORTAMENTOPERFILRuth Carmo e as Histórias que Ninguém LêCRÔNICAQualidade de Vida na Terceira Idade

20 MODAO PODER DO JEANSA peça mais versátil do armário

12 SAÚDE&BEM-ESTARPILATESÉ garantia de corpo leve e mente sãABACATEConheça os benefícios da fruta

08TECNOLOGIAAPLICATIVOSOs mais utilizados pelos brasileiros

A TECNOLOGIA&EULeitora fala sobre sua relação com as inovações

04 ATUALIDADESPREVIDÊNCIAConfira as mudanças nos cálculos de aposentadoria

42 TURISMOGRAMADOA cidade luz brasileira

48 CULTURASÃO CRISTÓVÃO No Roteiro mostra peculiaridades do municípioLONGEVIDADE INDICA

NESTA EDIÇÃO

CAPAEstudantes provam que nunca é tarde para aprender

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VAMOS FALAR SOBRE

A PREVIDÊNCIA?

Para os cálculos da aposentadoria, já estão as novas regras - aprovadas em novembro do ano passado pela presidência da República. De acordo

com o Ministério da Previdência, a medida tem o objetivo de garantir sustentabilidade e equilíbrio nas contas, assegurando a aposentadoria dos atuais trabalhadores, mas também das próximas gerações.

Chamada de fórmula “85/95 progressiva”, a medida prevê que o trabalhador pode se aposentar com 100% do benefício, quando a soma da idade e do tempo de contribuição for igual a 85, no caso das mulheres, e 95, no caso

dos homens.O advogado Luis Felipe Araújo explica que

as mudanças permitem um cálculo equilibrado entre a idade e o tempo de contribuição: “Por exemplo, um homem que começa a trabalhar aos 18 anos poderá se aposentar aos 59 pela nova regra (41 anos de contribuição + 59 de idade), e não precisará esperar até determinada idade específica para requerer sua aposentadoria sem o fator previdenciário”. Por outro lado, analisa o advogado, o tempo de atividade será maior: “Aumenta o tempo de serviço que o trabalhador precisará cumprir para a aposentadoria, superando os 35 anos, em muitos casos”.

Já passaram a valer as novas regras, que levam em conta a soma da idade e do tempo de contribuição

JÉSSICA FRANÇA

ATUALIDADES

ProfessoresNo caso dos professores dos ensinos infantil, fundamental e médio, que tem regras diferenciadas e se aposentam cinco anos mais cedo que as demais categorias, a lei determina que sejam acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição. Assim, se um professor tem 90 pontos, será considerado que ele atingiu 95.

Trabalhadores RuraisPara os trabalhadores rurais, a lei garante, pelas regras atuais, a condição “segurados especiais”, podendo se aposentar aos 60 anos (homens) e 55 anos (mulheres). Segundo o Ministério da Previdência, eles podem se aposentar mesmo sem terem cumprido a exigência feita ao trabalhador urbano, que deve contribuir com a Previdência por 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens). De acordo com o governo, a aposentadoria rural especial é permitida, atualmente, para o agricultor familiar, o meeiro ou o campesino que arrenda até quatro módulos rurais, cujo tamanho varia conforme o município. Para se aposentar, o trabalhador rural precisa comprovar que atingiu a idade de aposentadoria realizando atividades no campo.

MULHER

HOMEM

Mínimo deContribuição:30 anos

ponto que depende do ano de aposentadoria

+ Idade60 anos*

= 95 +

Mínimo deContribuição:35 anos

ponto que depende do ano de aposentadoria

+ Idade55 anos*

= 85 +*A idade pode ser menor se o tempo de contribuição for menor que 30 anos

*A idade pode ser menor se o tempo de contribuição for menor que 35 anos

Entenda o cálculo

LONGEVIDADE | 2016 LONGEVIDADE | 2016

Foto: Agência Brasília

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O fator previdenciário continua em vigor e a nova regra é uma opção. Caso o trabalhador deseje se aposentar antes de completar a soma de pontos necessários, ele poderá, mas vai haver aplicação do fator previdenciário e, portanto, o valor do benefício pode ser reduzido. Araújo explica que o fator previdenciário incide nas aposentadorias por tempo de contribuição antes da idade mínima. “É um cálculo um pouco mais complexo que funciona como um redutor dos benefícios para aqueles que se aposentarem antes da idade mínima. Na prática, a ideia é fazer com que o trabalhador

Segundo o Ministério da Previdência, a progressividade ajusta os pontos necessários para obter a aposentadoria de acordo com a expectativa de vida

dos brasileiros, que atualmente é de 75,2 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como essa expectativa continua aumentando, o

Ministério explica que o modelo não pode ser estático e afirma que a previdência social precisa seguir regras que se adequem às novas realidades sociais para

garantir que, no futuro, ela seja sustentável. Vincular o sistema de pontos à expectativa de vida é uma forma de garantir uma adequação gradual do sistema,

evitando mudanças bruscas no futuro.Já a partir de 31 de dezembro de 2018, a fórmula sofrerá o acréscimo de um

ponto a cada dois anos. A lei limita esse escalonamento até 31 de dezembro de 2026, quando a soma para as mulheres passará a ser de 90 pontos e para os

homens, de 100 pontos. O tempo mínimo de contribuição permanece de 30 anos para as mulheres e de 35 anos para os homens.

ANO

FATOR

2015/2016/2017

85/95 86/96 87/97 88/98 89/99 90/100

2018 2020 2022 2024 2026+

fique mais tempo na ativa e, consequentemente, contribua mais para a previdência, ficando aposentado por menos tempo, considerando a expectativa de vida padrão, o que poderia gerar uma economia para a previdência”, e esclarece: “Em verdade, esta dita ‘opção’ pelo tempo ou pelo fato funciona como uma imposição ao trabalhador: ou ele escolhe se aposentar antes e ganhar menos, ou completa a idade e se aposenta sem as perdas em virtude deste fator”.

O advogado pondera que, analisando os prós e contras, há lógica e equilíbrio

na regulamentação do cálculo. “Considerando que a expectativa de vida da população tem aumentado, e que a tendência anunciada pelo IBGE é que aumente o índice de idosos na nossa população, o que pode ser visto como positivo, a 85/95 tem como objetivo cuidar desde logo de equilibrar as contas”. E qualifica: “Inicialmente, avalio como uma regra positiva, mas que evidentemente poderá sofrer ajustes ao longo do tempo, por alteração legislativa, se a experiência mostrar que há situações de injustiça na aplicação da regra”.

FATOR PREVIDENCIÁRIO

SISTEMA DE PONTOSO Regime Geral de Previdência

Social pode chegar a 2050 com déficit de cerca de R$ 3 trilhões se não passar por reformas. A estimativa é do Tribunal de Contas da União (TCU), que calcula para 2016 um rombo de R$ 124 bilhões. Em 2015, houve um déficit nas contas da Previdência, de R$ 85,81 bilhões (1,5% do Produto Interno Bruto, o PIB). O déficit é equivalente à diferença entre as receitas e o pagamento de benefícios previdenciários.

No ano anterior, o resultado negativo havia sido de R$ 56,69 bilhões (ou 1% do PIB). O decréscimo de um ano para o outro foi de R$ 29,12 bilhões e o rombo subiu em 51%. O déficit do INSS de 2015 foi o maior valor nominal da série histórica, que teve início em 1997, mas, em proporção com o PIB, ficou abaixo do patamar registrado de 2004 a 2007. Para 2016, os números preliminares indicam nova deterioração das contas da Previdência Social e a estimativa do governo, contida na proposta de orçamento, é de que o prejuízo no INSS deve subir para R$ 124,9 bilhões.

A longo prazo, os números também são desfavoráveis. Segundo o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, enviado pelo governo ao Congresso Nacional em maio do ano passado, o déficit do INSS deverá avançar para mais de R$ 1 trilhão em 2040 e para um valor acima de R$ 7 trilhões em 2060 (mais de 9% do PIB).

DÉFICIT

Não. Segundo o Ministério da Previdência, este entendimento já é pacificado pelo Supremo Tribunal Federal. Para os que se aposentaram com outra legislação, não cabe nenhum tipo de revisão em função da mudança das regras.

Me aposentei recentemente. Posso pedir alguma revisão?

ATUALIDADES

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Afinal, o que é um aplicativo?

Se você conhece o famoso Whatsapp, sabe, na prática, para que serve um aplicativo. Também conhecidos como “app”, os aplicativos são softwares desenvolvidos para

serem instalados em um dispositivo eletrônico móvel, como smartphones e tablets. O analista em Tecnologia da Informação, Lucas Carvalho, nos explicou que eles são basicamente apetrechos virtuais que nos auxiliam no dia-a-dia: “O aplicativo pode ser comparado a uma ferramenta que você usa no cotidiano. Se você usa caneta para escrever, podemos classifica-la como uma ferramenta. Logo, um aplicativo também pode ser comparado a uma ferramenta, porém, virtual. Eles servem para nos apoiar em diversas tarefas, como pagamento de contas, envio de mensagens, etc”,

esclarece.

JÉSSICA FRANÇA

IMAGENS: FREEPIK

TECNOLOGIA

Apps mais populares entre os brasileiros,

segundo pesquisa realizada pela empresa de métricas de aplicativos App Annie

1 WhatsAppO aplicativo de mensagens instantâneas é um sucesso no país. No ano passado, a empresa lançou algumas novas funções, como

backup de conversas usando o Google Drive, além de uma versão web. Vale lembrar que o WhatsApp é controlado pelo Facebook.

2 FacebookEsse é o aplicativo da famosa rede social de mesmo nome. Através da rede, os usuários criam perfis pessoais, adicionam outros

usuários como amigos e trocam mensagens. Nossa página na rede é Revista Longevidade. Faça uma busca e nos inclua em seus círculos sociais da rede.

3 MessengerEsse é o aplicativo de mensagens em que você pode se comunicar com seus amigos do Facebook.

4 Instagram O aplicativo para compartilhamento de fotos e aplicação de filtros vem em quarto lugar. Em 2015, ele passou a permitir

que usuários utilizem fotos que não sejam quadradas. O Instagram também faz parte do Facebook. Usa o Instagram? Siga @revistalongevidade e fique ainda mais conectado conosco.

5 Palco MP3 Esse aplicativo coloca músicas no smartphone para seus usuários. É o primeiro da lista que não é desenvolvido pelo

Facebook, a empresa responsável é a brasileira Studio Sol.

Esse é o número de aplicativos que estão disponíveis, atualmente. Além de marcas e modelos de aparelhos, também existem muitas diferenças nos

sistemas operacionais utilizados por cada um deles. Alguns aplicativos podem ser baixados apenas na plataforma Android, desenvolvido pela Google, outros apenas no iOS, da Apple e mais alguns no sistema mais recente, o Windows

Phone, desenvolvido pela Microsoft.

2,6 MILHÕES

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Você conhece essas expressões?

É um termo inglês que tem o significado de cópia de segurança. É frequentemente utilizado em informática para indicar a existência de cópia de um ou mais arquivos guardados em diferentes dispositivos de armazenamento. Se, por qualquer motivo, houver perda dos arquivos originais, a cópia de segurança armazenada pode ser restaurada para repor os dados perdidos.

Backup (becape)

O conceito nuvem vem da ideia de algo alocado na rede mundial de computadores – a internet. Dessa forma, é possível acessar fotos e documentos importantes em qualquer máquina. Para isso, basta contratar algum serviço de armazenamento em nuvem disponível e, por meio do navegador, acessar seus dados de onde quer que você esteja.

Arquivos na Nuvem

São maneiras divertidas de se expressar em suas mensagens instantâneas. Eles surgiram no Japão da década de 90 e são caracterizados por pertencerem a uma biblioteca de figuras prontas. Emoji vem de expressões japonesas: “e” significa imagem e “moji”, personagem, significando em português “pictograma”.

Emojis

É uma versão modificada do aplicativo, mas com as mesmas funcionalidades, para usar no computador, ao invés de usá-lo no celular.

Versão Web

A Tecnologia&Eu

“Uso os recursos da tecnologia da informação como ferramenta para o meu trabalho e também para passar o tempo. A minha história com a tecnologia começou nos anos 80 quando

trabalhei como supervisora de cursos em uma instituição de educação profissional. Pouco tempo depois deixei a instituição e fiz um curso de Especialização em Educação e, logo em seguida, o Mestrado em Educação. No mestrado fiz uma disciplina optativa denominada Informática e Educação. Durante as aulas tudo que a professora dizia eu não entendia, para mim era grego. Resolvi então fazer um curso de Operador em Microcomputador na instituição onde havia trabalhado, para entender as mínimas coisas que a professora falava na referida disciplina. Iniciei o curso e, pela primeira vez, usei um computador, o sistema era o DOS, com inúmeros comandos que não conseguia memorizar. Durante o curso faltei várias aulas, por causa do compromisso com o mestrado, o que resultou em reprovação. Expliquei ao professor que o meu objetivo era entender um pouco da informática, eu não tinha interesse no certificado, mas queria recuperar o conteúdo, o que se tornou impossível devido às constantes ausências. Em 1995 fui chamada para um concurso que havia sido aprovada como pedagoga, na rede federal de ensino. Ao entrar na sala de trabalho, me deparo com um computador instalado, pronto para ser usado. Logo liguei-o e qual não foi a minha surpresa? A tela que se abriu na minha frente não era mais aquela preta do DOS, cheia de comandos impossíveis de memorizar, mas sim uma tela colorida com várias janelas que se abriam à medida que eu usava um mouse que me exigia uma coordenação motora muito apurada. Era o sistema operacional Windows. Comecei a usar o computador e a buscar ajuda entre os colegas que dominavam mais a área. Um dos colegas se prontificou a ajudar não somente a mim, mas a vários outros com dificuldade semelhante. Foi formada uma turma e sugeri a criação de uma bolsa onde depositávamos mensalmente um valor e sorteávamos um computador. Pasmem!!! Fui a primeira sorteada com um computador Pentium 500. Meu primeiro computador, no qual digitei toda a minha dissertação de mestrado. Usei esse computador por muitos anos, depois comprei um mais moderno, mas meu marido não abria mão do Pentium até o dia em que dei um notebook de presente para ele.”

Dayse Vespasiano de Assis é funcionária pública, esposa, mãe, avó de duas menininhas, adepta às redes sociais e adora passar o tempo livre assistindo vídeo-aulas no YouTube.

LONGEVIDADE E VOCÊ

Quer nos contar como a tecnologia influencia o seu dia-a-dia ou quais as suas melhores experiências com ela? Escreva para nosso e-mail: [email protected]. Você pode ser o próximo escolhido para participar.

TECNOLOGIA

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Foto: Arquivo Pessoal

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SAÚDE & BEM-ESTAR

Corpo leve, mente sãConheça os benefícios do pilates

JÉSSICA FRANÇA

Manter a mente e o corpo em harmonia é uma das melhores combinações para o bem estar. O pilates, por proporcionar esses e outros tantos benefícios, vem se tornando uma atividade popular, satisfatória

e confiável. O método foi criado por Joseph Hubertus Pilates, no início da década de 1920 e tem como base um conceito denominado de Contrologia, que, segundo o criador da atividade, é a junção do controle consciente de todos os movimentos corporais, somado à correta aplicação dos mais importantes princípios das forças que atuam em cada um dos nossos ossos, mais com o conhecimento dos mecanismos funcionais do nosso corpo, e o total entendimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada movimento.

O pilates é uma atividade segura para a saúde do corpo e da mente. Além de oferecer ganhos de uma atividade comum, ela auxilia em muitos por exemplo, na correção da postura e alivia o estresse. Segundo a educadora física e professora de pilates Jamile Alexandre, o método ainda fortalece a musculatura, proporciona flexibilidade, coordenação corporal e motora, e trabalha o equilíbrio e a respiração. “Mas, acima do benefício para o corpo, o pilates é bom para a mente”, destaca.

A professora também explica que as atividades físicas convencionais, como a musculação e as atividades aeróbicas, tendem a trabalhar o emagrecimento e o ganho de massa muscular, conhecido como hipertrofia. Já o pilates prioriza trabalhar a musculatura de modo mais profundo. “O método trabalha, principalmente, a consciência corporal. O aluno precisa sentir o que está fazendo. Quando fazemos musculação, muitas vezes não observamos a musculatura que está sendo ativada – simplesmente fazemos porque queremos atingir um objetivo que é o ganho de massa ou a perda de peso.” E alerta: “Dessa forma, podemos causar lesões”.

“É A MENTE QUE ESCULPE

O CORPO”JOSEPH PILATES

A eficiência do pilates está na qualidade do movimento que é feito e não na quantidade de vezes. Assim, o praticante não cansa facilmente e consegue grandes resultados. Por isso, até mesmo crianças – à partir dos seis anos – podem praticar a atividade em turmas específicas, assim como adultos e idosos com os mais diferentes problemas de saúde, pois os movimentos são realizados de maneira fluente e com calma.

Porém, como tudo na vida, é preciso impor limites. Por isso, como explica Jamile, instrutor, ao analisar o aluno, irá orienta-lo a praticar uma série de exercícios de acordo com suas características individuais. O exercício é adaptado pelo profissional para cada pessoa, seja ela atleta, idoso, mulher grávida ou portador de alguma deficiência física.

O pilates pode ser feito no chão ou em aparelhos. O importante é que qualquer atividade realizada trabalhe a musculatura de dentro para fora – o que fará com que os músculos internos sejam mais trabalhados e o corpo, mais forte. Enquanto fazia sua série no reformer – um dos aparelhos usados na a atividade – Margarida Menezes, 84, praticante já bem familiarizada com os benefícios e as peculiaridades do método, informou: “Sinto minha musculatura interna sendo trabalhada”. Antes do pilates, ela fazia exercícios de caminhada, mas, porque desenvolveu bursite no quadril, foi proibida pelo médico. O pilates, então, foi a solução. As dores que sente, vão sendo aliviadas à medida que ela se aperfeiçoa na atividade. Outro benefício que o pilates lhe trouxe foi em relação à postura: “Tenho um desvio de coluna, mas ele vem diminuindo consideravelmente”, completa.

Margarida pratica a atividade no reformer. Foto: Jéssica França

Método simples, com foco na qualidade

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Foto: Jéssica França

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É aconselhável que a prática seja feita de duas a três vezes por semana. O corpo costuma responder muito rápido à atividade, mas o tempo para alcançar a forma física desejada varia de um individuo para o outro. As modificações no corpo são facilmente perceptíveis, deixando todos seus praticantes bem satisfeitos, assim como José Ribeiro, 90, que segue o método a dois anos e afirma que a prática só lhe trouxe benefícios: “Me sinto muito mais leve, mais satisfeito e esperançoso de prolongar minha existência”. Como sempre fez exercícios, o pilates veio para melhorar e lhe proporcionar conhecimento do próprio corpo. “Estamos em uma faixa etária que temos necessidade de estímulos”, enfatiza.

Aos 95 anos, José Nunes, também decidiu que, com idade avançando, precisava se movimentar. “Costumo andar pela manhã e faço fisioterapia”, diz. Assim como Ribeiro, ele escolheu o pilates para garantir um futuro melhor e tem visto os frutos diariamente. “Faço há muito tempo e tenho observado que o resultado é excelente”, relata, sereno.

José Ribeiro pratica pilates para prolongar a vida

Nunes concilia o pilates com

fisioterapia e caminhada

Foto: Jéssica França

ANUNCIEAQUI!

[email protected] | 2016

Foto: Jéssica França

Foto

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Fra

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Situada entre o verão e o inverno, o outono é a estação da colheita. Este ano, ele começou no dia 20 de março e segue até 20 de junho. Tanto para quem planta e colhe, quanto para quem consome, o outono é a melhor época para aproveitar a fartura, o sabor e os nutrientes dos

alimentos que a terra nos oferece.A mudança do clima representa “novos ares” para diversas verduras, legumes e frutas, sumidas

em outras estações. Nenhuma época do ano é mais propícia para uma boa safra como agora. Por causa da temperatura mais amena, as folhas e frutas, que já estão bem maduras, começam a cair no chão naturalmente. Assim, a quantidade de iguarias nesse período é maior. Por isso, o outono é conhecido como como a “estação das frutas”.

Segundo a nutricionista Tyellem Matos, ao escolher as frutas da estação, você leva para casa um alimento mais barato e nutritivo. “Quando consumimos frutas que não estão em seu tempo de amadurecimento perdemos parte dos seus nutrientes”, explica.

O abacate é um desses alimentos. No outono, ele recheia o nordeste com seus ricos minerais. Conhecido por sua gordura, muitos têm receio de consumi-lo. Mas, como aponta um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Havard (EUA), a gordura do abacate é boa e, entre muitos benefícios, reduz o risco de síndrome metabólica – uma desordem no metabolismo capaz de desencadear diabetes e ganho de peso.

O ABACATE É A FRUTA DA ESTAÇÃORico em gorduras monoinsaturadas, é um excelente alimento para efeitos antioxidantes, queima de gordura corporal e produção de hormônios e energia

ABACATE X BANANAQue a banana é um alimento muito conhecido por ser rico em potássio, a gente já

sabe. O nutriente participa de várias funções importantes do corpo, como a de manter os gradientes elétricos nas células. Mas o que muitos não faziam ideia era que nessa conta de riquezas, o abacate tem saldo mais alto: “Ele contém mais potássio que uma banana, além de outros minerais como cobre, ferro, fósforo e magnésio”, salienta a

nutricionista. Em números, podemos calcular que 100 gramas da

fruta nos fornecem 14% da dose diária necessária do nutriente, em comparação com 10% fornecido

pela banana. O alto consumo de potássio também ajuda a baixar a pressão arterial,

um dos fatores de risco para ataques cardíacos, derrames e insuficiência renal.

A fruta também contém nutrientes como fibras, ácido fólico e vitaminas.

JÉSSICA FRANÇAIMAGENS: FREEPIK

SAÚDE & BEM-ESTAR

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1Por ser rico em ferro, previne anemias;

2 A presença das vitaminas A e E, de antioxidantes, e de beta-sitosterol inibem a inflamação celular evitando o

envelhecimento precoce, combatem acnes, rugas e celulite. Os cabelos também adquirem mais brilho e maciez;

3 É fonte de fibras, que favorece o bom funcionamento do intestino – 100 gramas de abacate tem 7 gramas de fibras, o

que corresponde a 27% de quantidade diária recomendada;

4 Ajuda na perda do peso, pois a ingestão do abacate produz energia e faz com que você se sinta saciado depois de comer;

5 Tem baixo teor de açúcares e a alta quantidade de ácidos graxos otimizam a ação da insulina no organismo, por isso dietas com

abacate são recomendadas para dislipidêmicos e diabéticos;

6 Aliado do nosso coração, estudos têm mostrado que o abacate ajuda a reduzir os níveis de colesterol “ruim” em até

22%, a aumentar o colesterol “bom” em até 11% e a reduzir os triglicérides em até 20%;

7 Rico em gordura monoinsaturada, ajuda o corpo a absorver nutrientes, além de regular as funções corporais, mantendo,

além do coração, o cérebro e o sistema imunológico saudáveis;

8 O beta-sitosterol também auxilia na modulação do cortisol, ajudando assim a diminuir os efeitos colaterais do estress;

9 Ajuda a aliviar a dor da artrite reumatoide;

10 Para os praticantes de musculação e atividades físicas os benefícios incluem combater os radicais livres produzidos

no exercício intenso e evitar a fadiga muscular.

10 BENEFÍCIOS DO ABACATE

Mo-de-ra-ção!

Essa é a palavra de ordem da nutricionista Tyellem Matos. “Devido ao seu teor calórico, 100g de abacate contém em média 160 kcal - o mesmo que 30g de um bom chocolate ao leite”, alerta. Por isso, a quantidade recomendada é de 3 colheres de sopa por dia - o equivalente a cerca de 100

gramas da fruta e garante todos os benefícios

proporcionados por ela.

Procure sempre a orientação de um nutricionista. Ele vai estabelecer a dieta que melhor se encaixa ao seu organismo e estilo de vida.

Você sabia que o abacate é um ótimo substituto da manteiga? Em suas próximas receitas, faça o teste: troque a quantidade de manteiga animal exigida pela mesma porção de abacate.

Para servir com torradas, sanduíches e tapiocas, experimente a receita de Manteiga de Abacate.

Ingredientes: 1 abacate médio bem maduro1 dente de alho grande1 colher de chá de sal marinho½ limão espremido

Modo de Preparo:Amasse bem o abacate e reserve o caroço. No processador ou liquidificador, triture o alho junto com o sal até que se misturem bem. Coloque todos os ingredientes no processador com o suco do limão e bata até obter uma pasta homogênea.

Armazene em um recipiente juntamente com o caroço para evitar que a manteiga escureça.

Pode ser deixada na geladeira por até 3 dias.

SAÚDE & BEM-ESTAR

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o poder do

NOEMY SUZANA

ORGANIZAÇÃO E FOTOS: JÉSSICA FRANÇA

MODA

O jeans é uma peça versátil. Quem hoje não possui um jeans pra chamar de seu, bom sujeito não é! Afinal de contas, ele é universal e

combina com tudo e com todos, o que o torna uma peça que pode ser usada em diversas ocasiões. Por isso, a peça é indispensável no guarda-roupa de todos nós.

O tecido ainda hoje é conhecido por ser um tecido resistente e fácil de usar. Lembrando que não só de calça vive o jeans, atualmente pode ser encontrado em diversos modelos de roupas como blusas e jaquetas. Eu, particularmente, amo o jeans e sua origem.

E para você perceber melhor o valor que o jeans tem, vamos desbravar essa origem e entender como ele é importante para a moda.

Durante o século XX, nos Estados Unidos, os mineradores trabalhavam pesado, sujeitos a todo tipo de situação. Portanto, precisavam de vestimentas com tecidos resistentes o suficiente para o trabalho na mina. Então em 1953, um judeu alemão chamado Levi Strauss foi vender lona para cobrir as carroças dos mineradores – a não conseguiu vender o produto para aquele fim, mas percebeu que as roupas dos mineradores eram pouco resistentes e teve a ideia de levar um deles para uma alfaiataria e mandar confeccionar uma calça na cor marrom.

Logo as calças feitas com a lona se difundir entre os mineradores. No entanto, esse material

era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido igualmente resistente, porém mais flexível, e assim aconteceu. O novo tecido, que era de algodão sarjado, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, “de Nîmes”. A cor azul do tecido veio só depois, quando Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. A empreitada o levou- o a fundar a Levi Strauss & Co, em parceria com seus irmãos e cunhados.

O jeans começou a se popularizar na década de 30, quando os cowboys norte-americanos começaram a usar e quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade. Após a vitória dos países Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.

Hoje encontramos diversos tipos de jeans com lavagens, modelagens e estilos diferenciados para todos os gostos e idade.

Percebeu o poder do Jeans?Além de tudo, o jeans é democrático e

está em alta! Confira o garimpo que fiz em algumas lojas de departamento.

LONGEVIDADE | 2016

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22 23Colete Yessica, R$ 79.99, bata Clock House, R$ 59,99, calça JeansWear Denim, R$ 59,99,

sandália Oneself, R$ 109,99Colete JeansWear Denim, R$ 99.99, blusa YSC Denim, R$ 99,99, bermuda JeansWear Denim, R$ 69.99, tênis Oneself, R$ 69.99

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24 25Jaqueta A|K Jeans, R$ 99.99, vestido A|K Jeans 99.99 Colete de tricô Clock House, R$ 89.99, vestido YSC Denim 119.99,

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SIM, NÓS

PODEMOS!Estudantes provam que nunca é tarde para obter

conhecimento pleno e de qualidade

JÉSSICA FRANÇA

CAPA

Alguém duvida que a educação contribua efetivamente para um futuro melhor? Não é de hoje que, no Brasil e em muitos países, ela se tornou símbolo da formação de um cidadão pleno. Certa feita, Albert Einstein (1879-1955) lançou a seguinte frase: “A mente que se abre a uma nova

ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. E não é verdade? Dona Terezinha, 62, que o diga.

Jovem, solteira e mãe de três filhos, a mulher conseguiu terminar o curso superior de Ciências Contábeis em 1984, mas nunca atuou na área para não correr riscos. Como muitas mães dessa e de outras gerações, não quis apostar se dedicar a uma carreira que, de início, não garantiria sustento suficiente para a família. “Como eu já era funcionária pública, optei pela estabilidade para conseguir criar meus filhos e deixei a contabilidade pra lá”, diz. Apesar de gostar de sua formação, não se arrependeu da escolha.

O resultado? Três novos cidadãos para o mercado de trabalho: uma técnica em instrumentação cirúrgica, um analista em tecnologia da informação e um futuro engenheiro civil.

Filhos criados e aposentadoria concedida: hora de alçar novos voos.

Foto: André Teixeira

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Primeira Parada......Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Amparada pelo Núcleo de Pesquisas e Ações da Terceira Idade, o Nupati, Dona Terezinha voltou para a universidade 30 anos depois de ter finalizado sua graduação. Dessa vez, ela não vai ficar ligada a apenas um curso, mas a todos quantos lhe forem proporcionados. No programa da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), ela pode intercalar disciplinas de vários cursos e ter experiências diferentes a cada semestre.

“Vim para a universidade para adquirir conhecimento em outras áreas”, explica. Desde 2014, Terezinha tem descoberto novos sabores e saberes. Já cursou disciplinas de Educação Física, conheceu a fisiologia humana e novos esportes como surfe e atletismo – o primeiro, na prática!; descobriu a dança e o folclore popular em projetos de extensão e experimentou, junto aos alunos do curso de Publicidade e Propaganda, os manejos da fotografia. O mais curioso dessa última disciplina foi a motivação pela qual dona Terezinha resolveu ingressar: “Quis estudar fotografia porque tenho um bloqueio. Na família, quando era para sair em uma foto, eu me escondia, eu não queria sair... Então vim pra quebrar isso. Para me superar, para aprender e para perder esse medo”, explica, empolgada, a estudante.

Quebrar medos, romper tabusÉ Dona Terezinha que estampa a capa dessa

edição da LONGEViDADE. Quando convidada para ser fotografada, ficou receosa, mas, em seguida concordou, confiante. “Eu aceito! Vim aqui para isso mesmo. Essa é a prova de que consegui me superar!”.

De sorriso fácil, ela precisou ficar bem séria e concentrada para pousar e representar a imagem da campanha “We Can Do It!” (Nós podemos fazer isso!), que teve como modelo Geraldine Doyle, uma operária de 19 anos, de uma fábrica de Michigan, em 1942, e virou símbolo do movimento feminista em todo mundo.

O ícone foi criado durante a Segunda Guerra Mundial, como uma grande estratégia de marketing do governo norte-americano. Durante a guerra, as fábricas ficaram carentes de mão de obra. A campanha teve o propósito de convocar mulheres para assumir um trabalho. Atualmente, a campanha é muito utilizada como símbolo de luta. Para a LONGEViDADE, ele está representando toda e qualquer pessoa que luta para alcançar seus sonhos e propósitos.

Inclusão

Encarar uma classe de alunos que, em sua maioria, pertence à geração Z e consegue domar mais de uma tarefa ao mesmo tempo, pode parecer assustador, mas, pelo menos para dona Terezinha, a experiência tem sido prazerosa. “É muito bom estar no meio de jovens. A gente se atualiza e, ao mesmo tempo, passa experiências. É uma troca”, explica.

A professora da turma de fotografia, Moema Costa, confirma: “É muito bom ter uma pessoa com mais maturidade e que pode estar contribuindo com experiências de um modo geral. Porque fotografia é isso: o que você conhece e tem dentro de você é o que você revela”.

Moema diz não ter percebido qualquer preconceito dos demais estudantes com a aluna idosa. A velocidade com que aprende talvez não seja a mesma dos mais jovens dedicação e bom humor auxiliam muito no processo. “Terezinha acaba sendo uma figura que brilha de um modo diferente na turma. Muito risonha e alegre, ela impõe respeito mesmo sem querer”, ressalta a professora.

Terezinha também assegura não ter sofrido qualquer ação preconceituosa remetida a ela durante esses dois anos em que vem percorrendo o ambiente da universidade, mas ressaltou um caso em que uma colega do Nupati abandonou uma disciplina por não ser acolhida pela turma: “Quando precisou formar grupos para fazer uma tarefa, nenhum grupo a incluiu”. E explica: “A gente tem que buscar um meio termo, tentar interagir com os mais jovens e esperar que eles façam o mesmo”. Outro ponto levantado por dona Terezinha é que nem sempre é tão fácil participar das disciplinas, pois os próprios docentes não conhecem a fundo o sistema do núcleo. “Muitos professores ainda não entendem o funcionamento do Nupati”.

“TEREZINHA ACABA SENDO UMA FIGURA

QUE BRILHA DE UM MODO

DIFERENTE NA TURMA. MUITO

RISONHA E ALEGRE, ELA

IMPÕE RESPEITO

MESMO SEM QUERER”

Foto

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CAPA

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NupatiApesar de estar funcionando há 16 anos na UFS, o Núcleo de

Pesquisas e Ações da Terceira Idade (Nupati) ainda tem uma longa caminhada de conscientização pela frente. O programa, criado em 1998, tem a finalidade de promover a cidadania da pessoa idosa através do desenvolvimento de ações integradas dentro do ambiente universitário, focando nas áreas de geriatria, gerontologia e direitos humanos. De acordo com a Constituição Federal e o Estatuto do Idoso, o núcleo proporciona a inclusão e valorização do cidadão com mais de 60 anos na universidade, através de ações de ensino, pesquisa e extensão, estimulando os aspectos intelectuais, culturais, políticos e artísticos.

Ligado ao Nupati, está a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati). Foi através do dela que dona Terezinha e tantos outros alunos voltaram ao ambiente acadêmico. Através de processo de matrícula, mas sem vestibular, é possível que interessados em frequentar as disciplinas dos cursos que a UFS oferta, se tornem alunos universitários. Para isso, é necessário apenas ter 60 anos ou mais. Não há exigência escolar anterior, mas a coordenadora do Nupati e professora do curso de Serviço Social, Noêmia Lima Silva, orienta sempre a qualificação. “Durante a matrícula, aconselho que os alunos concluam o ensino médio, para conseguirem uma qualificação melhor”, explica a professora.

A Unati é constituída por um conselho consultivo, uma coordenação geral e uma coordenação técnica-pedagógica com participação do Nupati e de professores de diversos departamentos, que tiverem disciplinas sendo oferecidas dos cursos regulares de graduação para esses alunos. Diferente dos estudantes que entram na universidade por processo seletivo vestibular, os que ingressam através do Nupati não saem com diplomas. Ao final de cada disciplina cursada com aprovação comprovada, o estudante tem direito a um certificado. “Como eles não fizeram uma seleção, como os demais alunos, têm direito a fazer qualquer disciplina de qualquer curso, menos galgar o diploma”, explica Noêmia.

Para mais informações sobre

matrícula no Nupati, ligue (79) 2105-6858.

O núcleo fica localizado no Centro

de Educação e Ciências Humanas

(CECH), na didática III do campus da UFS em

São Cristóvão.

Coordenadora explica o funcionamento do Núcleo de Pesquisas e Ações da Terceira Idade.

Foto: Jéssica França

Centro Acadêmico da MaturidadeDona Terezinha é vice-presidente do Centro

Acadêmico da Maturidade (CAM). O centro, que existe há mais de dez anos, ampara e luta para sejam oferecidas melhores condições educacionais aos alunos do núcleo. O atual presidente do CAM, João Carlos Ribeiro, 65, é quem estampa a frente de reivindicações dos estudantes da Universidade Aberta à Terceira Idade. Aluno desde 2010, ele conhece bem as deficiências e conquistas dos últimos anos. Além disso, sempre esteve envolvido para atuar em defesa dos direitos coletivos. Em 2012, foi membro do conselho fiscal do centro; em 2014, foi vice-presidente e; em 2016, foi eleito para a presidir o CAM. Para estar na coordenação, João buscou entender como funciona a estrutura de reivindicações dos alunos de toda a universidade e ampliou seu olhar. “Conheci o pessoal do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e, nesses últimos anos, fui a Goiânia, Rio de Janeiro e Recife para a eleição da União Nacional dos Estudantes (UNE). Só então passei a entender melhor o funcionamento de um centro acadêmico”, explica João.

Tendo contato diário e pessoal com os anseios dos colegas enquanto estudantes, muitas conquistas foram alcançadas. Um dos exemplos

mais importantes citados por João Carlos é a participação oficial da Unati na eleição para reitor. Até a última votação, eles não contavam como eleitores, mas a partir de 2016, poderão ajudar a definir o próximo líder da UFS, juntamente com os outros mais de 30 mil alunos.

Para nos mostrar como pequenos e grandes direitos ainda precisam ser alcançados, João Carlos destacou que, apenas em abril deste ano, o CAM pôde contar com acesso a internet no único computador que a sala possui. “Depois de muitas tentativas, com intervenção da professora Noêmia, envios de documentos e idas à coordenação de sistemas da UFS, finalmente conseguimos que instalassem internet aqui” diz, satisfeito.

Entretanto, o presidente João Carlos ainda tem um objetivo maior: conseguir autorização do Ministério da Educação para que os alunos da Unati tenham direito a se graduar, ao concluir todas as disciplinas e requisitos do curso pretendido. “O principal de tudo é chegarmos ao ponto de conseguir terminar o curso e garantir nosso diploma” ressalta, convicto.

A Unati dá ao aluno a mobilidade de conhecer várias áreas, estudando disciplinas de cursos diferentes, além de intercambiar entre as salas e conhecer novos colegas de turma e professores,

João Carlos luta para que ele e os

colegas tenham direito ao diploma

universitário. Foto: André Teixeira

CAPA

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mas também dá possibilidades para que o idoso se candidate a disciplinas de apenas um curso. Tendo a graduação efetiva e a emissão de um diploma como opção, o estudante pode batalhar por ele. “Se a gente tiver esse direito, vai motivar ainda mais o aluno a escolher disciplinas direcionadas ao curso que ele almeja se graduar”, idealiza.

Por defender a educação para qualquer cidadão, foi que o Nupati já realizou diversas ações em auxílio aos alunos. Um deles foi o pré-vestibular da terceira idade, que visava preparar os estudantes para concorrer a uma vaga através de seleção e garantir o diploma. “Já tivemos alguns poucos alunos que conseguiram o ingresso pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e estão estudando. Mas a maioria diz que é muito difícil concorrer com a garotada que já vêm se preparando sem intervalos”. Por isso, ainda em abril, o CAM recebeu a visita do senador Eduardo Amorim, que garantiu lutar em Brasília para a criação de uma lei federal que dê direito aos estudantes do idosos a terem um diploma. Para a coordenadora Noêmia, o documento tem uma importância fundamental na vida das pessoas. “Alguns dos integrantes do núcleo da terceira idade estão buscando dar continuidade a um sonho que ficou escondido embaixo do tapete por todos esses anos, por darem prioridade a garantirem o sustento da família, deixando seus interesses de lado”. E completou: “A busca do saber tem que ser para todos”.

O período letivo dos alunos do Nupati é o mesmo que o dos estudantes de graduação da UFS. Esses alunos também têm sua vida acadêmica registrada on-line, através de um portal chamado Siga-a. Nele, históricos de disciplinas cursadas, notas e outros itens como bate-papo com a turma e recados dos professores são cadastrados.

Estudantes reunidos no centro acadêmico. Foto: Jéssica França

O FuturoDo futuro, o presidente do Centro Acadêmico da Maturidade, João Carlos, espera ter em mãos o diploma do curso de Direito. Para isso, ele vem se esforçando em cursar as disciplinas da faculdade e lutando para que, não só ele, mas todos os seus colegas que assim desejam, possam

também desfrutar em percorrer uma carreira que têm interesse.Já dona Terezinha, quer continuar enchendo sua bagagem de conhecimento que ela vem agregando ao navegar entre um curso e outro e participando apenas das disciplinas que a interessa. Mas, enquanto vivos estamos, temos sonhos. E o dela é aprender inglês. Assim que o filho mais novo se graduar, esse será seu objetivo: “Os cursos são muito caros, mas quando eu terminar de pagar a faculdade do mais novo, vou fazer”, diz, esperançosa. Por que inglês? Pelo prazer de aprender, mas também para conseguir desbravar o mundo. “Se eu pudesse, ia viver viajando”, sonha. Enquanto dona Terezinha não está à bordo e cruzando os oceanos do planeta, desejamos que ela e seus colegas ainda viajem bastante pelo conhecimento que a universidade tem a lhes oferecer e

descubram novos prazeres a cada dia.

CAPA CAPA

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Indicadores SociaisNo século XXI, a população brasileira ainda

se depara com dura realidade do alto índice de analfabetismo, mas as políticas públicas vêm tentando reverter esse quadro. De 2001 a 2014 o Brasil reduziu em 4,3 pontos percentuais o número de analfabetismo. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2015, o analfabetismo se concentra mais na área rural e, mesmo com a maior redução do analfabetismo, o Nordeste, por exemplo, ainda tem um índice elevado. Em 10 anos, período que corresponde de 2004 a 2014, a região teve a maior redução, passando de 22,4% para 16,6%. O Norte passou de 13% para 9%; o Centro-Oeste reduziu de 9,2% para 6,5%; o Sudeste registrou uma redução de 6,6% para 4,6%, e no Sul do país, o analfabetismo sofreu uma queda de 6,3% para 4,4%.

MAIOR DE 60 ANOS

Analfabestismo por faixa etáriaEM SERGIPE

ATÉ 60 ANOS

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Analfabestismo por regiãoBRASILEIRA

Ainda de acordo com a pesquisa, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais foi estimada em 8,3%. Ainda de acordo com o IBGE, em comparação com 2001, no Brasil há 2,5 milhões de pessoas analfabetas a menos. Segundo a Secretaria de Educação do Estado de Sergipe, tanto no cenário nacional, quanto no estadual, o maior desafio é a alfabetização dos brasileiros maiores de 60 anos, porque, como aponta a pesquisa, 23,1% dos analfabetos estão nesta faixa etária, mesmo esse percentual tendo tido queda de 1,3 ponto em relação a 2012.

Para tentar diminuir ainda mais esse números, Sergipe oferece formações de ensino básico, através dos programas Alfabetiza Mais (AMA) e do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), para quem não conseguiu concluir a educação básica na idade regular estabelecida

pelo MEC. Conheça:

AMA Dividido em ciclos de oito meses, o programa

tem como proposta a alfabetização de adultos acima dos 25 anos. A carga horária semanal é de 10 horas, totalizando 320 horas de atividades. No Estado, 62 dos 75 municípios aderiram ao programa. Segundo a Secretaria de Educação do Estado de Sergipe (Seed) o AMA é composto de seis eixos: Gestão Político-Administrativa; Gestão Pedagógica; Formação Iniciada e Continuada para Alfabetizadores e Coordenadores de Turma; Materiais Didáticos; Avaliação do Processo Ensino e Aprendizagem; Avaliação e Monitoramento do programa. O AMA é uma ação articulada entre a União, as Secretarias de Estado e/ou órgãos da administração direta e indireta, municípios e

sociedade civil organizada. De acordo com Seed, em três anos, o projeto

pretende alfabetizar mais de 60 mil sergipanos acima de 25 anos, mas até o fechamento desta edição, o programa ainda estava aguardando

recursos do MEC para ser iniciado.

EJA Já o Ensino de Jovens e Adultos

é destinado para os cidadãos acima dos 15 anos que ainda não possuem em sua formação os ensinos fundamental ou médio. Por isso, o programa é dividido em dois ciclos: o EJA-F, que ensina os conteúdos do nível fundamental e o EJA-M, que se dedica a passar o conhecimento do ensino médio. Em Sergipe, o EJA é oferecido em mais de 100 escolas de 53

municípios.

Caso você tenha interesse em participar de algum dos programas, entre em contato com a Secretaria de Educação do seu município e informe-se sobre os locais onde estão sendo ofertados.

CAPA CAPA

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Ruth Carmoe as histórias que ninguém lê

“Sinto falta da cultura dele”, diz, relembrando o ex-marido falecido há sete anos. Não estavam juntos em sua morte: a ausência se fez presente por consequência de uma separação nada amigável. Viúva e morando sozinha na beira da praia da Atalaia Velha, Ruth Carmo passa a maior parte de seu tempo mergulhada, não na água, mas no mar

de conhecimento que os livros têm a lhe oferecer. Sua casa desconfigura a paisagem da Passarela do Caranguejo, tão movimentada e recheada de

estabelecimentos comerciais. É uma das poucas moradias que estão presentes naquele lugar tão disputado por empresários que visam explorar o turismo de um dos locais mais frequentados da cidade. Dona Ruth é resistência à beira mar.

Um de seus vizinhos é dono de uma pequena mercearia na rua perpendicular à direita. Ele interrompe seu trabalho para me explicar onde fica a casa de Ruth. “É ali mesmo onde você passou”, indica com a cabeça e o braço. Olha para a esposa, sentada numa cadeira de ferro em frente e solta: “Ela está

JÉSSICA FRANÇA

COMPORTAMENTO

procurando aquela velha doida”, adjetiviza. Uma das primeiras coisas que Ruth diz quando abre o portão de

sua casa e me oferece uma poltrona na sala, é que só se dá bem com gente muito inteligente ou muito pouco instruída. “Gente mediana não me entende e acha que sou louca”, explica com um riso no canto dos lábios, sem imaginar o que ouvi de seu vizinho. Eu, ali, fico me perguntando em qual das três categorias estou inclusa.

O riso meio preso, meio solto é expresso algumas vezes durante aquele dia quente de primavera. Com muito o que contar, Ruth aproveita minha breve estadia. Ouço histórias tristes, amenas e chocantes. Ouço sobre o desenvolvimento de uma doença psicológica e exposta na pele como algo bom e que ajudou a prevenir um abuso. Ouço sobre como uma menina de sete anos já se interessava por assunto de “gente grande” e aprendia a se livrar de pessoas mal intencionadas. Ouço sobre uma infância com uma mãe criada em lar rico que aprendeu a ser amada, mas muito pouco a amar. Ouço sobre um amor pela leitura que ao longo de cerca de 60 anos só cresceu e se multiplicou em formato de uma estante repleta de bibliografias e uma mente cheia de ideias. Ruth Carmo estuda cerca de oito horas por dia. Autodidata, aprende grego e hebraico apenas com os ensinamentos dos livros que compra pelas livrarias em que passa. Judia de nascimento, navega pela história de seu povo e conhece a fundo os detalhes. “Sou judia e cristã”, ressalta. A mãe foi deserdada pelo pai. Judeu, não aceitou a conversão da filha ao cristianismo. Hoje, a neta Ruth é leitora assídua da Torá – os cinco livros que formam o texto central do judaísmo – e da Bíblia Sagrada. Esta última, inclusive, está reescrevendo pela terceira vez à mão. “É por causa da LER”, explica. A sigla é alusiva à conhecida “Lesão por Esforço Repetitivo”, uma inflamação causada por movimentos locais reiterados ou posturas forçadas.

Mas a doença é apenas uma desculpa para descobrir as minúncias que se escondem nas entrelinhas do sagrado livro cristão. Ruth vive mesmo para aprender. Técnica em nutrição, seu conhecimento vai muito além da química. Ela gosta de estudar temas como genética e religião. Além disso, aprecia escrever o que aprende. Prova disso são os 23 livros que tem guardado em seu computador.

“GENTE MEDIANA NÃO ME

ENTENDE E ACHA QUE

SOU LOUCA”

COMPORTAMENTO

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– Não publiquei nenhum – informa. – Por que? – questiono. Não preciso ter meu nome publicado por aí, além disso, eu sempre aprendo um pouco mais e

sempre volto e modifico aquele livro que eu achava que já tinha terminado. Estão todos inacabados – diz, com certo orgulho.

Quase todo ano, em parceria com entidades que conhece o trabalho, Ruth realiza jantares de natais para pessoas carentes. “Não tenho uma foto sequer. As outras pessoas é que tiram, mas eu não tenho nenhuma.”, informa, pensativa.

Depois de algumas horas de conversa peço água. Ruth volta com um copo e um livro. Este havia sido escrito para um amigo. Impresso e encadernado de maneira simples, o material estava repleto de amor fraternal. Na introdução, Ruth falava a seu amigo o quanto era grata por poder passar horas a fio conversando com ele.

Um outro livro está sendo escrito por Ruth: ele fala sobre mulheres que fizeram a diferença em tempos em que apenas homens podiam se destacar. Os primeiros relatos são dados históricos sobre Hipatia de Alexandria, a primeira mulher documentada como matemática. Era professora de filosofia e astronomia, além de chefe da escola platônica. Os escritos seguem falando sobre importantes mulheres talvez pouco conhecidas pelo grande público, e chegam em Débora, profetisa e quarta juíza de Israel - a única citada na Bíblia com tal cargo.

Ruth é mãe de duas mulheres, de 32 e 29 anos. Ambas alçaram voo, mas ela pouco expressa as escaladas das filhas. Na estante de livros, é possível ver fotografias antigas de uma mulher e suas duas crias na infância e na juventude. Ne

nhuma recente. Arrodeada pelo comércio e quase sem

vizinhos, Ruth nem pensa em sair dali. Propostas não faltam. Segundo ela, os donos do hotel ao lado já lhe ofereceram imóveis em outros locais para que o estabelecimento fosse ampliado.

Mas, de frente para o mar, gosta de ver as estrelas à noite e observar as mudanças de fases da lua. “Ontem mesmo ela estava linda, enorme”, disse com os olhos fitos na janela. Para viajar, Ruth não precisa sair de casa, basta ir até a estante de madeira na sala e procurar um de seus livros ou ligar o computador para pesquisar. Mas agora, pensionista e sem preocupações com a criação das filhas, pretende conhecer Israel pessoalmente. Do Brasil, seus olhos já conhecem uma pequena porção: nasceu em Salinas, uma cidadezinha de Minas Gerais, mudou-se para Brasília, onde conheceu o ex-marido, e então para Sergipe, sua terra firme desde 1994. Em alto mar, Ruth vive desde que aprendeu a embarcar nos livros e se deixar capitanear pelas palavras. Esse navio do conhecimento às vezes a leva às fronteiras dos julgamentos alheios. Porém, quem delimita o que é realidade e o que é ficção?

COMPORTAMENTOCOMPORTAMENTO

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Foto: Jéssica França

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Na atualidade, muito se fala em qualidade de vida e no aumento da expectativa de vida do brasileiro. De acordo com a Organização

Mundial de Saúde – OMS, qualidade de vida é a “percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Esta definição baseia-se em três pressupostos: subjetivo, multidimensional e dimensões positivas e negativas. Já no que diz respeito ao aumento da expectativa de vida, de acordo com o último levantamento realizado pelo IBGE, subiu para 75 anos. Ainda de acordo com o referido levantamento, os estados do Centro-Sul (desenvolvidos) apresentam números mais elevados que estados das regiões Norte e Nordeste (menos desenvolvidos). Pode-se citar, por exemplo, Santa Catarina como o estado com a maior expectativa de vida – 78 anos, e, o Maranhão, com a menor, 70 anos. Em Santa Catarina, o índice de analfabetismo é de 2,93% e no Maranhão, é de 18,76% e, ainda, mais da metade da população analfabeta do Maranhão, é de idosos.

Com base na definição da OMS e nos

levantamentos, é válido inferir que, há uma relação direta entre qualidade de vida, aumento da expectativa de vida e educação, entendendo-se por educação a definição proposta no Dicionário Aurélio: “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor

integração individual e social”.A educação, em sua forma

mais ampla e irrestrita, é o elemento fundamental para a formação do ser humano em sua integralidade, desde seu nascimento até sua velhice, determinando sua visão de mundo, suas escolhas, seu procedimento de pensamento, suas ações, enfim, seu “modus vivendi”. A educação, diz respeito a duas instituições: à família e ao Estado - escola. À família, cabe a educação para a vida social-moral, à escola, cabe educação para a formação profissional, para formar pessoas autônomas. Ambas são complementares e igualmente importantes tanto para a formação do

homem, quanto para uma sociedade saudável e sustentável. Não há saúde, sem educação e não há sustentabilidade sem saúde e sem educação. A sustentabilidade social se refere a um conjunto de ações, como acesso à saúde e a educação, que visam melhorar a qualidade de vida da

VIRGÍNIA FERREIRAé psicanalista e professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis/FASE.www.profavirginiaferreira.wordpress.com/

Qualidade de Vida na Terceira Idade: entre a razão e a sensibilidade

população e diminuir as desigualdades sociais. Esse conjunto de ações visa tanto a geração atual como as próximas gerações, dando chance a estas de exercer a plena da cidadania. Quando falamos de cidadania, estamos falando de seres humanos, jovens ou idosos – não importa, seres humanos – e ao falarmos de seres humanos, estamos sempre referidos a razão, a faculdade de pensar. Será esta faculdade o suficiente para uma sociedade sustentável, para relações de solidariedade regidas pela ética, num universo capitalista, no qual o consumo está acima da relação que o sujeito tem com ele mesmo e com o mundo que o cerca? As respostas podem ser encontradas nos acontecimentos cotidianos

que apontam com muita nitidez que essa forma de viver não está conduzindo as pessoas e sociedades para um fim minimamente saudável e com alguma possibilidade de felicidade. A faculdade de pensar, de fato, as pessoas têm, porém, carecem de sensibilidade que é a faculdade de sentir compaixão e simpatia por si mesmo e pela humanidade, para se sentir pertencentes à raça humana e entenderem que: precisam dos demais para viver - o homem é um ser eminentemente social e, principalmente, precisa se sentir pertencente à raça humana. É esse sentimento de pertencimento que dá a pessoa

a chance de importar-se consigo mesmo para além das aparências, do físico, daquilo que pode ser visto e com o outro. Quando a pessoa tem esse sentimento, ela valoriza a existência e admite sua mortalidade, qualidade ou fatalidade inerente ao ser humano. Não se nasce para morrer, mas, indubitavelmente, somos todos mortais. Assim sendo, o valor que cada um aprende a atribuir a sua existência desde sua infância, sendo generosa, influenciará, para não dizer determinará, a forma que a pessoa irá conduzir sua vida e viverá a sua velhice. A qualidade de vida ou a ausência da mesma na terceira idade, não é resultante das políticas de governo, estas influenciam, mas, muito mais a forma que a pessoa se relacionou consigo mesmo e com o mundo que o cerca. A razão é necessária para a pessoa discernir o que é certo ou errado, mas não suficiente, para saber o quanto uma ação certa ou errada pode acarretar de prejuízos ou benefícios sobre si mesmo e sobre os outros a curto, médio ou longo prazos. Isso é uma atribuição da sensibilidade.

”O VALOR QUE CADA UM APRENDE A ATRIBUIR A SUA EXISTÊNCIA DESDE SUA INFÂNCIA, SENDO GENEROSA, INFLUENCIARÁ - PARA NÃO DIZER DETERMINARÁ - A FORMA QUE A PESSOA IRÁ CONDUZIR SUA VIDA E VIVERÁ A SUA VELHICE.”

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Foto: Arquivo Pessoal

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Alguns ousam dizer que não parecem terras brasileiras, outros, que ela é um ‘pedacinho’ da Europa no Brasil. Mas Gramado fica logo ali,

no Rio Grande do Sul. De belezas exuberantes e índice de desenvolvimento humano de 0.841 - considerado alto - a cidade de 35 mil habitantes é destaque nacional e internacionalmente.

No coração da Serra Gaúcha, conheça uma cidade brindada por paisagens encantadoras, povo hospitaleiro e clima diferenciado

GRAMADO, A CIDADE LUZ BRASILEIRA

UM POUCO DE HISTÓRIAA história de Gramado começou em 1873, com

a colonização europeia iniciada por imigrantes portugueses, seguida por alemães e italianos, vindos da cidade de Caxias do Sul (RS). Além das tradições culturais dos descendentes europeus, o município também passou a incorporar aspectos do gau chismo. Essa diversidade, iniciada há

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: Jés

sica

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nça

quase dois séculos, ainda influencia aspectos como os costumes, a culinária e a arquitetura de Gramado.

A cidade, junto à vizinha Canela, recebe turistas o ano inteiro e oferece atrações que atendem a todos os públicos. Há muito o que fazer na região: atividades ao ar livre, visitas a museus e parques temáticos, além de saborear um farto cardápio gastronômico, que inclui os mais variados tipos de carnes, queijos e chocolates. O verde e as

JÉSSICA FRANÇA

flores tomam conta lugar praticamente o ano inteiro. Em julho, a temperatura baixa e a neve pode aparecer e “colorir” a cidade de branco. A arquitetura das casas dá ares artisticos à cidade que, em agosto, celebra um festival de cinema e atrai os olhos do Brasil e do mundo. Já a partir de novembro, Gramado vira um enorme palco iluminado a celebrar o Natal Luz e enche de alegria e esperança os olhos de turistas e moradores locais.

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Se no verão o clima da cidade já é bastante fresco e agradável, no inverno ele é um grande convite para todos os que querem fugir das altas temperaturas. Para quem sonha em ver a neve, Gramado pode ser o local ideal: a cidade chega a registrar temperaturas negativas e a distribuir flocos do alvo fenômeno pelo chão.

O jornalista e sócio da Santoniri Viagens, Eduardo Barreto, diz que julho é o mês ideal para quem quer curtir o frio: “É a melhor opção, já que nesse período o inverno domina as ruas e as atrações da cidade”, sugere.

Eduardo também afirma que Gramado é uma excelente opção para quem procura tranquilidade: “A cidade é linda e calma. Os moradores são hospitaleiros e respeitam os turistas”,

assegura. Uma prova da calmaria da cidade é que ela não possui sinais de trânsito. “É difícil imaginar um lugar assim, quando vivemos em uma capital de trânsito tão agitado. Por isso,

ela é uma opção muito segura para todas as idades... Crianças, adultos e idosos podem passear por suas ruas sem receio algum”.

TURISMO

Foto: Prefeitura de Gram

adoFoto: Prefeitura de G

ramado

Você tem que conhecer!

Lago Negro

Uma ampla área verde, com trilha e passeio de pedalinho no lago, além

de lanchonetes agradáveis para passar a tarde

Vinícolas

Localizadas nas circunvizinhas

cidades de Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, são ideais para quem, além de degustar um bom vinho, quer

conhecer sua fabricação e história.

Rua Coberta No centro de

Gramado, a rua tem 100

metros de comprimento e

abriga ótimos cafés e restaurantes. No inverno, o

telhado de vidro abriga turistas que assistem a apresentações

musicais

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Parque do Caracol

Na vizinha cidade de Canela, o

parque tem matas nativas, cachoeiras

e ar puro. O deslocamento entre Gramado e Canelas é comum entre as

agências de turismo e leva apenas 14

minutos.

Mini Mundo

O pequeno parque temático abriga réplicas arquitetônicas

reais de castelos, estradas, barcos,

cascatas, moinhos e ferrovias de vários

lugares do mundo… tudo 24 vezes

menor.

Noite Gaúcha

É claro que boa comida não poderia faltar. Além disso, o evento é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco da tradição gaúcha

em uma noite regada a chimarrão, churrasco, comidas

típicas e danças folclóricas

Para aproveitar Gramado entre 02 e 06 de julho/16, a Santorini Viagens dispõe do seguinte pacote:- Passagens aéreas (taxas inclusas)- 04 noites de hospedagem com café da manhã - traslado- tour Gramado e Canela- tour Uva e Vinho (com almoço)

Consulte valores e condições através do site www.santoriniviagens.tur.br ou ligue (79) 3302-6848

*Condições sujeitas a disponibilidade

Dicas!Antes de embarcar, faça uma lista de tudo o que você vai precisar. Nela, devem constar os documentos, como o RG, os cartões de crédito e o seguro viagem; os itens que irão na mala como calçados, casacos, luvas e cachecois, além de remédios, como analgésicos, anti-inflamatórios, colírios e um kit de primeiros socorros.Conferiu tudo? Boa viagem! Gramado te espera!

Em abril, Gramado foi eleita pelo prêmio Travelers’ Choice, o 2º melhor destino do Brasil e 7º da

América do Sul.A classificação determinados por meio de um algoritmo que leva em conta a quantidade e a qualidade das avaliações de hotéis, restaurantes e atrações em cada destino, reunidas ao longo de 12 meses, assim como o interesse de reservas no site

TripAdvisor.

TURISMO

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Por amor à profissãoEra sua folga, estava doente, mas estava lá, atrás daquele balcão do Museu,

com uma simpatia invejável. Eu me senti em casa com toda aquela receptividade e carisma. Rita Cássia Santos, 54 anos, trabalha desde os 20 como recepcionista do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, seu primeiro e único emprego.

Aposentada, a são-cristovense nata nunca saiu de São Cristóvão, nem mesmo para conhecer outros lugares. Sua paixão avassaladora pela cidade encanta os que são recebidos por ela. Concursada e formada em pedagogia, preferiu trabalhar no Museu, porque ama atender o público e conhecer pessoas novas. Por ter um jeito humilde de se importar com os outros, se tornou uma mãe para os funcionários. “Gosto de saber como todos estão, se estão bem ou se precisam de ajuda. Muitas vezes até me meto onde não deveria”, sorriu.

Quando lhe perguntei o que poderia ser, se não fosse funcionária do Museu, um silêncio profundo “ecoou” naquela recepção. Sem saber o que responder,

olhou para mim e para o bloquinho de anotações e fez uma expressão como se dissesse: “qual a próxima pergunta?”. Entendi o que ela quis dizer, sem nem ao menos falar uma palavra sequer. Então, inverti a pergunta. “O que o Museu seria sem você?” Ela sorriu – meio sem graça – e disse o tamanho do orgulho que tem por ser a base de sustentação daquele lugar.

“Gosto de valorizar a bela cultura que temos e faço isso através

Rita Cássia trabalha

desde os 20 anos como

recepcionista do museu

ISADORA PINHO

FOTOS: SÍLVIA RODRIGUES

WWW.NOROTEIRO.COM.BR

CULTURA

do meu trabalho, recebendo bem qualquer um que chegue aqui. A religiosidade, a cultura e a própria história da minha cidade são minhas preciosidades”, com toda satisfação, finaliza sua história.

Caminhando entre as mais de 500 peças do acervo do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, você pode apreciar as mais variadas expressões da arte que representam a religiosidade de Sergipe provincial. Trabalhadas em madeira, calcário e quase sempre folheadas a ouro, as peças constituem o terceiro maior museu de artes sacras do Brasil, ficando atrás apenas dos museus de Salvador (o maior) e

São Paulo (o segundo maior).Tranquilidade e paz fazem parte do itinerário no Museu. A cada sala, uma nova curiosidade. O prédio, que antes era um enorme convento, demorou 100 anos para ser construído; isto porque nossos ascendentes religiosos tinham muita preocupação com os detalhes. Ainda hoje podemos encontrar diversas características daquela época, como portas, janelas e o próprio acervo, que são originais do período colonial. Esses traços nos fazem reviver a trajetória dos nossos antepassados, a forte religiosidade e a grande riqueza

da Igreja Católica à época.A receptividade dos guias é um ponto bastante positivo do Museu. O carisma dos funcionários e as preciosidades guardadas nesse lugar encantam o turista. Não é à toa que o Museu de Arte Sacra é um dos pontos mais visitados em São Cristóvão e completa 42 aninhos

em abril desse ano.

*Devido ao museu conservar peças originais e folheadas a ouro, não é permitido tirar fotos do seu interior.

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DELÍCIAS SÃO-CRISTOVENSES

NO ROTEIRO APRESENTA IGUARIAS DA QUARTA CIDADE MAIS ANTIGA DO BRASIL

Biscoitinhos

LicoresBricelets

Doces, licores, cocadas, balas e bolachinhas. O que você prefere? E que tal as famosas queijadinhas? Ah, essas queijadinhas… Atrações

da gastronomia local, não é à toa que são produzidas há mais de 70 anos, em São Cristóvão. Dona Marieta, aos seus 71 aninhos, continua produzindo todas essas gostosuras. Herdou a tradição da família e não deixa que ela se acabe. Produz em média 400 queijadinhas por dia, de um modo muito tradicional: em um fogo à lenha.

Variedade não falta e os preços dos produtos são bastante acessíveis - variam entre R$ 3 e R$ 10 reais e têm durabilidade de 25 dias. A Casa da Queijada abre às 6 h e não têm horário para fechar.

Como se não bastassem as famosas queijadinhas, outra delícia que não se pode deixar de experimentar em São Cristóvão é o tão prestigiado bricelet. Tão peculiar quanto o nome, o sabor desses biscoitinhos é incrível. Feitos com ovos, leite, trigo, açúcar, manteiga, suco de laranja e raspa de limão à gosto, os bricelets podem ser acompanhados com chá, café, sorvete ou até mesmo ser consumidos sem acompanhamento.

São produzidos diariamente 100 pacotes com cinco unidades cada. Quem produz garante: é preciso técnica, agilidade e muita paciência para que saia tudo no ponto certo. O processo é bastante trabalhoso, mas o resultado é uma delícia. O valor de cada pacote é R$ 3 reais e duram de 15 a 20 dias. Não pode ficar exposto ao calor nem ao frio, mas se não consumido o pacote inteiro, pode colocar o que sobrou na geladeira.

Os bricelets são produzidos no Lar Imaculada Conceição – uma casa aberta ao público – onde contém uma capela para orações, uma gruta com a imagem de Nossa Senhora, algumas exposições de peças antigas e a lanchonete – onde são vendidos os bricelets. O funcionamento do Lar é das 8h às 16h30, de domingo a domingo.

E então, quais delícias você vai querer?

CULTURA

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CULTURA

indica

Elsa (Shirley MacLaine) é uma senhora divertida e imprevisível, enquanto seu novo vizinho,Fred (Christopher Plummer), é metódico e apegado à rotina que desenvolveu durante toda a vida com a organizada esposa falecida. A história dos dois tem início quando Elsa comete uma barbeiragem ao sair com o carro e quebra os faróis do carro de Lydia (Marcia Gay Harden), a filha de Fred. Revoltada com o ocorrido, Lydia exige o conserto. Ao entregar o cheque a Fred, Elsa lhe conta uma história triste que acaba convencendo-o a recusar o valor. Com o tempo, Elsa e Fred se aproximam, apesar do

temperamento bastante diferente. Gênero: Romance, Comédia, DramaDuração: 1h 44mDireção: Michael RedfordDisponível em DVD e na Netflix.

“Call the Midwife” (Chame a Parteira, em tradução livre), que teve início em 2012 e, atualmente, está em sua 5ª temporada, é uma série baseada nas memórias de Jennifer Worth. Ambientada em Poplar, uma região de baixa renda em Londres dos anos 1950, ela segue a trajetória de Jenny Lee (Jessica Raine), uma enfermeira de 22 anos que, junto com um grupo de freiras, atua como parteira. A trama retrata a falta de recursos que domina a vida de sua população. O misto de pequenas intrigas da vida privada, a cuidadosa reconstituição de época cuja qualidade alcança figurinos e cenografia formam uma composição que nos leva a querer estar sempre em companhia dos personagens da série.

Gênero: DramaDireção: Juliet May, Sheree Folkson e Syd

MacartneyDisponível no canal BBC , na Netflix e no

Tunes.

O filme, lançado em maio, aborda a história de Elis Regina Carvalho Costa (1945 - 1982) desde sua chegada ao Rio de Janeiro com 19 anos até sua morte trágica e precoce. Apesar de todas as dificuldades, o sucesso vem fulminante e a vida de Elis Regina ganha projeção nacional e internacional. Jovem, de origem humilde, até

hoje é considerada a maior cantora do Brasil.Gênero: DramaDireção: Hugo PrataDisponível em DVD.

Elsa & Fred (2014) Call the Midwife

Elis (2016)

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T

Conjuntode bens

da esposa

(?) Monte,cantorada MPB

O Galo deMinasGerais(fut.)

Para o; em dire-

ção a

Heróide "O

Guarani"(Lit.)

Telefone(abrev.)

Consoan-tes de"sótão"

Dificulda-de paradormir

A camadaoposta à

elite

Máquinapara fazer

tecidosHiato de

"voo"

Localda aula

prática deQuímica

(?)-vindas:

recepçãocordial

Vogal quelevava otrema

(Gram.)"(?) é omelhor

remédio"(dito)

Interjeiçãoque indica

açãorápida

Profissãode Suzana

Vieira

Frutos domar

Gato, eminglês

Transfe-rência de

data

Espéciede salameusado em sanduí-

ches

Pé deanimalAndar;

caminhar

Relativoao ensinoTambém

não

Estilingue(bras.)

Carta dobaralho

Espaço de12 meses

Deter;reter

Vasilhapara

flores (pl.)Semáforo

ApanhampeixesFitar a

vista em

Sufixo de "burrico"

Materialde cercasInferior a

tudo

Que têm anaturezado gás

Custosa

Dupla;casal Analisada

Cura; sara

Umede-cida

3/cat. 4/peri — tear. 6/jarros. 10/pedagógico.

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