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QD 07 - Área Especial 01 Cruzeiro Velho - DF

(61) 3233-2527

Presidente: Pastor João Adair Ferreira Dirigente e Consultor Doutrinário: Pastor Argileu Martins da Silva Superintendente: Presbítero Jorge Luiz Rodrigues Barbosa

3º Trimestre de 2012

Lição 09

26 de Agosto de 2012

Jesus, o advogado fiel

Texto Áureo

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém

pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. 1 Jo 2.1

Verdade Aplicada

A história da mulher pecadora é uma história que condena a história de juízos temerários.

Objetivos da Lição

► Esclarecer que todo o ministério educador e evangelístico lidará com questões

sociais difíceis de resolver-se; ► Mostrar que é nossa missão não pronunciar juízo de valor sobre as pessoas, mas

erguê-las de sua situação pecaminosa;

► Não é apenas importante a pessoa escapar das consequências de seus erros, é

necessário frisar que elas precisam abandonar definitivamente o pecado.

Textos de Referência

Jo 8.1 Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras.

Jo 8.2 E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e,

assentando-se, os ensinava. Jo 8.3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério.

Jo 8.4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no

próprio ato, adulterando,

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Jo 8.5 e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?

Comentário do Texto Áureo

A comunhão é possibilitada pela expiação e advocacia de Cristo (I Jo 2:1)

O autor sagrado demonstrara que a «perfeição impecável» é, essencialmente, auto ilusão.

Ele reafirmara a mensagem coerente das Escrituras, a qual é confirmada pela razão e

pela intuição, de que todos os homens devem imensa dívida, tendo-se afastado imensamente de Deus e sendo eles pecadores praticantes. Também mostrara que Cristo

e a sua expiação cuidaram, eficazmente, desse problema, sendo assim restaurada a

comunhão com Deus, através de sua mediação. Tudo isso, como é claro, tem um aspecto polêmico. Os gnósticos (ou, pelo menos, alguns deles), se afirmavam «impecáveis», pelo

que também rejeitavam a necessidade de expiação, admitindo o poder de Cristo em seu

batismo (Cristo teria vindo somente «pela água»), ao mesmo tempo que negavam qualquer poder em sua morte (não teria vindo pelo «sangue»). Esses falsos mestres

afirmavam ter elevada e ímpar comunhão com Deus, mas supunham que podiam ter

isso sem a necessidade da verdadeira pureza e santidade de corpo e espírito.

O autor desta epístola afirma que tal opinião não passa de ilusão. Sim, é fácil alguém

cair na auto ilusão, mediante o exagero da importância e profundidade dos

nossos sentimentos religiosos.Facilmente podemos superestimarmos a nós mesmos, no que diz respeito à qualidade de nossa espiritualidade. O egoísmo pode assumir muitos

disfarces, sendo fácil aliviar uma consciência intranquila por truques emocionais e

racionalizações. As pessoas religiosas se tornam sofistas. Mas o autor sagrado procura destruir todos esses truques religiosos sentimentais, declarando que a prova da

espiritualidade se acha na observância dos mandamentos divinos. O «imperativo moral»

do evangelho não pode ser exagerado. Nossa fé exige que «façamos» e que «sejamos», e não somente que «acreditemos». O princípio da graça divina envolve o poder do Espírito

Santo, em nós residente, o qual é capaz de transformar-nos moral e espiritualmente.

Ora, isso a lei jamais poderia ter feito, pelo que o autor sagrado diz que, no caminho

cristão, a lei moral se encontra nas mãos da Realidade espiritual em nós residente, devendo ser cumprida naqueles que lhe são hospedeiros. A transformação moral do

crente não é algo que possa ser acompanhado ou não pela fé, mas é a própria fé em

expressão. Não pode haver salvação, sob hipótese alguma, sem a santificação. Isso é deixado bem claro na seção a nossa frente, o que confirma a observação paulina, em II

Ts 2:13. A santificação é o próprio meio da salvação, pois, sem a santificação, ninguém

jamais verá a Deus. (Ver Hb 12:14). O autor sagrado, por conseguinte, ataca a chamada «crença fácil» que há, de modo generalizado, na moderna igreja cristã, bem como havia

na filosofia amoral dos mestres gnósticos.

Ao abordar a questão do pecado, o autor sagrado reafirma o valor da morte de Cristo

como «expiação» (o que já fora asseverado em I Jo 1:7,9). Ele sabia que seu valor é pelo mundo inteiro, pelo «pecado de todo e qualquer homem», e não apenas em favor de

alguns poucos indivíduos selecionados. Os gnósticos, entretanto, acreditavam que somente alguns poucos indivíduos eram passíveis de redenção. No entanto, a missão de

Cristo, é tão eficaz que todos os homens são potencialmente redimíveis.

A missão celestial de Cristo faz dele um Advogado em favor dos pecadores. E isso visa

assegurar plena salvação para todos quantos nele confiam. Seu trato eficaz com o

pecado, porém, não significa que possamos fazer o que bem entendermos. Se não observarmos os mandamentos divinos seremos tão fingidos e imorais quanto os mestres

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gnósticos. Mas, mediante a observância dos mandamentos divinos, o amor se aperfeiçoa em nós, e, juntamente com isso, todas as demais virtudes cristãs, isto é, os atributos

morais positivos de Deus. E isso nos capacita a ver que buscamos bem mais que «a

solução para o problema do pecado». Na realidade, inquirimos pela participação positiva nas qualidades morais de Deus, como seu amor, sua bondade, sua justiça, etc. Aquele

que habita em Cristo terá duplicada em sua vida a natureza e a conduta de Cristo.

Assim é que se deve buscar a Perfeição, a qual é nosso grande alvo (ver Mt 5:48). Desse

modo, pois, o autor sagrado nega outro possível «sofisma», com base no exagero de uma doutrina paulina: «Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça

mais abundante?» (Rm 6:1). Naturalmente, essas palavras de Paulo expressam um

absurdo teológico, que não é ensinado no evangelho de Cristo. A exigência do evangelho cristão é muito diferente disso: «Continuemos na santidade, que nos levará à perfeição».

Não pode haver transformação metafísica segundo a imagem de Cristo, a menos que

esteja havendo a transformação moral, o que dá impulso à transformação metafísica.

«O reconhecimento da universalidade do pecado, do que nem mesmo os crentes estão

realmente livres, pode levar a um errôneo conceito de seu verdadeiro caráter. Os homens

podem fazer um juízo por demais suave de sua hediondez ignorando a responsabilidade daqueles que cedem lugar a seus impulsos. Se é impossível para os homens, e até

mesmo para os crentes, escaparem ao pecado, porque condenar com severidade tão

inflexível os fracassos dos quais os homens não podem ser tidos como responsáveis? Por que alguém se esforçaria tanto contra o que é inevitável? O autor sagrado apressa-se a

advertir a seus leitores contra tais conclusões. Isso é inteiramente antagônico para o

ideal; seu objetivo inteiro é procurar estabelecer mais claramente esse ideal, a fim de impedir a comissão de pecado, e não a fim de dar-lhe licença». (Brooke, in loc.).

O autor sagrado passa a mostrar que apesar de ser impossível a perfeição impecável entre os homens, enquanto estiverem no estado mortal, contudo, esse é o grande alvo na

direção do qual nos devemosesforçar. A vitória sobre o pecado é algo que está à nossa

disposição, de tal modo que nenhum crente precisa ser cativo dos vícios. (Ver I Jo 3:6-

10). Todo aquele que habita em Cristo, que goza de autêntico companheirismo com ele, não pode viver na «prática» do pecado.

2:1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém

pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.

«...filhinhos...» É usado aqui o diminuitivo de «teknon», isto é, «teknia», que poderia ser mais literalmente traduzido por «criancinhas». (Ver Jo

13:33; I Jo 2:12,28; 3:7,18; 4:4 e 5:21 quanto a outros usos desse termo). Seu intuito é

acrescentar certo tom de ternura à mensagem; é sinal de estima, da parte do idoso João,

um pai da igreja, para seus filhos espirituais, os quais, portanto, são filhos de Deus. Talvez assinale certa condescendência da parte do autor sagrado, pois ele reputava o

crente comum como «pequena criança na fé». Ele ansiava por ajudar a essas crianças

espirituais. Elas eram tenras e inexperientes, precisando da mão ajudadora de um pai que pudesse ajudá-las a resistirem e evitarem às tentações lançadas pelo mundo hostil e

pelos falsos mestres.

Irineu relata como o idoso apóstolo João, já decrépito de corpo, tinha de ser

praticamente carregado para as reuniões. Ali, com frequência, ele se dirigia aos crentes

chamando-os de «criancinhas». Há uma história familiar, que talvez seja lendária, que envolve João e um jovem convertido, que se tornara ladrão. João seguiu o jovem até ao

seu esconderijo; e o jovem, ao vê-lo, começou a fugir, correndo. Esquecendo-se

momentaneamente de sua avançada idade, João pôs-se a correr atrás dele, clamando: «Ô

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meu filho, por que foges de mim, teu pai? Tu está armado, mas eu sou um velho sem defesa! Tem pena de mim! Meu filho, não temas! Ainda há esperança para ti. Quero

apresentar todo o caso,pessoalmente, a Cristo. Se for necessário, morrerei por ti, como

Cristo morreu por nós. Para! Acredita!Cristo é quem me mandou aqui». (Essa história é contada, na íntegra, no Commentary on John, deGodet, primeiro volume, pág. 58). Ainda

que não passe de uma lenda, sem dúvida reflete com exatidão a natureza compassiva do

apóstolo João, bem como suas relações paternais para com a igreja. A referência original

a essa história se acha na História Eclesiástica de Eusébio (iii. 23), pelo que se trata de narrativa antiquíssima, que talvez envolva um incidente real por detrás da mesma.

Antes o autor sagrado já usara o «nós» editorial, mas agora volta à primeira pessoa do singular. Desse modo, e por tê-los chamado de «criancinhas», ele tornou mais pessoal a

sua mensagem. As «...cousas...» se referem à mensagem que vem em seguida. Que

ninguém se aproveite da graça divina como desculpa para pecar; o problema do pecado é adequadamente solucionado em Cristo: há vitória sobre o pecado; o evangelho exige essa

vitória, longe de encorajar ao pecado. Essa mensagem, naturalmente, repousa sobre as

conclusões lógicas daquilo que ele já dissera no primeiro capítulo desta epístola. Alguns

estudiosos, porém, pensam que esse termo alude ao conteúdo desta epístola inteira, o que é possível. Seja como for, naquilo que antecede imediatamente e naquilo que se

segue imediatamente, temos os elementos essenciais da epístola.

«...que não pequeis...» O evangelho e a graça divina ali pregada não nos sugerem

«Permaneçamos no pecado, para que a graça seja mais abundante» (ver Rm 6:1). A

«universalidade» do pecado não subentende que nossa derrota pelo pecado é inevitável. O alvo é a perfeição, ainda que não possa cumprir-se inteiramente nessa vida mortal.

Todavia uma real vitória é possível, pois, de outra maneira, o evangelho nada seria. A

graça divina transmitida pelo evangelho, que envolve o poder transformador do Espírito

Santo, agirá de modo a que nenhum crente verdadeiro seja vencido por algum vício; nenhum crente será praticante do pecado. No dizer de Brooke (in loc.)'. «O aoristo sugere

atos definidos de pecado, e não o estado habitual de pecado, que é incompatível com a

posição dos crentes que estão na verdade, segundo o seu próprio nome subentende. Aqueles que já estão lavados, não precisam limpar senão os pés; comparar

com Jo 13:10».

«...se, todavia, alguém pecar...» Devido ao seu realismo, o autor sagrado reconhece que o

pecado continuará sendo um problema no seio das igrejas, porquanto todos os seus

membros se envolverão em atos de pecado. Porém, o pecado não nos deveria fazer perder

a coragem e lançar-nos no desespero. A expiação e a advocacia de Cristo são suficientes para cuidar desse problema.

«...Advogado...» No grego é usado o termo «parakletos», título usado para indicar o Espírito Santo, no evangelho de João, mas que aqui é empregado para apontar para

Cristo. (Ver Jo 14:16). Esse vocábulo subentende «alguém convocado para o lado, a fim

de ajudar», e, portanto, um «ajudador», um «consolador», um «mediador», um «intercessor». Há o sentido técnico de «advogado»; mas esse é comparativamente raro.

(Ver História Eclesiástica de Eusébio 5,1.10. Bion de Borístenes em Diog. L.4,50, quanto

a esse uso). A maioria das traduções, entretanto, tem preferido o termo técnico, como

aqui. Fica assim assinalado o ofício de Cristo como representante da humanidade na corte celestial, onde o caso do crente é defendido com base em sua identificação com

Cristo, e porque aquilo que ele é agora não é o que será mais tarde, uma vez que a

operação transformadora do Espírito insufle nele a verdadeira santificação.

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Não se pode duvidar que o autor sagrado contemplava aqui a Cristo como quem apela para o poder e a virtude de sua própria expiação em favor do pecador, pois, através da

expiação é que o perdão é oferecido aos homens. (Ver I Jo 1:7,9). O perdão conduz à

comunhão, e a comunhão conduz à perfeição. Tudo isso é uma maneira poética de assegurar-nos que a expiação de Cristo é válida e poderosa, ou seja, totalmente eficaz em

nosso favor. Não precisamos contemplar uma cena literal de um tribunal, nos céus,

como se o Filho de Deus tivesse a necessidade de «convencer» a um Deus Pai «inquiridor»

e «insatisfeito» acerca da «aceitabilidade» dos filhos de Deus que caem em pecados. Antes, Deus Pai nos aceita, embora ainda sejamos pecadores, devido à nossa conexão

com seu Filho. A missão de Jesus Cristo, tanto na terra como nos lugares celestiais,

tem-se mostrado eficaz em nosso favor, pelo que desfrutamos de aceitação e de comunhão com Deus Pai.

O uso dessa palavra, no evangelho de João, onde informalmente encontramos Ajudador (referindo-se ao Espírito Santo, e não a Cristo), ao passo que esse

mesmo vocábulo é usado «formalmente» para Indicar «Advogado» (referindo-se a Cristo),

nesta primeira epístola de João, segundo pensam alguns intérpretes é sinal de que dois

escritores diferentes estiveram envolvidos na produção do evangelho e da primeira epístola de João. As muitas e grandes similaridades entre esses dois livros, conforme

raciocinam eles, teriam sido feitas «a propósito». Portanto, teriam a natureza de «cópias»,

não sendo obras genuínas dos autores declarados.

«...junto ao Pai...» Assim também o Verbo estava «com Deus». São salientadas aqui tanto a

ideia de comunhão como de distinção de pessoas, que compartilham da mesma natureza divina. Além disso, porém, somos informados que essa própria comunhão e proximidade

com Deus faz dele um Pai, de tal modo que outros «filhos» podem participar da mesma

comunhão de que desfruta o Filho. Por esse motivo é que o Senhor Jesus é o nosso Advogado. Nisso, pois, é patente que Cristo cuidou do problema do pecado de forma

completa; sua missão expiatória e advocatícia mostra-se eficaz. Portanto, a

«universalidade» do pecado de modo algum pode frustrar sua missão. Isso já está

envolvido nessa missão, que proveu seu meio de cumprimento. A Bíblia deixa claro que as bênçãos espirituais chegam aos homens da parte de Deus como Pai. A própria

salvação é sinônimo de «filiação». (Ver o primeiro capítulo da epístola aos Efésios, quanto

a essa mensagem, especialmente seu terceiro versículo).

Conta-se a história de uma jovem convertida ao cristianismo que, quando lhe foi

ensinada a oração do Pai Nosso, recusou-se a ir além das palavras «Pai nosso...» Explicou ela que se é verdade que Deus trata conosco como Pai, isso é tudo de quanto

precisamos saber. (Ver o Espírito Santo como Advogado, em Rm 8:26-27. O Espírito

Santo é o alter ego de Cristo, aquele que age em seu lugar, neste mundo).

«Jesus Cristo, o justo...» Ele é livre de qualquer pecado comprometedor; Deus é «justo» (ver

I Jo 1:9), e como tal perdoa o pecado, pois verdadeira provisão tem sido feita em seu

favor, a qual satisfaz à justiça divina. Portanto, o Advogado também é «justo». Nada há a esconder; nenhum método estranho é empregado. O Juiz não olha para o outro lado,

enquanto um astuto advogado faz um caso negativo tornar-se um caso positivo. O apelo

e a defesa apresentados pelo Advogado se alicerça sobre a verdade; e ele haverá de ganhar sua causa porque ela é justa. E ele mesmo foi quem tornou isso possível.

Jesus é o homem verdadeiro e ideal. Ele defende a causa dos remidos com conhecimento

absoluto, com justiça e com simpatia. O caso é em favor de seus «irmãos», que «são filhos de Deus em formação». Cristo mesmo não tem pecado, pelo que pode entrar na presença

divina sem obstáculo algum. Seu alvo é levar os demais filhos de Deus àquele lugar,

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tornando-os santos como ele mesmo é santo. Desse modo haverão de compartilhar de sua própria natureza. (Ver Hb 2:10). Ele é o «pioneiro» do caminho, bem como o próprio

caminho. Ele levará, com sucesso, os outros filhos à «glória».

Os gnósticos, entretanto, supunham a existência de muitos «advogados», os «aeons»

angelicais. O autor sagrado afirma que há apenas um Advogado, tal como se vê também

em I Tm 2:5. Na cristandade moderna, em alguns de seus segmentos, os homens

continuam fazendo de anjos e «santos» os seus advogados. Mas isso é inteiramente estranho para a mente do autor sagrado.

«Que melhor advogado poderíamos ter, senão Aquele que foi nomeado nosso juiz?» (Jeremy Taylor, TheGreat Exemplar, I.i.3).

Bibliografia R. N. Champlin

A Mulher Adúltera 8.1-11

Encontra-se aqui outra mulher, pecadora, perdida e sem valor perante os olhos do mundo. Compare Lc 7.37, 39, 47; Jo 4.9-18. Porém, a sua alma era de valor incalculável

aos olhos dAquele que sabe o verdadeiro valor duma alma.

Jesus, apesar de não ser recebido bem no Templo (cap. 7), voltou lá (cap. 8.2) para

ministrar ao povo. Queria ajuntar os filhos de Jerusalém, como a galinha ajunta os seus

pintos debaixo das asas, Mt23.37.

Muitos manuscritos antigos não inserem o trecho de 7.53 a 8.11 e muitos escritores

eminentes não o consideram uma parte da obra de João. Mas outros aceitam estes versículos como verdadeiramente uma parte deste Evangelho, porque: 1) Encontra-se

esta história da adúltera em alguns dos manuscritos mais velhos. 2) Não há prova de

que esta passagem tenda a influir para a imoralidade. O Cristo tratando a adúltera com a maior ternura (v. 11) é o mesmo Cristo que trata os pecadores com compaixão e

ternura no resto do Evangelho. A dureza dos homens contra o adultério não é tão grande

força contra esse vício como é o amor do Senhor. 3) Não se pode considerar o versículo 12 uma continuação da história encerrada no cap. 7.52. Falou-lhes pois Jesus outra vez... (v. 12), refere-se ao v. 2. Jesus ensinava no Templo, v. 2. Levaram-Lhe uma mulher

apanhada em adultério. Mas quando o caso foi resolvido, e tanto a acusada como os

acusadores se retiram, Cristo começa, novamente, a ensinar o povo no Templo e não no concilio encolerizado dos fariseus.

Jesus foi para o monte... (v. 1): Este versículo pertence ao capítulo 7.53. Cada um, no

Templo, foi para sua casa, para passar a noite. Mas não havia casa em Jerusalém que

recebesse Jesus. Não sabemos se foi à casa de um amigo no monte das Oliveiras, ou se

foi a um abrigo lá, sendo a festa dos tabernáculos, ou se foi lá orar ao ar livre. Vede Lc 21.37. Não consta que Cristo dormiu ou se hospedou uma noite sequer em Jerusalém.

Pela manhã cedo... os ensinava (v. 2): Apesar de ter ensinado o povo no dia anterior,

estava lá novamente de manhã cedo ensinando. Era incansável, instando se houvesse

oportunidade ou se não houvesse, II Tm 4.2.

Assentando-se, os ensinava (v. 2): Era costume assentar-se para ensinar, Mt 26.55; Lc

4.20; 5.3; At 16.13.

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Os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher... (v. 3): Os escribas e fariseus, sem o querer dispensaram à mulher a maior de todas as bênçãos. Levaram-na, não a alguém

que somente queria censurar e destruir, como eles mesmos queriam, e nem aos

discípulos de coração frio e duro, mas ao Cristo amoroso!

Em vez de andarmos preocupados com o pecado do próximo, lembremo-nos da glória

eterna e do gozo inefável de conduzir o pecador a Jesus.

Mandou Moisés... (v. 5): Encontra-se nisto um exemplo concreto da operação da graça de

Deus, face a face com as exigências da lei. Que a mulher era pecadora, não se podia negar; fora apanhada no próprio ato. Também não se podia negar que a lei exigia que

fosse morta por causa deste crime, Lv 20.10, Dt 22.22. Os escribas e fariseus, sabendo

que Cristo era manso e amoroso, armaram-Lhe esta cilada. Onde há culpa, a lei só pode condenar. O salário do pecado é a morte. Assim estava escrito.

Note-se como aos acusadores da mulher não só lhes era impossível guardar a lei de Deus (v. 9) mastambém não podiam aplicar justo castigo. Estavam tão apressados em

condenar a mulher que se esqueceram do companheiro dela; conforme a lei,

devia morrer não só a adúltera, mas também o adúltero. O homem com preconceitos pecaminosos e ignorância proposital, não pode guardar a lei de Deus, e nem é capaz de

julgar retamente. Os acusadores (o mundo, a carne e o diabo) do pecador, que está

debaixo da lei, são miseráveis.

Tentando-o (v. 6): Os fariseus apresentaram um caso flagrante em que a ré não podia de

forma algumaalegar sua inocência. Não só isto, mas esses inimigos exigiram que Jesus agisse segundo a dureza da lei. Naturalmente a alma pura dAquele que veio procurar e

salvar o que se havia perdido, ficou profundamente comovida. Qual de nós pode ter

maior desculpa para não tratar com o pecador, com amor, diante do que Jesus fez com esta mulher, na qual havia tanta coisa a reprovar?

Para que tivessem de que o acusar (v. 6): Se Jesus tivesse dito que não a apedrejassem, teriam incitadoas autoridades religiosas contra Ele, como rebelde que levava o povo a

desrespeitar a lei de Moisés. Se tivesse, porém, mandado apedrejá-la conforme a lei de

Moisés, O teriam denunciado às autoridades civis. Vede cap. 18.31.

Jesus escrevia... (v. 6): É a única vez, registrada, que Jesus escreveu. Que seja uma lição

a nunca escrever, senão quando for útil e com humildade, sempre com o mesmo espírito de compaixão e nunca de malícia.

Aquele... sem pecado... seja o primeiro que atire pedra (v. 7): Conforme a lei, as testemunhas deviam ser os primeiros a atirarem pedras, Dt 17.7. Jesus chamou os

acusadores da mulher, as testemunhas, os mesmos que professavam honrar a lei de

Moisés, para executar a lei — se eles mesmos estivessem livres do mesmo pecado.

Saíram um a um, a começar pelos mais velhos... (v. 9): Se Jesus nos pusesse à prova

como fez com os acusadores da mulher, o mais honesto seria o primeiro a sair.

Em vez de julgarem a mulher, eles mesmos acham-se julgados na presença de

Cristo, Mt 7.1-5. É boa lição, que nos examinemos a nós mesmos se estamos limpos, antes de julgar o próximo.

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Ficou só Jesus e a mulher (v. 9): A mulher não aproveitou a oportunidade para fugir quando todos os seus acusadores saíram, porque foi constrangida pelo amor de Cristo a

ficar com Ele.

Ninguém, Senhor (v. 11): Não disse Senhor somente por educação, mas por adoração.

Chegara a ver que Cristo podia examinar o coração e salvar o pecador e aceitou-O como

seu Senhor. Aquele que viveu sem pecado, está mais pronto a nos aceitar do que os homens religiosos.

Cristo tratou do pecado da mulher, mas a sós com ela! Vede Mt 18.15. Na presença de outros, que não compreendem a dor de coração do acusado, não se pode falar à alma.

Nem tão pouco quando o acusado sabe que já ouvimos a conversa de seus inimigos.

Jesus evitou olhar, na presença dos inimigos, para o rosto dá mulher; abaixou-se e escreveu no chão, porque não queria envergonhá-la.

Vai-te, e não peques mais (v. 11): Observemos a graça nestas palavras de Cristo dirigidas a ela; palavras não baseadas na inocência nem na desculpa do seu pecado; palavras

inteiramente de graça.

O remédio sem igual para o pecador é o amor. Dizia certo pregador estimado que

se envergonhava das lágrimas: Tenho de chorar por vós, porque não quereis chorar por vós mesmos.

Não peques mais (v. 11): Cristo não veio para condenar, mas para salvar, cap. 3.17. Ela

foi salva da condenação da lei, da acusação dos homens, do poder do pecado. Não peques mais; a vida santa é prova de perdão dos pecados.

Isto deve ser sempre o nosso alvo, levar o desviado a Cristo (v. 3), pois Ele perdoa com perdão puro e pleno. Este perdão é sempre acompanhado da ordem que os

verdadeiramente perdoados não, podem esquecer; Vai-te e não peques mais. E com este

perdão, cheio de amor sublime, é mui grande o poder sobre o pecado que nos persegue!

Todos os membros sofrem muito por causa dos desviados e às vezes torna-se difícil

aceitar o seu pedido de reconciliação, mas apesar disso, uma das coisas melhores que se pode dizer de uma igreja ou de um membro da igreja, é que, está mais pronto, que

qualquer outro, a perdoar e acolher o desviado. Bibliografia Orlando Boyer

Jesus e a mulher adúltera Jo 7:53-8:11.

Jesus e a mulher apanhada em flagrante adultério. Esta passagem encerra uma das

mais notáveis variantes textuais de todo o N.T., especialmente em face do fato que

concerne uma narrativa ou seção inteira e não meramente um versículo ou parte de um versículo, como usualmente sucede. As evidências dadas pelos manuscritos e por outros

meios, contra e a favor da autenticidade desta parte, são as seguintes:

Esta seção é retida nos mss DFGHKU, Gamma e muitos manuscritos cursivos de origem

posterior, sendo seguidos pelas traduções AC, F, KJ, PH e M, sem qualquer sinal de

dúvida quanto à sua autenticidade. Já os mss EMS, Lambda e Fam Pi assinalam a passagem como de autenticidade duvidosa. Os mss P(66), P(75), Aleph, BL NTWX, Delta,

Theta, Psi, 33, 157, 892, 1241 e Fam 1424, além das versões Si, Sah, algumas versões

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Boh, a versão Arm e a Gót, além dos pais da igreja Clemente, Irineu, Origenes, Tertuliano, Cipriano e Nonato, omitem o trecho em sua inteireza. E todas as traduções,

usadas para efeito de comparação neste comentário (catorze ao todo), excetuando

aquelas nove traduções alistadas acima, põem esta seção entre colchetes, ou então, mediante uma nota de rodapé, mostram que a passagem é de autenticidade duvidosa.

Em outros manuscritos, esta narrativa aparece em lugares diferentes do que vemos aqui.

A Fam 13 coloca-a depois do trecho de Lc 21:38. A Fam L põe-na no final do evangelho de João. O ms 225 situa-a após Jo 7:36. Tudo isso serve para mostrar-nos que a

localização exata deste relato não teve lugar definitivo durante muitos séculos.

Essa narrativa, outrossim, não faz parte de qualquer manuscrito grego, senão já no

século V de nossa era, com o códex D. Nenhum dos pais da igreja se refere ao episódio

durante os primeiros onze séculos depois de Cristo. A evidência textual avassaladora (incluindo o testemunho de todos os papiros que possuímos deste quarto evangelho, que

são os representantes mais antigos de que dispomos do evangelho de João), bem como o

testemunho dos pais da igreja cristã, e que essa narrativa não passa de um exemplar de

tradição flutuante, que subsequentemente foi aninhada em diversos lugares, dentro dos evangelhos. Os manuscritos posteriores, que contêm essa história, por sua vez, dão bom

número de variedades sobre a narrativa.

Alguns eruditos acreditam que embora a história não faça parte original do registro dos

evangelhos, não obstante é um incidente autêntico da vida de Jesus Cristo, tendo sido

preservado no conhecimento de alguns segmentos da igreja cristã, até que finalmente escribas posteriores encaixaram-na em um dos evangelhos - Lucas ou João. Se essa

crença expressa a verdade, então essa narrativa seria uma daquelas muitas outras

coisas que Jesus disse e fez, mas que não foram originalmente registradas no evangelho de João. (Ver Jo 21:25). Seria extremamente difícil a alguém provar se essa narrativa tem

ou não bases históricas na vida terrena de Cristo, embora ela respire o hálito do Espírito

de Cristo.

«A seção que se segue (João 7:53-8:11) é uma das mais notáveis ocorrências de uma

indubitável adição ao texto original das narrativas dos evangelhos. Encontraremos

razões para crer que ela pertence à época apostólica, e que preservou para nós o registro de um incidente na vida de nosso Senhor, embora não tenha chegado até nós através da

pena do apóstolo João». (Ellicott, in loc.). PORÉM, embora esta seção não faça parte dos evangelhos originais, podemos

estar gratos pela sua preservação, porquanto ilustra admiravelmente bem diversas

coisas que precisamos compreender. Vemos nela o espirito empedernido dos fariseus

para com uma miserável criatura humana, apanhada em um ato de pecado; vemos a brutalidade deles, ao arrastarem-na até diante de Jesus; vemos a total ausência de

misericórdia da parte deles, e o seu pretencioso orgulho; vemos a sutileza com a qual

pretendiam apanhar Jesus em uma armadilha, se porventura ele viesse a declarar algo que pudesse ser usado contra ele mesmo, porquanto sabiam que de algum modo Jesus

haveria de querer salvar a mulher da morte por apedrejamento. Observamos todas essas

características nos indivíduos que se deixam dominar por preconceitos religiosos e disso tudo podemos aprender uma preciosa lição.

Assim preferimos ser semelhantes ao Senhor Jesus, que demonstrou compaixão, que não se exaltou altivamente, mas que mostrou simpatia para com uma criatura humana

em grande aperto, uma escrava das paixões humanas. Da parte de Jesus aprendemos,

por semelhante modo, que a lei deve ser interpretada espiritualmente, porquanto para

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Jesus importava muito mais que a mulher se arrependesse e fosse espiritualmente restaurada do que fosse cumprida a austera tradição transmitida por Moisés, que

requeria a morte cruel por apedrejamento.

Ora, esse princípio podemos aplicar a todos os aspectos da lei, porque a própria lei não

tinha por intenção destruir, e, sim, apontar para o homem a grande necessidade de

redenção, o que deve basear-se em princípios mais elevados do que a mera atitude de

vingança. O próprio Jesus consubstanciou esse espírito mais elevado em sua vida e novamente demonstrou o grande valor de uma alma, à vista de Deus.

É realmente de estranhar que esta narrativa raramente tenha sido considerada como fonte orientadora de julgamento e ação, nos casos de disciplina eclesiástica. Quão

frequentemente se ouve falar de histórias em que algum membro de uma igreja

evangélica qualquer, errado em suas ações, mas agora impotente, tenha sido tratado como os fariseus trataram da mulher desta história, tendo sido expulso da igreja,

alienado para sempre dos seus membros; e quão raramente alguém, com a mesma

atitude de Jesus, se tem adiantado, não em apoio a tal atitude, mas a fim de inserir no

julgamento a suave medida da misericórdia, tão necessária em tantos casos dessa natureza. Quão raramente alguém, dotado da mesma atitude do Senhor Jesus, se tem

apresentado, a fim de restaurar, mediante meios inteligentes, ao invés de procurar

destruir aos outros, mediante princípios supostamente justos, mas que só se alicerçam nos preconceitos humanos inflexíveis.

A evidência em prol da origem não-joanina da perícope sobre a adúltera é esmagadora. Está ausente de manuscritos antigos e diversos como p6675 053

0141 0211 22 33 124 157 209 565 788 828 1230 1241 1242 1253 2193al. Os códices A

e C são defeituosos nesse ponto, mas é altamente provável que nenhum deles contivesse a perícope, pois uma medição cuidadosa mostra que não sobraria espaço suficiente, nas

folhas perdidas, para incluir a seção, juntamente com o resto do texto. No Oriente, a

passagem está ausente da forma mais antiga da versão siríaca (sir (c,s) e os melhores

manuscritos do sir (p)), bem como das versões saldica e subacmímica e dos mais antigos manuscritos boáricos. Alguns manuscritos armênios (2) e a antiga versão geórgica (3) a

omitem. No Ocidente, o trecho está ausente da versão gótica e de diversos manuscritos

em Latim Antigo (it (a,l*), q). Nenhum pai da igreja grega, antes de Eutímio Zigabeno

(século XII D.C.) comenta sobre a passagem; eEutímio declara que as cópias exatas do evangelho não a contêm.

Quando alguém adiciona a essa impressionante e diversificada lista de evidência externa a consideração que o estilo e o vocabulário da perícope difere notavelmente do resto do

quarto evangelho (ver qualquer comentário crítico), e que interrompe a sequência de 7:52

e 8:12 ss., o caso contra a autoria joanina dessa perícope parece conclusivo.

Ao mesmo tempo, a narrativa tem todos os sinais de ser historicamente veraz.

Obviamente é uma peça da Tradição oral que circulava em certas porções da igreja ocidental, e que, subsequentemente, foi incorporada em vários manuscritos, em diversos

lugares. A maioria dos copistas evidentemente pensou que interromperia menos a

narrativa de João se fosse inserida após 7:52 (D E (F) G H K M U T II 28 700

892 al). Outros situaram-na após 7:36 (ms 225), ou após 7:44 (vários mss geórgicos) (4), ou após 21:25 (1 565 1076 1570 1582 ara (mss)), ou após Lc 21:38 (f (13)). Mui

significativamente, em muitos dos testemunhos que contêm a passagem, ela é marcada

com asteriscos e obeli, indicando que, embora escribas incluíssem a narrativa, tinham consciência de que lhe faltavam credenciais.

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Algumas vezes é dito que a perícope foi deliberadamente retirada do quarto evangelho, porque podia ser entendida a narrativa como uma espécie de indulgência para com o

adultério. Mas, à parte da ausência de qualquer instância, em qualquer lugar, de excisão

escribal de alguma passagem tão extensa, devida a prudência moral, essa teoria «não consegue explicar porque os três versículos preliminares (7:53 - 8:1,2), tão importantes e

que aparentemente descrevem o tempo e o lugar onde os discursos do capítulo oitavo

foram proferidos, teriam sido omitidos juntamente com o resto» (Hort, Notes on Select Readings,págs. 86 s.).

Embora a comissão se tenha mostrado unânime de que a perícope não fazia parte

original do quarto evangelho, em deferência à patente antiguidade da passagem, a maioria decidiu imprimi-la, dentro de colchetes duplos, em seu lugar tradicional, ou

seja, após João 7:52.

Já que o trecho está ausente dos mais antigos e melhores manuscritos, que

normalmente servem para identificar os tipos de texto, nem sempre é fácil tomar uma

decisão entre formas alternativas. Seja como for, deve-se compreender que os níveis de

certeza ({A}, {B}) estão dentro do arcabouço da decisão inicial relativa à passagem inteira.

7:53 E cada um foi para sua casa 8:1 Mas Jesus foi para o Monte das Oliveiras. (7:53 - 8:1)

Este é um daqueles casos, bastante numerosos, em que a divisão do texto sagrado por

capítulos foi feita erroneamente, porquanto as duas declarações acima citadas se completam entre si, não devendo aparecer divididas em nossas Bíblias. Pela natureza

dessas declarações, concluímos que alguma discussão entre Jesus e as autoridades

religiosas, ou entre Jesus e o povo, antecedera esta narrativa, e que pouco depois cada qual partiu para sua própria moradia. Mas, fazendo contraste com seus opositores,

Jesus se retirou para passar a noite ao ar livre. Supomos que o motivo de Cristo, pelo

menos parcial, era que ele desejava entregar-se ao exercício da oração, o que provavelmente ocorreu no jardim do Getsêmani ou na aldeia de Betânia. Durante seu

último período de residência em Jerusalém, esse método de passar a noite dedicado à

oração parece ter sido uma regra fixa. (Ver Lc 21:27).

O monte das Oliveiras é uma pequena serra montanhosa, que incorpora quatro picos, o

mais elevado dos quais fica a oitocentos e trinta metros acima do nível do mar, dando

frente para Jerusalém e para o monte onde foi edificado o templo, para os lados do oriente, do outro lado do vale do Cedrom e do tanque de Siloé. Nos dias de Jesus, o

monte das Oliveiras era um lugar onde havia bosques, rico em oliveiras; e essa

circunstância é que lhe deu o nome. Porém, quando do cerco das tropas comandadas pelo general Tito, foi desnudado de todas as suas árvores. Um templo cristão foi erigido

em seu sopé, para assinalar o local onde Jesus costumava andar para ter comunhão

com Deus, embora não possamos ter certeza sobre a posição exata por ele escolhida no monte.

Nos tempos da antiga dispensação, o monte das Oliveiras foi palco das idolatrias de

Salomão, sendo o lugar onde foram levantados altares a Quemos e Moloque, divindades celestiais pagãs, o que provavelmente fez com que um de seus picos recebesse o apodo

de monte do Escândalo.

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Muitas tradições têm sido associadas ao monte das Oliveiras, paralelamente a narrativas que evidentemente são lendárias. De acordo com uma dessas lendas, a pomba enviada

da arca, por Noé, teria apanhado a folha de parreira do monte das Oliveiras. (Ver Gn

8:11; Gênesis Rabbah, XXX11I.6). Também era crido que quando o esplendor da

presença de Deus (no hebraico, shekinah) partiu do templo de Jerusalém, devido ao pecado dos judeus, perdurou por três anos e meio sobre o monte das Oliveiras,

aguardando que o povo se arrependesse.

Perto do sopé do monte das Oliveiras existem algumas oliveiras de idade impressionante,

que alguns pensam terem sido vistas pelo próprio Jesus. Todavia, não se tem podido

demonstrar que tais árvores sejam tão seculares a ponto de terem vivido desde os dias do Senhor Jesus à face da terra. Essa é a área do jardim do Getsêmani, ainda que o local

exato não possa ser determinado com precisão. A meio caminho, colina acima, foi

erguida a igreja de Dominus Flevit, assim denominada a fim de indicar as lágrimas de

Jesus, quando ele se lamentava por Jerusalém; mas a mesma é de localização duvidosa. Diversas igrejas cristãs têm sido erigidas com o intuito de marcar o local da ascensão de

Jesus; mas o evangelho de Lucas favorece a localidade de Betânia como a área da

verdadeira cena da ascensão. Todos quantos visitam a Palestina ficam convencidos da futilidade de ponderar sobre reivindicações tão contraditórias, e consideram insolúveis

esses problemas de localização.

A profecia bíblica revela-nos que Jesus Cristo fará dividir-se o monte das Oliveiras, em

duas porções, quando puser seus pés sobre o mesmo, ao voltar gloriosamente a este

mundo. (Ver Zc 14:4). 8:2 Pela manhã cedo voltou ao templo, e todo o povo vinha ter com ele; e Jesus, sentando-se, o ensinava.

Algumas traduções dizem «cedo pela manhã», mas a designação exata muito provavelmente é como diz na AA, «de madrugada».

«...o povo ia... e Jesus ensinava...» No original grego temos dois verbos no

tempo imperfeito, o que indica ações contínuas. O povo ia e vinha; e Jesus, segundo era seu costume, procurava aproveitar a oportunidade para instruí-los, salientando

novamente a grande importância do ministério de ensino, o que, mui infelizmente, na

moderna igreja cristã, é tão fraco. Devemos lembrar que a própria Grande Comissão, segundo se acha registrada no trecho de Mt 28:19,20, frisa o ministério de ensino,

porquanto a conversão dos homens, por si só, não é bastante. O grande plano do

evangelho consiste em conduzir os homens à conformidade com a imagem de Cristo, e isso é efetuado através da influência gradual do Espirito Santo. Ora, essa influência é

auxiliada pelo doutrinamento gradual dos remidos, mediante os preceitos das Escrituras.

Aqueles que dão importância exclusivamente ao evangelismo, fariam bem em considerar

esses fatos. De fato, a vida inteira é uma escola, e precisamos estar sempre atarefados, aprendendo e dando lições nessa escola, não imaginando jamais que tudo de quanto um

crente precisa é de uma conversão instantânea, posto que a experiência cristã consiste

em muito mais do que isso. 8:3 Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio.

Os empedernidos fariseus são vistos novamente aqui em ação. Trouxeram a mulher a Cristo, violentamente, e a desgraçam diante de todos quantos ouviam as instruções

dadas por ele. Os fariseus sabiam muito da lei, pelo menos intelectualmente,

conhecendo de memória todos os seus preceitos; mas desconheciam totalmente os seus

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princípios misericordiosos. Tinham pouco ou nenhum respeito pelos sentimentos alheios e davam ínfimo valor a uma alma. A força motivadora deles não era exatamente o zelo

pela lei e, sim, certa sutileza com a qual embalavam a esperança de apanhar o Senhor

Jesus em uma armadilha, ou em flagrante, fazendo a mulher ser executada, ou libertando-a contrariamente à lei de Moisés—em qualquer dessas alternativas, a atitude

de Jesus seria usada como arma contra ele.

Que o adultério era pecado extremamente prevalente, nos dias de Jesus, é algo confirmado por diversos escritores rabínicos. A Mishnah Sota, cap. 9 e seção 15, diz:

«Quando o Messias vier, ou na época do Filho de Davi, a imprudência se multiplicará, o

trigo e o vinho encarecerão, o governo será de hereges e a sinagoga será transformada em um lupanar». Esses mesmos escritos com frequência falam da multiplicação

prodigiosa de adultérios, o que obrigou Jochanan ben Zaccai e o sinédrio a

descontinuarem o emprego das águas amargosas. Adam Clarke diz (in loc.) o seguinte: «Admite-se que o adultério se tornou excessivamente comum naquela época, tão comum

que deixaram de pôr em vigor a lei contra o mesmo. As águas do ciúme não eram mais

bebidas e os culpados, ou mesmo aqueles meramente suspeitos desse crime, se

tornaram extremamente numerosos; os homens, que se tinham tornado pessoalmente culpados, não ousavam pôr suas mulheres à prova, porquanto se cria que essas águas já

não surtiriam efeito contra as esposas, já que os seus esposos também se tinham

tornado criminosos.

Diversas lendas circundam a identificação e a história subsequente dessa mulher

apanhada em adultério. Dentre os anais dos judeus espanhóis chega-nos a informação de que o nome dela eraSusana e que era esposa de certo Manasses, de Jerusalém. (Ver

Selden. Uxor Heb. 1.3, c.11., pág. 377). Mas outras tradições asseveram que ela se

tornou uma santa de Deus, na Espanha, até onde seguiu o apóstolo Tiago. Tais

histórias, com toda a probabilidade, são lendárias. 8:4 disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.

A acusação de adultério só se tornava legal quando confirmada por pelo menos duas testemunhas (ver Dt 19:15), embora no caso de um marido que suspeitasse de sua

mulher, fosse suficiente o seu testemunho. (Maimonides, Hilchot Eduth, cap. 5, seção 2).

Literalmente, o grego diz aqui «apanhada no ato de furto», com base nos vocábulos autos (ela mesma) ephor (ladrão). Isso se tornou uma expressão idiomática

para ser apanhado em qualquer modalidade de crime, ainda que diversos comentários

pensem que esse tipo de termo vem bem a calhar, posto que o adultério é reputado uma espécie de furto da propriedade de outrem; e a natureza agravada do adultério (um ato

entre pessoas casadas), em contraste com a simples fornicação (em contraste com

pessoas solteiras) é o fato que representa uma forma de desrespeito pela possessão alheia.

Alguns estudiosos supõem que a conexão desse incidente com a narrativa da festa dos Tabernáculos é autêntica, e que essa festa, sendo ocasião de intenso júbilo, quando

muito vinho era consumido por grande número de pessoas, quando geralmente as

pessoas perdiam certo controle ordinário, abandonando-se ao acaso, tenha sido a

ocasião desse ato de adultério. Isso teria sido cometido em alguma das tendas, sem grandes precauções, e naturalmente correu o risco de ser descoberto a qualquer

momento, pelas duas ou mais testemunhas necessárias para que houvesse a

condenação.

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8:5 Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? A lei referente ao adultério era realmente muito severa, porquanto, de acordo com as

passagens de Lv 20:10 e Dt 22:22, nesse caso ambos os indivíduos envolvidos no caso

deveriam ser condenados à morte.Ora, o trecho de Dt 22:23,24 especifica a morte por apedrejamento para o caso especial de adultério em que a mulher fosse virgem,

comprometida com outro homem. É bem provável, no entanto, que em tempos

posteriores a morte para os adúlteros consistia ordinariamente na execução por

apedrejamento (ver Ez 16:40), a despeito das circunstâncias. Contudo, a literatura rabínica mostra que a morte por sufocação era igualmente empregada.

(Ver Sanhedrin, fol. 51:2, e Mishnah San. cap. 10, seção 1). Também é verdade que ao ser

mencionada a pena de morte, na literatura judaica, sem qualquer especificação acerca do método empregado na execução da mesma, que ordinariamente está em foco a morte

por estrangulamento. Se alguma jovem, filha de um sacerdote, viesse a tornar-se

prostituta, deveria ser queimada viva (ver Lv 21:9). E parece, à base do trecho de Ez 16:38,40, que as adúlteras, nos seus tempos, eram ou apedrejadas ou traspassadas com

uma espada.

É quase desnecessário dizer que tais medidas foram inteiramente eliminadas nas sociedades modernas, provavelmente por motivo da influência suavizadora do

cristianismo, o qual, apesar de continuar condenando qualquer ato pecaminoso,

interessa-se muito mais pela restauração do indivíduo, o que se reflete por um respeito muito mais profundo e por um interesse muito maior pela pessoa, a despeito da

presença de graves pecados. Jesus veio a fim de ser o Salvador da humanidade, e todos

os homens, por uma razão ou por outra, são culpados diante do tribunal de Deus, e, na realidade, a maioria dos homens justamente por esse motivo de adultério.

8:6 Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. Não eram aqueles acusadores verdadeiros defensores da pureza da lei mosaica e, na

realidade, pouco se importavam com o que sucedesse àquela pobre mulher. O que os

impulsionava era o ódio que tinham votado em seus corações contra o Senhor Jesus, tendo resolvido que por qualquer meio que pudessem, haveriam de livrar-se dele, embora

sempre se tivesse mostrado verdadeiramente puro, e contra quem nenhuma acusação

verdadeira pudesse ser lançada. O fato é que Jesus tinha absorvido os aplausos que as multidões antes davam a ele, e agora ele era uma ameaça para o poder político e

religioso que até ali vinham mantendo nas mãos, posto que ele ensinava aos homens

uma doutrina pura, de maneira totalmente maravilhosa, a ponto de não poderem ficar

na presença dele, entre os homens. Aquelas autoridades religiosas, portanto, traçaram planos elaborados para assassinarem a Jesus; e se agarravam agora à ocasião

propiciada pelo caso da mulher apanhada em adultério, esperando que ele caísse em

algum equívoco, a fim de que pudessem acusá-lo falsamente e levá-lo a juízo.

Mui provavelmente pretendiam assacar contra Jesus uma ou outra das seguintes duas

acusações, dependendo da reação dele ante a sugestão que faziam de que a mulher fosse apedrejada: 1. Se ele ordenasse que o apedrejamento fosse executado, eles poderiam

acusá-lo, ante as autoridades romanas, de incitar ilegalmente a outros de matarem a

mulher; e isso seria uma acusação que os romanos levariam em conta, embora pouco lhes importasse como a mulher se comportasse sexualmente. 2. Se, por outro lado,

ele não permitisse a morte da mulher, ele seria visto como alguém que dava licença a um

crime hediondo, segundo a interpretação judaica, e assim ficaria desacreditado,

primeiramente ante todas as autoridades, e, em segundo lugar (o que mais importava para aqueles acusadores) ante todo o povo. Não obstante, Jesus preferiu ignorar as

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indagações deles e baixou-se a fim de escrever. Diversas interpretações têm sido dadas a essa ação:

1. Jesus ignorou os acusadores, considerando-os por demais maliciosos para merecerem

resposta. 2. Jesus teria agido assim por ter ficado embaraçado por causa da mulher.

3. Jesus agiu assim porque esperava que a pausa momentânea criasse nos homens

alguma consciência, para que viessem a reconhecer a maldade de seus desígnios e intenções.

4. Jesus teria escrito acusações contra aqueles acusadores da mulher.

5. O próprio Jesus não afirmava ser intérprete da lei, à semelhança deles, não se

encontrando na posição de ordenar qualquer forma de pena de morte; e por isso teria adiado a resposta à pergunta que faziam. Não obstante, as reivindicações de Jesus, de

que ele era o Messias, segundo a opinião daqueles acusadores, sem dúvida o forçariam a

fazer alguma espécie de pronunciamento, ainda que não estivessem realmente interessados em ouvir o que ele tinha a opinar, exceto como um meio para criarem um

caso contra ele.

6. Alguns comentadores acreditam que há boas evidências que mostram que, no oriente, alguma forma de desinteresse, segundo Jesus exibiu aqui, tinha por intenção mostrar

que ele rejeitava o ofício de juiz, que desejavam impor a ele.

Sabemos que aqueles homens forçaram sobre Jesus um caso injusto, calculado tão-

somente a propiciar caminho para acusarem-no falsamente; em réplica, Jesus impôs a

eles um solene silêncio. Pelo menos podem asseverar com segurança que esse silêncio foi

uma espécie de protesto contra a ação que as autoridades religiosas estavam tecendo; mas nada podemos adiantar sobre o que Jesus teria escrito no chão. A sexta

interpretação parece ser a mais próxima do que deve ter sido a intenção do Senhor

Jesus.

Quesnel (in loc.), citado por Adam Clarke, diz: «Posto que Jesus Cristo jamais escreveu

algo, exceto essa vez, em toda a sua vida, segundo sabemos pelas Escrituras Sagradas; posto que ele escreveu tão-somente no chão; posto que ele assim agiu tão-somente com a

finalidade de livrar uma pecadora; posto que ele não teria escrito aquilo que eles já

sabiam, que os homens aprendem disso jamais escreverem, senão quando isso for

necessário ou útil, fazendo-o com humildade e modéstia, e norteados pelo princípio do amor. Quão imensamente Cristo difere dos homens! Ele escreveu os seus pensamentos

divinos no pó, mas eles desejam que os seus pensamentos fiquem gravados no mármore

ou gravados no bronze». 8:7 Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra.

Jesus se refere aqui ao princípio estabelecido no trecho de Dt 17:7, que estipula: «A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e depois a mão de todo o

povo; assim eliminarás o mal do meio de ti». Esse princípio é elaborado na Mishnah

(Sanhedrin 6:4), e, sendo parte bem conhecida da literatura rabínica, sem dúvida era estipulação conhecida por aqueles homens.

Porém, Jesus acrescentou a esse fato a exigência de que as testemunhas teriam de ser inocentes,deixando entendido que a culpa das testemunhas as desqualificava do direito de lançarem uma pedra sequer contra a mulher. Alguns estudiosos pensam, neste

ponto, que tais acusadores também se tinham tornado culpados do mesmo pecado (ou

de pecados pertencentes a essa mesma categoria), cometido numa ou noutra ocasião;

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mas acerca disso não podemos ter certeza alguma. Pelo menos a consciência deles reagiu o suficiente para que despertassem para os seus próprios pecados. Assim,

imediatamente desistiram de suas perversas intenções, reconhecendo, nas palavras de

Jesus, um poder espiritual e uma lógica que transcendia totalmente às rigorosas exigências da lei de Moisés. Poderíamos mesmo asseverar, por conseguinte, que Jesus

proferiu aqui uma lei superior à lei mosaica e exerceu o efeito de tornar a lei mosaica

sobre o adultério mais humana, o que tem sido alegremente seguido pela maioria das

sociedades modernas. Em outras palavras, as aplicações misericordiosas das palavras de Jesus têm sido seguidas; e sabemos que a lei precisa incorporar em si mesma tanto a

misericórdia como o bom senso, elementos esses que vão sendo paulatinamente

injetados nos sistemas legais. Por isso é que os modernos sistemas legais vão sendo modificados, tornando-se mais razoáveis emenos rigorosos do que a lei de Moisés em

suas exigências. Até mesmo na moderna sociedade judaica os rigores da lei de Moisés

não vêm sendo brutalmente aplicados.

Podemos verificar, portanto, que dessa simples declaração de Jesus, a qual certamente é

bem conhecida e largamente aplicada, tem vindo a lume uma lei mais humana, ao

mesmo tempo mais realista e aplicável.

Ordinariamente, o método judaico de apedrejamento era levado a efeito pondo-se o

culpado, meio despido e de mãos atadas atrás das costas, sobre um tablado a três ou quatro metros de altura. As testemunhas contra o culpado, em seguida, aplicavam-lhe

violento empurrão, e assim, na própria queda, a vítima era morta. Ou então uma grande

pedra era lançada contra o condenado, a fim de esmagá-lo. Essa maneira de proceder, no entanto, nem sempre era observada; seja como for, porém, conforme podemos

facilmente perceber, havia grande brutalidade no ato; e a lei superior, ensinada por

Jesus, em sua aplicação, removeu tão grande brutalidade.

Muita discussão tem girado em torno do sentido das palavras «...sem pecado...», neste

caso: 1. Absolutamente impecável; 2. No que dizia respeito a pecados da mesma

natureza que o pecado da mulher acusada; 3. No que dizia respeito a outros pecados, de igual ou quase igual gravidade. Nenhuma dessas três possibilidades é impossível,

porquanto isso indicaria que nenhum homem pode ser sempre juiz das coisas e das

pessoas. A segunda e a terceira possibilidades talvez contenham maiores elementos da verdade; mas é provável que Jesus simplesmente tenha aqui instituído uma lei superior, temperada com a misericórdia, embora, ao mesmo tempo, tenha fornecido

indícios de que todos os homens são considerados culpados diante de Deus, e que, por

isso mesmo, devem ter o cuidado de não se porem a julgar indevidamente a outros. Em outras palavras, o Senhor tê-los-ia ordenado a não julgarem à mulher, e, sim, a eles

mesmos.

8:8 E, tornando a inclinar-te, escrevia na terra.

Assim ele teria dado tempo a que o princípio que acabara de expor criasse raízes nas

consciências de seus ouvintes originais, para que se admirassem ante uma lei mais profunda e mais elevada, temperada com misericórdia, que requeria o autoexame prévio.

A ação de Jesus, neste versículo, reiterava o seu protesto silencioso, não querendo ele

ser juiz de causas 'injustas e' pretenciosas. «Havia uma lei escrita nos seus corações; mas por alguns momentos ele escrevia no chão, a fim de convencê-los». (Ellicott, in loc.).

O códex U e alguns poucos outros manuscritos posteriores acrescentam a este versículo

o seguinte: «...os pecados de cada um deles...», mas o acréscimo é meramente uma

tentativa de explicar o que Jesus escreveu, e não pode ser reputado autêntico à versão

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original desta narrativa. (Quanto a outras explicações sobre o que teria sido indicado na escrita que Jesus fez no chão, ver as notas referentes ao vs. 6 acima).

8:9 Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. Tholuck (in loc.) diz: «É fato historicamente confirmado que, naquele tempo, muitos

rabinos proeminentes viviam em adultério». Alguns deles, pois, talvez tenham temido

que, quando Jesus se levantasse novamente, viesse a apresentar algum testemunho contra eles, que não desejavam que viesse a ser conhecido publicamente; assim sendo,

quando Jesus se baixou pela segunda vez, a fim de escrever no chão, aproveitaram-se da

oportunidade dada por sua aparente preocupação para poderem escapar. Se eram mesmo ou não culpados do pecado de adultério, não sabemos; mas isso não impediu

que a consciência de cada um deles os acusasse de alguma maldade igualmente grave, o

que, por algum tempo, deixou-os desassossegados na presença de Jesus, preferindo

estarem em algum outro lugar.

«Foram-se - e que mais poderiam ter feito? Não queriam ficar ali parados, enquanto os

olhos do povo contemplavam alternadamente suas pessoas e o dedo que se movia para lá e para cá sobre o chão! Retiraram-se, é verdade; mas observemos quão ordeiramente o

fizeram... talvez se tivessem demorado por um pouco mais, já que ninguém se dispunha

a retirar-se em primeiro lugar, para que não parecesse estar se traindo, reconhecendo ser o pior pecador de todo o grupo». (Philip Schaff, in loc., no Lange‟s Commentary).

Diversas interpretações têm sido oferecidas para explicar por qual razão se foram retirando um por um, começando pelos mais velhos até os mais jovens, a saber:

1. Foi um artifício para evitarem qualquer suspeita, pois a retirada ordeira demonstraria

certo desígnio, e a ordem da retirada não poderia indicar quem era o mais culpado ou o menos culpado, visto que dependia da idade de cada um.

2. Naturalmente, quando a retirada teve começo, os mais jovens devem ter cedido lugar

aos mais idosos: «Não antes do senhor, doutor reverendo, rabino Eliezer, rabino Jehudi, etc.» ( Philip Schaff, in loc.). 3. Os mais idosos, naturalmente, lembravam-se de maior número de pecados, e essa

maior carga na consciência tê-los-ia impelido a se retirarem primeiro. (Assim pensava

Robertson, in loc.; mas as outras explicações são mais prováveis). Todavia, Alford adianta qualquer coisa semelhante a isso, ao observar,in loc.: «Como que para indicar a ordem

natural de convicção de pecado...» Pelo menos fica evidente, nesta passagem, que as

palavras «mais velho», neste caso, visa a idade e não a posição social de cada um,

embora as duas coisas ordinariamente andassem de mãos dadas segundo a hierarquia religiosa dos judeus.

«Partem, e todo o povo os contemplava. Suas longas vestimentas e suas largas filactérias não pareciam mais tão imponentes como quando chegaram. Foram-se embora. O

tribunal adiara a sessão. Houve um adiamento, mas não precisamente por causa do

motivo pelo qual o tribunal fora convocado. Houve convicção, mas não da acusada, e, sim, de seus acusadores; e estes, meio convencidos de sua culpa, não ousavam olhar

frontalmente no rosto do Juiz, o qual era capaz de traspassar-lhes a alma com seus

olhos». (Philip Schaff, in loc., no Lange's Commentary).

8:11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus. Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.

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Que o homem não pode condenar o homem é o pensamento básico envolvido nestas palavras, mas que o julgamento deve vir de um tribunal muito superior, e que a lei

regulamentadora deve ser a divina. O mesmo tema pode ser visto nos trechos de Mt 7:1 e

Rm 2:1, sendo essa, igualmente, uma das aplicações da passagem de Mt 5:28, que faz

recuar o crime até os seus motivos íntimos, e não somente até ao ato exteriorizado. Essa consideração, mui naturalmente, confina dentro de certos limites os julgamentos

passados pelos homens; porque aquele que não se tiver feito culpado de atos externos,

pode, em todos os casos, ter-se tornado culpado do desejo íntimo de cometê-los, por muitas vezes.

Aprendamos estas lições:

1. Não existe algo como a justiça crua, na maneira de Deus tratar com os homens.

2. Como Messias que era, Jesus tinha o direito de exigir a execução daquela mulher. 3. Mas preferiu ver o arrependimento a executar a justiça imediata. Portanto, agiu

visando libertar à mulher, ao invés de levá-la à punição. Quão grande é a misericórdia

divina!

4. Jesus desaprovou qualquer solução violenta, e isso fê-lo distinguir-se da lei tão severa de Moisés. Sua lei era melhor que a de Moisés, e ele sabia disso.

5. A brutalidade nada soluciona, e só satisfaz a indivíduos de baixo caráter espiritual.

Jesus nunca daria qualquer satisfação aos acusadores da mulher. 6. Grande demonstração de misericórdia pode fazer mais que alguma grande pedra

lançada contra o tórax do culpado. Esta mata o corpo; aquela, salva a alma. Ver como

Paulo ensina a esse respeito, em Rm 2:4. 7. Aqueles que acusam aos «pecadores» são, eles mesmos, pecadores ainda piores.

Dificilmente tem surgido alguém tão santo que tenha o direito de acusar a outrem. Esse

alguém meramente terá sabido ocultar melhor os seus pecados, ou quiçá não tenha cometido os mesmos pecados que agora acusa noutros.

Jesus não condenou a mulher apanhada em flagrante adultério; e apesar de que não

lemos neste episódio qualquer expressão de perdão de pecados, contudo, o perdão também fica subentendido na ordem baixada por Jesus para que ela não mais repetisse

o seu pecado, o que nos permite ver que lhe foi dado um novo começo de vida.

«Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele». (Jo 3:17). A condenação sobrevêm porque os

homens preferem ignorar a Luz de Deus e permanecer nas trevas. Mas aquela mulher

escapou da condenação porque não quis mais permanecer nas trevas.

A narrativa não está completa para nós, posto nada sabermos das ações tomadas pelos

seus acusadores, em data posterior; e também nada sabemos a respeito dela, se ela veio a tornar-se ou não discípula de Cristo. Existem lendas que asseveram que o nome da

mulher era Susana e que subsequentemente se tornou uma mulher santa, discípula do

apóstolo Tiago. Mas não podemos confiar em lendas. «Não podemos acompanhar a

história das vidas que só são conhecidas por elas mesmas e por Deus. Contudo, a lição aqui encerrada é clara, e permanece de pé, condenando todo o juízo precipitado de um

homem contra o pecado de outrem; condenando todo pecado em nossas próprias vidas; e

declarando a todo o pecador que o perdão de Deus não nos condena». (Ellicott, in loc.).

Esta parte, pois, encerra diversas lições para nosso aprendizado. A experiência humana

ensina-nos a considerar a humanidade com mais simpatia do que demonstrávamos ter quando mais jovens; e sem dúvida alguma esta parte nos ensina o grande valor e a

profunda necessidade de simpatia. Goethe expressa admiravelmente isso, quando diz: «É

mister tão-somente que envelheçamos para nos tornarmos mais suaves em nossos

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julgamentos. Não vejo nenhuma falta cometida que eu mesmo não pudesse ter cometido». (Maxims and Reflections of Goethe, pág. 86).

O Senhor Jesus também deixou entendido, nessa história, que há grande dose de

hipocrisia na questão do julgamento de outras pessoas e que dificilmente existem homens qualificados a julgar seus semelhantes. Acrescente-se a isso o fato de que

enquanto aqueles homens se retiravam, envergonhados ante a sua própria consciência,

embora evidentemente resolvidos a não se arrependerem, a mulher permaneceu firme; e que apesar dela certamente sentir-se envergonhada e talvez perplexa, não estava

aterrorizada. A atitude demonstrada por Cristo para com ela dá-nos motivo para bases

firmes de esperança. Jesus a livrou das consequências naturais do pecado que ela cometera; mas, dentro desse mesmo livramento, ele lhe outorgou outra oportunidade de

tornar-se santa, de buscar retamente a Deus, em sua própria alma. Mediante o seu

julgamento e a sua simpatia de bondade, ele depositou essa esperança em nossas próprias mãos.

"Se o mistério do perdão divino para conosco não cria em nós um novo horror pelo

pecado, com o qual já estávamos acostumados, ou que talvez gostássemos imensamente de renunciar, conferindo-nos igualmente um novo poder de resistência à tentação, uma

nova pureza de vida e de natureza, então é que o tremendo plano divino de salvação

ainda não foi desvendado inteiramente para nós; e, nesse caso, nem mesmo a vontade de Deus em perdoar-nos pode salvar-nos de nossa condenação». (Arthur John Gossip, in loc.). Bibliografia R. N. Champlin

Texto e Comentário (7:53-8:11)

53 E cada um foi para sua casa. 1 Mas Jesus foi para o Monte das Oliveiras. 2 Pela manhã cedo voltouao templo e todo o povo vinha ter com ele; e Jesus, sentando-se, o ensinava. 3 Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio, 4 disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. 5 Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. 7 Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. 8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. 9 Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. 10 Então, erguendo-se Jesus e não vendo ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.

Esta passagem aparece entre colchetes na versão da IBB porque as evidências

disponíveis demonstram conclusivamente que foi uma interpolação posterior ao Evangelho de João. A maioria dos melhores manuscritos gregos omite toda esta seção; os

poucos que a incluem, fazem no com alguma marca especial (um asterisco, por exemplo)

ou em lugares diferentes (como depois de João 21:24 ou Lucas 21:38, por exemplo). Embora totalmente desconhecida no Oriente durante o primeiro milênio de nossa era, a

passagem aparece primeiro na tradição textual ocidental ou latina e é reconhecida pela

maioria dos manuscritos gregos medievais tardios. Destas duas fontes, entretanto, a

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passagem entrou na Vulgata e na versão do Rei James (King James Version), a partir das quais espalhou-se por toda a cristandade.

A evidência interna confirma o veredicto da evidência externa de que este trecho não integrava originalmente o Quarto Evangelho. O estilo da estória é mais lucano do que

joanino. O ambiente coaduna-se muito bem com as descrições sinópticas das últimas

semanas de Jesus em Jerusalém (compare-se as vivas semelhanças entre João 8:1,2 e

Lucas 21:37,38). É possível que o relato tenha sido enxertado aí por ter ocorrido no Templo (8:2; cf. 7:14,28; 8:20,59) e por ilustrar a forma como Jesus a ninguém julgava

(8:15).

Não há razão para se duvidar da autenticidade substancial da história. Embora

provavelmente não tenha sido intencionalmente parte de nenhum dos quatro Evangelhos

canônicos, a igreja antiga encontrou nele um valor tão significativo que o incluiu em vários pontos do relato, para garantir sua sobrevivência. Ao estudar o Evangelho de

João, no entanto, o leitor deve ir direto de 7:52 para 8:12, não permitindo que esta

inserção obscureça a íntima relação entre estes dois capítulos. Bibliografia William E. Hull

A Mulher apanhada em Adultério (7.53—8.11)

Quer esta ação pertença ao Evangelho de João, quer não, é questão de debate erudito. O versículo 53 fornece adequada transição para a narrativa da mulher pega em adultério.

Dizendo que “e cada um foi para sua casa”, seguido por “porém Jesus foi para o

monte da Oliveiras” (Jo 8.1), o texto dá a entender que Jesus não tem casa ou lugar para ir. Estas frases sucintas ajustam-se a esta seção, omitindo detalhes e indo direito ao

cerne do assunto: a misericórdia de Jesus.

Ao amanhecer, Jesus aparece no pátio do templo e ensina o povo. “Pela manhã cedo”

(orthrou) só ocorre aqui no Evangelho de João, e este é o único lugar onde ocorre o termo

“monte das Oliveiras”. Em outro lugar, João se refere às primeiras horas da manhã, mas

de modo diferente (veja Jo 20.1). Estas duas expressões soam mais como o Evangelho de Lucas, que as tem na narrativa da paixão. Talvez na realidade esta história tenha

acontecido durante esta semana.

Jesus está no “templo” (Jo 8.2), em local incerto no grande recinto do templo, mas fora

do Lugar Santo. A mesma expressão compôs o cenário para o primeiro ensino de Jesus

sobre a Festa dos Tabernáculos (Jo 7.14). Em João 8.20, o seu debate sobre Ele ser “a luz do mundo” acontece “no lugar do tesouro”, na área do templo perto do lugar onde

eram postas as ofertas.

A questão colocada diante de Jesus em João 8.1-11 refere-se a adultério, questão legal

encontrada no ensino do Antigo Testamento e na lei judaica. As pessoas se reúnem ao

redor de Jesus enquanto Ele ensina, mas logo os fariseus e os mestres da lei aparecem

com uma mulher adúltera. Como adeptos fundamentalistas da lei e sua interpretação, aplicação e preservação, eles sentem-se ameaçados por uma nova escola de pensamento.

Assim, tentam anular Jesus com esta situação.

Várias observações nos ajudarão a entender esta questão. Não está claro se nessa época

as autoridades judaicas podiam decidir casos importantes. OS estudiosos também não

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estão seguros se esta mulher já tinha sido julgada por essas autoridades; o contexto sugere que não. Parece que, de alguma maneira, esses mestres da lei e os fariseus

armaram uma cilada para a mulher como um caso-teste para Jesus. Eles a apanharam

no próprio ato do intercurso sexual ilícito. Nada é dito sobre o marido dela (“adultério” refere-se a pessoas casadas).

O ensinamento do Antigo Testamento acerca de adultério ocorre em vários lugares no

Pentateuco. Números 5.11-31 lida com casos relacionados a ciúmes e acusação de adultério sem testemunhas por parte de qualquer um dos cônjuges. Neste caso, quando

existe suspeita, é tomado cuidado para preservar a parte inocente. A esposa é levada ao

sacerdote que prepara um líquido para que ela beba e assim descubra se ela é culpada. Se ela sobrevive, é inocente, se não, é merecedora de morte. Esta é a única instância no

Pentateuco onde ambos os cúmplices não são mortos. Neste caso, não há meio de

determinar a culpa ou inocência do homem.

Levítico 20.10 contém uma declaração simples sobre o adultério. Este versículo dirige a

sentença para o marido pecador. Se ele cometer adultério com a esposa de outro homem, ambos serão mortos.

Deuteronômio 17.1-7 fornece diretrizes para a pena de morte, sobretudo com relação à

idolatria. Pelo menos duas pessoas terão de ter testemunhado o ato. As testemunhas devem levar a pessoa acusada à porta da cidade (onde ocorriam eventos legais nas

cidades do oriente) e atirar as primeiras pedras (veja At 7.57,58). Deuteronômio 22.13-26

se refere a como lidar com uma variedade de situações matrimoniais que circundam o adultério. A coisa importante aqui é que, em face de testemunho esmagador, os dois

envolvidos devem ser levados à porta e apedrejados (cf. Ez 16.38-40). E óbvio que esta

ordem não está sendo seguida em João 8.1-11. No século I, a lei judaica veio em favor do homem; a mulher suportava o impacto do caso.

Também devemos falar brevemente sobre o tipo de sistema legal que o Antigo Testamento e o judaísmo adotavam. Em certo sentido é semelhante ao tipo adotado no

mundo ocidental — seguir precedente legal. Em outras palavras, se uma decisão legal

em particular segue um curso de ação diferente do que foi previamente escrito, essa

decisão estabelece um precedente para casos futuros. A lei pode ser um impedimento ou mostrar misericórdia.

Em João 8.1-11, temos um caso-teste no qual os inimigos de Jesus tentam pegá-lo numa armadilha (cf.sobretudo o v. 6). Logicamente eles estão procurando colocar Jesus

nas garras de um dilema. Só o Sinédrio tinha o direito de julgar ofensas capitais. Seus

membros eram contados em número ímpar a fim de evitar um júri dividido. Se nessa época os romanos concediam ao tribunal judaico tal tipo de autoridade, então Jesus

estaria violando o padrão. Se o tribunal não tinha tal jurisdição, então Jesus estaria

violando a lei mosaica eximindo-a, e estaria em dificuldades com os romanos se votasse pela execução. Jesus se esquiva do dilema virando as acusações dos inimigos contra

eles. Eles foram testemunhas do ato dela e teriam de atirar as primeiras pedras. Mas

eles são igualmente culpados de pecados próprios, e de modo algum aptos para julgar.

Neste ponto (cf. Jo 8.31ss) João presume que todas as pessoas são culpadas de pecado e estão debaixo da sentença de morte (condenação).

Jesus não responde imediatamente a pergunta do versículo 5. Antes, Ele se agacha para escrever no chão, mas seus inimigos intencionalmente o importunam. Por fim, Ele se

endireita e responde de modo retórico. O comentário de Jesus no versículo 7, quando

surge o debate sobre a culpa diante de Deus, é a questão que toda pessoa tem de

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enfrentar e traz todo o mundo ao mesmo nível. Todos são pecadores e no final das contas indignos de julgar os outros. Só Deus pode julgar, o que Ele não faz — Ele perdoa e

retira a condenação pelo Filho. É exatamente isto o que Jesus faz à mulher, quando os

acusadores saem: “Nem eu também te condeno”. Todo aquele que não crê permanece debaixo de julgamento. Embora os líderes judeus tivessem vindo em grande número e

juntos, eles partem combalidamente e um por um, cada um recebendo no coração a seta

da condenação. Começando pelos mais velhos, eles saem um de cada vez.

As palavras finais de Jesus à mulher são extraordinárias: “Vai-te e não peques mais”.

Liberando-a da culpa e vergonha, ele a lança numa nova vida. O perdão traz o que nada

mais traz — um novo statuspara o pecador, a despeito de sua gravidade. Seu adultério passado já não a envergonhará. Sua culpa se foi. O verbo no tempo presente extrai o

significado apropriado do verbo “pecar” nesta sentença. Este tempo denota uma ação ha-

bitual, à qual a pessoa nunca volta. Neste caso, indica uma de duas possibilidades: Ou a mulher era prostituta (um estilo de vida que ela agora deixará), ou João está se referindo

a um estilo de vida que o regenerado tem em comparação ao do incrédulo. Este é o

mandamento de João acerca do discipulado (veja Jo 15).

Fonte: Comentário Bíblico Pentecostal

A mulher flagrada em adultério

A história de Jesus com a mulher flagrada em adultério é provavelmente a mais célebre

história sobre Jesus na Bíblia; desde sempre, ela foi também certamente destaque nas

versões hollywoodianas da vidadele. Também teve destaque em A paixão de Cristo, de Mel Gibson, embora o filme se concentre apenas nas últimas horas de Jesus (a história é

tratada em um dos raros flashbacks do filme). Apesar de toda essa sua popularidade, o

relato se baseia em apenas uma passagem do Novo Testamento, João 7.53-8.12, e nem

mesmo ali parece fazer parte do contexto original.

O quadro da história é familiar. Jesus está ensinando no templo, e um grupo de escribas

e fariseus, seus inimigos jurados, aproxima-se dele trazendo consigo uma mulher “que fora pega em flagrante ato de adultério”. Eles a trazem à presença de Jesus porque

querem pô-lo à prova. A Lei de Moisés, é o que dizem a Jesus, prescreve que uma mulher

dessas seja apedrejada até a morte; mas eles querem saber o que ele tem a dizer sobre o caso. Devem apedrejá-la ou mostrar misericórdia para com ela? Naturalmente, trata-se

de uma armadilha. Se Jesus lhes disser para libertar a mulher, será acusado de violar a

Lei de Deus; se lhes disser para apedrejá-la, será acusado de negligência para com seus próprios ensinamentos de amor, misericórdia e perdão.

Jesus não responde de imediato. Em vez disso, abaixa-se para escrever na areia. Quando

eles dão seguimento a seu questionamento, ele lhes diz: “Aquele que não tem pecado seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”. E volta a escrever na areia, enquanto aqueles que

tinham trazido a mulher começam a sair de cena — evidentemente convictos de seu pró-

prio malfeito — até que ninguém restou, além da mulher. Levantando os olhos, Jesus diz: “Mulher, onde estão todos? Ninguém te condenou?” Ao que ela replica: “Ninguém,

Senhor”. Ele então responde: “Nem eu te condeno. Vai e não peques mais”.

É uma história brilhante, plena de sentimento e com uma guinada engenhosa na qual

Jesus usa sua viva inteligência para se livrar — para não falar da pobre mulher — da

armadilha. Claro que para um leitor atento a história suscita várias perguntas. Se essa mulher foi pega em flagrante de adultério, por exemplo, onde está o homem com quem

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ela foi pega? Ambos devem ser apedrejados, de acordo com a Lei de Moisés (ver: Levítico 20.10). Além de tudo, o que exatamente Jesus escreveu na areia? (Segundo uma tradição

antiga, ele estava escrevendo os pecados dos acusadores, que, ao verem que suas

próprias transgressões eram conhecidas, ficaram completamente embaraçados!) E mesmo que Jesus tenha ensinado uma mensagem de amor, pensava realmente que a Lei

de Deus dada por Moisés deixara de vigorar e que não precisava mais ser obedecida?

Achava que os pecados não deviam mais ser punidos?

Apesar do brilhantismo da história, de sua cativante qualidade e de seu enredo próprio,

ela suscita um outro problema enorme. Ao que tudo indica, ela não é parte original do

Evangelho de João. De fato, não é parte original de nenhum dos Evangelhos. Foi acrescentada por copistas posteriores.

Como sabemos disso? Na realidade, pesquisadores que estudam a tradição manuscrita não têm dúvidas sobre esse caso particular. Mais adiante neste livro examinaremos com

maior profundidade os tipos de evidência que os pesquisadores apresentam para fazer

avaliações desse tipo. De momento, posso simplesmente indicar uns poucos fatos básicos que se demonstraram convincentes para quase todos os pesquisadores de

variadas tendências: a história não se encontra em nossos mais antigos e melhores

manuscritos do Evangelho de João; seu estilo de escrita é muito diferente daquele que é

encontrado no restante de João (incluindo os relatos que vêm imediatamente antes e depois); e ela inclui um grande número de termos e frases que são, por outro lado,

estranhas ao Evangelho. A conclusão é inevitável: essa passagem originalmente não faz

parte do Evangelho.

Como, então, ela foi acrescentada? Há numerosas teorias acerca disso. Muitos

pesquisadores pensam que provavelmente se tratava de um relato bem conhecido que circulava na tradição oral sobre Jesus, que a certa altura foi acrescentado à margem de

algum manuscrito. A partir daí, algum copista ou alguém achou que a nota marginal

devia ser parte do texto e a inseriu imediatamente depois da narrativa que acaba em João 7.52. Deve-se notar que outros copistas inseriram o relato em diferentes pontos do

Novo Testamento — alguns deles depois de João 21.25, por exemplo, e outros, o que é

bem interessante, depois de Lucas 21.38. Em todo caso, quem quer que tenha escrito o

relato, não foi João.

Fonte: Bart D. Ehrman (Livro: O que Jesus disse?)

Obs.: Ajuda para os professores terem conhecimento do que se escreve sobre a

passagem; eu tenho convicção que a Bíblia é a Palavra de Deus, e sua mensagem não

muda.

SEÇÃO SOBRE O ADULTÉRIO JO 7.53—8.11

Os doze versículos desta seção não são encontrados em nenhum dos mais antigos manuscritos unciais, exceto Bezae (D), um manuscrito do século VI. Dois manuscritos (L

e Delta) dos séculos VIII e IX os omitem, mas deixam um espaço em branco. Eles apare-

cem na Vulgata de Jerônimo (do final do século IV) e em algumas versões posteriores siríacas e cópticas. No entanto, nenhum dos comentaristas gregos, durante mil anos

depois de Cristo, faz menção a eles. Entre eles estão Orígenes e Crisóstomo. Uma análise

cuidadosa do vocabulário e do estilo parece mostrar que eles não são de João. Parece

também evidente que o texto foi mal transmitido no processo de cópia; nos textos onde

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esses versículos aparecem, “as várias leituras são mais numerosas do que em qualquer outra parte do Novo Testamento”. Em diferentes manuscritos, eles se encontram depois

de 7.36; 21.24 e Lucas 21.38. No texto grego de Nestle, eles estão em uma nota de

rodapé, como também na versão RSV em inglês.

Entretanto, não há nada na narrativa que coloque em dúvida a autenticidade ou a

historicidade desta seção. Como diz Bernard, “se parece com as histórias dos Sinóticos

sobre Jesus; a sua ternura e seriedade indicam que representa fielmente o que Jesus disse e fez quando uma mulher, que havia pecado contra a castidade, foi trazida à sua

presença”. Assim, o evento pode muito bem ser usado com propósitos homiléticos.

Vamos ao episódio. E cada um foi para sua casa (53). As divisões e as diferenças tinham

sido tão profundas que agora, em um sentido muito literal, cada um tomou o seu

caminho. Isto fica evidente pelo fato de que Jesus foi para o monte das Oliveiras (1). Aqui é feita a única referência a este monte no quarto Evangelho.

E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava (2). A palavra usada aqui para cedo (orthrou) não é

característica de João. Além disso, este é o único ponto no Evangelho de João onde

Jesus é visto sentado enquanto ensina o povo. O verboensinava está no imperfeito, e

poderia ser melhor traduzido como “estava ensinando”, indicando que esta era uma ação habitual e costumeira para Jesus.

E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato (3-4). Somente

aqui João menciona os escribas, embora a expressão escribas e fariseus apareça com

frequência nos Sinóticos. O quadro é ilustrativo. Jesus e muitas pessoas estavam sentados enquanto Ele ensinava no Templo; no meio deles, estes pomposos personagens

chegaram com uma criatura desprezível e a puseram no meio. A sua ação não tinha

interesse na justiça, nem há um fio de evidência de que tivesse nascido da compaixão.

Eles não estavam preocupados se esta demonstração pública traria embaraço tanto à mulher pecadora quanto ao Jesus sem pecado. Os acusadores prosseguiram: Na lei, nos

mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (5) “A mulher não foi

trazida perante Jesus para um julgamento formal, mas para fazer com que Ele expressasse a sua opinião sobre um aspecto da Lei Mosaica, que poderia posteriormente

ser usada contra Ele...” Um exame do código mosaico indica que o apedrejamento como

punição para o adultério era exigido somente nos casos em que uma virgem noiva ou uma mulher casada fosse considerada culpada (Dt 22.21-24).

João deixa claro que o único objetivo dos escribas e fariseus que trouxeram a mulher era o de fazer Jesus cair em uma armadilha: Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem

de que o acusar (6, “alguma base de acusação”). A armadilha foi armada sob a forma de

um dilema. Se Jesus tivesse dito que ela era culpada e eles tivessem executado o castigo, eles o teriam levado perante os romanos por incitar um assassinato. Mas se Ele tivesse

se inclinado a um tratamento misericordioso “os seus críticos o teriam declarado um

blasfemador que não aceitava os decretos da lei sagrada”.

Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra [como se não os tivesse ouvido]

(6). O fato de que Jesus se inclina não é estranho aqui, pois Ele estava sentado para

ensinar (2); Ele simplesmente se inclinou para frente para escrever no chão. Este é o único registro feito de alguma ocasião em queJesus escreveu, e o que Ele escreveu foi

logo apagado pelos passos, ou pelo vento. Assim é inútil tentar determinar com

segurança o que Ele escreveu, embora tenham surgido muitas hipóteses interessantes.

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Alguns dizem que Ele não escreveu nenhuma mensagem, mas somente estava tirando a atenção da mulher para si mesmo; daí se justificam as palavras, muito certamente um

comentário posterior, como se não os tivesse ouvido. Outros dizem que Ele se inclinou

para escrever por causa do seu constrangimento tanto pela mulher quanto por si mesmo. Outros ainda dizem que a palavra traduzida como escrevia (kategraphen)

também pode significar “registrar”, e com base nisto opinam que: a) Ele estava

registrando a queixa contra a mulher, que não seria mais permanente (perante Ele) do

que escrever na areia; ou b) Ele estava registrando os pecados daqueles que tinham feito a acusação. A última hipótese se reflete em um comentário do manuscrito U e algumas

observações em itálico que dizem “o pecado de cada um deles”. Outros, ainda,

argumentam que esta era a maneira de Jesus declarar que não seria dada nenhuma resposta. Diz-se que T. W. Manson afirmou: “O Senhor, pelo seu ato, diz na

verdade: „Vocês estão me convidando para usurpar as funções do procurador. Muito bem,

eu vou fazer isso; e foi fazer isso da maneira normal romana‟. Então, Ele se inclina e parece escrever no chão a sentença, e em seguida Ele diz: Aquele que dentre vós está

sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela‟. O Senhor derrota os seus

adversários adotando a forma de pronunciar a sentença à maneira romana, mas por atos

e palavras Ele assegura que ela não pode ser executada”.

E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós

está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra (7-8). A insistência persistente dos escribas e fariseus evocou de Jesus

as suas únicas palavras para eles nessa ocasião. A sua resposta foi o coup de grace (golpe de misericórdia)-para o cuidadoso plano e para a sutil armadilha

daqueles homens. A resposta do Senhor é um excelente exemplo de argumentação ad hominem (i.e., Ele atacou os seus oponentes ao invés de lidar com a questão do que fazer

com a mulher). As palavras-chave na resposta são sem pecado (anamartetos).

Esta é uma referência à absoluta falta de pecado, ou a pecados de algum tipo especial?

Não é provável a segunda possibilidade, adotada por muitos, a qual implica que todos os

homens eram culpados do pecado do adultério em pensamentos ou em ações. É mais provável uma alusão ao fato de que somente aquele que era sem pecado naquele grupo

poderia pronunciar uma sentença. “A única questão levantada pela resposta de Jesus é

a capacidade dos homens pecadores de agir como os agentes de Deus, lidando com os

homens e as mulheres”. Estes homens não serviam para ser agentes de Deus, porque eles mesmos morreriam pelos pecados que praticaram (cf. 8.15, 21,24). E para separar-

se da arrogância hipócrita deles, tornando a inclinar-se [Jesus] escrevia na terra (8).

Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos... ficaram só Jesus

e a mulher, que estava no meio (9). As duas frases, “acusados pela própria consciência”

(que só consta em algumas versões) e até os últimos, são claramente intercalações, indicadas em parte pelo itálico na versão KJV em inglês. A ordem de saída, começando

pelos mais velhos, provavelmente nada mais era do que uma questão de respeito por

parte dos mais jovens.

E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher,

onde estãoaqueles teus acusadores? [lit. “onde estão eles?”] Ninguém te condenou? E ela

disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais (10-11; cf. 5.14). Aqui não há indicação de que a misericórdia é a permissão

para o pecado! A graça nunca é aumentada ou exaltada pela multiplicação do pecado. Ao

contrário, o Cristo da cruz possibilita que o homem se abstenha dos pecados que Ele ordena que o homem abandone. Para esta mulher, havia agora uma porta aberta. “A sua

palavra final não é de condenação nem de perdão, mas uma ordem de abandonar o seu

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antigo modo de vida”. Na análise final deste relato, fica claro que a lei é inadequada para as necessidades tanto do homem quanto dos seus acusadores.

Bibliografia Joseph H. Mayfield

Lição 09

Texto Áureo

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;” (1 João 2:1 RA)

“MEUS filhinhos, estas [coisas] vos escrevo, para que não pequeis: e, se alguém

pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (1 João 2:1 DO)

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis. Se alguém pecar, temos

para com o Pai um Paráclito, Jesus Cristo o justo;” (1 João 2:1 TB)

“Meus filhinhos, escrevo isso a vocês para que não pequem. Porém, se alguém

pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende diante do Pai.” (1 João 2:1 NTLH)

“Meus filhinhos, estas [coisas] vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (1 João 2:1 RC)

“Hijitos míos, estas cosas os escribo para que no pequéis. Pero si alguno ha

pecado, abogado tenemospara con el Padre, a Jesucristo, el justo.” (1 Juan 2:1 RVR95)

“Figlioli miei, vi scrivo queste cose perché non pecchiate; e

se qualcuno ha peccato, noi abbiamo unavvocato presso il Padre: Gesù Cristo, il giusto.” (1 Giovanni 2:1 NRV)

“My little children, these things I write to you, so that you may not sin. And if anyone sins, we have an Advocate with the Father, Jesus Christ the righteous.” (1 John 2:1

NKJV)

“Mes petits enfants,

je vous écris ces choses afin que vous ne péchiez point. Et si quelqu‟un a péché,

nous avons un avocat auprès du Père, Jésus-Christ le juste.” (1 Jean 2:1 NEG)

“filioli mei haec scribo vobis ut non peccetis sed et si

quis peccaverit advocatum habemus apud PatremIesum Christum iustum” (1 John 2:1

VULGATE)

Texto de Referência

RC

“1 ¶ Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. 3 E os escribas e

fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. 4 E, pondo-a no meio,

disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, 5 e, na lei,

nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?” (João 8:1-5 RC)

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NTLH

“1 ¶ [Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras.] 2 [De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava

sentado, ensinando a todos.] 3 [Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus

uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio

de todos.] 4 [Eles disseram: —Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério.] 5 [De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a

pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?]” (João 8:1-5 NTLH)

GREGO

1 ιηζοσς δε επορεσθη εις ηο ορος ηων ελαιων

2 ορθροσ δε παλιν παρεγενεηο εις ηο ιερον και πας ο λαος ηρτεηο προς ασηον και

καθιζας εδιδαζκεν ασηοσς

3 αγοσζιν δε οι γραμμαηεις και οι θαριζαιοι προς ασηον γσναικα εν μοιτεια καηειλημμενην και ζηηζανηες ασηην εν μεζω

4 λεγοσζιν ασηω διδαζκαλε ασηη η γσνη καηειληθθη επασηοθωρω μοιτεσομενη

5 εν δε ηω νομω μωζης ημιν ενεηειλαηο ηας ηοιασηας λιθοβολειζθαι ζσ οσν ηι λεγεις

Leituras Complementares

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos

purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9 RC)

“Meus filhinhos, estas [coisas] vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém

pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (1 João 2:1 RC)

“Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.”

(1 João 2:29RC)

“Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo.”

(1 João 3:7 RC)

“Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não.” (2

Coríntios 1:18 RC)

“Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, [é] Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e

a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos;”

(Deuteronômio 7:9 RC)

Introdução

1.

“37 ¶ E, no último dia, o grande [dia] da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se

alguém tem sede, que venha a mim e beba. 38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (João 7:37-38 RC)

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1.1

“Tenho aborrecido a congregação de malfeitores; não me ajunto com os ímpios.” (Salmos

26:5 RC)

“O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no SENHOR, a misericórdia o

cercará.” (Salmos32:10 RC)

“A malícia matará o ímpio, e os que aborrecem o justo serão punidos.” (Salmos 34:21

RC)

1.2

“Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel,” (Salmos 71:4 RC)

1.3

“Porque eis que os ímpios armam o arco, põem as flechas na corda, para com elas

atirarem, às ocultas, aos retos de coração.” (Salmos 11:2 RC)

“Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe,

então, os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma.” (João 18:31 RC)

2.

2.1

“Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a

mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.” (Levítico 20:10 RC)

“Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então,

ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal

de Israel.” (Deuteronômio 22:22 RC)

“Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe,

então, os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma.” (João 18:31 RC)

“O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura.”

(Provérbios14:29 RC)

“O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apaziguará a luta.”

(Provérbios 15:18 RC)

“Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que

toma [uma] cidade.” (Provérbios 16:32 RC)

“Melhor [é] o fim das coisas do que o princípio delas; melhor [é] o longânimo do que o

altivo de coração.” (Eclesiastes 7:8 RC)

2.2

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“21 tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? 22 Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que

abominas os ídolos, cometes sacrilégio? 23 Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus

pela transgressão da lei? 24 Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.” (Romanos 2:21-24 RC)

“Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade

com as suas obras, porque dizem e não praticam.” (Mateus 23:3 RC)

2.3

“10 E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe:

Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 E ela disse:

Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.” (João 8:10-11 RC)

3.

3.1

“A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade, produzirá o juízo.” (Isaías 42:3 RC)

“1 ¶ Portanto, agora, nenhuma condenação [há] para os que [estão] em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. 2 Porque a lei do Espírito de

vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. 3 Porquanto, o que era

impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, 4 para que a

justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o

Espírito.” (Romanos 8:1-4 RC)

3.2

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque

as iniqüidades deles levará sobre si.” (Isaías 53:11 RA)

“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se

compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.”

(Isaías 42:1 RA)

3.3

“E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e

não peques mais.” (João 8:11 RC)

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não

andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12 RC)

“bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;” (Mateus 5:7

RC)

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“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” (Mateus 9:13

RC)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e

do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis,

porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas.” (Mateus 23:23 RC)

Fonte:

Site: EBD Areia Branca

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2 Timóteo 2

E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam

idôneos para também ensinarem os outros.

PARTICIPE DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL ASSEMBLEIA DE DEUS DO CRUZEIRO

E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. (2Tm 2.2)