JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE - ufersa.edu.br - Eng Civil... · universidade federal rural do...
-
Upload
truongnhan -
Category
Documents
-
view
214 -
download
0
Transcript of JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE - ufersa.edu.br - Eng Civil... · universidade federal rural do...
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE
ESTUDO DE TRELIÇAS PLANAS NO REGIME NÃO LINEAR FÍSICO: REVISÃO
E APLICAÇÕES COMPUTACIONAIS
MOSSORÓ-RN
2014
JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE
ESTUDO DE TRELIÇAS PLANAS NO REGIME NÃO LINEAR FÍSICO: REVISÃO
E APLICAÇÕES COMPUTACIONAIS
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Departamento de Ciências Ambientais e
Tecnológicas para a obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientador (a): Prof. M.Sc. Raimundo Gomes
de Amorim Neto - UFERSA
MOSSORÓ-RN
2014
O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade de seus autores
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)
Setor de Informação e Referência
C376e Cavalcante, João Paulo de Barros.
Estudo de treliças planas no regime não linear físico: revisão
e aplicações computacionais. / João Paulo de Barros
Cavalcante. -- Mossoró, 2014.
70f.: il.
Orientador: Prof. MSc. Raimundo Gomes de Amorim Neto.
Monografia (Graduação em Engenharia Civil)–Universidade
Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Graduação.
1. Elastoplástico. 2. Elementos finitos. 3. Não-linearidade
física. 4. Treliça. I. Titulo.
RN/UFERSA/BCOT /163-14 CDD ( 22.ed.) : 624.153 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba
CRB-15/452
JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE
ESTUDO DE TRELIÇAS PLANAS NO REGIME NÃO LINEAR FÍSICO: REVISÃO
E APLICAÇÕES COMPUTACIONAIS
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Departamento de Ciências Ambientais e
Tecnológicas para a obtenção do título de
Engenheiro Civil.
APROVADA EM: ______ /_____ /______
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. M.Sc. Raimundo Gomes de Amorim Neto – UFERSA
Presidente
___________________________________________________
Profª. D.Sc. Marcilene Vieira da Nóbrega– UFERSA
Primeiro membro
___________________________________________________
Prof. M.Sc. João Paulo Matos Xavier – UFERSA
Segundo membro
Dedico este trabalho à minha família e aos
meus amigos pela compreensão e incentivo
durante o período de seu desenvolvimento.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, João Agripino Cavalcante e a Maria Daguia Barros por todo apoio,
motivação e por tudo o que fizeram e ainda fazem por mim.
Ao meu orientador Raimundo Gomes de Amorim Neto, pela dedicação e compressão
durante este trabalho. Sempre me atendendo quando solicitei mesmo estando ocupado.
Guardo com grande satisfação sua amizade e uma baita admiração.
Ao coordenador do Curso de Engenharia Civil Prof. M.Sc. Raimundo Gomes de
Amorim Neto, por seus esforços para tornar o curso cada vez melhor e pelo comprometimento
com o aluno. Uma pessoa que com certeza, sempre guardarei na memória como a figura de
um grande professor e coordenador.
Aos meus parceiros Renato Alison, Tialison Romão, Dakson Câmara, Ronnifran Cabral,
Fabson Emerson e Edmilson Alves pela amizade durante esses dois anos de curso.
A toda equipe da Sete Engenharia e Projetos, em especial a Sérgio Martins pela
compreensão e companheirismo durante esse período.
A todos colegas que fizeram parte da minha vida acadêmica, todos tiveram um papel
importante nesta jornada.
A banca examinadora deste trabalho, por aceitar o convite disponibilizando do seu
tempo para contribuir com este trabalho.
A todos os professores do curso de Engenharia Civil da UFERSA-Mossoró.
“Os professores abrem as portas, mas você
precisa entrar sozinho.”
Provérbio Chinês
RESUMO
Este trabalho trata de um estudo sobre a análise de estruturas do tipo treliça, levando
em consideração os efeitos da não-linearidade física. A não-linearidade física é caracterizada
pela relação desproporcional entre tensão e deformação, decorrente da alteração das
propriedades físicas do material da estrutura, ou seja, o comportamento do material não
obedece a lei Hooke. A teoria da elasticidade linear prevê que as solicitações levam um
determinado material a um comportamento completamente elástico, já a plasticidade fica
evidenciada pela ocorrência de deformações permanentes. Por fim, o comportamento dos
materiais elastoplásticos é resultante de uma resposta inicialmente elástica, e a partir de certo
estado de tensão apresenta um comportamento predominantemente plástico. Os problemas
não-lineares são consideravelmente mais complexos, desta forma é imprescindível a
utilização de recursos computacionais como ferramenta de auxílio. Na análise numérica
podemos destacar o Método dos elementos finitos (MEF) que é uma ferramenta que apresenta
vasta área de atuação, demostra grande versatilidade e ótimo desempenho no âmbito
estrutural. As treliças são estruturas compostas exclusivamente por membros retilíneos
conectados entre si em suas extremidades, onde seus métodos de análise lineares estão
bastante difundidos. Então, este trabalho consta da análise da não-linearidade física em
treliças, por meio do MEF, através do programa ANSYS, que é um software capaz de
solucionar problemas com grande rapidez e eficiência. Os resultados obtidos ilustram a
importância que os efeitos da não-linearidade física apresentam na análise de estruturas.
Palavras-chave: Não-linearidade física. Treliça. Elastoplástico. Elementos finitos.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Método dos Nós.......................................................................................................24
Figura 2 - Método das seções....................................................................................................25
Figura 3 - Diagramas tensões-deformações..............................................................................27
Figura 4 - Relação Constitutiva elastoplástica perfeita.............................................................27
Figura 5 - Modelo de encruamento linear isótropo...................................................................31
Figura 6 - Parâmetro de encruamento linear isótropo...............................................................33
Figura 7 - Encruamento Linear cinemático...............................................................................33
Figura 8 - Treliça do centro de vivência...................................................................................43
Figura 9 - Treliça adaptada.......................................................................................................44
Figura 10 - Elemento LINK 1...................................................................................................45
Figura 11 - Modelo discretizado...............................................................................................45
Figura 12 - Deformada da treliça..............................................................................................46
Figura 13 - Deslocamentos máximos........................................................................................46
Figura 14 - Reações de apoio....................................................................................................47
Figura 15 - Forças normais.......................................................................................................47
Figura 16 - Tensões axiais, deformações plásticas e elásticas..................................................48
Figura 17 - Deformações elásticas............................................................................................49
Figura 18 - Tensões...................................................................................................................49
Figura 19 - Treliça Plana...........................................................................................................50
Figura 20 - Modelo Físico Discretizado...................................................................................51
Figura 21 - Deformada da treliça..............................................................................................52
Figura 22 - Reações de apoio....................................................................................................52
Figura 23 - Forças normais.......................................................................................................52
Figura 24 - Tensões axiais, deformações elásticas e plásticas..................................................53
Figura 25 - Tensões...................................................................................................................54
Figura 26 - Deformações elásticas............................................................................................54
Figura 27 - Deformações plásticas............................................................................................55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
- Deformação Elástica
- Deformação Plástica
W - Trabalho Virtual
extW
- Trabalho virtual externo
U - Trabalho virtual interno
u - Vetor deslocamento
' - Deslocamento Virtual
A - Superfície do sólido
div - Divergente
E - Módulo de elasticidade longitudinal
Ɛ - Deformação Total
f - Força por unidade de volume
grad - Gradiente
H - Módulo de encruamento cinemático
k - Módulo plástico de encruamento isótropo
MEF - Método dos elementos finitos
n - Vetor posição
q - Deslocamento
r - Equilíbrio local
sign(.) - Operador de sinais
t - Força por unidade de superfície
T - Tensor
ⱱ - Coeficiente de Poisson
α - Parâmetro que registra a história do carregamento
Δ - Incremento de deformação elástica
Δ - Incremento de deformação plástica
Δ σ - Incremento de tensão
ΔƐ - Incremento total de deformação
Δp - Acréscimo de tensão
Δα - Incremento do parâmetro que registra a história do carregamento
Δλ - Valor absoluto do incremento de deformação plástica
ρ - Densidade
σ - Tensão
σy - Tensão de escoamento
τ - Cisalhamento
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12
1.1 JUSTIFICATIVAS.............................................................................................................13
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................................13
1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................................13
1.2.2 Objetivos específicos......................................................................................................14
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................15
2.1 MODELOS NÃO-LINEARES...........................................................................................15
2.1.1 Não-Linearidade Geométrica........................................................................................16
2.1.2 Não-Linearidade Física..................................................................................................16
2.2 MÉTODOS NUMÉRICOS.................................................................................................17
2.3 PROGRAMA COMPUTACIONAL (ANSYS)..................................................................19
2.4 ESTUDO DAS TRELIÇAS................................................................................................21
2.4.1 Classificação das treliças...............................................................................................22
2.4.2 Análise de treliças...........................................................................................................23
2.4.2.1 Análise de treliças pelo Método dos Nós......................................................................23
2.4.2.2 Análise de treliças pelo Método das Seções.................................................................24
3 ANÁLISE NUMÉRICA......................................................................................................26
3.1 COMPORTAMENTO ELASTOPLÁSTICO UNIDIMENSIONAL.................................26
3.1.1 Comportamento elastoplástico perfeito.......................................................................27
3.1.2 Comportamento elastoplástico com encruamento linear positivo............................30
3.1.2.1 Modelo de encruamento isótopro.................................................................................30
3.1.2.2 Modelo de encruamento cinemático.............................................................................33
3.1.2.3 Modelo Misto................................................................................................................34
3.2 ALGORITMO PARA VERIFICAÇÃO DO MODELO CONSTITUTIVO
ELASTOPLÁSTICO COM ENCRUAMENTO ISÓTROPO LINEAR...........................36
3.3 GENERALIZAÇÃO PARA O CASO DE UMA ESTRUTURA......................................38
4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................41
4.1 ROTEIRO GERAL PARA ANÁLISE COM O ANSYS...................................................41
4.1.1 Pré-Processamento.........................................................................................................41
4.1.2 Solução............................................................................................................................41
4.1.3 Pós-Processamento.........................................................................................................42
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................43
5.1 EXEMPLO 1.......................................................................................................................43
5.2 EXEMPLO 2.......................................................................................................................50
6 CONCLUSÕES....................................................................................................................56
REFERÊNCIAS......................................................................................................................57
APÊNDICE A..........................................................................................................................61
APÊNDICE B..........................................................................................................................64
APÊNDICE C..........................................................................................................................68
12
1 INTRODUÇÃO
Na análise de estruturas destacam-se a análise linear e não-linear. A primeira destas,
caracteriza-se pela modificação da geometria da estrutura não interferir na distribuição dos
esforços e tensões, onde a relação entre tensões e deformações é linear. Já a não-linear é
proveniente da modificação da geometria ou das propriedades físicas do material, estes dois
tipos de efeitos correspondem respectivamente a não-linearidade geométrica e física. Sendo a
não-linearidade geométrica relacionada a configuração deformada da estrutura, enquanto que
a não-linearidade física é uma propriedade intrínseca dos materiais que provoca a perda de
rigidez dos elementos estruturais (AZEVEDO, 1985).
Entretanto, para problemas não-lineares, os processos de cálculo são mais complexos,
requerendo o auxílio de recursos computacionais. Atualmente, existem diversos programas
capazes de simular o comportamento dos materiais dos quais são constituídas as estruturas.
Dentre estes programa pode-se citar o ANSYS, que foi pioneiro na aplicação do Método dos
Elementos Finitos (MEF) (AMARAL et al., 2010).
O emprego do MEF como ferramenta de auxílio no dimensionamento de elementos
estruturais é bastante difundido. De acordo com Soriano (2003), o método nada mais é que
uma análise matemática, onde um meio contínuo é fragmentado em vários elementos, cujos
mesmos mantém as propriedades idênticas às originais. Esses elementos serão descritos por
equações diferenciais e resolvidos por modelos matemáticos, onde tal processo torna-se
complexo se resolvido analiticamente.
As treliças são estruturas formadas unicamente por elementos retilíneos que estão
conectados entre si em suas extremidades, onde são constituídas por elementos rígidos
(barras), que são projetadas com o objetivo de suportar cargas. Estas são largamente utilizadas
em projetos estruturais, pois possibilita leveza e praticidade na execução de coberturas e
outras edificações, por exemplo (BEER, 1994).
Conforme Rodrigues (1997), na maioria dos projetos de estruturas treliçadas que
apresentam grandes deformações, tais como edifícios altos, torres de transmissão, pontes e
outras, a consideração das não-linearidades física e geométrica é indispensável, uma vez que
os efeitos produzidos por tal consideração provocam deslocamentos e esforços finais bastante
amplificados. Então, a possibilidade de solucionar os problemas pertinentes a estas estruturas,
quando considerados os efeitos não-lineares através de métodos alternativos torna-se por sua
13
vez indispensável. Uma possibilidade para aplicação eficaz nestes tipos de análise remete ao
emprego do MEF.
Na prática da engenharia é bastante comum utilizar a teoria da elasticidade linear para
o cálculo das estruturas, logo, as solicitações consideram apenas o comportamento elástico
dos matérias constituintes. O comportamento elastoplástico é caracterizado por uma resposta
do material, inicialmente elástica e, a partir de um determinado nível de tensão, por um
comportamento essencialmente plástico (SEGININI, 2000). Então, um modelo que ele isso
consigo mostra-se como uma melhor aproximação do comportamento das peças em serviço.
Proença (1988) ressalta que o comportamento plástico de um material fica evidenciado
pelo aparecimento de deformações irreversíveis, ou permanentes, quando se anula a
solicitação a que o corpo está sujeita. Para simular este comportamento plástico pode-se fazer
o uso dos modelos elastoplástico perfeito e com encruamento linear positivo.
1.1 JUSTIFICATIVAS
Devido ao avanço tecnológico e à utilização de materiais mais resistentes, estruturas
mais complexas e esbeltas estão sendo desenvolvidas, necessitando para isso métodos
computacionais para a sua análise, tendo em vista a dificuldade de se modelar o
comportamento real destas estruturas com precisão.
Outra motivação para realização deste trabalho é abrir o campo de pesquisa na
presente universidade, referente aos efeitos da não-linearidade na análise de estruturas.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
O trabalho em questão tem como objetivo desenvolver um estudo sobre a modelagem
de estruturas, levando em consideração os efeitos da não-linearidade física, com ênfase em
treliças.
14
1.2.2 Objetivos específicos
Utilização do MEF, visando representar o comportamento fisicamente não-linear de
estruturas.
Realizar aplicações práticas, através da simulação de problemas propostos pela
ferramenta computacional ANSYS.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Durante este capítulo será apresentado a revisão bibliográfica para que seja possível
identificar os assuntos que estão ligados diretamente aos objetivos deste trabalho como,
estudo dos efeitos da não-linearidade em estruturas, análise numérica, aplicação do MEF por
meio do software ANSYS, estudo do comportamento de treliças.
2.1 MODELOS NÃO-LINEARES
A análise de estruturas pode ser dividida em análise linear e análise não-linear. Em
projetos estruturais a análise normalmente é feita considerando-se o regime elástico linear,
todavia Dinis (2005) ressalta que na generalidade dos projetos de componentes estruturais,
considera-se que as solicitações impostas levam a um comportamento elástico dos materiais
que os constituem, entretanto, em determinadas ocasiões, como por exemplo, motivos de
segurança, é indispensável prever o comportamento dos componentes diante o aparecimento
de deformações com características plásticas.
Conforme Rubert (1993), na maioria dos projetos de estruturas não são consideradas
as não-linearidades, a partir da justificativa de que tais efeitos produzem pouca ou quase
nenhuma influência no resultado de deslocamentos e esforços finais, porém, a
desconsideração destes efeitos podem ocasionar em projetos inadequados.
Segundo Paula (2001), a análise estrutural linear clássica pressupõe proporcionalidade
entre carga e deslocamento. As condições para que essa proporcionalidade se verifique são:
resposta elástica linear do material e pequenos deslocamentos que são especificados pelas
normas vigentes. Já na análise não linear, incrementos constantes de carga não correspondem
a incrementos constantes de deslocamentos.
O comportamento não linear pode estar relacionado ao comportamento do material ou
associado a mudanças da configuração da estrutura, denominadas respectivamente como não-
linearidade física e geométrica. Em muitas situações a análise não-linear é importante, como
no caso de estruturas muito esbeltas ou então estruturas submetidas a ações excepcionais, tais
como terremotos ou furacões. Além disto, uma análise não linear torna-se necessária para a
verificação da capacidade resistente de estruturas existentes que serão submetidas a novos
carregamentos não previstos em projetos ou em casos onde as cargas foram subestimadas no
projeto estrutural (STRAMANDINOLI, 2007).
16
Leite (2000) apresentou o processo e a formulação de elementos finitos para análises
de treliças, considerando as não linearidades geométricas e físicas, onde utilizou-se um
software que é capaz de resolver estas não linearidades, baseado num processo incremental-
iterativo, no qual é verificado para cada iteração segundo um critério de convergência adotado
previamente.
2.1.1 Não-Linearidade Geométrica
A linearidade geométrica fica atendida se as alterações na configuração do sistema
estrutural forem consideravelmente pequenas, de maneira a permitir a utilização de relações
deformação versus deslocamento e equações de equilíbrio com base na geometria inicial.
Quando a variação de esforços e deslocamentos ocasionados pela mudança da geometria da
estrutura sob ação de carregamentos já não for tão pequena, valores esses especificados pelas
normas vigentes, deve-se considerar a não-linearidade geométrica, formulando as equações de
equilíbrio para a configuração deformada da estrutura (STRAMANDINOLI, 2007).
Segundo Rubert (1993), o estudo da não-linearidade geométrica é particularmente
importante para estruturas cuja esbeltez e deformabilidade excessivas fazem com que na
configuração final de equilíbrio da estrutura surjam esforços internos, de acordo as normas
vigentes, ditos de segunda ordem, cuja magnitude não pode ser desprezada.
De acordo com Segnini (2000), entende-se como não-linearidade geométrica todo
efeito causado em uma estrutura devido as alterações na geometria da mesma. As alterações
na geometria podem ocorrer de diversas formas, tais como: grandes deformações, grandes
rotações e grandes deslocamentos.
Conforme Rojas (2001), a não-linearidade geométrica surge devido a alteração da
geometria de referência da análise ao longo do processo de deformação do corpo, e pode
ocorrer devido a grandes deformações, grandes deslocamentos e rotações da configuração de
referência.
2.1.2 Não-Linearidade Física
De acordo com Segnini (2000), como linearidade física entende-se um comportamento
estrutural que segue a hipótese de uma relação tensão-deformação linear e, na teoria clássica,
o comportamento do material segue a lei de Hooke, enquanto a não-linearidade física,
17
segundo Rodrigues (1997), é caracterizada pela relação não linear entre tensão e deformação,
decorrente da modificação das propriedades físicas do material estrutural.
A análise não-linear física leva em consideração a perda de rigidez do material durante
a história de carregamento da estrutura, sendo assim, a partir de certo valor de carga, os
elementos que compõem a estrutura perdem a capacidade de recuperar a sua forma inicial,
quando descarregados, ou seja, acumulam deformações permanentes chamadas deformações
plásticas (BRANCO, 2002).
Proença (1988) estudou o comportamento elastoplástico de estruturas ligado aos
efeitos da não-linearidade física, destacando que a variação das propriedades mecânicas dos
materiais durante a aplicação das cargas, pode conduzir a uma resposta fora do regime
elástico, onde enfatiza o modelo elastoplástico perfeito e o elastoplástico com encruamento
linear.
Conforme Rojas (2001), a variação das propriedades mecânicas dos materiais quando
submetidos a esforços, pode acarretar, para a estrutura global, uma resposta de deslocamentos
fora do regime elástico, onde o surgimento deste tipo de não-linearidade pode ou não, de
acordo com o tipo de estrutura, estar combinada com a não-linearidade geométrica.
2.2 MÉTODOS NUMÉRICOS
Atualmente, o MEF tornou-se uma das ferramentas mais utilizadas para análise não-
linear de estruturas, e, embora vários modelos de elementos finitos já tenham sido
desenvolvidos, esse ainda é um tema importante no meio técnico-cientifico, tendo em vista a
dificuldade de se modelar o comportamento real das estruturas (STRAMANDINOLI, 2007).
De acordo com Garzón (2002), o MEF é muito versátil e poderoso pois permite aos
engenheiros obter informações sobre o comportamento de objetos com formas complexas em
quase qualquer carga concebível (cargas pontuais, pressão, térmica, cargas dependentes do
tempo e etc). Permite resolver problemas estáveis ou dependentes do tempo, lineares ou não-
lineares. Pode-se considerar efeitos especiais nos materiais, como: plasticidade, propriedades
dependentes da temperatura, deformações. Os ramos de aplicação são variados, tais como:
mecânica dos sólidos, mecânica dos fluidos, eletromagnetismo, transferência de calor e
acústica, entre muitos outros.
18
Por muito tempo, a aplicação do MEF limitou-se à solução de problemas lineares, isto
é, aqueles nos quais há uma dependência linear entre a força externa aplicada sobre o corpo
em análise e os deslocamentos por ele sofridos (ROJAS, 2001).
A versatilidade do método não salva a necessidade de uma análise detalhada dos
resultados obtidos antes de ser aplicado na solução de um problema real. Os resultados podem
ser obtidos tão bem apresentados que geram confiança na análise, o que podem levar a erros.
Pode-se produzir grandes erros no modelamento devido ao uso de opções inadequadas do
programa ou devido a utilização de dados errados. Os resultados de uma programa não são
confiáveis, se o usuário não entender como o mesmo funciona, ou não tem noções físicas
suficiente para compreender os resultados obtidos pelo programa.
O modo como o MEF é formulado e aplicado varia de acordo com cada tipo de
problema. Conforme Azevedo (2003), há dois aspectos essências que devem ser levados em
consideração para a fase precedente a análise de estruturas, sendo eles, os tipos de análises
que serão consideradas e os tipos de elementos estruturais, onde:
Tipos de análises
- Análise dinâmica ou estática
Ações sobre estruturas são em geral dinâmicas. É plausível considerar que as ações
são aplicadas de uma maneira muito lenta, onde se tornam desprezíveis as forças de inércia,
onde este caso a análise indica-se estática.
- Análise não linear e linear
A análise linear ocorre quando as ações externas são muito pequenas quando
comparadas com as dimensões dos componentes das estruturas, caso contrário é uma análise
não linear. Admite-se que não existe influência da alteração da geometria da estrutura na
distribuição das tensões e dos esforços, o estudo é feito com base que não haja deformações.
19
Tipos de estruturas
As estruturas podem ser classificadas quanto a sua geometria como reticuladas,
laminares e sólidas. As estruturas reticuladas são constituídas por barras prismáticas, cujas
dimensões transversais são muito pequenas quando comparadas com o comprimento do
respectivo eixo. As estruturas laminares são aquelas que têm a espessura muito inferior ás
outras dimensões. As estruturas sólidas são aquelas que não apresentam características para se
encaixar no grupo das laminares e reticuladas.
Conforme destaca Xavier (2008), o MEF consiste em um método numérico
aproximado para análise de diversos fenômenos que ocorrem em meios contínuos, e que são
descritos através de equações diferenciais parciais, com determinadas condições de contorno e
possivelmente condições iniciais. A ideia principal do MEF consiste em dividir o domínio do
problema em sub-regiões de geometria simples, devido ao fato das sub-regiões apresentarem
dimensões finitas, estas sub-regiões são chamadas de elementos finitos.
Segundo Liu e Quek (2003), o MEF é um método numérico que procura uma solução
aproximada da distribuição de campos variáveis no domínio do problema, determinando
vários fatores e ações aos quais o nosso objeto de estudo está submetido, tendo como
propósito garantir a viabilidade econômica e a eficácia do produto a ser feito. Logo a
obtenção de resultados de forma rápida e precisa vem sendo bastante requerida nos tempos
atuais, destacando-se o MEF, pois o mesmo sintetiza de forma abrangente uma série de
funções para resolução de problemas que constam em nosso cotidiano.
Rios (2002) expôs através da utilização do MEF a viabilidade de se utilizar métodos
numéricos para a solução de problemas como a propagação de descontinuidade em estruturas,
principalmente em questões onde os comportamentos não-lineares são regidos pela evolução
do dano continuo, salientando as vantagens e imperfeições destes métodos.
2.3 PROGRAMA COMPUTACIONAL (ANSYS)
Dentre a grande variedade de ferramentas disponíveis na análise numérica de
estruturas, destacam-se os softwares que são elaborados tendo como base o Método dos
Elementos Finitos. O ANSYS é uma ferramenta numérica capaz de solucionar com grande
rapidez problemas que em geral se tornam de extrema dificuldade de serem realizados
20
analiticamente, disponibilizando soluções gráficas que facilitam a visualização e
entendimento do problema.
Garzon (2002) enfatiza que o ANSYS teve grande desenvolvimento nos últimos anos
devido ao avanço tecnológico e por sua vasta área de implementação e também por apresentar
benefícios aos seus usuários como simplicidade, agilidade, e diminuição nos custos de modo
geral. Em função deste avanço tecnológico aparece a utilização de estruturas mais complexas
e dos mais diversos tipos de materiais, surgindo assim a necessidade de encontrar modelos
que melhor se adaptem para representar o comportamento de tais estruturas.
A partir do ANSYS podem ser modeladas estruturas por elementos unidimensionais,
bidimensionais e tridimensionais de maneira que representem da melhor forma possível a
estrutura, garantindo bom desempenho na formulação de todo processo.
Conforme Pereira (2005), a generalização de meios de cálculo automático potentes
tem possibilitado o recurso cada vez mais frequente ao MEF, então, este método numérico
tornou-se o mais utilizado para adquirir soluções aproximadas em problemas que são
descritos por termos de equações com derivadas parciais.
Segundo Liu e Quek (2003), o processo da modelagem computacional utilizando o
MEF em geral é composto por quatro etapas, sendo:
A) Modelagem da geometria
Quando ocorre a necessidade de solucionar problemas estruturais é indispensável
conhecer a geometria da estrutura, é muito complexo representar as componentes e o formato
real das estruturas, logo existe a necessidade de simplificar o problema. Então, utiliza-se uma
geometria que possa ser gerenciada, no caso de estruturas de superfícies curvas ocorre a
necessidade deste gerenciamento, onde é necessário aproximá-la em diversas seções retas,
sendo importante ressaltar que quanto maior o número de seções melhor será a representação
da geometria da estrutura, ocasionado melhor precisão nas soluções.
B) Discretização
A geometria da estrutura é discretizada, onde o meio contínuo é fragmentado em
pequenos pedaços chamados de elementos, onde a solução para um elemento pode ser
21
aproximada facilmente através de simples funções, como por exemplo, polinômios. As
soluções para todos os elementos formam a solução para o domínio do problema todo.
C) Propriedades do material
Para diversas situações a serem simuladas existem vários grupos de propriedades do
material que são fundamentais, pois a partir destas propriedades seremos capazes de obter
diferentes informações como características, propriedades, comportamento e etc. As
propriedades do material são indispensáveis, sendo necessário especificá-las, pois irão
interferir diretamente na simulação, e quanto melhor especificadas mais preciso e confiável
será o resultado.
D) Especificação de limites e condições de carga
Esta etapa desempenha um papel decisivo na elaboração da simulação, pois são
determinadas as condições de contorno e carregamento. Introduzir as condições é geralmente
feito facilmente utilizando um sistema computacional.
2.4 ESTUDO DAS TRELIÇAS
Nesta seção será mostrada a teoria que envolve as treliças, elemento estrutural
analisado neste trabalho. Será descrita a definição de uma forma geral, apresentando suas
devidas classificações e método de análise de acordo com a literatura.
As estruturas do tipo treliça, sejam planas ou espaciais, tem vasta aplicação na
engenharia, sendo que os métodos de análises lineares destes tipos de estruturas já estão
bastante difundidos.
De acordo com Beer (1994), treliça é toda estrutura formada unicamente por
elementos retilíneos conectados em juntas localizadas nas extremidades de cada elemento.
Nos membros de uma treliça atuam duas forças de mesmo módulo e direção, mas de sentido
opostos. A treliça é um dos principais tipos de estruturas utilizadas na engenharia, pois
oferece na maioria das vezes uma solução prática e econômica, principalmente no projeto de
coberturas, pontes, viadutos, torres e etc.
22
2.4.1 Classificação das treliças
Conforme Soriano (2010) as treliças podem ser classificadas de acordo com a
disposição no espaço, de acordo com a formação e de acordo com o equilíbrio estático.
De acordo com a disposição no espaço têm-se as treliças planas e espaciais. Treliças
planas são aquelas onde os elementos pertencem a um único plano, enquanto as treliças
espaciais são aquelas que apresentam seus elementos em planos diferentes, ou seja, suas
barras estão unidas de maneira a formar uma configuração tridimensional.
Quanto à formação, as treliças podem ser classificadas como: treliças simples,
compostas e complexas (SORIANO, 2010; BEER, 1994 e HIBBELER, 2011).
Treliças simples
Uma treliça simples pode ser formada a partir de três barras birotuladas ligadas em
forma de triângulo, à qual são acrescentadas duas barras ligadas por meio de uma rótula, e
assim sucessivamente, com mais duas novas barras e uma rótula.
Treliças compostas
Toda treliça composta é formada a partir de treliças simples de maneira que não haja
deslocamento relativo entre essas treliças e o conjunto não seja outra treliça simples.
Treliças complexas
É toda treliça que não é simples e nem composta.
De acordo com o equilíbrio estático as treliças podem ser hipostática, isostática e
hiperestática (SUSSEKIND, 1983). Logo, com o número de barras representado por “b”, onde
“r” é o número de componentes de reações de apoio a determinar, e as equações de equilíbrio
em número igual a “2n”, sendo “n” o número total de pontos nodais, têm-se as seguintes
condições e concepções:
23
Treliça Hipostática
A desigualdade (b + r < 2n) é condição suficiente para que uma treliça seja hipostática.
A sua classificação como hipostática é devido ao fato de que o número de equações de
equilíbrio é superior ao número de incógnitas.
Treliça Isostática
A desigualdade (b + r = 2n) é uma condição necessária, mas não suficiente, para que
uma treliça seja isostática. Uma treliça é isostática quando o número de equações de equilíbrio
é igual ao número de variáveis a serem determinadas.
Treliça Hiperestática
A desigualdade (b + r > 2n) é uma condição necessária, mas não suficiente, para que
uma treliça seja hiperestática. Uma treliça é hiperestática quando a aplicação das equações de
equilíbrio é insuficiente para a determinação das reações de apoio e dos esforços nas barras.
2.4.2 Análise de treliças
A análise de treliças é feita basicamente através de dois métodos, que são: Método dos
Nós e Método das Seções (SORIANO, 2010; BEER, 1994, HIBBELER, 2011).
2.4.2.1 Análise de treliças pelo Método dos Nós
O Método dos Nós consiste na resolução das equações de equilíbrio dos pontos nodais
de uma treliça, de modo que os esforços nodais internos fiquem equilibrados pelas forças
nodais externas. A treliça pode ser desmembrada e para cada pino e barra pode ser desenhado
um diagrama de corpo livre. Cada barra está sujeita a duas forças, uma em cada extremidade,
estas forças possuem o mesmo módulo, a mesma linha de ação e sentidos opostos (FIGURA
1).
24
Para que este método torne-se simples, é imprescindível escolher uma sequência de
nós para escrever as equações de equilíbrio, de tal forma que se obtenha no máximo dois
esforços desconhecidos em cada nó, o que permitirá a resolução destas equações.
Figura 1: Método dos Nós.
Fonte: Meriam e Kraige (2011).
Este método torna-se bastante eficaz quando ocorre a necessidade de determinar as
forças em todas as barras da treliça. A análise é feita a partir do diagrama de cada nó que
compõe a treliça.
2.4.2.2 Análise de treliças pelo Método das Seções
Este método apoia-se no fato de que, devido à treliça está em equilíbrio, logo, cada
uma de suas partes também estão em equilíbrio. O método consiste basicamente em seccionar
a parte da treliça que se deseja conhecer, em seguida aplicam-se as equações de equilíbrio no
trecho escolhido (FIGURA 2). Deve-se repetir o procedimento até que todas as barras da
treliça tenham seus esforços determinados.
O Método das Seções é mais eficiente quando se deseja determinar forças em somente
uma barra ou em poucas barras.
25
Figura 2: Método das seções.
Fonte: Meriam e Kraige (2011).
26
3 ANÁLISE NUMÉRICA
Neste capítulo são apresentados os fundamentos básicos relacionados a teoria da
plasticidade, necessários para a elaboração da relação constitutiva de um material de
comportamento elastoplástico. Também é apresentada a formulação do comportamento
elastoplástico para o caso unidimensional, tanto para o modelo elastoplástico perfeito como
para o modelo elastoplástico com encruamento linear positivo e na sequência é feita a
generalização para o caso de um sólido ou estrutura. Faz-se uma revisão sobre os critérios de
plastificação utilizados e a formulação implementada com base nos estudos de Proença(2006),
Rojas (2001) e Azevedo (1985).
3.1 COMPORTAMENTO ELASTOPLÁSTICO UNIDIMENSIONAL
De modo geral, os projetos estruturais admitem que as solicitações acarretam a um
comportamento elástico dos materiais que os constituem. Entretanto, em algumas
circunstâncias, por motivos de segurança, por exemplo, é importante prever o comportamento
das estruturas diante o surgimento de deformações com características plásticas.
Segundo Schmidt (2006), o comportamento plástico de um material pode ser
caracterizado, a nível macroscópico, pela ocorrência de deformações permanentes, ou seja,
irrecuperáveis, observadas em um ciclo de carregamento e descarregamento. Normalmente, o
material apresenta um valor de tensão, denominado tensão de escoamento, que uma vez
atingido pode acarretar no acontecimento de deformações plásticas.
Conforme Proença (1988), pode-se citar como característica geral do comportamento
elastoplástico a irreversibilidade, no sentido que se trata de um processo que dissipa energia e
a não-viscosidade, esta condição enuncia o fato de que um incremento de deformação
corresponde, imediatamente, um incremento de tensão.
Segundo Azevedo (1985), é conveniente diferenciar o comportamento não linear
elástico do elastoplástico, em quanto no primeiro o diagrama de descarga coincide com o de
carga (FIGURA 3.a), no segundo, após o início da plastificação os dois diagramas são
distintos, uma vez que as deformações plásticas são irreversíveis (FIGURA 3.b).
27
Figura 3: Diagramas tensões-deformações.
Fonte: Azevedo (1985).
Nos modelos elásticos, cada estado de deformação (Ɛ) sempre está associado a um
único estado de tensão (σ). Enquanto no modelo elastoplástico, para se determinar a
intensidade de tensão respectiva a certa intensidade de deformação é necessário conhecer a
história prévia da deformação plástica ( ). Justifica-se essa colocação no que segue.
3.1.1 Comportamento elastoplástico perfeito
Os materiais elastoplástico perfeito são aqueles onde a tensão solicitante jamais
ultrapassa a tensão de escoamento e quando essa é atingida e mantida, todo acréscimo de
deformação é unicamente de natureza plástica.
Na figura 4, apresenta-se o modelo elastoplástico perfeito, onde não há encruamento, e
quando é atingido o estado de tensão o material escoa indefinidamente.
Figura 4 – Relação Constitutiva elastoplástica perfeita.
Fonte: Schmidt (2006).
28
A partir da figura 4 observa-se que a deformação total é composta pela soma das
parcelas elástica e plástica. No regime elastoplástico não existe proporcionalidade entre
tensão e deformação, sendo assim necessário conhecer o histórico do carregamento, que é
distinguido pelo nível de deformação plástica acumulada.
Admite-se então, que a deformação total (Ɛ) é resultado da soma das parcelas elástica
( ) e plástica ( ), de modo que:
Ɛ = + (1)
A lei de Hooke diz que as forças atuantes são proporcionais às deformações elásticas
produzidas, e pode ser escrita como:
σ = E * (2)
Onde, σ é a tensão e E é o módulo de elasticidade longitudinal do material.
Sendo,
= Ɛ - (3)
Logo,
σ = E * (Ɛ - ) (4)
Observa-se que na equação (4) a tensão é obtida através da parcela de deformação
plástica e da deformação total, onde a existência da deformação plástica concede à relação
constitutiva características de natureza não linear. O material entrará em processo de
escoamento quando o estado de tensão estiver situado sobre o patamar de escoamento, desta
forma, ocasionando aumento da deformação plástica, quando o material for submetido a um
descarregamento haverá uma recuperação elástica do mesmo.
Desta forma, a relação constitutiva é representada em termos de incrementos
infinitesimais de tensão e deformação. Então, considerando a continuidade para as funções
que descrevem Ɛ, σ e , no espaço de uma análise incremental as deformações permanentes
surgem, ou sofrem alguma modificação, quando:
Δ ≠ 0 (5)
Onde a resposta imediata causa deformações plásticas.
Portanto, a relação tensão-deformação pode ser enunciada em termos incrementais
pela seguinte expressão:
Δ σ = E * Δ (6)
Δ σ= E * (ΔƐ - Δ ) (7)
29
Considerando a relação tensão-deformação representado no diagrama da figura 4, em
um modelo elastoplástico perfeito, a tensão não pode ultrapassar, em valor absoluto, a tensão
de plastificação σy. Portanto, os estados admissíveis de tensão podem ser expressos pela
seguinte expressão:
f(σ) = | σ | - σy ≤ 0 (8)
Vale ressaltar que essa expressão é responsável por caracterizar o comportamento
plástico do material, apresentando uma participação fundamental no modelo constitutivo, pois
permite reconhecer o regime elástico e o elastoplástico.
O desenvolvimento da plastificação, onde Δ ≠ 0, acontece apenas se f(σ)= 0, ou
seja, quando | σ | = σy. Se o estado de tensão for f(σ) ˂ 0, então a resposta do material tem
exclusivamente comportamento elástico, tal que:
Δ = Δ (9)
Logo,
Δ = 0 (10)
Portanto,
Δ σ = E * (Δ + Δ ) = E * Δ = E * Δ (11)
Numa segunda situação, considerando-se f(σ) = 0, se o novo estado de tensão for
f(σ+Δ σ) = 0, então a resposta incremental gerou acréscimo de deformação plástica. Logo,
f(σ) = 0 representa um requisito necessário para que haja variação da deformação plástica no
incremento.
Usualmente, denomina-se Δλ ≥ 0 ao valor absoluto do incremento de deformação
plástica, se ela existir. O desenvolvimento da deformação plástica pode acontecer tanto na
tração como na compressão, portanto, valem as relações:
Δ = Δλ ≥ 0 se σ = σy ( > 0 ) (12.a)
Δ = - Δλ ≤ 0 se σ = - σy ( < 0 ) (12.b)
Devido à coincidência de sinais entre Δ e σ, introduz-se o operador de sinal, sign(.),
sendo assim, pode-se escrever:
Δ = Δλ * sign(σ) se f(σ) = 0 com Δλ ≥ 0 (13)
Onde,
sign(σ) = +1, para σ > 0; (14.a)
sign(σ) = -1, para σ < 0. (14.b)
30
Se Δλ ≥ 0 então f(σ) = 0 e se f(σ) < 0 então Δλ = 0. Denominada de condição de
complementaridade, essas possibilidades podem ser reunidas na seguinte expressão:
Δλ * f(σ) = 0 (15)
Seja um estado atual de tensão, onde f(σ) = 0, considerando que no próximo
incremento exista Δλ> 0, então o novo estado de tensão também deverá verificar o critério de
plastificação, ou seja, f(σ+Δ σ) = 0. Então, considerando a função f continua pode-se fazer
uma linearização em torno do nível σ e escrever que:
f(σ+Δ σ) = f(σ) + Δ f(σ) (16)
Onde, Δλ> 0 implica em Δ f(σ) = 0.
As situações de carregamento e descarregamento se descrevem, respectivamente,
como:
Δλ > 0 se Δf = 0; (17.a)
Δλ = 0 se Δf < 0. (17.b)
Resultando em uma nova condição denominada de condição de consistência, expressa
por:
Δλ * Δf = 0 (18)
3.1.2 Comportamento elastoplástico com encruamento linear positivo
Neste caso, o intervalo elástico inicial é modificado com o decorrer da evolução da
plastificação, seja em tamanho (isótropo), posição (cinemático) e em uma combinação das
mesmas (misto).
3.1.2.1 Modelo de encruamento isótropo
O encruamento está associado à capacidade de ganho de resistência a partir do
crescimento da deformação. O mesmo é caracterizado pela alteração, em tamanho e/ou em
posição, do intervalo elástico inicial de tensões devido ao desenvolvimento da deformação
plástica.
É importante ressaltar que a relação incremental representada na equação (6), continua
sendo válida no modelo constitutivo elastoplástico com encruamento.
Há mais de uma maneira de modelar o encruamento. O modelo de encruamento linear
isótropo é mostrado na figura 5.
31
O encruamento é denominado isótropo quando acontece uma expansão do intervalo
elástico ([-σy, σy]) de modo simétrico ao seu centro e ocorre sempre que o incremento de
tensão implicar em evolução da deformação plástica.
O limite elástico inicial é modificado sucessivamente para (σy + kα1) e (σy + kα2) em
função da história de plastificação ocorrida no ciclo, onde a singela existência de deformação
plástica em instante anterior, independente do sinal, é o bastante para promover a expansão do
intervalo inicial das tensões admissíveis. O parâmetro k é denominado de módulo plástico de
encruamento isótropo e α (>0) uma medida que registra, justamente, a história da deformação
plástica no ciclo.
Figura 5: Modelo de encruamento linear isótropo.
Fonte: Proença (2006).
O encruamento pode ser introduzido na expressão do critério de plasticidade por meio
de um acréscimo “p” sobre o valor da tensão de plastificação σy, sendo:
p = kα, Δp = kΔα com k > 0 e Δα > 0 (19)
A lei de evolução de α está vinculada à lei de evolução da deformação plástica, onde
Δα=| Δ |. Sendo | Δ | = Δλ, tem-se que Δα = Δλ. Tendo em vista as condições exposta até
o momento, temos que a expressão do critério de plastificação passa a ser representada da
seguinte forma:
f(σ,α) = |σ| - (σy + kα) ≤ 0 (20)
32
As condições de complementaridade e consistência vistas anteriormente continuam
sendo válidas para o modelo elastoplástico com encruamento isótropo.
A condição de consistência admite obter uma relação explicita para Δλ, sendo assim,
admite-se uma linearização da função de plastificação em torno de certo nível de tensão e
considerando-se que:
)(
signf
(21)
Δ = Δλ x sign(σ) (22)
Desta forma, pode-se escrever:
**
fff (23)
Δf = sign(σ) * E * (ΔƐ - Δ ) – k * Δα (24)
Δf = sign(σ) * E * ΔƐ - sign(σ) * E * Δλ * sign(σ) – k * Δλ (25)
Δf = sign(σ) * E * ΔƐ – Δλ * (E + k) ≤ 0 (26)
Considerando-se Δf = 0, o que possibilita Δλ ≥ 0, resultando em:
)(
**)(
kE
Esign
(27)
Substituindo a equação (27) em (13) tem-se:
*
)(
*
)(
**
kE
kE
kE
EE se Δλ > 0 (28)
Substituindo a equação (27) em (6), obtém-se:
*
)(
*
)(
**
kE
kE
kE
EE
se Δλ> 0 (29)
Onde)(
*
kE
kE
define o módulo elastoplástico tangente.
33
Através da figura 6 é possível visualizar a interpretação para o módulo plástico de
encruamento k:
Figura 6: Parâmetro de encruamento linear isótropo
Fonte: Proença (2006).
Onde,
k = (30)
3.1.2.2 Modelo de encruamento cinemático
Diferente do modelo de encruamento isótropo, no modelo de encruamento cinemático
não existe alteração do tamanho do intervalo elástico inicial, porém há alteração de posição no
eixo das tensões, que ocorre de acordo com o desenvolvimento do processo de plastificação.
A figura 7 ilustra o modelo, onde o centro do intervalo se desloca em sentido e
quantidade controlados pela deformação plástica.
Figura 7: Encruamento linear cinemático
Fonte: Proença (2006).
34
A partir da figura 7 evidencia-se que o deslocamento do centro do intervalo plástico
fica caracterizado pela variável “q”, e tem sua lei de evolução representada pela seguinte
expressão:
Δq = H * Δ (31)
Onde H é o módulo de encruamento cinemático.
Então o critério de plastificação passa a ser representado por:
f(σ,q) = |σ - q| - σy ≤ 0 (32)
Logo, o incremento de deformação plástica Δ passa a ser caracterizado pelas
respectivas condições:
Δ = Δλ ≥ 0 se σ - q = σy (> 0) (33.a)
Δ = - Δλ ≥ 0 se σ - q = - σy (< 0) (33.b)
Introduzindo o operador de sinal, tem-se:
Δ = Δλ * sign(σ - q) (34)
Onde,
sign(σ - q) = +1 se (σ - q) > 0 (35.a)
sign(σ - q) = -1 se (σ - q) < 0 (35.b)
Substituindo a equação (34) na (31), tem-se:
Δq = H * Δ = Δλ * H * sign(σ - q) (36)
3.1.2.3 Modelo Misto
Através da combinação dos modelos isótropo e cinemático obtém-se um modelo
misto. Neste modelo tem-se uma nova formulação para o critério de plastificação expressa
por:
f(σ,q,α) = |σ - q| - (σy + kα) ≤ 0 (37)
As demais formulações que complementam o modelo misto são:
Δ σ= E * (ΔƐ - Δ ) (38)
Δ = Δλ * sign(σ) (39)
Δλ * f = 0 com Δλ ≥ 0 e f ≤ 0 (40)
Δλ * Δf = 0 com Δf ≤ 0 (41)
Δq = Δλ * H * sign(σ - q) (42)
Δα = Δλ (43)
35
De forma semelhante ao modelo do encruamento isótropo, é possível obter uma
relação explicita para Δλ através da condição de consistência, onde:
***
fq
q
fff (44)
||*
||
q
q
ff (45.a)
q
q
q
f
q
f ||*
||
(45.b)
As derivadas dos módulos fornecem respectivamente:
)(||
qsignq
(46.a)
)(||
qsign
q
q (46.b)
A partir da solução das derivadas referentes as equações (45) e (46), tem-se:
Δf = sign(σ - q) * Δσ - sign(σ - q) * Δq - k * Δα (47)
Δf = sign(σ - q) * E * (ΔƐ - Δ ) - sign(σ - q) * Δλ * H * sign(σ - q) - k * Δλ (48)
Δf = sign(σ - q) * E * (ΔƐ) - Δλ * (E + H + k) (49)
Na condição em que Δf = 0 obtém-se:
)(
**)(
kHE
Eqsign
(50)
Δ)(
*
kHE
E
(51)
Portanto, a relação constitutiva em termos incrementais resulta em:
Δσ = E x (ΔƐ) se Δλ = 0 (52)
*
)(
)(*
kHE
kHE se Δλ > 0 (53)
36
3.2 ALGORITMO PARA VERIFICAÇÃO DO MODELO CONSTITUTIVO
ELASTOPLÁSTICO COM ENCRUAMENTO ISÓTROPO LINEAR
Nas análises pelo Método dos Elementos Finitos de estruturas em regime
elastoplástico é preciso implementar um procedimento em passo finito para a conferência do
modelo constitutivo.
Então, sendo conhecido o incremento finito de deformação total no passo, a
verificação do modelo constitutivo dá-se em duas etapas, sendo denominadas de previsão e
correção.
Na etapa de previsão calcula-se o incremento de tensão considerando-se que o passo
tenha ocasionado somente deformação elástica, ou seja, não houve desenvolvimento das
deformações plásticas. Esta hipótese é regida pelo critério de plastificação, onde o sinal do
mesmo é que confirmará ou não a evolução das deformações plásticas. Um sinal negativo
garante uma resposta puramente elástica, já um sinal positivo nega a hipótese de passo
elástico, sendo assim, passa-se a etapa de correção, onde o acréscimo finito de deformação
plástica é calculado e são atualizados os valores totais da variável de encruamento e de tensão.
É importante observar que ao final de cada passo o estado de tensão deve verificar o
critério de plastificação com a igualdade, sendo essa a condição fundamental empregada nas
etapas de previsão e correção. Logo, em passo finito, as condições de complementaridade e
consistência do modelo incremental são substituídas por:
Δλ *f(σ+ Δ σ) = 0 (54)
Seja um passo n do procedimento, onde são conhecidos a deformação total Ɛn, a
parcela de deformação plástica n, o parâmetro de encruamento αn e a tensão total σn.
Considerando-se que tenha sido efetuado um novo passo de carregamento, sendo esse passo
n+1 e que se conhece o acréscimo de deformação total ΔƐn, onde esse acréscimo resulta na
modificação do estado conhecido. Logo, deseja-se determinar os valores dos acréscimos
n, Δαn e Δσn, onde as relações que regem o modelo constitutivo sejam verificadas no novo
estado n+1, sendo expressas os valores das variáveis de interesse ao final de cada novo passo
por:
Ɛn+1 = Ɛn +ΔƐn (55)
n+1 = n + n (56)
αn+1 = αn + Δαn (57)
37
σn+1 = σn + Δσn (58)
Os acréscimos devem ser tais que:
σn+1 = E * (Ɛn+1 - n+1) (59)
fn+1 = |σn+1| - (σy + kαn+1) ≤ 0 (60)
n = Δλn * sign(σn+1) (61)
Δαn = Δλn (62)
De acordo com o que foi dito, na etapa de previsão admite-se que não há evolução das
deformações plásticas, sendo:
Δλn = 0 (63)
n = 0 (64)
Onde,
Δαn = 0 (65)
A partir das relações (60) e (59) obtém-se os valores de tensão total e da função de
plastificação, expressos por:
n+1 = E * (Ɛn+1 - n) (66)
n+1 = | n+1| - (σy + kαn) (67)
A hipótese referente a etapa de previsão será confirmada ou não em função do sinal de
n+1, caso o resultado seja negativo ou zero a hipótese se confirma, ou seja, no passo
n = 0, sendo assim as variáveis são atualizadas e expressas pelas seguintes relações:
σn+1 = E * (Ɛn+1 - n) (68)
n+1 = n (69)
αn+1 = αn (70)
Entretanto, se o resultado de n+1 for positivo implica que a hipótese é inconsistente,
logo, no passo existe um acréscimo de deformação plástica que precisa ser calculado.
Portanto, nesta condição a determinação de Δλn resulta da imposição de fn+1 = 0, que para o
caso de encruamento linear escreve-se:
fn+1 =| n+1| - (σy + kαn) (71)
Uma maneira para determinar o módulo | n+1| consiste de substituir a equação (56) em
(59) e reescrevê-la da seguinte forma:
σn+1 = E * (Ɛn+1 - n) - E * n (72)
38
Representando | n+1| como | n+1|*sign( n+1) e substituindo (61) em (72), tem-se:
| n+1|*sign( n+1) = E * (Ɛn+1 - n) - E * Δλn * sign( n+1) (73)
Observa-se que a primeira parcela do lado direito da expressão coincide com a
equação (66). Utilizando a expressão | n+1|*sign( n+1), tem-se:
| n+1|*sign( n+1) = | n+1|*sign( n+1) - E * Δλn * sign( n+1) (74)
(| n+1| + E * Δλn) * sign( n+1) = | n+1|*sign( n+1) (75)
Observa-se que sign( n+1) = sign( n+1), logo:
| n+1| + E * Δλn = | n+1| (76)
| n+1| = | n+1| - E * Δλn (77)
Através da substituição das equações (62), (57) e (77) em (60) pode-se escrever:
fn+1 = | n+1| - (σy + kαn) - E * Δλn - k * Δλn (78)
Portanto, observa-se que a equação (78) possui um parcela igual a equação (67) e
considerando que fn+1 = 0, obtém-se:
Δλn)(
1
kE
ft
n
(79)
O incremento de deformação plástica é representado pela seguinte expressão:
n = Δλn * sign( n+1) (80)
A partir daí, todas as variáveis de interesse podem ser atualizadas conforme o
resultado anterior.
3.3 GENERALIZAÇÃO PARA O CASO DE UMA ESTRUTURA
Seja um sólido, ou uma estrutura, submetida num certo instante de tempo à ação de
uma força “f” por unidade de volume e “t” por unidade de superfície.
O equilíbrio local em um ponto genérico do sólido, é representado propriamente pela
seguinte equação vetorial:
r = divT + f = 0 (81)
onde,
T: Tensor
div: Divergente
Sendo que divT é expresso por:
39
divT =
zzzyzx
yzyyyx
xzxyxx
zyx
(82)
Logo,
divT =
zyxzyxzyx
zzyzxzzyyyxyzxyxxx (83)
Sendo que a simetria de T garante a verificação do balanço de momentos.
Quando uma deformação ocorre as tensões internas tendem a retornar o corpo a sua
posição de equilíbrio.
Então, admitindo-se que os pontos do sólido venham a sofrer deslocamentos virtuais
compatíveis e que respeitem as condições de contorno, então a relação de equilíbrio pode ser
ponderada e interpretada como um trabalho virtual, onde a mesma é escrita da seguinte forma:
udVrW (84)
Sendo u o vetor deslocamento.
A partir da equação (82) e (81), tem-se:
VVV
udVfudVdivTudVr (85)
Seja,
div(T u ) = divT u +Tgrad u (86)
Tem –se,
divT u = div(T u )- Tgrad u (87)
Sendo,
A
undATdVuTdiv )( (85)
Onde,
grad: gradiente;
A:superfície do sólido;
n:vetor posição.
A partir das equações (84) e (85), obtem-se:
VVVV
udVfudVTgradndAuTudVr . (86)
Empregando-se o teorema de Cauchy (Tn = t), onde o mesmo diz que as tensões
tangenciais sobre dois planos ortogonais são recíprocas, tem –se:
40
tuTnunuT ... (87)
Levando em consideração que uTgradugradT s . (devido T ser simétrico) e
'*2
1 ugradugradugrad Ts (deformação virtual), a expressão do trabalho virtual
passa a ser expressa da seguinte forma:
VVVV
dVTudVfdAutudVr '... (88)
Denominando-se,
AV
ext udAtudVfW ..
como trabalho virtual externo;
V
dVTU '.
como trabalho virtual interno.
Então, diz-se que o sólido está em equilíbrio se:
0W ou 0 extWU (89)
Então, tem-se que para a solução numérica de um caso genérico de uma estrutura as
únicas suposições usadas são o equilíbrio e o conceito do meio contínuo, sendo o mesmo
válido, portanto, para a análise linear e não-linear geométrica e física. Por fim, é importante
ressaltar que o caso genérico não é tema deste trabalho, desta forma não há necessidade de se
aprofundar no assunto, para mais considerações sobre o referente tema pode-se consultar o
trabalho de Proença (1988).
41
4 MATERIAL E MÉTODOS
O MEF é um método numérico em engenharia, onde aplica-se em geral a problemas
em que não é possível obter soluções satisfatórias através de métodos analíticos.
Durante este trabalho foi apresentado o referencial teórico e os fundamentos básicos
relacionados a análise numérica utilizando o MEF.
Nesta seção pretende-se apresentar de maneira geral, as principais etapas do processo
de modelagem utilizando o ANSYS que serão utilizadas neste trabalho.
4.1 ROTEIRO GERAL PARA ANÁLISE COM O ANSYS
4.1.1 Pré-Processamento
Nesta etapa são realizados os seguintes procedimentos:
- Tipo de análise;
- Determinação do tipo do elemento;
- Determinação da seção transversal da barra;
- Determinação das propriedades do material;
- Elaboração da geometria da estrutura;
- Criação da malha de elementos finitos;
- Aplicação das condições de contorno e carregamento.
4.1.2 Solução
Na etapa de Solução os sistemas de equações algébricas são montados e resolvidos de
forma que representem eficientemente o sistema físico do objeto em estudo. Esta etapa é
dividida em:
- Escolha das opções de saída de resultados;
- Definição dos passos de deslocamento impostos e do seu número;
- Solução do problema.
42
4.1.3 Pós-Processamento
Na etapa final, o pós-processamento, consiste na manipulação dos resultados
numéricos obtidos, quer seja em forma de listas, tabelas ou gráficos. Estes resultados podem
ser: deslocamentos nodais, deformação da geometria, frequências naturais e modos de
vibração e outros. Está etapa é formada por:
- Visualização dos resultados.
43
5 RESULTADOS E DISCURSSÕES
Esta seção consta da aplicação do MEF em estruturas do tipo treliça, por meio do
programa ANSYS, com o objetivo de representar o comportamento não-linear das mesmas.
5.1 EXEMPLO 1
Analisar pelo programa ANSYS a treliça plana apresentada na figura 9, onde a mesma
foi tema de estudo no trabalho de conclusão de curso de Cavalcante (2011). As forças devem
ser simultaneamente aplicadas em cinco incrementos iguais. Determinar as reações de apoio,
forças normais, deslocamentos máximos, tensões axiais e deformações elásticas e plásticas
nas barras para cada passo de carregamento. A mesma é isostática, e consta de uma adaptação
da treliça que compõe a cobertura do centro de vivência da Universidade Federal Rural do
Semi-Árido – Angicos. A treliça que compõe a cobertura do centro de vivência é apresentada
na figura 8 e possui as seguintes características:
- Material elastoplástico com encruamento isótropo linear.
- Densidade (ρ) = 7850 kg/m³;
- Coeficiente de Poisson (ⱱ) = 0,30;
- Módulo de Elasticidade (E) = 200 GPa;
- Tensão de Escoamento (σ) = 25,0 kN/cm²;
- Módulo Elastoplástico Tangente: 2000,0 kN/cm².
Todos os dados apresentados para este problema estão de acordo com as informações
expostas por Cavalcante (2011) e Hibbeler (2004).
Figura 8: Treliça do centro de vivência.
Fonte: Autoria Própria.
44
A figura 9 mostra a treliça adaptada submetida a suas devidas forças com seus
respectivos nós. Vale salientar que no cálculo destas forças não foram levados em
consideração os efeitos do vento e do peso próprio da estrutura.
Figura 9: Treliça adaptada.
Fonte: Autoria Própria.
O primeiro passo é escolher o tipo de análise que será executada, pois essa simples
ação irá restringir os comandos e menus ao respectivo tipo de análise escolhido, onde os
demais comandos são ocultados para facilitar a visualização dos caminhos a se percorrer. Em
nosso problema o tipo de análise é o estrutural.
Para representar as barras que compõem a treliça foi utilizado o elemento LINK 1
(FIGURA 10), que é um elemento que pode ser aplicado na solução de uma grande variedade
de problemas de engenharia. Dependendo da aplicação, este poderá atuar como uma barra de
treliça, um elemento de ligação, uma mola e etc. O LINK 1 é bidimensional, pode ser
submetido à compressão e tração na direção de seu eixo, possuindo dois graus de liberdade
por nó e translações na direção dos eixos coordenados x e y.
O programa divide as propriedades do material em elásticas e plásticas, as informação
inseridas referentes as características elásticas são o coeficiente de poisson e o módulo de
elasticidade longitudinal, enquanto as de caráter plástico são representadas pelo módulo
elastoplástico tangente e pela tensão de escoamento.
45
Figura 10: Elemento LINK 1.
Fonte: Manual ANSYS (2007).
Após escolha do elemento partiu-se para a discretização da treliça. O modelo
numérico desenvolvido possui 81 elementos e 42 nós, conforme apresentado na figura 11.
A seguir foram impostas as condições de contorno e carregamento, onde a estrutura
treliçada encontra-se biapoiada, conforme exposto na figura 11.
Figura 11: Modelo discretizado.
Fonte: Autoria Própria.
Partindo para a etapa de solução, tem-se que a estrutura está submetida a um
carregamento distribuído simultaneamente em cinco incrementos iguais de carga.
Na etapa de Pós-processamento obtém-se os resultados requeridos no problema em
questão.
Através da figura 12 é possível visualizar o comportamento final da treliça na sua
condição deformada depois de submetida a todos os devidos incrementos de carregamento.
46
Figura 12: Deformada da treliça.
Fonte: Autoria Própria.
Os deslocamentos máximos, reações de apoio e forças normais para cada passo de
carregamento estão devidamente listadas na figura 13, 14 e 15, respectivamente.
A figura 16 apresenta para cada passo de carregamento as tensões, deformações
elásticas e deformações plásticas.
A treliça possui um grande número de elementos, logo, por questão de praticidade,
para a análise dos resultados adotou-se somente um segmento dos resultados gerados pelo
ANSYS, conforme expostos nas figuras 15 e 16. A lista com todos os resultados encontra-se
presente no Apêndice A.
Figura 13: Deslocamentos máximos.
Fonte: Autoria Própria.
47
Figura 14: Reações nos apoio.
Fonte: Autoria Própria.
Figura 15: Forças normais.
Fonte: Autoria Própria.
48
Figura 16: Tensões axiais, deformações plásticas e elásticas.
Fonte: Autoria Própria.
A partir das figuras 17 e 18 é possível visualizar os resultados das tensões e
deformações elásticas finais, respectivamente, referentes ao último incremento de carga.
49
Figura 17: Deformações elásticas.
Fonte: Autoria Própria.
Figura 18: Tensões.
Fonte: Autoria Própria.
A partir dos resultados contidos no Apêndice A percebe-se que todas as barras
apresentam deformação plástica igual a zero, ou seja, o comportamento do material foi
puramente elástico. Então, cada incremento constante de carga corresponde a um incremento
constante de deformação, obedecendo desta forma a lei de Hooke. As tensão e deformações
aumentam ao passar de cada incremento de carga.
O modelo numérico para este exemplo encontra-se no Apêndice B.
50
5.2 EXEMPLO 2
Neste exemplo, pretende-se analisar pelo programa ANSYS o problema proposto por
Proença (2006), conforme segue:
Analisar a treliça plana representada na figura 19, onde as forças devem ser
simultaneamente aplicadas em cinco incrementos iguais. Determinar as reações de apoio,
forças normais, tensões axiais e deformações plásticas e elásticas nas barras para cada passo
de carregamento. Representar a resposta estrutural mediante um gráfico do parâmetro de
carregamento contra o deslocamento vertical do nó 1.
Dados complementares do problema:
- Material elastoplástico com encruamento isótropo linear.
- Módulo de Elasticidade Longitudinal: E = 20500,00 kN/cm²;
- Coeficiente de Poisson: ⱱ = 0,3;
- Área da seção transversal: 3,50 cm²;
- Tensão de escoamento: σy = 5,0 kN/cm²;
- Módulo elastoplástico tangente: 1000,0 kN/cm².
O exemplo em questão processado pelo ANSYS deve-se proceder as etapas de pré-
processamento, solução e pós-processamento.
Figura 19: Treliça Plana.
Fonte: Autoria Própria (2014).
De forma análoga ao exemplo anterior, adota-se o tipo de análise estrutural. O
elemento utilizado para representar as barras foi o LINK 1, conforme descritivo
anteriormente. As propriedades do material requeridas pelo programa foram inseridas
conforme explicado no exemplo anterior.
51
O modelo numérico desenvolvido possui 7 elementos e 5 nós. A figura 20 apresenta a
treliça discretizada com suas respectivas condições de contorno e carregamento.
Figura 20: Modelo Físico Discretizado.
Fonte: Autoria Própria.
Partindo para a etapa de solução, tem-se que a estrutura está submetida a um
carregamento distribuído simultaneamente em cinco incrementos iguais de carga.
Passando para a etapa de Pós-processamento obteve-se os resultados requeridos
inicialmente.
Através da figura 21 é possível visualizar o comportamento final da treliça na sua
condição deformada depois de submetida aos devidos carregamento.
As reações de apoio, forças normais para cada passo de carregamento estão listadas na
figura 22 e 23, respectivamente.
O gráfico 1 mostra os deslocamentos verticais no nó 1 para cada incremento de carga,
onde os deslocamentos aumentam a medida que o carregamento é aplicado, sendo assim
possível visualizar as características não-lineares da treliça com o decorrer dos passos de
carga.
52
Figura 21: Deformada da treliça.
Fonte: Autoria Própria.
Figura 22: Reações de apoio
Fonte: Autoria Própria.
Figura 23: Forças normais.
Fonte: Autoria Própria.
53
A figura 24 apresenta para cada incremento de carregamento, sua devidas tensões,
deformações elásticas e plásticas para casa elemento.
Gráfico 1: Deslocamento Vertical.
Fonte: Autoria Própria.
Figura 24: Tensões axiais, deformações elásticas e plásticas.
Fonte: Autoria Própria.
54
A partir das figura 25, 26 e 27 é possível visualizar os resultados das tensões,
deformações elásticas e deformações plásticas, respectivamente, referentes ao último
incremento de carga.
Figura 25: Tensões.
Fonte: Autoria Própria.
Figura 26: Deformações elásticas.
Fonte: Autoria Própria.
55
Figura 27: Deformações plásticas.
Fonte: Autoria Própria.
Então, com base nos resultados obtidos a partir do ANSYS, percebe-se que em alguns
passos a resposta do material foi puramente elástica, ou seja, não houve deformações
plásticas. A partir do 3º passo surgiram as deformações plásticas, que foram evoluindo à
medida que os demais incrementos de carga foram aplicados, onde essas deformações
ocorreram nos elementos 5, 6 e 7. Observa-se que as barras não sofreram redistribuição das
tensões, sendo assim, não houve ganho de resistência do material devido ao crescimento das
deformações.
O modelo numérico para este exemplo encontra-se no Apêndice C.
56
5 CONCLUSÕES
No presente trabalho, procurou-se estudar e utilizar conceitos relativos aos efeitos da
não-linearidade física em estruturas do tipo treliça. Para tal, resolveram-se exemplos
elucidativos através do programa ANSYS, implementando as características elastoplásticas no
elemento estrutural analisado. Em primeiro lugar, ressalta-se a vantagem que a análise
incremental oferece, pois permite a obtenção das tensões, deformações e outros, ao longo de
toda a história do carregamento.
A partir dos resultados obtidos no Exemplo 1, percebe-se que a treliça analisada está
dimensionada no regime elástico linear, sendo que as deformações de caráter plástico foram
nulas. De acordo com os resultados e as especificações das normas vigentes, presume-se que
os coeficientes de segurança utilizados para o dimensionamento da treliça foram elevados,
tendo em vista que a tensão resultante do último incremento de carga está distante de
ultrapassar a tensão de escoamento do material. Ressalta-se que neste exemplo não foram
considerados as cargas do vento e peso próprio.
Já no Exemplo 2 tem-se que a treliça analisada apresenta deformação plástica a partir
do terceiro incremento de carga, onde a plastificação evolui no decorrer da aplicação dos
incrementos e ocorre em 3 barras. Os efeitos do encruamento não provocaram aumento de
resistência e não ocorreu redistribuição das tensões atuantes.
Em suma, com base na literatura e nos resultados obtidos, pode-se afirmar que a
implementação computacional em análises não-lineares é bastante eficiente e recomendável,
pois em determinadas circunstâncias é indispensável prever o comportamento das estruturas
diante o aparecimento de deformações de caráter plástico, garantindo desta forma um projeto
mais detalhado e confiável.
Ainda existe uma série de estudos que podem ser explorados dentro da linha de
pesquisa referente a não-linearidade. Como sugestão para trabalhos futuros pode-se citar a
consideração dos efeitos da não-linearidade geométrica e o estudo dos efeitos da não-
linearidade em outros elementos estruturais.
57
REFERÊNCIAS
AMARAL, Alexandre Beê et al. Análises Estruturais. Paraná: Ufpr, 2010. 56 p.
ANSYS 11. Complete User´s Manual.lnc. Product Documentation, 2007.
AZEVEDO, Álvaro Ferreira Marques. Análise Não Linear de Estruturas Planas de Betão
Armado pelo Método dos Elementos Finitos. Porto: Feup, 1985. 196 p.
AZEVEDO, Álvaro Ferreira Marques. Método dos elementos finitos. Porto: [s.n.], 2003.
248 p. Notas de aulas.
BARROS, Felício Bruzzi. Métodos Sem Malha e Método dos Elementos Finitos
Generalizados em Análise Não-Linear de Estruturas.2002. 221 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2002.
BEER, Ferdinand Pierre; JOHNSTON, Elwood Russel. Mecânica vetorial para
engenheiros. 5. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1994. 793 p.
BRANCO, André Luís Lima Velame. Análise Não-Linear de Pórticos Planos,
Considerando os Efeitos do Cisalhamento no Cálculo de Esforços e Deslocamentos.2002.
107 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2002.
CAVALCANTE, João Paulo de Barros. Análise Estática de Treliça Via Modelagem
Numérica.2011. 51 f. TCC (Graduação) - Curso de Ciência e Tecnologia, Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, Angicos, 2011.
CODES, Rodrigo Amaral de. Formulações e Métodos de Solução na Análise Não-Linear
de Treliças Espaciais.1978. 173 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1978.
DUARTE FILHO, Luiz Alberto. Análise estática e dinâmica, linear e não-linear
geométrica, através de elementos hexaédricos de oito nós com um ponto de
integração.2002. 127 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
DINIS, Lúcia Maria Jesus Simas; JORGE, Renato Manuel Natal. Teoria da Plasticidade.
Porto: [s.n.], 2005. 66 p. Notas de aulas.
GARZÓN, Máximo Alejandro Roa; ALVARADO, Diego Alexander Garzón. Introcucción
al modelamento por elementos finitos con ANSYS. Bogotá: [s.n.], 2002. 168 p.
58
HIBBELER, Russell Charles. Estática: Mecânica para engenharia. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2011. 512 p.
HIBBELER, Russell Charles. Resistência dos materiais. São Paulo: Pearson, 2004. 674 p.
LEITE, Fábio Nogueira. Uma Formulação Teórica Consistente para Análise Não Linear
de Estruturas Treliçadas Espaciais.2000. 125 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.
LIU, G. R.; QUEK, S. S..The finite element method: A practical course. Burlington:
Elsevier Science, 2003. 348 p.
MADENCI, Erdogan; GUVEN, Ibrahim. The finite element method and applications in
engineering using ANSYS. Tucson: Springer, 2006. 686 p.
MERIAM, James Lathrop; KRAIGE, Glenn L.. Estática: Mecânica para Engenharia. 6. ed.
Rio de Janeiro: Ltc, 2011. 384 p.
PAULA, Cristina Ferreira de. Contribuição ao Estudo das Respostas Numéricas Não-
Lineares Estática e Dinâmica de Estruturas Reticuladas Planas.2001. 157 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São Carlos,
2001.
PEREIRA, Orlando José Barreiros de Almeida. Introdução ao método dos elementos
finitos na análise de problemas planos de elasticidade. Instituto Superior Técnico, p. 1-57,
2005.
PROENÇA, Sergio Persival Baroncini. Análise Não-Linear de Estruturas. São Carlos:
[s.n.], 2006. 31 p. Notas de aulas.
PROENÇA, Sergio Persival Baroncini. Sobre Modelos Matemáticos do Comportamento
Não-Linear do Concreto: Análise Crítica e Contribuições.1988. 330 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1988.
RIOS, Roberto Domingo. Aplicações do método dos elementos discretos em estruturas de
concreto.2002. 151 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
RODRIGUES, Rogério de Oliveira. Análise Dinâmica Bidimensional Não-linear Física e
Geométrica de Treliças de Aço e Pórticos de Concreto Armado.1997. 298 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São Carlos,
1997.
59
ROJAS, Paulo Andrés Muñoz; FILHO, Luiz Alberto Duarte, 2001, Análise Não-Linear
Geométrica e Material de Treliças, cadernos de engenharia, Porto Alegre, p.129.
RUBERT, José Benaque. Estudo do Desempenho de Algoritmos Numéricos na Solução de
Sistemas Não-Lineares de Estruturas Formadas por Barras de Treliças.1993. 105 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 1993.
SAMPAIO, Taís Santos, GONÇALVES, Roberto Martins, 2007, Análise numérica, via
MEF, de ligações em treliças metálicas espaciais, cadernos de engenharia de estruturas, São
Carlos, v.9, n.38, p.29-61.
SAMPAIO, Taís Santos. Análise numérica, via MEF, de ligações em treliças metálicas
espaciais.2004. 273 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004.
SÁNCHEZ, Cesar Antonio Aparicio. Estudo de impacto usando elementos finitos e análise
não linear.2001. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001.
SEGNINI, Sandra Cristina de Agostini. Estudo Comparativo de Formulações para a
Análise Não-Linear de Treliças.2000. 148 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
SCHMIDT, Dilnei. Análise Elastoplástica com Não-Linearidade Geométrica de
Estruturas Através de Elementos Hexaédricos Tri-lineares com Um Ponto de
Integração.2006. 99 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
SORIANO, Humberto Lima. Estática das estruturas. Rio de Janeiro: Ciência Moderna,
2010.
SORIANO, Humberto Lima. Método de Elementos Finitos em Análise de Estruturas.São
Paulo: Universidade de São Paulo, 2003. 589 p.
SOUZA, Alex Sander Clemente de, GONÇALVES, Roberto Martins, 2006, Análise teórica e
experimental de treliças espaciais, cadernos de engenharia de estruturas, São Carlos, v.8,
n.31, p.31-61.
STRAMANDINOLI, Renata Sá Brito. Modelo de Elementos Finitos para Análise Não
Linear Física e Geométrica de Vigas e Pórticos Planos de Concreto Armado.2007. 238 f.
Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2007.
60
SUSSEKIND, José Carlos. Curso de análise estrutural. 6. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1983.
366 p.
XAVIER, Carla Marques. Análise de Modelos Submalha em Elementos Finitos.2008. 92 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
61
APÊNDICE A
62
63
64
APÊNDICE B
!==================================================================
! UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
! CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
! DISCENTE: JOÃO PAULO BARROS CAVALCANTE
! ORIENTADOR: RAIMUNDO GOMES DE AMORIM NETO
!==================================================================
!*
!=============================INÍCIO===============================
/BATCH
! /COM,ANSYS RELEASE 10.0 UP20050718 00:47:56 01/24/2014
/input,menust,tmp,'',,,,,,,,,,,,,,,,1
/PREP7
!*
!===================CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL==================
ET,1,LINK1
!*
R,1,7,0,
!*
!*
MPTEMP,,,,,,,,
MPTEMP,1,0
MPDATA,EX,1,,20500
MPDATA,PRXY,1,,0.3
TB,BISO,1,1,2,
TBTEMP,0
TBDATA,,25,2000,,,,
!========================NÓS E ELEMENTOS=========================
N,1,0,0,0,,,,
N,2,0,80,0,,,,
N,3,100,0,0,,,,
N,4,100,87,0,,,,
N,5,200,0,0,,,,
N,6,200,94,0,,,,
N,7,300,0,0,,,,
N,8,300,101,0,,,,
N,9,400,0,0,,,,
N,10,400,108,0,,,,
N,11,500,0,0,,,,
N,12,500,115,0,,,,
N,13,600,0,0,,,,
N,14,600,122,0,,,,
N,15,700,0,0,,,,
N,16,700,129,0,,,,
N,17,800,0,0,,,,
N,18,800,136,0,,,,
N,19,900,0,0,,,,
N,20,900,143,0,,,,
N,21,1000,0,0,,,,
N,22,1000,150,0,,,,
N,23,1100,0,0,,,,
N,24,1100,143,0,,,,
N,25,1200,0,0,,,,
N,26,1200,136,0,,,,
N,27,1300,0,0,,,,
N,28,1300,129,0,,,,
N,29,1400,0,0,,,,
N,30,1400,122,0,,,,
N,31,1500,0,0,,,,
N,32,1500,115,0,,,,
N,33,1600,0,0,,,,
N,34,1600,108,0,,,,
N,35,1700,0,0,,,,
N,36,1700,101,0,,,,
N,37,1800,0,0,,,,
N,38,1800,94,0,,,,
N,39,1900,0,0,,,,
N,40,1900,87,0,,,,
N,41,2000,0,0,,,,
N,42,2000,80,0,,,,
!*
FLST,2,2,1
FITEM,2,1
FITEM,2,3
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,1
FITEM,2,2
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,2
FITEM,2,4
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,3
65
FITEM,2,4
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,1
FITEM,2,4
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,3
FITEM,2,5
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,4
FITEM,2,6
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,5
FITEM,2,6
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,5
FITEM,2,7
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,6
FITEM,2,8
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,7
FITEM,2,8
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,7
FITEM,2,9
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,8
FITEM,2,10
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,9
FITEM,2,10
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,9
FITEM,2,11
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,10
FITEM,2,12
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,11
FITEM,2,12
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,11
FITEM,2,13
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,12
FITEM,2,14
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,13
FITEM,2,14
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,13
FITEM,2,15
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,14
FITEM,2,16
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,15
FITEM,2,16
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,15
FITEM,2,17
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,16
FITEM,2,18
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,17
FITEM,2,18
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,17
FITEM,2,19
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,18
FITEM,2,20
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,19
FITEM,2,20
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,19
FITEM,2,21
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,20
FITEM,2,22
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,21
FITEM,2,22
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,21
FITEM,2,23
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,22
FITEM,2,24
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,23
FITEM,2,24
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,23
FITEM,2,25
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,24
FITEM,2,26
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,25
FITEM,2,26
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,25
FITEM,2,27
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,26
FITEM,2,28
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,27
FITEM,2,28
E,P51X
66
FLST,2,2,1
FITEM,2,27
FITEM,2,29
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,28
FITEM,2,30
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,29
FITEM,2,30
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,29
FITEM,2,31
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,30
FITEM,2,32
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,31
FITEM,2,32
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,31
FITEM,2,33
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,32
FITEM,2,34
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,33
FITEM,2,34
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,33
FITEM,2,35
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,34
FITEM,2,36
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,35
FITEM,2,36
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,35
FITEM,2,37
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,36
FITEM,2,38
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,37
FITEM,2,38
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,37
FITEM,2,39
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,38
FITEM,2,40
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,39
FITEM,2,40
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,39
FITEM,2,41
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,40
FITEM,2,42
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,41
FITEM,2,42
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,4
FITEM,2,5
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,5
FITEM,2,8
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,8
FITEM,2,9
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,9
FITEM,2,12
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,12
FITEM,2,13
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,13
FITEM,2,16
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,16
FITEM,2,17
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,17
FITEM,2,20
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,20
FITEM,2,21
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,21
FITEM,2,24
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,24
FITEM,2,25
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,25
FITEM,2,28
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,28
FITEM,2,29
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,29
FITEM,2,32
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,32
FITEM,2,33
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,33
FITEM,2,36
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,36
67
FITEM,2,37
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,37
FITEM,2,40
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,40
FITEM,2,41
E,P51X
FLST,2,1,1,ORDE,1
FITEM,2,1
!*
!==============CONDIÇÕES DE CONTORNO E CARREGAMENTO============
/GO
D,P51X, , , , , ,UX,UY, , , ,
FLST,2,1,1,ORDE,1
FITEM,2,41
!*
/GO
D,P51X, , , , , ,UY, , , , ,
FLST,2,8,1,ORDE,8
FITEM,2,2
FITEM,2,6
FITEM,2,10
FITEM,2,16
FITEM,2,28
FITEM,2,34
FITEM,2,38
FITEM,2,42
!*
/GO
F,P51X,FY,-2.086
FLST,2,1,1,ORDE,1
FITEM,2,22
/GO
F,P51X,FY,-4.172
FINISH
!================DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE PASSOS===================
/SOL
ANTYPE,0
NSUBST,5,5,5
OUTRES,ERASE
OUTRES,ALL,ALL
RESCONTRL,DEFINE,ALL,ALL,1
TIME,2
! /STATUS,SOLU
SOLVE
! LGWRITE,'TRELIÇA_UFERSA','','C:\USERS\JPBARROS\GOOGLE~1\LISTER~1\'
!================================FIM===============================
68
APÊNDICE C
!==================================================================
! UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
! CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
! DISCENTE: JOÃO PAULO BARROS CAVALCANTE
! ORIENTADOR: RAIMUNDO GOMES DE AMORIM NETO
!================================================================== !*
!=============================INÍCIO===============================
/BATCH
! /COM,ANSYS RELEASE 10.0 UP20050718 21:03:35 01/10/2014
/input,menust,tmp,'',,,,,,,,,,,,,,,,1
!*
/PREP7
!=================CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL====================
ET,1,LINK1
!*
R,1,3.5,0,
!* !*
MPTEMP,,,,,,,,
MPTEMP,1,0
MPDATA,EX,1,,20500
MPDATA,PRXY,1,,0.30
TB,BISO,1,1,2,
TBTEMP,0
TBDATA,,5,1000,,,,
!==========================NÓS E ELEMENTOS========================
N,1,0,240,0,,,,
N,2,360,240,0,,,,
N,3,720,240,0,,,,
N,4,180,0,0,,,,
N,5,540,0,0,,,,
FLST,2,2,1
FITEM,2,1
FITEM,2,4
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,4
FITEM,2,2
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,1
FITEM,2,2
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,4
FITEM,2,5
69
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,2
FITEM,2,5
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,2
FITEM,2,3
E,P51X
FLST,2,2,1
FITEM,2,5
FITEM,2,3
E,P51X
FLST,2,1,1,ORDE,1
FITEM,2,5
!*
!===========CONDIÇÕES DE CONTORNO E CARREGAMENTO==========
/GO
D,P51X, , , , , ,UX,UY, , , ,
FLST,2,1,1,ORDE,1 FITEM,2,3
!*
/GO
D,P51X, , , , , ,UY, , , , ,
FLST,2,1,1,ORDE,1
FITEM,2,1
!*
/GO
F,P51X,FY,-10
FLST,2,1,1,ORDE,1
FITEM,2,2
!*
/GO
F,P51X,FY,-5
FINISH
!==============DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE PASSOS===================
/SOL
!*
ANTYPE,0
NSUBST,5,5,5
OUTRES,ERASE
OUTRES,ALL,ALL
RESCONTRL,DEFINE,ALL,ALL,1
TIME,2
!================================================================
! /STATUS,SOLU
SOLVE
! LGWRITE,'TRELIÇA_PROENÇA(2006)','C:\USERS\JPBARROS\GOOGLE~1\'
!*
!================================FIM===============================