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JOÃO BATISTA DE CAMPOS MENEZES CARACTERIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E PROCESSAMENTO MÍNIMO DE SEIS VARIEDADES DE MANDIOCA CULTIVADAS NO NORTE DE MINAS GERAIS Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciências Agrárias, concentração em Agroecologia, do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Agrárias. Área de concentração: Agroecologia Orientador: Prof. Cândido Alves da Costa Montes Claros 2012

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JOÃO BATISTA DE CAMPOS MENEZES

CARACTERIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E PROCESSAMENTO MÍNIMO DE SEIS VARIEDADES DE MANDIOCA CULTIVADAS NO NORTE DE

MINAS GERAIS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciências Agrárias, concentração em Agroecologia, do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Agrárias.

Área de concentração: Agroecologia

Orientador: Prof. Cândido Alves da Costa

Montes Claros

2012

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M541c 2012

Menezes, João Batista de Campos.

Caracterização, avaliação e processamento mínimo de seis variedades de mandioca cultivadas no Norte de Minas Gerais/ João Batista de Campos Menezes. Montes Claros, MG: ICA/UFMG, 2012.

77 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias, área de concentração em Agroecologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, 2012.

Orientador: Prof. Cândido Alves da Costa.

Banca examinadora: Milton Nobel Cano Chauca, Wagner Ferreira da Mota, Ernane Ronie Martins, Cândido Alves da Costa.

Inclui bibliografia: f. 62-70.

1. Manihot esculenta Crantz - Processamento. 2. Mandioca - Produtividade. I. Costa, Cândido Alves. II. Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias. III. Título.

CDU: 633.68

Elaborada pela Biblioteca Comunitária do ICA/UFMG

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JOÃO BATISTA DE CAMPOS MENEZES

CARACTERIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E PROCESSAMENTO MÍNIMO DE SEIS VARIEDADES DE MANDIOCA CULTIVADAS NO NORTE DE MINAS

Aprovada em 17 de dezembro de 2012

_______________________________________

Prof. Milton Nobel Cano Chauca

(ICA/UFMG)

_______________________________________

Prof. Wagner Ferreira da Mota

(UNIMONTES)

_______________________________________

Prof. Ernane Ronie Martins

(ICA/UFMG)

_______________________________________

Prof. Cândido Alves da Costa

Orientador (ICA/UFMG)

Montes Claros

2012

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Estevão Cordeiro e Virgínia Maria; à minha irmã, Joara

Maria, que, mesmo à distância me apoiaram e me incentivaram.

Ao meu orientador, professor Cândido, a disponibilidade para me

orientar, o apoio, o incentivo, a amizade e por todos os ensinamentos ao

longo desses anos.

Ao meu coorientador, professor Milton, todos os ensinamentos e

também a valiosa ajuda nos trabalhos.

Ao amigo Filipe Russo, e todos do assentamento Estrela do Norte.

Aos alunos Eugênio, Cristiane, Luan, Jéssica e Gabriel as

contribuições na condução dos experimentos.

Ao técnico laboratorial Hugo toda a ajuda e as contribuições nos

experimentos.

A CAPES a bolsa de estudos.

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RESUMO

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) pode ser considerada o pão brasileiro, dada a sua importância no Brasil e no mundo, sendo uma das únicas fontes de alimento em alguns países africanos. Entretanto, nos últimos anos, o mercado e os usos para a mandioca foram ampliados e modificados, surgindo, então, a necessidade de novos derivados das raízes de mandioca. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a produtividade, a fotossíntese, a diversidade genética e o processamento mínimo de seis variedades de mandioca cultivadas no Norte de Minas Gerais. Os seguintes parâmetros foram avaliados: características morfoagronômicas, fotossíntese, divergência genética e parâmetros físico-químicos de seis variedades cultivadas na região Norte de Minas Gerais. Foram realizados dois ensaios: um, em campo para coleta de dados morfoagronômicos, fotossintéticos e de diversidade genética das plantas aos seis e dez meses após o plantio; outro, em laboratório para o processamento mínimo das raízes de mandioca, o armazenamento em ambiente refrigerado a 7º C e a avaliação de parâmetros físico-químicos, como rendimento, perda de umidade, pH e tempo de cozimento. O delineamento utilizado no ensaio em campo foi em Blocos Completos ao Acaso, com quatro repetições. O ensaio foi constituído por 24 parcelas experimentais. A parcela experimental foi constituída de quatro fileiras com seis plantas cada. A parcela útil foi composta pelas oito plantas centrais. Os tratamentos foram seis variedades de mandioca: Amarelinha, Amarela, Cacau, Sabará, Vassourinha e Asst E.N. O delineamento utilizado no ensaio em laboratório foi inteiramente casualizado, no esquema fatorial (6x6), com duas repetições. Todas as variedades avaliadas apresentaram produtividades elevadas, acima da média nacional e mundial. A variedade Vassourinha apresentou produtividade de 79,23 t.ha-1e a maior taxa de fotossíntese liquida. A taxa de fotossíntese liquida de todas as variedades se correlacionou, significativamente, à produtividade. As variedades Amarela e Asst E.N apresentaram maior semelhança genética, podendo ser utilizadas em cruzamentos com as variedades Sabará e Amarelinha. Para o rendimento de raízes minimamente processadas, todas as variedades apresentaram rendimentos de mais de 70%, exceto a variedade Cacau, que apresentou rendimento de 56,17%. A média de perda de umidade durante o armazenamento foi de 2,79%, estando dentro da faixa aceitável de perda de umidade para raízes de mandioca, durante o armazenamento. O pH das raízes minimamente processadas, de todas as variedades, apresentou ligeiro aumento durante o período de armazenamento, entretanto se manteve dentro ou muito próximo da faixa adequada de pH para a manutenção da qualidade em produtos de origem vegetal. O tempo de cozimento em água fervente de todas as variedades ficou abaixo dos 15 minutos. A relação de todos os parâmetros avaliados neste ensaio permite concluir que a variedade Vassourinha deve ser considerada a mais adequada para a produção de raízes minimamente processadas. Tal variedade foi uma das mais produtivas, apresentou maior taxa fotossintética e esteve dentro dos padrões adequados para os parâmetros físico-químicos avaliados nas raízes minimamente processadas.

Palavras-chave: Manihot esculenta Crantz. Produtividade. Qualidade culinária.

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ABSTRACT

The cassava (Manihot esculenta Crantz) can be considered the bread of Brazil given its importance in our country and in the world, the cassava becomes one of the only sources of food in some African countries. Meanwhile in the last years markets and the uses for cassava were enlarged and modified, appearing then the need for new-products of cassava roots. The objective of this work was to indicate a (s) best (s) variety (s) cassava roots for the production of minimally processed. The following parameters have been assessed: morphoagronomic characteristics, genetic diversity and physicochemical parameters of six varieties grown in the northern region of Minas Gerais. Two assays were performed: A field for data collection morphoagronomic, photosynthetic and genetic diversity of the plants to the six and ten months of after planting; another in laboratory for minimum processing of cassava roots, storage under refrigeration at 7 º C and evaluation of physicochemical parameters, as income of, loss of moisture, pH and cooking times. All varieties tested showed high production above the national average and worldwide, the variety Vassourinha obtained 79.23 t.ha-1 productivity and higher rates of net photosynthesis, the rate of net photosynthesis of all varieties was significantly correlated with productivity. The varieties Yellow and Asst E.N had higher genetic similarity, could be used in crosses with varieties Sabará and Amarelinha. To yield of minimally roots all varieties showed yields of over 70% except the variety which showed Cocoa yield 56.17%.The average loss of moisture during storage was 2.79%, being within acceptable range of loss of moisture and for cassava roots during storage. The pH of minimally processed roots of all varieties increased slightly during the period of storage, meanwhile has remained within or very close to the proper range of pH for maintaining the quality of products of vegetable origin. The cooking times in boiling water of all varieties was below 15 minutes. As existing classification, all varieties showed "good cooking."

Keywords: Manihot esculenta Crantz. Productivity. Quality Culinary.

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LISTA DE ILUSTRAÇOES

Figura 1 - Fluxograma das etapas para o processamento mínimo das raízes de mandioca................................................... 39

Figura 2 A - Aparelho de Mattson adaptado Feniman, (2004)............. 41

Figura 2 B - Aparelho de Mattson adaptado para os testes de cocção.............................................................................. 41

Figura 2 C - Vista da água em ebulição cobrindo os cubos de mandioca.......................................................................... 41

Figura 2 D - Vista superior do aparelho de Mattson modificado, demostrando o sistema de varetas.................................. 41

Gráfico 1 - Precipitação mensal (mm) e médias de temperatura (ºC) durante o período de 2011 a agosto 2012................ 33

Gráfico 2 - Teor umidade de raízes de mandioca minimamente processadas ao longo do período de armazenamento a 7º C................................................................................... 52

Gráfico 3 - Valores de pH durante o armazenamento de raízes de mandioca minimamente processadas a 7ºC.................................................................................... 55

Gráfico 4 - Tempo de cozimento de raízes de mandioca minimamente processadas durante o armazenamento a 7ºC.................................................................................... 59

Quadro 1 - Locais de coleta das manivas de seis variedades de mandioca.......................................................................... 35

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LISTA DE TABELAS

1 - Características físicas e químicas do solo da área experimental...................................................................................... 34

2 - Médias de produtividade (t.ha-1) e peso de raízes (kg) de

variedades de mandioca.................................................................... 43

3 - Agrupamento gerado pelo método de Otimização de Tocher com

base na dissimilaridade entre seis variedades de mandioca, por

meio de 31 descritores morfológicos qualitativos.............................

46

4 - Agrupamento gerado pelo método de Otimização de Tocher com

base na dissimilaridade entre seis variedades de mandioca, por

meio de 11 descritores morfológicos quantitativos.......................... 46

5 - Médias de fotossíntese líquida (A) taxa transpiratória (E) e

condutância estomática (gs) de folhas do dossel superior de seis

variedades de mandioca..................................................................

48

6 - Correlação entre produtividade de raízes (t.ha-1) e: taxa de

fotossíntese líquida (A) taxa transpiratória (E) e condutância

estomática (gs).................................................................................

49

7 - Parâmetros utilizados para determinação do rendimento (%)de

raízes minimamente processadas de seis variedades de mandioca

(peso inicial(kg), peso final(kg).........................................................

50

8 - Médias de pH de raízes de mandioca minimamente processadas

armazenadas a 7ºC..........................................................................

54

9 - Valores médios do tempo (minutos) de cozimento de raízes de

mandioca minimamente processadas armazenadas a 7ºC.............. 57

10 - Resumo da ANOVA parâmetros agronômicos................................. 72

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11 - Resumo da ANOVA processamento mínimo................................... 72

12 - Resumo da ANOVA fotossíntese.................................................... 73

13 - Descritores qualitativos-classes de seis variedades de mandioca

(Montes Claros - 2012)..................................................................... 73

14 - Descritores quantitativos de seis variedades de mandioca (Montes

Claros - 2012)................................................................................... 77

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................... 13 2.1 A Cultura da Mandioca........................................................................ 13

2.1.1 Classificação..................................................................................... 15

2.1.2 Características Morfoagronômicas e Diversidade Genética............. 15 2.1.3 Cultivo.............................................................................................. 17

2.1.4 Fotossíntese..................................................................................... 19

2.1.5 Produtividade da raiz de mandioca no Brasil................................... 20

2.1.6 Colheita............................................................................................. 21

2.2 Pós Colheita......................................................................................... 21

2.2.1 Fisiologia Pós-Colheita..................................................................... 21 2.2.2 Deterioração Pós-Colheita em Raízes de Mandioca........................ 23 2.3 Processamento Mínimo de Raízes de Mandioca................................ 25 2.3.1 Embalagens...................................................................................... 26 2.3.2 Atributos de Qualidade em Raízes de Mandioca Minimente

Processadas................................................................................. 27

2.3.2.1 Textura........................................................................................... 28

2.3.2.2 Cor................................................................................................. 28

2.3.2.3 pH.................................................................................................. 29 2.3.2.4 Tempo de Cozimento.................................................................... 30 2.3.3 Legislação para Minimamente Processados.................................... 32

3 MATERIAL E METODOS....................................................................... 33 3.1 Caracterização Morfoagronômica........................................................ 33 3.1.1 Características Avaliadas................................................................. 36

3.1.1.1 Avaliação Agronômica................................................................... 36

3.1.1.2 Avaliação da Divergência Genética............................................... 36 3.1.1.3 Fotossíntese.................................................................................. 38

3.2 Ensaio para Processamento Mínimo................................................... 38

3.2.1 Características Físico-Químicas Avaliadas...................................... 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 43

4.1 Caracterização Morfoagronômica........................................................ 43

4.1.1 Avaliação Agronômica...................................................................... 43

4.1.2 Divergência Genética....................................................................... 45

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4.1.3 Fotossíntese..................................................................................... 47

4.2 Processamento Mínimo de Raízes de Mandioca................................ 50

4.2.1 Rendimento...................................................................................... 50

4.2.2 Umidade............................................................................................ 51

4.2.3 pH..................................................................................................... 53 4.2.4 Tempo de Cozimento....................................................................... 56

5 CONCLUSÃO....................................................................................... 61

REFERÊNCIAS......................................................................................... 62

APÊNDICES.............................................................................................. 71

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11 1 INTRODUÇÃO

A cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz) vem crescendo cada

vez mais em uma escala mundial, em virtude da enorme pressão pelo

aumento da oferta de alimentos, principalmente os ricos em carboidratos.

Considerando-se a crescente demanda mundial por alimentos, torna-se

necessário produzir cada vez mais alimentos em regiões áridas,

principalmente no continente africano. O aumento dos campos de cultivo de

mandioca no mundo já é um reflexo dessa necessidade alimentar. Por ser

umas das principais características da cultura da mandioca se desenvolver

bem em regiões de solos pobres e sujeitos a grandes períodos de déficit

hídrico e de não exigir um grande aporte tecnológico para o seu cultivo e

manejo, essa vem se tornando umas das culturas capazes de garantir a

segurança alimentar de dezenas de milhões de pessoas no mundo.

De acordo com a FAO, a taxa de crescimento mundial da cultura da

mandioca no período de 2006 a 2010 foi de 4% ao ano, sendo a Tailândia e

os países da África Sub Saariana os principais responsáveis por esse

virtuoso crescimento. Mesmo com o grande crescimento mundial, a cultura

da mandioca e a sua cadeia produtiva ainda necessitam de um grande aporte

de recursos, direcionados principalmente para a cadeia de processamento

(GROXKO, 2011).

Dentre as grandes culturas mundiais, a mandioca ocupa lugar de

destaque como a sexta cultura mais cultivada mundialmente e a quarta em

regiões tropicais, sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial

(CAGNON; CEREDA; PANTAROTO, 2002). O estado de Minas Gerais

responde por 3,17% da produção nacional, enquanto que a região Norte de

Minas Gerais é responsável por 24,41% da produção estadual (MINAS

GERAIS, 2010).

Um dos maiores entraves para a cultura da mandioca ocorre em

função da rápida deterioração fisiológica pós-colheita de suas raízes,

causando elevadas perdas pós-colheita, aumento dos preços pagos pelos

consumidores e diminuindo o seu valor tecnológico para a indústria (LIMA,

2010). Uma solução viável para a diminuição das perdas pós-colheita de

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raízes de mandioca é realizar o processamento dessas ainda na propriedade

rural, uma vez que, no Brasil, o mercado de mandioca processada para o uso

culinário cresce cada vez mais. O crescente mercado para produtos

processados é devido, em grande parte, ao aumento da população urbana, à

maior presença da mulher no mercado de trabalho, ao aumento das redes de

fast foods e ao aumento da renda do trabalhador (FENIMAN, 2004).

O processamento mínimo de raízes de mandioca e o

acondicionamento dessas raízes em embalagens a vácuo, mantidas em

ambiente refrigerado, se mostram uma técnica eficaz na redução de perdas

fisiológicas pós-colheita. Tal técnica vem sendo cada vez mais utilizada por

produtores rurais, atacadistas e supermercados, uma vez que o consumidor

atualmente leva mais em conta a praticidade dos minimamente processados

comparativamente com o preço desses.

São escassos os estudos que comparam variedades de mandioca e o

seu comportamento quando submetidas a técnicas de processamento

mínimo. Na região Norte de Minas Gerais, são praticamente inexistentes

informações sobre o processamento mínimo de raízes das variedades

cultivadas.

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a produtividade, a fotossíntese, a

diversidade genética e o processamento mínimo de seis variedades de

mandioca cultivadas no Norte de Minas Gerais.

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13 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A cultura da mandioca

Originária da América do Sul, mais especificamente da região central

do Brasil, a mandioca, era cultivada pelos indígenas mesmo antes da

chegada dos portugueses, que foram responsáveis por disseminar a cultura

da mandioca nos continentes africano e asiático (FUKUDA; IGLESIAS;

SILVA, 2003). Atualmente, a mandioca é uma cultura de extrema importância

para a agricultura de subsistência em regiões de clima semiárido, em todos

os continentes onde é cultivada, uma vez que essa consegue produtividades

razoáveis em condições de cultivo submetidas a prolongados períodos de

déficit hídrico.

De acordo com a classificação botânica, a mandioca pertence à classe

Equisetopsida, subclasse Magnoliidae, ordem Malpighiales, família

Euphorbiaceae, gênero Manihot e espécie Manihot esculenta Crantz

(TROPICOS, 2012).O gênero Manihot abrange muitas espécies, entretanto

apenas as espécies M. utilíssima Pohl (sinonímia de M. esculenta Crantz) e

M. dulcis Pax possuem valor econômico. Essas se diferenciam apenas

botanicamente, uma vez que o fruto de M. utilíssima Pohl é alado e o da

espécie M. dulcis Pax não (BRUM et al., 2005).

A mandioca apresenta sementes viáveis, entretanto a propagação via

sementes somente é utilizada em trabalhos de melhoramento genético, uma

vez que as sementes possuem baixa taxa de germinação (CURY, 2008).

A mandioca é uma cultura agronômica de alto valor econômico, onde

as suas raízes ricas em amido podem ser utilizadas para a alimentação

humana, animal, na fabricação de produtos alimentícios e em produtos

industriais. Podem ser considerados como produtos alimentícios as farinhas,

polvilhos, amidos modificados, aperitivos e raízes minimamente processadas

(EMBRAPA, 2003c). Mesmo gerando diversos bens alimentícios e industriais

a cultura da mandioca ainda é marginalizada por muitos setores do

agronegócio, chegando a ser classificada como uma minorcrop pela FAO.

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Cultivada na América, na África e na Ásia tropical, a mandioca pode

ser considerada a quarta cultura agrícola de maior importância nos países em

desenvolvimento, com uma produção mundial aproximada de 230 milhões de

toneladas, no ano de 2010. A mandioca constitui a base alimentar de,

aproximadamente, um bilhão de pessoas, em 105 países do mundo, onde as

suas raízes ricas em carboidratos correspondem ao fornecimento de um

terço das calorias diárias consumidas pela população desses países (FAO,

2008).

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de mandioca,

respondendo por aproximadamente 10,5% da produção. Em valores

estimados, acredita-se que toda a cadeia da mandioca gere um milhão de

empregos diretos e tenha uma receita bruta de 2,5 bilhões de dólares por ano

(SOUZA; SILVA; SOUZA, 2009). Porém vale ressaltar que, nos últimos dez

anos, a Tailândia vem alcançando grandes ganhos em termos de

produtividade e de produção, chegando como o terceiro maior produtor

mundial, respondendo por 9,5% da produção mundial. Tais ganhos ocorrem

em função de investimentos em pesquisa e incentivos à cultura da mandioca,

podendo em breve o Brasil perder o posto de segundo maior produtor

mundial.

O consumo per capita de mandioca no Brasil fica no entorno 12,4 kg

de mandioca ano, com uma produtividade média de 14 t.ha-1, sendo

cultivados aproximadamente 1.7milhões de hectares, correspondendo a uma

produção aproximada de 24 milhões de toneladas (FAO, 2010).

Conforme dados da Superintendência de Política e Economia Agrícola

de Minas Gerais, a produção de mandioca em Minas Gerais, no ano de 2010,

foi de aproximadamente 790 mil toneladas, sendo a produtividade média de

14,32 t.ha-1. A região norte de Minas Gerais responde por aproximadamente

24% da produção estadual de mandioca, cerca de 200.000 toneladas e com

uma produtividade de 10 t.ha-1, sendo a maior produtora, seguida pelos vales

do Jequitinhonha/Mucuri, com 168.000 toneladas (MINAS GERAIS, 2010).

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15 2.1.1 Classificação

Variedades de mandioca podem ser classificadas de maneiras

diferentes, cada uma de acordo com o seu uso ou avaliação a ser feita.

Quanto ao uso, a mandioca pode ser classificada como industrial (produção

de farinha, polvilhos, amidos modificados), mandioca de mesa (consumo in

natura ou processada) ou forrageira. Quanto a seu ciclo produtivo, como

mandioca de 1º ciclo, 2ºciclo e por aí em diante, pelo fato da mandioca ser

uma cultura perene, onde cada ciclo compreende uma fase de crescimento

vegetativo e outra de acúmulo de reservas nas raízes. Quanto à época da

sua colheita, pode ser classificada como precoce (colheita feita antes que a

planta complete um ciclo de crescimento) ou tardia (após um ou dois ciclos

de crescimento).

Segundo a classificação quanto à toxicidade pelo ácido cianídrico

(HCN), a mandioca pode ser classificada em dois grupos: o primeiro, quando

há mais de 100 mg de HCN/kg de peso fresco nas raízes de mandioca,

essas são consideradas tóxicas e chamadas de “mandioca brava” ou

“mandioca amarga”, sendo usadas principalmente para a fabricação de

farinhas e gomas, uma vez que o processo de torra elimina o HCN. O

segundo é composto por mandiocas que apresentam teor menor que 100 mg

de HCN/kg de peso fresco nas raízes, que são chamadas de “mandioca

mansa”, “mandioca doce” e “aipim”, podendo ser consumidas frescas,

cozidas ou fritas, sem o risco de intoxicação (ELIAS et al., 2004).

2.1.2 Características morfoagronômicas e diversidade genética

O processo de domesticação da mandioca feito pelo homem ao longo

do tempo fez com que essa fosse propagada assexuadamente. Entretanto a

mandioca manteve a reprodução sexuada ativada, possibilitando o

surgimento de novas variedades, que permitem aos melhoristas avaliar e

selecionar novas variedades de importância agronômica (SILVA et al., 2001).

O cultivo de mandioca é feito em todo o país, partindo dos estados do

extremo norte até a região sul, nas mais variadas condições climáticas,

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tecnológicas e nos mais variados tipos de solo. Diante destas situações, faz-

se necessário o uso de variedades indicadas para todos os tipos de

ambientes e para os mais variados usos (FUKUDA; IGLESIAS; SILVA, 2003).

A falta de dados botânicos e agronômicos sobre as muitas

“variedades” de mandioca que são cultivadas no Brasil torna necessária a

avaliação dessas em ensaios comparativos, que possam fornecer dados

morfológicos e agronômicos, para que sejam melhoradas as condições de

condução da cultura da mandioca (CAMPOS et al., 2010).

A avaliação e a classificação de genótipos de mandioca devem ser

feitas por meio do uso de variáveis quantitativas e qualitativas, onde a

avaliação dessas variáveis deve ser feita com uso de ferramentas da

estatística multivariada, que, por métodos de agrupamento, classifica e

agrupa os genótipos avaliados (VENDRAMINI et al., 2011).

Por descritores morfológicos entendem-se as características que

permitem identificar e diferenciar com facilidade acessos no campo. Esses

descritores, geralmente, apresentam alta herdabilidade e expressão. Já

descritores agronômicos são basicamente caracteres de baixa herdabilidade,

os quais contribuem mais para determinar o potencial produtivo e de

adaptação de genótipos (FUKUDA; GUEVARA, 1998).

Em metodologia proposta por Fukuda e Guevara (1998), foi

estabelecido um padrão, por meio da definição de 75 descritores

morfológicos e agronômicos, para classificar e identificar acessos e

variedades de mandioca. Esse conjunto de descritores permite avaliar,

rapidamente, plantas de mandioca em campo ou condições experimentais,

tornando mais rápido o processo de melhoramento da cultura.

São exemplos de descritores morfológicos: cor da folha apical,

pubescência do broto apical, forma do lóbulo central, cor do pecíolo, cor do

córtex do caule, cor externa do caule, comprimento da filotaxia, presença de

pedúnculo nas raízes, cor externa da raiz, cor do córtex da raiz, cor da polpa

da raiz, textura da epiderme da raiz, floração, cor da folha desenvolvida,

número de lóbulos, comprimento do lóbulo, largura do lóbulo, relação

comprimento/largura do lóbulo central, comprimento do pecíolo, cor da

epiderme do caule, hábito de crescimento de caule, cor dos ramos terminais

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nas plantas adultas, altura da planta, altura da primeira ramificação,

constrições da raiz, cor da nervura, posição do pecíolo, proeminência das

cicatrizes foliares, comprimento das estípulas, margem das estípulas, hábito

de ramificação, sinuosidade do lóbulo foliar, forma da raiz e tipo de planta.

São exemplos de descritores agronômicos: peso da parte aérea da

planta, número de estacas comerciais por planta, comprimento médio da raiz,

destaque da película da raiz, destaque do córtex da raiz, posição das raízes,

número de raízes por planta e peso médio de raízes por planta.

Gusmão e Mendes Neto (2008) caracterizaram cinco acessos de

mandioca, cultivados em São Luiz - MA, oriundos do banco de germoplasma

da Embrapa Mandioca e Fruticultura em Cruz das Almas – BA, utilizando

descritores morfológicos e agronômicos, segundo metodologia proposta por

Fukuda e Guevara (1998). Esses autores concluíram que os acessos

caracterizados divergiram entre si na maioria dos descritores avaliados. As

exceções foram o hábito de crescimento do caule, a cor da nervura da folha e

o número de lóbulos, validando, assim, o uso da metodologia para a

diferenciação de genótipos de mandioca.

Benesi et al. (2008, avaliaram genótipos de mandioca malaios, a fim

de determinar o efeito desses sobre o local e a estação do ano, na produção

e acúmulo de amido pelas raízes, buscando, assim, determinar o melhor

momento para a colheita. Os resultados obtidos demonstraram que o maior

efeito sobre a produção e o teor de amido das raízes ocorreu em função dos

genótipos avaliados, demonstrando que ocorre grande variabilidade entre

genótipos de mandioca e que o melhor período para colheita de mandioca

na Malásia ocorre entre outubro e novembro, uma vez, que nesse período,

as raízes apresentam maiores teores de amido.

2.1.3 Cultivo

O cultivo da mandioca é realizado em diversas regiões, desde o nível

do mar até 2000 metros de altitude. As áreas de cultivo estão

compreendidas entre as latitudes 30ºN e 30ºS (IROLIVEA et al.,1998).

Entretanto o cultivo da mandioca é concentrado entre as latitudes 15ºN e

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15ºS, e em regiões com altitude de até 800 metros (EMBRAPA, 2003a). No

Brasil, o plantio da mandioca ocorre preferencialmente com o início da

estação chuvosa, uma vez que a umidade do solo é maior e a temperatura

ambiente se eleva. Tais fatores propiciam o enraizamento e a brotação das

manivas (FAGUNDES, 2010).

Em muitas regiões do Brasil e do mundo a mandioca é cultivada em

solos, mesmo assim é capaz de atingir produtividades consideradas

razoáveis (entre 10 e 15 t.ha-1) em tais condições de cultivo. Porém o

potencial produtivo da mandioca é muito maior, chegando, facilmente, a

produtividades de 40 t.ha-1, por meio da utilização de cultivares indicadas

para a região de cultivo e com a adoção de práticas simples na condução da

cultura (VIERA; FIALHO; SILVA 2007). Por ser uma cultura basicamente

cultivada por pequenos agricultores, muitas vezes, o cultivo não recebe

investimentos em práticas culturais adequadas, que poderiam elevar

substancialmente a produtividade da cultura.

Mesmo produzindo sementes, a cultura da mandioca é propagada

comercialmente por meio de secções do terço médio de seu caule. Tais

secções são comumente denominadas “manivas” ou “ramas” estas devem

possuir comprimento de 13 - 20 cm (SANTOS, 2009). A propagação da

mandioca via sementes é realizada principalmente em programas de

melhoramento genético, principalmente para a obtenção de materiais híbridos

resistentes a doenças, mais produtivos e com maior período de conservação

pós-colheita.

O espaçamento de plantio para a cultura da mandioca é bastante

variado, em função da variedade, da fertilidade do solo da finalidade das

raízes, se há culturas em consórcio e do tipo de colheita (manual ou

mecanizada). Para o plantio geralmente são utilizados os seguintes

espaçamentos 1,00 x 0,50m, 1,00 x 0,60m e 1,00 x 0,80m para fileiras

simples e 2,00 x 0,50 x 0,50m e 2,00 x 0,60 x 0,60m para fileiras duplas

(CARVALHO, 2009; SCHONS, 2009).

O principal trato cultural demandado pela cultura da mandioca é a

capina, visando a manter a cultura livre da interferência das plantas daninhas,

uma vez que a competição com as plantas daninhas pode causar reduções

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consideráveis na produtividade da cultura da mandioca, sendo indicado que

se mantenha a cultura da mandioca livre da matocompetição por até 75 dias

após o plantio (ALBUQUERQUE et al., 2008; JOHANNS; CONTIERO, 2006).

Quanto maior for a densidade de plantas por hectare, mais rapidamente

serão anulados os efeitos da matocompetição, pois, com maior rapidez, as

plantas de mandioca cobrirão o solo, fazendo com que a quantidade de luz

no dossel inferior seja insuficiente para o desenvolvimento da maioria das

plantas daninhas.

2.1.4 Fotossíntese

A vida na forma que é conhecida hoje depende estritamente da energia

solar, que irradia, diariamente, quase todas as partes do globo terrestre. A

fotossíntese é a única forma que existe para a transformação dessa energia

em biomassa (TAIZ; ZEIGER, 2006). A fotossíntese ocorre nas mais diversas

regiões e situações, desde organismos microscópicos (algas) a gigantescas

plantas superiores (sequoias da Califórnia) ou em ambientes aquáticos e

desérticos.

Considera-se a mandioca como uma planta intermediária C3-C4, uma

vez que essa possui estruturas e processos fisiológicos intermediários a

plantas C3 e C4. Taxas fotossintéticas da mandioca são maiores do que

outras plantas C3 e menores do que plantas C4. Taxas fotossintéticas de 13-

18 µmol CO2 m-2 s-1 podem ser medidas nas folhas da mandioca a 25ºC,

entretanto em temperaturas próximas ou maiores que 29ºC, a taxa

fotossintética cai drasticamente. Outro fato que vem a colaborar para a

determinação do caráter intermediário é a presença das enzimas rubisco

(plantas C3- C4) e PEP-case (plantas C4) (CURY, 2008).

Estudo realizado por El-Sharkawy (2007), com um grande número de

acessos de mandioca, relacionou significativamente altas produtividades de

raízes com a taxa fotossintética das folhas superiores da copa, sendo tal fator

devido, principalmente, a características anatômicas e bioquímicas das

folhas.

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20 2.1.5 Produtividade da raiz de mandioca no Brasil

São diversos os fatores que fazem com que a produtividade média da

cultura da mandioca seja baixa quando comparada com o seu potencial

produtivo, sendo os fatores de maior influência: a falta de adoção de técnicas

culturais mais modernas e a utilização de variedades adaptadas as condições

especificas de cultivo (SILVA et al., 2009).

A produtividade média mundial de mandioca, em 2010, foi de

12,40t.ha-1; a brasileira, de 13,72t.ha-1 e a do estado de Minas Gerais, de

14,32t.ha-1. Entretanto o estado de Minas Gerais não chega a figurar entre os

quatro maiores produtores nacionais, aparecendo em primeiro o estado do

Pará, com 20%; Paraná, com 17; , Bahia, com 11% e Maranhão, com 6% da

produção nacional de mandioca, enquanto Minas Gerais contribui com

apenas 3,2% (FAO, 2010; MINAS GERAIS, 2010).O estado do Paraná

aparece em primeiro, em termos de produtividade, com 22 t.ha-1, enquanto

que, no Pará, a produtividade fica em 15 t.ha-1.

Mesmo como o segundo maior produtor mundial de mandioca, a

produtividade brasileira está bem abaixo do potencial produtivo para a

cultura. A produtividade de raízes de mandioca pode chegar a 80 t.ha-1, com

a adoção de práticas culturais adequadas e o uso de variedades adaptadas

(ALBUQUERQUE et al., 2008). Em pesquisa conduzida pelo International

Institute of Tropical Agriculture (IITA, 2005), foram avaliadas 400 variedades

de mandioca, nas condições climáticas do Quênia. Algumas variedades

chegaram a produtividades de mais de 100 t.ha-1. Tais resultados evidenciam

que a cultura da mandioca possui ainda um enorme potencial produtivo,

praticamente inexplorado pela pesquisa.

Por ser a mandioca tolerante ao déficit hídrico, à acidez do solo, aos

elevados teores de alumínio e a solos pobres em nutrientes, cada vez mais o

seu cultivo tem avançado sobre terras marginais na América latina, na África

e na Ásia (SHARKAWY; TAFUR, 2010). Entretanto, mesmo com

produtividades baixas no entorno de 10 t.ha-1, a cultura da mandioca é capaz

de garantir a alimentação humana e animal nestas regiões marginais.

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A cultura da mandioca não demanda práticas culturais complexas ou

intensivas, sendo uma cultura de fácil cultivo, onde, em condições adequadas

de manejo, cultura e utilização de variedades selecionadas, produtividades

entre 40 e 80 t.ha-1 são facilmente obtidas (EL-SHARKAWY, 1993).

2.1.6 Colheita

A mandioca é classificada como cultura perene, entretanto a mandioca

não possui definições exatas sobre o seu período de cultivo e o ponto de

maturação ideal de suas raízes. Segundo Benesi et al. (2008), a mandioca,

ao atingir o ponto máximo do crescimento de sua parte aérea, faz com que

o crescimento e o acúmulo de amido nas raízes de reserva também

diminuam até cessar. Esse momento seria considerado como o ponto ideal

de maturação das raízes da mandioca.

Com relação ao período para a colheita de mandioca, pode

compreender de 06 a 24 meses após o plantio, de maneira que muitos

fatores podem influenciar esse período, tais como: variedade, clima, região,

tipos de uso e tratos culturais (ALBUQUERQUE et al., 2008).

Conhecer o momento mais favorável para se realizar a colheita da

mandioca torna-se uma das principais maneiras para conseguir aliar boas

produtividades, com raízes de boa qualidade. Realizar a colheita muito cedo

pode levar a uma enorme redução na produtividade; adiar a colheita também

pode resultar em raízes fibrosas, redução do amido e aumento do tempo de

cocção (SOUZA et al., 2010).

2.2 Pós-colheita

2.2.1 Fisiologia pós-Colheita

Vegetais são formados por células, que, mesmo após a colheita,

continuam vivas e produzindo energia. A energia produzida é oriunda das

reações metabólicas que ocorrem nos tecidos vegetais. A qualidade pós-

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colheita desses está diretamente ligada à velocidade dessas reações

metabólicas (CORTEZ; HONORIO; MORETTI, 2002).

Tecidos vegetais apresentam respostas fisiológicas diferentes quando

são submetidos a algum tipo de processamento, uma vez que esses sofrem

severos estresses físicos, oriundos, principalmente, das etapas que envolvem

descascamento, corte e fatiamento. Tais etapas aceleram o metabolismo,

elevando a taxa respiratória e a síntese de etileno, acelerando os processos

de deterioração (VITTI et al., 2004).

A respiração é um fenômeno fisiológico de extrema importância para a

manutenção dos tecidos vegetais. Por outro lado, ela atua também como um

fator de degradação de reservas energéticas e nutritivas. No processo

respiratório ocorre o consumo de oxigênio (O2) do ar e liberação de CO2 . A

respiração que envolve o consumo de O2 do ar é chamada respiração

aeróbia. Atmosferas com concentrações de O2 menores do que 2% fazem

com que os tecidos vegetais degradem substâncias oxigenadas presentes

nos mesmos, sendo esse processo chamado de respiração anaeróbia, o que

leva a uma deterioração mais rápida dos tecidos vegetais do que a

respiração aeróbia (GAYET et al., 2002).

Extremos de temperatura (frio ou calor) podem causar perdas

significativas, além de diminuir a vida pós-colheita. Produtos submetidos a

temperaturas mais elevadas acabam tendo o metabolismo mais ativado e

elevada taxa de respiração, reduzindo, substancialmente, a sua qualidade,

uma vez que elevadas taxas respiratórias levam à degradação de açúcares.

Baixas temperaturas podem aumentar a vida pós-colheita de vegetais, uma

vez que reduzem a atividade metabólica desses, porém temperaturas muito

baixas levam ao fenômeno de dano pelo frio (“chilling”). Esse causa

desordens fisiológicas e danos aos tecidos, reduzindo a qualidade e

aumentando a suscetibilidade desses às doenças (CHITARRA; CHITARRA,

2005).

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23 2.2.2 Deterioração pós-colheita em raízes de mandioca

Nas propriedades rurais, as raízes de mandioca são rapidamente

consumidas ou processadas, não ocorrendo grandes problemas em

decorrência da deterioração fisiológica pós-colheita. Entretanto, com o

aumento da urbanização, muitos produtores processam mandioca em suas

propriedades para abastecer os mercados urbanos, de forma que o aumento

da distância entre os produtores e consumidores tem ocasionado aumento

das perdas, em função da deterioração fisiológica na conservação pós-

colheita (REILLY et al., 2003).

Em processos de deterioração, as reações bioquímicas que ocorrem

com predominância são de decomposição. Tais processos envolvem

também processos oxidativos, que levam a danos por radicais livres e

peróxidos nas membranas e paredes celulares. Esses processos em tecidos

vegetais levam a transformações, como elevada taxa de respiração, elevada

atividade metabólica, perda de massa, amaciamento dos tecidos e perda do

sabor e valor nutritivo (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

Processos de deterioração fisiológica podem ser subdivididos em

normais e anormais. Processos normais ocorrem em decorrência do

metabolismo presente em todos os seres vivos. Os processos anormais

ocorrem devido a condições de estresse, quando, por exemplo, o produto é

armazenado em condições ambientais adversas (CHITARRA; CHITARRA,

2005). Raízes de mandioca apresentam um rápido processo de deterioração

fisiológica. Esse se inicializa após 24-48 horas após a colheita, seguido da

decomposição microbiana após cinco ou sete dias. O primeiro processo é

conhecido como deterioração fisiológica pós-colheita. O aparecimento de

traços azulados nos tecidos vasculares, seguido pelo escurecimento dos

tecidos parenquimáticos das raízes de mandioca são os primeiros sintomas

visíveis da deterioração fisiológica pós-colheita (BUSCHMANN et al., 2000).

Raízes de mandioca que sofreram algum dano ou passaram por

alguma etapa de processamento ainda in natura, rapidamente passam a

acumular em seus tecidos hidroxicumarinas (em mandioca, as mais comuns

são escopoletina e escopolina) e compostos fenólicos; esses sofrem

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oxidação e geram compostos coloridos: azulados evoluindo para marrons e

pretos (KOBLITZ, 2011). O aparecimento de traços azulados ocorre em

função de uma série de reações enzimáticas, que levam à síntese da

escopoletina e escopolina, substâncias fosforescentes à luz ultravioleta.

Essas reações podem ser controladas em função de diversos fatores, como

umidade, concentração de O2, temperatura e redução de danos mecânicos

(LORENZI, 2003).

Em estudo realizado por Bezerra et al. (2002), raízes minimamente

processadas de mandioca da cultivar Baianinha que foram submetidas ao

branqueamento apresentaram sintomas visuais de deterioração fisiológica, a

partir do 15º dia de armazenamento, em condição refrigerada, enquanto, em

raízes sem o branqueamento, esses se iniciaram a partir do 9º dia, de forma

que esses autores concluíram que o branqueamento pode ser considerado

uma técnica eficaz na redução da deterioração fisiológica.

Em experimento realizado por Alves et al. (2005), em raízes de

mandioca descascadas, cortadas, picadas, acondicionadas em bandejas de

Poliestireno Expandido e cobertas por filme de PVC (Policloreto de Vinila),

ocorreu o aparecimento de manchas enegrecidas e rosas após seis dias de

armazenamento (5ºC e 80% UR). O surgimento de manchas,

possivelmente, está relacionado à presença de fungos, provavelmente do

gênero Fusariume Penicillium. O aparecimento de sintomas de deterioração

microbiológica ocorreu após sintomas evidentes de deterioração fisiológica,

somando evidências de que a deterioração microbiológica em mandioca é

uma deterioração secundária.

2.3 Processamento mínimo de raízes de mandioca

Vegetais minimamente processados são colhidos e submetidos à

seleção, à classificação, à pré-lavagem, ao corte, ao fatiamento, à

sanitização, ao enxague, à centrifugação e à embalagem. Todas essas

etapas buscam levar ao consumidor um produto fresco, saudável, de fácil

preparo e que consiga manter ao máximo a qualidade e o frescor do alimento

in natura (EMBRAPA, 2003b). Ressalta-se que, para ser considerado um

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alimento minimamente processado, a segurança microbiológica do produto

deve ser garantida, uma vez que o processamento deve atender às boas

práticas no processo de fabricação. Os vegetais minimamente processados

devem ser distinguidos de quaisquer produtos que são submetidos a alguma

etapa de processamento, mas não seguem normas de controle no

processamento e comercialização, como, por exemplo, o caso de muitos

produtos ditos “minimamente processados” que são comercializados em

feiras e mercados ao ar livre.

Os alimentos minimamente processados representam um segmento

do setor alimentício em plena expansão. De maneira semelhante ao que

ocorreu em países como Estados Unidos, Japão e União Europeia, observa-

se, também no Brasil, uma crescente demanda por produtos minimamente

processados. Tal demanda é crescente, uma vez que esses produtos são

mais práticos de serem utilizados e conseguem manter quase que inalteradas

as características dos alimentos frescos (VITTI et al., 2003).

Perez et al. (2008), avaliando o perfil dos consumidores de hortaliças

minimamente processadas (HMP) de Belo Horizonte-Minas Gerais,

concluíram que, em primeiro lugar, o consumidor de HMP procura

comodidade e praticidade; em segundo lugar, a facilidade de preparo e, em

terceiro lugar, a higiene apresentada pelas HMP. Como motivo para não

consumirem HMP, em primeiro lugar, o maior preço dessas; em segundo

lugar, a quantidade inadequada de produto por embalagem e, em terceiro

lugar, a desconfiança em relação à qualidade do produto.

Diversos cuidados devem ser tomados nas operações de

processamento mínimo, como espessura de corte, controles oxidativos e

respiratório via refrigeração. A refrigeração em produtos minimamente

processados é de fundamental importância, pois retarda o período de perda

da qualidade dos alimentos, uma vez que diminui o metabolismo dos

mesmos. Alimentos minimamente processados são mais perecíveis e,

obrigatoriamente, necessitam de refrigeração, sendo esses mantidos entre

5ºC e 10ºC (NUNES et al., 2010).

Silva et al. (2003), estudando o efeito da embalagem e temperatura de

armazenamento de raízes de mandioca minimamente processadas,

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concluíram que, para o melhor armazenamento de raízes minimamente

processadas, deve-se usar embalagens de poliolefina multicamada, com e

sem vácuo, e manter uma temperatura máxima de 10º C, durante o

armazenamento. A eficiência da embalagem de poliolefina multicamada

deve-se à sua baixa permeabilidade a gases, impedindo que se forme dentro

da embalagem atmosfera com altos níveis de O2, capaz de desencadear

processo de deterioração fisiológica pós-colheita nas raízes de mandioca.

.

2.3.1 Embalagens

A função principal da embalagem é prover proteção ao produto contra

danos, como, por exemplo, mecânicos e perda de umidade. Além de ser de

extrema importância na distribuição e na conservação de produtos vegetais

frescos (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Em recente pesquisa de opinião

realizada com consumidores, pôde-se concluir que os fatores de maior

importância na tomada de decisão de compra do produto são: a

apresentação ou embalagem, em primeiro lugar; a marca, em segundo e o

produto, em terceiro, sendo que o fator preço somente apareceu em oitavo

lugar (HONÓRIO; MORETTI, 2002).

Para se comercializar hortaliças minimamente processadas, deve- se

observar como um ponto decisivo a embalagem, uma vez que a manutenção

da qualidade do produto é, em grande parte, mantida pela embalagem que o

acondiciona. Inúmeros meios de preservação em embalagens plásticas foram

ou estão sendo avaliados, visando a manter a qualidade das FLV (Frutas,

Legumes e Verduras) minimamente processadas. A principal vantagem de

uma embalagem para um produto minimamente processado é promover uma

atmosfera modificada que seja capaz de diminuir todos os processos

bioquímicos e fisiológicos que aceleram a deterioração (ARRUDA

JACOMINO; SARANTOPOULOS, 2009).

As hortaliças são predominantes no mercado de produtos

minimamente processados. De maneira geral, as folhosas (rúcula, alface,

agrião, escarola e almeirão) são acondicionadas em embalagens flexíveis de

materiais como BOPP (filme de polipropileno biorientado) /PE (polietileno),

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PP (polipropileno) /PE. A única folhosa comercializada em bandeja de

poliestireno expandido e envolta por filme de PVC (policloreto de vinila) é a

couve, pois essa apresenta alta atividade respiratória, e o filme a base PVC

apresenta boa permeabilidade a gases.

A mandioca minimamente processada é geralmente acondicionada e

comercializada em embalagens a vácuo, fabricadas com materiais à base de

PE/PA (Poliamida; nylon). O vácuo é um grande aliado à conservação pós-

colheita da mandioca, pois, com a retirada do O2, a atividade das enzimas

que causam a deterioração fisiológica pós-colheita da mandioca é

drasticamente reduzida (LUENGO; CALBO, 2009).

Medeiros (2009), avaliando o efeito de diferentes tipos de embalagens

sobre a perda de massa fresca em raízes de mandioca minimamente

processadas, relatou que, no tratamento onde as raízes não foram

acondicionadas em nenhuma embalagem, a perda de massa chegou a

aproximadamente 30%. Já as raízes acondicionadas nas embalagens

testadas (PVC, poliolefina multicamadas para vácuo, polietileno de alta

densidade) sofreram perdas de massa fresca entre 0 a 2,8%, durante o

período de avaliação.

2.3.2 Atributos de qualidade em raízes de mandioca minimamente

processadas

Os atributos de qualidade podem ser agrupados em características

sensoriais, como: aparência, textura e “flavor” (sabor e aroma); valores de

rendimento como relação entre casca: polpa: caroço, volume de suco, índice

tecnológico; valor nutritivo e segurança alimentar. Tais atributos devem ser

trabalhados em conjunto, para que seja garantida a qualidade do produto,

pois, para cada setor da cadeia de comercialização (do produtor até o

consumidor), eles possuem importância diferenciada. Para os produtores

rurais, a aparência e o rendimento da produção são importantes; para os

comerciantes, a aparência, a firmeza e o tempo de conservação são fatores

importantes, enquanto que, para os consumidores, as características

sensoriais são as mais exigidas (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

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2.3.2.1 Textura

Pode-se definir textura como uma característica física diretamente

relacionada aos componentes estruturais de um produto ou alimento. Em

vegetais, a textura varia em função dos espaços intercelulares nos tecidos e

em função da sua composição. A textura é percebida pelo tato, em função da

deformação e da desintegração do alimento (CHITARRA; CHITARRA, 2005;

FENIMAN, 2004).

Modificações na textura de alimentos minimamente processados são

decorrentes de reações metabólicas que ocorrem nos tecidos vegetais. As

principais reações que ocorrem são degradação de polissacarídeos e

substâncias da parede celular. Tais reações levam a alterações nos atributos

sensoriais, como flavor e textura, além de causarem também perdas

nutricionais (MELO; VILAS BOAS, 2007).

Em pesquisas realizadas por Charoenkul et al. (2011), com 12

variedades de mandioca, que foram comparadas quanto à textura das raízes

cozidas, os autores procuraram relacionar as diferenças de textura de acordo

com a estrutura molecular da amilose e amilopectina presentes em cada

variedade. Esses autores admitiram que não se pode afirmar que as

diferenças de textura das raízes cozidas se relacionavam à estrutura

molecular da amilose e amilopectina, evidenciando que outras características

relacionadas ao amido, como composição química, morfologia e

propriedades de gelatinização estariam influenciando a textura, além da

estrutura molecular da amilose e amilopectina.

2.3.2.2 Cor

Alterações na pigmentação influenciam, diretamente, a qualidade de

alimentos minimamente processados. A alteração na pigmentação pode

ocorrer pela maturação dos vegetais ou pela degradação desses no período

pós-colheita. Luz, temperatura e O2 são fatores que vão influenciar,

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diretamente, a coloração e a deterioração de alimentos minimamente

processados (SILVA et al., 2007).

Clorofila, carotenoides e antocianinas são pigmentos que conferem a

coloração de vegetais, como frutas e hortaliças. Tais pigmentos estão

presentes nos cloroplastos, nos cromoplastos e nos vacúolos das células

vegetais (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

A cor é considerada pelos consumidores o atributo de maior

importância na hora de comprar e ou consumir produtos de origem vegetal. A

coloração em alimentos pode variar de tons de vermelho intenso (maçã) a

tons de azul intenso (uvas). Alterações na coloração de hortaliças e frutas na

maturação são decorrentes de reações de degradação e de síntese. Tais

alterações são utilizadas como indicativos do amadurecimento de frutos e de

algumas hortaliças (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

As raízes de mandioca apresentam quatro padrões de coloração de

polpa, desde a coloração branca até rosada, passando pela creme e amarela

(FUKUDA; GUEVARA, 1998). A cor da polpa das raízes de mandioca é

considerada como um fator decisivo para o consumidor brasileiro, nas

diversas regiões do país, como no caso do Distrito Federal, onde há grande

aceitação do mercado consumidor por raízes de polpa creme ou amarela

(PONTE, 2008).

Mandiocas com raízes de polpa amarela podem ser fontes importantes

de betacaroteno (precursor da vitamina A), enquanto que as de coloração

rosada são ricas em licopeno (poderoso antioxidante). Esses fatores

demonstram o enorme potencial da mandioca ser também um alimento

funcional, uma vez que a vitamina A atua na prevenção de diversas

deficiências no corpo humano, e o licopeno, como um forte antioxidante, atua

diretamente na prevenção do câncer (VIERA; FIALHO; SILVA, 2009).

2.3.2.3 pH

O pH (potencial hidrogeniônico) é inversamente proporcional à

concentração de íons de hidrogênio em uma substância ou material. A

concentração de H+ é dada pelos íons efetivamente dissociados na

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30

substância ou material. No caso dos alimentos, que são soluções diluídas,

considera-se a atividade H+(pH= - log[H+]). A indicação da acidez via pH é

importante para o reconhecimento e o controle de processos naturais ou

artificiais nos alimentos. O valor do pH é utilizado na determinação de

atividade enzimática, do grau de deterioração do alimento, da variação de

textura, da verificação do grau de maturação de frutas e hortaliças e da

escolha de embalagens e meio de conservação adequados (CHITARRA;

CHITARRA, 2005; OLIVEIRA, 2010).

Produtos minimamente processados de origem vegetal são

considerados alimentos de baixa acidez, por apresentarem pH na faixa de 5,8

e 6,0 (WILLOCX et al., 1993). Entretanto Adams (1991), ao estudar

parâmetros de pH em diversos vegetais, considerou que faixas de pH

compreendidas entre 5 e 6,5 são adequadas para a manutenção da

qualidade dos vegetais.

Medeiros (2009), ao avaliar o comportamento do pH em raízes de

mandioca minimamente processadas, observou que ocorreu um ligeiro

aumento do pH em todos os seus tratamentos. Resultados semelhantes

também foram observados por Oliveira; Pantaroto e Cereda (2003), Alves et

al. (2005) e Pedroso (2005). Tal comportamento pode ser devido ao consumo

dos ácidos orgânicos no processo respiratório, uma vez que esses são os

substratos mais prontamente disponíveis para o processo respiratório

(CHITARRA; CHITARRA, 2007)

2.3.2.4 Tempo de cozimento

A utilização culinária de raízes in natura de mandioca é realizada nos

locais onde há produção de mandioca no mundo. Tal utilização se dá na

forma de raízes cozidas, fritas e nos mais diversos preparos culinários. A

mandioca para uso culinário é comercializada na forma in natura, congelada,

pré-cozida e na forma minimamente processada (OLIVEIRA et al., 2005).

A mandioca por ser considerada uma cultura de ciclo longo (6 a 24

meses), pode ter as suas raízes colhidas em épocas diferentes, entretanto as

variedades de mandioca de mesa devem ser colhidas entre 6 a 12 meses

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após o plantio, quando as suas raízes possuem menos fibras e apresentam

maior qualidade em relação à cocção (FENIMAN, 2004; PONTE, 2008).

A qualidade culinária de raízes de mandioca é bastante instável e

variável, sendo tais características devido a diversos fatores inerentes à

cultura da mandioca, tais como: clima, solos, variedade e época de colheita.

A qualidade culinária é relacionada às seguintes variáveis: a massa cozida, a

textura, plasticidade e a pegajosidade. Entretanto todas estas características

são associadas ao tempo de cozimento das raízes, de forma que, quanto

menor for o tempo de cozimento, maior será a qualidade da massa cozida

(LORENZI, 1994). Durante a cocção das raízes, no momento em que a água

atinge a temperatura de ebulição, ocorre a precipitação do cálcio presente na

lamela média dos amiloplastos, que permite, então, uma mudança textural

na polpa das raízes. O ponto ideal de cozimento da mandioca ocorre quando

a massa de sua polpa for amassada até o ponto de purê, de modo que o purê

deve apresentar-se como uma massa moldável e plástica (NORMANHA,

1988). O tempo demandado para a cocção das raízes deve ser considerado

um dos fatores primários para a seleção de cultivares de mandioca de mesa,

sendo selecionadas as que obtiverem o menor tempo de cozimento. Para

considerar uma variedade de mandioca de mesa boa em relação ao seu

tempo de cozimento, essa deve ser considerada cozida no máximo entre 15-

30 minutos (FIALHO et al., 2002).

Muitos processos ligados ao cozimento das raízes de mandioca ainda

não foram completamente estudados, necessitando, assim, de maiores

estudos sobre a cocção nas mais diversas variedades existentes. Em estudo

realizado por Favaro (2003), constatou-se diferença no tempo de cocção

entre variedades e épocas de colheita, entretanto o tempo de cocção foi

menor nas raízes de épocas de colheita mais precoces.

A consolidação do mercado de mandioca de mesa depende de

variedades que possuam certas características: boa qualidade culinária,

baixo teor de HCN e resistência à deterioração fisiológica e microbiológica

pós-colheita (BORGES; FUKUDA; ROSSETTI, 2002).

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32

2.3.3 Legislação para minimamente processados

Em portaria publicada em 2009, o governo do Distrito Federal passou a

regulamentar e a estabelecer normas técnicas e parâmetros para o controle

higiênico sanitário da cadeia produtiva dos Produtos de Origem Vegetal,

minimamente processados. Por ser a primeira legislação específica para

produtos minimamente processados, essa deve ser tomada como base em

outras unidades federativas, a fim de se estabelecer uma legislação nacional,

promovendo, assim, melhorias na cadeia produtiva e comercial de produtos

minimamente processados.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não possui

regulamentação ou legislação vigente para a normatização do comércio de

raízes de mandioca in natura, porém pode-se encontrar, na literatura

específica, algumas recomendações acerca de características e parâmetros

de qualidade, tais como: utilizar variedades de mandioca com grande

capacidade de produção, aliada a raízes uniformes, sem cintura e com

facilidade de descascamento, com prolongado tempo de prateleira, boa

cocção, com pouco tecido fibroso e com baixos teores de HCN (KOBLITZ,

2011).

A Comunidade Europeia possui uma dura legislação em relação a

parâmetros de produção, de qualidade e de comercialização para alimentos

minimamente processados. Para exportar alimentos minimamente

processados para a comunidade europeia, são exigidos certificados de

fitossanidade, certificado de origem com rastreabilidade em toda a cadeia de

produção (transporte, distribuição e comercialização), seguir os critérios

higiênicos estabelecidos para produção, manipulação e processamento,

análises de metais pesados e certificado de não utilização de qualquer

agrotóxico banido na comunidade europeia (GRAFFHAM, 2006).

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33

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização morfoagronômica

O ensaio foi realizado no período de outubro de 2011 a agosto de

2012, em área experimental do Instituto de Ciências Agrárias da

Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes Claros-MG.

“O município de Montes Claros está situado a 625 metros de altitude,

nas seguintes coordenadas geográficas: 16º40’35.96” latitude sul e

43º50’52.51” longitude oeste. Conforme a classificação de Köppen, o clima é

do tipo Aw, tido como tropical de savana, com inverno seco e verão chuvoso,

a pluviosidade média anual é de 1100 mm. As médias mensais de

temperatura e precipitações durante o período do ensaio são apresentadas

no GRAF. 1.

GRÁFICO 1- Precipitação mensal (mm) e médias de temperatura (ºC)

durante o período de outubro de 2011 a agosto de 2012.

Fonte: Do autor

Antes do preparo do solo, realizou-se a amostragem na camada de 0 a

20 cm do solo da área do ensaio. Os resultados são apresentados na TAB. 1.

O preparo do solo foi feito por meio de uma aração, de gradagem e, em

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34

seguida, foi feita a abertura de sulcos, com sulcador tracionado a trator. O

espaçamento entre sulcos foi de um metro.

TABELA 1

Características físicas e químicas do solo da área experimental

Características Amostra

pH em água 7,9

P disponível (mg dm-3)1 260,00

K disponível (mg dm-3)1 546

Ca (cmolcdm-3)2 9,60

Mg (cmolc dm-3)2 3,60

Al (cmolcdm-3)1 0,00

H+Al (cmolcdm-3)3 0,77

SB (cmolcdm-3)3 14,60

t (cmolcdm-3)3 14,60

m (%) 0,00

T (cmolcdm-3)3 15,37

V (%) 95

Mat. Orgânica (dag kg-1) 7,13

Areia grossa (dag kg-1) 5,90

Areia fina (dag kg-1) 36,10

Silte (dag kg-1)4 34,00

Argila (dag kg-1)4 24,00

Notas: 1- Extrator Mehlic-1 (DEFELIPO; RIBEIRO, 1981). 2- Extrator KCL 1mol/L (DEFELIPO; RIBEIRO, 1981). 3- Extraído com acetato de cálcio 1 N, pH 7,0. 4- Método da pipeta, após dispersão com NaHO 1mol/ L (EMBRAPA, 1979).

Fonte: Do autor

As manivas (material de plantio) foram coletadas do terço médio das

plantas e cortadas com comprimento de 20 cm, apresentando cinco a sete

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gemas, sendo plantadas horizontalmente nos sulcos a 10 cm de

profundidade. Para a adubação, foram aplicados 2 kg por metro linear de

esterco de curral curtido, o equivalente a 20 toneladas por hectare. Para a

parte agronômica do ensaio, as variedades foram cultivadas no espaçamento

1,00 x 0,50 metros, totalizando uma densidade de 20.000 plantas/ ha.

O delineamento utilizado foi em Blocos Completos ao Acaso, com

quatro repetições. O ensaio foi constituído por 24 parcelas experimentais. A

parcela experimental foi constituída de quatro fileiras com seis plantas cada.

A parcela útil foi composta pelas oito plantas centrais, onde, em quatro

plantas, foi feita a caracterização morfológica e agronômica das plantas. Os

tratamentos consistiram de seis variedades de mandioca: Amarelinha,

Amarela, Cacau, Sabará, Vassourinha e Asst E.N. As variedades avaliadas

no ensaio foram oriundas de três diferentes municípios da região norte de

Minas Gerais (QUADRO 1).

QUADRO 1

Locais de coleta das manivas de seis variedades de mandioca

VARIEDADE LOCAL DE COLETA

Vassourinha ICA – Montes Claros

Amarelinha Faz. Riacho – Claro dos Poções

Amarela Assentamento São Francisco II – São Francisco

Cacau Faz. Riacho – Claro dos Poções

Asst E.N Assentamento Estrela do Norte – Montes Claros

Sabará Faz. Riacho – Claro dos Poções

Fonte: Do autor

Durante o período em que o ensaio foi conduzido, o controle das

plantas daninhas foi feito por meio de capina manual, sendo então realizadas

duas capinas, uma aos 30 dias após o plantio e a outra, aos 60 dias.

Foram realizadas irrigações durante períodos de estiagem

prolongados, como o que ocorreu no mês de fevereiro de 2012, onde a

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precipitação acumulada não passou dos 10 mm de chuva. O uso da irrigação

também ocorreu de maneira suplementar ao regime de chuvas durante os

meses de março de 2012 até meados de maio de 2012. A suspensão da

irrigação foi feita visando estimular as plantas a acumularem mais reservas

em suas raízes tuberosas.

3.1.1 Características avaliadas

3.1.1.1 Avaliação agronômica

Em agosto de 2012 (décimo mês após o plantio), no momento da

colheita, as seguintes características agronômicas foram avaliadas:

1º Índice de colheita – onde se obtém a relação entre a massa das

raízes e a massa total da planta sem as cepas. Usou-se a seguinte fórmula:

2º Produtividade de raízes, obtida por meio da pesagem das raízes

tuberosas de quatro plantas centrais da parcela experimental. O valor médio

foi expresso em t.ha-1.

Os dados foram analisados estatisticamente pelo teste F(p<0,05) e

pelo teste Tukey (p<0,05), com o auxílio do programa estatístico SAEG.

3.1.1.2 Avaliação da divergência genética

Os caracteres morfológicos e agronômicos são classificados por meio

de um conjunto de descritores para a caracterização da mandioca. Os dados

referentes aos descritores foram coletados em duas épocas, uma vez que a

caracterização morfológica de pecíolos e folhas realiza-se com as plantas

com 6 a 8 meses após o plantio e a caracterização de caule e raízes deve ser

feita próxima ou no momento da colheita (FUKUDA; GUEVARA 1998).

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Nesta pesquisa, foram avaliados treze descritores mínimos, doze

principais, nove secundários e nove agronômicos preliminares.

Descritores mínimos: cor da folha apical, pubescência do broto

apical, forma do lóbulo central, cor do pecíolo, cor do córtex do caule, cor

externa do caule, comprimento da filotaxia, presença de pedúnculo nas

raízes, cor externa da raiz, cor do córtex da raiz, cor da polpa da raiz, textura

da epiderme da raiz e floração.

Descritores principais: cor da folha desenvolvida, número de lóbulos,

comprimento do lóbulo, largura do lóbulo, relação comprimento/largura do

lóbulo central, comprimento do pecíolo, cor da epiderme do caule, hábito de

crescimento de caule, cor dos ramos terminais nas plantas adultas, altura da

planta, altura da primeira ramificação e constrições da raiz.

Descritores secundários: cor da nervura, posição do pecíolo,

proeminência das cicatrizes foliares, comprimento das estípulas, margem das

estípulas, hábito de ramificação, sinuosidade do lóbulo foliar, forma da raiz e

tipo de planta.

Descritores agronômicos preliminares: peso da parte aérea da

planta, número de estacas comerciais por planta, comprimento médio da raiz,

destaque da película da raiz, destaque do córtex da raiz, posição das raízes,

número de raízes por planta e peso médio de raízes por planta.

A divergência genética entre as variedades de mandioca utilizadas

neste ensaio foi avaliada utilizando-se a análise estatística multivariada. Os

dados referentes aos descritores morfológicos qualitativos e quantitativos

foram analisados via medidas de dissimilaridade por meio de variáveis

quantitativas (caracteres quantitativos) multicategóricas – classes (caracteres

qualitativos) (CRUZ, 2006).

A matriz de dissimilaridade de cada categoria foi gerada e utilizada

para a aplicação do método de agrupamento de Tocher. As análises foram

feitas, utilizando-se o software estatístico GENES.

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38 3.1.1.3 Fotossíntese

A taxa de fotossíntese liquida, taxa transpiratória e condutância

estomática, foi determinada nas folhas do dossel superior das plantas,

quando essas completaram nove meses após o plantio, mediante o uso do

IRGA Li- 6400, com uma câmara de medição para folhas largas, acoplada ao

equipamento. O aparelho foi calibrado para uma concentração de carbono de

referência de 380 µmol (CO2) mol-1, e intensidade luminosa de 1.200 µmol m-

2 s-1. As avaliações foram feitas sempre entre 8:30 e 11:30 da manhã. Os

dados de fotossíntese líquida, taxa de transpiração e condutância estomática

encontrados foram submetidos a testes de homogeneidade e normalidade, e

posteriormente à análise de variância e ao teste de Scott-Knott (p<0,05) e à

correlação de Pearson (p<0,10). Na correlação de Pearson, os dados foram

correlacionados com os dados de produtividade de raízes em t ha-1.

3.2 Ensaio para processamento mínimo

Este ensaio foi realizado nos Laboratórios de Olericultura e Tecnologia

de Alimentos do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG. As raízes de

mandioca das variedades cultivadas foram colhidas em plantas na parcela

útil. As raízes foram levadas até o Laboratório de Olericultura, para que

fossem lavadas para a remoção de sujidades. Após a lavagem,

acondicionaram-se as raízes em caixas plásticas e, em seguida, essas foram

levadas para o Laboratório de Tecnologia de alimentos, onde se efetuaram

todas as etapas do processamento mínimo, conforme a FIG. 1.

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FIGURA 1- Fluxograma das etapas para o processamento mínimo das raízes de mandioca

Fonte: Do autor

A etapa de sanitização foi realizada por meio da imersão das raízes,

por dez minutos, em solução clorada de 0,5% do principio ativo

Dicloroisocianurato de sódio 4,02(±0,2%). A etapa de enxague foi realizada

para eliminar o excesso do agente sanitizante. O processo de centrifugação

teve o intuito de retirar o excesso de água do enxágue, evitando posteriores

acúmulos na embalagem. Para compor as amostras, pesaram-se 1000g de

raízes, que foram acondicionadas em embalagens de poliolefina

multicamadas para vácuo (18x28 cm, 16µ) e, posteriormente, seladas em

uma seladora de câmara a vácuo, marca Selovac, modelo 200B. Depois de

embaladas e seladas, as amostras foram acondicionadas em câmara fria em

temperatura de 7ºC.

As amostras das raízes minimamente processadas das seis

variedades de mandioca foram submetidas a seis períodos de

armazenamento: 0, 3, 6, 9, 12 e 15 dias, no delineamento inteiramente

casualizado, no esquema fatorial (6x6) com duas repetições.

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Em todas as características avaliadas (exceto o de rendimento de

processamento) os dados obtidos foram tabulados e submetidos a testes de

normalidade e homogeneidade e, somente depois de verificados esses

testes, é que se procederam à análise de variância e à análise de regressão.

3.2.1 Características físico-químicas avaliadas

Rendimento de processamento: O rendimento foi avaliado por meio

da relação entre a massa das raízes lavadas e prontas para o

processamento, com o peso final das raízes já minimamente processadas.

Foram pesados dezoito quilogramas de raízes lavadas e prontas para

o processamento de todas as variedades.

Umidade: a determinação da umidade das amostras foi feita de acordo

com a metodologia proposta por Oliveira (2010).

pH: a determinação do pH das amostras foi feita de acordo com a

metodologia proposta por Oliveira (2010).

Tempo de cozimento: para realizar as determinações, utilizou-se um

aparelho Mattson, com adaptações no modelo proposto por Feniman (2004),

conforme FIG. 2 A.

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FIGURA 2 – Vistas aparelho de Mattson adaptado:

A - Aparelho de Mattson adaptado Feniman, (2004). B - Aparelho de Mattson adaptado para os testes de cocção. C - Vista da água em ebulição cobrindo os cubos de mandioca. D – Vista superior do aparelho de Mattson modificado, demonstrando o

sistema de varetas.

Fonte: Do autor

As amostras submetidas ao aparelho para o teste de cocção foram

previamente padronizadas em formato de cubo, com 3,0 x 3,0 x 3,0 cm. Em

cada repetição por tratamento, foram utilizados dezesseis cubos de mandioca

padronizados, uma vez que o aparelho de Mattson modificado possuía

dezesseis células de cozimento. Cada vareta utilizada no teste apresentava o

peso de 95g e a sua ponta foi posicionada no centro de cada cubo.

Para dar inicio ao teste de cocção, procedeu-se à imersão do aparelho

em recipiente de alumínio, com água destilada em ebulição (FIG. 2 B). O

nível de água dentro do recipiente sempre esteve acima dos cubos de

mandioca durante todo o teste de cocção (FIG. 2 C). O tempo de cocção de

cada variedade estudada foi determinado quando 13 (80% mais uma vareta)

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das 16 varetas penetrassem nos cubos e tocassem a parte superior do

aparelho de Mattson modificado (FIG. 2 D).

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43 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Caracterização Morfoagronômica

4.1.1 Avaliação agronômica

O fator variedade influenciou, significativamente, a produtividade de

raízes e, para o índice de colheita, não houve influência significativa. A média

de produtividade da variedade Vassourinha foi superior entre todas as

variedades, entretanto não diferiu estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05)

das variedades Asst. E.N, Sabará e Amarela, que, por sua vez, não diferiram

estatisticamente das variedades Cacau e Amarelinha, que obtiveram

produtividades estatisticamente iguais (TAB. 2).

TABELA 2

Médias de produtividade (t.ha-1) e peso de raízes (kg) de variedades de mandioca

Variedades Produtividade t.ha-1 Peso raízes planta Kg

Vassourinha 79,23 a 3,96 a

Amarelinha 43,07 b 2,15 b

Amarela 48,49 ab 2,42 ab

Cacau 38,18 b 1,90 b

Asst E.N 59,04 ab 2,94 ab

Sabará 55,74 ab 2,78 ab

CV(%) 27,59 27,63

Nota: Médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05).

Fonte: Do autor

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Vale destacar que as menores médias de produtividade no ensaio

foram obtidas pelas variedades Cacau (38,18 t.ha-1) e Amarelinha (43,07

t.ha-1, e a maior, pela variedade Vassourinha (79,23 t.ha-1). Ao comparar as

médias de produtividade de todas as variedades do ensaio com as médias

nacional (13,72 t.ha-1) e mundial (12,40 t.ha-1), observa-se que essas são

produtividades consideradas elevadas e expressivas, pelo fato da colheita ter

sido aos dez meses, considerada precoce para a cultura da mandioca.

Mota (2009), ao avaliar as variedades de mandioca: Sabará,

Amarelinha, Olho Roxo e Periquita, em Janaúba, também localizada na

região Norte de Minas Gerais, obteve uma colheita precoce e produtividades

elevadas para a cultura da mandioca. O mandiocal foi adubado, recebeu

irrigações periódicas durante a sua condução e a colheita ocorreu aos oito

meses após o plantio, de maneira que todas as variedades avaliadas

apresentaram produtividades elevadas mesmo quando colhidas de maneira

precoce. Esses resultados estão em concordância com os resultados

apresentados neste experimento, onde todas as variedades também

apresentaram produtividades consideradas elevadas, com colheita precoce.

Produtividades obtidas por Mota (2009), para as variedades Sabará e

Amarelinha, apresentaram produtividades de 59,99 t.ha-1 e 59,55 t.ha-1,

respectivamente, produtividades maiores, porém semelhantes às obtidas

neste ensaio com as mesmas variedades.

As produtividades elevadas no ensaio podem ser justificadas pela

adoção de um conjunto de práticas culturais adequadas recomendadas

(stand adequado, adubação e irrigação) para a cultura da mandioca e pela

escolha de variedades já cultivadas na região Norte de Minas Gerais. A

fertilidade do solo onde o ensaio foi conduzido deve ser considerada outro

fator para justificar altas produtividades, uma vez que, de acordo com a

CFSEMG (1999), a fertilidade do solo da área do ensaio pode ser classificada

como alta. As altas produtividades alcançadas no ensaio confirmam as

observações feitas por Albuquerque et al. (2008), ao afirmarem que, por

meio do uso de variedades adaptadas e adoção de práticas culturais

adequadas, pode-se obter produtividades de até 80 t.ha-1 , para a cultura da

mandioca.

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O adensamento no espaçamento de plantio é outro fator que pode

justificar o elevado rendimento na produtividade de todas as variedades

avaliadas no ensaio. Oliveira e Moraes (2009), avaliando a produtividade da

cultivar IAC 576-70, obtiveram uma produtividade média de 4,36 (43,6 t.ha-1)

a 5,88 (58,8t.ha-1) kg de raízes em plantas entre o 9º e 12º mês de idade,

com um stand de 10.000 plantas por hectare. A variedade Vassourinha

mesmo produzindo 3,96 kg de raízes por planta (TAB. 3) obteve

produtividade de 79,23t.ha-1 com um stand de 20.000 plantas por hectare,

comparativamente uma produtividade muito superior à cultivar IAC 576-70,

colhida aos noves meses de idade. Devide et al. (2009), avaliando a cultivar

IAC 576-70 em sistema orgânico de produção, obtiveram média de

produtividade de 33,32 t.ha-1 com a colheita realizada aos oito meses de

cultivo. Esses autores admitem que, em solo fértil, aliado ao uso de irrigação

suplementar, pode-se obter colheitas precoces com elevadas produtividades.

Os resultados deste ensaio e de outros citados neste trabalho

confirmam que o uso de práticas culturais adequadas para a cultura da

mandioca garante colheitas elevadas e precoces, tornando mais viável e

rentável ao produtor rural o cultivo da mandioca.

4.1.2 Divergência genética

Os dados referentes aos descritores morfoagronômicos qualitativos e

quantitativos das variedades são listados nos APÊNDICES D e F. Por meio

da análise de agrupamento com o método de Otimização de Tocher, foi

observada formação de três grupos distintos, tanto para avaliação de

descritores morfológicos qualitativos, quanto quantitativos (TAB. 3 e 4).

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TABELA 3

Agrupamento gerado pelo método de Otimização de Tocher com base na dissimilaridade entre seis variedades de mandioca, por meio de 31

descritores morfológicos qualitativos.

GRUPO VARIEDADE

I

II

III

Vassourinha Cacau Amarela Asst E.N

Sabará

Amarelinha

Fonte: Do autor

TABELA 4

Agrupamento gerado pelo método de Otimização de Tocher com base na dissimilaridade entre seis variedades de mandioca, por meio de 11

descritores morfológicos quantitativos.

GRUPO VARIEDADE

I Amarela Asst E.N

II Vassourinha Amarelinha Sabará

III Cacau

Fonte: Do autor

A avaliação da diversidade por meio de descritores quantitativos e

qualitativos se mostrou parcialmente concordante quanto ao agrupamento

gerado pelo método de Otimização de Tocher, uma vez que a variedade

Amarela e Asst E.N foram agrupadas no grupo I, tanto para avaliação dos

descritores qualitativos e quantitativos. Bento et al. (2007) obtiveram

resultado semelhante, ao avaliarem a divergência fenotípica entre 29 acesso

de pimenta, por meio de descritores qualitativos e quantitativos, utilizando

como um dos métodos de agrupamento o de Otimização de Tocher, uma vez

que esse método se mostrou o mais concordante entre os utilizados.

O método de agrupamento de Tocher considera a homogeneidade

dentro do grupo e heterogeneidade entre grupos. A formação de grupos

representa uma informação crucial para a escolha de genitores para

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cruzamento em programas de melhoramento genético, uma vez que os

progenitores a serem envolvidos devem ser selecionados com base nas

distâncias genéticas e no potencial dos genitores (BERTAN et al., 2006).

A variedade Amarela e Asst E.N demostram ser mais similares

geneticamente, pois foram agrupadas no mesmo grupo, na avaliação de

descritores quantitativos e qualitativos. Como o método de agrupamento de

Tocher considera a homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre

os grupos, as variedades Amarela e Asst E.N podem ser úteis para o

cruzamento com Sabará e Amarelinha, que não foram agrupadas

conjuntamente. De acordo com Zuin et al. (2009), o cruzamento realizado

com genótipos com maior grau de divergência aumenta a probabilidade de se

obter híbridos superiores.

A divergência existente entre o agrupamento dos descritores

qualitativos e quantitativos é devido em parte, pelo fato de que esses são

diferentemente influenciados pelo ambiente, os descritores quantitativos

sofrem muita interferência do ambiente, enquanto que os descritores

qualitativos são menos influenciados pelo ambiente. Tal manifestação ocorre

porque cada gene é influenciado pelo ambiente e, comparativamente, são

muitos os genes ligados a fatores quantitativos e poucos a fatores

qualitativos.

4.1.3 Fotossíntese

A variedade influenciou, significativamente, a taxa de fotossíntese

liquida, taxa transpiratória e condutância estomática. A variedade

Vassourinha obteve a maior média para taxa de fotossíntese líquida e

menores médias para a taxa transpiratória e a condutância estomática. A

variedade Amarelinha obteve a menor média para taxa de fotossíntese

líquida juntamente com as variedades Amarela e Sabará, as maiores médias

de condutância estomática (TAB. 5).

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TABELA 5

Médias de fotossíntese líquida (A), taxa transpiratória (E) e condutância estomática (gs) de folhas do dossel superior de seis variedades de mandioca

VARIEDADE

MÉDIAS

A (µmol CO2 m-

2s-1)

E (µmol H2O m-

2s-1) gs (mol m-2s-1)

Vassourinha 20,1610 a 1,6230 d 0,1010 b

Amarelinha 6,6930 d 3,1390 b 0,2460 a

Amarela 11,4950 c 3,5250 b 0,2050 a

Cacau 15,1010 b 3,6950 b 0,1550 b

AsstE.N 12,0390 c 2,5400 c 0,1650 b

Sabará 11,6530 c 4,3270 a 0,2960 a

CV(%) 37,89 28,84 46,04

Nota: Médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente entre si pelo teste Scott Knott (p<0,05).

Fonte: Do autor

A variedade Vassourinha foi a única que apresentou atividade

fotossintética dentro da faixa de 20 a 30µmol CO2 m-2 s-1, proposta por El

Sharkawy, Cock e Porto (1989), para a cultura da mandioca, enquanto todas

as demais ficaram abaixo dessa faixa, valendo ressaltar que tal faixa foi

definida em condições ambientais ótimas. Segundo esses autores, condições

climáticas e fatores fisiológicos da planta devem ser ideais para que esse

potencial seja atingido a nível de campo. Entretanto, a faixa indicada por Cury

(2008), de 13 - 18 µmol CO2 m-2 s-1, se adequa melhor às taxas encontradas

em condições de campo.

A abertura dos estômatos influencia, diretamente, a condutância

estomática (gs), que se associa à difusão de dióxido de carbono (CO2). Em

todas as variedades, a taxa de fotossíntese liquida aumenta, à medida que a

condutância estomática diminui. Em experimento realizado com três grupos

de mandioca pó El-Sharkawy, Cock e Porto (1989), em dois grupos, não

houve correlação entre a taxa de fotossíntese e a condutância estomática,

uma vez que, para esses autores, tal comportamento é devido a diferenças

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49

anatômicas e bioquímicas entre as variedades, e não somente à taxa

transpiratória.

O mecanismo de concentração de CO2 pode permitir taxas

fotossintéticas altas, com baixas concentrações internas de CO2 na folha e

taxas menores de condutância estomática. Por meio do uso desses

mecanismos, plantas C4 conseguem ser mais eficientes no uso da água

(TAIZ; ZEIGER, 2006).

Dentre as variáveis taxa de fotossíntese líquida/produtividade de raízes

e taxa transpiratória/condutância estomática, constatou-se correlação

significativa (TAB. 6). Em estudos realizados por El-Sharkawy et al. (1990) e

El-Sharkawy, Cock e Porto (1989) houve correlação significativa entre a

produtividade de raízes de mandioca e a taxa de fotossíntese líquida, uma

vez que produção de fitomassa pode depender, diretamente, da capacidade

fotossintética .A mandioca possui uma grande capacidade de acúmulo de

matéria seca em relação à produção de folhas e, além disso, as folhas

permanecem mais tempo fossinteticamente ativas, evitando novos gastos de

energia para a recomposição foliar (CURY, 2008).

TABELA 6

Correlação entre produtividade de raízes (t.ha-1) e: taxa de fotossíntese líquida (A) taxa transpiratória (E) e condutância estomática (gs).

Variáveis Correlação T Significância

A Produtividade 0.7229 2.0923 0.0523***

E Produtividade -0.5596 -1.3506 0.1241NS

Gs Produtividade -0.2408 -0.4963 0.3229NS

A E -0.4788 -1.0908 0.1683NS

A Gs -0.5674 -1.3782 0.1201NS

E Gs 0.8217 2.8832 0.0224*

Notas: *** Significativo ao nível de 10% de probabilidade. * Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. NS Não significativo.

Fonte: Do autor

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50

A correlação significativa entre a taxa transpiratória e condutância

estomática pode ser explicada pelo fato de que o uso de irrigação no cultivo

permitiu que as plantas mantivessem os seus estômatos abertos por mais

tempo, aumentando, assim, a taxa transpiratória.

4.2 Processamento mínimo de raízes de mandioca

4.2.1 Rendimento

O rendimento ao final do processamento foi muito semelhante para as

variedades Vassourinha, Amarelinha, Amarela e Sabará. O menor valor de

rendimento foi de 72,06% para a variedade Amarelinha e o maior, de 75,44%

para a variedade Sabará. Para as variedades Cacau e Asst E.N, o

rendimento, ao final do processamento, foi discrepante em relação às outras

variedades. A variedade Cacau apresentou menor rendimento com apenas

56,17% enquanto a variedade Asst E.N apresentou maior valor de

rendimento com 80,00% (TAB. 7). Todas as variedades avaliadas, exceto a

variedade Cacau, apresentaram rendimento ao final do processamento maior

que 70.00%, indicando, assim, um potencial prévio para utilização das raízes

destas variedades minimamente processadas.

TABELA 7

Parâmetros utilizados para a determinação do rendimento (%) de raízes minimamente processadas de seis variedades de mandioca, peso inicial (kg),

peso final (kg)

Variedade Vassouri-

nha Amarelinha Amarela

Caca

u

Asst

E.N Sabará

Peso inicial 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00

Peso final 13,45 12,97 13,51 10,11 14,40 13,58

Rendimento 74,72 72,06 75,06 56,17 80,00 75,44

Fonte: Do autor

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Medeiros (2009), avaliando a variedade de mandioca Cacauzinha,

obteve 66,00% de rendimento de raízes minimamente processadas, valor

acima apenas da variedade Cacau, com 56,17%. Esse autor considera esse

rendimento adequado, uma vez que o processamento mínimo da mandioca

gera uma quantidade elevada de resíduos. Medeiros et al. (2006) estudando

o rendimento de processamento de algumas hortaliças, verificaram que

hortaliças como repolho, couve e cenoura apresentam rendimento na faixa de

50 a 70%, variando de acordo com a hortaliça e com o tipo de

processamento.

4.2.2 Umidade

O fator variedade e a interação variedade x período não influenciaram,

significativamente, a umidade; apenas o fator período influenciou

significativamente. Durante o período de armazenamento (0, 3, 6, 9, 12,15

dias), verificou-se diminuição exponencial no teor de umidade (GRAF. 2).

Verificou-se que a umidade diminuiu ao longo do período de

armazenamento, uma vez que as raízes de mandioca minimamente

processadas perdiam água, fato constatado pelo acumulo da água perdida

nas embalagens. A perda de água durante o armazenamento pode ser

considerada como perda de matéria fresca.

Oliveira; Pantaroto e Cereda (2003), avaliando diferentes tipos de

embalagem para o armazenamento de raízes de mandioca minimamente

processadas, também constataram que houve perda de matéria fresca, ao

longo do período de armazenamento.

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GRÁFICO 2 - Teor de umidade de raízes de mandioca minimamente processadas ao longo do período de armazenamento a 7ºC

Notas: ** Significativo a 1% pelo teste t. Significativo a 5% pelo teste t.

Fonte: Do autor

De acordo com Alves et al. (2008), a perda de umidade em raízes de

mandioca é considerada um dos principais problemas pós-colheita. Para

Alves et al. (2005) o teor de água das raízes de mandioca representa um

importante fator na conservação dessas, uma vez que, quanto maior o teor

de água nas raízes, menor é a deterioração fisiológica pós-colheita.

A perda de umidade ao longo do período de armazenamento foi de

2,79%, valor semelhante ao encontrado por Medeiros (2009) que, observou

2,8% como perda máxima de matéria fresca em raízes de mandioca

minimamente processadas. De acordo com Chitarra e Chitarra (2007), perdas

de até 3% de matéria fresca não são prejudiciais à qualidade do alimento,

entretanto perdas maiores podem tornar o produto murcho e/ou ressecado,

influenciando, diretamente, a sua aparência e a textura.

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A embalagem de poliolefina multicamadas para vácuo mostrou ser

eficiente no controle da perda de matéria fresca das raízes de mandioca

minimamente processadas, uma vez que as perdas de umidade estiveram

dentro dos padrões existentes na literatura.

4.2.3 pH

A variedade, período e a interação variedade x período influenciaram,

significativamente, o pH das raízes de mandioca minimamente processadas.

No desdobramento da interação, observaram-se valores de pH

estatisticamente iguais até o décimo segundo dia de armazenamento para

todas as variedades, ao passo que, no décimo quinto dia de armazenamento,

houve diferença estatística entre os valores de pH. Observou-se diferença

estatística no decimo quinto dia de armazenamento apenas entre as raízes

minimamente processadas das variedades Cacau e Amarela (TAB. 8).

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TABELA 8

Médias de pH de raízes de mandioca minimamente processadas, armazenadas a 7ºC

Nota: Médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05).

Fonte: Do autor

Os valores de pH das raízes de mandioca minimamente processadas

de todas as variedades variaram de 6,62 a 6,84 para o primeiro dia de

armazenamento e de 6,57 a 6,97, para o último dia. Esses valores estão

próximos à faixa de 5,0 a 6,5, considerada por Adams (1991), como o

intervalo de pH adequado para a conservação de produtos de origem vegetal.

Observou-se, na variedade Cacau, no início do período de

armazenamento, uma diminuição do pH até o sétimo dia, a partir de onde

houve uma tendência de aumento do pH até o último dia do período de

armazenamento (GRAF. 3). Para as demais variedades, o pH, durante o

período de armazenamento, se manteve constante.

Alves et al. (2005), avaliando três tipos de embalagem para raízes de

mandioca minimamente processadas, observaram que as raízes

VARIEDADES PERÍODO (DIAS)

0 3 6 9 12 15

Vassourinha 6,81 a 6,71 a 6,73 a 6,69 a 6,54 a 6,78 abc

Amarelinha 6,70 a 6,63 a 6,67 a 6,75 a 6,63 a 6,85 ab

Amarela 6,66 a 6,74 a 6,64 a 6,53 a 6,61 a 6,57 c

Cacau 6,83 a 6,83 a 6,75 a 6,64 a 6,75 a 6,97 a

Asst E.N 6,84 a 6,67 a 6,69 a 6,72 a 6,56 a 6,72 bc

Sabará 6,62 a 6,79 a 6,71 a 6,68 a 6,74 a 6,89 ab

CV (%) 1,16

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55

armazenadas em embalagens a vácuo e refrigeradas a 7ºC não

apresentaram variação no pH durante 24 dias do período de armazenamento.

O fato do pH de todas as variedades, exceto Cacau, ter sido constante

durante todo o período de armazenamento demonstra que o armazenamento

refrigerado e a vácuo é eficiente no controle da respiração, uma vez que não

houve variações significativas no pH das raízes minimamente processadas.

O aumento do pH em alimentos minimamente processados também foi

observado por Medeiros (2009), Pedroso (2005), Rinaldi; Benedetti; Calore

(2005), Oliveira; Pantaroto e Cereda (2003) e Bezerra et al. (2002).

GRÁFICO 3- Valores de pH durante o armazenamento de raízes de mandioca minimamente processadas a 7ºC

Notas: ** Significativo a 1% pelo teste t. Significativo a 5% pelo teste t.

Fonte: Do autor

De acordo com Chitarra e Chitarra (2007), Bezerra et al. (2002) e

Roura; Davidovich; Del Valle (2000), o aumento do pH em produtos

minimamente processados pode ser devido ao intenso processo respiratório

induzido pelas injúrias provocadas durante o processamento. O processo

respiratório consome ácidos orgânicos, uma vez que esses são substratos

mais facilmente disponíveis para a realização da respiração. Uma vez

consumidos os ácidos orgânicos, ocorre a elevação do pH.

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56

O fato de a variedade Cacau ter sofrido uma leve redução do pH e,

posteriormente, apresentado elevação no pH, está em concordância com

resultados obtidos por Alves et al. (2005). Para esses autores, esse

comportamento pode ocorrer em virtude de processos fermentativos, que

levam ao acúmulo de ácidos orgânicos. Com o aumento do nível de ácidos

orgânicos, os processos fermentativos são inibidos por processos

respiratórios que consomem ácidos orgânicos, resultando, assim, no

aumento do pH.

O pH é um importante indicador para a avaliações químicas e

biológicas em alimentos, devendo ser sempre um parâmetro para a

avaliação da qualidade de alimentos minimamente processados.

4.2.4 Tempo de cozimento

A variedade, o período e a interação variedade x período

influenciaram, significativamente, o tempo de cozimento das raízes de

mandioca minimamente processadas. No desdobramento da interação,

observou-se que as variedades Amarelinha e Amarela apresentaram valores

médios de tempo de cozimento estatisticamente iguais durante todo o

período de armazenamento. Essas também apresentaram os menores

valores médios para o tempo de cozimento em quase todos os períodos de

armazenamento (TAB. 9).

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TABELA 9

Valores médios do tempo (minutos) de cozimento de raízes de mandioca minimamente processadas, armazenadas a 7ºC

VARIEDADES PERÍODO (DIAS)

0 3 6 9 12 15

Vassourinha 8,29 ab 9,17 ab 7,62 ab 7,56 b 8,34 b 8,00 ab

Amarelinha 6,72 c 6,43 b 5,67 c 5,43 c 5,93 c 6,24 c

Amarela 6,30 c 6,43 b 6,05 c 5,44 c 6,65 c 5,86 c

Cacau 7,64 bc 6,30 b 7,79 ab 6,28 bc 6,99 bc 6,22 c

Asst E.N 7,74 c 7,32 b 6,50 bc 7,39 b 7,14 bc 7,08 bc

Sabará 9,15 a 9,94 a 8,58 a 9,52 a 11,55 a 9,29 a

CV (%) 6,64

Nota: Médias seguidas da mesma letra na coluna não se diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05).

Fonte: Do autor

As variedades Sabará e Vassourinha apresentaram valores médios

estatisticamente iguais para todos os períodos de armazenamento, exceto

para o 9º e 12º dia. Somente a variedade Sabará manteve estatisticamente

os maiores valores médios para o tempo de cozimento de raízes em todo o

período de armazenamento.

O cozimento de raízes de mandioca é afetado por diversos fatore. De

acordo com Feniman (2004), variações no tempo de cozimento de raízes de

mandioca ocorrem principalmente entre diferentes variedades. Para Alves et

al. (2008), variações no tempo de cozimento de raízes de mandioca podem

ocorrer em virtude de transformações na característica do amido durante o

período de armazenamento. Charoenkul et al. (2006), avaliando doze

variedades de mandioca, quanto à textura de suas raízes cozidas,

concluíram que a diferença entre a textura das raízes é devido a

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58

características físico-químicas, morfológicas e moleculares dos grãos de

amido.

De acordo com Oliveira e Moraes (2009), a época de colheita das

raízes de mandioca deve ser considerada outro importante fator que

influencia o tempo de cozimento. Os autores avaliaram o tempo de cozimento

de raízes de mandioca da cultivar IAC 576-70, desde raízes com idade de

seis meses até os doze meses, concluindo que a melhor época para a

colheita em relação ao tempo de cozimento das raízes ocorre aos dez meses

após o plantio.

Oliveira; Pantaroto e Cereda (2003) avaliaram o tempo de cozimento

de raízes de mandioca do cultivar IAC 576-70, colhidas aos onze meses de

idade, durante vinte e oito dias de armazenamento e obtiveram 9 minutos e

22 segundos como o tempo médio de cozimento. Esses dados são

concordantes com os observados neste trabalho tendo como o menor tempo

de cozimento 5 minutos e 43, segundo e o maior, com 11 minutos e 55

segundos.

Durante o período de armazenamento, houve variação significativa

para o tempo de cozimento das raízes de mandioca minimamente

processadas apenas na variedade Amarelinha (GRAF. 4). A variedade

amarelinha apresentou tendência de diminuição do tempo de cozimento, e

posteriormente apresentou aumento no tempo de cozimento, entretanto tal

variação no tempo de cozimento não apresentou grande expressividade,

conforme pode ser observado no GRAF. 4.

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GRÁFICO 4 - Tempo de cozimento de raízes de mandioca minimamente processadas durante o armazenamento a 7º C.

Notas: * Significativo a 5% pelo teste t. ** Significativo a 1% pelo teste t.

Fonte: Do autor

Favaro (2003), ao estudar diferentes variedades de mandioca, sugere

que variações no tempo de cozimento de raízes de mandioca podem estar

relacionadas a teores de minerais nas raízes das variedades com diferentes

tempos de cozimento, uma vez que as variedades que apresentaram o

menor tempo de cozimento possuíam baixos teores de cálcio. De acordo com

Feniman (2004), o calor resultante da água fervente durante o cozimento das

raízes de mandioca faz com que ocorra a precipitação do cálcio presente na

lamela média. Tal precipitação causa amolecimento das células amiláceas,

acarretando em modificações em sua textura.

A utilização de um cozedor tipo Mattson na determinação do tempo de

cozimento das raízes minimamente processadas das seis variedades de

mandioca permitiu realizar uma avaliação mais direta e objetiva em relação à

metodologia proposta por Fukuda; Silva e Borges (1988), onde as raízes

eram consideradas cozidas no momento em que podiam ser facilmente

penetradas e amassadas por um garfo.

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60

O tempo de cozimento é um importante fator na escolha de variedades

de mandioca tipo mesa, e este também dever ser utilizado na escolha de

variedades, cuja finalidade seja o processamento mínimo de suas raízes.

Em metodologias utilizadas por Alves et al. (2005) e Borges; Fukuda;

Rossetti, (2002), consideram-se de boa qualidade culinária raízes de

mandioca com tempo de cozimento inferior a 30 minutos em água fervente.

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5 CONCLUSÃO

A relação de todos os parâmetros avaliados neste ensaio permite

concluir que a variedade Vassourinha deve ser considerada mais adequada

para a produção de raízes minimamente processadas.

Tal variedade foi uma das mais produtivas, apresentou maior taxa

fotossintética e esteve dentro dos padrões adequados para os parâmetros

físico-químicos avaliados nas raízes minimamente processadas.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

TABELA 10 Resumo da ANOVA parâmetros agronômicos

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

IC PROD PRAIZ

Variedade 5 124.490ns 852,31* 2128964,00*

Bloco 3 81.038ns 121,95ns 305067,00NS

Resíduo 15 61.386 222,37 553972,10

Total 23

CV(%) 18,76 27,63 27,59

Notas: * Significativo a 5% pelo teste f NS Não Significativo Fonte: Do autor

APÊNDICE B

TABELA 11 Resumo da ANOVA processamento mínimo

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

pH UMID TC

Variedade 5 0,0365** 5,4369ns 23,1250**

Período 5 0,0390** 14,4866* 1,5232**

Var x Per 25 0,0125** 0,4785ns 0,7029**

Resíduo 36 0,0605 4,3079 0,2385

Total 71

CV(%) 1,16 4,98 6,64

** Significativo a 1% pelo teste f * Significativo a 5% pelo teste f NS Não Significativo Fonte: Do autor

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73

APÊNDICE C

TABELA 12

Resumo da ANOVA fotossíntese

FV GL QUADRADOS MÉDIOS

A E gs

Variedade 5 200,70** 9,05** 0,48** Resíduo 54 23,74 0,82 0,80

Total 59

CV (%) 37,89 28,84 46,04 Nota:** Significativo a 1% pelo teste f NS Não Significativo Fonte: Do autor

APÊNDICE D

TABELA 13 Descritores qualitativos-classes de seis variedades de mandioca (Montes

Claros - 2012). (Continua)

Descritores Qualitativos-

Classes

Variedades

Vassourinha Amarelinha Amarela Cacau Asst E.N

Sabará

Cor da folha apical.

Verde escuro Verde

arroxeado Verde claro

Verde claro

Verde Escuro

Verde arroxead

o

Pubescência do broto apical.

Presente Presente Presente Presente Prese

nte Presente

Forma do lóbulo

central.

Linear piramidal

Elíptica lanceolada

Lanceolada

Lanceolada

Elíptica

lanceolada

Elíptica lanceola

da

Cor do pecíolo.

Verde avermelhado

Vermelho Verde

amarelado

Vermelho

Verde avermelhado

Verde avermelh

ado

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74

APÊNDICE D

TABELA 13 Descritores qualitativos-classes de seis variedades de mandioca (Montes

Claros - 2012). (Continua)

Descritores Qualitativos-

Classes

Variedades

Vassourinha Amarelinha Amarela Cacau Asst E.N

Sabará

Cor do córtex do caule.

Amarelo Verde claro Verde claro

Verde claro

Verde escuro

Verde escuro

Cor externa do caule.

Verde amarelado

Prateado Cinza Dourado Pratea

do Cinza

Comprimento da filotaxia.

Curto (<8,00 cm)

Curto (<8,00 cm)

Médio (8,00-

15,00 cm)

Médio (8,00-15,00 cm)

Médio (8,00-15,00 cm)

Longo (>15,00

cm)

Presença de pedúnculo nas raízes.

Séssil Mixto Séssil Mixto Séssil Mixto

Cor externa da raiz.

Marrom claro Marrom escuro

Marrom escuro

Marrom escuro

Marrom

escuro

Marrom escuro

Cor do córtex da raiz.

Branco ou creme

Amarelo Branco

ou creme Rosado

Branco ou

creme Rosado

Cor da polpa da raiz.

Branca Amarela Creme Branca Branc

a Branca

Textura da epiderme da

raiz. Rugosa Rugosa Rugosa Rugosa

Rugosa

Rugosa

Floração. Ausente Presente Ausente Ausente Ausen

te Ausente

Cor da folha desenvolvida

Verde escuro Verde escuro

Verde escuro

Verde claro

Verde escuro

Verde escuro

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75

APÊNDICE D

TABELA 13 Descritores qualitativos-classes de seis variedades de mandioca (Montes

Claros - 2012). (Continua)

Descritores Qualitativos-

Classes

Variedades

Vassourinha Amarelinha Amarela Cacau Asst E.N

Sabará

Cor da epiderme do

caule. Creme Creme

Marrom claro

Marrom claro

Marrom

escuro

Marrom escuro

Hábito de crescimento

do caule. Reto Reto Reto Reto Reto Reto

Cor ramos terminais.

Verde Verde-

arroxeado Verde

Verde-arroxead

o Verde

Verde-arroxead

o

Constrições da raiz.

Poucas ou nenhuma

Poucas ou nenhuma

Poucas ou

nenhuma

Poucas ou

nenhuma

Poucas ou

nenhuma

Poucas ou

nenhuma

Cor da nervura.

Verde Verde Verde Verde com

vermelho Verde Verde

Posição do pecíolo.

Horizontal Inclinado para cima

Horizontal

Inclinado para baixo

Horizontal

Inclinado para cima

Proeminência das

cicatrizes foliares.

Proeminente Proeminente Proemin

ente Proemin

ente Proeminente

Proeminente

Comprimento das

estípulas. Longas Longas Longas Curtas Curtas Longas

Margens das

estípulas. Inteira Inteira

Laciniada

Inteira Laciniada

Laciniada

Hábito de ramificação.

Tricotômico Tricotômico Ereto Tricotômi

co Tricotômico

Dicotômico

Sinuosidade do lóbulo

foliar. Sinuoso Liso Liso Liso Liso Liso

Forma da raiz.

Cilíndrica Cônica-cilíndrica

Cônica-cilíndrica

Cônica-cilíndrica

Cônica-

cilíndrica

Cilíndrica

Tipo de planta.

Cilíndrica Guarda sol Guarda

sol Compact

a Compacta

Guarda sol

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76

APÊNDICE D

TABELA 13 Descritores qualitativos-classes de seis variedades de mandioca (Montes

Claros - 2012). (Conclusão)

Descritores Qualitativos-

Classes

Variedades

Vassourinha Amarelinha Amarela Cacau Asst E.N

Sabará

Comprimento médio da raiz.

Intermediária Longa Intermedi

ária Intermedi

ária Intermediária

Longa

Diâmetro médio da raiz.

Grossa Grossa Grossa Grossa Gross

a Grossa

Posição das raízes.

Tendência horizontal

Irregular Irregular

Tendência

horizontal

Tendência

horizontal

Tendência

horizontal

Fonte: Do autor

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77

APÊNDICE E

TABELA 14 Descritores quantitativos de seis variedades de mandioca (Montes Claros -

2012).

Descritores Quantitativo

s

Variedades

Vassourinha Amarelinha Amarela Cacau Asst E.N

Sabará

Comprimento do lóbulo

(cm). 20,00 17,30 14,60 16,00 17,00 17,33

Largura do lóbulo (cm).

3,30 5,70 4,45 3,60 4,30 7,23

Relação comprimento

/largura lóbulo

central (cm).

6,06 3,03 3,28 4,44 4,00 2,40

Comprimento do pecíolo

(cm). 42,30 27,30 24,60 35,30 26,00 33,60

Altura da planta (cm).

240,00 251,00 320,00 290,00 227,00 266,00

Altura da primeira

ramificação (cm).

135,00 93,00 65,00 82,00 60,00 116,00

Peso da parte aérea da planta

(kg).

2,978 2,214 2,927 3,037 3,369 3,392

Número de estacas

comerciais por planta.

6 11 13 16 19 15

Número de raízes por

planta. 7 11 7 8 16 9

Peso médio de raízes

(kg). 3,962 2,154 2,425 1,909 2,948 2,787

Índice de colheita (%).

54 50 48 39 43 51

Fonte: Do autor