Jorge de Palma Escritos Do Ze Pirata

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Jor ge de Pal ma

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O autor

Jorge de Palma é filho de Carmo de Palma e de Adelina Candian de Palma. Nasceu em Iracemápolis-SP, em 20 de dezembro de 1952. Trabalhou muitos anos como jornalista, atuando nos jornais Diário de Limeira, Diário de Pernambuco, Diário de Americana, O Liberal, Tododia. Além de atuar como editor ou repórter, escreveu textos de humor com o pseudônimo de Zé Pirata .Aqui estão alguns de seus textos. (Americana) e Tododia (Americana), entre outros.Reside em Americana-SP, Brasil. Contato pelo e-mail:

[email protected]

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Os ladrões que caíram do galho

Zé Pirata viu no jornal que estudante foi assaltada por marginais que desceram de uma ÁRVORE. Pois é, dinheiro que é bom não dá em árvore, mas ladrão já está BROTANDO... Não é à toa que dizem que para acabar com a violência é preciso atacar a RAIZ da questão... O pior é que tudo foi acabar no PLANTÃO policial. Segundo o delegado, a estudante terá que aguardar o FRUTO das investigações. A estudante disse que os marginais pareciam adolescentes, mas o delegado achou que eles tinham alguma experiência. Para cair da árvore, daquele jeito, só podiam ser MADUROS... Árvore que dá maçã, é macieira; árvore que dá ladrão, é ladroeira. E se os ladrões fossem gêmeos, seria uma árvore gemealógica. Há muitos anos, quando uma maçã caiu na cabeça do Isaac Newton, ele descobriu uma lei da física. Zé Pirata fica imaginando o que aquele homem

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genial teria descoberto se caísse um ladrão na cabeça dele. Ele poderia definir, por exemplo a equação para esclarecer o angustiante questionamento. No caso de cinco ladrões caírem de uma mesma árvore, qual deles deve ficar com a carteira da vítima. Advogada amiga da Bibi disse que ladrões que caem de árvores, devem ser indiciados com base na lei da gravidade. É por essas e outras que é preciso dar razão para aquele estudante super inteligente. Ele afirmou que não adianta dar atenção só para o meio ambiente. É preciso cuidar do ambiente inteiro. Ladrões em árvores? A que ponto chegaram os transgênicos... Planta que dá bandidos? Esta é a verdadeira árvore do fruto proibido. Aliás essa árvore não dá frutos, dá furtos...

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O telefonema

Alô, Pestana? Sei que deve haver muito barulho por aí e que você está em meio a uma reunião, mas preciso checar uma informação sobre pedágios.... -Olha, não sei como está por aí, mas aqui não tem barulho algum e eu já estava quase dormindo. Além disso, eu detesto pedágios e para mim eles podem ser colocados na ponte que partiu... Afinal, nem sei porque você está me perguntando isso.. -É porque eu sou repórter e tive que sair um pouco antes de terminar a reunião... -Ah sim, mas acontece que eu não fui a nenhuma reunião hoje... -Mas você não é o Pestana? -Não sou o Pestana e nem o sobrancelha. -Já sei, o Pestana está na reunião e você ficou com o celular dele. Será que poderia dar um recado? -Sinto muito. Uma vez tentaram me apelidar de SUPER, supercílio, mas não pegou. Até nisso eu

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sou pequeno e nem sou amigo do Pestana. Acho que você simplesmente discou o número errado. -Mas minha colega me garantiu que este era o número do Pestana! -Pois então fala para a sua colega abrir o olho, corrigir a agenda, que eu vou fechar o meu e voltar a dormir. Preciso pregar uma pestana antes que comecem a cobrar pedágio até para a gente passar para o mundo dos sonhos. Já que você estragou a minha, desejo-lhe uma boa noite e que... sonhe com pedágios, radares, olhos mágicos, pequenos, grandes, pestanudos...

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O balão de Italalé

Em 1955, o sábio Barão de Itararé, o Aporely para os íntimos (acreditem, o cara era gaúcho, cho, cho e muito besteirol para sua época), já estava seriamente preocupado (o humor é coisa séria) com esse negócio de língua presa. Na edição daquele ano do seu Almanaque, ele publicava um artigo em que afirmava que há pessoas que têm dificuldades em pronunciar palavras, principalmente as que começam com ”erre” . E já ensinava que o defeito era facilmente corrigível pela prática de recitativos como este: Raivoso o rato roia O rabo do Rodovalho E a Rosa Rita Ramalho Do rato roer se ria Mas parece que o povão e nem aquela primeira professora do Lula aprenderam a lição. Em 2003, o não tão sábio Zé Simão constatou e propagou que com o Lula no governo e o Palocci no comando da economia, o pais ingressou na era da

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língua “plesa”. Ai a gente fica imaginando como seriam os versinhos do Barão, nesta nova versão: Laivoso o lato loia O labo do Lodovalho E a Losa Lita Lamalho Do Lato loer se lia.

Outra frase muito famosa ficaria assim: “O lato loeu a loupa do lei de Loma” O mundo não para de girar e então o pessoal da publicidade resolveu “Experimentar”. Experimentaram tanto que descobriram que, quem tem a língua plesa, na verdade fala “egado”. É só ver a propaganda daquele cara que experimenta, experimenta e, por fim fala certinho: “EXPERIMENTA” Mas depois grita: “Caganba! Não estou fagando egado!” E novamente o Zé Pirata fica imaginado como ficaria a famosa frase: “O gato goeu a goupa guei de Goma”. E os versos do Barão? Como ficam? Gaivoso do gato goia O gabo do Godobalho E a Gosa Guisa Gamalho

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Do Gato goer se guia...E toca o barco, mas não peça carona!

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Nomes de bares inspiram o Zé

A revista "1895 by Reebock" publicou em sua de suas edições, uma lista com nomes de bares mais debochados e irreverentes do Brasil. Há o "Bar chove lá fora,. Aqui dentro só pinga", Outro é o Bar Merindus. Foi aberto em Uberlândia, (MG) em frente ao banco Bamerindus. O banco não gostou, e batalhou para a mudança de nome. O dono mudou para " O Banco Levou". Em Niterói, no Rio de Janeiro, havia o "Mastur Bar", que fechou nosanos 80. Outro que fechou foi o "Fiofó", de São Paulo (SP). Era difícil para o cliente explicar onde foi tomar uma... A revista publica ainda outros nomes como "Estragalar,", "Barfômetro", "De frente para o Futuro" (Ficava em frente a um cemitério) , "Bar Guilha" e "Bar Bicha". Mas há também a "Lanchonete da Maria Furadinha". Localizada na Vila de Santa Rita ( AL), recebeu este nome porque a dona recebeu 17 facadas de um namorado ciumento e sobreviveu para abrir o

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negócio... Outro Bar, em Feira de Santana (BA), é o "Onça que ri" e fica em frente a um concorrente, "O Tigre que chora". Zé Pirata também conhece alguns nomes muito originais, imaginativos, ou então pirateados. E não é só com relação a bares. Em Americana, por exemplo, em frente ao parque gráfico do jornal "Tododia", há um lavajato chamado "Todahora". Este amigo do ócio até pensou em lançar o "Todanoite", mas se não é amigo de trabalhar de dia, imagine à noite... Em Pedreira, Zé Pirata conheceu o "Novo Bar do Véio". O Véio, em questão, vendeu o seu bar antigo e depois, arrependido, abriu um novo bar dois quarteirões adiante. Daí o nome bem justificado. Em Americana, o "Bar do Brecha", foi famoso e funcionou durante muitos anos. A Maria Pirata, um dia se enganou e perguntou ao proprietário se ele não ficava bravo que chamassem o local de "Bar do Brocha". O Brecha, segundo dizem, era jogador de futebol e tinha esse apelido, porque sempre encontrava uma brecha, para driblar o adversário e tocar a bola pra frente..

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Há ainda muitos outro nomes que o imaginário popular vai consagrando. Há o "Bartira", que tira tudo o que o cara ganha durante o mês. Neste caso, Zé Pirata sugere o "Barganha", onde, pelo menos, pode se barganhar e não deixar que o bar ganhe tudo. Outra sugestão seria o "Barbeiro", onde você toma uma cerveja, enquanto o barmam/barbeiro, faz barba e cabelo. Não é superlegal? Seguindo a mesma linha, do pente, da régua, ou do raciocínio, vem o "Barbosa", ou seja, o Barbeiro, onde, enquanto você espera na fila para cortar o cabelo, toma uma cerveja, mas depois, tem a vantagem da aplicação da babosa., para fortalecer os seus cabelos. Desta vez a equipe do Zé Pirata se superou. Descobriu o Barômetro. É o bar da loira, que tem um aparelhinho para medir quantos homens ela consegue reunir no seu bar por metro quadrado. E já que o assunto é bar, Zé Pirata, doido por estes estabelecimentos, jura que, se morasse e em Santa Bárbara, abriria o "Barbaridade". Entretanto, partindo para "a conversa vai, conversa vem", lembra a frase do amigo

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Sanguinata: "Cerveja sem álcool, é como ir no baile e dançar com a irmã". Já o Quebrinha, que está ausente, diz que "Em tempos de pinga não chupo manga". E o Zé Pirata finaliza: "É o arco que me deixa arto".Mas o barmam chateado responde a quem pede meia dose: "Não lavo meio copo e você não tem meia boca" A seguir vem a história do cara disse: "Me dá uma saideira que eu já vou subindo". E o barmam completou. "É legal, assim você sobe mais alto"..... Se engana quem pensa que acabou. A história, se é que existe alguma, não termina aí. O mundo só vai pra frente porque continua girando. Se parasse de repente, todos iam quebrar o nariz, o copinho de cerveja, ou de pinga. E se o cara estivesse bebendo na rua, teria uma casa muito engraçada, que não tinha rede, não tinha pinga, nem limonada. Mas se era um casa muito engaçada, só para rimar, seria o Bar da Marmelada. Para quem achou este artigo fenomenal, Zé Pirata adverte. Não se iluda sobre a arte de escrever. Um grande profissional das letras dizia que para escrever alguma coisa bela, ou de grande conteúdo, é preciso xis por cento de trabalho e

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ypisilom por cento de inspiração, ou mais ou menos isso. Zé Pirata, usou 50 por cento de esforço para decidir se ia fazer alguma coisa. Depois, gastou 20 por cento de transpiração. Saiu de casa e foi até o Bar do Zito para emprestar uma revista e piratear alguns nomes de bares. A seguir, bebeu o mês inteiro, para conseguir a inspiração e inventar alguma coisa. Enquanto bebia, conversava com os amigos, que iam ajudando com nomes como Bar do Copo Sujo, de Piracicaba, que não suja o copo, mas ao contrário, o congela com sal e limão nas bordas, para a cerveja ficar "trincando" e mais saborosa. O outro disse que em Santa Bárbara tem o Bar-Ba-Ra e que em Americana tem ou tinha do Bar do Espingarda. E tem também o bar do Ferramenta. É mole ou quer mais? O Júnior que se cuide. E quem achou a ilustração do Zé Pirata, meio meiga., que vá tomar uma no Barbicha, ou naquele barzinho lá de São Paulo, o Fio.... o que mesmo?

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Assistência aos mortos

Começou a campanha política e agora surgem jornais gratuitos de todos os lados. Logo aparecerão as promessas. Tem candidato que promete de tudo. Pior ainda, tem alguns, que vencem a eleição e depois apresentam projetos de matar o bom senso!. No ano de 2002, um famoso vereador de Americana, apresentou na Câmara, (lógico que só podia ser lá), um projeto de lei, que teve, inclusive, edital publicado no jornal ofical, o qual dizia textualmente, que "o objetivo é prestar atendimento psicológico, jurídico e social às vítimas de homicídios e latrocínios e aos seus familiares". Foi aí que o Zé Pirata, este intrépido homem das letras, descambou a delirar. Prestar assistência aos familiares, tudo bem, mas às vítimas de homicídio? Como seria o atendimento psicológico às pessoas mortas durante o assalto? ---x---

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Do psicólogo ao assassinado: "Tá certo que foi uma experiência traumatizante, mas veja o lado positivo. Agora você pode ter a certeza de que isso nunca mais vai acontecer com você" ---x---

Colaborador sugeriu que a Prefeitura nem precisa fazer concurso para psicólogo. Basta contratar o Bruce Willys, do "Sexto Sentido".

---x--- Frase caprichada da semana atribuída àquele menino do "Sexo Sentido" e ao vereador de Americana que apresentou o projeto: "Eu vejo gente morta!". ---x--- . Obviamente que aquela sessão para deliberação do projeto para atendimento social e psicológico aos mortos não seria uma solenidade comum. No mínimo seria uma sessão espírita...

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Dá até para ficar imaginando a sessão à luz de vela. Parece até sessão do apagão. E os vereadores todos sentados com aquela ar de

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gravidade nos semblantes. Há até aquele que não precisa se esforçar muito, porque normalmente já fica com cara de morto mesmo, he, he, he....

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Psicólogo que for contratado pela prefeitura pode até oferecer desconto. Com a vítima deitada no caixão, de paletó e gravata, lá no velório, e as pessoas desabafando tudo, ele nem vai precisar de consultório, ou do famoso divã....

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Assistência jurídica e psicológica aos mortos? Como diria aquela colunista da Folha, este é o País da Piada Pronta. E o Zé Pirata completa: esta veio embalada para exportação: Até para o Além... Advogado de porta de cadeia, a gente já conhecia. Agora vai ter advogado de porta de velório! (Como se não existisse)..

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Aí o morto chega para o advogado mais caro da cidade, na porta do cemitério e diz:

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-Eu sei que o senhor é um advogado caro, mas agora que tenho um subsídio de R$ 1 mil aprovado pela Câmara, posso lhe fazer uma pergunta?-Claro, qual é a segunda?

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Assim que soube do projeto de apoio aos mortos, a equipe de pesquisa do Zé Pirata, a PP (Pirataria Pura), procurou dar sua colaboração para as vítimas. Para isso, nada como frases bonitas e apropriadas para as lápides. Mas como cada caso é um caso, aqui vai tudo separadinho do jeito que encontramos na internet:Espiritualista: Volto já.Alcoólatra: Enfim sóbrio

Cartunista: Partiu sem deixar traços!!!Delegado: Ta olhando o que? Circulando, circulandoEcologista: Fui extinto.Funcionário público: Veja no túmulo ao ladoGaranhão: Rígido como sempreHipocondríaco: Eu não disse que estava doente?

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Humorista: Isso não tem a menor graçaJangadeiro diabético: Foi doce morrer no marJudeu: O que vocês estão fazendo aqui. Quem está tomando conta da lojinha?Ninfomaníaca: Uau, esses verme vão me comer todinha!Agrônomo: Favor regar solo com Nevugon (Evita vermes)Pessimista: Aposto que está fazendo o maior frio no inferno!Psicanalista: A Eternidade não passa de um complexo de superioridade mal resolvidoSanitarista: Sujou!Sex Simbol: Agora só a terra vai comerViciado: Enfim, pó!!!

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Frases do Zé Pirata

Durante alguns anos escrevi coluna para um jornal, com o pseudônimo de Zé Pirata. Aqui vai uma coleção de frases publicadas:

Mais vale um pássaro na mão do que dois voando no céu da boca...

Em terra de cego quem tem um olho é

É o “arco” que me deixa “arto”.

Ele não moveu uma palha para ajudá-la e depois justificou que o colchão era de espuma...

Aí o canibal chegou no banquete e pediu: “Me dá um pé-de-moleque”

Radar é aquela maquinha de multar, que a prefeitura coloca onde menos se espera.

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Na vida tudo passa, menos o ferro elétrico com a resistência queimada...

Quando os presos fogem, a cadeia fica vazia. Vira prisão de vento!

”Escrever para mim é como respirar”, dizia a escritora, quando o repórter a interrompeu: - Um instante, por favor, acho que a minha caneta está com falta de ar...

Quanto tiveres uma ideia súbita, guarda-a para não ser uma ideia subtraída.

Quem ri por ultimo não tem desconto. Mesmo que esteja no teatro, paga inteira.

Diretor do DAE mordeu orelha de contribuinte e prefeito fez ouvidos de mercador.

Depois que viu uma propaganda de combate a AIDs aconselhando a diminuir parceiros, a Bibi arrumou um namorado bem baixinho...

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Devagar se vai ao longe, desde que você não esteja andando ao contrário em uma escada rolante.

As 99 maneiras de acabar com o stress. Só de pensar em ler todas elas, o Zé Pirata ficou estressado.

Zé Pirata avisa: Esta página é melhor visualizada se for lida com os olhos bem abertos. Internet na agência do Correio é um Correio sem selo, mas não sem sê-lo.

Perder o jogo de cabeça erguida não é um grande privilégio. Qualquer enforcado morre assim. Mais vale um vale no dia 20 do que uma cobrança neste vale de lágrimas. Mais vale uma bengala na mão de um cego do que um pão bengala na mão do homem de barriga cheia.

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Duas cabeças na guilhotina pensam menos do que uma.

A mania de limpeza era tanto, que o frango cheirava a pinho. Se uns podem fazer uma obra prima, porque outros não podem fazer uma obra tia? Do jeito que as coisas vão, logo, logo o sujeito vai pagar pedágio até pela Internet. É o pedágio sem sair de casa... Deu no jornal: Cai o movimento nos cemitérios. Provavelmente os mortos estão mais tranquilos. Edição de dicionário vai incorporar mais 60 mil verbetes. Não temos palavras para expressar nossa admiração Em terra de pimpolho, quem mata um piolho, mesmo que só tenha um olho, não deixa de ser zarolho.

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Frase jornalística: Quem confere o furo é porque foi furado? Mario Quintana dizia que os livros mudam as pessoas. Zé Pirata também acha. Alguns estão tão caros que deixam elas mais pobres. Já tem clonagem de animais, de telefones, de carros, de cartões de crédito. Será que ninguém vai inventar um clone de pagador de dívidas?

Mulheres bonitas na exposição. Os marmanjos não sabiam se apreciavam as obras das artistas plásticas ou a plástica das artistas. Filosofando: Sapo que é sapo sabe entrar e sabe sair porque, como dizia o Galileu Galisteu, o mundo é uma bola e jacaré nada de costas. Pão não engorda, carne gordurosa não engorda, macarrão não engorda, doces não engordam. Quem engorda é quem come tudo isso, principalmente ser for num dia só.

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Os amigos do colunista

Allan BradoPassos Dias AguiarAllan BiqueKlauss TrofobiaCaio Rolando MontesPas tor NadoAquino Rego da CostaJai me LianteOsmar GinalSérgio MentoAmadeu K.LoteAdria no GentoAli ce GonhaAlcides TruidoAgostinho A.MargoVitor TuraEva DiaFeli pe RaltaHugo Zado

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Lucas TigoArmando TretaBeatriz Teza José D. MenteZeca LibreStam PariaAlcides TinoLucimar TirioRegina TuralPascoal CólicoAngélica TuabaJuca TólicoOmar TeloJulia Cafe TinaJoca FetãoTomaz OquistaXuxa RopeTelma LucaJuliana DegasMickail PintoH.RomeuEder TegenteOrestes TículosOto Mate

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Odete StavelClemente CaptoMartim BecilEvandro GadoFarid OtaSamuel NucoSerafim DemundoOlivia DutoHamilton TiceDarci GarrroOlivio LentoProfessor VeteOsmar IoneteInspetor MentoPastor TuosoJenifer MentoChico BradoJoão D. LirioInspetor NeiraJu Mento

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Como surgiu o Zé Pirata

Apesar de ter feito algumas entrevistas com o Zé Pirata a ponto de ter subsídios para me atrever a falar sobre ele, devo esclarecer, logo de início, que nunca descobria sua verdadeira identidade. Além do famoso tapa olho,ele sempre se apresentou usando uma máscara da Tiazinha e um véu da Feiticeira, tornando-se completamente irreconhecível. Muito embora, sem uma personalidade física palpável, sem ter uma “cara” ele sempre demonstrou uma grande personalidade , um grande caráter (com trocadilho, seria ter cara). De qualquer modo, ou de um modo único, Zé Pirata continua mais anônimo, que o catador de latinhas da esquina.Conheci Zé Pirata em sua cidade natal, cujo verdadeiro nome ele nunca revelou, mas que sempre chamou de Modelópolis. Isto porque o prefeito Cláudio Consciência do Povo insistia em dizer que transformaria a sua cidade em um

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modelo. Uns dizem dizem que ele transformou o município numa cidade pacata, com infraestrutura, escolas e muito paternalismo. Já a oposição fala que a cidade diminuiu tanto, sem indústrias, sem poluição, sem população e ficou tão magrinha que parece a Gisele Bundchem, um verdadeiro modelo...Mas uma coisa é verdade. A cidade era tão pacata que não tinha notícia. Um dia, o jornalista da cidade foi entrevistado por uma rede de televisão sobre como era fazer um jornal onde não tinha notícia policial e a cadeia estava sendo desativada por falta de preso. “A gente brinca, conta piadas “, disse e ele. Morador da cidade, Zé Pirata ficou profundamente matutando naquilo.Numa de suas raras entrevistas, o modesto Zé Pirata contou que , no fundo, no fundo, sem nenhuma alusão a cuecas ou calcinhas, sua grande preocupação sempre foi manter a autenticidade. No falso mundo em que vivemos, a pirataria, apesar de toda a luta do generais que batalhavam contra os piratas de alto mar, acabou se generalizando.Zé Pirata comenta que quando se lê uma frase,

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vem logo as aspas e o nome do autor. Quando se lê um livro, lá está o famoso nome do escritor. Quando se canta uma música tem o abençoado nome do compositor. Quando alguém apresenta uma indicação de colocar lombada na rua tal, lá está o famigerado nome, com a abençoada sigla, do vereador...MAS, E QUANDO SE CONTA UMA PIADA? Todo mundo sabe o nome do cara que contou. É o Cisco Anísio, é o Ari Dolado, é o fulano da “Praça É Vossa”. Mas, quem é o autor da piada? Isso ninguém sabe. Quem já foi processado por ter cometido plágio com uma piada? E de onde surgem as piadas? Isto levou aquele angustiado homem dos mares nunca dantes navegados a uma profunda reflexão: “Se eu não sei de onde vem, como posso contar uma piada, usando a minha própria identidade? Como posso ser eu, se falo aquilo que não criei ou criei aquilo que ninguém falou? Se penso, logo existo, mas se falo, sem pensar e não desisto, onde poderei chegar, se o meu carro está sem gasolina e com tantos pedágios? Se a necessidade é mãe, quem é o pai? E foi assim, neste bug psicológico, que nasceu o homem mascarado com o famoso

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tapa-olho.. É um pássaro? É um avião? Por que um tapa-olho? Olha, está na cara! Quem não gostaria de ser um grande escritor como o Camões? Apesar de escrever com as mãos, e não dar as “mões”, como disse um locutor de Paulínia, ele usava um tapa-olho. E quem pirateia coisas dos outros, o que é? Um grandessíssimo pirata. E foi assim que este angustiado homem de imprensa decidiu optar pelo máximo da autenticidade e incorporou a personagem. Ao contrário de outros que se acham o máximo por aí ele pensou. “Se sou Zé Pirata, se pirateio, ninguém, poderá me acusar de falsidade ideológica, ou de exercício ilegal da profissão...”E foi assim, com esse raciocínio ratológico, que ele começou pirateando piadas e frase dos outros. Mas depois criou um estilo próprio, que não deixava de ser um estilo de próprio de afanar as piadas. Muito raramente, Zé Pirata conseguia achar a luz no fim do túnel e fazer uma única e exclusiva frase. Um dia, depois de beber tudo o quanto era possível, abortou a frase, que tornou uma de suas características: “ É o arco que me deixa arto” Era o máximo do mínimo: “É minha,

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fui eu que criei!”. Ele conta que riu sozinho, durante três dias, até que obra a prima foi publicada no jornal e ganhou a Internet, se propagando nos sites besteiróis do mundo todo. Mas lentamente, ele foi criando gosto pela coisa, até que descobriu a máxima das máximas: Na verdade, na verdade, como dizia o tal do Eclesiastes, não existe nada de novo embaixo do sol, mas o Zé Pirata pergunta: E em cima? E foi por isso que começou a questionar tudo, muito embora sem ter nenhum profundo conhecimento filosófico. Sem ter consciência do que estava fazendo, basicamente, Zé Pirata estava atrás da pedra filosofal. Quem são os autores das piadas? Como eles conseguem produzi-las? Se eu tivesse uma maquininha de fazer piadas não poderia ficar milionário? Será que nas suas horas de angústia diante de uma máquina de escrever o Carlos Manoel da Não Brega já não pensou nisso? E foi assim que Zé Pirata iniciou a sua peregrinação... Ler e estudar. Um dia, quando escreveu algumas coisas, no jornalzinho de Modelópolis, e alguém correu para perguntar como ele tinha feito aquilo, respondeu com toda a humildade: “Não sei, é

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como se um espírito tivesse baixo em mim e então surge”. Depois, diante da insistência, em saber, qual espírito, ele retrucou: “Deve ser o espírito de porco....”

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