Jorge Hessen - Puritanos e Vendilhões (Apontamentos Palpitantes Sob a Perspectiva Espírita)

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    PURITANOS OU VENDILHES? EIS AGRAVE QUESTO!

    APONTAMENTOS PALPITANTES

    SOB A PERSPECTIVA ESPRITA

    Jorge Hessen

    2014

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    Data da publicao: 05 de julho de 2011

    CAPA: Irmos W.REVISO: Irmos W.

    PUBLICAO: www.autoresespiritasclassicos.comSo Paulo/CapitalBrasil

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    Dedicatrias

    Conhecem-se os legtimos idealistas pelas coesas opiniesque enunciam e Jorge Hessen representa um aguerrido escritor

    esprita da atualidade. Atravs dos seus estudos e pesquisastem o contribudo para a divulgao dos mandamentos doCristo sob a perspectiva esprita, confortando os homens queignoram a verdadeira finalidade da presente reencarnao.

    (Irmos W.)

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    Explicao preliminar

    Jorge Hessen, escritor esprita, analisa temas da atualidadetendo como objetivo a difuso da Doutrina Esprita, destacandona medida do possvel os ditames da reencarnao e daimortalidade da alma.

    Seus artigos sugerem melhor entendimento da vida imortale devem ser apreciados por pessoas que no se contentam comsuperficialidade da vida regida pela tirania do materialismo.

    *

    Obrigao principal do esprita zelar pelo seutesouro: a Doutrina Esprita. Mas, para isso, eledeve estud-la, conhec-la bem, pois, do contrrio,como haver de zelar por ela? O Espiritismo no apenas uma ecloso medinica, no somente

    manifestaes de espritos. a Doutrina doConsolador, do Esprito da Verdade, do Parclito,prometida e enviada pelo Cristo para nos orientar

    (Herculano Pires)

    *

    Fontes da consultaA Luz na Mente Revista on line de Artigos Espritashttp://jorgehessen.net/

    E.mail de contacto do [email protected]

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    ndice

    Apresentao do autorPrefcio / 09Puritanos ou vendilhes? Eis a grave questo! / 11Cobrana de taxas e elitizao do espiritismo - Industrializaode eventos espritas "grandiosos / 16Taxas em eventos espritas ou alfndega da f "raciocinada"(!?) - Consideraes sobre cobrana de taxas em eventosespritas / 20Um dilogo aberto sobre cobrana de taxas de eventos

    "espritas" / 25Violao do direito autoral??? Emprstimo de livro pelo centroesprita violao do direito autoral? / 29Dilvio de livros espritas delirantes / 33

    Algumas explicaes espritas para uma leitora do blog / 39Fora da gratuidade no h absolvio / 44Ser que foi um pueril devaneio?... / 48

    Prticas estranhas no Espiritismo / 54Muitos grupos espritas so "ilhas" porque suas prticasexticas no se adaptam ao continente Kardeciano / 60

    As peripcias doutrinrias so fontes de iluso / 65Espiritismo sem kardec academia de bonifratesdeslumbrados / 71Fidelidade esprita, uma questo de racionalidade crist / 75

    Guris azulneos... ndigos sem misticismo / 80Ingerncias histricas nas bases crists / 85Manifestaes de fundo umbandista no meio esprita / 87Milagreiros do alm, pomadismos e curandeirismos / 92Misticismos que despencam a credibilidade do projeto espritano Brasil / 96Movimento esprita no mundo do faz de conta / 101

    O centro esprita no manicmio de iludidos / 105O controle universal dos ensinos dos espritos e a fastidiosa

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    arenga Antifebiana / 108Praticar o evangelho, sim! Ganhar dinheiro custa damensagem do cristo, nunca! / 113O projeto esprita em face das terapias incuas / 117Resguardemos Kardec / 120Palestrantes, imitaes, momices e coisas mais... / 126Uma viagem inesquecvel / 132O abortamento numa expectativa de ttrica cronologia na ptriado evangelho / 139Talisms, fitinhas do Senhor do Bonfim e outros amuletosnum conciso comentrio esprita / 144

    Pena de morte, algumas palavras espritas / 148O que pensar dos dizem que "Jesus somente o emergir de umarqutipo plasmado no inconsciente coletivo"? / 153O suicdio a negao absoluta da lei do amor / 158No reino de momo a carne nada vale / 164Sob o imprio de momo a carnis cobia "valles" - carnaval!/ 170

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    Apresentao do autor

    Jorge Luiz Hessen nasceu no antigo Estado da Guanabara,atual Rio Janeiro, no dia 18 de agosto de 1951. Vive a vidainerente queles que vieram ao mundo a fim de despertar paraum projeto mais alto, acima dos prazeres da Terra. Teve umainfncia pobre, de pais separados, com mais dois irmos. Na

    juventude teve seu primeiro contato com fatos da mediunidadeatravs de uma incorporao de seu irmo mais novo. Ficouimpressionado, pois sabia que o irmo seria incapaz dedissimular um fenmeno de tal magnitude. Aquele episdio o

    levaria, mais tarde, a chegar s portas dos princpioscodificados por Allan Kardec.

    Aos 20 anos de idade ingressou, por concurso, no serviopblico, onde at hoje permanece. Foi durante 5 anos diretordo INMETRO no Estado de Mato Grosso. Executou serviosprofissionais junto Universidade de Braslia, durante 4 anos,na condio de coordenador de provas prticas de concursos

    pblicos realizados pelo CESP.Consorciou-se com Maria Eleusa aos 26 anos de idade. pai

    de quatro filhos, sendo uma das filhas (a mais velha) portadorade leso cerebral. Na maturidade da vida teve oportunidade defazer cursos superiores. Possui a Licenciatura de Histria eGeografia pelo UniCEUB (Centro Universitrio de Braslia).

    Sua vida esprita nesses mais de 30 anos de Doutrina perfez

    contedos de muitas faculdades. Participou da fundao dealguns centros espritas em Braslia e Cuiab-MT, onde tevepublicado, em 1991, o livro "Praeiro - Peregrino da Terra doPantanal". Comeou seu trabalho de divulgao ainda jovemem todo DF. Engajou como articulista esprita, tornando-seslido esse fato em Cuiab, quando publicava "Luz na Mente",um peridico que veio satisfazer o seu ideal na Divulgao

    Esprita.Foi redator e diretor do Jornal "Unio da Federao Esprita"

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    do DF. Vinculado a vrios rgos divulgadores da DoutrinaEsprita, a exemplo de "Reformador" da FEB, "O Esprita" doDF, "O Mdium" de Juiz de Fora/MG e palestrante nos maisdiferentes lugares de DF, tem a oportunidade de levar amensagem esprita s cidades prximas de Braslia, como

    Anpolis, Cidade Ocidental e outras.Sua diretriz inabalvel continua sendo o compromisso de

    fidelidade a Jesus e a Kardec.

    Maria Eleusa de Castro (esposa de Jorge Hessen)

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    Prefcio

    A Moral Medinica no se impe de maneira coercitiva ouao tilintar das moedas, esclarece Herculano Pires.(1) S existerealmente uma maneira de se conseguir passaporte para o

    Cu: a prtica da caridade crist humilde, silenciosa e secreta,sem alardes e intenes mercenrias. Esse um dos princpiosmais exigentes da Moral Medinica, que substitui o sacerdcioremunerado pelo mediunato gratuito. Portanto, o Mdium nopode vender o que no dele, no pode extorquir dinheiro doprximo.

    A gratuidade estabelecida por Kardec na prtica espritatornou-se o princpio bsico da tica doutrinria, fundamentadanos Evangelhos. O mdium, o orador, o doutrinador, todos osque do assistncia espiritual individualmente, em sentidoreligioso nada podem cobrar.

    Obviamente longe do campo espiritual e religioso no existeo princpio da gratuidade. Mas na prtica esprita deve

    prevalecer o dar de graa o que de graa recebemos. Afinalidade desse princpio evitar a institucionalizao religiosado Espiritismo em forma de igreja, evitar o comrcio religioso, asimonia das igrejas. Porque um orador pago ou um mdiumpago expe-se tentao de transformar a doutrina em meiode vida. Dessa tentao pode nascer a profissionalizaoreligiosa, que acabaria subordinando a prpria doutrina aos

    interesses financeiros.Onde entra o lucro e o interesse pessoal, desaparece aabnegao e com ela a mais alta virtude esprita que adoao de si mesmo em favor da causa humanitria. No setrata de um princpio religioso, mas de uma medida tica emdefesa da pureza da prtica esprita. O homem sofre a hipnoseda moeda, o dinheiro o alucina e o transforma em desonesto.

    So poucos os que resistem a esse poder do dinheiro, que naverdade no est no dinheiro mas na alma gananciosa e

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    vaidosa. H casos espantosos de instituies que seenriqueceram e esqueceram as suas prprias finalidades,transformando-se em verdadeiras casas comerciais, onde ointeresse financeiro se sobrepe aos interesses sagrados dadoutrina.

    Felizmente a maioria dos mdiuns tm resistido a essastentaes e triunfado dignamente. Obviamente no se podemanter um hospital, uma creche, um orfanato esprita, sem acontratao de profissionais de vrias categorias, espritas ouno, que daro a sua fora de trabalho devidamenteremunerada. Mesmo nesses casos h gestos de abnegao de

    espritas que se dedicam execuo de servios gratuitos,muitas vezes recebendo o salrio e devolvendo-o no todo ouem parte aos cofres da instituio como doao. No estoobrigados a isso, mas o fazem na inteno de melhor colaborarcom as instituies, convictos da sua importncia enecessidade.

    So Paulo, 05 de julho de 2011

    Irmos W e Jorge Hessen

    Referncia:

    (1) Pires J. Herculano. MEDIUNIDADE - (Vida e

    Comunicao) - Conceituao da Mediunidade e Anlise Geraldos seus Problemas Atuais, Cap. 9, So Paulo: EDICEL, 1984.

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    Puritanos ou vendilhes? Eis a grave questo!

    Assistimos pelo youtube uma entrevista de um mdiumesprita e ficamos estupidificados com as suas declaraes.Primeiro, pela maneira presunosa de como foram tratados osconfrades que se posicionam contra a INDUSTRIALIZAO DEEVENTOS ESPRITAS; depois, pela forma desdenhosa de

    como se referiu aos espritas de baixo salrios e osdesempregados (pobres), dizendo que na instituio que dirigeso realizadas semanal e gratuitamente 4 (quatro) reuniespblicas doutrinrias, 8 (oito) reunies medinicas, 8 (oito)mdulos de estudos espritas, alm de outros trabalhos degrande relevncia doutrinria. Todavia, muitos espritassimplesinho (pobres) no participam, porque no querem.

    Contudo, referindo-se ao evento que ser realizado no hotelluxuoso sob sua coordenao, afirmou que quem no podepagar tambm no pode frequentar. Sabe por qu? Porque oseventos so negociados atravs de pacotes fechados entre ainstituio que dirige e os hotis promotores. O mdiumesqueceu-se de que a ldima divulgao no exclui pessoas,no impe condies, no faz peditrios, justamente para

    fugirmos dos equvocos cometidos por outras religies e credos.Martinho Lutero dizia que no so as boas obras quetornam o homem bom, o homem bom que faz as boasobras. (1) O sistema elitista e o assistencialismo cegoassemelham-se dana em torno do bezerro dourado a que seentregou o povo hebreu, quando a caminho do parasoprometido.

    Durante a entrevista, o mdium procurou relativizar aadvertncia de Jesus dai de graa o que de graa

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    recebeste. Para ele, o que importa dar um ar degrandiosidade divulgao esprita, como se a importncia damensagem esprita estivesse atrelada s exterioridades, attulos, aos locais elegantes onde ela pronunciada.

    A mediunidade com Jesus no se relativiza. O "dai de graaao que de graa recebemos" no pode ser deformado. OEspiritismo a disseminao da palavra de consolo tal comoJesus nos ensinou, tal como Ele pregava, tal como Kardecesperava, tal como Chico Xavier exemplificou, para todos e aoalcance de todos. O entrevistado enfatizou a palavra

    colaborao para justificar o pagamento das taxas de

    ingresso, alegando que, se o interessado declarar que pobre,no restringido o seu acesso por causa do fator financeiro.Sabemos que isso no verdade! Ou pelo menos meiaverdade. (Ora! Ser que um esprita desempregado precisarapresentar atestado de pobreza?).

    E, para justificar seus arrazoados na entrevista, sempre emintransigente defesa do comrcio dos eventos espritas,

    classificou de puritanos (?!...) os que discordam da cobrana detaxas para os eventos destinados divulgao do Espiritismo.Mas, os puritanos, no podemos nos intimidar com ossofismas das sombras. Devemos caminhar de olhos voltadospara as coisas do firmamento, e mos operosas na Terra,lembrando que menos pesa na conscincia o epteto depuritanos do que de vendilhes das coisas santas!

    O Cristianismo primitivo, pela simplicidade dos primeirosncleos cristos, foi conquistando integralmente a sociedade desua poca, mas, com o passar dos sculos, desgastou-sedoutrinariamente. Conspurcou-se por imposio dos interessespolticos, institucionais e principalmente financeiros(industrializao da cruz).

    bastante preocupante e gravssimo o ideal dos festivais de

    ofertas de pacotes para tour doutrinrios. Para quemdesconhece o fato, informamos (de graa) que h encontros

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    espritas realizados em instalaes de luxuosos hotis 5estrelas ao irrisrio preo de R$. 1.600,00 (em mdia). Secolocarmos na ponta do lpis a arrecadao final, considerandoa participao de 300 pessoas (por baixo), chegaremos aomontante de quase meio milho de reais. Isso apenas para umevento de trs dias.

    Fomos instados a procurar pela Internet outros eventosespritas para 2011. Encontramos congressos, seminrios,fruns, cursos espritas, simpsios de profissionais espritasetc, todos eles com fichas de inscrio caracterizadas porENTRADAS NO GRATUITAS.

    evidente que essas prticas, em nome de Kardec, tmfragilizado as bases da Doutrina dos Espritos, provocandorachaduras no edifcio doutrinrio. H desmesurada distnciaentre aqueles simples bancos e cadeiras de madeira do GrupoEsprita da Prece de Uberaba e os soberbos hotis que servemde tablado para espetculos de oradores que, absortos em suasinsnias dinsticas, veiculam temas decorados apoiados nas

    suas memrias privilegiadas.Na imprudncia, disfarada por envernizada prtica

    assistencialista, pregam "Espiritismo" com rebuscadssimosverbos e palavras, e ainda contam as moedas douradasarrecadadas, de mos unidas com "Mamon". As extravagantestaxas cobradas nesses eventos evidenciam uma gravemetstase doutrinria, com fulminantes consequncias para o

    futuro do Espiritismo na Ptria do Evangelho.Nem necessrio fazermos um esforo descomunal paraidentificar o abismo existente entre o "Espiritismo" e o"movimento esprita". lamentvel que o movimentodoutrinrio atual esteja navegando nas mesmas guas quetransferiram o cristianismo primitivo das casas de simplespescadores, lavadeiras, operrios, para a suntuosidade dos

    hotis, centros de convenes e outros grandes edifciosreligiosos.

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    Os defensores da no gratuidade dos eventos espritasescudam-se na alegao de que h confrades que frequentamo centro esprita anos a fio e nem perguntam como contribuircom a conta de luz ou com os gastos com o papel higinico eficam esperando receber sem nada retribuir. Proclamam oargumento de que a comunidade esprita o segundo maiorPIB entre os religiosos (de acordo com o IBGE), perdendoapenas para os judeus, e os espritas no gostam de colocar amo no prprio bolso para a obra esprita. Ser esse o realmotivo para a cobrana dos eventos doutrinrios?

    Infelizmente, o Espiritismo das origens, tal como Chico

    pregava, parece no mais fazer sentido, mormente para osmais afamados representantes do movimento. Assistimos aosepultamento da simplicidade da Terceira Revelao no jazigodourado da espetacularizao da oratria, dos aplausosprovindos da massa entusiasta e inconsciente, das ovaesdelirantes, dos elogios soberbos e extravagantes. Por essas eoutras razes disse o Mestre: oua quem tem ouvidos de ouvir

    e veja quem tem olhos de ver.(2)Chico Xavier advertia h 30 anos " preciso fugir da

    tendncia elitizao no seio do movimento esprita (...) oEspiritismo veio para o povo. indispensvel que o estudemos

    junto com as massas mais humildes, social e intelectualmentefalando, e delas nos aproximemos (...). Se no nosprecavermos, daqui a pouco estaremos em nossas Casas

    Espritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo spessoas laureadas por ttulos acadmicos ou intelectuais (...).(3)

    Quando escrevemos o artigo INDUSTRIALIZAO DEEVENTOS ESPRITAS "GRANDIOSOS", o ex-reitor daUniversidade Federal de Juiz de Fora, e escritor esprita, JosPassini, afirmou: Seu artigo, Jorge Hessen, deveria ser

    eternizado em placa de bronze e distribudo s instituiesespritas. Voc acertou em cheio no monstro que

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    desgraadamente cresce em nosso meio.(4) Talvez aespiritualidade, consciente dos despropsitos dos eventospagos esteja de alguma forma nos alertando para um tempo deprofundas mudanas. Que seja assim!

    Referncias bibliogrficas:

    (1) http://pensador.uol.com.br/frase/NTg0MzY0/.acesso em11/05/2011.

    (2) Lucas 8:8.(3) Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e

    publicada no jornal uberabense O Tringulo Esprita, de 20 demaro de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro noTempo, org. Hrcio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.

    (4)http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/.../jose-passini-apoia-nossos-argumentos.html, acesso em 11-05-2011.

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    Cobrana de taxas e elitizao do espiritismo

    Industrializao de eventos espritas "grandiosos

    Allan Kardec escreveu na RE de novembro de 1858, que"jamais devemos dar satisfao aos amantes de escndalos.Entretanto, h polmica e polmica. H uma ante a qual jamais

    recuaremos a discusso sria dos princpios queprofessamos." isto o que chamamos polmica til, pois o sersempre que ocorrer entre gente sria, que se respeita bastantepara no perder as convenincias. Podemos pensar de mododiverso sem diminuirmos a estima recproca.

    Que os dirigentes espritas, sobretudo os comprometidoscom rgos unificadores, compreendam e sintam que o

    Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar, conformelembrava Chico Xavier. Devemos primar pela simplicidadedoutrinria e evitar tudo aquilo que lembre castas,discriminaes, evidncias individuais, privilgios injustificveis,imunidades, prioridades, industrializao dos eventosdoutrinrios.

    Os eventos devem ser realizados, gratuitamente, para que

    todos, sem exceo, tenham acesso a eles. Os Congressos,Encontros, Simpsios, etc., precisam ser estruturados comvistas a uma programao aberta a todos e de interesse doEspiritismo, e no para servirem de ribalta aos intelectuais comtitulao acadmica, como um "passaporte" para traduzirem"melhor" os conceitos kardecianos. No h como compreendero Espiritismo sem Jesus e sem Kardec para todos, com todos e

    ao alcance de todos, a fim de que o projeto da TerceiraRevelao alcance os fins a que se prope. (1)

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    "A presena do elitismo nas atividades doutrinrias (...) vaiexpondo-nos a dogmatizao dos conceitos espritas na formado Espiritismo para pobres, para ricos, para intelectuais, paraincultos. (2) Infelizmente, alguns se perdem nos labirintos daspromoes de shows de elitismo nos chamados Congressos.Patrocinam eventos para espritas endinheirados, e, semqualquer inquietao espiritual, sem quaisquer escrpulos,cobram altas taxas dos interessados, momento em que a ideiato almejada de unificao se perde no tempo. ConhecemosFederativa que chega a desembolsar R$. 90.000,00 (noventamil reais); isso mesmo! 90 mil, para promover evento destinado

    a 3, 4, 5.000 (cinco mil) pessoas. A pergunta que no quercalar : ser que o Espiritismo necessita desses eventos"grandiosos"? Cobrar taxa em eventos espritas incorrer nosmesmssimos e seculares erros da Igreja, que, ainda, hoje,cobra todo tipo de servio que presta sociedade. aelitizao da cultura doutrinria.

    Sobre isso, Divaldo Franco elucida na Revista O Esprita,

    edio de 1992, o seguinte: lentamente que os vciospenetram nos organismos individuais e coletivos da sociedade.

    A cobrana desta e daquela natureza, repetindo velhos errosdas religies ortodoxas do passado, caracteriza-se ambioinjustificvel, induzindo-nos a erros que se podem agravar e dedifcil erradicao futura. Temos responsabilidade com a CasaEsprita, deveres para com ela, para com o prximo e, entre

    esses deveres, o da divulgao ressalta como uma das maisbelas expresses da caridade que podemos fazer aoEspiritismo, conforme conceitua Emmanuel, atravs damediunidade abenoada de Chico Xavier. Nos eventosessencialmente espritas, deveremos ns, os militantes nadoutrina, assumir as responsabilidades, evitando criarconstrangimentos naqueles que, de uma ou de outra maneira,

    necessitem de beneficiar-se para, em assimilando a doutrina,libertarem-se do jogo das paixes, encontrando a verdade. O

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    dar de graa, conforme de graa nos chega, determinaoevanglica que no pode ser esquecida, e qualquer tentativa deelitizao da cultura doutrinria, a detrimento da generalizaodo ensino a todas as criaturas, um desvio intolervel emnosso comportamento esprita. (3)

    As Federativas Espritas devem envidar todos os esforospara que no haja a necessidade de qualquer cobrana de taxade inscrio dos participantes de Congressos, exceto em casosextremos (o que no desejvel obviamente), procurandofazer frente aos custos do evento. Para esse mister devembuscar viabilizar, previamente, os recursos financeiros atravs

    de cotizao espontnea de confrades bem aquinhoados.Realizar promoes, doutrinariamente, recomendveis paraangariar fundos. Os dirigentes devem preservar o Espiritismocontra os programas marginais, atraentes e, aparentemente,fraternistas, que nos desviam da rota legtima para as falsasveredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.

    A Doutrina Esprita o convite liberdade de pensamento,

    tem movimento prprio, por isso, urge deixar fluirnaturalmente, seguindo-lhe a direo que repousa,invariavelmente, nas mos do Cristo. Chico Xavier j advertia,em 1977, que " preciso fugir da tendncia elitizao no seiodo movimento esprita (...) o Espiritismo veio para o povo. indispensvel que o estudemos junto com as massas maishumildes, social e intelectualmente falando, e deles nos

    aproximarmos (...). Se no nos precavermos, daqui a pouco,estaremos em nossas Casas Espritas, apenas, falando eexplicando o Evangelho de Cristo s pessoas laureadas porttulos acadmicos ou intelectuais (...). (4)

    No reprovamos os Congressos, Simpsios, Seminrios,encontros necessrios divulgao e troca de experincias,mas, a Doutrina Esprita no pode se trancar nas salas de

    convenes luxuosas, no se enclausurar nos anfiteatrosacadmicos e nem se escravizar a grupos fechados.

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    semelhana do Cristianismo, dos tempos apostlicos, oEspiritismo dos Centros Espritas simples, localizados nosmorros, nas favelas, nos subrbios, nas periferias e cidadessatlites de Braslia; e no nos venham com a retrica vazia deque estamos propondo, neste artigo, alguma coisa que lembreum tipo de elitismo s avessas. Graas a Deus (!), h muitosCentros Espritas bem dirigidos em vrios municpios do Pas.Por causa desses Ncleos Espritas e mdiuns humildes, oEspiritismo haver de se manter simples e coerente, no Brasil e,qui, no Mundo, conforme os Benfeitores do Senhor oentregaram a Allan Kardec. Assim, esperamos!

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Cf. Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda epublicada no jornal uberabense O Tringulo Esprita, de 20 demaro de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro noTempo, org. Hrcio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979

    (2) Editorial da Revista O Esprita, ano 11 numero 57 -jan/mar/90.

    (3) Revista O Esprita/DF, ano 1992- Pgina TribunaEsprita Divaldo Responde pg. 16

    (4) Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda epublicada no jornal uberabense O Tringulo Esprita, de 20 demaro de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro no

    Tempo, org. Hrcio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.

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    Taxas em eventos espritas ou alfndega da f"raciocinada"(!?)

    Consideraes sobre cobrana de taxas em eventosespritas (*)

    No ms de fevereiro de 1994, o Conselho Federativo

    Estadual da Federao Esprita do Paran esteve reunido emCuritiba. Na ocasio, dentre os variados assuntos tratados, veio baila a questo da cobrana de taxa de inscrio em eventosespritas, prtica que vai se tornando comum no Brasil. OConselho paranaense, ento, aps catalogar os tipos depromoes doutrinrias mais comuns no Estado, quais sejam,segundo seu entendimento: conferncias, seminrios e

    encontros de estudo, considerou que h situaes em quedeterminada promoo pede uma infra-estrutura diferenciadapara acolher os participantes, como, por exemplo, estadia,alimentao, apostilas, aluguis de recintos, o que, porconseguinte, amplia as exigncias, inclusive financeiras.

    Diante disso, entendeu por bem o colegiado em delinear aseguinte normativa, que dever funcionar como regra aos

    rgos integrantes do sistema federativo (FEP, seusdepartamentos e as Unies Regionais Espritas), e comosugesto de procedimentos aos Centros Espritas:

    1. Patrocinar, apoiar ou promover eventosfundamentalmente espritas.

    2. Os rgos ou entidades promotoras do evento devemenvidar todos os esforos para que no haja a necessidade de

    eventual cobrana de taxa de inscrio dos participantes,procurando fazer frente aos custos do evento, notadamente

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    para com aqueles que digam respeito diretamente com a partedoutrinria, propriamente dita. Para tanto, planejar a suarealizao na data e no intervalo de tempo certo, dentro dasreais necessidades do Movimento Esprita local,desconsiderando as pretenses de realizaes sem objetivosbem definidos de difuso ou intempestivas. Estruturar oprograma primando pela simplicidade, minimizando os custos,sem perder de vista a sua qualidade, dando-lhe local (cidade eauditrio), carga horria e infra-estrutura adequada, porm,somente de acordo com o essencial. Buscar viabilizarpreviamente os recursos financeiros atravs de cotizao

    espontnea de confrades. Em no sendo suficiente, e para noonerar demasiadamente alguns poucos, realizar promoesdoutrinariamente recomendveis para angariar fundos, com aparticipao, preliminarmente, da comunidade esprita, edepois, em ainda persistindo a necessidade, da comunidadeno-esprita.

    3. Quando o evento pretendido efetivamente exija uma

    infra-estrutura, sem a qual esse fique impraticvel, e, porconseguinte, as disponibilidades para cobertura do seu custoessencial ainda apresentem-se insuficientes, mesmo apspraticado todo disposto no item anterior, somente a, ento,lanar mo da fixao de valor a ser cobrado a ttulo deinscrio, tendo como parmetro mximo a verba faltante, to-somente, e dando a possibilidade de opo por parte daqueles

    que desejem ou no usufruir de determinados itens da infra-estrutura, como refeio e alojamento, por exemplo, e jamaisfazer dela um instrumento impeditivo de, quem quer que seja,participar do evento doutrinrio, propriamente entendido (apalestra, o seminrio, etc.).

    4. Trabalhar o entendimento dos confrades anfitries deque, em nome da fraternidade crist, devem propiciar a

    hospedagem domiciliar dos participantes do evento, dentro dassuas possibilidades, especialmente dos que exijam atendimento

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    diferenciado, tais como acompanhados com filhos pequenos;aqueles em idade mais avanada e/ou com dificuldades desade, sob dietas alimentares ou medicamentosas especiais; assenhoras grvidas; os que se pressupem passarem pordificuldades financeiras, etc.

    5. Em se tratando de rgo federativo, no promoverevento doutrinrio com renda em favor de uma determinadainstituio social, primeiro porque tal tipo de evento no devese prestar a isto e, segundo, lembrar que todas as demaisorganizaes tambm fazem parte do Movimento Esprita e aFederao no pode agir discricionariamente, j que so todas

    merecedoras por igual. Promover, se assim entendido por bem,eventos prprios para tal fim, de iniciativa e responsabilidadeda Instituio, desde que doutrinariamente embasados.Considerar que os fins no justificam os meios.

    Clareando ainda mais o documento, deve-se entender, paraos fins que ele se prope:

    * Patrocnio: Custeio de um evento para fins de divulgao

    doutrinria.* Apoio: Auxlio financeiro e/ou de outra natureza para

    determinado evento doutrinrio.* Promoo: Propaganda direta ou indireta de eventos

    doutrinrios.Com tais medidas, sem a pretenso de se ter esgotado o

    assunto, a Federao Esprita do Paran espera que a

    divulgao doutrinria se d cada vez em maior profuso,sempre em ldimas bases, das quais, as aes administrativastambm fazem parte.

    Anexo 03

    Os fins no justificam os meios

    Existe o conceito equivocado de que os fins justificam os meios,

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    principalmente no que diz respeito captao de recursosfinanceiros para manterem-se as vrias atividades dasInstituies Espritas.

    Com base nesse ponto de vista, centros, grupos ou rgosespritas tm lanado mo dos mais variados expedientes paraconseguir uma receita financeira que atenda suas necessidades.

    Enquanto muitos procedem com bom senso e equilbrio,estruturando tarefas de acordo com as possibilidades do CentroEsprita, sabendo que os vizinhos e o pblico em geral no tmcompromisso assumido com as nossas tarefas debenemerncia, razo pela qual entendem que a manuteno

    destas diz respeito prpria Instituio, outros, no entanto,extrapolam todo e qualquer limite de senso crtico, contrariandoat preceitos legais, como o caso de rifas, bingos, tmbolas esimilares; ou, vencido algum empecilho legal, resta odesaconselhamento moral dessas prticas.

    Tambm h aqueles que acabam transformando os recintosdas Instituies num verdadeiro mercado, com ininterrupto

    apelo de comercializao de variados produtos.Outros, ainda, mais "criativos", no titubeiam em apelar ao

    pblico em geral, promovendo, no a s alegria, mas: Semanada Cerveja, Carnaval da Fraternidade, etc. Tudo em nome doEspiritismo e em "prol" do Movimento Esprita.

    Torna-se imperioso insistir no mesmo ponto: a finalidade doMovimento Esprita. Movimento Esprita o resultado do labor

    dos homens e Espiritismo a Doutrina dos Espritos dirigida aoshomens. Logo, o Movimento Esprita deve estar para adivulgao da Doutrina Esprita, como a Codificao est para

    Allan Kardec. Ou seja, a finalidade precpua difundir amensagem esprita, laborando com base na Codificao esegundo os seus princpios.

    Tanto assim que, em nossas organizaes,

    estatutariamente est disciplinado que o objetivo da Instituio "estudo e prtica da Doutrina Esprita, organizada por Allan

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    Kardec."Sem estudo no haver prtica condizente. Para que o

    adepto do Espiritismo se integre realmente no esprito daDoutrina, exige-se-lhe aprofundamento intelectual ecomportamento moral e social adequados.

    Urge estudar a Codificao Esprita, coment-la, difundi-la evivenci-la.

    Assim, necessrio critrio, zelo e vigilncia, para no seproceder equivocadamente.

    Djalma Montenegro de Farias, Esprito, bem sintetiza aquesto: "O dinheiro que tanto faz falta para a materializao

    da Caridade, em nosso meio, representa algo, mas no tudo,porque, se verdadeiramente fosse essencial, as Instituies queguardam importncias vultosas nas Casas Bancrias dosprincipais pases do mundo, estariam realizando prticaabenoada do Evangelho pregado pelo Itinerante Galileu.Cuidemos zelosamente da propaganda do Espiritismo, vivendoos postulados da f, honrando o Templo Esprita e iluminando

    as almas que o buscam esfaimadas de po espiritual, para noincidirmos no velho erro de que os objetivos nobres de socorro

    justificam os meios pouco elevados que tm sido utilizados".Por isso, honrar o Espiritismo, consoante o mesmo autor

    espiritual " preserv-lo contra os programas marginais,atraentes e aparentemente fraternistas, mas que nos desviamda rota legtima para as falsas veredas em que fulguram nomes

    pomposos e siglas variadas".

    (*)ANEXOS 02 E 03 CONTIDO NAS DIRETRIZESDOUTRINRIAS DA FEDERAO ESPIRITA DO PARAN,Publicado na ntegra no item 48/2009 do sitehttp://jorgehessen.net

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    Um dilogo aberto sobre cobrana de taxas de eventos"espritas"

    Jonas:

    Prezado irmo Jorge

    Gostaria de parabeniz-lo pelo tema industrializao deeventos. Ressaltar as oportunssimas orientaes promovidaspela Federao Esprita do Paran apenas dignificar o nossomovimento, isento dos apelos falaciosos do momento. Lembrarque neste ano em que se comemora o centenrio do queridoChico Xavier h um movimento frentico de muitas casasespritas para estarem presentes nessa homenagem ao

    inesquecvel mdium. Como se o querido Chico aprovassesemelhante fato. Esquecendo-se de seu exemplo que nuncacansou de nos conclamar a todos para um espiritismo simples,com Jesus. Por isso nunca deixou de estar debaixo de umabacateiro, lado a lado com os desprovidos dos bens materiaisnos deixando a lio inolvidvel de que sem abraarmos acausa simples e os simples da sociedade no chegaremos a

    lugar algum. Portanto escrever sobre cobranas de taxas empleno frisson do nosso movimento de fato estimular a ira demuitos espritas que esto na cpula de casas de nossadoutrina julgando-se benfeitores da humanidade por suas falasmansas e sorrisos largos, cheio de chaves de contedoscaridosos. Se o Espiritismo para todos que de fato em seucaminho no encontre nenhuma cobrana imposta e legitimada

    de taxas. E se Vinde a mim todos de coraes simples precisoaparar arestas e revolver o caminho de tal maneira que o solo

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    de nossas edificaes doutrinrias sejam sedimentados em umcrescimento capaz de sobrepor a qualquer vendaval mesmoque este tenha o poder de seduo capaz de envolver os bensintencionados cujo objetivo seja discutir de forma pomposa asorientaes maiores de nossa Causa e nisso Jesus sabia dasdissimulaes humanas registrando que o comportamento docorao deveria estar destitudo de qualquer natureza humanapara melhor vivenciar a comunho com o alto. No podemosapoiar essas determinaes em que os meios justificam os fins,porque por trs dos bastidores h a presena dos espetculos,dos currculos acadmicos envernizados pela vaidade

    perniciosa, enfim h presena da erva daninha espiritual emque nada acrescenta. Querido amigo que o Senhor da Vidapossa continuar fortalecer sua vida, seu trabalho para queproporcione sempre as inspiraes que incomodam, mas queno passam em vo. Abraos profundo do amigo e irmo deideal

    Jonas

    Jorge Hessen:

    Prezado Jonas

    Sua afabilidade para conosco e seu apoio ao nosso trabalhocristo, servem-nos de grande estmulo.

    Embora no o conhea pessoalmente, identifico-o como umvanguardeiro discpulo de Jesus, nosso Mestre maior.Muito embora eu tenha total certeza de que nossa proposta

    de reflexo sobre o tema nada servir de obstculo a que sepromovam cada vez mais tais eventos pagos, os quais so (naminha concepo doutrinria) um insulto fraternidade, leido amor e da caridade, nenhuma ofensa, dirigida a mim, direta

    ou indiretamente por parte dos que tm opinio diferente daminha, ser-nos- motivo de desequilbrio interior, pois temos

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    conscincia plena de que estamos (eu e as diretrizes daFederao Esprita do Paran) no caminho seguro e, mesmoporque, se tais confrades conseguem convencer as mentes deespritas incautos, pelas aparncias, no podem enganar aDeus. Ao ensinamento de Jesus que diz: Quando fizerdes umfestim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos eos cegos; e estareis felizes, porque no tero meios para vo-loretribuir; porque isso vos ser retribudo na ressurreio(reencarnao) dos justos, respeitosamente, conclumos:convidai, principalmente, os espritas CRISTOS assalariadosque sobrevivem s custas de parcos recursos financeiros para

    manterem uma casinha popular alugada, os espritas CRISTOSiletrados, os espritas CRISTOS desempregados, os espritasCRISTOS que passam por todas os tipos de provaesmateriais.

    Quantos h, ainda no mundo e, at mesmo, no movimentoesprita (o que uma lstima) que, ao rejeitar as nossasobservaes justas, faz repelir, raivosamente, as mais sensatas

    advertncias? Se, nos momentos de surtos de dio manifesto,tais irmos pudessem, por um instante sequer, olhar-se aoespelho, veriam refletida a imagem da pobre vtima que lhescompromete a vida por um longo curso de anos. Devemosapiedar-nos deles! Lastimamos, muito!

    Enfim, meu amigo, sigamos confiantes, apoiados nosensinamentos do Nosso Senhor Jesus Cristo, dando

    gratuitamente o que Dele recebemos gratuitamente, ou seja,Amor.No nos importemos com os que se fazem quais "escribas e

    fariseus" em nossa Era, pois, que, um dia, forosamente,deixaro de ser quais so e seguiro os trajetos de Jesus, comomuitos estamos nos esforando para faz-lo.

    Mais uma vez, obrigado pelo apoio de sempre. Em voc,

    Jonas, identificamos uma certeza cristalina: No estamossozinhos nesse af de um Espiritismo mais simples, consoante

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    Chico Xavier vivenciou.Aviso-lhe que estou enviando, por cpia, este nosso dilogo

    para os mesmos que, como eu mesmo, receberam ascontundentes e pouco fraternais crticas aos argumentos quepublicamos sobre os festivais de eventos ESPRITASindustrializados para a elite.

    Atenciosamente,

    Jorge Hessen

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    Violao do direito autoral??? Emprstimo de livro pelocentro esprita violao do direito autoral?

    Em poca de Internet natural o emprego dos recursosvirtuais para pesquisas e estudos. Em face disso, a divulgaodas ideias espritas atravs dos livros para download no podeficar condicionada questo dos direitos autorais.

    semelhana das bibliotecas dos centros espritas queemprestam livros doutrinrios, h sites espritas com funo debibliotecas virtuais, sem finalidade de lucro financeiro,disponibilizando para download os livros espritas gratuitos.

    Infelizmente esses portais tm esbarrado com a avareza dosnegociantes de livros, que sob o jargo da suposta destinaodos lucros financeiros para obras filantrpicas, elevam a

    bandeira do famoso direito autoral, promovendo ameaasridculas e antidoutrinrias atravs de intimidaesextrajudiciais. (Pasmem!)

    O movimento esprita transformou-se num negciolucrativo, em que o comrcio de livros doutrinrios, CDs, DVDs(de palestras) reflete a cobia de vendilhes compulsivos.Existem at atacadistas e distribuidores dos livros espritas, que

    passam por vrios atravessadores at chegarem s mos dequem verdadeiramente procura o conhecimento, e por motivodo elevado preo muitas vezes no os pode adquirir. Ser quetal sovinice alcanar os Centros Espritas? Ser que algum dia,em nome dos direitos autorais, as editoras impetraromandados extrajudiciais proibindo os emprstimos de livros dos

    Autores espirituais, contidos nas bibliotecas dos Centros

    Espritas? evidente que a divulgao da Doutrina Esprita deve ser

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    feita em total acatamento s leis do Pas. Contudo, urgeponderar que a Lei sobre os Direitos Autorais foi promulgadaem 1998, ou seja, est desatualizada.(1) Destaque-se tambmque na poca da publicao da Lei, a amplitude do mundociberntico no era satisfatoriamente conhecida.

    urgente reconhecer que o mundo virtual tem sidoadmirvel veculo de disseminao dos contedos reveladospelo mundo espiritual. Alm disso, tem facilitado ademocratizao da apropriao do conhecimento esprita e ainsero social dos espritas assalariados. Portanto inaceitvela proibio das reprodues de livros espritas pela Internet

    para fins especficos de pesquisa. A Terceira Revelao nopode demorar-se merc dos avarentos e nem dos truanescosinteresses do mundo material.

    Sem ferir os princpios da tica e do respeito aos direitosdas editoras, cremos que tais comerciantes de livros deveriamestimular e apoiar os divulgadores dos portais (bibliotecasespritas virtuais) para o exerccio do pleno direito da

    divulgao gratuita dos princpios doutrinrios. At porque,inevitavelmente diversas obras j foram e continuaro sendodigitalizadas e publicadas pelas redes sociais, e se encontramatualmente dispersas e disponveis atravs da rede mundial decomputadores, sendo inexecutvel o controle jurdico dessecenrio.

    Em que pese existirem muitos espritas excludos do

    ambiente virtual, sobretudo aqueles mais pobres, que nopossuem computador / internet, e os menos afeitos stecnologias novas, a Doutrina dos Espritos tem um colossalpapel social e em tempo de Internet um absurdo a exclusodas leituras virtuais gratuitas para um enorme nmero deespritas que no podem comprar livros psicografados caros.

    Chico Xavier teria se locupletado se se atrevesse a vender

    os direitos autorais dos mais de 400 livros que psicografou.Porm, cnscio de que os livros no lhe pertenciam, j que

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    procediam de autores espirituais, cedeu de boa f todos osdireitos autorais para algumas privilegiadas editoras queatualmente vendem e (re)vendem, editam e (re)editam asobras psicografadas. O mdium de Uberaba doou os direitosautorais convicto de que suas psicografias jamais seriam minasde dinheiro. Em boa lgica! As obras cedidas no podem serconvertidas em lavras de ouro para garimpeiros cobiosos.

    Os Espritos e o mdium de Uberaba ansiavam que todas aspessoas indistintamente pudessem ter acesso aos livroscedidos; porm, a voracidade pelo lucro atravs damonopolizao editorial e a majorao de preo das obras

    psicografadas tem excludo os menos favorecidos da comprados livros. inconcebvel e inaceitvel surgirem no amanheditoras espritas cujos donos venham locupletar-se atravs docomrcio das obras psicografadas (presenteadas de mosbeijadas pelo cndido Chico), visando supostamente adivulgao doutrinria e os servios de filantropia.

    A publicao da literatura esprita, mormente as psicografadas,

    dispensa as incubaes de pr-edies com provocantescapas luxuosas e contedos velhos, com categoria grficarequintada, impresso esplendorosa, forjando-se aspectosvisuais de material indito, como se fosse uma mensagem sadado forno, mirando com essa estratgia majorar o preo. Ondeest o limite dessa explorao comercial? E tem mais: cremosque os legtimos livros espritas, se comercializados, devem ter

    preos populares, e sempre que possvel, distribudosgratuitamente aos centros espritas pobres, ou pelo menoscedidos a preos iguais ao custo de sua confeco. Isso divulgao esprita para todos, com todos e ao alcance detodos, to desejada por Chico Xavier.

    Cremos que o Espiritismo no assenta com interessescomerciais, e a publicao das mensagens do mundo espiritual

    no pode ser objeto de lucro financeiro, apenas moral. Isso nofaz o menor sentido, j que na espiritualidade no precisamos

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    desse artifcio do mundo material, que tanto corrompe ohomem encarnado. Entendemos que uma improbidade falarem direitos autorais quando se trata de uma obra espritapsicografada. O seu autor dispensa este recurso, pois noprecisa dele. Seu objetivo so a elevao e a educao, fatoresessenciais nossa evoluo, e no h como colocar preonisso.

    Uma instituio esprita, por mais briosa que seja, por maisfilantrpica consistam as suas atividades, seu interesse nopode sobrepor aos objetivos doutrinrios da divulgao corretae honesta do Espiritismo, sobretudo atravs da Internet, que

    pode proporcionar consolao aos coraes e mentesatormentados. Entendemos que a Associao de EditorasEspritas deveria apoiar a divulgao do Livro Esprita por todasas bibliotecas espritas virtuais idneas da Internet, at porquese o Apstolo de Uberaba fosse encarnado atualmente, criariaum site para divulgar e disponibilizar seus livros a todos osleitores, sem necessitar de qualquer editora para desfrutar de

    lucros financeiros com o produto da sua psicografia.

    Referncia:Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998

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    Dilvio de livros espritas delirantes

    Como (re)agir diante dos livros antidoutrinrios,supostamente medinicos, que invadem as instituiesespritas, colonizando turbas de ingnuos adeptos? Hpseudomdiuns, sem qualquer compromisso com o Espiritismo,que agem quais livres atiradores, e paradoxalmente suas obras

    so vendidas nos Centros Espritas, porque vendem muito, maso tempo que se consome lendo seus livros um desvio dotempo de aprendizagem da Doutrina Esprita. (1)

    Possivelmente seja perda de tempo acercar-nos dessecansativo tema. Todavia, acreditamos que sob o plio do velhoadgio cautela e canja de galinha no fazem mal a ningum,a questo pode ser abordada de forma menos complicada.

    Antes, porm, reafirmamos tudo o que j registramos muitasvezes na imprensa: os livros insalubres no devem sercomercializados nas livrarias de uma instituio esprita! Nemmesmo em nome da surrada cantilena liberdade deexpresso. No faz nenhum sentido as instituiescontinuarem comprando essa literatura [infausta]. Deveriamfazer a barreira de obstruo mesmo sem brigar com ningum,

    at porque somos espritas e urgente saber o que um livrogenuinamente esprita. (2)Raul Teixeira explana o seguinte: quanto mais

    descomprometido com a Doutrina Esprita o livrinho ou oromancinho, mais o povo gosta. Somos responsveis por essachuva de lodo sobre a nossa literatura esprita que d lucrosexorbitantes. Muitos clubes do livro [com honrosas ressalvas]

    no respeitam a Doutrina Esprita e normalmente colocammensalmente um livrinho baratinho para cobrar mais caro e

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    terem altos lucros sobre os seus assinantes. (3)Atualmente so vendidos a rodo esses destroos literrios. preciso frear a entrada dessas obras nas instituies. Que oseditores vendam onde quiserem, menos no centro esprita. muito importante os espritas assumirem posio. Nunca serfalta de caridade denunciar o mal. Falta de caridade nossaomisso ante a disseminao do mal atravs dos livros. Nopodemos entrar na falcia de que o mal querer o bem. (4).H obstinados gnios das trevas divulgando prolas azuis dotipo o mundo espiritual uma cpia do mundo fsico e no ocontrrio; a mulher desencarnada sofre fluxos menstruais;

    os Espritos vo ao banheiro e do descarga, instrutorespiritual conta piadas pornogrficas, mentor descreve commincias as curvas sensuais de jovem desencarnada, mentorendossa o aborto de anencfalos. chocante! Nessa invaso

    medinica enunciam que existem relacionamentos sexuaispara promoo de reencarnao no Alm. Ah!, por falar emreencarnao, tais livros revelam as vrias reencarnaes de

    Allan Kardec, culminando por encontrar o mestre de Lyonimerso num corpo (re)nascido em Pedro Leopoldo. Seriapattico se no fosse burlesco, ou o avesso?! Seria cmico seno fosse trgico.

    Garante tal literatura que as pretas e pretos velhos,caboclos e correlatos, so entronizados como mentores deinstituies espritas. bvio que as tradies das prticas

    medinicas africanas e amerndias no padecem dediscriminao entre os espritas estudiosos, nem avaliamos osEspritos de ndios e negros, de todo, involudos, todavia,ignorantes. Sim! Porque se fossem mais conscientes ou se nofossem ignorantes, no algemariam a mente em atavismos depersonagens do pretrito. Estamos diante de delrio e deextrema fascinao no movimento esprita doutrinrio.

    Os dirigentes no utilizam de forma criteriosa as barreiras paraseleo doutrinria dos livros expostos ao pblico! Afirma

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    Divaldo Franco que o pudor em torno do ndex Expurgatoriusda Igreja Romana tem levado muitos lderes a uma tolernciaconivente [contemporizao].(5) As instituies espritas[inclusive algumas federativas], por interesse puramentecomercial, vendem quaisquer livros psicografados, deautoajuda, de esoterismo, de outras doutrinas, quandodeveriam preocupar-se em divulgar as obras do Espiritismo,tendo um critrio de lgica.(6)

    Temos observado que sob o lbaro da liberdade culturalh os que pugnam pelo no expurgo dos livros antidoutrinriosnas prateleiras das nossas bibliotecas espritas, desde que haja

    na pgina inicial dessas obras (avaliadas como lesivas aoprograma da Codificao), sumrios de anlise e sugesto paraa leitura de obras com contextos adversos. Interessante essemtodo, sem dvida, mas cremos que o ingresso dos espritas(menos precavidos), deve ser irrestrito to somente nasbibliotecas que se balizem exclusivamente nas obrasdoutrinariamente irrefutveis.

    Logicamente, sem obrigao de pelejar com osdesfavorveis a restries, podemos aceitar a catalogao dosatuais entulhos-literrios e destin-los a espaos de leituraapenas frequentados por espritas conscienciosos epesquisadores honestos, capazes de analisar com lucidez oscontedos das obras. Somos partidrios do iderio de que asinstituies espritas deveriam ter uma comisso para analisar e

    avaliar a qualidade do livro e divulg-los ou no, porquanto aspessoas incautas ou desconhecedoras do Espiritismo fascinam-se com ideias verdadeiramente absurdas. (7) Destarte, importantssimo montar a barreira natural do exame [doslivros] consoante recomenda Kardec, at porque no se tratade reconstruo do arrepiante ndex Librorum Prohibitorum..(8)

    Se a biblioteca for acessvel a qualquer pessoa, urgentetoda precauo, pois quanto maior nvel de ignorncia do ledor,

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    importncia mxima dar a segurana oferecida pelainstituio ao livro a que ele tem livre acesso para leitura.Infelizmente, para os calouros e/ou incautos, o que oferecidopelo centro esprita interpretado como vlido, fidedigno edoutrinariamente correto. Eis a o deus-nos-acuda instalado!Cremos que mesmo sem atracar com ningum imperiosodefender o territrio [instituio esprita], porque quem compra[ou toma emprestada] uma obra de m qualidade no centro,sai declarando que aquela obra esprita, pois foi adquirida nocentro. Se um centro esprita comercializa uma obra de mqualidade porque esse centro tambm de m qualidade.

    (9)Sobre as bibliotecas espritas, concordamos que as mesmas

    devem ser locais intocveis. Porm, no h como comparar aliberalidade de uma biblioteca mundana (descompromissadacom a Terceira Revelao) com uma biblioteca esprita. Nadamais desigual! Os desgnios so completamente diferentes. Aprimeira prima por arquivar, conservar e oferecer informaes

    para desenvolvimento da cultura ordinria. A biblioteca esprita,entretanto, deve ser ambiente intocvel, e muito mais do queisso, deve ser um templo abenoado para abrigar as obrasajuizadas e consagradas universalmente pelos BenfeitoresEspirituais. A primeira prope aclarar o intelecto, mas asegunda necessita alumiar a mente e potencializar o corao dohomem.

    No podemos permitir que as instituies espritas sejamtransformadas em picadeiros, inobstante seja a comdia oinverso da tragdia(10), porm, na retaguarda do malfeitorcampeia o bufo (protagonista do circo), e os falsos devotostm por aclitos seres ineptos, que s agem por imitao: maneira dos espelhos, refletem a fisionomia de seus vizinhos.Tomam-se a srio, enganam-se a si prprios; a timidez os faz

    zombar daquilo em que no acreditam, exaltam o que duvidam,comungam com ostentao e acendem s escondidas pequenas

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    velas, s quais atribuem muito mais virtude do que atransformao moral.(11)

    Os espritas desleais so os verdadeiros descrentes daequidade, da esperana, da Natureza e de Deus; recusam obom senso e afianam o fanatismo. A desencarnao, porm,os arrastar encharcados de guas de cheiro e cobertos deouropis, que hoje os disfaram entre os homens.Pelo exposto, inadmissvel ficarmos temerosos de sermosclassificados de anacrnicos, conservadores ou at mesmoclericais. Depende de todos ns melhorar a qualidade dasprticas doutrinrias e cada qual deve fazer a sua parte.

    importante sermos inexorveis para blindar ininterruptamente aDoutrina Esprita contra os tteres das trevas (conhecidos comofalsos profetas da atualidade), que tapeiam quaisconcessionrios das Trevas. Contra eles devemos nos insurgir,a fim de expor o Espiritismo como Doutrina ajuizada, sublime eincorruptvel.

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Divaldo Francohttp://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2013/02/opiniao-do-divaldo-franco-sobre.html , acessado em 24/02/2013(2) Raul Teixeirahttp://tanialeimigespiritismo.blogspot.com.br/search?updated-

    min=2013-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2014-01-01T00:00:00-08:00&max-results=4 , acessado em 23/02/2013(3) idem(4) idem(5) Divaldo P. Francohttp://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2013/02/opiniao-do-divaldo-franco-sobre.html , acessado em 24/02/2013

    (6) idem(7) idem

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    (8) Raul Teixeirahttp://tanialeimig-espiritismo.blogspot.com.br/search?updated-min=2013-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2014-01-01T00:00:00-08:00&max-results=4 , acessado em 23/02/2013(9) idem(10) Kardec, Allan. Revista Esprita/outubro de 1863,mensagem ditada pelo Esprito Delphine de Girardin, disponvelem http://www.sistemas.febnet.org.br/site/indiceGeralDeRevistas/verArtigo.php?CodArtigo=575&Palavra=B%EDblia acessadoem 25/02/2013(11) idem

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    Algumas explicaes espritas para uma leitora do blog

    Sem uma religio definida, embora crente em Deus, umaleitora dos artigos do nosso blog pediu-nos algunsesclarecimentos. Ela mesma considera inaceitvel a f cega nosmitos da Gnese Mosaica e do Novo Testamento, citando osseis dias da Criao, a arca de No, Ado e Eva, a serpente e a

    ma, o Paraso perdido, a virgem Maria de Nazar, a estrelaguia, etc. Porm, o que mais a intriga : Por que deificaramsomente Jesus, se tantos outros cristos que, certamente,passaram pela humanidade e que, tambm, deveriam operar ostais milagres, permaneceram annimos na Histria? Segundoela, como admitir que Jesus tenha vindo ao mundo para sofrerpelos nossos pecados? Por que Deus no impediu a

    crucificao do Mestre, consentindo que O matassem?Percebemos que o raciocnio da nossa leitora aguado,

    sem dvida; mas, faz-se mister considerar que o raciocniohumano vem sendo trabalhado, de muitos sculos no planeta,pelos vcios de toda sorte. Temos plena confirmao desteasserto no ultra-racionalismo europeu, cuja avanada posioevolutiva, ainda agora, no tem vacilado entre a paz e a

    guerra, entre o direito e a fora, entre a ordem e aagresso.(1) Sobre suas questes, vamos por partes. Oshbitos mentais dos espritas, tambm, tendem a serconduzidos pela f raciocinada.

    Sobre os mitos mosaicos que cita, lembramos que se Moissse utilizou de muitas metforas, e se no transmitiu ao mundoa lei definitiva, ele deu, Terra, as bases da Lei divina e

    imutvel. Aqui devemos considerar que os homens recebero,sempre, as revelaes divinas de conformidade com a sua

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    posio evolutiva. Para ns, a Humanidade da Era Cristrecebeu a grande Revelao em trs aspectos essenciais:Moiss trouxe a misso da Justia; o Evangelho, a revelaoinsupervel do Amor, e o Espiritismo, em sua feio deCristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da

    Verdade.Sem querer esbarrar na deificao do Cristo, sabemos que

    no centro das trs revelaes encontra-se Jesus-Cristo, como ofundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. Portanto, noh outros Cristos na Terra. Ele, o Mestre, est conosco h maisde 4,5 bilhes de anos. Jesus foi o divino escultor da obra

    geolgica do planeta. Junto de seus prepostos, iluminou asombra dos princpios com os eflvios sublimados do seu amor,que saturaram todas as substncias do mundo em formao. Emais ainda, Todas as entidades espirituais encarnadas no orbeterrestre so Espritos que se resgatam ou aprendem nasexperincias humanas, aps as quedas do passado, comexceo de Jesus-Cristo, fundamento de toda a verdade neste

    mundo, cuja evoluo se verificou em linha reta para Deus, eem cujas mos anglicas repousa o governo espiritual doplaneta, desde os seus primrdios.(2)

    Sobre a supremacia do Cristo, lembremos do Meu Pai e eusomos Um. Essa afirmativa evidenciava a sua perfeitaidentidade com Deus, na direo de todos os processosatinentes marcha evolutiva do planeta terrestre. (3) Por

    vrias razes, qualquer comentrio sobre o Cristo no julgamosacertado fazer, para no condicionar a figura Dele aos meioshumanos, num paralelismo injustificvel, porquanto, em Jesus,temos de observar a finalidade sagrada dos gloriosos destinosdo esprito. NEle, cessaram os processos tacanhos de

    julgamentos humanos, sendo indispensvel reconhecer, na sualuz, as realizaes que nos compete atingir. Representando,

    para ns outros, a sntese do amor divino, somos compelidos aconsiderar que, de sua culminncia espiritual, enlaou, no seu

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    corao magnnimo, com a mesma dedicao, a Humanidadeinteira, depois de realizar o amor supremo.(4) que Jesus,com Amor, manifestou-se na Terra no seu esplendor mximo;Com Jesus, a Justia e a Verdade nada mais so que osinstrumentos divinos de exemplificao, Ele que o Cordeiro deDeus, alma da redeno de toda a Humanidade.

    Portanto, o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homempara lhe servir de guia e modelo foi o Cristo. Para Allan Kardec

    Jesus para o homem o exemplo da perfeio moral a quepode pretender a humanidade na Terra. Deus nos ofereceJesus como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou

    a mais pura expresso de sua lei, porque era o prprio EspritoDivino e foi o ser mais puro que apareceu na Terra. Se algunsdaqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deusalgumas vezes o desviaram, ensinando-lhe falsos princpios, foipor se deixarem dominar por sentimentos muito materiais e porter confundido as leis que regem as condies da vida da almacom as do corpo. Muitos anunciaram como leis divinas o que

    eram apenas leis humanas criadas para servir s paixes edominar os homens.(5)

    A respeito dos mitos e crendices do Novo Testamento,sabemos que foram impostos por seres sem escrpulos. Acomear com Constantino, que permitiu o famigerado Concliode Nicia. Posteriormente, com Teodsio, oficializando oCristianismo no Estado Romano. Em 384, So Jernimo teve a

    misso de redigir uma traduo latina do Antigo e do NovoTestamento. Essa traduo tornar-se-ia a norma das doutrinasda Igreja: foi o que se denominou a Vulgata. Essa traduooficial, que deveria ser definitiva, segundo a cpula da Igreja,foi, entretanto, alterada em diferentes pocas, por ordem dosulteriores pontfices. Portanto, os chamados livros cannicos,foram submetidos a diversas e trgicas interpolaes para

    satisfazer os mesquinhos interesses da Igreja. Sufocaram,antes de desabrochar, os fortalecedores princpios que teriam

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    conduzido os povos verdadeira crena, que eles hoje emdia inda procuram. Tudo para assegurar, fortalecer, tornarinabalvel a autoridade da Igreja. (6)

    Sobre a crucificao do Messias, permitida por Deus, deveser apreciado, to-somente, pela dolorosa expresso doCalvrio? Cremos que no, pois o Glgota representou ocoroamento da obra do Senhor, mas, o sacrifcio na suaexemplificao, verificou-se em todos os dias da sua passagempelo planeta. E o cristo deve buscar, antes de tudo, o modelonos exemplos do Mestre, porque o Cristo ensinou com amor ehumildade o segredo da felicidade espiritual, sendo

    imprescindvel que todos os discpulos edifiquem, no ntimo,essas virtudes, com as quais sabero demonstrar ao calvrio desuas dores, no momento oportuno. (7)

    Os mistrios das Leis divinas so insondveis. bvio queno cai um fio de cabelo de nossas cabeas sem que Deus osaiba e permita. A crucificao estava nos ditames da Vontadesuprema e no havia como ser modificada. E, mais ainda, a

    crucificao teve efeito simblico, uma vez que, aps acondenao, o Mestre ressurge para ns. Desde ento, a mortedeixou de ser o lgubre ingresso para o Nada; porquanto, naverdade, a esplendorosa revelao de que a vida eterna,como perenes sero as realizaes do bem, na terra e noespao. Quando o Celeste Amigo revelou o Tmulo Vazio, Elevenceu a morte. verdade! Todos os evangelistas narram as

    aparies de Jesus, aps sua crucificao, com circunstanciadospormenores, que no permitem se duvide da realidade do fato.Pois bem, minha irm, eis o motivo pelo qual Deus no impediua crucificao de Jesus.

    Em outro assunto, a leitora lembra o aborto provocado,questionando se essa deciso no deveria ser da me, uma vezque o livre-arbtrio nos d, a todos, a liberdade de escolha?

    Explicamos que o aborto provocado, para quem estuda aDoutrina Esprita e segue os conselhos dos Espritos, constitui

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    crime. Se voc diz: Eu no praticaria, mas que outrasmulheres tenham o direito de escolha nada mais, nada menosque presenciar algum prestes a cometer suicdio e fechar osolhos, no tentando, de forma alguma, impedi-lo e pensar,intimamente: - Nada posso fazer. A escolha dele.

    Portanto, tentar impedir, o quanto nos seja possvel, quemulheres cometam o aborto, nada mais que valorizar a vidadessas futuras mes e reconhecer a importncia da encarnaodos Espritos que se ligam a elas, desde o momento dafecundao. Que a leis humanas e as religies continuemfirmes no propsito da no descriminalizao do aborto.

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Xavier, Francisco Cndido. O Consolador, ditado peloesprito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001

    (2) idem pergunta 243(3) idem pergunta 288

    (4) idem pergunta 327(5) Kardec, Allan. O Livro dos Espritos, Rio de Janeiro: Ed.

    Feb, 2001, pergunta 625(6) Denis. Lon. Cristianismo e Espiritismo, Rio de Janeiro:

    Editora FEB, 2001(7) Xavier, Francisco Cndido. O Consolador, ditado pelo

    esprito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, pergunta

    286.

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    Fora da gratuidade no h absolvio

    Analisemos o princpio contido no captulo XXVI doEvangelho Segundo o Espiritismo e concluiremos que a regra

    Dai de graa o que de graa recebestes no se circunscreveapenas ao que se produz mediunicamente, todavia igualmentedesaprova a mercantilagem, a usura, a agiotagem de qualquer

    procedncia em nome da Codificao Esprita. Por justa razoJesus recomendou que os intermedirios (mdiuns) entre o cu(mundo espiritual) e a Terra no poderiam receber dinheiro poressa tarefa.

    O Criador no vende os benefcios que concede. Amediunidade conferida gratuitamente por Deus para alviodos que sofrem e (especificamente nas hostes espritas) para

    difuso da Terceira Revelao, no podendo pois serempregada comercialmente. Essa reprovao de Jesus docomrcio das coisas abenoadas recaiu sobre as permutas demuambas religiosas praticadas pelos vendilhes do Templo deJerusalm. Ao expuls-los, o Mestre deu enrgicademonstrao de que no se deve comerciar com as coisasespirituais, nem torn-las objeto de especulao ou meio de

    cobias.Os intrpretes dos Espritos (mdiuns), para instrurem oshomens, mostrar-lhes o caminho do bem e conduzi-los f nopodem apelar para o lucro material. No devem, pois, vender-lhes as mensagens que no lhes pertencem, pois no soproduto da sua lavra nem de suas pesquisas nem de seutrabalho pessoal. diferente do trabalho, por exemplo, do

    mdico, do advogado, do engenheiro, do professor, queoferecem o fruto dos seus estudos, dos seus esforos e at dos

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    seus sacrifcios nos bancos acadmicos e da poderemauferirem lucros das suas aptides, bem longe das hostesespritas. J o mdium, sobretudo o curador, (re)transmite ofluido dos Espritos e assim no pode vend-lo sob qualquercontexto, seja onde for, fora ou dentro do ambientekardeciano.

    O ancestral sacerdote druda da velha Glia anota que oEspiritismo compreendeu o lado srio da mediunidade,lanando o descrdito sobre a explorao e elevando a prticamedinica categoria de mandato sublime. Essa questo nose relativiza. O "dai de graa ao que de graa recebemos" no

    pode ser deformado. A nica moeda que o Criador acolhe comocmbio o amor ao prximo. O Espiritismo deve ser adisseminao da palavra de consolo tal como Jesus nosensinou, tal como Ele pregava, tal como Kardec esperava, talcomo Chico Xavier exemplificou, para todos e ao alcance detodos sempre gratuitamente.

    Ficamos estarrecidos ao assistir ao sepultamento da

    simplicidade da Terceira Revelao no jazigo dourado daespeculao mercantil das palestras, dos seminrios sob osaplausos provindos da populao desprovida de raciocnio, dasaclamaes extravagantes, dos galanteios esplndidos edelirantes. O Cristianismo primitivo, pela simplicidade dosprimeiros ncleos cristos, foi conquistando integralmente asociedade de sua poca, porm, lamentavelmente, com o

    esvair dos sculos, desgastou-se ideologicamente. O Evangelhoconspurcou-se tragicamente por imposio dos interessespolticos, institucionais e principalmente financeiros, eultimamente existem os que contam as moedas douradasarrecadadas em nome do Cristo, de mos unidas com"Mamon".

    Jesus assegurou que "digno o trabalhador do seu salrio".

    Ora, o mdium que exerce sua faculdade segundo o Cristorecomenda, sem interesses materiais ou egostas, no deixar

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    de receber uma correspondente recompensa espiritual.Todavia, inevitavelmente o mdium mercenrio atrair para sios espritos levianos, pseudossbios, malvolos.

    O Espiritismo no assenta com interesses comerciais, e adivulgao das mensagens do mundo espiritual no pode serobjeto de lucro financeiro; apenas moral. Notamos combastante inquietao que setores influentes do movimentoesprita vm transformando-se em censurvel balco denegcio. Ressalvando-se as preciosas excees e semgeneralizar, percebe-se decidida argcia, especificamente notrato comercial de livros espritas de autores encarnados e

    desencarnados, de CDs e DVDs, refletindo em boa dose apretenso da compulsiva ganncia, mormente quando soencarecidos os preos dos livros doutrinrios.

    Do exposto indagamos: ser justo transformar um temploesprita em uma espcie de agncia mercantil? Em uma espciede ncleo financeiro lucrativo? Ser que os BenfeitoresEspirituais consentem tal procedimento? Foi isso o que nos

    ensinou Kardec? bvio que no!Viver o Evangelho, sim! Ganhar dinheiro custa da

    mensagem esprita, nunca!A Terceira Revelao veio para todas as pessoas. foroso

    que a exercitemos democraticamente junto aos deserdadosmaterial e intelectualmente. Caso contrrio, no futuro oscentros espritas sero transformados em estabelecimentos

    mercantis (visando lucros materiais), ou em espao restrito aosnotveis abastados, sublevando-se o Evangelho do Cristo quesomente ser pregado para os que possuam saborosos cartesde crdito e obviamente laureadas por ttulos acadmicos.Entre os moldes atuais para a melhor difuso esprita, cremosque importante uma reviso das estratgias e costumesmercantilistas, a fim de que a mensagem do Espiritismo alcance

    todas as faixas sociais. Destarte, o acolhimento dos simples[espritas desempregados, iletrados, pobres] no ambiente das

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    reunies espritas tarefa de primordial importncia nostempos em que vivemos. A divulgao doutrinria deve tercomo parmetros o que simples e vivel para todas oscentros espritas, mormente os de periferia. Lembremos que asraposas tm covis, e as aves do cu tm ninhos, mas Jesus noteve onde reclinar a cabea., segundo narra Mateus no oitavocaptulo, versculo vinte.

    No vo nossos lembretes destinados queles que revertema mensagem esprita em prol das comprovadas obrasfilantrpicas (creches, asilos, hospitais etc), contudo para osespeculadores, os vendilhes ambiciosos.

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    Ser que foi um pueril devaneio?...

    Em face da publicao do artigo o Mundo do Faz deConta, leitores residentes na Europa enviaram-me mensagensinquietantes; vejamos: Estou plenamente de acordo com tudoquanto afirma e acho at que ficou aqum, pois muito maishaveria para voc dizer (...). O movimento Esprita europeu

    adoeceu j algum tempo. Diversos e distintos diagnsticospoderamos fazer. H competio entre os mdiuns, ausnciade conhecimento do Evangelho e o pior de todos: o nefastoiderio do EU SOU O MAIOR (sndrome de grandeza). Nosltimos 5 anos, instalou-se uma desordem, pois no sabemosdiferenciar o JOIO do TRIGO. Recebemos aqui com frequenciaespantosa alguns palestrantes que mais fazem turismo nas

    terras EUROPIAS do que difundir Espiritismo. O pior queesses oradores vm, usufruem da hospedagem e boa vontadee da simplicidade, mas abusam da ingenuidade de algunsconfrades anfitries.

    Desculpe um desabafo! Aqui temos o culto aos deusesmdiuns aquele que o maior. Vendem milhares de livros poraqui, e o que mais trgico as obras da Codificao so

    substitudas pelos livros dos deuses da oratria, queobjetivam muito mais a vendagem de livros da sua lavra. umsalve-se quem puder. Uma hora de palestra e 30 minutos depublicidade e vendagem de livros, CDS, DVDs, revistas. So osmascates estrangeiros que encontram aqui um paraso deFRIAS (de graa) e vendas dos seus produtos.

    Fui dormir preocupado com tudo isso e tive mau sonho.

    Sonhei que estava imerso em um mundo estranho ondetestemunhei fatos que anseio jamais aconteam no mundo de

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    viglia.No cenrio onrico identifiquei esforos para unir

    espritas, entretanto algo distante de uma programaokardeciana sensata. As representaes das trevas empregavamastcias e encaminhavam seus emissrios para cargos dedireo dos rgos federativos.

    Os obsessores, como sempre, mostravam-se perspicazes,influentes, instrumentalizados e impetravam desinteligncias nomovimento doutrinrio. Ao oposto de perseguirem articulistainexpressivo tal qual sou, que nenhuma influncia exerce nomovimento esprita, assestavam, bvio! Suas armas contra as

    instituies coordenadoras do movimento doutrinrio, e atransformavam suas vtimas em prestigiosos diretores. Destemodo, seus representantes adquiriam mais poder de comandoperante os espritas ignorantes e cometiam irreparveisestragos ao programa doutrinrio.

    S para se ter uma plida ideia, tais diretores ofereciamcartelas de bingo, a R$ 25,00; defendiam Ramats, como

    esprito superior; afirmavam que tudo parte de Deus,inclusive a matria; Kardec era desconhecido, mas divulgavampesquisas da cincia como hologramas, Stephen Hawking etc.,menos, claro, o prprio codificador.

    Lamentavelmente, as obras espritas arruinavam-se aoacolher a enxertia dos conceitos e prticas anmalos singeleza que lhes vigoravam no alicerce. Percebi que adulavam

    lderes megalomanacos, encharcados de arrogncias, que searvoravam como benfeitores da construo e difusodoutrinrias. No letargo do sonho, ainda consegui perceber que

    somente os viajores irresponsveis escolhiam perlustraratalhos perigosos e desfiladeiros obscuros, espinheiros echarcos, no labirinto de aventuras marginais, ao longo daestrada justa. (1)

    O panorama dos sonhos estava totalmente contaminado deprticas doutrinrias irregulares e no havia nenhuma

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    perspectiva de melhora; ao contrrio, modelos estavam sendoconsolidados e havia uma epidemia de expositores afetadossurgindo em cada centro esprita, dispostos a copiar ocomportamento do endeusado lder-chefe. Foi extenuantetestemunhar as sempre passivas idolatrias a esse guia, cheio deautoridade moral, um condutor completamente intocvel, cujassentenas tornavam-se regra definitiva para os dirigentesincautos.

    A proeminente e tenaz ttica do chefe-famoso era ainjuno de um legado espetaculoso de palestras ostentosas,motivo pelo qual os outros copistas permaneciam rasos de

    contedos, hipnotizados sob os grilhes da vaidade. Mas,graas a Deus!, Havia espritas prevenidos que inquiriam apscada palestra espetacularizada: Falaram de qu? Abordaramque contedo?

    O adorado lder tinha a empfia de batizar com o ttuloPURITANOS todos defensores da gratuidade dos eventosespritas , ou seja dos que defendiam um Espiritismo para todos

    e ao alcance de todos. Tal lder ignorava que na sua tica,Paulo de Tarso no permitiu o mercantilismo do Cristianismo.Pregou o Evangelho gratuitamente (2) e justificou tal atitude:

    Pregamos o Evangelho a vocs, trabalhando de dia e de noite,a fim de no sermos peso para ningum.(3)

    Na contramo da advertncia do Convertido de Damasco, ospretensos expositores, em seguida aos shows das palestras

    (cantadas, recitadas, declamadas, gritadas etc... etc... etc.) ,quais ambulantes de feira livre, punham venda seus DVDs,CDs, livros etc., enfim, com toda a tralha para acomercializao, gastavam tempo precioso promovendo suasquinquilharias doutrinrias, muitas vezes em centros espritaspobres, simples, escassos de recursos. Entretanto,curiosamente, os dirigentes de tais centrinhos sentiam-se

    orgulhosos porque trouxeram um nome famoso para ainstituio que dirigem.

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    Nos imagos onricos, portanto, lidava-se com os egos dedirigentes e palestrantes, e pouqussimas excees estavamsintonizados com os Benfeitores. Infelizmente os oradoresmodestos, despretensiosos, sinceros, importantssimos para oengrandecimento do Espiritismo eram desprezados. Quasetodos os pregadores encontravam-se instilados pelaspresunes, pelas ribaltas e holofotes da glria, sobretudopelos aplausos infrteis. Sem nenhum pudor os mais famososexigiam reverncias e bajulaes desenfreadas.

    No era assegurada a simplicidade e a pureza dos princpiosespritas nos ncleos e associaes doutrinrios, por isso suas

    atividades no atingiam a meta da libertao espiritual dosfrequentadores. Estes contemporizavam com todo tipo deprofissionalismo religioso e nem se atreviam a arguir porque, seinterrogassem o lder-venerado, estariam questionando os queo apoiam, sabiam que perderiam amigos e, por isso,silenciavam. Ou ainda porque lhes interessava algum lucrodivulgando os produtos do lder-mor, seja lucro financeiro ou

    mesmo o que vem da pura vaidade, da notoriedade, pois quemadentrasse o meio esprita, se no citasse o lder-chefe, se nodivulgasse os eventos de que ele fazia parte, se no apoiassequem o apoiava, transformar-se-ia em proscrito, deixado delado por todos os idlatras.

    Presenciei um palestrante implorando junto ao pblico umacolaboraozinha de recursos financeiros a fim de "ajud-lo"

    nos projetos assistenciais, visando adquirir microfones, tripsde luz, computadores e quejandos. Tal palestrante fazia umshowzinho particular com direito a jogos de imagens e msicas,para agradar a todos, passando a ideia de apurado bomgosto, mas na realidade estava querendo encher linguia(como se diz na gria popular), com vrias cantorias eapresentaes.

    L no se tinha o alcance moral para entender que zelo pelapureza e simplicidade doutrinria no intolerncia, fanatismo

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    e nem rigorismo de espcie alguma, porquanto, agir de outromodo o mesmo que devolver um mapa luminoso ao labirintodas sombras, aps sculos de esforo e sacrifcio para obt-lo,como se tambm, a pretexto de fraternidade, fssemosobrigados a desertar do lar para residir nas penitencirias; adeixar o caminho certo para seguir pelo cipoal; a largar o pratosaudvel para ingerir a refeio deteriorada e desprezar a guapotvel por lquidos de salubridade suspeita. (4)

    Havia uma neurastenia generalizada em torno dastemticas: terra em transio, final dos tempos, cujosenredos catastrofistas atrofiavam mentes fanatizadas. Alguns

    neurticos esquadrinhavam respaldo (acreditem!) no clebreclich: Chico Xavier me contou para corroborar as afirmaes(supostamentereveladas pelo mdium de Uberaba noscolquios ntimos), sobre bizarras profecias espalhafatosas, comdataes e outras prolas sobre o trgi(cmico) amanh daHumanidade.

    De manhzinha, ao despertar do sono, identifiquei que a

    experincia onrica evidenciava muitas prticas indesejveis que urgente se evitem na Terra. E se tais prticas ocorrerem,algum precisa denunciar, para no ser apenado por omisso.

    Todos os espritas que, de corao, vigiam para que aDoutrina no seja comprometida, devem, sem hesitao,denunci-las [prticas estranhas], tanto mais porque, sealgumas delas so produtos da boa-f, outras constituem

    trabalho dos prprios inimigos do Espiritismo, que visamdesacredit-lo e poder motivar acusaes contra ele. Eis porque necessrio que saibamos distinguir aquilo que a DoutrinaEsprita aceita daquilo que ela repudia. (5)

    Somos daqueles que preferem a anlise construtiva paraquaisquer tarefas doutrinrias, e no cultivamos paternalismoou mimos imprprios, no aveludamos conscincias junto a

    irmos de nosso convvio, em vista de reconhecermos quenenhum bem se far sem trabalho disciplinado; entretanto, no

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    podemos esquecer que muitos companheiros se marginalizamnos compromissos por no conseguirem suportar o malho dainjria, o frio da desconsiderao e do abandono, a supressode meios justos para o exerccio das funes a que foramchamados e as lutas enormes, decorrentes das armadilhas desombra, de que muitos no conseguem escapar, hipnotizadospelos empreiteiros da obsesso. (6)

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Xavier, Francisco Cndido e Vieira Waldo. Opinio

    Esprita, ditados pelos Espritos Emmanuel e Andr Luiz, SoPaulo, Editora: Boa Nova - 1 edio agosto/2009, Item 25 -PRTICAS ESTRANHAS

    (2) 1Cor 9,18(3) 4 1Ts 2,9(4) idem(5) (Allan Kardec, Viagem Esprita em 1862. Instrues

    Particulares. VI.)(6) Xavier, Francisco Cndido. Companheiros, ditado pelo

    Esprito Emmanuel, So Paulo: IDE 1977, cap. MDIUNS NATERRA

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    Prticas estranhas no Espiritismo

    Sabemos, de sobejo, que devemos respeitar crenas,preconceitos, pontos de vista e normas de quaisquer pessoasque no lem pela nossa cartilha doutrinria. Porm, temosdeveres intransferveis para com a Doutrina Esprita. misterque lhe preservemos os princpios doutrinrios com

    simplicidade e dedicao, sem intolerncia, sem radicalismos,mas sem concesses indesejveis. A orientao, a experincia ea prtica dos mdiuns mais amadurecidos, como FranciscoCndido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre outros, tm nosdemonstrado, sempre, a necessidade da vigilncia com relao preservao da pureza dos preceitos bsicos da DoutrinaEsprita.

    Observamos, atnitos, as muitas discusses estreis emtorno de temas como: crianas ndigo; se Chico Kardec(?);ubaldismos, ramatisismos, cromoterapias, e tantos outrosenfadonhos "ismos" e "pias", infiltrados no meio esprita.

    Aceita-se o poder curador de cristais, sem a menor reflexoconsciente. Confiam, cegamente, nos efeitos das pomadas"mediunizadas", como se essa prtica enganosa lhes fosse

    trazer algum benefcio. Promovem-se, nas tribunas, verdadeirosshows da prpria imagem, shows esses protagonizados pelosilustres oradores, que no abrem mo da vaidosa distino doDr. antes dos prprios nomes. Criam-se associaes comnotveis profissionais de pretensos "espritas". Muitos outros seprojetam nos trabalhos assistenciais, para galgarem espaos naribalta da poltica partidria. No de hoje o fenmeno das

    prticas exticas nas hostes doutrinrias, fato esse que faz,realmente, a diferena.

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    Segundo algumas convenincias, propiciam as famosas"churrascadas espritas", disfaradas de almoo fraterno, emnome do Cristo(!?), pasmem! Confeccionam rifas"beneficentes"; agendam desfiles de moda, "de carterfilantrpico", e, o que pior, cobram taxas para o ingresso noseventos espritas, quais sejam: congressos, simpsios,seminrios, e, por a vai...

    H um impulso incontrolvel para o universo mstico demuitos idlatras, que, talvez, leram alguma "coisinha" aqui, eoutra ali, sobre a doutrina esprita e se dizem seguidoresconvictos, quando, na realidade, nada mais so do que

    "espritas de fachada". Os Benfeitores nos advertem que cabe,a ns, a obrigao intransfervel de defender os ensinamentosde Allan Kardec, seja pelo exemplo dirio do amor fraterno,seja pela coragem do debate elevado.

    Muitas pessoas tm escrito para o meu email, insistindo notema - apometria. Informo-lhes, frequentemente, que a teoria ea prtica da tcnica apomtrica (e suas leis) esto em pleno

    desacordo com os princpios doutrinrios codificados por AllanKardec. Jamais aconselharamos incluir a apometria no corpodo Departamento Doutrinrio e Medinico das Casas Espritas.

    Sobre essa estranhssima prtica, lamentavelmente,encruada por estas bandas do Centro-Oeste, indagamos aosexperts, por que os Espritos no nos revelaram tal proposta"teraputica"(!), quando tiveram, sua disposio, excelentes

    colaboradores mdiuns, ao longo do sculo XX? No basta seafirmar "esprita", nem, tampouco, se dizer "mdium dequalidade", se essa prtica no for exercida conforme preceituaa Codificao Esprita. Respaldados nos estudos sistemticosque fazemos da Doutrina Esprita e no dispensamos, de formaalguma, esse hbito- esclarecemos, sempre, que a apometriano Espiritismo, porquanto as suas prticas esto em total

    desacordo com as recomendaes de "O Livro dos Mdiuns".Com essas bizarras prticas, abrem-se precedentes graves para

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    a implantao de rituais e maneirismos, totalmente,inaceitveis na prtica esprita, que , fundamentalmente, adoutrina da f raciocinada.

    Se a apometria (como afirmam os cansativos discursosdos lderes dessa prtica), mais eficiente que a reunio dedesobsesso, por que a omisso dos Espritos Superiores? Porque eles se calaram sobre o assunto? Curioso isso, no? Nomnimo, esquisito. O silncio dos Espritos Superiores , semdvida, um pressgio de que tal prtica de mal agouro, e, porisso mesmo, ela circunscrita a poucos grupos. No conquistoua aceitao universal dos espritos, razo pela qual no conta

    com a anuncia das nossas Casas Espritas srias. Percebemosque essas mistificaes coletivas superlotam alguns CentrosEspritas, em que seus dirigentes vendem a iluso da "terapiaapomtrica", como mestres da hipnose, fazendo com que essescentros se tornem um reduto de fanticos e curadores de coisanenhuma, o que lastimvel...

    Por subidas razes, devemos estar atentos s

    impertinncias desses idelogos quixotescos, dos propagadoresdessas terapias incuas, que pensam revolucionar o mundo da"cura espiritual". At porque, a cura das obsesses no seconsegue por um simples toque de mgica, de uma hora paraoutra, mas , quase sempre, a longo prazo, no to rpidacomo se imagina, dependendo de vrios fatores,principalmente, da renovao ntima do paciente.

    Como se no bastasse, ainda, entra em cena, no rol dasbizarrices doutrinrias, uma tal "desobsesso por correntemagntica". Isso mesmo! Desobsesso(!?)

    O uso de energia para afastar obsessores, sem a necessriatransformao moral (Reforma ntima), indispensvel libertao real dos envolvidos nos dramas obsessivos, contradizos princpios bsicos do Espiritismo, pois, o simples

    afastamento das entidades perseguidoras no resolve aobsesso. O confrade Cauci de S Roriz lembra, na Revista O

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    Esprita/DF, no artigo "Desobsesso por corrente magntica. possvel?" que "a proposta da corrente magntica parte de umabase falsa, qual seja, a de que o Espiritismo exista para"atender, na prtica desobsessiva, a um grande nmero depessoas." Por essas razes, preocupa-nos a introduo, naprtica esprita, de mais esse enxerto estranho - a chamadadesobsesso por corrente magntica - assunto que aindamantm sob hipnose muitos espritas incautos. Repetimos que,sobre o tema, os "Espritos ainda no enviaram orientao ar