Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

6
N° 05 - Setembro de 2012 13° Intereclesial das CEBs - Crato - Ceará O 13º Intereclesial das CEBs é um apelo para que as Comunidades de Base não deixem cair a profe- cia. E para atender a esse apelo feito por Dom Helder, dias antes de sua morte, o trem das CEBs deve correr sobre dois tri- lhos: a Justiça do Reino e a construção da Paz. Para o profeta Isaías, quem busca a justiça está em busca de Deus (Is 51,1); e o próprio Jesus disse: “Buscai primei- ro o Reino de Deus e a sua Justiça” (Mt 6,33). O alicerce da Justiça e da Paz co- meça na construção do relacionamento humano, entre as pessoas, para que possa nascer e renascer a vida em comunida- de. A semente da Paz não é como a se- mente de alface que nasce facilmente, mas como a semente de jacarandá: cres- ce devagar, leva tempo, a vida inteira. Se a justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é seu, e a justiça social acontece quando todos se realizam plenamente como ser humano e vivem dignamente, então o sistema que privi- legia poucos e coloca milhões na misé- ria não é justo. O programa “Brasil sem miséria” significa apenas um remendo para tapar uma parte da tragédia social JUSTIÇA E PROFECIA A SERVIÇO DA VIDA que foi sendo construída ao longo dos séculos XX e XXI. Não se trata de uma política que reforce as condições de auto- -organização da população, mas sim da burguesia. Pois, um desenvolvimento so- mente econômico não está em condições de libertar o ser humano, pelo contrário, acaba por escraviza-lo mais. O governo, como no tempo dos militares, continua apostando que o desenvolvimento se faz particularmente com grandes projetos, não importa a dor e comoção dos atingi- dos, as obras precisam ser feitas, mesmo que certos grupos tenham que ser sacrifi- cados pela transposição do Rio São Fran- cisco, pela usina nuclear de Itacuruba – PE, pelo urânio em Caitité – BA, pela usina do Rio Madeira – RO, pela barra- gem do Belo Monte – PA, pelo monocul- tivo do boi, da cana de açúcar, da soja, do eucalipto, pelas obras da Copa, etc. Todos são projetos pertencentes aos inte- resses do grande capital e que impactam comunidades tradicionais e a natureza. Nos tempos do povo bíblico, houve épocas que as pessoas descobriam a Palavra divina através dos profetas e profetizas que denunciavam as injustiças. Depois, no meio dos exilados e no meio do povo lavrador não exilado, surgiram profetas que não mais denunciavam os erros do povo e sim tentavam consolar e manter a esperança da salvação para comunidades meio desesperançadas. Pa- rece ser o contexto das CEBs hoje: vive uma profecia da consolação em meio às vítimas dos grandes projetos do governo. E, como reza o salmista (Sl 74,9), parece que “não há mais nenhum profeta e nin- guém sabe até quando”. Mas, se abrirmos os olhos, a mente e o coração descobrire- mos novos tipos de profetas e profetizas. Deus nunca deixa de se comunicar co- nosco. Paulo de Tarso fundou grupos de profetas e chamou de Igreja. Tratava-se de pessoas que queriam seguir o profeta Jesus de Nazaré. As Comunidades Ecle- siais de Base (CEBs), a partir do Concí- lio Vaticano II, depois da conferência de Medellin (1968), procuram assumir esse papel profético da Igreja: grupos de pes- soas que defendem a Paz e promovem o diálogo se colocando a favor dos pobres e injustiçados. DOM PEDRO CASALDÁLIGA ESCREVE MENSAGEM PARA ENCONTRO DAS CEBS pág 02 pág 06 pág 03 pág 05 pág 06 pág 02 ENCONTRO ESTADUAL DE CEBS INICIA COM CRÍTICAS AO GOVERNO E BUSCA POR PROFETAS ARTISTA FAZ JUSTIÇA CAN- TANDO A PROFE- CIA PREPARAÇÃO PARA O 13º INTERECLESIAL 5ª SEMANA SO- CIAL BRASILEI- RA E A UTOPIA BRASIL ENCONTRO LATI- NO-AMERICANO E CARIBENHO DE CEBS Pe. Vileci Basílio Vidal

description

13º Intereclesial das CEBs - Crato - CE

Transcript of Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

Page 1: Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

N° 05 - Setembro de 2012 13° Intereclesial das CEBs - Crato - Ceará

O 13º Intereclesial das CEBs é um apelo para que as Comunidades de Base não deixem cair a profe-

cia. E para atender a esse apelo feito por Dom Helder, dias antes de sua morte, o trem das CEBs deve correr sobre dois tri-lhos: a Justiça do Reino e a construção da Paz. Para o profeta Isaías, quem busca a justiça está em busca de Deus (Is 51,1); e o próprio Jesus disse: “Buscai primei-ro o Reino de Deus e a sua Justiça” (Mt 6,33). O alicerce da Justiça e da Paz co-meça na construção do relacionamento humano, entre as pessoas, para que possa nascer e renascer a vida em comunida-de. A semente da Paz não é como a se-mente de alface que nasce facilmente, mas como a semente de jacarandá: cres-ce devagar, leva tempo, a vida inteira. Se a justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é seu, e a justiça social acontece quando todos se realizam plenamente como ser humano e vivem dignamente, então o sistema que privi-legia poucos e coloca milhões na misé-ria não é justo. O programa “Brasil sem miséria” significa apenas um remendo para tapar uma parte da tragédia social

JUSTIÇA E PROFECIA A SERVIÇO DA VIDAque foi sendo construída ao longo dos séculos XX e XXI. Não se trata de uma política que reforce as condições de auto--organização da população, mas sim da burguesia. Pois, um desenvolvimento so-mente econômico não está em condições de libertar o ser humano, pelo contrário, acaba por escraviza-lo mais. O governo, como no tempo dos militares, continua apostando que o desenvolvimento se faz particularmente com grandes projetos, não importa a dor e comoção dos atingi-dos, as obras precisam ser feitas, mesmo que certos grupos tenham que ser sacrifi-cados pela transposição do Rio São Fran-cisco, pela usina nuclear de Itacuruba – PE, pelo urânio em Caitité – BA, pela usina do Rio Madeira – RO, pela barra-gem do Belo Monte – PA, pelo monocul-tivo do boi, da cana de açúcar, da soja, do eucalipto, pelas obras da Copa, etc. Todos são projetos pertencentes aos inte-resses do grande capital e que impactam comunidades tradicionais e a natureza. Nos tempos do povo bíblico, houve épocas que as pessoas descobriam a Palavra divina através dos profetas e profetizas que denunciavam as injustiças.

Depois, no meio dos exilados e no meio do povo lavrador não exilado, surgiram profetas que não mais denunciavam os erros do povo e sim tentavam consolar e manter a esperança da salvação para comunidades meio desesperançadas. Pa-rece ser o contexto das CEBs hoje: vive uma profecia da consolação em meio às vítimas dos grandes projetos do governo. E, como reza o salmista (Sl 74,9), parece que “não há mais nenhum profeta e nin-guém sabe até quando”. Mas, se abrirmos os olhos, a mente e o coração descobrire-mos novos tipos de profetas e profetizas. Deus nunca deixa de se comunicar co-nosco. Paulo de Tarso fundou grupos de profetas e chamou de Igreja. Tratava-se de pessoas que queriam seguir o profeta Jesus de Nazaré. As Comunidades Ecle-siais de Base (CEBs), a partir do Concí-lio Vaticano II, depois da conferência de Medellin (1968), procuram assumir esse papel profético da Igreja: grupos de pes-soas que defendem a Paz e promovem o diálogo se colocando a favor dos pobres e injustiçados.

DOM PEDRO CASALDÁLIGA ESCREVE MENSAGEM PARA ENCONTRO DAS CEBS pág 02pág 06

pág 03 pág 05 pág 06pág 02

ENCONTRO ESTADUAL DE CEBS INICIA COM CRÍTICAS AO GOVERNO E BUSCA POR PROFETAS

ARTISTA FAZ JUSTIÇA CAN-TANDO A PROFE-CIA

P R E PA R A Ç Ã O PARA O 13º INTERECLESIAL

5ª SEMANA SO-CIAL BRASILEI-RA E A UTOPIA BRASIL

ENCONTRO LATI-NO-AMERICANO E CARIBENHO DE CEBS

Pe. Vileci Basílio Vidal

Page 2: Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

2 Jornal A Caminho

Por Maria da Silva Costa Rossi*

Tendo começado neste dia 16/06, em Sula San Pedro, Honduras, o IX Encontro Latino-Americano

das CEBS. A delegação brasileira saúda todos/as os/as participantes com esta mensagem esperançosa escrita especial-mente para essa ocasião por Dom Pedro Casaldáliga: “As CEBS do Brasil e as CEBS de toda a nossa América, reunidas na pequena e resistente Honduras, na força e na alegria do Espírito do Ressuscita-do Jesus. (Falamos de “Nossa América” como falamos dos libertadores da Pátria Grande, para que as Ilhas não sejam es-quecidas). Reunimo-nos para reafirmar nossa identidade como CEBs com traços fundamentais comuns: - As CEBS, por definição, so-mos COMUNIDADE, igualdade frater-na, corresponsabilidade, partilha, mesa eucarística do Pão e da Palavra. Contra o egoísmo e o consumismo do capitalismo neoliberal, somos a sobriedade compar-tilhada, a pobreza evangélica. - As CEBS somos IGREJA, ou-

tro modo de toda a Igreja ir sendo; sendo cada dia mais REINO, o Reino dos se-guidores e seguidoras de Jesus de Nazaré. Igreja samaritana, libertadora, ecumêni-ca. - As CEBS somos BASE, Povo, fermento do Reino entre os pobres, os excluídos-excluídas, indignados-indig-nadas que assumem a luta e propagam a esperança. Para um encontro das CEBS da Nossa América, nesta hora política e eclesial de crise, nos obriga ser conscien-temente integração latino-americana--caribenha, fermentando a sociedade do Bem Viver e do Bem Conviver, potencia-lizando os direitos e a presença dos po-vos indígenas e afrodescendentes. O Espírito nos anima a trans-formar a hora escura da crise em hora luminosa de Kairós. Ser diálogo, diaco-nia, evangelização integral, militância e contemplação; a partir do dia a dia da família e do trabalho, da eclesialidade ministerial e da organização popular, da pastoral e da política. Três atitudes maiores nos devem definir nessa hora: Indignação profética, Compromisso militante, Esperança pascal

Querida e grande família das CEBS da Nossa América, com este en-contro de HONDURAS relançamos nos-so modo de ser Igreja na Pátria Grande na perspectiva de Outro Mundo Possível. Os deserdados da Terra nos garantem a herança do Reino. A nuvem dos testemu-nhos de sangue cobre a Caminhada. Je-sus nos comunica seu Espírito, presente e atuante sempre em nós, sendo o grande sacramento da Libertação, Nossa Páscoa.Do Brasil lhes enviamos um abraço cari-nhoso, do tamanho da nossa Esperança”.

DOM PEDRO CASALDÁLIGA ESCREVE MENSAGEM PARA ENCONTRO DAS CEBS

PREPARAÇÃO PARA O 13º INTERECLESIAL 1. Encontro dos ArtistasAconteceu nos dias 10, 11 e 12 de agosto em Crato, o encontro dos artistas que preparam a animação do 13º Intereclesial. Estiveram presentes representantes das dioceses de Ita-pipoca, Fortaleza, Crateús, Iguatu e Crato. O objetivo foi selecionar os cânticos que irão compor a formação do livro e os CDs em processo de produção. A proposta é que cada diocese do nosso regional organize uma equi-pe de animação. Estão a frente desta equipe: Ir. Ilza, Airton de Maria, Ana Lourdes, Ade-leni, Francisco, Jardel e outros representantes das dioceses.

2. Assembleia de CEBs do Sertão do Araripe em PernambucoO encontro aconteceu no dia 11 de agosto com a assessoria do Pe. Vileci, coordenador do 13º Intereclesisal. O encontro teve como objetivo aprofundar a temática “CEBs, ro-meiras do Reino no campo e na cidade: o jeito normal de ser Igreja”. Estiveram presen-tes representantes das dioceses de Salgueiro

e Floresta de Pernambuco. Também foram partilhados os encaminhamentos feitos no encontro das CEBs do Nordeste em Itabuna – BA e as ações relacionadas ao 13º Interecle-sial: coletas e romaria das CEBs no encerra-mento no dia 11 de janeiro de 2014.

3. Encontros de ForaniaNo dia 18 de agosto, 60 pessoas das paróquias de Crato participaram do encontro de prepa-ração das equipes de serviços nas paróquias. Em Juazeiro, o encontro aconteceu no dia seguinte, 19 de agosto, e participaram mais de 380 pessoas. O tema central do encontro foi: O que é Intereclesial e como as paróquias devem se organizar. Cada paróquia já ficou sabendo qual regional deve acolher em 2014. A divulgação será socializada no próximo jornal a caminho.4. Encontro com Frei Carlos MestersNos dias 1 e 2 de setembro aconteceu em Juazeiro do Norte na Escola dos Salesianos, encontro com Frei Carlos Mesters. O objetivo foi aprofundar a profecia das primeiras co-munidades cristãs com os membros integran-

tes das equipes de serviços, catequistas, ani-madores de círculos bíblicos e missionários. Trata-se de mais uma atividade do ano de aprofundamento rumo ao 13º Intereclesial.

5. Próximo encontro das EquipesO próximo encontro das equipes de serviços para o 13º Intereclesial acontecerá em no-vembro. No dia 24 de novembro, na parte da tarde, será com representantes das paróquias de Crato – Forania I. E no dia 25, pela manhã, acontecerá com representação das paróquias de Juazeiro do Norte, Caririaçu e Barbalha – Forania II.

6. Encontro de LiturgiaNos dias 28, 29 e 30 de setembro, acontecerá o primeiro encontro da equipe de liturgia do 13º Intereclesial. Esperamos a participação de um representante dos regionais, dois repre-sentantes de cada regional do Nordeste e um representante de cada diocese do Ceará. Este encontro tem a coordenação do Pe. Marceli-no Sivinsk e Pe. Joaquim Ivo.

*Maria da Silva Costa Rossi é Coordenadora Regional das Cebs do Mato Grosso

Page 3: Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

313° Intereclesial das CEBs - Crato - Ceará - Setembro de 2012

Pe. Nelito DornelasArticulador da 5ª Semana Social BrasileiraAssessor das Pastorais Sociais-CNBB

A 5ª Semana Social Brasileira quer trazer para a pauta de debate das Pastorais Sociais, das Comunidades Eclesiais de Base, dos Movimentos Sociais e Sindi-

cais, para o Movimento Ecumênico e do Dialogo Interreli-gioso, uma reflexão crítica sobre o Estado brasileiro, na co-memoração dos 190 anos de independência do Brasil, nesta Semana da Pátria. Escrevia, há 32 anos, o intelectual brasileiro Darcy Ribeiro, que nós, brasileiros, surgimos de um empreendi-mento colonial que não tinha nenhum propósito de fun-dar um povo. Queria tão somente gerar lucros empresa-riais exportáveis, com pródigo desgaste de gentes. Não se pode dizer, talvez, de povo algum que, como nós, tenha sido feito – ainda que tão mal feito – à luz da inspiração de refazer o humano, como utopia. Nascemos desta aspira-ção suspirada. Nela vivemos e morre-mos todo dia, os mais de nós, sem ja-mais sermos o que quiséssemos. A unidade nacional e cultu-ral, admiráveis, se contrapõe aqui uma dilaceração classista tão funda como a das castas que separa e opõe os pobres aos ricos, como nem o racismo, nem a intolerância dividiram jamais a povo algum. Existindo juntos a elite e os pá-rias, vivem apartados por um modus vivendi que mal deixa se verem uns aos outros. É como se vivessem em univer-sos distintos.¹ O Estado brasileiro é a mate-rialização desse projeto colonizador. E, diferentemente, das outras nações latino--americanas, nossa independência não se deu como resultado de um processo popular de enfrentamento ao coloniza-dor. Todas as manifestações populares contra a colonização e contra a escravi-dão foram violentamente reprimidas. É certo que o Brasil ganhou importância política na região, quando a Família Real veio para cá, expulsa pe-las tropas de Napoleão, mas isso não nos trouxe a independência. Conta-se que Dom João VI te-ria dito para Dom Pedro I: Pedro, apa-nha essa coroa e põe-na sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela. Aventureiro aqui são todos os movimentos libertários que lutavam e ainda lutam pela nossa independência.Para tanto, é oportuno celebrar no dia da

5ª SEMANA SOCIAL BRASILEIRA E A UTOPIA BRASIL

Pátria a memória de resistência desses “aventureiros”, que se fazem presentes ao longo de nossa história. “Aventureiros” são os quilom-bos de Palmares com Zumbi, em Alago-as, e do Ambrósio, em Minas Gerais; a Cabanagem, no Pará, quando o povo to-mou o palácio do governador e implan-tou um governo popular; o Caldeirão de Zé Lourenço, em Juazeiro, no Ceará; Pau de Colher e Canudos de Antônio Conse-lheiro na Bahia; a Batalha do Jenipapo, no Piauí; Contestado, em Santa Catarina; a Inconfidência Mineira com Tiraden-tes e os Conjurados; as Missões dos Sete Povos no Rio Grande do Sul; a Confede-ração dos Tamoios no Rio de Janeiro; a Confederação do Equador, liderada por Frei Caneca, em Pernambuco; a Coluna Prestes, de Luiz Carlos Prestes, o Cava-leiro da Esperança, que percorreu a pé, com seus soldados, 20 mil km no terri-tório brasileiro; a resistência do povo Bo-tocudo, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais; a Revolução Constitucionalista, em São Paulo; as Diretas Já; a luta de re-sistência à ditadura; os movimentos dos trabalhadores rurais sem terra e todo o movimento camponês e em defesa da Re-forma Agrária e das sementes crioulas; o Movimento dos atingidos por barragens; a construção do Sindicalismo classista e combativo; as Associações comunitárias e as Cooperativas de produção e venda; o Fórum da economia popular, solidária e sustentável; a Articulação do Semi Ári-do e a construção de 500 mil cisternas de

captação de água de chuva; os povos das florestas; os pescadores artesanais; os po-voas do Xingu e sua luta contra a cons-trução da hidrelétrica de Belo Monte; os Movimentos Ecológicos e em defesa da vida do planeta e no planeta; o Mo-vimento dos afetados pelas mudanças climáticas; os Movimentos de mulheres; a lideranças que se candidatam a cargos eletivos e repensam os partidos políticos e seus mandatos, colocando-os a serviço dos pobres; O movimento dos sem teto; a luta pela Ética na política e no Movimen-to de combate à corrupção e a defesa da Ficha limpa; a Comissão da Verdade; o Tribunal do Judiciário; o Movimento Fé e Política; a Assembleia Popular; as Pas-torais Sociais; os Movimentos Sociais; os 600 mil indígenas que ainda preservam suas culturas, suas 170 línguas diferentes e lutam pela demarcação de seus terri-tórios; a realização dos Intereclesiais de CEBs; o Congresso Camponês que reu-niu mais de sete mil trabalhadores e tra-balhadoras rurais em Brasília, em agosto de 2012; a realização da 5ª Semana So-cial Brasileira. “Aventureiros” somos todos nós que carregamos a Utopia Brasil e ousa-mos gritar: queremos um Estado a servi-ço da Nação, que garanta direitos a toda população! ¹De Darcy Ribeiro, julho de 1980, por ocasião da visita do Papa ao Brasil, in: O caminhar da Igreja com os oprimidos, de Leonardo Boff, Ed.Vozes, Petrópolis RJ.

Page 4: Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

4 Jornal A Caminho

O Intereclesial é o encontro de ce-lebração e avaliação da caminha-da das Comunidades Eclesiais de

Base. Reúnem representantes das dioceses do Brasil, outros países e de outras Igre-jas para partilhar a vida, as experiências e as reflexões das CEBs, é memória viva da caminhada da Igreja, revela com mais clareza a situação de sofrimento e resis-tência de nossos povos e expressa a bio-diversidade de nosso planeta TERRA. O Intereclesial só é possível por-que sempre muitas pessoas das diversas co-munidades do local que irá sediar o evento se mobilizam e se organizam em equipes. Então vamos lá... Como es-tão divididas as equipes de trabalho e qual a responsabilidade de cada uma? 1. Atribuições do secretariado executivo Coordenar todo o processo organizativo e refle-xivoSer o ponto de referência das CEBs em nível de BrasilExecutar as decisões tomadas nas outras instân-ciasArticular as diferentes instânciasManter contato e informar as demais instâncias Acompanhar os problemas que surgem e buscar soluçõesArticular-se com as outras áreas pastorais (dio-cesana, regional) e convidá-las em momentos oportunos. 2. Composição e atribuições específicas dos integrantes2.1. Bispo DiocesanoConvidar e nomear os integrantes do secretaria-doConvidar os integrantes das áreasJunto com o coordenador e tesoureiro encami-nha os projetosEncaminhar as correspondências oficiaisParticipar de todo o processo do Intereclesial

2.2. O coordenadorResponder pela atuação do secretariado;Acompanhar e cobrar a execução das tarefas das equipes e áreas de serviços;Ser o ponto de referência para todas as informa-ções e encaminhamentos sobre o Intereclesial;Articular as instâncias de decisão garantindo a participação de todos;Estar atento para que a metodologia e os critérios definidos pelas outras instâncias sejam respeita-dos;Junto com o Bispo e o tesoureiro encaminhar os projetos e buscar recursos;Abrir todas as correspondências que vem em nome do secretariado encaminhando depois para os demais setores;Movimentar as contas bancárias junto com o te-soureiro;2.3. O articulador da dioceseSensibilizar a diocese para garantir seu envolvi-mento e a participação como anfitriã;Organizar as CEBs na diocese e procura articulá-

-las;Ponto de contato entre o secretariado e a diocese;Representar a diocese em outras instâncias;Promover encontros diocesanos sobre o Intere-clesial;Visitar as paróquias da diocese;2.4. A secretáriaOrganizar a secretaria do Intereclesial - arquivos, documentos, relatóriosMontar a equipe de secretaria junto com a coor-denadora da área de documentação2.5. Os assessoresAssessores do secretariado2.6. Ajudar a refletir e avaliar a prática à luz do espírito, dos métodos e dos critérios indicados;2.7. Ajudar a clarear, aprofundar e sistematizar as idéias;Ajudar na elaboração e debate de propostas para tomadas de decisões;Corrigir textos que sairão em nome do Secreta-riado (Apostilas, jornal, projetos, e outros).Assessor do RegionalMarcar visitas periódicas ao secretariado (a cada dois meses);Acompanhar a produção teológica do secreta-riado;Acompanhar o processo de produção do texto base;Assessor NacionalIndicados pela ampliada Nacional

3. Equipe Central 3.1. Composição Secretariado Executivo;Coordenadores das áreas de serviço;Equipe de representantes do Regional junto ao Secretariado;4. Equipe Regional4.1. Composição Representantes de cada Diocese do regional;Encontros e reuniões conforme agenda.

5. Equipe AmpliadaDois representantes de cada regional do Brasil;Três assessores nacionais.Convidados do CONIC e CIMI

6. Coordenadores das áreas de serviços6.1. Cada diocese que acolhe o encontro monta as equipes conforme sua realidade e necessidade. Em Crato montamos as seguintes equipes:

1ª Equipe – Comissão de acolhida, hospeda-gem e transporte- Acolhe e hospeda as pessoas que virão de ou-tras cidades, estados e países para ficar conosco durante cinco dias e providencia transporte para deslocamento. Esta comissão deve ser formada nas paróquias onde ficarão hospedados os dele-gados.

2ª Equipe – Comissão de ambiente, orna-mentação e limpeza- As pessoas que vão participar do encontro irão ficar distribuídas nos locais da grande plenária (Caldeirão) e mine plenárias (Ran-chos) diferentes. Esta equipe deve limpar, ornamentar e arrumar os locais onde vai acontecer o encontro.

3ª Equipe – Comissão de liturgia e animação- Em cada rancho e no Caldeirão deverá ter uma equipe de animação, tocando e cantando e um grupo para organizar a liturgia.4ª Equipe – Comissão de comunicação- Divulgar o encontro, responsável pelo jornal a caminho, acompanhar e orientar jornalistas, ra-dialistas, enfim, os meios de comunicação, além de montar e coordenar a sala de comunicação durante o encontro.

5ª Equipe – Comissão de alimentação- Quem vai cozinhar para tanta gente? Quem vai fazer e como vai fazer a distribuição do alimento durante o encontro? E quem vai transportar os alimentos?

6ª Equipe – Comissão de documentação e se-cretaria- Tudo que vai acontecer durante o encontro pre-cisa ser registrado para que a história possa ser contada para os que não puderam estar presentes e para o futuro. A secretaria tem que garantir o material necessário para o encontro e anotações dos estudos dos grupos, plenárias e reflexões.

7ª Equipe – Comissão de infraestrutura- Palco, cadeira, mesa, escada, caixa de som e ou-tras coisas que fazem parte de um grande evento como estes precisam ser transportados, instala-dos, providenciados. Esta equipe se encarregará desses trabalhos.

8ª Equipe – Comissão de saúde- A equipe que nós vamos desejar que tenha pouco trabalho é a de saúde, pois queremos que todos passem muito bem. Mas se for preciso, se alguém não se sentir bem de saúde, a equipe estará pronta para entrar em ação. Esta equipe garantirá uma sala de atendimento, quadro de profissionais, contato com os hospitais e provi-denciará uma ambulância de plantão.

9ª Equipe – Comissão de arte e cultura/oficina criativa e feira- Costurar, cortar, pintar: roupas, faixas, sacolas, bandeiras, painéis etc. para comunicar e enfeitar o encontro; equipe de organização da feira da economia solidária.- Esta equipe cuidará do show cultural, assessora as equipes de ornamentação, cuida dos artistas que virão colaborar com o evento e colabora com a equipe da feira da economia solidária durante o encontro.

10ª Equipe – Comissão de romaria- Ajudará na informação aos romeiros que esta-rão em Juazeiro durante o intereclesial, manten-do contatos com caravanas, orientando espaços de hospedagem, programações alternativas du-rante o encontrão das CEBs e outros.

11ª Equipe – Comissão de monitoramento- Esta equipe articula as dioceses, encaminha os encontros de formação nos blocos, prepara e coordena o trezinho juntamente com o secreta-riado, coordena as ações para o 13º Intereclesial pelas dioceses e ajuda no monitoramento das equipes durante o intereclesial.

COMO ESTÁ ORGANIZADA A ESTRUTURA DE SERVIÇO PARA O INTERECLESIAL?

Page 5: Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

513° Intereclesial das CEBs - Crato - Ceará - Setembro de 2012

Teve início no dia 16 de junho de 2012 em San Pedro Sula, Hondu-ras, o 9º encontro de CEBs latino-

-americano e caribenho. No primeiro momento, houve uma análise da reali-dade da América Central. Destacaram--se alguns pontos em comum entre os países Centro América: desigualdade social, concentração de riqueza, drogas e armas são situações que contribuem para a violência organizada que desem-borca em guerra civil. A América Cen-tral é considerada o corredor da migra-ção das Américas e Honduras o país de maior concentração de armas na região por terem sido base militar dos Estados Unidos. Isso contribuiu para uma delin-quência armada geradora de empobreci-mento, conflitos sociais e um modelo po-lítico autoritário e concentrador, tendo como conseqüência o controle territorial por parte do crime organizado, aumento do fenômeno da migração, aumento da vulnerabilidade, deterioração ambiental e exploração dos recursos naturais; mas também se enfoca no atual período pro-mover investigação na busca de modelos alternativos, destacando a pressão dos movimentos sociais por demandas de poder, debates, buscas e construção de propostas alternativas. Luta-se por uma institucionalidade política e jurídica que ajude a recuperar os espaços públicos e uma sociedade do bem viver com estra-tégia de não violência. Frente a esta situação que de-safia a nossa América se destacou os seguintes elementos relevantes que mar-cam este encontro: o Espírito de Jesus que nos guia e nos acompanha nas CEBs, as dificuldades de nossas fronteiras, a di-versidade como riqueza, a defesa da vida ameaçada, a complexidade do mundo em que vivemos, perguntas pelas raízes da violência, dois modelos de Igreja, o trabalho com os jovens na opção políti-ca. Sete grupos de estudo ajudaram a dar um panorama da realidade da América Latina na dimensão político, econômico, social, educação, ecologia, pluralismo religioso e eclesial. Frente aos aspectos relevantes apresentados destacou-se que devemos está atento ao sistema ECO-BIOPOLÍTICO como fluxo de vida don-

ENCONTRO LATINO-AMERICANO E CARIBENHO DE CEBS Pe. Vileci Basílio Vidal

de se define o alimento com a presença de três elementos necessários água, ar e energia. O pão de cada dia é resultado da relação corpo e terra que dimensiona a presença de uma população e um ter-ritório gerando trabalho que por sua vez dá sentido a uma comunidade. Isto nos proporciona uma sintonia muito forte com a eucaristia e nos faz compreender que se não há pão não há comunidade e sem território não somos nada. Portan-to, a luta ecológica se iguala a economia que tem o mesmo significado de cuidar da casa. Esta desatenção ecológica tem gerado crises nos diversos setores po-líticos, econômicos, ecológico e social. E que na América Latina fez gerar no-vos processos políticos no Brasil, Chile, Equador, Bolívia, Paraguai, Argentina e Venezuela. Observam-se, neste novo processo político, que os países mais impactados pelas crises são os da Amé-rica Central, próximos aos Estados Uni-dos e os menos impactados são os da América do Sul. Frente a estas questões são ameaças para as CEBs do continente a perca da identidade e a indiferença da Igreja hierárquica a estas causas. Resta às comunidades reafirmar-se no mode-lo de Jesus a partir da experiência das primeiras comunidades cristãs, se arti-cularem com outras religiões, culturas e movimentos populares na defesa dos di-reitos da terra, direitos sociais e ecológi-cos. Mas, também, não se pode duvidar da mensagem dos bispos que se sentem unidos as CEBs e entendermos a ecolo-gia como um grito da terra que expres-sa o grito dos pobres; e que o homem é uma expressão da crise ecológica e civi-lizatória; que a água é um recurso vital, valor simbólico que expressa a nossa sede de justiça, amor e paz. O desafio maior para as comunidades é resgatar a eucaristia da cultura do pão, devido está em jogo o atual modelo econômico e excludente. Mas ainda resta a esperan-ça de que outro mundo é possível, outra Igreja é possível. Pois, as raízes de uma nova eclesiologia que brota do Vaticano II apontam para um novo kairós, um novo paradigma de uma Igreja apostólica, ser-vidora, profética e missionária do Reino.

A assembleia frisou bem as conclusões do relançamento das CEBs na América Latina que, nestes quatros anos, fortaleceu a formação, a articulação, a missão, a presença dos jovens, os movimentos sociais e a luta pela questão ecológica que nos últimos anos tem sido causa de martírio nesta América sofrida. No Brasil, foram lembrados os mártires da ecologia: Chico Mendes, Irmã Do-roth, o casal José Claudio e Maria do Pará, Zé Maria do Ceará. A assem-bleia prosseguiu até o dia 21 na busca de afirmação de compromisso frente às diferentes lutas iluminada pela re-flexão bíblico-teológica. Estiveram presentes na assembleia cerca de 200 delegados vindos das seguintes regi-ões: Brasil; Cone Sul – Uruguai, Ar-gentina, Chile e Paraguai; Andina – Equador, Colômbia e Bolívia; Caribe – Venezuela, República Dominicana e Haiti; Centro América – Panamá, Nicarágua, Guatemala,El Salvador e Honduras; Norte – México e Estados Unidos; e uma representante das Fili-pinas. Destacamos que o relançamen-to no Brasil se deu com o documento 92 da CNBB que veio ajudar na revi-talização e fortalecimento das CEBs, através dos encontros das grandes re-giões, encontros regionais e diocesa-nos, rumo ao 13º Intereclesial.

Assembleia em Honduras foi uma riqueza pela sua diversida-de cultural, a presença de represen-tantes das comunidades indígenas e afro americanas. Destacamos a festa da noite cultural do dia 18, como um momento de partilhar e nutrir nossas raízes e identidade latino-americana.

Page 6: Jornal A Caminho - Sertembro de 2012

6 Jornal A Caminho

ENCONTRO ESTADUAL DE CEBS INICIA COM CRÍTICAS AO GOVERNO E BUSCA POR PROFETAS

ARTISTA FAZ JUSTIÇA CANTANDO A PROFECIA

“Louvai ao Senhor com a CítaraCantai-Lhe salmos com harpas de dez cordas

Cantai-Lhe um cântico novoTocai com arte por entre aclamações”

Sl. 33, 2...

Em virtude da construção do 13º Intereclesial das CEBs que acontecerá na Diocese de Crato em janeiro de 2014, foi realizado nos dias 10,

11 e 12 de agosto de 2012 no Centro de Expansão, em Crato, o encontro com os artistas músicos e can-tores que farão a animação deste encontro.

O grupo debruçou sobre o Tema e o Lema do 13º Intereclesial buscando responder: como identifi-car nas músicas que embalam nossas comunidades os sinais de profecia e construção da justiça? Quais os elementos utilizados pelo artista na construção de uma música profética comprometida com a transformação social? Como o artista anima um gru-po, uma assembléia? E memorizando os Intereclesiais passados com seus te-mas, lemas e as músicas escritas den-tro do contexto de cada época foi que o grupo passou a entender que os can-tores da caminhada e, principalmente das CEBs, escrevem suas composições fazendo leitura de uma realidade, re-vendo os clamores dos empobrecidos, as injustiças, as necessidades de trans-formação e mesmo fazendo denuncia das coisas que ameaçam a vida das pessoas , ou seja, a música usada para animar nossos encontros e o dia a dia das CEBs devem ser musicas que gritam em defesa da Vida Plena para todos os que estão em situação de in-justiça, exploração e exclusão social.

A partir deste amadure-cimento se criou um clima, todo especial, de animação, já vivendo antecipadamente o que acontece-rá em 2014: os artistas presentes cantaram as suas músicas contan-do a história da sua construção e assim, houve as primeiras indi-cações de musicas que deverão compor o livro de cantos do 13º Intereclesial das CEBs. “Com Jesus na contra-mão eu vou acolhwendo os peque-ninos do Reino que anunciou...” (José Airtom de Maria)

"Como ser profeta nos dias de hoje?".

Este é o questionamento que o padre Vileci Vidal lançou nesta quinta-feira, 26 de junho de 2012,

durante a cerimônia de abertura do 13º Encontro Estadual de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no ginásio da Escola Medianeira, em Santa Maria. Mais de 1,6 mil pessoas participaram da celebração que marcou o início do even-to. Até domingo, 29, delegados de CEBs de todo o Estado realizam diversas ativi-dades no município... A celebração foi presidida pelo arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert, que também contou com a presença de Dom Clemente Weber, Dom Frei Aloísio Dilli e sacerdotes de diversas dioceses gaúchas. Já de Juazeiro do Norte-CE, da diocese de Crato, veio o padre Vileci Vidal. Ele foi o responsável

pela introdução do tema do encontro: "Justiça e Profecia a Serviço da Vida"... Além de questionar os dele-gados de CEBs sobre como ser profeta nos dias de hoje, padre Vileci realizou diversas críticas, sobretudo, ao gover-no Federal. Programas sociais e a falta de visão crítica do povo, a desocupa-ção de residências por pessoas de bai-xa renda para obras da Copa do Mun-do, o modelo de produção capitalista e a concentração de riqueza nas mãos da burguesia foram alguns dos temas tratados...

- O que os profetas têm de di-ferente é essa mania de buscar sempre o que Deus quer nos dizer através dos acontecimentos. Além dessa teimosia de transmitir aos outros pela sua for-ma de viver e pela palavra o que lhes parece que Deus está querendo dizer - explica padre Vileci...

O encontro foi organizado pela CNBB Regional Sul 3, Arquidioceses e Dioceses do Rio Grande do Sul e Arqui-diocese de Santa Maria. O evento contou com representantes da Igreja Católica, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Evangé-lica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Metodista e religiões de matrizes africanas.

Equipe do JornalPe. Antonio Júlio Ferreira (Jornalista)

Ana Maria de FreitasAna Lourdes de Freitas

Arte e DiagramaçãoRobson Cavalcante Queiroz

Secretariado do 13° Intereclesial das CEBsRua Teófilo Siqueira, 631 - Centro

Crato - CE - CEP. 60.100-010E-mail: [email protected]

Expediente

Maiquel Rosauro, jornalista (MTb/RS 13334)

Assessor de comunicação do Projeto Esperança / Cooesperança e 13º En-

contro Estadual de CEBs(55) 9681-1384 / @maiquelrosauro