Jornal Anamnese - Edição 1

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  • 7/31/2019 Jornal Anamnese - Edio 1

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    Com a inteno de melhorar o ambiente da fa-culdade e auxiliar na qualidade do trabalho e doaprendizado, professores da Faculdade de Medi-cina do nova cara ao jardim do primeiro andar. Aideia agora expandir essa ao e dar outra ima-gem para a fachada e entradas laterais do bloco.

    Laboratriomorfofuncional

    OLaboratrio Morfofun-cional na Faculdade deMedicina, espao quepermite a realizao de ativi-dades tericas e prticas docurso, foi inaugurado no final

    de 2011. Com investimentode aproximadamente R$ 600mil e aps dois anos de traba-lho, o laboratrio est prontopara utilizao, contando comlivros, bonecos, computadorese outros materiais para estudo.

    Descubra como novos tratamentos baseados nos mecanismosprprios do corpo podero diminuir a dor de longa durao.

    Resolvendo a dor

    crnica

    Revitalizao da FM

    pg 06

    Informe-se a respeito das ligas e projetos da fa-culdade. Nesta edio, informaes sobre a LigaAcadmica de Cardiologia (LAC), o Projeto Co-meando Cedo e a Bateria Metralha.

    Ligas e projetos

    pgs 06, 07 e 08

    Anamnese

    pg 06

    pg 03

    Muito se fala sobre essadoena, diariamentea mdia veicula infor-maes sobre casos de dengue,modo de transmisso e sobresua preveno, mas como fu-turos mdicos necessrio quesaibamos diagnosticar, tratar,enfim, compreender mais sobreuma doena to incidente nonosso pas, mais do que comoevitar focos de mosquitos, como

    no manter gua parada, etc.pg 07

    E voc, o que sabe

    sobre a dengue?

    Cuiab, abr/2012 - Ano 1 - Edio 1

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    Para quem comeou o ano com o p direito, com a timanotcia da aprovao, chegou a hora galera!O to esperado curso de medicina comeou epromete! Vocs ingressaram em uma federal, o sonho de muitosconquistados por poucos. Foram necessrios esforo, horas de sonodispensadas, aulas e interminveis exerccios, simulados, apostilas,vestibulares...

    Mas agora vocs so estudantes de medicina e j podem se

    preparar para mais esforo ainda, pois, como os veteranos adoramincentivar, daqui para frente s piora. A jornada de estudos setorna maior que antes, a quantidade de matria e a dificuldade dasprovas s aumentaro e o abalo emocional acontecer. Pode ser quevocs cheguem a pensar em desistir, mas percebero que, apesar detudo, isso mesmo que vocs querem e que no final vai valer a pena.Apesar desse mau prognstico inicial, muito bom viver esse sonhoe gratificante conquistar passo-a-passo o conhecimento mdico.Novos objetivos, novas lutas exigiro esperana renovada, compro-metimento e muita pacincia.

    Muitos vieram de longe, deixaram famlia e amigos. A vidaest mudando completamente, vocs vivero uma das melhores po-cas da vida. Envolvam-se! Participem da faculdade que agora devocs. Na FM-UFMT existem diversas atividades de ensino, exten-

    so, pesquisa, esportes e vivncia acadmica. Ento aproveitem aomximo! Conheam a cidade, o campus, a faculdade, os professores,os colegas e no esqueam que todos j foram calouros um dia e, embreve, vocs sero veteranos tambm. Sentiro essa satisfao, node sacanear quem est chegando, mas de evoluir e do jeito veteranode ser, receber os seus prprios calouros.

    Enfim, as dificuldades e os louros viro e, independentementede quaisquer um deles, vocs venceram uma difcil etapa e devemcurtir muito esse momento. Vocs agora so nossos calouros: orgu-lhem-se!

    E sejam todos muito bem-vindos UFMT!

    Sejam bem-vindos

    Calouros

    EditorialAnamnese

    02

    EquipeEquipe editorial e redatores:Bruna Luiza FernandesFernanda Bacagini GuedesGabriella Bastos de CastroGabriel Lopes de AmorimMarta Carolina Marques SousaPedro Henrique Bauth Silva

    Diagramao e colaborao:Vicente Mamede de Arruda Filho

    Revisores:Alexandre Paulo MachadoLivia Pulcherio

    Expediente

    O Jornal Anamnese produzido pelo Programa de Educao Tuto-rial (PET-Medicina).

    Publicao experimental dos estudantes da Faculdade de Medicina daUniversidade Federal do Mato Grosso.

    Gabriella BastosAcadmica do 6 semestre

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    A inflamao corretamente acusada de seruma das principais causas da dor aguda e da dorcrnica e mais. A inflamao crnica est por trs

    de desordens como a artrite reumatide, a doenaintestinal inflamatria, doenas autoimunes, e tambmest envolvida na patognese do cncer, da falnciacrnica cardaca e patologias neurolgicas como asdoenas de Parkinson e Alzheimer. Esses problemasde sade afetam milhares de pessoas e implicam altoscustos socioeconmicos e sobre os sistemas de sade.A inflamao uma importante resposta fisiolgicaque impulsiona a reparao tecidual e cuidadosamenteregula as reaes imunes. Sem ela, ns no poderamoslutar contra infeces e nos curarmos de ferimentos.Por que e como esse indispensvel aliado se transformaem um inimigo?

    Atualmente, acredita-se que a Sndrome

    Complexa de Dor Regional seja iniciada por umareao inflamatria intensa e extensa, pouco comumnos casos de trauma, e com o tratamento nem semprebem sucedido.

    A maioria dos casos de dor crnicaenvolve inflamao. As opes teraputicaspara a dor crnica so complicadas por causada natureza do andamento dos sintomas.

    NA DOR CRNICA, OS FATORESI N F L A M A T R I O S N U N C ASAEM COMPLETAMENTE DOORGANISMO.

    Enquanto as causas para dor crnica so muitase variadas, os efeitos que ela provoca no paciente souniversais e incluem sintomas como inabilidade parao trabalho, ansiedade, depresso e at estresse ps-traumtico. Opiceos como a morfina so consideradosos melhores medicamentos para o alvio da dor,mas eles possuem um risco de tolerncia e adico,especialmente, no uso de longa durao. Muitosmdicos preferem prescrever drogas antiinflamatriascomo os inibidores da ciclo-oxigenase (COX). Osinibidores da COX como a aspirina ou o ibuprofenopodem causar sangramentos gastrointestinais e danos

    renais se usados em altas doses e inibidores seletivos daCOX-2 como o Vioxx esto envolvidos com o aumentode risco para doenas cardiovasculares. Alm do mais,essas drogas so mais efetivas para dores brandas emoderadas. Elas tm tambm uma quantidade mximade ingesto, alm da qual, nenhum efeito adicional observado.

    Uma diferena entre a inflamao aguda e ainflamao persistente, que pode levar dor crnica, que na ltima, os fatores inflamatrios nunca socompletamente eliminados do organismo. Pesquisasrecentes mostraram que a eliminao desses fatores um processo ativo e que no ocorre simplesmentecomo o passar do tempo. Essa descoberta oferece a

    possibilidade de identificar os fatores de resoluoque diminuem a inflamao e us-los para melhorara dor que acompanha a inflamao crnica.

    Reduzindo a inflamao

    No ano de 2000, enquanto pesquisadoresprocuravam por molculas bioat ivas derivadas dometabolismo do cido graxo mega-3, o laboratrio

    de Charlie Sherhan, em Brigham, e o Hospital daMulher da Escola Mdica de Harvard descobriramum composto que naturalmente reduz a inflamaodepois de uma reao aguda. Os cidos graxos mega-3, que podem ser encontrados em alimentos comoos peixes e a semente de linhaa, incluem o cidoeicosapentaenico (EPA) e o cido docosahexaenico(DHA). Esses dois cidos graxos so conhecidos porterem efeitos benficos na reduo de riscos paramuitas doenas, como arterosclerose, asma, doenascardacas e cncer. A American Heart Association atrecomenda a ingesto de peixes ricos em mega-3 paraa preveno de doenas cardiovasculares. Entretanto,no se sabe se o mega-3 ativamente reduz a

    inflamao. A confuso existe porque nos estudos parainvestigao dos efeitos do mega-3 estavam includospacientes em uso de aspirina, dificultando a separaoda contribuio anti-inflamatria de cada um destescompostos. O laboratrio do professor Serhan comeoua analisar a interao do EPA e do DHA com a aspirinae a identificar os compostos moleculares derivados doscidos graxos.

    Primeiramente, eles analisaram a composiodos componentes lipdicos que estavam presentesnos tecidos durante a resoluo da inflamao agudanos camundongos. Os camundongos produzirammetablitos lipdicos que os pesquisadores nomearamde resolvinas, pela capacidade de reduzir a reao

    inflamatria. Embora esses componentes parecessemresolver a inflamao, o processo era diferente dasupresso ativa promovida pelo sistema imune. Asresolvinas no impediram a ao de clulas imunes,mas reduziram a atividade inflamatria de populaesde clulas especficas e bloquearam suas produes dequimiocinas pr-inflamatrias, enquanto aumentarama ao de clulas imunes que limpavam os tecidosmortos.

    A equipe de Serhan tambm mostrou que essasmolculas resolutivas eram naturalmente derivadas doscidos graxos mega-3 e que a aspirina ampliava essaconverso. Quando eles administraram as resolvinaspara modelos animais com inflamaes agudas e crni-

    ArtigoAnamnese

    03

    Resolvendo a dor crnicaOs mecanismos prprios do orga-

    nismo para dispersar a resposta infla-matria podem ser a chave para novostratamentos para a dor crnica

    A matria original completa est disponvel no site:http://the-scientist.com/2012/01/01/resolving-chronic--pain

    Para a Assoc iaoInternacional para o Estudoda Dor (IASP), esta umaexperincia sensorial e emocionaldesagradvel, associada a uma

    leso tecidual real ou virtual, oudescrita em termos de tal leso.

    Voc sabia?

    Para a Sociedade Americanade Dor, essa sensao o quintosinal vital e deve ser pesquisadae registrada ao mesmo tempoe no mesmo ambiente clnicoem que so avaliados os outrosquatro sinais: temperatura, pulso,respirao e presso arterial.

    Para relembrar os aspectosfisiolgicos da dor, acesse: http://migre.me/8fcDB

    Para conhecer algumas formasde classificao, diagnstico etratamento da dor, acesse: http://migre.me/8fcCv

    Para conhecer melhor osmetablitos envolvidos na dorcrnica, acesse: http://migre.me/8fcEh

    Acesse o fascculo Dorcrnica persistente: como evitar etratar, produzido pela SociedadeBrasileira para o Estudo da Dor(SBED) pelo link: http://migre.me/8fcMB

    O que dor?

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    cas como peritonite, colite ou asma, foi possvelobservar um retorno acelerado homeostase.

    O estudo demonstrou como a aspirinapode aumentar a produo de mediadoresinflamatrios prprios do organismo pelacatalisao do metabolismo dos cidos graxos

    do mega-3 em formas qumicas que diminuema inflamao. Alm do mais, esses mediadoresrecm-descobertos aparentemente permitemque um estgio agressivo da inflamao agudaocorra, o que fisiologicamente importanteantes de subjugar a reao e promover o retorno homeostase corporal. Mas ainda no est clarose a reduo na inflamao tambm reduz a dor.

    A inflamao inclui vrios processos,nem todos associados com a dor. Por exemplo,enquanto infeces sistmicas como umresfriado ou uma gripe desencadeiam uma reaoinflamatria intensa, elas raramente se relacionamcom a dor. A dor s ocorre quando citocinas

    inflamatrias so lanadas prximas a fibrasnervosas nociceptivas ou sinalizadoras de danos.Tecidos danificados liberam seus contedosdurante ferimentos ou inflamaes, inundandoos tecidos vizinhos com prostaglandinase bradicininas, que ativam a secreo dehistaminas. Juntas, essas substncias deixam osvasos permeveis a ponto de permitir a entrada declulas imunes oriundas da circulao. Aps esseevento, as prostaglandinas liberadas produzem oinchao (edema), que um sintoma caractersticoda inflamao. Quando esse processo ocorreem tecidos ricamente inervados, os mediadoresinflamatrios excitam os nociceptores

    vizinhos, produzindo a sensao de dor.Resolvendo a dor

    Considerando que as resolvinas soderivadas de cidos graxos como o mega-3 isto, de fatores nutricionais essenciais e que elasso substncias anti-inflamatrias endgenas, uma hiptese provvel que elas tambm tenhamefeito na dor relacionada inflamao. Em 2010,o laboratrio de Ru-Rong Ji, no Brigham andWomens Hospital, em Boston, em colaboraocom o professor Serhan, explorou essa questo.

    Usando um modelo animal para dor, osinvestigadores injetaram formalina na pata decamundongos, o que produziu duas fases de dor:uma reao imediata, retransmitida pelos nervosperifricos e uma reao atrasada, mediadapela inflamao e por neurnios da medulaespinal. A primeira fase caracterizada peloscamundongos lambendo as patas que receberama injeo pelos cinco minutos seguintes. Depoisde um intervalo de 20 a 30 minutos, a segundafase comea com outra rodada de lambidas naspatas. Os pesquisadores administraram dois tiposde molculas de resolvinas (Rv), RvD1 e RvE1,para testar as habilidades dessas substnciasem diminuir esse padro de dor e descobriramque ambas as molculas so efetivadas quandoinjetadas nas patas ou na medula espinal. Elestambm notaram que a RvE1 diminuiu o edemae os marcadores da resposta inflamatria, oque, em comparao com a morfina ou osinibidores da COX-2, requer uma dose muitomenor dessa resolvina para produzir o mesmoalvio. Curiosamente, apenas a segunda fasedesse padro de dor mediada por mecanismosda medula espinal semelhantes aos ocorridosdurante a dor crnica foi atenuada, indicandoque tanto a RvD1 como a RvE1 estavam atuandopor meio de um receptor conhecido comoChem23, um receptor de protena G encontrado

    em neurnios nociceptores no gnglio da raizdorsal e no corno dorsal da medula espinal.Esses neurnios tambm expressam o receptorde potencial transitrio vanilloid 1 (TRPV1), que o receptor para o irritante indutor de inflamaoencontrado na pimenta malagueta, a capsaicina.

    Em camundongos vivos, a RvE1 conseguiubloquear a dor causada pela capsaicina.Os mesmos pesquisadores ainda

    investigaram outro modelo de dor inflamatriacausada pela injeo de carragenina, quetambm d incio a duas fases de dor, porm considerado um modelo mais prximo dormuscular encontrada nos seres humanos. Quandoos camundongos recebiam RvD1 ou RvE1 naspatas traseiras antes da aplicao de uma injeode carragenina, o pr-tratamento marcadamentereduzia a inflamao: os camundongosdemonstraram menor inchao, menor nmero deneutrfilos infiltrados no tecido danificado e um

    nmero reduzido de citocinas pr-inflamatrias.Assim como a morfina, a RvE1 no possuia habilidade de reduzir a dor normal. Emoutras palavras, os ratos no passaram por umentorpecimento, mas sim por um alvio especficoda dor associada com a inflamao.

    Recentemente, pesquisadores comearama investigar se a dor crnica persistente pode serum resultado de uma resposta aprendida pelosneurnios medulares. Os neurnios mudam deforma quando so ativamente envolvidos noprocesso de aprendizagem, tanto em termos donmero de conexes fsicas entre as clulas,como no nmero de receptores nas sinapses

    dessas conexes. Pesquisadores propuseram que,quando a dor persiste, as conexes neuronais queretransmitem o reforo da dor tornam mais fcila transmisso da resposta e depois diminuindoo limiar de dor.

    Para testar se as resolvinas podem prevenira formao dessa reao de dor aprendida pelamedula, pesquisadores obtiveram fatias demedulas espinais de camundongos e testaramcomo a transmisso entre neurnios mudavana presena ou na ausncia de resolvinas. Asresolvinas bloquearam um aumento na ao dofator de necrose tumoral alfa (TNF-) uma

    citocina que acredita-se que atua no aumentoda frequncia da transmisso sinptica e aindaaumenta a probabilidade de formao de umamemria da dor sem bloquear os nveisnormais de transmisso. Posteriormente, ospesquisadores mostraram que a RvE1 tambminibe a liberao de glutamato substncianecessria para alguns tipos de aprendizagemneuronal para um patamar dependente daquinase extracelular regulada por sinal (ERK).Adicionalmente, a RvE1 alterou a atividade doreceptor de cido glutamato N-metil-D-asprtico(NMDAR), tambm pela via da ERK, dandocrdito ao conceito de que o bloqueio da via doERK pode ser uma promessa teraputica para otratamento da dor.

    Desde a publicao do primeiro artigopelo professor Ji e seus colegas descrevendo oefeito analgsico das resolvinas, muitos outrosartigos vieram. Esses novos estudos descreveramefeitos benficos em outros modelos de dor erevelaram outros mecanismos pelos quais asresolvinas podem diminuir a dor. Por exemplo,mostrou-se que a RvD1 pode reduzir, prevenir,e at mesmo atenuar temporariamente a dorassociada a traumas operatrios em ratazanas.Nesse estudo, a sensibilidade aumentada dor,na qual um toque considerado benigno pode serdoloroso, foi reduzida ou prevenida quando 20 a

    40 nanogramas de RvD1 so injetados na medulaespinal em at dois dias aps o trauma cirrgico.Entretanto, se a RvE1 administrada nos dias 9ou 17 ps-operatrios, a reverso da dor apenastemporria e incompleta.

    Em um modelo de dor que mimetiza a

    artrite inflamatria em ratos, a RvD1 reduziua sensibilidade aumentada dor. O efeito foiparcialmente mediado por um decrscimo noTNF- e na interleucina-1 citocinas que levam

    inflamao e que tambm esto envolvidascom o aumento da hipersensibilidade dor nosistema nervoso central. Nesse modelo, injeessistmicas, no lugar de injees medulares deresolvinas provaram ser efetivas, promovendouma aplicao clnica mais factvel, j que asinjees na medula espinal esto associadas auma dor significativa. Alm do mais, nas culturascelulares, a RvD1 inibiu outros membros dafamlia de receptores TRP. Posteriormente,

    experimentosin vivo

    demonstraram que ainjeo subdrmica de RvD1 foi suficientepara atenuar a dor causada pela ativao diretadesses receptores TRP nos camundongos.

    Um cenrio mais claro para o futuro

    A partir dos dados encontrados em animais,as resolvinas aparentemente sero as candidatasideais para os novos analgsicos. Por seremderivadas de molculas lipdicas encontradasnaturalmente no organismo, as resolvinas contra-atacam a inflamao de uma forma fisiolgica.Seus precursores, os cidos graxos mega-3,

    foram testados com algum sucesso no tratamentoda dor, embora uma meta-anlise recente nodemonstre um efeito definitivo. Entretanto,as resolvinas parecem demonstrar efeitos emconcentraes cerca de dez mil vezes menores doque doses efetivas de mega-3 uma vantagempara o desenvolvimento de uma droga.

    Intrigantemente, um dos mecanismosque Ji e seus colegas identificaram para a aoanalgsica das resolvinas de que elas bloqueiamvrios receptores TRP (particularmente oTRPV1) indiretamente pelo bloqueio daliberao de glutamato dependente de TRPV1.Isso particularmente interessante, de modo queprov um melhor caminho para o bloqueio doTRPV. De fato, antagonistas de TRPV1 recm-descobertos e testados em humanos resultaramem efeitos colaterais srios, como a febre alta.A razo mais provvel para esse efeito colateral de que o TRPV1 converte apenas informaessobre dor, mas tambm sobre temperatura.Bloqueios completos desse receptor, entretanto,tambm bloqueiam a chegada de informaessobre febre ao crebro, o que impediria o inciode mecanismos de resfriamento corporal comoa sudorese. Como as resolvinas bloqueiam oglutamato ao invs de agirem diretamente noTRPV1, elas podem evitar tais efeitos colateraisameaadores da vida.

    Os efeitos colaterais do bloqueio de TRPpodem ser ainda mais reduzidos com o usode resolvinas que atuam especificamente emcertos receptores de TRP, como recentementedemonstrado in vivo e in vitro com a RvD1,que parece ser especfica para TRPV3. Essaespecificidade a receptores pode potencialmentepavimentar o caminho para um tratamento sobmedida para sintomas de dor individualizadoscomo hipersensibilidade dolorosa trmicaou mecnica. Outra vantagem potencial dasresolvinas que elas podem ter uma funo dualcomo analgsicos e tambm como uma droga mo-

    ArtigoAnamnese

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    dificadora de doenas inflamatrias. De fato,muitas molculas com esse potencial j foraminvestigadas, incluindo fatores de crescimentoneuronal e seus antagonistas no tratamento deleses neurais, dor neuroptica ou osteoartrite;eritropoietina na neuropatia diabtica; e inibidores

    da citocina na artrite reumatoide. Infelizmente,desses citados, apenas os inibidores da citocinaconseguiram chegar aplicao clnica.

    O desafio agora, assim como para todas asmolculas promissoras no estgio pr-clnico deinvestigao, ser o de desenvolver resolvinasem uma forma clinicamente aplicvel. Muitasdas aplicaes experimentais foram por viamedular, o que limitaria seu uso em humanos.Como drogas, essas molculas precisariam ser

    estveis assim elas poderiam ser aplicadasoralmente, por exemplo de longa ao. Porconta de sua atuao no sistema imune, elaspodem ter efeitos colaterais indesejveis, queprecisam de investigaes adicionais. Almdisso, embora os resultados apresentados por Ji e

    outros autores sejam impressionantes e racionais,o tamanho do efeito no comportamento dador nos animais moderado. Outras drogasanalgsicas que tm efeitos ainda mais fortesque as resolvinas em modelos animais, falharamem testes clnicos em humanos porque seusimpactos no eram suficiente maiores daquelesobtidos com placebos. O motivo pode ser quea dor humana seja significantemente diferentemesmo do melhor e mais elaborado modelo

    de dor animal. Com todos esses cuidados, usarresolvinas em testes clnicos vai ser a melhorforma de determinar se o alvio da inflamaocrnica de baixo grau, um fator subjacente no s dor patognica mas tambm s condies quevariam desde o cncer at a obesidade, poder

    reduzir a morbidade e a mortalidade.

    Fernanda Bacagini GuedesAcadmica do 5 semestre

    No incio deste ano, a nova represen-tao do Centro Acadmico de Medicina(CAMED) comeou suas atividades comvariados projetos para o ano de 2012. Oatual Coordenador Geral do Camed PedroHenrique Maggi Carlesso explica que a novagesto props uma Semana do Calouro,como ocorreu no ms de maro, repleta depalestras e debates. A finalidade foi abordartemas relevantes sobre sade e o merca-do de atuao do mdico no atual cenriomato-grossense.

    Dentre os outros planos do CentroAcadmico, esto a reforma do espao fsi-

    co da entidade. O ambiente presta-se inte-rao entre as diversas turmas e como pontode apoio s atividades acadmicas e passarpor mudanas como ampliao do espaodestinado ao descanso e novo ambiente parareunies.

    O Centro Acadmico conta com repre-sentatividade no Colegiado e Congregaode curso. Nas primeiras reunies deste anofoi mencionado que as Ligas Acadmicastero maior apoio, sendo o Camed ativo noseu papel de colaborador, atravs de umafutura normatizao de seu estatuto.

    Em breve, o Centro Acadmico pro-

    mover a primeira Assembleia Geral de2012 que abordar temas pertinentes aoperodo da greve estudantil ocorrida em2011. Como visto, h sempre novidades doCamed, assim o presente jornal prontifica--se em sempre ser um vnculo entre o CA eos estudantes.

    Marta C. M. Sousa (5 semestre)Pedro Maggi Carlesso (6 semestre)

    Atualidades do CAMED

    Acontece na FMAnamnese

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    No final de 2011, foi inaugurado o Laboratrio Morfofuncional na Faculdade de Medicina,espao que permite a realizao de atividades tericas e prticas, otimizando recursos e permitindoo ensino integrado. Estiveram presentes na inaugurao a reitora da Universidade Federal de MatoGrosso (UFMT), Maria Lcia Cavalli Neder, o diretor da Faculdade de Medicina, Antnio Jos deAmorim, docentes da Faculdade de Medicina e alunos. Foram dois anos para concretizar o labora-trio, reivindicado pelos estudantes de Medicina.

    Foram investidos aproximadamente R$600 mil para a aquisio de livros, bonecos,computadores e outros materiais. Vrios profes-sores tambm doaram livros para a montagemda biblioteca setorial presente no laboratrio.

    Os alunos podem utilizar as estantes comroteiros de estudo, que permitem uma abor-dagem mais didtica aos temas de anatomia.Os computadores auxiliam nas pesquisas nainternet. A biblioteca setorial possui literaturaatualizada e variada. O trabalho de pintura dasestruturas sseas, feito pelo professor FlvioTampelini, tambm ser feito em breve comgrupos musculares, facilitando ainda mais oaprendizado da matria.

    Os bonecos utilizados para simulao deprocedimentos de sade da mulher e da crianaforam colocados na sala 52 da Faculdade deMedicina, onde agora funciona o Laboratriode Habilidades Clnicas. O espao possui simu-lador neonatal e materno, de parto avanado e

    beb para RCP e prticas de medidas, materiaisde simulao de exame ginecolgicos, examede prstata, emergncia peditrica, nascimentoavanado, puno venosa adulto, intubao decrianas, modelo de auscultar cardiorrespirat-rio, modelo avanado de beb para treinamentoemergencial, modelo de treinamento de suportebsico de vida (BLS), dentre outros.

    O professor Flavio pretende ainda montardentro do Laboratrio Morfofuncional umavideoteca com filmes, sries e documentriosligados a Medicina. Com o auxlio de alunos,tambm produzir vdeos para ensino das mat-rias de Anatomia. Assim, os alunos poderocomplementar as aulas tericas e prticas comos vdeos produzidos na faculdade, que tambmsero disponibilizados online. A modernizao

    do laboratrio de Anatomia tambm um dosplanos do professor, com a instalao de umprojetor e um painel para auxiliar os alunos nasaulas prticas.

    O laboratrio funciona de segunda sexta,das 7:00h s 11:30h, das 13:30h s 17:30h e das18:00h s 21:00h. Aos sbados, o laboratrioabre das 8:30h s 11:30h. Durante a semana,no perodo da noite, o laboratrio fica por contados monitores Dimitria Doi (turma 46), CarlosJusti (turma 47), Antonio Lavinda (47), MarcoTlio (47), Bianca Lellis (47) e Rafael Abe (47).

    Gabriel Lopes de AmorimAcadmico do 5 semestre

    Laboratrio morfofuncional

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    O bloco do DCBS III, onde selocalizam as Faculdades de Medicina eNutrio da UFMT, um prdio antigoe sofre com dificuldades relacionadas infra-estrutura, como a maioria absolutadas faculdades pblicas. Foi pensandona melhoria do ambiente da faculdadeque os professores Bianca Galera, FlvioTampelini, Carmem Bassi, Naiana Leottie Juliane Dalbem se juntaram no incio dejaneiro para mudar a situao.

    Com o apoio da faculdade e dediversos professores, a equipe mudou ovisual do jardim I, revitalizando o primeiroandar. Os bancos pintados e os vasos deplantas por todos os corredores do prdioe mesas da cantina tambm foi ideia deles.Grande parte do material foi financiadopelos prprios professores.

    Eles acreditam que a melhoria doambiente da faculdade auxilia na qualidadedo trabalho e do aprendizado. A ideia foi

    aprovada pela faculdade e alunos e o trotesolidrio aplicado aos novos calourostambm envolveu o trabalho nos jardins ereas externas da faculdade.

    A ideia agora expandir essa aoe dar uma outra aparncia para a fachadae entradas laterais do bloco. Para isso,foi criado um projeto de extenso pararevitalizao do bloco, orientado pelo Prof.Flvio Tampelini e que ser conduzidodurante o primeiro semestre de 2012.

    O professor Flvio pede a ajuda dosalunos para que deem sugestes de nomepara o Jardim!

    O Jornal Anamnese apoia a causa eagradece a todos os professores e alunosenvolvidos na melhoria da qualidade doambiente de estudo e trabalho!

    Gabriel Lopes de AmorimAcadmico do 5 semestre

    Informamos que a Liga

    Acadmica de Cardiologia (LAC),fundada em junho de 2011, teveseu funcionamento regularizado emagosto do ano passado por meio de suaaprovao pelo Colegiado de Curso daFM UFMT.

    A LAC est sob coordenao doprofessor Jarbas Ferrari Jnior e temcomo presidente o acadmico AntnioLavinda, graduando do segundo ano.

    A atuao da LAC pautadano trip ensino, pesquisa e extenso.Dentre suas atividades incluem-se:

    - Reunies cientficas, que ocorrem ssegundas-feiras das 18h s 20h na FM.- Pr t i cas s emanai s noHospital do Cncer de MT.- Pesquisas conjuntas s Faculdadesde Nutrio, Enfermagem e EducaoFsica no Ncleo de Aptido Fsica,Metabolismo e Sade.

    Os integrantes da LAC socompostos, neste momento, apenas

    por seus idealizadores, que incluem

    acadmicos do segundo e terceiroano do curso de Medicina. De acordocom o estatuto que rege a liga,quando houver abertura de processoseletivo, discentes a partir da UC-2estaro aptos para prest-la.

    No ltimo ms de novembroa LAC realizou sua primeiraatividade com a comunidade quefrequenta a UFMT para a prticaesportiva. Foram promovidas aesde preveno e controle do diabetesem conjunto com a Faculdade deEducao Fsica (FEF-UFMT).

    Nessa ocasio, utilizou-se um novomtodo de se medir hemoglobinaglicada e que permite a obteno deresultados em apenas seis minutos.O surpreendente resultado (21%das pessoas atendidas possuiamglicemia mdia acima do normal)tem motivado o grupo na idealizaode projetos que sero colocadosem prtica no ano de 2012 com oobjetivo de reduzir esse ndice.

    Acontece na FMAnamnese

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    Liga Acadmica de Cardiologia

    Revitalizao da FM

    Fabrcio SanchesAcadmico do 4 semestre

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    A cada novo ano em que entramos,buscamos planos e pro jetos a fimde aprimoramentos. Com o ProjetoComeando Cedo no diferente, 2012promete. Nosso estimado projeto dispensaapresentaes e vem com uma cargamuito positiva, graas aos nossos queridoscompanheiros Paulo Reis e Denise Franaque seguem apoiando a cada decisodentro da nova coordenao. Para esse

    novo ano, iniciamos j com uma nova cara,um smbolo que representa muito bem osprincpios do Comeando Cedo. Almdo novo smbolo, contaremos tambmcom um blog (disponvel em www.comecandocedo.blogspot.com) no qualtodos podero conhecer a nossa histria,ler relatos dos integrantes, acessar fotose deixar crticas e comentrios a fim denos engrandecer cada vez mais. Os cinconovos coordenadores, Adriana Mucio,Lucas Caixeta, Luciano Loyola, SusaneMarafon e Thigo Maia sero agora

    separados por setores do HUJM com oobjetivo de facilitar o monitoramento,sempre pensando no progresso doprojeto. Por fim, buscaremos tornar maisdinmicas as visitas, para isso teremostreinamentos especficos, principalmenteaos novos integrantes. Ns da novacoordenao reconhecemos a importnciado projeto e o que ela representa aonosso hospital universitrio, por isso

    tentaremos carregar de forma digna onome Comeando Cedo, sempre calcadosna alegria e descontrao. Bom ano paratodos, que a felicidade comece muito cedoe nunca acabe.

    Luciano de Paula Loyola NettoAcadmico do 3 semestre

    Muito se fala sobre essa doena. Quase

    diariamente, a mdia veicula informaessobre casos de dengue, modo de transmissoe, insistentemente sobre sua preveno. Comofuturos mdicos, necessrio que saibamosdiagnosticar, tratar, enfim, compreender maissobre essa doena to incidente no nosso pas,mais do que como evitar focos de mosquitos,como no manter gua parada, etc.

    A dengue uma doena infecciosa febrilaguda causada por um vrus da famlia Flaviridaee transmitida atravs da fmea do mosquitoAedes aegypti, tambm infectado pelo vrus.Atualmente, a dengue considerada um dosprincipais problemas de sade pblica de todo o

    mundo.J foram identificados vrios tipos de

    dengue, pois o vrus causador da doena possuiquatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 eDEN-4. A dengue tipo 4 representa risco apessoas j contaminadas com os vrus 1, 2 ou3, j que no tem defesa a esse sorotipo, assimtornam-se vulnerveis manifestao alternativada doena e complicaes hemorrgicas.

    Quando suspeitar de dengue?

    Em casos de doena febril que dure at setedias e se apresente associada a pelo menos dois

    dos sintomas: dor de cabea, dor atrs dos olhos,dores musculares, dores nas juntas, prostraoe vermelhido no corpo, h suspeita de dengue.

    Como a dengue se manifesta?

    Existem quatro formas diferentes deapresentao da doena: Infeco Inaparente,Dengue Clssica, Febre Hemorrgica da Denguee Sndrome de Choque da Dengue, mas dentreelas tem destaque a Dengue Clssica e a FebreHemorrgica da Dengue.

    Na infeco inaparente o pacientes no

    apresentam nenhum sintoma. A maioria dasinfeces da dengue no apresenta sintomas. Adengue clssica se apresenta semelhante gripe,tem incio sbito e dura entre cinco a sete dias.Os sintomas incluem febre alta (39 a 40C),dores de cabea, cansao, dor muscular e nasarticulaes, indisposio, enjoos, vmitos,manchas vermelhas na pele, dor abdominal, entreoutros.

    A Dengue Hemorrgica uma formagrave, inicia-se de maneira semelhante formaclssica, mas caracterizada por alteraes dacoagulao sangunea e, aps o terceiro ou quartodia, surgem hemorragias (nasais, gengivais,

    urinrias, gastrointestinais ou uterinas). Quandoos sintomas de febre cessam a presso arterial dodoente cai, o que pode levar a tontura, queda echoque. Se a doena no for tratada com rapidez,pode levar morte. A Sndrome de Choque daDengue se caracteriza por uma grande quedada presso arterial, o paciente apresenta umpulso quase imperceptvel, inquietao, palideze perda de conscincia. Nesta forma, podemocorrer complicaes neurolgicas, problemascardiorrespiratrios, insuficincia heptica,hemorragia digestiva e derrame pleural. Assimse no tratada com rapidez, pode levar morte.

    Como se faz o diagnstico dessadoena?

    O diagnstico da dengue realizadocom base na histria clnica do doente,Inicialmente, para descartar outras doenas.Em seguida so realizados exames de sangue,que indicam a gravidade da doena, comohematcrito e contagem de plaquetas. Paracomprovar a infeco com o vrus da dengue, necessrio fazer exames especficos paraisolamento do vrus em culturas ou anticorpos

    especficos, como a sorologia. Entre os exames

    que podem identificar a dengue hemorrgicautilizam-se: a prova do lao, a contagem dasplaquetas e a contagem dos glbulos vermelhos.

    SINAIS DE ALERTA!

    importante destacar que a dengue umadoena dinmica, que pode evoluir rapidamentede forma mais branda para uma mais grave.Devemos estar atentos a alguns sinais durantea evoluo do paciente com dengue que podemindicar uma apresentao mais grave da doena enecessidade de maiores intervenes teraputicas.

    Os principais sinais e sintomas so: dor

    abdominal intensa e contnua (no cede commedicao usual); agitao ou letargia; vmitospersistentes; pulso rpido e fraco; hepatomegaliadolorosa; extremidades frias; derrames cavitrios;cianose; sangramentos expontneos e/ou provade lao positiva; lipotimia; hipotenso arterial;sudorese profusa; hipotenso postural; aumentorepentino do hematcrito; diminuio da diurese;melhora sbita do quadro febril at o 5 dia;taquicardia.

    E quando se confirma o diagnstico,como tratar?

    O tratamento da dengue se baseia emrepouso e hidratao, importante orientar opaciente quanto abundante ingesto de guaabundantemente, sucos naturais e ch. Tambmpodem ser usados antitrmicos. O paciente nodeve tomar remdios base de cido acetilsaliclico, como AAS, Melhoral, Doril, Sonrisal,Alka-Seltzer, Engov, Cibalena, Doloxene eBuferin, so anticoagulantes e podem promoveros sangramentos.

    Informe-seAnamnese

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    E voc, o que sabe sobre a dengue?

    Novo smbolo do Projeto Comeando Cedo.

    Comeando o ano cedo

    Gabriella BastosAcadmica do 6 semestre

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    Assim como em quasetodas as Faculdades deMedicina do pas, a FM-UFMT conta com uma Atltica,aqui nomeada de AssociaoAtltica Acadmica PauloHenrique Kohatsu, a mesmatem por finalidade mximade interao e unio entre osdiscentes de medicina. Paraesta finalidade conta cominmeras confraternizaesque exemplificam o jeito

    metralha de ser, estasatividades comearam cedono ano de 2012, com inovaes no trote solidrio entre os calouros.Foi proposto um cronograma que juntamente com o Centro Acadmicopromoveu atividades de cunho filantrpico (atividades de doao dealimentos a asilo e de sangue ao Hemocentro) e sociocultural, ressaltandoo repdio a trotes violentos.

    As atividades esportivas da Metralha incluem jogos e treinos devoleibol, handball, futebol, atletismo, basquete, futsal e natao, incluindomodalidades tanto femininas quanto masculinas. Os treinos so uma prviado que acontecer nos jogos interclasse. A Atltica, com a Bateria, tem seuadvento mximo na participao do Intermed, que tipicamente aconteceem outubro, sendo este ano realizado em Campo Grande, MS.

    A Atltica promoveu no dia 24 de maro um encontro para osinteressados em aprender a tocar instrumentos de uma bateria. Ao longodo semestre, acontecero eventos festivos da Associao, mostrando aversatilidade e unio de seus participantes. Neste ano a Associao contacom nova direo que integra acadmicos de vrias turmas, inovandoo grupo, tornado as aes culturais e solidrias da mesma mais visveis,sem, contudo perder o tradicionalismo do Leo. A Metralha encontra-sesempre aberta a todos que queiram participar de seus eventos e fazer partedo grupo, intitulado por eles mesmos como famlia. Assim, a todos e emespecial aos calouros, fica o convite pra que participem das atividades.

    Marta Carolina Marques SousaAcadmica do 5 semestre

    O Projeto ACERTO (ACElerao da Recuperao TOtal Ps-operatria) um programa que visa a acelerar a recuperao ps-operat-ria de pacientes. Baseado em um programa europeu j existente (ERAS)e fundamentado no paradigma da medicina baseada em evidncias, oProjeto ACERTO , antes de tudo, um programa educativo. O tradicionalcuidado ps-operatrio tem sido questionado e evidncias tm mostradoque muitas condutas e prticas peri-operatrias so obsoletas e no tmrespaldo cientfico. So quase empricas e transmitidas a novos cirurgiesh dcadas sem devido questionamento.

    A experincia do protocolo ACERTO mostrou nos ltimos anos avantagem de seguir protocolos. Os resultados desse projeto ao longo decinco anos foram mostrados em vrios trabalhos publicados e no livroACERTO. A implementao desse protocolo pioneiro no Brasil desde2005 fez baixar ndices de mortalidade, de morbidade e tempo de interna-

    o hospitalar no Hospital Universitrio Jlio Mller.No Departamento de Clnica Cirrgica do Hospital Universitrio

    Jlio Mller a implantao do protocolo ACERTO foi feita a partir de umtreinamento em seminrio realizado em julho de 2005 com a participaode mdicos (docentes, mdicos e residentes dos servios de cirurgia eanestesia), nutricionistas, enfermeiros e fisioterapeutas. Nesse seminrio,abordou-se os seguintes temas: 1. nutrio peri-operatria; 2. hidrataovenosa peri-operatria; 3. importncia da analgesia e reduo de vmitosna reduo da resposta metablica ao trauma; 4. cuidados com o paciente(informao pr-operatria, drenos, sondas e deambulao ultra-precoce);5. evidncia contrria ao preparo mecnico do clon; e 6. racionalizaodo uso de antibiticos em cirurgia. Confeccionou-se uma apostila parafacilitar a implantao do projeto que foi entregue aos profissionais, resi-dentes e estudantes, e tambm colocada disposio na enfermaria do

    servio de cirurgia geral. Foram apresentados dados de auditoria realizadapara se conhecer alguns ndices de qualidade de cuidados peri-operatriosda enfermaria e a morbi-mortalidade. Ao final do seminrio, a implanta-o do protocolo ACERTO no dia seguinte foi por aderncia e no porimposio.

    Rotinas como o jejum pr-operatrio e ps-operatrio imposto apacientes podem agravar a resposta metablica e estado nutricional pre-dispondo pacientes a uma maior resposta orgnica ao trauma e queda doestado imunolgico. O uso indiscriminado de antibiticos vistos como

    salvavidas, no tem fundamento e o uso criterioso no s elimina custoscomo tambm seguro e previne a resistncia bacteriana. Novos avanosna anestesia e analgesia beneficiam o paciente e o auxiliam na sua mobi-lidade precoce e alta hospitalar abreviada. A avaliao do estado nutricio-nal vital e estudos mostram que no Brasil ela bastante negligenciada.

    O suporte nutricional adequado no perodo peri-operatrio uma armateraputica que melhora os resultados operatrios em grupos especficosde pacientes.

    Para alcanar aprimoramento, necessrio um programa construdode modo multidisciplinar em que todas essas rotinas faam parte. A leiprimeira do programa ACERTO : o dia da operao o primeiro dia darecuperao do paciente.

    Alm da vasta produo acadmica como artigos, temas livres, teses,livros e comunicaes orais em diversos congressos Brasil e do exterior,a equipe do ACERTO realiza treinamento em vrios hospitais do pas.

    Esse ano a equipe do Projeto ACERTO realizou o congresso anualentre os dias 15 a 17 de maro no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiab.Antes, no dia 14 de maro houve o pr-congresso, para que muitos que aindano estavam familiarizados com o protocolo pudessem conhec-lo melhor

    antes das palestras e debates. Vieram congressistas e palestrantes de vrioslugares do Brasil, inclusive um palestrante internacional, Dr. Olle Ljungqvistda Sucia. Para mais informaes, acesse http://www.projetoacerto.com.br.

    Prof. Dr. Jos Eduardo Aguilar-NascimentoPedro Henrique Bauth Silva (5 semestre)

    Projeto ACERTOAcerte!

    Anamnese

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    Metralha