Jornal Biblioteca Etec Prof. Alcídio - Dias Internacional da Mulher

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JORNAL DA BIBLIOTECA BIBLIOTECA PROFª EDNA SEGANTINI | ETEC Prof.º Alcídio de Souza Prado Edição Especial - DIA INTERNACIONAL DA MULHER Encontre os melhores presentes para dar as mulheres no caça palavras

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JORNAL DA BIBLIOTECABIBLIOTECA PROFª EDNA SEGANTINI | ETEC Prof.º Alcídio de Souza Prado

Edição Especial - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Encontre os melhores presentespara dar as mulheres no caça palavras

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No próximo domingo, dia 8 de março, será comemorado o Dia Internacional da Mu-lher. Mas você sabe por que o evento é ce-lebrado nessa data?

Muitos já ouviram a história das operárias de uma fábrica têxtil de Nova York, que fize-ram uma greve, em 1857, reivindicando por melhores con-dições de trabalho, tais como jornada de 10 horas diárias (na-quele momento, as pessoas chegavam a trabalhar 16 horas por dia) e equipara-ção de salário com os homens (as mulheres recebiam cerca de 1/3 do valor pago a eles), e foram trancadas na fábrica, a qual foi incendiada por ordem dos patrões, resultan-do na morte de mais

de 100 mulheres.Essa história de he-roísmo feminino é bastante inspirado-ra, capaz de pedir a atenção do mundo para esse “sexo frá-gil”. No entanto, pes-quisas mais recentes não encontraram qualquer vestígio de tal greve ou de um incêndio em uma fá-brica em Nova York nesse ano. Um relato semelhante ocorreu no dia 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blu-sas Triângulo), porém sem o episódio da gre-ve, e as vítimas não eram exclusivamente mulheres. Além dis-so, celebra-se o Dia Internacional da Mu-lher desde 1910. Por que, então, 8 de mar-ço?

Segundo a pesquisa-dora canadense, Re-née Côté, o dia se deve à Segunda Confe-rência Internacional das Mulheres Socia-listas, que aconteceu em Copenhague, no ano de 1910. Nessa reunião, Clara Zetkin propôs uma resolu-ção de instaurar um dia internacional das mulheres, já que um dia especial para a mulher vinha sendo celebrado pelas so-cialistas nos Estados Unidos há dois anos. Nesse país, não havia uma data específica, mas assim a sugestão de ocorrer no último domingo de feverei-ro.

Em fevereiro de 1917, na Rússia, manifes-tações de mulheres tomaram as ruas de São Petersburgo.

Dia Internacional da MulherPor que 8 de março?Profa Ana Cláudia Pedrosa Massaro

Eram movi-mentos contra a guerra, a fome, a escassez de alimentos. Ao mesmo tempo, operárias do se-tor têxtil entra-ram em greve. Era o dia 23 de fevereiro (que corresponde ao 8 de março no antigo calendário or-todoxo), que se come-morava o Dia Interna-cional das Mulheres na Rússia. Essas agi-tações cresceram, en-volveram outros gru-pos, duraram vários dias, e deram início à Revolução Russa. A mobilização de mu-lheres precipitou as manifestações que tornaram vitoriosa a revolução russa. Segundo a socióloga Eva Blay, é muito pro-vável que o sacrifí-cio das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao ima-

ginário coletivo da comemoração do Dia Internacional da Mu-lher pela luta por elas travada. Mas o pro-cesso de instituição de uma data comemo-rativa já vinha sendo elaborado pelas so-cialistas americanas e europeias há algum tempo, e foi confirma-do com a proposta de Clara Zetkin em 1910. Para o escritor Vito Giannotti, derrubar o mito de origem da data 8 de Março não implica desvalorizar o significado históri-co que este adquiriu.

"Muito ao con-trário. Significa retomar a verda-de dos fatos que são suficiente-mente ricos de significado e que carregam toda a luta da mulher no caminho da sua libertação. Significa enrique-cer a comemo-

ração desse dia com a retomada de seu sentido original", diz.

Como foi possível perceber, a mulher teve papel ativo na conquista de seus di-reitos. É o momento de repensar o signifi-cado da data no Bra-sil: devemos sucum-bir ao capitalismo, que comercializou esse dia? Ou deve-mos relembrar suas origens esquecidas (ou escondidas) e discutir a força da mulher e o respei-to que ela merece?

“É o momento de repensar o

significado da data no Brasil:

devemos sucumBir ao capitalismo, que

comercializou esse dia? “

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Quadrinhos de mulheres para mulheres, e principalmente para a Sociedade.

Existem diversos projetos em que mulheres se reúnem e mandam um recado para a sociedade, a página do Facebook Mulheres nos Quadrin-hos, é um grande exemplo de como espalhar essas mensagens.

Mais trabalhos dessas artistas podem ser encontrados nas páginas no Facebook: Mulheres nos Quadrinhos, Atóxico & Moral, Sahr e Carol Rosseti. Existem outras e com trabalho colaborativo, então se você produz algo, compartilhe e espalhe seu talento por aí.

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Bem, 2015, mais um 8 de Março, dia In-ternacional das Mu-lheres chegando e, infelizmente, a per-cepção que se tem da data é, na maioria das vezes, interpretada de maneira equivo-cada. Esse dia não é uma prévia do dias das mães ou uma comemoração pelo simples fato delas se-rem mulheres, é uma data ligada à luta por direitos, IGUALDA-DE de gênero. Afinal, como meses atrás dis-se a cantora Pitty em TV nacional: “quase lá, não é lá”. Apesar de algumas conquistas, o caminho ain-da será longo.

Mas sobre o que você está falando? Olha, 2015 e na premia-ção do Oscar a atriz Patrí-cia Arquette, v e n c e d o r a na categoria

melhor atriz coad-juvante, com o filme Boyhood, em seu discurso, repito, em 2015, tem que usar seus poucos segun-dos para pedir salá-rios iguais entre ho-mens e mulheres em Hollywood. De novo, 2015! Acontece em Hollywood, acontece no mundo todo, aqui não é diferente. No Brasil, por exemplo, o salário das mulhe-res é, em média, 30% menor que o dos ho-mens de mesma idade e grau de instrução.

Igualdade de Gênero.

Se fosse apenas o salá-rio, já seria ruim, mas o negócio é mais feio. As diferenças estão no dia a dia e tão enrai-zadas que acontecem de modo automático, inclusive repetido às vezes pelas próprias mulheres, e aí que o problema fica pior, entre quem defen-de os opressores está parte dos oprimidos, oprimidas, no caso. Então, diariamente escutamos coisas do tipo: Engenharia não

é curso para m u l h e r e s ; futebol é coisa de ho-mem (Marta mandou um abraço!), lu-gar de mu-lher é na cozinha, e pra finalizar a pior de to-das “mulher tem que se dar o res-peito”, como assim? Isso de coisa de

Mais que flores e chocolatesLuan Oliveira

“lutem por essa igualdade

e por essa liBerdade,

por seus corpos,

pelos seus destinos,

para que não mais

sejam julgadas

por alguma atitude que

a sociedade machista diz

não ser “coisa de mulher”.

mulher, coisa de ho-mem, é uma tremen-da tolice. É preciso desconstruir esses pensamentos. Todo homem só pensa em sexo e toda mulher é romântica: nem sem-pre! Somos todos se-res humanos, e não é o órgão reprodutor que vai definir esse tipo de característica, ou muitas das esco-lhas da vida, como a carreira ou estilo de vida. “É feio mulher que bebe”, tá, o cara chegar bêbado e bater na família é bonito...?! É feio esse machismo rolando solto em todo canto!

Mas as mulheres não estão paradas e temos muitas notáveis e não só a atriz citada lá em cima - a Paquistane-sa de 17 anos, Ma-lalaYousafzai, é um grande exemplo de ativista em Direitos Humanos e das Mu-lheres, vencedora de um prêmio Nobel, in-clusive. No Brasil, di-versos projetos como o Mulheres nos Qua-drinhos, Think Olga com o projeto Chega de FiuFiu... A propó-

sito: amigos homens, parem com isso de cantada, é feio! Ima-gina o seu vizinho chato mexendo com sua mãe... pois é, não é legal.

Essa causa é tão séria que a ONU acertou em cheio em escolher a Emma Watson (a Hermione de Harry Potter) como embai-xadora do projeto He for She, onde em seu primeiro discurso ela pediu a participação dos homens nessa luta, que, de certa for-ma, também nos atin-ge, e atingirá a nossas filhas, netas e todas as mulheres sempre, se nada for feito. Então, moças, lutem por essa igualdade e por essa liberdade, por seus corpos, pelos seus destinos, para que não mais sejam jul-gadas por alguma ati-tude que a sociedade machista diz não ser “coisa de mulher”.

Pra refletir, um trecho de uma música que, infelizmente, é atual, mesmo tendo qua-se 50 anos, “Woman is the nigger of the

world” do John Len-non e Yoko Ono:

“Nós a fazemos pin-tar o rosto e dançar. Se ela não quer ser nossa escrava, dize-mos que não nos ama. Se ela é sincera, dize-mos que ela está ten-tando ser um homem. Enquanto botamos ela para baixo, fingin-do que ela está acima de nós

Nós insultamos ela todo dia na TV e maravilhosamente perguntamos por-que ela não tem co-ragem e confiança. Quando ela é jovem, nós matamos seu desejo de ser livre. Enquanto dize-mos para ela para não ser tão esperta. A botamos para baixo por ser tão boba.”

Recomendo a versão da Cássia Eller, que foi uma mulher incrí-vel, assim como John Lennon, à frente do tempo dela (ou será que nós é que estamos atrasados?).