Jornal Brasil Atual - Bebedouro 23

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www.redebrasilatual.com.br BeBedouro

nº 23 Janeiro de 2013

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatualJornal Regional de Bebedouro

Quem deve ao Imposto de Renda pode investir na criança

Pág. 6

Cidadania

aposta legal

Mengão escolhe oito garotos da região para treinar na base do clube

Pág. 7

futebol

grande peneira

Prefeito assume e sofre primeira derrota no mesmo dia

Pág. 2

Posse

bem mal

Raul Furquim Sem Fim obriga Estado a construir viaduto entre Zonas Norte e Sul

obras

vitória da Cidade

saúde

Obesidade infantil, uma doença séria que atinge as pessoas mais pobres do País

Pág. 4-5

Crianças gordas, Perigo à vista

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2 Bebedouro

expediente rede brasil atual – bebedouroeditora gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800tiragem: 10 mil exemplares distribuição gratuita

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jornal on-line

editorial

O ano novo começa com a cidade sob nova direção. Eleito com 21,21% dos votos de todos os eleitores bebedourenses, o novo prefeito Fernando Galvão, do DEM, assumiu o trabalho em posse desorganizada e longa, reiterando a sua opção pre-ferencial pela direita elitista e distribuindo cargos aos amigos que bancaram sua campanha com dinheiro. Enfim, de novo, ele mostra a sua cara, que não parece afeita a enfrentar os problemas da cidade, na medida em que tenta impor, como grande problema a ser enfrentado, a dívida municipal (cerca de 20% do orçamento), uma questão que todos os candidatos estavam carecas de saber quando disputaram as eleições.

Outra coisa importante é a duplicação da Rodovia SP-322. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), do gover-no Alckmin, queria porque queria isolar o setor Norte da ci-dade, fazendo desaparecer o trevo que dá acesso à empresa LD Commodities. Mal soube dessa armadilha, a população se juntou, suprapartidariamente, ao Movimento Raul Furquim Sem Fim. Em pouco tempo, mais de 8 mil pessoas participa-vam da página do Facebook que falava grosso sobre o assunto e exigia que o governo recuasse de suas pretensões.

Enfim, uma pesquisa revelou que 40% das crianças têm gor-dura abdominal, pressão alta, grande concentração de açúcar, tri-glicérides, colesterol e até diabetes, alterações que, mesmo iso-ladamente, aumentam o risco de infarte e derrame. Culpados? A publicidade e o grande consumo de refrigerantes, salgadinhos e demais tranqueiras. Então, olho vivo. É isso. Boa leitura!

galvão assume e fala em uniãoCerimônia teve gente de pé e durou quase quatro horas

Posse dos eleitos

Em cerimônia desorgani-zada e longa tomaram posse, em 1º de janeiro, o prefeito Fernando Galvão (DEM), o vice-prefeito Rômulo Came-lini (PMDB) e os vereadores eleitos no pleito de outubro passado. Os vereadores liga-dos a Galvão, e ele próprio, falaram em combate à corrup-ção, em união entre prefeito e vice-prefeito até o final do mandato e em acabar com a “bandalheira” na cidade.

Depois, o prefeito apelou à “união de todos em prol de Bebedouro” e deixou clara a sua opção conservadora. Aliás,

desde o início da campanha eleitoral, Galvão não escondia seu pendor pela elite de direita, como registramos em nossas páginas. Na cerimônia de pos-se, essa escolha ficou mais evi-

dente pelas presenças dos ex-prefeitos Edne Piffer e Sérgio Stamato, com assentos reserva-dos à mesa principal. Ficaram de fora o ex-prefeito Italiano, Hélio Bastos e Davi Perez.

eleição da Mesa divide deM

Pt: “dívida não é desculpa”

A eleição da Mesa Direto-ra da Câmara dos Vereadores, realizada após a posse dos eleitos, marcou a primeira der-rota de Galvão (DEM). Sem poder eleger presidente a sua preferida, vereadora Sebas-tiana Camargo (DEM), e por

causa da deserção de Beto Ma-zzeu (DEM), que aderiu à chapa oposicionista, o prefeito teve de engolir o tucano Daólio, presi-dente; Nasser (PV), vice; Freitas (PT), 1º secretário; e o dissidente Beto Mazzeu, 2º secretário.

Para não serem derrotados no

voto, os governistas não apre-sentaram chapa e o prefeito publicou num jornal no qual tem influência, matéria ven-dendo a ideia de que a chapa única, vencedora, foi produto de composição entre o governo e a oposição.

Todos os candidatos a prefeito, inclusive o eleito Galvão (DEM), sabiam que a dívida do município era em torno de R$ 40 milhões. Na cerimônia de posse, porém, o prefeito tratou dela como se fosse uma novidade. Para o vereador petista Luiz Carlos de Freitas, o montante é nor-

mal, “considerando-se que estão incluídos aí os débitos de médio e longo prazos” – diz Freitas. O também petista Carlos Orpham acha a dívida “administrável” e sobre isso escreveu em seu blog <http://atitudeorpham.blogspot.com.br>: “Essa dívida correspon-de a 20% do orçamento do

município, sendo que há ci-dades da região com dívidas maiores, como Barretos, que deve mais de 100% do seu orçamento”. A conclusão dos oposicionistas é que o mon-tante não pode servir de des-culpa para o prefeito não exe-cutar o programa de governo prometido em palanque.

Unidos do Pote

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os onze vereadores eleitos e empossados

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3Bebedouro

bebedouro freia obra que isola setor norte da cidade

Como fica o projeto de galeria do jardim eldorado?

Movimento Raul Furquim Sem Fim conquista no DER a construção de um viaduto na avenida

obras

O Departamento de Estra-das de Rodagem (DER) to-pou, enfim, duplicar a rodovia Armando Salles de Oliveira, construindo um viaduto na Avenida Raul Furquim, com rotatórias de acesso pelas mar-gens da rodovia, assegurando o tráfego entre as zonas norte e sul de Bebedouro. As obras deverão custar R$ 8,5 milhões de reais aos cofres do Estado.

A luta da população da cidade vem desde setembro, quando o grupo suprapartidá-rio Raul Furquim Sem Fim, com mais de 8.300 membros no Facebook, articulou-se para impedir o fechamento de um importante ponto de in-terligação da cidade, no trevo da avenida homônima. O im-bróglio nasceu com as obras de duplicação da Rodovia Armando Salles de Oliveira (SP-322), a Rodovia da La-ranja. Segundo o cirurgião- -dentista Camilo Cruz, 43, um dos líderes do movimento, a polêmica se instaurou quando os moradores do lado norte de Bebedouro ficaram apreensi-vos com a chegada das obras

ao trecho urbano da rodovia, gerando especulação sobre o futuro da avenida. “Enviamos um abaixo-assinado com 136 assinaturas às autoridades políticas locais e à imprensa, para termos uma explicação sobre o que aconteceria no local.” Contudo, antes mes-mo de o poder público dar a resposta oficial às pessoas, o diretor do Serviço Autôno-mo de Água e Esgoto de Be-bedouro (SAAEB), Gilmar Feltrin, em entrevista a um

programa de rádio, confirmou que o projeto do DER inter-romperia a Raul Furquim, no trevo da SP-322. “A medida contrariava o plano diretor do município, que prevê o cres-cimento da avenida” – diz Camilo.

A repercussão do fecha-mento da Avenida Raul Fur-quim fez com que lideranças políticas e a sociedade civil organizada por meio de sindi-catos e associações patronais e de trabalhadores, assim como

associações comerciais, de profissionais liberais, clubes de serviço, cooperativas, etc. aderissem ao movimento que, afinal, conseguiu uma audiên-cia em que o DER confirmou que iria mesmo fechar a aveni-da. “Então, fizemos novo abai-xo-assinado para interromper a obra e cobramos um estudo sobre o impacto do fechamen-to da avenida – são cerca de seis mil veículos que passam por dia no trevo. Foi aí que o DER suspendeu as obras até a

conclusão de um estudo viável para o local, comprometendo--se em convocar uma audiên-cia pública na Câmara de Be-bedouro” – disse Camilo.

Porém, nem todos os mo-radores da região estão se-guros da conquista. O casal de aposentados Antônio de Matos, 73, e Maria de Matos, 72, moradores do Jardim do Bosque, mantém-se receo-so. “O povo não quer ter de andar mais para chegar a sua casa ou ao seu trabalho” – diz Antônio. “Na firma em que a minha filha trabalha, a Forno Paulista, os trabalhadores es-tão revoltados com a possi-bilidade de desviar o trajeto para chegar ao serviço” – con-ta Maria. Camilo, porém, as-segura que os bebedourenses têm uma vitória parcial em mãos, mas ainda falta definir os eixos de como efetivamen-te será a obra de continuida-de da via. “Nós confiamos na capacidade técnica do DER em relacionar a segurança e o conforto dessa construção.” E conclui: “A vitória é do povo de Bebedouro”.

A manutenção da Avenida Raul Furquim norte-sul com a construção de um viaduto e a continuidade da duplicação da SP-322 geram outra polêmica: como ficarão as obras do proje-to de galerias do Jardim Eldo-rado? O rolo começou quando aventaram-se os tipos de cons-trução para o local.

A sugestão de rebaixamento da Rodovia Armando Salles de Oliveira interrompeu a cons-trução das galerias. De acordo com o engenheiro da Prefeitura, Wágner Silveira, 46, essa obra na rodovia inviabilizaria o pro-jeto de galerias do Jardim Eldo-rado, parceria com o Ministério das Cidades, orçado em R$ 2

milhões. “Esse projeto transpõe a Rodovia SP-322 e proporciona a descarga das águas fluviais no Córrego Parati. Ele foi aprovado em 2010 e iniciado em setembro de 2012, mas agora está parali-sado devido à duplicação da SP-322. Se a opção do DER ainda for pelo rebaixamento da pista, o projeto fica comprometido.”

O engenheiro é enfático ao dizer que em nenhum momen-to foi procurado pelo DER para trabalhar conjuntamente. “A gente percebeu a falta de preocupação do governo do Estado em consultar o municí-pio. Sabemos que as lideran-ças políticas se reúnem, mas os técnicos da Prefeitura nun-

ca são consultados. Como técnico, entendo que a me-lhor opção é a pista não ser rebaixada, para não compro-meter o projeto de galerias. Assim atende à requisição da população e do municí-pio, que é não interromper a Avenida Raul Furquim e fa-zer uma elevação da pista.”

Camilo explica ao der por que manter a avenida que liga as Zonas norte e sul da cidade

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4 Bebedouro

as verdadeiras causas da obesidade infantil Por Cida de Oliveira

a gordura abdominal é mais comum entre os pobres

São duas: a publicidade de alimentos industrializados e o consumo de produtos quase sem nutrientes

saúde

Enfim, Thaina Pereira de Souza, de sete anos, já veste calças jeans no tamanho ade-quado para a sua idade. Até pouco tempo, ela só usava peças de malha, com numera-ção para adolescentes. Thaina mudou de hábitos alimentares. Passou a comer carnes grelha-das, verduras, legumes, arroz e feijão no lugar de frituras e massas. E um prato basta; não precisar repetir. “Não foi fácil convencê-la de que, para ema-grecer, ela não poderia mais comer como antes” – diz a mãe, a dona de casa Manue-la Pereira Sales. Com casos de obesidade na família e pa-rentes diabéticos, Manuela diz que tudo começou há dois anos, quando a pequena entrou

na pré-escola em Itaquera, na zona leste paulistana. “Na creche já haviam me alertado

sobre o excesso de peso dela, mas a ficha só caiu quando me chamaram novamente a aten-

1970, para 21,7%, em 2009. “Entre os riscos imediatos

estão os psicoemocionais. As crianças são estigmatizadas, sofrem bullying e são despre-zadas pelos colegas. Na ado-lescência, são afetadas pela preocupação excessiva com a imagem” – afirma o diretor da Sociedade Brasileira de En-docrinologia e Metabologia, Amélio de Godoy Matos.

As implicações físicas co-meçam a partir dos oito anos, com aumento das taxas de co-lesterol e da pressão arterial. Na adolescência surge a resistência à insulina, processo que pode le-var ao diabetes. E na fase adulta aparecem as doenças cardiovas-culares – as que mais matam no Brasil –, entre outras.

Outro dado preocupante, segundo Amélio Godoy, é que uma pesquisa do Insti-tuto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede), do Rio de Janeiro, revelou que 40% dos jovens acima do peso têm gordura abdomi-nal, pressão alta, grande con-centração de açúcar, triglicé-rides e colesterol no sangue e até diabetes, alterações que, mesmo isoladamente, aumentam o risco de infarto e derrame.

O especialista alerta para a facilidade de acesso aos alimentos industrializados calóricos, ricos em gorduras e carboidratos processados, como farinhas e açúcares,

e pouco nutritivos. É o caso dos refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados e outras porcarias. “O aumento da oferta barateou os preços. Es-ses produtos chegam hoje às mais distantes regiões do país. Outro fator é a desinformação, pois a obesidade cresce mais entre as populações pobres dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Quanto menor a escolaridade, maior a obesidade” – afirma.

A nutricionista Maysa To-loni pesquisou o tema para seu mestrado e doutorado pela Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp). Entrevistou mães de crianças matriculadas em cre-ches públicas e filantrópicas e

observou que muitos bebês de três meses ou menos já tomam refrigerante na mamadeira. E 80% dessas crianças, antes de completar um ano, têm na die-ta danoninhos, miojos, salgadi-nhos de pacote e biscoitos re-cheados. “Esses alimentos têm muita gordura, sódio – nocivo à

circulação do sangue –, açúcar e proteínas que, em excesso, fa-zem mal às crianças, causando obesidade e aumentando o co-lesterol” – diz. Outra revelação: as mães mais jovens, menos escolarizadas e de menor renda são as mais suscetíveis a esses erros alimentares.

“A maioria das pessoas desconhece a gravidade da obesidade. Para elas, não parece doença séria; muitas alegam ter sido gordinhas e acreditam que a criança obesa vive normalmente e vai emagrecer. E só se pre-ocupam quando a situação já se agravou” – afirma a psicóloga Gisela Solymos, gerente do Centro de Recu-peração e Educação Nutri-cional (Cren), de São Paulo. A entidade capacita equipes de saúde e de creches e aten-de crianças com distúrbios nutricionais, como desnutri-ção e obesidade, moradoras em comunidades carentes da cidade.

ção, dois anos atrás” – lembra. A mãe acreditava que a filha emagreceria conforme cres-cesse. Mas exames clínicos feitos em Thaina revelaram colesterol alto e obrigaram Manuela a seguir à risca as orientações médicas de cor-tar os biscoitos recheados, as massas e as frituras. A pizza semanal virou mensal. Hoje, o irmão Felipe, de um ano, compartilha o novo cardápio da família.

No Brasil, 30% das crian-ças entre cinco e nove anos estão acima do peso recomen-dado. Pesquisa de Orçamen-to Familiar (POF), realizada pelo IBGE, revelou que entre os jovens de 10 a 19 anos, o sobrepeso saltou de 3,7%, em

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reclames suculentos são digeridos pelas criançasApesar de indireta, a pu-

blicidade dirigida à criança por televisão, rádio, out do-ors, revistas e internet, entre outros meios, é outra causa da epidemia – aponta Ekaterine Karageorgiadis, advogada e integrante do Conselho Na-cional de Segurança Alimen-tar (Consea). São anúncios, jogos “educativos” em sites de fabricantes de alimentos, blo-gs que atestam uma suposta qualidade nutricional de deter-minado alimento, brindes co-lecionáveis e a exposição dos produtos ao alcance das mãos, em embalagens chamativas, com heróis da TV. Para piorar, conforme dados da Universi-dade de Brasília (UnB), mais de 90% desses anúncios são de redes de fast food, salgadi-nhos de pacote e refrigerantes, entre outros.

O assédio dos fabricantes para fixar sua marca entre as crianças e fidelizar o consu-mo inclui merchandising em programas infantis, além de campanhas em escolas, como as com personagens conheci-dos de cadeias de fast food. “Embora não estejam ali in-citando as crianças a comer

hambúrguer, eles e o produto que representam são reconhe-cidos” – diz Ekaterine. Se-gundo ela, não é à toa o inves-timento em publicidade para os pequenos. Como assistem diariamente à televisão por cinco horas e 17 minutos, se-gundo o Ibope, e passam tan-tas outras diante do computa-dor, são futuros consumidores em potencial que influenciam os pais na hora da compra. Pesquisas mostram que 80% de tudo que é comprado, ex-ceto planos de saúde e segu-ros, leva em consideração a opinião das crianças – daí

até fabricantes de produtos de limpeza usarem heróis em seus anúncios. Produtos para bebês, como fraldas e papi-nhas, são pouco anunciados.

Os anunciantes contam com recursos como a lingua-gem infantil, músicas, per-sonagens conhecidos da TV, prêmios, brindes, animações, jogos e a presença de crianças em anúncios, que leva à iden-tificação direta com o produto. Segundo especialistas, só aos 12 anos a criança desenvol-ve plenamente o raciocínio abstrato. Até aí, ela é incapaz de distinguir programa e pro-

paganda e de entender que a mensagem publicitária é para incentivá-la a comprar algo, mais e mais. Só depois ela percebe essa diferença, em-bora nem sempre a intenção da venda. “Essa publicidade é proibida pela Constituição Fe-deral, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pelo Códi-go de Defesa do Consumidor, mas são necessárias novas re-gras mais específicas” – afir-ma Ekaterine.

Em todo o país tramitam projetos de lei para discipli-nar os horários de exibição do anúncio e proibição da venda

casada de brindes e alimen-tos, como já acontece em Flo-rianópolis, por exemplo. Em Belo Horizonte, as empresas passaram a ser obrigadas a in-formar que o brinquedo pode ser vendido separadamente do sanduíche e de outros alimen-tos. Em 2009, as indústrias firmaram acordo de autorre-gulamentação da publicida-de, como em outros países, mas os critérios adotados são subjetivos. “Um fabricante de suco informa que seu produ-to é benéfico por não conter açúcar, apesar de ser pobre em nutrientes e rico em corante” – lembra a advogada. “É claro que a regulação pode ser mais efetiva com leis que a discipli-nem, mas as empresas podem fazer seu papel com a produ-ção de alimentos mais saudá-veis e anunciar somente para adultos”, diz. Cabe aos pais informarem-se melhor sobre os alimentos, mudar os hábi-tos, escolher produtos naturais e voltar a fazer as refeições com os filhos, longe da tela da TV e do computador. “Todos são responsáveis. A obesidade é um problema social, não in-dividual.”

na fritura de salgadinhos há óleo para um batalhãoApesar de as informações

nutricionais de cada alimento estarem nos rótulos, surpreende saber que com o óleo usado na fritura de um pacote de certos salgadinhos devorados pela ga-rotada daria para cozinhar para um batalhão. E, com o açúcar presente no refrigerante, seria possível adoçar muitas receitas para se deliciar com modera-ção. Também impressiona ver

a chegada de barcos da Nestlé a lugares distantes da Amazônia, levando seus produtos, bem como indígenas mandando ver no macarrão instantâneo. Tudo isso é retratado no documentá-rio Muito Além do Peso, da di-retora Estela Renner. “O filme é para que os pais entendam o que estão comprando para seus filhos” – disse a cineas-ta à repórter Marilu Cabañas,

da Rádio Brasil Atual, após a pré-estreia, em novembro, em São Paulo. Segundo a ci-neasta, sua preocupação é fa-zer filmes de cunho social em defesa da criança. “A partir do momento em que são 30% das crianças brasileiras acima do peso, pensamos que a cau-sa merecia uma ferramenta audiovisual para ampliar esse debate.”

a publicidade colabora para que a juventude tenha umas gorduras a mais

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Contribuinte Cidadão dá r$ 320 mil às entidades

Casa dos Conselhos de bebedouro: presente de dilma

Bebedouro faz a campanha desde 2001 por iniciativa do ex-vereador Carlos Orpham

Inaugurada em dezembro passado, a obra foi financiada com recursos do governo federal

Cidadania

inauguração

A Campanha incentiva pessoas físicas e jurídicas a destinarem parte do Imposto de Renda ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O dinheiro é re-passado às entidades assisten-ciais da cidade. Em 2012 fo-ram arrecadados R$ 320 mil, que atenderam projetos de 15 entidades.

Em dezembro passado, na Câmara Municipal, houve a solenidade de entrega dos selos e diplomas àqueles que

destinaram recursos à cam-panha. Segundo o auditor da Receita Federal de Ribeirão Preto, Júlio Curvo, Bebedouro é a cidade que mais arrecada esse tipo de recurso. “Em ter-mos proporcionais o potencial da cidade é de R$ 1,4 milhão” – garante ele.

Para o ex-vereador Carlos Orpham, a campanha só tem dado certo por causa do en-volvimento de pessoas e en-tidades, como o Conselho de Direitos, o Conselho Tutelar,

a Rede Criança, os contabilis-tas, a Receita Federal, os em-presários e as pessoas físicas,

Foi inaugurada, em dezem-bro, a Casa dos Conselhos de Bebedouro. O local foi cons-truído com dinheiro do gover-no federal, sem ônus para o município, via Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES). No total, entre construção e equipamentos, foram investi-dos R$ 1.328.000,00.

que entenderam a importância desse trabalho. “É importante que o prefeito não se acomode

com essa arrecadação e colo-que mais recursos do orça-mento público para as crian-ças, senão de nada adianta o empenho das pessoas na cam-panha” – registra Orpham.

Este ano, as pessoas físi-cas podem destinar até 3% do que devem pagar ao Imposto de Renda. Participe. Você não paga nada a mais por isso – o imposto você pagaria de qual-quer jeito. Procure o Conselho Municipal e instrua-se sobre como proceder.

dade. Serão construídos ainda um quiosque e uma quadra de esportes.

O processo começou em 2008. Carlos Orpham, ve-reador à época, lembra que foi recebido na Câmara o re-presentante do BNDES, que apresentou o projeto aos ve-rea-dores. “Depois de quase cinco anos, a obra é entregue

aos Conselhos, à Casa de Santo Expedito e à popula-ção; só temos que agradecer ao governo Dilma e parabe-nizar às pessoas que traba-lham na área da assistência social, como a dona Maria Alice Alves Coelho, uma guerreira pelos direitos das crianças e dos adolescen-tes” – diz Orpham.

A Casa, composta de três blocos, abrigará a Rede Crian-ça, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-lescente, o Conselho Tutelar e a Casa de Santo Expedito. Duas salas, uma grande, equi-pada com sistema audiovisual, e outra menor servirão para as reuniões mensais dos demais conselhos de cidadania da ci-

anunCie aqui!Telefone: (11) 3295–2800

E-mail: [email protected]@gmail.com

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7Bebedouro

flamengo faz peneira de jogadores em bebedouro

a história dos meninos que sonhavam com o Mengo

Olheiro afirma que essa não é a fase em que os candidatos a craque vão ganhar dinheiro Por Enio Lourenço

futebol

Em dezembro, cerca de 100 jovens de 12 a 16 anos toma-ram o campo da Internacional de Bebedouro para o último dia de avaliação pré-seletiva da empresa TR Sports, que reuniu garotos de Araraquara, Ariranha, Barretos, Bebedou-ro, Catanduva, Cianorte (PR), Monte Azul, Olímpia e Taba-tinga. “Não se trata de uma peneira” – explicava Reinaldo Brito, organizador do evento: “Peneira é quando, sem co-nhecimento prévio do talento, tenta-se garimpar num monte de garotos algum que saiba jo-gar bola. A gente já treina há dois meses e hoje avalia ape-nas os melhores jogadores.”

A moçada contava com a avaliação de Tiago Araú-

Divididos em um time de camisas azuis e outro de camisas verdes, os jogadores apresentaram-se aos avalia-dores em dois tempos de 30 minutos. Os quase 30 graus de temperatura daquela tarde ensolarada de quarta-feira incomodavam a maioria dos que entraram em campo. Mas dois deles, da equipe azul, que goleou os adversá-rios por 6 a 0, não deram im-portância ao calor e se des-tacaram por ótima atuação: o centroavante André Rodri-gues da Silva e o meia-direi-ta Jean Carlos Hernandez, ambos de 16 anos, foram o diferencial do time vence-dor, com boa movimentação

da câmera fotográfica. Ele diz que jogou na equipe gaúcha do Novo Hamburgo, em 2011, e viveu um mês na cidade. “Dis-putei o Campeonato Brasileiro Sub-16 e fiz três gols em cinco jogos, mas fomos eliminados pelo Coritiba nas quartas de

final.” Ele lamenta não conci-liar os estudos com o futebol. “Estou indo para o 8º ano, mas vou ter que fazer um supletivo para recuperar os anos perdi-dos.” O jogador afirma que os familiares o cobram bastante, mas o apoiam na tarefa de se tornar atleta profissional. An-dré acredita que foi bem no jogo-treino e aguardava uma reposta positiva do Flamengo.

Já o piranginense Jean dis-puta campeonatos de futebol desde os 11 anos e considerou a sua performance como me-diana. O meia já jogou pelo Jaboticabal Atlético e na Inter-nacional de Bebedouro. Ele se encaminha para o terceiro ano do ensino médio e faz curso

técnico de informática. “Mi-nha família me apoia, mas deixa claro que a prioridade é o estudo. É uma segurança que tenho para escolher ou-tra profissão caso o futebol não dê certo.”

Os dois jogadores não foram aprovados na seleti-va do Flamengo. No entan-to, o agente da TR Sports, Reinaldo Brito, conta que o centroavante André fechou um contrato para atuar no Fi-gueirense, de Santa Catarina. Já o meia-direita Jean aguar-da uma chance. Reinaldo diz que existem propostas pelo futebol do garoto e trabalha para levá-lo a outro clube grande do Brasil.

em campo, alto número de passes certos e boas finaliza-ções ao gol – cada um marcou dois gols.

O centroavante André é de Tabatinga e joga futebol desde os 10 anos. Tímido, ele fala baixo e se envergonha diante

Os atletas selecionados foram o lateral di-reito José Henrique Aranha e o meia-esquerda Thiago Cardin, ambos de 16 anos, de Ariranha e Araraquara. Os dois ficaram alojados no Ninho do Urubu para um período de testes de 15 a 30 dias, mas Aranha teve uma lesão na coxa e só retornará ao rubro-negro em fevereiro.

Mais seis jovens da região, dentre eles três bebedourenses, permanecem em observação pelo Flamengo, disputando torneios locais. “O Estatuto da Criança e do Adolescente não permite alojar jogadores me-nores de 14 anos no clube. Assim, esses atletas serão levados ao Rio de Janeiro com suas famílias, para uma triagem de quatro dias no clube carioca” – afirma o observador técnico da TR Sports, Reinaldo Brito.

os selecionados

jo, das categorias de base do Flamengo. Ele escolheu oito jogadores para testes na equi-pe rubro-negra. E revelou a dificuldade em achar novos craques de bola, que compen-sem o investimento. “Eu viajo

o Brasil inteiro. É uma função árdua, porque envolve valo-res. A gente estima que para formar um jogador da base ao profissional o custo chega a R$ 200 mil.”

Tiago esclarece que nessa fase os atletas não ganham dinheiro. “No Flamengo, eles recebem ajuda de custo, a par-tir de R$ 250,00.” Todos dis-põem de psicólogos, nutricio-nistas, assistentes sociais. Mas poucos trarão retorno finan-ceiro ao clube. Tiago, porém, considera a peneira o método “mais barato do que contratar um jogador como o Ronaldi-nho Gaúcho, que foi um tiro no pé”.

E por que Bebedouro? Tiago responde: “Há um pro-

fissional que trabalha na cate-goria sub-17 do clube nascido na região”. Outra ligação do Mengo com a cidade é o ex-

-jogador do clube na década de 80 e ex-auxiliar técnico Waltinho, que também tem parentes em Bebedouro.

o centroavante andré, (nº 9), lança à frente o meia jean

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foto síntese – trevo da Cidade

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Palavras CruZadasPalavras CruZadas

respostas

Palavras CruZadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

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4 5 6

8 3 2 9

2 7

9 1 7 4

7 9 8

9 6 4 5

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Horizontal – 1. Bairro famoso do Rio de Janeiro 2. Aperfeiçoado 3. Descarga elétrica no espaço, seguida de relâmpago; Curar 4. O, em italiano; Solitário 5. Observatório de Atividades Culturais; Peça íntima feminina, com elásticos, usada para moldar o corpo, nos quadris, ventre e cintura 6. Que não causa dor 7. Caminho; Não aprovar 8. Locomovia-se, deslocava--se; Soberano; Parta 9. Pirraça 10. Triturar com os dentes; Diligência 11. Desejos intensos; Símbolo do ósmio.

vertical – 1. Natural do Rio de Janeiro; Raiva 2. Pedra preciosa de cor leitosa e azulada; símbolo do Níquel; Observatório Nacional 3. Partido político mexicano; Sedes de municípios 4. Camareiros; Entrelaçamento apertado de dois ou mais fios; Segunda nota musical 5. 900, em algarismos romanos; Radiologia Brasileira 6. Para os; Quem trabalha em cemitério abrindo covas 7. Nascidos no Brasil 8. Na mitologia egípcia, lugar que correspondia aos campos elísios dos gregos; Não, em inglês; Rio Grande do Norte 9. Nenhuma das anteriores; Brecado10. Artéria principal que parte do ventrículo esquerdo e irriga todo o corpo; Símbolo de rádio; Carta do baralho.

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Palavras cruzadas

COPACABANAAPRIMORADORAIOSARARILSOSTOACCINTACINDOLORANDOCETAR

IAREIvAIDBIRRAROERRONDAANSEIOSOS