Jornal Brasil Atual - Bebedouro 08

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Jornal Regional de Bebedouro www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO nº 8 Junho de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA CARTAS MARCADAS Ministério Público faz devassa contra esquema de fraudes que lesou o município em R$ 7,8 milhões Pág. 3 PROMOTORES DENUNCIAM ITALIANO E MAIS 24 A trágica situação da saúde do Estado chega a Bebedouro Pág. 2 SAúDE CIDADE DOENTE Faltou pouco para as nossas meninas sagrarem-se bicampeãs Pág. 7 FUTSAL QUASE LÁ O som mágico de Hamleto Stamato Júnior, um músico nosso Pág. 6 CULTURA PURO E LINDO O setor da indústria brasileira que tem um pé no futuro e outro no atraso TRABALHADORES RURAIS CANA BRAVA

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cidade doente futsal O setor da indústria brasileira que tem um pé no futuro e outro no atraso puro e lindo saúde quase lá Distribuiçã o nº 8 Junho de 2011 Pág. 3 Pág. 7 Pág. 2 Pág. 6 Jornal Regional de Bebedouro O som mágico de Hamleto Stamato Júnior, um músico nosso www.redebrasilatual.com.br Faltou pouco para as nossas meninas sagrarem-se bicampeãs A trágica situação da saúde do Estado chega a Bebedouro

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Jornal Regional de Bebedouro

www.redebrasilatual.com.br BeBedouro

nº 8 Junho de 2011

DistribuiçãoGratuita

Cartas MarCadas

Ministério Público faz devassa contra esquema de fraudes que lesou o município em R$ 7,8 milhões

Pág. 3

ProMotores denunCiaM italiano e Mais 24

A trágica situação da saúde do Estado chega a Bebedouro

Pág. 2

saúde

cidade doente

Faltou pouco para as nossas meninas sagrarem-se bicampeãs

Pág. 7

futsal

quase lá

O som mágico de Hamleto Stamato Júnior, um músico nosso

Pág. 6

Cultura

puro e lindo

O setor da indústria brasileira que tem um pé no futuro e outro no atraso

trabalhadores rurais

Cana brava

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expediente rede Brasil atual – Bebedouroeditora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Leonardo Brito (estagiário) revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008tiragem: 10 mil exemplares distribuição Gratuita

saúde

Meio aMbiente

bebedouro está doente

Cetesb indica áreas poluídas

O que ocorre no Estado se repete em nossa cidade

Postos de gasolina e aterro municipal são os culpados

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

editorial

O jornal Brasil Atual mostra, nesta edição, como os trabalha-dores da cana-de-açúcar vivem uma situação inusitada no Brasil, que mescla um pé no futuro – de um setor que se moderniza para competir no Exterior – e outro no atraso, com um ritmo insano da jornada diária. Em média, cada pessoa anda nove quilôme-tros por dia para cortar 12 toneladas diárias de cana, fazendo 17 flexões de tronco e desferindo 54 golpes de facão por minuto, Um absurdo para quem ainda tem de, em alguns lugares do país, madrugar nos canaviais e se alimentar de uma boia fria.

Outro assunto – infelizmente recorrente – são as denúncias contra o prefeito Italiano e uma turma de 24 pessoas que, segun-do o Ministério Público, lideravam uma maracutaia na cidade. Vai ver é por isso que a saúde do povo vai ficando cada dia pior, basta ver o estado em que estão o Hospital Júlia Pinto Caldeira – objeto da reportagem o Hospital que Sofre, no nossa edição número 4 – e os postos das Unidades Bádicas de Saúde e da Estratégia de Saúde da Família. Lamentável. Ainda bem que nos resta Hamletinho, pianista e compositor de primeira, um músico bebedourense de dar inveja. Boa leitura!

Dos 13 municípios que compõem a bacia do Baixo Pardo/Grande, Bebedouro é o único que não tem todo o seu esgoto tratado. As lagoas anaeróbicas, localizadas no extremo norte da cidade, tra-tam apenas 33%. Os outros 67% são despejados in na-tura no Córrego Bebedouro, levando a contaminação para outras regiões.

Agora, o relatório anual da Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental – aponta dez áreas contaminadas na cidade, rela-tivamente ao solo e às águas

subterrâneas, o chamado len-çol freático. São nove postos de combustíveis e o aterro municipal, localizado às mar-gens da Rodovia Faria Lima. Seis desses postos ainda estão em funcionamento. Medidas emergenciais foram exigidas pela Cetesb para que os pro-blemas sejam sanados. No aterro foram detectados vaza-mentos de metais não especi-ficados. Nas demais áreas, o problema são os elementos de efeito cancerígeno.

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O problema da saúde na ci-dade é grave. A Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Ramiro de Souza Lima, no Residencial Fur-quim, e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) – que funciona anexa –, que atendem bairros do setor sul, estão em péssimas condições. Na UBS, por exem-plo, a autoclave (esterilizador de instrumentos odontológicos) está queimada. As torneiras pin-gam. O piso está desgastado e o forro caindo, colocando em risco a segurança de pacientes e dos profissionais que ali trabalham.

Na contígua Estratégia de Saúde da Família os proble-mas são ainda maiores: faltam banheiros para funcionários e

para usuários, cozinha para os servidores, sala de vacina, sala de inalação, sala de espera, e a única sala de consulta é im-provisada por divisória, o que tira a privacidade das pessoas. “A gente ouve a conversa en-tre o médico e o paciente en-quanto aguardamos aqui fora”

– disse uma mulher que não quis se identificar. O ESF tem quatro salas – dos agentes co-munitários, de enfermagem, do médico e de pós-consulta – e nenhum bebedouro d’água. Os móveis são quase todos impro-visados e cortinas de pano fe-cham os armários sem portas.

a sala de um consultório da ubs: vergonha

a gota suja do subterrâneo

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oPeração Cartas MarCadas

Ministério Público diz que italiano liderava as fraudes

Cetesb indica áreas poluídas

saaeb: outro foco?

Em ação civil pública, promotores denunciam por improbidade o prefeito e mais 24 pessoasDepois de um ano de in-

vestigações sobre possíveis irregularidades nas licitações da prefeitura de Bebedouro, o Ministério Público (MP) en-trou, no último dia 2 de maio, com Ação Civil Pública por improbidade administrativa contra o prefeito João Batista Bianchini, o Italiano, e mais 24 pessoas. Entre elas estão quatro ex-assessores: Edson Pereira (Compras), Fabiano Botamedi (Educação), Rafael Marcussi (Gabinete) e Gel-son Ginetti (Planejamento), 10 empresários, 2 contado-res e 8 empresas. Para o MP,

o esquema de fraudes lesou o município em R$ 7,8 mi-lhões. Os lucros seriam dividi-dos entre os empresários e os ex-assessores, com indícios de que o prefeito receberia 10% do valor das obras.

O promotor de Justiça Leo-nardo Romanelli diz não ter ne-nhuma dúvida de que Italiano era o “cabeça” do esquema de frau-des. “A última pessoa a entrar no esquema foi Marcos Zulia-ni, empresário de Catanduva, que disse em seu depoimento ter sido convidado pessoalmen-te pelo prefeito para integrar o esquema” – explica o promotor.

E completa: “Os operadores in-ternos do esquema da Prefeitura eram amigos do prefeito Italia-no, um sobrinho (Rafael Mar-cussi) e um cunhado (Fabiano Botamedi)”.

Com o sigilo bancário que-brado e os bens bloqueados, o prefeito Italiano ainda luta para se defender das acusações que, segundo ele, “não passam de perseguição política por parte da mídia, do Ministério Público e de seus adversários políticos na cidade”. Até o fechamento desta edição, o prefeito não se afastara do cargo, porém os pro-motores continuavam tentando.

O ex-diretor do SAAEB – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bebedouro –, Acelino de Sá, não aparece como denunciado na Ação Civil Pública. Porém, segundo o promotor, ele e outras pessoas estão sendo investigados em outro processo em curso.d

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o prefeito italiano: sob a mira dos promotores

PolítiCa

deputados do Pt vêm à cidade e prometem ajudá-laMarcolino (estadual) e Vicentinho (federal) estiveram em Bebedouro

Eleito em 2010, o deputado estadual Luis Claudio Marco-lino veio a Bebedouro em 21 de maio, sábado. Recepciona-do no Sindicato dos Bancários por sindicalistas e partidários, ele agradeceu o apoio e os vo-tos que recebeu e registrou sua intenção de estreitar as suas relações com a cidade.

O presidente do PT muni-cipal, ex-vereador Luis Carlos de Freitas, pediu que Marcoli-no se esforçasse para forçar o Governo do Estado a duplicar

O deputado federal Vi-cente Paulo da Silva, o Vi-centinho, veio a Bebedouro duas sextas-feiras antes da visita de Marcolino, e foi

na oaba rodovia Armando Salles de Oli-veira, entre Bebedouro e Olímpia, e se queixou da falta de postos de recebimento das contas da CPFL.

O tratamento do esgoto tam-bém foi tema do encontro – o projeto aguarda financiamento do PAC, do governo federal. Carlos Orpham, ex-vereador do PT, disse que o município tem problemas com sua capacida-de de endividamento devido ao alto estoque de precatórios. “Isso atrapalha a aprovação de verbas” – disse ele.

recebido na Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – num evento com os sindicatos dos servi-dores municipais e dos em-pregados rurais. As princi-pais demandas levadas a ele foram relativas ao Hospital Municipal e ao SAAEB – Serviço Autônomo de Água e Esgoto –, sobre o projeto de tratamento do esgoto.Marcolino, deputado estadual

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trabalhadores rurais

um pé no futuro, outro no atrasoO setor se moderniza para competir lá fora, mas os trabalhadores são excluídos Por Vitor Nuzzi

A safra de cana-de-açúcar no período 2010-2011 fechou com recorde de 625 milhões de toneladas colhidas, segun-do a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na Região Centro-Sul, chegou a 557 milhões de toneladas, com 55% destinados à produção de etanol e 45%, à de açúcar.

O setor sucroalcooleiro se modernizou nos últimos anos, ganhou o mercado externo, mas as condições de trabalho conti-nuam sofríveis: jornadas exaus-tivas, más condições de higiene e de moradia e pouca qualifica-

ção. Em São Paulo, que produz mais de 50% da cana do país, um acordo firmado em 2007 entre usineiros e o governo prevê o fim das queimadas em áreas mecanizadas em 2014 e, nas demais, em 2017. A meca-nização já representa mais da metade da área colhida e é uma ameaça ao emprego.

“A introdução da colheita mecanizada deslocou a mão de obra braçal de São Paulo para o Triângulo Mineiro, Goiás e Mato Grosso” – diz o padre Antônio Garcia Peres, da Pas-toral do Migrante em Guariba,

o trabalho pelo paísA jornada de trabalho, em

Ribeirão Preto, que era de 12 horas, agora é das 7 h às 16 h e o pessoal é registrado em car-teira – acabou-se com o “gato”, agenciador de mão de obra. Itens como água gelada e lugar para sentar e almoçar deixaram a pauta de discussão.

Em Pernambuco, a Fetape, Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado, também avalia que o acordo coletivo trouxe avanços. Além de abri-go e alojamento, o salário pas-sou a R$ 547, há a contratação formal após cinco dias de tra-balho e ampliou-se o tempo de

afastamento remunerado para internação hospitalar.

Em Goiás, 40 mil traba-lhadores cobram reajuste de 34,7% no piso salarial, que é de R$ 606,77. A Federação de Goiás quer alimentação, re-qualificação profissional e fim do trabalho precário e escravo.

Fonte: Grupo de extensão em Mercado do trabalho (GEMT)/Esalq-USP

Perfil do trabalhador O número de trabalhadores nos canaviais caiu de

625.016, em 1981, para 542.588, em 2009

Um terço tem de 20 a 30 anos

60% têm de 20 a 40 anos

A escolaridade média é de 4,5 anos

cidade paulista a 350 quilôme-tros da capital, palco de uma greve famosa, em 1984. Gua-riba acostumou-se a receber mi-grantes do interior do Maranhão, um dos Estados campeões em denúncias de trabalho escravo. Padre Antônio relata que o tra-balhador preferiria continuar em São Paulo, porque em ou-tras regiões as condições são mais insalubres e os ganhos, menores. Mas a falta de qua-lificação e de escolaridade o empurra para onde existir tra-balho. “É o grande drama da mão de obra rural do Brasil.”

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rotina no canavial: máquinas substituem os bóias-frias

Jornada começa às 7 h

ritmo insano 17 flexões de tronco

por minuto 54 golpes de facão

por minuto 12 toneladas de cana

cortadas e carregadas por dia

Percurso de nove quilômetros/dia

Perda de oito litros de água na jornada diária

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo

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as malvadezas nos canaviais

Em 2008, o Ministério Público do Trabalho criou o Plano Nacional de Promoção do Trabalho Decente no Setor Sucroalcooleiro, com o objeti-vo de impedir que a expansão do setor se desse em condi-ções de trabalho desumanas. Coordenador de forças-tarefa em Alagoas, na Bahia e no Rio Grande do Norte, o pro-curador Rodrigo Raphael Ro-drigues de Alencar, do MPT

alagoano, afirma que as fis-calizações precisam voltar a se intensificar. “A atividade é quase sub-humana” – diz.

Nas fiscalizações de usi-nas em 2008 e 2009, que resultaram em dezenas de termos de ajustamento de conduta (TACs) e ações ci-vis públicas, os casos mais comuns eram falta de exame médico, transporte irregular, ausência de instalações sani-tárias e de abrigo para refei-ções – até para se tomar um gole de água potável.

Outra situação comum é o tempo de percurso até o cam-po. As horas in itinere, consi-deradas horas de trabalho, nem sempre são pagas. “Às vezes são duas horas até o canavial” – observa Alencar. O procura-dor também defende a contra-tação por prazo indeterminado, para garantir direito a seguro-desemprego ao final da safra.

trabalhadores esperam condução: a luta começa cedo

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Máquina de suor

O número de empregados no setor sucroalcooleiro pau-lista deve encolher de 260 mil, em 2006-2007, para 146 mil em 2020-2021. Enquanto a indús-tria vai ganhar 20 mil emprega-dos, indo de 55 mil para 75 mil, e a colheita mecânica passará de 15 mil para 71 mil, os trabalha-dores na colheita manual cairão de 190 mil para zero.

Em 2009, o Brasil já respon-dia por um terço da produção mundial de cana-de-açúcar, mas as condições de trabalho eram ruins. A mecanização se ace-lerava por razões ambientais e econômicas e a perda de empre-gos era a consequência negativa dessa automação. Na época, o então presidente Lula dizia que o trabalho insalubre no campo devia ser cada vez menos feito pelo homem. O desafio era onde colocar esses trabalhadores.

Em 2010, a Unica, associa-ção dos empresários do sertor, lançou o RenovAção, um pro-

rota Maranhão–são PauloCidade de 30 mil habitan-

tes no Maranhão, a 300 qui-lômetros da capital, São Luís, Timbiras fornece mão de obra para as usinas de cana. “Três em quatro famílias têm um membro migrando para a cana, para a construção civil ou para a soja” – observa o professor Marcelo Sampaio Carneiro, coordenador da pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Fe-deral do Maranhão (UFMA). A pedido da Comissão Pasto-ral da Terra (CPT), ele entre-vistou 114 famílias de 2005 a 2008, que tinham como destino Goiás (31,18%), São

Paulo (30%) e o Pará (6,45%). Outras regiões do Maranhão re-ceberam 19,35% dos trabalha-dores – especialmente o municí-pio de Campestre do Maranhão, onde fica a destilaria Cayman. A cultura da cana foi a ocupação

lições de uma greveEm 1984, os cortadores de

cana e colhedores de laranja de Guariba deflagraram uma greve marcada por conflitos violentos. A revolta contra as más condi-ções de trabalho foi o início de um lento processo de melhorias, que acabou com a “era do gato” na região. Afora a usina de São Martinho, lá só se trabalhava para terceiros. “Era um período sem negociação coletiva, sem direito sequer a água gelada” – diz o presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Guariba, Wilson Rodrigues da Silva.

mencionada em mais da me-tade (54%) dos casos. Quase 61% tinham de 20 a 29 anos (um terço, de 20 a 24), 54% eram casados e 84%, homens.

A migração é forçada pela falta de oportunidades no lo-cal, onde predomina a cul-tura do arrendamento, mas que sofre a expansão da soja e do eucalipto, reduzindo os agricultores familiares. “Uma área de latifúndio tradicional” – define Marcelo Carneiro. Segundo o pesquisador, seria mais fácil fazer reforma agrá-ria no local, já que o preço do hectare não é elevado e man-teria o trabalhador na região.

“Não havia registro nem horário pra nada. Transporte era no pau de arara, em cami-nhões abertos. Os óculos de proteção vieram mais tarde, como luvas e caneleiras. O pessoal machucava a vista, so-fria corte, trabalhava de tênis” – enumera Antônio Mariano, 66 anos, 44 safras. Colher 17 toneladas de cana num dia permitiu fazer um bom pé de meia? “Consegui esta casinha e criei sete filhos” – diz Antô-nio, que passa o tempo num velho sofá no quintal.

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jeto de requalificação, com um módulo dentro da usina e outro na comunidade. Antes da atual safra, metade dos trabalhadores que passaram pelo projeto exer-cia outra atividade. “A máquina precisa de 18 homens e essas profissões, como soldador es-pecializado de colheitadeiras, não existiam” – diz Maria Luiza Barbosa, assessora da entidade. Mas a mesma colheitadeira que cria 18 funções dispensa 80 cor-tadores. “O impacto negativo sobre o emprego em São Paulo não é maior devido à expansão da produção” – diz a professo-ra Marcia Azanha Ferraz Dias Moraes, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. “O etanol vi-rou produto de exportação e não há como vender um produto li-gado ao trabalho escravo ou à degradação do meio ambiente” – afirma ela.

será o fim das queimadas?A Câmara Municipal de

Bebedouro aprovou o pro-jeto de lei do Poder Execu-tivo que proíbe a queima da palha da cana-de-açú-car na cidade. O projeto prevê a queima da palha da cana apenas em locais

Ambiente, a quem caberá a fiscalização juntamente com a Cetesb e o Ministério Pú-blico. Se depender, portanto, da legislação local não have-rá mais as queimadas que su-jam a cidade e emitem gases, produzem o efeito estufa e

deterioram a qualidade do ar que respiramos. O problema é que isso, infelizmente, não depende de lei. Atualmente, a queima da palha da cana é proibida nos arredores da cidade, mas ela acontece com frequência. Na última

rua do Jardim União, por exemplo, sente-se o calor das labaredas. Além da lei é necessário o bom senso dos donos das usinas e a fiscalização do Poder Pú-blico e da população para fazer valer o seu direito.

em que o acesso de máqui-nas seja muito difícil ou que coloquem em risco a segu-rança de seus condutores. Mesmo nesses casos, será indispensável a solicitação de autorização ao Departa-mento Municipal de Meio

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o brasil responde por um terço da cana mundial

Colheita: retrato de mulher

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Cultura

Músico bebedourense faz sucesso no brasil e lá foraHamleto Stamato Júnior deixou a cidade aos 16 anos para ganhar o mundo. E ganhou

Pianista, arranjador, compo-sitor e produtor musical, Ham-leto Stamato Júnior, o Hamleti-nho, tem 43 anos e desde os 26 mora no Rio de Janeiro. Sempre viveu da música e para a músi-ca. Casado, pai de duas filhas, ele faz carreira de sucesso no Brasil e no Exterior. Por isso, sempre se desculpa da correria em que vive. Desta vez porque ele se preparava para mais uma turnê pela Europa, com o show Gafieira Jazz.

O viés musical vem de fa-mília. Os avós paternos de Ha-mletinho tocavam piano e o

avô também esmerilhava um violino. Seu pai, que empresta o nome à avenida da principal entrada de Bebedouro – Aveni-da Hamleto Stamato – foi um brilhante saxofonista e flautis-ta, que tocou no conjunto de Hermeto Paschoal, mas mor-reu jovem, aos 33 anos, quan-do Hamletinho tinha oito anos. “Lembro-me dele tocando em reuniões em casa com a família e amigos e, principalmente, dele tocando e estudando comigo.”

Hamletinho, portanto, aprendeu demais vendo e ou-vindo. De todo jeito, ao com-

Começo duro na antiga operária

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Música não tem horaHamletinho perdeu a

conta do número de músi-cas que compôs. “Não tem hora para eu fazer música, basta que ela venha à mi-nha cabeça” – diz ele. Uma dúzia delas foi gravada. A música que fez para as filhas – Bossa para as mi-nhas meninas – e composi-

ções como Tema Lu e Tema da Academia, uma trilha sonora da novela Andando nas Nuvens, da Globo, são as de que mais gosta. Qual o melhor compositor do Brasil? Hamletinho dispa-ra: Tom Jobim, “de melo-dias e harmonias sofistica-das e bom gosto”.

O começo do artista não foi fácil. Em Bebedouro, menino ainda, ensaiou seus primei-ros acordes. Depois, integrou a primeira banda de rock and roll da cidade, chamada Arame Farpado. “Fizemos um úni-co show na antiga Associação Operária” – diz, rindo, ao lem-brar-se do evento. “Muita gen-te da nossa época se lembra,

Profissional desde 1988, Hamletinho começa a tocar com músicos do calibre de Tim Maia, Danilo Caymmi e Marisa Gata Mansa. E a fazer turnês – com Rosa Passos, por exemplo, ele foi à Espanha, à Suécia e à Dinamarca. Em seguida, toca em Moscou, com o trio de bos-sa–nova Fogueira Três e na Es-cola de Ballet Bolshoi.

Em 1995, ele participa de produções da TV Globo e faz

a trajetória musical de hamletinho, um popular erudito

pletar 11 anos, foi estudar no antigo Conservatório Musical Villa Lobos, de Bebedouro. Aos 16 anos, mudou-se para o Rio, onde fez, na Universi-dade Estácio de Sá, bachare-lado em piano, moldando sua técnica em piano erudito com a professora Sônia Maria Viei-ra Rabinovitz e tendo aulas de harmonia com o mestre Luiz Antônio. Dessa época, Ham-letinho se recorda dos 50 Es-tudos, de Johann Cramer, do Pianista Virtuoso, de Hanon, e das partituras de Chopin, Bee-thoven e de Ernesto Nazareth.

foi um fato histórico” – acen-tua, rindo novamente. Na pla-teia do primeiro e único show da banda Arame Farpado havia

meia dúzia de gatos pinga-dos. O músico nunca esqueceu a terrinha. “Minha relação com Bebedouro é maravilhosa. Nas-ci na cidade e morei nela dos 11 aos 16 anos. Fui muito feliz aí, só coisas boas aconteceram. Por isso, sempre que vou a Bebedou-ro mato um pouco a saudade dos meus parentes e amigos queri-dos, que são muitos” – completa.

shows pelo mundo, como na Copa da França. Em 2003, lan-ça o primeiro disco solo, Speed Samba Jazz, com formação de trio. Estudioso disciplinado, é um instrumentista que faz “swing de samba”, com muita improvisação.

De Hermeto Paschoal – de quem gravou Chorinho pra ele, no CD Speed Samba Jazz 2, com o mestre Hermeto na es-caleta – e Keith Jarrett recebeu

a “influência musical”, apurada em cinco horas por dia, seis dias por semana, que passa ao piano. “Acordo, faço ginástica, tomo café e estudo técnica por duas horas, mais duas horas de leitu-ra e uma tocando as músicas de que eu gosto.”

Músico de nomes como João Bosco, Leila Pinheiro e Djavan, escreve arranjos para João Bos-co, Simone, Elba Ramalho, Le-nine, Daniela Mercury e família

Caymmi. Acompanha também Milton Nascimento, Ivan Lins, Jorge Aragão, Dudu Nobre, Beth Carvalho, Alcione, Simo-ninha, Ivete Sangalo, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Caetano Veloso.

Em 2006, lança Speed Sam-ba Jazz 3, com Ney Conceição no baixo e Erivelton Silva na bateria – o grupo é indicado, em 2007, ao prêmio Tim, como melhor grupo instrumental. Em

2008, surge novo CD/DVD, Speed Samba Jazz, Gafieira Jazz com naipe de metais de Paulinho Trompete, Widor Santiago (sax tenor), Roberto Marques (trom-bone), Augusto Mattoso (baixo) e Erivelton Silva (bateria).

hamletinho: influência musical vem de família

Câmara: onde era a operária

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futebol

futsal

base da internacional vai bem no Paulista sub-17

Meninas lutam, mas ficam com o vice-campeonato

Parcerias com prefeitura e a iniciativa privada têm obtido bons resultados

Time perde jogo final em casa na prorrogação e título vai para Araraquara

Depois de ter ficado os dois últimos anos sem passar da primeira fase do Campeo-

o Grupo da Inter este ano: Atlético Monte Azul, Barre-tos Esporte Clube, Tanabi, Rio Preto, América (Rio Preto) e Votuporanguense.

“O sucesso alcançado até agora é fruto da estratégia, com parcerias da iniciati-va privada (Grupo Rodolfo Mahle) e da Prefeitura Muni-cipal” – conta o técnico Eber-son Serralheiro, o Bersinho, de 39 anos. “Quando temos uma boa estrutura, com ali-mentação adequada e recur-sos para as viagens, ficamos mais tranquilos para realizar o trabalho. E isso tudo só está sendo possível graças a essas parceiras”.

O elenco conta com 12 ga-rotos de outras cidades, que fi-cam alojados nas dependências do Estádio Sócrates Stamato, o Stamatão, recebem alimenta-ção e estudam nas escolas da cidade. Alguns podem vir a se tornar profissionais.

sub-15O Sub-15 também vai

em frente. A garotada está em sexto lugar no grupo, apesar de apenas um pon-to atrás do segundo colo-cado, o Barretos Esporte Clube, que tinha 6 pon-tos, contra 5 da Inter.

nato Paulista de Futebol Sub-17, em 2011 a Internacional tem animado torcedores e

comissão técnica. Ao final da quinta rodada, o time ocupa-va a segunda colocação no Grupo 2, entre os três que se classificam para a fase se-guinte. Disputam o torneio 78 clubes, incluindo os grandes Palmeiras, Corinthians São Paulo e Santos.

Para o supervisor e prepa-rador físico Carlos Henrique Fossaluzza, o Fossa, de 39 anos, o time de garotos pode ir mais longe este ano. “Nos anos anteriores, caímos num grupo muito forte, com Bota-fogo e Comercial de Ribeirão Preto, Olé Brasil, Sertãozinho e Francana, o que nos difi-cultou” – observa. Compõem

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O time de futebol de salão feminino, campeão do ano passado da 1ª Copa EPTV, quase repetiu o feito em 2011 na taça da Copa Record. O Futsal Arte de Bebedouro fi-cou com o vice-campeonato da copa, ao perder para Ara-raquara por 1 a 0 na prorro-gação, em 21 de maio, no Ginásio Sérgio Zaccarelli. No tempo regulamentar: 1 a 1. Carol anotou para o time da casa. Os dois gols de Ara-raquara foram marcados por Naiara, artilheira da competi-ção como Gláucia, de Bebe-douro, ambas com 14 gols. A goleira menos vazada foi Ki-viane, de Bebedouro.

Bebedouro entrou em quadra com Kiviane, Pato, Bruna, Nega e Carol. Banco: Fran, Gabriele, Rosicler e Ana Maria. Técnico, Marcelo Castro; auxiliar-técni-co, Cícero Campos.

Araraquara contou com Rai-ra, Fabiana, Janaine, Beatriz e Elisane. Banco: Bruna, Tatiane, Rafaela, Eloísa, Daiane, Naiara, Michele e Neite. Técnico, Leo-nardo; auxiliar-técnico, Rafael.

Arbitragem de Sílvio Antônio Vital e Ronaldo Ganzella; ano-tador, Carlos Aparecido Vital; e, cronometrista, Wesley Luiz Perei-ra Costa, todos da Liga de Monte Alto. Cartões amarelos para Pato e Kiviane de Bebedouro e Janaine e Fabiana de Araraquara.

o técnico bersinho e o preparador fossa

o time de bebedouro voltou a fazer bonito na Copa record de futsal

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Palavras Cruzadasfoto síntese – teMPo das aCáCias Palavras Cruzadas

respostas

Palavras Cruzadas

sudoku

horizontal – 1. Aquele que palestra 2. Nervoso; O, em espanhol; Graceja 3. Rede de Propriedade Intelectual; Rápidos 4. Principal artéria do corpo humano; Cidade do Ceará 5. Ruim; Desejar, cobiçar, 6. Antecede a volta; resultado da sobreposição das cores vermelha e verde 7. Consignado para dotação; Antigo Testamento 8. Época; Obrigações do Tesouro; Espírito Santo (sigla) 9. Ceará (sigla); 999, em algarismos romanos; Caneta, em inglês 10. Maranhão (sigla); Pessoa avarenta 11. Dado consentimento, permitido; Poeiravertical – 1. Uma das maravilhas do mundo antigo 2. Uma praia carioca; Medida Provisória 3. Prenome de um autor de livros de autoajuda; Investir com ímpeto (sobre algo ou alguém) 4. Mota, cantor brasileiro; Forma sincopada de está 5. Abalado, minado; Alta Vista 6. Aquela que se emociona facilmente 7. Faça novamente; Nome de uma revista de cartum 8. Fundação; Rondônia (sigla)9. Melado; Lugar onde as pessoas se hospedam para combater o estresse 10. Terapia de Reidratação Oral; Feminino de ele 11. Aqui está; Que não dá espaço a contestações

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Palavras cruzadas

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