Jornal Brasil Atual - Peruibe 16

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Jornal Regional de Peruíbe www.redebrasilatual.com.br PERUÍBE nº 16 Novembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Mais de uma tonelada de peixes mortos é encontrada na praia Pág. 6 COMÉRCIO SEM VALOR Vale das Artes e Litoral brigam pelo telespectador da cidade Pág. 7 MÍDIA NOSSAS TEVÊS Hospital Municipal e Pronto Socorro estão fechados há um mês Pág. 3 SAÚDE PORCA MISÉRIA ELEIÇÕES 2012 Candidata do PTB teve 38,3% dos votos, contra 33,2% de Milena (PSB) e 28,7 de Onira (PT) Pág. 2 ANA PRETO VENCE DISPUTA APERTADA Os primeiros lances de Neymar no Jardim Glória, quando ele jogava no Grêmio PERFIL JUNINHO DA PRAIA GRANDE

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Jornal Regional de Peruíbe

www.redebrasilatual.com.br peruíbe

nº 16 Novembro de 2012

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Mais de uma tonelada de peixes mortos é encontrada na praia

Pág. 6

comércio

sem valor

Vale das Artes e Litoral brigam pelo telespectador da cidade

Pág. 7

mídia

nossas tevês

Hospital Municipal e Pronto Socorro estão fechados há um mês

Pág. 3

saúde

porca miséria

eleições 2012

Candidata do PTB teve 38,3% dos votos, contra 33,2% de Milena (PSB) e 28,7 de Onira (PT)

Pág. 2

ana Preto vence disPuta aPertada

Os primeiros lances de Neymar no Jardim Glória, quando ele jogava no Grêmio

Perfil

juninho da Praia grande

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2 Peruíbe

expediente rede Brasil atual – peruíbeeditora Gráfica atitude ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800 contato publicitário Guiomar Batista telefone (13) 3458-5503 e-mail [email protected] tiragem 6 mil exemplares Distribuição Gratuita

deu ana Preto, do PtBTrês mulheres disputaram o voto de 51 mil eleitores

eleições 2012

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jornal on-line

editorial

As eleições municipais mostraram ao País que a mídia comer-cial tem, sim, um lado: o da incondicional defesa de um projeto nacional que não tolera a vitória dos partidos afeitos à causa dos trabalhadores, pela inclusão e contra a miséria e a barbárie. Este ano, essa tal mídia – o PIG, o Partido da Imprensa Golpista – teve a seu lado os homens que vestem a capa escura do Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar (até a véspera da eleição) aqueles que eram tidos como responsáveis pelo famigerado Mensalão e a culpá-los com as penas da lei, sem ao menos terem uma prova contra os acu-sados. Valeram, sim, os indícios de culpabilidade, o que muda o viés da Justiça empregada no Brasil até aqui. Parte do país assistiu a isso com repugnância e despudor. No fim, eles foram derrotados de novo. De São Paulo veio a derrota maior, com o tucano José Serra sendo bicado de morte pelo “poste” Fernando Haddad, mas restou o exemplo nefasto do PIG, que servirá para que se tomem medi-das para evitar, no futuro, essa afronta à democracia. Esperamos, também, que a eleição de Ana Preto, entre outras tarefas, recupere a saúde da cidade, combalida desde o fechamento do Hospital e do Pronto Socorro Municipal. O episódio mostra o triste fim de Milena Bargieri. Afora isso, o jornal Brasil Atual – Peruíbe mostra uma realidade desconhecida dos torcedores brasileiros, que aprenderam a ser fãs do melhor jogador do futebol nacional na atualidade: a infância de Neymar, vivida no Jardim Glória, na Baixada Santista, bairro da periferia da Praia Grande, onde ele começou defendendo um clube que existe até hoje, o Grêmio, e onde estão os antigos amigos, que esperam uma visita do craque, ainda que seja apenas de reconhecimento pelas velhas amizades. É isso. Boa leitura!

Quem ganhou a eleição foi a empresária Ana Preto, do PTB, com 38,30% dos votos. Ela fi-cou à frente da atual prefeita, Milena Bargieri (PSB), que tentava se reeleger, e da vere-adora Onira Betioli (PT). Ana Preto nasceu em São Bernardo do Campo, dia 10 de novembro de 1971. Casada e mãe de um filho, ela divide o tempo entre a

família e os afazeres de arqui-teta e empresária da JR Preto. Em 2005, seu pai, José Rober-to Preto, foi prefeito de Peruíbe e Ana foi presidente do Fundo Social de Solidariedade. Além dela, 15 vereadores se elege-ram: três do PTB, dois do PSB, dois do PSDC e dois do PMDB, e um do PT, do PSDB, do PV, do PPS, do PC do B e do PR.

a solução vem este ano?José Zico (PT) quer garantir moradias à população

jureia

As cerca de 300 famílias tradicionais – caiçaras, indí-genas e quilombolas – que vivem na Estação Ecoló-gica Jureia-Itatins querem ver aprovada a lei que cria as Reservas de Desenvol-vimento Sustentável (RDS) – que permitem a presença humana na região –, na As-sembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) ainda este ano. “As RDS estão defini-das. As famílias que vivem isoladas vão ser incorpora-

das a outras comunidades que farão parte das RDS” – garante o deputado estadual José Zico (PT), membro substituto da Comissão de Meio Ambiente.

Porém, as famílias que che-garam à Jureia nos últimos anos, consideradas não tradicionais, serão removidas. “A perspecti-va é de que ninguém fique sem moradia” – diz o deputado, ao relembrar que o projeto de lei capta recursos do Banco Inte-ramericano de Desenvolvimen-to (BID), para proteger a Mata

Atlântica. “A luta é para in-cluir na lei uma indenização para quem chegou depois à região.” Zico defende urgên-cia na votação no plenário, devido a Ação Judicial do Ministério Público (MP-SP), que prevê, desde julho, a re-tirada de todos os moradores da região. “Fizemos um Ter-mo de Ajustamento de Con-duta (TAC) para eles não exe-cutarem a sentença enquanto estamos tramitando a questão na Casa.”

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hospital e Pronto socorro estão fechados há um mês Resultado: agora, os pacientes reclamam de atendimento na UPA e postos de saúde Por Enio Lourenço

saúde

No dia 12 de outubro, a Vi-gilância Sanitária do Estado de São Paulo realizou visita ao Hospital e Pronto Socorro (PS) Municipal de Peruíbe e consta-tou 36 irregularidades nos ser-viços: medicamentos vencidos, irregularidade ao manter recém- -nascido no mesmo leito da mãe, material inadequado de limpeza de roupas, fiação exposta, extin-tores vazios, etc. Para impedir a interdição, o secretário de Saú-de de Peruíbe, Marco Antônio Cantuária, reuniu-se com o pes-soal do Estado, mas, em 15 de outubro, foi decidida a suspen-são das atividades no Hospital e PS por quinze dias. Vencido o prazo, a Vigilância Sanitária verificou que nada mudara e prorrogou a interdição por pra-zo indeterminado. Até o final

desta edição, o equipamento de saúde seguia sem perspectiva de reabertura.

A Prefeitura alega que os reparos não foram concluídos

devido a falta de verba – não se sabia se ela viria da Secre-taria de Obras ou da Saúde. “O município aguarda assistência do governo estadual” – dizia

Jesus Fumagalli, diretor de Comunicação e Marketing da Prefeitura. Contudo, ele infor-mava que as seções clínica e de tratamento semi-intensivo

permaneciam em reforma – os pacientes dessas alas foram removidos para hospitais da Baixada Santista. A pediatria e a maternidade, segundo ele, também funcionavam normal-mente. Porém, um funcioná-rio do hospital afirmava que a maternidade funcionava, mas de modo precário. As demais alas, inclusive a cozinha, es-tavam fechadas. “Estão tra-zendo comida de fora para os pacientes.”

Quem precisa de assistência médica de urgência está sendo atendido na Unidade de Pron-to Atendimento (UPA) ou nos postos de saúde dos bairros. A nova demanda de pacientes gera longas filas de espera e explicita o deficit de profissio-nais da saúde na cidade.

unidade de Pronto atendimento (uPa) também é ruimInaugurada dias antes da

eleição municipal, a UPA, ad-ministrada pela Organização Social de Saúde (OSS) Funda-ção ABC, é capaz de atender 20 mil pacientes por mês. Po-

rém, a auxiliar geral Rosa Paula, 50, comenta que já nas primeiras semanas “não havia pediatra na instituição”. Segundo ela, an-tes do pleito, o atendimento era exemplar – “eles mandavam um

mototáxi buscar o paciente em casa” –, mas agora tudo mudou: “Os idosos têm dificuldade para vir ao hospital”.

O aposentado José Moitinho, 71 anos, estava no saguão de re-

Postos de saúde também trabalham sobrecarregadosNos postos de saúde dos

bairros a situação também é alarmante. Como não há plan-tão regular dos médicos, a responsabilidade fica com os enfermeiros. As farmácias não têm remédios e obrigam os pacientes a se deslocarem ao Centro da cidade.

Na Unidade Básica de Saú-

de (UBS) Torre, no Jardim dos Prados, a aposentada Alzira Aparecida, 53, relata o drama que enfrenta após o marido acidentar-se de carro e quebrar as duas pernas, vivendo há oito meses em cadeira de ro-das. “Vim pegar remédio, mas me informaram que não tem mais. Vou ter de gastar tempo

e dinheiro para ir buscá-lo no Centro. A Prefeitura também não manda transporte para le-var meu marido à fisioterapia. Apelo à carona de vizinhos ou a um táxi. O setor de ambulân-cias da cidade é um lixo!”

A dona de casa Silvana Sou-za Santos, 42, estava na UBS para buscar um exame de ma-

mografia e conta que uma ex-vizinha foi ao posto em estado de parto e o médico recomendou que ela tomas-se soro e voltasse para casa. “Ela teve de ir a Itanhaém ter o bebê; por isso, ela resolveu ir embora de Peruíbe, foi mo-rar em Sorocaba. O atendi-mento aqui é uma vergonha.”

cepção da UPA, com dores no braço. “Já estou há mais de uma hora para passar no clínico geral, mas é o jeito: não dá pra gastar R$ 50 numa consulta particular.” O jornal Brasil Atual não loca-

lizou o médico e diretor da Fundação ABC, Wágner Bo-ratto, que estava em reunião externa, para dar informações sobre o primeiro mês de ges-tão da UPA-Peruíbe.

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O garoto esbanjava talento entre a molecada e o time de várzea do Jardim Glória Por Enio Lourenço

Perfil

neymar em Praia grande, no tempo em que era juninho

os primeiros chutes no campo do time de várzea

Neymar da Silva Santos Júnior nasceu em Mogi das Cruzes e teve uma infância nômade devido às empreitadas futebolísticas do pai, também ele um atacante. Antes de a fa-mília Silva Santos desembar-car na Baixada Santista, eles moraram em Várzea Grande, no Mato Grosso, onde o Seu Neymar vestiu a camisa do Operário Futebol Clube e se sagrou campeão estadual, em 1997, quando Neymar Júnior tinha cinco anos de vida.

Chegando ao litoral paulis-ta, a família viveu na casa da avó paterna do craque, em São Vicente. Com o nascimento de Rafaella, a caçula da família, o espaço tornou-se pequeno e os quatro se mudaram para a Praia Grande, onde viveram nove anos.

No Jardim Glória, na peri-

feria da cidade, o garoto foi se habituando a fazer do futebol o seu estilo de vida. “Cheguei a ter 50 bolas em casa” – re-velou Neymar, aos 14 anos, em entrevista à TV Tribuna. Como a maioria das crianças, ele conciliava os estudos com a brincadeira predileta, jogar futebol. Os amigos do bair-ro contam que podia ser em

casa – num campinho de areia no quintal, feito pelo pai –, na rua, no campo do Grêmio, o “Juninho”, como era chama-do, estava sempre chutando uma bola.

Jonathan Santos Marce-lino, 20, repositor em uma transportadora de tintas, era um dos amigos de Neymar. Ele lembra que almoçava na

casa do atacante e vice-versa e sempre jogava vídeo game. “A gente estudava no Tio Baptista (Escola Municipal José Júlio Martins Baptista), onde fomos campeões dos jogos escolares. Foi uma época muito boa.” O jovem conta que reviu o amigo famoso apenas uma vez, de-pois que a família de Neymar mudou para Santos. “Houve

um jogo da Seleção Brasilei-ra de Futsal, com o Falcão, no Ginásio Poliesportivo Munici-pal, e o Neymar deu o pontapé inicial da partida. Nesse dia, ele saudou o meu irmão, mas não me viu.”

Das fortes lembranças de Jonathan, as que mais o em-polgam são as da molecada jogando bola nas ruas do Jar-dim Glória. As peladas iam de depois das aulas até o anoite-cer. “Teve um dia em que o Neymar trouxe os amigos dele do Gremetal (clube de Santos onde jogava futsal) e chamou a gente para jogar contra eles na rua. Um dos moleques do time do Neymar era o Alan Patrick (ex-jogador do Santos, hoje no Shakhtar Donetsk), mas não conseguiram nos vencer. O jogo terminou 20 a 19 para nós” – diz, entre risos.

A referência em futebol no Jardim Glória é o Grê-mio Praia Grande. Localiza-do ao lado da Via Expressa Sul, o clube – basicamente um campo de futebol –, fun-dado em 1969, é conhecido nos campeonatos amado-res da Baixada Santista. O presidente do Grêmio é o pedreiro Celiano Alfredo da Silva, o Celinho, de 62 anos. Ele conta que é difícil manter categorias de base na agremiação e não mede esforços para manter o que chama de trabalho social. “Muitos garotos treinam

sem ter o que comer. Então, a gente compra pão, mortadela e suco pra eles, antes dos treinos e jogos.”

Neymar era vizinho do Grêmio Praia Grande e resol-veu jogar na várzea do bairro, dos nove aos onze anos. O seu técnico foi Eugênio Silva Rosa, o Biro. Mecânico e ex- -jogador de futebol, ele treina-va o time pré-mirim do Glória, no início dos anos 2000. “O Neymar era um menino tími-do, falava pouco, mas no cam-po era diferente dos outros. Não existia timidez com a bola rolando. Mesmo os garotos

mais velhos não conseguiam segurá-lo.” Celinho e Biro se recordam de que Roberto An-tônio dos Santos, o Betinho – olheiro santista, que revelou Robinho e depois levou Ney-

mar para a Vila Belmiro – es-teve “umas vezes no campo do Grêmio”, observando os jovens jogadores. “Pouco de-pois o Neymar já jogava nas categorias de base do Santos.”

Ambos lamentam ape-nas que o astro da seleção brasileira fale pouco de seu passado no Jardim Glória. “A gente fica triste porque ele não fala nada da época em que esteve no Grêmio. Talvez porque os empresá-rios achem que a gente vai querer alguma coisa” – diz Celinho. Os dois mantêm a esperança de que Neymar faça uma visita para conver-sar com os garotos do bairro ou doar material esportivo para ajudar jovens que têm vontade de um dia se tornar em iguais a ele.

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celinho, presidente do grêmio, e Biro, primeiro técnico

neymar e as lembranças da Praia grande: a família, o primeiro time e o amigo jonathan

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um orgulho do jardim glória

Em todas as ruas nomea-das por letras do Jardim Gló-ria sempre se encontra alguém que tenha alguma lembrança do pequeno menino franzino, tímido, que falava baixo e para

bola, da destreza e da facilida-de com que a manuseava com os pés. Outros moradores se sentem orgulhos por viverem no mesmo lugar onde um dia morou um dos maiores fenô-menos do futebol e da mídia.

“O pessoal do Glória se sente orgulhoso do sucesso do Neymar na Seleção Brasi-leira e no Santos. Quem sabe um dia ele não aparece aqui para dar um abraço na gente” – afirma de maneira esperan-çosa o seu ex-técnico Biro.

amigo de infância luta para virar jogador de futebol“A nossa infância era

estudar e jogar bola. Eu e o Neymar fazíamos cam-peonatos de futebol na rua. Todo mundo do Jardim Glória parava para assistir. A maioria dos moleques do bairro é habilidosa, porque jogam bola desde criança o tempo todo.”

Diferente do célebre amigo de infância e com-panheiro de peladas de rua, Yago Vieira da Cruz, de 20 anos, é um meia-esquerda que ainda luta por um lugar no futebol. Segundo a mãe, a empregada doméstica Ta-tiane Vieira, o filho “dis-putou a primeira Copa TV Tribuna (na qual Neymar se destacou pelo colégio Liceu São Paulo, de Santos, aos 12 e 13 anos), mas na época não era televisionada”. Gra-ças aos torneios da escola, o garoto teve algumas propos-tas para estudar em colégios particulares, mas recusou: “Não queria sair do meu bairro”.

A primeira experiência

Aos 13 anos, Neymar despontava nas categorias de base do Santos, chamou a atenção dos clubes da Eu-ropa e foi convidado a fazer estágio no Real Madrid. Na iminência de perder o craque, o ex-presidente do alvinegro praiano, Marcelo Teixeira, ofereceu à família Silva Santos R$ 1 milhão em luvas, para o jogador permanecer no Brasil. No ano seguinte, Neymar Jr.

dentro, mas que com a bola nos pés – seja no asfalto quente, na quadra ou no campo – fazia os outros gritarem por ele.

Nas escolas Estadual Oswaldo Luiz Sanchez Toschi e na Municipal José Júlio Mar-tins Baptista nenhum funcio-nário fala da vida escolar do famoso ex-morador do bairro. Mas, nas ruas do bairro, quase todos dizem ter a honra de co-nhecê-lo. E quem o conheceu, criança, fala de boca cheia das habilidades do craque com a

Pequeno milionário

passaria a ganhar cerca de R$ 25.000,00 mensais – va-lor superior ao que recebem muitos jogadores profissio-nais no Brasil.

de Yago no futebol de campo foi a mesma de Neymar. No campo do Grêmio Praia Gran-de, os dois eram parceiros ofensivos. “Os treinos eram no fundo do campo, atrás do gol, porque éramos muito pe-quenos. Na época, o espaço parecia gigante.” Aos 12 anos, os jovens se separaram. Yago fez um teste no Corinthians. “A gente treinava no terrão de Itaquera, mas depois de três meses eu voltei, porque não me adaptei à casa de uma tia e sentia falta da minha família e do Glória” – conta Yago.

Ao retornar à Praia Grande,

Yago seguiu no futsal e na vár-zea até ser descoberto pelo ex-ponta-direita do Santos Mano-el Maria e levado a atuar pelo Jabaquara Atlético Clube, de Santos. “Fiquei três anos, nas categorias infantil e juvenil, e disputei um ótimo Campeo-nato Paulista Sub-17.” Nessa época, o jogador e sua família assinaram um contrato com a CFS Sports. A empresa se tornou dona dos direitos es-portivos de Yago por quatro anos (dos 14 aos 18) e esta-beleceu multa rescisória de R$ 250.000,00. “Do Jabaqua-ra eu tinha chance de ir para o Santos, porque o Manoel Maria era muito influente e já havia levado o Geovânio, hoje atacante reserva do Peixe. Bastava eu ficar mais um pou-co por lá. Mas o meu empre-sário (que ele não diz o nome) vetou a minha permanência.” Yago, então, começou a pingar de clube em clube do Brasil.

Aos 16 anos, ele estava no América Mineiro. Lá, o meia--esquerda conquistou os diri-gentes e treinadores com o seu

estilo de jogo, fazendo com que eles se interessassem em adquirir os direitos federativos da CFS Sports. “Estávamos no hexagonal final do campeona-to mineiro e meu empresário precisava levar o documento à federação autorizando a mi-nha transferência, mas a CFS melou a negociação.”

Yago chamou a atenção de Mauro Fernandes, ex-coorde-nador das categorias de base do Atlético Mineiro – hoje treinador do time profissional do América Mineiro. No Galo, Yago ficou três meses, mas quebrou o tornozelo e ficou oito meses afastado dos cam-pos. Ao se recuperar, disputou torneios por times de empre-sários e, em 2011, foi para o Vasco da Gama. “Foi o lugar onde passei mais dificuldade na vida”. Nos quatro meses em que permaneceu no Rio de Janeiro, a CFS nunca o ajudou financeiramente. “Houve dias em que eu fiquei sem comer. Eu ia para o treino à base de água. Às vezes algum amigo me dava biscoito para comer”

– comenta entre lágrimas o jogador que não contou a situação à mãe, para não atormentá-la.

Sem resposta sobre a sua permanência no Vasco, Yago aguardou o fim do contrato com a CFS Sports, para reaver sua autonomia. Ele voltou a jogar na várzea de Praia Grande e chamou a atenção de novos empre-sários que o levaram a uma peneira em São Bernardo. De cerca de 100 jovens, ele se destacou e foi convidado a fazer uma pré-temporada, a fim de se recondicionar fi-sicamente, com uma equipe profissional de Maria da Fé, no interior de Minas Gerais – no dia da entrevista, Yago se preparava para viajar. Ele diz que existem propostas para realizar seu sonho em outro país: “Não é nada concreto, mas me falaram sobre propostas de Portugal, Alemanha, Suíça e Vietnã. Espero que dê tudo certo. Quero realizar meu sonho e não vou desistir.”

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Política

trocando em miúdos Por Janaina Correa Div

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PositivoOutubro rosa: Estão de pa-rabéns os or-ganizadores

da 1ª Caminhada Rosa, rea-lizada no dia 30 de outubro em nossa cidade. É mais um instrumento a ser utilizado na campanha de combate ao câncer de mama.

NegativoParece menti-ra, mas a ver-dade é inefá-vel: o Hospital

Municipal e Pronto Socorro da cidade continuam inter-ditados. Após o prazo final dado para solucionar os pro-blemas apontados pela Vigi-lância Sanitária do Estado, nada foi feito até o momento. Um fim de feira. Lamentável.

PeruibefestAcontecerá em nossa cidade mais um Perui-befest. Vai ser de 14 a 18 de novembro, a partir das 17 h, na Praça Flórida. A VIII edi-ção da festa promete muita dança, música e

comidas típicas da cultura alemã.

Litoral sustentávelNo dia 23 de outubro, no Auditório Afinida-des, realizou-se a plenária do Instituto Pólis com os temas: Diagnóstico de Peruíbe, Leitura Comunitária, População e Ocupação do Ter-

ritório, Economia, Infraestrutura e Serviços, Legislação e Gestão.

ComércioNa manhã de 25 de outubro, na Praia do Cen-tro, moradores depararam-se com 1,5 tonela-da de peixes mortos, espalhados por três qui-lômetros de praia. Acreditam os biólogos do

Aquário Municipal que os peixes tenham sido descartados por bar-cos de pesca de Santa Catarina. O descarte de peixes é uma prática comum na pesca seletiva, quando espécies muito jovens ou sem va-lor comercial acabam sendo capturadas. Esses animais são descar-tados no mar, longe da costa, e acabam servindo de isca ou alimento para outros. Entretanto, dependendo da direção do vento e da cor-renteza, acabam vindo para a costa. A culpa não é dos pescadores artesanais. O problema é a guerra comercial que eles são obrigados a travar com a indústria pesqueira. Quem paga? A natureza!

LamentávelNa última eleição, Peruíbe esteve na fren-te no raking de abstenções. A cidade teve o maior índice da Baixada Santista. O Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE) registrou a

ausência de 12.683 eleitores. O número representa 24,45% do total. Esse índice está acima da média nacional, que chegou a 16,41% de abstenções.

A saúde passa malO Conselho Municipal de Saúde de Peruí-be recebeu documento do representante dos médicos revelador da triste situação da saúde na cidade. Os médicos foram

aconselhados pelo próprio secretário de Saúde a procurar seus direitos, pois o prazo combinado para quitação dos débitos expirou em 15/10. São uns 50 profissionais que pouco a pouco deixam a cidade. Mais um grande prejuízo para a população.

Aterro sanitárioO aterro sanitário da cidade recebe diaria-mente 70 toneladas de lixo e está no limi-te máximo. São oito camadas compacta-das e um rio de chorume. A cidade precisa

buscar urgentemente uma solução para o problema.

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7Peruíbe

tvs locais disputam a audiência de peruibensesVale das Artes e Litoral têm programas de variedades e buscam a liderança na região

mídia

Além de jornais impressos e rádios lo-cais e regionais, duas emissoras de televi-são se destacam em Peruíbe: a TV Vale das Artes e a TV Li-toral, ambas trans-mitidas pela SAT-TV a Cabo e que pos-suem retransmissão pela internet.

TV Vale das ArtesA Vale das Artes tem 16

anos e funciona como uma TV comunitária, pública, no canal 16. Segundo o diretor executi-vo Cristen Charles, a emissora nasceu de “um sonho maluco” do seu mentor, fundador e ex--presidente Cléber Bezerra da Silva (falecido em março deste ano), que queria discutir temas do desenvolvimento da cidade.

“A número 1!, como se in-titula, retransmite programas da TVT, a TV dos Trabalhado-res, afiliada à rede Brasil Atu-al. Entre suas atrações estão o Caramix na TV, programa jor-nalístico apresentado por Mar-cos Caramico, presidente da

Academia Peruibense de Le-tras, que relê o tradicional jor-nal Análise de 20 anos atrás e o compara aos dos dias de hoje; o Papum!, um talk-show com personalidades da cidade; e o Resgatando Peruíbe, progra-ma de memória da emissora, produzido pelo advogado Luiz Carlos Farias.

“O nosso carro-chefe é o Na Mira, programa polêmico que traz notícias políticas, po-liciais, prestação de serviços e denúncias e vai ao ar às sextas-feiras, às 19 horas” – comenta Charles. A audiência do pro-grama, segundo ele, pauta as rodas de discussão na cidade. “Denunciamos casos de cor-rupção e acabamos sendo teste-

munhas dos processos legais. É o caso da suposta improbidade administrativa do vereador To-ninho do Frango, que está sen-do apurada.” Charles, também apresentador do Na Mira, diz que se orgulha da função públi-ca e social da TV. Polêmico, ele tem convicção da liderança da audiência da TV Vale das Artes, segundo os índices compro-vados por órgãos de pesquisa. “Nossa missão é a de ser cro-nistas audiovisuais de Peruíbe e região, mostrar o que acontece aqui, registrar a história. Isso nos mantém trabalhando”.

TV Litoral Jornalismo, esportes, cul-

tura e entretenimento. Com

essa fórmula nasceu a TV Li-toral, canal 12, emissora co-mercial que fará quatro anos em fevereiro. De acordo com o diretor comercial e apresen-tador Rogério Oliveira, a ideia de uma nova TV em Peruíbe surgiu da vontade do diretor--executivo Paulo Carlos de Oliveira Júnior, que já trazia um histórico no segmento au-diovisual na cidade e resolveu agregar profissionais para en-campar essa vontade.

A TV Litoral produz seis programas. Os demais são rea- lizados por produtoras in-dependentes da região, que compram o horário de veicu-lação na grade da emissora. Entre os destaques da pro-

gramação estão o esportivo É Show Esportes – comandado pelo próprio Rogério –, que cobre a Liga Nacional de Fu-tebol Amador, e o recreativo Panorama, apresentado por Daniela Americano, que fala de horóscopo, mostra vídeos cômicos e dá dicas femininas.

O principal programa da emissora é A Hora do Chefe, apresentado por Rubens Ri-vellino, às segundas-feiras, às 20 horas. “É um programa de culinária em que empresá-rios e convidados apresentam pratos gastronômicos. Tam-bém tem um quadro musical e mexe bastante com coisas da cidade” – conta Oliveira.

Os realizadores da TV Li-toral acreditam que sua au-diência se mede nos comentá-rios dos peruibenses nas ruas e na cobrança deles à SAT TV a Cabo, para a expansão do sinal. “O reconhecimento da TV também se dá por meio de empresários e comercian-tes, que fazem seus anúncios com a gente e reconhecem a parceria” – constata Oliveira. “Hoje são 26 anunciantes, o que comprova que somos lí-deres de audiência” – afirma o proprietário, Paulo Carlos.

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8 Peruíbe

foto síntese – mirante da torre – jd Prados

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respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

ORAnGOTAnGObALeRAZOesiPePOiRmOTOmZenAdARUsAdOdGeiAAcAPOssORPOLARTAimAALPeLOOiOdAiRAPscLATenOR

horizontal – 1. Grande macaco do sudeste Asiático, de pelos avermelhados, braços muito longos e cauda ausente 2. Arte e técnica da dança, do uso preciso, harmonioso e expressivo do corpo em movimentos e posições coreografados ou improvisados; causas, motivos, explicações 3. designação de diversas árvores e arbustos elegantes, que dão lindas flores; Poeira; mano, irmão 4. Um dos criadores da Tropicália; deslocar-se na água usando o corpo ou instrumentos como boias e pranchas 5. estados Unidos da América; nome de uma fábrica de automóveis 6. Alcoólicos Anônimos; clube Atlético Paranaense; matéria que forma o esqueleto do homem 7. Próprio de um dos polos da Terra; contração do pronome te e do pronome a 8. coisa que atrai; Alagoas; cabelo, penugem 9. Forma de cumprimento; José, prenome de um cantor brega; Amapá 10. Partido, grei; A mais aguda entre as vozes masculinas.

vertical – 1. Registros de óbitos 2. Pessoa matreira; Terceira nota musical 3. cidadã da Alemanha; Peça usada para cavar ou remover terra 4. nordeste; cobalto; sufixo que indica um álcool 5. cada impulso dado sobre o pedal na bicicleta 6. Rezo; Pedra preciosa de cor leitosa e azulada 7. está combinado; notre dame; magnetismo pessoal 8. Que traz azar; Que denota precedência 9. Região em que ficam os estados do ceará e de Pernambuco 10. Parte amarela do ovo de ave ou réptil, que contém substâncias nutritivas; sala destinada a reuniões e recepções sociais 11. nome de um conhecido general brasileiro; Oficial Poker Rankings.

sudoku

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