Jornal Brasileiro das Indústrias de Biomassa Ed 05

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Ano: I Edição: 05 JORNAL BIOMASSA BR www.jornalbiomassabr.com Jornal Brasileiro das Indústrias de Biomassa Circulação: Novembro/Dezembro de 2012 Calendário de feiras e eventos de 2012 a 2014...pág. 18 Produção de pellets com resíduos de ALGODOEIRO e PINUS...pág. 02 USO ENERGÉTICO DA BIOMASSA...pág. 06 Sistema Florestal de Curta Rotação para Produção de Bioenergia...pág. 08 O futuro do agronegócio Soluções sustentáveis elevam o índice de produtividade...pág. 12 BIOMASSA PARA ENERGIA: a hora e a vez do Bambusa vulgaris...pág. 14 BRIQUETES E PÉLETES: VALORIZAÇÃO DA BIOMASSA RESIDUAL PARA GERAÇÃO DE ENERGIA...pág. 20 Komatsu Forest é o revendedor Morbark no Brasil...pág. 21 UFV inaugura Laboratório de Painéis e Energia da Madeira...pág. 16

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5a. Edição do Jornal Biomassa Br com matérias sobre biomassa, energias renováveis etc.

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Ano: I Edição: 05

JORNAL BIOMASSA BRw w w . j o r n a l b i o m a s s a b r . c o m

J o r n a l B r a s i l e i r o d a s I n d ú s t r i a s d e B i o m a s s a

Circulação: Novembro/Dezembro de 2012

Calendário de feiras e eventos de 2012 a 2014...pág. 18

Produção de pellets com resíduos de ALGODOEIRO e PINUS...pág. 02

USO ENERGÉTICO DA BIOMASSA...pág. 06

Sistema Florestal de Curta Rotaçãopara Produção de Bioenergia...pág. 08

O futuro do agronegócio

Soluções sustentáveis elevam o índice de produtividade...pág. 12

BIOMASSA PARA ENERGIA: a hora e a vez do Bambusa vulgaris...pág. 14

BRIQUETES E PÉLETES: VALORIZAÇÃO DA BIOMASSA RESIDUAL PARA GERAÇÃO DE ENERGIA...pág. 20

Komatsu Forest é o revendedor Morbark no Brasil...pág. 21

UFV inaugura Laboratório de Painéis e Energia da Madeira...pág. 16

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EXPEDIENTE

Distribuição DirigidaEmpresas, associações, universidades, governos, assinantes, circulação em feiras e eventos dos setores de Biomassa, Florestas e Energias Renováveis.

O Jornal Biomassa BR é uma publicação da

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Editor: Tiago Fraga | Comercial: Bianca Ramos Supervisão: Eliane Oliveira | Distribuição: Lucas Alexandre | Edição de arte e produção: Vorus Design - Gastão Neto | Apoio: Renabio – Rede Nacional para Biomassa e Energia | Colunistas: Prof. Laércio Couto - Presidente da Renabio e Membro permanente do conselho mundial de Bioenergia; Marina Moura de Souza; Bárbara Luisa Corradi Pereira; Tatiane da Silveira Silva; Angélica de Cássia Oliveira Car-neiro; Benedito Rocha Vital; Stella Vannucci Lemos; Prof. Saulo Guerra; Samir de Azevedo Fagundes - responsável pelos projetos de biomassa desenvolvidos pela New Holland; Marcia Mitiko Onoyama (Doutora em Engenharia de Produção, Ana-

Os pellets produzidos a partir de madeira ou resí-duos de madeira estão se tornando rapidamente uma grande commodity no mercado de biomassa internacional, principal-mente por apresentarem várias vantagens quando comparados com a bio-massa sem tratamento prévio, das quais: baixo teor de umidade e con-siderável poder calorífico, em torno de 17 MJ/kg. Estas caracte-rísticas os permitem serem transportados a longas distâncias, por exemplo em navios, sem que ocorram efeitos adversos ao balanço energético do seu processo (HEINOMÕ E JUNGINGER, 2012).

Além destas, os pellets são fáceis de serem manuseados durante o transporte e podem ser estocados por períodos prolongados sem que haja aumento significante do seu teor de umidade. De posse destas vantagens, o uso de pellets de madeira é bastante amplo variando desde calefação doméstica em pequena escala à cogeração de energia em grande escala.

Em 2010, a Europa se destacou como maior produtor, detendo 65% da produção, seguida pela América do Norte, com 23% e neste mesmo ano o consumo foi de cerca de 13,5 milhões de toneladas, registrando um aumento de mais de 110% se comparado a 2006 (IEA BIOE-NERGY, 2011).

Já no segundo tri-mestre do ano de 2012, os Estados Unidos atin-giram valores recordes de produção e exporta-

ção, destacando as regiões do Sul e da Columbia Britânica, com 760 mil toneladas de pellets exportados. Além disso, as exportações do Canadá para a Europa também aumentaram visto a demanda crescente por esse combustível (WOOD RESOURCES INTER-NATIOCNAL LCC, 2012).

Diferentemente do contexto de mercado bem consolidado rela-tado, os pellets para uso como fonte de energia, são poucos conheci-dos e utilizados no Brasil sendo que, as poucas indústrias instaladas atualmente têm a produção voltada para o mercado externo.

O Brasil tem notório reconhecimento por sua capacidade de produção vegetal, em destaque a produção biomassa específica

lista da Embrapa Agroenergia), José Manuel Cabral de Sousa Dias (Doutor em Engenharia Química, Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia).

Versões TiragemImpressa / eletrônica 5.000

Produção de pellets com resíduos de ALGODOEIRO e PINUS Por Marina Moura de Souza; Bárbara Luisa Corradi Pereira; Tatiane da Silveira Silva; Angélica de Cássia Oliveira Carneiro; Benedito Rocha Vital

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para o suprimento da produção de combustíveis renováveis. Sendo assim, pode ser capaz de introduzir, mediante produção própria, em sua matriz energética o uso dos pellets em substituição à lenha e até mesmo derivados de petróleo em sistemas de geração de energia térmica ou cogeração de energia.

Embora exista a premissa da utilização fácil da biomassa, a produção de pellets demanda matéria-prima de alta qualidade e com parâmetros pré-estabelecidos. O processo de transformação da biomassa neste produto depende basicamente das propriedades físicas e químicas das partículas e das variáveis do processo, como a pressão e a temperatura de compactação.

Apesar das exigências quanto à matéria prima e ao processo, têm-se disponíveis no Brasil uma grande quantidade de resíduos provenientes das serrarias e dos setores agroindustriais, tornando--os atrativo para o uso, principalmente quando se compara com os custos envolvidos nos plantios comerciais exclusivos para a produ-ção de pellets.

Dentre esses resíduos pode-se destacar os resíduos do benefi-ciamento do algodão e resíduos de Pinus provenientes de serrarias e movelarias. Durante o desenvolvimento vegetativo do algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) são formados os capulhos, de onde se extraem as fibras do algodoeiro, pelo processo denominado desca-roçamento. A semente de algodão apresenta em média, a seguinte composição: 12, 5% de linter, 15,2% de óleo bruto, 46,7% de torta (resíduo da extração do óleo), 20,7% de casca e 4,9% de resíduos, produzidos no processo industrial (MOTA, 2009).

Já os resíduos madeireiros podem ser definidos como a porcen-tagem da tora não transformada em madeira comercial, destacando-

-se as costaneiras, aparas, peças descartadas, destopos e serragem. Hilling et al. (2006), em estudos sobre o processamento de Pinus no Sul do Brasil, obtiveram valor de aproveitamento médio de 63% da

tora, observado-se novamente a grande geração de resíduos poten-cialmente disponíveis para a utilização tanto in natura como para processos de transformação em combustíveis sólidos.

Diante do exposto e da necessidade de estudos de fontes alternativas de matéria prima para produção de energia, o presente trabalho teve como objetivo produzir pellets a partir de resíduos do processamento da madeira de Pinus sp. e do beneficiamento do algodoeiro (Gossypium hirsutum L.), bem como a determinação dos seus principais parâmetros de qualidade estabelecidos nas normas européias.

Os pellets foram produzidos em uma prensa peletizadora labo-ratorial (Figura 1) da marca Amandus Kahl, modelo 14-175 com capacidade para produção de 30 kg.h-1. A umidade da matéria prima foi ajustada para valores entre 12 e 15% em base seca, produzindo-se aproximadamente 5,0 kg de pellets de cada tipo de resíduo.

Os resíduos do beneficiamento do algodoeiro foram doados pela empresa Torre Garças, localizada no Município de Alto Garça/ MT. Os resíduos de Pinus foram coletados em indústrias de móveis da região de Viçosa / MG.

As propriedades físicas dos pellets, umidade e densidade a granel foram determinadas de acordo com as normas EN 14774-2

(DIN, 2010) e EN 15103 (DIN, 2010), respectivamente. Deter-minou-se também que as dimensões, diâmetro e comprimento, segundo a norma EN 16127 (DIN, 2010).

A resistência mecânica foi avaliada por meio dos testes de durabilidade e porcentagem de finos gerados. Os testes foram rea-lizados no equipamento “Ligno-Tester”, de acordo com a norma EN- 15210-1 (DIN, 2010).

Determinou-se também a dureza, por meio de um Durômetro, marca Amandus Kahl, aplicando-se uma força no sentido transver-sal aos pellets mediante a torção do eixo com mola até o rompi-mento do mesmo; a leitura foi feita na escala em kg.

Para a determinação do poder calorífico superior, utilizou-se o método da Bomba Calorimétrica Adiabática de acordo com a norma NBR 8633 (ABNT, 1981) e a determinação da porcentagem de cinzas de acordo a norma NBR 8112 (ABNT, 1986).

De posse dos parâmetros determinados, foi feita a classificação dos pellets com base na norma EN 14961- 1 (DIN, 2010) a qual os classifica como A1, A2 e B, graus decrescentes de qualidade para

FIGURA 1. Prensa peletizadora laboratorial e detalhe do rolo e da matriz de compactação.

FIGURA 2. Pellets de resíduos de algodoeiro (esquerda) e de pinus (direita)

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uso não industrial.

Na Tabela 1 são apresentados os valores médios das pro-priedades físicas e mecânicas dos pellets produzidos a partir dos resíduos de beneficiamento do algodão e de Pinus proveniente de serrarias. Os resultados obtidos foram classificados com os valores estabelecidos na norma alemã EN 14961-1 (DIN, 2010).

Parâmetro UnidadeMaterial

Pinus AlgodoeiroDiâmetro mm 6,06 6,02Comprimento mm 18,37 19,63Umidade % base úmida 8,62 7,54Teor de cinzas % base seca 0,28 5,50Durabilidade mecânica % 96,62 98,54Finos % 0,17 0,38Poder Calorífico Útil MJ/kg 16,84 15,72Densidade a granel kg/m³ 590 670Dureza kg 26,67 41,0

Para o diâmetro, comprimento e umidade, tanto os pellets produzidos com resíduos do processamento de Pinus quanto os produzidos com resíduos do beneficiamento do algodoeiro se enquadraram nas exigências normativas para a classificação de pellets de alta qualidade (A1).

Com relação ao teor de cinzas, a norma exige valores inferiores a 1% para todas as qualidades. Foi observado que somente os pel-lets produzidos com resíduos de Pinus atenderam à este requisito, tendo os produzidos com resíduos do algodoeiro teores relativa-mente elevados, o que pode ser devido ao caráter heterogêneo e a presença de contaminantes advindos do processo de colheita mecanizada, com por exemplo terra.

Para a durabilidade mecânica e a geração de finos, os dois tipos de pellets produzidos atenderam as exigências para pellets classe B, porém os de resíduos do algodoeiro apresentaram durabilidade superior e suficiente para ser enquadrado como classe A1.

O poder calorífico útil, caracterizado como aquele obtido no teor de umidade em que o material se encontra, de acordo com a norma deve ser superior a 16 MJ/kg para Classe B, 16,3 MJ/kg para A2 e 16,5 MJ/kg para A1. Desta forma, os pellets produzidos com resíduos de algodoeiro não apresentaram valor suficiente para enquadramento na classificação B, apesar do valor ter sido próximo à exigência mínima. Fato que pode ter sido causado por características do próprio material e por, provavelmente, conter impurezas inorgânicas conforme observado pelo alto teor de cinzas.

A densidade a granel foi considerada satisfatória para os pellets de resíduos do algodoeiro e baixa para os de Pinus, sendo assim para esse último seria necessário adequações no processo de pro-dução visando o incremento deste parâmetro, como por exemplo

aumento da pressão visando a maior compactação de material.

Mediante o exposto, pode-se concluir que foi possível a peletização dos diferentes resíduos estudados. No entanto, a classificação destes de acordo com padrões europeus não foi satisfatória para todos os parâmetros tendo em vista o grau de exigência requerido por este mercado.

Sendo assim, é iminente no Brasil estudos que visem a pro-dução de pellets como forma de aproveitamento das variadas biomassas existentes. Além disso, o conhecimento e a otimização dos parâmetros de processo servirão para direcionar o aprimora-mento da produção e a elevação das características dos pellets a parâmetros internacionais de qualidade, possibilitando a inser-ção do país no promissor mercado mundial.

AGRADECIMENTOS

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

Empresa Metropolitana de Águas e Energia – EMAE.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 8112 – Análise química imediata do carvão vegetal. Rio de Janeiro, 1981.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 8633 – Carvão vegetal – Determinação do poder calorífico. Rio de Janeiro, 1986.

DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG - DIN EN 14774-2 - Solid biofuels - Determination of moisture content - Oven dry method - Part 2: Total moisture - Simplified method. Alemanha 2009.

DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG - DIN EN 14961-2 - Solid bio-fuels – Fuel specifications and classes – Part 2: Wood pellets for non-industrial use . Alemanha, 2011.

DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG – DIN EN 15103 - Solid bio-fuels – Determination of bulk density. Alemanha, 2010.

DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG - DIN EN 15210-1: Solid bio-fuels – Determination of mechanical durability of pellets and briquettes – Part 1: Pellets. Alemanha, 2010.

DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG - DIN EN 16127 - Solid bio-fuels - Determination of length and diameter of pellets. Alemanha, 2012.

IEA Bioenergy. 2011. Global wood pellet industry market and trade study - Task 40 “Sustainable Bioenergy Trade”. Disponível em: http://www.bioenergytrade.org/downloads/t40-global-wood-pellet-market-study_final.pdf Acesso em: 14 Junho 2012.

HEINIMO, J.; JUNGINGER, M. Production and trading of biomass for energy – An overview of the global status. 15Th European Biomass Conference and Exhibition. Berlin. Mau 2007. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S096195340900107X> Acessado em: 26 out. 2012

MOTA, E. G.; Utilização do linter hidrolisado como fonte de energia. Uber-lândia: UFU. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento em Processos Químicos). Universidade Federal de Uberlândia, p. 64, 2009.

WOOD RESOURCES INTERNATIOCNAL LCC. Disponível em: <http://www.wri-ltd.com/index.htm> Acesso em: 25 out. 2012.

Tabela 1 – Propriedades físicas e mecânicas dos pelletes

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Durante a leitura de uma descrição das viagens de Marco Polo ao extremo oriente deparei-me com a seguinte afirmação: “O mundo passava por uma crise ...”. Era o final do século XIII, entre os anos 1270 e 1294. Ano após ano, século atrás de século as crises se repetem me levando a pensar que somos movidos por crises. Isso soa natural quando observamos que o progresso da humanidade exige mudanças, estas geram novas necessidades que, por sua vez, geram as crises. Coube ao nosso tempo fazer frente às mudanças (e conseqüentes crises) geradas pela necessidade urgente de equacio-nar a utilização dos recursos naturais de nosso planeta.

É dentro dessa perspectiva que se impõe a necessidade de ava-liarmos com critério as novas fontes de energia que se apresentam como opções para os próximos tempos. Uma das opções que temos é a energia gerada a partir da biomassa de origem florestal ou como subproduto das lavouras. Os principais fatores para avaliação de biomassa são quantidade e conteúdo de umidade.

QUANTIDADE

A biomassa normalmente é comercializada a granel. O método mais utilizado para quantificar os recebimentos é o peso da carga. O grande problema de quantificar pelo peso é o conteúdo de umidade do produto. Veja o exemplo:

• 30tdebiomassaa50%deumidadetem15tondeágua;• 30tdebiomassaa30%deumidadetem9tondeágua;

A diferença referente ao teor de umidade é de 6 ton ou seja, 20% da carga!

Para contornar essa dificuldade pode-se quantificar o material pelo seu volume em m³. Essa metodologia é muito conveniente já

que o volume dos cavacos de madeira não varia para teores de umidade acima do ponto de saturação das fibras (PSF). Assim, para biomassa com conteúdo de umidade acima de 30% a variação de umidade não afeta o seu volume.

O equipamento mais comum no mercado são as balanças, sejam do tipo rodoviário ou integradoras. Ambas são soluções bastante difundidas e se pres-tam muito bem à quantificação de materiais NÃO higroscópicos. Por outro lado a medição de volume poderá ser feita considerando-se o volume da carga de caminhões ou caçambas ou então por meio de medidores de volume instalados em esteiras trans-portadoras de carga ou descarga.

UMIDADE

O teor de umidade da biomassa afeta direta-mente a sua capacidade de gerar energia. Isso se dá porque antes de queimar a água contida deverá ser

evaporada. Se considerarmos que para cada quilograma de água presente na biomassa são necessários cerca de 600kcal para eva-porá-la, fica clara a importância do teor de umidade do combustível.

• Quantidade:30.000kgbiomassadeeucalipto.• TeordeUmidade:50%baseúmida.• Quantidadedematériaseca:15.000kg• Energiageradapelomaterialseco:67.900Mcal.• Energiagastaparaevaporaraágua:9.200Mcal.• Saldoenergia:58.700Mcal.• Perdaemfunçãodeumidade:12%.

Se a umidade do produto for de 30% a energia gerada chegaria a 95.000 Mcal e a perda seria de apenas 2,2%!

Existem no mercado várias alternativas para avaliação do teor de umidade de biomassa. Dependendo do volume e da condição de uso existem equipamentos portáteis ou em linha que fornecem todas as informações necessárias para definir com exatidão o seu valor energético.

CONCLUSÃO

Em mercados onde a produção e o comércio de biomassa como combustível estão mais estruturados já existem normas que unifor-mizam os tipos de biomassa considerando sua origem, sua quali-dade e quantificam sua capacidade de fornecer energia. Em nosso mercado este processo ainda está em implantação, porém, por ser uma alternativa muito promissora, o processo de regulamentação do mercado caminha a passos largos na mesma direção.

USO ENERGÉTICO DA BIOMASSA

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Com o crescimento da população mundial, a demanda por energia tende a aumentar e, consequentemente, a procura por “energia limpa” é a alternativa para que não ocorra escassez de fontes fósseis e não renováveis.

No Brasil houve uma era de transforma-ção em relação ao consumo de energia, pois era um país que utilizava lenha e carvão vege-tal para geração de energia, mas que após a industrialização ficou altamente dependente de petróleo como fonte energética.

O petróleo usado no país era importado e pelo fato do consumo de combustíveis deri-vados do petróleo ser crescente, o governo brasileiro – durante a década de 1970 – teve a iniciativa de substituir o combustível fóssil usado em carros pelo etanol e, assim, a cana--de-açúcar entrou no cenário de geração de energia.

Atualmente, o estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar e etanol do Brasil. Mas, devido ao crescimento do con-sumo brasileiro de energia – 4,5% ao ano, segundo o EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas) – outras fontes de energias renováveis estão entrando na área de produ-ção de bioenergia, desta-cando-se culturas que pro-duzem biomassa, tais como culturas florestais, resíduos de colheita de milho ou até mesmo palha de arroz e cana-de-açúcar.

A biomassa florestal é considerada uma fonte energética renovável, apre-sentando um forte potencial

para geração de energia, com baixo índice de emissão de gases do efeito estufa, tornando--se uma opção vantajosa em relação às fontes não renováveis.

Com o objetivo de aumentar a com-petividade da biomassa florestal na matriz energética nacional, surge no contexto as plantações de ciclo curto e diferentes aden-samentos com finalidades energéticas – Sis-tema Florestal de Curta Rotação (SFCR). Estes são sistemas silviculturais que visam uma maior produção de biomassa por uni-dade de área e um menor espaço de tempo.

As altas produtividades obtidas em plan-tações florestais, particularmente do gênero Eucalyptus, reduziram os custos de geração de energia através da madeira, tornando o investimento mais atrativo. Desta forma, as florestas implantadas em sistemas aden-sados aproveitam melhor o uso do solo e produzem, relativamente, mais matéria seca por área do que nos plantios convencionais.

Para aumentar o potencial de geração de energia de biomassa florestal no país, seria necessária a difusão de novas tecnologias silviculturais e equipamentos mecanizados para o plantio, colheita e transporte, dada a intensificação das atividades e o aumento de produção.

Como o poder calorífico é semelhante aos encontrados nos plantios em espaça-mentos tradicionais, a produtividade ener-gética é vantajosa, visto que a quantidade de energia é o resultado da combinação entre a produção de biomassa por área e a qualidade energética, mensurada pelo poder calorífico da madeira.

Pesquisa sobre produtividade energética

Desde 2007, com o objetivo de gerar informações sobre os diferentes SFCR’s, o NEMPA – Núcleo de Ensaio de Máquinas e Pneus Agroflorestais da Faculdade de Ciên-cias Agronômicas da UNESP/Botucatu--SP; tem áreas plantadas e conduzidas com

diferentes clones do gênero Eucalyptus, espaçamentos e tratos silviculturais.

Em um destes povoa-mentos de Eucalyptus gran-dis x Eucalyptus urophylla, foram avaliados cinco espa-çamentos entre plantas - 0,5m; 1,0m; 1,5m; 2,0m; 2,5m; sendo a distância entre linhas de 2,8m.

Aos 24 e 30 meses após o plantio, sessenta árvores na região central tiveram seus DAP (diâmetro a altura do peito) medidos, para sele-cionar as árvores a serem abatidas para avaliações de

Sistema Florestal de Curta Rotação para PRODUÇÃO DE BIOENERGIAPor Stella Vannucci LemosProf. Saulo Guerra

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Rua Lilly Bremer, 322 - Bairro Navegantes Cep.: 89160-000 - Rio do Sul - Santa CatarinaFone: 47 3531-9000 - Fax: 47 3525-1975 - [email protected]

www.bremer.com.br

Caldeiras FlamotubularesCapacidade: 1 a 40 ton/h vaporPressão de trabalho: 10 a 23kgf/cm²

Caldeiras AquatubularesCapacidade: 10 a 120 ton/h vaporPressão de trabalho: 15 a 88kgf/cm²

Aquecedores de Fluído TérmicoCapacidade: 0,5 a 10 GKal/h

Sistema de Recuperação de Energia Térmica EcotermCapacidade: 1 a 40 ton/h vaporPressão de trabalho: 10 a 23kgf/cm²

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densidade básica média e estimativa da biomassa de madeira com casca.

A produtividade ener-gética da madeira é repre-sentada pela unidade tEP/ha, considerada como uma abordagem mais universal, pois expressa a produtivi-dade em toneladas equiva-lentes de petróleo (tEP), sendo assim, um indicativo de quantas toneladas de petróleo existe em uma tone-lada seca de madeira por unidade de área (hectare).

Analisando a Figura 1, observa-se que a produtividade energética obtida aos 24 meses após o plantio foi similar para todos os espaçamentos avaliados. Entretanto, aos 30 meses de idade, as maiores produtivida-des foram encontradas nos tratamentos de espaçamento mais adensado - 0,5m e 1,0m , produzindo até 42 tEP/ha.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (2010), a demanda energética bra-sileira em 2010 foi de 267 milhões de tEP e, sua evolução será tal que, deverá atingir 439 milhões de tEP em 2020.

Em 2008, ainda segundo o MME, o Brasil apresentou um índice de utilização de energias renováveis da ordem de 46% contra

apenas 20% do mundo, segundo a EIA – Internatio-nal Energy Outlook (2006).

Portanto, a produção de biomassa florestal, baseado nos SFCR’s tem grande potencial para se tornar uma atividade importante no setor de geração de ener-gia, mantendo o Brasil em uma posição de destaque internacional na utilização de fontes alternativas. Mas, para isso, devem ser resolvi-das as questões silviculturais

e socioambientais que envolvem a implan-tação desta cultura no país, pois se trata de biomassa renovável, com geração de renda, inserção social e baixa emissão de gases de efeito estufa.

Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP/NEMPA

www.nempa.com.br

Figura 1: Produtividade energética em função do espaçamento e das idades de colheita.

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Atuando no setor metal mecânico a mais de 17 anos, a empresa tem como foco principal o segmento de fundição de metais como; ferro cinzento, nodular nas ligas normas ABNT e alumínio. Alta tecnologia, laboratórios especiais para análise metalograficas para garantia e controle de qualidade dos materiais e mão de obra altamente qualificada garantem a nossos equi-pamentos maior precisão e durabilidade.

Com a visão voltada para o futuro em 2005, a empresa investiu forte na fabricação de produtos desenvolvidos em sua Engenharia, tais como:

Equipamentos para oficinas e concessionárias de motos: • Elevadores Hidráulicos e Pneumáticos• Expositores de motos elétrico• Desempenadora/alinhadora de rodas• Desmontadora de pneus eletrica e manual

Para os setores Florestal, Madeireiro e Construção Civil, a empresa conta com uma linha exclusiva de produtos que tem o melhor desempenho do mercado:

• Picadores a Tambor para biomassa• Repicadores de resíduos florestais• Transportadores para biomassa• Maquinas para Serraria

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A Metalcava tem como missão buscar a plena satisfação de clientes, colaboradores, fornecedores e comunidade.

A Metalcava

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O futuro do agronegócioSoluções sustentáveis elevam o índice de produtividade agrícola promovendo harmonia da atividade com o meio ambiente

Muito se fala sobre os investimentos do poder público e privado em busca da melhoria das condições ambien-tais, preservação da biodiversidade, gestão de terras e o combate às alterações climáticas. Na atividade agrícola,

que representa 26,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, a pauta não poderia ser diferente. A New Holland, que mantém o selo mundial “Líder em Energia Limpa”, trabalha em busca de soluções sustentáveis para sua atividade, oferecendo equipamentos e serviços que possibilitem o desenvol-vimento de uma agricultura moderna.

O selo “Líder em Energia Limpa” coloca no objetivo da marca o desen-volvimento de produtos acompanhado da preocupação ambiental. Segundo o Índice de Sustentabilidade Down Jones, a Fiat Industrial – empresa for-mada em 61% pela CNH, holding do qual a New Holland faz parte – atingiu 81 pontos pelas ações que envolvem sustentabilidade, enquanto a média das companhias é de 49 pontos.

Exemplos da preocupação que envolve a atuação da New Holland são ações desde a monitorização das emissões de carbono, passando por projetos de cogeração de energia, plantio direto, até o projeto de um trator alimentado a hidrogênio NH2™ - uma ideia inovadora e futurística de autossuficiência energética.

Nem tão futurísticas são as ações que a marca está viabilizando no Brasil: as pesquisas na área de bioenergia, que utilizam como fonte de biomassa a palha da cana-de-açúcar e a madeira, já rendem resultados. Na primeira, a marca une o conceito de biomassa ao agronegócio, viabilizando um projeto que permite gerar energia renovável através da palha da cana-de-açúcar.

O segundo projeto, realizado em parceria com a Universidade Federal Paulista, campus de Botucatu, prevê a colheita de árvores em condições de plantio adensado para geração de bioenergia.

Além disso, a marca sai na frente e já disponibiliza equipamentos de plantio que podem enquadrar-se no programa Agricultura de Baixo Carbono do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O novo ABC do agronegócio

O desafio proposto pelo programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é criar alternativas de produção agropecuária com baixos danos ao meio ambiente. Lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento (MAPA), o programa oferece condições especiais de crédito para produtores que quiserem inscrever projetos com capacidade de reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

A novidade é que agora o ABC também pode ser utilizado para aquisição das máquinas, que também estão vinculadas ao Finame. Soluções simples de manejo, como o plantio direto, que consiste na semeadura direta na palhada da cultura anterior, são o caminho para desenvolver a produção de acordo

com o rumo tomado pelo consumo mundial. Para operar nessas condições, o sistema de plantio é diferenciado, pois exige que as plantadeiras cortem a palha para formação do sulco, além de inserir simultaneamente a semente e o adubo. A prática do plantio direto, como é conhecido este tipo manejo do solo, gera racionalização dos insumos agrícolas, seguindo os princípios de conservação natural. De acordo com o MAPA, hoje são 25 milhões de hec-tares cultivados com plantio direto e, com o incentivo do projeto, o objetivo é ampliar a área para até 33 milhões. Além das plantadeiras capazes de fazer o plantio direto, a New Holland disponibiliza um conjunto de soluções, ofer-tando motores do tipo B5, ou seja, capazes de operar com até 5% de biodiesel.

Floresta comercialmente ecológica

O oxigênio liberado pelas árvores no processo de fotossíntese também é considerado aliado no combate à redução dos gases causadores do efeito estufa. Por isso, uma das vertentes da Agricultura de Baixo Carbono é o incentivo ao plantio de florestas, como de eucalipto e pinus, que são comer-cialmente importantes no mercado brasileiro.

A previsão do MAPA é de que até 2020 a área destinada ao plantio de flo-restas cresça 50%, saindo de 6 milhões de hectares para 9 milhões de hectares. O Brasil hoje possui a maior área de floresta plantada do mundo, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF).

Em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu (SP), a New Holland está testando a colheita de plantas de até dois anos, que são plantios de curta rotação conhecidos hoje como “Flores-tas Energéticas”, para geração de energia a partir da queima direta ou para fabricação de briquetes e pellets.

Biomassa de cana-de-açúcar

A New Holland atua ainda com um projeto que envolve a utilização de biomassa da palha da cana-de-açúcar para geração de energia por sistemas de cogeração e etanol de 2ª geração. Em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o projeto está baseado na aplicação de enfardadoras de fardos gigantes. Desenvolvida desde maio de 2010, a pesquisa apresenta resultados favoráveis.

A produção da bioeletricidade tem uma série de vantagens: é um recurso renovável, que polui menos, tem risco e prazo de execução menor, maior facilidade em estimar a energia a ser gerada, além de diversificar, mais ainda, a matriz energética nacional.

Quando se fala na produção de etanol de 2ª geração, a perspectiva é que em 2014 o processo contribua para o abastecimento da Bioflex, empreendi-mento da Usina Caeté e da GraalBio Investimentos em Alagoas, e que será a primeira usina de etanol 2G do Brasil.

Por Samir de Azevedo Fagundes, responsável pelos projetos de biomassa desenvolvidos pela New Holland

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No Brasil, recentemente, muita atenção tem sido dada a espé-cies do gênero Eucalyptus sp e Pinus sp, para a produção

de biomassa para energia, seja na forma de madeira roliça, cavacos de madeira, brique-tes e atualmente, pellets. Pouca atenção tem sido dada a uma espécie que pode se tornar a base de uma grande opera-ção de produ-ção de bio-m a s s a p a r a energia, o nosso tão conhecido e comum, bambu (Figura 1).

E x i s t e m varias espécies d e b a m b u s , inclusive nati-vos no Brasil, mas especifica-mente o Bam-busa vulgaris , parece ser o mais adequado para o estabe-lecimento de plantios em larga escala para diversos fins. O Bambu se presta a diversas aplicações e usos, prin-cipalmente, no meio rural Brasileiro onde é utilizado inclusive para a delimitação das propriedades rurais. Em Minas Gerais, por exemplo, é possível se ver o bambu plantado em renques ou faixas nas encostas ou ao longo e nos topos dos morros, sepa-rando propriedades rurais. Muito utilizados também em cercas, nas hortas e locais de

criação de galinhas e de pequenos animais, como escoras para plantações de tomates e outros hortigranjeiros bem como em cons-truções rurais e galpões para secagem de folhas de fumo.

Em São Paulo, a Champion, Papel e Celulose, hoje International Paper, passou por uma fase em que testou o plantio e o uso

do bambu na produção de celulose e papel, posteriormente substituído pelo eucalipto. Em Cataguazes, Minas Gerais, a Cia Mineira de Papéis, pertencente ao Grupo de Empre-sas Reunidas Matarazzo, realizou também o plantio de bambu na região para utiliza-lo na produção de papel. Na Bahia, a Cia de Papel Santo Amaro, implantou grandes plantios de bambu para a produção de celulose e papel. No entanto, o maior plantio de bambu exis-

tente no Brasil é o do Grupo João Santos, rea-lizado em Coelho Neto no Maranhão, para fornecer a matéria prima para a produção de sacos de cimento e cartões de tretapak para embalagens de leite. Foram inicialmente plantados 20 mil hectares de Bambusa vul-garis, a espécie escolhida pelo Grupo João Santos como a mais adequada para o supri-

mento da maté-ria prima dese-jada, celulose de fibra longa. Provavelmente h o j e , d e v e m existir na região em torno de 60 mil hectares de plantios de bambu em uma área de apro-x i m a d a m e n t e 200 mil hecta-res que pertence ao Grupo João Santos . Uma área, portanto, com um grande potencial para o estabeleci-mento de uma grande empresa

consumidora daquela matéria prima como, por exemplo, uma fábrica de pellets.

Em Porto Feliz, São Paulo, existe uma pequena fábrica de pellets, a PelletBraz, que tem testado várias matérias primas na pro-dução de pellets. Recentemente, foi testado com sucesso o uso de cavacos de Bambusa vulgaris na produção de pellets, experiência bem sucedida e que forneceu um produto

BIOMASSA PARA ENERGIA:a hora e a vez do Bambusa vulgaris

Por Laercio Couto - [email protected]

Figura 1. Plantação de bambu ao longo de rodovia no Estado de São Paulo

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de boa qualidade (Figura 2).

A análise química dos pellets produ-zidos experimentalmente com cavacos de Bambusa vulgaris pela PelleBraz em Porto Feliz, São Paulo, evidenciaram umidade relativa em torno de 6,85%, poder calorífico superior de 4.780 kcal/kg, poder calorífico inferior de 4.476 kcal/kg, poder calorífico útil de 4.130 kcal/kg, teor de cinzas de 1,93% e uma densidade a granel de 658,3 kg por metro cúbico. Estes resultados indicam claramente que os pellets desta espécie de bambu se prestam perfeitamente a utilização como fonte de energia faltando no momento a análise de cloro, infor-mação extremamente importante quando se trata do uso desses pel-lets em plantas com caldeiras susceptíveis ao efeito desse elemento químico.

Do ponto de vista silvicultural e de

tratos culturais, não existem maiores pro-blemas para a implantação e manutenção

de plantações de bambu, principalmente, o Bambusa vulgaris em plantações comerciais como a existente em Coelho Neto, no Mara-

nhão. Atualmente, o gargalo existente reside na sua colheita uma vez que não existem

ainda, equipamentos desenvol-vidos especificamente para essa operação. A BioSystems Austrália, que desenvolveu um novo con-ceito para a colheita de plantios adensados de eucaliptos clonais para energia, pretende desenvol-ver também um sistema de colheita para o bambu. Enquanto isso, algumas empresas têm oferecido propostas que, apesar de não cons-tituírem ainda a melhor solução, conseguem realizar as operações de colheita, cavaqueamento e transporte em três etapas, diferen-temente do sistema Australiano que colhe e cavaqueia ao mesmo tempo.Laercio Couto, Ph.D. Presidente da RENABIO – Rede Nacional de Bio-

massa para Energia - Membro do Board da WBA – World Bioenergy Association - Consultor da CNA – Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária - Professor Adjunto da Faculty of Forestry – Univer-sity of Toronto.

Figura 2. Pellets de Bambusa vulgaris produzidos experimentalmente pela PelleBraz em Porto Feliz, São Paulo

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A UFV ganhou mais uma instalação moderna para atividades de ensino, pesquisa e extensão, com a inauguração do Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (Lapem). Vinculado ao Departa-mento de Engenharia Florestal (DEF), ele ocupa um espaço que foi ampliado e reformado sob a coordenação da Pró-Reitoria de Administração. Ao antigo laboratório que funcionava no local foi acrescentada uma área de cerca de 1.100 metros quadrados, distri-buídos em dois pavimentos.

Neles estão instalados, dentre outros espaços, laboratórios de bionergia e anatomia, salas de armazenamento, carbonização, ins-trumentação, gabinetes para bolsistas, biblioteca e sala de reuniões.

O Lapem terá como chefe o professor Benedito Rocha Vital e será voltado para a tecnologia da madeira. Ele vai atender aos estu-dantes de graduação e pós-graduação de Engenharia Florestal e de outros departamentos que atuam na área. Durante a cerimônia de inauguração, o professor explicou que as atividades do laboratório se concentrarão, especialmente, em duas vertentes de pesquisas desenvolvidas pelo DEF: a do carbono vegetal e a dos painéis de madeira. “Essas pesquisas estão atendendo à demanda da população de melhorar o aproveitamento da madeira produzida pelas nossas florestas”.

Para o chefe do DEF, professor Ismael Eleotério Pires, o Lapem vem se somar às demais estruturas do Departamento que, atualmente, conta com 17 laboratórios e cerca 450 estudantes de graduação e pós-graduação. O diretor do Centro de Ciências Agrá-rias, professor Sérgio Hermínio Brommonschenkel, se revelou feliz com a inauguração do laboratório, que, em sua opinião, reforçou a tendência de atuação do CCA em áreas estratégicas, como a da energia da madeira.

A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares demonstrou seu desejo de que o novo laboratório seja um local que gere muita pes-quisa e traga resultados importantes para o país. Ela lembrou que o papel da Universidade é passar para a sociedade tudo o que produz e chamou a atenção para a necessidade de se ter um desenvolvimento sustentável. “Precisamos produzir, mas é importante que as florestas e as águas sejam preservadas. Este é um desafio”.

Diversas autoridades acadêmicas estiverem presentes a inaugu-ração, bem como profissionais de empresas florestais e convidados.

Fonte: SIF

UFV inaugura Laboratório de Painéis e Energia da Madeira

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ARTIGO

A matriz energética brasileira – energia ofertada à sociedade para produzir bens e serviços – é uma das mais limpas do mundo, com forte presença de fontes renováveis de energia. Enquanto no Brasil as renováveis têm mais de 45% de participação, no mundo esse percentual não passa de 13%. Nos países ricos, não passa de 8%.

Os benefícios de uma matriz energética limpa se traduzem em reduzidas emissões de partículas pelo uso de energia e sustentabili-dade da economia. Enquanto o Brasil emite 1,4 tonelada de dióxido de carbono (tCO2) por tonelada equivalente de petróleo (tep), no mundo, esse indicador é de 2,4 tCO2/tep. Em alguns países com forte presença de fontes fósseis (óleo, gás e carvão mineral) em suas matrizes energéticas esse indicador passa de 3 tCO2/tep.

Além disso, o Brasil conta com mais de 86% de fontes renová-veis (80% de hidráulica e 6% de biomassa e eólica). No mundo, a participação média da energia hidráulica atinge 16%.

De acordo com os estudos de expansão do suprimento de ener-gia realizados pelo Ministério de Minas e Energia, estima-se que a economia brasileira cresça a 5% ao ano, entre 2010 e 2020, o que vai exigir investimentos significativos na infraestrutura energética.

Estão previstos inves-timentos de R$ 1,080 bilhões na expansão ener-gética, sendo 63% na área de petróleo e gás, 22% na área de energia elétrica e 15% na área de bioener-gia. Tais investimentos representam 2,6% do PIB acumulado no período, ou 12,1% dos investimentos acumulados.

Fontes:

Plano Decenal de Expansão de Energia - http://www.epe.gov.br/PDEE/Forms/EPEEstudo.aspx

Estudos Econômicos e Energéticos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - http://www.epe.gov.br/Paginas/default.aspx

Ministério de Minas e Energia - http://www.mme.gov.br/mme

Matriz brasileira

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Calendário de Feiras e Eventos

Biorefinery Brazil 2012 27 e 28 de novembro 2012

Hotel Blue Tree Premium Congonhas, SP/SPwww.paginasustentavel.com.br

Agrishow 201329 de abril a 03 de maio 2013

Pólo Reg. de Desenv. Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste - Ribeirão Preto - SP

www.agrishow.com.br

Seminário Energias Renováveis Brasil-Alemanha: aplicação de tecnologias para uso energético da

biomassa e biogás27 de novembro de 2012

Club Transatlântico - São Paulo / SP - Brasilwww.ahkbrasil.com

Ligna 2013 06 a 10 de maio de 2013

Hannover, na Alemanhawww.ligna.de

Seminário Internacional Frotas & Fretes Verdes11 e 12 de dezembro de 2012

Hotel Royal Tulip - Rio de Janeiro / RJwww.frotasefretesverdes.com.br

Fenasucro 201327 a 30 de agosto de 2013

Centro de Eventos Zanini - Sertãozinho - SP - Brasil www.fenasucroagrocana.com.br

Wind Energy LatAm 201328, 29 e 30 de janeiro 2013

Centro de Convenções Sulamérica - São Paulo / SP www.windenergylatam.com.br

Fiema Brasil: Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente

22 a 25 de abril de 2014Parque de Eventos - Bento Gonçalves, RS - Brasil

www.fiema.com.br

FEIRAS E EVENTOS

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NOTASLIGNA 2013

Evento mais importante para Indústria Madeireira do Mundo é lançado em Curitiba

Na edição 2013, a LIGNA terá o tema “Wonders in Wood”, com apresentações especiais de artistas jovens e comerciantes.De 06 a 10 de maio de 2013 acontece a maior feira para a madeira e a indús-tria madeireira do mundo: a LIGNA. O evento, que acontece em Hannover, na Alemanha, é o palco mundial do setor, e atraiu em sua última edição 90.000 visitantes profissionais, sendo 40% internacionais.O evento é multisetorial e abrange os mais importantes temas envolvendo madeira, indústria florestal, tecnologia, serraria, bioenergia, indústria de móveis e artesanato.“Para 2013 acreditamos repetir esses números, com as novas exposições e os novos setores na área de exposição, que estão despertando muito o inte-resse das indústrias”, explica Brena Bäumle, Diretora da Hannover Fairs do Brasil, empresa representante no Brasil da Deutsche Messe AG a promotora da feira. Ainda segundo ela, no evento há uma série de oportunidades para as empresas brasileiras buscarem parcerias e trocar tecnologias. “O mundo todo está muito interessado no Brasil e as empresas precisam aproveitar esse momento.”O lançamento da feira para a imprensa, empresas e indústrias brasileiras acontece no dia 21 de novembro, em Curitiba, Paraná. Segundo a Hanno-ver Fairs do Brasil, a escolha do local se deu devido à grande quantidade de brasileiros oriundos do Sul que participam tradicionalmente da LIGNA.A feira acontece a cada dois anos, sempre na cidade de Hannover. Há uma forte cobertura de imprensa especializada, na última edição 700 jornalistas de 43 países visitaram a feira.Edição 2013 valoriza a ARTEDurante todos os dias, a Ligna também vai destacar a arte em madeira. Com o tema “Wonders in Wood”, acontece no pavilhão central do evento uma

exposição comercial de jovens artistas e empresas que usam a madeira

como seu meio artístico.

A feira vai contar também com uma apresentação exclusiva da Young at Art trazendo um concurso mundial de talentos, que vai ser organizado pela Deutsche Messe AG, em parceria com a escola estadual de Bad Kissingen e com as associações alemãs Wood Turners e Wooden Toy Craftsmen.

O objetivo da LIGNA Young at Art, exposição iniciada na edição de 2010, é de mostrar os destaques do uso artístico da Madeira e fornecer suporte para jovens artistas, com o tema “Wood turning e craftspeople”.

“Destacando o trabalho em madeira de jovens artistas os organizadores e apoiadores da LIGNA buscam chamar atenção para o tema e abrir espaço para o diálogo em torno desse material”, explica Brena Bäumle.

Sobre a Ligna

A Ligna é uma feira profissional que acontece a cada 2 anos na cidade de Hannover. A última edição em 2011 contou com 1.765 expositores, vindos de 52 países. Desses, mais da metade eram empresas vindas de fora da Ale-manha, dos seguintes países (por ordem crescente): Italia, Austria, Espanha, China, Suiça, Dinamarca, Turquia, Suécia e Holanda.

Com 1 milhão de m² o Centro de Feiras de Hannover é o maior e mais com-pleto do mundo. A Ligna ocupou 13 halls, mais o espaço livre de demonstra-ção de máquinas. 130.000 m² foi a área vendida para estandes. Reuniu mais de 700 jornalistas de 43 países em uma ampla cobertura diária on-line do evento.

A Ligna 2011 atraiu ainda 90.000 visitantes oriundos de 90 países. Desses, os participantes estrangeiros representaram mais de um terço do total.

Mais uma vez, em 2013, a Ligna irá proporcionar aos seus expositores a oportunidades de abrir novos mercados, acompanhar os lançamentos mun-diais, cultivar sua base de clientes e gerar novos negócios. A próxima edição acontecerá de 6 a 7 maio 2013, com uma ampla gama de avanços, inovações e tendências emergentes nas indústrias da madeira e florestal.

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A energia é um dos fatores-chave no desenvolvimento econômico e social de um país. Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia, o consumo mundial de energia aumentará em pelo menos um

terço entre 2010 e 2035. A demanda será incentivada pelo rápido crescimento dos países não membros da Organização Comum de Desenvolvimento Econômico (OCDE), que serão responsáveis por 90% do crescimento da população, 70% do aumento da produção econômica e 90% do crescimento da demanda de energia no período citado. Neste grupo, destaca-se a China que, segundo essa estima-tiva, em 2035 consumirá 70% de energia a mais do que os Estados Unidos.

Para tanto, a energia adicional requerida não será fornecida somente por fontes de origem fóssil, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio. As questões socioeconômicas (emprego, renda, fluxos migratórios) e ambientais (mudanças climáticas, nível de poluição), os preços crescentes desses combustíveis fósseis, combinados com o esgotamento das reservas dos mesmos, têm feito com que haja grande interesse pela utilização de fontes renováveis de energia. Dentre estas, as de origem solar, eólica, hidráulica, geo-térmica, bem como aquelas derivadas de biomassa.

No Brasil, a biomassa é a principal fonte de energia renovável. Em 2011 correspondeu, aproximadamente, a 26% da oferta interna de energia do país, destacando-se os usos da cana-de-açúcar, da lenha e do carvão vegetal.

Como o país é um dos maiores produtores agrícolas e florestais do mundo, a quantidade de biomassa residual representa um depó-sito de energia que pode ser mais bem aproveitado, especialmente na forma de briquetes e péletes.

Os briquetes e péletes resultam da compactação de resíduos lignocelulósicos, e são utilizados na geração de energia na forma de calor ou eletricidade. O diâmetro dos péletes pode variar entre 6 e 16 mm, enquanto os briquetes possuem diâmetro superior a 50 mm. Podem ser produzidos a partir de qualquer resíduo vegetal, como, por exemplo, serragem e restos de serraria, casca de arroz, sabugo e palha de milho, palha e bagaço de cana-de-açúcar, casca de algodão, casca de café, soqueira de algodão, feno ou excesso de biomassa de gramíneas forrageiras, cascas de frutas, cascas e caroços de pal-máceas, folhas e troncos das podas de árvores nas cidades, dentre outros. As vantagens da compactação dos resíduos agrícolas e flo-restais são de cunho operacional, logístico, energético e ambiental.

Os briquetes e péletes são substitutos diretos da lenha em muitas aplicações, incluindo o uso residencial, em indústrias e estabele-

cimentos comerciais como olarias, cerâmicas, padarias, pizzarias, indústria de alimentos, indústrias químicas, têxteis e de cimento dentre outras.

No Brasil são produzidos cerca de 1,2 milhões de toneladas de briquetes por ano. Desses, 930 mil t são de madeira e 272 mil t de resíduos agrícolas como bagaço de cana, palha e casca de arroz, resíduos de caroço de algodão, dentre outros. A taxa de crescimento

da demanda de briquete é de 4,4% ao ano, o que demonstra sua importância potencial no mercado de energia renovável.

Quanto ao cenário de péletes de madeira, a demanda mundial está aumentando rapidamente devido à conveniência e facilidade de manuseio e transporte. Em 2010, o comércio mundial de combustí-veis sólidos a partir da biomassa (excluindo carvão vegetal) atingiu 18 milhões de toneladas. Mais de 90% desse total foi de péletes (40%), resíduos de madeira (25%) e lenha (25%). A Europa utiliza aproximadamente 85% do total produzido no mundo, ressaltando--se que somente a Suécia responde por 20% desse consumo.

Tais valores enfatizam a importância potencial dos resíduos das atividades agrícola, florestal e agroindustrial se aproveitados como substitutos parciais da lenha consumida no Brasil. Sendo assim, a produção de briquetes e péletes é uma opção para vários setores produtivos agregarem valor aos resíduos que atualmente são pouco aproveitados e ainda se transformam em passivos ambientais

Marcia Mitiko Onoyama (Doutora em Engenharia de Produção, Analista da Embrapa Agroenergia),

José Manuel Cabral de Sousa Dias (Doutor em Engenharia Química, Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia).

BRIQUETES E PÉLETES: VALORIZAÇÃO DA BIOMASSA RESIDUAL PARA GERAÇÃO DE ENERGIAPor Marcia Mitiko Onoyama e José Manuel Cabral de Sousa Dias

Aplicações dos briquetes e péletes (Fotos: Wikipédia).

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Komatsu Forest é o revendedor MORBARK no Brasil

Komatsu Forest é o revendedor exclusivo Morbark no Brasil. A marca Morbark é sinônimo de qualidade, carregando o conceito de melhores do mundo. A combinação Komatsu Forest e Morbark trazem para o Brasil um novo conceito em equipamentos para tri-turação dos mais diversos tipos de resíduos.

A Morbark, Inc., com sede em Winn, no estado norte-americano de Michigan, em mais de 50 anos de atuação vem inovando na fabri-cação de picadores, descascadores e trituradores de alto desempe-nho para os mercados florestal, de reciclagem e aproveitamento de biomassa residual.

Os equipamentos Morbark processam e convertem madeira e outros materiais reci-cláveis em produtos valiosos, úteis e ren-táveis.

Os trituradores Morbark podem ser utilizados na produ-ção de cavacos para celulose, mdf, osb, mdp, pellets, biomassa residual de florestas e na trituração da palha de cana, entre tantas outras aplicações.

A Morbark produz uma linha completa de flail (descascadores de correntes), picadores de árvores inteiras e resíduos do tipo disco e tambor, shredder, peneiras classificadoras, trituradores de alimen-tação horizontal e vertical e muitos outros produtos.

Pioneirismo

Com o sistema Quick Switch (Troca Rápida) é possível conver-ter o triturador de martelos para palha em um picador de facas para toras de eucalipto, sem tirar o rotor do equipamento, produzindo biomassa de alta qualidade, serragem ou cavacos para queima em

caldeiras, transformando o tempo de inatividade em lucro. A conver-são é efetuada em apenas uma hora, sem ferramentas especiais ou equipamentos pesados, praticamente dobrando as oportunidades de mercado, com um único triturador.

Os equipamentos Morbark possuem um pioneiro sistema inte-grado de controle (MICS - Morbark Integrated Control System), que possibilitam o monitoramento remoto de diversas funções da máquina, como pressões hidráulicas, temperaturas, sistemas de embreagem e outras funções. Tudo a partir de um PC no escritório ou no centro de serviços da Morbark. Esta opção tecnológica de ponta

para manutenção pre-ventiva, diagnóstico de desempenho e ajus-tes, esta disponível no portfólio de produtos Morbark.

O impulso para a inovação em todos os aspectos do negócio da Morbark mantém a sua avançada tecno-logia na vanguarda, explorando e cres-cendo continuamente em mercados emer-gentes, como o de

energia renovável a partir de biomassa.

A Morbark está constantemente refinando e expandindo as linhas de produtos para incorporar novas tecnologias que ajudam a abrir novos mercados.

A Komatsu Forest tem sede em Pinhais (PR) e mais nove filiais em todo território nacional, garantindo uma rápida assistência téc-nica ao cliente. Nossas filiais possuem estoque de peças de reposição e técnicos treinados na fábrica, garantindo segurança no momento da escolha pela marca Morbark.

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Florestal&Biomassa se consolida como evento de negócios

Um público de cerca de três mil pessoas visitou a 2ª edição de Florestal&Biomassa -Feira de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços-, que aconteceu de 19 a 21 de setembro, no Parque Conta Dinheiro, em Lages (SC), dando início ao pro-cesso de pré-vendas, com boas expectativas de geração de negó-cios nos próximos 12 meses, que se aproximam ao patamar de 15 milhões de reais, segundo informações colhidas na pesquisa realizada junto aos expositores. Esta pesquisa revelou, ainda, que cerca de 71% dos expositores tiveram suas expectativas correspondidas ou superadas e que todos os 59 expositores têm interesse em participar da 3ª edição, ainda sem data definida.

Foi lançado no mês de setembro o 1º Anuário Brasileiro das Indústrias de Biomassa e

Energias Renováveis.

A publicação está sendo distribuída em parceria com as principais universidades e associações do Brasil e também exte-rior, tais como UFV, RENABIO, IDEAL, entre outras. Participantes da ABTCP 2013 receberam exemplares do Anuário

e Jornal Brasileiro das indústrias de Biomassa através da parceria com a empresa MARRARI AUTOMAÇÃO que estava participando com estande no evento. Também foram distribuídos exemplares aos participantes do Fórum Brasil sobre Biomassa e Energia em Viçosa/MG, Congresso Florestal RS em Nova Prata/RS, Congresso Mercosul de Biomassa em Caxias do Sul/RS, Florestal e Biomassa Lages/SC.

Maiores informações: comercial@anuarioenergiasrenova-

veis.com www.anuariobiomassa.com.br

H. BREMER & FILHOS

Somos uma empresa que nos organizamos e nos especializa-mos para que a sua empresa alcance o objetivo de disponibilizar energia térmica com confiabilidade, segurança e menor custo.

A Filosofia da Bremer é utilizar o combustível nas condições que ele se encontra para não encarecer o custo do combustível. Nossa especialidade é com os combustíveis sólidos que passamos a inumerar com maior frequência a Biomassa com as seguintes características:

COMBUSTÍVEIS SÓLIDOSLenha em toras Serragem CavacoRefilos Casca de arroz Casca de café Maravalha Casca de amendoim Casca de cajuCasca de cacau Bagaço de cana Carvão vegetal E outros possíveis triturados

Para processar estes combustíveis na geração de energia tér-mica ou elétrica de sua empresa temos uma linha de equipamentos desenvolvida pela equipe Bremer com base na sua experiência no mercado de caldeiras desde o ano de 1946.

EQUIPAMENTOS:

Caldeiras Flamotubulares e Aquatubulares

•Grelharotativaoufixarefrigeradaaágua

•Vaporsaturadoousuperaquecido

•Produçãode1.000a60.000Kgv/h

•Pressãodetrabalhode10kgf/cm²a68kgf/cm

Aquecedores de Fluído Térmico

•Grelharotativaoufixarefrigeradaatravésdopróprioóleodo aquecedor

•Fabricadoemparedesmembranadasnoprocessodesoldacontínua por arco submerso

•500.000até10.000.000Kcal/h

•Baixocustooperacional

Mais informações: www.bremer.com.br

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NOTAS

BIOMASSABiomassa é toda matéria orgânica não fóssil, de origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de calor, seja para uso térmico industrial, seja para geração de eletricidade e/ou que pode ser transformada em outras formas de energias sólidas (carvão vegetal, briquetes), líquidas (etanol, bio-diesel) e gasosas (biogás de lixo).

Agência Petrobras de Notícias

•Projeçõesindicamque,em 2020, a geração de eletricidade por biomassa atingirá 20,1 GW de capa-cidade instalada.

Em 2010, a participação da biomassa na matriz energética brasileira foi de 31%, dos quais, 17,7%

de produtos da cana, 9,5% de lenha e 3,8% de outros resíduos. Para 2020, os estudos do Ministério de Minas e Energia mostram que a biomassa deve passar de 35% de participação na matriz.

As projeções indicam que, em 2020, a geração de eletricidade por biomassa atingirá 20,1 GW de capacidade instalada, respondendo por 11% da capa-cidade instalada total, contra 7,8 GW em 2010, e 6,6% de participação. A geração por bagaço de cana é a principal indutora do crescimento no período.

Fonte: Ministério de Minas e Energia

CONGRESSO MERCOSUL

DE BIOMASSA

E BIOENERGIA

PRODUTORES DO VALE DO CAÍ

SÃO EXEMPLO NA UTILIZAÇÃO DA BIOMASSA

O Case da Cooperativa dos Produtores Ecológicos de Cítricos do Vale do Caí, que encerrou o Congresso e um dos exemplos do uso de resíduos por compostagem. A Ecocitrus decidiu aproveitar os resíduos das propriedades de seus associados, incluindo o rejeito de uma empresa parceira dedicada a avicultura, para montar uma planta piloto de transformação da biomassa em Montenegro.

O objetivo é produzir, após testes científicos monitorados, um milhão de m3 de biogás veicular por mês. “Nós trabalhamos com a biomassa, aproveitamos a compostagem e os materiais dela derivados. Mas nosso foco exclusivo é a oferta de gás combustível veicular.

O ciclo de funcionamento de nossa planta piloto alcançou 96% de pureza no biometano. Agora, junto com os nossos parceiros, trabalhamos na engenharia financeira de instalação”, comemora o assessor técnico da Ecocitrus, Albari Pedroso.

Fonte: SINDIMADEIRA RS

O custo financeiro das catástrofes naturais triplicou nos últimos 30 anos e alcançou um total de 3,5 trilhões de dólares, segundo avaliação publicada pelo Banco Mun-dial e o governo do Japão. Nos últimos dez anos, o Banco Mundial financiou atividades relacionadas com catás-trofes naturais que permitiram salvar vidas em 92 países distintos por um valor próximo dos 18 bilhões de dólares.

São Paulo vai criar centro de biocombustível para aviação

A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo) quer incentivar as pesquisas em biocombustíveis para a aviação. A ideia é criar um centro de estudos sobre biocombus-tíveis em parceria com a Embraer e a Boeing e encontrar uma forma de produzi-los para avião em escala comercial. Hoje exis-tem pelo menos sete tecnologias para produzir combustíveis alternativos para aviões, de acordo com Alexandre Filogonio, gerente de projetos de combustíveis alternativos da Embraer. Algumas já estão sendo testadas até em voos intercontinentais (em agosto do ano passado, um Boeing atravessou o Atlântico abastecido por biocombustíveis). “O problema é a produção. A tecnologia hoje não dá conta de abastecer a frota disponível (24 mil aeronaves).” Segundo Mauro Kern, vice-presidente da Embraer para novos projetos de aviação comercial, os com-bustíveis “verdes” podem reduzir em até 80% as emissões de gases-estufa (já 70% menores do que eram á 40 anos). O setor aéreo mundial espera cortar as emissões pela metade até 2050.

Fonte: Sabine Righetti/ Folha.com

TRABALHO DE PESQUISADORAS DO CENBIO

É PREMIADO NO CBGCV 2012Fernando Saker

O trabalho “Comparação do Desempenho Ambiental de Alternativas para a Destinação de Resíduos Sólidos Urbanos com Aproveitamento Energético” foi premiado como melhor trabalho de sua sessão na modali-dade “Pôster” no III Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida de Produtos e Serviços (CBGCV 2012).

O trabalho foi elaborado pelas pesquisadoras Renata Grisoli e Cristiane Cortez e pela coordenadora Suani Coelho, do Centro Nacional de Referência em Biomassa (CENBIO), além de Gil Anderi da Silva e Anna Saraiva Schott.

O CBGCV 2012 foi realizado em Maringá (PR), de 03 a 06 de setembro. O tema do congresso foi “Novos Desafios para um Planeta Sustentável”.