JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

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PORTO VELHO ENSINA VIOLINO EM PROJETO D6 AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATERÁ CULTURA D13 LEI APROVADA GARANTE VAGA EM CRECHES D4 REDE SOCIAL EXISTE, SÓ NÃO FUNCIONA D7 0,50 R$ Saiba como participar em nosso site. Em destaque o movimento de preoteção aos animais que luta para regulamentar lei e a análise sobre as promessas não cum- pridas. Páginas D8 e D9 TENDÊNCIAS DEBATES & 2604-9000 FOTO: DIVULGAÇÃO Página D3 Página D16 ENTENDA O PLANO DO GOVERNO PARA SEGURAR EMPREGO CAREQUINHA FEZ 100 ANOS E TODO MUNDO FAZ A FESTA A Dra Adriana Brandão analisa proposta de redução de jornada e de salário. Palhaço mais querido do Brasil, que faria cem anos em julho, re- cebe homenagens do Brasil e do mundo, e aqui em São Gonçalo a programação é extensa. QUE NOTÍCIA VOCÊ QUERIA OUVIR DE SG? Responda e concorra a 5 livros de autores gonçalenses. Faltando pouco mais de uma ano para as eleições, prefeito não cumpre promessas de campanha, vive grave crise na Educação e foi duramente derrotado na Câmara, que rejeitou a legalização das vans. Páginas D3 e D5 Tel.: (21) 2601-7393

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Um jornal gonçalense com uma pitadinha de Brasil e de Mundo.

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São Gonçalo Rio de Janeiro Ano 3 Nº XX - Agosto de 2015 [email protected]

PORTO VELHO ENSINA VIOLINO EM PROJETO D6

AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATERÁ CULTURA D13

LEI APROVADA GARANTE VAGA EM CRECHES D4

REDE SOCIAL EXISTE, SÓ NÃO FUNCIONA D7

0,50R$

Saiba como participar em nosso site.

Em destaque o movimento de preoteção aos animais que luta para regulamentar lei e a análise sobre as promessas não cum-pridas. Páginas D8 e D9

TENDÊNCIASDEBATES&

2604-9000

FOTO: DIVULGAÇÃO

Página D3Página D16

ENTENDA O PLANO DO GOVERNO PARA SEGURAR EMPREGO

CAREQUINHA FEZ 100 ANOS E TODO MUNDO FAZ A FESTA

A Dra Adriana Brandão analisa proposta de redução de jornada e de salário.

Palhaço mais querido do Brasil, que faria cem anos em julho, re-cebe homenagens do Brasil e do mundo, e aqui em São Gonçalo a programação é extensa.

QUE NOTÍCIA VOCÊ QUERIA OUVIR DE SG?Responda e concorra a 5 livros de autores gonçalenses.

Faltando pouco mais de uma ano para as eleições, prefeito não cumpre promessas de campanha, vive grave crise na Educação e foi duramente derrotado na Câmara, que rejeitou a legalização das vans.

Páginas D3 e D5

Tel.: (21) 2601-7393

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JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD2

Uma publicação Editora Apologia Brasil Ltda. Travessa Lafaiete Silva, 463, Porto Velho - SG. Telefones: 9.6748-5204 Email: [email protected] - Editor-Chefe: Helcio Albano Fotos: Agência AB e Divulgação - Conselho Gestor: Marcelo Barbosa, Mauricio Mendes, Cristiana Souza Ano 3 Nº 20 AGOSTO de 2015 Distribuição Dirigida na Cidade de São Gonçalo FACEBOOK: www.facebook.com/jornaldaki <> SITE: dakidegonca.wix.com/jornaldaki

CULPA O PREGOEIRO...

Notícias quentes na hora da pausa

E la nave va...

Café com Política

NÃO COLOU 2 NÃO COLOU MESMO! Política A estratégia do governo em colocar “todos contra os vereadores” no caso da votação das vans foi um tiro no pé. Muito bem embasados, os vereadores barraram a proposta.

NÃO COLOUObrigados a se explicar, os vereadores acaba-ram expondo a incompetência e a omissão do Executivo em lidar com o transporte na cidade, ruim, caro e insuficiente.

No fim das contas, até as lideranças das vans cul-param o prefeito Mulim pela derrota. A batata que o Executivo jogou para a Câmara voltou quicando para as mãos do prefeito ainda mais quente. [email protected]

E o desenho político para 2016 vai ficando cada vez mais definido. Em julho o governador Pezão e o deputado e pre-sidente do PMDB, Jorge Picciani, anunciaram com pompa e circunstância o apoio à candidatura do também deputa-do José Luiz Nanci para a prefeitura de São Gonçalo.

Embora há quem acredite firmemente que a candida-tura de Nanci é um blefe apenas para marcar posição e negociar lá na frente um lugar ao sol para o seu grupo político. O próprio deputado gonçalense não estaria disposto em participar da peleja.

Já na última semana do mesmo mês foi o vereador Marlos Costa (foto) - este sim, candidatíssimo - a receber as bênçãos do vice--governador Francisco Dornelles, que é presidente do PP.

Marlos, que já está na nau do PSD, aos poucos vai costurando alian-ças de peso à sua candidatura.

POR DENTRO

O leitor Daki agora tem esse jornal e nossas mídias na internet para ficar bem informado. Através do blog, do facebook e do Youtube você tem à disposição 24 horas por dia nossos conteúdos.

Por Helcio Albano

Um dos assuntos que sempre estão em pauta é a grande quantidade de construções irregulares na cida-de. Apesar de não receberem aval da prefeitura para as obras, acabam se tornando “legais” por empresas pres-tadoras de serviços, como exemplo aquelas responsá-veis pelo abastecimento de água e esgoto e instalação de energia elétrica.

Para haver progresso econômico e social, é de vital importância que exista um crescimento organizado do município. O Plano Diretor de uma cidade é instrumento fundamental para seu planejamento, definindo a políti-ca de desenvolvimento e expansão urbana, buscando a proteção dos recursos naturais, em defesa do bem-estar da população.

Ao pensar nisso, elaborei Projeto de Lei que proíbe a expansão de serviços públicos essenciais, por parte das

concessionárias, em habitações localizadas em Áreas de Preservação Permanente, de Preservação Ambiental, em Faixas de Domínio de Rodovias, Ferrovias, Metrovias, em Faixas Marginais de Proteção dos rios – sob jurisdição do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), nas Faixas e Ser-vidões Públicas Federais e ao longo das torres e linhas de transmissão de alta tensão.

Um planejamento urbano bem desenvolvido é de grande importância para haver uma gestão ambiental adequada, pois ele valoriza sua conservação e aumenta a qualidade de vida da população, além de possibilitar maior progresso para a cidade.

Há anos sofremos com a falta de planejamento na ci-dade, e esse é um dos principais motivos para a situação que vivemos, com baixo crescimento econômico e desen-volvimento social. Vamos mudar isso e olhar para frente.

POR MARCO RODRIGUES, VEREADOR

Tribuna ParlamentarPlanejamento e Organização

+site Chutando cachorro morto: a banalização do mal no Brasil“(...) Mas o brasileiro ordinário assimilou duplamente o pior do pensamento aristocrático: Não apenas a violação dos direitos alheios consiste em algo banal, como a desigualdade social é justificada como um bem. Nosso passatempo predileto é chutar cachorro morto.”

Leia na íntegra o artigo do soci-ólogo Fabiano Barreto em nosso site. Tag: #fabianobarreto

Obras no Jardim Catarina são retomadas pelo governo do estadoO Governo do Estado retomou a nova etapa de obras de drenagem e pavimentação da bacia 8, do bairro Jardim Catarina. O serviço, executado pelo DER-RJ, integra o programa Bairro Novo de urbanização no local.

Batemos um papo com Francisco de Lima, ativis-ta da causa das pessoas com deficiência. “Avan-çamos, mas falta muito ainda”, disse.

Acesse:www.dakidegonca.wix/jornaldaki

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Vans: oportunismo derrotado na Câmara

D3ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

A PATACOADA DE MULIM

A Consolidação das Leis do Trabalho só au-toriza que as mudanças no contrato de traba-lho podem ser feitas se houver a concordância entre as partes, ou seja, empregador e empre-gado, e desde que não resultem em prejuízo ao trabalhador. Desta forma, qualquer altera-ção do contrato de tra-balho que não siga fiel-mente essa regra, não terá validade perante a Justiça. Essas condições são essencialmente cin-co: jornada de trabalho, horário de trabalho, função e localidade.

O salário, que tem três características principais: forma de pagamento, meio de pagamento e valor. Res-peitada a regra da CLT, vale dizer que tanto a forma como o meio de pagamento podem ser alterados, desde que, evidentemente, não re-sultem em redução do valor do salário.

PUBLICIDADE A nossa CLT, alguém

pode argumentar que ela permite ao empre-gador reduzir o salá-rio de seus funcioná-rios em caso de “força maior”, algo como uma grave crise econômica, por exemplo. De fato, lá há um artigo, o 503 que permite tal redução de no máximo 25% do va-lor. Porém, a Constitui-ção Federal, a lei maior do país, informa que o salário é irredutível, ex-ceto mediante conven-ção ou acordo coletivo de trabalho.

Redução de salários e jornada de trabalho, é possível?

Como a Constituição veio depois da CLT e, na hierarquia das leis, é mais importante que essa última, seu artigo 503 é considerado re-vogado, sem efeito (o que se chama, juridica-mente, de revogação tácita).

Mas acontece que em

julho, o governo federal encaminhou ao Con-gresso Nacional medi-da provisória que cria o Programa de Proteção ao Emprego e permite às empresas reduzir em 30% salários e jornada de trabalho de funcio-nários, mediante acor-do. No entanto, o go-verno complementará 50% da perda salarial com recursos do Fundo de Amparo ao Traba-lhador (FAT). O objeti-vo é manter empregos, benefícios trabalhistas e preservar os saldos do FGTS.

Para alcançar os obje-tivos, terá que preen-cher as seguintes CON-DIÇÕES: promoção de acordos coletivos e garantir a estabilidade no emprego no prazo acordado coletivamen-te junto às entidades trabalhistas e patronais. A partir do momento em que o país já está plenamente recupe-rado, voltam a valer as tratativas anteriores ao acordo, com salários e jornadas integrais.

Esperamos que tais medidas sejam eficazes e que mantenham a ca-pacidade de crescimen-to deste pais.

Mensagem do Executivo, que alteraria lei para liberar circulação das vans, não previa o ordenamento dos transportes no município

Olhar JurídicoPOR ADRIANA BRANDÃO

Em sessão tumultuada, vereadores rejeitam alteração da lei 425/2012

O discurso do transporte público a R$ 1,50 é muito tentador e ninguém em sã consciência seria contra a ideia. Mas o suposto ‘paco-te de bondades’ do prefei-to Neilton Mulim enviado para apreciação da Câmara não considerou uma coisa básica, que é o ordenamen-to do já caótico sistema de transportes de São Gonça-lo. O resultado foi a rejei-ção, no dia 29 de julho, da Mensagem do Executivo que liberaria o transporte alternativo complementar explorado por vans.

A prefeitura, que no ano passado baixou decreto criando o sistema de trans-porte complementar com tarifa reduzida, sofreu um duro revés em maio, quan-do a Justiça proibiu a circu-lação das vans em respeito à lei 425/2012, que deu às empresas de ônibus a ex-clusividade de exploração das linhas no município. Desta vez, Neilton Mulim propôs a revogação dos artigos da lei que garantem a exclusividade das empre-sas, mas sem especificar de que modo seria implanta-do o transporte comple-mentar e muito menos os seus itinerários. Foi exata-mente a isso que os 16 ve-readores se agarraram para rejeitar uma proposta que já continha diversas irregu-laridades jurídicas, sendo a mais grave o desrespeito a lei 8666 sobre licitações.

O prefeito Mulim, ansioso em atender as suas bases políticas e resolver parte do quiprocó que ele mesmo

SE LIGA!

Foto: Divulgação

A lei 425/2012 legalizou o monopólio do modal de transportes sobre rodas e, na prática, tirou do poder público a capacidade de gestão da mobilidade urbana. O PDTU é uma chance de acabar com essa distorção.

Trabalhadores mobilizaram suas famílias para acompanhar a votação

Foto: Divulgação

criou quando prometeu todos os transportes a R$ 1,50, ignorou a elaboração do Plano Diretor de Trans-porte Urbano (PDTU) que a própria prefeitura pro-move, se precipitando em apresentar uma mensa-gem à Câmara sobre assun-to que obrigatoriamente os vereadores terão que se debruçar até novembro. O

PDTU está sendo elabora-do pela Secretaria de Trans-portes em Convênio com a Coppe/UFRJ, e deverá ser entregue ao Ministério das Cidades ainda este ano.

Em não considerar o PDTU para um amplo de-bate sobre mobilidade urbana e uma possível re-vogação da lei 425/2012

que permite o monopólio das empresas de ônibus, Mulim criou uma grande cortina de fumaça em que novamente quem sai per-dendo são os trabalhado-res do transporte alternati-vo e toda a sociedade.

Numa área tão sensível como a de transportes, é inadmissível oportunismo.

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Por Helcio Albano

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JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD4

O assédio moral nas rela-ções de trabalho, segundo uma definição básica, é a ex-posição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedo-ras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas fun-ções. Isso não é um fenôme-no novo, mas ultimamente tem chamado a atenção do Ministério Público e da Justiça do Trabalho devido à grande quantidade de pessoas que procuram esses órgãos para se queixar.

Aqui em São Gonçalo a si-tuação é grave. Diversos tra-balhadores e trabalhadoras têm nos procurado para nar-rar as suas experiências de hu-milhações nos setores de tra-balho na prefeitura. Levamos os casos ao Ministério Público estadual que se sensibilizou com a situação e entrou com uma ação coletiva na Justiça de reparo de danos e inde-nização. Muitos adoecem, e pelo menos chegou ao nosso conhecimento três casos de suicídio de servidores tendo como causa o assédio moral.

Em abril, nós do Sindspe-f-SG, o Ministério Público e a Câmara, realizamos uma audiência Pública bastante produtiva que contou, in-clusive, com a secretária de Administração, Roseli Cons-tantino, que se comprometeu à época ficar mais atenta aos casos de assédio. Porém, não conseguiremos acabar com esse problema se não elabo-rarmos juntos uma legislação que coíba o assédio moral de uma vez por todas na admi-nistração, e para isso conta-mos com todos.

Assédio moral

PORROSANGELA

COELHO, SINDSPEF-SG

COLUNA DO SERVIDOR

Nota fiscal pode dar desconto no IPTU

Proteção animal espera prefeito

Lei busca garantir vaga em creche

São Gonçalo, cidade com aproximadamente 1,2 milhão de habitantes, não possui um programa de zoonoses (saúde veterinária) e muito menos uma política pública de proteção aos animais. Ainda não possui por-que a legislação, de autoria do vereador Marlos Costa que trata do assundo, hiberna na gaveta do prefeito à espera de regula-mentação.

Quem acompanha de perto o assunto são os ativistas do Movi-mento de Proteção aos Animais, que montaram um fórum per-manente de pressão para que o prefeito Neilton Mulim finalmen-te coloque na prática as ações de saúde, controle populacional e de cuidado aos animais aban-donados da cidade. “Esse tema é de extrema relevância social e de saúde pública. Atualmente contamos apenas com cuida-dores individuais que se sacrifi-cam pelos animais, às vezes até

Ativistas da cidade cobram do prefeito regulamentação de lei para início do programa de proteção aos animais

Mães trabalhadoras com renda familiar de até 3 salários são as principais beneficiárias da nova legislação

adoecendo e se exaurindo finan-ceiramente”, conta Mônica Sá, secretária do Forum Permanente de Proteção aos Animais, que se reúne uma vez por mês.

Para tentar amenizar o proble-ma e conscientizar a população, o grupo de ativistas criou um evento que promove a adoção dos animais em posse dos cui-dadores, batizado de “Campanha do Zé”, que ocorre regularmente na Praça do Zé Garoto. “Estimula-mos as pessoas a adotarem cães e gatos que estão sob responsa-bilidade dos cuidadores”, explica André Correia, que também par-ticipa do Fórum.

Enquanto a lei não vem, os ati-vistas se articulam. Em julho eles estiveram com membros da Vi-gilância Sanitária para discutir formas de combate a esporitrico-se, uma doença tipicamente de origem animal e muito comum entre cuidadores.

Lei apresentada e aprovada na Câmara em julho, de autoria do vereador Dudu do Catarina, pro-põe ao executivo a criação de uma ‘Bolsa Creche’ destinada às famílias com vulnerabilidade so-cioeconômica com filhos de até 3 anos de idade.

A ideia é diminuir os trans-tornos causados pela falta de vagas na rede pública munici-pal que ainda é um grave pro-blema, principalmente para as mulheres trabalhadoras que são obrigadas a largar o emprego quando dão à luz por não ter com quem deixar o filho com segurança.

Os requisitos para a aquisição do Bolsa Creche é a comprova-ção de que a mãe ou responsá-vel direto pelo filho estejam tra-balhando fora de casa, além de

É um jogo de ganha-ganha, tanto para o contribuinte, quanto para a prefeitura. Pro-jeto de Lei de autoria do verea-dor Alexandre Gomes propõe descontos de até 30% no car-

terem renda familiar inferior a três salários mínimos, para plei-tear uma vaga numa instituição de educação infantil conveniada à prefeitura, de preferência no próprio bairro onde moram.

O valor a ser pago por vaga disponibilizada será aquele bai-xado pelo Poder Executivo, a cada exercício, por intermédio de Decreto. “A educação infan-til é um desafio não só em São Gonçalo, mas em todo o país. O número de vagas ainda é muito insuficiente para a demanda. É um problema urgente a ser re-solvido e não podemos ficar de braços cruzados esperando uma solução, ainda mais quando se trata de nossas crianças”, disse Dudu.

Lei espera sanção e regula-mentação do prefeito Mulim.O médico veterinário Renato Pacheco e Mônica Sá na V. Sanitária

Alexandre: jogo de ganha-ganha

Dudu confia na sensibilidade do prefeito para sancionar a lei

Foto: Divulgação

Foto: Jornal Daki

nê do IPTU para o contribuinte que apresentar e comprovar gastos em serviços passíveis de recolhimento de ISS, que é um imposto municipal.

“De acordo com o valores

gastos em serviços com nota fiscal, o gonçalense pode en-trar com pedido de desconto do valor a ser recolhido pelo IPTU na Secretaria de Fazenda. Isso geraria um incremento na receita da prefeitura sem ônus para os cofres públicos.

O Projeto de Lei 088 tem previsão de ser votado pelos parlamentares ainda este ano.

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Page 5: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

D5ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

SÃO GONÇALO VOCÊ ENCONTRA AQUI

www.tvpontodevista.com.br

Investigações da Polícia Federal que começaram há 1 ano levaram a um esquema de desvio de di-nheiro do SUS em clínicas particulares conveniadas. Amarildo Aguiar é acusa-do de usar o seu cargo e sua influência na prefeitura para acobertar os crimes. O vereador teria embolsa-do cerca de R$ 2 milhões em propina de um total de R$ 9 milhões desviados du-rante 3 anos.

Ele foi preso no dia 16 de julho em sua casa sem esbo-çar resistência e levado para a carceragem da PF e depois transferido para o presídio em Bangu, onde cumpre pri-são preventiva.

Amarildo deve ser substi-tuído pelo ex-vereador Fael caso seja confirmado pela Câmara seu possível afasta-mento ou cassação.

Lula, grande amigo, enviou coroa de flores no seu se-pultamento. Abdias escre-veu quatro livros

FOCOEDUCAÇÃO

MEMÓRIA DAKI

Em Bangu

“Cada um de nós, contruir a nossa própria história”No dia 31 de agosto de 2009

falecia em São Gonçalo um dos mais importantes sindicalistas brasileiros: Abdias José dos San-tos, aos 76 anos. Alagoano, mi-grou para o Rio de Janeiro indo morar no Morro de São Carlos, onde iniciou sua militância polí-tica. Entre 1965 e 1968 foi presi-dente da Associação dos Mora-dores do Morro de São Carlos.

Com a ditadura, foi preso e posteriormente obrigado a viver na clandestinidade na Bahia. De volta ao Rio de Janeiro e já como metalúrgico, Abdias ajudou a reorganizar os trabalhadores no sindicato. Fundou a CUT, onde foi dirigente nacional além de ter sido um dos fundadores do PT e presidente do sindicato dos metalúrgicos de Niterói. Ele é co-

nhecido por ter criado o ‘barco de som’ , para mobilizar os trabalha-dores embarcados nos navios.

Abdias foi agraciado com as medalhas Pedro Ernesto e Tira-dentes, a mais alta comenda do estado. Ainda em 2009, a antiga estrada da Paciência, em Maria Paula, recebe o seu nome. No

seu enterro, no Cemitério São Miguel, compareceram diversas autoridades do estado e de Bra-sília. Uma curiosidade: depois de sua morte, descobriu-se que a senha de seu computador, com-prado em 2008, era Dilma2010. Enquanto todos especulavam, ele já sabia a escolha de Lula.

Foto: Divulgação

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Professores em manifestação em maio no Centro da cidade: parceria com Ministério Público pelo piso nacional

Informação foi do presidente da Comissão de Educação da Alerj, Comte Bittencourt

O presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittecourt, em encon-tro no dia 28 de julho com o presidente do Tribunal de Jus-tiça, Luiz Fernando Carvalho, e representantes do Ministério Público estadual, informou que este órgão entrou com re-presentação contra a prefeitura de São Gonçalo na Justiça pelo cumprimento da Lei 11.738/08 que fixa o piso salarial para os professores.

A reunião pôs em debate os municípios em situação idênti-ca a de São Gonçalo. “Acompa-nho a situação dos professores de São Gonçalo há mais de um ano e já realizamos duas au-diências na cidade para tentar resolver esse problema. O sa-lário dos professores do muni-cípio está 25% abaixo do piso nacional”, revelou.

Para Professores em início de carreira, a difrença é ainda maior e pode ultrapassar 60%. O piso nacional está fixado em

MP aciona Justiça contra prefeitura por piso salarial dos professores

R$ 1.917,78. Os professores, des-de o ínicio do ano, buscam com o Ministério Público uma saída para o impasse que provocou uma greve da categoria de três meses encerrada em junho.

CPI DA MERENDA

Outra dor de cabeça para o prefeito. Com assinatura de nove vereadores, está cogi-tada instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o contrato e os serviços prestados pela empre-sa Homebread à Secretaria de Educação. A empresa é respon-sável pelo fornecimento de merenda às escolas do municí-pio e recebe por ano R$ 22 mi-lhões para pestar os serviços.

A crise da merenda coincide com a contratação da Home-bread, que centralizou o forne-cimento. Este ano a situação se agravou, obrigando as esolas fecharem mais cedo por não oferecerem o que comer às crianças.

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Foto: Rafael Gonzaga

Abdias José dos Santos

Page 6: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

ANAIA Cansados de esperar a pre-feitura, moradores colocam a mão na massa e pavimentam a própria rua. Cabe desconto no IPTU, galera.

MUTUÁ Tudo muito bem, tudo muito bonito. Mas inaugurar pedra fundamen-tal para centro de esportes não é garan-tia de nada, viu prefeitura?

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD6

Nos [email protected]

Projeto ensina violino a crianças do Porto Velho

Conhecendo para mudar

Um projeto está mudan-do a vida de crianças ca-rentes. Através da cultura, 15 crianças e adolescen-tes têm aulas gratuitas de violino na colônia de pes-cadores do Porto Velho. O projeto “Eu Sou + 1” ofe-rece aulas a cada 15 dias, conta com 10 voluntários e é mantido com doações. Os atuais oito violinos já não são suficientes para atender as 15 crianças e adolescentes e, por isso, a ideia é ampliar o projeto.

O idealizador do projeto e um dos coordenadores do Eu Sou + 1, Daniel Frei-

Iniciativa foi abraçada pela comunidade que busca ajuda para construi sede do projeto

re, diz que todo começou como um desafio: “A ideia surgiu para se quebrar um paradigma de que instrumentos de sopro ou de cordas como o violino não servem para serem tocados em comunidades carentes. Isso é um mito, a prova é que as crianças já estão tocando”, revelou Freire, que é ex-pescador da comunidade.

Vivian Cordeiro, profes-sora de violino, considera o projeto um presente: “Está sendo maravilhoso trabalhar com essas crian-ças”, disse.

Daniel, 15 anos, quer ser músico profissional

Reprodução TV Record

Separe o lixo em casa que uma cooperativa pega

Nós estamos acostuma-dos, sempre quando se fala em reciclagem, em lembrar daquelas lixeiras coloridas que recebem cada uma um tipo de resíduo sólido descartado. Hoje as coisas estão muito mais fáceis para quem quer contribuir com o meio ambiente de maneira consciente e res-ponsável.

Não é necessário obter

essas lixeiras coloridas, basta colocar em sacos diferentes os dois grupos de lixo descartado, seco e úmido. Entende-se por lixo úmido restos de ali-mentos e guimbas de ci-garro. O resto tudo é reci-

Você ao mesmo tempo ajuda a desenvolver a reciclagem e contribui com o meio ambiente

clável. Lembre-se que não se deve lavar as garrafas e potes que serão recicla-dos, simplesmente tire o excesso de comida.

E para facilitar ainda mais a nossa vida, uma vez por semana o Albergue da Mi-sericórdia coleta material reciclável em 17 bairros de São Gonçalo, permitindo a reciclagem sem sair de casa. Entre em contato com o Albergue pelo tele-fone (21) 2601-5015 e ve-rifique se o seu bairro está na lista. Pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes devem ter destino espe-cial, geralmente o próprio local de compra.

O Albergue da Misericórdia recolhe o lixo em casa

É de grande importância para o cidadão o conheci-mento político. Este deve ser transmitido desde sua infância, resultando em um boa formação de caráter no seio familiar e que será benefício para a sociedade ao longo da vida. Infelizmente, nem todos têm acesso à essa educação mínima e adequada.

As muitas deficiências no sistema educacional, na saúde, na estrutura pública em geral, causam pre-juízos ao longo do tempo, afetando várias gerações. Para que ocorra uma mudança na educação cidadã, é preciso existir um projeto político/social que valorize a participação dos cidadãos nas decisões e no cumpri-mento das leis impostas à determinada sociedade.

Mas não basta somente um projeto político/social, é preciso despertar o envolvimento do jovem, fazendo--o sentir que a educação o leva a um entendimento para modificar as realidades de seu dia a dia. É neces-sário o envolvimento dos jovens com as questões po-líticas e sociais, não apenas em épocas de eleições. Por isso a importância de uma educação de qualidade, que faça o jovem crescer consciente de sua participa-ção social, rejeitando assim esse ASSISTENCIALISMO que é uma herança maldita em nossa cidade.

Somente dessa forma colocaremos fim nas recla-mações, e a população, outrora jovem e agora devi-damente educada e politicamente conscientizada, estará apta a efetivamente buscar soluções. E quan-do chegar a hora de escolher um candidato, saiba usar este que é sua maior ferramenta de transforma-ção, o VOTO.

Buscamos uma sociedade mais justa e igualitária.

DIREÇÃO ROSEMARY FRUCTUOSO

COLABORE: 9.9241-6791 ou 9.8282-2185 FAÇA-NOS UMA VISITA: 21-2712-1040 / 2712-0750

Meu bairro, minha rua

POR MARCELO BARBOSA

Page 7: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

D7ANO III Nº XX AGOSTODE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

“Apesar da crise”, crise pra quem cara pálida?

Mercado de imóveis sofre baixa em SG

É sabido que a grande im-prensa não gosta do gover-no e muito menos do Brasil, ficando anos e anos marte-lando em nossas cabeças in-formações que, no mínimo, não condizem com a verda-de dos fatos.Isso acontece principalmen-

te com a economia, onde para anunciar um bom resul-tado, essa mesma imprensa usa o “apesar da crise”. Agora mesmo foi anunciado pela GM Motors investimentos de R$ 13 bilhões no país além de recordes em passagens aéreas durante as férias. Me-nos gente, menos.

O Jornal Daki fez uma con-sulta informal a alguns cor-retores e constatou o que já é visível passando nas ruas. O número de imóveis resi-denciais e comerciais para locação aumentou por deci-são de inquilinos em mudar devido a queda da renda. Os imóveis comerciais seguiram lógica parecida.A ‘bolha’ imobiliária criada

com o super aquecimen-to do mercado a partir de 2008 dá sinais de murchar, com tendência de baixa nos preços, tanto de loca-ção como de venda. Esse cenário deve durar pelo menos por 3 anos.

Juristas questionam Operação Lava JatoPrática indiscriminada de prender para depois investigar pode consagrar a “dedoduragem” no Direito

A Operação Lava Jato, de longe a maior e mais ampla investiga-ção conduzida pela promotoria pública brasileira, pela primei-ra vez indicia e prende os mais poderosos empresários do país, políticos e altos funcionários da Petrobras. Num país notada-mente marcado pela impunida-de do colarinho branco, a socie-dade aplaude cada figurão que é detido e levado para a Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sérgio Moro.

Mas advogados e juristas veem desconfiados o desenrolar das investigações e o uso da delação premiada como fonte principal

A Grécia, que faz parte da União Europeia e compartilha a mesma moe-da, o Euro, não teve forças para se livrar das garras da Alemanha que exi-giu do pequeno país do Mediterrâneo tomar medidas econômicas draco-nianas. O premier grego, Tsipras (foto, com Merkel), levou as “condições” impostas por Angela Merkel a plebiscito que o rejeitou. Mesmo assim não adiantou. Sair da União Europeia seria a catástrofe total da Grécia.

de informações da polícia e da Justiça. Eles alegam que a maio-ria dos acusados estão presos abusivamente sem terem contra si prova material que justifique a prisão preventiva, que em al-guns casos já ultrapassa os sete meses de encarceramento. Fo-ram presos pura e simplesmen-te após serem citados em uma delação.

O juiz Sergio Moro, neste caso, abre um precedente perigoso para todo o país, institucionali-zando o famoso “prende primei-ro, investiga depois”. Na prática, seria o fim da presunção da ino-cência nos processos penais.

Sergio Moro, o juiz do Paraná que, na dúvida, manda prender

GIRO PELO MUNDO I Pobre Grécia

SEU BOLSO

necessidade da Assistência Social, quais mecanismos podem ser criados e de que forma construí-los.

A população gonçalen-se conta com uma rede de

proteção social que vem sendo potencializada ao longo dos anos principal-mente para as mulheres, crianças e adolescentes. Tive uma enorme satisfação em participar do seminário sobre o fortalecimento das redes de proteção à criança e ao adolescente e sobre os 25 anos do ECA, realiza-do pelo Núcleo Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Vio-lência Doméstica e Sexual de São Gonçalo (Neaca-SG), coordenado pela incansá-vel Marisa Chaves.

É lamentável saber, como relatou a Marisa, que “a maior parte dos atendi-mentos foi feita às crianças, meninas que sofreram abu-so dos pais biológicos e pa-drastos. O índice está cada vez maior em crianças com idade inferior a 5 anos”. Isso deve ser combatido com todas as nossas forças.

Cada voz deve ser ouvida, cada dor deve ser acolhida, pois a vida de cada pessoa é o seu bem mais precioso e deve ser respeitada por todos.

SOCIALIZANDO I Cristiana Souza

Temos assistido nas últi-mas décadas a um inten-so processo por parte dos conselhos municipais na perspectiva em pensar, dis-cutir, deliberar e fomentar a participação e controle so-cial na democratização da gestão de políticas públi-cas, sendo um espaço pri-vilegiado para o exercício da cidadania. Participar das Conferências é de extrema importância não somen-te para os profissionais da área da Assistência, Saúde e Educação, mas também para toda sociedade que tanto anseia por avanços e transformações nas áreas citadas.

Os conselhos são resulta-dos da conquista de mo-vimentos populares e da sociedade civil organizada, mas ainda hoje existem diversas lacunas que pre-cisam ser equacionados no intuito de proporcionar aos mesmos, condições de exercerem seu papel de interventor nas ações governamentais. São ques-

tões que permeiam seu desempenho, dificultando o desenvolvimento de suas funções.

O Sistema Único de Assis-tência Social (SUAS) hoje se materializa graças a respon-sabilidades compartilhadas com a União, Estado e Mu-nicípios. O controle social concede subsídios para po-der planejar onde existe a

Rede social existe, basta funcionar

Os conselhos são re-sultados da conquista de movimentos populares e da sociedade civil orga-nizada, mas ainda hoje existem diversas lacunas

(...) a maior parte dos atendimentos foi feita às crianças, meninas que sofreram abuso dos pais biológicos e padrastos.

Page 8: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

Quando vamos regulamentar a lei de proteção aos animais?

Gostaria de dar outro tom a este artigo, mas não consigo deixar de contabilizar as frustrações acumu-ladas ao longo do tempo. O movimento popular pela implantação da Política de Proteção Animal da cidade de São Gonçalo vem crescendo na tentativa de con-solidar uma política pública em favor do bem estar animal e dos cidadãos que se sensibilizam com o so-frimento dos animais abandonados nas ruas de nosso município.

Animados, comemoramos a aprovação da Lei 457/12 de autoria do Vereador Marlos Costa, que criava tal política e que fora sancionada e publicada no dia 05 de setembro de 2012. Alegria que durou pouco, pois há mais de dois anos aguardamos sua regulamenta-ção. Procedimento imprescindível para que a lei passe a vigorar. Esperávamos que o Conselho Municipal de Proteção Animal, previsto nela, fosse criado logo em seguida e que a fiscalização e a repressão aos maus tratos fossem colocadas em prática. Nada aconteceu.

Não nos dando por derrotados, continuamos as ar-ticulações com a nova gestão que já assumiu o exe-cutivo há mais de dois anos. Percorremos secretarias, gastamos horas ao telefone e reunidos em gabinetes,

mas o que temos até agora são promessas.

Sabemos que os movimentos sociais contam com avanços e retrocessos, com ganhos e perdas. Outras cidades, que já tiveram a política pública implantada, levaram décadas para reconhecerem a legitimidade da militância e da mobilização de sua comunidade em torno de um problema cuja solução é responsabili-dade do poder público.

Já passou da hora de termos ações concretas de con-trole populacional de animais de rua. Precisamos de respostas e de soluções para o resgate da dignidade de milhares de animais que passam fome, frio, apanham e são envenenados por serem considerados incômodos.

De desobrigar pessoas que se desgastam física e emocionalmente para acolher e cuidar de uma quan-tidade sempre maior do que suas possibilidades, esgo-tando seus recursos financeiros, prejudicando sua saú-de e ainda sendo considerados insanos por vizinhos e familiares que não entendem o grau de sofrimento que lhes é imposto pelas cenas horrendas que presen-ciam diariamente de animais mutilados, doentes e fa-mintos circulando pelas calçadas dessa São Gonçalo.

MÔNICA SÁ, Secretária Executiva do Fórum Popular de Proteção aos Animais

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD8

Mulim e o seumomento mágico

Quando Neilton Mulim, prefeito de São Gonçalo, aparece nas ruas da cidade, respirando o mesmo ar que o povão, é lindo. Um funcionário da Prefeitura anuncia a chegada de Mulim em alto e bom som, ale-gremente, mas ninguém o vê de imediato. Centenas de fogos de artifício estouram, as pessoas gritam de felicidade, sorriem e aplaudem, enquanto o suspense é mantido por alguns minutos.

A mulher mais simpática e falante da equipe de governo percorre o local distribuindo bolas brancas e azuis, as cores da cidade, primeiramente às crian-ças. Sem saber, elas têm a jovialidade roubada pelo fotógrafo que acompanha as entregas de bolas por todos os lados, para promoção posterior do evento. As crianças são contagiadas pela “tia” empolgante e, com bola na mão, sorriem naturalmente para a foto e propaganda perfeitas.

Os acostamentos das ruas ao redor já estão lotados de carros considerados de luxo pelo gonçalense pobre, veículos belos e caros pertencentes aos secretários, vereadores pró-governo e assessores de ambos que acompanham a comitiva. As ruas, aliás, antes foram preparadas pela equipe de manutenção trazida espe-cialmente para a aparição do Prefeito. O pessoal da limpeza capina, varre, arranca as faixas irregulares, pinta o meio-fio e os pontes de luz com velocidade incrível. O local, antes sujo e desamparado pelo poder público, de repente se transforma. Maravilhoso mes-mo é o caminhão enorme, luminoso, visto raríssimas vezes, que limpa as ruas de forma extraordinária por onde passa. Você se sente em Paris ou Nova York ob-servando esse caminhão.

Então Mulim surge caminhando, as pessoas o cum-primentam, todos o amam, cidadãos oportunistas, ignorantes e líderes comunitários analfabetos querem tocá-lo, conhecê-lo, ter uma fotografia ao seu lado pois um dia desejam ingressar na política gonçalense. Sorridente, o Prefeito os cumprimenta, sem exceção. Quando consegue chegar ao microfone, Mulim diz exa-tamente aquilo que o povo precisa ouvir. Ele critica o go-verno anterior, promete recuperar a Praça Chico Men-des, urbanizar o Alcântara, levar saneamento básico e asfalto a mais e mais bairros (sem mencionar que apro-veita verbas federais). Seus apoiadores iniciam uma salva de palmas, mais fogos são estourados, o povo se sente nas nuvens, apesar de absolutamente nenhum cronograma dos projetos prometidos ser apresentado.

Quando Mulim vai embora, o local volta a pertencer a São Gonçalo: restos de fogos de artifício ficam pelo chão, como também os copos plásticos distribuídos com água para as autoridades. Porque o atual gover-no não se preocupa de verdade com a cidade. Mas quando ele está presente é diferente, o momento é mágico. Ah, Mulim, você deveria aparecer mais vezes.

POR MARIO LIMA JR. Analista Político e Social

Um sopro de vida político ronda São Gonçalo

Os mais atentos ao noticiário internacional devem ter percebido que uma onda de mobilizações populares vem varrendo a Europa, principalmente a Grécia e a Es-panha. Tais mobilizações tem como ponto de partida o questionamento do modelo econômico que explora os mais pobres e mantem os lucros dos mais ricos.

Porém, as experiências do Syriza na Grécia, e do Po-demos na Espanha, aprofundaram as contradições e levaram os questionamentos para o campo político. A dicotomia entre esquerda e direita já não é impor-tante, o que está em jogo é a democracia represen-tativa.

Esse ano ocorreram as eleições municipais na Espa-nha, tendo saído como vitoriosos os partido “Pode-mos” e o partido “Ciudadanos”. Todo o programa foi construído pelos munícipes que, pela primeira vez, tornaram-se protagonistas no processo. Nestes go-vernos, os cidadãos estão sendo chamados a cons-truírem as políticas públicas, através das assembleias populares e dos círculos temáticos, elevando o status de cidadão a outro patamar.

Os questionamentos gerais que marcaram as jorna-das de junho de 2013 aqui no Brasil, também levam a crer que a democracia representativa também começa a ruir em nosso país. 2016 será a primeira eleição muni-cipal após as jornadas de junho e as vitórias do Syriza e do Podemos.

Em nossas terras, nenhum partido até o momento conseguiu captar os ventos que sopram do norte. O PT afogado no seu pragmatismo, parece fadado ao declí-nio total. O PSOL, com sua visão estreita de mundo, não dialoga com a ampla maioria da sociedade e fica preso no gueto ideológico.

Porém, o movimento Rede Sustentabilidade parece mudar os rumos com suas propostas de participação ci-dadã, utilização das novas tecnologias e protagonismo das cidades. Aqui em São Gonçalo, o Coletivo Rede São Gonçalo vem ganhando corpo com novos militantes para seu projeto de cidade em construção, através do diálogo com o poder público, sociedade civil e com os movimentos sociais, colocando o cidadão gonçalense como protagonista do processo político.

MATHEUS GUIMARÃES, Graduando em História - UFF

Page 9: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

ticipar de uma inauguração em São Gonçalo e responden-do a perguntas de repórteres, afirmou que não ia construir Linha 3 coisa nenhuma por-que não tinha ou não tem di-nheiro. Ora, bolas, então por que a promessa? Será que va-mos permanecer eternamen-te otários?

D9ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

Eternas promessasPOR DENTRO DOS FATOS

COM J. SOBRINHO

A maioria dos políticos anda perdendo a credibilidade por iniciativa própria. Isto porque, na ânsia de se elegerem pro-metem bem mais o impossível do que o possível. O caso da Linha 3 do metrô para São Gonçalo, é exemplo absurda-mente flagrante. Vários dos candidatos ao governo do Estado estiveram visitando o município e, como sempre, em busca de votos - o que é coisa normal, por se tratar do se-

gundo colégio eleitoral e com população de mais de um mi-lhão de habitantes.

Sérgio Cabral e Pezão foram

os mais recentes e todos pro-meteram a tal Linha 3; até a presidente Dilma teria desti-nado uma determinada verba para que a coisa se tornasse realidade. Pois bem, não faz muito tempo, Pezão veio par-

Não sei se foi o Maluf que, numa determinada época, andou falando que, “políti-ca é a arte de saber mentir”. Bem, deve ser a arte de po-líticos sem vergonha iguais a ele e outros. Político que é sério, com absoluta certeza, não procede dessa forma, que só serve para desgastar mais

ainda a própria classe.

Aqui, em São Gonçalo, tenho certa convicção de que o pre-feito Neilton Mulin tem como principal objetivo realizar uma administração capaz de corresponder plenamente os anseios da população. Pena que, ao prometer passagens a 1,50 nos transportes coleti-vos, se veja – de um momento para outro – num beco sem saída. Afinal, contrariar inte-

resses não é coisa tão fácil.

REGISTRO

Quero registrar a inaugura-ção da pedra fundamental do Centro Poliesportivo do Mutuá, uma antiga e justa reivindicação dos moradores daquele bairro.

J. Sobrinho é Jornalista

O caso da Linha 3 do me-trô para São Gonçalo, é exemplo absurdamente flagrante de promessas que não se realizam pelos políticos

Em uma visita a São Gonçalo Pezão afirmou que não ia mais fazer o metrô porque não tinha dinheiro. Ora, por que en-tão promete?

Agora Neilton Mulim se vê num beco sem saída ao ter prometido a pas-sagem a 1,50. Contrariar interesses não é coisa tão fácil

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Quem está desempregado, pode se candidatar a uma vaga a partir de agora pela internet através do portal “Mais Emprego” < maisemprego.mte.gov.br>

Secretaria de Educação do Estado, Professor - 2.105 vagas; Dataprev, Aprendiz - 23 vagas; Exército Brasileiro - IME, Engenheiro militar - 98 vagas; Prefeitura de Seropédica, Níveis Médio e Superior - 202 vagas; UERJ - Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro, Professor - 8 vagas; UFF - Universi-dade Federal Fluminen-se, Professor - 7 vagas.

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Vale a pena comprar um celular usado? Sim, vale, se você seguir al-gumas dicas importan-tes. Vamos lá.

1. Exija nota fiscal: não vale a pena adquirir um produto sem nota fiscal original. o docu-mento prova que o apa-relho não foi comprado de forma ilegal. Sem nota não há como con-seguir a cobertura da assistência técnica, se ainda estiver válida.

2. Cheque o estado do aparelho: Alguns ce-lulares usados apresen-tam riscos na tela, mas isso não é um motivo para desistir da compra, só é preciso ter cuidado para ver se eles interfe-rem no touch screen. Como essa peça é cara, ela precisa estar em per-feito estado. Outro cui-dado é com os amassa-dos, que podem indicar danos ao gadget.

3. Certifique-se que os acessórios são ori-ginais: Antes de fechar a compra, vale pergun-tar ao vendedor sobre os acessórios originais do celular. Se ele vai vir na caixa, com manual, fone de ouvido, carre-gador original e cabo de dados. Caso o dono tenha substituído al-gum desses itens, vale

questionar o motivo da troca.

4. Conheça o histó-rico do celular: Uma pergunta que deve ser feita na negociação é se o dispositivo já foi leva-do à assistência técnica, pois há chances de pro-blemas similares apare-cerem posteriormente. A bateria do gadget, por exemplo, tem vida útil e, dependendo do mode-lo, a reposição é difícil e cara. Use-o um pouco para ver se o nível de carga cai rápido ou não.

5. Pesquise preços: Para saber se vale a pena comprar um aparelho usado é preciso fazer uma boa pesquisa, não só nos classificados, mas também em lojas para saber se a economia realmente compensa.

6. Considere as fun-cionalidade do apare-lho: Não basta o apare-lho estar com o preço baixo, a funcionalidade que o gadget oferece precisa ser levada em conta. O que o consumi-dor deve mais levar em consideração é se o ce-lular foi pouco usado e se ele possui as funções de seu interesse, como uma boa câmera, acesso ao Wi-Fi e outras funcio-nalidades que mais inte-ressem.

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Como não poderia ser de outra maneira, a crise che-gou aos condomínios e os problemas se mutiplicam. A inadimplência chega a porcentagem alarmante dos 40% e há aumento em vários condomínios fican-do bem acima deste número. O que fazer?

Não há fórmula mágica. De um lado, pagar e do outro buscar soluções para diminuir o valor do rateio das despesas. Modernizar o sistemas de iluminação é uma das saídas, já que a conta de energia foi a que mais subiu. Verificar fornecedores mais baratos ou que aceitem negociar, sem perder a qualidade. Mais um desafio para prédios antigos ou que não tiveram o cuidado de ao longo do tempo se modernizarem ou se adequarem as normas atuais.

O rateio de contas, é a melhor definição da compo-sição da cota condominial. Se um não paga, a conta não fecha, já que todas as contas são divididas pela quantiade de unidades ou fração em sua totalidade. Se há cota extra e há inadimplência, não tem como fechar, cada morador ou propietário responde por sua unidade, mas faz parte de um todo.

Há tipos de inadimplentes: o ocasional até o crônico,

uns com uma conversa amigável resolve, outros só na cobrança judicial. Por isso a preocupação de ter um departamento jurídico focado nas questões condo-miniais. Já há penhora on line para ser mais rápida a cobrança, e já se permite colocar no Serasa/SPC...

A melhor maneira é cada um fazer a sua parte, quem está com dificuldades procurar conversar e ajustar uma forma de pagamento. União, respon-sabilidade, solidariedade é o segredo.

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Page 12: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

1. Na panela de pressão, coloque a batata, caldo de galinha, óleo, água e sal2. Cozinhe por cerca de 10 minutos, começar a contar o tempo depois que a panela co-meçar a chiar, até a batata desmanchar3. Em seguida, bata tudo no liquidificador4. Acrescente as rodelas de calabresa e ferva5. Desligue o fogo e adicione a couve manteiga6. Na hora de servir, coloque um fio de azeite ou croutons

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD12

Papo Reto

quanto refoga o arroz na ce-bola e no azeite, o caldo vai fervendo em outra panela. O perfume do prato muda quando acrescentamos o vinho, e toda a aura da cozi-nha se modifica. Um sorriso apareceu no meu rosto, ao ver aquele vinho na panela.

Eu me envolvi, provei cada etapa. O risoto foi se trans-formando diante dos meus olhos. A textura do arroz mudou completamente a cada concha de caldo de legumes que eu incluía na receita. O prato nascia

comigo, sabores surgiam vagarosamente, durante o exercício da mistura dos ingredientes. Um mistério, até mesmo para a mulher mística que combinava os elementos naquele movi-mento de alquimia.

A manteiga e o queijo al-teraram de vez meu risoto. Estava pronto para ser pro-vado, durante um almoço tranquilo. À mesa, com meu marido, televisão e telefone desligados, conversávamos e comíamos. Apenas.

Não sei se eu preparei o ri-soto ou se ele me modificou. Cozinhar me apontou cami-nhos. Abandonei a pressa. Despi-me de todos os papéis da minha vida para me dedi-car àquele momento. Ali es-tava eu, inteira.

Fazer um risoto é uma das coisas mais acuradas que existem. É preciso ser perse-verante. Desde a escolha dos temperos até o momento de servir o prato, o risoto é um grande exercício de paciên-cia e exige plena atenção. Ele demanda entrega, cuidado, dedicação.

A vida moderna, urbana principalmente, vem, ao lon-go dos anos, robotizando as pessoas. Vivemos escraviza-dos pelo relógio. O horário, o prazo de entrega, o ven-cimento, a meta vão rou-

bando um pedaço de nós, a cada semana, dia após dia.

Nosso sabor não tem apu-ração, nosso orgasmo tem limite, nosso olhar tornou-se um golpe de vista, a conver-sa, o abraço foram roubados de nós para que pudésse-mos produzir. Convence-ram-nos de que “tempo é dinheiro”. Resta saber quem é o dono do tempo que pro-duz o dinheiro para quem.

Hoje eu fiz um risoto de abobrinhas. Pensei no risoto bem antes de prepará-lo; eu me apaixonei por ele. Escolhi as abobrinhas e os temperos. Preparei o caldo de legumes, piquei as cebolas.

O risoto é um prato que, durante o preparo, você não pode parar de misturar. En-

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O risoto e eu Por Flavia Abreu, Professora e Blogueira

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4 batatas médias; 1 tablete de caldo de galinha; 1 colher (sopa) de óleo; 1 colher ( sopa ) rasa de sal ou a gosto; 5 xícaras (chá) de água; 1 xícara (chá) de couve manteiga cortada em tiras

Ingredientes

Page 13: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

D13ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIRO JORNAL DAKI a notícia que te interessa

CadernoNo Boaçu viveu e morreu, em 1998, aos 76 anos, Dege-nildo da Silva Pinto, mestre Arrais, segundo condutor e motorista, cuja função era transportar trabalhadores para os estaleiros e receber os navios. Página D16

PARCERIA EDITORIAL COM JORNAL DAKI FOLHA NATIVAOutra Forma de ver o Mundo. Outro jeito de Ler São Gonçalo

PLANO MUNICIPAL DE CULTURA

Degenildo, o herói que não morreu de overdose

Audiência: agora vai?alidade da gestão de projetos culturais, com critérios claros de criação e execução.

O que estará em discussão na audiência do dia 26, presi-dida pelo vereador Diego São Paio, será, claro, os motivos de tanta morosidade do poder público em fazer as modifica-ções necessárias no PMC para finalmente ir a Plenário da Câmara, aprovado e posto a funcionar pelo executivo. Será uma oportunidade, também, do reagrupamento de atores e forças culturais em nossa ci-

dade, já ensaiada no Fórum de Cultura realizado no dia 04 de julho, que reuniu nada mais, nada menos, que mais de 50 pessoas, numa manhã ensola-rada de sábado.

Sim, foi um longo caminho, mas logo ali está o arco-íris.

tabelece uma parecer lúcido e coerente sobre a realidade do texto apresentado. Desde então o PMC se encontra na Secretaria de Cultura à espe-ra das modificações sugeridas pela procuradoria.

Hoje, o cenário cultural sem o PMC está longe de ser pro-missor. O governo baseia suas ações em eventos pontuais de curto prazo que não lembram as promessas de campanha que defendiam o aquecimen-to do mercado de trabalho para setor, só possível com o PMC em funcionamento que, entre outras ações, prevê a profissionalização e impesso-

ACâmara de Ve-readores reali-za, no próximo dia 26 de agos-to, às 15, horas,

Audiência Pública com foco no Plano Municipal de Cul-tura (PMC) finalizado em 2010 mas que ainda não está em prática em São Gonçalo. Por quê?

Os planos municipais são uma antiga reivindicação dos agentes culturais em todo o Brasil, e começaram a tomar forma a partir de 2006 quan-

do o governo federal promo-veu e estimulou a sistematiza-ção do setor, que desembocou no Plano Nacional de Cultura (PNC), um dispositivo legal que determina o planeja-mento das ações culturais nos municípios e no país por um período de dez anos. O PNC

ficou pronto em 2010.

O PNC estabelece em cada município a criação de um Sistema Municipal de Cul-tura, uma espécie de carta compromisso assumida pelo município com o governo federal. Assinada pela antiga prefeita Aparecida Panisset e reiterada pelo então go-vernante Neilton Mulim, o documento é composto por 5 tópicos essenciais: Funda-ção de Artes, Conselho Mu-nicipal, Plano Municipal de Cultura, Fundo Municipal de Cultura e Núcleo Municipal de Informações e Indicadores Culturais.

No intuito de percorrer este caminho até a conquista de condições mínimas de fun-cionamento, a gestora Marilyn Pires, da Secretaria de Cultura, que liderava à época a elabora-ção do PMC, promoveu cinco encontros no município, um em cada distrito. Com base nas reivindicações da sociedade, o PMC foi finalizado e entregue à procuradoria do município no ano de 2011. No dia 03 de maio de 2013 o atual governo municipal recebeu o parecer N° 007/RTF/2013, expedido pelo Procurador Renan Tor-res Fernandes. O documento pontua nove fraquezas e es-

O PNC estabelece em cada município a cria-ção de um Sistema Mu-nicipal de Cultura, uma espécie de carta com-promisso assumida pelo município com o gover-no federal, assinada por Panisset e por Mulim

“Hoje, o cenário cultural

sem o PMC está longe de ser promissor. O go-verno baseia suas ações em eventos pontuais de curto prazo que não lembram as promessas de campanha que não forma cumpridas

Por André Correia

Fórum de Cultura realizado em julho no Abrigo do Cristo Redentor foi preparativo para audiência pública

Foto: Coletivo Jovens Comunicadores: Thamyris Almeida

Page 14: JORNAL DAKI, ED. 20 - AGOSTO DE 2015

vas indecorosas como se estivessem numa ópera italiana. Haja spray de romã com gengibre para resgatar as cordas vocais, escapeladas ao longo dos noventa minutos de bola rolando.

O juiz da partida, a mãe do juiz que apitaria a par-tida, integrantes da torci-da adversária, jogadores da equipe adversária, po-liciais que faziam a segu-rança, repórteres que co-briam o jogo... ninguém ficaria isento das provo-cações da Organizada do Gonçalense.

Uma das maiores puni-ções que podem ser apli-cadas a um Clube é fazê--lo jogar com os portões fechados à torcida. Jogo sem torcida não é jogo,

é treino; no máximo, um jogo-treino. Se não houver torcedor no jogo, pra quem e por quem o jogador vai entram em campo? Pra quem vai exibir sua chuteira verde musgo-néon-fluorescen-te? Pra quem vai dedicar o gol?

Apesar da equipe do Gonçalense ter sido su-perior à adversária (teve maior posse de bola e criou mais oportunida-des claras de gol) o jogo terminou 1x1. Ahhhh. Mas ficou comprovado que esse papo de que a torcida só quer ver gol não passa lengalenga.

O torcedor vai ao es-tádio para ver gol, mas também defesas acro-báticas do seu goleiro,

desarmes salvadores dos zagueiros, arrancadas quilométricas dos “vo-lantes”, dribles descon-certantes do seu camisa 10 e, finalmente, o gol, que no decorrer dos no-venta minutos... pode ser apenas um detalhe .

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD14

Do lado de cá do alambradoPor Édipo Ferreira

Em 23/05/2015 fui ao Estádio de futebol Alzi-ro de Almeida (Alzirão), Itaborai, para assistir a Gonçalense F.C x Ame-ricano, num jogo válido pela quinta rodada do Carioca Série B.

Às duas e cinquenta da tarde, torcedores do Tricolor afinavam sur-dos e tantãs. Em menor número, a torcida do time adversário se aco-modava num canto que lhe era destinado na ar-quibancada. A imprensa posicionava as câmeras, testava os microfones e averiguava a escalação das equipes. No grama-do, os jogadores aque-ciam enquanto o trio de arbitragem conferia as condições da bola, das redes e do gramado.

As três, o juiz assoviou, permitindo assim a pri-meira botinada na bola. Com a pelota rolando e os instrumentos devida-mente afinados, a torcida do Gonçalense come-çou a entoar seus cantos satíricos. A partir dali, ninguém seria poupado de sua criatividade. Em se tratando de futebol, os torcedores deixam a Ética do lado de fora do Estádio. Xingamen-tos, insultos, gritos, tudo isso ocorre com muita naturalidade. Os torce-dores entoavam as tro-

No bairro do Boaçu (cobra grande, na lín-gua tupi), há uma rua chamada Judith Bahie-nse. Seus moradores não sabem, mas essa rua faz parte da Histó-ria do Brasil dos tempos atuais. Nessa rua, viveu, e morreu, em 1998, aos 76 anos, Degenildo da Silva Pinto, mestre Ar-rais, segundo condutor e motorista, cuja função era transportar traba-lhadores para os estalei-ros e receber os navios.

Degenildo, na verdade, foi muito mais do que isso. Militante comu-nista, lutou ao lado de Luiz Carlos Prestes, O Cavaleiro da Esperan-ça. Brasileiro comum, morador do Boaçu, foi perseguido, preso e tor-turado por lutar contra a miséria, a exploração do trabalhador e as de-sigualdades sociais. Pai dedicado, amoroso (se-gundo sua filha, Lour-des) e revolucionário apaixonado, dedicou seu bem mais valioso: a vida, em busca de me-lhor qualidade de vida para o seu povo.

Certa vez, ainda se-gundo Lourdes, houve um acidente em uma lancha e alguns operá-rios perderam a vida. Degenildo não estava lá, mas o seu nome foi in-cluído na lista dos mor-tos. Foi levado ao local

por amigos e participou do trabalho de socorro às vítimas, sendo visto por fotógrafos e jorna-listas.

Maria de Lourdes da S.P. Duque Estrada, em sua obra “Tributo a um Revolucionário”, docu-menta, em um relato emocionante, a despedi-da entre pai e filha: “…e nos seus últimos minu-tos de vida, ajoelhei-me em sua cabeceira, colo-quei minha mão esquer-da em seu peito, bem em cima do seu coração, senti que estava bem fra-quinho; eram 4h18min quando disse: ‘Pai, po-dem matar uma ou duas rosas, mas nunca pode-rão impedir a chegada de uma nova primavera.’ Neste exato momento, às 4h19min, uma lágri-ma saiu de seus olhos e com minha mão sobre seu peito, senti seu cora-ção parar”.

Degenildo da Silva Pinto foi anistiado pela União e pelo Estado em 2008.

Terça-feira, 03 de Dezembro de 2013, a Câmara Municipal de São Gonçalo aprovou a criação da Comissão da Verdade, cujo objetivo é pesquisar e contar a verdadeira história dos perseguidos políticos de nossa cidade. Eu estava lá. Eu vi.

Degenildo, meu herói

Por Agliberto Mendes

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Édipo

“(...) ninguém ficaria isento das provocações da Organizada do Gonçalense”

SE LIGA!Acabou de entrar no forno o primeiro livro escrito pelo jornalista J. Sobrinho. A obra, que ainda não possui título, deve estar nas livrarias ainda em outubro. “Estou ansioso em pegar esse livro em minhas mãos. Dizem que na vida deve-mos ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Só falta este último. A Editora Apologia Brasil publica.

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MEMÓRIA

de Niterói e a luta pela liberdade administrativa durou 290. Foi somen-te em 22 de setembro de 1890, que Francisco Portela assinou o decreto que instituiu a emancipa-ção do município de São Gonçalo.

Em sua carreira política chegou a ser nomeado Deputado Federal e em seguida Senador, além de ter sido Presidente do antigo estado do Rio de Janeiro. Francisco Porte-

lação, são mercados, farmácias, padarias e lo-jinhas.

A Rua recebe um gran-de polo educacional, abrigando a educação in-fantil, fundamental e en-sino médio, com diversos colégios públicos e priva-dos espalhados nessa via. Além do ensino especial oferecido pela APAE e o ensino superior, protago-nizado pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ.

D15ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIRO JORNAL DAKI a notícia que te interessa

‘Versículo’, longa gonçalense, tem estreia prevista para 2016 Por Marcos Moura

Por Caroline Magalhães

Os gonçalenses apaixo-nados por cinema agora terão um motivo a mais para ficarem presos às telonas. O primeiro lon-ga metragem produzido pela Gonça Filmes tem sua história ambienta-da no município de São Gonçalo. A primeira su-per produção de cinema independente conta com atuação de 12 atores no elenco principal, 32 ato-res no elenco de apoio e mais de 300 figurantes.

O filme foi um resulta-

AGENDA

la foi homenageado com o nome de uma das prin-cipais ruas da cidade, que corta 5 bairros; Paraíso, Patronato, Parada 40, Camarão e Centro. Além da diversidade de comér-cios e escolas, a Francisco Portela é uma das prin-cipais vias de acesso ao centro de São Gonçalo. Sendo considerada uma das avenidas mais movi-mentadas do distrito.

Não faltam comércios para abastecer a popu-

Alberto Sena, Leandro Rangel, Kadu Flu e Gabriel Faro

Muito Prazer, Dr. Francisco Portela

Com atores locais e totalmente ambientado na cidade, o filme trata de um ‘serial killer

Para quem passa dia-riamente na famosa Rua Doutor Francisco Por-

tela, jamais poderia imaginar que ele foi um dos personagens importantes na histó-ria do Rio de Janeiro do século XIX. Nes-ses tempos, a divisão geográfica das cida-des era um pouqui-nho diferente das que conhecemos

hoje. São Gon-çalo fazia parte

do da parceria entre di-retor de cinema Gabriel Faro e o produtor e ator Alberto Sena, e que tam-bém assinam o roteiro do longa metragem.

A história se passa em uma comunidade caren-te, onde um investigador tenta desvendar uma série de homicídios e o principal suspeito é um líder religioso, esse é o tema principal des-ta ficção que promete prender e surpreender o espectador que for ao ci-

nema acompanhar essa trama de perto.

Apesar do nome, o fil-me “VERSÍCULO” não se trata de um tema re-

ligioso e sim de uma tra-ma muito bem planeja-da onde os personagens induzem o espectador a conclusões efêmeras. “Esta foi uma grande

oportunidade para os atores gonçalenses que saem do município para tentarem uma chance fora da sua cidade”, disse Alberto Sena

BPM traz mais 2 convidados em agosto

Jazz come solto no Shopping Corcovado

SESC apresenta o espetáculo Santo Milagroso

O Batidas Por Minuto (BPM), promovido men-salmente pela Secretaria de Cultura, dessa vez traz como convidados especias a molecada do Modestiaparte (foto), que tá mandando bem no hip hop, e o músico e produtor gonçalense Luã Gordo.Será no dia 17 de agosto

às 19 horas no Lavourão. Entrada franca.

Mais um grande show de música instrumental na cidade. Esta edição do Jazz do Corcovado trará na segunda feira dia 10/08 às 20 horas, os músicos Dino Rangel (guitarra), Wellington Si-queira (trompete), Pablo Diego (bateria) e Mazinho Ventura (baixo).Evento com entrada

Franca.

Um padre e um pastor disputam a preferência dos fiéis. A partir desse romance quase impossí-vel como o de Romeu e Julieta, a história passa por várias situações inu-sitadas e cômicas que culmina em um milagre, levando a pequena ci-dade às manchetes dos principais jornais do país. Dias 14 e 15/8 às 22 ho-ras. R$ 16 e R$ 8 meia.

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trapezista. Essa criança tam-bém teve a honra de nascer enquanto sua mãe performa-va no picadeiro. Essa criança também teve e honra de ser o primeiro palhaço cantor. Essa criança também teve a honra de ser o primeiro palhaço a ter um programa de TV. Essa criança também teve a hon-ra de ser o maior palhaço do Brasil.

Poucos dessa geração tive-

ram o privilégio de assistir este artista. Tive o prazer nos meus aniversários de ser acordado ao som de parabéns para você. Me sinto honrado em estar aqui escrevendo um pouco da história deste querido artista que fez a minha infância mais feliz. Este palhaço me acom-panhou na infância e anos depois tive o prazer de levar a minha família em um dos seus

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO III Nº XX AGOSTO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIRO

Um dia desses di-rigindo no meu passo tartaruga um motorista apressadinho

passou a toda por mim e disse aquela frase que ninguém gos-ta de escutar: “- Sai da frente seu palhaço. “

Mas pensando bem, quem

foi que disse que ser palhaço é um péssimo adjetivo? Ser pa-lhaço é ser nobre, é ser lírico, inocente, ingênuo e angelical. Para ser palhaço precisamos saber quem somos. Uma hon-ra que poucos conseguem.

Há cem anos, no dia 18 de

julho, nascia em Rio Bonito uma criança chamada George Savalla Gomes que teve essa honra de ser um palhaço. Essa criança teve também a honra de nascer no circo de um casal

O CADERNO FOLHA NATIVA É UMA PARCERIA EDITORIAL DE CULTURA COM O JORNAL DAKI. EDITOR-CHEFE: HELCIO ALBANO EXPEDIENTE FOLHA NATIVA - EDITOR: ANDRÉ CORREIA JORNALISTA RESPONSÁVEL: CAROLINE MAGALHÃES . EDIÇÃO V ANO I

O privilégio de ser palhaço:TÁ CERTO OU NÃO TÁ?

últimos espetáculos e ver a mi-nha filha cantar e brincar com o velho Carequinha quando tinha apenas 4 anos de idade.

George em uma das suas

centenas de entrevistas, falou que o segredo do reconheci-mento de um palhaço está na pintura que faz no seu rosto. É a identidade e autenticidade do palhaço.

Ele teve a sua identidade. E

você? Mesmo sem a cara pin-tada como a de um palhaço, pode dizer que tem uma iden-tidade e autenticidade nesse picadeiro chamado vida?

Agora você tem a receita. Se

te chamarem de palhaço, diga em alto e bom tom: - Com muito orgulho!

Tá certo ou não tá?

Por Alex Wölbert

Carequinha: ano de comemorações do centenário

George Savalla Gomes, o nosso eter-no Carequinha e agora centenário, está sendo homenageado em diversas partes do Brasil, do estado e principalmente em São Gonçalo, cidade que amou e que sempre viveu.

No dia 09 de Maio de 2015, o Projeto Alternati-vo, comemorou o início do Centenário do Palhaço Carequinha, personagem importante para a história da cidade e do país. A atividade foi realizada graças a parceria com a ativista Lucidalva de Paula, com o Curso de Línguas ICBEU e com a Agência Papa-goiaba, que fez o registro fotográfico. A intervenção reuniu aproximadamente 80 pessoas e contou com a participação das palhaças Etelvina e Pitanguinha,

Na cidade estão previstas várias ativi-dades que você pode acompanhar na página facebook/carequinha100 anos. Já em cartaz em Niterói, na Sociedade Flu-minense de Fotografia, uma exposição fotográfica sobre o artista com diversos

momentos raros captados ao longo de sua longa carreira que só teve fim em 2006, ano de seu falecimento. A exposi-ção vai até o dia 15 de agosto.

No Carnaval 2016 Carequinha será tema da Porto da Pedra.

Também teve ‘marmelada’ no ICBEU além do palhaço Zé Semente, do coletivo Trupe da Graça e do cordelista Marinho do Nordeste.