Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

40
Bragança Paulista Quarta 31 Dezembro 2008 Nº 464 - ano VII [email protected] jornal do meio

description

Tablóide especial com as principais matérias de 2008.

Transcript of Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Page 1: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

B r a g a n ç a P a u l i s t a

Quarta31 Dezembro 2008Nº 464 - ano [email protected]

jorn

al d

o m

eio

Page 2: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.28

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

editorial

Dois mil e oito se foi. Mas já? Como passou rápido! Talvez não nos demos conta porque quando fazemos o que gostamos o tempo

passa depressa mesmo. E o Jornal do Meio, como o próprio nome diz, esteve presente na vida dos bragantinos durante mais um ano, sempre com matérias inusitadas, curiosas e fora do senso comum. Com uma proposta diferenciada, mostramos os moradores da cidade que de alguma maneira fazem a diferença. Também trouxemos assuntos da atualidade, sempre com outra abordagem; outro foco. Algumas matérias emocionaram, outras informaram e ainda houve aquelas que entreteram. Por isso o leitor está recebendo a retrospectiva de 2008. São 24 matérias, duas de cada mês, onde fi zemos um resumo do que foi publicado e mais: os entrevistados tiveram a oportunidade de opinar sobre as matérias, desde o conteúdo, fi delidade ao que foi dito, maneira de escrever o texto, até as fotos utilizadas para ilustrar a matéria; além é claro, da repercussão. Difícil foi escolher quais iriam participar da retros-pectiva, já que cada matéria é única e tem um signifi cado especial para nós. Temos o prazer de dizer que as reportagens só repercutiram de maneira positiva. Isso mostra que a mídia nem sempre exibe tragédias e fatos

negativos. Também precisamos de diversão e informações que nos façam sentir orgulho de sermos bragantinos.As matérias produzidas pelo Jornal do Meio não se perdem no tempo: podem ser usadas como pesquisas para as futuras gerações que queiram saber mais sobre Bragança; os costumes de uma cidade que apesar de estar crescendo, não perde os ares de interior.Ao longo do ano pudemos acompanhar his-tórias como a de Cristovam, um dos poucos do Brasil a consertar sanfonas. Falando em música, conhecemos o luthier da Zona Rural: Paulo Ramos constrói contra-baixos e alguns instrumentos vão para fora do Brasil. Ficamos intrigados com a quantidade de ma-terial que alguns estabelecimentos da cidade utilizam. Entramos para a história publicando o primeiro casamento homossexual da cida-de. Conseguimos que uma turma de adultos fosse alfabetizada no Bairro Boa Vista do Silva e acompanhamos as aulas até o dia da formatura. Ajudamos a comunidade de Santa Rita a conseguir ajuda para a construção da tão sonhada Igreja. Alguns entrevistados não nasceram na cidade, mas escolheram Bragança como lar, com o objetivo de levar uma vida mais tranqüila, sem a correria das grandes cidades. Não é tarefa fácil fazer um jornal de qualida-de toda semana. As pautas são muito bem elaboradas: desde a escolha do tema às fotos.

Cada detalhe é importante e cada funcionário tem seu papel durante o processo. Sem eles: jornalista, diagramador, editor, secretária e o pessoal da gráfi ca, o Jornal não seria rodado. Cada um é uma peça importante.Sabemos que nem tudo é perfeito. Por mais que revisemos o jornal, ainda não sai tudo na mais perfeita ordem. E isso é bom porque estamos sempre buscando o melhor. Não nos acomodamos. Não vivemos apenas de elogios, as críticas nos fortalece. Queríamos agradecer a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboram com o Jornal do Meio, através de ligações, e-mails ou mesmo indo até o Jornal sugerindo pautas, fazendo críticas e elogiando nosso trabalho. O reconhecimento também nos impulsiona a fazer sempre o melhor. Não podemos deixar de agradecer aos en-trevistados pela disponibilidade de tempo e paciência; sem eles não haveria jornal. Aos colunistas que contribuem para manter a qualidade editorial do Jornal e também aos clientes, muitos estão conosco desde a criação do Jornal. Eles acreditaram no trabalho e se tornaram mais que parceiros, se tornaram amigos. Esperamos que, com os novos clientes a caminhada seja feita da mesma forma.Feliz 2009 e que todos os NOSSOS sonhos possam VIRAR REALIDADE! É o que deseja toda a equipe do Jornal do Meio!Boa leitura!

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Este é o tempo dos balanços. De verifi car lucros, perdas, danos. Sucessos e insu-cessos. Quanto se andou em conquistas. Quanto houve de retrocesso.Quais os

bons propósitos que chegaram a termo. De saber se foi “um ano bom ou ruim”. Para os mais velhos o ano passou depressa. Para os mais jovens muito devagar. Cada um de nós, enfi m, têm um modo de avaliar o tempo que passa. E até de pensar que a bondade ou maldade de um ano seja coisa independente das atitudes pessoais e coletivas. Toda vez que escuto a frase - “Esperemos que o Ano seja Bom” - tenho a impressão que se espera que haja uma intervenção externa para que a bondade prevaleça. Ouço mesmo a expressão - “Tomará que Deus abençoe o Novo Ano!”- como se Deus deixasse de abençoar algum dia. Nós que cremos, sabemos que tudo é benção. E não há milésimo de milésimo de segundo que não esteja sob o olhar terno e amoroso de Deus. Mas teimamos em fazer de conta que o seu Amor é que tem que curar nossas dores.

Não queremos perceber que os acontecimentos da vida, dos dias, meses e anos em que ela se desenvolve, dependem daquilo que fazemos de bom ou ruim. Fazemos tanta questão de ser “donos do nosso nariz” naquilo que nos interessa. Quando as coisas exigem de nós mudanças e sacrif ícios, aí o melhor é invocar um poder do Alto! Ao vivermos a realidade de um ano que termina e de outro que se inicia devemos ter claro que o que aconteceu e o que acontecerá terá sido e será sempre obra nossa. Neste rumo quero refl etir estas linhas que encerram, neste ano, o espaço que o Jornal do Meio me oferece e a bondade dos leitores sustenta. Ano Novo bom dependerá sempre das atitudes construtivas. Nas coisas mais simples. Que refl etem educação recebida em casa. E vivida, também fora dela. Quando surgem noticiários de coisas mais gra-ves a razão sempre estará na fonte pequena dos anos de infância a juventude. O desmazelo e o descuido com aquilo que é de todos é excelente alicerce para o desrespeito aos valores maiores.

O desprezo das coisas pequenas leva ao desprezo dos valores fundamentais. Daí o “salve-se quem puder” e o “...tando bom prá mim o reste que se dane”! Muitos podem até dizer que não há muito que fazer. Eu creio que não é o modo correto de abordar a situação. É preciso investir paciente e perseverantemente no aprimoramento das pessoas. Partindo das famílias (relações dos pais e filhos), das escolas, das comunidades e grupos religiosos, das associações de classe, dos clubes, etc. Somos um todo querendo ou não. Se não agirmos juntos formar-se-á um monstrengo social fadado à destruição. E não é isso que queremos quando começa o ano novo. Os votos que damos e recebemos nos apontam desejo de melhores dias. Que virão pelo nosso trabalho. Com as bênçãos de Deus sim. Mas como nosso empenho. Benção de Deus é como chuva que cai. Fecunda sempre a terra. Mas se abrirmos o guarda chuva ... Feliz Ano Novo!

FELIZ ANO NOVO!MONS. GIOVANNI BARRESE

Page 3: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.3

Page 4: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

janeiro pág.48

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

O ano estava apenas começando e a primeira edição de 2008 deu destaque para Ingrid Fregoneze Corrêa, 10 anos, a

artista mirim que pinta quadros desde os 5 anos. A pequena estava passando as férias na casa da avó em Londrina quando teve a primeira aula de pintura. A partir de então se encantou e não parou mais. Em casa, Ingrid recebe total apoio da família. A mãe, Gislene B. Fregoneze compra todos os materiais que a fi lha necessita e faz questão de frisar que não a força em nada. Ingrid vai as aulas por vontade própria, porque gosta do que faz.Os familiares e amigos ganham quadros e outros objetos – de madeira e biscuit – que Ingrid produz. Em 2007, ela teve 17 obras expostas no Museu Oswaldo Russomano, juntamente com outros alunos da professora Laís Mei.“A reportagem saiu na época das férias e muita gente estava viajando, inclusive nós, que estávamos na praia. Mesmo assim várias pessoas ligaram. Quando chegamos em Bragança, guardamos o jornal”, lembra Gislene que confessa ter se surpreendido com a repercussão: “Foi uma matéria de destaque. A gente imagina que as pessoas vão ler, mas não esperava a repercussão. Vários

meses depois as pessoas ainda perguntavam para minha fi lha: ‘Você é a menina que saiu no jornal?’”.Mãe e fi lha afi rmam ter achado a matéria ótima. “Ficou bem interessante”, comenta Gislene que inclusive enviou uma cópia para os avós de Ingrid no Paraná. “Eles são super corujas”.

PinceladasIngrid leva a vida como qualquer outra garota da sua idade. Ela conta que na escola em que estuda a matéria foi muito comentada.

“As pessoas gostaram, acharam bonito e legal, mas também diferente, porque muita gente não sabia que eu pintava”. A professora de pintura também fi cou orgulhosa. Um amigo da família encomendou 12 qua-dros para a artista. Ela fi cou surpresa quando

era abordada na rua. As aulas de pintura continuam uma vez por semana, toda sexta-feira e Ingrid pintou mais quadros de borboletas, cachoeiras e girassol, seus temas preferidos. A pequena pintora diz que não pensa em parar e quer experimentar outras técnicas: “Talvez vá fazer arte francesa – sobreposição de gravuras de papel com relevo e profundidade – mas ainda não está nada certo”. E Gislene, pensando na carreira de Ingrid, guardou um exemplar do Jornal do Meio para o currículo da fi lha.

As pessoas gostaram da matéria, acharam bonito e legal, mas também diferen-te, porque muita gente não sabia que eu pintava

Ingrid

InfantilArte

por MARIA FERNANDA DI BELLA

A edição 412 do Jornal do Meio chegou até o Paraná

Os temas preferidos da pintora são: borboletas, cachoeiras e girassóis

Ingrid começou a pintar com 5 anos

Ingrid com a mãe Gislene, sua maior incentivadora

A pequena mostra o quadro que mais gosta

Page 5: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.5

Page 6: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

janeiro pág.68

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

Já faz quase um ano que Carlos Alves, 26 anos, estudante de Letras da Uni-versidade Federal de Ouro Preto, em Minas

Gerais, participou de uma experiência indescritível. O bragantino esteve por quase 2 meses (do dia 13 de janeiro a 5 de março) a bordo de um navio pois foi um dos poucos brasileiros escolhidos para participar da 20ª Edição do ‘Ship For World Youth Program’ ou Navio para Pro-grama Mundial de Jovens.Na edição 414 do Jornal do Meio, do dia 18 de janeiro, Carlos falou das expectativas e explicou como é o Programa que acontece anualmente realizado pelo governo japonês. O objetivo é integrar a cultura nipônica com a de outros povos. Para ingressar no navio, os componentes passaram por uma disputada seleção que contou com entrevista, redação, currículo e carta de recomendação de um professor. A fi nalidade é promover o entendimento mútuo, cultivar o espírito de cooperação internacional, formar jovens líderes e agentes modifi cadores.

Ao todo foram 113 pessoas de 14 países (como Nova Zelândia, África do Sul, Finlândia, Costa Rica, Estados Unidos, Baren e Espanha) sendo que 11 eram brasileiros, entre eles Carlos e mais 120 jovens japoneses. Os brasileiros escolhidos vieram de

vários Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Piauí e Minhas Gerais. O navio funcionou

como uma grande escola e os estudantes participaram de atividades culturais, tro-caram conhecimento e ações que visavam promover um mundo melhor. Dentro do navio os estudantes não tiveram contato com o mundo exterior como Internet ou telefone. Eles conseguiam conversar com parentes a amigos apenas quando o

navio aportava em algumas cidades. Todas as despesas foram pagas pelo governo japo-nês, que para selecionar os alunos, contou com a ajuda do Ministério da Educação do Brasil que divulgou o Programa nas Universidades Federais.

Experiência“Adorei a matéria. Ficou muito bem feita. Queria agradecer o carinho e atenção do Jornal do Meio. A viagem foi uma experiência incrível e única. Pouquíssimas

pessoas têm essa chance. Tudo que passei vai muito além do meu entendimento. Além do que posso explicar”, comenta Carlos. O estudante conta que continua tendo contanto com as pessoas que viajaram com ele. “Em janeiro um pessoal da África do Sul e da Costa Rica vem para o Bra-sil. Em fevereiro vou estudar na Europa, na Universidade do Porto (Portugal), um curso de idiomas e relações exteriores. É uma habi-lidade acadêmica que não tem aqui no Brasil. Vou encontrar mais pessoas que estiveram na

viagem comigo”. Ele afi rma ter amadure-cido. “A experiência de fi car isolado, sem contato com o resto do mundo proporcionou uma outra idéia de tempo. A noção do tempo é diferente. É uma realidade paralela. As emoções fi cam poten-cializadas. Tudo é muito

intenso, em um espaço curto de tempo. Foram 2 meses mas pareceu que foram muito mais”, conclui.

A viagem foi uma experiência incrível e única. Pouquíssimas pessoas têm essa chance

Carlos

O bragantino Carlos Alves fez uma viagem inesquecível

Sob as águas Pacíficodo

por MARIA FERNANDA DI BELLA

O estudante de Letras Carlos Alves participou de um programa de estudos do governo japonês e fi cou 2 meses em um navio com estudantes de todas as partes do mundo

Ao todo foram 113 pessoas de 14 países (11 pessoas do Brasil) e mais 120 jovens japoneses

Page 7: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.7

Page 8: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.88

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

fevereiro

A Edição 417, do dia 08 de fevereiro foi dedicada aos líderes comuni-tários. O Jornal

do Meio conversou com 4 líderes de diferentes bairros da cidade: Flavio Dorigo (Boa Vista do Silva), José Magno A. Pereira (Água Comprida), Cláudio F. dos Santos, o Claudinho, (Parque dos Estados) e o casal Valdomiro e Laurinda Gomes (Hípica Jaguary).“A matéria foi ótima. Valeu a pena participar. Ela trouxe somente coisas positivas”, comenta Flavio. Assim que a matéria saiu, uma das necessidades do bairro – a alfabetização de adultos – foi atendida. “Tudo aconteceu muito rápido. Um mês depois da matéria as turmas já estavam formadas”, lembra. Flavio diz que o curso de alfabetização foi muito bem. As aulas aconteceram na escola do bairro. “O aluno mais velho tinha 72 anos”. Em agosto também houve curso de processamento de suínos (que ensinou os moradores a fazer presunto, defumado, salame e lingüiça), tudo promovido pelo Sindicato Rural de Bragança.“Houve melhora nas estradas de terra que cortam o bairro e recapeamento do asfalto”, afi rma Flavio. O Boa Vista do Silva ainda não recebe notícias regionais, pois não há sinal local, esta era uma das reivindicações do líder.

E ele pensa em parar? “Parar nem pensar. Vamos continuar lutando pelo bairro”. Magno, que guardou um exemplar do jor-nal, conta que a repercussão da matéria foi

ótima. “Realmente não esperava. Muitas pesso-as que não conheciam o trabalho, nem sabiam que eu era o presidente da associação, ficaram conhecendo”. E continua: “Gostei da maneira como a matéria foi redigida, ela demonstrou o sentimento de ser líder”. Ele diz que Associação do bairro da água Com-

prida não tem uma sede e ainda aguarda o desassoreamento do rio.

MelhoriasO líder do Parque dos Estados e Planejada I e II, Claudinho também gostou da maté-ria: “Vocês colocaram exatamente o que falei. Ela não deixou dúvidas e não foi tendenciosa. O pes-soal do bairro fi cou sabendo; eles leram a matéria e elogia-ram”, lembra. Desde fevereiro houve algumas mu-danças no bairro: “A saúde melhorou, conseguimos rea-tivar a Associação Raio de Sol para

realizar projetos, fi zemos algumas parce-rias fora da região e um mutirão, com 100 famílias cadastradas, para a construção de moradias populares ligadas à auto-gestão”. Mas eles ainda não conseguiram um local para o Centro Comunitário. “Es-pero que mais pessoas se juntem aos que lutam pelo bairro”. O casal Valdomiro e Laurinda aprovou a Edi-ção do Jornal do Meio. Entre as melhorias na Hípica do Jaguary estão a rede de águas fl uviais, 6 ruas asfaltadas e atendimento no hospital com horário só para moradores da Hípica. Mas ainda não há um Posto Policial. “Os conhecidos vieram falar. Ouvimos muitos comentários”, diz Laurinda. As reuniões conti-nuam sendo cada vez na casa de um morador. “Há 10 anos lutamos pelo bairro, pedindo melhorias. A tendência é melhorar, progre-dir. Devagar vamos conseguindo”, completa Valdomiro. “A matéria foi uma oportunidade para sermos ouvidos. Só tenho a agradecer o apoio e dizer pra vocês continuarem assim, que só têm a vencer”, fi naliza o líder.

A matéria foi uma oportunidade para sermos ouvidos. Só tenho a agradecer o apoio e dizer pra vocês continuarem assim, que só têm a vencer

Valdomiro

Eles fazem o que podem para ajudar a comunidade

comunitáriosLíderes

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Claudinho afi rma que a saúde nos bairros Parque dos Estados e Planejada I e II melhorou. Além disso, a Associação Raio de Sol foi reativada

Flavio Dorigo conta que houve melhora nas estradas de terra que cortam o Boa Vista do Silva e algumas ruas foram recapeadas. Porém a maior conquista foi o programa de alfabetização de adultos que continuará em 2009

Mango diz que a Associação do Bairro da Água Comprida ainda não tem uma sede e a população aguarda o desassoreamento do rio

Valdomiro, da Hípica Jaguary, conta que 6 ruas do bairro foram asfaltadas, mas infelizmente ainda não há um posto policial para a comunidade

Page 9: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.9 fevereiro

Na edição 418, do dia 15 de feve-reiro, os leitores conheceram os bastidores da legendagem com a tradutora

Eliana Ivone Bertevello. A paulistana é formada em Letras-Tradutora e Intérprete e há 3 anos trabalha fazendo as le-gendas de alguns seriados e fi lmes dos canais de tvs por assinatura. Em um minuto de fala, por exemplo, dizemos muito mais palavras do que quando escre-vemos. Por isso o trabalho de traduzir é tão minucioso e deve ser feito com o máximo de atenção, pois a responsabilidade é grande. As palavras têm múltiplos signifi cados e uma palavra colocada em um momento errado pode mudar o contexto e prejudicar a audiência e o sucesso da série.A tradutora trabalha como freelancer e recebe os filmes e episódios através da Internet, em um link que só ela possui a senha. Esse material vem dos EUA ou de Caracas (Venezuela). No mínimo, Eliana assiste 4 vezes a cada episódio e já chegou a fi car 14 horas se-guidas para traduzir um longa-metragem. As legendas precisam ter no máximo duas linhas de 32 caracteres cada e fi cam no ar de 3 a 5 segundos. Comédia é um dos estilos que Eliana gosta

de traduzir. Mas algumas piadas são especí-fi cas de certas regiões ou quando falam de política. Nestes casos é preciso encontrar uma piada parecida ou expressão que não

seja muito agressiva.A bagagem cultural é outro ponto abordado por Eliana. Como os fi lmes e séries algumas vezes tratam de personagens e momentos históricos, ela também aprende. Devido ao contrato Eliana não diz quais as séries que traduz. Embora os

amigos do fi lho sempre peçam pra ela contar alguma novidade.

Repercussão“O Jornal do Meio é bastante conhecido. Muitas pessoas vieram conversar comigo. Gente que me via na rua e eu nem conhecia, dizia que tinha me visto no jornal. Um tra-dutor que viu a matéria também me ligou”, conta a tradutora.“Achei a matéria positiva. Foi bem gratifi -cante. A gente vê a força da mídia – porque nunca estive em evidência – e do próprio trabalho”, comenta Eliana e diz que guardou um exemplar.Em outubro foram lançadas novas tem-poradas e séries. E, claro, Eliana sabe de todas as novidades que estão por vir, mas continua guardando os segredos, embora através da Internet já dê pra saber muita novidade e aí os fãs acabam deduzindo

o que vai acontecer nas séries. “É um trabalho gostoso. Estou sempre à frente do que está passando nas TVs. Se uma série está na sétima temporada, estou fazendo a oitava”. Eliana não faz idéia de quantos episódios já traduziu. A única coisa que pode falar é que agora se diz ‘meio viciada’ em séries. Entre as preferidas estão: Terminator (Warner), Brothers and Sisters (Universal), biografi as e desenhos como o Family Guy.Muitos leitores que estão de férias podem pensar que a tradutora também pode estar em algum lugar se divertindo. Ledo engano. Eliana não tira férias. “Se saio para descan-sar, não descanso, porque aonde vou levo o laptop comigo”.

Moradora da cidade traduz fi lmes e episódios de algumas séries das tvs por assinatura

certaPalavra

por MARIA FERNANDA DI BELLA

O Jornal do Meio é bastante conhecido. Muitas pessoas vieram conversar comigo Eliana

Devido ao contrato ela não pode contar nenhuma novidade sobre os episódios

Eliana já perdeu a conta de quantas séries e fi lmes já traduziu

Page 10: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.108

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

março

Para mostrar que pescaria não é coisa só de homem, o Jornal do Meio mostrou duas moradoras

da cidade que colocam muito homem no chinelo. Leonil Depentor Federi-gui, 75 anos, e Vera Lucia Klinkerfus de Campos, 62 anos, estiveram presentes na edição 421 do dia 07 de março. As duas mulheres são apaixonadas pela pes-caria e mais ainda pelos pesqueiros devido à mordomia que oferecem. Para elas pescar é mais que um hobby, é uma terapia. O que as duas não imaginavam seria a repercussão da matéria.

“Achei que fi cou muito bacana. Estava ótima. A pessoas me encontravam na rua e diziam: ‘Conheço você de algum lugar’. Outras ainda

me paravam perguntando se era verdade que eu pescava”, diverte-se Vera. “Brincaram até com meu marido, dizendo que sou eu que pesco de verdade e não ele”. A neta de Vera também fi cou toda orgulhosa e fez questão

de levar um exemplar na escola e mostrar para os amigos e professores.Com Leonil aconteceu o mesmo: “Em todo lugar que ia as pessoas falavam: ‘Olha a pescadora! Vi você no jornal!’”. Até na igreja a pescadora conta que foi reconhecida. No

grupo da terceira ida-de do qual faz parte, uma colega levou o jornal e mostrou para toda a turma. “As fotos também fi caram ótimas. Vou mandar colocar a ma-téria em um quadro e levar para Vargem”, orgulha-se.Leonil pesca desde a infância, numa época em que se usava a peneira, quando ainda morava no município de Vargem. Já Vera

entrou em contato com o mundo da pescaria em 2000, depois que o marido a convenceu a acompanhá-lo em um pesqueiro. O casal freqüenta pesqueiros até em Santos onde possuem um apartamento.

Entre receitas, dicas e históriasCom a pescaria até a alimentação sofreu mudanças. As duas mulheres preparam diversos pratos com os peixes que já vêm limpos do pesqueiro: cozidos, assados e fritos, além de trocarem receitas com outros freqüentadores.Vera já chegou a pescar 57 traíras de uma só vez. Leonil conta por quilo: o máximo foram 19, mas geralmente pesca entre 15 e 16 quilos. Em dia de pescaria acordam cedo e preparam todo o equipamento: sacola com as varas e aparadores, anzóis, alicates, guarda-sol, banquinho e iscas. Elas também deram algumas dicas. Quer que a pescaria seja farta? Então vá na lua cheia e evite a minguante, Leonil garante que a lua influencia. Também é bom pescar depois da chuva. Outra dica é não pescar quando estiver ventando. Ah! E muito cuidado com as traíras que são loucas para ‘roubar’ a vara.Depois de uns meses sem visitar os pes-queiros – que fecham durante o inverno – as pescadoras estão na ativa desde se-tembro. A única coisa que Vera lamenta é não ter conseguido ainda levar a família para essa aventura.

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Em todo lugar que ia as pessoas falavam: Olha a pescadora! Leonil

Os ‘causos’ de Vera e Leonil fi caram conhecidos na cidade

Mulherespescadoras

Leonil diz que para a pescaria ser farta o melhor é pescar na lua cheia e evitar a minguante. Já Vera prepara diversos pratos com os peixes que pesca e ainda troca receitas com outros freqüentadores do pesqueiro

Page 11: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.11

Page 12: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.128

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

No quesito torcida essas mulheres são nota 10

março

Quem disse que futebol é coisa só de homem? Na edição 424 o Jornal do Meio conversou com 4 torcedoras fanáticas:

Gabriela, Maíce, Paula e Érica contaram as loucuras que já fi zeram pelos seus times e a emoção de estar nas arquibancadas. Gabriela Carolina A. Abellan começou a se interessar mais por futebol porque o namorado é um dos responsáveis pela torcida Guerreiros do Leão. Ela fi ca no meio da torcida, incentivando os jogadores e xingando o juiz. Em um jogo fora de Bragança, ela era a única menina do ônibus. “Guardei o jornal. A matéria fi cou bem legal. Achei que ia passar desapercebido, mas no fi m todo mundo comentou. Na rua as pessoas falavam: ‘Olha a moça do jornal!’. E uma amiga passou a me acompanhar nos jogos”, conta Gabriela que agora faz parte da torcida feminina chamada Comando Feminino da Guerreiros do Leão.Maíce Nogueira, professora do ensino infantil, é santista desde que se conhece por gente. Aliás, toda a família torce pelo Santos, mas ela

é a mais fanática e arrumou uma forma diferente de mostrar o amor pelo Peixe: tatuou o símbolo do Santos no tornozelo. Ela compra tantos objetos do time: chaveiro, camiseta, caneta, almofada, boné, dvd e nem sabe quanto já gastou. “A matéria fi cou bem escrita. Guardei vários

exemplares. Logo depois fui em um jogo no Bragan-tino e as pessoas vieram comentar sobre a matéria. Meu namorado também comprou um exemplar e mostrou para os amigos. Ele me deu de presente um casaco do Santos”, lembra Maíce que fez a coleção

das camisas históricas da revista Lance!. A conrinthiana Paula Jorge dos Santos, fi lha de jogador de futebol, tem a paixão pelo time estampada até nos óculos: branco e preto. Para o Corinthians não cair para a segunda divisão, ela fez até promessa. Infelizmente

não adiantou.“Não preciso acrescentar nada. Vocês colocaram tudo exatamente como falei. A repercussão foi maior do que esperava. Comentaram na faculdade e no meu antigo trabalho. De todas as pesso-as, meu pai foi quem mais gostou da matéria”, destaca Paula que não precisou fazer mais promessas para ajudar

o Timão. Ele vai bem, foi campeão e voltou para a pr imeira divisão. A professora Érica Ap C. Borges, tor-cedora do São Paulo, não dá aulas as quartas a noite para poder assistir aos jogos. Sempre que possível, ela e o marido vão aos jogos e já chegaram até a comprar ingressos de cambistas.“Gostei muito de participar da matéria, fi cou excelente. No dia seguinte, os alunos já vinham conversar comigo às 7 horas da manhã. Alguns falavam pra eu mudar de time. E em uma das escolas que tra-balho a diretora tinha separado o jornal”, conta Érica. A profes-sora diz que o futebol ajudou no contato com os alunos. “Não esperava tan-tos comentários. Continuem com esse trabalho que está muito bom”, afi rma Érica.

Horajogodo

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Não esperava tantos comentários. Continuem com esse trabalho que está muito bom

Érica

Depois que a matéria saiu, futebol, principalmente o time do São Paulo, é um dos assuntos das aulas da professora Érica

A corintiana Paula não precisou fazer mais promessas para Timão sair da segunda divisão

Maíce compra todos os produtos que saem do Santos

Gabriela faz parte da torcida feminina ‘Comando Feminino da Guerreiros do Leão’

Page 13: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.13

Page 14: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.148

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

abril

Os Break Boys – um grupo de adolescentes com idade entre 14 e 18 anos – estamparam a edição

425, no dia 04 de abril. Como o nome já diz, eles dançam Break, um dos elementos do Hip Hop, ritmo que teve sua origem nos EUA. Os outros elementos do Hip Hop são o Rap (a música) e o grafite (as artes plásticas).Encontramos os Break Boys ensaiando no pergolato da Praça Raul Leme. Cheios de estilo – roupas largas,

boné, munhequeira e lenços – os meninos contaram que no que diz respeito a música, são ecléticos e foram infl uenciados

por James Brown, Mi-chael Jackson, Frak Ejara, Nelson Triunfo e África Bambaataa.Os próprios B. Boys – no-me que se dá para quem pratica a dança – fazem as coreografi as que utiliza movimentos da capoeira, artes marciais, além de outras danças. Por isso

as roupas precisam ser largas, para dar liberdade aos movimentos. Quando o

dia das batalhas e duelos (como são chamados os c amp e onatos ) se aproxima, os treinos são in-tensificados. Na entrevista o grupo contou que já sofreu precon-ceito por causa do Break. Eles até foram convidados a ser retirar do Cíles que freqüentavam. A praça também não é o local mais

apropriado. Para dançar é necessário que o piso seja liso e sem fendas, principalmente para os iniciantes. Por falar em iniciantes, não existe idade para começar a dançar o Break. Os meninos só lamentam a partici-pação feminina ainda ser pequena. O grupo também tem uma mensagem para passar: são contra o uso das drogas, vandalismo e violência. E querem mostrar o respeito entre as pessoas.

Antes e depoisUm dos integrantes, Gustavo Canella, 17 anos, diz que a matéria superou as expec-tativas do grupo. “Ficou do jeito que a gente contou. Os integrantes que não puderam comparecer no dia da entrevista fi caram sentidos. Queriam ter participado”, diz. O jornal foi parar até no mural da escola onde os meninos estudam. “As pessoas vinham comentar e falavam que a gente estava famoso”. A família de Gustavo também ficou orgulhosa e guardou um exemplar de recordação.O ensaio continua sendo na praça: as terças, quartas e quintas, no fim da tarde. Durante o ano o grupo foi para alguns lugares assistir e participar de batalhas. Mas infelizmente os Break Boys ainda não conseguiram patrocínio.

Os meninos do Break fi caram mais conhecidos na escola onde estudam e no resto da cidade

certo

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Ficou do jeito que a gente contou. Os integrantes que não puderam comparecer no dia da entrevista fi caram sentidos. Queriam ter ido Gustavo Gustavo Gustavo

Noritmo

Os Break Boys usam roupas largas, boné, munhequeira e lenços para ajudar nos movimentos

O grupo participa de batalhas e duelos, como são chamados os campeonatos

Page 15: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.15 abril

Quem leu a edição 427 que saiu no dia 18 de abril, no mínimo achou curioso os motores que Antônio Clárete da Silva

constrói. Toninho, como gosta de ser chamado, aprendeu mecânica, hi-dráulica e eletricidade quando foi trabalhar para uma empresa de aviação ainda adolescente.Desde então a paixão por motores só aumentou e o inventor passou a criar muitos modelos. Algumas das invenções – motores elétricos, eletrostáticos, gravitacio-nais e magnéticos –podem ser encontradas no site da Feira de Ciências – O Imperdível: www.feiradeciencias.com.br. Mas foi apenas em 1999 que Toninho pas-sou a utilizar o computador. Ele aprendeu a mexer sozinho e hoje já faz manutenção. Gostou tanto de passar as idéias para a máquina que já escreveu 2 livros. Sempre preocupado com o meio ambien-te e o futuro do planeta, o segundo livro

com 259 páginas, trata de assuntos como o aumento da temperatura causada pela poluição, a evolução do homem contada a partir das invenções, e, claro, os motores que criou com as devidas explicações.

Professor Pardal“A matéria fi cou excelente, bem escrita e fi el a tudo o que disse, inclusive os detalhes”,

comenta Toninho que agora trabalha na ofi cina mecânica que montou na Vila Garcia. A família também gostou da edição. O inventor mandou uma cópia para um amigo em Po u s o Alegre ( M G )

que fi xou a matéria na parede do estabelecimento que possui para todos conferirem. O segundo livro está prati-camente pronto e Toninho sonha em publicá-lo. Mas para isso precisa de pa-trocínio. “Também queria ajuda do SENAI para que meus motores saíssem do papel. Eles têm aparelhos mais precisos”, diz.

Toninho continua preocupado com o meio ambiente e o mais novo projeto é um motor gravitacional horizontal, que segundo o inventor é inédito: “Não existe nenhum modelo fabricado, porque todos trabalham na vertical”. Para ele o jornal também é uma forma de mostrar a autenticidade das suas invenções. “Também gostei do título da matéria: ‘Professor Pardal’. Quando era criança, gostava de ler as histórias dele nos gibis. Foi uma das coisas que me incentivou a ser inventor, a brincar com a ciência”, lembra.“No dia que eu procurei o jornal para contar o que faço, vocês já marcaram a entrevista e foram muito atenciosos. Queria agradecer a oportunidade que vocês me deram”, fi naliza.Quem quiser patrocinar ou conhecer os inventos de Toninho deve ligar para 4032-4685 ou 9116-5996

Toninho espera que seus motores saiam do papel

ousadiaCriatividadee

por MARIA FERNANDA DI BELLA

A matéria fi cou excelente, bem escrita e fi el a tudo o que disse, inclusive os detalhes Toninho

O inventor já escreveu dois livros sobre os motores que desenha

Toninho inventa motores elétricos, eletrostáticos, gravitacionais e magnéticos

Page 16: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.168

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

maio

O Jornal do Meio trouxe na edição 431, o ex-jogador de futebol Américo Murolo. O paulistano, descendente de italianos está há

10 anos em Bragança e durante esse tempo já fez grandes amigos na cidade. A carreira de Américo teve início em um time do interior de São Paulo, o XV de Jaú. Em sua carreira, o jogador passou por times como Linense, Lane Rossi (time italiano), Palmeiras, Gua-rani e Flamengo. Américo conta com orgulho que foi o primeiro jogador a ir para a Itália, em 1955, onde permaneceu por 2 anos. O frio foi o único ponto negativo na permanência na Europa. Após a temporada na Itália, o jogador foi para o Palmeiras, time que marcou a car-reira e fi cou guardado no coração. Américo defendeu o alviverde como atacante de 1958

a 1963, marcando 99 gols.Entre os títulos conquistados nessa época de glória do Palestra Itália estão: Torneio Roberto Ugolini em 1959 e 60, Taça Piratininga em 1963, Título Nacional em 1960, Torneio do México em 1959 e o mais importante: o Cam-peonato Paulista em 1959.

Foram muitos momentos inesquecíveis como o gol de bicicleta marcado contra o Ferroviário de Araraquara em 1959, jogo que o Palmeiras venceu por 3 a 0. Mas o campeonato Pau-lista de 1959 é, sem dúvida, a maior lem-brança do jogador. Nesse campeonato, Palmeiras

e Santos – que na época tinha a maior estrela: Pelé – chegaram a final empata-dos em primeiro lugar. Foram precisas 3 partidas para que o Palestra Itália se consagrasse campeão.

Velhos temposPara Américo, o futebol de antigamente era mais bonito, pois não havia o número de faltas que existe hoje em dia, ou seja, tecnicamente era melhor. Algumas diferenças do futebol que Américo jogava e o atual são a torcida, o assédio e a tecnologia. As torcidas não eram separadas, nem existiam torcidas organizadas. Até mesmo palmeirenses

e corinthianos, maiores rivais, assistiam aos jogos juntos. Américo não se lembra de ver o campo sendo invadido de repórteres ao fi nal de cada partida. Segundo o jogador a mídia não tinha interesse na vida pessoal dos jogadores. Os clubes de futebol não contavam com a tecnologia existente hoje. Por isso ele precisou fi car 1 ano sem jogar após uma cirurgia no joelho devido a uma lesão.“Achei a matéria ótima e bem escrita. Repercutiu bastante. Os mais novos não sabiam que eu tinha jogado no Palmeiras. Esperava que os amigos, aqueles que gostam de futebol, comentassem. E foi o que aconteceu, eles traziam o jornal pra eu ver”, conta Américo e diz que a família também adorou. Ele guardou um jornal e deu um exemplar para cada filho. “Fica gravado nas pessoas. No jornal às vezes você fala uma coisa e sai outra. Mas tudo que estava na matéria foi exatamente o que falei. Foi um prazer participar”, finaliza.

Ex-jogador do Palmeiras escolheu Bragança para viver

por MARIA FERNANDA DI BELLA

No jornal às vezes você fala uma coisa e sai outra. Mas tudo que estava na matéria foi exatamente o que falei Américo

Bola na

O jogador foi um dos primeiros atletas a jogar no exterior

Américo jogou no Palmeiras entre 1958 e 1963

A maior lembrança de Américo é o campeonato paulista de 1959, quando o Palmeiras venceu o Santos que na época tinha sua maior estrela: o jogador Pelé

Page 17: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.17

Page 18: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.188

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

maio

Restam poucos como ele no Brasil. Na edição 433, o Jornal do Meio conversou com o mineiro Cristo-vam Bacci dos Santos, 66 anos, que

recebe pessoas de todos os lugares em sua ofi cina em Bragança, com um único intuito: consertar sanfonas. Cristovam conheceu o mundo da música quando ainda era pequeno. Seu pai era ma-estro e por isso o menino tinha contato com vários instrumentos: saxofone, trombone, trompete e tuba. Em seguida aprendeu a tocar piano e acordeom. Já em São Paulo, Cristovam tocou durante 10 anos em uma orquestra. Na oficina, Cristovam trabalha na compa-nhia dos 5 gatos. Eles passeiam livremente por todos os cantos e se acomodam ao lado das sanfonas. Antigamente o conserto era feito confiando-se apenas no ouvido. Hoje em dia Cristovam conta com a ajuda de um computador.Cristovam faz de tudo: troca as teclas e botões quebrados, refaz ou constrói um fole novo. Sem fazer propaganda do trabalho, os clientes aparecem por indicação. Da cidade mesmo, são poucas pessoas. A maioria vem de Atibaia, Cambuí, Nazaré Paulista, Tuiutí, Pinhalzinho, Jacareí e até de um seminário em Belo Horizonte. Algumas sanfonas têm como destino estúdios de gravação e pro-

gramas de rádio e televisão.Cristovam também é diretor musical, toca sanfona e teclado em um conjunto da cidade chamado Raízes que toca serestas, MPB, forró e algumas músicas românticas.

Mais trabalho“Quero agradecer ao Jornal do Meio. A reportagem fi cou excelente. Não preciso acrescentar nada. Foi muito bem escrita”,

opina Cristovam que com-prou mais 5 exemplares do jornal: “deixo um só para emprestar para os amigos e outras pessoas que têm curiosidade”.O sanfoneiro também mandou algumas cópias para os amigos em São

Paulo. “A matéria foi muito comentada. Muita gente veio falar comigo. Gente que não sabia o que eu fazia”.A repercussão foi tão positiva que o nú-mero de clientes aumentou, juntamente com a fila de espera. Cristovam conta que o Grupo Raízes foi aprovado pela Lei de Incentivo a Cultura. A agenda do grupo também aumentou. Agora eles fazem shows para entidades beneficentes.“Em todo lugar me perguntam sobre as sanfonas e a banda”, alegra-se. Quem se interessar em contratar o conjunto Raízes ou tiver uma sanfona para consertar, basta ligar para: 4032-6632

Felizmente, depois que a matéria de Cristovam saiu no jornal, a clientela só aumentou

notaSensibilidade

a cada

por MARIA FERNANDA DI BELLA

A repercussão foi tão positiva que o número de clientes aumentou Cristovam

Cristovam conta com a ajuda de um computador para afi nar as sanfonas

Além de consertar a sanfona, Cristovam toca sanfona e teclado e é diretor musical do grupo Raízes, de Bragança

Page 19: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.19

Page 20: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.208

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

junho

A edição 435 contou a história do simpático Guilherme Pile-ggi Contesini que vive no Asilo São Vicente de Paulo. Ele quase

chegou a ser padre. Foi no seminário que aprendeu a gostar de literatura. Cursou fi losofi a, teologia e letras. E também lê em espanhol e em francês.O simpático e falante senhor dedicou a vida, mais precisamente 33 anos, a ensinar a magia das letras para as pessoas, dando aulas de latim e português. E gosta de contar que foi professor de algumas pes-soas que fi caram famosas como a cineasta Tizuka Yamasaki e a atriz Elke Maravilha, alem de advo-gados e ministros.Para ele o incentivo à leitura não deve vir apenas da escola, mas da famí-lia também. Ainda segundo Guilherme, os escritores estrangeiros são mais valorizados que os brasileiros em nosso país. Aos 85 anos, Guilherme não pensa em

parar. A melhor maneira de passar o tempo é com a leitura. Todos no asilo já conhecem o amor que o professor tem pelos livros. Algumas pessoas emprestam alguns livros para Guilherme que chega a ler mais de duas obras simultaneamente. Se o ouvido já não é o mesmo, a visão compensa.

Grandes clássicosOs autores preferidos são: Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Raquel de Queirós, Clarice Lispector e outros. Mas no topo da lista de

Guilherme estão: Machado de Assis (com Quincas Borba, Dom Casmurro e alguns contos) e Eça de Queirós (com A Cidade e as Serras e algumas biografi as sobre o autor).Alguns trechos de livros, Guilherme lembra de

memória, como o início de Iracema (de José de Alencar), que recitou no dia da entrevista: “Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba...”.

Nos anos que morou em Atibaia, Gui-lherme escreveu vários artigos para o jornal da cidade. Em 2007, os artigos foram reunidos em um livro intitulado Palavras de Ontem e de Hoje.“Pela primeira vez alguém escreveu sobre mim”, emociona-se Guilherme que agora está lendo Quando Nichietze Chorou. “É um bom livro”, opina. Ele é rígido quanto à leitura. Não gostou de Paulo Coelho nem de Jorge Amado. Sobre o primeiro autor, achou a linguagem muito coloquial, já do segundo disse ser livros ‘comerciais’. O Jornal do Meio passou por quase todas as mãos dos moradores, funcionários e visitantes do asilo. Guilherme fez questão que todos lessem. “Fiquei encantado com a maneira que escreveram sobre mim. A matéria fi cou excelente!”. Ele também enviou um exemplar para a fi lha que mora na França e diz que recebe com muito prazer todos que queiram visitá-lo para conversar sobre literatura.

Guilherme serve como exemplo para o incentivo à leitura

leituraViajando com a

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Fiquei encantado com a maneira que escreveram sobre mim Guilherme

Devido à paixão pelos livros, Guilherme é conhecido por todos no asilo onde mora

Page 21: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.21 junho

O casamento entre o estilista Luis Fernando Rodrigues, o Lulu, e o maquiador Rafael Novak, gerou muitos co-

mentários. O Jornal do Meio fez duas matérias com o casal. A edição 436, do dia 20 de junho contou um pouco da história dos noivos e os preparativos para a cerimônia. Já a edição 441, do dia 25 de julho relatou como havia sido o grande dia. As duas edições esgotaram nas bancas. O evento tam-bém marcou história por se tratar da primeira união homossexual na cidade e de acordo

com pesquisas, a segunda do país. O casal pensou em todos os detalhes para a festa que aconteceu no dia 19 de julho. Queriam que fosse perfeita e muito bem or-ganizada. E foi. Os noivos chegaram ao local da cerimônia, o Clube Literário, de um jeito nada convencional na cidade: de limusine. Quando desceram do carro, a surpresa:

a praça estava lotada de curiosos que foram prestigiar o casal.“A matéria ajudou a di-vulgar. Todo mundo leu ou comprou o jornal. A praça estava lotada. Achamos o assédio es-tranho. Não estávamos acostumados com isso. Mas o dia foi perfeito. Não

saiu nada errado”, conta Lulu. Na ocasião Rafael disse ao jornal que a atitude do

casal iria servir também para encorajar outras pessoas a assumirem a homossexualidade.

Praticamente celebridadesDurante a cerimônia, outra surpresa: muitas pessoas estavam com máquinas fotográfi cas e celulares para não perder nenhum deta-lhe do momento.

A cerimônia, como haviam dito, falou sobre a união entre duas pessoas que se gostam e a coragem de assumir publicamente o amor. Em seguida a festa começou com tudo o que tinha direito, ao som do DJ que embalou os convidados até altas horas. O salão foi decorado em preto e branco e até os cachorros do casal estavam presentes como bonecos no bolo. Lulu e Rafael foram passear de limusine até o Lago do Taboão. Lá também receberam os cumprimentos das pessoas. “Todos os lugares que a gente passava, tanto antes como depois do casamento, as pessoas vinham comentar da matéria e do casamento. E somente comentários positivos”, lembra Lulu e continua: “Ficou muito bom mesmo. A matéria realmente foi fi el a tudo que foi dito. Nossas famílias também gostaram e guardamos os jornais”. Chile foi o local escolhido para a lua-de-mel. O casamento também ajudou no trabalho e agora a agenda está cheia. “Algumas noivas dizem que foram na porta do Literário para ver a gente. Na hora do atendimento elas querem falar mais sobre o nosso casamento do que o delas”, diverte-se Lulu.

A repercussão foi tão grande que os jornais esgotaram nas bancas

Casamento anodo

por MARIA FERNANDA DI BELLAfotos TOLEBA

Todos os lugares que a gente passava, as pessoas vinham comentar da matéria e do casamento Lulu

O casal conta que tudo saiu como o esperado. O salão do Clube Literário fi cou lotado de amigos e parentes que foram prestigiar os noivos

O casamento foi muito comentado. Lulu e Rafael passearam pela cidade de limusine

Page 22: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.22

Page 23: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.23

Page 24: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.248

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

A edição 439 trouxe uma matéria dedicada às faxineiras. Passamos por elas praticamente todos os dias. Mas será que damos a devida

importância? Elas deixam o ambiente limpo, cheiroso e habitável para que nós possamos trabalhar e estudar melhor. Todas conhecidas e que-ridas nos locais onde trabalham, 3 faxineiras: Benedita, Rosemeire e Maria de Lourdes, contaram suas experiências e como conquistaram o respeito e admiração das pessoas. Elas cuidam dos fi lhos dos outros como se fossem seus. Benedita M. de Jesus, a Ditinha, é a funcio-nária mais antiga do Clube de Campo de Bragança. Está lá há 32 anos e é conhecida por praticamente todos os sócios. Come-

çou o trabalho no vestiário feminino e hoje sua tarefa é passar por cada canto do clube conferindo a limpeza. A faxineira vê o clube como a própria casa e os funcionários como irmãos. As meninas que freqüentavam o clube quando Ditinha entrou, hoje já são mães

e a faxineira continua cuidando com todo o carinho. “Queria agradecer ao jornal por ter escrito sobre minha vida. Fiquei conhecida. Um monte de gente veio falar comigo, até no supermercado”,

comenta Ditinha. Ela guardou um exem-plar e outro ficou no Clube. Nos 11 anos que Rosemeire de Lourdes R. Lima está no colégio IECJ, já viu muita bagunça dos alunos e ofereceu muitos chazinhos para as garotas que ‘sofrem’ pelos paqueras. Hoje ela é coordenadora da manutenção e durante o recreio ajuda a olhar as crianças. Segundo Rose, os adolescentes dão mais trabalho que as crianças. Eles querem entrar na copa e comer as bolachas dos professores e passar de um prédio a outro para paquerar.“A matéria ficou muito legal, fez sucesso e foi bastante elogiada. Minha família também gostou. Mostrei para os meus sobrinhos. Vocês colocaram tudo exa-tamente como eu disse”,conta Rose que agora, junto com a equipe

de limpeza, está deixan-do o colégio pronto para a volta as au-las. Mar ia de Lourdes da Silva Lima, a Lourdinha, trabalha na Universidade São Francisco há 22 anos. Ela também é conhecida pelos outros funcionários, alunos – que gostam de tomar café e conver-sar na copa – e professores. Ela contou ao Jornal do Meio que não sente preconceito ou indiferença das pessoas. Graças ao trabalho as fi lhas de Maria de Lourdes ganharam bolsa e puderam cursar a universidade. Se tivesse tido a oportunidade de estudar Maria de Lourdes teria feito contabilidade. “Achei a matéria ótima e guardei o jornal de recordação. É uma lembrança boa, graça a vocês. Pensei que as pessoas iam esquecer rápido, mas até hoje estão comentando. Tem gente que pede pra levar o jornal, dizem que eu fiquei chique! Brinco que fiquei famosa. Vou ter que dar autógrafo!”, diverte-se Maria de Lourdes. E o trabalho? “O trabalho continua. Precisa né?”.

julho

Três faxineiras da cidade têm muita história para contar

limpezaHora

da

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Pensei que as pessoas iam esquecer rápido, mas até hoje estão comentando.

Lourdinha

Lourdinha é bastante conhecida na Universidade São Francisco, onde trabalha há 22 anos

Rosemeire está há 11 anos no IECJ. Hoje ela é coordenadora da manutenção

Ditinha trabalha no Clube de Campo há 32 anos e é a funcionária mais antiga

Page 25: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.25 julho

Você pode não ter tempo ou paciência para fazer cru-zadinhas, mas com certeza conhece alguém que goste do

passatempo. Só no Brasil são vendidas mais de 3 milhões de palavras cruzadas. Nos EUA esse número é ainda maior. O passatempo é antigo. Historiadores dizem que as palavras cruzadas existem desde a Roma Antiga. Civilizações como Egito e China também brincavam com as palavras. O formato atual, como conhece-mos, foi publicado pela primeira vez no jornal americano ‘The New York Word’, em 22 de dezembro de 1913. No Brasil, as cru-zadinhas chegaram em 1925 através do jornal carioca ‘A Noite’.A edição 440 contou um pouco dessa história e conversou com Luiz Gonzaga de Oliveira Leme, 74 anos, que confecciona palavras cruzadas. Depois que se aposentou Luiz não quis fi car com o tempo ocioso. E viu nas palavras cruzadas uma maneira de exercitar o cérebro. “Gostei muito da matéria. Fiquei envaidecido. Foi bem co-mentada”, diz Luiz. No início o aposentado apenas decifrava. Após um ano dedicando algumas horas do dia decifrando as cruzadinhas, ele achou

que era hora de confec-cioná-las. Até ganhar um computador dos filhos em 2007, Luiz fazia tudo a mão. Com a ajuda da máquina consegue fazer 3 por dia. Ao todo o aposen-tado já confeccionou mais de 500 palavras cruzadas.

Bragança nas cruzadinhas“Pouca gente confecciona palavras cruzadas, a maioria decifra. As pessoas vieram me

cumprimentar, comen-tando sobre o que faço. Não esperava esse retorno”, comenta o aposentado que recebeu elogios dos amigos onde joga bocha e do dominó e também de um padre durante a missa. A família fi cou orgulho-sa. Os fi lhos colocaram

a matéria na clínica em que trabalham e todos guardaram um exemplar, inclusive os amigos dos fi lhos. O nível das cruzadinhas está entre o médio e o dif ícil. Luiz envia as diretas para uma revista em Poços de Caldas chamada ‘A Recreativa’ e desde que a matéria foi publica em agosto, também as envia para o Jornal do Meio.

O aposentado abre aleatoriamente uma página e começa a cruzadinha com a letra que aparecer. Para ajudar na escolhas das palavras ele utiliza o dicionário de por-tuguês, de inglês, pesquisa em jornais, revistas e às vezes até alguma música. Para o Jornal do Meio, Luiz se inspira em pessoas, nomes de ruas e fatos que marcaram Bragança.Ele leva o passatempo tão a sério que já participou de um evento de cruzadistas em São Pedro (São Paulo). Além da cruzadinha, Luiz gosta de jogar dominó e todas as ma-nhãs leva a cachorrinha Penélope passear, tudo para não fi car parado. Até hoje nas caminhadas as pessoas pa-ram Luiz para comentar sobre a matéria. “Elas vêm falar comigo, dizer que gostam de cruzadinha. Alguns professores apo-sentados também comentam. O jornal tem um bom desempenho. Passa boas informações e é lido por bastante gente. Não faltou nada para dizer. A matéria foi bem escrita”, conclui.

Morador da cidade confecciona palavras cruzadas

palavrasBrincando

por MARIA FERNANDA DI BELLA

O Jornal do Meio tem um bom desempenho. Passa boas informações e é lido por bastante gente

Luiz Gonzaga

com as

Quando se aposentou, Luiz Gonzaga queria fazer algo que ocupasse o tempo. Passou a decifrar cruzadinhas e depois a confeccioná-las

Page 26: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.268

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

agosto

No Brasil existem poucos luthiers – como são chamados os cons-trutores de instrumentos musicais – e um deles

mora em Bragança, mais precisamente no Bairro do Agudo, zona rural da cidade. Paulo Ramos esteve presente da edição 444, do dia 15 de agosto. Paulo é engenheiro, nas-cido na capital paulista e há 27 anos escolheu Bragança para viver. Acostumado com a música – o pai e os tios tocavam vários instrumentos como violino, fl auta e piano – ele aprendeu a tocar violino ainda criança e sempre teve vontade de construir instrumentos musicais. O sonho se realizou quando Paulo conheceu Rafael Sando, um f ísico de Bragança que

constrói instrumentos de corda, e se ofe-receu como ajudante. Claro que o primeiro instrumento feito pelo luthier foi um violino que Paulo deu de presente a fi lha Ana de Oliveira, que toca em uma orquestra no

Rio de Janeiro. Em 2001 Paulo montou o próprio ateliê no sítio onde mora e desde então trabalha com contrabaixos. Na entrevista Paulo con-tou que como ele existem apenas 5 pessoas no Brasil. A maior concorrência vem da China, onde os instrumentos são fabri-cados em série. Ser luthier requer muita

atenção. Como o trabalho é artesanal, Paulo constrói de 4 a 6 contrabaixos por ano. Desde 2001 foram 25 instrumentos, sem contar os violinos e violoncelos. Todos os clientes chegam por indicação.

“Gostei demais da matéria. Todos que leram também gostaram bastante. A matéria fi cou concisa, bem escrita e dirigida. Não falou nem de mais, nem de menos. Os conhecidos ligaram elogiando”, comenta Paulo que levou alguns exemplares para os amigos em São Paulo.

Fila de esperaEstudantes adiantados e músicos profi ssionais procuram pelo luthier. A fi la de espera é de mais de 1 ano.

Orquestra Sinfônica do Th eatro da Paz em Belém (Pará), Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Nacional de Brasília são alguns dos destinos dos contrabaixos. “Os jornais trazem muitas notícias ruins, cri-mes, violência, baixaria, etc. Mas vocês estão de parabéns. Tem muito mais coisa na nossa cidade e nós nem fi camos sabendo”, diz. Recentemente Paulo restaurou um contrabaixo e inovou o trabalho deixando o braço do ins-trumento desmontável. Dessa maneira fi cou mais fácil carregar, pois o estojo fi ca menor. O luthier já tentou trabalhar com madeiras nacionais como marupá, amapá e frejo, mas como são dif íceis de encontrar, trabalha apenas com as importadas. Todas as eta-pas são feitas com o máximo de cuidado. A tensão nas cordas pode chegar a 149 kg. Isso quer dizer que o mínimo descuido e o contrabaixo pode rachar ou trincar. Há 6 anos Paulo cede um espaço no sítio, o espaço CultRural, para uma ofi cina de contrabaixo. Músicos de todas as partes do mundo já vieram participar. Paulo não sabe tocar contrabaixo e para testar os contrabaixos antes de serem vendidos, conta com a ajuda do contrabaixista francês Tibô Delor. Segundo Paulo, o construtor de instrumento tem que saber construir.

zona ruralO luthier da

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Os jornais trazem muitas notícias ruins, crimes, violência, baixaria, etc. Mas vocês estão de parabéns. Tem muito mais coisa na nossa cidade e nós nem fi camos sabendo Paulo Paulo Paulo

Paulo Ramos é procurado por músicos de todas as partes do Brasil e do mundo

Paulo Ramos constrói de 4 a 6 contrabaixos por ano

O luthier já vendeu os instrumentos para músicos das Orquestras do Theatro da Paz em Belém (Pará), Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e Orquestra Nacional de Brasília

Page 27: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.27

Page 28: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.288

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

agosto

Foi por acaso, mas virou coisa séria. A edição 446 contou sobre como a diretora de colégio conseguiu melho-rar a escola através do Orkut. Antes

de assumir a direção do EEMABA, Roberta da Silva Bonani, passou por alguns problemas. Havia uma campanha na Internet boicotando sua transferência. Os alunos estavam inseguros, com medo que toda as melhorias conquistadas pela antiga diretora fossem acabar. Para entender o que se passava, Roberta decidiu entrar para o Orkut (site de relacionamentos). E encontrou no site uma maneira de se defender. Deu tão certo que ela passou a utilizar o Orkut para gerenciar a escola. Foi a maneira que encontrou de fi car mais próxima dos 2.000 alunos. Após 6 meses na diretoria, Roberta conta que já foi possível observar al-gumas melhoras.No Orkut os alunos escrevem sobre to-dos os assuntos. Nas comunidades eles discutem sobre os professores, provas, notas, sugestões para melhorias e até locais para ‘matar’ aula. Assim como Roberta alguns professores também fi zeram o perfi l no Orkut. Uma das vantagens apontadas pelos educadores foi a mudança no relacionamento entre profes-sor-aluno em sala de aula. Agora eles falam a mesma língua, o que é um benef ício, pois

o aluno fi ca mais confi ante.Mas o site não é um mar de rosas. É preciso tomar cuidado com as fotos que os adolescentes colocam, as comu-nidades que participam e as pessoas que aceitam na rede de amigos. Uso

consciente. Essa é a expressão que Roberta quer implantar no EMABA. Ela também pretende capacitar os pais para que utilizem o Orkut como uma ferramenta a mais.Na matéria o Jornal do Meio ouviu a opinião de alguns alunos. E foi unâ-nime. Para eles o fato da

diretora e dos professores participarem do Orkut, só tem aspectos positivos. Eles não se sentem monitorados e a sensação de in-timidade só melhora o ambiente escolar.

PermissãoLogo depois da publicação da matéria, Roberta entrou em contato com o Jornal do Meio e contou que havia conseguido autorização da Secretaria de Ensino para usar o Orkut na escola. “A reportagem pegou a essência do assunto, vocês entenderam o que quis passar”, comenta a diretora. E continua: “É incrível o peso que o jornal impresso tem. As pessoas lêem mesmo. Isso é bacana. Amei. Agora as pessoas acreditam”, opina.Roberta recebeu vários telefonemas, mesmo depois de alguns dias que a ma-téria havia saído. “Os pais pediam para

eu adicionar os filhos, inclusive alunos que não estudam no EEMABA. Coloquei o jornal no mural da escola. Os alunos adoraram”, diz a diretora. O número de amigos no Orkut também aumentou após a matéria. “Vou precisar fazer um outro perfil. Não vai mais caber”, observa Roberta. Escolas de Bragança e até de outras cidades entraram em con-tato com Roberta para saber mais sobre o assunto. E no EMABA os professores que não têm Orkut estão sendo incentivados a fazer um perfil. “Todo mundo viu o jornal. Até no dentista ouvi comentários. Fiquei famosa”, brinca a diretora. E conclui: “Vale a pena lutar por aquilo que acreditamos. Conseguimos a autorização de maneira rápida graças ao Jornal Do Meio”.

Tecnologia que

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Vale a pena, temos que lutar por aquilo que acreditamos. Conseguimos a autorização de maneira rápida graças ao Jornal do Meio. Roberta

Depois da matéria, Roberta conseguiu autorização para colocar seu projeto em prática

ajuda na educação

Os professores foram incentivados a criar um perfi l na rede social

Roberta criou um perfi l no Orkut para se defender de boatos. A história deu certo e hoje ela usa o site como aliado na educação

Page 29: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.29

Page 30: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.308

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

Todo mês um livro é lançado na Biblioteca Municipal Dra. Alzira

Bittencourt. Não se trata de qualquer livro. São obras especialmente feitas para cegos: os áudio-livros. O idealizador do projeto Marcelo Velasco Figuei-redo tem a ajuda da AMU – Mulheres Unimedianas – para a realização do projeto que começou em maio de 2007. A Edição 449 do Jornal do Meio do dia 19 de setembro, trouxe Marcelo Velasco falando sobre o lançamento do mês e convidando as pessoas a participarem na Biblioteca para ouvir e prestigiar a apresentação de ‘Cinco Pães e Dois Peixes – do sofrimento do cárcere um alegre testemunho de fé’, do vietnamita François Xavier Nguyen Van Th uan. Em agosto, foi a vez de ‘Capitães da Areia’ de Jorge Amado.O primeiro livro foi ‘O monge e o Executivo’, de James C. Hunter, que o próprio Marcelo gravou e editou. Leitores voluntários vão até a casa de Marcelo – de segunda a sexta-feira –participar da gravações. Ele também grava apostilas escolares e livros da ASES

(Associação dos Escritores de Bragança). Geralmente os voluntários gravam 20

páginas por dia. Atual-mente são mais de 21 livros gravados e cerca de 9 estão em produção como Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), O Cavaleiro Preso na Armadura (Robert Fischer), No Sétimo Céu (Luanne Rice) e Espártaco (Howard

Fast). É importante ressaltar que os livros pertencem a AMU e estão emprestados para a Biblioteca Municipal.

DedicaçãoO tempo de gravação dos livros varia. De-pende da disponibilidade dos voluntários e do tamanho dos livros. ‘História sem Fim’, por exemplo, demorou 8 meses para ser fi nalizado. Marcelo recebe sugestões de livros dos deficientes visuais que também fazem críticas positivas e constru-tivas para que o trabalho seja cada vez melhor. Alguns dos livros gravados são:

O Código Da Vinci (Dan Brown), Memórias de um Sargento de Milícia (Manuel Antonio de Almeida), Estação Carandiru (Drauzio Varella) e Ela e Eu (Silvio A. Zanini). “A matéria ajudou bastante. Houve muitos comentários depois que a reportagem saiu. Algumas pessoas apareceram na biblioteca após lerem a respeito no jornal. Inclusive uma leitora voluntária, ela viu o jornal e entrou em contato comigo”, diz Marcelo. Ele conta que entre os livros que estão sendo lidos estão ‘A Menina que Roubava Livros’, Virtudes Para um Outro Mundo Possível’ e ‘Mahatma Gandhi’ de Umberto Rodim.“Em novembro foi entregue mais um livro na Biblioteca: ‘O Código da Vinci’, de Dan Brown”. Mais informações: pelo telefone: 4032-2265

faladosLivros

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Algumas pessoas apareceram na biblioteca após lerem a respeito no jornal. Inclusive uma leitora voluntária, ela viu o jornal e entrou em contato comigo

Marcelo

Marcelo Velasco continua com o projeto de levar cultura a quem não pode enxergar

setembro

Marcelo com as voluntárias Cristina e Gisleide

Todo mês um áudio-livro é lançado na Biblioteca Municipal com a ajuda de Marcelo Velasco

setembro

A Edição 450 do Jornal do Meio, do dia 26 de setembro, contou sobre a construção da Igreja de Santa Rita de Cássia, um

sonho antigo da comunidade do Jardim da Fraternidade. Por não possuírem uma Igreja, o bairro faz parte da paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança, localizada no Parque dos Estados. Para dar continuidade ao sonho, os moradores compraram um terreno onde está sendo erguida a futura igreja que terá 700m² de área construída e foi projetada pelo arqui-teto Diaulas. Ela será a réplica da igreja em homenagem a Santa que está localizada na Itália e a primeira de Bragança. Todos sabem que não é de um dia para o outro que as coisas acontecem, padre Orestes de Oliveira Preto, calcula que a obra custe em torno de 500 a 600 mil reais e demore de 3 a 4 anos para fi car pronta. O dinheiro arrecadado para a construção é proveniente de bazares, festas e bingos, a comunidade arrecadou dinheiro e construiu a parte de baixo em julho deste ano.Padre Orestes substituiu o Padre Juzemildo na paróquia Boa Esperança e diz que preten-de dar continuidade às obras assistenciais iniciadas pelo seu antecessor. Para Padre Orestes, Padre Juzemildo realizou um exce-

lente trabalho no período que permaneceu na comunidade. A intenção é continuar os trabalhos iniciados por ele. As obras nem chegaram ao fi m e o novo padre deseja que a futura igreja de Santa Rita seja elevada a paróquia. Maurício Cestari contou sobre a história da Santa, que é italiana. Santa Rita nasceu

em um povoado chamado Roccaporena, próximo a cidade de Cássia, na província de Úmbria. Ela levou uma vida muito simples e após a morte do marido e dos 2 fi lhos entrou para um convento. Lá permaneceu até sua morte em 22 de maio de

1427, aos 70 anos. Somente em 1900 ela foi canonizada pelo Papa Leão XIII.

Antes e depois“A reportagem foi muito positiva. Muitas pessoas tiveram conhecimen-to da obra da igreja e através do Jornal do Meio o comércio local ajudou bastante”, conta Padre Orestes. A parte de baixo da igreja, onde fica o salão já está sendo utilizada. “O jornal captou bem o que queríamos passar e

foi muito importante para a comunidade. Colocamos a matéria no mural da paróquia. A repercussão foi ótima”, afi rma o Padre“A matéria fi cou muito bonita e positiva porque divulgou a comunidade de Santa Rita e atingiu o propósito que eram as doações para a construção da igreja. Ganhamos todos os tijolos para levantar a igreja. Tudo isso graças à reportagem do Jornal do Meio. Ficou excelente”, opina Maurício. “Chamou a atenção das pessoas porque muita gente não sabia. E foi muito elogiada também. Ficou do agrado geral. O nosso objetivo foi alcançado. Só temos a agradecer ao Jornal do Meio”, finaliza. Quem se interessar em colaborar pode entrar em contato com Padre Orestes ou Maurício Cestari. A ajuda é sempre bem vinda. Paróquia Boa Esperança: 4031-3066

Construindo sonhoum

por MARIA FERNANDA DI BELLA

O jornal captou bem o que queríamos passar e foi muito importante para a comunidade Padre Orestes

A obra da futura Igreja de Santa Rita, no Jardim Fraternidade continua em andamento graças às doações dos bragantinos

Maurício e Padre Orestes contam que a Igreja terá 700m²

A Igreja Santa Rita estará localizada no jardim Fraternidade e será uma réplica da Igreja da Itália

Page 31: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.31

Todo mês um livro é lançado na Biblioteca Municipal Dra. Alzira

Bittencourt. Não se trata de qualquer livro. São obras especialmente feitas para cegos: os áudio-livros. O idealizador do projeto Marcelo Velasco Figuei-redo tem a ajuda da AMU – Mulheres Unimedianas – para a realização do projeto que começou em maio de 2007. A Edição 449 do Jornal do Meio do dia 19 de setembro, trouxe Marcelo Velasco falando sobre o lançamento do mês e convidando as pessoas a participarem na Biblioteca para ouvir e prestigiar a apresentação de ‘Cinco Pães e Dois Peixes – do sofrimento do cárcere um alegre testemunho de fé’, do vietnamita François Xavier Nguyen Van Th uan. Em agosto, foi a vez de ‘Capitães da Areia’ de Jorge Amado.O primeiro livro foi ‘O monge e o Executivo’, de James C. Hunter, que o próprio Marcelo gravou e editou. Leitores voluntários vão até a casa de Marcelo – de segunda a sexta-feira –participar da gravações. Ele também grava apostilas escolares e livros da ASES

(Associação dos Escritores de Bragança). Geralmente os voluntários gravam 20

páginas por dia. Atual-mente são mais de 21 livros gravados e cerca de 9 estão em produção como Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), O Cavaleiro Preso na Armadura (Robert Fischer), No Sétimo Céu (Luanne Rice) e Espártaco (Howard

Fast). É importante ressaltar que os livros pertencem a AMU e estão emprestados para a Biblioteca Municipal.

DedicaçãoO tempo de gravação dos livros varia. De-pende da disponibilidade dos voluntários e do tamanho dos livros. ‘História sem Fim’, por exemplo, demorou 8 meses para ser fi nalizado. Marcelo recebe sugestões de livros dos deficientes visuais que também fazem críticas positivas e constru-tivas para que o trabalho seja cada vez melhor. Alguns dos livros gravados são:

O Código Da Vinci (Dan Brown), Memórias de um Sargento de Milícia (Manuel Antonio de Almeida), Estação Carandiru (Drauzio Varella) e Ela e Eu (Silvio A. Zanini). “A matéria ajudou bastante. Houve muitos comentários depois que a reportagem saiu. Algumas pessoas apareceram na biblioteca após lerem a respeito no jornal. Inclusive uma leitora voluntária, ela viu o jornal e entrou em contato comigo”, diz Marcelo. Ele conta que entre os livros que estão sendo lidos estão ‘A Menina que Roubava Livros’, Virtudes Para um Outro Mundo Possível’ e ‘Mahatma Gandhi’ de Umberto Rodim.“Em novembro foi entregue mais um livro na Biblioteca: ‘O Código da Vinci’, de Dan Brown”. Mais informações: pelo telefone: 4032-2265

faladosLivros

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Algumas pessoas apareceram na biblioteca após lerem a respeito no jornal. Inclusive uma leitora voluntária, ela viu o jornal e entrou em contato comigo

Marcelo

Marcelo Velasco continua com o projeto de levar cultura a quem não pode enxergar

setembro

Marcelo com as voluntárias Cristina e Gisleide

Todo mês um áudio-livro é lançado na Biblioteca Municipal com a ajuda de Marcelo Velasco

setembro

A Edição 450 do Jornal do Meio, do dia 26 de setembro, contou sobre a construção da Igreja de Santa Rita de Cássia, um

sonho antigo da comunidade do Jardim da Fraternidade. Por não possuírem uma Igreja, o bairro faz parte da paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança, localizada no Parque dos Estados. Para dar continuidade ao sonho, os moradores compraram um terreno onde está sendo erguida a futura igreja que terá 700m² de área construída e foi projetada pelo arqui-teto Diaulas. Ela será a réplica da igreja em homenagem a Santa que está localizada na Itália e a primeira de Bragança. Todos sabem que não é de um dia para o outro que as coisas acontecem, padre Orestes de Oliveira Preto, calcula que a obra custe em torno de 500 a 600 mil reais e demore de 3 a 4 anos para fi car pronta. O dinheiro arrecadado para a construção é proveniente de bazares, festas e bingos, a comunidade arrecadou dinheiro e construiu a parte de baixo em julho deste ano.Padre Orestes substituiu o Padre Juzemildo na paróquia Boa Esperança e diz que preten-de dar continuidade às obras assistenciais iniciadas pelo seu antecessor. Para Padre Orestes, Padre Juzemildo realizou um exce-

lente trabalho no período que permaneceu na comunidade. A intenção é continuar os trabalhos iniciados por ele. As obras nem chegaram ao fi m e o novo padre deseja que a futura igreja de Santa Rita seja elevada a paróquia. Maurício Cestari contou sobre a história da Santa, que é italiana. Santa Rita nasceu

em um povoado chamado Roccaporena, próximo a cidade de Cássia, na província de Úmbria. Ela levou uma vida muito simples e após a morte do marido e dos 2 fi lhos entrou para um convento. Lá permaneceu até sua morte em 22 de maio de

1427, aos 70 anos. Somente em 1900 ela foi canonizada pelo Papa Leão XIII.

Antes e depois“A reportagem foi muito positiva. Muitas pessoas tiveram conhecimen-to da obra da igreja e através do Jornal do Meio o comércio local ajudou bastante”, conta Padre Orestes. A parte de baixo da igreja, onde fica o salão já está sendo utilizada. “O jornal captou bem o que queríamos passar e

foi muito importante para a comunidade. Colocamos a matéria no mural da paróquia. A repercussão foi ótima”, afi rma o Padre“A matéria fi cou muito bonita e positiva porque divulgou a comunidade de Santa Rita e atingiu o propósito que eram as doações para a construção da igreja. Ganhamos todos os tijolos para levantar a igreja. Tudo isso graças à reportagem do Jornal do Meio. Ficou excelente”, opina Maurício. “Chamou a atenção das pessoas porque muita gente não sabia. E foi muito elogiada também. Ficou do agrado geral. O nosso objetivo foi alcançado. Só temos a agradecer ao Jornal do Meio”, finaliza. Quem se interessar em colaborar pode entrar em contato com Padre Orestes ou Maurício Cestari. A ajuda é sempre bem vinda. Paróquia Boa Esperança: 4031-3066

Construindo sonhoum

por MARIA FERNANDA DI BELLA

O jornal captou bem o que queríamos passar e foi muito importante para a comunidade Padre Orestes Padre Orestes Padre Orestes

A obra da futura Igreja de Santa Rita, no Jardim Fraternidade continua em andamento graças às doações dos bragantinos

Maurício e Padre Orestes contam que a Igreja terá 700m²

A Igreja Santa Rita estará localizada no jardim Fraternidade e será uma réplica da Igreja da Itália

Page 32: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.328

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

outubro

O Jornal do Meio conversou com alguns cadeirantes de Bragança na Edição 451do dia 03 de outubro.

Eles contaram sobre os problemas que enfrentam na cidade, por quase tudo não ser adaptado. Angélica Iwamoto Correa , Antonio A. de Oliveira e Márcia C. Bueno, têm recla-mações em comum: os comerciantes não os vêem como um público consumidor. Haja vista que são pouquíssimos estabeleci-mentos comerciais que possuem banheiro adaptado para defi cientes f ísicos, como restaurantes. Eles precisam de ajuda para entrar nas lojas, pois pra-ticamente todas possuem degraus. Quando conse-guem, enfrentam outra difi culdade: os provadores pequenos e apertados. Por isso, na maioria das vezes eles compram a roupa no ‘olhômetro’.Por esse motivo Márcia prefere fi car em casa. Já Antonio e Angélica fre-qüentam todos os lugares.

Angélica é uma ‘baladeira’ de plantão. Não pára em casa aos fi nais de semana. Freqüenta bares, ‘baladas’ e ‘haves’. Ela já é bastante conhecida na cidade e não se intimida:

quando chega a locais que não possuem ram-pas de acesso, ela pede para os seguranças a carregarem. Outras reclamações são a falta de cuidado com as calçadas – que estão sempre cheias de buracos – o desrespeito das pessoas com as vagas destinadas para

defi cientes f ísicos, bem como a falha na fi scalização e a falta de preparo de alguns estabelecimentos.Angélica já deixou de ser sócia de um clube de Bragança, pois este não possuía nem

rampas para cadeirantes. Para se locomover de um lugar ao outro ela precisava dar a voltar no quarteirão.

Refl exão“A matéria fi cou muito legal. A reportagem repercutiu bastante. Algumas pessoas não conheciam os problemas reais e as difi culdades pelas quais passamos. Um monte de gente viu e comentou, mas infelizmente ainda não

resolveram o problema da guia rebaixada no Lago do Taboão”, comenta Angélica. A matéria chegou até o chefe no hotel onde trabalha: “Ele também gostou”.Ela continua trabalhando bastante e agora no fim do ano, acabou de passar por uma cirurgia. “Vou ficar um tempo afastada, mas depois penso em tirar férias e viajar”, termina. “O pessoal que me conhece veio falar comi-go sobre a matéria. Disseram que fi z certo de contar os problemas que temos”, conta Antonio e diz que espera que o Prefeito dê mais atenção aos cadeirantes. Segundo Antonio a maior mudança seria no transporte com um ônibus para defi cientes na linha. “Os cadeirantes contam apenas com o ônibus da ADEF e ainda somente para ir ao médico”. Ele também relata que em um Banco da cidade foi colocado um caixa eletrônico para defi cientes. “Ficou melhor. Agora a gente enxerga as teclas”, fi naliza Antonio e diz que espera que os outros cadeirantes saiam mais de casa.

dificuldadesSuperando

as

por MARIA FERNANDA DI BELLA

A reportagem repercutiu bastante. Algumas pessoas não conheciam os problemas reais e as difi culdades pelas quais passamos. Um monte de gente viu e comentou

Angélica Angélica Angélica

Muitos cadeirantes da cidade não saem de casa para evitar constrangimento

Márcia prefere fi car em casa a evitar situações que possam ser constrangedoras

Angélica não se intimida diante dos desafi os. Sai todos os fi nais de semana e freqüenta as baladas mais conhecidas da cidade

Antonio espera que a Prefeitura dê mais atenção aos problemas que os defi cientes físicos encontram em Bragança

Page 33: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.33

Page 34: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.348

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

outubro

A Edição 453 do dia 17e outubro foi uma das mais comentadas do ano. Isso porque o Jornal do Meio foi em busca de curiosi-

dades do comércio da cidade. E os números surpreenderam os leitores. Confi ra os dados mais uma vez. O dono da Livraria Católica Shalom, Antonio Donizeti Toledo, contou ao Jornal do Meio que vende 100 mil hóstias, em média, por mês. Fizemos as contas e percebemos que em 1 ano, esse número passa de 1 milhão. Ele também vende velas litúrgicas – 150 a 200 por mês – e velas de sacramento. Estas são mais comercializadas nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, totalizando 500 velas por mês. Se elas medem 30cm, então são 60.000 cm ou 600 metros de vela.“Foi bastante legal. Isso mostra que muita gente vai à igreja e comunga. Deu Ibope. A princípio não imaginava a repercussão. Me

surpreendi. A matéria foi positiva e só trouxe coisas boas. Vocês estão de parabéns”. Já Marcelo Marques e a esposa Gláucia Soa-res trabalham com decoração de festas. Eles gastam em média 200 balões por festa, num total de 30 festas por mês. Isso resulta em 6.000 balões ou 72.000 por ano. Em uma única festa já chegaram a utilizar 5.000 balões. “Amigos vieram comentar. Alguns fi zeram brincadeiras. Gostei de participar. Já esperava que as pessoas viessem comentar porque

o Jornal do Meio tem grande rotatividade”. Trinta litros de xampu mensais é o que gasta o proprietário do salão de cabeleireiro Creative Hair, Tiago Klink Cintra. Fizemos a média: se cada frasco de xampu tem 300ml, então são gastos cerca de 90 frascos por mês ou 360 litros de xampu por ano.

“A reportagem fi cou boa. Muitos clientes vieram falar comigo. Todos acharam legal e curioso. As pessoas nem imaginavam. Gostei bastante. Já fiz algumas matérias com o Jornal do Meio e sempre teve essa

repercussão positiva”.

ComidaNa lanchonete Stella Salgados, são vendidos 3.000 salgados por dia. No topo da lista está o croissant (1.000 por dia). Em segundo lugar está a coxinha, depois a empada, esfi rra e hamburgão. Para fazer tudo isso é preciso utilizar 240 quilos de carne por mês, em média 8 quilos por dia e 2.880 quilos por ano, o equivalente a 2,88 toneladas. De presunto e queijo são aproximadamente de 200 a 250 quilos por dia, ou 24 quilos por dia ou 8.400 quilos por ano ou se preferir, 8,4 toneladas no ano. O que mais chamou a atenção foi a quantidade de frango: 700 quilos por mês, ou 24 quilos por dia, ou 8,4 toneladas. “Vários clientes levaram o jornal para nós vermos. O pessoal não imaginava a quantidade de material que usamos, pensavam que era pouca coisa. Surpreendeu a gente. Gostamos e achamos interessante o jeito que vocês abordaram a matéria. Isso ajudou a divulgar o nosso trabalho”, comenta Nivonildo de Oliveira, proprietário da lanchonete. Os números também surpreendem na Pa-nifi cadora e Restaurante Estância. São 333 quilos de farinha por dia, um total de 121.545 quilos por ano o mesmo que 121,5 toneladas. E não pára por aí. São 60 quilos de tomate por dia, o equivalente a 21,6 toneladas por ano. A quantidade de ovos também é grande: 20 dúzias por dia, ou seja, 240 ovos. E mais: 5 quilos de azeitona por dia ou 150 quilos no mês.“Os clientes acharam a reportagem curiosa. Deu resultado. Muita gente comentou. Foi bem aceita. A matéria refletiu muito. Nem a gente imaginava que a repercussão fosse ser tão grande”, afirma Gilberto, gerente da Estância.

por MARIA FERNANDA DI BELLA

A princípio não imaginava a repercussão. Me surpreendi. A matéria foi positiva e só trouxe coisas boas. Vocês estão de parabéns Donizeti

cidadeCuriosidades da

Brincamos com os números. Confi ra os resultados

A Lanchonete Stella Salgados vende 3.000 salgados por dia aproximadamente

Tiago utiliza cerca de 360 litros de xampu anualmente

A Panifi cadora e Restaurante Estância usa em média 333 quilos de farinha por dia

Donizeti vende mais de 1 milhão de hóstias por ano

Marcelo gasta em média 200 balões por festa

Page 35: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.35

Page 36: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.368

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

novembro

O radiestesista Augusto Massura Uno, 54 anos, estampou a Edição 458, dia 21 de novembro, que tinha como tema a radiestesia,

uma ciência que detecta as vibrações energé-ticas – maléfi cas ou benéfi cas para a saúde – de pessoas, lugares e objetos. Ela também pode ser usada para achar objetos perdidos e obter respostas sobre situações da vida. Augusto estudou radiestesia com um mestre no período em que viveu no Japão, em 1991. Mas o estudo não pára. É importante se atualizar com livros, cursos e palestras.“Achei a matéria interes-sante. As pessoas gostaram muito. Os conhecidos me ligaram e deram os parabéns. Gerou uma repercussão muito le-gal. A reportagem foi bastante positiva e despertou curiosidade. Duas pessoas que já estavam interessadas na radiestesia e conheciam meu trabalho, quando leram a matéria, vieram me procurar”, conta Augusto que guardou um exemplar de lembrança. A radiestesia não é considerada misticismo, tampouco religião. A palavra ‘radius’, de ori-gem latina, signifi ca ‘radiações’ e ‘aesthesis’ (do grego) quer dizer ‘sensibilidade’.Estudos comprovam que a técnica vem sendo empregada – desde 2000 a.C. – na

China e no Egito, em várias situações como localizar veios d’água subterrâneos (utilizada até hoje por quem faz poços artesianos). Na 2ª Guerra Mundial, o exército de Hitler utilizou a radiestesia para localizar minas terrestres.

Por dentro do assuntoSão usados diversos materiais para detectar as vibrações, entre eles pêndulo, dual-ro-ad, aurímetro, gráfi cos, adesivos, bastões e anéis atlante. Eles podem ser feitos de metal, madeira e cobre.

O dual-road é um dos ins-trumentos mais conhecidos. São duas varinhas em forma de L que se movimentam na horizontal. Elas de-vem fi car paralelas. Quando a energia está positiva elas se repelem e quando a energia está negativa, se cruzam.

A especialidade de Augusto é no atendimento pessoal, mas a radiestesia pode ser feita em qualquer lugar como escritórios, casas, terrenos, plantas e animais. As perguntas – que podem ser de caráter f ísico, emocional e espi-ritual – são feitas para o pêndulo que, dependendo da resposta (sim, não ou talvez) gira em um sentido. A energia negativa pode estar na roupa ou até mesmo na pintura da casa. O radiestesista diz que tudo depende

de como a pessoa estava no momento que produziu determinado produto. Se estava mal com alguma coisa, o indivíduo trans-mitiu essa energia negativa. Augusto explica que a radiestesia só trabalha a parte energética, não é um instrumento para prever o futuro e não deve ser utilizada para tirar vantagem em determinada situação. Se Augusto detecta energia negativa em um objeto, indica que a pessoa faça uma limpeza com anil, sal grosso, ou ainda com amoníaco. Ele também utiliza pedras, como o cristal, para absorver a energia. Quem se interessar em saber mais sobre o assunto, ou marcar uma consulta, basta entrar em contato com Augusto pelo tele-fone: 4033-6100

uma ciência milenarRadiestesia

por MARIA FERNANDA DI BELLA

As energias de pessoas, objetos e lugares podem ser detectadas através de materiais especiais

Duas pessoas que já estavam interessadas na radiestesia e conheciam meu trabalho, quando leram a matéria, vieram me procurar

Augusto

Augusto começou a estudar a Radiestesia quando morou no Japão em 1991

O Radiestesista utiliza pêndulos para captar a ernergia

Page 37: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.37 novembro

O Jornal do Meio fez um paralelo entre a política americana e bragantina na Edição 459, do dia 28 de novembro.

No dia 04 do mesmo mês Barack Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos e quebrou uma barreira social: será o primeiro presidente negro do país. Em Bragança no mês de outubro também aconteceram eleições e pela primeira vez um negro foi eleito para o cargo de vereador. Mário B. Silva, presidente do PDT de Bragança, foi eleito com 1.573 votos, o 6º vereador mais vota-do. Na eleição anterior, quando se candidatou pela primeira vez, obteve 472 votos. Pernambucano, ele aprendeu cedo a não desistir facilmente dos obstáculos. Veio com a família morar em São Paulo, mais precisamente no Bairro da Brasilândia – até hoje uma favela da capital, onde os pais ainda vivem – quando tinha apenas 4 anos. Ele poderia ter se conformado com a vida que levava, mas não foi o que aconteceu. O menino que aos 14 anos começou a trabalhar

como office boy tinha planos para a vida. Se engajou na política e também era o único ne-gro da turma de jornalismo aonde tinha que ouvir piadas, algumas

preconceituosas, sobre sua cor. Ele contou ao Jornal do Meio que no Brasil a discriminação ainda existe, mas de forma maquiada. Porém, ele disse que em nenhum momento usou a cor

como forma de conseguir votos. Há 12 anos o vereador eleito mora no bairro Planejada II que juntamente com Planejada I, Parque dos Estados, Henedina Cortez, Hípica Jaguary e Jardim Fraternidade, compõe a Zona Norte da cidade, região que mais cresce atualmente, com cerca de 50 mil habitantes.

Projetos“A reportagem retratou a realidade. Não só eu, mas a população gostou da matéria

que passou um fato novo, mostrando um crescimento para o nosso Município. Foi uma leitura simples, fácil de compreender”, opina Mário.O Barack Obama da Zona Norte, como é chamado pelos moradores, pretende criar uma sub-prefeitura na Zona Norte e conse-guir que o Posto de Saúde atenda 24 horas. Até fevereiro de 2009 ele também deseja colocar um escritório político com o intuito de conscientizar a comunidade do papel do vereador, Prefeito e das secretarias. Ele também disse ao Jornal do Meio que irá votar a favor dos projetos que benefi ciem os bairros e a cidade, independente de serem da oposição ou da situação. “Conheço a grande imprensa de São Paulo, mas não sabia que no Município havia um jornal tão competente. Jornalista tem que ter ética. Pode opinar, mas não colocar palavras que não foram ditas. Vocês estão de parabéns”, conclui.

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Jornalista tem que ter ética. Pode opinar, mas não colocar palavras que não foram ditas

Mário

A edição 459 foi uma das mais comentadas na Zona Norte da cidade

Um dos projetos de Mario B. Silva é colocar um escritório político na Zona Norte, como objetivo de conscientizar a comunidade do papel do vereador, Prefeito e das secretarias

Page 38: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

pág.388

Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

dezembro

Denise Basaglia Colicingo, res-ponsável pela Associação Faros D’Ajuda, esteve presente na Edição 460, do dia 05 de dezembro. Ela

contou ao Jornal do Meio das difi culdades em manter a associação e pediu a ajuda da população bragantina para que todos se conscientizem do papel da Faros. A proposta da associação é cuidar dos ca-chorros doentes e fêmeas no cio. Porém, nos últimos anos o trabalho ganhou outra proporção. A equipe recebe muitas ligações todos os dias. São denúncias de maus tratos não só contra os cachorros, mas outros animais como gatos. Outras pessoas ligam e dizem que não querem mais os animais sempre com a desculpa de que vão mudar para um lugar menor ou para o exterior. Há ainda aquelas que deixam os animais na porta da Faros, como se o canil fosse um depósito de animais.O número de animais do canil varia. Denise conta que as 5 pessoas que trabalham na associação chegam a cuidar de 400 animais em um único mês. Ela diz que a situação poderia ser diferente se a população cas-trasse os animais. Na própria Faros existe um plano para castração. A pessoa paga apenas 10 reais por mês, durante 8 meses para castrar seu

animal. Esse dinheiro também ajuda a castrar os animais do abrigo.Denise afi rma que a verba da Prefeitura, de 6 mil reais mensais, é insufi ciente para todas as despesas do abrigo, que gasta mais de 4 toneladas de ração por mês. Isso fora os gastos com veterinário, medicamento e funcionário. A responsável pela Faros diz que seria im-portante que a Polícia Ambiental ajudasse, pois ela é mais preparada. O trabalho da polícia iria diminuir inclusive os trotes.

ApoioA associação está sempre precisando de colaboradores. Denise procura voluntários

que hospedem fi lhotes de cachorros e gatos por, no máximo, 60 dias. Ela chama esta ação de Lar Temporá-rio. Os voluntários arcam com as despesas, exceto com o veterinário. A Faros também precisa de material de construção, além de ração, material de

limpeza e medicamento (oral, injetável, pasta, gaze, algodão, luva e outros). Ela também necessita de voluntários para acompanhá-la nos eventos que a associação realiza. “Um monte de gente leu a matéria que fi cou bem legal. No dia recebi muitas ligações. Houve uma variedade enorme de comentários. Várias pessoas ligaram e pediram o número da conta para fazer depósito. Outras para

doar ração e ainda para serem voluntárias”, conta Denise. E conclui: “Infelizmente a cultura é assim. As pessoas ainda jogam os animais nas ruas”. Mais informações podem ser obtidas através do site: www.farosdajuda.org e do e-mail: [email protected] . Quem se interessar em ajudar, deve entrar em contanto com Denise através do telefone: 2277-6889. O número é de Bragança.

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Infelizmente a cultura é assim. As pessoas ainda jogam os animais nas ruas

Denise

Largados a própria sorte

A Faros D’Ajuda acolhe centenas de animais todo mês

Todos os dias Denise recebe dezenas de ligações sobre maus tratos de animais

Page 39: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.39 dezembro

O ciúme entre irmãos foi o assunto abordado na Edição 461, do dia 12 de dezembro. O foco foi a chegada de um

irmãozinho. Muitas vezes os pais não per-cebem que o filho não aceitou a chegada do neném. São as pessoas que estão de fora que observam melhor o comportamento da criança. A Psicóloga e Psicanalista de crianças Maria Cristina B. L. de Oliveira, explica que toda criança apre-senta ciúmes e que a insegurança é normal. Entretanto o ciúme nunca deve ser ignorado. “Gostei muito de participar da matéria. Muitas pessoas falaram que gostaram do conteúdo. Ficou bem escrita. Os conhecidos me encontravam na rua e comentavam sobre a reportagem”, opina Maria Cristina.O sentimento é percebido através de di-ferentes maneiras: atitudes desafiadoras ou agradar os pais são algumas delas. Maria Cristina explica que a maioria das crianças oscila entre as duas maneiras, porém se um lado prevalece, significa que algo não vai bem. Maria Cristina diz que a criança não fala

sobre o sentimento, mas de-monstra o que sente através de atitudes como voltar a fazer xixi na cama e a usar chupeta, falar igual a um bebê, sentir medo durante a noite, apresentar gagueira, ir mal na escola e não ter amigos no colégio. Algumas chegam a fi car com depressão.

Preparar o filho mais velho para a chegada do bebê, como pedir ajuda para escolher o enxoval e manter a rotina que havia anteriormente, é uma atitude que, segundo a psicóloga, os pais e a

família devem tomar. A psicóloga explica que a criança encontra no irmão tanto um companheiro como um rival e por isso aparecem sentimen-tos ambivalentes e contraditórios como amor e ódio.

‘Destronado’

É muito comum que as atenções dos fa-miliares e amigos se voltem para o recém-nascido. Com isso o irmão mais velho se sente abandonado. A psicóloga explica

que situações como essa são inevitáveis. Neste caso o bom senso dos adultos deve prevalecer. Os pais, padrinhos e alguns familiares mais próximos podem explicar a criança que isso já aconteceu com ela e agora é a vez do irmãozinho. Ela também precisa lidar com perdas. Os pais podem tomar outras providências para que a criança não se sinta abandonada como valorizar o crescimento e amadureci-mento do fi lho, reforçar a diferença de idade, destacar a importância de ser o mais velho e mostrar que cada fase tem seu valor. Ter um irmão signifi ca trocar experiências, brincar, conversar e aprender a compartilhar. Em certas ocasiões os próprios pais podem estimular o ciúme, de maneira inconsciente. É preciso prestar atenção se estão fazendo algum tipo de comparação entre os fi lhos. Cada fi lho é único, com características par-ticulares. A criança que tem problemas na fase do ciúme poderá apresentar problemas futuros como não aprender a dividir e não saber lidar com perdas e frustrações.

dividirAprendendo

a

por MARIA FERNANDA DI BELLA

Gostei muito de participar da matéria. Muitas pessoas falaram que gostaram do conteúdo

Maria Cristina

Um dos sentimentos mais comuns, o ciúme, também afeta crianças

Maria Cristina conta que os pais devem prestar atenção se eles estão estimulando o ciúmes entre os fi lhos através de comparações

Page 40: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

8Jornal do Meio31 de dezembro de 2008

pág.40