Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

52
jornal do meio Bragança Paulista Sexta 01 Janeiro 2010 Nº 516 - ano VIII [email protected]

description

Tablóide especial com as principais matérias de 2008.

Transcript of Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Page 1: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

jorn

al d

o m

eio

B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta01 Janeiro 2010

Nº 516 - ano [email protected]

Page 2: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

2pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Vou desejando ano novo feliz vivendo um pouco na ilusão sabida que a mudança de

calendário não pode dar um jeito naquilo que não se fez ou se fez mal no ano que termina. Alguém disse que de ilusão também se vive. Creio que a frase funcionaria melhor se dissermos que de sonho também se vive. A Psicologia diz que os sonhos são a realização dos nossos desejos inexpressos. Eles permitem a superação daquilo que as normas da convivência não permitem realizar. Sabemos que um ano bom depende de muitas coisas. Das decisões pes-soais. Das decisões coletivas. Creio que o empenho pessoal pode ser excelente meio para que aconteça um ano melhor. Sabemos que a vida é condicionada por muitos fatores. Se houver disposição de mudança naquilo que é pessoal já damos bons passos. O mais importante é fazer

de cada dia um novo passo para aquilo que se sonha. Perceber em si e nas circunstâncias mais próximas o que é preciso transformar. Para não cair na eterna rotina de esperar que as coisas mudem como que por encanto. O ano bom depende da forma como nós o encaramos e, mais que isso, como nós nos colocamos a construí-lo. E não se trata nem de individualismo nem de intimismo. Trata-se de tomar arranque do pé de apoio que é a própria realidade pessoal. Que projeta o que se entende por ano bom. E o que deveria acontecer para que fosse bom. E o que se deve fazer para que a bondade do ano não fi que só nos desejos e propósitos da virada do ano. Cada ser humano tem potencial para fazer sua vida melhor. A vida dos outros e a vida do mundo. Depende do aplicar-se no caminho desse ideal. Quem crê em Deus sabe que o desejo de Deus é que todos os anos sejam bons. E que Ele dá a todos o necessário para que os dias sejam vividos de forma plena. Depende do que se faz com os dons recebidos. A maior tentação é fi car esperando que Deus resolva nossos problemas. Que Ele cuide dos detalhes e faça acontecer o melhor. Que Ele corrija os nossos

erros. Deus faz tudo isso se nós fi zermos nossa parte. Não há nada que não possa ser melhor. Basta que nós melhoremos. O ano bom é uma dádiva divina que passa pelo trabalho humano. Como dádiva do céu é o melhor. Como realização humana fi ca nas nuances de nossa ação. Na medida em que nos empe-nharmos pela justiça, pela verdade, pela fraternidade, pela superação da miséria, por arrancar do nosso meio todas as formas de violência, o ano bom acontece. Os últimos dias deste ano estão sendo marcados pela Conferência de Copenhague. Essa reunião tem a pretensão de criar um grande acordo para que se cuide do nosso planeta, para que se cuide da Vida. Pela imprensa temos sabido que as coisas não estão fáceis. Os grandes países poluidores não estão demonstrando muita vontade para mudanças ra-dicais. E tem aparecido a intenção de “obrigar” os países emergentes e os mais pobres a sacrif ícios que os países ricos não fi zeram e não querem fazer. Como impressiona a força do dinheiro. O lucro é a força normativa das decisões. Os conglomerados econômicos não querem perder nada. Devem ter menos os que já quase nada têm!

Aqui no Brasil vamos vivendo temporada de chuvas que têm feito muito estrago. De novo vamos tomando conhecimento de que os rios querem de volta o seu leito. E sabe-se que a solução é mesmo devolver aos rios a sua calha e a sua várzea. Esbarra-se no custo que isso implica. Quem estaria disposto a enveredar por uma ação sócio-politico-econômica dessa envergadura? Haveria in-teresse em investir uma enorme soma de dinheiro para retirada de tudo o que obstrui o caminho dos rios? E em construir casas para recolocar as pessoas transferi-das? Além do fato de que seria necessária uma enorme tarefa de conscientização e convenci-mento. Haveria chance para isso? Fica, cada dia mais claro, que sem uma consciência que revolucione a mentalidade imediatista iremos enfrentando todos os anos perdas e danos. Que aumentarão sempre. Até quando? Não posso terminar estas linhas fugindo do desejo de um ano feliz para todos. É o que todos desejamos. É nossa esperança! Que trabalhemos para um ano bom. Com todos os problemas que teremos que enfrentar vale a pena desejar: FELIZ ANO NOVO!

FELIZ ANO NOVO!

MONS. GIOVANNI BARRESE

EditorialE recomeça tudo de novo...

Começamos 2010 com o pé direito! Para comemorar o primeiro dia do ano,

preparamos uma coletânea das melhores matérias de 2009. Reunimos nessa edição as histórias que mais marcaram nossos leitores, colunistas, parceiros e entrevistados, para mostrar que para nós, o que realmente importa é a sua opinião!Das peripécias do mágico Fábio Lelli, que ganha a vida criando um mundo de encantamento para crianças e adultos, à tradição das quermesses em Bragança – responsáveis por manter viva parte da história e dos hábitos dos moradores de nossa cidade.

No ano passado mostramos que os cuidados com nossos bichinhos de estimação podem incluir especialidades que nunca imaginamos, conhecemos um grupo de amigos que se diverte pedalando por belíssimos lugares, flagramos os bastidores da construção de um sonho em um dos quadros do programa Domingo Legal, e ouvimos as histórias de um cantor de karaokê, que há 16 anos participa de concursos. Buscamos sempre olhares diferenciados para fatos que fazem parte do nosso dia a dia como a paixão de novas e velhas gerações por carros antigos; a tradição indiana no Brasil – que ganhou repercussão através da novela Caminho das Índias -; as conversas e os casos de um grupo de pescadores que compraram um ônibus para tornar as viagens

mais confortáveis; as emoções retratadas por um fotógrafo de casamentos e a importância do aprendizado, ainda na infância, sobre religiões diferentes e fi losofi a. Também conferimos como é a rotina de alguns frentistas que atuam também como pequenas centrais de informação da cidade; acompanhamos a dedicação de um veterinário que participa de campeonatos de marcha de cavalos; mostramos como artesãos de Bragança transformam materiais descartados e peças de decoração e acessórios; falamos sobre a arte milenar da confecção das antigas espadas japonesas samurais e contamos a história da jogadora de futebol que ganhou um concurso e viajou para Alemanha para treinar com o Byern de Munique.

Descobrimos a força de vontade de uma corredora, que aos 77 anos de idade ainda participa de competições dentro e fora do país; falamos da fé e da coleção de um bragantino por imagens de santos; mostramos as mudanças educacionais promovidas por professores de uma escola municipal; falamos da emoção de adultos que começam a aprender o signifi cado das letras; descobrimos um produtor independente de vídeos de animação; recordamos os hábitos dos Anos Dourados e, fi nalmente, falamos com pessoas que recebem um dinheirinho extra com as caixinhas de fi m de ano.Desejamos a todos que fi zeram, e a todos que farão parte de nossa história nesse ano que começa hoje, um Ano Novo repleto de paz, saúde e novidades!

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Alexandra Calbilho(mtb: 36 444)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráfi cas do

Jornal do Meio Ltda.

EXPEDIENTE

Page 3: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

3pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 4: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

4pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

JANEIRO

A Mágica não é mais como antigamente. A cada dia surgem truques novos,

sempre mais elaborados. Mas eles não encantam só as crianças: os adultos fi cam deslumbrados com a habilidade e rapidez dos profi ssionais. A plateia permanece atenta, tentando pegar os míni-mos detalhes com o intuito de descobrir alguma coisa. Ficamos nos perguntando: Onde foi parar a moeda? Como ele adivinhou a minha carta? Não consegui-mos descobrir o truque e esse é o encanto de toda mágica.É preciso mais do que técnica para atrair a atenção do público. O mágico deve ter carisma para encantar e divertir a plateia. E para saber mais sobre esse universo, a edição 466, de16 de janeiro, trouxe como matéria de capa o mágico Fábio Lelli. Desde pequeno Fábio gostava de assistir aos espetáculos de um dos maiores expoentes da profi ssão: o ilusionista David Cooperfi eld. Quando acabou o colegial, dife-rentemente dos amigos, Fábio

não prestou nenhum vestibular e optou por seguir a carreira de mágico. No início a família foi pega de surpresa, mas hoje todos já se renderam ao talento do jovem, tanto que antes de incluir os truques no show ele os apresenta para a família. Em Bragança, Fábio se apresenta em festas infantis e também em restaurantes. Na Casa da Cultu-

ra fez um show para cerca de 700 pessoas. Ele também é convi-dado para fazer apresentações em empresas. Fora da cidade, o mágico já fez shows em Jundiaí, Cajamar, São Pau-

lo, Campinas, Itupeva, Louveira, Extrema, entre outras. Alguns eventos em 2009, Fábio conseguiu através da matéria do Jornal do Meio. “Gostaria de elogiar a toda equipe do Jornal. A repercussão da entrevista foi positiva, muita gente comentou comigo e todos elogiaram a ma-téria. Inclusive no mesmo dia que o jornal foi às ruas, uma pessoa ligou e me contratou. Só tenho a agradecer todos do Jornal e dizer que

desejo muito sucesso a vo-cês”, comenta Fabio.

O showA apresenta-ção é interativa, ou seja, Fábio chama crianças e adultos para participar das mágicas com ele. O tempo do show varia conforme o estilo. “Se for mágica de salão (as de porte médio como corda e guilhotina de braço), geralmente dura entre 40 e 50 minutos, o que dá em média 15 truques. Em festas infantis o tempo é contado. Em outros locais o show pode durar um pouco mais, até 1 hora”, explica. Só para a preparação, ou seja, para montar tudo, ele leva cerca de 30 minutos. A mágica close up (feita de perto com canetas, elásticos, baralho, bolinhas e moedas) dura mais: entre uma e duas horas. “O tempo depende do cliente e também varia conforme o número de pessoas. Como vou de mesa em mesa para mostrar os truques, é mais demorado”, esclarece. Mercado de trabalho não falta para quem pensa em seguir a profi ssão. A maioria dos traba-lhos, claro, aparecem nos fi nais

de semana. O mágico já chegou a fazer 4 apresentações em um só dia. Segundo Fábio, atualmente o Brasil está vivendo o boom da mágica. Mas para viver nesse meio, é preciso se atualizar constantemente. Ele está sempre em contato com outros mágicos e participa de encontros e asso-ciações, como a Confederação Brasileira de Ilusionismo (CBI) e a Associação de Mágicos do Estado de São Paulo.São nos encontros que Fábio compra os livros de mágica e os materiais necessários para realizá-las, que, aliás, não são nada baratos. Um baralho, por exemplo, pode custar 80 reais. O preço varia conforme o efeito que a mágica proporciona, o que só confirma que coisas simples podem ser mais in-teressantes.

Fabio Lelli optou por uma carreira inusitada, e se deu bem com isso

mangaCom a carta

napor Maria Fernanda di Bella

Fábio Lelli

No mesmo dia que o jornal foi às ruas, uma pessoa ligou e me contratou

No mesmo dia que

Fabio Lelli Tel: 9778-0475

Email: [email protected]

CONTATO

O mágico conta que treina sozinho, o máximo de tempo que conseguir

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 5: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

5pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 6: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

6pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Animais de estimação são considerados membros da família e a cada dia recebem

cuidados mais do que especiais, afi nal são companheiros fi éis e por isso devem ser tratados com todo carinho e dedi-cação. Para que esses cuidados sejam cada vez melhores, vete-rinários estão se especializando em fi sioterapia, oftalmologia, acupuntura e outras tantas áreas.A edição 468, de 30 de janeiro, abordou esse tema e conversou com três veterinárias.

Telma Florio trabalha com a fi -sioterapia e diz que o tratamento pode ser aplicado em animais com problemas ortopédicos, assim como estimular a cicatrização óssea, em animais idosos e até

em bichos obe-sos que precisam emagrecer.O trabalho da veterinária é reali-zado na grama ou na piscina (onde os exercícios são mais fáceis de serem realizados). Além dos exercí-cios, Telma utiliza

um aparelho, o eletroestimulador. Outros aparelhos que podem ser usados são o ultrassom e o

laser. Cada sessão de fisioterapia custa em média 50 reais e o nú-mero de sessões varia conforme a necessidade do animal. “Adorei participar da matéria, que trouxe uma repercussão positi-va. É bom saber que a medicina está cada dia melhor. Também é importante salientar que só na especialização vamos mais a fundo nos assuntos. A matéria fi cou boa, com uma linguagem simples e fácil de entender”, ob-serva Telma.

Agulhas que aliviamElaine Sacrini, especialista em animais de grande porte, trabalha

há três anos com a acupuntura. Geralmente esse tratamento é indicado para complementar outras terapias e tratar seque-las de cinomose (uma doença viral) e também problemas articulares, de coluna e ósseo musculares, dermatológicos, oftalmológicos, como terapia no pós-operatório, assim como na prevenção de doenças. As sessões custam em torno de 30 reais e a maior parte das agulhas são colocadas no dorso do animal. A veterinária também realiza o implante de ouro (um estímulo constante no ponto de acupuntura),

que é indicado nos casos de lesões crônicas, como artrose. “Gostei da matéria do jornal e queria dizer que a acupuntura é mais efi caz porque não tem efeito colateral e não faz uso de medi-camentos que podem mascarar a doença”, diz Elaine.Já a oftalmologista Flávia Rodrigues Souza explica que as doenças mais comuns nos felinos são as conjun-tivites e doenças infecciosas. Nos cães são os traumatismos (como úlcera de córnea) e catarata. Uma curiosidade: a cirurgia de catarata feita nos animais é a mesma rea-lizada em humanos. A consulta pode chegar a 70 reais, mas no Hospital Escola da FESB, onde a veterinária trabalha, o preço é menor: cerca de 25 reais. Algumas dicas como cuidado ao dar banho no animal, fi car atento com animais que têm franja ou pelo comprido e usar solução fi siológica ou água fi ltrada para limpar o olho dos bichinhos, ajudam a prevenir doenças.“A matéria fi cou bem escrita e tudo que disse foi colocado. Ouvi comentários positivos e através do jornal algumas pessoas me procuraram”, fi naliza Flávia.

Para dar mais qualidade de vida aos bichos, veterinários estão se especializando em diversas áreas

grandeComo gente

JANEIRO

por Maria Fernanda di Bella

Flávia

Ouvi comentários positivos e através do jornal algumas pessoas me procuraram

Ouvi comentários

Elaine, que trabalha há 3 anos com acupuntura, também realiza o implante de ouro, um estímulo constante no ponto de acupuntura

Flavia, veterinária especializada em oftalmologia diz que as raças de cães que mais apresentam problemas nos olhos são o Buldog, Shitsu e Llasa Apso. Já nos felinos é o Gato Persa

Na fi sioterapia Telma trabalha os animais na grama e na piscina

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 7: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

7pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 8: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

8pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Ao longo dos anos o Jor-nal do Meio produziu diversas matérias sobre

meio ambiente e uma delas saiu na edição 470, do dia 13 de fevereiro, sobre a campanha de arrecadação de óleo de cozinha realizada pelo SENAI (Servi-ço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Bragança Pau-lista. Os dados sobre os danos causados pelo óleo de cozi-nha na natureza são desanima-dores, mas estes números podem mudar com a conscientização da população. O Brasil consome em média 3 bilhões de litros anualmente. Um litro de óleo jogado na pia contamina cerca de 20 mil litros d’água. Devido à densidade, água e óleo não se misturam, por isso é tão prejudicial descartar o óleo na água, pois ele cria uma camada impermeabilizante na superf ície. Além disso, afeta o solo, impedindo que a água se infi ltre nele. Outro

fator preocupante é que durante a decomposição, é emitido gás metano, um dos responsáveis pelo aquecimento global. Para tentar reduzir esse impacto negativo do óleo, desde março de 2008 os alunos e funcionários do

Senai iniciaram um programa para recolher o óleo de co-zinha de resi-dências, bares e restaurantes. O óleo coletado é vendido para uma empresa e o dinheiro arrecadado é investido em mudas nativas

da região. Alguns estabelecimentos co-merciais da cidade possuem tambores (fornecidos pelo Senai) que armazenam o óleo coletado. Além do Senai, outros postos de coletas são: Auto Posto Biquinha (Av. Antonio Pires Pimentel), Bar do Jorge (no Bairro do Menin), Posto de Saúde Vila Davi – Es-pecialidades II e Sindicado dos Metalúrgicos (Centro).

ResultadosO Diretor do Senai, Ademir Redondo, diz que o aumento do número de mudas de 2008 para 2009 foi surpreendente. “A meta de arrecadar mais óleo foi cumprida. Ano passado foram plantadas 80 mudas, cada uma representando um aluno. Este ano foram 400 mudas”, orgulha-se. As mudas foram plantadas no Bairro Planejada (em frente à sede da Acohab) em parceria com a ONG SOS Vale do Jaguary. Segundo Ademir, desde o início da campanha, houve melhora na conscientização das pessoas. “A cultura vem mudando. O Senai prepara o cidadão e o profi ssio-nal e foca não só no aluno, mas na família. Os alunos levam o conhecimento para a família, conscientizam familiares e ami-gos”, observa. Em 2009 foram coletados mais de 3.800 litros de óleo. “As pessoas começaram a guardar garrafas PET também. É um trabalho duplo, estamos evitando poluir o meio ambiente e preservando

a vegetação. Queremos passar a mensagem de que devemos cuidar da natureza de forma efetiva. É uma questão de atitude. Não adianta reclamar e não fazer nada”, opina o diretor.Para Ademir, a matéria do Jornal do Meio colaborou para que as pessoas fi cassem cientes do trabalho realizado pelo Senai. “Muitas pessoas não tinham conhecimento e a mídia ajuda nesse sentido. Elas encontraram as informações no jornal. Logo que a reportagem saiu houve uma repercussão muito grande. O resultado foi favorável e o nosso objetivo foi alcançado. Adoramos a matéria”. Quem quiser ajudar pode levar o óleo até um dos postos de coleta. O ideal é armazenar o óleo em garrafas PET, que também são recicladas. Mais informações através do site: www.sosmaena-tureza.org ou pelo telefone 4035-5422 (Senai).

A campanha de arrecadação de óleo de cozinha está crescendo, mas a população pode ajudar

muito mais

Mais árvores e

FEVEREIRO

menos óleo

Ademir Redondo

Queremos passar a mensagem de que devemos cuidar da natureza de forma efetiva. É uma questão de atitude. Não adianta reclamar e não fazer nada

Queremos passar

O diretor do Senai Ademir Redondo mostra um dos produtos que podem ser feitos com o óleo arrecadado

por Maria Fernanda di Bella

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 9: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

9pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 10: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

10pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Pedalar, além de melhorar a saúde também faz bem à alma, pois através dos

passeios é possível conhecer lindos lugares. Isso uma turma de amigos em Bragança que esteve na edição 472, de 27 de feverei-ro sabe de cor, afi nal são cerca de 3 anos juntos, pedalando por diversos lugares de Bragança e região.A n t o n i o d e Pádua Oliveira Mello (o Toni-nho), Jocimar Franco de Oliveira, Alberto das Neves (o Beto), José Ricardo

Figueiredo, Francisco Leme (o Fran) e Gustavo Arruda Bars, contaram ao Jornal do Meio a rotina de quem tem o ciclismo como hobby. Ao menos 3 vezes por semana a turma se encontra para

pedalar. Durante a semana os passeios são noturnos . Já aos domingos acontecem pela manhã. Equipados com todos os itens de segurança como capacete, luva e óculos para proteger

do sol e da areia, mais câmara de ar, bomba para encher pneu,

faróis e sinalizado-res, água, frutas e barras de cereais, os amigos saem do Lago do Taboão para visitar pontos turísticos. As cachoeiras de Bueno Brandão foram escolhidas como o lugar mais

bonito já visitado. Mas a turma já pedalou para Atibaia, Vargem, Piracaia, Pedra Bela, Nazaré Paulista, Bom Jesus dos Perdões, Monte Sião e até a Aparecida do Norte. O intuito é passear e fotografar as belezas naturais, tanto que não existe um treinamento específi co para adquirir resistência.

Muitas históriasComo em todo grupo unido, não poderiam faltar brincadeiras e histórias para contar. E é impossível falar de ciclismo sem lembrar ao menos de um tombo, que segundo a turma, é inevitável. Por isso a dica e nunca pedalar sozinho. Mas a maioria dos passeios são divertidos e desestressantes. Para eles, a bicicleta desenvolve a percepção de equilíbrio e a habilidade espacial.“Achei a matéria bem interessante. Amigos, familiares e conhecidos comentaram sobre o jornal. Até comentei com minha esposa que fi quei surpreso com o número de pessoas que viram o jornal. Alguns amigos fi caram bravos porque não saíram na matéria”, comenta Francisco Leme, o Fran. Ele diz

que agora com o verão os passeios se intensifi cam. “É mais gostoso pedalar no verão”, opina. Antonio de Pádua Oliveira Mello, o Toninho, também conta que a matéria teve uma repercussão enorme. “Gente que eu nem co-nhecia veio comentar. E é gratifi -cante ver que a prática do esporte está crescendo. A bicicleta está se tornando um veículo bastante popular. Conheço o Secretário do Meio Ambiente em São Paulo e ele só anda de bicicleta”, diz. Ele acredita que no futuro o número de adeptos do ciclismo será ainda maior. “Estão fazendo muitas passeatas sobre o assunto. É um transporte bastante usado e muito legal porque ao mesmo tempo em que é um transporte limpo, o usuário também se exercita”. Toninho também deixa um recado: “Gostaria que os dirigentes políticos pensassem mais sobre a questão e realizassem políticas públicas voltadas para o uso mais freqüente da bicicleta, como incentivar o uso e construir ciclovias. Muita gente utiliza a bicicleta para trabalhar e infelizmente não tem apoio, e o pior: correm riscos”.

FEVEREIRO

bicicletaTurma da

por Maria Fernanda di Bella

Toninho

E é gratifi cante ver que a prática do esporte está crescendo. A bicicleta está se tornando um veículo bastante popular

E é gratifi cante

A turma chega a pedalar 50 km em cada passeio

Uma das cachoeiras de Bueno Brandão (MG), o local foi eleito o mais bonito pelos amigos

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 11: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

11pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 12: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

12pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Um dos maiores desejos do brasileiro é ter uma casa própria. Em muitos casos

a realização desse sonho pode ser concretizado com uma boa refor-ma. Para conseguir o que muitas vezes parece impossível algumas pessoas re-correm para alternativas no mínimo inusitadas: os programas de televisão. Na edição 474, de 13 de mar-ço, o Jornal do Meio foi conferir o 7º dia de reforma na casa de Anderson da Silva e Suelen Lê Fosse – es-colhidos pelo quadro Construindo um Sonho do Programa Domingo Legal, apresentado na época por Gugu Liberato.Suelen lembra que chegou a perder as esperanças em ser atendida. “Uma vizinha nos contou que a produção do Gugu havia ligado para ela fazendo algumas perguntas sobre a nossa casa. Mas como tudo demorou tanto tempo eu comecei a achar que eles não viriam mais”.

No dia da reportagem fomos recebidos pelo então diretor do programa, Walter Wanderley (o Goiabinha) que revelou que Suelen tinha realmente motivos para duvidar que seria escolhida. Ele disse que o programa recebe

cerca de qua-tro mil cartas todos os dias. Para abrigar tantos pedi-dos de ajuda a produção do quadro possui uma sala exclusiva para o arma-zenamento e a leitura de todas as histó-rias. O diretor revelou ainda que cada edi-ção do pro-

grama conta com a participação de cerca de 120 pessoas. Ao longo de tantos anos como diretor, Wanderley já viu o so-nho de muita gente se realizar. “É comovente. Fico emocionado em ver a reação das pessoas. Me sinto muito feliz, afi nal, fazemos de tudo para que a pessoa goste da casa”. O engenheiro responsável pela obra, Hélio Nassaralla, da empresa

MUDAR, de Minas Gerais, conta que a construção de uma casa do tamanho da que está sendo construída, para uma família que não tem problemas fi nanceiros, demora em média cinco meses. No programa a casa é construída em 13 dias. “São 14 pessoas traba-lhando, 13 horas por dia”. A equipe é sempre a mesma, mas o material de construção é todo comprado na cidade, juntamente com os gastos da alimentação. A decoração também é feita pela MUDAR.

A entrega da casaAnderson e Suelen lembram que no dia da entrega não acreditaram na quantidade de pessoas que estavam aguardando para ver o resultado da reforma. “Na hora que nós chegamos aqui fi camos assustados com a confusão. Era tanta gente que nós fi camos até um pouco atordoados com tanta movimentação” diz Suelen. O marido lembra que na primeira noite em que passaram na nova casa, a movimentação de carros na rua para ver a reforma entrou a madrugada. “Tinham vários carros e pessoas de outras cidades que passavam aqui na porta para ver como a casa tinha fi cado. Teve fi la de carros até mais de duas horas da manhã” diz Anderson. Reservado o casal diz que, infeliz-

mente, teve que restringir o acesso das pessoas à casa. “Tinha gente que nós nunca tínhamos visto na vida que parava na porta e pedia para ver a casa. Nós tivemos que impedir o acesso de muitas pessoas que não conhecíamos” completa Anderson.Da antiga casa onde eles mora-vam apenas o terreno pôde ser reaproveitado. Toda a construção teve que ser demolida. O trabalho da equipe do programa começou, literalmente, do início. Suelen confessa que no início estranhou um pouco a disposição e os ta-manhos dos cômodos. “Era tudo muito diferente, os quartos fi cavam em outra posição. Nossos fi lhos aproveitam muito mais o espaço para brincar. Nas primeiras noites eu achava que era mentira, que estava sonhando”.Suelen

Era tudo muito diferente, os quartos fi cavam em outra posição. Nossos fi lhos aproveitam muito mais o espaço para brincar. Nas primeiras noites eu achava que era mentira, que estava sonhando

Era tudo muito

Depois de participar do quadro do Domingo Legal Anderson e Suelen falam da emoção de morar em uma

casa nova

sonhoVivendo um

por Mariana Viel

Suelen e Anderson posam em frente à nova casa

O engenheiro responsável Hélio Nassaralla e o diretor Walter Wanderley falam sobre o trabalho de construir sonhos

MARÇO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 13: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

13pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 14: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

14pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

MARÇO

Não adianta negar. Todo mundo, ao menos em um momento do dia se

pega cantarolando uma canção. Não importa o ritmo (sertanejo, romântica, samba, etc.) ou idio-ma (algumas vão no ‘em-bromation’ mesmo. O que importa é can-tar, e quantos cantores anô-nimos estão espalhados pelo país, por Bragança?Paulo Suzuki, um senhor de 76 anos, esteve na edição 475 de 20 de março. O motivo? Há 16 anos ele participa de concursos de karaokês e já venceu dezenas deles. A palavra karaokê é a união de duas palavras: kara (que vem de karappo e signifi ca vazio) e oke, (de okesutura quer dizer orquestra). Embora exista há muito tempo no Japão, o karaokê

caiu nas graças do povo brasileiro há pouco mais de uma década, através dos videokês.Suzuki participa dos Concursos Brasileiros de Canção Japonesa e o primeiro campeonato que

ganhou foi há 13 anos, em Atibaia. Na adolescência ele cantava numa rádio voltada para a colônia ni-pônica e tam-bém chegou a participar de

concursos de música com banda, sempre cantando em japonês como faz até hoje. O cantor já perdeu a conta de quantas medalhas, troféus e cer-tifi cados possui. No 1° semestre de 2009 ele venceu o 15° Paulistão realizado em Campinas, na catego-ria Veterano D-2, consagrando-se bicampeão. E o ano foi repleto de vitórias. Em agosto ganhou

um campeonato em Campinas e outro em Barueri. “Gostei demais da matéria e guardei um exemplar do jornal com muito carinho. A família adorou, principalmente minha esposa Elvira. Muita gente não sabia que eu cantava e ouvi muitos comentários, várias pessoas me cumprimentaram principalmen-te de Bragança. Não esperava”, emociona-se Suzuki.

No palcoOs campeonatos que Suzuki participa são divididos em várias etapas: regional, estadual (chamada de Paulistão), nacional (Brasileirão) e o Grand Prix (uma espécie de campeão dos campeões). Neste último, os participantes recebem prêmios em dinheiro e viagens. Nas demais etapas recebem troféus. E se engana quem pensa que é necessário ser apenas afi nado para

vencer o campeonato. Cerca de 11 jurados avaliam desde carisma, ritmo, o tempo certo de entrar na música, até a letra, dicção e presença de palco. Por isso Suzuki sempre sorri, tenta parecer o mais natural, veste uma roupa impecável (smoking, com a gravata borboleta vermelha) e até arrisca uns passos de dança. Tudo para ganhar a simpatia não só dos jurados, mas da plateia. A música dura em média 3 minutos e tem o acompanhamento de um playback musical. Para continuar entre os primeiros, Suzuki treina todos os dias durante uma hora. Além disso, faz aula de canto com uma professora duas vezes por mês. Mesmo com tantos prêmios o cantor, que possui uma loja de fotografi a em Bragança, afi rma com a simplicidade de um campeão que o importante não é ganhar, mas se divertir e fazer amigos.

Paulo Suzuki continua vencendo campeonatos de karaokê

show!Hora do

por Maria Fernanda di Bella

Paulo Suzuki

Muita gente não sabia que eu cantava e ouvi muitos comentários, várias pessoas me cumprimentaram principalmente de Bragança. Não esperava

Muita gente não sabia

Além da voz, seu Suzuki se preocupa com a aparência (por isso vai de smoking) e também com o desempenho no palco. Tudo para agradar os jurados e o público

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 15: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

15pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 16: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

16pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

ABRIL

É muito dif ícil explicar exatamente quais motivos transformam uma pessoa

comum em um afi cionado por carros antigos. Seja pelo desenho, mecânica, tra-dição, est i lo , excentricidade ou saudosismo, algumas pessoas têm como hobby comprar, refor-mar e até mesmo colecionar carros antigos. Na ma-téria publicada no dia 17 abril (edição 479) o Jornal do Meio entrevistou o médico legista, Rafael Ferreira da Silva e o restaurador Antônio Garcia. Aos 29 anos o médico declarou que seu grande amor sobre quatro rodas saiu da fábrica no mesmo ano em que

ele nasceu. O Maverick modelo GT, V8, verde primavera, ano 1979 foi comprado através de um anúncio em uma revista especializada. O médico

conta que a busca pelo carro dos sonhos demo-rou cerca de dois anos e incluiu até pesquisas na internet e sites de relacionamento como o orkut. Existem dezenas de comunidades e fóruns onde as

pessoas discutem o tema. Rafael disse que a matéria no jornal tam-bém contribuiu para a aproximação dos bragantinos que apreciam os modelos mais antigos. “É como se a matéria tivesse contagiado outras pessoas que têm curiosidade

sobre o assunto”. Ele lembra que a repercussão da reportagem surpreendeu. “Sinceramente eu não esperava tanta repercus-são. Na época muitas pessoas pediam informa-ções sobre carro e perguntavam sobre os encon-

tros e reuniões”. Antes de comprar o carro dos sonhos, o médico se divertia com outros modelos. “Já tive um Fusca 1969, outro 1972 e um Maverick branco, 1976, que foi vendido para ajudar a comprar o modelo 1979”. Ele compara a paixão por carros com o futebol. “Quem gosta de futebol não pode ver um jogo na tevê que já para assistir. Comigo é a mesma coisa, só que com carros”. Ele contou que guardou o jornal com a reportagem do carro em uma pasta ele arquiva diversas matérias sobre carros antigos. “Achei que o melhor lugar para guardar a matéria era na pasta junto com as outras”.

RestauraçãoA paixão de Antônio Garcia por carros antigos também está evidenciada em sua ofi cina de restauração. Calotas, frisos, em-blemas, retrovisores, maçanetas, grades são muito bem organizadas em caixas, gavetas e armários. A garagem é decorada com mi-niaturas, quadros e emblemas originais. A garagem também é cheia de placas. Toninho, como é conhecido, é restaurador de acessórios de carros antigos há cerca de 12 anos. Mas a paixão já dura mais tempo. Ele tem dois

Fuscas (um 1964 totalmente restaurado e o outro 1970, que está com Toninho há 27 anos) e duas Variants (uma 1973 e a outra 1970, a última foi restau-rada de ponta a ponta). Ele diz que gostou da matéria publicada no jornal. “Achei a matéria boa. Os mais conhecidos brincaram, principalmente, os que trabalha-ram comigo”. Toninho explicou que assim que a reportagem foi publicada algumas pessoas ligaram para ele. “Logo que a matéria saiu, algumas pessoas me ligaram, mais por curiosidade, para conhecer as miniaturas de carros que faço”. O restaurador conta ainda que no final de semana em que a matérias saiu ele participou do XIV Encontro Paulista de Autos Antigos em Águas de Lindóia. O evento é o maior de autos antigos da América Latina aconteceu entre os dias 17 a 21 de abril em Águas de Lindóia (SP). Cerca de 700 carros antigos participaram da exposição. “Na época estava me preparando para o Encontro de Águas de Lindóia e o evento foi bom porque sempre faço contatos nesses encontros . Continuo participando de feiras e encontros e todo mês tem algum pra ir”.

Carros antigos agradam pessoas de várias idades interessadas em preservar um pouquinho do

passado na garagem de casa

contagiantePaixão

por Mariana Viel

Rafael

É como se a matéria tivesse contagiado outras pessoas que têm curiosidade sobre o assunto.

É como se a É como se a

Rafael passeia com o Maverick nos fi nais de semana ou quando vai participar de feiras e encontros em outras cidades

O hobby de Toninho é montar miniaturas de carros antigos. Existem dezenas de modelos espalhados pela ofi cina

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 17: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

17pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 18: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

18pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

ABRIL

Brasileiro adora novelas. É um costume que faz parte de nossa cultura. Através

da fi cção aprendemos muito da realidade, como doenças, fatos históricos e costumes de outros países. Não foi diferente com a novela Caminho das Índias, onde descobrimos todo o encan-tamento da Índia, com a s roupa s co lor ida s , maquiagens marcantes e expressões que ficaram conhecidas do público. A indiana Grannabathula Sree Vani – que nasceu no Sul da Índia, no Estado de Andhra Pradesh e mora no Brasil desde 1992 – conversou com o Jornal do Meio e foi capa da edição 480, de 24 de abril. Vani é professora da USF em Bragança e com a novela passou a ser mais procurada por alunos e amigos, pois todos queriam saber mais

sobre a Índia. “Ouvi bastante comentários a res-peito da matéria, inclusive na sala dos professores. Algumas pessoas não sabiam que eu era indiana. Até o fi m da novela muita gente me

perguntavam sobre os costu-mes, as roupas”, diz Vani. Ela ressalta que é preciso separar a novela da re-alidade indiana: “O que passou em Caminho das Índias não é a Índia de ho-je”. Isso porque um tema muito

mostrado na novela foi a questão das castas. Elas ainda existem, apesar de terem sido abolidas na Constituição de 1950, mas segundo Vani, a discriminação não é tão acentuada como foi retratada na fi cção e as classes mais baixas têm direito a cotas nas universidades. “O que a novela mostrou de positivo foram os valores, a importância que o povo indiano dá para a família e

o respeito aos mais velhos, o que não aconte-ce em algumas culturas”, opina a professora. É muito comum tocar o pé dos avós, sogros e tios para pedir a benção. Além disso, é o homem que carrega o sobrenome e o fi lho mais velho é quem cuida dos pais.O respeito às mulheres também é verdadeiro e elas não se expõem. Nesse aspecto a Índia é um país conservador e o f ísico não é tão valorizado como acontece no Brasil. Mas, como em outras culturas, o papel da mulher na sociedade vem aumentando e no caso dos casamentos arranjados, elas têm o direito de recusar o pretendente. A cerimônia do casamento varia de 3 a 5 dias, mas na opinião de Vani, a novela cometeu alguns excessos. A parte verídica é que o dote ainda existe e o noivo, dá um colar para a noiva: o Mangala Sutra, e não uma aliança.

Are baba!A Índia possui a 2ª maior popu-

lação do planeta, com mais de 1 bilhão de habitantes, por isso é o país com maior número de vegeta-rianos, graças a religião hinduísta (também existem outras religiões como budistas e islâmicos). No país a vaca é um animal sagrado, mas Vani esclarece que não é comum o animal entrar nas lojas, como mostrado na novela. Existem dias especiais para isso. Por ser uma religião politeísta (com vários deuses), cada Deus tem um signifi cado e as crianças são ensinadas sobre eles desde cedo. Vani conta que eles rezam primeiro para Ganesh (que tem corpo humano e cabeça de elefante), que é o deus da sabedoria. Como vemos no Brasil, há dois extremos na Índia: a pobreza e a riqueza (esta enfatizada na novela com os sáris de tecidos luxuosos). Vani comenta que realmente as mulheres se vestem com o sári (longa peça de tecido enrolada em volta do corpo), mas no dia-a-dia eles são mais simples.

Professora indiana esclarece alguns aspectos dessa cultura que encantou os brasileiros

Um pouco da Índia no Brasil

por Maria Fernanda di Bella

Vani (que está há 17 anos no Brasil) é professora universitária e os alunos frequentemente a abordavam para perguntar sobre os costumes indianos

Vani

O que a novela mostrou de positivo foram os valores, a importância que o povo indiano dá para a família e o respeito aos mais velhos, o que não acontece em algumas culturas

O que a novela

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 19: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

19pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 20: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

20pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Eles já são experientes, co-nhecem muitas técnicas da pesca amadora e ao menos

uma vez por ano se reúnem e viajam para pescar. A turma de 10 pessoas repre-sentada por Vino Destro leva o esporte tão a sério que comprou um ônibus, para que as viagens (de 1.500 km ou mais) se tornem mais confortáveis. Na edição 484, do dia 22 de maio, Vino contou muitas histó-rias das cerca de 15 viagens que o grupo realizou, quase sempre entre junho ou julho. Essa época é escolhida porque o clima está mais ameno e o nível do rio mais

baixo. O destino escolhido é um paraíso para quem pratica a pesca: o rio Araguaia (onde é possível encontrar peixes de couro, como o

Piraíba, Pinta-do e Pirarara), com paisagens belíssimas e dezenas de pássaros, ja-carés e botos, inclusive o cor-de-rosa.O ônibus foi estreado em 2009 e as ins-talações são de deixar muitos aventureiros com inveja.

São seis lugares para dormir, 18 bancos, tv de plasma, dvd, uma pia de cozinha, ar condicionado e duas mesas de baralho (um dos locais mais usados pelos amigos, isto porque o tempo de viagem

que era de 18, passou para 24 horas). “Depois que o jornal saiu, bastante gente me procurou queren-do ir pescar com a gente, querendo uma vaga. Diziam que o grupo é bacana, que temos uma estrutura boa. Agora existe

uma fi la de es-pera. É dif ícil porque o barco que usamos no Araguaia tem um número limitado de pessoas”, conta Vino. O barco que o grupo utiliza é uma chalana emprestada de um amigo, onde eles permanecem durante seis dias sem pisar em terra fi rme. Assim como o ônibus, a embarcação é bem confortável e conta com quatro dormitórios, sala, cozinha, tv e ar condicionado.Além do Rio Araguaia, a turma também vai até o rio Cristalino, localizado na Ilha do Bananal, em busca do Tucunaré. Para isso é necessário pegar um pequeno barco de alumínio conhecido como ‘voadeira’ e descer 150 km. Vino diz que por ser um lugar cheio de lagoas, é preciso fazer força e arrastar o barco de uma lagoa para outra, porque muitas vezes o acesso secou.

PassatempoLonge de tudo e de todos, além da pescaria, o tempo passa com viola, churrasco, baralho e cerveja (não necessariamente nessa ordem). Muitos também se arriscam na cozinha. Os pratos principais são peixe assado ou frito e moqueca. Mas por via das dúvidas o grupo sempre leva um cozinheiro.

Para deixar a pescaria mais emocionante, o grupo faz uma competição. Quem pesca o maior peixe durante a viagem, recebe uma quantia (simbólica) em dinheiro, o que causa muita confusão porque tem gente que segundo Vino ‘tenta esticar o peixe’ para ganhar.Alguns peixes chegam a pesar 30 quilos, mas outros, de tão pesados, os pecadores não con-seguem tirar da água. Vino conta que eles até chegam a arrastar o barco e a ‘luta’ pode durar bas-tante tempo. Um dos grandes medos dos pescadores é cair na água por causa das piranhas e do candiru, um peixinho que entra pelo canal da urina. Quem está de fora, diverte-se com o desespero de quem está na água. “A reportagem fi cou muito boa e conseguiu absorver tudo que foi dito. Ouvi muitos comentários e repercutiu mais do que esperá-vamos. Claro que muita gente brincou, falando que as histórias eram mentiras, conversa de pes-cador”, comenta Vino. Em setembro a viagem foi para o rio Apa (em Tocantins). Em 2010 será para a Amazônia. “Aí vamos realmente testar a efi ciência do ônibus, pois são mais de 50 horas de viagem”, fi naliza Vino.

Todo ano uma turma de bragantinos viaja para pescar no rio Araguaia

Quilos e mais quilos de peixe

Vino

Depois que o jornal saiu, bastante gente me procurou querendo ir pescar com a gente. Agora existe uma fi la de espera. É difícil porque o barco que usamos no Araguaia tem um número limitado de pessoas

Depois que o jornal

por Maria Fernanda di Bella

Pingado exibe uma Pirarara de mais de 50 kg, um dos maiores peixes já pescado por ele

Viagens do grupo são repletas de belas paisagens

MAIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\PESSOAL

Page 21: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

21pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 22: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

22pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

MAIO

No mês das noivas, mais precisamente a edição 485 de 29 de maio, o Jornal

do Meio fez um especial contendo três matérias com um dos fotó-grafos mais conhecidos da cidade: Adriano Le-me Dávila, o Toleba. São mais de 24 anos clicando os mais varia-dos casamen-tos; desde o making of da noiva até o fi m da festa. Foi uma entrevista muito emocionada, cheia

de lembranças e histórias, e cada cerimônia tem um lugar especial na memória do fotógrafo.

“ M u i t a s pessoas co-mentaram e me pararam na rua para c o m e n t a r outras histó-rias. Achei as reportagens bem bacanas, porque muita gente fi cou sabendo da minha car-reira e dos bastidores da profi ssão”,

diz Toleba e continua: “Outros profi ssionais que trabalham com

casamentos também vieram falar comigo. A repercussão foi positiva”.As mais interessadas na matéria – as noivas – também procu-raram o fotógrafo. “Todas têm histórias paralelas para contar. Muita gente não sabia que a cerimônia, o evento tem um signifi cado pra mim. É mais do que simplesmente chegar, tirar as fotos e ir embora. Mi-nha profi ssão é meio lúdica. É necessário técnica e coração

ao mesmo tempo”, confessa o fotógrafo. Para ele as matérias valorizaram os profissionais. “Achei sensacional ver a nossa classe valorizada e não imaginava a repercussão”.

SensibilidadeToleba registra um dos momentos mais especiais na vida de uma pessoa e tudo é feito com ante-cedência, tanto que a agenda de 2011 do fotógrafo já está aberta desde o início de 2009. Toda essa programação tem um motivo: o preço fi ca diluído em várias par-celas. Mas para Toleba ‘casamento não tem preço, tem valor’. E um dos itens que ninguém abre mão é a fotografi a. Entre as mudanças percebidas pelo fotógrafo ao longo dos anos está o aumento da faixa etária dos noivos, pois todos querem se estabilizar financeiramente antes de subir ao altar. Hoje em dia é muito comum também que casais que já vivem juntos oficializem a união. Já as mu-lheres que se casam grávidas não chocam mais a sociedade como antigamente. Para que não ocorra nenhum erro, a equipe do fotógrafo é bem

organizada. São três equipamentos de câmeras, mais 3 de iluminação e 8 pontos de luz. Toleba também conta com um assistente que o acompanha a todo o momento. Outros itens de logística acom-panham o fotógrafo em qualquer cidade que ele vá como Atibaia, Pinhalzinho, outras cidades da região, além de São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte.Todo cuidado é pouco e Toleba compara o trabalho do fotógrafo com uma cirurgia, pois só existe aquele momento e não há margem para errar. Claro que imprevistos acontecem, mas algumas coisas tornam a cerimônia mais leve e às vezes até engraçada: uma da-minha que não quer entrar com as alianças, o padre que atrasa, as brigas pelo buquê da noiva, uma noiva vestida de roxo, escorregões e assim por diante. Na opinião do fotógrafo são as histórias paralelas, as que estão na periferia do evento, que dão alma à celebração, e tornam o acontecimento mais gracioso. Ele também já fotografou casamentos de pessoas que se conheceram em festas que ele estava fotografando. Nada mal para quem deu mais de 500 mil cliques!

Toleba diz que a igreja do Rosário é a mais bonita e sonha em fotografar um casamento na praia

Emoção atrás das lentes

por Maria Fernanda di Bella

Toleba

Muita gente não sabia que a cerimônia, o evento tem um signifi cado pra mim. É mais do que simplesmente chegar, tirar as fotos e ir embora. Minha profi ssão meio lúdica. É necessário técnica e coração ao mesmo tempo

Muita gente não sabia

Para Toleba casamento tem valor e não preço

Segundo Toleba que faz a foto não é a máquina, mas quem está atrás dela

FOTO ARQUIVO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 23: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

23pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 24: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

24pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Dora

Sou jornalista e sei que nem sempre o que a gente fala é reportado fi elmente no jornal. Mas vocês transmitiram bem

Sou jornalista e sei Sou jornalista e sei

JUNHO

Existem muitas coisas que acontecem em Bragança que a maioria das pessoas

não fi ca sabendo. E essa é a pro-posta do Jornal do Meio: fazer com que a população conheça moradores da cidade que realizam um trabalho de destaque. Foi o caso da paulistana Dora Incontri, que participou da edição 487, de 11 de junho. Dora é jornalista, mas o foco de seu tra-balho é voltado para Pedagogia Espírita. Ela pos-sui Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Filosofi a da Educação pela USP e é coordenadora da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita, além de ter uma editora – Co-menius, especializada em edu-cação e em cultura espírita – e diversos livros publicados (sobre Pedagogia Espírita e também mediúnicos).‘Educação da Nova Era’ foi o primei-ro livro sobre educação que Dora

escreveu quando tinha apenas 21 anos. Outras publicações são: ‘A Educação Segundo o Espiritismo’ (obra mais vendida da autora, lançada em 97) e ‘Todos os Jeitos de Crer’ (série de livros didáticos, indicados ao Prêmio Jabuti) feito em parceria com Alessandro César Bigheto, que aborda o ensino in-

ter-religioso.A proposta da pedagogia espí-rita é perceber o espiritismo mais como um pro-cesso de educa-ção que religião. Nas palavras de Dora: “A inten-ção é resgatar no movimento

espírita brasileiro uma visão mais pedagógica, mais cultural e fi losófi ca e não só religiosa como é”. Por isso ela pode ser aplicada tanto para adeptos quanto não adeptos do espiritismo. Outro diferencial é que a pedagogia espírita encara a criança como um ser reencarnado, que precisa ser respeitada e trabalhada com uma individualidade única.

Para formar profi ssionais capacitados ex i s te um curso de Pós-Graduação em Pedagogia Es-pírita que possui convênio com a Universidade Santa Cecília, em Santos, e com a Unibem - Facul-dades Integradas Espíritas, em Curitiba. No curso é trabalhada a ideia do ensino inter-religioso, pois a intenção é que as crianças deveriam ter acesso a todas as re-ligiões e fi losofi as. Por esse motivo deve-se ressaltar que a Pedagogia Espírita não é um movimento de doutrinação do Espiritismo.

Do outro ladoEm Bragança, na sede da Editora Comenius, também funciona a ABPE (Associação Brasileira de Pedagogia Espírita), uma entidade sem fi ns lucrativos, que tem como fi nalidade divulgar a Pedagogia Espírita. Dora, que desde os 11 anos apresenta mediunidade psico-gráfica, recentemente lançou três livros: ‘Meditações’, ‘O

Educador’ e ‘Livrinho das Mães’, nos quais psicografou Joham Heinrich Pestalozzi, Jam Amos Comenius e Maria Montessori, respectivamente. Para receber as mensagens, Dora foi ao Lago do Taboão, durante 3 meses, sempre no mesmo horário. Ela diz que para psicografar precisa esvaziar a mente e deixar que o jato de ideias flua. Para não interferir, a escritora não fica imaginando o que virá. “Todos que me conhecem e viram a matéria gostaram bastante. Co-mentaram sobre a reportagem, que foi fi el aquilo que disse. Essa é uma preocupação que a gente tem. Sou jornalista e sei que nem sempre o que a gente fala é reportado fi elmente no jornal. Mas vocês transmitiram bem”, conclui Dora.

Para Dora Incontri, as crianças precisam ter contato com todas as religiões e fi losofi as

inter-religiosaEducação

por Maria Fernanda di Bella

www.editoracomenius.com.br

INFORMAÇÕES

Dora mora há 8 anos em Bragança, onde possui a Editora, livraria e distribuidora Comenius especializada em educação e cultura espírita

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 25: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

25pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 26: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

26pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

por Maria Fernanda di Bella

JUNHO

A edição 488, de 19 de junho, trouxe um assun-to que poucas pessoas

param para pensar, mas que ao menos uma vez na vida já fi zeram: pedir informações no posto de gasolina. Os frentistas Luciano de Almeida Toledo (do Posto Tasca), Alexandre Aparecido de Campos e Vicente Machado de Lima Filho (ambos do Posto do Lago), contaram sobre a rotina de quem além de colocar a gasolina, verifi car água, óleo, lavar o carro, calibrar pneu e realizar outras atividades, também trabalha como ‘guia’. Isso porque durante a semana são dezenas de pessoas que param

para perguntar como chegar a determinado lugar da cidade. Segundo Luciano, de segunda a quinta são pessoas a trabalho, entre elas muitos caminhoneiros que precisam fazer entregas.Já nos fi nais de semana são motoris-tas que estão passeando. Os lugares mais procurados são o Circuito das Águas, Sul de Minas, Vale do Paraíba e região de Campinas. E não existe distinção de sexo, nem idade. To-dos param para se in-formar. Os frentistas dizem que são educados, mas nem sempre a recíproca é verdadeira, princi-palmente quando os motoristas estão atrasados. Alguns querem que os funcionários parem o que estão fazendo, só para dar a informação. Há também quem não entra no posto e fica gritando da rua.

Em alguns dias o fl uxo de pesso-as é tão grande que Alexandre já chegou a sonhar que estava dan-do informação. Os frentistas até fi zeram uma reclamação para um vereador da

cidade, pedindo melhorias na sinalização.

SinalizaçãoAo longo do tempo, mui-tos motoristas perdidos vira-ram clientes e alguns voltam para agrade-cer a ajuda. E não são apenas

pessoas ‘comuns’ que se perdem, muitas celebridades já pediram informações como os cantores Almir Sater e Sérgio Reis, os atores Paulo Gracindo e Paulo Figueiredo, também o Padre Antonio Maria, além do humo-rista Ary Toledo, o jogador de futebol Marcelinho Carioca e os

técnicos Carlos Alberto Parreira e Vanderlei Luxemburgo. “Achei a matéria ótima. Os amigos e outros funcionários do posto conversaram sobre a entrevista”, diz Luciano. Ele agora foi promovido e trabalha no escritório e por isso não precisa mais dar informação, embora faça questão de dizer que “fazia com o maior prazer e boa vontade”. Para Luciano a sinalização na cidade melhorou bastante. Vicente e Alexandre discordam quanto à sinalização. Na opinião dos frentistas muito ainda precisa ser feito para que os motoristas não se percam. Eles dizem que sempre cobram soluções das autoridades quando estas param no posto. “Achamos muito bom participar da matéria. A gente não imaginava que um dia seríamos entrevistados por um jornal. Ouvimos comentários da família e dos amigos e achamos a matéria bem positiva”, opinam Vicente e Alexandre.

Frentistas têm várias funções. Uma delas é dar informações aos motoristas perdidos

memóriaMapa na

Vicente e Alexandre

Achamos muito bom participar da matéria. A gente não imaginava que um dia seríamos entrevistados por um jornal. Ouvimos comentários da família e dos amigos e achamos a matéria bem positiva

Achamos muito bom participar da matéria. Achamos muito bom

Alexandre e Vicente cobram das autoridades melhorias na sinalização da cidade

Luciano era o funcionário mais requisitado para dar informações. Agora ele trabalha no escritório do posto, mas diz que se alguém precisar de informação, pode chama-lo

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 27: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

27pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 28: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

28pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

A edição 490, do dia 03 de julho, trouxe como matéria principal o veterinário e

treinador de cavalos Caio Eduardo Hernandes da Silva, que em junho foi campeão nacional de marcha de cavalo. Antes de ter como es-porte a marcha de cavalos, Caio participou de rodeios, montando em bois, durante 10 anos. Ele conheceu mais sobre a prova de Marcha de Equino Marchador com Gigio (Álvaro Biazetto) e então, em 2008 comprou um Mangalarga Marchador – o Santarém – que segundo o veterinário, é uma das principais raças para esse tipo de competição. Foram 6 meses de treino, de duas a três vezes por semana, com duração de 1 hora cada. E em pouco mais de 1 ano participando

de competições, Caio foi destaque no Campeonato Nacional. A cidade de Jundiaí foi a sede da primeira etapa, no dia 1° de maio. Caio conquistou o 1º lugar e com o resultado se classifi cou para a etapa fi nal, que durou 3 dias e foi realizada em Ourinhos (SP), entre 05 e 07 de junho. Na categoria que o cavaleiro participa, de 36 animais, 10 foram classi-fi cados e ele ganhou o 1° lugar.“Achei a ma-téria muito b oa . To do mundo gos-tou: família, amigos e co-legas de trabalho. Qualquer lugar que andava, ouvia comentários positivos. Não esperava tanta repercussão. Quem viu o jornal divulgou, passou a informação adiante. Gostaria de agradecer a família e os amigos pelo apoio”, diz Caio. Em 2009 ele participou de mais 5 provas e continua com planos para 2010.

AvaliaçãoCaio faz parte da Associação

Brasileira dos Proprietários d e M u a r e s e E q u i n o s d e M a r c h a (ABPMEM). A Associação realiza de 10 a 12 provas por ano e possui

regras bem de-finidas para as competições, como tempo de prova, quesitos avaliados pelos juízes e saúde do animal. O cavalo preci-sa marchar em círculos durante 40 minutos: 20 minutos para um lado e 20

para o outro. Alguns dos quesitos avaliados pelos juízes são: estilo (equilíbrio, harmonia, elegância, energia e nobreza dos movimen-tos); comodidade (qualidade da movimentação do animal); regu-laridade (manutenção do mesmo ritmo apresentado pelo animal durante toda prova); rendimento (resultante de passadas amplas, elásticas desenvoltas e equili-bradas, de modo a cobrir maior distância com o menor número

de passadas, no ritmo de seu andamento natural) e resistência (o animal deve manter o mesmo ritmo, desempenho e demonstrar integridade f ísica). Sela ou arreio, cabeçada e freio são acessórios necessários para participar das provas. Nas mulas é obrigatório o uso de peiteira (peitoral) de argola. Já a espora e chicote são permitidos, desde que o animal não seja machucado, caso contrário, o cavaleiro está desclassifi cado. Outros itens também desclassificam um competidor, como o estado corpóreo adequado do animal, assim como animais esgotados e cansados. Os juízes montam em todos os animais antes do início da competição e se algum não permitir, está eliminado. Por isso todos os animais são muito bem tratados: descansam em mé-dia 5 dias antes das competições, comem uma ração balanceada, e claro, é preciso cuidar do pelo, para que o show na arena seja completo.

Caio

Qualquer lugar que andava, ouvia comentários positivos. Não esperava tanta repercussão. Quem viu o jornal divulgou, passou a informação adiante

Qualquer lugar

O veterinário Caio Hernandes, ex-peão de rodeios, se dedica a outro esporte: participa de campeonatos de marcha de cavalos

vitóriaTrote para a

JULHO

por Maria Fernanda di Bella

Caio foi campeão nacional de Marcha de Equino Marchador

O veterinário ganhou a competição com o cavalo Santarém, um Mangalarga Marchador, uma das raças mais indicadas para esse tipo de competição

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 29: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

29pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 30: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

30pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Que o brasileiro é um povo criativo todo mundo já sabe, mas muitas

pessoas têm receio de colocar as ideias em prática, com medo de fracassar. Não é o caso dessa dupla de artesãos que estiveram na edição 492, em 17 de julho, que tem como lema inovar e reaproveitar. Eduardo Pe-reira e Rogé-rio Gomes (o Pantera) con-feccionam pulseiras, pingentes, anéis e molduras para quadros e espelhos de um jeito diferente: utilizam móveis antigos e peda-ços de madeiras descartadas por marcenarias e madeireiras. Algumas das sobras de madeira utilizada são de árvores nobres e em extinção como Pau-Brasil, Caviúna, Imbuia e Mogno. O

trabalho já dura mais de 10 anos, mas o que diferencia o trabalho dos artesãos, além desse lado ecológico, é que eles inventam e fabricam as próprias ferra-

mentas. E aí o reapro-v e i t a m e n t o entra em cena nov amente . Eles desmon-tam aparelhos eletrônicos, ele-trodomésticos e outros objetos que encontram em ferros-ve-lhos e também no lixo, e criam

novos equipamentos.

ImaginaçãoDifi cilmente existe algo que não possa ser reaproveitado. Tudo que a imaginação permite pode ser transformado: motores de máquinas de lavar, espremedores de laranja e liquidifi cadores. Com isso eles já fi zeram mais de 40

‘geringonças’ (apelido dado pelo próprio inventor). Falando em dar nomes aos inven-tos, na ofi cina de Pantera, está a Trapisonga. A máquina (que funciona através de comandos elétricos e mecânicos) mede cerca de dois metros de altura e três metros de comprimento e realiza diversas funções como tornear (arredondar) peças de madeira de diâmetros variados.Há pouco tempo, os artesãos adaptaram um cooler de com-putador (espécie de ventoinha) a um capacete de soldador e uma bateria de 12 volts. O novo equipamento tem como intuito impedir que as partículas de ma-deira - que se soltam durante o processo de lixamento das peças – possam irritar os olhos e, além disso, impede que o material seja aspirado. Lixas para madeira ajustadas ao sistema giratório de uma enceradeira antiga e a um acelerador de uma máquina de costura viraram uma lixadeira. E não são somente peças eletrôni-

cas que os artesãos utilizam. O carpete do antigo Cine Bragança foi transformou em um isolante de poeira e calor.“Achei a matéria excelente. Muitas pessoas comentaram”, conta Pantera e Eduardo completa: “ Muita gente não só de Bragança, mas da região, lê o jornal. Sou de Joanópolis, mas moro em Bragança há 10 anos. Achei muito legal que o jornal chegou até lá. Uma mulher que tem uma loja em Socorro me ligou e virou cliente. Hoje faço peças para a loja dela”. Ele diz que não esperava a repercussão. “Muita gente não conhecia nosso trabalho e com o jornal passou a conhecer”, conclui Eduardo

Eduardo

Uma mulher que tem uma loja em Socorro me ligou e virou cliente. Hoje faço peças para a loja dela. Muita gente não conhecia nosso trabalho e com o jornal passou a conhecer

Uma mulher que

JULHO

Eduardo e Rogério têm a visão aguçada para perceber entre tantos materiais descartados, aqueles que podem ser reaproveitados

inventoresArtesãos e

por Maria Fernanda di Bella

Eduardo e Rogério na ofi cina. Mais de 40 máquinas construídas. Entre erros e acertos surgem grandes invenções que facilitam o trabalho dos artesãos.

JULHO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 31: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

31pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 32: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

32pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

AGOSTO

A edição 498 de 28 de agosto trouxe de volta às páginas do Jornal do Meio

o trabalho do cuteleiro Henrique Martins de Carvalho. Ele já havia protagonizado, em 2003, uma matéria – considerada uma das mais interessantes produzidas pelo jornal – sobre a fabricação de instrumentos cortantes de ferro ou aço como facas, canivetes e espadas. Dessa vez o cuteleiro foi destaque pelo seu trabalho com as famosas Katanas – espadas japonesas que datam do século XI e eram utilizadas pelos guer-reiros samurais.Henrique diz que forjar espadas é a sua grande paixão e diz que só trabalha nas peças quando está bem espiritualmente. “Fa-

zer espadas é a minha paixão, a coisa mais importante que faço é a espada de Samurai. Ela tem uma energia muito forte. Se fosse por dinheiro eu já tinha parado. O estado de espírito infl uencia muito. Se não estiver bem, não sai”. Para se inspirar, Henrique pega modelos em fi lmes, livros e também usa a imaginação. No caso das Katanas, ele tem dois livros de referência, porque é preciso ter a peça exata.O cuteleiro diz que gostou muito da matéria . Meses após a publi-cação da reportagem as pessoas continuavam falando com ele sobre a entrevista. “Já fi z uma reportagem na televisão, mas no jornal a repercussão é mais duradoura. Os jornais circulam e assim várias pessoas diferentes têm oportunidade de ler”. Alguns amigos procuram Henrique para oferecer um exemplar para ele guardar. Neste momento o cute-leiro faz questão de exibir o painel onde guarda todas as reportagens que já participou.Na época em que foi entrevistado, o cuteleiro estava produzindo uma espada para o amigo e professor de judô Dario Mello. “Sonhei que o Henrique me entregava uma espada branca e quando fui visitá-lo na ofi cina contei sobre o sonho. Sem eu saber ele foi atrás do material no mesmo

dia”, conta Dario. Quando voltou à ofi cina de Henrique dois dias depois, o artesão já havia começado a fazer a espada. “Ele colocou o aço forjado na mesa e aquilo já me arrepiou, era muito fascinante. Fiquei eufórico e meus olhos encheram de lágrima”, comenta Dario. Os dois mestres, um da cutelaria e o outro do judô acertaram que trocariam o que tinham de mais precioso (os seus próprios dons) pela espada. Henrique iria forjar a tão valiosa espada para Dario e o judoca iria ensinar a judô aos netos do cuteleiro. As crianças treinaram com ele por cerca de seis meses, mas tiveram que in-terromper o aprendizado. “Meu netos param de treinar com Dario porque o meu fi lho começou a trabalhar e não tinha quem levas-se as crianças ao treino” explica Henrique. Ele diz que depois da reportagem algumas pessoas o procuraram para conhecer um pouco do trabalho dele com as facas e até para ele afi ar algum instrumento de corte. Segundo o cuteleiro as pessoas também têm muita curiosidade com relação às Katanas, mas como a peça tem um preço elevado as vendas são mais restritas.

História KatanasDario conta que as Katanas

surgiram no Japão por volta do século XI. Existem três tipos de Katanas, que formavam o con-junto de espadas utilizadas pelos guerreiros samurais: a Tantô, a Daito e a Wakizashi. O modelo forjado por Henrique para o judoca foi a Daito – que tem a lâmina mais comprida e era usada pelos samurais enquanto eles estavam montados em cavalos. Em 1860, durante o Império Meiji, as espadas foram proibidas e o povo foi obrigado a entregá-las para o imperador. “Foi uma comoção, como se tivessem tirado a alma do japonês. Mas com essa proibição, centenas de artes marciais surgiram. Por isso o judô está intimamente ligado as Katanas, porque se não fosse a proibição, não existiria o judô”, esclarece Dario. Assim como para os japoneses, os judoca conta que a Katana recebida de Henri-que tem um valor sentimental e espiritual muito forte para ele e que a peça está guardada em um lugar especial.

Tradicionais espadas japonesas são confeccionadas por cuteleiro de Bragança

KatanasValor das

Para quem tem interesse, a visita é permitida com a venda

mínima de 100 reais e com agendamento antecipado. O

telefone para contato é: 7404-3965

INFORMAÇÕES

A grande paixão de Henrique é fazer espadas

Para Dario as Katanas têm um signifi cado espirutual

por Mariana Viel

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 33: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

33pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 34: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

34pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

AGOSTO

Cecília

Todo mundo comentou que havia visto a matéria. Eles acharam muito legal! Logo que cheguei todos queriam saber como tinha sido a viagem

Todo mundo comentou

Ela insiste em dizer que o futebol é apenas um hobby, mas aos 15 anos de idade

o esporte já levou Cecília Sato à Alemanha. Em agosto o Jornal do Meio acompanhou a história da jovem vencedora do concurso cultural ‘Acampamento de Futebol’, promovido pela Aliannz Seguros, para adolescentes entre 14 e 16 anos. A frase que fez a adolescente ganhar a viagem foi: ‘O futebol ajudou a ver que nem sempre ga-nhamos. A ter auto-controle e que em equipe as coisas são mais fáceis’. Ela também enviou uma foto da equipe da ADPM, on-de treina em Bragança.A menina fez parte de um seleto grupo de apenas três brasileiros que tiveram a oportunidade de visitar as instalações do Centro de Trei-namento do Byern de Munique (um dos times mais tradicionais da Alemanha) conhecer os jogadores, treinar com a comissão técnica, assistir a uma partida no Allianz Arena e ainda conhecer a cidade. Outros 30 adolescentes de outros oito países - Alemanha, Bahrien, Bulgária, China, Coréia do Sul,

Holanda, Reino Unido e Rússia – também tiveram a oportunidade de viver a experiência.A bragantina, que mora no bairro do Campo Novo, fi cou sabendo do concurso através de uma amiga. Ela diz que entrou no site e mandou a frase sem muitas expectativas porque muitos adolescentes estavam concorrendo com ela. Quando o resultado saiu, ela já tinha até se esquecido do concurso. Cecília diz que quando voltou

da viagem a recepção dos colegas de esco-la, professores e da equipe do clube onde trei-na (a ADPM) foi muito calo-rosa e eufórica. “Todo mundo comentou que havia visto a

matéria. Eles acharam muito legal! Logo que cheguei todos queriam saber como tinha sido a viagem”.

MuniqueAo todo a menina passou cinco dias na Alemanha. “O primeiro dia foi mais tranquilo. Desem-barcamos às 6h lá em Munique e chegamos no hotel às 7h. Em seguida teve um momento de

confraternização e recebemos os uniformes para treinar. Depois fomos conhecer a cidade. Visitamos pontos turísticos como o museu da BMW. Munique tem jeito de cidade pequena com estrutura de cidade grande. Lá tudo funciona e a cidade é cortada por ciclovias”, conta a adolescente.Como uma boa brasileira, ela estranhou um pouco a comida dos alemães. “Até a pizza é di-ferente, com uma massa mais fi na e sabores diferentes como abacaxi. Lá eles também não comem arroz e feijão, só carne e salada. O prato típico é um bife de porco empanado com molho de páprica e batatas”. Outra diferença sentida pela brasileira foi com relação ao anoitecer. “Anoitecia tarde, por volta da 21h30”, comenta. Além de todas as diferenças de cultura, Cecília teve que se adaptar a outra língua: o inglês. Todos os adoles-centes e os guias se comunicavam em inglês. “Isso foi mais dif ícil. Nós, os brasileiros, fi camos na base do ‘embromation’”, diverte-se.Mas isso não atrapalhou o entrosamento com o grupo. “Todos eram muito quietos. Acho que se não fossem os brasileiros, não iria ter tido tanta graça”, opina Cecília e continua: “Um momento

emocionante foi quando o guia do grupo de Londres agradeceu aos brasileiros pela alegria, pelo sorriso e por deixar a viagem mais animada”.Mesmo depois de ter passado por uma experiência tão intensa e inesquecível a menina –que está no 1º colegial – diz que ainda não sabe qual carreira irá seguir. Ela fala apenas que jogar futebol profi ssionalmente não está nos planos. “O futebol é um hobby. Pra mim é uma terapia, é calmante. Se estou nervosa, desconto tudo na bola e volto mais calma depois do treino”, termina. Ela explica que a escola ocupa muito o seu tempo e brinca que “o esporte é um hobby com o treino bem mais puxado”.A tia Vilma Helena diz que guarda em uma pasta todas as matérias e reportagens que saíram sobre a me-nina. Ela disse ainda que também se encarrega por mandar uma edição para a assessoria de imprensa da Aliannz Seguros.

Goleira bragantina treinou no Byern de Munique - um dos times mais tradicionais clubes da Alemanha

sérioHobby levado

a

Cecília diz que gosta de futebol desde pequena

Adolescentes posam para foto ao lado dos treinadores do Byern depois de torneio interno

por Mariana Viel

FOTO ARQUIVO

FOTO ARQUIVO

Page 35: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

35pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 36: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

36pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

SETEMBRO

Com apenas 1m39cm de altura Dona Mitico já alcançou desafi os de dar

inveja a muita gente mais alta do que ela. A idade (77 anos) também é mais um dos elementos que torna as conquistas dessa “vovó do esporte” ainda mais importantes. Há 20 anos ela mudou de vida e trocou a sacola de remédios e a saúde debilitada por um par de tênis e as pistas de corrida. Ela lembra que aos 57 anos tinha uma rotina marcada por diversos consultórios médicos diferentes. “Passava de médico em médico e ninguém descobria o que tinha. Em vez de melhorar, piorava. Tomava muito medicamento, tinha uma sacola só de remédios. Hoje dizem que era depressão”, comenta Dona Mitico.Um certo dia ela teve que ser carregada pelo marido até um Posto de Saúde. Foi lá que a vida da maratonista começou a mudar. “A médica só de olhar para a sacola de remédios, des-cobriu na hora o que eu tinha: intoxicação por medicamentos”. Os exames só serviram para confirmar a suspeita. A sacola de remédios fi cou para trás e a médica receitou um suco fortifi cante com laranja, couve e outros ingredientes. Com o passar do tempo Dona Mitico foi melhorando e começou a

tomar banhos de sol no parque pela manhã e logo em seguida, a caminhar. Da caminhada passou para a corrida aos poucos. “A cada dia aumentava o tempo de corrida”, lembra. Até que entrou no grupo de atletismo dos veteranos do Parque do Ibirapuera (em São Paulo). Na primeira prova Do-na Mitico correu 800 metros e chegou tão bem que surpreendeu a todos. “Não sabia nem correr na raia, ia correndo em zigueza-gue”, diverte-se. Em outra prova, realizada como teste para ver o rendimento da equipe, ela correu 5 km em 34 minutos e fi cou em 1° lugar. Desde então Dona Mitico não parou mais e intensifi cou os treinos para correr maratonas (42 km e 195 metros).No Brasil ela já participou de provas em praticamente todos os Estados e em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus. “Tenho que participar das eliminatórias brasileiras para poder competir nos Mundiais”, explica. A maratonista diz que gostou de participar da reportagem. “Foi muito bonito, só que eu fui mos-trar o jornal para o meu técnico e o pessoal da equipe de corrida e acabei fi cando sem nenhum exemplar da matéria”. Apesar dos elogios a “vovó da corrida” diz que não tem muita vaidade e não se

ilude muito com os elo-gios. “Gosto de correr apenas por saúde. Al-gumas pessoas falam que sou exibida e que gosto de aparecer, mas isso não é verdade. Gosto de cuidar da minha saúde e simplesmente correr”.

Competições mundiaisDona Mitico também participa de corridas em outros países. Sua primeira prova internacional foi a Maratona de Nova York em 2000. Ela conseguiu o 9° lugar, entre cerca de 150 participantes, com o tempo de 4h34. “Senti um pouco a prova, mas terminei tranquila”, conta. Já em 2002, na Maratona de Paris, Dona Mitico conquistou o 1° lugar em 4h15. “Eu era a competidora mais baixa”, diz a maratonista. Mesmo assim, ela deixou 78 competidores para trás. O segredo? Controlar a ansieda-de. “A ansiedade só atrapalha. O melhor é não se afobar”, aconselha e lembra que a maior emoção foi quando ouviu o hino nacional. “Nem tenho palavras para explicar. As lágrimas começaram a correr pelo rosto. Não sonhava que isso pudesse acontecer”.Ela também participou de com-

petições no Japão (onde bateu o recorde nos 5.000 m no campeonato asiático de marcha atlética), Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina. Recentemente ela esteve em Helsinque, na Finlândia e trouxe para o Brasil três medalhas do Mundial Máster de Atletismo. Quem imagina que com um cur-rículo tão extenso ela já pensa em se aposentar está enganado. Ela já tem planos para os próximos três anos. Aos 80, Dona Mitico que realizar uma promessa feita ao marido que morreu e partici-par da Maratona da Disney, nos Estados Unidos. “É a mais famosa de todas. A corrida é em volta do parque. O troféu é uma miniatura do castelo da Cinderela. Prometi para o meu marido (já falecido) que iria trazer um troféu”, diz.Apesar do sonho de participar da competição, ela explica que o pessoal da Confederação Brasileira de Atletismo insiste para que ela poupe as energias para participar do Campeonato Mundial. “Eles falam que era melhor fazer o mundial. Mas se Deus me der saúde eu quero mesmo é fazer as duas corridas aos 80: o Mundial e a Disney”.

Aos 77 anos, Dona Mitico faz da corrida sua principal aliada para o bem estar

A saúde em primeiro lugarpor Mariana Viel

Recentemente Dona Mitico participou do Mundial Máster de Atletismo em Helsinque, na Finlândia e conquistou três medalhas

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 37: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

37pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 38: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

38pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

SETEMBRO

Depois da matéria publicada pelo Jornal do Meio na edição 501, de 18 de

setembro, José Gabriel - que já era conhecido no bairro Santa Luzia pelo mandato de vereador que exerce na Câmara - fi cou ainda mais famoso pela sua coleção de ima-gens de santos. Ele conta que até mesmo o padre da paróquia do bairro o presen-teou com uma imagem de Jesus Misericordioso – trazida do Va-ticano e benzida pela Papa. Em sua coleção, o vereador que tem um nome de Santo (José) e de

anjo (Gabriel), reuni mais de 130 imagens - 116 fi cam no quarto e 14 num oratório na sala. A primeira imagem que comprou foi uma Nossa Senhora Aparecida.

“Tinha cinco imagens de san-tos: o Sagrado Coração de Jesus, São Jorge, Santo Expedito, Bom Jesus e Nossa Senhora Apare-cida, quando em 1998, fui traba-lhar no escritório

da Igreja do bairro da Santa Luzia. Na época padre Lélio reparava e restaurava algumas imagens. Com o tempo eu aprendi também”, diz Zé Gabriel.

Na casa de Zé Gabriel é possível encontrar imagens de vários tamanhos e mate-riais: bronze, madeira, gesso, resina e louça. Ele diz que depois da publicação da matéria várias pessoas ligaram para ele. “Muitas pes-soas fi zeram questão

de ir até em casa para ver as ima-gens. A matéria fi cou mesmo muito legal”. No oratório, ele tem uma caixi-nha de orações, onde coloca os pedidos que os amigos e familia-res levam. Ele afi rma ter muita fé e acredita na intercessão dos Santos. “As graças é Deus quem dá. Os Santos intercedem, fazem as preces chegarem mais rápido, faz com que sejam atendidas mais rapidamente”, diz.Na opinião do vereador, as imagens mais bonitas são as da Nossa Senhora da Salete e de São Lourenço. Zé Gabriel também possui duas imagens de santos que muitas pessoas pensam que não existiram: São Longuinho e Santo Antonio do Catigeró. “Tem gente que diz que São Cosme e Damião e São Jorge fazem parte da Umbanda, mas já foi comprovado que eles são santos católicos”, explica.Zé Gabriel é devoto de São José, porque leva o mesmo nome do Santo e também de Nossa Senhora

Aparecida. “Mas também gosto muito de Santa Terezinha”, acres-centa. Das histórias dos santos, uma das mais belas segundo o vereador é a de Santa Rita. “Ela foi um modelo de mãe, de viúva e teve uma vida exemplar”. Além das imagens, o colecionador tem 79 terços e dezenas de me-dalhinhas, que as utiliza na gola da camisa. “Ganhei vários terços. Tenho um sítio e já fi z alguns terços de rosário (sementes). Um senhor aqui em Bragança fazia pra mim. Também já ganhei um terço que veio de Portugal”. Os terços são de madeira, plástico, pedras e até de crochê. “Tenho muita fé na oração do terço”, diz. Além do presente ganhado do padre, Zé Gabriel diz que adquiriu outras duas imagens: uma de São Louren-ço e outra de Santa Isabel. Ainda segundo o vereador ela guardou dois exemplares do jornal, ele diz que um deles deverá ser colocado em uma moldura para preservar melhor e matéria.

Bragantino coleciona imagens de Santos e histórias religiosas

féImagens

dapor Mariana Viel

José Gabriel

Muitas pessoas fi zeram questão de ir até em casa para ver as imagens. A matéria fi cou mesmo muito legal

Muitas pessoas

Ao todo são 130 imagens de santos, dezenas de terços e muitas medalhinhas

Zé Gabriel com a imagem de São José

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 39: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

39pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 40: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

40pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

A dedicação da equipe de professores e funcioná-rios da Escola Municipal

Ivone dos Santos Dias localizada no bairro Planejada II, Zona Norte de Bragança, mostra que é possível fazer a diferença. As transforma-ções do olhar sobre a infância e da importância das brincadeiras no processo de aprendizado co-meçaram há um ano. As mudanças chamaram a aten-ção da equipe que organizava o concurso do “Selo Aqui se Brinca” – promovido pela marca de sabão em pó, OMO para difundir a im-portância do brincar em espaços escolares. A escola foi convidada a se inscrever e fi cou entre as 89 instituições fi nalistas do Estado de São Paulo.No dia 27 de outubro foi realiza-do o anúncio das vencedoras e a escola foi aclamada entre as 29 fi nalistas que ganharam um “Splat” - um brinquedo especialmente

desenvolvido para potencializar as experiências das brincadei-ras. Segundo a coordenadora pedagógica, Lia Carla Dias a avaliação da comunidade escolar sobre os resultados de todas as mudanças ocorridas na escola foi positivo. “Nossa avaliação é de que o projeto deu super certo. O nosso objetivo é continuar com as mudanças e novidades para os alunos”, explica Lia.A instituição também ganhou uma placa de bronze e uma excursão ao Parque do Ibirapuera, na ca-pital paulista, para a exposição do “Pequeno Príncipe”. Ainda segundo Lia a repercussão da matéria foi boa. “Muitos pais e mães comentaram sobre a maté-ria. A repercussão na Secretaria Municipal de Educação também foi muito positiva”.

Mudanças Um dos grandes objetivos foi

fazer com que a Edu-cação Infantil não se limitasse apenas à preparação para o Ensino Fundamental. “Nós queríamos que a Educação Infantil fosse legal e interessante, para que a criança saísse daqui com um mundo totalmente diferente” explica a coordenadora peda-

gógica Lia Carla Dias. A professora Elaine Faria cita o educador Paulo Freire para ex-plicar as mudanças: “Aprendemos a ler o mundo antes mesmo de decifrar as letras”. Segundo Elaine, as aulas na escola auxiliam as crianças a fazerem a sua própria leitura de mundo. “Queremos que quando os nossos alunos forem decifrar as letras eles já tenham um co-nhecimento de mundo, do que é grande do que é pequeno, do que é liso do que é áspero” afi rma.Para dar vida ao que pode ser considerada uma experiência audaciosa a escola utilizou como principal ferramenta a brincadeira. A iniciativa considera que o brincar e o experimentar fazem parte de momentos de descobertas que auxiliam o aprendizado infantil. Um dos primeiros passos para o início da mudança educacional foi a realização de uma pesquisa com as famílias dos 150 alunos da escola. A professora explica que a fi nalidade foi identifi car e valorizar as experiências e o conhecimento que as crianças trazem de suas próprias famílias. “Fizemos a pesquisa para saber quais são os valores familiares das nossas crianças, desde a comida típica que eles comem, o tipo de música que ouvem, a religião que seguem e até mesmo a origem da família”.

Todos os 17 funcionários da escola são considerados educadores e respeitados como elementos es-senciais para o sucesso do projeto. “É importante a gente ter todos envolvidos no processo. Todos participam da reunião pedagógica que é um momento de refl exão sobre o que estamos fazendo e o que ainda podemos fazer”. Lia fala que apesar de parecer fácil, a utilização das brincadei-ras como ponto fundamental do processo de aprendizagem exige muito mais dedicação. Todas as brincadeiras propostas servem como instrumento de análise do comportamento e desenvolvimento das crianças. “Sempre registramos se eles estão brincando em grupo ou isolados. Para a gente a brincadeira é um ponto de partida e não uma coisa que você faz porque não quer fazer nada”.

Escola Municipal é premiada em concurso como uma das melhores escolas para crianças do Estado

resultadosConquistando

OUTUBRO

Brincadeiras transformam aprendizado em diversão para as crianças

Mudança de olhar valoriza a infância

A experiência da escola com o processo de aprendizagem através das brincadeiras deu

vida ao blog “Turma da Ivonne” http://turmadaivonne.blogspot.

com . Através dele é possível acompanhar as experiências

realizadas na escola.

por Mariana Viel

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 41: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

41pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 42: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

42pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

Para lembrar uma das mais importantes datas do nosso calendário (o Dia

do Professor) o Jornal do Meio publicou na edição 504, do dia 9 de outubro uma matéria sobre as superações e dificuldades que um grupo de cinco mu-lheres enfrenta para aprender a ler e escrever. As entrevistas foram feitas com alunas da Edu-cação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Mu-nicipal Professor Orlando Pinto de Oliveira.Segundo a diretora Inez de Fátima Vaz apesar de apenas cinco alunas de uma sala terem participado da matéria toda a EJA se identifi cou

com as histórias. “Elas fi caram muito felizes por se verem no jornal. Mesmo os alunos que não participaram da entrevista tiveram a oportunidade de se identifi car com as histórias

contadas por elas”.A diretora expli-ca ainda que a escola desenvol-veu um trabalho nas salas do pe-ríodo da manhã e tarde. Através da reportagem, as professoras incentivaram os alunos me-

nos interessados nos estudos. A matéria foi lida em sala e os relatos das alunas do EJA servi-ram como uma oportunidade de refl exão para aqueles que ainda não davam tanto valor para as aulas. “A reportagem serviu como um

grande incentivo para eles. A repercussão foi muito grande porque eles tiveram a chance de ver como é importante se dedicar”.

Histórias A questão cultural e as próprias dificuldades da vida impediram que

Maria Aparecida, Maria Inês, Maria José, Terezinha e Angelina frequentassem as salas de aulas ainda na infância. Maria Inês Ferraz explica que morava em um sítio com a família e que a mãe não permitiu que ela estudasse. “Nunca tive uma professora na minha vida. Nunca fui para a escola. Comecei a estudar há uns quatro meses porque isso me deixava muito triste e eu chorava muito por não saber ler e escrever”. A professora Daniela Leite dos Santos – que desde 2001 leciona na Educação de Jovens e Adultos (EJA) - explica que a maior dificuldade dos alunos está relacionada à memorização. “Ao contrário das crianças que não têm grandes preocupações, essas pessoas experimentam várias situações e responsabilidades da vida adulta que interferem no aprendizado. São problemas com a casa, com os filhos e com o trabalho que atrapalham a concentração”. A Educação de Jovens e Adultos é dividida em três etapas. A profes-sora fala que a etapa inicial – que recebe alunos sem nenhuma base alfabética – pode ter até três anos de duração. “Quando entrei na

escola achei que rapidamente ia aprender a ler e escrever. Mas a professora explicou que é devagar mesmo, e que nós começamos a aprender bem do início” diz Maria José Mariano, de 51 anos.A dedicação com as letras já re-presenta várias conquistas para ela, inclusive o exercício da cida-dania através do simples direito de ir e vir. “Antigamente eu não sabia nem qual era o ônibus que precisava pegar e agora sei. No carnaval eu e uma amiga – que também não sabe ler – estávamos na Avenida esperando o ônibus e ela me perguntou qual era o que estava vindo. Respondi: Taboão” conta entusiasmada. Dona Angelina Lauriano da Silva fala que o estudo mudou a sua vida e ampliou o convívio com outras pessoas. “A gente começa a ter uma outra cabeça, novas amizades e passa a conversar com pessoas diferentes na escola. Aprendemos muitas coisas” afi rma. Terezinha Bueno conta que agora que conhece as letras consegue ler as embalagens dos produtos que utiliza na cozinha. “Agora eu entendo algumas coisas que estão escritas nas embalagens e também consigo ler o que quero comprar no supermercado”.

Matéria com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é usada para incentivar outros estudantes

exemploBom

OUTUBRO

Inez

A repercussão foi muito grande porque eles tiveram a chance de ver como é importante se dedicar”

A repercussão A repercussão

Maria José, Terezinha e Angelina falam da importância de aprender a ler

Mesmo frequentando a EJA há pouco tempo, Maria Aparecida e Maria Inês valorizam o aprendizado

por Mariana Viel

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

FOTO ARQUIVO\JORNAL DO MEIO

Page 43: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

43pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 44: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

44pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

por Mariana Viel

NOVEMBRO

Para comemorar o Dia In-ternacional da Animação, marcado pelo dia 28 de

outubro - data na qual, em 1892, Émile Reynaud projetou pela primeira vez imagens animadas em Paris – o Jornal do Meio produziu uma matéria especial com o bragantino e produtor inde-pendente de fi lmes de animação, Juliano La Salvia, o Juca. Segundo o produtor, a matéria, publicada em 6 de novembro foi muito elogiada e comentada pelos amigos. “Bastante gente comentou comigo sobre a matéria principal-mente porque ela saiu na capa e ganhou muito destaque”. O relato sobre a iniciativa de criar fi lmes através da técnica de animação também despertou o interesse e a imaginação de outras pessoas. Juca conta que passou a receber sugestões de fi lmes de várias pessoas diferentes. “Muita

gente começou a me procurar para dar idéias de roteiros para fi lmes e até mesmo me chamar para fazer algum vídeo”. Juca diz que o número de acesso aos víde-os postados na internet através do Youtube também au-mentaram bastante. “Fi-quei muito feliz com a matéria, para mim o retor-no foi muito legal mesmo. Percebi que até o número de acessos aos vídeos da internet aumentaram”.

Transformando imagensO interesse de Juca pela produção de vídeos começou aos 12 anos

de idade. Ele diz que as primeiras fi lmagens que participou eram feitas com a câmera da mãe e editadas através de recortes de imagens em dois vídeos cassetes. Há oito anos, por falta de personagens para interpretar seus roteiros, passou a se interessar pela animação.

Segundo ele os fundamentos da animação; posicionamento de câ-meras, fi gurinos, fotografi a, roteiro

e até a mo-vimentação das persona-gens em cena precisam ser idealizados com o mes-mo cuidado dos vídeos com atores reais . Ele afi rma que e n c a r a a animação apenas como

um hobby, e diz que já produziu vídeos a convite de amigos.Em 2006 ele fez a abertura do Cardápio Underground – evento anual que integra o calendário cultural da cidade e reúne di-versas manifestações artísticas. O curta (de dois minutos e 25 segundos) foi produzido a par-tir de fotografi as das pinturas sacras da Igreja da Catedral, na praça. Depois de fotografadas as imagens foram recortadas uma a uma digitalmente, através do programa de computador: Ani-me Studio – utilizado para fazer animações em 2D. “Foi mais ou

menos um mês de trabalho sem parar em cima de cada imagem. É bastante trabalhoso”.A inspiração para as fi lmagens pode surgir das mais diferentes situações. Uma das grandes vantagens da animação é que praticamente tudo pode ser utilizado para contar uma his-tória: fotografias, imagens de revistas, desenhos, brinquedos etc. “A animação é uma maneira diferente de contar uma história. Em muitos casos, dependendo dos recursos que você tem se torna mais fácil”.

ProduçãoNa tentativa de colaborar para o crescimento da produção bragantina de novos vídeos há cerca de dois anos, Juca e seus dois primos Guto e André la Salvia criaram a Massiste Produções – uma produtora de curtas, documentários e vídeos de animação. “Nosso objetivo é cultural. A intenção é fazer fi lmes, participar de mostras e divulgar nosso material”.

Matéria sobre a técnica de vídeos de animação desperta o interesse de bragantinos

ideiasNovas

Juca

Fiquei muito feliz com a matéria, para mim o retorno foi muito legal mesmo. Percebi que até o número de acessos aos vídeos da internet aumentaram

Fiquei muito feliz com

Na internet é possível assistir aos vídeos produzidos por Juca.

Basta entrar no site: www.youtube.com e digitar Juca la Salvia

Juca produz vídeos independentes de animação através de imagens estáticas e fotografi as

Boneco Playmobil ganha vida através da técnica de “stop motion”

Page 45: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

45pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 46: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

46pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

por Mariana Viel

NOVEMBRO

O tempo é capaz de apagar todas as marcas, menos as boas lembranças que

guardamos na memória. Recontar o passado é como ser transportado para uma outra época. Na edição 509, do dia 13 de novembro, o Jornal do Meio fez uma viagem de volta aos fa-mosos “Anos Dourados” e re-descobriu a his-tória da década de 1950 em Bra-gança. Através das lembranças dos amigos José Solha, 76 anos; Célia Monte Claro Vasconcellos Azevedo, 71 anos, Evangelina Benvenuti - mais conhecida por Ivan - de 80 anos e Norberto de Moraes Alves, 77

anos, nossos leitores puderam experimentar a cultura, os hábitos e as tradições daqueles anos.Solha lembra que aquele era o tempo da “paquera da licença”.

“Nós chegáva-mos às garotas e dizíamos com muita elegância: Licença senho-rita, vamos dan-çar? Só depois seguíamos para o meio do salão”. Para Célia e Ivan aquela era uma época que mis-turava inocência e muita diversão. As memórias

dos antigos bailes no Clube Literário trazem de volta a ele-gância dos antigos vestidos de festa, o cheiro de naftalina e as animadas danças.

Procurados pela reportagem para contar como foi a repercussão da matéria os amigos foram unânimes em afi rmar que receberam muitos elogios e que ado-ram a experiência. Célia disse que uma das maiores curiosidades das pessoas foi tentar descobrir quem

eram as pessoas nas fotos. “Foi muito divertido ver o pessoal se esforçando para adivinhar quem estava na matéria. Tem gente que usou até lupa para ver melhor”. Ela completa que comprou alguns exemplares extras para enviar para duas amigas – uma em São José dos Campos e outra em São Paulo. Solha contou que recebeu vários telefonemas perguntando se era ele mesmo na capa do jornal e quem era a mulher que estava dançan-do com ele na foto. Para quem ainda não conseguiu descobrir, o nome da jovem é Dione. Ele falou ainda que comprou vários exemplares para mandar para alguns amigos que não moram mais em Bragança. Segundo Ivan muitas pessoas também falaram com ela sobre a matéria. “Outro dia mesmo uma amiga comentou – enquan-to estávamos na praça - que a reportagem foi muito boa e que tinha muita saudade daquela época. A matéria ficou muito boa e até os meus netos fi caram entusiasmados”.

FelicidadeNorberto afi rma que naquela época

os jovens eram muito alegres e felizes, e compara os amores de antigamente com os relaciona-mentos atuais. “Por mais que a televisão, através das novelas, queira mostrar o romantismo nos dias de hoje, as coisas não soam bem. Tudo parece forçado e supérfluo”. Solha completa: “Na nossa época o romantismo fazia parte das nossas vidas. Nós mandávamos fl ores para as namo-radas, abríamos a porta do carro e as respeitávamos muito”. Talvez sejam exatamente a falta dessas características que expliquem os relacionamentos relâmpagos e o apelo exageradamente sensual das roupas, músicas e danças dos dias atuais. O escritor relata que antigamente os namoros começavam através dos olhares. Depois de algum tempo os jovens iniciavam as conversas para poder se conhecer melhor. Aos risos, Célia fala de um ex-namorado que uma vez calculou que havia esperado quase cinco anos para, fi nalmente, atravessar a Praça Raul Leme de mãos dadas com ela.

Lembranças dos anos 50 em Bragança emocionam e deixam saudades

memoráveisTempos

Célia

Foi muito divertido ver o pessoal se esforçando para adivinhar quem estava na matéria. Tem gente que usou até lupa para ver melhor”

Foi muito divertido Noite de baile no Literário: fotografi a gerou curiosidade entre os leitores

Célia, Solha, Norberto e Ivan falam do comportamento dos jovens nos anos 50

Page 47: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

47pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 48: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

48pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

por Mariana Viel

DEZEMBRO

Eles tiveram que ter muito bom humor e paciência para driblar o mau tempo

que insistiu em atingir Bragança durante os quatro dias da festa em homenagem a Nossa Senhora da Conceição - padroeira da cidade. Apesar das chuvas, os voluntários afi r-maram que o movimento foi muito bom, e que os esforços para arrecadar fundos para a reforma da Catedral valeram à pena.A matéria publicada pelo Jornal do Meio, na edição do dia 4 de dezembro, contou um pouco da história da quermesse na cidade. Calcula-se que a tradição das quermesses em Bragança tenha mais de 50 anos. O historiador, José Roberto Vasconcellos lem-bra que durante todo o período de construção da nova Igreja da

Catedral algumas mulheres tra-balharam, ininterruptamente, em barracas em frente à paróquia para angariar verbas para a obra. Depois da consagração da nova

basílica, em 1977, a tradição das barraquinhas foi interrompida por alguns anos. Ana Luiza de Barros, uma das atuais re sp onsáve is pela Barraca da Pizza, lembra que a tradição

foi retomada no fi nal dos anos 80. “Quem recomeçou com a festa, que no início era realizada na cripta da igreja, foi o padre Pifânio. Ele era um padre jovem, muito dinâmico e criativo”.Quando foi retomado, o evento realizava apenas a venda de pizzas e pastéis. O grupo lembra que aos poucos o número de voluntários começou a crescer e muitas pes-soas voltaram a se reunir para as

comemorações. Em 2009, o evento reuniu dezenas de paroquianos unidos pela fé, a doação, o amor e a solidariedade.

Fé inabalávelNo último dia de quermesse nem parecia que eles já estavam se dedicando há quase três noites seguidas nas barraquinhas. O entusiasmo do grupo mostrou que mais importante do que colaborar, é manter sempre a alegria. Ana Luisa disse que adorou participar da matéria e que várias pessoas comentaram com ela sobre a matéria. “Achei muito interessante porque foram usados trechos da entrevista de várias pessoas diferentes para montar a matéria”. Célia Monte Claro Vasconcellos Azevedo afi rmou que fez a distri-buição de vários exemplares para as pessoas que fazem parte da história da quermesse, e todos adoram a matéria. “As pessoas realmente adoraram. Ficou muito bom”. Ela

reclamou apenas que quando tentou comprar mais jornais a edição já estava esgotada nas bancas.Na Barraca do Espetinho o clima de descontração e fé dos chama-dos “Apóstolos do Churrasco” contou com uma vela, acendida especialmente para que Santa Clara interrompesse as chuvas. Segundo Alexandre Nicolatti, o Xandico, muitas pessoas elogiaram a matéria. Ele brincou que fi cou famoso e teve até que distribuir autógrafos entre os amigos. O voluntário Écio Rossi explicou que também tentou comprar outros exemplares do jornal nas bancas, mas que também não conseguiu.A chuva intensa que caiu sobre Bragança durante os quatro dias de festa atrapalhou um pouco o movimento. Mesmo assim, o gru-po que participa da organização da festa disse que os resultados foram positivos e a arrecadação para a reforma da Igreja da Catedral foi boa.

Voluntários das barraquinhas da Festa da Imaculada mostram que o segredo do sucesso é o bom humor

Uma festa em festa

Ana Luisa

Achei muito interessante porque foram usados trechos da entrevista de várias pessoas diferentes para montar a matéria

Achei muito Achei muito

Apesar do mau tempo, Festa da Imaculada tem boa arrecadação - graças ao trabalho dos voluntários

Page 49: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

49pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 50: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

Retrospectiva 2009Especial

50pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio 516

por Mariana Viel

DEZEMBRO

Quem depende das gorjetas para reforçar o orça-mento no fi nal do ano,

sabe como elas são importantes. Fazer um agrado para garçons e balconistas é uma prática que pode colaborar, inclusive, com o reforço na ceia de Natal. O dinheiro extra funciona como uma espécie de incentivo para os profi ssionais que lidam dire-tamente com o público, e que nesse período têm que se de-dicar ainda mais para dar conta do aumento no movimento.Na edição 513 do dia 11 de dezembro, o Jornal do Meio conversou com funcionários de diversos setores do Restaurante e Panificadora Estância para conhecer os planos deles para o dinheiro da Caixinha de Natal. Aproveitando o clima natalino a grande maioria dos profi ssionais afi rmaram que ele seria utilizado na compra de presentes e até no reforço da ceia. Nessa época do ano as gorjetas chegam a dobrar de valor, expli-cou o sócio da padaria Fernando Tavares. Ele afirmou que um dos responsáveis é o aumento

no movimento em função das confraternizações de empresas e amigos secretos. “Temos uma equipe de funcionários muito boa, mas como o Natal é bastante compensador eles realmente se esforçam um pouco mais”.

Os líderes do quesito valor das gratifi cações são os garçons. Ao in-vés das caixinhas, eles dividem dia-riamente os 10% cobrados nas contas e também recebem gorjetas individuais dos clientes. Como

trabalham diretamente com o público dependem de muita sim-patia e competência para fi delizar e garantir boas bonifi cações.

RepercussãoHá uma semana do Natal con-versamos novamente com os garçons Rinaldo Sebastião Tavares e Geovani Costa. Eles explicaram que nos últimos dias o movimento no restaurante havia aumentado muito, mas que mesmo assim, as gorjetas haviam diminuído. “Como acabamos não conseguindo dar muita atenção para os clientes as gorjetas caíram um pouco. Por outro lado, o grande movimen-to fez aumentar os 10%”, disse

Rinaldo. Geovani afi rmou que muitos clientes comentaram que haviam lido a matéria. “As pessoas falaram e elogiaram a entrevista. A balconista Cláudia Sciola de Lima também assegurou que muitos fregueses que frequentam a padaria disseram que haviam visto o jornal. “Achei que fi cou ótimo. Minha família também viu a matéria e gostou bastante. Guardei um exemplar de lembrança em casa”.

Ce l eb r i dade instantânea Apesar da grande repercussão da maté-ria, quem realmente se sentiu como uma estrela foi a caixa Marisa Garcia San-tana. Segundo ela os comentários sobre a entrevista foram muito maiores do que ela imaginava. “Algumas pessoas chegaram até a ligar aqui na padaria para falar que tinham me visto no jornal. Até na rua do comércio os lojistas comentavam que haviam gostado da matéria”.

Marisa disse ainda que alguns clientes que leram a matéria brincaram com ela na hora de deixar a caixinha. “Foi maravilhoso. A reportagem foi o melhor presente que eu recebi o fi nal do ano”.

Balconistas e garçons falam da repercussão da matéria sobre as caixinhas de fi m de ano

extraDinheiro

Marisa

Foi maravilhoso. A reportagem foi o melhor presente que eu recebi o fi nal do ano

Foi maravilhoso.

Marisa se sentiu uma celebridade depois da matéria

A balconista Claudia recebeu elogio de fregueses e amigos

Equipe de garçons é a campeã de gorjetas

Page 51: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

51pág Retrospectiva 2009Especial

01 . janeiro . 10Jornal do meio 516

Page 52: Jornal do Meio - Retrospectiva 2008

52pág

01 . janeiro . 10 Jornal do meio

Retrospectiva 2009Especial