Jornal Municipal - setembro'14

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SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL. setembro 2014.ano 14.n.º53 Município reconhece excelência Europa confirma qualidade do rio pág. 13 Oito recintos desportivos com relvado sintético págs. 4 e 5 População ganha avenidas novas Sala cheia revive festa eurovisiva Concelho vive Dia de Bocage e da Cidade com programa repleto de atividades Sant'Iago atrai mais visitantes pág. 17 págs. 14 e 15 pág. 19 pág. 11 pág. 6 Bairros dão exemplo de férias com vizinhos

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Setúbal. Edição de julho, agosto e setembro de 2014

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SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.setembro 2014.ano 14.n.º53

Municípioreconheceexcelência

Europa confirmaqualidade do rio

pág. 13Oito recintos desportivos com relvado sintético

págs. 4 e 5

População ganhaavenidas novas

Sala cheia revive festa eurovisiva

Concelho vive Dia

de Bocage e da Cidade

comprogramarepleto de atividades

Sant'Iagoatrai mais visitantes

pág. 17

págs.14 e 15

pág. 19

pág. 11

pág. 6

Bairros dão exemplode férias com vizinhos

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Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: SMCI/Serviço Municipal

de Comunicação e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Hugo Martins, Marco Silva,

Susana Manteigas

Fotografia: José Luís Costa, Mário Peneque

Paginação: Humberto Ferreira

Impressão: Daniel & Lino, Lda.

Redação: SMCI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 8000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

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CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Gerale Finanças | [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício do Banco de PortugalRua do Regimento de Infantaria 11, n.º 7265 545 180Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorMercado do Livramento, 1.º andar265 545 390

Gabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Belo Horizonte– Escarpas de Santos Nicolau265 545 [email protected]

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeCasa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 [email protected]

TURISMO

Casa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoPraça da República, 47212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAIS

Biblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Casa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 168

Museu de Setúbal/Convento de JesusExposição de longa duraçãoAvenida Luísa Todi, 119265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

EqUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipal de AtletismoEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.setembro 2014.ano 14.n.º53

Municípioreconheceexcelência

Europa confirmaqualidade do rio

pág. 13

Oito recintos desportivos com relvado sintético

págs. 4 e 5

População ganha

avenidas novas

Sala cheia revive festa eurovisiva

Concelho vive Dia

de Bocage e da Cidade

comprogramarepleto de atividades

Sant'Iagoatrai mais visitantes

pág. 17

págs.14 e 15

pág. 19

pág. 11

pág. 6

Bairros dão exemplode férias com vizinhos

4 PRIMEIRO PLANO O concelho voltou a celebrar o seu poeta maior. O Dia de Bocage e da Cidade, a 15 de setembro, ficou ainda marcado pelo lançamento do livro “Retábulo do Convento de Jesus de Setúbal”.

6 LOCAL Intervenções em duas avenidas e numa praça estão a mudar a face do centro da cidade, com a preocupação de melhorar a circulação de todos. A iluminação do centro histórico foi reabilitada.

12 FREGUESIA O Parque Urbano de Azeitão está a nascer em Brejos, enquanto em Santo Ovídeo, no Sado, foram melhorados acessos. O “Ouvir a População, Construir o Futuro” foi à União das Freguesias de Setúbal.

13 DESPORTO O Campo Municipal da Várzea é o terceiro de futebol de 11 a receber relvado sintético, a que se juntam cinco polidesportivos. A descida do Sado transformou-se num agradável passeio no estuário.

14 PLANO CENTRAL As Férias no Bairro, iniciativa desenvolvida na zona da Bela Vista, ocupam o tempo de crianças e jovens e aprofundam o espírito de solidariedade. Acompanhámos a atividade do lado dos monitores.

16 TURISMO A excelência de Setúbal, os seus recursos naturais, vinhos e artesanato, foi descoberta em passeios em autocarro panorâmico. A Feira de Sant’Iago continua a bater recordes de afluência de visitantes.

18 CULTURA Os principais equipamentos culturais e turísticos da cidade promovem atividade que atrai o público. Setúbal evocou o foral manuelino, na comemoração dos 500 anos desse ato administrativo.

22 EDUCAÇÃO Mais de uma dezena de cursos de pós-graduação/especialização funcionam, a partir de outubro, no novo Centro de Formação Avançada de Setúbal. A Ciência Viva despertou a atenção.

23 ACADEMIA A plataforma de aprendizagem “Moodle” é alargada aos dispositivos móveis por estudantes da Escola Superior de Tecnologia. Já o Poliempreende estimula ideias e desperta novos talentos.

24 RETRATOS Numa loja do Troino é possível encontrar e reparar de tudo na área da eletrónica. O espaço, a funcionar há quatro décadas, tem a particularidade de ter sido sempre explorado por mulheres.

25 INICIATIVA O Núcleo Bicross de Setúbal forma uma família. O BMX é a grande atividade de referência, mas o clube começa a dar cartas nas Marchas Populares, principalmente agora que venceu a última edição.

26 MEMÓRIA No tempo em que a cidade era limpa com recurso a carroças puxadas por cavalos os maus comportamentos da população já recebiam sanções. A família Fryxell está intimamente ligada a Setúbal.

28 PLANO SEGUINTE O segundo aniversário da Casa da Cultura marca o regresso, quase trinta anos depois, do grupo musical Disto & Daquilo. O que também está de volta é o passeio Setúbal Bike Tour.

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lTemos afirmado, com alguma insistência, que queremos mais cidade, mais trabalho, mais rio.

Este é o rumo que seguimos, rumo a que por vezes se chama estratégia, mas que preferimos encarar

como uma longa caminhada em que sabemos para onde vamos e como vamos.

Temos um caminho para o desenvolvimento bem delineado, o que facilmente pode ser comprovado

nos documentos publicados no âmbito da revisão do PDM.

A correção deste caminho é aferida pelo facto de todas as candidaturas apresentadas no anterior

quadro comunitário terem tido sucesso, exatamente porque foram enquadradas por uma clara visão

estratégica de desenvolvimento do concelho e da cidade.

Falo da Praia da Saúde, do Mercado do Livramento, do Fórum Municipal Luísa Todi, da Casa da Baía,

da Casa da Cultura, da Escola de Hotelaria e Turismo ou do Convento de Jesus, apenas para referir

os casos mais evidentes que têm aumentado a qualidade da nossa cidade e atraído mais visitantes,

mais turistas, mais investimento.

Os principais investimentos feitos em Setúbal nos últimos anos apenas foram possíveis graças

ao rumo traçado, num caminho que inclui estudos urbanísticos que permitiram o enquadramento

destas iniciativas.

Os exemplos mais notórios são o Centro Comercial Alegro, possível no âmbito do Estudo

Urbanístico da Entrada Norte, que veio a dar origem ao recentemente aprovado Plano Urbanístico

da Entrada Norte da Cidade de Setúbal, e a Decathlon, possível

graças ao Estudo Urbanístico de Monte Belo.

Este é o contexto em que a Câmara Municipal sente a necessidade

de fazer o enquadramento especializado da sua estratégia no próximo

quadro comunitário, que é muito mais complexo do que o anterior

e exige enquadramento mais alargado, designadamente com os territórios da Área Metropolitana

de Lisboa.

A estratégia que tem gerado franco desenvolvimento do concelho e notória melhoria da qualidade

urbana e dos serviços prestados pela autarquia desmente todo e qualquer aproveitamento

oportunista que alguns tentam construir com narrativas desfocadas do que é atualmente a cidade.

Narrativas deslocadas do que muitos setubalenses e azeitonenses sabem do que é hoje

a transformação do nosso concelho.

Vamos continuar a caminhada.

Com todos os que queiram vir connosco.

Mesmo que tenhamos de ultrapassar as enormes barreiras que nos são atravessadas no caminho

por sucessivos ataques ao Poder Local, configurados nos constantes cortes das transferências

do Orçamento do Estado para as autarquias, transformadas, pelo presente Governo, em bodes

expiatórios de erros cometidos sempre pelos mesmos em décadas de políticas erradas

e prejudiciais.

O país que hoje conhecemos, com infraestruturas básicas, culturais, educativas, desportivas

e de apoio à atividade empresarial, é o resultado de quase quarenta anos de poder local

democrático.

A grande obra de desenvolvimento do país no século XX e neste princípio de novo século deve-se,

sem qualquer dúvida, às autarquias.

Perante tão grande feito, é estranho que sejam sempre os autarcas os alvos de constantes ataques;

de constantes estrangulamentos financeiros e outros.

Sem autarquias, Portugal seria outro país.

Com toda a certeza, pior.

Sabemos para onde vamos

Vamos continuar a caminhada com todos os que queiram Vir connosco

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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4SETÚBALjulho|agosto|setembro144SETÚBALjulho|agosto|setembro14

POÉTICO. A 1.ª Serenata de Setúbal captou a atenção de centenas de pessoas que fize-ram questão de marcar presença no evento na noite do dia 13 de setembro, na Praça de Bocage, defronte dos Paços do Conce-lho, decorados com iluminação especial. A canção coimbrã e a evocação poética de Setúbal, em particular do rio Sado e da Serra da Arrábida, deram o mote ao serão organizado, com o apoio municipal, pelo Núcleo de Poesia de Setúbal.

EXÓTICO. De peito roxo, um diamante gould do criador sadino Alexandre Simões conquistou o prémio de melhor ave parti-cipante na “Sado Internacional – I Expo-sição Internacional de Exóticos”. Man-darins, diamantes, roseicollis e caturras foram algumas das aves que puderam ser apreciadas na mostra, promovida entre 12 e 14 de setembro, na Escola Básica Luísa Todi, pelo Clube Ornitológico de Setúbal, com o apoio da Autarquia.

INSÓLITO. O Parque Urbano de Albar-quel recebeu mais uma edição da “Regata da Baía do Sado em Banheiras & Insóli-tos”, realizada a 14 de setembro. Num de-safio à imaginação, dez equipas tentaram fazer flutuar materiais reciclados que supostamente não deviam sair de terra firme. A corrida, organizada pela Câmara Municipal e pela Academia Rugby Clube de Setúbal, resultou em aventura e em muitas horas de boa disposição.pr

imei

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ano

espírito de Bocage perdura bem vivo na identidade de Setúbal, concelho que todos os anos lhe presta homenagem com um pro-grama comemorativo que atinge o ponto alto no dia 15 de setembro, feriado municipal em honra do nascimento do poeta.As comemorações incluíram des-de a inauguração de obras de arte desafiantes do pensamento crítico da população até à homenagem de figuras e entidades com destaque na história, antiga e recente, do concelho e do País.O Dia de Bocage e da Cidade, co-memorativo dos 249 anos do nas-cimento do poeta sadino, começou com a tradicional cerimónia do hastear da bandeira na varanda dos Paços do Concelho, seguindo-se a deposição de uma coroa de flores no monumento erigido na praça dedicada ao poeta.Em sessão solene realizada no Sa-lão Nobre dos Paços do Concelho, foram condecorados com a Me-dalha de Honra da Cidade figuras públicas de diferentes quadrantes sociais, como o estilista Tó Simões, na Classe Atividades Culturais, e o gestor desportivo, Paulo Frischk-necht, na Classe Desporto.A presidente da Câmara Munici-pal, Maria das Dores Meira, su-

O

Bocage traz festa a SetúbalPassados 249 anos após o nascimento,

Bocage continua vivo entre os setubalenses. O pensamento jovem, desafiante e crítico do poeta

ficou gravado na genética da cidade e da região. As Comemorações Bocagianas condecoraram

quem ousa fazer mais e melhor. E inauguraram arte pública que instiga à opinião

blinhou “o orgulho, não só pelos que receberam as Medalhas da Cidade, mas por todos os que levam o nome de Setúbal tão longe, pelo que fizeram e vão continuar a fazer por esta cida-de”.O brio com que os setubalenses se afirmam no País e no mundo le-vou a autarca a reiterar a ideia de que Setúbal é “a Capital da Margem Norte do Sado”, algo que rejeita ser “uma simples ideia bairrista”, mas

antes a declaração da “forte iden-tidade da região, com vida própria, cultura forte e economia vigorosa”.Maria das Dores Meira, que apon-tou Setúbal “como uma das cidades mais importantes do País” na atua-lidade, frisou que o concelho tem “um caminho para o desenvolvimen-to bem delineado”.A presidente da Câmara Municipal recordou que Setúbal tem bene-ficiado nos últimos anos de uma

profunda reestruturação, mercê de “uma clara visão estratégica de desenvolvimento”, política cuja cor-reção está patente, exemplificou, no “facto de todas as candidaturas apresentadas no anterior quadro co-munitário terem tido sucesso”. Os principais investimentos fei-tos em Setúbal nos últimos anos, salientou, só foram possíveis em boa parte devido à realização de estudos urbanísticos como o da

COMEMORAÇÕES BOCAGIANAS PROMOVEM ATIVIDADES DIVERSIFICADAS NO CONCELHO

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Bocage traz festa a Setúbal

Entrada Norte e o de Monte Belo, que viabilizaram a execução de projetos como o Centro Comercial Alegro e a plataforma logística da Decathlon.

Medalhas como prémio

Além de Tó Simões, Setúbal dis-tinguiu com a Medalha de Honra da Cidade na Classe Atividades Culturais, a título póstumo, Mário Regalado, autor da famosa música “Rio Azul”, Álvaro Pinto, bancário, e Miguel de Castro, poeta.O artista plástico Humberto Mar-çal, que, embora não viva no con-celho, confessou na cerimónia manter-se inseparável das raízes que tem em Setúbal – “setubalense a 100 por cento” –, foi também agra-ciado com a Medalha de Honra na classe cultura.Na Classe Ciência e Tecnologia fo-ram agraciadas a gestora Isabel Vaz, as professoras aposentadas Maria Viegas e Ana Fortuna e os agrupa-mentos de escolas Cetóbriga, ex-tinto em 2013, e de Azeitão.No Desporto, além de Paulo Fris-chknecht, um dos principais res-ponsáveis pela realização em Se-túbal de seis edições da Taça do Mundo de Natação em Águas Aber-tas, que entretanto se tornou mo-dalidade olímpica, foi distinguido, a título póstumo, Fernando Valério,

reconhecido árbitro de futebol, com carreira inclusivamente a ní-vel internacional.A família Mateus, dedicada à olaria em Setúbal, recebeu a Medalha de Honra da Cidade na Classe Indús-tria.Álvaro Dias, empresário que par-ticipou ativamente na luta anti-fascista, recebeu, postumamente, a condecoração na Classe Paz e Liberdade, enquanto, por fim, na Classe Associativismo e Sindicalis-mo, foi distinguido Florival Cardo-so, bancário que se destaca na so-ciedade setubalense através de um vasto currículo de serviço a nível do associativismo.

Arte desafia olhares

As comemorações do Dia de Bocage e da Cidade, a 15 de setembro, além da entrega das Medalhas de Honra da Cidade, incluíram diversas ini-ciativas ao longo do dia.Ao início da tarde foram inaugu-radas oficialmente as obras de arte pública “Zéfiro”, na rotunda da Avenida Álvaro Cunhal, e “Sardi-nhas”, na rotunda das Fontainhas, ambas erigidas com o patrocínio da Fundação Buehler-Brockhaus.“Zéfiro”, do escultor Sérgio Vicen-te, inspira-se na figura da mitolo-gia grega que dava o nome ao vento de oeste, considerado uma brisa de

esperança e de prenúncio da pri-mavera. “Vento de paz e de concór-dia”, reforçou a presidente da Au-tarquia.A escultura “Sardinhas” é a primei-ra que a artista setubalense Luísa Perienes expõe no espaço público da terra natal. A obra, que consiste em três sardinhas em pedra, num salto na vertical a sair do mar em direção ao céu, presta homenagem àquela que foi a principal indústria sadina desde os finais do século XIX e ao longo de boa parte do sé-culo XX.Luísa Perienes explicou que “um dos principais desafios de um escul-tor é a escala” e que foi essa a razão que a levou a concretizar em pedra sardinhas grandes, numa afirma-ção do que foi o passado recente da história de Setúbal.O historiador de arte Baptista Pe-reira, que, em ambas as inaugura-ções, fez contextualizações artísti-cas das obras, salientou que a peça escultórica “Sardinhas” é alvo de muitas observações. “Provoca rea-ções. Causa impressões! É isso que se quer de uma obra de arte. Por isso tem tanta qualidade.”

Livro do retábulo

Também no Dia de Bocage e da Ci-dade foi apresentada publicamen-te, na Galeria Municipal do Banco

de Portugal, uma edição de luxo com um conjunto de investigações científicas sobre o Retábulo do Convento de Jesus.A edição da Câmara Municipal de Setúbal, produzida com o apoio da Rede Portuguesa de Museus, foi li-derada pelo investigador Baptista Pereira.O livro “Retábulo do Convento de Jesus de Setúbal” é uma monogra-fia constituída por um conjunto de abordagens científicas sobre dife-rentes aspetos daquela que é consi-derada uma obra-prima da pintura portuguesa renascentista.Além de Baptista Pereira, o livro conta com os contributos de Ma-nuel Batoréo, Alice Nogueira Alves, Armando Jesus e Maria José Fran-cisco.A obra está à venda ao público em espaços municipais por 25 euros, enquanto uma edição especial de postais, produzida igualmente pela Autarquia, custa 7,5 euros.A tarde do feriado municipal in-cluiu ainda uma conferência sobre Bocage conduzida por Daniel Pires, do Centro de Estudos Bocageanos.Durante “Bocage transgressor”, título do encontro que serviu igualmente para a tese de douto-ramento de Daniel Pires, foi apre-sentada uma visão do poeta setuba-lense contextualizada com a época em que viveu.

A conferência, realizada na Casa da Cultura, contou com o contributo da poeta e pintora Ana Chora, que leu textos de Bocage e da época, como foi o caso da ordem de prisão do poeta dada pelo intendente Pina Manique.As comemorações do 15 de se-tembro reservaram ainda a inau-guração da sede do Lions Club de Setúbal nas antigas instalações do Banco de Portugal.No Salão Nobre dos Paços do Con-celho realizou-se a cerimónia de entrega de prémios do XVI Con-curso Literário Manuel Maria Bar-bosa du Bocage, organizado pela LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão.Os vencedores de 2014 foram, na modalidade “Revelação”, Mosguy, de Joane, Famalicão, com a obra “Sem Título”, na de “Poesia”, Rui Curado de Santa Maria, dos Açores, com “Pequeno livro de elegias”, e, na de “Conto”, Mariana Algarvia, de Londres, com “Eu e tu nesta cama”.O programa municipal das Come-morações Bocagianas 2014, com um conjunto alargado de inicia-tivas ao longo de setembro, apre-sentou ainda, por exemplo, duran-te 15 dias, as arcadas dos Paços do Concelho adornadas com ilumi-nação decorativa, numa oferta das empresas APS Iluminação e Schré-der.

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loca

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A reabilitação de um talude na Estrada dos Picheleiros para reforço das condições de segurança naquela via de Azeitão é a principal ação de uma obra executada em agosto pela Câmara Municipal.A empreitada, que materializa um investimento municipal superior a 17 mil euros, incidiu na reparação de um talu-de com cerca de vinte metros existente naquela via de Vila Nogueira de Azeitão, danificado após a ocorrência de con-dições meteorológicas adversas.As intervenções visaram, numa primeira fase, a conso-lidação de terras e, posteriormente, a construção de uma estrutura de suporte para fixação e estabilização do talude.A obra liderada pela Autarquia incluiu a execução de pe-quenos trabalhos naquela zona, nomeadamente no re-perfilamento, alargamento e regularização de uma vala de passagem de água que atravessa toda a extensão da estrada.

A estabilização de taludes da Avenida José Saramago, nos quais se registaram aluimentos de terras, é uma das prin-cipais intervenções executadas na terceira fase de obras de reparação daquela via urbana de Setúbal.A operação, sem custos para a Câmara Municipal, foi exe-cutada pela empresa responsável pela obra original da ro-dovia e decorreu no âmbito da garantia da obra, acionada pela Autarquia após verificação de anomalias.A colocação de pedras para estabilização de taludes, nas áreas nas quais se verificaram aluimentos mais expressi-vos de terras, foi uma das principais ações da intervenção realizada em julho e agosto.Os trabalhos de reparação da avenida localizada nas ime-diações da nova unidade logística da Decathlon incluíram a limpeza de terras provenientes das escorrências dos talu-des nos pavimentos e nas caleiras pluviais.A regularização de vários troços de passeios e da ciclovia em ambos os sentidos daquela via foi outra das operações concretizadas no âmbito da terceira nova fase de interven-ções.A Avenida José Saramago, um troço com 854 metros de comprimento e quatro vias de circulação, duas em cada sentido, liga as estradas de Algeruz e de Poçoilos, numa área de expansão da cidade.A rodovia representa a primeira fase da Via Urbana P1, projetada para servir Setúbal com uma circular interna, ao ligar o novo polo comercial do concelho até praticamente a frente ribeirinha da cidade.

Avenidas ganham novas dinâmicasUma operação urbanística da Autarquia dota um conjunto de vias de renovadas características urbanas, com prioridade para o usufruto público, os peões e os cicloturistas. O investimento renova redes de água e de saneamento e promove um reordenamento na distribuição do trânsito na cidade

Obra reabilita estrada em Azeitão

Operação repara ‘José Saramago’ A imagem urbana de Setúbal sai refor-

çada com um conjunto de intervenções de requalificação em curso nas aveni-das Alexandre Herculano e República da Guiné-Bissau e na Praça Vitória Futebol Clube, da ordem dos 300 mil euros, ar-ruamentos que ganham uma maior atra-tividade e renovam as dinâmicas de usu-fruto e de vivência.Os transeuntes e cicloturistas conquis-tam espaço com novos corredores de circulação que facilitam a ligação entre a área nascente da cidade e a frente ribei-rinha, enquanto o trânsito é reordenado com a implementação de medidas que garantem o fluxo automóvel e ajudam a melhorar o ambiente.A criação de um espaço amplo, com um circuito pedonal e uma ciclovia dedicada e com a possibilidade de instalação de quiosques com pequenas esplanadas, é uma das mudanças mais visíveis na Ave-nida Alexandre Herculano, concretizada com a remoção da vedação do Parque do Bonfim e com o alargamento do passeio.

As obras de requalificação motivaram, a 1 de setembro, uma reunião da Câmara Municipal e da União das Freguesias de Setúbal com a maioria dos comerciantes da Avenida Repú-blica da Guiné-Bissau para dar a conhecer pormenores das intervenções na zona.“Com a requalificação do ar-ruamento, previsivelmente virão mais pessoas para esta zona. Fica mais atrativa, tanto para peões como para automobilistas, porque se garante uma maior fluidez, com benefícios para o comércio local”, salientou o ve-

Processo partilhado com comerciantes

António Rodrigues Manito e 22 de De-zembro, soluções adotadas com o objeti-vo de assegurar uma maior fluidez e uma reorganização do tráfego.A operação de renovação urbanística, com conclusão prevista para o final do ano, engloba a execução de ações profun-das de reperfilamento na Avenida Repú-blica da Guiné-Bissau.A reformulação da faixa de rodagem, que passa a ter sete metros e uma via de circulação em cada sentido de trânsi-to, permite criar um corredor pedonal e ciclável, no lado sul, de ligação entre a Avenida Alexandre Herculano e a Estrada dos Ciprestes.A intervenção naquele arruamento sur-ge após a decisão de criar uma rotunda na confluência das avenidas da Europa e Independência das Colónias, que pas-sa a constituir um novo eixo de entrada no centro da cidade de ligação à frente ribeirinha e que permite a redução de tráfego na Avenida República da Guiné--Bissau.

A medida permite o apetrechamento daquela via com características urbanas renovadas e facilita, por outro lado, a permeabilidade e fruição do próprio jar-dim, com mais pontos de atratividade e melhores condições de segurança.O trânsito automóvel também é alterado na Avenida Alexandre Herculano, pas-sando a ser feito, definitivamente, numa faixa de rodagem com uma via em cada sentido de circulação. Paralelamente, são criadas mais bolsas de estacionamento, devidamente ordenadas.O objetivo de assegurar uma melhor re-distribuição do sistema de circulação viário na cidade passa pela Praça Vitória Futebol Clube, nó giratório que distribui o trânsito nas avenidas Alexandre Her-culano, República da Guiné-Bissau, Dr. António Rodrigues Manito e 22 de De-zembro.Os trabalhos incluem o redimensio-namento da rotunda existente, a par da construção de uma nova infraestrutura viária, na confluência das avenidas Dr.

reador do Urbanismo da Câmara Municipal, André Martins.Os trabalhos naquela área da cidade avançam após a conclu-são das intervenções executadas no subsolo, que incluem a

construção do emissário dos Ciprestes/Bonfim e a reabili-tação da rede de distribuição de água e drenagem de esgotos domésticos e pluviais, infraes-truturas primárias implemen-tadas no âmbito da obra de construção do Alegro Setúbal e do Plano de Urbanização da Entrada Norte da Cidade de Setúbal.

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A formalização do Centro Municipal de Ope-rações de Socorro como estrutura nevrálgica de gestão e operacionalização de meios em caso de situações de risco é uma das principais atualizações constantes no Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Setúbal.O serviço, a funcionar no quartel da Compa-nhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, foi modernizado e ampliado num investimento promovido pela Câmara Municipal que in-cluiu a ligação da central à rede SIRESP – Sis-tema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, de comunicação entre todos os agentes de segurança e proteção civil.A adoção de um novo software de coordenação, com informação georreferenciada, monitores para gestão de diversas ocorrências e moder-nos sistemas de comunicações integram o re-novado serviço.O Plano Municipal de Emergência de Prote-ção Civil de Setúbal foi aprovado a 28 de julho em reunião ordinária da Comissão Nacional de Proteção Civil, encontro realizado na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, concelho de Oeiras.O documento, que tem como objetivo a de-finição do modo de atuação dos vários orga-nismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil a nível municipal, exprime um conjunto de medidas, normas e procedimentos capazes de fazer face a situa-ções de emergência e minimizar consequên-cias para a população.O plano permite, igualmente, a antecipação de cenários suscetíveis de desencadear um aci-dente grave ou catástrofe e define a estrutura organizacional e os procedimentos para pre-paração e aumento da capacidade de resposta à emergência.O documento, que substitui um plano de ação semelhante em vigor desde 1998, é atualizado de acordo com a reorganização administrati-va territorial autárquica imposta no concelho setubalense e inclui os dados estatísticos dos Censos 2011.

Emergência com plano atualizado

A rede de iluminação pública foi reabilitada e modernizada em algumas zonas da Baixa de Setúbal, com a substituição de um conjunto de lanternas de vapor de sódio por outras de tecnologia LED, mais económicas e energe-ticamente mais eficientes. A intervenção, um investimento global de cerca de 75 mil euros, foi desenvolvida pela Câmara Municipal, faseadamente, na Praça de Bocage, no Largo da Misericórdia, no Jar-dim do quebedo e no Largo Francisco Sove-ral, mais conhecido como Largo da Ribeira Velha.Estes trabalhos na rede de iluminação públi-ca, como outros que têm vindo a ser feitos em espaços públicos de Setúbal, de que é exem-plo o Parque do Bonfim, foram realizados no âmbito do Plano de Otimização Energética Municipal.Um dos objetivos é a instalação de lâmpadas LED, que, a par de vantagens económicas, são mais amigas do ambiente e apresentam ganhos em termos de aspeto visual e confor-to urbano ao proporcionarem uma ilumina-

Uma hasta pública para a instala-ção e exploração de um posto de abastecimento na Praça de Inde-pendência, no Monte Belo, com lavagem automática e loja de conve-niência, e de um edifício destinado a restauração, com possibilidade de drive-in, foi aprovada pela Câmara Municipal.O lançamento de novo procedi-mento é justificado com o facto de ao longo dos últimos meses existir manifesto interesse por parte de al-guns agentes comerciais na reaber-

Centro histórico requalifica iluminaçãoMais iluminação,

menos custos. A instalação de lâmpadas mais eficientes dota o centro histórico

de melhores condições de

conforto urbano. Na mesma

intervenção, a Autarquia utiliza uma metodologia

“retrofit” para reabilitar estética e estruturalmente

um conjunto de candeeiros

Hasta para posto de abastecimento

ção com níveis cromáticos mais apelativos. Regra geral, as lâmpadas LED de 54 watts substituem as de vapor de sódio existentes, com potência da ordem dos 100 watts. Todo o processo, que a Câmara Municipal realizou por intermédio de empreitadas, estimula igualmente a estética urbana.Com recurso a uma metodologia denomina-da “retrofit”, a Autarquia procede na Praça de Bocage à reabilitação das 33 lanternas ali ins-taladas. Os candeeiros são recuperados para reintegração nesta praça central de Setúbal com lâmpadas LED.Em paralelo, no caso dos globos de ilumina-ção estes são substituídos por outros mode-los mais modernos.A intervenção na Praça de Bocage, em fase de conclusão, ascende aos 37 mil euros e, no final, a Câmara Municipal conta ter um espa-ço público mais acolhedor, com os edifícios e monumentos dotados de maior realce, devi-do à tecnologia de iluminação adotada.No Largo da Misericórdia, numa intervenção estimada em 22 mil euros, foram instaladas

lanternas em modelo “cascais”, caracteri-zadas pelo estilo retro, e projetores de terra para iluminação da fachada da sede da Socie-dade Musical Capricho Setubalense, coletivi-dade que conta cerca de 150 anos de história.Ainda no coração da Baixa setubalense, no Largo Francisco Soveral, o projeto envolveu a colocação de projetores para iluminação e decoração do plátano ali existente, árvo-re que apresenta uma das maiores copas no concelho, com um diâmetro médio de 23,5 metros. Estes trabalhos representam um in-vestimento da ordem dos cinco mil euros.Num dos limites do centro histórico, no Jar-dim do quebedo, são reabilitados os cinco candeeiros existentes, além de serem ins-talados mais dois, provenientes do Largo da Misericórdia.Nesta intervenção, com um valor estimado de 10 mil euros, as colunas da rede pública de iluminação receberam lanternas do modelo “stylage”, que, tal como as “cascais”, apresen-tam um estilo retro, as quais estão igualmen-te equipadas com lâmpadas LED.

Autarquia realizou entretanto uma hasta pública para a instalação de um novo posto de abastecimento, em abril de 2013, tendo a mesma ficado deserta.Uma das contrapartidas diretas a assumir pelo vencedor da nova has-ta pública, cujo valor base de licita-ção está estipulado em 3 mil euros mensais, é a construção de um pas-seio e de uma ciclovia no troço da Avenida Álvaro Cunhal compreen-dido entre o Novotel e a Praça da Independência.

tura do processo, a par da necessi-dade de reabitação urbana daquela área da cidade.A decisão, aprovada pela Autarquia em reunião pública de 16 de julho, visa uma concessão pelo período de vinte anos, improrrogáveis, com o futuro equipamento a contar com oito pontos de abastecimento de combustível e um de abastecimento de GPL.No local funcionou já um posto de abastecimento, cuja concessão ter-minou em maio do ano passado. A

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A reformulação do cruzamento nas imediações do futuro Alegro Setúbal com a construção de uma rotunda de grande dimensão, obra a decorrer, materializa mais uma das ações de requalificação urbana em execução naquela área da cidade.A reestruturação do nó de in-terseção do final da A12 com as avenidas Álvaro Cunhal, Antero de quental e Pedro Álvares Ca-bral, com a construção de uma in-fraestrutura viária de circulação giratória, é uma das alterações de

Os 138 anos do Mercado do Livramento foram assinalados no dia 31 de julho com uma festa que incluiu a celebração de um acordo entre a Câmara Municipal e a associação de comerciantes daquele equipamento comercial para a ce-dência das instalações de frio e gelo.A Câmara Municipal cede gratuitamente as mencionadas instalações aos comerciantes daquele mercado para que as-segurem o acondicionamento de produtos nas câmaras de frio e o fornecimento de gelo aos vendedores.A assinatura do acordo de trabalho foi um dos pontos altos do programa comemorativo dos 138 anos do Mercado do Li-vramento, com o espaço a ser animado ao longo da manhã com música, a par de momentos de declamação de poesia e pintura ao vivo.“Todos fazem este mercado”, sublinhou a presidente da Câ-mara Municipal, Maria das Dores Meira, referindo-se, além da Autarquia, aos comerciantes que ali desenvolvem a atividade e ao público que diariamente escolhe o Livramen-to para fazer compras.

A Câmara Municipal procedeu à demolição de um conjunto de edifícios em estado de ruína na zona da Estrada da Graça devido ao risco de desmoro-namentos.A intervenção, executada em julho, decorreu nos imóveis 240 a 248, com uma frente de cerca de 130 metros, ocupados por antigas instalações fabris e habitações.A obra, que contribui para a requalificação da imagem urbana, visa impedir futuras ocupações indevidas das construções que coloquem em risco a segurança de pessoas e bens e a degradação das condições de salubridade.A demolição, com acompanhamento de diversas áreas da Autarquia, foi executada por meios hu-manos e materiais do Regimento de Engenharia

Cerca de 300 pessoas realizaram rastreios de pre-venção da diabetes e da hipertensão numa inicia-tiva que decorreu a 11 de setembro, na Avenida

Livramento celebra 138 anos

Edifícios em ruínas demolidos

Rastreios ajudam a salvar vidas

Rotunda otimiza entrada

na cidadeA fluidez do trânsito automóvel na entrada norte

da cidade é assegurada pela criação de uma rotunda de grande dimensão. A obra, impulsionada pela

construção do Alegro Setúbal, enquadra-se numa profunda requalificação urbanística com conclusão

prevista para novembro

Álvaro Cunhal, Antero de quental e Pedro Álvares Cabral e da A12 não tenha de entrar na rotunda aquando da circulação pela saída imediata-mente à direita.Durante as obras de reestruturação viária na zona, que implicam o es-treitamento e supressão de várias vias, verificam-se condicionamen-tos na circulação automóvel.A criação da nova rotunda é uma das ações integradas na operação ur-banística em execução naquela área da cidade. O investimento global de

2 milhões, 902 mil e 184,23 euros é concretizado no âmbito da obra de construção do Alegro Setúbal e do Plano de Urbanização da Entrada Norte da Cidade de Setúbal.A otimização e o reordenamento do esquema de circulação rodoviária motivaram já a substituição do cru-zamento dos “quatro Caminhos” por uma rotunda, solução que mel-hora o escoamento do tráfego pro-veniente sobretudo da A12.Incluídas na operação urbanística da entrada norte da cidade, com

maior relevância a executar na en-trada norte de Setúbal.A nova rotunda, que deverá estar em pleno funcionamento em meados de novembro, fica dotada de três vias de circulação interna, solução que permite uma maior fluidez no tráfego automóvel naquela que é a principal entrada na cidade.A maior capacidade de distribuição de trânsito é alcançada, igualmente, com a integração de vias segrega-das. A medida possibilita que o trânsito proveniente das avenidas

conclusão prevista para novembro, estão igualmente diversas inter-venções de beneficiação da rede viária, de reperfilamento de vias e de renovação de redes primárias de esgotos e águas.O reperfilamento integral da Ave-nida Antero de quental e da Rua Nova Sintra inclui ações que dotam estas vias de características mais urbanas, como novos passeios, ci-clovias, espaços verdes e locais para estacionamento, trabalhos próxi-mos da conclusão.

n.º 1 do Exército, ao abrigo de um protocolo de colaboração.A Autarquia executou a obra de forma coerciva, após ter tomado posse administrativa dos edifí-cios por incumprimento dos respetivos titulares da ordem de execução das intervenções.

Luísa Todi, no âmbito das comemorações do 35.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde.Fátima Semedo, enfermeira do Centro de Saúde de Vale do Cobro, sublinhou no balanço da inicia-tiva que se registaram “casos em que pessoas foram efetivamente encaminhadas para centros de saúde por se terem detetado situações de risco”.A unidade móvel, promovida pelo Agrupamen-to de Centros de Saúde da Arrábida (ACES), em colaboração com a Autarquia e com o Centro de Respostas Integradas, facultou ainda à popula-ção folhetos com várias informações úteis, em particular de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

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A importância do ideal deixado por Nelson Mandela foi evocada numa conferência internacional promovida em Setúbal. O legado do antigo dirigente sul-africano foi o ponto de partida de um colóquio com mais de uma dezena de intervenções centradas nos direitos humanos

A exploração de caminhos para al-cançar a paz e a harmonia no mun-do, entre povos, raças e credos, es-teve em debate no dia 18 de julho, no Fórum Municipal Luísa Todi, numa conferência dedicada ao Dia Internacional de Nelson Mandela.Sob o título “Fundação Nelson Mandela – Diálogo para a Justiça: Perpetuando o Legado de Nelson Mandela com a Diáspora Africana em Portugal”, o encontro recordou a importância do ideal deixado pelo antigo dirigente sul-africano ao abordar questões dos direitos hu-manos em Portugal e no mundo.O colóquio promovido pela Em-baixada da África do Sul contou com a participação de várias indi-vidualidades, como a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, o antigo ministro dos Negócios Es-trangeiros Luís Amado e a embai-xadora da África do Sul, Keitumetse Matthews.“Para nós, cidade multicultural, ci-dade aberta que gostamos de ser para bem acolher todos os que nos procu-ram, Nelson Mandela é uma inspira-ção, é um exemplo de resistência e de como, com perseverança, resistência e luta, é possível alcançar a justiça”,

A antiga vereadora da Câmara Municipal de Setúbal Paula Costa, personalidade intimamente ligada à história recente da cidade e diri-gente associativa sadina de relevo, falecida a 13 de agosto, vai dar o nome a uma rua.Maria Paula Cabral Graça da Silva Costa, natural de Setúbal, conci-liou durante largos anos a função política – em militância no Partido Socialista – com a atividade asso-ciativa no concelho, para desen-volver várias iniciativas de índole cultural, desportivo e recreativo.Um voto de pesar apresentado pela Câmara Municipal em reunião pú-blica de 3 de setembro enaltece o “entusiasmo contagiante e atitude popular” presente no exercício do serviço público por Paula Costa, fale-cida aos 77 anos, personalidade “dotada de extrema alegria e afabilidade”.A emotividade e a frontalidade, virtudes que lhe permitiram lidar “com os assuntos, mesmo os mais delicados, com grande determinação”, são igualmente destacados no documento, no qual foi decidida a atribuição, “pelos serviços prestados”, do nome de Paula Costa a uma das artérias da cidade.Recordada como a grande responsável pelo regresso a Setúbal do con-curso das Marchas Populares, integrou o elenco da autarquia setubalen-se em quatro mandatos, entre 1983 e 1997, o primeiro com a presidência de Francisco Lobo e os três restantes com Manuel da Mata de Cáceres.Na Autarquia, durante 15 anos, passou por vários pelouros, como as Ati-vidades Económicas, os Mercados e Feiras e a Educação, mas foi na área da Cultura que mais se notabilizou ao serviço da cidade que a viu nascer a 10 de junho de 1937.

Paula Costa dá nome a rua

Casa acolhe esperança

Mandela inspira caminhos da paz

sublinhou Maria das Dores Meira. A autarca, que assumiu o orgulho sentido por Setúbal ter sido esco-lhida para a realização da confe-rência dinamizada em colaboração com a Câmara Municipal, recordou as estreitas ligações históricas e culturais entre Portugal e a África do Sul.“Portugal e a revolução de Abril de 1974 acabaram por ser fatores de enorme importância para o fim do apartheid, ao devolver aos países africanos colonizados a longamente ansiada independência que permitiu um maior isolamento das políticas segregacionistas sul-africanas”, su-blinhou. A embaixadora da África do Sul em Portugal, ao referir-se à impor-tância da organização de eventos como o que foi realizado em Se-túbal, frisou que “a mediação é uma ferramenta muito poderosa e que não é usada as vezes suficientes para diri-mir conflitos”.

Elogios à Bela Vista

Keitumetse Matthews elogiou o trabalho desenvolvido pela presi-dente da Autarquia “num bairro e

numa escola [Bela Vista], antes vistos como problemáticos, mas que agora, com a participação ativa dos próprios moradores, está a mudar para me-lhor. É significativo e vai ao encontro dos princípios de vida e ensinamentos deixados por Nelson Mandela”.Luís Amado, moderador do pri-meiro painel de intervenções, considerou que Mandela, “o grande responsável por estabilizar a África do Sul num período conturbado de tran-sição”, assumiu um papel especial na “tranquilização da comunidade portuguesa residente naquele país”.A conferência, que contou com as atuações do grupo BelaBatuke, da Bela Vista, e da Associação de Teatro IBISCO, por intermédio do Centro Cultural Africano, incluiu os painéis “Visão Global dos Direi-tos Humanos”, “Valores, Direitos e Justiça nos Tempos Atuais” e “Edu-cação para o Desenvolvimento”.Entre mais de uma dezena de apre-sentações, entre as quais figuraram as das embaixadoras da Argélia, Fatiha Selmane, e da Nigéria, Ijeo-ma Bristol, o encerramento do en-contro esteve a cargo do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Artur Pina Monteiro.

A Câmara Municipal cedeu à Cári-tas Diocesana de Setúbal um apar-tamento nas Manteigadas para ser-vir como alojamento de autonomia a jovens grávidas ou mães e, em si-tuações de emergência, a mulheres vítimas de violência doméstica.O apartamento, cuja cedência, gra-tuita e por períodos de quatro anos automaticamente renováveis, foi aprovada em reunião pública ordi-nária da Autarquia de 3 de setem-bro, tem lotação até quatro jovens e respetivos filhos.O alojamento vai servir diretamen-te o CAV – Centro de Apoio à Vida “Pequena… Grande Mãe”, que a Cáritas Diocesana local implemen-tou em 2001 para dar resposta à inexistência de centros de acompa-nhamento em Setúbal para auxiliar grávidas ou mães adolescentes sem qualquer apoio das famílias e pais das crianças.O CAV realiza atualmente acom-panhamento social, psicológico e formativo a 35 adolescentes sem estrutura familiar de suporte no

processo de integração na socie-dade.O apartamento vai servir como um espaço de transição onde as jo-vens grávidas ou mães, depois de um período formativo e de enca-minhamento no CAV, possam de-senvolver competências sociais e pessoais de forma plena, segura e integrante, para atingirem a total emancipação.Para o arranque da utilização do alojamento, o CAV já tem identifi-cado o processo de uma jovem mãe, com 19 anos, e um filho bebé para ocupar aquele espaço.De resto, o perfil das jovens ele-gíveis para o apartamento define que as utentes sejam, preferencial-mente, maiores de idade, de ma-neira a que reúnam o maior núme-ro de condições para assegurarem a emancipação quando deixarem de precisar do auxílio do Centro de Apoio à Vida.O CAV presta atendimento e acom-panhamento social e psicológico, terapia familiar, mediação de con-

flitos e orientação vocacio-nal, tanto ao nível escolar como profissional.Desde 2001, altura em que surgiu como um projeto temporário de três anos, o CAV já acompanhou e au-xiliou cerca de 650 jovens.

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10SETÚBALjulho|agosto|setembro1410SETÚBALjulho|agosto|setembro14

quatro jovens da Bela Vista receberam do Co-mité para a Democratização da Informática (CDI) os diplomas que certificam a aptidão para atividades de inclusão social naquela co-munidade através do uso das tecnologias, em cerimónia realizada a 21 de julho, no Salão No-bre dos Paços do Concelho.Dos 12 jovens, entre os 15 e os 22 anos, que integraram o projeto Comité para a Democra-tização da Informática, realizado entre abril e julho, no Mercado 2 de Abril, seis tiveram di-reito aos diplomas, entregues pela presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, e pelo vereador Carlos Rabaçal.Depois de uma abordagem sobre os pontos fortes, como o espírito de união e a realiza-ção de atividades, e os fracos ao nível social

Cerca de sete centenas de pessoas participaram nos 86 ateliers temá-ticos promovidos pela Autarquia em parceria com diversas insti-tuições concelhias, destinados a crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos e seniores com mais de 65.Os participantes da 18.ª edição dos “Ateliers de Verão” mostraram, numa festa, realizada a 1 de agosto, à noite, no Auditório José Afonso, o que aprenderam nesta iniciativa municipal de ocupação de tempos livres que decorreu ao longo de cer-ca de dois meses.Demonstrações de guitarra, zumba, hip-hop, capoeira, expressão dra-mática, danças latinas e do mundo animaram as mais de quatro cen-

O cantor de música tradicional por-tuguesa João da Ilha foi um dos ar-tistas que participaram no terceiro “Mudar o Olhar”, festival pautado sobretudo por música e dança afri-cana, realizado a 19 de julho, no Parque Verde da Bela Vista.Destinado a todos, dentro e fora da Bela Vista, o evento foi um sucesso tanto do ponto de vista da organiza-ção, a cargo de um grupo de jovens locais, como dos artistas que atua-ram naquele espaço verde.Kizomba, fado, tarraxo, reggae, ra-gga, rap, kuduru e afro house foram os sons mais ouvidos no recinto,

Ateliers ocupam no verão

Festival muda o olhar

tenas de pessoas presentes no es-petáculo, com bancas de exposição dos trabalhos produzidos nas dife-rentes oficinas.A vereadora da Câmara Municipal Carla Guerreiro sublinhou que os Ateliers de Verão proporcionam “experiências singulares” ao desper-tarem a “aquisição de conhecimentos, a descoberta de aptidões e o desenvol-vimento de competências pessoais e sociais”.A autarca destacou a vertente inter-geracional do projeto, introduzida em 2010, numa partilha de expe-riências entre miúdos e graúdos nalguns ateliers, que “assegura a autonomia da população sénior, pro-move a inclusão social e contribui para

Tecnologia promove inclusão

Aprovados. Um grupo de jovens da Bela Vista passou, com distinção, pelo Comité para a

Democratização da Informática, que fomenta a utilização das novas tecnologias para a inclusão.

O projeto procurou igualmente estimular o empreendedorismo e o espírito

de cidadania ativa na comunidade

do bairro, como o vandalismo e o racismo, o principal objetivo deste projeto, através da criação de um jornal, foi contribuir para aca-bar com a imagem distorcida que as pessoas têm da Bela Vista Maria das Dores Meira destacou a “transfor-mação muito grande que está a acontecer na Bela Vista”, sobretudo através do programa muni-cipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, uma alte-ração que passa também por “mudar mentali-dades e apostar na juventude”.A autarca salientou que “o maior investimento, que não tem preço, é a transformação das vidas”, dirigindo-se aos jovens, que, durante a for-mação, contactaram com o quotidiano de um jornal, com interações com jornalistas e uma visita à redação do “Diário de Notícias”.

O diretor executivo do Comité para a Demo-cratização da Informática – Portugal, João Baracho, referiu que as realidades sociais nos vários centros são diferentes. Em relação ao jornal da Bela Vista, “O Bairro”, deu os para-béns à equipa, acompanhada por duas forma-doras, por ter atingindo o objetivo.Além disso, “O Bairro” será um projeto para dar continuidade, com apoios como a Media Capital, com novas parcerias, e uma equipa residente em formação contínua. Depois de fornecidas as “ferramentas para evoluírem”, há que torná-lo “sustentável”, vincou aquele res-ponsável.Isília Veiga, conhecida por Leny, 21 anos, foi uma das jovens que receberam o diploma, uma distinção “muito gratificante”. Da expe-

riência do CDI, leva o desejo de ser jornalista e destacou o trabalho em equipa. “Era um grupo muito organizado, equilibrado e responsável.”O Comité para a Democratização da Informá-tica, organização não-governamental fundada em 1995, no Brasil, tem como principal mis-são promover a inclusão social com recurso às tecnologias de informação e comunicação e estimular o empreendedorismo e a cidadania ativa.A organização conta com um total de 821 cen-tros de inclusão digital, incluindo três no País – Almada, Setúbal e Vale de Cambra –, insta-lados concretamente em Portugal, Brasil, Ar-gentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Peru, Reino Unido, Uruguai e Venezuela.

durante a tarde. Alguns daqueles, a par dos estilos décale, dancehall, hip-hop, azonto e funaná, convida-ram para a dança.O evento, organizado pelo grupo “Mudar o Olhar”, é mais uma das iniciativas do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa que visa a con-cretização de ações que consolidem a autonomia e o planeamento por parte dos moradores.Este foi o terceiro ano consecutivo do festival “Mudar o Olhar”, certa-me que contou com o apoio da Câ-mara Municipal e da Junta de Fre-guesia de São Sebastião.uma maior solidariedade”, vincou.

Os Ateliers de Verão, realizados este ano entre 24 de julho e 8 de agosto, dão uma resposta efetiva na ocupa-ção dos tempos livres de crianças e jovens no período de férias esco-lares e encorajam o diálogo entre gerações, nomeadamente através da dinamização de atividades con-juntas entre gerações.O projeto municipal, promovido desde 1997, além de prestar um serviço de apoio às famílias, com o desenvolvimento de um conjunto de atividades, numa perspetiva lú-dica e pedagógica, reforça os fatores de proteção, combate riscos psi-cossociais e promove a partilha de experiências intergeracionais.

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Os resultados preliminares de um estudo científico desenvolvido em Portugal, Espanha e França indi-cam que o Estuário do Sado revela elevados padrões de qualidade am-biental, patentes em espécies como as ostras, que apresentam índices qualitativos superiores.A análise foi apresentada a 22 de julho no auditório do Mercado do Livramento, numa sessão de di-vulgação do projeto Orque-Sudoe, rede científica de laboratórios pú-blicos dos três países que analisou a qualidade química e biológica do litoral sul-atlântico.O Orque-Sudoe, projeto europeu financiado pelo Programa de Coo-peração Territorial Europeia Inter-

Jovens setubalenses e do município fran-cês de Beauvais participaram num inter-câmbio, realizado em julho, que permitiu conhecer a cultura e as tradições das duas cidades geminadas e proporcionou expe-riências ao nível da educação e do social.

Flores, pescadores e marinheiros foram alguns dos temas das marchas que os utentes de várias instituições apresentaram no Parque do Bonfim, durante a cerimónia, realizada a 4 de julho, de entrega dos diplomas de participação nos Santos Populares.Perto de 400 utentes, maioritaria-mente idosos, de dez instituições, estiveram presentes numa tarde de convívio em que lhes foi reconheci-do o trabalho na confeção dos enfei-tes dos Santos Populares que ador-naram as respetivas instituições e o recinto da 11.ª edição do Piquenicão Concelhio.Antes dos desfiles das marchas, uma utente da Santa Casa da Misericórdia

ACAMPAMENTO. Duas dezenas de jovens dos 15 aos 25 anos ocuparam os tempos livres, entre os dias 18 e 20 de julho, na primeira edição do Arrábida

Camp, no Parque de Campismo do Centro Ambiental da Arrábida, em Picheleiros, Azeitão, com oficinas

de cinema, teatro, pintura, escultura e desporto. A iniciativa da Câmara Municipal contou com as

parcerias de Pró Aventuras, Parque de Campismo Centro Ambiental da Arrábida e DerivaStatus.

Ciência comprova qualidade do SadoO Estuário do Sado está de boa saúde.

Um estudo científico europeu divulgado

recentemente atesta a qualidade ambiental daquela zona protegida. Os

resultados realçam, igualmente, o

requinte das ostras ali produzidas a par

de outras espécies e culturas localizadas

naquela área

reg IV B Sudoe, reuniu nove labo-ratórios, entre os quais o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jor-ge (INSA), para, através da análise de produtos locais considerados estratégicos, determinar a quali-dade do ambiente no litoral do su-doeste europeu.No âmbito do projeto, com a du-ração de dois anos, a concluir em dezembro, foram analisadas ostras selvagens depuradas, prontas para comercialização e consumo huma-no, uma vez que esta espécie é par-ticularmente sensível a alterações ambientais.Em paralelo, foram analisados me-xilhões do estuário, assim como alfaces, arroz e água de hortas fa-

miliares localizadas na área, no-meadamente na Carregueira.Em todos os casos foram “deteta-dos valores abaixo dos níveis refe-renciados” legalmente, sublinhou Isabel Castanheira, investigadora do INSA, que considera que os re-sultados “são robustos e não deixam dúvidas sobre a boa qualidade do ambiente no Estuário do Sado e das ostras que ali se produzem”.O vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Setúbal, Manuel Pis-co, afirmou não estar surpreendido com os indicadores. “Existe uma carga industrial brutal na Península da Mitrena [localizada no Estuário do Sado], mas houve também uma grande requalificação na última de-

zena de anos de toda a indústria ali concentrada, casos da metalomecâ-nica e da naval.” Para o autarca, a introdução de “um quadro legislativo mais apertado em matérias ambientais” explica tam-bém os resultados. Acrescentou que “a procura crescente pelas ostras do Sado era um sinal da qualidade ambiental ali presente”, agora com-provada “com fundamentos científi-cos”.Os resultados do projeto Orque--Sudoe vão constituir uma base de dados científica para a análise ambiental do litoral sudoeste eu-ropeu, com o objetivo de elaborar estratégias inovadoras de gestão ambiental, mas também para o de-

senvolvimento de uma plataforma de formação de jovens investiga-dores.O vereador Manuel Pisco aprovei-tou o encontro para lançar o desafio de se realizar, a médio prazo, uma conferência de cariz ambiental, na qual a comunidade científica com investigações relacionadas com o Estuário do Sado possa partilhar conhecimentos adquiridos.Através do Orque-Sudoe, a Câmara Municipal de Setúbal e o Institu-to Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge celebraram, recentemente, um protocolo de colaboração para a monitorização, a longo prazo, da qualidade ambiental do Estuário do Sado.

Geminação estreita laços entre jovens

Marcha sénior no Bonfim

A iniciativa, dinamizada no âmbito do pro-grama de geminações da autarquia setu-balense, envolveu 14 jovens, sete de cada município, entre os 12 e os 15 anos, e con-tribuiu para a criação de novas amizades que tendem a ser mantidas à distância, so-bretudo através das redes sociais.Os jovens setubalenses, selecionados atra-vés de uma parceria entre a Autarquia e a SEIES – Sociedade de Estudos e Interven-ção em Engenharia Social, foram os pri-meiros a iniciar o intercâmbio, permane-cendo em Beauvais entre 4 e 11 de julho.Setúbal recebeu os jovens franceses entre 11 e 18 de julho, proporcionando visitas pelo centro histórico, pelos espaços cultu-rais da cidade, pelas praias e pela Serra da Arrábida, assim como ao Núcleo Museoló-gico Urbano da Bela Vista.

de Azeitão, natural de Freixo de Es-pada à Cinta, leu, ao lado do vereador Pedro Pina, que conduziu a entrega dos diplomas, uma quadra especial-mente escrita para a ocasião.O Centro Comunitário de Santa Maria, a Cáritas Diocesana, o Cen-tro Comunitário de S. Sebastião, a APPACDM – CAO1, a LATI, o Centro Comunitário de Vanicelos, a Vene-rável Ordem Terceira, a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal e a AURPIA – Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Azeitão foram as instituições que apresentaram as respetivas mar-chas.

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De volta ao terreno, o “Ouvir a População, Construir o Futuro” passa a pente fino a União das Freguesias de Setúbal, o segundo territó-rio do concelho a receber a visita do Executivo municipal no âmbito deste novo ciclo do pro-grama que aproxima as populações da gestão autárquica.Visitas no terreno, encontros com associa-ções, coletividades e instituições locais, a par de empresas e estabelecimentos de ensino, fazem parte da agenda de trabalhos no terri-tório da União das Freguesias de Setúbal, com ações realizadas em julho e setembro.A metodologia de intervenção deste progra-ma inédito em Portugal inclui a dinamização de atendimentos personalizados com muní-cipes, sessões que contam com a participação da presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, e de outros membros do Executivo.

As condições de circulação e segurança na Es-trada de Santo Ovídeo saíram reforçadas com a criação de novos acessos pedonais, em ambos os lados daquela via entre o Faralhão e a Mou-risca, na Freguesia do Sado, uma das mais uti-lizadas por transeuntes e automobilistas.A obra, executada em cerca de dois meses, teve como principal objetivo a regularização de duas zonas de circulação pedonal, numa extensão global com cerca de 600 metros, que se encontravam descaracterizadas e que não ofereciam condições de utilização con-digna.Os trabalhos, centrados num troço daquela estrada compreendido entre a Rua Alves Re-dol e as imediações do campo do Estrelas do Faralhão Futebol Clube, com um custo esti-mado de 15 mil euros, foram realizados pela Junta de Freguesia do Sado, com o apoio da Câmara Municipal.“Agora as pessoas circulam em segurança. Não só aquelas que usam regularmente a estrada mas também quem a utiliza para passeios e

Acessos melhoramem Santo Ovídeo

Autarquia ouve populaçãoO “Ouvir a População, Construir o Futuro”, relançado pelo Município em finais de abril, permite resolver os problemas mais urgen-tes de cada freguesia com rapidez e eficácia, no âmbito de um levantamento exaustivo que identifica as principais necessidades dos munícipes.Esta metodologia, adotada no âmbito da filo-sofia de município participado, transversal a todo o trabalho desenvolvido na Autarquia, apura com precisão o que, em cada freguesia, cada bairro, cada rua, pode ser feito em prol da qualidade de vida das populações e da ima-gem urbana do concelho.Após o périplo pela União das Freguesias de Setúbal, o “Ouvir a População, Construir o Futuro” prossegue, entre 27 de outubro e 10 de novembro, em Azeitão e visita, até ao final do ano, as freguesias do Sado e de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.

Azeitão cria parque urbanoA cultura e o desporto,

a par do recreio e do lazer, cabem no novo

Parque Urbano de Azeitão. O equipamento

reabilita uma área descaracterizada em

Brejos de Azeitão e promove um conjunto de

valências para miúdos e graúdos

Em Brejos de Azeitão está a nascer um novo espaço de referência para usufru-to da população local. O futuro Parque Urbano de Azeitão ocupa uma área com cerca de 20 mil metros quadrados e col-mata uma lacuna existente naquela área habitacional do concelho. Circuitos de manutenção desportiva, com máquinas de exercício físico ao ar livre e percursos pedonais para corridas e caminhadas, a par de uma área para a dinamização de variados eventos, são

valências do novo equipamento, um in-vestimento de cerca de 200 mil euros, que ficará pronto, previsivelmente, no final de outubro.“Muitas pessoas vão afluir àquele espaço em Brejos de Azeitão. Com o parque é suprimida uma lacuna naquela zona habitacional, que conta com poucos locais de fruição pú-blica”, sublinha a presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves.O parque urbano, em construção des-de meados de julho, uma obra da Junta

da Freguesia de Azeitão com o apoio da Câmara Municipal e o “importante con-tributo de empresas e individualidades da região”, destaca, “vem valorizar Azeitão”.Espaço intergeracional, o futuro equi-pamento de Brejos de Azeitão conta com uma zona de recreio para os mais novos, que inclui um parque infantil, assim como variado mobiliário urbano, como bancos de jardim, mesas e papeleiras, devidamente integrados no enquadra-mento paisagístico.

caminhadas de lazer até ao Moinho de Maré da Mourisca”, salienta o presidente da Junta de Freguesia do Sado, Manuel Véstias.A par da construção dos passeios, a inter-venção englobou a requalificação da linha de passagem de água que atravessa toda a Estra-da de Santo Ovídeo, assim como a reparação e construção de pequenas estruturas em al-venaria que integram o aqueduto.A obra, com a dupla função de juntar o útil ao agradável, confere “uma imagem mais urbana e dota mais um troço da rede viária da freguesia de condições condignas para a população”, fri-sa Manuel Véstias. “É mais um exemplo do tra-balho promovido no âmbito do espírito do poder local democrático.”O presidente da Junta de Freguesia do Sado adianta que está também em execução, na Estrada da Morgada, uma outra intervenção destinada à criação de um passeio. Os traba-lhos são executados em parceria com mo-radores, que cedem alguns materiais para a construção.

Uma área de restauração com uma es-planada é outro dos atrativos do Parque Urbano de Azeitão, que ficará dotado de pequenas zonas ajardinadas apetrecha-das de um sistema automático de rega, assim como de um conjunto de árvo-res que proporcionam amplas zonas de sombra.“Optou-se por dar primazia aos espaços de usufruto pedonal em detrimento de zonas relvadas para redução dos custos de manu-tenção”, explica Celestina Neves.

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As condições de prática desportiva no Cam-po Municipal da Várzea saíram melhoradas com um conjunto de beneficiações lideradas pela Câmara Municipal de Setúbal, dinami-zadas ao longo de cerca de dois meses, com destaque para a aplicação de um novo piso sintético. O investimento municipal de 167 mil euros dotou aquele recinto, anteriormente em terra batida, utilizado pelo Clube Desportivo “Os Pelézinhos” no âmbito de um protoco-

Mais de três centenas de atletas participaram nos campeonatos eu-ropeus de biatle, com natação e corrida, e triatle, que acrescenta o tiro, disputados a 19 e 20 de julho, no Parque Urbano de Albarquel.O evento, organizado pela Federação Portuguesa de Pentatlo Mo-derno, com o apoio da Autarquia, incluiu a primeira edição do Campeonato da Europa de Triatle, enquanto no biatle decorreram o Campeonato da Europa e uma etapa da Taça do Mundo.Sergio Correa, de Espanha, e Clara Cesarini, de Itália, foram os vencedores nas provas de biatle, em seniores, com dois períodos de corrida de 1500 metros, intercalados por 200 metros de nata-ção.Portugal também conquistou medalhas no biatle, nomeadamente no escalão de iniciados, com João Valido, José Pedro Vieira e Ri-cardo Batista a ficarem nos primeiro, segundo e terceiro lugares.Já no triatle, a nível individual o escalão sénior teve como primeiro campeão europeu Andrea Micalizzi, enquanto nas mulheres o títu-lo foi entregue a Francesca Gandolfo, ambos italianos.O Campeonato da Europa de Triatle teve também a componente de equipas, variante competitiva só com atletas nos escalões de infan-tis femininos e iniciados, juniores e masters B masculinos.A título individual, de registar a conquista de medalhas por atletas lusos. Em juvenis, Maria Teixeira ganhou o ouro, tal como Gui-lherme Luís, que viu o segundo lugar ser arrebatado por Gonçalo Fabião.

Meia centena de pessoas participou na “Descida do Rio Sado” em caiaques, a 19 de julho, num percurso de 10 qui-lómetros, com partida e chegada junto do Moinho de Maré da Mourisca.Os 52 participantes, em 38 caiaques, estiveram no rio du-rante duas horas e meia, dentro dos esteiros do Estuário do Sado, devido às condições meteorológicas, com a possibili-dade de ver flamingos.A “Descida do Rio Sado,” uma das novidades do calendário desportivo dos “12.os Jogos do Sado” e aberta à população, foi organizada pela Câmara Municipal, em parceria com os clubes de Canoagem de Setúbal e Naval Setubalense e com o apoio logístico da empresa 100 Entrada.

A competição e o la-zer marcaram a II Marginal do Rio Azul, prova de atletismo noturna de 10 qui-lómetros, realizada a 5 de julho, com 217 atletas a percorrer um percurso ao longo da frente ribeirinha.A iniciativa, integra-da nos “12.os Jogos do Sado”, numa or-ganização da Autar-quia e da Associação de Atletismo Lebres do Sado, juntou várias gerações numa prova aberta com início e fim na Praia da Saúde.Rui Faustino, a participar a título individual, foi o vencedor da corrida noturna que aliou a competição a uma vertente

Atletas brilham em Setúbal

Várzea ganha novo relvado

Um novo piso sintético forra o

Campo Municipal da Várzea.

O investimento camarário

superior a 150 mil euros reforça

as condições de prática desportiva

para mais de uma centena de

crianças e jovens

lo de colaboração firmado com a Autarquia, de renovadas qualidades para o desenvolvi-mento desportivo de crianças e jovens.A intervenção, iniciada em julho, incluiu um leque de trabalhos preparatórios do terreno, com a construção da caixa de areia para re-ceber o relvado sintético que cobre o campo de futebol de 11, a par de outras intervenções complementares.A instalação de um sistema de rega, a criação de uma rede de drenagem de águas e a colo-

Prova noturna percorre marginal

Caiaques passeiam no Sado

cação de novo mobiliário foram ações dina-mizadas no âmbito da empreitada executada no equipamento desportivo.Com a beneficiação do campo municipal, o clube sadino fundado em 1981 espera captar novos praticantes para as fileiras das várias equipas de futebol de formação que, atual-mente, contabilizam mais de uma centena de atletas.O investimento municipal na área da ins-talação de relvados sintéticos em recintos

desportivos realizado nos últimos anos per-faz um conjunto de três campos de futebol de 11 e cinco polidesportivos.A criação de condições desportivas condig-nas que promovam, estimulem e melhorem a prática desportiva dos mais novos é o prin-cipal desígnio destas intervenções munici-pais, que prosseguirão noutros espaços, e uma das apostas estratégicas da Autarquia para o aumento da qualidade de vida em Se-túbal.

de lazer, ao cruzar a meta com o tempo de 34m29s. Em segundo ficou An-tónio Branco, do Clu-be Recreativo do Pen-teado, com 35m57s, enquanto Rui Bento Maia, da Associação Académica Pinhalno-vense, na terceira po-sição, levou 36m02s a percorrer os 10 mil metros.Em femininos, Maria

Ribeiro, a título individual, terminou em primeiro com 42m50s, seguida de Isabel Maldonado, do Grupo Recrea-tivo quinta da Lomba, com 43m44s, e de Carla Carmona, também a título individual, com 44m21s.

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14SETÚBALjulho|agosto|setembro1414SETÚBALjulho|agosto|setembro14

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ada uma é um mundo”, lembra Mariana, monitora nas “Férias no Bairro”, enquanto ajeita as alças da mochila de uma das crianças que frequentam a iniciativa integrada no programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”.Mariana Fonseca, 28 anos, é uma das monitoras voluntárias para as duas semanas destinadas à quin-ta de Santo António da iniciativa, criada em 2012, sempre aguardada com grande expectativa, seja nas férias de verão, do Natal ou, desde o ano passado, da Páscoa. Com a monitora está o marido, João Fonseca, 32 anos, também ele a supervisionar o grupo de 14 crianças, dos 6 aos 12 anos, da quinta de Santo António. Juntos, acompanham nestas férias letivas os filhos dos outros moradores mas também os dois filhos de Ma-riana, a Beatriz, 12 anos, e o Luís, 13, este ano “promovido” à catego-ria de monitor auxiliar.À hora marcada, o casal sai de casa com Beatriz e Luís, juntan-do-se aos miúdos que começam a chegar, um a um, ao ponto de encontro. Pouco passa das nove e meia da manhã e Mariana cumpri-menta a “Tia Bia”, uma moradora do mesmo prédio. “Não traga duas garrafas”, ralha João à vizinha oc-togenária. “Se vai à cooperativa to-dos os dias para quê carregar duas garrafas?” No local combinado já estão quase

Responsabilidade e bom senso

C

Tempo, perfil e responsabilidade não faltam a Maria e João Fonseca. Durante duas semanas, o casal de monitores assume o compromisso de

centrar, de manhã e à tarde, toda a atenção num grupo de 14 crianças. Proporcionar aos miúdos

brincadeiras é caminhar para um final feliz das “Férias no Bairro”, um projeto ocupacional

desenvolvido na zona da Bela Vista

todos e Mariana vai registando as presenças dos pequenos morado-res da quinta de Santo António, com bonés enfiados nas cabeças e mochilas às costas para se porem a caminho, em fila indiana, das piscinas municipais das Mantei-gadas, que ficam logo ali, a poucos metros.Ordeiros e animados, os miúdos querem é chegar o mais depressa possível às piscinas para mais um dia de atividade, de longe a favori-ta de todos. Durante os 15 dias das “Férias no Bairro”, quase todos, ti-rando a caça ao tesouro no Parque Verde da Bela Vista, no primeiro dia, e a aventura vivida no quar-

tel dos Bombeiros Sapadores, são destinados aos mergulhos, já na piscina dos grandes, embora na zona menos profunda.Ei-los, divertidos, refrescados e descontraídos numa manhã de calor, mas só depois de dispostas as toalhas e as mochilas à sombra. Mais uma vez, são relembradas as regras. “Mas não vale a pena pormos regras sem explicar o porquê de não poder”, adverte Mariana, que fica de olhos postos nas meninas, en-quanto João não desvia a atenção dos rapazes. Não apertar o pescoço a ninguém, não saltar para dentro de água, não correr à volta da piscina e, talvez a

mais importante, não se afastar sem avisar um adulto são algumas das normas que um ou outro tenta infringir. “Mas – assegura Mariana – nós estamos sempre em cima.”Sempre vigilantes, Mariana con-fessa que às vezes fazia-lhe bem uma pausa para uns “três minuti-nhos de silêncio”.

Lado solidário da criança

Não é a primeira vez que Mariana e João se voluntariam para este projeto desenvolvido no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa que pretende incentivar uma participação ativa dos mora-

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Responsabilidade e bom sensodores da Bela Vista e zona envol-vente, a começar, porque não?, pelos mais novos.O trabalho de voluntariado de João e Mariana é exemplo desse envol-vimento da população dentro e fora do bairro. “Dava-me pena ver os miúdos todos os dias debaixo da janela”, salienta Mariana. “E temos tempo”, acrescenta João.Também as férias da Páscoa são monitorizadas pelos dois mora-dores da quinta de Santo António. As atividades proporcionadas, so-bretudo as que metem literalmen-te água, nas piscinas municipais de Azeitão no inverno, e nas das Manteigadas, no verão, são sempre recebidas com grande entusiasmo pelo grupo que se tem mantido com as mesmas crianças.O Alexandre, o André, a Beatriz, o Luís, a Carla, a Margarida, o Lean-dro, o Francisco, a Iara, a Helena, o João, a Débora, a Joana e a Mónica, de etnia cigana, que só frequenta as “Férias no Bairro” às quintas e às sextas-feiras por causa das fei-ras, são as crianças que aproveitam ao máximo, durante duas semanas, a pausa letiva para reencontros de vizinhança e até de escola. Reen-contros porque fazia-se a distin-ção de “bairro de cima e bairro de baixo” na quinta de Santo António. Se muros houvesse a separar o convívio, as brincadeiras e as ami-zades daquelas crianças, certa-mente que seriam derrubados pela recente construção de um parque infantil. Este foi o motivo que ace-lerou a união.“Agora já falam do bairro como um todo”, refere Mariana, assegurando que, durante as “Férias no Bairro”, as crianças olham umas pelas ou-tras, são solidárias. “Preocupam-se e se um não traz lanche há sempre algum pronto a partilhar.”

A confiança faz o bairro

O facto de ser a mesma família a monitorizar o mesmo grupo de

crianças não traz qualquer bene-fício à Beatriz e ao Luís Mesquita. “Às vezes é um pouco complicado para a Bia”, confessa Mariana, a denun-ciar uma ponta de ciúmes da filha por a mãe estar rodeada de outras meninas.Durante as duas semanas de “Fé-rias no Bairro”, em que as idas à praia em família ficam adiadas por uns dias, não há exclusivida-des e todos são tratados de igual forma.Um dos motivos que levaram Ma-riana a candidatar-se a monitora foi saber que crianças que vivem ao “lado” das piscinas só usufruí-ram delas uma única vez.A responsabilidade não é grande, é enorme, mas os pais têm confian-ça no casal ou em qualquer outro monitor de qualquer outro bairro. “Os pais conhecem-nos e confiam em nós”, assegura João.

Sonhos realizados

Nem só de natação recreativa se fazem estas férias em pleno ve-rão. É certo que refrescar o corpo em dias de calor nas piscinas das Manteigadas é o que qualquer um mais anseia. Convém, no entanto, educar e alertar as crianças, desde cedo, em relação aos perigos para a população e para a natureza em dias de intenso calor.Ninguém melhor para explicar os riscos de incêndio, por exemplo, do que um bombeiro. Além de “apagar fogos”, as visitas ao quartel dos Bombeiros Sapadores de Se-túbal foram uma verdadeira aven-tura.Depois de várias atividades pro-postas, os miúdos da quinta de Santo António abandonaram o quartel em êxtase. Andar num carro dos bombeiros e com a possibilidade de tocar a si-rene é uma experiência guardada num cantinho especial. O das coi-sas boas que só se faz quando se é criança.

Uma das motivações de Mariana enquanto monitora do grupo da quinta de Santo António “é tirar os miúdos do cantinho deles” e dar-lhes a oportunidade de conviverem uns com os outros. Muitos conhecem-se dali, do bairro, ou são colegas de escola, daquele ou de outro bairro.Cinco bairros, dois meses. No total são cerca de duas dezenas de jovens monitores para perto de duas centenas de jovens

Dois meses de atividademoradores daqueles bairros. Uma quinzena para um, uma quinzena para outro. E assim por diante, nos meses de julho e agosto, a proporcionar atividades nas férias de verão aos bairros da Bela Vista, das Manteigadas, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista e da quinta de Santo António. Cada grupo das “Férias no Bairro”, uma iniciativa municipal, no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, iniciada em 2012, para

as férias do verão, do Natal e da Páscoa, tem o número de monitores consoante as crianças inscritas, o que difere de bairro para bairro.A quinta de Santo António é, tal como as Manteigadas, dos bairros mais pequenos, com menos participantes, logo com menor número de monitores. Já para a Bela Vista é destacada uma dezena de jovens monitores inscritos voluntariamente.

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De Setúbal a Azeitão, entre o urbano e o rural, a viagem turística de perto de quatro horas proporciona momentos únicos de contemplação. Se a atividade vitivinícola e o fabrico artesanal do azulejo impressionam, as maravilhas naturais da região com o verde da Arrábida e o azul do Sado deslumbram.A descoberta dos encantos da região é feita a partir da Avenida Luísa Todi. Os passageiros podem entrar no autocarro com vista pano-râmica na zona defronte do Esperança Cen-tro Hotel às 09h00 ou, 15 minutos depois, numa paragem da Casa da Baía.Segue-se Azeitão. Antes, tempo para uma breve passagem pelo centro da cidade para conhecer algum património, como a Galeria

Revista destaca SetúbalA gastronomia e as praias setubalenses são destacadas na edição agosto/setembro da “National Geographic Traveler”, publica-ção que faz capa com Portugal. “Descubra o velho mundo tornado novo novamente” dá título ao trabalho da jornalista Janelle Nanos, que realça Setúbal como destino turístico de eleição, no qual se pode obser-var uma comunidade de golfinhos.

Os sabores do mar e a cerveja artesanal estiveram em destaque no cer-tame gastronómico “Marisco no Largo”, realizado em agosto, no re-qualificado Largo José Afonso, espaço dotado de novas condições de atratividade e de usufruto para a população.Iguarias servidas simples, como camarões, lagostas, sapateiras, nava-lhas, amêijoas, lamejinhas, mexilhões e ostras, ou confecionadas de forma mais elaborada fizeram as delícias do público na segunda edição da iniciativa.Os pitéus produzidos pelos cinco res-taurantes setubalenses presentes no certame foram servidos num ambiente acolhedor, com iluminação à meia-luz, que proporcionou momentos de des-contração a milhares de visitantes ao longo dos 11 dias do certame.O evento, uma organização da Essên-cia do Vinho e da Unicer, com o apoio da Autarquia, incluiu sessões de cozi-nha ao vivo, com chefs e especialistas gastronómicos, a par de momentos de animação musical.

Reforço de informaçãoUm novo ponto de informação turística funciona, desde 14 de agosto, numa área defronte da zona de embarque dos cata-marãs de ligação entre Setúbal e Troia. O equipamento municipal, que disponibili-za a setubalenses e visitantes um leque de informação turística e cultural da cidade, funciona em permanência das 10h00 às 21h00, todos os dias, ao longo do ano.

Sistema avalia setorUm protocolo de colaboração com o Insti-tuto Superior Técnico, de caráter pionei-ro, para a valorização de Setúbal como um destino turístico sustentável, foi aprovado a 2 de julho, em reunião pública, pela Au-tarquia. O acordo, centrado nos serviços de turismo, visa a aplicação do “LiderA”, um sistema de avaliação e reconhecimento voluntário da construção sustentável.

Carapau é rei em festivalPratos confecionados com carapau man-teiga, pescado ao largo de Setúbal, estive-ram em destaque em setenta restaurantes do concelho num evento gastronómico organizado pela Câmara Municipal, em agosto e setembro. O Festival do Carapau Manteiga de Setúbal incluiu, no final, a sessão de live cooking “Estórias de um ca-rapau de corrida”, na Casa da Baía.

Áudio guia visita cidadeA implementação de um sistema de áu-dio guias turísticos no concelho, em iti-nerários a definir na zona entre o centro histórico da cidade e o Forte de S. Filipe, é materializada num protocolo de colabo-ração com a empresa mVision. O serviço, que facultará informações aos visitantes sobre monumentos e pontos de interesse, fica disponível em postos de turismo de Setúbal.

À descobertada excelência

A beleza da Arrábida, os sabores vínicos e a atividade azulejar são tesouros da região partilhados no circuito “Setúbal Open Bus Tour”, num passeio que percorre cantos e recantos de Setúbal e Azeitão. A descoberta da região em autocarro com vista panorâmica é feita todos os sábados até ao final de setembro

Municipal do Banco de Portugal e o Con-vento de Jesus, atualmente em reabilitação numa iniciativa camarária.O passeio turístico promovido pela empresa TakingUThere, com as parcerias da Câmara Municipal e da transportadora TST, oferece um contacto com a paisagem rural da região, com destaque para quintas dedicadas à ativi-dade vitivinícola.A viagem prossegue até Vila Nogueira de Azeitão onde é dado a conhecer o Palácio dos Duques de Aveiro e as Caves José Maria da Fonseca. Depois, prossegue em direção a Vila Fresca para uma visita à fábrica artesa-nal Azulejos de Azeitão.O regresso a Setúbal é feito pelo Parque

Natural da Arrábida. A perder de vista, o imenso verde da Arrábida só tem rival no extenso areal das praias banhado pelo ocea-no e rio Sado, e na deslumbrante baía de Setúbal, considerada uma das mais belas do mundo.O “Setúbal Open Bus Tour”, projeto reati-vado este verão com um renovado figurino e parcerias, funciona como um complemento ao variado leque de ofertas turísticas dispo-níveis na região.O passeio turístico, com capacidade para 42 passageiros, decorre todos os sábados até ao final de setembro, com a viagem a custar 20 euros para adultos e 10 para crianças e jo-vens dos 2 aos 16 anos.

Marisco servido no largo“Este é um evento de qualidade na nossa cidade, que promove os nossos pro-dutos e que potencia a oferta turística da região”, salientou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na abertura do evento, a 14 de agosto, que estreou o renovado Largo José Afonso.A obra, inserida na estratégia de aumento da qualidade de vida de Se-túbal e do usufruto do espaço urbano pela população, nomeadamente no centro histórico e na zona ribeirinha, materializou a aspiração de transformar o Largo José Afonso num local mais aprazível, na ligação

da cidade ao rio.O investimento municipal, superior a 150 mil euros, permitiu a criação de um conjunto de infraestruturas de apoio a vários e diversificados eventos que re-gularmente decorrem naquela praça de 35 mil metros quadrados.As intervenções realizadas tornaram aquele espaço público mais disponível para os setubalenses e os visitantes, com primazia para a circulação e usu-fruto pedonal, a par de renovadas con-dições para a restauração.

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17SETÚBALjulho|agosto|setembro14

De festividades populares a celebrações re-ligiosas, o concelho passou o verão em ani-mação total, com diversas festas organizadas em parceiras do movimento associativo com as autarquias.Um cortejo religioso foi um ponto alto das Festas da Arrábida e Azeitão, realizadas entre 3 e 6 de julho, em Vila Nogueira, que regista-ram várias enchentes. Mais de uma centena de expositores marcaram presença na 25.ª edição das festividades, pautada com mo-mentos de animação musical, a par de arte-sanato e gastronomia.Já em agosto, a forte afluência de público

foi um dos registos dominantes das Festas de S. Simão, entre 1 e 3, em Vendas de Azei-tão, com divertimentos, tasquinhas e noites de baile. Uma atuação de Toy motivou uma enchente no certame, com melhores condi-ções, decorrentes de obras de melhorias.Azeitão continuou a festejar o verão nas Fes-tas de São Lourenço, certame religioso com stands e animação musical, entre 8 e 10, no Azeitão Bacalhôa Parque. Destaque para a apresentação do projeto da futura Igreja de S. João Paulo II e para os momentos de culto, como uma procissão e uma missa em honra do padroeiro local.

Espetáculos musicais, animações históricas, gastronomia e diver-timentos, a par de uma exposição dedicada aos 40 anos da Revolução dos Cravos, atraíram este ano per-to de 300 mil visitantes, entre 25 de julho e 3 de agosto, à Feira de Sant’Iago.A média de 29.950 visitantes diá-rios representa um aumento de 16 por cento relativamente a 2013.

Festividades no calor da tradição

Sant’Iago bate recordes

Dez dias de animação renovaram o sucesso e a tradição de Sant’Iago, numa edição que bateu

o recorde de afluência diária. O cartaz musical eclético, a oferta gastronómica diversificada e uma roda

gigante atraíram este ano perto de 300 mil visitantes

O último dia do certame voltou a ser o de maior afluência, com mais de 46 mil pessoas a passarem pelo Parque Sant’Iago numa noite em que atuaram Anaquim e Pedro Abrunhosa.Este ano há a assinalar vários dias com mais de 30 mil visitantes, como o primeiro, a 25 de julho, em que atuaram Face e Nelson Freitas, a par de 1 de agosto, num espetácu-

lo com Lucky Duckies e noite “Fac-tor X”.Pelo Palco Setúbal passaram ainda Capitão Fausto, Emanuel, Gisela João, Azeitonas e João da Ilha, entre diversos artistas da região, bandas emergentes do concelho e outros nomes do panorama musical por-tuguês.No Palco Mundo houve atuações musicais e demonstrações de dan-

ças por associações de imigrantes, por várias coletividades do concelho e artistas da cidade.“Setúbal 1974-2014 | 25 de Abril 40 Anos”, o tema da Feira de Sant’Iago de 2014, proporcionou uma grande exposição no pavilhão da Autarquia que recuperou momentos impor-tantes da Revolução dos Cravos.O certame apresentou uma zona dedicada aos 500 anos do foral ma-

Em terra e no mar, as Festas de Nossa do Ro-sário de Troia cumpriram a tradição das gen-tes ligadas à atividade piscatória, entre 9 e 11, com um círio fluvial de barcos engalanados no rio Sado. A imagem, transportada no re-gresso a Setúbal pela “Segredos do Mar”, foi acompanhada por cerca de 150 embarcações.Nas Escarpas de Santos Nicolau, petiscos regionais foram degustados, entre 13 e 17, na 12.ª Festanima. O certame do movimento associativo de S. Sebastião, teve como prin-cipais ingredientes a animação musical e os divertimentos para os mais novos.As Festas de Nossa Senhora da Conceição,

entre 14 e 18, voltaram a animar as festivida-des das aldeias da Piedade, São Pedro e Por-tela, em Azeitão, com gastronomia, bailes e atividades religiosas.Para o final de agosto, entre 29 e 31, ficou re-servada a Festa do Moinho de Maré da Mou-risca, com bailes, artesanato, jogos e danças tradicionais, a par de muitos sabores do Sado servidos em tasquinhas.Já em setembro, entre 5 e 7, as tradições reli-giosas, a música e as cavalhadas à antiga por-tuguesa marcaram a Festa de Nossa Senhora da Saúde, em Vila Fresca de Azeitão, festivi-dade com origem em 1723.

nuelino, com uma exposição alusiva ao tema, ateliers lúdico-pedagó-gicos, encenações de época de um picadeiro e mercadores, animações de rua e jogos e restauração medie-vais.Na Feira de Sant’Iago estiveram 208 feirantes e stands institucionais e do tecido empresarial, artesanato, tasquinhas e divertimentos, com destaque para uma roda gigante.

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18SETÚBALjulho|agosto|setembro1418SETÚBALjulho|agosto|setembro14

ton de Matos, Maria João Abreu, Débora Montei-ro, Sandra Barata Melo, Marco Costa e Joana San-tos.O “enorme interesse para a cidade e para o conce-lho” na gravação desta telenovela em Setúbal foi salientado na assinatura, em julho, de um protoco-lo de colaboração entre a Câmara Municipal e a SP Televisão.No âmbito do acordo, a Autarquia concede a

isenção de taxas, em cerca de 72 mil euros, e apoio logístico à SP Televisão, que produz para a SIC a telenovela “Mar Salga-do”, em gravações até abril de 2015.“Encaramos estes apoios como um investimento na cidade e nos setubalenses”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, assegurando a rentabilidade “em todos os aspetos”, em matéria de visitantes e da projeção do nome da cidade de Setúbal.António Parente, presidente do Conselho de Administração da SP Televisão, salientou que, “durante dez meses, são 300 pessoas na produção da novela e, durante um ano, um milhão de pessoas a seguir este trabalho”.Um produto que pode ser seguido não só em Portugal, como em Moçambique e Angola. “Os efeitos da telenovela são muito grandes”, assegurou António Parente, uma vez que as pessoas interessam-se e visitam a região.cu

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A nova telenovela da SIC, “Mar Salgado”, com cerca de 300 episódios, já se encontra em exi-bição, com grande parte do enredo a decorrer em Setúbal, em particular na zona da Fonte Nova, no Mercado do Livramento e na Doca dos Pescadores.“Mar Salgado” conta a história de uma mulher que engravida em jovem e se recusa a abortar.O companheiro, sem querer assumir a pater-nidade, consegue que o parto seja feito numa clínica de sua escolha.O namorado suborna a equipa médica para que fizesse desa-parecer os recém-nascidos, dando conta à mãe, que ignorava na época o facto de esperar gémeos, de que se teria tratado de um nado morto.Entretanto, um dos bebés é abandonado à porta de uma igre-ja, enquanto o outro é entregue à irmã infértil do vilão.A protagonista, desolada com os acontecimentos, emigra, para descobrir, 16 anos depois, que teve gémeos, um menino e uma menina, e que se encontram ambos vivos, notícia que a impele a regressar a Portugal, confrontar o antigo namorado e procurar os filhos.O elenco desta produção conta com as participações de ato-res como Margarida Vila-Nova, José Fidalgo, Ricardo Pereira, Rita Loureiro, Joaquim Horta, Ricardo Carriço, Bárbara Nor-

Eventos atraem públicosQuase meio milhar de pessoas passa diariamente pelos três principais espaços de cultura e turismo do concelho. Fórum Luísa Todi, Casa da Cultura e Casa da Baía cativam um número crescente de visitantes e de público

Abril no desenho e letrasAs gravuras e os poemas do livro “40 X Abril” são apresentados numa mostra patente até 1 de outubro na Galeria de Exposições da Casa da Cultura. Através do desenho e das letras, vinte ilustradores e vin-te poetas evocam a Revolução dos Cravos, com pontes com o presen-te e o futuro. Obras de ilustradores como André Carrilho, António Jor-ge Gonçalves, Ana Biscaia, Afonso Cruz e Abel Manta e de poetas como Maria quintans, Margarida Vale de Gato, Helder Moura Pereira e Ra-quel Nobre Guerra estão presentes na exposição organizada pela Au-tarquia e pelo atelier DDLX.

Canções passam à telaOs melhores ilustradores portu-gueses da atualidade interpretam quarenta canções representativas da obra de Sérgio Godinho numa exposição de artes plásticas que es-teve patente em Setúbal, na Casa da Cultura, em julho. “Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações” revelou os de-senhos originais produzidos para o livro com o mesmo nome resultante de uma parceria entre o cantautor, que escolheu as canções, e o editor João Paulo Cotrim, que selecionou os quarenta artistas que se inspira-ram nos títulos e respetivas letras e músicas, como José Brandão, Hen-rique Cayatte, Jorge Colombo e An-dré Carrilho.

Monumentos de doação“Antimonumentos – Esculturas de Virgílio Domingues – Doação à ci-dade de Setúbal”, seleção das 28 pe-ças mais significativas que o escultor concedeu em 2009 ao município, está em exposição permanente no primeiro piso da Galeria Municipal do Banco de Portugal. Na inaugu-ração, a 26 de julho, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, agradeceu ao artista a doação do espólio e relembrou a ligação de Virgílio Domingos a Se-túbal, nomeadamente pela autoria, juntamente com António Trindade e Rodrigo Ollero, do monumento instalado na Praça de Portugal.

Telenovela mostra Setúbal

Os principais equipamentos cul-turais e de turismo de Setúbal, todos com gestão municipal, promotores de profusa oferta ao público, foram utilizados, dia-riamente, por uma média de 412 pessoas durante o primeiro se-mestre do ano.O número resulta do total de cer-ca de 74.460 pessoas que, nos primeiros seis meses de 2014, visitaram a Casa da Cultura, o Fórum Municipal Luísa Todi e a Casa da Baía, nomeadamente para participarem nas atividades culturais que aí se realizam qua-se diariamente.Só a Casa da Cultura, inaugurada a 5 de outubro de 2012, recebeu 39.473 visitantes entre janei-ro e junho. Este equipamento sadino, que acolhe eventos cul-turais de diferentes naturezas, como concertos e exposições, tem captado crescente atenção do público desde o início do ano. Enquanto em janeiro o número de visitantes se cifrou em 4986 pessoas, em junho a afluência de público ascendeu às 9681 visitas.

O Fórum Municipal Luísa Todi, a maior sala de espetáculos do concelho, edificada na década de 60 e alvo recente de profundas obras de requalificação e mo-dernização, tendo reaberto em setembro de 2012, registou uma afluência de 32.835 pessoas no primeiro semestre de 2014.Com espetáculos de música, dança, teatro, cinema e varieda-des, têm-se repetido no Fórum Luísa Todi os eventos que esgo-tam a sala principal, com capaci-dade para 645 pessoas.A Casa da Baía, equipamento que também desenvolve atividade cultural mas funciona como cen-tro de informação e promoção turística, registou, só nesta úl-tima vertente, a entrada de 2152 turistas de diferentes nacionali-dades entre os meses de janeiro e junho.Além destes três equipamentos, Setúbal conta com vários outros espaços de cultura e turismo, distribuídos não apenas pela ci-dade, mas por todo o território do concelho.

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A música do Festival Eurovisão da Canção esteve em festa nos dias 12 e 13 de setembro em dois espetáculos com a participação de duas dezenas de artistas europeus, que encheram o Fórum Municipal Luísa Todi.A passagem dos 50 anos do Festival da Canção organizado pela RTP, ser-viu de pretexto para o primeiro dos dois espetáculos do Eurovision Live Concert – Portugal 2014.Algumas das músicas que marcaram a participação portuguesa no evento europeu foram revividas em “Por-tugal – 50 Anos de Canções”, que juntou em palco grandes nomes da história da música portuguesa.Adelaide Ferreira, Manuela Bravo, Armando Gama, Filipa Sousa, Vâ-nia Fernandes, Liana, Suzy e Célia Lawson atuaram no dia 12, a par dos convidados especiais Carla Ribeiro, Henrique Feist, Rui Andrade e Ra-quel Guerra.Destaque ainda para o regresso de EURO, grupo que se juntou mais de uma década depois de ter parti-cipado no Festival RTP da Canção, precisamente no Fórum Municipal Luísa Todi.A noite de tributo a grandes nomes da música portuguesa ficou também

A festa eurovisiva voltou a setúbal com dois espetáculos que encheram o Fórum Municipal Luísa Todi. O evento reviveu temas da história do Festival da Canção português e deu a conhecer novas tendências da música ligeira europeia

Cidade revive festa da canção

Fórum Luísa Todi em várias escalas

marcada por homenagens a Ian Van Dyck, a Henrique e a Nuno Feist, com distinções entregues pela pre-sidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira. A festa da música continuou no dia 13 com a noite do “Eurovision Live Concert”, evento que juntou canto-res de dezena e meia de países euro-peus que se destacaram na história da Eurovisão, com temas de varia-dos géneros.Ryan Dolan, Omar Naber, Jelena Tomaževi , Esther Hart, Jan Johan-sen, Aarzemnieki, Narayana e Rui Bandeira foram alguns dos nomes que espalharam em Setúbal a magia da Eurovisão.O grande destaque da noite de dia 13 foi para a convidada especial Anne-Marie David (França/Luxembur-go), artista vencedora da Eurovisão em 1973, que não escondeu a emo-ção pela homenagem realizada em Setúbal.“Foram dois espetáculos distintos, num figurino diferente do habitual, que despertaram os mais variados sen-timentos”, destacou Guilherme San-tos, da Deriv@Status, que organizou a festa setubalense em parceria com a Autarquia e a OGAE Portugal.

A música reinou entre julho e se-tembro no Fórum Municipal Luísa Todi, sala onde se pôde ouvir de tudo um pouco, desde a Argentina até Macau.Ainda em junho, mesmo a termi-nar o mês, a 27, o argentino Daniel Schvetz apresentou-se em Setúbal com o septeto português com o qual trabalha regularmente.Numa oportunidade invulgar de se ouvir o melhor tango, vários pa-res dançaram no palco, após um workshop intensivo.

Julho começou com Miguel Sousa a brilhar ao piano no dia 4. A atuação do professor do Conser-vatório de Artes do Coral Luísa Todi foi promovida por esta instituição de educação musical, em reconhe-cimento pela promissora carreira do solista.Rodrigo Leão, músico e composi-tor português de projeção mundial, esgotou a lotação do Fórum Muni-cipal na noite de 11 de julho.Durante o concerto, entre temas conhecidos e novos para o público,

Rodrigo Leão sublinhou a emoção de regressar a Setúbal mais de vin-te anos depois, quando integrava a Madredeus.A acordeonista sadina Celina da Piedade, que toca há vários anos com Rodrigo Leão, partilhou essa lembrança, recordando que na altura, adolescente, assistiu da plateia ao concerto da Madredeus, sonhando poder um dia tocar com o músico.O dia seguinte voltou a ser de festa no Fórum, com o Coral Luísa Todi

a celebrar, a 12 de julho, o 51.º ani-versário da primeira apresentação pública.No espetáculo, intitulado “Viagem Coral pela Europa Romântica e Modernista”, apresentaram-se te-mas de Johannes Brahms, Gabriel Fauré, Jean Sibelius, Vaugham Williams e Joly Braga Santos.A digressão nacional da Orquestra Chinesa de Macau fez questão de incluir Setúbal, com um concerto no Fórum a 18 de julho.“Encontro de Culturas – A Músi-

ca Chinesa e o Fado de Mão Dada” foi o mote do espetáculo, no qual o grupo clássico macaense, dirigido por Pang Ka Pang, fundiu sonori-dades asiáticas e fado, numa atua-ção que contou com a participação de Maria Ana Bobone.Já em agosto, no dia 8, o fadista Ricardo Ribeiro apresentou o ál-bum “Largo da Memória”, o projeto mais recente, juntamente com vá-rias músicas que lançaram a car-reira do cantor em Portugal e no estran geiro.

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20SETÚBALjulho|agosto|setembro1420SETÚBALjulho|agosto|setembro14

Uma evocação cénica na Baixa de Setúbal, com a participação de cerca de sete dezenas de fi-gurantes, a 27 de junho, foi um dos momentos altos do programa comemorativo promovido pela Câmara Municipal que assinalou os 500 anos do foral manuelino entregue à, então, vila sadina.A chegada do arauto do rei D. Manuel trouxe boas-novas à população setubalense em am-biente de festa, apresentando o foral respon-sável pela profunda reforma administrativa em Setúbal, uma das mais proeminentes vilas do reino na época. Alexandre Cabrita, da Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal, entidade que dinamizou a evocação, foi o mensageiro real que, entre algumas contextualizações históricas úteis ao público contemporâneo, anunciou, com pompa e circunstância, as “novas” determi-nações reais.“Sabei que nesta ilustre vila não chega um foral del-rei desde a altura de D. Afonso III, há cousa

de 200 anos”, explicou o arauto aos figurantes e às várias dezenas de pessoas que assistiram ao momento evocativo, com início na Igreja do Convento de Jesus.Entre vénias e ribombar de tambores, a corte setubalense, na qual participaram, vestidos a rigor, a presidente, ou, no caso, a “alcaidessa” da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, e o vereador da Cultura, Pedro Pina, desfilou até à Baixa da cidade.No Largo da Ribeira Velha, o mensageiro, usando de alguma dose de humor, dirigiu-se novamente aos populares para sumarizar o conteúdo do foral ao povo, muito dele vestido a rigor e imbuído no espírito da época.Entre deveres e haveres, recordou que com-petia à vila pagar à Coroa algumas taxas. “Não deem meia cabeça de gado, mas quatro. Não fa-çam como noutros locais onde dão a cabeça do gado à Coroa e devolvem o resto ao campo para continuar a pastar”, brincou.A par da evocação da entrega do foral manue-

lino, a qual contou ainda com a colaboração do Teatro do Elefante, da Uniseti – Universidade da Terceira Idade de Setúbal e da fanfarra dos Bombeiros Voluntários, as comemorações incluíram diversas atividades entre os dias 27 e 29 de junho. Na Baixa, repartido pelos largos da Misericór-dia e da Ribeira Velha, um mercado quinhen-tista recuperou as feiras de outros tempos. Artesanato e gastronomia, principalmente doçaria, voltaram a comercializar-se no cen-tro histórico de Setúbal como há 500 anos.Em simultâneo realizaram-se atividades de rua, como animações cénicas a cargo de com-panhias e estruturas de teatro setubalenses, demonstrações de armas pela Ordem da Ca-valaria do Sagrado Portugal, artes circenses e fogo. As comemorações contaram também com as parcerias de Passado Vivo, do Centro de Es-tudos Bocageanos e da LASA – Liga de Amigos de Setúbal e Azeitão.

A festa da música filarmónica fez-se ouvir a partir do Parque do Bonfim com quatro gru-pos de vários pontos do País a atuar no con-certo de abertura do 10.º Festival de Bandas Filarmónicas da Cidade de Setúbal, evento repartido entre os dias 6 e 11 de julho.O espetáculo inaugural contou com as atua-ções da Sociedade Filarmónica Alcaneden-se, de Santarém, da Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Machede,

Foral manuelino 500 anos depois

A entrega do foral manuelino

à outrora vila de Setúbal foi

revivida numa evocação cénica

que atravessou 500 anos

de História. Na Baixa,

um mercado quinhentista recuperou as

feiras de outros tempos, enquanto

nas ruas houve animação com artes circenses

e demonstrações de armas.

Tudo como antigamente

Década de filarmónicas Évora, e da Banda de Música do Centro Popu-lar de Trabalhadores da Ribaldeira, de Torres Vedras.O primeiro concerto contou ainda com a participação da Sociedade Musical Capri-cho Setubalense, instituição que organizou o evento com a Câmara Municipal e que, nes-ta edição, incluiu a exposição de artesanato “Bandas na Arte Popular Portuguesa”, coleção da Associação José Afonso.

No ano em que assinalou uma década de existên-cia, o festival tornou-se internacional, num es-petáculo realizado no dia 11, no coreto da Avenida Luísa Todi, com a pre-sença da Banda de Música de Piedrahita, da provín-cia espanhola de Ávila, e da banda da Sociedade Filarmónica Providência, de Azeitão, Setúbal.

DISTINÇÃO. O músico e investigador Pedro Marquês de Sousa foi agraciado pela Secretaria de Estado da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural,

na classe “músico filarmónico”. A distinção, atribuída a 31 de agosto, premiou o trabalho desenvolvido pelo presidente da Sociedade Filarmónica Providência, de Azeitão, onde toca saxofone, nas vertentes musical e de investigação filarmónicas. A medalha, a par de outras em distintas categorias, foi concedida pela primeira vez, no âmbito das comemorações do Dia Nacional das Bandas Filarmónicas, efeméride instituída em 2013 e assinalada a 1 de setembro.

Marchas com prémiosO Núcleo Bicross de Setúbal, vencedor da edição 2014 das Marchas Populares, rece-beu o troféu do concurso numa cerimónia realizada a 26 de julho, na Praça do Mundo da Feira de Sant’Iago. A noite de consa-gração das dez coletividades participantes incluiu as atuações de Susana Almeida e Inês Pereira, madrinhas das madrinhas que interpretaram, respetivamente, os temas da grande marcha do ano passado e da edição que agora terminou.

Baixa animada fora de horasA Baixa de Setúbal ganhou nova vida, à noite, entre julho e setembro, com ses-sões de música ao vivo pelas ruas e no Lar-go da Ribeira Velha, destinadas a apoiar o comércio local, aberto durante o verão em período noturno. O programa “Anima-ção na Baixa de Setúbal”, promovido pela Câmara Municipal, incluiu atuações de Xaral’s Dixie e do grupo de percussão Bar-doada, a par de, entre outras, uma noite com as madrinhas das Marchas Populares.

Literatura em arruadaAtividades em torno da literatura, com venda de livros a preços bonificados, en-contros com escritores e sessões de autó-grafos, a par de apontamentos musicais, marcaram a II Arruada de Livros. A inicia-tiva promovida pela Culsete, dinamizada entre os dias 4 e 13 de julho defronte da li-vraria setubalense, com o apoio da Autar-quia e da DDLX, incluiu o lançamento na-cional do livro “As sombras de D. João II”, romance histórico de Jorge Sousa Correia.

Jardim oferece músicaMúsica, artesanato e animações infantis foram pretextos para usufruir do Parque do Bonfim numa nova iniciativa da Câma-ra Municipal, realizada aos domingos, no período de verão, entre julho e setembro. O “Há Música no Jardim”, conciliado com os certames “STB Urban Market” e “Mos-tr’Arte!”, proporcionou, além de atuações musicais ao vivo, mostras de artesanato, venda de roupa em segunda mão e anima-ções para os mais pequenos.

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21SETÚBALjulho|agosto|setembro14

cult

ura

A XVI Festa do Teatro, que decorreu entre 22 e 31 de agosto, fica na história do certame setu-balense como uma das edições mais bem su-cedidas, com as diferentes apostas do evento a superarem todas as expectativas da organi-zação.A Festa do Teatro – Festival Internacional de Teatro de Setúbal, desde sempre organizada pelo Teatro Estúdio Fontenova, contou este ano com mais espetáculos, mais atividades, mais dias e mais público.O diretor do certame, José Maria Dias, con-fessa que a 16.ª edição “excedeu as expectativas a todos os níveis, não só pela qualidade dos espe-táculos apresentados, mas também pela afluên-cia de público. Houve claramente muita gente que veio de fora de Setúbal e que inclusivamente regressou nos dias seguintes para assistir a mais espetáculos”.Dos 32 eventos integrados na Festa do Tea-tro, que mais uma vez contou com o apoio da Câmara Municipal, 24 foram peças de teatro. “E muitas dessas peças tiveram de ter uma se-gunda apresentação para satisfazer a procura do público.”Este ano atuaram no certame, além da com-panhia anfitriã, a Companhia de Teatro Con-temporânea, a CIA D’Artes, do Brasil, a Circ Panic, de Espanha, o Teatro das Beiras, o Tea-tro dos Aloés, a Jangada Teatro, a Mala Voado-ra e os Artistas Unidos.Uma das grandes novidades este ano do fes-tival foi a criação da “Mais Festa”, em jeito de “secção não oficial”, destinada à promoção de novas criações e de artistas emergentes, que tiveram a oportunidade de interagir com pro-fissionais do setor já com créditos firmados.

O Carnaval de Verão regressou a Setúbal mais uma vez para levar a folia à Avenida Jaime Rebelo num desfile de samba, cor e alegria ao qual assistiram cerca de 20 mil pessoas.Durante três horas, a partir das 22h00, o frenesim das dez escolas de samba de Sesimbra e de Ovar fi-zeram suar os foliões e o público na noite de 19 de julho.O evento, organizado pela ACOES – Associação do Carnaval e Outros Eventos de Setúbal, em parceria com a Câmara Municipal, consistiu num desfile que, pela primeira vez em quatro edições, se rea-lizou na Avenida Jaime Rebelo, junto do rio, num percurso mais pequeno em relação ao da Avenida Luísa Todi Kan Kans, Costa de Prata, Charanguinha e Juven-tude Vareira foram as escolas de samba de Ovar. De Sesimbra desfilaram os Trepa no Coqueiro, os Sal-taricos do Castelo, os Gres Bota no Rego, os Unidos de Vila Zimbra e o trio elétrico Tripa Associação.O desfile saiu do edifício sede da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, colaborador es-pecial do Carnaval de Verão, em direção ao Clube Naval Setubalense, retornando ao ponto de parti-da, junto de uma minifeira temática que se realizou entre os dias 17 e 20.A diversidade gastronómica, das bifanas ao kebab, as quatro dezenas de bancas de artesanato e a ani-mação foram os principais atrativos desta minifei-ra de Carnaval.

Cinco concertos, repartidos por dois fins de se-mana em julho, formaram o programa da segunda edição do Festival de Jazz de Verão de Setúbal, rea-lizado no Fórum Municipal Luísa Todi.O evento, organizado pela Setúbal Jazz School, com os apoios da Câmara Municipal e da Antena 2, apresentou formações de diferentes estilos de jazz, colocando em evidência o ecletismo sonoro deste género musical.No fim de semana de 19 e 20 atuaram Joana Es-padinha, que apresentou o álbum “Avesso”, e o Zé Soares Trio “Nine WAys”, liderado pelo guitarrista e compositor José Soares.A segunda edição do Festival de Jazz de Verão pros-seguiu, a 25 de julho, com o projeto PianoBatuque, do pianista brasileiro, nascido na Argentina, Pa-blo Lapidusas e do percussionista português Joel Silva, que exploram um conceito original em que a bateria é frequentemente usada com instrumento melódico e o piano como acompanhamento.Sofia Vitória voltou a atuar em Setúbal, no dia 26, agora para apresentar “By Love’s Soul”, álbum de-senvolvido em conjunto com o pianista Júlio Re-sende e o baterista Joel Silva.A terminar o certame de jazz, no dia 27, Cinema & Dintorni Trio, com Massimo Cavalli, Ricardo Pinheiro e Jorge Moniz, recuperaram temas de compositores italianos contemporâneos que fize-ram história no cinema.

Cerca de 20 mil pessoas passaram pela segunda edição do Rock no Sado, festival que entre os dias 15 e 17 de agosto voltou a pro-mover o melhor da música moderna portuguesa.Perto de trinta bandas passaram pelos palcos instalados do fes-tival que se começa a afirmar no País como uma das principais montras de verão para a promoção da música portuguesa, com especial destaque na área do rock, mas sem deixar de destacar outros géneros.Este ano com dois palcos instalados no Parque Sant’Iago, uma novidade em relação à edição de estreia de 2013, o Rock no Sado contou com as participações de nomes como UHF, Xutos & Pontapés, Boss AC e Ritchie Campbell.Cartaz mais do que apelativo para cativar a multidão que fez questão de marcar presença nos três dias do festival e que ain-da teve oportunidade de assistir aos grupos Klepht, Lemm Pro-ject, Alcoolémia, Børge, Million Dollar Lips, Zop, Get a Dog, Ol’Jolly Roger, Electric Divinity, Dead Stone e SwitchtenseNas Manteigadas passaram também Hills Have Eyes, The quar-tet of Woah, Low Torque, Fokker, Phazer, União das Tribos, Karpe Diem, Um Zero Azul, Booster, Gente Estranha e Rysko.Este ano com mais melhores infraestruturas para receber o público, o festival contou ainda com música DJ após os con-certos, em espetáculos nos quais se prestaram homenagem ao antigo Seagull e ao Absurdo. O Rock no Sado, organizado pela CJP, com o apoio da Câmara Municipal e um vasto conjunto de parcerias, incluiu parque de campismo gratuito com acesso a sanitários e duches, espaços de restauração e de comércio, zona de divulgação empresarial e institucional e uma área dedicada ao tema “Motas e Motards”.

Ovação de pé para o TeatroMais e melhor igual a êxito. A qualidade da Festa do Teatro surpreendeu a organização e o resultado traduziu-se numa enorme afluência de público. o certame afirma-se como um dos expoentes de eventos cénicos no País e desperta cada vez mais as atenções no estrangeiro. Nesta festa sabe cada vez melhor ir ao teatro

Ao contrário dos espetáculos “oficiais” do cartaz, os da “Mais Festa” não tiveram bilhe-teira fixa, funcionando antes em regime de contribuição solidária da parte do público.As peças a concurso na “Mais Festa” foram apresentadas às 19h00, enquanto às 23h30 subiram aos palcos obras extraconcurso. Ao contrário do que José Maria Dias receava no início do certame, este último horário reve-lou-se outro êxito no evento. “Curiosamente, com peças àquelas horas tar-dias, conseguimos chegar a uma franja do pú-blico que tradicionalmente rejeita o teatro. Os espetáculos estiveram sempre cheios e houve muita gente que acabou por assistir a outras peças do cartaz do festival”, sublinha.“Da Inutilidade”, de Tiago Bôto e Wagner Borges, é o título da peça vencedora da sec-ção “Mais Festa” e que garantiu, assim, a participação no cartaz na edição de 2015 do certame.De resto, a próxima Festa do Teatro já tem datas marcadas, de 21 a 30 de agosto de 2015, e o sucesso da atual edição assegurou contac-tos cativantes para o cartaz dessa edição, com a reconhecida companhia italiana Teatro del Silenzio a manifestar o desejo de marcar pre-sença em Setúbal.O Festival Internacional de Teatro de Setúbal, como é hábito, contou ainda com iniciativas à margem das encenações teatrais, fazendo chegar ao público atividades relacionadas com cinema, espetáculos de música e de rua, exposições e debates.Com qualidade reconhecida a nível nacional e internacional, a Festa do Teatro já gera ex-pectativas para 2015.

Carnaval derrete junto do rio

Noites de verão ao som do jazz

Portugueses garantem espetáculo no Sado

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22SETÚBALjulho|agosto|setembro14

cões e à ocorrência de sismos e tsunami foram explicados a toda a família, a par da importân-cia de manter disponível um kit de emergên-cia em situação de catástrofe.A atividade, com jogos didáticos, experiên-cias e até uma exposição com as várias fases de formação do maciço da Arrábida, procu-rou sensibilizar a população para os riscos

associados aos fenómenos naturais enquanto origem de acidentes graves ou ca-tástrofes.Noções e procedimentos básicos de proteção no caso de ocorrência de situações de emergência foram trans-mitidos aos participantes nesta iniciativa organizada pelo Instituto Geofísico do Infante D. Luiz e pela Au-tarquia através do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal.

edu

caçã

o

Mais de uma dezena de cursos de pós-gra-duação/especialização funcionam, a partir de outubro, no novo Centro de Formação Avan-çada de Setúbal, iniciativa conjunta da Câma-ra Municipal e da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.O serviço académico foi formalizado a 30 de junho, em cerimónia realizada na Sala Mul-tiusos do Fórum Municipal Luísa Todi, com a apresentação dos 12 cursos e especializações a ministrar e a assinatura de protocolos de co-laboração com nove entidades da região.“Estamos a dar uma resposta naquilo que é um desígnio desta Autarquia, nomeadamente na criação de oportunidades formativas e de valo-rização para a população do concelho”, salien-tou o vereador com o pelouro da Educação na

A curiosidade em aprofundar o conhecimento científico sobre vulcões e sismos levou miú-dos e graúdos a participar no “Ciência Viva no Verão 2014 – À Descoberta da Terra”, inicia-tiva realizada ao longo de dia 2 de agosto, no Parque Urbano de Albarquel.De forma didática, simples e interativa, com-portamentos científicos associados aos vul- Um grupo de alunos da Escola Secundária

Lima de Freitas idealizou, num trabalho académico de final de curso, o Parque Urba-no do Viso, um equipamento com várias va-lências para usufruto público, destinadas ao recreio e ao lazer, à cultura e aos desportos radicais.O projeto escolar, apresentado a 7 de julho, foi desenvolvido por oito estudantes do 12.º ano do curso profissional de Técnico de De-sign de Interiores e Exteriores, e engloba um conjunto de intenções.Zona de merendas, área para desportos radi-cais, pistas de manutenção, alojamento e um auditório ao ar livre foram algumas ideias transpostas para o projeto do equipamento,

Alunos idealizam parquepensado para ocupar a antiga pedreira do Viso, num território com aproximadamente quatro hectares.Um dos destaques do trabalho académico desenvolvido pelo grupo de estudantes ao longo do ano letivo 2013/2014 é a inclusão de três edifícios criativos, com uma arquitetura fora do vulgar, em forma de uma joaninha, de uma folha e de um moinho.“Tratou-se de um interessante exercício visual e de estímulo criativo mas os custos de execução seriam demasiado onerosos”, explica José Nu-nes, coordenador dos cursos profissionais da Escola Lima de Freitas, que acompanhou o desenvolvimento da ideia juntamente com a professora Paula Pinheiro.

Famílias à descobertados fenómenos da Terra

Formação académica alargadaTurismo, desporto

e energia são áreas académicas dos cursos

de pós-graduação/especialização

disponíveis a partir de outubro no

Centro de Formação Avançada de Setúbal.

A iniciativa cria novas oportunidades

formativas de valorização

dos cidadãos que potenciam os

recursos da região

Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina.O Centro de Formação Avançada de Setúbal começa com uma dúzia de cursos de pós-gra-duação/especialização, com horário pós-la-boral, adaptado às necessidades dos alunos dos cursos, com o mínimo de 12 formandos.O centro “permite criar nesta capital de distrito um pleno de potencialidades e de oportunida-des”, realçou o autarca, ao adiantar que “os cursos foram pensados e focados naquilo que são as necessidades formativas do nosso concelho, diversificando a oferta para os diferentes públi-cos”.“Enologia” e “qualidade e Segurança Ali-mentar”, em turismo, “Perícias em Genética Forense”, na área científica, a par de “Futebol, Treino e Análise”, “Coaching” e “Personal

Trainning”, em desporto, são alguns dos cur-sos disponíveis, de duração e preços variados.Na área energética há cursos de “Manutenção em Sistemas Elétricos”, “Gestão e Monitori-zação de Energia” e “Eficiência Energética”, enquanto em arquitetura há a possibilidade de formação em “Arquitetura Bioclimática”, “Gestão de Projeto e Arquitetura de Turismo” e “Reabilitação Urbana”.Entre os cursos disponíveis, Pedro Pina des-tacou os direcionados para “a divulgação tu-rística de Setúbal”, que “enquadram recursos disponíveis e que potencializam a relação estreita entre a formação e a oferta do mercado de traba-lho”.O autarca afirmou que estes cursos asseguram “uma maior qualificação e mais oportunidades

para as pessoas, que ficam mais aptas para lidar com os desafios do mercado de trabalho”. Acres-centou que a criação de um “maior número de ferramentas ajuda o concelho a crescer melhor”.O Centro de Formação Avançada de Setúbal, no âmbito do sistema educativo de nível su-perior, “tem capacidade para responder, de forma eficaz, às novas necessidades nas áreas avançadas de formação especializada”, apon-tou a coordenadora do projeto, Lina Lopes. Na cerimónia foram ainda assinados nove protocolos de colaboração nas áreas despor-tiva, turística e energética com entidades e organizações da região que, enquanto par-ceiras, mostram ser uma mais-valia para a qualidade de formação e empregabilidade setorial.

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Concurso de sonhos

acad

emia Ideias e projetos de vocação empresarial são apresentados anualmente no Po-

liempreende, concurso que envolve toda a rede nacional de ensino superior po-litécnico e cujo objetivo é estimular o empreendedorismo e proporcionar saídas profissionais através da criação do próprio negócio.O concurso, criado em 2003 no Instituto Politécnico de Castelo Branco, come-çou por ser uma iniciativa de âmbito local. O sucesso da primeira experiência motivou o alargamento a outras regiões e escolas, hoje um total de 21, incluindo Setúbal, que participa desde a quinta edição.As novas ideias e projetos começam por ser apresentadas numa fase regional, realizada em junho, em cada um dos estabelecimentos de ensino, na qual são premiados os três melhores traba-lhos. O vencedor segue para a com-petição nacional, em setembro, com organização e coordenação rotativa.qualquer estudante, individualmente ou em equipa, pode participar no con-curso com uma ideia ou um projeto. Com o apoio de um tutor designado, tem de, obrigatoriamente, apresen-tar planos de negócios e financeiros, numa simulação de contexto real de mercado de trabalho.Sandra Pinto, da Unidade de Apoio à Inovação, I&D e Empreendedorismo do Instituto Politécnico de Setúbal, explica que este é um concurso que

A ferramenta de aprendizagem “Moodle”, utilizada no universo escolar para partilha de conteúdos, chegou aos dispositivos móveis. Através de uma nova aplicação, em desenvol-vimento por uma equipa de estudantes, a in-formação passa a estar disponível a qualquer hora, em qualquer lugar.Os computadores deixam de ser exclusivos para o acesso e a utilização da ferramenta. Esta é a grande inovação do “Moody”, criado por Fábio Barreiros, estudante da licenciatu-ra em Engenharia Informática da Escola Supe-rior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal.A ideia surgiu após uma contrariedade na es-cola. “Estava a trabalhar quando a bateria do portátil acabou. Precisava de aceder ao ‘Moodle’ e na altura ainda era complicado. Olhei para o telemóvel e pensei que podia ser uma alternati-va”, recorda Fábio Barreiros. Anotou os conceitos a explorar numa men-sagem de correio eletrónico que enviou a ele próprio. Passaram mais de dois anos até o estudante voltar a abraçar aquilo que viria a ser o projeto de final de curso. “Fui acusado de reinventar a roda. Felizmente, quem criticou, ficou fã da aplicação.”Com o “Moody”, de forma online e offline, es-tudantes e  professores podem aceder à fer-ramenta educativa usada por 71 milhões de utilizadores em todo o mundo e partilhar, tal como a partir de um computador, informa-ção, dados, conteúdos e matérias de diferen-tes disciplinas e cursos. A aplicação, que assenta no conceito de “aprendizagem em todo o lado, a qualquer hora”, é “feita por alunos e para alunos”. In-clui, entre outras, a funcionalidade de alertas, sonoros e/ou por vibração, a cada contacto,

Mobilidade na aprendizagem

A plataforma de aprendizagem “Moodle” é alargada aos dispositivos móveis numa iniciativa promovida por estudantes da Escola Superior de Tecnologia. Já a vocação empreendedora dos alunos é estimulada num concurso de ideias, regional e nacional, que desperta novos talentos

notificação, atualização ou inserção de novos conteúdos.A possibilidade de “envio de mensagens” e de “procura de conteúdos” é outra mais-va-lia do “Moody”. Fábio Barreiros, agora a trabalhar em equipa, ga-rante que, independentemente do modelo de negócio a adotar no fu turo, a aplicação “será sempre gra-tuita”.

Afinar a máquina

A aplicação, disponível, por agora, só para tecnologia com sistema operativo “Android”, é uma das mais descarregadas entre a comunidade académica. Ainda não está em pleno grau de maturação, mas

“valoriza o trabalho de equipa, a par das dinâmicas e competências, e que dá primazia à viabilidade das propostas de negócio apresentadas”.Na fase local, adianta a técnica de empreendedorismo, as escolas têm alguma flexibilidade na organização, mas apostam, sobretudo, numa componente aca-démica mais forte. “Mais do que a competição em concurso, o objetivo é ter formações e oficinas empreendedoras associadas à iniciativa.” O “Smartpaint”, do Instituto Politécnico de Setúbal, projeto para a produção de tintas inteligentes e amigas do ambiente que mudam de cor com a temperatura ou com o grau de deformação do objeto que revestem, já conquistou o primeiro lugar na competição nacional, neste caso na sétima edição.

Perto de três mil estudantes estive-ram envolvidos na dezena de edições já realizadas do Poliempreende, con-curso pelo qual passou cerca de um milhar de ideias e projetos que resul-taram na criação de mais de meia cen-tena de empresas e no registo de uma centena de patentes. O concurso Poliempreende, que atri-bui prémios monetários aos vence-dores, recebeu, em 2013, o Prémio Europeu de Promoção Empresarial do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Ino-vação, na categoria “Investimento nas Competências Empreendedoras”.

“O contacto com outros estudantes ajuda a de-tetar bugs da aplicação, assim como promover eventuais formas de melhorar a plataforma”, afirma.A equipa recebe também feedback de utiliza-dores que descarregam a aplicação no “Goo-gle Play”. Até agora, “são bastante positivos”.

Equipa de futuro

O “Moody” foi o ponto de partida para um novo projeto empresarial, agora em equipa, que almeja outros horizontes no mercado das tecnologias. Além da melhoria da aplicação para os dispositivos móveis, há ideias a pôr em prática. Só falta arranjar tempo para as trabalhar. A equipa tem agora quatro elementos. Cada um com características em áreas de trabalho espe-cíficas e essenciais para colocar em marcha a iniciativa de futuro que visa o desenvolvimen-to de novos produtos, sobre os quais preferem ainda não adiantar grandes pormenores.Henrique Sousa, “arquiteto de soft ware”, e Diogo Branco, da área da eletrónica e tele-comunicações, juntaram-se recentemente à equipa, assim como Nuno Madureira, da ver-tente de marketing. “Estamos a trabalhar em pé de igualdade para construir algo inovador”, afirma Fábio Barreiros.O “bebé azul”, como carinhosamente deno-mina a aplicação, foi a primeira de muitas criações que espera lançar no futuro. “É o ponto de partida mas não vai ser por esta que vão ouvir falar de nós”, assegura, confiante.A aplicação “Moody” valeu à equipa o triunfo na 11.ª Edição do Concurso Poliempreende Regional, realizado em junho. Um sucesso que esperam repetir na fase nacional.

já se encontra ligada a 87 estabelecimentos de ensino superior.

“Decidimos atacar o maior mercado [o “Android” detém cerca de 80 por cento da quota], para otimizar as probabilidades de difusão”, explica

Fábio Barreiros. Adianta que, muito em breve, o programa vai ser adap-

tado a outros sistemas operativos, nomeadamente para dispositivos

Apple e BlackBerry,Apesar de já fazer parte das fer-ramentas educativas de muitos utilizadores, o “Moody” ainda necessita de ser afinado em al-gumas vertentes. Para isso, a

equipa conta com o apoio da co-munidade do Instituto Politécnico

de Setúbal para reportar eventuais falhas e sugerir otimizações.

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24SETÚBALjulho|agosto|setembro1424SETÚBALjulho|agosto|setembro14

retr

ato

s

A eletrónica pulsa forte numa pe-quena loja no coração do Bairro do Troino, no sopé do Forte de S. Fi-lipe. Na Bobitrónica, vende-se os mais variados componentes da es-pecialidade, faz-se reparações e até se fabrica peças. É assim há quatro décadas, sempre com liderança no feminino. A loja é parte da vivência e identi-dade do bairro típico setubalense. Está, desde sempre, na Rua Már-tires da Pátria, despercebida entre habitações de construção harmo-niosamente diferente, cuja arqui-tetura projeta, visualmente, Setúbal de outros tempos. Ali há soluções eletrónicas. Ou, pelo menos, uma boa possibilidade de as encontrar. Na cidade, é uma das poucas lojas do ramo ainda em atividade, sobrevivente aos novos tempos.À porta, um cachecol do Vitória dá as boas-vindas ao reino da ele-trónica, com material mais e menos atual a perder de vista, devidamente acondicionado em separadores que só Eugénia Aleluia, a proprietária, sabe descodificar. Na parede, um anúncio importante: “O que fia não está e o que está não fia!”Chegou à loja ainda como adoles-

Eletrónica no feminino

Transístores, cabos, transformadores e

os mais variados componentes podem

ser encontrados na Bobitrónica.

A loja, aberta há quatro décadas, é uma referência

nesta área na venda ao público,

mas também na personalização e

reparação de peças. E, desde sempre,

com um toque feminino

cente, para um part-time entre os estudos de Administração e Conta-bilidade na antiga Escola Industrial e Comercial, a atual Secundária Sebastião da Gama. Foi o primeiro e único emprego de Eugénia Ale-luia, natural de Setúbal, “filha” do Troino, bairro no qual ainda vive, curiosamente na mesma rua da Bo-bitrónica. “A minha mãe falou com a D. Fátima [a primeira proprietária] e ela ar-ranjou-me trabalho. Ao início foi as-sustador porque não percebia nada de eletrónica. Lembro-me de que vinha para a loja aos sábados para praticar e que muitas vezes eram os próprios clientes que me ajudavam.”O que começou como uma ocu-pação temporária tornou-se num trabalho a sério. Saiu da escola para abraçar a profissão de corpo e alma, primeiro como empregada, depois como proprietária. Passaram trinta anos desde então e não se vê a fazer mais nada na vida.Dominou o funcionamento de componentes eletrónicos como transístores e circuitos integrados, a par de cabos e transformadores de corrente, que não só fabrica mas também repara, quando possível. “É algo que não se aprende de um

dia para o outro. Aliás, todos os dias aprendo algo novo.”A Bobitrónica funciona de segunda a sexta-feira, das 09h30 às 13h00 e das 14h30 às 19h00, enquanto aos sábados está aberta apenas no período da manhã. A loja pode não ser fácil de encontrar mas Eugénia dá a dica. “Basta perguntar no bair-ro que toda a gente sabe onde fica.” Mais informações pelo telefone 265 232 582.

Profissão de mulher

Eugénia Aleluia reconhece que não é muito comum ver uma mulher atrás de um balcão numa loja de eletrónica. Apesar de a Bobitróni-ca ter sido sempre gerida por mu-lheres, desvaloriza o facto e aponta como mais importante uma série de características fundamentais para o sucesso.Paciência, persistência e muita concentração. As virtudes, mais presentes na personalidade femi-nina, na opinião da proprietária, são essenciais para o desempenho das tarefas e no cumprimento, com êxito, dos desafios que diariamente se apresentam.Ferro de soldar com suporte, bobi-

na de solda com resina e torno com grampos para prender o material são companheiros inseparáveis nos bastidores da loja, numa área que utiliza para produzir verdadeiras obras de arte eletrónicas que fazem funcionar os mais variados equipa-mentos.O encontro entre o ferro e o cobre, numa precisão milimétrica, é con-firmado com um sinal de fumo, na união dos pequenos filamentos, quase impercetíveis ao olhar desa-tento. “Não é fácil e alguns dão mais luta. São os que mais estimulam”, re-conhece.Cabos com funções e tamanhos personalizados e transformadores de corrente são os trabalhos mais solicitados. Mas ali faz-se de tudo um pouco. “Normalmente dá para desenrascar, até porque há muitas al-ternativas. Mas nem sempre é assim.”

Regresso ao passado

Além da venda ao público, que in-clui cabos, pilhas e os mais variados componentes de eletrónica, e do fabrico artesanal de peças, na Bobi-trónica fazem-se reparações. Cada vez mais, os mais variados equi-pamentos, sobretudo pequenos

eletrodomésticos, chegam à loja à procura de um final feliz. “É o regresso a outros tempos. É uma tendência que está a voltar, talvez im-pulsionada pelos tempos de disponibi-lidade financeira menos favoráveis”, avança Eugénia Aleluia.Antes da reparação, é estudada a possibilidade de sucesso e apre-senta-se o orçamento para o cliente decidir se compensa fazer o arranjo.O material mais recente convive com componentes eletrónicos de outras épocas, já obsoletos. Não são desperdiçados, até porque “há sem-pre alguém à procura de material mais antigo”, nomeadamente correias e agulhas para gira-discos. “São arti-gos cada vez mais solicitados.”Entre o passado e o presente, a ele-trónica está em constante mutação, seja na área dos componentes, seja nas técnicas e recursos a utilizar nas reparações e fabrico de peças. “As bases acabam por ser as mesmas mas tento manter-me atualizada.”Com a certeza de que esta atividade vai sempre ser uma peça importan-te na sociedade moderna, o futuro é continuar. “Com mais ou menos dificuldades, não me vejo a sair daqui e a não fazer outra coisa que não esteja relacionada com a eletrónica.”

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treinador, José, em denúncia da irmandade existente. “Somos uma família. Mas isso estende-se a todos”, explica Olga, namo-rada de Sérgio, referindo-se aos 54 sócios, 24 atletas e ami-gos que acompanham o núcleo nos diferentes projetos a que se propõe.Esta união é emanada da tal paixão que os irmãos Sérgio e José tinham em crianças e que os impelia a devorar 20 quiló-metros até à Moita ou 27 até ao Forninho, no Poceirão, só para terem acesso a pistas de bicross.

Imitar com personalidade

“Queríamos copiar os ciclistas que víamos nas revistas da altura. O próprio bicross, ou BMX, como ficou conhecido, nasceu da von-tade de crianças quererem repetir o que viam no motocross. Como não havia motas, subiram para as bicicletas que tinham. Aqui em Setúbal, agarrámos o mesmo sonho”, recorda Sérgio Conceição.Sem contar com provas em Espanha, os sadinos marcam pre-sença na Taça e no Campeonato de Portugal.O Núcleo Bicross de Setúbal, especializado na vertente ra-cer, corridas com saltos em pistas de terra batida, tem vários campeões no historial português e ibérico. Está entre os mais antigos do País, sendo dos que têm mais atletas federados, incluindo pilotos de Almada e do Seixal, dos 6 aos 32 anos.Com a evolução, o bicross ganhou uma identidade própria. Os motores das motos deixaram de ser invejados no desafio aos limites da gravidade. Ousadia, equipada com uma bici-cleta a rondar os 600 euros, mais proteção adequada, faz o serviço.O grupo de Setúbal treina atualmente na pista do Forninho, destino que tem os dias contados.Nota-se ansiedade na cara de Sérgio Conceição quando fala da futura pista do núcleo, em Setúbal, no Parque Verde da Bela Vista. O circuito, com 380 a 400 metros de extensão, pode acolher provas internacionais.“Tal como a Câmara Municipal e a Junta de S. Sebastião, o Re-gimento de Engenharia do Exército está a ser fantástico a ajudar neste projeto. Está a moldar o terreno. O pessoal do núcleo dará os retoques finais”, explica, lançando olhar desafiante para ou-tros elementos da associação, incluindo os mais novos.

Campeões a marchar

O Núcleo Bicross de Setúbal dá cartas também em veloci-dades mais baixas. Há três anos que participa no Concur-so de Marchas Populares e em 2014 chegou o momento da consagração, com o tão desejado prémio de Melhor Marcha, acompanhado pelos troféus das categorias de melhor música e madrinha.Aqui, a paixão nasce no vice-presidente Rui. Marchante du-rante 18 anos numa coletividade, responsável artístico du-rante três anos noutra, acabou por ser convidado pelo irmão Sérgio para preparar as marchas do núcleo.“A ideia era dar alguma visibilidade ao Bicross de Setúbal. Está

rostoPedalar sem saber

inic

iati

vaTerra batida de ousadiaUns são parentes.

Outros são associados ou amigos. Todos

juntos formam uma grande família.

O Núcleo Bicross de Setúbal move-se

por paixões. A BMX é uma delas.

As marchas são outra. A devoção já foi várias vezes

medalhada

Nos anos 80 não passavam de uns miúdos e umas bicicletas. Mas o grupo de amigos, feito de gaiatos e adolescentes, tinha algo mais em comum. Partilhava como combustível de vida uma intensa paixão pelo bicross.Os anos passaram, flocos grisalhos ganham agora terreno por entre barbas e cabelos escuros, mas a chama da antiga paixão permanece bem acesa e é nela que reside a força motriz do atual Núcleo Bicross de Setúbal, fundado em 2000.A sede, pequena, no Bairro do Peixe Frito, pendura nas pa-redes troféus altos, troféus pequenos, umas medalhas mais reluzentes do que outras e umas quantas fotografias. São re-cordações, antigas e recentes, de um recreio que, segundo Sérgio Conceição, o presidente do núcleo, “acaba por roubar um ‘bocadinho’ de mais” o “tempo” à palavra “passatempo”.O corpo diretivo do núcleo é “muito familiar”, com o apelido Conceição a pertencer também ao vice-presidente, Rui, e ao

Rita tem 8 anos e não se lembra de quantas medalhas já ganhou no bicross. “Acho que foram muitas”, diz, com o olhar a pedir ajuda aos compa-nheiros.A jovem atleta do Núcleo Bicross de Setúbal é um exemplo, entre vários possíveis, da forma-ção que o grupo proporciona aos indivíduos que a ele se associam.A pequena “Ritinha” só pensa em pedalar quando está em cima da bicicleta. Não interessa se vai à frente ou atrás. Pouco importa se chega ao fim. Ignora classificações. O que gosta é de andar depressa, dar saltos e fazer amigos.Nalgumas situações chega a ficar nervosa. “Quando as pistas têm rampas de partida muito íngremes. Até aos mais velhos metem medo”, adianta Sérgio Conceição. “Mas aí puxamos por ela, para vencer os receios, e a Rita lá vai. Por vezes guarda para ela e só descarrega os nervos no final das provas.”É o único momento em que pensa no que faz. De resto, é intuitivo para a Rita serpentear as pistas com a bicicleta. Logo a seguir esquece as derrotas e até as conquistas.Em 2014, Rita venceu a Taça e o Campeonato de Portugal de bicross no seu escalão. Poucos terão memórias seme-lhantes para contar.

a funcionar bem de mais. Só este ano já apareceu muita gente a perguntar quem somos e como se podem juntar ao bicross, às mar-chas ou, às vezes, a ambos”, sublinha o cenógrafo e figurinis-ta da marcha vencedora de 2014. “Não esquecer que também é motorista e motivador do pessoal”, acrescenta Olga, com humor inspirado na realidade.Ao todo, são cinco meses de stress. “Na preparação não so-bra tempo para mais nada, nem para um filmezinho a seguir ao jantar. E eu que gosto tanto de cinema”, suspira Rui Conceição. “Tenho saudades de ser marchante. Não me divirto há seis anos, desde que estou à frente das marchas.”O filho de Rui, tão apaixonado como o patriarca e que levanta nos pódios todos os troféus das marchas conquistados pelo pai, chega a dormir na sede nas semanas que antecedem o concurso. Simplesmente não existem campeões sem sacri-fícios.

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mem

óri

aHistória

Não é de hoje, nem do século pas-sado, que as preocupações com a higiene urbana de Setúbal resulta-vam em punição caso a imundice e o esterco fossem deliberadamente atirados às ruas e vielas.Da história da higiene urbana da cidade sabe-se que em 1561 uma postura camarária proibia o lança-mento de qualquer tipo de sujida-de, sujeitando esta pática ao paga-mento de uma coima 200 réis.Meio século mais tarde surgiu a preocupação de manter as ruas limpas em dias de procissão. É o que atesta uma postura municipal de 1610, que ordenava aos mora-dores a limpeza das frentes das suas casas nas ruas onde passasse a procissão dos Passos. Sete anos depois, a varredura estendia-se à procissão de Corpus Cristi.

Vai passar a procissão

Muito, mas muito antes de as varredoras automáticas percorrerem as ruas da cidade, eram os cavalos, não dos motores mas de quatro patas, que puxavam atrelados de lixo, monos e tudo o que se possa retirar das fossas. Isto no início do século XX, porque ainda na Setúbal quinhentista só a aplicação de coimas impedia os habitantes de manter as ruas sujas, sobretudo, mais tarde, para ver passar a procissão

Se em 1617 a multa era de 200 réis, pelo lançamento de lixo em qual-quer lugar da vila, em 1624 o valor subia aos 4 mil réis, de acordo com a postura, que, na altura, interdita-va a deposição de imundices junto das muralhas.Já no século XIX, em 1872, surge o “Novo Código de Posturas Muni-cipais”, numa época em que pro-liferava a indústria conserveira e, consequentemente, se degradavam as condições de salubridade na ci-dade, principalmente devido às vísceras do peixe.Em “Portugal Antigo e Moderno”, de Pinho Leal, o cronista escreve que, por essa altura, “tem-se curado alguma cousa na limpeza e hygiene da cidade, construindo-se canos ge-rais e parciais de despejo e aterran-do-se alguns baixos onde as águas

HIGIENE. Três tipos de carros de recolha de lixo da Câmara Municipal de Setúbal, em 1936. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

VIATURAS. Carros de lixo manuais da Câmara Municipal de Setúbal, em 1936. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

Inês Gato de Pinho, na publicação “Vilegiatura ma-rítima em Setúbal – do século XIX ao início do século XX”, narra o que Arronches Junqueiro deu conta, em 1936: os problemas existentes para compatibilizar o progresso industrial com os prazeres dos banhos no rio e a cultura da terra.“Em 1885 já havia fábricas de conservas, espalhando por sobre a superfície do Sado um lençol enorme de óleo de peixe, de escamas, de sangue apodrecido. Já as quintas

As fábricas e os banhos

pluviais ficavam estagnadas até ao verão”.O historiador, que relata ainda a construção de um “depósito para os despejos da cidade em sítio mais apropriado”, acabando com o exis-tente em frente do cemitério pú-blico de Nossa Senhora da Piedade, aponta para algumas falhas no en-tão sistema de limpeza, que diz ser “não só imperfeitíssimo e muito pouco aceiado, mas até prejudicial à hygie-ne, e dá ao estranho que visita Setúbal um desagradável testemunho”.

De burro a cavalo Apesar das inovações camarárias, já no século XX, no que diz res-peito às carroças puxadas a cavalo que transportavam monos, lixo e fósseis, mesmo que insuficientes,

além do pessoal devidamente far-dado, Pinho Leal escreve que “os varredores municipais exercem o seu mister a toda a hora do dia”, embora, segundo o autor, “de uma maneira repugnantemente immunda!”, var-rendo do centro para as extremi-dades do pavimento, onde ali se amontoava à espera que passasse a carroça do lixo.Todas as questões associadas à saú-de pública e à imagem urbana têm sido melhoradas a nível camarário, ano após ano, inovação após inova-ção, em termos de meios humanos e técnicos. Atualmente, o regulamento que vem pôr “ordem” na área dos resí-duos sólidos urbanos no municí-pio, que, aliás, deveria ser do senso comum, como não deitar lixo para a via pública e a correta utilização dos

contentores, pode ser consultado no sítio de internet da Autarquia. Os muitos direitos que os muní-cipes possam ter no que toca às questões de saúde pública em mui-to contribuem para que os deveres das autarquias possam ser execu-tados atempadamente e com todo o êxito para uma imagem urbana saudável e agradável, para quem vive em Setúbal e para quem a vi-sita.As várias equipas de trabalho da Câmara Municipal ultrapassam, em larga escala, a varredura de ruas, sejam artérias principais, se-cundárias ou becos. A desmatação e remoção de ervas, a limpeza de praias e parqueamentos, a lavagem de fontes, viadutos e túneis e a re-moção de graffiti são uma pequena parte dessas funções.

senhoriais tinham passado a rendeiros, só cuidando dos seus proventos. Os pomares começavam a declinar, mer-cê das cochonilhas, fungos e outras abomináveis peque-nezas. O Cais da Trindade já não era o ponto único da sociedade setubalense e forasteira. Começara há muito o retraimento dos banhistas de fora, afugentados pela imundície das águas, pela sensaboria sem caráter defini-do do meio setubalense que pouco a pouco se foi tornando cosmopolita.”

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hojeontem

A observação de Setúbal do alto do Forte de S. Filipe proporciona uma vista de deixar

moradores e visitantes de boca aberta, com a baía a espraiar-se sobre a cidade e a estender-se rumo ao Atlântico. A fotografia de Américo Ribeiro, de

1961, mostra uma cidade com uma zona ribeirinha essencialmente vocacionada para a indústria, com

a Praia da Saúde a servir de estaleiro naval. Na imagem atual, observa-se um acentuar

da conjugação da indústria com outras valências, com a componente de lazer, de aproximação da cidade ao rio para fruição da população,

a assumir uma importância determinante, graças à requalificação da frente ribeirinha operada nos

últimos anos.

Estória

Pessoa

Embora o final da tarde de 20 de outubro de 1950 estivesse embrenhado em neblina e chuviscos, nada fazia prever que a vida de seis oficiais ingleses se estivesse também a aproximar do fim.quem recorda esta “estranha fatalidade” é António dos Santos, no livro “Romagem de Saudade”, um episódio no mínimo estranho, conta, em que o comandante Archibald Ray-der, “herói da última guerra mundial e adido naval em Lisboa”, e cinco oficiais da Armada inglesa morrem nas águas do Sado, no inte-rior de um carro.“Foi uma tragédia impressionante”, escreve António dos Santos. “Em vez de tomarem a

O nome Fryxell está associado, sem qualquer dúvida, ao palácio onde hoje funcionam os serviços centrais do Instituto Politécnico de Setúbal, mas também ao antigo colégio seis-centista São Francisco Xavier, localizado ao cimo da ladeira de São Sebastião.Enquadrado na zona histórica da cidade, só se deu a conhecer por tal denominação após se tornar propriedade da família Fryxell,

Família apalaçada

RESGATE. Os seis oficiais ingleses que seguiam no Rover que caiu ao Sado morreram. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

Há morte no cais

PALÁCIO. Aspeto do Palácio Fryxell, em imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro, de 1982, o ano em que o imóvel foi adquirido pelo Estado

DIPLOMATA. Georges Fryxell foi vice-cônsul de Inglaterra. Imagem de 15 de junho de 1956, do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

direção da saída do cais, avançaram ao longo da ponte-cais precipitando o Rover no Sado, ar-rastando consigo todos os seus ocupantes para uma morte inglória e brutal.”Os oficiais da 5.ª Flotilha (Home Fleet), an-corada no cais da Junta Autónoma, estavam de partida para uma festa, numa quinta em Vanicelos, oferecida pelo comandante Ben-son.Com os meios de pronto-socorro reunidos e uma multidão a assistir, uma grua fez emer-gir o Rover das águas do rio. “Foram momen-tos de angústia quando o carro pousou no solo, deixando ver a enorme tragédia”, conta.Lá dentro, seis corpos sem vida.

Entre galegos e setubalensesA história da família Fryxell atravessa quatro países europeus, cruzando genes galegos, britânicos, suecos e portugueses. Dois bisnetos e nove netos são a descendência mais nova da avó Cristalina Fryxell, de 81 anos, casada com Daniel da Silva Fryxell, bisneto do galego Francisco José Pereira, que adquire o palácio, e filho de Georges António Groom Pereira Fryxell.Cristalina ali casou, na capela que ainda hoje existe e onde assistiu a algumas missas, e criou os filhos naquele espaço privilegiado até à década de 80.

embora durante séculos tivesse tido ou-tros usos. De colégio jesuíta, ocupado pelas freiras bernardas, o espaço religioso sofreu grandes estragos com o terramoto de 1755 e, com o passar do tempo, foi alterando a sua arquitetura.Mas é no ano de 1860 que o colégio é ad-quirido por Francisco José Pereira, comer-ciante galego, que instalou um armazém de

produtos de cortiça. Novas remodelações, em 1873, pela mão do filho do galego, com o mesmo nome, transformam o imóvel em palacete.Mais tarde é ao familiar Georges António Groom Pereira Fryxell que serve de resi-dência particular e como sede do Consulado Britânico, do qual foi vice-cônsul, além de lecionar na Escola Industrial e Comercial de

Setúbal, atual Escola Secundária Sebastião da Gama.Na posse dos Fryxell, descendentes e her-deiros de Francisco José Pereira, o palácio, que sofreu um grande incêndio na década de 60, é, em 1982, comprado pelo Estado para ali instalar a sede do Instituto Politécnico de Setúbal, edifício de uma indiscutível beleza arquitetura e património religioso.

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plan

o

segu

inte

A idade de ouro do cinema italiano é mos-trada, a partir do final de outubro, no Fórum Municipal Luísa Todi, em nova masterclass do crítico cinematográfico Lauro António, com sessões gratuitas, à segunda-feira.Depois do cinema clássico norte-america-no, nesta nova temporada, de 2014/2015, o público tem oportunidade de assistir a 53 filmes italianos dos períodos entre as déca-das de 40 e 70, que compõem um vasto nú-cleo de obras essenciais dos mais salientes autores, incluindo as variadas tendências do primeiro neorrealismo, que se impôs a seguir à II Guerra Mundial, e das suas de-rivas futuras.Algumas das películas a exibir são de reali-zadores como Vittorio de Sica, Cesare Zava-ttini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Dino Risi e Alberto Lattuada.Entre os atores e as atrizes, italianos e de

As bicicletas tomam conta das ruas da cidade, na manhã de 5 de outubro, durante o IV Setúbal Bike Tour, num pas-seio com partida da Praça de Bocage que desafia os entu-siastas do ciclismo amador a percorrer 16 quilómetros em ambiente urbano.O evento, integrado no programa municipal 12.os Jogos do Sado, inclui passagens por zonas da cidade onde é possí-vel circular de bicicleta em segurança e sem grande esfor-ço e dá a conhecer aos participantes novas zonas cicláveis em construção, resultantes de obras de beneficiação em curso.Numa conjugação de valores ecológicos com a prática regular de exercício físico, o Setúbal Bike Tour, com um percurso de dificuldade mínima, é também dinamizado com o objetivo de incentivar a população para o uso de transportes amigos do ambiente. O passeio, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo Núcleo de BTT de Vila Fresca, que tem crescido de ano para ano, junta centenas de ciclistas, entre os quais muitas famílias, para uma manhã desportiva que alia o la-zer ao gosto pela prática desportiva. Cada um vai ao seu ritmo e não há limite de tempo para concluir o trajeto que atravessa a cidade, do centro his-tórico à frente ribeirinha, com passagens por parques verdes e vários pontos de interesse cultural e de recreio.

Pedaladas pela cidade

Cinema italianoem época de ouro

Aniversário revivalistaA Casa da Cultura faz dois anos a 5 de outubro. Durante três dias é desenvolvido um programa comemorativo que envolve algumas das expressões artísticas que ocupam este equipamento. O regresso do grupo Disto & Daquilo faz uma ponte entre o presente e o passado de um edifício histórico

O segundo aniversário da Casa da Cultura é comemorado com um conjunto de eventos, de que se des-taca o regresso da banda setubalen-se Disto & Daquilo ao ativo, quase trinta anos depois, para um espetá-culo no dia 4 de outubro, às 22h00.Os Disto & Daquilo voltam ao con-vívio com o público e logo no espa-ço, então sede do Círculo Cultural de Setúbal, onde o grupo, por onde passaram mais de duas dezenas de músicos, fez os últimos ensaios até se extinguir.A ideia desta reunião é apresentar um concerto com o reportório do grupo, com forte tónica revivalista, portanto, embora com algum re-frescamento dos temas que tanto sucesso tiveram em Portugal.O público terá a oportunidade de (re)ouvir faixas do único álbum do conjunto, editado em 1983, bem como temas que não chegaram a ser

outros países que emprestaram o seu talen-to a estas obras cinematográficas, destaque para Sophia Loren, Jean Paul Belmondo, Marcello Mastroianni, Giulietta Masina, Alberto Sordi, Anthony quinn, Vittorio Gassman, Jean-Louis Trintignant, Anita Ekberg, Claudia Cardinale, Dirk Bogarde, Ugo Tognazzi, Silvana Mangano, Romy Sch-neider, Alain Delon, Burt Lancaster, Ingrid Bergman, Monica Vitti, Jeanne Moreau, Vanessa Redgrave, Jack Nicholson, Maria Schneider e Dorian GrayA exibição dos filmes, que incluem algu-mas obras-primas do cinema mundial, em sessões com início às 21h00, é antecedida de palestras comentadas de Lauro António, as quais ajudam os espetadores a conhecer um pouco mais de cada obra e a ficar com uma ideia muito aproximada de um dos momentos mais criativos e interventivos da cinematografia mundial.

gravados, numa ligação entre a mú-sica tradicional portuguesa e outros géneros.As atividades começam no entanto no dia anterior, 3 de outubro, com a inauguração de uma exposição de pintura de José Mouga, às 21h30, e um concerto por The Logadogue Swing Project, às 23h00.A 4, às 16h00, antes do concerto de Disto & Daquilo, é inaugurada a exposição “Bocage e o Iluminismo” e realiza-se a palestra “O ensino na República”.A 5 de outubro, data em que se ce-lebram dois anos após a abertura da Casa da Cultura, há realejos, das 10h00 às 14h00, um atelier de pin-tura, de manhã, música com a Ban-da Filarmónica da Casa do Gaiato, às 16h00, e a tertúlia “As duas caras do patrão”, sobre o teatro de inter-venção no antigo Círculo Cultural de Setúbal, às 17h00.