JORNAL O VERBO - 09

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O VERBO O VERBO ITABORAÍ e TANGUÁ - DEZEMBRO DE 2012 / JANEIRO DE 2013 - Nº 9 O vereador eleito que surpreendeu os poderosos Wellington Emerick Conheça um pouco da história e da origem do fenômeno político que surpreendeu setores tradicionais e poderosos da política de Itaboraí: Wellington Emerick, 3º vereador mais votado na cidade, o primeiro representante eleito de São Joaquim e dos chamados "bairros esquecidos", que nunca receberam atenção do poder público. Ele vai brigar para que Itaboraí pague a dívida social que tem com aquela região, após mais de seis décadas de abandono, mas garante: vai trabalhar para todo o município, para todos os itaboraiense. Leia na Página 3. Visite www.williammendonca.com Como foi o evento no Dia de Luta Contra a Aids Página 7. Um papo com Philippe Seabra, da Plebe Rude O vocalista e líder da Plebe Rude, Philippe Seabra, esteve em Itaboraí para ser a atração principal do evento do Dia de Luta Contra a Aids, na Casa de Cultura. Longe do estereótipo do rock star, Philippe tocou com vários músicos locais, brincou com o público e deu grande atenção aos fãs, conversando com todos, distribuindo autógrafos e ficando até o final do evento no meio do público. Em uma conversa infor- mal com o jornalista William Mendonça, Philippe falou sobre o legado do rock de Brasília, os novos projetos da Plebe, política cultural, drogas e música, sem fugir de qualquer assunto. Página 7. A saída de Sérgio Espírito Santo da Casa de Cultura Ano novo, vida nova. O gestor da Casa de Cultura, Sérgio Espírito Santo, pela primeira vez em 20 anos, não vai integrar a equipe de gestão cultural de Itaboraí. Ele conta em entrevista exclusiva que pretende continuar fazendo cultura na cidade, está envolvido em vários projetos musicais e vai manter em atividade a Associação Fazendo Acontecer. Página 5. A importância de comer bem para combater o diabetes Página 2.

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Edição de Dezembro de 2012 / Janeiro 2013 do jornal O VERBO, publicado pela Cia. de Duques Editora, que circula em Itaboraí, Tanguá e região do Conleste, no Rio de Janeiro.

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O VERBOO VERBOITABORAÍ e TANGUÁ - DEZEMBRO DE 2012 / JANEIRO DE 2013 - Nº 9

O vereador eleito quesurpreendeu os poderosos

Wellington Emerick

Conheça um pouco da história e da origem do fenômeno político quesurpreendeu setores tradicionais e poderosos da política de Itaboraí:Wellington Emerick, 3º vereador mais votado na cidade, o primeirorepresentante eleito de São Joaquim e dos chamados "bairros esquecidos",que nunca receberam atenção do poder público. Ele vai brigar para queItaboraí pague a dívida social que tem com aquela região, após mais deseis décadas de abandono, mas garante: vai trabalhar para todo omunicípio, para todos os itaboraiense. Leia na Página 3.

Visite www.williammendonca.com

Como foi o evento noDia de Luta Contra a AidsPágina 7.

Um papo com PhilippeSeabra, da Plebe RudeO vocalista e líderda Plebe Rude,Philippe Seabra,esteve em Itaboraípara ser a atraçãoprincipal doevento do Dia deLuta Contra aAids, na Casa deCultura. Longe doestereótipo dorock star, Philippetocou com váriosmúsicos locais,brincou com opúblico e deugrande atenção aos fãs, conversando com todos,distribuindo autógrafos e ficando até o final doevento no meio do público. Em uma conversa infor-mal com o jornalista William Mendonça, Philippefalou sobre o legado do rock de Brasília, os novosprojetos da Plebe, política cultural, drogas e música,sem fugir de qualquer assunto. Página 7.

A saída de Sérgio EspíritoSanto da Casa de CulturaAno novo, vida nova. Ogestor da Casa de Cultura,Sérgio Espírito Santo, pelaprimeira vez em 20 anos,não vai integrar a equipe degestão cultural de Itaboraí.Ele conta em entrevistaexclusiva que pretendecontinuar fazendo culturana cidade, está envolvidoem vários projetos musicaise vai manter em atividadea Associação FazendoAcontecer. Página 5.

A importância de comer bempara combater o diabetesPágina 2.

22222Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013

O VERBO

VARIEDADESO VERBO

UMA PUBLICAÇÃO DACIA. DE DUQUES EDITORA

Redação e projeto gráfico: William MendonçaRedação: Rua das Acácias, 277 - Duques - Tanguá - RJ

(21)8418-0120Impressão: Impresso na Editora Esquema - Niterói

CNPJ: 13.143.635/0001-90 www.ciadeduqueseditora.com

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Comer bem paracombater o diabetes

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SAÚDE CRÔNICA

Dra. Mariana ÁvilaEstresse, sedentarismo,

ritmo de vida frenético e, emconseqüência, a má alimen-tação. Esses são os fatoresque contribuem para os nú-meros alarmantes de diabé-ticos em todo mundo.

Segundo a AssociaçãoNacional de Assistência aoDiabético, cerca de 10 mi-lhões de brasileiros sofremhoje com a doença, que, si-lenciosa, representa 40%das causas de morte porproblemas cardiovascularesem todo mundo.

A diabetes é uma doençagrave que se caracterizapelo excesso de glicose/açúcar no sangue.

Possui como principaissintomas a necessidadeconstante de urinar e o au-mento da sede, do apetite edo cansaço.

Essa doença aparecequando o organismo não con-segue produzir ou reagir coma insu l ina , que é um

hormônio produzido pelonosso pâncreas. A insulinafacilita a entrada de glicosenas células e por isso, aglicose se acumula no san-gue.

Existem 3 tipos de dia-betes. O tipo 1, aparece maiscomumente na infância, otipo 2 surge na vida adulta ees ta re lac ionado aosedentarismo e ao excessode peso. Se não for contro-lado o diabetes pode levar acoma, cegueira, infarto, eaté a amputação de mem-bros, assim como a morte.E o tipo 3 é o gestacional.

O surgimento do diabe-tes tipo 2 pode ser evitadoou retardado se a pessoacontrolar o peso, evitando oacúmulo de gordura na re-gião da barriga, com umadieta balanceada e praticaruma atividade física regu-lar.

O acompanhamento mé-dico e nutricional é muitoimportante.

Por William MendonçaA iniciativa já provou ter

dado certo: há quase duasdécadas, Itaboraí, municípioda Região Metropolitana doRio, promove um evento quereúne artistas da música popnacional, e artistas locais,para conscientizar os jovensa respeito da epidemia deAIDS. O evento, sempre nodia 1º de dezembro, surgiucomo um trabalho de voluntá-rios da cidade – capitanea-dos pelo produtor culturalSérgio Espírito Santo – e con-ta hoje com o apoio de insti-tuições como a UNAIDS (daONU), MTV, Sociedade VivaCazuza e Prefeitura local.

O alvo do projeto é o públi-co jovem – entre 14 e 25 anos– mas, a cada ano, cresce apresença de pessoas de ou-tras faixas etárias. O objetivoé levar mensagens deconscientização a respeito daAIDS, das formas de contá-gio e de prevenção, das novi-dades em termos de trata-mento, além de ser um libelocontra o preconceito. Paraquem participa todos os anos,como eu, o evento acabou setransformando em uma mis-são.

Cada um tem sua própriamotivação. Sérgio EspíritoSanto, que toca o projeto des-de o início, viu seus tios mor-rerem pelo HIV e teve os pri-mos adotados pela incansá-vel Lucinha Araújo, mãe deCazuza. Sentiu que precisa-va fazer algo para que outraspessoas não caíssem na ar-madilha da AIDS que, em úl-tima instância, só atinge aquem não se previne. “Esse éo tipo de evento que a genteespera não precisar fazermais. Basta que se anuncie a

cura da AIDS e a gente terácumprido a missão”, ele ex-plica.

A grande incidência daAIDS entre os jovens, especi-almente em bairros pobres eda periferia, é um dos flagelosda epidemia que são denun-ciados no evento. Da mesmaforma, o fato de que as últi-mas gerações perderam vári-os ídolos em virtude da AIDS(os cantores Cazuza, RenatoRusso e Freddie Mercury, ato-res como Lauro Corona,Anthony Perkins, RockHudson, o bailarino RudolphNuereyev, o cartunista Henfil,e tantos outros), é uma dastristes realidades motivam arealização do projeto.

As estatísticas mostramque, especialmente entre osjovens, a mensagem do “usecamisinha” já surtiu o primei-ro efeito: a informação. Prati-camente todo mundo entre os14 e 25 anos de idade jáouviu, leu ou esbarrou como tema. O problema é quenem sempre informaçãoanda junto com a prática. Apessoa sabe que, parafra-seando o poeta, “usar ca-misinha é preciso”, mas searrisca, por imprudência ouaté mesmo por diversão,numa espécie de roleta rus-sa da vida sexual.

Entre os mais velhos ain-da persiste uma certa re-sistência ao uso da camisi-nha, por diversos fatores:muita gente acredita que acamis inha a t rapa lha osexo, muitas pessoas vãona onda do parceiro, commedo do preconceito ou porsubmissão, e não impõema camisinha como condi-ção para o sexo, e há, cla-ro, a absoluta promiscuida-

de, gente que faz sexo semqualquer proteção de casopensado. A diversidade depensamento é coisa huma-na, e nisso pode-se incluirt odo t i po defundamentalismo, inclusiveo sexual.

É claro que o quadro emrelação à AIDS em duasdécadas mudou bastante.Hoje, há muita gente viven-do com o HIV em condi-ções dignas e razoáveis,pois os medicamentos sãomais eficientes e causammenos efeitos colaterais.Lembro que Renato Russodisse, certa vez, que tomaro coquetel anti-AIDS eracomo “comer um cachorrovivo, que depois come vocêpor dentro”, o que pareceser bem mais violento doque o que acontece hoje. Oacesso aos remédios tam-bém é muito mais fácil atu-almente. Mas uma coisaainda é fato: a AIDS mata enão tem cura, ainda.

Falei antes sobre moti-vação – sobre o que levacada voluntário a participarde um evento a AIDS. Eu,que já vi vários ídolos mor-rerem em razão da doença,que vi um amigo ator morrernum isolamento auto-im-posto com vinte e poucosanos de idade, que conhe-ço vários HIV soropositivos,me motivo com a possibili-dade de salvar alguém, umapessoa que seja, chamar aatenção de quem estariase arriscando. Salvar umavida vale qualquer esforço.

(Crônica escrita em 2009,mas ainda atual,publicada no site

www.williammendonca.com)

Conscientizar sobre a AIDS

Será que adianta falar sobrea AIDS nos dias de hoje?

33333O VERBO PERFIL Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013

Por William MendonçaA eleição em Itaboraí em

2012 foi uma das mais dispu-tadas dos últimos anos e re-servou algumas surpresaspara aqueles que já não acre-ditam na política. A mais cla-ra surpresa para os analistaspolíticos menos atentos foi aeleição de Well ingtonEmerick com a terceira maiorvotação do município (o pri-meiro em seu partido, o PCdo B), atrás apenas de doisnomes que contam com mui-to dinheiro e votos de legendapara chegar aonde chegaram.

Porém, quem conhece aorigem e a história de vida deWellington, seu trabalho pelobairro de São Joaquim e bair-ros vizinhos – que durantemais de 60 anos estão es-quecidos pelo poder público –e sua preocupação com ostemas ambientais, culturaise de cidadania, sabe que eraquestão de tempo ele chegara uma cadeira na Câmara.Ele reuniu ao seu redor umgrupo político muito forte, queconta com gente como o pro-dutor cultural Sérgio EspíritoSanto (de quem Wellingtonfoi um coordenador das cam-panhas de 1996 e 2004), omarketeiro Geraldo Oliveira,diversas lideranças comuni-tárias, artistas e ecologistas.Recebeu muito apoio em suavizinhança, mas foi bem vota-do em todo o município.

Aos 50 anos de idade,Wellington teve uma vida liga-da ao bairro aonde foi morarainda na infância, São Joa-quim, onde seu pai, AsaelMarques Pinto, foi tambémuma importante liderança co-munitária. Aprendeu a gostarde política quando seu pai olevava a reuniões na casa degente como Leonel Brizola,José Frejat e Miro Teixeira,na luta pelaredemocratização. “Não pos-so negar que a vontade de

mudar a sociedade atravésda política está no meu san-gue, faz parte da minha vida”,explica.

Casado, pai de cinco fi-lhos, um servidor público quefaz questão de – depois deempossado na Câmara – con-tinuar trabalhando em seucargo, Wellington trabalha hámais de 30 anos pela suacomunidade, ajudando aspessoas onde as autoridadesnão chegavam, mantendo,junto com amigos, umaescolinha de futebol quetransformou a vida de muitascrianças e jovens. Ele sem-pre lutou para que o seu bair-ro ficasse livre do flagelo dasdrogas, nunca abriu mão dis-so. Em 2008, foram 1.074votos. Agora, em 2012, 2.187,e a eleição merecida.

“Minha intenção é levar aPrefeitura a fazer o máximopossível para nossa região,que nunca esteve entre asprioridades dos governos.Temos que tirar um atraso de62 anos, portanto não pode-mos deixar de cobrar na Câ-mara as melhorias que os mo-radores querem e precisam”,deixa claro Wellington. Ele éa favor de dar ao novo prefeitogovernabilidade, mas afirmaque o governo tem que chegaraos bairros, com obras e ser-viços públicos de qualidade.“O dinheiro relativo ao Comperjtem que ser aplicado em be-nefício da população”.

Sobre a chamada “regiãoesquecida” Wellington desta-ca que faltam praticamentetodos os serviços públicos –é preciso mais escolas, maiscreches e postos de saúde,obras contra as enchentes,saneamento e pavimentação(só em São Joaquim são maisde 50 ruas extensas), açõescontra o aumento da violên-cia, tudo isso em uma áreaque é exatamente a entradade Itaboraí e tem tudo para

crescer, em termospopulacionais. “A gente aolongo desses anos tentou fa-zer os paliativos, conseguirmelhorias com os governos,passarelas, posto de saúde,lâmpadas para a iluminaçãopública, todos os pedidos do-cumentados, mas é precisouma verdadeira ação de gover-no em nossa região”, lembra.

Mas engana-se quem achaque Wellington vai limitar suaatuação aos bairros onde tevevotação mais expressiva. “Ve-reador tem que trabalhar pelomunicípio, propor políticaspúblicas que melhorem a vidade toda a população”, afirma.Ele lembra que em quase todoo município as dificuldadesnão são muito diferentes doque acontece em São Joa-quim. “Você vai em Pé-de-Briga, Gebara, Pachecos, emqualquer ponto de Itaboraí, evê a mesma carência do po-der público”, comenta.

Por ser ligado ao esporte eacreditar na função social daprát ica desport iva,Wellington acha importantedisseminar por Itaboraí áre-as de prática desportiva,como quadras, e não deixarmorrer os campos de várzea,que são as primeiras vítimasda especulação imobiliária.Ele cobra que a Prefeituraofereça formação técnicaprofissional para a legião dejovens itaboraienses desem-pregados, mais de 50 milpessoas, para que eles sebenef ic iem das vagassurgidas com o Comperj eoutras oportunidades no Es-tado, que vai receber a Copae as Olimpíadas. Além dis-so, vai propor a implantaçãodo ensino integral nas esco-las municipais.

Wellington Emerick achafundamental que o municípiose preocupe com a preserva-ção dos rios e das matasciliares, já que é uma região

O vereador eleito quesurpreendeu os poderosos

Wellington Emerick

muito dada a alagamentos, quese evite a ocupação indevidade áreas por conta dos atrati-vos do Comperj e, principal-mente, que se tenha atençãocom o claro aumento da violên-cia na cidade, que já está ocor-rendo.

“Só tenho a agradecer atodos os que confiaram emmim e garantir que vou traba-lhar nesses quatro anos paranão decepcioná-los e fazer omáximo possível pela nossaregião e por todo o municí-pio”, afirma o vereador.

Na infância Com os filhos

Com a esposa Mariana e filhos

44444O VERBO CIDADES Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013

A prefeita eleita de RioBonito, que foi diplomada noúltimo dia 19 juntamente comos vereadores eleitos na cida-de, anunciou os nomes quevão compor o seu secretaria-do – incluindo nomes experi-entes e antigos aliados políti-cos, como o novo secretáriode Saúde, Anselmo Ximenes– mas apostando em váriosjovens que fazem sucesso emsuas áreas de atuação, quenão exerceram ainda cargosna administração pública –como Julio César Lima, noDesenvolvimento Urbano, eGustavo Lopes, o novo procu-rador geral do município.

A posse da prefeita, dovice Anderson Tinoco, e dosvereadores vai acontecer nopróximo dia 1º, a princípiomarcada para o Esporte Clu-be Fluminense. Diga-se depassagem, o atual presiden-

te do Fluminense, tradicionalclube de Rio Bonito, FelipeBraga, será o secretário deEsporte e Lazer de Solange.Outros secretários anuncia-dos são: Walmyr Figueiredo(Fazenda), Flávio Soares(Obras e serviços público),Lucy Teixeira (Educação),Marco Aurélio Miguez (Admi-nistração), Hedilberto MedinaCosta (Agricultura, indústriae comércio), RosemaryCerqueira (Trabalho, Habita-ção e Bem Estar Social),Marcelo Benevides (Gabine-te), Bernardo Cheppi (Turis-mo), Alexandre Daher (Segu-rança), Fel ippe Bortone(Antidrogas), Nadelson No-gueira (Assessoria de Comu-nicação), Waldir Junior(Controladoria Geral), e ZecaNovais (Cultura), além do ir-mão da prefeita, NewtonAlmeida (Meio Ambiente).

RIO BONITO TANGUÁ

Secretariado definido Inaugurando tudo às pressasO prefeito de Tanguá, Carlos

Pereira, em seus últimos trêsmeses de governo, decidiu nãodeixar nada que pudesse serinaugurado por seu sucessor eadversário político Walber.Desde que foi sacramentada aderrota de seu candidato,Rodrigo Medeiros, Carlos Pe-reira acelerou obras, demitiucargos comissionados e con-tratados, e deu uma atençãoaté certo ponto tardia na divul-gação de suas atividades. Oboletim da Assessoria de Co-municação da Prefeitura, cha-mado INFORMA, que teve cir-culação bastante irregular nosúltimos seis anos, teve edi-ções com intervalos de vintedias nesse período – anteci-

pando as inaugurações ou va-lorizando a realização doseventos – tudo com direito àdezenas de fotos do prefeito.

Entre as obras inauguradasrecentemente estão o TeatroMunicipal Ana Maria Gac, lo-calizado na Escola de Qualifi-cação Profissional, no dia 24de outubro. Em 22 de novem-bro, o Centro de Referência eAtendimento à Mulher. No dia29 do mesmo mês, os projetosdo programa Tanguá-Cidade doFuturo e a agência da CaixaEconômica, no chamado Es-paço da Cidadania PedroTeixeira de Oliveira, que tam-bém foi inaugurado recente-mente. No final de dezembro éa vez da Policlínica Municipal.

Além disso, Carlos Pereira,aproveitando os últimos mo-mentos nos holofotes da Pre-feitura, tem recebido homena-gens, inclusive da Petrobrás,já que é o presidente doConleste (consórcio dos muni-cípios da área do Comperj).

POSSE – O novo teatro foi olocal escolhido para a possedo prefeito eleito de Tanguá,Valber, do vice Waldizinho daBeltec, e dos 13 vereadores.De acordo com o atual presi-dente da Câmara, vereadorPaulo do Correio, a posseacontecerá no dia 1º. Valberchega forte ao governo, commaioria na Câmara, e deveráinfluenciar na eleição do presi-dente do Legislativo.

O VERBOANUNCIECOM A GENTE

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3637 - 3733

55555O VERBO ENTREVISTA Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013

O mundo não acabouem 2012 e a vida continua.Sérgio Espírito Santo fala

sobre o que rolou em2012, projetos futuros e asdificuldades de se produzircultura dentro da estruturaviciada do poder público

municipal.

O VERBO – Fale um pou-co sobre o final de 2012.

SÉRGIO – Este ano estáse encerrando com uma satis-fação tremenda por parte donosso grupo que, através daluta, da garra, da determina-ção e do foco, conseguiu corri-gir a história ajudando a elegerum vereador que é comprome-tido com as causas sociais,ambientais, culturais,desportivas e de cidadania, 62anos depois, especialmentepara São Joaquim e arredores,ou seja, todos os bairros queformam aquela região esqueci-da até hoje pelas autoridades.A eleição de Wellington foi umavitória de uma campanha daforça de um grupo, e mesmonesse momento em que váriaspessoas abandonaram o idealde trabalhar por seu bairro e acomunidade, a gente veio nacontramão e colaborou paraque ele fosse o 3º mais votadode Itaboraí, e o mais votado deseu partido, isso semfinanciadores e caciques polí-ticos por trás.

O VERBO – E o que vocêespera de 2013?

SÉRGIO – O que a genteprojeta, imagina para 2013, éque todos os projetos que aCasa de Cultura Heloisa AlbertoTorres fez, realizou, produziunos últimos quatro anos semantenham e que sejam, en-fim, realizadas as obras que agente passou esse tempo todoplanejando, viabilizando e dia-logando com os poderes, noRio e em Brasília, promovendoo estreitamento da nossa rela-ção com o IPHAN, com os

Ministérios da Cultura e doMeio Ambiente e com a Secre-taria Estadual do Ambiente.Esse esforço todo culminaráem 2013, com o PAC das Cida-des Históricas, que visa prote-ger todos os prédios históricosde Itaboraí (cerca de 30), ereformar a Praça MarechalFloriano Peixoto, comcabeamento subterrâneo eInternet banda larga, cuja dota-ção a gente conseguiu em de-zembro do ano passado.

O VERBO – Você tem umaideia de quando essas obrasvão, efetivamente, aconte-cer?

SÉRGIO – Essas coisassempre demandam um certotempo, mas a fase de execu-ção está prevista para 2013 a2015. Foram feitas 17 rodadasde reuniões em Brasília e eu,juntamente com o grupo queme acompanha, conseguimosviabilizar um orçamento na or-dem de 15 milhões de reais,que será todo ele gerido, su-pervisionado, licitado e fiscali-zado pelo IPHAN e o Ministérioda Cultura, cabendo somentea empresas com experiênciaem restauração de patrimôniohistórico de no mínimo 10 anosa possibilidade de fazer asobras.

O VERBO – Fale um pou-co sobre o seu trabalho dearticulação com CarlosMinc.

SÉRGIO – Outra grande vi-tória que a gente pode citarcomeçará agora, depois docarnaval: vão ser 100 milhõesde reais em saneamento, águae esgoto, para Itaboraí, soluci-onando um problema crônicoda cidade. Quando eu apoiei oCarlos Minc em 2006 e 2010,muita gente me chamou demaluco, porque eu estava indona contramão, e agora ele ésecretário estadual do Ambi-ente e, como Itaboraí, em virtu-de do pólo petroquímico, tor-nou-se uma referência no Es-

tado, o Minc conseguiu atra-vés do nosso pedido, essasobras para o município, comocompensação pelos impactosdo Comperj.

O VERBO – E como vai otrabalho com a AssociaçãoFazendo Acontecer?

SÉRGIO - São 10 anos deAssociação e uma luta aindamais antiga. Acho que, comolegado, além dos nossos even-tos de conscientização (Dia doMeio Ambiente, Dia de LutaContra a Aids e outros), achoimportante destacar o projetoSegundo Tempo. Nós conse-guimos esse convênio e, du-rante o primeiro momento,atendemos a mais de 3 milcrianças e jovens de 7 a 17anos em 30 áreas e, posterior-mente, cerca de 2.200 crian-ças e jovens em 26 áreas degrave risco social, onde o po-der público não chega. Houve acontratação de profissionais deEducação Física, assistentessociais, especialistas em edu-cação ambiental – gente deItaboraí que encontrou oportu-nidade de trabalhar. A genteespera que, em 2013, o convê-nio seja renovado e já houve,inclusive, o convite do Ministé-rio do Esporte para que issoaconteça. Existe hoje, emItaboraí, mais de 56 mil jovensdesempregados, então elesprecisam de ter acesso a infor-mação e oportunidade de em-prego e renda – esse é, atual-mente, o foco da Associação.O Ministério do Esporte nosincluiu entre as 10 melhores,no que diz respeito ao Segun-do Tempo, o que mostra que onosso trabalho foi realmentebem feito.

O VERBO – Depois de 20anos, você, a partir de ja-neiro, não vai estar produ-zindo cultura dentro do po-der público. Como é isso?

SÉRGIO – A gente está há20 anos trabalhando com cul-tura aqui. Comecei pela mão

da professora Suely Lopes, quecom certeza é uma das pesso-as mais comprometidas comItaboraí, em 1992. Comeceicomo office boy e, em 2 anos,cheguei a diretor da Casa.Esse legado que ela deixou eficou comigo é o de trazer paracá pessoas que tenham omesmo comprometimento edar oportunidade a gente aquide Itaboraí. Acho que o querepresenta bem é o caso daAurora Ribeiro, que hoje é pre-sidente da Fundação de Cultu-ra, que nunca teve oportunida-de real de mostrar seu trabalhoe ser valorizada, e, pela primei-ra vez em 33 anos de serviçopúblico, ela está tendo essavalorização, por mérito próprioe por sua dedicação à Casa deCultura e a memória de DonaHeloísa. Para mim, estar cola-borando com a cidade é maisimportante, independente daposição que ocupe.

O VERBO – E os seus pro-jetos para 2013?

SÉRGIO – Eu estou gra-vando um disco com o MarceloYuka, fundador do Rappa. Játemos sete músicas gravadas.Fui convidado por ele e estoucolaborando, já que é um pro-cesso de criação coletiva, vol-tado principalmente para omercado internacional, porqueé uma coisa totalmente dife-rente – mistura música etemática indígena, política,

música eletrônica e hardcore.O disco deve ser lançado peloselo do Jello Biafra, um doscabeças do rock alternativo dosanos 80 e 90 na Inglaterra e nosEstados Unidos.

O VERBO – É um trabalhoque já gerou muita expec-tativa, até porque o Yuka jádeu muitas entrevistas fa-lando sobre ele ...

SÉRGIO – A questão é queo Yuka, por conta do incidenteque aconteceu com ele, temum problema de logística paraos delocamentos. Acaba sen-do mais fácil ele gravar do queir para a estrada, fazer shows.Por isso, ele tem vários proje-tos paralelos, é uma das mai-ores personalidades do Brasilna atualidade, tem uma cons-ciência humanitária muito gran-de, quer sempre fazer algumacoisa pela sociedade. Eu te-nho também outro trabalho, emcolaboração com o Dado Villa-Lobos. Ele tinha um projetoantigo da Legião, chamado“Classic Album”, que eu e oReginaldo, produtor do RenatoRusso, estamos trabalhandoem cima. Seria um disco decovers, que a Legião gravoucom o Renato ainda vivo – comeles tocando clássicos em in-glês de outros artistas, como“Heroes”, do David Bowie, e“Whiter shade of pale”, doProcol Harum.

(continua na página 6.)

2013: o recomeço eo ponto da mudança

Sérgio Espírito Santo

O VERBO 66666Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013GERAL

(Continuação da página 5)

O VERBO – Depois de 20anos fazendo produção cul-tural em Itaboraí, fica aquestão – pensando fria-mente, valeu a pena, prin-cipalmente em virtude dasoportunidades que vocêperdeu por ter insistido emtrabalhar aqui na sua cida-de?

SÉRGIO – Não. Porque eupensei com o coração e coma emoção, e na vontade deajudar as pessoas. Eu nãopensei profissionalmente. Sóum cara que tem o amor ecomprometimento que eu te-nho com a cidade, diz nãopara a Virgin Records, para aUniversal, para a EMI, para aMTV e recusa ser produtor doCapital Inicial – só nisso euestaria rico. O Dinho OuroPreto, do Capital, conseguiujunto com os caras da suageração, quebrar aquele es-tigma de rock stars. Eles fa-zem sucesso, ganham dinhei-ro, mas se preocupam em

fazer alguma coisa por quemprecisa. A gente vê isso quan-do gente como ele, ou oPhillipe da Plebe Rude, o GutoGoffi do Barão, o Toni Garri-do, o Toni Platão, o DadoVilla-Lobos, se desloca aquipara Itaboraí, muito antes dacidade entrar “na moda”, paraparticipar de eventos deconscientização. Essa genteme incentivou a voltar aqui efazer alguma coisa pela minhacidade, inclusive através dapolítica. Eu não sei se estouficando maluco mas é a primei-ra vez que não estou me sen-tindo naquela pilha danada, nãoestou preocupado com a pos-sibilidade do desemprego –mesmo sabendo que não te-nho dinheiro guardado e coisae tal – porque eu nunca fiquemais que duas semanas de-sempregado e tenho um nomena produção cultural que sem-pre me abre portas. Além dis-so, estou com o disco dosTubarões remasterizado, prontopara ser relançado, com umacapa linda, e pretendo ir para a

estrada para uma série deshows. Tem várias coisasacontecendo, não vou ficarparado não.

O VERBO – E o balançoque você faz dessa relaçãoentre cultura e política emItaboraí. Os governos aquientendem o que é políticacultural?

SÉRGIO – É complicado.Tanto no segundo governo deCosme Salles quanto no atu-al do Sérgio Soares, não liga-ram para a questão cultural,esqueceram de fato queItaboraí teve grandes nomese da obrigatoriedade de seinvestir em cultural – o que élei federal. Nem mesmo o queé exigido por lei foi investido –e olha que não foi por falta dea gente avisar, discutir nocampo da ideias e lutar, aqui,dentro da estrutura pública,para que isso acontecesse.Acham que fazer cultura éfazer show de 22 de maio eevento de carnaval, mas nãoinvestem no artista local. Issoé uma pena para a cidade e,

ao longo de tantos anos, nãose divulgou a questão cultural– a gente fica brigando paraformar público, fazendo even-tos para crianças e estudan-tes aqui na Casa, trazendoart istas locais, mas osgovernantes, na verdade, nãodão a mínima para isso.

O VERBO – Você acredi-ta em mudança?

SÉRGIO – Bom, a genteagora vai ter um vereador aten-to a isso. A cidade está namídia, mas a quebra do traba-lho que a gente estava desen-volvendo aqui na Casa de Cul-tura, sem recursos financeirosmas com muito empenho ecomprometimento, certamen-te não vai contribuir em nadapara que as coisasmelhorem.Ninguém tem melhorrelacionamento com o Iphando que eu e meu grupo. Agente produziu neste mês a20ª edição do Dia de Luta Con-tra a Aids, um evento deconscientização que a gentefaz mobilizando os artistas lo-cais e conta com o apoio da

Unaids, da Sociedade VivaCazuza, etc. Pois a Prefeiturapreferiu devolver dinheiro parao governo federal a fazer o tra-balho preventivo que tem a obri-gação de fazer na semana doDia de Luta Contra a Aids. Nãoé favor, é obrigação, mas de-volveram o dinheiro e não aju-daram em nada o evento. Fize-mos na Casa de Cultura e mi-nha vontade foi de estenderuma bandeira preta de luto nafachada da Casa, porque aSecretaria Municipal de Saú-de não entendeu, ou não quisentender, a importância deum evento deconscientização como esse.Agora que completamos vinteanos, eu estou passando abola para a frente, sei que temas pessoas aqui do nosso gru-po, que, mesmo sem ajuda deninguém, vão continuar promo-vendo esse evento enquantoele ainda se mostrar neces-sário – até porque a nossaesperança é que surja umacura para a Aids o mais rápi-do possível.

Sérgio Espírito Santo

Por William MendonçaSociólogo e jornalista

itaboraiense, nascido em 26de novembro de 1865, Albertode Seixas Martins Torres éconsiderado um dos expoen-tes da política brasileira doinício da República, e exer-ceu a presidência do Estadodo Rio de Janeiro no períodoentre 31 de dezembro de 1897e 31 de dezembro de 1900.Casado com Maria JoséXavier da Silveira, teve trêsfilhos – Alberto Torres Filho,Maria Alberto Torres e Heloí-sa Alberto Torres.

Iniciou seus estudos noRio de Janeiro, no InternatoEstrela Condutora. Muito jo-vem, em 1880, atendendo ao

pedido do pai, matriculou-sena escola de Medicina, cur-sando apenas dois anos.Abandonou o curso e mudou-se para São Paulo. Lá, matri-culou-se na faculdade de Di-reito e iniciou sua atividadejornalística, colaborando comjornais como o CAIÇARA, AIDÉIA, O CONSTITUCIONALe A REPÚBLICA.

Após se formar em Direito,Alberto Torres regressou aoRio de Janeiro, trabalhandocomo advogado no escritóriode dois renomados profissio-nais, doutores Tomás Alves eUbaldino do Amaral. Em 1889foi nomeado promotor públi-co, mas não aceitou. No mes-mo ano, foi candidato a depu-

tado pelo quarto distrito, sen-do derrotado.

Casou-se em 1890. Suatrajetória na vida pública se-guiu com a eleição para depu-tado estadual, em 1891, efederal, em 1894. O entãopresidente Prudente de Mo-rais nomeou Alberto TorresMinistro da Justiça, entre 1896e 1897. Após exercer o cargode presidente do Estado doRio, foi nomeado, em 1900,Ministro do Supremo TribunalFederal, ficando no cargo até1909.

Suas principais obras fo-ram “O problema nacionalbrasileiro”, “A organizaçãonacional”, “Vers la Paix” e“Le problème mondial”. Foi

ALBERTO TORRES

Um itaboraiense que foi destaquena política e na literatura

MEMÓRIA

membro da Academia Bra-sileira de Letras, contem-porâneo de intelectuaiscomo Rui Barbosa, e do Ins-tituto Histórico e Geográfi-co Brasileiro. Em 1917, fa-leceu no Rio de Janeiro, aos52 anos. Seus restos mor-tais foram transferidos pos-teriormente para o Cemité-

rio de Porto das Caixas,em Itaboraí.

(Publicado no blog daCasa de Cultura HeloísaAlberto Torres e no site

www.williammendonca.com.Parte da série “Itaboraí eTanguá em biografias”,

do autor)

77777Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013

No palco, a banda Belos e Malditos

Na luta contra a Aids,apesar de tudo

A 20ª edição do Dia deLuta Contra a Aids aconte-ceu em 1º de dezembro, nosjardins da Casa de CulturaHeloísa Alberto Torres. Maisdo que nunca, foi um evento“de guerrilha”, produzido gra-ças à abnegação de muitosvoluntários, à força de al-guns apoiadores e à quasenenhuma ajuda do poderpúblico – exceção feita, éclaro, para a própria admi-nistração da Casa de Cultu-ra. A fórmula de unir artistaslocais a um grande nome damús ica nac iona l , parashows e mensagens deconscientização a respeitoda Aids, tem sido, ao longodesses 20 anos, o marco dealerta na cidade sobre a pre-sença do HIV na sociedade– afetando e tirando vidas.

Neste ano, além do showprincipal de Philippe Seabra,líder da Plebe Rude, que teveo auxílio de vários músicoslocais, participaram do even-to o duo italiano compostopor Elisabetta Lupett i ePaolo Settimenti, o projetopercussivo eletrônico DirtySpace, do baterista NanciRibeiro e do baixista Gibran,o projeto Belos e Malditos,com Fernando Queirós novocal, Alex Costa no baixo,Rafael “Madruga” na guitar-ra e novamente Nanci na ba-teria, e o som do coletivoCONVERGÊNCIA, nos inter-valos e no encerramento.

O organizador do evento

nesses 20 anos, Sérgio Es-pírito Santo, também subiuao palco para cantar comPhilippe Seabra. Ele disseque está “passando a bola”para os mais jovens, quepelos próximos vinte anosou enquanto não for en-contrada uma cura para aAids, ainda manterão oevento acontecendo em 1ºd e d e z e m b r o , m e s m oquando a Secretaria deSaúde do município resol-ve não apoiar.

- É o tipo de evento que agente espera não ter maisque fazer. Todo ano a gentetorce para que surja umacura, ou para que as pesso-as realmente passem a fa-zer sexo com segurança,usando camisinha, saindodo comportamento de risco,que é o maior problema nocaso da epidemia de Aids -explica Sérgio Espírito San-to.

Durante o evento, foramdistribuídos preservativospara os espectadores e foiexibida uma entrevista comRenato Russo, vocalista daLegião Urbana, uma dasmais conhecidas vítimas daAids no Brasil. O evento temo apoio insti tucional daUNAIDS, escritório da ONUpara assuntos relativos àAids, da MTV, da Socieda-de Viva Cazuza, entre ou-tras entidades, e tem a rea-lização da Associação Fa-zendo Acontecer.

O VERBO VARIEDADES

Por William MendonçaDepois de quase uma hora

de conversa, na Pizzaria BoaPraça, na histórica e mal tra-tada Praça Marechal FlorianoPeixoto, em Itaboraí, ao ladodo produtor cultural SérgioEspírito Santo, o vocalistada Plebe Rude, PhilippeSeabra, finalmente percebeque eu sou jornalista e se saicom essa:

– Você deve estar pensan-do “porra, que cara pedante!”.

De jeito nenhum, muito pelocontrário. Philippe é talvez opersonagem mais acessíveldessa já lendária geração dorock dos anos 80 (não que sejafácil tirá-lo atualmente deBrasília a não ser para a agen-da de shows da Plebe). Provadisso foi a atenção que o cantordispensou a cada um dos fãsda banda que prestigiaram oevento do Dia de Luta Contra aAids – a conversa, os autógra-fos, os elogios aos músicoslocais.

A questão é que PhilippeSeabra é um cara aberto aqualquer conversa, não se furtaa falar sobre temas espinhososcomo o quanto as drogas atra-palharam a vida e a carreira dealguns de seus contemporâne-os ou sobre alguns abusoscometidos contra a memóriada origem do Rock de Brasília.Tem opinião crítica sobre tudoe todos e demonstra facilmen-te que não perdeu a veia políti-ca que fez da Plebe Rude “abanda mais engajada politica-mente” do rock dos 80, naspalavras de Arthur Dapieve. Eleespinafra políticasassistencialistas, a corrupção,a falta de política cultural noBrasil, bem como algumasidiossincrasias do povo ameri-cano (Philippe é cidadão ame-ricano, nascido em Washing-ton D. C., e eleitor de Obama).É um “punk maduro e educa-

A visão crítica de alguémque esteve no centro dofuracão do rock de Brasília

Um papo com Philippe Seabra

do”, se é que isso não é umacontradição.

A indústria fonográfica, sem-pre à cata de novas modas, éum dos seus alvos preferidos –vale lembrar que a Plebe, já noseu primeiro disco, esculachouas gravadoras e mercado damúsica na canção “A minharenda”. Ele mantém o controlecriativo da Plebe e está à frentede vários projetos, como umdocumentário sobre a banda eum novo CD, sempre consul-tando o baixista André Muller –tudo isso, sem fazer conces-sões. A Plebe grava o que quer,quando quer, isso é certo. Ecomo o auxílio luxuoso de outralenda dos 80, o guitarrista Cle-mente, dos Inocentes, a bandacontinua em plena atividade.

Despencar de Brasília paraItaboraí para um show (que sóterminou por volta das 2 horasda manhã) com viagem devolta marcada para as 8 horasde um domingo – tudo issopara participar de um eventode conscientização sobre aAids – é uma coisa de quemainda acredita no poder detransformação que a músicatem. “Não tem como negarum pedido do Sérgio EspíritoSanto”, dispara ele, não semantes conversar sobre guitar-ras Les Paul, sobre ídolos como

os guitarristas Pete Towsend eJimmy Page e sobre o nasci-mento recente de seu primeirofilho. Já esteve aqui em outraedição do Dia de Luta Contra aAids, quando tocou com Frejat(Barão Vermelho) e Fred Nas-cimento (Legião Urbana) emfrente ao Teatro Municipal, e seapresentou, com a Plebe, noaniversário de 200 anos da Casade Cultura. Itaboraí, portanto,para ele, não é tão longe as-sim.

Philippe Seabra solo, comoo que foi visto em Itaboraí neste1º de dezembro, não é algocomum – se bem que, tocandopela primeira vez com músicosda terra (o baterista Nanci, osbaixistas Alex e Gibran, e oguitarrista Rafael “Madruga”) ecom uma guitarra emprestada,ele não parecia “solo”, e simentrosado. Nada de “trovadorsolitário”, como seu velho ami-go Renato Russo, tanto que oviolão que trouxe mal saiu do“case”. No repertório, PlebeRude, Paralamas, Clash, etc.

Caçula da turma de Brasília,Philippe Seabra começou a an-dar com os roqueiros que gera-riam a Legião Urbana, a própriaPlebe, o Capital Inicial e outrasbandas, aos 14 anos. Ele pen-sa, realmente planeja, escre-ver um livro – acha que já tevetempo suficiente para tambémestabelecer um senso críticosobre tudo o que ocorreu. Mes-mo tendo feito a trilha e a produ-ção musical do documentário“Rock de Brasília” e dado depo-imentos para o livro “Diário daTurma”, de Paulo Marchetti,Philippe acredita que ainda fal-ta muito para que se consigaretratar a complexidade daque-le movimento, surgido em meioao concreto de Niemeyer e àcidade com asas de Lúcio Cos-ta. Em breve, ele vai contar asua versão da história. Aguar-demos.

Oportunidades paratodos de Itaboraí

10 ANOS

88888O VERBO Dezembro de 2012 / Janeiro de 2013RESPONSABILIDADE SOCIAL

Nossos agradecimentosa todos que tornaram possível arealização de mais esse evento de conscientização

Os artistas:

Liz e i Suoi

Wellington EmerickAlzenir

Cosme Salles

Alexandre SantosZé Manel

Sousa de Manilha

Mais uma realização da Associação